Não tenho criatividade para criar um título - Um livro rabiscável sobre criatividade

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Centro Universitรกrio Senac

Sรฃo Paulo 2019


Elaborada pelo sistema de geração automática de ficha catalográfica do Centro Universitário Senac São Paulo com dados fornecidos pelo autor(a). Calixto, Bianca Chi Não Tenho Criatividade para Criar um Título / Bianca Chi Calixto São Paulo (SP), 2019. 56 f.: il. color. Orientador(a): Anderson Luis da Silva Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Design Gráfico) Centro Universitário Senac, São Paulo, 2019. 1. Criatividade 2. Potencial Criativo 3. Livro 4. Interativo I. da Silva, Anderson Luis (Orient.) II. Título


Centro Universitário Senac

Trabalho de conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Senac – Santo Amaro, como exigência para obtenção do grau de Bacharel em Design Gráfico. Orientador Prof. Anderson Luis da Silva

São Paulo 2019



Centro Universitário Senac

Trabalho de conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Senac – Santo Amaro, como exigência para obtenção do grau de Bacharel em Design Gráfico. Orientador Prof. Anderson Luis da Silva A banca examinadora dos Trabalhos de Conclusão em sessão pública realizada em __/__/____, considerou o(a) candidato(a): ( (

) Aprovado ) Reprovado

Orientador: Anderson Luis da Silva Convidada: Ana Lúcia Reboledo Sanches Convidado: Jair Alves da Silva Junior


Agradeço a { A Ele, por absolutamente tudo. A minha família e amigos por todo amor, ajuda e cuidado. A Ruth, Joelma e Lucas. Não teria concluido o projeto sem vocês. As minhas queridas Heloysa, Carol e Beatriz, pela amizade e todo o suporte ao longo destes anos. Ao meu orientador por todas as conversas instigantes e sempre de muito proveito. A instituição Senac por toda infraestrutura e suporte, e aos docentes que foram responsáveis e essenciais para minha formação. A, B, C, E, G, H, J, K, L, M, P, R, S, T, V.}




O presente trabalho propõe-se a desmistificar o paradigma de que apenas um determinado grupo de pessoas possui criatividade, em detrimento da grande maioria. Em paralelo, o projeto busca contribuir com a identificação e contorno dos possíveis bloqueios mentais em pessoas que se rotulam como pouco criativas ou até “sem criatividade”. Com vista a isso, é proposto um livro onde o público-alvo é induzido a diversas atividades em que o pensamento criativo poderá ser estimulado. PALAVRAS-CHAVE: 1. CRIATIVIDADE. 2. POTENCIAL CRIATIVO. 3. LIVRO. 4. INTERATIVO.

UM LIVRO RABISCÁVEL SOBRE CRIATIVIDADE

RESUMO



INTRODUÇÃO 12 JUSTIFICATIVA 14 OBJETIVOS 16 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 18 A criatividade e o ser criativo 19 Naturalmente capazes 21 O desenvolvimento da criatividade 22 Imaginação, criatividade e inovação 23 Serendipidade 26 Bloqueios mentais 27 Contorno dos bloqueios mentais 30 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO 32 O produto 33 Estudo conceitual 33 Painel referencial 34 Painel semântico 35 Público alvo 36 Editora 36 Formato 37 Cores 37 Tipografia 38 O título 39 A capa 40 Ilustrações 42 Conteúdo 43 Memorial descritivo 45 CONSIDERAÇÕES FINAIS 48 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 51 LISTA DE IMAGENS 53


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O inesperado, o surpreendente, algo que as pessoas não estão aguardando, o repentino, o inusitado. Isso é o que desperta a atenção dos cidadãos comuns, do mercado e das grandes e pequenas corporações: ideias criativas. Tais ideias surgem das chamadas pessoas criativas. E quem são elas? Seriam simplesmente artistas, inventores, designers, humoristas, escritores e todos os outros que trabalham na denominada área criativa? Será que a criatividade é somente para alguns? Na verdade, o ser humano é naturalmente capaz de ser criativo. É por meio dessa capacidade que podemos converter o comum em algo extraordinário. É olhar para aquilo que todo mundo está vendo e pensar uma coisa diferente, como afirmou o ganhador do Prêmio Nobel de Medicina, Albert Szent-Gyorgyi. (apud. OECH, 1983, p.19.). Por isso, vale enfatizar que essa não é uma vantagem de poucos, mas uma capacidade de todos. Todas as pessoas têm esse potencial, e como afirmam os fundadores da IDEO e da Stanford d.school, Tom e David Kelley, essa competência pode ser treinada e desenvolvida para gerar soluções e promover mudanças de impacto positivo na vida da humanidade. No entanto, esse desenvolvimento é muitas vezes afetado por fatores, em sua maioria, de âmbito social. Fatores que o escritor Roger Von Oech chama de “bloqueios mentais”. Amplamente falando, tais bloqueios são introduzidos em nós pouco a pouco, seja por meio do sistema educacional, da nossa criação ou simplesmente pelo ambiente no qual crescemos, e tornam-se crenças limitantes à criatividade, os quais sãos conceitos que foram repetidos por tantas vezes, que simplesmente começamos a aceitá-los inconscientemente, como verdades irrefutáveis. Além de desmistificar o paradigma de que apenas um determinado grupo de pessoas possui criatividade enquanto outras não, o presente trabalho apresenta algumas alternativas que sugerem o contorno dos bloqueios mentais, por meio do estímulo ao potencial criativo. A fim de apresentar a concepção deste trabalho de forma mais palpável, o mesmo conclui com um livro que contará com atividades interativas. A finalidade da iniciativa é contribuir com a identificação dos bloqueios mentais em indivíduos que consideram não ser criativas, e possibilitar o contorno dos mesmos, ao despertar no público-alvo o sentimento de que todos não somente possuem o potencial criativo, como também a podem desenvolver.

INTRODUÇÃO

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O desenvolvimento da criatividade humana é um tema crucial em vários âmbitos da sociedade, como no progresso da tecnologia, na habilidade de criar caminhos alternativos para resolução de problemas em empresas, ou até mesmo na vida pessoal de cada indivíduo. De acordo com o pensamento de Robert Sternberg, (1999) professor da IBM de Psicologia e Educação na universidade de Yale e presidente das Divisões de Psicologia Geral e Psicologia Educacional na Associação Americana de Psicologia: Criatividade é um tema de amplo alcance que é importante em ambos os níveis individuais e sociais para uma ampla gama de domínios de tarefas. No nível individual, a criatividade é relevante, por exemplo, quando se está resolvendo problemas no trabalho e na vida cotidiana. Em um nível social, a criatividade pode levar a novas descobertas científicas, novos avanços na arte, novas invenções e novos programas sociais. A importância econômica da criatividade é clara porque novos produtos ou serviços geram empregos. Além disso, indivíduos, organizações e sociedades devem adaptar os recursos existentes às demandas mutáveis das tarefas para se manterem competitivas. (STERNBERG, 1999).

