#425
ALGARVE INFORMATIVO
ÍNDICE
Município de Albufeira requalifica polidesportivo do Parque do Ribeiro e inaugura rotunda na Guia (pág. 18)
Cross Internacional das Amendoeiras em Flor (pág. 26)
Algarve mostra-se na Bolsa de Turismo de Lisboa (pág. 40)
Guia MICHELIN Portugal (pág. 60)
Companhia Portuguesa de Bailado
Contemporâneo no Teatro Lethes (pág. 70)
«O Eléctrico» em Loulé (pág. 84)
Buba Espinho em Lagoa (pág. 98)
Carolina Deslandes em Silves (pág. 106)
OPINIÃO
Mirian Tavares (pág. 116)
Alexandra Rodrigues Gonçalves (pág. 118)
João Ministro (pág. 120)
Município de Albufeira requalificou polidesportivo do Parque do Ribeiro e inaugurou rotunda na Guia
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina Município de Albufeira tem levado a cabo diversas empreitadas de requalificação dos espaços desportivo do concelho ao longo dos últimos meses e, no dia 4 de março, inaugurou a requalificação do polidesportivo do Parque do Ribeiro, numa das entradas principais da cidade, junto ao Parque de Campismo de Albufeira.
Devido à degradação do pavimento à superfície, foi necessário aplicar uma
camada de slurry negro (espécie de autonivelante), com maior incidência nas zonas de maior depressão (abatimentos) e, posteriormente, três camadas de resina acrílica (tapa poros, base e acabamentos). Foram depois pintadas as linhas desportivas e convertido o espaço em dois campos de basquetebol 3x3, um campo de ténis e um campo de voleibol, todos com as dimensões oficiais. Foram, igualmente, colocadas duas tabelas de basquetebol e dois postes adequados à prática de voleibol e de ténis, os quais podem ser utilizados nas duas modalidades desportivas sem necessidade de serem removidos. Os muros levaram um tratamento especial
que permite a sua longevidade, foram colocados assentos nas bancadas e melhorada a vedação envolvente.
A autarquia investiu mais de 55 mil euros na requalificação desta infraestrutura, o que permitiu dotar o espaço de mais funcionalidades. “Ganha-se um novo espaço desportivo por se trabalhar com foco bem definido”, sublinhou o presidente da Câmara Municipal de Albufeira, reforçando, uma vez mais, a intenção e o esforço do Executivo em conquistar o título de Cidade Europeia do Desporto em 2026. José Carlos Rolo explicou que “esta requalificação faz parte da estratégia da autarquia em desenvolver espaços desportivos de utilização espontânea e esporádica, com muita versatilidade e que representam investimentos com forte impacto no futuro e na comunidade”.
Francisco Oliveira, presidente da Assembleia Municipal de Albufeira, referiu que “este vai ser mais um espaço que tem por objetivo favorecer a prática desportiva no concelho, num local ao ar livre e com impacto bastante positivo para os albufeirenses”. Cristiano Cabrita, vice-presidente da Câmara Municipal de Albufeira responsável pela área do Desporto, frisou que “a utilização do Polidesportivo do Parque do Ribeiro é gratuita e compreende algumas regras de
utilização, nomeadamente o dever de preservar e deixar o espaço como se encontrava, bem como a proibição de outras atividades desportivas que não sejam o basquetebol, ténis e voleibol”. “Trata-se de um investimento importante para benefício de
todos que é necessário estimar e preservar”, reiterou.
O Município de Albufeira inaugurou, no mesmo dia, uma nova rotunda na Guia, construída numa das estradas mais movimentadas da povoação, no sentido de quem circula da zona do Páteo (Albufeira) em direção ao centro da localidade. Com um investimento na ordem dos 170 mil euros, para além do
objetivo de melhorar a mobilidade na zona, a obra apresenta uma abordagem inovadora no âmbito do embelezamento urbano, com um arranjo paisagístico inspirado nas ondas do mar e nas alterações climáticas.
A empreitada, concluída no prazo de 90 dias, abrange uma área de aproximadamente 1.500 metros quadrados. Com a construção desta nova
infraestrutura rodoviária, a Autarquia de Albufeira pretende promover a fluidez do trânsito e o melhoramento da segurança dos automobilistas e a renovação da rede pluvial da localidade. O destaque da nova rotunda reside no seu projeto paisagístico, concebido pela equipa de arquitetura paisagista da Divisão de Higiene Urbana e Espaços Verdes do Município. Inspirado nas ondas do mar e na necessidade de adaptação às mudanças climáticas, o projeto apresenta quatro áreas plantadas e uma zona de estadia, localizada num pequeno terreno livre entre o passeio da Rua do Mercado e o passeio da Rua das Escolas. Adicionalmente, a obra considerou outros aspetos, como a disposição dos resíduos sólidos e a instalação de novas ilhas ecológicas no local.
José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira, destacou que a intervenção evidencia o empenho da autarquia em promover a segurança, a sustentabilidade e a qualidade de vida da comunidade local. “O município continua a apostar fortemente nestes investimentos, pois o que nos interessa no fundo é melhorar a segurança dos nossos automobilistas e dos nossos peões”, reforçou o edil. Também Francisco Oliveira, presidente da Assembleia Municipal de Albufeira, declarou que “esta é mais uma obra contemplada na estratégia definida pela autarquia para melhorar as acessibilidades e reduzir a sinistralidade no concelho” .
Melhores atletas do mundo brilharam no Cross Internacional das Amendoeiras em Flor
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Rui Gregório | Município de Albufeira o dia 25 de fevereiro, os melhores atletas internacionais e nacionais brilharam na Pista de Cross das Açoteias, naquela que foi a 47.ª edição do Cross Internacional das Amendoeiras em Flor, prova que ocorreu em simultâneo com a Taça dos Clubes Campeões Europeus de Corta Mato.
O espanhol Thierry Ndikumwenayo, da Playas Castellon, venceu a prova
principal, em seniores masculinos, sendo que o segundo lugar do pódio foi ocupado por Oscar Chelimo, do Uganda, da equipa Atletica Noceto, enquanto o terceiro lugar foi arrecadado por Rodrigue Kwizera, do Uganda, mais um bom resultado para a equipa Playas Castellon. O melhor português na prova foi Edson Barros, do Sport Lisboa e Benfica, que ficou classificado em 13.º lugar.
