ALGARVE INFORMATIVO N5

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Algarve Informativo Newsletter N.º 5

by Daniel Pina

Feira do Queijo e Vinho Casa da Cultura de Loulé

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Liberdade amordaçada

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Jornalista Danielpina@sapo.pt Algarveinformativo@sapo.pt

(…) O problema, como muitos reconhecem, é que fomos do 8 para o 80 num ápice. Num dia tínhamos pouco ou nada e mal podíamos abrir a boca para dizer de nossa opinião, no outro dia, tudo se podia dizer, com tudo se podia sonhar. Volvidos poucos anos, entrámos para a CEE e começaram a jorrar milhões de escudos, depois de euros e foi o desaire total. Os setores de atividade que obrigavam as pessoas a vergar as costas mas que geravam riqueza, foram desaparecendo porque agora queríamos ser um país de serviços, moderno, depois virado para o turismo, e ficámos dependentes da matériaprima dos nossos parceiros do centro da Europa, até da nossa vizinha Espanha (…)

elebraram-se este sábado os 41 anos sobre a Revolução dos Cravos, momento histórico que terminou com a ditadura e colocou os portugueses no caminho da Democracia, com todas as liberdades daí advindas. E, para não variar, as comemorações voltaram a estar rodeadas de polémica, porque uns queriam discursar na Assembleia da República e não os deixaram, outros foram convidados para dizer umas palavras e não estiveram para aí virados, houve antigos governantes que se recusaram, pura e simplesmente, a ir às cerimónias oficiais porque não estarem interessados em ouvir o que têm para dizer os atuais líderes da nação e, no meio disto tudo, perdemos o fio à meada e já não sabemos o que estamos a festejar. Com os meus 40 anos, não posso falar com conhecimento de causa do que esta transição de regime trouxe de bom ou mau a Portugal. Lembro-me da minha avó estar sempre a dizer bem do Salazar e que era por causa dele que tinha uma máquina de costura Singer. Outros velhotes recordam que, naquele tempo, não havia tanta fome e miséria, que as pessoas podiam não ser ricas, mas nunca lhes faltava um naco de carne à mesa para jantar. Hoje, infelizmente, há milhares de portugueses que não têm tanta sorte. Claro que são mais as vozes contra o antigo regime do que os defensores, porque não havia liberdade de expressão, éramos um povo dirigido com mão de ferro por um ditador e com um medo de morte da PIDE, fechado nas suas fronteiras, com poucas oportunidades de evoluirmos enquanto cidadãos e nação. O 25 de Abril mudou isso tudo e estou convicto de que estamos melhor servidos com uma Democracia do que com uma Ditadura. O problema, como muitos reconhecem, é que fomos do 8 para o 80 num ápice. Num dia tínhamos pouco ou nada e mal podíamos abrir a boca para dizer de nossa opinião, no outro dia, tudo se podia dizer, com tudo se podia sonhar. Volvidos poucos anos, entrámos para a CEE e começaram a jorrar milhões de escudos, depois de euros e foi o desaire total. Os setores de atividade que obrigavam as pessoas a vergar as costas mas que geravam riqueza, foram desaparecendo 2

porque agora queríamos ser um país de serviços, moderno, depois virado para o turismo, e ficámos dependentes da matéria-prima dos nossos parceiros do centro da Europa, até da nossa vizinha Espanha. Depois, deu-se o boom das instituições bancárias e do crédito fácil e os portugueses, ao fim de décadas sem terem nada a que pudessem chamar «seu», começaram a comprar tudo, casas, carros, apetrechos para o lar, sem fazerem bem as contas porque era tudo pago a cinco, 10 ou mais anos e havia a promessa de que a fartura tinha vindo para ficar. Hoje, vemos bem o resultado dessa maneira de pensar, com famílias super endividadas e sem saberem o que fazer da vida. E eu ponho-me a pensar para os meus botões: afinal, temos assim tanta liberdade? Quem tem emprego, metade ou mais do ordenado é para pagar impostos ao Estado e prestações aos bancos. Quem está desempregado, poucas perspetivas têm de regressar ao ativo, pelo menos a receber um ordenado que lhe dê para pagar as contas da casa. Liberdade para ir ao cinema com a família é escassa, porque o lazer estraga logo o orçamento mensal. Liberdade para ir beber um café ou uma cerveja com os amigos ainda temos, mas nem pensar em ir jantar fora ou ir a um bar ou discoteca. Se temos algum azar com o carro, o arranjo corta-nos logo a liberdade de comprar uma peça de roupa, de ir passear no fim de semana à praia, de comprar um livro ou um filme. E lá se tem que cancelar alguns meses a Sport TV e a Benfica TV, porque o dinheiro não estica. Não há liberdade para ter filhos porque não conseguimos pagar as vacinas, o infantário, a escola, os livros, a roupa, já para não falar na comida e nos produtos de higiene. Liberdade para casar também não abunda, porque nem todos têm feitio para viver com os sogros. E nem convém desabafarmos muito alto com os amigos ou escrever uns devaneios na internet porque ainda apanhamos com um processo de alguém que se sentiu ofendido. E, de repente, até a liberdade de continuar a escrever ficou limitada pelo tamanho da página. Enfim… .


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Os nossos jovens conhecem verdadeiramente as suas raízes culturais?

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Professor, Artista Plástico e Presidente da Casa da Cultura de Loulé Joao_espada@hotmail.com

(…) É sabido que uma criança, a partir do momento que nasce até à idade adulta, vai absorvendo tudo, através da experiência que lhe possibilita a construção do seu EU, e do conhecimento do mundo que lhe rodeia. Aqui a família e a escola têm um papel fundamental na sua educação, disponibilizando-lhe mecanismos de construção da sua personalidade e do conhecimento do seu contexto sociocultural. Esse caminho deve ser claramente mantido ao longo da sua vida (…)

o final da apresentação da curta-metragem «Ao Sul», no âmbito das comemorações do 25 de abril organizadas pelo município de Loulé, alguém fez a seguinte pergunta: “Os nossos jovens conhecem verdadeiramente as suas raízes culturais?”. A pequena plateia ficou em silêncio por breves momentos, e a simples questão revelou-se mais complexa do que era esperado. Vivemos numa sociedade altamente evoluída em que, para além das fontes tradicionais, os livros, os museus e os centros de conhecimento, temos as novas tecnologias que possibilitam um enorme acesso à informação, através das novas ferramentas digitais. Em breves segundos de pesquisa cibernética é possível ter um acesso rápido a um vasto leque de conteúdos. No fundo, mais do que nunca temos tudo ao nosso alcance. Então, se é tudo muito mais fácil, porque é que um número significativo de jovens desconhece as suas raízes culturais? A resposta não é fácil e dá azos a várias análises e interpretações. É sabido que uma criança, a partir do momento que nasce até à idade adulta, vai absorvendo tudo, através da experiência que lhe possibilita a construção do seu EU, e do conhecimento do mundo que lhe rodeia. Aqui a família e a escola têm um papel fundamental na sua educação, disponibilizando-lhe mecanismos de construção da sua personalidade e do conhecimento do seu contexto sociocultural. Esse caminho deve ser claramente mantido ao longo da sua vida. Para tal não só as famílias, mas também as escolas e os centros de 4

ciência, devem fomentar o conhecimento pela cultura geral. Esse trabalho consertado e consistente dará a longo prazo frutos e formará uma sociedade melhor e mais conhecedora do seu EU, pois a cultura somos nós. No fundo falta uma estratégia global. Museus, galerias, bibliotecas e centros de ciência diversificados, ganham uma maior preponderância com essa estratégia global de fomentação do conhecimento cultural. A família, as escolas, e estes centros, com um trabalho em rede são muito mais fortes. A família tem a obrigação de dar o primeiro passo, levando os seus educandos a ter um primeiro contacto com o seu património material e imaterial. Por outro lado, as escolas devem fomentar ainda mais, através dos seus programas curriculares, uma aprendizagem e conhecimento diversificado do panorama cultural regional, nacional e mundial. Por fim, os centros de conhecimento (privados ou públicos) devem ter nas suas estratégias organizativas um plano de serviços educativos com programas de incentivo ao conhecimento cultural através da observação, da análise, da experimentação e do diálogo construtivo. Felizmente muitos desses centros já oferecem à comunidade educativa um conjunto de iniciativas desse género. No fundo, todos, família, escola e centros de ciência, devem direcionar as suas atividades de cariz cultural numa estratégia em conjunto, para que os jovens desde muito cedo tomem contacto com o património material e imaterial e que isso lhes ajude a construir a sua identidade cultural .


