Destaque Rural - Ed. 5

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CAPA

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VAMOS IMPEDIR QUE AS LAGARTAS DEVOREM A PRODUÇÃO BRASILEIRA DE SOJA. O Bayer Contra Lagartas é uma iniciativa que irá suportar o manejo sustentável de pragas da sua lavoura. O programa contempla uma série de medidas que vão desde o monitoramento adequado até a recomendação das melhores soluções ao produtor, para que a agricultura brasileira seja cada vez mais competitiva.

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Editorial

Editora Riograndense CNPJ 17.965.942/0001-07 Inscrição Municipal 66829

Juntos pela produtividade Que é do campo que vem o desenvolvimento do Brasil, isso não é novidade. Mas, parece que para muitos jovens essa afirmativa não convence. Dados do IBGE apontam que ainda é significativo o êxodo rural no país. Tentar a sorte na cidade se tornou mais atrativo nas últimas décadas. Não para os filhos de José e Ernestina Bee, de Tapejara, no norte do estado. O trio decidiu, na década de 80, tocar os negócios dos pais e multiplicar os investimentos resultantes da lavoura. A quinta edição da Revista Destaque Rural chega ao produtor com essa história de empreendedorismo de sucesso resultado da união da família. Com mais de dois mil hectares de produção, uma beneficiadora de sementes e uma empresa de aviação agrícola, os Bee esbanjam simpatia e humildade. A opção dos filhos em permanecer no campo pode ter causado inquietações na época, dúvidas, que hoje dão lugar a certeza de ter apostado na melhor alternativa. Tainara Scalco

Endereço Rua Bento Gonçalves, 50 - Centro Cep 99010-010 Diretores Leonardo Wink Fabiana Lima Jornalista Responsável Tainara Scalco (MTB 17.118) Jornalistas Fabiana Duarte Rezende Tainara Scalco Colunistas Gilberto Cunha Elmar Luis Floss Projeto Gráfico e Diagramação Cássia Paula Colla Foto de capa André Lui Bernardo Revisão Débora Chaves Lopes Comercial Rebeca Tolentino Costa Impressão Gráfica Tapejarense Site www.destaquerural.com.br Contatos Facebook/Destaque Rural leonardowink@destaquerural.com.br (54) 9947- 9287 (54) 3601- 0100

Circulação Tapejara

 Santa Bárbara do Sul

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Carazinho Colorado Condor Cruz Alta Erechim Espumoso Frederico Westfalen Getúlio Vargas Ibirubá Ijuí Júlio de Castilhos Lagoa Vermelha Marau Não-Me-Toque Palmeira das Missões Panambi

Passo Fundo Pejuçara Salto do Jacuí Sananduva Santo Ângelo Santa Bárbara do Sul Santa Rosa Sarandi Sertão Selbach Soledade Tapera Tapejara Três de Maio Tupanciretã Vacaria


Índice CAPA

Empreendedorismo de Sucesso Págs 26 a 31.

CT&Bio

Gilberto Cunha

A evolução do conceito de rendimento em agricultura

Inverno Aposta na canola pág. 14

DESTAQUE EMPRESAS OR Sementes: 25 anos de conquistas pág.

pág. 6

Agricultura de precisão Tecnologia que veio para ficar

Leite

pág. 18

Geração de renda

Agrotóxico Campo limpo

Safrinha Reforço de caixa

pág.

pág. 8

pág. 22

Armazenagem Exigência de certificação

Desenvolvimento O ano da Agricultura Familiar

pág. 12

pág. 24

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Coluna

Elmar Floss

O Agronegócio na Copa

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pág.

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CT& Bio GILBERTO R. CUNHA Pesquisador do Laboratório de Meteorologia Aplicada à Agricultura - Embrapa Trigo

A evolução do conceito de rendimento em agricultura

Desde os tempos antigos, quando o homem era caçador e coletor, até a atualidade, caracterizada pela integração e intensificação de sistemas agrícolas, o entendimento do conceito de rendimento tem passado por modificações substanciais; que, não obstante toda a evolução do ensino das ciências agrárias, ainda não foi plenamente dominado pelos principais atores envolvidos, de uma forma ou de outra, com a agricultura. Para o homem primitivo, rendimento era não mais que uma razão entre a energia derivada do alimento obtido e a energia que havia sido gasta no processo de obtenção. Depois, com a transição do homem caçador e coletor para agricultor, com a criação de animais e o cultivo de plantas, começou o que se pode chamar de pressão para auferir os benefícios da produção e obtenção de energia, para fins de alimentação, em densidades elevadas. Uma vez estabelecida a semeadura como prática corrente nas sociedades agrícolas, a compreensão de rendimento mudou da razão entre energias (obtida/gasta) para algo mais prático, tipo quantidade de sementes colhidas por quantidade de sementes lançadas no solo. Isso foi fundamental para que, empiricamente, o homem tomasse a decisão de quanto da sua produção poderia ser utilizada para fins de alimentação e quanto deveria ser guardada para a semeadura da próxima safra. Não é surpresa que, em regiões de agriculturas tecnologicamente atrasadas e de limitações ambientais fortes, ainda hoje, muitas pessoas usem esse conceito de rendimento, valendo-se de expressões tipo “colheita de tanto por um”. A consequência, na evolução das espécies cultivadas, foi a seleção de plantas individualmente mais produtivas (maior número de grãos por plantas, no caso dos cereais). Com o aumento da população mundial veio o processo de urbanização, a degradação dos solos (desertificação, salinização, etc.) e a escassez de terras para fins agrícolas, em muitas regiões do mundo, virou realidade. A maior produção por unidade de área tornou-se um critério mais importante para rendimento que produção por planta individualmente. Com isso, a seleção de plantas com rendimento elevado (grãos por grão) mudou para plantas menos competitivas, mas com capacidade para produzir mais por unidade de área. A agregação da dimensão tempo no conceito de rendimen-

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to foi o passo seguinte, surgindo, por exemplo, a expressão rendimento por hectare e por ano. Na medição da produtividade dos sistemas agrícolas, envolvendo intensificação e integração (lavoura-pecuária-floresta, por exemplo), a variável tempo assume posição de relevância. Nos cultivos individuais, trigo ou soja, por exemplo, é importante o entendimento de definições como rendimento real, rendimento atingível, rendimento potencial limitado pela disponibilidade hídrica, rendimento potencial e potencial de rendimento. O rendimento real é a média de rendimento (kg/ha) de uma determinada cultura em escala municipal, regional ou de lavoura, em determinada safra (ou média de safras). É resultado das condições de solo, de clima, do nível de tecnologia e da habilidade do agricultor. Por sua vez, o dito rendimento atingível corresponde ao melhor rendimento obtido com o uso pleno da melhor tecnologia disponível. São rendimentos alcançados experimentalmente e/ou pelos agricultores de melhor desempenho produtivo, em uma dada região. E os conceitos de rendimento potencial limitado pela disponibilidade hídrica e rendimento potencial em sentido estrito correspondem aos rendimentos máximos que poderiam ser obtidos por uma cultura, em um dado ambiente, em função da fisiologia da espécie, para uma dada quantidade disponível de água ou sem limitação hídrica, respectivamente. Às vezes confunde-se rendimento potencial com potencial de rendimento, que é o rendimento de uma cultivar em um ambiente para o qual é adaptada, sem limitação de nutrientes, de água e na ausência de danos causados por pragas, doenças ou competição com plantas daninhas. Rendimento potencial no âmbito de espécie (atributo fisiológico) e potencial de rendimento de cultivar, envolvendo além de ambiente, também práticas de manejo. Em magnitude crescente, tem-se rendimento real, seguido de rendimento atingível, depois por rendimento potencial limitado pela disponibilidade hídrica e rendimento potencial stricto sensu e, no grau mais avançado da escala, potencial de rendimento. O importante é entender e identificar as causas de distanciamento entre esses níveis hierárquicos de rendimento dos cultivos e buscar a redução dessas diferenças. Essa é a essência do manejo de cultivos e da gestão da produção vegetal em escala de lavouras.


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LEITE

GERAÇÃO DE RENDA O

leite tem aumentado sua importância no cenário econômico e social no Rio Grande do Sul. O estado é o segundo em volume de produção no Brasil, sendo que a mesorregião do Noroeste Rio-grandense possui a maior produtividade. Passo Fundo faz parte desta região, onde as condições de solo, clima e força de trabalho têm utilizado os recursos naturais disponíveis para cultivar, além de soja, cereais e forrageiras que servem como base alimentar para produção de leite. No cenário econômico, o leite se destaca pelo potencial de geração de renda. Quando comparada com a tradicional cultura da soja, o leite chega a remunerar de três a seis vezes mais o hectare explorado. Este pode ser um dos motivos do interesse de grandes, médios e, principalmente, pequenos produtores rurais pela produção leiteira.

