Jornal do empreendedor
São Paulo, terça-feira, 12 de março de 2013
ESPECIAL
O setor da construção civil, tijolo por tijolo Conheça a participação de cada elo da cadeia produtiva do setor da construção, desde os fabricantes de materiais e o comércio, até as construtoras
CARLOS OSSAMU
Luiz Prado/Luz
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Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) e a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgam todos os anos, sempre no início do segundo semestre, o estudo "Perfil da Cadeia Produtiva da Construção e da Indústria de Materiais". O estudo apresenta os números mais relevantes da cadeia produtiva da construção, sendo a fonte setorial mais completa de informações econômicas. A última edição disponível é do ano passado, com dados referentes a 2011. Apesar de vários fatores importantes terem ocorrido em 2012, como a queda nos juros, aumento na oferta de crédito e valorização do real frente ao dólar, fatos estes que tiveram forte impacto no setor, muitos dos dados continuam atuais e são bons indicares para a compreensão da dinâmica do setor. "Temos de aguardar a divulgação de dados oficiais do governo, que geralmente saem até maio, para depois fazermos as análises", justifica Walter Cover, presidente da Abramat. Em 2011, segundo o estudo, o valor adicionado pela cadeia produtiva da construção civil somou R$ 315,3 bilhões, o que representou 8,9% do PIB do País. Todos os elos dessa cadeia foram responsáveis pela geração de 12,8 milhões de ocupações, entre empregados (com e sem carteira de trabalho), trabalhadores por conta própria e proprietários. O setor da construção civil respondeu pela maior parcela do valor agregado – R$ 204,1 bilhões, ou 65% do PIB de toda a cadeia. O setor também foi responsável pelo maior número de ocupados: 9,2 milhões ou 71,4% do total de pessoas. A indústria de materiais de construção representou a segunda principal contribuição ao PIB da cadeia, somando R$ 53,1 bilhões, ou 16,8% de toda a cadeia. Os produtores de máquinas e equipamentos, por sua vez, geraram valor da ordem de R$ 5,2 bilhões. Assim, os dois segmentos responderam por 18,5% do PIB da cadeia e criaram 773 mil ocupações. As atividades de comércio de materiais e serviços responderam por 8,0% e 6,5% do PIB da cadeia, respectivamente. O levantamento revelou que quase 60% das vendas da indústria de materiais tiveram como destino o comércio (atacado e varejo) e 31,4% foram para as construtoras. Estas, por sua vez, compram pouco mais da metade dos materiais que utilizam da indústria. No entanto, parcela não desprezível dessas compras são feitas no atacado (20,7%) e mesmo no varejo (18,7%), caso típico das pequenas empresas de construção e reforma. Como esperado, o perfil de vendas do varejo é fortemente concentrado nas famílias. Já o atacado atende a um público mais diferenciado, incluindo construtoras, varejistas e diversos outros compradores, tipicamente pessoas jurídicas não construtoras, como condomínios, hospitais e empresas diversas. Também foi possível identificar a participação dos produtos importados no valor total das compras feitas pelas construtoras, avaliada em pouco mais de 8%. O nível de emprego na indústria ultrapassou a marca de 772 mil postos de trabalho em 2011. Essa expansão resultou na criação de mais de 31 mil novos postos no período. A distribuição da ocupação nos dois grandes elos da indústria manteve-se praticamente a mesma do ano anterior. Os segmentos produtores de materiais são responsáveis por 94,2% da mão de obra, o equivalente a cerca de 728 mil postos, enquanto os produtores de máquinas e equipamentos empregaram 5,8%, o que representa 45 mil postos aproximadamente. Colocados lado a lado, os dados relativos à geração de valor e ao emprego em 2011 permitem perceber a perda de produtividade da indústria de materiais. A despeito da desaceleração do PIB setorial, o emprego continuou em alta. Nos segmentos produtores de materiais, essa alta foi de 4,1%, o equivalente a 28,6 mil novos postos de trabalho. Nos segmentos produtores de máquinas e equipamentos o crescimento foi de 6%, ou 2,5 mil novos empregos.
