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ALGARVE INFORMATIVO 5 de agosto, 2017
ALGARVE INTERNACIONAL DANCE SUMMER SCHOOL REFOOD ALMANCIL TEM NOVA CASA | NASCEU A CERVEJA ABALADIÇA CINE-TEATRO LOULETANO TERMINA ANO EM BELEZA | FESTIVAL SARDINHA 1 ALGARVE DA INFORMATIVO #119
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CONTEÚDOS ARTIGOS 16 - Atualidade 30 - Festival da Sardinha 40 - Algarve International Dance Summer School 50 - Cine-Teatro Louletano 62 - Observatório de Segurança Alimentar 82 - Atualidade
OPINIÃO 70 - Daniel Pina 72 - Mirian Tavares 74 - Adília César 76 - Vico Ughetto
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«FACEAL - 4 SEA INTERNACIONAL ACADEMY» LEVA INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO A PADERNE Texto:
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Salão Nobre da Câmara Municipal de Albufeira acolheu, no dia 3 de agosto, a apresentação do projeto «Faceal – 4 Sea International Academy», que reconverterá as antigas instalações da Faceal, localizadas em Paderne, numa moderna academia vocacionada para a economia do mar. Uma iniciativa que, como se adivinha, contou de imediato com o parecer positivo do edil Carlos Silva e Sousa, por ser um projeto ambicioso para Albufeira e para a freguesia ALGARVE INFORMATIVO #119
Fotografia: onde se vai inserir. “É um projeto com peso, de carater nacional e internacional, que vai trazer a melhor ciência nestas matérias, com o apoio da Universidade do Algarve. Em simultâneo, vai esbater ainda mais a ideia que ainda persiste de haver interioridade em Paderne, porque vai atrair à aldeia estudantes de todos os pontos de Portugal e do estrangeiro. Para além disso, o projeto inclui ainda a reabilitação de um edificado que está bastante degradado”, destacou o 16
presidente da Câmara Municipal de Albufeira. “A economia do mar está em grande expansão e agora vai chegar à parte mais interior de Albufeira, que é um concelho do litoral, com 30 quilómetros de costa”, reforçou. Carlos Silva e Sousa salientou igualmente o facto deste projeto de educação ter elevada empregabilidade assegurada, acima dos 90 por cento. “Só não trabalharão nesta área os formandos que assim não o quiserem”. Por sua vez, Pedro Ferré, vice-reitor da Universidade do Algarve, referiu que o ensino superior tem tentado, nem sempre com sucesso, encontrar convergências com a sociedade civil e que, dessa forma, por vezes se afasta dos seus saberes, “criando especializações cedo de mais, o que tem consequências na formação daqueles que pretendemos formar com solidez”. “Completamente
diferente é associarmos os nossos conhecimentos, de uma forma sólida e sustentada, às empresas. Em abril de 2016 assinámos um protocolo com a «Martrain», onde se estabeleceram uma série de premissas nos domínios do ensino, da investigação, da formação, da organização e apresentação de projetos, em simultâneo com estágios científicos ou técnicos, entre outras atividades. Creio que poderemos ser úteis em alguns aspetos e dois dos mais importantes centros de investigação da Universidade do Algarve – o CCMAR e o CIMA – estão a colaborar com a «Martrain»”, enfatizou Perro Ferré. Para Tiago Magalhães, diretor executivo do CCMAR – Centro de Ciências do Mar, quanto mais parceiros e maior diversidade existirem, melhor
Paulo Freitas, presidente da Assembleia Municipal de Albufeira, Tiago Magalhães, diretor executivo do CCMAR, Carlos Silva e Sousa, presidente da Câmara Municipal de Albufeira, e Pedro Ferré, vice-reitor da Universidade do Algarve 17
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Alexandre Delgado, presidente da «Martrain» e Luís Carvalho, diretor administrativo da AEMAR
será para a chamada «economia do mar», sendo que este projeto vai cobrir novas áreas e potenciar todas as entidades envolvidas. “Sendo o mar uma prioridade nos dias que correm, é importante também que exista escala e isso consegue-se com parceiros fortes, diversos, a falar entre eles”, defendeu Tiago Magalhães. Já Paulo Freitas, presidente da Assembleia Municipal de Albufeira, apontou que a «Faceal – 4 Sea International Academy» traz a inovação, o desenvolvimento, a investigação e a vontade de fazer para Paderne e Albufeira. “Não estamos a falar de uma escola, mas de uma academia internacional, num local que até seria insuspeito para a sua implantação. É investigação e desenvolvimento, capacitação de pessoas, educar para criar, que chegam a Paderne, após um processo de aquisição que foi demorado devido às vicissitudes da economia nacional”. ALGARVE INFORMATIVO #119
A futura «Faceal – 4 Sea International Academy» surge, então, com os objetivos de desenvolver um centro de excelência de formação em língua portuguesa com reconhecimento internacional, nas antigas instalações da Faceal, em Paderne, cujo espaço será requalificado de maneira a provocar o menor impacto possível. Em termos de oferta formativa, incluirá Treino Básico Universal de Sobrevivência e sua atualização; Formação para Abandono de Helicóptero Submerso com EBS; Treino de Familiarização Free Fall Lifeboat; Curso Básico de Busca Subaquática; Intervenção em Espaços Confinados Submersos; Manuseamento de Extintores; Segurança Básica STCW/2010; Gestão de Recursos em Simulador de Ponte de Comando; Segurança na Condução de Máquinas Marítimas; Segurança em Rebocadores 18
Portuários; Segurança Ocupacional de Hotelaria a bordo dos navios; Segurança no Trabalho a bordo dos navios; Segurança no Trabalho a bordo dos navios Ro/Ro. “Vai ser um centro de formação ímpar na Europa nas áreas de prevenção, segurança e ambiente, com o equipamento e tecnologia mais modernos que existem. A qualidade da formação e as excelentes condições climatéricas asseguram uma elevada internacionalização”, antevê Alexandre Delgado, Presidente da «Martrain», cooperativa sem fins lucrativos que engloba uma série de individualidades e coletividades ligadas, direta ou indiretamente, à economia do mar. A formação da «Faceal – 4 Sea International Academy» ficará a cargo da AEMAR, que possui um historial de 26 anos nesta área específica. “Até há bem pouco tempo éramos a única entidade no país que fazia formação especializada na vertente da segurança marítima”, referiu o seu Diretor Administrativo, Luís Carvalho. “A formação inicial destina-se a jovens entre os 15 e os 20 anos que tenham o 9.º ano de escolaridade completo, com cursos vocacionados para o mar, como de Contramestre, Técnico de Mecânica Naval,
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Técnico de Eletricidade Naval, e áreas afins. No final, terão uma certificação de nível quatro com equivalência escolar ao 12.º ano”, explicou. O projeto comporta um investimento na ordem dos cinco milhões de euros, a maior parte proveniente de fundos comunitários a que irão ser apresentados as candidaturas necessárias. “Sobre a fatia menor, a situação será posteriormente estudada, mas a «Martrain», neste momento, está em condições de assegurar esse financiamento”, afirmou Luís Carvalho. A intervenção deverá rondar o ano e meio mas a data do seu início está dependente dos prazos normais que decorrem dos fundos comunitários. O Diretor Administrativo da AEMAR acredita, porém, que, no primeiro semestre de 2018, os trabalhos poderão avançar no terreno. Depois da sua abertura, a academia vai gerar entre 50 a 60 postos de trabalho diretos e em permanência e, ao nível de formandos, o número nunca deverá ser inferior aos 500 alunos .
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Foto de família da inauguração do novo espaço, com Hunter Halder, mentor do projeto, Alexandra Brita, responsável da Refood Almancil, Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé, e Joaquim Pinto, presidente da Junta de Freguesia de Almancil
REFOOD DE ALMANCIL GANHOU NOVA CASA Texto:
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oi inaugurada, no dia 29 de julho, a obra de melhoramento das instalações do centro de operações da Refood de Almancil, a proposta vencedora nesta freguesia do Orçamento Participativo de Loulé de 2016. A intervenção levada a cabo significou um investimento que ascende a 65 mil euros e passou pela ALGARVE INFORMATIVO #119
criação de uma casa modular, equipada com cozinha e WC, o que permitirá apoiar o trabalho desenvolvido por esta associação, nomeadamente no âmbito do Movimento Zero Desperdício. Este centro de operações, localizado na Rua Salgueiro Maia, junto à área destinada à realização dos mercados em 20
Almancil, foi inaugurado em 2015 e faz parte do projeto Refood, um esforço eco humanitário e comunitário, 100 por cento voluntário, efetuado por e para cidadãos, ao nível micro-local, para acabar com a fome nos bairros urbanos. Para tal, faz o reaproveitamento dos desperdícios alimentares preparados, através da recolha de comida em restaurantes, e a sua distribuição por famílias carenciadas, ao mesmo tempo que reforça laços comunitários locais. A inauguração desta intervenção contou com a presença de Hunter Halder, mentor do projeto, de Alexandra Brito, responsável da Refood Almancil, Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé, e Joaquim Pinto, presidente da Junta de Freguesia de Almancil. E foi precisamente com Alexandra Brito que estivemos à conversa no primeiro dia em que a nova «casa» da Refood abriu portas aos utentes
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a que presta auxílio. “Começamos a recolher os alimentos, pelas 18h30, junto das nossas fontes, fazemos a contagem e a divisão pelas famílias que apoiamos, recebemos os beneficiários, que nos devolvem as caixas que levaram no dia anterior, e fornecemos a refeição do dia”, explica Alexandra. Uma rotina que se repete cinco dias por semana, de segunda a sexta-feira, sendo que as fontes referidas são restaurantes, pastelarias e cafés de Almancil. “Ainda não tínhamos conseguido chegar aos hotéis porque não possuíamos capacidade de frio para armazenar grandes quantidades de alimentos, mas a ideia, agora, é falar com unidades hoteleiras que tenham buffet e onde os excedentes alimentares são maiores”, adianta a dirigente, referindo que alguns estabelecimentos confecionam refeições
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ATUALIDADE a mais precisamente para depois as entregar à Refood, não se tratando, nesses casos, de sobras. Depois, a recolha é efetuada pelos voluntários, nas suas próprias viaturas, de modo que o objetivo que se segue, no curto prazo, é a aquisição de uma carrinha, de preferência com caixa frigorífica, para realizar essa tarefa. “Estamos precisamente no centro de Almancil, uma freguesia que é relativamente extensa, e não gostamos de incutir essa despesa extra aos nossos voluntários”, justifica Alexandra Brito. Os voluntários, como se adivinha, não são fáceis de angariar, como acontece em qualquer associação onde o trabalho é 100 por cento voluntário. “As pessoas, atualmente, têm mil e uma coisas para ocupar o tempo mas, quando se envolvem a sério nesta causa, vão passando a palavra e trazendo amigos ou familiares para ajudar. Contudo, todos nós temos imprevistos na vida, mudanças a nível pessoal ou profissional, o que pode ditar um afastamento temporário da ação do dia-a-dia”, refere Alexandra Brito, dando o seu próprio exemplo de quando foi mãe. “Continuava a fazer a gestão mais de retaguarda, mas houve um período em que não me foi possível estar presente no terreno. Agora voltei, assim como outros voluntários saíram e, assim que puderam, regressaram ao ativo”. Ainda no que toca aos voluntários, como se adivinha, são quase todas mulheres, havendo apenas dois homens no atual grupo de 25 pessoas que colaboram com a Refood de Almancil. A todos são pedidas duas horas de trabalho por semana no núcleo, com a escala a ser elaborada de acordo com a disponibilidade de cada um. ALGARVE INFORMATIVO #119
Quanto aos beneficiários, são todos da freguesia de Almancil, num total, neste momento, de 26 famílias, que também vão variando em função das suas realidades económicas. “São dois ou três agregados de grande dimensão, muitas famílias de emigrantes dos países de leste, outras em situação laboral precária, sem contratos de trabalho ou uma fonte certa de rendimento. O normal é as pessoas pedirem-nos ajuda diretamente, pois não temos nenhum protocolo estabelecido com a Segurança Social. Quando recebemos a candidatura de um novo agregado, fazemos um questionário e trocamos informações com os agentes locais que trabalham na mesma área, para aferirmos das reais necessidades de cada família”, descreve Alexandra Brito. As pessoas vão bater à porta da Refood de Almancil, mas nem todos os necessitados o fazem, reconhece a entrevistada, porque ainda existe alguma vergonha em se pedir ajuda. “A nossa intenção é chegar a essas pessoas que, à primeira vista, não estão a passar por dificuldades, que não têm problemas financeiros. Todavia, em meios pequenos como Almancil, ainda é mais difícil quebrar-se essa barreira”, aponta Alexandra Brito, enquanto a azáfama aumentava no exterior da casa modular. “Esta capacidade de frio vai permitir-nos contatar novas fontes, também podem estar mais voluntários a trabalhar em simultâneo, porque o espaço é maior, o que significa que conseguimos ajudar mais pessoas. Em setembro queremos abrir uma nova rota de recolha de alimentos, logo a 22
Ana Coelho, Filomena Coelho, Alexandra Brito e Sandra Matos, de serviço no primeiro dia de atividade da nova «casa» da Refood Almancil
seguir ao almoço, porque este horário a partir das 18h30 não é muito conveniente para alguns voluntários”. O novo espaço da Refood de Almancil nasceu, como referido, por ter sido a proposta vencedora nesta freguesia do Orçamento Participativo de Loulé de 2016, mas mais ajudas chegam da parte da Câmara Municipal de Loulé e da Junta de Freguesia de Almancil, designadamente para suportar as despesas fixas de água e luz. “Em paralelo, há empresas que nos doam as tocas, luvas e material de limpeza, que depois abatem fiscalmente por sermos uma IPSS. E, na hora da 23
verdade, os voluntários fazem muito mais do que as duas horas que lhes são pedidas, têm consciência de que toda a ajuda é bem-vinda”, destaca Alexandra Brito, voltando a reforçar a importância de se concretizar a aquisição de uma viatura. “Há famílias que passam necessidades em pontos mais afastados da freguesia e que não se conseguem deslocar ao nosso centro. Havendo uma viatura, e voluntários, poderíamos criar pontos de entrega das caixas de alimentos já devidamente preparadas, o que ajudava imenso alguns beneficiários” .
