PIB 'DECEPCIONANTE' 0,5% no 3º trimestre. "Decepcionante" até para o ministro Mantega. E 1 e 2
Reação de Lula: fugir de 2006 para o futuro. E
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Desse PIB, 38,95% são do Leão
O Fisco engole o recorde de R$ 90,60 milhões de tributos por hora. IBPT em E 1 Ano 81 - Nº 22.264
São Paulo, sexta-feira, sábado e domingo, 1, 2 e 3 de dezembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h50
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Moacyr Lopes Júnior/Folha Imagem
Filipe Araújo/AE
Comércio faz água Não chove assim há 28 anos. Previsão do comércio: 30% de prejuízos. C 1 Luludi/Agência Luz
PMDB de Lula pensa em cinco ministérios "Coalizão dura só seis meses", diz Jarbas Vasconcellos, que votou contra a decisão. Pág. 3
Turma de "verdes" critica o presidente "Entraves ambientais comprometem o crescimento do País", disse Lula. Ganhou nota de repúdio do Conama de Marina Silva. Pág. 5 HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 25º C. Mínima 18º C.
AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 27º C. Mínima 17º C.
OS GURIS DE NESCHLING Não é mais um sonho: os músicos mirins da Orquestra e Coro do Projeto Guri tocam domingo sob a batuta do maestro mais famoso do Brasil, em concerto
gratuito na Sala São Paulo. Felizes, prometem mostrar que a arte faz "milagres". É o que pensa também Ivaldo Bertazzo, o criador de cidadãos dançantes. E mais: faunos
nas telas; retratos do cangaço no MIS; Dalton Trevisan; o sabor das ostras, Roda do Vinho...
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Finanças Empresas Nacional Imóveis
DIÁRIO DO COMÉRCIO
AGROPECUÁRIA FOI DESTAQUE NO PIB
sexta-feira, sábado e domingo, 1, 2 e 3 de dezembro de 2006
3,6
por cento foi a alta do consumo das famílias nos 12 meses anteriores a setembro
EXPANSÃO DE 3,4% NO TERCEIRO TRIMESTRE FOI REFLEXO DOS AUMENTOS DO RENDIMENTO E DO CRÉDITO
CRESCE O CONSUMO DAS FAMÍLIAS
O
resultado do produto Interno Bruto (PIB) divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicou que o consumo médio das famílias brasileiras aumentou 3,4% no terceiro trimestre deste ano em relação a igual período de 2005. Foi é o 12º trimestre consecutivo de expansão. A taxa está em linha com os dados dos sistemas Usecheque e Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que cresceram 4,35% no mesmo período e revelam as vendas médias na capital paulista. Porém, em comparação ao trimestre anterior, a variação do consumo das famílias, segundo o IBGE, foi baixa, apenas 0,5%. Também ficou muito pequena se comparada às taxas de outros países emergentes e considerada insuficiente para alavancar a economia brasileira no próximo ano. Em geral, o consumo das famílias – que pesa 60% no cálculo do PIB – é uma vez e meia ou duas a taxa total do indicador. Na China,
por exemplo, esse tipo de consumo passou de 6% em 2005. "Para a economia brasileira crescer perto dos 5% como pretende o presidente Lula a partir de 2007, o consumo teria que estar entre 7% e 8% ao ano e está longe disso", disse o economista do Instituto Gastão Vidigal da ACSP, Emílio Alfieri. De acordo com o IBGE, nos últimos 12 meses, o consumo familiar cresceu 3,6%. Demanda – Em uma economia aberta, o aumento da demanda é resolvido com importações. Seria preciso estimular o investimento para a indústria crescer em linha com o desejo da população. "Parece coro de economista chato, mas, para isso acontecer, só com reformas estruturais, não adiantam medidas paliativas", disse o economista Guilherme Maia, da consultoria Tendências. De qualquer forma, o consumo, mesmo baixo, foi estimulado pelo aumento do rendimento dos trabalhadores: 4,6% em comparação com o terceiro trimestre de 2005; e a grande expansão de crédito: de 28,1%. Fernanda Pressinott
Expansão de 5% mais distante
P
ara o País crescer 5% em 2007 como quer o governo, será preciso muita reza e uma conjuntura de fatores externos favoráveis. Isso porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já sinalizou que não fará ajustes profundos nas contas públicas como defendem os economistas: não fará a reforma da Previdência, nem cortará benefícios sociais como o Bolsa Família. Esses ajustes, dizem os economistas, seriam necessários para o governo aumentar o superávit primário (economia para o pagamento de dívida) dos atuais 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para algo em torno de 7%, economizando cerca de R$ 60 bilhões. O dinheiro seria usado para investimento em infra-estrutura e outros segmentos. Como ao que tudo indica, as reformas necessárias talvez não sejam feitas, a única possibilidade de o governo economizar os R$ 60 bilhões seria baixando a taxa básica de juros (Selic) dos atuais 13,25% para aproximadamente 10% em 2007, disse o economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Emílio Alfieri. Se essa medida fosse tomada, o gasto com pagamento de juros do cairia dos atuais R$ 158,5 bilhões (7,69% do PIB) para algo em torno de R$ 105 bilhões. Os R$ 7 bilhões restantes para economizar os
R$ 60 bilhões, seriam conseguidos com combate a sonegação e pequenos ajustes nas contas públicas. O problema é que não basta diminuir os juros, é preciso contar com a sorte. "Esse ajuste alternativo às premissas básicas de economia só resolve se os juros nos Estados Unidos também caírem (assim os investimentos não migrarão para lá), os preços das commodities se mantiverem nos níveis atuais, não houver qualquer choque externo e, principalmente, se não houver repique na inflação brasileira", disse Alfieri. Para a inflação não subir, novamente, é preciso que não haja alteração no cenário internacional, como aumento excessivo do preço do petróleo por exemplo. "Esse modelo de ajuste milagroso foi escolhido pelo povo na última eleição, que não aprovou o choque de gestão convencional de Alckmin (Geraldo Alckmin, candidato à Presidência adversário de Lula), mas nada garante que ele dará resultados." O economista Guilherme Maia, da Tendências, aposta que o governo não conseguirá diminuir os juros para menos de 12% ao longo de 2007. "Não há espaço para toda essa queda. A Selic diminuindo muito só estimularia o consumo e a inflação. O mais importante, os investimentos, precisam de estímulos como reforma jurídica, fiscal e de gestão." (FP)
Furlan: ano agrícola será melhor.
A
recuperação do setor agrícola pode acelerar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre de 2007. A avaliação foi feita ontem pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, ao comentar os resultados trimestrais do PIB divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a entidade, o PIB avançou 3,2 % de julho a setembro de 2006 na comparação com o terceiro trimestre do ano passado. O setor agropecuário foi o que alcançou maior crescimento, de 7,8% no período. "Há uma perspectiva de que o setor agrícola, que sofreu nos últimos dois anos, terá uma safra normal com preços bastante bons. Certamente, isso vai
colaborar para que o PIB do ano que vem, já a partir do primeiro trimestre, quando se colhe a safra do verão, seja turbinado", disse Furlan. Questionado a respeito das projeções para o PIB no próximo ano, o ministro disse que elas ficarão mais claras após a conclusão das medidas que estão sendo elaboradas pelo governo para estimular investimentos na produção. Na avaliação dele, o conjunto de ações será responsável pelo impacto positivo no ano que vem, desde que haja uma resposta rápida da iniciativa privada. "Penso que as medidas poderão motorizar pelo menos uns 2 pontos percentuais a mais no crescimento, desde que a resposta do setor provado seja rápida como a gente espera." (Agências)
Patrícia Cruz/LUZ - 19/04/2006
Marcos Peron/Virtual Photo - 19/07/2006
Produção de açúcar será recorde
Embora seja o 12º trimestre consecutivo de alta, o consumo ainda está muito longe de outros emergentes
PACOTE Medidas a conta-gotas
É
possível que não haja um "dia D" para o anúncio do pacote em elaboração pela área econômica do governo para fazer a economia crescer 5% a partir de 2007. As medidas poderão ser divulgadas de forma pontual, disse ontem o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro. Ele não deu certeza nem quanto ao prazo. "As medidas ficarão prontas até dezembro, provavelmente", disse. "É o que posso concluir pelo ritmo de trabalho." Embora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha encomendado à sua equipe a finalização das medidas ainda para este ano, para iniciar o segundo mandato com um programa econômico já desenhado, é grande o risco de a tarefa não ser cumprida, admitem
técnicos da área. Os ministros encontram dificuldades para fechar a conta porque as medidas de corte nos impostos estão estabelecidas, mas existe pouco consenso sobre como segurar as despesas do governo, de forma a preservar o equilíbrio no Orçamento. Tabela do IR — A tarefa ficou ainda mais difícil quando, além das "bondades" em estudo para estimular os investimentos, que totalizam perto de R$ 12 bilhões, o Congresso Nacional propôs uma correção de 3% na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física. A "bondade" custará algo como R$ 750 milhões – correspondentes ao valor que a Receita Federal arrecadaria a mais se a tabela não fosse corrigida. Genro, que também preside o Conselho Nacional de De-
senvolvimento Econômico e Social (CDES), informou que o grupo acompanhará o detalhamento das medidas e vai avaliar para o governo se elas são ou não efetivas para levar o País a um crescimento de 5%. Se for o caso, de acordo com o ministro, o "conselhão" pode sugerir outras medidas. O objetivo assumido por Lula de levar o País a uma expansão anual de pelo menos 5% foi uma sugestão do CDES, lembrou Genro. No documento intitulado "Enunciados Estratégicos para o Desenvolvimento", aprovado este ano, o Conselho sugere ao governo federal que adote como meta expandir o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 6%, na média, até o ano de 2022. Dessa forma, seria duplicado o PIB per capita do País. (AE)
Fiesp: atividade em ritmo lento.
