Revista Pintou na Artesp - Ed. 87

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Conheça as indústrias que apoiam os revendedores de tintas do Brasil


Índice

Agora você pode ir direto para o conteúdo que interessa

Entrevista Pag. 06

Abrafati Pag. 12

Sitivesp Pag. 14

Prêmio Artesp Pag. 16

Vencedores Pag. 20

Empresas familíares Pag. 32

Vendas em transformação Pag. 36

ABRART Pag. 40

Pinceladas Pag. 44

Conheça mais as empresas que apoiam a comunicação dos revendedores de tintas


Editorial

Órgão informativo da Associação dos Revendedores de Tintas Presidente: Jeanderson Ricardo Santaguita Editor chefe: Rodrigo Zevzikovas (MTB 51.109) Projeto Gráfico: Studio DR 43 Contato: Av. Amador Bueno da Veiga, 1230 - Cj. 302 CEP 03636-100 - Penha - Capital - SP Tel.: 11-5085-5833 - E-mail: pintounaartesp@artesp.org.br

Jeanderson Ricardo Santaguita Presidente-Executivo

Resiliência ainda em pauta O título do último editorial de 2021 foi “Resiliência”. Começamos 2022, na verdade já deixamos o primeiro trimestre, e o tema ainda persiste. A resiliência do nosso setor ainda continua sendo duramente provada. Não bastassem os efeitos e reflexos da pandemia, os impactos nos processos logísticos e de produção de toda a cadeia ainda não normalizados, nos deparamos com o terrível conflito entre Rússia e Ucrânia. Além das prioritárias questões humanitárias, a guerra gera prejuízos econômicos no mundo todo, em especial nos insumos derivados de petróleo, interferindo direta e relevantemente nos nossos produtos. Os reajustes se sucedem, desafiando o negócio como um todo de forma terrível, e em especial a gestão de preços e de estoques. No dia a dia da Associação dos Revendedores de Tintas (Artesp) e da Associação Brasileira dos Revendedores de Tintas (Abrart), indústrias de matériasprimas nos consultam tentando entender a movimentação do mercado varejista para readequar suas programações. Do outro lado da ponta, o poder de compra dos consumidores e usuários dos produtos tem caído substancialmente. Nosso entendimento é único: o setor precisa se unir para procurar caminhos para diminuir os impactos. Reajustar preços não pode ser a única e exclusiva saída. Temos de ser criativos e invocar o mesmo sentimento que permeou as ações de todos os entes do mercado de tintas no período mais crítico da pandemia do Coronavírus, durante 2020 e 2021. O ano de 2022 começa com desafios, mas aponta para mudanças importantes. Além do processo eleitoral do nosso país, também haverá mudanças na Artesp/Abrart. Teremos nosso processo eleitoral entre os meses de agosto e outubro, reforçando, assim, nosso compromisso com a democracia e a necessidade de mudanças. Contamos com a participação de todos os associados na oportunidade. Nesta edição trazemos um pouco mais do jantar do Prêmio Artesp 2021, a entrevista com o novo Gerente Geral da Sherwin Williams, Nilton Rezende, além da expectativa dos fabricantes para o ano e as habituais colunas dos nossos articulistas e colaboradores. Boa leitura!

Diretoria Executiva: Jeanderson Ricardo Santaguita - Presidente, André Ricardo Biadola, Carlos Alberto Pasquini, Eduardo Gonçalves Tinti, Francisco M. Lopes Neto, Ivan Carlos Ferreira, Lasaro Geraldo Beltrami, Maira Hebling Alen Loureiro, Nassim Katri Neto. - Luís Fernando Ferrari - Presidente do Conselho Deliberativo:


Entrevista Por: Rodrigo Zevzikovas

Sherwin-Williams tem novo gerente-geral no Brasil Nilton Rezende assume o cargo de gerente-geral da gigante do setor de olho nos pintores e no consumidor final e fala em manter investimentos em tecnologia e inovação Nilton Rezende é o novo gerente-geral da Sherwin-Williams no Brasil. O executivo assumiu o cargo em 1º de fevereiro de 2022. Ex-CFO (Chief Financial Officer) na América Latina da empresa, ele ocupou a posição de Freddy Carrillo, transferido para “novos desafios” na Sherwin-Williams Estados Unidos. Rezende é formado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e possui MBA na mesma Instituição. Ele tem mais de 20 anos de experiência no setor de tintas e chegou à Sherwin-Williams em 2015. “Tenho o desafio de dar continuidade ao plano estratégico conduzido, com muito sucesso, pelo time do Brasil”. O mercado nacional apresenta muitas oportunidades de crescimento, na visão do novo gerente-geral. “No país, o consumo per capita de tinta decorativa é de cerca de 7 a 8 litros por ano. Na Europa e nos Estados Unidos, esse volume é três vezes maior. Trata-se de um mercado fragmentado e bem concorrido, mas sabemos que ele oferece muitas oportunidades de crescimento e estamos focados nisso para seguirmos conquistando novos mercados e consumidores à procura de um produto de qualidade. E como a Sherwin-Williams é líder global

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Entrevista Por: Rodrigo Zevzikovas

na fabricação, distribuição e vendas de tintas e revestimentos, podemos oferecer isso aos brasileiros”, disse Rezende. Investir em diversas frentes segue entre as prioridades da empresa no Brasil. “Para seguirmos oferecendo ao mercado o que há de mais moderno no mundo, é fundamental continuar investindo em tecnologia e inovação, pois precisamos estar sempre desenvolvendo novas soluções para superar as expectativas do consumidor. Mas não para aí, investir em pessoas, no conhecimento e na capacitação, é também imprescindível para podermos entender o mercado e executar todas essas melhorias”, afirmou o executivo.


Entrevista

Você tem mais de 20 anos de experiência no mercado de tintas. Qual foi o primeiro contato com o setor? Comecei minha carreira em 1988 como Assistente de Marketing na Tintas Coral, na época pertencente ao Grupo Argentino Bunge & Born. Passei por diversas áreas em Marketing, Finanças e Business. Em 2003, iniciei um novo desafio na Ecolab, empresa de higiene e limpeza, onde atuei como Diretor Financeiro e Gerente-Geral do principal negócio. Nesses sete anos de Sherwin Williams, por quais áreas você passou e como essa experiência lhe preparou para o novo cargo? Em 2015, aceitei uma proposta para ser diretor Financeiro para a América Latina na Valspar, adquirida pela Sherwin Williams em 2017. Assumi a posição de CFO da Sherwin-Williams Divisão América Latina, cargo que ocupei até a promoção para gerente-geral. Nós ainda convivemos com a pandemia, mesmo com os esforços nos processos de vacinação. Apesar de termos tido resultados positivos no volume de consumo de tintas no primeiro ano desse processo, quais as expectativas para o futuro próximo? A pandemia fez a Sherwin Williams se adaptar a novos hábitos e a uma nova realidade. Revimos nossas atividades, os nossos conceitos, nos adequamos, mas não mudamos os nossos valores. As expectativas con-

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Entrevista

tinuam sendo bastante favoráveis, pois o mercado brasileiro é muito amplo e com inúmeras oportunidades. A experimentação dos efeitos positivos das tintas na decoração, renovação e proteção de paredes e móveis na pandemia abriu novas perspectivas para a promoção dos produtos e as suas vendas. Qual a meta à frente da empresa no médio e no longo prazo? Manter as estratégias de negócios, foco em produtos de qualidade, inovação, tecnologia e sustentabilidade. Queremos cada vez mais entender e atender a necessidade do consumidor e dos profissionais do setor. Seguiremos com a expansão de vendas no mercado de tintas e revestimentos, além do investimento sólido na marca e nos canais de vendas. O mercado tem sofrido com dificuldades em fornecimento de produtos e reajustes sistemáticos por conta de vários fatores na cadeia produtiva de tintas. Há alguma expectativa de normalização? A Covid-19, as incertezas macroeconômicas, as dificuldades globais nas cadeias produtivas e de logística trouxeram vários percalços em termos de fornecimento para diversos setores. Foi quase uma “tempestade perfeita” para os negócios em geral. Fica difícil prever uma redução no custo, porque os impactos e incertezas são globais, mas torcemos por isso.


