Kit Habitat - Para Criação de Formigas Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário Senac, como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Design com linha específica em Design Gráfico.
por Rodrigo Parreira Garcia
São Paulo 2019
Elaborada pelo sistema de geração automática de ficha catalográfica do Centro Universitário Senac São Paulo com dados fornecidos pelo autor(a)
Garcia Rodrigo
Kit Habitat - Para Criação de Formigas / Rodrigo Garcia - São Paulo (SP), 2019. 70 f.: il. color.
Orientador(a): Myrna de Arruda Nascimento
Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Design Gráfico) - Centro Universitário Senac, São Paulo, 2019. 1.Hobby 2.Coleção 3.Formiga 4.Kit 5.Editorial 6.Design I. Nascimento, Myrna (Orient.) II. De Luca, Adriano (Orient.) III.Palhares, Marcos (Orient.) IV. Título
Agradecimentos Quero agradecer a minha orientadora Myrna Nascimento, ao professor Adriano de Lucca e ao professor Marcos Palhares e a todos que puderam contribuir com o desenvolvimento deste projeto.
Resumo Neste trabalho de conclusão de curso estudamos as áreas do saber da arquivologia, biblioteconomia, museologia e mirmecologia para definirmos o ato de colecionar e a maneira em que ela se organiza, além de coletarmos informações a respeito da biologia das formigas que julgamos necessárias para compreender o hobby de criação de formigas. Através destas informações, será produzido um kit com estruturas modulares, utensílios e um guia para hobbistas e entusiastas deste hobby. Palavras Chave: Hobby, Coleção, Formiga, Kit, Editorial, Design
Abstract In this term paper we studied the areas of knowledge of archivology, library science, museology and myrmecology to define the collecting act and the way it is organized, in addition to collect information about the biology of the ants that we deem necessary for understanding the ant keeping hobby. Through this informations, a kit will be produced with modular structures, tools and a guide for hobbyists and hobby enthusiasts Keywords: Hobby, Collection, Ant, Kit, Editorial, Design
Sumário
Introdução....................................................................................................................... 8 Objetivo......................................................................................................................... 11 Justificativa.................................................................................................................. 12 Procedimentos Metodológicos...................................................................................... 12 1 - Coleção e Hobby.................................................................................................................. 16 2 - Formiga e Formigueiro........................................................................................................ 24 2.1 Dieta............................................................................................................................... 24 2.1.1 Dieta com frutas, produtos animais e derivados.............................................. 24 2.1.2 Dieta artificial...................................................................................................... 26 2.2 Ciclo de Vida de uma colônia....................................................................................... 26 3. Arquitetura de um Formigueiro............................................................................................ 32 3.1 Estratégias de Construção........................................................................................... 33 4 - O “Ambiente artificial”.......................................................................................................... 38 4.1 - Materiais...................................................................................................................... 38 4.2 - Sistema........................................................................................................................ 40 4.3 Comparações................................................................................................................ 42 4.4. Estruturas semelhantes............................................................................................... 42 5. Atributos do Produto............................................................................................................ 48 5.1 Marca............................................................................................................................. 48 5.1.1 Aplicações........................................................................................................... 49 5.1.2 Redução............................................................................................................... 49 5.1.3 Área de Não Interferência . ................................................................................ 50 5.2. Guia............................................................................................................................... 52 5.2.1. Impressão da Capa............................................................................................ 53 5.2.2. Impressão do Miolo........................................................................................... 53 5.2.3. Processo de Impressão..................................................................................... 53 5.3. Habitat.......................................................................................................................... 53 5.3.1 Estudos Volumétricos......................................................................................... 54 5.3.2 Produção............................................................................................................. 55 5.4 Utensílios....................................................................................................................... 55 5.5 Embalagem.................................................................................................................... 56 5.5.1 Faca da Embalagem Primaria............................................................................ 58 5.5.2 Impressão............................................................................................................ 59 Considerações Finais.................................................................................................... 59 Lista de Imagens........................................................................................................... 62 Referências Bibliográficas ............................................................................................ 68
Introdução Este trabalho de conclusão de curso pretende criar um kit habitat para o hobby de criação de formigas com a finalidade de desenvolver estruturas, contendo um sistema modular de ninhos e áreas de alimentação para a fácil manutenção da colônia a longo prazo, e um guia para colecionadores contendo informações e imagens para o hobbista iniciantes ou veteranos com a intenção de divulgar o hobby e atender à demanda destes usuários, por informações de fontes seguras.
Retrospecto Desde criança tenho interesse por formigas e sempre quis criá-las em um ambiente fechado, com num aquário com peixes, mas nunca tive essa possibilidade. Até achava que era impossível conseguir colecioná-las, mas em 2015 eu vi um vídeo de um youtuber (Ants Canada) que criava formigas como hobby e que também vendia formigueiros e áreas de alimentação com decoração para outros hobbistas. Como nessa época eu não tinha como comprar um produto importado do Canadá, eu procurei por alternativas mais baratas como formigueiros de acrílico (Figura 01) em lojas online e tentei fazer os meus próprios com bloco celular e acetato (Figura 02), e com isso, aprendi a montá-los de maneira simples.
Fig. 01 - Formigueiro de acrílico com área de alimentação e ninho em uma única peça.
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Fig. 02 - Formigueiro feito em bloco celular para melhor dissipação da água para umedecer o formigueiro.
De modo geral, a comunidade brasileira de hobbistas possui pouca informação a respeito das formigas, e diversas informações erradas são disseminadas, portanto o hobby pode ser frustrante quando a colônia se depara com algum tipo de problema. Parte deste problema é dado pela falta de informação documentada a respeito do hobby em canais de fácil acesso e pelo fato de que muitos dos objetos do hobby são improvisados ou não possuem o escopo ideal para sua função. Isso torna os formigueiros vendidos pela internet ou feitos em casa pouco proveitosos e com uma vida útil muito baixa para uma colônia em crescimento. Com esse problema estrutural o espaço no qual a colônia está inserida torna-se uma rede de pequenas caixas conectadas por tubos de vinil e com isso o manejo do hobbista sobre o espaço da colônia se torna limitado e pouco proveitoso. (Figura 03)
Um formigueiro pode ser montado de diversas formas e sua estrutura pode variar dependendo de cada abordagem, mas duas seções são essenciais para poder apreciar o formigueiro da maneira mais prazerosa, sendo a primeira o ninho e a segunda a área de alimentação ou arena. O ninho deve conter uma área com acesso à umidade e outra área sem acesso, para que as formigas possam regular a umidade do corpo e, dependendo da espécie, armazenar sua comida sem a presença de mofo, como é possível observar na figura 04, onde a parte mais escura do interior possui uma rede de plástico que deixa a umidade do substrato, colocada em um recipiente abaixo do ninho, passar para a parte interna do formigueiro umedecendo apenas uma metade do ninho.
Fig. 03 - Coleção pouco estruturada de uma colônia de Fig. 04 - É possível observar uma tela de plástico que formigas com diversas conexões feitas por tubos de vinil. permite a troca de umidade com um substrato hidrófilo.
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A área de alimentação (Figura 05) deve ser um local com pouca umidade para o alimento não estragar e as formigas não formarem um ninho no mesmo. A área de alimentação deve possuir ventilação e pode ser fechada ou com uma barreira física ou química para que elas não consigam sair. No capítulo 1 será descrito como a coleção surgiu a partir do momento que o “domínio” dos objetos manufaturados foram substituídos por objetos industrializados com a mesma funcionalidade, como a coleção contemporânea, criada com objetos de desejo, se define e se organiza, citando diversos exemplos e sua distinção além de suas semelhanças com a coleção científica e de “seres vivos”. No capítulo 2 será mostrado de maneira objetiva conhecimentos necessário da biologia das formigas, como dieta, exemplificando os tipos de dieta, além do ciclo de vida do formigueiro, mostrando os diferentes estágios de vida de uma colônia, para facilitar manutenção e acesso a informações de fontes seguras para hobbistas e entusiastas do assunto.
Fig. 05 - Área de alimentação com uma decoração de plástico e pedras e com um substrato rígido para evitar mofo e que as formigas formem um ninho dentro da área de alimentação.
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No capítulo 3 iremos descrever a arquitetura do formigueiro apresentando exemplos de formigueiros complexos e simples, além de apresentarmos as estratégias de construção dos ninhos utilizados por diversas formigas na natureza utilizando diferentes substratos. No capítulo 4 irá apresentar materiais e estruturas usadas no hobby e em hobbies semelhantes para melhor entendimento de suas características e aplicações para melhor comparação e seleção dos atributos a serem contemplados para a criação do produto. No capítulo 5 serão apresentados os atributos a serem contemplados para o produto definindo o sistema e os materiais mais adequados para a confecção das estruturas e utensílios úteis para o mesmo. As demais etapas necessárias para conclusão do produto, tais como estudos volumétricos, estudos de aparência e funcionalidade, além de experimentações com materiais para propor hipóteses para construção do objeto de colecionador, serão desenvolvidas durante o TCC 2. Esta primeira parte do TCC conclui-se com uma lista das imagens utilizadas na pesquisa, e a menção às referências bibliográficas.
Objetivo Geral O objetivo deste projeto de TCC é desenvolver um kit de iniciação para o hobby de criação de formiga com uma estrutura adequada, e propor um guia com as informações necessárias para o hobbista iniciante ou veterano adquirir noções básicas sobre formigas e formigueiros e ter contato com fontes úteis para esta atividade.
Objetivos Específicos I. Pesquisar e analisar estruturas adequadas para a criação de formigas II. Levantar materiais adequados para tais estruturas. III. Levantar informações a respeito de coleções e hobbies exemplificando e descrevendo suas semelhanças. IV. Levantar informações úteis para hobbistas sobre como criar formigas para facilitar a manutenção de uma colônia a longo prazo. Kit Habitat | 11
Justificativa A comunidade brasileira de hobbistas que criam formigas têm dificuldade em encontrar dados e orientações. Muitas informações trocadas entre hobbistas não condizem com a realidade, portanto, o hobby pode ser frustrante quando a colônia se depara com algum tipo de problema. Parte deste problema é dado pela falta de informação documentada a respeito do hobby em canais de fácil acesso, e pelo fato de muitos dos objetos do hobby serem improvisados ou não possuírem o escopo ideal para sua função. Isso torna os formigueiros vendidos pela internet ou feitos em casa pouco proveitosos e com uma vida útil muito breve, para uma colônia em crescimento. Com o crescimento do interesse pelo hobby de formigas, (pouco disseminado no Brasil, e porque muitas lojas relacionadas ao tema se encontrarem fora do país), este trabalho de conclusão de curso propõe oferecer ao hobbista um kit mínimo para fundar e criar uma colônia. Este kit consiste em: um ninho de fundação de colônia; um ninho de tamanho médio; ferramentas úteis; como pinças e seringas; e duas áreas de forrageamento e alimentação e guia contendo informações como dietas, como identificar um gênero de formiga, estruturas de ninhos e fontes úteis para hobbistas.
Procedimentos Metodológicos
Para a confecção deste projeto foi feita uma análise bibliográfica de artigos e livros dos assuntos tratados no projeto, como coleção e hobby e biologia das formigas, além de uma análise de diversas estruturas e materiais utilizados na criação de formigas e de outras coleções para a categorização dos sistemas e estruturas utilizados. Com tais informações foi possível fazer uma comparação entre os ninhos, áreas de alimentação e ambientes definitivos existentes para a escolha dos atributos que o projeto deverá contemplar.
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01 Coleção e Hobby Tipos de coleções e tipos de colecionadores
Capítulo 1 - Coleção e Hobby “Colecionar é muito mais que um hábito simples e individual. É uma das raízes empíricas que construíram o mundo contemporâneo” (SOUZA, 2009, apud HOLANDA, OLIVEIRA, MACIEL 2016, p.2). Desde o século XIX, com o aumento da produção industrial de diversos objetos, o “domínio” de produtos manufaturados foi alterado para os industrializados. As coleções começaram a surgir, graças a produção de objetos com a mesma funcionalidade, tendo como tema ou motivo objetos de desejo, muitos deles sendo decorativos ou obsoletos. Um objeto de uma coleção contemporânea é parte de uma organização mais ou menos complexa de elementos relacionados de maneira que o sentido dado a ele na coleção faz com que o colecionador reviva o seu sentimento de posse sobre o ato de colecionar. A coleção é, então, um conjunto de elementos para os quais o indivíduo dá forma e sentido. Um exemplo curioso da atividade colecionadora é o Pavilhão Chinês, situado em Lisboa, fundado em 1900 por Luís Pinto Coelho, que iniciou sua coleção por influência de sua sogra e se tornou um colecionador e negociador de objetos antigos. Este lugar turístico da capital portuguesa é um bar restaurante ambientado com coleções e objetos que datam do século XVIII a XX e estão dispostos em vitrines e estantes nas cinco salas do local e ordenados por tipo de objeto e tamanho. Além disso, as estantes ou vitrines são escolhidas especialmente para exibir determinado tipo de objeto (Figura 07): Algumas verticais, outras horizontais e o próprio espaço (paredes e teto) recebem outros grupos de objetos distribuídos conforme as características materiais que apresentam, como por exemplo as miniaturas de aviões penduradas no teto (Figura 06) representando uma característica básica dos objetos é o voo, algumas dessas miniaturas de aviões ainda apresentam uma disposição onde o avião não está pendurado horizontalmente mas em posições rotacionadas para simular uma manobra. A forma com que o colecionador ordenou as peças dá sentido e apresenta o ambiente como se fosse em uma época passada, resumindo objetos produzidos em grandes quantidades e obsoletos trazendo uma visão idealizada daquilo que o objeto representa para aquele tempo.
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Fig. 06 - Imagem dos aviões pendurados no teto do pavilhão chinês em Lisboa em um de seus ambientes. Cada avião está rotacionado de maneira diferente sendo suportado por múltiplos fios transparentes. A coleção em si não possui um critério de organização, mas sim um critério de forma para que se assemelhe com o voo de um avião real.
Fig. 07 - Na imagem podemos ver que a coleção de chapéus militares é organizada segundo o critério de origem (de qual país o chapéu é oriundo). Assim, elmos militares, chapéus de infantaria soviética e outros semelhantes aparecem no Pavilhão Chinês em Lisboa em uma estante com manequins e outros suportes.
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Outros exemplos de coleções, também se organizam em especialmente confeccionadas para esta funcionalidade, como podemos ver, a coleção de Alex Mamed (Figura 08) possui uma grande variedade de vídeo games antigos que estão dispostos em prateleiras e ponto de vendas da época. A organização usada nesta coleção, diferente da organização do pavilhão chinês, é mais Fig 08. - Na imagem vemos a coleção de Alex Mamed linear e horizontal sem apresentar mudanças onde os jogos estão dispostos de maneira que os condrásticas no layout. soles estão em ordem de lançamento e por modelo. As coleções de selo nas imagens abaixo foram criadas por Luiz António Parreira (avô materno do autor) que, para adquirir os selos nacionais, comprava o edital do correio no primeiro dia de lançamento e para os selos de outros países dirigia-se à banca de jornal próxima a sua casa onde eram vendidos individualmente. A coleção de Luiz António consiste em três livros onde um tem selos Brasileiros e os outros dois têm selos estrangeiros, onde a divisão é feita por um papel recortado com o nome do país de origem de cada selo.
Fig. 09 e 10 - Coleção de selos de diversos países da europa separados a cada uma ou duas colunas no livro.
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Nas imagens anteriores, as coleções são dispostas de maneira que o colecionador possa se organizar e dispor os seus objetos colecionados em ordem cronológicas ou com outros critérios para exibir ou ter ciência da sua própria coleção. Observamos que nas figuras 07, 09 e 10 que a disposição por país de origem também é muito comum porque o distanciamento geográfico do objeto da coleção confere a ela um caráter mais exótico e excepcional. No entanto, é preciso ter em pensamento que, antes de tudo, colecionar faz parte da base histórica das ciências. Assim, as coleções de formigas (Figura 11), como amostra, ou de colônias, são parte da base da história da mirmecologia¹. A partir do século XVII com o surgimento das academias, a forma de se colecionar sofre uma alteração no seu sentido. Segundo BLOM (2003, p. 145, apud RENAULT 2015, p. 5) as formas de tratar o mundo material através do ato de colecionar, tomou uma abordagem mais metódica e especializada, onde se coleciona aquilo que é apropriado para nota. Surgiu então uma divisão disciplinar onde desenvolveu uma classificação racional e descritiva da natureza e da arte. Segundo RENAULT (2015) este ato colecionador foi de extrema importância para as ciências da época e de outras que surgiriam a partir do século XIX e XX.
Fig.11 - Foto de especies de formigas conservadas em uma coleção de museu.
1 - Mirmecologia: Ciência do estudo específico da formiga (do grego, myrmex referente a formiga, eko referente a ecosistema, ambiente, logos tratado + ia)
Fig. 12 - Foto de espécies de diferentes plantas e frutos conservador na coleção de um jardim botânico.
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No caso de uma coleção com “seres vivos”, o colecionador deve ter uma noção dos hábitos, habitats e dieta do “ser vivo”, e do ambiente que simule de alguma forma o habitat natural e os parâmetros que possibilitam que o “ser vivo” habite o lugar, caso deseje construí-lo (Figura 13 e 14). Por exemplo, a imagem 13 é de um colecionador hobbista e aquarista, usuário da rede social Reddit1, que possui quatro aquários com faunas diferentes em cada ambiente. Neste cenário os parâmetros específicos da água como pH2 e ciclo do nitrogênio3 são monitorados e controlados pelo hobbista a fim de manter a saúde dos animais inseridos nesse espaço. A imagem seguinte é de uma coleção de formigas localizada na Austrália cujo dono da coleção é fundador de uma loja de objetos e utensílios para a criação de formigas. Os diversos métodos de criação de ambientes são usados e compartilhados para facilitar o hobby para pessoas que utilizam o produto vendido pelo colecionador. 1 - Reddit: rede social que utilizam um método de
Fig 13. - Na imagem vemos quatro aquários funcionais construídos pelo hobbista considerando o que seria adequado para a fauna criada pelo usuário.
voto positivo e negativo para mostrar relevância das postagens feitas no site 2 - pH: Porcentagem hidrogenada - No aquarismo o Fig 14. - Na imagem vemos diversas áreas de criação controle do pH é usado para a compatibilidade de de formigas, sendo cada uma dessas áreas preparadas certas espécies de peixes para o aquário. O pH com um padrão. Na estante da direita vemos métodos alto indica água alcalina e o pH baixo água ácida. simples onde os ambientes são simples e com baixa 3 - Ciclo do Nitrogênio: Se consiste na mudança da semelhança com o habitat natural. Na estante da amônia, gerada por matéria orgânica, para nitrato e esquerda vemos métodos mais naturais onde o nitrito, tais substâncias são consideradas tóxicas a ambiente possui uma semelhança com a natureza. peixes e são retiradas com trocas parciais de água. 20 | Volume Teórico
Ter uma colônia de formigas como hobby, muda o conceito base deste tipo de coleção e a do meio científico e de seu objetivo inicial. De acordo com RENAULT (2015) a coleção fora do meio científico é considerada um hobby, já que serve para o hobbista passar o tempo e descansar de tensões cotidianas. Segundo RENAULT (2015) o acesso à informação através da internet para os hobbies contemporâneos, é um dos principais recursos de hobbistas, pois a disseminação de eventos relacionados ao hobby é divulgada de maneira mais abrangente permeando diversos canais de comunicação, unindo pessoas com coleções e hobbies diferentes para troca e venda de objetos e informações a respeito do mesmo. A internet também age como um facilitador para o hobbista encontrar informações de maneira mais descontraída como em blogs e canais no YouTube, como Ants Canada4 (Youtube e loja virtual) e GamerGate5 (Blog de notícia relacionada o hobbistas de criação de formigas). Existe o hobbista “connaisseur”, mais tradicional, que escolhe a dedo elementos para a sua coleção, pensando na disposição que este elemento terá e onde ficará exibido. O conhecimento sobre os elementos selecionados dá sentido à sua coleção, e revela seu comportamento de um colecionador hobbista. Um colecionador menos tradicional pode optar por coletar e colecionar um maior número de elementos sem utilizar de critérios de categorização dos mesmos, fazendo disso uma atividade consumista (na qual o desejo de possuir é maior do que a curiosidade sobre a diversidade de elementos), o que o transforma em“coletor”6 e tira da sua coleção a associação hobby.
4 - www.youtube.com/user/AntsCanada; www.antscanada.com; 5 - www.gamergate.com.au 6 - Coletor: Aquele que reúne elementos para realizar um sentimento de posse.
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02 Formiga e o Formigueiro A alimentação e a vida de uma formiga
Capítulo 2 - Formiga e Formigueiro Como pretendemos desenvolver um kit e guia com informações e estruturas úteis para o hobbista neste capítulo vamos abordar conhecimentos técnicos da biologia das formigas, levantando informações sobre a dieta e o ciclo de vida do formigueiro para a facilidade da manutenção da colônia a longo prazo. Entendemos que estas informações são fundamentais para os hobbistas.
2.1 Dieta A dieta das formigas é em sua maioria generalista e onívora (Figura 15) podendo ter constituída por diversos tipos de alimentos. Há exceções como as formigas fungívoras (Figura 16) que se alimentam de um fungo com o qual as formigas possuem uma relação simbiótica: elas levam alimento para o fungo e em troca o fungo serve como alimento para suas larvas e como ninho para a colônia. Insetos, isopoda, pequenos lagartos, frutas caídas e outros alimentos fazem parte da dieta das formigas, cuja Fig 15. - Formiga onívora com predominância herbívora a base é carboidratos, gorduras, proteínas, vita- carregando carcaça de um Corixidae para alimentação. minas e minerais. Muito se fala sobre dieta de formigas entre hobbistas e pesquisadores então, concluiu-se que existem dois métodos funcionais de alimentação de colônias: através de alimentos naturais como frutas e insetos; e através de uma “ração” artificial preparada.
2.1.1 Dieta com frutas, produtos animais e derivados Muitos pesquisadores nutrem suas colônias com diversos alimentos como frango, frutas e insetos. Alguns pesquisadores como Fielde Fig 16. - Formiga fungívora carregando uma folha corta(1904), Andrews (1937) e Forrest (1962) suge- da para o ninho para nutrir o fungo em seu formigueiro. 24 | Volume Teórico
rem uma diversidade maior de alimentos como mel, melado, banana, maçã, noz moída e larvas de insetos, minhocas, pão misturado com mel, geleia, gema de ovo e larvas de formigas. No contexto do hobby muitos hobbistas tendem a criar Tenébrio molitor, barata red runner (Blatta lateralis ou Shelfordella lateralis) e outros insetos usados para alimentação de animais exóticos, dando a colônia uma alimentação baseada em frutas e certas verduras e fornecendo a colônia de acordo com a sua necessidade. Para uma dieta com produtos sem nenhum tipo de preparo é importante classificar os tipos de alimentação que as formigas apresentam na natureza, para garantir uma melhor escolha do alimento oferecido.
Fig 17. - Formiga coletando honeydew de pulgões.
Formigas com hábitos arbóreos, como do gênero Crematogaster e Camponotus, se alimentam principalmente de material vegetal sem abandonar alimentos de origem animal como artrópodes, isópodes e outros insetos, conforme indicado o estudo de HASHIMOTO, YAMANE e ITIOKA (1997 pg.6-8), além de néctar extrafloral e substâncias secretadas por pulgões como honeydew (Figura 17). Formigas com hábitos terrestres, como a do gênero Diacamma e Odontomachus, tendem a coletar frutas caídas, honeydew, néctar extrafloral Fig 18 - Formiga coletando néctar extrafloral de plande plantas (Figura 18), além de uma grande va- ta. Muitas plantas exercem uma relação simbiótica riedade de invertebrados e outros animais como com formigas, pois as formigas protegem as planlagartas e besouros (BRANDÃO, 2015 p. 145-161). tas de pragas em troca de seu néctar extrafloral. Formiga e o Formigueiro | 25
2.1.2 Dieta artificial Bhatkar e Whitcomb (1970) apresentaram estudos sobre uma dieta baseada em ágar para o crescimento de diversas colônias de formigas, de diferentes gêneros e espécies. Essa dieta consiste em uma mistura de 5g de ágar, 500ml de água, um ovo de galinha, 62ml de mel e uma cápsula de vitaminas e minerais. O ágar é misturado com 250ml de água, que deve ser previamente fervida e resfriada a temperatura ambiente. A cápsula deve ser misturada com mel, 250ml de água e o ovo e tudo é batido no liquidificador com velocidade alta por 3 minutos e misturado com o ágar preparado anteriormente. Depois coloca-se em formas e espera-se solidificar. Deve-se deixar no refrigerador e cortar pedaços de 2 cm quadrados na hora da alimentação da colônia. No estudo de Bhatkar e Whitcomb (1970) apenas as formigas da espécie Prenolepsis imparis e Lasius neoniger não foram capazes de maturar a colônia e produzir alados para reprodução. As formigas dos gêneros Odontomachus, Pogonomyrmex, Pheidole, Crematogaster, Monomorium, Solenopsis, Cyphomyrmex, Iridomyrmex, Conomyrma, Camponotus, Formica, Pseudomyrmex, Aphaenogaster, Leptothorax, Paratrechina, Hypoponera, Neivamyrmex, Trachymyrmex, tiveram sucesso para a produção de alados. Com esse resultado foi possível observar que formigas que se alimentam de fungo, como as formigas do gênero Trachymyrmex, também foram capazes de produzir alados sem o consumo direto da comida artificial, mas usando o alimento como substrato para o crescimento do fundo dentro do formigueiro. Além de conhecer bem a dieta do tipo de formiga que se pretende criar, é necessário também conhecer como se processa o ciclo de vida e reprodução de uma colônia na natureza, já que certas fases do ciclo de vida em uma colônia indica uma boa saúde do mesmo.
2.2 Ciclo de Vida de uma colônia O ciclo de vida de uma colônia de formigas pode variar de acordo com a espécie ou gênero de formiga, como no caso de formigas gamergate ou formigas ergatoides. Portanto descreveremos o ciclo de vida de uma colônia genérica com comentários a respeito de variações desse modelo. De maneira geral o desenvolvimento de uma colônia se baseia em: Fundação, crescimento vegetativo (aumento da população (Figura 19)), fase reprodutiva e 26 | Volume Teórico
produção de alados, morte da rainha e declínio da população. Uma colônia pode repetir fases desse ciclo diversas vezes durante a sua vida, e em alguns casos uma rainha pode ser substituída caso a colônia tenha um comportamento poligínico7. Uma colônia de formigas é fundada normalmente quando uma rainha recém fecundada Fig. 19 - Formigas operárias cuidando um amontado de larvas que se tornarão pupas. O aumento por um ou mais machos após a sua saída da “colônia mãe’’, seleciona um local apropriado repentino de larvas em um formigueiro remete a um para cavar uma pequena câmara com suas crescimento veloz da colônia. mandíbulas e patas. Nesta câmara, a rainha fará a postura dos primeiros ovos (Figura 20) e após o nascimento das primeiras larvas, em alguns casos a rainha sai de sua câmara e procura alimentos para suas larvas, como no caso das formigas do gênero Pachycondyla. Após o estágio de pupa e a eclosão das primeiras operárias (Figura 21), elas passam a sair do formigueiro em busca de alimento. Até então Fig. 20 - Formiga rainha cuidando de seus primeiros a rainha teria retirado energia apenas da degraovos no período de fundação da colônia em um dação metabólica dos músculos de suas asas. ninho criado em laboratório. Fundada a colônia, a próxima etapa deve ser o crescimento exponencial de sua população, como visto na figura 19 que se inicia quando o aumento considerável de larvas comparado ao número de formigas adultas acontece; assim o papel da rainha neste momento é, principalmente, botar ovos para o crescimento da colônia. Esse período pode 7 - Poligínico: Formigas que aceitam mais de uma rainha em seu formigueiro.
Fig. 21 - Imagem do ciclo de vida completo de uma formiga, onde podemos observar o estágio de larva, duas pupas e uma operaria adulta
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durar alguns meses ou alguns anos, e o fim desta fase termina quando a população está pronta para a produção de alados para o período reprodutivo, durante o voo nupcial, que ocorre normalmente em dias quentes após a chuva em ambientes no hemisfério sul. Na fase reprodutiva os recursos da colônia são direcionados para a alimentação de larvas, que crescem mais que o comum, e se tornam reprodutores alados, machos e rainhas, sendo os machos fruto de uma reprodução assexuada (haplodiploide). Com o direcionamento dos recursos da colônia focado para o crescimento de alados reprodutores, muitas vezes a colônia diminui em biomassa após o período de reprodução, voltando ao ciclo de crescimento. Após o voo nupcial (Figura 22) os machos que fecundaram morrem e as rainhas recém fecundadas formam outras colônias e o ciclo se reinicia. (Tabela 1)
População
Reprodução
Crescimento
Fig. 22 - Imagem de um enxame gerado por alados reprodutores de formigas para reprodução e fundação de novas colônias. Reprodução
Crescimento
Morte da Rainha
Fundação Tempo População total do formigueiro População total de alados reprodutores Tabela 1 - Representação esquemática do ciclo de vida de uma colônia de formigas demonstrando a população ao longo de sua fundação, crescimento, reprodução e morte da rainha.
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03 Arquitetura de um Formigueiro Tipos de ninhos e estratégias de construção
3. Arquitetura de um Formigueiro A arquitetura de um formigueiro possui uma construção focada em uma variação favorável de temperatura e umidade, além de servir como proteção para prole, alados reprodutores e rainha. As formigas separam seus ninhos em câmaras onde, normalmente, os imaturos, ovos, larvas e pupas, são colocados em ordem de desenvolvimento (DELABIE 2015). A relação da formiga com o seu ninho varia de acordo com a espécie, tendo formigas que constroem ninhos complexos e profundos, e formigas que montam o seu ninho de maneira simples em um tronco caído ou abaixo de uma raiz. Após uma análise feita entre o estudo de DELABIE (2015) e RONQUE (2013) concluímos que os ninhos se classificam em dois tipos: Os ninhos simples e os ninhos complexos. Um ninho simples possui pouco “investimento” dos subsídios da colônia para manutenção e construção, contendo um número reduzido de câmaras sem apresentar uma organização estrutural e facilidade para guardar alimentos. Tem uma vida útil muito baixa, pois a colônia se muda após um curto período de tempo, como no caso da formiga Pristomyrmex pungens, que muda de ninho em média a cada 15 dias. Nos ninhos complexos, existe um “investimento” maior de energia para a sua construção. Estes ninhos possuem diversas entradas e saídas de ventilação (Figura 23), e são montados em locais mais estratégicos de maneira que o formigueiro possa ter uma vida útil mais longa, como no caso das formigas do gênero Atta e Camponotus. Visto de forma ampliada o ninho complexo nos mostra uma estrutura criada por formigas do 32 | Volume Teórico
Fig. 23 - Túneis de ventilação feitas por formigas do gênero Atta.
gênero Atta que se utiliza de uma relação simbiótica com um fungo para criar a estrutura interna de câmaras, além de servir como alimento a formigas adultas e prole da colônia (Figura 24).
3.1 Estratégias de Construção Diversas espécies de formigas possuem métodos e formas diferentes de construir o seu ninho, mas dependendo das condições climáticas e geográficas em que a colônia se encontra, outras formas “não convencionais” são usadas, o que gera uma grande va- Fig. 24 - Estrutura complexa de um ninho das formigas riedade de ninhos. De acordo com CARBO- do gênero Atta. No caso dessas formigas os ninhos são NELL (2004), os tipos de ninhos construídos montados dentro de câmaras e os túneis são formados pelas formigas, independente de sua com- pelo fungo que é usado como alimento para a colônia. plexidade pode ser definido como, arbóreos, subterrâneos e superficiais. Os ninhos arbóreos são todos aqueles que de alguma forma estão ligados a uma planta e que não possuem contato com o solo. Estes ninhos podem possuir características complexas e simples, utilizando folhas como estrutura ou a parte interna de um galho ou tronco. As formigas do gênero Oecophylla são um exemplo de formigas que utilizam folhas para montar o seu ninho, com a ajuda da seda criada pelas larvas, a formiga une as folhas formando uma câmara que serve como ninho (Figura 25). Existem casos em que são utilizados estruturas específicas de plantas como ninho. No caso das formigas Pseudomyrmex, a colônia opta por montar seu
Fig. 25 - Pequeno ninho formado por uma colônia de formigas do gênero Oecophylla onde é possível observar a seda, área branca da folha, utilizada pelas formigas para a criação do ninho.
Arquitetura de um Formigueiro | 33
ninho em plantas com o caule ou tronco oco ou, em alguns casos, as operárias abrem espaço dentro do tronco para montar a suas câmaras para a sua prole e operárias (Figura 26 e 27). A forma mais comum de um ninho de formiga é o subterrâneo. Esse tipo de ninho pode apresentar uma construção complexa e uma construção mais simples onde o nível de complexidade reflete a profundidade e vida útil para a colônia. Em casos extremos como o da formiga Atta em que o ninho pode ter mais de 10 metros de largura e 4 metros de profundidade contendo um alto nível de complexidade social e estrutural, de acordo com CARBONELL (2004), as câmaras mais profundas chegam a um nível próximo ao do lençol freático, para garantir a umidade necessária para a colônia e para o crescimento do fungo que lhe serve de alimento. Os ninhos superficiais são menos comuns, mas estão presentes nas colônias de formigas com baixo e alto desenvolvimento social. Normalmente são feitos em áreas com cavidades ou rachaduras que as formigas possam usar como ninho, e possuem uma complexidade baixa e uma vida útil muito curta, sendo abandonados rapidamente pela colônia. Em casos raros como as formigas do gênero Eciton, as operárias usam o próprio corpo contra o espaço negativo de um tronco ou raiz para montar uma câmara para proteção da rainha e dos ovos e larvas (Figura 28 e 29).
Fig. 26 - Formigas do gênero Pseudomyrmex protegendo a entrada de seu ninho em um espinho de uma Acácia.
34 | Volume Teórico
Fig. 27 - Espinho oco de acácia cortado revelando um ninho de Pseudomyrmex.
Fig 29 - Formigas Eciton usando as pernas como estrutura para a construção de seu ninho.
Fig 28 - Formigas do gênero Eciton, usando o corpo como ninho em um espaço negativo de uma raiz.
Arquitetura de um Formigueiro | 35
04 O “Ambiente Artificial” Materiais, sistemas, comparações de estruturas usadas no hobby e por pesquisadores
4 - O “Ambiente artificial” Há uma grande diferença entre a forma como um hobbista molda o ninho e a estrutura criada por um pesquisador para observar a colônia. No caso do hobbista a representação de um ambiente artificial, seja esse, decorativo, semelhante ou não ao nicho natural da formiga (Figura 31 e 32), é baseado no pensamento de viabilidade, do ambiente representado, através de suas noções prévias do assunto. Os pesquisadores, menos interessados nos aspectos decorativos e as suas semelhanças ao ambiente natural, estão mais focados em aspectos funcionais e de fácil manutenção para seu estudo (Figura 30). Como podemos observar nas imagens anteriormente, existem diversas abordagens para a forma que o ambiente no qual a formiga é inserida pode ser moldado, essa mudança de forma se caracteriza pela relação do indivíduo com a maneira que ele observa a sua colônia. Podemos observar, ainda, diferentes métodos de criação e fundação de colônias, como na forma de ninho ou ninho junto de uma área de forrageamento; um terrário que simula um nicho como a formiga encontraria na natureza; e um ninho com uma configuração em tubos. Esses métodos são frequentemente utilizados por hobbistas.
4.1 - Materiais Materiais como plástico, vidro, acrílico e cimento celular são amplamente utilizados no hobby para construção dos ambientes de suas colônias. Cada material possui praticidades e características específicas, como absorção de umidade, facilidade para vedação, fácil manuseio, peso e outras funcionalidades. Nos exemplos abaixo mencionamos cinco sistemas diferentes construídos a partir de materiais como: concreto celular, plastico, acrílico e esponja absorvente. No primeiro exemplo (Figura 33) observamos um ninho de concreto celular produzido com uma máquina de torno e pintado com tinta a base de água para acabamento e maior retenção de umidade. Na Figura 34 é apresentado um ninho feito de plastico injetado onde a umidade é inserida no ambiente através de pequenos furos situados em uma das extremidades do ninho através de um substrato hidrofílico colocado sobre um suporte abaixo do ninho. 38 | Volume Teórico
Fig. 30 - Ninho feito em laboratório usado na Universidade de Illinois. O ninho foi feito com um tubo de ensaio fixado no chão com uma massa de modelar.
Fig 32. - Ambiente criado por um hobbista com dois ninhos conectados por tubos a uma caixa de plástico com tampa que serve como área de alimentação.
Fig 31. - Terrário criado por um hobbista com plantas, substratos e objetos encontrados no habitat natural da formiga, oriunda da Austrália.
Fig 33 - Ninho de concreto celular com tampa de acrílico e esponja absorvente com a parte externa pintada com tinta a base de água. Dimensões 84 x 65 x 38mm.
Fig 34 - Ninho de plástico com suporte inferior para a adição de substrato para a dissipação de umidade e tampa de vidro. Dimensões 203,2 x 203,2 x 25,4mm.
O “Ambiente Artificial” | 39
Nos modelos das figuras 35, 36 e 37 vemos ambientes modulares e definitivos feitos de acrílico e vidro que possuem a característica de área de forrageamento e ninho quando completo com substrato, como por exemplo, terra ou fibra de coco.
4.2 - Sistema Dentro do hobby diversas formas de criar uma colônia são empregados. Algumas consistem em adotar pequenos ambientes conectados por tubos onde cada um desses espaços tem uma função, como por exemplo, ninho, área de forrageamento, área de alimentação, lixo e etc (Figura 40). Outros métodos se consistem em propor grandes espaços que buscam agrupar todas, ou múltiplas, funções em um único ambiente. Para apresentarmos essa diferença analisarmos fotos de diversas coleções e ambientes criados por hobbistas. Na sequência foi possível separar os tipos de ambientes mais usados, sendo o objetivo de cada um a fundação, a criação com expansão modular e a criação com espaço definitivo. A imagem seguinte apresenta um sistema de fundação de colônia composto por um tubo de ensaio e pedaços de algodão hidrófilo, com esse sistema é possível montar um ambiente simples para a rainha iniciar a postura e é amplamente utilizado por hobbistas e por pesquisadores. A figura 39 apresenta um sistema de fundação de uma colônia que possui mais espaço em relação ao sistema da figura 38 e com isso apresenta uma vida útil maior podendo acomodar um maior número de formigas e prole. Esse sistema é mais utilizado por pesquisadores.
Fig 35 - Ninho de acrílico que serve também como uma pequena área de forrageamento. Dimensões: Altura: 101,6mm. Diâmetro: 76,2 mm.
40 | Volume Teórico
Fig. 36 - Área de forrageamento e alimentação de acrílico com espessura de 3mm. Dimensões: 180 x 150 x 170mm
Fig 37 - Terrário de vidro que serve como ambiente definitivo para uma colônia de formigas. Dimensões: 300 x 250 x 400mm.
Fig. 38 - Sistema de fundação convencional onde a formiga rainha é mantida durante a fundação e parte do primeiro período de crescimento da colônia. Este espaço se consiste em um tubo de ensaio separado em duas partes por algodão, na primeira parte há água e na segunda o espaço é usado pela rainha e prole.
Fig. 39 - Colônia pequena de formigas dentro de um pequeno espaço coberto com celofane vermelho. Esse tipo de espaço é usado normalmente para abrigar colônias em crescimento logo após a fundação.
Fig. 40 - Ninhos feitos em plástico em sistema modular onde cada ninho possui uma saída em tubo para uma área de forrageamento e alimentação.
O “Ambiente Artificial” | 41
4.3 Comparações Como podemos ver nas figuras 38 e 39 o sistema para fundação de uma colônia consiste em um pequeno espaço confinado para a rainha e a prole com um polo do espaço contendo umidade e o outro polo sem acesso à umidade, mas servindo também como saída. Normalmente esse sistema é mantido em um local escuro para não haver perturbações no período de fundação, mas no caso do ambiente presente na imagem 39 o celofane vermelho serve para gerar a ilusão de escuridão para as formigas, já que elas são, normalmente, pouco sensíveis à luz vermelha em alta intensidade, e não são sensíveis à luz vermelha em baixa intensidade (Cammaerts 2007).
O ambiente mostrado nas figuras 43 e 44 corresponde a um sistema de espaço definitivo, normalmente voltado para um ambiente mais natural e que traz elementos e características da natureza. Propõe que fiquem aparentes os hábitos naturais das formigas como o de escavação para construção do ninho e, em alguns casos, em que pulgões e colêmbolos estão presentes, também são visíveis simbioses e predação. Normalmente o sistema de paludário possui como característica um corpo de água, que pode ser utilizado como uma barreira física para restringir a saída da colônia sem uma tampa, ou outro material que a formiga não consiga subir (Figura 43).
As imagens 40, 41 e 42 mostram um sistema modular, no qual, independentemente do tamanho da colônia, será possível adicionar ou retirar ambientes para acomodar da maneira mais eficiente. Este sistema possui uma divisão básica de, no mínimo, dois ambientes, sendo estes um ninho e uma área de forrageamento. O ninho é dividido em câmaras para a organização da prole. Parte dessas câmaras constituem a área úmida do ninho, da mesma forma representada no sistema de fundação. A área de forrageamento é onde será disposta a comida e o lixo da colônia. Caso a colônia chegue ao período de reprodução, será neste ambiente que os alados reprodutores tentarão sair da colônia para reprodução.
4.4. Estruturas semelhantes
8 - beecosystem.buzz/shop; Acessado 09/05/2019.
42 | Volume Teórico
Um habitat com um funcionamento muito semelhante ao dos formigueiros modulares é o habitat criado pela BEEcosystem8, que possui um sistema de colmeias modulares para criação caseira de abelhas em ambientes domésticos. A colmeia é montada em paredes e em ambientes internos e externos (Figura 45). As colmeias possuem um sistema de imãs para a sua junção modular e conexão de travas e adaptadores em suas saídas, como é possível observar nas figuras 46 e 47, onde uma grade de metal se prende à parede da colmeia pelos imãs posicionados dentro do habitat.
Um sistema presente na colmeia, que facilita a manutenção e segurança, é o composto pelos adaptadores para tubos que possuem travas de segurança, para serem acionadas caso algum tubo se desprenda (Figura 48). Com esse sistema é possível evitar a saída de abelhas em caso de uma falha humana ou mecânica do produto.
Fig. 41; Fig. 42 - As imagens contêm o mesmo sistema modular onde ambos os ninhos e áreas de forrageamento compartilham da mesma colônia através de uma conexão por tubos, porém os ninhos se encontram em cômodos diferentes da mesma casa, esse sistema surgiu da ideia que as formigas Paratrechina longicornis apresentam comportamento nômade e em alguns casos a colônia possui multiplos ninhos.
Fig. 43 - Paludário criado como o espaço definitivo de uma colônia de formigas e outros animais aquáticos como camarões e peixes de água doce de pequeno porte. Um paludário para formigas se consiste em um espaço de terra profundo, para formação do formigueiro, e um corpo de água para regular a umidade da colonia. O “Ambiente Artificial” | 43
Fig 44 - Terrário criado como espaço definitivo de uma colônia que apresenta diversos tipos de plantas e musgo, além de um castelo em ruínas de plastico usado como objeto decorativo que serviu como recordação de uma colônia da mesma espécie que o hobbista possuía no passado.
Fig. 45 - Colmeias modulares da empresa BEEcosystem instalados em um ambiente externo de uma casa. 44 | Volume Teórico
Fig. 46 e 47 - Funcionamento do sistema de imãs para junção de uma tela de metal para impedir a saída de abelhas para a parte interna de uma casa.
Fig. 48 e 49 - Funcionamento da trava de segurança, onde é possível observar que uma mola faz o movimento necessário para fechar a saída no momento em que o tubo se solta do adaptador. O “Ambiente Artificial” | 45
05 Atributos do Produto Tipos de coleçþes e tipos de colecionadores
5. Atributos do Produto O produto gerado por esse Trabalho de Conclusão de Curso , a partir das informações coletadas, será um kit colecionável com habitat, utensílios e um guia de informações úteis e fundamentais para o hobby, seguidos por uma embalagem que poderá ser utilizada pelo hobbista durante o hobby. O habitat contará com: Uma estrutura modular de ninhos e área de alimentação possibilitando a fácil manutenção, expansão e retirada de detritos e lixo dentro do sistema. O kit contará também com utensílios simples de uso comum para a manutenção do habitat, tais como: Pinças com diferentes formatos e comprimentos e dois pincéis de cerdas macias para a captura de formigas que acabem saindo do sistema. O guia contará com as seguintes informações: Informações sobre como fundar sua colonia, manutenção e tratamentos contra ácaros e fungos parasitas, como expandir a colonia e dieta artificial e natural.
5.1 Marca O conceito criado para o logo foi utilizar a simbologia dos túneis e caminhos orgânicos criados pelas formigas e aplicar a uma fonte com forma linear racional.
Fig. 50 - Rascunho do logo
Fig. 51 - Logotipo em sua versão final 48 | Volume Teórico
5.1.1 Aplicações O logotipo criado a partir do conceito citado anteriormente foi utilizado na embalagem (Figura 53) e na capa do guia (Figura 52).
Guia Para Criação de Formigas
y ta l
s
Rodrigo Parreira Garcia
Fig. 52 - Capa do guia
Fig. 53 - Face frontal da embalagem
5.1.2 Redução Após o teste de redução do logo concluímos que o tamanho mínimo ao qual o logo deve ser aplicado é de 11 cm de altura.
Fig. 54 - Logotipo em sua redução maxima Atributos do Produto | 49
5.1.3 Área de Não Interferência A área de não interferência do logo deve ser uma distância entre a altura de X até a linha ascendente do logotipo como indicado na figura 55.
Linha ascendete Altura de X
Fig. 55 - Logotipo com a área de não interferencia demarcada
5.1.4. Fonte A família tipográfica utilizada no título foi a DM Serif que possui uma variação otimizada para tamanho de corpo maior, DM Serif Display, e uma variação para texto, DM Serif Text, ambas possuem forma em itálico e boa legibilidade durante a aplicação. No texto o tamanho utilizado foi 14,5 pontos com 13,5 pontos de entrelinha utilizando DM Serif Text. 50 | Volume Teórico
No subtítulo foi utilizado a fonte Aller que possui uma boa legibilidade e compatibilidade com a fonte DM Serif Display, utilizada no título. Em suas aplicações foram utilizadas no tamanho 19 pontos com entrelinha 22,8 pontos. Para o texto foi utilizada a família tipográfica Roboto que possui boa legibilidade e um vasto número de pesos como regular, bold, black, light e thin. Na aplicação no texto foram utilizados os pesos regular, bold, itálico e bold itálico com o tamanho de 11 pontos com entrelinha de 13,5 pontos e para as legendas e notas de rodapé foi utilizado a roboto italic com o tamanho de 9,5 pontos com entrelinha de 11,4 pontos.
DM Serif
DM Serif Itálico
Aa Bb Cc Dd Ee Ff Gg Hh Ii Jj Kk Ll Mm Nn Oo Pp Qq Rr Ss Tt Uu Vv Ww Xx Yy Zz
Aa Bb Cc Dd Ee Ff Gg Hh Ii Jj Kk Ll Mm Nn Oo Pp Qq Rr Ss Tt Uu Vv Ww Xx Yy Zz
Aller
Aller Itálico
Aa Bb Cc Dd Ee Ff Gg Hh Ii Jj Kk Ll Aa Bb Cc Dd Ee Ff Gg Hh Ii Jj Kk Ll Mm Nn Oo Pp Qq Rr Ss Tt Uu Vv Ww Mm Nn Oo Pp Qq Rr Ss Tt Uu Vv Ww Xx Yy Zz Xx Yy Zz Roboto Regular
Roboto Bold
Aa Bb Cc Dd Ee Ff Gg Hh Ii Jj Kk Ll Aa Bb Cc Dd Ee Ff Gg Hh Ii Jj Kk Ll Mm Nn Oo Pp Qq Rr Ss Tt Uu Vv Ww Mm Nn Oo Pp Qq Rr Ss Tt Uu Vv Ww Xx Yy Zz Xx Yy Zz Roboto Itálico
Roboto Bold Itálico
Aa Bb Cc Dd Ee Ff Gg Hh Ii Jj Kk Ll Mm Nn Oo Pp Qq Rr Ss Tt Uu Vv Ww Xx Yy Zz
Aa Bb Cc Dd Ee Ff Gg Hh Ii Jj Kk Ll Mm Nn Oo Pp Qq Rr Ss Tt Uu Vv Ww Xx Yy Zz Atributos do Produto | 51
5.2. Guia O guia produzido por este Trabalho de Conclusão de Curso será estruturado de maneira que as informações estejam organizadas da seguinte forma: Primeiramente sera mostrado como fundar sua colonia e como encontrar uma rainha de formiga e depois serão mostradas instruções e recomendações sobre como fazer a manutenção e expansão da colônia, alem de tratamentos contra fungos e ácaros parasitas de formigas. O grid do livro foi composto utilizando 6 colunas com 3 mm de espaçamento com uma grade de linha base de 13,5 pontos que é proporcional a altura da margem. A margem possui o seguinte espaçamento das borda da página: Superior: 14mm; Inferior: 19mm; Interno: 15mm; Externo: 10; Como mostrado na figura 56 e 57. Todas as imagens utilizadas no guia respeitaram as colunas estipuladas no grid com a altura proporcional a grade de linha base da página com a legenda logo abaixo como mostrado na figura 56 e 57.
Fig. 56 e 57 - Grid utilizado guia. 52 | Volume Teórico
5.2.1. Impressão da Capa O formato da capa aberta é de 362 mm de largura por 200mm de altura e seu formato fechado é de 181 mm de largura por 200mm de altura. A capa foi impressa em Papel Duplex 250g/m² e possui apenas uma lâmina que foi impressa com a escala europa sem uso de cores especiais
5.2.2. Impressão do Miolo O formato do miolo aberto é de 360 mm de largura por 200 mm de altura e seu formato fechado é de 180 mm de largura por 200 mm de altura. O miolo foi impresso em papel Off-Set 90g/m² e possui 28 páginas que foi impresso com a escala europa sem uso de cores especiais
5.2.3. Processo de Impressão O processo de impressão utilizado para a impressão do guia foi a impressão digital com uma resolução de 150 LPI.
5.3. Habitat O habitat modular para criação de formigas produzido como proposta, para esse Trabalho de Conclusão de Curso contemplará os itens necessários para facilitar a manutenção e expansão da colônia. O sistema de ambientes modulares foi escolhido pois é um sistema amplamente utilizado por diversos hobbistas e outros produtos do mesmo hobby. Como os produtos das lojas “Ants Canada8 e Ants Australia9, e traz a possibilidade de abrigar colônias de diferentes tamanhos e acompanhar o crescimento da colônia sem a necessidade da troca do habitat. Um dos materiais mais adequados para a fabricação deste habitat seria o concreto celular, também utilizado pela loja Ants Australia, já que suas características específicas facilitam a manutenção da colônia, pois, o concreto celular retém por mais tempo a umidade no ninho, e não há formação de marcas de resíduos criados pelo lixo da colônia, como ocorre nos ninhos da loja Ants Canada. 8 - www.antscanada.com/; Acessado 09/05/2019; 9 - ausants.net/; Acessado 09/05/2019;
Atributos do Produto | 53
Um atributo importante a ser contemplado neste projeto é a trava de segurança criada pela BEEcosystem10, devido a possíveis falhas humanas e mecânicas do manuseio do produto. Sabe-se que esta manipulação do produto pode fazer com que os tubos se soltem do sistema, possibilitando a saída de formigas do habitat, mas, com uma trava de segurança colocada após a saída do ninho, quando for necessário, a saída do ninho poderá ser fechada para impedir possíveis acidentes.
5.3.1 Estudos Volumétricos Após a criação do primeiro modelo 3D do ninho (Figura 58) foi feito um protótipo (Figura 59) para estudar a volumetria do ninho e verificar suas proporções finais, com isso foi decidido que a altura final do ninho seria 18 cm por 22 cm com 7,5 cm de altura e a base que comporta a água (Figura 60) possui as dimensões de 19 cm por 28 cm com 4,5 de altura e a área de alimentação possui as mesma dimensão da base, 19 cm por 28 cm, mas com 30 cm de altura. 10 - beecosystem.buzz/shop; Acessado 09/05/2019.
Fig. 58 - Render 3D do ninho e base 54 | Volume Teórico
Fig. 59 - Modelo do ninho feito em isopor
Fig. 60 - Base do ninho montada
5.3.2 Produção O ninho foi produzido com a maquina de torno CNC (Comando numérico computadorizado) onde o modelo 3D feito anteriormente serviu de base para a operação da maquina
5.4 Utensílios O projeto também conta com utensílios de uso comum para facilitar o manuseio e manutenção da colônia. Esses utensílios são: Tubo de vinil para a conexão dos nichos, pinça alongada e pinça tesoura para o manuseio de alimentos e outros elementos presentes nos nichos e tubo de ensaio para fundação da colônia e disposição de alimentos dentro da área de alimentação. Atributos do Produto | 55
5.5 Embalagem O conceito, utilizado na criação da embalagem, que foi criada em função do produto, levou em consideração a produção com materiais com baixo impacto ambiental, com isso matéria prima na produção desta embalagem poderá ser reciclada, via descarte seletivo ou via compostagem, além de ser biodegradável e renovável. A partir desse conceito a embalagem criada não necessita pontos de cola, possuindo travas para a junção de suas faces. Com isso a embalagem contara com uma embalagem primaria (Figura 63 e 64) feita de papel ondulado e uma embalagem secundaria (Figura 65) feita de polpa moldada que serve como alternativa para embalagens secundarias rígidas feitas de plastico ou poliestireno expandido. Ambos os materiais usados são recicláveis e compostaveis. Devido as limitações de suportes e de processos de impressão disponíveis em gráficas de baixo volume, não houve a possibilidade de produzir uma embalagem com papel ondulado e polpa moldada, mas para trazer a perspectiva real da embalagem desenvolvida em função do kit foi produzido um mockup digital em 3D (Figura 61) que foi renderizado (Figura 62) para dar uma noção real da embalagem física.
Fig. 61 - Imagem 3D sem textura 56 | Volume Teórico
Fig. 62 - Material graph da textura da embalagem
Fig. 63 - Imagem 3D da embalagem primaria fechada
Fig. 64 - Imagem 3D da embalagem primaria aberta
Fig. 65 - Imagem 3D da embalagem secundaria
Fig. 66 - Embalagem primaria e secundaria montadas Atributos do Produto | 57
5.5.1 Faca da Embalagem Primaria A embalagem primaria possui uma faca de corte que ocupa um espaço de 140 cm por 129 cm. A embalagem montada possui as dimensþes de 22 cm de altura e 55 cm de largura e 27 cm de profundidade, como mostrado na figura 67.
Fig. 67 - Faca da embalagem primaria 58 | Volume TeĂłrico
5.5.2 Impressão A embalagem primaria foi impressa em papel ondulado duplex com o tipo de onda E com o processo da flexografia com uma resolução de 150 LPI impresso com duas cores especiais que são Pantone 5743 C e Pantone 7762 CP.
Considerações Finais A produção desse projeto exigiu a coleta e organização de informações importantes sobre os temas de coleção, hobby, mirmecologia e materiais utilizados na criação de formigas. Através desta ação investigativa foi possível coletar informações necessárias para a formação do escopo do produto e selecionar as características específicas dos materiais mais adequados para a construção de cada estrutura desenvolvida. Para o desenvolvimento das estruturas exigiu-se um processo cauteloso de criação que adotou como atributos do objeto: alinhar-se a princípios sustentáveis, não apresentar ornamentos e ser deduzido de matriz geométrica. Com o desenvolvimento do kit, que conta com um ninho, uma área de alimentação, um guia e utensílios, pude perceber a importância do design como um campo de saber unificado, complexo e multidisciplinar, que incorpora conhecimentos e transita entre o design gráfico e industrial, já que ambos trabalham em conjunto devido à vasta área de atuação de cada um. Este trabalho vai além deste projeto, porque atualmente a comunidade brasileira de criadores de formiga possui uma grande carência de informações sobre a biologia das formigas e de estruturas adequadas para a criação e manejo das coleções. Acredito que este hobby possui uma grande importância lúdica e educacional para pessoas de todas as idades, e o estudo e curiosidade sobre as formigas traz uma conscientização sobre a biodiversidade, uma atitude fundamental para quem vive no século XXI. A seguir sera apresentado as fotos e imagens criadas mostrando os produtos inclusos no kit habitat já montados.
Atributos do Produto | 59
Fig. 68 - Área de alimentação do kit montada
Fig. 70 - Tampa da área de alimentação aberta 60 | Volume Teórico
Fig. 69 - Utensilios usados no kit
Fig. 71 - Tampa da área de alimentação
Fig. 72 - Ninho conctado a área de alimentação
Fig. 73 - Furos da base do ninho para a passagem da agua Atributos do Produto | 61
Lista de Imagens Figura 1 - Formigueiro de acrílico com área de alimentação e ninho. Disponível em: <Aliexpress.com> Acessado 25/02/2019. Figura 2 - Formigueiro feito em bloco celular para melhor dissipação da água para umedecer o formigueiro. Foto tirada pelo autor; 20/02/2019 Figura 3 - Coleção pouco estruturada de uma colônia de formigas com diversas conexões feitas por tubos de vinil. Disponível em: <www.youtube.com/user/AntsCanada> Acessado 25/04/2019 Figura 4 - Ninho feito com impressão 3D da loja Ants Canada. Disponível em: <www.gamergate.com.au> Acessado 20/02/2019 Figura 5 - Área de alimentação com uma decoração de plástico e pedras e com um substrato rígido para evitar mofo e que as formigas formem um ninho dentro da área de alimentação. Disponível em:<www.antscanada.com> Acessado 20/02/2019 Figura 6 - Imagem dos aviões pendurados no teto do pavilhão chinês em Lisboa em um de seus ambientes. Disponível em: <www.portuguesetcetera.com> Acessado 03/05/2019 Figura 7 - Coleção de chapéus militares é organizada segundo o critério de origem. Disponível em: <www.lojascomhistoria.pt> Acessado 20/04/2019) Figura 8 - Coleção de Alex Mamed onde os jogos estão dispostos de maneira que os consoles estão em ordem de lançamento e por modelo. Disponível em: <www.hardware.com.br> Acessado dia 26/03/2019 Figura 9 - Coleção de selos de Luiz Antonio Parreira (Avô do autor). Fotos tiradas pelo autor; 26/03/2019 Figura 10 - Coleção de selos de Luiz Antonio Parreira (Avô do autor). Fotos tiradas pelo autor; 26/03/2019 62 | Volume Teórico