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«ABALADIÇA» É A PRIMEIRA CERVEJA ARTESANAL DE LOULÉ Texto:
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Café Calcinha, em Loulé, deu a conhecer, no dia 27 de julho, a «Abaladiça», a primeira cerveja artesanal produzida em Loulé. «Abaladiça» é o termo que popularmente designa a última bebida a tomar antes de irmos embora e a cerveja é uma criação de Tiago Caldeira, licenciado em Filosofia e com um percurso profissional dividido ALGARVE INFORMATIVO #119
entre bares, restaurantes e agências de publicidade. A história começa com uma viagem a Amesterdão, que o inspirou a lançar-se na produção de cerveja caseira. “Fazia uns lotes pequenos em casa, tomei-lhe o gosto e decidi fazer desta a minha profissão”, recorda. “Neste ramo, o melhor conhecimento advém da 24
prática, de se fazer experiências, de se cometer alguns erros quando estamos a elaborar as receitas”, prossegue, sorridente. Quando verificou que o negócio tinha pernas para andar, fez um estágio de três meses na Cervejeira «Refsvindinge», uma das mais antigas da Dinamarca, e teve a oportunidade de aprender com o experiente Jonh Rasmussen e, inclusive, lançar uma cerveja no mercado. De regresso a casa, lançou-se ao trabalho e o resultado está agora à frente de todos na primeira «Abaladiça», a «35º C/95º F», uma cerveja de trigo aromatizada com lima kaffir ideal para combater as ondas de calor algarvias. “No início, basicamente só precisamos de uma panela, garrafões de água de cinco litros e um bom sanitizante, para eliminarmos todas as bactérias
excetuando as leveduras para a cerveja”, explica. Lembrando o percurso até à data, Tiago Caldeira indica que o seu objetivo era produzir uma boa India Pale Ale, ou IPA, uma cerveja que leva mais lupus que o normal e que, por isso, tem mais amargor e um aroma mais forte. “Esta «35º C/95º F» é uma cerveja para o Verão, de trigo, com quatro volumes de álcool, portanto, fraquinha, e aromatizada com lima kaffir, ou seja, com um sabor citrínico e, ao mesmo tempo, tropical”, descreve o lisboeta que está em Loulé há sensivelmente cinco anos. “A minha intenção era que os produtos fossem todos algarvios ou, pelo menos, nacionais, mas, atualmente, todo o malte produzido em Portugal vai para as grandes cervejeiras”, indica.
João Apolónia, Hugo Nunes, Carlos Carmo, Vítor Aleixo, Tiago Caldeira e Bruno Inácio 25
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ATUALIDADE Entretanto, das primeiras experiências até ao lançamento oficial da «35º C/95º F» passaram-se três anos, com alguns empurrões pelo meio para que o processo avançasse mais depressa, com Tiago Caldeira a reconhecer que os aspetos burocráticos dão algumas dores-de-cabeça. “São pormenores dos quais não estamos à espera mas que têm que ser cumpridos à letra para estar tudo dentro da legalidade. No fim do caminho temos esta «Abaladiça», a última que se bebe antes de se abalar mas, na hora da verdade, ninguém bebe apenas uma. Normalmente, são duas ou três”, conta, com uma risada, enquanto os convidados iam chegando ao Café Calcinha. O pontapé de saída está dado e a produção, embora continue a ser caseira, já aumentou de volume, com lotes de 100 litros e uma média mensal de 150 litros de
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cerveja. Depois, é ir para o mercado e o primeiro lote está praticamente esgotado, com a certeza de que não é uma cerveja para ir para as prateleiras de supermercados ou hipermercados. “Quero manter a distribuição o mais local possível e, à medida que a produção for aumentando, abranger mais pontos do Algarve e do país. É preciso dar um passo de cada vez, embora a cerveja artesanal esteja na moda. E, para já, a concorrência é leal, saudável. Quanto mais marcas houver, mais pessoas experimentam e isso é bom para todos”, entende Tiago Caldeira, acrescentando que uma cerveja artesanal não é para ser bebida como uma cerveja industrial. “É para quando apetece beber uma coisa diferente, são situações distintas. Eu próprio não deixei de beber cerveja industrial” .
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REPORTAGEM
MILHARES RUMARAM À ZONA RIBEIRINHA DE PORTIMÃO PARA COMER A MELHOR SARDINHA ASSADA DE PORTUGAL Texto:
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O Ministro-Adjunto Eduardo Cabrita, a Ministra do Mar Ana Paula Vitorino, o humorista Fernando Mendes, o Secretário de Estado das Pescas José Apolinário e a Presidente da Câmara Municipal de Portimão, Isilda Gomes
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oram cerca de 15 mil os visitantes que não faltaram ao dia inaugural de mais um Festival da Sardinha de Portimão, com a recriação do «alar da rede» ao som do «Arribalé» e o concerto de Áurea a encherem por completo a zona ribeirinha da cidade. As noites quentes convidam, de facto, a um passeio junto ao Rio Arade, com os atrativos extra da famosa sardinha assada e da boa música, que prosseguiu, nos dias seguinte, com Reflet e Átoa e que, no fim-desemana, estará a cargo de Cuca Roseta e de João Só. O festival é, há largos anos, um dos principais cartões-de-visita do município de Portimão e homenageia as raízes da sociedade local, ligada intimamente à pesca e à indústria conserveira. Prova disso foi a encenação do «alar da rede», no dia 2 de agosto, com a participação do Grupo Coral de Portimão e da Orquestra de Acordeões da Academia de Música de Lagos, que uniram as vozes aos instrumentos num momento muito especial que enriqueceu ainda mais este emblemático evento, cuja inauguração teve com convidados especiais a Ministra do Mar Ana Paula Vitorino e o Ministro-Adjunto Eduardo Cabrita. No espaço da Antiga Lota realizou-se uma demonstração ao vivo de preparação de algumas artes piscatórias locais, como o remendar das ALGARVE INFORMATIVO #119
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redes de uma traineira ou o «safar» e «iscar» os aparelhos de pesca artesanal de Alvor, e foram exibidos alguns filmes sobre a pesca em Portimão. Do lado de fora, fazia-se sentir o característico aroma da sardinha assada, nos pontos de venda da sardinha no pão e nos oito restaurantes oficiais (À Ravessa, Casa Bica, Dona Barca, Forte e Feio, O Meco, Ú Venâncio, Retiro do Peixe Assado e Zizá) que voltaram a demonstrar a qualidade da sardinha que se come em Portimão. Para além da sardinhada e de outros petiscos, o artesanato também tem uma presença forte no Festival da Sardinha, havendo igualmente stands dedicados à doçaria e a outros produtos regionais. E a animação musical é uma constante ao longo de todos os dias do certame, numa iniciativa a cargo da Junta de Freguesia de Portimão que levou ao palco do Coreto artistas como Teresa Viola, Escola de Fado BEACP, Sephirah e Fonte Nova. “Este evento vem, não só alavancar a economia local, como manter viva uma tradição de Portimão. O que nos diferencia do resto da Europa e de outros países são as nossas tradições, como é o caso da sardinha assada”, considerou Isilda Gomes, enquanto visitava os vários stands espalhados pelo recinto . ALGARVE INFORMATIVO #119
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TEATRO DAS FIGURAS VIBROU COM A XVII ALGARVE INTERNATIONAL SUMMER SCHOOL Texto:
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esde 2000 que a Associação Beliaev Centro Cultural organiza workshop s de dança na capital algarvia, depois do final do ano letivo, contemplando, entre outras, as disciplinas de Dança Clássica, Variações Clássicas, Dança de Carácter, Dança Contemporânea, Dança Jazz e Hip-hop. Este ano, a iniciativa decorreu de 17 a 29 de julho, com aulas de segunda a sábado, das 9h às 21h, nas instalações da Associação Beliaev Centro Cultural. O resultado final foi depois exibido, no dia 30 de julho, perante um Teatro das Figuras a abarrotar de público, com os participantes das várias disciplinas a darem corpo a um fantástico espetáculo. Foi, de facto, uma noite de gala, com os alunos da XVII Algarve International Summer School a reproduzirem, com elevadíssima qualidade, as coreografias imaginadas e ensaiadas por Barbora Hruskova, Evgeniy Belyaev, Greg McPherson, Liliana Mendonça, Margarida Cantinho, Maria Dias e Natalia Abramova . ALGARVE INFORMATIVO #119 ALGARVE INFORMATIVO #119
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REPORTAGEM
CINE-TEATRO LOULETANO COM PROGRAMAÇÃO DE LUXO ATÉ FINAL DO ANO Texto:
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equipa do Cine-Teatro Louletano volta a apostar num leque alargado e eclético de propostas artísticas para a nova temporada de programação (setembro a dezembro), a pensar em vários públicos e continuando a pautar a sua intervenção cultural por critérios de qualidade, diversidade e originalidade/criatividade, sempre imbuída do lema «mais e melhor Cultura para todos os públicos». A nível musical prossegue o ciclo «Femina», dedicado a grandes vozes no feminino, contando com os concertos de Capicua (numa estreia absoluta no Algarve da sua nova banda/espetáculo), Cristina Branco (estreando na região o seu novo e premiado disco), Ana Bacalhau (numa estreia nacional, em Loulé, do seu novo disco a solo) e das prestigiadas Angelite – Vozes Búlgaras (que comemoram 30 anos de existência numa tournée mundial que integra Loulé como única cidade a sul do país contemplada pela digressão). A temporada abre precisamente, a 9 de setembro, com um concerto de apresentação da programação integral do Cine-Teatro que traz a Loulé o contagiante Carlão para uma noite vibrante já a anunciar o seu novo disco. Loulé será ainda a única cidade a sul a receber quer o espetáculo «As Canções de Leonard Cohen», tributo que junta em palco David Fonseca, Jorge Palma, Márcia, Miguel Guedes e Samuel ALGARVE INFORMATIVO #119
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Ana Bacalhau ALGARVE INFORMATIVO #119
Quem tem medo de Virginia Woolf