Entrevista

Quais os maiores desafios da Sherwin-Williams em 2022? Continuaremos investindo na evolução constante de nossos produtos (P&D), trazendo inovações para o mercado, na capacitação de talentos (RH) e na comunicação com nossos públicos (MKT & PR), com foco em tendências de cores e principalmente no digital, que ganhou ainda mais relevância com a pandemia. Nossos projetos também envolvem a ampliação das revendas master e planos de negócio específicos com os demais canais. Como você vê a importância dos lojistas de tintas para todo o mercado e para os planos da Sherwin-Williams? Os lojistas de tintas são fundamentais para o mercado e eles fazem parte de forma significativa do nosso planejamento e estratégia. Sabemos que o nosso sucesso passa pelo crescimento das lojas de tintas, é um sistema de retroalimentação de forma positiva. Queremos estar cada vez mais próximos dos lojistas e ajudá-los a superar desafios e ver os seus negócios prosperarem de forma sustentável. Como a Associação Brasileira dos Revendedores de Tintas (Abrart) pode colaborar com o processo evolutivo do varejo especializado em tintas no Brasil? As associações têm aproximado os fabricantes e o varejo com o objetivo de criar soluções para trazer qua-

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Entrevista

lidade e inovação aos serviços e produtos. A Abrart é uma entidade forte e representativa e pode desenvolver novas soluções para esse mercado, em potencial, continuar crescendo. Nosso principal público são os proprietários e gestores do comércio de tintas. Você gostaria de deixar alguma mensagem para eles? Enxergamos os proprietários e gestores do comércio de tintas como parceiros estratégicos no negócio. Confiamos neste formato e buscamos sempre uma comunicação de mão dupla, ou seja, queremos apoiar, ouvir e estar cada vez mais próximos para crescermos juntos. Sabemos dos desafios do mercado brasileiro, mas ele também oferece um leque de oportunidades e devemos estar atentos para continuar a contribuir com nossos parceiros. A Sherwin Williams terá sucesso se nossos parceiros também tiverem. Essa parceria é o segredo do nosso crescimento, pois é por meio dela que podemos colaborar para o desenvolvimento dos clientes e do setor, fundamental para seguirmos nessa trajetória de evolução e inovações. Nossas parcerias precisam ser cada vez mais fortes, próximas e contributivas para que sejam estratégicas, positivas e de longo prazo.

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Abrafati

Vender tinta não conforme não é legal

Existem revendas que só oferecem aos seus clientes tintas de empresas participantes do Programa Setorial da Qualidade (PSQ). Essa é uma boa estratégia? Considero que sim. O primeiro motivo é a intenção, explicitada pelos proprietários ou gestores de algumas lojas, de se posicionarem como estabelecimentos comerciais com destaque para a preocupação com a alta qualidade dos produtos comercializados. Esse po-

sicionamento tem como princípio a busca de diferenciação no mercado, resumida na frase “nós procuramos sempre fazer o melhor”. Outra importante razão é associar a revenda com atributos como confiabilidade e segurança. Ao vender exclusivamente produtos cuja qualidade é reconhecida por um programa sério, a loja está demonstrando um forte respeito por seus clientes. Nesse caso, o posicionamento pode

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Abrafati

ser expresso por outra frase bem forte: “Você pode confiar nos produtos vendidos aqui”. Uma terceira motivação é o desejo de proporcionar a melhor experiência ao consumidor e deixá-lo satisfeito. Encantar o cliente é a melhor forma de fidelizá-lo. Todo varejista sabe: cliente satisfeito retorna, além de indicar ao seu círculo de familiares e amigos o local onde foi bem atendido. A frase-chave nesse tema é: “Temos a melhor solução para a sua demanda”. Finalmente, existe também a preocupação em não infringir a lei. Afinal, ao vender apenas tintas com qualidade reconhecida pelo PSQ, o lojista tem a certeza de não estar oferecendo nenhum produto pelo qual possa ser acusado de estar descumprindo o Código de Defesa do Consumidor. Porque – como já dissemos anteriormente e voltamos a frisar – quem vende tintas não conformes está cometendo um crime. Produtos em desacordo com as normas técnicas não podem ser colocados no mercado

pelos fabricantes nem pelos revendedores, segundo a legislação. Aqui, a frase para sintetizar a postura do revendedor é: “Nós temos um compromisso ético”. Vamos agora fazer um exercício e juntar as quatro frases de cada motivação para vender apenas tintas qualificadas pelo PSQ: “Nós procuramos sempre fazer o melhor”; “Você pode confiar nos produtos vendidos aqui”; “Temos a melhor solução para a sua demanda” e “Nós temos um compromisso ético”. Qual revendedor não se orgulharia de poder fazer as quatro afirmações acima? Certamente, é uma declaração de princípios para valorizar qualquer empresa. Junte-se a quem já faz isso e lembre-se sempre: o melhor caminho é investir na certeza, sem correr riscos. É o que faz quem oferece somente tintas com qualidade reconhecida, validadas pelo Programa Setorial da Qualidade de Tintas Imobiliárias! Luiz Cornacchioni é presidente-executivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati)

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Sitivesp

Nos 80 anos de Sitivesp, um agradecimento a todos!

Uma das prioridades do trabalho do Sindicato da Indústria de Tintas e Vernizes do Estado de São Paulo (Sitivesp) é apoiar e desenvolver iniciativas de qualificação profissional. As atividades nessa área são constantemente avaliadas e aprimoradas, de maneira a trazer benefícios para os fabricantes, os fornecedores do setor, os revendedores, os pintores e outros profissionais relacionados com o mundo das tintas. Isto é necessário para o mercado crescer e se desenvolver de modo saudável. Por isso, há muitos anos desenvolvemos ações nessa área. Um exem-

plo são os tradicionais Encontros de Repintura Automotiva e Encontros de Pintura Imobiliária. Somente esses dois eventos contaram com a participação de alguns milhares de profissionais. Outra importante iniciativa são os materiais de informação e consulta produzidos e disponibilizados gratuitamente para download em nosso site (www.sitivesp.org.br), como Manual de Pintura Imobiliária, o Manual de Repintura Automotiva, as cartilhas focadas na renovação do ambiente, no reparo de peças plásticas, no ajuste de cor e em outros temas.

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Sitivesp

Mantemos também, desde 1996, um convênio com o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) voltado para a organização e realização de programas de treinamento destinados à qualificação de profissionais na área de tintas e vernizes. O excelente trabalho realizado por essa instituição na capacitação de pintores, com cursos na Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo, no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo, traz uma contribuição fundamental nessa área. Porém, sempre percebemos a necessidade de ampliar a oferta de cursos, preocupação ampliada ao longo dos anos com as mudanças na tecnologia e no nível de exigência dos consumidores. Como resposta a essa demanda, a grande novidade a ser anunciada ainda este ano – depois de muito estudo e planejamento –, é a criação do Curso de Pintor Imobiliário no formato EAD (Ensino a Distância). Desenvolvido pelo Sitivesp, com o apoio do Senai, está numa edição piloto desde 18 de janeiro. Isso permitirá avaliar todos os aspectos dessa ideia inovadora, ajustando e aprimorando as necessidades para o lançamento da

versão definitiva ainda este ano. O curso é direcionado tanto a pintores já atuantes quanto a outros profissionais interessados em atuar na área. Com carga horária de 160 horas, envolve muito conteúdo técnico – características e aplicações dos diferentes produtos, tipos de substrato, técnicas de pintura, materiais e ferramentas, cores, principais patologias etc. –, assim como os principais cuidados com a segurança e o meio ambiente. Fazem parte do programa também temas de gestão e atendimento, como planejamento, orçamento e postura profissional. O Curso EAD trará importantes contribuições: teremos pintores mais preparados e mais reconhecidos, fundamental para conseguir se fixa na profissão e, assim, oferecer melhores resultados para os seus contratantes. A experiência positiva do público com a pintura – o resultado final dessa maior capacitação – resultará, sem dúvida, em aumento das vendas. Bom para todos, não é? Douver Gomes Martinho é presidente do Sindicato das Indústrias de Tintas e Vernizes do Estado de São Paulo (Sitivesp)