Quanto ao mercado de trabalho, a criatividade é hoje um dos grandes diferenciais. Uma pesquisa realizada pela Korn/Ferry com 365 gestores, indicou que 56% apontavam a criatividade como a característica mais desejada nas contratações. A criatividade é a qualidade de liderança mais importante, de acordo com CEOs, isso porque a empresa acredita que os líderes criativos tem a capacidade de promover mudanças no modelo de negócios para aplicar suas estratégias. Esse estudo foi feito pela IBM com mais de CEOs de 60 países e 33 indústrias. Também como constatação da importância da criatividade na sociedade, a pesquisa StateofCreare, realizada pela Adobe, revelou que as pessoas que se identificam como criativas têm uma renda 13% maior do que as que não são consideradas criativas. Outra pesquisa, realizada pela Fundação Botín, na Espanha, e por especialistas de outros países indicou que quando 16


se tem uma educação rica em artes na infância, as chances de uma criança ingressar no ensino superior e conseguir um bom emprego pode aumentar 17,6%. Já pelo lado negativo, essa mesma pesquisa indicou que a ausência de atividades criativas pode aumentar em cinco vezes as chances de um jovem, a partir de 26 anos de idade, de depender de ajuda financeira dos pais ou de assistência pública. Na verdade, as soluções criativas podem estar em todo lugar e a qualquer momento, e cada uma destas abordagens criativas moldam o nosso mundo de uma forma profunda. O problema em questão é que nem todas as pessoas consideram que possuem criatividade. Na verdade, apenas uma minoria considera-se criativa. É por conformar-se com tal ideia, que muitos não ousam tentar algo novo, fora da rotina, o que, inconscientemente chega a ser uma prisão para aqueles que pensam desta maneira. Se todas as pessoas descobrissem que dentro de si há o potencial criativo da mesma forma que existiu em homens considerados “mentes brilhantes”, iriam mudar seus hábitos, percepções e modo de ver o mundo ao seu redor, pois “quanto mais enxergamos a criatividade à nossa volta, mais somos capazes de apreciar a criatividade dentro de nós mesmos”. (SPENCER, 2016). Acredita-se que tal perspectiva causaria assim um impacto, no entorno onde essa pessoa está inserida, uma vez que esta sairia da “caixa” para viver de forma mais atuante perante a sociedade. É por acreditar no poder desse potencial criativo escondido dentro de todo ser humano que surgiu esse trabalho, a fim de resgatar as pessoas de uma vida sem sentido para uma vida cheia de significado, começando pelas simples e pequenas coisas durante o seu dia.

JUSTIFICATIVA

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OBJETIVO GERAL Desmistificar o estereótipo de que apenas um pequeno grupo de pessoas é criativo, indicando a necessidade da quebra dos fatores que interferem nesse potencial inerente ao ser humano por meio de atividades interativas. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Apresentar a ideia de criatividade como uma capacidade inata ao ser humano; Questionar a ausência da manifestação da criatividade em pessoas que denominam-se “não criativos” e identificar tipos de bloqueios mentais relacionados à criatividade, e suas respectivas origens; Apontar atividades interativas que estimulem o potencial criativo para o resgate da confiança criativa.

OBJETIVOS

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A CRIATIVIDADE E O SER CRIATIVO A palavra “criatividade” tem origem no latim creare e indica a capacidade de criar, produzir ou inventar coisas novas. De acordo com o dicionário Aurélio, ela é definida como a capacidade de inventar, de criar, de compor a partir da imaginação. Criar, por sua vez, é um verbo transitivo direto que significa: dar existência a; tirar do nada; formar, originar; e ainda: inventar ou imaginar algo novo ou original; produzir - segundo o dicionário Michaelis. No entanto, “criar” não é necessariamente trazer algo novo à existência, cuja descrição atribui certo sentido divino à palavra e a impressão de ser humanamente impossível de conceber. “Criar” envolve transformar algo de tal forma que pareça totalmente novo, uma ideia que Lavoisier manifesta por volta de 1774 em meio às suas combustões e calcinações de substâncias: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Tudo que criamos, até mesmo nossos pensamentos, é sujeito a ser fruto do que absorvemos. Uma expressão popular que parafraseia o pensamento de Lavoisier anteriormente citado é: “Nada se cria, tudo se copia”, o que traz uma nova percepção sobre até que ponto somos realmente autores do que criamos. O ato da criação é rodeado por uma névoa de mitos. Mitos de que a criatividade vem pela inspiração; de que criações originais quebram os moldes; de que elas são produtos de gênios e surgem tão rápido quanto a eletricidade pode esquentar um filamento. Mas a criatividade não é mágica, ela aparece por aplicar-se ferramentas do pensamento a materiais existentes, e o solo de onde brotam nossas criações é algo que menosprezamos e mal compreendemos, mesmo que ele nos dê tanto, e isto é, copiar. Nós aprendemos através de cópias. Nós não podemos introduzir nada de novo até sermos fluentes em uma língua ou um domínio. E nós o fazemos através da emulação. (FERGUSON, 2015)

João Pereira Coutinho, em um artigo para a Folha, escreve: “Não existe autor que não tenha apresentado como seus os conceitos que nasceram de outras penas.”. Neste mesmo texto, apresenta a tese do famoso neurocientista Oliver Sacks, em que insere o termo “criptomnésia”:

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esquecermos as fontes do que lemos, deixando que a memória construa a sua própria “originalidade” sobre elas (COUTINHO, 2013, p. 54). Se o nosso cérebro fosse um arquivo rigoroso, catalogando cada experiência ou referência com precisão mecânica, nós seríamos incapazes de funcionar ou criar. Não pela consciência insuportável de que nada é nosso. Mas pelo motivo mais básico de que todas as informações, mesmo as mais desprezíveis, ocupariam todo o “espaço” mental. Paradoxalmente, criamos porque esquecemos. E esquecemos, de forma ainda mais paradoxal, o que a nossa memória registrou como significativo para nós: um reservatório de conhecimentos ou encantamentos onde iremos voltar um dia – anos depois, décadas depois – para construir as nossas “originalidades”. (COUTINHO, 2013, p. 54)

Portanto, afirma-se que a originalidade é relativa, a começar por nós mesmos, uma vez que somos produto da combinação genética de nossos genitores. Em síntese, a criatividade resulta dos estímulos que são recebidos, absorvidos e desenvolvidos durante a vida, a partir dos quais as ideias são concebidas. Ou seja, a criação de algo “novo” a partir do velho (GUILFORD, 1950). Mas, não basta ser “novo” para ser classificado como criativo. É imprescindível que, além de conter a sensação de novidade, seja apropriado. Simplificando: uma novidade apropriada (OPPEZZO E SCHWARTZ, 2014; LUBART, 1994; OCHSE, 1990; STERNBERG, 1988). Por ilustração, o que se poderia fazer com uma chave, além de abrir um cadeado? Claramente, poderia ser usada como um terceiro olho para uma girafa. É uma ideia que pode ser considerada nova e original, interessante de certo modo, contudo, é criativa?. O apropriado envolve adaptação e adequação (Runco, 1988, p. 4). Concluindo, criatividade pode ser definida como a produção de ideias novas e úteis em qualquer domínio (AMABILE, 1988, p. 126). E como a criatividade se aplica aos indivíduos?

