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Giovanna Falbo Janini Orientador: Marcos Pecci Design GrĂĄfico 2017
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Agradecimentos
Elaborada pelo sistema de geração automática de ficha catalográfica do Centro Universitário Senac São Paulo com dados fornecidos pelo autor(a). Falbo Janini, Giovanna ímpares / Giovanna Falbo Janini - São Paulo (SP), 2017. 117 f.: il. color. Orientador(a): Marcos Pecci, Juana Diniz, Ana Lúcia Reboledo Sanches Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Design Linha de Formação Específica em Design Gráfico) - Centro Universitário Senac, São Paulo, 2017. 1. Mulher, 2. Padrão de Beleza, 3. Moda, 4. Publicidade , 5.Design Gráfico I. Pecci, Marcos (Orient.) II. Diniz, Juana (Orient.) III. Reboledo Sanches, Ana Lúcia (Orient.) IV. Título
Quando penso em agradecimento, vem várias pessoas na minha cabeça, impossível listar todas as quais passaram por este trabalho, me incentivaram a continuar e a dar o melhor de mim. Conversas aqui e alí que mudaram o rumo de tudo. Se vamos falar em nomes sou grata pelo suporte da minha família: Jô, Kim, Giulli, Lívia e Maya, por terem me dado amor, a oportunidade de estudar e concluir mais um ciclo. Tenho um agradecimento especial a Vinicius, por me mostrar a calma, quando eu não via soluções. As mulheres maravilhosas que participaram de bom grado nesse projeto mais que especial. A Amy que soube amar comigo cada pedacinho desse trabalho. Ao meu querido orientador Pecci, que me ajudou a clarear as ideias me entendendo tão bem e aconselhando sempre. Obrigada.
Através dos tempos, a concepção de “belo” teve grandes mudanças, nas quais influenciaram na forma da mulher ver a própria beleza, seguindo rígidos padrões e comportamento que percorreram séculos. O trabalho teve o intuito de entender como essas concepções de “belo” surgiram na sociedade ocidental através dos tempos, e interpretou a influência que a moda e as mídias junto a publicidade, tem sobre as mulheres contemporâneas. Para o uso de estudo, foi utilizado procedimentos bibliográficos, com abordagem qualitativa, que usa valores e opiniões. É importante destacar que o trabalho teve objetivo descritivo no qual, fez relações entre as realidades passadas e críticas atuais. Através deste estudo, foi desenvolvido como peça gráfica fotolivro, com fotos autorais que trabalharam a ideia de beleza da mulher em sua diversidade, representada em sorrisos, detalhes e acima de tudo, quem realmente são. Palavras-chave: 1. Padrão de beleza, 2. Moda, 3. Publicidade, 4. Mulher, 5. Design gráfico
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Resumo
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Introdução
Beleza no século XX
Resultados da Pesquisa
Manual Descritivo
Sumário
Lista de imagens
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Beleza através dos séculos
Publicidade
Desenvolvimento do projeto
Referências
Entender como o padrão de beleza, especificamente feminino, se originou na sociedade ocidental e analisar como esses conceitos mudam através dos séculos.
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Objetivo Geral
Objetivo Específico Interpretar a influência da publicidade e da moda através das imagens construídas a partir de discursos visuais que são incorporados como modelo padrão a seguir pelas mulheres. Desenvolvendo, usando o Design Gráfico, um fotolivro que representou a beleza da mulher de várias idades e que trabalhou os discursos reais de beleza no qual ajudaram a estabelecer novas formas de ver a beleza, visando o amor próprio.
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Introdução
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Justificativa Por conta da influência direta de padrões de beleza vindos da Moda e da Publicidade, a mulher é bombardeada com uma diversidade de imagens que mostram que grande parte delas não se encaixam no padrão “certo” a seguir, sendo um grande equívoco que transcendeu séculos ditando como se comportar e o que se vestir. Essa herança através dos tempos atinge a sociedade até os dias atuais, implicando em mulheres infelizes sendo ditadas por um padrão inalcançável, que esconde a beleza singular. O propósito do tema foi desconstruir essa ideia e mostrar que a beleza real é justamente a singularidade de cada mulher.
Com base na pesquisa bibliográfica, o trabalho teve abordagem qualitativa, que usa valores e opiniões. Foram usados autores como o escritor e filósofo Umberto Eco, em História da Beleza, que conta um pouco sobre as concepções de “belo” na arte. Na moda, João Braga, em História da Moda: uma narrativa, segue o percurso da moda ao longo dos tempos. A escritora Maria Rita Moutinho, em a Moda do século XX descreve as vestimentas de cada década e ajuda no entendimento das mudanças na moda. Em Maria Antoinette, o filme, dirigido por Sofia Coppola, exemplifica as roupas do século XVIII. A professora de História e Psicologia Clínica, Denise Bernuzzi de Sant’Anna, em Políticas do Corpo, auxilia na análise das propagandas de 1930 à 1950, no qual influenciaram no comportamento das mulheres tendo reflexo até nos dias atuais. Além de livros foram usadas as Revistas O Cruzeiro de 1946 a 1953, para análise mais afundo de tais influências. Foram tiradas fotos autorais para a concepção do produto.
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Procedimentos Metodológicos
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Beleza através dos séculos
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Beleza através dos séculos Ao decorrer dos séculos o ideal de beleza ganhou vários significados no ocidente. É possível dar início a esse conceito de “belo” aproximando com os significados de adjetivos como “gracioso”, “deslumbrante”, “sublime”, utilizado sempre com a ideia de algo que agrada, correlacionando belo com bom, certo e correto. Por muito tempo na história do ocidente o ato de ser justo e bom era considerado belo, ou seja, o atributo da beleza não estava diretamente relacionada apenas ao aspecto físico da pessoa. Outro sentido de beleza está ligado a ideia de atração, de desejo, não precisando para ser belo e ter a posse daquilo que se deseja. Portanto é compreensível considerar um ser humano “belo” e “sublime” inclusive, desejá-lo tendo noção de nunca irá possuí-lo, sem que com isso o objeto de desejo deixe de ser belo. Também podemos entender o conceito de “belo” ao longo da história do ocidente como o sentido de ações virtuosas, assim como citado por Eco: Reconhecemos aquela coisa como um bem, mas um bem alheio que olhamos com certo distanciamento, embora comovidos, e sem que sejamos arrastados pelo desejo. Muitas vezes, para indicar ações virtuosas que preferimos admirar a realizar, falamos de uma “bela ação”. (2010, p.8)
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18 Estas estatuetas, sejam elas filiformes ou disformes pelo excesso das suas rotundidades, possuem todas caracteres sexuais intencionalmente, afirmados. Sob a vida que as percorre, alargam-se as nádegas e o ventre, arredondam-se os seios, fendem-se os mamilos. A cabeça permanece estranhamente vazia, transformada num terceiro seio, ou então é coberta de cabelos encaracolados.
