Gabriele Lourenço - Soluções do vestuário para festivais de música eletrônica

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SOLUÇÕES DO VESTUÁRIO PARA FESTIVAIS DE MÚSICA ELETRÔNICA Gabriele Louise Lourenço1 Mariana Mariah2 Roseli Stencel3 RESUMO Os festivais de música eletrônica estão crescendo cada vez mais em todo o mundo, com isso cresce também a demanda de peças específicas para este tipo de evento (que geralmente acontecem em ambientes ao ar livre), ou seja, variações climáticas, chuva, vento, lama e calor extremo já são esperados pelos frequentadores. Não há grande preocupação com estes usuários, no que diz respeito a funcionalidade das peças do vestuário, portanto o presente estudo tem o objetivo de minimizar estes problemas através de uma coleção pensada ergonomicamente para estes usuários, contando com tecidos tecnológicos para auxiliar neste processo, para assim não deixar que nada atrapalhe o público de aproveitar o que de melhor estes eventos oferecem. Por meio de questionário aplicado online, descobriu-se as principais necessidades funcionais e estéticas dos usuários da região Sul. A coleção final trouxe soluções simples porém muito funcionais que tornarão a estadia dos frequentadores de festivais de música eletrônica mais segura, confortável e despreocupada. Palavras-chave: Festivais de música; necessidades do usuário; tecnologia têxtil. 1 INTRODUÇÃO Os festivais vêm ganhando um espaço significativo na vida dos brasileiros e crescem cada vez mais uma vez que eventos internacionais estão acontecendo com maior frequência. O Brasil consolidou sua posição entre os países que sediam grandes festivais, sendo o segundo no ranking do mercado de shows na América Latina, atrás apenas do México. A expectativa é que o consumo de shows no Brasil cresça 39% até 2018, de acordo com Gardênia Rogatto, especialista em entretenimento da consultoria PwC Brasil (LAVOR, 2014). Os festivais de música eletrônica (raves) costumam ser longos e cansativos (apesar de toda diversão) podendo durar de doze horas a uma semana, variando de um para o outro. São em grande maioria em lugares abertos contando apenas com algumas tendas, então os participantes enfrentam adversidades como sol, chuva, frio, vento e lama. Os furtos e idas ao banheiro também são complicadas. Sendo assim, 1

Estudante do curso Design de moda na instituição de tecnologia SENAI Curitiba. Orientadora 3 Coorientadora 2


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questiona-se como o design pode contribuir para minimizar estes problemas e tornar a estadia em um festival de música mais confortável? Como a popularidade destes eventos é relativamente nova, no mercado atual ainda não há grande preocupação com esse público, no que diz respeito à funcionalidade das roupas, preocupam-se somente com a estética. Portanto este projeto visa unir atributos estético--funcionais em uma coleção que pretende oferecer um vestuário que contribua para o bem-estar dos frequentadores de festivais de música. A metodologia empregada partiu de uma pesquisa bibliográfica estudando o crescimento dos festivais de música no Brasil e o público e sua estética. A partir disso foi realizada uma coleta de dados por meio de questionário online aplicado aos possíveis usuários, buscando identificar suas necessidades, para em seguida propor a coleção. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 OS FESTIVAIS NO BRASIL A partir da década de 1960, o Brasil experimentou um desenvolvimento em sua economia que se consolidou por novos símbolos de modernidade. No campo das artes, podemos destacar que essa renovação se deu em relação à ascensão da televisão enquanto novo veículo de comunicação capaz de remodelar o comportamento e a relação do público com os bens culturais produzidos naquela época. Um dos maiores exemplos dessa nova relação pode ser percebido com a realização dos festivais de música. O cenário musical brasileiro abrigava novos artistas que viviam num período politicamente marcado por uma democracia que permitia a realização desse tipo de evento. Ao mesmo tempo, a música brasileira entrava em contato com novas influências musicais que abriam portas para a consolidação de uma cultura jovem. Com o enrijecimento da censura durante a ditadura militar, os festivais acabaram perdendo sua viabilidade mediante a repressão instaurada. Um dos mais célebres casos dessa mudança aconteceu durante o festival de 1968, quando o cantor Geraldo