O
Indicador do Nível de Atividade (INA) da indústria paulista, apurado pela Federação e pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp), teve ligeiro incremento em outubro, de 0,2% em comparação com setembro, com ajuste sazonal. A Fiesp também revisou suas principais projeções de crescimento para este ano com base no resultado do terceiro trimestre do Produto Interno Bruto (PIB). Na série sem ajuste, a alta do INA foi de 0,5%. Na comparação com outubro de 2005, o indicador subiu 3,9%. De janeiro a outubro deste ano, o INA variou 3,5% sobre igual período do ano passado. De acordo com a pesquisa, as vendas
reais da indústria caíram 3,3% em outubro ante setembro, enquanto o total de salários reais teve incremento de 1,8% no mesmo período. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) caiu para 80,9% em outubro, ante 82% em setembro, sem ajuste sazonal. Pessimismo – O resultado de outubro do INA da indústria paulista mostra uma recuperação em relação ao número divulgado em setembro. Porém, na avaliação do diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini, a variação não muda – ao contrário, reforça – a expectativa pessimista para o comportamento da indústria neste ano.
O INA encerrou o ano de 2005 com alta de 3,7%, mas a projeção para 2006 se mantém em 3,2%. O indicador de outubro mostra que o setor têxtil apresentou recuperação, com INA setorial em alta de 1% ante o mês anterior. Papel – Os economistas da Fiesp e do Ciesp destacaram que o setor foi beneficiado no mês passado pelo efeito renda e por mudanças de estação. Mas a valorização do real e a concorrência dos produtos chineses colocam o INA setorial em queda de 3,6% em relação ao período de janeiro a outubro de 2005. Outra alta do mês de outubro foi a de fabricação de celulose papel, com variação positiva de 2,1% ante setembro, com ajuste. (AE)
FGV: indústria menos otimista.
O
Índice de Confiança da Indústria (ICI), i n di c a d o r- s í n te s e da Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação, caiu 0,5% em novembro ante outubro, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em outubro, o índice havia recuado 2,2%. Essa é a segunda edição do indicador, calculado com base na sondagem, que completou 40 anos no mês passado.
A FGV esclareceu, em comunicado, que "entre outubro e novembro houve melhora nas avaliações sobre a situação presente e deterioração das expectativas em relação aos próximos meses". O ICI é composto por dois indicadores: o Índice da Situação Atual, que subiu 4,4% em novembro ante outubro; e o Índice de Expectativas, que apresentou taxa negativa de 5,7% no período.
Ao detalhar o cenário de novembro, a FGV informou que, "entre as perguntas do ICI relacionadas ao presente, a maior evolução ocorreu na avaliação feita a respeito da situação atual dos negócios". Pioraram, no entanto, as perspectivas para a contratação de mão-de-obra no trimestre seguinte, resultado relativamente esperado, pelo padrão sazonal da indústria na virada do ano. (AE)
Produção de cana maior
A
produção de cana-deaçúcar no ano-safra 2006/07 somará 475,7 milhões de toneladas, volume recorde, mostra a terceira e última estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra que foi colhida nos estados da região Centro-Sul e será colhida até maio no Nordeste. Em relação à safra anterior, 2005/06, quando a produção foi de 431,413 milhões de toneladas, a previsão atual indica crescimento de 10,3%, disse ontem o presidente da Conab, Jacinto Ferreira. Em relação à estimativa divulgada em agosto, o crescimento é de 1%, ou 4,5 milhões de toneladas. "O aumento na produção é resultado do crescimento de 6% na área plantada e de 4,1% no rendimento médio dos canaviais", afirmou Ferreira. Na média do País, a produtividade da cana-de-açúcar cresceu de 73.868 para 76.871 quilos por hectare, segundo o presidente da Conab, ao lembrar que o clima favoreceu o desenvolvimento da cana-de-açúcar. A estiagem ocorrida em algumas áreas do Estado de São Paulo, o maior produtor, foi compensada pelas chuvas em outras áreas, como nos estados do Paraná e do Mato Grosso. Ferreira explicou que o clima seco prejudicou o desenvolvimento dos canaviais localizados em cidades como Ribeirão Preto e São José do Rio Preto. Por outro lado, as condições climáticas foram favoráveis em Assis e Ourinhos. Açúcar – Quanto à produção de açúcar na safra 2006/07, a previsão é que ela seja a maior da história do País. Segundo a Conab, a produção deve ser de 30 milhões de toneladas, crescimento de 12,4% em relação à produção de 26,713 milhões de toneladas na safra anterior. Ferreira estimou exportações de 20,6 milhões de toneladas para a próxima safra, o que deve gerar receita cambial de US$ 5,7 bilhões. No caso do álcool, a produção é estimada em 17,6 bilhões de litros, sendo 8,4 bilhões de litros de anidro (misturado à gasolina) e 9,2 bilhões de hidratado. As exportações de álcool devem somar 2,1 bilhões de litros em 2006. Ferreira negou as acusações de grupos ambientalistas de que as lavouras de cana estariam sendo plantadas na Amazônia. "A área plantada na região Norte é ainda muito pequena na comparação com o total do País", disse. Na safra 2006/07, os canaviais ocuparam 21,9 mil hectares no Norte, contra 6,188 milhões de hectares em todo o País. A colheita desta safra foi praticamente encerrada no Centro-Sul e, no Nordeste, a colheita continua até maio. A primeira estimativa para a safra 2007/08 deve ser divulgada em maio. (Agências)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
sexta-feira, sábado e domingo, 1, 2 e 3 de dezembro de 2006
RESENHA
NACIONAL
EMPREGOS E SALÁRIOS EM ALTA
G Comércio
e serviço foram as atividades que mais apresentaram aumento de ocupação lento de expansão de vagas, já que o setor produtivo da economia cresce a taxas moderadas. Também reflete um ambiente de demanda aquecida, onde o aumento da renda e da formalização torna o mercado de trabalho mais atrativo, levando a uma maior procura por emprego. E, justamente porque a expansão de vagas é moderada, este aumento da procura leva a um aumento no número de pessoas desocupadas, o que impede a queda do desemprego. Mesmo com a expansão da ocupação, projetamos taxa de desemprego média ao redor de 10% para 2006 e 2007, valor próximo ao de 2005 (9,8%). Quedas mais substanciais da taxa ocorreriam se houvesse um crescimento mais forte dos investimentos e do setor produtivo, além de uma reforma na legislação. Mas há boas notícias no perfil da ocupação e na massa de salários. A evolução da população ocupada apresenta duas
JOÃO DE SCANTIMBURGO ONGS Céllus
tendências claras: concentração em comércio e serviços e maior formalização. Na comparação com outubro de 2005, as atividades que mostraram aumento de ocupação foram comércio (3,3%), serviços domésticos (5,2%) e outros serviços (4,7%); nas demais houve estabilidade. Só houve aumento do número de pessoas ocupadas com carteira de trabalho (6,7%), enquanto nas categorias sem carteira e por conta própria houve estabilidade (considerando só o setor privado). A dinâmica do emprego reflete um perfil de crescimento concentrado na demanda interna (comércio e serviços) e a maior estabilidade da economia nos últimos anos, permitindo maior previsibilidade e menor risco associado ao emprego formal. Com o resultado de outubro para o rendimento médio real (1,2% ante setembro) e para o número de pessoas ocupadas, permanecem muito positivas as perspectivas para a massa real de salários. Enquanto a inflação controlada permite aumento gradual do poder de compra, o mercado de trabalho continua com expansão da ocupação, mesmo que a taxas moderadas. Nos últimos 12 meses, com o aumento de 4,1% nos salários e 2,1% na ocupação, a massa já cresce 6,4%. Para 2006 e 2007, nossa projeção é de um aumento médio da massa de 6,5% e 4,5%.
A distorção democrática BENEDICTO FERRI DE BARROS
V
amos lembrar apenas uns poucos nomes para colocar a questão. Sem Buda, Confúcio e Jesus; sem Galileu e Newton; sem Mendel e Darwin; sem Bach, Beethoven e Brahms; sem Shakespeare e Kant, onde estaria hoje a humanidade? Não teria havido nem progresso nem civilização. Sequer História. O Homo sapiens sapiens não passaria de uma nova espécie zoológica, apenas distinta do Pithecanthropus erectus por insignificante diferença no seu genoma. Os nomes dos grandes homens citados entre tantos outros que desenvolveram a bondade, a verdade e a beleza como padrões ideais da caminhada a ser seguida pelo pensamento, a sensibilidade e o comportamento do homem, indicam aquela escassa categoria de indivíduos que se pode propriamente chamar de elite humana. Assim foram conhecidos e reconhecidos por seus semelhantes, que em todos os tempos e lugares reverenciaram os santos, os sábios e os artistas como guias e mestres de suas ambições mais altas: a excelência humana. Foram de fato os homens dessa elite que possibilitaram o melhor que alcançamos até aqui, o saldo positivo dos inumeráveis milênios durante os quais a infinita maioria da humanidade não ultrapassou o nível da mera ordem zoológica da luta pela sobrevivência, sem deixar qualquer traço, memória ou legado.