Úria, quer a digressão acústica de Tony Carreira, que atua no Cine-Teatro, em dose dupla, a 19 de novembro. Somam-se os concertos de António Zambujo, Ala dos Namorados (que estreiam o seu novo disco Vintage) e Moonspell, estes últimos apresentando o seu último álbum, um disco épico cantado em português e inspirado no terramoto de 1755 – proposta esta ilustrativa também da vontade do Cine-Teatro de chegar a outros públicos. O ciclo musical «O Longe é Aqui», eixo programático/formato que pretende valorizar e estimular os talentos locais louletanos juntando-os a reconhecidas figuras do panorama nacional, apresenta mais dois encontros inéditos e surpreendentes: o duo Flor de Sal (composto por Zé Francisco e Ana Figueiras) com Vitorino, e o músico quarteirense Poli Correia (Sam Alone) num concerto acústico com Jorge Palma. Uma palavra especial para a colaboração do Cine-Teatro com Lisboa, Capital Ibero-americana de Cultura 2017, que permitirá trazer a sul, mais uma vez exclusivamente a Loulé, o espetáculo de homenagem à
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Viajantes Solitários
A Noite da Dona Luciana, pelo Teatro do Eléctrico
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cantora chilena Violeta Parra, interpretado pela filha mais velha e pela neta da mesma. A aposta na dança contemporânea continua a ser uma tónica da programação, com duas das mais prestigiadas companhias portuguesas (dos coreógrafos Olga Roriz e Paulo Ribeiro) a rumarem a Loulé para estrear, em terras algarvias, as suas mais recentes criações, respetivamente, «Síndrome» e «Ceci n’est pas un film. Dueto para maçã e ovo». A parceria estratégica com a prestigiada Companhia de Música Teatral no que concerne à arte para a infância prossegue nesta temporada através, mais uma vez, de uma tripla vertente: a apresentação de um dos seus mais aclamados formatos interdisciplinares para bebés, ZYG, envolvendo as várias creches da cidade de Loulé bem como as famílias; a realização de uma conferência performativa que dá a conhecer o
Flor de Sal
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Angelite Vozes Búlgaras
Ala dos Namorados 54
Cristina Branco
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As Criadas
processo criativo e as dinâmicas inerentes a esse espetáculo; e uma componente formativa – lacuna significativa na região algarvia – especialmente dirigida a todos os profissionais que trabalham com a primeira infância. No que toca à comunidade escolar, a oferta cultural não é esquecida, com duas criações a pensar nos mais pequenos, uma delas, A Cruzada das Crianças, assente no triângulo arte-educaçãocidadania, o qual tem vindo a ser aprofundado pelo Cine-Teatro ao nível da programação dirigida desde 2016 ao universo estudantil. Está também subjacente à programação gizada uma visão geograficamente descentralizada, com vários eventos a ocorrer fora do Cine-Teatro, caso do singular espetáculo teatral «Viajantes Solitários» (a bordo de
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Companhia Paulo Ribeiro
Um mini-museu vivo de memórias do Portugal recente 56
Isabel e Tita Parra do Chile
Poli Correia
um camião estacionado em Loulé) e dos concertos «O Sul» de José Afonso e de Poli Correia com Jorge Palma, ambos enriquecendo, respetivamente, a oferta cultural da freguesia de Alte e da cidade de Quarteira. Novamente nesta temporada, o Festival MED associa-se ao Cine-Teatro para promover um conjunto de espetáculos da sua programação que se inserem na temática deste evento de world music, dando a conhecer as bandas ou artistas que trazem a palco as 57
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Capicua
sonoridades tradicionais e fusões musicais centradas nas raízes identitárias. É também encetado nesta temporada um novo ciclo temático de programação denominado «Estórias silenciosas», que se prolongará até 2018, e que consiste na apresentação de propostas performativas que operam uma releitura contemporânea e questionadora sobre a (outra) História e a Sociedade (portuguesa e outras), sempre que possível com uma atenção sensível, crítica e lúcida perante a realidade atual em registos diversos que cruzam a História, a Sociologia e as Artes do Palco. Para o arranque deste ciclo foi convidada a companhia Teatro do Vestido – coletivo que tem vindo a desenvolver um reconhecido trabalho a partir da recolha de testemunhos e histórias de vida –, que apresenta, em absoluta estreia algarvia, o espetáculo «Um mini-museu vivo de memórias do Portugal recente» . ALGARVE INFORMATIVO #119
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Antรณnio Zambujo
Carlรฃo
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REPORTAGEM
PROJETO-PILOTO DO OBSERVATÓRIO DE SEGURANÇA ALIMENTAR AVANÇA NO ALGARVE Mais de metade da população portuguesa tem excesso de peso ou é obesa, de acordo com o Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física 20152016. O Algarve não está imune a este problema e revela, inclusive, elevados fatores de risco e valores preocupantes de abandono da Dieta Mediterrânica, particularmente nos jovens. Para inverter esta situação, a IN LOCO vai avançar com o projeto-piloto do Observatório de Segurança Alimentar no Algarve, que depois será estendido ao restante território nacional. Texto:
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m em cada dez agregados familiares portugueses já sentiu algum grau de insegurança alimentar, ou seja, devido a problemas económicos, teve dificuldade em propiciar aos seus membros alimentos saudáveis e em quantidades adequadas. Para fugir a este problema, muitas famílias abandonaram os saudáveis padrões alimentares tradicionais, tais como o Mediterrânico, e adotaram práticas alimentares desequilibradas que produzem impactos sérios na saúde, particularmente dos jovens e idosos. O resultado deste fenómeno é preocupante, com mais de metade da população a ter excesso de peso ou a ser obesa, de acordo com o Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física 2015-2016, estudo que revela, igualmente, que a obesidade e doenças relacionadas são mais comuns nos
mais pobres e os que mais estudaram são, normalmente, os que comem melhor. O Algarve não passou ao lado desta situação e, segundo resultados do inquérito de insegurança alimentar «Infofamília», aplicado pela DireçãoGeral de Saúde desde 2011, apresenta elevados fatores de risco e valores preocupantes de abandono da Dieta Mediterrânica. Foi perante este cenário que a DGS desafiou a Associação In Loco para dinamizar um projeto-piloto no Algarve que leve à criação de um Observatório de Segurança Alimentar e de uma estratégia de combate às situações de insegurança alimentar, passível de ser posteriormente aplicado em todo o país. “É um projeto que surge na continuidade do trabalho realizado pela associação há vários anos no sentido da valorização do estilo de vida e do regime alimentar associados à Dieta Mediterrânica, como uma forma de unificar as entidades e empresas à volta da sua identidade cultural e levá-las a recuperar tradições ou a criar produtos inovadores e modelos de negócio com personalidade”, explica Artur Filipe Gregório.
(...) A INDÚSTRIA DA É PODEROSÍSSIMA E SOMOS CONSTANTEMENTE BOMBARDEADOS POR INFORMAÇÃO QUE DIZ QUE ESSE TIPO DE ALIMENTAÇÃO É QUE É SAUDÁVEL E FIXE (...) ALGARVE INFORMATIVO #119
Uma situação preocupante que já tinha sido detetada pela In Loco prende-se precisamente com a alteração dos hábitos alimentares dos portugueses, com grande parte das pessoas a abandonar um regime que até era bastante saudável e equilibrado, preferindo alimentos mais ricos em hidratos de carbono, gorduras e sal, e aumentando o 64
consumo dos doces e diminuindo o peso dos vegetais, entre outros aspetos. “Foi uma mudança que teve um efeito muito rápido e poderoso, porque não estávamos habituados a esta alimentação industrial, ao fast-food. Um norte-americano que tenha uma alimentação à base de hambúrguer provavelmente engorda muito menos do que um português. A taxa de obesidade teve um crescimento brutal, nomeadamente nos mais jovens, os problemas de saúde derivados das alterações alimentares estão a tocar sirenes por todo o lado, é um problema de saúde pública”, salienta o presidente da Associação In Loco. Uma mudança de regime alimentar que foi, de certa forma, imposta aos jovens adultos do século XXI, devido ao ritmo frenético das suas vidas que os impede de confecionar e consumir refeições mais saudáveis, e que depois passou, por 65
arrasto, para os mais novos. “A indústria da fast-food é poderosíssima e somos constantemente bombardeados por informação que diz que esse tipo de alimentação é que é saudável e fixe. Se uma dessas multinacionais investisse o seu orçamento de marketing na promoção de hábitos alimentares saudáveis, este problema de saúde pública estava logo resolvido”, observa Artur Filipe Gregório. O Observatório de Segurança Alimentar permitirá, então, identificar as dificuldades que as pessoas têm no acesso a uma alimentação saudável e vai validar os dados recolhidos pelos inquéritos do «Infofamília», para se tentar perceber se o problema é geral ou se está localizado em determinados pontos da região. Outra prioridade é criar uma plataforma de comunicação e informação ao dispor de todos os ALGARVE INFORMATIVO #119
técnicos que lidam com esta problemática, um género de retrato instantâneo da saúde pública, mas as componentes de ação são as mais importantes deste projeto-piloto. “A sensibilização e capacitação dos técnicos para identificar os problemas é fundamental. Acredito que os nutricionistas estão alertados para esta situação, mas há outros técnicos que trabalham com as IPSS e escolas que podem não possuir as ferramentas necessárias para resolver estes problemas. O outro público-alvo é, naturalmente, os agregados familiares, que serão envolvidos em ações de sensibilização e treino para perceberem como é fácil desmistificar, por exemplo, o mito de que a alimentação saudável é cara”, frisa Artur Filipe Gregório. Um das ferramentas a ser criada é um kit que incluirá um livro de receitas para preparar refeições por apenas um ou dois euros, bem como circuitos curtos de ALGARVE INFORMATIVO #119
consumo para se aceder a alimentos da época com preço inferior. Contudo, nada funcionária se toda a região não se mobilizar à volta deste objetivo, daí a Associação In Loco ter encetado logo parcerias com a Administração Regional de Saúde do Algarve, com a AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, Segurança Social, Universidade do Algarve e com os CLAS – Concelhos Locais de Ação Social, estruturas que organizam todas as entidades que lidam com a esfera social nos diversos concelhos.