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Vandré conquistou todo o público com a música “Caminhando”. Os censores do governo, antes do anúncio dos vencedores, proibiram que Vandré fosse considerado autor da melhor canção (FESTIVAIS NO BRASIL, 2016). Com o passar dos anos, novas influências musicais foram se propagando pelo país e pelo mundo, uma delas foi a música eletrônica que ganhou muita força com a evolução da tecnologia. Segundo a revista online Phouse (COMO SURGIU A MÚSICA, 2016): A música eletrônica começou a se popularizar com o surgimento dos sintetizadores digitais, posteriormente com os samplers, porém o “boom” ocorreu com os computadores pessoais que possuem recursos de áudio e a facilidade para se montar um home – stúdio, sendo possível emular as funcionalidades de instrumentos musicais ou de sintetizadores através da criação, manipulação e apresentação virtual de som.

A popularização destes instrumentos fez surgir, no mundo, diversos artistas que passaram a se dedicar exclusivamente à música eletrônica, aparecendo diversos estilos, tais como a música industrial, a música eletrônica dançante, que se ramificou em House, Trance, Acid House, Techno, Hardcore Techno, Breakbeat, Drum n Bass, Ambient, Tribal, G-house entre outros. O conceito Rave, nascido no final dos anos 80 e advindo da produção da música eletrônica, foi formatado em festas em espaços abertos fora do perímetro urbano das cidades ou em galpões abandonados da periferia, ao som da música eletrônica. A primeira festa Rave no Brasil aconteceu em 1992 e se chamava LM Music, passando pelas cidades de São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. André Meyer pode ser considerado um dos precursores da cena eletrônica no Brasil (HISTÓRIAS DAS RAVES, 2016). Durante 1994 e 1995, junto com amigos e curiosos, André dava início ao que seria atualmente mais do que um estilo de música, um estilo de vida. Em entrevista para a revista online Psy Nation (2016) André explica que naquela época não era tão simples arranjar a locação de aparelhagem como hoje, “A primeira festa que organizamos rolou no ano 1994, em Atibaia, São Paulo, e lembro que tivemos muita dificuldade para trazer o equipamento de som. A gente tirava cópias do flyer para fazer a divulgação e fazia um rateio para bancar a gasolina do gerador”. Não haviam


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moldes, sequer estrutura; o que os movia era a vontade de se criar um ambiente diferente e proporcionar uma sensação inusitada à quem comparecesse. Apesar das dificuldades, o cenário da música eletrônica foi se popularizando e hoje tem participação em todos os tipos de festivais, sempre há um espaço ou tenda dedicado à este estilo, mas os festivais dedicados somente ao E-music (todos os tipos de música eletrônica) têm crescido cada vez mais. Um exemplo deste crescimento é a vinda de um dos maiores festivais de música eletrônica para o Brasil (figura 1), este reúne mais de 100 mil pessoas em dois dias de festa. FIGURA 1 – TOMORROWLAND BRASIL

FONTE: Fanpage Tomorrowland Brasil

No quadro a seguir tem-se uma relação dos principais festivais de música eletrônica realizados no Brasil. QUADRO 1 – FESTIVAIS RELIZADOS NO BRASIL EVENTO

LOCAL

PERÍODO

ESTILO

ESTIMATIVA DE PÚBLICO

Dream Valley Festival XXXperience Festival Tribe Kaballa Circus Festival

SC - Beto Carrero Wold SP – PR - RS

2 dias

Pop

40 mil

1 dia

Underground

30 mil

Itú- SP

1 dia

Underground

30 mil

SP- Hopi Hari

1 dia

Pop

20 mil

- RJ


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Universo Paralelo Tomorrowland

BA

9 dias

Alternativo

20 mil

SP

3 dias

Pop

100 mil

EDC

SP

3 dias

Pop

90 mil

FONTE: PHOUSE (2016) E ESTADÃO (2016). NOTA: Dados trabalhados pela autora.

