CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO
Pietro Claudio Gentile Junior
Redesign das cartas de baralho para idosos residentes em institutos de longa permanência.
São Paulo 2016
CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO
Pietro Claudio Gentile Junior
Redesign das cartas de baralho para idosos residentes em institutos de longa permanência
São Paulo 2016
Elaborada pelo sistema de geração automática de Ficha Catalográfica do Centro Universitário Senac São Paulo com dados fornecidos pelo autor.
Pietro Claudio Gentile Junior Redesign das cartas de baralho para idosos residentes em institutos de longa permanência.
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário Senac - Santo Amaro, como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Design Gráfico. Orientadora Prof.ª Fábia T. Campos A banca examinadora dos Trabalhos de Conclusão, em sessão pública realizada em _________/ ___________/___________, considerou o(a) candidato(a): 1)Examinador(a) 2)Examinador(a) 3)Presidente
Resumo Este Projeto tem como proposta, desenvolver o redesign do baralho de cartas internacional modelo 139 da Copag, e elaborar uma embalagem para acomodar um kit de jogo contendo dois baralhos de cartas, duas divisórias com quatro lápis que servirão como suportes para as cartas e um bloco de notas. O projeto tem como público alvo, idosos residentes em institutos de longa permanência. Sendo assim, foram realizadas pesquisas relacionadas aos motivos da longevidade e, em consequência, as questões ligadas a problemas decorrentes da senilidade. Pesquisou-se também o público alvo, se mostrando de fundamental importância o estudo de campo feito no Espaço Girassol para a 3ª Idade. Foi analisado o baralho, objeto de estudo, quanto a origem, aspectos conceituais, formais, peculiaridades e o design como solução, levando-se em conta questões como grid, tipografia, design centrado no usuário, entre outros. Palavras-chave: Baralho de cartas, idoso, instituto de longa permanência, Design gráfico, Baralho 139 Copag.
Sumário INTRODUÇÃO
9 9 10 11
FUNDAMENTOS TEÓRICOS
13 13 16 17 21
RESULTADOS DA PESQUISA
25 25
REQUISÍTOS PARA O PROJETO
29 29 33
ESTUDOS DE CONCEPÇÃO
37 37
DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
43 43 45 47
Objetivo Justificativa Procedimentos metodológicos
Público Ergonomia O baralho de cartas Design Público Alvo
Tipos de baralho Baralho 139, análise geométrica
Primeiros esboços
Formato e dimensão Tipografia Naipes
Introdução Diagramação Verso da carta e curinga Figuras As cartas
49 51 53 55
MEMORIAL DESCRITIVO
57 57 59
DOCUMENTAÇÃO DO PROJETO
61 61 63 65 67 69
CONSIDERAÇÕES FINAIS
71
REFERÊNCIAS
73
LISTA DE IMAGENS
77
ANEXOS
81 81
Projeto Gráfico Acabamento
Kit Embalagem Suporte O baralho Testes de Campo
Questionários
Objetivo O projeto tem como objetivo desenvolver o redesign do baralho internacional de cartas modelo 139, da Copag e a elaboração de uma embalagem para acomodar um kit de jogo, contendo dois baralhos de cartas, duas divisórias com quatro lápis, que servirão como suportes para as cartas e um bloco de notas, facilitando a relação entre as cartas e os idosos residentes em institutos de longa permanência, visto que os jogos de mesa, entre eles os de cartas, são capazes de promover estímulos essenciais, tais como, os sentidos, a capacidade de memorização e socialização, contribuindo para que o idoso ganhe qualidade de vida (LOPES, 2009), possibilitando a amenização dos efeitos decorrentes da senilidade.
Justificativa Para abrandar problemas naturais relacionados ao envelhecimento, como dificuldades de focar em pequenos detalhes, realizar pequenos movimentos que exigem precisão, memória de curto prazo comprometida, menor força muscular e flexibilidade, citadas por Pinheiro (2006). Será feito o redesign do baralho de cartas pois, segundo Lopes (2009), jogos de mesa, como os jogados por cartas de baralho, estimulam a capacidade de memorização e os sentidos, além de promoverem a socialização entre os idosos, capacidades estas que são essenciais para retardar os efeitos da senilidade. O alvo desta pesquisa foi o baralho de cartas, por ser uma das modalidades de jogos preferidas dos idosos e por ser constatado que este baralho pode ser melhor adequado ao público alvo em questão, como cita Tais Buckup, sócia e administradora do Espaço Girassol para a 3ª Idade, em pesquisa de campo realizada neste local “[...] acredito que preciso de um trabalho de incentivo e até ensino para que voltem a usar (o baralho de cartas) [...] talvez esse novo formato de baralho facilite todo esse trabalho [...]”. O baralho de cartas escolhido para o redesign foi o internacional modelo 139, desenvolvido pela Copag, por ser o tipo de baralho utilizado em grande parte do mundo e por ser o modelo de maior sucesso dentre todos os que já foram desenvolvidos. Além da Copag ser a fabricante de cartas de baralho de maior peso atualmente no Brasil.
Procedimentos metodológicos Na execução deste projeto é de fundamental importância conhecer os motivos da longevidade e as necessidades que surgem com o avanço da idade, a origem e tipos de baralhos existentes, dando ênfase ao modelo 139 do baralho internacional produzido pela Copag, além de aspectos de Design que podem contribuir para a solução dos problemas observados. Para a pesquisa teórica foram consultados artigos, teses, dissertações, sites e livros pertinentes ao tema. Para a pesquisa de campo foram utilizados questionários devidamente aprovados pela comissão de ética do Senac Santo Amaro e dirigidos ao Espaço Girassol para a 3ª Idade , além de observações feitas no local, através de atividades realizadas com os idosos utilizando o baralho de cartas. Também foi entrevistada Taís Buckup, sócia e administradora do Espaço Girassol para a 3ª Idade, com o intuito de levantar informações relevantes ao projeto.
