O Zine como um meio de comunicação, manifestação política e ativismo

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Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário Senac – Santo Amaro, como exigência parcial para obtenção do grau de bacharelado em design com linha de formação específica em design gráfico. Orientador: Jair Alves Junior



Aos meus pais, meus irmĂŁos, meus amigos, meu orientador e todos os outros professores que estiveram presentes e me ajudaram de alguma forma ao longo desse projeto.


Futigami, Beatriz de Melo O zine como um meio de comunicação, manifestação política e ativismo / Beatriz de Melo Futigami - São Paulo (SP), 2019. 118 f.: il. color. Orientador(a): Jair Alves da Silva Junior Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Design com linha de formação específica em design gráfico) - Centro Universitário Senac, São Paulo, 2019. Ativismo, comunicação, design gráfico, política, zine I. Junior, Jair Alves da Silva (Orient.) II. Título




RESUMO Este trabalho consiste em identificar e analisar o papel e a relevância dos zines em São Paulo, principalmente no que diz respeito à manifestação de ideias como forma de ativismo, e produzir um zine que traga a importância dessa manifestação de ideias e do envolvimento político na nossa sociedade. Como base para o desenvolvimento deste projeto foram pesquisados conteúdos para a fundamentação teórica, por meio de pesquisas bibliográficas, que buscaram compreender as origens do zine.

PALAVRAS-CHAVE Ativismo, comunicação, design gráfico, política, zines.

7


SUMÁRIO Introdução

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1. O zine como um canal e instrumento de manifestação política

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1.1 Definição: o que é um zine?

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1.2 Contexto histórico dos zines

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1.3 Manifestação política e ativismo nos zines

25

1.4 O papel do zine no contexto atual

31

2. Resultados da pesquisa

37

2.1 O papel do zine na esfera atual

39

2.2 O perfil do produtor de zine

41

2.3 Principais maneiras e meios de divulgação do zine

42

2.4 Principais temáticas tratadas nos zines

43

2.5 Principais formatos e análise estética do zine

44

3. Desenvolvimento do projeto

47

3.1 Requisitos do projeto

48

3.2 Elaboração da proposta do projeto

49

3.3 Desenvolvimento da identidade visual

50

4. O projeto

53

4.1 Tipo de impresso

54


4.2 Tema do projeto

54

4.3 Título do impresso

54

4.4 Características da editora

54

4.5 Conceito editorial do impresso

54

4.6 Periodicidade

55

4.7 Tiragem estimada

55

4.8 Público-alvo

55

4.9 Padronização gráfica

56

4.10 Impressão da capa

58

4.11 Impressão do miolo

59

4.12 Pré-impressão

59

4.13 Conceito de cada fotografia

60

4.14 Material de apoio

66

5. Documentação do produto

69

5.1 Edição #00

72

5.2 Edição #01

78

5.3 Materiais de apoio

83

6. Considerações finais

89

7. Referências

93

8. Lista de figuras

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9. Anexos

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INTRODUÇÃO


plosão de informações e do uso massivo das redes sociais que se observa, os zines e seus produtores continuam existindo. Porém, questiona-se qual o papel e relevância dele hoje para a sociedade (MAKERS, 2016). É esperado que esse trabalho contribua para o entendimento da atmosfera de produção e consumo de zines, buscando entender a relevância do zine no cenário atual e se continuam sendo um meio e instrumento para a manifestação de ideologias e ideias políticas, sobretudo para as minorias. Além disso, identificar o perfil dos produtores, suas motivações, processos e meios de divulgação na cena paulistana atual.

JUSTIFICATIVA No auge da produção e da popularidade dos zines (entre 1970 e 1990), uma das características mais importantes dessas publicações era o fato dela permitir que os autores manifestassem suas ideias, ideologias e crenças políticas, o que trazia não só a sensação de pertencimento e ativismo, mas também, de fato, tinha um efeito sobre a sociedade. De maneira geral, as ideias manifestadas nesses zines eram ideias que não eram apresentadas de nenhuma forma pelos meios de comunicação institucionalizados. Portanto, pessoas com esses mesmos interesses, que não encontravam um apoio nos meios massificados, oficiais e institucionalizados de produção, se sentiam representadas por esses zines, criando um forte senso de comunidade. O que fez com que, mais a frente, eles se tornassem um meio muito importante de disseminação de informações e de manifestação política (DUNCOMBE, 2017). Na era atual, apesar da ex-

OBJETIVOS Analisar o papel e a relevância do zine em São Paulo, principalmente no que diz respeito à manifestação de ideias políticas. Entender as suas características, quem são os produtores de zines e suas motivações, os desafios e os problemas que

12


esse produtor encontra. Produzir um zine com envolvimento político. O tema foi explorado de maneira que fosse possível entender o contexto histórico da produção de zines e como é na atualidade em São Paulo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1) Definir o que é um zine. 2) Identificar quais são os temas mais relevantes abordados pelos zines. 3) Compreender as origens dos zines e seu papel e relevância neste período. 4) Entender se na esfera atual o papel do zine é diferente do papel que tinha em sua origem e se continua tendo a mesma relevância. 5) Contextualizar o zine, seus produtores, suas motivações, processos e meios de divulgação na cena paulistana atual. 6) Desenvolver uma publicação independente (zine) sobre política e ativismo social.

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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Para a elaboração deste projeto, primeiramente foram realizados estudos bibliográficos que discutem o tema voltado para a produção de zines internacionalmente e nacionalmente. As principais fontes de pesquisa utilizadas foram o livro Notes from Underground: Zines and the Politics of Alternative Culture, de Stephen Duncombe, e O que é fanzine de Henrique Magalhães, entre diversos trabalhos acadêmicos que auxiliaram na estruturação desta pesquisa. Foi realizada uma coleta e produção de dados, a fim de entender o contexto atual do universo dos zines: quem produz, quem consome e porquê. Essa coleta foi feita a partir de observação - frequentando ambientes que se encaixam no contexto do trabalho, como rodas de conversa e feiras de produção gráfica independente -, realização de entrevistas e pesquisa documental. As entrevistas realizadas ao longo do tempo de pesquisa deste projeto foram feitas com


4 produtores e com 3 consumidores de zines. Parte delas foi feita presencialmente, tendo as respostas das questões gravadas e transcritas pela autora deste projeto. A outra parte foi feita remotamente, tendo as respostas das questões da entrevista escritas pelos próprios entrevistados. Para a execução do projeto prático foram feitos estudos sobre as variantes dos zines, no que diz respeito aos possíveis formatos, tipos de produção e acabamentos, e das possíveis técnicas de produção. Pesquisas sobre estes temas específicos e entrevistas foram realizadas para ter um olhar mais abrangente. Foi explorado o universo dos zines políticos de 1970 a 1980, a estética dos zines mais atuais e também de revistas e jornais. Além de estudos da estética da fotografia digital e analógica para a produção de imagens para o projeto editorial.

14



16


1. O ZINE COMO UM CANAL E INSTRUMENTO DE MANIFESTAÇÃO POLÍTICA

17


aos fãs de um determinado assunto (WRIGHT, 1997).

1.1 DEFINIÇÃO: O QUE É UM ZINE?

Mas mesmo que relaciona-

Podemos começar a definir o fanzine a partir de uma análise etimológica da palavra. Fanzine é a palavra original para definir o que, hoje, a maioria das pessoas chama apenas de zine. Apesar de ambas as palavras ainda serem vistas por algumas pessoas como tendo o mesmo significado, atualmente, zine vem tomando o lugar de fanzine, principalmente entre aqueles que estão envolvidos nessa cena, que fazem esse tipo de produção acontecer. É acreditado que essa transição ocorra, principalmente pelo significado inicial atribuído à palavra fanzine, em sua criação. Sua origem vem de uma fusão da palavra inglesa magazine (em português, revista) com fan (em português, fã), pois eram publicações amadoras, feitas por fãs e destinadas

1

dos, magazines (revistas) não são zines, e isso não é simplesmente uma questão de arrancar o “maga” para chegar ao “zine”, como Larry-bob, editor do zine Holytitclamps, aponta: “Não há apóstrofe em zine. Zine não é abreviação para magazine. Uma revista é um produto, uma mercadoria comercial. Um zine é um trabalho de amor, produzido sem lucro. (…) Informação é a razão pela qual um zine existe; qualquer coisa além disso está de fora (tradução da autora1). WRIGHT, 1997

Em termos práticos, o zine é uma publicação amadora, não profissional, produzida por entusiastas de um determinado assunto. Ele foi criado para ser utilizado como um veículo para

But although related, magazines aren’t zines, and it isn’t a simple matter of dropping

the “maga” to arrive at “zine,” as Larry-bob, publisher of the zine Holytitclamps, points out: “There is no apostrophe in zine. Zine is not short for magazine. A magazine is a product, a commercial commodity. A zine is a labor of love, producing no profit. [...] Information is the reason a zine exists; everything else, down to on.

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as ideias de pessoas que querem ser ouvidas e notadas por outras que tenham os mesmos interesses - geralmente interesses que fugiam do que era considerado “comum”, ou seja, assuntos que não costumam ser abordados em qualquer mídia. Muitas vezes é definido como um tipo de revista artesanal ou semiprofissional e é considerada uma publicação marginal, por estar fora dos padrões de publicação que foram estabelecidos como oficiais - os livros, jornais e revistas (WRIGHT, 1997). Dois pontos importantes e relevantes dentro das características de um zine são a liberdade e a individualidade que eles carregam. Os zines não tem nenhuma pré-definição estrutural. Nem quanto às suas dimensões e extensão, nem quanto à técnicas utilizadas, tampouco quanto às suas tipografias. Não há limites nem regras para a criação. Esse aspecto gera uma riqueza na variedade estética dentro dessas publicações. Cada zine se torna uma criação única, por não existir um padrão pré estabelecido. 19

Fig. 1: diversos zines. Fonte: StudyBreaks.