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Remuneração pode ser até seis vezes maior do que a soja, por hectare explorado Propriedade modelo A necessidade de produzir leite de alta qualidade, respeitando o bem estar dos animais e o meio ambiente, motiva o desenvolvimento da propriedade modelo de Fernando Stedile, em Passo Fundo/RS. Segundo ele, a atividade leiteira já é uma tradição em sua família que, no ano de 1992, iniciou um projeto de investimentos no setor. Neste primeiro ano de produção, foram comercializados 92.000 litros de leite. Em 2011, foram alcançados 2.300.000 litros, entregues a grandes indústrias. O projeto de expansão se consolida com um plantel de aproximadamente 1.000 animais de excelente qualidade, permanecendo com uma média de 500 vacas em lactação, que produzem 15.000 litros/dia. “Os investimentos sempre são direcionados para reduzir e facilitar a mão-de-obra, bem como ganhar produtividade em todos os aspectos”, garante Stedile.


Os investimentos - Fábrica de ração automatizada, ganhando acurácia e velocidade no processo; - Sala de ordenha com capacidade de 150 vacas/hora, otimizando o tempo ocioso dos animais; - Vagão Forrageiro Autopropelido, muito ágil, confiável e com excepcional qualidade de mistura da dieta total, bem como segurança de operação; - Alimentação de terneiras automatizado, controlado por computador, resultando em menor mão de obra, utilizando um programa de aleitamento adequado, com desmama controlada; - Estação de Tratamento de Efluentes, visando diminuir a mão de obra do processo, bem como destinação dos dejetos de forma correta e segura.

“Os investimentos para uma pecuária leiteira comercial são de grande vulto, normalmente com retorno em médio e longo prazos. A busca de conhecimento é constante, pois é uma atividade extremamente técnica. Mas os retornos financeiros são atraentes comparados a outras atividades do campo”, diz Fernando. A propriedade não utiliza irrigação da pastagem e aposta na mecanização da ordenha, que proporciona velocidade no processo. Os resultados incluem as boas produtividades, baixo número de animais doentes e alta qualidade no leite.

Recursos humanos De acordo com o médico veterinário, professor e coordenador do Serviço de Análise de Rebanhos Leiteiros da Universidade de Passo Fundo, Carlos Bondan, um dos gargalos que limitam o crescimento da atividade no estado é a disponibilidade de recursos humanos. “A escassez de mão de obra faz com que produtores intensifiquem cada vez mais a produção realizando investimentos substanciais, porém necessários, para manter a fazenda funcionando e produzindo leite que atenda aos padrões de qualidade exigidos pelos órgãos fiscalizadores e principalmente pelos consumidores”. Para facilitar os investimentos em animais e equipamentos, os produtores contam com linhas de créditos nas redes bancárias a juros compatíveis com a realidade da atividade. Além disso, as cooperativas e indústrias de equipamentos são facilitadoras, negociando seus produtos diretamente com os fazendeiros. Alguns municípios, que percebem a importância social do leite na economia, fomentam a atividade através das secretarias da agricultura, que disponibilizam patrulhas agrícolas para os trabalhos de plantio, corte e armazenamento de forrageiras. “Estas medidas trouxeram crescimento, os investimentos em mecanização permitiram aumentar o rebanho, melhorar a produção leiteira e diminuir o esforço braçal”.

Novidades em tecnologia A biotecnologia e a nanotecnologia vem permitindo grandes avanços nas áreas de sanidade, genética, reprodução e nutrição dos bovinos leiteiros. A partir da identificação do genoma bovino, foi possível conhecer os genes responsáveis pelas altas produções de leite e, desta forma, intensificou-se o melhoramento genético. O desenvolvimento de vacinas e medicamentos contribuiu para a sanidade dos rebanhos, assim como os hormônios têm sido utilizados para tratar distúrbios e melhorar o desempenho reprodutivo das fêmeas. “Porém, de nada adianta termos animais saudáveis e geneticamente superiores se não forem adequadamente alimentados. Arrisco a dizer que o desconhecimento das necessidades nutricionais das vacas pelos produtores é o maior limitante para produção leiteira em nosso estado. O conhecimento sobre as necessidades nutricionais existe, porém ou ela não está chegando ao produtor ou o produtor não a está utilizando adequadamente”, ressalta Bondan. Conforme o professor, as tecnologias existentes e em desenvolvimento para atividade leiteira são numerosas e, por traz delas, existem instituições que identificam limitações e buscam

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soluções. Na região Norte, destacam-se os trabalhos realizados pela Embrapa-Trigo e pela Universidade de Passo Fundo (UPF), que tem disponibilizado profissionais qualificados para atuares na pesquisa e extensão. O Centro de Estudos e Pesquisa em Alimentos da UPF possui laboratórios que dão suporte tecnológico analisando forrageiras, água e leite, estas análises são indispensáveis para manter dietas balanceadas. Os laboratórios do Hospital Veterinário da UPF também realizam análises de patologia animal, microbiologia, virologia, parasitologia e análises clínicas dando suporte ao diagnóstico de doenças que possam comprometer a produção e qualidade do leite. As indústrias de máquinas e equipamentos também contribuem nos avanços tecnológicos. Conhecendo as necessidades da exploração leiteira, investem em tecnologia para facilitar e aumentar o rendimento dos trabalhos no campo.

- Equipamentos de ordenha mecanizada com extratores automáticos acoplados a softwares que gerenciam produção e eventos ocorridos com as vacas. As informações individuais de produção e outros eventos que ocorram com os animais podem ser registrados no programas de computador acoplados aos sistemas de ordenha, que oferecem, em tempo real, informações que permitem tomar decisões estratégicas de um indivíduo ou de um lote de vacas no rebanho. - Vagão desensilador e misturar a dieta, que permitem remover mecanicamente as forrageiras ensiladas, realizar misturas do material desensilado com concentrados e minerais e, ainda, distribuir os alimentos no cocho com o mínimo de desperdícios e maior eficiência. - Sistemas de irrigação, que trazem tranquilidade aos produtores à mercê das condições climáticas do estado. Porém, nem todos podem desfrutar desta tecnologia, pois há necessidade de água na propriedade e, mesmo havendo, é preciso enquadramento legal para a utilização da água.

Não existe receita

SARLE O SARLE (Serviço de Análises de Rebanhos Leiteiros) é um dos laboratórios da UPF credenciado pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e realiza análises de qualidade do leite. Oferece também aos produtores um programa de gestão das propriedades leiteiras denominado de “Controle Leiteiro”. Através da coleta mensal de amostras de leite e registro de todos os eventos que ocorrem individualmente com as vacas é gerado um relatório mensal, que permite tomar decisões relacionadas a sanidade do rebanho, nutrição, reprodução, melhoramento genético, descartes de animais entre outros, e manter um banco de dados com informações individuais dos animais da fazenda.

“A tecnologia da informação é indispensável num fazenda. Conhecer cada vaca, ter seu histórico e saber se é rentável mantê-la no rebanho é uma questão de viabilidade econômica, de gestão do negócio leite, é encarar a atividade de forma empresarial, independente do tamanho do negócio”. Carlos Bondan, coordenador do SARLE da UPF.

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Inovação

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RioRio Grande dodo SulSul - Ano I - nº 5 5 Grande - Ano I - nº

O professor Bondan alerta que toda e qualquer tecnologia necessita ser racionalmente adquirida e utilizada, de nada adianta investir em algo que não traga benefícios e, por vezes, possa gerar prejuízos. Segundo ele, para decidir qual a melhor tecnologia ou pacote tecnológico é necessário um estudo aprofundado da propriedade e, para isto, auxílio de um profissionais qualificados. “Pelos diferentes modelos de exploração leiteira em nossa região não existe receita tecnológica que possa servir para todos, esta é a razão para que as decisões sejam tomadas após um estudo das condições de produção de cada fazenda”.

Investimentos “Investir em conhecimento, qualificação e tecnologia da informação. Os colaboradores da propriedade, como os ordenadores, inseminadores, tratadores, todos os funcionários e, o proprietário, devem constantemente buscar atualizações. As tecnologias que mais dão resultados são aquelas relacionadas ao manejo dos animais e da propriedade. Saber a melhor época de plantio de uma forrageira, o melhor momento para colhê-la, os valores nutricionais que os alimentos possuem, a quantidade que cada vaca deve consumir é um exemplo de tecnologia disponível, de fácil acesso e de baixo custo e que muitos desconhecem”, ensina o especialista.