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Para não viralizar como ‘meme’ da internet, é preciso entender a cabeça dos fabricantes para delimitar as ações dos próximos meses O ano de 2022 chegou com a esperança de trazer um pouco de normalidade ao mundo, mas é impossível fazer previsões sobre acontecimentos futuros e como cada um deles vai influenciar toda uma nação. Das eleições no Brasil a primeira Copa do Mundo a ser disputada no fim do ano, além das incertezas sobre a pandemia e as consequências por ela geradas, nos deixam com muitas dúvidas sobre como fazer dar certo. Para tentar responder a algumas das principais dúvidas dos empresários do setor de tintas e equipamentos, a reportagem da Revista Pintou na Artesp procurou os executivos dos maiores fabricantes do Brasil afim de, com as experiências em suas respectivas áreas e cargos, ensinar o caminho das pedras. A primeira lição é: pensar no futuro é, sempre, olhar o passado. Após o breve susto inicial tomado com todas as restrições sociais trazidas pelo alto índice de transmissibilidade e de mortalidade da Covid-19, as empresas de tintas rapidamente se adaptaram e conseguiram ter um bom desempenho no período. A Suvinil, por exemplo, criou novas formas de se relacionar com seus públicos, com a organização de cafés on-line

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com clientes e seminários com colaboradores. Também foram desenvolvidas campanhas digitais, entre elas a Suvinil Na Sua Casa, voltada para consumidores, profissionais de pintura, clientes da marca, além de arquitetos e designers, transformando essas discussões em uma importante ação social para apoio aos pintores de todo país. Desde 2020 foram milhares de ativações. “Com a flexibilização nas operações do setor de materiais de construção, acompanhamos a necessidade de nossos parceiros de negócio nos mais distintos canais de vendas, sempre mantendo rígidos protocolos de segurança para colaboradores e parceiros. Foi, portanto, um ano em que nossa marca aliou segurança e operações como nunca antes. Quanto aos resultados econômicos, mesmo com todo o cenário ainda adverso, na comparação 2020 e 2021, a Suvinil cresceu em receita e resultados”, explicou Renato Firmiano, diretor de Marketing das Tintas Decorativas Basf. A AkzoNobel precisou encontrar soluções para minimizar os impactos da crise econômica mundial provocada pela epidemia de saúde. Reajustes seguidos nas taxas de câmbio, aumento de preço e dificuldade no fornecimento de matérias-primas, além de questões logísticas, foram só alguns dos obstáculos enfrentados. “No entanto, crises são sempre uma oportunidade de romper paradigmas e sair na frente. Quando o mercado está mais difícil, é ainda mais importante fazer as coisas certas e da melhor forma possível. Nesse ponto, acredito que a

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AkzoNobel tem colhido os frutos de uma estratégia de geração de valor para a cadeia como um todo. Contamos com um time que tem se esforçado muito para minimizar as consequências da pandemia nos negócios dos nossos clientes, apesar dos desafios. Não fechamos em momento algum, sempre focados em operar com segurança para servir esse mercado considerado essencial”, declarou Guilherme Ruschel, diretor Comercial Tintas Decorativas Brasil da AkzoNobel. “Nesse período tão atípico, seguimos remando contra a maré: aumentamos os investimentos em marketing, lançamos e mantivemos nosso programa de colaboração e inovação com as startups, inauguramos um escritório para materializar nosso propósito. Em 2021, investimos em ter ainda mais lojas para trazer uma experiência de compra diferenciada para o consumidor, além de termos lançado uma campanha de branding, o Garantia Coral, reforçando a entrega de cor e acabamento perfeitos dos nossos produtos premium”, completou. Kelly Diniz, presidente do Conselho Brasilux, comemorou o fato de a fabricante não ter tido, na visão dele, grandes problemas com os efeitos do coronavírus. “Conseguimos dar sequência ao plano de expansão e modernização das nossas instalações, projetos do início do ano passado. Seguimos firmes no propósito de aumentar em cinco vezes a nossa capacidade de produção e também de melhorar a logística e a produtividade da empresa, pois as atividades industriais serão centralizadas em uma única planta. A partir do segundo semestre do ano passado, tivemos uma ruptura de algumas matérias-primas, mas já percebemos uma tendência de normalização da produção. Os tempos não

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estão fáceis para ninguém, mas estamos convictos que os obstáculos são circunstanciais e serão superados”. A PPG Brasil também “atropelou” a pandemia e teve resultado duas vezes maior no mercado de tintas e revestimentos, estimados pela empresa entre 8,5% e 9% em 2021. “Esse é um exemplo de um fenômeno conhecido: a resiliência do setor, que ganhou tração mesmo com a pandemia. Na prática, isso significa que, enquanto alguns braços do negócio foram afetados por perdas, outros tiveram aumento de vendas e o saldo geral foi positivo”, disse Marcio Grossmann, presidente da PPG Brasil. Mesmo com todo o otimismo dos gestores, não há como esconder os prejuízos em alguns setores. “A crise do automotivo, por exemplo, é bastante significativa: foram vendidos 2,2 milhões de veículos. De 2020 para cá, houve parada de produção, primeiro por causa da Covid-19, depois por falta de semicondutores, e, do lado da demanda, pela incerteza do consumidor, que se recolheu. No cenário mais atual, as vendas estão sendo afetadas pela inflação e subida dos juros, reduzindo os financiamentos, e devem retomar só em 2024. Isso implica no nosso setor também”, explicou. Para compensar essa e outras retrações, foi preciso acelerar o processo de crescimento de outros braços do negócio, um esforço estratégico feito pela companhia. “A PPG cresceu significativamente no segmento de tintas arquitetônicas porque as famílias investiram em pequenas reformas, tanto as de classe média, por causa do home office, como as de baixa renda, por conta do auxílio emergencial. O aumen-

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to também se deu na linha-branca, por conta da expansão do consumo de eletrodomésticos, outro setor que atraiu as compras das famílias”, completou. Rossana Brocchi, gerente de Marketing da Adere, exaltou a preparação da empresa para enfrentar os impactos de uma crise sem precedentes no século 21. “Adaptamos as equipes para o trabalho remoto e organizamos as nossas escalas para continuar atendendo aos clientes, mesmo nessas condições adversas. O resultado desse esforço e do planejamento é que a Adere cresceu mesmo diante da pandemia. Superamos as nossas metas e conseguimos lançar produtos nesse período.” A Axalta, pela segurança dos colaboradores, mandou, num primeiro momento, seus colaboradores para trabalhar em casa. Na fábrica, foi feito um revezamento com todas as recomendações prescritas pelas autoridades de saúde. “O maior desafio foi lidar com a falta de disponibilidade e inflação de matérias-primas provenientes de diversos fatores. Porém, através da criação de um comitê de crise, asseguramos que os impactos no atendimento e custo não fossem transferidos em sua totalidade para a cadeia”, contou Marcus Lima, diretor de Negócios Refinish da Axalta. Outra medida fundamental para os bons resultados foi a continuidade do movimento de mudanças impulsionado pela pandemia, adaptando-se as novas necessidades impostas pelo mercado. “Uma delas é a presença no digital. Agora contamos com um marketplace de fácil utilização para lojistas do e-commerce, o Axalta ClickShop”, explicou Lima.

