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ALGARVE INFORMATIVO 13 de outubro, 2018
SAGRES FOI CAPITAL DA OBSERVAÇÃO DE AVES «AMAZÓNIA» | «MODA VESTRA» | AFONSO DIAS | «BELA ADORMECIDA» ORQUESTRA DE JAZZ DO ALGARVE | CONFRARIA DOS GASTRÓNOMOS DO ALGARVE 1 ALGARVE INFORMATIVO #175
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CONTEÚDOS #175 13 DE OUTUBRO 2018
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ARTIGOS 10 - Confraria dos Gastrónomos do Algarve 28 - Festival de Observação de Aves & Atividades de Natureza 42 - «Faro Positivo» 52 - Afonso Dias 62 - «Amazónia» 70 - «Moda Vestra» 78 - Orquestra de Jazz do Algarve 90 - «Bela Adormecida» 100 - Semear Saúde 122 - Atualidade
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OPINIÃO 110 - Paulo Cunha 112 - Adília César 114 - Ana Isabel Soares 116 - Nuno Miguel Silva 118 - Antónia Correia ALGARVE INFORMATIVO #175
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CONFRARIAS DE TODA A PENÍNSULA IBÉRICA RUMARAM A SÃO BRÁS DE ALPORTEL Texto:
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ão Brás de Alportel foi, quase se pode dizer, a capital do reino das confrarias ibéricas no dia 6 de outubro, por ocasião do 20.º Capítulo e do 14.º Grande Capítulo da Confraria dos Gastrónomos do Algarve, que levou até ao coração da Serra do Caldeirão diversas confrarias portuguesas e espanholas para um verdadeiro momento de convívio, fraternidade, reflexão e expansão confrádica, mas também para se assinalar o trabalho que tem sido desenvolvido em prol da gastronomia algarvia. “É um prazer pessoal poder partilhar este momento com tão ilustres convidados. É com o coração cheio de alegria e imenso orgulho que recebo tantos amigos, de tantas confrarias, vindas dos mais ALGARVE INFORMATIVO #175
diversos pontos de Portugal e Espanha”, afirmou José Manuel Alves, Grão-Mestre da Confraria dos Gastrónomos do Algarve, durante a receção no Salão Nobre da Câmara Municipal de São Brás de Alportel. Dirigindo-se aos novos confrades que seriam entronizados neste dia, José Manuel Alves lembrou a nobre missão que é “guardar, até onde necessário for, a grandeza do nosso património, esse tesouro insubstituível qe todos nós, membros das confrarias báquicas e gastronómicas da Europa, gastrónomos esclarecidos, tão afincadamente sabemos salvaguardar”. Um papel desempenhado por estes homens e mulheres trajados e que assegurará, de acordo com o Grão-Mestre, que “as 12
nossas tradições continuem a ser preservadas e que as nossas raízes, longas de vários séculos, por outros tantos durarão”. José Manuel Alves destacou o reconhecimento do trabalho desenvolvido, ao longo destes 14 anos, pela Confraria dos Gastrónomos do Algarve, para o que muito tem contribuído a coesão, amizade e fraternidade em torno dos valores presentes nos seus estatutos. “Em nome desta família e das ambições de quantos sonharam este projeto, em nome do futuro que nos convoca e das esperanças e expetativas que em nós estão depositadas, agradeço toda a colaboração que temos recebido nesta missão”, afirmou, emocionado, ao mesmo tempo que revelou o desejo de trazer para 13
o Algarve, em 2019 ou 2020, o Congresso do CEUCO, uma vontade a que Carlos Martin Cosme, Presidente do Conselho Europeu de Confrarias, presente na cerimónia, acedeu, assim estejam reunidas as condições logística e haja apoios para organizar tão grandioso evento. Um dos novos membros da Confraria dos Gastrónomos do Algarve é João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve, que lembrou que o termo «entronizar» teve origem nos tempos da Monarquia, mas que persistiu, já nos tempos da Democracia, como um sinal de honra atribuído a alguém. “A confraria é uma irmandade, uma fraternidade, um grupo de pessoas que se associa em ALGARVE INFORMATIVO #175
João Fernandes, Presidente da Região de Turismo do Algarve e Carlos Martin Cosme, Presidente do CEUCO - Conselho Europeu de Confrarias
torno de interesses comuns, e tenho que felicitar a Confraria dos Gastrónomos do Algarve pelo seu dinamismo e fulgor. É raro vermos uma identidade tão coesa como esta, onde assistimos facilmente a uma energia bastante positiva em redor da sua missão”, sublinhou, acrescentando que, mais do que o sabor dos ingredientes e o modo de confeção das refeições, um dos grandes méritos da gastronomia e dos vinhos é “fomentar o convívio entre amigos e a partilha de bons momentos”. Trabalhar elementos da gastronomia e dos vinhos não é, aliás, uma novidade para ALGARVE INFORMATIVO #175
a Região de Turismo do Algarve, com várias publicações editadas e apoiadas sobre estes temas, para além da colaboração para a instituição da Dieta Mediterrânica como Património Imaterial da Humanidade. “Estão na nossa promoção e na nossa informação turística e em todos os momentos da nossa animação. Numa mesa portuguesa, a hospitalidade atinge o seu expoente máximo”, considerou João Fernandes, antes de passar a palavra ao anfitrião, Vítor Guerreiro, presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, para 14
José Manuel Alves, Grão-Mestre da Confraria dos Gastrónomos do Algarve, José Maria Manteca, Secretário-Geral da FECOES - Federação Espanhola de Confrarias Vínicas y Gastronómicas e Vítor Guerreiro, Presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel
quem este Grande Capítulo é um evento que projeta uma das linhas mestras da beleza deste concelho. “A maior riqueza que temos em São Brás de Alportel são as pessoas e a segunda acredito que seja a gastronomia, para além da paisagem, da natureza. Temos muitos e bons restaurantes que continuam a preservar as receitas tradicionais e a gastronomia mediterrânica e os algarvios fazem do almoço algo sagrado, seja para confraternizar, seja para tratar de assuntos mais importantes. À volta da mesa tomam-se grandes decisões e o Algarve está, felizmente, a assumir também um papel de destaque na área vinícola”, frisou o edil são-brasense. 15
Depois da receção nos Paços do Concelho de São Brás de Alportel, as muitas dezenas de confrades, confreiras e seus familiares dirigiram-se à Igreja Matriz de São Brás de Alportel, onde teve lugar a entronização dos novos elementos da Confraria dos Gastrónomos do Algarve, entre os quais se encontravam precisamente Vítor Guerreiro, presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, e João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve. Seguiu-se um animado almoço, pela tarde adentro, no Restaurante Rocha da Gralheira .
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nona edição do Festival de Observação de Aves & Atividades de Natureza decorreu, de 4 a 7 de outubro, mais uma vez num local privilegiado para acompanhar a migração das aves, Sagres, no concelho de Vila do Bispo. O evento voltou a ser um sucesso, com cerca de mil ALGARVE INFORMATIVO #175
e 160 participantes nas múltiplas atividades que tiveram lugar em vários pontos de Sagres, como o Cabo de São Vicente, o Forte do Beliche, a Fortaleza de Sagres, a Cabranosa e o Monte das Esparregueiras. Atingiram-se também novos horizontes, com mais nacionalidades a participarem no festival. De facto, para além dos europeus, o evento foi 30
de desenho, da devolução à natureza de aves noturnas, das saídas focadas em libélulas e libelinhas, dos minicursos de geologia e da exposição sobre o impacto do plástico no ambiente. A organização do festival implementou ainda uma política de redução de plástico para que o evento seja cada vez mais sustentável. Este ano foram observadas quase 140 espécies, incluindo uma raridade: o papa-moscas-pequeno (Ficedula Parva). Todas elas foram inseridas na plataforma online «PortugalAves/eBird» para que os dados possam ser utilizados para outros fins. O sucesso de mais uma edição deste festival deveu-se também, em grande parte, aos voluntários e parceiros que colaboraram nesta iniciativa, seja na parte das atividades, como na atribuição de descontos à organização e/ou participantes.
vivenciado pela primeira vez por pessoas de São Tomé e Príncipe, Suriname e Índia, mas de entre os 43 países representados destacam-se igualmente a Nova Zelândia, Vietname, Senegal, Colômbia e Canadá. Das 206 atividades que constavam do programa, algumas merecem destaque por terem sido uma inovação e pela excelente adesão dos participantes. Foi o caso das viagens de gravação sonora de aves noturnas migratórias, dos workshops 31
A iniciativa da Câmara Municipal de Vila do Bispo contou com o envolvimento da Associação Almargem e da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves e a ação começou logo na manhã do dia 4 de outubro, no Forte do Beliche, com uma mesa redonda em que participaram Adelino Soares, Presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo, Ana Mendes Godinho, Secretária de Estado do Turismo e José Mendes, Secretário de Estado Adjunto e do Ambiente. “Há 10 anos tínhamos pouca noção do que seria um festival de observação de aves porque nunca havia sido feito nenhum em Portugal, embora existissem milhões de pessoas por esse mundo fora que praticavam esta atividade. Mas sabíamos que isso era algo importante porque já há ALGARVE INFORMATIVO #175
bastante tempo que vinha imensa gente para Sagres para avistar as aves do cima das falésias”, recordou Adelino Soares como esta caminhada começou, precisamente quando assumiu a presidência da autarquia vila-bispense. O risco foi assumido sem receio e os resultados estão à vista, com Sagres a ser um dos destinos mais procurados por este nicho de mercado, mas Adelino Soares confessa que nunca esperara que o evento alcançasse tamanha projeção mundial. Mundial porque, de facto, rumam ao concelho de Vila do Bispo muitas centenas de pessoas de todos os continentes por esta altura do ano para assistir à migração das aves em direção ao norte de África. “Quando chegámos à Câmara Municipal ALGARVE INFORMATIVO #175
nem sequer sabíamos o que era o turismo ornitológico, aliás, eu falava em pássaros e de imediato me diziam que eram aves. A nossa grande vitória é que a população local se envolveu intimamente com o festival e nem a saída do centro de operações do interior de Sagres para o Forte do Beliche diminuiu a dinâmica do festival”, indicou o edil, antes de falar da estratégia de turismo que foi de imediato adotada pelo executivo camarário que lidera. “Apostamos na geologia, paleontologia, arqueologia, em toda a nossa história associada ao Período Romano e aos Descobrimentos, e colocamos Vila do Bispo no bom caminho para combater a sazonalidade do Algarve”. 32
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Adelino Soares, Presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo
O sucesso do evento foi-lhe granjeando mais apoios, mais recentemente do programa CRESC Algarve 2020, por via da CCDR Algarve, e do Programa Valorizar do Turismo de Portugal. Contudo, já em 2006, aquando da elaboração do PENT – Plano Estratégico Nacional para o Turismo, o turismo de natureza foi escolhido como um dos produtos a apostar pela tutela. “Na altura houve uma reação de desconfiança porque não tinha um volume expressivo, era um negócio cujo retorno estava pouco demonstrado, mas hoje percebemos a importância que o turismo de natureza tem tido para o posicionamento internacional do destino Portugal”, frisou Ana Mendes Godinho. “As pessoas procuram destinos autênticos e um destino que tem observação de aves, surf, paisagens ALGARVE INFORMATIVO #175
protegidas, é um ativo único nos tempos que correm. E é um produto que acontece ao longo de todo o ano, que serve de pretexto para nos visitarem fora da época alta do turismo. Mas esta atração de pessoas só se consegue através de eventos, de momentos que posicionam um produto além-fronteiras”, entende a Secretária de Estado do Turismo.