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Deficit Bom e Deficit Mau

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Empresário pb700123@gmail.com

(…) Também não sou inocente para pensar que só se fizeram coisas úteis ou em benefício do povo. Foram cometidos erros e muitos, e esses podemos dizer que criaram o deficit mau. Contudo, para os políticos nacionais e internacionais, é bem mais fácil fazer um embrulho negro e apenas chama-lo de deficit e dizer que todos nós fomos irresponsáveis. Não é assim. Aqui quem gastou a mais não foi o povo, mas sim os políticos que não souberam ou não quiseram gerir da melhor forma (…)

uvimos todos os dias falar do deficit. Esta semana, sentado no chão do Pavilhão Municipal de Loulé a ver a Catarina fazer ginástica, refleti mais uma vez sobre as questões do deficit e de como o mesmo devia ser abordado. Nós não nos lembramos ou não nos queremos lembrar do que Portugal evoluiu nos últimos tempos. Quando eu estudei em Loulé, em 1981, a escola não tinha as mínimas condições, mas isso era normal. Hoje e para alegria minha, para além das escolas terem excelentes condições, ainda existem estas infraestruturas que tem ótimas condições para quem quiser praticar atividade física e não vale a pena dizer que são elefantes brancos, pois estava cheio de utilizadores de todas as idades. Quem diz Loulé diz muitos municípios pelo nosso país fora que criaram infraestruturas para a população usar intensa e alegremente. Também me lembro bem de quando ia a Lisboa, o tempo e o risco que se corria para chegar à capital. Hoje, temos ótimas condições para viajar. Hoje, Portugal é um país moderno, é desenvolvido a muitos níveis, por isso, assumo que muito do nosso deficit foi gerado a modernizar e mudar o país para melhor, criando condições para estudar, brincar, fazer desporto. A este eu chamo o deficit bom. Também não sou inocente para pensar que só se fizeram coisas úteis ou em benefício do povo. Foram cometidos erros e muitos, e esses podemos dizer que criaram o deficit mau. Contudo, para os políticos nacionais e internacionais, é bem mais fácil fazer um embrulho negro e apenas chama-lo de deficit e dizer que todos nós fomos irresponsáveis. Não é assim. Aqui quem gastou a mais não foi o povo, mas sim os políticos que não souberam ou não quiseram gerir da melhor forma. Para isso existem dois tipos de julgamento: o do povo, quando vota, e o da justiça. Ambos me parecem, contudo, que estão intencionalmente afastados deste problema. A justiça porque quer ir mantendo as suas mordomias e é gerida por um grupo de advogados que fazem leis e trabalham no ativo dentro do parlamento em prol dos grandes laboratórios (laboratórios e não escritórios, porque o que eles fazem é 6

verdadeira alquimia legislativa para sacar milhões ao erário publico). E o povo que não vota por malandrice, por desinteresse ou porque não quer ter responsabilidades em eleger alguém. Vamos ser sérios e os próximos tempos têm que ser de mudança, de responsabilidade e de afirmação. Não podemos viver à sombra do deficit por si, temos que assumir que existe o bom e o mau e participar na luta para que o país acabe com os custos excessivos a favor de uns poucos e se torne mais democrática a gestão do dinheiro público. Nota da semana: Onde estava no 25 de Abril de 1974? Nesse dia acordei com os meus quatro anos e alguns meses, mais um dia normal de brincadeira. Chegou a Ângela e o Sérgio, o Zé Joaquim já lá estava, contudo, a atmosfera era diferente. A Ângela, que era a mais «subversiva», vinha com algumas histórias que tinha ouvido na rádio. Apenas fiquei confuso e lá foram ele para o Liceu Nacional de Faro à boleia com o meu pai. O meu 25 de Abril foi mais tarde quando eu participei numa manifestação da Rua de Santo António, em conjunto com o Zé Joaquim e a Ângela, foi muito divertido pelo menos para mim. A Ângela morreu cedo, o Zé está a trabalhar na Suíça. Obrigado aos dois por terem feito o meu 25 de Abril de 1974. Figura da semana: Salgueiro Maia, aqui vou citar, pois é a melhor forma de definir o herói: “Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui!”. Todos os 240 homens que ouviram estas palavras, ditas de forma serena mas firme, tão característica de Salgueiro Maia, formaram de imediato à sua frente. Depois seguiram para Lisboa e marcharam sobre a ditadura .


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Comer dentro da gaveta

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(…) Sempre questionei a razão pela qual certas cidades algarvias têm tantos cafés, bares e restaurantes, alguns na mesma rua… Com o tempo percebi a razão: são a sala de estar de grande parte das famílias algarvias. Obviamente, receber em casa é abrir o nosso espaço aos outros, é expor a nossa vida real, é gastar para oferecer, é continuar a trabalhar depois dos convidados saírem, enfim… é dar! Infelizmente, esta é uma região em que o turismo caracteriza o preço da oferta; os convites são efetuados em grupo para depois serem cobrados individualmente; o parecer é mais importante que o ser (…)

ntes que me «cruxifiquem» depois de ler as lembranças, constatações e considerações que aqui vou partilhar, deixo bem presente que sou algarvio, filho de uma algarvia e de um beirão que para cá migrou. Lembro-me da primeira vez que ouvi comentar que os “Algarvios comem dentro da gaveta”, termo que um aluno de Vila Real de Santo António, há cerca de trinta anos no Conservatório Regional do Algarve, me explicou ser usado no sotavento algarvio para caracterizar depreciativamente os algarvios na forma de partilhar o que é seu. Na altura acreditei, mas hoje sei que, em termos históricos, tal não corresponde à verdade, pois o termo deriva do tempo em que o comércio não fechava à hora do almoço, e assim o comerciante comia dentro da gaveta para que, quando chegasse um cliente, o pudesse, de imediato, atender. Bastava fechá-la… Mas o termo ficou por cá a «bater», pois fruto do contacto e sociabilização com tantos amigos que escolheram o Algarve para residir, por experiência própria e observando os usos e costumes de algumas populações citadinas com que privei ao longo deste meio século de vida, constatei alguma falta de reciprocidade no que à partilha e ao dar do que é seu diz respeito. Convivendo com amigos de outras etnias e proveniências geográficas e regionais, constatei que o seu chão é o nosso chão, mas - dito por eles - o nosso chão não é o seu chão. É verdade!... Quantas vezes abri e escancarei as minhas portas e janelas aos meus colegas, a companheiros de lides várias e até a alguns amigos e o contrário raramente aconteceu?! Gente que se contacta no dia-a-dia mas não partilha o seu lar, a sua família, o seu ser para além do seu trabalho, de uma rua da sua cidade ou de um Café de bairro. 8

Sempre questionei a razão pela qual certas cidades algarvias têm tantos cafés, bares e restaurantes, alguns na mesma rua… Com o tempo percebi a razão: são a sala de estar de grande parte das famílias algarvias. Obviamente, receber em casa é abrir o nosso espaço aos outros, é expor a nossa vida real, é gastar para oferecer, é continuar a trabalhar depois dos convidados saírem, enfim… é dar! Infelizmente, esta é uma região em que o turismo caracteriza o preço da oferta; os convites são efetuados em grupo para depois serem cobrados individualmente; o parecer é mais importante que o ser. E assim, através da reciprocidade (ou falta dela), se afere muito das características de um povo! Dizia-me um amigo que, regressado de África, para cá veio viver depois do 25 de abril: - Os meus pais levaram anos a convidar e a receber colegas de trabalho, vizinhos e novos amigos e, volvido esse tempo, nunca chegaram a conhecer as casas dos seus convidados e convivas. Um dia cansaram-se… Conheceram, finalmente, uma das características de alguns algarvios. Confesso, também a mim isso sempre me fez «espécie». Talvez por isso, no ano passado, depois de uma convocatória para uma Assembleia Geral de Condomínio marcada para o exíguo hall de entrada do meu prédio, eu, à revelia da minha família, coloquei a nossa casa à disposição das trinta frações representadas para que a reunião tivesse a dignidade e representatividade exigidas. Apareceu apenas um quarto dos condóminos convocados e assim, felizmente, menos tive que ouvir cá em casa pela minha forma de estar na vida… Coisas de um algarvio que gosta de partilhar! .


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Sangue na Sala de Aula. Uma contradição (in) explicável.

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(…) A violência na formação do Novo Indivíduo está associada a dois fenómenos sociais da era moderna: a droga e a multiculturalidade. Percebe-se atualmente que a «incivilidade» que está incutida nos jovens, e não apenas os chamados «filhos da exclusão social», deve-se muito à desautorização dos mais velhos ou mestres, à fragilidade da autoridade familiar, ao desrespeito pelas hierarquias, à falta de controlo social dos vizinhos, à permanência por demasiado tempo entregues a si próprios, entre outros fatores (…)

oi mesmo ao arrebentar a semana presente que surge a notícia de que mais um jovem ataca e mata na Escola. Por acaso tudo se passou em Barcelona, Espanha. Mas acreditem, foi mesmo por mero acaso. Com a evolução da Sociedade, também a Família sofreu múltiplas mutações em resposta às crises sociais, económicas e políticas. O novo indivíduo logo em criança é afastada dos seus progenitores, o que faz com que o tempo vivido seja necessariamente curto. Este fenómeno vem desencadear a dificuldade de interação familiar, a transmissão e partilha de valores e princípios, sendo a adolescência, período essencialmente de descoberta, de experimentação, teste dos limites, de interiorização dos valores e princípios adquiridos, procura da sua identidade, da aceitação e integração nos grupos e um funcionamento rígido e hierárquico que só é aceite, sem que antes haja contestação. O meio ambiente onde estamos inseridos é um elemento fundamental para a formação da personalidade e, hoje, o meio ambiente escolar é também um formador de excelência para a violência. A violência na formação do Novo Indivíduo está associada a dois fenómenos sociais da era moderna: a droga e a multiculturalidade. Percebe-se atualmente que a «incivilidade» que está incutida nos jovens, e não apenas os chamados «filhos da exclusão social», deve-se muito à desautorização dos mais velhos ou mestres, à fragilidade da autoridade familiar, ao desrespeito pelas hierarquias, à falta de controlo social dos vizinhos, à permanência por demasiado tempo entregues a si próprios, entre outros fatores. A violência é uma atitude natural à ameaça sobre a identidade do indivíduo que a reação natural é restabelecê-la. A indigência do objeto faz sentir tanto a sua lacuna, como também ativa a necessidade ao seu afastamento. Ora, a adolescência é uma vivência de contradições necessárias para a obtenção da sua futura autonomia. Para isso, o jovem terá que reconstituir as suas bases narcísicas, ao mesmo tempo que procura novas identificações que lhe darão a força necessária para se tornar num 10

