Maria Teresa Ravaglio - Identificando o perfil de consumo das gestantes de Curitiba

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MARIA TERESA RAVAGLIO DA ROCHA

MODA GESTANTE – IDENTIFICANDO O PERFIL DE CONSUMO DAS GESTANTES DE CURITIBA

Monografia apresentada como requisito principal para obtenção do grau de Design de Moda, 6º período do Curso Superior Design de Moda da Faculdade de Tecnologia Senai Curitiba. Orientadora: Malva Ouriques Co-orientadora: Patrícia Gaspar

CURITIBA JUN./2015


TERMO DE APROVAÇÃO

MARIA TERESA RAVAGLIO DA ROCHA

MODA GESTANTE – IDENTIFICANDO O PERFIL DE CONSUMO DAS GESTANTES DE CURITIBA

Este trabalho foi julgado e aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de Design de Moda do curso Superior de Design de Moda na Faculdade de Tecnologia Senai Curitiba. ______________________________ Edson Korner Coordenador do Curso

Orientador(a):

Prof._______________________

Banca:

Prof._______________________ Prof._______________________

Curitiba, ____________________________________


Dedico este estudo a Deus e Nossa Senhora que sempre estiveram em primeiro lugar na minha vida, me guiando e protegendo, me levantando nos momentos difĂ­ceis, e sempre me mostrando meu potencial.


AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por sempre ouvir minhas orações e suplicas, e por sempre estar comigo nos momentos felizes e tristes. Aos meus pais, a quem amo e admiro tanto, que mesmo nos momentos complicados, nunca deixaram transparecer, e sempre me incentivaram na conclusão do curso, com muita paciência, determinação e disposição para realizar todos os meus pedidos e vontades, rezando por mim todos os dias, ficando acordados até tarde, brigando para eu parar de trabalhar e vir comer, e sempre me agradando, com uma xicara de chá, ou um beijo, de boa sorte, está quase lá! Ao meu irmão, Pedro Henrique, que mesmo na correria do dia, e na distância pela falta de tempo, sempre me apoiou, me colocando pra cima, e sempre transmitindo pensamento positivo, mesmo quando o nervosismo e a impaciência tomavam conta me mim. A minha querida e eterna Vó Ivone, que mesmo lá de cima, sempre olhou por mim nesse tempo, intercedendo a Deus pela minha vida, me dando força, e ânimo, e ao mesmo tempo feliz, por eu estar seguindo, o que ela sempre gostou de fazer, costurar. Ao meu namorado, que sempre esteve comigo, me buscando na faculdade, me colocando pra cima, me dizendo do que eu era capaz, e todo o futuro que ainda teria pela frente com esta conclusão. Um ombro amigo que sempre tive para desabafar, dos momentos que achava que não ia conseguir. Ele sempre esteve ali me dizendo, “eu te amo, confio em você, estou aqui para o que precisar”. As minhas eternas amigas-irmãs, Janaína Monteiro, Patrícia Chadai e Thais Iensen, que fizeram dos meus três anos, pura alegria e diversão. Agradeço pela parceria, e pela amizade, pelos momentos não só de faculdade, mais também por aqueles que levamos além dela. A minha orientadora Malva Ouriques, pela paciência, e ajuda, e também pelos puxões de orelha, que me fizeram seguir em frente, e buscar meus objetivos. E a toda equipe Senai, coordenador, professores, que sempre estiveram dispostos, a nos ajudar, e a nos dar o seu melhor sempre, em qualquer situação. Vocês foram e serão inesquecíveis.


RESUMO Este presente trabalho tem como importância, o direcionamento para o segmento gestante, devido aos problemas que encontram neste período, quando procuram por peças de roupa que se adequem a está nova fase que estão vivenciando, a maternidade. O trabalho abordará as mudanças ergonômicas e antropométricas sofridas neste momento, a moda atual das gestantes, o que o mercado está oferecendo a elas e a história da indumentária das gestante. Além disso, com base no desenvolvimento de uma pesquisa qualitativa, utilizando um questionário que foi entregue a 100 gestantes que residem na cidade de Curitiba, com perguntas sobre moda e mercado atual para elas, será possível identificar o seu perfil de consumo, os problemas e desafios encontrados no momento de aquisição de um produto de moda. A pesquisa foi estruturada em: revisão bibliográfica, com a ajuda de livros, artigos e sites de pesquisa, análise da oferta de roupas para gestante e o perfil de consumo das gestantes de Curitiba.

Palavras-chave: Moda Gestante; modelagem; perfil de consumo.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1- VESTIDO GEORGIANO..........................................................................11 FIGURA 2 – MUDANÇAS NO CORPO DA GESTANTE.............................................15 FIGURA 3 – MEDIDAS DO ABDOME.........................................................................16 FIGURA 4 – MAMAS..................................................................................................17 FIGURA 5 – TABELA DE MEDIDAS GESTANTE.......................................................17 FIGURA 6 – VESTIDO GESTANTE............................................................................20 FIGURA 7 – DIFERENTES MODELOS DE CÓS........................................................21 FIGURA 8 – CALÇAS.................................................................................................22 FIGURA 9 – SHORTS E SAIA.....................................................................................22 FIGURA 10 – CALÇA E SHORTS...............................................................................23 FIGURA 11 – BLUSA..................................................................................................24 FIGURA 12 – BLUSAS...............................................................................................24 FIGURA 13 – MACACÃO...........................................................................................25 FIGURA 14 – SOUTIEN E CALCINHA........................................................................26 FIGURA 15 – IBGE.....................................................................................................30


LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1- IDADE...................................................................................................34 GRÁFICO 2 – ESTÁGIO DA GRAVIDEZ....................................................................35 GRÁFICO 3 – RENDIMENTO MENSAL.....................................................................35 GRÁFICO 4 – CONSUMO DE ROUPA PARA GESTANTE........................................36 GRÁFICO 5 – DIFICULDADE PARA ENCONTRAR ROUPAS PARA GESTANTE....37 GRÁFICO 6 – PEÇA QUE PRIORIZA NA COMPRA..................................................37 GRÁFICO 7 – TECIDO DE PREFERENCIA...............................................................38 GRÁFICO 8 – LOJA FÍSICA/INTERNET.....................................................................38 GRÁFICO 9 – ASPECTOS QUE VALORIZA NO PRODUTO DE MODA....................40 GRÁFICO 10 – IDADE MAIS DE 30 ANOS.................................................................41 GRÁFICO 11 - IDADE 27 À 30 ANOS.........................................................................42 GRÁFICO 12 – 24 À 26 ANOS....................................................................................43 GRÁFICO 13 – 20 Á 23 ANOS....................................................................................44 GRÁFICO 14 – MAIS DE 5.000,00..............................................................................45 GRÁFICO 15 - RELAÇÃO ENTRE MÊS/CONSUMO/RENDIMENTO MENSAL........46


SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................09 2 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................................10 2.1 HISTÓRIA DA INDUMENTÁRIA – GESTANTE....................................................10 2.2 A ERGONOMIA E A ANTROPOMETRIA NA GESTAÇÃO...................................12 2.3 MODA GESTANTE...............................................................................................18 2.4 PERFIL DE CONSUMO DAS GESTANTES.........................................................27 3 DESENVOLVIMENTO.............................................................................................34 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................41 5 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................42 6 APÊNDICE..............................................................................................................47