imagem 1: Vênus de Willendorf
Os gregos deixaram um legado para a civilização ocidental definindo sua percepção de belo. Eles idealizaram deuses e deusas atribuindo características humanas a eles, os considerando sublimes e seres elevados. Portanto relacionavam a ideia de beleza com atributos morais o que acabou se tornando um cânone durante séculos. Era através da pintura e principalmente da escultura que esse ideal de Beleza surgia, respeitando regras de harmonia e de proporção do corpo humano. Nos períodos primitivos a imagem da mulher aparecia referente a sua fecundidade e não ao belo, elas eram representadas como descreve Rouche (s/d. p.39) in Imagens da mulher (DUBY e PERROT, s/d):
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20 A história da beleza por muito tempo foi uma qualidade associada somente ao homem que era sempre retratado com simetria. A mulher, só posteriormente, foi esculpida, porém, mantendo características masculinas como poucas curvas, braços e pernas fortes e expressão facial serena. Na Grécia antiga somente os homens tinham direito a vida política, e essa era a razão para serem considerados belos. A mulher grega ao contrário não tinha direitos e tão pouco fazia parte dos atributos de belo, embora tinha um ritual de embelezamento. Ao contrário das escravas, as mulheres gregas mal tinham contato com o Sol e isso as diferenciavam, pois, ter a pele branca e pálida significava padrão social. Também tomavam cuidado com os cabelos longos usando loções e óleos perfumados. Já na Idade Média o discurso autoritário/moralizante de beleza feminina recebe uma característica fundamental ligada às virtudes morais. Nesse período a Igreja passou a ter maior poder social, ditando uma hierarquia estética que era exigida da mulher medieval, controlando seu comportamento.
Enquanto na Antiguidade o corpo, embora inferior, era considerado um meio, um instrumento para se atingir a perfeição da alma, na Idade Média, pelo contrário, o corpo é considerado um obstáculo, um empecilho para que a alma atinja a salvação. (SOUZA, 2004, p.72).
imagem 2: Tree of Life and Death
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22 A Igreja enxergava a mulher da Idade Média sob dois ícones, a Virgem Maria, pura, em virtude de sua concepção virginiana, opondo-se completamente a Eva, tentadora, “beleza mentirosa”, figura de todo mal. As mulheres cobriam o corpo até os pés e usavam toucas para esconder os cabelos, com lábios pequenos, testas altas, sobrancelhas finas, pele branca e sem pintura, pois acreditava-se que o uso de maquiagem era um artifício para criar múltiplos rostos, no qual mascaravam sua verdadeira identidade. A pintura de Berthold Furtmeyr retrata bem essa ideia.
Isso nos faz pensar o sujeito medieval preso a uma interpretação de beleza moral, fechando-se a possibilidade de identificar-se com este ou aquele modelo, mas restringindo pela ideia de certo e errado, mal e bem que a beleza confere no aspecto religioso. (SOUZA 2004 p. 69).
imagem 3: Nascimento da Vênus
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24 No Renascimento, a figura feminina que antes girava em torno de Eva e a Virgem Maria, passou a ter outro significado. O Nascimento da Vênus, 1482, de Botticelli passou a ser o ideal a seguir. A beleza feminina se desprendeu da associação com o pecado e se aproximou da imagem de Maria, porém, agora retornando as fontes antigas. Diferente da Idade Média, no Renascimento a mulher era também considerada criação divina, assim como o homem. Nesse tempo os critérios de beleza se baseavam em pescoço longo, testa alta, nariz reto e delicado, boca pequena e pele muito branca, o corpo é retratado em formas redondas, braços, seios e quadris alargados. O Renascimento foi o tempo que a gordura era sinal de formosura, distinção social. A maquiagem era incentivada para esconder as imperfeições do corpo.
imagem 4: Maria Antonieta
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26 O corpo redondo deixa de ser belo no século XVII, que reintroduz o desprezo da “carne”, a magreza volta e continua no século XVIII no qual a maquiagem era imprescindível. Versalhes era onde as mulheres da realeza apresentavam os monumentais cabelos, em destaque a Austríaca, Maria Antonieta, que saia dos padrões da época, e fazia menos uso da maquiagem e abusava nas roupas e em penteados autênticos. No século XIX os excessos foram deixados para trás: as roupas se tornaram mais fechadas, as saias mais longas, uso de espartilhos cada vez mais frequente e no rosto pouca maquiagem. O Romantismo retratava mulheres com olhares perdidos e melancólicos e corpos extremamente magros.
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Beleza no século XX
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Beleza no século XX La Belle Époque
Na última década do século XIX, logo no início do século XX houve um período em Paris que foi chamado Belle Époque, a Bela Época, no qual esteve marcado por um momento de transformações culturais, novas tecnologias, formas de pensar e de viver. Na arte e na arquitetura prevaleceu o gosto por curvas, as características orgânicas e ornamentais do Art Nouveau. Os detalhes curvilíneos nas construções, como no ferro e no vidro, foram inspirados nas formas orgânicas da natureza. Isso até mesmo influenciou a moda, tais como as silhuetas femininas em “S”, que davam destaques às curvas, evidenciando bustos e quadris. Como citado por Braga: O ideal de beleza da mulher era de ter aproximadamente 40cm de circunferência na cintura; e para atingir tais proporções algumas delas submetiam-se às cirurgias para serrarem suas respectivas costelas flutuantes e poderem se apertar demasiadamente em seus espartilhos. (2004, p.66).
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32 imagem 5: Vestimentas da La Belle Époque
Podemos considerar diferenças entre a Belle Époque do fim do século XIX e a do começo de século XX. O que no início era em geral um corpo feminino tomado por tecidos e adornos de chapéus, passou por um momento de inovação, em função do hábito da prática de esportes, na qual foi bem aceita como moda. Foi a primeira vez que a mulher usou duas peças, se apropriando de roupas masculinas. Essas características estavam inteiramente associadas à prática esportiva.
