REVISTA ALGARVE INFORMATIVO #274

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ALGARVE INFORMATIVO Revista semanal - 5 de dezembro, 2020

«O RESGATE» DA ASSOCIAÇÃO SATORI SOM RISCADO | «LETHES’S BLUE» | CELINA PIEDADE | GEOPARQUE ALGARVENSIS 1 «RITUAL DE EVOCAÇÃO DOS ELEMENTOS» | PRÉMIOS JUVENTUDEALGARVE SÃOINFORMATIVO BRÁS#2742020


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30 - Prémios Juventude - São Brás de Alportel 2020

20 - Aspirante a Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira ALGARVE INFORMATIVO #274

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OPINIÃO 122 - Ana Isabel Soares 124 - Augusto Pessoa Lima

92 - «Ritual de Evocação dos Elementos» 50/82 - «Miramar» e «Grafonola Voadora & Napoleão Mira» no Som Riscado

58 - «Lethes’s Blue»

106 - «Resgate» da Associação Satori 11

70 - Celina Piedade em Albufeira ALGARVE INFORMATIVO #274


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ASPIRANTE A GEOPARQUE ALGARVENSIS LOULÉ-SILVES-ALBUFEIRA JÁ TEM FILME PROMOCIONAL E WEBSITE Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina e Geoparque Algarvensis s Municípios de Loulé, Silves e Albufeira reuniram-se, no dia 2 de dezembro, no Auditório Francisco Vargas Mogo, em São Bartolomeu de Messines, para apresentar publicamente o website e filme promocional do aspirante Geoparque Algarvensis Loulé-SilvesAlbufeira a Geoparque Mundial da UNESCO. O novo website apresenta o aspirante a Geoparque Algarvensis nas ALGARVE INFORMATIVO #274

suas variadas valências e promete despoletar o interesse em experienciar, visitar e desfrutar presencialmente de todos os locais compreendidos neste território. Uma ferramenta online complementada por um vídeo promocional de grande qualidade que dá a conhecer, de forma excecional, tudo o que os visitantes podem encontrar nesta extensa parcela do Algarve Interior. Foi a 2 de dezembro de 2019 que os Municípios de Loulé, Silves e Albufeira, 20


José Carlos Rolo, Rosa Palma e Dália Paulo

a Universidade do Algarve e o CIMA – Centro de Investigação Marinha e Ambiental da UAlg assinaram o protocolo de colaboração que deu o «pontapé-desaída» a todo este processo que é coordenado, nas três autarquias, por Dália Paulo (Loulé), Paula Teixeira (Silves) e Luís Pereira (Albufeira). Um processo que começou com uma candidatura da Câmara Municipal de Loulé ao Fundo Ambiental com vista à adaptação dos territórios aos novos desafios e que obteve a classificação máxima de cinco valores, conforme recordou Dália Paulo.

“Trata-se de um projeto que pretende comunicar o território no sentido de uma cultura cívica mais presente que considera o ordenamento do território e a conservação e valorização do 21

património – quer seja natural, paisagístico ou cultural – e que é efetivamente uma estratégia de valorização do interior”, frisou a Diretora Municipal da Autarquia de Loulé. Um ano depois, ficou-se a conhecer o vídeo promocional produzido pela «Comunica.me» de Nuno Aires, com argumento de Ivo Machado, imagem de Eduardo Sousa e interpretação a cargo do biólogo Tata Regala, assim como o sítio de internet elaborado pela Algardata e cujos conteúdos foram concebidos por uma equipa de mais de meia centena de técnicos pertencentes às três autarquias, sendo as fotos da responsabilidade de Vasco Célio. “É

um trabalho de orquestra em que ALGARVE INFORMATIVO #274


a nossa Maestrina é a professora Cristina Veiga Pires”, destacou Dália Paulo. “A partir de hoje, o aspirante Geoparque Algarvensis Loulé-SilvesAlbufeira renasce para o mundo e estará aberto 365 dias por ano, 24 horas por dia, difundindo o nosso trabalho nas várias áreas do conhecimento e ciência, da educação, comunicação e cultura. Este é apenas um novo começo, porque um website nunca está pronto, alimenta-se diariamente com novos conteúdos, caso contrário, deixa de ser interessante para quem o visita. Mas a equipa está oleada e pronta para dar vida à nova ferramenta de comunicação que a todos vai exigir muito trabalho”, assumiu Dália Paulo. ALGARVE INFORMATIVO #274

