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ALGARVE INFORMATIVO 6 de outubro, 2018

«ASAS DE PAPEL» DO COLECTIVO JAT LUÍS BARRIGA LANÇOU «EM NOME D’EL REY» | «FUGIRAM DE CASA DE SEUS PAIS» «SE ALGUMA VEZ PRECISARES DA MINHA VIDA, VEM E TOMA-A» ALGARVE | «ANTIFRÁGIL» 1 INFORMATIVO #174


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CONTEÚDOS #174 6 DE OUTUBRO 2018 38

ARTIGOS 6 - Identidade Louletana 16 - Começou a terceira edição do «365 Algarve» 26 - Altice Portugal no Algarve 38 - Luís Barriga 48 - Net Me Up 60 - «Antifrágil» 68 - «Asas de Papel» 80 - «Se alguma vez precisares da minha vida, vem e toma-a» 92 - «Fugiram de casa de seus pais» 116 - Atualidade

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OPINIÃO 102 - Paulo Cunha 104 - Mirian Tavares 106 - Adília César 108 - Ana Isabel Soares 110 - Fábio Jesuíno 112 - Carla Serol ALGARVE INFORMATIVO #174

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REPORTAGEM

“O PATRIMÓNIO É UM VEÍCULO DE PAZ, DE COMPREENSÃO E DE ACEITAÇÃO”, DEFENDEU VÍTOR ALEIXO EM DIA DE HOMENAGEM AOS «GUARDIÕES» DA IDENTIDADE LOULETANA Texto:

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Vítor Aleixo, Presidente da Câmara Municipal de Loulé

Câmara Municipal de Loulé, no âmbito da exposição «LOULÉ: Territórios. Memórias e Identidades», prestou uma homenagem pública aos doadores e ALGARVE INFORMATIVO #174

guardiões da identidade de Loulé numa cerimónia que teve lugar, no dia 29 de setembro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, em Loulé, inserida nas Jornadas Europeias do Património de 2018, sob o tema «Partilhar Memórias». 6


António Carvalho, Diretor do Museu Nacional de Arqueologia

Para além dos homenageados, o momento contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, e do diretor do Museu Nacional de Arqueologia, António Carvalho. Integrado na exposição «LOULÉ. Territórios, Memórias, Identidades», o núcleo «Identidades», da autoria de Pedro Barros, regista mais de 40 «louletanos» singulares, cidadãos anónimos que doaram benemeritamente centenas, se não milhares, de peças arqueológicas que hoje fazem parte do acervo do Museu Municipal de Loulé. Outros ainda porque zelam pelos locais onde ainda existem fragmentos da memória louletana e identidades futuras, alguns dos «donos» de verdadeiras cápsulas do tempo que são os mais de 160 sítios arqueológicos do 7

Concelho de Loulé. E elogios aos louletanos e ao seu edil Vítor Aleixo não faltaram no discurso de António Carvalho, ao falar dos mais de 230 mil visitantes que teve, num ano e três meses, a exposição «LOULÉ: Territórios. Memórias e Identidades», do valor que foi reconhecido ao seu catálogo e da relação de enorme proximidade que aconteceu entre o Museu Nacional de Arqueologia e o Município de Loulé. “É um momento sublime e único de aprofundamento, do ponto onde se pode levar a relação íntima entre duas instituições”, enalteceu. O Diretor do Museu Nacional de Arqueologia lembrou que, durante os meses de maio e junho do corrente ano, por virtude da realização do Campeonato do Mundo de Futebol na ALGARVE INFORMATIVO #174


Rússia, o turismo abrandou em Portugal e isso mesmo se constatou no número de visitantes dos Museus, Palácios e Monumentos Nacionais. “A afluência ao Mosteiro dos Jerónimos, muito embora tenha superado o meio milhão de pessoas no Claustro, está 9,2 por cento abaixo do valor homólogo do ano anterior. Contudo, o Museu Nacional de Arqueologia subiu 14,1 por cento face a 2017, o que significa que a exposição «LOULÉ: Territórios. Memórias e Identidades» tem uma corrente própria de visitantes para além da normal afluência turística que existe na Praça do Império”, revelou António Carvalho. “Qualquer pessoa que lá vá consegue facilmente identificar quais são os grupos de cidadãos louletanos que percorrem a exposição, lado a lado com os normais turistas nacionais e estrangeiros. E isso é reflexo de um excelente trabalho que tem sido feito pelos setores da Educação, Cultura e Transportes da Câmara Municipal de Loulé”. De forma informal e sorridente, o diretor contou à assistência o episódio de uma criança que, durante a inauguração de «LOULÉ: Territórios. Memórias e Identidades», perguntou até quando a mostra estaria patente, com Vítor Aleixo e António Carvalho a responderem prontamente: ‘Até que o último louletano a tenha visitado’. De ALGARVE INFORMATIVO #174

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igual modo acredita que um acontecimento desta natureza não será fácil de repetir, mas garante que a exposição foi feita a pensar no futuro. “Desde a primeira hora que foi idealizada para contar os sete mil anos de história de Loulé, sem a qual não se pode falar da história da Europa e da Península Ibérica, sendo um verdadeiro «Portugal arqueológico em miniatura» e retratando temas com um grande alcance. E tudo aquilo foi «desenhado» para que pudesse ser, no futuro, remontado noutro espaço”, afirmou, dando o exemplo concreto de um núcleo que já foi desmontado do Museu Nacional de Arqueologia e remontado no Museu Municipal de Loulé. “A exposição é constituída por uma informação absolutamente credível e num suporte contemporâneo muito apelativo, pelo que aquele investimento pode ser perfeitamente reutilizável e adaptado a outras circunstâncias”, destacou António Carvalho. Certo é que, mesmo após a sua saída do Museu Nacional de Arqueologia, a exposição «LOULÉ: Territórios. Memórias e Identidades» jamais será esquecida, uma vez que o seu premiado catálogo estará na Biblioteca Nacional e nas múltiplas bibliotecas públicas e escolares de norte a sul de Portugal. “Continuará a ser uma fonte de consulta essencial e poderá dar azo, daqui a 50 ou 100 anos, a uma atualização da própria mostra”, frisou António Carvalho, confessando ainda o seu entusiasmo 9

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por verificar que a exposição serviu, igualmente, para um despertar da atenção do cidadão anónimo para a importância de se preservar o património histórico dos lugares. E não quis terminar sem dirigir uma palavra especial aos mais de 40 louletanos que constam do módulo «Identidades». “Vocês são centrais na nossa exposição, fizeram a diferença, porque os visitantes olham para os vossos rostos e compreendem a dimensão humana, palpável, tátil, de «LOULÉ: Territórios. Memórias e Identidades». Em muitas exposições tradicionais não se sabe quem é que recolheu as peças, perdeu-se a «biografia do objeto», o que não acontece nesta mostra sobre a história de Loulé”, salientou o Diretor do Museu Nacional de Arqueologia.

Emocionado falou Vítor Aleixo perante os seus conterrâneos, ele que sempre demonstrou um carinho especial pela valorização e tratamento do património cultural e histórico e da memória coletiva dos louletanos. “São temas que certamente vão estar no coração da política autárquica de Loulé nos próximos tempos, porque, com esta extraordinária exposição, ficamos com uma motivação adicional para fazermos mais e melhor no futuro”, assegurou o presidente da Câmara Municipal de Loulé, elogiando de imediato todos os louletanos que

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contribuíram para a realização de «LOULÉ: Territórios. Memórias e Identidades» “com o seu conhecimento e generosidade”. “Algumas pessoas, na sua simplicidade, não têm bem a noção da importância daquilo que fizeram quando encontraram um pedaço de uma ânfora, uma asa de um vaso, uma estela, e as guardaram de forma espontânea, por entenderem que aquilo carregava uma história muito significativa. Prestaram à nossa comunidade um serviço de grande relevância”. Para Vítor Aleixo, o património é um dos recursos mais importantes que os Municípios têm à sua disposição, sobretudo daqueles que olharem para ele numa perspetiva de investimento nas gerações vindouras. Daí que eleja, sem qualquer hesitação, a exposição «LOULÉ: Territórios. Memórias e Identidades» como a maior realização do seu primeiro mandato à frente da Câmara Municipal de Loulé. “Não é uma obra material, não é nenhuma ponte, estátua ou pavilhão, mas tratou-se de recuperar, estudar, sistematizar e organizar, de forma sólida e cientificamente estruturada, a nossa história de mais de sete mil anos. E já passaram por ela 230 mil pessoas num ano e três meses, adultos e crianças, muitos deles louletanos a quem a autarquia tem ajudado na deslocação a Lisboa”, lembrou o edil. “O primeiro ativo diferenciador do território são as pessoas, assim como o património cultural que elas nos vão legando ao longo dos tempos. A nossa herança 11

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cultural é um ativo essencial para o desenvolvimento económico e para a coesão territorial e social do concelho”, enfatizou Vítor Aleixo. O autarca adiantou ainda que este trabalho e postura não terminaram após a inauguração de «LOULÉ: Territórios. Memórias e Identidades». “Num mundo global onde as referências são muito diluídas, se liquefazem no dia-a-dia e não marcam, as nossas gerações têm ali uma excelente oportunidade para perceber o que é ser «louletano». É bastante importante sermos pessoas de paz e abertas aos outros povos e culturas, mas não devemos perder a consciência fortíssima das nossas identidades e raízes. O património é um veículo de paz, compreensão e aceitação de todos os homens e mulheres que passam por esta vida”, defendeu, antes de falar da candidatura apresentada ao CRESC Algarve 2020 para a valorização das Antas do Ameixial e da Escrita do Sudoeste, o que permitirá criar roteiros temáticos por aquele território do interior do concelho, assim como da georreferenciação dos sítios arqueológicos, mais uma mais-valia para dinamizar o turismo cultural. “Estamos ainda em conversações com o «Vilamoura World» para resgatarmos o Cerro da Vila para a gestão municipal e, em Loulé, estamos a preparar o «Quarteirão Cultural», que integra a reestruturação do Museu Municipal de Loulé”, desvendou Vítor Aleixo . ALGARVE INFORMATIVO #174

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REPORTAGEM

TERCEIRA EDIÇÃO DO «365 ALGARVE» JÁ ESTÁ NO TERRENO Texto:

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acordeão de João Frade, o timbre único de Sara Afonso e as vozes enérgicas das algarvias Moçoilas e da conhecida Ana Bacalhau deram o «pontapé-desaída», e em grande estilo, à terceira edição do «365 Algarve», no dia 4 de outubro, no Jardim Manuel Bívar, em Faro. Esta foi a primeira vez que o programa cultural arrancou com um evento criado de propósito para esse fim, cumprindo, deste modo, o desígnio de promover a criação artística no Algarve e de dar a conhecer novos nomes para lá das fronteiras da região. Antes disso houve lugar à apresentação formal do programa, junto ao Colombus Wine & Cocktail Bar, durante a qual Rogério Bacalhau, presidente da Câmara

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Municipal de Faro, realçou a dinâmica que o «365 Algarve» alcançou em tão pouco espaço de tempo. “Realiza-se na época baixa, chama a atenção para a problemática da sazonalidade que ainda afeta a região e é um programa que leva a cultura a lugares onde ela habitualmente não está presente, o que permite mostrar aos outros realidades que são muito nossas e que, por vezes, nem nos lembramos delas”, afirmou. O edil farense destacou igualmente o papel do «365 Algarve» em termos de descentralização, organizando eventos culturais, não só nos grandes centros populacionais, mas também nas zonas de baixa densidade. Do mesmo modo, mostrou-se satisfeito pelo empenho dos agentes culturais e do movimento 18


associativo em torno desta iniciativa conjunta das Secretarias de Estado da Cultura e do Turismo e que é financiada pelo Turismo de Portugal e operacionalizada pela Região de Turismo do Algarve e pela Associação Turismo do Algarve. “É importante termos agentes culturais com força e dinâmica e que nos permitam proporcionar aos residentes mais opções culturais e mostrar a quem nos visita a nossa traça genuína”, acrescentou Rogério Bacalhau. João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve, falou de um dos grandes sucessos do programa, o «Video Lucem», “que propõe ver filmes mudos sobre temáticos que nos caracterizam e orquestrados por bandas muito interessantes e que tornam estes eventos sempre bastante concorridos e vivenciados”. Já Pedro Lopes,

