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ALGARVE INFORMATIVO 27 de outubro, 2018

SAMUEL ÚRIA FANTÁSTICO EM LOULÉ «MARINHO» | LUZA FESTIVAL ESTÁ A CHEGAR A LOULÉ| MIGUEL ARAÚJO «O1 MEU PAÍS É PIOR DO QUE O TEU» | VAI NASCER A ROTA LITERÁRIA DO ALGARVE ALGARVE INFORMATIVO #177


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CONTEÚDOS #177 27 DE OUTUBRO 2018 10

ARTIGOS 10 - Rota Literária do Algarve 22 - Mercado de Vinhos 30 - 69.º Troféu Mundial de Loulé 38 - Um ano muito ativo em São Brás de Alportel 50 - 2.º LUZA Festival a chegar 60 - Miguel Araújo 70 - Samuel Úria 80 - «O Meu País é pior do que o Teu» 90 - «Marinho» 110 - Atualidade

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OPINIÃO 98 - Paulo Cunha 100 - Mirian Tavares 102 - Adília César 104 - Ana Isabel Soares 106 - Carla Serol ALGARVE INFORMATIVO #177

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ENTREVISTA

VAI NASCER UMA ROTA LITERÁRIA DO ALGARVE PARA DIVULGAR MAIS A CULTURA LOCAL E PROMOVER UM TURISMO DE BASE COMUNITÁRIO Entrevista: 11

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Rota Literária do Algarve é um dos projetos vencedores da mais recente edição do Orçamento Participativo Portugal, cujos resultados foram conhecidos a 11 de outubro. Tendo com​​o proponentes Rita Baleiro e Sílvia Quinteiro, docentes da Escola Superior de ALGARVE INFORMATIVO #177

Hotelaria e Turismo da Universidade do Algarve, o projeto pretende criar um novo olhar sobre a região algarvia, mediado por textos literários através dos quais se vai ler o espaço, os monumentos, a história, as lendas, a natureza, os algarvios e as suas práticas ancestrais de uma forma diferente. E foi de volta de muita papelada, porque a investigação nunca tem descanso, que encontramos a dupla de professoras, 12


feedback bastante positiva de quem efetuou o passeio e até os alunos do curso de Turismo da Escola de Alte se mostraram interessados em servir de guias”, conta Sílvia Quinteiro.

que rapidamente explicaram que esta «aventura» teve início com o Passeio Literário Cândido Guerreiro – O Poeta de Alte, a 23 de setembro de 2017, realizado com o apoio do Município de Loulé. “As brochuras estão disponíveis no site da autarquia, existe sinalética própria no local, com QR Code, portanto, a qualquer momento uma pessoa, portuguesa ou estrangeira, pode percorrer esse itinerário. Tivemos um 13

Com a continuidade do Passeio Literário Cândido Guerreiro – O Poeta de Alte assegurada, surgiu a oportunidade de repetir a experiência, desta feita na freguesia do Ameixial, também no concelho de Loulé, e lá meteram Sílvia e Rita as mãos à obra. “O conceito apareceu-nos durante uma visita às Fontes de Alte quando verificamos que imensos espanhóis e franceses ficavam perplexos com os painéis de azulejos que tinham poemas do Cândido Guerreiro. A nossa ideia era pedir ajuda a alguns colegas para disponibilizarmos traduções no local, mas depois pensamos em criar um itinerário para que os turistas pudessem ver outras coisas”, recorda Sílvia Quinteiro. “Havia ali um autor que merecia ser conhecido, um homem que era o orgulho dos altenses, e queríamos ajudar os turistas, e mesmo os locais, a conhecerem-no melhor. Alte é um dos pontos turísticos mais visitados do interior do Algarve e não nos fazia qualquer sentido ter ali uma série de poemas pintados em azulejos, uma estátua do poeta no centro do jardim e os frequentadores estrangeiros não perceberem nada do que ali se encontrava”, acrescenta Rita Baleiro. Conjugar literatura e turismo não pareceu, aliás, nada descabido para as duas professoras e investigadoras da Universidade do Algarve, que em 2012 ALGARVE INFORMATIVO #177


iniciaram o projeto «Lit & Tour – Ensaios sobre Literatura e Turismo», mas numa vertente mais teórica. A vontade, depois, foi transportar o projeto para fora do gabinete do Campus da Penha da UAlg e dar-lhe uma aplicação prática que contribuísse para um turismo mais sustentável. “Em conversas com imensas pessoas chegamos à conclusão, por exemplo, que muitas não sabiam quem era Cândido Guerreiro. Hoje há um enorme enfoque na formação para as novas tecnologias, parece que quem não sabe trabalhar com um computador é um analfabeto, e está-se a descurar a educação para a cultura, que é a base da nossa humanização e da nossa história, do nosso passado e do nosso futuro, da nossa maneira de ser e de estar”, desabafa Rita Baleiro.

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A 28 de abril do corrente ano estreou, entretanto, o passeio literário do Ameixial e Sílvia e Rita já estão a concluir o passeio da Fortaleza de Sagres, todos com uma forte preocupação de mostrarem aos turistas, nacionais e estrangeiros, o património de cada local, mas também que possuam uma vertente pedagógica que possa ser explorada por estabelecimentos de ensino ou associações. Claro que nem todos possuem painéis de azulejos com poemas escritos, como sucede em Alte, o que obriga Rita e Sílvia a criarem um elo de ligação entre os vários pontos de paragem de cada itinerário. “Em Alte isso foi relativamente fácil, bastou-nos seguir os locais que fizeram parte da vida do Cândido Guerreiro: a casa onde

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Rita Baleiro e Sílvia Quinteiro, as mentoras da Rota Literária do Algarve

nasceu, a igreja onde foi batizado, o sítio onde escreveu os primeiros versos, a sepultura onde está enterrado. Nos outros passeios partimos dos elementos arquitetónicos, culturais e naturais dos lugares e encontramos paralelos em textos literários de autores algarvios ou que, não sendo algarvios, tenham escrito sobre o Algarve”, refere Rita Baleiro, dando o exemplo de um campo de estevas a propósito do poema de Teresa Rita Lopes sobre a flor da esteva. “Nestes casos assinalamos, no terreno, pontos de interesse onde existe uma confluência de um texto literário e uma família algarvia, um moinho abandonado, uma árvore, algo desse género”.

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Para as duas mentoras da Rota Literária do Algarve, o grande desafio é conseguir contar-se uma boa história em cada itinerário, algo que prenda a atenção dos participantes, com recurso a poemas, lendas ou narrativas, mesmo que tal não seja logo evidente à primeira vista. “No Ameixial, junto a uma azinheira, lemos a Lenda da Moura Encantada. Pode parecer a parte mais complicada, mas encontrar autores e textos que possamos utilizar nestes passeios é, para nós, o mais fácil e divertido, porque andamos há muitos anos a fazer esse levantamento. O mais difícil é a investigação histórica, porque não é a nossa área ALGARVE INFORMATIVO #177


profissional”, admite Sílvia Quinteiro. “No Passeio do Ameixial, por exemplo, tentamos contar a história da aldeia e de toda a Serra do Caldeirão, o que implica uma enorme investigação para se produzir um enredo que cative os participantes. É nessa parte que estamos mais dependentes de colegas historiadores, porque fazemos questão que todas as referências estejam absolutamente corretas”, salienta a entrevistada.

Com dois passeios em funcionamento e um prestes a ficar concluído, Sílvia Quinteiro e Rita Baleiro pensam já nos próximos e existe muito «pano para mangas», asseguram as duas, falando em mais casos óbvios como João de Deus em São Bartolomeu de Messines, Manuel Teixeira Gomes em Portimão, António Aleixo associado a Loulé, Álvaro de Campos a Tavira, João Lúcio a Olhão. “Há vários autores que podíamos facilmente associar a passeios literários, mas a nossa ambição é dinamizar pelo menos um em cada concelho e há territórios em que isso poderá ser mais problemático”, reconhecem. “Estes itinerários são mais do que um percurso com um alinhamento de pontos de paragem, contemplam referências à história, cultura, biologia, arquitetura e por aí adiante. Para esse efeito redigimos um texto que permitirá que o passeio seja realizado autonomamente, ou seja, sem a necessidade de um guia”, enfatiza Rita Baleiro.

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Mesmo destacar guias profissionais para acompanharem grupos de turistas ou turmas de alunos não faz parte do conceito de Sílvia e Rita, porque isso iria contra a vontade de se criar um projeto autossustentável. “A nossa ideia é que haja formação nos locais onde vamos implementar os passeios e que eles sejam guiados por elementos das próprias comunidades. Como existe uma brochura para cada passeio, isso não será complicado, queremos que as gentes locais se apropriem dos seus itinerários, que os dinamizem elas mesmas”, salienta Sílvia Quinteiro, com Rita Baleiro a falar precisamente do conceito de «turismo de base comunitária». “Tem como pressuposto a participação da comunidade na receção e acolhimento dos turistas e todos os itinerários serão, à partida, implementados em zonas de menor procura turística e onde existe uma grande proporção de residentes idosos. São pessoas que conhecem intimamente os sítios onde nasceram e viveram todas as suas vidas e já as entrevistamos para servir de apoio à construção do texto, mas certamente que terão mais para explicar se estiverem a guiar alunos ou turistas no terreno”, acredita Rita Baleiro. Este turismo de base comunitário tem como objetivo, também, que os visitantes ajudem a dinamizar a economia local, ou seja, que não gastem dinheiro apenas no litoral do Algarve, mas também no seu interior, explica Sílvia Quinteiro, enquanto mostrava o livro do Passeio Literário Cândida Guerreiro – O Poeta de Alte. “Este livro 16


tem o nosso trabalho de investigação e de outros colegas historiadores, de duas equipas de tradutores de inglês e francês, da designer da Câmara Municipal de Loulé, são 12 ou 13 pessoas a darem algo de si de forma gratuita. Mas estamos todos motivados porque o projeto despertou em nós um gosto tão grande que ninguém quer parar”, declara, sorridente. Oo processo vai, contudo, sofrer profundas alterações a partir do momento em que foi um dos projetos vencedores do Orçamento Participativo Portugal e através do qual lhe foi atribuído uma verba de 120 mil euros. “A nossa candidatura teve como intuito garantir que houvesse dinheiro para levar esta rota a todos os concelhos do Algarve, porque há autarquias que possuem meios financeiros e humanos para colaborar 17

gratuitamente no projeto, mas noutras isso é mais difícil. E os nossos colegas têm muita boa-vontade mas, se lhes dermos dois ou três itinerários para fazer ao mesmo tempo, ficam sobrecarregados”, refere Sílvia Quinteiro. “E é fundamental investir num bom site na internet, numa plataforma digital em que qualquer pessoa fique a conhecer os itinerários existentes e possa, inclusive, fazer o download da brochura para realizar o passeio sozinha. Essa será a parte mais dispendiosa do projeto”, admitem as duas. A verdade é que, com ou sem dinheiro, Sílvia e Rita já tinham decidido ir para a frente com a Rota Literária do Algarve, “não fazia sentido pararmos porque o Algarve e os autores algarvios merecem”, justificam. “Quando ALGARVE INFORMATIVO #177


submetemos a proposta para o Orçamento Participativo Portugal tínhamos a esperança de sermos contempladas com o financiamento, estávamos convictas de que era um bom projeto, embora saibamos que a literatura não é devidamente valorizada no nosso país. As pessoas mobilizam-se ALGARVE INFORMATIVO #177

muito pelas touradas e pelas feiras, por coisas que dão mais nas vistas. A literatura nem sequer é um património edificado”, lamentam, com um encolher de ombros. “Mas havendo percursos, as pessoas aderem, porque os portugueses despertaram para a atividade física nos últimos anos. 18


Associar o bem-estar resultante da literatura e da caminhada faz, para nós, todo o sentido e vamos delinear percursos que sejam acessíveis a todas as pessoas, adultos e crianças, e que não sejam demasiadamente longos”, reforça Rita Baleiro.

