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ALGARVE INFORMATIVO Revista semanal - 22 de fevereiro, 2020
LA SOIRÉE «À BABUJA» | FESTIVAL AL-MUTAMID | ANDRÉ CARDOSO | 20 ANOS DE MÚSICA XXI
1 INFORMATIVO #237 «O CONVIDADOR DE PIRILAMPOS» | ALBUFEIRA E LOULÉ APRESENTARAMALGARVE NOVOS PROJETOS
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120 - Pedro Burmester e amigos em Loulé
20 - Albufeira com novos projetos
70 - «À Babuja»
54 - Festival Entrelaçados em Lagos ALGARVE INFORMATIVO #237
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140 - Novo Posto da GNR em Almancil
112 - André Cardoso
100 - «O Convidador de Pirilampos»
10 - Novos projetos em Loulé
42 - Farense venceu Oliveirense
86 - Festival Al-Mutamid em Olhão
OPINIÃO 128 - Paulo Cunha 130 - Paulo Bernardo 132 - Ana Isabel Soares 134 - Vera Casaca 136 - Fernando Esteves Pinto 30 - 20 anos de Música XXI 5
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“LOULÉ É UM CONCELHO INCLUSIVO, COESO, EM QUE NINGUÉM FICA PARA TRÁS”, AFIRMA VÍTOR ALEIXO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina o âmbito do 32.º aniversário de elevação de Loulé a cidade, o Auditório do Solar da Música Nova acolheu, no dia 15 de fevereiro, uma sessão pública de apresentação dos vários projetos em curso. Um momento para “homenagear e enfatizar o
esforço, dedicação, trabalho e empenho de todos aqueles que contribuíram para o desenvolvimento desta terra, que hoje é uma cidade bonita, ALGARVE INFORMATIVO #237
equilibrada, atrativa, dotada de serviços fundamentais para os seus cidadãos e para os turistas que a visitam”, descreveu Vítor Aleixo, não escondendo o orgulho que sente por Loulé e pelas personalidades que ela deu ao país nas mais variadas áreas da sociedade. “Temos muito
orgulho no legado histórico que os nossos antepassados nos deixaram e o que procuramos é honrar esse legado e projetar sempre, com grande ambição e amor, a nossa terra por esse 10
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mundo fora”, realçou o presidente da Câmara Municipal de Loulé, aproveitando para reconhecer também o contributo de todos os autarcas que o antecederam no exercício destas funções, bem como a todos os representantes políticos do concelho que ao longo da história lutaram para que Loulé fosse elevada a cidade. Vítor Aleixo afirmou que Loulé atravessa um “momento vibrante”, para o qual tem sido também fundamental o papel dos líderes das coletividades e associações da cidade, das empresas e comerciantes, dos homens e mulheres ligados à cultura, conhecimento e ensino e da comunidade paroquial. “É a
mobilização de todos estes agentes, apoiados e enquadrados pelo poder local eleito, que faz uma cidade crescer, desenvolver-se de forma equilibrada e moderna. Loulé soube conciliar a tradição e as marcas do passado com a modernização e a ALGARVE INFORMATIVO #237
adaptação às novas necessidades da sociedade. É uma cidade com alma, valores e princípios, uma cidade em que as pessoas participam ativamente nas suas diversas dinâmicas, quer sejam políticas, sociais, culturais ou desportivas”, destacou o edil, acrescentando ainda que Loulé é também uma cidade inclusiva, “que se
preocupa com todos os seus residentes”. Loulé vive, pois, um ciclo de grande investimento e desenvolvimento, o que não impede o executivo camarário liderado por Vítor Aleixo de ser muito criterioso e rigoroso nas suas ações com o objetivo de manter as finanças públicas equilibradas. “Somos um
concelho inclusivo, com forte intervenção social, em que ninguém fica para trás. Para tal 12
temos um regulamento de apoio às pessoas carenciadas, ainda ontem estive em Quarteira a assinar contratos de auxílio nesse âmbito, e custou-me ver cidadãos precocemente envelhecidos, que trabalharam uma vida inteira e que agora não têm dinheiro para pagar as contas da casa e a sua medicação. Isso doi”, confessou o autarca. “Temos um litoral muito desenvolvido e um interior com problemas de desertificação e envelhecimento, com falta de desenvolvimento económico, dinâmica social e juventude. Por isso, trabalhamos todos os dias para ter um território coeso, mas também competitivo, porque, sem boas empresas ou
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empresários, não vamos a lado nenhum. E hoje vivemos num mundo onde o clima muda constantemente, onde estamos todos a vivenciar uma crise climática que vai mudar a vida do ser humano no planeta, e trazemos para a nossa ação política diária as preocupações com as alterações climáticas. Os grandes problemas são globais, mas as respostas têm que ser locais”, defendeu Vítor Aleixo. Numa altura em que se respira no concelho uma excelente saúde financeira, fruto do trabalho de equilíbrio orçamental, a autarquia louletana pretende, então, investir no desenvolvimento do seu território sem,
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no entanto, descurar o equilíbrio das contas públicas. “Entre 2017 e 2018,
Loulé foi o município de média dimensão do país que mais investiu em obras públicas”, recordou o presidente da Câmara Municipal de Loulé. Assim, se, em 2018, foram lançadas 88 obras, totalizando um valor de 30 milhões de euros, no ano seguinte esse número foi ainda mais expressivo, com 115 obras lançadas, correspondentes a 57 milhões de euros, “apesar de apenas 14
milhões de euros terem chegado à fase de contratação da empreitada, pois a crise liquidou muitas empresas e a procura hoje é bastante superior à capacidade de resposta dos empresários do setor público de construção”, explicou Vítor Aleixo. De entre os muitos projetos em curso ou que irão para o terreno em breve, um dos mais significativos é o ABC Loulé Active Life Health and Research, que, a par de Vilamoura, prevê para Loulé a construção do Edifício Mariano Gago, um centro dedicado à investigação e aos cuidados de saúde, onde irão ficar localizadas diversas valências estratégicas de instituições de carácter nacional (INSA – Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, INFARMED, IPST – Instituto Português do Sangue e da Transplantação, SPMS - Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, ACSS – Administração Central dos Sistemas de Saúde e DGS – Direção Geral de Saúde). Ao todo, são sete milhões de euros que serão investidos neste projeto de grande ambição na área das ciências biomédicas, ALGARVE INFORMATIVO #237
