Diário do Comércio

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Ano 86 - Nº 23.223

Conclusão: 23h35

www.dcomercio.com.br

Jornal do empreendedor

R$ 1,40

São Paulo, sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O aborto em três dimensões Alexandre Guzanshe/Fotoarena/Ag. O Globo

Vou colar a bichinha ( faixa) na barriga, e sair correndo. Lula, falando de 31/12. Pág. 6 Joel Silva/Folhapress

Visão de Dilma: Sou pessoalmente contra, mas ressalto que o assunto também tem de ser tratado do ponto de vista da saúde da mulher. Pág. 5

Visão de Serra: Lula e Sérgio Cabral visitaram ontem centro de tecnologia 3D, na Ilha do Fundão, no Rio

A questão não é ser contra ou a favor do aborto. É a mentira. Eu não tenho duas posições. Página 7

Fabio Motta/AE

Visão de Lula: Tem gente no submundo que baixa o nível da campanha ao priorizar esse assunto (o aborto). Eu sofri este tipo de pressão em 1989. Página 6

500 empresários prometem: feliz ano novo! Pesquisa da Câmara Americana de Comércio/Ibope indica que 87% dos empresários entrevistados esperam alta nas vendas em 2011, com juros e câmbio estáveis. E 1 Lucas Lacaz Ruiz/Folhapress

O voo rosa da Azul A Azul Linhas Aéreas apresentou ontem na Embraer seu jato cor-de-rosa: um alerta na campanha contra o câncer de mama, que mata 33 mulheres por dia no Brasil. Pág. 9 Alexandre Lima/Divulgação

Alex Ribeiro

Columbia TriStar/François Duha/Divulgaçao

Tropa de Elite e Julia Roberts no feriadão

AMANHÃ Nublado Máxima 30º C. Mínima 13º C.

ISSN 1679-2688

23223

9 771679 268008

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Paixão ao 1º clic. E logo, adeus.

Transit, força e espaço.

O encontro do nosso editor de imagens com a baleia Jubarte, no mar da Bahia. Boa Viagem

Destaque da Ford no segmento de vans: 14 lugares, motor potente.

Divulgação

HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 25º C. Mínima 16º C.

Versão 2 do polêmico Tropa de Elite estreia batendo: guerra às drogas e à corrupção. Já Julia Roberts vai à Índia em busca de paz e amor. Mais: bastidores de Hollywood e Cannes; Veríssimo e o futebol; adágios de Mahler; cultura gastronomia no Dia das Crianças. E Roda do Vinho.


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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A questão é: a elevação do IOF será suficiente para conter a entrada de dólares no País? Roberto Fendt

pinião

Milton Michida/AE

EYMAR MASCARO

PRÓXIMO DESAFIO, A PREFEITURA

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Para que os investidores estrangeiros perdessem o interesse em colocar seus dólares aqui, os juros teriam de baixar muito.

É PRECISO FAZER ALGUMA COISA

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ilton Friedman, meu grande e saud o s o m e s t re n a Universidade de Chicago, costumava afirmar que sempre que alguém não sabia o que fazer, dizia: "É preciso fazer alguma coisa". Na verdade, se soubesse o que fazer, diria : "Vou fazer isso" ou "vou fazer aquilo". Não sei se o governo atentou com clareza para a solução do problema da persistente, e de uns tempos para cá mais acentuada, valorização do real. Não sei sequer se alguém disse que era preciso fazer alguma coisa. O que sabemos é que a tentativa de solução veio pelo aumento do imposto sobre operações financeiras (IOF), cuja alíquota de estrangeiros sobre as aplicações em renda fixa passou de 2% para 4%. Não quero dizer que a medida está errada. Longe de mim. Qualquer entrave à entrada de recursos externos no mercado diminui a expansão da liquidez e alivia a pressão de baixa sobre a taxa de câmbio. O problema é que se está, infelizmente, atacando novamente as consequências, em lugar das causas. O objetivo da medida agora posta em prática é reduzir o fluxo de capitais ditos "especulativos" que estão ingressando no mercado em busca de melhor rendimento que nos países de origem. A entrada desses recursos está valorizando o câmbio. A esse fluxo de recursos ditos especulativos que ingressa no País agregaram-se outros, de capitais que pretendiam beneficiar-se da valorização das ações da Petrobras, decorrente do aumento de capital da empresa para investimento no pré-sal.

ROBERTO FENDT A questão é: a elevação do IOF será suficiente para conter a entrada de dólares? A maioria dos analistas acha que não, pelas mais diversas razões. Dou cá as minhas.

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capital estrangeiro para investimento em renda fixa está sendo irresistivelmente atraído ao País porque as taxas de juros no hemisfério norte estão próximas de zero e as taxas de juros brasileiras estão altas. O retorno líquido de um investimento aqui é equivalente à taxa de juros em reais (superior a 10% ao ano) menos a desvalorização do real durante o período do investimento. Se a expectativa é de contínua valorização do real durante o prazo do investimento, o percentual da valorização da nossa moeda agrega-se à rentabilidade do investidor estrangeiro. Portanto, seria necessário que o

real desvalorizasse, e muito, para que o investidor estrangeiro perdesse o interesse em colocar recursos aqui. A tentação para continuar investindo é muito grande porque o diferencial de juros é também muito grande.

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e na origem do problema está o diferencial dos juros, a questão é saber se a elevação do IOF de 2% para 4% elimina esse diferencial. Poucos acreditam nisso. Seria possível reduzir os nossos juros de forma a alinhálos um pouco com os juros internacionais? Há fortes razões para não fazêlo, considerado agora o ponto de vista de um poupador e investidor brasileiro. Primeiro, porque com a taxa básica, a Selic, rende bruto 10,75% por 12 meses. Segundo, porque a inflação esperada para os próximos doze meses está em

O agravamento das nossas contas fiscais não contribui para melhorar o quadro. Com a dívida pública crescendo, as chances de reduzir a taxa de juros interna se esvanecem.

4,5% no período. Descontado o imposto de renda, a taxa de juros líquida após a compensação pela inflação esperada está em 3,9%. Para que a taxa caia mais sem desestimular os poupadores, seria preciso que, ou a taxa esperada de inflação caísse ainda mais, ou que estivesse em operação um fundo soberano, para onde se dirigiria o excesso de liquidez criado pela atração de recursos exter nos. Nem uma nem outra aparecem no horizonte de 12 meses à frente.

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ara completar o quadro, no exterior o problema cambial também está incomodando. Os americanos queixam-se de que a moeda chinesa, o yuan, persiste desvalorizada e que parte dos problemas do mundo seriam resolvidos se os chineses decidissem desvalorizá-la mais. A questão é que, se a moeda chinesa, como a nossa, está valorizada, isso implica que o dólar está desvalorizado. Não poderia ser de outra forma, já que as moedas são cotadas em relação ao dólar. Para alguns, em última instância, a desvalorização do dólar é a mãe de todos os problemas, inclusive dos nossos. É claro que não contribui em nada para o imbróglio em que estamos metidos o crescente agravamento das nossas contas fiscais. Com a dívida pública bruta crescendo, as possibilidades de reduzir a taxa de juros interna vão se esvanecendo. Será necessário esperar pelo próximo presidente para reduzirmos os gastos, o crescimento da dívida e a taxa de juros, parte importante da solução do problema? ROBERTO FENDT É ECONOMISTA

leito vice-governador na chapa de Geraldo Alckmin, o empresário Guilherme Afif Domingos já é considerado o candidato ideal da coligação DEM-PSDB para concorrer à Prefeitura de São Paulo daqui a 2 anos. Afif foi peça fundamental na condução da campanha de Alckmin, destacando-se como um dos mais eficientes coordenadores da coligação dos dois partidos. Em 2006, Afif foi candidato ao Senado e alcançou 8 milhões de votos, a maioria deles na Capital. Com este cacife eleitoral, ele foi escolhido para compor a chapa vitoriosa de Alckmin. Fiel ao dito popular de que em time que está ganhando não se mexe, a coligação DEM- PSDB não quer ser surpreendida em 2012, por exemplo, por rivais, como o PT. Tucanos e democratas acreditam que Lula deve impor novamente o nome de Aloizio Mercadante para concorrer à Prefeitura. Apesar de derrotado por Alckmin, Mercadante foi bem votado na Capital. Embora o quadro eleitoral com vistas à Prefeitura de São Paulo começe a ser esboçado, há quem acredite que ele pode sofrer profunda alteração na hipótese de José Serra perder a eleição para Dilma Rousseff: o PSDB poderia lançar Serra à sucessão de Gilberto Kassab. O PSDB, porém, não admite a possibilidade de derrota de Serra para a candidata petista no segundo turno.

eleição de domingo em São Paulo serviu também para definir outras hipóteses de candidaturas à Prefeitura paulistana. Paulo Skaf e Celso Russomano devem pleitear respectivamente, do PSB e do PP, a preferência para serem candidatos, aproveitando o rescaldo da campanha a governador, que serviu para que ambos se projetassem no eleitorado da Capital. A tradição indica, no entanto, que a eleição para prefeito em São Paulo em 2012 deve ser disputada, mais uma vez, entre os candidatos do PT e o da coligação DEMPSDB. O PMDB, que também é um partido forte no Estado, deve optar por se compor com outra legenda, desistindo de lançar candidatura própria, o mesmo ocorrendo com outras siglas, como o PTB. A exceção pode ficar com o PC do B, que pode aproveitar a boa votação de Netinho de Paula para o Senado para lançá-lo à Prefeitura. Conquistar a Prefeitura de São Paulo é a cobiça de todos os grandes partidos: dos 30 milhões de eleitores que o Estado contabiliza, 10 milhões estão concentrados na Capital.

Passadas as eleições de domingo e já a caminho do 2º turno, tornou-se obrigatória nos partidos a discussão sobre o papel das pesquisas na campanha.

A manutenção de mais um tucano no governo estadual representa valiosa contribuição na campanha do candidato da coligação DEM-PSDB à Prefeitura. O prefeito Gilberto Kassab, que foi reeleito com expressiva votação, também é considerado peça importante para a campanha municipal de 2012. assadas as eleições de domingo e a caminho da eleição presidencial no 2º turno, tornou-se obrigatória nos partidos a discussão sobre o papel desempenhado pelas pesquisas no desenrolar da campanha. Não são poucos os marqueteiros admitindo que os institutos de pesquisas erraram nos seus prognósticos e citam, como exemplo, a eleição para o Senado em São Paulo.

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Os institutos garantiram que eram mínimas as chances de vitória do candidato tucano, Aloysio Nunes Ferreira, ao mesmo tempo que profetizaram as vitórias tranquilas de Marta Suplicy e Netinho de Paula. Aloysio Nunes, no entanto, acabou se elegendo em 1º lugar, abrindo ampla vantagem sobre a segunda colocada, a candidata do PT. Os institutos minimizaram a importância do apoio de Orestes Quércia e o engajamento total de Geraldo Alckmin e Afif Domingos na campanha de Aloysio, a partir do momento em que os médicos recomendaram que o presidente estadual do PMDB deveria desistir da campanha para o Senado e se preocupar apenas em cuidar da saúde. EYMAR MASCARO É JORNALISTA E COMENTARISTA POLÍTICO MASCARO@BIGHOST.COM.BR

Fundado em 1º de julho de 1924 Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Alfredo Cotait Neto, Antonio Carlos Pela, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Claudio Vaz, Edy Luiz Kogut, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, João de Almeida Sampaio Filho, João de Favari, José Maria Chapina Alcazar, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nelson F. Kheirallah, Roberto Macedo, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Sérgio Antonio Reze

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O D E C L Í N I O D O S E S TA D O S U N I D O S É , E M B O A M E D I D A , A L G O P S I C O L Ó G I C O .

pinião

VICTOR DAVIS HANSON

NÓS NÃO SOMOS A GRÉCIA

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a Era de Obama, a noção de não ser excepcional ou preeminente surge como um alívio para milhões na esquerda, em sua maioria, em sincronia com os protocolos das Nações Unidas. Na direita, há uma sensação de que Obama é a grande expressão da queda; considerados os gastos desvairados, os esforços icônicos em se desculpar no exterior e os excessivos direitos a benefícios, nós simplesmente não somos o que um dia já fomos. Entre estas duas noções, a maioria não tem certeza – mas certamente está preocupada com a possibilidade de que não possamos sair da autoimposta cratera do endividamento e que a educação cultural, as fronteiras nacionais e os valores de nossa civilização estão se erodindo. Concordo com a última percepção, mas vejo o declínio na história como algo, em larga medida, psicológico. Em 1941, um Estados Unidos muito pobre (com a Depressão econômica ainda muito profunda) derrotou o Japão imperial e ajudou a derrotar a Alemanha nazista em menos de quatro anos. Entre 1870 e 1960, algumas poucas centenas de milhares de imigrantes pegaram um deserto esquecido por Deus no vale central da Califórnia e o transformaram num oásis de agricultura, por mais de meio século, contando só com força muscular humana e animal.

Pelo lado positivo, nossa economia é quase três vezes maior que a da China e nossa agricultura é a mais produtiva no mundo. Com todo o dano causado pelo governo federal, continuamos sendo a sociedade livre mais organizada do planeta, onde o mérito, ainda na maioria das vezes, determina o sucesso – e não a classe, raça ou filiação tribal. Enquanto na área de ciências humanas nossas universidades estão cada vez mais corruptas, os departamentos de ciências naturais, de engenharia, de ciência da computação são os melhores do mundo. Temos enormes reservas de carvão e gás natural, e podemos facilmente quadruplicar nossa geração de energia nuclear. Os militares dos Estados Unidos não são apenas os mais bem supridos e avançados tecnologicamente, mas os mais experientes em todas as formas de desafios modernos, de campanhas aéreas a contra-insurgência.

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eixei de acreditar nas artes americanas, no sentido de ficção e poesia, que estão em boa parte deturpadas pelo culto à ortodoxia de raça/classe/gênero, mas os conhecimentos em ciências, medicina e em outros grupos profissionais continuam preeminentes. Nossa população, mesmo sem a imigração, continua estável; não temos nenhum dos pesadelos demográficos do

Japão, Alemanha ou Rússia - ou a dinâmica de gênero deturpada do "apenasuma-criança" da China. Cristianismo e Judaísmo, os pilares da religiosidade pública, são compatíveis com a pluralidade, a tolerância e a democracia de uma forma que o Islã, até agora, com sua população de um bilhão de pessoas não é. As ondas de ateísmo e socialismo que podem ser vistas numa Europa estática ou em encolhimento, cheia de benefícios sociais, até o momento, não se instalaram aqui. Quando as pessoas protestam nos EUA é mais frequente que seja por conta dos gastos federais excessivos do que sobre os direitos a benefícios, tal como é a realidade na Europa.

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á uma surpreendente uniformidade de fartura nos Estados Unidos. Eu tenho certeza de que o supermercado terá praticamente tudo que desejo por um preço razoável e em quase qualquer estado. Quando, na União Europeia, vai-se de Amsterdã à zona rural grega, ou do leste da Polônia à Alemanha Ocidental, não existe a mesma uniformidade de serviços e conveniências. Nossos pais e avós nos deixaram uma infraestrutura, uma metodologia e um sistema constitucional maravilhosos. Portanto, é difícil que nossa geração (eu nasci em 1953) estrague tudo de uma vez, mesmo que tenhamos feito os melhores esforços para estra-

gar tudo nesses últimos vinte anos. Olhe para as frequentemente citadas patologias que estão destruindo o que herdamos e perceba o quanto estão facilmente dentro de nossa capacidade material de curar – e, no entanto, psicologicamente, simplesmente não temos a coragem de tomar o remédio. Pensemos num programa de autoajuda em quatro passos 1) Dívida pública: Se voltamos para as taxas de imposto de renda da era Clinton, por que não voltar para os dois anos de superávit fiscal da era Clinton? Para isso só é necessário um congelamento de ponta a ponta nos gastos do governo, como vimos no começo da década de 90, gastos que, nas duas décadas seguintes, cresceram exponencialmente. Não se trata só do fato de que uma grande quantidade de dinheiro é desperdiçada; mas é contraproducente criar uma cultura de dependência na ponta mais baixa e um capitalismo de camaradas na ponta mais alta. As soluções não requerem grande sacrifício material. O problema depende de quanto abuso pode-se suportar até que a reforma necessária seja feita. 2) Fron te i ra s : A maior inverdade desta era é que a fronteira sulista simplesmente não pode ser protegida. Pode sim, facilmente e por meio de quatro medidas simples, algumas já ativas: terminar a cerca que Obama interrompeu; multar emprega-

dores que contratarem estrangeiros ilegais; emitir um cartão de identidade biométrico, e reforçar a vigilância. Primeiro frear o influxo, e só depois lidar com o furor sobre trabalhadores visitantes, anistia, bebês "âncoras" ( nascidos nos EUA, filhos de imigrante ilegais), remessas de dinheiro para o exterior etc. 3) Educação: Numa era multirracial, na qual todos procuram algum tipo de status diferenciado devido a injustiças sociais imaginadas – um terço afro-americano, metade latino-americano, um quarto coreanoamericano – e em que a maioria dos bacharéis graduados já é composta de mulheres, está na hora de abrir mão da indústria da cotas quanto à raça/classe/gênero. Precisamos também voltar os currículos à investigação com base em fatos e indução, em vez do relativismo pós-moderno. Quando estudantes são ensinados sobre os males da alimentação ocidentalizada entre povos indígenas, mas não sabem identificar o Valley Forge ou o Panteão, estamos com sérios problemas. Tais mudanças seriam fáceis se abraçássemos algumas reformas básicas: acabar com a estabilidade de emprego dos professores, começar a pagar de acordo com o mérito em todas as

categorias, cessar as "atitudes afirmativas" e exigir exames para emissão de certificados de bacharel. 4) Código tributário: Eu não tenho realmente preferência entre "imposto fixo", "imposto justo", ou uma simplificação radical da bagunça atual; todos são preferíveis ao que temos no momento. É necessário fazer alguma coisa para evitar que bilhões de dólares sejam perdidos na preparação e preenchimento dos complexos formulários de imposto de renda ou na pura evasão fiscal, como é necessário reverter o crescente e deturpado sistema no qual a cada vez menor e cada vez mais demonizada faixa de alta renda está pagando a maior parcela dos impostos agregados, enquanto grupos de renda mais baixa estão completamente isentos – e crescentemente recebem créditos em 15 de abril, a data de entrega das declarações de renda nos EUA. VICTOR DAVIS HANSON É UM HISTORIADOR CLÁSSICO, ESCRITOR E ARTICULISTA DE VÁRIOS VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO AMERICANOS. ENTRE SEUS LIVROS ESTÁ “POR QUE O OCIDENTE VENCEU”. TRADUÇÃO: ROBERTO FERRARACIO PUBLICADO POR WWW.MIDIAAMAIS.COM

QUEIME A MÃE DE TODAS AS BRUXAS A

Mãe de Todas as Bruxas atende pelo codinome de Dillma e tem Mil Caras, não me sinto seguro em descrevê-la. Estou com uma fotinha dela de dois anos atrás e outra de hoje; são entidades totalmente diferentes. Suas biografias também não batem, a de antes não é a de hoje e a de hoje com certeza não será a de amanhã. Na fotinha antiga ela tem feições duras, rugas no rosto, os lábios num esgar estranho, talvez forçada tentativa de sorrir. E os cabelos, que horror. Na biografia de antes, a "cumpanhera de armas" como testemunhou Dirceu, era guerrilheira heróica e assaltante de bancos e do cofre do Adhemar com Mais de Dois Milhões e Quinhentos Mil Dólares evaporados, talvez abrigados em paraísos fiscais incertos e não sabidos ou repartidos irmãmente com a cumpanherada, como agora é repartida a grana que jorra dos propinodutos. Na de anteontem, era apenas uma vítima presa e torturada por "crimes de opinião". Na de hoje, ao desmentir que teria se declarado a favor do aborto, como testemunhou Santa Marina Cheia de Graça, disse

que não é a favor do aborto "por ser a favor da vida e como tal arriscou a sua própria vida". Ameaçou matar e talvez tenha matado em defesa da vida, vá a gente entender tal lógica. Na fotinha de agora as feições estão amenizadas, o rosto esticado, nos lábios um sorriso permanente; parece grudado para sempre, ela fica sorrindo até quando fecha os olhos para dormir. Sobre os lábios, aquelas ruguinhas indeléveis, que a peruagem chama de "código de barras". Minto, não fecha. As pálpebras parecem grudadas nas sobrancelhas. Olhos arregalados de quem finge enorme atenção em você, sorriso fixo de bondade até quando deita-se e dorme o sono dos justos. Lembra-me um genial filme japonês que vi na juventude, O Homem mau dorme bem. E os cabelos! Muy diferentes dos de antanho, não sei explicar se parecidos com os daqueles cãezinhos de madame sempre arrumadinhos, ou se com o cabelo daquele ditador da Coreia do Norte, com quem ela está cada dia mais parecida. O conjunto da obra, cabelos, cara, olhos arregalados, sorriso fixo, remete-me àquele

NEIL SARAVÁ ZIFIO

FERREIRA anúncio antigo do shampoo Colorama: "Ei, ei... A minha voz continua a mesma... mas os meus cabelos... " É isso. Os pitanguys da funilaria do Palácio do Planalto mexeram em tudo, reformaram, desamassaram, endireitaram, pintaram, mas não trocaram a buzina. A voz. Ela é uma impressão digital da criatura, um DNA, não há o que a modifique, é evidência de identificação aceita até nos tribunais das minhas séries de tevê, o "lixo cultural", como acusa o pensador petista Marco Aurélio Top Top Garcia. A Mãe de Todas as Bruxas pode assumir os formatos que desejar, mas "ei... ei..." a voz continua a mesma. Rascante, desagradável, uma ofensa aos ouvidos sensíveis. Basta escutar, nem precisa prestar atenção: antes como agora é ameaçadora e engrola, tatibitate, e gagueja penosamente até para dizer

que dia é hoje. Dá medo, se não pena. Acho que dá medo mesmo, pode ser trilha sonora de filmes do Frankenstein, do Drácula, da Madrasta da Branca de Neve que leva a maçã envenenada para a coitadinha indefesa. Se cruzar com uma de suas personificações e ficar em dúvida, apenas diga "Bom dia..." O som da resposta virá envolto em fumaça negra com o hálito de enxofre. É ela, a Mãe de Todas as Bruxas, a Bruxa de Mil Caras. Fuja correndo, não sem antes mostrar-lhe o crucifixo. Sempre carregue um como arma de legítima defesa. Um dia ela definiu-se como "ateia e marxista", não sei se ainda vale. Brade bem alto para todo mundo ouvir: "Vade retro Satã". Se puder, repita mais outras vezes "Vade retro Satã ! Vade retro Satã !" e não se esqueça de se benzer, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo,

amém, com beijinho na unha do dedão da mão com a qual se benzeu. Não há Barzabu que arresista, nem o que encarna a Martaxa Relaxa e Goza, entidade da mais Impura Maldade que habita os cafundós dos quintos de todos os infernos. Se aparecer virada de boazinha, vai estar virada de Lullinha Paz e Amor, agora que a cambada reunida no Palácio do Planalto pediu ao Lullão que pare de latir e babar e morder e ameaçar a imprensa que ainda resta livre, os editoriais do Estadão fizeramno uivar, há testemunhas. Lullinha Paz e Amor será ela, escrita e escarrada. O serviço sujo está terceirizado ao C* Boca de Latrina, chutado para escanteio mas de lá, do escanteio,

recuperado para acusar Serra, aliados e até a família, de malfeitos mentirosos, inventados pela marquetagem. C* Boca de Latrina será ela, escrita e escarrada. Dirceu, pescado da fossa onde estava afundado e a ela rescendendo, ressurge disputando o butim com "mermão Paloffi" e prometendo a uma platéia de sindicalistas "um governo sindicalista" e "controle dos meios de comunicação". Dirceu, dela "cumpanhero de armas", será ela, escrita e escarrada. Sarney, Barbalho, Collor, MST, CUT, UNE, Delúbio, Renan, o que de pior existe, são ela escrita e escarrada. A MÃE DE TODAS AS BRUXAS TEM MIL CARAS. VAMOS QUEIMÁ-LAS TODAS. SERRA NELAS.

NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO


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4 -.GERAL

Giba Um

3 De Wagner Moura, o Capitão 3 Nascimento: "Sempre votei no PT, gostei do governo Lula, mas estou indeciso com essa coisa viciada."

gibaum@gibaum.com.br

k Achei simpático essa senhora dizer que se inspirou em mim. Mas é «

uma pessoa do bem? Vou procurar saber.

CAROLINA HERRERA // estilista, que está no Brasil, informada que seu cabelo inspirara o topete de Dilma Rousseff.

Fotos: Paula Lima

Nova sem-teto Até o dia 17 de outubro, a ex-ministra Erenice Guerra terá que deixar a mansão do conjunto 15 da SHIS QL 12, na Península dos Ministros, em Brasília. É quando acaba o prazo de 30 dias após a exoneração, publicada no Diário Oficial da União , para desocupar a mansão reservada aos ocupantes da Casa Civil da Presidência. Dia 18, Erenice dará adeus aos cinco meses de mordomia. Está procurando nova casa, ainda não encontrou e em ultimo caso, poderá ir morar com um de seus filhos ou mesmo na casa de algum de seus muitos parentes.

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VAI E NÃO VOLTA Depois da Itália cair fora da área e a Indonésia nem querer saber, o Brasil pode acabar mandando em fevereiro do ano que vem 150 fuzileiros navais para a força de paz da ONU numa região considerada das mais perigosas do planeta: é a linha azul que separa Israel da área controlada, no Líbano, pelos terroristas do Hezbollah. A missão da Unifil, versão libanesa da Minustah, no Haiti, começa em dezembro, com envio de uma missão oficial da Marinha do Brasil. Jornais europeus consideram que “quem vai para lá, não volta” – e o último a usar a expressão foi La Reppublica.

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Veterana e em grande forma, Luiza Brunet, 48 anos, e Yasmin Brunet, 22 anos, mãe e filha (as duas, na primeira foto à esquerda), foram as atrações especiais dos desfiles das novas coleções de verão no Espaço Contemporâneo, em São Paulo. É a terceira vez que desfilam juntas e Luiza fica feliz quando é convidada a desfilar “depois da aposentadoria” (e faz adeusinho e caretas na passarela). A atriz Thayla Ayala (segunda foto, com Fernanda Sousa) também desfilou e na platéia, entre outras, estavam Fabiana Scaranzzi (terceira foto) e Giovanna Ewbank (direita). E mais uma vez, a uma repórter de rádio, Luiza jurou (os boatos continuam) que “nunca namorou com o presidente Lula”. 333

Mãe e filha

Lula reclamou que a campanha, no primeiro turno, não bateu o devido bumbo sobre a capitalização da Petrobras. O marqueteiro João Santana apresentou seu argumento, considerando “uma operação muito difícil de explicar”. E tem razão: o governo vendeu para a Petrobras 5 bilhões de barris de petróleo que estão enterrados em algum lugar do pré-sal e cobrou R$ 72 bilhões. A estatal ficou devendo a dinheirama pelo direito de pesquisar, perfurar e tirar óleo do fundo do mar. Depois, abriu seu capital, ofereceu ações no mercado (agora, em queda) e o governo comprou parte por R$ 45 bilhões. Mas, tinha crédito, abateu e continua credor de R$ 27 bilhões. A Petrobras não vai pagar e o governo mesmo assim, registra como receita e bate superávit histórico. E ainda vai pegar parte do dinheiro e emprestar para o BNDES para pagar as ações da Petrobras. Resultado: governo fica com 51% das ações (é dono da estatal), BNDES com 39,8% e o restante, quase todo em mãos estrangeiras. Entendeu?

Petróleo sembumbo

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Paulo Skaf, que reassumiu a presidência da Fiesp á toque de caixa, deixando muito petista na mão (na posição, está impedido de manifestar apoio a qualquer candidato), gastou muito dinheiro e ganhou alguma experiência em sua empreitada ao governo de São Paulo. E criou certo desprezo pelo programa CQC : foi entrevistado na campanha e a maioria das perguntas era do tipo pegadinha . “Qual é o preço da passagem do metrô?” ou “Quanto custa um quilo de feijão?”. Skaf respondeu corretamente a todas as perguntas – e o programa não foi para o ar. 333

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ntes de ser ordenado sacerdote, em 1901, em Verona (Itália), já era muito dedicado aos necessitados e às crianças abandonadas, para as quais criou a Casa de Acolhida Bons Meninos, que se espalhou pelo país. É também o fundador da Congregação dos ria São João Caláb Pobres Servos da Divina Providência.

Olho nas revistas O Brasil está cheio de revistas regionais, a maioria voltada para os ricos das cidades onde as publicações circulam. E muitas têm características surpreendentes: em Belo Horizonte, uma revista chamada Viver Brasil, saiu antes das eleições (na capa, a data é de 8 de outubro) e na Coluna do PCO, está escrito: “Com a derrota fragorosa de José Serra – que sai menor nestas eleições – os tucanos paulistas chegaram à conclusão que se não tivesse aceitado a imposição da candidatura de Serra, o PSDB poderia ter se saído bem se o candidato fosse Aécio Neves”. Já em Campinas, interior de São Paulo, circula Absoluta Gente que veicula anúncio de uma clínica odontológica onde o principal dentista aparece usando black-tie . 333

SÓ NA FOTO O jornalista e apresentador do BigBrother Brasil,PedroBial, andou suspirandopela chef de cozinhaBelCoelho,considerada uma das melhores de São Paulo, hoje no comando do restaurante Dui, depois de outras aventuras culinárias. O affair ainda não decolou mais Bial ficou ainda mais animado depois que conseguiu uma edição da revista Trip atrasada, onde Bel exibia suas intimidades. Numa cozinha, aliás. 333

MISTURA FINA HOMOSSEXUAIS do Rio estão em pé de guerra contra o pastor Silas Malafaia que espalhou pela cidade mais de 500 outdoors onde se lê: “A favor da família e da preservação da espécie humana. Deus fez macho e fêmea”. 333

HÁ QUEM aposte que Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, que denunciou o esquema do mensalão, e José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, estão se reaproximando e até poderão fumar um cachimbo da paz. O primeiro foi cassado porque também estava envolvido no mensalão e o segundo porque foi considerado o coordenador do esquema.

As curvas da Tropa

A estrela sobe: Tainá Mueller, 28 anos, que está no elenco de Tropa de Elite 2 (é a jornalista que investiga irregularidades na polícia) ganha as páginas das revistas onde – também não resiste à febre de nudez que assola o showbiz – posa para ensaios repletos de sensualidade. De um lado, bem desinibida na revista de Joyce Pascowitch; de outro, exibe as belas pernas na seção Preliminares da revista Vip. Ela estreou em 2007 no filme Cão sem Dono (ganhou prêmios de melhor atriz ) e está no elenco de Insensato Coração , de Gilberto Braga, que sucederá Passione . 333

333 EX-presidente do Supremo, o ministro Gilmar Mendes e o exministro da Justiça, Mário Thomaz Bastos, que andaram trocando farpas, há dias, por conta da ação do PT sobre a exigência de dois documentos na hora de votar, já fizeram as pazes.

333 BLOGUEIROS bemhumorados estão vaticinando que, no ano que vem, o Brasil poderá indicar para o Oscar um filme especial: “Dois Filhos de Erenice”.

FRANKLIN Martins, do staff da candidata Dilma Rousseff, ministro da Comunicação da Presidência e que poderá ser o ministro das Comunicações, se ela vencer, voou para a Europa em busca de referencias para o controle do setor de mídia e para convidar executivos para um simpósio que o Planalto fará, antes do final do governo Lula. Franklin quer criar um tribunal de mídia , fora do circuito oficial do Judiciário e controlado pela Agência Nacional de Comunicações. 333

Todo cuidado é pouco Lula já recomendou a sua pupila Dilma Rousseff que se misture com populares e não dê mais entrevistas à distância – e ela está tentado seguir a cartilha. Agora, o presidente está preocupado com o debate da Bandeirantes: não coloca muita fé no taco da candidata e aposta que José Serra tentará desequilibra-la emocionalmente. 333

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FORA DO AR

8 de Outubro

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Chegado à famosas 333 Depois de participar de um desfile em São Paulo, ao lado da filha Yasmin, Luiza Brunet foi fotografada no Bar Número ao lado do banqueiro Luis Octávio Índio da Costa, do Banco Cruzeiro do Sul, que estava na platéia do evento de moda. Os dois apressaram-se em desmentir qualquer romance, alegando ser “grandes amigos” e ele ainda reclamou: “Quem sou eu para pegar aquele mulherão!”. Luis Octávio Índio da Costa é chegado a celebridades: anteriormente, circulou com Daniela Cicarelli: o affair durou pouco e ela pulou fora. O banco enfrentou sérios problemas no final de 2008, mas deve ter se recuperado: o mesmo Luis Octávio anunciou a doação de R$ 1 milhão para a ONG de Madonna.

