FACULDADE DE TECNOLOGIA SENAI CURITIBA TECNOLOGO EM DESIGN DE MODA ARIANE CAMILA LOPES FERREIRA
A CONTRIBUIÇÃO DO STYLING PARA MARCAS DE MODA NOVAS E EM REPOSICIONAMENTO
CURITIBA JUN./2015
FACULDADE DE TECNOLOGIA SENAI CURITIBA TECNOLOGO EM DESIGN DE MODA ARIANE CAMILA LOPES FERREIRA
A CONTRIBUIÇÃO DO STYLING PARA MARCAS DE MODA NOVAS E EM REPOSICIONAMENTO
Monografia apresentada para obtenção do grau de tecnólogo, orientada pela professora Daniele Lugli, período do Curso 6º da Faculdade de Tecnologia Senai Curitiba.
CURITIBA JUN./2015
TERMO DE APROVAÇÃO
ARIANE CAMILA LOPES FERREIRA
A CONTRIBUIÇÃO DO STYLING PARA MARCAS DE MODA NOVAS E EM REPOSICIONAMENTO
Este trabalho foi julgado e aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de designer de moda do Curso Superior de Design de Moda na Faculdade de Tecnologia Senai Curitiba.
______________________________ Edson Korner Coordenador do Curso
Orientadora: Prof. Daniele Lugli Banca:
Prof: Edson Korner Prof: Patrícia Sabatowitch
Curitiba: ___/__________/_____
Agradeço a toda equipe de professores do curso de Design de Moda da Faculdade de Tecnologia Senai Curitiba, em especial a minha orientadora Daniele Lugli, a minha famĂlia, amigos e todos que de forma direta ou indireta contribuĂram para este projeto.
RESUMO No mercado atual da moda é constante a exigência que as marcas se destaquem, que criem uma imagem forte e marcante na mente do consumidor para conseguir se manter ou se colocar no mercado. Partindo dessa premissa, esse estudo estabeleceu ligações de como o trabalho do stylist, que inicialmente era vinculado a empresas já consolidadas, pode vir a contribuir para marcas novas ou em reposicionamento de mercado. Foi investigada a natureza da interação do stylist com demais profissionais como: fotógrafos; cool Hunters; designers e profissionais do marketing e suas vertentes, entendendo de que forma o seu trabalho será apresentado, qual será a melhor maneira de desenvolvê-lo e compreendendo o que o consumidor deseja. Para solucionar a problemática apresentada foi efetuada pesquisa quantitativa, na qual foram avaliadas três perspectivas: a do proprietário de marca; a do stylist, juntamente à de fotógrafos e produtores de moda; e a do consumidor, visando compreender como cada um entende e se relaciona com o styling. Dessa forma, salientam-se pontos que confirmam a importância de um profissional da área do styling para se alcançar a imagem desejada para marca. Palavras-chave: Stylist. Posicionamento. Reposicionamento. Moda. Fotografia. Designer.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1 – EDITORIAL W MAGAZINE KATE MOSS ................................... . FIGURA 2 – EDITORIAL W MAGAZINE LARA STONE ................................. FIGURA 3 – LOOKBOOK BALENCIAGA ........................................................ FIGURA 4 – ANÚCIO DIOR ............................................................................ . FIGURA 5 – PRIMEIRA FILA .......................................................................... FIGURA 6 – MAKING OFF CHANEL .............................................................. FIGURA 7 – MAKING OFF BURBERRY .......................................................... FIGURA 8 – STREETSTYLE .......................................................................... FIGURA 9 – CAPA I-D .................................................................................... FIGURA 10 – CAPA VOGUE .......................................................................... FIGURA 11 – CAPA INTERVIEW ................................................................... FIGURA 12 – JU ROMANO ............................................................................ FIGURA 13 – GRANDES MULHERES ........................................................... FIGURA 14 – DEBORA FERNANDES ............................................................ FIGURA 15 – HOJE EU VOU ASSIM .............................................................. FIGURA 16 – DESFILE CHANEL ................................................................... FIGURA 17 – DESFILE CHANEL 2 ................................................................ . FIGURA 18 – ARMANI ................................................................................... FIGURA 19 – VERSACE ................................................................................ FIGURA 20 – JHON GALIANO – MAISON MARGIELA .................................. . FIGURA 21 – OSKLEN INVERNO 2015 .......................................................... FIGURA 22 – DESFILE DE SALÃO - NOIVA .................................................. FIGURA 23 – DESFILE DE SALÃO – BEACHWEAR ..................................... FIGURA 24 – DESFILE DE CELEBRIDADE ................................................... FIGURA 25 – DESFILE LOUIS VUITTON ....................................................... FIGURA 26 – DESFILE – ALEXANDER MCQUEEN S/S 1998 ..................... FIGURA 27 – ROBERTO CAVALLI ................................................................ FIGURA 28 – DESFILE CORI ......................................................................... FIGURA 29 – DESFILE ÁGUA DE COCO ...................................................... FIGURA 30 – DESFILE FORUM ..................................................................... FIGURA 31 – ANGOLA FASHION WEEK – VERÃO 2015 ............................. FIGURA 32 – ALEXANDER MCQUEEN 1 ...................................................... FIGURA 33 – ALEXANDER MCQUEEN 2 ...................................................... FIGURA 34 – ALEXANDER MCQUEEN 2006 ............................................... FIGURA 35 – ALEXANDER MCQUEEN HOLOGRAMA ................................. FIGURA 36 – FAUSE HATEN 1 ...................................................................... FIGURA 37 – FAUSE HATEN 2 ...................................................................... FIGURA 38 – HUSSEIN CHALAYAN .............................................................. FIGURA 39 – EDITORIAL TROPICAL NEW AGE .......................................... FIGURA 40 – CATÁLAGO COLCCI VERÃO 2015 ......................................... FIGURA 41 – DESFILE CHRISTOPHER SHANNON OUTONO/INVERNO ... FIGURA 42 – LOOKBOOK CHRISTOPHER SHANNON OUTONO/INVERNO FIGURA 43 – IMAGEM 1 PESQUISA ............................................................. FIGURA 44 – IMAGEM 2 PESQUISA ............................................................. FIGURA 45 – IMAGEM 3 PESQUISA ............................................................. FIGURA 46 – LOOKBOOK .............................................................................. FIGURA 47 – MAKING OFF VIVIENNE WESTWOOD ....................................
16 17 18 19 20 20 21 21 22 22 23 24 24 25 25 27 27 28 28 29 29 30 30 31 31 32 32 33 34 34 35 35 36 36 37 37 38 38 44 44 48 48 64 64 65 66 89
FIGURA 48 – MAKING OFF BURBERRY 2 .................................................... FIGURA 49 – CAPA I-D 2 ............................................................................... FIGURA 50 – CAPA VOGUE 2 ....................................................................... FIGURA 51 – CAPA INTERVIEW 2 ................................................................ FIGURA 52 – CAPA INTERVIEW 3 ................................................................ FIGURA 53 – ALEXANDER MCQUEEN 3 ...................................................... FIGURA 54 – ALEXANDER MCQUEEN – VERÃO 2001................................. FIGURA 55 – ALEXANDER MCQUEEN – VOSS 1 ......................................... FIGURA 56 – ALEXANDER MCQUEEN – VOSS 2 ......................................... FIGURA 57 – ALEXANDER MCQUEEN – VOSS 3 ........................................ FIGURA 58 – SEM STYLIST 1 ........................................................................ FIGURA 59 – SEM STYLIST 2 ........................................................................ FIGURA 60 – SEM STYLIST 3 ........................................................................ FIGURA 61 – SEM STYLIST 4 ........................................................................ FIGURA 58 – COM STYLIST 1 ....................................................................... FIGURA 59 – COM STYLIST 2 ....................................................................... FIGURA 60 – COM STYLIST 3 ....................................................................... FIGURA 61 – COM STYLIST 4 .......................................................................
89 90 90 91 91 92 92 93 93 94 95 95 96 96 97 97 98 98
LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 – MÉDIA DE MODELOS/MÊS PRODUZIDOS PELA EMPRESA GRÁFICO 2 – UTILIZOU DO SERVIÇO DE STYLIST/PRODUTOR DE MODA GRÁFICO 3 – QUANTAS VEZES JÁ UTILIZOU DE UM STYLIST ................. GRÁFICO 4 – TIPOS DE TRABALHOS CONTRATADOS ............................. GRÁFICO 5 – VISÃO CRIATIVA/IMAGEM DA MARCA .................................. GRÁFICO 6 – VALOR PAGO PELO SERVIÇO .............................................. GRÁFICO 7 – CONSIDERA ESSE VALOR – CARO/JUSTO/BARATO .......... GRÁFICO 8 – CONTRATO DO STYLIST EM TODO PROCESSO CRIATIVO GRÁFICO 9 – MOTIVO DA ESCOLHA - MARCA .......................................... GRÁFICO 10 – QUANTOS TRABALHOS PARA MARCA/MÊS ..................... GRÁFICO 11 – COSTUMA DESENVOLVER TRABALHOS ........................... GRÁFICO 12 – VISÃO DO PROFISSIONAL CONTRIBUIÇÃO ...................... GRÁFICO 13 – STYLIST ENVOLVIMENTO COM AS PEÇAS/COLEÇÃO ..... GRÁFICO 14 – STYLIST ATUAÇÃO COM AS PEÇAS/COLEÇÃO ................ GRÁFICO 15 – ATUAR DENTRO DE UMA ÚNICA MARCA SIM/NÃO ........... GRÁFICO 16 – ATUAR DENTRO DE UMA ÚNICA MARCA .......................... GRÁFICO 17 – COMPORTAMENTO DE COMPRA – QUANTIDADE/MÊS ... GRÁFICO 18 – COMPORTAMENTO DE COMPRA GASTO/MÊS ................. GRÁFICO 19 – BUSCA DE INFORMAÇÃO .................................................... GRÁFICO 20 – COMPRA POR INTERNET .................................................... GRÁFICO 21 – ESCOLHA DE E-COMMERCE .............................................. GRÁFICO 22 – ESCOLHA DE LOOKBOOK ...................................................
51 52 53 54 55 55 56 56 57 57 58 59 59 60 60 61 61 62 63 63 65 66
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. . 2 POSICIONAMENTO DE MARCA ............................................................... 2.1 REPOSICIONAMENTO ............................................................................. 2.2 PROMOÇÃO E COMUNICAÇÃO DE MODA ............................................ 2.2.1 Fotografia de moda ................................................................................ 2.2.2 Desfile de moda ...................................................................................... 3 STYLING ...................................................................................................... . 3.1 A PROFISSÃO DE STYLING NO BRASIL ................................................. . 3.2 VISÃO CRIATIVA DO STYLINGO.............................................................. . 3.3 NOVAS FERRAMENTAS ........................................................................... . 4 CASES E ENTREVISTAS ............................................................................. . 5 RESULTADOS .............................................................................................. . 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... . 7 REFERÊNCIAS ............................................................................................ . 8 APÊNDICE .................................................................................................. . 9 ANEXO ......................................................................................................... .