1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho aborda o vestuário para o segmento gestante, uma vez que são necessárias peças que se adequem a esta transformação que se processa em nove meses, especialmente no seu corpo e na sua rotina. Sempre é possível perceber a dificuldade que tiveram ao encontrar roupas para determinadas situações, tendo como consequência, a utilização de roupas para não grávidas, devido ao fato da escassez, do mercado para gestante. As mulheres durante o período de gestação passam por diversas transformações em seu ser. Levando em consideração as mudanças antropométricas e as necessidades ergonômicas da mulher, durante o período gestacional, surge a discussão do que é preciso para elas neste período, como lojas bem equipadas com produtos de moda, peças com ajustes, e preparadas para as necessidades do dia, looks com apelo de moda. Vemos que as necessidades para elas neste período devem ser atendidas, uma vez que precisam de roupas que ofereçam conforto e vestibilidade. Assim, questiona-se: como está o mercado de modavestuário para gestante na cidade de Curitiba? Qual o perfil consumidor desse público? A partir desse questionamento, esse estudo tem como objetivo principal, investigar o mercado de moda gestante da cidade de Curitiba, identificando os vários perfis de consumo e se realmente encontram o que necessitam ou desejam. A abordagem metodológica deste estudo é a pesquisa bibliográfica, seguida de pesquisa de levantamento de dados quantitativos, por meio de questionário aplicado a 130 gestantes, sendo pessoalmente ou online, direcionados a grupos de redes sociais de gestantes da cidade de Curitiba, onde o retorno foi de 100 questionários. Os dados coletados foram apresentados em forma de gráficos e analisados à luz da teoria estudada. De início, pesquisar-se-á na história o surgimento da mulher na sociedade, mostrando como era seu espaço no ambiente empresarial, os primeiros registros da utilização de roupas para gestantes e, em seguida, como está seu guarda roupa atualmente, bem como, quais as principais mudanças no corpo feminino durante o período gestacional, e qual o valor da gravidez em sua vida. E por fim, serão analisados os 100 questionários, mostrando qual o perfil das gestantes da cidade de Curitiba. 2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 HISTÓRIA DA INDUMENTÁRIA – GESTANTE

No decorrer dos últimos cinquenta anos, a mulher passou a se tornar mais exigente nas suas atividades diárias, sendo que o motivo que a levou para este novo comportamento, foi a sua


conquista no mercado de trabalho e a igualdade nos direitos da sociedade. Isso teve grande reflexo principalmente na moda, mudando seu modo de vestir em todos os momentos e também na gravidez. (INNOCENCIO, 2009). Segundo Novaes (apud Innocencio, 2009) a maternidade associada a diversas outras mudanças em sua vida, faz com que a mulher passe a se preocupar com seu corpo e sua aparência, modificando cada vez mais durante os anos seus modos e comportamentos. Com este fato podemos ver a evolução da moda destinada as gestantes. Em toda a história da Indumentária pouco se ouviu dizer sobre a roupa das gestantes ou o que elas particularmente utilizavam. Sabia-se que a mulher que engravidasse precisavam adaptar suas roupas para usar em sua gestação peças que já tinham em seu guarda-roupa. (INNOCÊCIO, 2009). Um dos primeiros registros apareceu na Idade Média, onde um avental era utilizado um pouco abaixo do seio, cobrindo toda a extensão da barriga, que ao engravidar ficaria aparente, pelo fato da roupa não fechar mais em toda a circunferência abdominal, em ocasião do crescimento da barriga. (MANNERING apud INNOCENCIO, 2009). Nesta mesma época, outra sugestão foi dada à elas, um vestido que seguia a forma feminina, e que conseguia se acomodar as mudanças do corpo, pelo fato de não ter muitas costuras e ser de um tecido bastante fluido, já que os vestidos que usavam, eram ajustados ao redor do corpo, não havendo espaço para o crescimento de um bebe. (INNOCÊCIO, 2009). Um pouco antes do século XV as roupas para gestantes foram idealizadas e ganharam espaço no vestuário feminino. As peças que até então era largas, passaram a dar espaço a peças um pouco mais justas, que se acomodavam as curvas femininas.

Para que fosse permitido o crescimento da barriga com esta nova modelagem foram retiradas as costuras laterais da peça. (INNOCÊCIO, 2009). No período Barroco (1600-1750), aparece o primeiro registro de um vestido desenvolvido exclusivamente para a gestante, que foi chamado de “Adrienne”. Este vestido era muito conhecido pelas suas camadas volumosas, feitas com tecidos bem fluidos, e que seguiam o crescimento da barriga. Nessa época, as mulheres usavam casacos acinturados, com abertura nas costas, o que possibilitava a elas os ajustes de tamanho necessários. (MANNERING apud INNOCÊCIO, 2009). Esta modelagem de vestido, teve grande influência por muito tempo. No período Georgiano a nova peça destinada às grávidas era muito parecida com a anterior, porém passou a ter um babador no busto, como pode ser visto na FIGURA 1, o que facilitava a amamentação. (INNOCÊNCIO, 2009).


FIGURA 1 – VESTIDO GEORGIANO

Fonte: Innocencio (2009)

De lá pra cá, foi possível ver a necessidade de se ter um mercado de moda para gestantes, no mundo. Porém os séculos, XIX e XX, ao contrário do que era necessário, ignoraram este problema, deixando de lado a confecção e o desenvolvimento de novas roupas. (INNOCÊNCIO, 2009). Foi a partir dos anos noventa que o mercado de moda gestante começou a ganhar espaço no mundo, situação esta que passou a acontecer após a mídia começar a acompanhar a gestação de muitas mulheres famosas. Os criadores de moda, influenciados por esses fatos, passaram a se interessar por esse público, e assim, marcas como The Gap e Michael Stars, lançaram coleções dedicadas exclusivamente para as gestantes. (INNOCÊCIO, 2009).

2.2 A ERGONOMIA E A ANTROPOMETRIA NA GESTAÇÃO

Para que seja possível desenhar, interpretar e confeccionar uma roupa é necessário que se tenha também um conhecimento de anatomia, ou seja, conhecer os diversos pontos anatômicos, acidentes


ósseos, músculos que estão ligados à estrutura do esqueleto, e entender como é o funcionamento desde conjunto quando se está em constante movimento. A partir da observação do corpo é que se inicia o processo de desenvolvimento de uma peça do vestuário, concluindo assim, com a aprovação do próprio corpo. (SANTOS, 2009) Dessa forma, é indispensável, olhar o corpo antes de se iniciar qualquer desenho, que servirá como proposta para um projeto de coleção. (SANTOS, 2009). A partir disto, é que se justifica o estudo nas áreas da ergonomia e da antropometria, dentro do Design de Moda, sendo esses fundamentais para a indústria do vestuário A indústria da confecção se beneficia dos conhecimentos da ergonomia física, área que estuda as diversas características anatômicas, antropométricas, fisiológicas e as biomecânicas que estão relacionadas com as atividades físicas. É na ergonomia física se estudam os tópicos importantes, que incluem postura no trabalho, movimentos repetitivos, o manuseio dos materiais, distúrbios musculoesquelético, segurança e saúde do trabalhador. (SANTOS, 2009). A ergonomia aplicada num produto de moda, tem como objetivo o conforto, pois é ele que se insere entre a roupa e o corpo. Sabemos que, na maioria das vezes os produtos de vestuário não atendem a essa medida, fazendo com que o desejo do consumidor em estar na moda, o leve a adquirir produtos inadequados, ocasionando problemas como o desconforto. (FERREIRA; MARTINS, 2014). A partir desde ponto, vemos a necessidade de estudar cada peça do vestuário por meio da modelagem, pois assim saberemos em que material têxtil, aviamentos e acessórios a adaptação do modelo será melhor, onde por sua vez, a correta junção destes fatores irá trazer ao consumidor mobilidade, conforto térmico, segurança e a usabilidade pretendida. (FERREIRA; MARTINS, 2014). A qualidade de um produto, relacionado com a ergonomia, tem por sua vez vários fatores, que passam a ter como objetivo a satisfação das necessidades do ser humano. O primeiro fator a ser levado em consideração, é a qualidade técnica, onde é caracterizado pelo funcionamento do produto, pela sua função principal, e também pela eficiência. O segundo fator é a qualidade ergonômica, que por sua vez, garante a adaptação entre o produto e o usuário, assim, facilitando o conforto e a movimentação. (FERREIRA; MARTINS, 2014). A ergonomia deve ser inserida desde a concepção do produto, e passar por todas as etapas, até a conclusão do mesmo, pois deste modo, haverá a diminuição do retrabalho, do desperdício de tempo e a redução dos impactos ambientais. (FERREIRA; MARTINS, 2014). No que diz respeito a ergonomia aplicada à moda gestante, essa se mostra de fundamental importância, pois o corpo da mulher grávida passa por mudanças significativas em um curto espaço de tempo e o vestuário precisa acompanhar essas mudanças. A gravidez pode ser dividida, em três