Cristina Veiga Pires, Diretora Científica do aspirante Geoparque Algarvensis, lembrou o que tem sido feito ao longo do primeiro ano deste projeto com vista à sua apresentação à UNESCO, com a vertente da Geologia e Paisagem a ser um dos principais focos, com a criação, para já, de 10 Geossítios. A conservação geológica é outro tema bastante importante para a candidatura, sendo de destacar o primeiro Laboratório de Paleontologia do Algarve, a nascer no futuro Quarteirão Cultural de Loulé. “Há um

ano atrás fomos desafiados pelo professor Ruivinho Brazão para incluir também o património imaterial e a oralidade e foi aberto um concurso, destinado às escolas dos três concelhos, para se reunir uma série de provérbios. 22


Temos igualmente um Conselho Científico Consultivo de 15 membros de diferentes áreas da geologia e biologia e dinamizamos várias ações de informação e educação ambiental. Foram também definidas as normas para os Geoparceiros, o primeiro passo para um futuro bastante diversificado e de trabalho junto com as pessoas, no terreno”, sublinhou Cristina Veiga Pires. “Faltanos ainda muito trabalho, nomeadamente criar uma associação, a entidade Geoparque, um passo importante para podermos prosseguir com os diversos projetos que temos em mão e submeter, então, a candidatura. Todas as pessoas que moram neste território têm 23

histórias e conhecimentos para oferecer e, com esta imagem e informação, vamos falar com elas para desenvolver novas parcerias e oportunidades”, concluiu a Diretora Científica. Depois da apresentação à plateia do filme promocional e do sítio de internet, feitas, respetivamente, por Nuno Aires e Marta Caetano, voltou a escutar-se Dália Paulo, em nome do presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, que garantiu que

“continuamos fortemente apostados na concretização deste projeto, que tem ainda pela frente dois anos de trabalho até à submissão da candidatura à UNESCO”. “Contamos com todos, sobretudo com as pessoas do ALGARVE INFORMATIVO #274


território, porque este é um projeto para as pessoas e com as pessoas. É um projeto horizontal que se faz com as vontades e anseios das pessoas e com os nossos grandes parceiros no território, os presidentes das Juntas de Freguesia, que estão ainda mais próximos das populações do que as Câmaras Municipais e podem-nos ajudar a ir construindo esta luz, até à concretização do sonho de sermos Geoparque Mundial da UNESCO”, frisou a Diretora Municipal de Loulé. Segundo Dália Paulo, um dos eixos centrais da atuação em 2021 será a difusão da informação já existente sobre o Algarvensis nos três concelhos, a par da valorização dos geossítios, da continuação da inventariação de novos conteúdos e da criação de pequenos pontos de memória do Geoparque no ALGARVE INFORMATIVO #274

território. “É um projeto de

desenvolvimento económico do território que assenta nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável definidos pelas Nações Unidas”, enfatizou, antes de passar a palavra a José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira. “Dizemos sempre que o

interior está esquecido, mas o investimento não se pode limitar à construção de edifícios e infraestruturas, há que valorizar também tudo aquilo que ele ainda nos pode dar. Qualquer dia esquecemo-nos das tradições, de múltiplos aspetos da vida quotidiano do interior que são bastante ricos. São atos simples, mas que encerram um conhecimento extraordinário”, 24


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declarou o edil albufeirense. “Esta é

uma candidatura com peso e valor e com capacidade para ser um Geoparque da UNESCO, o que constituirá uma mais-valia para termos um interior mais valorizado, com um turismo de natureza que se equilibre com o turismo de sol e mar do litoral”, acredita José Carlos Rolo. A sessão foi encerrada por Rosa Palma, presidente da Câmara Municipal de Silves, que realçou a forma unida e coesa como as três autarquias têm trabalhado neste projeto e sobre um território no qual não existem fronteiras geográficas ou cores partidárias. “Isto não é um projeto da

Rosa Palma, do Vítor Aleixo e do José Carlos Rolo, pelo que o ALGARVE INFORMATIVO #274

território só ganha se chamarmos ao projeto as gentes locais. Todos estes conhecimentos que foram passando de geração em geração têm que ser preservados e registados. O Geoparque tem um carácter muito forte em termos geológicos e paleontológicos, mas é crucial cativar as pessoas, envolvê-las no projeto, para assim contribuir para um desenvolvimento sustentável e equilibrado do território”, finalizou .