Década de 10 Entre os anos de 1914 e 1918, estourou a Primeira Guerra Mundial na Europa. Junto com ela, a ida do homem para os campos de batalha, fazendo com que a mulher assumisse suas antigas atividades em diversos setores, como no transporte, área da saúde, agricultura, indústria e até mesmo bélica. Reforça Boucher (2012, p.397): “O que não passara de uma sujeição às necessidades da Grande Guerra torna-se, pouco a pouco, com o hábito, uma nova maneira de viver. ” As mulheres com a necessidade de trabalhar não puderam mais usar espartilhos e roupas que impedissem a locomoção e agilidade. Nessa década houve uma grande mudança na moda feminina,
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34 Década de 20 Junto ao período pós-guerra, veio também drásticas mudanças no padrão de beleza e na moda. A mulher, que foi emancipada, trabalha e tem seu próprio dinheiro. As chamadas “à la garçonne”, cujo o significado é “ à maneira dos meninos”, tem agora independência, dirigem automóveis, fumam e inclusive pela primeira vez na história ocidental, possuem vestidos na altura do joelho. O padrão de beleza dos anos 20, procurava não marcar curvas, manter o cabelo curto. No rosto maquiagem, pó-de-arroz, ruge e batom vermelho sobre lábios pequenos, bem representados na imagem 6:
imagem 6: Moda década de 20
de modo que as saias e vestidos tenham ficado curtos até a altura das canelas, pois dessa forma facilitava os movimentos.
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36 Década de 30 Embora a queda da Bolsa de Valores de Nova Iorque, no início dos anos 30, tenha abalado a economia mundial, esse período foi de intensas criações culturais no campo da moda e da beleza. O cinema agora refletia na atuação da moda, portanto as atrizes de Hollywood eram o padrão de beleza da época. O que se inicia uma ilusão de ideal de beleza, como afirma Souza: “O corpo apresentado na tela do cinema torna-se um ideal inatingível, mas mesmo assim perseguido pelas mulheres. ” (2004, p.122). Um ícone que foi padrão de beleza nos anos 30, foi a atriz americana Claudette Colbert.
imagem 7: Claudette Colbert
Gabrielle Coco Chanel teve destaque desde os anos 10, e cada vez se superou nas inovações da moda. As roupas de Chanel eram sem espartilho e feitas com forro para ficarem mais leves, deste modo ajudava as mulheres de sua contemporaneidade, a vestirem roupas mais funcionais e práticas para trabalhar. No Brasil se seguia a moda europeia, precisamente a parisiense. O encurtamento da das saias até o joelho trouxe contentamento por dois motivos para as brasileiras: elas ficavam com a silhueta mais bonita e sentiam menos calor com tais roupas. (MOUTINHO, 2000).
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38 A década de 30 negou a praticidade no vestuário feminino dos anos anteriores, para focar seus padrões na feminilidade, valorizando as formas e curvas, os vestidos encompridaram e os cabelos cresceram. A sensualidade estava ligada na moda de exibir as costas principalmente nos vestidos de noite. As mulheres deviam ser magras, bronzeadas e esportivas. Assim como nos filmes de Hollywood, as brasileiras também atribuíram hábitos da vida americana e europeia, como praticar esportes, dirigir carros e se bronzear.
Década de 40 Com o início da Segunda Guerra Mundial, a moda feminina começou a ganhar masculinização por conta dos uniformes de soldados, passando a ser usadas duas peças que servissem para qualquer momento. Os casacos e as saias estavam mais justos ao corpo da mulher. Inclusive por questões de conforto, começou-se a vestir calças e saias-calças no qual era muito usado pelas ciclistas. “Por conta da escassez de matéria-prima, os tecidos eram controlados, portanto foi preciso um aproveitamento maior dos mesmos, além da reciclagem de roupas. ” (MOUTINHO, 2000, p.155).
Ainda nos anos 40, as mulheres representadas nos filmes de Hollywood, eram o padrão de beleza a seguir. A atriz Veronica Lake usava uma mecha caída nos olhos como na, o qual passou a ser tão reproduzida pelas mulheres, que Comissão de Relações Humanas de Guerra nos Estados Unidos, pediu a atriz para mudar seu penteado antes que acontecesse algum acidente com suas admiradoras no comando de máquina. Tudo isso afirma uma ilusão que o cinema passa da beleza para as mulheres. Veronica confirma essa ilusão em Faux (2000 apud SOUZA 2004, p.122): “Uma garota que põe seus cabelos sobre um olho é idiota. Claro que eu não faço isso, a não ser nos filmes”
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40 Década de 50 O fim da Segunda Guerra Mundial, trouxe um período de extrema sofisticação, luxo e glamour na moda. O New Look desenvolvido por Christian Dior em 1947, marcou o padrão estético dos anos 50, com saias rodadas e marcadas na cintura, a chamada “cintura de vespa” bem como as luvas eram indispensáveis. Paris sempre foi o centro da moda, contudo na década de 50 isso mudou, dividindo o espaço da moda com a Inglaterra e principalmente os Estados Unidos. O país estava cada vez mais independente por conta de suas indústrias de moda.
imagem 8: Carmen Miranda
No Brasil nos anos 40, a portuguesa com alma e corpo de brasileira, Carmen Miranda foi um ícone nacional e internacional, no qual introduziu o abuso de cores, brilhos e acessórios no Brasil. O traje de baiana foi o sucesso da época, tornando-se a principal fantasia de carnaval usada pelas mulheres: “ [...] inventando saias justas com babados de tule embaixo, colocou a barriga de fora, criou imensas mangas embabadas, turbantes drapeados, enfeitando-os com abacaxis, bananas e cajus [...]” (CHATAIGNIER, 2010, p.125).
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imagem 9: Marilyn Monroe
Em Nova Iorque, as americanas estavam divididas entre a moda dos vestidos estreitos e o estilo esportivo. Há ainda aquelas que desejam a silhueta bem feminina, ser uma mulher caseira que cuida dos filhos, marido e do lar. A atriz Marilyn Monroe, foi um ícone que marcou os anos 50 estabelecendo um padrão de beleza e símbolo sexual que atravessa décadas. As jovens americanas se mostraram rebeldes, usando jeans com a bainha enrolada na canela, rabo de cavalo e camisas do manequim masculino. Tudo isso começou com a fascinação pelo ídolo Elvis Presley. No Brasil se iniciou, um concurso de Rainhas do Rádio com o intuito de arrecadar recursos para construção do Hospital dos Radialistas. A vencedora ganhava vários prêmios, e por consequência muito sucesso. A publicidade não só divulgou como também usou da imagem das cantoras para fazer delas modelos e ideais de beleza da época. (HUPFER, 2009).