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ARMAZENAGEM

EXIGÊNCIA DE CERTIFICAÇÃO Medida inicia em março de 2014 e até 2018 deve alcançar 100% da capacidade das empresas

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esde o início de março deste ano, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento passou a exigir certificação de todas as unidades armazenadoras do país que prestam serviços remunerados para terceiros e estoques públicos. A implantação da certificação está ocorrendo em etapas sendo que, a primeira delas, encerrou em 31 de janeiro. Nesta fase, as exigências devem ter sido cumpridas em 15% da capacidade estática instalada ou do número de CNPJ da empresa. A última etapa, que deverá ser cumprida até 31 de dezembro de 2018, deve alcançar 100% da capacidade das empresas. Todas as unidades de armazenagem devem se adequar às normas

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e solicitar o certificado, de acordo com campanha que o Ministério faz nos estados para divulgação do processo necessário para obter o documento. Atualmente, 39% dos armazéns estão certificados no Brasil, com capacidade para guardar 57 milhões de toneladas de produtos agrícolas. O Rio Grande do Sul é o estado que tem a maior quantidade de unidades armazenadores de posse do documento, 79%. A partir de 15 de março, o Ministério organizará reuniões com a Conab, as secretarias estaduais de Agricultura, produtores rurais e entidades representativas para explicar sobre a necessidade de certificação. O documento é solicitado via Ministério da Agricultura, mas emitido pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).

Certificação A certificação é concedida aos armazéns que comprovam obedecer normas de tamanho, proporção, estrutura para atender aos trabalhadores (banheiros masculino e feminino, por exemplo), qualificação de mão de obra e manejo.

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Diminuição nas perdas Presidente da Associação dos Cerealistas do Rio Grande do Sul, Dilermando Rostirolla, acredita que a exigência da adequação de todas as unidades às normas trará benefícios, especialmente para a diminuição nas perdas durante a armazenagem dos grãos. Em sua propriedade, que possui silos, certificados, com capacidade total de 30 mil toneladas, ele estima que a perda média de grãos durante todo o processo, desde a colheita até a indústria, chegue aos 10%, no período de um ano. “Durante doze meses, a quebra é estimada em 2%. Porém, existem outros fatores como os estragos causados durante o deslocamento do grão. Há, ainda, os ácaros, carunchos, roedores, pássaros e a possibilidade de infiltração no local da armazenagem. Todos estes fatores, influenciam nas perdas. Entre a lavoura, armazenagem, transporte, carregamento ao navio e chegada ao seu destino final, a diminuição do número de grãos chega em torno dos 10%. Por isso que, hoje, foi determinada a certificação de armazém, já que existem uma série de cuidados necessários e imprescindíveis para a manutenção dos estoques”, disse. A instrução normativa para certificação de unidades armazenadoras pode ser encontrada no site da CONAB: www.conab.gov.br


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INVERNO

APOSTA NA CANOLA Conab estima aumento da área na safra 2013/2014. Produtividade também deve crescer

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s mitos estão ficando de lado e a canola começa a se tornar importante alternativa de cultura de inverno nas propriedades do Rio Grande do Sul. O aumento nos índices de produtividade e a mãozinha do mercado – os preços da saca se baseiam na soja – animam os produtores gaúchos. A Conab estima um aumento de 2,1 mil hectares este ano no estado. A produtividade também deve aumentar em 23%. Na última safra, a falta de sementes freou a expansão da cultura no país. Em 2014, isso não deve se repetir. Já há sementes disponíveis no mercado e os produtores começam a se preparar. Em Vacaria, nos Campos de Cima da Serra, o engenheiro agrônomo Raul Basso vai destinar quase 20% da propriedade para a cultura. Há dez anos ele investe na canola. “Começamos com a ideia de substituir o nabo forrageiro por uma cultura que desse retorno econômico imediato,”. A oleaginosa é uma espécie de

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aposta certeira quando o assunto é rotação de culturas. Isso porque não tem as mesmas doenças das aveias e do trigo, ou seja, são menores os riscos de desenvolvimento de fungos. Com esse freio nas pragas, crescem as possibilidades de aumentar a produtividade do trigo do próximo ano. A produtividade da soja também ganha um empurrãozinho da canola. Quem liga essas pontas é o enxofre. Segundo o engenheiro agrônomo e diretor do Grupo FLOSS, Luiz Gustavo Floss, como a oleagi-

É uma excelente opção para rotação de culturas.” Luiz Gustavo Floss, engenheiro agrônomo e diretor do Grupo FLOSS.

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nosa exige grandes níveis de enxofre no solo para o cultivo – cerca de um quilo para cada saco a ser produzido – acaba sobrando o elemento para o cultivo soja. Na contramão, vêm alguns percalços. Se o produtor não ficar atento, a canola realmente pode se tornar um patinho feio. Conforme explica Floss, é preciso acertar

a profundidade, a velocidade de semeadura e tapar os buracos da caixa da máquina para que os pequenos grãos não se percam. Também, é muito importante adubar corretamente para alcançar os melhores índices de fertilidade. Por se tratar de uma cultura de ciclo indeterminado, ou seja, há várias fases de florescimento, a colheita pode não ser uniforme, principalmente, por causa das geadas. Logo, é essencial escolher um ponto de colheita em que não haja perdas significativas. Se cultivada de forma correta, a canola pode chegar a índices de 35 sacos por hectare. Já existe pesquisas que indicam 50 por hectare. “É uma cultura com muita be-

leza e desafios, mas, também, uma das poucas opções que temos para cortar a sequência de gramíneas usadas no inverno,” completa Raul Basso.

No mercado Hoje, o principal destino da canola é a alimentação humana. Os grãos produzidos no Brasil, segundo a Embrapa, possuem de 24% a 27% de proteína e, em média, 3,8% de óleo que pode ser usado tanto para o consumo quanto para a produção de biodisel. Também é utilizada para farelo como excelente suplemento proteico na formulação de rações para bovinos, suínos, ovinos e aves.

“É uma cultura com muita beleza e desafios, mas, também, uma das poucas opções que temos para cortar a sequência de gramíneas usadas no inverno.” Raul Basso, produtor rural.



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AGRICULTURA DE PRECISÃO

TECNOLOGIA

QUE VEIO PARA FICAR

Incremento da sustentabilidade e da rentabilidade do agronegócio é promessa para os próximos anos Fabiana Rezende

FASES DA AP:

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Coleta de informações (ex. amostra de solo); Processamento dos dados com SIG Sistema de Informação Geográfica (software); Interpretação dos resultados (união do produtor, de seu técnico e o especialista no sistema); Aplicação em taxa variável (ex. fertilizantes e corretivos).

uso de insumos, os custos e reduzindo o impacto ambiental”, informa o engenheiro agrônomo, especialista na área, Fabiano Paganella.

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Agricultura de Precisão, sistema de produção em que ocorre uma administração cuidadosa e detalhada do solo e da cultura, veio para ficar. A situação pode ser comparada ao Plantio Direto na década de 80, sendo inicialmente de difícil aceitação pelos produtores e, nos dias atuais, uma realidade praticada por grande parte deles. Tudo isso devido ao avanço das máquinas precisas, dos sistemas de informação e da capacitação das pessoas. “Em suma, é a tecnologia da informação, que permite uma maior quantidade de dados para uma melhor tomada de decisão, visando obter um lucro maior com mais produtividade, racionalizando o

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Agricultura de Precisão A Agricultura de Precisão não é recente. Na verdade, tentativas de dividir a lavoura em parcelas já foram propostas e testadas desde 1929, quando Lisley & Bauer propuseram um tratamento localizado da correção do pH de uma área de 17 hectares com base em dados de 23 amostras de solo coletadas ordenadamente. Mais antigo que esse conceito, é a prática de pequenos agricultores que tratavam as suas propriedades com glebas manejadas distintamente. Baseando-se no conhecimento intrínseco e intimidade com as condições de cada pedaço da lavoura, esses agricultores vêm praticando Agricultura de Precisão, embora empírica e de baixo uso de mecanização.


Principais ferramentas - Sistema guia por GPS, piloto automático e RTK - Pulverização com corte de seção - Mapas de fertilidade - Aplicação de calcário e fertilizantes em taxa variável - Geração de mapas de colheita

Os avanços tecnológicos permitem a coleta de informações pontuais das lavouras e alocação de insumos com base nas necessidades de cada célula ou zona de manejo do campo. “Por exemplo, a quantidade de fertilizantes pode ser prescrita diferentemente em cada pequena parcela da lavoura, conforme as necessidades e disponibilidades de nutrientes e aplicado com taxa variável nos locais adequados. Para tanto, é necessário um profundo conhecimento da fertilidade do solo a ser trabalhado. Por isso uma amostragem de solo bem realizada e com os seus pontos georreferenciados é imprescindível para o sucesso da adoção da Agricultura de Precisão”, ressalta.