etapas, a primeira que vai do primeiro ao terceiro mês, a segunda que vai do quarto ao sexto, e a terceira que vai do sétimo ao nono mês de gestação. Nesse tempo, o abdome cresce significante, e então a roupa precisa estar ergonomicamente correta, sendo confortável e apresentar uma adaptação adequada as novas formas do corpo. (MARTINS apud FREITAS, 2008). A antropometria está inserida dentro da ergonomia e se refere ao estudo das medidas físicas do corpo humano. “A antropometria é a ciência que se baseia no levantamento de dados das diversas dimensões corporais, tamanhos, proporções, volumes, formas, movimentos e articulações.” (MENEZES; SPAINE, 2010 p. 89). Para que seja possível a medição do ser humano, com resultados representativos e confiáveis, alguns critérios são necessários, pois cada indivíduo é composto por uma série de variações de dimensões corporais. Esses critérios são distribuídos como: medidas obtidas com roupa e sem roupa, com calçado ou sem, postura ereta ou relaxada e em qual período do dia será escolhido para a realização da medição, pois durante o dia, nosso corpo passa por algumas mudanças um tanto significativas. (SANTOS, 2009). Antes de se iniciar o desenvolvimento de uma peça para o vestuário, é muito importante que seja feita uma análise para se saber a que atividade essa roupa será destinada. Essas medidas antropométricas podem ser examinadas como estáticas, que são as medidas referidas ao corpo parado, ou com mínimos movimentos e também como dinâmicas, que têm como objetivo medir os alcances de movimento de cada parte do corpo, onde o resto do dele permanece estático, como por exemplo, qual o alcance máximo que as mão tem com a pessoa sentada. (IIDA, 2005). Para se fazer um projeto de vestuário, é necessário que dentro da etapa da modelagem ocorra a correta percepção dos contornos do corpo e de suas medidas antropométricas. As tabelas de medida são fundamentais para que se obtenham as medidas adequadas para cada biótipo físico do consumidor, pois sem isso, o modelista não poderá trabalhar com segurança. (DINIS; VASCONCELOS, 2009). É necessário grande conhecimento do corpo humano e de suas variáveis antropométricas, pois não se devem usar tabelas de medidas prontas sem que sejam devidamente adequadas às medidas do consumidor. As características de cada indivíduo devem ser atendidas e respeitadas no planejamento de cada peça, pois se a antropometria for aplicada de modo correto, a satisfação do usuário será garantida. (DINIS; VASCONCELOS, 2009). Algumas alterações nas medidas antropométricas do corpo do ser humano, podem ser consideradas temporárias e reversíveis, como são os casos das pessoas que engordam e das mulheres que engravidam. (SANTOS, 2009).


Ao engravidar, durante os meses de gestação, a mulher passa a ter uma constante transformação no corpo, principalmente na região abdominal. Podemos perceber uma mudança gradual a cada mês. De acordo com Mattia (2010), especialista em semiologia obstétrica, além de sofrer alterações na região abdominal, a grávida ainda passa pelo aumento do peso gestacional, o aumento das mamas, dos quadris, dos líquidos e gorduras, como vemos na FIGURA 2 a seguir.

FIGURA 2 – MUDANÇAS NO CORPO DA GESTATE

Fonte: Zazou (2012)

A gravidez é marcada por diversos ajustes fisiológicos e endocrinológicos, para que se crie um lugar ideal para o feto dentro do corpo da mulher, podendo ser observada uma grande flexibilidade do corpo humano a fim de ajudar no crescimento significativo do abdome, mamas e quadril. (COUTINHO; PIOVEZANA, 2014). Devido ao desenvolvimento do feto, o crescimento do abdome já pode ser visto a olho nu entre 12 e 16 semanas de gestação, variando as dimensões de mulher para mulher. As dimensões laterais do abdome podem chegar a 80%, do valor inicial, ou seja, podendo variar de 16,5 cm a até 29,7 cm, como mostra a FIGURA 3 a seguir. (SANTOS, 2009).


FIGURA 3 – MEDIDAS DO ABDOME

Fonte: Modelagem – tecnologia em

produção do vestuário (2009)

Nas mamas, a modificação ocorre desde o início da gestação, desenvolvendose para que seja possível a produção do leite já no final do segundo trimestre, como veremos na FIGURA 4. O aumento das mamas durante é gestação é um tanto quanto relativo, variando de mulher para mulher. Vale afirmar que a mama é formada por uma rede glandular mamária, e coberta por uma


camada de gordura, portanto um caso de ganho excessivo de peso na gravidez também pode acarretar em aumento do volume dos seios. (MATTIA, 2010). Nos quadris, também ocorrem mudanças. Os ossos da bacia se deslocam para que no parto seja facilitada a passagem do feto, aumentando assim a largura da região. (FORESTE, 2009).

FIGURA 4 – MAMAS

Fonte: Mattia (2010)

Para que as roupas destinadas as gestantes atendam suas necessidades ergonômicas e possam realmente trazer satisfação para elas é necessário que se tenha uma tabela de medidas desenvolvida a partir de um estudo preciso das variações antropométricas do seu corpo, como veremos na FIGURA 5. Essa tabela poderá ser desenvolvida por um modelista juntamente com toda a equipe de produção da própria empresa a partir de uma pesquisa junto ao mercado e as próprias clientes, (DINID; VASCONCELOS, 2009).

FIGURA 5 - TABELA DE MEDIDAS GESTANTE


Fonte: Tulipa Baby (2015)

2.3 MODA GESTANTE

A forma como nos vestimos ou o que colocamos em nosso corpo, vestimenta ou acessórios, ou até mesmo o que fazemos com o nosso cabelo, mostra um pouco a nossa personalidade, o que gostaríamos de passar aos outros, o que pensamos, e até mesmo a nossa cultura. (MACHADO, 2014). Para a maior parte da população, a forma como se comportam ou o que utilizam, tem o objetivo de passar aquilo que gostariam de ser e não apenas o que são. É uma forma de transmitir através da moda, seus pensamentos e desejos. Goularti Filho e Jenoveva Neto (apud Machado, 1997, p.184) afirmam que “Apesar da aparente frivolidade, o estudo dos fenômenos da moda é um componente fundamental no estudo das transformações sócio-culturais da sociedade.” Com isso a roupa é representada como uma forma de comunicação, sendo reflexo de status e aspirações sociais. Os produtos que a moda passa a gerar, podem ser apresentados com dois fatores, onde o primeiro é o objetivo, que seria a necessidade de ter o que vestir, e o segundo fator é o subjetivo, que seria o desejo de consumir um objeto. (DINIS; VASCONCELOS, 2009). Atualmente o vestuário, está sendo um dos produtos mais procurados e consumidos no mundo pelas pessoas, porém o que tem como importância é o corpo vestido, na maneira como o produto tem de embalar, envolver o corpo deixando-o confortável e não a roupa em si. (SALTZMAN apud BEZERRA; MARTINS, 2006). Assim como a pele está geneticamente adaptada ao nosso corpo e possui funções básicas e fundamentais, o vestuário da mesma maneira, precisa ser para o consumidor como uma segunda pele, que tem como função cobrir o corpo, estando assim, acomodada e adaptada para os usuários, em seus diversos afazeres. (BEZERRA, MARTINS, 2006).