Quanto à equipa sénior feminina, o primeiro lugar do pódio foi conquistado por Linika Amebaw, da Etiópia, da Playas
Castellon, o segundo pela atleta do Burundi Francine Niyomukunzi, da Cus Pro Patria, e a terceira posição foi ocupada por Asmarech Anley, também da Etiópia, da equipa Braga. Mariana Machado (filha de Albertina Machado) foi a melhor portuguesa em prova, tendo cortado a meta na sexta posição.
Integrada no Circuito Mundial da World Athletics Cross Coutry Tour, única competição de Corta Mato com pontos WA para o ranking mundial em território nacional, o Cross Internacional das Amendoeiras em Flor é o quarto cross mais antigo a integrar o Circuito WA. O
presidente da Câmara Municipal de Albufeira, José Carlos Rolo, sublinhou que, “apesar do tempo pouco agradável que se fez sentir no domingo, a mítica prova das sapatilhas douradas reuniu centenas de atletas, muito público, nacionais e estrangeiros, numa excelente competição que este ano teve novamente o incentivo de pontuar para aTaça dos Clubes Campões Europeus”. “Trata-se de uma mais-valia para o concelho, uma vez que a prova é
transmitida para toda a Europa e outras partes do mundo, constituindo uma excelente oportunidade de promoção para Albufeira. Acresce que, ao realizarse durante a época baixa, o evento ajuda a diminuir a sazonalidade e a promover o turismo ao longo de todo o ano”, frisou o autarca. Cristiano Cabrita, vice-presidente da autarquia com a responsabilidade do pelouro do Desporto, realça que “esta é mais uma linha escrita no propósito de sermos a Cidade Europeia do Desporto em 2026, a que somamos outras centenas de linhas, na elaboração de um dossier completo, com mais de 100
páginas e mais de 300 eventos desportivos organizados durante o ano, o qual iremos apresentar no próximo mês de março”.
A 47.ª edição do Cross Internacional das Amendoeiras em Flor é uma organização conjunta da Associação de Atletismo do Algarve e do Município de Albufeira, com o apoio do Instituto Português do Desporto e Juventude e da Região de Turismo do Algarve .
Algarve mostrou-se na Bolsa de Turismo de Lisboa
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina principal destino turístico português prepara-se para acolher voos de seis novos destinos, com a ligação direta de Nova Iorque a Faro a constituir uma fonte de elevada expectativa. O cenário é promissor e com potencial para melhorar os múltiplos recordes alcançados em 2023. De facto, nunca, como no ano passado, houve tantos hóspedes, passageiros no aeroporto e voltas de golfe e, a estes recordes na região do Algarve, juntam-se
os proveitos de 1.592 milhões de euros, mais um máximo de sempre.
Para 2024, o plano de ações do Turismo do Algarve é extenso, desde logo nas ligações aéreas, pois o Algarve vai acolher este ano voos provenientes de dois novos pontos, somando mais duas rotas às 81 efetuadas por 27 companhias no ano passado. Dos Açores, a partir do verão, o Aeroporto Gago Coutinho receberá a ligação efetuada pela Sata, estando já marcada para maio a aterragem do voo da United Airlines que tornará Faro e Nova Iorque mais próximos que nunca. No dia 25 de maio aterrará o voo
inaugural desta ligação, que sairá na véspera do aeroporto de Newark. “Os agentes do Turismo no Algarve têm trabalhado intensamente para diversificar a oferta do destino, e isso já se sente também fora da época alta. A sustentabilidade financeira das empresas e da oferta de trabalho obriga-nos a esse esforço. Acreditamos que estamos a caminhar para um equilíbrio, em que falar de época baixa se tornará apenas uma muleta linguística. Nunca tivemos tantas dormidas nos períodos de janeiro a abril e de outubro a dezembro”, referiu, André Gomes,
Presidente do Turismo do Algarve, na Bolsa de Turismo de Lisboa.
O combate à sazonalidade é ainda promovido através de iniciativas como o Algarve Nature Fest, que regressa em 2024, com caminhadas, passeios de barco ou bicicleta, observação de aves e cetáceos, entre outras atividades de lazer. Será ainda reativada a marca Algarve Walking Season, com os quatro festivais de caminhadas no interior do Algarve e mais de 200 atividades na natureza, para mais de três mil participantes. O turismo no Algarve farse-á também nos campos Industrial e Literário. No primeiro caso, com a participação de 22 parceiros regionais na rede nacional, dentro da Agenda Nacional à Descoberta do Turismo
Industrial (16 a 30 de março). Num âmbito cultural mais tradicional, os passeios literários incluirão a Rota Literária Saramago no Algarve.
Ainda para 2024 está previsto um trabalho profundo de análise do turismo na região, juntamente com os stakeholders do setor, do qual sairá uma proposta de Plano de Marketing Estratégico para o Turismo do Algarve para o período de 2024 a 2028, naquela que será a terceira edição deste documento. O novo plano surgirá até final do terceiro trimestre.
Ciente de que esta indústria não poderá prosperar sem sustentabilidade energética, hídrica e ambiental, o
Turismo do Algarve está envolvido na promoção do Selo de Eficiência Hídrica, com todo o alojamento turístico da região a ser desafiado a juntar-se a um programa que visa contribuir para a redução de 15 por cento no consumo do setor urbano. “A oferta muito diversificada do Algarve reflete-se na chegada de turistas com perfis muito distintos. No golfe, por exemplo, dois terços das voltas nacionais jogaram-se nos mais de 40 campos do Algarve”, salienta André Gomes, informando sobre a necessidade de prosseguir a aposta na sustentabilidade ambiental, com foco na água, para acomodar este incremento na procura: “Os agentes do turismo do
Algarve iniciaram medidas de poupança de água em 2020, com a elaboração do Plano de Eficiência Hídrica Regional, e com isso tornámos o setor mais eficiente. No golfe, temos uma crescente utilização de águas residuais tratadas, e ainda este mês dois novos campos foram ligados a uma ETAR. Ninguém mais que os próprios empresários percebem a necessidade de apostar na sustentabilidade ambiental, condição para a sustentabilidade financeira dos seus investimentos”, acrescenta o presidente do Turismo do Algarve.