Cortesia com chapéu alheio
TRECHO DO COMENTÁRIO DE GUILHERME MAIA DA TENDÊNCIAS CONSULTORIA
A taxa de desemprego resiste a cair rápido
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E
ssa realidade fundamental da nossa história, por causa dos inumeráveis descaminhos e distorções que têm ocorrido em todos os tempos e lugares, mais do que omitida tem sido posta - por uma degeneração do pensamento político democrático - como uma oposição entre povo e elite. Como se algum povo jamais renegasse suas elites e qualquer regime pudesse dispensá-las. Tal falsidade alcançou seu clímax na política porque é nela que a vontade de poder e interesses meramente zoológicos predominam sobre os valores ideais dos homens. E é dessa regressão do pensamento e comportamento à ordem zoológica que têm surgido e prosperado os exemplares e regimes mais monstruosos da espécie e da história humana. Esse é o motivo simples e fundamental que explica porque, entre todos os regimes políticos, as democracias de massa não podem dispensar elites humanistas sem se transformarem no seu oposto: na tirania de déspotas broncos e sua classe de privilegiados. Quando o fazem, não é uma minoria de melhores, mas de piores, que em nome da maioria, mas em benefício de si própria, passa a comandar o destino do povo e da nação, emudecendo e de preferência eliminando os que denunciariam sua fraude. Foi a democracia da minoria aristocrática dos cidadãos atenienses de Péricles que encarregou o sapateiro Ânito de condenar Sócrates.
D emocracias de massa não podem dispensar as elites humanistas
ANTONIO CARLOS DOS REIS SALIM
É J.F. Diorio/AE
A
o contrário de agosto e setembro, em outubro a taxa de desemprego não teve queda, quando descontamos os efeitos sazonais de cada mês. A estabilidade em termos ajustados significaria uma taxa próxima de 9,7%, mas o resultado foi de 9,8%, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE. Isso ocorreu porque, nos dados dessazonalizados, não houve aumento da ocupação no mês, mas houve um leve aumento da desocupação. Mesmo com a melhora no mercado de trabalho ensaiada a partir de junho (em termos de aumento da ocupação), a taxa de desemprego mostra resistência a quedas maiores. Essa rigidez reflete um ritmo
lamentável verificar que a repetição de mentiras acabe forjando conceitos nos quais todos passam a acreditar como verdades absolutas. O mais grave é quando tal vício tem influência negativa na solução de problemas reais. Exemplo emblemático desse estigma está na ordem do dia: a Previdência, eternamente acusada de ser uma das vilãs das contas públicas e protagonista de crônico déficit. Porém, basta conhecer um pouco o sistema ou analisar com mais atenção os dados para constatar a realidade dos fatos. Embora possa parecer surpreendente para alguns e constrangedor para outros, que continuam usando o recurso de manipular informações para defender medidas nem sempre alinhadas aos interesses do País, a verdade é que não há déficit na estrutura estritamente previdenciária. O INSS só é deficitário porque o governo incluiu na sua conta mais de 18 milhões de idosos. Esse contingente de brasileiros jamais contribuiu para o sistema e representa uma demanda à parte, que deve ser bancada pelo Tesouro, como qualquer programa social, em qualquer país bem administrado. Tal análise é preponderante nesta hora, em que se aventam mudanças na Previdência, provocando medo nos trabalhadores. Parece ser um triste desígnio do destino imputar aos trabalhadores o peso de sustentar parte das obrigações sociais do governo. A prática já era comum nos regimes de exceção, mas segue firme e forte. A poupança da Previdência foi amplamente usada para financiar grandes obras do governo militar. Esses recursos jamais foram devolvidos à fonte de sua origem. A Previdência continuou deficitária... Hoje, o sistema é usado para pagar aposentadorias e pensões a quem jamais contribuiu com recursos, arcando com contas que não são suas. É óbvio que continua deficitário! Se há muito mais gente recebendo do que pagando, não há como ter superávit nem equilíbrio. Toda vez que se toca na questão do déficit
público vem à tona o problema da Previdência. Enquanto isso, os aposentados que recolheram suas contribuições a vida toda são tratados com indignidade no INSS, enfrentando filas absurdas num momento em que deveriam estar sendo assistidos com eficácia. É preocupante constatar as informações dissimuladas e os falsos conceitos piorando a luta pela melhoria das condições de vida dos aposentados. As mentiras repetidas sobre a Previdência e os problemas que causam ao país acabam servindo como argumento contrário às reivindicações da classe trabalhadora.
O
Brasil caminha na contramão do bom senso, da experiência de outras nações e da justiça para com quem trabalhou e pagou pelo direito de se aposentar. Em vez de se buscarem soluções para o sistema, tirando dele o ônus de bancar parte da política social do governo, inventam-se soluções mágicas, que parece querer punir mais e mais os trabalhadores. Ora, o governo que faça a lição de casa da responsabilidade fiscal e reduza o desperdício de recursos, viabilizando, assim, as verbas necessárias para os programas sociais, até o justo provento de brasileiros que jamais contribuíram para a Previdência e, obviamente, têm direito à sobrevivência com dignidade. Porém, chega de fazer cortesia social com o chapéu dos trabalhadores que pagam o INSS! Basta de culpar os aposentados pelo déficit da Previdência! Eles são credores, de fato e de direito, de fabulosos recursos advindos de seu trabalho e de sua contribuição, desviados para outros projetos. Dentre os falsos dogmas que atormentam os brasileiros, talvez o mais cruel seja o que permite ao governo apresentar a conta da incompetência fiscal a quem já fez o seu trabalho e verteu seu suor pela Nação! ANTONIO CARLOS DOS REIS SALIM É PRESIDENTE DA CGT E DO SINDICATO DOS ELETRICITÁRIOS DO ESTADO
C hega de cortesias com o chapéu dos trabalhadores que pagaram o INSS
EM EVIDÊNCIA
L
eio em O Globo que as organizações nãogovernamentais (ONGs) não são entidades fiscalizadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), dando a seus dirigentes o direito de lançar mão de recursos volumosos encaminhados por estatais e organizações internacionais. As ONGs, estão, portanto, fora de controle oficial, podendo por esse motivo distribuir os seus muitos recursos sem dar a mínima importância aos controles oficiais a que se obrigam organizações nas suas condições. Segundo O Globo, o número de ONGs no Brasil é enorme. O jornal carioca informa em editorial de 28 de novembro que o PT apoiou a reeleição de Lula e tem apoiado campanhas do MST. Aduz o diário que se a Petrobrás quiser comprar um automóvel por R$ 30 mil será obrigada a fazer licitação, mas se quiser firmar um convênio no valor de R$ 50 milhões, escolherá a entidade que quiser.
I
sso está levando, segundo o jornal, o procurador Lucas Furtado a pedir urgentes leis que o apóiem na fiscalização do dinheiro público. Velha referência às leis que pegam e que não pegam no Brasil. Acentua o diário que o dinheiro público não pode ser usado sem controle, no que está certo. O procurador Furtado tem razão de reclamar leis que o autorizem a exigir o controle do dinheiro público, atualmente usado sem controle algum, fato que é extremamente grave, pois basta um grupo de ratazanas se beneficiar da legislação em vigor constituindo uma ONG e passando a gozar dos benefícios do dinheiro obtido com a cumplicidade da legislação negativa.
