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ALGARVE INFORMATIVO 17 de novembro, 2018
A NOVA «SAUDADE» DO QUORUM BALLET NÚCLEO DE IMPRENSA DE FARO | «HOJE NÃO HÁ TEATRO II» | «A FLAUTA MÁGICA» «TERRA DE ACORDEÃO» |«LAVRAR O MAR» | A PEGADA ECOLÓGICA DE LAGOA 1 ALGARVE INFORMATIVO #179
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CONTEÚDOS #179 17 DE NOVEMBRO 2018
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ARTIGOS 10 - Núcleo Histórico de Imprensa de Faro 20 - «Lavrar o Mar» 30 - Jovens de Lagos vencem Prémio MEDEA 36 - A Pegada Ecológica de Lagoa 46 - Jornadas do Enoturismo 54 - Comando Distrital da GNR 62 - «Hoje Não Há Teatro II» 74 - «A Flauta Mágica» 88 - «Saudade - Back to Fado» 102 - «Terra de Acordeão» 128 - Atualidade
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OPINIÃO 112 - Paulo Cunha 114 - Mirian Tavares 116 - Adília César 118 - Ana Isabel Soares 120 - Fábio Jesuíno 122 - Carla Serol 124 - Afonso Dias ALGARVE INFORMATIVO #179
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REPORTAGEM
ANTIGA CAPELA DO PAÇO EPISCOPAL DÁ LUGAR A NÚCLEO HISTÓRICO DA IMPRENSA EM FARO Texto:
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epois de obras de recuperação e requalificação com arquitetura e museografia de Rui Orfão, a antiga Capela do Paço Episcopal de Faro reabriu ao público, no dia 3 de novembro, agora transformada em Núcleo Histórico da Imprensa de Gutenberg e do Pentateuco de Faro, num projeto que teve a direção do Círculo Teixeira Gomes, da Editora Sul Sol e Sal, da DFK SROC, da Fundação Portuguesa das Comunicações e da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve. Os conteúdos chegaram da Fundação Portuguesa das Comunicações, da Santa Casa da Misericórdia de Coimbra e de Faro, da Editora Sul Sol e Sal, de José Pacheco, do Seminário Diocesano S. José e da Biblioteca do Paço Episcopal, com o ALGARVE INFORMATIVO #179
projeto a ter coordenação científica de Manuel Cadafaz de Matos, José Pacheco, Rui Orfão, Isabel Manteigas, Francisco Leiria Viegas e Luís Andrade. A par da requalificação da Capela, que foi ocupada, em 1913, com um ginásio militar, aquando da implantação da República, o espaço conta com a musealização do primeiro livro imprenso em Portugal, em 1487, precisamente em Faro, e com o prelo de Gutenberg que o reproduziu, além de uma breve história da escrita desde a pedra coniforme e do Scriptorium Medieval de um monge copista até à atualidade. “Pretende-se fomentar, com esta exposição, o encontro de culturas, a tolerância, os fundamentos da nossa civilização, que fizeram de Faro o berço da imprensa em Portugal com a impressão do Pentateuco em hebraico, como já antes tinha sido o berço da 12
Cristandade com a Igreja de Ossónoba, a diocese mais antiga do que viria a ser o território português. Outras regiões tentarão obter este título, porque têm mais força do que nós, porque o afirmam de há muitos anos, mas Faro tem a razão do seu lado”, frisou Paulo Neves, presidente do Círculo Teixeira Gomes, no início da cerimónia oficial de inauguração do Núcleo Histórico da Imprensa em Faro. Paulo Neves destacou a postura do Bispo do Algarve ao abrir as portas de sua casa para a instalação deste novo espaço cultura le enalteceu a Fundação Portuguesa das Comunicações pela cedência do prelo de Gutenberg, mas também Manuel Brito, da «Sul, Sol e Sal», “que teimosamente persiste na ideia de no Algarve fazer difundir o conhecimento e que tomou em mãos a dupla missão de participar na
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dinamização deste núcleo e de apresentar uma grande edição, nacional, com a obra de José Pacheco sobre os 500 anos da imprensa e das artes gráficas em Portugal”. A confluência de várias boas-vontades que permitiram que este projeto se tornasse realidade foi realçada por Teresa Salema, presidente da Fundação Portuguesa das Comunicações, nascida há mais de duas décadas para estudar e preservar toda a história e património do setor das comunicações. “Esta história que contamos no Museu das Comunicações em Lisboa tem quase 500 anos, começa com o estabelecimento dos correios em Portugal, em 1520, por D. Manuel I, e cruza-se com o desenvolvimento das redes de comunicação no nosso país. Mas da nossa missão faz parte também o desvendar o futuro das
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Manuel Brito, Teresa Salema, Guilherme d'Oliveira Martins, Rogério Bacalhau, Paulo Neves e Manuel Célio Conceição
novas tecnologias e o seu impacto no nosso quotidiano e na construção da sociedade do conhecimento, daí estarmos aqui, com muita honra, a partilhar algum do património da fundação”, referiu Teresa Salema. Na exposição encontra-se, então, uma réplica do prelo de imprensa criado, em 1450, por Johannes Gutenberg, mas também um Telégrafo Morse de Damasquino, de 1879, um dos primeiros serviços de comunicações à distância e que funciona como uma tipografia; uma máquina de escrever Olivetti, de 1930; e uns velhinhos ZX Spectrum e Macintosh do final da década de 80 do século passado. “Foi a partir dessa data que assistimos a uma vertigem tecnológica em várias áreas: a massificação dos ALGARVE INFORMATIVO #179
computadores pessoais e dos telemóveis; o crescimento explosivo das redes e da internet; o aumento exponencial da capacidade de computação e armazenagem da informação; e o consumo dos média de informação nos diversos formatos em qualquer lugar e por qualquer pessoa. Estamos numa era tecnológica que permite que todos tenham acesso e partilhem, de forma instantânea, os mais variados conteúdos, todos podem ser produtores e consumidores de informação”, salientou a presidente da Federação Portuguesa das Comunicações. “Não sabemos qual vai ser o destino, mas sabemos que o caminho passa, certamente, por uma integração e equilíbrio entre as novas tecnologias, a ética e os valores 14
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O Bispo do Algarve D. Manuel Neto Quintas
humanísticos universais”, terminou Teresa Salema. Presente na cerimónia esteve igualmente o Coordenador Nacional da Comissão do Ano Europeu para o Património Cultural, Guilherme d`Oliveira Martins, que partilha das opiniões de que a história da comunicação é a história da humanidade e de que Faro teve um papel pioneiro na história da comunicação europeia e mundial. “Há um desafio fundamental que a comunidade científica ainda tem que abraçar, a descoberta da Escrita do Sudoeste, que está por revelar e interpretar plenamente. Sabemos alguma coisa ao articular essa escrita com a fenícia, mas há muito ainda por conhecer”, manifestou. “Património cultural é tanto o material como o imaterial e os instrumentos não são maus ou bons, o que pode ser má ou boa ALGARVE INFORMATIVO #179
é a sua utilização. É fundamental colocar a pessoa e a dignidade humana no centro das nossas preocupações e o Algarve é um lugar especial por ser uma encruzilhada de culturas”. Dúvidas não tem também Rogério Bacalhau de que a história e a cultura portuguesas são riquíssimas, ainda que nem sempre se lhes dê o devido valor. “Temos todas as razões para nos orgulharmos de muitas coisas que fizemos e hoje celebramos aqui o conhecimento e a sua comunicação. O tempo passa num instante, as tecnologias têm evoluído bastante no passado recente, mas a nossa história e conhecimento permanecem na memória”, sublinhou o presidente da Câmara Municipal de Faro, edifício que é vizinho do Núcleo Histórico da Imprensa de Gutenberg e do Pentateuco de Faro. 16
E, a finalizar as intervenções oficiais, o Bispo D. Manuel Neto Quintas exprimiu o seu regozijo pela presença de tantas dezenas de pessoas na antiga capela da casa dos Bispos do Algarve. “Desde a primeira hora que manifestamos a nossa total adesão a esta iniciativa, disponibilizando este espaço e toda a colaboração ao nosso alcance no sentido da concretização deste projeto, certos de que, assim, estávamos a contribuir para dar a conhecer uma exposição notável do património da cidade de Faro. A 17
impressão do Pentateuco fez de Faro a cidade berço da imprensa em Portugal, daqui se difundindo para outras partes pela utilização do prelo de Gutenberg”, destacou D. Manuel Neto Quintas . ALGARVE INFORMATIVO #179
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REPORTAGEM
TUDO VAI GIRAR EM TORNO DO «AR» NA TERCEIRA EDIÇÃO DO «LAVRAR O MAR» Texto:
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oi com um «cheirinho» a Medronho, não do delicioso néctar, mas do espetáculo escrito por Sandro William Junqueira, interpretado por António Fonseca e Pedro Frias e com direção artística de Giacomo Scalisi, que se ficou a saber, na manhã do dia 7 de novembro, como será a ALGARVE INFORMATIVO #179
terceira edição do «Lavrar o Mar», um projeto da CosaNostra Cooperativa Cultural inserido no programa cultural «365 Algarve» e que promete agitar, e muito, os concelhos de Monchique e Aljezur nos próximos meses. O terceiro ciclo delineado pela dupla Giacomo Scalisi e Madalena Victorino vai girar em torno do «ar» e não esquecerá, nem assim podia deixar de ser, o drama 22
vivido com os incêndios que assolaram a Serra de Monchique durante o Verão. “Tal como a própria geografia do projeto entre o alto da serra e a costa vicentina – a desencadear fortes dicotomias, nesta fase o programa será pautado por altos contrastes e o luto e a festa são o primeiro. Depois, conjugam-se momentos de cariz mais intimista com encontros de centenas de pessoas”, explicou a dupla durante a apresentação à comunicação social que teve lugar no Monte da Lameira, com a presença dos presidentes das Câmaras Municipais de Monchique e Aljezur, Rui André e José Gonçalves, respetivamente, da Secretária de Estado da Cultura, Ângela Ferreira, da Vice-Presidente da Região de Turismo do Algarve, Fátima Catarina, da Comissária do «365 Algarve», Anabela Afonso e da Diretora Regional de Cultura do Algarve, Alexandra Gonçalves. O primeiro espetáculo do «Lavrar o Mar» edição 2018/2019 é «Medronho #1 - o fogo não tem quatro letras», profundamente influenciado pelos incêndios deste ano. “Tínhamos preparado uma trilogia que pretendia continuar a pesquisa artística sobre a cultura do medronho, numa fórmula mais completa que, desta vez, aconteceria em três diferentes tempos e espaços da serra: a «Apanha», incursão em plena serra, entre medronheiros, sobre o trabalho duro da colheita, com as canções e as merendas; a «Fermentação», sobre a primeira transformação do fruto; por fim, a «Destila», acompanhando a destilação, última transformação que corresponde à passagem do fruto sólido ao seu estado líquido passando pelo vapor”, referiu Giacomo Scalisi. 23
O flagelo do fogo que consumiu a Serra de Monchique, porém, tudo alterou, confessou a dupla de criativos, motivado pela revolta, o luto e a certeza de que na serra, por onde o fogo lavrou durante dias a fio, pelo menos quatro anos terão de passar até voltar a haver medronhos nas suas encostas. “Fomos com os autores visitar a serra e falar com as pessoas e decidimos continuar a abordar o medronho que agora já não existe. Participar com o nosso estar teatral no luto da população. Criámos, então, a ideia de construir dois momentos que vão falar do medronho que desapareceu nas chamas e do medronho que ainda existe por ter sido salvo do fogo”, adiantaram, com a primeira peça a ter lugar no epicentro da catástrofe, sendo que a segunda acontecerá em Marmelete, que, felizmente, escapou ao fogo, em duas destilarias onde ainda há medronho. Deste modo, a história do Romeu e Julieta Monchiquense escrita por Sandro William Junqueira voltará a habitar o Alferce, com Manuel Monteiro, o pai que nunca conhecemos, e Ezequiel Monteiro, o filho, a contarem a sua história do fogo. E foi um pequeno excerto dessa história que deixou todos os presentes bastante emocionados. “Voltamos a um território já antes visitado, agora devastado e transfigurado pelas sombras do fogo, e deparamo-nos com a revolta, a violência e o silêncio, mas também com o impulso de renovação. Reservamos espaço para coletivamente participar deste luto, ALGARVE INFORMATIVO #179
porque acreditamos que é função da arte aproximar-se do real, herdá-lo, intui-lo e ressignificá-lo”, defenderam Madalena Victorino e Giacomo Scalisi. Do carvão e das cinzas passa-se à exuberância e fulgor da festa com «Dancing!», por ocasião do Festival da Batata-Doce de Aljezur, num estreito enamoramento com a cultura e património locais. Desta vez, um baile e um jantar presenciarão a estreia da Orquestra Vicentina, composta por músicos residentes no Algarve e a participação dos «Fogo Fogo». “A batata-doce é a estrela da noite e tudo orbita em seu redor: comidas de várias partes de África, cozinhadas por mãos experientes, vão dançar nas mesas antes de tudo e todos tomarem a pista de dança, perdidos de calor e alegria”, contou Madalena Victorino. “Nos dias 29 e 30 de novembro ALGARVE INFORMATIVO #179
abrimos o baile culinário com a proposta de fundir sons e sabores num só espaço, com a comida a rodopiar pelas mesas para que o baile comece com a estreia da Orquestra Vicentina. Nos dias 1 e 2 de dezembro, o som exuberante dos «Fogo Fogo», um quinteto de músicos fabulosos que iluminam a sala com os sons mais quentes de Cabo Verde, será o outro complemento para este «Dancing!»”. A programação infantil, em particular para a primeira infância, vai também fazer parte do «Lavrar o Mar» deste ano, com «Kaô: Embalos do Mundo», um momento poético-musical com ações e canções sobre os primeiros passos e compassos na vida. Assim, partindo de canções transmitidas de mãe para filho(a), de geração em geração, três mulheres exploram a força das 24
vozes femininas e do canto polifónico, num espetáculo de teatro-música com melodias de «acalantar» lusófonas e iberoamericanas que pertencem a todos os que se deixam levar no balouço-balanço do mar. “Queremos, por um lado, descer ao mais íntimo dos gestos - o embalo no colo, procurando recuperar este espaço mágico de observação e testemunho da sensibilidade fusional de um bebé e um adulto. Por outro lado, pretendemos partilhar a ternura de ser uno, como o canto polifónico, que atravessa esta viagem sensorial”, salientou Madalena Victorino.
espetáculo repleto de estímulos acrobáticos, música ao vivo e onde a relação com os animais, neste caso, cinco cavalos, “volta a aproximar-nos de um lugar primordial, onde podemos sonhar e deixar a respiração suspensa por um fio de espanto”. “Celebramos, mais uma vez, a passagem de ano com pompa e circunstância, petiscos serranos e junto desta grande família Aïtal”, reforçou Giacomo Scalisi.