destacando-se a instalação, neste edifício, de um Banco Público de Células do Cordão Umbilical ou o Centro de Investigação de Entomologia do Algarve (CIEMA). O aspirante Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira, iniciativa intermunicipal pluridisciplinar que assenta em áreas como a social, ambiental, cultural ou económica, projeto holístico que conta a história da terra, “é um grande desfio para o Município”, admitiu Vítor Aleixo, que prevê que, dentro de dois ou três anos, esse território possa ser Geoparque Mundial da UNESCO. E, com o objetivo de responder a uma “carência
generalizada do país, mas em que o concelho de Loulé é particularmente afetado”, a Câmara Municipal de Loulé criou a Estratégia Local de Habitação 20202030. “A autarquia pretende, de
uma forma muito ambiciosa, atenuar significativamente o problema de falta de habitação nos próximos 10 anos, com o apoio direto a 1.400 agregados familiares”, revelou o edil. Deste modo, e no que respeita à cidade de Loulé, já foram adquiridos oito lotes de terreno com potencial de construção para cerca de 128 fogos, num investimento de 1,5 milhões de euros. No que respeita à requalificação urbana, para breve está a inauguração da segunda fase do Parque Municipal de Loulé, um investimento de 1 milhão e 157 mil euros que permitirá criar 14
naquele que é o «pulmão» da cidade novos espaços verdes e zonas para a prática de desporto informal, como é o caso de um street workout. Ao nível das acessibilidades, a segunda fase da Circular Norte de Loulé significará a concretização de uma antiga aspiração e constitui um importante investimento, cerca de quatro milhões de euros, com o concurso para a obra a já ter sido aprovado em reunião camarária. Por outro lado, é intenção da Autarquia de Loulé criar uma nova avenida “moderna, com
características alinhadas com a necessidade de uma cidade que se adapte à emergência climática, com passeios generosos, arborização e uma ciclovia”, descreveu Vítor Aleixo, na zona Norte/Nascente da cidade, entre a Avenida Laginha Serafim e a Rua Afonso de Albuquerque. A aquisição dos terrenos já teve início, numa altura em que o projeto está igualmente numa fase adiantada. 15
Na área da saúde, em fase de conclusão do projeto e praticamente a arrancar o concurso púbico está outra obra estruturante para a cidade: uma unidade de saúde que irá integrar o agrupamento de Centros de Saúde Central – ACES Central, Unidade de Saúde Familiar Lauroé – USF Lauroé, Unidade de Cuidados de Saúde na Comunidade – UCC Gentes de Loulé e Centro de Saúde Universitário. Dos 3,7 milhões de euros, 1,3 milhões de euros são despesa do Ministério da Saúde já aprovada, com Vítor Aleixo a entender tratar-se de “um equipamento
fundamental e muito necessário na cidade”. A «Cidadela da Segurança e Proteção Civil de Loulé» é outro dos projetos muito aguardados e que irá reforçar o papel central da cidade no contexto da região nestas matérias. Por isso, no dia 2 de março serão inauguradas as instalações do CREPC – ALGARVE INFORMATIVO #237
Comando Regional de Emergência e Proteção Civil, um investimento de 900 mil euros, enquanto que o CODU – Centro de Orientação de Doentes Urgentes regressa ao Algarve e ficará localizado nas instalações do INEM que irão funcionar também nesta Cidadela. Em breve será aberto o concurso para esta empreitada cujo investimento deverá rondar 1,5 milhões de euros. Também em termos de parcerias para a área da segurança, “um pilar
fundamental de um Estado democrático”, Vítor Aleixo falou do investimento realizado no Posto de Destacamento Territorial de Loulé, primeiro com os arranjos nas cavalariças (40 mil euros) e agora com a melhoria do próprio edifício. Dentro de dias arranca a obra de musealização dos Banhos Islâmicos de Loulé (1 milhão e 300 mil euros), “únicos no país e os melhor ALGARVE INFORMATIVO #237
conservados da Península Ibérica e que serão um ex-líbris desta cidade”, garantiu o presidente da Câmara Municipal de Loulé, aproveitando para dar mais novidades sobre o futuro Quarteirão Cultural.
“Posso garantir-vos que Loulé vai ficar no mapa, muitos turistas irão acorrer à cidade para o visitar”. Dentro de dias arranca ainda a construção do Parque de Estacionamento da Cássima, localizado num terreno municipal junto os serviços de Segurança Social, que permitirá criar 200 lugares de estacionamento para veículos ligeiros, lugares destinados a pessoas com mobilidade reduzida e zona de estacionamento de motociclos e bicicletas. Um investimento de 435 mil euros vem dar resposta a uma necessidade premente no perímetro urbano . 16
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MUNICÍPIO DE ALBUFEIRA VAI INVESTIR 150 MILHÕES DE EUROS NOS PRÓXIMOS QUATRO ANOS PARA CONSTRUIR O PRESENTE E CRIAR O FUTURO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina presidente da Câmara Municipal de Albufeira, José Carlos Rolo, convidou a comunicação social e as forças vivas do concelho para fazer, no dia 13 de fevereiro, o balanço dos dois primeiros anos deste mandato autárquico, bem ALGARVE INFORMATIVO #237
como para revelar os muitos e ambiciosos projetos que estão no terreno, em fase de adjudicação de obra ou prontos para avançar para fase de concurso. Ao todo são cerca de 150 milhões para investir entre 2020 e 2023, com o intuito de “construir o presente e criar o futuro”, logo a começar pela educação, “uma área
charneira de qualquer sociedade 20
ou comunidade” para a qual estão destinados oito milhões de euros. Neste valor incluem-se as ampliações da Escola EB 2,3 Diamantina Negrão e da Escola EB 2,3 Francisco Cabrita, a ampliação dos Jardins-de-Infância da Correeira, Ferreiras, Vale Rabelho e Caliços, a remodelação dos pisos desportivos em todos os estabelecimentos escolares, a ampliação da EB1 Olhos de Água e a criação de uma 21
nova sala de ATL e Arrecadação na EB1 Fontainhas. Para a pasta do património cultural estão reservados dois milhões de euros, com a maior fatia a ir para as obras na antiga Igreja Matriz de Albufeira (1,6 milhões de euros), intervenção que sofreu um atraso ALGARVE INFORMATIVO #237
porque o primeiro concurso não recebeu qualquer candidatura. “É um problema
com que se debatem os autarcas nos tempos atuais, porque as obras são muitas e as empresas com capacidade para as realizar são poucas”, admitiu José Carlos Rolo. A criação do futuro Centro de Artes e Ofícios orçará em 560 mil euros e outro projeto realçado diz respeito ao Geoparque Algarvensis, que envolve os concelhos de Loulé, Silves e Albufeira.