Se o vestuário é tido como nossa segunda pele, ao falarmos em Design de Vestuário, não podemos deixar de mencionar o conforto, pois podemos dizer que os dois são inseparáveis. Um produto final de moda, não pode ser bem sucedido se os dois, design de vestuário e conforto não tiverem bem alinhados (ALENCAR; BOUERI, 2012). Estudos de marketing, mostram que, hoje em dia, os consumidores não estão apenas interessados com a estética do vestuário em si, no que cai bem, ou na qualidade e também passaram a exigir, que ao vestir-se, sintam-se cada vez mais confortáveis. Esperam que suas roupas, além de estarem de acordo com suas atitudes e o que desejam transmitir a uma sociedade, sejam confortáveis para as atividades diárias. (SCHIMID, 2005). O homem moderno, em toda sua vida agitada, com horas de trabalho, passa a buscar o bem-estar durante o seu dia. (ALENCAR; BOUERI, 2012). Sob o olhar de uma grande oferta de produtos muitas vezes parecidos, como ocorre com os produtos de moda, o consumidor irá escolher, pelo que melhor atender não só ao seu estilo, mais também na cor e função e acima de tudo, ao que melhor vesti-lo, o produto que tiver a mais perfeita modelagem (DINIS; VASCONCELOS, 2009), ou seja o conforto é uma das principais características no ato da compra. (ALENCAR; BOUERI, 2012). Na sociedade moderna, o visual passou a ter uma enorme importância, influenciando assim na autoestima dos indivíduos, fazendo com que os negócios relacionados à moda crescessem para poder atender a essas novas exigências do homem moderno. (DINIS; VASCONCELOS, 2009). A modelagem também é considerada um fator de competitividade, pois exerce sobre o consumidor uma grande influência na hora da compra de um produto de vestuário. (DINIS; VASCONCELOS, 2009). Pensando no fato de que a roupa deve ter a função de embalar quem a veste, precisamos pensar que todo um conjunto de atividades, que vão desde o desenho até a costura, são muito importantes e precisam estar alinhados para que tudo isso saia da maneira correta. Porém, um dos passos mais significantes na construção do vestuário, é a modelagem, e se por sua vez, se os moldes não estão adequados, todo o restante do procedimento será comprometido e o produto final não sairá como desejado, assim não alcançando os desejos dos consumidores. (BEZERRA; MARTINS, 2006). “A modelagem está para o design de moda, assim como a engenharia está para a arquitetura.” (TREPTOW, 2007, p. 154). Para a moda gestante, a modelagem é extremamente importante, pois é necessário que elas se adequem as suas novas necessidades. As empresas do vestuário precisam produzir roupas com modelagens especificas, pois além de terem uma boa aparência, é importante que as roupas tenham uma modelagem apropriada para cada estágio da gravidez, atendendo as transformações com muito cuidado. (FIUZA, 2013).


As mulheres grávidas passam a optar por modelos que poderão usar no decorrer de toda a gestação, e até mesmo no período do pós-parto, já que a região abdominal demora um certo período para voltar ao normal. Neste caso, os modelos devem ser muito bem trabalhados e pensados, pois precisarão valorizar o corpo feminino. (DABUS, 2013). Em nosso mercado do vestuário para gestantes, podemos encontrar alguns tipos de peças que se adequam melhor ao corpo das grávidas. Os vestidos são peças fáceis de vestir e se adequam bem as formas do corpo. Na FIGURA 6, pode-se ver que a boa modelagem, faz com que os tecidos acompanhem anatomicamente as formas da gestante, trazendo conforto e comodidade. (MACHADO, 2010)

FIGURA 6

– VESTIDO GEST

ANTE

Fonte: Megadose (2015)

Uma peça importante dentro do guarda roupa da gestante são as peças com cós adaptável, são calças, shorts, bermudas e saias que possuem um cós elástico que pode ser de malha, lycra ou cotton, como na FIGURA 7, 8 e 9, podendo desta forma acompanhar o crescimento da região abdominal.


Este cós diferenciado é construído com um tecido elástico, ou apresenta em seu interior um elástico com botão, que permite o crescimento da circunferência abdominal da peça, fazendo com que a gestante possa utilizar esta roupa no decorrer de toda a gestação. Por ser um produto que contém elasticidade permite conforto e uma boa adaptação ao corpo. (DABUS, 2013).

FIGURA 7 – DIFERENTES MODELOS CÓS

Fonte: Zazou apud Machado (2014)


FIGURA 8

– CALÇAS

Fonte: Megadose (2015)

FIGURA 9

– SHORTS E SAIA

Fonte: Megadose (2015)


Nas calças, shorts e saias, é necessário que o cós não vinque a pele, pois a pele do abdome passa a ser mais sensível, tornando-se desconfortável, o que também pode ocasionar um desconforto ao feto. É indicado a utilização de um cós alto, que cubra a barriga, feito de malha mais rígida, como vemos na FIGURA 10. (MARTINS apud FREITAS, 2008). FIGURA

10 – CALÇA E SHORTS

Fonte: M egadose (2015)

Já nas blusas, o grande diferencial de modelagem que podemos encontrar, é na parte da frente, onde, para acompanhar o crescimento da barriga, é dado mais volume de tecido na frente que nas costas. No desenvolvimento dessa peça os estilistas também pensaram em outro ponto importante; a cintura. Essa é deslocada para a região logo abaixo do busto, como na FIGURA 11 e 12. (DABUS, 2013). O ajustamento na região das mamas deve ser evitado, pois se forem comprimidos, poderão causar desconforto, já que esta região é mais dolorida no período da gestação. (MARTINS apud FREITAS, 2008).

FIGURA 11 – BLUSA


Fonte: Megadose (2015)

FIGURA 12

- BLUSAS

Fonte: Megadose( 2015)


Sabemos que os macacões estão em alta nas tendências de moda, e para a moda gestante também. Por serem peças que se adaptam ao corpo e tem um ótimo caimento, muitas mulheres passaram a utiliza-los em seu dia, trazendo conforto e bem-estar, podemos ver alguns modelos na FIGURA 13. (MACHADO, 2014). FIGURA 13

- MACACÃO

Fonte: Megadose (2015)

Nas peças para gestantes, os zíperes, elásticos, botões e fivelas, são muito usados como itens auxiliares na criação de diferentes estratégias de ajuste, garantindo assim que os modelos se tornem confortáveis, ajustáveis, e que ainda possam ter um apelo de moda. (DABUS, 2013). No período gravídico, as lingeries também precisam ser adaptadas a esta fase, onde o melhor tecido indicado para a sua confecção é o tecido de algodão, pois neste período a chance de sensibilidade e infecções é muito maior.


A modelagem das calcinhas devem apresentar o cós mais elevado, podendo assim cobrir um pouco da barriga, pois as de cós baixo, incomodam e apertam, quando colocadas abaixo do umbigo. Os soutiens indicados para este período também são produzidos com uma modelagem especial para as gestantes, pois possuem as dimensões corretas e a ergonomia exata para o momento, também possuem as alças mais largas e firmes, pois o seio precisa de uma sustentação melhor, como vemos a seguir na FIGURA 14. (GRAVE apud FREITAS, 2008).

FIGURA 14 – SOUTIEN E CALCINHA

Fonte: Jolie Lingerie (2015)

Nos pés, o calçado utilizado deve ser confortável e com uma boa proteção no solado, já que são os pés que sofrem com a maior sobrecarga neste período. A utilização de um bom solado, ajudará a evitar o impacto que os pés sofrem, pois esse é refletido diretamente na coluna. Sapatos com salto alto precisam ser evitados ao máximo, pois com as alterações no equilíbrio que são provocados pela mudança do centro da gravidade no corpo da gestante, ela tem a maior facilidade para uma queda, podendo prejudicar sua gestação. (MARTINS apud FREITAS, 2009). Além da modelagem, do bom caimento adequado, o tecido escolhido também é de extrema importância neste período, pois ele também será um grande aliado na busca pelo conforto. Os tecidos que trazem este conforto para elas, na maioria dos casos, são os suplex, malha de algodão, elastano, ou também os que carregam algodão em sua composição. (ZAZOU, 2011).


A maioria dos tecidos indicados a elas são as malhas, pois permitem a elasticidade adequada para o corpo e as suas mudanças neste período. Os outros tecidos não precisam ser descartados, porém o essencial é retira-los um pouco do armaria que é o caso dos tecidos ásperos e sintéticos, pelo fato de que podem armar e dar mais volume a peça, sendo motivo de desconforto para elas. (ZAZOU, 2011). Apesar das grávidas utilizarem roupas destinadas a elas, por um período de tempo mais curto, é necessário optar por tecidos que tenham uma qualidade superior, pois estes ajudarão na sustentação do corpo, o que por outro lado, se não tiverem esta qualidade, não aguentarão muito tempo, podendo rasgar, lacear ou até mesmo encolher. (ZAZOU, 2011).

