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ALGARVE INFORMATIVO 15 de maio, 2021
AO LARGO DA COSTA ALGARVIA COM A MARINHA PORTUGUESA «ASSIM DEVERA EU SER» | CONCURSO CIDADES DO VINHO | «LIBERDADES» 1«FACES DO ACORDEÃO» | TEIA D’IMPULSOS | «COVID-19 - JOGOS ALGARVE #291 DE INFORMATIVO PODER»
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106 - Exposição da Teia d’Impulsos
66 - «Assim devera eu ser»
18 - Concurso Cidades do Vinho
38 - Ao largo da costa algarvia com a Marinha Portuguesa
54 - Nuno Campos Inácio tem novo livro 94 - «Faces do Acordeão»
OPINIÃO 116 - Ana Isabel Soares 118 - Adília César 80 - «Liberdades» da OJA ALGARVE INFORMATIVO #291
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MAIS DE 550 VINHOS FORAM A CONCURSO EM LAGOA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Município de Lagoa ecorreu, no Centro Cultural do Convento de S. José, em Lagoa, entre os dias 7 e 9 de maio, a primeira edição do Concurso Cidades do Vinho, onde estiveram à prova mais de 550 vinhos nacionais, com o objetivo conjunto de promover os vinhos e o território. Os produtores nacionais responderam de forma muito positiva ao desafio da Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) e da Associação das Rotas dos Vinhos de Portugal (ARVP) para a realização deste concurso, onde ALGARVE INFORMATIVO #291
vitivinicultores juntaram-se aos municípios para atuarem como promotores dos vinhos dos seus territórios. Os vinhos inscritos neste concurso irão estar também presentes, em 2021, no Concurso Internacional em Itália, em Castelvetro di Modena. As particularidades únicas do Concurso Cidades do Vinho, o trabalho inovador da AMPV (Associação de Municípios Portugueses do Vinho) e da ARVP (Associação das Rotas dos Vinhos de Portugal) e o seu espírito de iniciativa nos tempos difíceis que atravessamos foram contributos para 18
que este concurso contasse com o Alto Patrocínio da Presidência da República e com o apoio institucional do Ministério da Agricultura. O júri do concurso foi presidido por António Ventura, expresidente da direção da Associação Portuguesa de Enologia e Viticultura (APEV). Já o presidente da Comissão de Honra foi Vasco D’ Avillez, que conta com mais de 40 anos dedicados ao setor do vinho, enquanto que o presidente da Comissão Científica foi o especialista e investigador António Curvelo Garcia. Os resultados deste concurso serão anunciados no dia 12 de junho, na Feira Nacional de Agricultura, em Santarém.
“O Concurso Cidades do Vinho está inserido no Concurso Internacional que há 18 anos é promovido pela associação italiana Città del Vino, e é único no mundo por unir os municípios e os produtores, ou seja, 19
por promover simultaneamente os vinhos e os territórios”, destacou José Arruda, secretário-geral da AMPV. No dia 6 de maio realizou-se, também no Convento de S. José, em Lagoa, o XIII Concurso de Vinhos do Algarve, em parceria com o Município de Lagoa e a Associação de Municípios Portugueses do Vinho, com direção técnica da responsabilidade da Comissão Vitivinícola do Algarve. “É um
enorme privilégio para Lagoa receber este concurso e é o reconhecer do extraordinário crescimento que o setor vitivinícola tem tido no nosso concelho, mas também na nossa região. Já há alguns anos que assumimos que a nossa estratégia passa por promover o nosso ALGARVE INFORMATIVO #291
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território, as nossas praias, os nossos campos de golfe, a nossa gastronomia, associada aos nossos excelentes vinhos, combatendo, dessa forma, a sazonalidade”, afirmou Luís Encarnação, Presidente da Câmara Municipal de Lagoa. Entretanto, a Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, e o Secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Rui Martinho, visitaram, no dia 7 de maio, Lagoa, no âmbito do concurso «Cidades do Vinho» que teve lugar no Centro Cultural do Convento de S. José, local onde se apresentou um pacote de medidas de apoio ao setor vitivinícola. A visita iniciouse pela Única – Adega Cooperativa de Lagoa, onde a Ministra conheceu a história e a tradição de um povo que outrora se dedicava maioritariamente ao vinho e à vinha. No local teve contato com os melhores vinhos do concelho, 21
bem como o acervo de uma das adegas mais antiga e emblemática do país. Acompanhada pelo Presidente da Câmara Municipal de Lagoa, Luís Encarnação, pelo presidente do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), Bernardo Gouveia, pelo presidente da Associação das Rotas dos Vinhos de Portugal (ARVP), Ângelo Machado, pela Presidente da Comissão Vitivinícola do Algarve, Sara Silva, e pelo Presidente da Associação de Municípios Portugueses do Vinho, Pedro Magalhães Ribeiro, seguiu depois para o Centro Cultural do Convento de S. José para participar no Concurso Cidades do Vinho. A deslocação da Ministra terminou com o anúncio de um pacote de medidas de apoio ao sector vitivinícola, que estarão disponíveis a partir dos próximos meses. “É com enorme
satisfação que Lagoa recebeu a ALGARVE INFORMATIVO #291
visita da Ministra da Agricultura, enquanto território vinhateiro e que outrora era um dos maiores produtores de vinho do país. Não é todos os dias que Lagoa é palco de anúncios tão importantes para o país, como aquele que tivemos o privilégio de ouvir, em primeira mão, de apoio ao setor vitivinícola”, considerou Luís Encarnação, Presidente da Câmara Municipal de Lagoa. O Concurso Cidade do Vinho foi organizado pela AMPV (Associação de Municípios Portugueses do Vinho) e ARVP (Associação das Rotas dos Vinhos de Portugal). Teve como parceiros o Município de Lagoa, a Recevin - Rede Europeia de Cidades do Vinho e a Città del Vino . ALGARVE INFORMATIVO #291
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LOULÉ E QUARTEIRA FESTEJARAM O SEU DIA COM REQUALIFICAÇÕES DE ESPAÇOS PÚBLICOS Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina ssinalou-se, a 13 de maio, o Dia do Município de Loulé e o 22.º aniversário de elevação de Quarteira a Cidade, com os festejos a iniciarem-se com o tradicional hastear da bandeira, primeiro em frente ao edifício dos Paços do Concelho de Loulé e, uma hora depois, em frente ao Centro Autárquico de Quarteira. A comitiva, que ALGARVE INFORMATIVO #291