HÁ MUITOS MITOS PARA DESMONTAR Da teoria passou-se rapidamente para o terreno, com uma equipa formada por nutricionistas e técnicos de ação social a realizar inquéritos, do barlavento ao sotavento, freguesia a freguesia, 66
concelho a concelho, junto de uma amostra aleatória, para se detetar o grau de segurança alimentar existente e se fazer um estudo comparativo com os dados que têm vindo a ser recolhidos desde 2011. E nem sempre se trata de uma questão económica, mas de prioridades, alerta Artur Filipe Gregório. “Há agregados familiares que começam a dar menos valor ao cuidado com a alimentação dos jovens e a dar mais importância social a questões como possuir o último modelo de telemóvel ou ter TV Cabo em casa. A própria sociedade está a condicionar os comportamentos dos portugueses, com o investimento em alimentação a diminuir, por oposição ao realizado em comunicações”, lamenta o presidente da In Loco. O que também contribuiu, de certa forma, para esta nova realidade foi a
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mudança da tipologia do próprio comércio local, desaparecendo as mercearias onde abundavam os produtos naturais e da época e proliferando os supermercados e hipermercados onde somos, compulsivamente, levados a consumir uma alimentação mais industrial e menos saudável. “Às vezes estamos a gastar mais dinheiro do que se tivéssemos comprado produtos da época ao nosso vizinho, que os cultiva e que não os consegue escoar. Preferimos uma pizza feita numa máquina noutro país e que depois foi congelada e importada para o nosso micro-ondas. Falta-nos o conhecimento destes mecanismos de circuitos curtos ou de auto-produção que nos permitiriam melhorar a nossa alimentação. Os produtos sazonais, da época, são sempre mais baratos. O peixe azul,
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pequeno, do topo da coluna de água, como a cavala e a sardinha, é muito mais saudável do que o peixe branco, de grande porte, que acumula metais pesados. São mitos que, agora, temos que desmontar”, defende. Num instante nos habituámos a comer mal, resta saber quanto tempo demorará, agora, a retomarmos uma alimentação saudável, em consonância com a centenária Dieta Mediterrânica, mas Artur Filipe Gregório está otimista que o processo não será tão difícil como possa parecer. “Há dois anos fizemos uma ação de sensibilização alimentar com jovens dos 10 aos 14 anos. Levámos um chefe de cozinha, uma nutricionista, uma socióloga da alimentação, juntámos os miúdos todos numa cozinha e dissemos que íamos fazer uma cataplana de peixe e marisco. Claro que a reação imediata foi adversa, ALGARVE INFORMATIVO #119
não é uma refeição cool nestas idades. Os chefes explicaram como se cortavam e picavam os alimentos, as nutricionistas contavam a história dos produtos, foi tudo preparado pelos jovens e, ao fim de duas horas, comeram as quatro cataplanas, raparam os tachos e perguntaram quando é que faziam a próxima. É fácil mudar comportamentos, desde que a ação seja continuada e com o envolvimento das famílias”, assegura o entrevistado. A meta, então, não é «inventar» nada, mas ser coerente com as tradições, respeitar os ciclos naturais e reaprender a comer os produtos da época. “É muito mais barato comprar laranja na época da laranja do que adquirir uvas da Califórnia ou bananas do Equador”, exemplifica Artur Filipe Gregório . 68
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OPINIÃO Quando as vidas humanas ficam em último lugar… Daniel Pina (Jornalista)
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exercício mental é simples. Vamos a conduzir numa estrada movimentada, digamos a EN 125. De repente, apercebemo-nos de um problema no carro, de falta de travões, que a direção responde mal, seja lá o que for. Duas alternativas se colocam. Por um lado, posso seguir calmamente em frente, na ilusão de que toda a gente se vai desviar do caminho, até conseguir controlar a viatura e sem lhe causar grandes danos materiais. Por outro lado, posso desviar o carro para a berma da estrada, para um descampado. Já sei que o carro vai sofrer danos materiais avultados e eu próprio vou ficar com alguns cortes ou hematomas. Também sei que, desse modo, não vou causar males a mais ninguém, que não vou provocar um acidente de grandes proporções, que não vou colocar em risco vidas humanas. As opções são simples e a decisão tem que ser tomada numa questão de segundos. Na hora da verdade, é uma escolha entre pensar primeiro em mim, na minha integridade física, no rombo que vou ter na carteira com a reparação do meu carro; ou pensar no mal que poderei causar aos outros, nas vidas que poderei tomar, no sofrimento que poderei gerar nos outros, em pessoas que andam calmamente no seu dia-a-dia. Como, infelizmente, já perdi um filho, para mim nem sequer existe escolha possível, mando logo o carro para fora da estrada, contra uma árvore ou um muro. Que me importa se o carro for à vida, que eu fique com umas nódoas negras, que parta um braço ou uma perna. Agora, transpomos o exercício mental para a realidade, para o trágico acidente ocorrido há dias numa praia da Costa da Caparica, quando o piloto de uma aeronave com problemas mecânicos decidiu aterrar no meio do areal, ao invés de amarar na água. O resultado foi, como todos sabemos, duas vidas que se perderam, um idoso e uma jovem criança. Pelas imagens, a aeronave ficou em bom estado. Surgem agora os ALGARVE INFORMATIVO #119
especialistas a dizer que amarar é uma técnica difícil. Não tenho dúvidas que sim. Dizem outros especialistas que o piloto terá pensado que, ao jogar a aeronave para a água, morria ele e o tripulante e que, ao aterrar no areal, que as pessoas de certeza que se desviavam. Mesmo sendo uma praia da superconcorrida Costa da Caparica em pleno mês de agosto. Primeiro: Acho pouco credível que uma aeronave destas, ao amarar na água, provocasse imediatamente a morte das duas pessoas que nela seguiam. Não façamos filmes. O avião não se afundava num ápice, provocando o afogamento do piloto e tripulante. Nem o impacto era assim tão grande que provocasse a morte imediata pelo simples embate na água. Perdoem-me se estiver enganado, não sou especialista na matéria, mas acredito que, tanto o piloto, como o tripulante, teriam tempo mais que suficiente para sair da aeronave antes de ela se afundar, se é que se iria afundar. Mais dúvidas tenho, como se veio a comprovar, que todas as pessoas que estivessem na praia, perante um cenário tão inesperado, tivessem tempo para se afastar, para «fugir» de uma aeronave que, de repente, decidiu aterrar no meio de veraneantes, de famílias, de crianças e idosos. O que não tenho dúvidas é que os danos materiais seriam muitíssimo maiores para a aeronave se ela tivesse amarado, ao invés de ter aterrado no areal. Claro que é fácil tecer comentários, fazer análises, dar opiniões, sobre algo que aconteceu ou se viu à distância, sem termos vivido essa situação na primeira pessoa. Mas eu volto ao meu exercício mental. Para mim, não havia dúvida alguma, pousava na água, fosse como fosse. Sabia que ia ficar com mazelas físicas, que ia ouvir um raspanete dos grandes do patrão ou do proprietário da aeronave, se calhar até ia parar ao olho da rua. Contudo, no final do dia, ia dormir sossegado por não ter colocado outras vidas humanas em risco . 70
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OPINIÃO
Agosto, mês do cachorro louco Mirian Tavares (Professora) “Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se a vida não deu, ou ele partiu- sem o menor pudor, invente um”. Caio Fernando Abreu
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aio Fernado Abreu é um dos meus escritores preferidos. Morreu cedo, não deixou muita coisa, mas ficaram fragmentos, crónicas, contos, palavras certeiras, ditas com muita simplicidade e, muitas vezes, enorme coragem. O seu livro «Os dragões não conhecem o paraíso» frequentou a minha mesa de cabeceira muitos anos. Ele disse tantas coisas que pensei em dizer mas que nunca consegui formular em frases tão certeiras. Encontrei-o muitas vezes, quando vivia em São Paulo, num café da Av. Paulista. Via-o e tinha imensa vontade de dizer: adoro o que escreves. A minha timidez desconcertante nunca me permitiu chegar lá. Olhava-o de longe e seguia o meu caminho. Passado pouco tempo, ele morreu. Mas o que ele foi dizendo, ao longo da sua curta vida, levo sempre comigo, esteja eu onde estiver. Dos textos que ele escreveu, os meus preferidos são os fragmentos de cartas, de projetos de contos, de crónicas que publicou nos jornais. Num deles escreve sobre o mês do cachorro louco, agosto. Mês com má fama, para alguns um mês cheio de energias negativas: a Primeira Guerra Mundial começou no dia 1 de agosto de 1914 e as cidades de Hiroshima e Nagasaki foram atacadas pelos norte-americanos com bombas atómicas nos dias 6 e 9 de agosto de 1945, e é também em agosto, no dia 2, no ano de 1934, que Adolf Hitler se torna o Führer. É ainda o mês da maior concentração de cadelas no cio, o que torna os cães «loucos», a guerrear pelas fêmeas, e, no hemisfério norte, marca o pico das férias de
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Verão, o que pode se tornar um inferno, para quem vive em zonas turísticas. Caio Fernando Abreu dá-nos, numa crónica, a sua receita para sobreviver ao mês: “Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se a vida não deu, ou ele partiu- sem o menor pudor, invente um. (…) Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas, suspiros, juras, projetos, abraços no convés à lua cheia, brilhos na costa ao longe. (…). Não lembrar dos que se foram, não desejar o que não se tem e talvez nem se terá, não discutir, nem se vingar, e temperar tudo isso com chás, de preferência ingleses, cristais de gengibre, gotas de codeína, se a barra pesar, vinhos, conhaques tudo isso ajuda a atravessar agosto. Controlar o excesso de informações para que as desgraças sociais ou pessoais não deem a impressão de serem maiores do que são”. Espero que todos possamos sobreviver ao mês de agosto, demasiado quente ou demasiado ventoso. Com demasiadas filas e gente por todo o lado. Gente que se porta, na maior parte das vezes, como cachorros loucos à procura do gozo prometido e adiado ao longo do ano de trabalho ou de estudo, que só o mês de agosto pode proporcionar. No dia 6 meu pai completaria 90 anos. Não chegou vivo a mais um agosto, menos quente do lado de lá do Atlântico. Que tenhamos todos um bom agosto, apesar dos que se foram e das multidões que cá estão .