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NATURALMENTE CAPAZES Uma pergunta instigante: a criatividade é um dom divino concedido apenas a um grupo restrito de pessoas ou a todos os indivíduos, ainda que não a percebamos em sua totalidade? Na verdade, entre os estudiosos já há um consenso de que a criatividade é uma característica psíquica inerente ao ser humano e está presente desde o início, (WINNICOTT, apud. DIAS, 2003, p.169), presente como capacidade criativa desde que há a capacidade de pensar (GLOTON; CLERO, 1997, p.42). Sendo assim, podemos considerar a criatividade como um fenômeno naturalemnte presente na espécie humana. Abraham Maslow confirma isso ao afirmar que “O homem criativo não é um homem comum a quem se acrescentou algo. O homem criativo é o homem comum do qual nada se tirou” (MASLOW, 2000, p.79). Estas [as crianças] têm uma maior predisposição para irem ao encontro do desconhecido pois estão sedentas de descodificar o mundo à sua volta, “a atividade criativa implica o prazer de fazer, a curiosidade, o estudo e uma predisposição natural para se experimentar o que ainda não se sabe.” (GONÇALVES, 1991, pg. 25).

Ao considerarmos a forma de pensar das crianças e a maneira que elas veem o mundo ao redor, concordaremos com o fato de que o potencial criativo humano pode ser mais facilmente visto na infância. A ausência do medo de errar, de ter sua ideia rejeitada ou julgada faz com que elas vejam uma vassoura como um automóvel ou que várias cadeiras enfileiradas possam ser um trem, por ilustração. Um objeto poderia funcionar como outro simplesmente porque a necessidade da lógica ainda não está presente na forma de pensar das crianças. Sendo assim, não existe um tipo criativo de pessoas. (SPENCER, 2016). Todos nascemos com a capacidade criativa. A principal questão está em transformar essa capacidade em habilidade, o que, desde o nascimento, somos inclinados naturalmente a realizar, estando aptos a traçar diferentes formas de olhar, pensar e funcionar. Diante disso, concluímos que a criatividade não é vantagem de poucos, mas um potencial de todos.

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O DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE Se todos nascemos com essa capacidade, só resta descobrir a maneira de desenvolvê-la. Então, que tal voltarmos algumas décadas atrás e pensarmos como éramos quando criança? Pensar em funções diferentes para coisas que sempre tiveram determinada utilidade é uma atitude característica daqueles que ainda não foram enchidos e saturados com as limitações, muito comuns na fase adulta, do tipo: “isso não tem lógica”, “deixa de inventar”, “essa não é a resposta correta”, “não era isso que eu esperava” entre tantos outros clichês, com os quais todos nós fomos encharcados. Esse tipo de situação é um fator limitante, assim como disse Ken Robinson (2007): “Se você não está preparado para errar, nunca terá uma ideia original”. Desenvolver a criatividade é ter a ousadia de sair da “caixa” dos conceitos que foram infundidos em nossa maneira de ver e pensar ao longo dos anos, e encarar novas formas de ver coisas e situações do cotidiano, sem importar com os padrões estabelecidos anteriormente. Mas agora, sabendo disso, temos um caminho aberto para explorar, perguntar e buscar entender cenários que antes simplesmente os aceitávamos assim como nos haviam proposto. Unir a curiosidade com a intrepidez fará com que novos horizontes apareçam diante dos nossos olhos, arrancando-nos assim do senso comum, na qual fomos postos e arraigados ao longo do nosso crescimento.

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IMAGINAÇÃO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO A começar pela percepção, o ser humano enxerga o mundo não como ele é, mas de acordo com seus instrumentos. (KANT, 1780). Os instrumentos de percepção e de compreensão são tais que algumas coisas serão fáceis para nós percebermos e entendermos, algumas delas um pouco difícil, e outras serão impossíveis. Em síntese, significa que o universo ao nosso redor está escondido à vista. Piaget em sua teoria do desenvolvimento cognitivo afirma que as crianças veem o mundo de forma diferente. Elas estão constantemente investigando e experimentando conforme elas constroem seu entendimento sobre como o mundo funciona. Ao considerar tal fato, por que ao atingir a maturidade é natural que não se veja dessa forma? Segundo as ciências cognitivas, podemos ver aquilo que já conhecemos e não vemos aquilo que não conhecemos. Não há alguém que afirme que conhece tudo. Logo, estamos absorvendo e constantemente conhecendo mais, e, como diz Charles Faulkner, no momento em que aquilo que não conhecíamos se torna conhecido, nossa mente, nossa imaginação combina o desconhecido com um pouco do que sabemos - através de associações - e preenche o restante da imagem. Ainda de acordo com Ostrower, são essas espontâneas associações que ocorrem em nossa mente, com uma velocidade extraordinária, que geram o nosso mundo de imaginação. Isso “que dá amplitude à imaginação é essa nossa capacidade de perfazer uma série de atuações, associar objetos e eventos, poder manipulá-los, tudo mentalmente, sem precisar de sua presença física. (OSTROWER, 1977). Quanto ao conhecimento, Oech acredita que este “é a matéria-prima das novas ideias” (OECH, 1998, p. 18). Nesse sentido, imaginação e conhecimento são complementares. Como Einstein disse, a imaginação é mais importante que o conhecimento e, visto dessa forma, é como se esses dois elementos estivessem em uma dança interminável, na qual a imaginação conduz (Faulkner). Provindo de áreas inconscientes do nosso ser, ou talvez préconscientes, as associações compõem a essência de nosso mundo imaginativo. São correspondências, conjeturas convocadas à base de semelhanças, ressonâncias íntimas em cada um de nós com experiências anteriores e com todo um sentimento de vida. (OSTROWER, 1977) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

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A criatividade, por sua vez, é um passo adiante. A criatividade é colocar sua imaginação para trabalhar, é a imaginação aplicada. No entanto, de acordo com Steven Johnson, essas boas ideias são inevitavelmente limitadas pelas circunstâncias e habilidades que as cercam. Temos uma tendência natural a romantizar inovações revolucionárias, imaginando ideias de grande importância que transcendem seus ambientes, uma mente talentosa que de algum modo enxerga além dos detritos das velhas ideias e da tradição engessada. Mas as ideias são trabalho de bricolagem; são fabricadas a partir desses detritos. Tomamos as ideias que herdamos ou com que deparamos e as ajeitamos numa nova forma. Gostamos de pensar em nossas ideias como uma incubadora de 40 mil dólares, saída diretamente da fábrica, mas na realidade elas foram construídas com as peças sobressalentes que por acaso se encontravam na garagem. (JOHNSON, 2011).