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SÃO BRÁS DE ALPORTEL PREMIOU OS SEUS JOVENS DE MÉRITO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina uase três dezenas de jovens sãobrasenses das mais diversas áreas de atividade foram nomeados pela comunidade para os Prémios Juventude – São Brás de Alportel 2020, cuja votação esteve em curso até dia 26 de novembro, sendo os resultados conhecidos, no dia 28 de novembro, na gala que foi transmitida, em direto na página de Facebook do Município, a partir do Cineteatro São Brás, numa noite especial onde estiveram apenas presentes os jovens nomeados. ALGARVE INFORMATIVO #274

Os Prémios Juventude nasceram em 2004 e desde então, de dois em dois anos, distinguem os jovens sãobrasenses que, pelo seu talento, empenho e dedicação, se têm distinguido de forma extraordinária, exemplar e inspiradora, constituindo um bom exemplo para as gerações mais novas. Para esta edição foram nomeados 27 jovens em 11 categorias e, após a sempre difícil escolha da Comissão Organizadora, a iniciativa entrou na fase de votação, que decorreu até 26 de novembro, em diversos locais do concelho. Os vencedores foram: na categoria 30


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Vítor Guerreiro, presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel

«Artes», Rafael Guerreiro; na categoria «Artes – Dança», Beatriz Chaveca; na categoria «Carreira», Ricardo Catarino; na categoria «Cidadania», Isa Vicente; na categoria «Ciência e Investigação» Lúcia Santos; Maria Inês Vilhena na categoria «Desporto»; Ana Rosária na categoria «Desporto – Formação»; na categoria «Empreendedorismo», Luís Madeira; na categoria «Letras», Tânia Vaz; Diogo Ramos na categoria «Música»; e, na categoria «Solidariedade», Nuno Teixeira. A par das nomeações da comunidade nas diversas categorias, o Município de São Brás de Alportel aprovou ainda, em reunião de câmara de 10 de novembro, a entrega do Galardão «Prémio Juventude Município» a um conjunto de jovens e grupos de jovens, nomeadamente: André Nunes, Beatriz Bernardo Alexandre (a título póstumo), Fábio Gonçalves e ALGARVE INFORMATIVO #274

Fabiano Garcia, Guilherme Jesus, Sandro Fidalgo e a Fábio Reis; bem como ao Clube de Natação de São Brás de Alportel, ao Clube de Ténis e Paddel de São Brás de Alportel, aos jovens participantes na II Gala «São Brás a Cantar», aos jovens vencedores do Prémio Ilídio Pinho 2019/2020 e aos jovens participantes nos projetos de voluntariado «Apoio Maior» e «Florestas Nossas». Na Gala dos Prémios Juventude 2020 de São Brás de Alportel foram ainda entregues prémios a Daniel Pacheco, melhor aluno finalista do ano letivo 2018/2019, e a Daniela Bernardino, melhor aluna finalista do ano letivo 2019/2020, no escalão sempre dirigido aos melhores finalistas do Ensino Secundário do Agrupamento de Escolas José Belchior Viegas .

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Marlene Guerreiro, vice-presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel

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David Gonçalves, Vereador da Câmara Municipal de São Brás de Alportel

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Acácio Martins, Vereador da Câmara Municipal de São Brás de Alportel

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SOM RISCADO APRESENTOU «MIRAMAR» DE FRANKIE CHAVEZ E PEIXE NO CINETEATRO LOULETANO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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segundo dia da quinta edição do Som Riscado – Festival de Música e Imagem de Loulé (20 de novembro) foi marcado pelo projeto «Miramar», uma criação de Frankie Chavez e Peixe, músicos com currículos de invejar no panorama nacional, “dois autênticos deuses da guitarra que levaram o público numa viagem contemplativa e cinemática em que a cumplicidade estética, o visualismo das melodias e a qualidade sonora marcaram a cadência emocional do concerto”, conforme descreveu a organização. ALGARVE INFORMATIVO #274

Apaixonado pelos blues, folk, rock e country, a solo ou com banda de suporte, Frankie Chavez já garantiu o seu próprio espaço na cena musical portuguesa, mas também alémfronteiras. Já Peixe é sobejamente conhecido pela sua experiência em bandas como Ornatos Violeta, Pluto e Zelig e pelo seu gosto pelo experimentalismo. Juntos, deram origem a uma música que combina a folk e os blues, e que interpretam com mestria na guitarra acústica, guitarra elétrica, lapsteel e guitarra portuguesa. Uma sonoridade da qual nasceu «Miramar», um dos melhores álbuns de 2019, estando já prometido novo registo discográfico da dupla para 2021. 52