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OPINIÃO Leituras de Verão – Verdade ou consequência? Adília César (Escritora) “Cada livro é uma pedagogia destinada a formar o seu leitor”. (Jacques Derrida)
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espuma da imbecilidade toca-nos a todos em tempo fútil de férias. Sim, já sei. O azul infinito do céu. O espectro vibrante do sol. A areia martirizante colada aos meus pés inchados. As dunas, ah, as dunas (lamento, mas não devo dizer mais nada sobre a serventia das dunas…). As ondas frias do mar que teimam em me dar golpes de rins. O equívoco das nuvens que desistiram de aparecer. O vermelho doce das cerejas que se desfazem na boca e me magoam os dentes com os caroços. O amarelo refrescante dos limões a insistir numa acidez prometida ao esófago ávido. O verde frondoso das árvores que esconde pássaros, répteis e insectos de toda a espécie. O Verão em todo o seu esplendor, cromático, sensitivo e chatérrimo. Uma época alta que grita no asfalto derretido e nos corações acordados. Os dias em ebulição que nunca mais acabam. E as noites quentes e suadas a parecerem cenários de rescaldo de incêndios florestais. Muito cansativo e completamente inadequado para férias revigorantes. Atenção, não estou a invocar um manifesto contra o direito ao descanso! Eu própria aprecio dias e noites inconsequentes, de espírito livre e sequioso de um qualquer tipo de entretenimento, em que cada um procura as suas alegorias de afastamento das responsabilidades obrigatórias existentes nos restantes dias do ano: festivais de música e de marisco, feiras de artesanato e do livro; saldos loucos; sunsets; viagens; muita cerveja e muitos engates. Tempo precioso gasto inutilmente. As férias veranis são uma apoteose de sonhos que não se concretizam no estonteante mês de Agosto. Uma evanescência quimérica e quase poética. A par de todas as mazelas que referi, vêm as sugestões de leituras de Verão. Ou deveria dizer leitura veraneante? E agora é que tudo se complica. Ler o quê? Dados estatísticos referentes a 2016 referem que se publicaram 13.500 novos títulos em Portugal, ou seja 1,5 livros a cada hora. Por muito ALGARVE INFORMATIVO #119
que apreciemos ler, é impossível devorarmos livros atrás de livros, a não ser que sejamos doentes mentais obsessivo-compulsivos e aí, necessitaríamos de tratamento psicológico. Na verdade, ler é uma actividade muito pessoal e solitária que deveria preencher algumas horas dos nossos dias durante todo o ano. Assim, as sugestões de leitura não têm muito interesse, a não ser que consigam ir ao encontro das nossas prioridades e expectativas, pois obedecem a critérios obscuros de grandes grupos editoriais e económicos que podem não corresponder aos do leitor individual. Ainda ontem, por exemplo, li as doze sugestões de leitura da revista Volta ao Mundo e estavam referidos dois livros que eu quero mesmo ler. Mas salvo raras excepções como esta, dado que o leitor se constrói enquanto indivíduo que lê, a responsabilidade da escolha de autores ou livros deveria ser decisão sua. Se “cada livro é uma pedagogia destinada a formar o seu leitor”, como afirma Jacques Derrida, então cuidado. Ler o quê? O que nos distrai para «matar» o tempo e impedir reflexões profundas sobre grandes questões? Algo que explore o lado fragilizado do espírito humano, com insinuações aforísticas de mau gosto ou de pretensa auto-ajuda? Ou o que nos eleva, para tornar vivo o tempo que nos pertence e nos apropriarmos das potencialidades da obra, extrapolando-a para uma interioridade única e peculiar – o eu receptivo e aprendente entendido como o sujeito que é capaz do exercício de livre arbítrio, que sabe criticar e investe na sua evolução intelectual? Uma vez que independentemente do género literário, literatura é literatura (perdoem-me a tautologia), deixo-vos uma espécie de slogan literário de Verão: “Cuidado, ler para distrair pode destruir o seu pensamento crítico”. Depois não venham dizer que não vos avisei.
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OPINIÃO Inovar a tradição Vico Ughetto (Assessor de comunicação da CVA )
Será que é possível inovar a tradição? Se alteramos os preceitos antigos não estamos a contradizer o conceito do que é tradicional? Talvez sim, numa abordagem semântica da palavra. Mas, se nos focarmos no conceito de aprendermos com o passado, percebermos o que está bem feito e melhorarmos ou adaptarmo-nos às novas realidades, estaremos provavelmente a inovar a tradição. Mas o que isto tem a ver com vinho? Bem, bastante até. Porque é um setor onde a inovação é constante, mas onde a tradição está presente e a exercer uma tensão permanente e aparentemente contrária. Um dos grandes exemplos desta tensão é o que se passa no Douro. Uma região centenária com forte tradição e o peso da responsabilidade de fazer vinhos emblemáticos, não só do Porto, mas também tranquilos. Alguns produtores estão a recuperar
ou a utilizar técnicas e métodos antigos adaptando-os à modernidade e a criar vinhos de perfil contemporâneo e inovador, que quando são analisados na sua vinificação são tão simples como o eram no princípio da produção vínica. São estes os casos em que a inovação se alia à tradição e um dos exemplos práticos está nos
Em cima: Vista panorâmica do Douro a partir da Folgosa. Em frente à esquerda junto ao rio, fica localizada a Quinta dos Murças. No topo: Vista geral da adega da Quinta dos Murças com os modernos lagares
de granito a recriar os antigos ALGARVE INFORMATIVO #119
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vinhos da Quinta dos Murças, propriedade do grupo Esporão, localizada em Covelinhas. Aqui faz-se vinho à séria, respeitando e levando o conceito de terroir ainda mais longe do que seria de esperar. Muitos dos seus vinhos são pouco conhecidos, tirando o Assobio, é provável que ainda não tenham ouvido falar do Minas, do Margem ou do VV47, o topo de gama da Quinta, no qual só estas iniciais e o número têm uma carga histórica grande. VV significa vinha vertical e foi em 1947 que foi aqui na Quinta dos Murças plantada a Ao lado do clássico Porto, dois vinhos tranquilos, emblemáticos da Quinta primeira vinha vertical do Douro. e que são um exemplo do muito que o Douro tem para nos surpreender Regra geral estamos habituados a ver as plantações nos típicos socalcos. Aqui trata-se da primeira plantação a romper com esta abordagem, uma vez mais, e já em 47, a inovação estava presente. Estes são vinhos vinificados em lagares modernos, mas do tipo tradicional, ou seja em granito, recorrendo à pisa-a-pé e a leveduras indígenas, tendo depois um estágio em barricas usadas. Segundo o enólogo José Luís, os nomes têm todos uma relação com a Quinta, conforme faz questão de explicar: “O Assobio Um grupo de jovens oriundos sobretudo do Norte, trabalham no Algarve surge porque o vento ao soprar e não quiseram deixar de conhecer os vinhos algarvios nestas vinhas que estão um eles “não são propriamente diferenciadores, eles pouco mais altas provoca um som semelhante a são a expressão máxima do terroir e, portanto, um assobio. O Minas porque na zona das vinhas são é a afirmação do Douro e não a diferença”. que lhe dão origem existem cinco minas com água, o que refrescam o ambiente envolvente e, portanto, dão uma caraterística diferente ao Algarve também está a inovar vinho. O Margem, é obtido de vinhas velhas junto à margem do rio, uma zona mais quente e Dando um salto do Douro para o Algarve, não onde a concentração é muito superior aos podemos comparar o peso da tradição, face ao restantes o que lhe traz exuberância aromática e Douro. Aqui pelas terras do sul, a aposta que está complexidade”. a ser feita pela CVA – Comissão Vitivinícola do Provados os três vinhos tintos, no caso o Assobio Algarve, passa sobretudo pela afirmação da provado foi o branco, nota-se perfeitamente uma região. Estão a desenvolver um esforço maior na identidade única e bem vincada. São frescos, comunicação do produto, da região, e dos cheios de personalidade e claramente produtores envolvidos. É um projeto que requer diferenciadores do padrão Douro. Para José Luís, algum tempo e do qual a região também pode 77
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OPINIÃO beneficiar com o crescimento turístico que se regista por todo o país. Ora combinando estes dois ingredientes – o turismo e os vinhos – a CVA lançou uma campanha inovadora e pioneira, o «Algarve Wines – Sunset Summer», na qual durante cinco dias uma carrinha ao estilo street food, decorada a preceito, combinada com animação a cargo do DJ B-Art, percorreu diferentes praias do barlavento ao sotavento dando a degustar, vinhos brancos e rosés oriundos do Algarve, aos veraneantes. Este mix de praia, música, convívio e provas de vinhos frescos, assenta bem no conceito dos Vinhos do Algarve e foi com entusiasmo que Carlos Gracias – presidente da CVA, falou ao Algarve informativo durante o arranque desta primeira edição, considerando que “começamos da melhor maneira com boa animação e participação do público, tivemos a adesão de cerca de 12 produtores que representam alguns dos melhores brancos e rosés do Algarve”. No contacto que foi tendo com os visitantes, Carlos Gracias destaca a “descontração, boa disposição e interesse nos Vinhos do Algarve, alguns de facto ainda não os conheciam e consideraram o conceito e a iniciativa interessante, o que é motivador porque o que pretendemos é exatamente dar a conhecer a região, os seus vinhos e produtores ao público e se ele está a aderir e participar é sinal que estamos no bom caminho na promoção dos Vinhos do Algarve”. Dia 5 de agosto é o último dia do Algarve Wines – Sunset Summer, e se está por perto da praia do Barril em Santa Luzia, entre as 17 e as 21h, não perca a oportunidade de estar presente e provar os vários vinhos do Algarve e descobrir esta região que vai começando a criar, por cá, uma nova tradição de vinhos . ALGARVE INFORMATIVO #119
A equipa da Algarve Views foi a par do DJ B-Art a grande animadora do evento dando a provar todos os vinhos sempre com um sorriso simpático
Também muitos portugueses se juntaram à festa e quiseram provar os famosos rosés do Algarve
Duas famílias francesas oriundas de Paris estiveram muito divertidas e adoraram o conceito do evento
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O Presidente da Câmara Municipal de Albufeira, Carlos Silva e Sousa, a Diretora Regional de Cultura do Algarve, Alexandra Gonçalves, a Vereadora da Cultura da CMA, Marlene Silva e o Presidente da Fundação Millenium BCP, Fernando Nogueira
TORRE ALBARRÃ DO CASTELO DE PADERNE RESTAURADA ESTE ANO
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oi assinado, no dia 28 de julho, o Contrato de Adjudicação da Empreitada da Obra de Conservação e Restauro da Torre Albarrã do Castelo de Paderne, intervenção possível graças aos protocolos de colaboração firmados há um ano com a Direção Regional de Cultura do Algarve (DRCAlg), Município de Albufeira e a Fundação Millennium BCP. “Finalmente temos um planeamento financeiro que envolve fundos comunitários que olham para o património cultural e natural como desenvolvimento para a competitividade do território”, frisou Alexandra Gonçalves, Diretora Regional da DRCAlg, mencionando que esta é apenas a ALGARVE INFORMATIVO #119
primeira fase do projeto, que será executada até ao final do presente ano. “Será um trabalho inédito, quer para o Algarve, quer para Portugal, que orientará até a execução de futuros restauros que venham a acontecer na taipa do mesmo tipo militar”, referiu a dirigente. O projeto de conservação e restauro dos módulos de taipa almóada é da autoria do arquiteto Manuel Lopez Vicente, que anteriormente assessorou as obras executadas pelo IPPAR em 2004/2005 no Castelo de Paderne. A primeira fase de restauro e conservação vai incidir sobre a Torre Albarrã, considerada um dispositivo de defesa com seis metros de base e nove de altura. O investimento para a primeira 82
fase de intervenção é de 131 mil euros, sendo que o prazo global da conclusão dos trabalhos é de 124 dias. O investimento total perfaz aproximadamente 590 mil euros, e em 2018 será executada outra fase do projeto. Cerca de 60 por cento deste valor vai ser financiado pelo Programa Operacional Regional do Algarve – CRESC Algarve 2020, pelo que os restantes 40 por cento serão financiados pela Câmara Municipal de Albufeira e pela fundação Millenium BCP. Durante a sessão de assinatura dos contratos, Natércia Magalhães, técnica superior da DRCAlg, esclareceu os presentes sobre a intervenção que vai ser feita, referindo que o problema mais generalizado da torre é a perda de massa, sendo que as alterações mais profundas se encontram nos topos, que estão demasiado erodidos por serem as áreas mais expostas aos agentes do meio ambiente. Salientou ainda que a intervenção passa por assegurar que a nova taipa “seja idónea com as características da taipa histórica, própria e única ao monumento Castelo de Paderne”, onde se optou por uma “intervenção conservadora, centrada no saneamento das patologias, garantindo assim uma maior durabilidade da Torre Albarrã”. Vai ser ainda executado um Livro de Prestígio sobre o Castelo de Paderne onde constará a natureza da obra, as técnicas, as metodologias, os 83
materiais e os tratamentos aplicados, bem como documentação gráfica e fotográfica sobre o processo, que “equacionará o construtivo histórico e a memória da manutenção deste conjunto, que é único no Algarve e no país, como exemplo paradigmático de um hisn almóada”. Também presente nesta cerimónia, o Presidente da Fundação Millennium BCP, Fernando Nogueira, sublinhou que “a cultura é algo que pode desenvolver maisvalias para a sociedade e, ao mesmo tempo, estamos a preservar as heranças que os nossos antepassados nos deixaram”. Para o presidente da Câmara Municipal de Albufeira, o Castelo de Paderne “é um património histórico que se insere na política municipal de preservação do nosso património, da nossa identidade, da nossa história e que se insere também na nossa estratégia turística”. Carlos Silva e Sousa expressou ainda o desejo de que os trabalhos consigam corresponder às expectativas do município, com um grau de exigência e de rigor muito elevado, “pois este é o único exemplar que temos em Portugal desta arquitetura almóada” .