teve como convidado especial o Secretário de Estado da Descentralização e da Administração Local, Jorge Botelho, seguiu depois para a inauguração de duas importantes intervenções em termos de reabilitação do espaço urbano, designadamente, a Avenida da Alameda da Praia da Marina, em Vilamoura, e a segunda fase do Passeio das Dunas, que liga a zona em frente ao Crowne Plaza à Marina de Vilamoura. 26
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“A revitalização do espaço público e a reabilitação urbana têm sempre como objetivo a devolução destes espaços às pessoas e aspetos como a mobilidade e o ambiente devem estar sempre presentes, para além da sua beleza e harmonia”, começou por dizer Telmo Pinto, presidente da Junta de Freguesia de Quarteira, depois ALGARVE INFORMATIVO #291
do descerrar das placas de inauguração. Quarteira que já é uma das maiores cidades do Algarve e projetos de reabilitação urbana realmente não faltam, com Telmo Pinto a relembrar como era a entrada nesta urbe, em 2013, quando assumiu a presidência da Junta de Freguesia, altura em que 28
importantes da freguesia. No início deste mandato propusemos a requalificação da Rua 25 de Abril e da Avenida Infante Sagres, obras que os quarteirenses há muito anseiam. São áreas que apresentam todas as características necessárias para o usufruto da qualidade de todos aqueles que cá vivem, mas que também diferenciam a cidade de Quarteira”, frisou Telmo Pinto, aproveitando para enaltecer o papel desempenhado pela Inframoura e de todas as entidades que contribuíram para a conclusão dos projetos agora inaugurados. “Temos que olhar
para estes espaços pensando nas pessoas e sem nunca esquecer o ambiente”, concluiu o presidente da Junta de Freguesia. Dirigindo-se aos poucos quarteirenses que estavam presentes na inauguração, devido aos constrangimentos ditados pela atual pandemia, Vítor Aleixo fez questão de recordar como era, há não muitos anos, o espaço onde todos se encontravam nesta solarenga manhã de 13 de maio. também Vítor Aleixo assumiu a presidência da Câmara Municipal de Loulé. “Eram 14 outdoors,
atravessávamos a EN 396 para ir ao supermercado, não havia zonas de estacionamento. Desde então inauguramos a Avenida Papa Francisco, requalificamos a Fonte Santa e muitas outras áreas 29
“Vocês lembram-se bem da chaga social resultante de uma circunstância histórica muito atribulada e violenta em que milhares de portugueses tiveram que abandonar países africanos, devido às guerras civis que se seguiram à Descolonização, e que chegaram a Portugal «sem eira ALGARVE INFORMATIVO #291
nem beira», de uma forma muito triste e traumática para eles”, declarou o presidente da Câmara Municipal de Loulé. “Muitas dessas
pessoas acomodaram-se por aqui em casas de latão e papelão, com aquilo que tinham à mão fizeram os seus abrigos, e aqui se construiu um bairro de lata que, durante bastantes anos, alojou mais de mil portugueses em situação de pobreza”. O edil louletano contou que esse bairro acabou por funcionar como uma separação entre Vilamoura – uma zona rica onde abundava o investimento público e privado de grande qualidade – e a parte mais popular onde nasceu a cidade de Quarteira. “Durante anos ALGARVE INFORMATIVO #291
essa situação incomodou-nos a consciência e envergonhou-nos a todos. Vários executivos municipais trabalharam para chegarmos a esta obra extraordinária que hoje inauguramos. Foi com o Joaquim Vairinhos que o bairro da lata começou a ser destruído e que as pessoas começaram a ser realojadas na zona da Abelheira, em situações completamente diferentes e com respeito pela dignidade e decência que são devidas a cada ser humano que connosco coabita esta terra”, sublinhou Vítor Aleixo, lembrando que, em 2014, “não havia um metro que fosse de Passeio das Dunas”. 30
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Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé
Uma obra cuja primeira fase foi inaugurada em 2016, com a presença do Primeiro-Ministro António Costa, sendo a segunda fase inaugurada agora a 13 de maio de 2021, mas Vítor Aleixo falou já de uma terceira fase, constituída pela requalificação do Mercado de Quarteira e do Largo das Cortes Reais. “Temos hoje
razões suficientes para sentir uma enorme alegria, porque se fecha aqui uma página de um capítulo da história desta cidade, que teve tristezas, mas também muitas alegrias. E o grande objetivo deste ALGARVE INFORMATIVO #291
executivo municipal é que se possa ir, a pé ou de bicicleta, desde a Marina de Vilamoura até à envolvente do Aeroporto de Faro”, assumiu o autarca, recordando que ainda recentemente foi inaugurada, com a presença do Ministro do Ambiente e da Ação Climática, um passadiço com mais de cinco quilómetros que liga a Praia do Garrão à zona do Ludo. “A seguir
vamos fazer o resto do passadiço até Quarteira, uma terra onde vale a pena viver e trabalhar, mas 32
Telmo Pinto, presidente da Junta de Freguesia de Quarteira
também investir numa segunda habitação”. Vítor Aleixo explicou ainda que o projeto de requalificação do Mercado de Quarteira está concluído e que se atrasou mais de um ano devido à subida do nível das águas do mar. “Vamos fazer um
investimento de grande importância para esta cidade e para mais de 100 anos, portanto, sabendo o que sabemos hoje, não podíamos avançar com o anterior projeto. Muita coisa vai ter que ser alterada nesta frente litoral, mas 33
vamos abrir esse concurso público daqui a algum tempo”, anunciou, apelando a que os quarteirenses continuem a depositar a sua confiança na equipa que lidera a Câmara Municipal de Loulé. “Como
podem ver por esta obra, em poucos anos fomos capazes de fazer algo que está a surpreender muita gente. Temos investido bastante em Quarteira e só na Rua dos Pinheirinhos, na Avenida da Alameda da Praia e na segunda fase do Passeio das Dunas, a ALGARVE INFORMATIVO #291
Câmara de Loulé aplicou mais de 4,5 milhões de euros. Todos os quarteirenses devem saber que quem governa a Câmara Municipal de Loulé é gente que não tem deixado Quarteira para trás, nem qualquer outra parcela do nosso concelho. Temos tido a inteligência e a sabedoria suficientes para que todas as partes que constituem este território possam acompanhar esta onda de desenvolvimento que estamos a atravessar nos últimos anos”, destacou. Vítor Aleixo não esqueceu também a aposta na segurança, “porque sem segurança não há Democracia”, ALGARVE INFORMATIVO #291
dando os exemplos dos investimentos realizados para a melhoria das condições de trabalho da GNR e da Autoridade Marítima no concelho de Loulé. “E vamos em breve