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administrador do Grupo Pestana no Algarve, lembrou que os turistas internacionais que visitam a região prezam imenso a autenticidade das suas gentes e dos seus locais. “De acordo com os dados oficiais, 80 por cento dos residentes e visitantes tiveram conhecimento do «365 Algarve» no ano passado, 30 por cento foram reincidentes, o que não é mau, e este programa permite-nos, por exemplo, ir a Monchique beber um medronho e ver teatro nas ruas e nas destilarias”. O empresário hoteleiro destacou, entretanto, a maior ligação existente entre a Região de Turismo do Algarve e os operadores turísticos com vista a uma divulgação mais forte e incisiva sobre todas estas iniciativas culturais. “É o resultado de ser uma terceira edição, pois temos vindo a evoluir neste

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«casamento» entre a cultura e o turismo”, justificou João Fernandes. “Temos a felicidade deste convite à criatividade dos artistas se ter traduzido em inovação na oferta turística e, a cada edição que passa, essa oferta vai melhorando e temos mais pessoas nos espetáculos e com um maior grau de satisfação. Ninguém tem dúvidas de que vale a pena vir ao Algarve, na época baixa, e a todo o território”, enfatizou o líder do Turismo do Algarve. E Pedro Lopes aproveitou a oportunidade para apelar à continuidade do «365 Algarve» para além das três edições que estavam inicialmente garantidas pelas Secretarias de Estado da Cultura e do Turismo. “Mais três anos, pelo menos, seria ótimo”. ALGARVE INFORMATIVO #174

A tarefa de desvendar o que será a terceira edição do «365 Algarve» coube, como não poderia deixar de ser, à comissária Anabela Afonso, que prontamente elogiou o trabalho de toda a equipa responsável pelo programa, ao mesmo tempo que endereçou um agradecimento especial à Secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, e ao seu colega da pasta da Cultura, Miguel Honrado, “pelo entusiasmo que têm colocado no projeto desde o início e pelo apoio condicional que dão a quem está no terreno”. “Também os municípios são imprescindíveis para acolher estes projetos, assim como os agentes 20


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culturais que têm a ousadia de avançar com as propostas, e os operadores turísticos. Queremos que cultura e turismo trabalhem cada vez mais em conjunto, porque é uma relação em que todos ganham”, assegurou Anabela Afonso. Sobre o terceiro «365 Algarve», apostouse forte em projetos com capacidade de circulação no território, harmonizou-se a comunicação entre todos os envolvidos para que o público receba uma informação mais facilmente identificável em termos visuais e introduziu-se, no regulamento, uma nota que incentivava parcerias ALGARVE INFORMATIVO #174

efetivas entre turismo e cultura. “Este ano são 20 projetos e mais de 400 apresentações e, apesar de serem menos quatro projetos que na edição anterior, estão 224 entidades envolvidas, quase o dobro em relação à segunda edição”, revelou Anabela Afonso. E, para além de alguns eventos que se repetem, casos do Festival do Contrabando, «Jazz nas Adegas», Festival Luza, «Momentos Fantásticos com o Património», «Lavrar o Mar», «Encontros do DeVIR», «Video Lucem», Festival Internacional de Música de Portimão ou «catPlay», há várias novidades, como o «Moda Vestra», 22


realizado em conjunto com a Rede Azul; o «Poesia a Sul», que pela primeira vez está inserido no «365 Algarve»; o «Algarve Desvendado», uma extensão do «Faro Desvendado»; o Algarve Flash Mob Choir; e Elastic, que junta teatro, portos e barcos; entre outros. Quem não faltou à apresentação do terceiro capítulo do «365 Algarve» foi a Secretária de Estado do Turismo, descrevendo uma relação de paixão entre os agentes culturais e do turismo. “Muitas vezes falamos linguagens diferentes, esta relação teve alguns solavancos, momentos mais rápidos, outros mais tensos e difíceis, mas estamos agora numa fase mais madura em que cada parte percebe aquilo que pode dar e o que cada um pode melhor rentabilizar através deste programa”, sublinhou Ana Mendes Godinho. “O Algarve tem vida ao longo de todo o ano, apesar de ainda

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persistir a noção, junto de alguns turistas, de que no Inverno não se passa nada na região. Este programa demonstra que o Algarve está cheio de energia cultural e que, mesmo na época baixa, há sempre alguma coisa a acontecer em todos os concelhos”, reforçou a governante. E sobre o repto dos presentes em relação à continuidade do «365 Algarve», a Secretária de Estado do Turismo garantiu que este «casamento» está a dar frutos e que vai prosseguir enquanto todos os envolvidos assim o desejarem. “É um programa feito para quem está no Algarve, sejam residentes – portugueses ou estrangeiros – ou turistas, e vai durar se os hoteleiros, os agentes culturais e o público o quiserem”, finalizou Ana Mendes Godinho .

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REPORTAGEM

Alexandre Fonseca, Presidente Executivo da Altice Portugal e Rogério Bacalhau, Presidente da Câmara Municipal de Faro

ALTICE PORTUGAL INICIA SEGUNDA VAGA DE INVESTIMENTO EM FIBRA ÓTICA EM FARO Texto:

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Altice Portugal continua a apostar forte numa relação de proximidade com os seus clientes, sejam eles consumidores finais ou autarquias, entidades, estabelecimentos de ensino ou outras forças vivas da sociedade, uma relação que se estende ALGARVE INFORMATIVO #174

para além da componente puramente tecnológica, passando também pela proximidade ao território e pela responsabilidade social. Por isso mesmo tem investido em zonas de baixa densidade populacional em cobertura tecnológica, investimento e emprego, fazendo-o de forma transversal a todo o 26


país, porque levar as novas tecnologias a todo o território é fundamental para aumentar a inclusão digital, o acesso a serviços avançados e o desenvolvimento social. Foi com esta ideia em mente que o Comité Executivo da Altice Portugal, liderado pelo seu Presidente Executivo, Alexandre Fonseca, se deslocou ao Algarve para levar por diante um conjunto de iniciativas nos dias 3 e 4 de outubro, a primeira das quais na Câmara Municipal de Faro, mais concretamente a assinatura de um protocolo de cooperação para uma segunda vaga de investimento neste concelho em termos de fibra ótica de última geração. “O objetivo é o concelho de Faro ter uma cobertura superior a 80 por cento de rede de fibra ótica, o que é extremamente importante para nós, porque a autarquia tem vindo a apostar

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nas vertentes de novas tecnologias, inovação e empreendedorismo. E sairmos das zonas urbanas e passarmos para zonas ditas do interior ajuda a combater a desertificação, já que as pessoas têm esse aspeto em conta até quanto estão a escolher o local onde vão viver. Hoje, o acesso às novas tecnologias é praticamente uma necessidade básica no nosso dia-adia”, frisou Rogério Bacalhau, após a assinatura do protocolo. Reconhecendo que este ato vem melhorar as condições empresariais e de empreendedorismo em Faro, e no Algarve, o edil farense confirmou que, de facto, os acordos estabelecidos com a Altice terão impactos diretos na afirmação deste concelho a vários níveis. “Ao alargarmos a todos os pontos do território a cobertura de

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fibra ótica estamos a possibilitar à comunidade por inteiro o acesso a fluxos de informação muito mais acelerados, capazes de suportar mais eficientemente aplicações de voz, dados, multimédia e vídeo”, salientou, ao passo que Alexandre Fonseca entende que “esta atuação será determinante para a geração de valor, ajudando a captar mais empresas e investimento para a região com criação de mais emprego”. “Não somos alheios ao crescimento e desenvolvimento que se tem registado na cidade e no concelho de Faro e queremos acreditar que os investimentos aqui efetuados pela Altice têm contribuído de forma positiva para essa realidade”, apontou o Presidente Executivo da Altice Portugal. Investimentos na dotação de rede física e móvel de nova geração, bem como de novas tecnologias que permitam reduzir assimetrias dentro do concelho de Faro. “Hoje, perto de 50 por cento da população de Faro tem cobertura de fibra ótica e queremos alargar essa cobertura a mais de 80 por cento, em 2019, não só nas zonas mais densamente populacionais de Faro, mas nas regiões do interior do concelho e de desenvolvimento empresarial. Este investimento exponencia dois dos grandes eixos estratégicos da atuação da Altice em Portugal: o investimento e a proximidade”, salientou Alexandre Fonseca. “Trazer fibra ótica para o concelho de Faro vai gerar valor, captar investimento, atrair empresas, criar empresas e contribuir para o desenvolvimento social e económico desta região”, reforçou.

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O Presidente da Altice Portugal lembrou que, há algumas décadas, se construíam autoestradas físicas para aproximar o Algarve de Lisboa e Porto, com as autoestradas, no século XXI, a serem bem diferentes, aproximando as populações e contribuindo para o desenvolvimento da digitalização social de Portugal. “São investimentos em prol do país e que vão dão frutos, durante as próximas décadas, nos concelhos onde são realizados. Investimentos na rede móvel 4G, no 5G que estará disponível em breve e na «internet das coisas» que liga, atualmente, milhões de dispositivos um pouco por todo o mundo”, destacou, aproveitando para deixar o seu compromisso com o projeto «Algarve Tech Hub», a quem já muitos chamam de «Silicon Valley do Algarve» e que irá nascer na Universidade do Algarve. “Podem contar com a Altice Portugal e a Altice Labs para o desenvolvimento deste projeto tão importante para a região. Nascendo e vivendo dentro da Universidade do Algarve, vai procurar desenvolver a componente de tecnologias de informação e de comunicação e com um potencial aliado na área do turismo. Aplaudimos este projeto que, segundo sei, nasceu em 2001 e que, 17 anos depois, vê a luz do dia e a realidade, trazendo inovação, criatividade e investigação e contribuindo para a diversificação do desenvolvimento económico do Algarve, não estando dependente dos setores mais tradicionalmente a ele associados”. 28


Alexandre Fonseca garantiu, entretanto, que esta aposta no Algarve é para continuar e não se cinge apenas à fibra ótica e às redes, mas também às áreas culturais e de desenvolvimento social. “Fomos parceiros tecnológicos do Festival F e estivemos presentes numa das maiores discotecas do Verão algarvio, porque queremos fazer parte da vida do Algarve, dos algarvios e daqueles que desfrutam deste clima, deste sol, mas também das elevadas competências tecnológicas que o Algarve hoje tem”, declarou o Presidente da Altice Portugal, recordando que está em curso