Fundamentos teóricos
Público
Em razão de melhorias no saneamento básico, qualidade de vida, novas tecnologias que tornaram o acesso a informação mais fácil, da diminuição da natalidade e dos avanços na área da medicina, entre eles a descoberta de novas vacinas e tratamentos para doenças antes sem cura, em geral a população tem vivido mais, provocando um aumento da população total de idosos. Considera-se idoso o homem ou mulher acima de 60 anos. Como explica Andreotti (1999 apud LOPES, 2009, p.1), pesquisador da área de educação física. Em função disso começam a surgir novas necessidades relacionadas a idade avançada, pois de acordo com Lopes (2009, p.10) “O processo de envelhecimento (senescência) naturalmente engloba declínios físicos e mentais”, entre eles dificuldade de focalizar em pequenos detalhes, pois a lente dos olhos se torna endurecida, audição reduzida, dificuldades motoras principalmente ligadas a pequenos movimentos, diminuição da força muscular e da memória de curto prazo. Hernades e Barros (2004, p. 44) afirmam que “tais fatos se refletem no desempenho motor, na qualidade de vida e na capacidade do indivíduo de cuidar de si mesmo”. Pinheiro (2006) lista como sendo consequências naturais da idade avançada, a diminuição da altura, do alcance, da flexibilidade e da força muscular. A lentidão nos movimentos aumenta em 20%, assim como a diminuição gradativa da capacidade de
acomodação da visão ao escuro e discernimento entre as cores. A capacidade de manutenção da memória de curto prazo diminui e as informações armazenadas pelo cérebro são facilmente esquecidas. O idoso apresenta grande dificuldade com relação a adaptação visual, ou seja, sua capacidade de focar objetos em distâncias diferentes aumenta, tendo maior dificuldade com objetos mais aproximados. Pinheiro (2006, p.28) cita que “a principal característica da acuidade visual é distinguir pequenos detalhes. Isso depende da iluminação e do tempo de exposição” Para retardar os efeitos da senilidade, os jogos de mesa como o dominó, damas, xadrez e cartas são excelentes, pois estimulam os sentidos, a capacidade de memorização e promovem a socialização, contribuindo para que o idoso ganhe qualidade de vida. (LOPES, 2009) É importante considerar que nesta etapa da vida, em razão da aposentadoria, existe uma tendência a diminuição das relações sociais, (LOPES, 2009). De acordo com Amorim (2011, p.17), Aristóteles cita que o ser humano é “por natureza um animal político”. Sendo assim, a diminuição das relações sociais implica em uma diminuição de estímulos essenciais para a manutenção das faculdades mentais. Por consequência da falta de atividade e estímulos, o dia -a-dia do idoso pode cair em um estado de monotonia, causando uma diminuição da qualidade de vida. Como explica Pinheiro (2006), a monotonia é caracterizada como sendo um conjunto
de atividades com poucos estímulos. Isso pode contribuir para aumentar a sonolência, fadiga, falta de vontade e redução do nível de atenção. Para o público idoso, motivação é essencial, podendo ser proporcionada através de estímulos diversos, entre eles os jogos de cartas. Pinheiro (2006, p.6) define motivação como sendo “um conjunto de fatores que impulsionam o comportamento do ser humano para a realização de um objetivo”. Estes motivos, podem ser divididos em duas categorias: os primitivos, que são as necessidades básicas, e os secundários, que são os desejos, podendo variar de pessoa para pessoa.
Ergonomia Em qualquer faixa etária, existem dois tipos de manejo que podem ser feitos pelo ser humano: o manejo fino e o grosso. Nos jogos de cartas, o principal tipo de manejo envolvido é o fino, caracterizado por Pinheiro (2006, p.39) como sendo “o movimento feito pela ponta dos dedos, com a função de precisão e velocidade e com pequena força de movimentos” Com relação ao manejo dos objetos, pode-se dizer que a principal dificuldade dos idosos é com relação ao manejo fino, englobando habilidades de precisão na hora de pegar os objetos. No caso dos jogos com cartas, o tipo de movimento mais utilizado engloba a oposição do polegar com o dedo indicador (LOPES, 2009). Outra questão levantada é quanto a fragilidade da pele dos idosos. Portanto, é preciso ter atenção especial com cantos muito pontiagudos ou cartas muito finas, pois podem causar cortes (LOPES, 2009).
O baralho de cartas Um baralho de cartas pode ser definido, de acordo com o site da Copag, como sendo: Um conjunto de objetos planos e uniformes (denominadas cartas), que apresentam em uma de suas faces símbolos, que podem ser agrupados em conjuntos homogêneos (denominados naipes). Cada naipe forma uma série composta por várias cartas de valores diferentes De acordo com Negra (1992), não se tem certeza de como surgiu o baralho de cartas, mas existem estudos indicando a descoberta de baralhos provenientes da Península Arábica, Egito e Ásia. Sendo constituído pelas cartas Valete, Dama, Rei, Ás, 2 a 10 e Curinga, além dos naipes Copas e Ouros sendo ambos de cor vermelha, e Espadas e Paus na cor preta, o baralho de cartas atualmente utilizado no mundo pode ser uma junção de elementos encontrados em todos estes lugares. Ao longo do tempo foram encontrados muitos tipos de baralhos, isso se dá pelo fato de que os fabricantes de cartas observavam os modelos de outros países e faziam modificações de acordo com a cultura local. Com o passar do tempo, elementos concretos foram sendo abstraídos. Segundo a Copag, no final do século XIX, era possível identificar quase uma centena de variantes nas regiões europeias. Apesar disso, alguns elementos sempre
se mantiveram, como a representação de figuras importantes em trajes bem ornamentados, figuras bidimensionais, naipes e índices nos cantos da cartas e elementos espelhados. Mesquita (2011) explica que, por volta do ano 1550, existiam três principais tipos de baralhos: o Germânico, utilizado na Alemanha e Suíça; o padrão Latino, usado na Itália, Espanha e Portugal e o padrão francês, que é o mais utilizado no Brasil e atualmente tido como o padrão internacional. É interessante notar que, apesar do Brasil ter sido colonizado por Portugal, o baralho mais difundido foi o modelo francês. No entanto, os nomes dos naipes se aproximam da denominação portuguesa, como cita Frazão (2014). Segundo Mesquita (2011), os fatores que mais contribuíram para que o baralho internacional seja o mais utilizado atualmente foram facilidades, como a simplicidade das cartas e custo baixo de produção. O baralho internacional, que é o modelo atualmente utilizado em grande parte do mundo, inclui as seguintes cartas: Ás, 2 a 10, Valete, Dama, Rei e Curinga. Todos estes elementos representam figuras características da época medieval. O verso das cartas, geralmente aparece em branco ou com ornamentos decorativos, iguais em todas as cartas. O Rei, representado pela letra “K”, inicial da palavra inglesa “King”, a Dama pela letra “Q”, referente a palavra “Queen”, e a corte medieval representada pela letra “J”, provinda da palavra “Jack”.
Os números de 2 a 10 representam os soldados. O Ás foi incorporado como sendo o símbolo do espirito esportivo. A carta do Ás de espadas no baralho internacional, muitas vezes pode ser encontrada sendo representada por um naipe centralizado e grande ou como uma ilustração que se assemelha a um brasão, por conta de uma tradição originada na Inglaterra em XVIII, onde os fabricantes de baralho imprimiam todas as cartas, menos o Ás de espadas, pois esta carta era comprada de um impressor do governo, como forma de identificar que o produtor pagou devidamente os impostos sobre o produto. Por fim, o Curinga foi incluído no baralho por imigrantes alemães, nos EUA, em 1865, para trazer dinamicidade e quebrar a monotonia. Dentre as figuras medievais, a que serve para animar é o Bobo da Corte, por isso o Curinga é representado geralmente por uma figura com trajes que se assemelham ao do palhaço. O termo “Joker” significa curinga em inglês (NEGRA, 1992). Os naipes representam os quatro poderes. Copas, que é representado por um coração, faz alusão a religião. Ouros, representado por um losango, faz alusão ao dinheiro. Espadas, que é uma figura que se assemelha a uma folha, representa as armas. E Paus, representado por um trevo, é o poder político. Os naipes já foram representados de muitas formas rebuscadas, atualmente foram reduzidos a formas simples para facilitar a impressão. A etimologia da palavra “Naipe” vem do Árabe, e significa governador (NEGRA, 1992).