Analisando-se a quadro anterior, nota-se que a maior parte dos festivais ocorrem na região Sudeste e Sul do Brasil, portanto analisou-se as condições climáticas destas regiões para direcionar a sazonalidade da coleção. Apesar da maior parte das suas terras pertencerem à zona tropical, o clima no sudeste do Brasil é bem variado. De um modo geral, temos as seguintes características nessa Região: período da primavera/verão mais chuvoso e quente; outono/inverno mais seco e com temperaturas mais amenas. O período chuvoso concentra-se principalmente entre os meses de outubro a março, quando ocorrem cerca de 80% do total anual de chuvas (SQUITTER, 2015). A região sul é a única parte do país que localiza-se quase inteiramente na região temperada (com exceção ao extremo norte do Paraná), por este motivo, os estados desta região tem um clima conhecido como subtropical úmido, com temperaturas que costumam ficar abaixo dos termômetros do restante do Brasil. A região conta com uma amplitude térmica elevada, já que no verão as temperaturas podem alcançar 30ºC, principalmente no litoral, e no inverno temperaturas menores que 10ºC. Na serra catarinense e gaúcha, temperaturas negativas são comumente registradas, inclusive com incidências de geadas e até neve. As chuvas geralmente são bem distribuídas durante o ano. O vento também é muito responsável pela temperatura da região, sofrendo grande influência deste fator, tanto no verão, tanto no inverno (REGIÃO SUL..., 2016). Analisados os climas das regiões sudeste e sul do Brasil, concluiu-se que são regiões de muita instabilidade climática, portanto uma coleção de inverno para ser usada em festivais seria mais apropriada, uma vez que no verão os problemas com diminuição da temperatura, chuvas e vento não são tão graves quanto no inverno.


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2.2 PÚBLICO-ALVO DOS FESTIVAIS

Público-alvo é um segmento da sociedade com determinadas características em comum, ao qual dirige-se uma mensagem. Cada mercado é composto de segmentos diferentes e cada grupo possui necessidades, estilos e respostas a variações na oferta (TULESKI, 2009). Segundo Carvalho (1998), o mercado é soberano e define o produto, o serviço e o preço. Cabe a cada organização buscar posição competitiva para atingir seus objetivos. Não existe fórmula, existe tentativa. “É impossível prestar serviços igualmente excelentes a todos os clientes imagináveis; daí a necessidade de segmentar” (LOBOS, 1993, p.269). Portanto, a segmentação é um processo imprescindível que dissolve o heterogêneo e subdivide o mercado em frações menores com características semelhantes.

2.2.1 Estéticas Na década de 1960, a “cultura jovem” apresentava traços rebeldes e contestadores, mantendo relações estreitas com o movimento da contracultura. Hoje ela parece ter perdido o potencial emancipatório e se acomodado às novas exigências do capitalismo, já que ela busca no consumo os traços que definem sua identidade. Segundo Grimberg (2016): Desde meados do século XX, os movimentos de moda jovem sempre vêm embalados em movimentos de subcultura. Dos festivais dos anos 1960, à era disco, ao punk e ao grunge, ícones como Janis Joplin, Billy Idol, Bianca Jagger e Kurt Cobain imortalizaram a relação da moda com a música. O senso estético desses rebeldes recriou o estilo jovem no século XX e ainda influencia o comportamento atual.

O brasileiro atua de maneira diferente. Acostumado a viver na periferia do mundo, em que os movimentos chegam com atraso, ele faz apenas uma apropriação cultural, por meio da imagem. Inspiram-se em ícones de estilo internacionais, do


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Instagram e de blogs famosos. Mas agora o que é mais inspirador para estes jovens é o modo como as pessoas estão se vestindo em festivais de música, especialmente o Tomorrowland, Lollapalooza e o Coachella, que são os maiores e mais conhecidos do mundo. Nestes festivais os participantes aderiram ao estilo boho que é o precursor do hi-lo, cuja principal característica é a mistura de peças mais sofisticadas com peças mais baratas. Uma mistura de estilos, na prática, é a capacidade de uma tribo brincar com peças de outra tribo por exemplo: meninas ladylike com tachas, moderninhas com pérolas, clássicas com muitas pulseiras ultracoloridas (GARATTONI, 2010). Uma mistura eclética, livre, com ar de hippie, étnico, boêmio, folk, punk e vintage. O look é sempre único e personalizado, sua característica essencial é ser despojado propositalmente. Este estilo é muito popular na atualidade pois faz alusão ao estilo hippie que ocorreu entre as décadas de 60 e 70. Em 1969 aconteceu o Festival de Música e Artes de Woodstock, o qual foi o precursor dos festivais música como são feitos hoje. Então vestir-se como os hippies daquela época causa nostalgia e homenageia o estilo e o início dos festivais. Nas imagens a seguir podemos identificar alguns dos elementos presentes no estilo boho (figura 2).


