Christiane Domanski - A integraçao entre a modelagem plana e tridimensional na malharia retilínea

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FACULDADE DE TECNOLOGIA SENAI CURITIBA CURSO SUPERIOR DE DESIGN DE MODA CHRISTIANE MICHELONI MARTINS DOMANSKI

A INTEGRAÇÃO ENTRE A MODELAGEM PLANA E MODELAGEM TRIMENSIONAL NA MALHARIA RETILÍNEA

CURITIBA JUL/2015


CHRISTIANE MICHELONI MARTINS DOMANSKI

A INTEGRAÇÃO ENTRE A MODELAGEM PLANA E MODELAGEM TRIMENSIONAL NA MALHARIA RETILÍNEA Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Design de Moda, 6º. Período do Curso Superior de Design de Moda da Faculdade de Tecnologia Senai Curitiba. Orientadora : Roseli Stencel


TERMO DE APROVAÇÃO

A INTEGRAÇÃO ENTRE A MODELAGEM PLANA E MODELAGEM TRIMENSIONAL NA MALHARIA RETILÍNEA

Este trabalho foi julgado e aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de Design de Moda do curso do Superior de Design de Moda da Faculdade de Tecnologia Senai Curitiba.

____________________________ Edson Korner Coordenador do Curso

Orientador(a): Profª. Roseli Stencel Banca:

Profº/ª__________________ Profº/ª__________________

Curitiba,_____de julho de 2015.


Dedico esse estudo ao meu marido Marcelo e meus filhos Henrique e Luciano com imenso carinho e por toda dedicação.


“Modelar é a gramática do design de moda. Sem o domínio da modelagem o traçado se torna em vão, o desenho de moda, um rabisco. A modelagem é como a estrutura de uma edificação. Resguarda em suas linhas o espaço e o conforto para o corpo que nele habitará. É a inteligência do desenhar, a sabedoria do fazer.” (NAKAO, 2009, apud SABRÁ 2009).


RESUMO Este estudo pretende contribuir para suprir a lacuna de experimentações que utilizem a combinação da modelagem plana e tridimensional na indústria de malharia retilínea. Atualmente observa-se que a modelagem plana é a mais utilizada no Brasil, bem como em outros países como Itália, França e Espanha. Já a modelagem tridimensional merece ganhar maior espaço e aplicação, pois apresenta algumas vantagens em relação à modelagem plana. Em contra partida a malha tricô se molda e acompanha de modo especial as formas corporais e há de se considerar as infinitas possibilidades que ela permite explorar. Através da combinação das técnicas de modelagem e, em especial a utilização da tridimensional como ferramenta complementar para a liberação da criatividade, é possível explorar novas possibilidades para se alcançar um produto final diferenciado de malharia retilínea. Assim como também pode proporcionar uma significativa melhora na comunicação entre os setores de criação, modelagem, produção, com economia para a indústria têxtil. A pesquisa foi feita em duas etapas: análise bibliográfica e experimentações práticas com a confecção de vestidos para verificação da viabilidade e da contribuição de cada uma das técnicas na indústria. Para a análise dos resultados e comparação entre as técnicas de modelagem foram definidos três indicadores: tempo, vestibilidade e retrabalho. A combinação dos dois métodos foi a que proporcionou os melhores resultados em termos de tempo, retrabalho e qualidade do produto final.

Palavras-chave: modelagem plana; modelagem tridimensional; malharia retilínea.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1 – JEAN PATOU .................................................................................. 20 FIGURA 2 – ELSA SCHIAPARELLI ..................................................................... 21 FIGURA 3 – SONIA RYKIEL ................................................................................. 21 FIGURA 4 – MISSONI ........................................................................................... 22 FIGURA 5 – SANDRA BACKLUND ...................................................................... 22 FIGURA 6 – MALHA POR TRAMA ....................................................................... 24 FIGURA 7 – MALHA POR URDUME .................................................................... 25 FIGURA 8 - CURSOS E COLUNAS .................................................................... 26 FIGURA 9 – ESTRUTURA DA MALHA JERSEY ................................................ 27 FIGURA 10 – ESTRUTURA DA MALHA RIB 1X1 ................................................ 27 FIGURA 11 – ESTRUTURA DA MALHA1X1 PONTO ESQUERDO ..................... 29 FIGURA 12 – CROQUI VESTIDO CACHE-COUER ............................................. 31 FIGURA 13 – CROQUI VESTIDO DRAPEADO ................................................... 32 FIGURA 14 - MODELO CACHÊ-COUER DESCARTADO MODELAGEM PLANA ............................................................... 34 FIGURA 15 - MODELO EM FASE DE CONFECÇÃO MODELAGEM PLANA ......................................................................................... 35 FIGURA 16 - MODELOFASE DE CONFECÇÃO MODELAGEM TRIDIMENSIONAL ....................................................................... 36 FIGURA 17 - VESTIDO FINALIZADO NA MODELAGEM PLANA ........................ 39 FIGURA 18 - VESTIDO FINALIZADO NA MODELAGEM TRIDIMENSIONAL ........................................................................ 39 FIGURA 19 - VESTIDO FINALIZADO NA COMBINAÇÃO DAS MODELAGENS PLANA E TRIDIMENSIONAL ............................................ 40


SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 10 2 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................ 11 2.1 MODELAGEM ................................................................................................ 11 2.1.1 História da modelagem ................................................................................ 11 2.1.2 Tipos de modelagem .................................................................................... 14 2.1.3 Modelagem Plana ...................................................................................... 15 2.1.4 Modelagem Tridimensional .......................................................................... 16 2.2 MALHARIA RETILÍNEA .................................................................................. 18 2.2.1 Histórico e Evolução .................................................................................... 18 2.2.2 Avanços Tecnológicos................................................................................. 22 2.2.3 Estrutura das Malhas.................................................................................... 23 2.2.4 Formas de Construção ................................................................................ 25 2.2.4.1 As laçadas ................................................................................................. 25 2.2.5 Estruturas Fundamentais ............................................................................ 26 2.2.5.1 Malha Jersey ............................................................................................ 26 2.2.5.2 Malha Rib 1X1 .......................................................................................... 27 2.2.5.3 Malha 1X1 ponto esquerdo ..................................................................... 28 3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................... 30 4 ANÁLISE E RESULTADOS .............................................................................. 33 4.1 ANÁLISE DE DADOS ..................................................................................... 33 4.1.1 Modelagem Plana ....................................................................................... 33 4.1.2 Modelagem Tridimensional ......................................................................... 35 4.1.3 Combinação das Modelagens Plana e Tridimensional ................................ 37 4.2 COMPARAÇÃO ENTRE AS DUAS TÉCNICAS DE MODELAGEM PLANA E TRIDIMENSIONAL. ............................................................................... 37 4.3 RESULTADOS .............................................................................................. 38 4.4 VANTAGENS E VIABILIDADE DO PRODUTO .............................................. 40 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 41


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INTRODUÇÃO

O

presente

trabalho

se

justifica

pela

necessidade

de

estudos

e

experimentações que utilizem a combinação da modelagem plana e tridimensional devido à carência de bibliografia específica na área e as características físicas dos tecidos de malharia retilínea. Pretende-se que este estudo possa de alguma forma contribuir como um facilitador no processo industrial e no trabalho dos modelistas. A malha tricô se molda e acompanha de modo especial as formas corporais, ou seja, com a naturalidade de uma segunda pele. Aliado a isso, há de se considerar as infinitas possibilidades que ela permite explorar. Temos como exemplo o twinset, o cardigan, o suéter, peças básicas e fundamentais no guarda roupa da mulher e do homem contemporâneos. É necessário, contudo, buscar formas que propiciem conforto e caimento perfeito. Através da combinação das técnicas de modelagem e, em especial a utilização da tridimensional como ferramenta complementar para a liberação da criatividade, é possível explorar novas possibilidades para se alcançar um produto final diferenciado de malharia retilínea. Assim como também pode proporcionar uma significativa melhora da produção e economia na indústria têxtil. A visualização do produto ainda na fase da modelagem, antes da montagem do protótipo, mostra o caimento, o volume e as formas, o que permite eventuais ajustes. Assim, este estudo pretende responder a seguinte pergunta: qual é a vantagem da combinação da modelagem plana com a tridimensional na indústria de malharia retilínea? Para responder a essa indagação foi necessário: - Apresentar conceitos de modelagem, malharia retilínea, estrutura e forma de construção das malhas, criadores e novas tecnologias. - Aplicar, por meio de experimentação, técnicas de modelagem plana e tridimensional no desenvolvimento de produtos de malharia retilínea.