inaugurar uma escola que será um orgulho para os quarteirenses. Todos os dias durmo descansado por causa do trabalho que é feito no concelho de Loulé e na Freguesia de Quarteira, mas há ainda muito para fazer até ao final deste mandato e nos anos que se seguirão, se essa for a vontade do eleitorado. Cá estaremos com as nossas propostas e a mesma energia, contem connosco para continuar a levar esta terra para a 34
Jorge Botelho, Secretário de Estado da Descentralização e da Administração Local
frente”, concluiu o presidente da
Quarteira no mapa”, elogiou o
Câmara Municipal de Loulé, antes de passar a palavra ao seu antigo colega autarca de Tavira, Jorge Botelho, agora Secretário de Estado da Descentralização e da Administração Local. “Estamos
governante, enaltecendo, deste modo, o elenco político que lidera os destinos deste Município. “Há muitos que
perante uma obra que, ao ligar Quarteira e Vilamoura, cria uma nova centralidade de enorme qualidade para o turismo, para além de valorizar o ambiente e a qualidade de vida das pessoas que aqui residem e trabalham. Tudo isto denota ambição para fazer crescer uma terra e para colocar ainda mais o concelho de Loulé e a cidade de 35
dizem que fazem e depois há aqueles que fazem mesmo, ouvindo as pessoas, escutando os anseios das populações. E assim nasce esta obra importante para Vilamoura, para Quarteira, para todo o concelho de Loulé, inaugurada por este presidente de câmara, Vítor Aleixo, e por este presidente de junta de freguesia, Telmo Pinto” . ALGARVE INFORMATIVO #291
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COMANDO DA ZONA MARÍTIMA DO SUL DEU A CONHECER O DIA-A-DIA DE UMA LANCHA DE FISCALIZAÇÃO RÁPIDA DA MARINHA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina Algarve Informativo foi convidado pelo Comando da Zona Marítima do Sul para embarcar numa das Lanchas de Fiscalização Rápida da Marinha em missão no Algarve, para melhor conhecer o trabalho que é efetuado no dia-a-dia através da realização de alguns exercícios ALGARVE INFORMATIVO #291
e atividades, desde a navegação em águas restritas e do resgate de homem ao mar, ao combate a um incêndio a bordo e à patrulha e vigilância marítimas. “O Comando da Zona
Marítima do Sul, depois de devidamente autorizado pelo Comando Naval e pelo Estado Maior da Armada, abriu duas das suas unidades, dois navios, aos 38
A segundo-tenente Joana Canas Costa, comandante do NRP Escorpião
órgãos de comunicação social, para que, através de vós, a população em geral saiba o que fazemos no nosso quotidiano. A 20 de maio celebra-se o Dia da Marinha, que, à semelhança do que já aconteceu no ano transato, não poderá ser festejado como era tradição, devido à pandemia por covid-19. Também tínhamos o hábito de acolher escolas para incentivar os mais jovens a seguirem uma carreira militar, nomeadamente na Marinha, o que este ano também não é aconselhável fazer”, explicou o Capitão-Tenente João Afonso Martins, 2.º Comandante da Zona Marítima do Sul. 39
A manhã do dia 12 de maio a bordo do NRP Escorpião começou, então, com a saída da Marina de Vilamoura, seguindo-se uma viagem até à Baia de Armação de Pêra, onde nos encontramos com o NRP Hidra, que tinha partido de Portimão. Uma viagem durante a qual se simulou um incêndio de Classe A, ou seja, de materiais sólidos e não de combustíveis ou equipamentos elétricos, o que constituiria um incêndio de Classe E.
“O incêndio foi detetado numa das casas-de-banho e foi logo combatido por uma equipa de primeira ação com extintores. A restante equipa do navio garantiu que não havia tensão alta no local ALGARVE INFORMATIVO #291
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Capitão-Tenente João Afonso Martins, 2.º Comandante da Zona Marítima do Sul
de incêndio, isto é, que não existia perigo de electrocução, para assim se avançar para o combate com água, que é muito mais efetivo. A primeira equipa foi depois rendida por elementos que já possuem ARA – Aparelhos de Respiração Autónomos, de modo que o fumo já os afeta, excetuando a diminuição de visibilidade”, descreveu o CapitãoTenente João Afonso Martins. “As cortinas de fumo foram acionadas para evitar a propagação do fumo para o restante navio, até porque, 41
estatisticamente, o fumo mata mais em incêndios a bordo do que o fogo propriamente dito. Em simultâneo, é importantíssimo que se garanta o arrefecimento da zona exterior ao incêndio, através de um género de «cubo de água». Se o incêndio fosse em matéria combustível – gasóleo ou óleo – o combate seria completamente diferente e muito mais demorado, porque normalmente tenta-se conseguir a autoextinção do incêndio por ALGARVE INFORMATIVO #291
via da sua contenção, já que, acabando o oxigénio no local, as chamas morrem por si só”, indicou o 2.º Comandante da Zona Marítima do Sul. Enquanto toda esta operação decorria no interior do navio, a comandante do NRP Escorpião, a segundo-tenente Joana Canas Costa, permaneceu na ponte para coordenar o combate ao incêndio e para assegurar a segurança da navegação. Em todos os incêndios é considerada a possibilidade de recorrer a auxílio externo, nomeadamente de outros navios da Marinha Portuguesa, mas a ideia é que a tripulação seja autossuficiente para resolver a situação. Já com Armação de ALGARVE INFORMATIVO #291
Pêra à vista, o NRP Escorpião foi «intercetado» por um semirrígido do Corpo de Fuzileiros da Marinha Portuguesa, em resposta a um alerta para uma embarcação suspeita a navegar na costa algarvia. A simulação repetiu-se com o NRP Hidra e, depois das despedidas, regressou-se a Vilamoura, numa viagem que incluiu um exercício de homem ao mar, utilizando-se a embarcação semirrígida de apoio do NRP Escorpião. NRP Escorpião que foi a última de uma série de três Lanchas de Fiscalização Rápida da Marinha entregues à Marinha Portuguesa, 42
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construídas em fibra no Arsenal do Alfeite, mas cujos cascos foram feitos na empresa CONAFI – Construção Naval de Fibras Lda., sediada em Vila Real de Santo António. As cinco lanchas constituem a classe ARGOS e foram batizadas com os nomes de constelações de estrelas, designadamente «Argos», «Dragão», «Escorpião», «Cassiopeia» e «Hidra», tendo a «Escorpião» sido lançada à água a 26 de julho de 1991 e aumentada ao efetivo dos navios da Armada a 26 de novembro do mesmo ano. Entre as principais missões do NRP Escorpião contam-se a salvaguarda da vida humana no mar e o exercício da Autoridade Marítima e da atividade de segurança marítima nos espaços marítimos de jurisdição e responsabilidade nacional. No âmbito destas missões é exercida uma vigilância