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Os percursos serão feitos em tom de caminhada, no entanto, para Sílvia Quinteiro e Rita Baleiro, agora o ritmo será de corrida acelerada, porque a Rota Literária do Algarve tem que ser uma realidade no prazo máximo de dois anos e cada itinerário, de acordo com a dupla, demora cerca de oito ou nove meses a construir. “A equipa vai ter que crescer e será nomeado um gestor profissional do projeto, o nosso papel será mais em tom de coordenação científica ou de consultadoria para garantir a qualidade e fiabilidade dos passeios literários”, indica Sílvia Quinteiro, com Rita Baleiro a mostrar-se convicta de que a «magia» vai prosseguir para as duas, que não desaparecerá debaixo de questões logísticas. “O processo que temos pela frente é longo e complexo, mas este financiamento vem permitir que essa parte mais burocrática seja feita por quem percebe efetivamente dela. Nós queremos continuar a pesquisar os textos e os lugares e a descobrir parceiros com quem possamos trabalhar em conjunto, porque há passeios que já são organizados por associações e que poderão vir a ser integrados na Rota Literária do Algarve. Se existe uma Casa João de Deus, uma Casa Manuel Teixeira Gomes, uma Casa João Lúcio, faz todo o sentido que sejam elas a dinamizar os passeios que envolvam esses autores”, manifesta Sílvia Quinteiro. “Acreditamos no trabalho em rede, em equipas multidisciplinares, esta não é a Rota da Sílvia e da Rita”, conclui Rita Baleiro.

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REPORTAGEM

PRODUTORES ALGARVIOS DE VINHO SUBIRAM AO CAMPO PEQUENO Texto:

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e há momentos em que a visita a uma praça de touros é consensual é durante o Mercado de Vinhos, evento que decorreu, de 19 a 21 de outubro, no mítico espaço do Campo Pequeno, em Lisboa, agora focado noutras lides, como os espetáculos, exposições e mostras. Foi o caso da sétima edição do Mercado de Vinhos, com a presença de vários produtores algarvios ALGARVE INFORMATIVO #177

que deram a conhecer os Vinhos do Algarve. Já vem sendo um local de referência para a apresentação dos Vinhos do Algarve e se, há dois anos, foi a região convidada em destaque, continua a ser uma montra importante na qual a Comissão Vitivinícola do Algarve marca presença com um espaço próprio e uma localização privilegiada, que depois cede

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aos produtores interessados em promover os seus vinhos num evento vínico de grande destaque em Lisboa e igualmente a nível internacional. O número de 23

expositores total ronda os 160, e a afluência durante os três dias do evento é enorme. Na abertura, à sexta-feira, é já notória a concentração de pessoas, ALGARVE INFORMATIVO #177


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mas essa sensação ultrapassa quase o limite do razoável no fim-de-semana, com filas à entrada na bilheteira. Por isso, a CVA considera importante a presença dos Vinhos do Algarve neste certame que, ainda por cima, tem o mote de «Pequenos Produtores, Grandes Descobertas», que é de forma geral o que sucede no Algarve, sendo também por isso que a organização acarinha a presença da região do Algarve. Esta sétima edição do evento teve o Dão em destaque – decorrem este ano as comemorações dos 110 anos da sua demarcação como região vitivinícola – e teve como principal novidade as «Conversas e um copo de Vinho», no qual vários convidados subiam ao palco do pequeno auditório no centro da arena para exatamente conversar sobre vinho, as suas experiências e vivências. Um desses oradores foi o produtor Luís Chaves, do

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Barranco do Vale, que foi falar do seu projeto no Algarve e da casta Negra Mole, com o qual faz um dos seus vinhos – um rosé – que teve bastante sucesso no stand, exatamente pela diferença e pela experiência única que é provar um vinho com uma casta única no mundo. Este fator de diferenciação é importante porque o evento tem imensos turistas, visitantes e imprensa estrangeira e todos são unânimes em confessar que o que lhes interessa é conhecer vinhos exclusivos, com particularidades únicas do seu terroir, assim como histórias e vivências associadas aos vinhos, produtores ou às suas propriedades e vinhas. Pelo stand do Algarve passaram os produtores dos Vinhos Malaca, da Herdade dos Pimentéis, da já referida Herdade do Barranco do Vale e também

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representantes da Casa Santos Lima, que trouxe uma ampla gama dos seus vinhos algarvios, de tal modo que Soraia Inês confessou que “o projeto da Casa Santos Lima está a correr bem no Algarve, com ALGARVE INFORMATIVO #177

tendência para crescer, sendo que a certificação Algarve e o nome em si nos rótulos é um fator de atratividade, sobretudo no Reino Unido” .

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REPORTAGEM

LOULÉ ACOLHE EDIÇÃO DE 2019 DO TROFÉU MUNDIAL DE ACORDEÃO Texto:

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inda falta mais de um ano mas o trabalho já começou a ser feito no terreno, para que, de 3 a 9 de novembro de 2019, Loulé acolha o 69.º Troféu Mundial de ALGARVE INFORMATIVO #177

Acordeão. A candidatura algarvia, dinamizada por Gonçalo Pescada, músico, professor, delegado e membro do júri da Confederação Mundial de Acordeão, e por Francisco Saboia, organizador das Galas Internacionais de Acordeão, foi escolhida pela Confederação Mundial de Acordeão 30


após decisão do seu comité executivo, sendo que China, Índia e Sérvia eram apenas alguns dos países que também pretendiam realizar o evento. A proximidade do Aeroporto Internacional de Faro, a excelente qualidade acústica do Cine-Teatro Louletano e o forte interesse e preocupação da Câmara Municipal de Loulé em promover a Cultura e a Educação no concelho foram fatores determinantes para o sucesso da candidatura. O evento contará com a presença de 52 delegações internacionais e largas dezenas de candidatos a concurso nas diferentes categorias de solista (música clássica e ligeira), música de câmara e orquestra. O Troféu Mundial de Acordeão é o concurso de maior prestígio a nível internacional, tendo sido criado, em 1951,

pela Confederação Mundial de Acordeão. Esta será a quarta vez que o evento acontece em Algarve, depois de Faro (1996), Albufeira (2009) e Portimão (2016). A competição tem tido um vasto leque de vencedores provenientes de países de Leste, nomeadamente da Rússia, mas a China tem aparecido em grande destaque no passado recente, já para não falar de França e Itália, sempre fortes candidatos à vitória. No que toca a Portugal, não nos podemos esquecer de nomes como Aníbal Freire, José António Sousa, António Rosado, Arlinda Morais, João Frade, João Barradas e, em 2017, Luís Mira, todos presentes no rol de campeões do mundo. Na conferência de imprensa de apresentação do troféu, realizada no final de tarde de 24 de outubro, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Loulé,

Dália Paulo, Gonçalo Pescada e Pedro Pimpão 31

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Gonçalo Pescada, Pedro Pimpão e Frédéric Deschamps, presidente da Confederação Mundial do Acordeão

Gonçalo Pescada lembrou a reconhecida capacidade do Algarve em organizar eventos desta natureza e grandeza, ele que já tinha estado envolvido no 66.º Troféu Mundial de Acordeão, disputado em Portimão. “No entanto, não é uma tarefa fácil, daí a necessidade de se congregar esforços para garantir que seja um momento único. O Francisco Saboia é uma pessoa extremamente válida nesta matéria por ter uma bagagem acumulada há quase três décadas a organizar galas internacionais de acordeão. Quanto à Câmara Municipal de Loulé, tem um executivo fortemente empenhado na valorização da Cultura e da Educação”, afirmou Gonçalo Pescada, relembrando ainda que o Algarve já tem ALGARVE INFORMATIVO #177

dois campeões do mundo no historial do Troféu Mundial de Acordeão, mais concretamente João Frade e Luís Mira. “E temos agora em Loulé um jovem que começa a dar muitas cartas nesta arte, o João Palma. Ainda não venceu este troféu mas quem sabe se, no próximo ano, a jogar em casa, não terá uma excelente prestação a defender as nossas cores”. Habituado a estas andanças, Gonçalo Pescada garante ainda que, quando se está num Troféu Mundial, todas as rivalidades entre músicos e seus professores desaparecem, tal o impacto da experiência. “É uma semana em que as provas decorrem das nove da 32


manhã às 10 da noite, candidatos de todos os cantos do mundo, imensas categorias a concurso, ninguém fica igual quando se chega ao fim. A quantidade de informação e de música que é partilhada é de tal forma imensa que é impossível ficarmos com a mesma noção de vida que tínhamos até aquele momento”, salientou o conceituado professor, antevendo um evento verdadeiramente inesquecível. A ideia foi prontamente abraçada pelo Município de Loulé, precisamente pelo forte investimento que tem sido feito na Cultura e na Educação, conforme o comprova, nas palavras da Diretora Municipal Dália Paulo, a recente inauguração do Conservatório de Música de Loulé, a primeira escola pública

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dedicada ao ensino da música a Sul de Lisboa. “Há aqui um caminho que vem sendo construído há quase três décadas e fazia todo o sentido para nós acolhermos um certame mundial para que os alunos, não só do concelho de Loulé, mas de todo o sul da Península Ibérica, possam ver, ao vivo, os melhores executantes deste instrumento. Só assim se consegue crescer, a aprender com os melhores, e queremos também aproximar o acordeão das pessoas”, explicou Dália Paulo. No ar ficou, igualmente, o desafio para se trabalhar, após o término do 69.º Troféu Mundial do Acordeão, para que este instrumento seja classificado como Património Mundial Imaterial da

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Dália Paulo, Gonçalo Pescada, Pedro Pimpão, Frédéric Deschamps e Francisco Sabóia

Humanidade pela UNESCO. “É um sonho de vários acordeonistas e uma homenagem aos grandes músicos que tivemos no Algarve e cujos ensinamentos continuam a dar frutos. O acordeão é, hoje, um instrumento com futuro, porque os mais novos já não olham para ele apenas como uma componente dos ranchos folclóricos”, assegura a Diretora Municipal. “Não são processos fáceis, mas o Alentejo tem três classificações de Património Mundial Imaterial da Humanidade porque acreditou. Este troféu mundial, a par daquilo que as escolas e as associações do Algarve fazem em prol do acordeão, pode servir de base a uma candidatura à UNESCO”, frisou ainda Dália Paulo, com Gonçalo Pescada a concordar que poderão estar lançadas as raízes para esse projeto. “Se houver união entre todas as pessoas ALGARVE INFORMATIVO #177

que tocam acordeão em Portugal, é um objetivo que se poderá alcançar”. Entusiasmado com este evento mostrou-se igualmente Pedro Pimpão, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Loulé, reforçando que o acordeão faz parte dos primados da Educação e da Cultura. “Apesar do país ter alguma dificuldade em investir nestas áreas, o investimento e apoio nestas duas rúbricas ultrapassam largamente os três por cento do Orçamento do Município de Loulé. E acolher um Troféu Mundial para Loulé em novembro gerará também evidentes benefícios para a economia local, numa altura em que o Algarve atravessa a tradicional época baixa do turismo” .

