#4 - Português - Dharma for all Journal

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Série Universalismo

As Mulheres ocupam o lugar que deveriam na Ananda Marga?

2018

Em São Paulo, projetos de educação liderados por Didi Ananda Jaya transformam a realidade de crianças, famílias e educadores

edição #4


editorial

4a edição do Journal traz a coragem feminina e a inspiração do kiirtan

Na última edição de Dharma for all Journal, abrimos um assunto polêmico na Ananda Marga: a prática do universalismo. Quantas pessoas se sentem sutil ou explicitamente excluídas ou inferiorizadas, dentro da comunidade de Ananda Marga, por suas identidades de raça, gênero, sexualidade, ou por sua condição sócio-econômica? Embora esta não seja uma realidade exclusiva da Ananda Marga, mas sim de toda a sociedade, ela se torna um ponto de atenção fundamental por propagarmos abertamente uma filosofia universalista. Por isso, o Jour-

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nal tomou como tarefa sua investigar profundamente esse tema, e criou uma série de reportagens que visam escutar prioritariamente grupos afetados por quando o universalismo se revela mais teórico do prático. Após um primeiro texto de abertura, na terceira edição, mostrando um quadro geral de como o universalismo é percebido por margiis de diferentes contextos pessoais e sociais, vamos agora começar a aprofundar em grupos específicos. Nesta quarta edição, escutamos qual é o espaço dado às mulheres dentro da Ananda Marga.


Como resultado, surge tanto a dor de perceber que elas ainda estão longe de manifestarem a igualdade e equanimidade que Baba desejava, quanto a inspiração de testemunhar as iniciativas fortes e verdadeiras que estão surgindo para mudar esse cenário. Nosso desejo é que esse tipo de informação motive ainda mais margiis, homens e mulheres, renunciantes ou de família, a lutar por um universalismo verdadeiro, que coloque mulher e

homem em igual lugar de honra. Outra novidade importante desta edição é a estréia de uma nova seção: kiirtan for all. Nela, traremos informações sobre a história do kiirtan, perfis de kiirtaneiros, além, claro, de áudios e vídeos que encham nossos ouvidos e corações de música divina. Nesta primeira edição, contaremos como surgiu o kiirtan, por meio do relato emocionante, coletado por Devashish.

Foto por Anasuya (Ana Abreu Braga) no encontro do Movimento de Mulheres em Cooperação Coordenada em fevereiro de 2018, no retiro setorial em Ananda Daksina, Brasil

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A quarta edição traz, ainda, os projetos educacionais dinâmicos e transformadores da Didi Ananda Jaya, em São Paulo (Brasil), a continuação da série “Trabalhadores de Dharma Pracar”, contando como é a vida dos tatvikas (margiis treinados para ensinar e disseminar a filosofia de Ananda Marga), além de resenhas culturais e gastronômicas. E se vocês estão gostando do Journal, temos um pedido: ajudem-nos a espalhar as boas novas para mais pessoas! Já chegamos a mais de 450 curtidas, e queremos alcançar 1000 nas próximas semanas, atingindo pessoas de diferentes países. Dessa forma, realizaremos nosso propósito de fortalecer dharma pracar (divulgação da filosofia espiritual) em todo o planeta. Teremos, também, resultados que garantam a nossa continuidade por cada vez mais tempo. Quem puder, portanto, compartilhe nossos posts em sua timeline, em outras redes sociais, além de enviar para pessoas afinadas, diretamente (por exemplo, via WhatsApp). E convidem mais gente a curtir a página. Estamos mandando uma mensagem individual sobre isso para todos que já nos curtem. Seremos muito gratos em poder contar com todos! Namaskar! Gurucaran - Editor Chefe

DISTRIBUIÇÃO EDIÇÃO GERAL REPORTAGENS gratuita Gurucaran Taruna, Rainjani & colaboradores PERIODICIDADE SUPERVISÃO CAPA mensal Prashanti Mariana Luz EDIÇÃO#4 EDIÇÃO GRÁFICA Brasil / 2018 Iasodara Julia Koch

CONTATO journal@d4all.org https://journal.d4all.org f b.com/dharmaforalljournal instagram.com/d4alljournal

JOURNAL

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NESTA EDIÇÃO

5

Conexão em Família, com Devanishta

9

Neo-humanismo, com Didi Ananda Jaya

15

Série especial: Trabalhadores de dharma pracar 4 - Tattvika

21

Série especial: Universalimo - Part 2 - Mulheres

27

Health Valley, comida sátvica a baixo custo

29

As canções de Prabhat samgiita e pinturas

33

Kiirtan, a poderosa música que inspira e eleva

“Você deve lembrar que a vida humana não é como uma única flor; é como um buquê ou um jardim de flores desabrochando com muitas variedades de flores. E esta variedade de flores aumenta a beleza coletiva do jardim. Se houvesse apenas magnólia graniflora ou uma variedade de rosa apenas florescendo no jardim, embora essa única flor pudesse ser muito atraente, ainda assim o jardim como um todo não seria muito bonito. Um jardim é ainda mais bonito por causa das flores de vários tipos e matizes.” Shrii Shrii Anandamurtii