09 11 12 13 14 26 40 42 43 45 47 51 68 71 78 89
1 INTRODUÇÃO O styling1 é hoje mais utilizado por empresas que já ocupam um lugar no mercado, sendo o stylist um profissional que ajuda na continuidade da marca, por meio de editorias, desfiles e campanhas de publicidade. Parte-se da premissa que o trabalho do stylist envolve toda área de desenvolvimento da imagem de moda, tanto em desfiles como em editoriais, campanhas publicitárias, e-commerce e vitrines. O profissional faz uso de cenários, iluminação, composição de looks, trilha sonora, fotografia, casting, maquiagem, cabelo, cor e conceito, para gerar a imagem da marca no imaginário de seu públicoalvo. Assim, este estudo tem como objetivo verificar de que forma esse profissional pode contribuir para novas empresas de moda e empresas em processo de reposicionamento, contribuindo com a alavancagem das suas vendas, colaborando com a ressonância da marca perante as suas concorrentes e seus clientes, e ajudando a exaltar os pontos fortes e o grande diferencial da marca. Desde 1980, quando o styling ganhou maior ressonância no mundo da moda, ele sempre foi ligado a grandes marcas, mas atualmente o trabalho do stylist encontra-se mais acessível para as demais empresas. Dessa forma, questiona-se: como o stylist pode contribuir para marcas iniciantes e para aquelas que buscam se recolocar no mercado? E de quais maneiras o uso correto de suas ferramentas, pode valorizar essas marcas em relação a sua atual posição no mercado? Este estudo pretende verificar como o styling, seja para novas marcas de moda, ou para aquelas em reposicionamento pode ser usado a fim de aumentar a visibilidade e lucratividade. Por meio de estratégias de posicionamento e reposicionamento de marca e de promoção de marketing de moda, procurou-se verificar as etapas do trabalho do produtor de moda e explorar as ferramentas utilizadas pelo stylist utilizando de estudo de cases e entrevistas, para melhor compreender o momento atual desse profissional.
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termo styling é utilizado para definir a atividade e stylist para o profissional atuante. Nascido em 13 de outubro de 1825 em Boume, Reino Unido, é considerado o pai da alta-costura. 3 Composição coordenada de peças de vestuário. 2
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Para isso foi feita pesquisa bibliográfica e um questionário para profissionais da área de moda, como fotógrafos, produtores de moda e stylists, levantando dados sobre a profissão e seu comportamento perante algumas situações propostas; um questionário para proprietário de marca de moda, para entender seu comportamento em relação ao profissional stylist; e um questionário para o consumidor de moda, com objetivo de levantar como o resultado do trabalho de um stylist reflete no comportamento do consumidor.
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2 POSICIONAMENTO DE MARCA
Pode-se definir posicionamento como a imagem da marca para o consumidor como comenta Baker (2005, p. 198), "Posicionamento é o processo de elaborar uma imagem e valor de modo que os consumidores pertencentes ao seguimento-alvo entendam o que a empresa ou marca representa em relação a seus concorrentes". A percepção do público-alvo tem relação direta com o posicionamento da marca e é um dos fatores a ser considerado no seu planejamento. O posicionamento é criar uma imagem da marca, de tal forma que o mercadoalvo a entenda e a deseje em relação aos seus concorrentes. Para Kapferer (1992, p. 40), o posicionamento "indica que um produto não é nada até que seja claramente posicionado na mente das pessoas em contraste com os produtos competidores". Kotler e Armstrong (1993, p. 28) comentam que "a posição de um produto é o lugar que ele ocupa na mente dos consumidores em relação aos seus concorrentes". Posicionamento de produto, É a imagem obtida pelo produto na mente do consumidor, como resultado de três dimensões: o tipo de oferta que a empesa faz (produto); a que grupo de consumidores no mercado (grupo-alvo); e, com relação às ofertas da concorrência (concorrência). (ROCHA e CHRISTENSEN 1999, p. 51).
É necessário gerar um posicionamento de mercado forte, pois ele irá evidenciar a marca no cenário competitivo e estabelecer a imagem da marca, por meio de ferramentas de marketing estratégico. Irão consolidar os padrões estabelecidos pela marca, definir o público alvo, quais produtos serão ofertados, qual a missão, visão e os valores, bem como, quais seus concorrentes diretos e indiretos. Tudo tem que estar em evidência nesse posicionamento, para evitar que ocorram ruídos entre o que a empresa entende como sua essência e o que o consumidor entende a respeito dela. Kotler (2006, p. 265) define posicionamento como "o ato de desenvolver a oferta e a imagem da empresa, de forma que ocupe uma posição competitiva distinta e significativa nas mentes dos consumidoresalvos". Para se ter sucesso hoje em dia é preciso manter os pés no chão. Sempre estar em contato com a realidade e a realidade já está na mente do
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consumidor. Ser criativo, criar alguma coisa que não esteja na mente, está se tornando muito difícil ou quase impossível. A função básica do posicionamento não é criar alguma coisa de novo e diferente, mas sim manipular o que já está lá dentro da mente do consumidor e reavaliar as conexões que já existem. O mercado não reage mais às estratégias que deram certo no passado, há produtos demais, empresas demais e finalmente barulho demais no marketing. (RIES e TROUT, 1991).
Usar da criatividade se tornou vital para criação de um bom posicionamento e isso significa ter um novo olhar sobre o que já existe despertar o desejo de consumo, em um ambiente com tantas marcas e produtos. E é nesse ponto que o stylist entra como o profissional que irá contribuir para criação da imagem da marca de moda, ativando esse desejo dentro na mente do público-alvo.
2.1 REPOSICIONAMENTO
Como observado anteriormente, para posicionar uma marca no mercado é necessário ter um planejamento de comunicação bem pensado e que esteja totalmente ligado ao que a marca oferta, seu produto. A marca, com o passar dos anos, pode enfrentar um momento em que é necessário
se
reposicionar,
rever
seu
público-alvo,
seus
produtos,
seus
concorrentes e sua imagem no mercado. Para Kapferer (1992) o reposicionamento não é uma tarefa fora do comum, à medida que a marca não pode ser considerada uma construção definitiva e sim resultado do esforço ininterrupto de construir valor adicionado. Telles (2004) define reposicionamento como “a ação de redefinir os elementos de identidade de marca a serem ativamente comunicados para um dado público-alvo". Ainda sobre a importância dessa ação, pode-se afirmar que, O reposicionamento pode ser essencial, desde que seja feito por meio do aproveitamento do potencial da marca em relação às mudanças de mercado (alterações, demográficas, novos e melhores produtos que possibilitam outra segmentação da categoria, luta por crescimento etc. (SERRALVO e FURRIER 2008, p. 24).
É importante identificar o que simboliza a marca para o seu púbico, entender o que se quer alterar, passando por produto, padrões, distribuição, público-alvo e imagem atual de mercado, para assim mensurar o que se pode aproveitar do posicionamento atual e o que deve ser totalmente descartado.
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As premissas centrais partem do estudo do reposicionamento das marcas no mercado fundamentado nas mudanças reais (intrínsecas) ou simbólicas (extrínsecas) do produto. Os pontos essenciais focam a importância de se realizar essas mudanças e como elas podem ser operacionalizadas no âmbito dos mercados consumidores. (SERRALVO e PRADO e LEAL 2006 p. 1).
Reposicionar uma marca, no entanto, assume riscos altos, por se tratar de tirar os referencias existentes para inserir novos. Keller (1998, p. 531) assume que o reposicionamento requer a consolidação de um conjunto maior de pontos diferenciais da concorrência, como “relembrar o público alvo das virtudes da marca”, conforme afirma Deboça e Sobrinho (2012), reposicionar uma marca, não é um fenômeno que necessariamente ocorre em um ponto especifico no tempo, ou seja, a transição pode ocorrer de modo gradativo em um determinado horizonte temporal. A transição gradativa é importante para que não ocorra um confronto direto de imagem e assim acabar por perder o público já conquistado por não ter mais a identificação com a marca e para que o novo mercado-alvo entenda os novos conceitos da marca.
2.2 PROMOÇÃO E COMUNICAÇÃO DE MODA
O composto de marketing ou marketing mix é definido por Kotler (2006, p. 316) como "o conjunto de ferramentas que a empresa usa para atingir seus objetivos de marketing no mercado-alvo", inicialmente formado por 4 P's: produto, praça, preço e promoção. No P de promoção estão envolvidos propagandas, promoção de vendas, eventos, experiências, publicidade, marketing direto, indireto e boca a boca. Segundo o autor supracitado (2006, p. 136), a "promoção cobre todas aquelas ferramentas de comunicação que fazem chegar uma mensagem ao público-alvo". Dessa maneira, formar uma imagem forte e com alta ressonância se torna vital para que se alcance o consumidor pretendido, criando uma identidade dele com a marca. Para Moore (2013, p.166), "a promoção e a comunicação na área da moda passaram por uma das maiores mudanças e desafios nos últimos tempos, e as oportunidades de criar e vender uma marca multiplicaram-se com o advento das mídias digitais". A criação de uma imagem de moda está muito mais ampla
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atualmente, tendo o stylist que atentar-se para como irá desenvolvê-la para cada meio, gerando uma mesma imagem final na mente do consumidor. A promoção de moda vem crescendo de forma rápida e, junto com esse crescimento, torna-se necessário às marcas adaptarem-se às mudanças nas formas de comunicação, que vêm sendo estimuladas nos últimos anos pelo aumento das plataformas e canais de mídias sociais e digitais. Observa-se que, o que antes era à base da promoção de moda - a publicidade impressa, tais como jornais e revistas estão em queda, à promoção de marcas de moda se tornou uma área muito mais multifacetada. Embora a maneira de entrar no mercado tenha evoluído consideravelmente e os canais de comunicação agora sejam muitos e variados, ainda há a necessidade de oferecer uma forte "história" ou pano de fundo por trás da marca que leve o cliente a descobrir mais. Portanto, é fundamental ter uma visão clara do que a marca deve significar para o cliente. (MOORE 2013, p. 12).
O desfile de moda, ao qual era atribuída a grande função de apresentar a coleção junto com todo seu conceito, que Vilaseca, (2011, p. 9) define como "um meio pelo qual o estilista pode difundir suas ideias, motivar o conhecimento da sua grife e conseguir cobertura da mídia”, já demonstra que no seu formato atual não gera o mesmo impacto de outrora sobre o público, como comentado por Caldas (2014) no evento Moda na Roda. A promoção de moda está tendo que se reinventar devido a alterações na forma de consumo atual. Além disso, precisa adaptar o foco das lojas físicas, que antes era voltado para as vendas no local, para uma plataforma da marca de divulgação, e propiciar novas formas de experiência de compra já estão sendo utilizada como alternativas para diversas empresas.