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um investimento transversal a todo o território, chegando às regiões mais remotas, a 27 mil lugares em 308 concelhos, com mais de três milhões de quilómetros de cabo de fibra. “Em setembro de 2015 apresentamos um projeto para Portugal que pretende garantir a cobertura de cinco milhões e 300 mil casas portuguesas com fibra ótica até 2020. Hoje, já servimos quatro milhões e 300 mil casas de Portugal com fibra ótica da Altice Portugal, num investimento que rondará quase dois mil milhões de euros”, evidenciou Alexandre Fonseca. No que toca ao aumento da cobertura do concelho de Faro para valores superiores aos 80 por cento, a missão deverá estar concluída durante o terceiro trimestre de 2019, mas depois a ALGARVE INFORMATIVO #174


vontade da Altice Portugal é atingir-se os 100 por cento. E Alexandre Fonseca voltou a reforçar a importância do Algarve Tech Hub, pelo seu potencial para contribuir para o desenvolvimento das tecnologias de informação e da comunicação eletrónica e que servirá para captar e reter talento, português ou estrangeiro, em Portugal. “Estamos sempre atentos a estas iniciativas e projetos, sobretudo por via da Altice Labs, o nosso braço de investigação e desenvolvimento tecnológico para todo o grupo Altice e que está também ele fixado em Portugal. Trazer literacia digital e captar talento e conhecimento para o nosso país devem ser prioridades de todos nós para continuarmos a colocar Portugal no radar do desenvolvimento da transformação digital a nível global, um fenómeno que é imparável”, defendeu. “A Altice Labs é responsável por um ecossistema que junta universidades, start-ups, incubadoras, entidades ALGARVE INFORMATIVO #174

governamentais, câmaras municipais e organismos centrais, regionais e locais”, acrescentou. Altice Labs que tem sede em Aveiro mas prossegue com o seu processo de descentralização, tendo o primeiro polo sido aberto em Viseu, seguindo-se a Ribeira Brava, na Madeira, e chegando agora um terceiro laboratório a Olhão, fruto de um trabalho que começou a ser feito, em 2017, com a AMAL, a CCDR e as autarquias algarvias. “Esse protocolo vai ser assinado amanhã, em Olhão, sendo expectável que, no início de 2019, o laboratório esteja em pleno funcionamento. É um laboratório colaborativo que tem um forte envolvimento com a Universidade do Algarve, porque é ela que fornecerá a matéria-prima com que vamos trabalhar. Quando falamos de inovação, falamos de cérebros, de talento e conhecimento, e isso só as 30


universidades é que nos podem dar”, referiu Alexandre Fonseca, explicando que, destes Altice Labs saem, normalmente, dois tipos de resultados finais: “Ou produtos tecnológicos que são depois incorporados nas ofertas comerciais do Grupo Altice – MEO, PT Empresas, Mosh e Sapo; ou ajudamos na incubação de projetos, de ideias concretas, de startups, e na sua relação com o universo Altice. Estamos presentes em 10 geografias, contamos com 50 milhões de clientes espalhados pelo mundo inteiro, e podemos apoiar a exportação desses projetos, «dar asas» a essas iniciativas”

ALTICE PORTUGAL E ALTICE LABS APOIAM ALGARVE TECH HUB Com o objetivo de promover a captação e retenção de talento na região, bem como o desenvolvimento de projetos académicos

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de interesse público ou de negócio que dinamizem a economia regional, foi assinado, no dia 3 de outubro, um protocolo de cooperação entre a Universidade do Algarve e a Altice Labs SA. O protocolo tem como finalidade o estabelecimento de ações de colaboração científico-tecnológicas, tendo em vista o desenvolvimento de atividades voltadas para a formação de recursos humanos e para a difusão de conhecimento. E Alcino Lavrador, Diretor Geral da Altice Labs, lembrou precisamente os 45 anos ligados à academia “como potencial de investigação e inovação para servir as pessoas e tornar os nossos serviços mais eficientes”. Tendo em conta o know-how em investigação científica e académica da UAlg, foi também assinado um

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protocolo de cooperação com vista à realização de um Fórum Tecnológico subordinado ao tema «Impacto da Transformação Digital nos Serviços e Turismo da Região Algarvia», que envolve a Universidade do Algarve, o Município de Faro, a Altice Portugal, a Altice Labs e a Megafin, Sociedade Editora S.A. Por último, foi estabelecido um protocolo geral de cooperação entre a Altice Portugal e a Associação Algarve Science and Technology Park (ASTP) - Parque da Ciência e Tecnologia do Algarve, para promoção de um ecossistema de inovação regional. Além da UAlg, a ASTP tem como associados os Municípios de Faro e de Loulé e a Associação Nacional de Jovens Empresários. Este protocolo tem como propósito a criação e dinamização do ecossistema tecnológico na região algarvia, promovendo novas oportunidades tecnológicas para empresas que trabalhem na área das Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica (TICE), da Saúde e Bem-Estar, das Industrias Culturais e Criativas, do Mar, do Agroalimentar, e da Energia. Para a Altice Portugal, as universidades portuguesas têm sido basilares no sucesso dos projetos, da dinâmica empreendida e do negócio com o mundo, dai a intenção de apoiar o Algarve Tech Hub. “A Altice Labs, como é público, tem um know-how reconhecido em termos de expertise, tecnologia e inovação e dispõe de conhecimentos e parcerias que podem acrescentar muito valor ao projeto, contribuindo significativamente para o seu desenvolvimento e potencial de sucesso”, apontou Alexandre Fonseca, Presidente Executivo da Altice Portugal. Já o reitor da Universidade do Algarve, Paulo ALGARVE INFORMATIVO #174

Águas, confirmou que este apoio é fundamental, tratando-se de uma parceria chave para a Universidade do Algarve. “A Altice Portugal e a Altice Labs serão parceiros estratégicos para alavancar dinâmicas que vão beneficiar não só a Universidade, mas todo o território do Algarve”. Presente na cerimónia, o presidente da Câmara de Municipal Faro, Rogério Bacalhau, destacou igualmente o contributo que é dado pela Altice a um projeto “no qual estamos muito empenhados, pois permite-nos alargar horizontes para todos os empreendedores que cada vez mais procuram o Algarve e Faro como um polo de inovação, dinamismo e empreendedorismo e reforça a oportunidade para sermos a casa de mais empresas tecnológicas, serviços de inovação e start-ups nacionais e de outros países”. De acordo com Hugo Vieira, diretor nacional da ANJE, o protocolo com a Altice Portugal surge “no momento certo e no sentido de aportar valor a este movimento de convergência, que já existe, solidificando este caminho que temos vindo a percorrer”. Alcino Lavrador, diretor da Altice Labs, confirmou que “a Academia é um pilar da nossa atuação, porque permite alargamos o potencial de investigação e produção de base tecnológica”. “É isto que mais que contribui para a nossa missão de produção de soluções que tornem também as empresas mias eficientes. Quando hoje a Altice Portugal promove a proximidade com as pessoas e com o território, trata-se 32


também de uma aposta na inovação e no reforço desta capacidade de investigação. Trata-se de transformar conhecimento que é produzido nestes verdadeiros centros de saber, em produtos e serviços”

INCUBADORA DA ALTICE NO ALGARVE VAI FICAR EM PECHÃO Decorreu, no dia 4 de outubro, a assinatura do memorando estratégico que formaliza a criação, no concelho de Olhão, de uma incubadora de empresas de base tecnológica, fruto de uma parceria entre a autarquia e a Altice Labs, o ramo do Grupo Altice que se dedica à inovação. Em causa está a implementação em Olhão de uma incubadora de investigação e desenvolvimento de produtos de base tecnológica, que surge na sequência de outros dois polos complementares à 33

estrutura principal, na Universidade de Aveiro, situados em Viseu e no Funchal. Na prática, este polo funcionará como uma plataforma a partir da qual empresas e desenvolvedores particulares poderão trabalhar em novas aplicações ou tecnologias que se enquadrem na estratégia de desenvolvimento do grupo Altice. Esta parceria será o resultado de um encontro de sinergias: à autarquia compete proporcionar as instalações e dinamizar as entidades que vão avaliar as propostas que se candidatem; a Altice, por seu lado, contribuirá com todos os recursos à sua disposição, do financiamento ao know-how, passando pelo acesso das ideias de inovação, produtos e tecnologias que surjam a um mercado global. “É um momento histórico para o concelho”, considerou

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o presidente da autarquia, António Miguel Pina, para quem é fundamental “proporcionar aos nossos jovens a possibilidade de se fixarem na região, dando assim mais um «salto» no crescimento do concelho”. Um concelho que teve a sua origem na atividade piscatória, que evoluiu para a indústria conserveira e, mais recentemente, assistiu ao evento do aumento da atividade turística. Por isso, para o autarca, a Altice teve visão estratégica ao escolher Olhão, um concelho que dispõe de condições ótimas para a instalação de uma estrutura desta natureza. “Temos as condições de acolhimento, temos a proximidade de uma universidade e temos, agora, um parceiro estratégico importantíssimo

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para concretizar esta ambição de posicionar Olhão na dianteira das novas tecnologias”. Conforme explicou o presidente Executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, “hoje concretizamos o compromisso para tornar realidade a nossa presença física no Algarve, em particular no município de Olhão, para estarmos aqui, ao lado dos olhanenses, a estabelecermos um laboratório colaborativo que vai desenvolver inovação e tecnologia, não apenas para esta região, mas para todo o mundo”. De acordo com o responsável da multinacional, o passo agora dado em Olhão é “decisivo para atrair e fixar talento digital que, de

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forma sustentada, contribuirá para o crescimento da região”. O projeto vai tornar-se uma realidade no terreno a breve trecho, conforme revelou o presidente da autarquia olhanense, falando do “bom andamento” do processo de criação das instalações da incubadora em Pechão. Na cerimónia, a Altice aproveitou ainda para entregar a cada um dos agrupamentos escolares do concelho um tablet, equipado com uma plataforma eletrónica que contem conteúdos pedagógicos, tutoriais, vídeos e exercícios “que permitem juntar a comunidade educativa e contribuir decisivamente para a modernização do sistema educativo”, nas palavras do presidente Executivo, Alexandre Fonseca. “A Altice assume-se como parceiro de transformação, que tem que ter um enfoque particular na realidade 35

educativa e nos modelos educacionais”, acrescentou o responsável. Esta nova «ferramenta» constituirá, para o presidente da autarquia, uma oportunidade para, “em conjunto com os agrupamentos escolares, criarmos uma consciência coletiva para a importância da aprendizagem em ambiente digital como fator de preparação para um mundo que é, cada vez mais, digital”. Na cerimónia do dia 4 de outubro foi igualmente instituído um Conselho Estratégico de Inovação e Tecnologia, integrado por elementos da autarquia e da Altice, mas também por representantes de entidades com atividade relevante em diversas áreas da comunidade local e regional .

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ENTREVISTA

«EM NOME D’EL REY» É O NOVO LIVRO DE LUÍS BARRIGA Texto:

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uís Barriga apresentou, no dia 29 de setembro, nos jardins do Palácio de Estoi, o seu mais recente livro, «Em Nome d’El Rey», obra que retrata a vida impressionante de um cavaleiro ao serviço de Portugal e que relembra, ao leitor, aquilo que nos torna heroicos, mas também humanos. E foi precisamente no Palácio de Estoi que estivemos, uns dias antes, à conversa com o Mestre em Psicologia Perinatal e antigo militar da Cavalaria que também já foi jornalista, fotógrafo amador, técnico de instalações elétricas e docente universitário. “É um romance histórico diferente dos outros livros que escrevi e que começou a ser equacionado, ainda na minha adolescência, quando tive conhecimento de um cavaleiro do tempo das Descobertas, que participou nas conquistas de África e que foi nobilizado por D. Manuel I. No entanto, por diversos motivos, ficou esquecido na História de Portugal”, conta o escritor. Uma curiosidade acerca do dito cavaleiro que nasceu por partilharem o mesmo sobrenome – Barriga – embora não exista qualquer relação ancestral entre o Lopo de então e o Luís de agora. Entretanto, o algarvio, natural de Estoi, seguiu o seu trajeto profissional e só há poucos anos é que se dedicou à escrita, com «Em Nome d’El Rey» a ser agora editado pela «Clube do Autor». Um estilo literário quiçá com menos expressão em termos comerciais em terras lusitanas, mas de grande responsabilidade, reconhece. “Convém não cometer atrocidades em relação à história que se conhece, pelo que temos que respeitar a cronologia dos acontecimentos reais. Claro que, depois, ALGARVE INFORMATIVO #174