A candidatura à Linha + Interior permitirá, muito em breve, avançar com a
valorização do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, com recuperação, valorização e promoção deste território conjunto do Algarve e Alentejo, regiões unidas também na Rede Urbana de Fortalezas Alentejo e Algarve. O projeto candidatado aos fundos do Portugal 2030 prevê a requalificação de património que, mais a sul, incluirá duas localidades do Sotavento, Castro Marim e Alcoutim. Já na serra algarvia, o Renature Monchique está a plantar, até ao próximo mês de abril, 125 mil árvores, com 400 mil euros de financiamento assegurados pela Ryanair.
Os máximos históricos anuais no Algarve somaram-se em múltiplos indicadores, designadamente no número de hóspedes – 5,1 milhões, mais 7,7 por cento que no período homólogo –, contribuindo para os maiores proveitos
de sempre da atividade turística no Algarve, com 1,59 mil milhões de euros. Pelo Aeroporto Gago Coutinho passaram 9,6 milhões de passageiros, um máximo de sempre. No golfe somaram-se cerca de 1,4 milhões de voltas. Para este ano estão estimados mais 136 mil lugares nas linhas aéreas, com seis novas rotas: Marraqueche (Marrocos), Cracóvia (Polónia), Budapeste (Hungria) e Brest (França), para além de Nova Iorque e Ponta Delgada.
Quando comparado com o anterior ano recorde no Algarve, 2019, apenas um indicador se revela ainda aquém, com2,5 por cento de dormidas, mas já 6,4 por cento acima de 2022. Já em janeiro de 2024, as dormidas aumentaram 2,1 por cento face a janeiro de 2023, com mais 1,9 por cento de hóspedes, salientando-
se ainda o aumento de 6 por cento no número de turistas britânicos no país.
Os dados do INE enaltecem a posição do Algarve enquanto o principal destino turístico nacional em dormidas de 2019 a 2023, com uma quota de 26,4 por cento no total de dormidas em Portugal. A melhoria da oferta na hotelaria e restauração, a estratégia de promoção do destino promovida pelo Turismo do Algarve e a contínua aposta em grandes eventos desportivos, como o MotoGP no Autódromo Internacional do Algarve, o único do país homologado para a prova rainha do motociclismo mundial, tem-se traduzido igualmente na diversificação de destinos. Reino Unido, Alemanha, Irlanda, Países Baixos, França, Espanha e EUA compõem o leque das principais nacionalidades a chegar de férias ao Algarve, com os britânicos a superarem
um terço das dormidas de não residentes. Em franca ascensão está a chegada dos norte-americanos, cuja evolução face a 2019 atingiu os 70 por cento.
Do MED à Mãe Soberana, BTL foi montra de promoção do concelho de Loulé
O torreão do Mercado Municipal de Loulé, os panos coloridos do Festival MED ou a calçada portuguesa são uma imagem de marca do espaço que Loulé levou, pelo segundo ano, ao maior certame turístico do país. Entre os dias 28 de fevereiro e 3 de março, milhares de pessoas visitaram este stand e ficaram a conhecer a diversidade da oferta turística, cultural e gastronómica de um concelho de referência em termos do turismo nacional e europeu.
Este ano, o Município de Loulé apostou nas novas tecnologias, proporcionando
experiências imersivas criadas através da inteligência artificial. No torreão da «praça» foi possível viajar pelas belas paisagens deste território, das praias de areia branca às águas cristalinas da Fonte da Benémola, passando pelas oficinas do Loulé Criativo e Zona Histórica de Loulé. Realismo não faltou nesta visita, incluindo uma «simulação» de voo de parapente pelo cerro da Cabeça de Câmara. Novidade foi também a oferta de um saco personalizado aos visitantes, gerado por IA depois de responderem a um questionário sobre as suas preferências enquanto turistas.
Durante estes dias, o stand recebeu várias apresentações de iniciativas promovidas e apoiadas pela Câmara Municipal de Loulé, com destaque para o 20.º aniversário do Festival MED, momento durante o qual foram anunciados os primeiros 20 artistas que irão figurar no cartaz. Experiências gastronómicas também não faltaram,
como o workshop e degustação de uma cataplana de frango com frutos secos e especiarias acompanhada de cuscuz confecionados, ao vivo e a cores, pela Tertúlia Algarvia; os sabores da comida de aconchego trazida pela Confraria Gastronómica da Serra do Caldeirão; a prova de chocolate durante a apresentação da Feira de Chocolate de Loulé; ou a promoção do Café Calcinha com a oferta de Folhados de Loulé.
Loulé também esteve representado noutros espaços, nomeadamente no stand da Região de Turismo do Algarve, no espaço dos geoparques onde o aspirante Algarvensis teve mais um momento que será integrado na candidatura a apresentar à UNESCO, e ainda no stand do «Turismo Religioso». Este último constituiu-se como um espaço coordenado e promovido pelo Município de Ourém (Santuário de Fátima) e ao qual se associaram mais 13
entidades, entre as quais o Município de Loulé. A Festa da Mãe Soberana e o culto mariano estiveram em foco neste espaço promocional, que teve por objetivo ampliar a visibilidade do tema através da partilha de experiências e dinâmicas, numa colaboração entre territórios com características geográficas e culturais próprias e distintas.
20 anos do Festival MED vão ter Marrocos como país convidado
De 27 a 30 de junho, a Zona Histórica de Loulé vai estar em festa e em «modo MED», já que este Festival assinala 20 anos de existência e a data promete ser uma celebração inesquecível e um convite ao mundo para se juntar a esta comemoração. Durante a apresentação do evento, que decorreu, no dia 1 de março, no stand do Município de Loulé na BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa, a
organização anunciou algumas novidades, desde logo os primeiros nomes que irão fazer parte do cartaz, mas também uma iniciativa que marca uma viragem de página nesta nova década do MED: a partir de agora, a cada ano, haverá um país convidado.