MAIS: o ator se assustou mais com José Dirceu: "Projeto de poder é muito assustador e Dilma não tem força na personalidade".

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

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Sapatos vermelhos (vários modelos).

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Sola vermelha fake (original é Louboutin).

AorelhadeNarcisa Figura conhecida e mais do que animada dos círculos cariocas, Narcisa Tamborindeguy acaba de lançar seu segundo livro chamado Ai, que Absurdo! (o primeiro chamava-se Ai, que Loucura!). Na noite de lançamento do livro, numa livraria no Leblon, no Rio, um dos primeiros a chegar foi o cirurgião plástico Ivo Pitanguy e uma declaração de Narcisa acabou virando piada: “O Ivo é um amigo querido. Foi ele que fez minha orelha. Mas, calma, não a minha orelha da cabeça, não. Ele fez a orelha do meu livro”. De largada, o livro era vendido em promoção: custava R$ 28, mas podia ser comprado por R$ 22,12 – e em três parcelas. 333

MUITOS jornais do Brasil e do mundo ganharam denominações, usando-se apenas as iniciais de seus nomes. Por exemplo: Jornal do Brasil virou JB (extinto) e Financial Times transformou-se em FT. Agora, o Jornal Nacional da Globo faz grande esforço, mas não há possibilidade alguma de virar JN. 333

Colaboração: Paula Rodrigues,Alexandre Favero

Solução


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

5 SEMELHANÇAS Petistas acham que Serra e Dilma têm a mesma posição sobre o aborto

olítica

DIFERENÇAS Tucanos contraatacam: e a taxa de juros, a burocracia, a carga tributária?

Alexandre Guzansue/AE

PT diz que Dilma e Serra compartilham opinião sobre aborto

Agora a tática é declarar que não há diferença entre os dois (pelo menos nesse quesito)

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Dilma Rousseff continua assombrada pelo medo de perder o eleitorado religioso para o rival José Serra

Dom Odilo Scherer pede mais clareza aos candidatos Arcebispo de SP também critica polarização de debate eleitoral em um só tema

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arcebispo metropolitano de São Paulo, cardeal dom Odilo Scherer, que também é membro do conselho permanente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), disse, ontem de manhã, considerar que não é positiva para o debate eleitoral a polarização em torno da questão do aborto. Mas, para ele, os candidatos devem apresentar claramente suas ideias sobre o tema. A afirmação foi feita durante o encerramento da Semana Nacional da Vida, organizada no Amparo Maternal, entidade filantrópica que acolhe gestantes carentes, na região da Vila Mariana, em São Paulo. Quando perguntado se a posição do candidato sobre o aborto seria fundamental na hora de escolher o próximo presidente da República, Dom Odilo declarou que outros assuntos também devem ser levados em consideração antes de o eleitor decidir. [O aborto] é uma das questões que os eleitores tem que saber o posicionamento dos candidatos. Porém, a polariza-

ção em torno do assunto não é boa, porque temos muitos assuntos que devem também ser levados em consideração [na hora do voto]". Para o cardeal, os candidatos devem "se manifestar sobre aquilo que é sua posição [sobre o aborto], assim como tantos outros assuntos que interessam aos eleitores". Dom Odilo reiterou a posição da CNBB de não declarar apoio a partidos ou candidatos nesta disputa eleitoral. "A Igreja se propôs a não indicar partidos ou candidatos, mas apontar critérios e princípios com relação à escolha, que deve ser livre e autônoma." Questionado sobre integrantes da igreja que teriam indicado apoio a algum candidato, Dom Odilo afirmou que "se algum o fez é por sua responsabilidade". "Não é uma posição oficial. E descartou uma divisão na CNBB sobre o assunto. "A posição foi votada em assembleia geral, portanto, não há divisão", declarou. O arcebispo de São Paulo lembrou ainda que a Igreja Católica considera que a vida hu-

mana se inicia no momento da concepção. "Independente das condições que em que foi concebido, o ser humano precisa de amparo. A criança não deve pagar com a sua vida pelo que outros cometeram de forma errada", disse. Em nome da fé– Na noite de quarta-feira, em Brasília, a Comissão Brasileira Justiça e Paz, órgão ligado à CNBB, criticou o uso da religião para fins eleitorais e disse que grupos desconsideram orientações da CNBB. A comissão divulgou nota na qual comenta o momento político brasileiro. "Muitos grupos, em nome da fé cristã, têm criado dificuldades para o voto livre e consciente", afirma o texto (leia a íntegra em www.acsp.com). Para o deputado federal Geraldo Magela (DF), membro da Executiva Nacional do PT, a polêmica sobre o aborto será superado até "metade da semana que vem". Magela afirmou aos jornalistas que o tema do aborto voltará ao "submundo da política, de onde nunca deveria ter saído e lá permanecerá". (Agências)

ideranças do PT passaram a adotar a estratégia de dizer em entrevistas que Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) têm a mesma posição em relação ao aborto, a de que são contra e não defendem a alteração da legislação atual, que prevê essa possibilidade apenas nos casos de estupro e risco de vida à mãe. Ontem, antes de entrar na reunião da Executiva do PT, em Brasília, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha , que tirou férias para se dedicar à campanha, disse que a polêmica não tem razão de ser. " Te m t e m a s s o b re o s quais não existe diferença entre os candidatos. Os dois candidatos têm a mesma posição sobre o aborto, são contra". Após a reunião, o presidente nacional do PT e coordenador nacional da campanha, José Eduardo Dutra, também repetiu a afirmação: "Esse é um tema em que não há nenhuma diferença entre Dilma e Serra. Eles pensam exatamente a mesma coisa. Há uma legislação, e a Dilma já disse claramente que não vai propor mudança nela". Estratégia – As declarações fazem parte da estratégia do PT de tentar tirar a candidata da defensiva em relação ao tema. Tendo se declarado a favor da descriminalização do aborto antes da campanha, Dilma se viu pressionada por apoiadores ligados à área religiosa a

ponderar o discurso, como forma de não perder votos nesse segmento. Desde então, ela vem se declarando pessoalmente contra o aborto e a descriminalização, mas ressalta que o assunto também tem que ser tratado do ponto de vista da saúde da mulher. A campanha do PT tem dito que a divulgação por adversários de que ela seria favorável

ao aborto teria lhe tirado votos no primeiro turno. O presidente do PT disse ainda que o partido deve lançar um manifesto juntamente com os demais partidos da aliança, conclamando a militância a se empenhar pela vitória de Dilma e a "repelir a guerra suja". O PT solicitou à Polícia Federal que abra inquérito para apurar quem são os responsáveis por panfleto distribuído na quarta-feira em encontro

tucano e que incita militantes a divulgar na internet que, caso eleita, Dilma tentará impor a legalização do aborto, prostituição, perseguir cristãos e limitar a liberdade religiosa. Privatizações – Tanto Dutra quanto Padilha afirmaram que o PT usará o segundo turno para ressaltar as diferenças entre o governo Lula, do qual Dilma fez parte, e o governo de Fernando Henrique Cardoso, do qual Serra fez parte. Eles exploraram o tema das privatizações, abordado por Serra no dia anterior, para dizer que o tucano fez uma "defesa enfática" delas, além de citar as mudanças no marco regulatório do pré-sal, questionando se Serra apoiará as declarações de seu assessor para área de energia, David Zylbersztajn, que é contra a mudança do modelo de concessões para o de partilha. "Quero saber se o Serra apoia dar esse bilhete premiado às multinacionais", disse Dutra, sobre o pré-sal. (Folhapress)

Tem temas sobre os quais não existe diferença entre os candidatos. Ambos têm a mesma posição sobre o aborto, são contra. ALEXANDRE PADILHA

Antonio Cruz/ABr

Moacyr Lopes Junior/Folhapress

Dom Odilo Scherer: "Candidatos devem se manifestar sobre aquilo que é sua posição [sobre o aborto], assim como tantos outros assuntos"

Petista quer direito de resposta contra a TV Canção Nova

Ministro Alexandre Padilha tira férias para se dedicar exclusivamente à campanha de Dilma Rousseff

Respostas à oposição estarão na carta programa

Programa católico passou sermão de padre que Dilma considerou difamatório

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or meio de representação direcionada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a coligação "Para o Brasil seguir mudando" e sua candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff, solicitaram direito de resposta contra a TV Canção Nova, no tempo de 15 minutos, em horário matutino. Na manhã da terça-feira, dia 5, a emissora teria exibido, ao vivo, a realização de um sermão na qual um padre pediu aos fiéis que não votem na candidata Dilma no segundo turno das eleições presidenciais. De acordo com a representação, no programa transmitido pela TV Canção Nova, o religioso emitiu opiniões ofensivas à candidata e ao Partido dos Trabalhadores, com afirmações

falsas de caráter difamatório e injurioso. "Dentre outras afirmações falsas e ofensivas, de cunho difamatório e calunioso, o referido padre afirma que o PT é a favor da interrupção de gestações indesejadas", esclarece o texto. A representação sustenta que a emissora não se limitou a emitir opinião contrária à coligação e á candidata, mas fez graves ofensas à honra e à reputação, "a ensejar a concessão de direito de resposta". Entre as supostas acusações estão a de que: o país piorará se o PT e sua candidata ganharem as eleições; o partido defende a prática de aborto; a candidata e o PT pretendem aprovar leis que cerceiem as liberdades de imprensa e religiosa; ambos

pretendem aprovar a celebração de casamento entre homossexuais; eles têm a intenção de transformar a nação brasileira em nação comunista com terrorista. Em todas elas, conforme a representação, o religioso afirma que poderia ser morto ou preso em virtude de suas afirmações, "em clara sugestão caluniosa de que o PT poderia praticar algum crime contra a sua integridade física". A coligação pede 15 minutos para resposta, argumentando que a lei eleitoral proíbe as emissoras de veicular propaganda política ou difundir opinião favorável ou contrária a candidato, partido ou coligação, a partir de 1º de julho do ano da eleição. (AE)

Presidente do PT diz que programa de governo será fechado após o feriado

A

coordenação da campanha de Dilma Rousseff divulga na próxima semana, depois do feriado do dia 12, o documento final relativo ao programa de governo da presidenciável do PT. A informação é uma resposta do presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, ao PMDB, que intensificou a cobrança do documento, durante encontro nacional do partido que ocorreu quarta-feira em Brasília. Entre os peemedebistas, há o sentimento de que, se esse documento tivesse sido concluído e divulgado, evitaria a onda

de boatos que se alastrou pela internet e retirou votos de Dilma, caso das afirmações de que ela seria favorável ao aborto. O programa não fará menção ao aborto, porque esse tema não tem relação com o cargo de presidente da República, mas o petista adiantou que o texto vai contemplar a defesa da democracia e das liberdades constitucionais de expressão e de imprensa, além de reafirmar o Estado laico. Inicialmente, a ideia era que esse documento detalhasse, em 13 itens, o programa de governo da candidata. O PMDB

destacou o ex-governador do Rio de Janeiro, Moreira Franco, para compor o grupo de trabalho que o redigiria. O primeiro item, "mais democracia", emplacou, mas a coordenação da campanha de Dilma interrompeu esse trabalho. Um documento provisório foi protocolado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no ato do registro da candidatura de Dilma, mas foi logo retirado por conter temas polêmicos defendidos por setores radicais do PT, como o controle dos meios de comunicação e a tributação de fortunas. (AE)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O povo deu o recado, queremos uma mulher na Presidência. Como só tem a Dilma no 2º turno, acho que será favorecida. Presidente Lula

olítica

Lula: priorizar aborto é baixar o nível Em cerimônia de entrega de plataforma da Petrobras, presidente defende Dilma: "Tem gente no submundo que baixa o nível da campanha ao priorizar este assunto" Sérgio Moraes/Reuters

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presidente Luiz se movimentando". Para ele, o Inácio Lula da Sil- tipo de voto de Marina tem va assumiu o papel mais a ver com Dilma". de cabo eleitoral Lula ressaltou que o princida candidata à Presidência pal recado que ficou das urnas Dilma Rousseff (PT) ontem, é que: ao contrário do previsto em entrevista coletiva, no Rio – sobre o povo ter medo de elede Janeiro. Indagado sobre a ger uma mulher – 67% dos voquestão do aborto, disse que tos no 1º turno, em alguns luDilma já se manifestou e que gares, como no Rio, a até 77%, "tem gente no submundo que foram para mulheres. baixa o nível da campanha ao "O povo deu recado que nós priorizar este assunto". queremos uma mulher na Pre"Eu sofri este tipo de pressão sidência. E como só tem a Dilem 1989, quando criticaram ma de mulher no 2º turno acho minha barba, a estrela, a cor que ela será favorecida". P et r ob ra s – Ontem, Lula vermelha do PT. Disseram até que eu ia acabar com as igrejas participou de cerimônia de enevangélicas, mas não tem um trega da plataforma P-57 da Petrobras, em pastor neste Angra dos País que não Reis (RJ). Em venha me seu primeiro agradecer pediscurso delo que eu fiz Eu sofri pressão (...) pois do 1º turpela liberdade criticaram minha no, disse, em religiosa", disbarba, a estrela, o tom de brincase, olhando deira que "no para o bispo vermelho do PT. Crivella. Disseram até que ia dia 31 (de dezembro), "Não gosto acabar com as quando der de misturar os igrejas evangélicas. meia-noite, eu dois assuntos, ainda não vou . . . s e t e m a lPRESIDENTE LULA entregar a faiguém neste xa. Eu estou País que tem experiência de eleição sou eu. pensando em colar a bichinha E ao contrário do que muitos na barriga, com uma cola dadizem, eu gosto de 2º turno". quela que não larga, e sair corPara ele, a diversidade cultural rendo". Petroleiros e metalúrdo Brasil exige isso e o 2º turno gicos riram. Lula afirmou fez um mandapermite "debate de ideias de maneira mais frontal" (mais so- to republicano. "Eu duvido que tenha no Brasil um prefeibre o assunto na página 5). Indagado sobre a posição to de qualquer partido polítique a candidata Marina Silva co, um governador de qual(PV) deverá tomar na eleição, quer partido político que posele lembrou que a "compa- sa dizer que precisou de R$1 e o nheira Marina é de longa data Lula não deu porque ele não com quem convivo há 30 anos pertencia ao meu partido. Não e foi ministra durante dois ter- é assim que faço política". "Eu tenho divergência com ços do meu mandato, e só saiu quando quis". "Sempre respei- muita gente, mas como presitei suas decisões e acho que ela dente (...), eu sou presidente de está no seu tempo para decidir. 190 milhões de brasileiros e eu Talvez nem tome e queira ficar trato todo mundo em igualdaum pouco neutra, mas é im- de de condições", completou. portante que os eleitores estão Lula afirmou à plateia que a

Lula (acima) na entrega da plataforma P-57 da Petrobras, em Angra dos Reis (RJ), faz discurso emocionado de despedida a petroleiros e metalúrgicos. À direita, presidente com governador reeleito do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB): óculos 3D

Petrobras tem, após a capitalização, R$ 224 bilhões para investimento (leia mais sobre o assunto na página E6). "Teve um tempo em que a diretoria da Petrobras achava que era o Brasil que pertencia à

'Imprensa é livre, o que não quer dizer que é boa', diz Franklin

Fábio Motta/AE

Petrobras, não era a Petrobras que pertencia ao Brasil. A ponto de ter presidente que falava: 'a Petrobras era uma caixa preta, ninguém sabe o que acontece lá dentro'. No nosso governo, ela é uma caixa branca e

transparente... Nem tão assim, mas é transparente". Legado – O presidente aproveitou para mandar um recado aos trabalhadores. "Quero me despedir dizendo que o legado que eu quero deixar na cabeça

de cada homem e de cada mulher é a certeza de que não existe um ser humano inferior. Se eu pude ser presidente da República, qualquer um de vocês pode ser presidente, governador, prefeito". Já lideranças sindicais e o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval, Ariovaldo Rocha, conclamaram a plateia a optar pela continuidade nas eleições do próximo dia 31. Não mencionaram o nome de Dilma. No fim da cerimônia, Lula recebeu uma faixa de um grupo de trabalhadores agradecendo os empregos criados em Angra. Nela, via-se claramente que o nome de Dilma fora trocado pela palavra festa: "Agora é festa!". (Agências)

CLIMA DE FERIADO Alan Marques/Folhapress

Em Londres, ministro afirma que "neste governo, publica-se o que se quiser"

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ara o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins, é "ideologização" dizer que a proposta de regulação da mídia é um atentado à liberdade de imprensa. "Neste governo, publica-se o que quiser. A imprensa é livre, o que não quer dizer que é boa", afirmou em Londres. Ele está na Europa para colher experiências para as novas regras do setor e convidar entidades estrangeiras para participar do seminário sobre meios eletrônicos a ser realizado no Brasil no próximo mês. De acordo com o ministro, o

governo quer apresentar um anteprojeto de regulação da mídia entre o fins de novembro e o início de dezembro. Caberá ao próximo presidente decidir se a proposta será mantida ou não. Franklin não quis comentar o processo eleitoral no Brasil. Disse que deixa o cargo no fim do ano. Ele acredita que o processo de convergência das mídias e a chegada de novas tecnologias impõem necessidade de regras atualizadas para o setor, tema que afeta o mundo todo, não só o Brasil. As normas nacionais em vigor foram criadas em 1962, quando não existiam a te-

Fabio Pozzebom/ABr - 27.06.07

Franklin Martins, a favor de projeto de regulação da mídia: "Sem a regulação, o setor [mídia] vira terra de ninguém".

levisão a cor, nem o satélite. Sem a regulação, o setor vira "terra de ninguém", avaliou. O ministro disse que a radiodifusão faturou R$ 13 bilhões no País em 2009, e a área de telefonia, receitas de R$ 180 bilhões. "As empresas de radiodifusão serão atropeladas", afirmou, ao defender mais regras para quem tem maior poder de mercado e um "olhar específico" para a radiodifusão, que cumpre papel social no Brasil. Para ele, o primeiro nó a desatar é "fazer as pessoas entenderem que a regulação faz bem para todo mundo". E citou países como a Inglaterra e os Estados Unidos, onde o setor é regulado e a imprensa é livre. "Nos EUA é assim e ninguém achou que a liberdade de expressão estava em risco." A ideia é que a fiscalização da mídia seja feita por agência reguladora. Na Europa, existem experiências com agências para normatizar o espectro, como a Anatel, e o conteúdo da mídia. "Entendendo conteúdo não enquanto censura: tem que ter produção regional, produção independente, produção nacional, tem que ter certas regras de equilíbrio." Ele descartou a existência de um "tribunal da mídia" para tratar de conteúdo da imprensa. Chamou a ideia de "ficção". Disse ser favorável à autorregulação do setor – só se houver regras estabelecidas para o segmento – enfatizou que a alteração do limite de participação do capital estrangeiro nas empresas do setor não está em pauta. Depois de Londres, o ministro segue viagem para Bruxelas. (AE)

Lúcio Távora/AOG

Câmara vazia. E praias enchem. Mesmo tendo a sua bancada renovada em 45% nas eleições de 3 de outubro (230 dos 513 deputados não se reelegeram) , a Câmara dos Deputados permanece às moscas nesse período que antecede o segundo turno das eleições (veja acima a sessão plenária de ontem). O Senado também ainda não conta com a presença de sua representante de São Paulo, a ex-prefeita e ex-ministra do Turismo, Marta Suplicy. Ela ontem desfilava seu visual praiano ao lado do atual namorado, Márcio Toledo, presidente do Jockey Clube de São Paulo, na reservada praia de Itacaré, no Sul da Bahia. Eles são hóspedes do Resort Txai, um dos hotéis mais luxuosos do Brasil.


p Serra: 'O que está em jogo é a mentira' DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

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Há uma variedade de cores [no PV}: os verdes-verdes, que pregam a neutralidade, os verdes-vermelhos e os verdes-azuis. Maurício Brusadin

olítica

Tucano volta a condenar afirmações de sua adversária na discussão sobre o aborto e lamenta que o tema volte a dominar a campanha no segundo turno José Patrício/AE

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Geraldo Alckmin, José Serra, Aloysio Nunes e Sérgio Guerra, no comitê da campanha, em São Paulo: existem posições defendidas só na eleição

PV só define posição no dia 17 Presidente do diretório paulista diz que militantes terão o direito de discordar do que será definido

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onsiderado o fiel da balança neste segundo turno das eleições, o PV anunciou ontem que fará no dia 17, em São Paulo, a convenção para definir a posição do partido em relação a apoio ou neutralidade. Participarão dessa plenária aproximadamente 90 pessoas, entre eles cinco representantes do Movimento Marina Silva, cinco colaboradores do plano de governo, cinco delegados religiosos – integrantes de entidades cristãs –, candidatos da legenda que disputaram os pleitos estaduais, a executiva nacional da sigla e a coordena-

ção da campanha da senadora Marina Silva (PV-AC), além dos deputados eleitos da agremiação. O presidente do Diretório Estadual do partido em São Paulo, Maurício Brusadin, adiantou ontem que a postura da minoria da legenda será respeitada e que cada militante terá o direito de ter um ponto de vista contrário ao que será definido. "Isso vale também para Marina", afirmou Brusadin. Hoje, um grupo formado por 21 cooperadores da campanha se reunirá para definir os dez itens da plataforma dela que

serão sugeridos aos candidatos a presidente Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). "Vamos ver o quanto eles se comprometem com essas causas, mas também não vamos lidar com isso com a faca na garganta [de Dilma e Serra]". Brusadin ressaltou que a negociação com petistas e tucanos será unicamente baseada no programa a ser apresentado a eles pelo PV e que está fora de cogitação a discussão de cargos. "Não nos interessa ocupar cargo", avisou. Brusadin admitiu que existem divergências na sigla sobre qual rumo tomar. "A cam-

Joel Silva/Folhapress

panha de Marina é uma diversidade. É difícil dizer que tenha uma tendência porque há uma variedade de cores: há os verdes-verdes (os que pregam a neutralidade), os verdes-vermelhos e os verdes-azuis". De acordo com ele, os entendimentos sobre apoio não podem partir do princípio de acordos da agremiação com o PSDB ou o PT feitos no passado porque o resultado das urnas apresentou uma nova situação política ao PV. "Hoje, o PV é outro partido. São 20 milhões de votos", enfatizou. Gabeira – Em defesa do candidato derrotado a governador do Rio de Janeiro, Fernando Gabeira (PV), Brusadin disse que a posição dele é um caso excepcional porque a candidatura foi viabilizada com o apoio do PSDB. "A posição dele tem a ver com a aliança estratégica dele. Alguns abriram o voto antes porque não tivemos a agilidade para segurá-los". (AE)

Marina: candidata vai aguardar decisão da legenda sobre o PT de Dilma Rousseff e o PSDB de José Serra

Tucanos vão consultar verdes PSDB entende que é preferível conhecer antes as posições do PV sobre questões ambientais polêmicas

O

s tucanos afirmaram que não vão se posicionar sobre temas que envolvam questões ambientais, como a transposição do Rio São Francisco, sem antes conversarem com o PV. "Não vamos discutir questões que envolvam meio ambiente para não atrapalhar a situação nacional e estadual", comentou o coordenador de campanha do PSDB no Piauí, Washington Bonfim. O governador Wilson Martins (PSB) apoia o projeto totalmente. Ele deu início a um plano de interligação das bacias hidrográficas para perenizar os rios na região do semiárido. O projeto é financiado com recursos do Banco do Nordeste, do BNDES e próprios. Algo em torno de R$ 230 milhões. Washington Bonfim disse que o projeto de transposição do Rio São Francisco, além de

polêmico, envolve as questões o b s e r v a r a l g u n s p o n t o s . ambientais, mas que quer co- "Acreditamos que a Codevasf nhecer as condições políticas pode operar, desenvolver as discutidas com o PV. "Não fize- potencialidades e aproveitar mos essa análise. melhor os projeMas temos a comtos, sem gerar esp re e n s ã o q u e a sa polêmica de Codevasf (Comtransposição", panhia de Desene m e n d o u Não vamos volvimento dos Washington Bondiscutir Vales do São Franfim. cisco e Parnaíba) e Para o goverquestões que seus projetos esn a d o r Wi l s o n envolvam o tão sendo subutiMartins, a transmeio ambiente lizados. Esse órposição ataca um para não gão contribui pagrave problema atrapalhar. ra o desenvolvique assola a remento regional, gião do semiáriWASHINGTON BOMFIM tem potencial, do – a falta mas não é utilizad'água. A transdo como deveria", argumen- posição deve minimizar esse tou o coordenador do PSDB. problema em Estados como Ele disse que o candidato a Pernambuco, Paraíba, Bahia, governador pelo PSDB no Piauí e até no Ceará. "A intenPiauí, Sílvio Mendes, não é ção é perenizar as várias bacias contra nem totalmente a favor hidrográficas, principalmente da transposição e que prefere na região do semiárido. Esta-

mos fazendo esse projeto de interligação das bacias no Piauí para aproveitar o potencial hídrico das grandes barragens e fazer adutoras para garantir a água para consumo e irrigação", comentou. A bacia do São Francisco não chega ao Piauí, mas tem previsão do Canal do Sertão para contemplar as bacias no Sul do Estado, dando à população acesso à água. "O estudo e o projeto têm uma concepção responsável, como é a da transposição do São Francisco, observando a preservação das bacias. Acreditamos que aqui, depois dessas intervenções, possa ocorrer o que aconteceu no Vale do São Francisco, com a produção, a geração de emprego e renda, qualidade de vida e o desenvolvimento. Somos a favor do projeto para atender as necessidades da população", assinala. (AE)

o retomar a discus- valores essenciais, ao lado de são sobre o aborto, questões como saúde, educaontem, o candidato ção e economia", sugeriu. Pressão – Serra negou que do PSDB à Presidência da República, José Ser- venha pressionando o PV de ra, disse que a questão não é ser Marina Silva e disse que o contra ou a favor. Segundo ele, PSDB também não ofereceu é uma questão de valor. "O que cargos para o partido em troca está em questão agora, nesta de apoio no segundo turno. "A campanha, não é ser contra ou mim parece impróprio presa favor. É a mentira. Quem é a sionar o partido", reclamou, ao favor e, de repente, diz que é reforçar que respeita o procescontra por motivos eleitorais, so de discussão interna do PV. isso é que está errado. A ques- "Não é de bom tom (pressiotão é dizer a verdade", alfine- nar), não é adequado. Não contou, em seu comitê eleitoral em sidero isso legítimo", afirmou. De acordo com o tucano, não São Paulo. Acompanhado dos tucanos é oportuno falar em cargos anSérgio Guerra (presidente do tes do resultado das urnas. "Dá azar falar em miPSDB), Geraldo nistério sem gaAlckmin (governhar a eleição". nador eleito de Vestido com um São Paulo), Guisuéter verde, ele lherme Afif DoA gente deve negou que a cor mingos (vice-goaproveitar o escolhida seja vernador eleito uma insinuação de São Paulo) e debate para de sua aproximaAloysio Nunes ajudar a ção com o PV. E Ferreira (senador nascer um respondeu que a eleito por São Brasil com namorada de AéPaulo), Serra nevalores claros. cio Neves, Letícia gou que tenha coWeber, reclamou locado o assunto JOSÉ SERRA que ele só usava a do aborto em sua cor azul. "Em hoagenda, ponderando que foi perguntado, vá- menagem à namorada do Aérias vezes, sobre a questão pela cio, coloquei o suéter verde". 'Desequilíbrio' – Nota diimprensa. O candidato alegou que sempre foi contrário ao vulgada ontem pelo presidenaborto por motivos de nature- te nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirma que za pessoal, crença e valores. "Eu não tenho duas posi- o ex-ministro Ciro Gomes ções: uma pessoal e outra, elei- (PSB-CE) e o assessor especial toral. Eu não fico mudando de da Presidência, Marco Aurélio opinião, segundo eu acho que Garcia, "começam a demonsé o vento do eleitorado", afir- trar desequilíbrio e preocupamou. O candidato ressalvou, ção com o resultado das urnas no entanto, que respeita a atual no 2º turno". Em entrevista ao legislação que permite o abor- O Estado de S. Paulo, Ciro disse to em casos de estupro e risco que considera uma "calhordice" a mistificação religiosa em para a gestante. O tucano sugeriu ainda que torno do debate. "Quem levantou esse assuno debate no segundo turno da campanha avance em temas to foi a dubiedade da candidarelevantes, como educação e ta [Dilma] que, até hoje, não saúde. "Acho que a gente deve conseguiu convencer ninaproveitar o debate do segun- guém se o que vale é o que ela do turno para ajudar a nascer diz agora, com vistas às eleium Brasil com valores claros. ções presidenciais, ou antes, Quais são esses valores? A ver- quando queria agradar eledade, a honestidade, a solida- mentos do seu partido", afirriedade e a justiça. Esses são mou Guerra. (AE)

Alckmin prioriza 2º turno presidencial

O

governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), continua a mostrar confiança na vitória do tucano José Serra no segundo turno das eleições presidenciais. Acompanhado do vice-governador eleito, Guilherme Afif Domingos, e dos dois deputados estaduais campeões de voto no Estado, Bruno Covas (PSDB) e Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), ele fez uma caminhada pelo centro histórico de Santos (SP) ontem de manhã, no evento "Obrigado São Paulo, unidos pelo Brasil". "A população brasileira resolveu aguardar e esperar para eleger o melhor candidato, Serra presidente", disse Alckmin, destacando a importância do apoio de Marina Silva (PV), para o segundo turno das eleições. Já a respeito do governo paulista, Alckmin não antecipou nomes de seu secretariado, afirmando apenas que uma equipe está trabalhando na transição com o atual governador, Alberto Goldman. "Só vamos falar em secretariado depois do dia 31 de outubro porque nós acreditamos na vitória de Serra e ele tem prioridade na formação da equipe para ajudar o Brasil."

Transição – A equipe de transição já definiu o local onde trabalhará: no 12º andar do prédio Cidade I, na rua Boa Vista, no Centro Histórico. O tucano conhece o espaço pois, no seu último governo, de janeiro de 2003 a março de 2006, ele instalou o "Gabinete especial do governador", para despachos semanais. Além de trabalhar, aproveitava o tempo para caminhar a pé pela região. Alckmin havia transferido na época secretarias e empresas do Estado para a rua Boa Vista e 15 de Novembro. No governo José Serra e Alberto Goldman, o 12º andar era ocupado pelo secretário de Ensino Superior, Carlos Alberto Vogt, que foi transferido para o 16º andar do mesmo prédio, onde funciona o gabinete da Secretaria de Habitação. Segundo Vogt, ele próprio tomou a iniciativa de colocar o espaço à disposição de Alckmin e do Governo do Estado. Em 2006, quando Serra foi eleito governador, a equipe de transição trabalhou lá. A sala passará por uma reforma para receber os novos ocupantes. Alckmin informou que só tratará da transição após o segundo turno da eleição presidencial, no dia 31. (AE)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Dilma não sabe o que dizer e acabaram fazendo confusão no ambiente deles (petistas). Um diz uma coisa e outro diz outra. Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB

olítica

Antonio Cruz/ABr

Dutra: 'Dilma só perde para Indira Ghandi' Presidente do PT destaca assim a quantidade de votos da petista nas urnas

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José Eduardo Dutra: Dilma obteve 46,9% dos votos no 1º turno, o que dá mais de 47 milhões de votos.

Horário eleitoral volta hoje Candidatos retornam à televisão e ao rádio em propaganda gratuita

C

omeça hoje a propaganda eleitoral gratuita para o 2º turno, trazendo os candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). Cada coligação terá dez minutos para a veiculação, na televisão, do programa eleitoral em bloco: no período da tarde, às 13 horas, e no da noite, às 20h30. No rádio, os programas em bloco serão transmitidos às 7 horas e ao meio-dia. Os candidatos aos governos estaduais, em Estados nos quais também haverá segundo turno, terão tempo semelhante. Este ano a o horário eleitoral começou mais cedo no 2º turno. Em 2006, o programa só voltou 15 dias após o 1º turno.