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44 Década de 60 Os anos 50 chegaram ao fim, e a geração “baby-boom”, bebês nascidos no pós Segunda Guerra, prometia grandes mudanças na moda da época. Era a vez dos jovens, que influenciados por ideais de liberdade, não seguirem o que lhes eram obrigados, portanto sendo a primeira vez na história em que a moda teve que se adequar às novas propostas e maneiras de se vestir ligadas ao comportamento. A modelo inglesa Twiggy, foi um exemplo de quebra de padrão dos anos anteriores, com aparência frágil, infantil, quase andrógina, magra e sem curvas. Nos olhos, maquiagem delineada e longos cílios.
imagem 10: Modelo Twiggy
Uma das Rainhas do começo da década de 50 foi Dalva de Oliveira, no qual fez parte do Trio de Ouro que fazia um extremo sucesso. O público amava muito as cantoras que eram o padrão de beleza a seguir no Brasil. (HUPPER, 2009)
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imagem 11: Cantora Janis Joplin
Se contrapondo a esse estilo, o movimento hippie também apareceu se posicionando através de suas roupas despreocupadas, com detalhes artesanais, bordados, além das saias longas e a calça boca-de-sino. A cantora norte-americana Janis Joplin (Imagem 11), representa bem esse estilo, com chapéus exóticos, coletes, roupas com franjas e muitas pulseiras.(Fashion Bubbles, 2017) Os anos 60 teve influência dos mais variados estilos, inclusive da atriz britânica Audrey Hepburn, com um estilo mais clássico e delicado. O uso de franja curta foi um dos cabelos mais imitados na época, inclusive o uso de calça Capri e lencinhos no pescoço. Audrey fez tanto sucesso com o filme “ Bonequinha de luxo” quanto com seu figurino conhecido até os dias de hoje.
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48 Década de 70 A década de 70 chegou trazendo referências da moda hippie, nos quais tinham características como a calça boca-de-sino e as diversas estampas. Os negros por outro lado, tinham o penteado “black power”, que influenciou homens e mulheres em geral a aderirem ao novo penteado.
imagem 12: Vestidos da campanha da Rhodia
No Brasil começa um movimento de intensa música popular da cultura brasileira, chamado de “Tropicália”, no qual foi promovido por redes de TV fazendo sucesso na época. Os maiores representantes da música foram Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Os Mutantes e Nara Leão. Tudo isso trouxe um estilo peculiar na moda brasileira, usando sempre muita cor e estamparia. Dentro deste contexto, os desfiles e campanhas promovidos pela a multinacional Rhodia, gerou grande interesse nas brasileiras, que na época era o ideal de beleza e de desejo das mulheres participar e vestir as peças da Rhodia. (Costanza Who, 2017)
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50 A moda, no entanto, havia se diversificado muito. Uma série de opções de estilos foram se tornando referências de moda, porém, sempre prevalecendo o aspecto de jovialidade com características de praticidade e conforto relativos à sua época. (2004, p.90)
Paradoxalmente com essa tendência, as roupas esportivas também eram muito usadas ao decorrer da década. As mulheres combinavam calça comprida e agasalho em meia-malha ou moletom. No final dos anos 70 no Brasil, as novelas estavam em seu auge. Dancin’ Days, parou o país para assistir Sonia Braga no papel da ex-presidiária Julia Mattos. Foi o auge da era disco, e mulheres de todas as idades copiaram seus looks. “A TV começava uma trajetória de incrível influência sobre o estilo, a moda e o comportamento no país [...]” (PALOMINO, 2002, p.79)
imagem 13: Sonia Braga em Dacin’ Days
Foi o período em que a moda teve mais diversidade de estilos e padrões de beleza, como afirma Braga:
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52 Os anos 80 chegaram trazendo uma onda de influências e contrastes de estilo, no qual opostos começaram a conviver em harmonia. A moda tinha uma gama de opções, não havia uma única verdade de moda a seguir e sim inúmeras realidades. Essa pluralidade de estilos era possível pois existiam tribos urbanas, que definiam bem a singularidade de cada um dos grupos. Para uns a beleza da moda estava ligada culto ao corpo, relacionado à prática esportiva, usando roupas justas e bem coloridas. Os exageros na maquiagem forte com cores vivas dominaram essa década. Madonna, foi um dos grandes ícones que influenciou e formou opiniões na identidade de moda jovem, formando outras tribos. A cantora norte-americana teve várias fases na década de 80, começando pelo visual adolescente rebelde, todas as peças conseguidas em brechós, formado por tops, meia arrastão e muitas joias de crucifixo. Em um segundo momento o visual foi mudando para roupas brancas, se parecendo vestidos de noiva, usando crucifixos, junto ao lançamento do seu primeiro single Like a Virgin (Imagem 14).
imagem 14: Madonna em Like a Virgin
Década de 80
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imagem 15: Lima Duarte, Regina Duarte e José Wilker
Nos anos seguintes, ela passou a vestir camisetas e usar cabelo curto. No fim dos anos 80, Madonna aparece pela primeira vez com o sutiã de cone, cantando Express Yourself. Ela abordava vários temas através da música e das roupas, como gravidez na adolescência e feminismo. (Vogue Brasil, 2017) De acordo com Braga: “[...] os anos 80 na moda (assim também nos 90) foram a maneira de ser igual entre os diferentes e ao mesmo tempo diferente entre os iguais de uma outra tribo.” (BRAGA, 2004, p.100). Madonna também influenciou na moda brasileira, um exemplo disso é a personagem Viúva Porcina interpretada por Regina Duarte na novela Roque Santeiro. “O chamado “look Porcina” influenciou as mulheres da época. Era um visual over, repleto de exageros, brilhos, adereços enormes. ” (Gente, 2017)
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Influência da Publicidade nas concepções de beleza
59 A mass media faz parte da vida das pessoas desde o século XIX, sendo ela um conjunto de meios de comunicação em massa como os jornais, as revistas, o rádio, a televisão, o cinema e a internet. Segundo Souza: Nos dias de hoje não se pode negar a atuação da mídia na consolidação e deslocamentos dos sentidos. Funcionando como uma modalidade de discurso sobre, tem por objetivo organizar e distribuir cotidianamente os acontecimentos, colocando-se como intermediadora entre o sujeito e o mundo. (2004, p.169).
Podemos pensar a mídia como uma instituição pedagógica, no qual tem o poder organizado e difundido, semeando o que vai ser transmitido ou não. Tendo essa característica, a mídia tem efeito de poder sobre o comportamento, criando e transformando identidades (SOUZA, 2004). Diante disso, a publicidade e a mídia caminham juntas no papel de tal transformação. Para Sant’Anna a publicidade é: “ [...] uma técnica de comunicação de massa, com a finalidade de fornecer informações, desenvolver atitudes e provocar ações benéficas para os anunciantes, geralmente para vender produtos ou serviços” (1998, p.76). A publicidade sempre usou a imagem da mulher para criar discursos de embelezamento, seguindo seus próprios interesses econômicos, criando padrões de beleza e comportamento.