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- Comparar a aplicação das técnicas de modelagem e pontuar vantagens e desvantagens de cada uma no que se refere com o rendimento de material, retrabalho e tempo gasto na fabricação do produto. O trabalho se desenvolveu a partir de pesquisa bibliográfica em livros, artigos, periódicos e materiais disponibilizados na internet. Além disso, realizaramse experimentações com a combinação das duas técnicas de modelagem na criação de peças a serem produzidas em malharia retilínea. A peça escolhida para as experimentações foi um vestido em malharia retilínea. Essa atividade foi dividida em três etapas: (a) inicialmente foi feita em modelagem plana; (b) depois em modelagem tridimensional: e (c) por último a combinação das modelagens plana e tridimensional. Posteriormente os vestidos foram confeccionados. Pretendeu-se com isso verificar as vantagens e desvantagens da utilização de cada tipo de modelagem, com a análise do rendimento do material, o tempo gasto para a execução e a viabilidade da utilização da modelagem tridimensional na indústria de malharia retilínea.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 MODELAGEM

2.1.1 História da modelagem

A história da humanidade está atrelada à história do vestuário, aos hábitos e costumes do seu povo. Caracterizada como moda para a maioria dos historiadores, a partir do século XV a história do vestuário demonstra o desenvolvimento social, econômico e cultural das civilizações. (BEDUSCHI, 2013) Desse modo, não se pode falar em moda até a Idade Média mas somente em história do vestuário, pois como descreve Lipovetsky (2009, p. 24). só a partir do final da Idade Média é possível reconhecer a ordem própria da moda, a moda como sistema, com suas metamorfoses incessantes, seus movimentos bruscos, suas extravagâncias. A renovação das formas se torna um valor mundano, a fantasia exibe seus artifícios e seus exageros na alta sociedade, a inconstância em matéria de formas e ornamentações já não é exceção, mas regra permanente: a moda nasceu.


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Na antiguidade os egípcios, hebreus, assírios, babilônios, persas, cretenses, romanos e bizantinos quase não faziam diferenciações entre os sexos por meio do vestuário. Assim as vestes drapeadas, feitas a partir de “pequenos retângulos de pano em volta da cintura (...) e mais tarde, um quadrado de pano enrolado nos ombros e atado por broches” (LAVER, 2005, p.14), foram a marca dessas civilizações. Nesse período, de acordo com o autor supracitado, as estruturas do que seriam as modelagens para o vestuário correspondiam a bases retangulares com poucas alterações geométricas. As maiores diferenciações, assim como em outros povos, se davam pela utilização de tecidos nobres pelas classes mais altas. “Somente na segunda metade do século XIV as roupas tanto masculinas quanto femininas adquiriram novas formas e surgiu algo que já podemos chamar de moda” (LAVER, 2005, p.62). Nesse século apareceu um novo vestuário, agora diferenciado segundo os sexos, além das classes sociais, em substituição às famosas túnicas. Em meados do século XV ocorreram grandes avanços na modelagem das peças do vestuário e que ainda representa a base de todos os processos tecnológicos de modelagem da atualidade. (SOARES, 2009, p.3) Nesse contexto, com as ferramentas que facilitavam o estudo geométrico do corpo, iniciou-se uma busca por certa padronização a fim de trazer melhoria, rapidez e qualidade para as técnicas de alfaiataria. Naquele momento Juan de Alcega cria o primeiro manual de técnicas de alfaiataria, que versa sobre geometria e sua prática no traçado de padrões de modelagem, especialmente no “Livro de Geometria y Traça” datado de 1580. Com essa obra Acelga disponibilizou ao público, sua maioria profissionais ou aprendizes, as proporções utilizadas para a elaboração de diagramas de modelagem e confecção dos produtos. (BEDUSCHI, 2013) O desenvolvimento de uma moda burguesa e o aparecimento das primeiras peças prontas para vestir, mais simples, como calças e camisas já no século XVII, causou ampla oposição dos alfaiates. (LIPOVESTY, 2009) Com a evolução do vestuário e, consequentemente, do processo de modelagem, as roupas foram adquirindo as formas do corpo mediante a criação das pences, aliada aos avanços tecnológicos dos têxteis (fibras, fios, tecidos planos e de malha, acabamentos), que, somados às diversas técnicas de modelagem, ao estudo específico das pences, drapeados e


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recortes, possibilitaram maior ajustamento dos tecidos ao corpo, em especial os tecidos planos, facilitando os seus movimentos. (MARTINS; FONTENELLE, 2006, p.2)

A partir do desenvolvimento das técnicas de modelagem e da necessidade de fabricar uniformes militares, no século XVIII inicia-se o estabelecimento de medidas para a confecção de vestuário. Ainda que de modo incipiente, essa medida é de grande relevância para o posterior processo industrial de confecção (SOUZA, 2006). Para Soares (2009) depois da invenção da máquina de costura, houve duas outras

grandes

invenções

de

Aléxis

Lavigne

que

contribuíram

para

o

desenvolvimento técnico da modelagem: a fita métrica (1847) e o busto manequim de modelagem (1849), que ainda correspondem a ferramentas indispensáveis para as técnicas de modelagem plana manual e tridimensional. Com o desenvolvimento das técnicas e ferramentas para a confecção, Kidwell (1979 apud BEDUSCHI, 2013), conduz o seu raciocínio sobre os métodos de corte e modelagem baseado em proporções do corpo humano. O desenvolvimento da fita métrica em meados do século XIX, com a aplicação de um sistema de medição com a utilização de polegadas ou centímetros, permitiu a padronização atingida atualmente. Vale lembrar que essa ferramenta derivou da tira de papel que os alfaiates utilizavam para marcar as medidas de cada cliente, que eram relativas à largura, altura e diâmetro das partes do corpo. A comparação permitida pela fita métrica possibilitou o uso de unidades fixas de medidas e a posterior padronização da modelagem. “As reproduções eram mais rápidas e eram feitas sem distinção, tornando-se mais complexas. Com peças de modelo masculino similar, foi possível estudar as comparações das medidas com base no tórax”. (GRAVE, 2007, p.33) As duas guerras mundiais exerceram grande influência no vestuário. Os problemas sociopolíticos e econômicos delas decorrentes ocasionaram mudanças de hábitos, em particular quando as mulheres assumiram tarefas antes consideradas masculinas. Assim, tanto a necessidade de praticidade como de economia no dia a dia alteraram a forma de se vestir. O vestuário foi adaptado à nova condição com o surgimento do ready-to-wear ou prêt-a-porter, em português pronto para vestir. (GRAVE, 2007).


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2.1.2 Tipos de modelagem

Baseado em autores da área sabe-se que existem dois principais tipos de modelagem: a) sob medida: em que as peças são modeladas com as medidas e necessidades específicas de cada cliente, sendo utilizada por alfaiates e costureiras; b) industrial: com a confecção e graduação de moldes para produção em série na indústria de confecção. Ela é dividida em modelagem plana, plana gráfica – CAD/CAM e tridimensional – moulage.