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Um ano melhor para a indústria A indústria de materiais de construção espera uma reação nas vendas para os setores de infraestrutura e imobiliário; as vendas para o varejo devem continuar fortes
CARLOS OSSAMU
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o ano passado, a indústria de materiais de construção teve um crescimento de 1,4%, bem abaixo do número projetado no início do ano, que era de 4,5%. Segundo Walter Cover, presidente da Abramat Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção, as vendas para o comércio foram boas, crescendo 7% no período. O que atrapalhou o desempenho foram as vendas para os setores de infraestrutura e imobiliário, que ficaram paralisadas ou cresceram pouco. Mas para este ano, as perspectivas são melhores, já que o governo anunciou pacotes para melhorar investimentos em infraestrutura e o setor imobiliário está mais animado, prometendo ampliar os investimentos em novos empreendimentos. Na entrevista a seguir, Walter Cover fala das expectativas deste ano, da necessidade de reduzir o ICMS e de simplificar os cálculos do sistema de Substituição Tributária. Diário do Comércio - No início de 2012, o setor estimava um crescimento de 4,5%, mas acabou fechando o ano com um incremento de apenas 1,4%. O que ocorreu? Walter Cover - Nos dois últimos meses do ano, o varejo cresceu mais do que a indústria por conta dos estoques que havia no comércio. Outro fator que contribuiu para essa defasagem é a importação, que continua alta, mesmo com o dólar mais caro. Com o anúncio do fim da guerra dos portos, muitas empresas aproveitaram as regras ainda vigentes, os benefícios que tinham nos portos, e aumentaram suas importações. E sobre o baixo crescimento do setor? A expectativa inicial era de crescimento de 4,5%. No meio do ano esse número foi revisto para baixo e fechamos o ano com 1,4%. O varejo foi bem em 2012. As vendas da indústria nacional para o varejo cresceram 7%. O varejo representa 50% das nossas vendas, 20% vão para obras de infraestrutura e 30% para o setor imobiliário. No ano passado, o varejo foi bem, mas as vendas para o setor de infraestrutura foram muito ruins, caíram cerca de 10%. O setor imobiliário também cresceu pouco, cerca de 3% apenas. Como o varejo estava estocado no fim do ano, eles reduziram as compras da indústria. O faturamento do setor em 2012 ficou em R$ 115 bilhões. A cadeia da construção emprega 11 milhões de trabalhadores – na indústria, este número está próximo a 1 milhão. A construção civil é a que emprega mais, em torno de 9 milhões de trabalhadores. Como estão as expectativas do setor para este ano? Em nossa avaliação, o qua-
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2013, assim como as desonerações da folha de pagamento e do IPI. Há também a redução na tarifa da energia, que melhora os custos dos produtos e deixa mais renda para as famílias consumirem.
dro este ano será bem melhor, com estimativa de crescimento de 4,5%. O varejo é afetado pela renda, emprego e crédito. Todos esses fatores continuarão fortes em 2013 – o salário mínimo teve aumento real, os demais salários foram reajustados acima da inflação, o emprego continua crescendo e o crédito está bastante disponível e deve melhorar ainda mais. Com isso, o consumo das famílias para reformas continuará alto no varejo. O governo também precisa cuidar do câmbio para que não haja uma sobrevalorização do real novamente. Do contrário, vamos ter aumento nas importações, que hoje representam em torno de 10% das vendas para o consumidor, sendo que antes era de 15%. Se o varejo continuará forte, como ficarão os setores de
infraestrutura e imobiliário? No imobiliário, segundo informações das construtoras, o cenário deverá melhorar em relação ao ano passado. Este setor é afetado pelo cenário econômico, tanto nacional quanto internacional, e ambos têm uma perspectiva de melhora. Qual a sua avaliação sobre o cenário nacional? Os programas anunciados pelo governo estão criando um otimismo no setor. A área de infraestrutura deve melhorar por causa dos programas de incentivos às rodovias e ferrovias, principalmente no segundo semestre – os leilões de concessões devem ocorrer no primeiro semestre, mas as vendas da indústria começam a partir do segundo semestre. De qualquer forma, tudo isso cria um ambiente favorável entre os empresários para que eles pos-
ra a p a i d s a e r r o o d M a h l a o b r a t r n t e C o d
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A carga tributária do setor é muito elevada? O que mais incomoda o setor do ponto de vista tributário é o ICMS, um tributo estadual. Este ano, vamos nos esforçar em obter a redução desse tributo nos Estados. O governo federal tem uma proposta de começar a reduzir o ICMS interestadual, aqueles produtos que são produzidos em um Estado e vendidos em outro. O governo quer unificar esta alíquota que incide nas vendas de um Estado para outro, que hoje varia de 7% a 12%, para um patamar mais baixo, de 5%. Também imaginamos que o governo federal possa reduzir o PIS/Cofins.