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Entre os anos de 1900 e 1930, dezenas de publicidades concorrem no combate dos mais diversos “defeitos” da aparência feminina. As pomadas para “afinar a cintura”, “ branquear a pele”, “tirar pelos” ou “escurecer os cabelos brancos”, são comumente chamadas de remédio. Raramente se utiliza o termo cosmético. (SANT’ANNA, 1995, p.122)
No Brasil os jornais e revistas eram as mídias usadas pela publicidade, para divulgar informações relacionadas ao corpo, associando o apelo higienista ao estético (CASTRO, 2007). Maior parte dessas propagandas recorriam a um profissional da área para intensificar a qualidade dos produtos, nomeados como remédios para beleza, no qual curam a feiura. Do cansaço à cura de rugas, cada propaganda tinha um motivo para mostrar o quanto as mulheres precisavam dos produtos para se manterem jovens, cheirosas e com a pele perfeita. A preocupação com a beleza ganha potência ao decorrer do século. Revistas como O Cruzeiro de 1946, abusam dos conceitos de que ser bela significa ser jovem, sem rugas, cabelos brancos, pele sem manchas, ótima dona de casa, esposa e mãe. A propaganda a seguir, é sobre o produto Leite de Colonia que deixa a pele macia, sem imperfeições como uma jovem adolescente.
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63 imagem 16: Propaganda Revista O Cruzeiro
imagem 17: Propaganda Revista O Cruzeiro
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imagem 18: Propaganda Revista O Cruzeiro
A propaganda passa nítidas mensagens às mulheres, usando falas como “Dê a sua pele aquela fascinante Beleza de Adolescente. Para consegui-la não oculte… Corrija as imperfeições do seu rosto com Leite de Colonia”. Outro exemplo do mesmo sentido, na imagem 17, é a propaganda dos produtos de Helena Rubinstein, vendendo não só cremes, sabão e loção adstringente como também a “Beleza que perdura”. Além da pele os cabelos brancos também mostravam a velhice, na qual não podia aparecer. A marca MAC BIR, imagem 18, oferecia óleos que escureciam os cabelos brancos e escondiam a idade. Portanto a ideia de a juventude ser a representante da beleza, já era presente na vida das mulheres da época, e se estende até os dias atuais.
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imagem 19:Propaganda Revista O Cruzeiro
Outro artifício usado pela publicidade é usufruir da imagem de celebridades como a atriz norte-americana Susan Hayward, imagem 19, para assim garantir qualidade do produto. Colocando, portanto, um ícone de padrão de beleza a seguir da época. Susan afirma na propaganda: Seja adorável esta noite com o romântico perfume do novo Sabonete Lever. As Rainhas do Rádio, de 1949, também eram muito usadas pela publicidade para divulgação de produtos no Brasil. Emilinha Borba foi uma das Rainhas que teve a imagem associada a produtos como o sabonete Eucalol da revista O Cruzeiro de 1949,imagem 20, além da Revista do Rádio, no qual fazia apoio a principal mídia da época, o rádio. Sant’ Anna confirma essa ideia (1995, p.128) que “Ao lado desta nova tendência, as regras de beleza prescritas pelos médicos e moralistas das décadas anteriores se tornam insuficientes, austeras e ultrapassadas. ” Os recursos de embelezamento afirmados pela publicidade eram tantos que a beleza passou a ser uma obrigação. A imagem 21 confirma bem essa ideia, “A mulher tem obrigação de ser bonita. Hoje em dia, só é feio quem quer. Essa é a verdade. Os cremes protetores para a pele se aperfeiçoam dia-a-dia.”
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69 imagem 20: Propaganda Revista O Cruzeiro
imagem 21: Propaganda Revista O Cruzeiro
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imagem 22: Propaganda Revista O Cruzeiro
Além das influências na concepção de beleza da mulher, a publicidade também dita comportamento. Uma mulher perfeita e linda é aquela que é dona de casa, que cozinha bem com os melhores ingredientes, boa mãe e esposa. A propaganda da Coca-Cola, imagem 22, na revista O Cruzeiro de 1949, representa essa concepção. É ilustrado a imagem de uma mulher, dona de casa preparando lanches e entregando garrafinhas de Coca-Cola para a filha servir. A propaganda da ênfase na palavra “Hospitalidade” ao lado do slogan “ Sirva Coca-Cola em casa”. A imagem é totalmente vinculada ao dever como uma boa mulher, assim ditando a conduta das mesmas São infinitas as propagandas que direcionam conteúdo para mulheres, como as de ingredientes de fermento para bolos e pudins. Ainda usam a imagem da mulher para os mais diversos tipos de produtos, inclusive os aparelhos domésticos como ferro de passar roupas. A mulher sempre foi usada em propagandas para vender todo tipo de produtos, representada como um objeto.
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72 Pode-se ver esse tipo de representação permanecendo e se intensificando na publicidade ao longo dos anos, inclusive a partir das décadas de 70, a imagem feminina passa a ser representada de duas formas de acordo com Schaun e Schwartz: A solteira, jovem e bela, focada de maneira erotizada, utilizada como modelo de beleza para outras mulheres nas propagandas de produtos ou serviços dirigidos ao sexo masculino e, de outro lado, a mulher recatada, adulta, sugerindo ainda como antes, o papel de mulher casada, mãe e dona de casa. (2008, p.7).
É nesse período que a publicidade começa a usar a imagem da mulher com apelo sexual, no qual se estendeu por longos anos. Um grande exemplo disso são as famosas propagandas de cerveja. A Skol, em 2008, erotizava a imagem da mulher, sempre destacando as curvas do corpo quase desnudo, com um olhar provocativo e usando o slogan “ A cerveja que desce redondo”, se assemelhando as curvas femininas (SCHAUN e SCHWARTZ, 2008). Ao longo dos anos começou-se um crescente senso crítico em relação às mensagens que a publicidade dissemina, as pessoas começaram a questionar e reagir às propagandas.