2.4 PERFIL DE CONSUMO DAS GESTANTES

Para muitos, a maternidade e a feminilidade, são definidas como termos diferentes, onde a feminilidade está associada à sexualidade, ao individualismo, e a maternidade relacionada ao cuidado, proteção, defesa do outro, afeto. (ROCHA; LEAL; MAROCO apud FARIA; CHAUVEL; GAIA; HALLAK, 2011). Homens e mulheres, no passado, na manutenção do lar, apresentavam papéis muito bem definidos. Ao homem se era dado à busca pelo sustento, a proteção, e à mulher as funções maternais. Desde sua infância, a mulher aprende que seu papel na sociedade está direcionado a contribuição de se tornar mãe. (SCAVONE apud FARIA; CHAUVEL; GAIA; HALLAK, 2011). A partir de 1990, a mulher passou a ser cobrada pela sociedade um bom desempenho profissional e financeiro, passando assim a valorizar também outros aspectos na sua vida, como a profissão, o bom desempenho em seu trabalho, o reconhecimento, as afetividades e o lazer. (LEAL apud FARIA, CHAUVEL. GAIA, HALLAK, 2011). A construção da família é considerada uma das instituições sociais mais tradicionais, onde o avanço na mudança dos papéis, de homem para pai, e mulher para mãe, altera a dinâmica não só conjugal mais também individual. A gestação é marcada por diversas dúvidas, no qual se é considerado como grande etapa da maternidade. (ARRUDA; MARCON apud FARIA; CHAUVEL; GAIA; HALLAK, 2011). Nos últimos anos, é evidente o crescimento da mulher na participação do mercado de trabalho. Segundo dados do IBGE, são cerca de 63,9% de mulheres entre 25 e 49 anos que ocupam o mercado de trabalho nos últimos anos. (ABREU, 2011). O aumento de mulheres no Brasil que possuem a carteira assinada, juntamente com o crescimento do poder aquisitivo, fez com que a o mercado de moda, beleza e estética, passasse a sofisticação, no qual os produtos aplicados e a diferenciação dos mesmos, fosse um elemento de valorização das consumidoras, fazendo com que a inserção desta “nova mulher” no mercado e na sociedade, refletisse no crescimento do mercado de moda, beleza e estética. (ABREU, 2011).


Essa “nova mulher”, que está inserida no mercado de trabalho, e que por sua vez, é muito exigente em suas aquisições, ao entrar no estágio da gravidez, passa a se tornar um público-alvo específico e importante, pois seus estilos e desejos de consumo continuam neste período, fazendo com que ela procure por produtos que atendam suas necessidades atuais. (SEBRAE, 2015). Um grupo de clientes que dividem ou compartilham necessidades e desejos é o que se chama dentro do marketing de Segmento de Mercado. (KOTLER; KELLER, 2012). Para que seja possível determinar as melhores bases de segmentação de mercado, os pesquisadores utilizam as análises das características descritivas, que são elas: bases geográficas, demográficas, psicográficas e as comportamentais. (PETER; OLSON, 2009). As bases geográficas têm como objetivo dividir o mercado em unidades geográficas diferentes, como nações, estados, regiões, cidades ou bairros, sem haver descuidos ou diferenças nas variações locais, uma empresa pode escolher atuar, em uma ou mais ou até mesmo em todas as áreas geográficas, podendo criar programas de marketing direcionado para cada necessidade ou desejos dos grupos de clientes locais ou de áreas comerciais. (KOTLER; KELLER, 2012) As bases demográficas do mercado devem ser divididas por idade, tamanho da família, ciclo de vida familiar, sexo, renda, ocupação, grau de instituição, raça, geração, religião, classe social e nacionalidade. As diversas razões pelas quais as variáveis demográficas são tão importantes para os profissionais de marketing é que elas sempre estão integradas aos desejos e necessidades de cada consumidor, podendo assim ser fácil de mensurar e calcular essas necessidades. (KOTLER; KELLER, 2012) As bases psicográficas que tem como ciência, a utilização da psicologia e a demografia, para que seja possível entender e analisar melhor os consumidores. Eles são divididos em diversos grupos tendo como ponto de partida, os traços psicológicos, de personalidade, estilo de vida e valores, onde diversas pessoas que se localizam nos mesmos grupos demográficos, podem apresentar perfis psicográficos diferentes. Após esta análise, os pesquisadores observam se os segmentos de clientes têm, em relação ao produto, diferentes respostas ou necessidades. (KOTLER; KELLER, 2012). E por último as bases comportamentais, que são as que dividem os consumidores em grupos, que se distinguem no conhecimento em relação a determinado produto, nas atitudes direcionadas, nas respostas e também no uso que tem a determinado produto. (KOTLER; KELLER, 2012). Sabemos que o mercado de moda encontra-se cada vez mais segmentado, tendo como consequência o aumento de um público consumidor que procura cada vez mais por um produto que alie o preço, a qualidade e o estilo.


Podemos ver como um desses públicos, as gestantes, que por procurarem e necessitarem de produtos específicos que acompanhassem todo o seu período de gestação, passaram a chamar a atenção de algumas empresas do mercado. (PRADO, 2012). Analisado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Censo 2010, lançou dados que mostraram que no Brasil em 2013 mais de 83 milhões de gestantes tiveram filhos no país, como mostra a FIGURA 15 a seguir, onde as de 25 a 29 anos, são as que possui maior número, com 8.644.127 nascidos. (INNOCÊNCIO, 2009).

FIGURA 15 – IBGE


Fonte: IBGE apud Innocencio (2009)

A mesma pesquisa aponta que no estado do Paraná, o número de mulheres de 10 anos ou mais de idade que tiveram filho é de 2.971.112, onde 1.206.140 nascidos pertence à cidade de Curitiba. (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2015). A disponibilidade e a oferta de roupas para o público gestante ainda é consideravelmente pequena, e elas ainda se preocupam muito com sua aparência e conforto durante toda a gestação. (INNOCÊNCIO, 2009). Após analisar a quantidade de gestantes no Brasil, percebemos que elas são um público muito grande e forte dentro do mercado consumidor. Para que seja possível caracterizar um público-alvo, é necessário defini-lo conhecendo seus gostos, atitudes e vontades, ter conhecimento do seu uso continuo de determinados produtos e da fidelidade em que ele possa ter com a marca. (KOTLER; KELLER, 2012).

Percebendo esta grandeza do público de gestantes, as empresas passaram a se especializar em um nicho de mercado do vestuário chamado de moda gestante, que até então era deixada de lado,


passando a aliar às peças confeccionadas, além da modelagem especifica e do conforto, também as tendências de moda e o estilo diferenciado. (PRADO, 2012). Sabemos que as gestantes tem prazos definidos para consumir os produtos de moda, devido ao fato de que sua numeração muda diversas vezes no período de nove meses e sofrer alterações também após o parto e amamentação. (SEBRAE, 2015). O comportamento de consumo da mulher, independente de estar grávida ou não, contém características que se diferenciam muito, do comportamento de consumo do homem. (RIBAS, 2006). De um modo geral, segundo Ribas (2006) as mulheres são mais fiéis a marcas que consomem e aos prestadores de serviços, do que os homens. Quando se trata de uma relação entre mãe e filha, a influência maternal é consequentemente mais forte no período em que a filha é mais jovem. Quando a filha entra na fase adulta, uma troca de papéis é feita na hora de influenciar nas decisões de compra, pelo fato de que a filha tem maior acesso a todos os produtos disponíveis ao mercado. É nesta fase que ocorre o poder de compra da mulher, pois ela tem mais influência de conhecimento, tanto para a mãe como para a filha. (CAMPOS; SUAREZ; CASOTTI, 2006). Dentre os artigos que estão relacionados ao consumo de uma mulher grávida são os produtos alimentícios, onde os principais influenciadores das grávidas, na compra de alimentos, são os próprios médicos ginecologistas. (MELERE, 2010), os produtos de beleza, onde são apontados os dermatologistas e os médicos obstetras como os grandes influenciadores na compra, o principal deles são os diversos hidratantes, que tem como consequência, prevenir as estrias. (LOPEZ, 2005). Durante os meses de gestação, a mulher continua com sua vida normal, trabalha, viaja, faz exercícios físicos, vai a festas, fica em casa. Por isso tem a necessidade de utilizar peças que sejam adequadas a essas atividades, trazendo conforto, e que continuem valorizando sua beleza. (SEBRAE, 2015). Nesse período, elas gostam de manter seu estilo próprio, porém em diversas vezes é muito difícil encontrar roupas que se adequem tanto ao seu estilo quanto ao período gravídico, diminuindo muitas vezes o consumo, por não encontrarem modelos atraentes, de seu estilo, e que ao mesmo tempo seja cabível a esse seu novo período, principalmente no caso das grávidas mais novas. Sentem a dificuldade em encontrar peças com um bom caimento, com novidades de moda, e que não sejam monótonas e sóbrias. (SEBRAE, 2015). Sendo um nicho muito pulverizado, não se sabe ao certo quantas empresas de moda, serviços e produtos para gestante estão atuando no país. Porém é de grande importância destacar as redes de Fast Fashion como Renner, C&A, Riachuelo, que a algum tempo já investem em coleções destinadas as gestantes, porém, ainda com um número muito discreto nas variações de modelos. (SEBRAE, 2015).