V
ê-se que há maneiras legais em pôr a mão em dinheiro público, gastá-lo em bens adquiridos com esses recursos nãoidentificados, que facilitam aos espertalhões bem informados sobre o que fazem ou podem fazer através de uma ONG. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G As ONGs estão fora do controle oficial e podem gastar como quiser os muitos recursos que recebem
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Compor tamento Polícia Publicidade Tr â n s i t o
DIÁRIO DO COMÉRCIO
O PRAZO AGORA É 31 DE MARÇO DE 2007
sexta-feira, sábado e domingo, 1, 2 e 3 de dezembro de 2006
O comércio não tem condições de pensar em se adaptar à lei neste mês e o prefeito entendeu. Marcel Solimeo, economista
Publicidade: Kassab dá mais 90 dias Para painéis, outdoors, frontlights e backlights o prazo de retirada continua sendo 31 de dezembro. Quem não remover esse tipo de publicidade será multado. Fotos de Milton Mansilha/Luz
Rejane Tamoto
Sem detalhes da lei, lojistas ficam irritados
O
s estabelecimentos comerciais, do setor de serviços e as indústrias conseguiram mais 90 dias para se adequar à lei Cidade Limpa – do prefeito Gilberto Kassab – que proíbe toda a publicidade externa e estabelece normas radicais aos anúncios indicativos nas fachadas e vitrines. "O prefeito teve sensibilidade e entendeu que haveria uma enxurrada de requerimentos d e s s e s s e t o re s p e d i n d o a prorrogação do prazo. Sua decisão evita que a Prefeitura pare para analisar cada caso", explicou a diretora de Meio Ambiente e Paisagem Urbana da Empresa Municipal de Urbanização (Emurb), Regina Monteiro. A lei municipal, que seria regulamentada até hoje, deve ter o decreto publicado somente na próxima semana no Diário Oficial do Município. A mudança no prazo de ade-
"P
A Cidade Limpa, que ainda será regulamentada, prevê a retirada de qualquer tipo de anúncio das lojas, inclusive a propaganda de liquidação. Tiago Queiroz/AE
A Secretaria das Subprefeituras está preparando uma força-tarefa para fiscalizar e autuar quem não cumprir a lei. Regina Monteiro, diretora da Emurb
quação à lei Cidade Limpa – que passou de 31 de dezembro deste ano para 31 de março de 2007– para o comércio, indústria e serviços adaptarem as fachadas e retirarem toda a publicidade das vitrines, é considerada uma vitória destes setores em relação à legislação municipal restritiva. Isto porque o segmento não teria condições de fazer tais mudanças no melhor período de vendas: o fim de ano. A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) já havia defendido a prorrogação do prazo de adequação à lei. Nesta semana, a entidade também decidiu entrar na Justiça em nome de seus associados com o intuito de retomar o diálogo com a Prefeitura. "O comércio não tem condições de pensar em se adaptar à lei neste mês e o prefeito entendeu que este argumento é procedente. Aguardamos o posicionamento oficial desta prorrogação", afirmou o economista Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP. Externa - Para o segmento de publicidade externa (painéis, outdoors, frontlights e backlights), no entanto, não houve mudanças na legisla-
O prefeito Gilberto Kassab, que concedeu mais prazo para o comércio
Na rua Augusta, os comerciantes ainda têm muitas dúvidas sobre a lei
ção municipal aprovada em setembro. O prazo para a retirada de todos os anúncios externos continua sendo dia 31 de dezembro próximo. Segundo Regina Monteiro, da Emurb, não há possibilidade de flexibilizar a lei para esse segmento. "A partir de 1º de janeiro as empresas que não fizerem a retirada das peças serão multadas. A Secretaria de Coordenação das Subprefeituras está prepa-
rando uma força-tarefa, com equipes de todas as subprefeituras, para fiscalizar e autuar quem não cumprir a lei", afirmou Regina. De acordo com a diretora, a multa é de R$ 10 mil por peça e mais R$ 1 mil por metro quadrado. A remoção de peças de mídia externa é um procedimento complexo, já que algumas delas precisam de guindastes e até demandam o fechamento de ruas ao trânsito.
Falta de detalhes em reunião com subprefeituras irritou lojistas
Até agora, segundo a diretora Rafael Sampaio, o problema da Emurb, as empresas do setor da lei Cidade Limpa é que geainda não fizeram a solicitação ra uma desobediência civil para a Companhia de Engenha- forçada, por não oferecer alria de Tráfego (CET) acompa- t e r n a t i v a s à s e m p r e s a s . nhar esse procedimento. "As "Quem é legal sairá, mas os empresas de publicidade exter- ilegais permanecerão", afirna deveriam ter iniciado a reti- mou Sampaio. O vice-presidente executirada quando a lei foi aprovada, em setembro. Manter as peças, vo da ABA ainda questiona se até agora, é uma pressão", afir- a Prefeitura terá um exército de fiscais para fazer cumprir a mou Monteiro. lei Cidade LimDe fato, as pa. "O impacto empresas do seeconômico de tor não devem aplicar uma retirar a publimulta de mais cidade externa O impacto econômico de R$ 10 mil p or e n qu a n t o criará uma coporque acalen- de aplicar uma multa moção geral tam uma espe- de mais de R$ 10 mil nas empresas. r a n ç a : a g u a r- criará uma comoção Ninguém vai dam uma deci- geral nas empresas. p a g a r p o rq u e são da Justiça Rafael Sampaio, não há dinheisobre recurso vice-presidente ro", afirmou. que pede a susexecutivo da ABA Segundo Repensão da lei. gina Monteiro, A medida foi da Emurb, a alsolicitada pelas entidades representativas ternativa às empresas de míCentral de Outdoor e Sindica- dia externa, futuramente, seto das Empresas de Publicida- rá anunciar no mobiliário urde Exterior do Estado de São bano. Ela afirmou, no entanPaulo (Sepex), que alegam que to, que os atuais contratos de a lei é inconstitucional, por ex- concessão do espaço publicitinguir um setor legalizado da tário em abrigos de ônibus e economia, que fatura cerca de relógios expiram somente no final de 2007. "Estamos estuR$ 220 milhões/ano. Para o vice-presidente exe- dando a criação de uma lei escutivo da Associação Brasi- pecífica para o mobiliário urleira dos Anunciantes (ABA), bano", afirmou.
osso grafitar a porta da loja? Se há três anos foi aprovada uma lei, quem garante que esta nova não vai mudar em breve, e ainda que investiremos em vão? A fachada pode ser luminosa?". Estas e outras perguntas relacionadas à lei Cidade Limpa ficaram sem respostas, ontem de manhã, durante palestra de duas arquitetas das subprefeituras da Sé e de Pinheiros, no Hotel Linson. A platéia, com mais de 50 comerciantes e moradores da rua Augusta, se irritou com a falta de informação e de detalhes. Isso porque a equipe da Prefeitura, em vez de esclarecer as dúvidas, tentou apresentar um projeto de como ficará a rua Augusta sem poluição visual. O objetivo é conseguir patrocínio para expor, no Conjunto Nacional, banners com desenhos que mostram o comércio da rua modificado. "Banners? E colocarão onde, se não podem mais?", ironizou um dos presentes. A arquiteta responde que dentro de uma edificação, pode sim. Até que um dos comerciantes presentes se levanta e explica que a lei ainda tem de ser regulamentada. Expressões indignadas surgem: "Que lei, afinal, devemos seguir?" e "Essa reunião é inútil!". A arquiteta diz que esperava pela regulamentação ainda esta semana. A tentativa de esclarecer o comércio foi em vão e uma nova reunião será marcada entre as duas subprefeituras e a Sociedade dos Amigos e Moradores de Cerqueira César (Samorcc), após a regulamentação. De acordo com Regina Monteiro, da Emurb, a partir de janeiro, o comércio receberá cartilhas com explicações. Mesmo assim, os comerciantes acham radical os limites de tamanhos dos indicativos, bem como a extinção dos anúncios de liquidações. "Gosto de placas pequenas e sou contra a poluição visual. Mas 10% da fachada é muito pouco para o indicativo. Devia ser um pouco maior", disse Cahuê de Mesquita, sócio da loja Reserva Natural, na rua Augusta, que tem 4,5 m de frente e indicativo idem. Até março de 2007, os estabelecimentos deverão diminuir o indicativo de suas fachadas, retirar anúncios de liquidação das vitrines, telões de rua e propaganda em empena cega. Os cartazes perpendiculares à fachada da loja (ou paralelos) devem estar, no máximo, a 15 cm da parede externa. (RT)
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6 -.LAZER
sexta-feira, sábado e domingo, 1, 2 e 3 de dezembro de 2006
Fotos: Divulgação
ESTRÉIAS DE CINEMA
Soldados confraternizam em Feliz Natal (esq.); Raul Rodriguez Peila dirige Perigosa Obsessão (meio). Chega Olhar Estrangeiro , de Lúcia Murat. Um Bom Ano (dir.) traz Russell Crowe e muito vinho. Warner Bros/Divulgação
Ação, terror e Crowe em meio a uvas
Mostra traz longas italianos atuais. Grátis.
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m Bom Ano (A Good Year, Estados Unidos, 2006, 118 minutos). Direção: Ridley Scott. Aos 11 anos, Max Skinner (Freddie Highmore) é educado na arte de saborear vinhos por seu tio Henry (Albert Finney), dono de um vinhedo na França. A d u l t o, M a x ( R u s s e l l Crowe) torna-se um bemsucedido homem de negócios em Londres. Certo dia Max recebe a notícia de que Henry morreu, deixando-o como único herdeiro, e volta ao vinhedo.