Uma das mais importantes características dos fanzines é que seus editores se encarregam completamente do processo de produção. Desde a concepção da ideia, até a coleta de informações, diagramação, composição, ilustração, montagem, paginação, divulgação, distribuição. MAGALHÃES, 1993, p.10

Visto isso, pode-se afirmar que esse tipo de produção carrega em sua essência a cultura do Do It Yourself, ou DIY (faça você mesmo, na tradução lite-


ral para o português). O movimento do Do It Yourself é bem presente na cultura punk e geralmente era promovido por pessoas com ideais contrários às formas de produção massificada. O DIY acaba tornando-se uma forma de protesto contra esse movimento de massificação - daí a conexão forte com o movimento do punk e com o universo dos zines. [Originalmente], o DIY fazia referência a projetos de re-

Fig. 2: zine A Touch of Trash (1985).

paros caseiros que as pes-

Fonte: Wussu

soas faziam sozinhas, usando os materiais que tinham à sua disposição. Nas décadas seguintes ao seu surgimento, o movimento começou a ser mais associado à cultura punk e alternativa e à produção musical e midiática independente (discos, rádios piratas e zines, por exemplo). PRADO, 2017

É possível observar dentro do vasto universo dos zines um senso bem forte de comunidade. Surgem diversas pequenas, médias e grandes comunida-

Fig. 3: Zine Guilty of What? (1981). Fonte: Wussu 20


des formadas por pessoas que criam esses zines e pessoas que se interessam pelo que os criadores têm a dizer. Como podemos observar na afirmação feita pelo autor do livro Notes from the Underground, Stephen Duncombe (2017, p. 49): Zines são um meio individualista, mas, como meio, sua

Fig. 4: zine (2 cores, 14,5cm x 10,5cm,

principal função é a comuni-

12 páginas) feito inteiro com carim-

cação. Como tal, os zines são

bos, da editora Edições De Zaster, se-

tanto sobre as comunidades

diada no Rio de Janeiro.

que surgem de sua circulação quanto são artefatos de expressão pessoal. As pessoas criam zines para gritar “eu existo”. Elas também fazem isso para se conectar a outros dizendo a mesma coisa. (tradução da autora2)

Ao mesmo tempo que os produtores fazem seus zines para manifestar a sua existência, existe um lado mais político e ativista na criação de zines,

2

relacionado à oposição à alienação da sociedade (muito ligada à produção massificada da mídia). Ou seja, os autores encontram na criação de zines, uma maneira de escapar dessa esfera ilusória que existe na sociedade. [...] Através de seus zines, os escritores estão tentando escapar da sociedade da qual se sentem alienados enquanto criam uma nova comunida-

Zines are an individualistic medium, but as medium their primary function is

communication. As such, zines are as much about the communities that arise out of their circulation as they are artifacts of personal expression. People create zines to scream out “I exist”. They also do it to connect to others saying the same thing.

21


de virtual de amigos com os

prensa, mas agir no ambiente

quais podem se sentir conec-

social aqui e agora. É uma via

3

tados. (tradução da autora)

de acesso ao que parece inte-

DUNCOMBE, 2017, p. 52

ressar realmente para os editores: experimentar situações

Há quem diga (principalmente aqueles que estão envolvidos no cenário e na produção de zines) que fazer parte da criação de zines é adotar um estilo de vida:

de vida que consigam ir além da simples antipatia teórica contra instituições fixas como o Estado, a educação, a polícia, a família, a religião, etc. LOURENÇO, 2006

[...] Mas, sobretudo, é atitude,

1.2 CONTEXTO HISTÓRICO DOS ZINES

estilo de vida (socialista, anarquista, ecológico), é prazer em publicar (que nada tem a ver com obrigações e prazos injustos das grandes redações),

O primeiro zine surgiu nos Estados Unidos na década de 1930 com o nome de fanzine, e foi criado por autores de histórias de ficção científica. Segundo Magalhães (2012, p. 102) “o zine representou uma possibilidade para os jovens autores de veicularem os seus trabalhos, que se tratavam de um gênero ainda considerado como subliteratura”.

é posicionamento diante do hermético mercado editorial nacional, da mórbida rotina de indiferença que reina nas grandes cidades, diante do ritmo do tempo da produtividade. Fanzine é, portanto, uma ação de alguém criando uma situação de mídia na qual não se pretende fazer jornalismo, nem treinamento para ingressar na grande im-

3 [...]

Through their zines, writers are trying to escape the society they feel alienated

from while creating a new albeit virtual, community of friends they can feel connected to.

22


[...] O primeiro de que se tem notícia é The Cornet, criado em maio de 1930 por Ray Palmer para o Science Corresponde Club, seguido por The Planet, em junho do mesmo ano, editado por Allen Glasser para o The New York Scienceers. MAGALHÃES, 1993, p. 29

As publicação de histórias de ficção científica foram apenas o começo dessa jornada. Não demorou muito para os fanzines começarem a abranger temas muito além da ficção científica e ganharem uma diversidade enorme. Com isso, diferentes comunidades de zineiros foram surgindo, cada comunidade unida por interesses em comum, descobertos pela comunicação que ocorria por meio dos zines. A partir dessa experiência que se originou nos Estados Unidos, a ideia espalhou-se por muitos outros países, sendo incontáveis os títulos de zines já feitos até hoje. Os primeiro zines brasileiros começaram a surgir em 1965, com os boletins de histórias em quadrinhos. Foi nesta 23

Fig. 5: Antares, zine de ficção científica de 1985. Fonte: Infernotícias.

época que começaram a circular, entre os fãs, as pequenas publicações amadoras com as críticas e comentários sobre esta arte (MAGALHÃES, 1993). Nas décadas seguintes, com o avanço tecnológico proporcionando a queda do preço de máquinas fotocopiadoras, a técnica do zine passou a propagar-se, impulsionando sua crescente produção. A disseminação do uso de fotocopiadoras por todo país,


“[...] A incapacidade dos editores de superar-se, de ultrapassar os limites restritos do pequeno universo dessas publicações” (MAGALHÃES, 1993, p. 51). Indo para o contexto internacional, ao contrário do que ocorre no Brasil, a tendência dos fanzines americanos e europeus é de conviverem com revistas de críticas e informações. Muitos fanzines parecem mesmo revistas especializadas, editadas por profissionais. Eles deixam de ser boletins de amadores para se tornarem publicações semiprofissionais, que atendem à faixa de mercado de colecionadores. Depois dos Estados Unidos, país de origem do zine, o segundo lugar onde notou-se o surgimento dessa mídia foi na Inglaterra, em 1936. Mas, os fanzines ingleses só causaram impacto de fato em meados dos anos 70, com a explosão do movimento punk. (MAGALHÃES, 1993)

no final dos anos 70, transformou

completamente

a

produção de fanzines. O baixo custo e a boa qualidade de impressão provocaram uma verdadeira explosão de publicações, proporcionando o intercâmbio e a descoberta de preciosidades das HQ (Histórias em Quadrinhos). Este foi um dos motivos que deu origem à fase de consolidação de nossos fanzines MAGALHÃES, 1993, p.43

Ainda segundo Magalhães (1993, p. 50), na primeira metade da década de 1980 aconteceu o ápice dos zines. As produções ficaram cada vez mais numerosas e elaboradas e houve uma intensa troca de correspondências. Contudo, a partir de 1986 a queda da produção dos fanzines brasileiros começou, causada pela crise econômica que se instaurou no país, tornando a produção mais cara e também a sua distribuição, pois o preços das postagens pelo correio também estavam elevados. Outro fator que contribuiu para o declínio da edição dos zines foi

Com a explosão da música punk, o fanzine cresceu tanto que logo se tornou o porta-voz do movimento. De du-

24


zentas cópias subiu para mil

ceram Descarga Suburbana,

já no número 4, e no número

Revolução Punk, Vitória Punk

10 tornou-se internacional,

e Horizonte Negro, em geral

com 8 mil cópias em offset.

ligados a grupos de música

4

punk “de garagem” e propa-

MAGALHÃES, 1993, p. 22

gando as idéias “anarquistas”

Os zines punks foram muito importantes para a história dos zines como um todo. Não apenas pela propagação de suas mensagens, mas também por ter incentivado a criação de inúmeras novas publicações, criando uma diversidade nesse universo. Esse incentivo foi essencial para o surgimento de publicações com caráter mais informativo ou movimentos organizados por minorias que queria manifestar suas opiniões, ideias ou, simplesmente, a sua existência (MAGALHÃES, 1993).

MAGALHÃES, 1993, p. 23

Observando essas afirmações, é possível ter uma ideia da dimensão da relevância e importância que os zines punks tiveram e nas influências que deixaram para os zines que viriam após eles, principalmente para aqueles de teor político.

1.3 MANIFESTAÇÃO POLÍTICA E ATIVISMO NOS ZINES

O primeiro zine punk brasileiro foi Manifesto Punk, editado por Tatu, da banda Coquetel Molotov. [...] Os fanzines punks foram se diversificando rapidamente. Logo apare-

4

Sendo uma das propostas deste projeto entender a relevância do zine como um canal para a comunicação em um âmbito ativista social e político, é im-

Nesse trecho, Magalhães se refere ao primeiro fanzine punk lançado: o Sniffing Glue.