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REPORTAGEM

David Gonçalves, Vítor Guerreiro, Marlene Guerreiro e Acácio Martins compõem o executivo camarário de São Brás de Alportel

UM ANO DE INTENSO TRABALHO EM SÃO BRÁS DE ALPORTEL … E COM SALDO DE CONTA DE GERÊNCIA DE QUASE DOIS MILHÕES DE EUROS Texto:

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executivo municipal sãobrasense liderado por Vítor Guerreiro efetuou, no dia 25 de outubro, um breve balanço do que foi o primeiro ano do mandato autárquico 2017/2021 e rapidamente se ALGARVE INFORMATIVO #177

verificou terem sido 12 meses de muitos investimentos realizados em praticamente todos os setores da sociedade moderna em que vivemos, sempre com as pessoas no centro das decisões e com um elevado rigor financeiro. Deste modo, 2018 deverá terminar com um saldo de conta de gerência de praticamente dois milhões 38


de euros, que vão transitar para o exercício económico seguinte, ou seja, o orçamento para 2019 deverá rondar os 15 milhões de euros. E, em conversa com a comunicação social, Vítor Guerreiro evidenciou precisamente os resultados recentemente divulgados do Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses de 2017, que colocam São Brás de Alportel em 9.º lugar no ranking global dos municípios de pequena dimensão, integrados na lista dos 100 melhor classificados a nível nacional. No segundo acontecimento formal do Espaço Memória, inaugurado a 1 de junho durante as celebrações do Dia do Município, o executivo são-brasense falou do Plano de Apoio à Família «Vale +», que integra medidas de apoio à educação, natalidade, formação e saúde e onde se incluem os rastreios oftalmológicos para

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as crianças do concelho, um dos projetos mais relevantes do município. “Para breve está a abertura do Balcão para a Inclusão, um serviço que vai prestar atendimento especializado sobre direitos, benefícios e recursos existentes nas mais diversas áreas às pessoas com deficiência ou incapacidade”, adiantou Vítor Guerreiro. Mas foi igualmente reforçado o programa de apoio social de cariz habitacional «Mão Amiga», que visa dar mais dignidade e conforto às casas de quem mais precisa, tendo sido executadas obras no valor de cerca de 50 mil euros; atribuíram-se oito fogos de habitação social a agregados familiares em situação de vulnerabilidade social, com recurso a novas parcerias,

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nomeadamente por via de um protocolo com a Santa Casa da Misericórdia para o aproveitamento de casas de sua propriedade; a Loja Social passou a ter à sua disposição um Armazém Social destinado a acolher e redistribuir peças de mobiliários, eletrodomésticos, entre outros objetos essenciais ao conforto e dignidade de quem mais precisa; e reforçou-se o Banco Municipal de Medicamentos e o Fundo Social de Emergência. “Há em São Brás de Alportel um Grupo Social completamente informal que consegue resolver grande parte das preocupações sociais que sentimos no dia-a-dia. Neste mandato assumimos como extremamente prioritário o trabalho no campo da deficiência, em rede, numa parceria com tremendo potencial com a Santa Casa da Misericórdia. Levamos a cabo reuniões ALGARVE INFORMATIVO #177

família a família para percebermos o que estas pessoas precisam”, destacou a vice-presidente Marlene Guerreiro. Em foco neste ano esteve a área da saúde e a parceria com o Centro de Saúde de São Brás de Alportel concretizou-se na cedência de uma viatura para trabalho na comunidade, no apoio para as obras de conservação e na disponibilização de consultas de saúde oral aos munícipes. A autarquia associou-se também a um projetopiloto cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, no âmbito do Programa Operacional CRESC Algarve 2020, que visa a compra conjunta de 10 municípios algarvios de novas Unidades Móveis de Saúde, adaptadas aos desafios da atualidade. “É um serviço de excelência, promotor 40


de proximidade e prevenção que representa um investimento na qualidade de vida dos são-brasenses, no valor de 75 mil euros, estando prevista a entrega desta nova viatura até ao final de 2018”, indicou Vítor Guerreiro. Outro dos pilares da ação autárquica tem sido a educação, que mereceu neste ano um investimento superior a 300 mil euros em obras de requalificação e modernização do Parque Escolar do concelho, bem como na criação de novos espaços desportivos como o Campo de Futvolei e as melhorias ao nível da eficiência energética nas escolas EB1 N.º 1 e N.º 2. Na rúbrica da juventude há a assinalar a abertura do Espaço Jovem e o arranque de um projeto de intervenção junto dos jovens e famílias, mas também os equipamentos desportivos municipais

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existentes têm sido alvo de obras de manutenção e renovação, como é o caso do Complexo de Ténis Municipal, a par do crescimento do Parque de Desporto e Lazer com a recente construção do novo Complexo de Campos de Petanca. “Temos que reinvestir mais no presente para garantir que, todos os dias, temos o futuro à porta. Se não apostarmos constantemente na manutenção e eficiência dos nossos equipamentos e infraestruturas, vamos ter problemas daqui a alguns anos e é esse esforço que tentamos fazer em todos os nossos orçamentos”, salientou o vereador Acácio Martins. A mobilidade e a acessibilidade para todos é outra preocupação prioritária para o executivo são-brasense e foram

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vários os investimentos efetuados ao longo deste último ano para se eliminarem barreiras arquitetónicas, do mesmo modo que se aposta cada vez mais em eventos inclusivos, algo que já se assistiu nas edições de 2018 da Festa das Tochas Floridas e da Feira da Serra. “Esta preocupação é transportada para a área da reabilitação urbana, como vemos pela recém-inaugurada requalificação da Rua Gago Coutinho, que procurou preservar a identidade do Centro Histórico, ao mesmo tempo que suprimiu todas as barreiras arquitetónicas existentes, criando, inclusivamente, uma linha guia para cegos”, sublinhou Vítor Guerreiro. Na área do ambiente, os últimos 12 meses ficaram marcados pela execução de novas fases do projeto de alargamento da rede de saneamento, obras de melhoria na rede de abastecimento de água, uma nova ALGARVE INFORMATIVO #177

fase de instalação de contentores enterrados e projetos de sensibilização ambiental, com particular realce na utilização eficiente da água e na deposição de resíduos. “São Brás de Alportel tornou-se uma terra bastante atrativa e limpa e isso observa-se no dia-a-dia. Fomos pioneiros na campanha lançada pela Direção Geral de Veterinária para a esterilização dos animais abandonados, com a criação de um Cheque Veterinário. Existe também uma intenção de requalificarmos alguns dos espaços verdes do concelho e de substituirmos os contadores de água, inclusive na serra, no sentido de se otimizar o consumo da água”, apontou David Gonçalves, vereador da Câmara Municipal e antigo presidente da Junta de Freguesia de São Brás de Alportel durante 12 anos. 42


“Uma comunidade que sabe honrar o seu passado e onde as suas raízes perduram é uma comunidade mais forte”, defendeu Marlene Guerreiro, revelando que o Município de São Brás de Alportel tem alguns projetos em curso na área museológica com vista à valorização da memória e que, no futuro, se concretizarão na «Rota da Memória». “O cuidado com a memória tem sido uma tónica deste último ano, consolidando um caminho que já vínhamos a percorrer. Tivemos a felicidade de comemorar os 100 anos do Sanatório e os 50 anos no Mercado e vamos contar a história dos 60 anos do Cineteatro. E verifica-se uma dinâmica extraordinária no Centro Histórico, com imensas obras em curso, não só públicas, muitas mais são as particulares, com a reabilitação de casas que se encontravam degradadas ou devolutas. Começamos este processo conversando com todos os proprietários do Centro Histórico, lançamos medidas de apoio, também algumas mais restritivas, e os resultados estão à vista”, frisou a vice-presidente. A dinâmica económica e o empreendedorismo são linhas mestras da ação da autarquia são-brasense e Vítor Guerreiro mostrou-se bastante agradado com a aprovação do Plano de Pormenor do Parque Empresarial de São Brás de Alportel, com 25 espaços para instalação de empresas. “Infelizmente, continuamos a assistir a situações em que os organismos públicos não são tão 43

eficiente como desejaríamos e andamos 10 anos enrolados para conseguirmos aprovar este parque empresarial. Hoje, temos 36 mil metros quadrados para receber 25 empresas ou indústrias não poluentes e acredito que este equipamento vai trazer muitas coisas boas para o nosso concelho. Através do Gabinete do Empreendedor acompanhamos diariamente todos aqueles que querem investir em São Brás de Alportel… E a Feira da Serra continuou este ano a ser o evento âncora ao nível do investimento para o concelho. É fundamental para a dinâmica económica e turística do concelho e um motivo de orgulho de todos os sãobrasenses”, afirmou, aproveitando para falar da Casa do Artesão, criada em pleno Centro Histórico e que diariamente é dinamizado por artesãos. Ainda em matéria de turismo está em curso o processo para a criação da Área de Serviço para Autocaravanas, “uma lacuna existente no município e que tem potencial para atrair um novo nicho turístico para o concelho”, acrescentou o edil. Este foi, sem dúvida, um ano de grandes conquistas para a Proteção Civil em São Brás de Alportel, com o concelho a passar a contar com uma Equipa de Sapadores Florestais e um Serviço Municipal de Proteção Civil melhor equipado, para além de se ter dado o «pontapé-de-saída» para o futuro campo de treinos para bombeiros. “O Município formalizou vários protocolos com a GNR e com o Exército Português que permitiram reforçar um extenso Plano de Ação ALGARVE INFORMATIVO #177


para a Prevenção e Combate a Incêndios Florestais”, declarou Vítor Guerreiro. E porque a opinião e os contributos da população local são cruciais para o sucesso da gestão autárquica, está no terreno mais uma edição do Orçamento Participativo, este ano com 70 mil euros reservados para a concretização da obra vencedora. O balanço do primeiro ano do mandato autárquico 2017/2021 é, perante tudo isto, bastante positivo, conforme o comprova o saldo de conta de gerência de quase dois milhões de euros. “A maior parte dos grandes investimentos que fazemos resultam, normalmente, de candidaturas a fundos comunitários ou com financiamento da administração central, porque o nosso orçamento é limitado e queremos fazer sempre mais pelo concelho e pela população. As maiores dificuldades que sentimos prendem-se, ALGARVE INFORMATIVO #177

essencialmente, com a falta de recursos humanos e há serviços em que se verifica um sufoco completo, devido às restrições à contratação de pessoal”, lamenta o presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel. “Noutras ocasiões abrimos concursos e não recebemos candidatos devido aos salários que somos forçados a oferecer. As pessoas têm razão em queixar-se, mas as câmaras municipais não podem pagar mais do que está estipulado pela lei”. Antes de terminar a conversa com a comunicação social, Vítor Guerreiro abordou ainda três «frentes de batalha» em que o executivo que lidera promete continuar bastante ativo. “A requalificação da EN 2 é crucial para São Brás de Alportel e foi com grande satisfação que assistimos à construção 44


da rotunda entre Faro, Via do Infante e Coiro da Burra. Agora, existe o compromisso da parte do governo em elaborar o projeto de execução da requalificação da EN 2 entre essa rotunda e São Brás de Alportel até ao final deste ano. De acordo com o que me dizem, estão contemplados dois milhões e 700 mil euros no orçamento da Infraestruturas de Portugal para lançar essa obra em 2019”, revelou o autarca. Outra questão na ordem do dia prendese com o Centro de Medicina e Reabilitação do Sul, com o número de camas em funcionamento a dever aumentar das 36 atuais para 50 ainda no decorrer de 2018. “E espero que as consultas de terapia e reabilitação

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pediátricas sejam retomadas o mais rapidamente possível, porque esse serviço funcionou bastante bem no passado”, manifestou Vítor Guerreiro. De volta à discussão com o governo está, entretanto, a construção da Barragem do Monte da Ribeira, um projeto de 1982 que tinha como objetivo abastecer as populações da zona litoral entre Quarteira e Tavira. “Faz todo o sentido que seja executada, porque as alterações climáticas são reais e os períodos de seca são cada vez maiores. Esta barragem é fundamental para garantir água para consumo humano, ainda mais numa região turística como o Algarve, mas também para o regadio e para o combate aos incêndios na Serra do Caldeirão”, justificou .

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DEPOIS DO SUCESSO EM 2017, LUZA FESTIVAL SUBIU AINDA MAIS A FASQUIA NA SEGUNDA EDIÇÃO Texto:

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Algarve International Festival of Light, ou LUZA Festival, foi um dos maiores sucessos do «365 Algarve» na temporada 2017/2018, com cerca de 30 mil espetadores a apreciarem as instalações espalhadas um pouco por toda a cidade de Loulé, daí que as expetativas para a segunda edição do evento sejam grandes. E já não é preciso esperar muito, uma vez que esta produção do ByBeau Studio e da Eventor’s Lab está de regresso, de 1 a 3 de novembro, mais uma vez com apoio da Câmara Municipal de Loulé e do «365 Algarve», programa cultural conjunto das Secretarias de Estado do Turismo e da Cultura.