Portugal, e o Algarve, querem crescer, então, em valor, não em quantidade, caso contrário, dificilmente conseguirá fazer frente a outros destinos mais competitivos no que toca aos preços praticados. “Felizmente, estamos a 34
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Ana Mendes Godinho, Secretária de Estado do Turismo
crescer mais em receita turística do que em número de pessoas que visitam o país e, no caso concreto da observação de aves, não nos interessa um destino massificado. Foi precisamente para dar maior visibilidade a determinados territórios e produtos que criamos o Programa Valorizar, dando a hipótese das Entidades Regionais de Turismo identificarem, nas suas estratégias de desenvolvimento, os seus produtosâncora de comunicação”, declarou Ana Mendes Godinho. O êxito do Festival de Observação de Aves & Atividades de Natureza ganhou ainda maior relevo quando, em 2015, Vila do Bispo conquistou o Prémio Município do Ano, em termos regionais e nacionais, com este evento, mas também o Prémio ALGARVE INFORMATIVO #175
de Sustentabilidade 2015/2016. “Desde esse ano, o festival deixou de ser de Vila do Bispo e passou a ser de Portugal e do Mundo”, entende Adelino Soares, acreditando estarmos na presença do maior evento de turismo de natureza de Portugal, até porque contempla muito mais iniciativas para além da simples observação de aves. “Ao contrário do que se diz por aí, Portugal atravessa um excelente momento em termos turísticos, não pelos problemas que os nossos concorrentes sentiram no passado recente, mas porque existiu um processo de acrescentar valor à nossa oferta turística, o que nos torna mais resilientes a crises de procura que possam acontecer no futuro próximo”, afirmou, por sua vez, José Mendes, que 36
José Mendes , Secretário de Estado Adjunto e do Ambiente
fazia parte do júri que atribuiu, em 2015, o Prémio Município do Ano a Vila do Bispo, um galardão da responsabilidade da Universidade do Minho e da qual era vicereitor. “O Turismo é uma atividade de grande intensidade, porque as pessoas têm períodos de férias mais ou menos concentrados, de maneira que estamos a falar de um setor superutilizador das estruturas, o que gera externalidades. E são estas externalidades que, nos casos de turismo de massa, podem matar o negócio. O Turismo de Natureza sabe que vive da ausência de externalidades negativas e atrai pessoas que defendem a própria sustentabilidade desses produtos”, reforçou o Secretário de Estado Adjunto e do Ambiente. Turismo de Natureza que é eleito por pessoas preocupadas com a 37
sustentabilidade ambiental, com a pegada ecológica que deixam nos locais que visitam, com os limites de carga dos sítios, e Portugal tem estado, sem dúvida, na linha da frente deste setor nos últimos anos, garante Ana Mendes Godinho. “Hoje, encontramos a pessoa da nacionalidade mais inesperada no local mais inesperado de Portugal. Estamos a deixar de ser um país com algumas regiões tipicamente turísticas e em que o resto não era procurado por ninguém, e estamos a ser descobertos por um conjunto de nacionalidades que não faziam ideia do que era Portugal. Isso deve-se à capacidade de sermos, basicamente, um hub intercontinental, de termos ligações áreas para os quatro cantos do mundo”, salientou a Secretária de Estado do Turismo, acrescentando que ALGARVE INFORMATIVO #175
os nichos de mercado do turismo de natureza estão a traduzir-se num bolo global com números bastante interessantes. “Particularmente em termos de receita e o que nos interessa são turistas que estão dispostos a gastar dinheiro nos territórios que visitam e que valorizam os produtos locais e tradicionais”. O nicho está, assim, a ganhar escala, o que obriga a uma inovação contínua e “à preservação dos ativos únicos e irrepetíveis que Portugal possui”, defende José Mendes. “Quem vem a Vila do Bispo certamente que fica com vontade de regressar. Se formos a HongKong, achamos que aquilo é extraordinário, mas não sentimos necessidade de lá voltar, porque as grandes cidades tornam-se repetitivas. Depois, há que valorizar os ativos ALGARVE INFORMATIVO #175
endógenos, aqueles que se geram e se mantém por eles próprios, como são as aves migratórias em Sagres ou as ondas gigantes na Nazaré”, considera o Secretário de Estado Adjunto e do Ambiente. “O que aconteceu, nestes dois casos, é que alguém identificou um ativo único, irrepetível, endógeno, e foi capaz de colocar sobre ele um produto diferenciado. Sejamos nós capazes de compatibilizar produtos sustentáveis que valorizam estes ativos únicos e irrepetíveis, porque a economia e o ambiente só têm que estar casados”, prosseguiu José Mendes. “E este é um festival que tem tudo a ver com o nosso território, com o sítio especial que é Sagres, com uma projeção nacional e internacional inegáveis e com iniciativas superinteressantes para adultos e crianças”, concluiu Adelino Soares . 38
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MUNICÍPIO DE FARO DEU A CONHECER OBRAS NA REDE ESCOLAR, NO PARQUE HABITACIONAL, NO CEMITÉRIO NOVO E NO LARGO DE SÃO PEDRO Texto:
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executivo camarário farense liderado por Rogério Bacalhau dedicou a manhã do dia 10 de outubro a mais um capítulo do «Faro Positivo», com o intuito de fazer um ponto de situação sobre as ALGARVE INFORMATIVO #175
obras que decorrem no Cemitério Novo de Faro e no Largo de São Pedro, mas também para dar a conhecer as intervenções realizadas no âmbito da rede escolar e no parque habitacional municipais. A visita começou pelo Cemitério Novo de Faro, onde a Câmara Municipal 42
adjudicou a construção de dois novos blocos de gavetões, que se vão somar aos 180 construídos em 2016 no Cemitério da Esperança. O primeiro edifício com 176 gavetões encontra-se em fase de conclusão, num investimento que rondou os 147 mil euros + IVA, estando em fase de adjudicação um segundo edifício com 336 unidades, com um valor estimado perto dos 190 mil euros + IVA. Tudo isto porque, conforme lembrou Rogério Bacalhau, “foram feitos à volta de dois mil cubais no Cemitério Novo em que os corpos mumificaram e continuam como foram colocados, ou seja, não há renovação dos espaços”. “Temos cerca de 400 funerais por ano e, se este estivesse a funcionar corretamente, estava o problema resolvido. Aumentamos a capacidade do Cemitério Novo com este novo módulo e
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o que está para ser adjudicado, o que deverá aliviar a pressão apenas durante os próximos dois anos, motivo pelo qual há a possibilidade de se fazer uma ampliação do Cemitério Novo a nascente”, referiu o presidente da Câmara Municipal de Faro. O cenário seria menos problemático se o processo do Crematório Municipal de Faro tivesse andado por adiante, contudo, a autarquia viu-se inesperadamente envolvida numa querela jurídica entre os concorrentes do último procedimento concursal. “O concurso foi impugnado em 2016, não anda nem desanda, e estamos de braços atados, sem saber se a adjudicação da obra pode ser realizada ou não. É um período de espera
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enquanto a justiça decide o que tem para decidir que nos está a prejudicar a todos”, desabafou Rogério Bacalhau, adiantando que o projeto de ampliação global do Cemitério Novo, a ir para a frente, rondará os três milhões de euros. Até final do ano deverá estar, entretanto, concluída a requalificação do Largo de São Pedro, mediante a qual se pretende proteger e enquadrar a Igreja de São Pedro, através da criação de um «adro» exterior enquanto prolongamento do espaço interior do monumento; harmonizar os trânsitos pedonais e mecânicos, privilegiando-se o estar e o caminhar; e adequar as condições de conforto, segurança e qualidade ambiental a uma requalificação contemporânea do espaço. Em simultâneo serão instalados pela FAGAR subtainers para depósito de ALGARVE INFORMATIVO #175
lixo doméstico. Esta primeira fase da requalificação do Largo de São Pedro orçou em cerca de 59 mil euros + IVA e insere-se no objetivo mais alargado de se requalificar o Largo Catarina Eufémia. “Queremos reordenar toda esta zona, porque confluíam para aqui vários sentidos de circulação automóvel, o que gerava uma grande anarquia no desenvolvimento dos fluxos de tráfego. Vamos devolver a maioria deste espaço ao peão, sendo o primeiro projeto em que estamos a desenvolver a «quota zero», uma nova tendência que já figura no nosso Plano de Mobilidade e Transportes”, destacou Rogério Bacalhau, falando ainda de outros projetos semelhantes para o Largo da Palmeira e para o Largo Pé da Cruz que poderão avançar em 2019. 44
Quanto a esta intervenção, faz parte do PARU – Plano de Ação de Regeneração Urbana de Faro, tem um financiamento de 65 por cento e não está já finalizada porque o arranque das obras foi adiado em virtude da recuperação que estava a ser executada num edifício contíguo. E, aproveitando esta intervenção, a FAGAR vai igualmente substituir uma conduta de água de aproximadamente 200 metros e deixar enterrados vários conjuntos de válvulas e outros equipamentos a pensar no futuro. “Existem 12 a 15 ramais nesta zona, a obra custa 38 mil euros e tem um prazo de execução de 60 dias”, revelou Paulo Gouveia da Costa, presidente da FAGAR. E Rogério Bacalhau acrescentou ainda que a requalificação do Largo de São Pedro obedece já ao desígnio das smart cities, neste caso concreto com a pré-
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instalação de infraestruturas para comunicações móveis, gestão inteligente da iluminação pública, rega e tráfego, e até de videovigilância. “A nossa vontade é tornar os espaços urbanos mais amigos dos peões e com maior acessibilidade para quem tem mobilidade reduzida”, salientou o edil farense. Na EB1 de Marchil a comitiva assistiu aos melhoramentos já concluídos neste estabelecimento de ensino do primeiro ciclo e ficou a conhecer o projeto, em fase de conclusão, da EB1 do Areal Gordo, que representam um investimento de 175 mil euros. Finalizadas estão também a empreitada de substituição de caixilharias na EB1 da Penha (48 mil e 326 euros + IVA), a intervenção nos espaços exteriores da
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EB1 do Carmo (93 mil e 750 euros + IVA) e da EB1 de Estoi e construção de passagem coberta (79 mil e 671 euros + IVA). Ainda em fase de projeto está a requalificação dos arranjos exteriores da EB1 de Santa Bárbara de Nexe, com um custo de 75 mil euros + IVA. Mas o ano letivo fica igualmente marcado pelo alargamento da rede de educação pré-escolar, “com a disponibilização de uma nova sala no Jardim-de-Infância de Estoi, para crianças entre os três e os seis anos, estando aberto o concurso público para construção de mais três salas na EB1 do Bom João, com o valor base de cerca de 290 mil euros + IVA, e que deverão entrar em funcionamento no próximo ano letivo”, adiantou Rogério Bacalhau. Ainda no plano escolar, a Câmara Municipal de
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Faro adquiriu dois minibuses, pelo valor de 66 mil e 974 euros + IVA, para levar, de e para a escola, as crianças que residam em áreas do concelho não servidas pela rede de transportes públicos. Prestes a entrar em funcionamento está uma terceira viatura, desta feita vocacionada para o transporte de crianças portadoras de deficiência e com mobilidade reduzida, que foi comprada por 31 mil e 600 euros + IVA. E de Marchil se foi para a Praça José Afonso, junto ao Hospital de Faro, onde Rogério Bacalhau falou da requalificação em curso do parque habitacional municipal. Assim, está em execução a recuperação das fachadas do Bloco D da Carreira de Tiro de Faro (63 mil e 375 mil euros + IVA) e encontra-se
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O Vereador Carlos Baía, o Vice-Presidente Paulo Santos e o Presidente da Câmara Municipal de Faro, Rogério Bacalhau, junto a um dos minibuses de tranporte escolar
em fase de lançamento o concurso para a recuperação das fachadas do Bloco J da mesma urbanização, pelo valor de 136 mil e 428 euros + IVA. No Bairro Presidente João Negrão Belo está em fase de adjudicação a recuperação das fachadas dos blocos A, C1, C2, D1 e D2, por um valor de 113 mil e 600 euros + IVA. Concluída está já a impermeabilização da cobertura destes 96 fogos, que implicou um investimento de 58 mil e 150 euros + IVA, assim como a requalificação das fachadas dos blocos B1, B2, B3 e B4, também com 96 fogos, por cerca de 90 mil euros. Neste «Faro Positivo» foi apresentado ainda o projeto previsto para o loteamento municipal de um terreno situado na Avenida Caloute Gulbenkian e a proposta 47
de edificação de uma parcela de terreno na Rua Ludovico Menezes. “Normalmente vende-se o terreno, arranja-se um promotor – que tem alguns benefícios na construção de edifícios com fogos de custo controlado – e, no final, ele tem que respeitar determinadas tabelas de preços no momento da venda dos apartamentos. A nossa intenção é construir nós mesmos os edifícios e integrá-los no plano de habitação social da autarquia. E há um compromisso antigo de, neste terreno na Rua Ludovico Menezes, fazer-se a sede para o Grupo de Teatro Lethes, com um pequeno auditório, salas de ensaio e outros espaços”, explicou Rogério Bacalhau em final de visita . ALGARVE INFORMATIVO #175
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ENTREVISTA
“A POESIA NÃO PRECISA SER UMA COISA ETÉREA E DE OUTRO PLANETA, DEVE TER UMA FUNÇÃO SOCIAL”, DEFENDE AFONSO DIAS Texto: 53 53
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e ALGARVE ALGARVE INFORMATIVO INFORMATIVO #175 #175
ntre ser cantor, compositor, letrista de canções, poeta, ator, encenador de teatro e «dizedor» de poesia, Afonso Dias é dos homens de cultura mais prolíficos do Algarve e, depois de ter editado «Alto Contraste» em 2017, eis que nos brinda, em 2018, com um novo livro de poesia, «Largo do Mercado», mas também um novo disco, «Alto Contraste Trovas», com canções que utilizam alguns dos poemas da anterior obra literária. «Largo do Mercado» que não encerra, em si, nenhum significado muito espiritual ou enigmático, começa logo por explicar o entrevistado. “No ano passado mudei de casa e passei a morar num segundo andar com vista para o Mercado de Faro. Os poemas que integram este volume, embora apenas uma parte, ainda que algo numerosa, tenha o Mercado como protagonista ou figurante, têm todos uma relação capilar com este espaço da capital algarvia. Gosto de trabalhar, ainda por cima tenho a sorte de fazer aquilo que gosto, e escrevo bastante, um poema por dia, às vezes mais, outras vezes menos. Música faço mais parcimoniosamente, mas vou fazendo”, refere, adiantando que será natural que, em 2019, sai mais um disco de canções com alguns poemas do «Largo do Mercado». Uma opção que, garante, não segue nenhuma estratégia pré-definida, simplesmente obedece a uma regra muito básica: “Trabalho na medida em que tenho coisas para dizer, por vezes através da escrita, noutras, por canções. Não estou preocupado com aquilo que vai ser a minha obra, mas é bem provável ALGARVE INFORMATIVO #175
que, no próximo ano, edite mais um livro, porque realmente escrevo em grande quantidade. Ou talvez dois, mais pequenos e mais temáticos”, indica Afonso Dias, isto porque «Largo do Mercado» inclui, quase que se pode dizer, mais quatro obras de menor dimensão, ou seja, 10 versos, poemas desesperançados, marca d’água e aforismos. “Quase todos os poemas foram criados ou, no mínimo, passados ao computador em frente à janela com vista para o Mercado, uma janela que é um cinescópio onde voam os pássaros, mergulham os aviões, se pressentem as pessoas lá em baixo, eclodem os ruídos de buzinas e motores, a vozearia das gentes”, acrescenta, enquanto folheia o livro durante a conversa num dos cafés, lá está, do Mercado de Faro. As temáticas, bem ao seu estilo, são muito diversas, portanto, facilmente esbarramos em poemas de amor, seguidos de fantasias proto-surrealistas, versos intimistas e tristes, denúncias políticas, ansiedades ecológicas, reflexões filosóficas, sonetos, rimances, sátiras… “tudo de enfiada”, comenta, com uma risada. “Os poemas quase todos estão datados e, embora não pareça, pela frequente irregularidade sequencial, obedecem à ordem cronológica em que foram gravados no computador. Podia tê-los agrupado por temas, estilos, estados de alma, fosse o que fosse, mas não o fiz por preguiça, mas também porque, deste modo, pode-se observar as variações do meu estado de espírito ao longo da produção”.