Mark Perry, editor do fanzine, escreveu uma crítica a respeito de um disco da banda Ramones, criando assim a primeira edição do Sniffing Glue

25


aos zines. A presença de ativismo político nos zines foi muito marcada pelo movimento punk, mas não demoraram a aparecer manifestações políticas de outras minorias que também não se sentiam representadas na sociedade, como a militância gay e o movimento feminista (DUNCOMBE, 2017).

portante deixar claro o que se entende por ativismo e manifestação política e de que maneiras eles se relacionam com a produção de zines. Como e porquê o zine ganhou esse papel de canal para manifestações de ideias e ativismo político são questões a serem esclarecidas neste tópico. Para tanto, de manifestação política e ativismo entende-se que, em essência, são atividades de “[...] direito constitucional, dado à população para reivindicar suas prerrogativas quando se sentirem ameaçados pelo Estado” (SANTOS, 2016). Existem formas de manifestação política e ativismo pacíficas ou violentas. No caso das manifestações que ocorrem nos zines, são sempre formas pacíficas de expressar suas opiniões, reivindicar seus direitos. Olhando para a história dos zines, é possível observar a relevância que essa mídia teve, principalmente, para as minorias que puderam manifestar suas ideias, compartilhar informações e reivindicar seus direitos, em algum meio, graças

MOVIMENTO PUNK Como explorado no último tópico, segundo Magalhães (1993), os zines punks surgiram em 1975 e tiveram um papel bem importante e relevante para a história dos zines como um todo, pois, além de propagarem informações e mensagens, também incentivaram a criação de novas publicações, inclusive entre outros grupos formados por minorias, criando uma vasta diversidade nesse universo. Segundo Perkins (1992), “os zines punks eram a voz nativa e insurrecional de toda uma geração de jovens da classe trabalhadora inglesa alienados e marginalizados dentro da cul-

26


tura de classe da Inglaterra. [...]” (tradução da autora5) [...] os zines punks se ergueram para enfrentar o desafio através de uma fusão de tecnologia acessível e barata (xerografia), juntamente com a excitação e entusiasmo que esta nova expressão musical gerou em seus fãs. PERKINS, 1992

Sniffin’ Glue, criado e editado por Mark Perry foi um dos primeiros zines punks lançados, e foi o primeiro no que se tornaria e foi o primeiro no que se tornaria um dilúvio de zines semelhantes nos anos seguintes (PERKINS, 1992). Perkins (1992) faz uma lista de algumas das funções importantes que os zines punks tiveram no movimento, com uma ênfase particular no legado para os zines dos anos 1980: Forneceram apoio e um senso

Fig. 6: zine Sniffin’ Glue número 7, de Fevereiro de 1977, de Mark Perry.

des punks geograficamente diversas; eram veículos importantes para a disseminação de informações e forneciam um porta-voz para suas próprias comunidades particulares; empoderaram os fãs e outros a auto-publicar seus próprios zines. Essa ética de acessibilidade

contribuiria

para a produção acelerada de

de identidade em comunida-

5

“Punk zines were the indigenous and insurrectionary voice of a whole generation of

English working class youth alienated and marginalized within England’s class ridden culture. [...]”

27


zines do início dos anos 80 (tradução da autora6).

Da mesma forma que o punk contribuiu para a história e relevância dos zines, os zines também tiveram uma grande importância histórica para o movimento punk. Os zines narraram o surgimento de uma subcultura punk que se espalhou por toda a Inglaterra durante os primeiros anos entre 1975 e 1976 e, após isso, se espalhariam internacionalmente (PERKINS, 1992).

Fig. 7: Fun-zeen I. Fonte: Wussu

dessa cena punk começaram a se sentir incomodadas com a situação atual da cena. Começaram a surgir contestações por não se sentirem representadas. Ao folhear os zines punk americanos, tudo que observavam eram imagens com homens sem camisa com um microfone

MOVIMENTO FEMINISTA Do movimento punk, surge uma forte vertente: a luta política do feminismo punk, que teve sua origem nos Estados Unidos. No fim da década de 1980, as mulheres que participavam

6

They provided support and a sense of identity across geographically diverse punk

communities; they were important vehicles for dissemination of information, and provided a mouthpiece for their own particular communities; [...] they established new and influential aesthetic paradigms for underground zines into the next decade; by their example they empowered fans and others to self-publish their own zines. This ethic of accessibility would contribute to the accelerated zine activity of the early 80s (PERKINS, 1992).

28


na mão, não existiam mulheres nos zines. Esse tipo de representatividade não era algo que acontecia (DUNCOMBE, 2017). Assim, não muito depois do surgimento desse tipo de incômodo nas mulheres, um dos mais marcantes zines do movimento feminista, foi fundado nos Estados Unidos, o Riot Grrrl, em Washington, na década de de 1990, que foi um importante instrumento de luta política e manifestação feminista. Segundo Duncombe (2017, p. 71), “[...] Riot Grrrl era uma rede de mulheres jovens ligadas por zines, bandas e sua raiva dedicada a ‘colocar o punk de volta no feminismo e feminismo em punk’” (tradução da autora7). Ainda segundo Duncombe (2017, p. 72), O Riot Grrrl funcionava como “[...] um fórum para a auto-expressão, ‘um meio para as mulheres dizerem o que está em suas mentes’. E o que está em suas mentes é o efeito

7

Fig. 8: edição número 3 do Zine Punk Feminista, Riot Grrrl. Fonte: StudyBreaks

pessoal de crescer como uma menina em um mundo para homens” (tradução da autora8). Duncombe (2017) também afirma que dividindo suas histórias com as outras e apontando o dedo para os acusados (nos casos de violências contra a mulher), essas jovens mulheres expressavam sua raiva, alivia-

“[...] Riot Grrrl was a network of young women linked by zines, bands, and their

anger dedicated to ‘putting the punk back into feminism and feminism into punk’” 8

“[...] a forum for self expression, ‘a MEDIUM for grrrls to say what’s on their minds.’

And what’s on their minds is the personal effect of growing up as a girl in a man’s world.

29


vam sua vergonha e superavam o isolamento que acompanha toda essa experiência.

MILITÂNCIA GAY Assim como aconteceu com o Riot Grrrl, outros grupos marginalizados usaram os zines como uma forma de comunicação e manifestação política. Notou-se uma certa frequência de situações homofóbicas na comunidade punk, assim, surge o J.D.s, o primeiro zine direcionado à comunidade punk gay. Este zine introduziu o subgênero do punk, que ficou conhecido como queercore ou homocore na subcultura punk (SWADOSH, 2007). Além do J.D.s, diversos outros títulos de zines direcionados à comunidade punk LGBT surgiram, promovendo uma rede de pessoas que tinham seus direitos civis privados. Esses zines também abriram um espaço para que a geração queercore contasse suas histórias em contraposição ao mercado de massa corrupto, homofóbico, sexista e racista.

Fig. 9: edição número 5 do J.D.s. (1989). Fonte: Queercore Book.

[...] um zine intitulado Homocore surgiu em São Francisco. Juntas, essas publicações inspiraram numerosos outros zines queer. Algumas comunidades queer abraçaram os zines por sua capacidade de compartilhar histórias isoladas e relatar notícias sem censura (tradução da autora9). SWADOSH, 2007

Essa produção de zines possibilitou que a comunidade gay passasse de meros consumidores de produtos que não eram feitos para eles, para produto30


res de conteúdo empoderadores, fazendo com que fosse possível exercer essa ação cultural e política. Nesse mesmo contexto, foram criados zines (como Diseased Pariah News e Infected Faggot Perspectives) feitos por e para pessoas com HIV ou AIDS. Através dessas publicações, os produtores podiam expressar sua raiva, tristeza e desespero sem se preocupar com as noções convencionais do mundo editorial institucionalizado. Esses zines são documentos indispensáveis na história do ativismo da conscientização do HIV e da AIDS (SWADOSH, 2007).

1.4 O PAPEL DO ZINE NO CONTEXTO ATUAL O papel social do zine em seu auge pode ser comparado hoje com o que conhecemos como 9

redes sociais da internet e os grupos que existem nelas: entusiastas de algum assunto falam sobre o objeto em questão, e outros interessados nesse mesmo assunto podem ler, se informar, interagir e comentar. A grande diferença está na maneira que essa tarefa era executada. Quando os zines eram os meios utilizados, era algo bem mais árduo de ser executado e baseado em papel e selos postais (CHOCHOLOUS, 2015). Portanto, a produção de zines não era incentivada somente pela geração de conteúdo sobre assuntos que não eram encontrados nos meios institucionalizados, mas também pela comunidade que acabava se formando ao redor da produção do zine (esta que pode assemelhar-se ao contexto das redes sociais nos dias de hoje), conforme afirma Duncombe (2017, p.53): “cada zine é uma instituição comunitária em si,

[...] a zine titled Homocore sprang up in San Francisco. Together, these publications

inspired numerous other queer zines (Spencer, 2005, p. 42-45). Some queer communities embraced zines for their ability to unapologetically share individual stories and report news without censorship. (SWADOSH, 2007)

31


pois cada um deles estabelece ligações entre si e os outros. [...]” (tradução da autora10). Tanto nas redes sociais quanto nos zines, os produtores de conteúdo constroem um ambiente no qual eles se sentem inclusos, com pessoas que eles possam se conectar:

de virtual de amigos com os quais podem se sentir conectados (tradução da autora12). DUNCOMBE, 2017, p. 52

Por que então, com a chegada da internet e das redes sociais, o zine não desapareceu, como era o esperado? Mesmo em meio a essa explosão digital, a produção de zines (assim como de outras peças gráficas produzidas independentemente) continua acontecendo:

Arielle cria seu zine William Wants a Doll, porque ela tem pensamentos,

sentimentos

e experiências que ela quer “expressar”. Ela também faz isso porque nutre o senso de

Era de esperar, portanto, que

comunidade que recebe da

o zine morresse com a che­

troca de zines. (tradução da

gada da internet. Quem iria copiar, imprimir e distribuir

11).

autora

uma revista, se abrir uma

DUNCOMBE, 2017, p. 49

conta no Tumblr leva um dé-

10

Através de seus zines, os es-

cimo do tempo? A resposta

critores estão tentando esca-

é: muita gente. Feiras como a

par da sociedade da qual se

Pão de Forma, do Rio, e a Pa-

sentem alienados enquanto

rada Gráfica, de Porto Alegre,

criam uma nova comunida-

mostram isso. Só a paulistana

”every zine is a community institution itself, as each draws links between itself and

others. [...]” 11

Arielle puts out her zine William Wants a Doll because she has thoughts and feelings

and experiences that she wants to “express”. She also does it because she cherishes the sense of community she gets from exchanging zines. 12

Through their zines, writers are trying to escape the society they feel alienated from

while creating a new albeit virtual, community of friends they can feel connected to.