2.2.1 FOTOGRAFIA DE MODA
A fotografia de moda, inicialmente, tinha o foco em promover à indumentária, presando mostrar somente a roupa, sem trabalhar em uma forma de valorizar os aspectos humanos e estéticos, em muitos casos sem a existência de um cenário para contextualizar a fotografia.
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Com a mudança no comportamento do consumidor de moda, e atributos como experiência com a marca ganhando cada vez mais importância a fotografia de moda também sofreu alterações, cria-se uma nova visão de como trabalhar com a imagem na fotografia de moda, pensando na postura corporal em captar novas formas de expressão. Atualmente, Pode-se entender a fotografia de moda, que nos diz respeito, mas diretamente, não como pura documentação, pela imagem, de uma roupa, mas como transposição física da própria roupa, ou melhor ainda, daquele evento que é a roupa vestida. (MARRA, 2008, p. 31)
Isso quer dizer que, a fotografia de moda também pode colocar o figurino em segundo plano, pensando na sensação transmitida pela marca em muitos casos deixando a roupa propriamente dita fora da fotografia, como nos casos de editoriais conceituais. Para Amar, (2007, p. 9) "o ser humano teve sempre a necessidade de reproduzir o real e deixar uma marca do seu pensamento para se libertar do esquecimento." Lembrando sempre que o fotografo é o responsável por concretizar a ideia proposta e idealizada pelo stylist. O fotografo muitas vezes não é senão o executante competente das ideias dos criativos, enquanto na moda o estilo do fotografo é frequentemente determinado, ainda que não lhe seja permitida uma completa liberdade de ação. (AMAR, 2007, p. 121)
Escolher o estilo do fotógrafo afeta diretamente o resultado do trabalho final, é um ponto de importância no planejamento da produção, pois a forma que o fotografo trabalha deve casar com os objetivos do projeto. Os ensaios fotográficos podem acontecer tanto em estúdios como em paisagens externas, para que se alcance o resultado esperado é necessário que o profissional realize testes fotográficos antes da sessão de fotos finais. Como afirma McAssey e Buckley (2013, p. 146), “é necessário a modelo, ou, caso ela não esteja disponível, alguém que possa assumir essa função momentânea, posando como a modelo”. A partir disso, o fotógrafo conduzirá uma série de testes, ajustando a iluminação para obter o efeito desejado e elaborando um planejamento para o dia da sessão de fotos." A roupa e as imagens de moda expressam um veiculo de comunicação, onde o resultado é a busca pelo desejo de exclusividade. Por tratar-se de
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uma fonte de estudo sobre o comportamento humano, a foto tem a capacidade de exibir a moda e ilustrar o comportamento de determinada época. A fotografia de moda estabelece um dialogo com outras coisas, que não ela mesma: a arte, a arquitetura, a musica, etc. (EVELYN, GONÇALVES, VOSHIDA E VOLPATO 2011, p. 1).
Existem modalidades diferentes de fotografia de moda Vilaseca (2011) os descreve como: a) Editorial de moda: o mais utilizado entre os estilistas e marcas, como forma de apresentar seus produtos para o mercado. Ele contem um conjunto de fotografias e procura vender o conceito da coleção e/ou tema, no caso de editorias de revistas varias marcas são envolvidas. A atitude da modelo é fundamental, suas expressões faciais e corporais, juntamente com as peças de vestuário, acessórios, maquiagem, cabelo e cenário iram compor o conceito pretendido para a produção; Nas figuras 1 e 2 podemos visualizar editorias de revistas envolvendo diferentes marcas para compor os looks. FIGURA 1 – EDITORIAL W MAGAZINE KATE MOSS
Fonte: W magazine (2012)
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FIGURA 2 – EDITORIAL W MAGAZINE LARA STONE
Fonte: W magazine (2015)
b) Fotografia comercial: a imagem clean é a escolha preferencial para esse tipo de foto. O foco está em apresentar melhor a peça, ainda carregando algo do
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conceito da coleção, porém de forma mais sutil. São as fotos encontradas em look book, anúncios, e-commerce entre outros; A seguir na figura 3 temos o lookbook da marca Balenciaga, que utilizou do cenário para mostrar detalhes das peças e envolver um pouco do conceito da coleção. A figura 4, traz o anúncio da marca Miss Dior, com a atriz Jennifer Lawrence, onde a atitude da modelo junto com maquiagem, iluminação e figurino passam detalhes do conceito, mas o foco está no produto, no caso a bolsa Miss Dior. FIGURA 3 – LOOKBOOK BALENCIAGA
Fonte: Lookbooks (2013)
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FIGURA 4 – ANÚNCIO DIOR
Fonte: Harpers Bazaar (2013)
c) Fotojornalismo de moda: essa modalidade envolve fotos documentais, com o registro dos acontecimentos secundários, entre eles, os bastidores dos desfiles, celebridades na primeira fila, making of, streetstyle. Fotografias dos desfiles também se enquadram nessa categoria; A figura 5 traz imagens de atrizes, modelos e outras celebridades na primeira file do desfile da Burberry, já a figura 6 e 7 são fotos de making off, primeiramente a da campanha com o ator Brad Pitt para o perfume nº5 da marca Chanel e na sequencia as modelos Cara Delevingne e Jourdan Dunn para Burberry. A figura 8 traz imagens de fotos em streetstyle. O anexo 1 contem outras imagens envolvendo jornalismo de moda.
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FIGURA 5 – PRIMEIRA FILA
Fonte: Ze Ronaldo (2015)
FIGURA 6 – MAKING OFF CHANEL
Fonte: Just (2012)
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FIGURA 7 – MAKING OFF BURBERRY
Fonte: Fashionizers (2011)
FIGURA 8 – STREETSTYLE
Fonte: Pinterest (2015)
d) Fotos de beleza: esse registro é semelhante à fotografia comercial, porém prioriza-se a estética. Os critérios fundamentais são qualidade da pele, cabelo e da modelo, deixando a atitude e os demais elementos em segundo plano. Muito utilizado para capa de revistas e na indústria de cosméticos. Abaixo temos nas Figuras 9, 10 e 11 capas de revistas focadas na beleza sem cenários para compor a fotografia. Podemos verificar outras capas no Anexo 2.
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FIGURA 9 – CAPA i-D
Fonte: I-d vice (2013)
FIGURA 10 – CAPA VOGUE
Fonte: Fans share (2015)
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FIGURA 11 – CAPA INTERVIEW
Fonte: Interview Magazine (2015)
e) Publieditorial: também conhecidos como post pagados, tem o objetivo de divulgar, anunciar e vender um produto ou marca geralmente vinculados em blog escolhidos com base no perfil do público que se quer atingir. “(...) se constitui numa mensagem publicitária, portanto paga, que tem a cara de reportagem, de matéria jornalística. Ele tem como objetivo integrar-se plenamente ao veículo que está inserido de modo a não ser percebido como publicidade e, portanto, agregar a credibilidade que os textos jornalísticos (evidentemente, publicados em veículos de prestígio) costumam ter” (BUENO, 2007, p. 74).
Nas figuras 12,13 e 14 temos o publieditorial feito com blogueiras plus size em forma de um amigo secreto virtual.
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FIGURA 12 – JU ROMANO
Fonte: Ju Romano (2014)
FIGURA 13 – GRANDES MULHERES
Fonte: Grandes mulheres (2014)
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FIGURA 14 – DEBORA FERNANDES
Fonte: Debora Fernandes (2014)
FIGURA 15 – HOJE EU VOU ASSIM
Fonte: Hoje eu vou assim (2014)
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2.2.2 Desfile de moda
O desfile de moda consiste na apresentação da coleção para o público, Vilaseca (2011, p. 9) define como "o meio pelo qual o estilista pode difundir suas ideias, motivar o conhecimento de sua grife e conseguir cobertura na mídia, chamando a atenção do público para sua marca.". É atribuído a Charles Frederick Worth2 a responsabilidade pelos primeiros desfiles, no final do século XIX, da forma que os entendemos hoje. Desde então o formato dos desfiles já sofreu varias alterações, passando por modelos sorridentes até as atuais faces serias. Vilaseca (2011, p. 43) comenta sobre o ocorrido em 1982, onde aparece um desfile com uma trilha sonora cacofônica, make-up praticamente nula e modelo sem o tradicional sorriso usual da época, o que gerou irritação da imprensa, a intenção estava em tirar o efeito sedutor da moda e coloca-la como veículo provocador de ideias. Para Duggan (2002, p. 10), "os desfiles ajudam enormemente a formar a imagem individual dos designers, assim contribuindo para a consolidação de seu nome e do conceito da marca.”. O seu papel é fazer a conexão entre publico, imprensa e marca. Muitas vezes, o significado de uma coleção e a maneira como é transmitido criam mais impacto do que a própria coleção. A roupa deixou o centro em torno do qual gira o espetáculo para ser o complemento de um objetivo maior, que é a transmissão de uma imagem através de um ou vários conceitos. (RONCOLETTA, 2008, p. 97).
Toma-se como premissa para estabelecer a maneira mais assertiva para se comunicar com novos clientes, o dito por Vilaseca (2011, p 75), "quem somos, o que queremos dizer e a quem queremos nos dirigir: são questões que devem ser colocadas para determinar a linguagem que devemos usar para comunicarmos com nossos futuros clientes." Entre esses formatos podemos citar segundo Vilaseca o: a) Desfiles de imprensa: em geral ocorrem dentro dos eventos do calendário de moda, e são voltados a mostrar propriamente dito a coleção para a imprensa; b) Desfiles de alta-costura: realizados exclusivamente em Paris. Inicialmente aconteciam a portas fechadas, porém com o objetivo de dar maior visibilidade a eles, foram necessárias alterações, saindo dos salões para localidades luxuosas, 2
Nascido em 13 de outubro de 1825 em Boume, Reino Unido, é considerado o pai da alta-costura.
