Téras - Sombras Mitológicas

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

Cristiano Oliveira Dell Aquila

São Paulo 2019


Elaborada pelo sistema de geração automática de ficha catalográfica do Centro Universitário Senac São Paulo com dados fornecidos pelo autor(a). Dell Aquila, Cristiano Oliveira Téras: sombras mitológicas / Cristiano Oliveira Dell Aquila - São Paulo (SP), 2019. 40 f.: il. color. Orientador(a): Ana Lúcia Reboledo Sanches Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Bacharelado em Design com linha de Formação Específica em Design Gráfico) - Centro Universitário Senac, São Paulo, 2019. 1. Mitologia 2. Monstros 3. Simbologia 4. Livro Ilustrado 5. Design Gráfico I. Sanches, Ana Lúcia Reboledo (Orient.) II. Título


Cristiano Oliveira Dell Aquila

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário Senac – Santo Amaro, como exigência para a obtenção do grau de Bacharel em Design com linha de Formação Específica em Design Gráfico

São Paulo 2019


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RESUMO Este trabalho explora a simbologia dos monstros da mitologia e seus possíveis significados latentes para o desenvolvimento de um livro ilustrado. Diante da vasta quantidade de criaturas, estabeleceu-se o recorte de três monstros como objetos de estudo: O Minotauro grego, o lobo Fenrir, da mitologia nórdica e o Dragão medieval. A pesquisa teórica está baseada principalmente em Carl Jung e Joseph Campbell, além de autores com estudos focados nas mitologias de cada civilização estudada, como Junito de Souza Brandão e Johnni Langer. O projeto gráfico utilizou como referência artistas como Ashley Smith e Gary Lippincott, que trabalham com técnicas manuais como a aquarela, e que costumam criar dentro das temáticas mitologia/fantasia.

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AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a minha orientadora, professora Ana Lúcia Reboledo, pelo apoio durante esse ano de projeto, e também a minha mãe a aos meus amigos, que acreditaram em mim, mesmo quando eu não achava que iria conseguir.

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................................... 11 2. MITOLOGIA .......................................................................................................................................................................... 15 Símbolos ..................................................................................................................................................................... 18 Monstros da Mitologia ............................................................................................................................................. 19 Minotauro ................................................................................................................................................................... 20 Fenrir ........................................................................................................................................................................... 24 Dragão ......................................................................................................................................................................... 28 Conclusão ................................................................................................................................................................... 34 3. PROJETO ............................................................................................................................................................................... 35 Livro Ilustrado ........................................................................................................................................................... 37 Referências Visuais .................................................................................................................................................. 38 Ilustrações .................................................................................................................................................................. 38 Tipografia .................................................................................................................................................................... 42 Diagramação .............................................................................................................................................................. 44 Desenvolvimento do Projeto ................................................................................................................................... 48 Documentação ........................................................................................................................................................... 73 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................................................. 79 5. REFERÊNCIAS.................................................................................................................................................................... 80 5. LISTA DE FIGURAS........................................................................................................................................................... 84

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1. INTRODUÇÃO

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Esta pesquisa tem o objetivo de explorar os aspectos simbólicos das criaturas mitológicas, a fim de entender os significados e as intenções por trás das imagens que fazem parte do nosso inconsciente e consequentemente também fazem parte do nosso dia a dia. Um estudo dos mitos se torna necessário para que possa ajudar as pessoas a compreender os ensinamentos das narrativas mitológicas e assim auxiliá-las em diferentes situações de suas vidas, antes vivenciadas por inúmeras pessoas antes delas Não é possível definir o que um símbolo representa, como será explicado adiante, mas é possível investigar suas tendências através das muitas formas como já foram apresentados através dos tempos, por isso, com esta pesquisa propomos a criação de um livro ilustrado, descrevendo as criaturas de algumas civilizações antigas, utilizando ilustrações para sintetizar visualmente alguns de seus possíveis significados. O advento da globalização e da internet possibilitou que muito conteúdo de diferentes culturas fosse conhecido e trocado entre povos antes isolados. Ao mesmo tempo em que a mídia e a indústria da cultura utilizam os mitos antigos de diferentes maneiras, ressignificando-os, mesmo que muitas vezes de forma não intencional e fazendo-os perder profundidade e sentido.

A sua origem nem sempre é conhecida. De boca em boca, de cultura em cultura e de geração em geração,os textos mitológicos perdem sua função original, são acrescentados e transformados em versões distintas. (CUNHA, 2013)

Os possíveis significados dos símbolos presentes em narrativas mitológicas, são capazes de recuperar e trazer de volta as valiosas lições do passado, ajudando as pessoas em diferentes momentos de suas vidas. O design e a ilustração, sendo poderosas ferramentas de comunicação, são capazes de trazer a tona estes significados, fazendo as pessoas refletirem sobre o valor dos mitos, assim como os danos de sua banalização. Como dito anteriormente, esta pesquisa tem como objetivo explorar o caráter simbólico das criaturas mitológicas. Assim sendo, É uma pesquisa com objetivo exploratório, com o intuito de desvendar os mitos, utilizando-se de revisões bibliográficas, principal procedimento metodológico desta pesquisa e também de revisão documental justificada pela forte ligação da mitologia moderna com a indústria e a mídia, possibilitando perceber como estes monstros são representados atualmente. Através da pesquisa, foram geradas sínteses de seus possíveis significados, o que possibilitou a criação de ilustrações que farão parte de um volume, assim como pequenos textos dessas sínteses, expondo e refletindo sobre as criaturas.

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2. MITOLOGIA

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Mitologia trata do estudo do conjunto de mitos de um determinado povo, mitos que são criações inerentes e naturais aos seres humanos, tendo importante papel nas civilizações mais antigas, que utilizavam os mitos para tentar explicar fenômenos, organizar e unir uma sociedade, atribuindo valores morais e sociais. As narrativas mitológicas, e a própria definição da palavra, acaba sendo tratada de forma pejorativa, como se fossem mentiras criadas para gerar espanto, admiração, para entreter ou manipular certo grupo de pessoas a se comportar de determinada maneira, mas mitos são parte de nossa busca pelo sentido da vida, segundo Joseph Campbell (1988) , em sua obra O Poder do Mito, essa narrativa são histórias de nossa busca da verdade, de sentido, de significação, através dos tempos.

Figura 1 - A Criação de Adão

Fonte: Wikimedia Commons

Jung acredita que os mitos tenham origem no inconsciente coletivo humano, que nos transmite imagens simbólicas, através de sonhos. Na obra O homem e seus símbolos estas imagens, às quais ele chama de “arquétipos”, se repetem em qualquer época ou civilização humana. Nossa mente não poderia jamais ser um produto sem história, em situação oposta ao corpo em que existe. Por “história” não estou querendo me referir àquela que a mente constrói através de referências conscientes do passado, por meio da linguagem e de outras tradições culturais; refiro-me ao desenvolvimento biológico, pré-histórico e inconsciente da mente do homem primitivo, cuja psique estava muito próxima à dos animais. ( JUNG, 1964, p. 67) 18


Os mitos têm uma importância social e cultural, por tratarem de temas relacionados à própria condição humana, como morte e nascimento, guerras, amor, traição e redenção.