profile

Conexão em

Família

Mês de

“Devanistha, a que você se sente gra-

julho é

ta?”, eu lhe pergunto. “Certamente

o mês das férias: curtas e de inverno

por ter encontrado Baba tão cedo na

no hemisfério sul, longas e celebra-

minha vida. Eu tinha 19 anos de ida-

das no verão do hemisfério norte. Foi

de quando eu aprendi meditação

nesse clima de pausa de escola, de

e lá se vão 45 anos”, ela responde

viagens e encontros que conversei

de imediato. A gratidão se estende

com Ghrii Acarya Devanistha (Jody

a sua família, formada pelo marido,

Wright). Eu, em Florianópolis, SC (Bra-

Prakash Laufer, com quem está ca-

sil) no sul do país, visitando minha fa-

sada há 42 anos, e por suas cinco

mília, ela em sua residência, no norte

filhas. “Agradeço ter podido adotar

de Massachussetes, nos Estados Uni-

quatro delas e me sinto muito sortu-

dos. Eu, cercada de filha e sobrinhos,

da de terem crescido dentro de um

ela, ao lado do marido e suas cinco

espírito de muito cuidado. Não im-

filhas. Falamos de afeto, troca, apoio

porta onde vou ou o que faço, eu

e gratidão, esse sentimento que pro-

sempre sinto um senso de cuidado.

voca conexão com o divino e satisfa-

E tento trabalhar duro em direção a

ção com a vida, vitalidade e otimismo.

Baba, assim libero meus samskaras”.

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Impossibilitada de engravidar, Deva-

sabilizando por iniciações tanto de

nistha adotou duas meninas, Anan-

mulheres como de homens. No en-

da Mayii e Mahajoy, uma filipina e

tanto, como membro de família, ela

a outra africana. Após uma cirurgia,

conta que tem tarefas e que precisa

veio a terceira menina, Liina, de seu

sustentá-la. Então, seu tempo é limi-

próprio ventre. E então Emily, a mais

tado, mas seu empenho é grande na

nova, mas a quarta a chegar na família,

realização da missão de Baba. Em sua

adotada de uma família de mãe

cidade, Northampton, Massachusse-

branca e pai afroamericano, e por

tes, EUA, a 3 horas de Nova Iorque e

fim, Sundarii, que de idade é a terceira

a 2 horas de Boston, ela compõe o

mais velha, mas que foi a última

coletivo local de ananda margiis, que

a chegar, aos 11 anos, vinda de um

mantêm um pequeno dharmacakra;

orfanato da Ananda Marga, no Haiti.

presta ajuda em retiros regionais e nacionais; faz alguns trabalhos na orga-

Há 14 anos, quando sua filha caçula

nização de encontros internacionais

já era adolescente, Didi Devanistha se

setoriais; além de participar de gru-

tornou Acarya de família, se respon-

pos de estudo e eventos em Prout.

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Devanistha

o

econômico, social e cultural de alta

jeito que me conta sua histó-

qualidade, disponível em inglês e es-

ria

determinado.

panhol. Em paralelo, ela desenvolve,

Um de seus trabalhos mais antigos é

em companhia de uma equipe de es-

em Prout. “Baba conversou comigo

critores, um dos boletins mais antigos

sobre Prout quando o visitei na pri-

da Ananda Marga, o Rising Sun, tam-

são, em 1978, na Índia. Ele me disse

bém de empoderamento feminino,

que todos deveriam trabalhar para

publicado duas vezes ao ano, aces-

soa

trabalha doce

e

duro,

e

Prout, pois se as pessoas não têm comida, elas não podem fazer sadhana. Ter um sistema mundial sólido e solidário que garanta as necessidades de todos afeta diretamente o progres-

sível pelo Women´s Proutist.

“Há tempos de abundância na meditação e também tempos de seca na sadhana, onde temos que lutar”.

so espiritual das pessoas”.

Outro trabalho de grande fôlego é o de formadora de instrutores de massagem para bebês, ofício que aprendeu ao lado de Vimala

McClure, uma irmã margii.

“Quando Vimala foi pra Índia para um treinamento, trabalhou num

Devanistha gosta de lembrar desse

orfanato e lá viu as meninas mais ve-

episódio tão profundo e definidor

lhas massageando os bebês. De volta

em sua vida. Fruto disso é o Wo-

para casa, começou a praticar com

men´s

https://www.prou-

seus filhos e desenvolveu um méto-

twomen.org/, um website destinado

do próprio, incluindo massagem sue-

a mulheres com conteúdo político,

ca, indiana, reflexologia e baby yoga”.