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FIGURA 2 – ESTILO BOHO

FONTE: Pinterst (2016). NOTA: Imagens compiladas pela autora.

Bolsas artesanais feitas em tricot ou em couro com franjas, batas e blusas românticas com rendas e babados, chapéus Floppy ou Fedora com abas largas, excesso de acessórios com temas étnicos e art déco, peças leves, fluidas e estampadas como quimonos, vestidos com fenda e macaquinhos, botas de cano curto ou no estilo country, sandálias rústicas, sobreposições como ponchos e casacos largos, lenços estampados, headbands e flower crown usados na cabeça


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representam um pouco da estética do boho que se liga completamente à mistura e a brasilidade encontrada aqui.

2.3 DA FIBRA AO PRODUTO FINAL

Preocupar-se com todo o processo de criação/confecção de um produto é de suma importância para que o produto final seja satisfatório. Cada detalhe bem pensado agrega valor simbólico e material à peça, como a boa escolha dos têxteis, a preocupação com mobilidade, usabilidade e estética, o uso dos aviamentos corretos (tanto decorativos quanto funcionais) e, principalmente, qual tipo de acabamento mais adequado ao modelo pensado.

2.3.1 Relação entre corpo, roupa e espaço

A roupa é qualquer objeto usado para cobrir as partes do corpo e é usada por vários motivos, sendo que um deles é porque a maior parte do mundo considera como parte do bom senso e da ética humana utilizá-las, guiado por valores sociais, sendo considerada indispensável especialmente em lugares públicos. É também usada para proteção e como forma de diferenciação. A moda cria valores sociais, gera proteção e diferenciação de cada indivíduo. “A moda é um produto intangível, imaterial e cultural, enquanto a roupa é tangível, material e concreta” (KELLER, 2007, p.59). O corpo é o que veste as roupas. Martins (apud PIRES, 2008) estabelece uma leitura do mundo por meio de cinco peles, sendo a primeira a epiderme, a segunda a vestimenta, a terceira a casa do homem, a quarta o meio social e a identidade e a quinta a humanidade, a natureza e o meio ambiente. Epiderme e vestimenta se misturam no contexto de proteção e construção de uma identidade única, habitando não somente o espaço físico, mas também o território que determina a existência dentro do contexto da contemporaneidade. Na relação corpo/têxtil, tem-se um novo elemento a ser considerado que é o espaço. A forma e o espaço são apresentados não como fins em si mesmos, mas


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como meios para solucionar um problema em resposta a condições de função, propósito e contexto (SOUZA, 2006). Sendo assim, corpo, roupa e espaço estão fundamentalmente ligados, um influenciando diretamente o outro. O espaço determina a ocasião e o grau de formalidade, o corpo veste-se de acordo com o espaço agregando estilo próprio em busca de uma identidade para diferenciação social. Nos festivais de música isso não é diferente, é até potencializado. O local e a ocasião dão liberdade aos frequentadores de se vestirem como quiserem e se divertirem com isso, até mesmo o uso de fantasias é plenamente aceito. Para que o corpo interaja com o espaço, pensar em tecidos apropriados e na ergonomia das peças é fundamental, uma vez que estes aprimoramentos na vestimenta geram maior liberdade e conforto ao copo que as usa.

2.3.2 Tecidos

A fibra é considerada têxtil quando possui as características ideais para o processo de manufatura de tecidos: comprimento, resistência, flexibilidade e aderência. Segundo Garcia (2012), tudo começa com as fibras naturais ou químicas. Elas passam por um processo físico, que as transforma em fios, que em seguida, depois de outros processos, darão origem aos tecidos. Para Jones (2005), escolher tecidos adequados para o tipo de produto a ser fabricado é a chave do sucesso na criação de moda, porque a adequação de um tecido para criação provém da combinação de fios, construção, peso, textura, cor, toque e estampa, como também de fatores adicionais que poderão complementar como beneficiamento, tanto no visual estético como outros atributos disponíveis que farão grande diferenciação no produto. Com a evolução dos recursos e da indústria, hoje muitos tecidos tecnológicos/inteligentes

são

encontrados

no

mercado,

estes

vieram

para

revolucionar o modo como interagimos com as roupas. São tecidos com propriedades especiais, capazes de reagir a uma variação ou estímulo de luz, calor, umidade,