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Michel Sentinelo, gerente de Marketing e Comunicação da Montana Química, lembrou das adversidades enfrentadas desde o início dos primeiros casos de Covid no mundo e, depois, no Brasil. “Incertezas, imprevisibilidade, volatilidade econômica, escassez de insumos, pressão de preços devido à inflação setorial e demanda desequilibrada”, elencou. “Por conta disso, impactou e continuará impactando a Montana Química e todo o nosso setor por um bom tempo, principalmente as ações presenciais e eventos. Por conta do planejamento estratégico da empresa, pensando no crescimento e em novos nichos de mercado, a Montana conseguiu atingir os seus resultados e trazer novidades para o setor durante a pandemia”, comemorou o executivo. “Outro fator que favoreceu o sucesso da empresa foi o setor de tintas ter fechado o ano passado com um aumento de 6% a 8,5% no volume de produção, segundo estimativa da Abrafati (Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas). Chegar ao final de 2021 com resultados positivos após quase dois anos de pandemia é resultado de muito trabalho e da união do setor, que conseguiu se adaptar a um novo perfil de consumidor.” Filipe Colombo, CEO da Anjo Tintas, lembra do primeiro impacto causado, o susto, e a necessidade imediata de rever o modelo de negócio, focando na saúde dos profissionais e financeira da empresa. “Isso fez com que nós reduzíssemos muitos custos, e foi bom. Depois, as vendas cresceram substancialmente, o que fez com que o mercado sofresse com

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falta de insumos devido ao fechamento de várias fábricas e aumento de consumo na ponta. Passado o ano de 2020, tivemos um ano de 2021 mais desafiador no que tange à alta inflação do segmento e neste ano os resultados foram muito prejudicados”, ponderou. Na Tigre FPP o enfrentamento da crise também não foi diferente, lembrou André Luiz Zamana, gerente de vendas da empresa. “Depois do susto inicial, criamos um comitê de crise porque precisávamos de velocidade de respostas e de mudanças de rumo rápidas. Nos preocupamos com a contaminação de nosso time e com a saúde mental de toda a nossa equipe. Por isso, pusemos em prática protocolos rígidos, além de termos incentivado ações, como apoio às lideranças e escuta ativa com os profissionais, para minimizar os impactos daquele momento. No segundo semestre, ganhamos velocidade de produção e a demanda cresceu em razão da pandemia - pessoas em casa, querendo reformar. Isso se refletiu positivamente nos resultados da empresa, tanto em 2020 quanto em 2021”. Sandra Campos, líder de Marketing da Futura Tintas, explicou alguns dos motivos de as consequências da crise sanitária ter sido positivo para o mercado, em especial no ano de 2020. “Com o consumidor em casa, a pintura começou a ser percebida por muitos que não tinham esse olhar como um item de saúde e bem-estar e o volume de vendas aumentou para todo o segmento. Em 2021, a alta de preços de matérias-primas não conseguiu ser repassada para os clientes e

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as margens apertaram muito. Foi um ano bem mais desafiador”, lembrou. Os números confirmam as afirmações dos executivos ouvidos pela reportagem. O mercado de construção teve crescimento real de 8% no ano passado, na comparação com os R$ 210,8 bilhões registrados em 2020, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat). Outro fator a ser considerado foi o fato de as lojas de tintas e materiais de construção terem ficado abertas durante esse período - graças a um importante trabalho do setor em mostrar a necessidade básica dos produtos.

E o futuro? O que podemos esperar?

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Para Renato Firmiano, diretor de Marketing das Tintas Decorativas Basf, a expectativa para 2022 é positiva, apesar dos desafios continuarem. “Mas será essencial continuar trabalhando em toda a cadeia de suprimentos buscando eficiências e melhorias de produtividade para melhor atender nossos consumidores. Nosso planejamento e investimentos são dedicados à evolução do varejo como um todo, sempre pensando em atender as necessidades de nossos consumidores e pintores. Consideramos os revendedores especializados como essenciais para o mercado de tintas e dedicamos nossas ações e iniciativas de marca para crescermos ainda mais como parceiros”. Guilherme Ruschel, diretor Comercial de Tintas Decorativas Brasil da AkzoNobel, falou do processo de ressignificação das casas como algo já ratificado nos brasileiros. Para ele, as pessoas continuarão tendo essa nova relação com seus lares, de porto seguro e espaço multifuncional. “Também notamos que muitos consumidores passaram a refletir sobre seus comportamentos, se atentando aos temas de sustentabilidade e tomando decisões cada vez mais conscientes. Vamos manter nossos investimentos para oferecermos uma boa experiência ao consumidor nas lojas, considerando este novo comportamento de consumo para tintas diante da ressignificação das casas”, explicou. A perspectiva é igualmente positiva para a PPG. “Nós temos crescido acima da média do mercado brasileiro e pretendemos crescer acima de 10% nos próximos anos. Estes próximos anos vão ser os de maior investimento na opera-

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ção brasileira desde 2014 e estamos preparados para manter o ritmo de aportes atual nos anos subsequentes. Em 2022, em especial, há dois investimentos muito relevantes: US$ 2,7 milhões para a ampliação da fábrica de tinta em pó, localizada em Sumaré, aumentando nossa capacidade de produção em 40%, e a ampliação da capacidade de produção da planta de tintas arquitetônicas em Gravataí (Tintas Renner by PPG), que começou o ano passado, totalizando US$ 2 milhões”, disse Marcio Grossmann, presidente da PPG Brasil. “Há alguns anos, o canal especializado é um pilar fundamental para a estratégia das Tintas Renner by PPG. Nós enxergamos uma tendência de expansão do número de lojas desse canal em 2022 e estamos preparados para suportar esse movimento com uma proposta de valor de melhor nível de serviço nas regiões em que atuamos. Além disso, temos muitas oportunidades de servir a construção civil através desses lojistas, inclusive com nossos parceiros Centros de Pinturas, que, sem sombra de dúvida, proveem uma venda técnica e especializada. O trabalho em conjunto com o varejo especializado será chave para o sucesso da empresa em 2022.” André Luiz Zamana se baseou nas pesquisas de mercado para falar em continuidade de crescimento do setor. Levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), projetou aumento de 1% nas vendas de material de construção em todo o país na comparação com o resultado de 2021.

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“Contribuir para o desenvolvimento das revendas é um dos nossos principais objetivos. Nos esforçamos para investir de maneira contínua no relacionamento com nossos clientes de forma a estarmos cada vez mais próximos da revenda e do mercado consumidor. No ano passado, implementamos o Tigre Tá On, programa on-line de capacitação para vendedores, balconistas e profissionais de obra, totalmente gratuito. O objetivo é ampliar o conhecimento dos profissionais de todo o Brasil, tanto nas capitais quanto nas cidades mais distantes, a partir do acesso ao conteúdo transmitido por experientes instrutores técnicos da Tigre. Somado a isso, temos importantes investimentos que, regularmente, mantemos para uma comunicação adequada nos PDVs para melhorar a experiência de compra dos consumidores”, afirmou o gerente de vendas. Rossana Brocchi, gerente de Marketing da Adere, disse ser fundamental “inovar processos e investir em produtos alinhados com o novo momento do planeta”. “Sabemos da importância do cuidado com o outro e queremos estar sempre presentes na vida das pessoas. É isso que somos e que queremos mostrar, cada vez mais, para o mundo. Não é por acaso que quem conhece e experimenta Adere fica fiel aos produtos, porque somos verdadeiros, nos envolvemos com o nosso propósito. Temos um relacionamento muito especial com as revendas e o mercado de tintas está no centro das atenções. Queremos fazer um trabalho de qualidade e atenção voltada ao pintor e repetir, em 2022, a conquista de