adulto. Muito importante é que a relação tríade entre o adolescente, a sua imagem e como os pares, é de uma sensibilidade descomunal e particularmente vulnerável, desencadeando processos comportamentais de anulação sobre a ameaça. O reconhecimento natural por parte de todos que o que deseja ser é uma necessidade imperiosa, torna-se crucial. Ao não se verificar esta necessidade ou ser violentada, o seu narcisismo fica ameaçado, provocando uma angústia severa que, para ser combatida, há que se utilizar todos os recursos disponíveis para fazer corresponder a imagem devolvida pelos demais com a imagem considerada por ele como ideal. E um desses recursos é o da violência. Já que não o reconhecem de forma natural, como deseja, terão que o reconhecer pela forma do «todopoderoso». Quando existe uma fragilidade ou mesmo uma ausência vincada na partilha de valores e princípios pelos adultos próximos, o recurso à violência e à violência brutal é a forma mais eficaz para proteger o seu narcisismo e a sua individuação. A adolescência é uma constante luta de várias frentes, intensidades e de desenvolvimentos imprevisíveis, e que a cada instante pode ser abatido pela convulsão que lhe surge do nada e sem qualquer hipótese de fuga. Daí que a violência exercida é intensamente proporcional à que o abalroa. As Crianças e os Jovens são a consequência influenciada pela parentalidade nos seus três grupos: o do cuidado, o do controlo e, por fim, o do desenvolvimento generalizado que incorpora a potencialização das áreas funcionais, tem subjacente uma responsabilidade e responsabilização na forma como é exercida, o que a tornará eficiente e eficaz na passagem de valores e princípios inerentes à Família e na forma como esta trata as Instituições. O Exercício da Parentalidade é a chave, cuja missão é a de proporcionar ao Novo Indivíduo o acesso ao conhecimento, compreensão, oportunidades, através da motivação e do exemplo e, fulcralmente, o das competências de limite .


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Faro promoveu produtos regionais A capital do Algarve foi palco de mais um certame gastronómico, desta feita a segunda edição da Feira do Queijo e Vinho, que levou centenas de visitantes ao Jardim Manuel Bívar, de 23 a 26 de Abril. O ALGARVE INFORMATIVO esteve à conversa com alguns dos empresários presentes, tendo ouvido palavras de motivação quanto ao futuro, mas também algumas críticas e desabafos em relação à burocracia e taxas que sufocam alguns produtos regionais. Texto e Fotografia: Daniel Pina

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epois de ter superado as expetativas em 2014, a Feira do Queijo e Vinho de Faro voltou a ser organizada pela AmbiFaro, entre 23 e 26 de abril, mais uma vez no edílico Jardim Manuel Bívar, mesmo com as docas ali ao lado. O objetivo do certame era trazer à cidade capital de distrito um sector ainda desconhecido por muitos mas que pode tornar-se estratégico para a economia

nacional, por dizer respeito a produtos regionais e tipicamente portugueses. Com este pressuposto por base, mais de duas dezenas de stands e uma tenda gigante com 400 metros quadrados de tasquinhas cativaram centenas de pessoas para provarem o que de melhor se faz no sector vitivinícola e do queijo, assim como na produção regional de doces, mel, licores e enchidos. Reinaldo Grade Rosa era, provavelmente, o empresário 12

mais sénior presente na Feira, com os seus 87 anos, sendo responsável pela «Adega do Barracão», dedicada à produção de medronho e sedeada nas Caldas de Monchique. Com quase duas décadas ligadas a um dos produtos mais carismáticos do interior algarvio, Reinaldo conta que, durante cerca de 10 anos, apenas fabricou para consumo próprio e para oferecer aos amigos, e só começou a vender a outras pessoas quando foi «obrigado» a legalizar o seu


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Reinaldo Grade Rosa (à esq.), da Adega do Barracão, nas Caldas de Monchique

hobby. “Quero ver se acabo com formos por esse caminho, só isto, só dá prejuízo e dores de perdemos dinheiro. A melhor cabeça, mas primeiro tenho que maneira de escoar o produto é vender a aguardente toda que tenho em stock”, confessa, desanimado. Convidado para participar na feira, Reinaldo Grade Rosa veio com gosto de Monchique até Faro, com o intuito de dar a conhecer um produto que, garante, tem excelente qualidade. “Beber um cálice, pequeno, no fim de cada refeição é uma maravilha”, frisa, como que a confirmar os conselhos de alguns especialistas que aconselham precisamente o mesmo. “Nunca falho, ao almoço e ao jantar, e nunca tive problemas nenhuns”, diz, e prova disso é o brilho nos olhos que ainda exibe aos 87 anos. A alegria esmorece quando questionamos se ninguém na família manifesta interesse em continuar com o negócio. “Isto de apanhar medronho dá muita despesa e trabalho, a fabricação também não é fácil e, ao preço que vendemos a aguardente, não compensa”, sublinha. “Os hipermercados só querem comprar coisas baratas e, se 13

neste género de feiras e evento”, indica, não poupando críticas ao volume de impostos que tem que pagar. Nesse sentido, Reinaldo teme que o concelho de Monchique venha a perder um dos seus principais produtos, pois as novas gerações estão pouco propensas a dar continuidade ao trabalho dos pais e avós. “Os encargos e as responsabilidades são muitas. Quando vendemos uma garrafa de aguardente temos 24 horas para passar a fatura e enviar para as Finanças, caso contrário, somos logo multados. Basta um descuido ou esquecimento e é logo uma mão cheia de euros do bolso fora. Antigamente, íamos ao fim do


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superfícies vendem muito barato e isso obriga a uma produção em grande quantidade. O nosso enfoque é na qualidade e em mostrar às pessoas o que é o vinho algarvio genuíno, misturando as práticas tradicionais com os processos modernos de vinificação”, explica, e o resultado está à vista, com o Rosé da Malaca a ganhar várias medalhas e a ser considerado o melhor Rosé do Algarve por dois anos consecutivos. Luís Cabrita reconhece que Luís Cabrita, responsável pela Quinta da Malaca, em Albufeira produzir e vender vinho não estava nos seus horizontes mês à Alfândega pagar o Tinto e o Rosé Castelão e o quando era mais novo, tanto que imposto todo junto, era mais Crato Branco, uma casta de andou cinco anos a estudar fácil”. origem algarvia, mais seco, Engenharia Mecânica e agora focado para os turistas. Temos está totalmente dedicado à O renascer do vinho vindo a aumentar a produção e, agricultura e de forma bastante neste momento, estamos nas 60 apaixonada. “A pena que tenho algarvio mil garrafas por ano. Também é de não ter aproveitado melhor estou a plantar mais vinha para a sabedoria dos mais antigos. As Bem mais animado no seu questões burocráticas só custam discurso mostrou-se Luís Cabrita, conseguir satisfazer a procura do mercado”, relata, sorridente. no início, o mais complicado é 25 anos, responsável pelos consolidar a marca no mercado. Com distribuição própria a vinhos da Quinta da Malaca. Há produtores franceses que nível regional, Luís Cabrita Segundo nos conta, a produção aposta nos restaurantes e bares demoraram 200 anos para de vinho é algo que está na ganhar um estatuto nacional e do Algarve e esclarece, família há algumas gerações, mundial, estamos a falar de mas foi só depois do falecimento prontamente, que não tem algumas gerações. Essa é a qualquer intenção de se virar do avô, em 2010, que decidiu principal batalha, mas quem registar a marca, assim surgindo para a grande distribuição. corre por gosto não cansa”. a «Malaca», por ser o local onde “Nunca, está fora de questão. E porque se fala tanto em as vinhas estão plantadas, perto Queremos valorizar o nosso produto e o próprio vinho reconquistar as novas gerações das Sesmarias, concelho de algarvio, porque as grandes para a agricultura, perguntamos Albufeira. “Começamos com o

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como estamos em termos de apoios financeiros a quem deseja aceitar esse desafio. “Há, efetivamente, bons apoios, contudo, as entidades competentes conhecem mais o lado funcional e teórico, o que nem sempre resulta depois na prática. Mas temos tido alguns apoios e, claro, são sempre bem-vindos”, frisa Luís Cabrita, assegurando que o mercado está a procurar mais qualidade e que nem todas as pessoas buscam apenas vinhos baratos. “Há dezenas de produtores no Algarve a apostar forte na qualidade e a demonstrar que a região tem condições para o ramo. O problema é que, há algumas décadas, as pessoas descobriram que era mais rentável colocar betão em cima das vinhas para impulsionar a construção civil e o turismo e a agricultura foi abaixo. Felizmente que o vinho algarvio está a recuperar o seu fulgor e deixo o apelo aos mais jovens para se levantarem dos sofás porque, quanto mais cedo começarem, mais longe vão conseguir chegar”.