A modelagem é uma etapa essencial no desenvolvimento do vestuário, pois é quando as ideias começam a ser colocadas em prática. É um setor complexo e importante de uma indústria de malharia e confecção. Ela consiste na concretização das ideias do estilista para desenvolver o molde do protótipo. A partir da sua aprovação será elaborada a graduação do modelo. Para Treptow (2007, p. 154), “a modelagem está para o design de moda, assim como a engenharia está para a arquitetura”. Para executar a modelagem de peças do vestuário, os principais valores de referência são as formas, as medidas e os movimentos do corpo humano. Essas medidas são geralmente adaptadas pelas empresas com base nas medidas médias de seu público-alvo. Com a evolução tecnológica e sociocultural e com a produção em série, a antropometria é utilizada no estudo das proporções do corpo, que precisa ser coberto ao mesmo tempo em que necessita de conforto e liberdade de movimentos. Estudos mais aprofundados das medidas antropométricas vêm sendo desenvolvidos através da tecnologia de escaneamento do corpo humano, com vantagens para vários setores, que vão do vestuário ao setor de cuidados com a saúde e segurança. Além da antropometria, a ergonomia é outro fator muito importante a ser considerado na modelagem, pois estuda o homem e suas características físicas, fisiológicas, influência de sexo, idade, além de características psicológicas e sociais. Na indústria do vestuário a ergonomia assegura ao usuário as características do produto, como conforto, funcionalidade, segurança e usabilidade. (BORBAS; BRUSCAGIM 2007) Segundo Grave (2010, p.49), a modelagem possui função participativa nos


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movimentos articulares do corpo e “o cuidado com o cálculo determina a construção da peça, pois ela trabalhará simultaneamente com o corpo”. Ela pode ser feita de duas maneiras: a) bidimensionalmente (2D – duas dimensões com base na relação entre altura e largura), também conhecida como modelagem plana; ou b) tridimensionalmente (3D – três dimensões com base entre altura, largura e profundidade), sendo conhecida como moulage, termo do francês que significa moldar, ou como draping, termo do inglês que significa drapear. (SABRÁ, 2009) A empresa de confecção tem à disposição equipamentos com softwares específicos para o desenvolvimento de modelagem. Esses equipamentos aceleram o processo de desenvolvimento nas fases mais demoradas como a graduação, encaixe e corte de produtos. O profissional de modelagem da atualidade deve ter conhecimentos de ergonomia com vistas a criar roupas que proporcionem conforto ao cliente, precisa ainda ter o domínio de conteúdos teóricos de geometria, antropometria e história da moda. Da antropometria para poder encaixar os recortes e criar novas modelagens que respeitem as proporções do corpo, sem tê-lo como um empecilho à criação. Deve ainda adaptar a modelagem de modo a conciliar os interesses das equipes de criação, modelagem e produção dentro das empresas. (BEDUSCHI, ITALIANO, 2013)

2.1.3 Modelagem Plana

A modelagem plana é uma técnica de construção utilizada para transformar uma forma de desenho plano (considera-se largura e altura) em uma peça tridimensional. As partes que compõem a modelagem são chamadas de moldes e constituem-se planos, que uma vez articulados (unidos/costurados) configuram e conferem estruturas as vestimentas. Recorre-se a elementos como pences para criar os volumes necessários para acomodar saliências e reentrâncias da morfologia do corpo/usuário. (SOUZA, 2006) A partir de uma tabela de medidas, são traçados pontos, linhas, retas e curvas que dão origem aos moldes básicos. Os moldes base servem de matriz para a interpretação das modelagens. Quando o modelista interpreta uma peça, ele


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analisa a vestibilidade do modelo, as localizações das costuras, a abertura da roupa, o seu caimento e faz as alterações necessárias para lhe conferir volume e ajusta o seu comprimento. Muitas vezes é necessário recortar, colar e redesenhar a modelagem para se obter um determinado resultado. A modelagem pode ser executada manualmente ou no computador com a utilização de softwares próprios (CAD/CAM). Também pode ser combinada com a técnica da moulage, com resultados mais eficientes e padronizada para a aprovação de uma peça industrial. (SABRÁ, 2009) A modelagem plana é a técnica mais utilizada no Brasil, assim como em outros países como Itália, França e Espanha. Os primeiros métodos ensinados em cursos de Corte e Costura e/ou Modelagem foram de modelagem plana, que passou por uma grande evolução dos anos 50 até os dias atuais. No início o aprendizado da modelagem plana era apenas a simples reprodução de diagramas sem a permissão de interferências no processo até o entendimento de cada etapa. Há pouco tempo foram permitidas alterações e interferências para que o modelista possa desenvolver a sua própria forma de moldá-los.

2.1.4 Modelagem Tridimensional

A modelagem tridimensional ou moulage é um fenômeno típico da história da roupa

ocidental.

As

elegantes

vestes

da

antiguidade,

modeladas

tridimensionalmente podem ser consideradas como suas primeiras antecessoras. As roupas nas culturas altamente desenvolvidas da Grécia antiga (600 a.C – 100 a.C) e do império Romano (275 a.C – 330 d.C) eram peças de tecidos preferencialmente retangulares de diferentes tamanhos, dependendo do uso e das medidas de quem as fosse vestir. Os pedaços de tecidos eram modelados, dobrados e enrolados de diversas maneiras e seguindo algumas regras. O quiton, por exemplo, era uma peça de roupa retangular costurada de um lado, de modo a criar um tubo espaçoso unido sobre os ombros com broches. Também eram utilizados cintos ao redor da cintura, criando um efeito característico de uma blusa. (DUBURG, 2012) As décadas de 1770 e 1780 foram conhecidas pela explosão do rococó. Rose Bertin se destacou com seus trabalhos em moda com uma enorme reputação em


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toda a Europa. Naquele tempo ela se dizia “modista” e desenvolvia seus modelos em “bonecas” com tecidos nobres, especialmente gazes de lã, crepe, cetim e organdi. Era a “modista” preferida da rainha Maria Antonieta (BRAGA, 2009). Durante o auge da alta costura até 1950, a moulage foi utilizada praticamente em todos os ateliês dos grandes mestres. Peças de roupas enroladas e drapeadas diretamente sobre o corpo são usadas ainda hoje em algumas culturas não ocidentais, como o sari indiano e o sarongue indonésio. (DUBURG, 2012) A modelagem tridimensional é uma técnica executada por meio da manipulação do tecido sobre o manequim. Essa técnica representa uma forma rápida e prática de se obter resultados positivos no caimento de peças do vestuário. Segundo Sabrá (2009, p. 95) “pode-se trabalhar com qualquer tipo de matéria prima, desde tecidos planos ou tecidos com elasticidade, até os materiais alternativos como papel de seda e os não tecidos”, que são materiais desenvolvidos através de processos químicos e físicos que não envolvem a tecelagem. Sua aplicação é viável tanto para a indústria de confecção de produtos de vestuário de massa como para a alta costura. Sabrá (2009, p. 96) destaca ainda que: Esta técnica é particularmente interessante para as confecções que trabalham com tecidos elásticos, pois o trabalho de redução necessário ao material pode ser executado sobre o manequim, o que permite obedecer com maior precisão aos contornos do corpo, em especial áreas difíceis de modelar, como o bojo de tops e sutiãs.

O manequim tem um papel importante no processo de modelagem da forma. Bases de modelagens, padronagens e peças de malha podem ser conferidas e ajustadas. As bases também podem ser moldadas direto no manequim, sem o uso de moldes de papel, com um resultado visual mais rápido. Conforme Sissons (2012, p. 114) “os melhores resultados são conseguidos por meio da combinação de moldes planos com a moulage no manequim, pelo que é bem importante conhecer e compreender ambos”. A moulage pode ser utilizada para vários fins: para elaboração de bases de modelagem; interpretação e viabilização de modelos já concebidos, em especial os mais complexos; como auxilio da modelagem plana no desenvolvimento de modelos mais elaborados ou ainda como instrumento de criação. (SOUZA, 2006)


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A complementaridade de ambos os métodos estabelece um caminho de mão dupla capaz de estimular a criação de produtos diferenciados. Geralmente a combinação das modelagens plana e tridimensional permite que um método retifique e confirme o outro, ou seja, os métodos se complementam. (MARIANO, 2013). Na construção de um modelo do vestuário com a técnica moulage, as características físicas de peso e espessura ganham volumes e caimentos diversos quando sobrepostos ao corpo. Esse aspecto exige a escolha adequada do tecido, conforme o efeito que se pretende obter, dado que o mesmo se comporta de maneiras diferentes, de acordo com a tensão e inclinação com que são manipulados sobre o corpo, produzindo efeitos muitas vezes inesperados. Surgem assim formas e contornos que não seriam possíveis de atingir, caso não houvesse o contato direto e experimental entre o tecido e o manequim. (SILVEIRA, CLASEN, 2014) A partir da experimentação, a criatividade do profissional de moda fica livre para o desenvolvimento de formas, estruturas e caimentos diferenciados nas mais diversas peças de vestuário. Isso favorece também o processo industrial e o trabalho dos modelistas, que poderão visualizar em concreto como o modelo criado no desenho se apresenta em relação à figura humana, para então concluírem se ficou de acordo com o que fora planejado pelo setor de criação. (SILVEIRA, CLASEN, 2014) Na indústria do vestuário a moulage é utilizada para desenvolver e experimentar novas ideias e formas, especialmente quando utilizada como auxilio à modelagem plana manual ou automatizada no desenvolvimento de modelos mais elaborados. Colabora assim com o desenvolvimento dos modelos que vão entrar em produção, facilitando a obtenção de uma melhor qualidade, com maior produtividade e mais agilidade com a redução de modificações e ajustes.