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O LUZA vai manter algumas iniciativas da edição anterior, como a fantástica «Torch Light Parade» logo a abrir o festival, um momento em que público e artistas se juntam numa caminhada desde o Santuário da Mãe Soberana até ao centro da cidade, numa marcha que mantém o seu cariz social, uma vez que toda a importância arrecadada com a aquisição das tochas iluminadas será doada a uma instituição social do concelho de Loulé. E esta será, de facto, a única despesa que os espetadores terão ao longo dos três dias de evento, uma vez que o acesso a todas as instalações é gratuito. Quanto a novidades, também existem, claro. Assim, no dia 2 de novembro terá lugar o LUZA Kids – Lumo meets 52


Precious Plastic, uma demonstração direcionada para as escolas com transformação do plástico em peças artísticas. Após a abertura das instalações, este espaço estará aberto ao público, bastando trazer tampas ou mesmo garrafas de plástico limpas. No mesmo dia realiza-se o workshop «Introdução à arte Light Painting Photography», com Kim Von Coels e Phill Fisher, com ponto de encontro na Galeria ArtCatto. Também de Kim Von Coels se poderá assistir à exposição «See the Light», sobre Light Painting. Já do projeto LUZA LAB serão apresentadas duas obras: «Box Light», de Filipa Cruz (França/Portugal); e «Memória Sonora», de Nuno Mika (Portugal). Mas há muitos mais artistas em ação, nacionais e estrangeiros, oriundos de países como Portugal, Espanha, Escócia, Eslovénia, México, França, Alemanha, Rússia e Áustria. E todos eles deverão marcar presença, no dia 3 de novembro, na

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conferência «Working with Light», no Cine-Teatro Louletano. Perante tudo isto, não foi de admirar o sorriso de antecipação com que Beau McClellan nos recebeu no seu estúdio, mesmo do outro lado da rua do Cine-Teatro Louletano. “O ano passado já tivemos grandes artistas, mas este ano quisemos elevar ainda mais a fasquia, porque as pessoas já sabem o que é um festival de luz. Procuramos conceitos mais contemporâneos, avantgarde, mas, sobretudo, que permitam uma maior interação com o público. Foi um dos aspetos que mais se destacou, em 2017, a vontade das pessoas fazerem parte das instalações, dos produtos artísticos”, explicou um dos mentores do evento. O escocês de nascença mas residente no Algarve há várias décadas começou logo por chamar a atenção para o evento especialmente dirigido para os

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mais novos, o LUZA Kids, que procura sensibilizar as novas gerações para as questões da sustentabilidade ambiental. “Nós temos feito muita porcaria e precisamos da ajuda das crianças de hoje, que serão os homens e as mulheres de amanhã, para tentar resolver os problemas que criámos. Vamos ter um equipamento que transforma garrafas de plástico e tampas em pequenas peças que podem ser depois usadas para se montar uma escultura e, após terminar o festival, a máquina vai ficar na posse da câmara municipal para realizar mais iniciativas semelhantes nas escolas”, revela Beau McClellan. Outro aspeto que estará em foco, no II

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LUZA Festival, é o maior envolvimento da comunidade local no evento, que se constata, em primeira instância, pela participação do Loulé Criativo e Loulé Design Lab. “Há muito tempo que luto para se trazer cada vez mais cultura para o Algarve e noto que o público, agora, está mais aberto a estas iniciativas. Existem alguns festivais de luz em Lisboa e Sintra e ali é muito mais fácil reunir-se os patrocínios necessários para se organizar um evento desta qualidade e dimensão. Nós temos um imenso apoio financeiro da Câmara Municipal de Loulé e do «365 Algarve», mas não era suficiente, tivemos que arranjar outros patrocinadores”, reconhece o artista,

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aproveitando para agradecer o contributo da Euroligistix, do Conrad Hotel, da ELECTROOHM, da Interior Design by Maria Raposo e da French Gourmet, a que se juntaram, enquanto parceiros, a Galeria ArtCatto, a Casa da Empreita, o Loulé Design Lab e o 11 da Villa. LUZA Festival que até foi uma ideia de Ana Fernandes, da Eventor’s Lab, tendo de imediato sido aconselhada a falar com Beau McClellan, um verdadeiro especialista mundial neste género de arte. “Eu trato da parte artística, ela da parte logística e burocrática e funcionamos em perfeita sintonia. Como estou habituado a fazer grandes instalações em todo o mundo, é fácil reunir um bom leque de artistas e a Ana também tem uma excelente reputação como organizadora de eventos desta categoria. E, quando se tem paixão por uma coisa, essa energia positiva passa para as outras pessoas”, garante o entrevistado, não poupando elogios ao Algarve International Festival of Light. “Noutros festivais internacionais é necessário percorrer grandes distâncias de automóvel ou autocarro entre uma ALGARVE INFORMATIVO #177

instalação e outra, em Loulé tudo se faz a pé. Pelo meio do percurso paramos num bar, bebemos uma sangria ou um copo de vinho com os amigos, é fantástico”, descreve.

UM FESTIVAL PARA ABRIR HORIZONTES Se um dos «problemas» da primeira edição do LUZA foi que, depois de se terminar o percurso pelas várias instalações, não havia uma continuidade, um local onde os participantes, seja público ou artistas, pudessem conviver em conjunto, tal ficou resolvido este ano, com «Old Town», «Marroquia» e «11 da Vila» a associarem-se ao festival e a dinamizarem uma after party em cada uma das noites do evento. Quanto ao percurso propriamente dito, implicou um planeamento rigoroso, esclareceu Beau McClellan. “Tivemos a preocupação de encontrar o artista certo para o local certo, não queríamos fazer um festival igual aos outros. Não nos limitamos a escolher os artistas e 56


depois dividi-los pelos espaços disponíveis”, indicou. “Loulé é uma cidade especial e encontramos muitas coisas diferentes à medida que vamos percorrendo as suas ruas e avenidas. Sempre disse que Loulé tinha um potencial enorme, já temos bons restaurantes e bares, só faltam boutique hotels na cidade”, admite. Trajeto que é o mesmo do ano transato e, de acordo com Beau McClellan, pode ser percorrido em qualquer sentido, o importante é não deixar escapar nenhuma das instalações. “Vamos ter muitos mapas ao dispor dos visitantes e o meu conselho é que andem sempre com um na mão e, com uma caneta, vão logo marcando as instalações que já viram. Se não conseguirem ver todas numa noite, regressam na seguinte, porque são mesmos artistas de excelente nível e peças de arte incríveis”, assegura, com um sorriso.

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A não perder promete ser também a conferência «Working With light», no dia 3 de novembro, entre as 15h30 e as 17h30, no Cine-Teatro Louletano. “Vão participar realizadores de cinema, arquitetos, artistas, profissionais que trabalham com luz natural e artificial, numa conversa informal que será, de certeza, super interessante. A light art é uma nova tendência e todos podem ficar a saber mais sobre ela neste LUZA. Em cada ano queremos ensinar algo diferente para inspirar os outros, para abrir novos horizontes aos visitantes, para lançar sementes para o futuro”, sublinha Beau, deixando o convite para quem estiver no Algarve, na próxima semana, rumar a Loulé para a segunda edição do LUZA Festival. “É grátis, educativo, uma forma fantástica de sair em família ou com os amigos. E queremos ter mais pessoas na Torch Parade, porque é um momento realmente único” -

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MIGUEL ARAÚJO EM NOITE INTIMISTA NO TEATRO DAS FIGURAS Texto:

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rometeu e cumpriu. Miguel Araújo tinha deixado antever um espetáculo mais intimista, por ser num recinto fechado, e num espaço cultural de eleição, e foi a isso mesmo que tiveram direito as centenas de pessoas que praticamente encheram o Teatro das Figuras, em Faro, na noite de 20 de outubro. Uma adesão em massa que não surpreendeu ninguém, porque Miguel Araújo é um dos artistas mais completos da sua geração, sendo mesmo já considerado como um dos grandes nomes da música portuguesa, destacando-se como compositor, letrista, cantor e músico. Depois de «Cinco Dias e Meio» e de «Crónicas da Cidade Grande», Miguel Araújo lançou, em 2017, «Giesta», e tem percorrido Portugal de lés-a-lés a promover, e de que maneira, o seu terceiro álbum de originais. E no concerto de Faro não faltaram, a par dos temas de «Giesta» outros bem conhecidos do grande público, como «Os Maridos das Outras», «Dona Laura» ou «Recantiga». Um espetáculo em que Miguel Araújo se fez acompanhar por Joana Almeirante (voz e guitarra), Pedro Santos (baixo), Diogo Santos (piano), Bruno Ribeiro (percussão), João Martins (sopros) e Sofia Gomes (Violoncelo), numa excelente noite que ficará na memória dos seus fãs algarvios .

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SAMUEL ÚRIA TROUXE «MARCHA ATROZ» A LOULÉ… E MUITO MAIS Texto:

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Cine-Teatro Louletano foi o anfitrião, no dia 21 de outubro, de um concerto único do músico português Samuel Úria, que teve a seu lado a talentosa Márcia. O espetáculo em Loulé constituiu a primeira oportunidade para se ouvir, em palco, as canções que fazem parte do novo EP de Samuel Úria, intitulado «Marcha Atroz». O título que Samuel Úria encontrou para este miniálbum resume em si o que está por detrás da sua conceção, sendo composto por quatro canções originais que coincidem, de forma propositada, com a chegada ao mercado das edições em vinil dos seus anteriores álbuns: «Nem Lhe Tocava», «O Grande Medo do Pequeno Mundo» e «Carga de Ombro». Aliás, este novo registo será oferecido a quem adquirir qualquer uma das reedições comemorativas. Para festejar este momento especial no Cine-Teatro Louletano, Samuel Úria convidou Márcia, amiga e cúmplice e que também editou, recentemente, um novo trabalho discográfico, o álbum «Vai e Vem». Um álbum que conta igualmente com o contributo de Samuel Úria, na faixa «Emudeci». Não admira, por isso, a forte cumplicidade que se assistiu em palco, nesta tarde de domingo, em terras de Loulé. Uma tarde muito bem passada, diga-se em abono da verdade, com o artista vindo de Tondela em constante interação com o público, explicando o porquê dos temas e manifestando um profundo agrado pela enorme recetividade dos algarvios à sua música. Enfim, Samuel Úria em grande estilo, num excelente concerto . ALGARVE INFORMATIVO #177

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DEU EMPATE ENTRE PORTUGAL E BRASIL EM «O MEU PAÍS É PIOR DO QUE O TEU» Texto: 81 81

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desafio era audaz, potencialmente polémico e muito provavelmente hilariante. Assim se explica que o espetáculo «O Meu País é Pior do que o Teu», no Teatro das Figuras, no dia 18 de outubro, tenha esgotado num instante e o propósito era ALGARVE INFORMATIVO #177

simples: os famosos humoristas António Raminhos (Portugal) e Maurício Meirelles (Brasil) propunham-se demonstrar, ainda que não de forma científica, que o seu país era pior do que o do adversário, isto no espaço de uma hora. Ainda a procissão ia no adro, como se costuma dizer para os lados de Portugal, 82


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e já o público ia percebendo que 60 minutos não chegariam para este tirateimas, até porque depressa se verificou, também, que haveria lugar a muita conversa disparatada, improvisada, fora do guião, entre Raminhos e Meirelles. Mas, nos momentos em que a dupla efetivamente seguiu o script, lá se foram vendo os contornos desta competição amigável, com os dois comediantes a analisar, comparar e debater as diferenças ALGARVE INFORMATIVO #177

entre Portugal e Brasil em temas como notícias, nomes, expressões, títulos de filmes nacionais, músicas, anúncios e por aí adiante. Conforme referido inicialmente, não se iria seguir um método científico muito rigoroso, para não dizermos nada rigoroso, de modo que nem sempre se compreendia muito bem o evoluir do marcador. Aliás, houve um momento 84


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em que nem os próprios António Raminhos e Maurício Meirelles pareciam ter a certeza de qual o cenário em que sairiam vencedores. Por isso, nesta noite de descontração filosófica onde se conseguiu compreender melhor, na ótica de Raminhos e Meirelles, algumas das diferenças culturais entre Portugal e Brasil, o que mais sobressaiu foram as incontroláveis da parte da assistência… e dos comediantes. Feitas as contas, o resultado final foi um empate e, como penalidade, cada um teve que se mascarar de uma figura típica do país do adversário. Assim, Maurício Meirelles personificou um género de Zezé Camarinha do século XXI, enquanto António Raminhos se vestiu de um género de combinação entre indígena e figurante de corso carnavalesco… ou talvez não… acho que nem todos compreenderam o significado da sua personagem. O que também não interessa, porque o mais importante tinha sido conseguido, uma noite cheia de boa-disposição com portugueses e brasileiros a rirem-se uns dos outros, e deles próprios . ALGARVE INFORMATIVO #177

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MARGARIDA MESTRE FALOU DA VIDA DOS MARES EM LOULÉ Texto:

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projeto-espetáculo multidisciplinar «Marinho», de Margarida Mestre, andou por Loulé, de 15 a 20 de outubro, como resultado de uma encomenda artística realizada, com base num conceito inédito, entre sete programadores a nível nacional, mais concretamente o Centro Cultural de Belém/Fábrica das Artes, o Centro de Arte de Ovar, o Cine-Teatro Louletano, o Teatro Municipal do Porto Rivoli – Campo Alegre, a Culturgest, o São Luiz Teatro Municipal e o Teatro Viriato. Durante uma ALGARVE INFORMATIVO #177

semana, Loulé acolheu, então, diversas oficinas nas escolas do 1.º ciclo que envolveram alunos e docentes, uma conferência informal em torno da temática ambiental e espetáculos para crianças, famílias e público em geral, estas nos dias 19 e 20, no Cine-Teatro Louletano. «Marinho» é uma abordagem à temática ecológica, neste caso específico ao mar e ao seu imaginário simbólico, histórias e protagonistas, com a questão da sustentabilidade ambiental em particular destaque, indo de encontro à Estratégia Municipal de 92


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Redes sociais sem rede Paulo Cunha (Professor) esde puto, acompanhando o meu pai nas suas idas aos cafés do bairro, habituei-me a ver em cima das mesas os jornais matutinos e vespertinos do dia. Com as «notícias frescas» disponíveis ali à mão, não era de estranhar a convivência em alta voz entre os ocupantes das várias mesas dos referidos espaços que, mais do que comerciais, eram, sobretudo, espaços de convívio. Através da troca participada e efusiva de comentários e de opiniões sobre tudo em geral e nada em particular, comecei, naquelas salas de estar públicas, a conhecer realmente a vizinhança. Verificava-se ali, sem margem para enganos, a frase feita “Diz-me o que pensas, dir-te-ei quem és!”. Eram essas, naquela altura, as redes sociais, onde os «likes» se materializavam numas pancadinhas nas costas ou num convite para um café e os «deslike» numas palavras mais azedas ou nuns amuos ocasionais. O tempo passou e, felizmente, com o mundo à distância de um simples «clic», todos passámos a ser vizinhos, bastando para isso pedir ou aceitar as «amizades» que, do outro lado do écran, um qualquer interlocutor se dispôs a aceitar ou a pedir. Sim: vizinhos! Nada mais do que isso. Chamar amigo a alguém que apenas conhece o nosso avatar/ícone e aquilo que deixamos e queremos que se conheça sobre nós é um puro engano mútuo. Muitos de nós ainda não perceberam que quando interagem numa rede social não o fazem num café, fazem-no num mundo de cafés virtuais. Expondo-nos a todos que, refugiados numa pretensa amizade, não nos conhecem de todo, acabamos por navegar em águas turbulentas e colher frutos que não plantámos. Ao contrário do efeito provocado pelas palavras proferidas - ao vivo - por alguém com rosto e,

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principalmente, com um olhar que não mente, é hoje possível passarmos por quem não somos, ao mesmo tempo que, sem qualquer tipo de reservas, de pudor nem freios, exacerbarmos num teclado o pior que existe em nós! Tornou-se habitual partilhar nas redes sociais notícias e artigos de opinião de profissionais fazedores de opinião, legitimando assim a emissão e a partilha de juízos que, contidos ou escondidos, veem por essa via a luz do dia. Daí falar-se que determinada notícia “incendiou as redes sociais!”. «Posts» que, publicados e comentados de forma intencional para dividir e extremar, atingem o objetivo de chegar à almejada polarização da sociedade. Tal como num circo, sem rede que sustenha qualquer queda, veem-se cada vez mais «artistas» da comunicação virtual a querer que o nosso circo pegue fogo. Eles, melhor que ninguém, sabem que é na radicalidade e na verborreia que terão a atenção que, através dos atos, não conseguem nas estruturas que os suportam. São, cada vez mais, visíveis e notórias as opiniões e comentários sustentados em «notícias feitas», pescados aqui, ali e acolá. Baseiam-se num «diz que disse» e numa necessidade voraz de comentar. Informações que deveriam ser devidamente pesquisadas e ponderadas, pois colocam em cheque a seriedade e idoneidade de quem as veicula. Sabendo que nem tudo o que reluz é ouro, tal como nem tudo o que aparece na pesquisa do «Google» é idóneo e verdadeiro, angustia e entristece observar a forma como se extremam posições baseadas em diversos tipos de manipulação. Tal como uma cebola, quantas camadas serão necessárias para chegar à verdade? Quantas?... E quantas vezes, também, com lágrimas e raiva à mistura!? . 98


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A Educação Sentimental Mirian Tavares (Professora) “Sinto-me tão desesperado! Aliás, não é verdade que tudo acabou? Julguei, quando veio a revolução, que todos iam ser felizes. Lembra-se de como tudo era belo? Como se respirava à vontade! Mas eis-nos caídos mais baixo que nunca”. Gustave Flaubert

o que podemos chamar de rescaldo da Revolução Francesa, várias foram as obras que surgiram, quer de romancistas, quer de historiadores, a tentar traçar um retrato do que se passava então, quando arrefeceram os brios mais combativos e a grande revolução dirimiu-se em outras tantas, mais pequenas, mas não menos importantes para o que viria a ocorrer depois, não apenas em França, mas em todo o Ocidente. Um Flaubert já amadurecido, publica, em 1869, a obra que, ainda hoje, serve como referência para se perceber aquele tempo em que a juventude era “suficientemente inteligente e forte para conceber um ideal, mas não o bastante para o realizar”. Na sua «Educação Sentimental», o escritor entretece memórias e História numa narrativa que se queria realista sem descurar o seu pendor romântico – as personagens que sucumbiam ao desespero e que viam os seus ideais deitados abaixo pela voracidade da vida numa cidade efervescente como Paris. Flaubert foi contemporâneo de Mallarmé que disse: “a carne é triste e li todos os livros”. E de Baudelaire que corporizou o sentimento geral oitocentista: o spleen, ou o mal du siècle. Todas as revoluções do séc. XVIII continuavam no século seguinte e deixaram marcas profundas nas artes e na cultura de uma era marcada pelo avanço tecnológico e socioeconómico destinados a cumprir as promessas do Iluminismo. O que nos cabe perguntar é: porque tantos artistas entraram num processo de depressão, ou de angústia, profundos, como revelam as suas obras? É mais ALGARVE INFORMATIVO #177

fácil perceber este sentimento, que ressurge em força, no período a seguir à II Grande Guerra – em que a filosofia existencialista aparece como uma síntese da situação humana naquela altura, marcada pelo inconformismo e pela sensação de profundo desespero. Nos anos 60, do séc. XX, a juventude “suficientemente inteligente e forte” passou dos ideais à luta e muitas foram as pequenas/grandes revoluções. Estamos já num novo século e, mais do que nunca, a obra de Flaubert e de seus contemporâneos, dizem-nos muito. Porque a sensação de viver mergulhado no absurdo que é a vida é cada dia mais intensa e, para piorar a situação, a angústia existencialista reinstala-se e parece não ter pressa em nos deixar. O que mudou, em relação aos oitocentistas ou aos que sobreviveram e viveram no pós-guerra, é que nada mais parece ter grande importância. Vivemos na era da banalidade e nesta era o próprio mal, como previra Hannah Arendt, banalizou-se. E aos nossos jovens parecem não restar muitas mais opções que não as de se deixar levar pela corrente, ligados 24h em dispositivos que os desconectam do mundo através, paradoxalmente, duma hiper-conexão constante. Mergulhados nos ecrãs, o mundo sobeja à volta. E nada fazemos com ele ou sobre ele. E a única maneira, para mim, de resistir e não se deixar contaminar pelo pessimismo neste império do terror e nesta era do vazio, é voltarmos a ler, e reler, os clássicos. Para perceber que a História não se pode voltar a repetir vezes sem conta, de forma cada vez mais trágica. Só a educação poderá salvar-nos . 100


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OPINIÃO

A Arte da Infância Adília César (Escritora) «(…) As qualidades infantis, que se deveriam conservar até à morte, como qualidades distintivamente humanas - as da imaginação, em vez do saber, do jogo, em vez do trabalho, da totalidade, em vez da separação. São essas, e não as outras, as que têm demonstrado os grandes criadores de ciência, os grandes artistas ou os grandes políticos. Por isso os perseguimos quando vivos e os aproveitamos, porque já eficientes, quando seguramente mortos. Não haverá salvação para o mundo enquanto não entendermos e fizermos penetrar em nossas consciências este facto basilar, e enquanto as nossas escolas, transformando-se inteiramente, não forem, em lugar de máquinas de fabricar adultos, viveiros de conservar crianças; enquanto não forem as crianças que nos levem, não pelo caminho que uma ciência fáustica previu, mas pelo que houver, dando a mão, ao mesmo tempo, a nós e às coisas; enquanto não for o Menino Jesus o nosso Deus verdadeiro.» (Agostinho da Silva, Um Fernando Pessoa [1959], in Ensaios sobre Cultura e Literatura Portuguesa e Brasileira I, pp.115-116) liberdade de expressão evoca uma simbiose entre pensamento e acção, entre emoção e pele. No princípio, sentir através dos sentidos e mais tarde, pouco a pouco, tomar decisões racionais e concretizar projectos. Do acto expressivo à obra de arte vai uma grande distância e muitas experimentações. Como educadora de infância tenho o privilégio de promover e acompanhar esse processo nas crianças que tenho a meu cargo, ano após ano (já são quase mil alunos...). Posso afirmar que a poucas crianças chamei de «artistas», no ALGARVE INFORMATIVO #177

sentido de aceitar que as suas obras teriam qualidade suficiente para serem expostas numa galeria ou museu. No entanto, o objectivo do trabalho realizado no jardimde-infância não é esse: a intenção principal do adulto deve ser a de possibilitar uma multiplicidade de experimentações, aproveitando a enorme capacidade que uma criança tem de se apropriar de conceitos e melhorar as suas acções através das actividades expressivas. Considero essencial a minha função de promotora de educação artística, apesar dos constrangimentos do sistema, o qual não valoriza muito esse papel. Mas estes primeiros anos da infância constituem-se, sem dúvida, como os mais importantes: são o campo primordial do conhecimento, onde não se deve queimar etapas, sob pena de não mais se recuperar o que se perdeu. Os jovens e adultos só valorizarão a arte se dela tiverem tido conhecimento logo a partir de tenra idade. A necessidade da arte decorre da expressão livre na infância, por isso, dar-lhe o tempo que ela precisa é um dever de todos, pais e pedagogos. As reflexões sobre arte e artistas terão de passar, forçosamente, pela análise do caso Marla Olmstead, muito noticiado no ano de 2004 (tinha a menina quatro anos de idade), apesar de ser do conhecimento público, actualmente, uma mão-cheia de casos similares, como: Aelita Andre, Iris Graça, Cassandra Gee, Autumn de Forest, Sofia Cabucci, Akiane Kramarik, para citar algumas das mais conhecidas. A apreciação das produções artísticas das crianças é um assunto que não tem merecido grande atenção por parte dos críticos de arte, bem como dos museus e galerias. Contudo, existem provas «artísticas» (obras de arte) 102


de crianças-artistas que terão toda a legitimidade de serem adquiridas por museus e galerias de arte para serem apreciadas pelo público em geral. Merece destaque o Museu Internacional de Arte Infantil, na cidade de Oslo, na Noruega, inteiramente dedicado à exposição, divulgação e consignação do valor artístico e estético a obras produzidas por crianças e jovens de mais de 180 países. Pode uma criança ser considerada «artista»? Podemos considerar as suas pinturas «obras de arte» com valor estético e comercial? As crianças artistas - em todas as disciplinas da arte fazem parte, ainda, de um misterioso campo de estudo. Os caminhos do pensamento criador no período da infância são como a geografia de um planeta longínquo apenas visível por satélite mas ainda inalcançável pelos adultos, por estes não terem ainda os instrumentos de compreensão necessários para fazer essa viagem. Aceitar as possibilidades criadoras das crianças pequenas é um dever de quem zela por elas e comanda as suas vidas . 103