A
té o dia 4 podem ser vistos em São Paulo sete filmes de diretores italianos exibidos na 63ª edição da Mostra Internacional de Arte Cinematográfica de Veneza, em setembro, no evento Ve n ez i a Cinema Italiano II. Nesta segunda vez que o festival é trazido pela Prefeitura a São Paulo, as sessões, sempre gratuitas, acontecem no Centro Cultural São Paulo (rua Vergueiro, 1.000, Paraíso, tel.: 11-3277-3611) e no Cine Bombril (Conj. Nacional, av. Paulista, 2.073, tel. 113285-3696). É uma ótima oportunidade para ver filmes contemporâneos produzidos na Itália. O longa mais badalado da mostra é Nuovomondo, de Emanuele Crialese, pro-
A A pequena Ofélia entra no labirinto escuro e pegajoso, onde encontra o fauno, ríspido, mas bonachão. E os soldados de Franco barbarizam
CONTOS DE FADAS PARA ADULTOS Geraldo Mayrink
A
La Stella Che Non C'è, de Gianni Amelio
dução vencedora do Leão de Prata como filme revelação e candidato italiano ao Oscar. Serão apresentados ainda La Stella Che Non C'è, de Gianni Amelio (2006); Lettere dal Sahara, de Vittorio de Seta, de 200; Quijote (2006), filme de M. Paladino; Non Prendere Impegni Stasera, de Gianluca Tavarelli, deste ano; Come L'ombra (As the Shadow), de Marina Spada, 2006, Il Feroce saladino, de Mario Bonnard, feito em 1937 e restaurado pela Cineteca de Milão. A relação entre o indivíduo e a cidade foi o critério de escolha dos filmes que participariam da mostra. Lúcia Helena de Camargo A menina entra no labirinto do fauno (acima). E Non Prendere Impegni Stasera, de Gianluca Tavarelli, no Venezia II
mitologia grecoromana é um saco sem fundo de criaturas fora do comum e um deles empresta seu nome a O Labirinto do Fauno, um filme cheio de fadas da imaginação infantil mas com retoques de muita crueldade. Fauno, como se sabe, é o nome romano do grego Pan, filho de Hermes com uma ninfa e que nasceu com pernas e chifres de cabra. Tinha um apetite sexual de arrasar olimpos inteiros, apaixonando-se até por uma mulher (algo assim) que tem o dom de transformar-se em roseira. Era irritadiço, porque seus colegas de divindade zombavam do seu aspecto, e dedicou-se à luxúria com criaturas de todos os sexos, sendo comparado ao demônio, e foi o único deus que passou pela experiência da morte. Mas o fauno do filme está irreconhecível, talvez até por causa da idade, pois não pratica nenhuma proeza erótica. Embora ríspido, tem um ar bonachão que procura fazer o bem para a pequena Ofélia (Ivana Baquero). Vive, é claro, num labirinto escuro e algo pegajoso. Ofélia adora o lugar, mesmo diante de um monstruoso sapo que vomita uma gosma amarela e repugnante. A maldade, que sempre assombra as fantasias infantis, não está no labirinto, mas lá fora. Na Espanha de 1944, Ofélia, de treze anos, vai com a mãe Carmen (Ariadna Gil) se encontrar com o novo marido dela, o militar Vidal (Sergi López), que pertence às tropas vitoriosas do general Franco. Vestígios da guerra civil sobrevivem nos guerrilheiros escondidos nas montanhas e Vidal quer massacrá-los sem piedade. É tão ruim que Ofélia prefere conversar com insetos e fica sabendo que é uma princesa que viveu em eras imemoriais e que seu Pai (maiúsculo,
pois parece Deus) a quer de volta ao seu lado. Para entrar neste mundo, Ofélia tem que passar por três provas e ela se dispõe a fazê-las, mesmo levando tiro do soldado franquista. O outro mundo, quer dizer este, o real, é tão feroz que não dá para comparar. O sangue jorra e o brutamontes Vidal, mesmo esfaqueado três vezes pela sua empregada Mercedes (Maribel Verdú), que na verdade está ligada aos guerrilheiros republicanos, tem fôlego e vísceras para continuar barbarizando. Bem-vindos sejam, portanto, fadas, duendes e um fauno de coração de ouro. A fuga para o reino da fantasia como saída para a aspereza do mundo é comum no cinema e a ligação desta fuga com doutrinas autoritárias mais corriqueira ainda. O diretor e roteirista mexicano Guillermo del Toro, neste seu sexto filme (dois deles elogiados, Cronos e A Espinha do Diabo), fala claramente: “Para mim, o fascismo representa o último horror, o maior de todos, e por esta razão é um tema ideal para se contar como um conto de fadas para adultos. Porque o fascismo é, sobretudo, uma forma de perversão da inocência e, portanto, da infância, a morte da alma”. Seu filme tem todas as coisas que a petizada aprecia, nos cenários e efeitos especiais envolvendo seres estranhos, mas também muita chuva, escuridão e pancadaria solta. Um conto de fadas, portanto, mas também para os adultos que um dia as crianças serão. O Labirinto do Fauno (El Laberinto del Fauno, México / Espanha / EUA, 2006, 112 minutos). Direção: Guillermo del Toro. Com Ivana Baquero, Doug Jones, Sergi López, Ariadna Gil, Maribel Verdú.
d rena lina (C rank, E UA / I n g l a te r ra , 2006, 87 minutos). Direção e roteiro de Mark Neveldine e Brian Taylor. Um matador de aluguel descobre que o veneno injetado em seu corpo o matará em poucas horas. Ele resolve gastar seus últimos momentos de vida para se vingar. Com Jason Statham, Efren Ramirez, Amy Smart.
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eliz Natal (J oyeux Noël, França / Alemanha / Inglaterra / Romênia, 2005, 116 minutos). Na 1ª Guerra Mundial, o cessarfogo na noite de Natal de 1914. Soldados deixam suas trincheiras para confraternizar com o inimigo. Com Diane Kruger.
J
esus - A História do Nascimento (The Nativity Story, EUA, 2006). Direção de Catherine Hardwicke. Com Shohreh Aghdashloo, Hiam Abbass, Keisha Castle-Hughes. Drama religioso que descreve o período em que Maria e José peregrinaram até Belém, próxima a Jerusalém, para o nascimento de Jesus Cristo.
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erigosa Obsessão (Peligrosa Obsesión, Argentina): 2004, 125 minutos). Direção: Raul Rodriguez Peila. Um aventureiro, um homem em busca de vingança e uma mulher traída unem forças para enfrentar uma organização criminosa.
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lhar Estrangeiro (Brasil, 2006, 70 minutos). Documentário no qual Lúcia Murat investiga o modo como o cinema mundial vê o Brasil. Filmado na França (Lyon e Paris), Suécia (Estocolmo) e EUA (Nova York e Los Angeles), o filme desvenda os mecanismos que produzem os clichês sobre o País.
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ulse (Pulse, Estados Unidos, 2006, 90 minutos). Direção de Jim Sonzero. Baseado num filme de terror japonês. Um grupo de adolescentes investiga uma série de desaparecimentos ligados a uma webcam. (LHC)
007 CASSINO ROYALE, COM DANIEL CRAIG Baseado no primeiro livro da série sobre o famoso detetive, de Ian Fleming, longa-metragem dirigido por Martin Campbell chega dia 15 aos cinemas brasileiros.
Imóveis Tr i b u t o s Nacional Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
CENÁRIO EXTERNO FAVORECEU BOLSA
5 Caetano Barreira/REUTERS
sexta-feira, sábado e domingo, 1, 2 e 3 de dezembro de 2006
Foi inaugurada ontem, na nova ala do Shopping Morumbi, a primeira loja no Brasil da Starbucks, a maior rede de cafeterias do mundo.
GOVERNO PRETENDE INCENTIVAR LIBERAÇÃO DESSES EMPRÉSTIMOS PARA PESSOAS FÍSICAS E EMPRESAS
CMN ELEVA LIMITES DO MICROCRÉDITO
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Sérgio Lima/AE
Para Tereza Ter-Minassian, do FMI, Brasil não conseguirá crescer na casa dos 5% sem mudanças na Previdência Social
FMI propõe mudança na Previdência
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Fundo Monetário Internacional (FMI) engrossou o coro em favor de uma nova reforma na Previdência Social. A diretora do Departamento Fiscal do FMI, Tereza Ter-Minassian, afirmou que, sem mudanças na Previdência, o Brasil não terá crescimento econômico superior a 5%, como deseja o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "A falta de reformas tornará o crescimento anêmico", disse a economista em seminário sobre Finanças Públicas realizado pelo Tesouro Nacional. Para a diretora, é fundamental a adoção de idade mínima para aposentadoria pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a desvinculação dos benefícios previdenciários do salário mínimo. Hoje, apenas os servidores públicos devem atingir uma idade – de 60 anos para homens e 55 anos para mulheres, mais 35 ou 30 anos de contribuição – para se aposentar. No INSS, basta a comprovação do tempo de contri-
buição. Além disso, 70% dos benefícios equivalem ao mínimo, o que faz os reajustes do salário afetarem as contas. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reagiu à avaliação e classificou de "simplista" esse diagnóstico. "Temos que lembrar que o FMI já fez previsões erradas sobre o Brasil. Já fez abundantes previsões equivocadas. Não será a primeira vez", afirmou ao encerrar o seminário. Ele reconheceu, entretanto, que a Previdência é um problema e negou ser contra uma nova reforma. Debates – Com o Produto Interno Bruto (PIB) tendo crescido apenas 0,5% no 3º trimestre em relação ao período anterior, o nó previdenciário foi o centro dos debates ontem. O diretor do Goldman Sachs, Paulo Leme, disse que uma nova reforma é vital para desamarrar a economia. "Depois de 12 cortes na taxa básica Selic, está claro que há problemas estruturais que impedem o crescimento no Brasil, além da política monetária."
O ex-ministro da Previdência José Cechin argumentou que as regras atuais no INSS ainda permitem aposentadorias precoces, o que pressiona a carga fiscal. Segundo ele, as despesas com seguridade social foram de 7,9% para 14,5% do PIB nos últimos 15 anos. O secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer, reconheceu que, "de tempos em tempos", reformas na Previdência são necessárias, mas se esquivou de falar sobre as decisões do governo, afirmando que isso cabe ao presidente Lula. E rebateu as críticas de que a reforma de 2003 não surtiu efeito. Superávit – Tereza Ter-Minassian também mostrou preocupação com a possibilidade de o governo utilizar o Projeto Piloto de Investimentos (PPI) para reduzir o superávit primário. Para ela, o PPI deve ser visto como um instrumento para melhorar a qualidade dos gastos públicos e o retorno dos investimentos, e não como meio de reduzir o superávit. (AE)
Ouro e bolsa são destaques do mês
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s investimentos em ouro lideraram o ranking das rentabilidades das aplicações financeiras no mês de novembro, com ganho de 7,23%. No acumulado do ano, o metal ocupa a segunda colocação e apresenta ganho de 17,23%, atrás apenas da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), cujo retorno de janeiro a novembro é de 25,34%. "O ouro é um ativo visto como refúgio para os investidores e uma forma de diversificar os recursos", afirma o administrador de investimentos Fábio Colombo, ressaltando que tem havido um remanejamento de dinheiro para esses ativos.