2.2 MALHARIA RETILÍNEA

2.2.1 Histórico e Evolução

A lã nos protege desde os primórdios da humanidade e há indícios de que as pessoas já teciam em 1000 a.C. usando apenas os dedos. Técnicas usando o tear de pregos circular, similar à bobina francesa, provavelmente também eram praticados ao lado da tecelagem à mão com pregos. (SISSONS, 2012)


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Em 1589 o reverendo inglês William Lee1 inventou o tear de malhas por trama o que acabou por revolucionar o comércio de malharia. Inicialmente não obteve sucesso, pois a rainha Elizabeth se recusou a patentear porque tinha medo que prejudicasse a indústria de malha feita à mão. Os ingleses continuaram desinteressados e o reverendo levou o seu tear para França onde finalmente fez sucesso e, ao final do século XVII, seu uso já estava difundido por toda a Europa. A máquina foi gradativamente sendo aperfeiçoada no século XVIII e a ideia de tecer aberturas trouxe novas possibilidades para o design. No final do século XIX a indústria de malharia já era imensa; as inovações tecnológicas abriram caminhos para o tear plano. (SISSONS, 2012) A malharia retilínea é um aliado incondicional da moda contemporânea, pelo seu conforto, dado que se amolda de maneira especial e acompanha as formas corporais com naturalidade, como se fosse uma segunda pele. Essas características fazem do tricô a estrela da moda nos séculos XX e XXI. (LAFUENTE, 2013) O costume de práticas esportivas ao ar livre pelas classes sociais mais abastadas do início do século XX originou um novo “vocabulário” de moda, em que o luxo e o conforto estão de mãos dadas. Grandes criadores da época como Jean Patou2 (Figura

1), Jeanne

Lanvin3,

Madeleine Vionnet4 e posteriormente

Schiaparelli5 (Figura 2), criaram suas marcas e desenvolveram inúmeras roupas

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Informação coletada em Sissons (2012). Estilista francês que em 1912 criou a “Maison Parry” um ateliê de costura. Seu trabalho foi interrompido pela primeira guerra mundial, quando em 1919 reabriu a sua casa de costura tornandose conhecido pela criação de roupas esportivas para mulheres. É considerado o inventor da roupa de banho em tricô para mulheres. Foi um dos primeiros a popularizar o cardigan. Faleceu prematuramente em 1936. (LAFUENTE, 2013) 3 Lanvin fez sucesso com as roupas criadas para sua filha Marie-Blanche de Polignac, que chamaram a atenção de um número crescente e considerável de pessoas ricas que as solicitaram cópias das mesmas para as suas próprias crianças. Logo Lanvin estava a criar modelos para as mães. Foi uma das mais influentes designers dos anos 20 e 30. Faleceu em 1946, mas o seu legado persiste até hoje. 4 Considerada uma das maiores estilistas da alta costura francesa e que mais influenciou a moda do século XX. A Maison de alta costura Vionnet, cujas roupas eram famosas por acentuar as formas femininas, foi fundada em Paris em 1912 e em Nova York em 1924. Faleceu em 1975. 5 Designer italiana era considerada uma das mais proeminentes estilistas do período das duas grandes guerras mundiais. Especialmente no tricô, suas criações eram surrealistas, graças à influência de Salvador Dali e Alberto Giacometti. Lançou em 1927 uma nova coleção de roupas de tricot usando uma camada dupla de malha (laçada dupla) criada por refugiados armênios criando sweaters com imagens surrealistas. (LAFUENTE, 2013) 2


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idealizadas para a prática de esportes. No início dos anos trinta, Schiaparelli desenha suéteres com efeitos de trompe l'oeil6. Gabrielle Chanel7 foi também muito provavelmente uma das primeiras estilistas que usaram o tricô a exemplo de seus vestidos icônicos e trajes de duas peças produzidos nos anos vinte, todos nesse gênero. A partir do trompe l'oeil de Elsa Schiaparelli, no início do século XX até a década de setenta, com os gráficos de Sonia Rykiel 8 (Figura 3), o zig-zag da Missoni9 (Figura 4) revolucionaram o tradicional gênero de malharia e elevam seu status para o nível de criação artística, até chegar às esculturas artesanais de Sandra Backlund10 (Figura 5) em 2000. O homem testemunhou a evolução da malharia - nas formas, técnicas, volumes, estruturas e materiais - tão ricos e inovadores em idéias. FIGURA 1 – JEAN PATOU

FONTE: Lafuente (2013, p.13) 6

Trompe-l'oeil é uma técnica artística que, com truques de perspectiva, cria uma ilusão óptica que mostra objetos ou formas que não existem realmente. Provém de uma expressão em língua francesa que significa engana o olho e é usada principalmente em pintura ou arquitetura. (LAFUENTE, 2013) 7 Estilista francesa fundadora da marca Chanel. 8 Estilista francesa nascida em 1930 em Paris, provou que a malha tricô pode seguir qualquer tendência de moda e suas criações são uma referência imprescindível na área do gênero tricô. Seu estilo é reconhecido pelas listras multicoloridas intercaladas com preto, costura visível e eliminação da bainha. (LAFUENTE, 2013) 9 Ottavio Missoni nasceu em Regusa antiga Iugoslávia em 1921. Fundou com a sua mulher a firma Missoni em 1953, especialista no gênero tricô, cujas criações revolucionaram a moda e a elevaram ao status de criação artísitica. (LAFUENTE, 2013) 10 Sandra Backlund é uma designer de moda suéca, formada em 2004 pela Faculdade de Design de Estocolmo. Em 2007 foi vencedora do Festival Internacional de Hyéres. Em seu trabalho usa o tricô e a lâ como técnica e matéria prima quase exclusivas. Desenvolveu a técnica de colagem de tricô. Seu trabalho é um híbrido entre moda, escultura e artesanato. (LAFUENTE, 2013)


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FIGURA 2 – ELSA SCHIAPARELLI

FONTE: Lafuente (2013, p.12).

FIGURA 3 – SONIA RYKIEL

FONTE: Lafuente (2013, p.17).


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FIGURA 4 – MISSONI

FONTE: Lafuente (2013, p.16).

FIGURA 5 – SANDRA BACKLUND

FONTE: Lafuente (2013, p.22).

