n Julho de 2016 n Mensal n Nº 842 n Ano XXXI n Preço 5€ n Director José Luís Elias
| A informação para os profissionais do Turismo |
Artur Sousa, ATR Fernando Bernardo, Summerwind
42º Congresso APAVT apresentou tema Grupo NAU Hotel Palácio do Governador inaugurado TAP Stopover Quer turistas a descobrir Portugal
Miguel Quintas
Managing Director da Parcela Já
As agências de viagens têm futuro
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TURISVER | JULHO DE 2016
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>editorial
“ Não há trabalho tão urgente e nem lazer tão importante, que não possa ser feito com segurança”.
> Apontamentos de Verão
Jorge Lordello – “Dr. Segurança”
O
turismo pode ser definido, cada vez mais, como uma actividade em que os turistas (leia-se clientes) fazem as suas escolhas muito pela segurança que os destinos oferecem e pela relação qualidade-preço existente nesses lugares da sua eleição. Em Portugal todos sabemos que é assim, o crescimento turístico dos últimos anos tem ficado a dever-se ao trabalho promocional dirigido para a captação de tráfego aéreo, mas também à insegurança que se vive em países do Norte de África e na Turquia, que tem levado os turistas a escolher destinos onde o risco de insegurança é pequeno.
José Luís Elias, Director joseluiselias@turisver.pt
Os meios de comunicação generalistas em que à cabeça surgem os diferentes canais de televisão, pelo impacto que provocam internamente mas também externamente, têm feito eco de possíveis atentados do Daesh no nosso país. Mas uma coisa é dar a notícia, outra bem diferente é fazer ecoar trombetas de forma algo alarmista, o que neste caso tem dois “condões”, qualquer deles negativo: coloca os portugueses perante um grande stress e coloca Portugal no centro das atenções de terroristas, o que pode levar a que os turistas comecem a ter dúvidas sobre se não poderão estar a escolher passar as suas férias num país que é um alvo iminente do terrorismo.
A
ntes de tudo sou um cidadão, e nessa “pele” não sou contra a que o governo tenha feito uma portaria a isentar os empreendimentos turísticos dotados de piscinas exclusivamente para clientes, de contratar nadadores-salvadores, até porque sei nadar e não tenho filhos pequenos. No entanto, é obrigatório assegurar a vigilância e disponibilizar material e equipamento de informação e salvamento adequados. Os hóspedes deverão assim, para sua segurança, perder uns minutos com a literatura ou a banda desenhada exposta, e esperar que algum dos utentes da piscina tenha conhecimentos de utilização dos equipamentos de salvação. No papel de director de uma revista do sector não posso deixar passar em claro “os vivas” aos legisladores dados publicamente pela AHP e pela AHRESP, que consideram adequadas as mudanças introduzidas nesta portaria por contribuírem para uma poupança nos custos de contexto das empresas. Segurança é algo que devemos orgulhar-nos de ter porque, em sentido lato, é uma das bases do êxito do turismo em Portugal. Por isso estranho que as ditas associações tenham vindo a congratular-se publicamente com uma medida que, quer se queira quer não, reduz a segurança dos clientes. Se um dia vier a existir uma infelicidade numa piscina de um empreendimento turístico, que irão dizer publicamente as associações?
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ensava que éramos poucos os que consideram ser importante responder de forma afirmativa ao desafio lançado pelo Governo para que houvesse uma discussão viva sobre a “Estratégia Turismo 2027”, mas felizmente estava enganado. Neste mês de Julho têm início no Algarve os “Laboratórios Estratégicos de Turismo” (LET) promovidos pelo Turismo de Portugal, e qualquer pessoa ou entidade ligada ao sector poderá participar na discussão pública do documento preliminar já apresentado, e dar o seu contributo ou sugestões que podem vir a ser aproveitadas para melhorar a base de trabalho agora em discussão. São sete os LET territoriais e três temáticos que o Turismo de Portugal irá promover. A questão que se coloca é o porquê de termos iniciativa por parte de um organismo do Estado e não conhecermos intenção do movimento associativo que representa o sector privado, de promover o debate com os seus associados a fim de contribuir de uma forma mais efectiva para uma discussão que, obviamente, interessa a todos, mas que dirá mais às empresas e trabalhadores do sector, porque é do futuro do Turismo que se trata. <
Turisver
Medalha de Prata de Mérito Turístico do Governo Português DIRECTOR: JOSÉ LUÍS ELIAS • PROPRIEDADE E EDITOR:
Medalha de Prata da APAVT de Mérito Turístico
EDITORA, LDA. • NIPC 504 651 757 • SEDE (ADMINISTRAÇÃO REDACÇÃO E PUBLICIDADE) RUA DA COVA DA MOURA, Nº 2, 2º
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JULHO DE 2016 | TURISVER
TEXTO: FERNANDA RAMOS
>abertura
Para onde devem caminhar os hotéis?
“ Em 1º lugar
estão as férias.
Sabre identifica megatendências da indústria hoteleira
”
A Sabre, fornecedor global de tecnologia, identificou aquelas que acredita serem as seis megatendências da indústria hoteleira. Mas são essencialmente tendências do consumidor a que os hotéis devem adaptar-se para satisfazerem o cliente, e em todas elas as modernas tecnologias têm papel a desempenhar.
O
estudo da Sabre parte do pressuposto que, ao viajar, o turista busca, essencialmente, experiências e que, para dar aos seus hóspedes aquilo que eles efectivamente gostam, desejam e, principalmente, esperam, os hotéis têm que os conhecer enquanto pessoas e não apenas enquanto viajantes / turistas. Como os conhecer? Nada mais simples nos dias de hoje: utilizando os meios tecnológicos que estão já aí, à disposição de todos, e que devem ser utilizados em benefício do consumidor, porque assim terá o que almeja, e da indústria hoteleira que desta forma conseguirá satisfazer os seus clientes e granjear muitos outros, quanto mais não seja através do consumidor satisfeito. Cada vez mais a hotelaria tem que ir ao encontro das expectativas dos seus clientes e até superá-las, nomeadamente oferecendo-lhes experiências personalizadas. É por aqui que passa a primeira megatendência, a que a Sabre denominou de “Youniverse” e que coloca o cliente no centro do universo. Trata-se, acima de tudo, de um conceito que reconhece o protagonismo dos gostos e preferências dos clientes, e o hoteleiro deve ter de ambos (clientes e preferências) um conhecimento tão grande que lhe permita oferecer serviços e experiências com elevado grau de personalização, para que o cliente se sinta “único”. Como chegar a este conhecimento aprofundado? Uma vez mais, utilizando dados e tecnologias como reconhecimento facial, sensores biométricos, leitores de ondas cerebrais. A segunda grande tendência apontada neste estudo da Sabre intitulado “Megatendências dos consumidores – Impactos na Hospitalidade 2016” reside no conceito de ajuda, com o hotel a ter que ser cada vez mais parte da solução e não do problema, com as marcas que tornem a vida mais fácil, có-
Daniel & Mariana moda e simples ao cliente a serem as que irão conseguir novos seguidores, alerta a Sabre. A humanização das marcas é a terceira megatendência, com a Sabre a afirmar que os clientes preferem marcas com personalidade e que ofereçam vantagens adicionais fora dos tradicionais programas de fidelização e se possível que ofereçam até descontos selectivos. Ubitec ou tecnologia em todos os lugares é outra das megatendências num momento em que é já impossível viver à margem da tecnologia, da informação em tempo real, dos serviços que estão apenas à distância de um clique. Segundo a Sabre, os consumidores actuais exigem que as marcas utilizem “inteligência artificial” para que ofereçam produtos e serviços que antecipem as suas preferências de consumo. Foco no preço é outra das megatendências num mundo em que o consumidor é capaz, em tempo real, de comparar os preços para um mesmo produto, pelo que estes nunca antes foram tão fluidos nem tão flexíveis. Mas também aqui o consumidor gosta de ser surpreendido com a oferta de produtos que saiam completamente do que é usual, pelo que, uma vez mais, a “bola” está do lado dos hotéis que, para atraírem novos clientes terão que pensar na redefinição dos pacotes de serviços que oferecem. “Posdemografia” – um palavrão que para a Sabre significa que os estudos demográficos são algo que pertence ao passado e que o mesmo acontece com os estudos comportamentais, num momento em que o comportamento e as mentalidades, por via da Internet e das redes sociais, são algo cada vez mais global. Uma situação que leva a que também os gostos e os desejos dos clientes acabem por convergir, pelo menos em alguns (muitos) pontos, trate-se de um europeu ou de um norte-americano. <
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>entrevista Miguel Quintas – Managing Director da Parcela Já
“Considero-me uma pessoa que gosta de desafios” TEXTO: JOSÉ LUÍS ELIAS
No dia em que apresentou a sua nova empresa, Parcela Já, Miguel Quintas concedeu uma entrevista à revista Turisver. O seu novo projecto foi o ponto de partida para uma conversa em que se falou de outra das suas empresas, Consolidador.com, de agências de viagens e do associativismo, entre outros temas.
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urisver – Esta é a primeira entrevista que dá após a sua saída da Amadeus e acontece no exacto dia em que apresentou ao mercado o seu novo projecto, a empresa Parcela Já. É isto que o mercado vai poder esperar da sua parte de agora em diante, uma série de iniciativas? Miguel Quintas – Considero-me uma pessoa que gosta de desafios, de fazer coisas novas, acima de tudo que gosta de fazer. Uma das principais razões da minha saída da empresa em que trabalhava ultimamente foi o lançamento da Parcela Já, um projecto que estava a ser pensado desde há muitos anos mas por falta de tempo, e talvez também por falta de oportunidade dentro do sector, foi sendo adiado. Finalmente, desde que saí da minha anterior empresa acabei por conseguir, durante o último ano, implementar este projecto que agora vê a luz do dia. Se me pergunta se o mercado pode esperar mais projectos, direi que enquanto tiver saúde e capacidade económica para poder alavancar projectos, vou estar nessa linha porque, como disse, gosto de fazer coisas novas, de pôr as coisas a andar, naturalmente, tendo como
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JULHO DE 2016 | TURISVER
objectivo final que elas tenham sucesso. Nesse sentido, tudo o que seja desafios é extremamente motivador, razão pela qual, se calhar, aceitei no passado o que me foi colocado pela Amadeus. Posto isto, acho que o mercado vai poder contar, mais tarde ou mais cedo, com um novo projecto meu e espero que, tal como até hoje, tenha boa recepção por parte do mercado. Neste aspecto não tenho razão de queixa, tenho tido sorte neste sentido e gostava de continuar a ter, sendo que, aquilo que eu prometo para qualquer projecto em que eu me coloque, incluindo o Parcela Já que agora foi lançado, é que podem contar com todo o meu empenho e dedicação, assim como da equipa que me secunda, em que tenho a maior confiança. O projecto da Parcela Já, estando nas margens de um projecto para-financeiro e podendo o mercado ter a visão de que é algo complexo, acaba por ser uma coisa simples? Esse é um dos principais objectivos que procuro sempre que me meto num projecto: a complexidade deve ser gerida dentro de casa, a simplicidade tem de ser feita para que o cliente final ou a agência de viagens consiga entender
um projecto – este ou qualquer outro – da forma mais simples possível. Queremos que os clientes usem e abusem mas que não precisem de pensar o que é que existe por detrás de tudo isto. Daí a razão de ter uma equipa de profissionais altamente competentes para gerirem as complexidades que um projecto deste tipo tem. Voltando ao tema diria que só é possível criar simplicidade quando a equipa que está por trás atende as complexidades de um desenvolvimento deste tipo. Sendo uma actividade que se pode considerar para-financeira, embora não sendo exactamente isso, nós queremos dar mais-valias ao sector das agências de viagens que se debatem hoje em dia com graves problemas de rentabilidade do seu dia-a-dia e também com problemas de mais-valia para oferecer ao cliente final – queremos colmatar esta lacuna e acho que, tal como está montado, conseguiremos fazê-lo com este projecto. Na apresentação da Parcela Já utilizou o tema “ferramenta de trabalho”… E é de uma ferramenta de trabalho que se trata. Só o facto de se pensar que através da Parcela Já as agências podem aumentar as suas margens e não criar
erosão na sua rentabilidade, é logo um motivo de vitória, principalmente porque nós sabemos que o mercado está tão competitivo que um cliente quando entra numa agência de viagens a primeira coisa que procura é um desconto. Nós queremos evitar isto, queremos dar uma ferramenta para a agência poder ultrapassar esta questão do desconto e aumentar a sua rentabilidade que tanto faz falta no nosso mercado. Deixe-me frisar também que o Parcela Já é uma ferramenta destinada apenas a agências offline e não online. Queremos dar vida às agências que vendem ao cliente e estão na rua a trabalhar todos os dias para atender o seu cliente da forma mais profissional possível, e portanto é algo com que as agências online não podem contar.
CONSOLIDADOR.COM EM NEGOCIAÇÃO COM GDS Apesar de apenas agora aparecer no mercado a Parcela Já, sei que durante os últimos meses esteve muito activo, tal como as suas empresas, a ponto de ter havido uma grande expansão, até internacional, do Consolidador.com, não é assim? Deixe-me fazer aqui uma ressalva. O Consolidador.com tem uma directora-geral muito competente, que gere a empresa há nove anos, e uma equipa que sei que é também extremamente competente e dedicada, e não poderia exigir mais deles. No entanto, o Consolidador.com tem que dar um passo em frente no seu crescimento, mesmo a nível orgânico. Sabemos as limitações que tem o mercado português, sabemos que o mercado é extremamente competitivo, quer ao nível de concorrentes quer ao nível das próprias companhias aéreas que cada vez são menos rentáveis na própria venda e nós percebemos que para garantir rentabilidade futura, para termos uma estrutura forte de empresa, temos que internacionalizar. Temos uma estratégia de internacionalização em Espanha, aliás já temos uma empresa constituída em Espanha e iremos começar a operar muito em breve e temos também um plano de internacionalização no mercado de Inglaterra, sendo que qualquer um destes investimentos em internacionalização corresponde a um crescimento fortíssimo e um investimento fortíssimo do lado do Consolidador.com e portanto teremos que entrar com as cautelas inerentes a qualquer internacionalização de uma empresa portuguesa. Quando olhamos para estes mercados, no mercado espanhol estamos a falar de um mercado 10 vezes maior que o português e, portanto, a nossa proporção de crescimento é de um para 10, e no mercado inglês estamos a falar de um crescimento de um para oito, pelo que as cautelas estão lá e nós estamos preparados para fazer esse investimento. É um planeamento que estamos a
fazer desde há muito anos e estramos a trabalhar nesse sentido. Até ao final do ano as operações em Espanha estarão montadas e esperamos também em breve abrir em Inglaterra, sendo que quem está a tratar de toda a área de internacionalização é a Anabela Almeida, directora-geral da empresa. Em breve iremos também reforçar a nossa equipa aqui em Portugal, com uma directora de marketing e vendas, que será uma pessoa conhecida do sector, e diria que dentro das próximas semanas teremos novidades. O Consolidador.com está em renegociação com os GDS existentes no mercado. Penso que sempre trabalhou com ambos, embora mais com a Amadeus. Pode haver aqui uma troca e passar a trabalhar mais com a Travelport? A gestão das empresas por onde eu passo terá sempre uma vertente ética, até para além da vertente económica. A partir do momento em que eticamente as duas empresas cumpram preceitos fundamentais para trabalhar com o Consolidador.com, ele está aberto a trabalhar com os dois GDS existentes em Portugal, assim eles queiram trabalhar connosco. Depois há a questão económica em que incluo a parte financeira e a tecnológica, o apoio concedido em termos comerciais e profissionais das equipas que estão envolvidas quer num GDS quer noutro, e isso pesa na decisão do Consolidador.com no momento de decidir com que GDS vai trabalhar. O facto de eu vir do GDS Amadeus acarreta uma ligação sentimental mas que em função dos preceitos que nomeei, ético e económico, tem um impacto reduzido na decisão. Trabalhar com a Travelport seria para mim um prazer muito grande, diria mesmo que a probabilidade disso acontecer é muito elevada, sem desprimor para a Amadeus, mas como eu disse os princípios básicos vão comandar a decisão: em primeiro lugar a questão ética, depois a económica. Se por acaso assinar com um e com outro é porque se calhar algum deles falhou.
RECOMPRA DA AIRMET PORTUGAL? “ EXISTE SEMPRE ESSA POSSIBILIDADE” Outra empresa que já detém há muitos anos é a Airmet Brasil. Percebeu-se a determinada altura que havia a intenção, se calhar aproveitando até a fase menos boa da economia brasileira, de fazer crescer a Airmet no Brasil. O projecto está a andar? Temos que recuar um pouco, até à época anterior à minha entrada para director-geral da Amadeus. Na altura a Airmet no Brasil era um caso de sucesso, tínhamos atingido 150 agências de viagens em cerca de ano e meio. O facto de
“O Parcela Já é uma ferramenta destinada apenas a agências offline e não online. Queremos dar vida às agências que vendem ao cliente e estão na rua a trabalhar todos os dias para atender o seu cliente da forma mais profissional possível”
eu não estar presente durante os cinco anos em que estive a dirigir a Amadeus em Portugal criou algum afastamento na área da gestão e o que eu pretendo agora é alavancar de novo a Airmet no Brasil. Contratámos uma directora-geral que está connosco há seis meses e da qual tenho as melhores referências e a Airmet no Brasil volta a crescer e em breve terá uma rede que presumo irá voltar aos números que tínhamos há cinco anos e tem todas as condições para ser um sucesso, particularmente agora. Dado que o mercado brasileiro também está em crise, conseguimos criar sinergias com o mercado europeu, o que irá ajudar a potenciar o próprio negócio no Brasil, quer a trazer clientes quer a levar clientes para esse mercado. Falou-se da possibilidade de o Miguel Quintas voltar a comprar a Airmet Portugal. Há algum fundo de verdade nisto? Existe sempre essa possibilidade. A Airmet complica-me nessa área, no bom sentido porque tem tido uma gestão muito profissional por parte do Paulo Mendes, que tem criado um valor acrescentado muito forte dentro da empresa e que, por vezes, impossibilita que me aproxime mais, por razões contratuais da própria empresa. A Airmet é uma empresa com um crescimento muito acentuado, com uma estratégia muito bem montada, portanto, voltar a adquiri-la é algo que não ponho de parte mas, neste momento, não é uma prioridade para mim. A relação comercial que existe é óptima, respeitamo-nos mutuamente, a proximidade existe por uma questão histórica, mas no momento presente não ponho isso em hipótese.