O psicólogo americano Dean Keith Simonton afirma que o indivíduo criativo pode trabalhar somente com materiais que estão disponíveis em um determinado tempo e lugar, ou seja aqueles que estão “no lugar certo, na hora certa”. Ele diz, por exemplo, que Isaac Newton não poderia ter surgido na Grécia antiga porque a ciência e a matemática daquela época não estavam suficientemente avançadas. “As condições sociais, culturais, econômicas e políticas determinam a magnitude da criatividade. Algumas circunstâncias encorajam o desenvolvimento do potencial criativo ou apoiam a expressão desse potencial. Outras agem negativamente – como a guerra e a instabilidade política”, afirmava. Isso posto, concluímos que a criatividade ou o potencial criativo do indivíduo é a soma de tudo o que ele é, o que inclui suas experiências, bagagem cultural e o ambiente externo, como as condições culturais, econômicas e políticas que o rodeiam. Quanto à inovação, Steven Johnson foi o responsável por transpor o conceito de “possível adjacente” de Kauffman para esse campo. Johnson percebeu que tal conceito é um padrão de suma importância que reaparece ao longo de toda a evolução da vida. Para o escritor, a própria trajetória da evolução pode ser descrita como uma exploração contínua do possível adjacente, o qual é a expressão que capta os limites e o potencial criativo de inovação, é um mapa de todas as maneiras em que o presente pode-se reinventar, como afirma na seguinte declaração: A estranha e bela verdade com relação ao possível adjacente é que seus limites se alargam à medida que os exploramos. Cada

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combinação introduz novas combinações no possível adjacente. Pense nele como uma casa que se expande num passe de mágica ao se abrir cada nova porta. Você começa numa sala com quatro portas, cada uma levando a uma nova sala que ainda não visitou. Essas quatro salas são o possível adjacente. Mas depois que você abre uma dessas portas e entra na próxima sala, três novas portas aparecem, cada uma levando a outra sala nova em folha a que você não poderia ter chegado a partir de seu ponto de partida original. Continue abrindo portas, e por fim terá construído um palácio. (JOHNSON, 2011)

Assim conclui-se, com base na afirmação do autor britânico Ken Robinson, que “a imaginação nos permite trazer à mente algo que não está disponível para ser captado por nossos sentidos. A criatividade consiste em colocar a imaginação para trabalhar. E a inovação significa colocar as boas ideias em prática”, define o especialista.

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SERENDIPIDADE “Por que eu não pensei nisso antes?”. Essa é a nossa pergunta ao descobrir algo de forma inesperada. Esse poder da conexão acidental é expresso em uma palavra da língua inglesa: “serendipity”.Cunhada pelo romancista inglês Horace Waepole em uma carta escrita em 1754, a palavra provém de um conto de fadas persa intitulado “Os três príncipes de Serendip”, cujos protagonistas estavam “sempre a descobrir, por acidente e sagacidade, coisas que não procuravam”. De acordo com Steven Johnson, a serendipidade é feita de felizes coincidências, sem dúvida, porém o que as torna felizes é o fato de a descoberta ser significativa para quem a fez. Esse fenômeno de combinações de serendipidade, que podemos absorver todos os dias, também foi descrito pelo termo “eureka”, atribuído ao cientista grego Arquimedes (287 a.C. – 212 a.C.), quando descobriu como resolver um complexo dilema apresentado pelo rei Hierão. A interjeição tem a sua origem etimológica na palavra grega “heúreka”, o pretérito perfeito do indicativo do verbo “heuriskéin” que significa “achar” ou “descobrir”. Simples observações em nosso dia a dia podem chegar a ser grandes descobertas. O que cabe a nós é simplesmente estar preparados para recebê-las. Como afirmou Louis Pasteur: “Nos campos da observação, a sorte só favorece a mente preparada”. O segredo é estar atentos, buscando conhecimento e expandindo a mente ao relacionar coisas improváveis a fim de transformar essa observação em ideia, evidência e invenção, isso porque: “enquanto a excelência de processos exige precisão, consistência, e repetição, a inovação exige variação, fracasso e serendipidade”. (HINDO).

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BLOQUEIOS MENTAIS Até aqui vimos conceitos importantes que balizam a discussão sobre criatividade e o potencial criativo do indivíduo, mas Oech (1998) nos apresenta um problema que denominou como bloqueios mentais, formas de pensar que podemos adquirir ao longo do nosso crescimento, principalmente pelo âmbito social. Podemos dizer que tais bloqueios são crenças limitantes, pensamentos e conceitos que por excesso de repetições, os indivíduos passam a aceitá-los como inquestionáveis, quando na realidade são apenas uma versão da realidade, aquela que “escolhemos” acreditar, seja de forma consciente ou, na maioria das vezes, inconscientemente. É disso que Oech está falando quando afirma que “à medida que as pessoas envelhecem, ficam prisioneiras do hábito. Elas se acostumam ao “é” da realidade e se esquecem das possibilidades geradas pela pergunta ‘e se’”. (OECH, 1998, p. 72). Oech, também explica que há outro fator que nos impede de buscar a criatividade: o medo. “É que a maioria de nós tem uma postura que bloqueia o pensamento no esquema do status quo e nos mantém pensando ‘mais no mesmo’. Tais atitudes são necessárias para quase tudo que fazemos, mas representam entraves quando tentamos ser criativos”. (OECH, p.20). O medo pode nos impedir de sermos dirigidos criativamente, até mesmo de pensarmos diferente, assumirmos riscos ou estarmos abertos a experiências. Ninguém quer falhar ou cometer erros. A partir daí vem o medo de rejeição, de constrangimento ou fracasso. Em uma sociedade que classifica o erro como algo muito ruim e, na maioria das vezes, é passível de punição, seja na escola ou no ambiente corporativo, o erro se torna o bloqueador mais comum ao explorar uma nova ideia. O autor elenca os bloqueios mentais em dez pontos que ele considera extremamente danosos ao processo criativo: 1. A resposta certa; 2. Isso não tem lógica; 3. Siga as normas; 4. Seja prático; 5. Evite ambiguidades; 6. É proibido errar; 7. Brincar é falta de seriedade; 8. Isso não é da minha área; 9. Não seja bobo; 10. Eu não sou criativo. (OECH, 1998, p. 21) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