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e patrulha das águas sob jurisdição nacional que incluem: a busca e salvamento; a fiscalização da pesca; a vigilância de atos ilícitos e de tráfego ilícitos de estupefacientes; o controlo da poluição no mar; a fiscalização dos esquemas de separação de tráfego marítimo existentes ao longo da costa; e o apoio às populações e organismos civis. As missões de busca e salvamento compreendem as ações para a salvaguarda da vida humana no mar, como consequência de acidentes com aeronaves ou com navios e embarcações. A fiscalização da pesca, tarefa acrescida com a criação da ZEE – Zona Económica Exclusiva, implica uma série de verificações só possíveis com as vistorias a bordo das embarcações de pesca. Por sua vez, a vigilância de
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atos ilícitos e de tráfego ilícito de estupefacientes são tarefas executadas em colaboração com outras entidades. E, desde 19 de agosto de 2020, o NRP Escorpião é comandado pela segundotenente Joana Canas Costa, que ingressou na Escola Naval em outubro de 2010, tendo concluído o mestrado integrado em Ciências Militares Navais em setembro de 2015. “Estas ações são
bastante importantes para abrirmos as portas ao exterior, de modo a que a população perceba como é o nosso dia-a-dia e quais as dificuldades que sentimos enquanto andamos no mar. Hoje o dia até está calmo, mas, quando acontece algo,
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a nossa missão é clara, salvar pessoas, esteja o mar como estiver”, referiu a segundo-tenente Joana Canas Costa, que é uma das poucas mulheres a comandar um navio na Marinha Portuguesa. “Sempre
ambicionei isto e para isso estudei e preparei-me. É um desafio constante, mas também uma experiência que nos enrique bastante, porque nenhum dia de mar é igual a outro. Felizmente que já somos algumas mulheres a comandar navios em Portugal, que, se calhar, é o topo da carreira de um oficial da Marinha”.
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Joana Canas Costa exerceu as funções de Chefe do Serviço de Comunicações e Operações a bordo do NRP «Baptista de Andrade», entre outubro de 2015 e julho de 2016, altura em que assumiu os cargos de Chefe do Serviço de Operações e Adjunto do Imediato para a Gestão do Pessoal do NRP João Roby. Em outubro de 2017 passou a exercer o cargo de Chefe do Serviço de Navegação, tendo sido sujeita a um período de Plano de Treino Básico. Especializou-se em Navegação em 2018/2019 e desempenhou, entre agosto de 2019 e agosto de 2020, o cargo de Oficial Navegador a bordo do NRP Sines, tendo ALGARVE INFORMATIVO #291
efetuado diversas missões de busca e salvamento, uma missão na Zona Marítima da Madeira e uma na Zona Marítima dos Açores. Em outubro de 2019 pertenceu ao staff da Força Naval Portuguesa (PRTMARFOR) durante o exercício LUSITANO19, a bordo do NRP Bérrio. Depois, entre novembro de 2019 e dezembro de 2020, integrou a Equipa de Avaliação do Centro Integrado de Treino e Avaliação Naval, período durante o qual participou em inspeções administrativas e planos de treino de vários navios da esquadra, na área da navegação. Foi promovida ao atual posto em 1 de outubro de 2017 . 48
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NUNO CAMPOS INÁCIO REGRESSA À FICÇÃO COM «COVID-19 – JOGOS DE PODER» Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina 55
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natureza criou uma nova arma mortífera que o homem aprendeu a manipular, disseminando-a pelo mundo, cumprindo determinações de organizações ocultas. Ana Albuquerque é uma radical ambientalista portuguesa, conhecida pelas suas propostas para a redução da população humana em defesa da sustentabilidade do planeta. Mark Duffy é um reputado economista britânico que ambiciona ser Ministro das ALGARVE INFORMATIVO #291
Finanças do Reino Unido, contando com o apoio de grandes magnatas na defesa da necessidade de diminuição da população economicamente inútil. Ambra Zena é uma veneziana que se viu obrigada a abandonar a cidade natal pela elevada pressão do turismo de massas, liderando agora um movimento que pretende travar o turismo de cruzeiros. Quadro médio numa gigante tecnológica, Yudi Miyamoto advoga a diminuição da faixa populacional mais envelhecida, adversa às novas tecnologias e que limita o desenvolvimento tecnológico e social. 56
amigos no dia de aniversário da sua filha, 12 de março de 2020, precisamente na véspera de Portugal ter entrado no seu primeiro confinamento geral. “Estávamos
num restaurante, foi a última vez que saímos, e colocava-se a hipótese de, no dia seguinte, tudo ser fechado. Na altura disse, quase por brincadeira, que, como iria ficar sem nada para fazer, ainda escrevia um romance sobre o aparecimento do vírus. E, de facto, no primeiro dia do confinamento, arranquei com o livro”, recorda o oficial de justiça de profissão e cofundador da Arandis Editora, a par de Sérgio Brito e Fernando Lobo. “Logo em janeiro
Ao todo, são 13 personagens principais que se cruzam em 50 cidades de 25 países, espalhando um vírus letal e produzindo a vacina salvadora, em permanentes jogos de poder, traição, sedução e prazer. E assim está aberto o apetite para o novo livro do portimonense Nuno Campos Inácio, «Covid-19 – Jogos de Poder», num regresso inspirado à ficção, por onde começou a escrever, antes de ter enveredado pelos caminhos da genealogia e da literatura histórica. Uma obra que nasceu numa conversa de 57
de 2020, quando se começou a falar do novo coronavírus, iniciei a investigação e recolha de informações e havia uma série de questões que não batiam certas umas com as outras. Podia ser um problema de fontes ou de interpretação dos próprios acontecimentos, mas parecia que existia ali um jogo de poder com algum objetivo pré-definido. Fui desenvolvendo a história, que acompanha um grupo de cientistas – e não só – que prestam serviços para empresas e organizações detentoras do poder”, adianta o entrevistado. Teorias de conspiração que depressa surgiram, um pouco por todo o lado, ALGARVE INFORMATIVO #291
assim que se perspetivou a real dimensão da covid-19, com Nuno Campos Inácio a olhar para muitas delas e a tentar descobrir qual o seu ponto embrionário.