Esses bocados de informação, provenientes dos tempos antigos, que têm a ver com os temas que sempre

deram sustentação à vida humana, que construíram civilizações e enformaram religiões através dos séculos, têm a ver com os profundos problemas interiores, com os profundos mistérios, com os profundos limiares

da travessia, e se você não souber o que dizem os sinais ao longo do caminho, terá de produzi-los por conta. (CAMPBELL, 1990, p. 4)

Ao conhecermos mitos, podemos utilizá-los como base para compensar a nossa falta de experiência ao passarmos por uma situação nova e desconhecida em nossas vidas, seu conhecimento pode nos orientar sobre quais decisões tomar ou em quais pontos devemos ser cuidadosos. Segundo Sevcenko (2001, p. 19):

A mitologia é uma das mais prodigiosas fontes de sabedoria jamais acumuladas pela humanidade. Ignorá-la é uma falta grave, cujo ônus pode assumir a forma do erro reiterado ou da desgraça.

SÍMBOLOS Símbolos estão presentes a todo momento em nosso cotidiano, os vemos através dos sonhos, obras de arte, arquitetura e através da mídia e seu bombardeio constante de informações. Normalmente “Símbolo” significa uma imagem que representa algo além da sua própria figura, normalmente definida por senso comum. Jung (1964, p. 19) propõe uma definição parecida, mas mais profunda e abrangente:

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Assim, uma palavra ou uma imagem é simbólica quando implica alguma coisa além do seu significado mani-

festo imediato. Esta palavra ou esta imagem tem um aspecto “inconsciente” mais amplo, que nunca é precisamente definido ou inteiramente explicado.

Ou seja, significados dos símbolos nunca podem ser completamente explicados e definidos, ou deixarão de ser símbolos.

Esta degradação implica em um empobrecimento da psique do indivíduo, pois reduz a multivocidade do símbolo na univocidade do signo, ou seja, a riqueza simbólica é reduzida a uma representação unívoca. Se algo é ou

não símbolo, vai depender do ponto de vista e da atitude do indivíduo que contempla. (SERBENA, 2010, p. 77)

Embora símbolos sejam importantes formas de transmitir conhecimento, sua repetição excessiva também pode esvaziá-lo de seus possíveis significados, e, por senso comum, transformá-lo em signo, reduzindo assim nossas possíveis experiências ao nos depararmos com uma imagem simbólica.

MONSTROS DA MITOLOGIA Os mitos antigos ainda sobrevivem nos dias atuais, mesmo com outra roupagem ou diferentes formas de serem contados. Mas o que mudou bem pouco visualmente falando, foram as criaturas mitológicas. Existe um fascínio nosso em relação a essas criaturas, em especial os monstros, os antagonistas, criaturas que assombram o imaginário humano. Provas de tal atração por estas figuras monstruosas podem ser encontradas em todas as partes, como será mostrado nos próximos capítulos.

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MINOTAURO O Minotauro de Creta é uma das narrativas mitológicas mais conhecidas, tendo origem na Grécia antiga, sua história sobreviveu através do tempo e sua imagem possui força ainda nos dias atuais sobrevivendo, como em vários outros mitos, especialmente através da arte. Minos disputava a coroa de Creta com seus irmãos, e pediu um sinal de Poseidon para todos verem, tornando assim sua ascensão ao trono incontestável:

Um dia, quando sacrificava a Posídon, solicitou ao deus que fizesse sair um touro do mar, prometendo que lhe

sacrificaria, em seguida, o animal. O deus atendeu-lhe o pedido, o que valeu ao rei o poder, sem mais contestação por parte de Sarpédon e Radamanto. Minos, no entanto, dada a beleza extraordinária da rês e desejando

conservar-lhe a raça, enviou-a para junto de seu rebanho, não cumprindo o prometido a Posídon. (BRANDÃO, 2004, p.61)

Como vingança, Poseidon faz a esposa de Minos, Pasífae se apaixonar pelo touro, e esta se acasala com ele, gerando assim o Minotauro, metade homem, metade touro. Quando o Minotauro cresce, sua ira incontrolável obriga Minos a prendê-lo em um labirinto. Androgeu, filho de Minos, ganha os jogos Panatenaicos em Atenas, e por inveja é morto pelos atenienses. Minos então obriga Atenas a enviar sete homens e sete mulheres a cada nove anos ao labirinto para serem sacrificados pelo Minotauro. Teseu, filho de Egeu, rei de Atenas se voluntaria como sacrifício e promete matar a fera. O Minotauro então é morto por Teseu, que consegue encontrar a saída do labirinto seguindo o Fio de Ariadne.

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Figura 2 - Teseu e o Minotauro

Fonte: Wikimedia Commons

O touro é a principal imagem do mito, e pode ser considerado um símbolo de força incontrolável, segundo Chevalier; Gheerbrant 1988 p. 891:

O Touro evoca a ideia de irresistível força e arrebatamento. Evoca o macho impetuoso, assim como o terrível

Minotauro, guardião do labirinto.[...]Na tradição grega os touros indomados simbolizavam o desencadeamento sem freios da violência. São animais consagrados a Poseidon, deus dos oceanos e das tempestades, a Dionísio, deus da virilidade fecunda.

Uma das possíveis interpretações é a política, onde o Minotauro representa a supremacia de Creta sobre Atenas, que por sua vez consegue se desvencilhar de seu domínio (Teseu matando a criatura). Lembrando que o mito se passa mais ou menos no século XII a.C., quando Creta era uma das maiores potências gregas, e várias outras cidades deviam pagar tributos aos Cretenses.

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Rei Minos aprisionou o monstro no labirinto, e para satisfazer a fome da besta, Rei Minos exigia tributos na

forma de jovens atenienses a cada nove anos. O príncipe Ateniense, Teseu, se disfarçou como sacrifício e ma-

tou o Minotauro. De acordo com Hermann Kern em “Através do Labirinto: Desenhos e Significados a mais de 5,000 anos”, esse mito provavelmente se refere a verdadeira dominação política e cultural Minóica e então ao consequente aumento dos Atenienses quando a supremacia Minóica desapareceu. (CONWAY, 2017)1

Ainda podemos abordar o mito como uma luta contra nossos pensamentos sombrios, como culpa e desejos reprimidos, onde o labirinto representa o nosso inconsciente e seu caos. Segundo CHEVALIER; GHEERBRANT, 1988, p. 611:

Esse monstro simboliza um estado psíquico, a dominação perversa de Minos. Mas esse monstro é o filho de

Pasífae: isto quer dizer que Pasífae está também na origem da perversidade de Minos; ela simboliza um amor

culpado, um desejo injusto, uma dominação indevida, o erro, recalcados e ocultos no inconsciente do labirinto. [...] O mito do Minotauro simboliza em seu conjunto o combate espiritual contra o recalque (DIES, 189).