“No Escarpão e na zona de Paderne temos sítios riquíssimos em termos geológicos e o objetivo é criar fluxos de pessoas para o barrocal que potenciam o desenvolvimento de um conjunto de atividades económicas no âmbito das tradições, da gastronomia, do artesanato e da natureza e que combatam a desertificação do interior”, frisou o edil albufeirense. Ainda relacionado com a cultura, ALGARVE INFORMATIVO #237
pretende-se reabilitar o Museu Municipal de Arqueologia e requalificar o espaço onde funcionava a antiga Junta de Freguesia das Ferreiras para ali se instalar um polo da Biblioteca Municipal. Uma clara preocupação do executivo liderado por José Carlos Rolo prende-se com a habitação, rúbrica que terá 12 milhões de euros para se criarem 60 a 70 fogos nas Fontainhas (Ferreiras), 40 fogos na Ladeira da Fonte (Paderne), dois blocos com 28 fogos na Rua Samora Barros (Albufeira) e 26 fogos na Quinta do Barro/Mercado dos Caliços (Albufeira). Para a Ação Social e Família vão 19 milhões de euros, distribuídos entre o Lar e Centro de Dia nas Fontainhas, nas Ferreiras (6 milhões de euros), a Creche, Lar e Centro de Dia de Olhos de Água (5 milhões de euros), o Centro Social no Cerro do Malpique (4 milhões de euros), a Unidade de Cuidados Continuados da Guia Fundação António Silva Leal (2,45 milhões de euros), a 22
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Paulo Freitas, Cláudia Guedelha, José Carlos Rolo, Ana Pífaro e Rogério Neto
Sede do Corpo Nacional de Escutas de Albufeira – Agrupamento 714 Vale Pedras (650 mil euros), meio milhão de euros para subsídios de arrendamento a famílias carenciadas e mais 240 mil euros para o projeto de alteração da Creche na Guia. Mas a Câmara Municipal de Albufeira vai também adquirir apartamentos para alugar a rendas acessíveis, revelou ainda José Carlos Rolo. Cerca de 2,6 milhões de euros vão ser investidos na Saúde Pública, designadamente na construção do Crematório Vale Pedras (600 mil euros) – o primeiro a funcionar no Algarve – e do Cemitério de Ferreiras (2 milhões de euros). Na Saúde e Proteção Animal englobam-se o novo cemitério de animais, o novo Canil Municipal e um Circuito Canino em Vale de Pedras. E 30 milhões de euros terão como destino o Saneamento Básico, dos quais 21 para o ALGARVE INFORMATIVO #237
Plano Geral de Drenagem de Albufeira,
“onde está incluído o túnel para desvio das águas da ribeira, tudo para mitigar o risco das inundações”. Nesta pasta inserem-se igualmente a construção de 40 quilómetros de redes subterrâneas na Zona Norte de Paderne (6 milhões de euros) e a ampliação da rede de águas residuais e pluviais na Zona Norte de Paderne (2,6 milhões de euros). A implementação do Sistema de Videovigilância na Oura e Baixa da Cidade e a contratação de 12 agentes da Polícia Municipal e aquisição de respetivos meios implicarão um investimento de dois milhões de euros em segurança. Já na iluminação pública tem-se assistido à substituição das lâmpadas de sódio e mercúrio por tecnologia led, que consome menos 60 por cento de energia. 24
Forte peso nos orçamentos dos próximos anos terá a requalificação de zonas urbanas, com 42 milhões de euros aplicados na Avenida Sá Carneiro e zonas envolventes, na Rua António Aleixo e arruamentos envolventes, na baixa de Albufeira, na Avenida dos Descobrimentos, na Estrada de Vale Pedras, na Rua do MFA, na Rua do Município, na Zona Envolvente a Norte do Complexo Desportivo das Ferreiras e no Caminho 1281 do Vale Parra à Guia. E mais 20 milhões de euros serão gastos em pavimentações e repavimentações da rede viária em todo o concelho. “Um
novo plano de mobilidade a 10 anos vai começar a ser preparado, com a reformulação total da rede urbana, com o «Giro» a passar das atuais cinco linhas e 90 paragens para 11 linhas com 210 paragens em Albufeira, Ferreiras, Guia e Olhos
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d’Água. E a Câmara Municipal de Albufeira já adquiriu um terreno de 30 hectares para a construção do Parque de Feiras, Exposições e Congressos, em Vale de Pedras”, apontou José Carlos Rolo. Passando para o Desporto e Juventude, dois milhões de euros vão tornar possível a remodelação das instalações de apoio no Complexo Desportivo de Paderne, a construção de balneários de apoio ao Campo Sintético do Complexo Desportivo de Ferreiras e a ampliação dos balneários do Campo Sintético da Guia. “À
semelhança da educação, onde o aumento da população residente tem suscitado carência de salas de aula e de creches e jardins-deinfância, também no desporto se verifica a necessidade de mais
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espaços. O trabalho dos clubes tem sido meritório e as famílias estão também muito empenhadas em que os filhos pratiquem desporto, o que leva a uma sobrelotação dos equipamentos existentes no concelho. As áreas desportiva, cultural e social são fundamentais para uma juventude que se deseja saudável”, sublinhou o presidente da Câmara Municipal de Albufeira. O ambiente está na ordem dos trabalhos de todos os executivos camarários do século XXI e o de José Carlos Rolo tem oito milhões de euros para aplicar até 2023, na requalificação dos acessos viários e pedonais em todas as praias do concelho, na construção de passadiços ao longo de toda a costa, na criação de mais espaços verdes e na requalificação de todos os existentes, onde se engloba a requalificação do Jardim do Montechoro. “Queremos ALGARVE INFORMATIVO #237
aproveitar as águas residuais das Estações de Tratamento de Vale Farro e Ferreiras para regar os espaços verdes, mas também mudar um pouco o paradigma dos próprios espaços verdes, porque a relva é uma espécie de vegetação que consome muita água e cujo tratamento dá imenso trabalho. Por isso, vamos substituir a relva por outras espécies que até podem ser regadas por sistema gota-a-gota”, indicou José Carlos Rolo. Finalmente, vai-se continuar a valorizar a marca Albufeira «Capital do Turismo» em estreita relação com a APAL – Associação de Promoção de Albufeira, com a organização de eventos de referência, valorização das PME, participação em feiras nacionais e internacionais, sempre com o objetivo maior de combater a sazonalidade . 26
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ASSOCIAÇÃO CULTURAL MÚSICA XXI FESTEJOU DUAS DÉCADAS DE EXISTÊNCIA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Irina Kuptsova
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Associação Cultural Música XXI celebra, em 2020, precisamente 20 anos ao serviço da cultura, com a festa de aniversário a ter lugar, no dia de 15 fevereiro, no carismático Club Farense, em Faro. Conforme recordou a associação, antigamente, a música (mousiké) tinha um sentido muito mais amplo do que é dado pelo significado moderno do termo. Ela significava todo o vasto domínio das musas. A poesia, o drama, a história, a oratória, a ciência, eram incluídas na extensão do termo. “Ao denominar-se «Música XXI», foi também com esse intuito que esta associação, sedeada em Faro, pretendeu trazer para o atual século o espírito dos nossos ancestrais amantes da cultura. Saber que, volvidos 20 anos ALGARVE INFORMATIVO #237
desde a nossa constituição, temos entre nós gente que – em associação – partilha gostos, saberes e motivações, deixa-nos orgulhosos e, ao mesmo tempo, esperançados quanto ao futuro da cultura idealizada, projetada e realizada a sul”, afirmam. A celebração contou com a participação de associados que integram grupos como o «Vá-de-Viró», o coral feminino «Outras Vozes», a banda «Al-Fanfare», o grupo de Teatro «DoisMaisUm» e o quarteto de flautas «F3». Afonso Dias, Gonçalo Pescada, Rui Afonso, Marisa Mendes, Francisco Brazão e Adriano St. Aubyn também ajudaram a dar vida a esta celebração e, no final, realizou-se a cerimónia de tomada de posse dos novos corpos sociais para o triénio 2020/2022, liderados por Ana Cristina Oliveira . 32