E num instante se chega ao final de ano com mais um espetáculo de novo circo, “que cumpre já uma recente tradição que iniciámos há três anos, no Heliporto de Monchique”, declarou, sorridente, Giacomo Scalisi. “Da última vez, o espetáculo chamou-se «Para o Bem e para o Mal». Ele, um gigante com um coração doce, ela, uma boneca vertiginosa, ofereceram ao público a história da sua relação, do seu conto de amor, com uma delicadeza infernal. Alguns anos e duas crianças depois, eles continuam a falar de si, da sua vida enquanto artistas, do seu encontro com outros criadores, da escolha desta profissão dura e extraordinária. Procuraram outros artistas de circo, já não são dois, têm agora uma família e também dois cavalos consigo. Criaramse assim as condições para que nascesse um imaginário coletivo, um mundo onde é possível colher a humanidade como quem colhe flores no campo”, descreveu o italiano, frisando que «Saison de Cirque As Estações do Circo», da companhia francesa Cirque Aïtal, vai apresentar um
A conferência de imprensa teve particular enfase na primeira parte da programação, isto é, de novembro ao primeiro dia de janeiro, mas chegou para aguçar, e muito, o apetite dos presentes, com Rui André, presidente da Câmara Municipal de Monchique, a mostrar-se bastante satisfeito pela continuidade de um projeto que tanto sucesso alcançou nas duas primeiras edições. “É um projeto que já tínhamos equacionado há vários anos, na altura também com o concelho de Odemira, sem os apoios que agora existem da parte do poder central, mas decidimos dar as mãos a estes dois criativos (Giacomo Scalisi e Madalena Victorino), duas pessoas fantásticas com que tivemos a sorte de nos cruzarmos. Naquele tempo nem toda a gente percebia por que razão a cultura devia ser uma aposta estratégica num território onde não existia uma programação regular. Quando os autarcas compreendem que a cultura é um veículo importantíssimo para o
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ARTE DE BRAÇO DADO COM A CULTURA LOCAL
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Rui André, presidente da Câmara Municipal de Monchique, rodeado por Anabela Afonso, Ângela Ferreira, José Gonçalves, Fátima Catarina e Alexandra Gonçalves
desenvolvimento local e praticam isso, é uma mais-valia para todos”, afirmou o edil monchiquense. Cultura que não se pretende que seja algo elitista, mas que contribua, igualmente, para a preservação do património herdado dos antepassados e projetá-lo para o futuro, entende Rui André, não poupando elogios ao projeto do «Lavrar o Mar». “Tem sido muito mais do que uns simples espetáculos ou intervenções artísticas a que assistimos e depois vamos embora sem levar nada connosco. Muitas pessoas que colaboram no projeto são destes dois concelhos, uns mais novos, outros menos novos, e isso permite também criar públicos”, acredita o presidente da Câmara Municipal de Monchique, lamentando apenas que o «Lavrar o Mar» ALGARVE INFORMATIVO #179
não chegue ainda a mais públicos, possivelmente num formato que perdure no tempo. “Estamos a viver um período de mágoa, estamos tristes e revoltados com o que nos aconteceu, e temos que quebrar este ciclo do fogo nos visitar com alguma regularidade. Isso implica cortar os caminhos que o fogo está habituado a trilhar, que são sempre os mesmos, e isso só se consegue alterando-se urgentemente a paisagem. Por detrás da serra que todos podemos ver existem o fabrico do medronho, a matança do porco, a produção de madeira, entre outros, que fazem parte da nossa cultura local e que desembocam em atividades económicas”, salientou o autarca. Por sua vez, José Gonçalves, presidente da Câmara Municipal de 26
Aljezur, não tem dúvidas de que “a aventura que tem sido o «Lavrar o Mar» já produziu efeitos muito positivos nestes dois territórios privilegiados”. “Os territórios de baixa densidade têm os seus problemas, mas também coisas bastante boas, e a Madalena e o Giacomo colocaram-nos um desafio que prontamente agarramos. E, com o apoio do estado central e das entidades
turismo e a cultura nos territórios de baixa densidade veio consolidar a ligação da comunidade com a cultura, trazendo outras pessoas de fora do Algarve e de Portugal. Estes projetos são muito importantes para a não desertificação dos territórios e para que as pessoas olhem com atenção para territórios que, por vezes, são mais esquecidos. A sazonalidade do
A Secretária de Estado da Cultura, Ângela Ferreira, com Madalena Victorino e Giacomo Scalisi
regionais, obtivemos sinergias que nos transportaram para um patamar mais elevado”, destacou. Governo que esteve representado pela Secretária de Estado da Cultura, Ângela Ferreira, que não hesitou em rotular o programa do «Lavrar o Mar» de “fantástico”. “Esta conjugação entre o 27
Algarve tem vindo a diminuir com estes programas culturais e é crucial a cultura continuar a aliar-se ao turismo com vista ao desenvolvimento local e à coesão territorial”, finalizou a Secretária de Estado da Cultura .
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REPORTAGEM
Alunos da Escola Secundária de Júlio Dantas de Lagos venceram Prémio MEDEA Texto:
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ma equipa de estudantes da Escola Secundária de Júlio Dantas, em Lagos, foi a grande vencedora da nona edição do MEDEA, uma iniciativa da REN e da Sociedade Portuguesa de Física destinada a promover o conhecimento da Física junto dos jovens portugueses e da sociedade em geral. Com a coordenação da professora Octávia Santos, os alunos Dinis Melo, Ivan Cojocaru, Vasco Godinho, Ricardo Ramos ALGARVE INFORMATIVO #179
e João Correia, do curso de Ciências e Tecnologias, pertencentes ao Agrupamento de Escolas de Júlio Dantas, tiveram oportunidade de apresentar, na tarde do dia 5 de novembro, o seu projeto perante uma plateia composta por muitos colegas e professores. Os «Júlios 9» levaram a cabo um trabalho científico com o propósito de identificar e medir os campos eletromagnéticos de baixa frequência que nos rodeiam no dia-a-dia, seja em 30
casa com os nossos aparelhos domésticos, em instalações elétricas ou na proximidade de equipamento de transporte de energia elétrica. Os campos magnéticos mais elevados que mediram encontravam-se dentro de edifícios, com equipamentos de curta utilização, nomeadamente 40 µT para um secador de cabelo e 20 µT para um aspirador móvel nas suas habitações e, na escola, 72 µT para uma placa de aquecimento e 63 µT para um retroprojetor, equipamentos que não são utilizados por longos períodos de tempo. Na sequência do estudo conduzido, os cinco jovens deixaram ainda algumas sugestões, desde planear os edifícios e a distribuição da energia de modo a que os locais onde exista elevada exposição sejam muito pouco frequentados, principalmente por crianças; evitar frequentar, sem necessidade, locais com grande exposição
a campos eletromagnéticos; estar informado, na hora de compra dos aparelhos, acerca dos campos que produzem e do modo correto de os utilizar; exigir mais investigação e informação mais clara ao consumidor; e tentar adaptar o design dos dispositivos de modo a gerar menos campos magnéticos. “São jovens que nos deixam bastante orgulhosos e vamos continuar a promover estas ações junto dos alunos e a desafiar e incentivar os professores para que participem nestas iniciativas”, afirmou, durante a entrega dos prémios, José Augusto Lopes, Diretor do Agrupamento de Escolas de Júlio Dantas. Já Sara Coelho, vereadora da Câmara Municipal de Lagos com o pelouro da Educação, sublinhou que
Sara Coelho, Vereadora da Educação da Câmara Municipal de Lagos 31
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Horácio Fernandes, coordenador do MEDEA
este prémio demonstra que é possível ter alunos de excelência no ensino púbico. “É bom que continuem a existir projetos como este, pois atestam que os setores público e privado podem, em conjunto, produzir resultados muito positivos. E tenho a certeza que os jovens, ao participarem nestes projetos, estão a desenvolver conhecimentos noutras áreas do saber. O Município de Lagos está extremamente orgulhoso por esta conquista, por comprovar que os alunos das escolas do nosso concelho são realmente excelentes”. Recorde-se que a equipa da Escola Secundária de Júlio Dantas foi também distinguida durante a 21.ª Conferência Nacional de Física e o 28.º Encontro Ibérico para o Ensino da Física, que se realizou, no dia 1 de setembro, na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, na Covilhã. ALGARVE INFORMATIVO #179
Na nona edição dos Prémios MEDEA foram ainda atribuídas duas menções honrosas a duas equipas de alunos da Escola Secundária Camilo Castelo Branco, em Famalicão. Criado em 2008, o MEDEA é dirigido aos alunos do 10.º ao 12.º ano dos ensinos secundário e profissional e permite a aplicação prática da formação ministrada nas instituições de ensino, aliando o conhecimento científico à vida quotidiana dos alunos através de experiências realizadas pelos próprios, dentro e fora das salas de aula. Os participantes elaboram um projeto científico baseado em medições de campos elétricos e magnéticos de muito baixa frequência, 0-300 Hz, no meio ambiente, em particular na sua escola, em casa e na vizinhança de linhas de transporte de energia elétrica; e na procura de informação cientificamente 32
credível sobre os eventuais efeitos destes campos na saúde humana. As escolas participantes recebem depois um medidor de campo elétrico e magnético que utilizam no decorrer do projeto, sendo que cada equipa deve criar uma página na internet dedicada em exclusivo ao MEDEA, onde apresentam os resultados obtidos, as pesquisas efetuadas e outras informações relevantes ao projeto. “O concurso existe graças ao patrocínio da REN e é um bom exemplo da responsabilidade social das empresas com a sociedade civil e as associações que promovem a educação. A nossa ideia é fomentar o ensino e o conhecimento da Física em Portugal e isso passa, naturalmente, por motivar os alunos do secundário”, explicou Horácio Fernandes professor no Departamento de Física do Instituto Superior Técnico, em Lisboa.
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De acordo com o coordenador do MEDEA, este concurso pretende sair um pouco do ensino formal tradicional, isto é, despertar o interesse para a aprendizagem através da curiosidade. “As empresas de engenharia, para além de necessitarem de engenheiros, também precisam que a população em geral tenha conhecimento do que se está a falar e o MEDEA quer que as pessoas investiguem, que saibam o que são radiações e que nem todas são más. Aliás, há uma radiação fundamental para a sobrevivência da espécie humana, a luz do sol”, frisou Horácio Fernandes. “A ideia do MEDEA é colocar as pessoas em contato com a realidade dos campos eletromagnéticos de baixa frequência e ver até que ponto isso pode afetar, ou não, a saúde dos seres vivos”, reforçou o docente .
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REPORTAGEM
PEGADA ECOLÓGICA E BIOCAPACIDADE DOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES ESTIVERAM EM DEBATE EM LAGOA Texto:
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Paulo Magalhães, Ana Martins, Sara Moreno Pires e Alessandro Galli
Universidade de Aveiro, a Global Footprint Network e a Associação ZERO vieram ao Algarve, mais concretamente a Lagoa, no dia 27 de outubro, para falar da ALGARVE INFORMATIVO #179
Pegada Ecológica dos Municípios Portugueses, sendo Lagoa precisamente um dos seis concelhos que, para já, participam neste projeto, à semelhança do que sucede com Almada, Bragança, Castelo Branco, Guimarães e Vila Nova de Gaia. O estudo é realizado pela Global Footprint 36
Network nos países da Bacia do Mediterrâneo, uma zona única pela sua geografia e história, contudo, o consumo insustentável e as tendências atuais de desenvolvimento estão a colocar em risco os recursos ecológicos que são as suas maiores riquezas. “A Estratégia para o Desenvolvimento Sustentável do Mediterrâneo pretende salvaguardar esses recursos por via da introdução de
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preocupações ambientais nas estratégicas de desenvolvimento dos países, e esses objetivos estratégicos incluem assegurar uma maior qualidade de vida para as pessoas, sem com isso degradar o ambiente. Infelizmente, a região da Bacia do Mediterrâneo utiliza, atualmente, duas vezes e meia mais recursos naturais e serviços ecológicos do que o
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seu ecossistema consegue gerar”, avisou o italiano Alessandro Galli. De acordo com o diretor para a região do Mediterrâneo da Global Footprint Network, garantir o desenvolvimento económico e o bem-estar das populações do Mediterrâneo, onde se incluem, como é natural, os portugueses, exige que se conheça aprofundadamente os limites e constrangimentos físicos dos nossos recursos, de maneira a que os decisores políticos possam, efetivamente, tomar as melhores decisões. “No lado da oferta, a Biocapacidade de uma cidade, concelho, região ou país representa a produtividade dos seus recursos ecológicos. Do lado da procura, a Pegada Ecológica mede o uso da terra cultivada, florestas, pastagens e áreas de pesca necessários para fornecer os recursos e ALGARVE INFORMATIVO #179
absorver os resíduos em cada território”, explicou Alessandro Galli, acrescentando que ambas as variáveis são expressas em hectares globais por pessoa. “Ora, se a Pegada Ecológica de uma população excede a Biocapacidade dessa região, entramos num défice ecológico, que só pode ser ultrapassado por via da importação, pelo desgaste rápido dos recursos ou pela emissão de mais dióxido de carbono para a atmosfera”, alertou, durante a sessão que teve lugar no Auditório do Convento de São José, em Lagoa. O problema é que, segundo dados da Global Footprint Network, nenhum país do Mediterrâneo é capaz de providenciar todos os recursos naturais e serviços de que a sua população 38
necessita meramente através da sua Biocapacidade, ou seja, todos dependem das importações que realizam no dia-a-dia. “Esta dependência da Biocapacidade de terceiros varia consoante os países, mas ninguém consegue produzir tudo aquilo que precisa e todos produzem mais desperdícios do que o seu ecossistema consegue absorver”, salientou Alessandro Galli, lembrando que a população mundial está, hoje, a consumir praticamente um planeta e meio. Assim, a resolução do problema passa por implementar novas medidas e políticas, tanto do lado da produção como do consumo. “Em quase todos os países, os três maiores componentes da Pegada Ecológica dizem respeito à alimentação, transporte e alojamento, portanto, é nestas áreas que os governantes devem atuar com maior celeridade”, aconselhou o italiano.
país da Bacia do Mediterrâneo com a maior Pegada Ecológica, devido à nossa alimentação, e muitos autarcas mostraram-se surpresos pelos resultados do estudo. O cálculo da Pegada Ecológica é feito sobre o consumo e não sobre a produção das emissões para a atmosfera, o que me parece bastante correto, caso contrário, haveria países que só faziam transações financeiras e outros que só poluíam por ali estarem localizadas as fábricas”, sublinhou. “Perante os dados apresentados, alguns autarcas viramse obrigados a repensar as suas estratégias ambientais e a olhar de maneira diferente para os problemas ecológicos dos seus concelhos”.