O segundo lugar do ranking do mês passado ficou com a Bovespa, cujo retorno para os aplicadores foi de 6,8% no mês. Em outubro, a valorização das ações já havia rendido à bolsa paulista o primeiro lugar em rentabilidade, depois de oito meses distante da liderança. Cenário externo — "O mercado acionário brasileiro subiu muito nos últimos meses, assim como no resto do mundo", diz Colombo. Segundo ele, o desempenho pode ser atribuído à melhora do cenário externo, com os preços do petróleo em razoável estabilidade e menos incertezas em relação aos juros norte-americanos.
AMÉRICA LATINA Para o Banco Interamericano de Desenvolvimento, região vai crescer 4,6% neste ano.
Ó RBITA
PST ADIADO
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governo acatou proposta das empresas de telefonia e adiou por sete meses o funcionamento dos Postos de Serviços de Telecomunicações (PST), pontos públicos de acesso à internet e telefonia. Os primeiros postos deveriam começar a operar em 1º de janeiro de 2007. (AE) A TÉ LOGO
O especialista afirma que, se a bolsa continuar subindo em 2007, completará cinco anos de alta contínua, o que não é comum, de acordo com ele. "Seria um alerta se não houvesse a China puxando todo o mundo. Mas prefiro agora manter a cautela", avalia o especialista. Os fundos de renda fixa e DI t i v e r a m re n t a b i l i d a d e d e 1,20% em novembro e continuam sendo boa opção para os investidores mais conservadores. Para Colombo, esse tipo de aplicação deve ter destaque por um bom tempo ainda, já que o juro real (descontada a inflação) continua o maior do mundo, em 8,7% ao ano. (AE)
CYRELA Por R$ 380 milhões, a construtora pode comprar o terreno onde hoje funciona a Daslu.
LOCAUTE NA ARGENTINA
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setor agropecuário argentino promete iniciar, a partir de domingo, um locaute de nove dias em protesto contra a política econômica do governo do presidente Néstor Kirchner. Reunido em duas das quatro maiores associações ruralistas – a Federação Agrária e as Confederações
Rurais Argentinas – o setor protesta contra a "constante intervenção" do governo. Para tentar deter a inflação, Kirchner impôs o congelamento de preços de carne, verduras e legumes que, segundo as associações, está estrangulando os fazendeiros e sitiantes. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Treze empresas têm menos riscos do que papéis do Tesouro Nacional
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Acordo pode estimular a venda de carros brasileiros para o México
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Uruguai paga dívida com FMI e prepara reformas para atrair investimentos
Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu ontem permitir que os bancos liberem maior soma de recursos e atendam a um universo maior de pessoas físicas e empresas que recorrem aos financiamentos no âmbito do programa de microcrédito, criado em 2003. As instituições financeiras passam a ter novos limites máximos para as operações. Estudos do Banco Central (BC) mostraram que apenas 58% do R$ 1,6 bilhão previstos para este ano nos programas de microcrédito foram liberados até agora. Nos empréstimos para pessoas físicas com conta simplificada ou de baixa renda, o limite foi elevado de R$ 600 para R$ 1 mil. O valor máximo das operações feitas por microempreendedores aumentou de R$ 1,5 mil para R$ 3 mil. Já o teto dos empréstimos do microcrédito produtivo orientado foi de R$ 5 mil para R$ 10 mil, de acordo com resolução do Conselho. Acompanhada
por agentes de crédito, essa modalidade costuma ter baixos níveis de inadimplência. "Essas são operações viabilizadas por acordos entre instituições financeiras e entidades da sociedade civil", afirmou o diretor de Projetos da Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt. "Foi autorizada, ainda, a exclusão do saldo devedor das pessoas habilitadas a tomar o microcrédito produtivo às operações de crédito habitacional", acrescentou o diretor. Foco — Com as mudanças decididas ontem pelo CMN, o governo pretende focar nos empréstimos do microcrédito produtivo orientado. Nas operações com pessoas físicas, o saldo médio em contas bancárias permitido para o ingresso nesse programa subiu de R$ 1 mil para R$ 3 mil. A tarifa cobrada pelos bancos na concessão do microcrédito foi unificada em 3% sobre o valor liberado. Na regra anterior, podia variar de 2% a 4%. "Com a queda da taxa básica de
juros, a taxa do microcrédito deve se tornar mais atrativa para os bancos", afirmou Bittencourt. As instituições financeiras costumam reclamar que os juros do microcrédito não são suficientes para cobrir os custos com a operação. Pecúnia — O CMN também aprovou na reunião de ontem a venda do banco Pecúnia ao francês Société Générale e ao grupo português Tecnicrédito. O Pecúnia tem forte presença no mercado de financiamento para a compra de veículos usados. Na negociação, o Société ficará com 70% do Pecúnia e o Tecnicrédito, controlador do banco Mais de Portugal, passará a deter 30% do capital do banco brasileiro. Para viabilizar o negócio, será necessária a edição de um decreto presidencial autorizando a participação do grupo português no Pecúnia. "Para o Société, não haverá essa necessidade por já estar instalado como um banco brasileiro", disse o diretor de Normas do BC, Alexandre Tombini. (AE)
Facilidades ao importador
processo para os importadores. A novidade foi anunciada ontem durante o 26º Encontro Nacional de Comércio Exterior. "O objetivo da Receita será receber a informação e fazer a análise de risco antes da chegada dos navios aos portos para que os importadores que
desejarem ou remover as cargas, ou despachar as mercadorias sem deixá-las armazenadas no porto, possam fazer a declaração com a carga ainda no navio, sem necessidade de descarga", explicou Clecy Lionço, representante da Receita Federal no encontro. (AG)
A
Receita Federal vai lançar, no início de 2007, um sistema de controle de carga marítima chamado Siscomex Carga, que não exigirá o desembarque, agilizando o
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Política
3 Se tiver um candidato viável, não alinhado, de oposição ao governo, fico com ele. Jarbas Vasconcelos
ADESÃO DO MAIOR PARTIDO DO PAÍS GARANTE BASE MAIS CONFORTÁVEL DE APROVAÇÕES NO CONGRESSO
PMDB CONFIRMA APOIO À COALIZÃO
B
Aílton Santos / AOG
União oficial: líderes peemedebistas reiteram alinhamento em torno do programa de governo para o segundo mandato. Ricardo Stuckert / Reuters
NA ÁFRICA, LULA SORRI E COMEMORA Mesmo com dores e ainda usando cadeira de rodas para se locomover, o presidente não escondeu a satisfação de contar, de maneira formal, com o apoio do PMDB. Animado com a possibilidade de ampliar ainda mais a base governista, ele disse que isso permitirá a inovação de políticas públicas.
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m bem-humorado p re s i d e n t e L u i z Inácio Lula da Silva tentou na tarde de ontem, na Nigéria, disfarçar a satisfação com o anúncio do conselho político do PMDB de que aceita participar do segundo governo. Ele citou em entrevista o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ao minimizar a importância para um governo contar com maioria no Congresso. "O Bush acabou de perder a maioria na Câmara e no Senado e não vai deixar de governar", afirmou. Ao final da Cúpula ÁfricaAmérica do Sul, que reuniu chefes de Estado dos dois continentes, ele disse em entrevista esperar que agora outros partidos aliados repitam o gesto dos peemedebistas. "É importante esse gesto do PMDB",
Reencontro: Lula cumprimenta o presidente ditador da Líbia, Muammar Al-Kaddafi, que chegou atrasado.
afirmou. "Espero que seja um gesto de todos os partidos que compõem a base do governo." Espaço – Antes de embarcar de volta para o Brasil, Lula comentou que o apoio formal de outros partidos permitirá que o governo deixe de discutir cargos para debater políticas públicas, desenvolvimento, infra-estrutura e investimentos. "No fundo, é isso que todo mundo sonha e quer", disse. O presidente avaliou que o fato de não disputar a eleição presidencial de 2010 facilitará as conversas com todos os partidos. "Agora que não tem eleição por perto, vai ficar muito mais fácil para a gente fazer isso (políticas públicas)." Lula discordou que o governo tenha enfrentado sérias dificuldades no Congresso no decorrer do primeiro manda-
Na linha de frente de oposição, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) diz que não ficará 'desgarrado'. Para ele, coesão tem vida curta.