32


Feira Plana, que aconteceu em

so. Trata-se de uma escolha

março, reuniu 110 editores

do produtor.

e mais de 10 mil visitantes.

BUSTAMANTE apud

CHOCHOLOUS, 2016

CHOCHOLOUS, 2015

Bianca Muto13 (2016 apud CHOCHOLOUS, 2016) afirma que “[...] a internet não chegou para substituir o zine como uma mídia, e sim para dar uma nova cara para ele. O zine se adaptou aos novos meios.”. A ideia de fazer um zine também pode ser comparada com a de fazer um Tumblr, para entender melhor porque preferir um ao outro, como afirma Paula Bustamante14:

No entanto, a evolução e avanço não se deram apenas no âmbito da internet e redes sociais. Aconteceu também o aperfeiçoamento das fotocopiadoras e impressoras, o que proporcionou um novo leque de possibilidades para os produtores dos zines explorarem. Os primeiros fanzines brasileiros foram editados em mimeógrafos à tinta e a álcool, instrumentos mecânicos sim-

A primeira diferença gritante

ples, mas que viabilizavam

seria o tempo dedicado a cada

pequenas tiragens com baixo

um desses dois trabalhos.

custo. O aperfeiçoamento e

Fazer um Tumblr é indiscuti-

popularização das fotocopia-

velmente muito mais rápido

doras provocaram uma ver-

do que fazer um zine. Porém,

dadeira revolução na produ-

ainda que pareçam ter a mes-

ção dos fanzines, abrindo a

ma função como mídia, uma

possibilidade da execução de

página no Tumblr não tem o

projetos gráficos mais refina-

mesmo apelo visual, tátil e

dos, incluindo amplamente o

sensorial de um zine impres-

uso de ilustrações. Este fator

13

designer da editora independente Pingado-Prés.

14

editora de arte do projeto O Guia Pervertido dos Fanzines.

33


Também devido aos avanços tecnológicos e ao barateamento dos impressos mais sofisticados, uma mudança no estilo do fanzine ficou evidente:

tecnológico favoreceu o surgimento de inúmeros fanzines de quadrinhos exatamente por facilitar a reprodução de imagens, abrindo espaço para o lançamento de publicações autorais e revistas especializadas - com ensaios,

“Hoje, além dos fanzines no

críticas e matérias noticiosas.

estilo revista, surgiram aque-

MAGALHÃES, 2016, p. 11

les mais visuais [de foto ou de ilustração], com pouco ou ne-

No contexto atual, as pequenas e independentes editoras voltadas para a produção nacional, junto com as feiras de produção editorial independente, têm mostrado um relevante papel para a disseminação do zine. Segundo Magalhães (2016, p. 11), essas editoras independentes são frutos do amadurecimento da produção de zines e do acesso a novas formas de produção e da redução do custo de impressão. Magalhães (2016) também afirma que “[...] Alguns artistas e editores independentes aproveitaram o acesso à informática e às leis de incentivo à cultura para a edição de suas publicações.”

15

nhum conteúdo informativo. Mas isso não quer dizer que os ‘antigos’ tenham morrido. As possibilidades não se anulam” UTESCHER15, 2016 apud CHOCHOLOUS, 2016

Douglas Utescher é criador da editora Ugra Press e organizador da feira Ugra Zine

Fest, em São Paulo.

34




2. RESULTADOS DA PESQUISA


Para uma maior compreensão do universo dos zines, além da pesquisa bibliográfica e documental para o desenvolvimento e elaboração da fundamentação teórica, foram realizadas entrevistas com 4 produtores e 3 consumidores de zines e pesquisa de campo em feiras de produção gráfica e editorial independente e participação em uma roda de conversa. As entrevistas e pesquisas de campo contribuíram para uma melhor contextualização do zine, seus produtores, suas motivações, processos e meios de divulgação na cena paulistana atual. As perguntas da entrevista, tanto para produtores quanto para consumidores, foram elaboradas de maneira que permitissem que os entrevistados refletissem sobre suas ações e os acontecimentos da atualidade e dessem respostas bem livres, para que fosse possível compreender com clareza, e sem vieses, o seu ponto de vista. Quanto aos participantes das entrevistas, a autora conheceu parte deles na feira Zine Die, e a outra parte foi indicada

Fig. 10: publicações na Printa Feira. Fonte: autora.

por pessoas que já conheciam seus trabalhos ou sabiam de seus interesses pelo universo dos zines. O único requisito prévio era que o entrevistado já tivesse tido algum contato com zines e tivesse interesse nesse campo.

38


2.1 O PAPEL DO ZINE NA ESFERA ATUAL Em um primeiro momento, com um olhar geral sobre o panorama atual, é possível perceber que definir o que é o zine é tarefa complexa, muito devido à sua liberdade e também à sua efemeridade. Diversos produtores de peças gráficas que estavam expondo seus trabalhos na Printa Feira16, não souberam dizer o que fazia de uma publicação um zine. E, dentre as respostas que foram dadas, todas eram diferentes. Ou seja, fica claro que não há um consenso sobre o que define se uma peça ou publicação é ou não um zine. Este fato reforça o que pôde ser constatado nas pesquisas bibliográficas quanto a não 16

existirem regras para a produção de um zine, a não ser que ele deve ser produzido, editado e divulgado pelo próprio autor. Portanto, cabe ao autor do produto definir se ele vai, ou não, ser um zine. Quanto a um dos princípios mais importantes do zine, muito frisado por Duncombe (2017) e Wright (1997), o de que os zines deveriam ser publicações feitas por amor (Duncombe ainda afirma que este é o porquê de se dizer que são publicações amadoras) e prazer e não visando o lucro, parece já ter mudado consideravelmente. Em uma roda de conversa sobre publicações independentes17, medida por Mariana Felix18, os participantes da roda (que eram, em sua grande maioria, poetas e/ou escritores, incluindo a própria Mariana

Feira de arte impressa autoral e publicações alternativas e independentes do Sesc

24 de Maio, que aconteceu nos dias 23 e 24 de março. 17

A roda de conversas sobre publicações independentes aconteceu no que aconteceu

no Sesc 24 de Maio, no dia 27 de março de 2019. 18

Mariana Felix é escritora, slammer, apresentadora e educadora. Tem dois livros

publicados independentemente: Vício (2017) e Mania (2016) com crônicas, poesias e dissertações sobre o empoderamento feminino, sobre amor e sobre a relação da autora com a cidade

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Felix) afirmam que enxergam o zine como um meio para a publicação do livro. Ou seja, nesse caso o zine é visto como um instrumento para o lucro. Ele se torna o caminho, e não o fim. Porém, o zine também é visto por alguns participantes da roda como arte e referência para quem mais precisa. Foram relatadas histórias de pessoas com condição financeira precária que encontraram no zine uma maneira de ajudar financeiramente em casa além de trabalhar o lado cultural e estimular a leitura das crianças nesses meios sociais. Portanto, precificar o zine visando o lucro pessoal é visto como algo feito por uma causa social. As mudanças no aspecto estético dos zines também puderam ser confirmadas com as pesquisas de campo. O zine com a aparência “clássica” (mais “suja”, caseira) ainda está presente nas produções atuais, porém, em minoria. Os zines realmente sofreram o reflexo do avanço tecnológico e barateamento da indústria gráfica, como foi constatado em pes-

Fig. 11: roda de conversa no Sesc 24 de Maio. No Centro, Mariana Felix. Fonte: autora.

quisas bibliográficas. Esse fenômeno fez com que a produção, que antes era feita nos meios mais baratos e geralmente sem cores, passasse a ficar cada vez mais sofisticada, fazendo com que a aparência dos zines atuais se aproximasse cada vez mais da aparência de um livro ou uma revista.

40


Fig. 12: zine impresso em serigra-

Fig. 13: 11ª Zine Die, na Fatiado Dis-

fia, na Printa Feira. Fonte: autora.

cos. Fonte: autora.