Seguindo essa linha de raciocínio, Ariadne e o Fio podem simbolizar algum tipo de ajuda espiritual ou psicológica, que possibilita Teseu a explorar seu inconsciente (labirinto), enfrentar sua culpa e seus desejos selvagens (Minotauro) e sair sem se perder, seguindo o fio. Estas são algumas das muitas possíveis interpretações do mito do Minotauro. O caráter imagético dos mitos sempre teve muita força, e mesmo que não sejam conectados diretamente ao mito, muitos exemplos ainda podem ser encontrados no cinema, em videogames ou mesmo na literatura. No jogo eletrônico de estratégia em tempo real criado pela Ensemble Studios Age of Mythology (2002), minotauros são criaturas pertencentes a um dos jogadores, e controladas por eles. Não se trata do Minotauro, mas sim de uma criatura comum, dando a possibilidade de criar até mesmo um exército deles. Sua relação com Minos, Pasífae, Teseu ou o labirinto não existe, e serve apenas como um soldado, que pode jogar seus inimigos para longe com seu machado.

1 King Minos imprisoned the monster in the labyrinth, and to satisfy the beast’s hunger, King Minos demanded a tribute of young Athenians every nine years. The Athenian prince, Theseus, disguised himself as a sacrifice and killed the Minotaur. According to Hermann Kern in “Through the Labyrinth: Designs and Meanings Over 5,000 Years,’’ this myth most likely refers to the real Minoan cultural and political dominance and then the consequent rise of the Athenians once Minoan supremacy faded. Tradução adaptada pelo Autor.

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Figura 3 - Exército de minotauros

Fonte: Print Screen de Age of Mythology

Outro exemplo no mundo dos games é em The Elder Scrolls IV: Oblivion (2006), onde minotauros são inimigos do protagonista, atacam à vista, e podem ser encontrados aleatoriamente fora das cidades e dentro de cavernas. Em uma de suas únicas aparições não aleatórias durante o jogo, estão em um grupo de três, protegendo um unicórnio, outra criatura mitológica, no caso, o único do jogo. Figura 4 - Minotauros protegendo Unicórnio

Fonte: Print Screen de The Elder Scrolls IV: Oblivion

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FENRIR Fenrir (ou Fenris) era um lobo gigante, um dos filhos de Loki, deus das trapaças, e assim como seus irmãos, Jörmungand e Hel, fora mantido em segredo dos deuses, porém quando foram descobertos, Odin, senhor dos deuses, sabendo que suas existências trariam desgraça, jogou Jörmungand ao mar de Midgard, reino dos humanos, baniu Hel para o mundo dos mortos, onde o governaria, e quanto a Fenrir, acreditava que poderia mantê-lo obediente, caso o alimentasse. De todos os deuses, o único que tinha coragem de alimentar Fenrir era o deus Týr, e conforme o lobo crescia, também crescia o medo dos deuses, que tentaram prendê-lo com grilhões, mas sua força era tamanha que os quebrava sem esforço. Então Odin pediu aos anões que fizessem grilhões mágicos, e eles assim o fizeram.

Assim, os deuses levam Fenrir até uma ilha e o desafiam novamente a ser amarrado. Desconfiado de tal fita

simples, Fenrir estipula que alguém deveria colocar sua mão dentro da boca do lobo, para que, caso ele fosse enganado pelos deuses, pelo menos levaria algo. Os deuses olham uns para os outros, preocupados com a nova situação. Exceto um. Com grande coragem, Týr estende o braço e coloca sua mão direita na boca de

Fenrir. Os deuses então amarram Fenrir, que, quanto mais tentava se soltar, mais forte a fita o prendia. Nisso, todos os deuses riram do lobo. Todos, menos Týr, que acabara de perder sua mão. (PALAMIN, 2013)

Fenrir teve dois filhos, Hati, que persegue a Lua, a fim de devorá-la e Skoll, que persegue o Sol, a fim de devorá-lo. É dito que quando Hati e Skoll comerem o Sol e a Lua, uma grande escuridão cairá sobre os reinos, e terá início o Ragnarok, o fim dos tempos, onde Fenrir se libertará de suas correntes e matará Odin. Fenrir então será morto por Vidar, filho de Odin e deus da vingança.

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Figura 5 - Odin e Fenris

Fonte: Wikipedia

Assim como o touro no mito do Minotauro, o lobo é uma das principais imagens no mito de Fenrir. Segundo Chevalier; Gheerbrant (1988 p. 555):

O lobo é sinônimo de selvageria e a loba de libertinagem. Mas pressente-se que a linguagem dos símbolos

interpreta estes animais de um modo infinitamente mais complexo, pelo fato de, em primeiro lugar, a exem-

plo de qualquer outro vetor simbólico, poderem ser valorizados tanto positiva como negativamente, Positivo

parece o simbolismo do lobo quanto se observa que ele enxerga de noite. Torna-se então símbolo de luz, solar, herói guerreiro, ancestral mítico.

A selvageria citada acima se aproxima muito de como Fenrir é representado, e a ligação do lobo com o mal é comum na mitologia nórdica.

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Para os nórdicos, a figura do lobo (vagr ou ulfr) era quase sempre relacionada ao mal e a desordem, e também usada como metáfora para proscritos e foras da lei (Boyer 1997, p.52). Como outras entidades monstruosas,

o lobo e a serpente dragão atuavam como causadoras de caos na cosmologia escandinava, como veremos em mais detalhes a seguir. (LANGER, 2007)

O mal e a desordem podem ser remetidos ao fato de que a libertação de Fenrir dá início ao Ragnarök, um período de caos onde os deuses morreriam e que destruiria o mundo. Ainda é interessante notar que nem Fenrir e nem seus filhos são tratados como heróis nesta narrativa, mas o mito de alguma forma também liga a imagem do lobo ao sol, através de Skoll, imagem que também pode ser encontrada em outras mitologias, como o deus do sol Apolo, que era associado ao lobo (CHEVALIER; GHEERBRANT, 1988 p.555). Os astros têm uma forte ligação com Fenrir e seus filhos, o que possibilita interpretar o mito de Hati e Skoll devorarem a Lua e o Sol como eclipses, os quais eram normalmente tidos como sinais de mau agouro pelos antigos. Segundo Oliveira e Oliveira (2017):

A instabilidade cósmica da abóbada celeste nórdica se faz presente desde o início da Criação devido à perse-

guição a Sól e Mani pelos lobos Skoll e Hati. Os elementos cósmicos aqui são personificados como Sól (uma deusa solar) e Mani (um deus lunar). Nesse mito, a catástrofe cósmica se daria no momento em que Sól e

Mani fossem devorados pelos lobos, desencadeando o Ragnarök. O céu seria tingido de sangue com a morte

das duas divindades. A Lua se tornaria vermelha (Lua de sangue) e o Sol se tornaria negro (eclipse). O mundo cairia em profunda escuridão e nem o brilho das estrelas seria visível (Völuspá 41, Gylfaginning 51).

Fenrir, assim como a mitologia escandinava no geral não é tão conhecido como mitos gregos ou da idade-média, mas ainda é possível encontrar referências suas na indústria cultural contemporânea. Assim como o Minotauro, há uma alusão a Fenrir em Age of Mythology (2002), não se trata do monstro em si, mas de um de seus filhos, chamado Fenris Wolf Brood - na versão brasileira do game Ninhada de Lobos Fenrir, e também como o Minotauro, é apenas uma criatura comum, utilizada por um dos jogadores para derrotar seu adversário, sendo possível criar vários deles, sua habilidade especial é a de ficar mais forte em bandos.