MERCADO PORTUGUÊS É APETECÍVEL PARA QUALQUER INVESTIDOR A situação de alguma euforia em relação ao turismo em Portugal e uma
certa recuperação do poder de compra que está a fazer com que mais portugueses passem férias, em Portugal e no estrangeiro, é motivador para que um investidor pense em novos negócios? Tudo tem que ser visto com uma certa cautela e numa perspectiva global, particularmente, no mercado português, numa perspectiva europeia. É verdade que estamos a beneficiar de todas as convulsões quer no Norte de África quer mesmo dentro da própria Europa, por outro lado existe uma crise económica que está aí e é difícil prever o seu desenvolvimento. Por parte do Brexit ninguém consegue ainda prever se haverá impactos a médio ou longo prazo mas sabemos que, por via da desvalorização da libra, isso tem um impacto directo no desenvolvimento do turismo nesse mercado que é excepcionalmente relevante para Portugal. No dia de hoje, o mercado português é apetecível para qualquer investidor e eu diria que sim, que gostaria de participar, mas tem que ser olhado numa perspectiva de médio prazo – e a médio prazo as variáveis são tão grandes que é difícil dizer que vai investir-se hoje para recuperar dentro de três, quatro ou cinco anos. Por isso recomendo, para mim próprio, alguma cautela nesta avaliação. Os que estão presentes no mercado têm sido bastante competentes a aproveitar esta crise internacional, o mercado, tanto na área da hotelaria como do receptivo, tem beneficiado muito disso e é uma boa altura para recapitalizar empresas, mas não vislumbro, pelo menos no curto prazo, pensar em algo nesta área. O nosso tecido empresarial do turismo vive muito de PMEs. Teme que muitas dessas empresas, pela pequena dimensão, não sobrevivam devido às aglomerações a que estamos a assistir? Em função da redução das margens o mercado tende a concentrar-se e este é um movimento que está a acontecer e irá continuar. Por outro lado, no universo de pequenas e micro empresas, a capacidade de resiliência é enorme, porque se luta pela própria sobrevivência, e há uma extraordinária flexibilidade para mexer no negócio, o que é mais difícil para as grandes organizações. A empresa média já é um híbrido, pelo que se torna muito difícil que se estabeleça neste mercado. Penso que as empresas micro irão conseguir manter-se de forma geral, enquanto as médias terão grandes dificuldades. É um facto que, regra geral, o empresário português tem tido a inteligência necessária para se conseguir unir, é pena ter sido necessário chegar a uma crise tão grande para se perceber que unido se consegue tirar mais partido e mais sinergias.
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O movimento associativo tem sido esclarecedor o suficiente para guiar os empresários nessas matérias? TURISVER | JULHO DE 2016
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>entrevista
O movimento associativo tem uma importância fundamental em qualquer país e Portugal não é excepção, sobretudo na área das agências de viagens. Sei também que as agências de viagens, um pouco fruto do próprio negócio, acabam por não estar tão ligadas ao movimento associativo, mas não posso deixar de notar que para que estejam ligadas ao movimento associativo é preciso que este tenha uma proximidade muito grande às agências, porque “quando a montanha não vai a Maomé, Maomé tem que ir à montanha”. Sem querer entrar em juízos de valor, talvez haja espaço para envolver mais as agências neste movimento, já que este é tão mais importante para as agências quanto mais defender os seus interesses e, acontecendo isso, as agências também se aproximarão. As formas de lá chegar são difíceis porque sei que o negócio das agências não lhes deixa muito tempo para dedicarem ao movimento associativo, mas penso que há espaço para crescer nessa área e tenho algumas ideias nesse sentido que poderão ser um foco polarizador das agências - isto sem desprimor para as associações.
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A especialização é a grande ferramenta das agências de viagens para a sobrevivência num mercado cada vez mais tecnológico? 8
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“(…) as agências de viagens, um pouco fruto do próprio negócio, acabam por não estar tão ligadas ao movimento associativo, mas não posso deixar de notar que para que estejam ligadas ao movimento associativo é preciso que este tenha uma proximidade muito grande às agências”
Não tenho dúvida que a especialização é um dos principais factores de mais-valia que as agências de viagens podem trazer ao cliente e, por via disso, é também um factor que permite aumentar a sua rentabilidade. Especializar não é fácil, requer um investimento muito grande, e com agências descapitalizadas a especialização torna-se difícil porque é preciso apostar na formação e na vontade de especializar e fugir ao medo de deixar de ser generalista. Este é um problema que tem que ser atacado mas a forma de lá chegar é o segredo do negócio. Uma das grandes perdas de rentabilidade das agências de viagens deu-se pela perda das comissões pagas pelas companhias aéreas. Esta foi uma “guerra” ganha pelas companhias de aviação? Claramente. As companhias aéreas conseguiram, através da IATA, gerir melhor o seu cash flow e penso que as agências de viagens foram ultrapassadas em função da atomização que existe no mercado e desta incapacidade de defender os seus interesses. Se considerarmos que 40% das vendas são canalizadas pelas agências de viagens, o peso é substancial e a balança não está equilibrada.
Tendo ideias tão claras, porque é que o empresário Miguel Quintas não se envolve no movimento associativo? Não descarto a possibilidade disso vir a acontecer num curto espaço de tempo, porque: primeiro, acredito que posso trazer algum valor acrescentado ao sector; segundo, porque acredito que o sector precisa de união; terceiro, porque gosto do sector das agências de viagens e penso que este seria um caminho que me motivaria, criar mais valor para as agências de viagens, dar-lhes mais voz dentro deste sector. Isto, volto a dizer, sem desprimor para as direcções que aconteceram na APAVT e que têm sido bastante competentes, mas este é um pensamento que existe actualmente e que não descarto de forma alguma, antes pelo contrário. Partilha a opinião do presidente da APAVT quando, na apresentação do próximo congresso, disse que bom sinal é o facto de nos Estados Unidos as pessoas estarem a regressar às agências de viagens? Isso é um sinal, mas para que isso aconteça o cliente final tem que per-
ceber que o valor da agência de viagens é significativamente superior àquele que ele tem quando faz a sua própria pesquisa ou a sua compra de produto turístico. Ainda bem que o presidente da APAVT referenciou isso, espero que no próximo congresso isso fique bem patente porque esse trabalho só é possível não apenas dizendo mas fazendo e esse é um desafio grande para o próximo triénio da APAVT: garantir que as agências estão preparadas para que isso aconteça. E vai acontecer porque nós andamos sempre a reboque do que acontece nos Estados Unidos. Preparar não se consegue num mês nem num ano, preparar demora muito tempo e a APAVT vai ter um papel preponderante nessa área nos próximos anos. A acontecer isso, as agências de viagens têm futuro? Não tenho dúvidas disso. As agências de viagens têm futuro, sem dúvida, desde que trabalhemos todos no mesmo sentido, desde que o movimento associativo chegue junto dos agentes de viagens e os agentes de viagens se aproximem do movimento associativo. <
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>agenda
>notícias
Data: 30 Outubro/1 Novembro Local: Luxor (Egipto)
104ª reunião do Conselho Executivo da OMT Luxor, no Egipto, será sede da 104ª reunião do Conselho
Executivo da Organização Mundial do Turismo (OMT), a ter lugar entre 30 de Outubro e 1 de Novembro próximo. Refira-se que Luxor foi eleita por unanimidade como a capital do turismo mundial em 2016 por parte do Conselho Executivo da OMT, tendo o Egipto presidido a última reunião do conselho que teve lugar em Maio na cidade espanhola de Málaga, e como temas o turismo, segurança, facilitação de viagens, sustentabilidade e novas tecnologias. Com mais de 300 representantes de 50 países, incluindo 17 ministros e secretários de Estado do Turismo, a 103ª edição do Conselho Executivo da OMT, a reunião de Málaga acordou também que Luxor receba nos dias 1, 2 e 3 de Novembro deste ano, a quinta Cimeira Mundial sobre turismo de cidade. Portugal é membro deste conselho, para o qual foi eleito em Setembro do ano passado.
Data: 7 a 9 de Novembro Local: Londres
World Travel Market (WTM) Os visitantes profissionais e compradores já podem registar-se online para participar na edição de 2016 da World Travel Market (WTM) que este ano durará somente três dias, ou seja de 7 a 9 de Novembro. Na edição deste ano, a Feira de Turismo, que tem lugar no recinto Excel de Londres, suprime o dia de quinta-feira a pedido dos próprios visitantes e expositores, e permanecerá aberta das 10 horas às 19 horas. Na WTM apresentam-se vários destinos e sectores da indústria perante um público especializado de profissionais de turismo do Reino Unido e do mundo. É uma oportunidade única para que toda a indústria do turismo possa se reunir, trocar experiências e levar adiante seus negócios. Assistir a este evento é uma vantagem competitiva para os seus negócios e a possibilidade de estar em contacto com as últimas novidades sobre o desenvolvimento da indústria.
Data: 5 a 7 de Outubro Local: Ultrecht (Holanda)
Conferência sobre património religioso eComoturismo é que o património religioso pode potenciar a
atractividade dos destinos, bem como o seu impacto no crescimento do turismo internacional e desenvolvimento económico são o mote para uma conferência que a OMT organiza entre os dias 5 e 7 de Outubro, em Ultrecht, Holanda. Este evento vai reunir ministros, funcionários superiores das administrações do turismo, instituições ligadas ao património e os principais representantes do sector privado. A conferência incidirá a discussão sobre temas que se relacionam com o impacto social e económico do turismo de património religioso, o desenvolvimento de locais com património religioso para fins turísticos, as boas práticas dos destinos consolidados neste segmento e a cooperação entre entidades públicas e privadas ao nível da promoção. 10
JULHO DE 2016 | TURISVER
Aveiro privilegia os seus canais em campanha de marketing O município de Aveiro acaba de lançar uma campanha de marketing territorial da cidade, intitulada “Aveiro, Cidade dos Canais”, que envolve um investimento de 30 mil euros, financiada por fundos comunitários em 85%, anunciou o presidente da Câmara, Ribau Esteves. A campanha “promove o município com esta referência (cidade de canais), a nota distintiva da cidade, que deixou a ria entrar para a sua área urbana e depois quis construí-la, estruturá-la e qualificá-la, aproveitando essa necessidade. Por isso apostamos nesses canais como referência identitária”, referiu Ribau Esteves. Para dar suporte à campanha foram já lançados um filme de 3 minutos, um documentário de 30 minutos e um livro em português e inglês, em que se privilegia a imagem, sucedendo-se outras aplicações. Esta campanha tem como objectivo “promover este território nas suas múltiplas dimensões”, e visa sensibilizar e mobilizar os cidadãos para um processo de investimento da qualificação urbana da cidade que vai custar 12 milhões de euros, naquilo que é a intervenção pública, sem contar com o investimento privado.<
Primeiro Pestana CR7 abre no Funchal O primeiro Hotel Pestana CR7 abriu no Funchal e marca a estreia mundial do futebolista Cristiano Ronaldo com o empresário Dionísio Pestana. Segue-se a unidade de Lisboa, com abertura prevista para o terceiro trimestre deste ano. Madrid e Nova Iorque são projectos a concretizar em 2017. Oferece 49 quartos, 25 dos quais de tipologia CR7, 23 CR7 Superiores e 1 CR7 Suite. Todos os quartos do Pestana CR7 Funchal incluem Apple TV, SmartTV de 49 polegadas, Screen mirroring para dispositivos Apple e Android, ligação audio bluetooth e HDMI à televisão entre muitas outras funcionalidades. A suite de Cristiano Ronaldo inclui PlayStation 4 + Óculos de Realidade Virtual & Jogos e ainda equipamento para treino cardio com um plano desenvolvido pelo próprio. Esta unidade dispõe ainda de piscina no rooftop, um deck para relaxamento e uma vista fantástica sobre a baía, a cidade do Funchal e a marina, bar e restaurante, bem como um programa personalizado Get In Shape, para quem exige estar em boa forma, um ginásio ao ar livre e sauna.<
TAP aumenta operação no Inverno IATA
Onyria Palmares Beach House Hotel custa 3M€ e abre em Janeiro de 2017 O Onyria Palmares Beach House Hotel, no Algarve, que envolve um investimento de três milhões de euros, tem abertura prevista para Janeiro de 2017. Trata-se de um boutique hotel de 5 estrelas, que promete um serviço personalizado dentro de um “mood” descontraído. O hotel está implantado em frente ao Onyria Palmares Golf, com vistas de180º para o mar. Todas as zonas de clientes têm vista frontal para o mar, inclusivamente os seus 18 quartos e duas suites têm as camas já viradas para as vistas da Meia-Praia. O hotel está muito perto da praia, à qual os clientes podem aceder caminhando a pé ou de buggy. Por outro lado, a unidade está mesmo em cima do campo de golfe e do driving-range, que para os jogadores é algo muito apreciado. < PUB_Turisver.pdf
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No próximo Inverno a TAP vai aumentar o número de voos em Lisboa, Porto e Açores, face ao Inverno passado, e manter todas as suas rotas, incluindo a ligação directa ao Porto Santo. À partida do Porto, a companhia vai aumentar o número de voos para Madrid, passando do actual voo diário para 12 por semana. Para Zurique, a oferta duplica, passando a dois voos diários. Os voos, de manhã e ao final da tarde, serão operados nos novos Embraer E190. Também do Porto, são mantidas as ligações, duas vezes por semana, a S. Paulo, Rio de Janeiro e Newark. A companhia irá continuar a operar 72 voos por semana à partida do aeroporto Francisco Sá Carneiro para Genebra (14 voos por semana), Londres (14), Paris Orly (21), Amesterdão (7), Luxemburgo (4), Funchal (12) e ainda as 126 ligações semanais Porto-Lisboa da ponte aérea. À partida de Lisboa serão duplicados os voos para Ponta Delgada, que passam de diários a bi-diários, com o segundo voo a partir de Lisboa às 21h55, assegurando também uma ligação matinal à partida de Ponta
Delgada, às 7h00. Vão igualmente duplicar os voos para Casablanca, que passam a dois por dia, enquanto para Frankfurt, são adicionados aos actuais 3 voos diários cinco novos voos semanais, nos dias úteis, com partidas de Lisboa às 6h45, de forma a servir o tráfego de negócios. A partir de 31 de Outubro vai também aumentar a oferta para Cabo Verde, com a Praia a passar de 6 para 11 voos semanais, o Sal de 6 para 8 e São Vicente de 3 para 4. Ainda em África, Dakar cresce de 7 para 10 voos por semana, enquanto a ligação entre Lisboa e Luanda vai ser feita através de voos nocturnos diários, em ambos os sentidos. Na Europa, comparativamente com o Inverno IATA anterior, a TAP aumenta de 2 para 3 os voos diários entre Lisboa e Munique. Para Paris Orly vai ter mais um voo por dia, passando de 6 para 7, o mesmo se verificando com Barcelona, que passa de 5 para 6 voos diários. A ligação entre Lisboa e Miami vai passar a ser servida por um voo diário, quando no Inverno passado tinha 3 por semana. <
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Artur Sousa – director-geral da ATR Fernando Bernardo – director para Portugal da Summerwind
TEXTO: JOSÉ LUÍS ELIAS
Estão no mercado há muito e a sigla por que são conhecidas, GSA, também de há muito entrou no léxico turístico. No entanto, alguns menos atentos ainda não saberão exactamente qual o papel de um GSA. Este foi o ponto de partida para a nossa conversa com Artur Sousa, director-geral da ATR, e Fernando Bernardo, director para Portugal da Summerwind.
GSA: O rosto de uma companhia aérea no mercado português 12
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SA é a sigla para General Sales Agents”, começa Artur Sousa, para explicar que são empresas que se dedicam “à representação de companhias aéreas e de turismo”, estão no mercado como “agente geral de vendas de passageiros, ao nível comercial, de emissões, reservas e tarifas”, sendo “uma extensão das companhias aéreas num mercado em que estas não têm presença física”. Fernando Bernardo esclarece que “as companhias aéreas, em vez de terem uma estrutura local com os custos inerentes, procuram situações de «chave na mão», um representante geral de vendas”, seja por comodidade (não terem tempo de montar estrutura própria), custos ou por uma questão de dimensão: “pode não fazer sentido que uma companhia tenha estrutura própria em Portugal mas com um GSA acaba por ter essa presença, para os clientes provenientes locais ou outros que precisem de ter aqui um ponto de apoio”. “Fazemos tudo o que uma companhia aérea faz”, nomeadamente “promover o produto da companhia representada e as mais das vezes o próprio destino”, diz Artur Sousa, recordando o caso da sua representada Air Transat e do que isso implica de promoção do destino Canadá porque “o mercado étnico tem muito peso, mas não podemos viver de um único nicho de mercado”. Porque apesar do ganho de um GSA “ter a ver com o que vendemos daqui para o exterior, acabamos por trazer para cá muita gente (turistas) de fora”, o responsável desabafa: “Ainda não se dá aos GSA a importância que de facto têm”. Um GSA não representa apenas pequenas companhias aéreas. “Também representamos companhias pequenas, mas representamos outras com dimensão”, afirma Artur Sousa, sublinhando mesmo que “à ATR não interessa ter uma panóplia de companhias em que não veja futuro”. Daí que “também nós fazemos os nossos estudos”. Fernando Bernardo vai mais longe ao dizer que “para nós não há companhias pequenas, há companhias com potencial no mercado português e também por isso assinam um acordo em que desde o início nós estabelecemos todas as bases de comercialização, como a entrada no BSP, situações de B2B, montagem de call centres, help desks para as agências de viagens, trabalho dentro das alianças com outras companhias para haver produto à partida de Portugal, entre outras”. Ambos os nossos entrevistados destacam até que “fruto do trabalho efectuado pelos GSA, há companhias que passam depois a ter presença própria e vários voos por semana para o nosso país”. Um GSA é “a cara de uma companhia aérea no nosso mercado”, afirma Artur Sousa, com Fernando Bernardo a acrescentar que “vestimos a camisola de cada uma das companhias que representamos”, algo que pode não ser fácil mas que tem que ser feito porque “não é praticável que um GSA represente apenas uma companhia”.