há espaço para a criatividade, ainda para mais por se tratar de uma época em que a documentação é escassa, muita dela até contraditória e escrita a mando de quem estava no poder, portanto, nem sempre fidedigna”, comenta Luís Barriga. Neste cenário, há que fazer escolhas e correr alguns riscos, mas também conjugar a informação de maneira a que ela fique coerente e correta e não induza o leitor em enganos, ou seja, “distinguindo claramente o que é História e o que é Ficção”, salienta o entrevistado, o que obriga o autor a fazer um maior trabalho de casa antes de começar a escrever propriamente o romance. “E temos que beber do ambiente, da forma de estar, de toda a envolvente daquela época, para que a história tenha consistência e surja de modo natural ao leitor. É um trabalho de pesquisa bibliográfica, mas também de interpretação da vivência que as personagens teriam naquela altura, porque pensariam e agiriam de forma diferente do que sucede nos dias modernos. Estariam concionados a um tipo de cultura e de visão do mundo próprios da época”, aponta o psicólogo, acrescentando, porém, que os seres humanos são bastante parecidos, independentemente do período da história em que vivam. Esta não foi, contudo, a estreia de Luís Barriga na escrita, tendo lançado, em 2015, «Sombra e Sol – Vai a rua a duas cores», “como que para arrumar o passado”, descreve. “Foi uma espécie de construção de um quebra-cabeças em que fui colocando peças que tinha 40


em memória numa história coerente sobre as últimas quatro décadas de Estoi, do Algarve e de Portugal antes do 25 de Abril de 1974”, explica. A este romance histórico com uma cronologia bem definida seguiu-se «Mais Sol que Sombras», em 2016, em que a personagem principal do primeiro romance se torna o narrador do segundo, já no pós-25 de abril, até meados dos Anos 80. “Tratou-se de um período muito rico e importante em termos culturais, de enriquecimento, crescimento e desenvolvimento da Democracia. Depois, ainda fiz o «Festa da Pinha», especificamente sobre esta festividade com fortes tradições em Estoi”. «Em Nome d’El Rey» ditou, então, uma viagem ao passado mais distante, depois 41

de ter ganho calo, tarimba, experiência, com as três obras anteriores. “Até de me sentir capaz de o fazer, embora nada tenha sido planeado. As coisas na nossa vida vão, frequentemente, acontecendo por influência dos outros, pelas pessoas gostarem de ler o que escrevemos, por nos incentivarem a continuarmos neste percurso”, admite o autor, de brilho nos olhos quando nos fala do desafio superado que foi este livro. “Tive que recriar momentos de guerra, batalhas com armas que já não se usam, ambientes que não estão no nosso ADN. Quando escrevemos sobre algo que conhecemos bem, provavelmente a escrita será mais credível, mas aqui dei o salto para algo com que apenas tive contato por via de documentos ou filmes”. ALGARVE INFORMATIVO #174


Se, em Portugal, o romance histórico não é muito explorado pelos escritores, provavelmente por ser um estilo com menos leitores, o panorama é bastante diferente quando olhamos para fora das nossas fronteiras. Ali encontramos nomes sobejamente conhecidos como Simon Scarrow, Bernard Cornwell, Wilbur Smith ou Steven Taylor, entre outros, e, de repente, Luís Barriga encontra-se nas mesmas prateleiras nas principais livrarias nacionais, um salto que nunca tinha passado pela cabeça do farense. “Claro que sempre tive a ambição de ver o meu livro fisicamente à venda nos espaços comerciais, algo que, infelizmente, ainda não tinha conseguido com os três anteriores, apesar do trabalho excelente da Arandis Editora, uma editora regional que se dedica, sobretudo, a divulgar as obras dos escritores algarvios. A «Clube do Autor» interessou-se por este livro e vamos ver o que acontece e o que se dirá sobre aquilo que eu escrevi”, refere, de modo desprendido. O lucro não é, seja como for, o que move Luís Barriga, embora estejamos a falar de uma paixão que consome muitas horas. Todavia, isso não o apoquenta, está habituado a fazer várias coisas em simultâneo, a par da sua atividade principal e das consultas de psicologia que também dá. “Durante alguns anos dei aulas no INUAF, em Loulé, que encerrou em 2014, e passei a dedicar à escrita as horas que antes ocupava com a preparação das aulas e a correção dos testes. Troquei uma atividade por outra

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e o ritmo continuou igual”, recorda, com um sorriso, confessando que o processo criativo na escrita sempre foi algo que o fascinou. No seu caso concreto, tudo começa com uma época ou um personagem real, depois, parte para a fase de recolha de informação e, finalmente, arranca a fase da escrita em si. “A história pode crescer para trás ou para frente e aumentar com a introdução de novos factos que vão sendo descobertos. No romance histórico tenho que passar pelas cronologias que considero importantes para aquele enredo e depois, à medida que vou escrevendo, vão aparecendo os problemas para resolver. Como é que ponho esta personagem ali, como é que arranjo este conflito, como é que incluo aquele momento de paixão, para que se mantenha o interesse do leitor”, descreve, reconhecendo que, com esta maneira de escrever, acaba por ele próprio ser surpreendido pelo livro que está a escrever. E a verdade é que não é nada fácil chamar a atenção do leitor para um livro e depois «prendê-lo» da primeira à última página da obra, num mercado em que todos os dias saem novos títulos. “Este livro situa-se entre duas escritas diferentes: a histórica, em que só pegam nela os verdadeiramente interessados nesse género ou que estão obrigados por questões profissionais ou de estudo; e o romance, que prende o leitor pela narrativa, pela construção das personagens, pelas reflexões que elas fazem. Neste meio-termo tenho que 42


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cativar o leitor criando contextos a que ele se sinta ligado emocionalmente. Para mim é essencial que os personagens do livro transmitam emoções que são comuns a todos os seres humanos”, entende o psicólogo. “Não sei se os escritores que têm outra formação académica estão tão conscientes da coerência das suas personagens em termos dos comportamentos psicológicos. Na vida real aceita-se tudo, na vida ficcionada as coisas têm que ser coerentes, caso contrário, as pessoas estranham”. Um facto comum nos romances históricos é as personagens principais surgirem em vários livros, ou os enredos ocuparem diversos tomos, mas o mesmo não acontecerá com «Em Nome d’El Rey» porque, apesar de haver uma espécie de dois finais, a verdade é que Lobo Barriga morre mesmo na história. “Ele foi degolado em Safim, não há volta a dar, esse campeonato está encerrado. Em termos cronológicos segue-se a época do Camões e da Batalha de Alcácer-Quibir, mas não sei se irei por esse caminho”, admite Luís Barriga, até porque tem outros dois livros em mãos e não sabe qual deles tomará a dianteira em termos de processo criativo. “Tenho um romance atual, sem tanta preocupação histórica, sem uma datação de acontecimentos tão rigorosa, onde vou colocando os personagens a conviver com alguns acontecimentos do quotidiano, com conflitos dos nossos dias. O outro incide sobre uma época histórica que me fascina imenso e da qual tinha pouco conhecimento, a da Invasão Francesa e sobre tudo o que sucede até às revoluções liberais. A ideia geral que os portugueses têm desse ALGARVE INFORMATIVO #174

período é de um povo que se uniu contra os invasores, que combateu e escorraçou os franceses, mas nada foi assim tão simples”, avisa o entrevistado. “As grandes figuras da época em termos culturais e de pensamento intelectual apoiavam os ideais da Revolução Francesa e queriam a derrota do Absolutismo Monárquico, o que criou um caldo muito interessante para a escrita. Para impedirmos a invasão dos franceses agarramo-nos aos ingleses, que 44


também nos acabaram por invadir, porque entraram por Portugal adentro para irem combater os franceses junto à fronteira com Espanha”, explica. Não se adivinha, portanto, uma aventura de Luís Barriga pela história de outros povos, ideia que o farense confirma prontamente, porque procura sempre puxar a narrativa para a região e concelho onde nasceu. “Sei que venderia mais se estivesse a escrever uma história que acontecesse numas ruas de Londres ou 45

Paris, mas as grandes narrativas podem passar-se perfeitamente na aldeia de Estoi e serem, à mesma, peças literárias bastante interessantes. A minha vontade é escrever sobre a história de Portugal, em contato com os outros países, obviamente, porque não vivemos isolados, e sobre a história que aconteceu no Algarve, pois as pessoas têm a noção de que tudo teve o seu epicentro em Lisboa” .

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«EXPERIENCE WARE»

VENCEU 1.º «NET ME UP» DA TERRITÓRIOS CRIATIVOS Texto:

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Turismo de Portugal e a «Territórios Criativos» organizaram, no dia 3 de outubro, em parceira com a Algarexperience e a GEN Portugal, o primeiro «Net Me Up», evento de pitching & networking que teve por missão alavancar e apoiar empreendedores e startups ligadas ao Turismo, preferencialmente instaladas no Baixo Alentejo e no Algarve, se bem que a iniciativa fosse aberta a participantes de outras zonas do país. A iniciativa baseouse na possibilidade de os empreendedores apresentarem os seus projetos num registo informal e descontraído, a potenciais investidores, parceiros, mentores e clientes, tudo isto a bordo de um catamaran que zarpou da Marina de Albufeira e andou, durante cerca de hora e meia, ao largo da costa deste concelho.

metros quadrados e não podem fugir porque estão dentro de um barco”, indicou, com um sorriso, à medida que o grupo se fazia ao mar. E a verdade é que marcaram presença empreendedores de outros pontos de Portugal Continental, no seguimento dos projetos que a «Territórios Criativos» está a desenvolver em parceria com o Turismo de Portugal – o TourismUp e o TasteUp. “Corremos 45 municípios, daí termos conseguido angariar startups de todo o país”, justifica Teresa Preta. Presentes estiveram então projetos e ideias concretas ligadas ao turismo, precisamente por estar inserido no programa TourismUp, e Teresa Preta reforça que “inovar não significa inventar a roda”. “Pode ser uma ideia que ainda está no início ou um negócio que já está implantado no mercado e

A grande inovação desta iniciativa foi, realmente, o facto de acontecer a bordo de uma embarcação, com Teresa Preta, da «Territórios Criativos», a referir que o principal objetivo da tarde não era propriamente ganhar o prémio monetário. “A ideia é criar-se networking, conhecer-se os clientes, investidores ou parceiros de que se está à procura. Estão todos concentrados num espaço de poucos A «Experience Ware» foi o projeto vencedor do «Net Me Up» ALGARVE INFORMATIVO #174

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Luís Matos Martins e Teresa Preta da «Territórios Criativos»

que pensa expandir-se ou acrescentar algo novo. E todos temos idade para inovarmos, recebemos empreendedores nos nossos programas dos 18 aos 70 e tal anos. Damos oportunidade a toda a gente que tenha ideias diferentes e ainda é possível ficarmos surpreendidos, porque o turismo, neste caso concreto, está em constante mutação e diariamente surgem novas soluções”, frisou a representante da «Territórios Criativos». De regresso a terra, ou seja, à Marina de Albufeira, foram selecionados, de um universo de 50 empreendedores, os seis projetos que obtiveram melhores avaliações dos 40 investidores, parceiros e mentores a bordo. Depois, durante o pitch dinner que ocorreu no Belize Café, os 51

finalistas apresentaram os seus projetos a todos os participantes do «Net Me Up», disputando o prémio de quatro mil euros que estava destinado para o grande vencedor, ao passo que os segundo e terceiro classificados recebiam 500 euros cada. O projeto vencedor foi a «Experience Ware», que já tinha ganho a oficina de Portimão do TourismUP, programa de aceleração promovido pela «Territórios Criativos» e pelo Turismo de Portugal, com um total de 15 votos, seguido da «Boubou», projeto incubado na Startup Portimão dinamizada pela «Territórios Criativos», e a «GMT Hospitality», incubada na Ericeira Business Factory e também dinamizada pela «Territórios Criativos», ambos com 13 votos . ALGARVE INFORMATIVO #174


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CASA CHEIA NO TEATRO DAS FIGURAS PARA ASSISTIR A «ANTIFRÁGIL» DE CAROLINA CANTINHO Texto:

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edição de 2018 do Festival Dance, Dance, Dance terminou da melhor forma, no dia 27 de setembro, com uma lotação praticamente esgotada nas bancadas do Teatro das Figuras, em Faro, para se assistir a «Antifrágil», a mais recente criação da coreógrafa Carolina Cantinho. Em palco, Beatriz Gonçalves, Letícia Conduto, Margarida Cantinho, Margarida Girão e Maria Dias são personagens numa atualidade onde tudo parece mudar e em que a vida se nos apresenta instável e imprevisível. “Como atuamos perante o inesperado? Como integramos o incerto? A adversidade revela-se a oportunidade ideal para a autossuperação, e o crescimento interno, face a situações de risco, torna-nos Antifrágil”, descreve Carolina Cantinho, que também assina a Direção Artística. Antifrágil teve Desenho de Luz de Jorge Pereira; Sonoplastia, Figurinos e Produção Executiva de Carolina Cantinho e Consultoria Artística de Gil Silva. O espetáculo é uma coprodução do Teatro Municipal de Faro, SM e BCC – Beliaev Centro Cultural e contou com os apoios da Direção Regional da Cultura do Algarve, da Câmara Municipal de Faro e da Companhia de Dança do Algarve. Depois da estreia nacional, em Faro, segue agora para Almada, mais concretamente ao Teatro Municipal Joaquim Benite, no dia 4 de outubro, integrado na Quinzena de Dança de Almada. ALGARVE INFORMATIVO #174

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Asas de Papel do Colectivo JAT

desassossegaram Loulé Texto:

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epois de «Morreu Pavarotti», «As Bodas de Prata do Conde Baldinski» e «Cinema Miami», foi agora a vez de assistirmos, no dia 28 de setembro, na Cerca do Convento Espírito Santo, em Loulé, a «Asas de Papel», mais uma produção do Colectivo JAT – Janela Aberta Teatro, desta feita um espetáculo sem palavras criado através da linguagem do Teatro Físico e do Mimo Contemporâneo. Inserido no programa da Câmara Municipal de Loulé «O desassossego dos arcos», tratou-se de “um mimodrama coral sobre a mecanização da sociedade, vista desde a perspetiva de uma criança, num mundo frenético onde a pressa constante não dá espaço à imaginação”, conforme explicam os encenadores Diana Bernedo e Miguel Martins Pessoa. A peça teve como intérpretes Ana Costa, Ana Paula Araújo, Felipe Santos, Regina Silva, Inês Cardoso, Jorge Oliveira, Marina Salimón e Vasco Seromenho .

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VICTOR HUGO PONTES REGRESSA AO ALGARVE COM «SE ALGUMA VEZ PRECISARES DA MINHA VIDA, VEM E TOMA-A» Texto:

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consagrado coreógrafo Victor Hugo Pontes apresentou, no Cine-Teatro Louletano, no dia 29 de setembro, «Se alguma vez precisares da minha vida, vem e toma-a», em estreia absoluta no Algarve deste espetáculo baseado na obra «A Gaivota», de Anton Tchekhov. O desafio a que o coreógrafo se propõe é o de explorar este texto enquanto ponto de partida, pois ele é, entre muitas outras coisas, uma sucessão de tentativas de criação e de existência. A reflexão sobre o ato criativo é um dos pontos mais fortes desta peça de Tchekhov e um dos que mais interessa a Victor Hugo Pontes. Segundo o coreógrafo, “há a composição de enredos a partir de acontecimentos banais, o desenho das personagens enquanto seres humanos comuns e o jogo do ato criativo, numa espécie de teatro-dentrodo-teatro avant la lèttre”. “N’«A Gaivota», como em «Se alguma vez precisares da minha vida, vem e toma-a», o trivial torna-se trágico, a vida comum torna-se criação” . ALGARVE INFORMATIVO #174

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BRUNO NOGUEIRA E MIGUEL ESTEVES CARDOSO FUGIRAM DE CASA DE SEUS PAIS E PASSARAM POR FARO Texto:

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Teatro das Figuras, em Faro, foi ponto de passagem, no dia 29 de setembro, de «Fugiram de Casa de Seus Pais», uma criação dos conhecidos Bruno Nogueira e Miguel Esteves Cardoso que teve como «pontapé-desaída» um programa de televisão emitido pela RTP no final de 2017, início de 2018. Era o regresso do sempre polémico Miguel Esteves Cardoso à televisão e, ao longo de 13 episódios, assistiu-se ao encontro de dois amigos que partilham o sentido de humor e a amizade. Em palco, como na televisão, Bruno Nogueira e Miguel Esteves Cardoso conversam sobre temas intemporais que fazem parte da vida quotidiana de todos nós, tendo como cenário uma confortável sala na casa de Miguel. A diferença é que, na estrada, estas conversas estão mais próximas do público e decorrem em tempo real, pelo que as pessoas acabam por se tornarem em convidados especiais de «Fugiram de Casa de Seus Pais», sendo desafiadas, nos devidos momentos, a participar e interagir com a dupla .

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Quadros de honra e de mérito Paulo Cunha (Professor) 5 setembro de 2012, a Assembleia da República aprovou o Estatuto do Aluno e Ética Escolar. Estabelece a Lei n.º 51/2012, D.R. n.º 172, Série I, os direitos e os deveres do aluno dos ensinos básico e secundário e o compromisso dos pais ou encarregados de educação e dos restantes membros da comunidade educativa na sua educação e formação, revogando a Lei n.º 30/2002, de 20 de dezembro. Para efeitos do disposto na alínea h) do artigo 7º da referida lei, os alunos poderão usufruir de prémios ou apoios e meios complementares que reconheçam e distingam o seu mérito. Assim sendo, poderá o regulamento interno dos vários agrupamentos de escolas que assim o desejem, contemplar atribuir prémios aos alunos que alcancem excelentes resultados escolares, que produzam trabalhos académicos de excelência, que realizem atividades curriculares ou de complemento curricular de relevância e que desenvolvam iniciativas ou ações de reconhecida relevância social. Apresentado assim, num documento escrito, qualquer um de nós não terá nada a obstar. Mas será que quem, todos os dias, priva com a realidade nua e crua da Escola, onde convivem filhos de diferentes realidades, poderá concordar com a atribuição de prémios onde a disparidade de oportunidades se torna uma evidência em função dos vários patamares sociais e culturais que a nossa sociedade ainda enferma? Enquanto pai e professor, confesso que fico contente pelo reconhecimento público do mérito dos alunos que me são próximos. De várias formas e por vários meios a sociedade encarrega-se de o fazer. Mas será também necessário a Escola fazê-lo, destacando-os dos restantes colegas? Li, há uns dias, um desabafo de uma mãe sobre os quadros de honra: - Os quadros de honra dividem, separam, humilham, angustiam, agridem. Os quadros de honra criam grupos quando deviam agregar. Os ALGARVE INFORMATIVO #174

quadros de honra, por vezes, estão a premiar apenas um tipo de características. Os quadros de honra deixam de fora a alegria, os sorrisos, a paixão pela natureza, as artes, o espírito solidário, a amizade, a bondade, a boa educação. (…) Obviamente, revi-me no parágrafo que aqui transcrevi, pois, todos os dias, trabalho com alunos que se superam a vários níveis e - por motivos vários - não obtêm o devido e merecido reconhecimento público. Basta pensar em todos aqueles que não têm condições socioeconómicas, de saúde, familiares, afetivas e emocionais para desenvolver um estudo harmonioso, sereno, estruturado, continuado e acompanhado no seio familiar. Sendo todos iguais na condição de alunos, não o são no usufruto referente aos seus direitos enquanto jovens cidadãos. É muito mais simples e menos dispendioso decretar, do que implementar condições para que todos usufruam de iguais oportunidades para poderem vir a integrar um qualquer quadro de honra. Quadros de honra que, na maioria dos casos, enaltecem, envaidecem e embevecem mais os pais do que os alunos premiados. Quero que os meus filhos e alunos tenham honra e mérito pelas suas ações. Honra e mérito por ajudarem quem tem mais dificuldades. Honra e mérito por se preocuparem e apoiarem quem mais precisa de ajuda, compreensão e respeito. Porque a honra e o mérito não se medem apenas pelos valores dos testes, reconheçamos os alunos que desenvolvam iniciativas ou ações exemplares de benefício social ou comunitário ou de expressão de solidariedade, na escola ou fora dela; reconheçamos os alunos sujeitos a planos de acompanhamento e de recuperação que obtenham níveis positivos e reconheçamos também os alunos que se destaquem nas várias atividades de enriquecimento curricular. Para que assim, a todos os níveis, tenhamos uma verdadeira escola inclusiva! .

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OPINIÃO

Weltschmerz ou o

– Patrícia Serrão

Mirian Tavares (Professora) Romantismo é, quiçá, o movimento artístico que mais influenciou a arte contemporânea. Sem o Romantismo a expressão do eu, que aflora plenamente nas vanguardas históricas e a consciência da existência de uma vida muito mais intensa, submersa nas profundezas do inconsciente, que vai pautar a escritura dos manifestos dadaístas e surrealistas e que marca indelevelmente a obra de autores mais tardios, como os expressionistas abstratos norte-americanos, não teria sido possível. Ou, pelo menos, a História que hoje se conta, seria outra. Parece anacrónico falar-se de Romantismo quando queremos falar do trabalho de uma artista, nascida quase no século XXI, cuja obra somente começa a dar sinais de si em recentes exposições. Mas, Patrícia Serrão, na sua última exposição Weltschmerz, assume de forma consciente ou inconsciente o papel que este período histórico-artístico, em todas as suas vertentes, não apenas nas artes plásticas, exerce nas suas criações. E nem a obra, nem a artista, podem ser consideradas anacrónicas por serem assim classificadas, como românticas. Porque o romantismo de que aqui falamos, cuja raiz remonta a Goethe e seus amores infelizes, ou aos filósofos alemães que questionaram o desconforto de ser-se humano num universo em acelerada transformação, está claramente refletido em cada peça criada/exposta, nos últimos dois anos, por Patrícia Serrão. O Romantismo obscuro e sublime, que retrata o sentimento do seu ALGARVE INFORMATIVO #174

tempo, da consciência atroz da sua passagem vertiginosa e da incapacidade humana de interferir, verdadeiramente, no seu destino. Weltschmerz, termo que aparece na novela Selena do escritor alemão Jean Paul (Johann Paul Friedrich Richter), obra tardia e de cariz pessimista, onde o autor reflete sobre a imensidão do inconsciente e sobra a nossa incapacidade de (re)conhecer, ou desvendar, ao longo da vida, este espaço denso a que ele também chama alma - o mal du siècle como acabou por ser consignado . O «mal do século», que aparece plasmado na obra dos românticos, decadentistas e simbolistas, é o reconhecimento das falhas humanas e da sua angústia e de uma natureza que se revestia de características lúgubres, porque maculada, que já não podia ser habitada como um lugar de repouso. Os artistas românticos sofriam todos deste mal-estar, desta fadiga do mundo, desta sensação de descompasso e de inadequação. Contemporaneamente, o cineasta Werner Herzog prefere trabalhar com não-atores para garantir que o sentimento de melancolia e de desconhecimento do mundo que representam, ilumine cada frame. E é, precisamente, a sensação de melancolia e de fadiga do mundo que nos traz Patrícia Serrão na sua obra. A artista expõe-se no vídeo, mas expõe-se também nas peças que cria – formas viscerais, que transportam o que temos por dentro para o lado de fora, não como metáfora, mas como objetos artísticos que, na sua materialidade, podemos mesmo dizer, 104


fisicalidade, representam este avesso do avesso que é o humano, demasiado humano, que habita em cada um de nós. Weltschmerz, a exposição, é composta por dois vídeos que dialogam incessantemente: num, temos a imagem evanescente das sombras de umas plantas que se movimentam com o vento. Apenas a sombra, jamais o objeto, apenas a forma, sem o conteúdo visível, que pode ser apenas pressentido pelo espectador. As sombras que se baloiçam, melancolicamente, num fundo sépia, como uma memória mal impressa, ou que não se pode fixar. No outro vídeo, que dá título à exposição, temos a artista que jaz, deitada, enquanto agarra, com as duas mãos, o que pode ser um coração humano. Ou o que pode ser o coração humano – o órgãometáfora da vida e do amor. O que nos move e que é tantas vezes representado na nossa cultura, mas que, de tanto ser mostrado, perdeu a sua evidência e se transformou numa forma que embala sentimentos plastificados e normatizados pelas regras sociais. O coração da artista já não pulsa, está entre as suas mãos em carne viva, e em sangue, mas fora do 105

corpo, ele é apenas um símbolo. E este é o grande paradigma da existência humana – só entramos, verdadeiramente, dentro de nós, quando nos despimos e aceitamos a nossa condição falível e mortal. E abraçamos a angústia de nada sabermos, mas de ainda assim, buscar a transcendência nas vísceras, que também podemos chamar entranhas ou, simplesmente, inconsciente. E que alguns escritores chamam, apenas, alma .