Economia de um milhão Em 2008, em Vacaria/RS, um dos clientes do agrônomo conseguiu economizar quase R$ 1.000.000,00 em 2.800 ha, quando decidiu não usar potássio naquele ano, devido aos altos teores no solo, pois o preço do fertilizante estava quase R$ 2.000,00 a tonelada. Em 2009, os preços do adubo baixaram e, com o mesmo valor que ia ser gasto em 2008, foi comprado o adubo exportado pelos grãos na safra anterior e para a próxima safra. “O gesso foi fundamental para transformamos um talhão com calcário em excesso na superfície e acides subsuperficial de outro cliente. Em 2010, o campo era um dos piores entre outros 5.000 há e, 14 meses após a aplicação, passou a ser um dos cinco melhores da propriedade”, disse.

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Tecnologia web Paganella trabalha com a gestão da informação através de um GIS baseado na web, que permite acesso on-line e liberação para vários usuários, com uma maior integração entre os interessados, compartilhando e ordenando a informação dos campos, mapas e relatórios. As informações estão disponíveis no formato que o usuário prefira: .jpg - .pdf - .kmz (Google Earth) - .gis (GeoAgro GIS). Os serviços de mapa de ambientes, mapa de colheita, mapas de prescrição e rastreabilidade da aplicação podem ser solicitados on-line e as tarefas administrativas realizadas de forma simples. “A evolução do conhecimento já permite que possamos

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Fabiano Paganella, Engenheiro agrônomo

fazer semeadura em taxa variável de sementes a partir de zonas de manejo e em breve a adubação nitrogenada em taxa variável a partir do NDVI”, finaliza o agrônomo.

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É a tecnologia da informação, que permite uma maior quantidade de dados para uma melhor tomada de decisão, visando obter um lucro maior com mais produtividade, racionalizando o uso de insumos, os custos e reduzindo o impacto ambiental”


DROPS GRIPE AVIÁRIA Mercados mundiais estão em alerta após o ressurgimento intenso da gripe aviária na Ásia, no final do ano passado. A demanda por derivados da ração animal, como o farelo de soja e o milho, pode despencar devido ao problema. Na China, a venda de aves vivas está proibida, por causa do aumento de casos de contaminação pelo vírus. A Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda não confirma oficialmente que o vírus seja transmitido entre humanos, mas recomenda monitoramento redobrado.

TRANSGÊNICOS Em 2014 a expectativa é de que a demanda pelas sementes de produtos transgênicos se mantenha em elevação, devido aos resultados econômicos e financeiros registrados até o momento. Conforme apontam estatísticas, a área plantada aumenta a cada ano e, desta forma, cresce o percentual de transgênicos em relação às culturas tradicionais. Pesquisadores já apontam que uma década de adoção das sementes geneticamente modificadas no Brasil foram importantes para a preservação do meio ambiente, devido aos transgênicos tolerantes a herbicidas.

SAÚDE Ao mesmo tempo, ainda não há dados oficiais a respeito dos efeitos dos transgênicos no corpo humano. “Nem os produtores do material desenvolvem testes que afastem as dúvidas, nem os que entendem que afetam a saúde possuem qualquer evidência científica de tal hipótese”, disse o diretor da Sociedade Nacional de Agricultura, Alberto Figueiredo.

1O ANUÁRIO BRASILEIRO DE PESCA E AQUICULTURA Lançado no início deste ano, o documento, com mais de 130 páginas, apresenta o cenário e as perspectivas de crescimento para o setor nos próximos anos. Para autoridades ligadas ao governo, este primeiro anuário representa o esforço de todo o setor e do governo para o desenvolvimento da atividade da pesca e da agricultura. O documento também servirá como instrumento para divulgação das potencialidades do Brasil no exterior, especialmente na busca de investimentos no setor. Somente no ano de 2013, o número de aquicultores registrados no MPA teve um aumento de 460%.

SEAFOOD EXPO GLOBAL 2014: O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e com o apoio do Conselho Nacional de Pesca e Aquicultura (Conepe) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), promoverá o pescado nacional na maior feira internacional destinado a comercialização de produtos da pesca e aquicultura: a Seafood Expo Global 2014, que neste ano ocorrerá em Bruxelas, Bélgica, entre os dias 6 a 8 de maio. O Pavilhão Brasileiro terá uma área de 256 m2, com espaços individualizados com estrutura para as empresas expositoras. Em 2013, o evento atraiu em torno de 25.845 visitantes (importadores, exportadores, distribuidores, varejistas e executivos) de 145 países.

RÓTULOS Desde o dia 31 de janeiro, empresas que possuem o registro de produtos com agentes microbiológicos de controle estão autorizadas a alterar seus rótulos e bulas. Agora, a indicação de uso deverá conter apenas o alvo biológico e fica a critério da empresa indicar ou não as culturas nas quais os produtos foram testados. O agricultor poderá contar com produtos de baixos riscos toxicológicos e ambientais nos seus cultivos sem a necessidade de identificação das culturas onde serão utilizados no receituário agronômico, aumentando o uso da tecnologia do controle biológico para o combate de pragas e doenças, preconizando as recomendações do Manejo Integrado de Pragas. A decisão foi adotada pelo Comitê Técnico de Assessoramento de Agrotóxicos – CTA, por não se tratarem de moléculas químicas. Os produtos que se enquadram dentro das chamadas Classes Toxicológicas III e IV estão dispensados da inclusão da caveira e das duas tíbias cruzadas em rótulo, bula e embalagem. No caso de substâncias químicas é preciso indicar na embalagem a dose máxima para o controle de cada praga e cultura, que não deverão exceder os limites estabelecidos com base em estudos.

PLANO MAIS PECUÁRIA Plano Mais Pecuária: Lançado em fevereiro, o Plano tem metas programadas para os próximos dez anos. Neste período, o Mais Leite deve aumentar a produção nacional para 46,8 bilhões de litros de leite por ano e a produtividade em 40%, passando de 1,4 mil quilos do produto por vaca ao ano para 2 mil quilos. O Mais Carne quer aumentar a produtividade bovina em 100%. Desta forma, o país poderá produzir 13,6 milhões de toneladas de carne em uma área de 113,8 milhões de hectares. O plano também visa aumentar a capacitação de técnicos e produtores para a incorporação de tecnologias no campo, além de desenvolver pesquisas e projetos para soluções tecnológicas e gestão de propriedades. Até 2023, devem ser capacitados 5 mil técnicos e 200 mil produtores na área de gado de corte e 10 mil técnicos e 650 mil trabalhadores e produtores na área leiteira.

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SAFRINHA

REFORÇO DE CAIXA Apostar no período anterior ao plantio de inverno pode trazer bons lucros ao produtor

M

ais tradicional no Paraná e região Centro-Oeste do país, muitos produtores gaúchos têm aproveitado o período entressafras para buscar uma renda a mais, através de suas lavouras. Na região de Passo Fundo/ RS, a aposta é na safrinha após o milho, plantado em setembro e colhido em meados de fevereiro e março. Em seguida, a terra fica descoberta, já que as culturas de inverno (trigo, aveia branca, canola, centeio e cevada) são plantadas em maio ou junho, o que significa três meses de lavoura ociosa. “Neste período, para reforçar o caixa, os agricultores têm procurado plantar outra cultura de importância econômica”, disse o engenheiro agrônomo da Emater/ Ascar, Cláudio Dóro. Entre as opções mais utilizadas estão o milho sobre milho (maioria para silagem), a soja, o feijão, o sorgo e, até mesmo, o girassol. Porém, conforme o agrônomo, o

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plantio nesta época é de alto risco e costuma ser feito com cautela pelo produtor. A fase final costuma ser a mais preocupante já que, logo, as plantas poderão enfrentar invernos precoces ou geadas

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antecipadas, correndo o risco de todo o investimento ser perdido. “Para a safrinha, não há financiamento e está fora do zoneamento agropecuário, ou seja, ela é feita com recursos próprios”, ressalta Dóro.


Planejamento para garantir rentabilidade O produtor rural de Carazinho, Glênio Guimarães, costuma investir na safrinha, mas após um bom planejamento. “É preciso, sempre, estar atento ao mercado e às previsões climáticas, entre outros fatores de risco. A partir disso, fazemos a escolha da melhor cultura para safrinha. A decisão é tomada bem próxima ao momento do plantio”. Para o produtor, a safrinha é uma oportunidade a mais de comercialização garantida, já que há tempo de a lavoura ficar pronta no intervalo em que estaria descoberta. Neste ano, as terras do produtor receberam soja na entressafra. Antes disso, ele optou pelo girassol, por três anos seguidos. O feijão também já foi utilizado no período. “O lucro da soja é mais garantido. Não é tão grande quanto o girassol, mas é certo”. Para Glênio, o plantio de girassol valeu o investimento, porém, como houve muitas chuvas na hora da colheita da última safra, acabou sofrendo perdas. Mesmo assim, ele ressalta que sempre vai buscar uma cultura alternativa. Conforme Cláudio Dóro, o girassol é uma cultura que não teve bom crescimento na região, apesar de possuir vários incentivos e mercado comprador. Os problemas encontrados, atualmente, são referentes à baixa produtividade e com a tecnologia. Ainda assim, o seu plantio na safrinha é recomendado. “Apesar das resistências culturais, técnicas e de tecnologia, é ótimo para o solo. Até mesmo para a rotação de culturas. Pode não deixar lucro direto mas, indiretamente, deixa benefícios no aumento da produtividade para as culturas que vêm em seguida”.