Em representação do Município de Lagoa, a vereadora Ana Martins explicou que o objetivo da adesão a este estudo passa precisamente por recolher informações estruturadas sobre as atividades humanas diárias com maior impacto sobre a Pegada Ecológica deste concelho. “Queremos perceber qual a procura do nosso capital natural, qual a Biocapacidade de que dispomos e de que forma a podemos preservar e melhor deixar para as gerações vindouras. Basicamente, estamos a falar de educação, de cidadania, de preservação do meio-ambiente”, frisou Ana Martins. Por seu lado, Paulo Magalhães, da Associação ZERO, avançou que os resultados alcançados durante o primeiro ano do estudo servirão para melhor definir as estratégias do futuro. “Portugal é o
4 de julho é o dia da sobrecarga municipal de Lagoa, segundo dados de 2016, ou seja, é o dia em a população esgota os recursos naturais do concelho, revelou Sara Moreno Pires, da Universidade de Aveiro, daí a pertinência de se saber o que um território tem à sua disposição e a pressão que se exerce sobre ele no consumo de recursos. “A Pegada Ecológica depende de todos nós, do nosso estilo de vida, da forma como as pessoas, as empresas e os atores públicos consomem. Em Lagoa, conseguimos perceber que a balança está desequilibrada e com um valor relativamente grande – 3.25 hectares globais/pessoa. Do lado da Biocapacidade, o território de Lagoa consegue oferecer 0,89 hectares
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NÃO SÓ AS CIDADES DO FUTURO PODEM SER MELHORES
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globais/pessoa, ou seja, em 2016, consumiu-se quase o quádruplo daquilo que o território dispunha”, apontou a investigadora, recordando, contudo, que um território não precisa ser autossustentável. De qualquer modo, Lagoa está num saldo deficitário em termos de Pegada Ecológica e se toda a população mundial tivesse o mesmo ritmo de consumo que um cidadão deste concelho, seria necessário, em 2016, 1.9 Planetas Terra. “Como é óbvio, isso não é possível, pelo que estamos a «roubar» ao Planeta Terra aquilo que ele tem para regenerar no futuro. Estamos a gastar, no presente, o suposto excedente que teremos do futuro”, avisa Sara Moreno Pires. Mesmo assim, os valores da Pegada Ecológica de Lagoa estão abaixo dos do Algarve (3.88 hectares globais/pessoa) e de Portugal (3.94 ALGARVE INFORMATIVO #179
hectares globais/pessoa). “No fundo, o grande desafio é mudar a data da sobrecarga dos recursos, é ganhar dias e mobilizar-nos para chegarmos, no ideal dos ideais, ao dia 31 de dezembro. A região algarvia cola-se bastante à média nacional em termos de Pegada Ecológica e Lagoa está claramente abaixo desses valores, com 17 por cento a menos do que Portugal e 16 por cento a menos do que o Algarve”. Pegada Ecológica que baixou no Algarve até 2013, provavelmente devido à crise que o país atravessou, tendo começado a subir a partir dessa data. Para estes valores muito contribuem as componentes da alimentação e do transporte – com as percentagens de Lagoa a serem, todavia, menores do que as médias nacionais e do Algarve – com 40
um grande destaque para o consumo de carne e peixe. “Alterando-se o estilo de alimentação, conseguiríamos reduzir entre 10 a 19 por cento a Pegada Ecológica total de Lagoa. Isso não significa apenar baixar o consumo de proteína animal, mas também o desperdício alimentar nas famílias e na restauração, que é muito grande em Portugal. E pode-se simplesmente alterar o tipo de peixe que comemos, porque o bacalhau e o atum estão num ponto bastante elevado da cadeia alimentar”, indicou Sara Moreno Pires. Perante estes resultados, há que trabalhar rapidamente sobre a vertente da alimentação, dos transportes e da Biocapacidade, sabendo-se que esta última não pode ser aumentada fisicamente, mas pode ser melhor preservada. E os desafios não se colocam apenas para as cidades que vão nascer no futuro, mas também para as atuais. “Há projetos a nível local como a construção de uma nova estrada ou aeroporto que têm impactos da Pegada Ecológica, assim como promover edifícios completamente sustentáveis em termos
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energéticos. Temos seguramente muito a melhorar na reabilitação do património e na mobilidade, nos espaços verdes, nos nossos hábitos do quotidiano”, defendeu a investigadora da Universidade de Aveiro. “Há diversas áreas que podem ser trabalhadas local e nacionalmente, porque o próprio Orçamento de Estado pode ter em conta o esforço que as autarquias estão a fazer na redução da sua Pegada Ecológica e na promoção da sua Biocapacidade. Reconhecer isto é valorizar a componente positiva da preservação do capital natural e pode ser extremamente importante para capacitar os municípios a darem um passo em frente nestas matérias”, enfatizou Sara Moreno Pires. Alessandro Galli falou igualmente da enorme dependência do ser humano em relação à eletricidade, a maior parte dela proveniente de combustíveis fósseis, pelo que é crucial incentivaremse ainda mais as fontes renováveis de energia. “Em Lagoa, 57 por cento da Pegada Ecológica tem a ver com o carbono, que usamos para nos
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movermos, produzirmos bens e serviços. Ou seja, com apenas uma intervenção podia-se influenciar muitas componentes da Pegada Ecológica. Em Siena, na Itália, baniu-se por completo o uso de automóveis no Centro Histórico”, frisou o diretor para a região do Mediterrâneo da Global Footprint Network. “Na planificação das cidades do futuro devemos pensar na sustentabilidade, nas atuais, temos que ganhar o máximo de dias possíveis no que toca à sobrecarga dos recursos disponíveis. O mais importante é que o Planeta Terra seja sustentável em termos globais, o que não implica que todos os territórios possam ser, ou consigam ser, sustentáveis, devido à forma como a sociedade moderna está organizada”, reconheceu o italiano. Quem também não concorda com o mito de que as cidades atuais dificilmente ALGARVE INFORMATIVO #179
poderão ser sustentáveis é Paulo Magalhães, fazendo uma analogia com o software e o hardware dos computadores. “As cidades já estão efetivamente construídas, mas é o sistema com que elas funcionam que determina a Pegada Ecológica. Numa cidade antiga pode-se aplicar um software novo que conduza a resultados fantásticos, mas também todos devemos fazer a nossa parte. E, normalmente, as mudanças parecem ser muito mais confusas antes de as fazermos do que depois de elas estarem concretizadas”, acredita o dirigente da Associação ZERO. “As zonas mais urbanas nunca serão totalmente sustentáveis, por mais eficientes que sejam, portanto, numa escala maior, tem que haver um sistema de compensações entre quem produz e quem consome que leve ao equilíbrio e à sustentabilidade” . 42
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REPORTAGEM
LAGOA VAI TER UM MUSEU DO VINHO Texto:
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Município de Lagoa organiza, nos dias 9 e 10 de novembro, as III Jornadas do Enoturismo, numa parceria com a AMPV – Associação dos Municípios Portugueses do Vinho e com o apoio da ALGARVE INFORMATIVO #179
Associação das Rotas dos Vinhos de Portugal (ARVP), da Região de Turismo do Algarve e da AENOTUR – Associação Internacional para o Desenvolvimento e Promoção do Enoturismo. A sessão de abertura teve lugar na ÚNICA – Adega Cooperativa do Algarve, “cujo arquivo histórico vai ser tratado, classificado e disponibilizado para o público em 46
geral”, revelou Luís Encarnação, VicePresidente da Câmara Municipal de Lagoa. “Queremos ajudar a ÚNICA a ter um Museu do Vinho, uma ambição que o Município já vinha perseguindo há algum tempo e que em breve se vai tornar uma realidade, porque este é um espaço em que se respira vinho, história e cultura de Lagoa”, justificou o autarca. Para Luís Encarnação, estas jornadas pretendem juntar os vários atores envolvidos no Enoturismo, para se trocarem ideias e experiências de modo a torná-lo numa oferta turística ainda mais atrativa. O evento tem vindo a ser organizado desde 2016, ano em que Lagoa foi «Cidade do Vinho», “porque acreditamos que o Enoturismo é
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bastante importante para se captar e fidelizar novos visitantes”. “São cada vez mais as famílias, os turistas, que viajam motivados pela gastronomia e enologia e este nicho de mercado pode ser significativo para se atenuar a sazonalidade do Algarve, atraindo novas pessoas nas épocas média e baixa, quando as nossas unidades hoteleiras têm níveis de ocupação inferiores. Destinos que oferecem o sol, a praia e o golfe existem um pouco por toda a Europa e por esse Mundo fora, mas não há, no meu entender, um destino de sol, praia e golfe que, complementarmente, tenha a nossa gastronomia e vinhos”, enfatizou o Vice-Presidente do Município de Lagoa.
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Luís Encarnação, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Lagoa
Igual opinião tem João Fernandes, Presidente da Região de Turismo do Algarve, confirmando que a gastronomia e os vinhos se tornaram, nos últimos anos, numa importante componente da experiência dos visitantes neste território. Mas a concorrência é forte e chega de países como a Espanha, França e Itália, destinos que partilham com Portugal a Dieta Mediterrânica. “Estamos a falar não só da alimentação, da confeção, da bebida, mas também da convivialidade em torno de uma boa refeição, que é, talvez, uma das melhores formas de nos apresentarmos, de nos darmos a ALGARVE INFORMATIVO #179
conhecer e de seduzirmos quem nos visita para repetir a sua experiência. Temos uma oferta apreciada por mercados emissores que já nos conhecem e para os quais há ligações aéreas e o turista enoculinário preocupa-se, sobretudo, com a autenticidade daquilo que visita, da realidade das gentes locais, das suas tradições e património”, frisou o homem forte do Turismo do Algarve. O Algarve e Portugal querem continuar a crescer em termos turísticos, não tanto em quantidade, mas em valor gerado, e João Fernandes 48
lembra precisamente que o turista gastronómico tem um gasto médio superior aos visitantes com outras motivações. “Em 2014, quando traçamos um Plano de Marketing Estratégico para o Algarve, definimos uma matriz de mercados, produtos, segmentos e visões para o destino e a gastronomia e os vinhos já lá se encontravam como um produto complementar, mas também transversal, a todas as ações que desenvolvemos”, indicou o responsável, lembrando uma série de iniciativas da RTA que atestam isso mesmo, casos do
«Algarve Chefs Week», da «Cataplana Algarvia» e da «Rota dos Vinhos», mas também de vários eventos do «365 Algarve» onde os vinhos são uma presença constante. “Mais recentemente foi apresentado o «Algarve Cooking Vacations», projeto que visa a criação e a promoção de pacotes de férias centrados na culinária algarvia e na enologia e que conquistou um prémio internacional nos «Food Travel Awards». E o Algarve acabou de ser reconhecido pela Conselho Europeu de Confrarias
João Fernandes, Presidente da Região de Turismo do Algarve
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José Arruda, Secretário-Geral da AMVP – Associação dos Municípios Portugueses do Vinho
Enogastronómicas como Melhor Destino de Turismo de Gastronomia da Europa. É bom saber que aqueles que se dedicam a estas matérias reconhecem o valor do Algarve”, enalteceu ainda João Fernandes. Presente igualmente na sessão de abertura das III Jornadas de Enoturismo esteve José Arruda, Secretário-Geral da AMVP – Associação dos Municípios Portugueses do Vinho, que se mostrou satisfeito com a futura criação de um Museu do Vinho em Lagoa. “Os Museus são a nossa história, mostram aquilo que ALGARVE INFORMATIVO #179
já fomos, e temos que saber usar as nossas tradições, a nossa cultura, para vencermos no mundo no Enoturismo. Quando, em 2015, se votou em Lagoa para ser a Cidade do Vinho no ano seguinte, existiam candidatos fortíssimos, mas o projeto apresentado pelo Município de Lagoa foi decisivo para a sua escolha. E, a partir de 2016, muitas iniciativas foram dinamizadas neste concelho e o vinho tornou-se num tema recorrente no Algarve e em Lagoa”, reconheceu José Arruda, adiantando que muitos 50
projetos estão a ser desenvolvidos no âmbito da Rede Europeia das Cidades do Vinho, que até 2021 será liderada por José Calixto, Presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz. “Estamos a rever a Carta Europeia do Enoturismo e pretendemos que ela se torne na Carta Mundial do Enoturismo. Este ano estivemos envolvidos no concurso das «7 Maravilhas de Portugal à Mesa», cuja finalíssima aconteceu em Albufeira, e estamos a preparar-nos para, em 2019, fazermos um levantamento de todas as ofertas enoturísticas existentes nas 14 Regiões Vitivinícolas de Portugal, para as promovermos de forma concertada”, finalizou o Secretário-Geral da AMVP.
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As III Jornadas de Enoturismo prosseguiram, da parte da manhã, com os painéis «Enoturismo, Tendências e Desafios», «O Binómio – A Gastronomia e o Vinho», «Apresentação da Rota de Vinhos Ribera del Guadiana» e «Dinamização de Tours e Experiências em torno do Vinho». «Empreender no Enoturismo» é o nome do painel que ocupa a parte da tarde do dia 9 de novembro, sendo que, no sábado, 10 de novembro, haverá lugar à exibição do filme «Setembro a vida inteira», de Ana Sofia Fonseca, no Convento de São José, bem como a uma visita técnica ao Morgado do Quintão, em Lagoa .
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REPORTAGEM
NOVO COMANDO TERRITORIAL DA GNR DO DISTRITO DE FARO FICA EM LOULÉ PARA GARANTIR UMA MAIS EFICIENTE CAPACIDADE DE RESPOSTA OPERACIONAL Texto:
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Eduardo Cabrita, Ministro da Administração Interna
Ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita deslocou-se ao concelho de Loulé, no dia 9 de novembro, para visitar as obras dos futuros Postos Territoriais da GNR de Almancil, Quarteira e Vilamoura, bem como a futura Base de Apoio Logístico de Quarteira e o Centro
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Distrital de Operações de Socorro que está a ser construído perto do Heliporto de Loulé. O objetivo principal da visita foi, porém, presidir à cerimónia de assinatura do protocolo de colaboração entre a Câmara Municipal de Loulé, a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna e a Guarda Nacional Republicana tendo em vista a celebração de um contrato interadministrativo para a construção 54
do novo Comando Territorial da GNR do Distrito de Faro na cidade de Loulé. A obra, realizada em terrenos cedidos pelo município louletano, enquadra-se no programa de modernização e operacionalidade das forças e serviços de segurança promovido pelo Ministério de Administração Interna e o ComandanteGeral da Guarda Nacional República prontamente destacou o “apoio que a tutela e a autarquia de Loulé têm prestado à Guarda e aos seus militares”. “Estamos cientes que a requalificação e a construção de novos quartéis que são colocados ao serviço da Guarda traduzem diretamente uma significativa melhoria da qualidade do atendimento às comunidades e contribuem, com a sua quota-parte, para o reconhecimento de Portugal como um destino seguro e de confiança”, afirmou o Tenente-General Luís Botelho Miguel.
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Recorde-se que o Comando Territorial da GNR de Faro tem atividade em toda a região algarvia, do sotavento ao barlavento, integrando seis Destacamentos Territoriais, um Destacamento de Trânsito e um Destacamento de Intervenção, totalizando 28 Postos Territoriais. A estes somam-se o Serviço de Segurança ao Aeródromo da Penina, em Portimão, três Centros de Meios Aéreos guarnecidos com helicóptero e um Centro de Cooperação Policial e Aduaneira na zona de fronteira, “unidades e órgãos que espelham bem a responsabilidade e o compromisso da Guarda nesta região e a sua disponibilidade para colaborar com as autoridades e entidades em prol de altos níveis de segurança”, evidenciou o Tenente-General Luís Botelho Miguel, lembrando a diminuição da
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criminalidade registada, nos últimos três anos, no Algarve, “que leva a que população viva num ambiente de superlativa paz e tranquilidade pública”. O Comandante-Geral da GNR está ciente dos desafios que são colocados diariamente à Guarda e aos militares colocados numa região que é cada vez mais conhecida como um destino turístico de excelência. “Por essa razão, estamos muito concentrados nas dinâmicas sociais e nos fluxos de pessoas e atividades criminais diversificadas, complexas e de grande mobilidade que podem potenciar, por vezes, a ocorrência de episódios de delinquência criminal que se estendem, transversalmente, dos centros urbanos às zonas rurais limítrofes”, salientou o Tenente-General Luís Botelho Miguel. “Estamos perante uma nova realidade de segurança em que as respostas que os cidadãos
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requerem para si e para os seus bens não são compagináveis com os modelos tradicionais. Hoje, através de uma utilização intensiva de novas ferramentas tecnológicas, começa a ser possível antecipar o que é presumível que venha a acontecer, permitindo, com elevado grau de eficiência, redirecionar patrulhas e potenciar recursos. Temos consciência da necessidade de encontrar soluções que vão ao encontro dos naturais anseios da comunidade, pelo que é prioritário um policiamento proativo, de visibilidade e proximidade”, acrescentou o Comandante-Geral da GNR. A construção do novo Comando Territorial da GNR do Distrito de Faro em Loulé vai permitir, de acordo com Vítor Aleixo, “suprir carências e modernizar as condições operacionais
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Tenente-General Luís Botelho Miguel, Comandante-Geral da GNR
da GNR no concelho e na região”. “Tenhamos todos a noção de que o investimento público municipal e nacional alocado ao dossier da segurança ultrapassa o valor de dois milhões e meio de euros e, se a ele acrescermos o montante investido já na proteção civil, com a construção em curso da BAL e do CDOS, então estaremos a falar de um valor superior aos cinco milhões de euros”, revelou o presidente da Câmara Municipal de Loulé, entendendo que a segurança e a proteção de vidas humanas e dos bens e valores naturais justificam plenamente o esforço realizado pela autarquia. “A segurança é uma das razões fundacionais do próprio Estado Democrático em que vivemos e desde o primeiro momento em que assumimos responsabilidades autárquicas no nosso concelho que encaramos esta matéria 57
como uma prioridade. Encontramonos, para além disso, numa região turística em que a segurança é uma mais-valia competitiva à escala mundial face a outros destinos concorrentes”.