2.2.2 Avanços Tecnológicos

Atualmente há máquinas de malharia circulares e retilíneas, cada uma delas com recursos, limitações e características tecnológicas próprias. Para chegar a esse


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nível, a forma de produzir o tricô passou por várias modificações ao longo de sua evolução. “Não se sabe ao certo a origem do processo de tricotagem. Supõe-se que os primeiros utensílios usados para formar laçadas tenham sido agulhas de crochet e agulhas de tricotar, características de processos puramente manuais” (ARAÚJO, 1984, p.415). Os avanços tecnológicos na fabricação, especialmente em conjunto com tratamentos e tecnologias de fiação contemporânea, fizeram renascer a indústria da malharia, tanto que ela pode ser encontrada em todos os níveis de mercado de moda. Muitos designers estão revendo as técnicas tradicionais para nelas se inspirarem e mesclarem com as ideias contemporâneas. Há uma releitura da moda, com interação natural entre arte, design e tecnologias. As máquinas de malharia percorreram um longo caminho desde 1589 com o tear de pedal de William Lee. Das máquinas domésticas versáteis e ideais para iniciantes até chegar às industriais eletrônicas, que são programadas por computador e podem tecer diferentes gramaturas de fios sem a necessidade de mudar o tamanho da agulha. As mais recentes produzem peças completas e sem costura com apenas um fio, o corpo e mangas são tecidos ao mesmo tempo, enquanto as ribanas, punhos e bainhas podem ser tecidas no início, decotes no final, eliminando custos de mão de obra para acabamento com economia de fio. Atualmente os dois principais modelos que oferecem esse sistema de vestuário completo são Shima Seiki do Japão e Stoll da Alemanha. (SISSONS, 2012)

2.2.3 ESTRUTURA DAS MALHAS

Há alguns anos quando se falava em tricô logo se imaginavam peças de lã produzidas de forma artesanal e manual, em geral com duas agulhas. Com a evolução tecnológica da indústria têxtil, a produção dos artigos de tricô modificou-se, evoluiu da produção artesanal para a produção industrial, inicialmente com máquinas de tecer manuais que foram modernizadas e passaram a ser motorizadas e computadorizadas. Trata-se, portanto, de uma técnica de entrelaçar o fio de forma organizada e obter um tecido de malha que por suas características de textura e elasticidade denomina-se tricô. (FRINGS, 2012)


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Os tecidos de malha são feitos a partir de um fio continuo, ou de uma combinação de fios dispostos em fileiras sucessivas de laços puxados através de uma outra série de laços para compor o tecido. A elasticidade do produto final depende da construção da fibra e do fio e sua composição, da densidade e do tipo da malha e do uso dos fios de elastano, por exemplo. A combinação de diferentes padrões de pontos com diferentes formas de confecção da malha e as diversas características técnicas dos fios produz uma variedade imensa de tecidos de malha, desde os mais volumosos aos mais finos. Uma máquina de malharia moderna pode fazer um milhão de laços por minuto. Conforme Neves (2000) existem duas grandes famílias de malhas: a) malhas de trama; b) malhas de teia (urdidura). Na malharia de trama (Figura 6) os laços estão dispostos horizontalmente em toda a largura do tecido e podem ser produzidos em máquina retilínea ou circular. A diferença é que na máquina circular pode produzir malhas simples ou duplas enquanto na retilínea todos os pontos em um determinado curso ou carreira são feitos com um fio único. (FRINGS, 2012) FIGURA 6 – MALHA POR TRAMA REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO ASPECTO DO TECIDO ACABADO

FONTE: Araújo ; Castro (1984, p. 415)

Enquanto na malharia por urdume (Figura 7) são usados vários fios, os laços se dispõem verticalmente e em zigue-zague entre si para formar o tecido. Cada ponto em uma carreira é composto por um fio diferente que é colocado na máquina por uma bobina de fios enrolados em um tear. Padrões e ornamentos podem ser


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tecidos por diferentes arranjos de agulhas. A malharia italiana Missoni se destaca por suas lindas malhas em urdidura. (FRINGS, 2012) FIGURA 7 – MALHA POR URDUME REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO ASPECTO DO TECIDO ACABADO

FONTE: Araújo; Castro (1984, p.415)

2.2.4 FORMAS DE CONSTRUÇÃO 2.2.4.1 As Laçadas Malhas são “tecidos” produzidos com base em métodos de formação de laçadas (ARAÚJO; CASTRO, 1984). A laçada ou ponto é o elemento fundamental de um “tecido” de malha. É através dela que formamos diversas estruturas. Há três tipos fundamentais de laçadas: a) normal; b) carregada; c) flutuante; As estruturas das malhas resultam da combinação destes três tipos de laçadas. (NEVES 2000) Na terminologia de malharia, a linha horizontal de laçadas em um tecido de malha é chamada de cursos ou fileiras e a linha vertical de laçadas é chamada de colunas (Figura 8). O desenvolvimento de cursos e colunas, através de laçadas, dá origem ao “tecido” de malha.


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FIGURA 8 - CURSOS E COLUNAS

Cursos

Colunas

FONTE Araújo; Castro (1984, p.415)

2.2.5 ESTRUTURAS FUNDAMENTAIS

Através da combinação das laçadas normais, carregadas e flutuantes, obtémse a formação de algumas estruturas fundamentais. Pode-se citar, por exemplo, (a) a malha jersey, também chamada de meia malha; (b) a malha rib 1X1 também chamada de canelada; (c) a malha 1X1 ponto esquerdo, também chamada de ponto reverso ou links, que podem ser completadas e enriquecidas pela utilização de técnicas especiais de fabricação.(ARAÚJO; CASTRO, 1984)

2.2.5.1 Malha jersey

Segundo Araújo e Castro (1984), a malha Jersey (Figura 9) é formada pela repetição da laçada normal na direção das colunas e na direção das fileiras. Essa estrutura é produzida por apenas um sistema de agulhas ou conjunto de agulhas (mono frontura). Contudo, pode-se tecê-la em máquinas de dupla frontura onde naturalmente o tecimento se verificará em apenas uma delas. A principal característica da malha jersey é a diferença entre o lado direito e o lado avesso, ou seja, a face da frente é sempre diferente da face de trás. Dessa forma, devido à diferença de tensões entre as duas faces, as bordas do “tecido” enrolam.


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FIGURA 9 – ESTRUTURA DA MALHA JERSEY A: LAÇADA NORMAL; B: COLUNA LADO DIREITO

FONTE: Araújo; Castro (1984, p.484)

2.2.5.2 Malha rib 1X1

Os tecidos rib são formados pelo entrelaçamento dos fios (laçada normal) no sentido das colunas. Nas colunas ímpares a laçada normal encontra-se virada para frente e nas colunas pares para trás, ou seja, os pontos se encontram entrelaçados em direções opostas. A estrutura rib mais comum é a estrutura rib 1X1 (Figura 10). O primeiro número significa o numero de colunas formadas na face da frente e o segundo número significa o número de colunas formadas na face de trás. Existem outros ribs importantes: o rib 3X1, 4X1, 5X1, 2X2 ou rib suíço, 6X3 ou rib de Derby, 10X2, etc. FIGURA 10 – ESTRUTURA DA MALHA RIB 1X1. B: COLUNA LADO DIREITO; D: COLUNA DO LADO AVESSO

FONTE: Araújo; Castro (1984, p.484)


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Ao contrário da malha jersey, a malha rib só pode ser tecida em máquinas com 2 sistemas de agulhas ou conjunto de agulhas (dupla frontura). Assim, as estruturas rib possuem a mesma aparência tanto do lado direito quanto do lado avesso. “As estruturas rib possuem considerável elasticidade, sobretudo na direção das fileiras, o que as torna importantes na produção de artigos de vestuário chegado ao corpo, punhos, golas, tiras para cinta, entre outros.” (ARAÚJO; CASTRO, 1984 p.484).

2.2.5.3 Malha 1X1 ponto esquerdo Os “tecidos” ponto esquerdo são formados pelo entrelaçamento de laçadas (laçada normal) na direção das fileiras. Nas fileiras ímpares a laçada normal encontra-se virada para frente e nas fileiras pares para trás, ou seja, sua estrutura é produzida de forma semelhante à rib, porém suas laçadas se dão em direções opostas, no sentido da fileira e não no da coluna. A estrutura ponto esquerdo mais simples é a ponto esquerdo 1X1 (Figura 11), o primeiro número significa o número de fileiras consecutivas formadas na face da frente e o segundo, as formadas pela face de trás. As agulhas, de duas cabeças, são transferidas de uma bancada à outra por meio de mecanismos apropriados. Existem outros tipos de estrutura ponto esquerdo: o ponto esquerdo 2X2 e o 3X2. As malhas ponto esquerdo são tecidas em máquinas de fronturas opostas. Sua aparência, em ambos os lados, se assemelham ao lado avesso da malha Jersey. Uma de suas principais características é a de possuir considerável elasticidade, sobretudo, na direção das colunas, o que as torna de particular interesse para artigos de criança e bebê. Em teares de ponto esquerdo é possível reproduzir estruturas que combinam as propriedades elásticas do rib e do ponto esquerdo, ou seja, tanto na direção das colunas como na direção das fileiras.