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adotando o conceito de produção própria de diferentes tipo de espetáculos como óperas, shows e teatros. O alto orçamento necessário para esse evento e uma de suas características marcantes, que normalmente é recuperado, não pela venda direta das peças ali apresentas e sim pelos demais segmentos da marca como perfumes, óculos e bolsas; FIGURA 16 – DESFILE CHANEL
Fonte: Maison Chaplin (2015)
FIGURA 17 – DESFILE CHANEL 2
Fonte: Espalha factos (2015)
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FIGURA 18 – ARMANI
Fonte: assessoria Lidiane Fidelis (2015)
FIGURA 19 – VERSACE
Fonte: Ellu UK (2015)
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c) Desfiles de prêt-à-porter: diferente do de alta-costura onde as peças são exclusivas, esse desfile apresenta uma coleção produzida em grande escala, em tamanhos que poderão ser encontrados 6 meses após o desfile nas lojas da marca; FIGURA 20 – JHON GALIANO – MAISON MARGIELA
Fonte: harpers bazar (2015)
FIGURA 21 – OSKLEN INVERNO 2015
Fonte: denim jeans observer (2015)
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d) Desfiles de salão, ou de showroom: mais sóbrio e contido que o desfile de imprensa e para um numero reduzido de convidados, destinado principalmente a compradores; FIGURA 22 – DESFILE DE SALÃO - NOIVA
FONTE: Lucas Anderi (2015)
FIGURA 23 – DESFILE DE SALÃO - BEACHWEAR
Fonte: Make am (2015)
e) Desfiles de celebridades: destinado ao consumidor final, o qual conhece superficialmente as marcas, e que têm em atrizes, políticos e cantores exemplos de conduta. A utilização deles é uma forma eficiente de gerar identidade com a marca;
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FIGURA 24 – DESFILE DE CELEBRIDADE
FONTE: GNT (2015)
f) Desfiles audiovisuais, já eleitos por muitas marcas para valorizar a apresentação da coleção; Podem-se observar nas figuras 24, 25 e 26 desfiles que contaram com diferentes formas de suporte audiovisual o primeiro com um carrossel, no segundo fazendo chover durante o desfile e no terceiro com fogo. FIGURA 25 – DESFILE LOUIS VUITTON
Fonte: mundo Chanel (2012)
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FIGURA 26 – DESFILE – ALEXANDER MCQUEEN S/S 1998
Fonte: FFW (2010)
FIGURA 27 - ROBERTO CAVALLI
Fonte: Terra (2013)
g) Desfiles virtuais: voltado ao consumidor final, à imprensa e aos compradores. Um dos primeiros desfiles nessa plataforma foi o do estilista Walter Van Beirendonck em 1996 onde, de uma forma considerada futurística, ele lança sua coleção em um CD interativo. Já em 2008 houve o desfile on-line dos estilistas Viktor & Rolf. Em 2009 Alexander McQueen junto com a revista Show-studio, permitiu que todos seus seguidores no Twitter, assistissem a retransmissão direta de seu desfile parisiense.
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- Os desfiles também podem ser classificados por gênero, independente do público para qual se dirige o desfile, foram surgindo vários gêneros por onde o estilista arquiteta sua identidade, auxiliando ao estilista mostrar mensagens no âmbito ideológico e ou pessoal. Esses gêneros, segundo Vilaseca, são: - Clássico, consiste na passarela desprovida de cenário, iluminação objetiva e modelos desfilando as peças de forma simples e clara, com duração entre 10 a 15 minutos. O objetivo é mostrar a coleção de forma simples, sem utilizar de outras ferramenta para compor a ideia; FIGURA 28 – DESFILE CORI
Fonte: visual novo
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FIGURA 29 – DESFILE AGUÁ DE COCO
Fonte: GNT
FIGURA 30 – DESFILE FORUM
Fonte: visual novo
- Teatral: notando o grande valor que o espetáculo pode emprestar a coleção, muitas marcas adotam por esse formato, criando um roteiro com objetivo de envolver o espectador do desfile; Assim como nas representações de palco, os desfiles criados por designers de espetáculo exibem muito mais do que roupas. Na maioria dos casos, interpretam-se como minidramas completos, com personagens, locações específicas, peças musicais relacionadas e temas reconhecíveis. Não raro,
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o único elementos que separa o desfile de moda de seus correlatos teatrais é seu objetivo básico - funcionar como estratégia de marketing. (DUGGAN, 2002, p.5).
Nas imagens seguintes temos dois exemplos desse tipo de desfile, onde existe um enredo em torno dele, mas você consegue observar as peças durante o desfile. FIGURA 31 – ANGOLA FASHION WEEK – VERÃO 2015
Fonte: Magá Moura (2014)
FIGURA 32 – ALEXANDER MCQUEEN 1
Fonte: Be (2014)
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FIGURA 33 – ALEXANDER MCQUEEN 2
Fonte: Be (2014)
- Conceitual, não centraliza o desfile entorno dos matérias e as formas, envolve mais as ideias presentes no conceito da coleção. O quesito principal é levar o público a se questionar e refletir diferentes pontos. Como podemos perceber nas figuras a seguir, em que a sensação a ser passada para o publico vem em primeiro plano e não as roupas. FIGURA 34 – ALEXANDER MCQUEEN 2006
Fonte: Wellington Almeida (2010)
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FIGURA 35 - ALEXANDER MCQUEEN HOLOGRAMA
Fonte: Terra (2014)
FIGURA 36 – FAUSE HATEN 1
Fonte: Jetts
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FIGURA 37 – FAUSE HATEN 2
Fonte: Jetts
FIGURA 38 – HUSSEIN CHALAYAN
Fonte: Lizard (2012)
Entretanto os formatos apresentados como opções de desfiles atualmente vêm sofrendo com a perda de interesse pelo público. Um exemplo é o da marca carioca Farm que, como comentado por Carvalhal (2014, p. 268), abdicou dos grandes desfiles acreditando que “o alcance nacional alcançado por um desfile é compensado pela Farm por meio de outras ações, focadas no seu objetivo de marca.”
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Outras marcas vêm buscando um novo formato de desfile, como é o caso da C&A, que realizou em outubro de 2013, para apresentar a coleção do projeto Poderosas do Brasil. O desfile ocorreu a seu aberto e, segundo Carvalhal (2014 apud TOLIPAN, 2014) buscou referencias nos “fashions shows que unem música da moda, como o Fashion rocks e os incensados desfiles da Victoria’s Secret”, o que para ela não se trata de uma inovação e sim de uma adaptação com ares carnavalescos. A busca por novos formatos de desfiles se faz necessária à medida que o público vem para esse tipo de evento vem decaindo. Há uma necessidade do novo, que as marcas ainda não conseguiram encontrar e, por isso, acabam por simplificar de forma errônea ou exagerar de forma a tornar o evento desgastante.
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3 STYLING
Styling é a profissão responsável por gerar e atribuir sentidos as peças e marcas de moda. Na moda, Styling é uma maneira de combinar roupas e acessórios, exibindo-os do modo mais atraente ou desejável possível, para que sejam vendidos. Isso pode incluir, por exemplo, a escolha de acessórios (cintos, sapatos e joias) para completar e combinar com um vestido. As roupas podem ser produzidas individualmente ou como grupos de produtos (mostrando uma cartela de cores), com ou sem um modelo. O processo de styling envolve selecionar e experimentar um grande número de peças alternativas para chegar à composição perfeita. (MCASSEY e BUCKLEY 2013, p. 10).
O profissional stylist pode ser visto como um interlocutor que atua entre o designer de moda e seu público, compondo a imagem de impacto. Ele utiliza as peças criadas pelos designers para compor look, cenários e sentidos diferentes para elas. E ele o responsável pela forma que essas peças serão apresentadas. Stylist é o profissional responsável pela criação e pela organização de uma imagem de moda. Essa imagem pode ser dinâmica - em desfiles, publicidade, cinema, televisão, no guarda-roupa de uma pessoa - ou estática - impressa em outdoord, fotografia para catálogos e campanhas publicitárias, editoriais de moda para revistas ou meios digitais, o que inclui desde um aparelho de celular até a própria internet. (FAÇANHA e MESQUITA 2012 p. 21)
O termo styling, é empregado em diversas combinações, entre elas house styling, food styling, personal styling e fashion styling. O stylist é o profissional que tem como função contribuir para projeção da imagem do produto/marca. Stylist: palavra inglesa para referir-se ao profissional que define a imagem de um desfile, catálogo ou editorial de moda. Sugere e ajuda a selecionar modelos, faz a edição das roupas a serem usadas e ajuda a determinar a maquiagem e o cabelo a serem adotados; nos desfiles, interfere na atitude das modelos e opina sobre o cenário e trilha sonora. (SABINO 2007, p. 563).
Os princípios da existência desse profissional vem da realeza, na qual temos como exemplo Rose Bertin, considerada modista de Maria Antonieta, que ajudava a
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compor seus looks3, e o dândi4 Georges Brummel, que foi conselheiro do rei inglês Georges IV. Primeiramente os stylists trabalhavam como editores de moda e com exclusividade para as revistas de moda. Eram eles quem selecionavam quais designers estariam em destaque na revista. No anos 60 o relacionamento fundamental nas sessões de fotos era entre modelo e fotógrafo, e era extremamente comum que as própria modelo fizesse seu cabelo e maquiagem e também trouxesse seus próprios acessórios, deixando de lado a necessidade de outro profissional. Na década de 80, como comentam Mcassey e Buckley (2013, p. 11), surgiram os primeiros stylists freelancers, que trabalhavam para revistas como The Face e iD. Mas a profissão de stylist ganhou real notoriedade somente a partir da década de 90, gerando uma alteração de quem realmente define as coleções, tirando o controle que antes era tão somente do designer de moda. Ele tem que estar sempre em sintonia com o que acontece no mundo ao seu redor, para ter a habilidade fundamental de desenvolver conexões, de desenvolver o imaginário das pessoas. Deve pensar o que o proprietário da marca, ou até mesmo o estilista responsável pela coleção, não conseguem e também desafiar as percepções de estilo atribuindo novas direções para as roupas, dar forma e identidade para a imagem da marca. Assim assistir a filmes de diferentes anos e contextos, ler, escrever, viajar, conversar e observar são passos importantes para o desenvolvimento do styling. Para ser considerado apto no processo de formação da imagem da marca, o stylist tem que deter conhecimento sobre, metodologia de pesquisa criativa, pesquisa de tendências de moda e comportamento, comunicação, marketing, design digital, fotografia, artes plásticas e historia e culturas, (FAÇANHA e MESQUITA, 2012).
O stylist deve ficar atento a cada um dos componentes da imagem de moda, fazendo que com a junção deles consiga transmitir a sensação, o clima para o cliente. Entre esses componentes estão: (a) o local escolhido, tanto para sessão de fotos como para desfile ou qualquer outra atividade; (b) cenário que vem a ser os elementos que vão compor a cena proposta; (c) a iluminação, que em geral é de
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Composição coordenada de peças de vestuário. Termo empregado pela primeira vez no século XVIII para descrever indivíduos que prestam atenção excessiva às roupas elegantes e ao comportamento aristocrático. (NEWMAN; SHARIFF, 2011, p. 65). 4
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responsabilidade do fotografo porem podem ser propostas novas luzes e nuances; (d) a linha estilística do fotógrafo; (e) o casting5, envolvendo desde os modelos, figurantes, atores, qualquer um que aparecera na imagem; (f) maquiagem e cabelo; (g) trilha sonora; (h) edição do produto; (i) cor ; (j) conceito.