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OPINIÃO

Contos de Fadas – Potencialidades e Equívocos Adília César (Escritora) criança pequena não tem dificuldade em distinguir a realidade da fantasia (ao contrário do que muitos adultos apregoam). Quando a criança vive um processo de pensamento e acção fantasiosos, ela fá-lo com coragem, alegria e inteligência, até ao limite possível, até que se diluam todas as discrepâncias entre os dois mundos, o real e o imaginário. Por esta razão plena de lucidez que a infância nos dá, a arte é tão fascinante para o adulto corajoso: realidade, fantasia e razão. Um triângulo aglutinador do conhecimento que visa uma ética corajosa. Sem coragem, a arte e a moral extinguem-se na primeira chama. Na infância, os contos de fadas são uma abordagem funcional com propósitos expressivos, afectivos, criativos, artísticos, sociais, filosóficos, éticos, morais, lúdicos, etecetera. Através dessas narrativas tão peculiares, criança é convidada a viajar no tempo, a imaginar o ambiente mágico de outras épocas, onde reis e rainhas, bruxas e monstros convivem entre si até ao final feliz. Perder tempo com os contos de fadas, pode ser, afinal, ganhar tempo, uma vez que um bom conto de fadas bem contado é de uma riqueza considerável para o desenvolvimento global da criança. Eis algumas razões a ter em consideração: - as palavras escritas estão relacionadas com o desenvolvimento da criatividade;

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- as crianças mais novas ligam-se desde muito cedo às tecnologias e é necessário fazê-los contactar com outros suportes de conhecimento; - a actividade de leitura proporciona momentos de convívio em família, fundamentais do ponto de vista da afectividade e da formação da criança enquanto leitora; - o livro em si é valorizado; - as crianças apropriam-se de um riquíssimo reportório simbólico, o qual proporciona discussões filosóficas sobre valores, o bem e o mal, além de outros; - os textos são, de um modo geral, estimulantes do ponto de vista do enriquecimento do vocabulário; - o esquema narrativo dos contos organiza o pensamento das crianças a nível da facilitação de esquemas narrativos generalizados na linguagem oral e escrita. Muito haveria a dizer sobre os contos de fadas, mas o mais importante é referir alguns equívocos éticos de narrativas antigas e antiquadas: as madrastas já não são «sempre» más, as princesas já não esperam «passivamente» um príncipe encantado, e o marquês de Carabás já não «entrega» a sua filha em casamento ao Gato das Botas! Por outro lado, é urgente ultrapassar, por exemplo, erros existentes nos contos de fadas no que diz respeito aos papéis tradicionais das 106


mulheres dependentes dos pais ou dos maridos, esse universo patriarcal tão contestado, uma vez que nada tem a ver com a realidade actual em que se promove e aceita, abertamente, a igualdade de géneros. Do ponto de vista educacional, este aspecto é relevante para a construção das sociedades presentes e futuras. Aliás, vale a pena acrescentar que parodiar o mundo dos contos de fadas — como acontece na narrativa do anti-herói ogre verde, o Shrek — é uma marca do pósmodernismo, pois questiona aquilo que já existe e promove outros valores mais adequados e consonantes com as exigências da contemporaneidade. Fará sentido ler contos de fadas às crianças? Na minha opinião, sim, mas não todos, nem da mesma forma de antigamente. O século XXI é um mundo renovado a uma velocidade vertiginosa e torna-se necessário ver as fadas com outros olhos mais humanos. Somos pais, educadores e professores. Quando éramos crianças, contaram-nos contos de fadas, que nos transmitiram determinados valores. Agora, somos nós que os damos a conhecer às nossas crianças. “Quem 107

conta um conto, acrescenta um ponto”, diz o ditado popular. Qual é o «ponto» que queremos acrescentar? Quais são os valores que queremos transmitir? Qual é o nosso legado? .

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OPINIÃO

Do Reboliço #10 Ana Isabel Soares (Professora) i, o malandro!,” exclamou a dona do Matisse, quando soube da invasão de varanda alheia, e que não teria sido episódio isolado. Conversa de patamar, descobriu-lhe a proeza e quase se zangou. Desconhecia as aventuras do bichano e preocupava-a, além da ilegalidade, o perigo em que ele se punha ao atravessar parapeitos altos com a ligeireza do nadador de Cheever (ainda que, certa e felizmente, lhe faltasse a causa que o fazia deixar o quintal próprio e seguir, como por um mapa das varandais regiões suburbanas, por piscinas alheias e passando não só para espaços, mas sobretudo para tempos diferentes). Os vasos, baldinhos e alguidares estavam todos na posição em que os deixara da última vez que os vira – não havia terra remexida, plantas retiradas, nem as folhas da erva príncipe, que tanto enlouquece os felinos, estavam roídas. Confundido, o Reboliço pôs-se a pensar no que teria levado o animal a querer explorar aqueles ladrilhos desconhecidos, para mais com a petulância que exibia no ar decidido, no só olhar em frente, sem pestanejo, ponta do focinho e extremo da cauda em linha absoluta, calada locomoção sobre quatro hastes articuladas e almofadadas que, mais do que andar, deslizam. A incursão acontecera ao anoitecer, à hora da caça – talvez fosse esse o fito: gato de cidade, não lhe esqueceriam os modos primitivos de sobrevivência, manias que vinham de antes até de haver gente humana, quanto mais de se falar em domesticação, ou em gatos urbanos. Aquilo era um corpo caçador, uma máquina de farejarouvir-procurar-agarrar para comer. Mas era, hoje, concluía o Reboliço, gesto vazio. De presas, nada havia nas varandas daquele prédio. Eram como que estéreis. Os pombos, já se vira, nem aos gatos interessavam. Pardelhos ou estorninhos voavam longe dali (os estorninhos em nuvens caóticas sobre o jardim público, àquela hora precisa do fim da tarde, num ruído de forma irregular que abafava os guinchos dos pavões). Algum rato, ratazana, nalgum apartamento vago

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e de vidros quebrados, por onde entrasse? Seria difícil, com as brigadas de salubridade que as pessoas se especializam em ter nos lugares assim. Portanto, era gesto esvaziado, o de Matisse: a mão só, talvez pincel, e o nada de tela sobre a qual pintasse. Peixes que sobre a estante de uma sala, nalgum aquário houvesse, nadando inocentes, inscientes de que num nada de mergulho de pata dobrada deixariam o lar aquático para serem engolidos? O primitivo convive bem com a ignorância do moderno, e provavelmente aquele gato antigo não reconheceria uma sardinha viva se lhe dessem a escolher entre a escama de prata e um prato de patê com intensificadores de sabor. O que fez emergir no gato daquelas varandas de agora o primitivo da era pré-humana foi que este era bicho jovem, nascido havia pouco, corpo em que ainda não estivessem vincados os ensinamentos da atualidade, em que se ajustassem passado e presente, antes e depois, sem que fossem contrários. Era vazio o gesto de Matisse: a perfeição com que fora executado provava que nada mais era do que gesto. No dia em que primeiro percebeu, depois suspeitou e viu o gato na sua varanda, ao Reboliço só tinha encanitado, só remoera aquele atrevido de ser gato e de ignorar as fronteiras dos domínios; mas compreendeu depressa que não era da felinidade do bicho que nascia a ousadia, mas da união da sua antiguidade com a sua juventude. A partir daí – e descoberto também o nome do gatuninho –, ganhou-lhe ternura . Notas: Este texto é sequência do anterior, «Do Reboliço #9», publicado na Algarve Informativo nº 173, em 29/09/2018. O conto de John Cheever a que se refere a terceira frase, «The Swimmer», foi publicado pela primeira vez na revista The New Yorker, a 18 de julho de 1964 (consegue lerse online, a partir da página web da revista). **Reboliço é o nome de um cão que o avô teve, no Moinho Grande. É a partir do seu olhar que aqui escrevo.

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Foto: Vasco Célio

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OPINIÃO

O futuro louco da Web Summit em Lisboa Fábio Jesuíno (Empresário) ra uma vez o maior evento mundial de tecnologia e empreendedorismo que chegou a Portugal em 2016, instalando-se em Lisboa, e que trouxe consigo muitos apaixonados pela inovação e tecnologia, impulsionando a energia empreendedora no nosso país. A energia empreendedora deste grande evento ajudou na notoriedade da marca Portugal, transmitindo a imagem de um local atrativo para criação e localização de startups e atração de investimento ao longo nos últimos anos, algo que podemos confirmar através da comunicação social onde é noticiados o nascimento de bastantes startups e vários investimentos de muitas empresas tecnológicas como a Google e visitando muitas das incubadoras por todo o país. Esta história viveu momentos felizes no passado, com um crescimento constante nos últimos anos, tendo, em 2017, atingindo os 60 mil participantes de 170 países e 1.200 oradores. Em termos económicos, o governo estima que esta última edição tenha gerado um impacto direto de, pelo menos, 300 milhões de euros. Este evento é considerado pela revista Forbes, «Davos for Geeks», pela sua importância e impacto na sociedade, uma experiência única para quem participa ativamente ao longo dos vários dias em conferências, apresentações, palestras, workshops, encontros com mentores e mesas redondas. Mesmo com resultados claramente positivos, em certos setores da nossa sociedade há ainda alguma desconfiança relativamente à importância ALGARVE INFORMATIVO #174

da Web Summit. Críticas variam desde o retorno económico ao descrédito na viabilidade e valor das startups presentes no evento. Por outro lado, existem muitos que valorizam só as receitas turísticas, o que é bastante redutor. O futuro da Web Summit vai continuar a fazer parte da história de Lisboa e de Portugal, pelo menos nos próximos 10 anos, depois do acordo recente do Governo com Paddy Cosgrave, organizador da conferência, onde será investidos cerca de 110 milhões de euros. Para que a conferência ficasse por mais 10 anos no nosso país, foi necessário um longo processo de negociação, envolvendo a concorrência de mais de 20 das maiores cidades europeias, desde Berlim, Paris, Madrid, Milão e Valência, tendo Lisboa sido vencedora desta grande competição, o que me deixa cheio de orgulho do nosso país por apostar no empreendedorismo e na inovação. Nos próximos anos, o espaço onde é realizado este evento, Altice Arena e FIL, será duplicado para permitir acolher mais participantes e aumentar o sucesso desta conferência. Vai dessa forma também dotar de uma maior capacidade para a realização de outros eventos na cidade, ficando ao nível das principais cidades europeias. Prevejo um futuro muito positivo deste evento, construindo alicerces cada vez mais fortes em áreas económicas altamente inovadoras que são claramente as tendências. Acredito na cultura empreendedora e no Web Summit.