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comuns mortais. A mim interessame, na poesia, na música, na vida em geral, a instrumentalidade das coisas. Que não se perca o sentido poético do olhar e do sentir, mas que a poesia tenha uma função social. Quando falo da fome do Iémen ou dos bêbados do mercado, ou da senhora mendiga, há ali um valor social e humano, um lado instrumental da poesia”, sublinha o entrevistado, recordando o exemplo do famoso quadro «Guernica» de Pablo Picasso, pintado para criticar a Guerra Civil Espanhola e o nazi fascismo alemão que ai vinha. “Foi a Força Aérea Alemã que bombardeou, para treinar e se divertir, a aldeia de Guernica, e o Picasso quis denunciar essa situação por via daquela peça artística. Esse lado do trabalho do artista é-me muito mais precioso, embora, claro, não rejeite o cuidado estético e a riqueza das metáforas, digamos, a poesia da coisa em si”.
Afonso Dias procura ser um homem atento ao que se vai passando em seu redor, tanto no plano local e regional, como nacional e internacional, e isso despoleta em si a tal vontade indomável de escrever, de colocar no papel, ou na pauta de música, o que lhe vai na alma. “Há, em muitos dos meus e das minhas camaradas da poesia – por quem tenho bastante respeito – a ideia de que a poesia é uma coisa etérea, de outro planeta, a visão interior do poema que não se compadece com as coisas dos ALGARVE INFORMATIVO #175
“A poesia é o pano de fundo de todas as artes e ciências”, entende Afonso Dias, pelo que não escreve apenas sobre assuntos sérios, tristes ou polémicos, nada disso, «Largo do Mercado» é um livro sério, mas tranquilo. “Há poemas que vão fazer o leitor pensar, quiçá entristecê-lo, mas outros vão fazê-lo rir, espero eu. Estão ali poemas, por exemplo, dos dois lados do amor – o 56
feliz e o infeliz”, desvenda, ao mesmo tempo que garante que não tem uma má impressão geral da humanidade. “Contudo, existe uma parte substancial, sobretudo daqueles que têm o poder para decidir, que vive no território da indiferença, que é, para mim, o mais reles dos sentimentos. Aquele que finge que não vê, que olha para o lado e assobia. Há, felizmente, bastantes pessoas atentas a tudo isto, mas tal não significa que, depois, haja muitas que estejam dispostas a comprar e ler um livro de poesia… ou mesmo de outros géneros. Os livros que têm edições mais volumosas são, normalmente, pouco exigentes do ponto de vista da reflexão e a poesia continua a ser um nicho de mercado. Vai vendendo bem o Manuel Alegre, a Sophia de Melo Breyner, apesar de já ter morrido, vendia razoavelmente o Eugénio de Andrade e o Miguel Torga. 57
Não é um bom negócio para os autores e, julgo eu, nem sequer para os editores”. Independentemente disto, a poesia é essencial à vida e há que continuar a escrevê-la, considera Afonso Dias, até porque não carece da mesma disciplina de leitura do que outros estilos literários. “Num romance temos que ler página a página para acompanharmos a história. Na poesia, podemos abrir o livro em que parte nos apetecer e ler esse poema, da mesma maneira que o poeta não precisa estar agarrado ao computador todos os dias. Na prosa, o escritor tem que estudar muito mais do que eu para criar e, acima de tudo, precisa ter um horário de trabalho. Mas não estou, com isto, a dizer que a poesia dá pouco trabalho”, frisa, motivo pelo qual anda ALGARVE INFORMATIVO #175
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sempre com um bloco de notas para colocar no papel os versos que, de repente, depois de um simples olhar, lhe surgem na cabeça. “Se bem que, às vezes, também escrevo nos toalhetes dos restaurantes”, confessa, com um sorriso. Palavras sérias, que nos fazem pensar, de denúncia do que vai mal por esse mundo fora, têm sido um apanágio de Afonso Dias desde que o conhecemos, não tivesse ele sido um combatente feroz da Ditadura e cantado, nos anos 60 e 70 do século passado, em inúmeras sessões a solo ou ao lado de Zeca Afonso, Francisco Fanhais, Samuel, Pedro Barroso, Pedro Lobo Antunes, entre outros. Depois, foi deputado à Assembleia Constituinte em 1975/76 e é um dos signatários da Constituição da República, que votou favoravelmente a 2 de abril de 1976, tendo recebido, nesse mesmo mês, o título de Deputado Honorário da Assembleia da República. “Mas escrevo igualmente sobre o céu azul, os passarinhos e as florzinhas, não falo apenas de revoluções, da pobreza ou de malvados como o Trump e quejandos. Os passarinhos e as florzinhas também nos despertam prazeres estéticos. Os perfumes, os paladares e as cores embelezam a vida e são ingredientes a que a poesia não pode, nem se deve, esquivar”, esclarece. “Um dos problemas das canções de intervenção é que eram muito datadas e específicas. A luta dos trabalhadores do «Jornal do Comércio» deu lugar a uma bela canção, que fiz com o Tino Flores e o José Mário Branco, mas dizia respeito àquela situação concreta. Hoje, é mais uma peça para estudo sociológico do que propriamente um documento poético-musical”. 59
Neste sentido, a poesia está disponível para todos os assuntos, seja para escrever um livro ou para compor canções, daí que Afonso Dias anteveja já material suficiente em «Largo do Mercado» para musicar um novo disco. “Para tal têm apenas que obedecer a determinados requisitados métricos”, aponta e, por entre mais uma risada, admite que até podia trabalhar mais, mas gosta de conservar alguma da sua preguiça. “As pessoas conhecem-me e, de um modo geral, respeitam-me, mesmo aquelas que possam não gostar particularmente de mim, o que também acontece. É óbvio que não me importava de enriquecer, mas confesso que, a fazer o que faço, muito dificilmente lá chegarei. Podia fazer umas canções pimba, que parece que são o que está a dar, mas a minha consciência não me deixa dizer e fazer certas coisas”. Como já sabe que não vai enriquecer por via da escrita ou da música, Afonso Dias vai fazendo, então, aquilo que realmente gosta e em 2019 terá, eventualmente, novo disco e livro no mercado. Antes disso, porém, andará em digressão a promover «Largo do Mercado» e «Alto Contraste Trovas» – que contam com o apoio dos Municípios de Faro e Loulé – com a primeira apresentação a ter lugar, no dia 26 de outubro, no Club Farense, seguindo-se várias bibliotecas municipais e outros espaços culturais do Algarve, mas também de Lisboa, Porto, Aveiro, Santarém, Vila Franca de Xira, Almeirim e Setúbal .
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REPORTAGEM
«AMAZÓNIA» ABORDOU QUESTÕES ECOLÓGICAS NO CINE-TEATRO LOULETANO Texto:
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peça de teatro «Amazónia», com texto e direção de Jorge Andrade, do prestigiado coletivo portuense «Mala Voadora», subiu ao palco do Cine-Teatro Louletano, no dia 5 de outubro, numa estreia no sul do país que proporcionou um serão bastante inquietante e irónico aos muitos ALGARVE INFORMATIVO #175
espetadores que não faltaram a mais este capítulo do «Estórias silenciosas». O ciclo dedica-se, desde 2016, à apresentação de propostas performativas ligadas a temas atuais nas áreas sociais, política e cultural, uma escolha programática do Cine-Teatro que está claramente alinhada com as preocupações da autarquia louletana no que concerne à sustentabilidade do Planeta, patente na sua Estratégia 64
Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas. Um elenco de luxo personificou um grupo de artistas de vanguarda que vai para a Amazónia gravar uma telenovela ecológica e que esteve em constante interação com o público. E a sinopse da peça é bem ilustrativa do que
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nos espera: “O Planeta precisa, as pessoas interessam-se, é ético, é urgente, vai ter audiências”. Por isso, em palco, os artistas procuram financiamento e as personagens da novela também, porque também elas querem empreender, isto é, querem civilizar a Amazónia, seguir o caminho universal da civilização. De acordo com o encenador, os artistas de «Amazónia» querem que a telenovela seja realista e que as ações das personagens sejam levadas a cabo com verdade, porque o realismo é o futuro, daí o permanente diálogo com a assistência,
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que depressa aderiu a este formato diferente de peça de teatro. E, conforme explica o coletivo «Mala Voadora», não faria sentido tratar um tema ecológico sem ser ecológico, pelo que a concretização deste espetáculo assenta na poupança de matéria-prima. Assim, o cenário é emprestado, o desenho de luz é reciclado, as músicas são de outros espetáculos da «Mala Voadora» e as cenas são copiadas de espetáculos de outras pessoas. De modo que ninguém levou a mal que cada personagem estivesse, por exemplo, trajado com roupas de épocas diferentes. E o final, esse, foi realmente surpreendente .
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a sequência de uma encomenda artística da Rede Azul – Rede de Teatros do Algarve, realizada com o objetivo de estimular e valorizar a criação contemporânea com protagonistas algarvios e a sua circulação ALGARVE INFORMATIVO #175
pela região, estreou, no dia 6 de outubro, no Cine-Teatro Louletano, o espetáculo interdisciplinar «Moda Vestra». «Moda Vestra» é um coletivo de três artistas naturais do Algarve, mais concretamente o conceituado acordeonista João Frade, Rafael Correia, 72
vulgo Sickonce, da música e a artista visual Ana Perfeito. Os criativos reuniram-se para criar um projeto audiovisual que, a partir das sonoridades musicais tradicionais do Algarve, pretende explorar a ambiguidade entre o tradicional, o passado, o atual e visões de futuro do Algarve, numa ótica experimental de releitura contemporânea.
