Patricia Chadai - Desenvolvimento de estampas interativas focado no vestuário de moda praia

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DESENVOLVIMENTO DE ESTAMPAS INTERATIVAS VESTUÁRIO DE MODA PRAIA PARA PÚBLICO INFANTIL.

FOCADO

NO

Monografia apresentada como requisito principal para obtenção do grau de Design de Moda, 6º período do Curso Superior em Design de Moda da Faculdade de Tecnologia Senai Curitiba. Orientadora: Lucíola S. Pires Zamprogna

CURITIBA JUN./2015


TERMO DE APROVAÇÃO

PATRICIA ALVES CHADAI

DESENVOLVIMENTO DE ESTAMPAS INTERATIVAS VESTUÁRIO DE MODA PRAIA PARA PÚBLICO INFANTIL.

FOCADO

NO

Este trabalho foi julgado e aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de Design de Moda do curso Superior de Design de Moda na Faculdade de Tecnologia Senai Curitiba. ______________________________ Edson Korner Coordenador do Curso

Orientador(a):

Prof._______________________

Banca:

Prof._______________________ Prof._______________________

Data da banca Curitiba, ____________________________________


Dedico este estudo a meus pais, por me darem a possibilidade de fazer o curso de que gosto e estarem sempre presentes e dispostos a me ajudar em todas as dificuldades.


AGRADECIMENTOS Aos professores por estarem sempre disponíveis, e dispostos a me aconselhar e a solucionar todas as dúvidas. De modo especial a minha orientadora Ciça Pires, por toda a dedicação e carinho. E ao coordenador do curso Edson Korner por fazer tudo o que estava ao seu alcance para auxiliar no desenvolvimento deste trabalho. As minhas alunas e a seus pais, por me autorizarem e auxiliarem, na fase de testes do produto. Aos meus amigos que direta e indiretamente me deram seu apoio. Principalmente a Thais Iensen por realizar brilhantemente a gravação e a edição do vídeo de demonstração do produto. E aos meus pais, pelo incentivo, amor e o apoio. E a minha irmã, por estar sempre disponível a ajudar.


“No Design de Superfície e Estamparia, hoje existem possibilidades de inovar, não só nas técnicas, como da estamparia digital, mas também, podemos inovar na forma de apresentar novos modos de estamparia, com aquilo que já utilizávamos antes”. (LOPES; MONTEIRO, SUDSILOWSKY 2006).


RESUMO Analisando o segmento de moda praia infantil, percebeu-se a pouca diferenciação em modelagem e estamparia dos produtos. Por isso pretende - se com este projeto aliar as técnicas de serigrafia com a inovação para obter desta, forma produtos de moda praia infantil diferenciados. Através de uma pesquisa bibliográfica levantaramse as principais informações sobre o segmento, e notou-se que além do Brasil ser um forte concorrente mundial no segmento de moda praia adulto, atualmente também o segmento de moda infantil têm apresentado ótimo número de vendas. Por isso percebeu-se então a oportunidade de aliar essas forças e apresentar um produto que seja desejado pelas crianças e que atraia também aos pais. Pesquisando tintas de serigrafia, e utilizando o processo de serigrafia por quadro manual, chegou-se ao resultado de estampas que reagem ao contato com alguns fatores externos como água e luz, e depois de testes realizados pode-se perceber que este diferencial faz com que o público - alvo sinta-se atraído pela peças. Palavras - chave: estamparia; interatividade; moda praia infantil.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1–TRAJES DE BANHO.................................................................................3 FIGURA 2 –TRAJES DE BANHO MAIS PRÁTICOS...................................................4 FIGURA 3 –BIQUINI NO BRASIL................................................................................5 FIGURA 4 – INDUMENTÁRIA INFANTIL.....................................................................6 FIGURA 5 – FOTOLITO.............................................................................................12 FIGURA 6 – QUADROS DE SERIGRAFIA................................................................13 FIGURA 7 – MESA DE GRAVAÇÃO DA TELA.........................................................13 FIGURA 8 – LIQUIDO PARA EMULSÃO...................................................................14 FIGURA 9 – BERÇO PARA SERIGRAFAR...............................................................14 FIGURA 10 – RODO..................................................................................................15 FIGURA 11 – ESPÁTULA..........................................................................................15 FIGURA 12 – TINTAS PARA SERIGRAFIA...............................................................16 FIGURA 13 – ESQUEMA PARA ESTAMPAR...........................................................16 FIGURA 14 – PROCESSO DE ESTAMPAR..............................................................17 FIGURA 15 – FLASH CURE......................................................................................17 FIGURA 16 – SOPRADOR........................................................................................18 FIGURA 17– ESTEIRA...............................................................................................18 FIGURA 18 – LAVA QUADRO...................................................................................19 FIGURA 19 – LENÇOS HERMÉS..............................................................................19 FIGURA 20 – MÁQUINA DE MALHARIA POR TRAMA............................................20 FIGURA 21– REPRESENTAÇÃO DE MALHARIA POR TRAMA..............................21 FIGURA 22 – MÁQUINA DE MALHARIA POR URDUME.........................................21 FIGURA 23 – REPRESENTAÇÃO DE MALHARIA POR URDUME..........................22 FIGURA 24 – TECIDO COM PROTEÇÃO UV...........................................................23 FIGURA 25 – ESTAMPA...........................................................................................27 FIGURA 26 – FIXANDO O FOTOLITO......................................................................28 FIGURA 27 – LÍQUIDO DE EMULSÃO......................................................................29 FIGURA 28 – APLICAÇÃO DO LÍQUIDO DE EMULSÃO..........................................29 FIGURA 29 – LUZ ULTRAVIOLETA..........................................................................30 FIGURA 30 – QUADRO APÓS A EXPOSIÇÃO NA LUZ ULTRAVIOLETA...............30 FIGURA 31 – LAVAGEM DO QUADRO....................................................................31 FIGURA 32 – LIMPEZA DO BERÇO.........................................................................32 FIGURA 33 – ESPALHANDO A COLA......................................................................32 FIGURA 34 – FIXAÇÃO DO TECIDO NO BERÇO....................................................33 FIGURA 35 – CONFERÊNCIA DA POSIÇÃO DO QUADRO....................................34 FIGURA 36 – TINTA NO QUADRO...........................................................................35 FIGURA 37 – TINTA ESPALHADA NO QUADRO.....................................................35 FIGURA 38 – ESTAMPA EM PROCESSO................................................................36 FIGURA 39 – RESULTADO DA ESTAMPA X...........................................................37 FIGURA 40 – RESULTADO DA ESTAMPA Y...........................................................38 FIGURA 41 – MODELO 1..........................................................................................39 FIGURA 42 – MODELO 2..........................................................................................39 FIGURA 43 – GRAVAÇÃO DO VÍDEO DEMONSTRATIVO......................................40 FIGURA 44 – GRAVAÇÃO DO VÍDEO TESTE.........................................................41


SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................1 2 REVISÃO DE LITERATURA....................................................................................3 2.1 PANORAMA DO SEGMENTO DE MODA PRAIA.................................................3 2.2 A EVOLUÇÃO DA MODA INFANTIL.....................................................................6 2.1.1 Consumo de moda infantil no Brasil...................................................................8 2.3 O DESIGN DE SUPERFÍCIE E A ESTAMPARIA...............................................11 2.3.1 A estamparia têxtil com foco na serigrafia manual...........................................11 2.4 TECIDOS UTILIZADOS NA CONFECÇÃO MODA PRAIA.................................20 2.5 TINTAS DE SERIGRAFIA...................................................................................24 2.5.1 Tintas de serigráficas interativas......................................................................24 3 DESENVOLVIMENTO...........................................................................................26 4 CONCLUSÃO........................................................................................................42 5 REFERÊNCIAS......................................................................................................43 6 ANEXOS................................................................................................................46


1 INTRODUÇÃO Tendo como base o segmento de moda praia na presente pesquisa, percebese que atualmente o Brasil é uma das principais referências nesse tipo de vestuário. Talvez pela sua grande extensão de praias na costa do território, o que proporciona o surgimento de diversas marcas, que não apenas abastecem o Brasil, como também lideram a exportação do segmento, como mostra o boletim do SEBRAE (2013). Os produtos da moda praia brasileira, movimentaram a economia do país em 2012 com um faturamento de US$1,9 bilhão. Já as exportações foram responsáveis por gerar US$ 11,3 milhões em 2010 e US$ 10,4 milhões em 2012. Os principais mercados importadores foram os EUA (US$ 2,9 milhões), seguido de Portugal (US$ 2,1 milhões) e Itália (US$ 903,8 mil). Atualmente o público infantil está se mostrando um ótimo segmento para ser explorado pelas indústrias de tecidos e vestuário. Por esse motivo, as empresas acabam investindo mais em pesquisas de mercado que comprovam a aceitação das crianças à produtos diferenciados, pois as preferências variam de acordo com a idade. Outro ponto positivo é que os pais não se importam em consumir peças mais caras. E isso tem sido um grande atrativo para novos negócios, já que atualmente os pais optam por uma família menor e por isso não medem gastos com as crianças, que se tornaram consumidores muito exigentes devido à enorme gama de informações vistas com rapidez através dos meios de informação. Pais extremamente atarefados e trabalhando tendem a se sentirem culpados pelo pouco tempo, presença e carinho, compensando a culpa através da compra de produtos, brinquedos e roupas dedicadas aos filhos. (FEGHALI e DWYER, 2001) As roupas suprem também a vaidade dos pais que podem atribuir certo status social na relação que constroem com determinadas marcas. O público, de modo geral, hoje não compra mais a peça apenas pelo que ela é, mas pelo que ela representa, para embasar isso temos os conceitos do design emocional. Como foi citado por Freitas(2011): A cultura da comercialização da imagem evoluiu para a cultura da experiência emocional, que atua de forma mais abrangente, explorando os sentidos humanos (...) propor novos meios de interação as marcas conseguem uma maior proximidade com os usuários (...).Pode-se dizer que, para alguns setores do mercado, a experiência passa a ser o produto em si (FREITAS, 2011, p.30-31)


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As marcas devem se reciclar ou inovar na qualidade e diferencial daquilo que oferecem. Por isso é que a estamparia tem crescido tanto na indústria têxtil e é objeto de pesquisa no presente trabalho. Atualmente existem inúmeras marcas que atendem um mesmo segmento e público. Embasado nisso, é de extrema importância que os produtos apresentem um diferencial para atrair o consumidor, por exemplo, a interação da criança com a peça é algo divertido e atraente. Que técnicas de estamparia podem ser aplicadas no segmento moda praia infantil que criem a interação entre a criança e a peça? Em especial técnicas como a serigrafia, ganham diferencial por seu amplo repertório de tintas. Atualmente existem disponíveis no mercado tintas tecnológicas de diferentes tipos. Entre elas estão as que proporcionam a interação entre o usuário e a peça, como é o caso da estampa criada por uma marca nacional na qual a interação se dá quando a criança pode escrever na peça, ou ainda as que proporcionam colorir da forma que preferir. Assim, o presente estudo tem o objetivo de propor o desenvolvimento de estamparia em peças do vestuário infantil no segmento moda praia a partir de processos de serigrafia aliando inovação e interação entre produto e usuário. E como objetivos específicos, traçar um panorama da evolução do segmento moda praia, explicar a evolução e o consumo de moda no segmento infantil, identificar os tecidos utilizados no segmento moda praia, levantar os principais processos de estamparia têxtil em serigrafia, e identificar as principais tintas interativas presentes no mercado. O estudo primeiramente se dará através de uma pesquisa bibliográfica, que posteriormente resultará em um produto, que será apresentado para as crianças através de um laboratório, para que então seja avaliado se as peças atrairiam o interesse das crianças. Isso será possível porque que existem no mercado tintas serigráficas que possibilitam resultados interessantes. Se esses efeitos forem empregados nas estampas das peças de uma coleção, apresentariam um grande diferencial e, talvez, seriam capazes de atrair não somente os pais que buscam novidade e conforto, mas também os pequenos usuários que são tão exigentes e sem perceber, querem acima de tudo diversão nas peças. A relevância que se pretende com este projeto é de aliar técnicas de serigrafia na inovação de produtos de moda praia infantil, propondo a intercomunicação do vestuário com a rotina do consumidor.