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Segundo Oech, essas posturas, somadas ao automatismo da vida cotidiana, nos impedem de “pensarmos em coisas diferentes” com mais frequência. Já Amabile (1992), classifica os bloqueios mentais da criatividade infantil em seis fatores que, se mantidos na fase adulta, prejudicam o desenvolvimento da personalidade do indivíduo. são eles: vigilância, avaliação, recompensas, competição, restrições de escolha e pressão. - vigilância – sob observação constante, a criança não mais assume riscos e o impulso criativo se retrai; - avaliação – consiste em fazer as crianças se preocuparem com o julgamento alheio de seu trabalho; - recompensas – uso excessivo de prêmios, como medalhas, dinheiro ou brinquedos; em excesso, as recompensas privam a criança do prazer da própria atividade criativa; - competição – consiste em colocar a criança na contingência desesperada de vencer ou perder, quando apenas uma galgará o topo; - restrição de escolhas – dizer às crianças quais atividades devem empreender, em vez de deixar que se encaminhem para onde as levam a curiosidade e a paixão; - pressão – alimentar esperanças grandiosas quanto ao desempenho da criança; forçar a barra no aprendizado, pode despertar verdadeira aversão pela matéria imposta. (AMABILE, 1992, p. 59 apud AGUIAR, SILVA, SOLER, RODRIGUES E BERVIQUE, 2011, p. 3)

Nesse sentido, o ambiente, especialmente no quesito da educação escolar, influencia diretamente em nosso comportamento mental. Visto que o sistema educacional a que estamos sujeitos ainda está submerso no pensamento racional herdado do “século das luzes” (XVIII) e, levando em conta que ainda hoje há uma massificação dos indivíduos no método de ensino na maioria das instituições, onde os jovens são sujeitos a modelos de pensamentos impostos, isso pode inibir o desenvolvimento da criatividade. Um exemplo que demonstra a influência do meio em relação à fixidez adquirida e ao poder que os incentivos têm são as pesquisas em torno do problema da vela. No cotidiano sempre há problemas a serem resolvidos, e como já foi tratado, nem sempre há somente uma resposta certa. A fixidez é a incapacidade de perceber que aquilo que se usa para determinada função, também pode ser usado para outras funções (Boyd, 2013). Ou seja, é o bloqueio que impede a reinvenção da função atribuída às coisas. Além disso, para se obter as respostas, precisa-se de 30


um fator motivante para a solução da situação, um “porquê”, pois do contrário, não haveria a sensação de serventia; não seria atribuído valor à resolução da questão. O psicólogo Karl Duncker criou um teste (1945) que envolvia o contorno da fixidez. O teste consistia em: Em seu famoso “problema da vela”, a situação era definida pelos objetos: uma caixa de velas, uma caixa de tachinhas e um livro de fósforos. A tarefa era fixar as velas na parede sem quaisquer elementos adicionais. A dificuldade deste problema surge da fixação funcional da caixa de velas. É um contêiner na situação do problema, mas deve ser usado como uma prateleira na situação da solução. (BOYD, 2013).

Alguns anos mais tarde, este mesmo teste foi utilizado por um cientista chamado Sam Glucksberg para avaliar o poder dos incentivos em uma situação-problema (1962). Ele reuniu um número considerável de pessoas e explicou que iria cronometrar o quão rápido eles poderiam resolver o problema da vela. Contudo, separou-os em dois grupos. Para o primeiro, explicou que iria cronometrar para estabelecer normas, médias de quanto tempo levaria para a resolução do problema. Já para o segundo, ofereceu recompensas para quem apresentasse o melhor desempenho de velocidade. O resultado foi que, surpreendentemente, o primeiro grupo que não teve o incentivo da recompensa resolveu o problema três minutos e meio mais rápido que o segundo grupo (Pink, 2010). Empresas, o mercado, o sistema educacional, o senso comum nos estimulam a incentivar. Mas o que foi visto é que, além de termos adquirido um bloqueio mental que vai contra a utilização de objetos de maneira não convencional, o incentivo com recompensas agrava o problema da fixidez funcional em problemas de percepção que exigem abordagem inovadora (RAMM, TJOTTA, TORSVIK, 2013, p.2). Posto tudo isso, notamos que com o passar dos anos, infelizmente fomos perdendo aquela atitude de encher os nossos pais e professores com questões inquisitivas, em busca de solução para tudo. Agora, as crenças que inconscientemente absorvemos do meio, principalmente no período escolar, são os limites de nosso modelo mental, a “caixa” na qual fomos inseridos. Tais crenças vão ficando cada vez mais fortes ao longo de nosso desenvolvimento e chegam a ser consideradas como verdades absolutas.

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CONTORNO DOS BLOQUEIOS MENTAIS Nós nos esquecemos que no jardim de infância todos éramos criativos. Todos nós brincamos, experimentamos e testamos coisas estranhas sem sentir medo ou vergonha. Não conheciamos o suficiente para sentir. O medo da rejeição social é algo que aprendemos a medida que envelhecemos. E é por isso que, mesmo décadas depois, ainda é possível readquirir nossas habilidades criativas de maneira rápida e forte. (KELLEY, 2013)

Para contornar os fatores que limitam o desenvolvimento da criatividade primeiro é necessário encontrá-los! Um problema geralmente surge no meio de uma ação, então a proposta é fazer exercícios criativos—que estimulem o pensamento criador e as características da criatividade, tais como exploração, percepção, originalidade, inconformismo, etc.. Quanto mais exercitar a mente em criar, achar novas soluções, e se desprender do que já conhece, maior a chance de se deparar com aspectos que freiem ou barrem as ideias. Um ponto considerável é a importância do trabalho coletivo. Não é uma tarefa fácil encontrar “bloqueios” em sua própria forma de pensar, por isso o trabalho em equipe, mesmo em dupla, é de muita ajuda, além de ser um ótimo adubo de novas ideias. O ser humano tende a observar o outro. O caráter dos exercícios que estimulam o pensamento criativo não tem vista desenvolver criações para serem tachadas como extraordinárias e geniais, isso é produto de muitos outros fatores. O que se busca são questões cotidianas, até triviais, em que o participante se proponha a questionar, contornar e criar novas soluções. A criatividade é prazerosa. Somos indivíduos dispostos a deixar nossa marca, e criar nos permite isso.