Cabe ao Reino de Marrocos ser o primeiro a mostrar em Loulé a sua cultura e tradições, seja através da música, artesanato, gastronomia, literatura e outras vertentes culturais. No Claustro do Convento do Espírito Santo será recriado um Souk, e durante estes dias os visitantes poderão vivenciar o verdadeiro ambiente do Magreb, da decoração aos cheiros e sabores, da música às danças. A gastronomia de Marrocos será um dos destaques, já que diariamente o público poderá degustar pratos típicos como as tagines, os couscous, as keftas ou o tradicional chá de menta, ao mesmo que
no palco irão atuar artistas marroquinos. O artesanato tradicional será trabalhado «ao vivo e a cores». Além disso, será exibido um filme de Marrocos integrado na programação do Cinema MED, lançado um livro e realizada uma conferência sobre o seu autor.
Marrocos é um território que está aqui tão perto, mas, para além das fronteiras geográficas, há ainda muito a aprofundar do ponto de vista cultural e é esse um dos propósitos do Festival MED. A aproximação de Loulé a este país do Norte de África tem vindo a dar passos significativos nos últimos anos, em especial desde que foi encetado o processo de musealização dos Banhos Islâmicos de Loulé. “A nossa identidade cultural e o nosso património histórico tem muito a ver com o legado árabe que foi
deixado no nosso território. Loulé tem uma grande influência árabe, é aqui que estão os únicos Banhos islâmicos conhecidos com planta completa na Península Ibérica. Além disso, há um estreitar de laços que temos vindo a fazer com Marrocos por isso fazia todo o sentindo este desafio”, explicou o vereador Carlos Carmo, diretor do Festival.
Desde a primeira edição do Festival MED, este país tem sido presença assídua até pelas suas características mediterrânicas que o aproxima do ambiente que se quer apresentar ao público deste evento. Nour Eddine, Oum, Aywa foram alguns dos artistas marroquinos que já atuaram no MED. Mas as iniciativas enquadradas nesta nova «rubrica» começam muito antes da
realização do festival e, no dia 23 de março, o Cineteatro Louletano acolhe um concerto «MED Flavour». Com elementos originários de Marrocos, a Orquestra AlGarawiyin sobe ao palco para trazer a música, no âmbito da programação do Festival Al-Mutamid. A Associação AlMutamid Ibn Abbad, através do cônsul honorário de Marrocos no Algarve, José Alegria, e do antigo reitor da Universidade do Algarve, João Guerreiro, em colaboração com a Embaixada de Marrocos no Algarve, são os principais promotores desta iniciativa.
Em 2024, o MED conta com 90 horas de música, 54 concertos, 358 músicos, 30 nacionalidades, 12 palcos, 100 expositores de artesanato, 2 exposições de arte, 12 grupos de artistas de rua e 1 país convidado, Marrocos. No âmbito musical, a Autarquia de Loulé divulgou os 20 primeiros nomes dos 54 que figuram
nesta edição e um deles é precisamente de Marrocos: o regresso da artista Oum ao MED. Pela primeira vez estarão representados três países – o Chade, a Coreia do Sul e a Estónia – que se irão juntar às dezenas de nacionalidades que já estiveram no MED. Assim, os primeiros nomes já confirmados no Festival MED’24 são: Afrotronix (Chade), Anthony B (Jamaica), Antti Paalanen (Finlândia), Bixiga 70 (Brasil), Chico César (Brasil), Dubioza Kolektiv (Bósnia e Herzegovina), Idiotape (Coreia do Sul), Kumbia Boruka (México/Chile/Argentina/França), Mazgani (Portugal/Irão), Mouvman Alé (Ilha da Reunião), Oum (Marrocos), Puuluup (Estónia), Roberto Fonseca (Cuba), Sofiane Saidi (Argélia), Throes+The Shine (Angola/Portugal), Tito Paris (Cabo Verde) e de Portugal,
Kumpania Algazarra, Lina, Rita Vian e Teresinha Landeiro
Ao longo dos anos, o MED tem sido reconhecido, não só pelo público, mas também pela crítica nacional e internacional. Desde a primeira edição dos Iberian Festival Awards, em 2016, já recebeu mais de 60 nomeações, tendo conquistado 9 prémios, nomeadamente: Melhor Festival de Média Dimensão (Portugal) em 2016, Melhor Festival de Média Dimensão (Península Ibérica) em 2017 e 2018, Melhor Promoção Turística (Portugal) em 2018 e 2020, Melhor Promoção Turística (Península Ibérica) em 2023, Contributo para a Sustentabilidade (Península Ibérica) em 2019, Melhor Festival Lusófono e Hispânico (Península Ibérica) em 2020 e 2023.
A cada edição, o Festival MED procura também promover, através do exemplo e da disseminação, a construção de boas práticas sustentáveis que gerem valor económico, social e ambiental, direto ou indireto, junto de todas as partes envolvidas. Casos disso são o Copo Ecológico, a integração de energias renováveis no recinto, a disponibilização de pontos de água gratuitos e eficientes, a colocação de diversos equipamentos de recolha seletiva para diferentes fluxos de resíduos como dispensadores para beatas de cigarro (eco-beatas), pastilhas elásticas (papachicletes) e papeleiras inteligentes totalmente autónomas ao nível energético e que reduzem consideravelmente a periodicidade de recolha dos resíduos pela sua capacidade de compactação, ou a promoção da economia circular e o envolvimento de fornecedores e artistas locais com a
criação de elementos decorativos através da reutilização de materiais.