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OPINIÃO - Tudo em Particular e Nada em Geral

As Balanças Pessoais Carla Serol (Uma loira qualquer) doro as balanças pessoais. Balanças pessoais são todas e aquelas pessoas que têm a fantástica função de nos informar em qualquer situação, quando tens umas gramas a mais, até mesmo quando não tens. São pessoas de extrema precisão. Tanta precisão que no primeiro olhar conseguem logo avaliar, ainda antes do vulgar «Olá», aqueles nanogramas que te excedem nas ancas. Normalmente vêm equipadas com um dispositivo sonoro, tão característico destas simpáticas e agradáveis criaturas, reconhecido como “ah, estás mais gordinha!” São pessoas que devemos sempre manter por perto, pois, ao contrário das vulgares pessoas que não emitem nenhum parecer sobre a tua pessoa, estas mantêm-te sempre consciente dos termos em que te apresentas. São seres tremendamente altruístas, pois deixam de se preocupar com os muitos quilogramas que notoriamente se acumulam por toda a sua superfície física, para viverem em função dos nanogramas que excedem nas ancas dos outros, controlandoos minuciosamente, reportando alterações notórias de miligramas, sempre que exista um encontro esporádico ou não, para que desta forma os outros tenham sempre consciência de si. E isto é de louvar! Existem balanças pessoais mais precisas que outras. Há aquelas que de tão precisas que são, conseguem antever a probabilidade da família crescer. Nesta situação o sinal sonoro que emitem é: “Mas que barriguinha é essa?! Estás grávida?!”. Imaginem o conforto que é ter por perto uma preciosidade de pessoa assim ao nosso lado. Já estaríamos nós a pensar em ir à farmácia comprar aquele poderosíssimo laxante natural que todas as ALGARVE INFORMATIVO #174

famosas tomam e ficam lisas e sem graça nenhuma, sem um único picograma para estragar a fotografia, quando a nossa amiga balança pessoal nos adverte de que, afinal, não há necessidade extrema de correr para o trono sagrado, sendo certamente um bebezinho que ali está. Com isto, ainda nos poupa a consulta na especialidade e todo o desconforto que envolve saberes que vais ser mãe. Estas detêm, sem dúvida alguma, um valor incalculável! Por favor, nunca se desfaçam de uma assim! Com isto tudo, e por serem profundamente abnegadas ao próximo, as nossas amigas que detêm esse suprapoder de ser balança pessoal, esquecem-se de si mesmas, ao ponto de, muitas das vezes, elas próprias terem um bebezinho dentro delas sem que elas se deem conta, uma vez que estão copiosamente dedicadas a tratar dos nanogramas das amigas. Estes bebezinhos por vezes ficam lá esquecidos durante anos à espera que as balanças pessoais se apercebam de que têm que os expulsar de si. Este processo pode levar anos, décadas ou até mesmo nunca chegar, pois quando o altruísmo da balança pessoal em questão é maior que a necessidade de tomar aquele super laxante poderosíssimo que faria qualquer um parir trigémeos, as nossas amigas balanças pessoais ficarão toda a vida delas sem praticamente atar os cordões dos seus próprios ténis. Um verdadeiro ato de dedicação e amor ao próximo. Namaste! E atos destes de amor ao próximo são cada vez mais raros. Por isso, preservem bem as vossas balanças pessoais, pois sem estas, incorremos num mundo onde tudo aquilo que realmente somos é mais importante e valioso do que o que aparentamos, e nós não quereríamos viver num mundo assim...! . 112


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ATUALIDADE

AUTARQUIA DE ALBUFEIRA CONTINUA A APOIAR CLUBES E ASSOCIAÇÕES Presidente da Câmara Municipal de Albufeira assinou, no dia 3 de outubro, contratos com clubes e associações do concelho, dando assim continuidade à política de apoio aos inúmeros jovens que praticam desporto e atividades lúdicas. Neste ano, foram já diversas as estruturas associativas que assinaram o acordo de prosseguirem com as suas atividades em prol do benefício das crianças, jovens e ALGARVE INFORMATIVO #174

adultos, e nesta data foram contempladas mais seis associações, no valor de cerca de 80 mil euros. Foram assinados então compromissos com o CBA - Clube de Basquete de Albufeira, o Acro Albuhera – Clube de Ginástica de Albufeira, o Judo Clube de Albufeira, o CAMA - Clube de Artes Marciais de Albufeira e o Guia Futebol Clube. Na vertente de apoio à Juventude, foi assinado protocolo com o Corpo Nacional de Escutas – 116


Agrupamento 1389 – S. José de Ferreiras. Aos referidos valores acrescem igualmente apoios em matéria de transporte de atletas, cedência de espaços e de logística para o desenvolvimento das atividades. “Investir nos munícipes é a nossa função e fazemo-lo através dos clubes e associações, com a certeza de termos sempre um retorno muito positivo. Envolvemos as crianças, jovens e adultos em atividades sadias, levamos o nome de Albufeira a outras paragens e, com isto, orientamos muitos dos nossos munícipes para um futuro de sucesso”, frisou o Presidente da Câmara Municipal de Albufeira, garantindo ainda que “enquanto eu estiver à frente dos destinos deste Município, faço da continuidade do desporto em Albufeira um dos meus mais firmes propósitos”. José Carlos Rolo revelou ainda estarem já a ser preparados novos protocolos de colaboração com mais de uma dezena de clubes e associações. Saliente-se que Albufeira 117

tem cerca de quatro mil atletas, repartidos por mais de 21 modalidades desportivas existentes por todo o concelho . ALGARVE INFORMATIVO #174


ATUALIDADE

IMORTAL APRESENTOU EQUIPAS DURANTE A «ALBUFEIRA BASKET CUP» s bancadas do Pavilhão Municipal de Albufeira encheram-se de adeptos, sócios e simpatizantes do Imortal Basket Club, no dia 28 de setembro, para assistir ao encontro com o Sport Lisboa e Benfica, numa partida de preparação para a nova época 2018/2019. Apesar da «Albufeira Basket Cup» ter sido conquistada pelas águias, a equipa algarvia confessou sentir-se confiante e preparada para o desafio de voltar à Liga Profissional de Basquetebol após 19 anos. “Com a fundação do Imortal Basket surgiu uma nova dinâmica no clube. Em seis anos conseguimos conquistar três títulos, estivemos presentes em quatro finais e estamos agora aqui para uma nova ALGARVE INFORMATIVO #174

etapa”, referiu Rui Gago, diretor técnico do clube. No intervalo do jogo, o Imortal apresentou os vários escalões de formação do clube. A equipa sénior já havia sido dada a conhecer na noite anterior, na Marina de Albufeira, após um passeio de barco pela costa partilhado entre as comitivas do Imortal e do Benfica. Durante a apresentação dos craques que integram o plantel sénior do clube, o treinador principal da equipa albufeirense agradeceu o apoio da Câmara Municipal de Albufeira, “que além de comparticipação financeira, coloca à disposição um pavilhão dos melhores do país, onde treinamos todos os dias e jogamos ao fim de semana”. Luís Modesto assegurou que 118


“construímos uma equipa com jogadores experientes, dando relevância a quem já cá estava”. “Fomos campeões no ano passado, o que demonstra que estes atletas têm qualidade para jogar nesta época”, acrescentou, lançando ainda o apelo aos algarvios para que apoiem a equipa que representa a região. “Albufeira e o Algarve merecem ter uma equipa nesta Divisão. Gostaríamos que a região nos ajudasse mais, já que estamos a representá-la. Somos o único clube de basquetebol a sul do Tejo no primeiro escalão nacional”. Depois do apito final da «Albufeira Basket Cup», o troféu foi entregue aos vencedores pelo presidente da Câmara Municipal de Albufeira, José Carlos Rolo, que destacou “o papel extremamente importante que o clube desempenha na formação das camadas juvenis e nos pergaminhos” que a cidade tem ao nível da modalidade. “O trabalho dos

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jogadores, dos técnicos e dos dirigentes tem levado o Imortal a bom porto e nós, Autarquia, estamos aqui a dar o nosso apoio neste início de época que se pretende profícuo e que o clube se mantenha na primeira Divisão”. O Diretor Regional do Instituto Português do Desporto e da Juventude, Custódio Moreno, também marcou presença na apresentação da equipa sénior. “O Imortal é um clube com bases, com 19 anos de existência, que tem dado continuidade a um trabalho, a um projeto sólido, que a IPDJ abraça”, referiu Custódio Moreno, que fez saber que, atualmente, o basquetebol é uma das principais modalidades da região. “No Algarve há 750 clubes e perto de 50 modalidades. No universo destes 30 mil atletas federados, o basquetebol representa mais de mil praticantes”, revelou .

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MUNICÍPIO DE ALCOUTIM CELEBRA PROTOCOLO COM A MEO Município de Alcoutim, representado pelo seu presidente, Osvaldo dos Santos Gonçalves, e a Altice - MEO, representada pelo administrador para a área empresarial e institucional, João Ventura Sousa, celebraram, no dia 4 de outubro, um protocolo de colaboração que visa desenvolver e implementar um conjunto de iniciativas que respondam às necessidades e desafios do município, nomeadamente na área da saúde. A Autarquia identificou uma necessidade de acompanhamento e monitorização de munícipes que residam em áreas geograficamente isoladas, onde normalmente se encontram os mais necessitados e com maiores dificuldades de deslocação, necessidade essa que encontra resposta no portefólio de produtos e serviços da MEO para este contexto, tais como a solução digital de apoio remoto SmartAL e o sistema de telemedicina e de telediagnóstico Medigraf. Ambas as soluções foram desenvolvidas por empresas do Grupo Altice e permitem, através de um acesso à internet, o contacto remoto de apoio e monitorização dos munícipes identificados, bem como a realização à distância de consultas médicas e a análise de

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meios complementares de diagnóstico, em tempo real, e quando os profissionais de saúde e os utentes se encontram em locais distintos. As duas entidades reconhecem na atual conjuntura socioeconómica o manifesto interesse da parceria na dinâmica do desenvolvimento local, colaborando assim na prestação de cuidados e apoios básicos de saúde, mas também nas demais soluções que permitam que o Município de Alcoutim implemente conceitos inovadores de Smart Region. O Município de Alcoutim, no âmbito das suas atribuições e na prossecução dos fins públicos e no interesse das populações, procura estabelecer parcerias com entidades públicas e privadas que possam potenciar e promover o desenvolvimento da região e contribuir para a qualidade de vida da sua população .

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CASTRO MARIM CELEBROU SEMANA DA EDUCAÇÃO E INICIATIVAS DE VOLUNTARIADO AMBIENTAL ecorreu, de 26 de setembro a 3 de outubro, a Semana da Educação e Iniciativas de Voluntariado Ambiental (SEIVA), uma iniciativa que visa a promoção da educação e sensibilização ambiental, promovida pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), através da Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Algarve e com a colaboração e participação de diversas entidades locais e regionais, entre as quais o Município de Castro Marim. Inserida no projeto «Voluntariado Ambiental para a Água», esta iniciativa pretende mobilizar a população do Algarve para a reflexão dos principais desafios do desenvolvimento sustentável e da importância da sua participação nos processos de tomada de decisão, de forma a contribuir para a gestão participada dos recursos e para o aprofundamento de conhecimentos científicos e didáticos dos docentes e de outros agentes de educação para a sustentabilidade.

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Em Castro Marim, com a colaboração do Município e a adesão do Agrupamento de Escolas, participaram na iniciativa todas as turmas do 8.º ano que, à luz da temática «Ciclo Urbano da Água», visitaram a Estação de Tratamento de Águas de Tavira. Estas

visitas tiveram como principal objetivo conhecer o processo de tratamento da água para consumo humano e perceber o circuito que ela faz até chegar às nossas torneiras, sensibilizando, ao mesmo tempo, para a necessidade urgente de preservação e poupança deste recurso natural tão valioso .