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Figura 6 - Ninhada de Lobos Fenrir

Fonte: Print Screen de Age of Mythology

No filme da Marvel, Thor: Ragnarok, lançado em 2017, Fenrir estava morto, mas é ressuscitado por Hela, que pretende dominar Asgard, o mundo dos deuses. Quando isso acontece Odin já está morto e nenhuma menção é feita a Skol ou Hati, ou ao escurecimento dos céus. Fenrir acaba sendo derrotado por Hulk, que o joga da borda do reino de Asgard. Figura 7 - Fenrir em Thor: Ragnarok

Fonte: Print Screen de Thor: Ragnarok

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Outra pequena referência a Fenrir pode ser encontrada na música “Yours Immortally…” da banda inglesa de black metal Cradle of Filth (2015):

Bedight, this pre-aestival

Festival drew darkly near

And our delight at its festival

Was a roar to rival loosed Fenrir Let the hellish celebrations begin

Ragnarok is rolling, magma abrim

The blackest mass the brocken has ever seen Invoking loki, smoking the red weed 2

Dragão O Dragão é uma das criaturas mitológicas mais conhecidas de todos os tempos, tendo variações em diversas culturas e épocas, trata-se de um dos seres mitológicos mais complexos existentes. Por este motivo, trataremos aqui apenas do dragão medieval, um grande lagarto com asas e a habilidade de cuspir fogo, geralmente guardião de um tesouro ou de uma princesa. Para compreender melhor o dragão da Idade Média, precisamos recorrer às suas origens, derivadas principalmente da mitologia escandinava, cuja imagem evolui de uma serpente para um réptil com patas:

Até o momento podemos sintetizar o desenvolvimento morfológico do mito do dragão na cultura escandinava pela sequência: serpente (pré-história) serpente verme (período de migração) serpente-dragão (período de migração/Vendel) dragão tradicional com patas (período Viking). (LANGER, 2003 p.52)

2 Adornado, este pré-estival / Festival chegou sombriamente perto / E o nosso deleite em seu festival / Foi um rugido para rivalizar com Fenrir solto / Deixe as celebrações infernais começarem / Ragnarok está acontecendo, repleto de magma / A massa mais negra que a Brocken já viu / Invocando Loki, fumando a erva vermelha. Tradução adaptada pelo autor.

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As invasões vikings possibilitaram a difusão do mito pela europa durante a Idade Média, e mais tarde, com a cristianização da Europa, ocorreram mudanças, como asas e chifres:

Isso explica o surgimento do dragão medieval, este que foi trazido por meio da mitologia escandinava e de

povos antigos que habitavam a Europa, não como o ser que conhecemos hoje, mas apenas como serpente,

mais tarde a mitologia popular acrescenta asas, labaredas de fogo que saem pela boca e grandiosos chifres. (COSTA, 2009 p.8)

O Dragão normalmente é morto por um cavaleiro, príncipe ou santo, podendo ainda ser uma combinação destes, como no mito de São Jorge, onde é retratado como cavaleiro, mas também como santo, pedindo em troca de seu feito, a conversão de todos da cidade ao cristianismo. Figura 8 - São Jorge eo Dragão

Fonte: Wikimedia Commons

A imagem principal e mais antiga do dragão é a serpente, Campbell (1988, p.39) propõe que os animais que juntos formam o dragão sejam a serpente e a águia: 30


Por exemplo, uma imagem constante é a do conflito entre a águia e a serpente. A serpente ligada à terra, a águia em vôo espiritual – esse conflito não é algo que todos experimentamos? E então, quando as duas se fundem, temos um esplêndido dragão, a serpente com asas.

A serpente é um dos símbolos mais complexos existentes, aparece na maioria das culturas ao redor do mundo de diversos modos, mas nesse Campbell sugere sua ligação com a terra,isso obviamente pode ser atribuído a ela por ser um animal rastejante, mas neste caso a terra também pode representar a nossa vida terrena, as nossas necessidades básicas como seres vivos, sendo um animal geneticamente simples, que se limita às funções básicas. Segundo Chevalier; Gheerbrant (1988 p. 814):

A serpente - tanto quanto o homem, mas contrariamente a ele - distingue-se de todas as espécies animais. Se o homem está situado no final de um longo esforço genético, também será preciso situar essa criatura fria, sem

patas, sem pelos, sem plumas, no início deste mesmo esforço. Nesse sentido, Homem e Serpente são opostos,

complementares, Rivais.[...] E, no entanto, não há nada mais comum, nada mais simples do que uma serpente. Mas sem dúvida não há nada mais escandaloso para o espírito, justamente em virtude dessa simplicidade.

A serpente como rival ao ser humano, ou mesmo conflitante com a espiritualidade, nos leva a imagem cristã medieval do dragão como representação de Satã, atacando a todos os que não seguiam a Cristo - o que nos leva novamente ao mito de São Jorge. Curiosamente, Satã também é representado como a cobra que induz Eva a comer o fruto proibido no Jardim do Éden. Campbell (1988 p.49) comenta sobre a serpente do Éden como responsável por nossa vida suscetível ao tempo e a dualidade:

Eva é a mãe deste mundo temporal. Anteriormente, você tinha um paraíso de sonho, ali no jardim do Éden – sem tempo, sem nascimento, sem morte, sem vida. A serpente, que morre e ressuscita, largando a pele para renovar a vida, é o senhor da árvore primordial, onde tempo e eternidade se reúnem.

A serpente ou dragão ligado ao tempo e ao ciclo da vida também pode ser encontrada em Ouroboros, que devora a própria cauda, comum entre os antigos alquimistas. 31


Figura 9 - Ouroboros

Fonte: Wikimedia Commons

Joseph L. Henderson, em O Homem e seus Símbolos interpreta o dragão como “a sombra”, um dos arquétipos de Jung composto de aspectos de nossa personalidade normalmente ruins, que nosso consciente prefere ignorar:

A batalha entre o herói e o dragão é a forma mais encontrada desse mito e mostra claramente o tema arquetípico do triunfo do ego sobre as tendências regressivas. Para a maioria das pessoas, o lado escuro ou negativo de sua personalidade permanece inconsciente. O herói, ao contrário, precisa convencer-se de que a sombra existe e que dela pode retirar sua força. Deve entrar em acordo com o seu poder destrutivo se quiser estar suficientemente preparado para vencer o dragão. Ou seja, para que o ego triunfe, precisa antes subjugar e assimilar a sombra. JUNG (1964, p. 155)

O dragão, neste caso, é um monstro que devemos enfrentar para amadurecer, para poder ter a sua força, o que lembra o mito escandinavo de Siegfried, que se bebe e se banha no sangue do dragão Fafnir, morto por ele para ganhar habilidades sobre-humanas. 32