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ATUALIDADE
ALCOUTIM VAI APOSTAR NO CAMPISMO E CARAVANISMO NO PEGO FUNDO
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início do procedimento para elaboração do PIERPFA - Plano de Intervenção em Espaço Rústico para o Pego Fundo em Alcoutim foi aprovado, no dia 27 de julho, em reunião de Câmara. O sucesso dos últimos anos da praia fluvial de Alcoutim e o turismo ligado às atividades de natureza que se tem vindo a desenvolver no nordeste algarvio serão reforçados com novas áreas de alojamento - integradas em ALGARVE INFORMATIVO #119
empreendimentos turísticos - nas tipologias de caravanismo e campismo, que se prevê instalar na área do PIERPFA. Num prazo máximo de 18 meses será elaborada a proposta do PIERFPFA, que prevê a valorização das valências naturais e turísticas da zona, o enquadramento paisagístico da área do Pego Fundo e a infraestruturação do espaço, com vista à criação de um parque de campismo, um parque de caravanismo, um espaço para 84
zona desportiva e recreativa e um local de apoio às restantes atividades. A área, de propriedade totalmente municipal, corresponde a cerca de 7,38 hectares e dista cerca de meio quilómetro do Rio Guadiana, possuindo excelentes vistas sobre a Ribeira, Alcoutim e toda a paisagem circundante. A zona é delimitada a norte pela estrada Municipal 507, a sul pela Praia Fluvial do Pego do Fundo e a nascente pela EBI de Alcoutim, acabando na Ribeira de Cadavais. O PIERPFA vai ainda estar sujeito a um procedimento de avaliação ambiental e
irá alterar o Plano Diretor Municipal (PDM) na sua área de intervenção, quer devido à Reserva Ecológica Nacional (REN), quer em termos da Reserva Agrícola Nacional (RAN), introduzindo uma nova disciplina de ocupação, uso e transformação do solo para a área em causa. Apontados como um dos principais produtos da região pelo Plano Regional de Ordenamento do Território do Algarve, o campismo e o caravanismo são a nova aposta do Município de Alcoutim, que agora pretende valorizar e aproveitar o turismo e atividades relacionadas com a natureza .
ALCOUTIM CONTINUA A SER UM DOS MELHORES PAGADORES DO PAÍS Foi apresentado no final de julho o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses referente ao ano de 2016, que colocou Alcoutim no topo das autarquias com melhor desempenho a nível do prazo médio de pagamento aos fornecedores. O município regista apenas um dia na efetuação de pagamentos pagando quase a pronto - sendo que existiu um aumento do número de municípios com prazo médio de pagamentos inferior a 90 dias (de 240 municípios em 2015, passou para 257 municípios em 2016). No que concerne ao Imposto Sobre a Transação de Imóveis (IMT), verifica-se que nos últimos três anos tem existido um aumento gradual no que respeita ao investimento predial no concelho. Dos valores registados em 2015, o valor de investimentos incrementou uma subida na ordem dos 10 por cento em 2016. 85
O Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses é desenvolvido através do apoio da Ordem dos Contabilistas Certificados, em estreita colaboração com o Tribunal de Contas, o Centro de Investigação em Contabilidade e Fiscalidade do Instituto do Cávado e do Ave e a Universidade do Minho. O documento apresenta a radiografia da saúde financeira dos 308 municípios que compõem o território português. Entretanto, a Câmara Municipal de Alcoutim deliberou, no dia 26 de julho, continuar a prescindir da coleta de 5% em sede de IRS sobre os rendimentos auferidos pelos contribuintes individuais com domicílio fiscal no município. Decidiu igualmente fixar pela taxa mínima (0,3%) o IMI a cobrar no próximo ano e optou pela redução máxima prevista na lei da taxa do IMI de acordo com o número de dependentes .
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ATUALIDADE
ODIANA PROMOVE WORKSHOPS DE SALINAS TRADICIONAIS
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Odiana realizou, no dia 28 de julho, a sua experiência piloto de turismo criativo no Baixo Guadiana, no âmbito do projeto CREATOUR, tendo como cenário de fundo a Salina da Barquinha, em Castro Marim. O balanço é positivo e a Odiana, com base nas primeiras reações, já está a pensar num segundo workshop, desta vez aberto ao público em geral. Foi a oportunidade ideal para descobrir, tanto na teoria, como na prática, o saber tradicional usado durante séculos na extração de sal. A meta foi sentir a natureza nas salinas e conhecer como se produz o sal numa visita turística que ofereceu a possibilidade de recolher o sal/flor sal artesanalmente e assistir ainda ao processo de embalamento. Para concluir esta experiência, e numa perfeita simbiose entre o trabalho do Homem e a vontade da Natureza, o spa salino para
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relaxar e equilibrar energias: um banho flutuante de sais minerais e aplicação de argila da salina. Esta experiência congregou um grupo de 10 pessoas dos projetos-pilotos do Algarve (Barroca, Tertúlia Algarvia, Loulé Criativo) e do Centro de Investigação sobre o espaço e Organizações (CIEO) da Universidade do Algarve. A atividade decorreu no seguimento do projeto da Odiana «Oficinas do Saber Tradicional», em estreita colaboração com a Cooperativa Terras de Sal e com a empresa «Água Mãe». O objetivo foi a revitalização turística das atividades tradicionais do Baixo Guadiana, de forma dinâmica e interativa, através de experiências únicas. Está para breve a próxima experiência de turismo criativo da Odiana, que compilará ainda oficinas dinâmicas com o Pão Caseiro, Doçaria Tradicional e Cestaria, entre outras .
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ATLETAS DO GRUPO DESPORTIVO DE LAGOA VÃO AO CAMPEONATO DO MUNDO DE PATINAGEM
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o dia 28 de julho, o Executivo Municipal de Lagoa recebeu os três atletas do Grupo Desportivo de Lagoa medalhados no Campeonato da Europa e que foram convocados para participar no Campeonato do Mundo (Roller Games World Championships), em representação da Seleção Nacional, em Nanjing (China), para onde partirão a 27 de agosto. Na ocasião, os praticantes agradeceram ao edil Francisco Martins o apoio incondicional que a Câmara Municipal de Lagoa tem prestado à patinagem no Concelho e sem o qual não teriam conseguido atingir o elevado nível que possuem. O Grupo Desportivo de Lagoa é o clube com o maior número de atletas na 87
Seleção Nacional presente no Mundial da China. David Pedro, de 29 anos (Senior) foi Vice-Campeão Europeu na prova de Estafeta Americana (5.000 m) em Estrada, Miguel Bravo, de 19 anos e Pedro Rebelo, de 18 (ambos Júnior A) conquistaram a medalha de Bronze na mesma prova, mas em Pista (3.000 m). No Mundial, que termina a 10 de setembro, irão participar nas provas de 300 m contrarrelógio, 500 m sprint, 1.000 m linha, 10 km Pontos e 15 km Eliminar, em Pista, assim como nas provas de Estrada, em 100 m sprint, uma volta ao percurso (cerca de 500 m), 15 km pontos e 20 km Eliminar e nas provas da Estafeta Americana, em 3.000 m (Pista) e 5.000 m (Estrada) .
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LAGOA INAUGUROU CIRCUITO DE MANUTENÇÃO E CORRIDA CARLOS BOTO
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Circuito de Manutenção e Corrida, situado junto à reta Vale de Deus, em Lagoa, foi inaugurado com pompa e circunstância no dia 30 de julho. Esta iniciativa da União das Freguesias de Lagoa e Carvoeiro, com o apoio da Câmara Municipal, vem dotar a cidade de Lagoa de um espaço adequado para a realização de caminhadas, corrida e alguns exercícios de manutenção, numa zona já muito utilizada antes pelos lagoenses. A cerimónia de inauguração serviu também para prestar homenagem a ALGARVE INFORMATIVO #119
Carlos Boto, ilustre figura da sociedade lagoense, com reconhecido trabalho nas áreas do desporto e associativismo local, que dá o nome ao circuito. Presentes, além das personalidades políticas, estiveram também a família de Carlos Boto e dezenas de cidadãos lagoenses. “Estamos aqui, não só, para inaugurar o Circuito de Manutenção e Corrida, mas acima de tudo, para homenagear o grande cidadão e autarca, Carlos Boto. Esta obra, que há muito fazia falta a esta cidade é exemplo de perfeita sintonia, entre a União das Freguesias de Lagoa e Carvoeiro e a Câmara 88
Municipal de Lagoa, pois sem o seu apoio, não seria possível a sua construção”, afirmou Joaquim João, presidente da União das Freguesias de Lagoa e Carvoeiro, destacando o importante papel de Carlos Boto “figura importante e determinante no desenvolvimento do desporto neste concelho e pessoa defensora acérrima da causa pública”. O presidente da Câmara de Lagoa, Francisco Martins, sublinhou que o circuito é um “espaço de todos os lagoenses e para todas as idades praticarem desporto”. Um dos pontos
altos, além do descerramento da placa alusiva à inauguração do circuito, foi o discurso emocionado da Ana Boto, filha de Carlos Boto. Seguiu-se ainda um passeio dos cidadãos presentes pelo circuito e uma aula de zumba com o Muvgym. O espaço preparado para fins desportivos conta agora com uma pista mista com cerca de 1500 metros em pavimento betuminoso colorido e em argamassa sintética colorida. Tem também duas zonas de equipamentos de manutenção, que permitirá aos utentes diversificar o tipo de exercício físico nas duas zonas verdes do circuito .
