FACULDADE DE TECNOLOGIA SENAI CURITIBA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE MODA RODRIGO DE SOUZA GALVÃO
COMUNICAÇÃO VISUAL, VISAGISMO E MODA
CURITIBA DEZ./2016
FACULDADE DE TECNOLOGIA SENAI CURITIBA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE MODA RODRIGO DE SOUZA GALVÃO
COMUNICAÇÃO VISUAL, VISAGISMO E MODA Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Tecnólogo em Design de Moda, 6º. Período do Curso de Tecnologia em Design de Moda, da Faculdade de Tecnologia Senai Curitiba. Orientadora: Professora Patrícia Sabatowicth
CURITIBA DEZ./2016
TERMO DE APROVAÇÃO
RODRIGO DE SOUZA GALVÃO
COMUNICAÇÃO VISUAL, VISAGISMO E MODA
Este trabalho foi julgado e aprovado como requisito parcial para a detenção do grau de Tecnólogo do curso Superior em Tecnologia em Design de Moda na Faculdade de Tecnologia Senai Curitiba.
_______________________________________ Edson Korner Coordenador do Curso
Orientadora: Prof. Patrícia Sabatowitch___________________________ Banca: Prof. Daniela Nogueira_______________________________ Prof. Patrícia Gaspar_______________________________
Curitiba,___/___/___.
A professora, orientadora e produtora de moda PatrĂcia Sabatowitch e toda equipe pedagĂłgica da Faculdade de Tecnologia Senai Curitiba.
Agradeço a todos que contribuĂram para o sucesso deste estudo.
“Nossa imagem externa é nosso mensageiro, uma declaração pública. ”
(Gianni Versace)
RESUMO O visagismo é uma das formas de estudos sobre a interpretação do rosto e suas proporções. Ele é considerado por muitos uma ciência vasta e aplicável a diferentes áreas. Tendo papel fundamental na criação de uma imagem, o visagismo na produção de moda pode ser uma ferramenta que exerce influência no desejo de consumo de determinado produto, ou conceito de marca e, neste estudo, será aplicado à produção de uma campanha de moda. Para isso, foi realizada uma coleta de dados com profissional da área que aplica o visagismo no seu dia a dia profissional. O resultado apresentado foram duas produções utilizando visagismo para concepção de conceito de imagem, transitando entre diferentes segmentos de públicos, para as marcas Beyond e Jacu BR. Palavras chave: Publicidade; Produção de Moda; Visagismo.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA1 – EDITORIAL DIOR....................................................................................33 FIGURA 2 – CAMPANHA VERSACE.........................................................................35 FIGURA 3 – CAMPANHA PRATA FINA.....................................................................37 FIGURA 4 – CAMPANHA JÓIAS PRODUÇÃO VISAGISMO.....................................37 FIGURA 5 – CAMPANHA HERREIRA SEMI JÓIAS.................................................. 39 FIGURA 6 – CAMAPANHA SEMI JÓIAS – PRODUÇÃO VISAGISMO......................39 FIGURA 7 – EXEMPLO DE BELEZA COLÉRICA......................................................40 FIGURA 8 – ESCOLHA DE MODELO........................................................................41 FIGURA 9 – PAINEL DE CONCEITO DE BELEZA....................................................42 FIGURA 10 – PAINEL DE CONCEITO DE CRIAÇÃO PARA PRODUÇÃO - MARCA BEYOND....................................................................................................................43 FIGURA 11 – PAINEL DE CONCEITO DE CRIAÇÃO PARA PRODUÇÃO - MARCA JACU..........................................................................................................................44 FIGURA12 – PRODUÇÃO JACU BR.........................................................................46 FIGURA13 – PRODUÇÃO JACU BR.........................................................................47 FIGURA14 – PRODUÇÃO BEYOND.........................................................................48 FIGURA15 – PRODUÇÃO BEYOND.........................................................................49
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................9 2 FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA ................................................................................. 2.1 PUBLICIDADE .....................................................................................................12 2.2 PRODUÇÃO DE MODA .......................................................................................14 2.2.1 Produção de Editorial ........................................................................................17 2.1.2 Produção Comercial .........................................................................................18 2.2.3 Produção De Still ..............................................................................................18 2.1.4 Personal Styling ................................................................................................19 2.3 CONSTRUÇÃO DE IMAGEM NA PRODUÇÃO DE MODA ................................20 2.4 FOTOGRAFIA ......................................................................................................21 2.5 O VISAGISMO E A PRODUÇÃO DE MODA........................................................23 2.5.1 Função do Visagismo na Produção de Moda....................................................26 2.6 ANÁLISE DO VISAGISMO NA PRODUÇÃO DE MODA.......................................32 3 DESENVOLVIMENTO................................................................................................. 3.1 VISAGISMO NA PRODUÇÃO DE MODA.............................................................37 3.2 PRÉ – PRODUÇÃO..............................................................................................40 3.3 PROCESSO DE CRIAÇÃO DE IMAGEM.............................................................45 4 COMUNICANDO MODA COM VISAGISMO............................................................46 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................51 REFERÊNCIAS..........................................................................................................52 APÊNDICE..................................................................................................................... APÊNCIDE A – ROTEIRO DE PERGUNTAS DA ENTREVISTA...............................54
1 INTRODUÇÃO
Dentro da industria da moda a fotografia é um recurso importante para as marcas estabelecerem uma comunicação com o consumidor. Ela é o principal veículo para se buscar destaque e comunicar diferentes posicionamentos, uma vez que a fotografia expressa uma imagem que expressa implicitamente um conceito. Sendo assim, imagens de moda são multiplicadas e distribuídas por meios de comunicação e apresentam identidades diversas e, através de signos sutis, refletem na complexidade das interpretações do conteúdo. Tais conteúdos podem estar embutidos na pose de uma modelo ou em sua expressão, seu rosto, seu cabelo e sua roupa, junto à ambientação, trazendo esta imagem a um contexto que habitará o imaginário do expectador. A produção de moda explana os movimentos sociais, artísticos e de expressão comunicativa, que circulam, permeiam e cruzam com o universo da moda, fornecendo imagens como importantes pistas para uma leitura sob os mais diversos pontos de vista, influenciando tendências de moda, de beleza e de comportamentos. (CATORIA, 2007) Tendo papel fundamental na criação de uma imagem, o visagismo é uma ferramenta para a produção de moda que poderá exercer influência no desejo de determinado produto ou conceito de marca. Fica clara a relevância do presente estudo, pois o visagismo juntamente a produção de moda, contribui para áreas como publicidade e propaganda, marketing e principalmente por construir conceitos onde as marcas comunicam sua proposta de valor, posicionamento de mercado e segmentação de público. Dessa forma, este estudo buscou responder à questão: como produzir uma campanha de moda aplicando o visagismo? Para isso, serão produzidas duas campanhas de moda utilizando técnicas de visagismo na composição da imagem desejada. Para tanto faz-se necessário estudar a produção de moda e suas ferramentas, bem como verificar o papel da imagem e dessa técnica na produção de moda. Também será realizada uma coleta de dados com profissional da área que aplica o visagismo no seu dia a dia profissional. Este estudo se divide em duas partes, a primeira parte constitui-se um estudo teórico com base em pesquisa bibliográfica. Isso tornou possível identificar conceitos
dentro da temática da produção de moda, da comunicação e da criação de uma imagem com visagismo, através do conteúdo disponível em livros e artigos científicos. Outra parte é o desenvolvimento de duas produções de moda, para as marcas Beyond e Jacu BR, com base nos princípios do visagismo, aplicando os conteúdos pesquisados na primeira parte, onde o público alvo é feminino jovem o tema das produções será de acordo com o público alvo, sendo a Beyond um conceito minimalista, contemporâneo e a Jacu BR um conceito mais descontraído e fresh.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 PUBLICIDADE
Na área de comunicação, dentro do marketing como ferramenta de comunicação existe a publicidade e propaganda, que por sua vez é onde a produção de moda é aplicada. “A publicidade seduz nossos sentidos, mexe com os nossos desejos, resolve nossas inspirações, fala com nosso inconsciente, nos propõe novas experiências, novas atitudes, novas ações. (SAMPAIO, 1997). A publicidade é a divulgação de ideias associadas a empresas, produtos ou serviços, especificamente, propaganda comercial provocando no público o desejo, leva-o a ação, graças a um conjunto de técnicas coletivas utilizadas. A publicidade é exposta com diversos conceitos, mas com um foco único de difusão de produtos e serviços. Para Pinho (2004, p. 33), a “publicidade é a comunicação paga por um fabricante e feita com o propósito de promover um produto, serviço ou marca nos meios de comunicação”. A palavra publicidade tem origem no conceito de público e revela a qualidade do que é público, isto é, torna público um fato ou ideia. Já a propaganda significa a propagação de princípios, teorias e ideias. Pode-se definir publicidade “como aquela fase do processo de distribuição dos produtos ou serviços que se ocupa de informar sobre a existência e qualidade dos mesmos, de tal forma que estimule a sua compra” (KARGER apud PINHO, 2004, p. 172). Uma maneira simples de descrever a palavra “publicidade” é “atrair a atenção para algo” ou informar ou notificar algo para alguém, segundo Gillian Dyer. Pode-se assumir que há várias maneiras de “se fazer” publicidade. O simples ato de falar sobre algo já pode ser considerado um ato publicitário. Porém há muitos outros tipos publicidades mais utilizados, o tipo que é o mais familiar à palavra, o anúncio público, propagandas televisivas, em revistas, jornais, panfletos e lookbooks publicitários. A publicidade de moda tem por finalidade comunicar uma imagem, uma ideia, um sentimento por trás da roupa, da indumentária ou acessório mostrado em
campanhas/produções. Procura seduzir a atenção para a moda, para o que se ambiciona vender. É ter uma estratégia para venda daquilo que é mostrado, nesse caso uma roupa, sapato ou outro tipo de acessório. A publicidade é fase que se deve estimular a compra. E não desigual, a este conceito a publicidade de moda tem como objetivo, junto à produção de moda, fotografia e marketing, promover seus produtos, instigar desejos e estimular a ambição da compra. A inspiração para uma publicidade de moda vem dos mais variados lugares, mas um dos principais locais é a rua. Para um bom diretor de arte que se propõe a fazer publicidade para marcas de moda é necessário conhecer bem o cliente e saber o que lhe atrai, depois de conhecer o cliente as peças saem quase instintivamente. A rua é onde encontramos as pessoas que irão consumir a marca, e saber o que lhes é de interesse e o que eles fazem e gostam de fazer é importante não só para criar peças publicitárias, mas também para criar as roupas para o cliente. O brasileiro Giovanni Bianco, um reconhecido diretor de arte, que já foi responsável pela comunicação visual da Madonna, Nike, Missoni, D&G, Dsquared2, entre outros, disse ter a vantagem de conhecer e assistir o cinema brasileiro que não é muito conhecido internacionalmente, porém muito criativo para inspira-lo. Para Flores (2013) a relação entre marketing, publicidade e produção de moda é, em geral, simples. A publicidade é um dos pilares do marketing, a parte da promoção do produto. O styling surgiu como a necessidade de melhor apresentar tais produtos para a atração do público. A publicidade é um dos maiores contribuintes do crescimento de uma marca, fazendo com que essa cresça, aumente suas vendas e se torne mais conhecida. A produção de moda entra na relação com o objetivo de tornar o produto que se quer vender, mais comercial e atrair mais atenção, transformá-lo em algo mais atraente e, assim, junto com a publicidade, conseguir o aumento de vendas e melhor promoção. A publicidade utiliza-se de os mais diferenciados meios para seduzir as pessoas, aplicando os mais variados truques e técnicas para atingir seu objetivo. As imagens são um dos recursos mais empregados para a persuasão/manipulação emocional sendo que essas necessitam geralmente de retoques tanto no real, quanto no virtual, para que fiquem “perfeitas”, gerando o efeito ambicionado.
Se forem analisadas, com a devida atenção, as imagens e fotografias publicitárias, em particular, as inseridas em catálogos de moda e editoriais é possível perceber as infinitas criações e alterações feitas nelas. As alterações mais comuns em âmbito virtual (programas de edição digital, como Adobe Photoshop) são: modificação de fundos, inserções de objetos, mudanças de cores e brilho, contraste, além dos retoques realizados nas(os) modelos (de pele, cabelo, retirada de imperfeições, delineamento do corpo), nas roupas, no ambiente, entre outras possibilidades, modificações que são iniciadas nas próprias sessões fotográficas, por maquiadores, cabeleireiros e produtores de moda, em roupas, maquiagem, cabelo e acessórios e ambiência. Este recurso, chamado de edição ou tratamento de imagem, é utilizado para melhorar a imagem publicitária do produto de moda veiculado nos catálogos e revistas de moda que tem como objetivo despertar o desejo do consumidor, enfatizando assim, a compra e o desejo do objeto. Uma boa fotografia, resultado pretendido pela edição, beneficia e muito a imagem de um produto e valoriza o mito de perfeição. Para Souza e Custódio, (2005 p. 235) A conduta do consumidor de moda passou a ser influenciada de maneira determinante pelos símbolos publicitários. Moda e mídia tomaram um caminho comum: servir de suporte uma à outra e engrossar mutuamente a extensa malha de mercado mediante a qual se produzem e oferecem novos produtos.
2.2 PRODUÇÃO DE MODA
Produção de Moda, para Joffily (1991, p. 103), é uma composição que organiza elementos na busca de um estilo. É a área cujo objetivo é causar e incitar o consumo dos novos produtos da moda usando para isso diferentes tipos de linguagens visuais como ferramenta de divulgação dos estilos e padrões estéticos vigentes na moda. O processo de produção, ou seja, da atividade do profissional responsável pela Produção de Moda, está vinculado à organização, à coordenação e à integração dos diversos elementos que compõe uma imagem, seja numa foto, publicidade ou desfile, com o intuito de influenciar os consumidores e divulgar as tendências e os estilos vigentes. A produção de moda teve seu início nas revistas, onde os próprios editores de moda trabalhavam como os editores/produtores das sessões fotográficas. Até a década de 1960, as modelos faziam a maquiagem por conta própria, a relação mais
importante nas sessões era entre fotógrafo e modelo e quem escolhia quais designers seriam mostrados e como, nas sessões, era trabalho das editoras das revistas de moda. Os produtores de moda pioneiros surgiram na década de 1980, trabalhando como freelancer. Anos mais tarde, tornaram-se figuras essenciais, as peças chaves, no processo de criação e transformação de imagens de moda. Para que seja possível entender o que faz um Produtor de Moda e quais tarefas ele pode desempenhar, se faz necessário a compreensão de vários conceitos. O primeiro é o significado de produção: 1. Ato ou efeito de produzir. 2. Tudo que é criado, feito, gerado, ou o processo de produzi-lo: produção artística; produção industrial. 3. (Cinema, Teatro, Televisão) Todas as atividades necessárias para o processo de realização de programas de rádio, cinema, televisão e teatro, desde a busca de recursos até a confecção de figurinos e cenários. (...) 5. O conjunto de obras produzidas por alguém, alguma empresa, numa época, num país, numa tendência literária etc. (...) (ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS, 2008, p. 1031)
Outro conceito fundamental a ser definido é o de moda, que para Trepton (2012, p. 9) é algo que “atende necessidades subjetivas de aceitação e inclusão social, autoestima, e desejo de modernidade. Não basta apenas ser roupa de cobrir o corpo”. Para Sant´Anna (2009, p. 75) a moda e o vestuário coexistem, e é o vestuário que permite que a moda exista, mas acredita que a moda está ligada aos desejos e ao imaginário das pessoas, e que ela é parte da cultura de cada um. “A moda reflete a maneira passageira de se vestir e de se comportar em determinada época. Cíclica, é também sinônimo do conjunto de fatores que envolvem beleza, interesses, consumismo, vaidade, dinheiro, poder, preconceitos, distinções e frustrações” (SABINO, 2007. p. 446). Sendo assim poderemos traçar uma definição para a Produção de Moda, como sendo algo que esteja compreendido em criar uma produção artística, realizando todas as suas etapas, para produzir algo que associado ao vestuário desperte desejo, que tenha capacidade de habitar e influir no imaginário das pessoas, sendo parte de um conjunto de obras de uma empresa, de uma época, de uma tendência etc. A atividade de produção de moda é bastante recente, e devido a este fato uma grande quantidade de profissionais relacionados com a moda ou com a produção não conhecem esta importante figura para a disseminação dos conceitos e imagens que as empresas e meios de comunicação desejam divulgar e apresentar ao público.
Quando se tratam de novas profissões surgindo no mercado a experiência vai construindo o know-how do profissional. Até pouco tempo não haviam cursos voltados para o produtor de moda. (ANDRADE, 2011, p. 28). Andrade (2011, p.12) incorpora o produtor de moda como alguém capaz de “manipular o olhar do público através de atmosferas glamurosas; dispensando as palavras, comunica o desejo através das imagens que cria”. Quando definimos a produção de moda anteriormente levamos em conta, que o produtor deve realizar todas as etapas quando faz uma produção artística. Nestas etapas, segundo Andrade (2011, p.41) Ele é a pessoa responsável pela concepção geral do trabalho, pode acumular algumas funções, cuidando, por exemplo, das locações, da direção de arte e de vários detalhes práticos (...), enquanto o visual que se cria nas fotos é responsabilidade sua, exclusivamente. ”
Para Matharu (2011, p.84): Antes do advento do stylist, o designer era o único responsável por tomar as decisões de estilo. Hoje, os designers têm menos tempo por estarem envolvidos na criação de diversas linhas em vez de apenas uma. Somando à maior pressão por inovação e novas apresentações em revistas e nas passarelas, isso elevou a responsabilidade sobre o stylist, que é hoje parte integrante na concepção geral de moda.
O objetivo do trabalho do stylist seria de propor a estilização, a ressignificação e o embelezamento dos produtos da moda por meio de combinações de peças de roupas e acessórios que se integraria a uma estética rica em significados. Isto vai muito além da simples apresentação dos atributos físicos do produto tais como cor, tamanho e material. Por conseguinte, a busca de uma imagem ideal que defina a mensagem a ser passada em uma foto, vídeo ou desfile é a base do trabalho desse profissional que continuamente organiza, associa e recombina os diversos elementos necessários para a composição de uma imagem. (JOFFILY, 1991, p. 106). Em termos práticos, o trabalho do stylist se constitui fundamentalmente de criação e produção de looks que servem como base para a concepção da imagem. O look, ou seja, o visual finalizado de uma produção de moda é arquitetado pelo stylist e pode ser executado, de maneira prática, com o auxílio de um produtor. Podemos dizer que o look é sempre o objeto principal do trabalho do stylist e do produtor, pois é através dele que os produtos de moda são apresentados de maneira estilizada ao consumidor. Como nos diz Dingemans (1991, p.1):
Se você olha para as páginas de moda de uma revista ou jornal ou em uma passarela, você verá que as roupas, cabelos e maquiagem são assessorados e estilizados em um modo particular. Este é o trabalho do stylist, criar uma imagem que os leitores e espectadores possam almejar, retratar roupas que eles querem comprar e mostrar de que modo podem usá-los, bem como informá-los onde encontrá-las e quanto custam. Os stylists de moda são os produtores da imagem, trabalhando com fotógrafos, modelos e cabeleireiros/maquiadores para criar a imagem.
Flores (2013, p. 24) classifica produção de moda em alguns diferentes setores: produção editorial, onde o foco é produzir editoriais de moda; produção comercial, onde o cliente é o chefe do projeto é utilizada para vender produtos de moda e serviços variados; produção still é mais utilizado para e-commerce e personal styling, que é a área onde se cria e produz a imagem pessoal.
2.2.1 Produção de Editorial
Seu intuito é exatamente como está dito no nome. É a produção de editoriais de moda. Editoriais de moda contam uma história por meio de suas imagens, frequentemente ilustrando um tema, humor ou conceito. Stylists de editoriais interpretam as tendências da estação, como a silhueta, cores, estampas e tecidos, através dessas histórias. O produtor/editor de moda e seu time são responsáveis pelo tom do editorial e como isso irá chamar a atenção dos leitores. Algumas publicações, consideradas mais alternativas, talvez ofereçam uma visão mais conceitual do tema explorado. Embora seja mais estimulante visualmente do que, por exemplo, catálogo comum, um editorial de moda é, acima de tudo, uma ferramenta de publicidade. O glamour passado ao se trabalhar como um produtor é responsável por programas relacionados à área na televisão, artigos de revistas e cursos em universidades. Graças a sua popularização, produção de editorial é um campo extremamente competitivo. Entretanto, com o surgimento e sucesso de revistas e blogs e redes online, hoje há muito mais oportunidades para se conquistar experiência em editoriais.
2.2.2 Produção Comercial
A produção comercial trabalha com uma multiplicidade de clientes e em diversos projetos. O cliente é o chefe do projeto, então o produtor de moda tem menos liberdade individual, e tem que ser mais focado em seu cliente. (FLORES, 2013) É muito usado para vender produtos de moda e serviços para um público específico. A imagem comercial é comunicada através de métodos tradicionais de promoção, como televisão, cinema, desfiles, outdoors, revistas e catálogos. A internet também é um artifício muito comum de exposição da imagem comercial, sua capacidade digital permite mais liberdade criativa.
2.2.3 Produção de Still
Still é um dos métodos mais populares para fotografias comerciais. Não somente como um jeito simples e clean de retratar produtos, o still pode ser admirado como uma válida forma de arte, quando novas formas, composições e luzes são utilizadas. (CLIMAGES, 2012) Pode-se dizer que fotógrafos de still mais criam imagens do que as clicam, pois, o ambiente é controlado, assim como o movimento e a iluminação; Um dos principais pontos da fotografia still é a sua estima na divulgação de produtos de uma empresa, por isso os conhecimentos em composição de uma equipe são tão importantes, pois a principal intenção das imagens de produtos é despertar o interesse e criar o desejo por aquele produto que está exposto. (CLIMAGES, 2012) Fotografias publicitárias valorizam ressaltar o melhor dos produtos; desde a qualidade a riqueza de detalhes. Quão melhores forem os detalhes destacados, mais agradável o produto será visualmente e consequentemente, o interesse por esse produto irá aumentar. De acordo com a escolha do produtor, o produto pode ter um impacto mais dramático ou mais leve de acordo com a proposta de cada produto. Todas essas escolhas são designadas para mostrar o produto da melhor forma e criar uma resposta emocional e positiva por parte do público alvo.
2.2.4 Personal Styling Para Aguiar, ‘’O personal stylist é o profissional que tem como objetivo vestir uma pessoa adequadamente, dentro do que a beneficia – biótipo, cores, estilo pessoal, estilo de vida -, ou seja, pega o melhor da moda e traduz para o estilo da pessoa. ’’ (AGUIAR, 2006, p. 31) Aguiar (2006) salienta que é dever do personal stylist identificar o estilo pessoal do cliente, harmonizar com seu tipo físico e com seu eu interior, criando uma imagem autêntica. Sendo assim personal stylists fazem consultoria de imagem pessoal. Trabalhando no âmbito pessoal, ajudando em compras e ajuda clientes privados, mas também pode oferecer ajudas mais genéricas para o público em geral. Essa área experienciou grande crescimento e publicidade nos últimos anos, com o aumento na quantidade de stylists celebridades e a influência que essas celebridades tem sobre o público. Com o crescimento dessa tendência, até lojas de varejo têm disponibilizado funcionários para trabalhar com seus clientes, como personal shoppers.
2.3 CONSTRUÇÃO DE IMAGEM NA PRODUÇÃO DE MODA
Nosso desejo se materializa na imagem. “O luxo é o supérfluo que você tanto necessita”. (CHANEL, Coco).
Segundo Liger (2012, p. 31), imagem é uma comunicação imediata, uma forma de linguagem visual e universal que dispensa a mediação das palavras; é um processo de comunicação que se tornou indispensável em nossa sociedade. Barthes (2005, p. 66), afirma que estamos hoje numa civilização da imagem e que, de alguma forma, ela sempre esteve presente na vida cotidiana das pessoas. Sua difusão pertence ao mundo moderno sendo o fruto de uma sociedade tecnológica. Para a moda, a imagem é essencial, é por meio dela que seus estilos, tendências e produtos são divulgados em uma espécie de linguagem própria. O uso da imagem colabora de forma expressiva para o sucesso de uma coleção, isto porque, o consumidor consegue entender o tema e o conceito da coleção quando esta é apresentada visualmente e não somente quando exposta nas araras e prateleiras das
lojas. Fato é determinados produtos tornam-se mais fascinantes quando são exibidos através do recurso da imagem. De modo geral, as marcas contratam profissionais específicos para a produção de suas imagens que serão utilizadas em suas campanhas publicitárias, anúncios, catálogos ou mesmo em seus desfiles, com a finalidade de consolidar a identidade visual da empresa, comunicar-se com seus clientes e promover suas coleções a cada estação. Além disso, de acordo com Barthes (2009, a, p. 27.), a palavra imagem deve ser ligada à raiz imitari e, por analogia, produz um verdadeiro sistema de signos. Garcia e Miranda (2005, p.81) admitem que a moda é caracterizada pela imitação e que as mídias, direcionando a dinâmica e o acesso às informações, geram uma cultura que se constitui, cada vez mais, de imagens. Neste todo, a imagem na moda é, assim, um importante organismo capaz de produzir desejos e estímulos atraindo a atenção dos consumidores para o que ali encontra-se visualmente exibido. Portanto, podemos perceber a relação que existe entre as imagens apresentadas nos materiais de divulgação da moda e o consumo de seus produtos. Sua função seria justamente gerar nos indivíduos a imitação, apropriação e reprodução dos estilos, tendências e padrões estéticos da moda a cada estação. Barthes (2009, b, p.28) assegura que, na propaganda, a significação da imagem é intencional e o produto ganha novos significados quando a mensagem é exibida por meio de uma comunicação específica. Logo, os produtos ganham novos sentidos e significações quando apresentados com fins publicitários através de imagens com recursos e elementos visuais próprios em sua composição. Segundo Lipovetsky, (1989, p. 189) a publicidade na moda: Funciona como um cosmético da comunicação e se dirige principalmente aos olhos, é promessa de beleza, sedução das aparências e ambiência idealizada da informação. [...] é o discurso da moda, alimentando-se de efeitos espetaculares e se fazendo notar, onde os produtos devem tornar-se estrelas dotadas de estilo e personalidade. E a publicidade investe cada vez mais num look personalizado.
Devemos entender por look como um conjunto de elementos combinados e organizados de maneira harmônica para a composição de uma imagem. Esses elementos se constituem de roupas, joias, bijuterias e acessórios, além da maquiagem e penteado associados à postura corporal e à atitude de uma modelo fotográfica ou de passarela. Também, as modelos tornam-se figuras indispensáveis para a
composição do look, seja numa foto, filmagem ou desfile e devem ir muito além de um suporte para a composição visual de uma imagem. Devem ser capazes de “vender”, através de sua atitude, expressão corporal e facial, a mensagem que se ambicione transmitir na imagem e devem ter o perfil e o tipo físico adequado para isso.
2.4 FOTOGRAFIA “A fotografia consiste essencialmente num conjunto de ciência prática, imaginação, habilidade técnica e capacidade organizativa. ” (LANGFORD). A produção de moda é composta por um conjunto de etapas e ferramentas, reunindo uma equipe de profissionais de diversas áreas, tais ferramentas; fotografia, beauty, iluminação, áudio e vídeo em alguns casos; tornam possível a realização de uma produção de moda. Uma ferramenta fundamental é a fotografia, que para o sociólogo francês Frédéric Monneyron é qualitativamente que a fotografia de moda manifesta a sua importância. Concentrando sua atenção sobre algumas vestimentas e não sobre o conjunto de uma coleção; valorizando, pela reunião de diferentes elementos e diferentes técnicas, a vestimenta e o corpo que a veste; e congelando-a para sempre sobre o papel, a fotografia de moda opera uma transformação das imagens brutas e efêmeras simplesmente impressas sobre as retinas dos espectadores ou telespectadores, em imagens sofisticadas e eternas para as quais os leitores retornarão sempre que desejarem. Deve-se acrescentar ainda uma importância histórica, já que antes da existência de uma representação televisiva, mais recentemente surgida, não havia outra representação da moda que a permitida pela fotográfica, que não possuía até então nenhum concorrente. (MONNEYRON, 2010, p. 15).
A fotografia de moda teve seu início por volta de 1850 e 1860 e incidia em registrar as mulheres da elite em seus trajes mais suntuosos. A fotografia funcionava quase como um retrato e o objetivo principal era mostrar a roupa que deveria ser reproduzida com precisão, deixando seus detalhes e enfeites em evidência e, de modo óbvio, alimentar a vaidade da retratada, cuja foto seria possivelmente divulgada em seu meio social. A pose da retratada, entretanto, era secundária à roupa e, assim, as fotos eram estáticas, completamente sem movimento (SABINO, 2007, p. 268). A fotografia de moda surgiu com a necessidade de aprimorar as técnicas e qualidade das ilustrações em revistas de moda, no início do século XX. Edward
Steichen (1879-1973) foi o primeiro dito fotógrafo de moda, nascido em Luxemburgo, que permaneceu muito tempo no mercado, devido ao seu bom gosto. Para admirar, surpreender e comunicar, a fotografia passou por várias mudanças, deixando de ser somente uma ilustração para tornar se as imagens que possuem autoridade e importância, que colaborem para construir modelos de gênero, moldando os sujeitos da moda. Em seu surgimento, a fotografia foi denominada para usos realistas e objetivos, e se solidificou como documento de valor histórico, pela exatidão com que reporta a natureza. Foi popularizada pela imprensa como veículo de informação, por seu caráter objetivo. Com a fotografia nasceu também uma nova maneira de entender o mundo do ponto de vista estético, com seus singulares ângulos de visão. A fotografia invadiu cada vez mais espaço e, no mundo contemporâneo, supera seu valor de revelação do visível (o que mostra) e avança cada vez mais na revelação do invisível (a emoção passada). A fotografia de moda é o principal meio de comunicação por meio das novas mídias online, devido a este fato, as marcas estão investindo cada vez mais em fotografar seus produtos, seja em formato de look books ou catálogos conceituais. Estes são realizados muito frequentemente, acompanhando o desenvolvimento das coleções. Oliveira e Cavalcante (2011) articulam que a partir da década de 1990 houve uma midiatização da comunicação. O efeito desse processo é a assimilação de informações do mundo da moda por parte de uma gama maior de indivíduos, visto que, as tendências, por exemplo, passam a ser compartilhadas por meio de mídias sociais, como as redes de relacionamento, redes de compartilhamento de dados, blogs, entre outras plataformas. Atualmente, a fotografia de moda é publicada por meio de revistas especializadas e campanhas publicitárias e percebe-se a importância do uso da imagem na comunicação dos produtos. Conforme Marra (2008), a fotografia de moda deve ser compreendida não como uma somente documentação histórica da imagem de uma vestimenta, mas como transposição física da própria roupa, ou melhor, daquele evento em que é a roupa vestida. Em relação à fotografia publicitária de moda, Muniz (2005, p. 32) comenta:
Pode-se afirmar, então, que a fotografia usada na comunicação publicitária é produzida pelo profissional de criação com a intenção de fazer o receptor acreditar nos valores e atributos apresentados por meio da imagem fotográfica, recorrendo ao conhecimento existente na sua memória cultural, articulando elementos indicia que possibilitem desencadear na sua mente significações que possam conduzi-lo ao desejo e à ação de consumo do produto anunciado.
‘’Invenção e transformação definem a fotografia de moda na cultura visual contemporânea. ’’ (SILVA, 2016, p 29). Já há algum tempo a fotografia de moda deixou de focar exclusivamente na roupa, para traduzir outras assimilações, outros discursos, mais coesos com o próprio ato de se vestir. A frente do proposito de mostrar as roupas e acessórios, coexiste o objetivo de construir imagens. “Além disso, os anos de 1990 mudam o status de quem define e elabora a imagem: o designer já não é a única estrela. Fotógrafos, stylists, top models, maquiadores, cabeleireiros, diretores de arte, programadores visuais, web designers, ou seja, toda a equipe que compõe a imagem é valorizada como nunca”. (MESQUITA, 2004, p. 90).
2.5 O VISAGISMO E A PRODUÇÃO DE MODA
O visagismo fundamenta-se na análise holística do indivíduo, desta forma é possível moldar a imagem ao que este realmente deseja e precisa. Segundo Hallawell (2008) o termo visagismo deriva da palavra francesa visage que, traduzida, significa rosto. O objetivo do visagismo é transformar, embelezar ou harmonizar o rosto, utilizando os recursos estéticos necessários. Entre as áreas em que o visagismo pode ser agregado, a produção de moda é uma delas, pois é um nicho de mercado que explora, dentro de seu processo de criação e execução, o profissional de beleza. O profissional de visagismo está habilitado, por possuir conhecimento em diversas áreas que contribuam para a harmonização da imagem pessoal, a atuar de forma enfática e competente em uma produção de moda. A produção de moda é a extensão do trabalho do estilista, seu papel é despertar o desejo de consumo do público sobre o produto. Ocorre por meio de divulgação por meio de fotos, desfiles, televisão, cinema, teatro, ou qualquer outro recurso encontrado. Na publicidade de moda é indispensável que haja essa visualização das roupas, e a partir desse contato desencadeia-se o desejo de compra, pois segundo
Santos (2009) mais que em qualquer outro tipo de propaganda esta apela para uma atmosfera de glamour, magia e sedução. ‘’O profissional da beleza, sendo ele maquiador ou cabeleireiro, tem seu espaço na indústria da moda; o visagismo pode e deve ser utilizado por esses profissionais a fim de aperfeiçoar o resultado final da produção de moda. ’’ (BEZERRA; DALBOSCO; MACEDO, 2016, p. 2) A moda assim como outras áreas que utilizam e necessitam da exposição visual precisa levar em conta as reflexões e o entendimento sobre a questão do belo e da estética. A inquietação e o empenho do homem por estes assuntos desencadearam fenômenos sociais que deram início ao sistema da moda. Desde sua gênese o homem preocupou-se com a estética, demonstrando isso através da decoração do seu corpo e do meio onde vivia. É nessa preocupação que se originaram a moda e a arte. Assim, pode - se entender a estética, fundamental para moda e para a arte, como um instrumento de expressão e comunicação (SCHULTE, 2002 p. 48). "Na filosofia idealística platônica, se afirmava que a beleza de um objeto depende da maior ou menor relação que ele tem com uma beleza superior, absoluta, única beleza verdadeira" (ALVARENGA, 2007, p.36). A preocupação com a estética desencadeou o sistema da moda e tornou-se uma preocupação comum, coletiva, e que, salvas as proporções filosóficas da questão, são passíveis de compressão e emprego comum. Nota-se que o embelezamento pessoal alcançou dimensões jamais antes imaginadas há séculos atrás, seus sistemas firmaram-se na sociedade e suas distinções são, quase sempre benéficas e bem-vindas. Baudrillard (apud SCHULTE, 2002 p. 49) afirma que "a beleza do meio é a primeira condição da felicidade de viver". Esta afirmativa nos consente concluir a dedicação à beleza é uma forma de proporcionar felicidade e prazer a si mesmo e aos outros. É provável que esta afirmativa esclareça a incessável busca pela beleza e sua extrema valorização. ‘’As manifestações da moda não são apenas traduzidas por vestimentas e acessórios, mas também pelo segmento da beleza, o que inclui cosméticos, maquiagens, cores e cortes de cabelo que seguem um ciclo tão sazonal quanto o das roupas. ’’ (BEZERRA; DALBOSCO; MACEDO, 2016, p. 5).
As indústrias de moda e de beleza andam juntas, em paralelo, as duas obtêm como força motriz a vaidade, a busca eterna e incansável pelo novo, pela beleza e juventude. Ambas se alimentam da fantasia, da imagem, da aparência e muito de maneira injusta já foram relegadas as últimas estâncias das preocupações, sem que fosse levada em conta sua importância social e seu caráter agradável. Do mesmo modo que se defende a moda e a beleza como preocupações dignas de reflexão e apreciação, sabe-se que a devoção cega a suas exigências ou a elevação da moda e da beleza a patamares de primeira importância, pode ser nociva e doentia. As pessoas se expressam por meio de produtos de moda, sejam roupas, acessórios, carros, cosméticos, entre outros; este tipo de comunicação não-verbal ganhou importância, destaque e valorização. Hallawell (2009) assegura que a filosofia de base do visagismo é a personalização da imagem, a harmonização dos elementos que compõe o rosto, e o combate a uniformização da imagem. O visagismo vê o rosto como templo da identidade pessoal; e por este motivo aborda questões que servem como auxílio teórico para o profissional de beleza em sua prática profissional. O visagismo é uma maneira de trabalhar que se insere perfeitamente nas maiores tendências atuais: a customização e despadronização. O principal objetivo é revelar, na imagem pessoal, as qualidades de uma pessoa, com harmonia e estética. Por qualidades entende-se não só as físicas, mas também as da personalidade. Trabalha de acordo com o princípio “a função define a forma” o seja, antes de pensar na imagem - forma - pensa na pessoa, em sua personalidade, em suas necessidades e em seu estilo de vida - a função. (HALLAWELL, 2009, p. 6). Segundo Krizek (apud MORAES e PINOTTI, 2009, p. 6) "o visagismo é o estudo do rosto e tem como finalidade oferecer soluções adequadas a cada rosto, respeitando as características pessoais". O visagismo pode ser descrito como uma arte aplicada. Segundo Waack (2010) arte aplicada é o nome dado as artes cuja serventia seja a razão principal; o visagismo procura em primeiro lugar acolher aos anseios do cliente, ao contrário de outras artes plásticas, como a pintura ou a escultura onde normalmente se expressam a personalidade do artista, seus gostos pessoais e pensamentos. O visagista, assim chamado o profissional de beleza que aplica o visagismo, necessita dispor de conhecimento em diversas áreas.
É evidente que um visagista precisa conhecer diversas técnicas de maquiagem ou de corte de cabelo. O que não é tão óbvio é que também precisa conhecer os fundamentos da linguagem visual, que são os princípios básicos que governam os conceitos de harmonia e estética (HALLAWELL, 2008, p.21). A linguagem visual é um anexo de elementos característicos utilizados para que se constitua visualmente determinado tipo de comunicação; entre eles estão a escrita, o desenho, os gestos, ou qualquer outra maneira de expressão visual. Esta mesma é composta por um sistema de reprodução simbólica, intensamente influenciado por princípios que formam possibilidades de representação e de significado em uma dada cultura (MARTINS; GOUVÊA; PICCININI, 2005). Pondera a proporção, perspectiva tonal e simetria como as três necessidades mais imediatas no que diz respeito a fundamentos da linguagem visual para o profissional Beauty. A proporção pode ser definida como a harmonia que deve existir entre as diversas partes de um todo, e entre cada parte e o todo. Hallawell (2008) afirma que a cabeça e o rosto humano têm proporções quase perfeitas. A análise da proporção faz-se importante devido á ligação da proporção perfeita, também conhecida como proporção áurea, com a beleza; esta agregação é muitas vezes equivocada, pois a desproporção pode, tanto quanto a proporção exata, derivar em elementos também associáveis a beleza mesmo que menos harmoniosos. Ainda de acordo com Hallawell (2008) a perspectiva é a ilusão de profundidade criada em uma imagem; a perspectiva tonal por sua vez, é a ilusão de profundidade criada pela diferença de tons. No visagismo a perspectiva tonal é com facilidade empregada em maquiagens onde se utiliza tons distintos para sobrepor ou aprofundar algum elemento ou na colorimetria onde se acrescenta reflexos e nuances variadas para causar a impressão de volume e trabalhar sombras gerando profundidade. Simetria é outro fator de extrema importância para o visagismo, impossível falar de visagismo sem abordar a simetria, nota-se que existem rostos simétricos e assimétricos, essa particularidade pode ser observada no contorno do rosto ou forma das partes do rosto.
2.5.1 Função do Visagismo na Produção de Moda
As produções de moda têm sempre como objetivo destacar a marca, seu perfil e proposta, a fim de ser um mediador entre a empresa ou a marca e consumidor final. "Uma produção de moda é uma composição que organiza elementos na busca de um estilo, ou, mais concretamente, de certo clima global da foto que traduza o estilo" (JOFFIL Y, 1991, p.1 03). Existem vários profissionais envolvidos nos processos de produção de moda, estes são responsáveis cada um, por uma parte específica, no entanto diante do objetivo firmado no trabalho em questão destaca-se o profissional Beauty ou Beauty Artist. O profissional responsável pela criação e pelo desempenho da Beauty Art é chamado de Beauty Artist ou Profissional Beauty, estes segundo Dwyer e Feghali (2001) são artistas da beleza, que não medem esforços para concretizar as imagens criadas pelo estilista e pelo Stilyst. Para atingir o objetivo o Beauty Artist faz testes, croquis e utiliza todos os recursos possíveis além da criatividade para obter um bom resultado. Estes são profissionais responsáveis pela elaboração de maquiagens e cabelos condizentes com o tema proposto e que colaborem na fixação do conceito da marca. O Profissional Beauty que trabalha em uma produção, segundo Molinos (2009) deve estar capacitado a expressar o conceito da marca através das cores, dos materiais e das técnicas empregadas, harmonizando-as nos modelos. A visão de beleza em uma produção de moda é o resultado da soma do conceito proposto pela coleção ou marca com a criatividade do Profissional Beauty. Compreende-se que o cabeleireiro é parte respeitável na produção de moda, já que cada vez mais os cabelos, e suas variadas possibilidades, transmitem identidade. Conforme Liz (apud MORAES; PINOTTI, 2009, p.12) "o trabalho de um hairstilyst é transformar o cabelo dos modelos de acordo com a proposta específica de cada trabalho". O maquiador, ou make-up artist, por sua vez, desbrava faces, transformando formas e volumes, acrescentando ou camuflando cores e texturas. O
objetivo do seu trabalho é produzir o conceito da marca nos rostos e contextualizá-los à proposta ambicionada. O Beauty Artist precisa estar apto a expressar-se através da linguagem visual; a face e os cabelos são seu instrumento de trabalho e devem ser explorados de todas as formas possíveis, a fim de comunicar, por meio da elaboração e produção de cabelo e maquiagem, a ideia aludida. Deve dominar todo o conhecimento prático que rege a sua profissão, este profissional precisa estar atento aos movimentos artísticos, as tendências da moda, as evoluções cosméticas e aos movimentos sociais, a fim de obter informações que possam ajudá-lo em seu processo criativo. O visagista pode, além de atuar na concepção de beleza, ser parte complementar da equipe encarregada da escolha do Casting, (que consiste na seleção de modelos para determinado trabalho), pois o visagismo pode ser de grande valor no momento de fazer a análise de um rosto, reconhecer suas formas, prever seu comportamento diante da luz, modificá-lo ou realçá-lo. O Beauty Artist tem no visagismo um aliado na criação de imagem para produção de moda, pois através deste é possível potencializar as técnicas de elaboração de make e hair, proporcionando um resultado ainda mais satisfatório e completo ao trabalho. A cor é sem dúvida alguma um dos elementos principais no visagismo, pois é possível a partir da sua colocação adequada, destacar ou disfarçar características e transmitir impressões, sendo uma ferramenta aliada à criação de imagens, que se faz necessária em uma produção de moda. Hallawell (2009) nomeia Johonas ltten e Robert Dorr como grandes contribuintes no estudo das cores. Johonas ltten, professor de pintura na Escola de Arte, Design, Arquitetura e Vanguarda, Bauhaus em 1928, descobriu que seus alunos davam maior ênfase em suas pinturas uma determinada cor, que se relacionava com o próprio tom de pele, e compreendeu que as cores selecionadas por eles despontavam sua personalidade individual. Robert Dorr, na década seguinte, inventou o sistema de chaves de cor ou Color Key Sistem. Este sistema consiste em classificar as cores em frias e quentes, de acordo com suas características. A partir deste sistema em 1942, Suzanne Caygill concretizou uma extensa pesquisa sobre tons de pele, desenvolveu o Color Harmony ou harmonia da cor, que nomeava os tipos cromáticos de pele com os nomes das estações. A primavera e o
outono são duas classificações caracterizadas para peles quentes, e verão e inverno duas para peles frias. (HALLAWELL, 2009, p.168). Já as peles negras não podem ser estudadas seguindo o sistema de estações, pois apresentam cores distintas em sua composição. Jean Patton classificou em 1991 as peles negas em dois grupos de pele quente, dois de peles frias e dois de peles neutras. Os nomes dados aos grupos derivam de nomes de regiões, ritmos musicais e temperos. Segundo o raciocínio proposto por Suzanne Caygill e Jean Patoon, descrito por Hallawell (2009) elaboraram-se dois quadros (apresentados a seguir) dos tipos cromáticos que auxiliam o profissional no momento da avaliação e processo criativo da construção de uma imagem em uma produção de moda. A partir do conhecimento básico acerca dos formatos de rosto tonalidades de pele e da linguagem visual é possível aplicar o visagismo na produção de moda, para contribuir à construção da imagem objetivada, além de ser uma ferramenta do embelezamento pessoal. Quadro dos tipos cromáticos. QUADRO 1 - CLASSIFICAÇÃO DE PELES BRANCAS PRIMAVERA CATEGORIA
Cor quente
Tom de base
Amarelo/Dourado
Cabelo
Louros Dourados, Louros Médios e Castanho Claro
Cores que favorecem Sugestão
Dourado OUTONO
CATEGORIA
Cor quente
Tom de base
Laranja/Cobre
Cabelo
Ruivo, Avermelhado, Cobre, Louro Médio e Castanho Claro
Cores que favorecem Sugestão
Dourados, Rosé e Cobres. Continua...
...continuação. INVERNO CATEGORIA
Cor fria
Tom de base
Dourado frio
Cabelo
Preto, Castanhos Escuro e Médio
Cores que favorecem Sugestão
Prateados VERÃO
CATEGORIA
Cor fria
Tom de base
Perolado acinzentado
Cabelo
Louro Claro, Médio, Escuro e Castanho Claro
Cores que favorecem Sugestão
Prateados, Rosé
QUADRO 2 - CLASSIFICAÇÃO DE PELES NEGRAS BLUES CATEGORIA
Cor fria
Tom de base
Azul
Cabelo Cores que favorecem
Preto e Castanho Escuro
Sugestão
Prateados JAZZ
CATEGORIA
Cor fria
Tom de base
Verde
Cabelo
Preto, Castanhos Escuro, Médio e Claro
Cores que favorecem Sugestão
Prateados, Dourados
Continua...
...continuação. SAARA CATEGORIA
Cor neutra
Tom de base
Violeta
Cabelo
Castanhos Escuro, Médio, Claro e Ruivo
Cores que favorecem Sugestão
Prateados NILO
CATEGORIA
Cor neutra
Tom de base
Azul
Cabelo
Castanhos Médio e Claro
Cores que favorecem Sugestão
Prateados CALIPSO
CATEGORIA
Cor quente
Tom de base
Amarelo/Dourado
Cabelo
Preto, Ruivo, Castanhos, Escuro, Médio e Claro
Cores que favorecem Sugestão
Dourados, Rosé SPIKE
CATEGORIA
Cor quente
Tom de base
Verde Amadeirado
Cabelo
Ruivo, Castanhos, Escuro Médio e Claro
Cores que favorecem Sugestão
Dourados
2.6 ANÁLISE DO VISAGISMO NA PRODUÇÃO DE MODA
Para que se possa entender de forma clara, foram escolhidas campanhas, editoriais de diferentes marcas, em contextos distintos, como principal indicador de análise a harmonia contida nos editoriais e campanhas. A pesquisa do estudo se dá por meio da análise da teoria conceitual da moda e do entendimento de como o visagismo auxilia na definição da imagem que tem por finalidade habitar e influir o imaginário comum nos dias atuais, e com isso realizar um paralelo com a moda como comunicação. Será realizada uma pesquisa exploratória para este estudo, na qual serão identificadas as diferenças de utilização da técnica visagismo, em quais produções foram aplicados os conceitos. Segundo Prodanov (2009), pesquisa exploratória é aquela que tem por finalidade proporcionar mais informações sobre o assunto, “possibilitando sua definição e seu delineamento, isto é, facilitar a delimitação do tema de pesquisa”. Com isto, a pesquisa deste estudo será secundária, bibliográfica, através de consultas em livros que possam complementar as teorias que serão estudadas na qual se busca através da aplicação da técnica visagismo as produções e a abordagem com o público. A pesquisa bibliográfica é aquela elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, revistas, publicações em periódicos e artigos científicos, jornais, boletins, monografias, dissertações, teses, material cartográfico, Internet, com o objetivo de colocar o pesquisador em contato direto com todo o material já escrito sobre o assunto da pesquisa (PRODANOV, 2009).
Ao elaborar a análise desta pesquisa, foram utilizados os conceitos da autora Bardin (1997), que explica as fases de uma análise: a pré-análise, a exploração do material e o tratamento e a interpretação dos resultados. (A pré análise) é a fase de organização propriamente dita. Corresponde a um período de intuições, mas, tem por objetivo tornar operacionais e sistematizar as ideias iniciais, de maneira a conduzir a um esquema preciso do desenvolvimento das operações sucessivas, num plano de análise. Recorrendo ou não ao ordenador, trata-se de estabelecer um programa que, podendo ser flexível (quer dizer, que permita introdução de novos procedimentos no decurso da análise), deve, no entanto, ser preciso. Geralmente, esta primeira fase possui três missões: a escolha dos documentos a serem submetidos à análise, a formulação das hipóteses e dos objetivos e a elaboração de indicadores que fundamentem a interpretação final (BARDIN, 1997, p.95).
FIGURA 1 – EDITORIAL DIOR
Fonte: Site Dior (2016)1
Na figura 1 podemos notar uma presença forte de identidade de produto, marca e comportamento que está impressa nas modelos e nas peças fotografadas, assim como a beleza, styling, edição e iluminação. Podemos notar a sobriedade do tom da produção,
contrastes
bem
construídos,
trazendo
a
uma
atmosfera
contemporânea, que delimita o público e expressa emoção, em simultâneo.
1
http://www.dior.com/home/pt_br
mais
O equilíbrio das cores é muito interessante, onde pode-se encontrar preto e branco trazendo contraste, porém a abordagem é suave, quase uma comunicação romântica, traz uma sensação de memórias, principalmente através da edição e iluminação, a beleza é soft, um conceito em que predomina o estilo suave, linhas e cores, neutras e tons mais pastéis e naturais. Os cabelos apresentam cor muito natural, assim como os penteados apresentados na produção, efeito mais natural e suave, com leves ondas e movimentos suaves de fios ao vento, a modelo com franja curta expressa um ar mais lúdico, favorecendo o look que está vestindo. Os tons mais neutros dos acessórios, das peças e da beleza das modelos cria a sensação de minimalismo e pureza, equilibrando e trazendo uma suave sensação de encantamento ao espectador. Caracterizando uma beleza Fleumática (HALLAWELL, 2008), onde as imagens são suaves e calmas, as linhas são mais arredondadas nos cabelos e roupas, a aparência é languida. Eco (1989), assinala que a fisiognomia é uma ciência muito antiga, além disso, mais antiga mesmo que a ciência. Consiste na investigação da fisionomia e da estrutura corporal das pessoas enquanto um sinal (às vezes, um sintoma) de suas características psicológicas, incluindo aí questões de temperamento, caráter e inteligência, por sua vez, a análise da mesma se assemelha com a análise necessária para aplicar a técnica visagismo, levando em considerações questões psicológicas e temperamentais, além das próprias características de fisionomia.
FIGURA 2 – CAMPANHA VERSACE
FONTE: Site Versace (2016)2
Analisando a figura 2 é possível notar a impressão de uma imagem de força, aliada ao conceito de sensualidade contemporaneidade sofisticação e poder.
2
http://www.versace.com/international/en/home/
A modelo em primeiro plano está com lábios abertos. Segundo Marise (2013) os lábios abertos são relacionados ao dinamismo, malícia trazem maior destaque ao rosto, passam uma imagem de mente aberta descomplicada em relação a vida, generosidade, infantilidade e afetividade. As cores predominantes são terrosos e trazem o espectador a uma atmosfera invernal, com ênfase no luxo revelado pelos tons de dourado e pela grande presença que os acessórios têm na fotografia. O cabelo é liso e em tons de louro e longo, que para Marise (2013) refletem o tipo de pensamento, lisos são associados ao pensamento linear, louros relacionados a carência emocional e ressalta que quando alguém tinge os cabelos de louro ou realiza um trabalho de reflexos, esta pessoa ‘’deseja aparecer para o mundo’’. Nesta produção os contrastes estão equilibrados, e imagem de luxo é presente, além de através das expressões dos modelos essa estética se apresentar de forma explícita.
3 DESENVOLVIMENTO
3.1VISAGISMO NA PRODUÇÃO DE MODA
Para que o melhor entendimento de como a técnica visagismo soma à produção de moda, se faz necessário o desenvolvimento de exemplos de equilíbrio harmônico com base no visagismo, criados pelo autor, através de software de edição digital. FIGURA 3 - CAMPANHA DE JOIAS - PRATA FINA
FIGURA 4 - CAMPANHA PRODUÇÃO VISAGISMO.
FONTE: Divulgação Prata Fina.
FONTE: Elaborado Pelo Autor.
DE
JOIAS
–
Analisando a campanha de joias acima, o briefing da mesma seria composto a partir da criação de uma imagem impressionante, como a edição nos permite notar. Ao lado está a mesma campanha, porém editada/produzida a partir da técnica de visagismo para criar a imagem impressionante, sem fazer uso de palavras. Na figura 3 a predominância de nuances muito quentes é notória, isso traz destaque a imagem, porém cria uma sensação mais chocante no espectador. Hallawel (2008) classifica a beleza ligada a cores quentes e vibrantes como colérica, das pessoas de personalidade forte, onde as cores são mais vibrantes fortes e intensas, como nesta produção. Aqui fica constatado que a abordagem desta produção é
inquietante, pois tons muito quentes com nuances muito quentes, trazem ao nosso cérebro a informação de inquietude, movimento e expressão, como uma explosão. Nota-se também o uso mínimo de peças de roupas, com o propósito óbvio de evidenciar as joias, isso também foi um ponto importante, que poderia ser mais explorado, porém é muito comum em casos de produções de joias os briefings já conter informações sobre poucas peças, peças extremamente neutras, isso muitas vezes dificulta o trabalho do produtor. Na figura 4 a predominância de nuances é neutra, até mesmo pela criação de uma blusa no top com o ‘’recorte’’ superior em vinho, adicionando profundidade em relação a pele da modelo, com o contraste criado podemos notar o destaque dos tons das peças em prata. A iluminação foi apresentada de forma mais natural, sem sobrecarga nos contrastes, favorecendo não somente as joias, como a própria modelo. A make-up art. foi direcionada a valorizar os olhos da modelo, neutralizar com destaque os tons rosados e cobres de sua pele, para tanto foram utilizados tons verde e madeira para olhos e preenchimento de sobrancelha, além do batom com nuance mais fria, porém mantendo um tom quente na classe dos vermelhos; o contorno criado na pele do rosto da modelo favorece o rosto oval da mesma, alongando e direcionando a luz, as bochechas foram trabalhadas com contorno na região das maçãs em, área dos olhos foi iluminada suavemente, assim como queixo e testa, promovendo uma expansão vertical do rosto, o famigerado ‘’alongamento’’. O cabelo foi neutralizado, de maneira que revela uma abordagem sutil ao espectador, pois o fato de existir uma grande concentração de tons e nuances quentes em uma parte considerável da imagem (parte que o cabelo ocupa) interfere na abordagem psicológica do espectador. Neutralização de tons foram feitas com base no quadro 1 elaborado a partir do raciocínio proposto por Suzanne Cayglll e Jean Patoon, descrito por Hallawell.
FIGURA 5 - CAMPANHA HERREIRA SEMI FIGURA 6 - CAMPANHA SEMI JÓIAS – JÓIAS PRODUÇÃO VISAGISMO
FONTE: Divulgação Herreira
FONTE: Elaborado Pelo Autor.
Analisa-se a figura 5, onde a modelo está com uma beleza neutra, equilibrada admite-se uma blusa com estampas mais coloridas, em contraponto ao cenário composto por tons de cinza e branco. A make é mais clean sem explorar as cores de forma que favoreça. Na figura 6 a iluminação foi modificada para revelar maior luz, porém sem contrates em excesso, para conciliar com a técnica visagismo, onde a beleza foi retrabalhada a partir de edição digital. Neste caso a modelo possui um nariz pequeno, fino e curto. Ocupa menos que um terço da face, visto de frente. (HALLAWELL, 2008). Para harmonizar o nariz a make foi trabalhada com maior iluminação na área central e os contornos foram reforçados, a boca é larga, também pode ter lábios normais, finos ou largos. O que muda são os cantos da boca que ficam em um eixo próximo às pupilas do olho. (HALLAWELL, 2008). A cor do batom foi alterada com base no quadro 2 de acordo com o tom de pele da modelo, assim evidenciando a região da intuição e atraindo atenção para as peças que se encontram próximas. O cabelo foi apresentado com um tom mais claro e uma nuance mais quente e dourada, sendo a cor base dos marrons-amarelados e corresponde ao tipo primavera nas peles brancas e ao calipso nas peles negras. (HALLAWELL,2008)
Algumas alterações de luminosidade no canto inferior dos olhos foram adotadas, com a finalidade de suavizar linhas e marcas da região, além de deixar o olhar mais expressivo. As unhas foram trabalhas com uma nuance suave de azul para atrair mais atenção do expectador à peça que é exibida na mão da modelo a cor foi utilizada com base no quadro 2. 3.2 PRÉ – PRODUÇÃO
A pré-produção é o momento onde preparamos a produção, é a fase de idealizar looks, participar do casting de modelos, sendo esta participação fundamental para a aplicação da técnica visagismo, levando em consideração os formatos básicos de rosto; oval, redondo, quadrado e retangular, triangular invertido, triangular, hexagonal de lateral reta, hexagonal reto na base e rosto em losango (HALLAWELL, 2008), pois com base na análise do rosto de modelos previamente, podemos garantir as qualidades que irão somar à proposta de imagem em que consiste o briefing. A escolha de modelos para a produção, foi feita a partir dos perfis enviados pela agencia de modelos de acordo com o perfil solicitado pelos clientes e foram levados em consideração critérios físicos que auxiliem na construção de imagem de cada marca, sendo assim cada modelo foi selecionada devido ao formato de rosto que favorece a comunicação com o público. FIGURA 7 – EXEMPLO DE BELEZA COLÉRICA
FONTE: Justmodels
Na figura 7 analisando o rosto da modelo, podemos identificar o formato hexagonal; com a divisão de três terços é possível notar que a maior parte está localizada entre o início das sobrancelhas e a ponta do nariz, trazendo força e evidência ao emocional, as regiões de intelecto e vontade estão em harmônica
proporção. O conjunto de um rosto hexagonal e a beleza colérica. ''A beleza colérica expressa muita atitude. Poderosa, passional e independente, é também líder. Ligada ao coração, sua cor é o vermelho. Transmite força, coragem e determinação.'' Hallawell (2009). Assim fica claro que o perfil da modelo atinge a imagem de público ambicionada pela marca Beyond, com criação mais minimalista uma imagem ligada a poder e emoções. FIGURA 8 – ESCOLHA DE MODELO
FONTE: Justmodels
Analisando a figura 8 podemos identificar que o rosto da modelo parte do formato básico oval; com a divisão três terços podemos notar que o intelecto é a parte com maior destaque em seu rosto iniciando no nascimento do cabelo partindo até o fim da testa no início da sobrancelha, já as partes ligadas à emoção e vontade, são harmônicas e semelhantes em proporção. O rosto conta com linhas arredondadas em sua maioria, lábios, sobrancelhas e um destaque para os olhos que são bem arredondados e grandes, trazendo aquele ar de melancolia e doçura ao rosto. ''A beleza melancólica é elegante, sensível e artística. Profunda, charmosa e sofisticada. É ligada à água, sua cor é o azul. Transmite calma e organização.'' Hallawell (2009).
Para dar início a pré-produção, foi realizada uma reunião de briefing com a finalidade de definir o tom de cada editorial possíveis poses de modelos, inspirações de conceitos, alternativas de modelos, iluminação e edição além de locação e equipe. A ferramenta de criação utilizada foi o brainstorm, dessa forma foi possível estabelecer noções e direcionar o conceito. Foi elaborado um painel de criação, com inspirações e imagens que representam este conceito de imagem ambicionado pelas marcas.
FIGURA 9 – PAINEL DE CONCEITO DE BELEZA
FONTE: Painel Elaborado Pelo Autor
Este painel de conceito de beleza, foi criado com base nas informações definidas através do briefing, com o objetivo de inspirar e direcionar a concepção de beleza na produção das campanhas. Podemos analisar que a beleza é composta por elementos de glamour, criando uma imagem mais forte, emotiva e poderosa, em contra ponto admite-se uma beleza fresh com cara descontração e revelando uma imagem mais calma e radiante. A imagem do batom nude em um fundo de mesma cor, remete a pureza que integra este conceito de beleza; para representar um aspecto mais abstrato e emocional, a imagem no canto superior direito, mostra uma make em alto relevo, com detalhes delicados e naturais. O painel foi elaborado levando em conta aspectos dos dois temperamentos, que compões os tipos de beleza melancólico e colérico, referente aos diferentes publicos das duas marcas.
FIGURA 10 – PAINEL DE CONCEITO DE CRIAÇÃO PARA PRODUÇÃO - MARCA BEYOND
FONTE: Painel Elaborado Pelo Autor
Este painel representa o conceito de imagem ambicionado pela marca Beyond, foi elaborado com o objetivo de inspirar a criação do conceito de imagem desenvolvido junto à técnica de visagismo e aplicado a produção. Foi elaborado através de signos representativos deste público com peças que norteiam seu cotidiano e imagens que definem seu estilo de vida como por exemplo o azulejo com grafismo, representa o gosto pelo design, o minimalismo; a fotografia da obra do arquiteto Oscar Niemeyer, fazendo menção a apreciação por arquitetura; a ilustração, no canto inferior direito, fazendo conexão à forte ligação com a moda e o envolvimento do público com a informação de moda.
FIGURA 11 – PAINEL DE CONCEITO DE CRIAÇÃO PARA PRODUÇÃO - MARCA JACU
Fonte: Painel Elaborado Pelo Autor
Neste painel de conceito de criação, as imagens que o constituem, caracterizam e representam o público da marca Jacu BR, assim como a identidade da marca que está representada pela imagem ‘’vai brasil’’. Este painel foi base de inspiração para construção de conceito de imagem, que junto a técnica visagismo foi representado na campanha. Podemos encontrar a modelo negra; no canto superior direito, abaixo os botões em madeira, representando brasilidade, valorização de materiais; ao lado uma peça de iluminação representando o apreço pelo design, abaixo um look, que ilustra a relação de moda; no canto inferior direito o calçadão de Copacabana na década de 60, trazendo a identidade do público; no canto superior esquerdo, uma ilustração tropical abstrata (ao lado da modelo), faz a relação com a arte, todos signos representados são de relevância ao público.
Outra etapa de grande importância na pré-produção é a organização e separação dos materiais, destaca (BRAVO, 2016). O especialista em visagismo afirmou em entrevista (ver apêndice A) que esta é uma etapa fundamental na produção, que faz conferência nos materiais e separa tudo pessoalmente.
3.3 PROCESSO DE CRIAÇÃO DE IMAGEM
Após o briefing definido dar-se-á início as metodologias de criação e concepção de imagem, pois a linguagem visual será o meio de comunicação deste conceito de imagem que será representado através de signos que irão compor a produção comunicando ao público. Sendo assim, escolher uma boa metodologia de criação é de relevância vital para o bom aproveitamento da produção. A criação de imagem está relacionada ao fato de a moda e a indumentária serem estabelecidas como formas de comunicação e de produção cultural. (BARNARD, 2003). A metodologia de criação de imagem terá seu início na análise e interpretação do briefing, que no caso deste estudo resultou em um quadro imagético com inspirações de propostas de conceito de imagem e beleza, elaborado pelo autor às marcas Beyond e Jacu BR. A segunda etapa da metodologia é a pesquisa que para Façanha, 2013 é subdividida em três campos; temática, conceitual e da área. Deste modo, na pesquisa temática um bom tema para a autora é algum objetivo, podendo ser de qualquer natureza, desde que seja possível extrair um conceito subjetivo deste tema. Na pesquisa conceitual explora aspectos do tema que possam render boas interpretações com bons enredos. Isso se dá com a seleção de aspectos isolados que serão examinados até que se chegue a uma essência simbólica. (FAÇANHA, 2013 p. 72) A pesquisa da área, que é a última fase de pesquisa, é o momento de determinar em que área de criação o projeto se referirá. Ele pode ter como alvo, por exemplo, a criação de imagem para desfiles, catálogos, exposições ou vitrines, editorial ou personal styling. Após a determinação da área de aplicação a mesma deverá ser pesquisada com intuito de embasamento para as interpretações do projeto.
4 COMUNICANDO MODA COM VISAGISMO
A partir da análise do rosto da modelo e o conceito definido para cada marca e cada público é possível trabalhar o visagismo na modelo e transitar entre os públicos. Aplicando a técnica podemos transformar um rosto com beleza melancólica em um potencialmente colérico. Para mostrar a técnica uma produção foi realizada, com a modelo de beleza melancólica, transitando entre melancólico e colérico. FIGURA12 – PRODUÇÃO JACU BR
FONTE: Elaborado pelo Autor
FIGURA13 – PRODUÇÃO JACU BR
FONTE: Elaborado pelo Autor
As figuras 12 e 13, compõem a campanha da marca Jacu BR, que foi produzida com a técnica visagismo aplicada à modelo, criando o conceito de imagem ambicionado pela marca, para comunicar ao público o desejo de consumo. Fazendo uma análise da campanha, podemos notar que toda a produção foi elaborada de modo a criar uma imagem descontraída e suave, as peças que compõem os looks são de cor, textura e estampa, que passam essa imagem de descontração. A direção da modelo foi dirigida para revelar espontaneidade, naturalidade e sutileza. A beleza cria uma imagem calma, leve ao mesmo tempo sofisticada, a make foi realizada criando uma pele suave, com contornos que favorecem o formato oval do rosto da modelo para enfatizar a beleza melancólica. Como neste caso, a modelo já possui uma beleza dentro do temperamento melancólico, não se faz necessário o uso de grandes artifícios, somente valorizando e evidenciando a forma natural do rosto. Outro quesito importante foi a iluminação da pele que traz a sensação de
frescor, este signo foi reforçado com batom líquido nos lábios, assim criamos uma imagem mais radiante, as cores da make foram baseadas no estudo de tipos cromáticos (ver quadro 1). O cabelo apresenta uma imagem mais descontraída e natural, para tanto a finalização escolhida foram as ondas, porém com formato em ‘’s’’, para criar apenas movimento e suavidade aos fios com as formas mais arredondadas em torno da cabeça, a raiz é sem volume, pois não desejamos imponência agora. A edição das imagens e a escolha das mesmas se deu a partir do enfoque nos signos representativos da imagem calma, sensível e alegre que o briefing nos direciona, desta forma o fundo suavemente azul, por ser a cor do temperamento de beleza melancólico, e trazer à imagem uma atmosfera de frescor e calmaria. (HALLAWELL,2009) FIGURA14 – PRODUÇÃO BEYOND
FONTE: Elaborado pelo Autor
FIGURA15 – PRODUÇÃO BEYOND
FONTE: Elaborado pelo Autor
Analisando as figuras 14 e 15, podemos admitir que a campanha da marca Beyond, que é composta pelas figuras em questão, aborda um aspecto mais emotivo e de força caracterizado pelo temperamento de beleza colérico. (HALLAWELL, 2009) Nesta campanha a produção apresenta através dos signos, uma imagem mais sensual, forte, sofisticada, dinâmica e poderosa, assim alguns artifícios de maquiagem e cabelo foram utilizados para comunicar esta imagem. A beleza desta campanha é composta por um cabelo com ondas, porém ondas mais marcadas, com uma forma em ‘’z’’, criando uma imagem mais glamurosa e marcando mais a força com o volume nos fios. A make foi criada para contornar o rosto e enfatizar linhas externas do rosto, deixando com uma forma mais saliente na região do queixo, pois nesta área que é projetada a vontade, o rosto foi alongado com a iluminação da pele, as sobrancelhas foram destacadas e preenchidas, criando um
desenho mais geométrico e arqueado, com a finalidade de trazer as linhas de imposição e imponência ao olhar, além de o batom de tom vermelho fechado, foi definido por trazer poder aos lábios e conferir assim o dinamismo à imagem. Tudo isso somado à direção da modelo, que foi executada de forma a evidenciar esta imagem, a posição do rosto, os movimentos de braços e pernas, toda a interação da modelo com as peças revela uma imagem de poder e sofisticação. Os looks foram planejados para dar suporte à imagem colérica, com cores mais sóbrias, modelagens diferenciadas e que passam toda a informação de moda que o público consome. A edição das imagens, trouxe ao fundo um suave tom de vermelho, para garantir o clima colérico, pois esta cor representa este temperamento de beleza, deixando assim uma atmosfera emocional de força no ambiente da imagem. (HALLAWELL, 2008) Vale salientar que toda campanha deve ser pensada após identificar o temperamento
do
público
alvo
da
empresa,
seja
este
um
trabalho
reposicionamento de marca, mudança de público, ou não. (BRAVO, 2016)
de
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Assim podemos compreender como o visagismo sendo somado à produção de moda resulta em um trabalho de comunicação visual mais assertivo, comunicando através de signos visuais incitando o desejo de consumo do público, de forma sutil e apelo psicológico, pois neste caso o cérebro irá interpretar os signos à medida que forem notados pela visão do observador. Podemos concluir que aplicando o visagismo na produção de moda a imagem conceitual a ser passada pode e deve ser representada e construída com base no temperamento de beleza do público, pois irá influir no gosto do público, criando empatia através da imagem. A partir desta comunicação visual estabelecida de maneira inconsciente pois o mesmo é apresentado ao observador através de formas cores e texturas que são interpretadas de modo a contextualizar um cenário que desperta no observador o desejo de consumo desta imagem, promovendo determinado produto, conceito de marca, ou posicionamento de imagem, comportamento (no caso de produções editoriais). Também o visagismo pode ser visto como excelente ferramenta de comunicação com o público, na hipótese de a marca estar mudando de posicionamento, lançando uma nova linha, por exemplo, destinada a um segmento de marcado diferente do usual, estabelecendo uma comunicação inconsciente com público. Se uma determinada pessoa possui um temperamento fleumático, vai sempre enxergar o mundo à sua volta e interagir com ele através do viés ótico característico do fleumático, nenhum outro temperamento irá fazer o mesmo, pois também enxergará através de sua própria perspectiva de temperamento.
REFERÊNCIAS
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APÊNCIDE A – ROTEIRO DE PERGUNTAS DA ENTREVISTA Entrevista – Produção de Moda com aplicação da Técnica Visagismo; 1). Pré-produção, como seria a sua rotina de preparação? 2). Existe algum ritual para produções, tem algo que você sempre faz? 3). Existe algum biótipo/rosto específico, que prefira trabalhar? 4). Com relação a cores, costuma personalizar uma produção com alguma cor de sua preferência? 5). Quando falamos de visagismo na produção de moda, estamos falando de comunicação, porém o criador dessa comunicação é um artista e enquanto artista existe alguma regra de inspiração, como se dá seu trabalho de inspiração? 6). Vai aos castings? Gosta de ir? Se sim. Porque? 7). Com toda a sua experiência existe algo que ainda é um desafio? 8). Gosta mais de trabalhar de forma intuitiva e improvisar, ou prefere estabelecer uma metodologia para se basear e organizar? 9). Alguma dica para quem está iniciando no mercado? 10). Uma pequena definição de visagismo? 11). O que deve conter um uma boa produção? 12). O que não pode faltar em um bom profissional Beauty? 13). Prefere trabalhar com produções maiores, ou com equipes menores? E porquê? 14). Na sua opinião o visagismo contribui de que formas para a criação e conceituação de imagem através da produção de moda? 15). O visagismo deve estar presente no cotidiano das pessoas? Porque?