Hoje a figura do dragão é mais forte que nunca, sendo comum especialmente no gênero fantasia, adquirindo tanto peso que acaba sendo normalmente ligada a ficção, e não mais à mitologia. Suas representações são diversas, muitas vezes sendo divididos em cores ou elementos. Uma de suas aparições mais icônicas é no RPG Dungeons and Dragons tendo sua primeira edição em 1974, e moldando muito do que outros autores produzem. Dragões em Dungeons and Dragons são uma das criaturas mais temidas do jogo, sendo ao mesmo tempo fortes fisicamente e com um vasto conhecimento mágico. Figura 10 - Dragão Vermelho em Dungeons and Dragons

Fonte: Forgotten Realms Wiki

Uma de suas versões mais curiosas no cinema acontece no filme Reino de Fogo lançado em 2002, onde uma escavação em Londres acaba despertando um Dragão adormecido, a maior parte do filme se passa anos depois, em 2020, onde vários outros dragões acordam depois do primeiro, e quase extinguem a raça humana, queimando tudo o que encontram e se alimentando de suas cinzas. Uma das poucas vezes onde o dragão foi retirado da idade média e trazido para o nosso tempo.

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Figura 11 - Dragão Fêmea em Reino de Fogo

Fonte: Reign of Fire Wiki

Outros inúmeros dragões podem ser encontrados na cultura pop sem muito esforço, mas uma de suas versões mais diferentes e encantadoras foi Falkor, em A História Sem Fim (1984), um dragão da sorte, que ajuda as pessoas e outros seres que perderam a esperança, os aconselhando. Ao contrário dos dragões mais parecidos com serpentes e lagartos, Falkor tem uma aparência canina e simpática, e é até hoje um dos dragões mais lembrados do cinema. Figura 12 - Falkor

Fonte: Heroes Wiki

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CONCLUSÃO Mitologia é um tema extenso e complexo, cheio de contradições e incertezas, onde a nossa psique, nossas experiências de vida, nosso ambiente e muitos outros fatores se conectam. Estudar mitos é ao mesmo tempo desafiador e recompensador, refletir sobre a condição humana por esta ótica pode nos ensinar muitas coisas sobre vários aspectos da nossa vida, alguns por exemplo foram mostrados nesse estudo. A arte e a ficção muitas vezes se apropriam de figuras mitológicas para contar histórias ou representar significados, que aparentemente não se aproximam dos originais. Isto não é errado ou maléfico para o público, mas talvez um estudo profundo sobre a intenção inicial por trás dos mitos possa ser tão instrutivo quanto uma história de fantasia que carregue fragmentos destes mesmos mitos, e de alguma forma, existe uma carência desse tipo de material, que consiga ser mostrado ao leitor de uma forma didática e atraente, que possa despertar a curiosidade tanto quanto um produto de entretenimento.

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3. PROJETO

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Antes de pensarmos na fisicalidade do projeto, devemos pensar a qual público ele se destina. A mitologia, em sua abrangência, atrai todo o tipo de pessoas, mesmo que estas não tenham vontade de fazer um estudo mais profundo a seu respeito. Em especial a curiosidade das crianças é despertada por esta temática, porém muitos dos temas tratados nesta pesquisa se apresentaram de uma forma muito complexa, o que acaba nos levando a um público mais maduro, que possibilitará executar o projeto de uma forma mais completa. Este será um dos nossos únicos direcionamentos se tratando de público, sabendo que o interesse pela mitologia e seus mistérios é a única condição real para despertar o interesse de um possível leitor. Optamos pela criação de um volume ilustrado, um produto editorial que consiga carregar texto e imagem, sem depender de uma narrativa como os quadrinhos fazem, e que possibilite no futuro a criação de mais volumes com outros monstros da mitologia.

LIVRO ILUSTRADO Livros ilustrados são livros que de alguma forma utilizam ilustrações, seja como apoio para o texto, ou como conteúdo dominante se apoiando em pouco ou mesmo nenhum texto. Segundo Linden (2011, p. 87):

O livro ilustrado seria assim uma forma de expressão que traz uma interação de textos (que podem ser subja-

centes) e imagens (espacialmente preponderantes) no âmbito de um suporte, caracterizada por uma livre organização da página dupla, pela diversidade de produções materiais e por um encadeamento fluido e coerente de página para página.

Na verdade “livro ilustrado” é usado como um termo genérico para definir livros que contém imagens, mas seu real significado é um livro onde as imagens são predominantes e o texto é mínimo ou inexistente, que é exatamente o que nos interessa nesta pesquisa, já que estamos interessados em apresentar as criaturas mitológicas junto a elementos que possam se relacionar a suas possíveis interpretações, sem necessariamente apresentar uma narrativa textual:

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Obras em que a imagem é espacialmente preponderante em relação ao texto, que aliás pode estar ausente [é então chamado, no Brasil, de livro-imagem]. A narrativa se faz de maneira articulada entre texto e imagens. (LINDEN, 2011, p.24)

REFERÊNCIAS VISUAIS Como parte da metodologia de criação de design, reunimos referências visuais que se encaixavam com a proposta do projeto para que pudéssemos ter um caminho mais nítido a seguir durante sua execução, com base em imagens e produtos já criados.

ILUSTRAÇÕES Conforme o projeto foi se desenvolvendo, a importância da linguagem adotada nas ilustrações aumentou. Um dos modos possíveis de desenvolvê-las seria digitalmente, por ser mais fácil de alterar, e não ser necessário nenhum material adicional, apenas um computador com uma mesa digitalizadora e um software de pintura digital. Porém, um dos pontos percebidos com esta pesquisa, foi excesso do uso de pintura digital nos últimos anos, especialmente quando se trata de imagens que sondam o imaginário humano. Com isso em mente, foi preferido adotar métodos tradicionais de desenho e pintura para a criação das ilustrações. Um dos ilustradores que utilizamos como referência é Gary Lippincott, Ilustrador americano de fantasia que utiliza aquarela. Seus traços detalhados conseguem carregar a magia e o tom místico do imaginário de uma forma madura.

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Figura 13 - Baba Yaga de Gary Lippincott

Fonte: Photobucket Figura 14 - Fauno de Gary Lippincott

Fonte: Photobucket

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As obras da artista canadense Ashley Smith (conhecida também pelo nome artístico Kitsune-Seven) trazem um traço mais solto, mesmo com o contorno de caneta, e paletas de cores sobrenaturais, criando uma atmosfera etérea às suas pinturas. Figura 15 - Take Flight de Ashley Smith

Fonte: DeviantArt Figura 16 - Searching de Ashley Smith

Fonte: DeviantArt

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Uma atmosfera parecida pode ser encontrada nas obras da artista finlandesa Mari Anteroinen (conhecida também como Tuonenkalla), que utiliza guache branco e lápis de cor para brincar com o contraste da imagem, uma técnica interessante ao pensarmos em criaturas mágicas. Figura 17 - Troll Children de Tuonenkalla