Figura 11 - Foto de especies de formigas conservadas em uma coleção de museu. Disponível em: <www.alexanderwild.com> Acessado 02/04/2019 Figura 12 - Foto de espécies de diferentes plantas e frutos conservador na coleção de um jardim botânico. Disponível em: <www.anayglorious.in> Acessado 16/04/2019 Figura 13 - Quatro aquários funcionais construídos pelo hobbista. Disponível em: <www.reddit.com/r/Aquariums> Acessado 26/03/2019 Figura 14 - Coleções de múltiplas colônias do fundador da loja Ants Australia. Disponível em: <www.youtube.com/user/MelloYellow5000> Acessado 03/05/2019. Figura 15 - Formiga onívora com predominância herbívora carregando carcaça de um Corixidae para alimentação. Disponível em: <www.alexanderwild.com> Acessado 22/04/2019 Figura 16 - Formiga fungívora carregando folha recém cortada para o ninho para nutrir o fungo presente em seu formigueiro. Disponível em: <www.alexanderwild.com> Acessado 22/04/2019 Figura 17 - Formiga coletando honeydew de pulgões. Disponível em: <www.alexanderwild.com> Acessado 22/04/2019 Figura 18 - Formiga coletando néctar extrafloral de planta. Disponível em: <www.alexanderwild.com> Acessado: 22/04/2019 Figura 19 - Formigas operárias cuidando um amontado de larvas que se tornarão pupas após alcançarem determinado tamanho e peso. Disponível em: <www.alexanderwild.com> Acessado 03/05/2019 Figura 20 - Formiga rainha cuidando de seus primeiros ovos no período de fundação da colônia. Disponível em: <www.alexanderwild.com> Acessado 03/05/2019 Figura 21 - Imagem do ciclo de vida completo de uma formiga. Disponível em: <www.alexanderwild.com> Acessado 03/05/2019 Atributos do Produto | 63
Figura 22 - Imagem de um enxame gerado por alados reprodutores de formigas para reprodução e fundação de novas colônias. Disponível em: <www.alexanderwild.com> Acessado 03/05/2019 Figura 23 - Túneis de ventilação feitas por formigas do gênero Atta. Disponível em: <www.alexanderwild.com> Acessado 22/04/2019 Figura 24 - Estrutura complexa de um ninho das formigas do gênero Atta. Disponível em: <www.alexanderwild.com> Acessado 22/04/2019 Figura 25 - Pequeno ninho formado por uma colônia de formigas do gênero Oecophylla. Disponível em: <www.alexanderwild.com> Acessado 22/04/2019 Figura 26 - Formigas do gênero Pseudomyrmex protegendo a entrada de seu ninho em um espinho de uma Acácia. Disponível em: <www.alexanderwild.com> Acessado 22/04/2019 Figura 27 - Espinho oco de acácia cortado revelando um ninho de Pseudomyrmex. Disponível em: <www.alexanderwild.com> Acessado 22/04/2019 Figura 28 - Formigas do gênero Eciton, usando o corpo como ninho em um espaço negativo em uma raiz de árvore. Disponível em: <www.alexanderwild.com> Acessado 22/04/2019 Figura 29 - Formigas Eciton usando as pernas como estrutura para a construção de seu ninho. Disponível em: <www.alexanderwild.com> Acessado 22/04/2019 Figura 30 - Ninho feito em laboratório usado na Universidade de Illinois. Disponível em: <www.alexanderwild.com> Acessado 28/03/2019 Figura 31 - Terrário criado por um hobbista com plantas, substratos e objetos encontrados no habitat natural da formiga do gênero Myrmecia, oriunda da Austrália. Disponível em: <www.youtube.com/user/MelloYellow5000> Acessado 07/05/2019 Figura 32 - Ambiente criado por um hobbista com dois ninhos conectados por tubos de vinil a uma caixa de plástico com tampa que serve como área de alimentação e forrageamento. Disponível em: <www.youtube.com/user/MelloYellow5000> Acessado 07/05/2019
Figura 33 - Ninho de concreto celular com tampa de acrílico e esponja absorvente. Disponível em::<ausants.net> Acessado 13/04/2019 Figura 34 - Ninho de plástico bege com suporte inferior para a adição de substrato. Disponível em: <antscanada.com> Acessado 13/04/2019 Figura 35 - Ninho de acrílico. Disponível em: <antscanada.com> Acessado 13/04/2019 Figura 36 - Área de forrageamento e alimentação de acrílico transparente e verde. Disponível em: <ausants.net> Acessado 13/04/2019 Figura 37 - Terrário de vidro colado com silicone. Disponível em: <www.youtube.com/user/AntsCanada> Acessado 13/04/2019 Figura 38 - Sistema de fundação convencional onde a formiga rainha é mantida durante a fundação e parte do primeiro período de crescimento da colônia. Disponível em: <www.alexanderwild.com> Acessado 11/04/2019 Figura 39 - Colônia pequena de formigas dentro de um pequeno espaço coberto com celofane vermelho. Disponível em: <www.alexanderwild.com> Acessado 11/04/2019 Figura 40 - Ninhos feitos em plástico em sistema modular onde cada ninho possui uma saída em tubo para uma área de forrageamento e alimentação. Disponível em: <www.youtube.com/user/AntsCanada> Acessado 11/04/2019 Figura 41 - Ambiente modular que abrange dois cômodos de uma casa. Disponível em: <www.youtube.com/user/AntsCanada> Acessado 11/04/2019 Figura 42 - Ambiente modular que abrange dois cômodos de uma casa. Disponível em: <www.youtube.com/user/AntsCanada> Acessado 11/04/2019 Figura 43 - Paludário criado como o espaço definitivo de uma colônia de formigas e outros animais aquáticos como camarões e peixes de água doce de pequeno porte. Disponível em: <www.youtube.com/user/AntsCanada> Acessado 11/04/2019
Figura 44 - Terrário criado como espaço definitivo de uma colônia que apresenta diversos tipos de plantas e musgo. Disponível em: <www.youtube.com/user/AntsCanada> Acessado 11/04/2019 Figura 45 - Colmeias modulares da empresa BEEcosystem instalados em um ambiente externo de uma casa. Disponível em: <www.youtube.com/user/businessinsider> Acessado 09/05/2019 Figura 46 - Funcionamento do sistema de imãs para junção de uma tela de metal para impedir a saída de abelhas para a parte interna de uma casa. Disponível em: <www.youtube.com/user/businessinsider> Acessado 09/05/2019 Figura 47 - Funcionamento do sistema de imãs para junção de uma tela de metal para impedir a saída de abelhas para a parte interna de uma casa. Disponível em: <www.youtube.com/user/businessinsider> Acessado 09/05/2019 Figura 48 - Funcionamento da trava de segurança, onde é possível observar que uma mola faz o movimento necessário para fechar a saída no momento em que o tubo se solta do adaptador. Disponível em: <www.youtube.com/user/businessinsider> Acessado 09/05/2019 Figura 49 - Funcionamento da trava de segurança, onde é possível observar que uma mola faz o movimento necessário para fechar a saída no momento em que o tubo se solta do adaptador. Disponível em: <www.youtube.com/user/businessinsider> Acessado 09/05/2019 Fig. 50 - Rascunho do logotipo - Feito pelo autor Fig. 51 - Logotipo em sua versão final - Feito pelo autor Fig. 52 - Capa do guia - Feito pelo Autor Fig. 53 - Face frontal da embalagem - Feito pelo Autor Fig. 54 - Logotipo em sua redução máxima - Feito pelo Autor Fig. 55 - Logotipo com a área de não interferência demarcada - Feito pelo Autor
Fig. 56 - Grid utilizado no guia - Feito pelo Autor Fig. 57 - Grid utilizado no guia - Feito pelo Autor Fig 58 - Render 3D do ninho - Feito pelo autor Fig. 59 - Modelo do ninho feito de isopor - Feito pelo autor Fig 60 - Base do ninho montada - Feito pelo Autor Fig. 61 - Imagem 3D da embalagem sem textura - Feito pelo Autor Fig. 62 - Material graph da textura da embalagem - Feito pelo Autor Fig. 63 - Imagem 3D da embalagem primaria fechada - Feito pelo Autor Fig. 64 - Imagem 3D da embalagem primaria aberta - Feito pelo Autor Fig. 65 - Imagem 3D da embalagem secundaria - Feito pelo Autor Fig. 66 - Embalagem primaria e secundaria montada - Feito pelo Autor Fig. 67 - Faca da embalagem primaria - Feito pelo Autor Fig. 68 - Área de alimentação do kit montada - Feito pelo Autor Fig. 69 - Utensílios usados no kit - Feito pelo Autor Fig. 70 - Tampa da área de alimentação aberta - Feito pelo Autor Fig. 71 - Tampa da área de alimentação - Feito pelo Autor Fig. 72 - Ninho conectado a área de alimentação - Feito pelo Autor Fig. 73 - Furos da base do ninho para a passagem da água - Feito pelo Autor
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Este livro foi composto na fonte Roboto e impresso em papel Off-set 90 g/m², em novembro de 2019.