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O PRODUTO A princípio o único requisito para o produto, ainda na fase de pesquisa e imersão no tema, era que teria que ser algo interativo. Poderia ser um jogo, uma exposição, uma plataforma digital,... poderia ser o que fosse! A interação com o usuário era primordial. O segundo requisito surgiu após as pesquisas: ser preferencialmente algo palpável e pessoal. A possibilidade de ser um livro foi inicialmente descartada, pelo temor de não ser tão inovador e atual quanto o esperado, já que o público escolhido seriam jovens. Porém a ideia de um livro como produto final era de agrado pessoal, e propor um livro interativo que resgatasse os valores da “caneta no papel” em contraponto ao o uso excessivo dos smartphones, e ainda assim fosse pessoal e agradável, era muito mais atraente. ESTUDO CONCEITUAL O primeiro passo para o desenvolvimento do produto foi reunir os dados coletados de cinco livros considerados principais para rechear um livro interativo sobre criatividade. Estes foram:

Arte e ciência da criatividade, de George Kneller; Um “toc” na cuca, de Roger Von Oech; Creative Confidence, de Tom e David Kelley; Criatividade, de José Predebon; Aha!, de Jordan Ayan.

A coleta de dados iniciou-se com a análise das soluções para o desenvolvimento e exercício da criatividade. Foram listadas e comparadas todas as soluções oferecidas, para então, serem sintetizadas. Outro ponto de análise foi o de livros interativos, em que também foi estudado: capa, formato, conteúdo, linguagem, editora, tipografia, ilustração e material.

DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

CRIAÇÃO

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PAINEL REFERENCIAL

Seleção 1

Referências de livros sobre criatividade

Seleção 2

Referências de livros interativos

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PAINEL SEMÂNTICO Referências imagéticas selecionadas para o projeto em questão Seleção 3

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PÚBLICO-ALVO A decisão do público foi baseada nos estudos de Jean Piaget: o poder criativo cresce paralelamente ao corpo, atingindo seu ápice aproximadamente aos vinte anos de idade. Mas, como visto anteriormente, o crescimento da criatividade não é regular e sofre algumas intervenções ao longo do tempo (e principalmente no decorrer do período escolar). Por esse motivo, o público deste projeto inclui estudantes entre a segunda etapa do ensino fundamental até o final do ensino médio, onde os alunos já estão sucetíveis a diversas influências sociais, tanto positivas quanto negativas do ponto de vista do desenvolvimento criativo. Afim de ser próximo ao público, a linguagem do produto é, em sua maioria, coloquial. EDITORA: OVO O nome O nome Editora Ovo surgiu em uma tarde de outubro onde o lanche da tarde seria exatamente este: um ovo. O ovo é um ingrediente e tanto: as inúmeras possibilidades que um ovo traz para um lanche, comparado aos inúmeros assuntos que um livro pode trazer para a mente, foram o bastante para satifsfazer a necessidade de um nome. “A linguagem é um ovo. São feitas muitas coisas com um ovo. Com um ovo se faz omelete, se faz quindim, se faz bolo, panqueca, massa e ovo frito. A Ovo editora traz essa variedade: comida bem feita a partir de um ingrediente em comum, o ovo. É claro, não é só com ovo que se faz todos esses pratos, e é aí que está a graça da coisa. Cada autor tem seus ingredientes, cada livro, seu próprio tempero, e todos expressos com um ingrediente em comum.”

A marca

A intenção era deixar visualmente explícito a semelhança com um ovo, deixando uma margem para o observador questionar-se do motivo da escolha de um ovo.

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preferencial

aplicação

preferencial negativa

negativa de aplicação

FORMATO Após comparação entre formatos de livros interativos foi decidido 130x180mm, já que o conteúdo do livro não é extenso e a proposta é que o usuário possa carregá-lo para diversos ambientes ­— por isso um livro de bolso para facilitar o transporte. CORES

A paleta de cores retirada do painel semântico:

Porém, a cor que mais se destacou, tanto no painel semântico quanto no referencial foi o amarelo. O que não é nenhuma surpresa. É comum associarmos o amarelo à criatividade, ao otimismo e à luz. E não demora muito para ligarmos a imagem de uma lâmpada acesa — símbolo de ideia — à cor amarela. “Mais do que todas as outras cores, ela depende das cores combinadas a ela. Perto do branco, o amarelo parece radiosamente claro, perto do preto incovenientemente berrante.” (Heller, 2000).

DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

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PANTONE Yellow C

C 4% M 9% Y 100% K 0

O amarelo sobre o preto pode se referir à espontaneidade e impulsividade. O amarelo também é a cor para advertências, pelo seu caráter de boa visibilidade e destaque. Também é ressaltado que alguns objetos amarelos no ambiente funcionam como ponto de luz, tornando-o mais alegre. E o branco sobre o preto, por sua vez, ganha mais luminosidade ainda. Ao meu ver, o branco e o amarelo sobre o fundo preto são uma combinação chamativa e ao mesmo tempo equilibrada. TIPOGRAFIAS Por ser um livro para os mais jovens a ideia era optar por uma tipografia mais despojada e inconstante. Como é um livro interativo onde o leitor pode rabiscar, deveria haver uma quebra no padrão de caracteres alinhados e texto corrido. Pensando nisso, os títulos e muitos textos foram escritos à mão utilizando uma mesa digitalizadora.

Ainda assim, era necessário uma tipografia de apoio de caráter mais discreto e que contrastasse com a escrita.

Source Sans Pro abcdefghijklmnopqrstuvwxyz ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ 1234567890!@#$%~&*;/

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O TÍTULO Após inúmeras tentativas de criar um título para um livro sobre criatividade, a metalinguagem sutilmente temperada com ironia acabou sendo o caminho mais divertivo:

“Não tenho criatividade para criar um título”

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A CAPA GRID

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ILUSTRAÇÕES O traço utilizado segue o conceito de simplicidade e neutralidade: “todos podem fazer isso”.

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CONTEÚDO O livro é dividido em duas partes, sendo uma teórica e a outra, prática. O início de cada parte é marcado por uma página pintada de preto, para melhor visualização.

Início da parte 1:

Responda em voz alta.

Início da parte 2:

Vamos à parte mais legal deste livro.