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Teatro Lethes vibrou numa noite dedicada aos Blues Texto: Daniel Pina | Fotografia: Irina Kuptsova

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Teatro Lethes, em Faro, foi palco, no dia 27 de novembro, de um excelente concerto a cargo de Vítor Bacalhau e Fast Eddie Nelson, com o convidado especial Tércio Nanook, numa organização da Blues a Sul – Associação de Blues do Algarve inserida na edição de 2020 do «Lethes’ Blues», evento que contemplava ainda um concerto com os The Smokestackers, mas que foi adiado para 2021 devido à pandemia da covid-19. ALGARVE INFORMATIVO #274

A Blues a Sul é uma associação cultural sem fins lucrativos formada, em 2016, com o objetivo de promover e divulgar este género musical na região do Algarve através de concertos, workshops e outras atividades culturais. É disso exemplo a organização do Festival Internacional de Blues de Faro desde a sua quarta edição, decorrida em 2017, e que acontece anualmente no Teatro Lethes, em Faro .

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Celina Piedade levou Cante Alentejano a Albufeira Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

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projeto «Central Artes – Programação Cultural em Rede», iniciativa conjunta de cinco municípios do Algarve Central (Loulé, Albufeira, Faro, Olhão e Tavira), no seguimento da candidatura realizada ao CRESC Algarve 2020 (Programa Operacional Regional do Algarve), levou a cabo, no dia 26 de novembro, um workshop e um concerto de Cante Alentejano sob a responsabilidade de Celina da Piedade, um dos maiores ícones da world music nacional no feminino. O Workshop de Cante Alentejano realizou-se na Galeria Municipal João Bailote, ao final da tarde e, logo ao início da noite, foi a vez do Auditório Municipal de Albufeira acolher o concerto com Celina da Piedade (voz e acordeão), Sofia Neide (contrabaixo e voz) e Filipa Ribeiro (percussões e voz). ALGARVE INFORMATIVO #274

O Cante Alentejano é uma prática vocal polifónica do sul de Portugal, reconhecida como Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2014. Sempre serviu de veículo de expressão a uma forte consciência social, tratando-se de uma prática que, pelo seu carácter coletivo e voluntário, ajuda a manter acesa, dentro das comunidades em que está inserido, a noção de que a coesão (de todas as vozes) é essencial à manutenção do tecido social. Celina da Piedade tem dedicado muito do seu trabalho à investigação e divulgação do património musical alentejano e, em Albufeira, deu a conhecer algumas das muitas «modas» que constituem o cancioneiro alentejano, mostrando as principais características musicais e poéticas desta prática vocal e, acima de tudo, fazendo com que todos experimentassem, com as suas vozes, unidas, a força do Cante . 72


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GRAFONOLA VOADORA & NAPOLEÃO MIRA DERAM A CONHECER «LADO NENHUM» NO CINETEATRO LOULETANO Texto: Daniel Pina| Fotografia: Jorge Gomes

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espera foi longa, mas, finalmente, no dia 20 de novembro, segundo dia do Som Riscado de 2020, assistiu-se, no Cineteatro Louletano, à estreia oficial do primeiro disco da «Grafonola Voadora», projeto de Napoleão Mira, Luís Galrito e João Espada que conta ainda com as participações de Ricardo Martins e João Campos Palma.

pelo olhar de João Espada e misturadas em tempo real e as palavras do declamador e poeta Napoleão Mira, que falam dos lugares ao sul, das paixões, saudades e dúvidas partilhadas por aqueles que estão longe de casa. Sons tradicionais e modernos reproduzidos pelo piano e sintetizadores, acordeão, guitarra portuguesa e batidas eletrónicas, num género de banda sonora do «filme» que se ia assistindo no ecrã gigante. Uma experiência em cheio numa bela noite passada em Loulé .