2.2 O PERFIL DO PRODUTOR DE ZINE

suem algum tipo de formação, quando não bacharel, técnica. E a área de formação da maioria deles está relacionada à área de criação. As motivações dos produtores para continuarem fazendo zines giram em torno de acreditarem que é uma mídia libertadora e por relacionarem o ato com resistência aos meios institucionalizados e enxergarem como um estímulo à cultura. No geral, o processo criativo é bem experimental. Os produtores estabelecem

Os produtores de zines têm entre 20 e 30 anos de idade. São jovens adultos que têm o zine e a produção de outras peças gráficas como uma atividade secundária, apesar de a maioria deles trabalhar em alguma área que se aproxime da produção gráfica e artística (trabalham na área do design, por exemplo). Dos entrevistados, todos pos-

41


um projeto, um tema principal, mas a ideia é experimentar na criação. Além disso, produzir zines e comparecer a feiras de produção gráfica, como a Zine Die e a Printa Feira, faz com que o produtor se aproxime de outros produtores, criando uma comunidade onde há bastante troca de experiências e conhecimento, o que também acaba atuando como um estímulo para o produtores continuarem fazendo conteúdo.

sendo complementares nessa tarefa de divulgação do trabalho. Um dos entrevistados, Rodrigo Abdo, afirma que “[...] pelas redes sociais conseguimos nos organizar e chamar atenção de uma pessoa ou outra. Tem suas vantagens”. Mas o que acaba acontecendo é que não se usa a internet apenas para divulgar o trabalho impresso, mas também ela acaba se tornando um meio para a própria produção. Um dos entrevistados, Felipe Damas, afirma que além da produção gráfica ele e seu coletivo, Rap Arte, possuem um site, mas o conteúdo que circula lá é bem diferente do material que eles imprimem. Ou seja, ele enxerga uma finalidade diferente nesses meios de divulgação. Para os consumidores que se interessam por publicações como os zines, o principal meio que eles encontram para ter um contato com as publicações e produções gráficas independentes, são as feiras. É dessa maneira que eles acabam conhecendo novos artistas e, de fato, comprando alguma dessas

2.3 PRINCIPAIS MANEIRAS E MEIOS DE DIVULGAÇÃO DO ZINE Atualmente, os dois principais meios de divulgação do zine são a internet e as feiras de produção gráfica. Ambos estão têm relevância para essa questão da propagação do trabalho dos produtores de zine. O alcance e a variedade de público que se obtém na internet é muito maior do que o das feiras, portanto, esses dois meios acabam 42


produções. Pelas redes sociais, eles também conhecem artistas e seus trabalhos, mas não têm o contato real, e muitas vezes, acabam não consumindo as publicações de fato (não chegam a comprar seus trabalhos). Porém, a internet também acaba sendo um meio super importante para os consumidores descobrirem onde estão acontecendo esses eventos que promovem as produções gráficas e independentes. Todos eles afirmam que só ficam sabendo de eventos, como a Zine Die e a Printa Feira por meio das redes sociais (Facebook e Instagram).

2.4 PRINCIPAIS TEMÁTICAS TRATADAS NOS ZINES O leque de temas encontrados nos zines atualmente continua sendo enorme. Há uma grande variedade nos assuntos tratados pelos produtores de zines. Dentre os entrevistados nesta pesquisa, a temática que pre19

Fig. 14: 3ª edição da Printa Feira (2019), que acontece no Sesc 24 de Maio.

valece é a do cotidiano. Cenas do dia a dia ou algum tema que surge por acaso na sua vivência são o principal assunto que os zineiros escolhem falar sobre. Quanto à questão da militância política, hoje em dia essa tendência ainda existe, mas um pouco menos forte do que foi no passado. O que acontece hoje é que, segundo Estelle Flores19 (2016 apud MAKERS, 2016), existem muito mais pes-

Estelle Flores é artista gráfica e co-fundadora da Selva Press, primeiro estúdio de

risografia de Curitiba.

43


soas pensando de maneira política. Esse tema político é o tom da era que se vive. Acaba sendo difícil falar sobre qualquer assunto sem se posicionar politicamente. Há quem diga que a própria produção de zines é um tipo de ativismo político. Um dos entrevistados, Felipe Damas, afirma: “continuo produzindo porque temos que ser resistente, se o governo não estimula a cultura na população, nós artistas independentes temos essa função”.

TÉCNICAS DE MONTAGEM As técnicas de montagem de um zine podem variar das mais simples até as mais complexas, passando por, dobragens e cortes, e seus acabamentos podendo ser feitos em costuras (que também variam das mais simples até as mais complexas), grampos ou, podem até ficar sem acabamento.

FORMATOS E LAYOUTS Os formatos dos zines, podem ser tão explorados quanto as técnicas utilizadas em sua confecção. Porém, a maioria deles é encontrado no formato retângular convencional. O que costuma variar bastante é seu tamanho. Existem até mesmo mini zines, que tem o tamanho em torno de 7 cm.

2.5 PRINCIPAIS FORMATOS E ANÁLISE ESTÉTICA DO ZINE Aqui cabe dizer que uma das características do zine é não ter uma pré definição de como ele deve ser estruturalmente ou esteticamente. Neste tópico, ocorre um olhar geral sobre algumas das possibilidades que podem ser exploradas na elaboração, criação e montagem dos zines.

44


Fig. 15: zine feito com impressão

Fig. 16: zine da PBMAG. Fonte: PG-

digital no papel alta alvura, acaba-

MAG.

mento em dobradura, 8 páginas, formato aberto 300x450mm. Fonte: Gabriela Bruzadin.

Bastam algumas folhas impressas dobradas e grampeadas no meio, sem grande sofisticação técnica ou inves-

FOTOGRAFIA A fotografia sempre foi muito presente na produção de zines. Existem mesmo alguns zines que apenas usam fotografias, não havendo nem texto neles. Os fotógrafos começaram a enxergar no zine um meio de divulgação do seu trabalho, pois, conforme afirma Maltz (2018):

timento material. Com a massificação da fotografia – hoje qualquer aparelho de celular a produz – e a facilidade de acesso a novas tecnologias de reprodução, como serviços de impressão digital sob demanda, essa prática, já muito comum entre poetas, quadrinistas e artistas visuais, entrou no radar dos fotógrafos.

45



3. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO


foi explorado o universo dos zines políticos de 1970 a 1980, a estética dos zines mais atuais e também de revistas e jornais. Portanto, a produção desse projeto baseia-se e é influenciada por uma mistura dos estudos citados acima.

3.1 REQUISITOS DO PROJETO O estudo sobre as variantes dos zines, no que diz respeito aos possíveis formatos, tipos de produção e acabamentos, e das possíveis técnicas de produção são alguns dos requisitos deste projeto. Pesquisas sobre estes temas específicos e entrevistas foram realizadas para ter um olhar mais abrangente. O projeto baseia-se em fazer um zine com mais de uma edição e com temática que abranja essa esfera política. Para tanto,

Fig. 17: Nuvem de palavras que marcam a temática do produto Fonte: autora. 48


Fig. 18: ACTIVISM // When people

Fig. 19: livro Um guia Pussy Riot

acting like they give a fuck, trabalho

para o Ativismo de Nadya Tolokon-

de Situ Herrera. Fonte: Behance.

nikova. Fonte: Ubu Editora.

3.2 ELABORAÇÃO DA PROPOSTA DO PROJETO

gramação de revistas e jornais, procurando estudar como são explorados os espaços, as fotografias, cores e tipografias, e de que maneiras isso poderia ser levado para a produção de um zine, buscando mesclar nessa pesquisa os estilos editoriais clássicos com estilos contemporâneos. Para a definição do tema e da proposta que o produto traria, foram estudadas as maneiras que a manifestação de ideias políticas ocorria, não apenas nos zines, mas em ou-

Foram realizadas pesquisas presenciais (em feiras de publicações independentes) para entender como estão as publicações atualmente e como elas abordam determinados temas, e também pesquisas online com produções gráficas no geral. Durante o desenvolvimento, foram exploradas interferências fotográficas no geral, dia49


tros meios, como livros, redes sociais e intervenções urbanas. O principal objeto explorado para a ideia do produto foi o livro Um guia Pussy Riot para o ativismo, de Nadya Tolokonnikova (figura 19).

3.3 DESENVOLVIMENTO DA IDENTIDADE VISUAL

Fig. 20: primeiras experimentações para o logo do zine. Fonte: autora.

A exploração de possibilidades para a identidade visual do produto começou com características dos zines de 1970 e caminhou até design gráfico mais contemporâneo. Na figura 20 estão as primeiras experimentações para o logo do Zine, que trazia um ar mais caótico e primário. Nas figuras seguintes (21, 22 e 23), pode-se observar a evolução do logo, que a partir daí, vai para um lado mais moderno e bem definido, sem tanto caos, mas ainda trazendo a ideia de movimento, até chegar na ideia final.

Fig. 21: experimentação de logo. Fonte: autora.

50


Fig. 22: experimentação de logo.

Fig. 23: experimentação de varia-

Fonte: autora.

ções do logo. Fonte: autora.

Fig. 24: exploração de possibilidades de aplicação da identidade visual em imagens. Fonte: autora.

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4. O PROJETO


Nesta etapa apresenta-se o registro e a argumentação do projeto prático.

“estímulo. Definição de “influxo” no dicionário: 1. ato ou efeito de influir; ação,

4.1 TIPO DE IMPRESSO

efeito, influência.

O impresso produzido foi um zine. Para o prazo final do trabalho de conclusão de curso, foram produzidos duas edições do zine, lambes para divulgação, adesivos e um perfil do zine no Instagram, tal como o conteúdo inicial para a divulgação na rede social.

concorrência em abundância;

2. FIGURADO (SENTIDO)- FIGURADAMENTE afluência, convergência. “i. de riquezas, de dinheiro, de ideias”

4.4 CARACTERÍSTICAS DA EDITORA Editora independente.

4.2 TEMA DO PROJETO

4.5 CONCEITO EDITORIAL DO IMPRESSO

Publicação independente sobre política e ativismo social

A proposta do Influxo é ser um guia inicial para o envolvimento com política e ativismo. Mas a sua ideia principal não é ser uma fonte de informações, e sim um despertar para as pessoas que não têm envolvimento com política. Com esse despertar, é esperado que os próprios leitores do zine corram atrás de in-

4.3 TÍTULO DO IMPRESSO A palavra “influxo” pode ser um sinônimo para “ação”. Esse foi um dos motivos para a escolha do nome do zine. Era importante que o carregasse em sua essência a ideia de “impulso” ou

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formações de qualidade e parem de participar da sociedade passivamente e passem a ter uma participação ativa. A primeira publicação do zine é numerada como edição #00, porque é uma edição inicial, mais explicativa, com conceitos mais básicos e explicativos do que as edições subsequentes. Esta primeira publicação traz a explicação do conceito e da proposta do Influxo e explica os conceitos básicos que giram em torno do tema abordado pelo zine.