A cor vermelha nos naipes de Copas e Ouros representa os dois motivos que levam as pessoas a lutarem (amor e riquezas). E a cor preta, nos naipes de Espadas e Paus, representa as armas utilizadas na luta (espadas) (NEGRA, 1992). Atualmente, a maior produtora de cartas no Brasil é a Copag, fundada em 1908 com o nome de Albino Gonçalves & Cia, pelo imigrante Albino Dias Gonçalves. Inicialmente eram produzidos itens de papelaria em geral mas, a partir de 1918, a empresa se especializou na produção de baralhos, impressos em litografia e, de acordo com Mesquita (2011), desde 1930, o método utilizado é o offset. O baralho mais vendido pela Copag, até hoje, é o modelo 139, que surgiu em 1923, ganhando grande adesão do público e sendo adotado como o modelo padrão do baralho internacional, impresso geralmente em papel couché, podendo ser encontrado nas cores vermelho, preto, azul, verde e cian. Conforme Negra (1992), os jogos de cartas já foram usados como forma de se apostar. Por conta desta característica ele foi por vezes proibido, pois as apostas faziam com que as pessoas perdessem a atenção no trabalho. Outra finalidade é desenvolver habilidades do ser humano, como melhorar a capacidade de concentração, memória e raciocínio lógico. Esse caráter lúdico dos jogos com cartas é o que mais se destaca, e aliado com sua facilidade em ser transportado, contribuiu para sua popularização no mundo todo.
Design O bom design é aquele que não necessita de explicação. Muitas vezes, quando nos perguntamos onde fica determinado botão em um carro ou em qualquer outra interface, é sinal de que o design não atingiu seus objetivos. Para que o design seja bem-sucedido, o designer precisa se colocar no lugar do usuário e descobrir exatamente o que ele precisa. (NORMAN, 2006) Podemos considerar como interface, tudo que auxilia o ser humano a desempenhar uma função, desde uma caneta ou uma maçaneta de porta, até um programa de computador. O usuário, ao precisar desempenhar funções em determinada interface, desenvolve um modelo mental. Ao desenvolver uma interface, o designer precisa chegar a um modelo mental igual ao que o usuário irá desenvolver, pois somente assim o design será bem-sucedido (NORMAN, 2006). Segundo Norman (2006), é importante levar em conta certas padronizações, pois mudar algo que já está enraizado exige muito do usuário. Por exemplo, projetar um carro em que a aceleração é feita por uma alavanca acionada pela mão, ao invés de um pedal, exigirá que o usuário suprima o conhecimento de que a aceleração é feita por meio de pedais. Isso pode ser desgastante e estressante. O público idoso não aceita novas informações tão facilmente, por isso, quando se projeta algo para este público, é ideal que se tenha em mente aspectos “enraizados”. Por exemplo, se
o objetivo é fazer o redesign de um baralho de cartas, não se pode fazer algo totalmente diferente do que o público está acostumado, pois demandará muito esforço para que reaprendam e suprimam informações que já estejam assimiladas. Isso causa desgaste mental e faz com que os idosos se cansem mais rapidamente. Outras questões de mesma importância devem ser consideradas, como o grid. De acordo com Samara (2008), o objetivo principal do grid é trazer ordem para um layout. Essa ordem é alcançada através da clareza, eficiência, economia e identidade. É graças ao grid, que a informação pode ser organizada mais rapidamente e o leitor pode ter uma relação com a informação mais tranquila. Além disso, o grid estabelece uma linguagem única na hora de organizar a informação, possibilitando que vários designers possam trabalhar juntos, sem que haja divergências na hora de organizar a informação. Um grid consiste num conjunto específico de relações de alinhamento que funcionam como guias para a distribuição dos elementos num formato. Todo grid possui as mesmas partes básicas, por mais complexo que seja. Cada parte desempenha uma função específica; as partes podem ser combinadas segundo a necessidade, ou omitidas da estrutura geral a critério do designer, conforme elas atendam ou não às exigências informativas do conteúdo (SAMARA, 2008, p.24). A tipografia tem muita relevância neste projeto, pois o público idoso apresentou dificuldades em diferenciar os números
6 e 9. Por isso, para o redesign das cartas do baralho, se faz necessária a utilização de uma tipografia com significativas diferenças entre estes dois números. Muitas vezes, os números 6 e 9 se apresentam como formas iguais, mas invertidas. Por vezes se faz um arredondamento ligeiramente diferente no bojo destes números, pois há uma preferência que o bojo do número “6” seja maior que o do “9”. (CHENG, 2006). Todos os tipos, além de atuarem em conjunto para transmitir uma mensagem, também estão carregados de poder simbólico. Por exemplo, dependendo do tipo de fonte utilizada, pode-se criar uma “aura” em que a mensagem se envolve. Um caso característico é o uso da fonte no estilo caligráfico em convites, geralmente para adicionar uma aura de rebuscamento à mensagem. (CHENG, 2006). O contraste é elemento essencial do redesign das cartas para idosos, pois como se trata de um público que muitas vezes tem problemas de visão, é preciso usar composições com um bom contraste. De acordo com Gomes (2000), o contraste pode ser estabelecido através da utilização de elementos como cor, luz e tonalidade. É importante que a superfície das cartas não cause reflexo. Lopes (2009) explica que superfícies muito reflexivas, como as metálicas, causam ofuscamento e, por conta disso, causam desconforto. Principalmente quando o usuário manipula o objeto por um longo período.
Resultados da pesquisa Público Alvo A história de cada indivíduo é influenciada pelo contexto social em que a pessoa viveu, resultando em experiências diferentes. Portanto, a senilidade pode ser interpretada e vivenciada de formas diferentes. Debert (1999, p.182) define instituto de longa permanência como sendo “O lugar de companhia da finalidade cronológica” e diz que, ir para o uma casa dessas, significa “ter a garantia de uma velhice assistida até o fim da vida, sem dar trabalho aos parentes”. Em pesquisa de campo realizada com os idosos do Espaço Girassol para a 3ª idade, um instituto de longa permanência, fundado por Tais Buckup, localizado em São Paulo, no bairro de Cidade Dutra, pode-se verificar, através de uma série de entrevistas e observações no local, tendo como objeto de estudo o baralho internacional de cartas, que os idosos possuem dificuldades quanto a leitura de caracteres muito pequenos e assimilação de conteúdo. As figuras presentes nas cartas da Dama e do Rei (Q e K), ajudam a identificar o nome da carta, enquanto que a figura do Valete (J) causou confusões por ser parecida com a figura do Rei. Os números 6 e 9, por serem similares em sua forma, são facilmente confundidos. Também foi observado que, quando há um número muito grande de cartas na mão (acima de dez), começam a ser
visíveis as dificuldades em organizar e segurar as cartas. Cartas muito finas são difíceis de serem manuseadas na mesa. Por outro lado, a maleabilidade das cartas é importante na hora de auxiliar com que sejam pegas. O público idoso apresenta alta dificuldade na hora de assimilar informações novas ou de se desprender de símbolos e costumes que já estão enraizados. Em geral, não gostam de pensar muito para jogar, pois sentem-se satisfeitos com o simples ato de se distrair ou passar o tempo. Por isso, é recomendável que os produtos destinados a este público não sejam muito complicados e que se busque aplicar ao projeto conhecimentos já adquiridos. Em decorrência da dificuldade de enxergar de perto e de focalizar pequenos detalhes, observou-se que os idosos têm preferência por desenhos mais simples. Portanto, os baralhos que continham desenhos com muitos detalhes em seu verso, sofreram certa desaprovação, principalmente pelos idosos que tinham o sentido da visão mais comprometido, relatando que não conseguiam enxergar o desenho. Com relação aos naipes, não houve problemas para reconhecê-los, porém a quantidade de vezes que aparecem na mesma carta mostrou-se desnecessária para este tipo de público, pois os naipes aparecem uma vez em baixo de cada caractere, e na região central da carta se repetem com equivalência ao número representado na carta. Por exemplo, na carta “dez”, os naipes irão se repetir 12 vezes: 10 na região central e uma vez em baixo de cada numeral.
Não houve dificuldade quanto a diferenciação das cores vermelho e preto com fundo em branco, mostrando que esta é uma boa opção para os idosos, apresentando um grau de contraste satisfatório. Isso pode ser constatado em Color News (1989 apud TILLEY, 2005, p.39). “[...] fica mais difícil de distinguir as cores verde, azul e violeta. ” E no fragmento abaixo: Considerando que o contraste está relacionado à acuidade visual, é interessante buscar composições que possam gerar o efeito da intensificação do contraste. Um experimento citado em PEREIRA (2000), demonstrou que a acuidade visual é superior no caso em que há maior contraste entre figura e fundo, a exemplo de figuras brancas sobre fundos pretos e figuras pretas sobre fundos brancos (LOPES, 2009, p.5).
Requisitos para o projeto Tipos de baralho “Baralho brasileiro”
Figura 1 – “Baralho brasileiro” Este baralho foi lançado em 2008 como um baralho comemorativo dos 200 anos da chegada da família imperial Portuguesa, projetado por Alvaro Guillermo e Meire Vibiano. O interessante nestas cartas é que são mais estreitas e com cantos bem arredondados, facilitando a organização de um grande número de cartas nas mãos. Este tipo de baralho facilita jogar jogos como o buraco, onde normalmente o jogador fica com um grande número de cartas nas mãos. A parte central da carta é ocupada por desenhos de coroas reais que remetem a época da família imperial no Brasil. A forma dos naipes foi redesenhada de uma maneira que imita gestos feitos a mão livre, que de acordo com os autores traz uma aproximação com o caráter de descontração do ato de jogar cartas.
Baralho “Alien”
Figura 2 – “ Baralho Alien” Feito em comemoração ao famoso personagem do filme “Alien vs Predador” contendo ilustrações do alien nos estágios de evolução mostrados no filme. Os naipes foram desenvolvidos seguindo um estilo “futurista” característico do filme, onde arabescos são os elementos mais evidentes. As ilustrações são muito bem elaboradas e são o elemento principal do baralho, porém no quesito jogabilidade, deixa um pouco a desejar, pois as figuras não estabelecem nenhuma ligação com as cartas em si (dama, rei, valete). Além disso a tipografia utilizada está em um tamanho pequeno e estreito, podendo causar dificuldades de reconhecimento para pessoas com problemas de visão.
“Invisible cards”
Figura 3 – “Invisible cards” (Ás, Dama e Rei) Estas cartas foram projetadas com parte transparente, feitas em pvc a prova de água. O baralho é composto de 52 cartas, mais dois curingas. As partes que mostram o naipe e o tipo de carta são delimitadas por circunferências. Feitas por Pieter Wouldt, designer que trabalhou para a MTV. Sem a referência do índice das cartas, as ilustrações são difíceis de serem reconhecidas, pois elementos enraizados do design de cartas de baralho não foram considerados. Além disso, o caráter transparente das cartas pode causar interferências do meio externo nas cartas.
“Baralho 139 braile e naipe extra gigante vermelho.”
Figura 4 – “Baralho 139 braile e naipe extra gigante vermelho” (Ás, Dama e rei). Desenvolvido pela Copag, tendo como público alvo pessoas com deficiência visual, possui naipes e numerais grandes, além do sistema braile impresso em relevo nas cartas. Feito em cartão couché e deslize aveludado para tornar a experiência tátil mais agradável. As figuras aparecem em tamanho menor do que o normal, deixando evidente que o principal neste baralho é a funcionalidade. Entretanto, a ocupação total da área de impressão compromete a legibilidade.
Baralho 139, análise geométrica. Segundo informa o site da Copag, as cartas podem ser impressas pela empresa em papel cartão couché standard 270g, cartão couché 290 – 139, papel cartão 275g – 157 e pvc standard. Podendo usar de 1 a 4 cores quando o método é serigrafia e 1 a 7 cores quando o método é offset. Geralmente os baralhos da Copag são compostos de 52 cartas + 2 curingas e 1 carta garantia, totalizando 55 cartas por baralho. Os baralhos de cartas podem ser encontrados em dois principais tamanhos, o “Bridge Size” medindo 57 x 89 mm e o “Poker Size” medindo 63 x 88 mm. Em algumas cartas do baralho 139 da Copag, nota-se a quantidade de naipes na carta “10”, o que se mostrou desnecessário para este tipo de público. O Curinga, representado por uma taça com arabescos, é difícil de se enxergar, principalmente para os idosos com problemas de visão. As ilustrações das cartas Valete, Dama e Rei possuem muitos pequenos detalhes e o Valete e Rei são muito parecidos. Todos estes elementos dificultam a relação dos idosos com o baralho de cartas.
A margem de respiro das cartas é de 0,3 cm, os naipes aparecem embaixo dos caracteres a uma distância de 0,3 cm, sendo que a área de mancha gráfica dos caracteres corresponde a um retângulo de 0,6 x 1,2cm, a dos naipes corresponde a um retângulo de 1,0 x 1,3cm.
Figura 5 – Baralho 139 Copag
Figura 7 – Caracteres do baralho 139 Copag Com relação aos caracteres é interessante citar que são fáceis de se identificar, mas poderiam ser feitas melhorias pensando-se no público alvo, com relação a legibilidade e mudanças nas formas do “6 e 9”, pois houve confusões relacionadas a estes dois caracteres por terem formas parecidas. Figura 6 – Análise geométrica carta do baralho 139 Copag
Estudos de concepção
Abaixo, a análise geométrica do naipe de espadas. É interessante notar que a construção é formada por curvas contínuas.
Figura 8 – Análise geométrica naipe Espadas Figura 9 – Análise geométrica naipe Espadas
Primeiros esboços
Para o redesign das cartas de baralho optei por desenvolver uma tipografia composta por várias formas arredondadas e fácil de ser vista por pessoas com dificuldades de enxergar. Além disso, são visíveis as diferenças entre os caracteres “6” e “9” para facilitar na diferenciação.
Figura10 - Caracteres das cartas (Ás – 10).
Para o Curinga optei por escrever a palavra “Joker” para facilitar na identificação da carta.
Figura11 - Caracteres das cartas (Curinga, Valete, Dama e Rei).
Abaixo foram feitos alguns aprimoramentos nos esboços dos caracteres, simplificando as formas o máximo possível. É importante citar que foram eliminadas as terminações arredondadas dos caracteres, para que as formas se tornem mais simples.
Figura 12 – Caracteres do baralho (segundo esboço).
Abaixo a terceira série de esboços dos caracteres. É importante citar que foram desenvolvidas formas mais parecidas com o desenho original do baralho, pois é preciso levar em conta elementos enraizados do Design da Copag. Com o objetivo de melhorar a legibilidade foram feitas alterações sutis de arredondamento das formas dos caracteres, além da mudança no “9” para que se diferencie do “6”, tomando o cuidado para que não pareça um caractere que não pertença a esta família tipográfica.
As figuras nas cartas foram feitas com menos elementos abstratos, que dificultavam a identificação das cartas, e os pequenos detalhes foram retirados, para que os idosos com dificuldades de enxergar não se cansassem tentando identificar o desenho. Por fim, buscou-se adicionar mais realismo as figuras.
Figura 13 – Caracteres do baralho (terceiro esboço).
Figura 14 – Cartas do baralho (Curinga, Valete, Dama e Rei).
Figura 15 – Dama (segundo esboço). Figura 16 – Valete (segundo esboço). Figura 17 – Rei (segundo esboço). Figura 18 – Curinga (segundo esboço).
Desenvolvimento do projeto
Formato e Dimensões
R1.03
O público-alvo não encontrou dificuldade de manuseio em função do tamanho da carta e por esse motivo foi mantido. Entretanto, na pesquisa de campo pode-se perceber que os idosos embaralham as cartas encaixando umas às outras, como mostra a figura 19. Sendo a curvatura dos cantos da carta, o contato de entrada do embaralhamento, optou-se com o objetivo de facilitar esse processo um arredondamento maior desses cantos. Observe a figura 20.
R3.87
R0.40
Figura 19- Público-Alvo embaralhando cartas.
Figura 20- Arredondamento dos cantos
Tipografia O público não apresentou nenhum problema na identificação das letras e números da tipografia da carta, exeto nos números 6 e 9. Em pesquisa de campo realizada no Espaço Girassol para a 3ª idade, Dona Aparecida Aleide (70 anos) relatou: “As cartas 6 e 9 podem causar confusão por terem formas parecidas”. Como alternativa foi constrída uma haste alongada no número nove para diferenciá-lo do número seis, como mostra a figura 21. Os cantos arredondados são elementos facilitadores para que o cérebro processe a informação, dando a sensação de continuidade, enquanto que cantos pontiagudos dão a sensação de quebra.(LABORDE, 2011). Por esta razão foram feitos arredondamentos nos cantos de toda a tipografia utilizada no baralho 139 da Copag, como exemplo temos a figura 22, que mostra as alterações feitas no Rei “K”.
Figura 21 - Construção geométrica do número nove.
Figura 22 - Alterações de arredondamento realizadas no caractere “K” do baralho 139 Copag.
Naipes
Não houve dúvidas quanto a identificação dos naipe pelo usuário. Entretanto os naipes foram redesenhados a fim de ocuparem espaços equivalentes na diagramação da carta, além de formarem uma família mais harmoniosa. Manteve-se as cores preto e vermelho, pois além de serem tradicionais, oferecem um bom contraste. Os naipes de paus, espadas e copas foram desenhados usando-se curvas contínuas. Na figura 23 é possível observar os conceitos referentes a posições relativas entre duas circunferências: Secantes: se tocam em 2 pontos formando uma corda em comum e a soma dos raios é maior que a distância entre seus centros. Tangência: duas circunferências são tangentes quando se tocam em um único ponto, ou seja, tem um ponto em comum. A soma dos raios é igual a distância entre seus centros quando se trata de tangencia externa. Na tangência interna a distância entre seus centros é a diferença entre os raios.
Paus
Copas
Espadas
Ouros
Tangente interna
Tangente externa
Secante
Figura 23 - Construção geométrica dos naipes.
2.0741
2.0742
2.0742
2.0743
Diagramação A quantidade de vezes que aparecem os naipes no centro da carta mostrou-se desnecessária, como disse Dona Tânia Maria de Santana (61 anos) “Não sei por quê os naipes aparecem tantas vezes”. Optou-se, portanto, reduzir a um único naipe inspirado no Ás, ganhando assim o espaço necessário para aumentar a área que ocupa a informação no canto superior esquerdo, que de fato é utilizado para que o público alvo identifique a carta. Na figura 24 temos um exemplo de carta do baralho 139 Copag, com a área mais importante sinalizada.
A figura 25 mostra que as cartas deixaram de ter espelhamento horizontal e passaram a ser espelhadas diagonalmente. Dessa forma, é possivel se fazer um aproveitamento maior da área central da carta, aumentando o tamanho dos caracteres e dos naipes, para que o público alvo que apresentou dificuldade de visualização possa identificar a carta com mais facilidade.
Na área central da carta, os naipes são apresentados cortados verticalmente pela metade, isso permite que as formas sejam apresentadas em um tamanho maior sem que o entendimento seja comprometido. Em uma situação real de jogo, as cartas são sobrepostas umas pelas outras, portanto representar os naipes dessa forma é suficiente para que possam ser identificados. Além disso o espelhamento do naipe dá legibilidade a carta não importando o lado que esteja para cima.
Importante
Figura 26 - Representação dos naipes na área central da carta.
Desnecessário
Figura 24 - Carta “5 de paus” baralho 139 da Copag.
Figura 25 - Geometria do baralho 139 Copag e do redesign.
Figura 27 - Sobreposição das cartas em uma situação real de jogo.
Verso da carta e curinga
O público idoso apresenta difficuldades em diferenciar os pequenos detalhes presentes em arabescos, por isso, é necessária a utilização de elementos em tamanho maior e com alto grau de contraste. Em pesquisa de campo realizada no Espaço Girassol para a 3ª Idade, Dona Tânia Maria de Santana (61 anos), relatou a respeito do verso das cartas do baralho 139 da Copag “Estes desenhos com muitos detalhes são difíceis de enxergar, seria melhor se fosse algo maior e mais simples, sem tantos detalhes”. Para o verso da carta colocou-se a marca do Espaco Girassol, uma vez que o kit do baralho será um presente de boas vindas aos idosos que se matricularem, além de ofertar para os já residentes. O curinga no baralho 139 é representado por uma taça. Para que o redesign não se desvincule totalmente do produto original, foi mantida a utilização da taça, retirando-se os arabescos. Apesar de ser uma linguagem diferente, optou-se por fazer a taça em modelagem 3D para que o curinga se torne o destaque do baralho.
Figura 28-Verso da carta, baralho 139 Copag.
Figura 29- Verso da carta do redesign.
Figura 30- Curinga do baralho 139 Copag e redesign.
Figuras Segundo a senhora Tânia Maria de Santana (61 anos) relatou: “As figuras Valete, Dama e Rei são muito parecidas, além disso tem detalhes que não entendo”. No Baralho 139 Copag, as figuras apresentam pequenas diferenças. Estas diferenças não foram percebidas pelo público-Alvo. É interessante notar que as figuras do Valete aparecem 2 vezes de perfil e 2 de frente, segurando objetos diferentes, como machado, espada e outros dois não identificados.As figuras do Rei também aparecem de 1 vez de perfil e 3 vezes de frente, são muito parecidas com o Valete e seguram predominantemente espadas. A Dama aparece sempre de frente segurando uma flor. As vestimentas de todas as figuras possuem textura quase abstrata. Para que o público alvo possa diferenciar as figuras com mais facilidade é preciso estabelecer unidade entre elas, principalmente entre Rei e Valete. Portanto, o Rei foi desenhado com uma aparência mais austera e experiente, enquanto que o Valete manteve fisionomia mais jovem. Para contribuir na diferenciação destas duas figuras o Rei aparece de frente e o Valete de Perfil. A Dama ganhou uma aparência mais nobre. Assim como a repetição desnecessária dos naipes no centro da carta foi eliminada, as vestimentas das figuras também foram, pois todos os detalhes pequenos não contribuem para que o público-alvo identifique com clareza a vestimenta e por isso se deu foco no rosto das figuras. Entre os elementos que aparecem sendo seguros pelas figuras é preciso que sejam claramente diferentes, portanto, o Rei foi desenhado junto com uma espada, o Valete com um machado e a Dama com uma flor.
Figura 31- Valete, Dama e Rei do baralho 139 Copag e redesign.
As cartas Na figura 32 ĂŠ possĂvel observar o conjunto completo das cartas do redesign juntamente com o verso.
Figura 32- Conjunto completo de cartas do redesign.
Memorial Descritivo
Projeto Gráfico Características físicas do produto:
Tipo de impresso: Kit para a prática de jogos de baralho. O Kit é composto por uma caixa contendo dois baralhos de cartas, um bloco de notas e duas divisórias contendo lápis.
Do Baralho: Dimensões: 89mm x 57mm. Tipo de papel e gramatura: Alto Alvura 240g. Nùmero de cores/ escala utilizada para impressão: 4x1 escala CMYK. Processo de impressão indicado: Offset. Acabamento gráfico utilizado: Laminação fosca, refile com corte a laser. Da caixa:
Tema do projeto: Redesign das cartas de baralho para idosos residentes em institutos de longa permanência. Público-Alvo: Perfil demográfico: Idosos moradores de institutos de longa permanência.
Dimensões fechada: Tampa: 200mm x 168mm, Fundo: 199mm x 165mm. Formato aberto: Tampa: 243mm x 211mm, Fundo: 237mm x 206mm. Processo de impressão indicado: Offset. Acabamento: Refile. Padrão cromático: 4x0 escala CMYK. Tipo de papel e gramatura: Papel cartão duplex 240g.
Do suporte: Dimensões fechado: Fundo: 195mm x 36mm Faca 2: 191mm x 16mm. Dimensões aberto: Fundo: 236mm x 76mm Faca 2: 227mm x 57mm. Tipo de papel e gramatura: Papel cartão triplex 240g.
Pré-impressão para o baralho e para a caixa: Softwares utilizados para editoração: Adobe Indesign. Softwares utilizados para manipulação de imagens e criação de ilustrações: Adobe Photoshop, Adobe Illustrator e Rhinoceros. Extenções de imagens: JPEG. Funções da embalagem: Funcão principal: Acomodar dois suportes para cartas, dois baralhos de cartas, um bloco de notas e quatro lápis.
Acabamento Neste tipo de processo a máquina realiza a leitura de um arquivo .dxf com a localização de todas as bordas que deverão ser cortadas. O papel impresso é posicionado e ajustado na área de corte e o laser realiza todo o processo automaticamente.
As cartas foram cortadas em máquina de corte a laser a fim de obter a máxima precisão. Utilizou-se potência baixa do laser para que o papel não adquira marcas de queimadura e fita adesiva para proteger as bordas e a arte das cartas.
Figura 33- Procésso de corte a laser do conjunto de cartas do redesign.
Documentação do Projeto
Kit
Pensando no melhor aproveitamento do produto, foi desenvolvido um kit contendo dois baralhos completos, bloco de notas e dois suportes com lápis, para que seja distribuido dentro do lar de idosos e incentive a prática de jogos com cartas entre os residentes.
Figura 34 - Mockup em 3D da embalagem e seu conteudo.
Embalagem A embalagem é composta por duas facas que se encaixam. Na frente é possível ver a marca da Copag acompanhada do termo “Melhor Idade”, deixando claro que os produtos contidos nesta embalagem foram pensados para o público idoso. Na parte de trás temos informações referentes ao Espaço Girassol para a 3ª Idade. 21.10 20.60
16.80
20.00
Figura 35 - Faca da embalagem
23.70
19.90
24.30
16.50
Figura 36- Arte da embalagem.
Figura 37- Mockup em 3D da embalagem
Figura 40- Faca do suporte
Suporte 7.60
Para auxiliar o público alvo na manipulação das cartas, os suportes que contém os lápis servem também como suportes para acomodar as cartas que porventura não caibam na mão. As cartas podem ser fixadas nas três divisórias existentes no suporte. O suporte é composto por três facas que se encaixam, característica essêncial para que ganhe a sustentação e o peso necessário para manter-se firme enquanto comporta as cartas de baralho.
5.70
3.60
Figura 39- Mockup em 3D do suporte com as cartas
18.41
Figura 41- Mockup em 3D do suporte com lápis
23.60
Figura 38- Mockup em 3D do suporte
19.50
22.70
1.60
O baralho
Figura 42- Mockup em 3D do lápis personalizado, juntamente com o bloco de notas
Figura 43- Mockup em 3D do verso da carta
Figura 44- Mockup em 3D de uma situação real de jogo
Testes de Campo Nas imagens dos testes de campo com o novo baralho, é visível que as mudanças realizadas contribuiram para facilitar a relação dos usuários com o baralho de cartas.
Foi relatado pelos usuários, numa situação de jogo, a total facilidade para identificar as cartas, seja pelo aumento do tamanho dos elementos ou pela disposição. Também pode se perceber que o fato do acabamento ser em laminação fosca evitou os reflexos na superfície da carta.
Abaixo temos a embalagem sendo utilizada para acomodar o kit de jogo e ao lado as cartas sendo dispostas em sequência na mesa.
Ao lado é possível ver o público-alvo embaralhando as cartas e como o arredondamento dos cantos tornou esta tarefa mais fácil.
Podem ser vistas as divisórias da embalagem sendo utilizadas como suporte para as cartas. Figura 45- Testes de campo feitos no Espaço Girassol.
Considerações finais O baralho 139 da Copag é um produto que está presente no mercado a muitos anos e que é adotado como referência no mundo todo, fato este que mostra ser indiscutível o sucesso deste baralho de cartas. Ao realizar o redesign do baralho 139, não quero dizer que ele não seja bom, porém quando pensamos nas necessidades do público idoso, podem ser feitas intervenções para que este baralho atenda melhor este público específico. Para este trabalho foi realizada uma extensa pesquisa teórica e de campo, para perceber quais são as necessidades do público-alvo e desenvolver um produto que realmente atenda seu propósito. No decorrer desta pesquisa foi concluido que, além de melhorias nas cartas, foi necessário a criação de um kit de auxílio para a prática de jogos com cartas, kit esse que engloba dois baralhos completos, divisórias para lápis que podem ser utilizadas como suporte para cartas, bloco de notas e lápis. Ao final da pesquisa, foram feitos testes de campo com o novo baralho, sendo visível a melhora da relação do público-alvo com o produto, o que indica ser esta a solução que melhor os atende e os incentiva à prática de jogos de mesa. Após presenciar o sucesso do novo baralho de cartas com o público-alvo, Taís Buckup sócia e administradora do Espaço Girassol mostrou-se interessada em adquirir alguns exemplares do kit para disponibilizar permanentemente aos residentes da casa.
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Figura Nome 1 “Baralho brasileiro”(maisgrupo.com.br/blog). 2 “Baralho Alien” (blogdebrinquedo.com.br). 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
p. 29 30
“Invisible cards” (plunderguide.com invisible -playing-cards). Figura 4 “Baralho 139 braile e naipe extra gigante vermelho” (copag.com.br). Baralho 139 Copag (digitalização do baralho 139 Copag). Análise geométrica carta do baralho 139 Copag. Autoria própria. Caracteres do baralho 139 Copag. Vetorização feita com base no modelo 139. Análise geométrica naipe Espadas. Autoria própria. Análise geométrica naipe Espadas. Autoria própria.
31
Caracteres das cartas (Ás - 10). Autoria própria. Caracteres das cartas (Curinga, Valete, Dama e Rei). Autoria própria. Caracteres do baralho (segundo esboço). Autoria própria. Caracteres do baralho (terceiro esboço). Autoria própria. Caracteres do baralho (Curinga, Valete, Dama e Rei). Autoria própria. Figura 15 Dama (segundo esboço). Autoria própria. Valete (segundo esboço). Autoria própria.
37 38
32 34 34 35 36 36
39 40 41 42 42
17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35
Rei (segundo esboço). Autoria própria. Curinga (segundo esboço). Autoria própria. Público-Alvo embaralhando cartas. Arredondamento dos cantos. Autoria própria Construção geométrica do número nove. Autoria Própria. Alterações de arredondamento realizadas no caractere “K” do baralho 139 Copag. Autoria Própria. Construção geométrica dos naipes. Autoria Própria. Carta “5 de paus” baralho 139 da Copag. Geometria do baralho 139 Copag e do redesign. Representação dos naipes da área central das cartas.
42 42 43 43 45
Sobreposição das cartas em uma situação real de jogo. Autoria Própria. Verso da carta, baralho 139 Copag. Verso da carta do redesign. Autoria Própria. Curinga do baralho 139 Copag e redesign. Valete, Dama e Rei do baralho 139 Copag e redesign.
49
Conjunto completo de cartas do redesign. Autoria Própria. Processo de corte a laser do conjunto de cartas do redesign. Mockup em 3D da embalagem e seu conteudo. Autoria Própria. Faca da embalagem. Autoria Própria.
55
45 47 49 49 49
51 51 51 53
59 61 63
36 37 38 39 40 41 42 43 44 45
Arte da embalagem. Mockup em 3D da embalagem. Autoria Própria. Mockup em 3D do suporte. Autoria Própria. Mockup em 3D do suporte com as cartas. Autoria Própria. Faca do suporte. Autoria Própria Mockup em 3D do suporte com lápis. Autoria Própria. Mockup em 3D do lápis personalizado, juntamente com o bloco de notas. Autoria Própria. Mockup em 3D do verso da carta. Autoria Própria.
63 63 65 65
Mockup em 3D de uma situação real de jogo. Autoria Própria. Testes de campo feitos no Espaço Girassol.
67
65 65 67 67
69
Anexos Questionários Entrevista com Tais Buckup 1- Nome? Tais de Souza Buckup 2- Idade? 41 anos 3- Como surgiu o Espaço Girassol? Em função de minha avó, que necessitou de um espaço para ser cuidada, eu busquei um local de referência para atendê-la. Conhecendo melhor as pessoas que dirigiam o local, eu conheci a pessoa que atualmente é minha sócia. Posteriormente, esta pessoa me incentivou a montar meu próprio centro para a 3ª idade. 4-Como foi a escolha do nome do local? Eu não gosto do termo “asilo”, por achar ser muito pejorativo e gostava muito do termo “girassol”, mesmo este podendo se referir a um cemitério. O girassol é uma flor que precisa do sol, e os idosos também precisam do sol para a vida. Portanto, achei ser uma boa combinação a utilização das palavras “espaço” e “girassol”.