3.1 A PROFISSÃO DO STYLIST NO BRASIL
Considerada uma profissão relativamente nova no mercado brasileiro, o termo stylist conforme comentado por Palomino (1999, p. 263) "surgiu no Brasil em 1995, apropriado da língua inglesa é utilizado no meio profissional para designar o profissional responsável pela construção e conceito da imagem." E é nesta mesma década que se tem registros dos primeiros trabalhos de stylists no Brasil. Como mencionado por Façanha e Mesquita (2012, p. 43) "é possível comprovar a atuação desse tipo de profissional pelas fichas técnicas de desfiles, catálogos e editoriais fotográficos para revistas, especialmente a partir de 1997." A carreira de stylist se consolida no Brasil a partir da criação do Calendário de Moda6, na década de 1990. A organização do Calendário de Moda parece ser o principio da utilização do termo stylist, depois disseminado por todos os meios de comunicação nacionais. (BORGES 2003, p. 1003).
É o momento no qual acontecem os grandes eventos de moda e as grandes revistas, como Vogue Brasil e a Revista Folha, apostam em editoriais. A partir de 1999, praticamente todos os desfiles realizados no Brasil incluem o trabalho desse profissional e publicações como Simples, Elle, TPM, Trip e OnSpeed realizam cada vez mais editoriais com concepção de imagem assinada. (FAÇANHA; MESQUITA, 2012, p. 43).
Com a expansão do mercado de moda no território nacional, se fez necessária a presença desse profissional em diversos meios do ramo, tornando a figura do stylist cada vez mais consolidada no mercado.
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Seleção de profissionais para trabalhar em determinado evento. A primeira edição do Calendário Oficial de Moda, hoje conhecido como São Paulo Fashion Week (anteriormente chamado Morumbi Fashion) aconteceu em 1996, organizada por Paulo Borges segundo BORGES 6
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Atualmente, há nomes consolidados nessa área como Paulo Martinez, Yasmine Sterea, Flavia Pommianosky, entre outros que têm em seus currículos trabalhos reconhecidos mundialmente.
3.2 VISÃO CRIATIVA DO STYLING
Compreendendo o styling como uma recombinação de looks e dos seus significados, pode-se disser que a aplicação de sua visão nas peças gera uma nova imagem para elas. Como afirmado por Façanha e Mesquita (2012, p. 21), é ele "que cria um conceito, uma linguagem com códigos semióticos que serão interpretados pela sociedade". Considerando o stylist um mediador da moda podemos compara-lo a um curador para arte. É o olhar dele, as suas inspirações e referências quem guiarão, em suma, pode ser ou não o criador das peças, mas sua função é aplicar seu olhar e gerar uma visão criativa para elas. O curador é, por definição, um mediador com o objetivo de comunicar a obra de arte ao público através da sua interpretação. Sob a perspectiva pósmoderna, isto significa que, as subjetividades do próprio indivíduo-curador são levadas em consideração. (TEJO, 2012, p. 21).
Para McAssey e Buckley (2013, p. 13), "além da natureza prática do assunto, o styling tem muito a ver com a opinião do profissional, que expressa sua visão de moda, muitas vezes intuitiva”. Entende-se a afirmação feita anteriormente, de forma mais clara visualizando as imagens abaixo, onde se pode verificar de diferentes formas com a visão do profissional interfere para gerar a imagem esperada.
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FIGURA 39 - EDITORIAL TROPICAL NEW AGE
FONTE: ffwMag! (2011)
FIGURA 40 – CATÁLAGO COLCCI VERÃO 2015
FONTE: ffwmodels (2014)
Em ambas as imagens tratam-se de editoriais masculinos, mas com stylists diferentes, seguindo traços opostos e entregando uma imagem distinta à marca, revista ou personalidade ligados a ele. Tal fator deve ser estudado antes da escolha do melhor profissional para o trabalho proposto, pois verificar o perfil deste irá contribuir para um melhor resultado. Como na fotografia existem diferentes linhas de trabalho seguidas pelos stylists, podendo variar do conceitual ao tradicional, é importante entender a imagem que a marca, ou o objetivo do projeto para enquadrar ao perfil certo de stylist. Na figura 39 temos um editorial conceitual feio pelo stylist Paulo Martinez, que segue esse perfil e em seu portfolio não existem muitos trabalhos voltados para uma
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forma mais tradicional ou comercial de trabalho, ele busca sempre um lado mais artístico de expor suas produções. Já na figura 40 temos o trabalho do stylist Daniel Uéda que conta entre suas peças com trabalhos conceituais, mas é também conhecido por conseguir adaptar as necessidades da marca ao seu trabalho, levando em consideração a parte comercial da produção de moda. Ressalta-se nas imagens vistas acima com a adequação do profissional ao objetivo do trabalho proposto é fundamental para alcançar um resultado positivo.
3.3 NOVAS FERRAMENTAS
O universo da moda passou a aderir a diferentes meios e ferramentas para se propagar. Assim o styling teve que andar junto com ele, e adaptar a esses novos meios. Dessa forma, torna-se necessário utilizar as ferramentas corretas para adaptar as necessidades da marca, entre elas fazer uso da internet, sobre a qual Mcassey e Buckley (2013, p. 170) relatam “a quantidade de produtos e a velocidade em que eles são inseridos exigem que os stylists trabalhem com extrema rapidez e precisão para atender à demanda”. A disponibilidade dos canais digitais, garantido comunicação em tempo real, resulta em feedback e contato instantâneos com o cliente. Permite que uma marca deixe as pessoas saberem rapidamente o que está fazendo e para quando. Isso é poderoso e possibilita que marcas pequenas concorram em certas medidas com marcas muito maiores. (MOORE, 013, P. 19).
Preparar material para diferentes tipos de mídias se torna essencial, as marcas precisam além dos desfiles, editorias e catálogos. Existe hoje a necessidade de se comunicar por mídias sociais7 como facebook, twitter, instagram, blogs e muitas já estão criando seus próprios aplicativos para smartphones. Sobre o assunto, Dillon (2012, p 17 apud SHERMAN, 2012) afirma que "vai ficar cada vez mais importante disponibilizar tudo na web - imagens, críticas e entrevistas - de maneira mais rápida possível". Com o aumento dos canais digitais, tornou-se ainda mais necessário o uso do design gráfico para moda. Segundo Hess e Pasztorek (2010, p. 07) "o designer
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Mídias sociais representam o uso de tecnologias baseadas na web e em plataformas móveis, como celulares e tablets, com o objetivo de transformar a comunicação em um diálogo interativo. Elas incluem blogs e sites como o facebook, Twitter e YouTube.
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gráfico ocupa essa posição difícil com uma segurança crescente. Em virtude do avanço da tecnologia, a comunicação visual se tornou mais sofisticada e universal". A intervenção do cliente na marca ocorre não apenas nos seus produtos, mas em sua imagem, por meio da interação entre eles, fazendo com que o stylist volte seu olhar de forma mais direta para o movimento que vem das ruas para as passarelas. É necessário buscar inspirações no cotidiano dos possíveis clientes da marca, nos locais onde eles frequentam para entender qual a linguagem que vai conseguir atingi-los e gerar uma aceitação maior da proposta a ser desenvolvida. Isso leva o stylist a agregar traços do trabalho de um cool hunter8. “Esta necessidade de antecipação de tendências no mercado da moda impulsionou a emergência de uma nova abordagem na investigação nas pesquisas, o coolhunting, que utiliza um dos métodos mais atuais de pesquisa de tendências, capturando-as onde acreditam que elas surgem na cultura jovem urbana que integra os grupos de consumidores inovadores, particularmente receptivos ao novo, às propostas de moda de vanguarda. As pessoas mais jovens já adaptadas a culturas de consumo atual possuem um alto grau de curiosidade, de gosto pelo novo e estão predispostas a experimentar o diferente, em nome da experiência” (PICOLI, 2009, p.3)
A interação do stylist com outras áreas é o que pode tornar o trabalho desenvolvido por ele diferenciado. Saber interagir com diferentes fotógrafos, designers, coolhunters, entender o que é proposto pelo marketing e demais áreas ligadas à marca e seu ideal é de extrema importância para ter êxito ao contribuir na geração da imagem da marca.
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Segundo Dillon (2012, p.32) cool hunting “é uma prática de observação da moda nas ruas das cidades, com o objetivo de se capturar o que está surgindo entre as pessoas consideradas “consumidores inovadores”.
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4 CASES E ENTREVISTAS
Foram estudados algumas entrevistas e cases relacionadas ao tema dessa monografia, para assim entender melhor como o trabalho do stylist interfere na construção de imagem das marcas. Conforme entrevista transcrita por Mcassey e Buckley (2013, p. 34), Christopher Shannon , que é designer de moda masculina, relata como é o contato com os stylists em sua rotina de trabalho, afirma que alguns só demonstram interesse em emprestar amostras da coleção para seus próprios ensaios, ele comenta também que recebe encomendas de peças para videoclipes, e que acaba por escolher aqueles que para ele se mostram mais interessantes. Questionado sobre como os stylists influenciam ele em seu trabalho, ele afirma que é interessante quando um stylist do qual ele admira o trabalho acaba por interagir com sua marca, usando suas peças e indo além, ao apresentar uma nova interpretação da sua coleção, e que isso pode muitas vezes, fazer com que o designer encare seu próprio forma de criar de uma maneira totalmente diferente. Pode-se notar com as respostas de Shannon, que existem diferentes perfis de profissionais que trabalham como stylists: os que estão diretamente ligados à marca e ao criador, e os que utilização das peças desses criadores para outros trabalhos, como editorias e campanhas publicitarias. Ambos, de formas diferentes, podem influenciar a marca – um por estar diretamente ligado a construção da imagem, na maneira como as peças serão apresentadas, e o outro por influenciar o processo criativo do designer. As imagens abaixo ilustram as alterações de imagem que o stylist pode fazer na coleção observe:
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FIGURA 41 – DESFILE CHRISTOPHER SHANNON OUTONO/INVERNO
FONTE: Site oficial Chistopher Shannon (2010)
FIGURA 42 – LOOKBOOK CHRISTOPHER SHANNON OUTONO/INVERNO (STYLING JOHN COLVER)
FONTE: Site oficial Chistopher Shannon (2010)
Nota-se algumas intervenções feitas do desfile para o lookbook, como perfil e postura do modelo, composição do look e a forma como os acessórios são apresentados, sem alterar a ideia central da coleção só acrescentando detalhes a ela. Como mencionado por Shannon, o stylist que se mostra multifacetado é aquele que consegue seguir a ideia da marca e adicionar a ela. Em entrevista Moore (2013, p. 116), Jayne Pierson que é designer de moda, responde como trabalha com stylists e fotógrafos. Ela mesma faz a maior parte do estilo á medida que desenha os looks, e também escolhe o casting de modelos, e ressaltando a importância da escolha certa do fotógrafo de acordo com o tipo de trabalho ele está ligado, para passar a mensagem certa. Neste caso temos a criadora ocupando também o papel de stylist da marca, o que acontece em muitas marcas. Pierson tem experiência adquirida na criação de conceito para suas peças devido a estágios feitos com nomes como Alexander
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McQueen e Vivienne Westwood, o que contribui para esse processo de criação de imagem. Empresas e criadores não tão experientes necessitam ter maior atenção ao tentar seguir esse caminho pois, como mencionado anteriormente, o stylist muitas vezes traz um novo olhar sobre a coleção. Ele levanta pontos que o designer, por estar tão focado na ideia central da coleção, não consegue observar, ocasionando a perda de oportunidades de melhor a imagem e dar maior visibilidade à sua marca. Para Façanha e Mesquita (2012, p. 253), Márcio Banfi, que é formado em artes plásticas e trabalha com moda no meio acadêmico e na indústria, reponde sobre qual a posição do styllist no sistema de moda atual. Ele relata que o styling vem ocupando um lugar cada vez mais central, usando como exemplo Nicola Formichetti, que inicio sua carreira com stylist, o qual se tornou diretor criativo da marca Mugler além de ter uma loja pop up que transita por Londres e Nova York. Ele afirma que a profissão de stylist passou a ter um lugar tão importante quanto o próprio estilista, pois é ele que traz a imagem de moda para determinada foto ou desfile, de forma a montar não apenas roupas, e sim atitudes, unindo imagem de moda e arte. Referente à importância da atividade de styling, ele fala do fato de ser uma profissão até pouco tempo atrás inexistente no Brasil, e que ganhou bastante importância, por ser ele quem decide a imagem de moda final, para qual a roupa é mais uma peça que irá compor o quadro pronto. O profissional que atua como stylist é a responsável por criar essa imagem de moda que não necessariamente é usada na venda propriamente dita, mas para representar um estilo de vida. Façanha e Mesquita (2012, p. 279), relatam a entrevista com Ronaldo Fraga, na qual o criador descreve o momento em que ele considerou importante e necessária a inserção de alguém de fora para assinar o styling da sua coleção. Ele afirma ter se sentido sobrecarregado, por ocupar varias funções além de criador das duas coleções anuais da sua marca – ele faz a direção criativa do Minas Trend, coleções e desfiles para empresas, além de linhas de produtos com o seu nome. Fraga ainda afirma que, no momento de produzir sua coleção, apesar de toda pesquisa pronta sentia a necessidade de uma troca de pensamentos. Foi nesse ponto em que ele chamou Daniel Ueda que, segundo sua opinião, além de ter um olhar “antenado” também trata de forma generosa as marcas com que trabalha.