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FIGURA 11 – ESTRUTURA DA MALHA1X1 PONTO ESQUERDO. C: FILEIRA DO LADO AVESSO; E: FILEIRA DO LADO DIREITO

FONTE: Araújo; Castro (1984,p.484)

De acordo com estudos de Costa e Silva o comportamento de queda de fio e o caimento do tecido são fatores que influenciam no resultado final da peça de vestuário. O estudo preliminar sobre as características e estrutura do tecido interfere na qualidade da modelagem e no caimento da peça, conforme a estrutura da malha com que se está a trabalhar. Há quatro fatores que definem a qualidade e o movimento de caimento dos tecidos, são eles: a) o ponto de sustentação que são linhas em queda livre geralmente localizado em pontos abaixo do busto; b) o ponto de tiro representado por linhas “tensas” no sentido transversal localizado na altura do quadril; c) o ponto de apoio é parecido com o de sustentação porém as linhas são interrompidas pelo chão; d) o fator inércia e ar que são linhas livres que se movem pela ação do vento.


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3 MATERIAIS E METÓDOS

Os seguintes materiais e equipamentos foram utilizados para viabilizar os estudos: manequim técnico como suporte de desenvolvimento das técnicas de modelagem;

algumas

peças

(panos)

em

malha/Jersey

utilizada

para

a

materialização dos vestidos; máquina de costura reta industrial (ponto fixo/classe 301), overloque (ponto cadeia/classe 514), máquina galoneira (ponto corrente/classe 406), máquina fotográfica, um microcomputador e uma impressora para registro das análises coletadas. A escolha dos fios para confecção dos vestidos levou em consideração o caimento, encolhimento, costurabilidade. A composição dos fios utilizados neste experimento foi de fios com 74% de viscose e 26% de poliamida. A estrutura da malha escolhida foi Jersey. Optou-se por essa malha como forma de valorizar o trabalho na moulage sem a interferência dos infinitos tipos de pontos e laçadas de malharia retilínea. O modelo escolhido inicialmente foi um vestido cache-couer (figura 12), o qual não apresentou os efeitos desejados para o estudo em questão, pois ficou muito simples, com baixo grau de complexidade. Em razão disso mudou-se para um modelo com drapeados (figura 13) localizados em locais estratégicos de maneira a valorizar o corpo da mulher e disfarçar alguns efeitos indesejados das peças em malha, como, por exemplo, os drapeados existentes na altura da cintura formando linhas orgânicas, que tem como objetivo disfarçar ou esconder alguma saliência ou reentrância.


31

FIGURA 12 – MODELO CACHÊ-COUER – DESCARTADO

FONTE: A autora.


32

FIGURA 13 – MODELO DRAPEADO – APROVADO

FONTE: A Autora.


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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Foram selecionados dados (indicadores) considerados os mais importantes para análise, comparação, compreensão e interpretação do tema estudado. Esses indicadores são: a) tempo: o tempo gasto para modelagem e confecção da peça; b) vestibilidade: Indicador de forma, caimento, volume e conforto; c) retrabalho: repetições ocasionadas por problemas de operação; d) consumo de matéria prima: o consumo de matéria prima para confecção de cada vestido.

4.1 ANÁLISE DE DADOS

4.1.1 Modelagem Plana

Na modelagem plana, cuja tabela de medida fornece a referência de tamanho, o processo é um pouco mais longo: é necessário que as medidas sejam transportadas para o papel, dando origem aos moldes planos. Esses moldes são interpretados e transferidos para o tecido que são então cortados e montados para finalmente gerar o produto a ser avaliado. Para se chegar a uma base de modelagem plana aprovada e com medidas confiáveis é necessário recortar, colar e redesenhar a modelagem para se obter um determinado resultado, ou seja, alterações e correções que exigem muita experiência por parte do modelista, pois o molde plano deve vestir um corpo tridimensional. As experimentações se iniciaram através da execução da modelagem plana por uma modelista industrial com experiência na área. A análise da tabela de medidas, o traçado do diagrama, a interpretação do modelo, corte e costura ocorreram sem intercorrências. No entanto, o indicador de vestibilidade só pôde ser observado no final do processo quando a peça foi vestida. Então se constatou que alguns ajustes teriam que ser realizados como a altura do decote, ombros e drapeado do quadril. Isso gerou um pequeno retrabalho na correção dos moldes, costura/acabamento e aprovação da peça piloto. (Apêndice 5).


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FIGURA

14

-

MODELO

CACHÊ-COUER

MODELAGEM PLANA

FONTE : A autora.

DESCARTADO


35

FIGURA 15 - MODELO EM FASE DE CONFECÇÃO MODELAGEM PLANA

FONTE : A autora.

4.1.2 Modelagem Tridimensional

Com relação à modelagem tridimensional observou-se que na prática o conhecimento da estrutura do corpo é uma condição essencial para a adequação dimensional do produto. Esse conhecimento permite a visualização de frente, de lado e de costas do produto, o que permite analisar e compreender linhas de movimento, articulações e a forma do corpo. Aplicando-se esses conhecimentos, realizaram-se as experimentações referentes à modelagem tridimensional. Observou-se que no modelo de vestido escolhido, na parte da frente com um grau médio de complexidade, aflorou a liberação da criatividade e possibilidade de novas formas e caimentos, gerando um vestido com algumas diferenças em relação ao que foi confeccionado na modelagem plana. Já na parte das costas e das mangas, por serem de baixa


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complexidade e sem detalhes, a modelagem tridimensional não se mostrou tão vantajosa. Foi constatado por meio dos resultados obtidos que o processo é dinâmico e envolve questionamentos e buscas constantes por novas soluções para viabilizar ou aprimorar a materialização do produto. O processo de avaliação contínua eliminou a incidência de retrabalho, observando-se, no máximo, a alteração de pequenos detalhes, como a mudança de posição de alguns drapeados. No entanto, essas mudanças não se encaixam como retrabalho, pois não exigem grandes alterações no produto acabado que, em geral, implicam mais consumo de material e tempo. A visualização do produto realizado na modelagem tridimensional permite a avaliação imediata dos indicadores de vestibilidade num intervalo de tempo curto, tendo em vista a multiplicidade de elementos envolvidos. (Apêndice 6) FIGURA 16 - FASE DE CONFECÇÃO MODELAGEM TRIDIMENSIONAL

FONTE: A autora.


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4.1.3 Combinação das Modelagens Plana e Tridimensional Conforme Sissons (2012, p. 114) “os melhores resultados são conseguidos por meio da combinação de moldes planos com a moulage no manequim, pelo que é bem importante conhecer e compreender ambos”. A combinação das modelagens plana e tridimensional foi realizada com o objetivo de confirmação do modelo em termos de produto diferenciado, qualidade e acabamentos, bem como comprovar a viabilidade de aplicação na indústria de malharia retilínea. Como mostraram as experimentações realizadas no terceiro vestido, através da combinação das modelagens, aproveita-se o que se tem de melhor em cada uma das técnicas. Nas costas e mangas do vestido o mais prático e rápido foi utilizar os moldes planos devido ao fato de o modelo ser básico e de baixa complexidade. Já na parte da frente, a modelagem tridimensional foi mais inovadora e eficiente, devido à alta complexidade. (Apêndice 7)

4.2 COMPARAÇÃO ENTRE AS TÉCNICAS DE MODELAGEM PLANA E TRIDIMENSIONAL

Durante as experimentações se confirmaram as vantagens e desvantagens de cada uma das técnicas, conforme proposto por Souza (2006). QUADRO 1 – COMPARATIVO ENTRE AS DUAS TÉCNICAS Técnica

Método

Estética

Modelagem

Modelagem

Plana

Tridimensional

Manual ou

Manipulação

computadorizada

manequim

Detalhes

localizados

de Detalhes

no

localizados

forma desproporcional ao com maior precisão tamanho da peça ou fora do lugar Visibilidade

Noções volumes.

das

formas

e Manipulação de formas e

volumes

corpo.

reais

do


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Vestibilidade

Maior número de ajustes na Sem peça piloto

Construções

ajustes,

face

avaliação constante.

de Através de diagramas

Diretamente

bases

no

manequim técnico.