Culture Jamming, que “[...] implica a reação emergencial de uma sociedade, de forma a sabotar a monopolização dos meios midiáticos através de manifestações lúdicas [...]” (INÁCIO, 2011, p.8), é uma forma de reação da sociedade em relação à publicidade, que expõe mensagens unilaterais, que não costumavam ter resposta. Ferramentas online em potencialidade no país têm modelado e revelado novos cidadãos: consumidores conscientes e ativos. O dinamismo do ciberespaço e os inúmeros recursos oferecidos pelas redes sociais contribuíram para a informatização da culture-jamming e o surgimento de ciberativistas (INÁCIO, 2011, p.18).
O poder de expor a opinião nas redes sociais em geral, dá voz às mulheres para reagir. O que antigamente a publicidade tinha total liberdade para ditar os padrões de beleza, o que usar e como se comportar, hoje as mulheres se tornaram mais críticas a todo tipo de mensagem que diz deve ou não ser. Mas isso não quer dizer que a publicidade ainda não tenha hoje em dia, forte influência social.
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74 “A peça e a campanha em si mostram claramente um conceito errado, de ‘topo depois pergunto’, de ‘não pode dizer não’”, afirma. Para ela, o carnaval exige das pessoas maior responsabilidade, para que digam “não” em diversas situações: “Não ao estupro, não a beber e dirigir, não ao sexo sem camisinha” (Revista Forum, 2017)
imagem 23: Pri Ferrari e Mila Alves
A partir do momento que a publicidade começa a receber fortes críticas e enfraquecer em vendas, começa-se o chamado “cooptar”, que é o ato da publicidade incorporar as críticas vinculadas a marca, e trazê-las para si. É o caso da propaganda de carnaval da Skol, que fez uma campanha com vários pôsteres em que um deles estava escrito “Esqueci o “não” em casa. ” A campanha foi muito criticada pelas mulheres, a respeito do que é consentimento e a campanha diz “ Esqueci o “não” em casa. ”, só afirma a mentalidade de que está certo não aceitar um não no carnaval, e que não significa sim. Como protesto foi feito uma intervenção com fita, no qual foi escrito abaixo da frase: “E trouxe o nunca”. (Revista Forum, 2017) A publicitária Pri Ferrari fala que ao ver o pôster em um ponto de ônibus ficou chocada e diz que:
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76 Claramente, essas campanhas publicitárias estão mexendo com emoções poderosas. Mas, ao brincar com sentimentos que já são dirigidos contra eles - por exemplo, o ressentimento público contra os bancos lucrativos ou as crescentes, disparidades econômicas -, o processo de cooptação corre o risco de amplificar a reação, em vez de desarmá-la. (KLEIN, 2004, p.336).
Repercutindo de forma diferente da propaganda Skol, a Dove Retratos da Real Beleza, faz grande sucesso com as mensagens passadas na campanha. Foram chamadas várias mulheres que se auto descreveram para o artista forense americano Gil Zamora que faz retratos-falados. Ele as desenhou com as características que descreveram de si mesmas. Após o primeiro desenho, outras pessoas que viram a mulher em questão, foram chamadas para também a descrever. E o resultado foi que os primeiros desenhos, no qual foram auto descritos, eram totalmente diferentes de como as pessoas as viam. O que gerou vários motivos de reflexão relacionado a beleza individual das mulheres, que se intitulavam repletas de defeitos, com expressões infelizes, enquanto na verdade é algo que não existe.
imagem 24: Propaganda Dove Retratos da Real Beleza
A jornalista e escritora, Naomi Klein fala um pouco sobre como o processo de cooptação pode ter efeitos contrários do que se esperava:
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78 A campanha abordou um assunto que atinge diretamente as mulheres contemporâneas, sendo uma boa reflexão para ter uma visão diferente de si, inclusive se amar mais. O diretor de contas, Ricardo Honegger, da agência de publicidade Ogilvy Brasil, escolhida para fazer a campanha, diz que: “A peça transformou-se numa experiência social, com um conceito ao mesmo tempo simples e verdadeiro. É fato que as mulheres do mundo inteiro têm em comum a autocrítica excessiva. [...]” (Exame, 2017) Contudo, não se pode ignorar o fato de que as mulheres de hoje em dia são autocríticas, por justamente terem tido influências da publicidade desde antes dos anos 40, com propagandas que sempre as mostraram que ser bonita era ser magra, com pele sem manchas e rugas, jovem, educada, boa esposa e mãe, aquela publicidade que retrata um padrão de beleza inalcançável,refletindo nas mulheres contemporâneas.
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Resultados da Pesquisa
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Resultados da Pesquisa Após feita a pesquisa bibliográfica, foi possível entender como o conceito de “belo” surgiu na sociedade ocidental, desde a Grécia antiga, no qual foi fundamentado a primeira ideia de padrão na concepção de beleza. Essa concepção foi mudando ao decorrer dos tempos, dando espaço para moda fazer parte do que se pode considerar beleza, especificamente da mulher, que passou por enormes vestidos e apertados espartilhos, até um momento decisivo em que a mulher entra no mercado de trabalho, e a moda começa a acompanhar as necessidades dessas mulheres. Logo depois ao longo de décadas a moda passa por uma diversidade de estilos e cores, chegando nos dias atuais. Tais considerações de beleza, a partir do século XIX, tem grande influência da publicidade em jornais, revistas, no rádio, na televisão, no cinema e na internet. No início, a publicidade aparecia ditando o que a mulher devia ser: jovem, sem rugas, pele perfeita e como a mesma devia se comportar, sendo uma ótima cozinheira, esposa, dona de casa e mãe. Isso foi mudando à partir da metade do século XX, usando a imagem da mulher como objeto, de forma erotizada, mulheres magras e de fartas curvas. Atualmente, com as redes sociais e a web, a mulher conseguiu voz para criticar esse tipo de propaganda e quaisquer outros, inclusive questionar os padrões de beleza que sempre foram impostos sobre elas.