Fonte: DeviantArt Figura 18 - Mothmarten de Tuonenkalla

Fonte: DeviantArt

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TIPOGRAFIA

Para a execução do projeto, pensamos duas tipografias com funções diferentes. Uma que fosse utilizada em títulos e outra em textos corridos. A tipografia destinada a títulos, foi consequentemente maior e foram escritas com elas poucas palavras. Assim pensamos em uma tipografia que possuísse características que remetem à antiguidade, como fontes inspiradas em caligrafias góticas, em letras romanas ou até em runas nórdicas, evitando exageros para preservar a seriedade a ser passada ao leitor. A tipografia escolhida para títulos é a Cinzel, inspirada nas letras Roman du Roi do século XVII, tem variações de peso e decoração que a tornam mais versátil: Figura 19 - Cinzel

Fonte: Fontsquirrel

Quanto a textos corridos, ainda que assim como a destinada a títulos, ela possa remeter à antiguidade, existem necessidades mais profundas quanto a sua utilidade. Textos corridos requerem fontes com maior 43


legibilidade e algumas variações de peso para que possam ser feitas as ênfases sem a necessidade de mudar o tamanho ou a cor. Bookmania atende a estes requisitos e suas serifas podem ajudar na legibilidade, formando uma mancha de texto sólida sem perder o estilo antigo ou a maturidade. Figura 20 - Bookmania

Fonte: Myfonts Figura 21 - Mancha Gráfica de Bookmania

Fonte: Print Screen do Adobe Photoshop

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DIAGRAMAÇÃO Algumas possibilidades de diagramação foram exploradas tendo em mente que se trata do projeto de um livro-imagem, alguns exemplos de caminhos que poderíamos seguir foram encontrados em livros ilustrados com mais imagens e menos textos, o que acontece especialmente em livros infantis. No livro Ensueños, diagramado pelo estúdio MariaDiamantes, Encontramos algumas destas possibilidades, observando que a diagramação muda de acordo com as ilustrações, o que deixa a leitura mais interessante: Figura 22 - Ensueños Exemplo 1

Fonte: Conrad Roset

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Figura 23 - Ensueños Exemplo 2

Fonte: Conrad Roset Figura 24 - Ensueños Exemplo 3

Fonte: Conrad Roset

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A coleção de contos de fadas lituana Juodoji žvaigždė mostra páginas que separam bem texto e ilustração, ainda assim mantendo sua fluidez através das formas e permitindo um maior respiro na área de texto: Figura 25 - Juodoji Exemplo 1

Fonte: Terra Publica

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Figura 26 - Juodoji Exemplo 2

Fonte: Terra Publica

Neste fanzine da gravadora Matron Records é justamente a separação entre os elementos que dá a elegância da composição, com respiro ainda maior e textos curtos, dando destaque maior as ilustrações: Figura 27 - Matron Bestiary

Fonte: Matron Records

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DESENVOLVIMENTO DO PROJETO Alguns esboços iniciais foram produzidos pensando nas ilustrações e na diagramação, utilizando como base os estudos teóricos e as referências apresentadas neste texto. Quanto às ilustrações, os esboços foram criados pensando em como sintetizar as ideias principais dos mitos, como Fenrir sendo um prenúncio do caos, e o minotauro representando a tirania de Creta. Algumas características das imagens como traço e paleta de cores serão aprofundados em estágios posteriores do projeto. Figura 28 - Esboço Fenrir

Fonte: Elaborado pelo autor

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Figura 29 - Esboรงo Minotauro

Fonte: Elaborado pelo autor Figura 30 - Esboรงo Dragรฃo

Fonte: Elaborado pelo autor

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Figura 31 - Esboço Dragão 2

Fonte: Elaborado pelo autor

Inicialmente, antes das referências citadas aqui, foram pensados em nós celtas, como os utilizados para ornamentar textos cristãos por volta do século VIII, para emoldurar as ilustrações: Figura 32 - Esboço Diagramação 1

Fonte: Elaborado pelo autor

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Figura 33 - Esboço Diagramação 2

Fonte: Elaborado pelo autor Figura 34 - Esboço Diagramação 3

Fonte: Elaborado pelo autor

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E por fim, um esboço pensando na ilustração no meio do texto, como visto nas referências de diagramação: Figura 35 - Esboço Diagramação 4

Fonte: Elaborado pelo autor

Depois disso, algumas características foram definidas acerca da fisicalidade do produto, levando em consideração o tempo e os recursos para a realização do projeto. Definimos as dimensões da página para 280x200mm, um pouco menor que o tamanho A4 mesmo sabendo que os livros ilustrados tendem a ter dimensões mais horizontais, pelo papel para aquarela (no qual seriam pintadas as ilustrações originais) normalmente ser vendido em tamanhos como A4, A3 e A2, escolher um tamanho compatível com essas proporções evitaria o desperdício de papel, levando em consideração seu alto custo. Outra característica definida foi o número de páginas, levando em consideração o prazo para a entrega do projeto, inicialmente foram sugeridas 18 páginas ilustradas, 6 para cada criatura, aproveitando sempre que possível a página dupla. Posteriormente, devido a quantidade de temas abordados no capítulo referente ao Dragão, foram adicionadas mais 2 páginas, totalizando 20 páginas ilustradas, e 32 no total, mais as capas. Devido ao número limitado de páginas, a encadernação com lombada quadrada estava fora de questão, por esse motivo, recorremos a lombada canoa, mas com uma capa de papel cartão, para dar mais rigidez, perdendo um pouco o aspecto de revista. Para o desenvolvimento das ilustrações, primeiro foram pensados em todos os temas discutidos em torno de cada criatura na pesquisa:

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Minotauro ·Tirania/Supremacia de Creta; ·Monstro do Inconsciente Fenrir

Dragão

·Era de Violência; ·Medo do Eclípse

·Diabo; ·Parte do Herói; ·Tempo

Depois disso foram pesquisadas imagens relacionadas ao tema, a época e o monstro, como por exemplo as imagens utilizadas para o desenvolvimento da ilustração referente a “Tirania de Creta” do Minotauro, onde foi pesquisado sobre reis gregos e trirremes: Figura 36 - Trirremes

Fonte: Medium

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Figura 37 - Trirremes 2

Fonte: Guide and Go Figura 38 - Rei Grego

Fonte: Alamy

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Nesse caso, depois do esboço mostrado anteriormente na Figura 35, foi criado mais um esboço rápido, com cores, para ajudar a definir a composição, a anatomia e o contraste: Figura 39 - Esboço Colorido Minos

Fonte: Elaborado pelo autor

Depois disso, foi feito o desenho final, com mais detalhes e atenção para as proporções, note que aqui foi optado por tirar a figura do Minotauro do fundo da imagem, para deixar a interpretação por conta do leitor: Figura 40 - Desenho Minos

Fonte: Elaborado pelo autor

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A prรณxima etapa foi colorir, utilizando aquarela e tinta branca opaca: Figura 41 - Mesa de trabalho

Fonte: Elaborado pelo autor Figura 42 - Processo de Pintura

Fonte: Elaborado pelo autor

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Figura 43 - Pintura Finalizada Minos

Fonte: Elaborado pelo autor

Por fim, depois de finalizadas, as ilustrações foram digitalizadas e corrigidas digitalmente: Figura 44 - Ilustração final Minos