Funcionalidade

Restrito

a

tabela

de Possibilidade

medidas e conceitos pré- estudos estabelecidos

de

de dobras,

deslocamentos

de

linhas e ajustes. Conceito

Amplo

conhecimento

de Exige técnica manual,

medidas antropométricas e visual, sensibilidade e percepção tridimensional

liberação

da

criatividade. FONTE: Souza (2006).

4.3 Resultados

Os resultados referentes aos indicadores definidos nos estudo foram formatados na tabela comparativa a seguir: QUADRO 2 – COMPARATIVO DE INDICADORES MODELAGEM PLANA

MODELAGEM TRIDIMENSIONAL

COMBINAÇÃO DAS MODELAGENS

04:43:45

03:54:50

01:58:45

Observada no final do processo, necessitou de ajustes.

Observada durante a manipulação do tecido no manequim, com avaliações constantes.

Correções no ombro e drapeados da lateral.

Não houve retrabalho.

Observada durante a manipulação do tecido no manequim, com avaliações constantes. Não houve retrabalho.

Indicadores

TEMPO

VESTIBILIDADE

RETRABALHO

PEÇA

Peso do pano = 730g Peso do pano = 730g Peso vestido= 337g Peso vestido=334 g Sobra= 370g Sobra= 321g Resíduos= 23 g Resíduos= 75 g FONTE: A autora.

Peso do pano = 730g Peso vestido=334 g Sobra= 319g Resíduos= 77 g


39

FIGURA 17 - VESTIDO FINALIZADO NA MODELAGEM PLANA

FONTE: A autora.

FIGURA 18 - VESTIDO FINALIZADO NA MODELAGEM TRIDIMENSIONAL

FONTE: A autora.


40

FIGURA 19 - VESTIDO FINALIZADO NA COMBINAÇÃO DAS MODELAGENS PLANA E TRIDIMENSIONAL

FONTE: A autora.

4.4 VANTAGENS E VIABILIDADE DO PRODUTO

A combinação das técnicas de modelagem plana e tridimensional comprovou ser vantajosa em vários aspectos, como tempo, vestibilidade e retrabalho no produto final, proporcionou maior qualidade e significativa melhora da produção e economia na indústria têxtil. Quanto ao consumo de matéria prima apresentou uma pequena variação referente a sobra e resíduos de matéria-prima. Essa diferença de sobra de tecido se apresenta de todo irrelevante. Através da planificação, ou seja, passar do plano tridimensional para o bidimensional comprovou-se que é mantida a integridade do modelo original, podendo ser encaminhado para os setores de encaixe e corte o que garante a qualidade e viabilidade da peça na indústria de malharia.


41

5

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A modelagem tridimensional demonstrou-se um eficiente instrumento de otimização do processo de desenvolvimento do produto de moda, tanto no aspecto de tempo, criação e materialização do produto, como na fase da elaboração e avaliação, o que não descarta a importância da modelagem plana. Todos os caminhos percorridos deste trabalho demonstram que a combinação das modelagens plana e tridimensional aplicada na indústria de malharia retilínea é um grande aliado do design de moda, pois pode colaborar com o desenvolvimento de modelos inovadores e de melhor qualidade, facilitando a comunicação entre os setores de criação, modelagem e produção, a visualização do produto ainda na fase da modelagem, antes da montagem do protótipo, mostra o caimento, o volume e as formas, o que permite eventuais ajustes técnicos entre os setores envolvidos. O posicionamento de Souza (2006) de que muitos profissionais da área desconhecem a técnica da modelagem tridimensional revela que ela deve ser melhor explorada, estudada e aplicada pelos profissionais de moda, pois tem muito a contribuir para o setor. Espera-se que os aspectos abordados, bem como os resultados encontrados neste estudo possam incentivar novos questionamentos e novas buscas, para continuidade de estudos no assunto e aprimoramentos na combinação das diversas técnicas.


REFERÊNCIAS

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LIPOVETSKY, G. O império do efêmero: a moda e seu destino nas sociedades modernas. Trad. Maria Lucia Machado. 5.ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. MARTINS, S. B; FONTENELLE, G. B. Equação da ergonomia no design de vestuário: espaço do corpo, modelagem e materiais. 14º Congresso Brasileiro de Ergonomia – Abergo. Curitiba, 2006. MARIANO, M.L. A contribuição da técnica TR parttern para o ensino da modelagem como recurso criativo no design de moda. 9° Colóquio de Moda – Fortaleza - 2013 NEVES, M. Desenho Têxtil: Malhas. Vol. 2. Portugal: Grafigamelas. 2000. SABRA, F. Modelagem: tecnologia em produção de vestuário. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2009. SISSONS, J. Fundamentos de design de moda: malharia. Tradução Bruna Pacheco. Porto Alegre: Bookman, 2012. SOUZA, P. de M. A modelagem tridimensional como implemento do processo de desenvolvimento do produto de moda / Patrícia de Mello Souza - Bauru : [s.n.], 2006. 113f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação, São Paulo, 2006. SOARES, V.L.L. Evolução da modelagem no Design do Vestuário: do simples ”Ritual Ancestral” às técnicas. Actas de Diseño Nº7[ISSN:18502032] IV Encuentro Latinoamericano de Diseño “Diseño en Palermo” Comunicaciones Acadêmicas Buenos Aires, Argentina, 2009. SILVEIRA, I; CLASEN, M.N.F. A moulage como recurso criativo – Uma experiência prática. ModaPalavra e-periódico, Ano 7, n.13, jan-jun2014. TREPTOW, D. Inventando moda: planejamento de coleção. 4. ed. Brusque: D.Treptow, 2007.


APÊNDICE

APENDICE 1 -FOTO EXECUÇÃO MODELAGEM PLANA MODELO CACHE-COUER - Descartado

FONTE: A autora.


APENDICE 2 - FOTO EXECUÇÃO MODELAGEM PLANA MODELO DRAPEADO – Aprovado

FONTE: A autora.


APENDICE 3 - FOTO EXECUÇÃO MODELAGEM TRIDIMENSIONAL

FONTE: A autora.


APENDICE 4 - FOTO EXECUÇÃO COMBINAÇÃO MODELAGENS

FONTE: A autora.


APENDICE 5 – TABELA COMPARATIVA DE INDICADORES E SEQUENCIA OPERACIONAL MODELAGEM PLANA. MODELAGEM PLANA 1 2 3 4 5 6 7 8 9

TEMPO Análise da tabela de medidas que será utilizada na realização do modelo de acordo com publico alvo da empresa. 00:04:00 Traçado detalhado do diagrama da base corpo frente e costas (com base na tabela de medidas). 00:36:00 Interpretação e elaboração do modelo - Frente 02:00:00 Interpretação e elaboração do modelo - Costas 00:30:00 Estudo de encaixe / risco / corte 00:15:00 Costura e acabamentos. (sequencia operacional) 00:38:45 Análise e aprovação da peça piloto. Correção de moldes e execução de novas caso seja necessário. Avaliação do produto. 00:05:00 04:08:45 TEMPO TOTAL PARA EXECUÇÃO DA PEÇA 04:43:45 INDICADORES TEMPO: O tempo gasto para a realização de cada etapa VESTIBILIDADE: Indicador de caimento, forma, volume e conforto, incluido-se as folgas. RETRABALHO: ajustes na altura do decote, drapeado lateral e ombros CONSUMO DE MATÉRIA-PRIMA: peso do pano = 730g peso do vestido = 337g sobra de tecido = 370g resíduo = 23g

Sequência Operacional Vestido - nº 42 OPERAÇÕES Preparação Costura de sustentação nos drapeados lateral e ombro. Costura de segurança nos drapeados. Unir ombros costas e frente. Montagem Aplicação Unir ombros dascostas mangas. e frente. Acabamento Aplicação dasdomangas. decote . Fechamento das Acabamento do decote laterais. e mangas. Acabamentos Fechamento das laterais e mangas. Limpar a peça. Acabamentos Revisaraapeça. Limpar peça. Análise ae peça. Revisar aprovação da peça. Análise e aprovação da peça.