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'BARREIRAS FECHAM MERCADOS'
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presidente Lula disse que a paralisação das negociações na OMC afeta terrivelmente os países em desenvolvimento. Em discurso na Cúpula ÁfricaAmérica do Sul, em Abuja, Nigéria, Lula reclamou do protecionismo dos países ricos. "Queremos ampliar o comércio de bens e serviços para promover o desenvolvimento dos nossos países, mas as barreiras protecionistas
dos países ricos fecharam mercados aos nossos produtos", afirmou. Lula defendeu mudanças na estrutura do Conselho de Segurança da ONU. "O Conselho de Segurança reflete uma ordem mundial que não existe mais", afirmou. "Sua ampliação com novos assentos é a chave para torná-lo mais legítimo e democrático", acrescentou. Depois de Lula discursaram os presidentes da Líbia, Muammar AlKaddafi, e da Bolívia, Evo Morales. O encontro com Kaddafi estava previsto para anteontem, foi adiado e, ainda assim, ele chegou atrasado. (Agências)
Roberto Jayme / AE
VASCONCELOS: COALIZÃO SÓ DURA SEIS MESES.
oto solitário no Conselho Político do PMDB contra a coalizão de governo proposta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o senador eleito Jarbas Vasconcelos (PE) aposta que seu isolamento é temporário. A seu ver, a coesão do partido em favor de Lula tem prazo de validade limitado: seis meses. "Isso dura no máximo um semestre", afirmou, ao avaliar que "daqui a pouco" começam as divergências internas. "Aqueles que forem para o governo em busca de espaço vão ver que o espaço não vai dar para todo mundo, vão se frustrar, decepcionar e aí começarão os problemas", provocou, embora tenha reconhecido que uma PMDB deu apoio a Lula de maneira legíti-
to, especialmente em 2005, quando enfrentou a crise do mensalão e três CPIs. Também ignorou a força da oposição no Senado e o racha na base aliada, que resultaram em uma série de derrotas para o Planalto ao longo dos quatro primeiros anos de governo. "Não tive problemas de governabilidade", disse. "Com a aprovação do Fundeb e da Lei de Micros e Pequenas Empresas, terei aprovado tudo que mandei de relevante para o Congresso." Ele ainda se locomove em cadeira de rodas, por causa da torção no tornozelo direito e disse que se ficar com o pé imobilizado até domingo, poderá "bater uma bolinha" na segunda-feira. "Sou tratado pelo médico do Ronaldinho", disse referindo-se ao médico do Cléber Leal Ferreira. (AE)
ma, por entender que o presidente ajudou na campanha. "Não posso dizer que todo mundo no partido é adesista, mas tem uma parte do PMDB que tem a prática do fisiologismo, e é a ela que me refiro." Antes de participar da reunião do conselho do PMDB, na condição de ex-presidente nacional do partido, Jarbas reuniu-se com o grupo dissidente do Senado no gabinete do senador Garibaldi Alves Filho (RN). Além de discutir a posição do grupo, que reúne seis senadores, eles conversaram sobre a sucessão no Senado, onde o PFL lançou a candidatura de José Agripino Maia (RN), contra a reeleição do atual presidente Renan Calheiros (PMDB-AL). "Se tiver um candidato viá-
de Agripino." Dos seis senadores, só Joaquim Roriz ( D F ) a n t e c ipou seu voto em favor de Renan, e Garibaldi lembrou sua aliança eleitoral com Agripino no Rio Grande do Norte, para d e i x a r c l a ro que terá dificuldades em recusar o voto a o c o n t e r r âneo. Jarbas está convencido de que sua visão mais crítica em relação ao governo Lula, No ataque: Jarbas diz que isolamento é provisório hoje restrita a uma minoria vel, não alinhado, de oposição do partido e da opinião públiao governo, fico com ele", ca, também chegará em breve à anunciou Jarbas, sem no en- sociedade como um todo. Ele tanto firmar compromisso insistiu que sua postura de com Agripino. Ele aconselhou oposição ao governo Lula é os dissidentes a aguardarem pública e que, nem por isso, somais um pouco, para tomar freu nenhuma contestação em posição: "Só seria conveniente Pernambuco. "Não estou torcendo pelo pedir a opinião do grupo se a oposição toda se unir em torno malogro, pelo atrapalho e nem
pelo estrangulamento do governo", afirmou. "Acho que seria muito bom que o presidente acertasse, mas não tenho nenhum motivo para acreditar nisso, por tudo de errado que aconteceu no primeiro mandato." Na defesa – Em um discurso recheado de desabafos e autoelogios, o senador José Sarney (PMDB-AP) fez ontem uma defesa veemente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na reunião do Conselho Político do PMDB que aprovou a participação do partido no governo de coalizão. "Acredito no presidente Lula e no seu espírito público. Ele tem demonstrado isso", disse. E garantiu: "O presidente vai fazer um segundo mandato brilhante com a nossa colaboração". O PFL decidiu ontem acatar uma idéia apresentada pelo prefeito do Rio, César Maia, e promete nomear uma espécie de “gabinete sombra” para se contrapor ao governo petista. A idéia é que os representantes do partido se transformem naturalmente em ministros da oposição, analisando criticamente os projetos encaminhados ao Legislativo e se pronunciando a cada notícia ou tema relevante para o País. (AE)
astaram duas horas de sessão ontem, com plenário esvaziado, para que o conselho político do PMDB aprovasse, por aclamação, a adesão do partido ao governo Lula. Em retribuição, espera ganhar o comando de cinco ministérios na equipe que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva monta para seu segundo mandato. Embora o partido tenha dado uma demonstração inédita de unidade em favor do Palácio do Planalto, a decisão não foi unânime: o diretório de Pernambuco, liderado pelo exgovernador e senador eleito Jarbas Vasconcelos, votou contra (veja reportagem abaixo), e o diretório do PMDB no Acre absteve-se de votar. Ninguém falou em cargos na reunião de hoje, mas o entendimento geral é de que, aprovada a idéia da coalizão proposta pelo Planalto, está dada a largada para a negociação oficial do espaço de poder que caberá ao PMDB na Esplanada dos Ministérios. O presidente nacional do partido, deputado Michel Temer (SP), condicionou o apoio ao governo ao cumprimento dos sete pontos da agenda apresent ada pelo presidente Lula – que A briga inclui as refor- maior dos mas política e deputados, tributária, o c re s c i m e n t o agora, será econômico de pelos 5% ao ano e a ministérios criação de um de Cidades, conselho políSaúde, tico da coalizão. Mas a ma- Transporte nutenção do e consenso no Integração PMDB dependerá mesmo da montagem do novo Ministério. O partido espera manter as duas pastas que comanda (Minas e Energia e Comunicações) e retomar o Ministério da Saúde, que avalia ter perdido com a saída do deputado Saraiva Felipe (MG). É preciso ainda acertar a partilha de cargos entre as bancadas na Câmara e no Senado. Dois mais três – Um dos cenários em discussão prevê que o PMDB do Senado fique com os dois ministérios que já tem: Minas e Energia, da cota do senador José Sarney (PMDBAP), e Comunicações, dirigido pelo senador Hélio Costa (MG). A briga maior será travada entre os deputados, que sonham em ter três ministérios, entre Cidades, Saúde, Transporte e Integração. Admitem se contentar com duas pastas, apenas na hipótese de a bancada, majoritária na Câmara, vir a ocupar a presidência da Casa. O deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) é o mais cotado para o posto de presidente. Líderes de todas as alas do partido deixaram claro na reunião do conselho que a parceria aprovada hoje é direta com o presidente da República, e não com o PT, e que terá validade até 2010, quando o partido pretende lançar, finalmente, candidato próprio na corrida presidencial. Para evitar que a votação se estendesse além dos sete pontos da agenda mínima da coalizão, ficou acertado que as sugestões apresentadas para detalhar e melhorar a proposta serão organizadas e levadas ao presidente Lula mais adiante. O governador Germano Rigotto (RS) foi escalado para organizar a parte relativa à reforma tributária. (AE)
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Minha presença aqui tem o objetivo de renovar nosso compromisso de avançar em direção ao restabelecimento – pela graça de Deus – da comunhão total entre a Igreja de Roma e a de Constantinopla.
Patrick Hertzog/AFP
Do papa Bento XVI, ontem, na Turquia, ao propor ao patriarca Bartolomeu I a união entre católicos e ortodoxos para combater o secularismo.
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sexta-feira, sábado e domingo, 1, 2 e 3 de dezembro de 2006
DEZEMBRO
2 -.LOGO
1 Dia Mundial de Combate à Aids
V ENEZUELA M ÚSICA
Língua de US$ 500 mil A língua vermelha que se transformou no símbolo da banda de rock britânica Rolling Stones, foi leiloado ontem em Londres por 250 mil libras esterlinas (cerca de US$ 500 mil). O desenho esteve, entre outros 160 objetos vinculados ao mundo da música, em um leilão intitulado It's more than rock & roll. No evento estavam presentes o guitarrista do grupo, Ronnie Wood, assim como o ex-baixista dos Rolling Stones, Bill Wyman. Também foi leiloada uma guitarra Fender Stratocaster do cantor Jimi
Hendrix, por US$ 120 mil, e o famoso corpete que Madonna vestiu em sua turnê Who's That Girl, por US$ 10 mil. Além disso, foi vendido um manuscrito musical de Marvin Gaye, mas seu preço não foi divulgado. Outros objetos leiloados foram a guitarra Cherry Sunburst de Elvis Presley, vendida por US$ 40 mil, e o traje de mohair que John Lennon vestiu em 1963 para um show no London Palladium, leiloado por US$ 20 mil. A arrecadação total do leilão foi de US$ 1,6 milhão e parte dessa renda será doada ao grupo de caridade Câncer Research UK.
C ELEBRIDADE Fabrice Coffrini/AFP
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A atriz australiana Nicole Kidman agora é a rainha de Hollywood. A vencedora do Oscar, cujo cachê chega a US$ 17 milhões por filme, é a atriz mais bem paga do cinema, revelou o jornal The Hollywood Reporter. Reese Whiterspoon ficou em segundo lugar faturando US$ 15 milhões por filme.