4.6 PERIODICIDADE Publicação bimestral. Uma edição por bimestre, com exceção das duas primeiras edições (#00 e #01), que foram publicadas simultaneamente, em dezembro de 2019, no lançamento do projeto.

4.7 TIRAGEM ESTIMADA Inicialmente tiragem menor: 10 tiragens de cada edição para

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avaliar a aderência do público ao tema. Caso necessário, aumento da produção.

4.8 PÚBLICOALVO PERFIL DEMOGRÁFICO Jovens (não necessariamente, mas a linguagem - tanto visual quanto verbal - vai ser direcionada para esse público) na faixa etária entre 16 e 30 anos, que têm pouco ou nenhum envolvimento com política e ativismo, mas têm interesse em entender.

PERFIL PSICOGRÁFICO Pessoas com interesse em política, ativismo, publicações independentes, fotografia, design gráfico. Frequentam exposições, bares, feiras de produção editorial e gráfica, procuram programas culturais na cidade.


4.9 PADRONIZAÇÃO GRÁFICA GRID A diagramação do zine não segue um padrão, não há um grid fixo. Apenas nas páginas com duas colunas (figura 25), o tamanho das colunas e o espaço entre elas é sempre o mesmo. Mas o produto busca essa falta de padronização propositalmente, remetendo às publicações de zines mais antigas.

Fig. 25: página com duas colunas na edição #00 do Influxo. Fonte: autora.

TIPOGRAFIA

gráfica, alguns espaçamentos entre palavras acabam ficando maiores e outros menores e algumas viúvas podem ser encontradas ao longo dos textos do zine (figura 26), que também é uma caracterísca que remete aos zines primordiais, trabalhos “faça-você-mesmo” e textos originados em máquinas de escrever.

TEXTO Para o texto foi escolhida uma tipografia monoespaçada, a Roboto Mono Medium, que remete à publicações mais antigas e caseiras, feitas em máquinas de escrever e xerox (fazendo referência aos primórdios da história dos zines) e traz esse aspecto que remete à essência dos zines, de “faça-você-mesmo” e um trabalho menos sofisticado, com aspecto mais “sujo”. Devido a essa escolha tipo-

TÍTULOS Para os títulos, foi utilizada a tipografia Heavitas, mas sempre com algum tipo de deformidade. 56


Fig. 26: viúva na página 6 da edição

Fig. 27: título na página 10 da edi-

#00 do Influxo. Fonte: autora.

ção #00 do Infuxo. Fonte: autora.

Não há um padrão para as deformidades, mas todos os títulos têm a ideia de “fluxo” ou algo que está em movimento (figura 27).

OLHO DE TEXTO

SUBTÍTULOS Para subtítulos foi utilizada a mesma tipografia e mesmo tamanho do corpo de texto, apenas com cor de destaque diferente, seguindo a ideia de hierarquia que se tinha nas máquinas de escrever, com poucos recursos para diferenciação no texto (figura 28).

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Nos olhos de texto, geralmente se tem uma citação. A tipografia é a mesma que a do texto (Roboto Mono Medium), apenas mudando a cor de destaque, seguindo a mesma lógica dos subtítulos.

PADRÃO CROMÁTICO Em cada edição do zine há uso de apenas uma cor. Por exemplo, no zine #00 é feito o uso de


um laranja avermelhado e no segundo de um azul. O restante do zine é preto e branco. Este padrão será seguido em todas as edições subsequentes, sendo sempre uma cor diferente para cada edição. Essa cor será usada para títulos e qualquer outro destaque que seja feito, como os olhos de texto e frases ou palavras nos próprios textos do zine.

IMAGENS

Fig. 28: subtítulos (em laranja) na página 19 da edição #00 do Infuxo.

No zine são utilizadas principalmente fotografias (grande maioria autoral, com exceção apenas daquelas que não seriam possíveis de serem executadas) e colagens. Todas as fotos são sempre em preto e branco e possuem bastante ruído, remetendo à fotografia analógica.

Fonte: autora.

geralmente na seção “Heróis” do zine, apesar de não ser regra que sejam feitas colagens apenas nesta seção.

4.10 IMPRESSÃO DA CAPA

ELEMENTOS DE APOIO

Formato aberto: 198x276mm.

Há o uso do formato do “O” do logo do Influxo, como mostrado na figura 29. Além disso são utilizadas colagens feitas com imagens coletadas na internet,

Formato fechado: 138x198mm. Suportes utilizados: papel Off-Set 75g/m².

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4.11 IMPRESSÃO DO MIOLO Formato aberto: 198x276mm. Formato fechado: 138x198mm. Suportes utilizados: papel Off-Set 75g/m². Número de páginas: 16 páginas na edição #00; 12 páginas na edição #01. Fig. 29: aplicação do elemento de apoio (letra “O”) em colagem na página 8 da edição #01 do Influxo. Fonte: autora.

Número de cores/escala utilizada para impressão: 4x4, escala CMYK. Processo de impressão indicado: impressão digital. Acabamento(s) gráfico(s) utilizado(s): corte e vinco.

Número de cores/escala utilizada para impressão: 4x4, escala CMYK. Processo de impressão indicado: impressão digital. Acabamentos gráficos utilizados: corte, vinco e encadernação com grampo centra (lombada canoa).

4.12 PRÉIMPRESSÃO Softwares utilizados para editoração: Adobe InDesign e Adobe Illustrator

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Software utilizado para manipulação de imagens e criação de ilustrações: Adobe Photoshop. Resolução impressa a ser utilizada: 150dpi

4.13 CONCEITO DE CADA FOTOGRAFIA Como já comentado anteriormente, a grande maioria das fotos utilizadas no zine são de produção autoral. As fotografias não possuem uma relação muito óbvia com os textos e assuntos abordados no produto, deixando assim, aberto à interpretação do leitor. Mas todos os registros fotográficos foram pensados individualmente e têm uma razão de estarem ali. Nesta seção, o motivo de cada uma delas será explicado imagem por imagem.

Fig. 30: fotografia número 1, utilizada na capa do Influxo #00. Fonte: autora.

FOTOGRAFIA NÚMERO 1 A foto de um sorvete no caído no asfalto representa, principalmente, uma quebra de expectativa. Essa foto foi pensada para a primeira capa porque a primeira edição do Influxo (ou edição #00) traz a ideia de “despertar” para a realidade. Ver figura 30.

60


Fig. 31: fotografia número 2, na pá-

Fig. 32: fotografia número 3, na

gina 4 do Influxo #00. Fonte: auto-

página 8 do Influxo #00. Fonte: au-

ra.

tora.

FOTOGRAFIA NÚMERO 2

FOTOGRAFIA NÚMERO 3

A pessoa usando uma balaclava, faz referência ao grupo Pussy Riot, criado por Nadya Tolokonnikova, que é a heroína da edição #00 do Influxo e principal inspiração para os temas abordados no zine. Ver figura 31.

A imagem número 3 exibe um gado em meio à floresta, representando pessoas que vivem sem questionar nada, apenas aceitando tudo que lhes é proposto. Ver figura 32.

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utilizar para forçar um contentamento que, na verdade, não existe. Ou, vendo por outro ângulo, pode ainda representar que este contentamento pessoal é forçado por terceiros a existir. Ver figura 34.

FOTOGRAFIA NÚMERO 4 A ideia dessa fotografia é o que se vê: algo quebrado. Pode trazer a ideia de que, em situações de mudança e luta algumas coisas podem quebrar. Ver figura 33.

FOTOGRAFIA NÚMERO 6

FOTOGRAFIA NÚMERO 5

A fotografia representa, quase literalmente, o ato de abrir os olhos. Os dois dedos que estão forçando esse abrir de olhos po-

O saco de papel com um rosto feliz pixado representa as máscaras que as pessoas podem

Fig. 33: fotografia número 4, na página 10 do Influxo #00. Fonte: autora.

62


Fig. 34: fotografia número 5, na

Fig. 35: fotografia número 6, na

página 13 do Influxo #00. Fonte:

página 14 do Influxo #00. Fonte:

autora.

autora.

dem ou não ser alheios. Ou seja: abrir os olhos pode ser um ato voluntário ou não. Ver figura 35.

FOTOGRAFIA NÚMERO 7 Fotografia da autora segurando um zine em cima de outros diversos zines. Foto tirada em 2016, no primeiro contato real da autora com o universo dos zines. Ver figura 36. Fig. 36: fotografia número 7, na página 16 do Influxo #00. Fonte: autora. 63


Fig. 37: fotografia número 8, utili-

Fig. 38: fotografia número 9, na

zada na capa do Influxo #01. Fon-

página 4 do Influxo #01. Fonte: au-

te: autora.

tora.

FOTOGRAFIA NÚMERO 8

presentar como os punks são ou eram vistos, chamando a atenção por sua aparência ou por seus hábitos. Caso fosse mais um pássaro comum, com hábitos comuns, a atenção prestada a ele seria outra. Ver figura 38.

Foto da areia de uma praia. A ideia principal é a de fluxo e os caminhos que se moldam naturalmente, formando padrões. Ver figura 37.