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De acordo com os responsáveis do projeto, a fusão de estilos e meios diferentes visualiza a entrega de uma identidade una, mas em aberto, com o intuito de ser completada pelo público. Deste princípio surge a origem do nome «Moda Vestra»: Moda de «atual» e de «canção tradicional»; Vestra do latim ALGARVE INFORMATIVO #175
«teu/tua». As ferramentas para a materialização deste desafio serão o acordeão, instrumentos musicais, máquinas, samples, ambientes sonoros e visuais – imagens do que foram e são estes artistas. A direção artística e arranjos estão a cargo de João Frade e Sickonce, com interpretação de João Frade (acordeão), Sickonce (eletrónica), Ana Perfeito (imagem), Emanuel Marçal (acordeão) e Paulo Machado (baixo e teclados). O conceito e coordenação geral são da Rede Azul – Rede de Teatros do Algarve e tem parceria estratégica e coprodução dos Municípios de Loulé, Faro, Albufeira,
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Castro Marim, Lagoa, Lagos, Olhão, Portimão, São Brás de Alportel, Silves e Tavira, Mito Algarvio – Associação de Acordeonistas do Algarve. O parceiro da área turística é a ProActiveTur, Lda. – Projecto TASA e conta ainda com o apoio do Programa «365 Algarve» e da Direção Regional de Cultura do Algarve. Depois da estreia em Loulé, no dia 6 de outubro, «Moda Vestra» segue para o Auditório Municipal Carlos do Carmo, em Lagoa (13 de outubro), Auditório da Biblioteca Municipal de Castro Marim (16 de novembro), e Museu do Traje, em S. Brás de Alportel (23 de novembro), com mais atuações agendadas para 2019 .
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REPORTAGEM
ORQUESTRA DE JAZZ DO ALGARVE ASSINALOU 14 ANOS DE VIDA COM GRANDIOSO CONCERTO EM LAGOA Texto:
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oi em «casa» que a Orquestra de Jazz do Algarve comemorou o seu 14.º aniversário, no dia 6 de outubro, com o concerto «Swing Is The Thing» a esgotar praticamente o Auditório Carlos do Carmo, em Lagoa. Uma noite de sonho que contou com os convidados especiais Jeffery Davis, no vibrafone, e Clara Buser, na voz, e que retratou, com a qualidade que todos ALGARVE INFORMATIVO #175
reconhecem à OJA, a época das grandes orquestras e do swing. Terminado o concerto houve lugar ao corte do bolo de aniversário e ao cantar dos parabéns pelo público, já no foyer do Auditório Carlos do Carmo, e só depois conseguimos chegar à conversa com Hugo Alves, reputado trompetista, fundador e Diretor Artístico da OJA, para quem estes 14 anos de sucesso não constituem uma surpresa. “Este projeto 80
foi criado com pés e cabeça e teve, desde o seu início, uma estratégia perfeitamente clara, pelo que este cenário era um dos que se afiguravam como mais previsíveis. Podíamos ter chegado a este patamar mais cedo, ou mais tarde, ou podíamos ter ficado simplesmente pelo caminho, no entanto, o trabalho que foi desenvolvido por todos os músicos e colaboradores que têm feito parte desta bonita história possibilitaram que estivéssemos aqui 81
nesta noite”, analisou, considerando que este foi mais um sinal evidente de que a região quer, e acarinha, a Orquestra de Jazz do Algarve. O sucesso não foi, então, uma surpresa, mas também não caiu do céu, antes pelo contrário, é o resultado de uma grande variedade de repertórios que a OJA possui para ir de encontro aos anseios do público, e da sua própria vontade em procurar e apresentar ALGARVE INFORMATIVO #175
novidades, com os arranjos feitos pela prata da casa, assim como pelos muitos convidados que já fazem parte desta família. “Obviamente que nada disto teria sido possível sem os apoios oficiais, particularmente sem a nossa residência artística em Lagoa e a ajuda da Câmara Municipal de Lagoa e de todas as outras autarquias do Algarve que participam neste projeto, bem como o Ministério da Cultura e a Direção Geral das Artes. Só há duas orquestras de jazz, a nível nacional, apoiadas pelo poder central, uma delas é a nossa, o que demonstra qualquer coisa”, destacou Hugo Alves. Mas se, hoje, as orquestras não são propriamente uma novidade de norte a sul
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de Portugal, o panorama era bem distinto no virar do milénio e criar-se uma orquestra de jazz no Algarve era quase «um tiro no escuro». “O jazz, em Portugal, tem alguns estigmas que eu gostava que já tivessem sido ultrapassados. Ele aparece verdadeiramente no nosso país após a Revolução do 25 de Abril e apanha a fase do free jazz que, para a maioria das pessoas, é demasiado ruidoso ou barulhento, ouço muitas classificações. As pessoas não sabiam, agora já vão sabendo melhor, que o jazz é um universo bem mais amplo”, esclarece Hugo Alves. “As orquestras são um capítulo da história do jazz que começou nos anos 20 e 30 do século
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passado, desvaneceu um pouco depois dos anos 40, mas esta linguagem e formação perduraram”. O músico reconhece, contudo, que há 14 anos assistiu-se a um certo boom do jazz em Portugal, com vários festivais a acontecerem, inclusivamente no Algarve, uns desapareceram, os com melhores condições mantiveram-se em atividade, e por este caminho de muitas adversidades foi palmilhando terreno a Orquestra de Jazz do Algarve. “Nessa altura fazíamos muitas workshops e masterclasses que se vieram a transformar na nossa Escola de Jazz e Música Moderna do Algarve e que ainda funciona. Atualmente, existem duas escolas superiores e uma faculdade que dão uma licenciatura em jazz e foram criados cursos profissionais, o mundo foi-se desenvolvendo, com altos 83
e baixos, como é perfeitamente natural”, observa Hugo Alves. Apesar de tudo, ainda há quem vá a um concerto de jazz sem saber muito bem o que vai encontrar, mas a Orquestra de Jazz do Algarve vai prosseguindo a sua missão de criar públicos. “O problema é que, em Portugal, ainda não há uma grande propensão das pessoas para a economia do lazer, seja por falta de disponibilidade financeira ou mesmo mental. Já melhorou muita coisa, claro, mas as pessoas não têm a menor ideia de que o preço do bilhete que estão a comprar não reflete minimamente os custos que estão associados a esse espetáculo”, lamenta Hugo Alves, falando em cerca de 50 horas de ensaios, a escrever, preparar e ALGARVE INFORMATIVO #175
Hugo Alves, fundador e Diretor Artístico da Orquestra de Jazz do Algarve, com Ana Martins, Vereadora da Câmara Municipal de Lagoa
adaptar arranjos, a praticar, para depois tudo culminar numa hora e meio de concerto. “Se não fosse a fatia do Estado e dos Municípios, era completamente impossível para uma orquestra manterse em atividade. Mesmo assim vamos sempre tentando fazer omeletes maiores com os ovos que temos”.
Nesta relação estranha com a música, o cidadão comum continua a pensar que estes homens e mulheres têm uma aptidão natural para o ofício que desempenham e que, por isso, lhes basta pegar num instrumento e começar a tocar, noção que faz o entrevistado encolher os ombros com ALGARVE INFORMATIVO #175
algum desalento. “Os músicos profissionais, como a maioria das pessoas, levantam-se todos os dias de manhã e vão para o seu trabalho, que no nosso caso é realizar exercícios técnicos, compor, escrever, praticar, uma rotina que nos acompanha pela vida inteira. Os concertos são a parte visível desta vida e todos nos divertimos em cima do palco, mas nem tudo o que acontece fora do palco é assim tão divertido”, sublinha Hugo Alves. Seja como for, a Orquestra de Jazz do Algarve não se pode queixar de falta de trabalho, dividido entre a sua função pedagoga de criar novos músicos, mas também novos públicos, e de dinamizar múltiplos eventos ao longo do ano. “A
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música, o ensino e a produção de eventos são vertentes que estavam bem definidas na nossa estratégia inicial e têm sido muitos os festivais de jazz que organizamos nestes 14 anos. Nos últimos três anos somos responsáveis, por exemplo, pelo «Algarve Gourmet Jazz Moments» para o programa «365 Algarve». A nossa agenda é bastante complexa, porque gerir cerca de 18 músicos não é fácil e obriga a ter uma estrutura que funcione na perfeição”, avisa Hugo Alves. “Temos conseguido oferecer uma programação cultural de qualidade aos residentes e a quem nos visita, mas temos, igualmente, representado o Algarve em deslocações ao resto do país e ao estrangeiro”, reforça o fundador da OJA. ALGARVE INFORMATIVO #175
Reflexo desta notoriedade alémfronteiras é o leque de superestrelas que já participaram em concertos da Orquestra de Jazz do Algarve nestes 14 anos, confirma Hugo Alves, com um sorriso. “Estamos muito bem conotados em termos internacionais como entidade acolhedora de músicos e, felizmente, as pessoas têm estado atentas. Não é invariável que os nossos concertos estejam cheios, que esgotem salas, que juntem centenas de pessoas nos espetáculos ao ar livre durante o Verão. Penso que já há pouca gente que não conheça a OJA e é giro quando as pessoas se movem, de um ponto ao outro da região, ou mesmo de e para fora do Algarve, para 86
ir aos nossos concertos”, salienta. Quanto ao futuro, o objetivo é reforçar a posição e estatuto alcançados neste trajeto bem-sucedido. “Estamos cá para trabalhar, aceitamos os desafios que nos são colocados, normalmente pelas câmaras municipais, mas também colocamos os nossos próprios desafios. Vamos continuar a acompanhar a evolução dos tempos e da vida, temos todos os reconhecimentos possíveis em Portugal – Utilidade Pública, Declarações de Elevado Interesse Cultural, Mecenato – e vamos seguir em frente enquanto o público nos quiser ouvir” .
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TEATRO DO FERRO MERGULHOU NOS SONHOS DA BELA ADORMECIDA Texto:
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oucos serão aqueles que não conhecem a história da Bela Adormecida. Por isso, o que se assistiu no dia 10 de outubro, no Teatro das Figuras, em Faro, não foi mais uma reposição deste clássico conto de fadas, mas uma visitação dos sonhos que a jovem poderá ter tido ao longo dos 100 anos em que esteve a dormir. «Bela Adormecida» foi, então, a proposta trazida pelo Teatro de Ferro, em versão de teatro de marionetas. E pouco importa se se picou num parafuso ou uma coisa assim parecida, o que realmente interessa para esta história é que a jovem adormeceu mesmo e continuou a dormir e a sonhar durante muitos anos. “Parecia-nos estranho que ninguém cuidasse dela ao longo de todo esse tempo. Portanto, arranjámos, não uma, não duas, mas pelo menos três pessoas para tomar conta de Bela enquanto ela dormia. E eles procuravam garantir que estava tudo bem e que a nossa Bela sonhava e aprendia enquanto sonhava”, explica o encenador Igor Gandra. Entretanto, nesta história, Bela dormiu tanto tempo que adquiriu uma prática notável na arte de sonhar, de maneira que, por vezes, os seus sonhos eram tão intensos e tão estranhos que se misturavam com os sonhos dos que cuidavam dela. “Também com a sua vida, pois ela sonhava que estava num teatro, com pessoas mesmo ali a olhar para ela. Até que um dia Bela acordou e as outras pessoas, se calhar, começaram a dedicar-se a preocupações diferentes mas ficaram para sempre ligadas a Bela”, acrescenta Igor Gandra . ALGARVE INFORMATIVO #175
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Ficha Artística e Técnica: Encenação, Cenografia, Sonoplastia e Texto: Igor Gandra; Interpretação: Carla Veloso, Diogo Martins, Dóris Marcos e Igor Gandra; Marionetas e Adereços: Eduardo Mendes; Desenho de Luz: Mariana Figueroa, TdF; Fotografia de Cena: Susana Neves; Filme: Direção - Igor Gandra; Edição e Montagem - Carlota Gandra; Marionetas e Adereços - Hernâni Miranda, Igor Gandra; Intérpretes - Álvaro Pinto, Cândida Alves, Carla Veloso, Carlota Gandra, Hernâni Miranda, Maria Antónia Bacelar, Maria Rouco, Mariana Ferreira, Mário Gandra, Matilde Gandra; Oficina de Construção: Hernâni Miranda (filme), Eduardo Mendes (coordenação geral), Américo Castanheira, Luísa Natário, Marta Figueroa, Débora Castro (estagiária EPC); Confeção de Figurinos: Ana Ferreira; Produção Executiva: Teatro de Ferro; Agradecimentos: Maria dos Prazeres Rovisco, Teatro Nacional São João.