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trazendo benefícios ao usuário, capazes de ativar a circulação sanguínea, promover o equilíbrio térmico e até mesmo eliminar toxinas do corpo. Esses tecidos, pensados inicialmente para atender o setor esportivo, já estão sendo utilizados para produzir peças em larga escala para o público. O Brasil também tem se destacado na produção de tecidos inteligentes. Em entrevista realizada pelo Sebrae (2014), com pequenos negócios do segmento de moda, destacam-se as seguintes empresas: Santa Constância, Rosset, Coltex, Dalutex e Salotex. O uso destes tecidos tecnológicos em roupas para festivais é fundamental, pois estes proporcionarão funcionalidade e conforto a quem veste. A seguir tem-se alguns exemplos de tecidos que são interessantes a este público. a) Tecidos antimicrobianos (figura 3): Umidade, suor e calor, combinados, contribuem para a proliferação de microrganismos que podem causar odores e descoloração de tecidos. Assim, a adição de íons de prata em tecidos sintéticos, como poliéster e poliamida, combate a proliferação de bactérias e fungos de forma permanente (FERREIRA, 2014). FIGURA 3 – TECIDO ANTIMICROBIANO

FONTE: Artigo Eveline Januário Ferreira (2016).

b) TECIDOS DE SECAGEM RÁPIDA (figura 4): Tecidos com tecnologia de secagem rápida, habitualmente chamados “dry-fit”, permitem ao usuário melhor performance na execução de atividades físicas, pois permitem melhor absorção do suor. São produzidos por meio de fibras sintéticas com seção transversal diferenciada


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e visualmente possuem “poros” ou pontos sem entrelaçamento. Como funcionalidade, o tecido "puxa" o suor com maior facilidade e espalha as gotículas em uma maior superfície, facilitando a evaporação. Já no tecido comum não há evaporação e o suor fica retido no próprio tecido, causando incômodo ao usuário (FERREIRA, 2014). FIGURA 4 – TECIDO SECAGEM RÁPIDA

FONTE: Artigo Eveline Januário Ferreira (2016).

c) TECIDOS COM PROTEÇÃO UV (UVA, UVB E UVC) (figura 5): Esses tecidos são fabricados com fios especiais feitos à base de dióxido de titânio e são capazes de bloquear até 98% da radiação, prevenindo desde queimaduras leves a câncer de pele (FERREIRA, 2014). FIGURA 5 – TECIDO PROTEÇÃO UV

FONTE: Artigo Eveline Januário Ferreira (2016).

2.3.3 Ergonomia

Em sentido amplo, pode-se afirmar que a ergonomia estuda os critérios necessários para adaptar o ambiente e os produtos às características humanas. Na


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abordagem sobre as qualidades essenciais de um produto (técnicas, ergonomia e estéticas), Iida (2001) esclarece que podem ser aplicadas aos produtos do vestuário. Em relação à qualidade técnica, afirma que se refere à eficiência com que o produto executa a função para a qual foi criado. A qualidade ergonômica, refere-se à facilidade de adaptação antropométrica, incluindo facilidade de manuseio, de uso, de conforto, de segurança e de vestibilidade. Esta qualidade favorece a interação do corpo com o ambiente e os objetos por meios dos critérios ergonômicos. Já a qualidade estética, por sua vez, é a relação entre o usuário e o produto que influencia o grau de aceitação e prazer envolvido, além das outras funções, os aspectos simbólicos da percepção humana, sensoriais, emocionais, sociais e culturais. Segundo Martins (2005) o espaço entre a roupa e corpo é a medida do conforto, mas nem sempre os produtos de vestuário atendem a essa demanda. Na maioria das vezes o desejo de estar na moda leva o consumidor a optar por produtos inadequados que podem provocar disfunções físicas, desconforto ou acarretar problemas a sua saúde. Daí a necessidade de estudos para cada peça do vestuário por meio de adequada modelagem, pois cada uma se adapta melhor a um tipo de material (escolhido de acordo com sua composição e construção), aviamentos e acessórios, uma vez que a correta correlação entre esses irá proporcionar mobilidade, segurança, higiene, conforto térmico e usabilidade pretendida. Nesse sentido, é possível afirmar que “ao conhecer o usuário, ao perceber suas necessidades, capacidades, e limitações, evitamos a falta de adequação entre o produto e usuário e nos instrumentalizamos para identificar com antecedência a ocorrência de acidentes, danos à saúde e desconforto” (MARTINS 2008, p.322). Portanto, analisar os movimentos feitos pelo usuário torna-se indispensável para um produto ergonomicamente viável. Do ponto de vista anatômico, as articulações estão ligadas ao movimento corporal no que se refere à possibilidade de diferentes ângulos de abertura, e portanto, estabelecem os limites formais no vestuário para que não haja impedimentos quanto ao desenvolvimento natural do corpo (SALTZMAN, 2004). Grave (2004) relata que os membros superiores e inferiores projetam-se respectivamente a partir dos ombros e dos quadris. Ao