Proutist

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* Devanishta com sua família

Ela nos conta que o ponto especial

Devanishta, cujo nome significa ‘de-

dessa técnica é que se faz a mas-

vota a Deus’, nos revela que observa,

sagem com a criança, e não para a

nesses 45 anos de meditação, que

criança.

qualquer sadhaka experimenta altos e baixos na sua prática. “Há tempos

“Os pais pedem permissão, a

de abundância na meditação e tam-

criança dá, é um diálogo. É uma

bém tempos de seca na sadhana,

massagem projetada para criar e

onde temos que lutar. Acho que eu

aumentar a comunicação, o afeto e

aprendi a lidar com esses tempos es-

a apreciação entre pais e filhos. A

cassos e entendi que eles não signi-

partir de um maior entendimen-

ficam que você parou. É apenas do

to sobre as necessidades do bebê,

jeito que é. Mas você deve seguir e

começa a aproximação e a relação

as coisas vão se tornar melhores logo

melhora. É uma maneira de viver

adiante, e novamente decairão. Nada

o amor”.

permanece para sempre, são ciclos”. Por Taruna (Tatiana Achcar) Dharma for all Journal | 08


dharmapracar

Neo-humanismo

na prática

o trabalho exemplar das creches coordenadas por Didi Ananda Jaya, em São Paulo, SP (Brasil)

“O que me marcou quando cheguei aqui foi a maior tranquilidade das crianças e das educadoras, comparado a outras creches em que já estive, e a valorização dessas crianças em todos os seus aspectos, inclusive como seres que são capazes de mudar essa sociedade, independente do contexto em que estão inseridos”, conta Carmem Queiroz da Silva, coordenadora pedagógica do CEI (Centro de Educação Infantil) Lar de Criança Ananda Marga.

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Foto de Leandro Soares

Três CEIs e 1 CCA (Centro da Crian-

atuar no apoio a comunidades em

ça e do Adolescente), 432 crianças,

situação de vulnerabilidade social.

em comunidades em situação de

Ela conta que 80 a 85% do potencial

alta vulnerabilidade social na peri-

humano, inteligência e personalida-

feria de São Paulo: é nessa prática

de se desenvolvem entre 0 e 7 anos.

diária, intensa e viva que Carmem,

“Então Ananda Marga tem muito

Avadhutika Ananda Jaya Acarya e

a fazer junto a essas crianças para

outros 63 colaboradores colocam

formar as bases de uma sociedade

sua energia para levar a ideologia

neo-humanista.

de Ananda Marga para a sociedade.

poderiam pensar que por virem de

Didi Ananda Jaya, filipina e atuante

um contexto muito pobres e duros,

no Brasil desde 1998, coordena esses

elas não se conectam à espirituali-

projetos, que fazem parte da Amurt

dade. Mas pelo contrário. E sendo

no Brasil - Amurt é o departamento

neo-humanista e proutista, elas me-

de Ananda Marga responsável por

recem como qualquer outra pessoa”.

Algumas

pessoas

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“Meus filhos gostam demais da creche, pedem para ir, é como uma segunda casa para eles”, conta Cristiane Lucia da Silva Ferreira, moradora do Peri Alto. “As educadoras dão bastante atenção e liberdade para as crianças se expressarem, mesmo quando elas ainda Foto de Lokesh (Luis Fernando Zen)

não sabem falar”, ela conta, enfatizando também o carinho das “tias”.

A proximidade afetiva, inclusive para dar limites às crianças, é destacada também por Amaradeva (Al Crisppinn). Há cinco anos, ele compartilha práticas de yoga, música, teatro e dança nos quatro projetos. “Me sinto plantando sementinhas de meditação no CCA”, relata com emoção. “Sempre mantenho a frase de Baba “faça todo o bem que puder...” no meu coração e me sinto inspirado para atuar também de forma silenciosa e sutil, por exemplo apoiando as outras educadoras em funções práticas como limpeza, no que for preciso”.

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Asanas, exercícios de respiração e visualização, massagem e alimentação saudável lacto vegetariana também são estratégias centrais para fazer pracar, e são as mais citadas nas diversas reportagens já realizadas pela mídia sobre o trabalho. “Ano passado meu filho estava no berçário e contava da shantala (massagem para bebês), queria que eu fizesse nele quando ia dar banho”, relata Cristiane. Outro ponto que parece refletir a inspiração neo-humanista na prática diária é a proximidade nas relações. “A relação da CEI com a comunida-

Foto de Lokesh (Luis Fernando Zen)

de é forte, a família não é só quem vai deixar e buscar a criança. A Didi nos recebe a qualquer momento, a gente sente que ela está ali para auxiliar mesmo”, conta Cristiane. Para a coordenadora Carmem, que atua na área de educação desde 1982, mas entrou em contato com a filosofia de AM no ano passado, a proximidade com a própria Didi, que atua como sua gestora, é algo inédito. “A gente se sente à vontade até para brincar uma com a outra às vezes, dizendo ‘você está muito agitada, acho que precisa fazer mais yoga’”, conta rindo. “Tenho muito a aprender, e a forma como a Didi valoriza a filosofia é algo tão bonito, me inspira muito”. Dharma for all Journal | 12