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Desenvolvimento do projeto
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Desenvolvimento do projeto Sessões de fotos
Escolhido o produto como um fotolivro, decidi que todas as fotos seriam autorais e totalmente voltadas ao meu olhar em se tratando de beleza. No início do projeto a primeira coisa escolhida foi a faixa etária das modelos, sendo que anteriormente havia sido pensado em abranger o máximo de mulheres possível, de 18 a 80 anos, mas com a dificuldade em conseguir mulheres acima de 60 anos foi preciso restringir o projeto nas idades entre 18 a 55 anos, escolhendo mulheres fora do padrão de beleza. O desejado nas fotos foi o natural de cada mulher, nada muito ensaiado e principalmente mostrar através do meu olhar o quão lindas eram. Sempre após as sessões, foi levantado questões sobre o que era beleza, se sentiam bem consigo mesmas, e ainda saber mais sobre a história delas com a beleza. A cada sessão eu me via aprendendo coisas diferentes com mulheres diferentes. Um exemplo disso foi com a família Damiati. Foram fotografadas três mulheres de idades variadas. Comecei tirando fotos da Fernanda de 21 anos, que já era minha amiga, super espontânea, confesso que foi uma das pessoas que tive mais facilidade em fotografar, e também muito exigente consigo mesma, fiz 3 sessões com ela e foi quando
86 a Carolina de 26 anos, irmã da Fer, vendo as fotos perguntou se podia participar do projeto. O mais legal da conversa com elas foi ver como é claro que todos passamos por transições e aceitações. A Carol na adolescência prendia e alisava o cabelo, pois tinha vergonha por ele ser cacheado. Até que, em algum momento da vida, um amigo perguntou por que ela alisava o cabelo cacheado se ele era lindo. Isso a fez se questionar, até que deixou o cabelo cacheado e volumoso como sempre foi. São pequenas coisas nos quais vão se auto afirmando como verdades, que acabamos achando que só aquilo é certo ou bonito. A última da família Damiati, foi a Sandra de 52 anos, mãe das meninas. Na sessão, ela já se mostrou muito à vontade, é maravilhoso quando a pessoa se sente assim, pois ela acaba sendo o que realmente é nas fotos. Ela conta um pouco sobre não ter esse tempo para se sentir linda, mas que por ter esse momento dedicado para ela na sessão de fotos, trouxe um novo olhar para si mesma.
88 A sessão com Nicole foi bem inspiradora, me fez ver as coisas de outras formas. Ela me contou que desde criança tem Lúpus, e por consequência disso enfrentou e superou vários desafios por conta da doença. Ela diz que ser gorda é uma das coisas que a doença trouxe, mas que isso não a torna menos bonita, quem se incomoda com o peso é a sociedade que não aceita pessoas felizes como são. Convidei minha mãe, Joseane, para fazer parte do projeto, pela razão de ser uma das pessoas que mais conversei sobre beleza, e também por ser uma das mulheres mais fortes e únicas que conheço. Um dos motivos da escolha desse tema, “beleza da mulher”, é mostrar a diferença entre as mulheres, e que essa diferença é o mais lindo.
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90 Foram testados papéis com diferentes gramaturas para o miolo do fotolivro, descobrindo que o papel ideal seria com gramatura menor, 90g, assim facilitaria ao folhear as páginas. Além de que seriam furados para a costura. Para capa desde o início eu sabia da importância de ser em um papel com gramatura maior para dar corpo ao livro. Ao mesmo tempo, os layouts e impressões testes ajudaram a decidir melhor a disposição das fotos nas páginas, nas quais era preciso entender sua construção, distribuídas em 4 lâminas de papel por bloco. A junção desses blocos compuseram o fotolivro. A busca por referências ajudou muito na criação de um fotolivro diferente e único. A escolha pela encadernação Copta, tem como principal motivo a linda costura aparente na lombada e na capa, além de dar ao livro a possibilidade de ser aberto por completo. O papel vegetal foi escolhido para aparecer em alguns momentos do livro, com frases sobre imagens, ou com sobreposição entre textos.
Primeira e segunda vez encadernando
Processo de criação do produto
ImpressĂŁo em papel vegetal
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Memorial Descritivo
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Memorial Descritivo Projeto Gráfico
A concepção da peça gráfica foi baseada em várias pesquisas de referências, assim a conceituação do projeto foca no que era desejado transmitir na peça, no caso, fotolivro. Dentro desse contexto foi definido como conceito a delicadeza e a desordem organizada, no cuidado da costura escolhida como encadernação, fazendo com que a peça gráfica fique diferente cada vez que reproduzida, sendo assim havendo relação com o nome e tema do projeto.
Ìmpar vem de algo que não tem nada igual, único e singular, levantando a reflexão de que é exatamente o que define a beleza da mulher, única e sem igual. E por esse motivo o projeto foi nomeado como ímpares.
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96 Tipografia
Layout
Para identidade do projeto foi escolhido a tipografia Courier New peso regular em caixa baixa. Para texto corrido Courier New regular e bold para palavras em destaque.
O layout foi configurado para as fotos sangrarem na página, tendo liberdade para mexer na imagem de forma livre porém harmonicamente. Seguindo paleta de cores e trabalhando com texto sobre imagem.
Courier New regular:
Courier New italic:
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz Courier New bold:
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz Foram usados dois tamanhos de corpo para tipografia Courier New, 18 pt, para texto sobre imagem, e 14 pt para texto corrido. Como tipografia de apoio sobre as imagens: Wildera, 72 pt.
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
Sumário
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
99 98
Layout das pรกginas
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100 Elementos de apoio Os elementos gráficos de apoio utilizados foram retângulos de diferentes tamanhos, com efeito de transparência sobre fotos. Também aparecem em aberturas de capítulos e na capa.
Grid
Abertura de capítulo
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102 Cores
Encadernação
Escala Europa
Vermelho CMKY C:15 M:100 K:100 Y:0 Preto CMKY C:0 M:0 K:100 Y:0 Miolo formato Aberto: 297mm x 210mm Fechado: 148mm x 210mm Capa formato 150mm x 230mm Suportes Capa:
Papel creme, 300g
Miolo: Papel Polem, 90g Papel Vegetal
Costura Copta. A intenção da escolha da costura copta é transmitir o cuidado e a delicadeza de ser feito manualmente, tornando cada exemplar uma peça única. Além de ser ótimo para abrir o livro por completo.
Software(s) / plataforma utilizada para editoração: Adobe InDesign e Adobe Photoshop Software(s) / plataforma utilizados para manipulação de imagens: Adobe Photoshop
ímpares
104 Pré-Impressão
Processo de impressão indicado Impressão Digital Impressão Offset, para mais tiragens.
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Referências
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106 Livros BOUCHER, François. História do vestuário no Ocidente. São Paulo: Cosac Naify, 2012. BRAGA, João. História da moda: uma narrativa. São Paulo, Editora Anhembi Morumbi, 2004. CASTRO, Ana Lúcia. Culto ao Corpo e Sociedade: Mídia, estilos de vida e cultura de consumo. São Paulo, Ed. Annablume, 2007. CHATAIGNIER, Gilda. História da Moda no Brasil. São Paulo, Estação das Letras e Cores, 2010 DUBY, Georges; PERROT, Michelle. Imagens da mulher. Edições Afrontamento, s/d. ECO, Umberto. História da Beleza. Rio de Janeiro: Editora Record, 2010. HUPFER, Maria Luisa Rinaldi. As Rainhas do Rádio. São Paulo, Editora Senac, 2009. INÁCIO, Adolfo Conceição. CULTURE-JAMMING: A rebeldia da sociedade brasileira nas novas mídias digitais. São Paulo, Universidade de São Paulo, 2011. Disponível em:< http://200.144.182.130/celacc/ sites/default/files/media/tcc/307-990-1-PB.pdf > Acesso em 13 abr. 2017. KLEIN, Naomi. Sem Logo. Rio de Janeiro, Record, 2004.