COMO SE CONQUISTA UMA REPRESENTADA NO MERCADO GLOBALIZADO Ganhar a representação de uma companhia requer, muitas vezes, ir a concurso e, como tal, enfrentar uma concorrência que nem sempre cumpre os “mínimos”. Como diz Artur Sousa “se eu, para ganhar uma companhia, não cumprir esses mínimos, não poderei prestar o nível de serviço pretendido e exigido pelo nosso mercado” pois
Artur Sousa
“À ATR não interessa ter uma panóplia de companhias em que não veja futuro. (…) Também fazemos os nossos estudos” Fernando Bernardo
“Para nós não há companhias pequenas, há companhias com potencial no mercado português”
“para prestarmos um bom serviço necessitamos de uma estrutura e isso tem custos”. Para acrescentar portfólio, os GSA têm que ser proactivos: “vamos a feiras internacionais, a congressos do trade, algumas vezes somos recomendados, tentamos agarrar todas as oportunidades”, diz Fernando Bernardo. Na mesma linha, Artur Sousa frisa que “palmilhamos quilómetros dentro das feiras”, porque “em 90% dos casos somos nós que procuramos as companhias” e garante que um GSA tem que estar permanentemente atento às tendências do mercado: “passamos a vida a fazer benchmarketing, quer a nível de destinos quer de prospect”. ATR e Summerwind são GSAs regionais e não globais. Para Fernando Bernardo isso tem a vantagem de “podermos agarrar qualquer oportunidade que surja”. Artur Sousa concorda, e embora diga que um GSA global “dá menos trabalho porque ganha-se a representação num país e depois representa-se a companhia em vários” também diz que “isso irá acontecer cada vez menos porque um bom GSA na Polónia não será garantidamente bom em Portugal”. A propósito Fernando Bernardo recorda que “há uns anos, qualquer contrato que era ganho era para Portugal e Espanha, hoje já não é assim porque são dois mercados diferentes, dois BSP, dois idiomas e as companhias já preferem ter GSA diferentes”.
DIÁLOGO COM UMA REPRESENTADA É DIÁRIO Cada representada é um desafio diferente, até ao nível da disponibilidade de lugares para o mercado português que nuns casos pecará por defeito, noutros por excesso, principalmente porque há que ter em conta que um voo tem sempre «duas pernas». Para uma companhia ter sucesso, diz Artur Sousa, há sempre que ter em conta o inbound e o outbound, mas o que conta cada vez mais são os factores online e offline. “Na ATR temos casos como o da Air Transat em que a operação nos tem corrido extremamente bem” tanto assim que “quantos mais lugares tivéssemos, melhor” e “casos em que temos uma grande necessidade de crescer e há mercado para crescer, como a Jet Airways, mas como sou offline tenho o problema dos feeders, tenho os parceiros que fazem a ligação a Amesterdão ou Paris completamente cheios e não tenho como pôr lá os passageiros”. Fernando Bernardo concorda e considera que “os mercados offline são muito importantes para que criemos massa crítica ou algum movimento para preencher lacunas”, na época baixa em
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“Há companhias que quando as representamos, temos que representar praticamente tudo, incluindo o destino, embora não tenhamos ganhos sobre isso”
determinados pontos da Europa. E explica: “sabemos que a 1 de Agosto vai ser impossível vender o que quer que seja porque os mercados online vão esgotar tudo, mas a 15 de Novembro já nos estarão a pedir para enviar passageiros via determinado ponto da Europa”. Artur Sousa lembra ainda outro factor, que acontece mesmo na estação alta e que tem a ver com a pressão sobre as vendas, já que um lugar vendido em Portugal pode ter um valor muito inferior ao de outro vendido na Suíça, o que diminui a disponibilidade para o mercado português. Ou seja, “quanto menor for o valor da tarifa média, menos interessante é para a nossa representada dar-nos o lugar”. A ligação entre o GSA e a representada tem, por isso, que ser constante e, segundo Fernando Bernardo, “se a companhia tiver todos os processos tecnológicos implementados, o diálogo é praticamente ao dia”. Avança mesmo que, “algumas das rotas da Europa dependem muitas vezes dos GSA e, se falarmos de uma rota de Madrid, a contribuição que Portugal poderá dar na época baixa é muito importante”. É que, se na época alta Madrid poderá vender tudo, já na época baixa “os nossos cinco ou 10 passageiros de Lisboa ou do Porto podem fazer a diferença”.
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PORTUGAL PODE TIRAR MAIS PROVEITO DAS COMPANHIAS QUE TRABALHAM COM OS GSA Em Portugal não existem muitas representações de destinos ou regiões estrangeiras, o que, segundo Artur Sousa, é “mais um handicap que enfrentamos no dia-a-dia” porque “não temos suporte”. “Há companhias que quando as representamos, temos que representar praticamente tudo, incluindo o destino, embora não tenhamos ganhos sobre isso”, afirma Fernando Bernardo. Ilustra com o exemplo da Singapore Airlines “excelente país para fazer um stopover mas que como não tem promoção directa em Portugal, acabamos por ser nós que, ao promovermos a companhia, promovemos a paragem em Singapura”. O mesmo acontece com a Aegean e a Grécia ou a Air Seychelles e as ilhas do mesmo nome, a que Artur Sousa acrescenta ainda o caso do Qatar e da Qatar Airw ays. A “falta de apoio dos turismos” é mais uma das dificuldades com que se debatem os GSA, diz o director-geral da ATR, que afirma que se esse apoio existisse os resultados seriam melhores. Mesmo assim, em alguns casos, há acções que se conseguem, nomeadamente “apoios para press trips”, como diz o responsável da Summerwind Portugal, sublinhando no 14
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“Há muita concorrência entre destinos e se Portugal, Lisboa, ou outro destino português quer ter uma determinada operação, Málaga também quer ter e Málaga apoia as companhias muito a sério”
entanto que “somos nós que empurramos as situações, ou seja, se numa revista de turismo sai algo sobre a Grécia é porque nós fazemos acontecer”. Uma realidade que os dois responsáveis explicam pela escassez de budget dos destinos para a promoção e pela pequena dimensão do mercado português”. Os orçamentos para a promoção, dizem, “são cada vez mais escassos” mas como justifica Fernando Bernardo, “as companhias também contam com a nossa criatividade para que algumas coisas aconteçam”. Porque os voos têm sempre “duas pernas”, põe-se também a situação de promover Portugal para trazer turistas para cá e neste caso há que contar não apenas com aquilo que o GSA possa fazer mas também com a promoção de Portugal nos diversos mercados exteriores. O director para Portugal da Summerwind dá o exem-
plo da sua representada Binter Canarias que tem vindo a fazer crescer a sua oferta para Portugal. “Em Agosto vamos ter quatro voos semanais, com 90 lugares cada um”, embora venham mais passageiros das Canárias para Lisboa do que portugueses para as Canárias “não vejo grande interesse por parte do Turismo de Portugal ou do Aeroporto em promover o nosso destino”, diz. Vai mesmo mais longe ao lembrar que muitas vezes a preocupação está em promover Portugal em mercados que não têm voos directos para Portugal. Mas Artur Sousa dá o exemplo da EL AL que “cresceu para quatro operações para Portugal, o que infelizmente não teve a ver com a performance de Lisboa para Telavive mas sim de Telavive para Portugal”. Cada vez mais “temos mais israelitas a virem a Portugal com a EL AL Sandor”, assegura, sustentando no entanto que “neste
caso tem havido uma aposta do Turismo de Portugal e do Aeroporto em promover Portugal em Israel”. Não obstante dá razão a Fernando Bernardo quando este afirma que “deveria haver maior preocupação por parte dos organismos oficiais portugueses em saber que companhias aéreas operam em determinados mercados e de que maneira podem prestar-lhes apoio, para que conseguíssemos fazer algumas acções em conjugação de esforços”. Para Fernando Bernardo tudo pode ter solução, desde que haja boa comunicação. Pegando em casos de companhias como a grega Aegean, entre outras que vão prolongar a sua operação no Inverno, comenta: “Se as companhias já voam para Lisboa no Inverno e se a aposta é, por exemplo, no Algarve devido à sazonalidade, há que mostrar aos mercados que o Algarve é uma boa opção para aqueles
que vêm a Portugal no Inverno”, até porque, acrescenta Artur Sousa, “Portugal é muito mais do que Lisboa”. Solução? Conversar, comunicar, como diz Fernando Bernardo que avança mesmo a ideia de sentar à mesma mesa representantes do Turismo de Portugal, do Turismo de Lisboa ou de destinos regionais, do Aeroporto e das companhias aéreas para se tentar estudar cada uma das situações. Um desafio importante, principalmente tendo em conta que, como lembra Artur Sousa, “há muita concorrência entre destinos e se Portugal, Lisboa, ou outro destino português quer ter uma determinada operação, Málaga também quer ter e Málaga apoia as companhias muito a sério”. Pode dizer-se que os dois GSA com que falámos representam companhias de todos os cantos do mundo, incluindo as menos faladas companhias sul-americanas, o que acontece por razões várias, desde a situação de não terem wide bodies que lhes permitam voar para Portugal, até ao caso de ao mercado português chegar uma muito diminuta percentagem de lugares disponíveis. O director-geral da ATR explica com o caso da sua representada Aerolíneas Argentinas, essencialmente vocacionada para o segmento de grupos – uma situação a que acresce outro handicap: “o mercado espanhol é tão grande para esta representada e para a Argentina que o que sobra para vendermos à saída de Portugal não nos torna suficientemente competitivos”. Situação diferente é a da Interjet, companhia mexicana que oferece voos regionais ou domésticos no México, sendo que aqui a preocupação
Artur Sousa
“Há mínimos que temos que pedir a uma companhia aérea para fazermos o trabalho a que nos propomos” até porque “não temos uma contabilidade artística”
fundamental é “identificar determinados nichos de mercado que voem, por exemplo, para Cancun e depois para outros pontos do México e oferecer essa opção ao mercado português”. O mesmo acontece com a Star Peru, outra representada da Summerwind.
SUMMERWIND E ATR CONHECEM O MERCADO E O TRADE O QUE É UMA VANTAGEM Um dos principais factores pelos quais uma companhia aérea procura um GSA quando chega a Portugal reside no relacionamento que estes têm com o trade porque “nós já temos tudo montado, conhecemos o mercado e o trade”, justifica Fernando Bernardo, apesar de esclarecer que em termos do tipo de relacionamento futuro da companhia as coisas variam, podendo ir “desde acordos comerciais e formações sobre produto, a plataformas técnicas desde entradas no BSP a call centres e help desks”, passando pela presença em roadshows e feiras e pela visita a clientes. Artur Sousa volta a realçar que como “rosto da companhia no mercado português”, o GSA tem como missão “apresentar aos parceiros comerciais a diversidade de serviços que cada uma das representadas tem para oferecer, apresentar-lhe as melhores soluções para as suas necessidades” e “dar confiança ao agente de viagens de que falando connosco está a falar com a companhia e que estamos aqui para os ajudar em tudo o que necessitem”, ou seja, “somos um pouco o help desk da companhia para o agente de viagens”. Acima de tudo, frisa, “temos que buscar o potencial do mercado para a nossa representada porque, de contrário, não ganhamos”. Daí que um GSA tenha que “tentar lançar novos destinos, tentarmos ser mais competitivos, ir ao encontro das pretensões dos nossos parceiros”. O que ambos os nossos interlocutores sublinham é o seu enorme investimento no que concerne à parte comercial com o intuito de promoverem as suas representadas, o que passa, nomeadamente, diz o responsável da Summerwind Portugal, por “um staff muito qualificado e conhecedor, com profissionais polivalentes que são o suporte para as nossas representadas”. A isto acresce “uma grande atenção às tendências do mercado porque temos que jogar na antecipação para aproveitar oportunidades”, sublinha o director-geral da ATR.
COMPANHIAS AÉREAS REPRESENTADAS SÃO ALTERNATIVA PARA NOVOS DESTINOS Num mercado que, no que toca ao lazer, não conta com uma grande variedade de destinos, as compa-
nhias representadas em Portugal por GSA seriam uma oportunidade única de alargar esse leque. No entanto, Artur Sousa garante que “há um grande trabalho a fazer” a este nível porque, assume, “não vejo uma grande variedade de destinos e de tendências e não vejo uma grande vontade de se mexer nos destinos”. Embora entenda que “somos um mercado pequeno e com características determinadas, onde não se vendem destinos que as nossas representadas propiciam como Austrália, Singapura ou Vietname”, casos em que “entra o factor preço, que é importante”, diz temer que se caia no erro da banalização de destinos, como no passado aconteceu com o Brasil. Na sua opinião “quanto maior for o número de destinos em charter, mais desce a tarifa média do pacote”, o que considera que não é bom para ninguém”, e aponta também o dedo às muitas promoções mesmo quando se fala cada vez mais em vendas antecipadas. Já Fernando Bernardo considera que quando as companhias aéreas têm um GSA em Portugal “também é para procurarem que os portugueses viagem para outros destinos” e exemplifica com Myanmar e Laos que nunca serão de massas mas que cumprem aquele que é um dos objectivos de um GSA: “criar condições para que os operadores tenham outro tipo de programas para nichos de mercado que, somando a outros, podem revelar-se importantes”. Mesmo assim, Artur Sousa diz que “há nichos de mercados importantes que não estão a ser aproveitados”, caso da Tailândia ou de Macau.
CONCORRÊNCIA NESTA ÁREA NEM SEMPRE É LEAL Já o abordámos acima e a ele regressamos com maior detalhe, o tema da concorrência entre os GSA, que existe e que nem sempre é leal, como afirma o director-geral da ATR, para quem “há mínimos que temos que pedir a uma companhia aérea para fazermos o trabalho a que nos propomos” até porque “não temos uma contabilidade artística”. Nos GSA como em tudo, assume, “há muitos pára-quedistas no nosso mercado”. No caso da ATR, detalha, “apresentamos um business plan e propomos uma determinada remuneração, sabendo que não podemos ir muito mais abaixo sob pena de não podermos desempenhar o nosso papel”. Afirmando que “o mercado conhece bem” as empresas que desempenham as suas funções e as outras, avançando que “deveria haver uma lei mais rigorosa para quem desvirtua completamente o mercado”.
Fernando Bernardo
“Deveria haver maior preocupação por parte dos organismos oficiais portugueses em saber que companhias aéreas operam em determinados mercados e de que maneira podem prestarlhes apoio, para que conseguíssemos fazer algumas acções em conjugação de esforços”
Já o director da Summerwind Portugal diz que a concorrência “existe e é salutar”, mesmo tendo em conta os tai pára-quedistas com os quais as empresas sérias facilmente concorrem. Aponta principalmente a “forte concorrência” imposta pelos GSA globais, embora entenda que “as companhias já aprenderam que têm que olhar mais para o mercado local e ver as condições que o GSA global lhe pode oferecer localmente para então decidir”. Face a isto, afirma: “se uma companhia escolher ser representada por um dos tais pára-quedistas então é porque não era o nosso parceiro de negócios ideal”. “Think global, act local” é a máxima de Artur Sousa que comenta ser “por alguma razão” que “a ATR representa 18 companhias e tem 13 stafs”. O director da Summerwind Portugal concorda e junta que não é apenas o número “mas também a qualidade das companhias que representamos” que importa, bem como “a confiança que o trade deposita em nós”. < TURISVER | JULHO DE 2016
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>actualidade
TEXTO: FERNANDA RAMOS
Mais do que uma rent-a-car, a Europcar pretende ser uma empresa de mobilidade, conceito em que tem vindo a apostar nos últimos tempos enquanto factor de diferenciação. Recentemente a empresa apresentou a sua nova estratégia para a Mobilidade 360º que passa pela aproximação ao cliente, novos serviços e rebranding de outros já existentes.
Selection: Luxury & Fun cars
• Frota exclusiva topo de gama
para viagens de negócios e lazer • Modelo garantido • Rede de estações dedicada ao Selection • Balcão dedicado para atendimento exclusivo • Linha Telefónica Selection: Luxury & Fun Cars • Página de website Selection: Luxury & Fun Cars
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Europcar
Cada vez mais uma empresa de Mobilidade 360º
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Europcar quer ser mais que uma empresa de rent-a-car, quer ser uma fornecedora de serviços de mobilidade, o que passa, por exemplo, pela possibilidade de os clientes alugarem bicicletas ou scooters. À margem da recente apresentação da nova estratégia para a Mobilidade 360º, Fernando Fagulha, director de Marketing e Vendas da Europcar, diria à Turisver que começam a ser já visíveis alguns reflexos desta estratégia através da qual a empresa pretende ir ao encontro das necessidades dos clientes. “As pessoas ainda não descolam a Europcar do aluguer de automóveis, do rent-a-car, mas a palavra mobilidade está a ficar cada vez mais em voga, especialmente nas gerações mais jovens”. Uma estratégia que, disse-nos, tem que ser implementada “muito de dentro para fora”, ou seja, à partida de dentro da empresa. “Ao interiorizarmos, dentro de casa, o conceito de mobilidade e não de rent-a-car, começamos a pensar de uma forma diferente e a criar produtos e soluções também diferentes e isso aproxima-nos do consumidor”, explicou à Turisver, acrescentando que “na Europcar estamos sempre a lançar produtos novos, a criar qualquer coisa” e este algo mais irá sempre acrescer ao conceito de Mobilidade 360º. “Cada novo serviço que nos permita ficar mais próximos do cliente e cada novo produto nesta área será incluído neste conceito”, avança o executivo. Até onde é que este conceito de mobilidade pode ir? Fernando Fagulha admite que “no futuro talvez possamos começar a investir em tecnologia” de forma a permitir que o consumidor possa, por exemplo, “planear toda a sua viagem
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através de uma app desenvolvida pela Europcar ou pelo seu Lab”. Como pode passar pelo car sharing ou outros serviços, adianta ainda, frisando que “a palavra de ordem dentro de todo o Grupo Europcar é mobilidade”. Promover a mobilidade é, em cada mercado, ir ao encontro das necessidades e dos desejos do cliente. Neste âmbito se inclui um serviço introduzido recentemente, o Selection: Luxury & Fun Cars” que veio, em parte, substituir a frota Prestige. É uma substituição
Fernando Fagulha
“Ao interiorizarmos, dentro de casa, o conceito de mobilidade e não de rent-acar, começamos a pensar de uma forma diferente e a criar produtos e soluções também diferentes e isso aproximanos do consumidor” apenas parcial porque, como explicou Fernando Fagulha na apresentação à imprensa, o Seleccion é um serviço, em si mesmo, ao contrário da frota Prestige que era apenas um produto. Com uma frota alargada, composta por carros de luxo, desportivos e “fun” (BMW X6, BMW 640 Cabrio, BMW i8, Alfa Romeo 4C cabrio ou o “fun” Fiat 500 cabrio, por exemplo), o Seleccion contempla atendimento exclusivo em balcão diferenciado, linha de apoio telefónico também exclusiva, acompanhamento do cliente à viatura, garrafas de água dentro do automóvel, e atendimento pelo chefe ou subchefe da estação, além
de o cliente ter a garantia de receber o modelo de viatura que efectivamente alugou.