Quando um comprador passa a reconhecer um problema, ou simplesmente sente uma necessidade, pode-se dizer que ai se está iniciando um processo de compra, podendo gerar estímulos tanto internos, como externos. Um estímulo interno pode ser caracterizado como as necessidades normais de cada pessoa, como fome, sono, sede, dor, onde o consumidor passa a agir por impulso. Já o estimulo externo, é tudo aquilo que o ser humano pode ver, passando assim a despertar nele o desejo e compra. (KOTLER; KELLER, 2012) No ato de uma compra, o processo de decisão do indivíduo é alterado conforme o tipo da compra. Uma grande diferença existe em se comprar um produto com um valor mais baixo e outro com um valor maior. Na decisão de compra de um produto de valor maior, o questionamento e o envolvimento de participantes aumenta, gerando mais discussões entre os compradores. (KOTLER; ARMSTRONG, 1993). São apontado três tipos de comportamento de compra. O primeiro deles é o comportamento de compra rotineiro que é tido como um dos mais simples dos comportamentos e acontece quando o consumidor adquire produtos que são de baixo custo e também os que são comprados com mais frequência para reposição, exigindo do consumidor menos decisões. (KOTLER; ARMSTRONG, 1993). O segundo é o solução limitada de problemas, que é quando o consumidor passa a se deparar com uma nova marca, um novo produto. Ele conhece a classe do produto, porém não está ainda familiarizado com toda a marca e seus aspectos. (KOTLER; ARMSTRONG, 1993). Por último, temos a solução complexa do problema que são as decisões complexas que o consumidor precisa ter na compra de produtos de alto custo, onde são adquiridos com menor frequência. Este é o tipo de produto em que o consumidor leva um certo tempo para adquirir, por serem de custo alto, onde este tempo é gasto na pesquisa, na coleta de informações, tudo é comparado até que uma decisão venha a ser tomada. (KOTLER; ARMSTRONG, 1993).


3 DESENVOLVIMENTO

Foi aplicado um questionário com mulheres grávidas em diversas fases de gestação, na cidade de Curitiba. Foram distribuídos 130 questionários, divididos em consultórios médicos e nas redes sociais, durante os meses de abril, maio e junho de 2015. Obteve-se a devolução de 100 questionários respondidos. A aplicação deste questionário teve o intuito de conseguir informações sobre o perfil de consumo das gestantes da cidade de Curitiba, onde as respostas obtidas foram avaliadas, podendo assim detectar as problemáticas deste segmento de moda gestante. A primeira pergunta, foi relacionada a idade de cada uma delas, onde podemos perceber segundo o GRÁFICO 1, um número maior de gestantes na faixa de 27 a 30 anos, 54%.

GRÁFICO 1 - IDADE

QUAL A SUA IDADE? Mais de 30 anos 25%

20 à 23 anos 17% 24 à 26 anos 4%

27 à 30 anos 54% Fonte: A autora (2015)

Analisando as respostas das 100 entrevistadas, foi possível ver que no quesito estágio da gravidez, os índices foram muito próximos. O maior índice de grávidas que responderam ao questionário, 35% estão passando pelo 5º mês de gestação, como pode ser visto no gráfico a seguir.

GRAFICO 2 – ESTÁGIO DA GRAVIDEZ


QUAL SEU ESTÁGIO DE GRAVIDEZ? 9 meses 12%

1 mês 4%

2 meses 9%

8 meses 6% 7 meses 6%

3 meses 15%

6 meses 10%

4 meses 3%

5 meses 35% Fonte: A autora (2015)

Quanto a faixa salarial das gestantes entrevistadas, verificou-se que 44% possuem rendimento mensal de domicílio de mais de 5.000,00, 35% possuem um rendimento de 4.001,00 à 5.000,00, 19% possuem um rendimento de 2.501,00 à 4.000,00 e o menor índice de 2% com o valor entre 1.000,00 à 2.500,00, como podemos ver no GRÁFICO 3.

GRÁFICO 3 – RENDIMENTO MENSAL

QUAL O RENDIMENTO MENSAL DE SEU DOMICILIO (TOTAL)? De 1.000,00 a 2.500,00 2%

De 2.501,00 a 4.000,00 19%

Mais de 5.000,00 44%

De 4.001,00 a 5.000,00 35% Fonte: A autora (2015)

De acordo com a análise do GRÁFICO 4, é possível perceber que mais da metade das entrevistadas, 54%, adquirem uma peça de moda gestante uma vez ao mês, 34% adquirem uma peça


de roupa uma vez a cada três semanas, 8% adquirem uma vez a cada três meses e o menor índice, com 7%, são as gestantes que consomem moda nesta fase uma vez por semana.

GRÁFICO 4 – CONSUMO DE ROUPA PARA GESTANTE

COM QUE FREQÜÊNCIA COMPRA ROUPA AGORA QUE ESTÁ GRÁVIDA? Uma vez a cada Uma vez por três meses semana 8% 7%

Uma vez a cada três semanas 31%

Uma vez por mês 54% Fonte: A autora (2015)

Dentre as entrevistadas foi percebido que 64% sentem dificuldade em encontrar uma peça de roupa para o seu período gestacional e 36% não encontram dificuldade, como mostra o GRÁFICO 5 à baixo. O que vai de acordo com (SEBRAE, 2015) que afirma que neste período, muitas vezes as gestantes tem dificuldades para encontrar roupas que se adequem tanto ao estilo de moda que possuem, como ao período da gravidez que estão passando, o que faz com que diminuam sua frequência de compra devido à dificuldade em encontrar as peças adequadas.


GRÁFICO 5 – DIFICULDADE PARA ENCONTRAR ROUPAS PARA GESTANTE

AO DECIDIR COMPRAR ROUPAS PARA GESTANTES, VOCÊ SENTE DIFICULDADES PARA ENCONTRÁ-LAS? Não 36%

Sim 64%

Fonte: A autora (2015)

Na pergunta com relação a que peça prioriza na hora da compra, a que sobressaiu foi a calça, com 35%. Em seguida, tivemos a blusa com 22%, o macacão com 16% e o vestido com 15%, que ficaram com resultados bastante próximos.

GRÁFICO 6 – PEÇA QUE PRIORIZA NA COMPRA

QUE TIPO DE PEÇA VOCÊ COSTUMA COMPRAR NESTA OCASIÃO? Macacão 16% Calça 35%

Lingerie 9% Saia 3% Vestido 15%

Blusa 22%

Fonte: A autora (2015)


Na pergunta, de qual tecido prefere comprar nesta situação, a malha teve um percentual de 68%, como vemos no GRÁFICO 7, no qual foi descrito no capítulo Moda Gestante, segundo Zazou (2011) a maioria das peças destinadas as gestante, utilizam a malha como seu tecido principal, pelo fato de ter uma boa elasticidade, fazendo com que a peça de roupa se ajuste perfeitamente ao corpo feminino. GRÁFICO 7 – TECIDO DE PREFERENCIA

QUE TIPO DE TECIDO VOCÊ PREFERE COMPRAR NESTA SITUAÇÃO? Tecido Plano 32%

Malha 68%

Fonte: A autora (2015)

Na hora da compra, pode-se observar na pesquisa, como mostra o GRÁFICO 8, que 83% das gestantes preferem comprar suas roupas em loja física e 17% realizam compras de roupas pela internet. GRÁFICO 8 – LOJA FÍSICA/INTERNET