“É quase uma evidência que nenhuma teoria de conspiração surge do acaso. Pode haver uma interpretação mais ampla, ou errada, dum acontecimento, mas esse acontecimento existiu, e a obra contém todas as teorias da conspiração conhecidas até novembro de 2020, quando acabei de escrever o livro. E elas vão desde a sua origem natural até à possibilidade de termos organizações secretas devidamente montadas com o intuito de disseminar o vírus, umas com objetivos ambientais para diminuir a pegada ecológica; outras com intuitos economicistas que querem eliminar camadas marginais da sociedade; outras adversas ao turismo de massas pela destruição que provocam em determinadas cidades e nos seus centros históricos; e outras ainda que desejam o confinamento para que as pessoas consumam ainda mais tecnologia. E temos, claro, a Big Pharma, segundo a qual o vírus, quando aparece, já tem cura e tudo isto é uma campanha publicitária para se vender um determinado farmacêutico”, descreve o autor. Muitas teorias e enredos que poderiam ALGARVE INFORMATIVO #291
tornar mais complicada a construção do romance, por envolver múltiplas personagens e locais, mas Nuno Campos Inácio considera que as obras de ficção se criam a elas próprias. “O
autor tem uma ideia, um ponto de partida e uma mensagem que quer transmitir, mas, a partir daí, a história vai-se desenrolando naturalmente e fiel ao seu fio condutor. Neste livro, as quatro personagens principais vão circulando pelo mundo, mas o grande protagonista é o jogo de poder em si, é ele que una as quase 50 personagens da obra”, indica, com um sorriso, acrescentando que regressar às origens, em termos literários, foi bastante pacífico. “Os
meus primeiros três livros foram de ficção, simplesmente entrei numa fase da minha vida em que deixei de ter tempo para escrever ficção, devido a toda a investigação que a genealogia e a elaboração das monografias exigem – estamos a falar de obras com mais de 1.500 páginas. Durante este período de confinamento voltei à ficção, mas o livro, embora resulte da minha imaginação, tem por detrás as mesmas rotinas de quando faço as obras monográficas”. As rotinas foram as mesmas, mas os estilos são bem diferentes, porque os romances históricos não devem contrariar os factos reais, enquanto a 58
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ficção deve, como o próprio nome indica, ser ficcionada, mas sempre deixando a possibilidade de, afinal de contar, até poder ser verdade. Depois, escrever num período em que praticamente todo o país está «fechado» em casa, deprimido, sem saber o que esperar do futuro, também é desafiante, mas nada que atemorizasse Nuno Campos Inácio. “Como disse,
para mim, a obra nasce dela própria, o que significa que raramente volto atrás. Pego no fio condutor e vou escrevendo ao sabor da pena, o que facilita bastante o processo. Deixo fluir completamente a imaginação e, no fim, leio tudo para ver se as coisas batem certo. A única coisa que preciso é de silêncio”, explica o portimonense, embora admita que pegar num tema volátil como a covid-19, com tantas incertezas e novas descobertas quase diárias, não foi fácil. “Aliás, a
minha ideia era que este livro fosse o primeiro volume de uma trilogia, porque a história de «Covid-19 – Jogos de Poder» termina no dia em que a China reconhece a existência do vírus. Estamos a falar de um período em que a população mundial ainda nem sequer sabia da covid-19, portanto, podia ficcionar à vontade. Agora, começamos a entrar numa vertente meramente histórica e nem sei se vou escrever os outros dois volumes”, admite o autor, que não quer transmitir, através da ficção, dados incorretos do ponto de vista histórico. ALGARVE INFORMATIVO #291
QUEM ESCREVE PARA O PRESENTE NÃO TEM FUTURO Com trilogia ou não, o certo é que «Covid-19 – Jogos de Poder» é o primeiro romance a abordar o novo coronavírus e deverá mesmo ser, acredita Nuno Campos Inácio, o tema mais recorrente da próxima década em termos literários. “Depois deste
filme terminar vão surgir outras interpretações que vão inundar completamente o mercado, umas a contradizer-se às outras, 60
portanto, não sei se valerá a pena meter-me nessa guerra”, refere, garantindo ainda que nunca escreveu com fins populistas ou comerciais.
“Aliás, quando comecei com este livro, ninguém imaginava tudo o que iria acontecer nos meses seguintes, não se pensava que isto fosse durar tanto tempo e ter o impacto que está a ter a nível mundial. No fundo, foi um desafio que lancei a mim mesmo, mas nenhum autor pode estar limitado por aquilo que os outros dizem ou 61
pensam. Quem escreve para o presente, não tem futuro, porque as coisas mudam muito depressa. Este livro pode ter um consumo imediato, mas o objetivo é que perdure no tempo e que, daqui a 20, 50, 100 anos, continue a ser uma obra de ficção que as pessoas possam ler precisamente por ser de ficção”. Entretanto, depois de terminada a fase da escrita e edição, surge a «guerra» da distribuição e venda, ainda ALGARVE INFORMATIVO #291
mais quando a maior parte dos espaços comerciais estava fechada ao público. Agora, apesar do desconfinamento, continuam a ser proibidas as sessões públicas de apresentação de livros, ocasiões em que a generalidade dos escritores conseguia vender muitos exemplares, até mais do que nas próprias livrarias e grandes superfícies comerciais.
“Neste contexto pensei que as pessoas que me acompanham, enquanto escritor, há 21 anos, mereciam um tratamento especial, portanto, fiz uma edição limitada de 200 exemplares exclusivos para elas. E essa edição esgotou em 48 horas”, salienta Nuno Campos Inácio, sendo que uma segunda edição está prevista ainda para o mês de maio, estando disponível para venda através do site da Arandis Editora. De qualquer modo, apesar do tema que aborda, «Covid-19 – Jogos de Poder» não deverá ter uma caminhada mais fácil na grande distribuição, antevê Nuno Campos Inácio, e a justificação é bastante simples:
“A Arandis tem condições para ali colocar à venda as suas obras, mas, enquanto a Distribuição pedir 64 por cento do preço de capa para vender um livro, não o faremos”. “Somando-se os 6 por cento de IVA, ficavam 30 por cento para a editora e para os direitos de autor. Pode ser muito bom em termos de projeção do autor, mas, comercialmente, é o que tem levado praticamente todas as editoras à falência”, explica o
ficção concluídas. Quanto à Arandis Editora, está numa fase de reestruturação e preparada para responder aos desafios do ramo.