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FARENSE VENCEU A OLIVEIRENSE E SEGUE EM PERSEGUIÇÃO AO NACIONAL Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina 43
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Farense tinha pedido que o Estádio de São Luís fosse um verdadeiro «inferno» na receção ao Oliveirense, na tarde de domingo, 16 de fevereiro, e o público disse «sim», com uma bela assistência a vibrar com a vitória da formação algarvia por 3-1 neste encontro da 21.ª jornada da Liga II. E o Farense cedo mostrou ao que vinha, exercendo um forte domínio ao longo da primeira parte que só não deu resultados mais cedo porque Fabrício Simões desperdiçou, logo aos nove minutos, uma grande assistência de Ryan Gauld. O craque escocês deu nas vistas com os passes, mas também tentou a sua sorte ALGARVE INFORMATIVO #237
poucos minutos depois, com um remate por cima da trave. O domínio do Farense acabou por se concretizar quando o relógio assinalava os 20 minutos de jogo, com Luís Rocha a aproveitar a confusão na pequena área após um pontapé de canto. Mas ainda o público estava a festejar a vantagem quando, também num pontapé de canto, Filipe Gonçalves restabeleceu a igualdade. Oliveirense que podia ter terminado a primeira parte em vantagem, desperdiçando duas boas oportunidades. O intervalo fez bastante bem ao Farense e o guarda-redes adversário Bruno Vale foi evitando males maiores enquanto conseguiu. Ainda maior fôlego ganhou a equipa algarvia com a 44
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entrada de Fabrício Isidoro ao minuto 55 e começou o festival de bolas aos ferros, para desespero das bancadas. Lá diz o ditado popular, «equipa que não marca, sofre», e os adeptos do Farense não escondiam o nervosismo, assim como a irritação perante algumas decisões da equipa de arbitragem. Ao virar da hora de jogo, Ryan Gauld bateu um pontapé de canto e Fabrício Simões regressou aos golos com um belo cabeceamento, algo que já não fazia há mais de dois meses. E nota-se que a confiança ainda não voltou na totalidade, pois podia ter saído do S. Luís com mais golos na sua conta pessoal. Seguiram-se remates ao poste de Ryan Gauld, Jorge Fellipe e 47
Irobiso, um autêntico festival de oportunidades desperdiçadas, até que o nigeriano marcou mesmo o 3-1 final após uma defesa incompleta de Bruno Vale após remate de Fábio Nunes. A Oliveirense ainda podia ter reduzido para 3-2 numa jogada caricata em que a formação algarvia ficou à espera que o árbitro interrompesse a partida, mas o guarda-redes Hugo Marques levou a melhor sobre o adversário que lhe surgiu isolado pela frente. Feitas as contas, o Farense segue no 2.º lugar, com 41 pontos, a dois do líder Nacional, e aumentou a vantagem para os seus mais diretos perseguidores, o Mafra e o Estoril . ALGARVE INFORMATIVO #237
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LA SOIRÉE E HOMMAGE DE GUSTAVO OLIVEIRA ENCANTARAM LAGOS Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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Centro Cultural de Lagos recebeu, no dia 13 de fevereiro, mais um espetáculo inserido na quarta edição do Entrelaçados – Festival de Dança Contemporânea, organizado pela Dancenema Associação Cultural, com uma dupla criação do coreógrafo italiano Gustavo Oliveira. Na primeira parte, «La Soirée» ilustrou uma noite elegante que acaba por ser tudo menos isso, em que os dançarinos, acompanhados por música clássica de piano, inicia, uma linda jornada de metamorfose grotesca. A interpretação esteve a cargo de Laura Abel, Océane Borcy, Olimpia Milione, Sílvia Leite, Sonja M. Schwaiger e Tiffanie Jorge. Seguiu-se «Hommage», com as performances de Clara Zolesi, Diogo Santos, Laura Abel, Océane Borcy, Olimpia Milione, Sílvia Leite, Sonja M. Schwaiger e Tiffanie Jorge . ALGARVE INFORMATIVO #237
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NOVA CRIAÇÃO DE JOÃO DE BRITO, «À BABUJA», VAI PERCORRER ALGARVE DE LÉS-A-LÉS Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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estreia da nova criação do ator e encenador farense João de Brito, «À Babuja», aconteceu no dia 14 de fevereiro, na Associação Recreativa Cultural de Músicos, em Faro, mas foi na solarenga tarde do dia seguinte que acompanhamos as aventuras de um homem igual a tantos outros (André Canário) que, de repente, decide largar a sua rotina e, inspirado por um livro de aventuras, vai dar largas ao cavalo da imaginação. Mas o cavaleiro dos tempos modernos precisa de um copiloto para os seus devaneios, escolhendo um empregado de mesa (João de Brito) para o ajudar na sua busca por uma dama nobre que pretende arrebatar com uma serenata (Dulcineia), mas também para lutar contra poderosos ALGARVE INFORMATIVO #237
inimigos, que não os moinhos de vento do D. Quixote, mas guarda-sóis numa praia algarvia qualquer. Nesta nova produção do LAMA, financiada pelo programa «365 Algarve», João de Brito e André Canário têm a seu lado em palco Igor Martins, dois atores e um músico que assim dão corpo a um “épico algarvio temperado com o melhor que o Algarve tem para oferecer”, conforme descreve o encenador, e que vai percorrer a região de uma ponta à outra, do litoral ao interior, para surpreender residentes e turistas, sempre com muito humor à mistura e numa forte interação com o público. Porque há alturas em que os dois aventureiros precisam de um exército para combater os seus inimigos, soldados que vão recrutar à assistência, e é nas mulheres presentes 72
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no público que André Canário vai experimentar o sapatinho que a sua Dulcineia deixou cair. Dom Quixote e Sancho Pança, de Cervantes, funcionam como inspiração central de «À Babuja», mas muitos outros ingredientes estão presentes num enredo que também deixa espaço de manobra para o improviso e onde sobressai a amizade que vai acabar por unir os dois protagonistas no final da aventura. Com encenação de João de Brito e Dramaturgia de Joana Bértholo, a Sonoplastia está a cargo de Igor Martins, com Cenografia e Adereços de Carla Martinez e Isabelle Yvonne, Figurinos de José António Tenente e Consultoria Artística de Catarina Requeijo e Yola Pinto. Quanto a datas, são muitas e em 75
locais bastante diversificados: 28 de fevereiro, às 17h, Junta de Freguesia de Alte; 29 de fevereiro, Cerca do Convento do Espírito Santo, em Loulé, 11h; 1 de março, Praça do Mar, em Quarteira, 16h; 4 de abril, Largo da Igreja de Moncarapacho, 16h; 5 de abril, Zona Ribeirinha da Fuzeta, 17h; 12 de abril, Largo do Infante, em Sagres, 17h; 2 de maio, Praça Gil Eanes, em Lagos, 18h; 3 de maio, Largo dos Pescadores, na Praia da Salema, em Vila do Bispo, 17h; 8 de maio, Praça Marquês de Pombal, em Vila Real de Santo António, 18h; 9 de maio, Largo da Igreja de Pechão, 21h30; 10 de maio, ARCM, em Faro, 18h30; finalizando a tournée, a 16 de maio, na Feira Terra de Maio, no Azinhal, às 17h . ALGARVE INFORMATIVO #237
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FESTIVAL DE MÚSICA AL-MUTAMID REGRESSOU A OLHÃO COM MUHSILWAN Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
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Festival de Música Al-Mutamid levou ao Auditório Municipal de Olhão, no dia 14 de fevereiro, o grupo Muhsilwan, um trio de músicos muçulmanos naturais do Sudão, Marrocos e Guiné-Conacri que deu a conhecer temas com origens nesses três países e interpretados com instrumentos de enorme beleza visual e ALGARVE INFORMATIVO #237
sonora, acompanhados por uma bailarina de dança oriental e tribal. O agrupamento de raiz afro-árabe e com componentes naturais do continente africano é composto por Muhammad el Bouzidi (Marrocos), Wafir Sheikheldin (Sudão) e Aboubakar Syla (Guiné Conacri) e fez-se acompanhar, em Olhão, por Cristina Jimenez, uma bailarina de dança oriental e tribal afroárabe . 88