SEGURANÇA É UM ELEMENTO DIFERENCIADOR DE PORTUGAL E DO ALGARVE Vítor Aleixo falou ainda da candidatura já aprovada para a ampliação da Base Permanente de Helicópteros que se encontra em Loulé desde 2002, no valor de um milhão de euros, “para sermos ainda mais competentes nessa área da proteção civil”. Do mesmo modo, o edil mostrou-se disponível para comparticipar numa futura ampliação ALGARVE INFORMATIVO #179
do CDOS do Algarve que ainda está a ser construído naquela zona do concelho de Loulé. “O Município de Loulé continua empenhado em colaborar com o Governo da República para resolver os problemas da região e das pessoas e para construirmos soluções. Em simultâneo, Loulé está preparado para enfrentar o desafio de enorme responsabilidade que são as novas competências que temos vindo a receber da parte do poder central, porque o poder local foi um dos grandes fatores, nestas últimas décadas, da modernização do nosso país. Não temos receios, vamos estar à altura dessas novas competências e, no fim, os maiores beneficiários serão os cidadãos para quem trabalhamos todos os dias”, garantiu Vítor Aleixo. Dúvidas não tem, também, Eduardo Cabrita de que a segurança é um elemento diferenciador que valoriza e qualifica Loulé, o Algarve e o país, conforme atesta uma recente avaliação internacional que
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colocou Portugal como a quarta nação mais segura do mundo. “A segurança exige profissionais motivados e qualificados que tenham, nos vários domínios de intervenção, os mais elevados padrões de resposta a desafios múltiplos. Mas a segurança assenta, igualmente, no envolvimento da comunidade e em sentimentos coletivos de prevenção de riscos”, considerou o Ministro da Administração Interna. “Trata-se de uma matéria crucial para a qualidade de vida dos portugueses, é esse o principal propósito dos militares da GNR e dos profissionais de todos os outros serviços de segurança, mas também é essencial para a atratividade de turistas e de investimento estrangeiro. Conhecemos vários países que não têm falta de recursos naturais ou de capital humano, que têm um potencial imenso, mas para onde o investimento não vai por estarem associados, permanentemente ou no passado
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Vítor Aleixo, Presidente da Câmara Municipal de Loulé
mais recente, a uma imagem de insegurança”, sublinhou o governante. De acordo com Eduardo Cabrita, de 2017 a 2021, o governo socialista liderado por António Costa vai investir cerca de 450 milhões de euros em matéria de segurança, a que se somam os investimentos resultantes das parcerias realizadas com a administração local. “Temos, neste momento, em obra, um pouco por todo o país, 70 novas instalações de forças e serviços de segurança. Nunca tantas intervenções físicas existiram, em simultâneo, na área da segurança interna”, evidenciou o Ministro da Administração Interna, acrescentando que, neste investimento, está contemplado também a renovação do parque automóvel das forças de segurança com cerca de dois mil e 500 veículos. “A 59
Segurança é uma área de soberania e de responsabilidade do Estado e assim continuará a ser, contudo, o papel das autarquias locais é decisivo, quer para a sinergia das várias forças, quer para uma intervenção mais rápida, atenta e eficiente. Loulé vai ter, nos próximos meses, alterações profundas nesta matéria com a inauguração dos novos Postos Territoriais de Almancil e Quarteira, da futura BAL e do CDOS. E a colocação do novo Comando Territorial da GNR em Loulé advém da necessidade de termos uma equilibrada localização dos serviços públicos no contexto regional em função da melhor capacidade operacional de resposta que contribua para a eficácia do serviço aos cidadãos”, justificou o Ministro da Administração Interna . ALGARVE INFORMATIVO #179
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NÃO HOUVE TEATRO, MAS FICOU-SE A SABER QUE, AFINAL, ROMEU E A JULIETA ERAM DE OLHÃO Texto:
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epois da estreia auspiciosa, a 27 de março, Dia Mundial do Teatro, o grupo olhanense «A Gorda» voltou a levar a cena, no Auditório Municipal de Olhão, em dose dupla, nos dias 9 e 10 de novembro, a peça «Hoje Não Há Teatro II». O enredo sintetiza a saga «Bailarinas e Pezinhes de Xumbe», no qual um pretenso encenador procura sem sucesso levar à cena histórias da literatura tradicional, conhecidas de todos, tentando convencer o público de que são escritas por si com base em factos verídicos passados em Olhão.
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Encenador que, recorde-se, no primeiro capítulo de «Hoje Não Há Teatro» era o varredor da sala de teatro. Na altura, chegado o dia da estreia, tudo falha e, na iminência de não haver espetáculo, o funcionário desenvolve um estratagema para ludibriar o público. Face ao sucesso inesperado, o varredor de lixo decidiu evoluir e, depois de tirar um curso rápido na internet, comprar um lenço e um cachimbo, regressou aos palcos para levar a cena a conhecida história de Romeu e Julieta. O problema é que, de novo na data de estreia, com a sala cheia de espetadores, tudo volta a correr mal. 64
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Primeiro falta o narrador, depois são os protagonistas principais que decidem não aparecer e, num desespero completo, o encenador decide transformar a estreia da peça num casting para escolher as personagens. Um casting em que aparece, sem aviso prévio, a mãe do encenador, bem como a filha da produtora e suas amigas, que têm à força ALGARVE INFORMATIVO #179
que fazer parte da peça, e até um romeno com, alegadamente, formação do famoso teatro russo. Ingredientes mais que suficientes para garantir uma sessão muito bem disposta, mas também educativa, pois ficou-se a saber que Romeu e Julieta, e também o Rei de Marrocos, afinal de contas, eram todos de Olhão . 66
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Teatro das Figuras ENCANTADO com A Flauta Mรกgica de Mozart Texto:
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uma coprodução da Opera 2001, Fundação Pedro Ruivo e Teatro Municipal de Faro, o Teatro das Figuras, em Faro, acolheu, na noite de 2 de novembro, «A Flauta Mágica» de Wolfgang Amadeus Mozart. A fantástica opera foi produzida no século XVIII, um período histórico em que a linha de pensamento do homem sofria uma mudança radical através do Iluminismo, conjunto de ideais filosóficos que defendia a dissociação de pensamento com a Igreja e a valorização de uma visão do mundo racional, na qual a sabedoria surge como ALGARVE INFORMATIVO #179
única possibilidade de justiça e igualdade entre os homens. Este pensamento colocou de imediato em cheque as relações de poder e subordinação da sociedade da época e a legitimidade dos aristocratas e das tiranias. Por isso, «A Flauta Mágica» apresenta-se como uma ópera de formação e uma alegoria para as provações pelas quais o homem precisa passar para sair das trevas do pensamento medieval em direção da luz iluminista. Neste contexto, as principais personagens – Tamino e Pamina – enfrentam os obstáculos impostos pelos membros do Templo da Sabedoria para, 76
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no final da ópera, encontrarem a realização plena e a união ideal. Nesta difícil jornada o casal conta com a ajuda de Sarastro, soberano que simboliza o homem racional que detém o poder por sua sabedoria, ao invés da força, e que é capaz de ser sempre justo com qualquer cidadão que busque seus conselhos. Mas Sarastro não é a resposta para a sabedoria, apenas o caminho para se chegar até ela, ao guiar o homem na sua jornada pessoal em busca da autonomia e liberdade de pensamento. Por isso, entra em contraste direto com a Rainha da Noite, a vilã da história que personifica tudo aquilo condenado pelo Iluminismo, nomeadamente a superstição, a irracionalidade, a aristocracia, a tirania e a ALGARVE INFORMATIVO #179
subordinação, tanto social quanto intelectual, ao ditar tudo o que seus inferiores devem ou não pensar e fazer. Algumas das árias de «A Flauta Mágica» tornaram-se muito conhecidas, como o dueto de Papageno e Papagena e as duas da Rainha da Noite. Os conceitos de liberdade, igualdade e fraternidade da Revolução Francesa transparecem em vários momentos na ópera, por exemplo quando o valor de Tamino é questionado por ser um príncipe e, como tal, talvez não conseguisse suportar as duras provas exigidas para entrar no templo. O final da história, porém, é feliz, com Tamino e Pamina a ficarem juntos .
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Ficha artística e técnica: Conduzido por Martin Mázik Encenação: Roberta Mattelli Cenografia: Alfredo Troisi Guarda-roupa: Sartoria Arrigo (Milão) Cabeleireiro: Artimmagine de Emanuela Passaro (Nápoles) Calçado: Calzature Epoca (Milão)
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Solistas, Coro e Orquestra da Opera 2001 Tamino, Tenor: Goran Cah, Filippo Pina Castiglione Papageno, Barítono: Thomas Weinappel Primeira Dama, Soprano: Milena Minkova Segunda Dama, Soprano: Shmilena Sultanova Terceira Dama, Mezzo-Soprano: Nikolina Karmaziyska Rainha da Noite, Soprano: Sonia Bellugi, Silja Schindler As três crianças: Blagovesta Kostadinova, Tsvetelina Kotseva, Nadejda Voshta Monostatos, Tenor: Dimiter Dimitrov Pamina, Soprano: Francesca Bruni Sarastro: Ivaylo Dzhurov Papagena, Soprano: Pauline Rouillard
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SIMPLESMENTE MARAVILHOSA A NOVA «SAUDADE» DO QUORUM BALLET Texto:
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oi uma noite mágica, simplesmente maravilhosa, a combinação perfeita entre o Fado, Património Cultural e Imaterial da Humanidade, e a dança contemporânea. Não é comum, pelo menos em terras algarvias, um espetáculo de dança esgotar salas, mas foi isso que aconteceu no dia 9 de novembro, com a vinda do Quorum Ballet ao Cine-Teatro Louletano e a apresentação de «Saudade – Back to Fado», com direção artística e coreografia do prestigiado Daniel Cardoso. E os vários minutos em que o público, de pé, ovacionou os artistas, foi uma clara demonstração de que tão cedo não esquecerão uma noite que, diga-se mais uma vez, foi realmente mágica. Saudade, essa palavra tão portuguesa, que dizem não ter tradução literal para mais nenhuma língua, é a dor de uma ausência, o desejo de algo ou de alguém de que se está privado. “É nostalgia, melancolia, lembrança de pessoas ou coisas distantes ou até extintas, e o grande desejo de tornar a elas. É uma palavra que está na essência do povo português que sempre partiu por diversas razões, seja por heroísmo, descoberta, sobrevivência, deixando sempre uma parte de si na sua terra e a vontade de a ela regressar”, descreve a sinopse da mais recente produção do Quorum Ballet. Um trabalho, de facto, singular e também inspirado na obra literária de Luís Vaz de Camões. Por isso, «Saudade – Back to Fado» pretende voltar à origem, numa mistura de sentimentos, pedaços de dor, alegria, solidão, amizade, desamparo e amor. E tudo isto deixando-nos levar pelas 12 cordas de uma guitarra portuguesa. Sem dúvida, um excelente prolongamento do espetáculo «Saudade», que o Quorum Ballet já tinha apresentado, em 2012, neste mesmo Cine-Teatro Louletano . ALGARVE INFORMATIVO #179
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Coreografia e conceito: Daniel Cardoso Bailarinos: Beatriz Graterol, Ester Gonçalves, Filipe Narciso, Inês Godinho, Ísis de Sá, Pedro Jerónimo, Rafael Oliveira Arranjo e adaptação musical: André Santos Voz: Joana Melo Guitarra Portuguesa: Luís Coelho Contrabaixo: Óscar Torres Guitarra Clássica: André Santos Criação e design de figurinos: Nuno Gama Execução de figurinos: Helena Pereira Espaço cénico: Daniel Cardoso e Hugo Matos Desenho de luz: Daniel Cardoso Equipa técnica: Rui Daniel Produção: Raquel Vieira de Almeida Relações públicas: Maria Dolores Espírito Santo Direção financeira: Cristina Bernardino 97
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TEATRO DAS FIGURAS FOI PALCO DA GRANDE GALA «TERRA DE ACORDEÃO» Texto:
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Grande Gala «Terra de Acordeão» animou a noite de 10 de novembro, no Teatro das Figuras, num evento promovido pela Junta de Freguesia de Santa Bárbara de Nexe e a Sociedade Recreativa Bordeirense com o apoio do Município de Faro e da Associação de Acordeonistas do Algarve – Mito Algarvio. Ao longo de um século, a pequena localidade da Bordeira, pertencente ao concelho de Faro, produziu alguns dos mais conceituados acordeonistas do País. «Terra de Acordeão» é um projeto pioneiro em Portugal coordenado pelo professor Nelson Conceição e que tem vindo a documentar, dignificar e difundir os grandes autores e acordeonistas, ligados de alguma forma a Bordeira, através de publicações literárias, exposições, colóquios, espetáculos, edições
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discográficas e grandes galas de homenagem. Neste âmbito já foram homenageados José Ferreiro Pai & Filho, António Madeirinha, João Barra Bexiga, Daniel Rato e Hermenegildo Guerreiro, ficando assim salvaguardadas mais de 500 obras musicais destes grandes autores algarvios e contribuindo de forma singular para a preservação deste património imaterial. Embora a sua planificação tivesse começado em 2005, só após a Grande Gala Internacional de Acordeão, no âmbito «Faro, Capital da Cultura» é que «Terra de Acordeão» teve a sua primeira apresentação pública, em 2008, com a homenagem a João Barra Bexiga. Agora, para comemorar uma década de «Terra de Acordeão», assistiu-se a um espetáculo bastante eclético com a participação de muitos jovens premiados, com especial destaque para o louletano João Palma (Campeão do 104
Mundo 2018), Hernâni Cerqueira, Pedro Gonçalves e as orquestras Folegarve e Folequestra. A Gala contou ainda com o toque internacional do incomparável Michel Sapateado; o espírito bem algarvio pelos «RitmoFole» com Sérgio Conceição e Silvino Campos; e um momento de autêntica imponência musical com a 105
participação especial da Orquestra Típica e Coral de Alcobaça, constituída por 36 elementos e dirigida pelo consagrado professor Aníbal Freire, o primeiro português a sagrar-se Campeão do Mundo de Acordeão, em 1972 .