“Temos mais de 20 obras a aguardar o timing certo para serem publicadas e, assim que tenhamos condições para isso, retomaremos a atividade e voltaremos a assumir a posição de editora algarvia de excelência”. Arandis Editora que, recorde-se, nasceu, em julho de 2012, durante a crise mais profunda que o Algarve já tinha vivido, numa altura em que o próprio Estado terminou praticamente com todos os eventos culturais. “Hoje,
vivemos uma crise completamente diferente, mas estamos habituados a lidar com as dificuldades. Olhamos para a editora como um serviço que é prestado à comunidade, à cultura algarvia. Até hoje continuamos sem distribuição de lucros, mas vamos sobrevivendo, ao contrário de outras, mesmo algumas com grande nome, e que não resistiram a este período pandémico. É algo que nos entristece, porque não vemos as outras editoras como nossas concorrentes, somos todos parceiros na divulgação das obras de autores que querem deixar um legado para o futuro” .
entrevistado, que tem mais obras de ALGARVE INFORMATIVO #291
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«ASSIM DEVERA EU SER» RECORDOU AMÁLIA RODRIGUES Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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e 4 a 6 de maio, o Cineteatro Louletano acolheu «Assim devera eu ser», um espetáculo que recordou a vivência de Amália Rodrigues através de Catarina Moura (voz), Celina da Piedade (voz e acordeão), Sara Vidal (voz e harpa) e Ricardo Silva (guitarra portuguesa). Com encenação/dramaturgia de José Rui Martins, a partir da biografia «Amália», de Vítor Pavão dos Santos, o espetáculo, dirigido para o público infantil, lembrou que, no tempo da história da cigarra e da formiga, cantar não era profissão. “Cantava-se para
ganhar a vida, nas vidas dos pobres. Mesmo assim, pobre que ela era, a Amália-Menina não foi como ALGARVE INFORMATIVO #291
Cigarra que começou a ganhar-avida. Quem assim canta tão bem, ensina a cantar também. Por isso vimos nós, para cantar Mourarias e Casas da Mariquinhas e a Formiga Bossa Nova que também quis ser Cigarra. Por isso aqui estamos as três: uma Amália-Catarina, uma Amália-Celina e uma Sara, Amália também. Por isso aqui estão vocês: para aprender as cantigas daquela Amália, que foi menina bordadeira e mulher fadista. Tão bem que ela cantava!”, descrevia a produção, que esteve a cargo da Tarrafo – Associação Cultural, sendo coprodutores o CCB/Fábrica das Artes, o Teatro Viriato e o Cineteatro Louletano . 68
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ORQUESTRA DE JAZZ DO ALGARVE ANDOU EM DIGRESSÃO PELO ALGARVE COM «LIBERDADES» Texto: Daniel Pina | Fotografia: Kátia Viola
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o seu regresso, em 2021, aos concertos online e presenciais, a Orquestra de Jazz do Algarve apresentou um programa que nasceu de um desafio num momento temporal onde muitos de nós se esquecem daquilo que é a Liberdade e dos seus limites, do que isso implica afinal em todas as nossas vidas e momentos.
“O 25 de Abril de 1974 é a data mais recente da História de Portugal, da mais recente Liberdade do nosso País, mas, porque o conceito é bastante mais lato, decidimos fazer
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uma ponte e uma fusão a vários níveis”, explica Hugo Alves, maestro e Diretor da OJA. Em «Liberdades» encontram-se os incontornáveis temas portugueses «E Depois do Adeus» ou «Pedra Filosofal», mas também as sonoridades de «Bella Ciao» ou «Blowing In The Wind», numa fusão de vários autores, de Zeca Afonso, Paulo de Carvalho ou Manuel Freire a Bob Dylan, John Lennon ou Bob Marley, entre outros. “Todos
aqui reunidos nas suas visões sobre da Liberdade, ou das várias Liberdades, afinal”, descreve Hugo Alves.
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A orquestração para este programa vem de vários orquestradores selecionados, de países como o Reino Unido, Itália, Estados Unidos da América, Alemanha ou Islândia. E, mantendo-se o Jazz como linguagem universal e de fundo, escutouse a leitura de cada um deles sobre os temas musicais selecionados, não deixando de respeitar aquilo que são.
“Um enorme desafio, mantendo todas as liberdades artísticas. Para dar forma a toda esta fusão JazzLiberdade, não fosse o Jazz per si também isso, juntamos duas vozes nacionais: Ana Laíns, que não ALGARVE INFORMATIVO #291
necessita de grandes apresentações, deu voz aos temas nacionais; já a emergente Ana «Cherry» Caldeira emprestou a sua voz aos temas internacionais”, indica Hugo Alves. Lagoa acolheu o concerto presencial de reentrada, no dia 23 de abril, no Auditório Municipal, seguindo-se concertos online, previamente gravados nos locais, que foram transmitidos pelos Municípios de Portimão, Monchique e Tavira, nos dias 24 (Portimão) e 25 (Monchique e Tavira) . 84
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ASSOCIAÇÃO DE ACORDEÃO GARVEFOLE LEVOU «FACES DO ACORDEÃO» AO CINETEATRO LOULETANO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Jorge Gomes
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aces do Acordeão» foi a palco, no dia 9 de maio, no Cineteatro Louletano, no âmbito do segundo aniversário da Associação de Acordeão Garvefole e das comemorações do Dia Mundial do Acordeão. O espetáculo, criado em torno do acordeão, contou com a participação de vários jovens laureados em concursos nacionais e internacionais, incluindo o louletano João Palma, campeão do mundo em 2018. ALGARVE INFORMATIVO #291
O momento musical, sob a direção de Nelson Conceição, foi pautado por muita irreverência, virtuosismo e emoção pelas mãos dos jovens, predominando o brilhantismo fónico do acordeão, aliado aos sons da guitarra clássica, baixo, percussões e vozes, num ambiente orquestral e cativante nos diferentes géneros musicais que se apresentaram ao público . 96
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Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina Teia d’Impulsos comemora, em 2021, uma década de existência e, por entre um mar de iniciativas, destaque para a exposição que inaugurou, no dia 10 de maio, na Casa Manuel Teixeira Gomes, em Portimão, onde se recordam os 10 anos de vida desta associação portimonense que já desenvolveu mais de 40 projetos e de 1.588 ações, junto da comunidade, em ALGARVE INFORMATIVO #291
toda a região algarvia. Entre os mais mediáticos encontram-se, sem dúvida, a Rota do Petisco, a Vela Solidária, as FICA e os Cool Markets, mas esta exposição itinerante que vai percorrer, até 2022, todo o Algarve, demonstra que a Teia d’Impulsos tem, sem dúvida, impactado milhares de pessoas ao longo da sua caminhada. Na exposição patente até final de maio na Casa Manuel Teixeira Gomes foi traçado um percurso passando por 106
um conjunto de painéis que resumem a história da associação nestes 10 anos, por sete quadros que apresentam os valores da Teia (amizade, cidadania, cooperação, empreendedorismo, inclusão, resiliência e solidariedade) e por três áreas específicas relacionadas aos projetos Rota do Petisco, Vela Solidária e FICA – Férias Inclusivas para a Comunidade Algarvia. A peça central da exposição é um paralelepípedo que distingue três momentos da Teia: passado, presente e futuro. “Está aqui um bom exemplo
não vos conheça, devido ao trabalho que desenvolvem na comunidade e para a comunidade”, referiu, na
do que é o movimento associativo em Portimão, que tem uma importância que ultrapassa muito os «muros» das associações. Estas imagens ilustram muito do que a Teia d’Impulsos projeta e dá às pessoas e tenho a certeza de que não há ninguém em Portimão que
reforçou Isilda Gomes.