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2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 PANORAMA DO SEGMENTO DE MODA PRAIA Parte-se do princípio de que o segmento de moda praia são roupas de banho que com o decorrer das décadas foram se aprimorando até chegar no que conhecemos atualmente como biquíni ou roupa de praia. Os primeiros modelos de trajes de banho femininos, feitos em tecidos espessos (sarja de preferência, ou algodão) eram caçarolas bufantes que iam até os joelhos sobrepostas por saiotes da mesma altura e por cima uma blusa-casaco a cinturada até a altura dos quadris. (BRAGA; PRADO, 2011, pág. 74)

Para Stevenson (2011) os primeiros indícios mundiais da roupa de banho, destinada para a praia foram no pós-guerra quando os funcionários tiveram seu tempo de folga aumentado, deixando então os balneários mais movimentados, dessa forma foi criado um guarda-roupas de conjuntos para as férias. No Brasil, no entanto a praia também era frequentada com uma intenção de descanso, porém este ato não deveria se sobrepor aos costumes de pudor da época. Segundo Braga e Prado (2011) o corpo deveria ser ocultado, principalmente o feminino, além dos acessórios utilizados como, chapéus, sapatos, em teoria os trajes de banho deveriam ocultar desde tronco até o tornozelo (ver Figura 1) FIGURA 1-TRAJES DE BANHO

Fonte: Álbum de retratos (2012)


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As roupas foram adquirindo maior praticidade, apenas entre as décadas de 1920 e 1930. Nesse período os maiôs eram fabricados com algodão e jersey de lã, com cores mais neutras e estampas geralmente listradas. Em 1940 começaram a fabricar o maiô de duas peças, como possível visualizar na Figura 2. FIGURA 2 – TRAJES DE BANHO MAIS PRÁTICOS

Fonte: Álbum de retratos (2012)

Os modelos faziam muito sucesso nos EUA e na Europa, porém era Riviera Francesa onde aconteciam os desfiles e onde nasciam as tendências da moda da época. Foi em um desses desfiles, em 1947, que surgiu o biquíni, roupa feminina usada para banhos públicos. O nome derivou-se do atol de Bikini (FEGHALI e DWYER 2001). Ele não deixou de ser muito desejado no Brasil, como se pode ver na Figura 3, e, segundo Braga e Prado (2011) o biquíni foi a peça que impulsionou a moda praia no Brasil.


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FIGURA 3 – BIQUINI NO BRASIL

Anexo 4: Exposição mostra como o verão influencia a identidade (2015)

Segundo Garcia (2014), no Brasil, esta peça começou a ser usada no fim da década de cinqüenta. Primeiramente o modelo foi adotado por vedetes que se juntavam as multidões das praias cariocas e depois pela que resolveu aderir à sensualidade do traje. Na década de sessenta um designer americano dispensou a parte superior do biquíni, porém no Brasil essa tendência não veio com tanta força. Na década de setenta, o biquíni brasileiro já apresentava proporções reduzidas comparado a outros países. Nos anos oitenta, já existiam muitos modelos de biquínis com modelos provocantes, incluindo o fio dental. Em 1990 a praia acabou sendo transformada em um lugar maior para a moda, dando espaço para a adição de acessórios como chapéus, saídas de praia, chinelos. Segundo Feghali e Dwyer (2001) o Brasil é o país que lança tendências no segmento de moda praia, justificando-se pela suas grande extensão de praias e mulheres sensuais. Por isso efetua grandes investimentos em desenvolvimento de matéria-prima, maquinário, e em qualificar mão de obra para esse mercado. Dessa forma, é senso comum mundialmente que ninguém faz biquínis como os brasileiros, prova disso é que revistas americanas e européias exibem em seus editoriais peças brasileiras.


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2.2 A EVOLUÇÃO DA MODA INFANTIL Segundo Lurie (1992) na idade média as crianças usavam apenas túnicas e batas como pode-se ver na FIGURA 4, e como esta descrito na citação de Áries (1984) as quais havia pouca ou nenhuma diferenciação de sexo, quando atingiam o terceiro ano de idade, passavam a se vestir como adultos mirins, o que perdurou até o renascimento. FIGURA 4 – INDUMENTARIA INFANTIL

Fonte: O Traje das crianças (CHAMPAGNE apud 2012, Phillipe. 1643)

Coloca-se (nas crianças) uma camisola curta, meias bem quentes, uma anágua grossa e o vestido de cima, que tolhe os ombros e os quadris com uma grande quantidade de pregas e diz-se a elas que toda essa tralha lhes trás um ar maravilhoso. (ARIÈS 1984 p.33)

Acredita-se que eram as mães as responsáveis por decidir a hora em que os meninos poderiam usar calções ou short. Com o surgimento do traje utilizado pelos


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marinheiros no século XVIII. O traje masculino infantil começou a ser inspirado neles. Como descreve o poema escrito por Carlos Drummond anos depois:

Marinheiro

(Carlos

Drummond

de

Andrade

apud

Infância, sociedade e Cultura, p.8)

Neste poema Drummond ilustra bem o pensamento da criança do século XVIII, que esta sim com uma roupa que fora inspirada nos marinheiros e que permite mais sua liberdade. Pode-se perceber que a indumentária mudou, porém, o pensamento do pai perante o comportamento do menino em nada se alterou, ele provavelmente continua com as mesmas limitações de não poder correr, amassar a roupa e muito menos se sujar. Segundo Kidwell (1989 apud MILLÉO; CUNHA, 2013) foi aí que existiu um maior destaque na moda infantil, e tornou-se um padrão no século XX, de forma que a criança começou a ser diferenciada pelo sexo. A partir daí as meninas usavam saias e não calças. Até a segunda guerra mundial a moda para os pequenos permaneceu estagnada. Após a guerra o “público infantil” começa a ser notado, por comerciantes, e investigadores (CARDOSO 1994). Para Kern (2010) com o início das tribos urbanas na década de 1960, percebeu-se o descobrimento das tendências, analisando-se por meio de imagens que a moda infantil voltou a parecer com a adulta. Ocorreu uma modificação na indumentária, para algo sem apelo de gênero, onde as peças utilizadas eram shorts e blusas, para ambos os sexos. Muitos acontecimentos na década de cinquenta contribuíram para que iniciasse uma preocupação com o cotidiano e com a saúde