Há azeite no Algarve e do bom Sónia Cardoso, 44 anos, é uma angolana a residir na zona de Olhão e que faz parte de uma empresa familiar sedeada em São Brás de Alportel desde 1977. Entretanto, em 2010 surgiu a marca «Sabor do Sul» para produzir e comercializar azeite e aguardente de medronho e figo, sendo o único lagar do concelho que conseguiu sobreviver às mudanças introduzidas no setor com a nova legislação ambiental. “Muitos não tiveram capacidade financeira para fazer as

Sónia Cardoso, do «Sabor do Sul», em São Brás de Alportel

alterações necessárias no escoamento das águas russas e outros pormenores que faziam falta para garantir a qualidade 15

do produto”, justifica, pouco habituada a estas coisas de entrevistas.


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Escoar o azeite não constitui qualquer problema de uma campanha para a outra e Sónia Cardoso refere que recebem diversas toneladas de azeitona todos os anos para produzir. Já na aguardente é mais difícil, por não se tratar de um produto essencial e porque a carga fiscal também é elevada. “Há pessoas de todo o Algarve que nos trazem a sua azeitona, portanto, acabamos por ser também uma importante fonte de rendimento para quem tem oliveiras. Umas vendem as azeitonas, outras ficam depois com uma parte da produção de azeite em troca. A intenção, no futuro, é adquirir terrenos e termos a nossa própria azeitona, até para aumentarmos a produção”, antevê. Sobre os clientes, Sónia Cardoso refere que a maior parte são consumidores finais, pelo que é bom ir a feiras desta natureza para dar a conhecer o produto. Ainda para mais, o Algarve é famoso pelo vinho, a laranja, o medronho e a na divulgação deste produto”, alfarroba, mas o azeite é menos azeitona é algarvia e o azeite é feito em São Brás de Alportel e a destaca Sónia. mediático. “Há pessoas que desconhecem por completo que autarquia local ajuda bastante E, de facto, percorrendo os se produz azeite na região. A diversos stands da Feira do Queijo e do Vinho, constatamos que de azeite mais nada vimos. O queijo e o vinho, os enchidos e os doces regionais, até mesmo as ervas aromáticas, dominavam a atenção dos muitos visitantes que percorriam o espaço e que, na maior parte dos casos, acabavam por ficar na zona de comes e bebes, num ambiente de tasca tradicional onde portugueses e estrangeiros confraternizavam em harmonia . 16


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Casa da Cultura de Loulé

Há 36 anos a lutar contra o sofá A Casa da Cultura de Loulé comemorou, no dia 25 de abril, o seu 36.º aniversário e percebe-se que respira saúde e vitalidade. Exemplo disso é uma nova direção repleta de ambição, umas secções a nascer, outras em franco crescimento, uma sede prestes a ser inaugurada e mais surpresas estão prometidas para os próximos tempos. Entrevista: Daniel Pina

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quarteirense João Espada é um dos rostos da nova direção da Casa da Cultura de Loulé (CCL) que tomou posse no final de 2014, ele próprio um homem com fortes ligações à cultura, nomeadamente à pintura e ao vídeo. Ao lado do presidente está outro nome forte desta instituição, Pedro Paulino, o vice, 33 anos, nascido em Querença e comercial de profissão. “Somos apenas duas caras que representam uma

equipa mais vasta. O nosso objetivo é manter o que de bom foi feito e melhorar o que de imperfeito ficou e aprendemos muito com a anterior direção”, refere em início de conversa o presidente, 32 anos, professor no Colégio Internacional de Vilamoura. Tendo feito parte da última estrutura diretiva como vogal, Pedro Paulino explica que a nova direção surgiu em parte devido ao sucesso do projeto «Sextas à solta», que abriu as portas da CCL a um conjunto de pessoas 18

que, ao longo de quatro anos, foi percebendo os possíveis caminhos que se podiam trilhar dentro da associação. E a mudança de poder, se assim se pode dizer, foi pacífica, com apenas uma lista a ir a votos. “Desejaríamos que houvessem mais, porque era sinal de que existiam mais pessoas interessadas em assumir os destinos da CCL, mas surgiu apenas uma, criada com o consenso de todos”, diz-nos João Espada, algo que é, segundo Pedro Paulino, habitual


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nesta casa. “Assim tem acontecido com naturalidade, porque há elementos que vão sendo preparados, no dia-a-dia, para abraçarem outras responsabilidades e, no momento exato, reúne-se o sangue novo e antigos dirigentes numa só lista”. Fruto desta mentalidade, João Espada enaltece o espírito cooperativo e familiar que os novos líderes herdarem dos seus antecessores, algo que é para manter a todo o custo. “Para além desses valores, que são imateriais, a grande herança da CCL é o teatro, a nossa atividade com mais expressão e para a qual temos algumas surpresas preparadas para os próximos meses. Há outras secções importantes como o andebol, o vídeo, a música, a dança e o skate, mas é no teatro que está a massa crítica da Casa. As pessoas vêm ter connosco, não só como consumidores mas, acima de tudo, como produtores. Querem escrever a sua história no teatro e isso é fantástico”, destaca Espada. Pedro Paulino reconhece, porém, que 2014 foi um ano de menos produção criativa, ao contrário do que sucede atualmente, pois já têm três peças na calha. “Temos o «Funcionário

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João Espada, Pedro Paulino e Susana Viegas, o núcleo duro da Direção da Casa da Cultura de Loulé

Público», encenado pelo José Teiga, e o «Euro Festival da Cançanita Louletana», da responsabilidade da Ana Sousa, já nos palcos, e em Maio estreia uma peça para crianças, o «Um conto de pernas para o ar». Vamos ter, efetivamente, um cuidado especial com esta secção, porque é a mais regular e representativa da Casa da Cultura”. Continuando a conversa em redor do teatro, Pedro Paulino revela que a CCL tem a sua própria companhia amadora, o «Teatro Análise de Loulé», mas o objetivo é convidar outras companhias algarvias e de outras regiões para apresentar as suas

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(…) Sabemos que não é fácil fazer cultura e retirar daí retorno financeiro, nem é esse o nosso propósito. A estrutura da CCL está a adaptar-se aos tempos que correm e procura parceiros associativos e outros que possam ajudar-nos a dinamizar as nossas atividades (…)


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(…) Nós não somos uma associação, somos uma Casa dentro da qual existe uma Família, e quem vem de fora contata com esse sentimento, é envolvido por ele e deixa de lá ir como uma obrigação. Por isso é que temos tantas áreas diferentes, para que qualquer pessoa se consiga inserir e sinta que faz parte do todo (…)

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direção encontrou os problemas normais de uma associação sem fins lucrativos e que vive da prática cultural. “Sabemos que não é fácil fazer cultura e retirar daí retorno financeiro, nem é esse o nosso propósito. A estrutura da CCL está a adaptarse aos tempos que correm e procura parceiros associativos e outros que possam ajudar-nos a dinamizar as nossas atividades. O intuito não é ter lucro, mas sim criar uma base financeira de suporte, porque nem sempre conseguimos reunir os fundos necessários para concretizar alguns projetos”, admite o presidente, que aproveita a oportunidade para agradecer os apoios que chegam da Câmara Municipal de Loulé, das Juntas de Freguesia de São Clemente e de São Sebastião e da Direção Regional da Cultura do Algarve. “Cabe-nos a nós gerir bem essas ajudas e capitalizar esse dinheiro para investir na produção”, enfatiza João Espada, ao que Pedro Paulino acrescenta que a CCL tenta construir projetos sem apoios institucionais para não se tornar subsídio-dependente, como sucedeu com o «Sextas à produções e garantir um Solta». “Começou a custo zero e, programa com maior ao longo destes quatro anos, até periodicidade. “Era algo que pretendíamos ter começado mais conseguimos ajudar a tapar cedo mas, como estamos em vias alguns buracos financeiros que existiam, e que são comuns às de mudar de sede, primeiro queremos arrumar por completo associações culturais”. a casa e, depois, arrancar com Mas nem só de teatro vive a força. O público tem que ser CCL, e o andebol é um projeto já habituado a ir ao teatro e, se não com três anos de vida e com uma houver a tal periodicidade, é um dinâmica bastante interessante, processo mais complicado”, frisa com três escalões de formação, o vice-presidente. os bâmbis, minis e infantis. “Temos cerca de 80 miúdos a competir, em que os pais pagam Apoiar quem quer um valor muito simbólico, e produzir cultura somos os únicos no concelho de Loulé a desenvolver esta Por falar em casa arrumada, modalidade. O nosso desejo é João Espada conta que a nova 20


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que, quem entra através do andebol, sinta que faz parte da Casa da Cultura, porque o desporto é uma das formas de colocar as pessoas em contato direto com a cultura”, afirma João Espada, lembrando que muitos elementos que fazem parte da atual estrutura entraram pela mão da Ginástica, modalidade que, entretanto, deixou de constar das ofertas da CCL. “Ficam mais atentos ao que é uma peça de teatro, a leitura de um poema, o vídeo e a música”, reforça Pedro Paulino. Música que é outro prato forte da CCL, cujo estúdio de gravação, liderado por Martim dos Santos e David Piedade, já serviu para a produção de diversos discos e que deverão ser editados no curto prazo. “A meta é apoiar aqueles que queiram produzir do ponto de vista musical, nomeadamente as bandas de malta mais nova que, por razões financeiras, não podem recorrer a um estúdio dito profissional”, distingue João Espada, antes de passar a palavra à tesoureira Susana Viegas. “Recebemos muitos pedidos de jovens do Ensino Secundário que se juntam na garagem de alguém para tocar e que querem gravar, nem que seja uma maquete, para se poderem promover. Como faltavam espaços deste género no concelho, decidimos criar um e nem pretendemos tirar daí um proveito financeiro. Muitas bandas gravam no nosso estúdio e depois, em jeito de compensação, participam em festas ou eventos que a CCL organiza, dão musicalidade a peças de teatro. É uma forma de dar a conhecer o trabalho deles a outro público e também de conferir uma dinâmica diferente

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a algumas das nossas atividades”, explica. Pedro Paulino pega nas palavras da colega de direção e salienta que uma das grandes preocupações da CCL é receber pessoas e encaminhá-las, ou seja, entram por uma porta na instituição e depois têm acesso a inúmeras divisões, secções, modalidades, formas de expressão cultural. “Uma das pessoas mais antigas da estrutura, o Joaquim Mealha, garante que a CCL serviu quase como uma universidade, foi uma maneira de se formar, mas fazendo na prática”, sublinha, com Susana Viegas a confirmar precisamente esta mentalidade. “Eu entrei em miúda pela mão do meu irmão, que já fazia parte da Casa da Cultura. Comecei por ir aos festivais de jazz e ver os ensaios de teatro e, quando dei por mim, já fazia teatro e pertencia à direção, aprendi com os meus colegas e acabei por descobrir coisas que nunca tinha imaginado”.