Tempo Tempo

TEMPO

TIPO DE MÁQUINA

00:04:00 00:05:10 00:01:00 00:03:40 00:01:00 00:05:30 00:03:40 00:15:30 00:05:30 00:15:30 00:01:15 00:00:40 00:01:15 00:02:00 00:00:40 00:38:45 00:02:00 00:38:45

Máq. Reta Industral Máq. Reta Industral Overloque Overloque Overloque Galoneira Overloque Galoneira Overloque manual manual manual visual manual

FONTE: A autora.

INDICADORES VESTIBILIDADE RETRABALHO

correções

00:05:00 00:05:00 00:20:00 00:05:00 00:35:00

CLASSE/PONTO OBSERVÇÕES PARA EXECUÇÃO 401 301 401 301 504 504 514 504 364 514 364 504 406 504 514

unir drapeados pelos piques costura deve entrar 5cm

unir manga pelos piques

Cortar fios Verificar Cortarcosturas fios Verificar costuras


APENDICE 6 – TABELA COMPARATIVA DE INDICADORES E SEQUENCIA OPERACIONAL MODELAGEM TRIDIMENSIONAL. MODELAGEM TRIDIMENSIONAL 1 2 3 4 5 6 7 8

TEMPO 00:07:05 01:00:00 00:30:00 00:45:00 00:29:00 00:15:00 00:38:45 00:10:00 03:54:50 03:54:50

Preparação Manipulação do tecido sobre o manequim - Frente Manipulação do tecido sobre o manequim - Costas Planificação (Passar para o plano bidimensional) Frente e Costas Moldes Estudo de encaixe / risco / corte Costura e acabamentos (sequência operacional) Analise da viabilidade do produto

INDICADORES VESTIBILIDADE RETRABALHO

sem correções

TEMPO TOTAL PARA EXECUÇÃO DA PEÇA INDICADORES TEMPO: O tempo gasto para a realização de cada etapa VESTIBILIDADE: Indicador de caimento, forma, volume e conforto, incluido-se as folgas. RETRABALHO: não teve, ajustes constantes durante a execução. CONSUMO DE MATÉRIA-PRIMA: peso do pano = 730g peso do vestido =334g sobra de tecido = 321g resíduo = 75g

Sequência Vestido - nº- 42 SequênciaOperacional Operacional Vestido nº 42 OPERAÇÕES OPERAÇÕES Preparação Preparação Costura de drapeados lateral e ombro. Costura desustentação sustentaçãonos nos drapeados lateral e ombro. Costura de Costura desegurança segurançanos nosdrapeados. drapeados. Unir ombros Montagem ombros costas costaseefrente. frente. Aplicação das mangas. Aplicação Unir ombros dascostas mangas. e frente. Acabamento do decote Acabamento Aplicação das domangas. decote. . Fechamento das Fechamento Acabamento das do laterais decote lateraise. mangas. e mangas. Acabamentosdas laterais e mangas. Acabamentos Fechamento Limpar aapeça. Limpar Acabamentos peça. Revisar aapeça. Revisar Limpar peça. peça. Análise eaeaprovação Análise Revisar peça. aprovaçãodadapeça. peça. Análise e aprovação da peça.

Tempo Tempo Tempo

TEMPO TEMPO

TIPO DE DE MÁQUINA MÁQUINA TIPO

00:04:00 00:04:00 00:05:10 00:05:10 00:01:00 00:01:00 00:03:40 00:03:40 00:01:00 00:05:30 00:05:30 00:03:40 00:15:30 00:15:30 00:05:30 00:15:30 00:01:15 00:01:15 00:00:40 00:00:40 00:01:15 00:02:00 00:02:00 00:00:40 00:38:45 00:02:00 00:38:45

Máq. Reta Reta Industral Máq. Industral Máq. Reta Reta Industral Máq. Industral Overloque Overloque Overloque Overloque Galoneira Overloque Galoneira Overloque Overloque Galoneira Overloque manual manual manual visual manual

FONTE: A autora.

CLASSE/PONTO OBSERVÇÕES OBSERVÇÕES PARA PARA EXECUÇÃO CLASSE/PONTO EXECUÇÃO 301 301 504 504 514 364 504 514 364 504 406 504 514

unirdrapeados drapeados pelos pelos piques unir piques costura deve entrar costura entrar5cm 5cm

Cortar fios Cortar Verificar costuras Verificar Cortarcosturas fios Verificar costuras


APENDICE 7 – TABELA COMPARATIVA DE INDICADORES E SEQUENCIA OPERACIONAL COMBINAÇÃO DAS MODELAGENS. COMBINAÇÃO MODELAGEM PLANA E TRIDIMENSIONAL 1 2 3 4 5

TEMPO 01:00:00

Interpretação e elaboração do modelo - Frente - MODELAGEM TRIDIMENSIONAL Interpretação e elaboração do modelo - Costas e Mangas - MODELAGEM PLANA - base pronta Estudo de encaixe / risco / corte Costura e acabamentos. (sequencia operacional) Correção de moldes e execução de novas caso seja necessário.

INDICADORES VESTIBILIDADE RETRABALHO

00:20:00 00:38:45 sem correções 01:58:45 01:58:45

TEMPO TOTAL PARA EXECUÇÃO DA PEÇA INDICADORES TEMPO: O tempo gasto para a realização de cada etapa VESTIBILIDADE: Indicador de caimento, forma, volume e conforto, incluido-se as folgas. RETRABALHO: não teve. CONSUMO DE MATÉRIA-PRIMA: peso do pano = 730g peso do vestido =334g sobra de tecido = 319g resíduo = 77g

Sequência Vestido - nº SequênciaOperacional Operacional Vestido - nº Sequência Operacional Vestido - 42 nº4242 OPERAÇÕES OPERAÇÕES OPERAÇÕES Preparação Preparação Preparação Costura de drapeados lateral e ombro. drapeados lateral ombro. Costura desustentação sustentaçãonos nos drapeados lateral e ombro. Costura de nosdrapeados. drapeados. Costura desegurança segurançanos ombros Unir Montagem ombros costas costaseefrente. frente. Montagem Aplicação das mangas. Aplicação Unir ombros dascostas mangas. e frente. ombros costas Acabamento do decote das mangas. Acabamento Aplicação do mangas. decote. . Fechamento das Fechamento Acabamento das do decote lateraise.. mangas. e mangas. dolaterais decote Acabamentosdas laterais e mangas. Acabamentos Fechamento mangas. Limpar aapeça. Limpar Acabamentos peça. Acabamentos Revisar aapeça. Revisar Limpar peça. peça. Análise eaeaprovação Análise Revisar peça. aprovaçãodadapeça. peça. Revisar peça. Análise e aprovação da peça.

Tempo Tempo Tempo Tempo

TEMPO

TIPO DE MÁQUINA MÁQUINA TIPO MÁQUINA TIPO

00:04:00 00:04:00 00:05:10 00:05:10 00:01:00 00:01:00 00:03:40 00:03:40 00:01:00 00:05:30 00:05:30 00:03:40 00:15:30 00:15:30 00:05:30 00:15:30 00:01:15 00:01:15 00:00:40 00:00:40 00:01:15 00:02:00 00:02:00 00:00:40 00:38:45 00:38:45 00:02:00 00:38:45

Máq. Reta Reta Industral Industral Máq. Máq. Reta Reta Industral Industral Máq. Overloque Overloque Overloque Overloque Galoneira Overloque Overloque Overloque Galoneira Overloque manual manual manual manual visual manual manual

FONTE: A autora.

CLASSE/PONTO OBSERVÇÕES OBSERVÇÕES PARA CLASSE/PONTO OBSERVÇÕES EXECUÇÃO CLASSE/PONTO PARA EXECUÇÃO EXECUÇÃO 401 301 401 301 504 504 514 364 504 514 364 504 406 504 514

unirdrapeados drapeados pelos pelos piques unir piques unir piques costura deve entrar costura entrar5cm 5cm

Cortar fios Cortar Verificar costuras Verificar Cortarcosturas fios Verificar Verificar costuras


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