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O criador cita também a dificuldade de estabelecer a relação entre criador e stylist. Para ele, é necessário generosidade nessa troca, pois o criador espera que o estilista receba sua coleção de forma como esse ele mesmo tivesse criado e, em troca, o criador tem que receber a edição feita pelo stylist com o mesmo carinho. Para ele, não se pode medir a eficiência do trabalho de um stylist para a marca por uma ou duas coleções, citando como exemplos a Forum e a Tufi Duek, que traziam stylists de fora por até duas coleções, não permitindo criar um laço com a grife. Para ele é fundamental criar esses pontos de confiança e cumplicidade – o estilista não pode se agarrar de forma agressiva à sua criação, pois o desapego e o que liberta o criador. Para Fraga, a visão diferenciada em parceria com a criação é o ponto central do trabalho stylist, e ambas as partes envolvidas no processo tem que estar abertas para essa parceria funcionar. Tentar limitar e não aceitar essa visão diferente da inicial pode acabar com o trabalho.
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5 RESULTADOS
Durante este estudo foi aplicada uma pesquisa quantitativa para três públicos diferentes: consumidores de moda; proprietários de marcas do segmento de vestuário e acessórios; e profissionais da área de fotografia, produção de moda e styling. O objetivo foi entender como o styling interage com esses grupos. Para atingir esse publico, foi aplicado o questionário online, divulgado por meio de redes sociais. Esse meio também permitiu entrar em contato como pessoas de várias regiões do Brasil, de forma direta e em grupos voltados ao tema central do estudo. O grupo formado por proprietário de marcas, que teve uma amostra total de 47 entrevistas, foi subdivido pela média de peças produzidas por mês da seguinte maneira: os que produzem menos de 100 peças; de 100 a 200; de 200 a 500; de 500 a 1000; e aqueles que produzem mais de 1000 peças por mês. Dentro desses subgrupos foi observado que a média de modelos produzidos tende a aumentar proporcionalmente ao tamanho da marca. Porém, as empresas de médio porte são as que têm maior número de variação de modelos em relação à sua produção. É possível verificar o percentual de modelos produzidos por elas no gráfico a seguir: GRÁFICO 1 – MÉDIA DE MODELOS/MÊS PRODUZIDOS PELA EMPRESA
FONTE: a autora (2015)
Foi verificado também quais marcas deste grupo já haviam utilizado o serviço de styling ou de um produtor de moda como demonstrado no gráfico seguinte:
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GRÁFICO 2 – UTILIZOU DO SERVIÇO DE STYLIST/PRODUTOR DE MODA
FONTE: a autora (2015)
Dentro da amostra de empresas que estão no subgrupo de produção menor que cem peças, pode-se observar que, entre os que nunca utilizaram o serviço, o principal motivo está em considerar o custo elevado, seguido por utilizar alguém de dentro da empresa para fazer esse papel em momentos esporádicos. Entretanto, 74% deles confirmou ter interesse em utilizar desse serviço futuramente. Dentro do mesmo subgrupo, ao se referir aos que já utilizaram destes profissionais, 57% já utilizaram 2 vezes deste serviço e o restante apenas uma vez. Esse mesmo percentual se repete referente a usar o mesmo profissional ou não: 57% não manteve o mesmo profissional. Para as marcas que produzem de 100 a 200 peças, pode-se concluir que o principal motivo para não utilizar um serviço de styling é também considerar um custo elevado e, entre eles, 78% afirmou ter interesse a vir a buscar o trabalho destes profissionais futuramente. Os que já utilizaram afirmam que sempre utilizam os mesmos profissionais: 50% utilizou apenas uma vez e os outros 50% utilizaram 3 vezes. Os que produzem 200 a 500 peças seguiram afirmando o mesmo motivo para não utilizar esse profissional: o custo elevado. Desse grupo, 67% quer vir a utilizar o trabalho de um stylist em sua marca, acreditando que esse profissional irá aumentar
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a visibilidade da marca. Entre os que já utilizaram, 80% relataram não contratar sempre o mesmo profissional para poder variar o estilo de trabalho. Em relação à frequência de utilização desses profissionais apresenta-se o seguinte gráfico: GRÁFICO 3 – QUANTAS VEZES JÁ UTLIZOU DE UM STYLIST
FONTE: a autora (2015)
Para os que produzem de 500 a 1000 peças por mês foi verificado que o principal motivo para não utilizar o serviço do produtor de moda ou do stylist é o fato de desconhecer o trabalho desses profissionais, porém, existe a pretensão de vir a utilizar. Já no comportamento dos que utilizam o serviço, verificou-se que todos já fizeram ao menos 3 trabalhos com eles e que em 67% dos casos foi utilizado o mesmo profissional. A amostra das marcas que produzem mais de 1000 peças por mês foi a menor e não foi demonstrado interesse a vir a utilizar desses profissionais, por não considerar relevante para marca. Para o que já utilizou, afirma não trabalhar sempre com o mesmo profissional e já ter feito mais que 3 trabalhos envolvendo produtores e stylists. Os proprietários foram questionados sobre qual momento o styling costuma entrar na coleção, e 100% afirmou só utilizar de produtores e stylists com sua coleção já finalizada. Quanto à questão de quais trabalhos eles mais costumam fazer com esses profissionais foi levantado o seguinte gráfico:
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GRÁFICO 4 – TIPOS DE TRABALHOS CONTRATADOS
FONTE: a autora (2015)
Nele é possível observar que empresas com menor produção investem mais em lookbooks; já empresas com uma produção maior colocam também o investimento em editoriais que, conforme comentado neste estudo, servem como forma de passar o conceito da marca e não só valorizar a peças. No gráfico a seguir, pode-se notar a principal necessidade de uma marca ao contratar um stylist é a valorização do produto, deixando os demais pontos equilibrados no grau de necessidade. Logo, está correto afirmar que as marcas ainda focam na venda por produto e não tanto na atribuição de valores conceitos e a experiência de compra ofertada. A seguir, o gráfico de opinião sobre pontos, nos quais o stylist contribui para marca:
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GRÁFICO 5 – VISÃO CRIATIVA/IMAGEM DA MARCA
FONTE: a autora (2015)
A média paga para esse profissional sofreu variação conforme o tamanho da empresa. GRÁFICO 6 – VALOR PAGO PELO SERVIÇO
FONTE: a autora (2015)
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GRÁFICO 7 – CONSIDERA ESSE VALOR – CARO/JUSTO/BARATO
FONTE: a autora (2015)
A maioria das marcas não demonstrou interesse em ter esse profissional em tempo integral dentro da empresa, conforme o gráfico: GRÁFICO 8 – CONTRATO DE STYLIST EM TODO PROCESSO CRIATIVO
FONTE: a autora (2015)
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GRÁFICO 9 – MOTIVO DA ESCOLHA - MARCA
FONTE: a autora (2015)
Observando os dois principais pontos levantados para não ter um produtor ou stylist em tempo integral na empresa, nota-se que as empresas realizam trabalhos como editoriais, lookbook, catálogo ou material publicitário esporadicamente o que, no ponto de vista deles, acabaria por acarretar em um profissional não produtivo na maior parte do tempo. Para o questionário voltado aos profissionais como produtor de moda, stylist e fotógrafo, foi recebida uma amostra de 74 questionários, e a divisão de subgrupos ocorreu por quantidade de trabalhos efetuados por mês: 1 a 3; 4 a 10; e mais que 10. O resultado dessa divisão está representado no gráfico abaixo: GRÁFICO 10 – QUANTOS TRABALHOS PARA MARCAS/MÊS
FONTR: a autora (2015)
Podendo observar qual tipo de trabalho ocupa maior volume no gráfico seguinte:
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GRÁFICO 11 – COSTUMA DESENVOLVER TRABALHOS
FONTE: a autora (2015)
O lookbook se mostrou ainda ser a de maior procura, o que confirma a ponto levantado na pesquisa com proprietário de marcas, seguido por editoriais que, em sua grande maioria, não têm o objetivo de mostrar claramente as peças do vestuário e sim uma atitude, tendência ou conceito estipulado previamente. Seguindo como o terceiro serviço mais procurado estão os catálogos que, assim como o lookbook, mostram as peças da coleção porém, contando com ambientação, iluminação, cenário e outros artifícios além da roupa. Foi questionado a eles de que forma sua visão criativa pode vir a contribuir com as marcas, e nota-se no gráfico seguinte que a valorização do produto é o que afirmam ser o principal atributo, seguido por criar uma imagem personalizada da marca.