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andarmos, ocorre uma dissociação dos movimentos dos membros superiores e inferiores, cada um girando em sentidos opostos no plano horizontal, causando uma torção no tronco. Quando as pessoas vão à festivais, o intuito é dançar, portanto além dos movimentos necessários para caminhar, deve-se analisar os movimentos feitos quando os usuários dançam. Não é uma coreografia complexa, as pessoas mexemse conforme o ritmo da música fazendo movimentos de flexão, extensão, adução e abdução (figura 8), além dos movimentos dos ombros e quadris. Cada movimento solicita o trabalho de pelo menos dois músculos que se movimentam de forma contrária, já que quando um se contrai o outro se alonga (IIDA, 2005).

FIGURA 8 – MOVIMENTOS DO CORPO

FONTE: Artigo Suzana Barreto Martins

O produto do vestuário, por se tratar de um bem de uso pessoal, deve ter suas características ergonômicas projetadas, visando a estética, o conforto dos movimentos e térmicos, e a usabilidade, desde as fases de criação, modelagem, prototipagem, escolha de materiais, até o acabamento, para adequar-se ao bem-estar e atender as necessidades do ser humano.


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3 DESENVOLVIMENTO 3.1 COLETA DE DADOS O desenvolvimento da coleção iniciou-se com a aplicação do questionário aos possíveis usuários a fim de segmentar o público alvo e descobrir as principais necessidades e hábitos dos mesmos. Acolheu-se uma amostra de 133 respostas válidas. Analisando os resultados, para efeito da pesquisa recortou-se o público feminino, que representou 66% dos respondentes. Percebeu-se que essas mulheres têm idade entre 18 e 35 anos (99%), que prezam por conforto e estilo em seus trajes para festivais e que os frequentam 3 ou mais vezes ao ano. Moram na região Sul e frequentam festivais nesta região em primeiro lugar e em segundo lugar no Sudeste. Costumam viajar em grupos grandes para ir a este tipo de evento. Estas mulheres têm um estilo simples e confortável, uma vez que as imagens mais selecionadas no questionário que representavam seu vestuário para festivais de música foram as quatro a seguir (figura 9). FIGURA 9 – ESTILO PÚBLICO ALVO

FONTE: Pinterst (2016). NOTA: Imagens compiladas pela autora.


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Para este público, o atributo mais importante do vestuário é o conforto, seguido pelo estilo, segurança e mobilidade, portanto segmentou-se o mesmo pelo estilo pois é uma característica importante e marcante. Este é simples, com cores e estampas neutras, mas mesclado com acessórios e sobreposições marcantes que tornam o look mais interessante e atrativo. É o estilo boho repaginado, com tons escuros e influências minimalistas, do rock e punk. Costumam guardar seus pertences em bolsas e bolsos representando 83% das respostas. Para elas, os fatores climáticos que mais incomodam são: em primeiro lugar a chuva, em segundo lugar variações climáticas, seguida por frio e lama. Calor extremo não teve representatividade nas respostas. Foi perguntado a elas se conheciam marcas que tivessem o objetivo de criar roupas com soluções funcionais para festivais de música e 80% respondeu que não conhecia nenhuma marca com esta proposta, os outros 20% citaram algumas marcas como Warung store, Ratier clothing e After Music & clothing. Avaliou-se e percebeuse que o diferencial destas marcas não era a performance e a funcionalidade das peças e sim a estética totalmente voltada ao público que frequenta festivais de música eletrônica da região sul. Portanto, há um déficit no mercado em relação à funcionalidade para este público. Ao final do questionário foi perguntado qual era a probabilidade de investimento em produtos com estas características que unem a funcionalidade e a estética e 41% respondeu que era provável o investimento, outros 35% responderam que era muito provável o investimento e apenas 4% disse não achar necessária a preocupação com a funcionalidade e que não investiria em um produto assim. 3.2 DESENVOLVIMENTO DA COLEÇÃO O desenvolvimento da coleção teve início com a pesquisa de tendências para o público já segmentado. Optou-se por pesquisar tendências de produto, como elementos de estilo, cores, texturas e formas, pois macrotendências não se encaixariam à proposta, que era trazer o estilo e características dos festivais com influências boho para dentro de uma coleção. As tendências de produto escolhidas foram os babados, fendas, decote profundo, tons metalizados, maxi coats e chokers (figura 10).