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TRÊS PLANTAS MEDICINAIS PARA CRIANÇAS Texto: Um contributo da Associação Semear Saúde
s plantas medicinais, ao fornecerem uma forma de atuação eficaz e gentil, tornam-se muito úteis para os corpos sensíveis das nossas crianças. Quando seguimos as regras do bom senso, as plantas medicinais não prejudicam a saúde dos mais pequenos, antes pelo contrário, ALGARVE INFORMATIVO #175
atuam em harmonia para devolver ao corpo o equilíbrio de homeostasia para o qual ele está desenhado. Assim, para incómodos da vida diária, as plantas medicinais funcionam na perfeição, ajudando a resolver desconfortos que vão, desde uma simples dor de cabeça, até à prevenção de infeções virais. A utilização das plantas medicinais não se deve sobrepor às ferramentas da 100
medicina convencional. O que é que eu quero dizer com isto? Quero dizer que há um lugar e um momento para ambas, ou seja, nenhuma substituiu a outra, elas complementam-se consoante a situação. De qualquer forma, permita-me chamar-lhe a atenção para as questões de interação entre medicamentos. Por isso, sempre que utilizar a fitoterapia em simultâneo com os medicamentos sintéticos, certifique-se que o profissional de saúde que acompanha o seu filho esteja familiarizado com as interações que podem advir do uso de ambas as terapias. Em que situações se utilizam as plantas medicinais? As plantas podem ser usadas em situações simples, como cólicas, erupções cutâneas e dentição, bem como em algumas doenças comuns das crianças, como dor de garganta, constipações, gripes, dor de estômago, obstipação, entre outras. Quando a fitoterapia não apresenta os resultados previstos, deve considerar outros tratamentos, tal como os tratamentos convencionais, como tal, certifique-se que estabelece um bom relacionamento com um pediatra que tenha uma visão mais abrangente da saúde, para que possam trabalhar em sintonia na manutenção e resolução dos problemas de saúde que o seu filho possa apresentar. Como disse anteriormente, a utilização de plantas medicinais traz muitas 101
vantagens para as crianças, por isso, aqui apresento três plantas eficazes e seguras para usar com o seu filho. 1# CIDREIRA (MELISSA OFFICINALIS) Esta planta é um clássico infantil. A cidreira é uma planta carminativa, antiinflamatória e antiviral. Atua no sistema nervoso central, pelo que é considerada uma planta nervina, ajudando a aliviar a ansiedade, o nervosismo e as insónias. Utiliza-se no combate a infeções virais, feridas e constipações. A infusão e tintura de cidreira é a que mais usamos aqui por casa para aliviar os
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«pré-pele» de uma ferida que se encontra a cicatrizar). A calêndula apresenta igualmente propriedades antiinflamatórias, antibacterianas e antifúngicas, o que faz da pomada de calêndula ideal para erupções de fraldas, arranhões e queimaduras. A Calêndula também é um «linfício», o que significa que auxilia na drenagem dos linfonodos inchados/inflamados. Segurança: Topicamente é segura para arranhões, cortes pequenos e queimaduras com a pele intacta. Internamente, o seu uso deve ser orientado por um profissional habilitado (verifique sempre com o profissional de saúde que vos acompanha). #3 SABUGUEIRO (SAMBUCUS NIGRA) desconfortos associados à febre sem causa aparente. Segurança: Segura (verifique sempre com o profissional de saúde que vos acompanha). 2# CALÊNDULA (CALENDULA OFFICINALIS) Para as feridas, eczemas e contusões, a Calêndula é a eleita. Esta planta promove a cicatrização das feridas, através da formação de tecido de granulação formado pela proliferação de células endoteliais vasculares e fibroblastos (a
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O Sabugueiro é provavelmente a planta mais deliciosa que temos à nossa disposição para dar às crianças. Com ela elaboramos um delicioso xarope com propriedades antivirais e, como é um alimento, ainda oferece aos nossos pequenos uma vasta gama de nutrientes. Segurança: Muito seguro. A baga é considerada segura durante a gravidez e a lactação, mas pode causar dores de barriga se tomada com muita frequência (verifique sempre com o profissional de saúde que vos acompanha) .
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REPORTAGEM
TREINO DE FORÇA NAS CRIANÇAS Texto: Um contributo da Associação Semear Saúde
treino de força pode ser definido como um método de condição física que envolve uma variedade de exercícios e equipamentos, designados por equipamentos de força, tais como pesos ALGARVE INFORMATIVO #175
livres, elásticos, medicine balls e também nesta prática podemos usar apenas o peso corporal e movimentos com impacto (saltos) utilizados progressivamente numa escala de resistências e diferentes velocidades para proporcionar um aumento da aptidão muscular. Com o aumento da frequência deste tipo de treino na 104
população, torna-se cada vez mais importante perceber todas as questões relacionadas com esta metodologia, particularmente quando se fala de um estreito espetro populacional, com pouca visibilidade, segmento de população frágil e muito especial. O treino de força beneficia em vários aspetos as nossas crianças, designadamente a saúde em geral e o desempenho desportivo. Com muita frequência se tem comprovado de forma científica que a prática segura e eficiente do treino de força nas crianças tem benefícios inqualificáveis na vida adulta. A especificidade do treino de força nos mais jovens exige um profissional referenciado para este tema, com todo o conhecimento acerca das implicações musculares, ósseas e fisiológicas que advém deste tipo de 105
treino, assim como as indicações e vantagens, é uma prática mais complexa do que possa pensar e que se pode tornar de alguma forma menos boa se não for orientada por um personal trainer conhecedor da área. Os ganhos de força muscular nas crianças são principalmente explicadas por adaptações orgânicas como a ativação de unidades motoras, a coordenação intermuscular e o desenvolvimento da aprendizagem neuromuscular. Os programas de treino de força preferencialmente focados em exercícios multiarticulares, quero com isto dizer que tenham várias articulações envolvidas, são os mais indicados para as crianças. Para além disso, são também os mais apelativos. Não é possível treinar uma criança ALGARVE INFORMATIVO #175
desmotivada e sem foco, daí ser imperativo um personal trainer com uma capacidade técnica acima da média, assim como um desenvolvimento comportamental que lhe permita avaliar o íntimo do pequeno ser que tem diante de si. Sabemos também que periodizações mais longas, com maiores volumes, falo de tempo útil de treino e aumentos graduais de intensidade, poderão contribuir para que as crianças sejam mais fortes e saudáveis. Como os mais pequenos de hoje serão o futuro da nação, é neles que deverá incidir a nossa atenção e investimento a todos os níveis. Ainda sobre este tema, passo a desmistificar um assunto que diz respeito ao treino de força nas crianças. DENSIDADE ÓSSEA: O mito que o treino de força não é adequado para crianças está mais do que ultrapassado, ou pelo menos devia. A infância e a adolescência constituem um período oportuno para que o processo de ganho de massa óssea se dê, período em que que os ossos respondem às forças de tensão e compressão de forma muito marcada. O treino de força é fundamental para a formação dos ossos e para o crescimento dos mesmos e é possível com este tipo de treino adquirir massas ósseas mais resistentes e prolongadas, retardando as alterações ósseas que advém das mudanças hormonais na idade adulta. O treino de força progressivo e regular desenvolve a força e o tamanho dos ALGARVE INFORMATIVO #175
músculos, juntamente com a massa óssea dos jovens e aumenta a densidade mineral óssea nas crianças e adolescentes. COMPOSIÇÃO CORPORAL: O impacto do treino de força na composição corporal é de grande importância porque a população encontra-se cada vez mais obesa e há uma preocupação acrescida no impacto que isto tem para a saúde e nos riscos metabólicos que acarreta. A esperança média de vida poderá diminuir em crianças e adolescentes obesos porque a prevalência ao diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e até mesmo cancro, persistirá na vida adulta. As populações chegam a este patamar devido à redução do gasto energético e os motivos associados devem-se ao facto de os jovens serem menos capazes de executar determinado tipo de movimentos, nomeadamente motores e adquirirem uma perda de confiança na execução de atividades físicas, sendo muitas vezes consideradas desconfortáveis e sem nenhum tipo de apelo para a sua realização. O treino de força é sem dúvida o antídoto para crianças e adolescentes, resulta principalmente em alterações musculares, que lhes possibilitam realizar tarefas motoras mais complexas e que exigem um maior consumo de energia, tornando-os mais ativos. Tem potencial e conseguimos reduzir a perímetro da cintura também como a percentagem de massa gorda. Com este treino não só conseguimos melhorias na 106
composição corporal, como também normalizar disfunções vasculares e diminuir o risco de obesidade, como doenças cardiovasculares e metabólicas. Três sessões de treino, com exercício físico prescrito por profissionais qualificados, com uma duração de 60 minutos em cada sessão, é um excelente começo para obter resultados ao fim de oito semanas. Resultados estes que têm impacto no aumento de força muscular e diminuição da percentagem de massa gorda. Assim sendo, qualquer programa de treino de força ajuda na prevenção da obesidade e tem melhorias no perfil fisiológico, metabólico e neuromuscular que irão contribuir para evitar o 107
aparecimento de doenças vasculares e riscos cardiovasculares em obesos. Podem também servir para que os jovens com sobrepeso ou obesidade se sintam mais ativos fisicamente, confiantes para desempenharem as tarefas do seu quotidiano e terem uma maior disposição para a prática de exercício físico regular. Crianças mais fortes serão adultos mais fortes também, e capacitados de um incremento na sua autoestima brutal, pelo que o impacto que este fenómeno tem na sociedade é de uma dimensão imensa e não deve ser desvalorizado .
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Extremos que se encontram no pior que há em nós Paulo Cunha (Professor) maginem os vossos filhos, ainda de tenra idade, a perguntarem-vos o que é isso de «direita, centro e esquerda» em política. O que responderiam? Tal pergunta já me foi feita pelos meus e pelos filhos de muitos como vós. Não é uma pergunta fácil de responder, tendo em conta que os ensinamentos teóricos resultantes de muitos séculos de história política, na maioria dos casos, não resultam nas práxis políticas/partidárias vigentes. E é por saber que é de pequeno que, através do exemplo e da vida vivida, se molda e se estrutura o lado político para onde cada um de nós penderá (o tal que, tal como a religião e o clube, ninguém mudará), que todas as palavras deverão ser medidas e ponderadas. Os mais velhos lembram-se, por certo, que a seguir ao 25 de abril de 1974 foi implementada no ensino secundário uma disciplina que pretendia dar aos jovens algumas noções de política. Sendo eu, na altura, apenas um pré-adolescente, acredito que, talvez, os pré-universitários de então tenham ouvido que: “A História conta-nos que os termos política de direita e política de esquerda surgiram na Revolução Francesa, no século XVIII, e estavam relacionados com o lugar que os políticos ocupavam no parlamento francês. Quem queria que o rei tivesse mais poder, sentava-se à direita. Quem queria que o rei tivesse menos poder, sentava-se à esquerda”. É claro que esta
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explicação é demasiado redutora e simplista para poder usá-la como referência no atual panorama político. É teoricamente aceite que «os de direita» defendem que: o melhor para um país é que todos tenham liberdade, nomeadamente de iniciativa; a todos deve ser dada a oportunidade para ter mais, premiando quem o consegue; não deve haver mudanças que ponham em causa os valores mais tradicionais ligados à família ou à religião; o Estado deve interferir o menos possível na sociedade; os empresários deverão ter mais condições e mais possibilidades de fazer crescer o seu negócio porque, em teoria, vão poder pagar mais e dar trabalho a mais pessoas; a sociedade deve pagar poucos impostos para que tenha mais dinheiro para poupar, investir e consumir; deve-se privatizar serviços para que a economia cresça. Em relação «aos de esquerda» é teoricamente aceite que: a sociedade precisa de mudar para ser melhorada; o Estado é o instrumento fundamental para melhorar um país, porque tem em conta os interesses de todos e não de um só grupo de pessoas ou empresas, devendo os serviços como as escolas e os hospitais ser públicos e gratuitos; a sociedade será melhor se os trabalhadores forem defendidos; deve-se pagar mais impostos, desde que os ricos paguem mais do que os pobres, porque assim o dinheiro pode ser usado para ajudar quem mais precisa e para pagar 110
serviços, como a Saúde, tornando-os gratuitos; deve haver maior abertura nos temas considerados polémicos e fraturantes na nossa sociedade; deve-se acabar com a desigualdade entre os ricos e os pobres, tornando todos iguais. Muito provavelmente, foi através destes ideais que muitos de vós se tornaram no que hoje são, professando, defendendo e lutando pela «direita», pelo «centro» ou pela «esquerda» em que acreditam. Mas o que dizer de todos os que, cada vez mais, estão a deixar de se rever no que teoricamente - lhes parecia servir, mas que a prática dos seus eleitos defraudou? A resposta dos eleitores está à vista e espalha-se pelo mundo dito civilizado: o desinteresse e a abstenção de uns versus a radicalização de outros. Nas «democracias» ditatorialmente controladas por instituições monetárias/financeiras, por seitas/religiões e por feudos oligárquicos é fácil despontarem tiranos que veem no medo, na insegurança, na descrença, na frustração, no desalento, no descontentamento, na traição, na deseducação, na indigência, na revolta e na ignorância terrenos férteis para plantar ideias onde, de esquerda ou de direita, a radicalização de intenções e de processos se encontram no mesmo ponto. 111
Uma radicalização alimentada por determinados agentes que têm nalguns órgãos de comunicação social, nalgumas instituições e, principalmente, nas redes sociais um ótimo catalisador para despoletar o mais primário que existe no ser humano. Posto isto, e tendo em conta que, cada vez mais, navegamos na parte extrema da navalha, como explicar aos mais novos que nem sempre a premissa «querer é poder!» se verifica? Afinal de contas não é essa a ideia base de muitos «populismos» que por este mundo proliferam? À vossa consideração… seja qual for a vossa posição no tabuleiro .