As principais diferenças da propaganda do 1º para o 2º turno são o tempo dividido igualmente entre os dois candidatos e o programa apresentado também aos domingos. A resolução que estabelece as regras para a propaganda dos presidenciáveis nesse segundo turno foi aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em sessão na terça-feira. Dilma recomeça– Após a proclamação do resultado das eleições, pelo presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski, os partidos políticos e as emissoras de rádio e televisão têm 48 horas para dar início aos programas. O programa começa – no rá-

SECRETARIA DA SAÚDE DIVISÃO TÉCNICA DE SUPRIMENTOS - SMS.3 ABERTURA DE LICITAÇÃO Encontra-se aberto no Gabinete: PREGÃO ELETRÔNICO 298/2010-SMS.G, processo 2010-0.251.470-0, destinado ao registro de preços de COMPRESSA CIRÚRGICA COM MARCADOR RADIPACO 25X28CM, para a Central de Distribuição de Medicamentos e Correlatos - CDMEC/ Área Técnica de Material Médico Hospitalar, do tipo menor preço por item. A abertura/realização da sessão pública de pregão ocorrerá a partir das 11 horas do dia 12 de novembro de 2010, a cargo da 4ª Comissão Permanente de Licitações da Secretaria Municipal da Saúde. DOCUMENTAÇÃO - PREGÃO ELETRÔNICO Os documentos referentes às propostas comerciais e anexos, das empresas interessadas, deverão ser encaminhados a partir da disponibilização do sistema, www.comprasnet.gov.br, até a data de abertura, conforme especificado no edital. RETIRADA DO EDITAL O edital do pregão acima poderá ser consultado e/ou obtido nos endereços: http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br, www.comprasnet.gov.br, ou, no gabinete da Secretaria Municipal da Saúde, na Rua General Jardim, 36 - 3º andar Vila Buarque - São Paulo/SP - CEP 01223-010, mediante o recolhimento de taxa referente aos custos de reprografia do edital, através do DAMSP, Documento de Arrecadação do Município de São Paulo. DIVISÃO TÉCNICA DE SUPRIMENTOS - SMS.3 GRUPO TÉCNICO DE COMPRAS/AÇÃO JUDICIAL MEMO Nº 152/10 - Publicação - Grupo Técnico de Compras - Ação Judicial A Secretaria Municipal da Saúde TORNA PÚBLICO que irá adquirir os produtos abaixo relacionados, visando o atendimento de ordem judicial. Para tanto, informa que eventuais proponentes interessados poderão enviar proposta de preços pelo e-mail elizabeteth@prefeitura.sp.gov.br ou pelo fax nº 3397-2137 ou pessoalmente na Rua General Jardim, 36 - 3º andar (Grupo Técnico de Compras - Ação Judicial Fone 3397-2136) no prazo de 03 dias a partir da data da publicação. Deverá constar da proposta: 1. Descrição do produto. 2. Quantidade. 3. Preços unitários e globais. 4. Validade mínima de 06 meses na data da entrega. 5. A empresa deverá ter garantia de no mínimo 03 meses, a contar da entrega na Unidade Requisitante. 6. O produto deverá ter garantia contra defeitos de fabricação, da armação e lentes. 7. Declarar: marca fabricante e procedência do produto ofertado. 8. Informar valor mínimo de faturamento. 9. Validade da proposta: 60 (sessenta) dias. 10. Condição de pagamento: 30 (trinta) dias após adimplemento do objeto. 11. Prazo de entrega: 08 (oito) dias úteis. 12. Número de CNPJ e do CCM. 13. Deverá constar o número da agência e da conta para pagamento, no BANCO DO BRASIL, conforme Decreto Municipal nº 51.197/10 de 22/01/2010. 14. As empresas deverão estar com os seguintes documentos atualizados: 16.1. CND-INSS 16.2. CRS-FGTS 16.3. Certidões de Tributos Mobiliários 16.4. Cartão do CNPJ 16.5. Certidão Conjunta Negativa de Débitos Relativos a Tributos Federais e a Dívida da União. Obs.: Conforme prescrição médica prescrito pelo CEMA HOSPITAL ESPECIALIZADO. - O produto deverá atender à Lei nº 8078/90 (Código de Defesa do Consumidor) e às demais legislações pertinentes Comunicado nº 01 de 03/02/2010. Segue abaixo, relação dos produtos, quantidades e número de processo: Processo nº 2010-0.243.205-1 Objeto: Óculos Descrição/Características: Óculos dotado de lentes bifocais “Flat Top”, com armação confecionada em acetato, ou em metal de alta qualidade, dotado de reforço nas hastes, com acabamento perfeito e durabilidade. Modelo: Adulto Feminino. Medidas da Armação: • Tamanho = 52 mm • Distância entre aros = 72 mm • Diâmetro do modelo = 50 mm • Altura do modelo = 40 mm (prescrito pelo CEMA HOSPITAL ESPECIALIZADO). Lentes: • Par de lentes bifocais “Flat Top” ESFÉRICO CILÍNDRICO EIXO D.P. Para Longe O . D. + 3,00 O . E. + 3,50 -0,50 90% MM Para Perto O . D. O . E. MM A + 3,00 ( A O ) Obs.: “Conforme prescrição médica”. Identificação • No corpo do produto deverá conter gravado de forma legível e permanente a marca do fabricante. Embalagem • O produto deverá ser acondicionado conforme a praxe do fabricante, garantindo sua integridade até o uso. • Local de Entrega Avenida Jaguaré , 818 - Jaguaré das 08h00 às 15h00. CRITÉRIO DE JULGAMENTO: PRIMEIRO MENOR.

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Maior cobertura pelo menor preço www.dcomercio.com.br

dio e na tevê – com a propaganda eleitoral de Dilma, da coligação 'Para o Brasil Seguir Mudando', que obteve a maior votação no 1º turno. Serra, da coligação 'O Brasil Pode Mais', será o segundo. O TSE decidiu que Dilma vai começar o horário porque ela teve mais votos no 1º turno. A propaganda irá ao ar até o dia 29, dois dias antes da eleição. Também para o 2º turno, cada candidato terá direito a 7 minutos e 30 segundos de inserções de no máximo 30 segundos, distribuídas pelas emissoras. Até o fim do horário eleitoral, cada candidato terá alcançado 165 minutos de propaganda gratuita, divididos em 330 inserções. (AE)

ara amenizar a frustração da militância, que confiava na vitória de Dilma Rousseff (PT) no 1º turno, seu desempenho nas urnas será comparado ao de Indira Gandhi – ex-chefe de governo da Índia, que governou por mais de dez anos e foi considerada uma das mulheres mais influentes do mundo. A sugestão partiu do presidente do PT e coordenador da campanha de Dilma, José Eduardo Dutra. Poderá entrar no horário eleitoral. "Dilma só não entra para a história da humanidade como a mulher mais votada de todos os tempos por causa de Indira Gandhi. Mas, certamente, é a mais votada da América Latina", afirmou Dutra. Ele sugeriu ao marqueteiro João Santana que use a comparação hoje, na reestreia de Dilma no horário eleitoral. Santana ficou de levantar o total exato de votos de Indira e avaliar o uso da informação no programa. Indira Gandhi reelegeu-se primeira-ministra em 1971 com maioria esmagadora de votos após uma eleição acirrada. Na América Latina, o desempenho eleitoral de Dilma

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO Acha-se aberta no Departamento de Merenda Escolar - DME, sito na Rua Líbero Badaró, 425 - 9º andar - Centro, a licitação na modalidade: PREGÃO PRESENCIAL Nº 19/SME/DME/2010 - PROCESSO Nº 2010-0.167.086-4 REGISTRO DE PREÇOS PARA AQUISIÇÃO DE ÓLEO DE SOJA REFINADO TIPO 1 - SME/DME. O credenciamento e os envelopes nº 01 (proposta) e envelopes nº 02 (documentação) deverão ser entregues até às 10:00 horas do dia 12/11/2010, no Departamento de Merenda Escolar - DME, situado na Rua Líbero Badaró, 425 - 9 º andar - Centro. O Edital e seus anexos poderão ser obtidos, até o último dia que anteceder a abertura, mediante recolhimento de guia de arrecadação, ou mediante a apresentação de CD ROM gravável no Departamento de Compras, ou através do site http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br, bem como, a cópia do Edital estará exposta no mural do Departamento da Merenda.

compara-se ao da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que se elegeu em 2007 com cerca de oito milhões de votos. O número equivale a 45% do total do eleitorado, índice suficiente para elegê-la, conforme a lei eleitoral argentina. No Brasil, Dilma obteve 46,9% dos votos no 1º turno, correspondentes a mais de 47

Dilma só não entra para a história da humanidade como a mulher mais votada de todos os tempos por causa de Indira Gandhi. JOSÉ EDUARDO DUTRA milhões de votos. Precisaria de 50% do total, mais um voto, para evitar o segundo turno. Aliados – Já ficou definido que no programa de reestreia no horário eleitoral Dilma fará um balanço positivo da primeira fase das eleições. Mencionando ou não Indira Gandhi, o programa exaltará seu desempenho nas urnas, mostrando que, em sua primeira eleição, atingiu os mesmos patamares do presidente Lula – veterano das corridas presidenciais – nas eleições de 2002 e 2006. "Ela superou todas as expectativas", afirmou o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO

Ó RBITA

Hoje estreiam ainda aliados que nunca apareceram no horário eleitoral. Candidato a vice na chapa de Dilma, o presidente do PMDB, Michel Temer, gravou sua participação. assim como governadores e senadores eleitos dos partidos da coligação (PMDB, PSB, PR, PDT) em apoio à petista. Nada a ver – O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), negou ontem que o partido tenha colocado em discussão a questão do aborto e afirmou que o assunto ganhou força porque Dilma "se atrapalhou": "Nós não temos nada a ver com isso, eles que se expliquem, não é um problema da gente". Ontem, Guerra esteve com o candidato do PSDB, José Serra, no comitê eleitoral do candidato na capital paulista. Para Guerra, faltou "presença" da petista na hora de explicar sua posição: a candidata foi dúbia em sua fala. O parlamentar criticou a petista por ter evitado questões polêmicas, como denúncias de tráfico de influência na Casa Civil, que culminaram com a saída da ministra Erenice Guerra e ironizou que, dessa vez, "não deu para se esconder na questão do aborto. O assunto é pertinente, já que os eleitores manifestaram interesse sobre a questão, diz Guerra. "Dilma não sabe o que dizer e acabaram fazendo confusão no ambiente deles (petistas). Porque um diz uma coisa e outro diz outra". (Agências)

Funcionários públicos demitidos não podem se candidatar É o que afirma o TSE, baseado na Lei da Ficha Limpa, que já recebeu 177 recursos contra registro de candidatura. Celso Junior/AE

COORDENADORIA DE GESTÃO DE BENS E SERVIÇOS A Comissão Permanente de Licitação - CPL 1, comunica aos interessados, que a abertura da licitação na modalidade PREGÃO ELETRÔNICO PARA REGISTRO DE PREÇOS N° 020/2010 CGBS - Processo Administrativo nº 2010-0.011.790-8, que tem por objeto FORNECIMENTO DE CAFÉ TORRADO E MOÍDO - Pacote 500 g, será procedida no dia 26/10/2010 às 10:30 horas. Comunica ainda, que o Edital e seus anexos permanecem inalterados e, poderão ser adquiridos pelas interessadas no horário das 09h30 às 15h30, até o último dia útil que anteceder a abertura, mediante o recolhimento aos cofres públicos da importância de R$ 0,15 (quinze centavos) por folha, por meio da DAMSP que será fornecida no DGSS.21, na Rua Líbero Badaró, 425 - 3º andar, Centro - São Paulo/SP, ou através da Internet pelos sites http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br e www.comprasnet.gov.br.

SECRETARIA DE COORDENAÇÃO DAS SUBPREFEITURAS EDITAL DE LICITAÇÃO: Nº 17/SP-SM/2010 PROCESSO Nº: 2010-0.154.883-0 MODALIDADE: PREGÃO PRESENCIAL TIPO DE LICITAÇÃO: MENOR PREÇO GLOBAL A SUBPREFEITURA DE SÃO MATEUS torna público para conhecimento dos interessados, que fará realizar licitação na modalidade PREGÃO PRESENCIAL, do tipo menor preço GLOBAL. A abertura da sessão pública de pregão será realizada na Sala de licitações da Subprefeitura São Mateus, situada na Av. Ragueb Chohfi, 1400 - Pq. São Lourenço São Paulo, às 09:30 horas do dia 26/10/2010, quando deverão ser entregues os documentos referentes ao Credenciamento, os envelopes contendo a Proposta de Preços, Documentos de Habilitação e Declaração de Habilitação das empresas interessadas, diretamente ao Pregoeiro. OBJETO: DESASSOREAMENTO MECÂNICO DOS RIOS, CÓRREGOS E CANAIS COM ESCAVAÇÃO, CARGA, DESIDRATAÇÃO E REMOÇÃO DO MATERIAL PARA DESTINO FINAL, ATRAVÉS DE EMPRESA ESPECIALIZADA, CONFORME ESPECIFICAÇÃO NO ANEXO III. Prazo contratual é de 06 (seis) meses a contar da Ordem de início. Haverá visita técnica ao local no dia 22/10/2010, reunindo-se inicialmente às 10:00 horas na Av. Ragueb Chohfi, 822 - São Mateus - Coordenadoria de Infra-Estrutura Urbana e Obras da Subprefeitura de São Mateus, com o Engenheiro.

SECRETARIA DE COORDENAÇÃO DAS SUBPREFEITURAS COMUNICADO - ABERTURA DE LICITAÇÃO A Supervisão Geral de Abastecimento - ABAST, da Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras - SMSP, comunica às empresas interessadas, que estão abertas licitações, na modalidade de Concorrência, para preenchimento de área na Central de Abastecimento Leste e no Sacolão Municipal Rio Pequeno, através de Permissão de Uso concedida a título precário e oneroso, para o local e no horário abaixo relacionado. As empresas interessadas poderão obter o edital e seus anexos, até o penúltimo dia útil que anteceder à data da abertura do certame, na Assessoria Jurídica do Gabinete de ABAST, localizada na Rua da Cantareira, 216 - 1º andar - Centro, no horário das 09:30 às 15:00 horas, mediante a entrega de um “CD-R” não utilizado, com capa de proteção; ou nos endereços eletrônicos http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br e http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/abastecimento/mercados. Informações pelo tel. 3313-3365 - ramais 214 e 215. Central de Abastecimento Leste - Av. Imperador, nº 1900 - São Miguel - São Paulo Concorrência nº 048/SMSP-ABAST/2010 - Processo 2010-0.240.429-7 - Ramo: AÇOUGUE - Box nº V-39 - Área de 50,00 m² - Data de entrega do envelope 12/11/2010, até às 16:00 h/Abertura dia 16/11/2010 às 10:00 h. Concorrência nº 049/SMSP-ABAST/2010 - Processo 2010-0.231.885-4 - Ramo: ATACADISTA DE DOCES - Box nº A-22 - Área de 100,00 m² - Data de entrega do envelope 12/11/2010, até às 16:00 h/Abertura dia 16/11/2010 às 10:30 h. Sacolão Municipal Rio Pequeno - Rua Desembargador Homero Pinho, 105 - Rio Pequeno, São Paulo Concorrência nº 050/SMSP-ABAST/2010 - Processo 2009-0.354.305-9 - Ramo: LANCHONETE - Box nº 02 - Área de 23,00 m² - Data de entrega do envelope 12/11/2010, até às 16:00 h/Abertura dia 16/11/2010 às 11:00 h.

154 deputados em defesa dos homossexuais

O

novo Congresso terá uma bancada de, pelo menos, 154 deputados e 24 senadores defensores dos direitos dos homossexuais. Para a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), esse levantamento é preliminar. A entidade começará os contatos com os deputados e senadores eleitos em busca de mais adesões para a causa. Foram definidos como "aliados", os parlamentares que já integram a Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT, os candidatos que assinaram o Termo de Compromisso da ABGLT nas eleições de 2010, Voto contra a homofobia, defendo a cidadania, e os deputados e senadores que já fizeram declarações públicas e atuaram a favor dos direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Embora a concentração de aliados esteja entre os partidos chamados de esquerda, há apoiadores da causa em várias legendas. "Estabelecemos pontes com pessoas que não são fundamentalistas evangélicas e que concordam em conversar. Não queremos fazer guerra santa e ficar batendo boca com fundamentalistas que não nos respeitam", disse o presidente da associação, Toni Reis. (Agências)

Troca de fotos: sai Roriz, entra Weslian

O

candidato do PT ao governo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), quer que a Justiça Eleitoral troque na urna eletrônica a foto do excandidato Joaquim Roriz (PSC) pela de Weslian Roriz (PSC). As urnas foram lacradas em 2 de setembro, quando Roriz não havia desistido da candidatura, nem posto sua mulher na disputa. Weslian teve 31,5% dos votos contra 48,41% de Agnelo. Os dois disputarão o governo do DF no 2º turno. No 1º turno, ao digitar o número de Weslian, a foto que aparecia era a de Joaquim Roriz. O Tribunal Regional Eleitoral do DF, que terá de examinar o pedido, questionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a possibilidade de promover a troca das fotos. O TSE deve dar a resposta à questão nos próximos dias. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

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9 Nilton Cardin/AOG

NOVA COR O que era azul virou rosa na nova aeronave da Azul Linhas Aéreas.

idades

UNIÃO Parceria entre a Azul, Embraer Femama no combate ao câncer.

Câncer de mama mata 33 brasileiras por dia Um jato cor-de-rosa e branco e uma parceria entre a Azul Linhas Aéreas, Embraer e Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama são a mais nova iniciativa no sentido de alertar as brasileiras para o risco do câncer de mama. A doença mata 33 mulheres por dia no País e somente campanhas de esclarecimento poderão reverter esse quadro. A partir de 1º de dezembro, quem viajar nesse novo jato da Azul será recebido por uma tripulação exclusivamente feminina.

Klaus Ti/Image Source - 15/09/2009

Joel Silva/Folha Imagem - 11/09/2003

O auto-exame e a realização de exames como a mamografia são as principais armas contra a doença Lucas Lacaz Ruiz/Folhapress

Radiografia de uma mama afetada por um tumor cancerígeno Rodrigo Paiva/Folhapress - 11/03/2010

Mariana Missiaggia

A

luta contra o câncer de mama alcançou as alturas. E em cor-de-rosa. A doença que mata 12 mil mulheres por ano só no Brasil (cerca de 33 por dia) gerou uma parceria selada ontem entre a Azul Linhas Aéreas Brasileiras, a Embraer e a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama). O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente no mundo e o que mais leva mulheres à morte, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com a mastologista Maira Caleffi, fundadora da Femama, o câncer carrega uma série de mitos que bloqueiam alguns pacientes, a ponto de eles não buscarem tratamento. Homens também – "Cada vez mais, a mulher precisa se autoconhecer. O problema não é ter câncer de mama, mas, sim, morrer dele. Essa doença, quando diagnosticada na sua fase inicial, tem 90% de chance de ser curada", alertou a mastologista. "É importante lembrar que a doença também acomete os homens", destacou Maira. Maria do Carmo Checchia, de 81 anos, vice-presidente

Seguir as orientações do ginecologista é fundamental para que o combate ao câncer de mama tenha sucesso

da União e Apoio no Combate ao Câncer de Mama (Unaccam), venceu o câncer de mama há 14 anos, graças a um diagnóstico precoce. Desde então, se empenha em propagar a conscientização das mulheres em relação à prevenção da doença. Avião rosa –Diante da gravidade da moléstia e com o objetivo de despertar a atenção feminina até mesmo em momentos de viagens de trabalho ou lazer, a 23ª aeronave da Companhia Azul, batizada de Rosa e Azul (um jato Embraer 195), teve seus detalhes azuis na pintura substituídos pelo cor rosa, símbolo da luta

mundial contra o câncer de mama. O avião começará a voar comercialmente no dia 1º de dezembro com a seguinte frase escrita em sua fuselagem: "Azul e Embraer apoiam a luta contra o câncer de mama". Ainda sem rota definida, a aeronave foi apresentada na manhã de ontem, na sede da Embraer em São José dos Campos, e voará durante três anos para os 23 destinos oferecidos pela empresa. Parceria – Os organizadores do encontro reforçaram que a parceria foi estabelecida com o intuito de despertar ainda mais o interesse das

A Azul substituiu a cor azul de sua aeronave pelo rosa, símbolo da luta contra o câncer de mama

mulheres pela prevenção do câncer de mama, seja por meio do autoexame, seja por outros procedimentos clínicos, que devem ser realizados nas datas estabelecidas por seus ginecologistas. A ideia da parceria Azul/Embraer/Femama partiu de Maira Caleffi, que há três décadas abraçou e milita em favor dessa causa. A médica mastologista entrou em contato com a Azul que, prontamente, aceitou o desafio. Segundo Maira, a Azul preenche todos os requisitos que a batalha constante contra o câncer exige: compromisso, pontualidade e agilidade. "A cor da companhia aérea predomina muito no efeito da marca e do design e eu já até sonhava com o jato rosa", afirmou a médica. Batalha – Maria do Carmo Checchia, vice-presidente da Unaccam também esteve presente na apresentação da

aeronave. "Eu sempre participo de campanhas que apoiam a batalha contra o câncer de mama, mas fiquei especialmente emocionada ao ver a aeronave com a cor que representa essa luta. Estamos chegando longe", disse Maria do Carmo. Maria do Carmo comenta que muito se faz para substituir o que o governo não pratica: ajuda financeira, passagens para tratamentos e distribuição de remédios. "No entanto, devemos estar atentos para, urgentemente, conscientizar e orientar as mulheres a descobrirem a doença no início, pois o câncer não espera", afirmou. Só mulheres – A proposta de combate ao câncer de mama não para nos detalhes em rosa na nova aeronave da Azul. Ela continua no interior do E-jet. Os 118 passageiros que viajarão nesse avião serão recebidos por uma tripulação composta exclusivamente por mulheres e

devidamente uniformizadas com as cores do tema. Flávia Furlan, co-piloto de voo da Empresa Aérea Azul e, em especial, do avião Rosa e Azul, acredita que a mudança na cor tradicional da aeronave instigará os passageiros a se interessarem pela causa e, ao mesmo tempo, se informarem. "Asas abertas" – O diretor de comunicação, marca e produto da Azul Linhas Aéreas Brasileiras, Gianfranco Beting, afirmou que a empresa está focada e vai lutar para que as mulheres se comprometam cada vez mais com a luta contra o câncer de mama. "Recebemos a causa de asas abertas", afirmou. Beting projetou o desenho técnico do Azul e Rosa em 24 horas. Em seguida, apresentou-o a sua equipe, que ficou extasiada com o esboço. Aprovado o projeto, a Embraer realizou a nova pintura do jato.

Aparecida espera receber 200 mil romeiros O

Eduardo Knapp/Folhapress

CHUVA – A chuva forte que atingiu a Capital ontem provocou pelo menos 12 pontos de alagamento, segundo a Prefeitura. Às 18h30, foram registrados 141 quilômetros de lentidão no trânsito da cidade.

Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP), espera receber cerca de 200 mil romeiros na próxima terça-feira, dia da Padroeira do Brasil. Além da participação do cantor Daniel na missa das 10h, a cerimônia contará com as presenças dos atores Grazi Massafera e Murilo Rosa, protagonistas do filme "Aparecida - O milagre", de Tizuka Yamazaki, a ser lançado em dezembro. Há também outras novidades. Uma delas é o Jardim Norte, um espaço com 3.825 metros quadrados que abriga canteiros e árvores – como ipê branco e amarelo –, além de duas fontes de água e bancos para o descanso dos

romeiros, com vista privilegiada para a Basílica. Outra novidade já disponível aos fiéis é a possibilidade de envio de agradecimentos, pedidos de oração e acendimento de velas virtuais utilizando-se do SMS, serviço de mensagem via celular, ao custo de R$ 0,31 mais impostos. As velas virtuais já são um serviço oferecido há alguns anos no site do santuário e serão exibidas e disponibilizadas para consulta no portal www.A12.com. Já os testemunhos e agradecimentos poderão ser vistos a partir do dia 13 em dois telões de 42 polegadas instalados na Sala das Promessas. O serviço de mensagens à

distância, segundo a equipe de marketing, facilitará o acesso aos devotos sem internet, que agora poderão se manifestar, agradecer ou fazer seu pedido a Nossa Senhora. Corrente – O Santuário Nacional também lançou uma campanha para que os fiéis coloquem bandeiras brancas ou azuis nas janelas das residências, criando uma "corrente" para que os católicos de todo o País manifestem sua fé em Nossa Senhora Aparecida. O padre Cláudio Alves de Macedo, administrador do Santuário, afirma que, caso o fiel não possua bandeiras nas cores sugeridas, a orientação é para que se coloque uma bandeira do Brasil. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Não posso afirmar nem negar. Eu não lembro. Ana Isa Braga, que pode ter dado aulas para Tiririca

idades

Patrícia Cruz/LUZ Reprodução

Acima, Nilo Peçanha. No alto, Prudente de Morais. À direita, Franco Montoro e Jânio Quadros.

COMPROMISSOS DE...

A SOCORRO CELESTE Metrópole - Por que o senhor reservou um helicóptero do grupamento apenas para atendimento médico? Coronel Marco Antonio Severo Silva - Foi uma exigência ditada pela necessidade. Muitas vezes o trânsito difícil da Grande São Paulo e as grandes distâncias dificultam o atendimento por terra. Por outro lado, a única das nossas operações não ligadas ao atendimento urgente, que é o transporte de tecidos vivos para transplantes, também exige rapidez e urgência. Metrópole - Quais são essas

operações as quais o senhor se referiu? Coronel Severo - Há quatro tipos de missões: o resgate aero-médico, que leva um médico e um pronto-socorrista, este também da Polícia Militar; A remoção aero-médica, que consiste em levar pacientes de um hospital de menor recurso para outro melhor aparelhado; o apoio aero-médico, que conduz apenas o médico para atender vítimas e o já comentado transporte de órgãos. Metrópole - Qual é a média de missões por dia? Coronel Severo - Neste ano

cerca de três, conforme a soma feita até terça-feira passada: 949 atendimentos. Utilizamos um Esquilo AS 50, com capacidade para seis pessoas. É versátil, tripulado por piloto e co-piloto, mais um médico e pronto-socorrista. Metrópole - Quantos são? Coronel Severo - O Grupamento Aéreo, cuja base é o Campo de Marte, possui 21 helicópteros; três aviões monomotores de seis lugares; dois bimotores idem e um turbo-hélice de sete lugares. (Coronel Marco Antonio Severo Silva, 47 anos)

...ALOYSIO COM O PASSADO

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o ser eleito para o Senado, o advogado Aloysio as Aloysio tem mais tradições para honrar. Desde Nunes Ferreira, 65 anos, resgatou uma tradição que a proclamação da República, a Faculdade de estava adormecida desde os anos 80: a presença Direito forneceu 23 governadores para o Estado de São constante da Faculdade de Direito do Largo São Paulo. E na cadeira específica de senador, Aloysio tem Francisco, através dos seus alunos e do voto, nas mais uma longa fila de nomes atrás de si, incluindo os altas esferas de poder do País. Tornou-se inclusive uma senadores estaduais, uma vez que até 1930, antes da característica da nossa história republicana. Senão, Revolução, cada estado possuía seu próprio Senado, Mario Ângelo/AE vejamos. A velha academia das Arcadas concomitante ao federal. Cumpre destacar ofereceu nada menos do que 11 presidentes que o último egresso das Arcadas a se fazer da República, a saber: Prudente de Moraes presente no Senado foi André Franco (1841-1902); Campos Sales (1841-1913); Montoro (1916-1999), cujo mandato se Rodrigues Alves (18468-1919); Afonso Pena estendeu de 1970 a 78 e que seria mais (1847-1909); Nilo Peçanha (1847-1924), que tarde governador. Há um outro detalhe a foi, até agora, nosso único presidente nãoser evocado. Aloysio foi presidente do já branco, pois era mulato; Wenceslau Brás lendário Centro Acadêmico XI de Agosto (1868-1926); Delfim Moreira (1868-1920); em 1967. Sua atual eleição também Arthur Bernardes (1875-1955); Washington Luiz (1869recupera a figura de presidentes da entidade projetados 1957); Jânio Quadros (1917-1992). É justo assinalar que na política nacional. Foram dois nestes tempos recentes: Júlio Prestes (1882-1946) também saiu das suas bancas. Rogê Ferreira (1922-1991), que governou o Centro em Foi eleito presidente bem 1930, mas não tomou posse, 1948 e que depois traçaria desassombrada trajetória impedido pela Revolução que levou Getúlio Vargas ao política no PSB, e Hélio Navarro (1940-2001), eleito para Palácio do Catete. Restou-lhe a peculiaridade de ser o o Onze em 1965 e combativo deputado federal cassado primeiro presidente brasileiro a ser capa da prestigiosa pelo regime militar em 1968. Hélio foi eleito suplente de revista americana Time. senador nas eleições de 1982. Wilton Junior/AE

Professora: "Não me lembro do Tiririca" Ana Isa Braga ensinou muita criança em Itapipoca, mas não se lembra do palhaço campeão de votos Eldem Martins/Divulgação

Ivan Ventura

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provável ex-professora de Francisco Everardo Silva, o palhaço Tiririca, foi localizada ontem em uma casa no Jardim Jenipapo, na periferia de Itapipoca (CE) – terra natal do artista. Seu nome é Ana Isa Braga, de 78 anos, funcionária aposentada da prefeitura. Moradores do bairro contaram a uma equipe de reportagem da cidade que as aulas ocorreram entre os anos de 1974 e 1975. Nessa época, não havia escola em Jenipapo. Na verdade, as aulas eram individuais e ocorriam na casa do próprio professor, segundo relatos de moradores locais. Pela educação das crianças, cada professor recebia um salário da prefeitura local. Ana Isa se lembra de vários alunos que frequentaram sua casa, exceto o próprio Tiririca. Em entrevista, ela afirma não se lembrar do palhaço na infância. "Não posso afirmar nem negar. Eu não lembro. Ele não era Tiririca nesse tempo", disse. A professora também não guardou documento ou qualquer outro registro do suposto ex-aluno. Em Jenipapo, parentes do palhaço e outros moradores da cidade afirmam que a professora deu aula a Tiririca. Um dos mais antigos moradores do bairro, o oficial de justiça aposentado João Muniz, 80 anos, diz que co-

Enterro de Matheus Peres Viana, no Rio: moradores fizeram protesto

Rio: aposentada morre em tiroteio na Penha

A ex-professora Ana Isa Braga (ao lado) não se lembra do palhaço, mas parentes afirmam que Tiririca frequentou suas aulas

nheceu o deputado eleito e viu ele frequentar as aulas. Um primo do palhaço, José Franciné Rodrigues de Sousa, 41 anos, passou a infância com ele e também confirmou sua presença nas aulas da professora Ana. "Convivi com ele por quase 10 anos e vi o Tiririca ir para a escola de dona Ana", afirmou Sousa. O jornalista Eldem Martins foi quem localizou a professora. Segundo ele, não há documentos que comprovem a escolaridade do campeão de votos. "Não há qualquer prova material, apenas a professora", disse. Arquivos – Enquanto isso, a prefeitura de Itapipoca continua sua busca pelo histórico escolar do palhaço Tiririca. Pelas

Divulgação

Francisco Everardo Silva pode ter o mandato cassado se for provado que é analfabeto

informações colhidas pela administração municipal, o documento poderia estar na escola estadual Anastácio Braga. No entanto, nenhum documento foi localizado. Segundo o jornalista, esses registros

não existiriam em qualquer escola ou mesmo na secretaria de educação da cidade. "Se ele estudou, não foi em uma escola. Isso ocorreu diretamente com a professora", explicou Eldem Martins.

DC

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ETCA MATERIAIS ELÉTRICOS

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aposentada Maria Isaltina Victal dos Santos, 67, morreu no final da manhã de ontem após ser atingida por tiros no braço e no tórax durante um tiroteio entre criminosos e policiais militares no bairro da Penha, zona norte do Rio. No confronto, outras duas pessoas foram atingidas por balas perdidas. As vítimas foram levadas para o hospital estadual Getúlio Vargas, também na Penha. Segundo a PM, a avenida Brás de Pina e a rua Irapuã foram interditadas por cerca de uma hora por causa do tiroteio, que assustou moradores e motoristas. Granada– Também ontem de manhã, em Padre Miguel, na zona oeste do Rio, criminosos que estavam em duas motos roubadas jogaram uma granada contra um carro da Polícia Militar na rua Olímpio de Melo. Segundo a corporação, o artefa-

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2231-5000

to explodiu e algumas pessoas que passavam pelo local se jogaram no chão para tentar escapar da bomba. Uma mulher ficou levemente ferida. Policiais militares do 14.º Batalhão (Bangu) disseram que um dos criminosos caiu da moto durante a fuga e foi preso. Ele estava de carona em uma moto roubada, pilotada pelo proprietário, que estava sendo mantido refém. Com o suspeito preso, os PMs apreenderam uma pistola 9 mm. Os outros três homens armados conseguiram fugir. Ontem foi enterrado o menino Matheus Peres Viana no Cemitério de Inhaúma, na zona norte. Matheus morreu na quarta-feira, atingido por uma bala perdida no morro da Mangueira, durante uma operação da Polícia Civil. Moradores da comunidade fizeram um protesto contra a violência. (Agências)


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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

11 SOBERANIA Bolívia militariza garimpos ilegais e detém 30 brasileiros

nternacional

VIOLÊNCIA Milhares de argentinos vão às ruas pedir mais segurança

Fotos: Aizar Raldes/AFP

Pela liberdade, uma página em branco. Jornais da Bolívia protestam em oposição à lei contra o racismo, que pune meios de comunicação e jornalistas que divulgarem mensagens racistas.