Em palco tivemos a música original de Luís Galrito, as imagens captadas ALGARVE INFORMATIVO #274

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FESTIVAL VENTANIA TERMINOU COM O FANTÁSTICO «RITUAL DE EVOCAÇÃO DOS ELEMENTOS» DE JORGE SALGUEIRO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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Ventania – Festival de Artes Performativas do Barlavento chegou ao fim, e da melhor forma, no dia 28 de novembro, com a estreia da Sinfonia n.7, op. 278 de Jorge Salgueiro, «Ritual de Evocação dos Elementos», uma obra em formato de orquestra de câmara para duas vozes, narradora e áudio. Em palco esteve a Ventania Orquestra, com Margarida Pequito como «Menina Thunberg», Carina Matias Ferreira e Joana Godinho no canto, numa obra em torno das alterações climáticas e do ambiente. O concerto foi transmitido pela internet, na página do Facebook do Município de Lagoa, a partir do Auditório Carlos do Carmo, em Lagoa, devido à pandemia da covid-19.

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Conforme recordou a organização do festival, «Transformar o nosso mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável» foi uma importante resolução das Nações Unidas de setembro de 2015, ancorada na adoção de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, passos ousados e transformadores em direção a um futuro melhor para todos. Em janeiro de 2016, o Fórum Económico Mundial de Davos alertava que o aumento da utilização de plásticos é de tal forma significativo que, em 2050, os oceanos vão ter mais detritos plásticos do que peixes. “Este foi o mote para a

última criação de Jorge Salgueiro, «Ritual de Evocação dos Elementos», inicialmente prevista para 22 de março, Dia Mundial da

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Água”, indicaram os promotores do «Ventania». Construída em dois movimentos – «Os Quatro Elementos» e «O Ritual» – a sinfonia foi composta, entre 2019 e 2020, para uma formação coral-sinfónica e reorquestrada para uma versão de câmara em consequência das limitações levantadas pela pandemia de Covid-19. A Ventania Orquestra nasceu de um convite público a todos os músicos profissionais residentes no Algarve que desejassem integrar este projeto de cidadania e democracia. O resultado foi uma versão de câmara com 22 músicos que integram uma panóplia de instituições dedicadas à música erudita no Algarve, tanto no ensino artístico especializado de música, como na prática profissional, casos do Conservatório de Artes de Lagoa, Conservatório de Música de Loulé, 95

Academia de Música de Portimão, Agrupamento de Escolas da Bemposta em Portimão e Orquestra Clássica do Sul. No que toca ao Coro Infantil, foi pensado em parceria com o Agrupamento de Escolas Padre António Martins de Oliveira (ESPAMOL) e Agrupamento de Escolas da Bemposta Portimão, assim como o Algarve Grupo de Percussão, sob direção de Vasco Ramalho. Contudo, e por motivos de contingência da pandemia de Covid-19, a Ventania Orquestra apresentou-se, nesta estreia mundial da sinfonia de Jorge Salgueiro, em formato reduzido (duas vozes, narradora, áudio e 18 instrumentistas).

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PUPILOS DA ASSOCIAÇÃO SATORI FIZERAM RIR CINETEATRO LOULETANO COM «O RESGATE» Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

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a sequência da Bolsa de Apoio ao Teatro 2020 da responsabilidade da Câmara Municipal de Loulé, a Associação Satori apresentou, no dia 27 de novembro, «O Resgate», uma peça de teatro bastante divertida que retrata o episódio das duas naves que entram no espaço aéreo português e que ficam a pairar sobre o Concelho de Loulé. Depois de estabelecido um contacto entre terráqueos e extraterrestres, chegou-se a acordo para um resgate, só que, desta feita, não foi o Fundo Monetário Internacional (FMI) a ALGARVE INFORMATIVO #274

coordenar a operação. Assim, foram os «homenzinhos de verde» que vieram salvar os «tugas», através de um Conselho Jurídico e Profissional alienígena que se estende a vários sectores da nossa sociedade. Produzido por Tiago Guerreiro e Coproduzido por Cora Lippert, «O Resgate» foi encenado por Paollo Preto e contou com as interpretações de Bruno Teixeira, Catarina Garcia, Catarina Bernardino, Cláudia Graça, Cristina Curnic, Alice Pereira, Indiara Marques, Sara Gonçalves, Lúcia Custódio e José Teixeira. 108