Em termos turísticos, o Festival MED é um dos eventos-âncoras, não só do concelho, mas de toda a região. Mais de 40 por cento dos visitantes do MED são estrangeiros, oriundos de diversos pontos da Europa, destacando-se espanhóis, ingleses, holandeses e franceses. Tendo em consideração os turistas que visitam o Algarve, 39 por cento referem que a vinda ao MED foi o principal motivo dessa visita, afirmando assim a notoriedade do festival e a consolidação da sua marca ao nível do impacto turístico. A afluência ao MED tem vindo a crescer consideravelmente ano após ano, com uma assistência média diária entre as 8 e as 10 mil pessoas. A faixa etária deste público situa-se sobretudo entre os 18 e os 45 anos (79 por cento) e entre os 56 e
os 64 anos (15 por cento). Durante a apresentação, o diretor do evento sublinhou o facto de tratar-se de um festival organizado por uma entidade pública, o Município de Loulé, o que “revela que as câmaras municipais têm uma grande preocupação com a promoção da cultura para criar públicos”
Em relação a este 20.º aniversário, Carlos Carmo garantiu que “podemos esperar a mesma qualidade que o Festival MED tem trazido ao longo destes 20 anos, uma programação diferente, desafiante e de qualidade”. De referir que os bilhetes já estão em pré-venda, até ao dia 24 de junho, com os seguintes valores: Bilhete Diário 10 euros, Bilhete Festival 30 euros e 0 Bilhete Família Diário 35 euros. Após 24 de junho os valores passam a: Bilhete Diário 15 euros, Bilhete Festival 40 euros e Bilhete Família Diário 40 euros. O
Festival MED’24 tem o apoio da RTP, Antena 1, Antena 2, Antena 3 e RDP África.
Albufeira promoveu turismo «todo ao ano» na BTL
A APAL – Agência de Promoção de Albufeira e o Município de Albufeira levaram a cabo uma série de ações na BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa que promoveram o que o concelho pode oferecer para lá da época balnear. Num stand com 225 metros quadrados, situado em zona central do Pavilhão 2, vários foram os produtos e eventos apresentados.
Na componente empresarial, o espaço foi utilizado para reuniões e sessões de trabalho por empresários locais e associados da APAL, casos da Algarexperience, Algarve Resorts, Apartamentos do Parque, Hotel Baía Grande, Easydivers, MGM – Muthu
Hotels, Visacar, X Ride e Zoomarine. Outro dos pontos altos foi a apresentação do novo vídeo promocional, centrado em muitos dos atrativos de Albufeira para lá do período estival. Natureza, clima, gastronomia, saúde e bem-estar são retratados através de diversos roteiros vividos por pessoas das mais variadas idades.
Nesta procura de afirmar Albufeira como um destino cada vez mais atrativo durante todo o ano, a programação de eventos de referência assumiu também um papel preponderante na BTL. Além de um vídeo promocional sobre o tema apresentado pelo Município, estiveram em destaque o Albufeira Sea Fest, a XIII Grande Mostra de Vinhos de Portugal, o Halloween, a Gala Internacional do Acordeão ou o Paderne Medieval. A cultura e o património foram valorizados com provas de vinhos da Adega do Cantor e da Quinta do Canhoto, com uma degustação com o chef Dieter Koschina, do Vila Joya, bem como com atuações dos acordeonistas Francisco Sabóia e João Frade, de César Matoso e, ainda, do Rancho Folclórico Infantil de Albufeira.
Em destaque estiveram igualmente projetos diferenciadores como a exposição Art Reefs by Vhils, o «Albufeira Digital», o Centro de Artes e Ofício Carlos Silva e Sousa ou o aspirante a geoparque «Algarvensis». Contudo, a aposta em divulgar produtos alternativos ao sol e mar não fez desviar as atenções de Albufeira, que continua a assumir-se como um dos principais destinos balneares, onde a animação é um dos pontos fortes, sendo que, este ano, não faltam propostas. Assim, ao longo de
2024, visitantes e residentes podem assistir, por exemplo, ao Campeonato Internacional de Vólei de Praia, ao Algarve Equestre ou ao Albufeira Sounds Sunset.
São Brás de Alportel anunciou cabeças de cartaz da Feira da Serra 2024 na BTL
São Brás de Alportel voltou a ser um local de visita obrigatória na Bolsa de Turismo de Lisboa e foi o espaço escolhido pela Autarquia para apresentar a edição de 2024 da Feira da Serra e anunciar os artistas que encabeçam o cartaz musical do palco principal, designadamente, David Carreira, Diogo Piçarra, Anjos e Bárbara Bandeira. Entre 25 e 28 de julho, o recinto da Escola EB 2,3 Poeta Bernardo de Passos, em plena vila de São Brás de Alportel, volta assim a transformar-se na maior montra do que de melhor e mais genuíno se faz, sente e prova no Algarve. “A Feira da Serra de São Brás de Alportel assume-se como uma verdadeira montra do que de melhor que São Brás de Alportel e o Algarve genuíno tem para oferecer ao longo de todo o ano, tanto ao nível da cultura, como dos sabores e dos saberes tradicionais. Mantemos a aposta num recinto com uma oferta diversificada e apetecível para toda a família e com novidades para novos visitantes e para os visitantes habituais”, explicou o presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, Vítor Guerreiro,
sublinhando que este é um evento que valoriza todo o Algarve.
Na qualidade de presidente da Comissão Organizadora da Feira da Serra, Marlene Guerreiro adiantou que, este ano, o certame tem o azeite como «produto estrela» e promete dar a conhecer os seus usos tradicionais e mais inovadores, assim como as potencialidades do ouro líquido da Serra do Caldeirão.
“Manter a qualidade é um ponto de honra para nós. A Feira da Serra é como o azeite: a autenticidade vem sempre «ao de cima». Somos uma garantia de qualidade, segurança e acessibilidade e temos uma Feira cada vez mais jovem, com quase três décadas de história, e esta é a nossa maior vitória. Sentir que os jovens se empenham na defesa da sua identidade”, enfatizou Marlene Guerreiro.
Na Bolsa de Turismo de Lisboa, no dia 1 de março, o Município de São Brás de Alportel divulgou ainda outro dos seus eventos âncora, a Festa das Tochas Floridas, que volta a dar mais cor e alegria às ruas da vila no Domingo de Páscoa. Destaque ainda para a Quinzena Gastronómica da Serra do Caldeirão, que, entre 25 de março e 7 de abril, envolve
vários restaurantes do concelho que preparam menus especiais inspirados nos sabores tradicionais da Páscoa sãobrasense. Um novo guia de percursos pedestres, muitas propostas de Natureza, cultura, património, gastronomia, história, tradições e experiências foram dadas a conhecer pelo Gabinete de Turismo da Câmara Municipal de São Brás de Alportel ao longo de toda a semana em que decorreu a Bolsa de Turismo de Lisboa .