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inauguração da exposição, a presidente da Câmara Municipal de Portimão. “As
associações têm a função de complementar os organismos públicos, porque não conseguimos chegar a todas as pessoas. São, por assim dizer, o «braço-armado» das autarquias”, A edil portimonense não poupou elogios à Teia d’Impulsos e aos projetos
“interessantíssimos, inovadores e que mexem com a cidade e o concelho” que tem dinamizado ao longo dos anos. “Sinto sempre ALGARVE INFORMATIVO #291
muito orgulho ao ver gente jovem a promover projetos desta natureza, porque isso significa que temos futuro. Temos aqui uma associação que se preocupa com a comunidade, que é interventiva, que tenta melhorar a vida das pessoas”, enalteceu a presidente da Câmara Municipal de Portimão, reconhecendo que o movimento associativo tem passado por severas dificuldades devido à pandemia por covid19. “Mas não quero que nenhuma
associação feche as portas, porque, quando dermos o clique, precisamos de toda a gente para trabalhar. Este conjunto de associações chega a todo o lado, é uma rede que não pode ter buracos, nem sequer ter uma malha muito larga, para incluir cada vez mais as ALGARVE INFORMATIVO #291
pessoas”, frisou Isilda Gomes. “E a Teia d’Impulsos tem desporto, cultura, a componente social, pelo que estão de parabéns por estes 10 anos. Contamos convosco e vocês podem contar connosco, discutindo e encontrando as melhores soluções para vos dar o apoio possível, desejável e necessário para prosseguirem com os vossos objetivos. Se não conversarmos, é difícil encontrarmos uma rota feliz para Portimão e os vossos sucessos são os sucessos de Portimão. Há que lutar para ultrapassar os obstáculos, um a um. Degrau a degrau vamos conseguir construir um concelho ainda melhor do que aquele que temos hoje”, acredita a edil portimonense .
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OPINIÃO Vigésima primeira tabuinha - Flores de Papel Ana Isabel Soares (Professora universitária) oi o Dia da Espiga esta Quinta-feira – Quintafeira da Ascensão. Houve muitos, com certeza, muitos anos em que não estive no campo neste dia; mas recordo mais aqueles em que cumpri o ritual que faz aparecer, atrás da porta de entrada de cada casa onde me vejo viver, um molho feito de ramos de oliveira, de romãzeira, de malmequeres, papoilas e trigo em espiga – o rei do ramo –, quase sempre acrescentados de uma pequena fatia de pão. Em pequena, devo ter participado nas colheitas: não tenho ideia, mas é um não ter ideia por ser daqueles gestos ou ações que estão tão dentro da vida habitual que dela não se demarcam nem, por isso mesmo, na memória ficam marcados. Lembro-me de uma ocasião (já adulta, caminho de velha) em que, por estar no meio de uma cidade e sem poder sair, comprei (comprei!) um ramo de espiga. Esquecilhe o valor em moeda, porque não tem. Ano após ano, atrás da porta da casa, substitui o velho o ramo novo apanhado quarenta dias depois do Domingo de Páscoa. As formas dos ramos variam a cada ano. Dependem de quem os colhe, ALGARVE INFORMATIVO #291
de quem os junta, de quem os prepara, da pressa com que são feitos: são mais abertos ou menos, mais ou menos folhudas, o pão mais escuro ou mais claro, a guita que os aperta mais cordel ou mais fio de costurar, mais longo ou mais fechado o laço a que se hão de pendurar, no topo de uma dobradiça, num prego do caixilho ou num prego na parede. Nos anos recentes, participo – com ânimo, com alegria – na colheita. Vai uma companhia pequenina, três ou quatro mulheres, um dos moços pequenos, para aliviar deles a casa onde o feriado municipal os fecha, e calha ser nos campos a Norte de Loulé. Trigo, nenhum (espero por espigas que me trazem de Beja) – malmequeres, só de uma ou outra moita que se descobre, tarde no dia. Das duas árvores, escolhem-se as oliveiras bravas, bem candeadas por esta altura, mas que darão fruto nenhum ou sem préstimo nem gente que lho dê (é um bago de tortura: “Verde foi meu nascimento, e de luto me vesti…”, mas tem de ter quem, dando-lhe a morte, lhe tire o amargo e lhe dê vida) e as romãzeiras de sebe, aquelas que dão romãs 116
Foto: Vasco Célio
incomestíveis de rijas, as que plantavam os romanos para dividir terrenos. Há em barda, oliveiras e árvores de romã, folha luzidia e folha baça. Mas as papoilas… Flor mais fina, flor mais fraca – como se todo o viço lhe fosse para a pintura, o vivaz do vermelho a empunhar o que restou da subida delgada do caule, a desengrossar a pétala que se desenrola, e ela toda, em feita, um nada salpicando o verde. (Depois da segunda batalha de Ypres, em abril de 1915, apareceram campos delas, abertas, no lugar onde haviam caído, moços, soldados aos milhares de indistintos exércitos. Teriam de nascer flores da cor do sangue que se derramou – a flor da lembrança da fragilidade da vida e da força da sua beleza). 117
Ontem, à falta das papoilas de verdade – quanto procurámos, e as duas que se acharam deixaram cair as pétalas, uma a uma, no momento em que foram colhidas –, a Fernanda e o Nicolau, dois da companhia, fizeram papoilas com os caules de uma anónima planta, coisa parecida aos rabos-de-coelho, mas em menos festivo, e com pétalas de papel crepe, encarnado a encarnar a verdade da flor mais viva, da mais sanguínea das flores que compõem o ramo da espiga – e estas, de papel, entre todas as imarcescíveis. A desejar que o ano venha cheio de vida, cheio da força das paixões, da lembrança dos que foram, mas cujo sangue está aqui . ALGARVE INFORMATIVO #291