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OPINIÃO Sexta tabuinha - Veneza (Parte 2) Ana Isabel Soares (Professora Universitária) ntrei em Veneza, como imagino que hoje entre em Veneza uma grande parte das pessoas que a visitam, pelas traseiras: Marco Polo entrava e saía pela porta nobre, a bacia que acolhe a água do Adriático e a faz lamber as pedras da Piazza San Marco. Deram ao aeroporto da cidade o nome de Marco, simbolicamente assentando o homem no fundo do quintal – calculo que ele nem dê a cara às hordas de gente que, como eu, é atirada aos monturos de Tessera e chega à cidade desejada a tentar sacudir o lixo suburbano de malas e de roupas. Naquele novembro de 1997, fazia frio em Veneza. Choveu ininterruptamente os três dias em que lá estive: a invernia e as obras de restauro do Palácio do Doge impediram-me de tocar todas as tabelinhas, de cumprir o turistal destino. A verdade é que, apesar de lá ter ido parar por vontade minha, Veneza não foi destino por destino: aconteceu querer fazer uma viagem (poderia ter sido qualquer viagem) com uma prima amiga, querer celebrar com o meu irmão o aniversário dele, e estar ele ali, e ter havido outra amiga que nos dispensou uns metros de chão onde pernoitar. Veneza foi incidental, acidental – mostrou-se despreocupada porque não ALGARVE INFORMATIVO #274

a fui ver a horas decentes; porque fui lá a casa sem ser para a ver a ela, desprezoume, ignorou-me. Tão mais por isso a amei, tão mais por isso nela, como tantos outros já descreveram que fizeram, me perdi. Não estive sozinha em Veneza. Como boa turista, andei sempre em grupo, um grupo pequeno: além do meu irmão, João, da Luísa, minha prima, da Ana, em casa de quem ficámos, estavam o Miguel, amigo e colega do João, que estudava em Ferrara, e outro colega deles, também estudante de Arquitetura. Martin, um bávaro que eu conhecera no começo do Verão desse ano, na cidade nórdica onde tentávamos aprender finlandês, viajara de Munique ao meu encontro. Já não sei se ficou o fim de semana, ou se só esteve em Veneza num dos dias. Aparece nas fotos, por isso me recordo dele. Parece-me que me lembro de haver mais gente a juntarse aos passeios: aquela Veneza novembrina faz-me pensar num lugar onde param, durante alguns instantes, pessoas em trânsito. Fosse como fosse, havia poucas pessoas nas ruas: a chuva afastava os turistas e nem os pombos se detinham no centro das praças mais do que o necessário para perceberem que tão cedo não haveria migalhas. Não terei sido a única pessoa a fotografar Veneza 122


Foto: Vasco Célio

naquele fim de semana: eu e mais algumas centenas, mas não os magotes habituais. A Serenissima mostrava-se estremunhada, as rugas à vista, o campanário de San Giorgio Maggiore nada mais do que um contorno débil para lá da névoa, que se juntava à acqua alta sobre as pedras do chão e impedia de ver onde terminava a praça San Marco e começava a Lagoa: mesmo as mesas das esplanadas, alinhadas como passadeira para se poder atravessar a praça, sustentavam outras como elas, 123

empilhadas de pernas para cima: no horizonte curto, eram iguais às estacas dos embarcadouros, ou aos ferros de proa das gôndolas que, sem gente para levar, baloiçavam sobre a ondulação. O dia era um entardecer permanente. (Fiz quatro fotos dessas patas de aranha, e é assim que nelas se confundem mesas, proas de gôndola, postes de candeeiros, uma sucessão de elementos verticais iluminados pelo brilho da água a cair nas pedras, a cair na laguna) . ALGARVE INFORMATIVO #274


OPINIÃO Porque vamos aos Restaurantes? Augusto Pessoa Lima (Cozinheiro, Consultor e Formador) m modelos de restaurantes diferentes, vamos por diferentes razões. Nos restaurantes mais simples, diria populares, vamos pela proximidade, pelo preço, pela comodidade, pela satisfação, pela quase evidência de ser muito mais fácil, do que ir às compras e preparar uma refeição em casa, porque estamos cansados, porque entendemos que naquele dia não estamos para nos incomodar com nada, porque sabemos que aquela comida de que tanto gostamos, ficará mais cara cozinhada em casa e, claro, porque precisamos de comer, mas também porque somos animais de hábitos. Nos outros, mais elegantes, distintos no que servem, no serviço que oferecem e no preço que praticam, vamos para celebrar um acontecimento importante, para sermos vistos, para procurar novas sensações, descobrir novas cozinhas, para conhecer a cozinha daquele Chefe que tanto apreciamos pelo que diz ou representa, pela arte, decoração, inovação, sentido de liberdade, de prazer, de poder, ou simplesmente porque gostamos de comer, de comer bem, entenda-se aqui, aquilo que cada um quiser.