Algarve com 7 restaurantes
Estrelas Michelin e duas
novas recomendações
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Guia MICHELIN Portugal
Michelin apresentou, pela primeira vez, a seleção de 2024 do Guia MICHELIN Portugal, numa gala exclusiva que teve lugar, no dia 27 de fevereiro, no NAU Salgados Palace & Congress Center, em Albufeira. Este ano, o Guia MICHELIN
Portugal recomenda um total de 167 restaurantes, dos quais 30 são novidades.
A equipa internacional de inspetoras e inspetores, após ter chegado a um consenso relativamente ao seu veredicto, confirma que Portugal está a viver um momento de grande maturidade culinária. “O dinamismo gastronómico salta à vista, pelo que surgem novas aberturas e propostas gastronómicas interessantes em todo o território,
e não só em grandes cidades como Lisboa e Porto”, refere a equipa. “Desde há vários anos que as nossas inspetoras e os nossos inspetores constatam, com satisfação, o auge constante do panorama gastronómico português. Impulsionado, entre outros, por jovens chefs locais que têm a audácia e a coragem de lançar o seu próprio conceito, assim como por chefs mais consolidados, que há muito estão comprometidos em reescrever a face moderna da cozinha lusófona, este desenvolvimento culinário é simplesmente impressionante. Portugal é terra de produtos e tradições arraigados, mas é
também um destino onde triunfa a criatividade culinária”, considera Gwendal Poullennec, Diretor Internacional dos Guias MICHELIN.
Com um novo restaurante de duas Estrelas (Antiqvvm-Porto), assim como quatro novos estabelecimentos com uma Estrela (2Monkeys-Lisboa, DesarmaFunchal, Ó Balcão-Santarém e SÁLA de João Sá-Lisboa), e muitos novos restaurantes recomendados em todo o país, a seleção de 2024 ilustra perfeitamente esta tendência ao mais alto nível. O Guia MICHELIN Portugal 2024 chega, deste modo, a oito estabelecimentos com duas Estrelas e 31 com uma Estrela. Há também oito novos Bib Gourmand e 2 Estrelas Verdes MICHELIN. Os Bib Gourmand surgiram em 1997 e ilustram os restaurantes com a melhor relação qualidade/preço,
apresentando, em Portugal, 32 estabelecimentos, com os novos galardoados a serem Flora (Viseu), Inato Bistrô (Braga), Norma (Guimarães), Olaias (Figueira da Foz), OMA (Baião), O Pastus (Paço de Arcos), Patio 44 (Porto) e PODA (Montemor-o-Novo). No que respeita às Estrelas Verdes MICHELIN, a distinção reconhece as iniciativas ou o compromisso com a gastronomia sustentável e a seleção deste ano apresenta um total de cinco estabelecimentos, dos quais dois são novidades: o Malhadinha Nova (Albernoa) e o Ó Balcão (Santarém).
Dos 96 restaurantes recomendados que surgem no Guia MICHELIN Portugal 2024, 21 são novidades, incluindo dois localizados no Algarve, designadamente, o Noélia (Cabanas de Tavira) e o Numa (Portimão). Quanto aos restaurantes
algarvios estrelados, são: o Ocean, do chef Hans Neuner, na Vila Vita, em Alporchinhos, e o Vila Joya, do chef Dieter Koshina, na Guia, ambos com duas estrelas; e o A Ver Tavira (Luís Brito, Tavira), Al Sud (Louis Anjos, Lagos), Bon Bon (José Lopes, Carvoeiro), Gusto (Heinz Beck, no Conrad Algarve, em Almancil) e o Vista (João Oliveira, no Hotel Bela Vista, na Praia da Rocha), todos com uma estrela.
Na gala foram ainda entregues o Prémio MICHELIN para o Jovem Chef a Rita Magro, do Restaurante Blind, no Porto; o Prémio MICHELIN para o Serviço ao «The Yeatman», em Vila Nova de Gaia; e o Prémio MICHELIN al Sommelier a Leonel Nunes, do Il Gallo d’Oro, no Funchal .
COMPANHIA PORTUGUESA CONTEMPORÂNEO ENCANTOU
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
PORTUGUESA DE BAILADO ENCANTOU TEATRO LETHES (2)
Companhia Portuguesa de Bailado
Contemporâneo encantou o público que praticamente esgotou o Teatro Lethes, em Faro, no dia 23 de fevereiro, com a apresentação de «Apperception Plotline», «Outono para Graça» e «Almada e Tudo!». «Outono para Graça», com coreografia de Vasco Wellenkamp ao sabor do «Adagietto da 5ª Sinfonia» de Gustav Mahler, e interpretado por
Maria Mira e Ricardo Henriques, é um comovente dueto originalmente criado para Graça Barroso, em 1976, revisitado em 2018 em homenagem à grande bailarina, o eterno amor de Vasco Wellenkamp.
A reportagem fotográfica de «Apperception Plotline» pode ser vista no número 424 da Revista Algarve Informativo. Já a reportagem de «Almada e Tudo!» será publicada na próxima semana na revista do Algarve Informativo.
«O ELÉCTRICO» VEIO FALAR SOBRE A MAGIA
Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
VEIO A LOULÉ MAGIA DA MÚSICA
epois de um périplo pela Escola Secundária de Loulé, de 19 a 23 de fevereiro, e pela Escola Secundária Dra. Laura Ayres, em Quarteira, de 26 de fevereiro a 1 de março, o Teatro do Eléctrico estreou a sua mais recente criação, «O Eléctrico», no Palácio Gama Lobo, em Loulé, no dia 25 de fevereiro, com duas sessões muito concorridas.