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Protesto de jornais pela liberdade de expressão; oposição teme que lei seja usada para calar dissidentes. credito 1

REALIZAÇÃO sul-africano laureado pelo Prêmio Nobel da Paz Desmond Tutu, que usou o púlpito da Igreja como plataforma para acabar com o apartheid, aposentou-se oficialmente de suas atividades públicas ontem. Tutu, que completou 79 anos ontem, disse que continuará a trabalhar com sua fundação e em um conselho de estadistas globais conhecido como The Elders (Os Anciões). (Reuters)

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Ó RBITA EQUADOR Legislativo retoma trabalhos para investigar motim que abalou país na semana passada; 12 policiais continuam presos.

Laszlo Balogh/Reuters

s maiores jornais da Bolívia resolveram protestar contra um projeto de lei contra o racismo, apoiado pelo governo, e ontem chegaram às bancas e aos assinantes com a primeira página em branco, apenas com a frase: "Não existe democracia sem liberdade de expressão". Os jornais estão preocupados que a lei, se aprovada, seja aplicada de maneira incorreta, já que ela prevê o fechamento de meios de comunicação que divulguem mensagens racistas. Mas o protesto incomum não teve efeito imediato entre os proponentes da nova lei, incluindo a maioria de parlamentares governistas e o presidente Evo Morales, de origem indígena, que, em coletiva de imprensa, declarou que "chegou a hora de acabar com o racismo" e renovou as garantias à liberdade de expressão. Morales deu a entender que as queixas do setor de mídia não frearão a lei, que, segundo observou, foi proposta inicialmente pelos primeiros parlamentares originários de povos indígenas na história da Bolívia, entre eles afro-bolivianos, que chegaram à Assembleia este ano nas chapas governistas. O mandatário advertiu que é preciso ouvir não apenas os jornalistas, mas também os sindicatos de camponeses, organizações indígenas e grupos de defesa dos direitos humanos, que ameaçaram lançar protestos para exigir que a lei seja sancionada imediatamente. Alguns analistas assinalaram que Morales está usando o

Jornalistas realizam greve de fome contra projeto apoiado pelo governo

debate sobre a lei para se reconciliar com algumas organizações indígenas, das quais se afastou nos últimos tempos. Protesto - Proprietários de jornais e parte das organizações de jornalistas do país optaram pelo protesto de ontem quando a bancada governista no Senado anunciou que não previa suavizar as sanções aos veículos "racistas" contidas no projeto de lei aprovado previamente pela Câmara de Deputados. Entre os jornais que participaram do protesto estão o El Deber, de Santa Cruz; La Prensa e El Diário, de La Paz; Los Tiempos, de Cochabamba; e Correo Del Sur, de Sucre. Em La Paz, alguns jornalistas entraram em greve de fome contra o projeto de lei do governo. O Página Siete de La Paz saiu ontem com a capa do jornal em branco e a seguinte mensagem: "A ameaça de que algum meio de comunicação seja fechado é uma possibilidade mais própria das ditaduras que da democracia".

Por sua vez, o La Razón, o jornal de maior circulação de La Paz, e o estatal Cambio publicaram edições normais. Liberdade - A imprensa rejeita especialmente dois artigos: um que prevê o fechamento de meios de comunicação que cometam delitos racistas reiterados, e outro que responsabiliza jornalistas por mensagens racistas, anulando a imunidade de que eles gozam graças à Lei de Imprensa de 1925. "Nós não estamos contra a lei, nosso interesse é difundi-la e ajudar a educar a população. Só que exigimos a modificação de dois artigos que atentam contra nosso direito ao trabalho e violam o direito constitucional da liberdade de informação", disse o presidente da Associação de Jornalistas de La Paz, Pedro Glasinovic. A Igreja Católica e outras organizações apoiam a imprensa, enquanto a oposição política expressou o temor de que a lei seja usada para calar vozes dissidentes. (Agências)

Ivan Alvarado/Reuters

ALERTA O vazamento de lama tóxica provocado pelo acidente em uma usina na Hungria chegou ao rio Danúbio, um dos principais da Europa, e colocou em alerta seis países do Leste Europeu. Faixa com fotos de mineiros soterrados é estendida perto da mina. Poço de resgate está perto de ser concluído. Majid Hussain/Reuters

Vítimas da intolerância

Contagem regressiva no Chile

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ois supostos homensbomba se explodiram ontem dentro do templo sufista Abdullah Shah Ghazi em Karachi, sul do Paquistão, matando pelo menos 8 pessoas e ferindo outras 65, informou a polícia local. O santuário é importante porque a população de Karachi acredita que ele protege a cidade de ciclones. Templos sufistas costumam ser alvo de militantes islâmicos, cuja rígida interpretação não deixa espaço para as práticas mais místicas desta corrente do Islã. (Agências)

Entre as vítimas das explosões no templo, duas eram crianças.

ma equipe de resgate poderá concluir neste sábado ou, com "um pouco de sorte", ainda antes, a perfuração de um poço no diâmetro definitivo que permitiria a remoção dos 33 mineiros soterrados há mais de dois meses no Chile, informou ontem o governo do país. No entanto, o resgate propriamente levará entre dois e dez dias, pois terá de ser avaliado se é necessário reforçar o duto por onde os mineiros serão içados à superfície. O ministro da Mineração chileno, Laurence Golborne, explicou que as perfurações realizadas por três máquinas de son-

dagem estão avançando, embora os trabalhos do chamado "Plano B", que está mais adiantado, se encontre a menos de 100 metros de seu objetivo final. "O Plano B retomou a perfuração esta manhã (ontem) nos 530 metros de profundidade ... esperamos que chegue aos 630 metros ou um pouco menos, que é o seu objetivo, no fim de semana, presumivelmente no sábado", disse. "Com um pouco de sorte se poderá antecipar do sábado para sexta-feira." Prioridade - Parentes dos homens que estão há mais de dois meses presos a 700 metros de profundidade já começaram a

debater quem serão os primeiros a serem trazidos à superfície. No acampamento Esperança – onde já se concentram mais de mil pessoas entre equipes de resgate, familiares e jornalistas –, vários dão sugestões. Alguns defendem que os primeiros deveriam ser aqueles que apresentem condições de saúde piores; outros acham que o privilégio de ser resgatado antes deveria ser dos mais velhos. No entanto, o chefe da equipe de resgate, André Sougarret, afirmou que apenas duas horas antes do início da operação vão saber qual será a ordem de resgate. (Agências)


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Capacete de soldado romano foi vendido em leilão da Christie's por US$ 3,67 milhões.

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Um Nobel para Vargas Llosa

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Shannon Stapleton/Reuters

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Um concerto inédito de Vivaldi Um concerto perdido de flauta do compositor e virtuose do violino Antonio Vivaldi, do século 18, foi descoberto por um acadêmico em meio a papéis empoeirados nos Arquivos Nacionais da Escócia. A descoberta extraordinária, uma cópia de 300 anos de idade do manuscrito original do compositor barroco italiano, abrange as partituras de "Il Gran

Mogol", parte de um quarteto de concertos nacionais. Os outros, intitulados "La Francia", "La Spagna" e "L'Inghilterro", continuam desaparecidos. A partitura foi encontrada e autenticada pelo pesquisador Andrew Woolley, da Universidade de Southampton. Acadêmicos pensam que é possível que ela nunca tenha sido tocada. (Reuters)

escritor peruano Mario Vargas Llosa levou o Prêmio Nobel de Literatura ontem. A Academia Sueca informou que o autor latino-americano de 74 anos foi lembrado por "sua cartografia das estruturas de poder e suas imagens agudas da resistência, rebelião e derrota do indivíduo". Vargas Llosa já escreveu mais de 30 romances, peças e ensaios. Entre suas obras mais famosas estão "Conversa na Catedral", "Pantaleão e as Visitadoras" e "A Festa do Bode". A partir da brasileira Guerra de

Canudos, escreveu "A Guerra do Fim do Mundo". Em 1995, Vargas Llosa rece-

beu o Prêmio Cervantes, o mais prestigioso da literatura hispânica. Seu reconhecimento inter-

Mosab Omar/Reuters

I MPRENSA

G @DGET DU JOUR

O tablet vai mudar o negócio da notícia

Travesseiro funciona como despertador Se o leitor for daqueles com sono pesado, com um despertador destes é capaz de perder a hora. Produto promete "vibrar gentilmente". www.ubergizmo.com/ 15/archives/2010/10/alarm _pillow_vibrates_you_awake_

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gently.html

E SPORTE

Uma dinamarquesa no topo do tênis A dinamarquesa Caroline Wozniacki assumirá a liderança do ranking da WTA na segunda-feira, ultrapassando a norte-americana Serena Williams. Para alcançar tal feito, ela avançou ontem às quartas de final do Torneio de Pequim ao derrotar a checa Petra Kvitova por 2 sets a 0.

Primeira dinamarquesa a liderar o ranking, Wozniacki ainda não faturou títulos do Grand Slam na sua carreira, mas se aproveitou da inatividade de Serena para se tornar a número 1 do mundo. Serena não entra em quadra desde julho, quando faturou o título de Wimbledon. (AE)

nacional veio nos anos 1960, com "A Cidade e os Cachorros", em que retrabalha experiências pessoais tidas na academia militar Leoncio Prado. 'Trote' – Ele expressou surpresa ao saber que havia recebido o prêmio e até pensou que estavam lhe passando um trote quando recebeu a notícia por telefone. "Há muitos anos eu pensava que não estava entre os candidatos. A verdade é que foi uma surpresa muito grande (...) pensava que era uma brincadeira." Hoje será anunciado o Prêmio Nobel da Paz. (Agências)

AMISTOSO - A seleção brasileira venceu ontem a sua segunda partida sob o comando do técnico Mano Menezes. Em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, o Brasil derrotou o Irã por 3 a 0, com gols marcados por Daniel Alves, Alexandre Pato e Nilmar.

Philippe Huguen/AFP

Na redação do futuro, o diretor de arte estará no comando, graças ao impacto dos computadores tablet. Esta foi a opinião de Felix Bellinger, um dos mais de 600 profissionais que participavam ontem do Fórum de Editores em Hamburgo, na Alemanha. O tema do encontro é "O ano do tablet: Por que a distribuição móvel vai mudar o negócio da notícia". Com os tablets, os leitores vão querer "uma experiência visual", daí a importância dos diretores de arte, explicou Bellinger.

Em 2011, Viena vai sediar congresso O 63º Congresso Mundial de Jornais e o 18º Fórum de Editores do Mundo acontecerão em Viena, na Áustria, entre os dias 10 e 12 de outubro de 2011. Uma das cidades mais históricas e atraentes do planeta, Viena foi considerada a localidade ideal para sediar o encontro, segundo a World Association of Newspapers and News Publishers (WAN-IFRA), entidade que representa mais de 18 mil publicações e 15 mil sites em mais de 120 países.

G ÊMEOS Andrea Comas/Reuters

C OMEMORAÇÃO

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Filhotes de pandas no zoológico de Madri, na Espanha, foram apresentados pela primeira vez ontem à imprensa local. Os animais nasceram no dia 7 de setembro.

BAILARINAS - Esculturas de bailarinas do artista francês Edgar Degas expostas no Museu La Piscine. A mostra faz parte de uma exibição dedicada ao escultor e pintor impressionista na cidade de Roubaix, norte da França. Até 16 de janeiro de 2011.

M ICHELLE OBAMA

FBI apreende digitais de Lennon

A mais poderosa Jewel Samad/AFP

A primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, derrotou chefes de governo, grandes executivas e celebridades ao liderar o ranking anual das mulheres mais poderosas do mundo, divulgado pela revista Forbes. Irene Rosenfeld, que como executiva-chefe da Kraft Foods comandou a oferta de US$ 18 bilhões pelo controle da britânica Cadbury, apareceu em segundo lugar, seguida pela apresentadora e empresária das comunicações Oprah Winfrey. A chanceler alemã, Angela Merkel, eleita para um segundo mandato no ano passado, foi considerada a quarta mulher mais poderosa, imediatamente à frente da

A TÉ LOGO

secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton. A lista das "top 10" é completada por Indra Nooy (executiva-chefe da Pepsi), Lady Gaga (cantora), Gail Kelly (executiva-chefe do banco australiano Westpac), Beyoncé Knowles (cantora) e Ellen DeGeneres (apresentadora de TV). As duas únicas brasileiras da lista são a modelo Gisele Bündchen (72º lugar) e a candidata a presidente Dilma Rousseff (95º). Ao contrário de edições anteriores, em que riqueza e poder contavam mais, a lista deste ano priorizou a influência criativa e o empreendedorismo. (Reuters)

O Festival de Cinema de Roma comemorará os 50 anos do clássico de Fellini "A Doce Vida" com a primeira apresentação de uma cópia restaurada e uma retrospectiva dos gloriosos dias em que Roma era chamada de "Hollywood sobre o rio Tibre". A quinta edição do festival, que tentou forjar uma identidade própria à sombra de seu primo mais famoso em Veneza, acontecerá entre 28 de outubro e 5 de novembro. "A Doce Vida", que estreou em 1960, com o tempo se transformou num ícone dos fãs do cinema e deu a Fellini o status de um Deus sobre a terra. L OTERIAS Concurso 571 da LOTOFÁCIL 03

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Acesse www.dcomercio.com.br para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Brasileira que estava desaparecida é encontrada morta dentro de carro em estacionamento na cidade de Nova York

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Defesa Civil Estadual envia seis toneladas de alimentos para municípios em estado de emergência por conta da estiagem

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Uma série de impressões digitais de John Lennon que seria leiloada por ao menos US$ 100 mil foi apreendida pelo FBI na quarta-feira – 30 anos após a morte do cantor. O formulário de inscrição de Lennon para obter a cidadania norte-americana, datado de 1976, era um dos destaques dos cerca de 850 itens da venda online programada para ocorrer perto do aniversário de 70 anos de Lennon amanhã. O cartão foi apreendido quando estava sendo mostrado para a imprensa em uma loja de Nova York. "Estamos investigando como o item acabou parando numa coleção particular", disse o porta-voz do FBI, James Margolin. "Aparentemente ele é um documento do governo e normalmente não estaria no comércio." (Reuters)

"A Doce Vida" no Festival de Roma

Surto de infecção hospitalar provocado por uma superbactéria pode ter contaminado 108 pessoas no Distrito Federal

Concurso 2417 da QUINA 01

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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1 RESTITUIÇÃO Receita divulga 5º lote do IRPF 2010 a partir de hoje

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CELULARES América Latina já é o segundo maior mercado do mundo

Sebastião Moreira/AE - 03.12.04

Tempo bom para 2011, prevê setor produtivo. Mas há risco de trovoadas estruturais e tributárias Paula Cunha

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s perspectivas são positivas para o B r a s i l e m 2 0 11 , apesar dos gargalos em infraestrutura e da alta carga tributária. Esta foi a avaliação dos 500 empresários consultados pela pesquisa encomendada pela Câmara Americana de Comércio (Amcham) ao Ibope Inteligência, segundo a qual 87% dos entrevistados esperam alta nas vendas no próximo ano – oito pontos percentuais acima dos resultados obtidos no ano passado com relação a 2010. E l e s t a m b é m a c re d i t a m que não haverá crescimento da inflação, que o Produto Interno Bruto (PIB) superará o deste ano e que tanto os juros quanto o câmbio ficarão estáveis. No caso da inflação, 57% deles acreditam que ela se manterá estável em 2011. Para o PIB, 64% dos empresários esperam crescimento, e 28% avaliam que haverá estabilização nos níveis atuais. Com relação ao câmbio, 61% apostam na estabilidade do real ante o dólar. Quase metade (46%) dos entrevistados considerou que os juros ficarão estáveis no ano que vem, enquanto um terço (33%) acha que eles deverão aumentar. Os resultados do estudo foram divulgados ontem e discutidos por representantes de diversos setores da economia. Para eles, a pesquisa indica que há otimismo tanto no mercado interno quanto no externo, e que é necessário agora discutir se esse clima favorável ajudará o País a enfrentar desafios, solucionar entraves (veja tabela abaixo) e conter possíveis

riscos no médio prazo. Análise setorial – O vicepresidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Júlio de Araújo, afirmou que a entidade espera crescimento de 4,5% a 5% do PIB e inflação de 4,8%. Ele ressaltou que, após ter passado a fase da estabilização econômica, o País precisa reduzir a carga tributária, pois se ela continuar no nível atual de 37% do PIB na próxima década a produção poderá ser seriamente afetada. No entendimento de Araújo, o ajuste fiscal deverá ser adotado imediatamente. Do contrário, salientou, qualquer ganho que o País contabilize com a reforma tributária acabará sendo perdido. Nelson Wortsman, diretor de convergência digital da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), previu um apagão de mão de obra no setor. Para ele, é necessário que se façam investimentos na capacitação e mudança na legislação trabalhista, a fim de aumentar a competitividade. Com relação ao setor automotivo, o vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan Yabiku Júnior, ressaltou a necessidade de redução na taxa de juros e de se efetuarem reajustes no câmbio. Quanto aos planos de produção de carros elétricos como uma alternativa econômica e ecologicamente responsável, ele opinou que já há a alternativa do etanol, opção viável para a economia brasileira.

ê v e r CNI p B I P e qu % 5 , 7 a ç s e r c 0 1 0 2 em

Gargalos na infraestrutura brasileira foram apontados pela pesquisa como entraves ao desenvolvimento econômico do setor produtivo

Cai produção automotiva No acumulado do ano, porém, setor registra expansão de 17,3%.

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setor automobilístico produziu 308,1 mil veículos em setembro, o que representa uma queda de 9,1% em relação a agosto, mas um crescimento de 12,7% na comparação com setembro do ano passado. Os dados foram divulgados ontem pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No mês passado, as vendas de veículos no mercado brasileiro somaram 307,1 mil unidades, registrando quedas de 1,8% ante agosto e de 0,5% no confronto com setembro de 2009. No acumulado de janeiro a setembro de 2010, as vendas de 2,5 milhões unidades indicaram alta de 8,7% sobre os veículos comercializados em igual período de 2009. A produção, de 2,72 milhões unidades, aumentou 17,3%. Comércio exterior – As exportações do setor somaram US$ 1,17 bilhão em setembro deste ano – alta de 2,4% em relação a agosto e de 54,6% ante igual mês do ano passado. Em quantidade de veículos exportados, setembro encerrou com exportação totais de 71.361 unidades, 3% a menos que agosto e 76,1% a mais que em setembro de 2009.

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Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou para cima ontem sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, passando de 7,2% para 7,5%. No entanto, o Informe Conjuntural do terceiro trimestre manteve em 12,3% a taxa esperada de expansão do PIB industrial em 2010, assim como o crescimento de 24,5% na Formação Bruta de Capital Fixo (investimentos e ampliação do parque produtivo). Apesar da elevação da estimativa de crescimento do PIB, a valorização do real impedirá um crescimento ainda

Marcelo Justo/Folha Imagem

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Anfavea elevou projeção de produção para 3,6 milhões de veículos

Nos nove primeiros meses de 2010, as vendas externas de veículos subiram 62,5% ante igual período de 2009, passando para US$ 9,2 bilhões. Foram exportadas 569.524 unidades, 76,3% a mais que entre janeiro e setembro do ano passado. Projeções – A Anfavea reviu as projeções do setor para exportações e produção neste ano. A estimativa para vendas externas subiu de US$ 12,4 bilhões para US$ 12,8 bilhões. Em unidades, a Anfavea prevê que as exportações devem somar 750 mil unidades neste ano, ante 620 mil previstas anteriormente. Em relação a 2009, a entidade prevê que as

maior da produção industrial, na avaliação do gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. "A economia continua crescendo tendo a demanda doméstica como seu motor principal, mas a produção não tem acompanhado o mesmo ritmo. O real valorizado faz com que haja um vazamento parcial, mas cada vez mais expressivo, dessa demanda para fora do País, por meio das importações." Para o economista, a taxa de câmbio, cuja projeção para a média de dezembro foi revisada de R$ 1,79 para R$ 1,70, é a maior vilã para a competi-

Segmento de serviços menos otimista

vendas externas em unidades devem aumentar 57,9%. A Anfavea acredita que a produção de veículos deve alcançar 3,6 milhões de unidades, ante 3,4 milhões da expectativa anterior. Por este cálculo, a produção de veículos deve aumentar 13% em relação ao ano passado. A entidade manteve a projeção de vendas internas de veículos em 3,4 milhões, cálculo que compreende tanto a produção nacional quanto o volume importado. O déficit comercial do setor, segundo a Anfavea, deve alcançar US$ 3,8 bilhões, dos quais US$ 2,1 bilhões somente em automóveis. (AE)

tividade da indústria, limitando seu crescimento. "O real valorizado é uma ameaça para o tamanho da indústria na economia brasileira. Se a nossa demanda cresce a ritmo chinês, o produto não cresce na mesma proporção porque é inibido pela taxa de câmbio, que prejudica a competitividade das nossa mercadorias", completou. Segundo Castelo Branco, embora a projetada expansão de 12,3% este ano seja recorde para a indústria, o crescimento ocorre sobre uma base deprimida de comparação, devido à crise financeira internacional. (AE)

bom humor dos e m p re s á r i o s d o setor de serviços diminuiu consideravelmente em setembro. É o que mostrou ontem a Fund a ç ã o G e t ú l i o Va r g a s (FGV) ao anunciar o Índice de Confiança de Serviços (ICS), que caiu 1,1% em setembro em relação ao mês anterior. Em agosto, o indicador subiu 4,1% em relação ao mês anterior. Em uma escala de zero a 200 pontos, em que resultados abaixo de 100 são considerados negativos e desempenhos próximos a 200 são positivos, o ICS saiu de 134,8 para 133,3 pontos, de agosto para setembro. Assim como o Índice de Confiança da Indústria (ICI) e o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), também produzidos pela FGV, o ICS é dividido em dois subindicadores, que também caíram em setembro. Entre as respostas que mais contribuíram para o cenário ruim em setembro, a avaliação da demanda atual foi destaque. Das 2.165 empresas consultadas, 22,9% avaliam a demanda atual como forte e 12,1% como fraca. Em agosto, as parcelas para estas mesmas respostas haviam sido de 23,3% e 10,8%, respectivamente. Nas perguntas sobre o futuro, a fatia de empresas pesquisadas que prevêem melhora na situação dos negócios nos próximos seis meses caiu de 52,1% para 49,7%, de agosto para setembro. Este quesito também contribuiu para a queda do ICS no mês, de acordo com a FGV. A pesquisa de dados para o ICS ocorreu entre os dias 2 e 29 de setembro. O total de empresas consultadas era responsável por 741 mil pessoas ocupadas ao final de 2008, segundo as informações apuradas pela FGV. (AE)


2 -.ECONOMIA

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COMÉRCIO

sexta-feira, 8 de outubro de 2010


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A liminar foi suspensa até 31 de outubro, a fim de que os sindicatos cheguem a um consenso na negociação. Leonardo Jubilut, advogado

conomia

Alimentos puxam alta do IPCA Preços de itens alimentícios voltaram a subir após registrarem três meses de quedas consecutivas e foram os principais responsáveis pela elevação de 0,45% registrada pelo indicador de inflação, em setembro. Entre os vilões está o grupo carnes, que subiu 5,09%. Ernesto Rodrigues/ AE - 05/04/2005

Colheita deve ser menor

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Frango teve aumento de 3,11% no mês passado, de acordo com o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE.

Rejane Tamoto

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esponsáveis por mais da metade do aumento da inflação medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA ), que fechou setembro em 0,45%, os preços dos alimentos vão continuar em elevação até o fim do ano, segundo economistas ouvidos pelo Diário do Comércio (DC). Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os preços dos alimentos responderam pela maior alta, de 1,08%, o que representa 0,24% do aumento do indicador. Nos últimos 12 meses, o índice acumulou variação positiva de 4,7%, acima da meta de inflação do governo para o ano, de 4,5%.

O custo dos itens alimentícios voltou a subir após três meses de quedas consecutivas. Em agosto, por exemplo, o IPCA teve variação positiva de 0,04%, enquanto os preços desse grupo respondiam por uma deflação de 0,24%. A carne foi o item responsável pela maior variação individual (5,09%) entre os meses de agosto e setembro. Os demais produtos que tiveram alta nos preços foram: açúcar cristal (5,66%), óleo de soja (5,47%), frutas (3,98%), farinha de trigo (3,61%) e frango (3,11%). Ainda assim, alguns itens tiveram redução nas suas cotações, com destaque para cebola (24,55%), batata inglesa (9,92%) e tomate (4,53%). A tendência para o quarto trimestre é que os preços dos alimentos continuem subindo,

Suspensa liminar que proibia abrir loja no dia 12 Fátima Lourenço*

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a tarde de ontem, a juíza da 42ª Vara do Trabalho de São Paulo, Solange Aparecida Gallo Bisi, suspendeu a liminar que concedera anteriormente proibindo a abertura das lojas de um grupo de 17 empresas no feriado das eleições e no Dia da Criança. "A liminar foi suspensa até 31 de outubro, a fim de que os sindicatos (representantes de empregados e patrões do comércio) cheguem a um consenso na negociação", afirmou o advogado e sócio do escritório Jubilut Junior, Leonardo Jubilut, contratado pela Fnac e Shoestock com o objetivo de derrubar a liminar. A decisão de ontem, explicou o advogado, beneficia o grupo de 17 empresas mencionadas na ação civil pública que gerou a liminar movida pelo Sindicato dos Comerciários de São Paulo. Entre as marcas estão nomes como Zêlo, Kalunga e Lojas Renner. Jubilut disse que a decisão da juíza Solange baseia-se no fato de que anualmente existe uma vacância entre o fim da vigência da convenção coletiva dos comerciários (31 de agosto) e a assinatura de um novo acordo.

O trabalho dos comerciários nos feriados, por força de lei, deve ser disciplinado na convenção coletiva da categoria. Até o momento, trabalhadores e Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio) – que representa o segmento patronal – não chegaram a um consenso. Na avaliação feita pelo presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah, a entidade conseguirá reverter a queda da liminar junto à J ustiça do Trabalho. Ele explicou que o sindicato já entrou com cerca de 15 ações plúrimas (que envolvem grupos de empresas) para evitar que o comércio abra nos feriados enquanto a categoria estiver sem um acordo coletivo. "Hoje mesmo (noite de ontem) protocolamos três ações plúrimas. " Segundo ele, estão contempladas nessas ações cerca de 300 empresas – com aproximados 3 mil pontos de venda, de um universo com cerca de 90 mil lojas. No fim da noite de ontem, o sindicato informou que conseguiu liminar na Justiça para impedir a abertura dos supermercados no dia 12 de outubro, na Capital. A entidade representa 450 mil trabalhadores. (*com Folhapress)

segundo a economista do banco Santander, Tatiana Pinheiro. Ela explica que fatores climáticos como a estiagem, a quebra de safra do trigo na Rússia e a alta no preço das commodities – que foi de 15% de julho a outubro – pressionaram a inflação dos alimentos. "Esses mesmos fatores aliados ao aumento do consumo durante as festas de final de ano continuarão puxando os preços dos alimentos." Para o professor de economia da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Leite, os preços dos alimentos sobem no mundo todo porque a demanda de consumo não acompanha a oferta. "Entre os consumidores de baixa renda, a demanda subiu 20% nos últimos 12 meses." Ele não acredita que o IPCA feche o ano acima da meta esti-

pulada pelo governo. O professor de economia do Instituto Nacional de Pós-Graduação (INPG), Otto Nogami, discorda e espera que o indicador encerre 2010 em um patamar superior a 5%. Para ele, o aumento na taxa de juros em 0,5% seria capaz de conter a inflação e, ao mesmo tempo, aumentar a atratividade pela aplicação financeira. Não-alimentícios – Embora o responsável pela alta do IPCA tenha sido o grupo de alimentos, itens como habitação, artigos de residência, vestuário, transporte, saúde e despesas pessoais tiveram aumento de 0,12%, em agosto, para 0,27% em setembro. Apenas um dos nove grupos de produtos e serviços – educação – registrou queda de 0,44% para 0,08% no mesmo período.

nova safra de grãos 2010/11, em fase inicial de plantio, poderá ficar até 2,1% inferior à anterior 2009/10, que alcançou o recorde de 148,9 milhões de toneladas. Estima-se que na nova temporada ocorra queda de até 3,2 milhões de toneladas para 145,7 milhões de toneladas. A projeção faz parte do primeiro levantamento de intenção de plantio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado ontem. Os técnicos da Conab ressaltaram que os números se baseiam em uma média de produtividade obtida nas últimas cinco safras. Foram descartados os anos atípicos e o ganho tecnológico foi agregado. A tendência de queda na produção agrícola tem como principais responsáveis a soja e o milho, que deverão ter a produtividade reduzida. De acordo com a entidade, a previsão mais otimista é que os sojicultores colham até 68,9 milhões de toneladas, praticamente repetindo o volume anterior de 68,6 milhões de toneladas. Já o milho teve redução da produtividade estimada de até 7,5% (para 51,8 milhões de toneladas) em relação aos 56 milhões de toneladas colhidas no último ciclo. A pesquisa foi feita por 50 técnicos entre os dias 19 e 25 de setembro, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Nas regiões Norte e Nordeste o plantio começa em dezembro. IBGE – No mesmo dia, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou os números de setembro do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola. A previsão é que a safra nacional de grãos em 2010 deve atingir 148,9 milhões de toneladas, 11,1% maior que a colhida no ano passado (134 milhões de toneladas). (Agências)

Recuperação do crédito em debate Entre serviços oferecidos pela ACSP voltados a esse objetivo está o SCPC Recupera Neide Martingo

Zé Carlos Barretta/Hype

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recuperação de crédito é um dos assuntos que mais preocupam os comerciantes – um tema que ganha força no atual cenário de expansão econômica. O 4º Congresso Nacional de Recuperação de Crédito, que acontece até hoje em São Paulo, aborda várias questões e traz informações para que o comércio possa se atualizar e prestar um melhor atendimento. A superintendente do Serviço Central de Proteção ao Crédito da Associação Comercial de São Paulo (SCPC-ACSP), Roseli Garcia, participa hoje do evento e fala como os serviços da entidade auxiliam o lojista. "A pro- Patrícia Cruz/ LUZ f i s s i o n a l i z ação do setor deve ser a prioridade quando o assunto é a recuperação de crédito. A eficiência operacional, que envolve a gestão de recursos humanos e físicos, é o caminho para que sejam registrados melhores resultados", detalha Roseli. Ela diz que a Associação Comercial criou, há quatro meses, o SCPC Recupera, serviço que oferece a possibilidade de o lo-

Congresso discute profissionalização e eficiência operacional por melhores resultados no segmento

v e s t i r n a c obrança dos recursos, ou seja, se a pessoa terá A cobrança tem condições de custo alto. O SCPC saldar a pendência. A cobrança Recupera pode tem custo alto. O facilitar a vida de SCPC Recupera quem deve e de pode facilitar a quem quer receber. vida de quem deve e de quem ROSELI GARCIA, SUPERINTENDENTE quer receber." DO SCPC DA ACSP Ainda segundo Roseli, há outro serviço da asjista saber se a pessoa que está sociação que permite ao eminadimplente com ele também presário saber em quanto temtem dívidas pendentes com po o devedor poderá ficar em outras empresas. "Isso é im- dia. "A solução faz um score portante porque o comerciante que calcula se a pessoa consevai avaliar se valerá a pena in- guirá se tornar adimplente em

três ou seis meses. Trata-se de uma ferramenta que ajuda o lojista a decidir se ele terá êxito na cobrança da dívida", analisa a superintendente do SCPC. A quarta edição do congresso, promovido pela Associação Nacional das Empresas de Recuperação de Crédito (Aserc), acontece no Hotel Novotel Jaraguá, no centro da cidade de São Paulo. De acordo com o presidente da Aserc, José Roberto Romeu Roque, a associação reúne 20 mil empresas. O faturamento do segmento neste ano deve chegar a R$ 8 bilhões, aumento de 25% em comparação ao resultado apurado no ano passado. A atividade emprega cerca de 300 mil pessoas.