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OPINIÃO
Desejáveis utopias Paulo Cunha (Professor) bom deixarmo-nos guiar pela poesia e por ela sermos bafejados, tocados e inspirados. Por isso desafio-os a ler e a recordar este belo, marcante e intemporal poema de Sebastião da Gama:
É
“Pelo sonho é que vamos, comovidos e mudos. Chegamos? Não chegamos? Haja ou não haja frutos, pelo sonho é que vamos. Basta a fé no que temos. Basta a esperança naquilo que talvez não teremos. Basta que a alma demos, com a mesma alegria, ao que desconhecemos e ao que é do dia a dia. Chegamos? Não chegamos? - Partimos. Vamos. Somos”. Sonhar, um verbo com um significado e uma importância demasiado grande nas nossas vidas. De tal forma que, tal como eu, muitos de vós, para além do merecido descanso, almejam um sono descansado, para assim poderem voar, sobrevoando a terra onde os sonhos nascem e, florescendo, a nós se juntam. São os sonhos que nos transportam para além da modorra dos dias. Sonhos que, retirando peso à vida, transformam os pesadelos em autênticas viagens pela leveza do nosso ser.
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Mas teremos que, forçosamente, dormir para assim podermos sonhar? Cada capítulo da história da humanidade está repleto de situações e eventos onde constatamos que, à custa de gente que sonhou e ousou tornar o sonho realidade, atingimos aquilo que hoje somos. Gente que à luz do dia transformou a utopia declarada em realidade conquistada. Acreditar que é possível tornar o impossível em possível, infelizmente, só está ao alcance de poucos. Poucos, mas em número suficiente para operar revoluções ideológicas que mudaram e continuarão a mudar o mundo de muitos. Basta estarmos disponíveis para acreditar que, para além da morte, nem tudo na vida é inevitável! Tendo crescido a acreditar na utopia como forma de obter e proporcionar felicidade, sinto-me - por oposição inserido numa sociedade cada vez mais distópica. E o que mais me aflige é que, num mundo onde se apregoa o fim da história e dos sonhos, haja cada vez menos gente a tentar resgatar a utopia à prisão a que foi condenada pelas várias polarizações ideológicas que alimentam o populismo. Fará ainda sentido, em pleno século XXI, o «slogan» que povoou e marcou o maio de 68: “Sejam realistas, exijam o impossível”? No alto da minha insignificância, continuo a achar que sim, urgentemente! Pois só assim, juntos e (bem) acordados, conseguiremos voar nas asas do sonho, cumprindo a utopia de estarmos vivos e vivermos a vida que quisermos e fizermos nossa . 112
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OPINIÃO
O (não) lugar das artes Mirian Tavares (Professora) “A definição de belo é fácil: é aquilo que desespera”. Paul Valéry
articipava um dia de um «focus group», que é o nome de uma reunião de hipotéticos especialistas que serve para justificar alguns fundos de alguns projetos europeus, e uma criatura que lá estava – gestor de uma empresa de informática – disse que a Universidade do Algarve tinha uma produtividade geral baixa. Eu contestei e respondi-lhe que não era baixa, mas que os índices bibliométricos que eram tidos em conta não contemplavam as produções da área das artes e das humanidades. Ele ignorou-me solenemente e continuou a perorar sobre o que devia ser uma universidade com grande produção científica e, confesso, esqueci-me de lhe perguntar se ele tinha, pelo menos, a quarta classe. Essa história serve para ilustrar uma ideiazinha que me assalta muitas vezes: qual o lugar das artes numa universidade cada vez mais burocratizada e empreendedora? Um artigo obscuro, publicado numa revista da especialidade norte-americana, que provavelmente só vai ser lido por uma dúzia de pessoas, desde que a revista seja indexada, vale mais que publicar um texto num catálogo de uma exposição dos grandes museus nacionais, com um grande alcance de público e de leitores, devidamente respaldado pela instituição que acolhe a exposição e que produz o tal catálogo. Um capítulo de livro, ou o convite para escrever
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numa revista da especialidade, vale menos que o tal índice de impacto da sua publicação, que muitas vezes é medido por citações (quando sabemos que algumas revistas exigem, para publicar o nosso trabalho, que façamos meta-citações, ou seja, que referenciemos artigos da própria revista para que a mesma aumente o seu índice de «citabilidade», ou seja, o seu impacto). É um universo tramado – feito de tramas e urdiduras que privilegiam um certo tipo de conhecimento e tratam o outro como algo sem importância ou relevo. As artes são chamadas à mesa dos adultos quando são úteis, quando servem para ilustrar a ideia de «pensar fora da caixa», de criatividade, de turismo cultural ou de empreendedorismo. Quando teimam em ser elas mesmas, artes, ficam na mesa das crianças, num canto, porque não são importantes o suficiente para ter direito a lugar de destaque no banquete principal. Porque a arte, quando é ela mesma, incomoda e provoca. E a nossa sociedade, aparentemente moderninha, é profundamente hipócrita e não quer ver as suas ideias e produtos contestados ou postos em causa. Assim, relegam as artes à funcionalidade, pois o mundo não existe fora de um quadro de funções determinadas e de metas a cumprir, ou de avaliações numéricas, baseadas em índices que não medem, de maneira equitativa, as áreas diferentes dentro das suas diversas especialidades . 114
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OPINIÃO
O «Quiosque do Mercado» é a minha Esplanada Adília César (Escritora) Algarve também é isto: uma enorme montra de espaços de lazer onde as esplanadas ocupam um lugar de destaque e exibem a multiculturalidade adjacente. As pessoas ficam por ali, a qualquer hora do dia, a usufruir o que a região tem de melhor: um clima ameno durante a maior parte do ano. Sozinhos ou acompanhados, é frequente sairmos para a rua na expectativa de tomarmos um café numa esplanada agradável. E é nesta «twilight zone» que tudo se complica. Experimentar esplanadas da minha cidade tornou-se um hábito desde há alguns anos. Sou apreciadora de um café simples sem açúcar, aromatizado apenas pelo bom ambiente: vista agradável, serviço adequado, higiene irrepreensível. Tenho prazer na degustação de uma bica, ao ar livre, em silêncio ou na companhia de um interlocutor interessante. Parece simples, mas na verdade tem sido desastroso. Há esplanadas onde o café vem frio ou meio vazio (eu peço sempre «cheio»), demora demasiado tempo a ser servido, as mesas estão sujas e cheias de louça utilizada por outros, não há cinzeiros disponíveis, as cadeiras estão desarrumadas, os preços cobrados são exorbitantes tendo em conta as características dos locais ou do serviço prestado, em suma, não há brio nem profissionalismo, o que me vem irritando profundamente. A «cereja no topo do bolo», no que respeita às péssimas condições de atendimento ao público aconteceu numa esplanada muito frequentada ao domingo (na cidade onde moro, os cafés estão quase todos encerrados neste dia). As bicas pedidas chegaram
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rapidamente. O meu acompanhante estava a fumar e solicitou, educadamente, um cinzeiro. A empregada de mesa, sem responder, deu meia volta e agarrou um recipiente que estava noutra mesa vazia e colocou-o na nossa, junto aos cafés: estava carregado de cinza e beatas! “Um cinzeiro limpo, não tem?”, perguntei eu, já aborrecida. A rapariga, enfadada, despejou o lixo noutro recipiente e voltou a oferecer-nos o cinzeiro inicial. Eu insisti: “Não, um cinzeiro lavado, não tem?”. A rapariga olhou-me incrédula e com notório esforço foi ao interior do estabelecimento buscar um cinzeiro limpo, atirando-o para cima da nossa mesa, visivelmente incomodada com a situação. Esta situação caricata é absolutamente verdadeira e foi inesquecível, como as nódoas de gordura que teimam em permanecer. Assim, vou rodando pelos estabelecimentos, na expectativa de encontrar «a minha esplanada». E encontrei. No Largo Dr. Francisco Sá Carneiro, local de intersecção de várias ruas da cidade, o «Quiosque do Mercado», gerido por Hugo Nabais, é um excelente exemplo de tudo o que deve ser referenciado num estabelecimento com esplanada. Situado fora da zona comercial da Baixa de Faro, dá apoio a um peculiar núcleo social e económico: o Mercado, a Loja do Cidadão, outros serviços como lojas e clínicas. O trânsito contorna este largo, mas está suficientemente distante para não incomodar, sendo assim possível as crianças brincarem em segurança, enquanto os pais tomam um café, uma cerveja especial, um drink, ou ainda se
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deliciam com um saboroso gelado ou uma tosta. O Quiosque do Mercado assume-se como cafetaria, mas Hugo Nabais e a sua esposa querem apostar num estabelecimento com produtos diferenciados, destacado dos outros estabelecimentos similares, como pastelarias, snack-bares e restaurantes que abundam nas redondezas. Aberto das 9:00 às 22:00, esta amena esplanada acolhe o seu público num ambiente higienizado e simpático, servindo bons produtos a um preço justo, sem compassos de espera nem surpresas desagradáveis. “Sou um sonhador”, diz Hugo Nabais. As suas ideias – os seus sonhos – vão sendo concretizadas à medida das possibilidades do casal e de acordo com a formação específica de cada um, através de muito trabalho e de uma boa gestão. Por mim, está decidido: o ‘Quiosque do Mercado» é a minha esplanada. Fica aqui expresso o convite para o visitarem e conhecerem Hugo Nabais .
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OPINIÃO
Do Reboliço #15 Ana Isabel Soares (Professora)
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stá a ventar nas frestas das janelas e o Reboliço lembra, outra vez, os versos sobre o vento – «baila, baila e assobia; baila, baila e rodopia»).
Entre as velas do moinho, atadas aos cabos que se esticavam de uma vara a outra (são de corda os cabos, sisal antes, agora sintética, mas chamam-se como nos barcos à vela, que o moinho é um barco à vela, casco de raízes fixadas num socalco, olhando as ondas das searas ou dos girassóis), amarradas a esses cabos havia umas cabacinhas de barro. Pareciam uma barriga apertada no meio, a estátua pré-histórica de uma mulher, gorda em cima, mais gorda em baixo, apertada a meio, cinturada. O fundo era fechado, não liso, que não daria para assentar sobre uma superfície; o topo furado, um pequeno gargalo. Prendiam-se em carreirinhas de cinco ou seis, de tamanhos variados: uma carreirinha delas que ia da maior para a mais pequena – a maior mais próxima da vara, a menor quase chegando ao meio do cabo. Quando fazia vento, mesmo estando o moinho parado, as velas recolhidas, ouvia-se o ar zunir dentro das paredes finas de barro escuro e tosco. Acontecia às vezes, com a esquina de uma pedrinha que saltasse do chão ou a pressão mais forte do ar a passar nelas, que as cabacinhas estalavam – quando assim se partiam, logo eram substituídas. Sem esperar pelo trabalho do oleiro, o moleiro pegava em pequenas garrafas de cerveja mini, com a mesma abertura estreita e o corpo, se um pouco mais elegante, da mesma maneira mais largo na parte de baixo. ALGARVE INFORMATIVO #179
O Reboliço sempre se perguntou se o velho moleiro conseguiria distinguir o zunido que ouvia, entre o vento no vidro e o vento no barro. Para o final da vida, dizia-se duro de ouvido (como a mãe dele, já passada dos noventa anos, vestida de preto e mirrada, a balançar o corpo numa ladainha que só ela parecia entender, uma reza para afastar os males) – mas sempre acusava a atenção com que respondia ao que lhe interessava escutar. Em tempo de ainda trabalhar, tinha de reconhecer entre tantos sons que ao canito confundiam: enquanto moía o moinho, na rua, a música das cantarinhas com o vento dentro; dentro do moinho, as paredes grossas cortavam os sons de fora e matraqueavam as pedras das mós, no piso do meio. Era ensurdecedor, mas, atrás desse ruído de trovão, tinia, se o vento mudava, o pequeno badalo pendurado do teto, acoplado ao cata-vento. Não ouvir essa sininha implicava o moleiro perder a boleia do vento: se ela tocava, era que se alterara a direção do ar e fazia-se necessário rodar o telhado, orientar as velas para onde mais aproveitassem a energia do vento. Um alerta, a qualquer hora do dia ou da noite, no meio do silêncio ou da algazarra total de pedra, madeira, barro, trigo a cair. As vozes dos homens dentro do moinho, quando trabalhava, eram como vozes de deuses em ira, uma guerra para se fazerem ouvir – seria por isso que mais trabalhavam calados e se entendiam por um olhar ou um gesto. O moleiro viria a tornar-se mais falador para o fim da vida, depois de já não poder fazer trabalhar nem a ele mesmo nem ao moinho. Nesses dias, o cão aos pés, ficava horas sentado à soleira da porta do Moinho Grande, num banquinho baixo: o queixo encaixado nas mãos enlaçadas por cima da 118
Foto: Vasco Célio
curva do cajado. Dava-lhe mais ali o vento, era como se precisasse de continuar a sentilo. O resto, o caminho da estrada à cidade, podia ser um sossego perfeito: daquele socalco até às paredes do cilindro branco era quase sempre ventania. De cabeça baixa, pensando nos dias, levantava-a um segundo depois de o Reboliço dar sinal, se vinha no caminho alguém. No Inverno, se era já de noite e chegava o carro de um filho com os netos dentro, refletiam-se as luzes dos faróis na parede do moinho, calava-se o motor e o barulho era só o do vento nas cantarinhas a amplificar o silêncio todo. O avô moleiro levantava o corpo grande, acenava e descia as escadas dos socalcos com os pais, que 119
levavam para dentro as crianças, embrulhadas, ao colo, as orelhas cobertas pelas mantas de lã colorida que outra avó tricotara. O Reboliço avançava, a escapar-se às pernas que iam entrando: aberta a porta da casa, ia deitar-se à lareira, enquanto a avó punha a mesa e preparava o comer para o serão. O silêncio passava a ser, no dormitar do canito, um ruído semelhante ao das cantarinhas cheias do vento – vindo do pequeno candeeiro a gás . *Reboliço é o nome de um cão que o avô teve, no Moinho Grande. É a partir do seu olhar que aqui escrevo.