«O Eléctrico» é uma fuga temporária da vida quotidiana para realçar que, num mundo onde as palavras falham, a música surge como uma linguagem universal,
uma sinfonia que transcende fronteiras e desafia barreiras. “Acreditem que há uma música invisível que atravessa os corpos e as almas, e essa melodia tem o poder de nos transformar em criaturas selvagens, em provocar a catarse ou o êxtase, ou até de nos levar num ápice a uma paixão avassaladora. Basta uma nota e o mundo transforma-se”, refere o encenador Ricardo Neves-Neves sobre este espetáculo com criação/interpretação de António Ignês, Eliana Lima, José Leite e Juliana Campos.
BUBA ESPINHO ENCHEU DO CARMO COM MÚSICAS
Texto: Ricardo Coelho| Fotografia: Ricardo Coelho
AUDITÓRIO CARLOS MÚSICAS CHEIAS DE AMOR
Dia dos Namorados celebrou-se em Lagoa, no Auditório Carlos do Carmo, com a 10.ª edição do Festival Montepio Às Vezes o Amor e ao som de Buba Espinho, em estreia neste certame. Depois do concerto de 14 de fevereiro ter esgotado num instante, foi marcado um segundo espetáculo para o dia 15, nada que seja de espantar, uma vez que a música tradicional portuguesa tem em Buba Espinho um dos seus mais importantes porta-vozes da atualidade.
Apesar da sua jovem idade, o alentejano cruza géneros musicais como ninguém, viajando do Cante ao Fado com a mesma mestria com que domina o pop nacional e as sonoridades mais urbanas e atuais. E,
de facto, o novo concerto de Buba Espinho consagra-o como o cantautor que há muito despertava dentro dele.
Depois dos êxitos nos duetos com os D. A. M. A. e Bárbara Tinoco, de atuações ao vivo como convidado de grandes artistas como Rui Veloso, Ana Moura e António Zambujo, o músico natural de Beja regressou em força com um novo disco, «Voltar», editado em 2023 e com muitas histórias por contar. Dono de uma voz inigualável, em Lagoa interpretou temas como «Verão», «Larguei as cordas», «Folga do Arlequim», «Jardim Paraíso», «Hoje é o dia», «Casa», «Gotinha de água», «Ao teu ouvido», «Roubei-te um beijo», «Quem sabe um dia», «Refém», «Um dia hei-de voltar» e «Menina estás a janela», um reportório entre os seus originais e os cânticos tradicionais alentejanos .
CAROLINA DESLANDES ARRASOU NA 8.ª
MOSTRA SILVES
CAPITAL DA LARANJA
Texto: Ricardo Coelho| Fotografia: Ricardo Coelho
oi com casa cheia que a 8.ª Mostra Silves Capital da Laranja recebeu, no dia 17 de fevereiro, Carolina Deslandes para um concerto verdadeiramente entusiasmante onde partilhou com o público histórias pessoais e momentos da sua vida, muitas delas através da música. Não faltaram temas como «Vai Lá», «A Saia da Carolina», «A Vida Toda», «Avião de Papel» e «Precipícios», sempre
acompanhados, em uníssono, pelo público desde o início ao fim.
Carolina Deslandes falou ainda da sua nova «aventura», o musical com texto de Hugo Gonçalves e encenação de Ricardo da Rocha em que partilha a composição e interpretação com Bárbara Tinoco. «A Madrugada Que Eu Esperava» estreou em fevereiro, em Lisboa, onde ficará em cena, no Teatro Maria Matos, até 28 de abril, seguindo depois, nos dias 30 e 31 de maio, para o Coliseu do Porto .
– Exposição de Jorge Ferré
Mirian Tavares (Professora)
exposição Hortus Conclusus, do pintor espanhol Jorge Ferré, traz a Portugal, pela primeira vez, um conjunto de pinturas deste artista com uma carreira internacional que já o levou a participar em exposições em diversas cidades da Europa.
De acordo com María LLuïsa Borràs, a pintura de Ferré é sóbria e reflexiva e mantém-se afastada das tendências ou modas. A sua obra situa-se no campo da abstração, mais próxima de um certo formalismo, que também estava presente nalguma obra de Rothko, ao mesmo tempo que parece procurar uma certa transparência, ou iluminação, fazendonos pensar nas primeiras obras de Kandinsky. O seu formalismo é, paradoxalmente, lírico, a geometria que persiste em cada pintura é fruto de um gesto artístico seguro e refletido, nunca de uma ação irrefletida ou casual.
Para a exposição na Galeria
Trem/Manuel Baptista, o pintor escolheu uma série de pinturas a óleo que mantém uma unidade formal, mas que possuem, cada uma delas, a particularidade de conterem, entre os espaços que circundam o quadro, diferentes movimentos e texturas. Há, antes de tudo, um sentido plástico que desponta
em cada obra, uma nova conjugação de cores e de tons. A curadora Chus Martínez refere-se à “Insistência” como uma das qualidades da pintura de Jorge Ferré. Esta insistência leva o artista a não se deixar influenciar pelos ditames das diferentes modas artísticas. O seu trabalho apresenta a solidez de uma pesquisa constante que, ao longo do tempo, foi encontrando as suas formas e nelas fixou um estilo.
Parafraseando Gertrud Stein, “uma pintura é uma pintura é uma pintura”. Quando falamos da abstração, ou do não figurativo, temos de nos concentrar na razão de existência das imagens que parecem ser apenas manchas de cor, ordenadas ou desordenadas, conforme a subjetividade e o desejo do artista. As manchas dizem muito – representam um movimento em que a pintura se volta para si mesma. O artista não se quer distrair com motivos ou questões de representação, mas penetrar nos elementos pictóricos, na materialidade da tinta, dos pigmentos e do suporte, e experimentar as suas variações e idiossincrasias. Tal como no Suprematismo de Malevich, um quadrado preto sobre um fundo banco será sempre mais que um quadrado preto, pois a História da Arte consagrou o dentro e fora do quadro, o que contém o retângulo onde a tinta ganha vida, onde a mancha se transforma em pintura, em imagens que, mesmo não sendo
figurativas, trazem consigo as marcas da cultura em que se insere e assim sendo, arrasta consigo também suas significações.