Dificilmente se perde o espírito da Casa De forma não planeada a conversa informal com os três 21

dirigentes da Casa da Cultura de Loulé toca num ponto sempre interessante de se abordar: a predisposição dos jovens em abdicar de parte do seu tempo pessoal para colaborar com associações sem fins lucrativos, sejam culturais, recreativas ou desportivas, simplesmente para dar algo à sociedade. “Acho que esse espírito continua a existir, as pessoas é que, às vezes, não sabem onde o podem aplicar na prática. Nós não somos uma associação, somos uma Casa dentro da qual existe uma Família, e quem vem de fora contata com esse sentimento, é envolvido por ele e deixa de lá ir como uma obrigação. Por isso é que temos tantas áreas diferentes, para que qualquer pessoa se consiga inserir e sinta que faz parte do todo”, nota Susana Viegas. João Espada lamenta, contudo, que muitas pessoas tenham uma postura diferente e não queiram assumir um compromisso associativo, aliás, vai mais longe e defende que é preciso vencer o «sofá». “É o grande inimigo do conforto, do acomodar-se à rotina de chegar a casa, ligar a televisão e sentar-se no sofá. Os dias vão passando, olhamos para


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carrinha de caixa aberta se pode fazer teatro, porque a vontade de criar e mostrar é maior do que qualquer dificuldade que surja”, aponta Susana Viegas. De regresso à luta contra o sofá, que nos mais novos pode ser uma luta contra a internet e os jogos de consolas, por exemplo, João Espada considera que é importante que eles saibam que há um espaço que os acolhe e onde podem criar livremente. “Devido ao grande avanço tecnológico dos últimos anos, qualquer um, em casa, de trás e percebemos que não como o António Clareza, a uma forma muito amadora, ou fizemos nada, que não Manuela e o José Teiga, o já a roçar uma qualidade contribuímos para a sociedade, Joaquim Mealha, o Eduardo profissional, pode produzir uma que não crescemos enquanto Manuel, a Maria João Catarino, música ou realizar um vídeo. Na pessoas. Na CCL queremos fazer e é fundamental saber que a CCL, oferecemos condições para algo que nos dá prazer e, ao geração anterior nos apoia, que que façam isso mas com outra mesmo tempo, dar algo à são uma rede que nos suporta”. substância e acompanhamento. comunidade, do ponto de vista E se os «carolas» de A nossa maior dificuldade é social e cultural. Claro que esse antigamente são uma espécie transmitir às massas que caminho não é fácil, não em vias de extinção, ficamos apoiamos e produzimos podemos obrigar ninguém a contentes por saber que, na eventos culturais”, desabafa o fazer parte da estrutura, só que, CCL, eles ainda existem, e não presidente. felizmente, quando as pessoas apenas dentro da direção. No rescaldo de mais um se apercebem, já estão tão “Desde miúda que ouço dizer aniversário, com uma nova ligadas à casa que assumem os que até na parte detrás de uma direção em funções, a mudança projetos de livre vontade”, enaltece o presidente. O professor e artista plástico tem perfeita consciência de que, nestes 36 anos de existência, houve muitos homens e mulheres que passaram pela CCL e que tiveram que sair por motivos pessoais, familiares ou profissionais, mas garante que nunca esqueceram a experiência e, volta e meia, surgem para dar uma palavra de motivação e encorajamento. “E temos outros que continuam connosco praticamente desde a fundação da associação, 22


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para breve para uma nova sede e mais uma secção – o skate, que podemos esperar da Casa da Cultura de Loulé para os tempos que se seguem, questionámos. “Estamos a reestruturar e reforçar o andebol e vai surgir uma escola de skate, a Impacto. Na nova sede vamos ter mais espaço para acolhermos eventos de teatro, música, dança e outras manifestações artísticas, bem como um espaço próprio para exposições. Vamos preparar uma surpresa, mais que merecida, a nível do teatro, e manter as nossas produções próprias. O Festival de Jazz vai para a 21ª edição consecutiva, o que o torna o mais antigo do país com esta característica de regularidade, nunca tivemos que interromper por motivos financeiros”, desvenda João Espada. “Procuramos manter este espírito jovem e esta simbiose entre passado, presente e futuro, e mostrar que a CCL é eclética, que está em vários domínios. Não somos simples produtores de eventos, queremos cativar o público para produzirem connosco, para que evoluam culturalmente, que partilhem experiências e ideias, para sermos uma mais-valia para o concelho”, finalizam o presidente, vice-presidente e tesoureira da Casa da Cultura de Loulé . 23


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Fábrica de Cultura Urbana nasceu em Vilamoura A Revolução dos Cravos e a implantação da Democracia em Portugal festejou-se um pouco por todo o Algarve mas, em Vilamoura, o 25 de Abril marcou também o pontapé de saída de um projeto que pretende enaltecer o que de melhor se faz no país, com particular enfoque na moda. O ALGARVE INFORMATIVO aceitou o REPTO e foi assistir ao nascimento da Fábrica Criativa de Bruno Fonseca. Texto e Fotografia: Daniel Pina

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escolha do dia 25 de Abril para a inauguração da nova Fábrica de Cultura Urbana, em Vilamoura, surgiu da vontade de mostrar o que melhor se produz em Portugal, sobretudo na área da moda, mas também de ser um espaço de lançamento e valorização cultural para artistas e criativos nacionais. O intuito é dar visibilidade à alta qualidade dos produtos portugueses, normalmente esquecidos mercê do maior poderio das grandes marcas internacionais. No espaço agora inaugurado, a moda, música, artes plásticas e fotografia vão andar de mãos dadas. Presentes estão também 10 marcas portuguesas, desde produtores de vestuário, joias, mochilas, bicicletas, turbantes, pranchas de surf, em perfeita sintonia nas cinco zonas existentes: uma área Black & White dedicada aos produtos desenvolvidos por marcas portuguesas; uma zona Multimédia e Literatura Local destinada às produções musicais e literatura portuguesa, onde é possível desfrutar do melhor da música e da escrita que se produz em terras lusas; uma zona de atuações onde será possível assistir a concertos, apresentações de livros, eventos de dança e outras manifestações artísticas; uma zona lounge, confortável e acolhedora, onde os visitantes podem descansar calmamente, conviver e saborear um café; e um estúdio fotográfico de moda e área de exposições, no piso superior. Bruno Fonseca é o grande mentor da REPTO e da agora inaugurada Fábrica de Cultura Urbana, mais uma faceta a

juntar às de futebolista tecido e comecei a levá-la para enquanto mais jovem, de ator de a escola. Os colegas primeiro teatro amador e de designer riram-se, mas pouco depois já profissional, mas o gosto pela me perguntavam onde é que a moda, ao que parece, já vem tinha comprado. As ideias detrás. “O design dá-nos a surgem como reflexo duma capacidade de comunicar, tínhamos uma mensagem que queríamos transmitir e decidimos aliar esse conceito à qualidade do vestuário que temos em Portugal”, explica, numa breve pausa no meio do frenesim característico de uma inauguração. “Lembro-me que, por volta dos 17 anos, fui à gaveta do meu avô, peguei numa boina dele, desenhei um golfinho, pedi à minha avó Bruno Fonseca é o líder e mentor da marca REPTO para o cozer no 25


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vontade de querer comunicar e achei que a roupa era um meio interessante para o fazer”. E para aqueles que possam pensar o contrário, Bruno Fonseca esclarece que não tem pais ricos e que o REPTO só tem evoluído graças à ajuda de muitas pessoas. Quanto à motivação com que abraçou o novo projeto, a explicação está na ponta da língua. “O patriotismo e o orgulho de ser português é um bocadinho como a saúde, só lhe dás valor quando não a tens. Eu vivi 10 anos na África do Sul, lembrome de ir às casas de imigrantes onde via o tradicional homem do bigodinho, comia o bitoque à portuguesa e havia sempre alguém que se levantava e cantava o fado. Senti que o pessoal que está lá fora precisa de um símbolo nacional, que não pode ser só o fado e o