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CRIANÇAS DE LOULÉ DELICIARAM-SE COM «O CONVIDADOR DE PIRILAMPOS» Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina ALGARVE INFORMATIVO #237
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onta a história que, perto da Floresta Grande, vive um menino e o seu avô. O menino gosta de cientistar coisas, tendo já inventado um aumentador de caminhos e um convidador de pirilampos. Aliás, fala em Código Morse com eles. Este é o ponto de partida para «O Convidador de Pirilampos», um espetáculo adaptado para o palco por António Jorge Gonçalves com base no livro de Ondjaki, «O Convidador de Pirilampos», ilustrado por si e que foi a cena, no Cineteatro Louletano, em Loulé, nos dias 11 e 12 de fevereiro. Neste ALGARVE INFORMATIVO #237
espetáculo narrado pela conhecida atriz e apresentador de televisão Cláudia Semedo, acompanhada pelo clarinetista José Conde, é abordado o medo do escuro, a liberdade e a importância das estórias, com toda a magia cénica do escuro. O texto original é de Ondjaki, com Encenação de António Jorge Gonçalves e Realização Plástica de António Jorge Gonçalves e Paula Delecave. A Interpretação está a cargo de Cláudia Semedo (narradora) e de José Conde (clarinete baixo e música original), numa Coprodução do Centro Cultural Vila Flor, Teatro Nacional São João, Culturproject e São Luiz Teatro Municipal . 102
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ANDRÉ CARDOSO APRESENTOU PRIMEIRO EP NO AUDITÓRIO DO SOLAR DA MÚSICA NOVA, EM LOULÉ Texto: Daniel Pina| Fotografia: Jorge Gomes
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ndré Cardoso, músico lisboeta a residir em Loulé, conta com um percurso já extenso e experiente em diversos projetos musicais e apresentou, no dia 15 de fevereiro, no Auditório do Solar da Música Nova, em Loulé, o seu primeiro EP, num concerto integrado no ciclo «Ilustres Desconhecidos» do Cineteatro Louletano, que pretende valorizar e promover regularmente projetos emergentes ou pouco conhecidos do público algarvio (sediados ou não na região) na área da Música. O EP homónimo de André Cardoso desvenda uma sonoridade mais leve e bucólica, que vai beber influências ao género Soul/R&B, misturada com uma intensidade caraterística da alma portuguesa, onde os ambientes, por ALGARVE INFORMATIVO #237
vezes melancólicos, por vezes auspiciosos, prendem o ouvinte em cada detalhe e palavra. Ao todo, são cinco temas que apelam sobretudo ao coração dos demais, revelando uma intimidade pungente que promete tocar quem os ouve. Um talento que começou a notar-se em André Cardoso desde cedo, que iniciou os estudos de guitarra, aos 13 anos, de forma autodidata e nunca mais parou. Desde então, tem atuado um pouco por todo o país como vocalista/guitarrista de várias bandas e navegando dentro do universo rock. Apresentou-se agora em nome próprio numa estética mais minimalista, partilhando experiências e registos da sua viagem vivencial que entusiasmaram a plateia presente no Auditório do Solar da Música Nova . 114
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IV FESTIVAL INTERNACIONAL DE PIANO DO ALGARVE PASSOU POR LOULÉ Texto: Daniel Pina| Fotografia: Jorge Gomes
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consagrado pianista Pedro Burmester convidou os também portuenses Miguel Borges Coelho e Hugo Peres para um concerto único do IV Festival Internacional de Piano do ALGARVE INFORMATIVO #237
Algarve, no dia 16 de fevereiro, no Cineteatro Louletano. Um evento inesquecível, inserido no programa cultural «365 Algarve», em que foram apresentados os concertos de J. S. Bach para um, dois e três Pianos, com a participação da Orquestra Clássica do Politécnico do Porto . 122
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OPINIÃO Vai para a tua terra! Paulo Cunha (Professor) onfesso que ao ouvir e ler alguém a, despudorada e eloquentemente, mandar alguém para a sua terra, fico a pensar se quem o faz, para além da xenofobia e do racismo, alguma vez pensou na ignorância que expõe ao mundo. Resolvi gastar um pouco do meu tempo, deixando aqui uns conselhos (à borla) a todos aqueles que se julgam «donos do pedaço». Não sei se já repararam, mas vivemos num planeta que, segundo a geocronologia, tem aproximadamente 4,5 biliões de anos, portanto, não somos nós os donos da Terra, quando muito seremos, no ínfimo tempo que cá passamos, seus hóspedes. Apesar da forma como a tratamos, tem-nos aceitado, mas começa a dar sinais de começar a perder a paciência com quem a usa e dela abusa. Enquanto meros passantes, ter a veleidade de assumir que na terra que nos viu chegar e nos verá partir, uma fronteira, um muro, uma vedação ou um marco são suficientes para garantir a posse plena e eterna seja do que for, é, no mínimo, um sinal de falta de inteligência e de clarividência. Enquanto andam de avião, já experimentaram olhar para baixo e tentar ALGARVE INFORMATIVO #237
delimitar as fronteiras naturais das terras que estão a sobrevoar? Não conseguirão, por certo, pois a Terra é una na sua diversidade. É apenas - e somente - um ser vivo sobre o qual os seus habitantes, tal como pequenas formigas, constroem, destroem e reconstroem fronteiras físicas. Não entendo também como é que alguém pode mandar outros iguais a si (seres humanos) para a sua procedência de nascença, quando grande parte das nações resultaram das migrações que as populações (nómadas ou não) realizaram antes de se fixarem, chamando assim sua à terra onde assentaram arraiais. Acredito que muitos que, de forma desabrida e irrefletida, gritam aos quatro ventos para os migrantes irem para a sua terra, corariam de vergonha ao saber as suas ancestrais origens. É hoje possível fazer testes genéticos e estudos genealógicos que permitem perceber as misturas étnicas e rácicas que nos correm nas veias. Não foi nem nunca será a solução seja para o que for: olhar para os nossos umbigos e torná-los referências representativas de países transformados em condomínios fechados. Basta conhecer um pouco da nossa história para nos lembrarmos de todas as terras em que estivemos ao longo da história e a forma como nos receberam e nos integraram. Meus caros, não atirem aos outros as 128
pedras que não gostariam de ver atiradas a vós e aos vossos. É muito fácil usar bodes expiatórios para os males que nos afligem, que são, quase sempre, atribuídos aos outros. Enquanto a Terra assim o permitir, em vez de mandarmos seja quem for para a sua terra, façamos do planeta Terra a terra de todos nós. Basta 129
que - todos - aceitemos e respeitemos as diferenças que, misturadas, tornam a espécie humana tão atraente e encantadora. Talvez aí possamos então merecer o uso do título, autoatribuído e nem sempre merecido, de seres racionais. ALGARVE INFORMATIVO #237
OPINIÃO A vida num só dia Paulo Bernardo (Empresário) avia uma canção dos Radio Macau com este título e que o refrão dizia “Viver como por magia a vida num só dia”. Quando chegas aos cinquenta anos, a vida passa a ter outro significado, o mais normal é já teres mais passado que futuro. Por isso, uma atitude normal é agarrarmo-nos ao passado, olhando para o que passou e vivendo das recordações boas e menos boas. Contudo, eu, neste momento de reflecção no adeus à década dos quarenta, e na entrada na década dos cinquenta, preferi olhar para o futuro, pois o resto só existe nas nossas recordações e muitas vezes alterado pela nossa imaginação. O futuro, como diz a canção, é viver mais um dia de cada vez, planeado, sim, projetando-se no futuro, sim, mas sem angústias nem ansiedade, pois não controlamos tanta coisa que dificilmente podemos influenciar muito o futuro, pois a vida cada vez mais é um jogo de xadrez num tabuleiro viciado. Deste modo, vamos vivendo a vida como por magia. Cada dia que se acorda e se vê a luz do dia é um momento magico, portanto, é vivêlo o melhor possível. ALGARVE INFORMATIVO #237