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Os chineses vão começar produção própria em 2011 e nos veem como concorrentes. Paulo César de Souza e Silva, executivo da Embraer

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NAS ALTURAS BUNDA DE NENÊ erca de 50% dos bebês têm pelo menos uma assadura até o primeiro ano de vida. Sabendo que a pele fininha e delicada desse público exige cuidados especiais, a Johnson&Johnson, há cem anos atuando nesse mercado, acaba de lançar dois novos lenços umedecidos para auxiliar na rotina de higiene dos pequenos. Um é voltado às necessidades dos recém-nascidos; outro, na hidratação. A linha Johnson's baby quer facilitar a rotina de troca de fraldas. Agora, com as mamães e a concorrência.

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HAVAIANAS: parceria com Instituto IPÊ.

NATUREZA á seis anos, as Havaianas e o Instituto IPÊ formam uma parceria para ajudar a conservar o meio ambiente. Do valor de vendas das Havaianas IPÊ, 7% são repassados para a entidade que destina os recursos a conservação da fauna e flora do Brasil. De 2004 até atualmente, já foram vendidos mais de 4,3 milhões de pares e arrecadados mais de R$ 2,3 milhões para os mais de 50 projetos do IPÊ. Agora, as sandálias ganham nova campanha assinada pela AlmapBBDO.

H

Envie informações para essa coluna para o e-mail: carlosfranco@revistapublicitta. com.br

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Vulcabras|azaleia reforça neste fim de ano a presença no mercado externo com campanha publicitária assinada pela agência DCS, mostrando que as mulheres ficam nas alturas quando usam os calçados da marca, assim mesmo em minúsculas, mas com perspectivas para lá de maiúsculas. É que, no primeiro semestre, as vendas externas do grupo somaram quase 20% e a receita em dólar ajuda a companhia que está entre as dez maiores do mundo na produção de calçados. Ela também auxilia a cobrir custos da fusão ocorrida em 2007, quando a Vulcabras comprou a Calçados Azaleia e a investir em novas máquinas e equipamentos. Com sede em Jundiaí (SP), a empresa emprega hoje 44 mil pessoas em 26 unidades no Rio Grande do Sul, Bahia, Sergipe e Ceará e uma na Argentina, em Coronel Suarez. São mais de 40 milhões de pares e 8 milhões de peças de vestuário produzidos anualmente nessas linhas de produção que abastecem o mercado interno e mais de 50 países. A Vulcabras|azaleia também possui unidades de representação comercial na Colômbia, Chile e Peru e opera por meio de distribuidores em todo o mundo. O grupo – que faturou R$ 1 bilhão no primeiro semestre e tem pouco mais de 90% da receita vinda da comercialização de calçados– tem no portfólio marcas líderes de mercado como Azaleia, Botas Vulcabras, Dijean, Opanka, Olympikus e Reebok. A Vulcabras|azaleia possui, desde 1998, exclusividade de produção e distribuição para o Brasil e Argentina

Fotos: Divulgação

OUROCARD: carona nos anos 1980.

PARAÍSO nova campanha da Master Comunicação pega carona no sucesso dos anos 1980 da banda Blitz, "A dois passos do paraíso" e traz o ex-vocalista Evandro Mesquita como âncora da Promoção Ourocard e Cielo. E quais são os dois passos? Primeiro, é claro, usar o cartão Ourocard do Banco do Brasil, no débito ou no crédito, para compras acima de R$ 30 e, segundo, registrar as compras na máquina Cielo. Na promoção, todos os clientes que fizerem os dois passos estarão, automaticamente, concorrendo a prêmios instantâneos de até R$ 400. A informação da premiação sai no comprovante de compra. Além dos instantâneos, o cliente do Banco do Brasil concorre, ainda, a vários sorteios de prêmios que chegam a quase R$ 6 milhões até o final de dezembro, quando se encerra a promoção.

A dos produtos Reebok, assim como a preferência nas exportações para o Mercosul. O constante investimento na área de desenvolvimento de produtos e na produção local faz com que 90% das vendas de Reebok no Brasil sejam de coleções desenvolvidas pela empresa. No marketing esportivo, a marca patrocina os times de futebol Cruzeiro, Internacional e São Paulo. Mas é nos calçados femininos que a companhia faz aposta no mercado externo. E se a modelo está nas alturas, é nesse patamar que a empresa deseja chegar. Segue assim os passos da concorrente Havaianas, da São Paulo Alpargatas (leia-se Grupo Camargo Correa) que conseguiu transformar uma simples chinela em artigo de luxo do mundo fashion. Sonhar e pisar nas estrelas não custa nada, mas a empresa está usando paraquedas para qualquer eventualidade e os números só mostram o tamanho do seu gigantismo e das pretensões do grupo.

VULCABRAS/AZALEIA: mulher é trunfo no esforço para reforçar presença do grupo no mercado externo.

OUSADIA Sony Ericsson começa a veicular neste fim de semana uma campanha ousada para apresentar a família de smartphones Xperia: X10, X10 mini e X10 mini pro. Desenvolvida pela Talent, agência que acaba de ser adquirida pela Publicis, a ação brinca com o fato de, após a chegada dos smartphones da marca, os aparelhos concorrentes se tornaram obsoletos e morreram. No filme, que se passa em um escritório, um rapaz é informado bruscamente pela colega de trabalho que seu celular morreu. Em seguida, um locutor interrompe dizendo que existem outras maneiras de dar uma má notícia para alguém. A mesma cena se repete só que agora de uma forma mais carinhosa e sensível. Mas, no fundo, a empresa quer mostrar que é única.

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Embraer fechará fábrica na China Fim das operações no país asiático ocorre porque nação quer produzir os próprios aviões. Em relação a tarifas aéreas, previsão é de recuperação uma vez que elas ainda estão abaixo dos níveis pré-crise.

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Embraer optou pelo fechamento da sua fábrica na China devido aos planos daquele país de produzir seus próprios aviões. "Os chineses vão começar produção própria em 2011 e nos veem como concorrentes", disse o vicepresidente-executivo para o mercado de aviação comercial da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva, em evento promovido ontem em parceria com a Azul para combater o câncer de mama (leia mais em Cidades, na página 9). A empresa brasileira tem uma fábrica no país asiático em associação com a Aviation Industries of China (Avic), para a fabricação do ERJ-145, de 50 lugares. A ideia da Embraer se-

ria ter a autorização para fazer um avião maior com capacidade para 120 passageiros. Segundo Silva, a última entrega de um ERJ-145 será feita no mês de março de 2011. O executivo afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma carta para o governo chinês sobre o assunto, mas não obteve resposta. A Embraer prevê que o mercado de aviação deve voltar aos níveis pré-crise a partir do final do ano que vem. Até então, a empresa prevê estabilidade em relação aos resultados de 2010. Segundo ele, o mercado se recupera gradualmente, com melhores resultados na América Latina, Ásia e Oriente Médio, mas Estados Unidos e Europa continuam

com desempenhos fracos. Para este ano, a companhia prevê vendas de 90 a 95 aviões, ainda 30% abaixo do nível précrise. Em 2009, as vendas foram "praticamente zero", segundo ele. As entregas devem somar 100 aeronaves em 2010, enquanto em 2009 foram entregues 120 aviões. O executivo destacou que, no Brasil, um fator negativo neste momento é o real apreciado, que gera um desequilíbrio entre os custos da empresa (em reais) e sua receita (que é 92% em dólares). Tarifas – O atual ambiente econômico nacional, com aumento da renda, é favorável para a recuperação das tarifas aéreas que ainda estão abaixo dos níveis pré-crise, segundo o

presidente da Azul, Pedro Janot. De acordo com ele, existe um grande contingente de brasileiros que começa a usar o avião como meio de transporte pela primeira vez. Segundo ele, existe uma tendência de as empresas adotarem maior "flexibilidade de preço", oferecendo valores menores para passagens compradas com antecedência maior pelo consumidor. A Azul é a terceira maior empresa do mercado, com 6% de participação, e a meta é atingir 15% a 20% de mercado até 2013. Assim como suas concorrentes TAM e Gol, a Azul está estudando a construção de um centro de manutenção próprio, mas ainda não definiu o local. (Agências)

André Vicente/ Folhapress

DE BOCA ABERTA – A Imbra, empresa de tratamentos odontológicos, decretou autofalência anteontem. O endividamento chega a R$ 221,76 milhões. A companhia tem cerca de 25 mil clientes que estão sem um canal de atendimento e informações. O site está fora do ar e os telefones não atendem. Segundo o Procon-SP, "enquanto a falência não for decretada pelo Poder Judiciário, os contratos celebrados deverão ser cumpridos integralmente." O consumidor que encontrar dificuldades em ser atendido deve procurar a Justiça.(Folhapress)


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5 Todos os paĂ­ses deveriam deixar suas moedas flutuarem. Henrique Meirelles, presidente do Banco Central

conomia Yuri Gripas/Reuters

Ritmo de expansĂŁo do PaĂ­s declina no 3Âş tri Indicador mostra que tendĂŞncia se verificou tambĂŠm em outros emergentes

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desempenho econĂ´mico brasileiro entre os meses de julho e setembro deste ano foi o mais fraco do grupo de paĂ­ses denominado Bric (que inclui ainda RĂşssia, Ă?ndia e China). De acordo com o indicador Emerging Markets Index (EMI), calculado pela Markit Economics e pelo HSBC, este foi o segundo trimestre consecutivo no qual essa tendĂŞncia ocorreu – o que indicaria o fim do ciclo de crescimento mais expressivo. Pelo Ă­ndice, a expansĂŁo da economia brasileira desacelerou de 52,3 entre abril e junho para 51,2 no terceiro trimestre. Segundo a metodologia do EMI, valores acima de 50 indicam expansĂŁo – ou seja, a economia do PaĂ­s chegou a ficar prĂłxima da estagnação nos Ăşltimos trĂŞs meses. Embora o indicador jĂĄ estivesse apontando desempenho mais fraco no Brasil do que na China e na Ă?ndia, o PaĂ­s havia crescido acima da RĂşssia entre o quarto trimestre de 2008 e o primeiro deste ano. "O Brasil havia tido um desempenho muito forte no pri-

51,2 foi a pontuação da economia brasileira no EMI, que mede o desempenho dos emergentes, no 3Âş tri. meiro trimestre por conta da antecipação de consumo antes do fim dos incentivos fiscais", ponderou o economista-chefe do HSBC, AndrĂŠ Loes. Para ele, isso ajuda a explicar a acomodação no terceiro trimestre captada pelo EMI. O Brasil nĂŁo estĂĄ sozinho nessa tendĂŞncia de desaceleração da atividade econĂ´mica entre os Brics. Com exceção da Ă?ndia, o EMI aponta que essa tendĂŞncia se aplica aos demais emergentes. Indicador – O EMI ĂŠ uma versĂŁo adaptada para os paĂ­ses emergentes do Purchasing Managers' Index (PMI), indicador muito acompanhado por analistas de todo o mundo.

Ele reflete entrevistas realizadas com 5,8 mil prestadores de serviços e empresårios em 16 países emergentes. Segundo o EMI, o nível de expansão da atividade nos 16 países emergentes acompanhados pelo indicador caiu de 56 entre abril e junho para 54,3 entre julho e setembro, marcando o segundo trimestre consecutivo de desaceleração e um ritmo de crescimento abaixo da mÊdia dos três anos anteriores à crise global. TambÊm pelo segundo trimestre consecutivo, o desempenho dos mercados emergentes captado pelo EMI Ê mais fraco que o registrado pelo PMI para os Estados Unidos e para os países que compþem a zona do euro. "O resultado sugere que o ritmo da recuperação econômica recuou mais rapidamente nos países emergentes do que nos EUA e na zona do euro", afirmou o economista-chefe do HSBC, Stephen King. Ele ressaltou, contudo, que os países emergentes deverão continuar a liderar o processo de crescimento da economia mundial. (Agências)

FMI: Brasil deve fazer reformas.

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Fundo Monetårio Internacional (FMI) afirmou ontem que o Brasil passa por uma situação econômica privilegiada, e recomendou que o governo aproveite para fazer as reformas necessårias ao País. "Este Ê um momento muito favoråvel, que as novas autoridades brasileiras devem aproveitar para planejar um crescimento forte e sustentado", dis-

G-24 defende articulação internacional

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s países emergentes e em desenvolvimento que formam o chamado G-24 pediram ontem uma coordenação global das políticas macroeconômicas para diminuir as crescentes tensþes cambiais. O grupo, que inclui Brasil e �ndia, emitiu um comunicado no qual censurou as economias avançadas por perseguirem políticas monetårias de taxas de juros muito baixas que provocaram valorização das moedas de outros países. O ministro de Finanças da à frica do Sul, Pravin Gordhan, e que tambÊm preside o G-24 disse que o aperto de cintos simultâneo das naçþes avançadas para reduzirem os níveis de dívida "impþe um risco enorme" para a economia global. Segundo ele, o G-20 e o Fundo Monetårio Internacional (FMI) têm a responsabilidade de manter o senso de cooperação observado nos primeiros dias da recente crise financeira global. O ministro pediu um processo no próximo mês para que seja alcançado um consenso sobre políticas macroeconômicas para evitar o ressurgimento de desequilíbrios globais. Gordhan rejeitou a sugestão do secretårio do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, e do diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, de que as reformas do FMI devam ser relacionadas à apreciação do câmbio da China. (AE)

se o vice-diretor gerente do FMI, John Lipsky. De acordo com projeçþes divulgadas na última quarta-feira pelo Fundo, a economia brasileira deverå crescer 7,5% em 2010. Em 2011, esse percentual deve diminuir para atÊ 4,1%. Lipsky afirmou ainda que "a economia brasileira estå claramente funcionando muito bem" e citou a alta das exporta-

Sarkozy propĂľe emendas Ă nova previdĂŞncia

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presidente da França, Nicolas Sarkozy, propôs ontem emendas em seu projeto de reforma previdenciåria em uma tentativa de conter os protestos que jå levaram milhþes às ruas do país. Os sindicatos, porÊm, não apoiaram as mudanças e alguns levantam a possibilidade de iniciar na terça-feira uma greve por tempo indeterminado. Segundo as entidades ligadas aos trabalhadores, 3 milhþes de pessoas tomaram as ruas no segundo protesto contra a reforma de Sarkozy, realizado no último dia 23. Sindicatos das åreas de transporte ferroviårio, energia e mineração jå publicaram notificaçþes de que a greve na próxima terça-feira serå por tempo indeterminado e não de apenas um dia. Isso pode causar um impacto ainda mais significativo na economia francesa. Uma vez aprovada, a reforma previdenciåria elevarå a idade mínima para aposentadoria de 60 para 62 anos atÊ 2018. O teto para aposentadoria com salårios integrais subirå de 65 para 67 anos. Com a pressão crescente, Sarkozy pediu uma emenda permitindo aos pais que ficaram ao menos um ano sem trabalhar, nos três anos seguintes ao nascimento de um filho, que eles possam garantir a aposentadoria integral aos 65 anos. (AE)

çþes e os fortes fluxos de investimento no ex terior como exemplo. "É o momento para que o Brasil melhore seu equilĂ­brio fiscal no mĂŠdio prazo e inicie as reformas que melhorarĂŁo sua eficiĂŞncia." O FMI recomendou a redução do ritmo de crescimejtno dos gastos pĂşblicos para minimizar o superaquecimento da economia. (AgĂŞncias)

Zoellick (Banco Mundial) e Strauss-Kahn (FMI) alertaram sobre riscos para o crescimento econĂ´mico global

TensĂŁo cambial preocupa

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Banco Mundial (Bird) e o Fundo MonetĂĄrio Internacional (FMI) se juntaram ontem ao alertar que as atuais tensĂľes nos mercados de câmbio podem provocar problemas e afetar negativamente o crescimento. O presidente do Bird, Robert Zoellick, afirmou nĂŁo ver um aumento no protecionismo como o resultado mais provĂĄvel da atual turbulĂŞncia cambial, mas pediu cautela diante do cenĂĄrio de fraca recuperação global. "NĂłs administramos muitas dessas questĂľes de protecionismo comercial atĂŠ agora. Mas nĂŁo devemos tomar isso por certo jĂĄ que ainda estamos em uma recuperação frĂĄgil." Zoellick afirmou ainda que organismos internacionais – como o prĂłprio Bird, o FMI e a Organização Mundial do ComĂŠrcio (OMC), tĂŞm um papel a desempenhar para ajudar a resolver as tensĂľes cambiais, mas alertou que estĂĄ nas mĂŁos dos paĂ­ses lidar com a questĂŁo por meio do reequilĂ­brio de suas economias. "Se vocĂŞ acredita em multilateralismo, hĂĄ um papel a desempenhar na intermediação. Mas nĂŁo podemos ignorar o fato de que decisĂľes sĂŁo tomadas pelos paĂ­ses. Meu ponto nĂŁo ĂŠ pressionar por soluçþes espe-

Softinvest Part. e Administração S.A. CNPJ/MF n. 07.865.318/0001-84 – NIRE n. 35.300.328.990 – AssemblĂŠia Geral ExtraordinĂĄria Edital de Convocação Ficam os Senhores Acionistas da SoftInvest Participaçþes e Administração S.A. convocados a reunirem-se em AssemblĂŠia Geral ExtraordinĂĄria, a ser realizada no dia 15 de outubro de 2010, Ă s 15:00 horas, na sede social localizada na Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, n. 1.830, 12Âş andar, Torre I, Sala 4, Bairro Itaim, na Capital do Estado de SĂŁo Paulo, CEP 04543-900, a fim de discutir e deliberar sobre a seguinte ordem do dia: (I) Redução de capital social da Companhia; e (II) demais assuntos de interesse da sociedade. SĂŁo Paulo, 6 de outubro de 2010. Jair Ribeiro da Silva Neto - Presidente do Conselho de Administração. 06,07,08/10/10

Bolonha Holdings S.A. CNPJ no 09.092.759/0001-16 - NIRE 35.300.345.835 Ata da Reunião da Diretoria realizada em 26.7.2010 Aos 26 dias do mês de julho de 2010, às 14h45, na sede social, Cidade de Deus, PrÊdio Prata, 4 o andar, Vila Yara, Osasco, SP, CEP 06029-900, reuniram-se os membros da Diretoria sob a presidência do senhor Luiz Carlos Trabuco Cappi. Ausente o senhor Norberto Pinto Barbedo, em fÊrias. Durante a reunião, os Diretores deliberaram registrar o pedido de renúncia ao cargo de Diretor da Sociedade, formulado pelo senhor JosÊ Luiz Acar Pedro, em carta desta data, consignando-se, nesta oportunidade, agradecimentos pelos serviços prestados durante sua gestão, dispensando-se a transcrição da respectiva carta, a qual serå levada a registro juntamente com esta Ata. Nada mais foi tratado, encerrando-se a reunião e lavrando-se esta Ata, que os Diretores presentes assinam. aa) Luiz Carlos Trabuco Cappi, LaÊrcio Albino Cezar, Arnaldo Alves Vieira, SÊrgio Socha, Julio de Siqueira Carvalho de Araujo e Domingos Figueiredo de Abreu. Declaramos para os devidos fins que a presente Ê cópia fiel da Ata lavrada no livro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas nele apostas. Bolonha Holdings S.A. a) SÊrgio Socha. Certidão - Secretaria da Fazenda - Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico o registro sob número 313.067/10-7, em 31.8.2010. a) Kåtia Regina Bueno de Godoy - Secretåria Geral.

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAĂ‡ĂƒO

GOVERNO DO ESTADO DE SĂƒO PAULO

FDE AVISA: PREGĂƒO (ELETRĂ”NICO) NÂş 36/00975/10/05 OBJETO: FORNECIMENTO E INSTALAĂ‡ĂƒO DE EQUIPAMENTOS DE Ă UDIO E VĂ?DEO PARA A REDE DO SABER. A FUNDAĂ‡ĂƒO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAĂ‡ĂƒO - FDE comunica Ă s empresas interessadas que se acha aberta licitação para o fornecimento e instalação de equipamentos de ĂĄudio e vĂ­deo para a Rede do Saber. As empresas interessadas poderĂŁo obter informaçþes e verificar o Edital a partir de 08/10/2010, no endereço eletrĂ´nico www.bec.sp.gov.br ou na sede da FDE, na SupervisĂŁo de Licitaçþes na Av. SĂŁo Luis, 99 - RepĂşblica CEP: 01046-001 - SĂŁo Paulo/SP, de segunda a sexta-feira, no horĂĄrio das 08:30 Ă s 17:00 horas, ou verificar o edital na Ă­ntegra, atravĂŠs da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br. A sessĂŁo pĂşblica de processamento do PregĂŁo EletrĂ´nico serĂĄ realizada no endereço eletrĂ´nico www.bec.sp.gov.br, no dia 25/10/2010, Ă s 10:00 horas e serĂĄ conduzida pelo pregoeiro com o auxĂ­lio da equipe de apoio, designados nos autos do processo em epĂ­grafe e indicados no sistema pela autoridade competente. Todas as propostas deverĂŁo obedecer rigorosamente o estabelecido no edital e seus anexos e serĂŁo encaminhadas, por meio eletrĂ´nico, apĂłs o registro dos interessados em participar do certame e o credenciamento de seus representantes previamente cadastrados. A data do inĂ­cio do prazo para envio da proposta eletrĂ´nica serĂĄ de 08/10/ 2010, atĂŠ o momento anterior ao inĂ­cio da sessĂŁo pĂşblica. FĂ BIO BONINI SIMĂ•ES DE LIMA Presidente

FALĂŠNCIA, RECUPERAĂ‡ĂƒO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAĂ‡ĂƒO JUDICIAL NOS TERMOS DO PROVIMENTO CSM CXC/84, INFORMAMOS QUE NO DIA 07 DE OUTUBRO DE 2010 NĂƒO HOUVE PEDIDO DE FALĂŠNCIA NA COMARCA DA CAPITAL.

Devemos resolver as tensĂľes e retomar os fundamentos do crescimento. ROBERT ZOELLICK, PRESIDENTE DO BANCO MUNDIAL cĂ­ficas, mas resolver as tensĂľes e retomar os fundamentos do crescimento." Ele pediu que os paĂ­ses com superĂĄvit em conta-corrente, como a China, resistam Ă tentação de intervir no câmbio para estimular o crescimento. Mas tambĂŠm acrescentou que paĂ­ses com dĂŠficit, como os EUA, tambĂŠm tĂŞm responsabilidade na mudança dos padrĂľes globais de crescimento por meio da redução da dependĂŞncia de importaçþes e do menor consumo interno. FĂłrum – As disputas cambiais ao redor do mundo ameaçam prejudicar a economia global, alertou o diretor-gerente do FMI, Dominique StraussKahn. Ele acrescentou que o Fundo ĂŠ um fĂłrum apropriado para avançar na resolução de tensĂľes cambiais, inclusive conseguindo com que a China

valorize sua moeda. O diretor-gerente do FMI disse que o Fundo precisa lançar "uma iniciativa de estabilidade sistĂŞmica" para formar um consenso sobre as polĂ­ticas cambiais mundiais. JapĂŁo, Coreia do Sul e Brasil permitiram a desvalorização das suas moedas na Ăşltimas semanas. Meirelles – O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, disse ontem que uma combinação de polĂ­ticas dos EUA, economia europeia e câmbio fixo na China levou a grandes distorçþes nos mercados de câmbio. Em discurso durante a conferĂŞncia Hedge Funds Latam 2010 em Miami, ele afirmou que taxas de juros historicamente baixas nos EUA e o afrouxamento quantitativo adotado pelo Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) geraram muita liquidez, enfraquecendo o dĂłlar diante de outras moedas. Para o presidente do BC, a situação se torna mais complexa quando vĂĄrios paĂ­ses começam a tomar medidas para proteger seus mercados. "Isso pode gerar distorçþes tremendas. Acho que isso ĂŠ um problema sĂŠrio", acrescentou, destacando que "todos deveriam deixar suas moedas flutuarem". (AE)

PREFEITURA MUNICIPAL DE SĂƒO JOSÉ DO RIO PRETO SERVIÇO MUNICIPAL AUTĂ”NOMO DE Ă GUA E ESGOTO DE SĂƒO JOSÉ DO RIO PRETO – SeMAE AVISO DE ABERTURA DE LICITAĂ‡ĂƒO – PREGĂƒO PRESENCIAL 13/2010 – PROC. 106/2010. Data de realização: 27.10.2010 a partir das 08h30. Objeto: Contratação de empresa especializada para execução de serviços de desobstrução e limpeza de detritos e impregnaçþes, utilizando-se equipamentos e mĂĄquinas de hidrojateamento com alta pressĂŁo e sucção por autovĂĄcuo, ferramentas e mĂŁo de obra, em unidades operacionais dos sistemas de ĂĄgua e de esgoto pertencentes ou de responsabilidade do SeMAE, situados no MunicĂ­pio e Distritos de SĂŁo JosĂŠ do Rio Preto-SP. Demais informaçþes e retirada do edital com a C.L., na Rua AntĂ´nio de Godoy, 2.181, Jd. Seixas, S. J. do Rio Preto/SP, das 7h30 Ă s 12h00 e das 13h30 Ă s 17h00, de segunda a sexta, no fone/fax: (17) 3211-8105, e pĂĄgina do SeMAE na internet: www.semae.riopreto.sp.gov.br. S. J. Rio Preto, 07.10.2010 – Alan Sinibaldi Cornachioni – Pregoeiro SeMAE.

CBDN – CONFEDERAĂ‡ĂƒO BRASILEIRA DE DESPORTOS NA NEVE CNPJ.67.148.288/0001-17 ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINĂ RIA CONVOCAĂ‡ĂƒO Ficam os Senhores Associados da CBDN – Confederação Brasileira de Desportos na Neve, convidados a comparecer a Sede Social, a Av. Dr Cardoso de Mello, 1855 -11o. andar nesta Capital, a fim de participar da AssemblĂŠia Geral ExtraordinĂĄria, a ser realizada no prĂłximo dia 27 de Outubro de 2010, Ă s 10:00 horas, a fim de tratar da seguinte O R D E M D O D I A a) Eleição do Vice-Presidente da Diretoria b) Apreciar proposta de Alteração do Estatuto da Entidade c) Outros assuntos de interesse da Entidade. SerĂĄ facultado, nos termos do §3o. do Artigo 20 do Estatuto Social, o envio do voto via FAX. SĂŁo Paulo, 08 de Outubro de 2010. Domingos Giobbi Stefano Arnhold Presidente do Conselho Deliberativo Presidente da Diretoria (08,11 e 13/10/2010)

Quixaba Investimentos S.A. CNPJ no 10.212.743/0001-89 - NIRE 35.300.359.151 Ata da Reunião da Diretoria realizada em 26.7.2010 Aos 26 dias do mês de julho de 2010, às 15h05, na sede social, Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 510, 8o andar, Sala 3, São Paulo, SP, CEP 04543-000, reuniram-se os membros da Diretoria sob a presidência do senhor Luiz Carlos Trabuco Cappi. Ausente o senhor Norberto Pinto Barbedo, em fÊrias. Durante a reunião, os Diretores deliberaram registrar o pedido de renúncia ao cargo de Diretor da Sociedade, formulado pelo senhor JosÊ Luiz Acar Pedro, em carta desta data, consignando-se, nesta oportunidade, agradecimentos pelos serviços prestados durante sua gestão, dispensando-se a transcrição da respectiva carta, a qual serå levada a registro juntamente com esta Ata. Nada mais foi tratado, encerrando-se a reunião e lavrando-se esta Ata, que os Diretores presentes assinam. aa) Luiz Carlos Trabuco Cappi, LaÊrcio Albino Cezar, Arnaldo Alves Vieira, SÊrgio Socha, Julio de Siqueira Carvalho de Araujo e Domingos Figueiredo de Abreu. Declaramos para os devidos fins que a presente Ê cópia fiel da Ata lavrada no livro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas nele apostas. Quixaba Investimentos S.A. a) SÊrgio Socha. Certidão - Secretaria da Fazenda - Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico o registro sob número 312.664/10-2, em 30.8.2010. a) Kåtia Regina Bueno de Godoy - Secretåria Geral.

Jamaris Holdings S.A. CNPJ no 09.227.099/0001-33 - NIRE 35.300.349.431 Ata da Reunião da Diretoria realizada em 26.7.2010 Aos 26 dias do mês de julho de 2010, às 14h55, na sede social, Cidade de Deus, PrÊdio Prata, 4o andar, Vila Yara, Osasco, SP, CEP 06029-900, reuniram-se os membros da Diretoria sob a presidência do senhor Luiz Carlos Trabuco Cappi. Ausente o senhor Norberto Pinto Barbedo, em fÊrias. Durante a reunião, os Diretores deliberaram registrar o pedido de renúncia ao cargo de Diretor da Sociedade, formulado pelo senhor JosÊ Luiz Acar Pedro, em carta desta data, consignando-se, nesta oportunidade, agradecimentos pelos serviços prestados durante sua gestão, dispensando-se a transcrição da respectiva carta, a qual serå levada a registro juntamente com esta Ata. Nada mais foi tratado, encerrando-se a reunião e lavrando-se esta Ata, que os Diretores presentes assinam. aa) Luiz Carlos Trabuco Cappi, LaÊrcio Albino Cezar, Arnaldo Alves Vieira, SÊrgio Socha, Julio de Siqueira Carvalho de Araujo e Domingos Figueiredo de Abreu. Declaramos para os devidos fins que a presente Ê cópia fiel da Ata lavrada no livro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas nele apostas. Jamaris Holdings S.A. a) SÊrgio Socha. Certidão Secretaria da Fazenda - Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico o registro sob número 312.666/10-0, em 30.8.2010. a) Kåtia Regina Bueno de Godoy - Secretåria Geral.

Japira Holdings S.A. CNPJ no 08.503.701/0001-55 - NIRE 35.300.337.026 Ata da Reunião da Diretoria realizada em 26.7.2010 Aos 26 dias do mês de julho de 2010, às 15h, na sede social, Cidade de Deus, PrÊdio Novíssimo, 4 o andar, Vila Yara, Osasco, SP, CEP 06029-900, reuniram-se os membros da Diretoria sob a presidência do senhor Luiz Carlos Trabuco Cappi. Ausente o senhor Norberto Pinto Barbedo, em fÊrias. Durante a reunião, os Diretores deliberaram registrar o pedido de renúncia ao cargo de Diretor da Sociedade, formulado pelo senhor JosÊ Luiz Acar Pedro, em carta desta data, consignando-se, nesta oportunidade, agradecimentos pelos serviços prestados durante sua gestão, dispensando-se a transcrição da respectiva carta, a qual serå levada a registro juntamente com esta Ata. Nada mais foi tratado, encerrando-se a reunião e lavrando-se esta Ata, que os Diretores presentes assinam. aa) Luiz Carlos Trabuco Cappi, LaÊrcio Albino Cezar, Arnaldo Alves Vieira, SÊrgio Socha, Julio de Siqueira Carvalho de Araujo e Domingos Figueiredo de Abreu. Declaramos para os devidos fins que a presente Ê cópia fiel da Ata lavrada no livro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas nele apostas. Japira Holdings S.A. a) SÊrgio Socha. Certidão Secretaria da Fazenda - Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico o registro sob número 312.662/10-5, em 30.8.2010. a) Kåtia Regina Bueno de Godoy - Secretåria Geral.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Durante muito tempo nos fizeram acreditar que não tínhamos competência para produzir plataformas no Brasil. Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

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Sergio Moraes/Reuters

PETROBRAS QUER MAIS BRASILIDADE Lula desafia o presidente da estatal, José Gabrielli, a aumentar a média de 75% de nacionalização da produção de plataformas e embarcações petrolíferas.

A P-57 foi construída a partir do casco de um navio holandês convertido em um estaleiro de Cingapura.