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Fruto desta mentalidade, Bruno Fonseca lamenta que muitas marcas portuguesas optem por não comunicar na sua língua materna com a esperança de se internacionalizarem. Assim, o empresário prefere focar-se em Portugal e não embarcar em sonhos do alémfronteiras, o que não impede que chegar às comunidades de portugueses espalhadas por esse mundo fora não seja uma intenção. “Uma vez entrei num shopping e vi uma marca portuguesa que só estampa a bandeira de Inglaterra. Quando perguntei se não havia ninguém que fizesse algo português, responderamme que isso não vendia e eu quero provar o

folclore, tem que ser algo mais moderno para atrair as novas gerações. O REPTO é isso tudo”, descreve. 26

contrário”, defende, convicto de que o Algarve é um bom local para estar sedeado. “Se partimos daqui à descoberta do


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contataram por se identificarem com o conceito”. E porque definir corretamente o públicoalvo é fundamental, a nova geração foi uma escolha óbvia. “Malta jovem, portuguesa, que liga às últimas tendências da moda e música, e este espaço vai abraçar apresentações de novos músicos e escritores, convívios criativos, sessões fotográficas. Tudo serve para divulgar o REPTO e as marcas parceiras”, sublinha, satisfeito por ver tantos nomes conhecidos da Perigo Público foi um dos artistas que atuou na moda, música e, inclusive, inauguração da Fábrica de Cultura Urbana do futebol, a vestir as Mundo, por que razão não se cores do REPTO. Quanto ao pode fazer seja o que for no futuro, a próxima etapa é abrir Algarve? Depois, houve um ponto de venda na África do empresas e marcas que nos Sul e existem já contatos com

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lojas em Inglaterra e França. “A Fábrica é a base onde vamos criar toda a estratégia para chegarmos a outros países, para partirmos à descoberta de outros mercados”. E enquanto conversávamos, a Fábrica foi-se enchendo de pessoas e a festa deu o pontapé de saída formal, com a atuação dos artistas Élton (Perigo Público), Sacik Brow e Risko, um artista local que lançou a sua primeira música composta especialmente para a ocasião. Seguiu-se a apresentação da nova coleção da REPTO, com destaque para um novo padrão criado em homenagem ao Ultramar e ao 25 de Abril. Tudo muito bem acompanhado pela nova bebida «Dom Chique», com ponderação, claro está, um licor de medronho e mel produzido no Algarve .


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Albufeira recebeu 36.º Congresso Português de Cardiologia

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maior evento científico que reúne anualmente a comunidade cardiológica realizou-se mais uma vez no Palácio de Congressos do Algarve, na Herdade dos Salgados, em Albufeira. O 36.º Congresso Português de Cardiologia é uma organização da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) e decorreu de 18 a 21 de abril. Durante quatro dias, centenas de especialistas de todo o mundo debateram os principais desafios na área da Cardiologia perante o atual panorama económico. Com o lema «Coração no Mundo em Mudança», o Congresso abordou as temáticas da prevenção, intervenção e inovação, com sessões sobre «Investigação e estado da Arte», «Curriculum fundamental», «How to» (incluindo a aplicação das Boas Práticas Clínicas à Investigação) e «Top Stories in Cardiology», com apresentações selecionadas do que, em 2014, foi considerado pelos Peritos como um «Nobel» que pode levar à mudança. Foi também delineada uma sessão dedicada à Indústria Farmacêutica e dirigida aos que querem saber o que de melhor foi «produzido» no último ano, quer

na área dos fármacos, quer na dos dispositivos ou equipamentos. Este ano, a sessão inaugural contou com a intervenção do ministro da Saúde, Paulo Macedo, que fez questão de presidir a este evento de referência na área da cardiologia que, todos os anos, promove a discussão e reflexão em torno de tema atuais. Quanto ao presidente da Câmara Municipal de Albufeira, Carlos Silva e Sousa, considerou ser “fundamental ouvir falar sobre a experiência de diferentes áreas do conhecimento

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através do contributo de conceituados especialistas, não só nacionais, mas também oriundos de países como o Brasil, Angola, França, Holanda, Noruega, Suíça, Estados Unidos, Moçambique, Bélgica, Reino Unido, entre outros”. De acordo com a SPC, a 36ª edição do evento contou com a apresentação de 755 comunicações livres, comprovando a vitalidade da cardiologia nacional. “A atualização constante do saber em medicina cardiovascular é uma necessidade e o Congresso é o maior acontecimento nacional de educação médica continuada, nessa área. Mas, além da atualização científica, neste evento partilhamse experiências, confrontam-se e debatem-se práticas, questionam-se conceitos e estreitam-se relações com outras Sociedades Científicas, nacionais e internacionais”, destacou Dulce Brito, presidente do Congresso, para quem “Albufeira é o local que consideramos reunir as condições ideais, de ordem técnica e logística, para a realização de uma das mais importantes Reuniões Médicas Nacionais” .


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Associação Internacional de Congressos e Convenções reuniu em Albufeira

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om mais de um milhar de membros em todo o mundo, a ICCA - Associação Internacional de Congressos e Convenções é a maior e mais representativa associação do setor do Turismo de Negócios. Abrangendo mais de 90 países, a Associações dispõe de uma base de dados de mais de 11 mil congressos. A ICCA divide-se em 11 capítulos, um dos quais ibérico, que junta um total de 60 membros oriundos de Portugal e Espanha. Anualmente, um dos países da ICCA acolhe a Reunião Anual, após prévia apresentação de candidatura, e este ano, por votação dos associados, o Algarve foi a região escolhida. Ao longo destes três dias, o Encontro reúne representantes de empresas de grande relevo no setor do Turismo de Negócios e conta também com a presença de diretores de 10 associações clientes que terão oportunidade de conhecer toda a oferta do Algarve nesta área. A criação de oportunidades relevantes de negócio, aprendizagem e desenvolvimento profissional, numa dinâmica de networking, interação e

partilha, são objetivos da organização. O presidente da Câmara Municipal de Albufeira teve oportunidade de marcar presença na abertura da Reunião, que teve lugar no dia 15 de abril, tendo sido recebido por Alexandra Torégão, presidente do Comité Executivo do Capítulo Ibérico da ICCA. Na sua intervenção, o autarca evidenciou as qualidades de Albufeira e do Algarve para o acolhimento de iniciativas ligadas ao setor, tendo destacado “as

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acessibilidades, a qualidade dos equipamentos existentes, as condições ao nível de saúde e da segurança, e toda a componente típica do «ser português», que se traduz na nossa simpatia, no bem receber, na cultura e gastronomia”. “O turismo de negócios tem hoje uma expressão crescente no nosso panorama, porque os senhores empresários souberam investir, cabendo à autarquia um papel determinante para que o concelho mantenha condições de excelência nas suas infraestruturas que permitam valorizar este importante nicho que contribui para esbater os efeitos da sazonalidade da nossa atividade turística”, destacou o edil. O autarca salientou ainda que o setor de Congressos “é uma área que importa promover porque traz pessoas à região para trabalharem num local de eleição sendo que essas pessoas, ao conhecerem a região, podem depois elegê-la para os seus períodos de férias”. Nesse sentido, Carlos Silva e Sousa mostrou-se disponível para colaborar na promoção de Albufeira enquanto destino de congressos e encontros de negócios .


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Autarquia de Lagoa continua a apoiar Bombeiros Voluntários

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Câmara Municipal de Lagoa assinou um protocolo de cooperação e concessão financeira com a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lagoa, para o ano de 2015, no valor total de 247 mil e 500 euros. O montante engloba: 110 mil euros para manter um grupo de 1ª intervenção; 10 mil euros para manter um CPO (Comandante Permanente às Operações); 10 mil euros destinado a despesas correntes, respeitantes ao pagamento de Apólices de Seguro de Viaturas (ramo automóvel); 2 mil e 500 euros para pagamento da Apólice do Ramo de Acidentes Pessoais dos Bombeiros; 6 mil euros para custear despesas relativas ao reforço e prevenção a grandes eventos a realizar na área do Município; 8 mil euros para custear a despesa com consumíveis para emergência pré-hospitalar; 10 mil euros para despesa com combustíveis gastos em

emergência; 6 mil euros para investimento na aquisição de equipamento de proteção e fardamento individual; 30 mil euros para reparações da frota automóvel; 35 mil euros para aquisição de uma Viatura Ambulância de Transporte de Doentes; e 20 mil euros para aquisição de uma Viatura Tanque de Grande Capacidade.

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A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lagoa obriga-se a aplicar as verbas nos objetivos preconizados, bem como a enviar à CML o Relatório de Atividades e documentação comprovativa das despesas efetuadas, relativas à aplicação financeira em 2015, até ao dia 15 de janeiro de 2016. Obriga-se ainda a enviar o Plano de Atividades e Orçamento Anual, bem como o Relatório Anual de Atividades e Contas. O presente Protocolo será objeto de revisão em 2016, logo após a aprovação do Orçamento e Grandes Opções do Plano do Município de Lagoa, mediante avaliação da aplicação das respetivas verbas .