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Tantas razões quantas as que quisermos enumerar ou lembrar, contudo, existe uma que é denominador comum, a comida. E intuitiva também será a ideia de que tanto se come bem, ou mal, nos espaços mais elegantes como nos mais simples. Mas existem razões para além de tudo isto, mas que, por si só, não se desvinculam dos motivos que acima referi. São elas, o facto de apreciarmos sermos bem tratados, reconhecidos, mesmo acarinhados, fazendo até que a presença do chefe à mesa, se justifique. Se, nos espaços mais simples, vamos pelo mais óbvio, a alguns mesmo tão ordinários que nos faz pensar – Que raio faço eu aqui? – Qualquer um de nós cozinha melhor que isto? – Ou até, em muitos casos, para viajar no tempo e nos lembramos do nosso lugar à mesa, na infância, e saborear aquele produto especial, o sabor intemporal da memória, as conversas que não eram proibidas, a partilha do conhecimento, naturalmente, como a noite depois do dia. Outros há que vão para presenciar a técnica, a evidência, a constatação do que os outros dizem, a beleza, a Arte de empratar que nos leva a tirar fotografias instagramáveis. Mas a beleza não vem apenas das artes plásticas, das Belas Artes, onde a Cozinha há muito deveria estar colocada, pela 124


excelência da comida transformada em Arte e dos inúmeros adereços, da louça à micro folha, cor e jogos de luz. Também vem do gosto pelo rural, sem fogo-deartifício, tão só pelo produto genuíno, pelo artesanato, que vai da vasilhame à palamenta, passando pela decoração, do local, ou região, pela envolvência e valências que nos permitem ser padrinhos e madrinhas de casamento de iguarias sólidas e liquidas, ente estágios, séculos mesmo, de memórias, do gosto pelo sabor que nos entra pela boca e nos faz, ali mesmo, sem rodeios ter um orgasmo de olhos fechados tonando intimista o facto, apesar de não estarmos sós. 125

Entre a simplicidade e o chiquismo há muito por entre escolher ou preferir e a certeza de que em alguns, somos mais um, ou não, depende de quem somos, nome, estatuto, riqueza, e em outros haverá sempre uma vontade de voltar, por isto ou por aquilo. Acrescento eu que à pergunta – Porque vamos aos Restaurantes, para além de tudo aquilo que referi, é a corrida pela busca do Santo Graal, do espaço que nos faz ter prazer, pela comida, por nos sentirmos como se estivéssemos em casa. ALGARVE INFORMATIVO #274


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DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 3924 Telefone: 919 266 930 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil Email: algarveinformativo@sapo.pt Web: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: Daniel Pina A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista regional generalista, pluralista, independente e vocacionada para a divulgação das boas práticas e histórias positivas que têm lugar na região do Algarve. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista independente de quaisquer poderes políticos, económicos, sociais, religiosos ou culturais, defendendo esse espírito de independência também em relação aos seus próprios anunciantes e colaboradores. A ALGARVE INFORMATIVO promove o acesso livre dos seus leitores à informação e defende ativamente a liberdade de expressão. A ALGARVE INFORMATIVO defende igualmente as causas da cidadania, das liberdades fundamentais e da democracia, de um ambiente saudável e sustentável, da língua portuguesa, do incitamento à participação da sociedade civil na resolução dos problemas da comunidade, concedendo voz a todas as correntes, nunca perdendo nem renunciando à capacidade de crítica. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelos princípios da deontologia dos jornalistas e da ética profissional, pelo que afirma que quaisquer leis limitadoras da liberdade de expressão terão sempre a firme oposição desta revista e dos seus profissionais. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista feita por jornalistas profissionais e não um simples recetáculo de notas de imprensa e informações oficiais, optando preferencialmente por entrevistas e reportagens da sua própria responsabilidade, mesmo que, para tal, incorra em custos acrescidos de produção dos seus conteúdos. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípio da objetividade e da independência no que diz respeito aos seus conteúdos noticiosos em todos os suportes. As suas notícias narram, relacionam e analisam os factos, para cujo apuramento serão ouvidas as diversas partes envolvidas. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista tolerante e aberta a todas as opiniões, embora se reserve o direito de não publicar opiniões que considere ofensivas. A opinião publicada será sempre assinada por quem a produz, sejam jornalistas da Algarve Informativo ou colunistas externos. ALGARVE INFORMATIVO #274

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