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GRÁFICO 12 – VISÃO DO PROFISSIONAL CONTRIBUIÇÃO
FONTE: a autora (2015)
Os dois gráficos abaixo representam qual momento eles consideram importante participar da coleção, e em qual eles realmente participam: GRÁFICO 13 – STYLIST ENVOLVIMENTO COM AS PEÇAS/COLEÇÃO
FONTE: a autora (2015)
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GRÁFICO 14 – STYLIST ATUAÇÃO COM AS PEÇAS/COLEÇÃO
FONTE: a autora (2015)
Pode-se observar que mesmo alguns profissionais acreditando na importância de trabalhar, ou de fato trabalhando nas demais etapas da formação do produto, a grande maioria trabalha e afirma considerar o momento certo para sua atuação a coleção já finalizada. No gráfico abaixo se verifica o interesse desses profissionais em trabalhar como efetivos dentro de uma única empresa: GRÁFICO 15 – ATUAR DENTRO DE UMA ÚNICA MARCA – SIM/NÃO
FONTE: a autora (2015)
Assim como ocorreu ao indagar as marcas sobre ter esse profissional fixo, eles também não demonstraram interesse, citando 4 como os principais motivos para essa escolha:
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GRÁFICO 16 – ATUAR DENTRO DE UMA ÚNICA MARCA
FONTE: a autora (2015)
Pode se considerar os quatro motivos com mesmo peso do ponto de vista do profissional. Destaca-se que a liberdade que eles têm em desenvolver trabalhos paralelos não seria a mesma encontrada dentro de uma marca, podendo afetar no resultado de seus trabalhos. Para verificar as respostas do questionário efetuado com consumidores de moda, a amostra total foi de 100 questionários, podemos observar a subdivisão que foi feita por comportamento de compra no gráfico abaixo: GRÁFICO 17 – COMPORTAMENTO DE COMPRA - QUANTIDADE/MÊS
FONTE: a autora (2015)
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O gráfico a seguir mostra o comportamento desse consumidor em relação ao gasto mensal com produtos de moda: GRÁFICO 18 – COMPORTAMENTO DE COMPRA - GASTO/MÊS
FONTE: a autora (2015)
Pode-se constatar que o gasto médio está entre R$100,00 a R$300,00 por mês, independendo da quantidade de produtos consumida. Para tentar entender de qual forma o serviço do stylist chega a esse consumidor, foi perguntado por qual meio ele busca informações de moda e chegouse ao gráfico seguinte:
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GRÁFICO 19 – BUSCA DE INFORMAÇÃO
FONTE: a autora (2015)
Ainda referente aos hábitos do consumidor, foi verificado se ele compra ou não por meio da internet, assim podendo entender se os trabalhos envolvendo produção de moda e styling para veículos de internet chegam até esse consumidor. GRÁFICO 20 – COMPRA POR INTERNET
FONTE: a autora (2015)
Após esse questionamento foram apresentadas três imagens distintas de sites de compras, perguntando, apenas observando as imagens, qual e-commerce eles acreditavam ser o mais confiável.
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FIGURA 43 – IMAGEM 1 PESQUISA
FONTE: Zatiini (2015)
FIGURA 44 – IMAGEM 2 PESQUISA
FONTE: Dafiti (2015)
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FIGURA 45 – IMAGEM 3 PESQUISA
FONTE: Melissa (2015)
GRÁFICO 21 – ESCOLHA DE E-COMMERCE
FONTE: a autora (2015)
As imagens mostram 3 perfis de e-commerce: o primeiro se trata de um site ainda não consolidado no mercado, com layout sem grande elaboração, mostrando varias imagens soltas sem muita preocupação estética; o segundo, já consolidado, apresenta duas fotos produzidas e um layout limpo; o terceiro, além de ter muitas
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características de moda e visão estética bem trabalhada, ainda apresenta uma foto da loja física da marca. Sequencialmente, eles correspondem à Zattini, (pertencente à Net Shoes), à Dafiti, e o último à marca Melissa. Para compreender de que forma o consumidor enxerga os diferentes estilos de materiais produzidos para lookbook, foi feito um comparativo de imagens, solicitando que ele escolhesse a imagem na qual ele acredita que a peça está mais valorizada. Estás foram as imagens de opção de escolha: FIGURA 46 – LOOKBOOK
FONTE: a autora (2015)
Segue o gráfico com o percentual de aceitação das imagens: GRÁFICO 22 – ESCOLHA DE LOOKBOOK
FONTE: a autora (2015)
Nota-se que o consumidor escolheu as duas imagens que apresentam um perfil profissional, com edição de imagem e escolha de look feitas por um profissional qualificado para essa função.
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A imagem 3, que foi selecionada como a que melhor mostra a peça, usa um cenário simples, mas que envolve as peças. O look quase monocromático consegue mostrar certo movimento junto ao cabelo da modelo. A imagem 4, que foi a segunda mais votada, segue quase o mesmo padrão, porém com um cenário um pouco mais elaborado, que de forma sutil consegue mostrar, na mesma foto, frente e costas do look. Em ambas pode-se salientar esses pontos como um trabalho de styling. Já nas imagens 1 e 2, que não são produções creditadas a algum stylist, produtor de moda ou mesmo fotógrafo, se tratam de imagens de nível não tão profissional, e isso foi relevante na percepção do consumidor na hora de validar o produto.
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao consultar os resultados obtidos com a pesquisa, a partir dos dois pontos de vista – marca e stylist (incluindo também produtor de moda e fotógrafo) – pode-se ressaltar alguns pontos relacionados à questão inicial do estudo. Tanto marca como profissional não demonstraram interesse em ter um vinculo que torne o funcionário efetivo na empresa. Para a marca, essa conclusão se deve ao fato do profissional se tornar um custo fixo elevado, considerando que este não teria trabalho durante o ano todo. Em muitos casos, isso faz com que os empresários utilizem seu estilista, ou outro profissional já ligado a empresa, para desempenhar esse papel. Tal atitude pode resultar em um trabalho de baixa qualidade pois, como foi constatado na pesquisa voltada ao consumidor, existe por parte dele uma percepção diferenciada em relação à imagem produzida por um profissional, o que pode afetar diretamente o posicionamento da marca, ou em caso de reposicionamento, dar abertura a ruídos na comunicação. A má utilização dessas imagens pode vir a gerar uma rejeição do produto no mercado, principalmente para marcas que não trabalham com loja física, e necessitam desse material para expor seu produto. No ponto de vista do stylist, ele perde ao se vincular a uma única marca, pois percebe que essa circunstância pode tornar seu trabalho monótono, perdendo as referências diversas que, o contato com várias marcas podem acarretar a esse profissional. No seu entendimento, tanto marca como stylist ganham ao não ter esse vinculo único. Ambos também concordam que o momento certo de contato entre coleção e stylist é com ela já finalizada. Conforme entrevista dada por Ronaldo Fraga citada anteriormente, alguns designer acreditam que o stylist mais presente pode ajudar no processo criativo, mas na rotina da maioria deles isso não acontece, pois são poucos que interagem nos demais processos. O foco deles está em formular, reformular, e valorizar uma imagem e contribuindo no posicionamento de mercado a partir da coleção pronta, o que não deixa de ser uma contribuição no processo criativo. Em conversa realizada na data de 05 de junho de 2015 com a estilista da marca Kiss flower plus size, Karolina Bueno, que já trabalhou com sytilists, foi relatado que o olhar dele na coleção interferiu na sua forma de produzir a próxima coleção. Ela, juntamente à gerente de marketing da marca, também relataram que,
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após a empresa ter começado a cuidar melhor de seu material (catálogo, site, ecommerce, lookbook, editorial) foi registrado um aumento nas vendas e na ressonância da marca. O que coincidiu com o processo de reposicionamento da empresa perante o mercado, a qual deixa de ser uma marca de peças básicas para investir em um perfil mais especifico de público. É possível comparar as alterações entre as imagens sem o serviço do stylist e as geradas partir do trabalho dele nas imagens do anexo 4 e 5. Os resultados da pesquisa com proprietários de marca e da realizada com os profissionais da área apontaram o fato da maior procura ser para lookbook. Isso se mostrou, com a pesquisa subsequente de consumidor, fazer diferença na forma de entender a marca, pois tanto no comparativo de imagens que se referia a lookbook diretamente como na dos e-commerce, as que contavam com uma melhor produção foram as escolhidas pelo público, que julgou apenas por essas imagens as marcas como mais confiáveis. Isso salienta novamente o ponto central deste estudo que trata do stylist como elemento de construção de imagem, para gerar um posicionamento e/ou reposicionamento de marca forte na mente do consumidor. Referente à questão levantada ao consumidor para eleger o e-commerce que ele considerou de maior confiabilidade, o Dafiti ganhou até mesmo do site da Melissa, que em sua pagina principal apresenta uma foto da loja física, o que em alguns casos ajuda a gerar confiabilidade para o e-commerce. É possível creditar esse ocorrido ao fato do site da Dafiti apresentar um mix de editorial envolvendo apenas modelos, no qual se nota uma variação maior de peças, e um editorial com celebridades com roupas básicas. Já a Melissa traz referencias de moda provavelmente não tão próximos da realidade do consumidor que formou essa amostra. Fica clara, dessa forma, a necessidade de entender para que público o material vai ser dirigido, tornando fundamental a interação do stylist com o marketing da empresa contratante, sem esquecer que o serviço de styling vem a se tornar uma ferramenta de marketing para o posicionamento da empresa. A imagem 1, que apesar de ter um nome forte gerindo o site (Net Shoes), apresenta fotos das peças sem o devido cuidado profissional de forma confusa e sem ressalta-las, gerando a rejeição do publico. A maioria dos proprietários de marca que nunca utilizaram do serviço de stylists, apresentaram interesse e conhecimento da importância de profissional. Foi relatado entre os motivos para desejar trabalhar com ele o fato de acreditar valorizar
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a marca e conseguir gerar mais visibilidade da mesma, o que mostra o crescimento deste ramo. A informação inicial, de que se trata de num serviço utilizado apenas por empresas já de renome, está sofrendo alterações e empresas menores já se permitem planejar contratar esse serviço. Foi obtido o dado de que a maioria das empresas entrevistadas, já utilizaram de stylist duas ou mais vezes, indicando que não ocorreu uma rejeição após a primeira contratação e sim uma motivação a continuar a contratar. Mesmo a pesquisa mostrando o interesse de novas empresas começarem a trabalhar com esse profissional, a grande maioria ainda o entende como um serviço caro. Sugere-se a esses profissionais trabalhar sua própria imagem, valorizando pontos já ressaltados anteriormente, que são benéficos para empresas que vem a torna o gasto com esse profissional um investimento.