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Lançado Concurso Público para atribuição de habitações em Odiáxere

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Câmara Municipal de Lagos aprovou, no dia 15 de abril, a abertura do concurso público para atribuição de 22 habitações no Rossio das Eiras, em Odiáxere, em regime de arrendamento apoiado. Recorde-se que o Município de Lagos tem como objetivo apoiar os agregados familiares de baixos rendimentos e com necessidades habitacionais. Nesse sentido, celebrou um contrato de arrendamento com o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) de 22 frações autónomas sitas no empreendimento do Rossio das Eiras, em Odiáxere, para subarrendar em regime de arrendamento apoiado para habitação aos agregados familiares a selecionar mediante concurso por classificação, cuja abertura foi nesta RC aprovada. As habitações objeto deste concurso serão atribuídas em regime de arrendamento apoiado pelo prazo de 10 anos, automaticamente renovável por períodos sucessivos de dois anos, salvo oposição de qualquer das

partes. Estas habitações destinamse a constituir habitação própria e permanente dos concorrentes a quem sejam atribuídas bem como dos seus respetivos agregados familiares. Para atribuir, e no que diz respeito a tipologias, existe um T1, 8 T2, 12 T3 e 1 T4. No âmbito deste concurso consignam-se 10 frações para os 10 indivíduos ou agregados familiares mais pontuados que sejam residentes na freguesia de Odiáxere e cuja dimensão do agregado

familiar seja compatível com as tipologias disponíveis, e as restantes 12 aos residentes nas demais freguesias do concelho. O júri do concurso será composto pela Vereadora da área, Maria Fernanda Afonso, pelo Vereador do PSD, Nuno Serafim e pelo Presidente da Junta de Freguesia de Odiáxere, Carlos Fonseca. Como suplentes ficaram designados os seguintes elementos: Vereadora da CDU, Luísa Teixeira e a Secretária da Junta, Sofia Santos .

Lagos prepara Tomada de Ceuta

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município de Lagos vai regressar ao século XV e relembrar a etapa que a historiografia nacional inscreveu como o início da expansão portuguesa – a tomada de Ceuta. O Festival dos Descobrimentos vai decorrer entre os dias 30 de abril e 9 de maio e o tema central são os «600 Anos da Tomada de Ceuta -1415/2015». A iniciativa vai decorrer em vários locais da cidade, com o ponto alto a acontecer no fim de semana de 30 de abril a 3 de maio, com a realização, no centro histórico da cidade, da Feira dos Descobrimentos e do Cortejo Histórico, bem como de recreações temáticas e muita animação. Ao longo desses quatros dias, a preparação da «Viagem de D. João I para Ceuta», «O assalto às Muralhas de Ceuta e a Batalha entre Cristãos e Mouros», «D. João I arma os seus filhos cavaleiros na Catedral de Ceuta» e «Lutas e escaramuças pela nomeação do Governador» são alguns dos momentos que serão recriados e explorados ao longo de todo o Festival. A iniciativa termina no dia 9 de maio com a Palestra «Ceuta pré-portuguesa», cujo orador convidado é o Professor Fernando Villada . 31


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Ação de limpeza na Ria Formosa juntou mais de 100 pessoas

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endo como lema o slogan «Limpar a Natureza», foram recolhidos, no dia 22 de abril, cerca de 900 quilos de lixo na Ilha da Armona e Quinta de Marim (Parque Natural da Ria Formosa). A iniciativa dos Hotéis Real contou com a colaboração do Município de Olhão, AmbiOlhão e Centro de Investigação e Recuperação de Animais Selvagens (RIAS), entre outras entidades. Num ambiente de rara beleza como são o Parque Natural da Ria Formosa e a Ilha da Armona, mais de uma centena de voluntários de todas as idades trabalharam em defesa do ambiente e retiraram das dunas lixo de todo o tipo: para além dos já habituais plásticos, metais, redes, vidros e troncos, também houve descobertas surpreendentes, como frigoríficos velhos. A empresa municipal AmbiOlhão recolheu, no dia seguinte, o lixo apanhado pelos voluntários – muitos deles funcionários dos Hotéis Real, que organizaram uma iniciativa idêntica, no mesmo dia, no

contribuindo assim para a preservação de espécies específicas numa das zonas húmidas mais importante do País. As quantidades de resíduos recolhidas nesta ação de limpeza foram inferiores às do ano passado, quando se recolheram cerca de 90 sacos de lixo com o peso aproximado de uma tonelada. “Esta redução significativa prova que as ações de sensibilização do Município têm surtido efeito e agora as pessoas começam a estar mais consciencializadas para a proteção Portinho da Arrábida –, que se dividiram em três grupos, cada um do ambiente. Mas, infelizmente, com cerca de 40 pessoas. Entre as ainda falta fazer muito trabalho para habituar as pessoas a zonas de Ria, costa e Parque colocarem o lixo nos locais Natural, os participantes conviveram e deram o exemplo em existentes para o efeito. É uma luta que temos travado no prol de um ambiente mais Município e vamos continuar a saudável. Esta ação de limpeza, na qual se fazê-lo, enquanto for necessário, em prol do ambiente, para recolheram cerca de 70 sacos de proteger as gerações futuras”, lixo, permitiu também fazer a recolha de plantas invasoras, como referiu o presidente da Câmara de é o caso do chorão, espécie da qual Olhão, António Miguel Pina . foram recolhidas 2,5 toneladas,

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Passeios Sénior são um sucesso em Olhão

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ais de 200 olhanenses já usufruíram dos «Passeios Sénior 2015», organizados pela Câmara Municipal de Olhão e que este ano contemplam a visita e descoberta da vila de Alvito, no Baixo Alentejo. Os passeios começaram no passado dia 14 de abril e prolongam-se até 21 de maio levando o Município, no total, 700 pessoas a passear àquela vila típica alentejana, tantos quantos aqueles que se inscreveram e que se enquadram na faixa etária dos 60 anos ou mais. Os seniores olhanenses saem de Olhão às 7h30 e chegados a Alvito, são acompanhados por um guia turístico local na descoberta de lugares emblemáticos, tais como a Igreja Matriz, os Mercados ou o Castelo. Segue-se o repasto com a boa gastronomia alentejana, que tem feito as delícias de todos aqueles que já participaram na iniciativa da Câmara Municipal de Olhão. A parte da tarde é passada em Vila Nova da Baronia, terminando o dia na Herdade da Barra, para uma prova de vinhos. O projeto «Passeios Sénior», que vem sendo desenvolvido há já alguns anos e que o Município de Olhão pretende manter, tem recebido vários elogios por parte dos participantes, que na sua grande maioria se situa na faixa etária dos 70/80 anos. Para além do enriquecimento cultural que estes passeios proporcionam, todos os participantes trazem um enorme sorriso no rosto pelo convívio desfrutado .

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Pescadores da Estónia visitaram Grupo de Ação Costeira de Olhão

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ma delegação da Estónia, representando o Grupo de Ação Costeira (GAC) daquele país, localizada no Mar Báltico, na ilha de Hiiumaa, visitou, no dia 17 de abril, o GAC do Sotavento, com sede em Olhão. Conhecer os projetos apoiados nesta zona do Algarve, principalmente na área do turismo e da diversificação, foi o principal objetivo desta visita. O grupo, constituído por 21 pescadores e uma técnica do GAC da Estónia, visitou Olhão com o objetivo de procurar ideias de projetos para o próximo período de financiamento. Durante a permanência dos estónios em Olhão, os anfitriões do GAC do Sotavento Algarve proporcionaram aos visitantes um passeio de caíque na Ria Formosa com o objetivo de

dar a conhecer esta zona lagunar, tendo igualmente levado a delegação daquele país do Mar Báltico a conhecer dois projetos de diversificação apoiados pelo GAC do Sotavento: uma embarcação para transporte de areia na Ria

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Formosa e uma empresa marítimoturística, ambas criadas por viveiristas locais. Durante a tarde, houve ainda tempo para uma visita à Docapesca e ao Museu Municipal de Olhão .


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Inaugurado novo Comando da Polícia Marítima de Olhão porque sou frequentador assíduo de Olhão, das condições em que se estava a trabalhar aqui. Este é o primeiro passo de um plano mais ambicioso de modernização desta zona”, garantiu o diretor geral da Autoridade Marítima. Com poucos operacionais relativamente à área que têm sob sua jurisdição, os agentes da Polícia Marítima de Olhão foram elogiados pelo trabalho desenvolvido. Tanto o diretor geral da Autoridade Marítima como o novo comando local da à entrada, salas de audição e de presidente da Câmara de Olhão, Polícia Marítima de comando, secretaria e quartos para António Miguel Pina, destacaram o Olhão foi inaugurado, no os agentes que fazem serviço seu espírito de missão, na presença dia 17 de abril, pelo Vice-Almirante durante a noite. O Vice-Almirante do capitão do Porto de Olhão, Rui António Silva Ribeiro, diretor geral Silva Ribeiro, durante o Algarve de Nunes Ferreira, presidente da da Autoridade Marítima, e pelo Honra que foi servido aos Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, presidente da Câmara Municipal de convidados na açoteia do edifício e comandante distrital da Polícia Olhão, António Miguel Pina, na da Capitania, destacou as Marítima Paulo Isabel, entre outras presença de vários responsáveis excelentes instalações do novo entidades . regionais e locais de forças de edifício. “Lembro-me muito bem, segurança e entidades ligadas ao domínio público marítimo. O novo edifício, que permitiu duplicar o espaço disponível para os agentes da Polícia Marítima de Olhão, situa-se ao lado da Capitania do Porto e veio melhorar as condições de trabalho dos agentes e funcionários da Capitania e Polícia Marítima local. Com uma magnífica vista para a Ria Formosa e suas ilhas, o edifício tem uma sala de piquete

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São Brás de Alportel investe na revitalização do Centro Histórico

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Plano de Revitalização do Centro Histórico de São Brás de Alportel avança a bom ritmo com a assinatura do auto de consignação, formalizado no dia 20 de abril, pelo Presidente da Câmara Municipal, Vítor Guerreiro e o representante da empresa J. J. Brito. Na reta final do Centenário do Município, cujas comemorações terminam no próximo dia 1 de junho, a Câmara

Municipal prepara-se para finalizar um projeto que faseadamente tem vindo a reabilitar os arruamentos do coração da vila. A obra em execução já está na 6ª fase do projeto de Reabilitação e Calcetamento do Centro Histórico e foi adjudicada à empresa J. J. Brito, pelo valor de 90 mil e 818,13 euros. Os trabalhos abrangem a Rua do Matadouro, recentemente

intervencionada com vista a melhorar as redes de água, e a Travessa do Pirolito, que liga esta rua ao Largo do Mercado. A intervenção prevê o calcetamento destes dois arruamentos e a adaptação do Jardim da Verbena para se tornar acessível a pessoas com mobilidade reduzida, integrando ainda trabalhos de melhoramento de iluminação pública. A empreitada vem ainda melhorar o acesso ao complexo de Piscinas Municiais Descobertas e ao Centro Explicativo e de Acolhimento da Calçadinha de São Brás de Alportel, um monumento classificado de interesse nacional, que se constitui como o ex-libris arqueológico do concelho. O Plano de Revitalização pretende recuperar e dignificar o Centro Histórico do concelho, através de um conjunto de intervenções que tem por objetivo melhorar a qualidade de vida dos munícipes e embelezar ainda mais o coração da vila .