governador de São Paulo Geraldo Alckmin e o secretário de Estado da Habitação, Silvio Torres, anunciaram no fim de fevereiro a construção de mais de 20 mil unidades habitacionais no Centro da cidade de São Paulo. De caráter pioneiro, a primeira PPP (Parceria Público-Privada) na área de habitação de interesse social do País pretende construir moradias para famílias de trabalhadores de bairros do centro paulistano. Será prioritário o atendimento habitacional às famílias com renda de até cinco pisos salariais do Estado (R$ 755). "Trazer de volta as pessoas para morarem na região central, onde está praticamente 1/5 dos
Em nossa avaliação, o quadro este ano é bem melhor, com estimativa de crescimento da ordem de 4,5%. WALTER COVER
sam investir. O governo também melhorou as condições do programa Minha Casa Minha Vida e isso também deve trazer um incremento nas vendas. Há também outros anúncios do governo para beneficiar o setor, como a desoneração da folha de pagamento. Qual a sua avaliação sobre isso? Muitas das medidas que o
empregos de São Paulo, também é uma forma de diminuir o deslocamento e recuperar a região do Centro", ressaltou Alckmin. "Eu diria que é o maior programa de requalificação urbana e inclusão social. É moradia para o trabalhador, quem ganha menos de cinco salários mínimos terá mais da metade das unidades. Além da habitação de interesse social, com forte subsídio do governo, o projeto promoverá a requalificação urbana e econômica por meio do comércio, dos serviços e dos equipamentos", completou. A estratégia de ação da nova PPP será a utilização de imóveis subutilizados nos bairros e nas áreas contíguas às linhas férreas, corredores de transporte e grandes avenidas centrais. A maioria dos empreendimentos deve ser viabilizada em áreas de ZEIS - Zonas Especiais de Interesse Social, definidas no
governo adotou em 2012 não foram sentidas ainda durante o ano. Os juros, por exemplo, que baixaram nos bancos públicos, ainda estavam altos nos bancos privados, principalmente para empréstimos para as famílias. Este ano, é natural que os bancos privados acompanhem os bancos públicos. Os efeitos da queda nos juros estarão plenos em
Plano Diretor da Cidade, elaborado em 2002, ainda inexploradas tanto pela iniciativa privada quanto pelo poder público. Os investimentos nos empreendimentos serão de R$ 4,6 bilhões, sendo R$ 2,6 bilhões da iniciativa privada. A contrapartida do Governo do Estado de São Paulo, a fundo perdido, será de R$ 1,6 bilhão. Num convênio a ser firmado com o Estado, a Prefeitura de São Paulo deve apoiar o projeto com R$ 404 milhões, média de R$ 20 mil por unidade habitacional. Os empreendimentos serão destinados às famílias com renda bruta mensal de até 10 pisos salariais estaduais, com atendimento prioritário às famílias com renda de até cinco pisos salariais estaduais. Os beneficiários deverão ser trabalhadores do centro da capital paulista, além de não possuírem imóveis em seu nome.
E quanto às mudanças na Substituição Tributária? Qual a proposta do setor? Este é um assunto muito complexo e que cria problemas de custo para o setor. A legislação tem hoje mais de cem categorias com valores diferentes para se calcular o imposto (MVA - Margem de Valor Agregado). Estamos fazendo uma proposta para o governo para que haja uma simplificação para cinco categorias. Essa complexidade cria um custo, tanto para a indústria quanto para o comércio. Todo o setor está empenhado hoje em trabalhar pela simplificação da Substituição Tributária. É um trabalho junto aos governos dos Estados. Como está a qualidade dos produtos nacionais nesta área? Uma questão que incomoda tanto o setor quanto o governo é a informalidade, que ainda existe na cadeia de produção. Esta questão está muito ligada à questão da qualidade e conformidade dos produtos aos padrões. Há produtos que não seguem sequer os padrões de tamanho e durabilidade – o consumidor só vai se dar conta disso depois de um ou dois anos. É preciso um processo mais rigoroso de fiscalização dos materiais.
Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Edição e reportagem Carlos Ossamu Editor de Arte José S. Coelho Diagramação Lino Fernandes Arte Max e Paulo Zilberman Gerente Executiva de Publicidade Sonia Oliveira Telefone: 3180-3029 soliveira@acsp.com.br
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Papai Noel salvou o varejo em 2012 Divulgação
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crescimento de 3,5% no ano passado foi muito comemorado no setor de comércio de materiais de construção. Segundo Cláudio Conz, presidente da Anamaco – Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção, até setembro de 2012, o crescimento nas vendas era zero. Nos últimos três meses do ano, por conta do aumento na oferta de crédito, houve uma recuperação surpreendente: somente em dezembro, houve um crescimento de 5,5%, na comparação com o mesmo período do ano passado. A Anamaco divulgou na semana passa o estudo mensal sobre o desempenho das vendas de material de construção. Segundo o levantamento, em fevereiro o setor teve retração de 7% na comparação com janeiro. Já na relação fevereiro de 2013 sobre fevereiro de 2012, a queda foi de 4%. Para a entidade, o desempenho de vendas está dentro do esperado, pois esse período costuma ser um dos mais difíceis do ano para o setor. Este ano, particularmente, o período do carnaval antecipado diminuiu o número de dias úteis pesquisados, já que em 2011, por exemplo, o carnaval foi em 8 de março e, em 2012, em 21 de fevereiro. "Ainda assim alguns segmentos mantiveram o mesmo volume de vendas quando comparados ao mesmo período do ano passado, caso de tintas, telhas e caixas d'água de fibrocimento, argamassas e rejuntes, fechaduras e ferragens", comenta Conz. De acordo com o estudo, o único segmento que apresentou crescimento foi o de iluminação, com índice de 1%. Diário do Comércio - Segundo balanço da Anamaco, o setor de comércio de materiais de construção faturou R$ 55 bilhões no ano passado, um crescimento de 3,5%, menor do que os 4,5% de 2011, mas acima dos 1,4% de crescimento da indústria
Graças às vendas de fim de ano, o setor de comércio de materiais de construção conseguiu crescer 3,5%. Até setembro, o crescimento nas vendas era zero.
Cláudio Conz, da Anamaco rocracia e a intervenção do Estado na relação entre a loja e o consumidor têm sido um grande obstáculo para o nosso desenvolvimento.