ENCONTROS DE IBN AMMAR REGRESSAM A ESTÔMBAR EM SETEMBRO
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o âmbito da temática de 2017 «Património I Olhar o passado, rumo ao futuro», a Câmara Municipal de Lagoa leva a efeito, pelo segundo ano consecutivo, os «Encontros de Ibn Ammar», prestando homenagem a uma das figuras maiores da poesia lusoárabe, Abú Bakr Mubammad Ibn Ammar (1031-1084) que nasceu em Sannabus (atual Estômbar). A sua beleza e habilidade na poesia atraíram o jovem rei al-Mu’tamid que o nomeou primeiro-ministro após a morte do seu pai. Ibn Ammar, além de grande poeta, era conhecido pela sua invencibilidade no jogo de xadrez, tendo a sua vitória num jogo convencido Alfonso VI de Castela a abandonar Sevilha. A sua ambição desmedida levou-o a planear a
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anexação de Múrcia ao reino de Sevilha, tendo para isso convencido al-Mu’tamid a nomeá-lo seu governador, após o que se proclamou como rei e cortou relações com al-Mu’tamid. Rapidamente viria a cair do poder, tendo sido capturado numa emboscada e feito prisioneiro em Sevilha, sendo morto pelo próprio rei al-Mu’tamid. Nos dias 9 e 10 de setembro, o Largo da Igreja de Estômbar será novamente o epicentro cultural com um intenso programa que irá abranger quase todas as áreas culturais, desde a poesia à música, do teatro à dança, com destaque nesta edição para o espetáculo de video mapping, na fachada da igreja de Estômbar, «Luz no Sagrado com Ibn Ammar», que combina magistralmente a música e o teatro de rua multimédia .
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LAGOA VOLTA A SER «AUTARQUIA DO ANO» DO DESPORTO ESCOLAR
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Câmara Municipal de Lagoa foi premiada, pelo segundo ano consecutivo, como «Autarquia do Ano» do Desporto Escolar, como prova do seu empenho permanente, não só na dotação de estruturas físicas para a prática do desporto, mas também na realização de eventos abrangendo todas as modalidades e no apoio a Clubes e Associações, neste caso particular, ao Desporto Escolar. Vários alunos, projetos e escolas de Lagoa foram também distinguidos na Gala do Desporto Escolar que se realizou no dia 19 de julho, no Teatro das Figuras, em Faro, com a presença de cerca de 300
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pessoas que assistiram à divulgação do trabalho realizado e à entrega de diversos prémios, num animado convívio entre os membros da família do Desporto Escolar, encarregados de educação, professores e colaboradores. O evento serviu de alento a um projeto que começou em 1936 e que continua a promover uma educação para a cidadania, através da aposta no bem-estar físico e na promoção da saúde, sendo um instrumento privilegiado na renovação da vida da escola, permitindo uma melhoria qualitativa e quantitativa da prática desportiva regular, orientada, inclusiva e que aposta na igualdade de oportunidades.
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30.ª ARTE DOCE FOI UM SUCESSO
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ste ano assinalaram-se as 30 edições da Feira Concurso Arte Doce, tendo a primeira acontecido, em 1987, por iniciativa da Câmara Municipal de Lagos, com o objetivo de recuperar e revitalizar uma expressão do património cultural imaterial que, à data, corria o risco de se perder. Desde então, o certame foi mantido e, graças a isso, assistiu-se a um incremento extraordinário do interesse por esta atividade tradicional, do número de pessoas que se dedicam à mesma, assim como do carinho e respeito que a população e os visitantes têm por esta arte. A escolha de uma temática em cada edição, para desafio à criatividade das doceiras, foi introduzida em 1989, constituindo uma especificidade deste certame. «Flores e Plantas do Algarve» foi o tema de 2017 e, como já era esperado, concorreram trabalhos de grande sensibilidade estética e criativa. O tema foi também o mote para a animação que 91
decorreu ao longo dos três dias de Feira: animação cultural para o público em geral e para o público infantil; duas exposições (uma de Vestidos de Chita – confecionados por alunos da Universidade Sénior de Lagos e outra sobre Plantas e Usos Medicinais Populares, cedida pela Associação de Defesa do Património Histórico e Arqueológico de Aljezur), ambas enquadradas no tema desta edição; ateliês e demonstrações, quer de doçaria, quer de arte floral. Milhares de visitantes testemunharam o que de mais doce Lagos tem para oferecer, tendo para isso muito contribuído a qualidade e atratividade dos expositores participantes, com destaque para a doçaria, que foi a grande estrela do certame, mas também houve exposição e venda de muito artesanato, outros produtos alimentares, e a presença de empresas/entidades diversas. Na parte do recinto ao ar livre estiveram em realce as tasquinhas a complementar a Feira e o palco principal, por onde passaram alguns dos mais conceituados artistas do panorama musical nacional, nomeadamente Ana Moura, Dengaz e Ala dos Namorados. No dia 30 de julho, decorreu a cerimónia de entrega de prémios aos vencedores do Concurso ARTE DOCE, tendo sido igualmente conhecidos os trabalhos vencedores do Concurso de Poesia «Avós e Netos», promovido pela autarquia . ALGARVE INFORMATIVO #119
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ÁGUA DA QUINTA DO LAGO TORNA-SE A MAIS SEGURA DO PAÍS
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água da Quinta do Lago é a única no país com qualidade certificada desde a origem até à torneira dos consumidores e, por isso, a Infraquinta decidiu dar-lhe identidade própria. Desde dia 28 de julho, a água mais segura do país passou a chamar-se «ÁguaIQ», a única que junta a certificação do produtor, detida neste caso pela «Águas do Algarve», à agora conquistada certificação da distribuição até ao consumidor final, atribuída neste dia à Infraquinta. A conquista representa “um degrau acima da excelência”, fez notar o diretor de qualidade da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), Luís Simas, durante a cerimónia que instituiu a Infraquinta do estatuto de primeira entidade de distribuição de água em baixa (isto é, que leva a água até à torneira do consumidor final) a concluir com sucesso o criterioso processo de certificação do Produto Água para Consumo Humano. A realização de um número de análises 10 vezes superior ao que estabelece a legislação e o despiste periódico de mais de quatro mil parâmetros por ano, incluindo muitos que ALGARVE INFORMATIVO #119
não têm carácter obrigatório como é o caso da Legionella, Salmonella e Giardia, são exemplos de procedimentos previstos no plano de segurança adotado pela empresa em 2014, ao qual o presidente do conselho de administração da Infraquinta atribui “o primeiro passo para chegar aqui”. “Enquanto o plano de controlo da qualidade da água obrigatório por lei exige à Infraquinta 24 análises por ano, o plano de segurança exige 286 análises e, ainda assim, a Infraquinta planeia efetuar, em 2017, 310 análises”, demonstrou Miguel Piedade. Este rigor, associado aos avançados sistemas de monitorização inteligentes e a um código de procedimentos que procura minimizar todos os riscos de degradação de qualidade, como seja a desinfeção de ferramentas antes e depois da sua utilização, faz da água que abastece os cerca 92
de dois mil domicílios da Quinta do Lago a mais segura de todo o país. Uma boa experiência que o presidente da Câmara Municipal de Loulé quer agora replicar em todo o território. “Primeiro, nas outras empresas municipais que servem as zonas turísticas do litoral e depois estender a todo o concelho”, manifestou Vítor Aleixo. Também presente na cerimónia esteve o secretário de Estado do Ambiente, que lembrou que “há 40 anos, metade da população portuguesa não tinha serviço nas suas torneiras e, das que tinham, uma boa parte registava uma qualidade discutível”. “Hoje, 95 por cento das pessoas tem água da rede pública nas suas casas e 99 por cento dessa água tem a garantia de que podemos beber”, frisou Carlos Martins, descrevendo um percurso de sucesso que hoje coloca o sector da água em Portugal em oitavo entre 258 países no ranking de desempenho. O membro do Governo assumiu, por isso, felicidade por assistir a este caso de sucesso no Algarve, destacando a sinergia gerada pelo facto da «Águas do Algarve» ter sido a primeira entidade produtora de água a alcançar a certificação. “Também a primeira entidade de distribuição em baixa a ser certificada é do Algarve e só posso agora 93
desejar que esta sinergia se multiplique rapidamente a outros territórios servidos pela Águas do Algarve e que sirvam de exemplo para se estender em mancha de óleo por esse país”. O presidente do conselho de administração da Infraquinta aproveitou a oportunidade para anunciar que a rede de abastecimento da Quinta do Lago, com cerca de 70 quilómetros de condutas, reforçou o estatuto de campeã nacional da luta contra o desperdício de água. “Quando pensávamos que seria muito difícil melhorar o índice de desperdício que, em 2015, se situava em 6,3 por cento, verificamos que, em 2016, através de todo o trabalho de monitorização e tecnologia de gestão inteligente, conseguimos fazer descer este valor para 4,6 por cento”, revelou Miguel Piedade. Num ano em que a seca se faz sentir em boa parte do país, os números record trouxeram satisfação ao governante, que fez notar que, “em Portugal, ainda se perde mais de 30 por cento da água disponibilizada nas redes e até há sistemas que perdem cerca de 70 por cento do que introduzem na rede” .
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RECEITAS DO CARNAVAL DE LOULÉ 2017 FORAM DISTRIBUÍDAS POR COLETIVIDADES E IPSS DO CONCELHO
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Câmara Municipal de Loulé atribuiu um montante de cerca de 65 mil euros, correspondente às receitas do Carnaval de Loulé 2017, a coletividades e instituições particulares de solidariedade social do Concelho, no âmbito da política de solidariedade associada a este evento. Assim, 50 por cento do valor arrecadado na edição deste ano do corso louletano foi entregue a quatro IPSS que têm desempenhado um papel relevante para a comunidade em termos sociais: Centro de Apoio à Criança
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de Quarteira, UNIR – Associação dos Doentes Mentais, Famílias e Amigos do Algarve, ASCA – Associação Social e Cultural de Almancil e Centro Social e Comunitário de Vale Silves. Os restantes 50 por cento das receitas foram distribuídos pelas 11 associações que participaram no desfile carnavalesco com grupos de animação, contribuindo para a folia: Grupo Desportivo das Barreiras Brancas, EXISTIR, APAGL – Associação dos Pais e Amigos da Ginástica de Loulé, DOINA – Associação de Emigrantes Romenos e
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Moldavos do Algarve, Motoclube de Loulé, AGAL – Grupo dos Amigos de Loulé, TUALLE – Tuna Universitária Afonsina de Loulé, Associação Artística Satori, Fundação António Aleixo e ADA – Academia de Dança do Algarve. A iniciativa pretende, por um lado, apoiar o trabalho das instituições que diariamente trabalham no terreno, junto das populações mais desfavorecidas, proporcionando-lhes o auxílio necessário para colmatar as suas carências. Por outro lado, é um incentivo ao envolvimento da comunidade naquela que é uma das festas mais emblemáticas da cidade, uma referência em termos nacionais, contribuindo para que os níveis artísticos do desfile sejam ainda mais elevados.