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OPINIÃO
À procura da criança escondida Adília César (Escritora) “Uma mão cheia de nada outra de coisa nenhuma”. Irene Lisboa omingo. Saí para a rua, como de costume. As ruas da cidade estão calmas, é possível passear descontraidamente, sem preocupações de maior com o trânsito, sem ser incomodada com o ruído excessivo da azáfama citadina dos dias de semana. Gosto de caminhar e de observar os transeuntes. Os ambientes recriados a cada domingo por essas pessoas nos lugares por onde passam exibem um padrão próprio – a alma da cidade. As suas formas de estar começam a suceder-se de modo semelhante, como um déja vu: o aglomerado de estrangeiros alegres à porta da loja de bebidas; o pedinte barbudo de mão estendida na esplanada da esquina; as meninas de salto alto na escadaria do hotel de quatro estrelas; a cegonha no seu magnífico ninho no cimo da estátua; o casal de velhos no banco de jardim. No mesmo jardim, existe um pequeno parque infantil à sombra das árvores, dotado de bons equipamentos de cores garridas, acessível e convidativo à brincadeira. Mas não se ouvem risos de crianças. Dou-me conta que caminho há um tempo considerável, atravessei a cidade quase de ponta a ponta, e ainda não encontrei uma única criança. Um fenómeno peculiar. Onde estarão as crianças nesta bela manhã de domingo? Fiquei curiosa e decidi levar a cabo uma experiência, ainda que empírica, sem fins científicos, portanto: registar quantas crianças encontrasse nos meus passeios de fim-desemana. Ao fim de um mês, obtive os seguintes dados: no primeiro domingo encontrei três crianças; no segundo domingo, quatro crianças; no terceiro domingo, quatro crianças; e no quarto domingo, duas crianças apenas. Ao todo, treze crianças! A partir deste ponto, só posso especular. Vejamos as hipóteses possíveis: Hipótese um – Não há crianças nesta cidade;
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Hipótese dois – As crianças adoeceram e não podem apanhar ar ou sol; Hipótese três – As crianças estão fechadas em casa. À medida que avanço na especulação sinto que me aproximo da verdade: as crianças estão, de facto, fechadas em casa. Mas porquê? Hipótese um – Os pais estão a trabalhar e não podem passear com os filhos; Hipótese dois – Os pais não estão a trabalhar mas não querem passear com os filhos. E é isto. «Uma mão cheia de nada outra de coisa nenhuma» (espero que Irene Lisboa me perdoe pela apropriação das suas palavras, mas nada mais me ocorre). O que descrevo é real e preocupante. As crianças pequenas passam demasiado tempo fechadas em casa, longe dos ambientes ao ar livre, dos parques, da praia, do campo. Pelo contrário, gastam o seu precioso tempo livre sozinhos, ligados aos gadgets, à televisão, ou em atividades excessivamente orientadas pelos adultos. O lazer, sendo potencialmente enriquecedor para a infância, deve acontecer em consonância com as características das crianças para ser aprendido de forma saudável e facilitador de um desenvolvimento harmonioso. Esfolar os joelhos, sujar a roupa, comer uma guloseima. Brincar, brincar, brincar. Livremente. Com os irmãos, com os amiguinhos, com a família. Ter memórias felizes para contar, de volta ao jardim-de-infância ou à escola, na segundafeira. - O que fizeste no fim-de-semana? - Fiquei em casa… Nenhuma criança merece isto. Afinal, o título desta crónica deveria ser: «À procura da criança esquecida à espera de ser encontrada», porque todos nós merecemos uma cidade com uma alma mais humana, mais respeitadora da infância que guarda e protege .
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Do Reboliço #11 Ana Isabel Soares (Professora) ão pensante, o Reboliço ouve frases que alguém, de passagem, lê – e matuta. Fica-se a escutar – mas não se fica. Ouviu uma pessoa perguntar a outra (interrogação rara, se não infrequente), se já encontrara Deus. Pensou, primeiro, que seria uma pergunta de intimidade; depois, que não se sentiria confortável se qualquer um lha fizesse, e que certamente que não estaria à vontade para responder assim, do pé para a mão, de uma para a outra pata. Mas, como foi coisa que sobreouviu – não era com ele –, pôde, aí está, matutar (que é coisa que mais fazem os pensamentos do que quem os pensa, como se martelassem na ideia de um canito, tum-tum-tum-tum). «Encontrar Deus» implica, na fraca ideia de um bicho, que Deus está num qualquer lugar onde pode ser achado; que tanto se pode procurá-lo como dar de focinho com ele. A pergunta – ou antes, haver quem pergunte a alguém se «já encontrou», traz que se espera que, mais tarde ou mais cedo, esse encontro se dê. Mas – neste instante, o Reboliço ergue com uma orelha o correspondente sobrolho, levanta o focinho de cima das patas da frente, põe a cabecinha um tanto à banda, medita – como se encontrará alguma coisa que não se sabe que cheiro tem, que silhueta, nem que voz? Que, em grande medida, não se sabe se se procura, nem para que serve? Aquela pergunta causou nele uma mistura de dilemas. Sem conhecer resposta definitiva, foi-se esquivando às questões com fórmulas que repetia e a tanta gente ouvia ecoar: “Deus é as coisas bonitas”, ou “Deus é a poesia que dizem, e que também é bela”, ou ainda “Deus é quem fez grande o moinho, ou ampla a sombra da figueira grande, o cheiro estranho das tomateiras”, assim por diante. Nada feito: não lhe bastava. Acima de tudo, não lhe bastava como resposta. Quanto mais um bicho sossega o corpo, mais a ideia se desaquieta: era como se dentro daquela cabeça canina viajassem todos os curiosos do mundo que já houve, incapazes de se sentar e fixar o pensamento em repouso; o lombo, pelo contrário, erguia-se devagarinho, a cada respiração, quase um nada de jeito – quem não se ALGARVE INFORMATIVO #175
ativesse seis ou sete segundos à espera de vê-lo, na lentidão, subir e baixar, haveria de convencerse de que o bicho morrera. Um volume em paz, um espírito a batalhar sem trégua era aquele cão pensante. Um dos pensamentos curiosos do Reboliço recordava-o de alguém que lia, em voz alta, um filósofo da Áustria, e de frases dele que lhe pareciam fazer sentido (mesmo quando afirmavam que a maioria do que se escreve sobre coisas filosóficas, como o Reboliço sabia que era a pergunta acerca do encontro de Deus, não faziam sentido). Esse homem – o nome era Wittgenstein – sentia, como sentia o canito enquanto meditava, que encontrar Deus seria uma impossibilidade a partir do momento em que não se conseguia atribuir à palavra Deus um correspondente factual. Um redemoinho, uma montanha russa era aquela ideia: o cenário de alguma coisa que o Reboliço só conseguia descrever, imaginando, como um campo infinito coberto de uma espécie de neve permanente, em que nada, mas absolutamente nada se distingue, e é incessante a procura do osso divino. Outro eco próximo trouxera-lhe um tal Baudelaire, que fixou porque descrevia o encontro com deuses de uma maneira aflitiva, mas cómica: “Tenho desde há algum tempo o Olimpo todo à perna, e quanto com isso sofro; recebo deuses na cabeça como se recebem chaminés. Parece que estou num pesadelo, que caio pelo vazio dentro e que uma turba de ídolos de madeira, de ferro, de ouro e de prata, caem comigo, me perseguem, fuga adentro, chocam comigo e me atacam a cabeça e os rins”. O adormecimento aparente do Reboliço interrompe-se, um instante só, pelo frémito de imaginar chaminés sobre as cabeças, as pessoas como casas, o entrechocar da madeira daqueles ídolos enlouquecidos. O encontro com Deus, quando se revela no concreto que Wittgenstein lamentava não conhecer, é, sobretudo, violento. **Reboliço é o nome de um cão que o avô teve, no Moinho Grande. É a partir do seu olhar que aqui escrevo.
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Foto: Vasco Célio
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Não faz o golo aí Cris Nuno Silva (Técnico de Comunicação) preciso perceber que o que está em causa não é se o Cristiano Ronaldo é ou não o melhor do mundo. Isso, independentemente da FIFA, do Real Madrid ou de um Apocalipse, é inquestionável. Que o Cristiano Ronaldo é um homem de família já o sabemos. Também é solidário, de um humanismo tremendo e tem um óptimo gosto para mulheres. Contudo, é preciso perceber que a presunção de inocência é um direito que nos assiste a todos, mas, natural e consequentemente, a assunção de culpa também. Primeiro, é preciso também aceitar que, culpado ou não, Ronaldo nunca será preso. Nem ele, nem aqueles pontas-de-lança da igreja com um gostinho especial por carninha tenra: se têm dinheiro, têm poder e, se têm poder, têm um cardápio de esfíncteres que pode ir de docentes do ensino básico a alunos do pré-escolar. O que está em causa, mais uma vez, é a razoabilidade dos teóricos de algibeira. À partida e sem julgamento, Ronaldo já é culpado e inocente sem que o seja, hoje, nem um nem outro. Dissequemos perspetivas: - Teóricos de defesa: Os factos referem-se a uma ocorrência há nove anos, três meses e um par de dias. Nem Ronaldo é a mesma pessoa de há uma vida atrás, nem a menina sente ainda dificuldades no sentar. - Teóricos de acusação: Ronaldo pagou mais de 300 mil euros para mandar calar uma pessoa que mal conhece por uma coisa que não fez. Yeah, right. - Teóricos de defesa: É mera coincidência esta história regressar dos mortos logo
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após a saída quezilenta de Ronaldo do maior e mais influente clube do mundo. Hum, hum. - Teóricos de acusação: Se a menina, ou o menino, diz “pára”, é para parar. Isto na língua de Camões, ou naquela que ilustra aqueles sinais de trânsito avermelhados que nos obrigam a parar nos cruzamentos do mundo. É universal. Não tão universal quanto “põe no outro”, mas acho que dá para se fazer entender. You should know better Ronnie. - Teóricos de defesa: Ronaldo não precisava de uma professorinha que ninguém conhece porque pode ter todas as mulheres que quiser no mundo. - Teóricos de acusação: Quase ninguém precisa daquela última cerveja da noite, mas ainda assim ninguém perde a embaladiça. No fundo, ainda ninguém sabe se a razão mora nas teorias de acusação ou de defesa. Na minha humilde opinião, todas elas estão corretas. O que me assusta realmente é que na semana em que uma versão sádica do Donald Trump vence as eleições no Brasil, tudo é motivo para não olhar para o sítio certo: a dívida pública portuguesa é hoje a maior de sempre, roubam-se armas a granel debaixo do nariz do governo e ninguém cai do poleiro, o preço do barril desce no mundo mas continua a subir o do combustível em Portugal, mais uma vez ardem milhares de hectares de floresta e os fundos de apoio são desviados pelas barrigas fartas dos líderes autárquicos locais e mesmo assim, em 2019, tudo indica que daremos a maioria absoluta a todos os seus responsáveis. As you do .