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em 2012. Qual a sua avaliação sobre esse desempenho? Claudio Conz - Não é de hoje que o varejo vem crescendo acima da indústria nacional de materiais de construção. Tem uma série de razões para isso, inclusive em relação às medições que se faz. No varejo, só é possível medir pelo faturamento, não é possível medir por quantidade, ao contrário da indústria. Portanto, é natural que haja esse descolamento entre os dois setores. Vários fatores têm beneficiado o consumo e consequentemente o varejo, como oferta de crédito, emprego estável, aumento na renda, programas como Minha Casa Minha Vida. Qual a sua opinião sobre isso? Tudo isso tem beneficiado muito o se-
P S n o C a s n u d s Sin ajuste o ã pede oneraç des
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tendendo a um antigo pleito da construção, o governo baixou a Medida Provisória 601, determinando que as construtoras de edificações e suas terceirizadas passem a calcular suas contribuições previdenciárias à alíquota de 2% sobre a receita, em vez de 20% sobre a folha de pagamentos, de abril de 2013 até dezembro de 2014. Segundo o presidente do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo), Sergio Watanabe, "a intenção do governo foi muito bem recebida pela construção. Entretanto, da forma como saiu, a medida vai desonerar as construtoras que tiverem uma grande folha de pagamento e onerar aquelas que contam com uma folha reduzida por contratarem empresas especializadas para executar fundações, instalações hidráulicas e outros serviços nas obras", afirma. Watanabe alerta que, pela nova regra, as empresas já não poderão deduzir de sua contribuição previdenciária para determinada obra o recolhimento feito pelas subcontratadas para a execução da mesma obra. E hoje somente 8% das construtoras não terceirizam atividades. A medida também não prevê regras de transição, observa o
tor, tanto que o primeiro semestre de 2012, quando o crédito era escasso, foi um período muito ruim. O crédito voltou a crescer no segundo semestre. Até setembro, o crescimento estava praticamente zero. A partir disso, o crédito cresceu e salvou o ano. O crédito, a geração de empregos e o aumento da renda da população são fatores importantes e que garantiram o desempenho positivo do nosso setor. As estatísticas mostram que, depois da alimentação, a compra de materiais de construção é a maior prioridade. Hoje, qual é o maior obstáculo do varejo de materiais de construção? O maior obstáculo para o nosso desenvolvimento hoje é a Substituição Tributária, este é o nosso grande drama. Temos tentado negociar, mas
presidente do SindusCon-SP. Por exemplo, uma construtora que tenha feito todo o recolhimento ao INSS relativo a uma obra concluída em março e vendê-la em maio, deverá recolher novamente a contribuição, desta vez sobre a receita auferida. Outra questão preocupante, acrescenta ele, será com os contratos corrigidos por índices como o CUB - Custo Básico Unitário da Construção. A regra de cálculo do CUB, estabelecida em lei, determina que sejam computados os recolhimentos sobre a folha. Quando a regra mudar, o indicador sofrerá uma queda brusca e não poderão ser computados os recolhimentos sobre a receita, não previstos pela lei. Ou seja, as prestações e o saldo devedor serão ajustados sem sintonia com a variação real dos custos das construtoras, comprometendo-as financeiramente. Para Watanabe, diante destes problemas, deveria se deixar como opção para cada construtora migrar ou não para a nova sistemática da contribuição. "Há um precedente: as empresas podem escolher entre lucro real ou presumido, e isso não cria ônus adicional à fiscalização da Receita", afirma o presidente do SindusCon-SP. Segundo o presidente do sindicato, também seria justo permitir ao contratante principal o abatimento das contribuições ao INSS feitas pelas terceirizadas para a construção da mesma obra.
está demorando muito uma solução. Quando ela foi introduzida em São Paulo, havia apenas dois indicadores para todos os materiais de construção, era mais fácil – os materiais elétricos eram 28% e o restante, 35%. Era fácil de administrar e fazer a fiscalização. Há pouco mais de dois anos, colocaram 126 categorias diferentes. É uma insanidade ter 126 controles de grupos de produtos, lembrando que 98% dos estabelecimentos
são de pequeno e médio porte. Outro entrave está em leis que interferem na logística. Hoje, em são Paulo, existem áreas de exclusão em que o caminhão só pode entrar duas horas por dia; e agora veio uma lei que proíbe cobrar a entrega com hora marcada. Isso atinge também outros setores, não apenas o nosso, mas transforma o frete e a entrega num drama para as empresas, aumentando em até 15% os nossos custos. A excessiva bu-
E como estão as expectativas para este ano? A nossa expectativa é de crescimento de 6,5% e esperamos rever esse número para cima. Com as chuvas dos últimos meses no Brasil todo, muitas casas precisam de reforma. Fora isso, o crédito deve melhorar ainda mais, assim como o aumento da renda. São cerca de 57 milhões de residências, as pessoas já possuem TV de tela plana, trocaram o carro, mas as casas precisam de reforma, de mais segurança, e as pessoas estão ficando mais em casa. Estamos vendo que as pessoas estão valorizando lugar onde moram. Na periferia, muitas casas ainda não estão acabadas por fora, mas dentro tem banheira de hidromassagem, TV de tela grande, pisos de porcelanatos, etc. (C.O.)