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2021 – quando ficamos em primeiro lugar no Prêmio Artesp (Associação dos Revendedores de Tintas). Certamente este mercado vai crescer muito e a Adere estará junto nesse crescimento”. Para Kelly Diniz, presidente do Conselho Brasilux, a expectativa, apesar de positiva, é de mais um ano de muita cautela, com vários desafios a serem vencidos. “A Brasilux pretende continuar crescendo e investindo no plano de expansão em 2022. Apostamos no mercado brasileiro e na credibilidade da marca. Os revendedores são a grande razão pela qual estamos realizando este projeto de ampliação, pois buscamos uma maior fatia de mercado e isso só se dará passando pelas revendas. Afinal, o revendedor é o principal intermediário entre a fábrica e o consumidor. Por isso, em 2022, vamos continuar com nossos investimentos em comunicação, em parceria com os revendedores, para fomentar mais vendas e gerar experimentação de produtos nas lojas, entre outros projetos que maximizem resultados para os clientes”. O gerente de Marketing e de Comunicação da Montana Química, Michel Sentinelo, também falou em precaução ao fazer previsões para 2022. Para ele, o retorno gradativo de outras áreas, principalmente lazer e a alimentação, e a inflação em alta, devem aumentar ainda mais os desafios da construção civil. “Devemos vencer a crise sanitária, mas ainda há um longo caminho para a recuperação da economia. Também projetamos que a Montana continue ampliando todos os segmentos do setor, com novos produtos e serviços,

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além de aumentar a vasta gama de opções que a empresa oferece. Como exemplo, podemos citar a linha de domissaniante Tudo Plim, lançada no ano passado, que vem tendo um excelente desempenho nesse novo mercado que a Montana Química entrou”. Sentinelo também ressaltou a importância dos revendedores especializados de tintas e como eles são fundamentais para essa cadeia não parar. “Esses profissionais fazem toda a diferença na venda dos produtos, tanto para os clientes e profissionais já inseridos no mercado, quanto para os mais leigos. A empresa proporciona treinamentos com capacitação desses profissionais de forma presencial e on-line. A Montana também é conhecida por sua capilaridade: está em todo o país graças a esses parceiros”. Para este ano, a Axalta pretende manter o crescimento não somente nos segmentos já consolidados, como produtos tradicionais e premium, mas também atingir novos mercados, falou Marcus Lima, diretor de Negócios Refinish. “Um dos valores da Axalta é o respeito com o meio ambiente. No final de 2021, fechamos uma parceria com a Transtry para realizar o projeto de um caminhão 100% elétrico afim de reduzir cerca de 40 toneladas de CO2 por ano. O objetivo é iniciar um processo de logística para minimizar o impacto ao meio ambiente. Nesse sentido, o compromisso da Axalta é atingir a meta de carbono zero até 2040. Em 2022, também esperamos avançar no desenvolvimento de produtos de alta tecnologia.”

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A Axalta, de acordo com Lima, continua buscando soluções inovadoras e sustentáveis para os revendedores especializados, e também novas formas de otimizar o tempo e serviço dos seus clientes. “Ampliar a presença no mundo digital junto de nossos distribuidores, a inserção em novos mercados, o foco em lançamentos e a priorização em atendimento por regiões fortalece ainda mais nosso relacionamento. Caminhamos juntos em 2022, com lançamentos importantes, tanto de produtos como serviços, focando no pintor aliado ao distribuidor”. Filipe Colombo, CEO da Anjo Tintas, também usou a palavra continuidade para manter “nosso crescimento”. Segundo ele, “há uma expectativa no aumento de consumo, porém ainda com inflação setorial”. “Aqui na Anjo Tintas, nosso foco é o atendimento a revendedores especializados, os tinteiros. Temos diversos investimentos que faremos em 2022 para ajudar estes clientes a performar melhor e obter grandes resultados com essa parceria.” Sandra Campos, líder de Marketing da Futura Tintas, concordou. “Nosso trabalho continua sendo através dos pintores e temos formados na Universidade Futura para o Pintor mais de dois profissionais. Todos aprenderam a transformar a profissão em negócio e foram preparados para vencer em qualquer cenário econômico. Investimos muito em capacitá-los para atravessar todos os obstáculos juntos. Nossa aposta no pintor é compartilhada com nossos lojistas. Temos parceiros de verdade em todos os cantos do Brasil e trabalhamos lado a lado para fomentar mais vidas coloridas em todo o país.”

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As mulheres na sucessão: a liderança feminina na empresa familiar


Domingos Ricca

O sonho do pai nem sempre é o do filho, mas e se for o da filha? Entenda por que cada vez mais a presença feminina aparece no cenário da sucessão familiar. Um dos principais problemas em uma organização familiar é o processo sucessório. As empresas são, em sua maioria, fundadas por homens e a transição da primeira para a segunda geração é um fator determinante para os patriarcas, cujo objetivo é a perpetuação do negócio ao qual dedicou-se dias e noites durante a maior parte da sua vida. O fundador resiste à possibilidade de a empresa desaparecer após a sua morte. Seu sonho é haver uma fonte de sustento para as gerações posteriores - e este seja o principal legado deixado para os seus. O problema maior da sucessão ocorre quando o sonho do fundador não é o mesmo do filho (herdeiro). Mas e se o sonho do pai for o mesmo da herdeira? As mulheres ficaram, durante muitos anos, relegadas ao papel de mãe e esposa. A partir da década de 60, iniciaram um processo de luta por igualdade de direitos, permitindo a consolidação da imagem de profissionais competentes. Com isso, adquiriram qualidades tais lhes permitindo o gerenciamento eficaz de organizações de diversos perfis. Suas conquistas ocorreram por meio de um processo longo, e muitas vezes doloroso, pois era preciso reafirmar continuamente a competência profissional delas em postos de comando. Com a evolução e o pragmatismo feminino nas corporações, as empresas familiares seguiram a tendência do mercado e começaram a apresentar maior destaque para a gestão

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Domingos Ricca

das herdeiras/sucessoras, até então relegadas, por anos, a assumir a condução dos negócios dos pais, espaço ocupado pelos filhos. Os chefes das famílias perceberam, com o tempo, o potencial e a capacidade de realização das herdeiras e como essas características poderiam transformá-las em sucessoras, garantindo a perpetuação dos negócios. Este, sim, sempre foi o objetivo maior dos fundadores: manter seu empreendimento longevo para as próximas gerações. Hoje as filhas estão sendo qualificadas e preparadas para assumir essa sucessão. Por terem uma maior afinidade e proximidade com o fundador, acabam por assumir muito facilmente a cultura da gestão, entendendo o modelo de liderança e sua importância no processo de perpetuação da empresa. Elas têm mais tato e sensibilidade para lidar com os problemas de divergências familiares. Os aspectos positivos oferecidos por uma alma feminina na gestão de uma companhia familiar estão calcados no fato de a sucessora ter, muito frequentemente, a imagem do pai como o herói de sua vida. Na empresa, ela consegue gerir com uma destreza maior, pois assimila perfeitamente os valores da organização. Entende o poder da credibilidade e da palavra, em virtude de possuir uma convivência maior com o fundador, além da intuição e sensibilida-

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Domingos Ricca

de para a tomada de decisões. Segundo pesquisas, apenas 27% das mulheres esperavam entrar no negócio da família. Entre as razões alegadas para ingressar na empresa estão: ajudar a família, ocupar uma posição indesejada pelos demais familiares e insatisfação com o outro emprego. Outro fator constatado: as mulheres não planejaram o ingresso nas empresas familiares, entrando na organização apenas para apoiar a família durante uma crise ou porque as outras opções no mercado eram ainda mais indesejáveis. Uma sucessão familiar eficaz deve ser planejada com antecedência, e, se possível, com a presença do fundador, pois ninguém melhor do que ele para transmitir os valores e a cultura da empresa, bem como todo o conhecimento acumulado ao longo de uma vida. O fundador normalmente é o “mentor” mais qualificado para promover o desenvolvimento da sucessora - e a evolução do processo de aprendizagem, conhecimento dificilmente adquirido em uma escola de negócios, por exemplo. Caso este processo não possa ser acompanhado de perto pelo fundador, o legado deixado são os valores e a cultura que moldaram toda a estrutura organizacional, consolidados pelo reconhecimento do mercado. A perpetuação dos negócios de família depende da perpetuação dos valores e da cultura do fundador. Domingos Ricca é sócio-diretor da Ricca & Associados Consultoria e Treinamento e da Revista Empresa Familiar. ricca@empresafamiliar.com.br

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Os dez pecados mortais para o gestor em 2022