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presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse ontem, em cerimônia de batismo do navio-plataforma P-57, que a adesão de investidores à recente capitalização da empresa, protagonizada pelo governo, sinalizou uma aprovação do mercado à estratégia de crescimento da Petrobras, diante do pré-sal. "Nosso programa é de crescimento acelerado, o que vai gerar mais renda, mais emprego, mais produção de combustível e capacidade de influenciar outros setores da economia", disse. "O governo ajudou a capitalização, mas os outros acionistas também compraram ações. É o reconhecimento e aceitação do nosso programa de crescimento." O executivo afirmou ainda que a estatal continuará liderando a recuperação da indústria naval no País. "Não serão apenas oito plataformas, vamos construir dezenas nos próximos anos e elas vão precisar de centenas de barcos de apoio. Também precisaremos

de mais cargueiros para o transporte", disse. O presidente da Petrobras lembrou que a companhia tem outras oito plataformas em construção, e que a perspectiva é de uma demanda crescente nos próximos anos, respaldada no plano de investimentos de US$ 224 bilhões até 2014 da petrolífera. O navio-plataforma P-57 irá operar no campo de Jubarte, na porção capixaba da Bacia de Campos, a 80 km da costa do estado do Espírito Santo. N ac io na li za çã o – O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, que também participou do batismo do navioplataforma, disse que o Brasil tem todas as condições de elevar o nível de nacionalização da construção de plataformas e embarcações para a indústria de petróleo. Durante a cerimônia, Lula desafiou o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, a aumentar a média de 75% de nacionalização da produção de plataformas como a batizada ontem. "Nós estamos fazendo (as

plataformas) com 65% de componentes nacionais. Já se pode começar a pensar em 80%, 90%. Daqui a pouco pode colocar 100%. A engenharia brasileira não vai dever nada a ninguém. Vai ter muitos navios, vai ter muitas plataformas. Vai precisar de mais estaleiros. Essas empresas de Cingapura vão construir mais estaleiros aqui, porque nós temos que construir plataformas para outros países, da América do Sul e da África, que precisam e que não têm a mesma tecnologia, " afirmou Lula. "Durante muito tempo nos fizeram acreditar que não tínhamos competência para produzir plataformas no Brasil. Tinha que comprar no exterior porque era mais barato", afirmou o presidente. A P-57 foi construída a partir do casco de um navio holandês convertido em um estaleiro de Cingapura. O trabalho de montagem de módulos e de integração em dois estaleiros brasileiros elevou o índice de nacionalização do equipamento para 65%. (AE)

Valor da petrolífera recua R$ 28,4 bilhões na semana Queda ocorre após rumores sobre irregularidades envolvendo a estatal

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m dois dias marcados por intensa boataria entre o mercado financeiro e os efeitos de relatórios bancários desfavoráveis para o comportamento de suas ações, a Petrobras perdeu R$ 24,9 bilhões de valor em bolsa, segundo a Economatica. Levando em conta o início da semana, a perda foi ainda maior: R$ 28,4 bilhões. As ações da Petrobras desabaram ontem pelo terceiro dia seguido em meio a rumores sobre irregularidades envolvendo a estatal e integrantes do PT. Os boatos ocorrem após cinco bancos – Itaú BBA, Barclays, Morgan Stanley,

Sebrae Móvel informa sobre o EI L.C. Leite/LUZ

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feirante Cristina Barboza Santana, de 45 anos, trabalha há 12 vendendo brinquedos na feira, mas informalmente. Ontem pela manhã, ela e a filha faziam compras na região da Rua 25 de Março e se surpreenderam com o atendimento oferecido pelos analistas do Sebrae Móvel, escritório sobre rodas do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo (Sebrae-SP). O programa tem como objetivo percorrer o Estado para dar informações aos interessados sobre como formalizar pequenos negócios como EI (Empreendedor Individual). "Já perdi vendas porque não tenho CNPJ e não sabia como fazer, mas a analista me explicou como é fácil virar EI e vou estudar o assunto porque compensa", disse. O estudante de engenharia da computação, Marcos Rogério Ferreira, de 22 anos, passava pelo local quando viu o carro do Sebrae Móvel e parou para obter informações. "Quero

da corretora SLW, o investidor pessoa física deve manter o "sangue frio'' e procurar não vender suas ações em meio a boatos. Ele alertou que as ações da estatal se tornaram investimento de alto risco. "Quem faz uma carteira de longo prazo pode comprar hoje; no curto prazo, está arriscado. Não recomendo.'' A capitalização de R$ 120,4 bilhões da estatal elevou as emissões no mercado de capitais no País para R$ 199,7 bilhões entre janeiro e setembro deste ano, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). (Agências)

Prefeituras buscam informações para ampliar formalização

Programa do Sebrae visa orientar empreendedores a abrir negócios Geriane Oliveira

Merrill Lynch e Bank of America – rebaixarem suas recomendações da estatal pela diluição dos ganhos e da expectativa de retorno baixo do investimento. Os papéis chegaram a cair mais de 5,5%, arrastando o Ibovespa, que fechou com baixa de 0,88%. As ações preferenciais terminaram o dia em R$ 28,31, com baixa de 2,98% e as ordinárias com recuo de 2,17%, em R$ 25,30. Ambos os papéis estão abaixo do valor vendido na oferta de ações. Quem comprou ações ordinárias (caso dos fundos FGTS) já perdeu 4,51%. Já os preferencialistas perderam 3,8%. Para Erick Scott, analista

Meta é alcançar 1 milhão de empreendedores individuais. Atualmente, há 575 mil.

R Marcos Ferreira aprendeu que é preciso se formalizar para crescer

abrir uma empresa de desenvolvimento de sistemas para internet. Percebi que precisava me formalizar para crescer. Gostei do serviço", afirmou. O técnico de manutenção de elevadores, Thiago Romão, de 25 anos, pretende abrir uma loja de produtos ópticos e aproveitou para tirar dúvidas. "Entendi que ser EI é uma oportunidade de começar o negócio de modo certo." Procedimentos – Luana Rocha, uma das duas analistas do Sebrae que atendiam na unidade, informou que é grande o desconhecimento sobre procedimentos básicos de formalização de uma empresa. "A

maioria não tem ideia da importância de emitir nota fiscal ou de se fazer o controle de caixa," afirmou a analista. Esse é o caso do motorista Marcos Sena, que foi orientado a participar de duas palestras sobre planejamento de abertura de empresas no Sebrae. Desde que foi lançado, em novembro de 2009, o canal de atendimento Sebrae Móvel já re a l i z o u a p ro x imadamente 10 mil atendimentos públicos, dos quais c e rc a d e 8 0 % n a Capital e o restante no interior do Estado.

epresentantes da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e de prefeituras se reuniram ontem na sede do Serviço Brasileiro de apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em Brasília, para definir a operacionalização do atendimento ao Empreendedor Individual (EI) por parte dos municípios. A reunião é uma das ações estratégicas do Sebrae para elevar o número de empreendedores individuais formalizados em 2010: a meta é registrar 1 milhão de empreendedores até o fim do ano. O objetivo d o e n c o n t ro em Brasília é ampliar a participação municipal no processo de formalização dos traba-

lhadores por conta própria e o número de registros na categoria Empreendedor Individual. Até o dia o último dia 6, 575.314 empreendedores individuais no País, integrantes legalizados de um público aproximado de 11 milhões de informais. Para representantes de prefeituras, uma das principais dificuldades é a falta de informação das equipes municipais. "Estou aqui para ampliar informação, reduzir entraves e promover a formalização em nossa região", afirma o chefe de desenvolvimento econômico da prefeitura de Betim (MG), Flávio Alves Gomes. Empregos – Dos 565.911 inscritos no programa até o dia 1º de outubro, 14.148 possuem um empregado contratado, recebendo salário-mínimo ou piso da categoria. Segundo o secretário de Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, In-

dústria e Comércio Exterior (MDIC), Edson Lupatini, esse número é representativo, pois o EI, além de legalizar trabalhadores autônomos, está gerando milhares de empregos diretos. "Proporcionalmente, nem as empresas de grande porte conseguem gerar tantas vagas em apenas um ano e dois meses. O EI tem um enorme potencial na geração de emprego e renda". Três estados destacam-se com pelo número de inscrições: São Paulo (122.009), Rio de Janeiro (75.450) e Minas Gerais (57.902). Entre as atividades mais exercidas estão varejo de vestuário e acessórios (57.526), cabeleireiros (43.035), lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares (17.920) minimercados, mercearias e armazéns (17.345) e bares (16.222). A formalização do empreendedor individual é feita pelo site www.portaldoempreendedor.gov.br. (Ag. Sebrae)


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sexta-feira, 8 de outubro de 2010 Nº 337

DCARR

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Se você é maior de 18 anos, tem bom preparo físico para encarar uma maratona de esportes, concorra a uma vaga na Expedição Aircross, que a Citroën promoverá. Para se inscrever o candidato deve postar um vídeo com seu desempenho esportivo no site www.expedicaocitroenAIRCROSS.com.br. As nove melhores performances serão escolhidas por um júri e a última vaga definida por votação popular na Internet. A aventura será transmitida em um reality em 13 capítulos pelo Multishow. A Expedição AIRCROSS vai de 10 de novembro a 10 de dezembro. E as inscrições até o próximo domingo, 10.

VANS E FURGÕES

Força e espaço na Transit No disputado segmento de vans, furgões e chassis, Ford Transit se destaca pelo motor e oferta de itens de série ANDERSON CAVALCANTE Divulgação

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ançada no Brasil no final de 2008, a Ford Transit não demorou a receber o reconhecimento do consumidor brasileiro. Apesar disso, a disputa é forte no segmento de vans, furgões e chassis e o modelo não tem facilidade para abocanhar uma grande fatia do mercado e convive com concorrentes de peso como: Fiat Ducato, Renault Master, Iveco Daily, Peugeot Boxer, Mercedes-Benz Sprinter e Citroën Jumper. Comercializada nas versões Furgão Curto (R$ 80.527), Furgão Longo (R$ 89.364), Chassi (R$ 80.500) e Va n d e p a s s a g e i r o s ( R $ 104.584), a Transit, que não sofreu ajustes nos preços desde julho, é equipada com o motor turbodiesel Duratorq 2.4 TDCI de 115,6 cv de potência e torque de 32 kgfm. Sua tração é traseira e o câmbio manual tem seis velocidades.

Viajando - Em uma van de passageiros carregada com dez ocupantes - são, no total, 14 lugares -, entre as cidades de São Paulo e Florínea, no interior do Estado, passando por Assis e Paraguaçu Paulista, o motorista José dos Santos Coelho elogiou a mecânica do veículo após os 1.320 km rodados. "O motor é espetacular, não parece um 2.4, a resposta é imediata e surpreende pela força (nem parece que usa diesel), nas ruas sobra força. O câmbio também é excelente, muito bem posicionado e de fácil manuseio, na estrada é um sossego, a sexta marcha é um descanso e o torque do motor pede poucas mudanças". Com pequenos pontos negativos, principalmente para quem segue como passageiro, o conjunto da van agrada bastante. "Os freios são muito eficientes (com sistema ABS, antitravamento, e EBD, distribuição eletrônica de frenagem), o

travamento automático das portas a 8 km/h é ótimo, além de garantir maior segurança e a visibilidade do motorista é excelente. A assistência para o deslocamento em rampas dá extrema confiança principalmente na cidade, onde os espaços normalmente são bem curtos. O sistema de áudio atende a todos os ocupantes, mas os que sentam atrás sofrem com três quesitos: o ar-condicionado deixa a desejar quanto a todos os assentos, as janelas laterais são difíceis de abrir, as borrachas se dobram dificultando a abertura e os bancos são pequenos e sem regulagens, muito cansativos em longas distâncias e também muito duros, aumentando as queixas sobre os solavancos sentidos por ocasião de irregularidades na pista", explicou o motorista. Coelho ainda observou que o travamento das portas, individualizado, (portas da frente e lateral e traseira), com acionamento no chaveiro, confunde um pouco no início, mas acaba se tornando prático com o tempo e a porta lateral também oferece dificuldades em sua abertura dependendo da posição do veículo, se em aclive torna-se bastante pesada. Além dos freios com ABS, o modelo traz de série air bag para o motorista, controles de tração e eletrônico de estabilidade. Para o motorista, são seis níveis de

MOTOS

A Transit é oferecida em quatro versões: furgão curto, furgão longo, chassi e van de passageiros

penho. Contavam os bancos, mediam o espaço projetando mais uma carreira de bancos, nesse caso, para transporte de alunos. Com essa finalidade dois usuários de outras marcas pediram informações. Houve até um casal, de São CaetanoSP, que viaja pelo País em uma

F-4000 transformada em motor home, que estava decidindo qual modelo comprar para seguir em suas aventuras, planejava tirar os bancos e fazer algumas adaptações. Ficaram bem impressionados com a Transit e com as informações que ouviram".

50 ANOS DO SALÃO DO AUTOMÓVEL

NOVIDADES EM "DUAS RODAS"

NÃO PERCA A GRANDE FESTA

Salão da Motocicleta vai até domingo no Anhembi

Jornalista que conhece a mostra desde sua 3ª edição recomenda

os amantes das "duas rodas" é o da IRA, para quem busca pneus para motocicletas de 100 cc a 250 cc, e que agora está lançando sua marca especializada em roupas e capacetes para motociclistas, a IRA Design. A marca montou em seu espaço um trilho, em forma de esfera, para que os visitantes possam fazer um looping em cima de uma motocicleta. Já para quem curte ou pensa em se associar a um motoclube, cerca de 600 grupos marcam presença no evento no "point" localizado no estande. Para quem quiser visitar o Salão, crianças pagam R$ 20 e adultos R$ 25. Também é possível comprar pacote para a família (pai, mãe e filhos de até 15 anos) por R$ 50. Há ainda a possibilidade de

comprar um pacote para grupos, com 20 ingressos a R$ 350, sendo um gratuito. Hoje o Anhembi ficará aberto das 13h às 21h, no sábado, das 10h às 21h e no domingo, das 12h às 20h. O estacionamento tem preços de R$ 15 para motos, R$ 25 para carros e R$ 50 para ônibus/microônibus. Mas na Estação Portuguesa - Tietê do Metrô haverá micro-ônibus gratuito todos os dias das 13h às 20h para embarque e o último desembarque será às 22h.

om muita luz, brilho, cores, estandes com ousados designs e mulheres bonitas, muitas mulheres, no próximo dia 27 abre-se a festa dos 50 anos do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, em sua 26ª edição, no Parque Anhembi. Trata-se de uma tradicional festa do automóvel, evento que permite ao público acesso a carros que podem ou que desejam comprar, a outros que não podem, mas sonham com eles, e a alguns obrigados a descartar por enquanto essa possibilidade, mas que aproveitam a festa para consolar-se em admirá-los, talvez entrar em um deles, sentar-se, empunhar o volante, pisar nos pedais e imaginar tê-los sob o seu comando numa rodovia ou mesmo desfilando na avenida Paulista. O Salão do Automóvel nada mais é do que uma estranha ou dissimulada homenagem do ser humano à máquina, objeto mais desejado dos últimos tempos. Para as fábricas, o Salão é uma vitrine, um instrumento promocional dos produtos que concebem, motivador de vendas, momento sublime de congraçamento com o público. Para este, a oportunidade de ver cada veículo no detalhe, compará-los num mesmo ambiente, tirar dúvidas, admirar o brilho de suas cores, sentir o conforto que proporcionam, a altura e a maciez dos bancos e até sentir o cheiro de cada um. Sim, carro tem cheiro e cada um deles um odor característico, como se fosse parte de sua marca. Cheiro

de couro, tecido, plástico, tinta e vários outros produtos. Para nós, brasileiros, o carro tem uma importância especial. Principalmente agora, que a modernidade sociopolítica acena até aos mais humildes a possibilidade de ter seu carro. E como é bom ter carro, que delícia, que tranquilidade, que conforto! Se ele falta, que tristeza... Por isso, todos devem ter um carro. Mas vamos pensar em Salão do Automóvel com o progresso que o carro alcançou nos 53 anos de indústria nacional. De velhos projetos trazidos do exterior, depois dos importados que ajudaram o progresso brasileiro, chegamos a produtos tão modernos quanto os que existem nos tradicionais centros. Da Romi Iseta, do Jeep, da Vemaguet, do Simca Chambord, do Aero Willys, do Dauphine e do Alfa Romeo JK chegamos a modelos fantásticos como o EcoSport,o Vectra, o Linea, o CrossFox e ao irreverente Novo Uno, entre dezenas de outros modelos para dificultar a nossa escolha. No aspecto humano, o salão é uma homenagem aos designers, que, dos pioneiros Roberto Araújo, Rigoberto Soler e Anísio Campos chegaram a profissionais que além de conceber formas para os carros brasileiros estão no exterior desenhando automóveis para grandes marcas internacionais; aos engenheiros que fizeram do Brasil o único a desenvolver um combustível alternativo ao petróleo e que, agora, incitam

europeus a copiar o motor flex e que fizeram do Brasil o país com o motor 1.0 mais potente do mundo. Homenagem a profissionais de outros setores da indústria (especialmente da autopeças), que ajudaram a transformar o Brasil no país a reunir o maior número de marcas internacionais e a ter o seu mercado disputado por montadoras de todas as partes do mundo. O Salão do Automóvel deve ser visto como programa obrigatório e, tenho certeza, muitos que tiveram olhos pioneiros para o Brasil também gostariam de estar presentes para comprovar o resultado que conseguiram pela sensibilidade de reconhecer um país - com extensão, perspectivas, recursos naturais, carências e um elemento humano incomparável - capaz de ser transformado num dos mais importantes mercados mundiais. Estarei lá para assistir a essa homenagem e considero que ninguém deve faltar a esse evento. Luiz Carlos Secco

Secco Consultoria de Comunicação DC

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contece até este domingo (10 de outubro), o 2º Salão da Motocicleta no Pavilhão de Exposições do Anhembi (Av. Olavo Fontoura, 1.209 Santana - SP). Lá, o público poderá ver lançamentos, inovações no segmento de peças e acessórios, shows especiais de saltos e acrobacias, entre outras atrações. A expectativa dos organizadores é de que até o encerramento do Salão, o Anhembi receba aproximadamente 150 mil pessoas. O evento não conta com montadoras como Yamaha (representada apenas pela sua associação de concessionários) e Honda, mas novidades não faltam, como uma exposição com centenas de motos raras e históricas das décadas de 50, 70 e 80, como uma Honda CB 750 automática da década de 70 e uma Honda 350, de 1957, quatro gerações da clássica Gold Wing e o modelo GT 750 da Suzuki, da década de 70. Entre os expositores, destaque para a Ducati, maior fabricante italiano de motos, que apresenta os modelos naked da família Monster, as 696, 1100 e 1100 S, assim como as Superbike 848, 1198 e 1198 S, a StreetFighter, as Hypermotard 796 e 1100 e também a grande novidade para o mercado brasileiro, a Multistrada 1200. Outro estande para arrepiar

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ajuste do banco, que ainda possui apoio para o braço e comandos do som instalados também na coluna de direção, tudo para gerar melhor rendimento e minimizar o cansaço. Ela oferece, também de série, cortina atrás do banco do motorista e luz na área dos passageiros. "A praticidade do modelo, principalmente pelo acabamento e componentes, sugere um tipo de uso mais urbano, com trechos mais curtos e assim, menos cansativos para todos os ocupantes", explicou Coelho que ainda contou um fato curioso ocorrido durante a viagem. "Por três vezes fui abordado por pessoas que queriam ver o espaço, ouvir o motor e saber sobre o desem-

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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urismo

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Até novembro nas águas calmas e mornas do litoral sul da Bahia, os cetáceos convidam a uma aventura única em Arraial D'Ajuda: o turismo ecológico de observação. O DC foi até lá e trouxe um pouco da emoção!

SHOW DAS BALEIAS JUBARTE Fotos: Alex Ribeiro

Alex Ribeiro

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er, ouvir e se apaixonar p e l a s j u b a r te. E s s a aventura única não é mais privilégio de biólogos, pesquisadores e milionários em busca de raras emoções. Até bem pouco tempo atrás navegar ao lado das baleias jubarte exigia muito planejamento, um bom dinheiro e tempo para, com sorte, avistá-las na costa brasileira. Hoje, partindo do litoral sul da Bahia rumo ao mar aberto, em aproximadamente 30 quilômetros, podemos encontrar com o enorme, simpático e exibicionista cetáceo. É justamente em Arraial D’Ajuda, na Costa do Descobrimento, a 4 km de Porto Seguro, que começamos nossa aventura. Levando protetor solar, água, um lanchinho e a indispensável câmera fotográfica, partimos em direção às jubarte. A saída deve ser bem cedo por causa da maré e o capitão preferencialmente nativo da região, isso porque não é fácil navegar pelo canal entre Porto Seguro e o Arraial e desviar do arrecife no ponto exato que dá acesso ao mar aberto. Aos poucos deixamos as históricas casinhas coloridas de Porto Seguro para trás e vislumbramos a Ponta do Apaga Fogo, cartão de visita de Arraial. Nessa época do ano

o mar fica um pouco “mexido”, mas é o pequeno preço que pagamos pelo encontro com as baleias. Após uns 40 minutos mar adentro o ajudante de marinheiro Altino grita: “Olha lá a lisera dela”. Lisera é como os nativos chamam a mancha de gordura deixada pela jubarte no úl-

timo mergulho, a água do mar remexida dá lugar a uma superfície extremamente lisa que pode ser vista à distância; é o primeiro sinal de que estamos perto. Olhos arregalados e silêncio geral, a expectativa é grande, a qualquer momento ela pode aparecer.

Corremos os olhos por todo contorno do barco ofuscado pelo reflexo do sol. Minutos depois, uma nuvem de água é esguichada na linha do horizonte e surge a primeira baleia. Podemos ver sua nadadeira dorsal perfeitamente, mas ela ainda está um pouco distante do barco. Vamos

O paraíso batizado de Arraial D’Ajuda

Destino de muitas atrações: o colorido centro histórico de Arraial (à dir.), as diversas praias, como a de Pitinga (acima); e o Eco Parque (fotos abaixo), o terceiro maior parque aquático da América Latina, que acolhe desde toboáguas até tanques de corais .

navegando vagarosamente em sua direção e acompanhando sua “lisera”. Aos poucos ela vai se familiarizando com o barco. Agora já é possível ver sua cabeça e mandíbula cravejadas de tubérculos (protuberâncias). É realmente incrível aquele animal quase maior que o barco nadando ali do nosso lado. A sensação é de que realmente somos minúsculos perto dessa exuberante criatura. O passeio dura o tempo que é preciso para nos deliciarmos ao observá-las e depois nos retirarmos para não estressá-las. A beleza de sua aparição nos desperta para o respeito que devemos ter ao seu hábitat, invadimos seu es-

paço, ela nos presenteia, mas em troca sentimos que devemos partir. As baleias jubarte tem seu dorso totalmente negro e as partes internas das nadadeiras são esbranquiçadas, podendo ser totalmente brancas. Elas podem chegar a 16 metros de comprimento e 40 toneladas. Entre os meses de julho e novembro elas migram das geladas águas da Antártida para o litoral sul baiano em busca de águas mornas e calmas para a reprodução. Daí, talvez a explicação de estarem tão dóceis e acessíveis ao turismo de observação. Viagem a convite do Arraial D'Ajuda Eco Resort

RAIO X COMO CHEGAR SP-Porto Seguro, pela TAM (www.tam. com.br), sai a partir de R$ 649,04 ida-e-volta, em novembro, com as taxas – voo direto via Guarulhos. Na Gol (www.voegol.com.br), R$ 503,04. Vá de táxi até a balsa e, depois da travessia, van ou táxi até o hotel. ONDE DORMIR Arraial D´Ajuda Eco Resort: tel. (73) 35758500, www.arraialresort.com. Diária a partir de R$ 345 (baixa estação) e R$ 453 (alta).

Pousada Cheiro Verde: tel. (73) 35751066, www.cheiroverde.com.br. A partir de R$140 (baixa) e R$350 (alta). Pousada e Restaurante Coqueiros: tel. (73) 3575-1229, www.pousadacoqueiros. com.br/. R$160 (baixa) e R$ 310 (alta). FAÇA AS MALAS Casarão Viagens: tel. (73) 3575-1152. Passeio para ver baleias a R$145 por pessoa. Eco Parque: www.arraialecoparque.com.br.

Gastronomia surpreendente – Desde

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aisagem exuberante, boa infraestrutura turística e uma vila cosmopolita. Assim é Arraial D’Ajuda. Os primeiros turistas a descobrir o lugar foram os hippies na década de 70, chegavam para acampar e iam ficando para morar no vilarejo em torno da Igreja de Nossa Senhora D’Ajuda. No correr dos anos, Arraial foi ficando conhecida pela tranquilidade de suas praias desertas e a hospitalidade. A partir dos anos 90, alguns turistas vindos de grandes centros urbanos foram se instalando por lá. É a turma do “já foi”, como eles mesmos se chamam. São ex-arquitetos, médicos, engenheiros, comerciantes etc, que foram para lá para conhecer e acabaram se tornando empreendedores locais. Hoje, são eles os donos das charmosas pousadas, restaurantes e lojas locais. Essa ocupação tornou-se o diferencial desse destino turístico. “Arraial é distante de qualquer cidade grande e quem veio para cá, conheceu, se encantou e resolveu morar aqui, teve que montar seu próprio negócio. Isso aconteceu com quase todos os proprietários locais, daí o toque pessoal ao atendimento aos turistas, eles estão e se sentem em casa, a nossa casa”, comenta Samira Martins proprietária da Pousada Cheiro Verde. Realmente, o atendimento personalizado e descontraído faz com que você sinta que já conhece todos e, em pouco tempo, pensa em ficar por lá. As praias – Arraial tem praia para todos os gostos. Na Ponta do Apaga Fogo e em Araçaípe é possivel se banhar nas piscinas naturais formadas pelos arrecifes de corais. A maioria dos frequentadores é dos hotéis e das pousadas “pé na areia”. Mucugê já é mais

movimentada por estar próxima do centro e tem mais barracas. Parracho é o “point” dos jovens com direito a festas e luais. Pitinga tem poucas barracas, que ficam no começo da praia, e para quem gosta de caminhar vale a pena seguir até as falésias e curtir o clima de praia deserta. Aos que têm fôlego dá para ir a pé pela praia até Trancoso, mas não esqueça da água e do protetor solar! Parque – Reserve um dia para curtir o Arraial D’Ajuda Eco Parque. O terceiro maior parque aquático da América Latina é completamente integrado à natureza, pois fica em uma área de reserva de Mata Atlântica às margens da Praia do Mucugê. O visitante de todas as idades pode se esbaldar na piscina de ondas, nos toboáguas, playground aquático, piscinas de jogos, tirolesa, arvorismo, escalada, rapel e quadra de areia. Tudo isso com vista para o mar e com direito a um variado cardápio, dividido entre os quiosques de alimentação que vão do acarajé aos sorvetes de frutas naturais. A preocupação com a preservação ambiental é regra no Eco Parque. O projeto Coral Vivo, instalado lá, aguça a curiosidade das crianças e incentiva a prática da preservação ambiental. Vários tanques com corais da região são apresentados aos visitantes por monitores nativos que explicam o comportamento e a importância das várias espécies. Além disso, o visitante pode fazer uma interessante observação usando uma espécie de mascara de superfície que permite ver os corais nos tanques que reproduzem seu hábitat natural. Imperdível também é ver os corais por meio de microscópios. É um show de imagens e informações, uma verdadeira aula na Praia de Mucugê. (AR)

as pousadas até os charmosos restaurantes da vila e as barracas de praia, come-se muitíssimo bem em Arraial. A mistura de ingredientes da cultura local com o toque de chefs nativos resulta em refinadas receitas que não deixam nada a desejar aos mais finos restaurantes das grandes capitais. Um exemplo? Filé de guaiuba grelhado sobre rosti de aipim ao molho de uvas do Rio São Francisco. Do chef Salmo Oliveira, o prato tem uma leveza de sabor indescritível – isso servido à beira-mar no restaurante Ponta do Apaga Fogo, do luxuoso Arraial Eco Resort. Em contraponto, na Barraca do Faria, na Praia de Pitinga, a chef e cozinheira-mor dona Cora, de 73 anos, prepara receitas inventadas em família. Sempre arrisca novos ingredientes e o resultado é muito saboroso. Exemplo é o Ybá-Pirá, filé de badejo grelhado com legítimo cuscuz nordestino e um inusitado molho de banana d’agua. O acompanhamento fica por conta da refrescante CaipiSanto, caipirinha de vodca com capim santo. O prato criado por dona Cora foi vencedor do 3° Festival Gastronômico da Costa do Descobrimento, que é organizado pela comunidade litorânea do sul da Bahia. Já em sua 7° edição, o evento reúne chefs internacionais em workshops realizados anualmente no outono. (AR) Dona Cora (no topo), da Barraca do Faria, faz delícias de família como o badejo grelhado com cuscuz (à esq.). Chef Oliveira (acima) conquista no Arraial Eco Resort.


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Alexandre Lima/Divulgação

Alexandre Lima/Divulgação

Capitão Nascimento de volta. Para atacar o vespeiro da corrupção. T

ropa de Elite 2 (Brasil, 2010, 116 minutos), continuação do longa de José Padilha sobre as operações do Bope, estreia nesta sexta (8), já com um recorde: será exibido em 636 salas do País. Segundo o distribuidor Marco Aurélio Marcondes, fez esse anúncio na manhã de quarta (6), o lançamento do filme em data pró-

se mete é ainda mais complicado do que no primeiro filme. O roteiro ficou a cargo de Bráulio Mantovani, em colaboração com o próprio Padilha, que também se envolveu na produção. O diretor declara que seu filme tem objetivo de mostrar "como o Estado contribui para a violência urbana admi-

nistrando muito mal as instituições que deveriam coibi-la, como o sistema prisional, os educandários para pequenos criminosos, e as polícias". No site oficial do filme, ele afirma que em Tropa de Elite 2 ele não tentou produzir apenas entretenimento. "Tentei abordar um tema que me é caro. Sem sair de dentro da trama.

Sem tirar o olho do espectador da ação. Sem pausas para reflexão. Tentei fazer um cinema que não faz inferências morais pelo espectador, que não lhe diz o que pensar e quando pensar." O grande número de salas aponta para uma expectativa otimista de público esperado nos cinemas. A repórter do Diá-

rio do Comércio percorreu as ruas da região central perguntando se os vendedores de DVDs ilegais já tinham o filme em seu "catálogo". Eles balançavam a cabeça em negativa, prometendo o título para "a semana que vem". A segurança, pelo menos em relação à pirataria, desta vez parece estar funcionando. (LHC)

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cultura

A jornada feminina de comilança, orações e romance leva grande contingente de mulheres aos cinemas. A Tropa de Elite, agora sob novo comando, declara guerra às drogas e aos políticos corruptos. E uma singela fábula sobre um menino e seu guarda-chuva.

Trintona fogosa sai pelo mundo. Em busca de novo eixo.

eralmente os livros são melhores do que os filmes que geram. Maior riqueza de detalhes e explicações minuciosas conferem mais sabor às páginas do que aos fotogramas. Comer, Rezar, Amar é exceção. O livro autobiográfico de Elizabeth Gilbert (Editora Objetiva), bestseller com mais de oito milhões de exemplares vendidos, é agradável, fácil de ler, mas o longa-metragem tem o trunfo de contar com Julia Roberts como protagonista. Sua atuação confere leveza à saga da mulher de 30 e tantos anos que, desiludida e em crise com o namorado David (James Franco, foto), decide sair pelo mundo em busca de si mesma. Os 140 minutos passam rapidamente, sem cenas arrastadas ou enfadonhas, como acontece com algumas passagens do livro, em momentos nos quais a autora insiste em fornecer longas descrições e comparar demais. Ainda no início, quando vai morar sozinha, após a separação do marido, ela diz: Divulgação "Eu via o apartamento quase como um sanatório, uma clínica de repouso para recuperação de mim mesma. (...) Minha irmã me deu uma bolsa de água quente e eu dormia com aquele objeto aninhado junto a meu coração, como alguém tratando uma lesão esportiva". E as páginas se seguem com dezenas de comparações. Talvez para tornar mais palatável a leitura, ela se empenhe excessivamente em achar metáforas. Tudo fica muito bem explicadinho, mas um pouco enfadonho. Já Comer, Rezar, Amar, o filme dirigido por Ryan Murphy (ele comandou Correndo com Tesouras), narra com graça a saga de Liz Gilbert, que começou sua viagem pela Itália, comendo todas as macarronadas, pizzas e doces, tomando todos os capuccinos e sorvetes. Em quatro meses, também aprende um pouco do idioma italiano, faz amigos em Roma e entende o sentido do famoso dolce far niente. Embora beirando a auto-ajuda, há trechos inspirados nessa fase, como: "Já que o mundo é tão corrupto, mentiroso, instável, exagerado e injusto, só se deveria confiar naquilo que se puder provar com os próprios sentidos. (...) O prazer não pode ser sucateado. E, algumas vezes, a comida é a única moeda real." A segunda parte é passada na Índia, aonde ela vai disposta a meditar e encon-

Lúcia Helena de Camargo Divulgação

trar Deus. Alta e loira, se sobressai na multidão de indianos. Levanta de madrugada, faz orações, procura sua divindade interna. Simpática, é designada para atuar como recepcionista no ashram, local no qual funciona uma espécie de retiro espiritual. Ali fica amiga de Richard do Texas (Richard Jenkins), um americano engraçado que a apelida de Sacolão (Groceries, no original em inglês), porque Liz avança vorazmente sobre o bufê vegetariano, fazendo pratos que formam verdadeiras montanhas de comida. "Nunca vi alguém comer tanto", ele comenta. E o apelido pega. Na Indonésia, segue as orientações do guru Ketut e faz amizades com uma curandeira. E encontra um final feliz para a própria história, conhecendo o brasileiro Felipe, papel de Javier Bardem. Com um sotaque luso-espanhol hilário, ele arrisca expressões como "falsa magra", ao mencionar que a mulher, quando vestida, aparenta ser longilínea, mas usando biquíni, percebese que possui curvas. Ouve-se português brasileiro na voz de Bebel Gilberto, que na canção Samba da Benção, proclama que “É melhor ser alegre que ser triste”. O que o provoca risos na plateia é o cumprimento de Felipe no filho, já adulto, com beijo na boca. "Eu acho estranho, mas respeito, porque é costume de brasileiros", diz o rapaz. É? Em cartaz na Cidade desde a semana passada, Comer, Rezar, Amar tem levado às salas de exibição uma maioria feminina, como se espera. Grande parte dessas mulheres, leitoras do livro de Gilbert. Talvez a jornada transformadora seja algo desejado por um grande contingente de esposas e mães entediadas. É fácil embarcar na história. E ninguém precisa lembrar que uma viagem nesses moldes talvez só funcione se você for uma escritora americana já conhecida, sem preocupações com dinheiro e um ano inteiro para gastar em um empreendimento pessoal de auto-descobrimento. Comer, Rezar, Amar (Eat, Pray, Love, Estados Unidos. 2010, 140 minutos). Direção: Ryan Murph. Com Julia Roberts, Billy Crudup, James Franco, Viola Davis, Javier Bardem e Richard Jenkins.