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APÊNDICE 1 – QUESTIONÁRIO STYLIST 1
Questionário - profissionais da área criativa (fotografo/produtor de moda/stylist)
Para essa pesquisa vamos adotar a definição do profissional stylist como aquele que é responsável pela criação e pela organização de uma imagem de moda. Essa imagem pode ser dinâmica - em desfiles, publicidade, cinema, televisão, no guarda-roupa de uma pessoa - ou estática - impressa em outdoors, fotografia para catálogos e campanhas publicitárias, editoriais de moda para revistas ou meios digitais, o que inclui desde um aparelho de celular até a própria internet.
1 - Qual sua área de atuação? (pergunta de filtro/múltipla escolha) ( ) Proprietário de marca ( ) Fotografo ( ) Produtor de moda ( ) Stylist ( ) Outro___________
2 - Costuma fazer quantos trabalhos para marcas por mês? (múltipla escolha) ( )1a3 ( ) 4 a 10 ( ) Mais que 10
3 - Costuma desenvolver trabalhos de: (caixa de seleção) ( ) Editorial ( ) Lookbook ( ) Material para site ( ) Fotos em still ( ) Catálogo ( ) Campanha publicitária ( ) Outro ___________ 4 - Acredita que a visão de um profissional com o stylist pode contribuir de que forma com a imagem da marca? (caixa de seleção) ( ) Criar a imagem da marca/personalidade
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( ) Reposicionar a marca ( ) Estabelecer unidade de coleção ( ) Valorizar o produto ( ) Contribuir com o processo criativo ( ) Outro ___________
5 - Em quais momentos você considera importante a sua interação com as peças/coleção? (caixa de seleção) ( ) Planejamento ( ) Criação ( ) Desenvolvimento ( ) Com a coleção finalizada
6 - E em quais momentos você realmente atua? (caixa de seleção) ( ) Planejamento ( ) Criação ( ) Desenvolvimento ( ) Com a coleção finalizada
7 - Já pensou em atuar dentro de uma marca em tempo integral? (múltipla escolha/ está pergunta direciona para a próxima dependendo da resposta) ( ) Sim ( ) Não
Direcionamento para resposta SIM:
8 - Em relação à resposta anterior (atuar em uma marca em tempo integral), qual a motivação para isso? ( ) Renda fixa ( ) Poder escolher o cliente ( ) Estabilidade ( ) Realizar um trabalho continuo ( ) Outro ___________
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Direcionamento para resposta NÃO:
8 - Em relação à resposta anterior (atuar em uma marca em tempo integral), qual a motivação para isso? ( ) Falta flexibilidade ( ) Trabalho vira rotina ( ) Perder autenticidade ( ) Poder escolher trabalhos ( ) Outro ___________
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APÊNDICE 2 – QUESTIONÁRIO STYLIST 2 Questionário – proprietários de marca
Para essa pesquisa vamos adotar a definição do profissional stylist como aquele que é responsável pela criação e pela organização de uma imagem de moda. Essa imagem pode ser dinâmica - em desfiles, publicidade, cinema, televisão, no guarda-roupa de uma pessoa - ou estática - impressa em outdoors, fotografia para catálogos e campanhas publicitárias, editoriais de moda para revistas ou meios digitais, o que inclui desde um aparelho de celular até a própria internet.
1 - Qual sua área de atuação? (pergunta de filtro/múltipla escolha) ( ) Proprietário de marca ( ) Fotografo ( ) Produtor de moda ( ) Stylist ( ) Outro___________
2 - Quantas peças/mês a empresa produz? (múltipla escolha) ( ) Menos que 100 peças ( ) 100 a 200 peças ( ) 200 a 500 peças ( ) 500 a 1000 peças ( ) Mais que 1000 peças
3 - Já utilizou do serviço de um stylist ou produtor de moda? (múltipla escolha/ está pergunta direciona para a próxima dependendo da resposta) ( ) Sim ( ) Não
Direcionamento para resposta Não:
4 - Qual o principal motivo para não ter utilizado esse profissional? (caixa de seleção)
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( ) Desconhecia a existência desse profissional ( ) Custo ( ) Atua ou ter alguém dentro da marca que faz esse trabalho ( ) Não considerar relevante para marca ( ) Outro ___________
5 - Tem interesse em futuramente trabalhar com um stylist? (múltipla escolha) ( ) Sim ( ) Não
6 - Qual o motivo? (aberta) _________________
Direcionamento para resposta SIM:
4 - Utiliza sempre o mesmo profissional? (múltipla escolha) ( ) Sim ( ) Não
5 - Quantas vezes usou já utilizou de um stylist? (múltipla escolha) ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) mais que 3 vezes
6 - Em que momento esse profissional entra na coleção? (caixa de seleção) ( ) Planejamento ( ) Criação ( ) Desenvolvimento ( ) Com a coleção finalizada 7 - Você costuma fazer quais tipos de trabalhos com esse profissional? (caixa de seleção) ( ) Editorial ( ) Lookbook
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( ) Material para site ( ) Fotos em still ( ) Catálogo ( ) Campanha publicitária ( ) Outro ___________
8 - Acredita que a visão de um profissional com o stylist pode contribuir de que forma coma imagem da marca? (caixa de seleção) ( ) Criar a imagem da marca/personalidade ( ) Reposicionar a marca ( ) Estabelecer unidade de coleção ( ) Valorizar o produto ( ) Contribuir com o processo criativo ( ) Outro ___________
9 - Quanto pagou por esse serviço? (múltipla escolha) ( ) Menos de R$1000,00 ( ) R$1000,00 a R$2000,00 ( ) R$2000,00 a R$3000,00 ( ) R$3000,00 a R$5000,00 ( ) Mais que R$5000,00
10 - Considera esse valor? (múltipla escolha) ( ) Justo ( ) Caro ( ) Barato 11 - Já considerou ter esse profissional trabalhando dentro da empresa em todo processo de criação? (múltipla escolha/ está pergunta direciona para a próxima dependendo da resposta) ( ) Sim ( ) Não
Direcionamento para resposta SIM:
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12 - Em relação a pergunta anterior (já considerou ter esse profissional trabalhando dentro da empresa em todo processo de criação), o que te motivou a essa escolha? (caixa de seleção) ( ) Diminuir custos ( ) Realizar um trabalho continuo ( ) Confiança no profissional ( ) Ajudar no processo criativo ( ) Outro ___________
Direcionamento para resposta NÃO:
12 - Em relação a pergunta anterior (já considerou ter esse profissional trabalhando dentro da empresa em todo processo de criação), o que te motivou a essa escolha? (caixa de seleção) ( ) Custo elevado ( ) Falta de demanda de trabalho ( ) Poder variar o estilo do profissional ( ) Outro __________
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APÊNDICE 3 – QUESTIONÁRIO STYLIST 3 Questionário – consumidor
Para essa pesquisa vamos adotar a definição do profissional stylist como aquele que é responsável pela criação e pela organização de uma imagem de moda. Essa imagem pode ser dinâmica - em desfiles, publicidade, cinema, televisão, no guarda-roupa de uma pessoa - ou estática - impressa em outdoors, fotografia para catálogos e campanhas publicitárias, editoriais de moda para revistas ou meios digitais, o que inclui desde um aparelho de celular até a própria internet.
1 - Qual sua área de atuação? (pergunta de filtro/múltipla escolha) ( ) Proprietário de marca ( ) Fotografo ( ) Produtor de moda ( ) Stylist ( ) Outro___________
2 - Com que frequência você consome produtos de moda? (múltipla escolha) ( ) Menos de 1 por mês ( ) 1 a 5 por mês ( ) 5 a 10 por mês ( ) Mais que 10 por mês
3 - Qual seu gasto mensal médio por mês com roupas e acessórios? (múltipla escolha) ( ) R$ 0,00 a R$ 100,00 ( ) R$ 100,00 a R$ 300,00 ( ) R$ 300,00 a R$ 500,00 ( ) R$ 500,00 a R$ 1000,00 ( ) mais que R$ 1000,00
4 - Costuma se informar por: (caixa de seleção) ( ) Revistas
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( ) Sites ( ) Blogs ( ) Lojas ( ) Amigos ( ) Outro ___________
5 - Costuma comprar por internet? (múltipla escolha) ( ) Sim ( ) Não
6 - Qual dos e-commerce a seguir você acredita ser de maior confiabilidade? (múltipla escolha) ( ) Imagem 1 ( ) Imagem 2 ( ) Imagem 3
Imagem 1
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Imagem 2
Imagem 3
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7 - Qual das imagens a seguir para você apresenta melhor a roupa? (múltipla escolha) ( ) Imagem 1 ( ) Imagem 2 ( ) Imagem 3 ( ) Imagem 4
Legenda para tipos de questão: Múltipla escolha – pode escolher apenas uma alternativa Caixa de seleção – pode selecionar mais de uma alternativa Aberta – resposta qualitativa
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ANEXO 1 FIGURA 47 – MAKING OFF VIVIENNE WESTWOOD
Fonte:
FIGURA 48 – MAKING OFF BURBERRY 2
Fonte: Youtube (2014)
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ANEXO 2 FIGURA 49 – CAPA I-D 2
Fonte: I-D (2015)
FIGURA 50 – CAPA VOGUE 2
Fonte: Vogue (2014)
91
FIGURA 51 – CAPA INTERVIEW 2
Fonte: Interview (2015)
FIGURA 52 – CAPA INTERVIEW 3
Fonte: Interview (2015)
92
ANEXO 3
FIGURA 53 - ALEXANDER MCQUEEN 3
Fonte: Terra
FIGURA 54 - ALEXANDER MCQUEEN – VERÃO 2001
Fonte: Voss
93
FIGURA 55 - ALEXANDER MCQUEEN – VOSS 1
Fonte: Voss
FIGURA 56 - ALEXANDER MCQUEEN – VOSS 2
Fonte: Voss
94
FIGURA 57 - ALEXANDER MCQUEEN â&#x20AC;&#x201C; VOSS 3
Fonte: Voss
95
ANEXOS 4 FIGURA 58 – SEM STYLIST 1
FONTE: Coleção Outono/inverno Kiss Flower (2010)
FIGURA 59 – SEM STYLIST 2
FONTE: Coleção primavera/verão Kiss Flower (2010)
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FIGURA 60 – SEM STYLIST 3
FONTE: Coleção primavera/verão Kiss Flower (2011)
FIGURA 61 – SEM STYLIST 4
FONTE: Coleção Primeira/Verão Kiss Flower (2013)
97
ANEXO 5 FIGURA 62 – COM STYLIST 1
FONTE: Coleção Outono/inverno Kiss Flower (2014)
FIGURA 63 – COM STYLIST 2
FONTE: Coleção Primeira/Verão Kiss Flower (2014)
98
FIGURA 64 – COM STYLIST 3
FONTE: Coleção Outono/inverno Kiss Flower (2015)
FIGURA 65 – COM STYLIST 4
FONTE: Coleção Primeira/Verão Kiss Flower (2015)