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Luiz Prado/Luz
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m 2012, as vendas de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo atingiram 26.958 unidades, uma queda de 4,8% em comparação a 2011, que foi de 28.316 unidades. Já a retração nos lançamentos foi bem maior: queda de 27%, já que foram lançadas 27.835 unidades, ante os 38.149 de 2011. O valor movimentado em vendas, atualizado pelo INCC-DI da FGV (Índice Nacional de Custos da Construção), foi de R$ 13,6 bilhões, queda de 4,3% frente aos R$ 14,2 bilhões do ano anterior. Aparentemente, foi um ano muito ruim para o setor imobiliário, mas para o economista-chefe do Secovi-SP (Sindicato da habitação), Celso Petrucci, "foi apenas um ano de ajuste, em que foi necessário um 'freio de arrumação' no setor", diz. Histórico Segundo ele, para entender o que ocorreu é preciso retroceder dois anos. "O ano de 2010 foi muito bom em termos de lançamentos, justamente por causa do PIB, que cresceu 7,5% e todo mundo estava animado – foram lançados 38 mil unidades na cidade de São Paulo e vendidos 36 mil unidades, números esses acima da média dos anos anteriores", comenta Petrucci. Já em 2011, o crescimento do PIB caiu para 2,7%. "Apesar de as expectativas não estarem tão boas, acabamos lançando também 38 mil unidades, mas as vendas alcançaram apenas 28 mil unidades", relembra o economista, que reconhece que 2012 foi um pouco mais complicado pois, além do excedente do ano anterior, as expectativas econômicas não se concretizaram – se começou o ano falando em crescimento de 4% no PIB, depois 3,5%, 1,5% e o ano acabou fechando com um crescimento de apenas 0,9%. Essas revisões constantes no desempenho da economia trazem incertezas e desconfianças entre os investidores. "Mesmo com o número de lançamentos ter sido 27% menor, as vendas caíram apenas 4,8%. Isso mostra que a demanda ainda contiDivulgação
Calma, foi apenas um ano de ajustes Mesmo com todos os indicares negativos, o Secovi-SP afirma que o mercado imobiliário está aquecido e espera um crescimento de 10% nos lançamentos e de 5% nas vendas este ano nua saudável", diz. Olhando para o lado positivo, Petrucci observa que o Brasil gerou 1,3 milhão de empregos formais, a renda continua crescendo, os recursos, tanto da caderneta de poupança, quanto do FGTS, permanecem abundantes. "Acreditamos em uma reversão na expectativa do empresariado. A mudança de prefeito está trazendo uma expectativa boa de revisão do Plano Diretor da cidade, que vem sendo postergado nos últimos anos. Para nós, isso significa uma maior possibilidade de empreender, de termos novos terrenos na cidade de São Paulo", comenta. "Há, porém, a necessidade de intensificar a desburocratização das aprovações e dos licenciamentos de projetos".
mais rápido pela aquisição. Mas se as notícias são ruins, ou acabo postergando a compra ou até desistindo", observa. Petrucci explica que a confiança do investidor e do comprador é muito importante para o desempenho do setor. Na área internacional, há percepção de que a economia europeia encontrará solução sem colapso do euro. Olhando para dentro, o Brasil já apresentou mudanças com a redução das taxas de juros que balizaram o merca-
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Boas perspectivas
Celso Petrucci, do Secovi-SP
ve colher melhores resultados, não igual a 2010, mas um crescimento sustentável em torno de 10% em lançamentos, com 31 mil unidades, e 5% em vendas, com 28 mil unidades. "Como as expectativas são positivas, isso gera confiança para o investimento". Quando a economia vai bem, o mercado imobiliário vai bem, e vice-versa. A expectativa das pessoas também é importante. Se eu abro o jornal ou vejo na televisão notícias boas, eu me decido
Para o economista do Secovi-SP, é praticamente seguro que a economia este ano será melhor do que no ano passado, existe essa expectativa de revisão do Plano Diretor e o crescimento da renda e geração de empregos deve continuar. Dessa forma, o setor de-
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onforme levantamento da AMSPA (Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências), de janeiro a dezembro de 2012 houve 2.748 reclamações de mutuários, referentes às construtoras de imóveis residenciais. Dessas, 46% dos reclamantes deram entrada na Justiça, ou seja, 1.264 processos. O balanço representa um aumento de 25% nas queixas e um crescimento de 32,4% nas ações impetradas junto ao Poder Judiciário. Os dados são comparativos a 2011, quando houve respectivamente 2.199 descontentes e 956 ações judiciais. O balanço ainda revela que, entre os campeões no ranking dos aborrecimentos estão:
do. E há a perspectiva de que seja mantida a taxa básica no atual patamar de 7,25% durante boa parte de 2013. O processo de desonerações tributárias deverá continuar, fator que poderá impulsionar o mercado imobiliário. Mudança de perfil No ano passado, os empreendimentos de dois dormitórios foram destaque, com 13.371 unidades vendidas na cidade de São Paulo. Esse seg-
atraso na obra (70%), seguido das taxas SATI (15%) e Corretagem (10%) e problemas no imóvel, ou seja, vícios ou defeitos na obra (5%). "Muitos mutuários, que chegam na associação relatando problemas sobre o não cumprimento da entrega do imóvel, descobrem que também pagaram taxas abusivas", afirma Marco Aurélio Luz, presidente da AMSPA. Segundo ele, recentemente o ministro Sidnei Beneti, da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), foi favorável à acumulação da multa contratual moratória de 1% (sobre o valor do imóvel) e da indenização por perdas e danos (lucro cessante), de caso julgado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro por motivo de atraso na obra. "Esperamos que haja outras decisões como esta a favor dos proprietários." Para se precaver quanto a esse tipo de problema, uma dica é
mento correspondeu por 49,6% do total comercializado durante o ano e registrou crescimento de 0,5% diante das 13.298 unidades negociadas em 2011 nesta categoria. Na região metropolitana de São Paulo, os imóveis de dois dormitórios comercializados também são maioria. Foram negociados 27.437 unidades desse tipo, representando 53,9% das vendas totais. As vendas de imóveis de um dormitório também vêm aumentando ano a ano. Em 2012, foram comercializados em São Paulo 4,2 mil unidades, contra 3,9 mil em 2011. Imóveis de um e dois dormitórios já representam 70% das vendas, sendo que há alguns anos representavam apenas 30%. "Principalmente em 2007 e 2008, tivemos uma prevalência maior de três e quatro dormitórios. Em 2007, lançamos 13 mil apartamentos de quatro dormitórios. Em 2008, lançamos quase 12 mil unidades de três dormitórios. Mas eram anos em que as empresas tinham aberto capital, geraram grandes empreendimentos, eram grandes VGVs (Valor Geral de Vendas) até por causa dos resultados das companhias abertas", explica Petrucci. "Já o ano de 2012 marcou essa tendência de imóveis de um dormitório, que atende um público mais jovem ou quem está se separando, que deseja morar perto do trabalho e escolhe o imóvel pelo seu tíquete. Apesar de termos empreendimentos de altíssimo padrão, se consegue fazer um apartamento de um dormitório na cidade de São Paulo, na faixa de R$ 250 mil a R$ 300 mil", comenta Petrucci. Para ele, os imóveis de um dormitório devem ganhar mais espaço nos próximos anos, assim como os condomínios mistos, que combinam residências e áreas comerciais, ou até mesmo hotéis. "Tivemos lançamentos assim onde era o hotel Ca'd'Oro (Rua Augusta), na região da avenida Luis Carlos Berrini (Brooklin) e na Barra Funda", diz. (C.O.)
utilizar na hora da compra um exemplar da "Cartilha do Mutuário - Volume Imóvel na Planta", editada pela AMSPA. "O informativo contém 20 questões cruciais, que ajudam a esclarecer, de forma simples e prática, as principais dúvidas e os cuidados antes de fechar o negócio", orienta o presidente da entidade. Para ter acesso ao conteúdo da cartilha, os interessados podem acessar o site www.amspa.org.br e baixar o conteúdo disponível em PDF. Já para aqueles que estão com problemas de atraso, cobranças ilegais ou vícios de construção, Marco Aurélio aconselha primeiramente tentar um acordo com a construtora. "Se caso não tiver solução, a alternativa é procurar a Justiça, pedindo restituição dos valores, multa por tempo de atraso, danos morais e materiais, além do que deixou de ganhar", recomenda presidente da AMSPA.
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Como vender para a baixa renda Newton Santos/Hype
que estavam sentindo e ele vendia um remédio. É a mesma história com o pedreiro". Segundo ele, os pedreiros hoje estão começando a se especializar, melhorando sua qualidade técnica. Segundo Sarnelli, por se tratar de uma figura importante no mercado da reforma, os grandes fabricantes já fazem um trabalho, mesmo que tímido, junto aos pedreiros. Os pequenos fabricantes estão descobrindo isso agora. "Existe um movimento, tanto de fabricantes como de varejistas, de melhorar a qualificação dos pedreiros e fazer dele um agente de vendas, mas ainda é muito pouco, poderia ser mais bem trabalhado".