Nas empresas também se vivem momentos bastante estranhos e de constante mudança, o mundo, como disse, está estranho. Se há dez anos, quando fiz quarenta anos, se dissesse que o Reino Unido iria sair da União Europeia, todos íamos rir. Se dissessem que o empresário/ator Donald Trump iria ser presidente dos EUA, também iriamos rir. Mas mais estranho ainda seria falar que o BES poderia vir a falir, aí então era o fim da picada. Por isso, dez anos depois faz muito sentido «a vida num só dia», quer como pessoa, quer como empresário. Hoje tento ser mais tranquilo, entendendo que não consigo mudar o mundo, que apenas consigo ser todos os dias um pouco melhor, e isso já me deixa realizado. Como empresário, a vivência não deixa de ser um pouco da mesma forma, pois cada vez é mais difícil fazer previsões. Vivemos sim um momento único, de mudança de paradigma em que a decisão tem que ser tomada com aquilo que temos, quase como diz o refrão “Viver como por magia a vida num só dia”, que poderia ser “Decidir como por magia”. Não é bem assim, mas não deixa de ser. Para os mais novos ou para os mais velhos, usando as palavras de um filósofo 130
grego de que não me lembro o nome, dizia ele que devíamos preocupar-nos em viver bem o tempo que temos e não em pensar em quanto tempo vamos viver. Assim, hoje não podemos estar assustados com este mundo meio sem referências, temos sim que trabalhar todos os dias e cada vez mais em equipa, pois a opinião de todos é que valida a decisão. Hoje, cada vez mais os jovens são melhor informados, vem ai gerações incríveis de pessoas, cabe-nos a nós 131
ensinar-lhes os nossos erros, sem os condicionar, pois o mundo dos vinte anos de hoje não tem nada a ver com o mundo dos meus vinte anos. Assim sendo, vou vivendo o tempo que tiver na próxima década o mais calmo possível, a tentar fazer o que gosto e a ajudar o próximo. Pois ambições e ganâncias não levam a lado nenhum. Vamos fazer como diz a música: “Viver como por magia a vida num só dia” . ALGARVE INFORMATIVO #237
OPINIÃO Do Reboliço #73 Ana Isabel Soares (Professora) afeiro. Se procurasse pela estrada longa do passado (mais comprida do que a que leva, direito, quase sempre a direito, do Moinho até à aldeia), não acharia o Reboliço explicação para o tipo de cão que é. Um tipo. Um tipo rafeiro – cruzado, ouve dizer. Mas cruzado de quê? Volta não volta, ouve do monte do vizinho um dos cães atrás de cadela, levanta o sossego das nalgas, patinha até ao fundo da parede da casa do forno, ergue o focinho para o lado do poente e percebe o cheiro do cio. Estão os bichos no cruzamento, um mais outro, e não tarda nada deita ela para fora uma ninhada de cachorros. Cruzados – coitadinhos, que mais nada fizeram senão serem seres de cruzamento. Isto, percebe o Reboliço, existe desde antes de começar a ser construída a tal estrada da aldeia, muito, muito antes – para lá da outra, da estrada do tempo. Um cão cruzou-se no mundo com uma cadela e deram canitos. (O cruzamento de dois, isso na raça canina é certinho, dá em mais que dois: uma multiplicação.) Há de ter sido assim que foi posto no mundo do Moinho Grande o Reboliço. Não se recorda – e mais certo era não lhe responderem se soubesse procurar. Quem cruzaria com quem, onde ALGARVE INFORMATIVO #237
andariam cadela e cão que se cruzaram para nele virem a dar, e noutros como ele, que por aí haverá, sabe-se lá. Quem são os que nasceram com ele? Aqui há dias, mas era de noite, encostado à cadeira onde o moleiro acabava de jantar, o Reboliço ouvia do aparelho da televisão falar sobre raças de cães, cães puros e cães arraçados. Os puros, percebeu, eram aqueles de que alguém guardara um papel, o registo de um nome, que alguém medira, pesara, penteara, exibira – moles bichos que apareciam no ecrã da caixinha e pareciam ao Reboliço ter ar seguro mas baço, falto de algum sol, do ânimo da rua. Nas procissões destes animais não via quais pudessem ter com ele nascido: nem pelo áspero, nem cauda curta ou patinhas baixas. Era tudo igual a ele, mas, de alto lá com eles, tão diferente. “Preguiçooooso...”, passam as pernas altas do moleiro que se levanta, o chapéu na cabeça a fazer o caminho da porta da cozinha, metendo-se com ele ao vê-lo estirado ali no chão, inerte em cima da frescura dos ladrilhos. Como pode o homem imaginar que a preguiça é só do corpo, daquela massa canina que, de totalmente imóvel, reage por segmentos, uns segundos, primeiro, na ponta de um orelha, ao som da televisão, depois à voz 132
Foto: Vasco Célio
do dono – e que, ouvindo o “preguiçooooso”, mexe um bocadinho pequeno da parte mais periférica do toco de cauda, um sinal apenas da onda que o som causou na pele. Como pode o moleiro saber que dentro da caixa óssea que, assim parada, termina no focinho, 133
está o cão em pensamentos sobre a sua origem mesmo, ou a sua condição? Nem imagina . * Reboliço é o nome de um cão que o meu avô Xico teve, no Moinho Grande. É a partir do seu olhar que aqui escrevo. ALGARVE INFORMATIVO #237
OPINIÃO Descobri o segredo do sucesso Vera Casaca (Argumentista e Realizadora de Cinema) tempo em que fui mais produtiva foi quando estava em Nova York. Quando voltei a Portugal, apesar de concentrada na minha carreira, nunca mais consegui produzir ao nível que produzia. O que quero dizer é que, apesar de ter escrito uma longa e curta metragem cá, nunca mais consegui escrever ao nível quantitativo que escrevia lá. Vejamos. Nos meses em que lá estive, escrevi uma longa, uma curta metragem («Ao Telefone com Deus», que realizei em Portugal), uma mini-curta metragem que realizei lá, duas mini curtasmetragens e iniciei a escrita de uma longa. O que perfaz um total de: quase duas longa-metragens e quatro curtametragens. Enquanto cá estive, resume-se a: uma longa (que coescrevi) e uma curta. Isto obrigou-me a fazer pensar no «porquê?». Espero que esta reflexão ajude a alguns artistas desse lado. Quando fui estudar cinema para NYC, «já» tinha 29 anos. Achava que ia com um pé atrás em comparação a colegas meus que tinham ido para cinema numa ALGARVE INFORMATIVO #237
idade mais jovem. Estava decidida a trabalhar o dobro porque não tinha tempo a perder. Essa foi a minha motivação mais forte. A segunda motivação, e sem esta a primeira não teria sido possível, foi gostar daquilo que fazia. Adoro escrever, criar, contar histórias e ter o poder criativo para expandir a minha imaginação. O ato de criar é-me prazeroso. Escrever e terminar um guião é difícil, mas acaba por ser abafado pelo gozo geral de criar. Poderão objetar, mas quantidade nem sempre é sinónimo de qualidade. Verdade. Mas pensem nestes dois pontos: só durante a criação consecutiva de várias obras é que, primeiro, conseguimos ganhar o ritmo e, segundo, podemos errar e crescer. Nada, mesmo nada se compara ao tempo investido durante a criação de uma obra (ou várias). Outra coisa que queria reforçar está relacionada com o título: «Descobri o Segredo do Sucesso». Sucesso é igualmente subjetivo. Podemos ter por um lado o sucesso comercial e/ou interpretado pelo exterior, depois temos o sucesso pessoal que, na minha opinião, é o melhor, pois é mais profundo e desafiante. Em NYC estava extremamente resguardada do 134
«verdadeiro mundo do cinema». Não estava tão informada sobre as competições, festivais, críticas, pontuações, concursos, cometários, likes e afins. Então, criava sem ter qualquer espaço na alma que se preocupasse com essa parte. Escrevia todos os dias e imaginava como ia filmar. Havia uma regularidade assídua associada a uma sede de sucesso. Acredito que nunca conseguimos mudar a nossa vida. Conseguimos, sim, alterar hábitos diários que se vão acumulando e produzem resultados. Trocando por miúdos, pensei, agora, como consigo voltar à escrita e desenvolvimento de projetos como fazia antes? Então decidi escrever com consistência, todos os dias nem que fosse apenas um parágrafo ou apontar piadas ou situações insólitas que me servem de ideias para mais tarde. 135