ONDE COSTUMA/ PREFERE COMPRAR ROUPAS PARA GESTANTE? Internet 17%

Loja Física 83% Fonte: A autora (2015)


Na parte final do questionário, foi destinada a seguinte pergunta: Quais são os aspectos que mais valoriza em um produto de moda para gestante? Conforto, caimento/modelagem, estilo, preço, facilidade de pagamento, atendimento personalizado/especializado, localização da loja/rapidez na entrega, marca, status, exclusividade, produto que se adapta a diferentes fases da gravidez, produto com flexibilidade para ser usado no pós parto e informação de moda/tendência, onde foram escolhidos os cinco mais importantes para cada gestante, avaliando-os primeiramente como relevantes, 5- Fundamental, 4- Muitíssimo importante, 3- Muito Importante, 2- Importante e 1- De importância moderada. Após esta análise, cada um dos tópicos anteriormente escolhidos, foram novamente avaliados, no quesito satisfação, sendo numerados como 5- Excelente, 4- Ótimo, 3- Satisfatório, 2Ruim e 1- Péssimo. Com a conclusão destes cem questionários, cada tópico anteriormente citados, foram somados, tanto na sua relevância, como na sua satisfação, tendo os seguintes resultados, como mostra o GRÁFICO 9. No quesito conforto, a soma dos pontos para a sua relevância foi de 320, no qual a satisfação do tópico no mercado de moda, foi de 248, sendo relativamente baixo para o necessário. No caimento/modelagem, a soma dos pontos para a relevância foi de 201, onde a satisfação do mesmo para as gestantes entrevistadas foi de 182. No estilo, a soma dos pontos na relevância foi de 42, no qual, para as gestantes entrevistadas a satisfação é maior, sendo de 48 pontos. No preço, pode se dizer que houve quase um empate entre relevância e satisfação, onde relevância teve a pontuação de 104, e a satisfação de 101. Na facilidade do pagamento, a soma da relevância foi de 100, e a de satisfação 190. Na localização da loja, a relevância teve a pontuação de 74, já a satisfação de 114. Na marca, a soma da relevância foi de 34 e a satisfação de 52. O status também obteve quase o mesmo resultado entre relevância e satisfação, onde relevância ficou com 53 e a satisfação com 58. A exclusividade teve a soma dos pontos na relevância de 48, e a satisfação de 35. No quesito produto que se adapta a diferentes fases da gravidez, a pontuação na relevância foi de 227, onde a satisfação foi baixa, com a soma de 162 pontos. No produto com flexibilidade para ser usado pós parto, a diferença também foi significativa, onde relevância teve a pontuação de 221, e a satisfação pelo produto de 156. Já na informação de moda/tendência, podemos perceber que para as gestantes pesquisadas, a relevância foi de 44 pontos, já a satisfação obteve o número maior com 50 pontos.


Após analisar cada um dos tópicos descritos, foi possível perceber que o índice de insatisfação na maioria dos casos foi grande, principalmente nos que são de extrema importância para as grávidas, que é o caso do conforto, caimento, do produto com flexibilidade para ser usado pós parto, e o produto que se adapta a diferentes fases da gravidez

GRÁFICO 9 – ASPECTOS QUE VALORIZA NO PRODUTO DE MODA

Aspectos que mais valoriza num produto de Moda Gestante

Informação de moda

Produto com flexibilidade para ser usado no pós-parto

Caimento 70 60 50 40 30 20 10 0

Estilo

Preço

Facilidade de pagamento

Produto que se adapta a diferentes fases da gravidez

Localização da loja

Exclusividade

Marca Status 79

65

Fonte: A autora (2015)

Relacionando as primeiras perguntas feitas com as gestantes, com a última, no qual elas precisavam responder avaliando os quesitos escolhidos em relevância em: 5- Fundamental, 4Muitíssimo importante, 3- Muito Importante, 2- Importante e 1- De importância moderada, e depois avalia-los novamente em satisfação, dando nota de: 5- Excelente, 4- Ótimo, 3- Satisfatório, 2- Ruim e 1- Péssimo, foi perceptível que segundo o GRÁFICO 10, as mulheres com mais de 30 anos, que são 25 das 100 entrevistadas, tem como importância em sua gestação, o conforto, o caimento, os produtos com flexibilidade para ser usados no pós-parto, e os produtos que se adaptam a diferentes fases da gravidez, porém cada um desses citados, para elas tem um nível de satisfação bem inferior.


GRÁFICO 10 – IDADE MAIS DE 30 ANOS

Idade Idade + de 30 anos (25 de 100 entrevistadas) Relevância Idade + de 30 anos (25 de 100 entrevistadas) Satisfação

Informação de moda

Conforto 80

Caimento

60 Produto com flexibilidade para ser usado no pós-parto

Estilo

40 20

Produto que se adapta a diferentes fases da gravidez

Preço

0

Exclusividade

Facilidade de pagamento Status

Localização da loja Marca

Fonte: A autora (2015)

Com as gestante de 27 à 30 anos, que são a maioria das entrevistadas, totalizando 54 mulheres, vemos que segundo o GRÁFICO 11, a importância para elas na gestação está no conforto, no caimento, nos produtos com flexibilidade para ser usados no pós-parto, e nos produtos que se adaptam a diferentes fases da gravidez, no qual se diferenciando do gráfico anterior, o preço também apareceu nesta idade, porém com um nível de insatisfação bem inferior que os demais. Comparando com o GRÁFICO 10, é perceptível que para elas os produtos que se adaptam a diferentes fases da gravidez é mais importante para as gestantes com mais de 30 anos. O conforto continua parecido, porém o caimento caiu consideravelmente para as mulheres entre 27 à 30 anos.


GRÁFICO 11 – IDADE 27 À 30 ANOS

Idade Idade 27 à 30 anos (54 de 100 entrevistadas) Relevância Idade 27 à 30 anos (54 de 100 entrevistadas) Satisfação

Informação de moda

Conforto 200

Caimento

150 Produto com flexibilidade para ser…

100

Estilo

50 Produto que se adapta a diferentes fases da…

0

Exclusividade

Fonte: A autora (2015)

Preço

Facilidade de pagamento

Status

Localização da loja Marca

Nas gestante entre 24 à 26 anos, que são as com o índice menor de entrevistadas, com apenas 4, podemos ver uma grande diferença neste GRÁFICO 12, no qual os produtos com flexibilidade para ser usado no pós-parto, é o mais importante a elas, seguido dos produtos que se adaptam a diferentes fases da gravidez, o conforto e dois novos que surgiram na preferência dessas mulheres, a exclusividade e a marca, onde obtiveram os seus níveis se satisfação bem inferiores .


GRÁFICO 12 – 24 À 26 ANOS

Idade Idade 24 à 26 anos (4 de 100 entevistadas) Relevância Idade 24 à 26 anos (4 de 100 entevistadas) Satisfação

Informação de moda

Conforto 15

Caimento

10

Produto com flexibilidade para ser usado no pós-…

Estilo 5

Produto que se adapta a diferentes fases da…

0

Exclusividade

Preço

Facilidade de pagamento Status

Localização da loja Marca

Fonte: A autora (2015)

Por últimos tivemos as entrevistadas entre 20 à 23 anos, que totalizaram 17 das 100 entrevistadas, onde os assuntos de maior importância foram o caimento, o conforto, a informação de moda, os produtos com flexibilidade para serem usados no pós-parto, os produtos que se adaptam a diferentes fases da gravidez, que obtiveram resultados de satisfação bem inferior, e também a exclusividade, e o preço, que mesmo tendo resultados inferiores a satisfação, foram bem menores pequenos que os demais. Nesta idade, os requisitos facilidade de pagamento e localização da loja, foram os que tiveram os índices de satisfação bem acima dos outros, GRÁFICO 13.