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Isaac Martins

Após enfrentar um ano de grandes emoções, 2022 promete! A economia está aquecendo aos poucos, o desemprego está alto, a inflação aumentando e as taxas de juros são as maiores dos últimos anos. Este será um ano desafiador. Justamente por esse cenário, o gestor não pode errar. Nesse momento, posso afirmar, precisamos ficar de olho para não cometermos erros, sob o risco de causarmos grandes perdas. A seguir, listei os dez pecados capitais de um gestor neste período de incertezas. 1- Ignorar a dinâmica do setor Não adianta iniciar o ano com agressividade comercial e ações de marketing inéditas se o negócio é tradicionalmente conservador. Tentar alterar a dinâmica de um empreendimento pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso. Às vezes, por modismo, o gestor começa a tomar decisões aparentemente corretas, mas elas devem ser realizadas com moderação e muita estratégia. Por exemplo: em alguns setores, reduzir os estoques ou deixar de ter lançamentos resultam em inibir as oportunidades comerciais. As decisões têm de ser tomadas baseadas em números, para evitar perdas. 2- Desprezar as experiências obtidas em 2020 e 2021 É preciso ter um equilíbrio. O gestor tem de evitar os extremos: pessimismo ou otimismo demais. Há uma frase para demonstrar esses altos e baixos. “Quando a emoção aumenta, a inteligência diminui”. Nos negócios, isso faz todo o sentido. Avalie os acertos e erros cometidos, crie processos

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Isaac Martins

para intensificar os acertos e evitar as falhas. Uma análise baseada em dados fará o gestor ser mais racional e menos emocional. 3- Ficar paranoico com o ano anterior Como descrito no item anterior, isso é uma experiência super válida, porém não fique paranoico. É comum eu presenciar gestores repetindo em todas as reuniões os erros cometidos. Isso não é ser assertivo. O gestor tem de aprender com o erro e não ficar preso a ele. 4- Trocar os colaboradores por qualquer motivo Renovar o time é preciso, pois faz parte do crescimento e perenidade de qualquer empresa. No entanto, fazer isso sem o auxílio de um profissional de recursos humanos é um erro mortal. É comum os gestores colocarem toda a culpa da falta de resultados nos gerentes e supervisores e, ao trocá-los, acreditar no fim dos problemas. Muitas das vezes a adversidade está no mercado, na política comercial da empresa e até nos processos internos. 5- Fechar os olhos para a concorrência A concorrência, mesmo a mais aguerrida, é benéfica. Ela te obriga a se preocupar constantemente com várias facetas do negócio, desde o início da produção a política comercial. O gestor tem de parar de arrumar justificativas e reclamações e analisar como, por que, quando e onde os concorrentes têm conseguido se sair melhor. Reclamações e nervosismo só dificultam ter uma visão estratégica do negócio.

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6- Marketing fraco A era digital mudou completamente a forma de comunicação. As relações comerciais se transformaram nos últimos anos, os clientes estão mais informados, atentos e o senso de crítica aumentou. Os clientes não aceitam qualquer produto ou serviço, eles buscam pelo melhor e escolhem os itens pelo menor preço. Por isso, você deve investir na qualificação dos seus colaboradores. Uma companhia tem de ter um marketing forte, totalmente estratégico e menos institucional. 7- Não executar o planejado Um levantamento divulgado na “Revista Meio e Mensagem” apontou uma das maiores preocupações dos CEOs para esse ano: executar o planejado. O nome disso é procrastinação. O famoso “deixar para depois” causa um alívio temporário, mas fracasso no longo prazo, e isso é um dos maiores gaps das empresas. Então, ao invés de criar um plano de negócios repleto de ações, foque em no máximo três metas. Após ter completado cada uma, vá substituindo. 8 - Deixar de acompanhar os números Certa vez, reunido com um CEO de uma grande companhia, um empresário declarou: “Confiar eu só confio em Deus, no restante me apresente dados”. De fato, informações mudam opiniões e ter

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um BI (termo inglês para Business Inteligenccie) na empresa ajudará demais nas tomadas de decisões. No mundo digital, elas precisam ser tomadas com rapidez e de maneira mais precisa. Tenho implantado BI nas minhas empresas e observo uma mudança significativa após a apuração dos dados: toda a companhia descobre onde e como melhorar. 9 - Não treinar a equipe Todos os especialistas do mercado concordam em um aspecto: agora é o momento de qualificar a equipe. Treinar significa se atualizar, ter uma nova visão mercadológica, manter o foco e motivar colaboradores. Alguns dizem ser caro, porém há várias formas de fazer essa capacitação. No meu

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Isaac Martins

site (www.institutoim.com.br/cursos) tenho cursos on-line a partir de R$ 27,90 com um conteúdo incrível. Ás vezes, observo mais desculpas do que falta de dinheiro. 10 - Deixar de ouvir os colaboradores Cada vez mais a empresa deixará de ser apenas do dono para ser dos colaboradores. Se a companhia busca perenidade e inovação, ela obrigatoriamente tem de ouvir seus stakeholders. E o principal público, envolvido em todo o processo, são os funcionários. Sugiro a criação do comitê de inovação na loja com até sete colaboradores (e o mínimo de quatro) de várias áreas. À medida em que as reuniões vão se aperfeiçoando, cria-se um núcleo de trabalho para ouvir os colaboradores. No pós-pandemia, quem sairá mais forte não necessariamente será a maior ou melhor estrutura e o conglomerado com mais conhecimento, mas, sim, as empresas adaptadas primeiro. Pense nisso. Um outro fator importante: a maioria das companhias faliu na retomada da economia, pois as mesmas estavam mais fragilizadas. Dessa forma, gestor, defina um plano de ação e mãos na massa!. Para auxiliar nesta construção, também é importante investir em qualificação. Isaac Martins - Mestre pela USP, autor de livros, empreendedor, CEO do Instituto Isaac Martins.

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Prêmio Artesp 2021: histórico e emocionante

“É uma alegria muito grande rever todos vocês. Vivemos um período desafiador, política e economicamente, além da insegurança trazida pela pandemia nos últimos anos. Entretanto, justamente em momentos adversos mostramos quem realmente somos e a nossa capacidade. Somos desafiados e temos de agir e nos projetar para uma condição melhor”.

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Assim, com um discurso histórico e emocionante, o presidente da Associação dos Revendedores de Tintas, Jeanderson Ricardo Santaguita, deu início à cerimônia de entrega da 27ª edição do Prêmio Artesp, realizada no final de 2021. Depois de um longo período obrigada a adequar todos os seus eventos às restrições geradas pela pandemia do coronavírus (Covid-19), a Artesp pôde realizar a festa de forma presencial, ainda com restrições de público e seguindo normas de segurança. “Há 35 anos, a Artesp nasceu com o propósito de, num momento também conturbado, aglutinar as forças e amplificar a voz do lojista, criando uma unidade empoderada. Esse é o fundamento do associativismo, a força através da união e da representatividade. No meu discurso de posse, prometi lutar pela integração do nosso setor e trabalhar, em conjunto com as entidades parceiras, buscando oportunidades de melhorias para toda a cadeia de tintas, a indústria, o varejo e agora também aos pintores, importante elo do nosso setor. E, assim, através da organização e do associativismo, ao lado das tantas entidades parceiras, conquistamos o reconhecimento de prestadores de serviços essenciais e o direito de mantermos as lojas abertas, movimentando a economia, mantendo e gerando empregos. Esse é o poder do associativismo e da integração”, continuou Santaguita. Transmitido ao vivo no Youtube, os mais de 12 mil revendedores de tintas espalhados pelo país foram desafiados pelo presidente da Artesp. “Queria aproveitar a oportunidade para convidar a todas as lojas de tintas do Brasil a juntar-se a nós, pois só assim teremos força e representatividade nacio-