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E a parte prática (a segunda parte) contém 23 exercícios, divididos em 5 ações, respectivamente:

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MEMORIAL DESCRITIVO Tipo de impresso Livro Tema do projeto Criatividade Título do impresso Não Tenho Criatividade para Criar um Título Características da editora Editora de livros de diversas categorias Conceito editorial do impresso Livro juvenil para estimular a criatividade Tiragem (estimada) 2 mil exemplares Público-Alvo Juvenil Padronização gráfica: Grid: Hierárquico

Fontes utilizadas: Títulos escritos à mão e digitalizados; Source Sans Pro Regular 11pt, entrelinha 13,2 Source Sans Pro Bold 11pt, entrelinha 13,2 Source Sans Pro Italic 11pt, entrelinha 13,2 Padrão cromático: título e texto Preto Imagem: Ilustração vetorial Impressão Capa: Offset Formato Aberto: 364x260mm Fechado: 180x260mm Número de cores 2x1 Preto PANTONE Yellow C Processo de impressão indicado Offset DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

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Acabamento gráfico utilizado Encadernação hotmelt em capa flexível Impressão Miolo Formato Aberto: 260x180mm Fechado: 130x180mm Suporte Papel Pólen Bold 90g/m² Número de páginas 64 páginas Número de cores e escala 1 cor, preto Processo de impressão indicado Offset Acabamento gráfico utilizado Refile e cantos arredondados Pré-impressão Software utilizado para editoração Adobe Indesign 2019 Software utilizado para manipulação de imagens e criação de ilustrações Adobe Illustrator 2020 Resolução impressa a ser utilizada 300dpi

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Levando em consideração a crucial relevância da criatividade para cada indivíduo, bem como para a sociedade como um todo, o presente trabalho apresentou sua importância em nosso meio hoje. [...] formar indivíduos é formar pessoas criativas, é educar para a criatividade. Grosso modo, uma educação para a criatividade deve reconhecer a importância da diversidade e desenfatizar a similaridade e a reprodução. Isso significa programar condições de aprendizagem que aumentem a probabilidade da ocorrência de comportamentos originais, estimulando os acidentes e os “erros” e os “desvios” e as novidades e as inovações e as idiossincrasias com origem no comportamento do indivíduo. (ABIB, 2001, p. 116)

Ao findar, é válido novamente afirmar que a criatividade é um fenômeno de características que o ser humano é naturalmente capaz de desenvolver. Como afirma Abib (2001) é importante reconhecer a importância da inovação e do pensamento criativo, e incentivar o resgate da confiança criativa dos indivíduos e a busca por sair da “caixa” que nos limita quanto à nossa maneira de ver e de fazer.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

VERIFICAÇÃO

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REFERÊNCIAS VON OECH, Roger. Um “TOC” na Cuca. São Paulo, Sp: Cultura Editores Associados, 1995. 153 p. AGUIAR, Ronaldo Aparecido et al. A EXPERIÊNCIA CRIATIVA INFANTIL EM ABRAHAM MASLOW. ARMI, Paulo. Nada se cria, tudo se copia. Disponível em: http://www.ideafixa. com/oldbutgold/nada-se-cria-tudo-se-copia-2. Acesso em 18 mai. 2019. BODEN, Margaret A. What Is Creativity? 1994. BOYD, Drew. Fixedness: A Barrier to Creative Output. Disponível em: https://www. psychologytoday.com/us/blog/inside-the-box/201306/fixedness-barrier-creativeoutput. Acesso em: 17 mai. 2019. CHERRY, Kendra. The 4 Stages of Cognitive Development. Disponível em: https:// www.verywellmind.com/piagets-stages-of-cognitive-development-2795457. Acesso em 18 mai. 2019. COUTINHO, João Pereira. A originalidade não existe. Revista Iátrico, n. 32, 2013. Creative Problem Solving Tools & Techniques Resource Guide. Creative Education Foundation. 2015. Disponível em: https://www.creativeeducationfoundation.org/ wp-content/uploads/2015/06/ToolsTechniques-Guide-FINAL-web-watermark. pdf. Acesso em 16 mai. 2019. DE ALENCAR, Eunice ML Soriano. Um estudo de criatividade. Arquivos Brasileiros de Psicologia Aplicada, v. 26, n. 2, p. 59-68, 1974. DE ASSIS, José. Você sabe o que é serendipidade? – A magia da inovação acontece aqui. Disponível em: https://www.ideiademarketing.com. br/2014/10/13/voce-sabe-o-que-e-serendipidade-a-magia-da-inovacaoacontece-aqui/. Acesso em 18 mai. 2019. FIELDS, Jonathan. Disponível em: https://www.jonathanfields.com/who-is-acreative/. Acesso em 08 mai. 2019. GOMEZ, Jose G. What Do We Know about Creativity?. Journal of Effective Teaching, v. 7, n. 1, p. 31-43, 2007. MAGIONI, Danielly. Como estimular a criatividade na infância. Disponível em: https://mundoemcores.com/como-estimular-a-criatividade-na-infancia/. Acesso em 18 mai. 2019. NICOLACI-DA-COSTA, Ana Maria. O talento jovem, a internet e o mercado de trabalho da” Economia criativa”: Young talent, the internet and the labour market of the” Creative economy”. Psicologia & Sociedade, v. 23, n. 3, p. 554-563, 2011. OPPEZZO, Marily; SCHWARTZ, Daniel L. Give your ideas some legs: The positive effect of walking on creative thinking. Journal of experimental psychology: learning, memory, and cognition, v. 40, n. 4, p. 1142, 2014. PETRONE, Paul. Why Creativity is the Most Important Skill in the World. Disponível em: https://learning.linkedin.com/blog/top-skills/why-creativity-isthe-most-important-skill-in-the-world. Acesso em: 17 mai. 2019. PINK, Dan. Palestra proferida no TEDGlobal 2009. Disponível em: https://www. 52


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UM LIVRO RABISCÁVEL SOBRE CRIATIVIDADE