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MAIOR COMODIDADE PARA O CLIENTE
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Ir ao encontro das necessidades dos clientes passa também pelo alargamento da rede de balcões (entre outros locais, a Europcar chegou, recentemente, aos Açores e a nível nacional soma já mais de 80 balcões), pela abertura de estações nos parques de estacionamento da Empark, concretamente na Av. de Berna, Alameda D. Afonso Henriques, Campo Grande, Av. Marechal Craveiro Lopes, e ainda em Vila Franca de Xira, na Travessa do Telhal. E mais recentemente, abriu em Vila Nova de Gaia, no Parque da Empark Luís I, na Rua General Torres. Melhoria do tempo de atendimento no sentido de reduzir o tempo de espera para levantamento do automóvel, e atendimento 24 horas na estação da Av. António Augusto de Aguiar, em Lisboa, serviço que “tem sido um sucesso”, afirmou Fernando Fagulha, têm sido outras das iniciativas da Europcar com o objectivo de garantir maior comodidade ao seu cliente. Nesta vertente integra-se ainda o “Chauffer Service” lançado em Maio e já disponível em Lisboa. Segundo explicou Fernando Fagulha, o Europcar Chauffeur Service, “está já disponível a partir de Lisboa, conta com uma equipa de motoristas qualificados e uma selecção de automóveis topo de gama” além de “carrinhas de 7,8 e 9 lugares”, o que possibilita ao cliente escolher o veículo de acordo com a sua conveniência”. <
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>reportagem
TEXTO: CAROLINA MORGADO
O 42º Congresso Nacional da APAVT (Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo) realiza-se em Aveiro, de 8 a 11 de Dezembro, com o tema “Turismo: Liberdade de Escolha e Factores de Competitividade”. A temática principal e o logótipo foram apresentados em Lisboa, na presença de Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT, Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal, e Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro.
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30 anos depois Congresso da APAVT volta a Aveiro
“Turismo: Liberdade de Escolha e Factores de Competitividade” é o tema
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edro Costa Ferreira, presidente da APAVT, na cerimónia de apresentação do tema e do logótipo do congresso, que decorreu em Lisboa, explicou a escolha deste ano: “Liberdade de escolha porque, nesta era digital, continua a ser um valor importantíssimo e, no mundo digital é algo mais percepcionado do que real, porque o consumidor tem a percepção de ter uma maior liberdade de escolha do que na realidade tem”. “Factores de competitividade porque, quaisquer que sejam os resultados do nosso país e das nossas empresas, mesmo francamente animadores como têm sido, preocupamo-nos não apenas com o presente,
mas também com o futuro, o qual depende dos nossos factores de competitividade, o modo como os conseguimos trabalhar e desenvolver”. O congresso irá iniciar-se, na linha dos anteriores, com a intervenção de um destacado economista português sobre o tema dos “Desafios e a Responsabilidade de ser Português”, prosseguindo nos dias seguintes com debates sobre o “Consumidor do Futuro e o Futuro das Agências de Viagens”, “Factores de Competitividade: Uma Estratégia para Portugal” e “Factores de Competitividade: Estratégias para as Empresas”. O primeiro painel “falará do consumidor do futuro e no futuro das agências de viagens, sobretudo ten-
dências actuais do consumidor e de como as agências da Europa e do mercado norte-americano se estão a adaptar, onde estudos indicam uma verdadeira retoma do mercado”, explicou Pedro Costa Ferreira, adiantando que o segundo painel “servirá não apenas para as agências de viagens, mas para outras empresas turísticas, onde abordaremos aspectos diferenciadores que podemos adoptar nas nossas empresas para o futuro”; e o terceiro “conta com a presença de reputados oradores nacionais e internacionais”. Para o presidente da APAVT, a opção pela realização do congresso numa entidade regional de turismo é uma forma de evidenciar que “alguns dos desafios mais importantes do nosso turismo a nível sectorial
estão a nível da autarquia, estão ao nível da região de turismo”, referindo de seguida que trata-se de fazer o Congresso numa região cuja Entidade Regional de Turismo “é um exemplo fantástico de relacionamento com o sector, não apenas com a APAVT, mas com as organizações e agências do sector”. Pedro Costa Ferreira referiu que o facto de Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, ser um político “cosmopolita, moderno e que está atento às necessidades das pessoas e da interligação multidisciplinar com o turismo e ao efeito que este tem no desenvolvimento económico da sua cidade” foi também decisivo na escolha da cidade anfitriã. Sobre o congresso propriamente dito, Pedro Costa Ferreira sublinhou que “ pretende ser mais do que um congresso de agentes de viagens”, concluindo que será feito “um ponto de situação das nossas vidas a nível micro e a nível macro e também uma tentativa de estabelecer no futuro as nossas principais prioridades a nível micro e a nível macro”.
À ESPERA DAS MAIS QUALIFICADAS VARIÁVEIS DA OPERAÇÃO TURÍSTICA O presidente do Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado, e o presidente da Câmara Municipal de
Aveiro, Ribau Esteves frisaram que o tema do 42º Congresso da APAVT, “Turismo: Liberdade de Escolha e Factores de Competitividade”, está em sintonia com o trabalho que está a ser desenvolvido tanto na região como no município. Pedro Machado referiu que “vamos poder levar para o território do Centro de Portugal aquela que é para nós uma das maiores e mais qualificadas variáveis da operação turística que são as agências de viagens”, demonstrando a sua satisfação pela APAVT ter escolhido, uma vez mais, a região para a realização do seu congresso, após Coimbra e Viseu, deixando um desafio de que muitos outros poderão se seguir a este, dado que o Centro conta com um total de 100 concelhos, muitos dos quais capazes de acolher aquele que é considerado um dos maiores eventos do Turismo em Portugal. O presidente da Entidade Regional do Centro, destacou ainda a coincidência de uma das frases que constituem o tema do congresso tratar de uma das grandes preocupações da sua região, que é a “competitividade” e que faz parte dos três C´s da estratégia do Centro – crescimento, competitividade e coesão”. Ribau Esteves manifestou grande satisfação por acolher o congresso de 2016, indicando que se tratou de um “incentivo para um conjunto de investimentos a pretexto de nos qualificarmos para este desafio e para o gerirmos bem”, revelando que uma das novidades daí emergentes é a “nova campanha de marketing territorial, a primeira à escala municipal e que promove a cidade com a referência “Aveiro, a cidade dos canais”, sendo “muito feliz a escolha da APAVT para o logo (uma versão estilizada do moliceiro), uma vez que é, sem dúvida, uma referência de Aveiro”. Os congressos da APAVT são considerados como o principal fórum de debate turístico nacional e realizam-se anualmente, congregando habitualmente centenas de profissionais dos mais diversos sectores da actividade turística. As inscrições para aquele que é considerado o mais importante fórum de debate turístico do calendário nacional encontram-se já abertas. No entanto, não será só na “boca” dos agentes de viagens portugueses que o Centro de Portugal estará. A região será também o destino preferido dos agentes de viagens europeus no próximo ano, na sequência de um protocolo assinado entre a
Entidade Regional de Turismo Centro de Portugal e a Confederação Europeia das Associações de Agências de Viagens e Operadores Turísticos Europeus (ECTAA). No âmbito deste protocolo, a Entidade Regional de Turismo Centro de Portugal irá, no próximo ano, figurar em todo o material e documentação da ECTAA que é enviada aos associados, bem como, nas apresentações, estudos e relatórios produzidos por esta confederação europeia. Terá ainda presença assegurada nas suas reuniões bianuais, acesso privilegiado às instituições europeias e a todas as associações de agentes de viagens e operadores turísticos da Europa. A ECTAA integra as associações nacionais de agentes de viagens e operadores turísticos de 27 Estados-membro da União Europeia, dois Estados-Candidatos e da Suíça e Noruega, que no seu conjunto representam mais de 80 mil agências de viagens e operadores turísticos. A atribuição do estatuto “Destino Preferido do Ano da ECTAA”, em 2017, é um momento importante, em consonância com toda uma estratégia de internacionalização e consolidação da marca “Centro de Portugal”, que irá reforçar a atractividade deste destino junto do mercado interno e aumentar a sua participação no mercado internacional, referiu a entidade. <
Data: 8 a 11 de Dezembro Local: Aveiro Logótipo: O congresso homenageia a cidade de Aveiro e um dos seus maiores símbolos, o barco moliceiro, que aqui aparece estilizado • Temáticas a abordar: “Desafios e a Responsabilidade de ser Português” com intervenção de um destacado economista português a anunciar; • “Consumidor do Futuro e o Futuro das Agências de Viagens”; • “Factores de Competitividade: Uma Estratégia para Portugal”; • “Factores de Competitividade: Estratégias para as Empresas”, com intervenções de oradores nacionais e internacionais.
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>em foco
Daniel Marchante – Director executivo da Lusanova Tours
“Grandes Destinos” representam mais de 30% das vendas TEXTO: JOSÉ LUÍS ELIAS
Para a programação deste Verão, a Lusanova apresentou uma programação diversificada com circuitos, lugares em voos charter, grandes destinos e cruzeiros, neste caso por via da sua marca Lusanova Cruzeiros. As vendas estão a correr bem, embora, como disse à Turisver Daniel Marchante, director executivo da Lusanova Tours, não tenha havido nenhum “boom”.
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“Em termos de vendas 2016 será sensivelmente igual a 2015”, com uma produção “em torno dos 23 milhões de euros”
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semelhança do ano passado, 2016 trouxe melhoria nas vendas de viagens mas o director executivo da Lusanova Tours, Daniel Marchante diz que “ainda não houve um boom” e limita-se a considerar que “em termos de vendas 2016 será sensivelmente igual a 2015”, com uma produção “em torno dos 23 milhões de euros”. No que concerne à programação para este Verão, a Lusanova lançou no mercado lugares em charter para a Grécia e a Croácia, uma operação realizada em part charter cujas vendas estão a correr bem “mas a aparecer muito em cima da hora”. Estas apostas vêm “do histórico que nós temos nestes destinos e das parcerias que temos nestes países”, explica o director executivo da Lusanova. E acrescenta: “a Grécia tem sido um destino que temos vendido muito bem, quer as ilhas como em cruzeiro”, sendo que este ano o maior aumento deu-se ao nível das ilhas, principalmente Mikonos e Santorini, uma vez que “o crescimento ao nível dos cruzeiros tinha sido muito forte o ano passado”. O responsável diz que a opção de não seguir a via dos destinos mais comuns se deve ao facto de já haver operadores com histórico nesses destinos e não pretender ser mais um player com a mesma oferta. Mas não descarta as parcerias pontuais: “estamos sempre abertos a parcerias, desde que sejam boas”.
Acrescem, na oferta de Verão, os circuitos europeus com guia em português que “continuamos a vender razoavelmente bem” e os “Circuitos Selecção”, circuitos europeus promovidos em conjunto com outros parceiros, em que os destinos que mais têm estado em destaque são a Escócia, a Alemanha e a Rússia. Nos circuitos ibéricos, em autocarro, a grande tendência tem sido os circuitos temáticos, seja integrando rotas como a de Cister ou a dos Escritores, seja integrando festas como a da castanha, da cereja ou a Romaria de Nossa Senhora da Agonia. Outra das apostas é nos Grandes Destinos que já “representam mais de 30% das nossas vendas”, sublinha Daniel Marchante. Nesta vertente, a Lusanova tem vindo a consolidar-se através de destinos como a Índia “que é para nós o destino mais importante”, Tailândia, Estados Unidos e ainda Vietname e Camboja. Novidade deste ano foi a Etiópia, cujos resultados apenas se verão dentro de um ou dois anos. A solidificar-se no mercado está a marca Lusanova Cruzeiros. Neste segmento as vendas têm corrido “bastante bem, à medida que os nossos promotores vão fazendo a divulgação do produto e porque temos pessoas verdadeiramente especialistas em cruzeiros que ajudam muito os agentes de viagens” Outra marca em afirmação é a Lusahotéis, central de vendas de hotéis, onde as vendas seguem ritmo positivo, prin-
cipalmente no corporate, segmento que já faz reservas directas no sistema, não só de hotéis mas também de transferes e outros serviços. Por isso, diz Daniel Marchante, têm sido contratados “novos parceiros, inclusive com alguma contratação própria em Portugal”. Fora a programação, a empresa tem outras novidades, já que após o refreshment que foi feito ao site da Lusanova Tours que passou a ter reservas online exclusivas para agências de viagens, de uma forma mais fácil e mais completa, está agora a ser preparada a reformulação do site da Lusanova Travel, o site das agências.
RELAÇÃO COM O MERCADO Em Portugal como no Brasil, a marca Lusanova é conceituada, com a empresa a ser conhecida por não correr grandes riscos, mas sobretudo pela qualidade dos seus produtos e serviço. Por isso, mesmo as agências que há menos tempo estão no mercado, reagem bem ao produto com a chancela desta empresa. “Reagem bem porque conseguimos fazer bons acordos com os agrupamentos e com as principais agências”, comenta Daniel Marchante. Pontos que o mercado reconhece como positivos são ainda o atendimento e a assistência ao agente de viagens: “Continuamos a gostar que os nossos clientes falem connosco de forma directa”. <
> dossier turismo sustentável
TEXTO: CAROLINA MORGADO
Há cada vez mais unidades hoteleiras, sejam elas em ambientes urbanos ou rurais, nas praias ou no campo, no litoral ou interior que, através do consumo racional de água, da poupança de energia, da gestão de resíduos, da adopção de energias renováveis, de uma política de compras saudável, entre outras medidas, promovem, no exercício da sua actividade, práticas ambientais sustentáveis, o respeito pela natureza e pelo meio envolvente, sem porem em causa o conforto e a sofisticação.
Hotéis “verdes”
Respeito pela natureza sem pôr em causa conforto e sofisticação
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hotelaria é um dos sectores em que as preocupações ambientais são mais evidentes e onde os impactos ambientais mais se fazem sentir. Por estas razões, várias unidades têm tomado não só atitudes de promoção de boas práticas ambientais, como envolvido também os seus hóspedes no respeito pela natureza, ao mesmo tempo que têm sido galardoadas por várias instituições tanto nacionais como estrangeiras. Nestes hotéis, onde o respeito pelo meio envolvente é uma prioridade, tudo se faz para que a pegada ecológica seja praticamente indetectável. A responsabilidade não é só de quem recebe, é também de quem chega a um lugar devidamente protegido, sem perder o conforto e a sofisticação necessárias a umas férias cinco estrelas. Só na Região Autónoma da Madeira foram 26 os empreendimentos turísticos galardoados, em 2016, com
a distinção “Green Key”, considerado já o maior rótulo ecológico para o turismo, com mais de 2400 empreendimentos galardoados.
AQUA NATURA MADEIRA HOTEL De entre os galardoados, está o Aqua Natura Madeira Hotel, unidade que se ergue por entre as imponentes falésias da costa e o azul profundo do mar do Oceano Atlântico. Situa-se na vila de Porto Moniz, conhecida por ser o ex-libris da costa norte do arquipélago da Madeira. De frente para as piscinas naturais (consideradas como sendo uma das 14 piscinas naturais mais maravilhosas do mundo), o Aqua Natura Madeira Hotel oferece um novo conceito de hotel, que combina o conforto e sofisticação de um alojamento de quatro estrelas, com um dos cenários mais deslumbrantes de toda a ilha da Madeira. O hotel “verde”, preocupado em re-
duzir consumos de água e energia, e a pegada ecológica em geral, oferece uma localização privilegiada de beleza singular e disponibiliza aos seus clientes novas instalações, tais como: a área de solário equipada com jacuzzi e sauna, que oferece uma vista esplêndida sobre as imponentes formações rochosas sobre mar do Porto Moniz e de um manto verde que cai das montanhas para o Atlântico; restaurante (com vista panorâmica sobre o mar), ginásio, serviço de massagem, jardins e centro de mergulho. Quando se está rodeado por um cenário natural deslumbrante a vontade de respeitar o ambiente ganha novos contornos, bem como um singular respeito pelo meio envolvente.
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PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS VALEM DESCONTOS NO HOTEL EXPO ASTÓRIA
Numa altura em que a preocupação TURISVER | JULHO DE 2016
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Douro Palace Hotel Resort & Spa e Douro Royal Valley Hotel & Spa são Green Key O Douro Palace Hotel Resort & Spa e o Douro Royal Valley Hotel & Spa foram galardoados com o prémio Green Key 2016, atribuído pela Associação Bandeira Azul da Europa. O primeiro é, assim, distinguido pelo quinto ano consecutivo, enquanto o segundo ganha este estatuto no primeiro ano de actividade. O Green Key é um dos programas desenvolvidos pela Foundation for Environmental Education (FEE), representada em 58 países dos diferentes continentes. A FEE, através dos seus programas, promove a nível internacional a sensibilização, a formação e a capacitação para o desenvolvimento de iniciativas que envolvam a participação e o empenho individual e colectivo através da educação para o desenvolvimento sustentável. Destaca-se o papel dos agentes de Turismo ao longo do processo de alteração de comportamentos e sobretudo o do consumidor, quando ambos são confrontados com os desafios delineados pela Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável, que visam adoptar um novo estilo de vida e definir novos padrões de consumo, entre eles o consumo sustentável, a conservação e gestão racional dos recursos naturais e a ecoeficiência da economia. com a sustentabilidade é crescente e global, o Hotel Expo Astória, em Lisboa, tem vindo a promover práticas ambientalmente sustentáveis junto dos seus clientes no espaço do último ano através do programa “Escolha Verde”, uma iniciativa que visa preservar o meio ambiente através do incentivo à dispensa de serviços de housekeeping em troca de vales de desconto que agora, além do bar e restaurante do hotel, podem também ser utilizados em passeios turísticos. Em vigor desde Maio de 2015, a iniciativa “Choose Green” tem vindo a ganhar adeptos dentro das portas do Hotel Expo Astória. Por cada noite que o hóspede dispensar os serviços de limpeza, arrumação e substituição de roupa é-lhe atribuído um vale de desconto de 5 euros para usar no bar, no restaurante ou, mais recentemente, nos Tours by ExpoFun, empresa de transporte turístico que promove passeios turísticos na área de Lisboa e regiões adjacentes. “Acreditamos que a chave para o sucesso do nosso hotel e para o bem-estar dos nossos hóspedes passa inevitavelmente pelo incentivo de práticas ecologicamente sustentáveis”, refere o director geral da unidade, Gustavo Cavallaro, realçando que “a iniciativa tem vindo a ser alvo de vários elogios por parte dos nossos clientes …e essa é a maior prova de sucesso deste programa que pre-
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tende reduzir a pegada ecológica da nossa unidade e dos que nela ficam hospedados”. De acordo com o responsável, “o hotel gasta menos recursos, o ambiente é poupado e os nossos clientes ficam satisfeitos por ajudarem o ambiente e ainda beneficiarem directamente com esse gesto. Ficamos todos a ganhar!”