FOTOGRAFIA NÚMERO 9

FOTOGRAFIA NÚMERO 10

O urubu na beira da piscina foi utilizado na seção que fala sobre os zines punks. Ele pode re-

O autorretrato no espelho urbano foi utilizado na seção que fala sobre criar alternativas. A ideia

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é que o lado da foto que está na página do lado esquerdo tem a figura da pessoa fazendo a foto e no lado direto não, trazendo a ideia de que o próprio autor da foto está construindo essa realidade da fotografia (ou criando uma alternativa). A foto poderia estar sem uma figura humana, mas o autor da foto escolheu que tivesse. Ver figura 39.

FOTOGRAFIA NÚMERO 11

Fig. 40: fotografia número 11, na

Foto de pixo com os dizeres “não fui eu”, remetendo ao vandalismo como forma de protesto. Ver figura 40.

página 11 do Influxo #01. Fonte: autora.

Fig. 39: fotografia número 10, nas páginas 6 e 7 do Influxo #01. Fonte: autora. 65


4.14 MATERIAL DE APOIO Para a divulgação e melhor estrututação do projeto, foram desenvolvidos alguns materiais de apoio a serem apresentados nesta seção.

LAMBE-LAMBE Foram desenvolvidos dois modelos de lambe-lambes para o projeto. As peças gráficas têm o intuito de aguçar a curiosidade dos transeuntes, para que, assim, eles acessem o Instagram do zine e descubram mais sobre o Influxo. Ver figuras 42 e 43.

Fig. 41: fotografia número 12, na página 12 do Influxo #01. Fonte: autora.

FOTOGRAFIA NÚMERO 12

ADESIVOS

O copo plástico jogado no chão pode representar o estilo de vida que algumas pessoas levam e a hipocrisia que vivem. A ideia é que é importante trazer a questão de olhar para si e para dentro, trazer a reflexão de “como eu estou vivendo?” e “minhas ações condizem com as minhas crenças?”.

Também foram criados adesivos, com o mesmo intuito dos lambe-lambes: aguaçar a curiosidade das pessoas. Os adesivos foram feitos tanto para serem distribuídos para pessoas, quanto para serem colados pela cidade. Ver figura 44.

66


Fig. 42: modelo 1 de lambe-lambe,

Fig. 43: modelo 2 de lambe-lambe,

desenvolvido para o projeto. Fonte:

desenvolvido para o projeto. Fonte:

autora.

autora.

Fig. 44: adesivo desenvolvido para o projeto. Fonte: autora.

67



5. DOCUMENTAÇÃO DO PRODUTO


Fig. 45: o produto final: duas ediçþes do zine Influxo. Fonte: autora.

70


Fig. 46: os produtos finais e os materiais de apoio: adesivos e lambe-lambes. Fonte: autora.

71


5.1 EDIÇÃO #00

Fig. 47: capa da edição #00 do Influxo. Fonte: autora.

72


Fig. 48: índice da edição #00 do Influxo. Fonte: autora.

Fig. 49: páginas 4 e 5 da edição #00 do Influxo. Fonte: autora.

73


Fig. 50: páginas 6 e 7 da edição #00 do Influxo. Fonte: autora.

Fig. 51: páginas 8 e 9 da edição #00 do Influxo. Fonte: autora.

74


Fig. 52: páginas 10 e 11 da edição #00 do Influxo. Fonte: autora.

Fig. 53: páginas 12 e 13 da edição #00 do Influxo. Fonte: autora.

75


Fig. 54: páginas 14 e 15 da edição #00 do Influxo. Fonte: autora.

Fig. 55: páginas 16 e 17 da edição #00 do Influxo. Fonte: autora.

76


Fig. 56: páginas 18 e 19 da edição #00 do Influxo. Fonte: autora.

Fig. 57: quarta capa da edição #00 do Influxo. Fonte: autora.

77


5.2 EDIÇÃO #01

Fig. 58: capa da edição #01 do Influxo. Fonte: autora.

78


Fig. 59: índice da edição #01 do Influxo. Fonte: autora.

Fig. 60: páginas 4 e 5 da edição #01 do Influxo. Fonte: autora. 79


Fig. 61: páginas 6 e 7 da edição #01 do Influxo. Fonte: autora.

Fig. 62: páginas 8 e 9 da edição #01 do Influxo. Fonte: autora.

80


Fig. 63: páginas 10 e 11 da edição #01 do Influxo. Fonte: autora.

Fig. 64: páginas 12 e 13 da edição #01 do Influxo. Fonte: autora.

81


Fig. 65: páginas 14 e 15 da edição #01 do Influxo. Fonte: autora.

Fig. 66: quarta capa da edição #01 do Influxo. Fonte: autora. 82


5.3 MATERIAIS DE APOIO LAMBE-LAMBES

Fig. 67: modelo 1 de lambe-lambe colado no muro. Fonte: autora.

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Fig. 68: modelo 2 de lambe-lambe colado no poste. Fonte: autora.

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ADESIVOS

Fig. 69: adesivo colado no poste. Fonte: autora.

Fig. 70: adesivo colado no notebook. Fonte: autora. 85


INSTAGRAM

Fig. 72: peรงa grรกfica criada para postagem no instagram do Influxo. Fonte: autora.

Fig. 71: perfil do Influxo no instagram. Fonte: autora.

Fig. 73: peรงa grรกfica criada para postagem no instagram do Influxo. Fonte: autora.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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A realização deste projeto foi um desafio instigante e gratificante. Apesar de a autora já ter uma certa familiaridade e, claro, afinidade, com o tema, conhecer a trajetória do zine ao longo da história e entender a importância política que ele teve para as minorias foi satisfatório e surpreendedor. A admiração, que já existia, da autora pelos zines, ficou muito maior após e durante a elaboração deste trabalho. Ao fim da pesquisa foi relevante perceber que, mesmo tendo mudado em alguns aspectos, o zine continua sendo uma mídia importante para esse fim de militância e ativismo políticos e manifestação de ideias. Além disso, poder realmente colocar a “mão na massa” e produzir um zine como produto final deste projeto foi uma experiência engrandecedora e satisfatória.

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7. REFERÊNCIAS


CHOCHOLOUS, Francisco. Saiba por que o zine não morreu. 2015. Disponível em: <https://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2015/07/saiba-por-que-o-zine-nao-morreu.html>. Acesso em: 30 abr. 2019. DUNCOMBE, Stephen. Notes from the Underground: Zines and the Politics of Alternative Culture. 3. ed. Nova York: Microcosm Publishing, 2017. LOURENÇO, Denise. Fanzine: procedimentos construtivos em mídia tática impressa. 2006. 154 f. Tese (Doutorado) - Curso de Comunicação e Semiótica, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2006. Disponível em: <https://tede2.pucsp.br/handle/handle/4889>. Acesso em: 03 abr. 2019. MACHADO, Jorge Alberto S.. Ativismo em rede e conexões identitárias: novas perspectivas para os movimentos sociais. Sociologias, Porto Alegre, n. 18, p.248-285, jul. 2007. MAGALHÃES, Henrique. A mutação radical dos fanzines. 2. ed. João Pessoa: Editora Marca de Fantasia, 2016. MAGALHÃES, Henrique. Fanzine: comunicação popular e resistência cultural. Visualidades, [s.l.], v. 7, n. 1, p.100-115, 19 abr. 2012. Universidade Federal de Goiás. http://dx.doi.org/10.5216/vis.v7i1.18121. MAGALHÃES, Henrique. O que é fanzine. São Paulo: Editora Brasiliense, 1993. MAKERS, Melissa. Bora fazer um zine? 2016. Disponível em: <https://medium.com/melissamexe/bora-fazer-um-zine-1b01bfad5645>. Acesso em: 25 abr. 2019.

94


MALTZ, Rony. Zines e fotografia: uma história de resistência em tempos digitais. 2018. Disponível em: <https://revistazum.com.br/radar/ zines-fotografia/>. Acesso em: 05 maio 2019. PERKINS, Stephen. Punk Zines. 1992. Disponível em: <http://www. zinebook.com/resource/perkins/perkins7.html>. Acesso em: 20 abr. 2019. PRADO, Ana. A volta da cultura do “faça você mesmo”. 2017. Disponível em: <https://super.abril.com.br/cultura/a-volta-da-cultura-do-faca-voce-mesmo/>. Acesso em: 11 abr. 2019. SANTOS, Gabriel Felipe Cândido dos. MANIFESTAÇÕES POLITICAS NO BRASIL: significado, tipos,apoio constitucional e solução. 2016. Disponível em: <https://projetoredacao.com.br/temas-de-redacao/o-cenario-de-redemocratizacao-em-construcao-no-brasil/manifestaces-politicas-no-brasil-significado-tipos-apoio-constitucional-e-solucao/38517>. Acesso em: 20 abr. 2019. SWADOSH, Jeanne. Cataloging And Description Of Fanzine And Zine Collections In American Archives And Libraries. 2007. Disponível em: <https://www.academia.edu/347364/CATALOGING_AND_DESCRIPTION_OF_FANZINE_AND_ZINE_COLLECTIONS_IN_AMERICAN_ARCHIVES_AND_LIBRARIES>. Acesso em: 30 abr. 2019. WRIGHT, Fred. The History and Characteristics of Zines. 1997. Disponível em: <http://www.zinebook.com/resource/wright1.html>. Acesso em: 18 abr. 2019.