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108 Sites ARRAES, Jarid. Propaganda de carnaval da Skol é alvo de críticas feministas. Disponível em: <http://www.revistaforum.com.br/2015/02/11/propaganda-de-carnaval-da-skol-e-alvo-de-criticas-feministas/ > Acesso em: 12 mai. 2017. ESPINDOLA, Marina. A história da casa Rhodia. Disponível em: <http://costanzawho.com.br/historia-da-moda/historia-casa-rhodia/ > Acesso em: 06 abr. 2017. iG Gente. Novelas: os personagens que ditaram moda com seus looks. Disponível em:< http://gente.ig.com.br/tvenovela/novelas-os-personagens-que-ditaram-moda-com-seus-looks/n1597081353094.html > Acesso em: 06 abr. 2017. KOBER, Christina. Disponível em:<https://www. instagram.com/p/BShz4xgD1qz/ > Acesso em: 18 mar. 2017. MAHAWASALA, Samantha. Moda anos 60 – Conheça os 30 ícones fashion da década em fotos originais. Disponível em: <http://www.fashionbubbles.com/ historia-da-moda/moda-anos-60-conheca-os-30-icones-fashion-da-decada-em-fotos-originais/> Acesso em: 05 abr. 2017. PORTUGUAL, Mirela. Como nasceu o viral Dove Real Beleza, feito por brasileiros. Disponível em: < http://exame.abril.com.br/marketing/como-nasceu-o-viral-dove-real-beleza-feito-por-brasileiros/ > Acesso em: 12 mai. 2017.
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Filme MARIA ANTOINETTE. (122 min). Color.
Direção Sofia Coppola. 2006.
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Lista de imagens
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112 Imagem 1: Vênus de Willendorf Disponível em:<https://commons.wikimedia.org/ wiki/File:Venus_von_Willendorf_01.png > Acesso em: 02 mar. 2017.
Imagem 7: Claudette Colbert Disponível em: < http://cinemaclassico.com/index.php/entertainment/item/1627-60-maiores-astros-do-cinema-da-decada-de-30 > Acesso em: 10 abr. 2017.
Imagem 2: Tree of Life and Death Disponível em:< http://catholicpoint.blogspot. com.br/2012/08/mary-new-eve.html > Acesso em: 04. mar. 2017
Imagem 8: Carmen Miranda Disponível em: < https://s-media-cache-ak0. pinimg.com/originals/8d/8f/eb/8d8febe291d09e777d1a3dad86b35dd0.jpg > Acesso em: 11 abr. 2017.
Imagem 3: Nascimento de Vênus Disponível em:< http://www.awmgoescrazy.com/p/ minimal-art.html > Acesso em: 03 mar. 2017 Imagem 4: Maria Antonieta Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/ Ficheiro:Louise_Elisabeth_Vig%C3%A9e-Lebrun_-_ Marie-Antoinette_dit_%C2%AB_%C3%A0_la_Rose_%C2%BB_-_Google_Art_Project.jpg > Acesso em: 05. mar. 2017.
Imagem 9: Marilyn Monroe Disponível em: < https://www.vanityfair.com/ hollywood/2015/01/marilyn-monroe-resolutions> Acesso em: 12 abr. 2017. Imagem 10: Modelo Twiggy Disponível em: <https://fashionandphotographers.wordpress.com/2016/02/08/twiggy-la-brindille/ > Acesso em: 12 abr. 2017.
Imagem 5: Vestimentas da La Belle Époque Disponível em: < http://anedecoco.com/la-belle-epoque/ > Acesso em: 20 mar. 2017.
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Imagem 6: Moda da década de 20 Disponível em: < http://mote-historie.tumblr. com/post/84636880004/maudelynn-gorgeous-chorus-girls-on-the-set-of > Acesso em: 01 abr. 2017.
Imagem 12: Vestidos da campanha da Rhodia Disponível em: < http://vogue.globo.com/moda/ moda-news/noticia/2015/10/masp-organiza-mostra-sobre-desfiles-show-da-rhodia-nos-anos-60.html> Acesso em: 13 abr. 2017.
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114 Imagem 13: Sonia Braga em Dancin’ days Disponível em: < http://www.heloisatolipan.com. br/moda/marcia-disitzer-celebra-trajetoria-de-43-anos-de-marilia-carneiro-uma-das-maiores-figurinistas-do-mundo-em-bate-papo-exclusivo-para-o-site-ht/ > Acesso em: 14 abr. 2017 Imagem 14: Madonna em Like a Virgin Disponível em: < http://www.instyle.com/news/ style-tribute-shop-madonnas-virgin-bridal-look-honor-songs-30th-birthday-billboard-charts> Acesso em: 14 abr. 2017 Imagem 15: Lima Duarte, Regina Duarte e José Wilker Disponível em:< http://www.jwave.com.br/2010/08/ roque-santeiro-em-dvd-venda.html> Acesso em: 15 abr. 2017. Imagem 16:Propaganda Disponível em: Revista O Cruzeiro Imagem 17:Propaganda Disponível em: Revista O Cruzeiro Imagem 18:Propaganda Disponível em: Revista O Cruzeiro Imagem 19:Propaganda Disponível em: Revista O Cruzeiro Imagem 20:Propaganda Disponível em: Revista O Cruzeiro
Imagem 21:Propaganda Disponível em: Revista O Cruzeiro Imagem 22:Propaganda Disponível em: Revista O Cruzeiro Imagem 23: Pri Ferrari e Mila Alvez Disponível em:< http://www.opopular.com.br/editorias/cidade/an%C3%BAncio-de-bebida-gera-pol%C3%AAmica-na-internet-1.779059 > Acesso em: 02 mai. 2017 Imagem 24:Propaganda Dove Retratos da Real Beleza Disponível em: <http://www.fashionbubbles.com/ beleza/retratos-da-real-beleza-campanha-em-prol-da-autoconfianca-das-mulheres/ > Acesso em: 03 mai. 2017.
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116 Autorizaçþes de uso de imagem: