Permacomu (volume teórico)

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Centro Universitรกrio Senac Santo Amaro

permacomu

Sรฃo Paulo 2020


Centro Universitário Senac Santo Amaro

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário SENAC - Campus Santo Amaro, como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Design com linha de formação específica em Design Gráfico. Orientadora: Professora Denize Ramos

Diana Queiroz Geraissati

São Paulo 2020



AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer ao TETO Brasil, ONG que me abriu as portas para entender melhor a situação do meu país, e a minha responsabilidade social. Também ao Jean Mazé, que topou em transformar todas as minhas ideias em ilustrações incriveis que compuzeram esse TCC. Para finalizar, agradeço a minha orientadora, Denize Roma, que me inspirou e conseguiu me guiar durante todo esse processo, se trasnformando em uma amiga muito querida!


12 introdução 13 objetivos 14 justificativa 15 procedimentos metodológicos 16 fundamentos teóricos 33 resultados de pesquisa 58 quadros de referência 63 estudos de concepção 68 paleta cromática 69 tipografia 70 ilustrações 72 logo 74 produto final 92 considerações finais 94 referências 96 lista de imagens

sUMÁRIO


InTRODUÇÃO Qual a relação do Design com a sociedade?

ambiente e da humanidade, quebrando paradigmas e criando um pensamento em todo o ciclo de vida do que se é projetado.

Como um profissional desta área pode criar soluções fora do que propõe o mercado atual?

Mas como trazer isso para a realidade das periferias brasileiras? Locais onde populações vivem com a sua liberdade podada pelo simples fato de não possuírem o suficiente para ir e vir. Não apenas em questão de locomoção, de renda, mas também de acesso à ensino e conhecimento. Habitando locais sem itens de infraestrutura como saneamento básico, pavimentação, iluminação, acesso à água potável e mais, estes cidadãos batalham todos os dias para sobreviver.

Neste momento do país, no qual os índices de pobreza crescem cada vez mais, e a desigualdade social é base para um sistema de consumo perverso, disseminado pelo “consumer-led design”, transformando a atuação dos profissionais da área no inverso de seu propósito inicial (WHITELEY, 1993), qual o nosso papel? Através de estudos de uma vertente mais recente do Design, a Permacultura, surge um pensamento de projeto olhando todo o processo, visando uma interação direta do meio

Este trabalho buscou investigar maneiras de soluções para infraestrutura, em específico da 12

comunidade Capadócia, unindo os conhecimentos obtidos através de pesquisas sobre o Design Social e o Design da Permacultura. Para isso, além de uma revisão da literatura especializada, foram analisados com maior profundidade alguns materiais sobre os temas

e, em especial, o livro “O Manual do Arquiteto Descalço”, que divulga diversas técnicas de bioconstrução. Além disso, foi feita também uma análise da infraestrutura e do perfil socioeconômico dos moradores da comunidade em questão.

OBJETIVOs Essa pesquisa tem como objetivo geral explorar as técnicas construtivas do livro “O Manual do Arquiteto Descalço (VAN LENGEN, 1996)” e outras fontes sobre o Design de Permacultura, e traduzi-las para uma linguagem acessível às populações pertencentes às classes mais baixas da cidade de São Paulo, com foco na comunidade Capadócia, localizada no bairro Brasilândia.

sociedade e um estudo sobre a transmutação de seu significado com o passar das décadas. Como objetivo específico, a pesquisa visa oferecer subsídios para o desenvolvimento de material que facilite a divulgação de conhecimento para que o público-alvo consiga sanar problemas de infraestrutura, saneamento, e outros tópicos, focando em sustentabilidade e na não-dependência da intervenção governamental.

O objetivo geral é uma reflexão sobre o papel do Design na 13


JUSTIFICATIVA Este projeto de pesquisa apresenta os postulados de sua justificativa,através de um conhecimento prévio das questões de infraestrutura nas áreas periféricas da cidade de São Paulo, em que se escolheu a comunidade Capadócia, localizada na Zona Norte. Entendeu-se a necessidade de melhoria nas habitações e espaços comuns dos assentamentos presentes na mesma. Estudando as possibilidades de solução para o problema e unindo os conhecimentos do Design Gráfico com o Design de Permacultura, amadureceu-se a ideia de concepção um manual de técnicas construtivas.

Design de Permacultura, porém com um viés de acessibilidade. O conteúdo do material utilizado atualmente emprega jargões voltados para pessoas da área de arquitetura, engenharia civil e afins, criando-se um grande abismo com a linguagem do público-alvo designado para este trabalho de conclusão de curso. Além disso um dos focos deste projeto é a capacitação dos cidadãos para uma construção sustentável, convergindo-se diretamente com os pilares do Centro Universitário SENAC. O zine visa traduzir esse conteúdo através de maneira pedagógica, passo-a-passos, ilustrações, imagens e afins. Foi escolhido o Design Editorial, em decorrência da constatação de que esta população não possui acesso

O projeto oferece significativa relevância social, pois provém de uma releitura de materiais do 14

e substrato simples, a intenção é efetivamente impulsionar esse conhecimento com maior facilidade.

à internet e, muitas vezes não sabe navegá-la. Utilizando um formato portátil e com impressão

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Materiais sobre Design:

e seu desenvolvimento através dos tempos.

● "Notas para a história de um Design, Pedro Luiz Pereira de Souza" – Através deste livro empregou-se a reflexão sobre o papel do design na sociedade.

Materiais sobre Design Social: ● "Design for Society, Nigel Whiteley", "Design for the Real World, Vitor Papanek", "Design para um mundo complexo, Rafael Cardoso" e "Design, Cultura e Sociedade; Gui Bonsieppe" – Através destes materiais surgiu a discussão da implicação do Design pós revolução industrial e seus impactos na sociedade capitalista.

● "Uma introdução à história do Design, Rafael Cardoso" – Material utilizado para entender o início da profissão e da disciplina. ● "Meggs' History of Graphic Design" – Deste livro pode-se usufruir da história do Design 15


● ICOGRADA – Fonte de definição do Design

e Permacultura: um estudo sobre experiências de formação do IPB na Bahia" – Material de onde surgem as noções básicas sobre o Design de permacultura.

Materiais sobre Design de Permacultura: ● "O Manual do Arquiteto Descalço, John Van Legen" – Livro

Materiais sobre Pobreza:

de onde foram extraídas todas as técnicas construtivas do Design de Permacultura utilizados neste projeto.

● “As fundações privadas e associações sem fins lucrativos no Brasil, IBGE” – material de do qual surgem os índices de pobreza

● "Saberes e fazeres em tecnologias sociais em saneamento

FUNDAMEnTOs TEÓRICOs DESIGN arquitetura ou da arte. A moderna consciência social e cultural da técnica e do design resulta de um desenvolvimento próprio,

O Design é uma área de conhecimento autônomo. Não depende ou decorre da 16

fortemente influenciado pelo modo de produção capitalista e

Em busca de um maior entendimento da ligação do Design com a sociedade, iniciamos essa pesquisa através da análise da origem mais remota da palavra "Design", que vem do latim designare, sendo interpretada tanto como designar, quanto desenhar. A maior parte das definições do termo acaba entrando nesses dois níveis, tratando-se então de "uma atividade que gera projetos, no sentido do objetivo de planos, esboços ou modelos." (SOUZA, 1997: 16)

industrial. (SOUZA, 1997: 20) Pela definição de Souza, percebe-se que o Design está profundamente ligado com a sociedade, sendo esta uma peça chave para o amadurecimento da disciplina. Podemos refletir sobre essa ligação também através da afirmação da ICOGRADA, Conselho Internacional do Design: O design é uma disciplina que está em constante dinâmica e evolução. O designer profissionalmente treinado tem a intenção de criar o ambiente visual, material, espacial e digital, consciente do experimental, empregando a interdisciplinaridade e abordagem híbrida para a teoria e prática do Design. Eles entendem o impacto cultural, ético, social e ecológico de seus empreendimentos e a responsabilidade final em relação às pessoas e ao planeta sob as esferas comerciais e não-comerciais. Um designer respeita a ética da profissão do design. (Tradução pelo autor) (ICOGRADA, 2013)

O emprego da palavra começou a ter mais frequência a partir do início do século 19, quando surgiram na Inglaterra e em outros países europeus, um número considerável de trabalhadores que se auto-intitulavam designers, atuando principalmente com a confecção de padrões ornamentais na indústria têxtil. (DENIS, 1999: 16) Então, neste primeiro momento, 17


pós 1 ª Revolução Industrial, quando se iniciam diversos novos tipos de demanda do mercado, o Design surge a partir da ligação com os trabalhadores. Entendemos aí que esta disciplina tem como "core" o Social.

padrões puramente visuais. O Projeto Werkbund, acrescentou muito para este primeiro momento da disciplina. Através das reflexões feitas acima, compreendemos que além de social o Design tem como uma de suas raízes, a indústria. Mas, será projetar só acontece a partir da ligação com ela?

Contemporaneamente, surge na Alemanha o "Projeto Werkbund", uma associação profissional que unia artistas, artesãos, arquitetos e designers. (SOUZA, 1997: 17)

O escritor e artista John Ruskin surge no mesmo momento para contrariar as premissas impostas pela indústria. Ele inspira a filosofia do movimento Arts and Crafts, através da rejeição à economia mercantil e as reflexões em direção da união de arte e trabalho em serviço a sociedade. De acordo com Ruskin a industrialização e tecnologia haviam causado o gradual afastamento da arte e da sociedade, atingindo o estado crítico do isolamento do artista. (MEGGS; PURVIS, 2016: 16)

O Werkbund salientou três problemas de fundamental importância: ● O problema do Design em todas as suas complexidades e contradições. ● Determinou que sem a indústria, não haveria a sobrevivência do Design. ● Sinalizou que o Design nasce de encontro com uma corrente de gosto formal orientada por 18

É neste período que se inicia o entendimento do Design como uma ligação da sociedade e da arte através do movimento Arts and Crafts, iniciado por volta de 1875 e liderado pelo arquiteto inglês William Morris. Esta vanguarda surgiu com a intenção de retornar a qualidade dos processos de criação. O movimento foi sustentado por diversas sociedades e guildas, que buscavam estabelecer comunidades artísticas democráticas unidas pelo bem comum. (MEGGS; PURVIS, 2016: 65)

Behrens, que pode ser considerado o primeiro designer moderno, escreve um ensaio intitulado Forma e Técnica, no qual introduz os conceitos formais que se estabeleciam como tema maior de discussão para o design moderno. Behrens trabalhou para a AEG (Allgemeine ElektricitätsGesellschaft), fabricante alemã de produtos elétricos, onde iniciou a prática dita do design modernista. Essa obra significou a adoção dos princípios da Werkbund pelas instituições privadas. (SOUZA, 1997: 28)

Foi através do Arts and Crafts que o trabalho artesanal voltou a ser reconhecido como algo de valor. Apesar do valor de mercado dos objetos gerados no período, podemos entendê-lo como sendo de cunho social.

Em 1928, Aldous Huxley afirmou: "É óbvio que a máquina está aqui para ficar. Exércitos inteiros deWilliam Morris e Tolstoi não tem o poder de expulsá-la. (...) Nos deixem então explorá-la para criar o belo - uma beleza moderna, enquanto o assunto ainda é esse." (MEGGS; PURVIS, 2016: 278)

Um pouco mais a frente, em 1910, surge uma visão oposta aos princípios pregados por William: o Modernismo. Peter

Aldous faz uma incrível provocação, trazendo um questionamento de que talvez 19


esta tal "máquina" não seja de todo mal, algo que foi muito bem interpretado pelos designers da época, que começaram a trabalhar em função da industrialização. Após a segunda guerra mundial, os países que estiveram diretamente envolvidos, pararam de seguir conceitos como "good design", "gute form" e "neue sachlichkeit". Nos Estados Unidos da América, muitos designers assimilaram a idéia Bauhaus, porém, conferiram-lhe novas características. (...) Em termos mais simples, viram e demonstraram na prática a possibilidade de uma integração do design no cotidiano das pessoas e na política das grandes empresas. (SOUZA, 1997: 59)

A crescente prosperidade da classe média burguesa fez com que houvesse uma explosão no mercado de imóveis, carros, eletrodomésticos e serviços.

afirma "Há apenas uma razão para a contratação de um designer industrial, o aumento de vendas de um produto" (WHITELEY, 1993: 17)

O alto e frequente consumo era encorajado pela disponibilidade de crédito no mercado. De 1946 a 1948, o crédito de uso em curtoprazo, usado mais frequentemente para a compra de automóveis, passou de USD 8.4 bilhões para quase USD 45 bilhões, e nos anos 1950 o cartão de crédito foi introduzido. (WHITELEY, 1993: 15)

Através da citação acima, passamos a melhor compreender como a disciplina havia se tornado exatamente o contrário de suas raízes. Ao invés de trabalhar a favor da população, o Design começa a se tornar o problema.

Além disso, o então chamado American Way of Life começava a servir de modelo para outros países. As implicações no Design eram profundas. O mercado se tornava cada vez mais saturado e o alto consumo e a obsolescência eram impulsionados pela indústria.

Foi neste momento que o Design começou a ser pensado como propulsor das grandes indústrias. Neste mesmo período, nos EUA, inicia-se o chamado "estágio de alto consumo em massa", uma era de avanço na sociedade de consumo, onde os níveis de saturação para diversos bens estavam sendo atingidos.

J. Gordon Lippincott, autor do livro Design for Business, 20

do design foi modificada para atender as necessidades da indústria. Em 1971, Vitor Papanek publica o livro "Design for the real world", onde conclama os designers a saírem de seus escritórios e projetarem soluções para o mundo real, que já se desintegrava em fome e miséria. (CARDOSO, 2011: 18, 19) No prefácio do Design for the real world, afirma: "O Design de propaganda, na busca pela persuasão das pessoas a comprar coisas que elas não necessitam, com dinheiro que elas não possuem, para impressionar pessoas para as quais elas não ligam, é provavelmente o campo mais falso que existe atualmente."

DESIGN SOCIAL Longe de ser a solução para os problemas da sociedade, se tornou cada vez mais aparente como o design - chamado marketing-led ou consumer-led design (...) - se tornou um dos problemas da sociedade. (tradução pelo autor) (WHITELEY, 1993)

Apesar da obra ser datada de quase 50 anos atrás, os temas tratados nela ainda são extremamente atuais. Através dela entendemos como após a primeira

Esse trecho de Nigel Whiteley em seu livro "Design For Society" é extremamente intrigante. Ele confirma o quanto a essência 21


revolução industrial, essa reviravolta na prática do Design se tornou uma das causas dos maiores problemas vividos pela sociedade atual.

como Ralph Lauren ou Giorgio Armani, ou seja, designers de moda. Os estilistas geralmente começam como costureiros (couturiers); mas, quando ficam famosos, são associados a uma grande variedade de produtos de consumo, incluindo cosméticos, perfumes, malas e objetos para o lar e até tintas para pintar casas. Como resultado, “design”, na opinião pública, se identifica com envoltórios: a carcaça de um computador; o corpo de uma lapiseira; a armação de um par de óculos. O design se distanciou cada vez mais da ideia de ‹solução inteligente de problemas› e se aproximou do efêmero, da moda, do obsoletismo rápido – a essência da moda é a obsolescência rápida –, do jogo estético-formal, da glamourização do mundo dos objetos. Frequentemente, hoje em dia, design é associado a objetos caros, pouco práticos, divertidos, com formas rebuscadas e gamas cromáticas chamativas. A hipertrofia dos aspectos de moda, por sua vez, reflete-se nos meios de comunicação de massa, em sua incessante busca pelo novo." (BONSIEPE, 2011: 18)

Em 2011, Gui Bonsiepe lançou o livro "Design, Cultura e Sociedade", onde faz diversas reflexões sobre o discurso projetual do design pós-moderno, um dos focos é demonstrar a dimensão política do design no âmbito dos países de "terceiro mundo" O crítico de arquitetura, Witold Rybczynski, comentou recentemente (...): Não faz muito tempo, o termo ‹designer› descrevia alguém como Eliot Noyes, responsável pelo design da máquina de escrever Selectric da ibm, nos anos 1960; ou Henry Dreyfuss, que tinha clientes como a Lockheed Aircraft e a Bell Telephone Company [...] ou Dieter Rams, que projetou uma gama de produtos com formas austeras, mas muito práticas para a empresa alemã Braun. Hoje, o termo “designer” evoca provavelmente nomes

No trecho acima, Gui Bonsiepe 22

com uma área não tão discutida no meio: O Design de Permacultura.

consegue sintetizar o grande problema vivido pelo Design desde o modernismo. A disciplina passou a ser vista apenas como um "embelezamento" de produtos que, além de muitas vezes não serem necessários, também não são projetados com um pensamento sustentável.

"Permaculture", termo cunhado na década de 1970, era inicialmente entendido pela junção das palavras "Permanent" e "Agriculture", relacionandose exclusivamente a um sistema alternativo para a produção de alimentos.

Apesar da afirmação do teórico, hoje o design é considerado um campo onde estão articulados múltiplos saberes. Seguindo esta lógica, compreendemos que o mesmo apresenta diversos tipos de dimensões simultâneas e para absorvê-las é necessário ampliar o entendimento do conceito do design, para além dos limites definidos pelos tipos de processos, considerando então aspectos culturais, sociais e ambientais.

A disciplina se tornou de interesse público entre 1975 e 76, quando o arquiteto australiano Bill Mollison publicou o livro "Permanent One" em trabalho conjunto com David Holmgren. Neste livro, os autores fazem uma síntese de culturas ancestrais sobreviventes com os conhecimentos das técnicas da ciência moderna, sistematizando um método de reprodução de florestas naturais altamente produtivas e estáveis, capazes de produzir alimentos diversos

DESIGN DE PERMACULTURA Refletindo sobre as multifacetas do Design atual, nos deparamos 23


Porém Holmgren afirma em "Fundamentos da Permacultura" que

SpRING", quE ExPUNHA O COnTíNuO ENVENEnAmEnTO DE TODO O AmBIENTE huMANO ATRAVéS DE pESTICIDAS, FungICIDAS E hERbICIDAS E ALERTAVA SOBRE OS EFEITOS DOS mESmOS NA ECOlOgIA DO plANETA. (WhITELEY, 1993: 28)

DE FORmA mAIS pRECISA, VEJO A pERmACuLTURA COMO O uSO DO pEnSAMENTO SISTêmICO E DE pRINCípIOS DE DESIgn quE pROpORCIOnAm A ESTRUTuRA COnCEITUAL pARA A ImPLEMENTAçãO DA VISãO OU DO COnCEITO DESCRITOS ANTERIORmEnTE. PARA TAnTO, DEVE REUnIR AS DIVERSAS IDEIAS, hABILIDADES E mODOS DE VIDA OS quAIS DEVEm SER REInVEnTADOS E DESENVOLVIDOS COM O ObJETIVO DE NOS TORNAR CAPAZES DE pROVER NOSSAS pRópRIAS NECESSIDADES, AO mESmO TEMpO Em quE AUmEnTAMOS O CAPITAl NATURAl pARA FuTURAS gERAçõES. (HOLMgREN, 2007)

de crise energética, que já está sendo vivido.

os organismos. O cuidado com as pessoas, que são pequena parte em todos os sistemas vivos, mas causam grande impacto no meioambiente. E a redistribuição de tempo, dinheiro e energia excedentes. Esse componente significa que depois de tratar das necessidades básicas e desenhados os sistemas com o melhor das nossas habilidades, podemos estender nossa influência na ajuda para que outros alcancem este enfoque com a

A partir do entendimento dos acontecimentos, entendeuse a necessidade da expansão dos conceitos pensados para a produção agrícola para uma cultura permanente, envolvendo fatores sociais, econômicos e sanitários, cultivando uma verdadeira disciplina holística de organização de sistemas. (SOARES, 1998)

O cenário desde aquela época já não era favorável, extrapolando os limites da produção de alimentos, modificando a forma de organização das sociedades humanas do planeta terra.

A Permacultura propõe reflexões na relação do homem consigo mesmo, com os outros e com o ambiente no qual reside. Partindo da ética e princípios focados no manejo da terra e da natureza, tem como foco a integração de sete áreas, tidas como necessárias para a sustentação da humanidade durante o período

DESDE O INíCIO DA DéCADA DE 60 O "GREEn mOVEmEnT" COMEçAVA A SER DIFUNDIDO, ApOIADO pOR DIVERSOS AUTORES, COMO RACHEL CARSON, AUTORA DO LIVRO "SILEnT 24

(...) CRIAçãO DE méTODOS DE DISTRIbuIçãO EqUITATIVOS, gARANTINDO O ACESSO AOS RECURSOS A TODOS quE DElES NECESSITAM, SEM A INTERVENçãO DE SISTEMAS DESIguAIS DE COMéRCIO OU ACUMuLAçãO DE RIqUEZA (SOARES, 1998). Além disso, também existem os princípios de design dentro da permacultura, que regem a orientação para a efetividade do planejamento. A base deles se encontra na ecologia e é demonstrado na figura.

Pensando nos princípios que regem a ética do Design de Permacultura, podemos pensar em três componentes básicos. O cuidado com a terra, dando ênfase na importância do foco em todos os seres vivos e da relação entre 25


Figura 2: Princípios Éticos e do Design de Permacultura

Pensando nos princípios que regem a ética do Design de Permacultura, podemos pensar em três componentes básicos. O cuidado com a terra, dando ênfase na importância do foco em todos os seres vivos e da relação entre os organismos. O cuidado com as pessoas, que são pequena parte em todos os sistemas vivos, mas causam grande impacto no meio-ambiente. E a redistribuição de tempo, dinheiro e energia excedentes. Esse componente significa que depois de tratar das necessidades básicas e desenhados os sistemas com o melhor das nossas habilidades, podemos estender nossa influência na ajuda para que outros alcancem este enfoque com a (...) CRIAçãO DE méTODOS DE DISTRIbuIçãO EqUITATIVOS, gARANTINDO O ACESSO AOS RECURSOS A TODOS quE DElES NECESSITAM, SEM A INTERVENçãO DE SISTEMAS DESIguAIS DE COMéRCIO

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As recorrentes crises energéticas, econômicas e ambientais que vêm sendo experimentadas nas últimas décadas sugerem que, para os que ainda não começaram, há de

se iniciar uma transformação na maneira como resolvemos nossos problemas mais corriqueiros, sem poder recorrer aos princípios do capitalismo, que não mais terão o "poder da resolução". 27


discorre um pouco sobre itens básicos dentro de um projeto de arquitetura: desenho, como projetar, maquetes, tamanhos, ambiente, iluminação e muito mais.

O MANUAL DO ARQUITETO DESCALÇO Em 1981, John Van Legen lança o livro "Manual do Arquiteto Descalço", onde sintetiza diversas técnicas do Design de Permacultura, porém com um caráter extremamente inclusivo, o que, até então, não era muito comum.

2. Trópico Úmido A partir daqui o autor começa a dividir os capítulos com base no clima do ambiente onde a construção feita.

Nesta obra, pedreiros, carpinteiros, mestres de obra, ou mesmo o homem comum, têm ao seu dispor conselhos fáceis de entender e de pôr em prática, concretizando o sonho de cada um: construir a sua habitação, sem desrespeitar a natureza e sem agredir o ambiente, e utilizando um material disponível para todos. (VAN LEGEN, 2014)

Um exemplo que ele oferece é o de que casas construídas em ambientes tropicais úmidos devem ter o teto mais inclinado do que em outros locais, dentre os motivos ele pontua o fato de que chove mais e para que o sol não esquente tanto os materiais do teto.

3. Trópico Seco

O livro é dividido nos seguintes capítulos:

O autor inicia este capítulo com técnicas focadas na ventilação dos ambientes, algo extremamente importante em onde este clima é prevalecente.

1. Projeto Neste primeiro momento o autor 28

vêm de fora da região.

4. Zona Temperada Neste capítulo um dos focos é a orientação dos quartos, pensando no melhor posicionamento para manter a casa aquecida.

● Se na região há a possibilidade de converter matérias-primas em materiais de construção, como por exemplo o barro para a fabricação de tijolos.

5. Materiais Neste capítulo o autor propõe algumas reflexões para que o usuário consiga chegar no melhor material para o seu projeto:

● Se existe na comunidade suficiente mão de obra para trabalhar o material escolhido. Por exemplo, não se instalam janelas de ferro sem um ferreiro; neste caso, o carpinteiro faz as janelas em madeira.

● "Como é a sua manutenção? Será necessário gastar muito dinheiro e esforço para manter suas condições ao longo do tempo? ● Como o material responde ao frio e ao calor, isto é, se o material ajuda a manter sua casa confortável.

● Quando não existe suficiente material local, pensar em como trazê-lo de fora sem quebrá-lo no transporte e como armazená-lo sem que se deteriore.

● Se há materiais em abundância na região, para não depender de outras pessoas ou de condições de fabricação e transporte. Isto se refere aos materiais básicos da obra. É claro que algumas coisas novas

● Qual é o tempo de duração dos materiais e se são adequados para o clima da região. Alguns materiais desgastam-se muito rápido e duram mais em alguns climas do que em outros. 29


● Como combinar os materiais. Por exemplo, um teto de material pesado sobre paredes leves vai requerer uma estrutura que pode custar caro. Igualmente, tetos de lâmina sobre paredes grossas não funcionam bem. O frio e o calor não entram pelas paredes e sim pelo teto.

introdução sobre a importância

Primeiramente há uma reflexão

da energia e seus usos, logo

sobre materiais e calor, levando

4. Após todas essas reflexões, ainda temos que entender se o

após o autor aponta técnicas

à um entendimento da resistência

ambiente possui água ou não.

construtivas para diversos

dos insumos usados para a

geradores de energias como

conclusão dos ambientes. Neste

moinhos, aquecedores de água e

capítulo, o autor apresenta

etc.

algumas tabelas para ajudar o

● Se a pessoa ou a família não tem recursos para terminar a casa de uma só vez, mas pode morar por algum tempo numa casa meio acabada, é preciso pensar bem em que tipo de material lhe permitirá construir imediatamente, habitar, e aos poucos dar o acabamento."

O autor ensina técnicas de

5. Só então, conseguimos fechar nas melhores técnicas, não só para as pessoas que utilizarão o banheiro, mas também o ambiente no entorno como um todo.

leitor a fazer decisões precisas

8. Água purificação da água do rio, proteção de nascentes, bombas, transporte de água e mais.

9. Saneamento Aqui o autor explica que existem, basicamente, dois tipos de sanitários: secos e com água. A decisão de qual é o mais

6. Obras

apropriado vêm como consequência

Aqui o autor discorre sobre temas como: preparar a obra, aplicar os materiais, fundações, paredes, painéis, e muito mais.

à quantidade de água que a pessoa ao seu dispor. Em seguida, ele destrincha as técnicas entre os tipos de vasos sanitários e outros itens necessários.

7. Energia

sobre os materiais. Fazendo uma reflexão acerca do conteúdo do livro, entendemos o design como base de metodologia:

Como citado anteriormente, este livro foi escrito para atender as necessidades de diversos grupos sociais, desde engenheiros e arquitetos até meros cidadãos que querem construir novos ambientes e corroborar com este pensamento. Entendemo-os então como conteúdo com foco na melhoria da qualidade de vida e ambientes sociais.

1. Primeiro você entende o problema: necessidade de criação de um banheiro no local. 2. Depois, você entende o clima do ambiente onde este banheiro será construído e explora quais as melhores técnicas para tal.

O papel social é um conjunto de direitos e deveres relativos à função social que se espera que um indivíduo exerça em determinada posição social: mãe, padre, médico, etc. A

3. Em seguida, você busca quais os melhores materiais para a sua necessidade, em relação ao valor que você tem disponível e também o que há no seu entorno que pode

posição social é a posição que o indivíduo ocupa em dada

ser utilizado.

10. Mapas e tabelas

Neste capítulo há uma pequena 30

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estrutura de uma sociedade. Está relacionada a categorias sociais que podem ser determinadas por diferentes recortes: família, linhagem, raça, religião, ocupação profissional, etc. Portanto, uma categoria profissional é uma categoria social, fruto de uma divisão social do trabalho.

como ela se relaciona com os temas citados anteriormente.

COMUNIDADES E POBREZA Segundo Amartya Sen (1999), a pobreza pode ser definida como privação das capacidades básicas de um indivíduo e não apenas como uma renda inferior a um patamar pré-estabelecido. Por “capacidade” entendem-se as combinações alternativas de funcionamentos de possível realização. Portanto, a capacidade é um tipo de liberdade: a liberdade substantiva de realizar combinações alternativas de funcionamentos ou a liberdade para ter estilos de vida diversos. Por exemplo, uma pessoa abastada que faz jejum por sua livre e espontânea vontade pode ter a mesma realização de funcionamento que uma pessoa pobre forçada a passar fome extrema. Porém a primeira pessoa possui um “conjunto capacitário” diferente do da segunda. A primeira pode escolher comer bem e ser bem nutrida de um modo impossível para a segunda. (CRESPO, Antônio Pedro Albernaz and GUROVITZ, Elaine apud SEN, 1999).

Na divisão do trabalho, há uma papel social a ser desempenhado por cada categoria profissional, relativo ao seu campo de conhecimento e às suas competências específicas. Os profissionais liberais, entre eles o designer, possuem maiores possibilidades que outras profissões de se constituírem e se organizarem em entidades específicas de seu campo profissional e de conhecimento. Ou seja, têm mais condições de se verem como categoria social proporcionada pela formação profissional. (BRAGA, 2011)

Para concluir este raciocínio, entraremos agora em uma reflexão sobre a Pobreza e as maneiras 32

Através de dados apresentados pela Síntese de Indicadores Sociais (documento gerado pelo IBGE que abarca série de temas essenciais para o mapeamento das desigualdades e seus efeitos sobre a realidade social

brasileira), concluiu-se que em 2017, no Brasil, 26,5% da população, ou quase 55 milhões de pessoas, viviam com rendimento inferior a quantia de R$406,00 mensais, sendo assim considerados abaixo da linha da pobreza.

RESULTADOS DE PESQUISA MATERIAIS DE DIVULGAÇÃO DO DESIGN DE PERMACULTURA OS FUNDAMENTOS DA PERMACULTURA 33


Figura 3: Capa Fundamentos da Permacultura

O folder é citado em alguns momentos deste projeto, porém neste momento faremos uma análise gráfica e de linguagem em relação ao público-alvo selecionado para este trabalho.

da disciplina em questão. Porém quando avaliamos a fluidez de seus textos, a maneira como as informações estão diagramadas nas páginas e até a linguagem usada, podemos concluir que não seria de grande uso para os fins deste projeto em questão.

O folheto é dividido em 20 tópicos que discorre sobre as origens, a disciplina e a sociedade, os 11 princípios e fecha com uma conclusão.

Este primeiro folheto foi desenvolvido por David Holmgren, em Victoria, na Austrália. O intuito deste conteúdo é fazer um aglomerado dos materiais

previamente desenvolvidos e compacta-los em uma brochura mais simples, o conteúdo é voltado para cidadãos comuns já engajados com a filosofia da Permacultura. 34

O material possui 27 páginas, formato a5, e é disponibilizado geralmente como pdf.

O material possui um infográfico que é extremamente reconhecido na área, conhecido como a “Flor da Permacultura”. Através do mesmo, ele explica os princípios éticos e de design, relacionando conceitos com pensamentos já bem disseminados na área. Um exemplo seria: “saúde e bemestar espiritual” com “Yoga e outras disciplinas sobre corpo/ espírito/ mente”. Este livreto é extremamente interessante para quem busca um aprofundamento na filosofia 35


Figura 4: Os Fundamentos da Permacultura Flor da Permacultura

Figura 5: Os Fundamentos da Permacultura Princípios Éticos e do Design de Permacultura

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PERMACULTURA: PRINCÍPIOS E CAMINHOS ALÉM DA SUSTENTABILIDADE

Figura 6: Capa do livro “Permacultura: Príncipios e caminhos além da sustentabilidade”

OS FUNDAMENTOS DA PERMACULTURA

Este livro também foi desenvolvido por David Holmgren e trazido para o Brasil pela editora Sapiens. Pode ser considerado um dos mais importantes na área. Como a maior parte dos conteúdos encontrados sobre a disciplina, há o entendimento da falta de um designer tanto na questão do layout (escolha da tipografia, ilustrações e etc), quanto na parte da diagramação em si.

Figura 7: Zonas e Escala, Livro Permacultura: Príncipios e caminhos além da sustentabilidade

sobre ética antes de cada princípio da Permacultura. Há a utilização de pictogramas, cada um escolhido para designar um dos 11 princípios. O material possui 416 páginas, dimensões 18 x 24 cm.

O conteúdo é extremamente bem dividido e trabalha em conjunto com os “PDCs” (Permaculture Design Courses). O livro é feito para que sempre haja um capítulo

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GUIA PARA DESIGN ECOLÓGICO Figura 8: Capa Guia para Design ecológico Assim como a maior parte dos materiais encontrados sobre o assunto, este livreto foi criado como material base para um curso ligado à disciplina, neste caso para uma instituição chamada “Permapedagogia”. Apesar do folheto ter sido desenvolvido por um aluno de licenciatura em artes visuais, há dificuldade na leitura, pois as colunas são muito compridas, o texto fica muito pesado, não há área de arejamento, e há pouca diferenciação de hierarquia de informação do título e dos textos. O conteúdo em si é extremamente didático, visando explicar os princípios do Design de Permacultura e, ao mesmo tempo, propor ações que embasem cada um deles. Como o livreto é secundário em relação as informações que são transmitidas através do curso, o conteúdo acaba sendo bem sucinto, não se tratando de técnicas propriamente, e sim da metodologia em si.

Figura 9: Guia para um Design Ecológico 40

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PNFC - PROJETO NOVAS FRONTEIRAS DA COOPERAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEl. CONCEITOS BÁSICOS SOBRE PERMACULTURA. Este material se inicia basicamente com mesmo conteúdo do capítulo sobre o Design de Permacultura, porém, em seguida há um aprofundamento na ecologia da Permacultura, que basicamente consiste no

Logo após ele propõe exercícios práticos para que haja uma maior compreensão do conteúdo explorado. Nos capítulos seguintes há um aprofundamento nos tipos de climas e técnicas aplicáveis para cada um. O autor finaliza com uma sessão de anexo, onde expõe pontos de vista de Bill Mollison, David Holmgren e diversos outros autores. O conteúdo dá uma visão 360 da disciplina.

(...) ESTUDO DOS SISTEMAS NATURAIS. Um ECOSSISTEMA COnSISTE Em gRupOS DE ORGANISmOS quE INTERAGEm uNS COM OS OUTROS DEnTRO DE SEU AmBIENTE NATURAl, COExISTINDO pARA FORmAR um SISTEMA COMplExO DE RElAçõES, DE FORmA A pERpETuAR A EVOluçãO DAS ESPéCIES E mAnTER OS mECANISmOS DE TRANSFORmAçãO DE ENERgIA DE FORmA SuSTEnTáVEl. (SOARES, 1998)

Figura 10: Capa Conceitos básicos sobre Permacultura 42

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COMUNIDADE CAPADÓCIA Para o desenvolvimento deste projeto, houve a utilização de dados da comunidade Capadócia, localizada na Brasilândia, zona norte de São Paulo.

Das informações obtidas na ECO (Escutando Comunidades), ressaltamos algumas: 1. 94,43% dos moradores vivem em um terreno não regularizado

As informações aqui presentes foram extraídas de uma enquete econômica social aplicada em 343 moradores por meio da TETO1.

2. 46,53% avaliam a qualidade da iluminação da comunidade como péssima 3. 39,36% avaliam a acessibilidade das ruas, vielas e escadas que dão acesso a comunidade como péssima

Sou voluntária desta ONG desde junho de 2015 e tive contato com esta comunidade duas vezes durante este período. A primeira foi em novembro de 2017 em minha segunda vez como líder de construções de moradias emergenciais, a segunda vez em setembro de 2019.

4. 55,69% avaliam a qualidade da pavimentação como péssima 5. Apenas 57,73% possuem banheiros com vaso sanitário com descarga hidráulica

1. ONG que têm como objetivo trabalhar com determinação nas comunidades precárias para superar a pobreza através da formação e ação conjunta dos moradores e moradoras, jovens voluntários e voluntárias e outros atores, visando uma sociedade mais justa, igualitária, integrada e sem pobreza em que todas as pessoas possam exercer plenamente seus direitos e deveres e tenham oportunidades para desenvolver suas capacidades 44

6. 78,13% das famílias usam água através de fontes duvidosas

● Terceiro, o acesso à água é feito, majoritariamente, através de canos clandestinos, não podendo ser garantida então a qualidade da mesma.

7. Apenas 6.12% das famílias têm acesso ao esgoto do sistema público.

Destrinchando ainda mais estas informações, podemos concluir que os maiores problemas da comunidade Capadócia têm relação com a infraestrutura e com a água, seja ela destinada para saneamento ou para o consumo próprio. Além disso, ao assimilar pobreza com a privação das capacidades básicas de um indivíduo, também podemos criar um outro paralelo no qual entendemos que os cidadãos desta comunidade, por serem privados de itens tão básicos, têm a sua liberdade restrita. Por viverem em condições tão precárias, eles não possuem a opção da escolha, não têm capital para fazer uma mudança de vida e não tem o apoio do governo. Uma das maneiras de melhoria deste cenário é através da transmissão de conhecimentos.

8. 55,39% das famílias afirma que despeja seus dejetos no lago da comunidade, e 21,57% possuem fossa rudimentar. Através das informações acima, chegamos à algumas conclusões: ● A primeira é que a infraestrutura da comunidade Capadócia é extremamente precária e isso impacta muito na qualidade vida dos habitantes da mesma. ● Segundo, entendemos que a situação do saneamento básico é de baixa qualidade, sendo que quase 40% da população não possui banheiros hidráulicos e a maior parte da população despeja seus dejetos na natureza, por falta de atenção da prefeitura.

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figuras 11 a 31 fotos comunidade capadรณcia 46

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na região que utiliza muito água de procedência duvidosa.

RECORTE DO LIVRO “O MANUAL DO ARQUITETO DESCALÇO” Relacionando os dados obtidos da Comunidade Capadócia com as informações do livro “O Manual do Arquiteto Descalço” concluímos que as técnicas mais importantes neste momento são as relacionadas à saneamento básico e uso da água.

saneamento básico. A técnica consiste na inserção de um barril perfurado por pregos e cheio de areia, nas rio. A água passa por de brita e areia para subir por meio de uma

margens do um filtro depois bomba.

2. Proteção de uma nascente Primeiro há de se cavar até encontrar uma camada impermeável, constrói-se uma caixa de argamassa, um cano de saída e uma tampa. Em seguida cava-se um canal de drenagem para o desvio da água da chuva. A tampa e o cano deverão ser cobertos com terra. A água da nascente passará por este filtro e sairá limpa do outro lado.

Através do entendimento de que a água é escassa, selecionamos os tipos de sanitários e fossas que não dependem da mesma. 1. Purificação da água dos rios Esse tópico é de extrema importância, pois a comunidade Capadócia fica localizada às margens de um rio que acabou sendo muito afetado pela falta de

3. Cisternas São sistemas de armazenamento de água da chuva, extremamente útil 56

um cano (que pode ser de bambu) a calha da casa. A água é escoada para o mesmo e pode ser usada para usos que não de consumo direto.

O tipo de cisterna mais aplicável para esta região é que consiste em um barril ligado por

tevap (tanque de evotranspiração) O TEVAP (Tanque de Evotranspiração) é uma solução para o tratamento e o destino final dos dejetos do vaso sanitário. Funciona através da iniciativa local e os materiais mais presentes na região, como pneus usados e entulhos de construção. É uma solução simples e de baixo custo.

impermeabilizados, onde não há saída de efluente via infiltração no solo. Os tanques de evapotranspiração são construídos com a técnica de ferro-cimento, pneus, entulho de obras, brita, areia e terra adubada. Ao longo dos tanques são colocadas camadas de materiais com diferentes granulometrias. A primeira camada é composta por entulho (tijolo, telhas, pedras, etc.), a segunda é composta por brita, a terceira é composta de areia e a última de solo.

Este sistema foi criado pelo permacultor Tom Watson, nos EUA, e foi adaptado por vários permacultores brasileiros. Consiste em um tanque retangular com paredes e fundo

Um pré-requisito para o uso 57


da Fossa Ecológica ou TEvap é a separação da água que sai da casa. Apenas aquele efluente advindo dos sanitários (água negra) deve ir para o Tanque. As demais, provenientes de pias,

tanques e chuveiros (água cinza), devem ir para outro sistema de tratamento, como o círculo de bananeiras, desde que passe, antes, por uma caixa de gordura

QUADRO DE REFERÊNCIAS Desde o início da pesquisa, já era bastante claro que o produto final seria um zine, e, a partir desse ponto, busquei ideias e referências que representassem o que gostaria de passar através de composições gráficas.

No quadro podemos ver muitas colagens, cores vivas, tipografias brasileiras e fotografias expressivas das comunidades.

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figuras 32 a 45 referĂŞncias identidade visual fanzine 60

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ESTuDOS DE CONCEpÇÃO Como transformar todo este material em algo acessível e relevante para moradores da Comunidade? Como fazer com que o Design de Permacultura realmente seja a solução de diversos problemas primordiais em suas vidas?

com substratos simples, barato, de fácil reprodutibilidade, para que haja a facilidade de impressão e disseminação, já que a maior parte da população das comunidades possui apenas dispositivos móveis que, muitas vezes, não proporcionam uma boa leitura do material. Porém também há a intenção da criação de uma versão em PDF para que também haja a possibilidade de disseminação virtual.

Em entrevistas com três permacultores brasileiros, surgiu o questionamento anterior e a conclusão foi de que este material seria melhor direcionado se entregue como uma série de cartilhas, cada um focando em um problema de infraestrutura, através de um facilitador.

As cartilhas serão distribuídas após ações de permacultores, servindo como um próximo passo para as famílias. Após passarem por algum tipo de contato mais palpável com a disciplina, terão

O material será desenvolvido 62

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mais facilidade para desenvolver as técnicas em suas próprias moradias.

facilmente, se tornar muito denso, há o estudo de ilustrações e fotografias que façam com que essa comunicação seja o mais eficaz possível.

Para que haja fácil compreensão de um conteúdo que pode,

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figuras 45 a 51 primeiros testes fanzine

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PALETA CROMÁTICA LARANJA

C=14 M=67 Y=86 K=80

TIPOGRAFIA Zebras caolhas de Java querem mandar fax para moça gigante de New York. Andale mono Tipografia usada para texto da monografia

CREME

C=1 M=0 Y=15 K=0

MARROM

C=51 M=78 Y=72 K=80

AMARELO

C=6 M=27 Y=67 K=0

Zebras caolhas de Java querem mandar fax para moça gigante de New York. Brasileiro Tipografia usada para títulos

Zebras caolhas de Java querem mandar fax para moça gigante de New York. Milho Cozido Tipografia usada para títulos e textos no fanzine

AZUL

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C=100 M=90 Y=10 K=0

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IluSTRAÇÕES

As ilustrações foram todas feitas com a intenção de manter uma linguagem vernacular, mas ao mesmo tempo não ser extremamente experimental, já que a intenção é a de transmitir conhecimentos.

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LOGO

área de arrojamento

redução máxima

30 mm

cores aplicadas

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PRODUTO FINAL

contra capa

capa frente e verso 74

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miolo

miolo

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miolo

miolo

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miolo

miolo

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miolo

miolo

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miolo

miolo

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miolo

miolo

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miolo

miolo

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miolo

miolo

figuras 52 a 70 mockups 90

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CONSIDERAÇÕES FINAIS Este projeto foi desenvolvido com o intuito de um aprofundamento no papel social do design e ao mesmo tempo na criação de um produto de real viabilidade para a população das classes sociais mais baixas de São Paulo.

de curso, consegui me aprofundar realmente no que, para mim, é a essência desta disciplina. Enfrentar os problemas criados pela humanidade através de soluções práticas e inovadoras, isso é Design. Por ter tido a possibilidade de estudar a Permacultura e suas diversas capacidades, expandi muito meus horizontes em relação às ferramentas de mudança que estão ao meu dispor, e que em breve poderei disseminar entre muitos e principalmente entre os que mais necessitam.

Durante a pesquisa, me deparei com autores que tiveram o poder de transformar o Design para mim. Desde o primeiro contato com o curso de Design Gráfico, tive certeza de que, em algum ponto, conseguiria unir essa vontade de mudança que vive dentro de mim, com tudo o que eu estava aprendendo. Através da primeira fase deste trabalho de conclusão

Nestes meus quatro anos e meio como voluntária da ONG TETO pude 92

acompanhar a história de pessoas incríveis. Pessoas que acordam às três horas da madrugada, para poder atravessar essa megalópole e trabalhar por menos de um salário mínimo. Pessoas que, por habitarem locais considerados invadidos, não possuem um CEP, o que impossibilita quaisquer trâmites legais como a inscrição em uma escola, universidade ou acesso a uma carteira de trabalho. Pessoas que são maltratadas e malquistas pela sociedade todos os dias, tachadas de “faveladas” e “vagabundas”. Que já nascem expostas ao crime, drogas, morte e a todas as adversidades possíveis, mas que mesmo assim saem de casa todos os dias, dispostas a sobreviver e ser feliz mais um dia. Por meio deste projeto, procuro oferecer uma oportunidade de mudança a elas. Através dos conhecimentos que busco transmitir, a intenção é de que as oportunidades destes

cidadãos se multipliquem, citando Einstein “a mente que se abre à uma nova ideia, jamais voltará ao seu tamanho original”. Como dito anteriormente, muitas vezes os moradores de uma Comunidade se sentem inaptos à receberem conteúdos que aparentam possuir uma certa complexidade, como é o caso da Permacultura, por isso é de extrema importância o uso de uma metodologia inclusiva para o compartilhamento desses materiais. Também busco informar sobre a importância da preocupação com o ecossistema onde essas famílias estão inseridas.