Fonte: Elaborado pelo autor

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Um processo similar foi adotado no desenvolvimento das demais ilustrações, como serão mostrados a seguir: Figura 45- Esboço Hati e Skoll

Fonte: Elaborado pelo autor Figura 46- Esboço Colorido Hati e Skoll

Fonte: Elaborado pelo autor

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Figura 47- Desenho Hati e Skoll

Fonte: Elaborado pelo autor Figura 48 - Pintura Finalizada Hati e Skoll

Fonte: Elaborado pelo autor

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Aqui as correções digitais ocorreram de forma mais sutil, apenas para recuperar algumas cores perdidas pela digitalização e aproximá-las da versão original. Figura 49 - Ilustração Hati e Skoll

Fonte: Elaborado pelo autor

O desenho a seguir, correspondente ao dragão visto como o diabo na mitologia cristã foi uma das ideias que teve mudanças radicais ao longo da concepção, inicialmente o dragão abraçava uma cruz invertida:

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Figura 50 - Esboço Dragão

Fonte: Elaborado pelo autor Figura 51 - Esboço Colorido Dragão

Fonte: Elaborado pelo autor

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A esse ponto, foi decidido que a imagem estava com um significado muito óbvio e que não levaria o leitor a pensar. Nesse ponto, foi pensado em uma nova ilustração, com o dragão ameaçador no topo de uma catedral: Figura 52 - Pintura Finalizada Dragão

Fonte: Elaborado pelo autor Figura 53 - Ilustração Dragão

Fonte: Elaborado pelo autor

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Nas demais ilustrações, quando já havia uma linguagem gráfica consolidada, não foram necessários esboços coloridos, isso acelerou o processo: Figura 54 - Esboço Fenrir

Fonte: Elaborado pelo autor Figura 55 - Esboço Fenrir 2

Fonte: Elaborado pelo autor

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Figura 56 - Processo Fenrir

Fonte: Elaborado pelo autor Figura 57 - Ilustração Fenrir

Fonte: Elaborado pelo autor

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Figura 58 - Esboรงo Minotauro

Fonte: Elaborado pelo autor Figura 59 - Desenho Minotauro

Fonte: Elaborado pelo autor

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Figura 60 - Processo Minotauro

Fonte: Elaborado pelo autor Figura 61 - Ilustração Minotauro

Fonte: Elaborado pelo autor

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O processo de criação das demais ilustrações foi basicamente o mesmo, criando um esboço solto a partir de um tema, depois disso um refinamento da ideia e então a procura de referências se necessário para a criação do desenho, então a pintura, a digitalização e a correção digital. Estes foram os resultados das demais ilustrações: Figura 62 - Ariadne

Fonte: Elaborado pelo autor

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Figura 63 - Eclipse

Fonte: Elaborado pelo autor Figura 64 - Tempo

Fonte: Elaborado pelo autor

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Figura 65 - Cavaleiro

Fonte: Elaborado pelo autor Figura 66 - Cavaleiro 2

Fonte: Elaborado pelo autor

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Depois que as ilustrações estavam prontas, foram escritos os textos que abririam os capitulos de cada monstro. Foram textos mais subjetivos e curtos que abordavam os temas discutidos de uma forma mais livre de se interpretar: Minotauro: Os antigos lembravam do labirinto de Creta como um monumento do poder, e ao mesmo tempo da vergonha de Minos. Criado a seu pedido para abrigar uma poderosa fera nascida da ira de Poseidon. Aqueles enviados à fera, em um sinal de respeito e submissão a Minos, não eram mais vistos deste lado do Estige. Tendo o fio dourado de Ariadne como guia, é dito que Teseu colocou um fim ao horror que habitava o labirinto. Mas teria Teseu encontrado realmente uma fera taurina, ou um reflexo enegrecido do próprio orgulho? Fenrir: Os povos das terras geladas do norte falavam sobre um enorme lobo, aprisionado no mundo dos deuses, se contorcendo em sua ânsia pela liberdade, esperando apenas uma brecha, um elo mais fraco na corrente para ter a sua tão esperada vingança. Seus filhos, Sköll e Hatii, perseguem o Sol e a Lua, e é dito que quando eles os alcançarem, como se inspirado pela loucura colérica de sua ninhada, Fenrir se libertará e devorará o sábio Odin. E não antes do fim, sua selvageria estaria liberta pelos nove mundos, na completa escuridão do céu sem astros. Dragão: Seria possível que a mesma serpente que rasga os céus seja a besta primordial que habita nas profundezas? Ou estaria mais próxima do santo cavaleiro, ao qual ela tenta com suas asas e com a promessa de glória e libertação? Mas seria mesmo possível por fim a vida de uma besta tão formidável, ou o próprio tempo e a disparidade que rege nossa existência se dobra ao seu poder?

Logo em seguida foi finalmente pensado no nome do produto. O nome escolhido foi “Téras: Sombras Mitológicas. “Téras”, do grego “Τέρας” quer dizer “Monstro“, e “Sombras Mitológicas por carregar ao mesmo tempo o peso dos temas sombrios tratados pela pesquisa e a mitologia em sí.

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Figura 67 - Logo

Fonte: Elaborado pelo autor

Em seguida, foi desenvolvida a ilustração da capa do volume. A ilustração foi pensada para que carregasse elementos dos três monstros tema do volume, ou seja, o labirinto do Minotauro, a torre relacionada ao Dragão e a lua, relacionada a Fenrir, envoltos em névoa, como seus significados ocultos. Figura 68 - Ilustração Capa

Fonte: Elaborado pelo autor

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Esta foi a versĂŁo final da capa: Figura 69 - Capa Finalizada

Fonte: Elaborado pelo autor

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DOCUMENTAĂ‡ĂƒO Todas as imagens a seguir foram desenvolvidas pelo autor. Figura 70 - Imagem Produto 1

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Figura 71 - Imagem Produto 2

Figura 72 - Imagem Produto 3

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Figura 73 - Imagem Produto 4

Figura 74 - Imagem Produto 5

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Figura 75 - Imagem Produto 6

Figura 76 - Imagem Produto 7

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Figura 77 - Imagem Produto 8

Figura 78 - Imagem Produto 9

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Figura 79 - Imagem Produto 10

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CONSIDERAÇÕES FINAIS Pesquisar sobre mitologia é um trabalho complexo e onde uma boa parte dos elementos não podem ser definidos com exatidão, como a verdadeira origem, a verdadeira versão ou significados. Ainda assim, aprendemos muito ao estudar mitos por se tratar de uma área que abrange todas as outras, como religião, política, geografia, astronomia e afins. Ao incorporar diferentes áreas, o estudo da mitologia também acaba se tornando extenso, mesmo ao pesquisar sobre temas inicialmente simples. O foco dentro dos temas assim como a imposição de um limite para cada tema se mostrou essencial para que a pesquisa se tornasse possível. Sobre as contradições e inexatidões proporcionadas pelos mitos, devemos lembrar que é assim tudo que se origina na mente humana, e esta subjetividade é justamente o que torna mitologia um tema tão rico e que consegue expressar tão bem as características de um tempo quando é transformada em algo material, como a arte faz desde tempos imemoriais. Apesar de o projeto não ter se desdobrado em um produto extenso e profundo como gostaria no inicio da pesquisa, ao longo aprendi muito ao longo dos meses e em certo ponto pude ter uma verdadeira noção da extensão do tema. Assim, olhando para trás, percebo que consegui desenvolver um projeto que coube bem dentro das minhas limitações, e ao qual eu me diverti bastante durante o desenvolvimento, especialmente durante o desenho e pintura das ilustrações. Espero que este trabalho contribua de alguma forma, não só para despertar a curiosidade sobre o tema, mas também espero inspirar outras pessoas a criar. Não apenas sobre mitologia, mas sobre qualquer tema que se tenha curiosidade de aprender, e também em qualquer técnica, especialmente técnicas as manuais, as quais eu espero que nunca deixem de ser utilizadas em trabalhos criativos.