Nesse trabalho educacional que propaga a filosofia de Baba, junto com tantas colheitas, há também vários desafios. Para Amaradeva, a maioria dos educadores ainda integra pouco em suas vidas pessoais questões levadas às crianças, como a consciência corporal, os momentos de autocuidado e meditação. “Falta também tempo e aprofundamento para uma reflexão mais ampla sobre como eles querem ser educadores neo-humanistas em um sentido mais amplo em suas vidas”. “Sinto que as Didis estão muito sozinhas na liderança dos projetos”, conta Didi Jaya. Ela ressalta que “gostaria de poder contar mais com o apoio dos margiis”.

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Foto de Lokesh (Luis Fernando Zen)


Foto de Ananda Pimentel

O aspecto financeiro também é

ciência corporal” ao invés dos ter-

um desafio, inclusive devido à me-

mos yoga ou asanas, por exemplo.

todologia diferenciada, que demanda mais gastos, não previstos

Para conhecer mais o impacto des-

no orçamento da prefeitura, com

se trabalho e a realidade dos bair-

quem os projetos são convenia-

ros em que eles ocorrem, vale assis-

dos. Por fim, a associação da filo-

tir a este vídeo, feito pelas próprias

sofia de AM como uma prática re-

educadoras, com apoio da margui

ligiosa já é bem menor, mas ainda

Mokshadevii (Monika Misiowiec)::

existe. Segundo nossa reportagem

https://youtu.be/yqaq-vZdo3Q

ouviu, supervisores da prefeitura recomendam aos profissionais dos projetos que usem o termo “cons-

Por Rainjani (Rafaela Müller)

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SÊrie especial: Trabalhadores de dharma pracar – Parte 4

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Tattvikas equilibram vida em família e inspiração de pessoas para a filosofia espiritual Tattvika é o nome dado aos instrutores habilitados para difundir a filosofia de Ananda Marga de forma coletiva. No início da Ananda Marga, Baba tinha pressa em difundir a ideologia e criou inicialmente os acaryas de família para dar velocidade a essa tarefa. Esses primeiros instrutores formaram-se com pouco tempo de iniciados, sem receber treinamento formal. Entretanto, eram pessoas éticas e dinâmicas e sua convivência com Baba os capacitava para a função. Tempos depois, já com mais experiência e aprofundamento filosófico, eles receberam uma certificação adicional – a de tattvikas, ou seja, pessoas com qualificação para ensinar a filosofia.

Atualmente, o processo para formação de tattvika acontece de maneira inversa: primeiro, os margiis aspirantes devem cumprir alguns requisitos, como já estar trabalhando para a missão de Baba por bastante tempo, para então se candidtarem ao treinamento de tattvika. A formação, nesse caso, dura apenas algumas semanas ou um mês, e também implica um exame qualificatório. O margii (não-renunciante) pode permanecer como tattvka ou, mais tarde, candidatar-se para o treinamento para se tornar acarya de família. No quarto capítulo da série especial “Trabalhadores de Dharma Pracar”, vamos conhecer um pouco melhor a vida de dois tattvikas não-renunciantes, e compreender a sua importância estratégica para o trabalho de pracar.

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Liila Hass, da Austrália, fez seu

treinamento

para

tattvika

na

Índia. Para ela, é importante que pessoas recém-chegadas à comunidade de Ananda Marga percebam que existe ampla aceitação da vida familiar, e que, tanto as pessoas que têm família, como as renunciantes, sejam percebidos como capazes de ajudar a missão a crescer. Ela explica que o principal critério para se tornar tattvika “é estar profundamente apaixonado(a) pela missão de Baba - não somente pelas práticas espirituais, mas pelo serviço; desta maneira, pode-se utilizar de forma máxima o tempo e ajudar o desenvolvimento total não só das pessoas, mas também de plantas, animais e todo o planeta”. Entretanto, manter uma vida familiar e o trabalho na missão é um desafio, vivido por Liila de maneira inspiradora, como ela revela ao descrever sua rotina de práticas. Ela medita regularmente três vezes por dia: antes do café, antes do jantar, antes de dormir. Quando é possível, ela ainda adiciona uma meditação ao meio dia. Meditar quatro vezes ao dia não é um pré-requisito para os tattvikas, por se reconhecer que eles têm uma vida em família e precisam trabalhar para se sustentar. 17 | Dharma for all Journal


Além da meditação e dos asanas, Liila dedica-se aos estudos, que ela aponta como um ponto fundamental. “É importante entender profundamente a filosofia, não somente para seu crescimento pessoal: se alguém perguntar algo, eu quero ser capaz de explicar corretamente”, diz. Ela aconselha que se alguém quiser se tornar um tattvika, que tenha profundo conhecimento, em primeiro lugar, tanto da dimensão filosófica quanto da estrutura organizacional da missão de Ananda Marga. Experiência consolidada em algum dos departamentos (como por exemplo AMPS, WWD, SDM, etc) é imprescindível. Lilla conta que que a primeira experiência que teve ao dar iniciação em meditação a uma pessoa, a tocou tanto que ela nem consegue colocar em palavras. “Onde quer que nós estejamos, podemos sentir Baba o tempo todo, se seguirmos a sua orientação, fazendo nossas práticas, mantendo nosso desenvolvimento espiritual e algum serviço social”.