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OPINIÃO

Do Reboliço #13 Ana Isabel Soares (Professora) Reboliço andou no comboio. Foi da cidade grande para a outra, mais a sul ainda, onde o habitual é fazer bom tempo, mesmo quando é tempo de não estar o bom. Se chovem dois dias de seguida, logo o céu abre e fica um terceiro dia bonito. Bom tempo e o Reboliço ia de comboio, como gosta de ir. No lugar da partida, estava o ar azul quase sem nuvens. “Gosto deste calor brando a tocar na pele”, ouviu dizer, numa das ruas por onde passara, a uma menina de voz bonita. Dissera-o ela, ou assim parecera ao Reboliço, querendo dizer a maneira como o sol de Outono lhe chegava ao pelo claro – o dela – e o canito sentiu que aquelas palavras diziam também o toque do sol outonal nele. Então, foi de comboio. Viu passar a ponte, viu passar o rio, ficar o céu azul como lá atrás, escassearem as casas, umas poucas de fábricas, armazéns alguns, e o trenzinho treco-treco, continuava azul o céu, seguia a marcha dele. Os olhos do bicho, isso é que: pisc-pisc-pisc, zzzzzzz..., fechavam-se, fechavam-se, fechavam-se, e de um todo se fecharam. Nem meia horita de sono dormiu, porém, quando o rumor da água o acordou (nos ouvidos de um passageiro, ali perto, a voz de Ibrahim Ferrer – que outra bicharada, os Gorillaz, chamaram para cantar – perguntava-se “Qué pasa contigo?”). Batiam em todas as janelas da carruagem umas gotas pesadas de água: entrara o trem para uma nuvem de tempestade, a terra era céu, o céu água, tudo à volta cinza-branco e ruído daquelas esferas de chuva toc-toc-toc no vidro que se deslocava e as obrigava a desmancharem-se, rasgões mais do que splashes. Da janela do Reboliço para fora, o mundo não havia e com isto abriu ele muito os olhos, igual a uma senhora passageira que viajava no assento à frente do seu, e em cuja expressão o bicho via a surpresa, a desadequação daquela imagem, que da janela via como se fosse no cinema, à ideia que do Sul lhe haviam desenhado e esperava. Que nuvem tão densa, pensava o Reboliço – ALGARVE INFORMATIVO #177

terra a pedir água, os frutos tinham caído com o final do Verão, para cima da terra ainda seca, e agora a água vinha, para a afofar e ajudar a enterrar os que no chão ficaram, forçados assim ao encerramento húmido, agora dormi até que passe este Inverno, que é como quem diz, sossegai (acompanhava o Ferrer, “no culpes tu alma tanto”). A contemplação do mundo pela janela encantava o Reboliço, mais do que o assustava, porque a velocidade do comboio lhe mostrava as muitas diferenças de um lugar para o outro: depois do céu limpo, do rio, das casas, daquela nuvem de gotas zangadas a fingirem-se túnel, apareciam clareiras entre o chaparral e, num instantezinho que mal se percebia, uma manada de cavalos brancos, mais de dez contaria, se a janela os não fizesse desaparecer tão de repente. “Serão selvagens?”, ouve perguntar, mas recorda-se de ter visto uma vedação – que não, portanto, que não, mas poderiam ser. Um western no meio da planície: sem rugas a terra para fazer desfiladeiros, mas a mesma altivez dos cavalos, alguém que deles roubasse um, outro alguém que partisse a salvá-lo, cavalo e cavaleiro correndo por aquela terra plana no sentido oposto ao do comboio do Reboliço, a velocidade dobrada e os olhos dos dois a entrar no túnel da chuva no mesmo momento em que o canito chegava ao seu destino e da tempestade não via já mais do que a lembrança de um filme, passado no escuro da sala quando ele saía pela porta do cinema. Tantos lugares corria numa viagem, maravilhava-se. Verão, Primavera, Outono e invernia. A Essex dos Gorillaz e o Ferrer de Cuba, o Grand Canyon dos índios-e-cóbóis do cinema, a planície com cavalos do Alentejo – tudo, inteiro, num trajeto de comboio só . **Reboliço é o nome de um cão que o avô teve, no Moinho Grande. É a partir do seu olhar que aqui escrevo.

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Foto: Vasco Célio

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OPINIÃO - Tudo em Particular e Nada em Geral

A TPM Carla Serol (Uma Loira Qualquer) á dias na vida das mulheres em que é recomendado um acrescido cuidado no trato, uma vez que basta um respirar fundo mais prolongado por apenas um segundo para que a bomba nuclear pareça apenas um ensaio do Joãozinho para a disciplina de Estudo do Meio. E desenganem-se com as armas de destruição maciça, pois a TPM, caros senhores, é que é a verdadeira ameaça da humanidade. A TPM é todo aquele ténue estado de espírito feminino que transforma, nuns escassos milésimos de segundos, qualquer delicada e irrepreensível Barbie num T-Rex arraçado de Hulk, com ascendência no diabo da Tasmânia. Para que não corram riscos desnecessários nestes dias, deixo-vos aqui homens, maridos, namorados, companheiros, amigos ou colegas de trabalho, alguns conselhos de segurança: A principal regra de segurança durante a TPM da mulher ou companheira é nunca, mas nunca, fazer comentários, mesmo que sejam fofos e bem intencionados, acerca da sua forma física. Se for um elogio, a mulher em TPM vai achar que este tem segundas intenções e que se deve ao facto de estar comprometido com algo que quer esconder, e aí ela vai descobrir tudo, mesmo tudo, até aquilo que não existe e que você não quer mesmo que exista. Se for para dizer que não gosta do outfit ou apontar um ou outro pormenor, principalmente fazendo referência a palavras proibidas (tipo «peso», «balança» ou qualquer derivação da palavra «gorda»), é melhor pedir à NASA um equipamento resistente à atmosfera fora de órbita, pois é muito provável que seja lá que tenha que refugiar-se durante uns tempos, ALGARVE INFORMATIVO #177

até que todo o efeito colateral do nefasto comentário se dissipe. Ressalvo que este pode demorar uma eternidade! Outra regra bastante pertinente é tão simplesmente a vossa existência. Por favor, resumam-se à vossa pouquidade! Durante este período tornem-se invisíveis, mas ao mesmo tempo sempre visíveis. É primordial que deixem de existir mas não têm necessariamente de entrar em processo de extinção. Jamais se tornem totalmente invisíveis, pois o efeito secundário da invisibilidade na reatividade da mulher em TPM pode ter repercussões irreversíveis na existência do homem. E tendo em conta que a TPM é um estado temporário, assim que este termine, a vossa existência melhora consideravelmente. Para o efeito, e até lá, não respirem, entrem em apneia ou até mesmo em fase de hibernação, mas nunca esquecendo os afazeres domésticos (leia-se levar lixo, retirar loiça lavada da máquina, distrair as crianças e fazer o jantar). Uma mulher com TPM é verdadeiramente perigosa, e, à semelhança da conhecida frase, tudo o que disser naquele momento pode ser usado contra si. Portanto, acautelem-se. Não argumentem, não perguntem se o sol nasceu ou se vai chover, não tentem dialogar, não olhem, e principalmente não respirem! É um esforço de alguns dias que valerá muito a pena. Depois disto, as mulheres voltam a ser aqueles seres incríveis, simples e fáceis de conviver, a quem é tão fácil agradar. Seres descomplicados e de fácil trato, amigas das suas amigas, livres de malicia, escárnio e mal dizer e sempre de bem com a vida. Maldito sejas TPM, que do alto das tuas hormonas, estragas tudo! .

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CRECHE E JARDIM-DE-INFÂNCIA DE CASTRO MARIM ESTÁ MAIS MODERNA par da requalificação no espaço exterior da Creche e Jardim-de-Infância de Castro Marim, a autarquia local investiu também na aquisição de um novo mobiliário para sala de refeições do espaço. Mais moderno e adaptado às necessidades das crianças, o espaço da sala de refeições está agora atualizado, com equipamentos mais resistentes, impermeáveis e de fácil lavagem e desinfeção. Em relação ao espaço exterior, decorrem a bom ritmo as obras que darão lugar a um lugar multifuncional e que responde às necessidades de desenvolvimento das diferentes faixas etárias da Creche e Jardim-de-Infância. Estão projetadas cinco zonas distintas: o espaço central, com os equipamentos infantis, um relvado, uma ALGARVE INFORMATIVO #177

zona de hortas pedagógicas, o terreiro e a área técnica exterior. Serão ainda executados trabalhos no âmbito de drenagem de águas residuais e da rede de águas pluviais, num investimento que ronda os 165 mil euros, comparticipado pelo CRESC Algarve 2020, apoiado por Portugal e União Europeia, com uma taxa de cofinanciamento de 50 por cento pelo FEDER. Os investimentos pretendem implementar melhores condições higieno-sanitárias, assim como a adequação do espaço às exigências pedagógicas atuais, trazendo os conteúdos lecionados na sala de aula para os espaços de refeições e de recreio, proporcionando outras competências de motricidade e conhecimento do meio . 110


ARRAIAL SOLIDÁRIO JUNTOU CERCA DE 500 PESSOAS EM ESTOI ealizou-se, no dia 5 de outubro, na Escola Poeta Emiliano da Costa, em Estoi, uma Festa de Beneficência (Arraial Solidário) organizada em conjunto pelo Rotary Club Estoi Palace International e pelo Agrupamento de Escolas Pinheiro e Rosa. O evento juntou cerca de 500 pessoas e contou com o apoio de toda comunidade local e escolar e ainda das empresas locais, com o objetivo de arrecadar fundos para ajudar a jovem Margarida, residente de Estoi, que tem uma doença degenerativa muito rara e cujo centro de tratamento mais próximo é em Espanha, onde tem que se deslocar a cada seis meses. Face às dificuldades dos pais da Margarida em suportar os custos médicos, os custos das viagens e ainda as propinas universitárias,

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a comunidade de Estoi decidiu unir-se para ajudá-la. Entre os presentes contavam-se o Diretor do Agrupamento de Escolas Pinheiro e Rosa, Francisco Soares, e Rogério Bacalhau, Presidente da Câmara Municipal de Faro. A animação ficou a cargo de Cristiano Martins, do Rancho Folclórico de Santa Bárbara de Nexe, da Urban Xpression, da Associação Movingstar, da ACCC (Capoeira), do Duo Tânia e Teresa e de Emanuel Martins, que participaram neste evento sem cobrar qualquer cachet. A festa, que durou das 17h às 23h, permitiu angariar mais de seis mil euros, que apoiarão Margarida com o seu tratamento médico e estudos universitários .

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ATUALIDADE

MUNICÍPIO DE FARO PARTICIPOU NA #EUCODEWEEK Município de Faro organizou, no dia 18 de outubro, no Salão Nobre da Câmara Municipal, uma reunião com empresas tecnológicas com presença no município, com o objetivo de alargar o envolvimento destas empresas na edição de 2019 do #EUCodeWeek, uma iniciativa europeia na qual o concelho algarvio visa ver a sua participação reforçada no próximo ano e que tem por objetivo celebrar a programação, incentivando os cidadãos a aprender mais acerca de tecnologia, conectando comunidades e organizações que podem ajudar neste processo. A reunião contou com 20 representantes de

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empresas tecnológicas com presença física no concelho e permitiu uma produtiva partilha de experiências no domínio da programação em contexto escolar, onde foram identificadas algumas iniciativas pontuais já em curso. Num momento animador que é vivido no concelho no setor tecnológico, foi unânime a perceção do valor destas ações de sensibilização, diversificando as competências, enquanto se combate a infoexclusão e se sensibilizam os profissionais de amanhã para responderem às necessidades já hoje sentidas pelas empresas. No dia 19, também inserida nesta iniciativa, houve

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a oportunidade de realizar uma aula com 21 alunos de uma turma do 4.º da Escola EB1/JI do Carmo, que demonstraram uma avidez para a aprendizagem no domínio tecnológico e uma capacidade excecional para a aquisição de competências nesta área, tendo sido ultrapassado o inicialmente esperado numa sessão de sensibilização, superando as metas definidas. Com recurso exclusivo aos técnicos da área dos Sistemas de Informação da Câmara Municipal de Faro, identificaram-se oportunidades de melhoria, bem como apostas seguras para que, em 2019, se possa alargar esta iniciativa a outras turmas e escolas no âmbito da Semana Europeia da Programação. Vai dar-se agora lugar à identificação de temas e públicos-alvo a endereçar em articulação com as escolas e outros intervenientes, no sentido de os incentivar a uma transformação digital proativa e atenta às oportunidades e desafios que este processo representa também para os munícipes e demais agentes locais . 113

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ATUALIDADE

CBMR É O NOVO PARCEIRO DE COMUNICAÇÃO DO CANCER DRUG DEVELOPMENT FORUM Centro de Investigação em Biomedicina (CBMR) da Universidade do Algarve acaba de se tornar parceiro de comunicação do Cancer Drug Development Forum, que integra a European Cancer Organization (ECCO), uma organização sem fins lucrativos que visa defender o direito de todos os pacientes oncológicos ao melhor tratamento e cuidados possíveis, promovendo a interação entre todas as organizações envolvidas na área do cancro na Europa. A organização europeia, sediada em Bruxelas, une experts da academia, indústria farmacêutica e entidades reguladoras para acelerar o desenvolvimento clínico de medicamentos contra o cancro e o CBMR é o mais recente reforço na área da comunicação de ciência. ALGARVE INFORMATIVO #177

O convite surge no intuito de providenciar à organização uma plataforma de comunicação única que facilite a interação entre todos os envolvidos (desde a academia, à indústria farmacêutica, passando pelas entidades reguladoras, pelos decisores políticos e pelos provedores do paciente). O CBMR passará, assim, a integrar a vasta rede de comunicação do Cancer Drug Development Forum, afirmando-se como seu parceiro e contribuindo, através das suas plataformas digitais, para a difusão de eventos, workshops, ações de formação e outras atividades de cariz colaborativo que, direta ou indiretamente, permitam acelerar o desenvolvimento clínico de medicamentos contra o cancro .

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AUTARQUIA DE LOULÉ ABRE CANDIDATURAS À BOLSA DE APOIO AO TEATRO 2019

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stão abertas oficialmente, até 30 de novembro, as candidaturas à Bolsa de Apoio ao Teatro 2019, uma iniciativa da Câmara Municipal de Loulé dirigida aos grupos de teatro amador (com personalidade jurídica) do Concelho de Loulé, e orçada num total de 25 mil euros. A Bolsa de Apoio ao Teatro foi retomada em 2014, verificando-se que é um relevante instrumento de apoio à criação teatral no Concelho por parte da autarquia, uma vez que o seu foco é a apresentação de peças inéditas, o que tem permitido aos agrupamentos ali sediados terem um efetivo suporte à componente criativa. Esta Bolsa constitui, por outro lado, uma importante forma de descentralização das práticas e dinâmicas culturais, uma vez que existe o compromisso de apresentação, por parte de cada grupo, de três espetáculos, sendo dois deles obrigatoriamente realizados nas freguesias do Concelho de Loulé. Além disso, a Bolsa de Apoio ao Teatro prevê uma dimensão formativa, o que contribui gradualmente para uma maior capacitação e qualificação artísticas das diversas estruturas

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concorrentes e dos seus membros e projetos. Os candidatos deverão apresentar as suas propostas à Câmara Municipal de Loulé através do Cine-Teatro Louletano via e-mail – cinereservas@cm-loule.pt – até ao dia 30 de novembro, ou enviar as mesmas pelo correio para o Cine-Teatro Louletano, Av. José da Costa Mealha, 8100-501, Loulé. Todas as candidaturas que deem entrada após essa data serão excluídas. O formulário para inscrição e normas em disponíveis em www.cmloule.pt. A análise das propostas será realizada entre 1 e 20 de dezembro por um júri qualificado e os resultados serão comunicados aos candidatos até 31 de dezembro do presente ano .

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ATUALIDADE

REQUALIFICAÇÃO URBANA DE VILAMOURA EM CURSO estratégia global de Requalificação da baixa de Vilamoura integra quatro zonas de intervenção e tem como princípio comum a criação de um espaço urbano de excelência e harmonia, com valorização do ambiente urbano, melhorando desta forma, a oferta de qualidade de vida não só dos residentes mas também dos seus visitantes. Neste sentido, o projeto de Requalificação da Alameda da Praia de Vilamoura encontra-se em fase de concurso público, com o objetivo de melhorar as condições de mobilidade pedonal e ciclável tirando partido da excelência das praias e dos espaços de lazer de Vilamoura. Com esta requalificação pretende-se devolver a Alameda da Praia da Marina ao peão, aumentando o espaço a si destinado; harmonizar e valorizar a imagem do espaço público; dar prioridade ao conforto através da adoção e adaptação de

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elementos de mobiliário urbano; definir sistemas de continuidade pedonal; e criar zonas verdes, assegurando as condições necessárias ao correto processamento das funções biológicas e ecológicas da paisagem envolvente, optando por espécies autóctones. Seguindo a mesma linha de princípios e objetivos, e de forma a dar continuidade à requalificação da estrutura urbana, está concluído o Projeto de Requalificação da Rua do Sol e está em fase de execução o Projeto de Requalificação da Rua do Clube Náutico e da Rua da Botelha. Com estas intervenções pretende-se também incrementar a mudança no paradigma de mobilidade urbana, introduzindo políticas de gestão de cidade sustentável e criando condições para a prática de modos suaves (pedonal e ciclovia), bem como incentivar a utilização de transportes públicos. O projeto de construção do Parque de Estacionamento Melvin Jones,

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constituído por 159 lugares, está em fase de início de trabalhos, tendo surgido com o objetivo de melhorar as atuais condições de estacionamento na zona central de Vilamoura, para proporcionar uma alternativa e simultaneamente atenuar a circulação automóvel. Dado o elevado acréscimo de população na época balnear, que se traduz na falta de lugares de estacionamento, surgiu a necessidade de construir o Parque de Estacionamento Subterrâneo no Centro Tivoli, que contará com 400 lugares de estacionamento. Com este projeto, que está em fase de estudo, pretende-se criar mais soluções de mobilidade urbana sustentável e dignificar o espaço público nesta zona central de Vilamoura com elevado potencial e que se encontra profundamente desqualificada. No âmbito do Plano de Ação para a Rede Ciclável de Vilamoura está em fase de conclusão o projeto com vista a alargar e promover a melhoria da rede de ciclovias de Vilamoura. O alargamento irá resultar numa extensão superior a dois quilómetros de ciclovia e será realizado na Avenida João Meireles e na Avenida dos Estados Unidos. Desde da requalificação da 117

Avenida João Meireles que dotou este espaço verde de novas infraestruturas urbanas, tais como a via mista pedonal e ciclovia, iluminação, arranjos paisagísticos e equipamentos urbanos, o local tornou-se num ponto de referência de Vilamoura, pela oferta de espaços de lazer, de desporto e meios alternativos de mobilidade. No entanto, é necessário dotar este espaço de novas infraestruturas com vista a dar melhor resposta à intensidade de utilização atual. O objetivo é definir de forma clara os diferentes fluxos e usos, separando os utilizadores que se deslocam de bicicleta dos peões. Assim, será construída uma nova via para deslocação de bicicletas, ficando a atual para o uso de peões, permitindo desta forma uma deslocação mais segura e fluída ao longo do percurso. Pretende-se também dotar de ciclovia a Rua dos Estados Unidos da América, com a criação de uma conexão entre as duas avenidas, resultando num circuito de transporte em anel na zona central de Vilamoura .

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PROTEÇÃO CIVIL DE LOULÉ LANÇOU APLICAÇÃO MÓVEL otada a necessidade de instrumentalizar novas estratégias no que diz respeito a difusão de informação pública no domínio da prevenção e segurança, o Município de Loulé lançou, no dia 25 de outubro, uma aplicação móvel para sistema android e IOS, ferramenta informática de fácil acesso, transversal a varias faixas etárias, intuitiva e de fácil manuseio. Esta aplicação disponibiliza informações sobre as condições meteorológicas, risco de incêndio, avisos à população, contactos e informações úteis e notícias gerais sobre a proteção civil e sobre o Concelho de Loulé. Nos próximos meses serão integradas novos separadores, que irão ao encontro das necessidades da população, no que concerne a esta temática. A aplicação foi apresentada publicamente no dia 25 de outubro, durante a sétima edição do Seminário «A Proteção Civil e Comunidade», ocasião pela qual especialistas de várias áreas, da segurança às florestas, passando pelas alterações climáticas, comunicação ou turismo, estiveram em Loulé para debater as questões da proteção civil que cada vez mais são determinantes para a consciencialização dos cidadãos e para incutir na comunidade uma cultura de segurança. Esta iniciativa foi, mais uma vez, promovida no âmbito do Dia Internacional para a Redução de Catástrofes, instituído pelas Nações Unidas, em 1989, com o propósito de sensibilizar governos, ALGARVE INFORMATIVO #177

organizações e cidadãos de todo o mundo para a necessidade de desenvolverem ações que contribuam para prevenir riscos e reduzir vulnerabilidades, aumentando a resiliência das comunidades e a capacidade de antecipação e resposta face à ocorrência de acidente graves ou catástrofes .

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ATUALIDADE

AUTARQUIA DE SÃO BRÁS DE ALPORTEL PROSSEGUE REABILITAÇÃO DE ESTRADAS MUNICIPAIS ncontram-se em fase de conclusão os trabalhos de beneficiação e reabilitação de pavimentos em estradas e caminhos municipais do concelho de São Brás de Alportel, no decorrer de uma nova fase do Plano Municipal de Pavimentação de Caminhos. A intervenção, adjudicada à empresa «Candeias & Silva, Lda» pelo valor global de 103 mil e 133,40 euros, permitiu pavimentar mais de nove quilómetros de estradas. Os trabalhos consistiram no reperfilamento do traçado, reforço com tout-venant, limpeza, manutenção de valetas e aplicação de betuminoso. Na mesma empreitada foram considerados trabalhos de reparação e tapamento em ALGARVE INFORMATIVO #177

buracos em toda a rede viária pavimentado do concelho. “O bom estado de conservação das redes viárias é um esforço que se exige ao município e que conta com a colaboração dos munícipes na identificação e partilha das necessidades de manutenção. Esta informação é depois conciliada com a execução do Plano Geral de Pavimentações e Reparações de Estradas e Caminhos Municipais de São Brás de Alportel”, refere o vereador Acácio Martins, responsável pelo pelouro da rede viária municipal, frisando que “a segurança rodoviária é uma prioridade em São Brás de Alportel” .

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TURISMO ATIVO EM LAGOA GARANTIU MAIS DE CINCO MIL ESTADIAS EM OUTUBRO XII Edição do Open Internacional «Bilhar Sul Darts» (11 a 14 de outubro), a Copa Afia – Torneio Internacional de Futebol Amador (15 a 18 de outubro) e o Eurospital – Jogos Desportivos Europeus da Segurança Social (18 a 21 de outubro) atraíram a Lagoa cidadãos de 20 nacionalidades. Perto de mil e 750 praticantes, provenientes de várias regiões do país e do Mundo, estiveram nestas três semanas de outubro envolvidos em três grandes eventos de Turismo Ativo, que resultaram em mais de cinco mil dormidas em unidades hoteleiras do concelho de Lagoa, contribuindo para um incremento direto da economia local em aproximadamente 350 mil euros. As excelentes condições para a prática desportiva, a beleza das praias e arribas e a qualidade da gastronomia e vinhos fazem de Lagoa um destino cada vez mais procurado para eventos desportivos e de lazer, que encontram numa oferta hoteleira de qualidade a parceria ideal para o desenvolvimento de um setor que se encontra em grande crescimento a nível global. Integrado no III Eixo da Estratégia de Desenvolvimento Desportivo do Município – «Lagoa Acolhe Grandes Eventos», o Turismo Ativo e Desportivo foi formalmente apresentado durante a Bolsa de Turismo de Lisboa em março do corrente ano e tem sido uma aposta da autarquia ao longo de 2018. Este 121

segmento turístico já contribuiu, até ao momento, com perto de 22 mil e 500 dormidas em unidade hoteleiras do concelho, o que corresponde a um incremento direto de 1,5 milhões de euros na economia local .

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KCCA DE LAGOA EM DESTAQUE NA SUBIDA INTERNACIONAL DO RIO ARADE 21.ª Subida Internacional do Rio Arade disputou-se no dia 21 de outubro e contou com condições atmosféricas excelentes para a prática da canoagem, com um plano de água calmo a permitir que os 410 atletas inscritos dessem o seu melhor ao longo do percurso de 12 quilómetros entre o Clube Naval de Portimão e a zona ribeirinha de Silves. O KCCA conquistou o prémio para o clube com o maior número de participantes a terminar a prova, com 41 atletas dos Castores a subirem o Arade até Silves, a maioria deles jovens atletas que estão a dar os primeiros passos na modalidade. ALGARVE INFORMATIVO #177

Coletivamente, o KCCA obteve o 3.º lugar no conjunto de 31 clubes participantes, com sete pódios. Ana Bebiano venceu em K1 Veterano A Feminino e Guilherme Reis e Filipe Libório triunfaram em K2 Esperanças Masculino. Nuno Silva e Fátima Cabrita foram segundos em K2 Misto, igual proeza alcançada por Iago Bebiano e Tomás Santos em K2 Júnior Masculino e por Maria Wilkinson em K1 Cadete Feminino. Já Camila Lopes e Beatriz Araújo ficaram em terceiro posto em K2 Júnior Feminino, a mesma posição que Beatriz Reis registou em K1 Sénior Feminino .