São Brás de Alportel inaugurou O NINHO

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Ciclo de Passeios Natureza juntou-se aos Dias de Abril e desafiou a trilhar «o Voo da Liberdade», com a apresentação do novo percurso temático ornitológico «O Ninho», no dia 26 de abril. Com ponto de encontro no sítio de Javali, a 12 quilómetros do núcleo urbano de São Brás de Alportel, este passeio inaugural por entre sobreirais, hortas e ribeirinhos foi ilustrado por seis pontos de informação sobre aves comuns neste habitat e conta com a orientação de um especialista em ornitologia. Criado no âmbito do Projeto de Valorização do Património «Memórias da Terra», financiado pelo

Programa PRODER, que está a ser desenvolvido pela Câmara Municipal de São Brás de Alportel, este percurso ornitológico visa sensibilizar moradores e visitantes para a valorização da natureza, da biodiversidade do planeta aqui representado por uma das suas espécies mais emblemáticas: as aves. A observação de aves é uma das áreas de desenvolvimento turístico nas quais o município se encontra a apostar. A par deste percurso, o território apresenta três pontos de observação de aves: Bispo, Fonte Férrea e Farrobo, sempre a partir da Estrada Nacional 2 .

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São Brás de Alportel recebeu selo de qualidade a diversos indicadores de qualidade dos serviços prestados, com elevados níveis de exigência e retidão. Esta distinção é o resultado do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela Câmara Municipal na aposta de uma política que valoriza o ambiente e privilegia a sustentabilidade ambiental, bem como da dedicação e empenho dos funcionários deste setor, em prol da garantia de uma maior qualidade de município de São Brás De entre as 285 entidades vida para a comunidade sãode Alportel recebeu, no gestoras de resíduos a nível brasense. O Selo de Qualidade é dia 23 de abril, o Selo de nacional foram selecionadas 14 designado por um júri constituído Qualidade pelo Serviço de Gestão para receber o galardão que pela ERSAR, Jornal de Resíduos Urbanos numa distingue as instituições pelas boas Água&Ambiente, Associação cerimónia integrada no 9.º Fórum práticas e pela qualidade do serviço Portuguesa de Distribuição e Nacional de Resíduos, que teve prestado aos utilizadores. Para Drenagem de Águas, Associação lugar em Lisboa. Pela primeira vez conquistar o Selo de Qualidade, o Portuguesa de Engenharia Sanitária a Entidade Reguladora dos Serviços município são-brasense teve de e Ambiental, Associação de Águas e Resíduos (ERSAR) assegurar o cumprimento de um Portuguesa dos Recursos Hídricos e atribui uma distinção pela boa conjunto de critérios definidos pela pelo Laboratório Nacional de gestão dos resíduos urbanos. ERSAR em regulamento, referente Engenharia Civil .

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«Viagem ao Algarve» apresentada em Castro

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Casa do Sal, em Castro Marim, acolheu, no dia 17 de abril, a apresentação do livro de Diego Mesa, «Viagem ao Algarve», inspirado no livro de José Saramago «Viagem a Portugal». A cerimónia, conduzida pela vicepresidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Filomena Sintra, contou com a especial presença de Pilar del Rio, presidente da Fundação José Saramago, que homenageou o trabalho de Diego Mesa, revelando que a obra de Saramago que lhe serviu de inspiração foi a mesma que conseguiu que o agora conhecido nobel português se “levantasse do chão e é graças a ela que hoje estamos aqui reunidos e temos a obra que hoje temos completa”. «Viagem ao Algarve» trata-se de um roteiro turístico pelo Algarve em que Diego Mesa, natural

Marim

de Ayamonte, relata dois anos de viagens pelos diferentes lugares da região, destacando os vários patrimónios aqui existentes, chegando mesmo a admitir alguma «inveja sã» dos portugueses e de Portugal e confessando que, neste lançamento, se sentia como se estivesse na sua festa de aniversário, pelo carinho com que foi acolhido. Durante a apresentação, a Teatroteca, do Agrupamento de Escolas de

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Castro Marim, interpretou algumas passagens das obras de Diego Mesa e de José Saramago, “desmistificando a ideia de que é um autor difícil para as nossas crianças”, acrescentou a vicepresidente Filomena Sintra. Para António Cabrita, do Núcleo de Poetas do Guadiana, a quem coube a responsabilidade de traduzir para português a «Viagem ao Algarve», “a tradução teve algumas particularidades, porque a escrita do Diego é muito viva”. “Ao fazer a tradução, acabei por me transformar num viajante também”. Um dos objetivos da obra, segundo Diego Mesa, foi o de unir Portugal e Espanha, “dois povos que partilham, além do rio Guadiana, muitas outras riquezas e cada vez mais atividades em diversas áreas”. “Este livro é um exemplo claro de que a Eurocidade está a dar os seus frutos”, acrescentou Filomena Sintra .


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Alcoutim acolheu Campeonato Nacional de Esperanças

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lcoutim recebeu, no dia 19 de abril, o Campeonato Nacional de Esperanças I em Canoagem, organizado pelo Grupo Desportivo de Alcoutim (GDA) em colaboração com a Federação Portuguesa de Canoagem e a Associação Regional de Canoagem do Algarve, com o apoio do Município de Alcoutim. Presentes estiveram mais de 500 atletas, com idades compreendidas entre os 8 e os 16 anos, provenientes de 32 clubes. Esta primeira prova, de um total de três que compõem o Campeonato Nacional de Esperanças, disputou-se no rio Guadiana e foi ganha pelo Clube Náutico de Ponte de Lima com um total de 423

pontos. O segundo e terceiro lugar no pódio foram arrebatados pelo do Clube Náutico de Prado, com 316 pontos, e pelo Clube Náutico de Crestuma, com 160 pontos. O GDA, tendo sofrido algumas contrariedades, devido à quebra

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do leme da embarcação da equipa Bruno Ramos /João Melo, a competir em K2 Cadete, terminou a prova em 16.º lugar da tabela, mas conseguiu classificar-se em 11.º da geral, com 107 pontos. Em relação ainda à prestação do clube anfitrião do evento, o destaque vai para as três medalhas de prata arrebatadas por Luís Simão e André Madeira, em C2 Cadete Masculino, Ana Lúcia e Joana Ramos, em K2 Iniciado Feminino, e Edgar Rodrigues e Gustavo Madeira, em K2 menor Masculino. A escolha de Alcoutim para a realização desta prova de dimensão nacional representa o reconhecimento do trabalho desenvolvido pelo GDA e das excelentes condições naturais oferecidas pelo rio Guadiana para acolher este tipo de eventos .


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VI Jogos de Quelfes encerram com apelo à união em torno do Olimpismo

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epois de nove dias de intensa atividade desportiva e cultural, chegou ao fim a VI Edição dos Jogos de Quelfes, a melhor de sempre segundo os seus organizadores e que este ano contou com a chancela de «Loulé Cidade Europeia do Desporto 2015». Durante este período, os alunos dos concelhos de Faro, Loulé, Olhão, São Brás de Alportel e Tavira, acompanhados ainda por participantes de Albufeira e Silves, tiveram oportunidade de competir em desportos tão diversos como o andebol, o atletismo, o basquetebol, a natação, a esgrima, o lenço grego, o futebol, o boccia ou o ciclismo, naquela que foi também a primeira edição inclusiva, aberta à participação de crianças portadoras de deficiência. No total, foram cerca de 1500 participantes que puderam experimentar um modelo de prática desportiva assente na vivência daquilo que são os valores do Olimpismo e a abordagem educativa através do desporto, proposta por esta filosofia de vida. Os Jogos de Quelfes despediram-se por este ano com uma bonita cerimónia de encerramento, levada a cabo pela autarquia de São Brás de Alportel, no pavilhão municipal Dr. José de Sousa

Pires, no dia 19 de abril. Vincada ficou ainda a convicção dos concelhos e instituições reunidas na Comissão Geral Organizadora dos Jogos de Quelfes, que conta já com a participação de Vila Real de Santo António e Ayamonte, de levar esta iniciativa a todo o Algarve e à vizinha Andaluzia, atuando segundo um modelo de desenvolvimento desportivo único e muito próprio, na certeza de que a aposta na promoção do Olimpismo constitui um investimento sólido e credível na educação dos mais jovens e no desenvolvimento holístico do próprio Ser Humano .

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