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nal suficientes para conquistar cada vez mais para o varejo de tintas”. O diretor operacional e mestre de cerimonias do evento, Salvador Nascimento, continuou a festa agradecendo a todos apoiadores, patrocinadores e parceiros. “Esperamos, ou melhor, desejamos um 2022 com todos nossos amigos, parceiros, apoiadores e autoridades no mesmo espaço para comemorarmos mais um período de desafios suplantados e nos congratularmos pelas vitórias, como sempre fizemos.” Na sequência, Nascimento explicou um pouco dos resultados desta edição do Prêmio, em especial da metodologia da pesquisa que nomeou os destaques de 2021. “Gosto sempre de lembrar que não são levados em conta alguns dados fundamentais do mercado, como market share, performance de produtos sob aspectos técnicos ou coisas dessa ordem. Nossas perguntas abordam a percepção do lojista, ou o que ele entende de ‘melhor’ sob um aspecto amplo. Procuramos retratar seu nível de satisfação. E, neste ano (2021), reeditamos uma pesquisa em âmbito nacional e o desafio foi do tamanho do nosso país. Uma pesquisa de âmbito nacional não pode prescindir de responsabilidade e rigor, por isso, apesar do curto espaço de tempo, tomamos alguns cuidados”, explicou, citando na sequência alguns deles. A base de dados para compor a população das lojas potencialmente respondentes foi atualizada pelo cadastro nacional de pessoas jurídicas (CNPJ), com a consideração dos códigos nacionais de atividade econômica (CNAE) que compõem o grupo econômico do varejo especializado em tintas. “Extraímos as mais de 13 mil lojas de tintas espalhadas por

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todo o Brasil, mantendo o critério da ‘democratização das respostas’, ou seja, matrizes, filiais, lojas do mesmo grupo, franqueados, todos foram considerados. Foram ouvidas, após sorteio, mil lojas em todas as regiões do Brasil. Dessa forma, conseguimos assegurar acuidade estatística com margem de erro inferior a 5%”, disse. Para garantir a participação de lojas de todos o Brasil, foram estabelecidas cotas para cada região, considerando a distribuição média do faturamento das indústrias. “Não foi fácil, e aqui cabe uma menção e agradecimento ao esforço e comprometimento do Axxus Institute, que mais uma vez nos apoiou, e de forma intensa, nesta edição do Prêmio Artesp”, lembrou Nascimento. Outro critério importante: na edição de 2020 as entrevistas forma feitas via aplicativo. No ano passado, o questionário também por respondido por telefone. “Isso nos permitiu receber as respostas sobre as mais de 40 categorias – inclusive as não anotadas no ano passado, na sua grande maioria”, salientou. Todas as respostas estarão dispostas em painéis com o perfil das lojas, dos respondentes, das regiões e sob o modo comparativo para os apoiadores da Artesp estudarem os resultados. “Definitivamente, o Prêmio Artep se consolida como uma valiosa fonte de informação estratégica para nosso mercado. Muito obrigado mais uma vez aos parceiros, apoiadores, patrocinadores e, sobretudo, aos lojistas que compartilharam suas impressões conosco”, finalizou um eufórico Salvador Nascimento.

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Pinceladas

PPG traz ao Brasil equipamento de alta tecnologia para mistura de cores em repintura automotiva Na busca contínua por soluções que otimizem o processo de desenvolvimento e acerto de cor, a PPG anuncia a chegada ao Brasil de uma nova tecnologia no preparo de tintas para repintura, o equipamento MoonWalk. Desenvolvida de maneira colaborativa com os insights das unidades da empresa em todo o mundo, PPG MoonWalk é um equipamento de mistura de tintas. “Trata-se de um equipamento direcionado para grandes empresas que buscam produtividade e as melhores práticas para aumentar a demanda atendida no serviço de repintura. A MoonWalk tem o objetivo de oferecer mais autonomia, agilidade e assertividade no processo de desenvolvimento das cores, além de reduzir significativamente o desperdício de produto”, explica Fabricio dos Santos Vieira, Diretor de Negócios de Repintura Automotiva da PPG. Segundo o executivo, MoonWalk é um equipamento semiautomático que possui interface direta com as demais ferramentas de cores da PPG. Com ela, há um ganho na velocidade e na precisão durante o desenvolvimento das cores, o que torna o processo mais ágil e reduz o retrabalho. O recurso humano torna-se apenas gerencial e o tempo pode ser investido em outros processos. “Importamos esse equipamento pois já existe uma demanda crescente de empresas no Brasil que buscam soluções de alta tecnologia para seus processos de repintura automotiva. MoonWalk é um equipamento revolucionário que atende essa demanda do mercado com o que há de mais avançado em termos de ferramentas de cores”, diz Fabricio. O equipamento MoonWalk foi projetado para caber em todas as salas de mistura e conta com espaços de armazenamento de tintas e diversas posições na prateleira de dispenser. Há ainda a escala móvel (10 vezes mais precisa do que uma escala padrão), um leitor de código de barras e uma impressora de etiquetas. A própria máquina verifica o código de barras de cada garrafa com os pigmentos, dispensa automaticamente a quantidade correta de produto, comunica os resultados e imprime um rótulo. Pintou na Artesp 46


ALVENARIA

MADEIRA

METAL

TINTA LÁTEX E ACRÍLICA

TINTA VERNIZ E STAIN

TINTA ESMALTE E ÓLEO

TRINCHAS PREMIUM TIGRE Mais resistência para uma pintura perfeita, independente da superfície.

A Tigre oferece uma linha completa de trinchas premium. São diversas opções para profissionais que exigem produtos com durabilidade superior e que realizam uma pintura uniforme de verdade, sem manchas e nem marcas. Na hora de pintar, confie na marca que mais entende de obras no país. Prefira sempre Tigre.

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Pinceladas

Novo relatório de cores automotivas da PPG destaca tendência de cores no mercado automobilístico O relatório de popularidade de cores automotivas referente a 2021 da PPG destaca que 40% dos modelos mais produzidos no ano, na região da América do Sul, são da cor branca, seguidos pelas cores prata (17%), cinza (16%) e preta (14%). Na região, a popularidade dos carros no tom vermelho tem diminuído e passou de 9%, em 2015, para 6%, em 2021. Segundo Lui Strambi Farina, colorista da PPG para o negócio de tintas automotivas, a escolha da cor está diretamente vinculada ao valor de revenda, que, por sua vez, está vinculado ao mix de oferta do mercado devido à popularidade. “Há também uma forte tendência global de carros em cores sólidas, que possuem custo de produção menor”, finaliza o executivo. Globalmente, o branco (35% dos veículos fabricados) e o preto (18%) seguem sendo as escolhas predominantes de compradores de veículos, embora a demanda pelo cinza tenha crescido 2% em cada um dos últimos dois anos. As tonalidades de azul se mantêm fortes em 8%, enquanto as tonalidades vermelhas caíram para 7% dos veículos fabricados, o que foi causado por uma queda de 1,5% entre os consumidores norte-americanos. Além disso, o estudo mostra a crescente popularidade das tonalidades cinza, verde e violeta, aplicadas em modelos esportivos, SUVs e caminhonetes. A versão global do relatório também mostra o aumento da procura por acabamentos em cores personalizadas e em duas tonalidades, que vêm ganhando força entre compradores de automóveis. Pintou na Artesp 48