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Recorde-se que desde a sua primeira edição, em 1906, o «Carnaval Civilizado» de Loulé teve sempre um papel de beneficência, com a realização do chamado «Bodo aos Pobres», em que eram atribuídas 200 «esmolas» às pessoas carenciadas. Na década de 20, a organização do evento passou para as mãos da Santa Casa da Misericórdia de Loulé, tendo como objetivo a atribuição de toda a receita do Carnaval para o funcionamento do Hospital de Loulé, durante anos considerado um modelo na região do Algarve. Mais recentemente, a Câmara Municipal de Loulé, que desde os anos 70 passou a organizar o desfile, tomou a iniciativa de atribuir o montante arrecadado com a venda de bilhetes às associações do Concelho . ALGARVE INFORMATIVO #119
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OLHÃO SAIU DOS PLANOS DE AJUSTAMENTO FINANCEIRO
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Autarquia de Olhão foi informada, por despacho conjunto do Secretário de Estado das Autarquias Locais e do Secretário de Estado do Tesouro, assinado no dia 25 de julho, sobre a suspensão da aplicação dos Planos de Ajustamento Financeiro e das suas obrigações. O município olhanense enquadrou-se no Programa II do Programa de Apoio à Economia Local (PAEL), tendo celebrado o contrato de empréstimo com o Estado Português e obtido o visto do Tribunal de Contas em 27 de maio de 2013, no valor de quatro milhões, 83 mil e 539,95 euros. A adesão ao PAEL deveu-se a constrangimentos financeiros, consequência da crise financeira que assolou o País e que se repercutiu nas finanças de muitas autarquias locais. “Os esforços que realizámos ao longo deste mandato, bem como o rigor que ALGARVE INFORMATIVO #119
aplicámos na gestão das contas, permitiram-nos controlar e melhorar a situação financeira do Município, o que foi determinante para esta decisão agora tomada. Congratulamo-nos com esta decisão e mantemos o nosso compromisso de continuar a desenvolver uma gestão rigorosa e criteriosa do orçamento, para termos cada vez mais capacidade para investir na melhoria do nosso concelho, e na qualidade de vida dos nossos munícipes”, afirmou o presidente da Câmara Municipal, António Miguel Pina. Esta notícia surge na mesma semana em que foram tornados públicos os resultados do Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, uma referência na monitorização da eficiência do uso dos recursos públicos na administração local. O Município de Olhão surge em destaque devido aos resultados obtidos em diversos indicadores, nomeadamente no ranking das autarquias que mais melhoraram o prazo médio de pagamentos. Olhão subiu 94 posições na lista, de 128.º lugar, para 34.º. Olhão surge ainda na lista dos 20 municípios com melhor índice de liquidez, em 8.º lugar, e em 41.º lugar no ranking dos municípios com maiores resultados líquidos . 96
ESCOLA EB1 E JARDIM DE INFÂNCIA DA CAVALINHA ALVO DE OBRAS DE PINTURA E REPARAÇÃO
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ando seguimento no terreno ao conjunto de intervenções projetadas para o parque escolar de Olhão, foi assinado, no dia 28 de julho, entre o Município e a empresa «L 37 Unipessoal, Lda.», o contrato da empreitada da obra de pintura exterior e reparação na cobertura da Escola EB1 e Jardim de Infância da Cavalinha. A empreitada envolve uma diversidade de trabalhos, como a picagem de paredes, rebocos, pinturas, impermeabilizações, tratamento de cantarias e reparação de coberturas. Assim, os edifícios mais modernos, nomeadamente o do préescolar, o refeitório e a portaria, construídos depois do ano 2000, serão alvo de uma intervenção que passará, em termos gerais, pela remoção da pintura, reparação superficial de rebocos antigos fissurados, pintura, montagem de uma caixa de recolha de águas pluviais e revisão das caixilharias de alumínio e ombreiras. Nos edifícios centenários, construídos com pedra natural e base de cal, a intervenção consistirá na remoção total de todos os revestimentos existentes nos paramentos exteriores até ao reboco original do edifício, tratamento 97
das cantarias dos alçados do edifício, reboco dos paramentos exteriores com argamassa mineral para renovação de paredes antigas e respetiva pintura. Esta intervenção na Escola da Cavalinha contempla ainda o tratamento das grades de proteção e do mastro de bandeira, a pintura do brazão e do nome da escola e a pintura das chaminés. No que diz respeito à cobertura dos edifícios centenários, será alvo de uma limpeza integral, com vista à identificação e respetiva reparação de danos pontuais. Também a vedação será integralmente renovada, sendo sujeita a trabalhos de decapagem, regularização de paredes e muros, pintura das paredes exteriores da portaria e dos muros e tratamento dos portões exteriores. O preço total da adjudicação é de 88 mil e 566,10 euros, com um prazo de conclusão de 45 dias .
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VILA DO BISPO VENCE «PRÉMIO MUNICÍPIO DO ANO PORTUGAL 2017»
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município de Vila do Bispo venceu o «Prémio Município do Ano 2017», a nível regional, com o projeto «Evocação das Operações do U35 em Sagres», que decorreu, no dia 24 de abril, na Vila de Sagres, quando perfizeram os 100 anos sobre as ações protagonizadas pelo submarino da Marinha Imperial da Alemanha «U 35» nas águas do concelho. Nesse dia, os destroços dos navios afundados passaram a integrar o Património Cultural Subaquático da Humanidade (UNESCO). A data foi assinalada pelo Município e pela Marinha Portuguesa com uma cerimónia protocolar, com a apresentação do livro «As Ações do U 35 no Algarve» e com o descerramento de uma placa evocativa no Forte de Santo António do Beliche, seguindo-se uma deslocação aos locais de dois dos naufrágios e de um mergulho nos restos do navio «Torvore». Tratou-se do culminar de todo um trabalho intenso protagonizado pela Câmara Municipal de Vila do Bispo e pela Escola Naval, que envolveu também o uso de tecnologia de ponta da Marinha Portuguesa, os serviços da Universidade de Alicante, a comunidade escolar de Vila do Bispo e de Lagos, o interesse dos representantes diplomáticos das repúblicas alemã e francesa, bem como a hotelaria, os empresários da restauração e as ALGARVE INFORMATIVO #119
empresas marítimo-turísticas locais (entre outros). Este projeto, a partir dos resultados já alcançados, servirá de ponte para a criação, no futuro, de um itinerário subaquático nos destroços; para o alargamento das investigações aos vestígios da 2.ª Guerra Mundial; e para uma eventual revitalização do naufrágio do navio de guerra francês «L’Océan», afundado em 1759, entre as praias da Boca do Rio e da Salema. Visando uma perspetiva de desenvolvimento turístico, o Município de Vila do Bispo integra o Projeto de Cooperação Transfronteiriça Algarve – Andaluzia POCTEP «ODYSSEA BLUE HERITAGE» (destinado ao Turismo Náutico) e apoia a realização, em Sagres, do XXXI Campeonato do Mundo de Pesca Submarina, em 2018 . 98
MONTE GORDO VAI TER POSTO DA GNR
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freguesia de Monte Gordo vai ter um posto da Guarda Nacional Republicana, depois da confirmação ter sido dada pela Secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna, Isabel Oneto, ao presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, durante uma visita de trabalho ao concelho. O novo equipamento destina-se a aumentar o policiamento de proximidade naquela que é uma das principais zonas turísticas do Algarve e que, nos meses de Verão, mais do que quintuplica a sua população. Para o presidente da Câmara Municipal de VRSA, a medida responde aos anseios dos moradores e comerciantes e constitui
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uma meta há muito ambicionada pela autarquia. “Esta decisão resulta do trabalho conjunto desenvolvido entre a autarquia e o Governo e mostra o importante papel da freguesia de Monte Gordo no contexto do turismo algarvio, na medida em que estamos a contribuir para o sentimento de segurança de todos os que nos escolhem como destino de férias”, afirma Luís Gomes. Na visita efetuada, no dia 3 de agosto, ao município vila-realense, a Secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna conheceu igualmente o ponto de situação do processo de requalificação da esquadra da PSP de Vila Real de Santo António, obra que deverá avançar em breve .
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VILA DO BISPO TEM 11 PRAIAS DE AZUL E OUTRAS CORES
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s 11 praias do concelho de Vila do Bispo com Bandeira Azul (Cabanas Velhas, Burgau, Castelejo, Cordoama, Ingrina, Mareta, Martinhal, Salema, Tonel, Beliche e Zavial) dispõem de um novo atrativo para os veraneantes, designadamente painéis para tirar fotografias em formato de prancha. Tratase de um projeto idealizado pela autarquia e concretizado pelo ilustrador Pedro Seromenho que tem como objetivo assinalar o feito do município ter recebido o galardão da Bandeira Azul através da arte, da cor e da singularidade. Nesta perspetiva resultou o Zavial e os mexilhões, a Ingrina e o menir, o Castelejo e os perceves, a Cordoama e o bodyboard da Joana Schenker, a Salema e os dinossauros, o Burgau e o polvo, as ALGARVE INFORMATIVO #119
Cabanas Velhas e as estrelas-do-mar, o Tonel e o surf, a Mareta e os golfinhos, o Martinhal e o windsurf e o Beliche e a onda gigante. Para implementar este projeto estudou-se a localização geográfica, a envolvente ambiental e a temática, de forma a idealizar uma imagem que fosse representativa não só da praia em si, mas de toda a sua riqueza e história. A técnica escolhida foi a ilustração digital, uma vez que permite trabalhar com rapidez e em grande escala. Os painéis com dois metros de altura foram pensados em tamanho real para incorporar as expressões das crianças e dos pais, numa ótica de descontração e lazer. “Nesta sociedade moderna em que a foto de família e a «selfie» navegam a todo o vapor nas redes sociais, creio que o projeto ganhará uma 100
maior dimensão e amplitude na interação com os veraneantes. Quando pensei no público-alvo, visualizei uma família com crianças”, contou o autor, que se mostrou orgulhoso por ter ficado ligado ao projeto de um município pelo qual nutre tanta admiração e carinho. Nestas onze ilustrações, Pedro Seromenho acresceu a componente afetiva do que sentiu ou vivenciou. O autor considera-se um filho da terra, com a família em Vila do Bispo e uma infância passada com os seus avós maternos. “Passei a minha juventude a frequentar todas estas praias mas, para mim, a mais especial é o Castelejo. Foi onde encontrei a inspiração para escrever alguns dos meus livros e fazer muitas das minhas ilustrações. O meu pseudónimo é também uma homenagem ao meu avô José Seromenho e a todos os marisqueiros que lutam ou lutaram no mar por um punhado de perceves” .
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MUNICÍPIO DE SÃO BRÁS DE ALPORTEL CONQUISTA EQUIPA DE SAPADORES FLORESTAIS PARA O CONCELHO
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ítor Guerreiro, Presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, recebeu, no dia 3 de agosto, das mãos do PrimeiroMinistro António Costa, a chave da viatura, totalmente equipada, que servirá a nova Equipa de Sapadores Florestais de São Brás de Alportel, conquistada pelo município em virtude da aprovação de uma candidatura apresentada a um programa lançado pelo Governo. Em todo o país apenas foram aprovadas 20 das 120 candidaturas apresentadas e a de São Brás de Alportel em muito beneficiará a estratégia de defesa da floresta e de prevenção de incêndios, criando igualmente cinco novos postos de trabalho que estarão em permanência, no terreno, a proteger o território e as populações. Para além da viatura devidamente equipada, no valor de 40 mil euros, o Município de São Brás de Alportel recebeu, por parte do Governo, o apoio financeiro que permitirá fazer face, durante os primeiros cinco anos, às despesas necessárias para a constituição de uma equipa de cinco sapadores ALGARVE INFORMATIVO #119
florestais municipais. Esta equipa trabalhará durante todo o ano na gestão e defesa da floresta, desenvolvendo trabalhos de manutenção e limpeza e também de vigilância durante o período crítico de prevenção de incêndios florestais. “O nosso plano de ação de prevenção de incêndios está a partir de agora ainda mais reforçado, o que nos deixa muito satisfeitos. A floresta precisa de todo o nosso esforço e de todos os cuidados na sua defesa. Num concelho em que três terços do território são constituídos por área serrana, onde o património natural é uma das nossas maiores riquezas e potencialidades, a prevenção é a nossa maior prioridade”, referiu o Presidente da Câmara Municipal, Vítor Guerreiro .
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DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 5852 Telefone: 919 266 930 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil Email: algarveinformativo@sapo.pt Web: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: Daniel Pina
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