Estudo do Data Popular mostra como esse público se relaciona com a reforma e construção, e indica oportunidades
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o segundo semestre do ano passado, o instituto de pesquisas Data Popular realizou um amplo estudo para conhecer como a classe emergente se relaciona com o universo da reforma e da construção. Na metodologia qualitativa, foram realizados em setembro quatro grupos de discussão, sendo dois em São Paulo e dois em Recife, com homens e mulheres das classes C2 (renda familiar entre R$ 399,01 e R$ 900,00) e D (R$ 82,01 a R$ 399,00). Na metodologia quantitativa, foram realizadas 988 entrevistas domiciliares em 54 cidades e 2.981 pesquisas online abrangendo todo o País. As conclusões podem ajudar muito os fabricantes e comerciantes de materiais de construção a vender para este consumidor. Para Wagner Sarnelli, sócio diretor do instituto, "este público experimentou e tomou gosto pelo consumo. Hoje, ele escolhe o que deseja consumir, e nós temos de descobrir quais são esses desejos e tendências". Para tanto, foi preciso investigar como é a relação desse público com a reforma e a construção. Segundo o estudo, 75% dos pesquisados moram em casa própria, sendo que 70% já quitada e 5% ainda em processo de pagamento; 17% moram de aluguel; e 8% responderam outra forma. De acordo com Sarnelli, a mudança de residência
Sempre reformando
O Brasileiro e a reforma 75% têm casa própria 51% das casas precisam de reforma 62% precisam de pintura 46% querem reformar o quarto A expectativa é gastar R$ 4.445,00 59% pagam à vista 12 milhões de domicílios foram reformados no último ano tem um significado de ritual de passagem. "Quando ele sai da casa em que morava com a família ou que pagava aluguel para a casa própria, ele considera um momento novo na vida, ele está evoluindo economicamente e por isso tem um significado muito importante. Quando ele não consegue isso, parte para o esquema da reforma, que passa a ter esse mesmo significado do ritual de passagem", comenta. A refor-
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Banco do Brasil anunciou que o BB Crédito Imóvel Próprio já pode ser contratado com as novas taxas de juros a partir de 1,20% a.m. A taxa antiga era a partir de 1,45% a.m., o que representa uma redução de 17,24%. A novidade, aliada à redução da renda mínima de R$ 6 mil para R$ 4 mil, torna o produto ainda mais competitivo. A linha de crédito é destinada a correntistas do banco Pessoas Físicas . O valor do empréstimo pode variar entre R$ 20 mil e R$ 5 milhões, sendo que o valor máximo da operação é de até 60% do valor de avaliação do imóvel. A relação de documentos e a avaliação do imóvel são simplificados. A operação tem carência de até 89 dias, prazo máximo de 180 meses e não há necessidade de avalista para a contratação. A perspectiva do banco para 2013 é de dobrar a carteira, cujo saldo hoje é de R$ 717,4 milhões. O Banco do Brasil também anunciou que superou a meta estabelecida para 2012 e ultrapassou o número de 114 mil unidades habitacionais contratadas nas Faixas 1, 2 e 3 do
ma também tem o significa de mostrar para familiares e amigos que a pessoa está melhorando de vida. "O curioso é que muitas das casas não são reformadas ou pintadas por fora, esta é a última etapa e talvez nem ocorra. O importante é ter o cuidado com a parte interna. A pessoa equipa a casa, arruma, reforma o que está ruim para o bem estar próprio, para quando receber alguém de fora, amigos e pessoas da família, para mostrar que está melhorando de vida", comenta Sarnelli. "Nisso também há
Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV). O desafio inicial previa a contratação de 97 mil unidades habitacionais para o ano de ingresso da instituição na Faixa 1 do programa. Os primeiros projetos da Faixa 1 foram contratados no BB em junho e, com pouco tempo de atuação nessa faixa do Programa, a instituição já conta com 50.349 unidades habitacionais contratadas, com empreendimentos localizados em 17 Estados brasileiros, de todas as regiões do País, contribuindo para execução das políticas públicas de habitação do Governo Federal, estados e municípios. A Faixa 1 do Programa Minha Casa Minha Vida, foco principal do Governo Federal, beneficia famílias com renda de até R$ 1.600 mensais, selecionadas pelas prefeituras das cidades onde os empreendimentos são construídos. Além de possibilitar o acesso à moradia de qualidade para as famílias de baixa renda, os projetos da Faixa 1 do PMCMV são entregues às comunidades com soluções de transporte viário, educação, saúde e acessibilidade. Para o diretor de Crédito Imobiliário do BB, Gueitiro Matsuo Genso, a boa performance do banco na contratação de projetos do Faixa 1 deve-se ao rápido aprendizado da instituição
uma questão de segurança: elas têm receio de mostrar externamente que estão evoluindo economicamente. Muitas casas que visitamos são muito bem equipadas com eletrodomésticos e eletrônicos, com geladeira de inox, micro-ondas, TV de tela grande de última geração, banheira de hidromassagem, etc", diz o executivo. Mas para o diretor do Data Popular, também há outra razão para isso. "Há uma preocupação muito maior em proporcionar o bem estar da famí-
na forma de operar no Minha Casa Minha Vida. "Procuramos entender as necessidades das construtoras dos municípios e atender às diretrizes do Ministério das Cidades". Balanço da Caixa A Caixa informou que a sua carteira imobiliária apresentou saldo de R$ 205,8 bilhões em dezembro de 2012, aumento de 34,6% comparado ao ano de 2011. As operações com recursos da poupança somaram R$ 108,3 bilhões e, nas linhas que utilizam os recursos do FGTS, a instituição alcançou R$ 97,3 bilhões, crescimentos de 36,7% e de 32,6%, respectivamente. Mais uma vez a Caixa bateu recorde de contratação imobiliária, que atingiu R$ 106,7 bilhões, um crescimento de 33,3% em relação ao mesmo período de 2011. Desse total, R$ 46,7 bilhões foram realizados com recursos da poupança (SBPE) e R$ 38,7 bilhões nas linhas que utilizam o FGTS. Além disso, foram aplicados R$ 21,3 bilhões pelo FAR e demais fontes. No âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida, desde o seu lançamento em 2009 até o final de 2012, a Caixa contratou 2,1 milhões de novas moradias, totalizando R$ 134,5 bilhões. Destas contratações, já foram entregues aos beneficiários mais de 1 milhão de unidades.