REFERÊNCIAS

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LISTA DE IMAGENS

Seleção 1

Seleção 2

Figura 1 - Capa do livro Um “TOC” na Cuca Disponível em: < HTTPS://WWW.SLIDESHARE.NET/TURMATMC13/ LIVROUMTOCNACUCAROGERVONOECH> Acesso em: 18 novembro 2019 Figura 2 - Capa do livro Creative Confidence Disponível em: <HTTPS://WWW.AMAZON.COM.BR/CREATIVE-CONFIDENCE- UNLEASHING-POTENTIAL-ENGLISH-EBOOK/DP/B00CGI3DWQ> Acesso em: 18 novembro 2019 Figura 3 - Capa do livro Criatividade Disponível em: < HTTPS://WWW.AMAZON.COM.BR/CRIATIVIDADE-ABRINDO-LADO- INOVADOR-MENTE/DP/8522458510 > Acesso em: 18 novembro 2019 Figura 4 - Capa do livro Arte e Ciência da Criatividade Disponível em: < HTTPS://WWW.ESTANTEVIRTUAL.COM.BR/ ARMAZEMDOLIVROUSADO/JORDAN-AYAN-AHA-10-MANEIRAS-DE-LIBERTAR-SEU- ESPIRITO-CRIATIVO-1633304719> Acesso em: 18 novembro 2019 Figura 1 - Capa do livro Caderno de Exercícios para Ver Tudo Cor-de-Rosa Disponível em: < HTTPS://WWW.AMAZON.COM.BR/CADERNO-EXERC%C3%ADCIOS-PARA-TUDO-ROSA/DP/8532648053/REF=ASC_DF_8532648053/?TAG=GOOGLESHOPP00-20&LINKCODE=DF0&HVADID=379721120149&HVPOS=1O1&HVNETW=G&HVRAND=14311302600813369202&HVPONE=&HVPTWO=&HVQMT=&HVDEV=C&HVDVCMDL=&HVLOCINT=&HVLOCPHY=1032136&HVTARGID=PLA-834089063954&PSC=1> Acesso em: 18 novembro 2019 Figura 2 - Capa do livro 1 Página de Cada Vez Disponível em: < HTTPS://WWW.AMAZON.COM.BR/P%C3%A1GINA-CADA-VEZ-ADAM-KURTZ/DP/8565530698/REF=PD_SBS_14_14?_ENCODING=UTF8&PD_RD_ I=8565530698&PD_RD_R=0D66E16F-3D29-48CD-9868-70CBDF231DFC&PD_RD_W=CSVN3&PD_RD_WG=06T6T&PF_RD_P=80C6065D-57D3-41BF-B15E-EE01DD80424F&PF_RD_R=3AQZX9V37E65X6ZVC84M&PSC=1&REFRID=3AQZX9V37E65X6ZVC84M > Acesso em: 18 novembro 2019 Figura 3 - Capa do livro Destrua Este Diário Disponível em: < HTTPS://WWW.AMAZON.COM.BR/DESTRUA-ESTE-DI%C3%A1RIO-KERI-SMITH/DP/8580574161> Acesso em: 18 novembro 2019 Figura 4 - Capa do livro O Livro das Ideias Brilhantes Disponível em: < HTTPS://WWW.AMAZON.COM.BR/GP/PRODUCT/8558890102/REF=OX_SC_ACT_TITLE_2?SMID=A1ZZFT5FULY4LN&PSC=1> Acesso em: 18 novembro 2019 Figura 5 - Capa do livro Desvende meu Coração: Sua Vida Amorosa em Rabiscos Disponível em: < HTTPS://WWW.AMAZON.COM.BR/DESVENDE-MEU-CORA%C3%A7%C3%A3O-DOMINIC-EVANS-EBOOK/DP/B01N2QWUMY> Acesso em: 18 novembro 2019

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Figura 6 - Capa do livro A Linha Disponível em: < HTTPS://WWW.AMAZON.COM.BR/LINHA-KERI-SMITH/ DP/8551002597> Acesso em: 18 novembro 2019 Figura 7 - Capa do livro Agenda Antiplanos Disponível em: < HTTPS://WWW.AMAZON.COM.BR/AGENDA-ANTIPLANOS-KERI-SMI TH/DP/8580578124> Acesso em: 18 novembro 2019 Figura 8 - Capa do livro Termine este Livro Disponível em: < HTTPS://WWW.AMAZON.COM.BR/TERMINE-ESTE-LIVRO-KERI-SMITH/DP/8580575729> Acesso em: 18 novembro 2019 Figura 9 - Capa do livro Isto não é um Livro Disponível em: < HTTPS://WWW.AMAZON.COM.BR/ISTO-N%C3%A3O-%C3%89-UM-LIVRO/DP/8580576431> Acesso em: 18 novembro 2019 Figura 10 - Capa do livro Brief Lessons in Creativity Disponível em: < HTTPS://WWW.AMAZON.COM/BRIEF-LESSONS-CREATIVITY-FRANCES-AMBLER/DP/1781576718> Acesso em: 18 novembro 2019 Figura 11 - Capa do livro Ideas are your Only Currency Disponível em: < HTTPS://WWW.AMAZON.COM.BR/IDEAS-ARE-YOUR-ONLY-CURRENCY/DP/1473640059 > Acesso em: 18 novembro 2019 Figura 12 - Capa do livro Desenhe! Disponível em: < HTTPS://WWW.AMAZON.COM.BR/DESENHE-CURSO-DESENHO-DIN%C3%A2MICO-QUALQUER/DP/8565985628> Acesso em: 18 novembro 2019 Seleção 3 Figura 1 - Capa do livro Word by Word Disponível em: < HTTPS://DESIGNCOMCAFE.COM.BR/70-CAPAS-DE-LIVROS-QUE-VOCE-VAI-AMAR/> Acesso em: 18 novembro 2019 Figura 2 - Pintura amarela em parede Disponível em: < HTTPS://ACASADELAS.COM/20-IDEIAS-E-SOLUCOES-PARA-O-SEU-APARTAMENTO-ALUGADO/> Acesso em: 18 novembro 2019 Figura 3 - Ilustração de criança com legendas Disponível em: < HTTPS://WWW.INSTAGRAM.COM/P/B3NKGJAGIS5/?IGSHID=4TJY7DVJFPIT> Acesso em: 18 novembro 2019 Figura 4 - Capa do livro Roube como um Artista Disponível em: < HTTPS://WWW.AMAZON.COM.BR/ROUBE-COMO-ARTISTA-DICAS-CRIATIVIDADE-EBOOK/DP/B00EJN2NHM> Acesso em: 18 novembro 2019 Figura 5 - Embalagem porta CD Disponível em: < HTTPS://WWW.INSTAGRAM.COM/P/BR3J5B5B4NE/?IGSHID=KFDCSUM LIVRO RABISCÁVEL SOBRE CRIATIVIDADE

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9TQ4DQU > Acesso em: 20 novembro 2019 Figura 6 - Capa do livro Metamorfose, edição bilíngue Disponível em: < HTTPS://PRODUTO.MERCADOLIVRE.COM.BR/MLB-983712845-LIVRO-A-METAMORFOSE-FRANZ-KAFKA-NOVO-LACRADO-_JM> Acesso em: 20 novembro 2019 Figura 7 - Postagem em rede social de compartilhamento de imagens, ilustração Disponível em: < HTTPS://WWW.INSTAGRAM.COM/P/BYCX9HPHNQM/?IGSHID=1GTIF3UQVK782> Acesso em: 20 novembro 2019 Figura 8 - Postagem em rede social de compartilhamento de imagens Disponível em: < HTTPS://WWW.INSTAGRAM.COM/P/BVQZ6MXBT-W/?IGSHID=1N4UB9ZTZ8Y71> Acesso em: 20 novembro 2019 Figura 9 - Postagem em rede social de compartilhamento de imagens Disponível em: < HTTPS://WWW.INSTAGRAM.COM/P/B1KZOQTDP20/?IGSHID=1EYGF4CS2HIHB> Acesso em: 20 novembro 2019 Figura 10 - Imagem do jogo The Game of Creativity Disponível em: < HTTPS://WWW.INSTAGRAM.COM/P/BT3NYWXHFTQ/?IGSHID=NODR85L2BYDC> Acesso em: 20 novembro 2019

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