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MARISA COSTA CONQUISTOU O BRONZE NO SPRINT NA TAÇA DO MUNDO DE ORIENTAÇÃO EM BTT

e 21 a 23 de setembro aconteceu a última ronda da Taça do Mundo de Orientação em BTT e mais uma etapa da Taça de Portugal, com organização a cargo da Federação Portuguesa de Orientação, com o apoio da Câmara Municipal de Odemira. Na Taça do Mundo estiveram em destaque os atletas da Seleção Portuguesa Davide Machado, do «.COM», que conquistou o ouro na distância Longa, e Marisa Costa, do «BTTLoulé/Elevis», que conquistou o Bronze no Sprint. Na Taça de Portugal, disputada no dia 22 de setembro, a localidade de São Luís foi o lugar eleito para a prova de Distância Longa e, para além da dificuldade do terreno, a temperatura que se fazia sentir tornou-a uma das etapas mais duras do calendário. Apesar disso, os atletas do BTT Loulé/ Elevis estiveram à altura e Rudi Cavaco foi 3.º em H15, João Mendonça venceu em H17 e Diogo Horta conseguiu o ALGARVE INFORMATIVO #174

3.º lugar do pódio em H17. O mesmo cenário repetiu-se em H21A, com Mac-Mahon Moreira e Duarte Sousa a conquistarem o 1.º e 3.º lugares, respetivamente. Em Veteranos, José Marques obteve um excelente 2.º lugar em H40 e. em H50, Helder Faísca esteve à beira do pódio, ficando no 4.º lugar. No dia 23 de setembro foi a vez de se disputar o Sprint dentro da cidade de Odemira, muito técnico, tanto a nível de orientação como fisicamente. Em H15, Rudi Cavaco manteve o 3.º lugar do dia anterior e ficou em terceiro no troféu; nos H17, João Mendonça fez 1.º lugar e Diogo Horta 2.º lugar, dominando o topo da classificação no conjunto dos dois dias, com 1.º e 3.º lugares, respetivamente, como aconteceu também em H21A, em que o BTT Loulé/ Elevis amealhou do 1.º ao 5.º lugar no escalão, com Mac-Mahon Moreira, Duarte Sousa, André Gonçalves, Christopher Harvey e João Fernandes respetivamente. No conjunto dos dois dias, Mac-Mahom Moreira e Duarte Sousa garantiram o 1.º e 2.º postos. No escalão H40, José Marques conseguiu a vitória e obteve o primeiro lugar no troféu. Na classificação por equipas, o BTT Loulé/ Elevis assegurou o 1.º lugar com cerca de 400 pontos de avanço para o segundo classificado .

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BOMBEIROS DE OLHÃO REFORÇAM MEIOS LOGÍSTICOS DE PROTEÇÃO E SOCORRO ando seguimento ao plano de reequipamento do seu Corpo de Bombeiros, o Município de Olhão adquiriu meios especiais e inéditos para o serviço de proteção e socorro, num investimento de cerca de 65 mil euros. Assim, foram adquiridos dois camiões semirreboques, um deles com a valência de tanque para transporte de água com capacidade de 38 mil litros e outro com a capacidade de porta-máquinas e transporte de veículos e equipamentos. Fica, deste modo, reforçada a capacidade do Corpo de Bombeiros, que já dispunha de três tratores semirreboques, quatro semirreboques atrelados, dois tanques de grande capacidade, um porta-máquinas e um contentor. De referir que, apesar de ainda em fase de integração e instrução,

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estes meios já foram colocados no terreno no incêndio de agosto em Monchique. Também se encontram em fase de integração no serviço de bombeiros duas máquinas - uma retroescavadora e uma miniescavadora - equipamentos específicos e inéditos que acrescentam valor e capacidade de resposta às mais diversas operações de proteção e socorro, nomeadamente nas operações de desobstrução e reposição da normalidade nas vias rodoviárias, como se verificou na sequência do último tornado registado na região. “Tratamse de investimentos importantíssimos, porque o reforço dos meios de proteção e socorro de todos os que residem e visitam Olhão é fundamental”, considerou o presidente da autarquia, António Miguel Pina .

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ALTICE PORTUGAL VISITOU TERMAS DE MONCHIQUE

epois dos incêndios que assolaram o concelho de Monchique durante o Verão, o Comité Executivo da Altice Portugal visitou, no dia 3 de outubro, as Termas de Monchique com a presença dos Presidentes das Câmaras Municipais de Monchique e Silves, Rui André e Rosa Palma, respetivamente, com elementos da Autoridade Nacional da Proteção Civil e com o Presidente das Termas de Monchique. O Presidente da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, recordou que “logo nas primeiras horas do incêndio, as equipas conseguiram repor 75 por cento das comunicações fixas na vila de ALGARVE INFORMATIVO #174

Monchique e os serviços móveis foram repostos na sua maioria, em cerca de 80 por cento do território do concelho de Monchique”. “Isto foi alcançado graças à centena de meios técnicos especializados deslocados para o local, assim como graças aos equipamentos, geradores, rádios, telefones-satélite, entre outros, que a Altice Portugal enviou rapidamente para a zona do Posto de Comando. Este nosso esforço tem sido reconhecido pelas forças que estiveram no terreno, assim como pelos autarcas”, frisou, lembrando que “reconstruir e melhorar, a olhar para o futuro, são palavras de ordem para a Altice Portugal, por isso mesmo estamos no Algarve e estamos 124


comprometidos com a região e com as suas gentes”. A Altice Portugal esteve em permanente apoio e coordenação com as autoridades e populações afetadas pelo incêndio, em contacto constante com todas as autoridades no terreno de operações, nomeadamente ANPC, Ministério da Administração Interna e Municípios de Monchique, Silves e Portimão, conforme reconheceu o Presidente da Câmara Municipal de Monchique. “Este território tem um relevo muito característico e sabemos que nem sempre é fácil repor tantos postes e quilómetros de cabos, pelo que agradecemos à Altice toda a colaboração prestada no local desde o primeiro momento. A presença da Altice Portugal no nosso concelho foi absolutamente essencial para a reposição das comunicações e das religações dos habitantes de Monchique.

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Contamos com a Altice Portugal, tal como contamos em agosto, para junto desenvolvermos novos projetos que permitam dinamizar ainda mais este território", afirmou Rui André. A Altice Portugal tem ainda na sua estratégia um eixo fundamental que é a responsabilidade social, pelo que pondera apoiar as populações além da tecnologia, ou seja, com ações concretas dirigidas a esta população, em coordenação com os municípios e através da sua Fundação. Ainda na vertente da Responsabilidade Social, a Altice Portugal visitou o Refúgio Aboim Ascensão, instituição de emergência infantil com 70 crianças institucionalizadas, que a empresa apoia há mais uma década, contribuindo com doações financeiras e também materiais.

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BLIP REGRESSA AO PORTIMÃO ARENA BLiP – Better Living in Portugal, feira empresarial que conta com mais de 15 anos de existência, regressa ao Portimão Arena, nos dias 13 e 14 de outubro, para promover algumas das principais empresas de produtos e serviços a operar em Portugal, em especial na região algarvia. O certame, cuja designação se poderá traduzir por «Viver Melhor em Portugal», tem periodicidade anual e destina-se a residentes e visitantes nacionais e estrangeiros, constituindo uma excelente oportunidade para conhecer uma ampla oferta de produtos e serviços, estando representadas áreas tão distintas como a saúde, bricolage e jardim, serviços financeiros e seguradoras, artesanato, gastronomia, tecnologia ou o turismo. A edição deste ano da BLIP abre portas no dia 13 de outubro, das 10h às 18h, e no ALGARVE INFORMATIVO #174

dia 14, entre as 11h e as 17h, e manterá o formato dedicado à realização de negócios, complementado por atrações focadas nos melhores produtos e empresas. Contará igualmente com um serviço de cafetaria, em funcionamento no horário da feira, e um restaurantebuffet, que funcionará no primeiro piso do Portimão Arena. A BLiP conta com o apoio do Município de Portimão e é organizada desde 2001 pela AFPOP - Associação de Proprietários Estrangeiros em Portugal, entidade com uma vasta variedade de serviços e atividades, vocacionada a possibilitar aos seus membros o acesso a informação atualizada sobre a lei portuguesa, assistência em diversas áreas e negociação financeira benéfica para a compra de casa, carro e seguros de saúde, entre outros .

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DOCAPESCA INVESTE 400 MIL EUROS NA REQUALIFICAÇÃO DA LOTA DE TAVIRA obra de requalificação da Lota de Tavira arrancou no dia 1 de outubro, representando um investimento de 398 mil e 850 euros e com um prazo de execução estimado de 180 dias. A empreitada será realizada pela «Iceblock» e faz parte de um conjunto alargado de intervenções que a Docapesca está a preparar para o concelho de Tavira. Durante as obras, a operação na Lota de Tavira está suspensa, pelo que a descarga do pescado passa a ser realizada em Santa Luzia. A Docapesca garante depois o transporte desse pescado para a Lota de Olhão, através de viatura equipada com câmara frigorífica.

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A requalificação da lota contempla uma estrutura porticada em betão armado, a substituição da cobertura por um sistema de laje maciça e impermeabilizada pelo exterior, criando-se as condições para a atribuição de Número de Controlo Veterinário (NCV). Além disso, será instalada uma janela panorâmica no alpendre do alçado nascente, que permitirá aos transeuntes observar o funcionamento da lota. A parede do alçado sul será destinada à instalação de um mural alusivo à cidade e à sua relação com a pesca, a desenvolver em articulação com a Câmara Municipal de Tavira .

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ACESSIBILIDADES À FORTALEZA DE SAGRES VÃO SER MELHORADAS

Projeto de Intervenção de Acessibilidades e Informação no Promontório de Sagres, submetido pela Direção Regional de Cultura do Algarve à Linha de Apoio Turismo Acessível do Valorizar Programa de Apoio à Valorização e Qualificação do Destino, do Turismo de Portugal, foi aprovado com um valor de investimento elegível no montante de 138 mil e 60 euros, financiado a 90 por cento pelo Turismo de Portugal. As ações a desenvolver vão melhorar consideravelmente a visita e potencialidades da Fortaleza de Sagres para todos os visitantes, nomeadamente aqueles com mobilidade reduzida e deficiência visual, no caso das acessibilidades e da disponibilização de áudio guias, bem como para os visitantes em geral, com a colocação de sinalética ALGARVE INFORMATIVO #174

em vários idiomas, complementar à existente. Está prevista uma intervenção em três zonas distintas – no acesso imediato ao Túnel da Fortaleza de Sagres, no interior do Túnel e Torreão Central, e na Praça de Armas – que tem como objetivo, além da requalificação do acesso ao monumento, a criação de circuitos que possibilitem levar o visitante com dificuldades de locomoção ao maior número de locais possível. A sinalética a implementar em vários idiomas é pertinente para identificação dos percursos e das várias valências para os visitantes em geral. Serão igualmente instalados pictogramas de interpretação universal. O projeto prevê ainda a disponibilização de áudio guias com conteúdos para os principais pontos de interesse do monumento, de forma a que o visitante com deficiência visual tenha uma perceção global do mesmo. As intervenções propostas têm em consideração o conceito do Desenho Universal (Universal Design), com a conceção de produtos e ambientes para utilização por todos, na maior abrangência possível. Prevê-se que o projeto esteja concluído nos primeiros meses de 2019 .

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PIRATAS DE VILA DO BISPO SÃO CAMPEÕES EUROPEUS DE PAINTBALL equipa dos Piratas do Paintball Clube Vila do Bispo é campeã europeia de Paintball em divisão 5Man. O título foi atribuído no âmbito da última etapa do Campeonato da Europa «Nxl Europe» que decorreu, na França, nos dias 28, 29 e 30 de setembro. Ao longo das quatro etapas realizadas neste campeonato os Piratas conquistaram dois segundos lugares e dois primeiros lugares, resultados que os colocaram no primeiro lugar no pódio em Paris-Chantilly e confirmaram a excelente temporada realizada pelos Campeões Europeus na modalidade. Este campeonato foi disputado por 142 equipas oriundas de mais de 30 países, onde no escalão 5man participaram 12. A equipa dos Piratas é constituída por sete

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jogadores: Samuel Inês (distribuidor), Samuel Nascimento (avançado), Dino Lourenço (base), Hugo Almeida (avançado), Diogo Henriques (avançado), João Gomes (base) e Nelson Lourenço (base). Recorde-se que, em maio do corrente ano, a Câmara Municipal de Vila do Bispo assinou um protocolo de colaboração com o Paintball Clube Vila do Bispo onde lhe atribuiu um apoio financeiro para a participação da equipa neste campeonato. A conquista deste título vem assim demonstrar que a autarquia está no caminho certo ao apoiar os desportistas do concelho, pois permite-lhes participar em mais competições e assim obter resultados de relevo .

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DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 3924 Telefone: 919 266 930 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil Email: algarveinformativo@sapo.pt Web: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: Daniel Pina

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