Aqui deixo a mensagem: reflitam sobre o que o sucesso profissional e pessoal realmente significam para vocês e encontrem uma forma de incorporar consistência diária nutrida por uma determinação inabalável . ALGARVE INFORMATIVO #237
OPINIÃO Escrever por defeito Fernando Esteves Pinto (Escritor) “Escreve, se puderes, coisas que sejam tão improváveis como um sonho…” Ernest Hemingway empre me interessou a perspectiva na arte de narrar. Lembro-me de colocar o meu pensamento num ponto alto, por exemplo no tecto de uma sala, para descrever uma cena de jantar com pessoas sentadas à volta da mesa. Devia escrever sobre todos os seus gestos e comportamentos ao mesmo tempo; procurava registar assim apenas o essencial, sem lhes ver o rosto; tudo numa única imagem. Aquelas personagens não precisavam de fisionomia, eram pessoas estranhíssimas que nem sequer se mexiam. Os meus pensamentos tomavam notas das emoções delas, das histórias que eram reveladas num burburinho que se introduzia nos elementos da minha escrita. Era uma escrita com ruído, confusa, mas tinha uma beleza pura que se enraizava nas maiores severidades da consciência humana; nesta perspectiva, eu não via pessoas, não me sentia perante o mundo delas; era um quadro que eu observava enquanto a minha escrita resvalava para outros sentidos da existência. ALGARVE INFORMATIVO #237
É na escrita que o homem se observa com infinita impressão de estar a ser fragmentado. A ideia do nada está sempre presente no que se escreve. Mas é a partir do nada que imaginamos a vida vibrar, tornar-se íntima do pensamento – talvez de uma maneira em que a linguagem é a expressão que dá matéria e estrutura ao escrito. A ideia de uma cena vista de cima, como se o propósito da escrita fosse mostrar menos do que aquilo que se vê, descontamina a realidade; retira dela o que não é essencial. Assim, o pensamento corrige a forma correcta de ver; e é esta coisa imaginativa de remodelar a realidade o objectivo profundo da arte narrativa. Como cada plano do real só é compreensível através da reconstrução da linguagem, também a forma narrativa deve representar as indecisões do pensamento em todos os seus estados de concepção iniciais. A escrita é interrogação e erro. Escrever por defeito é um protesto do espírito contra a harmonia indomável do estilo. Um pensamento exagera e torna-se complexo quando é sensível à diferença. E a diferença busca o indizível; tenta dominar o impossível; identifica aquilo 136
que num momento parece inexprimível. A escrita começa precisamente no ponto onde o pensamento alcança um estado de motivação configurado no inconsciente. Toda a criação escrita destrói a fonte de onde provém; o mesmo é dizer: os pensamentos interrompem-se na sua continuidade com a linguagem. Não é uma recusa de pensar; nenhum abandono do que existe na nossa mente. É mais uma impressão de impotência. Se entendermos a escrita como medida da nossa racionalidade, de um lado estão as grandes questões; e do outro as pequenas coisas que mantemos rigidamente vigiadas por natureza das nossas experiências vinculadas à própria existência. Onde quer que nos posicionemos em relação à escrita, o pensamento identifica grandeza no imensamente ínfimo; breve e claro. É neste quadro da arte narrativa que 137
resulta uma espécie de fragmentação ou diminuição dos grandes temas universais; e, por conseguinte, a nossa perspectiva convocará o mundo examinado não como um todo comum, mas como domínio da nossa pessoalidade .
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SONHO ANTIGO DO NOVO POSTO TERRITORIAL DA GNR DE ALMANCIL FOI FINALMENTE TORNADO REALIDADE Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina oi inaugurado, na manhã do dia 14 de fevereiro, o novo Posto Territorial da Guarda Nacional Republicana em Almancil, numa cerimónia presidida por Eduardo Cabrita, Ministro da Administração Interna. As novas instalações da GNR nesta freguesia do litoral algarvio nascem no âmbito de um contrato de cooperação 141
interadministrativa celebrado entre o Município de Loulé, a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna e a Guarda Nacional Republicana e fazem parte de um conjunto de investimentos para o concelho de Loulé, integrados na Lei de Programação de Investimento das Forças de Segurança. Com o objetivo de dotar os militares de melhores condições de trabalho e, ALGARVE INFORMATIVO #237
por outro lado, garantir a segurança das populações e dos muitos turistas que escolhem Almancil e os seus empreendimentos como destino de férias, este é um espaço moderno com diversas valências que fazem parte das funções da instituição e teve um custo de 1 milhão e 120 mil euros, inteiramente financiados pela Administração Central. Trata-se do mais avultado de um lote de investimentos realizados ao abrigo de uma parceria, celebrada em 2014, entre a Autarquia de Loulé e o Ministério da Administração Interna, num montante global de 2 milhões e 345 mil euros, e onde se integram também o SubDestacamento Territorial da Guarda Nacional Republicana de Quarteira, o Posto Territorial de Salir, ambos já inaugurados, e os melhoramentos levados a cabo no edifício do Posto de Loulé. ALGARVE INFORMATIVO #237
Falar de Almancil é falar de uma terra marcada pela “diversidade social,
cultural e paisagística, que alia a sua herança histórica a um dinamismo atual e cosmopolita”, descreveu Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé. “Almancil
prima pela sua harmoniosa variedade e espaços como o Jardim das Comunidades testemunham a convivência de diversas comunidades estrangeiras residentes nesta freguesia, que se orgulha da sua multiculturalidade e da sua capacidade de bem-receber. E o dia de hoje será recordado como um marco na qualidade de vida de 142
todas estas pessoas, mas também dos muitos louletanos que se orgulham do seu concelho, que lhes oferece todas as condições para uma vida mais serena, justa e segura”, frisou o autarca, lembrando ainda que o Estado Democrático tem como missão essencial procurar assegurar o bem-estar e segurança dos seus cidadãos, “mantendo as
garantias e direitos fundamentais de todos e tendo como foco o princípio da dignidade da pessoa humana, através da sua proteção social, económica e pessoal”. Neste sentido, manter os níveis de segurança em todo o concelho tem sido uma prioridade do executivo liderado por 143
Vítor Aleixo, quer se trate da Proteção Civil, Bombeiros, Polícia Marítima, INEM ou GNR, conforme atestam os muitos protocolos, acordos, colaborações e parcerias criados nos últimos anos entre a Câmara Municipal de Loulé e os diversos organismos ligados à segurança e proteção de pessoas e bens. “Não queremos
louros, queremos soluções. Não queremos galardões, queremos o bem-estar das pessoas para as quais trabalhamos. Este Posto foi sonhado há já muito tempo. Não se trata de um luxo, mas de uma real necessidade, tanto dos efetivos que nele irão trabalhar, como dos utentes e residentes desta área”, sublinhou o edil louletano. ALGARVE INFORMATIVO #237
Vítor Aleixo recordou que, em 2016, a Câmara Municipal de Loulé, o Ministério da Administração Interna e a GNR assinaram um contrato de cooperação interadministrativa que delegou na autarquia a responsabilidade de executar esta obra, o primeiro contrato do género a ser firmado, em Portugal, com vista à construção de raiz de infraestruturas para as forças de segurança. “Mais uma vez
fomos pioneiros, talvez um pouco sonhadores, mas o resultado está hoje aqui à vista e, com ele, a nossa esperança de aumentar