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LAGOA RECEBEU DERRADEIRA ETAPA DO NACIONAL DE CANOAGEM DE MAR agoa recebeu, no dia 20 de outubro, a última etapa do Nacional de Canoagem de Mar, com as condições de vento sueste que se fizeram sentir a obrigaram a organização do «Praias de Lagoa – Downwind» a inverter o percurso inicial, tendo os atletas partido da praia da Senhora da Rocha com destino à praia Grande de Ferragudo, onde estava instalada a meta. Nas classes individuais, João Ruivo, do Naval de Sesimbra, e Sara Rafael, do Náutico do Litoral Alentejano, confirmaram o favoritismo e vencendo as suas classes. Ambos já eram virtuais campeões nacionais à chegada a Lagoa e demonstraram o excelente momento de forma averbando mais uma vitória nesta época. O internacional português tornou-se o sexto vencedor masculino diferente em outras tantas edições desta competição e Sara Rafael manteve o pleno de vitórias no Algarve. Nos Juniores, todo o destaque vai para Bernardo Pereira, do Naval de Calheta da Madeira, recentemente medalhado no Europeu da especialidade, que venceu a sua classe mas terminou no 8.º lugar absoluto individual, com o tempo de 1:09:10,52. Na categoria de Juniores 123

Femininos realce para a vitória de Mariana Cabecinha do Costa do Sol com o tempo de 1:33:20,50. A dupla do Sporting CP em SS-2, constituída pelo Olímpico Emanuel Silva e por Artur Pereira, foi a primeira a cruzar a linha de meta em Ferragudo, com 1:03:17,91, deixando os segundos classificados, a dupla do Náutico de Milfontes, a mais de cinco minutos. A nível coletivo, de sublinhar o triunfo na etapa e revalidação do título nacional para o Clube do Mar Costa do Sol. O Náutico de Litoral Alentejano e o Clube de Canoagem de Amora terminaram na segunda e terceira posições, respetivamente .

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ATUALIDADE

PORTIMÃO ASSINALOU DIA MUNICIPAL PARA A IGUALDADE DE GÉNERO ortimão assinalou o Dia Municipal para a Igualdade, a 24 de outubro, com várias iniciativas sob o mote «Igualdade, Inclusão, Participação» que envolveram, não só a comunidade escolar, como a população sénior e os próprios funcionários da autarquia, reafirmando a sua aposta enquanto Município participativo, inclusivo, equitativo e coeso que tem como principal prioridade o bem-estar e a defesa dos direitos dos seus cidadãos. Quinhentos alunos do 4.º ano do 1.º ciclo das escolas do ensino básico da rede pública foram até ao Grande Auditório do TEMPO – Teatro Municipal de Portimão, onde tiveram a oportunidade de assistir, em duas sessões, à peça de teatro ALGARVE INFORMATIVO #177

«Mariana Num Mundo Igual», baseada no livro da atriz Marina Monteiro. Esta peça pretende sensibilizar as crianças a adotar atitudes e comportamentos não discriminatórios e alertá-las para a importância da promoção da Igualdade do Género e de Oportunidades. Durante a manhã, um conjunto de funcionários da autarquia teve também oportunidade de participar num Workshop sobre Igualdade de Género «A (des)igualdade de Género na Sociedade – Continuidade e Mudança» , onde puderam adquirir as competências necessárias para que facilmente se tornem também agentes para a mudança dentro da organização municipal. No Centro de Convívio da Aldeia das Sobreiras e na Sede da 124


Associação de Reformados do Bairro Pontal foi a vez, durante a tarde, dos mais idosos ouvirem falar sobre Igualdade de Género através de uma ação de sensibilização sobre esta temática. No Centro Comunitário da Cruz da Parteira e Centro Comunitário da Coca Maravilhas tiveram ainda lugar Oficinas Temáticas sobre Igualdade de Género, com o objetivo de levar as crianças/jovens a refletir sobre os papéis atribuídos a cada Género e sobre a construção social do género. Recorde-se que o Município de Portimão tem em curso o Plano Municipal para a Igualdade de Género (2017-2021), com vista a contribuir ativamente para a promoção da Igualdade de Género, consciencializando todos os que ali vivem ou trabalham para as questões que a temática envolve quanto à linguagem, parentalidade, direitos laborais, combate de estereótipos e, sobretudo, ao respeito de cada um. A sua implementação passa exatamente pelo 125

desenvolvimento de ações de informação, sensibilização e formação sobre várias temáticas inseridas na defesa dos direitos das mulheres e promoção da igualdade de género que envolvam toda a comunidade .

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ATUALIDADE

IV MEIA MARATONA DE TAVIRA CPSE LIBERTY SEGUROS SUPEROU EXPECTATIVAS quarta edição da Meia Maratona de Tavira – CPSE Liberty Seguros, disputada no dia 21 de outubro, superou o sucesso do ano anterior, foi a mais competitiva de sempre e teve o maior número de atletas inscritos e participantes na Marcha Solidaria Familiar. A vitória na Meia Maratona, em masculinos, coube a Samuel Freire, do Sport Lisboa e Benfica e, em femininos, à algarvia Vera Fernandes, da Associação Académica Bela Vista de Lagoa. Na Mini Maratona, escalão masculino, triunfou outro atleta do Sport ALGARVE INFORMATIVO #177

Lisboa e Benfica, o conhecido Rui Silva, enquanto Claudia Bobocea, do Sporting Clube de Portugal, ganhou entre as senhoras. As previsões para o fim-de-semana eram de muita chuva e, apesar de isso ter acontecido até à madrugada de domingo, Tavira acordou com sol e o São Pedro juntou-se à festa do atletismo. Por isso, atletas e organização estavam mais motivados do que nunca e os tavirenses saíram à rua para apoiar os desportistas e os participantes na Marcha Solidária Familiar Pais e Filhos. Os principais 126


clubes nacionais – Sport Lisboa e Benfica, Sporting Clube de Portugal e Maratona Clube – bem como os principais da região e do concelho, marcaram presença com um significativo número de atletas, o que explica o sucesso da edição de 2018 da Meia Maratona de Tavira – CPSE Liberty Seguros. A par da vertente competitiva, destaque para a Marcha Solidária Familiar Pais e Filhos, com mais de 500 pessoas a quererem colaborar com o Agrupamento 100 de Tavira do Corpo Nacional de Escutas, a entidade que este ano irá receber a verba angariada. A Madrinha da Prova, a ex-atleta Aurora Cunha, deu o tiro de partida e desdobrou-se em sorrisos, tendo sido muito requisitada para fornecer alguns conselhos para melhorar os resultados desportivos. No final, a equipa do concelho de Tavira com o maior número de participantes foi a Tugas On 127

Tour, ao passo que o prémio para a equipa fora do concelho de Tavira com o contingente mais numeroso foi para a AC Sambrazense .

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ATUALIDADE

CANDIDATURAS ÀS BOLSAS DE ESTUDO ATRIBUÍDAS PELO MUNICÍPIO DE OLHÃO DECORREM EM NOVEMBRO urante o mês de novembro, os estudantes carenciados residentes em Olhão e inscritos em estabelecimentos de ensino superior podem candidatar-se às bolsas de estudo atribuídas pela Câmara Municipal de Olhão. Em 2019 serão concedidas 20 bolsas de estudo no valor mensal de 180 euros para estudantes deslocados e 90 euros para estudantes não deslocados. Com estes apoios, a autarquia olhanense pretende incentivar a continuação dos estudos por parte de estudantes oriundos de famílias economicamente mais carenciadas, num contexto de promoção, ALGARVE INFORMATIVO #177

valorização e qualificação dos seus munícipes. A bolsa de estudo consiste na atribuição de uma prestação pecuniária, de valor fixo, para comparticipar os encargos resultantes da frequência do ensino superior. São concedidas anualmente, por um período de 10 meses, desde que as condições de atribuição não se alterem. O regulamento e o formulário de candidatura podem ser consultados em http://www.cmolhao.pt/areasatuacao/coesaosocial/bolsas-de-estudo ou através do Balcão Único do Município .

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«CARCAVAI GREENWAY» QUER PROJETOS PARA PROTEGER CORREDOR VERDE uma parceria entre a Câmara Municipal de Loulé, a Associação Almargem e a Junta de Freguesia de Quarteira, decorre, até 9 de novembro, a primeira edição do Concurso de Ideias «Muda o teu Mundo!», ação que faz parte do projeto «Carcavai Greenway». O objetivo deste concurso é lançar o debate na sociedade para a necessidade de regular e proteger o corredor verde ao longo do Carcavai, Ribeira do Cadoiço e Trafal, solicitando e apoiando as ideias mais originais para a sua proteção. Pretende-se, assim, obter ideias por parte dos jovens dos 6 aos 100 anos que visem a criação de soluções para o problema social, ambiental, tecnológico sentido na área de intervenção. Todas as ideias valem e a organização quer estimular a criatividade e a proatividade dos participantes na identificação, criação e implementação de soluções para necessidades sentidas pelos próprios e pelas comunidades onde estão inseridos, desafiando-os a olhar para si, para o seu redor e para o mundo, e a agir, tendo em vista a intervenção neste corredor verde. A participação poderá ser feita por email para concursodeideias@almargem.org ou presencialmente na Junta de Freguesia de Quarteira e Unidade Operacional de Educação Ambiental da Divisão Ambiente da Câmara Municipal de Loulé - Edifício do 129

Terminal Rodoviário de Loulé. O regulamento poderá ser consultado em www.cm-loule.pt e a participação poderá ser feita a título individual ou em equipa. As propostas serão avaliadas de acordo com a coerência global da ideia, enquadramento no contexto socioeconómico, cultural e ambiental, exequibilidade da ideia proposta tendo em consideração os recursos disponíveis, demonstração de que a ideia vai de encontro aos interesses e necessidades, revelando-se útil e interessante para o mesmo e previsão da continuidade/durabilidade da ideia sob uma perspetiva económica, social, cultural e ambiental. Os vencedores serão anunciados no dia 13 de novembro, durante a Conferência Final «Carcavai Greenway», com as cinco melhores ideias a serem premiadas . ALGARVE INFORMATIVO #177


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DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 3924 Telefone: 919 266 930 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil Email: algarveinformativo@sapo.pt Web: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: Daniel Pina

A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista regional generalista, pluralista, independente e vocacionada para a divulgação das boas práticas e histórias positivas que têm lugar na região do Algarve. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista independente de quaisquer poderes políticos, económicos, sociais, religiosos ou culturais, defendendo esse espírito de independência também em relação aos seus próprios anunciantes e colaboradores. A ALGARVE INFORMATIVO promove o acesso livre dos seus leitores à informação e defende ativamente a liberdade de expressão. A ALGARVE INFORMATIVO defende igualmente as causas da cidadania, das liberdades fundamentais e da democracia, de um ambiente saudável e sustentável, da língua portuguesa, do incitamento à participação da sociedade civil na resolução dos problemas da comunidade, concedendo voz a todas as correntes, nunca perdendo nem renunciando à capacidade de crítica. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelos princípios da deontologia dos jornalistas e da ética profissional, pelo que afirma que quaisquer leis limitadoras da liberdade de expressão terão sempre a firme oposição desta revista e dos seus profissionais. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista feita por jornalistas profissionais e não um simples recetáculo de notas de imprensa e informações oficiais, optando preferencialmente por entrevistas e reportagens da sua própria responsabilidade, mesmo que, para tal, incorra em custos acrescidos de produção dos seus conteúdos. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípio da objetividade e da independência no que diz respeito aos seus conteúdos noticiosos em todos os suportes. As suas notícias narram, relacionam e analisam os factos, para cujo apuramento serão ouvidas as diversas partes envolvidas. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista tolerante e aberta a todas as opiniões, embora se reserve o direito de não publicar opiniões que considere ofensivas. A opinião publicada será sempre assinada por quem a produz, sejam jornalistas da Algarve Informativo ou colunistas externos.

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