“A terra é muito cara para deixar sem plantar em cima, fazendo somente cobertura.” Claudio Dóro, engenheiro agrônomo Emater.

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DESENVOLVIMENTO

O ANO DA AGRICULTURA FAMILIAR O debate também engloba segurança animal e nutricional, gestão de recursos naturais, proteção do meio ambiente e desenvolvimento sustentável, melhora dos meios de subsistência, entre outros. O AIAF 2014 também quer reposicionar a agricultura familiar no centro das políticas agrícolas ambientais e sociais, identificando oportunidades para a ocorrência de um desenvolvimento mais equilibrado.

Reconhecimento

Desafios dos pequenos agricultores são centro do debate nacional, regional e global do AIAF

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A

umentar a visibilidade da agricultura familiar, dos pequenos agricultores e destacar seu papel na erradicação da fome e pobreza, estão entre as principais metas do Ano Internacional da Agricultura Familiar (AIAF) 2014. Através de uma ampla discussão nacional, regional e global, a intenção é aumentar o entendimento dos desafios enfrentados por estes produtores, assim como ajudar e identificar maneiras que possam apoiar os agricultores familiares.

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O Ano Internacional da Agricultura Familiar foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), em reconhecimento à contribuição da agricultura familiar para segurança alimentar e erradicação da pobreza no mundo. O tema foi escolhido pelos 193 países membros da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Com a iniciativa, a FAO pretende sensibilizar sociedades e governos sobre a importância do setor para a segurança alimentar e a produção de alimentos, além de mobilizar a atenção mundial na erradicação da fome e pobreza.


O QUE É

A AGRICULTURA FAMILIAR é o principal motor do

DESENVOLVIMENTO REGIONAL RESPONDE POR

74%

emprega diretamente

10

do emprego no

CAMPO

milhões de pessoas,

considerando apenas os países do Mercosul

CONTA COM MAIS DE

4,3

A agricultura familiar inclui todas as atividades agrícolas de base familiar e está ligada a diversas áreas do desenvolvimento rural. Consiste em um meio de organização das produções agrícola, florestal, pesqueira, pastoril e aquícola, que são gerenciadas e operadas por uma família e predominantemente dependente de mã de obra familiar, seja de mulheres quanto de homens. Tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento, a agricultura familiar é a forma predominante de agricultura no setor de produção de alimentos. Nacionalmente, existe uma série de fatores que são fundamentais para o bom desenvolvimento da agricultura familiar, como: condições agroecológicas e as características territoriais; ambiente político; acesso aos mercados; acesso à terra e recursos naturais; acesso à tecnologia e serviços de extensão; acesso ao financiamento; condições demográficas, econômicas e socioculturais e disponibilidade de educação especializada.Ela tem um importante papel socioeconômico, ambiental e cultural.

milhões

DE UNIDADES PRODUTIVAS

CORRESPONDENTE A

84%

do número de estabelecimentos

RURAIS BRASILEIROS

Importância - A agricultura familiar e de pequena escala estão intimamente vinculados à segurança alimentar mundial. - Preserva os alimentos tradicionais, além de contribuir para uma alimentação balanceada, para a proteção da agrobiodiversidade e para o uso sustentável dos recursos naturais. - Representa uma oportunidade para impulsionar as economias locais, especialmente quando combinada com políticas específicas destinadas a promover a proteção social e o bem-estar das comunidades.

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ESPECIAL

FAMÍLIA BEE:

SINÔNIMO DE PRODUTIV José Bee trocou as

Tainara Scalco

estradas pelo campo.

s marcas nas mãos confessam uma paixão. “Eu sou agricultor.” José Parizzoto Bee, 74 anos, é daquelas figuras que convencem pela simplicidade e simpatia. Na década de 60, segundo ele, também convencia nos campos, mas os de futebol. Chegou a ser convidado para jogar no Internacional e no Ypiranga de Erechim. Nessa época, era caminhoneiro. “A chuteira sempre esta-

O empreendedorismo multiplicou os hectares e serviu de incentivo para os filhos

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VOLMIR, LUCIANA, JOSÉ, ERNESTINA, CLÁUDIO E JOSÉ CARLOS

“A chuteira estava sempre no banco de trás no caminhão.” José Bee, o patriarca.

VIDADE va atrás do banco do caminhão,” revela. A intuição soprava para José que a prosperidade estava, sim, nos campos. Nas terras produtivas da região de Tapejara. Depois de trabalhar três anos com o transporte de madeiras entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, chegou a conclusão que era possível multiplicar os 50 hectares da propriedade que ficara de herança. Investiu no plantio de trigo e começou a colher os frutos da agricultura.

Ainda na década de 60, mudouse com a família para a região de Tupanciretã, onde também investiu em lavouras. Ficou quase uma década no noroeste e decidiu voltar. Como ele diz, o umbigo está enterrado em Tapejara. E é na cidade de pouco mais de 25 mil habitantes que ele, a esposa Ernestina e os três filhos, José Carlos, Claudio e Luciana administram os dois mil hectares de lavouras, a Sementes Bee e a AgroFly, empresa de aviação agrícola. A sala de reuniões lotada reflete a

parceria nos negócios. Pais, filhos e o genro delineiam os rumos dos empreendimentos em consonância. Eles, literalmente, pegam junto, decidem em harmonia, avaliam, arriscam, multiplicam. Aliás, o gene da multiplicação está no sangue de cada um dos três filhos de José e Ernestina. A disciplina veio da matriarca, o instinto para os negócios, do pai. “Decidimos tudo juntos. Claro que existe os desentendimentos de família, mas nada que comprometa o nosso trabalho,” comentam os irmãos.

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MANTER AS RAÍZES Conversamos com a família Bee em um sábado de manhã. O dia era de trabalho na propriedade e começamos a entrevista com o Sr. José. Afetivo e sorridente, ele nos confessou que se não tivéssemos ido, naquele momento, ele estaria colhendo uvas no parreiral para depois fazer um doce. Eis o segredo da longevidade do casal, o cultivo das raízes do campo. No fundo do escritório da propriedade, uma grande horta divide espaço com um variado pomar e um parreiral. Tem até esponja no quintal. A produção parece para a comercialização, pela variedade e escala. Trata-se, no entanto, de um passatempo do casal. O que é produzido no quintal é utilizado para o almoço da família e dos funcionários. Há um refeitório na propriedade para os colaboradores. José conta que nas horas vagas gosta de fazer salame, de cuidar do gado. Já Ernestina revela o amor pelas panelas. Até pouco tempo cozinhava para todos.

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CASAL BEE APROVEITA AS HORAS VAGAS NO PARREIRAL.

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LUCIANA É A RESPONSÁVEL PELO SETOR FINANCEIRO DOS NEGÓ


O INTERIOR NO SANGUE Continuar no interior é outro hábito que passou para os filhos. Todos moram perto. Os netos de José e Ernestina, dois de cada filho, seis no total, ainda não se manifestaram sobre a permanência no campo, mas, se depender do incentivo, não haverá motivos para deixar o celeiro dos bons negócios. A filha caçula, Luciana, que hoje administra as finanças chegou a cursar por mais de um ano o curso de Agronomia, para isso, trocou o campo pela cidade. Mas a determinação de José Bee em manter a família unida nos negócios fez com que Luciana voltasse para casa. Hoje, assim como os irmãos, ela Iintegra a multiplicação dos investimentos. O casamento com Volmir Fontana agregou mais um membro à família e aos negócios.

ÓCIOS.

CASADO COM LUCIANA, VOLMIR FONTANA É UM DOS RESPONSÁVEIS PELAS LAVOURAS

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JOSÉ CARLOS CUIDA DE PERTO DOS ESTOQUES E ARMAZÉNS.

PRODUÇÃO DE SEMENTES Nos anos 90, com a necessidade de agregar mais valor na venda dos produtos colhidos, foi construído o primeiro armazém graneleiro, com o processo de secagem e armazenagem realizado dentro da propriedade. Buscando valorizar a produção gerada, em 1997 inicia-se a produção de sementes de soja, trigo e forrageiras, comercializadas com a marca Sementes Bee. José Carlos, o Carlito, supervisiona todo o processo produtivo, do plantio à armazenagem. E a paixão com que faz isso é determinante para a qualidade das Sementes Bee.

LUIS HENRIQUE E MARIA EDUARDA, FILHOS DE VOLMIR E LUCIANA. IAN LUCAS E JÉSSICA, FILHOS DE JOSÉ CARLOS E ANDREA. GUSTAVO E GABRIEL, FILHOS DE CLAUDIO E LUCIANA.