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significativamente o número de efetivos destacados para este município”, apontou. “Os almancilenses merecem e desejam viver com tranquilidade e desfrutar em pleno da sua linda freguesia, conscientes de que existe uma estrutura preparada para os acudir, auxiliar e apoiar em caso de necessidade. E não poderia deixar de referir o setor turístico, tão importante para a sustentabilidade económica da
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maioria das empresas desta terra. Portugal tem evoluído significativamente ao nível da segurança, tendo sido considerado, em 2019, como o terceiro país mais seguro do Mundo. E é justo afirmar que um dos maiores ativos para a excelência da economia do turismo do nosso país, para além das praias, dos monumentos, das paisagens, das tradições e da gastronomia, é, sem dúvida, a segurança”, enfatizou o autarca. Aos efetivos que vão ocupar o novo Posto Territorial da GNR de Almancil, o presidente da Câmara Municipal de Loulé deixou uma palavra de incentivo e o desejo de que tenham as condições de trabalho necessárias para fazerem 145
sempre mais e melhor, “tal como
nós, deste lado, temos redobrado esforços para responder aos apelos da população almancilense e dos seus estrangeiros residentes”. “O Destacamento Territorial de Loulé funcionou, desde 1991, numa moradia particular em Almancil, sem condições dignas para acolher os seus efetivos. Àqueles que saíram das suas terras para zelar por esta, digo que serão muito bemvindos, que todos os acolherão de braços abertas, numa terra de gente afável e diversa. Assim os desafios serão ultrapassáveis, mas não digo que o trabalho será fácil, muito pelo contrário, ALGARVE INFORMATIVO #237
porque, quando mais valioso é o tesouro, mais cuidados e proteção ele merece”, finalizou Vítor Aleixo. E valorizar a segurança é precisamente, nas palavras de Eduardo Cabrita, um elemento central das políticas públicas. Por isso, o novo Posto Territorial da GNR em Almancil insere-se na lei de programação de investimentos nas forças e serviços de segurança aprovada na anterior legislatura, em 2017, e que permitiu “transformar velhos sonhos em realidades palpáveis”. “A ALGARVE INFORMATIVO #237
parceria com as autarquias locais é fundamental na definição, logo à partida, das capacidades de resposta do dispositivo, mas também na delegação nas entidades locais da confiança para o lançamento do concurso e para o acompanhamento da obra. Na certeza de que esta dimensão de proximidade tem uma eficácia que é impossível de desenvolver a partir das estruturas centrais do 146
Ministério da Administração Interna”, sublinhou o governante, elogiando uma parceria com a Câmara Municipal de Loulé que já deu outros frutos em Salir e Quarteira, já para não falar da instalação, neste concelho, do futuro Comando Territorial do Algarve da Guarda Nacional Republicana. Eduardo Cabrita reforçou que a segurança é um elemento decisivo para a competitividade de Portugal, sendo uma questão técnica complexa que exige profissionais preparados, qualificados e motivados. “A segurança é um ativo
sem o qual não há contas certas. É o ativo que faz a diferença para os investidores e para os turistas quando escolhem o destino Portugal. Mas é também um
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elemento essencial de garantia do Estado de Direito Democrático. É a garantia do exercício da liberdade, um fator fundamental de coesão social e territorial, de garantia da qualidade de vida dos residentes e visitantes”, defendeu o Ministro da Administração Interna, adiantando que, na Orla Mediterrânea, não faltam locais onde o sol também é agradável, em que a gastronomia é simpática e onde existem boas infraestruturas turísticas. “Mas a
vantagem que diferencia o Algarve e Portugal está muito associada a esta imagem de segurança. Loulé é um concelho muito especial, pela percentagem bastante significativa de turistas
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que para aqui se deslocam e que contribuem para o crescimento da economia nacional. Igualmente pelos residentes estrangeiros que aqui se fixaram e trabalham. É este Algarve inclusivo e cosmopolita que a GNR também acompanha, enquanto verdadeira força de segurança do território. Presente neste Loulé turístico do litoral, mas também no Loulé do interior, do barrocal, da serra algarvia, onde segue com regularidade 535 idosos isolados”, salientou Eduardo Cabrita. Uma tarefa que se tornou mais fácil com a nova lei de programação de investimentos aprovada em 2017 e que engloba a verba de 450 milhões de euros em quatro anos. uma lei que foi agora
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reforçada, no Orçamento de Estado de 2020, com a referência, pela primeira vez, da programação de admissões de efetivos. “Dos 400 militares da
GNR que iniciaram funções há duas semanas, depois de concluírem um ano de formação em Portalegre, foram colocados 69 no Algarve, com um ganho líquido de 55 efetivos e que permitiu aumentar a estrutura de Almancil em mais cinco efetivos. Temos agora um orçamento plurianual que nos permite dizer que, entre 2020 e 2023, irão ser recrutados cerca de 10 mil efetivos para as forças e serviços de segurança, 2.500 dos quais já este ano”, revelou ainda Eduardo Cabrita, em final de intervenção.
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DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 3924 Telefone: 919 266 930 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil Email: algarveinformativo@sapo.pt Web: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: Daniel Pina A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista regional generalista, pluralista, independente e vocacionada para a divulgação das boas práticas e histórias positivas que têm lugar na região do Algarve. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista independente de quaisquer poderes políticos, económicos, sociais, religiosos ou culturais, defendendo esse espírito de independência também em relação aos seus próprios anunciantes e colaboradores. A ALGARVE INFORMATIVO promove o acesso livre dos seus leitores à informação e defende ativamente a liberdade de expressão. A ALGARVE INFORMATIVO defende igualmente as causas da cidadania, das liberdades fundamentais e da democracia, de um ambiente saudável e sustentável, da língua portuguesa, do incitamento à participação da sociedade civil na resolução dos problemas da comunidade, concedendo voz a todas as correntes, nunca perdendo nem renunciando à capacidade de crítica. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelos princípios da deontologia dos jornalistas e da ética profissional, pelo que afirma que quaisquer leis limitadoras da liberdade de expressão terão sempre a firme oposição desta revista e dos seus profissionais. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista feita por jornalistas profissionais e não um simples recetáculo de notas de imprensa e informações oficiais, optando preferencialmente por entrevistas e reportagens da sua própria responsabilidade, mesmo que, para tal, incorra em custos acrescidos de produção dos seus conteúdos. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípio da objetividade e da independência no que diz respeito aos seus conteúdos noticiosos em todos os suportes. As suas notícias narram, relacionam e analisam os factos, para cujo apuramento serão ouvidas as diversas partes envolvidas. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista tolerante e aberta a todas as opiniões, embora se reserve o direito de não publicar opiniões que considere ofensivas. A opinião publicada será sempre assinada por quem a produz, sejam jornalistas da Algarve Informativo ou colunistas externos. ALGARVE INFORMATIVO #237
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