VALE DO RIO HOTEL Um hotel totalmente verde, a funcionar integralmente com energias renováveis, apto a produzir mais energia do que aquela de que precisa. Assim é o Hotel Rural Vale do Rio! Um espaço localizado nas margens do rio Caima, em Palmaz, Oliveira de Azeméis, onde as preocupações ambientais se unem à qualidade e conforto. Todo o edifício foi erguido de modo a adaptar energias: hídrica, eólica, solar, fotovoltaica, biomassa e biodiesel. Dispõe de 28 quartos, uma suite e um quarto adaptado para pessoas com mobilidade reduzida. O empreendimento ocupa cerca de 10 mil metros quadrados, do qual fazem parte, para além do hotel, um bar, um museu, uma biblioteca, um ginásio, o Four Elements Spa, um restaurante, salão de eventos e ainda uma vasta zona envolvente com diversos jardins. Neste espaço é possível desfrutar de todos os recursos naturais com actividades
outdoor disponíveis aos hóspedes. Nelas incluem-se percursos pedestres, passeios pela margem do rio e ainda vários trajectos em bicicleta. Ao espaço pertence ainda uma mini-hídrica datada de 1800 que, depois de remodelada e actualizada em 2009, passou a produzir energia eléctrica renovável. Todo o empreendimento teve um custo de seis milhões de euros sen-
do que 20% desse valor foi canalizado para a aplicação em recursos energéticos.
MH HOTELS, BREATHING NATURE… Partindo de uma arquitectura concebida para uma perfeita integração no espaço em que se inserem, os hotéis MH Hotels visam destacar-se por via
Aldeia da Fonte Nature Hotel: Ecologicamente sustentável Este resort ecologicamente sustentável, localizado na Ilha do Pico, nos Açores, assemelha-se a uma aldeia com seis casas de pedra vulcânica debruçadas sobre as falésias para o Oceano Atlântico, entre jardins exuberantes. Situado entre o Oceano Atlântico e a Montanha do Pico, apresenta uma torre para observação de baleias, sessões de ioga, um jardim para tai chi, acesso directo ao oceano, um salão de estar marítimo, sala zen, e uma piscina atlântica. O hotel dispõe de 40 quartos e cerca de 100 camas, distribuídos por suites, estúdios, standarts e standarts deluxe, todos decorados com mobiliário em madeira e incluem uma televisão de ecrã plano e um mini-bar. Todos os estúdios e suites possuem uma área de bar. Todas as suites dispõem de uma lareira, enquanto todos os quartos usufruem de acesso Wi-Fi gratuito. O famoso Restaurante Fonte Cuisine serve pratos vegetarianos e regionais. É conhecido pelo seu terraço para refeições ao ar livre e pelos seus pratos servidos em réplicas de baleeiras em cerâmica. O hotel disponibiliza uma área de fitness com grandes janelas que se abrem para o jardim. Os hóspedes podem relaxar gratuitamente na sauna de infra-vermelhos. Ideal para desfrutar da natureza açoriana com charme e serenidade, relaxar, mergulhar no mar, descobrir os trilhos pedestres, observar golfinhos, baleias e outros cetáceos, contemplar a beleza da montanha do Pico e a sua biodiversidade, respirar o ar puro de um dos mais premiados destinos turísticos de Natureza, valeu-lhe este ano o galardão Green Key.
> dossier turismo sustentável
da qualidade, da competitividade e do desempenho ambiental, tendo adoptado o slogan “Breathing nature”. MH Hotels é um grupo com três unidades hoteleiras em Peniche que oferecem uma gama completa de serviços e facilidades: MH Dona Rita, MH Atlântico Golf, MH Peniche. Conscientes da importância de um desempenho sustentável, a cadeia definiu um conjunto de medidas verdes que visam influenciar a atitude dos colaboradores e fornecedores e alertar os seus hóspedes para a importância de um uso racional dos recursos naturais. O MH Peniche é um hotel ecológico, destacando-se em todas as soluções que minimizam o impacto ambiental. Neste sentido dispõe de 720 painéis fotovoltaicos implementados numa área de 5000 metros quadrados com redução de 107 toneladas de CO2 emitidas
por ano e com 180 kW de potência instalada. Tem uma rede de canalização dupla para reaproveitamento e tratamento de toda a água utilizada pelos hóspedes e reintrodução na rede para utilização em autoclismos e rega, e um canal interno de televisão dedicado à eficiência energética com indicação da energia que está a ser produzida no momento através de fontes renováveis, assim como carregamento de veículos eléctricos. A unidade possui ainda 90 painéis solares com capacidade para produção de 147.988 Kwh/ano, enquanto o MH Atlântico Golf tem 100 painéis solares com capacidade para produção de 178.498 Kwh/ano. Os dois hotéis utilizam iluminação Led em todo o edifício, todos os equipamentos têm características A++ na eficiência energética, é feita recicla-
gem de todos os resíduos produzidos, e são desenvolvidas campanhas de senilização para os hóspedes sobre a eficiência energética e redução da pegada ambiental.
ZMAR ECO CAMPO RESORT & SPA No Sul do País, na Zambujeira do Mar, existe um espaço pioneiro em Portugal, um ‘resort’ de campismo 5 estrelas. O Zmar é a prova que o turismo pode ser sustentável e, mais ainda, pode ajudar a transmitir hábitos ecológicos. A construção é em madeira, há painéis solares, aproveitamento de água, as ruas não são pavimentadas e há uma aposta clara nos produtos locais. Este eco-camping tem uma zona com 33 ‘chalets’, 48 alojamentos de hotelmóvel, três Zvillas e um parque com
capacidade para 288 caravanas. Os ‘chalets’ e as Zvillas têm capacidade para seis pessoas. Já os hoteismóveis têm uma capacidade máxima de dois adultos e uma criança. Tem três piscinas, uma delas com 100 metros, um “zpa” e o restaurante Frezco. O resort está sempre pronto para animar os visitantes e este Verão, conta com a participação da Team de Animação do Chapitô para divertir crianças e adultos, com programas para o dia e noite. No que diz respeito a actividades, contam-se o ginásio, arvorismo, mergulho, padle e passeios de bicicleta. Rústico contemporâneo, é assim que podemos descrever todas as infra-estruturas do Zmar, auto-sustentáveis através da energia solar e com dezenas de pormenores de preocupação ecológica. <
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> dossier turismo sustentável Meio ambiente e desenvolvimento
Compatibilizar anseios dos turistas com as regiões receptoras TEXTO: CAROLINA MORGADO
Falar de turismo sustentável é acima de tudo procurar a compatibilização entre os anseios dos turistas e os das regiões receptoras, garantindo não somente a protecção do meio ambiente, mas também estimulando o desenvolvimento da actividade em consonância com a sociedade local envolvida. Felizmente, de uma forma ou de outra, esta tarefa tem vindo a ser desenvolvida pelas regiões turísticas portuguesas. A Turisver foi conhecer alguns desses projectos em marcha nas regiões do Centro de Portugal, Alentejo/Ribatejo e Algarve.
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urismo para todos: promover a acessibilidade universal” é o tema que a Organização Mundial do Turismo (OMT) escolheu para celebrar este ano o Dia Mundial do Turismo, a 27 de Setembro. Outra iniciativa de nível internacional neste sentido é a celebração do Global Green Destinations Day, que decorre no Dia Mundial do Turismo (27 e 28 de Setembro), em Ljubljana (Eslovénia), designada a Capital Verde da Europa 2016. Dos temas em discussão destacam-se os aspectos-chave do desenvolvimento sustentável no turismo, o desenvolvimento de cidades inteligentes e comunidades locais, transportes verdes de hoje e do futuro, as mudanças sociais, gestão sustentável e a importância de aumentar a consciência sobre o desenvolvimento verde no turismo. Segundo a OMT o turismo sustentável deve ser aquele que salvaguarda o ambiente e os recursos naturais, garantindo o crescimento económico da actividade, ou seja, capaz de
satisfazes as necessidades das presentes e futuras gerações. Portanto, o desenvolvimento turístico deve pautar por economizar os recursos naturais raros e preciosos, principalmente a água e a energia, medidas que devem ser encorajadas pelas autoridades públicas nacionais, regionais e locais. A infra-estrutura deve ser concebida e as actividades turísticas programadas de forma a que seja protegido o património natural constituído pelos ecossistemas e pela biodiversidade, e que sejam preservadas as espécies ameaçadas da fauna e da flora selvagens. Os agentes do desenvolvimento turístico, principalmente os profissionais, devem permitir que sejam impostas limitações às suas actividades. O turismo de natureza, turismo rural e ecoturismo são consideradas modalidades de turismo mais sustentáveis pois desenvolvem-se em harmonia com o local. Contudo, o turismo de forma sustentável deve ser desenvolvido por todos, pois o não atendimento a essa nova realidade fará com que muitos destinos
e empreendimentos estejam condenados economicamente, tendo em vista que perderão e sua atractividade, em virtude dos impactos negativos causados. Este facto já é observado em vários lugares do mundo, justamente por não haver políticas públicas e comprometimento das empresas com efectiva sustentabilidade do turismo. Felizmente isso não tem vindo a acontecer em Portugal, nomeadamente nas regiões turísticas, nos últimos anos.
CENTRO DE PORTUGAL BUSCA CHANCELA DE TURISMO ACESSÍVEL O Centro de Portugal tem em mãos dois projectos na óptica da segmentação e estruturação do produto turismo acessível, turismo responsável e turismo sustentável. O primeiro, de acordo com o presidente da Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado, tem a ver com uma parceria celebrada há um ano com a ESHTE, a AHP, a Comunidade Intermunicipal da Região do Oeste e o
Turismo Centro de Portugal, “onde estamos a procurar desenvolver uma estratégia no sentido que ele venha a criar condições para se tornar um destino com a chancela de turismo acessível”. Este projecto envolve “um conjunto de acções de sensibilização e informação, que estão no terreno, junto das empresas, câmaras municipais, instituições particulares de solidariedade social, bem como outros agentes económicos que possam ter interesse na cadeia de valor no turismo”. De acordo com Pedro Machado “esperamos que no final do projecto, que terá uma durabilidade de dois anos, tenhamos de facto a chancela de Centro de Portugal um destino acessível”. O responsável deu-nos conta de um segundo projecto que está a ser desenvolvido pela Câmara Municipal da Lousã, que na óptica do turismo responsável, criou o provedor para a deficiência, tendo agregado um conjunto de parceiros, e criado um selo que está publicitado nos estabelecimentos aderentes. “Estamos perante o primeiro exemplo do primeiro embrião do que pode vir a ser um destino, neste caso mais pequeno, vocacionado para o turismo acessível”, sublinhou. No entanto, aquela região do país, por força da própria característica do destino, tem trabalhado ao nível da sustentabilidade associada ao turismo activo e ao turismo da natureza, e que tem a ver, segundo o presidente do Turismo do Centro, “com o aproveitamento e a fruição , por exemplo, das nossas áreas protegidas, seja na mais conhecida, o Parque Nacional da Serra da Estrela, mas também num conjunto de 20 lugares na região que estão associados a áreas ou a parques naturais e onde queremos que eles possam ter visitação turística e operação turística”. Simultaneamente “queremos que dentro desse espírito, e por força das características do Centro de Portugal, continuar a desenvolver um turismo cuja base possa trazer consequências práticas e directas para as unidades hoteleiras”, disse Pedro Machado, lembrando que o eco hotel é uma realidade na região, bem como os galardões Green Key. Desde o início deste quadro comunitário de apoio, o Centro 2020, no âmbito do Portugal 2020, que uma das prioridades do Programa Operacional do Centro foi no sentido de financiar as empresas, e “áreas como a sustentabilidade e eficiência energética estiveram nas prioridades do caderno de aprovação desses mesmos projectos. Ou seja a eficiência energética associada às práticas ambientais esteve sempre naquela que foi a grelha de aprovação e majoração dos projectos. E isso no Centro de Portugal hoje
é uma realidade”, defendeu Pedro Machado.
ALENTEJO/RIBATEJO SERÁ DESTINO CERTIFICADO EM 2022 O turismo sustentável é uma das grandes preocupações da região Alentejo/Ribatejo e está na agenda dos seus responsáveis. “Foi sempre uma aposta nossa e consideramos que os números indicam também que somos das regiões que tem tido um crescimento mais sustentável”, indicou António Ceia da Silva. E esta preocupação está muito assente, até na linha estratégica do Alentejo/Ribatejo aprovada há 3 anos, e que se vai desenvolver até 2022. “E uma das áreas fundamentais de intervenção, cujo objectivo final é podermos contribuir para essa sustentabilidade do destino, é a certificação”, evidenciou o responsável, acrescentando que “somos neste momento um dos primeiros destinos do mundo que está a tratar do processo de certificação de toda a banda larga do sector, o que significa que vamos certificar desde o alojamento ao turismo rural, às igrejas, museus, prédios de interesse turístico e animação turística”. Trata-se de uma certificação reconhecida pela Unesco e OMT. “Aquilo que pretendemos é que haja aproveitamento de recursos e que possamos melhorar no sentido da qualificação e o objectivo máximo é a sustentabilidade”, considerou Ceia da Silva. “A certificação do destino não é para nós apenas uma palavra ou um selo. A intenção é ter os melhores equipamentos e serviços turísticos nos destinos do Alentejo e do Ribatejo numa estratégia alinhada com as melhores normas”. Este processo, que se iniciou com a certificação das unidades hoteleiras, a concluir nos próximos três anos, irá estender-se a toda a cadeia de valor turística culminando na Certificação dos Destinos Alentejo e Ribatejo em 2022. “A adesão dos empresários na área do alojamento, onde começámos, tem sido de 100%. Todos os empresários estão interessados em recorrer e candidatar-se a essa certificação, o que vai obrigar nalguns casos a obras de qualificação, e noutros, de melhoria da sua gestão de negócio e da sua sustentabilidade ambiental”, explicou Ceia da Silva. O próximo passo será no sentido da certificação do turismo em espaço rural. Também considerado fundamental e não menos importante “é a nossa preocupação com as questões de acessibilidade face a um novo tipo de turista que, felizmente, viaja cada vez mais”, frisou o responsável regional, indicando ainda que “fizemos recentemente um relatório juntamente com as associações de de-
senvolvimento local tendo em vista a identificação dos locais de não acessibilidade no sentido de, ao longo dos próximos anos, alterar essa estrutura, tudo isso no caminho da sustentabilidade”. Neste sentido também todas as candidaturas que a região tem apresentado têm sempre uma linha de intervenção cuja base global é a sustentabilidade, disse Ceia da Silva, até porque “queremos ter um destino turístico que possa ser valorizado todos os dias e que possa ter mais qualidade daqui a 20 anos do que tem hoje. Diria que qualquer projecto que fazemos na área do enoturismo, do touring cultural e paisagístico, inclusivamente da promoção, têm sempre como base a sustentabilidade”.
ALGARVE PENSA NO INTERIOR E NA SERRA O presidente do Turismo do Algarve, Desidério Silva afirmou que “para além da oferta tradicional da região ligada ao sol e mar e ao golfe, estamos a trabalhar no desenvolvimento do turismo ligado ao património cultural e natural. Neste caso, o turismo de natureza, náutico e cultural são os que podem ajudar a esbater a sazonalidade, garantin-
do ao longo do ano uma sustentabilidade maior, numa região que não pode ser apenas sustentável durante seis meses”. Neste sentido, o responsável indicou que “estamos focados muito nos meses de Outubro a Maio, procurando fazer do Algarve um destino de referência para o biking, o BTT, cicloturismo, walking e todo o tipo de lazer e competição, aproveitando a Rota Vicentina, a Via Algarviana, a Rota do Guadiana e um conjunto de troços que existem em Monchique e noutros lugares que são potenciadores de cada vez mais pessoas se deslocarem ao interior, e que podem ser alavancadores durante a época baixa”. Além disso, o Algarve está a apostar na Dieta Mediterrânica no contexto da sua candidatura a património mundial, e “que tem a ver com a nossa cultura e a nossa identidade”, defendeu Desidério Silva, para acrescentar que “muitas dessas acções estão mais viradas para o interior e a serra”. A região também conta com o projecto do selo do birdwaching, onde se colocam em destaque os valores da natureza e das espécies que existem na região “cada vez mais conhecidas e mais interessantes para o potencial de pessoas que apreciam a observação de aves”, sublinhou.
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> dossier turismo sustentável gens, pela fauna e flora, pela serra, gastronomia, artesanato, pelo que é genuíno e tradicional. Portanto é esse Algarve que necessita de ser potenciado, mas é esse Algarve que está ligado ao outro e acaba por ser penalizado”.
ALGARVE NATURE WEEK CONSOLIDA-SE Pedro Machado Presidente do Turismo Centro de Portugal
António Ceia da Silva Presidente do Turismo Alentejo/Ribatejo
Desidério Silva Presidente do Turismo do Algarve
“A eficiência energética associada às práticas ambientais esteve sempre naquela que foi a grelha de aprovação e majoração dos projectos. E isso no Centro de Portugal hoje é uma realidade”.
“A certificação do destino não é para nós apenas uma palavra ou um selo. A intenção é ter os melhores equipamentos e serviços turísticos nos destinos do Alentejo e do Ribatejo numa estratégia alinhada com as melhores normas”.
“O turismo de natureza, náutico e cultural, são os que podem ajudar a esbater a sazonalidade, garantindo ao longo do ano uma sustentabilidade maior, numa região que não pode ser apenas sustentável durante seis meses”.