Mágica em forma de guarda-chuva

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xima às eleições não foi proposital. A trama agora será política. O capitão Nascimento, dez anos mais velho, passa a comandante do Bope e, depois, a subsecretário de Segurança Pública. Ele ataca com todas as forças o tráfico de drogas, mas com isso compra briga com policiais e políticos corruptos. O vespeiro em que

Foram testadas 400 crianças para compor o elenco de Eu e Meu Guarda-Chuva (Brasil, 2009, 78 minutos). Quem ganhou o papel de protagonista foi Lucas Cotrim, que vive Eugênio. O menino, de 11 anos, não se separa de seu guarda-chuva herdado do avô. A história começa quando ele, juntamente com os amigos Frida (Rafaela Victor), e Cebola (Victor Foiman) decidem explorar o prédio da nova escola, na última noite de férias. E assumem a missão de derrotar o temível fantasma Barão Von Staffle (Daniel Dantas). Baseado no livro de Branco Mello, Hugo Possolo e Ciro Pessoa, o filme dirigido por Toni Vanzolini mistura aventuras infantis com magia e humor. Chegou a ser comparado com a série Harry Potter, por guardar algumas semelhanças. O garoto tem um guarda-chuva mágico em vez da varinha; o grupo é composto igualmente de dois meninos e uma menina e tudo acontece em uma escola. “Eu busquei falar de valores universais; a nova escola, a primeira namorada, a perda de um menbro da família”, declarou o diretor. O filme tem participações especiais de Arnaldo Antunes, Camila Amado, Leandro Hassum e Paola Oliveira.


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Flávia Junqueira/Divulgação

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cultura

A vida até parece uma festa. Com conflitos e papel rasgado. Rita Alves

Flávia Junqueira/Divulgação

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ontagem regressiva para o feriado prolongado? Clima de comemoração diante dos dias de folga? Faça festa. E visite outra na recéminaugurada Zipper Galeria. A anfitriã, Flávia Junqueira, recebe seus convidados congelada em uma série de autorretratos expostos na mostra A Casa em Festa. A exposição abriga seis fotografias em grande formato que exibem uma festa insólita feita na casa da artista. Presentes, doces, canudinhos, balões, bonecos e brinquedos são alguns dos objetos dispostos exageradamente nas obras, criadas entre 2009 e 2010, em continuação ao seu trabalho anterior, intitulado Na Companhia dos Objetos. Assim como nas fotografias antigas, Flávia está nas recentes rodeada de objetos festivos, mas cabisbaixa, sozinha. O contraste é proposital. Segundo a artista, a ideia é criar pontos extremos, conflitos, estruturas de pensamento opostas. O tema festa tem ligação com o conforto e a sedução presentes nos objetos. "No entanto, esses elementos são finitos, a festa tem prazo de validade, assim como tudo na vida. E ainda que, em um primeiro momento, acreditamos entrar no trabalho por vias de beleza, controle, organização de elementos e cores, nos deparamos com alguns detalhes de decepção, decadência, tristeza, passado e memória", explica. Tais sentimentos subjetivos estão na expressão facial da artista e também em

A Casa em Festa: fotografias de Flávia Junqueira mesclam presentes e memórias.

Nos labirintos de Mahler

alguns detalhes do cenário como um descascado de papel de parede, um balão preto e um amontoado de doces anulados pelo excesso. Flávia afirma não ter utilizado critérios de cor ou formato de objetos para montar a festa. "Penso no conceito do trabalho e vejo que preciso de elementos de festas bonitos e vistosos. O resto é aleatório". Depois de resolvida essa questão, ela vai às compras. Destino? A rua 25 de Março ou alguma loja chique na região dos Jardins. Na lista de compras, brinquedos, balões e objetos malucos e inovadores. As diferenças evidentes entre as lojas, em cada bairro, também beneficia. Da região central, a festeira trouxe brinquedos simples, além de objetos coloridos e simbólicos. Já nas lojas elegantes, a garimpagem incluiu, por exemplo, adereços importados e balões especiais. "Tudo isso enriquece meu trabalho. É uma mistura de classes sociais, de alegrias e tristezas, de memórias e de presentes, tudo bastante diferente e, ao mesmo tempo, tudo muito igual." Outro fato que chama a atenção é o tamanho das obras: 1m10 x 1m60 a 1m80 x 2m40. De acordo com a fotógrafa, isso combina com o conceito do trabalho. "O tamanho ajuda a criar essa brincadeira, essa ironia de uma estética do consumo, grandiosa e muito apurada e de 'bom gosto'." Ela também diz que a dimensão importa porque o

cenário exibe ambientes internos. "O fato de ser grande possibilita ao espectador quase participar da cena real e viver um pouco o que isso tenta representar." Grande também é o trabalho para organizar cada cena. A mais difícil mostra uma mesa de festa repleta de enfeites, bolos e doces feitos de isopor, embelezados por ela com granulados e balas da marca M&M. Montar a cena é outra etapa complexa. "O mais difícil é sempre eu entrar no meio disso tudo depois do cenário pronto. E é difícil guardar e organizar tudo isso também!" Menos complicada foi a festa real feita na Zipper no dia da inauguração da mostra. Além de balões e mesas de doces, Flávia montou uma festa infantil para os visitantes. "Tinham muitas crianças e isso gerou uma vivência real para a festa que estava sendo proposta." Certamente a artista, sempre cabisbaixa nas obras, exibiu outra expressão naquele dia, especialmente depois de uma criança deduzir que estava lá para comemorar o aniversário da artista. "Essa garotinha me perguntou quando seria a hora de cantarmos o Parabéns pois ela estava louca para me ver soprar as velinhas do bolo!" Zipper Galeria. Rua Estados Unidos, 1494, Jardim América, tel: 4306-4306. De segunda a sexta das 10 às 19h. Sábado das 11h às 17h. Grátis.

Fotos: Arquivo DC

Marino Maradei Júnior

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esp

Ouça a Os

. Sinfonia Terceira . h 1 2 Sexta (8), 6h30. ), 1 Sábado (9 tralto n Com a co e h Nat ali s nn, voze Stutzma o r o C s do feminina Coro Osesp e . Sala sesp Infantil O . Tel.: São Paulo 6. 6 3223-39

Leonard Bernstein

o dia 18 de outubro de 1904, em Colônia, Alemanha, Gustav M a h l e r ( B o ê m i a / Á u stria/1860-1911) regeu pela primeira vez, sob grande tensão, a Sinfonia Nº 5 em Dó Sustenido Menor, sua obra mais popular. Depois do concerto, entre furioso e desesperado, trovejou nos bastidores: "Quisera eu estrear minhas sinfonias 50 anos após a minha morte!" Esta famosa passagem de sua biografia, que está na ponta da língua dos ensaístas, consta de monumental estudo (4 volumes, mais de mil páginas) do musicólogo parisiense HenryLouis de La Grange: Gustav Mahler - A New Life Cut Short (Oxford USA Professio, 2008). Aquela manifestação destemperada certamente denunciava a angústia de um criador à frente de seu tempo. Se Mahler se consagrara como o regente mais carismático de sua época, o mesmo não acontecia em relação à sua produção autoral. Esse vácuo o torturou até a morte, em 1911. Depois dela, só em meados do século XX, Mahler passou a ser reavaliado, graças à coragem do amigo Bruno Walter, que batalhou, nos anos de 1940, pela divulgação de sua obra, e por Leonard Bernstein, a partir da década de 60. Ambos grandes regentes, eles retraçaram o perfil cultural de Mahler, gravando as suas obras, promovendo eventos para debater o seu pensamento com intelectuais influentes e, principalmente, com jovens inquietos, dispostos a experimentar novas emoções por intermédio da música. "Meu tempo virá", Mahler profetizava a confidentes, entre eles, o então jovem compositor Arnold Schoenberg

(1874-1951), e as amigas Anna von Mildenburg e Natalie Bauer-Lechner. Essa profecia ainda ecoa. Porque a ousadia mahleriana continua sendo um surpreendente laboratório sonoro, capaz de capturar novos ouvintes, até os que jamais pisaram em uma sala de concertos. O misto e o múltiplo dominam as obras de Mahler. Sua perspectiva do tempo, seu papel de visionário na história da música - aliás, da arte em suas diversas confluências - reflete um rompimento com o tradicional conceito de beleza, criando uma insinuante polifonia de estilos, um ecletismo que transfigura o feio e o vulgar tanto em êxtases tortuosos como em sublimes momentos de lirismo. Essa complexidade se traduz pela intensa vivacidade rítmica, pela superdimensão melódica desdobrada em timbres inusitados, pela adição de novos instrumentos à orquestra (violão, bandolim, celesta, sinos, um arsenal de elementos percussivos) e pela utilização da voz. Nas nove sinfonias que Mahler escreveu, a voz humana (solos e coros) atua em quatro (Segunda, Terceira, Quarta e Oitava - esta parece mais um oratório). Para os ouvintes de primeira viagem, que estejam abertos à revelação mahleriana, talvez seja mágico desfrutar inicialmente dos tempos lentos (os adágios de suas sinfonias). Não que eles devam ser despregados da arquitetura de cada uma delas. Mas o apelo das linhas melódicas dos adágios, pode-se afirmar, é irresistível. Para quem estiver disposto a encarar essa aventura, aqui vai um guia. - Sinfonia Nº 1 (Ré Maior) - Terceiro Movimento: Feierlich und gemessen, ohne zu schleppen(Solene e moderado, sem se arrastar). Gravação: Columbia Symphony Orchestra/Regência: Bruno Walter. - Sinfonia Nº 2 (Dó Maior) - Segundo Movimento: Andante moderato. Grava-

ção: Royal Concertgebouw/Regência: Mariss Jansons. - Sinfonia Nº 3 (Ré Menor) - Sexto Movimento: Langsam. Ruhevoll. Empfunden. (Lento. Tranquilo. Profundo.) Gravação: Orquestra Filarmônica de Londres/Regência: Klaus Tennstedt. - Sinfonia Nº 4 (Sol Maior) - Terceiro Movimento: Ruhevoll (Tranquilo.) Gravação: Orquestra do Festival de Lucerna/Regência: Claudio Abbado. - Sinfonia Nº 5 (Dó Sustenido Menor) Quarto Movimento: Adagietto. Sehr langsam . (Menos lento que o adágio. Muito tranquilo.) Gravação: Filarmônica de Berlim/Regência: Simon Rattle. - Sinfonia Nº 6 (Lá Menor) - Segundo Movimento: A ndante moderato. Gravação: Filarmônica de Berlim/Regência: Claudio Abbado. - Sinfonia Nº 7 (Si Menor) - Quarto Movimento: Nachtmusik II: Andante amoroso. (Música noturna. Andante muito suave.) Gravação: Sinfônica de Londres/Regência: Valery Gergiev. - Sinfonia Nº 8 (Mi Bemol Maior) - Parte I - Hino: Veni, creator spiritus. (A criação.) Gravação: Sinfônica de Chicago/Regência: Georg Solti. - Sinfonia Nº 9 (Ré Maior) - Quarto Movimento: Adagio. Sehr langsam und noch zurückhaltend. (Muito mais lento e intensamente cauteloso.) Gravação: Filarmônica de Viena/Regência: Leonard Bernsteinn. - Sinfonia Nº 10 (Fá Sustenido Maior). Inacabada. Adagio. Gravação: Filarmônica de Berlim/Regência: Simon Rattle. Registro importante: Bernard Haitink, maestro holandês, e mahleriano convicto, gravou o ciclo inteiro das sinfonias com as Sinfônicas de Chicago/Berlim. E Pierre Boulez, maestro e compositor francês, outro estudioso de Mahler, realizou uma gravação excepcional da Sinfonia Nº 5, com a Filarmônica de Viena.

Bernard Haitink

Pierre Boulez

Georg Solti

Comece ouvindo os adágios

Bruno Walter (alto) e Klaus Tennstedt (acima): incorporaram a música de Mahler em registros fonográficos históricos. Tennstedt (Sinfonias Nº 1 e 8) pode também ser visto em DVD duplo.

Claudio Abbado

EM DVD: Sinfonia Nº 3 de Mahler, com a Orquestra do Festival de Lucerna. Contralto: Anna Larsson. Tölz Boys Choir e Arnold Schoenberg Choir. Regência: Claudio Abbado. Euroarts. Região 1. 2008.


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O lirismo do futebol Alvo dos melhores intelectos, esse esporte (?) é celebrado por Luis Fernando Veríssimo, o maior cronista do Brasil.

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om o lançamento, pela Objetiva, do volume de crônicas de Luis Fernando Veríssimo, Time dos Sonhos - Paixão, Poesia e Futebol, esse chamado esporte, que na verdade é um espetáculo dramático, uma obra de arte, caminha mais um passo para se consolidar plenamente como tema perfeitamente legítimo para ser alvo dos melhores intelectos do País. Nem sempre foi assim: na primeira metade do século XX, nomes prestigiosos como o escritor carioca Lima Barreto, que se opunha ao que considerava um estrangeirismo e uma leviandade, e o escritor paulista Mário de Andrade, que se opunha ao que julgava uma brutalidade, foram contrários ao futebol. No máximo, se tratava do futebol como "alienação" e "desvio compensatório das frustrações cotidianas", como se, nesses aspectos, o futebol estivesse em posição diferente, por exemplo, da literatura, do teatro e das artes plásticas. Apenas ficcionistas isolados, como José Lins do Rego, e pessoas muito cultas que se profissionalizaram como jornalistas esportivos, por exemplo o acreano Armando Nogueira, e o carioca Nelson Rodrigues, levavam, entre os pensadores brasileiros, o futebol a sério. A coisa começou a mudar mais ou

Renato Pompeu menos a partir dos anos 1980 e hoje o futebol já está praticamente consagrado como tema acadêmico digno de pesquisas. Tendo poetas como Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Mello Neto, tratado do futebol em geral e de alguns craques em particular, como Pelé o primeiro e Ademir de Meneses e Ademir da Guia o segundo, em poemas altamente elaborados, agora o futebol encontra sua consagração lírica em prosa, nas mãos do mais famoso cronista contemporâneo, justamente Veríssimo. Ele diz, por exemplo: "No futebol, como no sexo, as pessoas suam ao mesmo tempo, avançam e recuam, quase sempre vão pelo meio, mas também caem para um lado ou para o outro e às vezes há um deslocamento. Nos dois é importantíssimo ter jogo de cintura". E mais: "No sexo, como no futebol, muitas vezes acontece um cotovelaço no olho sem querer, ou um desentendimento que acaba em expulsão. Às vezes, um vai para o chuveiro mais cedo". Ou "Dizem que a única diferença entre uma festa de amasso e a cobrança de um escanteio é que na grande área não tem música, porque o agarramento é o mesmo, e no

Este é o poeta Carlos Drummond de Andrade. Mas podem chamá-lo de Urso Polar.

escanteio também tem gente que fica quase sem roupa. Também dizem que uma das diferenças entre o futebol e o sexo é a diferença entre camiseta e camisinha. Mas a camisinha, como a camiseta, também não distingue; ela tanto pode vestir um craque como um medíocre". No mundo encantado do futebol, na verdade, se encontra uma reprodução fantasiosa das complexidades do mundo real tal como é vivenciado pelas pessoas em geral e pelos torcedores em particular. Do mesmo modo que o mundo real, o futebol pode ser avaliado por toda sorte de conotações, das sexuais às religiosas, passando pelas sociais, econômicas e culturais. Veríssimo, por exemplo, raciocina sobre o tema indicado pelo título da coletânea, a partir da decepção causada pelo mau desempenho de cada Time dos Sonhos, como o chamado "time dos galáticos" do Real Madrid. Escreve Veríssimo: "A questão moral escondida passa a ser por que os times de sonho jamais correspondem o sonho. Seria porque competem não com os outros times, mas com a própria expectativa que criam, uma perspectiva da perfeição impossível. Ou porque se autodeslumbram a ponto de pensar

Nos dois (futebol e sexo) é importante ter jogo de cintura. Veríssimo

que o outro time só não entrega a partida ao vê-los entrar em campo por uma inexplicável falta de respeito". Em suma, para discutir a frustração com cada Time dos Sonhos é preciso recorrer a cogitações filosóficas e éticas do mesmo nível de profundidade necessário para avaliar o fracasso de outras utopias, como o socialismo e o neoliberalismo. Por vezes, Veríssimo se manifesta como portador da visão literalmente platônica típica de cada torcedor, segundo a qual o seu time é campeão eterno no mundo ideal, sendo as suas realidades concretas como perdedor de algum jogo ou de algum campeonato meras ilusões dos sentidos, das quais, como no hinduísmo e no budismo, se pode escapar por meio da meditação que nos leva de verdade à realidade última das coisas aparentes, realidade última que é o fato de o time do torcedor ser campeão imutável no mundo das essências. Assim, Veríssimo, do alto dessa visão, simplesmente proclama: "Fui eu que consegui a vitória do Internacional no campeonato mundial interclubes, no Japão, em 2006". Todo torcedor já passou por esse momento de identificação de sua alma com a alma invencível de seu time.

OS APELIDOS DE NOSSOS ESCRITORES No dicionário, 295 verbetes, dedicados a 110 nomes. Para o bem ou para o mal... Decio Viotto

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udo começou com uma eponímia explicação para nome de pessoas que viraram substantivos comuns, como gilete, baderna e carrasco. E a pesquisa do professor de Letras, Cláudio Cezar Henriques, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), sobre nomes próprios que se tornaram nomes comuns, avançou tanto que virou o inédito Dicionário de Apelidos dos Escritores da Literatura Brasileira, com 295 verbetes (110 escritores e 185 apelidos). "Nem sempre os apelidos são formados a partir do próprio nome da pessoa, como Zico (sufixo do apelido Arturzico), Toninho (diminutivo de Antonio) ou Vivi (reduplicação da primeira sílaba de Viviane)", observa Henriques. "Muitas vezes, nem sabemos o verdadeiro nome de alguém, apenas seu apelido. Qual o nome de Pelé, Chagal, Sarney, Pagu? Daqui a pouco, Ganso será o termo mais usado para o jogador que começou a carreira como Paulo Henrique. Mas quando se fala "Bruxo do Cosme Velho", certamente ninguém precisa explicar que é o apelido de Machado de Assis. O mesmo se pode dizer para "Boca do Inferno" (Gregório de Matos) ou "Poeta dos Escravos" (Castro Alves)." Um dos principais obstáculos enfrentado pelo autor para concluir o Dicionário foi encontrar comprovações do uso do apelido como substituto nominal. "Se eu leio que Caetano Veloso é o "Oscar Wilde brasileiro", o exemplo não vale. É preciso encontrar um texto em que a expressão "Oscar Wilde brasileiro" esteja empregada no lugar do nome do compositor." Depois de terminada a pesquisa, o professor de Letras da Uerj percebeu que os apelidos dados podiam ser divididos em dois grupos. Os que tomam por base o próprio nome da pessoa e os que são

qualificadores. "Estes, no fundo, no Aquiles do modernismo". Oswald fundo, representam uma faceta da retrucou no ato. "O senhor é o chulé de crítica, pois revelam algo a respeito de Apolo da Geração de 45." A conferência quem é apelidado. Ronaldo era o acabou, mas os xingamentos pegaram. "Fenômeno" e a imprensa não lhe dava Também é pitoresco o caso do outro apelido. Mas agora o "Fenômeno" "Poeta Lagartixa", referência a Laurindo virou "Gordo". Os admiradores de Rabelo, poeta desengonçado, muito Augusto dos Anjos magro e assim chamado Arquivo DC podem preferir o apelido pelo povo. Ou o apelido "Poeta da Melancolia" e de "Hemingway da evitar "Poeta Raquítico". Bahia" dado a João Entretanto, alguns Ubaldo Ribeiro por seu apelidos teoricamente amigo Glauber Rocha. negativos podem se Henriques recorda mais tornar marcantes, como um caso, o do Padre é o caso de "Boca do Antônio Vieira, que tinha Inferno" (Gregório de um apelido pouco Matos) e "Escritor louvável, o de "Judas do Cecília Meirelles: Maldito" (Lima Barreto, Brasil". Assim ele foi Pastora Jorge Amado, Nelson chamado por conta de das Nuvens Rodrigues, Plínio Marcos sua atuação nas entre outros). negociações de Haia a respeito da Entre os escritores que se presença dos holandeses no Brasil, notabilizaram por colocar apelidos está quando seu parecer era de que se Oswald de Andrade. Foi ele quem devia entregar Pernambuco chamou Jorge Amado de "O Rasputim aos holandeses, pagandoda Linha Justa", Cassiano Ricardo de lhes ainda ressarcimento por "Ratazana ao Molho Pardo", Tristão de perdas sofridas em batalhas Athayde de "Tristinho de Ataúde" e contra os "brasileiros" Mário de Andrade, a quem não poupou, revoltosos. de "O Pai João das Letras", 'Boneca de A obra de Henriques, que Piche" e "Miss São Paulo". Mário de ainda tem mais um obstáculo Andrade morreu brigado com Oswald e para superar, a de encontrar Augusto Frederico Schmidt reagia com uma editora que publique o indignação ao apelido de "Gordinho material, mostra que pelo Sinistro", criado por conta de suas menos as escritoras brasileiras, ligações com Juscelino Kubitschek, de quando o assunto é apelido, são quem foi ghost-writer. tratadas pela sociedade com Oswald, inclusive, protagonizou uma reverência e endeusamento. Francisca troca de ofensas com Ledo Ivo durante Júlia foi a "Musa Impassível", Adélia uma conferência no Museu de Arte Prado é a "Poeta do Sublime" e Lygia Moderna de São Paulo. Segundo relatos, Fagundes Telles a "Grande Dama". Difícil Oswald se levantou para fazer um é dizer como se expande um apelido. aparte, Ivo não gostou e disparou: "O Para Henriques uma probabilidade é a senhor não pode dizer nada porque o de que quanto mais notável ou senhor é e sempre foi o calcanhar de conhecido um escritor, mais provável

que seu apelido seja difundido. É o caso de "Poetinha" para Vinicius de Moraes ou "Mago" para Paulo Coelho. Autores menos estudados têm seus apelidos conhecidos por um público mais especializado, como é o caso do "Poeta do Mar" (Vicente de Carvalho) ou "Judeu Errante" (Samuel Rawet). Mas há também apelidos pouco conhecidos mesmo para grandes escritores como, por exemplo, Carlos Drummond de Andrade que se autointitulava "Urso Polar" . "Chamar Machado de Assis de "Shakespeare Brasileiro" ou Carlos Drummond de Andrade de "Urso Polar" são expressões que, certamente, causarão estranheza a muitos", afirma Henriques. Certo é que para ser escritor no Brasil não precisa ter apelido, mas o risco de receber um é altíssimo. E o apelido tanto pode ser de louvor como de ofensa. "Nunca se sabe", diz Henriques, pronto para ampliar os verbetes da sua edição.

Lygia Fagundes Telles desenhada por Drummond: Grande Dama da Literatura Brasileira.

De "Mulher Desdobrável" ao "Poeta Diplomata". Adélia Prado (1935) - Dona Poesia, Mulher Desdobrável, Poeta do Sublime. Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) - Gauche, Poeta das Sete Faces, Poeta Maior, Urso Polar. Casimiro de Abreu (1839-1860) - Poeta da Saudade Cassiano Ricardo (1895-1974) - Poeta das Metamorfoses, Ratazana ao Molho Pardo. Cecília Meirelles (1901-1964) - Pastora das Nuvens, Poeta Espiritualista. Clarice Lispector (1925-1977) - Flor de Liz . Érico Veríssimo (1905-1975) - Tibicuera. Graciliano Ramos (1892-1953) - Major Graça, Mestre Graça, Velho Graça. João Cabral de Melo Neto (1920-1999) - Engenheiro das Palavras, Poeta Diplomata, Poeta Engenheiro. Patriarca da Literatura Brasileira. Jorge Amado (1912-2001) - Escritor Maldito, Rasputim da Linha Justa.

Lima Barreto (1881-1922) - Gogol Brasileiro. Lygia Fagundes Telles (1923) - Grande Dama da Literatura Brasileira Machado de Assis (1839-1908) - Bruxo, Bruxo das Letras, Bruxo do Cosme Velho, Patrono da Literatura Brasileira, Shakespeare Brasileiro. Manuel Bandeira (1886-1968) - Grande Poeta, Manu, Poeta Menor, São João Batista do Modernismo. Mário de Andrade (1893-1945) - Boneca de Piche, Miss São Paulo, Pai de Macunaíma, Pai do Modernismo, Pai João das Letras. Monteiro Lobato (1882-1948) - Bandeirante do Livro, Maupassant Brasileiro, Pai do Jeca Tatu. Nelson Rodrigues (1912-1980) - Anjo Pornográfico, Escritor Maldito.. Vinicius de Moraes (1913-1980) - Poeta Diplomata, Poetinha.


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NIPÔNICO VERSÃO INFANTIL

O tempo e o vinho em Matt Kramer

Pais que gostam de comida japonesa podem levar os filhos a provar o menu especial criado pelo restaurante Irori para o Dias das Crianças. O combinado Okasama leva sushis, sashimis, mini temakis e decoração infantil. Custa R$ 26. O Bentô Okasama combina hambúrguer de carne ou frango; ou grelhado (salmão ou filé mignon) ou milanesa (filé mignon, peixe, frango ou nuggets) com batata frita (palito ou smiles), acompanhado de arroz prensado (oniguiri), salada de legumes e furikakê, também com decoração infantil), a R$ 24. Alameda Jaú, 487, Cerqueira César. Tel.: 3285 1286.

José Guilherme R. Ferreira

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Fotos: Divulgação

Criança faz bolinho da Cook Lovers: supervisão da confeiteira.

No menu, guloseimas e diversão. Lúcia Helena de Camargo

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ia da criança é a oportunidade para permitir lanches e guloseimas à mesa. E aquelas que querem também diversão e arte podem aproveitar a promoção do restaurante Paris 6, que oferece uma refeição grátis para os pequenos que assistirem ao musical O Soldadinho e a Bailarina, com Luana Piovani, em cartaz no teatro Procópio Ferreira. Até o final do mês, cada ingresso vale um jantar com três opções do menu kids. Pode ser filé de truta, arroz com brócolis e purê de batatas; bifinho de frango com penne na manteiga; ou picadinho de filé mignon, arroz, feijão preto e pasteizinhos de queijo, todos com picolé de sobremesa. Saci - No mês de outubro o restaurante Lá na Venda serve menus em homenagem ao Saci. A data é celebrada no dia 31, que nos Estados Unidos é o Dia das Bruxas. A promoção tem a intenção, segundo a dona, Heloisa Bacellar, de resgatar a cultura popular brasileira. A casa vai vender bonecos de pano do Saci-Pererê, kit com bandana e cachimbinho, folhetinhos de "causos" e postais, entre outros produtos temáticos. E servirá – no horário do almoço – um menu que "lembra a infância e minhas férias no interior de São Paulo e traz de volta o gostinho da verdadeira comida caipira", nas palavras da chefde cozinha. O cardápio tem duas versões, o Saci, para adultos (R$ 44), e o Sacizinho, para crianças (R$ 25). Inclui pastel caipira, tapioca, paçoca de carne seca, geléia de mocotó e espetinho de goiabada e canastra e quindim, além de geléia de cachaça, sequilho, pé-de-moleque e bala de coco na sobremesa. No domingo (10) haverá oficinas para a criançada. E atrações musicais em outras semanas. Hot-dog grátis - Na lanchonete Mr Mills Burger, as crianças de até 12 anos de idade ganham um cachorro quente e batata frita no feriado do dia 12, se forem à casa acompanhadas de um adulto pagante. O hot dog é inspirado no lanche da badalada barraca de lanches Pink Hot Dog's, de Los Angeles, EUA. No Brasil, vem acompanhado de molho chilli e pimentão. Para beber, a sugestão é o Mill ShakeKids (R$ 9,50) e Mill Shake de Ovomaltine (R$ 16,50). Os pais talvez queiram provar o hambúrger de banana e soja, o hambúrguer de carneiro, ou ainda uma salada, grelhado ou omelete.

Bolos - Para os pequenos que gostam de colocar as mãozinhas na massa, a dica é preparar os bolinhos da CookLovers. No dia 12, o chef André Boccato oferece uma oficina gratuita para as crianças de 5 a 9 anos na Livraria Gourmet utilizando o Kit Bolinhos Divertidos, com bolos em formato de ursinhos. As aulas acontecem das 10h às 16h, com duração de 30 minutos, em grupos de 12 crianças. Pizzas - Na Santa Pizza, a brincadeira é o "cardápio interativo". O kit criança, que normalmente custa R$ 20, será oferecido sem custo para os pequenos que quiserem fazer sua própria pizza. O kit inclui avental, chapéu de chef e um disco de pizza, com três opções de recheio (presunto, queijo e azeitona ou tomate seco, mussarela e rúcula) para a criança brincar com a massa, prepará-la e vê-la assando. Só não pode mexer no forno. Isso quem faz são os funcionários da casa. Doação - Quem gosta de pizza pode comer e fazer o bem nas pizzarias Bráz e Quintal do Bráz e na Lanchonete da Cidade, que vão doar R$ 1 da venda de cada pizza ou petisco à ONG Doutores da Alegria, que trabalha com crianças em hospitais. Vigora de domingo (10) até 17. Quem contribuir com R$ 5 ganha um buquê de "tulipalhaços", com "flores" feitas a partir de narizes de palhaço. Por R$ 15, o presente é um poema escrito, enrolado como um esparadrapo e, se a doação for de R$ 20, a pessoa leva para casa uma caneca decorada com nariz de palhaço. Chocolate - Para encerrar o Dia da Criança, que tal brincar de deixar a língua azul? Uma das novidades da Cacau Show para a data é a língua de gato que deixa esse efeito. Na caixa com 70 gramas, custa R$ 8,90. Há ainda os chocolates que explodem na boca (45 gramas, R$ 4,90) e os chocolates-brinquedos. Para as meninas, é uma bolsa (100 gramas, R$ 14,90). E para os meninos, uma caixa de ferramentas, na embalagem com 160 gramas de cho-

colate, vendia a R$ 16,90. Outra franquia que promete adoçar os pequenos é a Amor aos Pedaços. Sugestões: pirulitos artesanais (R$ 6 cada) e o Bolo Brigadeiro Divertido – de chocolate recheado com bicho de pé, coberto com brigadeiro, confeitos de chocolate e figuras de chocolate branco e ao leite. Inteiro, tem 1350 gramas e custa R$ 87,50. A fatia de 100 gramas sai por R$ 7,92.

odas as crianças adoram sorvete. Assim, a sorveteria Mil Frutas pode ser um ponto de parada no dia especial. Entre os sabores no cardápio, brigadeiro, beijinho, chocolate branco com biscoito, manga, jabuticaba, goiabada com queijo, açaí e tapioca e morangosão. Nascida no Rio de Janeiro, em 1988, a Mil Frutas surgiu pelas mãos da empreendedora Renata Saboya, que em parceria com uma amiga comprou uma máquina de fazer sorvete com a proposta de fornecer a sobremesa a restaurantes. E depois de 20 anos possui uma rede com nove lojas no circuito Rio-São Paulo. São cinco unidades na capital carioca, duas em outras cidades do estado do Rio (Ar-

mação de Búzios e Angra, no Condomínio Porto do Frade) e duas em São Paulo, no Shopping Cidade Jardim e no Shopping Iguatemi. Mil Frutas - Shopping Cidade Jardim. Loja Gazebo nº 3/ 1º piso. Tel.: 3552-5900. Shopping Iguatemi - piso térreo, praça de alimentação. Av. Brig. Faria Lima, 2232. Tel: 3034-5879.

quiser provar um grande vinho maduro, "terá de esperar trinta, quarenta, cinquenta anos necessários, não importando sua ambição ou conta bancária". "Somente o tempo pode fazer o vinho maduro". No campo da degustação, Kramer ajuda o leitor a lidar com um aparente paradoxo do vinho: a "infinita" complexidade de um item com destino (digamos, com tempo de vida) mais ou menos pré-determinado. Ele diz que a própria degustação do vinho precisa de tempo, de conversa e pode ser enriquecida com parâmetros herdados do conhecimento. Cursos de imersão? "Não funcionam". É fundamental "amadurecer". E para isso é preciso ler, viajar por regiões produtoras, experimentar vinhos não ranqueados, de uvas menos badaladas, ouvir a voz de viticultores, de enológos e até mesmo de críticos.