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da criança, tornando-as mais livres, deixando as peças mais ergonômicas, confeccionadas com tecidos mais leves, o que teve um grande impacto no mercado infantil mundial. Conforme citado por Cardoso (2005), atualmente as crianças possuem passatempos e atividades diferenciadas das de tempos atrás. Hoje estão adaptadas as diversas formas de entretenimento, por isso conhecem marcas e sabem dar prioridade ao que preferem. 2.2.1 Consumo de moda infantil no Brasil Antes de iniciar o estudo do consumo de moda praia no Brasil e no mundo é necessário que compreenda-se primeiramente a relação entre moda e consumo, e posteriormente como isso é ensinado atualmente para os pequenos usuários. Segundo Svendsen (2012) atualmente há um número crescente de mercadorias e serviços que circulam no mercado, para que através deles tentemos satisfazer nossos desejos e vontades. Isso é um resultado decorrente de uma sociedade que passou de principal produtora, para consumidora, o que não significa que anteriormente ambos os papéis não eram desempenhados. A diferença é que agora o papel principal do consumidor é comprar, tendo em vista que de certa forma é o que ele faz desde o nascimento até a morte. Uma das coisas mais importantes é que nós não consumidos apenas para suprir nossas necessidades existentes, nós o fazemos para criar nossa própria identidade. Além disso, o ato de consumir tornou-se um tipo de entretenimento. A cultura de consumista não é um fenômeno uniforme, por isso não são todos os mesmos produtos que satisfazem as mesmas pessoas, que de certa forma as separam em grupos. Os produtos são capazes de ligar pessoas entre si e separam umas das outras, de acordo com a afinidade. Outro fator relevante, é que esse consumidor atual, procura sempre os produtos mais novos uma vez que os bem conhecidos perdem a capacidade de encantar, o que faz o consumidor ter dentro de si um desejo contínuo pelo novo. (SVENDSEN 2012). Como citado anteriormente o consumo é algo que praticamos desde o nascimento, o que faz se certa forma com que os pais sejam responsáveis por direcionar até determinada idade os filhos nas suas decisões de compra. Como o citado por Morace (2012) dos quatro aos oito a criança possui uma cumplicidade


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com os pais que ainda são os consumidores, que lhes transferem não apenas não só os princípios a serem seguidos, mas também o gosto, que na maioria das vezes criam a oportunidade de criar alianças em termos de consumo com os pequenos, que são confrontados quando eles têm o contato com os fatores externos. Aos nove anos a criança atravessa o período de espera para poder ter livre acesso e passar de usuário para consumidor, pois nessa idade já foram apresentados ao mundo externo e já são capazes de fazer suas escolhas. A criação de histórias ligadas aos valores do produto-marca vem a ser um grande sucesso quando é capaz de transmitir conteúdos simples, porém expressos de modo original. Dessa forma cria-se um mundo de elementos que as crianças reconhecem, podendo avaliar os produtos em detalhes particulares, que lhes causem surpresa. Assim, é possível criar famílias de produto que as crianças possam experimentar de uma forma simplificada a própria paixão por escolher. Segundo Pitthan (2013), no Brasil as crianças são grandes influência no orçamento doméstico, e esse segmento deve crescer acima do esperado no próximo ano. E ainda uma pesquisa feita pelo IBOPE, entre janeiro e dezembro de 2012, mostrou que 38% da população quer estar em dia com a moda e 74% comprou roupas e acessórios nos últimos 30 dias. O segmento infantil já responde 15% do setor da moda e apresenta um crescimento de 6% ao ano, segundo dados da Associação Brasileira de Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT).(FINCO, NINA 2013) Atualmente, o marketing tem sido a forma mais eficaz para atingir um público tão jovem. As propostas de marketing são desenvolvidas com a aproximação ideal com os pais e auxiliam no desenvolvimento das crianças, no sentido de contribuir com a formação da identidade. E o mais importante, dão às crianças a capacidade de ler o mundo, incluindo nele a lógica de consumo. A atração das crianças por tudo aquilo que diz respeito aos seus jogos, brincadeiras e divertimento torna mais fácil a compreensão dos pequenos. O marketing se apropria da linguagem lúdica acompanhada com uma carga emotiva que é endereçada explicitamente as crianças, que fazem a leitura e conseguem transmitir ao adulto. (MORASCE,2012) Segundo Toviansky (2014), o comportamento das crianças e de suas mães tem feito o mercado de moda infantil crescer rápido no Brasil. Existiram também


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outros fatores que ajudaram, como a importação de roupas e calçados, que aumentou a concorrência no setor e a variedade da oferta. Além disso, a expansão do poder de consumo levou mais famílias brasileiras a renovar o guarda-roupa dos filhos nos últimos anos. Em 2014, as classes C, D e E foram responsáveis por 58% dos gastos com moda infantil no país — eram 52% em 2011, de acordo com o Ibope Inteligência. Tudo isso deve fazer as vendas de roupas para bebês e crianças de até 12 anos ultrapassar 30 bilhões de reais neste ano — crescimento de 40% em cinco anos, segundo estimativas da consultoria Iemi, especializada no mercado de moda. Existem marcas que são focadas no segmento moda praia infantil, como é o caso da Joy beach (ver anexo A), e da Siri Kids (ver anexo B) que são nacionais, porém ambas seguem a mesma linha tanto de modelagem quanto de estampas, e acabam não possuindo muitos atrativos nas suas peças. Comparando as peças dessas marcas, com peças encontradas em redes de lojas fast fashion, em nada se diferenciam os produtos. Imagens destes cases, para comparação em anexo.


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2.3 O DESIGN DE SUPERFÍCIE E A ESTAMPARIA Para que seja possível falar sobre estamparia é necessário citar e conceituar o design, que dentro de seu universo amplo de objetos, estão inseridos dentro desta área o design de produto, design gráfico, design de moda e também o design de superfície. Que tem total ligação com a estamparia, nesta pesquisa o principal estudo está sendo desenvolvido focado no design de superfície, que é a área do design que agrupa todos os tipos de estamparia, inclusive a têxtil. O termo design de superfície é novo no Brasil, foi apenas reconhecida em 2005 como uma especialidade da área do conhecimento do design, pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Ruthschilling (2008) Como o citado por Rubim (2010) é todo tipo de projeto desenvolvido por um profissional da área de Design, no que diz respeito a aplicação de cores na superfície de um objeto. Para Ruthschilling (2008) a estamparia é um produto do design de superfície, que nada mais é do que o processo de impressão das estampas sobre os tecidos, o profissional de design encarrega-se de desenvolver a criação das imagens e qual o processo que será aplicado para a estampagem. Os recursos aplicados nas superfícies têxteis, como pinturas, impressões e bordados, podem ser feitos de diversas formas. O uso de quaisquer dessas aplicações agrega um diferencial ao produto, com a finalidade de proporcionar exclusividade e criar estímulos visuais nos têxteis. Logo, o design de superfície aplicado na estamparia têxtil é uma ação apoiada na técnica criativa, que tem como objetivo a elaboração de imagens que são reproduzidas em tecidos e têm a finalidade de fornecer características perceptivas à aparência das superfícies dos produtos, especialmente os de moda. 2.3.1 A estamparia têxtil com foco na serigrafia manual “O termo estamparia têxtil consiste em, a transferência de uma imagem feita através de um tecido construído especificamente para tal serviço, logo, sua ferramenta base é têxtil”. (BARCELLOS 2010, p.48) Existem muitos processos de estamparia têxtil, entre eles estão as digitais diretas e indiretas e a estamparia por cilindro. Porém a de maior importância para a