* Liila no espaço Mantra, em Campinas, São Paulo, 2018

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A italiana

Krsnaprya

(Cristina Terribile), sempre pensou em ser tattvika, mas esperou seus filhos crescerem um pouco mais, para então fazer, em dezembro de 2017, seu treinamento. Ela relata que o que a inspirou foi o amor que, aumentado pela prática espiritual, levou-a a se aprofundar cada vez mais no caminho de Ananda Marga. Para ela, uma tatvika que tem uma família “faz o melhor para cuidar da grande família, mas também da sua família”. Krsnaprya trabalha como professora de yoga, ensina inglês e também tem uma cooperativa que oferece cursos - majoritariamente de yoga. Ela e seu marido, o acarya de família Kamalesvara (Christian Franceschini), organizam seminários e publicam livros espirituais. Ela também se envolve nos projetos da Ananda Marga local, como retiros, seminários e dharmacakras semanais. Outra frente em que atua é a organização, em conjunto com Liila, de um retiro de Prout só para mulheres, antes da Convenção anual de Prout que acontece na Dinamarca, em geral em todos os meses de julho.

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Ela descreve com comoção a importância de ser tattvika dentro do caminho espiritual.

“Normalmente se diz que, quando nós somos ini-

ciados, nascemos de novo e começamos uma nova vida. Isso é verdade: você começa sua vida real quando começa sua vida espiritual. Quando eu me tornei tattvika, eu senti que isso aconteceu novamente, que uma segunda vida espiritual havia começado. Ser tattvika é algo especial, porque você sente que Baba lhe dá como um presente a oportunidade de servi-lo até melhor que antes. É uma grande honra”. Da Redação

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Foto de Tayhu Grehs

Série Especial

Universalismo – Parte 2

Somos universalistas

em relação as Mulheres?

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“A minha experiência como mulher dentro da Ananda Marga é horrível. Se você começa a se sobressair um pouco mais, te boicotam. Estou te falando de 30 anos de experiência. Se você faz alguma coisa, se você chama atenção, eles queimam o teu filme”. O depoimento de Kalyanii Souza, de Curitiba, PR (Brasil), impacta quem conhece a filosofia de Ananda Marga. Anandamurti lutou veementemente pelos direitos e pelo reconhecimento do valor da mulher - não só na Ananda Marga, mas na sociedade como um todo. Em uma de suas várias falas sobre o tema, ele afirma: “Somos pela criação de uma consciência social poderosa, dinâmica e emergente, especialmente entre as mulheres, de modo a que elas se inspirem a se erguer, abolir os dogmas, aniquilar todos os símbolos de escravidão e inaugurar uma nova era de cooperação coordenada e gloriosas realizações. Que as mulheres sejam a vanguarda de uma nova revolução de que a humanidade precisa para chegar a um amanhã glorioso” (Few Problems Solved, part 9 in Pensamentos de P.R. Sarkar, p.250)

Portanto, embora existam mulheres que viveram uma história positiva com a Ananda Marga, experiências com a de Kalyanii e de outras mulheres revelam a necessidade de revisar as contradições entre a filosofia proposta por Ananda Marga e a sua prática cotidiana. Uma contradição que acontece, de fato, na sociedade como um todo. Como forma de ouvir as vozes dessas mulheres e investigar essas contradições, o segundo capítulo da série “universalismo” aborda o papel das mulheres dentro da Ananda Marga, focando na experiência de algumas margiis brasileiras, que têm refletido e atuado com o tema do protagonismo feminino. Em princípio, Ananda Marga propõe uma ideologia universalista que se propõe à inclusão de todos, a não reproduzir complexos de inferioridade e superioridade e a defender o direito de homens e mulheres terem as mesmas condições de evoluir física, psíquica e espiritualmente. Entretanto, dentro de uma sociedade com valores arraigados que vão na direção oposta a tudo isso, a prática das relações entre margiis e acaryas, bem como a estrutura de poder dentro das instituições de Ananda Marga, revelam as dificuldades em seguir esse ideal.

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Para o Acarya Maheshvarananda Avadhuta, dos EUA, os ensinamentos de Anandamurti são universalistas, mesmo que nem todos os margiis e wholetimers (WTs, acaryas renun-

“Eu não pertenceria a uma organização na qual irmãs e monjas não são vistas como espiritualmente iguais aos irmãos e monges, e merecedoras de oportunidades iguais. Está em nossas mãos pressionar para que as mulheres tenham posições de poder igualitárias”, explica. ciantes), o sejam.