José Guilherme R. Ferreira é membro da Academia Brasileira de Gastronomia (ABG) e autor do livro Vinhos no Mar Azul – Viagens Enogastronômicas (Editora Terceiro Nome)

Baião, rock. Tudo é pop. Aquiles Rique Reis

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Amor aos Pedaços. Diversas lojas. www.amoraospedacos.com.br Cacau Show. www.cacaushow.com.br CookLovers. Tel: 3062-6454. Lá da Venda. Rua Harmonia, 161, Vila Madalena. Tel.: 3037-7702. Lanchonete da Cidade. Av. Macuco, 355, Moema. Tel.: 3569-8252. Mr Mill's Burguer. Rua Abílio Soares, 165, Paraíso. Tel.: 3052-1390. Paris 6. Rua Haddock Lobo, 1240, Cerqueira César. Tel.: 3085-1595. Teatro Procópio Ferreira. R. Augusta, 2.823. Tel.: 3083-4475. Pizzaria Bráz. Rua Vupabussu, 271, Pinheiros. Tel.: 3037-7975. E outros endereços. Quintal do Bráz. Rua Gandavo 447, Vila Mariana. Tel: 5082-3800. Santa Pizza. Rua Harmonia, 117, Vila Madalena. Tel.: 3816-7848.

Sorvete empreendedor T

s maiores vinhos não são grandes pelo poder que têm de nos subjugar, e sim por sua aparente infinitude. A frase é de Matt Kramer, que escreve sobre vinhos há mais de 30 anos e desde 1985 é colunista titular da revista Wine Spectator. A citação pode ser garimpada no livro Making Sense of Wine, de 1989, que ganhou no Brasil o título de Os Sentidos do Vinho (Editora Conrad/2007) – um clássico da literatura do gênero. Escritor de extensa obra, sempre com um coração na Itália, Kramer vive em Portland, Oregan (EUA). Acaba de lançar Matt Kramer on Wine (Sterling Epicure/2010), uma atraente coleção de colunas, ensaios e observações – textos que têm como fio condutor o tempo do vinho. "Tudo sobre vinho, especialmente o vinho fino, envolve o tempo", escreve Kramer. De certa forma avesso ao império efêmero das cotações (as safras se sucedem com novas e novas garrafas e a apreciação sempre tem o forte componente da memória individual), o autor selecionou justamente o material que venceu o tempo datado, em análises que privilegiam as circunstâncias perenes do vinho, como gostava de dizer Sérgio de Paula Santos. Kramer é sensível ao ritmo das estações e da produção – tempo que iguala o mais rico dos vinicultores ao mais pobre dos agricultores. Todos têm de esperar (e rezar). O autor gosta de outra ideia na mesma linha: se alguém

o CD duplo Baiãozinho Nuar (Sete Sóis), Assis Medeiros põe na mesa seu jeito de bem compor, cantar e tocar. Enquanto no primeiro (Baiãozinho) as diversas possibilidades harmônicas e rítmicas de um baião mais tradicional estão presentes, no segundo (Nuar) a guitarra, os efeitos, o baixo e a bateria carregam nas tintas de um som que se revela, a um só tempo, imagem e reverso das músicas e dos arranjos do primeiro álbum. Assim, virado do avesso, o rock vira baião e o mar se faz sertão. A primeira impressão é que as onze faixas de Baiãozinho poderiam ser substituídas pelas nove faixas de Nuar, sem que isso causasse perda poética ou musical. Cada baião tocado e cantado no primeiro disco soa sofisticado e o gênero está presente em seus mais diversos tipos: dos mais lentos aos mais vivos, das melodias mais simples até as harmonias mais intrincadas, dos versos mais líricos aos mais corriqueiros. Pode-se assim, aqui e ali, misturar e rotular o baião com nomes diferentes, mas ele será sempre um baião, seja ele feito aqui ou acolá. "Vento Geral" (Assis Medeiros) tem a cara de um boi do Maranhão... Mas é um baião. Dois naipes de quatro sopros e quatro metais costuram a melodia, enquanto a zabumba segura o ritmo do arranjo do contrabaixista Leonardo Batista. "Coqueirinho" (Assis Medeiros e Hamilton Oliveira) tem sutil referência a "Juazeiro" (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira). Após bela introdução do quarteto de cordas, ouve-se a percussão de Chiquinho Mino e também Assis tocando viola de dez cordas. Juntos, com seus sons

característicos, revelam um ótimo baião. "No Quebrar Damaré" (Assis Medeiros) é de um encanto comovente. A letra tem ótimos versos. O cello (Francieudo Torres) faz um belo duo com o corne inglês (Roberto Di Leo), enquanto o berimbau dá mais toques de beleza. Acabado o primeiro CD, mudando a página do encarte para acompanhar as letras do segundo, vê-se que para ler temos que vê-lo de ponta cabeça. É o avesso da intenção musical de Assis Medeiros revelando-se graficamente, pois para ir de um disco ao outro, deve-se pôr de cabeça para baixo a estética rock/guitarra, baião/zabumba. Em Nuar, de fato, as guitarras, os efeitos, a bateria e o contrabaixo com pegadas mais fortes (e também graças à mixagem) soam bem mais intensos do que em Baiãozinho. "Coisa de Maníaco" (Assis Medeiros) é um reggae cheio de ginga. Chama atenção a singular sonoridade dos trombones tocados por Marconi Souza. Coisa fina. Assim como finos são os versos de "Solitário", do poeta paraibano Augusto dos Anjos, musicados por Assis. Marco Guedes toca bateria com pulso firme. Nas mãos de Assis Medeiros a guitarra aguça a pegada roquenrol. Uns ainda veem a guitarra como sinônimo de "música americana" e o violão como igual a sambão. Alguns dizem que cello não faz liga com pandeiro, só com erudição. Quem quiser que concorde com minha opinião, já que, avesso ou reverso, é do instante preciso que nasce a criação.

Aquiles Rique Reis, músico e vocalista do MPB4.

PRELÚDIO, UMA TRADIÇÃO Prelúdio, da TV Cultura (único programa de calouros no Brasil dedicado à música erudita), chega à 6ª edição, liderado pelo seu idealizador, maestro Júlio Medaglia. Em 2010, 100 candidatos passaram em testes de audição. A maratona – de altíssimo nível artístico – cumpre 8 eliminatórias, com gravações abertas ao público (Teatro Franco Zampari: Av. Tiradentes, 451; próxima: 16/10, 14h). Para acompanhá-las, envie mensagem: preludioplateia@tvcultura.com.br ou ligue: (11) 2182-3474.


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cultura

Harmonia e Contraste na Combinação de Comida e Vinho Carlos Celso Orcesi

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imos na semana passada que quando o assunto é combinação culinária-vinho sobram palpites e falta sistematização. Eu, que sou apenas advogado (nem cozinheiro sou), não seria a pessoa mais indicada para reconstruir o sistema, embora não me falte ousadia (própria do advogado) para criticar. "Se podes olhar vê, se podes ver repara" (Saramago). Falta pensar o tema de uma ótica mais ampla, colocar o holofote mais alto; apreender a lógica por detrás das sugestões dispersas. Comecemos com o acompanhamento mais utilizado no mundo inteiro: a batata! Vai de todos os modos, frita, recheada, purê, roti (tostada), porque combina com quase tudo: carne, bacalhau, frango, peixe, até mesmo salada; da espartana cozinha inglesa à exótica chinesa. Na metade das receitas se alcança a harmonia. Porém na outra metade o objetivo é chegar à combinação por contraste. Comecemos com o prato mais comum da culinária brasileira, o comercial: salada arroz feijão com carne peixe ou frango. Legumes com certo amargor, carne ou peixe com boa consistência de base. E para acompanhar o velho arroz-feijão que tudo pode, aquele seco, branco e insosso (tanto que ninguém come 'só arroz') e o

feijão molhado, marrom e saboroso. Que combina ninguém duvida, mas entre esses alimentos (pensando bem) o resultado se obtém por contraste, assim como alface e cebola, massa e molho al sugo, a laranja na feijoada, a mostarda no filé a dijon, curry com frango e tantos milhares de conjuntos mundo afora. Se a esta profusão tentarmos combinar o vinho, aumenta a complexidade, nunca haverá uma simples resposta, mas o princípio permanece: a combinação se dará por harmonia ou por contraste. Peixe não combina com tinto porque ambos apresentam amargor que "soma" e não "subtrai". Carne não combina com branco porque o vinho fica "menor" do que a textura do alimento. Já a acidez do branco reduz o amargor do peixe, tanto quanto o tanino do tinto se mistura ao sumo da carne. Dirão alguns que "isso é óbvio". Porém o grande Nelson Rodrigues (que li mil vezes no auge do Jornal da Tarde, ao lado da também brilhante coluna política de Rui Mesquita) cunhou a expressão "óbvio ululante" para constatar que as pessoas se recusam a ver o óbvio. Tomemos o livro Comida e Vinho (Cia. das Letras) da famosa Joanna Simon, colunista do Times inglês. Ela visita e comenta todas as receitas, sugere os respectivos ti-

João Caldas/Divulgação

Arquivo DC

pos de vinhos, mas não tenta uma só sistematização. Falta o tal farol mais alto, a compreensão ou explicação do porquê, de modo que o livro nada mais é do que uma barafunda de receitas e sugestões de compatibilização com vinhos. Continua que Simon tem uma resposta quase padronizada de combina-

ção: brancos e mais brancos. Bacalhau, cassoulet (feijoada branca), frango e sopas? Brancos, leves, aromáticos, refrescantes ou encorpados! De repente brancos "do novo mundo", como se no Chile Argentina Austrália e África do Sul o branco tivesse um único estilo. Best-seller não se sabe como, talvez pelo opor-

tunismo do tema, o livro não serve para quase nada porque, para piorar, a maioria das receitas é estrangeira. No final há um resumo dos principais pratos: na primeira página (letra a) de doze resumos oito são sugestões com branco. No quesito frango, para a inglesinha em cima do 'muro de Adriano', pode ser "branco ou tinto". Absurdo porque a textura da carne pede tinto. Talvez isso decorra do modo inglês de pensar (experimental, caso a caso), mas o fato é que o livro peca pela absoluta falta de método. Não sei se alguém já pensou nisso, mas método seria desenvolver uma tabela de combinação. Imaginem um número de 0 a 100 em que o meio ideal da harmonia fosse de 40 a 60, os lados do contraste fossem de 15 a 40 (a comida) e 60 a 85 (os ingredientes), e por fim os extremos do intolerável ficassem de 0 a 15 e de 85 a 100! Intolerável é tudo que não orna ao paladar, como se ao invés de laranja viesse mamão ou manga na feijoada, ou molho reduzido de carne a regar o... peixe. Certa feita em Siena o chefe Paolo Lopriore do Certosa di Maggiano (Relais Chateau e uma estrela Michelin) fez chegar à mesa uma salada... sem tempero. A intenção seria "apurar o contraste das folhas" como anunciou o maitre. O resulta-

do? Parecia estar comendo grama seca, na falta do azeite para mesclar os sabores dispersos! Para nem falar no "maiale" sem sal ("apreciar o sabor da carne... de porco") e tudo o mais que fazem do "Il Canto" um desastre. A ousadia pode trazer o resultado de ficar fora dos parênteses do tolerável } {. No dia seguinte fomos bater numa tradicional cantina! Os dois "lados do contraste", dentro dos parênteses em termos de combinação {}, abrangeria tudo que combina pelo contraponto de texturas e sabores, como frango e alho (passarinho), truta e alcaparra (ao contrário, p. ex., de truta com amêndoas, em que há harmonia), minestrone (ao contrário p. ex. da vichisoise suave). No campo dos vinhos cabernet e gado, chianti com pasta, ostra e sauvignon, chardonnay e camarão, galinha d'angola com syrah etc. E no meio e bem dentro dos parênteses do gráfico, as combinações clássicas, as receitas imortais como o feijão com arroz brasileiro, o hambúrguer nos Estados Unidos, os doces portugueses conventuais, as sugestões de Escoffier, Bocuse e Adrià, os pratos dos antigos restaurantes portugueses do Rio de Janeiro e italianos do Brás, da Baixa de São Salvador, o Leite do Recife que nos fundos expunha a carne às moscas e ao sol.

Camilla Coutinho/Divulgação

No ar, o brilho de imersões inesperadas. Regina Ricca

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Hell: do livro ao palco.

Rockantygona: Grécia à heavy metal.

Testando Lolita Sérgio Roveri

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m 2003, o mercado editorial se surpreendeu com a ousadia e a prosa reveladora de uma jovem autora francesa, Lolita Pille, à época com 21 anos. Em seu primeiro livro, o bestseller mundial Hell (ao mesmo tempo "inferno" em inglês e nome da heroína às avessas da história) a escritora descrevia – com detalhes que escaparam do universo literário para levar uma série de preocupações a pais e psicólogos –, a vida mundana, fútil e imersa em bebidas e drogas da juventude rica e alienada de Paris, da qual a própria Lolita despontava como uma espécie de porta-voz. O livro teve o impacto de uma reportagem-denúncia ao expor os hábitos de uma legião de jovens convencidos de que a felicidade poderia se ocultar atrás de uma etiqueta de roupa ou uma robusta carreira de cocaína. O faro e o estilo de Lolita, no qual muitos críticos detectaram uma quantidade preocupante de clichês, foram imitados por vários jovens autores ao redor do planeta

– mas ela continua sendo a pioneira e mais bem-sucedida autora do gênero "a felicidade não se compra em butique". Depois de ler o livro, que lhe foi apresentado pela atriz e companheira Bárbara Paz, o diretor Hector Babenco declarou ter sido "despertado de forma feroz, como nunca antes na vida". Pelo visto, não se tratou apenas de retórica: em companhia do também diretor Marco Antonio Braz, Babenco adaptou o livro para os palcos. Hell, a peça, estreia nesta sexta (8), no Teatro Popular do Sesi, com Bárbara Paz no papel-título e o ator Ricardo Tozzi na pele de Andrea, por quem a garota se encontra apaixonada. Além de adaptar, Babenco também assina a direção do espetáculo. Diante do surpreendente sucesso do livro, escrito quando ela tinha apenas 18 anos, Lolita Pille veio a público confessar que não se tratava de um relato autobiográfico, embora de suas páginas emergissem várias histórias das quais ela – ou

seus amigos tão endinheirados quanto – haviam sido protagonistas. Nesta adaptação teatral, a primeira do mundo, todos os episódios do livro, como os excessos cometidos nas pistas de dança, na cama e nos cartões de créditos, foram condensados apenas nos personagens de Hell e o namorado Andrea, igualmente rico, fútil e consumidor de drogas. Depois de Hell, que teve, segundo a autora, alguns dos seus capítulos escritos às quatro horas da manhã, sobre as mesas de algumas das mais caras boates de Paris, Lolita Pille publicou mais dois livros, Bubble Gum, de 2004, e Crépuscule Ville, em 2008, que não repetiram o sucesso do primeiro. Um sinal, talvez, de que sua aventura literária tenha sido tão fugaz quanto aquela rebeldia embrulhada para presente que ela tentou eternizar. Hell. Teatro Popular do Sesi. Avenida Paulista, 1313. Tel.: 3146-7405. Quinta a domingo. 20h. Grátis às quintas e sextas. R$ 10, sábados e domingos.

Humanizando o clássico

uem a vê no Canal Brasil, apresentando o Cinejornal e a Sessão Interativa, pode achar que Simone Zuccolotto (à direita) é só mais um rostinho bonito no formato apresentadora. Nada mais injusto. Jornalista, 36 anos, a carioquíssima Simone costuma se envolver com projetos bem autorais no Canal Brasil – séries de quatro ou cinco episódios nas quais ela escolhe o tema, pesquisa texto e imagens, pauta entrevistas e ainda participa de todo o projeto de edição e sonorização. "Adoro fazer esses programas porque se tornaram projetos em que eu mais me reconheço. Mas também gosto de mostrá-los a pessoas de fora. Como é um trabalho solitário e de imersão, é sempre bom ter um olhar distanciado antes de colocar no ar." A nova empreeitada da apresentadora – ousada, diga-se de passagem – já está no ar. Trata-se de Ver e Ser Visto, às terças, à meia-noite. O programa traça um panorama da representação do homossexual no cinema nacional nos últimos 50 anos. Por intermédio de entrevistas com cineastas, atores e jornalistas, a série mostra a trajetória do gay na produção cinematográfica brasileira e exibe imagens antigas, que remontam à época das chanchadas. Dividido em cinco episódios, o programa começou mostrando filmes anteriores à década de 1960 – época na qual as referências ao tema eram mais raras e feitas de forma discreta – até a presença dos gays nas produções atuais. A dificuldade de realizar cenas mais intimistas também é narrada por atores conhecidos do grande público, como Daniel Oliveira, que confessou a Simone "ter tremido na base" ao rodar uma cena de seu personagem Santinho, no filme A Festa da Menina Morta (2008), de Matheus Nachtergaele. "É muito difícil, mas fica mais fácil quando se encara esse trabalho quase como uma missão." Em Ver e Ser Visto , Rodrigo Santoro também fala de suas difi-

Arquivo DC

culdades como gay da ficção, especialmente durante as filmagens de Carandiru, de Hector Babenco, e da cena polêmica, vestido de noiva, beijando na boca o ator Gero Camilo. Evangélicos metaleiros Outras realidades sociais muitas vezes desconhecidas e colocadas à margem vêm à tona a partir desta sexta (8), às 21h, no SescTV, com a nova temporada da série HiperReal, com direção do cineasta Kiko Goifman. Na estreia da série, em dezembro de 2009, os episódios mostraram grupos de skatistas, gays evangélicos, bolivianos, adeptos do cosplay, body art, entre outros. Nesta nova temporada, Kiko foi atrás de outros universos, como evangélicos metaleiros, jogadores de futebol que saem das ruas e escolas, músicos in-

dependentes que se autopromovem via internet, jovens estilistas e figurinistas, jovens atores e modelos. No primeiro programa que vai ao ar nesta sexta (8), O Rebanho do Metal (abaixo), revela-se a rotina de pastores e jovens metaleiros da igreja evangélica Crash Church, fincada no bairro do Ipiranga, Zona Sul da Capital. A Crash Church foi criada com os mesmos conceitos das igrejas evangélicas. A diferença é que cultua Jesus ao som de rockpesado de bandas, como a AntiDemon, a SkinCulture e a Apogeu, enquanto seus fiéis usam as roupas pretas e exibem tatuagens pelo corpo. O filme busca entender que motivos levaram essas pessoas a frequentarem a igreja e se elas sofrem preconceito daqueles que não são evangélicos – e até mesmo daqueles que o são.

Divulgação

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uando decidiu montar Antígona, de Sófocles, um dos maiores e até hoje mais encenados clássicos da tragédia grega, o diretor Guilherme Leme (que também pode ser visto como ator na cidade no monólogo O Estrangeiro) mostrou-se disposto a atualizar o mito da jovem que luta contra a ingerência do estado sobre um assunto estritamente familiar. No caso, o direito que ela tinha de sepultar o irmão Polinices, morto em combate assim como seu outro irmão, Etéocles - porém, cada um de um lado diferente do front. A modernização pretendida pelo diretor escapou do conteúdo e chegou à forma. A montagem do clássico que entra em cartaz neste sábado (9), no Teatro do

Sesc Santana, não por acaso recebe o nome de Rockantygona: som pesado, guitarras distorcidas e até mesmo a intervenção de um DJ com microfone em punho são empregados para narrar a batalha ética travada entre Antígona e o temido rei Creonte, interpretado pelo ator Luis Melo, para quem esta encenação procura humanizar o clássico, retirá-lo de um pedestal e aproximá-lo do público de hoje. Dentro desta proposta, a figura do DJ, vivido em cena pelo músico Marcelo H, antigo colaborador de Guilherme Leme, faz as vezes do coro, um recurso usado nas tragédias gregas para auxiliar no avanço da narrativa. Encenada pela primeira vez em 441 a.C., a tragédia se

desenrola em função de uma ordem do rei Creonte, segundo a qual, dos dois irmãos de Antígona mortos em combate, somente Etéocles teria direito a um sepultamento honroso, pois tombou em nome da pátria. Já o corpo de Polinices, acusado de traição, deveria apodrecer a céu aberto e servir de alimento para os urubus. Ao desafiar a autoridade do rei e enterrar sozinha o irmão Polinices, Antígona também acaba sendo condenada à morte. Rockantygona. Estreia neste sábado (9). Teatro do Sesc Santana. Avenida Luís Dumont Villares, 579. Tel.: 2971-8700. Sexta e sábado. 21h. Domingo. 19h30. R$ 20.

SHOW DE PAULINHO DA VIOLA PROMETE SURPRESAS Dá novo clima ao Acústico MTV, em canções como Vela no Breu. Fecap. Av. Liberdade, 532. Tel.: 4003-1212. Sábado, 21h. Domingo, 19h. R$ 150. Até 24/10.


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cultura

Diretor-roteirista Joseph L. Mankiewicz: freio em Bette Davis. Ator inglês Alec Guiness, sucesso nas mãos do cineasta Alexander Mackendrick. John Travolta: drama durante a realização de Os Embalos de Sábado à Noite. Woody Allen e Gilles Jacob: timidez e surpresas. Darryl Zanuck, chefão da Fox: driblado pela astúcia de Mankiewicz. Fotos: Arquivo MMJ

Hollywood e Cannes, num glamoroso caldeirão de egos. Luiz Octavio de Lima

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ertas filmagens renderiam um estudo, dado o grau de complexidade, fatos curiosos, polêmicas, brigas e romances que se passaram em seus bastidores. Atentos a esta premissa, os editores da sofisticada revista nova-iorquina Vanity Fair puseram em campo nos últimos anos suas melhores equipes de pesquisa e reportagem. A ideia era preparar uma série de artigos que reconstituíssem a gênese de algumas das produções mais marcantes do cinema americano. Parte desse material está reunido agora em Os Bastidores de Hollywood na Vanity Fair (Editora Agir, R$ 49,90), uma coletânea recheada de informações nunca antes divulgadas, sob a organização do editor Graydon Carter. E, ainda que saboroso, o retrato do sistema de produção que emerge da compilação de textos está longe de ser ameno ou fútil. O diretor-roteirista Joseph L. Mankiewicz, célebre por seus diálogos refinados, é personagem de dois dos capítulos mais reveladores das engrenagens que movem a fábrica de sonhos. No primeiro, sobre o processo de criação de A Malvada (All About Eve, de 1950), coube a ele, já de saída, a tarefa hercúlea de ajustar o monumental ego da estrela Bette Davis ao convívio com os demais integrantes do elenco. Logo no primeiro dia, a intérprete de Margo Channing escolheu o seu alvo: a coadjuvante Celeste Holm, a quem tratava gratuitamente aos palavrões e contra quem disparava ironias em pleno set. Só havia cessar-fogo diante das câmeras, quando as duas representavam amigas inseparáveis. Curiosamente, com a atriz Anne Baxter, intérprete de Eve, sua antagonista na trama, Davis começou uma amizade para toda a vida. Mankiewicz também tolerou as pressões do agente da iniciante Marilyn Monroe, primeiro para inclui-la no elenco, depois para garantir a ela o máximo de exposição possível. E teve habilidade para convencer o chefão da Fox, Darryl Zanuck, a escalar o inexperiente Gary Merrill como par da protagonista. Merrill e Davis agradeceram, pois a atração instantânea entre os dois os levou a se divorciarem rapidamente de seus respectivos cônjuges para iniciar uma vida em comum que duraria dez anos. Mankiewicz explicou mais tarde que todo essa ebulição durante as filmagens importou pouco para ele, porque quando gritava “ação!” o que se via diante das câmeras era talento em estado puro. O texto revela ainda em que per-

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sonagens reais se baseou a peça que deu origem ao filme e como eles reagiram à sua repercussão. O segundo e infinitamente maior desafio de Mankiewicz foi o de salvar do naufrágio a caótica produção de Cleópatra (1963), um filme, em suas palavras, “concebido em estado de emergência, filmado na confusão e concluído em pânico cego”. Iniciado por Rouben Mamoulian na Inglaterra, sob chuvas que comprometeram o uso das locações, e finalizado na Itália, em meio a gastos exorbitantes, desperdício e superfaturamentos que elevaram o orçamento dos US$ 5 milhões previstos para US$ 44 milhões, o filme foi talvez o mais caro da história (em valores atualizados), tendo levado o estúdio à beira da

Burt: bom aproveitador. falência. O artigo, porém, deixa claro porque o aspecto meteorológico e a gestão perdulária foram problemas menores diante do tumultuado encontro entre os astros Elizabeth Taylor e Richard Burton, de dimensões quase tão épicas quanto a história da rainha egípcia com seu Marco Antônio. Ao longo do ano de 1962, os dois forneceram farto material à imprensa com cada detalhe de seu tempestuoso relacionamento: as negativas iniciais, respectivos maridos e mulheres traídos, bebedeiras, problemas de saúde, sumiços, agressões físicas, reconciliações e até uma condenação do Vaticano. Esgotado ao final da empreitada, Mankiewicz não teve pudores em admitir aos repórteres de TV na noite de estreia: “Este filme ficou fora do meu controle”. Mexericos e escândalos à parte, o projeto da Vanity Fair tratou o assunto cinema com a seriedade que os americanos exigem, até porque essa indústria ainda é das mais lucrativas de sua economia.

Por isso, na garimpagem dos bastidores das filmagens, a equipe mobilizada desceu a preciosismos inimagináveis. Além de revirar livros, reportagens e entrevistas disponíveis sobre os filmes selecionados para compor o painel, a revista ouviu os integrantes das equipes ainda vivos, seus parentes e amigos – e mesmo seus inimigos. Durante os levantamentos sobre A Embriaguez do Sucesso (The Sweet Smell of Success, de 1957), a redação chegou a contratar uma agência de detetives para tentar localizar a atriz Susan Harrison, de carreira posterior obscura, sem obter resultado. Obra à frente de seu tempo, com uma visão fria e amargurada do colunismo social na metrópole, A Embriaguez do Sucesso fracassou nas bilheterias, mas fez história por reunir grandes nomes da cultura da época. A começar do imponente Burt Lancaster, retratado no livro como um ator magnífico e um ser humano agressivo e aproveitador. Também transparecem no texto personalidades como a do escritor e roteirista Ernest Lehman, que baseara sua história original na vivência como auxiliar de Walter Winchell, o maior dos colunistas americanos, homem que erguia e pulverizava reputações em algumas linhas. Ou a do autor teatral de esquerda Clifford Odets, famoso também por conquistar belas atrizes de Hollywood, que foi chamado para lapidar os diálogos. Sem falar no próprio diretor Alexander Mackendrick, importado da Inglaterra, onde realizara grandes sucessos com Alec Guinesss, que teve a carreira arruinada após esse projeto. O livro ainda passeia pelas filmagens de Juventude Transviada (Rebel without a cause, 1955) – detendo-se principalmente nas figuras do diretor outsider Nicholas Ray e da ninfeta liberada Natalie Wood –; de A Primeira Noite de um Homem – focado no diretor Mike Nichols e no então estreante Dustin Hoffman – e até do irrelevante Sob o Signo do Sexo (The Best of Everything,1959) - talvez a narrativa mais fraca do lote. Há escolhas surpreendentes, como a de Os Embalos de Sábado à Noite (Saturday Night Fever, 1977), inegavelmente interessante por captar o espírito da época e por tornar John Travolta um astro. Sua composição energética nunca deixa suspeitar que, durante as filmagens, como revela o livro, ele tivesse relutado em prosseguir, ao se ver atingido por uma tragédia pessoal: a doença e morte de sua primeira mulher, Diana Hyland.

Em tom confessional, à francesa.

um tom mais confessional, mas abordando outro ambiente glamoroso do cinema – desta vez europeu –, Cidadão Cannes (Companhia das Letras, R$ 54) é um relato autobiográfico de Gilles Jacob, crítico, empresário e cineasta bissexto que dirigiu o festival francês por mais de 40 anos. “Contar minha vida pessoal é falar principalmente de cinema”, resume ele. Jacob intercala os prazeres e tormentos de suas empreitadas, em busca de nomes de peso para dirigir ou conferir brilho às edições da mostra, com as impressões da infância, quando seus pais, judeus residentes em Paris, tiveram de enviá-lo com seu irmão a um seminário católico em uma zona rural da França, diante da ameaça representada pela ocupação nazista. O forte do livro são as lembranças de seus amigos de cinema, como os papas da nouvelle vague Godard e Truffaut. Jacob mostra simpatia pelo primeiro, mas declara um elo mais forte com o segundo, cuja vida acompanhou de perto e a quem organizou homenagens em vida e póstumas nas edições do festival. A forma como é contada sua descoberta de que o diretor e a atriz Catherine Deneuve estavam tendo um caso na época das filmagens de A Sereia do Mississipi (1969), é particularmente divertida. Destaque também para a administração

das vaidades. – quando chamou Bertolucci a integrar o júri, ele exigiu ser presidente ou nada, e Coppola mostrou-se um convidado para lá de arredio. Assim como os relatos que descrevem as artimanhas utilizadas para driblar as autoridades da Cortina de Ferro e obter a exibição no festival de obras como as de Tarkovski, Zulawski, Wajda,

Deneuve: affairs... Kielslowski e outros proscritos dos tempos mais duros do comunismo. Em diversas passagens é impossível separar o executivo pragmático e eficiente do cinéfilo deslumbrado diante dos ídolos. Visitando Josef von Sternberg, de O Anjo Azul, na casa de repouso onde o cineasta passou

seus últimos dias, Jacob não resistiu a perguntar ao alemão como era o convívio com sua musa Marlene Dietrich. Ele recebeu do alemão apenas uma expressão indignada e a conversa teve um súbito ponto final. Num encontro em Paris com Woody Allen, após anos tentando persuadi-lo à distância a comparecer a uma première em Cannes, Jacob foi recebido na suíte do hotel, mas, intimidado, ficou sem palavras e perdeu mais uma chance de lhe arrancar um compromisso. Em 2001, ele finalmente apresentou ao recluso diretor uma proposta que, acreditava, facilitaria as coisas: privacidade total, distância da Croisette, nada de repórteres ou fotógrafos. Surpreendentemente, Allen não só aceitou e compareceu, como se apresentou às coletivas, passeou pela orla e posou para fotos com a nova mulher, Soon-Yi. Cidadão Cannes desenvolve-se em textos elegantes, às vezes intelectualizados, mas sobretudo como reminiscências soltas, sem preocupação com a ordem cronológica dos fatos narrados. O homem de cinema demonstra um estilo refinado na escrita, mas as idas e vindas no fluxo de suas memórias podem deixar o leitor um tanto perdido. Por outro lado, apesar da ordenação aleatória, ao abrir uma página ao acaso, o leitor será sempre brindado com uma história curta de começo, meio e fim.

Os Bastidores de Hollywood na Vanity Fair e Cidadão Cannes: intrigas emocinantes.

Fotos: Bette Davis (alto): A Malvada. No centro: Richard Burton e Liz Taylor: Cleópatra; e Natalie Wood e James Dean: Juventude Transviada. Acima: Marlene Dietrich: O Anjo Azul.


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