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pesquisa vem a ser a serigrafia que pode ser por quadros automáticos, em que o transporte dos quadros é feito mecanicamente e o manual, que é o mais antigo de todos os citados, porém que perdeu um pouco o espaço na moda por não ser tão tecnológico. Que tem a origem segundo Barcellos (2010) na antiguidade chinesa, em que para que o processo acontecesse era utilizada uma tela de seda, e atualmente é construída por um tecido de nylon ou poliéster que é construído para cada trabalho serigráfico. Serigrafia, então, é o método de impressão utilizado para estampar, com ação manual ou automática, utilizando diversos tipos de tinta. Uma particularidade desse processo é que a tinta deve ser mais densa do que nos outros processos de impressão, para que seja possível um excelente resultado, principalmente quando se deseja aplicar uma tinta clara, por exemplo branca, num tecido de pigmentação escura. Segundo Pippi (2010) para que o processo de serigrafia manual seja executado seja executado são necessários alguns materiais, representados nas imagens a seguir: a) Arte final ou fotolito: O desenho a ser estampado deve ser transposto em uma base transparente, (por exemplo acetato) ver na Figura 5, ou então translúcida, (por exemplo) papel vegetal. É como se a imagem fosse fotografada e gerasse então um negativo. Atualmente, o fotolito é obtido normalmente através de uma impressão a laser. FIGURA 5 - FOTOLITO

Fonte: Pippi (2010, p. 51)


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b) Tela ou quadro: Pode ser feito de madeira ou alumínio, serve de suporte para o tecido, constituindo então a matriz para serigrafia, que é por onde será feita a impressão na peça desejada. (Figura 6) FIGURA 6 – QUADROS DE SERIGRAFIA

Fonte: Pippi (2010, p. 52)

c) Mesa de Gravação de tela: A gravação se dá através do contato da matriz serigráfica emulsionada com uma tinta foto sensível, com uma luz de ultra violeta. As partes que não estão isoladas pelas áreas escuras do fotolito ficam “queimadas” (não dissolvem) enquanto as partes que estão não expostas à luz (são laváveis), quando em contato com a água abrem os poros da trama do tecido, e dão forma a figura impressa no quadro. Essa mesa possui lâmpadas muito fortes de luz ultravioleta. (Figura 7) FIGURA 7 – MESA DE GRAVAÇÃO DA TELA

Fonte: Pippi (2010, p. 52)


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d) Emulsão: Vem a ser um produto com consistência pastosa, sensível a luz ultravioleta, e é usado para a gravação do fotolito no quadro de estamparia. Essa emulsão é insolúvel em água, e quando exposta a luz ultravioleta, se mantém insolúvel em áreas não expostas. Ver na figura 8. FIGURA 8 – LÍQUIDO PARA EMULSÃO

Fonte: Pippi (2010, p. 53)

e) Mesa de impressão ou berço: A mesa serve para fixar e dar suporte ao tecido que será estampado. É necessário que a mesa seja bem estável para evitar deformações na estampa. E para que o tecido a ser estampado seja fixado na mesa, ele é preso por uma cola. (Figura 9) FIGURA 9 - BERÇO PARA SERIGRAFAR

Fonte: Pippi (2010, p. 54)

f) Rodo: Como pode-se ver na Figura 10, ele é composto por uma parte de madeira, ou metal, que segura uma tira de borracha ou silicone com


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quinas mais arredondadas ou mais acentuadas, serve para auxiliar a passagem da tinta pelo quadro de serigrafia. (Figura 10) FIGURA 10 - RODO

Fonte: Pippi (2010, p. 54)

g) Espátula: É utilizada para misturar, colocar e tirar a tinta do quadro para o pote. FIGURA 11 - ESPÁTULA

Fonte: Pippi (2010, p. 55)

h) Tinta serigráfica: São tintas especiais para esse processo que são escolhidas de acordo com o resultado final desejado. Por exemplo: a puff, perolizada, corrosão, a termocrômica e a hidrocrômica ( que será estudada nessa pesquisa)


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FIGURA 12 – TINTAS PARA SERIGRAFIA

Fonte: Pippi(2010, p.55)

Então depois que a arte é finalizada, o quadro é gravado, o tecido a ser estampado esta fixado na mesa, a tinta serigráfica é escolhida, finalmente é feita a impressão. Através de quando a tinta é colocada sobre a tela, então inicia-se o trabalho com o rodo, que permitirá uma impressão uniforme, o rodo é pressionado e provoca a saída da tinta pela tela, desta forma a tinta vai até o tecido da peça e então a estampa esta pronta. (BARCELLOS 2010) Como pode-se ver no esquema (Figura 13) e na imagem real (Figura 14): FIGURA 13 - ESQUEMA PARA ESTAMPARIA

Fonte: (A Serigrafia plana.(2015)


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FIGURA 14 - PROCESSO DE ESTAMPAR

Fonte: A autora, (2015)

Como o dito por Pippi (2010), depois que o processo de estampagem é concluído, é necessário ainda de outros materiais para a secagem da estampa. a) Flash cure (Cura rápida): É um equipamento de secagem rápida equipado com lâmpadas infravermelho. (Figura 15) FIGURA 15 – FLASH CURE

Fonte: Pippi (2010 p.57)


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b) Soprador: Parecido com um secador de cabelos, porém com um jato muito quente, é utilizado, por exemplo, para a secagem da tinta puff (que tem como característica ficar inchada quando seca). (Figura 16) FIGURA 16 - SOPRADOR

Fonte: Pippi. (2010, p.57)

c) Esteira quente: como o próprio nome diz ela é composta por, esteiras com circulação de ar quente, as quais no interior atingem temperaturas muito elevadas. (Figura 17) FIGURA 17- ESTEIRA

Fonte: Pippi (2010, p.57)

d) Lava Quadro: Um líquido desenvolvido especificamente para a lavagem e a retirada

permanente

da

emulsão

presente

no

quadro

serigráfico,

possibilitando assim a utilização do mesmo outras vezes. (Figura 18).