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8. LISTA DE FIGURAS


Figura 1: diversos zines. Fonte: StudyBreaks. Disponível em: <https://studybreaks.com/culture/the-resurgence-of-zine-culture-and-why-its-so-important/>. Acesso em: 20 abr. 2019. Figura 2: zine A Touch of Trash (1985) Fonte: Wussu. Disponível em: <https://www.wussu.com/zines/punk. htm>. Acesso em 12 maio. 2019. Figura 3: zine Guilty of What? (1981) Fonte: Wussu. Disponível em: <https://www.wussu.com/zines/punk. htm>. Acesso em 12 maio. 2019. Figura 4: zine (2 cores, 14,5cm x 10,5cm, 12 páginas) feito inteiro com carimbos, da editora Edições De Zaster, sediada no Rio de Janeiro. Fonte: Edições De Zaster. Disponível em: <https://dezaster.com/>. Acesso em: 10 maio 2019. Figura 5: Antares, zine de ficção científica de 1985. Fonte: Infernotícias. Disponível em: <http://infernoticias.blogspot. com/2012/06/esta-disponivel-digitalizado-em-pdf-o_21.html>. Acesso em 12 maio 2019. Figura 6: zine Sniffin’ Glue número 7, de Fevereiro de 1977, de Mark Perry. Fonte: Dazed Digital. Disponível em: <http://www.dazeddigital.com/ artsandculture/article/30999/1/mark-perry-tracing-the-beginnings-of-the-punk-fanzine>. Acesso em: 30 abr. 2019. Figura 7: Fun-zeen I. Fonte: Wussu. Disponível em: <https://www.wussu.com/zines/punk. htm>. Acesso em 12 maio. 2019.

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Figura 8: edição número 3 do Zine Punk Feminista, Riot Grrrl. Fonte: Study Breaks. Disponível em: <https://studybreaks.com/culture/the-resurgence-of-zine-culture-and-why-its-so-important/>. Acesso em: 20 abr. 2019. Figura 9: edição número 5 do J.D.s. (1989). Fonte: Queercore Book. Disponível em: <https://queercorebook.com/ historical-overview/>. Acesso em 10 maio 2019. Figura 10: publicações na Printa Feira. Fonte: autora. Figura 11: roda de conversa no Sesc 24 de Maio. No Centro, Mariana Felix. Fonte: autora. Figura 12: zine impresso em serigrafia, na Printa Feira. Fonte: autora. Figura 13: 11ª Zine Die, na Fatiado Discos. Fonte: autora. Figura 14: 3ª edição da Printa Feira (2019), que acontece no Sesc 24 de Maio. Fonte: autora. Imagem 15: zine feito com impressão digital no papel alta alvura, acabamento em dobradura, 8 páginas, formato aberto 30x45cm. Fonte: Gabriela Bruzadin. Disponível em: <http://www.gabrielabruzadin.com/zines/>. Acesso em 10 maio 2019.

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Figura 16: zine da PBMAG. Fonte: PBMAG. Disponível em: https://www.pbmag.com.br/zine-de-fotografia-da-pbmag/ Figura 17: nuvem de palavras que marcam a temática do produto. Fonte: autora. Figura 18: ACTIVISM // When people acting like they give a fuck, trabalho de Situ Herrera. Fonte: Behance. Disponível em: https://www.behance.net/gallery/10704145/ACTIVISM-When-people-acting-like-they-give-a-fuck Figura 19: Livro Um guia Pussy Riot para o Ativismo de Nadya Tolokonnikova. Fonte: Ubu Editora. Disponível em: https://www.ubueditora.com.br/ pussy-riot.html Figura 20: primeiras experimentações para o logo do zine. Fonte: autora. Figura 21: experimentação de logo. Fonte: autora. Figura 22: experimentação de logo. Fonte: autora. Figura 23: experimentação de variações do logo. Fonte: autora. Figura 24: exploração de possibilidades de aplicação da identidade visual em imagens. Fonte: autora. .

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Figura 25: página com duas colunas na edição #00 do Influxo. Fonte: autora. Figura 26: viúva na página 6 da edição #00 do Influxo. Fonte: autora. Figura 27: título na página 10 da edição #00 do Infuxo. Fonte: autora. Figura 28: subtítulos (em laranja) na página 19 da edição #00 do Infuxo. Fonte: autora. Figura 29: aplicação do elemento de apoio (letra “O”) em colagem na página 8 da edição #01 do Influxo. Fonte: autora. Figura 30: fotografia número 1, utilizada na capa do Influxo #00. Fonte: autora. Figura 31: fotografia número 2, na página 4 do Influxo #00. Fonte: autora. Figura 32: fotografia número 3, na página 8 do Influxo #00. Fonte: autora. Figura 33: fotografia número 4, na página 10 do Influxo #00. Fonte: autora. Figura 34: fotografia número 5, na página 13 do Influxo #00. Fonte: autora.

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Figura 35: fotografia número 6, na página 14 do Influxo #00. Fonte: autora. Figura 36: fotografia número 7, na página 16 do Influxo #00. Fonte: autora. Figura 37: fotografia número 8, utilizada na capa do Influxo #01. Fonte: autora. Figura 38: fotografia número 9, na página 4 do Influxo #01. Fonte: autora. Figura 39: fotografia número 10, nas páginas 6 e 7 do Influxo #01. Fonte: autora. Figura 40: fotografia número 11, na página 11 do Influxo #01. Fonte: autora. Figura 41: fotografia número 12, na página 12 do Influxo #01. Fonte: autora. Figura 42: modelo 1 de lambe-lambe, desenvolvido para o projeto. Fonte: autora. Figura 43: modelo 2 de lambe-lambe, desenvolvido para o projeto. Fonte: autora. Figura 44: adesivo desenvolvido para o projeto. Fonte: autora. Figura 45: o produto final: duas edições do zine Influxo. Fonte: autora.

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Figura 46: os produtos finais e os materiais de apoio: adesivos e lambe-lambes. Fonte: autora. Figura 47: capa da edição #00 do Influxo. Fonte: autora. Figura 48: índice da edição #00 do Influxo. Fonte: autora. Figura 49: páginas 4 e 5 da edição #00 do Influxo. Fonte: autora. Figura 50: páginas 6 e 7 da edição #00 do Influxo. Fonte: autora. Figura 51: páginas 8 e 9 da edição #00 do Influxo. Fonte: autora. Figura 52: páginas 10 e 11 da edição #00 do Influxo. Fonte: autora. Figura 53: páginas 12 e 13 da edição #00 do Influxo. Fonte: autora. Figura 54: páginas 14 e 15 da edição #00 do Influxo. Fonte: autora. Figura 55: páginas 16 e 17 da edição #00 do Influxo. Fonte: autora. Figura 56: páginas 18 e 19 da edição #00 do Influxo. Fonte: autora. 103


Figura 57: quarta capa da edição #00 do Influxo. Fonte: autora. Figura 58: capa da edição #01 do Influxo. Fonte: autora. Figura 59: índice da edição #01 do Influxo. Fonte: autora. Figura 60: páginas 4 e 5 da edição #01 do Influxo. Fonte: autora. Figura 61: páginas 6 e 7 da edição #01 do Influxo. Fonte: autora. Figura 62: páginas 8 e 9 da edição #01 do Influxo. Fonte: autora. Figura 63: páginas 10 e 11 da edição #01 do Influxo. Fonte: autora. Figura 64: páginas 12 e 13 da edição #01 do Influxo. Fonte: autora. Figura 65: páginas 14 e 15 da edição #01 do Influxo. Fonte: autora. Figura 66: quarta capa da edição #01 do Influxo. Fonte: autora. Figura 67: modelo 1 de lambe-lambe colado no muro. Fonte: autora.

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Figura 68: modelo 2 de lambe-lambe colado no poste. Fonte: autora. Figura 69: adesivo colado no poste. Fonte: autora. Figura 70: adesivo colado no notebook. Fonte: autora. Figura 71: perfil do Influxo no instagram. Fonte: autora. Figura 72: peรงa grรกfica criada para postagem no instagram do Influxo. Fonte: autora. Figura 73: peรงa grรกfica criada para postagem no instagram do Influxo. Fonte: autora.

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9. ANEXOS


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PERGUNTAS DAS ENTREVISTAS

PRODUTOR INTRODUÇÃO: perfil do produtor 1) Qual o seu nome? 2) Qual a sua idade? 3) Tem formação? Bacharel, técnico…? 4) Você tem um trabalho além da produção dessas peças gráficas? 5) Você tem um estúdio/atelier? PARTE I: lugar do produtor no universo da produção gráfica independente 6) Faz quanto tempo que você produz peças gráficas/zines? 7) Como você conheceu esse universo dos zines (e das produções gráficas independentes)? 8) Quantos zines (títulos) você já produziu? 9) Onde você produz seus zines? 10) Como é o seu processo criativo? 11) Por que você fez o seu primeiro zine? O que te motivou? 12) Você continua produzindo zines? Se sim, por que? 13) Qual a temática e a tiragem desses zines que você produz/já produziu? PARTE II: a comunidade dos zineiros 14) Existe algum grupo de apoio entre zineiros? (elaborar) 15) Qual é a sua relação com a questão de custo/lucro dos zines? 16) De que maneira/que meios/onde você vende seus zines? 17) Você tem o costume de trocar zines com outros zineiros/produtores de zines? 18) Qual a relevância desse tipo de feira (de publicação independente) para os zineiros? 19) No contexto das redes sociais, dessa era digital, qual você acha que é a relevâcia do zine?

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CONSUMIDOR INTRODUÇÃO: perfil básico 1) Qual o seu nome? 2) Qual a sua idade? 3) Tem formação? Bacharel, técnico…? PARTE I: lugar do consumidor no universo dos zines 4) Você sabe o que é um zine? 5) Você tem interesse nesse universo/mercado? 6) Como você descobriu esse evento (Zine Die)? Já foi em edições anteriores? 7) E como você costuma ficar sabendo desse tipo de rolê de feiras de produção gráfica independente, etc? 8) Com que frequência você vai? 9) Você compra as produções independentes? Por quê? 10) Que tipo de produção você compra? 11) Quanto vc costuma gastar? 12) Você tem interesse em publicar também? 13) Pra você, qual a relevância dessas publicações nesse contexto atual da era digital com as redes sociais?

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