GRÁFICO 13 – 20 À 23 ANOS

Idade Idade 20 à 23 anos (17 de 100 entrevistadas) Relevância Idade 20 à 23 anos (17 de 100 entrevistadas) Satisfação

Informação de moda Produto com flexibilidade para ser usado no pós-… Produto que se adapta a diferentes fases da…

Conforto 60 50 40 30 20 10 0

Caimento Estilo

Preço

Exclusividade

Facilidade de pagamento Status

Localização da loja Marca

Fonte: A autora (2015)

Como dito anteriormente, a maioria das entrevistas, 44%, são as que possuem o rendimento mensal equivalente a mais de 5.000,00 por mês, no qual são mulheres que tem entre 27 à 30 anos ou mais de 30 anos, mulheres essa, que já devem estar muito bem inseridas no mercado de trabalho, e que tomam a decisão de ter um filho, quando a situação de renda da família está em um nível que seja possível a maternidade. É possível identificar estes aspectos, analisando o GRÁFICO 14, que mostra que para elas, o quesito preço, facilidade de pagamento e localização da loja, não são de extrema importância, e avaliaram cada um deles, com um índice de satisfação elevado. Porém, o que ainda é extremamente discutido são os itens conforto, produtos com flexibilidade para serem usados no pós-parto, e os produtos que se adaptam a diferentes fases da gravidez


GRÁFICO 14 – MAIS DE 5.000,00

Rendimento Mensal Rendimento + de 5.000,00 (de 100, 44) Relevância Rendimento + de 5.000,00 (de 100, 44) Satisfação

Informação de moda Produto com flexibilidade para ser usado no pós-parto Produto que se adapta a diferentes fases da gravidez

Conforto 160 140 120 100 80 60 40 20 0

Caimento Estilo

Preço

Exclusividade

Facilidade de pagamento Status

Localização da loja Marca

Fonte: A autora (2015)

Como vimos no GRÁFICO 2, que é relacionado ao estágio da gravidez, foi possível ver que 35% das gestantes entrevistadas, estão passando pelo 5º mês de gestação, praticamente na metade, e relacionando os maiores índices de rendimento mensal que variam de 4.001,00 à 5.000,00 e mais de 5.000,00 com o fator frequência de compra de roupa nesta fase, foi possível ver, segundo o GRÁFICO 15, que 11% delas adquirem uma peça de roupa uma vez ao mês, e em segundo temos as que adquirem uma peça de roupa a cada três semanas, que são 8% delas.


GRÁFICO 15 – RELAÇÃO ENTRE MÊS/CONSUMO/RENDIMENTO MENSAL

Consumo de peças 5º mês relacionado ao rendimento mensal 4.001,00 à 5.000,00 / mais de 5.000,00 12 10 8

6 4 2 0 Uma vez por semana

Uma vez a cada três semanas

Uma vez por mês

Fonte: A autora (2015)

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma vez a cada três meses


Hoje no Brasil o índice de mulheres grávidas chega a um número de mais de 83 milhões. (INNOCÊNCIO, 2009). Ao engravidar, as mulheres continuam seus afazeres do dia, trabalha, praticam atividade física, passeiam, vão a festas, onde passam a procurando nesta fase, por peças do vestuário que se adequem as situações e lugares que frequentam, além de tudo trazendo o conforto e o bem estar ao corpo que necessitam. (SEBRAE, 2015). A pesquisa teve como objetivo, traçar o perfil de consumo das gestantes moradoras da cidade de Curitiba, mostrando seu desejos na hora de consumir moda, e quais são as maiores dificuldades que encontram nesta nova fase. Após a análise geral do questionário aplicado em 100 gestantes de Curitiba, foi possível perceber que mesmo sendo um público alvo bastante forte, suas necessidades de consumo no que diz respeito ao vestuário não são totalmente atendidas. A pesquisa mostrou que 35% delas estão passando pelo 5º mês de gestação, o que mostrou também, que é a fase em que elas mais consumem produtos de moda, e que sempre estão procurando e exigindo o conforto, o bom caimento, e principalmente os produtos que se adequem a diferentes fases da gravidez e que possam ser usados no pós-parto. Vimos que elas estão passando a constituir uma família, mais tarde, a partir dos seus 27 anos, onde o seu rendimento já está mais consolidado, podendo assim curtir a gravidez e posteriormente o filho, sem se preocupar demais com os gastos. As grávidas procuram por um produto com apelo de moda, e que traga a elas o conforto que necessitam nesses nove meses de gestação, e no decorrer da pesquisa observou-se que a maioria das gestantes entrevistadas não estão satisfeitas com o que o mercado está oferecendo a elas.


5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABREU, W. R. A nova consumidora modifica o mercado de beleza e estética. SEBRAE. 2011. Disponível em: <http://www.sebraemercados.com.br/a-nova-consumidora-modifica-o-mercado-debeleza-e-estetica/> Acesso em: 09 jun. 2015.

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6 APÊNDICE


Questionário Gestante

- Qual a sua idade?

- Qual seu estágio de gravidez?

- Qual o rendimento mensal de seu domicilio (total)? ( ) De 1.000,00 à 2.500,00 ( ) De 2.501,00 à 4.000,00 ( ) De 4.001,00 à 5.000,00 ( ) Mais de 5.000,00

- Ao decidir comprar roupas para gestantes, você sente dificuldades para encontrá-las? ( ) Sim ( ) Não

- Com que frequência compra roupa agora que está grávida? ( ) Uma vez por semana ( ) Uma vez a cada três semanas ( ) Uma vez por mês ( ) Uma vez a cada três meses

- Quanto gasta em média em uma peça de roupa agora que está grávida? ( ) Até 50,00 ( ) 100,00 ( ) 200,00 ( ) 300,00 ( ) 500,00 ( ) + de 500,00


- Que tipo de peça você costuma comprar nesta ocasião? ( ) Calça ( ) Blusa ( ) Vestido ( ) Saia ( ) Lingerie ( ) Macacão

- Que tipo de tecido você prefere comprar nesta situação? ( ) Malha ( ) Tecido Plano

- Onde costuma/ prefere comprar roupas para gestante? ( ) Internet ( ) Loja física

- Quais são os aspectos que mais valoriza em um produto de moda para gestante? Escolha cinco desses aspectos, avaliando-os em: 5- Fundamental 4- Muitíssimo importante 3- Muito Importante 2- Importante 1- De importância moderada

( )CONFORTO - ( )Excelente ( )Ótimo ( )Satisfatório ( )Ruim ( )Péssimo

( )CAIMENTO/MODELAGEM - ( )Excelente ( )Ótimo ( )Satisfatório ( )Ruim ( )Péssimo


( )ESTILO )Excelente ( )Ótimo ( )Satisfatório ( )Ruim ( )Péssimo

-(

( )PREÇO )Excelente ( )Ótimo ( )Satisfatório ( )Ruim ( )Péssimo

-(

( )FACILIDADE DE PAGAMENTO )Excelente ( )Ótimo ( )Satisfatório ( )Ruim ( )Péssimo

-(

( )ATENDIMENTO PERSONALIZADO/ESPECIALIZADO )Excelente ( )Ótimo ( )Satisfatório ( )Ruim ( )Péssimo

-(

( )LOCALIZAÇÃO DA LOJA OU RAPIDEZ NA ENTREGA )Excelente ( )Ótimo ( )Satisfatório ( )Ruim ( )Péssimo

-(

( )MARCA )Excelente ( )Ótimo ( )Satisfatório ( )Ruim ( )Péssimo

-(

( )STATUS )Excelente ( )Ótimo ( )Satisfatório ( )Ruim ( )Péssimo

-(

( )EXCLUSIVIDADE )Excelente ( )Ótimo ( )Satisfatório ( )Ruim ( )Péssimo

-(

( )PRODUTO QUE SE ADAPTA A DIFERENTES FASES DA GRAVIDEZ )Excelente ( )Ótimo ( )Satisfatório ( )Ruim ( )Péssimo

( )PRODUTO COM FLEXIBILIDADE PARA SER USADO PÓS-PARTO )Excelente ( )Ótimo ( )Satisfatório ( )Ruim ( )Péssimo

( )INFORMAÇÃO DE MODA/TENDÊNCIA - ( )Excelente ( )Ótimo ( )Satisfatório ( )Ruim ( )Péssimo

-(

-(


*Após escolher os cinco aspectos que considera mais importantes, avalie cada um deles, considerando a loja/ marca onde comprou suas roupas durante a gravidez: 5- Excelente 4- Ótimo 3- Satisfatório 2- Ruim 1- Péssimo

Obrigada por responder meu questionário!

Maria Teresa Ravaglio da Rocha


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