Sempre em parceria, o Algarve está a trabalhar igualmente na criação de uma Rota dos Descobrimentos e, no âmbito da Agenda 21, a produzir uma série de informação e documentos que servem para a sensibilização sobre o turismo de ambiente e sustentabilidade, que não estão focados só no sol e praia, ou seja, conforme disse o presidente do turismo algarvio, “criar diversidade e qualidade dessa oferta ao mesmo tempo”. As preocupações com o turismo sustentável no Algarve chegam também aos empresários. “Cada vez mais o que acontece na região, nos últimos 3 a 4 anos, é que qualquer nova intervenção procura não criar ‘conflitos’ e outras estão a corrigir os ‘conflitos’ do passado, procurando minimizar os impactos que foram causados”, garantiu-nos o presidente do turismo do Algarve, ressalvando que “cada vez mais a intervenção na natureza é feita de modo a proteger a própria natureza e, em função disso, há uma sensibilidade muito diferente dos investidores e dos que têm capacidade para decidir sobre o território”. Infelizmente, essas coisas custam dinheiro. E é da falta dele que se queixa Desidério Silva. Dos mais de 20 mil milhões de euros disponíveis no quadro comunitário de apoio, enquanto outras regiões recebem 3 mil milhões ou 2 mil milhões, a fatia que cabe ao Algarve é de cerca de 370 milhões de euros. “É muito pouco em relação àquilo que a região produz em termos de economia para o país. São questões que têm a ver com as regras da União Europeia
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e de apoio às regiões, mas não podemos esquecer que temos aqui concelhos do interior e do barrocal que estão desertificados e com grande quebra de índices de natalidade que fazem parte daquele Algarve que, infelizmente, se diz que não precisa de fundos para as intervenções”,
lembrou o responsável. Curiosamente, acrescentou: “é nesses territórios onde estão estas apostas do turismo de natureza, dos trilhos pedestres e das bicicletas, é esse o Algarve que está a ser cada vez mais procurado, pela beleza natural, pelo verde das suas paisa-
Desidério Silva recordou as duas edições do já considerado famoso Algarve Nature Week. A edição de 2017 desta iniciativa, um dos maiores eventos dedicados ao turismo de natureza em Portugal, vai ter lugar entre os dias 5 e 14 de Maio, promovendo um rol variado de actividades ao ar livre e estadias em unidades de alojamento local por toda a região algarvia. Enquadrada na Algarve Nature Week, a Mostra da Natureza – espaço de exposição de empresas de animação turística, produtores locais e outras entidades –, também já tem data e local escolhido. Irá decorrer de 5 a 7 de Maio, na zona recentemente requalificada das Quatro Águas em Tavira, um local privilegiado que conjuga os elementos água, terra e ar, ideais para a prática de actividades ao ar livre. A RTA, que acaba de revelar os resultados da segunda edição da iniciativa, faz um balanço positivo, com um crescimento generalizado quer em termos de participantes e visitantes, quer ao nível das empresas que se associaram à iniciativa. Em 2016 foram 68 as empresas a participar na Algarve Nature Week, entre agentes de animação turística, unidades de alojamento e agências de viagens, o que representou um aumento de 30% face ao ano anterior. A Mostra da Natureza, que decorreu no Passeio das Dunas, em Quarteira, contou com 67 expositores e 8000 visitantes, mais 2000 do que em 2015, ano de estreia da ANW. Entretanto, e ainda no Algarve, com o objectivo de melhorar a experiência de quem visita Vilamoura este Verão, foi implementado um conjunto de medidas que promovem uma melhoria das acessibilidades, circulação e segurança que resultam em novos parques de estacionamento gratuitos em terrenos cedidos por Vilamoura World e outros melhoramentos suportados pela Câmara Municipal de Loulé e as empresas municipais, medidas essas que estarão vigentes até 1 de Setembro. Dada a previsão para este ano de um aumento substancial do número de turistas na região do Algarve e numa altura em que as unidades hoteleiras de Vilamoura estão praticamente esgotadas, a entidade promotora de Vilamoura considera que estas medidas são essenciais. <
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>hotelaria Palácio do Governador inaugurado
Aproveitar o que “nos distingue e perpetua” para atrair turistas TEXTO: FERNANDA RAMOS
Aberto desde Outubro, foi inaugurado a 30 de Junho, pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, o Hotel Palácio do Governador, unidade de charme do Grupo NAU Hotels & Resorts. Fernando Medina sublinhou o “extraordinário trabalho de recuperação” efectuado que considerou ser “o símbolo” daquilo que justifica “o sucesso de Lisboa” enquanto destino turístico.
E
m Belém, mesmo em frente à Torre de que leva o nome, o Hotel Palácio do Governador, unidade de cinco estrelas charme, resultou da recuperação de um antigo palácio que, em tempos, foi residência do Governador da Torre de Belém. A recuperação do edifício, de traça quinhentista e estilo barroco, esteve a cargo do Grupo NAU Hotels & Resorts que ali investiu 5,5 milhões de euros, guardando de um passado de opulência, algumas paredes em pedra agora à vista de todos, as abóbadas e um conjunto de azulejos de traça bem portuguesa que são a linha condutora da decoração do hotel onde ressalta, orgulhosamente, a assinatura da Companhia das Índias. À vista, não apenas dos hóspedes mas também dos passantes, no terreiro principal do hotel, estão igualmente as cetárias romanas, datadas do sec. I e descobertas nas escavações. Todo o trabalho de recuperação foi destacado tanto por Pedro de Almeida, presidente do Conselho de Ad-
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ministração do Grupo NAU Hotels & Resorts, como pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina. Pedro Almeida lembrou que o hotel nasceu “da recuperação de um edificado de nobre recorte arquitectónico mas muito desgastado e esquecido da sua história”, a que o grupo somou “a requalificação da envolvente, a aproximação à icónica Torre de Belém, e a ligação aos Descobrimentos e à Companhia das Índias”, colocando todo este conjunto, afirmou, à disposição da “fruição da comunidade local e do turismo nacional”. Em dia de festa, perante uma plateia recheada de individualidades, deu conta do espírito de felicidade que num momento tão importante para a NAU Hotels & Resorts, invadia todos os responsáveis do Grupo. “A assinatura da nossa marca, Leading Guests Happiness, poderia aplicar-se plenamente hoje ao nosso estado de espírito. Estamos verdadeiramente felizes. Liderámos um projecto que foi concretizado
com sucesso e que há muito se arrastava”, afirmou. Um projecto que considerou ter sido enriquecedor e empolgante “por tudo o que fomos descobrindo” nos trabalhos de recuperação de um edifício que remonta a tempos romanos. Mas em dia que era de jogo da Selecção, Pedro de Almeida não quis alongar-se, justificando com graça “como este espaço remonta ao século I, corria o risco de me empolgar e só acabar estando Portugal já qualificado para as meias-finais do EURO 2016” – uma “desculpa” premonitória, para gáudio dos que prolongaram a sua presença na festa até ao último penálti.
SÍMBOLO DO QUE JUSTIFICA O SUCESSO DE LISBOA “Requalificação” é termo bem querido do presidente da Câmara de Lisboa que começou por destacar o “extraordinário trabalho de recuperação” realizado no Palácio do Governador, afirmando que a unidade hoteleira “é o símbolo daquilo que
justifica o sucesso que Lisboa está a passar no mercado do turismo e daquilo que são as âncoras do futuro do turismo da cidade”. Em Lisboa, afirmou, “o que estamos a viver é a conjugação de elementos que nós não controlamos como as low cost, a internet, factores mais conjunturais de crise em mercados próximos, com a extraordinária capacidade da cidade em valorizar a sua oferta e torná-la sustentável para o futuro”. O autarca afirmou ainda que “o que tem acontecido nos últimos anos na cidade por via do investimento público, mas principalmente do investimento privado, é a capacidade de criarmos elementos de autenticidade, distintivos, e que valorizam a nossa oferta turística”. Nesta linha de pensamento, Fernando Medina destacou que o Palácio do Governador é a “prova” de que o sector interioriza que a criação de valor está “no aproveitamento que se faz daquilo que nos distingue e perpetua”. Referindo-se ao facto de este projecto ter sido “muito acarinhado” pelo seu antecessor e agora primeiro-ministro, António Costa, Medina deixou claro que uma das coisas mais positivas que ele encerra é o facto de “utilizar um património extraordinário que a cidade tem mas que para muitos era desconhecido – conheciam a Torre de Belém, não o Palácio nem a História que lhe está associada”.
Hotel Palácio do Governador
EXPECTATIVAS EXCEDIDAS EM LAZER E CORPORATE O Palácio do Governador disse-o Fernando Medina, é algo de muito positivo que o turismo deu à cidade, mas o que também se tem verificado desde que abriu portas, é que se trata de um produto muito atractivo para os turistas. Os números, avançados, em conferência de imprensa, dois dias antes da inauguração, comprovam-no: ocupação média superior a 80% e preço médio a rondar os 170€, segundo Mário Ferreira, CEO da NAU Hotels & Resorts. Para Pedro Almeida o que atrai o turista são as experiências, como “dormir no quarto do governador da Torre de Belém”, e “viver dentro da cultura”. Por outro lado, o hotel “tem áreas muito cénicas” e isso agrada ao corporate, que tem tido um comportamento “fantástico: não há semana em que não tenhamos três ou quatro eventos”. “O hotel tem vindo a afirmar-se de uma forma que excede as nossas expectativas”, disse Mário Ferreira, especificando que, quanto a mercados, o Palácio do Governador é muito ecléctico “temos de tudo um pouco: franceses, americanos, espanhóis, ingleses, alemães”. Quanto a perspectivas para o ano, o responsável avança com o desejo de no Verão, época tradicionalmente mais
Pedro Almeida
“A assinatura da nossa marca, Leading Guests Happiness, poderia aplicarse plenamente hoje ao nosso estado de espírito. Estamos verdadeiramente felizes” Fernando Medina
Hotel Palácio do Governador “é o símbolo daquilo que justifica o sucesso que Lisboa está a passar no mercado do turismo e daquilo que são as âncoras do futuro do turismo da cidade”.
baixa em Lisboa, conseguir manter a média na ocupação e preço. Mas 2016 é ano “muito positivo” para a NAU, com números que Mário Ferreira reputa de “absolutamente espectaculares” e fazem perspectivar um “aumento de 25% na facturação”, sobre os cerca de 40 milhões de euros do ano passado. Para isso contribui, avançou o executivo, o “contexto internacional” que “é positivo”, mas o Grupo também fez por isso: “Esta equipa conseguiu, ano após ano, incrementar e melhorar de forma muito consistente a nossa credibilidade no mercado internacional”, nomeadamente ao nível dos grandes eventos e, dentro destes, os destinados à indústria automóvel. Nos dois últimos, a Herdade dos Salgados recebeu dois eventos, um da Mercedes, outro da Volkswagen que geraram “grande actividade”, com o número de room nights a chegar às 50 mil, dividindo-se ao longo de várias semanas. Uma aposta que é para continuar até porque os eventos já realizados geraram grande notoriedade e “já estamos a ser muito contactados por várias empresas” para a realização de eventos de grande dimensão. <
Abertura: 20 de Outubro 2015 Inauguração oficial: 30 de Junho de 2016 Classificação: 5* | charme Localização: Belém, frente à Torre Quartos: 60 (todos diferentes entre si) Tipologias: Deluxe, Club Room, Mansarda, Junior Suite, Studio Suite, Suites Restaurante Ânfora: 80 pessoas no interior, 60 no terraço Sala de jantar privada (18 pessoas) • Piscina exterior • Spa com 1.200 m2 (piscina interior aquecida de 25 m com jactos dinâmicos e cromoterapia, sauna, banho turco, 3 salas de massagens/ tratamentos e ginásio) • Sala de reuniões/banquetes (120 pessoas) • Salas no piso térreo (100 pessoas) • Jardins com espelho de água • Wi-Fi gratuito em todo o hotel • Parque privativo subterrâneo com 130 lugares
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>av&to
TEXTO: CAROLINA MORGADO
Negócio aumenta na área do incoming para Portugal onde prevê trazer 350 mil passageiros este ano, mas a MTS Portugal, dirigida por Raquel Oliveira, está preocupada com o futuro. Embora as perspectivas para este e o próximo ano sejam das melhores, o mesmo pode não acontecer em 2018.
Portugal continental, sem contar com o Algarve, perspectiva receber 90 mil passageiros gerados pela MTS em 2016, sendo que 43% provêm da Alemanha, 27% do Reino Unido e 18% do Sul da Europa. O Algarve, que absorve o maior volume de negócios da empresa, recebeu o ano passado aproximadamente 220 mil passageiros. A empresa adquiriu um cliente importante tendo o incremento da procura da região Sul de Portugal. Cerca de 37% dos seus passageiros em Portugal são de nacionalidade alemã, 28% inglesa, 19% do Benelux, 12% da Europa do Sul, 2% nórdica e 2% suíça.
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MTS Portugal
Negócio aumenta mas futuro preocupa
A
MTS Portugal está apreensiva quanto à continuidade deste crescimento exponencial do turismo para Portugal. Por isso, a directora da empresa no país, Raquel Oliveira, recomenda aos hoteleiros um maior equilíbrio entre o preço e a qualidade, declarando que “2016 vai acabar como o melhor dos últimos 10 anos”, porque “estamos com uma procura ‘anormal’ e a beneficiar dos problemas dos outros. Mas até quando?”. A responsável partilhou estas preocupações num encontro em Lisboa, com hoteleiros e fornecedores, destinado a apresentar o Grupo MTS Globe e as suas expectativas e desafios na região de Lisboa. Admitindo que o país está a atravessar uma “excelente fase a nível do turismo”, muito graças aos “acontecimentos menos bons que têm afastado os turistas de outros destinos, como Turquia, Tunísia, Grécia, Egipto e Paris”, Raquel Oliveira, deixou alguns avisos: “Até quando vamos beneficiar com as desgraças dos outros? Será que estamos preparados para quando estes países voltarem aos seus tempos áureos?”. Para a directora geral da MTS no país, apesar de Portugal manter uma taxa de fidelização muito alta, é preciso “já que temos cá os turistas, fazê-los voltar. É importante que os hoteleiros subam os preços, mas se as tarifas não forem acompanhadas com o nível de serviço, esses clientes não vão voltar”, realçando que, se as perspectivas para este e o próximo ano não poderiam ser melhores, o mesmo pode não acontecer em 2018. A MTS deverá chegar este ano aos 350
mil passageiros para Portugal, quando em 2015 o número foi de cerca de 300 mil. Estes números dizem respeito apenas à área do incoming da MTS em Portugal, sem contar com as restantes áreas de negócio (outgoing e transportação). Raquel Oliveira defendeu que “quando a oferta se reequilibrar lá fora, o cliente não vai voltar”. Por isso acautelou os hoteleiros, considerando que é necessário “ganhar dinheiro sim, mas com equilíbrio, para não colocar o futuro em risco”.
PRESENÇA EM 15 PAÍSES E OFERTA PARA 65 DESTINOS Durante o encontro, a responsável sublinhou que “devemos proteger a tour operação”, indicando que muitas vezes, apesar da disponibilidade aérea, não estão a conseguir vender ou porque o preço é alto ou porque os hotéis estão cheios. Raquel Oliveira especificou que só este ano e face a 2015, apesar do grupo ter 151 hotéis integrados em Portugal, a MTS teve mais 2400 stop sales. Raquel Oliveira referiu que só Portugal continental, sem contar com o Algarve, perspectiva receber 90 mil passageiros gerados pela MTS em 2016, sendo que 43% provêm da Alemanha, 27% do Reino Unido e 18% do Sul da Europa. O Algarve, que absorve o maior volume de negócios da empresa, recebeu o ano passado aproximadamente 220 mil passageiros. De acordo com a responsável, a empresa adquiriu um cliente importante tendo o incremento da procura da região Sul de Portugal subido 40%, com “um crescimento aci-
ma da média”. O grupo já conta no país com cerca de 170 clientes ‘in house’, ou seja, clientes com contratos assinados. Cerca de 37% dos seus passageiros em Portugal são de nacionalidade alemã, 28% inglesa, 19% do Benelux, 12% da Europa do Sul, 2% nórdica e 2% suíça. A nível global, o grupo, com 48 anos de existência, presente em 15 países e que trabalha 65 destinos, nomeadamente na Bacia Mediterrânica e Norte de África, mas também mais recentemente o México e com previsão de se estender à América do Sul e Ásia, transportou 4 milhões de passageiros em 2015, que se traduziram num volume de negócios de 650 milhões de euros. As estimativas para 2016 são de crescimento, “mas não a dois dígitos como tem sido”. Ao nível das nacionalidades dos passageiros transportados pela MTS Globe, que se assume como um DMC, e tem como slogan “Share our passion”, 52% são do Reino Unido, 35% da Alemanha e só 2% do Sul da Europa. O modelo de negócio do grupo assenta no princípio da personalização com “produto certo, ao cliente certo, ao preço certo”. Refira-se que a MTS fez o ano passado um rebranding da marca. Segundo Raquel Oliveira, em declaração aos jornalistas “foi muito positivo. Em Portugal, era urgente que isso acontecesse e precisávamos desta nova imagem para dar força ao grupo. Internamente sempre nos comportámos como um grupo, conseguimos sempre utilizar as sinergias de grupo para que o cliente se torne nosso nos vários destinos onde operamos, mas externamente isso não acontecia”, concluiu. <
FÉRIAS
Tornamos reais as suas viagens de sonho.
VERÃO 2016
Viajamos juntos pelo Mundo
VIAJAR NÃO TEM PREÇO. MAS OS NOSSOS SÃO IMPERDÍVEIS
DUBROVNIK
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Voos directos às 2ªs de 18 Julho a 05 Setembro. Hotel 4H. 8 Dias. Alojamento e pequeno-almoço.
CROÁCIA, MONTENEGRO E ALBÂNIA
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Voos directos às 2ªs de 18 Julho a 05 Setembro. Hoteis de 4H. 8 Dias. Meia Pensão.
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Voos directos às 2ªs de 18 Julho a 05 Setembro. Hoteis de 4H. 8 Dias. Pensão Completa.
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Voos directos de 23 Julho, 20 e 27 Agosto, 03, 10, 17 e 24 Setembro. Hotéis 3H. 7 Dias. 2 refeições.
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Voos directos de 23 Julho, 20 e 27 Agosto, 03, 10, 17 e 24 Setembro. Hotéis 3H. 7 Dias. Alojamento e pequeno-almoço.
Partidas às 3ªs até 27 Dezembro. Hotéis 4H. 6 dias. Guia em português.
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Voos directos de 23 Julho, 20 e 27 Agosto, 03,10,17 e 24 Setembro. Hotéis 3H. 7 Dias. 8 refeições.
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>especial destinos & operadores TEXTO: FERNANDA RAMOS
Cuba é um dos destinos estrelas deste Verão, um dos que tem sido mais procurado pelos portugueses. À semelhança do ano passado são propostas duas portas de entrada nas operações charter que se prolongam até Setembro: Varadero e Cayo Coco. Porque os Cayos são ainda menos conhecidos do mercado português, é deles que falamos.