Renu (Renata Camargo), que reside em Botucatu, SP (Brasil) acredita que, por ser uma ideologia vinda da Índia, um país que tem uma história de profunda subjugação das mulheres aos homens, o “arquétipo da religião indiana” se estabelece como traço cultural na Ananda Marga, apesar da proposta universalista. “Eu faço

parte de movimentos de mulheres na sociedade civil e eu acho muito mais fluido falar de mulher na sociedade civil do que dentro da Ananda Marga”,

diz. Segundo Dharma Mitra (Patrícia Reis), residente de Porto Alegre, RS

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(Brasil), “temos

um caminho longo a avançar. Precisamos colocar na pauta o ‘não – lugar’ que as mulheres, em meu ponto de vista, ainda estão em Ananda Marga. E isso tem que ser discutido junto com os homens também, nos retiros, nos grupos. Temos vários exemplos de mulheres fortes, que fazem trabalhos incríveis, didis e margiis, mas ainda nossas maiores lideranças são homens”. Esta desigualdade, não existe somente nos lugares de poder, mas também afeta as práticas espirituais. Porque, se as mulheres ficam com a maior parte das tarefas domésticas e ainda trabalham fora, elas têm menos oportunidades de se dedicar à prática espiritual. “Não há um

pensamento social: apesar da nossa cerimônia do batizado ser clara sobre todos serem responsáveis por aquela criança que ingressa na comunidade, depois, na prática, isso não acontece. A gente não se preocupa coletivamente, salvo raríssimas exceções”, afirma Renu.


Além da sobrecarga de trabalho, existem outras questões sérias, como a violência doméstica. Segundo Renu, a posição da instituição é a de, muitas vezes, culpabilizar a mulher.

“E o que eu vejo dentro da Ananda Marga e de outras religiões é que existe um incentivo para que as mulheres se mantenham caladas, que elas perdoem a violência sofrida. Não há uma cultura organizacional que incentive as mulheres a denunciarem, a não aceitarem isso, o que é muito sério, porque quando

chega à violência física, normalmente já existem diversas outras violências. Essa cultura vai contra a própria ideologia do Sarkar, que fala que o perdão é algo subjetivo, de que você não deve querer o mal da outra pessoa, mas no nível objetivo o perdão é um pecado, porque há que se reparar as injustiças. Então, enquanto espiritualistas tântricos a gente não pode coadunar com violência, sobre esse pretexto do perdão”, explica.

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Para que estas e outras questões tenham o seu devido lugar de respeito e acolhimento, um grupo de mulheres organizadas em cooperação coordenada está se formando. Existe uma página https://www.facebook.com/mulherescooperacaocoordenada/ e haverá um retiro em Botucatu de 10 a 14 de outubro. Renu, que está a frente deste movimento, acredita que os valores femininos devem ser colocados no sistema, e que as mulheres e os homens podem acessar esses valores. A ideia de que o feminino só pertence à mulher e o masculino ao homem

“é uma construção do patriarcado: existe o feminino e masculino nos dois e por questões culturais e históricas da mulher desenvolveu sim, certos atributos pela função de gestar, do cuidado”, diz. Gaotami (Carla Arantes de Souza) traz uma outra visão sobre esta união das mulheres em grupos. Segundo ela, este movimento é benéfico, pois as mulheres têm muito a contribuir: “os problemas que a gente vive não vão ser

solucionados com força, vão ser solucionados com muita sensibilidade e intuição, e eu acho que a gente tem muito esse potencial. A gente tem possibilidade de construir algo novo. As mulheres têm essa possibilidade um pouco maior, na medida em que a gente não está nesses espaços de poder e a gente nem gosta muito de disputar esses espaços. A gente está interessada em fazer uma mudança mais subversiva”. Ela diz não acreditar em oprimido

e opressor, vítima e algoz e portanto, acha que este grupo de mulheres deve tomar cuidado para não excluir os homens. “A gente não se cura se nutrindo de raiva, a cura não acontece assim” diz. Por outro lado, Renu acredita que as mulheres possam e devam estar nos lugares de poder, sim.

“Acredito que uma revolução tem que acontecer nas periferias do sistema, sim, mas dizer que as mulheres não querem disputar o poder e estar nos espaços de poder, não concordo”, afirma Renu. Então, como você se sente sobre esse assunto? Dê sua opinião, sugestão de livros, sites e vídeos, para enriquecermos nossas discussões! Da Redação

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review

Health Valley oferece comida sátvica a baixo custo no coração de Salvador, BA (Brasil) Quem chega à rua Direita da Piedade, no Centro de Salvador, poderia confundir o Heatlh Valley com mais um dos vários estabelecimento locais que servem carne, onde a população local almoça em seu intervalo de trabalho. O restaurante não demonstra fazer questão de parecer refúgio para os chiques e alternativos. Pelo contrário. “O propósito é oferecer alimentação saudável, a um custo acessível, para a população que trabalha e/ou reside no centro de Salvador”, afirma Mandakini (Maria Helena Lulio), uma das sócias. Trata-se, portanto, de um restaurante vegetariano popular, com sistema self-service com opções veganas e cardápio sem alho, cebola, ovo e cogumelo. E, junto com isso, uma lanchonete com lanches vegetarianos e sucos naturais, que atrai todo tipo de gente, seduzida pela combinação de bom preço e sabor (e, por que não, saúde!). O restaurante ainda conta com uma loja de Produtos Naturais.