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As ineficiências do Estado e o turismo Antónia Correia (Professora) turismo é, sem sombra de dúvida, a atividade que suporta a economia algarvia e talvez até a portuguesa. Num país onde a indústria é escassa, a agricultura está em vias de extinção e os serviços, ou são «vendidos» a investimento estrangeiro, ou são nacionalizados, restanos o turismo. Uma atividade que, apesar de subavaliada, sobrevive à cada vez maior sonegação da sua eficiência. O imposto é sempre uma forma de sonegar à economia de mercado recursos para desenvolver a sua atividade. Os maiores economistas defendem que os impostos distorcem o sistema de mercado e geram estagnação na atividade económica. Esta estagnação desincentiva o investimento e penaliza a geração de riqueza, o que, a médio prazo, diminui a receita fiscal. Sabendo que o propósito dos impostos é gerar riqueza fiscal, esta solução pode ter exatamente o efeito reverso. A estagnação da economia não se fica apenas pela diminuição da receita fiscal, propaga-se pela diminuição da atividade económica e, consequentemente, pela distribuição da riqueza. Sendo este o segundo objetivo dos impostos que também ficará comprometido. Apesar de conscientes das ineficiências de medidas de controlo orçamental
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baseadas nos impostos, persistimos na mesma lógica. O turismo é a atividade mais visada para taxar e sobretaxar, o crescimento generoso desta atividade assim o justifica. Para além dos impostos já instituídos surge agora a Taxa Turística. Argumenta-se que esta taxa não retira recursos porque é paga apenas pelo consumidor, neste caso o turista. A verdade é que o que ele gasta na taxa não gasta na região. Outros ainda argumentam que esta é uma forma de regular os fluxos turísticos, mas a verdade é que, se continuar a haver falta de consenso sobre o número de dormidas na região, como é que conseguimos taxar todos os turistas? Neste caso específico, para além da sonegação de recursos à atividade, esta taxa institui um tratamento diferenciado entre os turistas. Não sendo totalmente contra a taxa, mas ainda muito cética e consciente (porque fui sempre uma estudante de economia atenta) das falácias dos impostos e taxas, teria recomendado que se estabelecesse primeiro um sistema de monitorização da atividade turística realístico para avançar depois para esta medida. Resta-nos esperar que a já conhecida hospitalidade dos portugueses possa minimizar os impactos desta medida .
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JORNALISTAS VISITARAM PRODUTORES ALGARVIOS ando continuidade às ações de divulgação da Região Vitivinícola do Algarve, a CVA – Comissão Vitivinícola do Algarve – recebeu, durante três dias, duas jornalistas de vinhos da prestigiada FIJEV – Federação Internacional de Jornalistas e Escritores de Vinhos e Espirituosos, com o objetivo de visitar alguns produtores algarvios e de ficarem a conhecer melhor a região e o seu potencial vinícola. Já em 2017 a Região Vitivinícola do Algarve recebera três jornalistas estrangeiros e este ano a iniciativa manteve-se com a presença de
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Lisete Osório e Marie Roginska, de Portugal e França, respetivamente. Lisete Osório escreve para publicações em Espanha e também é ela própria produtora de vinho a partir de uma propriedade familiar no Douro, tendo, por isso, a experiência prática da produção aliada à degustação. Marie Roginska é uma pessoa cujos saberes vão para além da avaliação organolética, pois é formada em enologia e tem os conhecimentos técnicos associados à vinificação. O programa de visitas decorreu de 3 a 5 de outubro, tendo tido o
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acompanhamento técnico da CVA, que as encaminhou para os produtores que aderiram ao projeto e receberam nas suas instalações as visitantes, dando a conhecer, para além dos seus vinhos, os projetos e a sua história e as motivações para a produção dos néctares algarvios 123
que estiveram à prova nestes dias. Para Lisete Osório, esta era uma visita há muito desejada e, quando surgiu a oportunidade, nem hesitou. “Conhecia muito pouco sobre os vinhos da região e vinha cada vez mais a ouvir falar deles, querendo por isso aprofundar o ALGARVE INFORMATIVO #175
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Fotos: Vico Ughetto/CVA
meu conhecimento e informação sobre o Algarve e o seu estado atual de produção”, explica. Para Marie também era a primeira vez no Algarve e considerou ser “refrescante poder conhecer e escrever sobre uma região para mim desconhecida”. “Normalmente as visitas são organizadas para outras zonas mais conhecidas, mas estamos sempre desejosas de novidades e de experimentar e conhecer outros projetos, como sucede aqui no Algarve”, reforçou. No feriado de 5 de outubro, as jornalistas terminaram a visita após o almoço e dirigiram-se à VINIPAX em Beja, certame que vai na 12.ª edição e que, sob o lema «Vinhos e Sensações do Sul», constituiu uma das mais importantes mostras vínicas a sul do país, com os Vinhos do Algarve a ALGARVE INFORMATIVO #175
marcarem presença e dinamizarem a sua produção enquanto região. Neste sentido, a CVA irá também estar presente no grande evento de vinhos do Campo Pequeno – O Mercado de Vinhos – que decorre de 19 a 21 de outubro, em Lisboa, e que contará com a participação de diversos produtores algarvios que, através do espaço cedido pela CVA ou em stand próprio, darão a conhecer ou reforçar a sua presença, no importante mercado de Lisboa . 124
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MUSEU MUNICIPAL DE ARQUEOLOGIA DE ALBUFEIRA VAI SER ALVO DE AMPLAS MELHORIAS Museu Municipal de Arqueologia de Albufeira fecha as suas portas durante cerca de um mês para se iniciarem diversas obras tendentes a uma melhor acessibilidade a este pólo cultural situado na zona nobre da cidade. As obras decorrem de um projeto submetido à Linha de Apoio ao Turismo Acessível do Turismo de Portugal, no valor total de 283 mil e 714,47 euros. Do total de investimento foi considerado elegível pelo Turismo de Portugal para efeitos de candidatura o valor de 168 mil e 414,74 euros e será atribuído um incentivo de 90 por cento, o que corresponde a 151 mil e 573,26 euros. Este projeto decorreu de um levantamento de barreiras que incluiu as
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barreiras físicas do espaço envolvente, das áreas visitáveis, dos lavabos, das barreiras intelectuais e de comunicação do espaço expositivo, sendo um dos métodos auscultação a associações de pessoas portadoras de deficiência e a elementos da sociedade, com vista à igualdade de oportunidades no acesso à educação e à cultura, para um pleno exercício do direito de participação cívica, ativa e integral, para cada cidadão. Deste modo, a zona envolvente ao museu terá lugares de estacionamento reservado a pessoas com mobilidade reduzida, bem como uma área de circulação pedonal, assegurada através da colocação de pinos. Na fachada do museu será instalada uma rampa que servirá de entrada
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principal a par com a existente, podendo qualquer visitante optar por aquela que melhor lhe convier. Na receção haverá um balcão para exposição dos produtos de merchandising, com altura que permite visibilidade para o público em cadeiras de roda. Ainda neste espaço, passará a haver um monitor com informação sobre as atividades culturais no concelho, em multilingue e opção de voz. As salas, dedicadas aos períodos da Pré-história, Romano, Visigótico/Islâmico e Idade Moderna, conterão a projeção de textos em vários idiomas (português, inglês, francês, castelhano e alemão), apontamentos sonoros, prateleiras com réplicas táteis das peças que se encontram no interior das vitrinas. A sala do período Visigótico/islâmico, por ter um desnível superior, ainda que superada por uma plataforma elevatória, não será inserida no percurso acessível, se bem que possa ser visitada por pessoas com outras necessidades especiais que não as motoras. Neste caso, uma mesa interativa colocada na sala anterior fará a apresentação dos objetos, dos textos, bem como conterá outras informações complementares. Na Sala da Idade Moderna (que contém elementos pétreos arquitetónicos, provenientes da antiga Igreja Matriz de Albufeira), haverá lugar à instalação de uma tela e projetor com colunas, para projeção de filmes, documentários e outra informação audiovisual correspondente a exposições temporárias, datas festivas ou outros eventos. Os lavabos sofrerão obras de remodelação total e prevê-se a instalação de um lavabo acessível, muda fraldas e espaço para alimentação e bebedouro de cães guia. Para o público em geral serão 127
instalados dois lavabos. No percurso acessível, no interior do museu, será oferecida a possibilidade do recurso a tablets com aplicação dedicada, nos quais o visitante poderá optar por áudio guia ou por informação textual. Todos os conteúdos serão disponibilizados nas referidas línguas estrangeiras e em Língua Gestual Portuguesa e Inglesa. Estará também disponível uma versão multilingue com tratamento de áudio descrição. Para o público infantil foram contempladas duas versões, em português e em Inglês. Ao longo do percurso acessível as peças tácteis ou réplicas terão igualmente legendagem em Braille. Todos os obstáculos serão assinalados por pavimento tátil. Está previsto a abertura de um pequeno núcleo interpretativo da Praça da Republica, no qual foi considerado todas as medidas necessárias à acessibilidade universal, que complementará a oferta cultural a turistas e locais. Os funcionários do museu têm usufruído de formação na área das acessibilidades, facto a que se pretende dar continuidade, complementado com cursos em línguas estrangeiras e LGP. Assinala-se ainda a aposta na da acessibilidade web do museu e no incremento de iniciativas de sensibilização dirigidas à comunidade local, hoteleiros, lojistas, restauração, associações, com objetivos específicos de sensibilizar para as questões da acessibilidade e promover a ideia de retorno social, turístico e económico que estas podem acarretar, bem como, de ganho comum. Pretende-se ainda iniciar uma série de atividades dirigidas a famílias e grupos com necessidades especiais . ALGARVE INFORMATIVO #175
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ALBUFEIRA INAUGUROU EXPOSIÇÃO SOBRE I GRANDE GUERRA MUNDIAL ara assinalar os 100 anos após o final da I Guerra Mundial, o Município de Albufeira decidiu realizar uma exposição em parceria com a Cívica, uma associação composta por cerca de quatro mil autarcas lusodescendentes que ocupam lugares de eleição em França. A exposição foi inaugurada no dia 4 de outubro, no Espaço Multiusos de Albufeira, na presença do executivo albufeirense e de uma delegação de membros da Cívica. Trata-se de mais uma iniciativa no âmbito da parceria que o Município de Albufeira tem vindo a desenvolver com esta associação. “Nós, enquanto franceses, crescemos a assinalar a I ALGARVE INFORMATIVO #175
Guerra Mundial, essencial para o dever da memória. Desde crianças que temos acesso a esse espólio e a essa realidade. Felicito o Município de Albufeira por participar nesta exposição. Como filho de portugueses, nascido em França, ver que Portugal esteve envolvido na I Guerra Mundial é bastante emotivo”, confessou Paulo Marques, presidente da Cívica, que se fez acompanhar por uma comitiva de 11 colegas autarcas em França, de origem portuguesa, que vieram representar um milhão e 300 mil cidadãos franceses através das suas autarquias. «De lágrimas e de lama - 14/18 nos olhos de um soldado» é a mostra que a 128
Cívica trouxe a Albufeira, constituída por fotografias em estereoscopia, uma técnica que simula a sensação de profundidade espacial que os nossos olhos fazem naturalmente. As fotografias foram tiradas pelos soldados, nas trincheiras, durante a Guerra 1914-1918. Depois de ter percorrido a Alemanha e a França, esta exposição chega a Albufeira com o apoio do Comité Interministerial Francês «Mission Centenaire», do Alto Patrocínio da Presidência da República e do Ministério da Defesa. “Esta exposição é única em Portugal e estão todos convidados a visitá-la”, apelou Paulo Marques. O Município de Albufeira contribuiu com um conjunto de painéis que descrevem a participação portuguesa na I Guerra, com especial enfoque no envolvimento da região e do concelho. «A Marchar para as Trincheiras – relembrar 1914 – 1918» é o título da exposição que representa um pouco da história de Portugal e de
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Albufeira durante a I Guerra Mundial. “Este mural apresenta o nome dos 125 soldados nascidos em Albufeira, que estiveram a combater em França”, explicou José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira, que desafiou os professores do concelho para que levem os seus alunos a visitar estas exposições, “para que as crianças vejam de perto estes factos históricos e enriqueçam os seus conhecimentos sobre a história do nosso País”. As mostras contam também com a exposição de um conjunto de peças alusivas à I Grande Guerra Mundial, objetos utilizados pelos soldados, que foram cedidos pelo Museu Militar de Elvas. As exposições podem ser visitadas até ao dia 31 de outubro, de segunda a sexta-feira, entre as 9h30 e as 17h (encerra das 13h às 14h), e sábados e domingos das 14h às 19h. A entrada é gratuita .