Cayos cubanos
Onde o paraíso assenta arraiais
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Departamento de Reservas / Reservation Department Campo de S. Francisco, 19 - 9500 - 153 Ponta Delgada Tel. +351 296 304 891 - TLM. +351 912 223 993 E-mail: reserve@ilhaverde.com www.ilhaverde.com
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ode parecer uma frase feita, mas a verdade é que apesar da oferta de resorts estar a crescer, os Cayos cubanos continuam ainda a poder ser vistos como verdadeiros paraísos ao cimo da terra. Literalmente plantados no meio do Mar das Caraíbas, olhando de frente para a ilha-mãe, Cuba, situados praticamente em linha com a cidade de Havana, a verdade é que nos Cayos o mundo do dia-a-dia deixa de existir. O tempo, por ali, parece parar, todo o bulício desaparece e a única coisa que conta é a magnificência da beleza natural e paisagística que a cada passo nos envolve. Cayos são pequenas ilhotas dotadas de uma beleza praticamente indescritível, onde a transparência do mar e o branco das areias surpreende. O acesso aos Cayos, que como já dissemos são vários, faz-se por estrada ou por via aérea à partida da ilha de Cuba, nomeadamente das cidades de Varadero ou de Havana, mas os voos charter de vários países, incluindo Portugal, voam já directo para o aeroporto de Cayo Coco (Aeropuerto Jardines del Rey), sem terem que ir a qualquer outro ponto de Cuba. Cayo Coco, Cayo Guillermo, Cayo Largo e Cayo de Santa Maria são os Cayos principais e mais conhecidos, e oferecem a quem os visita praias de uma beleza verdadeiramente deslumbrante. Os dois primeiros integram a oferta disponibilizada ao mercado português este Verão, à semelhança do
que aconteceu nos dois últimos anos. A operação é em voo charter, à partida de Lisboa para Cayo Coco. São 22Km de areias brancas, finas e fofas, banhadas por águas tépidas e calmas de um azul esverdeado cristalino, de onde não apetece sair. Estes são atractivos que levam os turistas a Cayco Coco. Paraíso da natureza, em Cayo Coco mora a segunda maior duna de areia de Cuba, Loma del Puerto, declarada zona protegida pelo seu valor faunístico, mas somam-se zonas que albergam flamingos rosados, íbis brancos, além dos recifes de coral que oferecem uma enorme diversidade de peixes e espécies marinhas. O que também não pode deixar-se de visitar é a Playa Flamencos, uma das mais belas da ilha e onde, ande o que andar, dificilmente a água lhe subirá acima dos joelhos. Ali próximo Cayo Guillermo “planta-se” também a meio do oceano e tem no mundo subaquático a sua principal riqueza. Paraíso para os mergulhadores pela proximidade a barreias coralíneas, neste cayo há grande percentagem de paisagem natural intocada, de praias desertas de águas cor de esmeralda. Imperdível é uma ida até Playa Pilar, considerada uma das mais belas do mundo. Apaixonado pela beleza dos cayos, o escritor norte-americano Ernest Hemingway fez de Cuba a sua casa. Mas, caso não saiba, fez também de Playa Pilar um dos cenários do seu livro “O Velho e o Mar”. <
José Manuel Antunes – director-geral da Sonhando
Charters para Cuba ainda têm lugares Cuba, destino estrela da Sonhando, tem como portas de entrada dos charters de Verão, Varadero (até 10 de Setembro) e Cayo Coco (até 5 de Setembro) e até ao final da operação ainda há partidas com lugares disponíveis, apesar do forcing que foi feito nas reservas antecipadas ao qual, aliás, o público aderiu, muito pelo «medo» da falta de camas que poderia advir da «invasão» dos turistas americanos. José Manuel Antunes, director-geral da Sonhando, diz-nos que apesar da procura por parte do mercado norte-americano ter sido elevada numa época que não coincide com o pico dos portugueses “Havana está de novo com uma ocupação que nos facilita mais a construção e venda dos pacotes”. Em Varadero “há muitas camas e muita disponibilidade” nos Cayos “a disponibilidade é ainda maior”. Ou seja “os hotéis não estão cheios e os charters também não”, acrescenta. Para Cuba, a oferta da Sonhando para este Verão manteve-se para os Cayos e teve ligeiro aumento para Varadero, com mais cinco rotações e utilização de um avião maior. Até ao final de Junho a Sonhando tinha Turisver.pdf
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16/06/23
aumentado “29% em número de passageiros e 21% em valor financeiro”, o que significa que se vendeu a preço mais baixo, o que justifica com “a concorrência que se instalou” que “banalizou” os preços. No que se refere a outros destinos de Verão em charter, Porto Santo foi outra grande aposta da Sonhando, com a operação charter a decorrer até ao final de Setembro. Uma operação que José Manuel Antunes diz ser arriscada “principalmente na ponta final”, mas justifica que o prolongamento da operação foi feito “para ficarmos em pé de igualdade com os mercados mais ricos”. Até 12 de Setembro decorre a operação à partida para Catânia na Sicília e La Valleta em Malta. Para Malta, José Manuel Antunes confessa que as perspectivas eram de que a operação corresse melhor, por se tratar de “um destino óptimo, muito seguro, com uma qualidade fantástica, com muita história e muita cultura”. Apesar disso, admite que “está a venderse com dificuldade, talvez porque Malta não faz promoção em Portugal”. <
00:08
478€
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>especial destinos & operadores
Djerba
Doce e exótica TEXTO: CAROLINA MORGADO
Não é preciso procurar mais razões para umas férias tranquilas e sem ter de viajar para muito longe: água quente e transparente, clima mediterrânico, temperaturas agradáveis, praias de areia fina e dourada, e paisagens deslumbrantes, onde a história, a cultura e as tradições se embrulham com constantes convites à aventura. Falamos de Djerba.
O
famoso escritor francês, Gustave Flaubert apelidou Djerba “A Ilha dos sonhos” porque “o ar é tão leve que impede morrer”. E tem razão. Graças aos efeitos moderadores do mar, a ilha de Meninx (o antigo nome de Djerba) goza de um clima excepcional. Em Djerba la Douce, as temperaturas permanecem acima de 20 °C a partir de Abril-Maio até Outubro-Novembro. A ilha é um destino popular de praia, numa extensão de mais de 23 quilómetros, onde está concentrada a maioria da oferta hoteleira, de grande nível, maior parte da qual em regime de All Inclusive. A proximidade com o
mar permite às melhores unidades a disponibilização de serviços de Spa e Talassoterapia, com tratamentos adequados às preferências e necessidades de cada um. Além disso, desportos náuticos não faltam: parasailing, sky aquático, jet ski, banana, windsurf, mergulho, pesca, passeios de catamarã e dois pontos para kite surf, um a norte e um a sul de Djerba. É também o mais calmo dos destinos tunisinos, com vários pontos de visita obrigatória para quem quiser conhecer a ilha que carrega milhares de anos de história e por onde passaram fenícios, cartagineses, gregos, romanos, árabes, judeus e franceses. A ilha pre-
Carla Carlos, directora comercial da Travelers
“Vendas a correr dentro das expectativas” O operador Travelers está a apostar na Ilha de Djerba como destino turístico de eleição e propõe pacotes de preços verdadeiramente acessíveis em hotéis de qualidade superior. Em declarações à Turisver, Carla Carlos, directora comercial do operador turístico, que tem uma operação triangular para a ilha (Porto-Lisboa-Djerba) aos domingos, afirmou que as vendas “estão a correr dentro das nossas expectativas”, acrescentando que “as partidas para algumas datas estão inclusive a surpreender pela positiva”, e confidenciando que “é o primeiro destino da Travelers em termos do número de passageiros”, tendo em conta que esta operação foi a primeira a iniciar-se, a 5 de Junho, com a última partida a 11 de Setembro. Carla Carlos referiu que algumas saídas de Agosto “já estão esgotadas e outras datas já contam com vendas cima dos 70%”. Para além da operação charter, em avião da Tunisair com capacidade para 126 passageiros, a Travelers tem igualmente garantia de lugares em voo de Lisboa da companhia aérea tunisina, à segunda-feira, via Tunes, com a possibilidade dos seus clientes ficarem um ou dois dias em Tunes e seguirem depois de transfer para Djerba, ou continuarem viagem para a ilha de avião. O programa de 7 noites em Djerba, em hotéis de 4 e 5 34
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estrelas, em regime do Tudo Incluído, tem o preço de catálogo desde 525 euros. No entanto, a responsável do operador indicou que o lançamento de novas promoções “vão sendo analisadas semana a semana porque o mercado está muito irregular”. <
serva alguns sinais destas passagens em calçadas, bairros ou mesquitas, sem esquecer a inevitável Ghariba, a sinagoga mais antiga do mundo! Vale a pena entrar, seguir alguns rituais e contemplar o interior de estilo mourisco. Não admira, aliás, que Homero, em 1100 a.C. tenha contado na sua Odisseia que Ulisses vacilou na hora de partir de Djerba. As experiências em Djerba combinam de maneira perfeita a emoção, a tradição e a diversão necessárias para desfrutar de umas férias cheias de propostas na costa da Tunísia. Conhecer os cenários onde se filmou Stars Wars, sair de compras por Houmt Souk, navegar até à Ilha dos Flamingos, são algumas delas. Em Djerba os planos são infinitos, e existem sempre lugares para descobrir. A capital, Houmt Souk, é um bom lugar para aproveitar uma manhã e desfrutar percorrendo as suas ruas, conhecendo as suas lojas e o Mercado Midoun, comprando alguns souvenirs de Djerba. Guellala, uma pequena povoação onde quase toda a gente faz da cerâmica ofício é também uma opção de visita. O grande forte da capital, Borj El Kébir, é um dos melhores lugares para desfrutar de um pôr-do-sol na cidade de Houmt Souk. Passear ao entardecer pelas suas fantásticas muralhas, descobrir as suas catacumbas e desfrutar das suas vistas sobre o porto é uma experiência para partilhar com toda a família. Olivais alternam com menzels, casas tradicionais caiadas de branco, com cúpula, rodeadas por pomar e muradas por muros baixos. Djerba não é completamente uma ilha, uma vez que está ligada ao continente por uma antiga estrada romana. A ilha pode ser um excelente ponto de partida para outras localidades igualmente dignas de serem descobertas como Medenine, Tataouine, Chenini Matmata, Gabes, Ksar Ghilane, Douz, Nouiel, Zaafran Tamerza ou Tozeur. <
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>especial destinos & operadores Ilha da Boavista
Destino de praia por excelência TEXTO: FERNANDA RAMOS
Muito mar, muito sol e praias que ora são pequenas ora são a perder de vista, são os principais ingredientes que atraem os turistas lusos à ilha cabo-verdiana da Boavista. Soma-se a hotelaria de qualidade, a maior parte resorts que funcionam em regime de Tudo Incluído, e uma série de actividades que podem ser realizadas, no mar e em terra.
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elo clima de que desfruta, a ilha da Boavista, em Cabo Verde, é destino de todo o ano. Por ali os picos de temperatura não são grandes. Claro que o Verão é quente, bem mais que o Inverno,
Nuno Anjos – director comercial da Soltrópico
mas neste as temperaturas são sempre amenas e, o que é melhor, não chove. Aliás, raramente chove na Boavista. Além do bom tempo, algo com que pode contar sempre na Boavista é com uma oferta hoteleira de qua-
Charters de Verão com “bom comportamento” Com Julho no final, os operadores começam a medir disponibilidades que, na esmagadora maioria dos casos são só para Setembro. E, contas feitas, disponibilidades há apenas algumas, pontuais, e que não tornam expectáveis descontos de última hora, como afirmou à Turisver o director comercial da Soltrópico. Sobre as vendas para este Verão, Nuno Anjos considera que tanto Cabo Verde, destino estrela da Soltrópico como Saidia e Porto Santo “que são os charters que nós temos, têm tido um comportamento muito bom” Entre estes, Cabo Verde é o único destino que não irá parar, com o operador a manter, em parceria com a Solférias “um charter anual para a Boavista” à partida de Lisboa. Fora da programação charter, os destinos para os quais o operador tem sentido maior procura têm sido Maldivas e Tailândia, mas o nosso entrevistado sublinha também a “grande procura pela ilha da Madeira e pelos Açores”. O que também está já na mira dos operadores, e a Soltrópico não foge à regra, é a programação de fim de ano. De acordo com Nuno Anjos, “já existem pacotes prontos para a passagem de ano que estão disponíveis para reserva, nomeadamente no caso de Cabo Verde”.< 36
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lidade, em que pontificam já cadeias internacionais como a RIU, a Iberostar ou a Decameron, que funcionam basicamente no regime de Tudo Incluído – uma vantagem para quem gosta de saber de forma antecipada em quanto é que lhe vão ficar as férias. Nos hotéis / resorts há de tudo, sendo garantida a animação para miúdos e graúdos. E os espaços exclusivamente dedicados às crianças acabam por garantir aos adultos um maior relax, e aos pais um maior descanso. Muito sol e muito mar. Estes são os principais ingredientes que compõem a oferta turística da Boavista, ilha pequena e redonda, praticamente “plantada” no oceano, entre Portugal e o Brasil. Mas para quem não gosta de “esturricar” deitado na areia, são já muitas as opções que a ilha permite. A pesca desportiva, o mergulho, surf e windsurf, estão entre as actividades mais conhecidas, mas também se pode percorrer, em jipe ou moto4, as suas dunas de areia e o deserto de Viana, que dizem ser extensão do Sahara. Como se pode também alugar um jipe e percorrer os principais pontos turísticos da ilha, ir de praia em praia, passear pela capital, Sal Rei, com toda a segurança e tranquilidade. A maior parte dos hotéis da Boavista ficam na sua principal praia, a de Chaves, a escassos minutos do Aeroporto de Rabil. São 20Km de praia numa longa baía de onde se consegue vislumbrar Sal Rei, em dias claros. Santa Mónica e Lacacão são outros nomes de praias que se tornaram conhecidos há alguns anos, depois da cadeia RIU ter ali construído um resort de grandes dimensões. Deste lado da ilha, a praia estende-se por mais 18Km, o areal continua a ser fino mas o mar, por aqui, é bem diferente, mais batido, com ondas altas e por vezes fortes. Mas praias é algo que não falta nesta ilha, umas mais extensas, como as que nomeámos, outras pequenas, recortadas em rocha, como é o caso da praia da Cruz. Outras praias onde sempre se vai são a de Varandinha, de grande beleza paisagística pela água cristalina e pelas grutas, a de Santa Maria, onde existe um navio encalhado, as de Curral Velho e Ervatão, paraíso para a desova de tartarugas, ou a Norte, as da Boa Esperança e de David. Se Rabil é a capital do artesanato nesta ilha cabo-verdiana, já a sua verdadeira capital é a cidade de Sal Rei, onde também sempre se vai, nem que seja para “tomar um copo”, comer uma lagostinha ou dar uma volta pelo mercado. Seja nas povoações como nas praias, o que pode esperar é a vagarosa passagem do tempo, a simpatia das gentes que, mesmo com o desenvolvimento do turismo, não perderam a sua “morabeza”. <
Disneyland Paris
Para todos, o ano todo TEXTO: FERNANDA RAMOS
Se há destino turístico que agrada a todos, miúdos e graúdos, e por isso dele se diz ser destino de famílias, e que está na mente de todos durante todo o ano, esse destino é a Disneyland Paris. Seja Inverno ou Verão, Outono ou Primavera, há sempre quem queira ir passar uns dias a esta “terra” de sonho e de magia.
I
r passar uns dias com a criançada à Disneyland Paris, seja em que época for, é sempre uma boa aposta, principalmente porque seja qual for a época do ano haverá sempre qualquer novidade a registar. Daí que se ir é bom, repetir é ainda melhor. Para já, ainda por ali anda aquele que foi o principal atractivo da temporada, o Verão Frozen, com as princesas Elsa e Anna a percorrerem o Parque na sua carruagem, parando aqui e ali para se deixarem fotografar na companhia de quem assim o deseje, a cantarem com Olaf as famosas
músicas do filme no espectáculo interactivo Frozen Sing-Along, e a protagonizarem um espectáculo nocturno cheio de luz e cor em que um impressionante fogo-de-artifício ilumina os céus. Tudo isto, e muito mais, acontece até 18 de Setembro, data em que o Verão Frozen se despede de todos. Mas o que não acaba nunca por estas paragens é o clima de sonho e de magia que, por artes certamente mágicas, nos torna a todos mais sorridentes e festivos e consegue que os adultos regressem por uns dias aos tempos da infância. Afinal
Sónia Regateiro – directora comercial da Solférias
Campanha Verão Frozen foi “bem recebida” A Disneyland Paris é um dos mais importantes destinos da Solférias. Este ano a campanha mais importante foi o Verão Frozen que, embora com terminus de reservas a 26 de Julho, compreendia estadias até 11 de Dezembro. No âmbito desta campanha, sublinha Sónia Regateiro, directora comercial da Solférias, “convidávamos os nossos clientes a deixarem-se derreter neste Verão Frozen”, com “oferta da Meia Pensão, descontos até 20% na estadia e gratuitidade para menores de sete anos”. Uma campanha “bem recebida no mercado pois a gastronomia e o conforto de refeições já incluídas continuam a ser uma mais-valia para o cliente português”, frisa. Verão Frozen acabado, novas campanhas virão, como garante Sónia Regateiro: “Haverá com certeza outras campanhas de Outono / Inverno para promover épocas distintas”. Disponibilidade para o Verão noutros destinos importantes, a Solférias ainda tem alguma. “Até final de Setembro ainda temos alguma disponibilidade pontual no voo extra Porto / Boavista às sextas-feiras, no Lisboa / Boavista e para Cayo Coco”, diz a directora comercial da Solférias, acrescentando que para o Sal e Porto Santo, tanto de Lisboa como do Porto, “só temos para a segunda quinzena de Setembro”. E “também ainda há alguma alguma disponibilidade para
Saidia do Porto, Grécia de Lisboa e partidas pontuais de Setembro para Varadero. Destino estrela da Solférias, Cabo Verde vai continuar a ser operado nas épocas de Outono e Inverno. “A partir de Outubro manteremos todo o espaço em voos regulares TAP e TACV para a ilha do Sal e o nosso voo charter anual de Lisboa para a ilha da Boavista em parceria com a Soltrópico”, garante Sónia Regateiro antecipando que o operador irá fazer “fretamentos pontuais de época alta como réveillon, Carnaval e Páscoa”.<
está ainda para se saber se a Disneyland Paris é mais atractiva para as crianças ou para os mais velhos, e tenho para mim que são os adultos quem mais gosta de percorrer estas terras fantásticas apesar de irem até lá quase sempre com a desculpa de que é imprescindível levar até lá a garotada. Novas atracções e espectáculos sucedem-se na Disneyland Paris. No momento há uma novidade estreada no início deste mês que se prolonga até 8 de Janeiro de 2017, tendo como palco o teatro Animagic, no Parque Walt Disney Studios. É o espectáculo “Mickey and the Magician” em que o mais conhecido e querido rato do mundo vai empreender uma atribulada aventura para se converter em mago e realizar, em conjunto com diversas personagens Disney, inúmeros truques de ilusionismo. Com cenários e efeitos especiais impressionantes, este espectáculo cheio de canções e de bailes acaba por ser uma sessão de magia pura. A não perder é também a Jedi Training Academy, sediada no Videopolis (Discoveryland), onde os mais pequenos, dos 7 aos 12 anos, podem aprender com Mestre Yoda a enfrentar Darth Vader e os seus Stormtroopers. De 1 de Outubro a 2 de Novembro, na Disneyland Paris é tempo de bruxas e bruxedos, caldeirões e abóboras, aranhas e sapos…tudo por via da época de Halloween. Pouco depois, a 11 de Novembro, tudo se ilumina ainda mais com o acender da gigantesca árvore de Natal que há-de dominar o recinto até 8 de Janeiro de 2017. Aí, nesse início do ano, todos os ciclos hão-de repetir-se, haverá novos espectáculos, novos temas e diversões, talvez mesmo novos personagens Disney a acompanhar os “residentes”, mas a animação e a magia, essas irão manter-se. < TURISVER | JULHO DE 2016
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>especial destinos & operadores Jorge Alves – director-geral da Turangra
“Estamos com performances acima do mercado”
TEXTO: CAROLINA MORGADO
“As vendas para o Verão estão a correr bem e dentro do que tínhamos perspectivado, sendo que neste momento estamos com performances acima do mercado”, refere Jorge Alves, director-geral da Turangra, operador turístico especializado no destino Açores. Muito se deve ao forte crescimento do mercado nacional. Neste momento está disponível, no site do operador, toda a programação até finais de Outubro, e brevemente estará a de Inverno.