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O local foi criado por Jiivesh (Johnny Row Quashi), que mais tarde incorporou como sócios Sandiipan (Hu Zi lPan) e Mandakini - todos praticantes da Ananda Marga. Entre as especialidades da casa, estão a pizza integral (todas as sextas-feiras), a feijoada vegetariana (quartas e sábados), e os pães integrais. Além, claro, do abará vegetariano - versão sem frutos do mar do tradicional prato da culinária bahiana, feito com a mesma base do acarajé mas que, em vez de frito, é cozido. Salvador é uma das cidades brasileiras mais visitadas por turistas do próprio país e do estrangeiro. Então, para quem é ananda margii, é

sempre um respiro poder viajar para uma grande cidade e saber que encontrará uma comida adequada à prática espiritual e, ainda por cima, barata. Portanto, quando seu caminho o levar para o Pelourinho ou para uma das belas praias da capital da Bahia, você pode matar sua fome nesse delicioso vale de saúde. Health Valley Brasil*

Rua Direita da Piedade, 17 Centro - Salvador - BA - Brasil Segunda a sábado: das 11h às 15h (restaurante) Segunda a sexta-feira: das 9h às 19h (loja e lanchonete)

Por Gurucaran (Gustavo Prudente) Dharma for all Journal | 28


pracar tools

Pinturas ajudam praticantes a lembrar do significado das canções do

Prabhat Samgiita Prabhat samgiita (canções do novo amanhecer) é o conjunto de 5018 canções compostas por Anandamurti, como forma de expressar as diversas tonalidades da relação entre o devoto e a Consciência Suprema. Deveriam ser cantadas em diversas ocasiões – por exemplo, como abertura do dharmacakra (meditação coletiva) – mantendo-se no coração e na mente a ideação (a ideia central proposta pela música). Entretanto, a maior parte das canções foram compostas em bengali, sânscrito, hindi e outras línguas que não são faladas pela maior parte dos ocidentais, tornando desafiadora a sustentação da intenção durante o canto. Para dar conta desse desafio, as compilações de Prabhat samgiita geralmente são acompanhadas de tradução (ao menos para o inglês), como no site http://prabhatasamgiita.net/

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Agora, Prashanta Jacobson, morador de Los Angeles, CA (EUA), está propondo mais uma ferramenta para apoiar a conexão dos devotos com as canções. Ele cria belíssimas pinturas que representam a ideação de cada canção, e que podem servir como um yantra (imagem ideativa, tal qual o pratik), que pode ser mantido na mente durante o canto. Como exemplo, ele compartilhou com Dharma for all Journal a pintura em óleo sobre tela, que ele fez para a canção #187. “Baba geralmente descreve os desejos da mente como cores com as quais a mente está manchada. Ela pode estar colorida por tantas coisas, que ela é colorida como a cauda de um pavão. Esta canção está descrevendo a mente desejando Brahma (Consciência)”. Confira abaixo a pintura e a canção (letra traduzida e música). A gravação é do Acarya Pryashivananda Avadhuta. As pinturas de Prashanta não estão disponíveis online ou para venda, mas serão compartilhadas aqui no Journal, em futuras edições. Com este texto, lançamos mais uma seção de Dharma for all Journal: #pracartools, na qual vamos compartilhar recursos e ferramentas que podem apoiar a prática de desenvolvimento pessoal dos pracarakas e/ou o trabalho que eles fazem na sociedade. Por Gurucaran (Gustavo Prudente)

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PRABHAT SAMGIITA 187 (01/09/1983) TOMÁKE CEYECHI CHEYECHI SAV KÁJE Em todos os meus atos, eu te desejei, ansiei por Você HRIDAYE TOMÁR CHAVITI YENA SADÁ RÁJE para que Sua imagem esteja sempre presente no meu coração DHARÁY ESECHI KÁJE VYASTA THÁKITE GO Vir para esta Terra, e como eu me mantive engajado no trabalho TOMÁR BHÁVER SROTE BHÁSIYÁ THÁKITE GO no fluxo da Sua ideação, em como eu flutuei nele TOMÁR KRPÁR KANÁ PRACÁR KARITE GIYÁ por uma partícula da Sua graça eu sigo espalhando sua palavra MANE YENA TAVA SUR SADÁ BÁJE para que na minha mente, Sua canção siga sempre tocando NIBHRTA NISHIITHE CANDRATÁRAKÁ SÁTHE Na meia noite secreta, com a lua e as estrelas MANER MAYÚR YENA KALÁPE NÁCE É como se o rabo do meu pavão mental estivesse dançando