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DA TERRA PARA O AR “Compramos um avião para fazer os nossos trabalhos e começamos a gostar,” conta Claudio. Ele foi o propulsor da AgroFly, empresa de aviação agrícola que conta com 4 aviões que atendem as regiões Norte, Noroeste e Campos de Cima da Serra. Claudio é piloto, apaixonado pela aviação. Na propriedade, os hangares e a pista de voo revelam o hobby que se transformou em negócio. José Bee conta que o filho gostava de caminhão. Conseguiu convencê-lo a desistir, mas aí a paixão pelas estradas se transportou para os ares. Em Passo Fundo, eles são sócios da Fly Log, empresa de aviação executiva. Além de aeronaves particulares, eles administram aeronaves de terceiros. Há ainda uma oficina de aviões e hangares no aeroporto Lauro Kortz. A ideia é expandir os negócios em 2014.

CLAUDIO MOSTRA O HOBBY QUE VIROU NEGÓCIO.

AVIAÇÃO AGRÍCOLA

2ª MAIOR FROTA ESTÁ NO RIO GRANDE DO SUL.

397

R$ 270 MIL ATÉ R$ 1,5 MILHÃO

AVIÕES REGISTRADOS

MAIOR FROTA

413

O PREÇO DE UM AVIÃO AGRÍCOLA VARIA DE

AERONAVES AGRÍCOLAS NO MATO GROSSO

MAIS SUSTENTÁVEL NO EQUIPAMENTO TERRESTRE, CONTAMINA-SE

105 MIL

LITROS DE ÁGUA A MAIS

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COPA DO MUNDO

OS IMPACTOS NO

AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

O produtor que se adaptar às exigências poderá obter renda com o evento

Fabiana Rezende

A

realização do Campeonato Mundial de Futebol atrairá olhares do mundo todo para o Brasil. Turistas de todas as partes, que além de assistirem os jogos da Copa, estarão visitando e aproveitando nossos pontos turísticos, a gastronomia e a cultura regional. “O agronegócio terá sua importância, principalmente, os pequenos produtores rurais, que deverão suprir os bares, restaurantes, padarias e supermercados com seus produtos e serviços. O produtor que se adaptar às exigências de seus clientes poderá obter renda com o evento. Pois, muitos produtores associam a venda do produto com o lazer, abrem as portas das propriedades para receber os visitantes e criam mais possibilida-

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des de comercialização e renda”, informa o economista, doutor em Economia, e professor da Universidade de Passo Fundo, Julcemar Bruno Zilli. Porém, para os produtores aproveitarem os benefícios do evento, algumas estratégias devem ser adotadas para que possam suprir as necessidades. Segundo o especialista, inicialmente, é importante fortalecer a qualidade dos produtos e da matéria-prima, como é o caso dos produtores de frutas, hortaliças e carnes. Esses produtos serão utilizados para abastecer a elevada demanda dos restaurantes, lanchonetes, hotéis, padarias e supermercados. “A qualidade do produto precisa ser elevada para não ocorrer perda de clientes por detalhes relacionados à falta de cuidados higiênicos, problemas com as embalagens,

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com a validade dos produtos, com a logística de entrega e com o manuseio. Nesse sentido, os agentes devem procurar informações junto aos órgãos competentes para saber

“A Copa do Mundo acaba por ser uma vitrine para o lançamento de produtos. Se os mesmos apresentaram as características exigidas pelo consumidor podem se tornar produtos de exportação”. Julcemar Bruno Zilli, doutor em Economia.


como se preparar para atender a essas normas”, destaca o professor. Segundo Zilli, os agricultores devem investir no desenvolvimento de produtos diferenciados que possam agregar valor à matéria prima in natura. “Isso melhorará consideravelmente a renda das propriedades rurais. Vale lembrar, que a Copa do Mundo acaba por ser uma vitrine para o lançamento de produtos. Se os mesmos apresentaram as características exigidas pelo consumidor podem se tornar produtos de exportação”, indica o economista. Além disso, o evento apresenta a oportunidade da criação de novos negócios ligados às ações para apresentar novos produtos e, com isso, criar a demanda nacional e internacional pelos produtos e serviços ligados ao agronegócio do estado. Isso ampliará a área de atuação dos estabelecimentos e muitos negócios poderão prosperar se bem administrados.

Oportunidade para os pequenos De acordo com o Sebrae, a visibilidade mundial que será dada ao país pode ser aproveitada para divulgar a diversidade de frutas nacionais e expandir a cesta de consumo do brasileiro, que hoje se restringe a poucos itens – banana e laranja principalmente. JULCEMAR BRUNO ZILLI É ECONOMISTA, DOUTOR EM ECONOMIA E PROFESSOR DA UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

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DESTAQUE EMPRESAS OR SEMENTES:

25 ANOS DE CONQUISTAS As cultivares OR têm correspondido a uma parcela significativa da área cultivada com trigo no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Por Luciana Quétheman A OR Melhoramento de Sementes é uma empresa familiar e 100 % brasileira. Sua origem se deu quando Ottoni de Sousa Rosa sócio proprietário da empresa, acreditando no trigo no Brasil e somando experiências como pioneirismo na área de Sementes e Primeira Chefia-Geral da Embrapa Trigo iniciou, em 1989, uma empresa privada para criação de cultivares de trigo. Ottoni Rosa explica que os trabalhos tiveram início com plantas de trigo em vasos, no pátio da residência da família e as atividades de celeiro, na garagem da casa. Conta Ottoni Rosa que Ronald Bertagnolli, proprietário da Fazenda e Cabanha Butiá, apostou na OR Sementes em seu início e foi feito um acordo cedendo anualmente área na propriedade em Coxilha, RS, para o cultivo em campo de germoplasma OR na fase experimental. Por essa razão houve

comprometimento de preferência à Butiá para a comercialização das sementes OR. E há 25 anos, desde o lançamento do primeiro cultivar, a OR e a Butiá têm mantido o acordo. “Escassos eram os recursos, mas conhecimento, coragem e idealismo permitiram que a Empresa se consolidasse” comenta Amarilis Labes Barcellos, sócio proprietária da OR Sementes. Segundo Ottoni Rosa, com a aquisição de um terreno próximo à sua casa em Passo Fundo, uma limitada área foi construída e também uma pequena casa-de-plástico. Esta foi sede da OR até 2008. Sendo que melhorias, ampliações eram feitas sequencialmente. Inicialmente associaram-se à OR, João Chagas (in memoriam – 1991) e Ottoni Rosa Filho; após, André Cunha Rosa e Sílvia Barcellos Rosa. Os três filhos foram incentivados a continuar seus estudos na América do Norte, retornando ao Brasil com formação

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OTTONI ROSA FILHO

pós-graduação em nível de doutorado em trigo. “Em 2008, os sócios Ottoni Rosa Filho e André Rosa retiraram-se da OR Melhoramento de Sementes”, explica Ottoni Rosa. Ottoni de Sousa Rosa, Amarilis Labes Barcellos e Sílvia Barcellos Rosa permaneceram na OR. Amarilis menciona também que os cultivares desenvolvidos antes da divisão da sociedade e ainda em cultivo, tais como Marfim, Campeiro, Mirante e Quartzo são OR/Biotrigo. Ametista, Jadeíte 11, Topázio estes cultivares de trigo pão e me-

lhorador e ORS Vintecinco trigo biscoito e os futuros cultivares são de propriedade exclusiva da OR Melhoramento de Sementes. OR Sementes e Biotrigo são empresas distintas, salienta Amarilis. “Em vinte e cinco anos, a OR tem concentrado esforços para contribuir com a agricultura brasileira, ao desenvolver trigos com maior produtividade e rentabilidade para o agricultor” salienta a sócio proprietária da Empresa, Amarilis Labes Barcellos. Diferencial competitivo “As duas coisas mais importantes não aparecem no balanço de uma empresa: sua reputação e seus homens”, citando Amarilis a Henry Ford. Para ela, a OR tem buscando criar e manter uma massa crítica de recursos excelentes, reunindo o melhor dos valores disponíveis e dando resposta aos desafios estratégicos que se colocam a sua frente. Ottoni Rosa, referindo Jim Collin: “Pessoas não são o ativo mais importante de uma empresa. As pes-

soas certas é que são”. Para Ottoni o desafio da OR é estar atenta às oportunidades para desenvolver soluções e abrir novos mercados para o trigo. A OR tem caracterizada a sua responsabilidade ambiental na concentração de esforços em melhoramento visando resistência a doenças, racionalizando então o uso de fungicidas no trigo. Por isso, possui o único laboratório privado do país a identificar raças dos fungos que causam ferrugens do trigo, além de pesquisas detalhadas também com Giberela. “A consequência do cultivo de cultivares suscetíveis a enfermidades vai além da safra, e podendo originar um problema social. A OR preocupa-se com a disseminação dos patógenos e alterações de suas populações, i.e., com o surgimento de novas raças e a perda