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Projeto desenvolvido por empresas capacita mulheres para o segmento automotivo A primeira turma do Mulheres na Cor, projeto que nasceu do sonho de transformar vidas por meio da profissionalização para o mercado de reparação e repintura automotiva, já está apta a trabalhar no segmento – que ainda tem uma participação feminina muito reduzida. As 14 mulheres de comunidades de São Bernardo do Campo e Guarulhos, cidades da região metropolitana de São Paulo, contam agora com todas as organizações envolvidas para auxiliá-las na busca por vagas. Idealizado pela AkzoNobel e elaborado em parceria com a Norton Saint-Gobain e o Senai, o Mulheres na Cor é um programa de desenvolvimento profissional e de retomada da autoestima que foi preparado para resgatar mulheres em condição de vulnerabilidade e com dificuldade de recolocação no mercado de trabalho, criando um ambiente para que se sintam acolhidas, protegidas e prontas para reconstruírem suas vidas. Ozinei Manzano, gerente de Vendas Brasil da AkzoNobel, conta que os colaboradores da companhia foram desafiados em fóruns internos a pensar em programas de inclusão de mulheres no time de vendas no país. “Nas discussões, vimos que a inserção feminina no segmento de pintura como um todo é ainda muito discreta. De uma experiência anterior de treinamento em uma rede de lojas de tintas no interior de São Paulo, na qual auxiliares de limpeza se tornaram coloristas e profissionais altamente capacitadas, surgiu a ideia de replicar a experiência, acolhida pelo time de repintura automotiva da AkzoNobel, que aprimorou o projeto com ideias como o acompanhamento psicológico e mentorias durante o período de treinamento, que também ganhou parceiros importantes fora da empresa, inclusive para auxiliar na recolocação das participantes”, explica. Hoje, além da AkzoNobel, Norton Saint-Gobain e Senai, o Mulheres na Cor conta com diversos parceiros: Bela Tintas, Instituto Localiza, Liberty Seguros, Sigma Transportes e Sindirepa, o Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo. Pintou na Artesp 49


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Sherwin-Williams Protective & Marine Coatings lança novo site

A Sherwin-Williams, divisão Protective & Marine, reformulou seu site www.swprotectivelatam.com com novas ferramentas e layout. A novidade traz uma interface que permite uma navegação mais rápida e intuitiva. Um dos pontos fortes do novo formato é o conteúdo, disposto de forma leve para a leitura, facilitando a busca do usuário pela informação. Desta forma, o novo site reúne, em sua página inicial, dicas sobre o mercado, produtos, fichas técnicas, manuais de aplicação, vídeos e muito mais. A ferramenta, responsiva e adaptável a diferentes dispositivos e tamanhos de telas, está integrada aos canais de mídias sociais da Sherwin-Williams, como LinkedIn e Youtube. “Nosso maior desafio foi criar uma página que agregasse informações que ajudassem nossos clientes a tomarem as melhores decisões para seus negócios, pois a Sherwin-Williams é muito mais que um fornecedor de pinturas e revestimentos. Ajudamos nossos clientes desde a especificação até o trabalho final com experiência global”, comenta Marcel Picheli, Gerente de Marketing da Sherwin-Williams Protective & Marine Coatings para América Latina. Pintou na Artesp 50


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Brasilux lança Cimento Queimado Perolizado para ambientes externos e internos

A Brasilux está lançando seu Cimento Queimado Perolizado, uma textura de efeitos especiais de baixa espessura bastante simples de aplicar garantindo beleza e elegância aos ambientes, além de dar um toque aveludado e um efeito brilho perolizado superespecial às superfícies em que é aplicada. Seu acabamento fosco perolizado cria a aparência de cimento queimado, com um efeito manchado e rústico, e é indicado para ambientes internos e externos secos, em pinturas novas ou repinturas em superfícies como paredes, rebocos, concretos e fibrocimento que, de preferência, não tenham incidência direta de sol ou chuva. Formulado à base de resina acrílica, o Cimento Queimado Perolizado possui pigmentos específicos especiais ecológicos, cargas minerais e aditivos. Muito fácil de aplicar, a textura da Brasilux também é hidrorrepelente, funcionando como uma proteção adicional aos impermeabilizantes contra a umidade. O Cimento Queimado Perolizado da Brasilux pode ser encontrado nas cores Marsala, Poeira de Jade, Diamante Negro, Oceano Profundo, Prata, Azul Bebê, Rose Gold e Avelã. Pintou na Artesp 51


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Prolata coleta 535 mil quilos de latas de aço pós-consumo

A Prolata Reciclagem, associação sem fins lucrativos criada pela Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço Brasil), fechou 2021 com excelentes resultados na Baixada Santista. Ao todo, 535.000 quilos de latas de aço pós-consumo foram coletados para o reaproveitamento e destinação correta, o que diminui o impacto de resíduos sólidos no meio ambiente. A associação encerrou o ano com 55 pontos parceiros (lojas de varejo de tintas e construção, localizados nos municípios de Santos, São Vicente, Cubatão, Guarujá, Praia Grande, Bertioga, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe); 2 entrepostos parceiros localizados nos municípios de Itanhaém e São Vicente e 5 cooperativas de catadores parceiras nos municípios de Bertioga, Cubatão, Guarujá, Santos e São Vicente. Além da gestão dos meios de recebimento de latas de aço pós consumo, a Prolata presta apoio às cooperativas parceiras. De acordo com Cristine Fulchini, coordenadora de cooperativas Prolata, o apoio prestado vai desde a regularização das cooperativas, passando pela doação de EPIs (equipamentos de proteção individual) à suporte para a adequação de layout produtivo. Lojas de tintas são muito importantes para o projeto Desde o início da operação do Prolata na Baixada Santista, em 2019, foram coletadas, ao todo, 942 toneladas de latas de aço pós-consumo. O diretor de Operações da Associação Brasileira dos Revendedores de Tintas (Abrart), Salvador Nascimento, lembra que as lojas de tintas fazem parte deste processo. “O plano de ação definido no Termo de Cooperação Ambiental, assinado em novembro de 2018, entre o Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema), do Ministério Público de São Paulo; a Artesp, a Abeaço, e a Abrafati definiu a implementação de Pontos de Entrega Voluntária (PEV) na Baixada Santista. O objetivo é garantir que as embalagens vazias possam ser coletadas e recicladas da forma correta, sem serem descartadas no meio ambiente e gerando valor para toda a cadeia de reciclagem, especialmente para os catadores”, explicou. “Baratão das Tintas, Tintas MC, Tintas São Miguel, Guaru Tintas, Tintas Belas Artes, Tintas Palmares, Passarela Tintas são alguns revendedores associados da Abrart que participam ativamente dos processos de logística reversa das latas”, completou. Pintou na Artesp 52


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Sitivesp inicia projeto piloto de curso EAD para pintores O Curso de Pintor Imobiliário no formato de ensino a distância (EAD), desenvolvido pelo Sindicato da Indústria de Tintas e Vernizes do Estado de São Paulo (Sitivesp), com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) termina em abril. A edição piloto foi feita para verificar, na prática, todos os aspectos que foram planejados. O programa, o conteúdo de aula, a forma de apresentação, as questões tecnológicas relacionadas à transmissão online e ao acesso dos alunos, assim como os mais variados aspectos podem ser aprimorados para o lançamento da versão definitiva. A edição piloto contou com a participação de 22 profissionais, incluindo técnicos das empresas que patrocinam o curso e pintores experientes. O grupo convidado para essa edição envolve pessoas com conhecimento técnico mais aprofundado e longa experiência em pintura imobiliária, para opinar sobre o conteúdo e contribuir com sugestões para tornar o curso mais alinhado às necessidades do público-alvo, pintores já atuantes, com menos experiência e/ou com lacunas na formação, e outros profissionais interessados em atuar na área. Ao longo dos quatro meses do curso piloto foram abordados conteúdos relacionados à gestão e ao atendimento (como planejamento, orçamento e postura), aos cuidados com a segurança e o meio ambiente, assim como os temas técnicos mais relevantes: características e aplicações dos diferentes produtos, tipos de substrato, técnicas de pintura, materiais e ferramentas, cores, principais patologias, entre outros. Com carga horária de 160 horas, em 10 módulos, o curso envolve aulas teóricas virtuais e aulas práticas presenciais, além de webinars semanais com duração de duas horas. As aulas virtuais ficam disponíveis para acesso a qualquer momento, cabendo a cada aluno fazer a sua programação. Porém, é recomendado aos alunos que, quando possível, as assistam nos horários pré-definidos, para permitir a interação e estimular o debate. Depois da realização da edição piloto, serão feitos os ajustes necessários e, ainda este ano, o Curso passará a ser oferecido regularmente, ao público em geral. Pintou na Artesp 53



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