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O nível de salubridade das comunidades é extremamente baixo, isto pelo fato de que geralmente não há coleta seletiva, o que acarreta no contato direto dos moradores com o lixo, que é despejado nas ruas e em todo o entorno à céu aberto. Porém, com a aplicação das técnicas do Design de Permacultura, a


intenção é que os próprios moradores iniciem uma nova relação com o ambiente que habitam, usando as soluções disponibilizadas nas cartilhas para a melhoria de infraestrutura não só em suas residências, mas no todo.

FREDIANI, Daniel Augusto. Saberes e fazeres em tecnologias sociais em saneamento e Permacultura: um estudo sobre experiências de formação do IPB na Bahia. 2017. 86 f. Monografia (Especialização) - Curso de Engenharia Sanitária e Ambiental, Universidade Federal da Bahia - Ufba Escola Politécnica, Salvador, 2017.

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CARDOSO, Rafael. Design para um mundo complexo. São Paulo: Cosac Naify, 2011. 262 p. CRESPO, Antônio Pedro Albernaz e GUROVITZ, Elaine. A pobreza como um fenômeno multidimensional. RAE electron. [online]. 2002, vol.1, n.2, pp.02-12. ISSN 1676-5648. http://dx.doi.org/10.1590/S167656482002000200003.

BRAGA, Marcos da Costa et al (org.), O Papel Social do Design Gráfico: Histórias, conceitos e atuação profissional. São Paulo, Senac São Paulo, 2011, 192 p. BRASIL, Teto. O que é TETO? 2018. Disponível em: <https://www.techo. org/brasil/teto/>. Acesso em: 04 jul. 2018.

DENIS, Rafael Cardoso. Uma introdução à história do Design. São Paulo: Blucher, 1999. 276 p. 94

MEGGS, Phillip B.; PURVIS, Alston W.. Meggs’ History of Graphic Design. 6. ed. New Jersey: Wiley, 2016. 696 p. PAPANEK, Vitor. Design for the real world. 2. ed. Chicago: Academy Chicago Publishers, 2005. 416 p. RICIARDI, Juliano de Paiva. Guia para um Design Ecológico. Rio Grande: 2007. 30 p.

HOLMGREN, David. Permacultura: Príncipios e Caminhos da Sustentabilidade. Porto Alegre: Via Sapiens, 2003. 416 p.

SOARES, André Luis Jaeger. Conceitos básicos sobre permacultura. Brasília: Pnfc – Projeto Novas Fronteiras da Cooperação Para O Desenvolvimento Sustentável, 1998. 53 p.

HOLMGREN, David. Os fundamentos da Permacultura. Victoria: Holmgren Design Services, 2007. 27 p. Tradução por Alexander Van Parys Piergili e Amantino Ramos de Freitas - Ecossistemas Design Ecológico.

SOUZA, Pedro Luiz Pereira de. Notas para uma história do design. 3. ed. Rio de Janeiro: 2ab Editora, 1997. 86 p. (Série Design).

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia Estatística. As fundações privadas e associações sem fins lucrativos no Brasil. 2010.

VAN LEGEN, John. Manual do Arquiteto Descalço. São Paulo: B4 Editores, 2014. 697 p.

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WHITELEY, Nigel. Design For Society. Trowbridge: Reaktion Books, 1993. 182 p.

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LISTA DE IMAGENS

Figura 29 – Fonte: TETO, 2019

Figura 46 – Fonte: própria, 2020

Figura 30 – Fonte: TETO, 2019

Figura 47 – Fonte: própria, 2020

Figura 31 – Fonte: TETO, 2019

Figura 48 – Fonte: própria, 2020

Figura 1 – Fonte: HOLMGREN, 2007

Figura 15 – Fonte: TETO, 2019

Figura 32 – Fonte: Behance

Figura 49 – Fonte: própria, 2020

Figura 2 – Fonte: HOLMGREN, 2007

Figura 16 – Fonte: TETO, 2019

Figura 33 – Fonte: Behance

Figura 50 – Fonte: própria, 2020

Figura 3 – Fonte: HOLMGREN, 2007

Figura 17 – Fonte: TETO, 2019

Figura 34 – Fonte: Behance

Figura 51 – Fonte: própria, 2020

Figura 4 – Fonte: HOLMGREN, 2007

Figura 18 – Fonte: TETO, 2019

Figura 35 – Fonte: Behance

Figura 51 – Fonte: própria, 2020

Figura 5 – Fonte: HOLMGREN, 2007

Figura 19 – Fonte: TETO, 2019

Figura 36 – Fonte: Behance

Figura 53 – Fonte: própria, 2020

Figura 6 – Fonte: HOLMGREN, 2003

Figura 20 – Fonte: TETO, 2019

Figura 37 – Fonte: Behance

Figura 54 – Fonte: própria, 2020

Figura 7 – Fonte: HOLMGREN, 2003

Figura 21 – Fonte: TETO, 2019

Figura 38 – Fonte: Behance

Figura 55 – Fonte: própria, 2020

Figura 8 – Fonte: RICIARDI, 2007

Figura 22 – Fonte: TETO, 2019

Figura 39 – Fonte: Behance

Figura 56 – Fonte: própria, 2020

Figura 9 – Fonte: RICIARDI, 2007

Figura 23 – Fonte: TETO, 2019

Figura 40 – Fonte: Behance

Figura 57 – Fonte: própria, 2020

Figura 10 – Fonte: SOARES, 1998

Figura 24 – Fonte: TETO, 2019

Figura 41 – Fonte: Behance

Figura 58 – Fonte: própria, 2020

Figura 11 – Fonte: TETO, 2017

Figura 25 – Fonte: TETO, 2019

Figura 42 – Fonte: Behance

Figura 59 – Fonte: própria, 2020

Figura 12 – Fonte: TETO, 2019

Figura 26 – Fonte: TETO, 2019

Figura 43 – Fonte: Behance

Figura 60 – Fonte: própria, 2020

Figura 13 – Fonte: TETO, 2017

Figura 27 – Fonte: TETO, 2019

Figura 44 – Fonte: Behance

Figura 61 – Fonte: própria, 2020

Figura 14 – Fonte: TETO, 2017

Figura 28 – Fonte: TETO, 2019

Figura 45 – Fonte: Behance

Figura 62 – Fonte: própria, 2020


Figura 63 – Fonte: própria, 2020 Figura 64 – Fonte: própria, 2020 Figura 65 – Fonte: própria, 2020 Figura 66 – Fonte: própria, 2020 Figura 67 – Fonte: própria, 2020 Figura 68 – Fonte: própria, 2020 Figura 69 – Fonte: própria, 2020 Figura 70 – Fonte: própria, 2020 figura 71 - fonte: teto brasil, 2019



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