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OPINIÃO
Foi ver o futuro na Web Summit Fábio Jesuíno (Empresário) ste ano tive a oportunidade de participar na Web Summit, a maior conferência de tecnologia e empreendedorismo do mundo, e foi uma experiência fantástica onde consegui observar o futuro. Conhecer aqueles que tiveram ideias que mudaram o mundo é uma experiência fantástica, foi uma das coisas que tive oportunidade de fazer na Web Summit, 24 palcos cheios de apresentações muito interessantes com mais de mil e 200 oradores. O difícil foi escolher, mas, para facilitar essa tarefa, tínhamos disponível uma aplicação da conferência, muito útil para decidirmos o que ver e participar, permitindo também interagir com todos os participantes através de interesses e de forma presencial com um sistema de QR code que permitia facilmente a troca de contactos. Foram dias de muito networking e aprendizagem que me permitiram contactar com pessoas de todo o mundo e absorver uma série de conhecimentos únicos das mais variadas temáticas. Destaco a internet, política, noticias falsas, moda, blockchain, inovação e inteligência artificial, este último foi, na minha opinião, o que teve mais impacto durante toda a conferência. A Web Summit é uma montra para as startups, onde cada uma tem disponível durante um dia balcões para se apresentarem e tentarem falar com as pessoas que mais lhe interessam, potenciais investidores ou futuros clientes. As startups têm também a possibilidade de participarem do concurso de pitch e ganharem uma reputação global. Este ano a vitória foi para a Wayve, uma startup fundada por investigadores da Universidade de Cambridge do Reino Unido, que desenvolveu um sistema de carros autónomos que usa inteligência artificial. Os
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carros autónomos devem ser uma das principais tendências nos próximos anos. Uma das apresentações que me despertou mais interesse foi a do criador da internet, Tim Berners-Lee, que falou sobre a sua visão para esta rede, que criou em 1989 e mudou a nossa vida para melhor, mas também trouxe grandes desafios, principalmente para a nossa democracia, que através das mais diversas plataformas que não garantem a veracidade dos factos possibilitaram a partilha de informações falsas como meio de manipulação da sociedade, contribuindo para a desconfiança generalizada. Apresentou como solução para o futuro uma aliança entre empresas, governos e cidadãos para garantir um respeito dos nossos princípios democráticos. O tema que teve mais presente foi a inteligência artificial, muitas das startups que participaram tinham esta característica nas suas ferramentas ou produtos. As apresentações também abordaram esta temática com muita frequência, destacandose o robô Sophia que esteve acompanhada pelo irmão Han, onde o seu criador, Ben Goertzel, mostrou as melhorias implementadas nas expressões faciais, como alegria e tristeza. O Blockchain também foi amplamente falado como uma das principais tendências de futuro, destacando-se a apresentação de Peter Smith, CEO de uma das maiores carteiras de criptomoedas do mundo, a «Blockchain», que ofereceu 25 dólares na moeda digital Stellar Lummens a cada participante do evento. A Web Summit é, acima de tudo, uma grande comunidade de empreendedores, onde se promove o networking, debate e aprendizagem nas mais diversas áreas onde a tecnologia está sempre presente .
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OPINIÃO - Tudo em Particular e Nada em Geral
Os Novos Escravos Carla Serol (Uma Loira Qualquer) om a crescente vaga de crianças superinteligentes, desenvolvidas e hiperativas, porque isso de serem desenrascadas e mal educadas é coisa de gente antiga, surgiu entre nós uma nova espécie de pais que, não obstante a abolição da escravatura ocorrida há tantos séculos, assumem hoje essa triste condição! Por este país fora existem milhares de pais em regime de escravatura. Pais estes que se levantam às primeiras horas da madrugada, por vezes ainda de noite, para levar os meninos à escola e às mil e quinhentas atividades que os mesmos têm de praticar, para que não fiquem com muita energia e, consequentemente, nervosos e, portanto, hiperativos. Repito, não mal educados, que isso é coisa de gente parada no tempo. Correm ao fim do dia que nem loucos, fazendo uso dos seus inúmeros clones, para conseguirem estar presentes à mesma hora, no treino do mais velho e na escola do mais novo. Depois, são as reuniões na escola do menino de dois anos, para que a educadora explique que a criancinha é um exemplo de ser e já sabe fazer um risco a lápis de cera que mais parece um espermatozoide, mas que na verdade representa ele de mão dada com o seu pai escravo e com a mãe escrava. Tão lindo… Chega o fim de semana. Os pais pensam: “Ah tão bom, finalmente vou descansar!”. Só que não! Existem as festas de aniversário, santo Deus! Mas porque raios têm de existir as festas de aniversário?! Os pais têm de lá ir deixá-los, tarefa que normalmente cabe à mãe escrava, para depois terem de lá ir buscá-los. Se as mães escravas ficarem na festa, o assunto entre elas será sempre o mesmo: o parto das criancinhas! “Ah eu penei imenso!”, “Levei quarenta e oito horas a dilatar”, “O meu Joãozinho estava muito subido”, “Eu já tinha doze dedos de dilatação!”, “Levei trezentos pontos”… Isto é
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tortura! As nossas crianças torturam-nos sempre que nos submetem a isto! Os pais não são senhores de terem uma conversa de adultos sem serem constantemente interrompidos: ou porque têm de ir limpar o rabinho do mais novo à casa de banho, ou porque o irmão olhou para o outro durante dois segundos e levou a que este ficasse extremamente nervoso e ansioso. A criança nunca pode ficar nervosa! Isso pode causar danos irreversíveis no carácter da criança e levá-la a saber lidar com as emoções sozinha, e não é isso que se quer! Quem tem de fazer isso por elas, são os pais escravos. Falta referir a tortura da obrigação de assistir ao sarau de ginástica da menina, durante um dia inteiro dentro de um pavilhão com telhado de zinco a escaldar. Ou assistir a um torneio de futebol do menino, à chuva ou debaixo de um sol de quarenta graus… isto tudo para que os meninos não fiquem traumatizados e com baixa autoestima, só porque a mãe escrava e o pai escravo não estavam lá na bancada a gritar por eles! Os pais escravos de hoje não tiveram pais escravos. Nunca tiveram os seus pais livres na bancada aos gritos: “Vai filho, rebenta com eles”, “És o meu herói!”, “Força princesa, és a mais linda!”. Os pais escravos de hoje, imaginese, iam sozinhos para a escola. Quando regressavam, normalmente em bando, apitavam às campainhas e corriam pelas ruas. Iam às compras e faziam recados. Por tudo isto, hoje são escravos! Conseguem desempenhar trezentas tarefas num dia só em prol das suas criancinhas, desenrascam esquemas absurdos para conseguirem ter vinte clones e até sabem gerir sozinhos as suas emoções e frustrações. Tudo isto para não falhar, em nada, na vida do menino ou da menina, esperando que um dia os meninos e as meninas sejam tão só heróis e princesas. Mea culpa… E que atire a primeira pedra, aquele pai ou aquela mãe que por um único dia não foi escravo! . 122
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OPINIÃO - Poemas Contados
O Iémen é aqui Afonso Dias (poeta, autor de canções, cantor, dizedor de poesia) qui há tempos, num programa sobre as dietas e os quilos a mais que estragam as férias a muita gente, ouvi o médico e investigador Manuel Sobrinho Simões dizer, com piada, mais ou menos isto: “Se quer emagrecer, passe fome!”. Explicou ele a seguir que a graçola tinha a ver com o facto de a maioria das pessoas comer mais do que precisa (para além das asneiras na ingestão duns doces, uns copos, e tal…). Achei piada, claro… há pessoas em crise – e ao que parece muitas – por comerem demais. A obesidade, sobretudo a infantil e a juvenil, são grandes preocupações de saúde pública. Problema sério e comum nos países desenvolvidos, em que nos incluímos, apesar da OCDE, do FMI e das agências de rating (que raio de coisa é essa?!…) teimarem que não. Porque aqui, em Portugal, há comida – talvez menos do que nas américas ricas, nos países nórdicos, na Oceânia, mas há. Muita. Os supermercados, as lojas caras e as lojas modestas exibem prateleiras, escaparates, arcas congeladoras, peixarias, talhos, garrafeiras num delírio de fartura. Comida, bebida, roupa, adornos, cosméticos, brinquedos, tecnologia. De tudo. Muito. Parece mesmo que é só deitar a mão e levar. Há apenas um aborrecido pormenor: têm de pagar-se. Mas mesmo os bens de preço mais baixo são inacessíveis a quem não pode comprálos. E há sempre muita gente que não pode, mesmo nos países mais abastecidos: os pobres. Os que ganham pouco, os que não ganham nada, os indigentes de qualquer matiz. E é aí que a fome se instala a morder o cerne da vida, a levar crianças famintas para a escola, a arrastar pessoas sem-abrigo palas arcadas, a inundar casebres de insalubridade e frio. A fome. Há uns dias atrás a voz da locutora da TV fezme entrar pela sala dentro uma monstruosa estatística: no Iémen morre uma criança em ALGARVE INFORMATIVO #179
cada dez minutos, seis crianças por hora, cento e quarenta e quatro crianças por dia… de fome. Onze milhões de crianças estão ali ameaçadas de morte a brevíssimo tempo. (Já nem falo nos adultos) E ali não há sequer lojas e é disparatado dizer que as pessoas não podem adquirir os bens. Alimentares ou quaisquer outros. Porque não os há. Nem pão, nem carne, nem cereais, nem qualquer verdura, nem… lixo. Nem Web Summit... Como em muitos outros lugares do mundo – ai África, ai Ásia, ai Medio Oriente, ai América do Sul… - a barbárie da fome pousa, sempre em primeiro lugar, sobre os mais desvalidos povos. Vítimas primeiras da riqueza gananciosa e da metralha rica. E as crianças são os primeiros cordeiros sem que Deus interfira. E nós? . FOME abrem-se muito de espanto os olhos da fome redondos baços enormes os olhos dos meninos do iémen hoje 26 setembro ano da graça de 2018 flutuam ossos de vergonha em quem não tem olhos para ver a fome dos meninos do iémen e dos endereços da ásia da áfrica do mundo onde a fome habita e comanda a fome a fome a fome 124
(sabeis o que é a fome? as refeições que não há nunca...) em enxurradas de veneno a fome monda primeiro os rebentos mimosos e mais fáceis de morrer dos meninos pequenos e frágeis de fome de fome de fome o seio seco da fome metáfora muda e estridente da refeição nula que não chega nunca do descampado seco emigrado de verde do verde que desperta o leite e o riso e a brincadeira esvaída de força e traquinice por mando da fome da fome da fome da fome total de geografia infinda sem limites no bairro rico no vizinho abastado no tugúrio de lodo a fome toda plena de todos o tempo todo hoje 26.9.2018 .
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XI FEIRA DA PERDIZ VOLTOU A MOSTRAR AS POTENCIALIDADES CINEGÉTICAS DE ALCOUTIM Pavilhão Municipal José Rosa Pereira, em Martim Longo, acolheu, nos dias 10 e 11 de novembro, a XI Feira da Perdiz, com centenas de visitantes nacionais e estrangeiros a desfrutarem das muitas ALGARVE INFORMATIVO #179
atividades e espetáculos e iguarias deste certame organizada pelo Município de Alcoutim e pela ADECMAR em colaboração com diversas entidades. A cerimónia de Abertura Oficial da XI Feira da Perdiz contou com a presença de Osvaldo dos Santos Gonçalves 128
Presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, e do secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas, entre outras entidades. O certame apresentou um programa de natureza bastante eclética, com espetáculo equestre, colóquios, corridas de galgos, concurso canino, marchacorrida, falcoaria, degustação e animação musical. Destaque para a promoção gastronómica da região, com grande ênfase para a qualidade dos produtos 129
endógenos e para a necessidade de valorizar e divulgar a forma tradicional de «saber fazer». Reflexo disso foi a degustação «Talega do Caçador - O Pior do Porco», executada pela empresa local «Feito no Zambujal», que deliciou os presentes com a salada de focinheira fumada, xarém com papada curada, coração de porco com cebola caramelizada e pickles de cenoura, tostas de fígado com cebolada entre outros dos pratos apresentados. ALGARVE INFORMATIVO #179
ATUALIDADE Durante a marcha-corrida do calendário anual do IDPJ, o Presidente Custódio Moreno efetuou uma pequena homenagem ao Vereador do Desporto, Luís Conceição, pelo desempenho nas suas funções de treinador da seleção Feminina de Futsal na conquista da medalha de ouro nos Olympic Youth, tendo-o convidado para ser embaixador do Fair Play. Sobre a Feira da Perdiz, o Presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, Osvaldo dos Santos Gonçalves, enaltece o seu "contributo para reforçar a
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identidade do concelho, promover o potencial cinegético da região e valorizar e divulgar a nossa gastronomia, assim como outros produtos endógenos de grande qualidade” .
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ESTÁDIO MUNICIPAL DE ALBUFEIRA GANHA NOVA PISTA DE TARTAN stá a ser substituída a Pista de Tartan do Estádio Municipal de Albufeira, um investimento da autarquia no melhoramento de uma infraestrutura que serve diariamente centenas de utilizadores. José Carlos Rolo, Presidente da autarquia, visitou as obras e sublinhou a intenção de continuar a apostar na requalificação dos espaços desportivos em todo o concelho. “É um investimento para promover a prática desportiva formal e informal, assim como para potenciar a realização de estágios e eventos desportivos de nível nacional e internacional”, considera o edil albufeirense. A Pista de Atletismo Municipal já acolheu diversos estágios e eventos internacionais, mas o facto do piso se encontrar degradado em algumas zonas dificultava a sua utilização. Com este investimento, ALGARVE INFORMATIVO #179
ficarão repostas as condições de utilização de um equipamento muito requisitado, quer por clubes, como por praticantes informais. O investimento ronda os 300 mil euros, estando a conclusão da obra prevista para janeiro de 2019. ”Há efetivamente espaços desportivos que necessitam de uma intervenção e este era um deles. Queremos continuar este caminho, conscientes de que não conseguimos fazer tudo ao mesmo tempo, mas convictos de que faremos muitas outras intervenções que estão já assinaladas”, referiu José Carlos Rolo. Em relação ao Estádio Municipal, a criação de um edifício de apoio à Pista de Atletismo, a requalificação do bar de apoio ao Estádio e a impermeabilização da bancada, são as prioridades assinaladas . 134
NOVA UNIDADE DE SAÚDE MÓVEL DE ALCOUTIM FOI APRESENTADA EM GIÕES nova Unidade de Saúde de Móvel de Alcoutim foi apresentada pelo Presidente da Câmara Municipal Osvaldo dos Santos Gonçalves numa cerimónia que contou com a presença do Presidente do Conselho Diretivo da ARS Algarve, Paulo Morgado, no dia 1 de novembro, em Giões. Moderna e funcional, a nova unidade implicou um investimento de 75 mil e 30 euros realizado pelo Município de Alcoutim e cofinanciada em 80 por cento pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, no âmbito do Programa Operacional (PO) CRESC Algarve 2020, através da candidatura «Unidades de Saúde Móveis de Proximidade», apresentada pela ARS Algarve em parceria com os municípios da região. A unidade presta, além dos tratamentos de saúde habituais, consultas de saúde familiar e vai servir os utentes do Município de Alcoutim, que passam a dispor de consultas médicas nas suas localidades de residência. A nova unidade tem como objetivo melhorar os cuidados de saúde primários e de proximidade para as populações mais vulneráveis e tornar os cuidados mais equitativos. Na ocasião, o edil Osvaldo dos Santos Gonçalves congratulou-se 135
com a disponibilização deste importante projeto de cuidados primários de saúde, aproveitando para “reafirmar a necessidade de ter mais profissionais de saúde no concelho”. Na sua intervenção, o Presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde do Algarve, Paulo Morgado, apresentou o projeto das dez Unidades de Saúde Móveis Proximidade (USMP), cuja implementação, até ao fim de 2018, vai beneficiar os utentes do Serviço Nacional de Saúde mais idosos, mais vulneráveis e residentes em territórios rurais de baixa densidade e garantir uma prestação de cuidados de saúde de proximidade modernizada junto das populações nos concelhos de Albufeira, Alcoutim, Aljezur, Castro Marim, Loulé, Monchique, Portimão, São Brás de Alportel, Silves e Tavira .