OR Sementes x OR Semillas A OR Semillas foi constituída em 2005, como representação legal das atividades de criação de cultivares de trigo em território argentino ou liberação de cultivares OR, submetidas às exigências locais na Argentina. Segundo Amarilis, até recentemente eram sócios da OR Semillas, Ottoni de Sousa Rosa, Amarilis Labes Barcellos, Ottoni Rosa Filho e André Rosa. Atualmente a sociedade é constituída por Amarilis Labes Barcellos e Ottoni de Sousa Rosa. “Enquanto no Brasil a OR cria cultivares que são inicialmente comercializadas por Sementes e Cabanha Butiá no RS e Sementes Mutuca no PR, na Argentina os cultivares de trigo da OR Semillas são comercializados por Asociados Donmario”, comenta Ottoni Rosa. Ônix, cultivar desenvolvido no Brasil pela OR Sementes, foi exportado para a Argentina a fim de avaliação e, surpreendentemente, equiparou-se ao padrão dos cultivares argentinos. Cronox, Atlax, Arex e Lenox, são os cultivares OR Semillas atualmente em cultivo na Argentina, tendo sido selecionados e submetidos aos testes conforme os padrões argentinos, esclarece Amarilis. A novidade é que sementes de Ametista e Jadeíte 11, disponibilizados recentemente no Brasil, pela OR Sementes, foram importados por Asociados Donmario e submetidos a ensaios finais em 2013 na Argentina, devido à caracterização excelente quanto a trigo para panificação.

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AMARILIS LABES BARCELLOS


DESTAQUE EMPRESAS da eficiência dos fungicidas”, argumenta Amarilis. Este não é um pensamento imediatista, explica a pesquisadora. A Empresa tem como missão criar cultivares que façam com que o trigo brasileiro seja competitivo no mercado mundial, assegurando ao produtor a sustentabilidade do cultivo do cereal. Ottoni Rosa afirma: “Desde sua criação, a OR trabalha para a melhoria do trigo nacional e com respeito ao produtor”.

Importância do Melhoramento A humanidade está sendo desafiada na segurança de alimento, alterações no clima e perda em biodiversidade agrícola. Mais de 1 bilhão de pessoas sofrem de fome crônica e má nutrição. Ao mesmo tempo, a população mundial continua a crescer. A produção de alimento no mundo terá que aumentar cerca de 70% em 2050, para atender a crescente demanda, enquanto depender de uma base de recursos naturais que

Qualificação O gerenciamento da OR Sementes se fundamenta na gestão por competências. A Empresa oportuniza a formação de seus recursos humanos, de estudantes de graduação e a execução de trabalhos de pesquisa de mestrado e doutorado. “A Empresa propiciou a formação em Melhoramento de Plantas, para resistência a doenças e qualidade industrial, a nível de PhD, em universidades dos Estados Unidos da América para dois engenheiros agrônomos recém formados”, explica Amarilis. Para atender a demanda de cultivares de trigo com padrão internacional de qualidade industrial, a OR instalou um laboratório adequado às necessidades do programa de Melhoramento Genético. Com o mais moderno sistema mixográfico da América Latina, o investimento em equipamento e recurso humano respondeu à expectativa. “Estão disponíveis, aos produtores, três cultivares OR com qualidade para panificação confirmada em laboratórios de moinhos no Brasil e em laboratório oficial na Argentina”, comenta a empresaria. “O primeiro cultivar OR com qualidade específica para bolacha, o ORS Vintecinco, é também resultado do referido investimento”, acrescenta Ottoni. Os cultivares com adequada qualidade industrial são altamente produtivos em rendimento de grãos. A iniciativa da OR Sementes para melhorar a qualidade do trigo brasileiro foi possível porque em 2009, por conta e risco da Empresa, um pesquisador realizou treinamento por vários meses no Canadá, país reconhecido pela alta qualidade de trigos para panificação. “A oportunidade foi única, visto a supervisão de um dos melhores melhoristas canadenses”, esclareceu Ottoni Rosa. Segundo Amarilis, recentemente retornou do Canadá, após concluir curso de doutorado em Melhoramento de Plantas, Genética de Resistência e Biologia Molecular, a sócia Sílvia Rosa, que está compartilhando o cargo de gerência e de pesquisa na OR.

está perto de atingir os seus limites. “O Melhoramento de Plantas será essencial no desafio à segurança alimentar” explica Amarilis. Segundo ela, cultivares que atinjam rendimentos significativamente mais elevados que os atuais, resistentes a novas doenças e tolerância a eventos climáticos extremos, terão que ser desenvolvidos. Para isso, é fundamental conservar a diversidade de culturas existentes, e permitir que pesquisadores e melhoristas em agricultura, assim como agricultores tenham acesso. Amarilis comentou também que, em 2013, mais de 1000 pessoas participaram do 7o Congresso Brasileiro de Melhoramento de Plantas, sob o tema “Variedade melhorada: a força da nossa agricultura”. O presidente do evento refere-se ao Melhoramento de Plantas como área estratégica para um novo salto do desenvolvimento agrícola nacional.

Evolução Conforme Maria Irene Baggio, Pesquisadora aposentada da Embrapa Trigo, o melhoramento genético do trigo, até recentemente, era baseado apenas na avaliação da planta inteira que envolve: a escolha de cultivares com carac-

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Parceiros terísticas genéticas desejáveis, para cruzamentos artificiais, visando combiná-las gerando outras cultivares superiores aos pais; o plantio de cinco a sete gerações descendentes para seleção e purificação das plantas que apresentam as combinações procuradas; a avaliação das progênies quanto à uniformidade genética (homozigose) das novas linhagens para garantia da manutenção do perfil genético; a organização de ensaios estatisticamente planejados, em vários agroecossistemas, para a seleção das linhagens superiores às cultivares em uso. Por causa dos investimentos empresariais e públicos na pesquisa científica das últimas décadas, os genomas das plantas, comparáveis

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a hardwares e softwares genéticos, estão sendo manipulados de formas antes inacessíveis ao homem. Os europeus denominam novas biotecnologias às manipulações celulares e moleculares, ratifica Amarilis. A OR acredita no melhoramento convencional do trigo – ciência e arte. “O melhorista tem que estar acompanhando o desenvolvimento das plantas no campo”, afirma Ottoni. Técnicas atuais, como marcadores moleculares, duplo-haplóides, são ferramentas que podem contribuir eficazmente nos programas de melhoramento de plantas, como também máquinas modernas, computadorizadas, sem dúvida melhoram a eficiência das atividades de campo. “Também visando mais eficiência, programas

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A OR desenvolve sua pesquisa inicialmente na cidade de Passo Fundo, RS, onde dispõe de bons laboratórios. As seleções são conduzidas no campo, em dois produtores de sementes de trigo, sendo no Rio Grande do Sul, em Coxilha, com a família Bertagnolli, Fazenda Butiá e no Paraná, em Ventania, na propriedade de José Germano Azambuja, Fazenda Mutuca. “Estes são os multiplicadores de sementes genéticas. São também parceiros, na multiplicação de sementes dos cultivares OR, um destacado grupo de produtores de sementes e Cooperativas” comenta Amarilis. de informática específicos estão sendo desenvolvidos para uso rotineiro na OR” enuncia Amarilis.


DESTAQUE EMPRESAS Cultivares de credibilidade Segundo Amarilis Labes Barcellos, os cultivares OR têm correspondido a uma parcela significativa da área cultivada com trigo no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. OR 1, um trigo anão que causou uma alteração no tipo de planta alta que era característico dos cultivares recomendados no Sul do Brasil. Este foi o primeiro cultivar da Empresa com significante expressão no mercado, especialmente no paranaense. É um diferencial marcante na triticultura brasileira, devido ao rendimento de grãos superior e advindo transformações no manejo da cultura. Quartzo, lançado em 2008 e ainda em cultivo, tem ocupado a maior área de plantio desde 2009. Diferentemente das outras cultivares, permanece em cultivo por longo período - seis anos - e com a preferência dos triticultores. A quantidade de sementes não foi suficiente para atender a demanda em 2013. Ametista e Jadeíte 11, criados para atender a exigência dos altos níveis dos parâmetros de qualidade para panificação. Foram exportados para a Argentina, com base

a dados de qualidade industrial, obtidos no Brasil e naquele país. Topázio, cultivar resistente a Giberela, alcançando alto nível de produtividade na safra 2013. ORS Vintecinco, pré-lançamento. Primeiro cultivar do Programa de Melhoramento OR, para qualidade industrial destinada a biscoito. Visa atender demanda de trigo básico, com qualidade industrial específica.