kiirtanforall

Kiirtan

a poderosa mĂşsica que inspira e eleva

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Baba Nam Kevalam. Três palavras em sânscrito que surgiram para pulsar o coração de todos os seres animados e inanimados. Que se tornaram o núcleo irresistível que atrai devotos para a Ananda Marga. Cantadas em inúmeras melodias. Em todos os continentes do mundo. Em práticas individuais, antes da meditação. Em dharmacakras locais. Em pequenos e grandes retiros, com dezenas a milhares de pessoas repetindo-as em uníssono. No som do CD, da rádio online, do app de música, que toca no celular, no carro, no trabalho, em casa. Quantos devotos relatam ter entrado na Ananda Marga por sentirem uma atração irresistível pelo som do Baba nam kevalam? O kiirtan, que significa “cantar o nome de Deus em voz alta”? Quantos devotos afirmam que uma das grandes ferramentas – em alguns casos, a principal – para eles se sustentarem na prática é ouvir, cantar, tocar kiirtan? Quan-

tos devotos correm ávidos para o salão ou a roda debaixo da árvore onde se escuta alguém tocando e cantando? Quantos não gravam, compartilham, pedem, criam novas melodias, como quem caça um tesouro de riqueza incalculável? O kiirtan é, certamente, uma poderosa ferramenta de pracar. E, por isso, Dharma for all Journal inicia, nesta edição, sua nova seção: #kiirtanforall. Nela, vamos compartilhar com vocês:

1.

A história do kiirtan: como surgiu, o que significa e os grandes marcos.

2. Perfis de compositores e tocado-

res de kiirtan, com música e vídeos.

3.

Histórias devocionais relacionadas a ouvir, tocar e cantar kiirtan. Além de outros temas, que vocês, leitores, também poderão nos sugerir.

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Comecemos, então, como tudo surgiu.

Como se deu o nascimento kiirtan? O kiirtan, enquanto prática, é mais

Então, no começo

antigo que a Ananda Marga. Quem

eles estavam escu-

o popularizou foi o santo india-

tando a música do

no Chaetanya, no século XVI, que

espaço. Algum ins-

trouxe para o mundo o hoje tão

trumento estava to-

popular “Hare Krishna”. O kiirtan

cando

Baba nam kevalam, por sua vez,

Baba disse: ‘escutem

surgiu cerca de 15 anos depois de

com mais atenção

Baba ter fundado a Ananda Marga.

qual é o som que

belamente.

eles estão cantanAté o ano de 1970, os devotos canta-

do’.

vam bhajans (canções devocionais)

‘algo como Baba’.

para Baba, compostas por eles ou

‘Escutem com ain-

oriundas de outros caminhos espi-

da

rituais. Entretanto, no dia 08 de ou-

‘É Baba nam’. ‘E es-

tubro, um acontecimento peculiar

cutem com ainda

aconteceu, como relata o Acarya

mais atenção’. Eles

Ishvarakrsnananda Avadhuta, em de-

disseram: ‘é algo como Baba nam

poimento recolhido por Devashish

kevalam’. Baba disse: ‘sim, vocês es-

(Donald Acosta, de Porto Rico):

tão certos. Este é o mahamantra.

Eles disseram:

mais

atenção’.

Agora vão e cantem e dancem’. “Depois de muitos anos, no ano

Então as pessoas começaram a

de 2007, eu fui a Daltonganj e en-

cantar e dançar. De repente, o fi-

contrei

alguns

amigos

lho de Baba, Gaotam, gritou: ‘O

margiis,

que

presentes

carro de Baba está se movendo!’.

quando Baba nam kevalam foi intro-

Baba disse que era o efeito do kiir-

duzido. Eles me disseram que, em

tan. Até as coisas sem vida podem

primeiro lugar, Baba pediu a todos

se mover com o poder do kiirtan.

os presentes para escutarem o som.

De todo modo, o carro foi parado.

antigos

estavam

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* foto de Harideva (Rodrigo Carmargo)

Eu visitei esse lugar sagrado em 2007. Esse lugar é conhecido como

Você conhecia essa história? Co-

Amjharia. Meus dois amigos mar-

nhece outras? Escreva para

giis Jaganath e Bajnath me levaram

journal@d4all.org.

lá junto com o Acarya Prajinanan-

Na próxima edição, compreenda as

da Avadhuta. Eu fiquei muito feliz

diversas traduções e ideações asso-

de ver esse lugar. Agora, nesse lu-

ciadas a Baba nam kevalam.

gar, eles estão fazendo kiirtan todo mês e distribuindo comida para as pessoas pobres e dirigindo uma escola

para

os

pobres”.

Por Gurucaran (Gustavo Prudente)

Agora vão e cantem e dancem!!! Dharma for all Journal | 36


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