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WIKIPEDIA: The Free Encyclopedia. Site Wikipedia. DisponĂ­vel em: <http://bit.ly/ouroboros1>. Acesso em: 11 mai. 2019.

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LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Criação de Adão .................................................................................................................................................... 17 Figura 2 - Teseu e o Minotauro ............................................................................................................................................. 21 Figura 3 - Exército de Minotauros........................................................................................................................................ 23 Figura 4 - Minotauros protegendo Unicórnio .................................................................................................................... 23 Figura 5 - Odin e Fenris .......................................................................................................................................................... 25 Figura 6 - Ninhada de Lobos Fenrir ..................................................................................................................................... 27 Figura 7 - Fenrir em Thor: Ragnarok .................................................................................................................................. 27 Figura 8 - São Jorge eo Dragão ............................................................................................................................................. 29 Figura 9 - Ouroboros ............................................................................................................................................................... 31 Figura 10 - Dragão Vermelho em Dungeons and Dragons ............................................................................................. 32 Figura 11 - Dragão Fêmea em Reino de Fogo ................................................................................................................... 33 Figura 12 - Falkor..................................................................................................................................................................... 33 Figura 13 - Baba Yaga de Gary Lippincott .......................................................................................................................... 39 Figura 14 - Fauno de Gary Lippincott ................................................................................................................................. 39 Figura 15 - Take Flight de Ashley Smith ............................................................................................................................. 40 Figura 16 - Searching de Ashley Smith .............................................................................................................................. 40 Figura 17 - Troll Children de Tuonenkalla.......................................................................................................................... 41 Figura 18 - Mothmarten. de Tuonenkalla ........................................................................................................................... 41 Figura 19 - Cinzel ..................................................................................................................................................................... 42 Figura 20 - Bookmania ........................................................................................................................................................... 43 Figura 21 - Mancha Gráfica de Bookmania ....................................................................................................................... 43 Figura 22 - Ensueños Exemplo 1 ......................................................................................................................................... 44 Figura 23 - Ensueños Exemplo 2 ......................................................................................................................................... 45 Figura 24 - Ensueños Exemplo 3 ......................................................................................................................................... 45 Figura 25 - Juodoji Exemplo 1............................................................................................................................................... 46 Figura 26 - Juodoji Exemplo 2............................................................................................................................................... 47 Figura 27 - Matron Bestiary .................................................................................................................................................. 47 Figura 28 - Esboço Fenrir ...................................................................................................................................................... 48 Figura 29 - Esboço Minotauro .............................................................................................................................................. 49 Figura 30 - Esboço Dragão .................................................................................................................................................... 49 85


Figura 31 - Esboço Dragão 2 ................................................................................................................................................. 50 Figura 32 - Esboço Diagramação 1...................................................................................................................................... 50 Figura 33 - Esboço Diagramação 2...................................................................................................................................... 51 Figura 34 - Esboço Diagramação 3...................................................................................................................................... 51 Figura 35 - Esboço Diagramação 4...................................................................................................................................... 52 Figura 36 - Trirremes .............................................................................................................................................................. 53 Figura 37 - Trirremes 2 ........................................................................................................................................................... 54 Figura 38 - Rei Grego .............................................................................................................................................................. 54 Figura 39 - Esboço Colorido Minos ..................................................................................................................................... 55 Figura 40 - Desenho Minos ................................................................................................................................................... 55 Figura 41 - Mesa de trabalho................................................................................................................................................. 56 Figura 42 - Processo de Pintura ........................................................................................................................................... 56 Figura 43 - Pintura Finalizada Minos.................................................................................................................................. 57 Figura 44 - Ilustração final Minos ........................................................................................................................................ 57 Figura 45- Esboço Hati e Skoll ............................................................................................................................................. 58 Figura 46- Esboço Colorido Hati e Skoll ............................................................................................................................ 58 Figura 47- Desenho Hati e Skoll .......................................................................................................................................... 59 Figura 48- Pintura Finalizada Hati e Skoll ........................................................................................................................ 59 Figura 49- Ilustração Hati e Skoll ........................................................................................................................................ 60 Figura 50- Esboço Dragão ..................................................................................................................................................... 61 Figura 51- Esboço Colorido Dragão .................................................................................................................................... 61 Figura 52- Pintura Finalizada Dragão ................................................................................................................................ 62 Figura 53- Ilustração Dragão ................................................................................................................................................ 62 Figura 54- Esboço Fenrir ....................................................................................................................................................... 63 Figura 55- Esboço Fenrir 2 .................................................................................................................................................... 63 Figura 56- Processo Fenrir .................................................................................................................................................... 64 Figura 57- Ilustração Fenrir .................................................................................................................................................. 64 Figura 58- Esboço Minotauro................................................................................................................................................ 65 Figura 59- Desenho Minotauro ............................................................................................................................................. 65 Figura 60- Processo Minotauro ............................................................................................................................................ 66 Figura 61- Ilustração Minotauro........................................................................................................................................... 66 Figura 62- Ariadne ................................................................................................................................................................... 67 Figura 63- Eclipse .................................................................................................................................................................... 68 Figura 64- Tempo ..................................................................................................................................................................... 68 Figura 65- Cavaleiro ................................................................................................................................................................ 69 86


Figura 66- Cavaleiro 2............................................................................................................................................................. 69 Figura 67- Logo ........................................................................................................................................................................ 71 Figura 68- Ilustração Capa .................................................................................................................................................... 71 Figura 69- Capa Finalizada.................................................................................................................................................... 72 Figura 70- Imagem Produto 1 ............................................................................................................................................... 73 Figura 71- Imagem Produto 2 ............................................................................................................................................... 74 Figura 72- Imagem Produto 3 ............................................................................................................................................... 74 Figura 73- Imagem Produto 4 ............................................................................................................................................... 75 Figura 74- Imagem Produto 5 ............................................................................................................................................... 75 Figura 75- Imagem Produto 6 ............................................................................................................................................... 76 Figura 76- Imagem Produto 7 ............................................................................................................................................... 76 Figura 77- Imagem Produto 8 ............................................................................................................................................... 77 Figura 78- Imagem Produto 9 ............................................................................................................................................... 77 Figura 79- Imagem Produto 10 ............................................................................................................................................ 78

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