A pintura de Jorge Ferré é, portanto, atemporal. Não há nela um antes e um depois: existe um continuum de experiências e de deleite com materiais e
com a possibilidade de o existente da arte manifestar-se a cada novo quadro. Como um elemento único, individual no meio de tantos outros com os quais se relaciona, mas que consegue sempre ir mais além. Uma pintura é uma pintura é uma pintura. Nem toda a pintura é uma obra de arte. As pinturas de Jorge Ferré conseguem sê-lo .
São todos os dias!
Alexandra Rodrigues Gonçalves (Diretora da Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo da UAlg)
screvo esta crónica no Dia Internacional da Mulher, dia 8 de março de 2024. É costume dizermos que o Dia da Mulher são todos os dias, mas porque não são?
Porque permanece entre nós, em todos os níveis da sociedade, uma subrepresentação das mulheres na vida empresarial, na vida política e na liderança das comunidades.
Recordemos que só em 1974 o direito ao voto foi alargado a todas as mulheres, em igualdade de condições com os homens. Houve períodos da nossa história recente em que apenas as mulheres casadas podiam votar e até 1977 as mulheres casadas precisavam obter a autorização do marido para fazer viagens internacionais.
Os métodos contracetivos para as mulheres surgem na década de 60 do século passado e só depois do 25 de abril de 1974 foram alargados.
O trabalho doméstico, os cuidados familiares, o trabalho agrícola, alguma indústria e o ensino, bem como os cuidados de saúde, estavam entre as funções mais atribuídas às mulheres. Por sua vez, a maior dificuldade identificada
resultava do equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal e familiar.
A partilha de responsabilidades familiares não é um dado adquirido, têm existido avanços, com a disponibilização de creches mais acessíveis, flexibilidade de horários, políticas de licença parental, lei da paridade… mas todas estas medidas são ainda insuficientes.
Num número substancial de casos, a maternidade torna-se um obstáculo à progressão, pelo que a decisão de ser mãe é adiada, contribuindo para uma sociedade mais envelhecida.
A participação de mais mulheres em cargos de liderança e em posições de decisão é fundamental
A participação de mais mulheres em cargos de liderança e em posições de decisão é fundamental para que se criem inclusive melhores condições para proporcionar o desejado equilíbrio entre a vida profissional e a vida profissional.
No entanto, temos hoje entre as mulheres um nível de educação e qualificação crescente, e um nível de independência financeira muito maior, mas desafios como o da igualdade salarial persiste.
A greve das trabalhadoras que em 8 de março de 1908, em Nova York, exigia melhores salários, a redução da jornada de trabalho e o direito ao voto, deve dar lugar, nos dias de hoje, ao exercício organizado de sessões que contribuam para a igualdade do género e por direitos das mulheres.
Temos exemplos que, todavia, nos inspiram e fazem o nosso dia diferente. Um grupo de mulheres extraordinárias organiza hoje no UALG TEC CAMPUS via Associação Algarve STP o encontro «As Mulheres e a Tecnologia», que pretende de uma forma diferente contribuir para informar e mudar a vida de outras
mulheres. Uma forma muito inteligente de dar um importante contributo para construir uma sociedade mais igualitária.
Pessoalmente, nunca gostei de celebrar este dia, mas este dia 8 de março será especial, pois estamos a construir conhecimento e a partilhar contributos para um mundo melhor, a partir da tecnologia.
Como a crónica será publicada em dia de reflexão, aproveito apenas para apelar a que todas as mulheres – com 18 ou mais anos – façam ouvir a sua voz através do voto e que no dia 10 de março não se esqueçam de ir às urnas .
Caminhos contrários
João Ministro (Engenheiro do ambiente e empresário)
1. Continuamos numa senda oposta ao que se decide e aprova no grupo da União Europeia. Esta semana foi aprovado, finalmente, o «Regulamento Restauro da Natureza»* com objectivos bastante claros e concretos: restaurar, pelo menos, 30% dos habitats em mau estado de conservação até 2030 e aumentar para 60% até 2040 e 90% até 2050. Entre esses, incluem-se florestas, rios, lagos, zonas húmidas ou ambientes marinhos. O foco deve incidir, primeiramente, nos sítios de incluídos na Rede Natura, mas deve também abranger outros espaços sujeitos a forte degradação, nomeadamente os ecossistemas agrícolas, onde se destaca a necessidade de aumentar, e cito, “...a percentagem de terras agrícolas com elementos paisagísticos de grande diversidade e as reservas de carbono orgânico em solos agrícolas minerais”. De salientar ainda o compromisso dos Estados-Membros em restaurar, pelo menos, 25 mil quilómetros de cursos naturais de rios.
Infelizmente, o sentido desta decisão não encontra paralelo ao que por aqui se decide! No Algarve ainda nos movemos ao sabor dos ditames do betão, da produção intensiva, da aposta no bloqueio e barramento dos cursos de água e da artificialização e uniformização
da paisagem. O oposto ao que se pretende com esta nova directiva europeia;
2. “Quem conhece a verdade pode melhor conduzir o interesse público”. Esta citação, presente em dissertações de filosofia política, traduz muito bem o papel que o conhecimento científico tem nas decisões políticas em torno das causas públicas. Porém, a presente actualidade mostranos, mais uma vez, que tal não é bem assim. Veja-se o que se passa em torno do sensível tema da gestão hídrica. Ainda que diversos investigadores e peritos alertem para os problemas dos transvases e da construção de barragens, o apelo dos agentes políticos vai no sentido oposto. Exigem a construção dessas mega-estruturas e esquecem o que o conhecimento científico já comprovou ao nível dos impactos ambientais, sociais e económicos. Ignoram, até, a realidade que se vive na vizinha Espanha, onde a escala da problemática é bem mais grave que a nossa e, no entanto, não lhes faltam dessas obras (recordar que só na Andaluzia existem mais de 150 barragens, actualmente com um volume de reserva acumulado na ordem dos 25%).
Caminhamos numa senda contrária ao que o conhecimento científico nos diz e ao que se decide no plano europeu. Resta saber se conseguiremos corrigir a rota ou
se haverá, sequer, vontade nisso. Para já, tal não parece .
*https://www.europarl.europa.eu/news/ pt/pressroom/20240223IPR18078/parlamentoaprova-nova-lei-para-restaurar-pelomenos-20-dos-habitats-da-ue
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