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FIGURA 10 – TENDÊNCIAS

FONTE: Style (2016)

Após a escolha das tendências, foi escolhido o tema de coleção. Buscou-se algo que fosse diferente e que pudesse inspirar as cores e estampas da coleção. O tema escolhido foi o glitch art que é um movimento artístico atual e refere-se a um passado tecnológico, é a estética do erro. Glitch quer dizer bug, e é uma falha sem nenhuma causa específica, mas gera imperfeições e alterações de cor em telas (figura 11).


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FIGURA 11 – GLITCH ART

FONTE: Pinterest (2016)

O tema influenciou desde a escolha da cartela de cores, estampas até os tecidos, trazendo textura movimento e vida pra coleção. Na cartela de cores há tons de preto e cinza simbolizando o chiado de uma televisão, por outro lado há também tons vibrantes de rosa, roxo e azul que fazem referência às falhas coloridas do glitch. Procurou-se tecidos com tecnologia, como as citadas anteriormente na fundamentação teórica. Foram escolhidas quatro malhas para dar conforto e mobilidade aos usuários e três tecidos planos. A primeira malha cujo nome é Melange Plus ll é dupla face com textura mescla em ambos lados, sendo um lado bem escuro e o outro mais claro. Este tecido foi escolhido para criar peças que possam ser usadas duas vezes sem que isso seja percebido por outros (dupla face), assim os frequentadores de festivais que fossem acampar no evento, poderiam reduzir suas malas e levar uma peça no lugar de duas. A segunda malha escolhida foi a Light Emana, é um tecido fino e com muitas propriedades sendo elas, secagem rápida, sem necessidade de passar à ferro, proteção UV 50 e possui o infravermelho Emana que tem propriedade de esquentar a primeira camada da pele aumentando a circulação e mantendo o corpo mais quente. A terceira malha escolhida foi a Bouclê Dark que é mais grossa e lembra uma malharia retilínea. Tem textura mescla bem evidente lembrando o chiado da televisão. Além de ser uma malha que mantém melhor a temperatura do corpo por sua gramatura, também não precisa ser passada à ferro. A quarta malha foi a Fluity Point Ouro, é leve e tem cor metalizada/dourada com preto. Ela é um elemento de estilo na coleção pois é um tecido bem marcante e


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que tem sua cor percebida de formas diferentes conforme a iluminação e também não precisa passar. O primeiro tecido plano escolhido é um corta vento bem leve e impermeável com leve transparência, de secagem rápida, sem necessidade de passar e proteção UV 50. O segundo tecido plano é o Comaneci Flock. É um tecido sarjado com estampa aveludada que serve como elemento de estilo da coleção também. É muito versátil, pôde ser foitos casacos, calças e vestidos com ele. O último tecido é chamado Micro Suede, é versátil e perfeito para o inverno por ter textura aveludada e ser um bom protetor térmico. Possui bastante elasticidade e dá muita mobilidade aos usuários. As estampas foram pensadas para chamar a atenção, já que a coleção tem muitos tons de cinza e preto. A primeira estampa é mais colorida e lembra bastante o tema por suas cores e formas abstratas irregulares, já a segunda é uma frase repetida e com efeito glitch 3D para aguçar os sentidos de quem a olhar (figura 12).

FIGURA 12 - ESTAMPAS

FONTE: Estampas produzidas pela autora.