OPINIÃO Notas Contemporâneas [15] Adília César (Escritora) “O riso é a mais útil forma da crítica, porque é a mais acessível à multidão. O riso dirige-se não ao letrado e ao filósofo, mas à massa, ao imenso público anónimo. É por isso que hoje é tão útil como irreverente rir das ideias do passado: a multidão não se ocupa de «ideias», ocupa-se das «fórmulas visíveis», convencionais das ideias”. Eça de Queirós (1845-1900), in Notas Contemporâneas (1909, obra póstuma) S IDEIAS são como as pessoas que as idealizam. As ideias velhas vêm do passado e ficam por ali, a aquecer a garganta, como um cachecol de lã. Por vezes, surge uma ideia nova que insiste em vestir o mesmo corpo, como um lenço de seda. Não sabemos o que fazer com tantas ideias, com tantos adereços. Tentamos guardá-las nas prateleiras do cérebro e nas gavetas do coração, mas elas limitam-se a vaguear pelas ruelas do silêncio e da solidão. Às vezes, as nossas ideias vestem-se com palavras. Neste sentido, há palavras de couro, gaze, lã, seda e outras tramas desmoronadas. Outras vezes, o espírito encerra uma violência insuportável e ainda alguns preconceitos, tão, mas tão inúteis: as palavras de arame farpado ostracizam o inefável humano. * ALGARVE INFORMATIVO #291
A CONFIANÇA E O CRISTAL são tesouros sólidos, difíceis de preservar. Os seus constituintes – átomos, moléculas, iões, pensamentos e actos – estão organizados num padrão tridimensional bem definido, que se repete nos seus espaços de permanência, interiores ou exteriores, formando uma estrutura com uma geometria única, sendo que cada pessoa exibe a sua substância mais ou menos confiável. Tanto a confiança como o cristal perecem quando menos se espera, pelo toque brusco, pela vibração exasperada, pelo pensamento estupidificado ou pelo acto enganador. É necessário um apurado desvelo na sua manutenção, sendo irreversível a sua quebra. * MAS também podemos pensar nos panos que cobrem a nudez do corpo e do espírito como um vestuário emocional que nos protege das 118
intempéries relacionais e sociais. Sabemos que esses panos têm as cores dos preconceitos e dos falsos pudores, essas terríveis vagas de desconforto. O que quer dizer que podemos despir as roupas, mas nunca ficamos completamente nus. A nudez é sempre interior. A pele que vês em mim é apenas o contorno do meu corpo vestido com as ideias que extravasam as fronteiras da minha humanidade.
* SE nenhuma perspectiva sobre o mundo é definitivamente verdadeira, apenas te resta rir da minha vaga desorientação, da minha tentativa de levar a vida a sério e, ao mesmo tempo, de não a levar a sério. Rio e choro, tento agarrar o mundo e também o abandono. A vida é tão irónica e presunçosa. Conhece a relação entre a morte e a beleza, entre o mistério e o sangue derramado. O paradigma será sempre de expressão auto-destrutiva do amplo universo paradoxal que existe em cada pessoa. Destruir para poder construir. E assim se passam os dias. O tempo o tempo. A vida a vida. Eu e tu. * AFINAL, somos murmúrios do tempo, depois de uma breve interacção com as alegrias e as tristezas dos que me rodeiam e dos que nem sequer sabem que eu existo. 119
Somos ironias ecoadas no infinito cosmos até aos confins da última luz, aquela estrela que guardámos para rir no fim, em luminosa companhia. Eu e tu vestidos de nada. Tão vivos, tão fascinantes, passamos incógnitos por entre uma massa de ideias convencionais face à brevidade da nossa passagem. E de repente, tomamos consciência das infinitas possibilidades ao nosso alcance. Assumimos um estilo, uma forma de aparecer perante os outros. Tu e eu, a rir . ALGARVE INFORMATIVO #291
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DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 3924 Telefone: 919 266 930 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil Email: algarveinformativo@sapo.pt Web: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: Daniel Pina A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista regional generalista, pluralista, independente e vocacionada para a divulgação das boas práticas e histórias positivas que têm lugar na região do Algarve. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista independente de quaisquer poderes políticos, económicos, sociais, religiosos ou culturais, defendendo esse espírito de independência também em relação aos seus próprios anunciantes e colaboradores. A ALGARVE INFORMATIVO promove o acesso livre dos seus leitores à informação e defende ativamente a liberdade de expressão. A ALGARVE INFORMATIVO defende igualmente as causas da cidadania, das liberdades fundamentais e da democracia, de um ambiente saudável e sustentável, da língua portuguesa, do incitamento à participação da sociedade civil na resolução dos problemas da comunidade, concedendo voz a todas as correntes, nunca perdendo nem renunciando à capacidade de crítica. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelos princípios da deontologia dos jornalistas e da ética profissional, pelo que afirma que quaisquer leis limitadoras da liberdade de expressão terão sempre a firme oposição desta revista e dos seus profissionais. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista feita por jornalistas profissionais e não um simples recetáculo de notas de imprensa e informações oficiais, optando preferencialmente por entrevistas e reportagens da sua própria responsabilidade, mesmo que, para tal, incorra em custos acrescidos de produção dos seus conteúdos. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípio da objetividade e da independência no que diz respeito aos seus conteúdos noticiosos em todos os suportes. As suas notícias narram, relacionam e analisam os factos, para cujo apuramento serão ouvidas as diversas partes envolvidas. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista tolerante e aberta a todas as opiniões, embora se reserve o direito de não publicar opiniões que considere ofensivas. A opinião publicada será sempre assinada por quem a produz, sejam jornalistas da Algarve Informativo ou colunistas externos. ALGARVE INFORMATIVO #291
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