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FIGURA 18 – LAVA QUADRO

Fonte: Pippi (2010, p.58) Existe uma forma industrializada, que são feitos por quadros, porém utilizando o processo da serigrafia industrial, com braços mecânicos, onde é possível obter o mesmo resultado, porém em maior escala. Como exemplo dos lenços da marca Hermès, (Figura 19) FIGURA 19 – LENÇOS HERMÉS

Fonte: Pedro Diniz (2015)


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2.4 TECIDOS UTILIZADOS NA CONFECÇÃO MODA PRAIA: No segmento moda praia é muito comum observarmos a utilização de malhas, pois elas proporcionam mais mobilidade e conforto. A malha segundo Pezzolo (2007) é um tecido que é construído através do entrelaçamento das laçadas de um ou mais fios, que surgiu da releitura da forma manual de tricotar. A malha é um tecido que possui muita elasticidade, pois a laçada escorrega uma sobre a outra, conforme tencionam-se os lados, e ao soltar volta para o lugar de origem. Existem tipos distintos de malha a malharia por trama, que se forma através dos métodos de entrelaçamento na direção transversal, na qual a máquina pode ser alimentada por um ou mais fios, além de várias agulhas, podendo ser dispostas na em sentido horizontal ou em circular. As principais características dessas malhas é que são, malhas desmancháveis e com pouca estabilidade. Já na malharia por urdume, cada agulha é alimentada por um fio, formando a malha no sentido do comprimento, ou seja, a largura é determinada pelo numero de bobinas que alimentam a máquina Abaixo (Figura 20) a representação da malharia por trama. (AQUINO 2008). FIGURA 20 - MÁQUINA DE MALHARIA POR TRAMA

Fonte: Aquino (2008, p 11)


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FIGURA 21– REPRESENTAÇÂO DE MALHARIA POR TRAMA

Fonte: Aquino (2008, p 11)

FIGURA 22 - MÁQUINA DE MALHARIA POR URDUME

Fonte: Aquino (2008, p 12)


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FIGURA 23 – REPRESENTAÇÃO DE MALHARIA POR URDUME

Fonte: Aquino (2008, p 6)

Segundo Sartori (2014), os tecidos tecnológicos são aqueles que agregam a tecnologia e a modernidade para resolver problemas. Trazem a inovação para as peças de trabalho ou de lazer, como é o caso da moda praia, e são aplicados em diversos segmentos cada um atendendo a necessidade do usuário. Por exemplo, estão disponíveis no mercado o tecido AQUALIGHT, utilizado pela marca Osklen, para reduzir o atrito sobre a pele e facilita o movimento durante esportes aquáticos. Uma das primeiras inovações na malha foi a utilização do elastano, o que possibilitou a maior elasticidade na peça. A fábrica de tecidos Sta. Constância, investe muito na tecnologia. Todos seus tecidos para o segmento de moda praia possuem proteção UV o que, como citado por Pezzolo (2007) é de grande importância, pois existe uma grande perda de camada de ozônio, o que faz com que os laboratórios têxteis desenvolvam essa proteção que vem do tecido. Atualmente encontramos tecidos de fibras químicas que possuem a proteção solar, tão agradáveis de ser usados no sol quanto os tecidos de algodão. Porém, segundo Marques (2004), os tecidos com inovações tecnológicas começaram a surgir mais rapidamente com o avanço da indústria têxtil na criação da lycra que iniciou-se na década de 90. A partir disso puderam partir para outras inovações como a colocação da proteção ultra violeta nos tecidos. No boletim do SEBRAE (2014), contém a ilustração de um esquema explicativo, de como o tecido bloqueia a entrada dos raios UV, como é possível ver na Figura 24.


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FIGURA 24 - TECIDO COM PROTEÇÃO UV

Fonte: SEBRAE ( 2014 p.3)

Há também os tecidos que possuem outras tecnologias como é o caso do Emana (que reduz a celulite), o Dry-fit (possui secagem rápida), além dos termocrômicos que oscilam de cor conforme a temperatura do corpo. Para os testes, foi escolhido dentre muitos o tecido X, que utiliza a tecnologia Amni Texturizado Ar UV. Possui um fio inteligente de poliamida, que é uma fibra sintética, que pode ser utilizada só ou com outras fibras, avanços tecnológicos fazem com que ela se pareça cada vez mais com o algodão”(PEZZOLO 2007) o tecido transporta a umidade para o exterior da peça, proporcionando um maior equilíbrio térmico, com toque macio, além de oferecer proteção solar UV- A e UV- B (AMNI 2015)


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2.5 TINTAS DE SERIGRAFIA: A escolha da tinta é uma parte importante e indispensável no processo de estamparia e segundo Barcellos (2010), é ela que influencia totalmente na qualidade final do trabalho, pois existe um tipo de tinta para cada superfície. Por exemplo, podem ser opacas, que se incorporam mais no tecido e possuem um toque mais suave, porém após a secagem ficam com pouco brilho. Há também a Cromo, que é translúcida, possui um efeito brilhante após a secagem, porém o toque fica saliente a superfície aplicada. Como o citado por Barcellos (2010) entre as tintas existentes no mercado para a impressão serigráfica estão as que podem ser solúveis em água e em solventes; outras não possuem solventes, porém possuem substâncias amaciantes. Existem também, para favorecer o trabalho do operador de serigrafia, os solventes que são capazes de acelerar ou retardar a cura (evaporação da água) e a secagem das tintas, elas são classificadas quanto a sua durabilidade (o tempo que a estampa ficará na peça) à vivacidade (caso a estampa se desintegre, ou perca cor) e ao acabamento (que vem a ser brilhante ou fosco). Existem entre elas as tintas citadas a seguir, as à Base d’água, são formuladas com resinas acrílicas solúveis em água e tem como destino a impressão têxtil, mas também podem ser usada na impressão de papel. A tinta penetra entre as fibras e causa aderência após a evaporação da água, o que gera uma película flexível. As tintas a base de Plastisol que são formuladas com um composto derivado das resinas de PVC (Policloreto de Vinila). Vem a ser uma tinta para a impressão de tecidos e que oferece alto relevo plastificado brilhante ou fosco, além de um acabamento com aparência emborrachada. Para a secagem essa tinta deve permanecer na estufa, para que seja possível controlar a temperatura.