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PROGRAMA DE INCENTIVO À NATALIDADE E APOIO À FAMÍLIA COM RESULTADOS POSITIVOS EM ALCOUTIM
Câmara Municipal de Alcoutim aprovou, no dia 10 de outubro, mais duas candidaturas ao Programa de Incentivo à Natalidade e Apoio à Família, aumentando para 10 os apoios concedidos este ano. O programa, vigente desde agosto de 2014, ano em que se registaram apenas cinco nascimentos no concelho, constitui a medida que mais significativamente contribui para o crescente aumento da natalidade neste território. A autarquia alcouteneja pretende reduzir as desigualdades sociais e promover a inclusão social, por via da redução das dificuldades económicas sentidas por alguns agregados familiares do concelho. O programa visa apoiar os agregados familiares do concelho com uma verba de cinco mil euros por cada recém-nascido, a ALGARVE INFORMATIVO #175
atribuir ao longo dos primeiros três anos de vida da criança. A medida traduz-se num subsídio pecuniário sob a forma de reembolso de despesas elegíveis, a atribuir aos nascimentos ocorridos, com a aquisição de bens e serviços considerados indispensáveis ao desenvolvimento saudável e harmonioso da criança, designadamente despesas com saúde, higiene, aquisição de artigos de puericultura e produtos alimentares, bem como despesas com infantário. As despesas comparticipadas têm que ser realizadas nos estabelecimentos comerciais do concelho, revestindo-se assim o programa com uma dupla função que visa também a dinamização económica do comércio local. O Programa de Incentivo à Natalidade e Apoio à Família destina-se às famílias residentes e recenseadas no concelho e pretende combater os problemas prementes e preocupantes como a diminuição da natalidade, envelhecimento populacional e consequente despovoamento, mas também melhorar as condições de vida dos estratos sociais mais desfavorecidos e impulsionar a economia local .
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AUTARQUIA DE CASTRO MARIM APOIA ARCDAA o âmbito da sua política recreativa, cultural e desportiva, a Câmara Municipal de Castro Marim estabeleceu, no dia 9 de outubro, um protocolo com a ARCDAA – Associação Recreativa, Cultural e Desportiva dos Amigos da Alta Mora, que oficializa a colaboração humana, logística e financeira da autarquia com a associação. O apoio financeiro é atribuído de acordo com a apresentação do programa de atividades da ARCDAA, que conta com eventos bem reconhecidos como o Peddy Paper da Alta Mora ou o Passeio Pedestre Amendoeiras em Flor. As iniciativas promovem o concelho de Castro Marim, nomeadamente a freguesia de Odeleite, um dos melhores retratos da ALGARVE INFORMATIVO #175
herança imaterial do território, ainda com uma forte atividade artesanal e alguma tradição agrícola que se pode ver nas pequenas hortas. É esse retrato pitoresco e tão genuíno que os participantes procuram nestas ações, tanto quanto o regresso às origens e à autenticidade que a ARCDAA coloca em cada uma delas. Com estas colaborações, que existem também com as restantes coletividades do município, a autarquia castromarinense pretende estimular e valorizar o movimento associativo no concelho, que considera um parceiro fundamental no desenvolvimento desportivo, cultural, recreativo e económico do território .
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FARO ESTABELECE PROTOCOLO COM A REDE EUROPEIA ANTI-POBREZA Município de Faro, através do Vereador Carlos Baia, responsável pelo pelouro da Ação Social, participou, no dia 9 de outubro, na sala do senado da Assembleia da República, numa jornada dedicada à discussão da problemática da luta contra a pobreza, promovida pela Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN). Contando com a presença do Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, do presidente da Rede Europeia AntiPobreza, Padre Agostinho Jardim Moreira, e de representantes dos partidos políticos com assento parlamentar, estas jornadas permitiram o debate sobre a «Avaliação do impacto das Políticas Públicas no combate à Pobreza». O culminar destas jornadas foi marcado pela assinatura de protocolos entre a Rede Europeia AntiPobreza e cinco diferentes entidades, onde se incluía o Município de Faro. O desemprego, a insuficiência de rendimentos, o envelhecimento da população, a não fixação das populações no interior, a crise nos subúrbios urbanos e 133
algum ressurgimento do fenómeno dos sem-abrigo, são problemas que o poder local não pode ignorar. Consciente da responsabilidade social e da complexidade destas matérias, a Câmara Municipal de Faro protocolou com a Rede Europeia Anti-Pobreza este inovador convénio de colaboração e passou a integrar o Observatório AntiPobreza, cuja atividade se iniciou neste mesmo dia. Com este protocolo, o Município de Faro angariou para o seu lado um parceiro credível e experiente,
tanto na monitorização como na erradicação do fenómeno da pobreza, tornando este objetivo num compromisso central para o desenvolvimento social do concelho e do bem-estar das famílias .
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ATUALIDADE
MOSAICOS ROMANOS DA VILLA DE MILREU SÃO ALVO DE RESTAURAÇÃO Direção Regional de Cultura do Algarve iniciou a primeira fase de trabalhos de conservação e restauro de um conjunto de Mosaicos das Ruínas Romanas de Milreu. Os mosaicos que estão a ser intervencionados correspondem a uma fase de remodelação e ampliação da Villa Romana nos séculos III e IV d.C., nomeadamente o famoso pavimento «dos peixes e da lula sorridente», e os pavimentos dos cubicula, que lhe estão anexos. Esta intervenção tem como objetivo a conservação e a preservação do conjunto, bem como melhorar a leitura e a compreensão deste importante conjunto artístico. Os trabalhos estão a cargo da firma «Nova Conservação – Restauro e
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Conservação do Património Artístico e Cultural, Lda» e deverão durar cinco meses, com um custo de 30 mil e 78 euros (IVA incluído). Enquadra-se no «Projecto de Conservação Requalificação das Ruínas Romanas de Milreu», no valor total de 529 mol e 870 euros, aprovado pelo «Programa CRESC Algarve 2020», com previsão de execução até 2020. No trabalho em curso estão a ser realizadas ações de limpeza dos mosaicos, tratamento de infestantes, aplicação de argamassas de consolidação e refechamento de juntas. Os muros e os revestimentos das paredes dos compartimentos que integram os painéis de mosaicos serão também alvo de trabalhos de reparação e consolidação .
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DOCAPESCA REPÕE CONDIÇÕES DE ACESSO À PONTE-CAIS SUL DO PORTO DA BALEEIRA-SAGRES Docapesca lançou um procedimento de contratação pública para a reposição das condições de embarque e desembarque de tripulantes das embarcações que operam na ponte-cais sul do Porto de Pesca da Baleeira-Sagres. O procedimento tem o preço base de 31 mil e 200 euros e visa a aquisição e montagem de 10 novas escadas de cais e a remoção das escadas atualmente existentes. 135
Esta melhoria das condições de segurança da ponte-cais sul resulta de um compromisso assumido entre a Docapesca, os pescadores profissionais deste porto e seus representantes associativos no passado mês de agosto. Também a identificação dos locais para a instalação das novas escadas e o modelo a adotar foram definidos em estreita articulação com estes profissionais .
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PORTIMÃO PASSOU A SER UMA FAST CITY
Município de Portimão assinou, no dia 10 de outubro, na Assembleia da República, a Declaração de Paris e passou a integrar a iniciativa internacional «Fast Track Cities - Cidades na Via Rápida para eliminar o VIH», que envolve o poder local no diagnóstico e tratamento do VIH. A Presidente da Câmara Municipal de Portimão, Isilda Gomes, juntou-se aos autarcas de Almada, Amadora, Loures, Odivelas, Oeiras e Sintra na assinatura deste documento, numa cerimónia presidida pelo Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo e que contou com a Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas e peritos internacionais. O novo grupo de municípios aderentes junta-se a Cascais, Lisboa e Porto, sendo que Portugal passa a contar com 10 municípios aderentes, tornando-se o primeiro «Fast Track Country». A iniciativa «Fast Track Cities» foi lançada pelas Nações Unidas em 2015, em Paris. Este projeto está, em todo o mundo, a envolver a governação local, instituições de saúde e instituições da sociedade civil
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com o objetivo de eliminar, de uma forma local, o VIH e criar uma rede integrada de cuidados que envolva as várias instituições. Comungando deste objetivo coletivo, a Presidente da Câmara Municipal de Portimão afirmou na ocasião: “Queremos na nossa comunidade reduzir, o máximo que pudermos, a taxa de incidência média de infeção VIH e SIDA, porque somos uma cidade que apresenta uma média superior aos valores nacionais”. Refira-se que Portimão apresenta uma incidência média (2006-2016) de 24,1 casos por cem mil habitantes, superior à média nacional que se situa nos 13,4 casos por cem mil habitantes para o mesmo período. “Tudo faremos para que este seja um compromisso de toda uma rede de parceiros, que tudo farão para que sejam um compromisso de uma comunidade, que saberá encontrar nesta parceria uma oportunidade única e um exemplo de como podemos trabalhar juntos para educar, tratar e prevenir a propagação do VIH e SIDA, nomeadamente no que concerne ao rastreio, ligação aos cuidados de saúde e retenção nos cuidados de saúde”, frisou Isilda Gomes. Para este efeito foi criada uma rede integrada de cuidados que envolve várias instituições, nomeadamente a Câmara Municipal Portimão, Associação ABRAÇO, ACES Barlavento, CHA, APF Algarve, DGRSP e Prisões de Silves, GRATO, UALG, MAPS e DICAD - ARS Algarve . 136
ALGARVE GANHA TRÊS NOVAS ROTAS AÉREAS PARA A ESCANDINÁVIA NO PRÓXIMO VERÃO urante o Verão de 2019 o Algarve irá contar com três novas rotas para o mercado escandinavo, que ligarão Faro às cidades de Aarhus (a segunda maior cidade dinamarquesa), Gotemburgo, na Suécia, e Oslo, capital da Noruega. Resultando de um esforço de captação levado a cabo pela Associação Turismo do Algarve (ATA), a agência responsável pela promoção turística externa do destino, em parceria com o Aeroporto de Faro e o Turismo de Portugal, as novas rotas serão operadas pela Scandinavian Airlines (SAS), a maior companhia aérea da Escandinávia, que reconhece, desta forma, o potencial do Algarve como destino turístico As rotas para a Dinamarca e Suécia estarão disponíveis de abril a outubro de 2019, com uma frequência semanal ao sábado, havendo a possibilidade de se manterem durante o Inverno. Por sua vez, a ligação a Oslo será lançada a 28 de junho, estando prevista a sua operação até 9 de agosto através de duas frequências semanais, à segunda e sexta‐ feira. “Estas ligações revestem-se de uma importância estratégica para o turismo do Algarve, sobretudo no que diz respeito à dinamização do produto golfe, um dos produtos mais apreciados pelo mercado 137
sueco e dinamarquês”, considera Dora Coelho, diretora executiva da ATA. Por outro lado, esta aposta da SAS vem confirmar o Algarve como um dos destinos que tem vindo a conquistar o interesse crescente do turista escandinavo. A Dinamarca, a Suécia e a Noruega são países que este ano conseguiram já integrar o Top 20 dos mercados com maior número de passageiros registados no Aeroporto de Faro. De facto, até agosto de 2018 foi registada a chegada à região de aproximadamente 53 mil passageiros dinamarqueses, 56 mil passageiros suecos e 39 mil passageiros noruegueses, números que representam um crescimento positivo entre os 4 e os 33,7 por cento face ao mesmo período de 2017 .
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