Novas pesquisas A OR Sementes se adapta às necessidades do mercado e do triticultor. Atualmente, disponibilizando cultivares com adequada qualidade industrial, busca atender a um novo requisito - os níveis de micotoxina, derivada da Giberela, na farinha de trigo. “Neste sentido, especialistas em Giberela, Dr. E. M. Reis e Dra. S. Zoldan passaram a integrar a atual equipe OR. Também com experiência e competência comprovadas em sementes, Eng. Agr., MSc A. Linhares contribui na melhoria dos trigos OR” explica Amarilis. E para complementar, está sendo instalado um laboratório para introduzir pesquisas a nível molecular. “A decisão da OR em investir para atender a demanda industrial e recomendar nos últimos anos cultivares com excelente qualidade está alterando o diferencial competitivo da Empresa”, complementa a empresaria.

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AGROTÓXICO

CAMPO LIMPO Com o recolhimento das embalagens de agrotóxicos utilizadas, o meio ambiente e a saúde pública agradecem

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e acordo com a lei 9.974/00

e Decreto 4.074/02 os usuários de agrotóxicos, seus componentes e afins deverão efetuar a devolução das embalagens vazias dos produtos aos estabelecimentos comerciais em que foram adquiridos, de acordo com as instruções previstas nas respectivas bulas, no prazo de até um ano, contado da data de compra, ou prazo superior, se autorizado pelo órgão registrante, podendo a devolução ser intermediada por postos ou centros de recolhimento, desde que autorizados e fiscalizados pelo órgão competente.” Ou seja, quando o agricultor faz a compra do produto na revenda, já recebe uma contra nota, com o carimbo indicando o telefone e endereço onde deverá ser feita a devolução das embalagens, em até doze meses. Neste período, ele poderá armazená-las em um de-

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pósito licenciado, adequado para este fim, até a destinação correta à central de devolução de embalagens vazias de agrotóxicos. “O cuidado é necessário para que não haja a contaminação tanto do agricultor quanto do solo, a preservação do meio ambiente e da saúde pública”, ressalta a diretora executiva da empresa de recolhimento, Cinbalagens, Sandra Rodrigues. O destino das embalagens fica a cargo do inpEV – Instituto Nacional de Embalagens Vazias. Grande parte delas têm sido recicladas. Já é possível fazer embalagem a partir da própria embalagem utilizada, e a mesma retorna para a lavoura. Sistema Campo Limpo É a denominação do programa gerenciado pelo inpEV para realizar a logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas no Brasil. Abrangendo todas as regiões do país, o Sistema tem como base o conceito de responsabilidade compartilhada entre agricultores, indústria, canais de distribuição e poder público, conforme determinações legais.

Recolhimento Atendendo a 110 municípios da região de Passo Fundo/RS, o Cinbalagens/Aria é a central responsável pelo recolhimento de embalagens vazias de agrotóxicos. No Rio Grande do Sul, hoje, existem sete centrais em operação e uma em construção.

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Destino certo Hoje, cerca de 94% das embalagens plásticas primárias (que entram em contato direto com o produto) e 80% do total de embalagens vazias de defensivos agrícolas que são comercializadas têm destino certo. Podem ser encaminhadas para reciclagem 95% das embalagens colocadas no mercado, desde que tenham sido corretamente lavadas no momento de uso do produto no campo. As embalagens não laváveis (cerca de 5% do total) e aquelas que não foram devidamente lavadas pelos agricultores são encaminhadas a incineradores credenciados. Esses índices transformaram o Brasil em líder e referência mundial no assunto. Em segundo lugar vem a França, com 77%, seguida pelo Canadá, com 73%. Os Estados Unidos vêm em 9º lugar, com 33%. (Fonte inpEV).

este folder foi impresso em papel feito stamentos certificados de acordo com s, ambientais e econ micos estabelecidos acional FSC (Conselho de Manejo Florestal), s fontes controladas.

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O selo FSC garante que este folder foi impresso em papel feito com madeira de reflorestamentos certificados de acordo com rigorosos critôrios sociais, ambientais e econ micos estabelecidos pela organiza Ûo internacional FSC (Conselho de Manejo Florestal), fibras e outras fontes controladas. O selorecicladas FSC garante que este folder foi impresso em papel feito com madeira de reflorestamentos certificados de acordo com O selo FSCcritôrios garantesociais, que este folder foieimpresso em estabelecidos papel feito rigorosos ambientais econ micos

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Elmar Luiz Floss Engenheiro Agrônomo e licenciado em Ciências, Dr. em Agronomia, Diretor do Instituto Incia

O Agronegócio na Copa

Estamos muito próximos da realização da Copa do Mundo de futebol no Brasil, o maior acontecimento esportivo do mundo. Mesmo sendo somente de futebol, é o evento esportivo que mais atrai a mídia internacional. O Brasil se organiza em vários setores para receber os milhares de visitantes que aqui virão, para que sejam divulgadores de nosso país e estimulados a retornar futuramente, gerando empregos, renda e tributos. Mas, ainda falta a convocação do agronegócio para essa copa. A produção brasileira de alimentos, vegetais e animais, é crescente e as divisas geradas com a exportação tem mantido positiva nossa balança comercial e a estabilidade econômica. Brasil, celeiro Mesmo considerando-se a redução da taxa demográfica, até o ano de 2050, a produção de alimentos terá que aumentar 70% em relação à produção de 2010, para atender uma população mundial superior a 9,3 bilhões de habitantes. Até 2050, a população mundial aumentará o equivalente a dez populações brasileiras. Diante desse cenário e considerando-se que apenas o Brasil tem grandes áreas de terras que ainda podem ser incorporadas ao processo agrícola, sem grandes restrições de solo ou clima, bem como pelo aumento contínuo da produtividade/rendimento das culturas alimentícias, será de fato o “Celeiro do Mundo”. Graças a solos e clima diversificado, num país continental, o Brasil tem condições de produzir grãos, carnes, leite, algodão, frutas, açúcar, café, madeira, dentre tantas outras alternativas, tanto de clima tropical quanto temperado. E, com a aplicação das modernas tecnologias de manejo hoje disponíveis, a produtividade vegetal e animal tem aumentado significativamente nos últimos anos. Mas, a produtividade ainda pode cresce muito, diante dos potenciais genéticos existentes. O Brasil passou de importador de alimentos, até os anos 1980, para um dos maiores exportadores atuais. Mas, existe uma possibilidade ainda muito maior. Especialmente, se o Brasil resolver os gargalos de transporte, armazenamento e portos. Marketing do Agronegócio durante a copa O Brasil precisa mostrar a sua cara. Em todos os es-

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paços de circulação dos visitantes (aeroportos, estações de metrô, rodoviárias, próximo aos estádios e logradouros públicos), com grandes outdoors. Mostrar aos estrangeiros, que esse é um país que não produz apenas derrubando Floresta Amazônica, mas, que tem clima temperado e tropical, e tem 60,7% do território ainda coberto de florestas. Possivelmente, nenhum país do mundo tem uma área florestal tão grande. Mostrar que a produção brasileira de carne, leite, grãos, açúcar, frutas, madeira e etanol, não é realizada com trabalho escravo. No rastreamento da produção de alimentos e outros produtos agrícolas é considerada também a qualidade de vida dos trabalhadores rurais. E, as exceções não podem ser tomadas como regra. Estimular que nas recepções oficiais e restaurantes sirvam os melhores vinhos e espumantes brasileiros e não os importados. O Brasil tem vinhos e espumantes com premiação internacional. Então, vamos servir os nossos vinhos. Vão gostar e podem futuramente serem clientes, aumentando o ingresso de divisas, a geração de empregos, renda e impostos. Que seja servido o melhor churrasco típico e não picanha fatiada, com pão e vinagrete. Isso pode ser bom, mas, por favor, não é churrasco. Temos no RS uma produção de uma carne de excelente qualidade de Devon, Aberdeen Angus, Hereford, Charoles, e outras de origem européia. Não se pode aceitar que o garçom diga que a churrascaria usa “a boa carne argentina”, quando na verdade serve a boa carne gaúcha, meramente para agradar o cliente. Mostrar ao mundo que o “fino” café italiano ou alemão, é produzido a partir de café brasileiro, para agregarmos renda. Italianos e alemães fazem a fama no mundo pela produção dó café fino, sem ter plantio de café, por questões climáticas. Servir os nossos melhores queijos, por que o Brasil tem todas as condições de tornar-se o maior produtor mundial e exportador de leite e derivados. E, temos alguns queijos com qualiadde industrial. É muito importante exportar. Mas, é melhor ainda exportar produtos industrializados, para agregar valor. Quem exporta grãos, café em grão, boi vivo, couros, dentre outros produtos, na verdade exporta, empregos, renda e impostos. Agronegócio brasileiro mostre a sua cara!


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