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Os aviamentos escolhidos foram tanto funcionais quanto estéticos. Usou-se grilos grandes e pequenos, tranças para detalhes e acabamentos e renda guipir para deixar as peças mais detalhadas e com aspectos boho, além de botões, zípers normais e dupla face, ponteiras, ilhoses, cordões, viés e elásticos funcionais. Os modelos foram pensados e desenvolvidos à partir das necessidades afirmadas pelos usuários no questionário. Considerou-se muito importante a existência de bolsos específicos para cada tipo de objeto comum que é levado a este tipo de evento como documentos, celular, óculos de sol, cartões, dinheiro e doces como chiclets e balas. Pensou-se em lugares estratégicos para estes bolsos para que não ficassem aparentes, a maior parte é fechado com zíper ou botões, aumentando a segurança. A maior parte da funcionalidade das peças deu-se pela escolha dos têxteis tecnológicos, que tornarão a estadia em um festival de música mais confortável, segura e divertida. 3.3 RESULTADOS A coleção desenvolvida (figuras 13 a 17) possui 32 peças comerciais e muito funcionais para o que foram designadas. Os casacos possuem bolsos internos e com zíper para maior segurança dos usuários. Várias peças possuem bolsos escondidos e específicos para os principais objetos levados para festivais de música eletrônica, como documentos, cartões, dinheiro, óculos de sol, lanches e guloseimas. Há algumas peças com dupla função, ou seja, vestidos que também são casacos, peças dupla face, roupas que são duas em uma etc. Os tecidos tecnológicos ajudaram a trazer a função desejada nas peças, como as que são feitas com tecido impermeável.


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FIGURA 13 – CROQUIS 1-3

FONTE: Desenhos desenvolvidos pela autora.

FIGURA 14 – CROQUIS 4-6

FONTE: Desenhos desenvolvidos pela autora


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FIGURA 15 – CROQUIS 7-9

FONTE: Desenhos desenvolvidos pela autora

FIGURA 16 – CROQUIS 10-13

FONTE: Desenhos desenvolvidos pela autora.


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FIGURA 17 – CROQUIS 14-17

FONTE: Desenhos desenvolvidos pela autora.

Um bom exemplo destas funcionalidades é a parka impermeável (figura 18). Ela é feita no tecido Vitra, possui bolsos internos para guardar óculos de sol, um com zíper para documentos, cartões e dinheiro. Bolsos maiores para guardar objetos diversos como celulares, guloseimas, carteira de cigarro etc. A ideia é evitar o uso de bolsas e guarda volumes, evitando furtos e tornando a festa mais agradável e despreocupada, uma vez que os objetos pessoais estão junto ao usuário e com fácil acesso. A parka também possui bolsos externos para que o beneficiário possa recolher suas mãos em dias mais frios, seu capuz é removível, os punhos das mangas possuem regulagens de dois tamanhos com botões de pressão, além das regulagens com elástico do capuz e da cintura que moldam a peça.


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FIGURA 18 – PARKA IMPERMEÁVEL

FONTE: Peça desenhada e desenvolvida pela autora.

3.3.1 EDITORIAL

Para o editorial buscou-se trazer as cores presentes no tema Glitch. É uma simulação de um evento de música eletrônica com luzes fortes e vibrantes. Ele mostra como as roupas seriam ainda mais valorizadas sob as luzes de um evento.


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FIGURA 18 – EDITORIAL 1

FONTE: Peças e editorial produzidos pela autora.

FIGURA 19 – EDITORIAL 2

FONTE: Peças e editorial produzidos pela autora.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base no questionário, percebeu-se as principais dificuldades e necessidades dos frequentadores de festivais de música eletrônica. O mercado do vestuário atual preocupa-se apenas com a estética, na maior parte dos casos. Com


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base na análise dos concorrente foi notado que há um nicho de mercado ainda não explorado, e por meio do questionário comprovou-se que há um público interessado em peças funcionais para melhorar sua estadia e diversão em festivais de música. Os resultados obtidos com a presente coleção foram satisfatórios pois atingiram a funcionalidade esperada com produtos simples e comerciais, mas também com bastante apelo estético. Para os bons resultados, a pesquisa de materiais tecnológicos foi fundamental para trazer ainda mais funcionalidade e ergonomia à coleção. REFERÊNCIAS Características do clima na região sudeste do Brasil. Squitter. Disponível em: http://www.squitter.com.br/imprensa/46/caracteristicas-do-clima-na-regiao-sudestedo-brasil. Acesso em: 29 jun. 2016.

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