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MUNICÍPIO DE ALBUFEIRA INVESTE 300 MIL EUROS NO APOIO A CLUBES DESPORTIVOS presidente da Câmara Municipal de Albufeira, José Carlos Rolo, assinou uma nova ronda de Contratos-Programa de Desenvolvimento Desportivo para o ano de 2018. No total, estes 17 contratos vão beneficiar três mil e 63 atletas, dos quais 2125 são federados, praticantes de 27 modalidades: basquetebol, ginástica rítmica, ginástica acrobática, karatê, futebol, futsal, futevolei, atletismo, jiujitsu, muay thai, cicloturismo, ciclismo, squash, judo, danças de salão, pesca, esgrima, hip-hop, ballet, yoga, boxe, voleibol, artes marciais, defesa pessoal, danças, natação e patinagem artística. Os clubes e associações contemplados foram o Futebol Clube de Ferreiras, o Clube de Basquete de Albufeira, o Atlético
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Clube de Albufeira, a Juventude Desportiva das Fontainhas, Karaté Clube de Albufeira, Associação Academia Alto da Colina, Clube Desportivo Areias de São João, Guia Futebol Clube, Acro Al-buhera- Clube de Ginástica de Albufeira, Judo Clube de Albufeira, Clube de Artes Marciais de Albufeira, Imortal Basket Clube, Clube de Pesca e Náutica Desportiva de Albufeira, Associação Centro Karaté Shotokan Algarve (ACKSA), LUEL- Arte em Movimento, Albufeira Futsal Clube e Academia Desportiva e Cultural Praia da Falésia. Até ao final do ano, a autarquia albufeirense irá celebrar ContratosPrograma com os restantes clubes e associações que não disponibilizaram de imediato toda a documentação
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necessária para se poder viabilizar os mesmos. Até ao momento, o total da comparticipação atinge os 301 mil e 264 euros, valor superior aos 230 mil euros investidos com a celebração de ContratosPrograma em 2017, um aumento de 35 por cento, valor que contemplou 18 clubes e coletividades, quatro mil e 389 atletas, dos quais mil e 716 são federados, e 22 diferentes modalidades desportivas. Os valores são atribuídos em função de critérios previamente fixados pelo Município, que têm por base os seguintes indicadores: número de atletas federados, total de praticantes, número de modalidades desportivas, escalões e nível competitivo, número de treinadores e grau de formação e os resultados desportivos alcançados durante o último ano. “Para 137
além da comparticipação financeira, prestamos ainda apoio a nível logístico e promocional, disponibilizamos transporte e combustível, bem como instalações para a realização de treinos e jogos”, explica o presidente da Câmara Municipal. Este ano, o executivo municipal manteve a disponibilização de uma verba suplementar para assegurar questões relacionadas com o transporte, nomeadamente o aluguer de viaturas para a deslocação das equipas, uma vez que a autarquia não tem capacidade para ceder transporte municipal a todas as coletividades. No total, foi concedida uma comparticipação financeira no valor de 33 mil e 700 euros para esse fim.
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MUNICÍPIO DE CASTRO MARIM ASSINOU ACORDO COLETIVO DE TRABALHO Câmara Municipal de Castro Marim assinou, no dia 9 de novembro, o Acordo Coletivo de Trabalho que permitirá a reposição de vários direitos retirados aos trabalhadores aquando da crise financeira em Portugal. Presentes estiveram o presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Francisco Amaral, os representantes da Direção Nacional do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), Paulo Gonçalves e Henrique Vilalonga, e o representante da Direção Regional e da Comissão Sindical do STAL, Nuno Emídio. ALGARVE INFORMATIVO #179
Em causa estão o usufruto de 25 dias úteis de férias, o gozo do dia de aniversário, o gozo do Dia de Carnaval, a dispensa de serviço em caso de funeral de parentes de 3.º e 4.º grau, a redução do período experimental do contrato de trabalho para metade e a possibilidade de chegar às 200 horas anuais de trabalho extraordinário. “Este acordo de trabalho vem promover um maior equilíbrio entre a vida pessoal e familiar e a atividade profissional, procurando o bem-estar de todos e uma maior motivação profissional”, declarou o autarca de Castro Marim .
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CASTRO MARIM RECEBEU NOVA UNIDADE MÓVEL DE SAÚDE
astro Marim recebeu, no dia 8 de novembro, uma nova Unidade Móvel de Saúde, num investimento de 75 mil euros realizado pelo Município e cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, no âmbito do Programa Operacional (PO) CRESC Algarve 2020. Recorde-se que a primeira Unidade Móvel de Saúde nasceu em Alcoutim, pelas mãos do atual autarca de Castro Marim, Francisco Amaral, o mesmo que, em 2014, implementou neste concelho a primeira UMS com médico. Atualmente, a UMS serve diariamente uma centena de povoações dispersas e isoladas no interior do concelho de Castro Marim, levando cuidados médicos ao domicílio de uma população mais vulnerável e frágil, promovendo um acompanhamento mais assíduo e próximo, com um maior tempo 139
para a avaliação da situação clínica, permitindo integrar o doente na sua realidade habitacional, familiar e social. A nova UMS de Castro Marim é fruto da candidatura «Unidades de Saúde Móveis de Proximidade», apresentada pela Administração Regional de Saúde do Algarve em parceria com os municípios da região, com uma taxa de comparticipação de 80 por cento. “Este é um trabalho de importância ímpar, que é desenvolvido em articulação com a Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim e com os serviços de saúde locais. Representa também uma otimização de gastos, uma vez que muitas vezes são evitadas as idas e os internamentos hospitalares”, refere o médico e autarca Francisco Amaral, salientando o “trabalho único e afetuoso desenvolvido pelas médicas Helena Gonçalves, Isa Frazoa e Suzana Valsassina, que são sobejamente conhecidas e queridas pela população local” .
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BOLSAS DE EXCELÊNCIA DA UNIVERSIDADE DO ALGARVE JÁ PREMIARAM 289 ALUNOS COM 280 MIL EUROS o dia 10 de novembro, 46 alunos da Universidade do Algarve foram distinguidos, numa cerimónia pública que decorreu no Grande Auditório do Campus de Gambelas, com a entrega do prémio Bolsas de Excelência. A iniciativa realizou-se pelo sétimo ano consecutivo e contou com a participação de 43 entidades, tendo já premiado 289 alunos num total de apoios de cerca de 280 mil euros. A bolsa atribuída paga integralmente o valor da propina do 1.º ano de licenciatura ou de mestrado integrado, que no ALGARVE INFORMATIVO #179
presente ano letivo é de 989,99 euros, aos melhores alunos que se matricularam no 1.º ano, em 2018/2019. O repto foi lançado pela Universidade do Algarve e, mais uma vez, entidades de diversas áreas, como turismo, banca, saúde, imobiliário, comércio e serviços, responderam ao desafio, premiando e reconhecendo o mérito e a excelência académica dos estudantes. Este ano associaram-se à iniciativa cinco novas entidades, designadamente a Altice Labs, Hospital de Loulé, Multiselect, Thai - Restaurante Tailandês de Vilamoura e Marinas do Barlavento. 140
Também em estreia nesta edição está o Município de Aljezur, que atribuiu uma bolsa ao melhor aluno proveniente deste concelho. Na perspetiva das empresas é muito importante atrair e apoiar novos talentos e desta feita coube a Maria José Encarnação, representante da GMS e da MSCAR, falar em nome dos empresários e das entidades envolvidas. “É crucial que o meio académico e o meio empresarial estejam interligados e, com esta iniciativa, a Universidade faz a ponte entre os dois mundos, valorizando a excelência. É nos alunos que está o crescimento e a força da formação, porque a região precisa de
quadros e de pessoas que gostem do Algarve”, defendeu. Já Paulo Águas, reitor da Universidade do Algarve, agradeceu publicamente o trabalho realizado pelos professores dos alunos premiados, bem como aos municípios que se associaram a esta iniciativa. “A Universidade do Algarve pretende assumir-se, cada vez mais, como um parceiro de todos os agentes educativos, de todas as instituições de ensino dos mais diferentes níveis”, frisou Paulo Águas. “Em termos acumulados, aproximamo-nos das três centenas de bolsas atribuídas, o que é notável”, reforçou o reitor .
UNIVERSIDADE DO ALGARVE PARTICIPOU NA 32.ª FEIRA DO ESTUDANTE NO LUXEMBURGO Universidade do Algarve participou na 32.ª Feira do Estudante, que se realizou no Luxemburgo, nos dias 8 e 9 de novembro. Dirigida a alunos do Ensino Secundário, esta iniciativa contou com a participação de representantes de 18 países e de mais de nove mil visitantes. Tendo como principal objetivo divulgar a sua oferta formativa, a presença da Academia Algarvia serviu ainda para estabelecer contactos e trocar informações com outras instituições. À semelhança de anos anteriores, estiveram presentes representantes de várias Universidades e Institutos Politécnicos de Portugal, no espaço da Embaixada de Portugal no Luxemburgo. No dia 8 de novembro realizou-se uma sessão de informação sobre o acesso ao ensino 141
superior em Portugal, destinada especialmente aos alunos do ensino secundário que aqui queiram prosseguir os seus estudos. É a segunda vez que a Universidade do Algarve está representada nesta feira, no âmbito do projeto «Algarve is Our Campus - Study and Research in Algarve», cofinanciado pelo Programa Operacional Regional do Algarve CRESC Algarve 2020, através do Sistema de Apoio a Ações Coletivas – Internacionalização. Este projeto tem como objetivo promover e reforçar a notoriedade e atratividade da Universidade do Algarve e do Algarve, através da implementação de ações que visam a internacionalização e o consequente aumento do número de estudantes, docentes e investigadores internacionais . ALGARVE INFORMATIVO #179
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CÂMARA DE FARO COMPROU VIATURA ADAPTADA PARA TRANSPORTE DE CRIANÇAS COM MOBILIDADE REDUZIDA Câmara Municipal de Faro procedeu, no dia 6 de novembro, à entrega à Delegação de Faro da Cruz Vermelha Portuguesa de uma viatura de nove lugares para transporte de alunos portadores de deficiência e com mobilidade reduzida. O veículo destina-se ao transporte exclusivo de crianças em idade escolar, do ensino básico até ao 9.º ano, com deficiência que não lhes permita viagem autónoma em transporte público. A viatura possui uma plataforma de elevação elétrica, varões de apoio e bolsa para acondicionamento dos sistemas de retenção das cadeiras de rodas. O seu funcionamento terá início já esta semana, ao abrigo do protocolo que formaliza a relação entre o Município de Faro e a Cruz Vermelha no âmbito do transporte de crianças com mobilidade reduzida. A viatura foi adquirida à empresa «Safemobility – Transformação de Veículos Especiais, Unipessoal, Lda.», num investimento de 31 mil e 604 euros, acrescido de IVA à taxa legal em vigor, e vem permitir à autarquia farense dar um passo importante no caminho do pleno acesso de todos os ALGARVE INFORMATIVO #179
alunos à educação, independentemente da sua condição material, social, física ou mental. Recorde-se que a Câmara Municipal de Faro adquiriu também este ano dois minibuses, no valor de 66 mil e 974 euros mais IVA, para o transporte, de/e para a escola, das crianças residentes em áreas do concelho que não são servidas pela rede de transportes públicos .
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EMPRESÁRIOS OLHANENSES PARTICIPARAM EM PALESTRA SOBRE MARKETING DIGITAL erca de oito dezenas de empresários tiveram oportunidade de assistir à palestra ministrada por Fernando Antunes, promovida pelo Município de Olhão, no dia 2 de novembro, e subordinada ao tema «Marketing digital para pequenas e médias empresas – estratégias e táticas de relacionamento com o cliente». A iniciativa contou com a presença de empresários ligados à hotelaria, restauração, design, publicidade, imprensa, imobiliário, indústria e comércio, mas também associações locais e alunos de multimédia, trazendo a Olhão um dos maiores especialistas mundiais na área do marketing, que se encontra em Portugal para participar na Web Summit, em Lisboa.
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Fernando Antunes, professor universitário e fundador da Brasília Marketing School, abordou temas como o posicionamento do Algarve e das empresas da região nas diversas redes sociais e as ferramentas digitais de marketing à disposição dos empresários. No final da palestra, os participantes tiveram oportunidade de colocar questões e conversar demoradamente com o palestrante. “É para o nosso concelho uma honra e uma oportunidade imperdível podermos contar em Olhão com a presença de um especialista como o Fernando Antunes, que partilhou com os nossos empresários o seu know how, ferramentas e estratégias de marketing, num mundo cada vez mais digital”, afirmou o presidente da autarquia, António Miguel Pina , ALGARVE INFORMATIVO #179
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PISTA DE GELO NATURAL E MERCADO DOS DOCES SÃO AS NOVIDADES DESTE NATAL NO CONCELHO DE LOULÉ rranca, no dia 1 de dezembro, o Programa de Animação de Natal 2018 no Concelho de Loulé, iniciativa que pretende, mais uma vez, levar o espírito desta quadra festiva às localidades, dinamizando as suas zonas comerciais. A chegada do Pai Natal ao coração da cidade de Loulé, pelas 15h do dia 1, marca o início de muitas iniciativas que irão prolongar-se até ao Dia de Reis (6 de janeiro).
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Depois de um trenó puxado por renas, de um carro de bombeiros ou de um charrete do Clube Hípico, o «velhinho das barbas brancas» chegará de novo à cidade de uma forma surpreendente. Na Praça da República, as crianças serão brindadas com presentes entregues pelo próprio Pai Natal e pelos seus duendes. Nesta ocasião, que marca também a inauguração da iluminação de Natal, a música irá soar por vozes do Grupo Coral Infantil de Loulé, considerado o maior coro do país, que vai interpretar 144
canções originais, mas também temas de Natal intemporais. A chegada do Pai Natal a Quarteira acontece a 2 de dezembro, pelas 11h, no Jardim Filipe Jonas, enquanto que em Almancil este momento decorre às 15h30, no Jardim das Comunidades. Outro dos pontos altos deste programa será a inauguração da «Aldeia dos Sonhos», com uma Parada de Natal. No dia 6 de dezembro, a partir das 10h, milhares de alunos das escolas do Concelho irão participar nesta abertura, vestidos com as cores natalícias e com adereços alusivos à época. O espaço pretende recriar a Aldeia do Pai Natal, com decoração temática, a casa do Pai Natal, brinquedos tradicionais, bonecos de neve, um carrossel de madeira, uma mini-roda gigante, insufláveis, pinturas faciais, sessões de teatro e «Hora do Conto», gastronomia alusiva à quadra e todo o ambiente caloroso associado a esta época festiva. Este ano, a Aldeia estende-se por quatro polos. A Cerca do Convento volta a ser o núcleo central deste mundo encantando onde se encontrará, por exemplo, a Casa do Pai Natal. Já na Alcaidaria do Castelo, o público poderá visitar a Aldeia dos Duendes com as suas casas em forma de cogumelo e as oficinas de fabrico dos brinquedos. O «Polo Sul» irá localizar-se na Praça D. Afonso III, onde estará este ano uma pista de gelo natural para que as crianças possam ter a experiência da patinagem. Outra das novidades é a integração do Mercado Municipal na «Aldeia dos Sonhos». Assim, nos sábados e domingos de dezembro, este ex-líbris da cidade vai transformar-se no «Mercado do Doces», com várias bancas de venda de guloseimas como chocolates, gomas, bombocas, ginginha, crepes, waffles e 145
muitas iguarias da época, enquanto que performers criarão momentos de animação no espaço. Nas noites das sextas-feiras, o Mercado recebe espetáculos que têm como mote a época natalícia mas com abordagens musicais diferentes: o Fado de César Matoso (7 de dezembro), as sonoridades jazzísticas da Orquestra de Jazz do Algarve (14 de dezembro), o gospel dos Shout (21 de dezembro) e as versões de temas dos britânicos The Beatles, bem como músicas natalícias dos anos 60 e 70, pelos louletanos The Bottles (28 de dezembro). O encerramento da «Aldeia dos Sonhos» faz-se também dentro do Mercado, com um concerto do Grupo Coral Infantil de Loulé, que decorrerá, no dia 30 de dezembro, pelas 16h30. A «Aldeia dos Sonhos» irá funcionar de 6 a 30 de dezembro, no seguinte horário: de terça-feira, quarta-feira, quinta-feira e domingo, das 14h30 às 19h; sexta-feira, das 14h30 às 22h30; sábado, das 10h às 19h. A entrada é livre. Até ao Dia de Reis estão previstas diversas iniciativas em Loulé, Quarteira e Almancil, em parceria com os lojistas, tendo em vista a promoção do comércio tradicional numa altura tão importante em termos comerciais como é o Natal. De 1 a 25 de dezembro decorre o Concurso de Montras no Comércio Local. No dia 8, pelas 10h, tem lugar a iniciativa «Montras Vivas», em que os comerciantes são convidados a estender a sua atividade para a frente das suas lojas, com montras vivas e cenários criativos, decoração da época e formas inovadoras de mostrar o que cada loja tem de melhor. O objetivo é mostrar a
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ATUALIDADE qualidade dos produtos e o bom serviço do comércio louletano. A Feira da Serra está de volta no dia 8, à Avenida José da Costa Mealha, com uma variada mostra de artesanato e produtos agroalimentares. O certame conta com dezenas de expositores e abre as portas das 10h às 17h. E porque o Natal é uma época de solidariedade, no dia 15 acontece mais uma edição do «Encontro de Camisolas» para apoiar quem mais necessita. Neste roteiro solidário, a autarquia louletana convida a população a sair à rua vestida de Natal com as tradicionais camisolas com motivos natalícios ou outros adereços como gorros e enfeites, ao mesmo tempo que os participantes poderão contribuir com brinquedos, roupas ou comida para depositar nas caixas que vão estar devidamente assinaladas nos cafés e bares. Estes donativos serão entregues a
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instituições particulares de solidariedade social. À semelhança do que tem acontecido nos últimos anos, este programa de animação vai trazer ao concelho um espetáculo especial de Natal. Desta vez será em Quarteira, dia 9 de dezembro, pelas 15h30, no Pavilhão Drª Laura Ayres, e a proposta da Câmara Municipal de Loulé é «O Mundo de Sara». Vinda do universo muito bemsucedido do «Panda e os Caricas» surge «O Mundo da Sara», um dos mais recentes fenómenos da música infantil que está a conquistar os mais novos. Este primeiro disco está repleto de canções divertidas onde entram piratas, rockstars, cowboys, princesas, naves espaciais e muitas mais aventuras. Os bilhetes para este concerto têm um preço único de cinco euros e vão estar à venda no comércio tradicional .
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PORTIMÃO COM PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO DE 18 DIAS ela primeira vez em 10 anos Portimão não figura na listagem publicada trimestralmente pela Direção-Geral das Autarquias Locais (DGAL) dos Municípios com um Prazo Médio de Pagamento (PMP) superior a 60 dias. Os dados avançados por este serviço do Estado, integrado no Ministério da Administração Interna, relativos ao 3.º trimestre de 2018 informam que o PMP do Município de Portimão, durante este período, atingiu os 18 dias. Recorde-se que, em 2014, a Câmara Municipal de Portimão atingiu um PMP de
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quatro mil e 628 dias, tendo empreendido uma assinalável recuperação neste rácio económico/financeira que, em final do mês de setembro, era de 18 dias. Pelo terceiro ano consecutivo, o executivo liderado por Isilda Gomes apresenta também um relatório de contas com Resultados Líquidos Positivos, o que permitiu que se iniciassem investimentos de recuperação/beneficiação de vias urbanas, da iluminação pública e dos espaços ajardinados .
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VILAMOURA RECEBEU BANDEIRA NÍVEL III - CIDADES DE EXCELÊNCIA eve lugar, no dia 6 de novembro, na sede da Inframoura, a cerimónia de atribuição da Bandeira «Cidade de Excelência – Nível lll» como reconhecimento público do trabalho que esta empresa tem vindo a desenvolver no âmbito da qualificação urbana de Vilamoura. A distinção deve-se ao grau de evolução da implementação do Plano de Ação Local proposto pela Inframoura aquando da adesão à Rede de Cidades e Vilas de Excelência, incidindo nos eixos «Cidade ou Vila Acessível para Todos» e «Cidade ou Vila Ciclável e de Mobilidade Amigável». A Rede de Cidades e Vilas de Excelência reconhece com este galardão o manancial de planos, projetos, ações e iniciativas em ALGARVE INFORMATIVO #179
contexto de mobilidade suave, que tiveram e terão lugar no espaço público de Vilamoura, visando assim tornar este núcleo urbano cada vez mais num espaço de referência pela acessibilidade universal e pelo foco nos modos suaves de deslocação. Quando a Inframoura aderiu à Rede de Cidades e Vilas de Excelência, foram desenvolvidos vários planos e estudos em Vilamoura, entre os quais se destacam o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável de Vilamoura, o Plano de Ação para a Rede Ciclável de Vilamoura, o Enquadramento da Sinalização Vertical Direcional no contexto particular de Vilamoura e o Projeto de Sinalização Pedonal de Vilamoura.
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No que concerne a projetos de requalificação do espaço público, a Rede de Cidades e Vilas de Excelência destaca as requalificações da alameda da Praia da Marina, da rua do Sol, do Clube Náutico e rua da Botelha e do Centro Tivoli. Com foco nos modos suaves de deslocação, foram considerados o projeto para a criação da ciclovia na Avenida Eng.º João Meireles; o corredor de mobilidade para os modos suaves na rua dos Estados Unidos da América; a monitorização da mobilidade pedonal na Avenida da Marina; a implementação de rede energicamente autónoma de distribuição de Wifi e sistema de monitorização ambiental na Avenida Eng.º João Meireles; a ampliação da rede de sensores e monitorização do uso da bicicleta em vivência urbana; e o desenvolvimento da app mobile para uso do sistema de bicicletas partilhadas. Já no que diz respeito à gestão de tráfego e
estacionamento, a Rede destacou a implementação do sistema de gestão de tráfego; a semaforização de cruzamentos na periferia próxima ao centro; o projeto do parque de estacionamento Melvin Jones. Projetos e iniciativas como a substituição de luminárias convencionais de baixa eficiência energética por tecnologia LED, a implementação da app do cidadão «Inframoura Share», a conceção do sistema integrado de gestão de frota da Inframoura e o projeto colaborativo com o Colégio Internacional de Vilamoura, também foram tidos em conta para esta entrega. Por fim, a Rede frisou com devida importância a ação de implementação da rede de pontos de carregamento de veículos elétricos em Vilamoura .
MUNICÍPIO DE SÃO BRÁS DE ALPORTEL DISTINGUIDO POR VOLUNTARIADO AMBIENTAL PARA A ÁGUA Município de São Brás de Alportel foi distinguido pela Agência Portuguesa do Ambiente com o certificado de mérito pela participação no Projeto de Voluntariado Ambiental para a Água. A distinção foi recebida pela coordenadora do Centro de Interpretação e Educação Ambiental do Município – Quinta do Peral, a responsável pela área da educação ambiental municipal, Cristina Matias. As distinções foram entregues a 1 de outubro, na delegação de Faro do Instituto 149
Português do Desporto e da Juventude, numa cerimónia que se realizou durante a Semana de Educação e Iniciativas de Voluntariado Ambiental – SEIVA 2018, que teve lugar entre 26 de setembro e 3 de outubro. Com estas distinções, a APA procura galardoar as entidades que colaboram ao nível do voluntariado ambiental para a água, uma temática de suprema importância na valorização da qualidade deste bem tão precioso e escasso no Algarve .
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ESTRATÉGIA DE DEFESA DA FLORESTA DE SÃO BRÁS DE ALPORTEL TEVE BALANÇO POSITIVO inalizado o período crítico de risco de incêndios florestais, a Comissão Municipal de Defesa da Floresta de São Brás de Alportel reuniu, no dia 7 de novembro, no Salão Nobre do Município de São Brás de Alportel para fazer o balanço do Plano de Ação de Prevenção de Incêndios Florestais de 2018. Um balanço entendido por todos como positivo, em resultado de um esforço intenso na prevenção realizado pelo Município e pela parceria alargada que integra entidades locais, regionais e nacionais, assim como pelos proprietários de terrenos florestais e que permitiu que, ao longo de 2018, cerca de 32 ocorrências/ignições fossem rapidamente resolvidas no concelho. No decurso da reunião foi ainda referida a importância de algumas ações realizadas, nomeadamente as limpezas executadas em muitos terrenos, um trabalho partilhado pelo município e por muitos particulares, que teve um impacto ALGARVE INFORMATIVO #179
determinante na forma como as ignições puderam ser rapidamente resolvidas. O Plano de Ação de Prevenção de Incêndios Florestais de 2018 para o concelho de São Brás de Alportel contemplou 30 medidas, entre as quais a limpeza de bermas; a limpeza e manutenção da Rede Viária Florestal; e a realização da Rede Primária de Faixas de Combustível e a realização de Redes Secundárias de Faixas de Interrupção de Combustível. As ações de fiscalização sobre a limpeza em redor de habitações, o pré-posicionamento de um veículo e da respetiva equipa de bombeiros para combate a incêndios no coração da Serra do Caldeirão, a vigilância na Torre de Vigia da Menta, o patrulhamento do território pelas equipas SEPNA e GIPS da GNR, assim como o patrulhamento realizado pelo Exército Português e a implementação do programa «Aldeia Segura, Pessoas Seguras», foram outras 150
medidas concretizadas que complementaram este plano de ação. De sublinhar ainda que o Município de São Brás de Alportel tem em curso a obra de construção de um ponto de água na zona sul do concelho, no sítio de Hortas e Moinhos, para abastecimento a helicópteros de combate a incêndios. E a recém-criada Equipa de Sapadores Florestais de São Brás de Alportel, constituída em março, com um vasto trabalho concretizados nestes meses, foi um importante contributo na concretização deste plano. A reunião contou com a presença das diversas entidades locais e regionais parceiras da autarquia que integram a Comissão Municipal de Defesa da Floresta de São Brás de Alportel, como é o caso da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de São Brás de Alportel, a Associação de Produtores Florestais da
Serra do Caldeirão, os grupos de intervenção GIPS e SPENA da GNR, a GNR de São Brás de Alportel, a Junta de Freguesia de São Brás de Alportel, a EDP, o Instituto da Mobilidade e dos Transportes e o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas. “O principal constrangimento à defesa da floresta é a legislação e as políticas de ordenamento do território que, sendo demasiadamente restritivas, com excessivos constrangimentos à intervenção nas zonas rurais, condenam os territórios à desertificação humana. E, sem pessoas, não se podem defender as florestas. É premente dar mais autonomia aos municípios, ao nível do ordenamento do território”, defendeu o Presidente da Câmara Municipal, Vítor Guerreiro .
PROJETO FLAMINGO DA APEXA ESTREOU «AUTO DA BARCO DO INFERNO DO SÉCULO XXI» o âmbito do projeto Flamingo, apoiado pelo Município de Silves, a APEXA - Associação de Apoio à Pessoa Excecional do Algarve estreou, no dia 9 de novembro, a peça «Auto da Barca do Inferno do século XXI». A iniciativa teve lugar na Escola Primária de Vale de Margem e mostrou o potencial e a dedicação de cada utente e o meritório trabalho realizado em equipa. O Projeto Flamingo tem como principal missão prestar apoio a pessoas com necessidades especiais ou em desfavorecimento social residentes no concelho de Silves e pretende dar soluções que melhorem significativamente, quer a 151
sua qualidade de vida, quer a sua inclusão social. Trata-se de um projeto que tem vindo a ser desenvolvido desde 2013, com a realização de diversas atividades nas áreas da saúde, educação, tecnologia, desporto, entre outras . ALGARVE INFORMATIVO #179
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TIAGO GUADALUPE ESCREVE BIOGRAFIA DE MANICHE hega às principais livrarias nacionais, no final de novembro, a biografia oficial de Maniche, exjogador internacional português. O livro «MANICHE18», da autoria de Tiago Guadalupe, percorre a vida deste jogador carismático, um médio box to box de eleição, de grande atitude competitiva, determinação e com elevado brilho técnico-tático. Um atleta que representou clubes de topo durante 15 anos, jogou nos principais campeonatos europeus - Inglaterra, Espanha, Itália e Alemanha - atingindo a marca de 500 jogos oficiais. Durante esse período vestiu igualmente a camisola da Seleção A de ALGARVE INFORMATIVO #179
Portugal em 51 ocasiões, marcando golos decisivos. A obra foi escrita por um dos seus melhores amigos, Tiago Guadalupe, e resulta de mais de 80 horas de conversas honestas e «sem rodeios» com Nuno Ribeiro, que acabaríamos por conhecer e reconhecer como Maniche, e com muitos que com ele partilharam história e estórias, balneários, vitórias e derrotas, momentos épicos e tempos difíceis. «MANICHE18» é, por isso, muito mais que a biografia oficial de um jogador que marcou gerações, trata-se de uma odisseia fascinante e inspiradora, à defesa e ao ataque, de alguém que desafia sem medo o 152
significado do sucesso - um espectro completo da vida no topo do futebol e uma excelente retrospetiva de uma carreira verdadeiramente inesquecível. Nestas páginas pode-se ler a história única de Maniche, desde o crescimento no Bairro da Boavista, um bairro problemático de Lisboa, passando pela afirmação enquanto celebridade nacional e mundial de futebol, pela glória internacional na Taça UEFA em 2003, na Liga dos Campeões e na Taça Intercontinental em 2004, mas também pela deceção de uma
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nação na final do Euro 2004, até ao adeus aos relvados em 2011. Maniche fala abertamente de tudo, desvenda opiniões, peripécias, curiosidades, privilégios e pressões vividas nos bastidores de uma vida profissional preenchida de um homem determinado, com um instinto ganhador e com um compromisso – vencer. O livro conta com o prefácio de José Mourinho e posfácio de Gianni Infantino, presidente da FIFA, para além d as participações especiais e exclusivas de Luiz Felipe Scolari, Cristiano Ronaldo, Jorge Mendes, Nuno Gomes, Luís Figo, Vítor Baía, Deco, Jorge Costa, Zlatan Ibrahimovic, Javier Zanetti, Fernando Torres, Iker Casillas, John Terry, Rio Ferdinand, Pinto da Costa, Jorge Jesus, Sérgio Conceição e muitos outros. O autor, Tiago Guadalupe, é coordenador da Divisão de Desporto da Câmara Municipal de Loulé e escreve com regularidade em diversas publicações nacionais e internacionais. Já estagiou no Chelsea, Benfica, Locomotiv de Moscovo e Sporting de Braga. Tem realizado estudos onde tem tido a colaboração exclusiva de alguns dos maiores nomes do futebol, como são os casos de José Mourinho, Cristiano Ronaldo, Didier Drogba, Frank Lampard, John Terry, Rio Ferdinand, Leonardo Jardim e outros .
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