lia do que demonstrar status para a comunidade, como ocorre nas classes A e B, que deseja externar a evolução econômica", diz. Na periferia também existe pouco lazer e a TV é o principal veículo de entretenimento. Assim, é normal a família ter na casa três televisores: o do quarto do casal, que é da mulher, para ela assistir novela e programas que deseja; o da sala é do marido, para assistir jogos de futebol; e o terceiro no quarto dos filhos. "Em classes mais altas, é comum se queixar que o filho fica muito tempo assistindo TV ou no computador. Para as classes mais baixas, isso é bastante desejável, pois os pais têm medo que a criança fique na rua e corra algum tipo de risco. Dar o aconchego dentro de casa traz mais tranquilidade". Figura central Quando se fala em reforma e construção, o pedreiro é a figura mais importante neste processo. Ainda não há muita preocupação com segurança, em se contratar um engenheiro para saber se o imóvel suporta a obra. "Não existe o arquiteto ou o engenheiro, tem o pedreiro de confiança, que decide se a obra é viável, indica e compra o material necessário", comenta. "É a lógica da amizade. Antigamente, tinha o farmacêutico, que era como se fosse o médico, as pessoas iam à farmácia, contavam o
Segundo a pesquisa, 28% dos entrevistados afirmaram que pretendem realizar algum tipo de reforma nos próximos 12 meses. O gasto médio que o brasileiro está disposto a pagar pela reforma é de R$ 4.445,00, sendo que a mulher é a mais disposta a gastar (R$ 5.250,00) que o homem (R$ 3.603,00). Dos que pretendem fazer a reforma, 46% pretendem fazê-la no quarto, seguido por banheiro e cozinha, ambos com 35% das intenções. Um dado interessante dessa classe é que 59% preferem pagar à vista e 41% com cartão de crédito. "Este público se programa mais, elas guardam dinheiro para um objetivo. Preferem poupar mensalmente para começar uma construção e pagar à vista para obter melhores vantagens. Quando não pode fazer isso, entra o cartão de crédito". O estudo também revelou que este público faz reformas constantes. Ao término de uma obra, já se pensa em outra. Sete, em cada dez respondentes que reformaram a casa há menos de três anos, disseram que a casa necessita de alguma reforma. (C.O.) Chico Ferreira/Luz
Wagner Sarnelli, do Data Popular
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.ESPECIAL
terça-feira, 12 de março de 2013
Começa hoje a grande vitrine da construção Luludi/Luz
A Feicon Batimat espera receber 130 mil visitantes até sábado; na semana passada, a Expo Revestir recebeu um público de 45 mil visitantes
A Feicon Batimat reúne mais de 1 mil marcas nacionais e estrangeiras
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A nova Torneira Boia Click, da Tigre, controla o fluxo de água na caixa d'água.
ste mês de março está sendo marcado por dois grandes eventos na área da construção civil: na semana passada, no Transamérica Expo Center, ocorreu a Expo Revestir 2013; e hoje, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, começa a Feicon Batimat - 19º Salão Internacional da Construção. A Expo Revestir apresentou as últimas tendências e lançamentos para os setores de revestimentos, louças sanitárias e metais para cozinhas e banheiros. Foram 240 empresas expositores, distribuídas em 40 mil m², e que receberam um público de 45 mil visitantes. Já a Feicon Batimat tem mais de 1 mil marcas nacionais e internacionais em exposição, em uma área de 85 mil m², e estão sendo aguardados 130 mil visitantes até o próximo dia 16. Cláudio Conz, presidente da Anamaco (Associação Nacional dos Comer-
ciantes de Material de Construção), comenta que a Feicon Batimat é a grande vitrine para o varejo de material de construção. "As expectativas são as melhores possíveis. Recebemos lojistas de todo o País durante o evento e sempre temos um feedback muito positivo por parte deles", afirma. Já Walter Cover, presidente da Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), destaca o público altamente qualificado que visita a Feicon Batimat, entre empresários, fornecedores, engenheiros, arquitetos, designers, lojistas, construtoras, atacadistas, operários da construção e consumidores em geral. Além de Anamaco e Abramat, mais de 30 associações relacionadas à construção apoiam a Feicon Batimat.
Robot XT5, da Sibrape Pentair: um aspirador automático para limpeza de piscinas.
Feicon Batimat - 19º Salão Internacional da Construção Data: 12 a 16 de Março de 2013 Horário: 3ª a 6ª das 10h às 19h | Sábado das 9h às 17h Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi Av. Olavo Fontoura, 1.209 - Santana São Paulo - SP
Janela Maxim-ar com Tela Mosquiteira Integrada, da Sasazaki: protege de insetos voadores.
Novas caixas d'água Tigre: tampa possui um sistema diferenciado de encaixe ao corpo.
A SIL mostra no evento sua linha completa de fios e cabos elétricos de baixa tensão.
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