5-Por que as idosas do Espaço Girassol sempre estão em movimento? Ou seja, por que você não gosta de deixá-las paradas? O fato dos lares para a terceira idade que eu conheci não terem atividades direcionadas aos idosos, me incomodou muito. Não acho que ficar parado é ideal para o estágio final da vida, além disso, o ócio contribui para o aparecimento de doenças, enquanto que as atividades proporcionam novas experiências aos idosos. 6-Como é a rotina dos idosos no Espaço Girassol? Eu ofereço uma rotina regrada, pois ter um horário para cada coisa é importante, tanto para a criança como para o idoso. Portanto, as 5:30 h os idosos acordam, tomam banho, tomam água e comem uma fruta. Depois é a hora do café da manhã e lanche, ou seja, eles se alimentam de 3 em 3 horas. Depois do almoço todos são incentivados a utilizar o banheiro e a escovar os dentes (três vezes por dia). Das 14:00 h as 15:00 h tem sempre uma atividade, e depois as idosas que preferem dormir vão para a cama e as outras assistem à novela. De final de semana os idosos podem ficar no Espaço Girassol e receber a visita da família e da igreja, ou também podem ir para a casa dos familiares. 7-O que é oferecido em termos de estímulos lúdicos aos idosos? Aula de artes com material reciclável, desenhos, argila (pois é ideal para os idosos, já que absorve as inflamações), música, hora do conto, educação física trabalhando a coordenação motora e me-
mória, comida saudável e com pouco sal. Para mim os estímulos são importantes principalmente porque também irão auxiliar para que a “passagem” dos idosos seja menos dolorosa. 8-Eles têm atividades relacionadas ao jogo de cartas? Não, por necessitar de uma equipe de pelo menos uma pessoa para cada dois idosos para auxiliar com as regras, e no momento, não temos esta equipe. 9-Por que você escolheu que esta casa acolhesse somente o público feminino? A minha sócia também tinha uma casa feminina, e mista não é uma boa opção, pois os homens e as mulheres apresentam necessidades diferentes nesta fase da vida. O meu sonho é ter um prédio com uma ala para cada gênero. 10-Os idosos que residem no Espaço Girassol possuem alguma necessidade especial? Somente a carência de ter um contato verdadeiro com as pessoas, olho no olho, alguém que verdadeiramente escute eles. 11-Você deixa um baralho de cartas disponível para que os idosos possam jogar entre si? Hoje não tenho baralho, pois foi perdido, mas quando o tinha, oferecia a elas sem horário definido e percebia que até jogavam, mas se cansavam rápido ou acredito que não achavam uma par-
ceria a altura. Essas, eu acredito, sejam as maiores dificuldades. 12-Quando você tentou trazer a atividade de jogar cartas para o Espaço Girassol, quais foram exatamente os obstáculos enfrentados, e os problemas enxergados por você nas cartas de baralho? Acredito que preciso de um trabalho de incentivo e até ensino para que voltem a usar, e posso ver isso com as estagiárias de psicologia. Mas para isso quero aguardar o seu projeto, talvez esse novo formato de baralho facilite todo esse trabalho com elas. Entrevista com os idosos: 1-Nome? Aparecida Aleide Feliciano 2-Idade? 70 anos 3-Joga baralho a quanto tempo? Muito tempo, minha família sempre teve o hábito de passar o tempo jogando cartas. 4-Quais são os jogos de cartas favoritos? Paciência e Buraco, também jogo paciência no computador. Gos-
to de jogar simplesmente para passar o tempo, não procuro pensar muito nas jogadas. 5-Enxerga bem os números das cartas em suas mãos? Sim, porém, as cartas 6 e 9 podem causar confusão por terem formas parecidas. 6-Enxerga bem as cartas na mesa? Sim 7-Já percebeu ou contou quantas vezes aparece o naipe nas cartas? Não, não sei porque os naipes aparecem tantas vezes, acho desnecessário. 8-Fica reparando a parte de trás das cartas? Não, mas acho o desenho agradável, não tenho nada contra. 9-É difícil segurar e organizar as cartas nas mãos? Não, mas as cartas são muito finas, poderiam ter uma grossura um pouco maior. 10-É fácil identificar as figuras presentes nas cartas? Sim, não tenho problemas para identificá-las.
11-Quais as dificuldades que você encontra ao utilizar o baralho de cartas para jogar? Cartas muito finas, confusão com formas parecidas (6 e 9), quantidade de elementos desnecessários (os naipes aparecem muito). Sugiro identificar o Valete, Dama e Rei com palavras nas cartas. 12-Com quantos colegas você costuma jogar ao mesmo tempo? De 4 a 6 pessoas. 13-O espaço da mesa utilizada é adequado? Sim. 1-Nome? Tânia Maria de Santana. 2-Idade? 61 anos. 3-Joga baralho a quanto tempo? Não tenho experiência com jogos de cartas 4-Quais são os jogos de cartas favoritos? Não possuo.
5-Enxerga bem os números das cartas em suas mãos? Os números enxergo. 6-Enxerga bem as cartas na mesa? Por usar óculos tenho dificuldade com pequenos detalhes, principalmente no verso das cartas e nas figuras com muitos detalhes. 7-Já percebeu ou contou quantas vezes aparece o naipe nas cartas? Não, não sei por quê os naipes aparecem tantas vezes. 8-Fica reparando a parte de trás das cartas? Estes desenhos com muitos detalhes são difíceis de enxergar, seria melhor se fosse algo maior e mais simples, sem tantos detalhes. 9-É difícil segurar e organizar as cartas nas mãos? Não. 10-É fácil identificar as figuras presentes nas cartas? Não muito, as figuras valete, dama e rei são muito parecidas, além disso tem detalhes que não intendo. 11-Quais as dificuldades que você encontra ao utilizar o baralho de cartas para jogar? Além de detalhes difíceis de se enxergar, sugiro que os caracteres apareçam centralizados em cima e em baixo.
12-Com quantos colegas você costuma jogar ao mesmo tempo? Nenhum. 13-O espaço da mesa utilizada é adequado? Sim. 1-Nome? Herondina Maria Silveira Lund 2-Idade? Não disse. 3-Joga a quanto tempo? Não sei dizer ao certo, mas sempre tive o hábito de jogar cartas com a família, mas como um simples passatempo. 4-Quais são os jogos de cartas favoritos? Buraco. 5-Enxerga bem os números das cartas em suas mãos? Sim 6-Enxerga bem as cartas na mesa? Sim, mas não sei porque utilizaram estas cores
7-Já percebeu ou contou quantas vezes aparece o naipe nas cartas? Não sei, mas aparecem muito, acho que não é necessário. Também não sei por que eles são representados desta forma mas considero-os agradáveis a meu ver. 8-Fica reparando a parte de trás das cartas? Consigo enxergar os desenhos na parte de trás da carta, não me causam embaralhamento na vista 9-É difícil segurar e organizar as cartas nas mãos? As cartas são “lisinhas” e fáceis de pegar, acho que a maleabilidade é suficiente, os cantos arredondados e a firmeza da carta não machuca a pele. 10-É fácil identificar as figuras presentes nas cartas? As figuras ajudam a lembrar qual o nome das cartas, mas no valete, dama e rei é um pouco difícil por serem figuras parecidas 11-Quais as dificuldades que você encontra ao utilizar o baralho de cartas para jogar? Não tenho dificuldades em organizar as cartas na mão, porém os números 6 e 9 podem confundir, assim como as figuras no valete, dama e rei por serem parecidas. O tamanho dos caracteres é satisfatório e o preto e o vermelho são fáceis de diferenciar
12-Com quantos colegas você costuma jogar ao mesmo tempo? De 2 a 4 pessoas. 13-O espaço da mesa utilizada é adequado? Sim.
CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO
Pietro Claudio Gentile Junior
Redesign das cartas de baralho para idosos residentes em institutos de longa permanência.
São Paulo 2016