2.5.1 Tintas de serigráficas interativas Atualmente existem no mercado tintas que em contato com o meio,pó exemplo, água, luz negra, luz solar mostram determinado efeito. Segundo Pippi (2010) essas linhas de tintas são denominadas Crômicas, e podem ser encontradas em diferentes fornecedores. Ainda segundo o autor esse efeito pode ser causado


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por vários fatores externos e cada um deles vem a ser denominado de forma diferente. a) Hidrocrômicos: Os que respondem ao estímulo da água. b) Fotocrômico: que mudam de cor de forma reversível quando são expostas aos raios ultravioletas; c) Piezocrômicas que mudam de cor quando sujeitas a diferentes pressões; d) Fosfocrômicas que absorvem a luz artificial ou natural, e brilham em lugar menos iluminado; e) Termocrômica: muda de cor conforme a alteração da temperatura. É ideal que as tintas sejam compatíveis com os tecidos escolhidos, normalmente são utilizadas as tintas a base d’água, a plastisol ou a elastici que segundo o fabricante pesquisado, vem a ser a recomendada para tecidos com elasticidade, no caso do tecido de moda praia. No presente estudo serão utilizadas as tintas com efeito hidrocrômico, na qual segundo o fabricante, a reação acontece devido a ausência de água no lugar onde a tinta é passada. E outra vem a ser a fotocrômica que segundo Marques (2004), oferecem mudanças nas estampas dos objetos quando são expostos a luz do sol ou ultravioleta.


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3 DESENVOLVIMENTO

Na realização do seguinte estudo, foi necessário entrar em contato com alguns fabricantes de tintas serigráficas para descobrir o que havia disponível no mercado para o fim pretendido. Então, encontrou-se dois tipos de tinta que provavelmente apresentariam resultados interessantes: uma delas que nesse estudo será chamada por questão de Tinta X, que é fabricada pelo Fornecedor X. E a outra será chamada de Tinta Y, fabricada pelo Fornecedor Y. (Os nomes não estarão presentes no estudo

por

questão

de

sigilo

e

registro).

O contato com o Fornecedor X, foi bem fácil, uma empresa com funcionários atenciosos e dispostos, foi possível até falar com o setor de desenvolvimento para certificar que a tinta escolhida, aplicada no tecido desejado apresentaria o efeito pretendido. No entanto uma vez que foi pedido o orçamento, demorou muito para que o contato fosse retomado e o pedido fosse concluído e enviado. Segundo o vendedor tal demora deu-se por tratar-se de uma tinta nova, que ainda não estava no estoque por esse motivo, foi preciso desenvolver uma amostragem para que os testes fossem feitos. Já com o fornecedor Y, tanto o contato e as informações necessárias referente a tinta, quanto o envio da amostragem foram muito rápidos e satisfatórios. Dentro de um período de 2 meses as amostras das tintas estavam prontas para os testes. Na consulta com o fornecedor de tecidos, além do forro, comum para moda praia. Procurou-se uma base têxtil, que seria em malha, com a fibra desejada (poliamida), e o toque macio, exigências feitas tendo como ponto de partida o público alvo, e escolhidas então, pelo conforto que ela proporciona ao usuário. Além das características já citadas outro fator importante pela decisão deste têxtil, foi a proteção ultra violeta. Pesquisando, assistindo e analisando as informações das semanas de moda, que lançaram suas coleções para o Verão 2016, pode-se perceber a grande presença floral na estação. Baseando-se nisso, o módulo de repetição (Figura 25) da estamparia terá o floral como inspiração. Não haverá a presença de cor já que a tinta X terá a cor violeta e é a ausência de água que causa o efeito, da tinta Y, logo


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não existe cor, a separação de cores. As dimensões do móduloi são 14,4 cm X 14,2 cm. FIGURA 25 - ESTAMPA

Fonte: A autora, (2015)

Posterior à escolha das tintas, do tecido a ser aplicado e do módulo da estampa criado, foi realizado o contato com a empresa que seria contratada para fazer o processo de estampagem do tecido. Uma das maiores preocupações é que a empresa tivesse dentre seu maquinário a esteira, pois ambas as tintas utilizadas necessitam deste recurso para que a estampa fique com o resultado esperado. Outro fator importante foi escolha de uma empresa onde o processo pudesse ser fotografado, para gerar imagens exemplificativas para este estudo. Desta forma a visita para a produção da estampa, funcionou também como uma visita técnica. Portanto, uma vez que a estampa já estava criada nas proporções e medidas corretas, ela foi encaminhada para a estamparia e a partir daqui irá ser descrito e ilustrado

o

processo

da

construção

das

estampas.

Uma vez que o fotolito estava pronto, iniciou-se o processo para a gravação do quadro, onde primeiramente foi escolhido o tamanho ideal da moldura e posteriormente, foi fixado o fotolito na tela.


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FIGURA 26 - FIXANDO O FOTOLITO

Fonte: À autora, (2015)

Depois que o fotolito foi fixado no quadro, ele passa pela aplicação do líquido de emulsão, (Figura 27) que, como explicado anteriormente, funciona da seguinte forma, é sensível a luz ultravioleta, (Figura 28), e é usado para a gravação do fotolito no quadro de estamparia. Essa emulsão é insolúvel em água, porém é quando exposta a luz ultravioleta, se mantém insolúvel em áreas não expostas, onde no caso vem a ser o contorno das flores. (Ver na Figura 31.)


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FIGURA 27 – LÍQUIDO DE EMULSÃO

Fonte: À autora, (2015)

FIGURA 28 – APLICAÇÃO DO LÍQUIDO DE EMULSÃO

Fonte: À autora, (2015)


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FIGURA 29 – LUZ ULTRAVIOLETA

Fonte: À autora, (2015)

FIGURA 30 – QUADRO APÓS A EXPOSIÇÃO NA LUZ ULTRAVIOLETA

Fonte: À autora, (2015)


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FIGURA 31 – LAVAGEM DO QUADRO

Fonte: À autora, (2015)

Depois que o quadro estava seco e pronto, iniciou-se o processo para estampar primeiramente escolhendo o tamanho do berço correto, que segundo o estampador, para essa estampa é o frontal, que possui aquecimento. Então, ele limpou com água, e raspou com uma espátula o que havia de resíduos anteriores, (Figura 32). Para finalmente iniciar o processo de colagem, aplica-se um pouco de cola na parte superior do berço, e com um rodo comum espalha para que a camada fique bem fina, como pode-se (Figura 33).


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FIGURA 32 – LIMPEZA DO BERÇO

Fonte: A autora, (2015)

FIGURA 33 – ESPALHANDO A COLA

Fonte: À autora, (2015)

Depois que a cola foi passada numa fina camada, posiciona-se o tecido escolhido no berço, como é possível visualizar na Figura 34. Deve-se


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também ter o cuidado de colocar com o avesso do tecido para baixo, e ter cautela para que não fique nenhuma bolha no tecido, pois ele deve estar totalmente fixado no berço para que não haja defeito na estampa, também verificando se o quadro ficará no lugar desejado. Veja na Figura 35. FIGURA 34 – FIXAÇÃO DO TECIDO NO BERÇO

Fonte: À autora, (2015)


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FIGURA 35 – CONFERÊNCIA DA POSIÇÃO DO QUADRO

Fonte: À autora, (2015)

Então o operador separou a tinta a ser utilizada, misturou-a bem uma espátula pequena, e depois colocou-a em uma camada generosa na parte inferior do quadro, como mostra a Figura 36. Depois com o auxílio do rodo espalha-se a tinta por todo o quadro, numa camada fina. (Ver na Figura 37)


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FIGURA 36 – TINTA NO QUADRO

Fonte: À autora, (2015)

FIGURA 37 – TINTA ESPALHADA NO QUADRO

Fonte: A autora, (2015)

Depois que o quadro está encaixado na posição correta, ainda com o auxílio do rodo puxa-se a tinta novamente para a parte de baixo do quadro, dessa forma


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finalmente a tinta fica no tecido, devido a trama do quadro que permite a passagem da tinta pelo desenho impresso na tela. (Figura 38) FIGURA 38 – ESTAMPA EM PROCESSO

Fonte: A autora, (2015)

Esperou-se o tempo necessário para a pré secagem da tinta e então, levouse a tinta X para o primeiro teste a luz do sol o resultado foi satisfatório, como mostra a Figura 39. Então foi feita a lavagem do quadro com apenas água.


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FIGURA 39 – RESULTADO DA ESTAMPA X

Fonte: A autora, (2015)

O mesmo processo foi feito com a tinta Y, a única alteração foi quanto a densidade do rodo, pois como trata-se de uma resina, é necessário que a quantidade de tinta que vá para o tecido seja menor do que o da tinta X. Por isso utilizou-se a de polioretano de 60 shors. Porém, desta vez o resultado não foi satisfatório na primeira tentativa, pois o quadro não havia sido bem lavado, portanto e o resto de tinta que ficou entre a trama da tela, interferiu no resultado final. Entretanto foi refeito e então produziu o resultado esperado. Como pode-se ver na Figura 40.


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FIGURA 40 – RESULTADO DA ESTAMPA Y

Fonte: A autora, (2015)

Para que fosse então possível apresentar o produto as crianças e fazer a gravação do vídeo demonstrativo foi necessário a confecção de dois modelos. Levando em conta o conforto dos usuários, e também o apelo estético. É possível ver o desenho representativo das duas peças, nas figuras 41 e 42.


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FIGURA 41- MODELO 1

Fonte: A autora, (2015)

FIGURA 42- MODELO 2

Fonte: A autora, (2015)


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Depois que as peças estavam prontas, ocorreu a gravação do vídeo demonstrativo (Figura 43) e também a gravação com meninas entre 3 e 9 anos para que fosse observada a reação delas (Figura 44). O resultado foi satisfatório, todas as crianças que acompanharam a transformação da estampa, ficaram encantadas. Uma das entrevistadas chegou a pensar que era “mágica”, e uma das mães questionou se os efeitos existiam peças com essas estampas para o segmento adulto. Em anexo a este estudo esta o cd, onde possui tanto o vídeo demonstrativo, quanto o vídeo das reações.

FIGURA 43- GRAVAÇÃO DO VÍDEO DEMONTRATIVO

Fonte: A autora, (2015)


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FIGURA 44- GRAVAÇÃO DO VÍDEO TESTE

Fonte: A autora, (2015)


42

4 CONCLUSÃO

Primeiramente, foi possível concluir os objetivos propostos inicialmente. Foi traçado um panorama da evolução da moda praia no segmento adulto, que por deficiência de informações direcionadas ao segmento infantil, constatou-se que o infantil esteve sempre seguindo a evolução do adulto, o que vem acontecendo até hoje

quando

analisa-se

as

tendências.

Foi também descrito a evolução do segmento infantil, e pesquisado dados que comprovam que o segmento esta em constante crescimento no Brasil. Assim como também foram identificados os principais tecidos, fibras e tecnologias na parte têxtil que são utilizadas no segmento moda praia,.Citando também as principais técnicas de estamparia, e detalhado a serigrafia por quadro manual, e pode-se perceber que por mais que seja um método antigo, não deixa de ser eficaz. Com este trabalho foi possível notar que ainda é necessário investir não apenas em marcas no segmento infantil, mas também nas que atendam o segmento moda praia para as crianças, já que este ainda esta em expansão, e é pouquíssimo explorado principalmente no sentido de produtos que apresentam diferencial,

e

cativam

pais

e

filhos.

Além disso pode-se perceber também que o diferencial, pode estar nas técnicas de estamparia, que com o avanço da tecnologia e o surgimento da estamparia digital ficaram esquecidos, como a serigrafia por quadro. Pois existem imensas possibilidades a serem exploradas nessa técnica de estampar. E após a pesquisa, o desenvolvimento a aplicação das estampas na peça. Foi feita uma análise da reação das crianças e dos pais quando se deparam coma peça. A reação foi de surpresa, tanto para os pais quanto para os filhos, o diferencial esta nos detalhes, que se bem estudados fazem com que o produto fique atrativo.


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6 ANEXOS A- MARCA JOY BEACH

Fonte: Site da marca (2011)

B- MARCA SIRI KIDS

Fonte: Site da marca (2011)


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