Açores: Alteração de paradigma
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Turangra, operador turístico especialista no destino Açores, oferece uma panóplia de sugestões para as ilhas. “Para além dos grupos organizados à medida do cliente, temos os nossos circuitos Tudo Incluído, com saídas fixas semanais, onde o cliente usufruirá de tours às principais atracções turísticas, bem como de refeições incluídas nos pacotes”. Para além deste produto de turismo mais contemplativo, “temos tido muita procura de produto mais experiencial, com os pacotes que incluem whale watching ou até mesmo natação com golfinhos”, referiu o responsável em declarações à Turisver. Com a recente liberalização do espa-
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A liberalização do transporte aéreo do Continente alterou o paradigma dos Açores, com a procura a intensificar-se desde o ano passado. Estas ilhas são para contemplar mas são, cada vez mais, mais do que isso, mais vocacionados para o turismo activo e de famílias. Isso veio mudar a tipologia do cliente nacional. Neste momento, muito por força da possibilidade de reserva directa em low cost, os operadores podem oferecer hotelaria em separado, turismo activo, excursões, possibilitando às pessoas de comprar muito mais serviços, ou seja, o perfil do turista continental está a alterar-se, principalmente ao nível das camadas etárias mais jovens. Esta intensificação da procura, não só do mercado nacional, como internacional, é especialmente visível este ano. Os últimos dados do INE dão conta que as Regiões Autónomas foram as que tiveram aumentos mais expressivos das dormidas na hotelaria durante o mês de Maio, tendo os Açores crescido quase 20% (+19,6%) face ao período homólogo do ano anterior. Quanto ao mercado externo, o INE revela que as dormidas aumentaram em todas as regiões, mas de forma mais expressiva nos Açores (+29,8%). Neste período em análise todas as regiões apresentaram incrementos nos proveitos, mas à cabeça mais uma vez ficaram os Açores com +27,1% nos proveitos totais e +24,4% nos de aposento. O INE indica ainda que em Maio, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) registou crescimento assinalável nos Açores (+ 18,3%).
ço aéreo, e consequente aumento do número de lugares com tarifas mais baixas, conforme revelou Jorge Alves, permitiu “uma maior procura de actividades extra, que os clientes pretendem adicionar aos pacotes base”. Relativamente ao mercado nacional, a Turangra tem verificado “um forte crescimento”, semelhante ao ano zero da liberalização. Jorge Alves lembra que no final de 2014 as companhias low cost começaram a vender os seus serviços, o que originou uma reação das companhias ditas de bandeira, originando uma baixa de preços. “Começamos a notar um aumento da antecipação das vendas, uma maior concorrência originou uma descida generalizada de preços, pelo que o esperado aumento do flu-
xo de turistas concretizou-se”, sublinha e acrescenta que “havendo mais turistas, que em teoria pagaram menos na componente aérea, originou uma maior propensão para a compra de serviços adicionais, o que está a ser positivo para a actividade. Mas nem só do mercado continental vive a Turangra. O mercado internacional é um mercado prioritário, “representando uma grande fatia da nossa facturação”, frisou o responsável do operador, para destacar os Estados Unidos da América, Canadá, Alemanha, França e outros países da Europa Central, com “uma proposta turística diferente da do mercado nacional, mas com uma característica comum: a componente experiencial”, concluiu Jorge Alves. <
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oram os 12Km de praia, num areal tão extenso que parece infinito, que atraíram famílias abastadas de Portugal a passar férias na Figueira da Foz, em anos de 1800. Ao longo do séc. XX começ
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>aviação
TEXTO: CAROLINA MORGADO
Companhia aérea lança programa Stopover, convidando passageiros de longo curso a parar e ficar até três dias em Portugal. O objectivo é trazer mais meio milhão de turistas até 2018. Preços exclusivos em hotéis, oferta de uma garrafa de vinho em restaurantes e experiências gratuitas, como passeios de tuk tuk, visita a museus, observação de golfinhos no Sado e degustações, são as vantagens que a TAP vai oferecer a esses passageiros que queiram parar em Portugal antes de seguirem para outros destinos. Com os slogans “Descubra Portugal a meio caminho” ou “Trazemos o mundo a conhecer Portugal”, o manifesto deste programa foi assinado, em Lisboa, entre a TAP e os primeiros 150 parceiros da actividade turística.
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Programa Stopover
TAP quer turistas a descobrir Portugal a meio caminho
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TAP lançou o programa Portugal Stopover, incentivando os passageiros de longo curso, em trânsito por Lisboa ou Porto, a aproveitarem a passagem por Portugal para descobrir e visitar o país, podendo ficar até três dias numa destas cidades portuguesas. Portugal será assim a porta de entrada para milhares de turistas norte-americanos e não só que viajarão com a TAP para a Europa e aos quais a companhia deseja dar a conhecer o país, tirando partido das vantagens geoestratégicas do hub da TAP em Lisboa, e tornando-o não apenas na entrada preferencial na Europa para os viajantes dos voos intercontinentais da companhia, mas também um destino integrado na viagem, o que potencia o regresso e a permanência em Portugal desses passageiros, bem como a recomendação do destino. Segundo a transportadora, em 2017 são esperados 150 mil visitantes ao abrigo deste programa, número que
se prevê que dobre para 300 mil em 2018, possibilitando uma injecção de 150 milhões de euros na economia portuguesa só em termos de consumo. Os Estados Unidos (EUA) são um dos mercados que a TAP quer conquistar com este programa, até de forma a acompanhar o forte aumento da oferta de voos para aquele país nos últimos tempos.
TAP DE OLHOS EM 27 MILHÕES DE NORTE-AMERICANOS O presidente da companhia aérea, Fernando Pinto, sublinhou que o sector do turismo “é estratégico, é o grande motor que hoje impulsiona a economia portuguesa e é uma grande aposta da TAP e do nosso país”. E afirmou que, apesar das metas do Portugal Stopover serem “ambiciosas”, o programa conta com 150 parceiros e essa “união” fá-lo acreditar no sucesso.
“O Portugal Stopover vai facilitar e incentivar a permanência nas nossas terras dos passageiros que muitas vezes tinham pura e simplesmente a intenção de prosseguir para outros destinos”, afirmou o presidente da TAP. Segundo Fernando Pinto, só em 2017 estima-se que 27 milhões de norte-americanos viagem para a Europa. Pelo que este “é o momento certo” para a companhia cativar turistas vindos desse país, mas também vindos “dos outros mercados tradicionais da TAP, como o Brasil, África e diversos países da Europa”. A intenção da empresa é “criar um novo eixo atlântico preferencial nas ligações entre esses três continentes, que estão interligados pela nossa empresa”. “Queremos transportar os turistas e recebê-los com os nossos melhores produtos: tanto os que temos na nossa terra, como o que oferecemos para as suas viagens. A união faz a força e este é o exemplo disso mesmo”, afirmou Fernando Pinto, referindo-se aos 150 parceiros que se aliaram à TAP
para o Portugal Stopover, nos quais se incluem lojas, hotéis e restaurantes. O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, presente na apresentação do projecto, diz que não é apenas o número de turistas que está a aumentar, mas também os valores que estes gastam, e “isso cria uma responsabilidade e significa que temos que fazer não só mais, mas melhor”, sublinhou, apontando para o esforço que está a ser feito ao nível da formação profissional, sendo uma das faces mais visíveis o investimento nas escolas do Turismo de Portugal. “Se vão chegar mais turistas, temos que lhes garantir também um melhor serviço”, assinalou Caldeira Cabral. E destacou: “Estamos a trabalhar numa estratégia agregadora no turismo, para os próximos 10 anos, que inclui aspectos de mobilização do sector como este, em que uma empresa de transportes se associa a 150 empresas de animação, de hotelaria, de restauração e de vinhos para fazer melhor e oferecer o melhor a quem nos visita”.
GOVERNO DIZ QUE ESTE PROJECTO “É UM EXEMPLO” Para o governante, o novo projecto da TAP “é um exemplo” de como o Governo quer trabalhar o turismo. E é um exemplo porque é um projecto inovador — “e a inovação não é obrigatoriamente inventar algo que traga novas patentes ao país, é inovar fazendo diferente” — e, ao mesmo tempo, resulta de uma colaboração entre entidades públicas e privadas. O ministro da Economia sublinhou ainda a importância de incluir “as câmaras e o poder local” nas parcerias para o desenvolvimento do turismo no país, porque é com elas que se faz “turismo de qualidade”. E explicou que a capacidade de várias entidades juntarem esforços e apresentarem projectos inovadores é o que permite “fazer mais com menos recursos”. O programa “insere-se nas nossas estratégias: queremos que as pessoas fiquem mais tempo, que venham em épocas diferentes. E queremos aumentar as receitas por turista, valorizando o destino Portugal”, disse o governante, destacando ainda que os Estados Unidos são “um dos três maiores mercados emissores do mundo” no sector turístico e que os
turistas norte-americanos “têm um nível de gastos do mais elevado do mundo.” Já Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, destacou que “as coisas têm corrido bem no turismo” na capital, tal como no resto do país, mas advertiu que não pode ser cometido o erro de achar que como tudo está a correr bem, não é preciso fazer nada para dar continuidade a esta tendência no futuro. Pelo contrário, disse: “Precisamos de fazer mais e melhor. Precisamos de continuar a investir na cidade, na sua renovação e manutenção, na melhoria da qualidade dos serviços prestados, na melhoria dos serviços que o sector hoteleiro presta, na melhoria da restauração”. Em suma, “na capacidade de inovar e introduzir novidade num destino, preservando a sua autenticidade”. Não podemos ficar a dormir”. É preciso investir na qualificação da oferta, inovar permanentemente, não perdendo aquilo que é o nosso maior activo: a autenticidade. Lisboa é uma cidade única: encontra-se aqui o que não se encontra em lugar nenhum”, defendeu o autarca. Fernando Medina lembrou ainda que é importante não se descurar “que os turistas cheguem a Portugal, a Lisboa. Temos de ter cuidado e atenção às oportunidades que temos pela
frente e os riscos que não podemos correr. É por isso que vemos com agrado a solução e a estabilização da TAP como companhia central para o desenvolvimento do turismo na cidade de Lisboa”, disse. A TAP divulgou ainda que a opção de reserva do Stopover está acessível no módulo de pesquisa de voos do site da TAP, mas também numa aplicação inovadora, disponível na Apple Store ou no Google Play, atra-
vés da qual o passageiro Stopover recebe um cartão identificativo virtual com o qual se apresentará junto dos parceiros de modo a beneficiar das vantagens exclusivas. “Esta app é também uma forma de conhecer e ajudar o cliente, funcionando como guia de viagem e permitindo que o cliente partilhe nas redes sociais as suas experiências, incentivando a viagem a Portugal dos seus amigos e familiares”. <
• A campanha chama-se “Stopover” e é um convite aos passageiros de
longo curso, em trânsito em Lisboa ou Porto, a fazerem uma escala de mais de um dia em Portugal. • A TAP espera que só no próximo ano o novo programa permita aumentar o número de visitantes em perto de 150 mil e o dobro em 2018, possibilitando uma injecção de 150 milhões de euros na economia portuguesa só em termos de consumo. • A TAP conta com uma rede de 150 parceiros nos sectores relacionados com o turismo que oferece descontos em hotéis, restaurantes e experiências • Os Estados Unidos (EUA) são um dos mercados que a TAP quer conquistar com este programa, até de forma a acompanhar o forte aumento da oferta de voos para aquele país nos últimos tempos. • Para promover a ideia a transportadora aérea pensou em tudo: desde vídeos promocionais de Portugal para incentivar a descoberta do país, a vídeos explicativos do funcionamento do programa “Stopover” – da reserva da viagem à utilização da app – que permite aos passageiros ter um guia de viagem no telemóvel, mas também partilhar directamente nas redes sociais as experiências durante as estadias, bem como imagens da própria campanha de publicidade do “Stopover”. TURISVER | JULHO DE 2016
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>figuras
>últimas
Jorge Lopes
Head of Commercial para Europa e América do Sul | Minor Hotels Jorge Lopes é o novo Head of Commercial para a Europa e América do Sul da Minor Hotels, grupo que adquiriu a cadeia Hotéis Tivoli. Em simultâneo lidera as vendas e marketing da Tivoli Hotels & Resorts. Jorge Lopes começou o seu percurso na Tivoli Hotels & Resorts em 2001, como Regional Sales Executive de quatro hotéis no Algarve, depois foi nomeado para o cargo de Regional Assistant Director of Sales para as mesmas unidades hoteleiras. Em 2006 assumiu funções de Corporate Director of Sales para todas as unidades Tivoli em Portugal e no Brasil, e em 2010, torna-se Director of Sales & Marketing do Pine Cliffs.
Luís Costa Marques
Governo lança programa para estimular congressos e eventos
Director | Hotel Casino Chaves
Luís Costa Marques assume a direcção do Hotel Casino Chaves. Formado em Gestão Hoteleira pela Escola de Turismo do Porto, tem também bacharelato pela Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, licenciatura em Turismo pelo ISAI, curso de graduação para Director de Hotel pelo INFTUR e mestrado em Contabilidade e Finanças no ISCAP. A direcção do Hotel Casino Chaves segue-se a uma passagem como assistente de direcção do Vidago Palace Hotel, e pela direcção de unidades Ibersol. Foi, também, director residente no Hotel Cidnay e dirigiu a abertura do Hotel Monte Prado & Spa. Teve ainda a oportunidade de leccionar a cadeira de Gestão Hoteleira no ISESP e desenvolver os seus conhecimentos com um curso complementar em Hotel Management.
O programa M&I Portugal (Meeting & Incentives Portugal), destina-se a apoiar a captação e realização de congressos e eventos corporativos em Portugal e vai vigorar até 2018. Lançado pelo Ministério da Economia, através da Secretaria de Estado do Turismo, o programa M&I Portugal vai ser operacionalizado por uma equipa especializada criada para captação activa deste tipo de eventos, coordenada por Joaquim Pires, do Turismo de Portugal. No âmbito do programa que vai ser objecto de monitorização durante todo o período
de vigência, para que a sua execução possa ser optimizada, vai contar com uma plataforma online, onde serão divulgados os congressos e eventos corporativos que se realizem em Portugal, a oferta de espaços para a sua realização e um calendário de eventos, incluindo os culturais, desportivos e gastronómicos. Para a secretária de Estado do Turismo “este programa é uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de actividades capazes de gerar atractividade nos destinos, contrariar a sazonalidade turística e atenuar assimetrias regionais, que são prioridades deste Governo”.<
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Agência Abreu é ouro no Porto
Director de Operações | VIP Hotels Moçambique Pedro Valle é o novo director-geral do hotel VIP Grand Maputo e director de Operações do grupo VIP Hotels em Moçambique. Este profissional fica com a responsabilidade directa do VIP Grand Maputo e acumulando a área de Operações de Moçambique, onde a VIP Hotels tem actualmente quatro unidades, nomeadamente, o 5 estrelas VIP Grand Maputo, os 4 estrelas VIP Executive Suites Maputo e VIP Executive Tete, e ainda o 3 estrelas VIP Inn Beira. Pedro Valle passou pela Amorim Turismo, pelo Royal Lisbon Hostel e pelo Hotel Florida. É licenciado em Gestão pela Universidade Lusíada e tem um Master em Internacional Hotel Management, pela ESHTE.
A Câmara Municipal do Porto acaba de distinguir a Agência Abreu com a medalha de mérito grau ouro. A celebrar 175 anos como agência de viagens mais antiga do mundo, a Agência Abreu foi fundada na cidade do Porto em 1840. Em cerimónia realizada na Casa do Roseiral, nos Jardins do Palácio de Cristal, a entrega da medalha coube ao presidente do município, Rui Moreira. A Agência Abreu fez-se representar no evento pelo seu administrador Artur Abreu, da quinta geração da família do fundador. Refira-se que fazendo parte da Marca de Confiança dos portugueses e Escolha do Consumidor, a Agência Abreu é a agência de viagens com o mais elevado índice de reputação e melhor avaliação em todos os atributos analisados pelo estudo Marktest Reputation Index 2016.<
Desejo assinar a Revista por um período de ______________ ano(s)
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Pedro Valle
Boletim de Assinatura Turisver
Nome: ___________________________________________________________________________________________________ E-mail: ___________________________________________ Empresa: _____________________________________________________________ Morada: ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ C. Postal: ___________________________ Telefone: __________________________________________ E-mail: ___________________________________________________ Contribuinte: _____________________________________________ Data: ___________________________________ Continente e Ilhas € 52,50 (Anual)
Estrangeiro € 65,00 (Anual)
IVA incluído à taxa de 6%.
Assinale com uma cruz o destino pretendido.
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Pagamento por cheque ou vale dos CTT dirigido a: Rua da Cova da Moura, Nº 2, 2º Esq., 1350-117 LISBOA
www.turangra.com TURISVER | JULHO DE 2016
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LIGADA AO LIGADA AO MUNDO MUNDO Chegámos bemaaParis Paris! ! Chegámos bem bem Chegámos a Paris ! ! Está bom tempo, beijinhos Está bom tempo, beijinhos Está bom tempo, beijinhos! !
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Fantástico, aproveitaee Fantástico, aproveita Fantástico, aproveita e ! dá meuààTia Tia dá um um beijinho beijinho meu ! dá um beijinho meu à Tia !
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44 JULHO DE 2016 | TURISVER *Porto > Lyon operado 3 vezes por semana a partir de 27/03/16.
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