Chávez fala em "reeleição infinita" A poucos dias da eleição presidencial, pesquisas apontam um eleitorado dividido diante das urnas
O
presidente venezuelano Hugo Chávez disse ontem que, depois de vencer as eleições de domingo "sem sobressaltos", criará uma comissão especial para revisar a Constituição e estabelecer a "reeleição infinita" no país. Ele destacou que as sugestões para a reforma da Constituição não sairão do Executivo, e que todas as eventuais mudanças serão submetidas a um referendo, como manda a lei. "Não tenho a reforma elaborada porque não sou o 'ditador' Hugo Chávez". As eleições de domingo devem revelar um país cada vez mais dividido. Algumas pesquisas, contestadas pela oposição e por seu candidato Manuel Rosales, trazem Chávez na liderança. Alejandro Peña Esclusa, líder do grupo Força de Solidariedade, circulou pela internet uma mensagem afirmando que as pesquisas que dão a liderança a Chávez
Martin Bernetti/AFP
Chávez: todas as fichas na reeleição
fazem parte de uma guerra de propaganda do governo. O jornal Financial Times publicou ontem uma reportagem sobre as pesquisas em que revela que um grupo financiado pelo governo chamado Jornalistas pela Verdade publicou um anúncio pago exagerando próChávez os resultados das sondagens. O fato só aumenta as
suspeitas sobre os números. "Eles divulgaram que a diferença era de 30 pontos, quando nós calculamos 20", disse Carolina Bescansa, professora de Ciência Política da Universidade Complutense em Madri, que liderou uma das pesquisas eleitorais, ao jornal Miami Herald. "As coisas estão tão distorcidas pela mídia que você não pode confiar em nada". Sondagem divulgada na quarta-feira pela empresa norte-americana Evans McDonough, feita com 2 mil eleitores venezuelanos em 20 dos 24 estados do país, mostra uma vantagem do presidente Hugo Chávez sobre Manuel Rosales: 57% a 38%. Os números, entretanto, têm sido questionados amplamente pelos próprios venezuelanos. Alguns sugerem que um temor distorce os resultados: o de que a derrota de Chávez provoque represálias e uma séria e violenta crise pós-eleitoral. (Agências)
Juan Barreto/AFP
S AÚDE
Dormir para não engordar
E M
conseguiram explicar exatamente por que isso acontece. Uma explicação possível é que a falta de sono altera o funcionamento dos hormônios que regulam o controle do apetite, mas os médicos garantiram que as pessoas que dormem menos em geral também comem menos. "Aumentar as horas de sono entre aquelas pessoas que dormem menos de sete horas cada noite pode representar um método inovador de evitar a obesidade", diz o estudo, que foi publicado no American Journal of Epidemiology.
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A ciência acaba de encontrar um tratamento agradável para quem quer emagrecer: dormir bem. Segundo um estudo da Universidade de Cleveland, nos EUA, que acompanhou a trajetória de 68 mil mulheres de meia-idade durante 16 anos, aquelas que dormem pelo menos sete horas por noite têm menos chances de engordar. Já as mulheres que dormem em média cinco horas têm três vezes mais probabilidade de engordar que aquelas que o fazem durante um mínimo de sete. Os cientistas ainda não C A R T A Z
LÍDERES VERMELHOS - Mural na cidade de Caracas, na Venezuela, mostra Hugo Chávez, candidato à reeleição, ao lado dos líderes revolucionários da América Latina Simon Bolívar, José Marti e o presidente de Cuba, Fidel Castro.
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. No programa, obras de Debussy, Ronaldo Miranda, Ravel e Fauré (foto). Sala São Paulo. Praça Júlio Prestes, s/n. Telefone: 3337-5414. Às 21h. R$ 25 a R$ 79.
Scotchs à casa tornam
A prova de Ramsés II
Torradeira finalmente evolui
Rumo à universidade
A torradeira Rollertoaster, do designer Jareh Goh, atualiza o eletrodoméstico que já tem100 anos. O design da Rollertoaster permite que o pão passe pela máquina como uma foto por um scanner. Basta escolher a velocidade para obter torradas mais claras ou mais escuras. Sem preço definido.
Quais as universidades estão com inscrições abertas para o vestibular? Quais os cursos mais concorridos? Quando acontecem as provas? Onde encontrar os gabaritos? E a lista dos aprovados? Que tal fazer um simulado para testar o que aprendeu? Ou dar uma olhadinha rápida nos resumos das principais disciplinas? Tudo isso pode ser encontrado num único site, que funciona como portal para endereços de universidades e traz uma série de notícias de última hora: o UOL Vestibular. Gratuito.
www.jarengoh.com
A TÉ LOGO
Clive Vidiz e sua coleção. Ao lado, o Royal Salute Ruby
departamentos voltados à história, cultura, difusão e produção da bebida. Por ocasião do 40° aniversário de coroação da rainha Elizabeth II (bodas de rubi, em 1993), a Seagram encomendou à fá-
brica francesa Baccarat 200 garrafas de cristal em tom bordô, para homenagear seu reinado. Numeradas e certificadas, o primeiro Royal Salute Ruby foi oferecido à rainha, o segundo ao primeiro ministro da Inglaterra, o terceiro ao presidente dos EUA. "A de número 89 é aquela!" aponta Vidiz na prateleira. Ao lado repousa o Royal Salute Coronation, 186 exemplares lançados dez anos depois, rótulo em prata e ouro, comemorativo às novas bodas. Em breve eles estarão de volta ao país dos highlanders... Bye, bye, Brazil! (Armando Serra Negra) www.abcw.com.br www.scotch-whisky.org.uk
As mechas de cabelo que supostamente seriam do faraó Ramsés II e que um francês colocou à venda na internet foram confiscadas pela polícia francesa ontem. O Departamento Central de Bens Culturais de Paris quer analisar o material para comprovar sua autenticidade. Se forem autênticas, as relíquias serão devolvidas "a quem couber de direito", disse o promotor francês Luc Fontaine. No caso, as autoridades egípcias. Segundo a Justiça, uma parte destes vestígios poderia ser da múmia do faraó, que foi tratada em Paris de um fungo que causava sua putrefação, há quase 30 anos. A polícia francesa conseguiu localizar o vendedor das mechas pelo anúncio. É um carteiro de 50 anos, filho de um especialista que faleceu em 2001 e participou das análises de fragmentos da múmia em 1977. Na época, as autoridades egípcias também enviaram à França fragmentos de outras múmias para saber se havia algum parentesco entre elas e estes restos. L OTERIAS Concurso 173 da LOTOFÁCIL 02
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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Presos na Turquia, durante visita do papa 18 suspeitos de pertencer à rede Al-Qaeda Sob clima de tensão, presidente eleito do México, Felipe Calderón, toma posse hoje
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http://vestibular.uol.com.br/
este mês, a maior coleção de uísque escocês do mundo – amealhada pelo empresário brasileiro Clive Vidiz, como mostrou a reportagem do Diário do Comércio de 28/01/05 – voltará para a Escócia, país de origem dos exemplares. Invicta no Guiness Book of Records de sde 1993 ininterruptamente, a coleção de Vidiz compõe-se de pouco mais de 3.354 garrafas. Cheias e fechadas, algumas são realmente – na acepção da palavra – exclusivas. Ele tornou-se consultor especial da Scotch Whisky Association (SWA) e fundador da Associação Brasileira de Colecionadores de Whisky (ABCW). "Estou muito contente que a coleção vá para lá; é um sonho realizado", exulta. Embora 50% das destilarias estejam na região do rio Spee – fornecedor da água para a mistura dos maltes – não se sabe ainda o local a ser instalado o museu em sua homenagem. "Provavelmente em Glasgow ou Edimburgo, onde o turismo é mais desenvolvido". Além da ilustre coleção, o local – que levará seu nome – abrigará diversos
Alexandre Nóbrega/Digna Imagem
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F AVORITOS
essa fratura está exposta em Altamira, bairro de Chacao, um distrito de classe alta de Caracas. Ontem, centenas de pessoas se concentravam em filas na praça França, em Altamira, para cadastrar-se num programa de distribuição dos lucros do petróleo prometido por Manuel Rosales e, ao mesmo tempo, manifestar apoio ao candidato da oposição na eleição de domingo e destilar seu ódio a Hugo Chávez e aos pobres que lhe dão apoio. O programa Mi Negra, proposto por Rosales – e, segundo o candidato, apoiado pela Associação de Bancos da Venezuela – consiste em oferecer uma conta bancária e um cartão de débito para cada venezuelano. Com isso, os beneficiados receberiam entre 600 mil e 1 milhão de bolívares (entre US$ 300 e US$ 500) por mês, dependendo dos lucros da indústria de petróleo. O dinheiro viria de um fundo a ser criado por Rosales. Os critérios para concessão do benefício seriam fixados posteriormente. Os apoiadores de Rosales têm um argumento: durante o governo Chávez, o número de venezuelanos pobres não diminuiu e a venda de artigos de luxo – barcos, automóveis e uísque escocês, preferido da elite – aumentou substancialmente. (AE) A RQUEOLOGIA
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e a Venezuela é, como coincidem os analistas, S uma sociedade fraturada,
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Um cartão de débito para cada venezuelano
Para combater esquerdistas, EUA aumentam treinamento de militares da América Latina
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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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A MiCa Cards, fundada em 1998, produz hoje cerca de 3 milhões de cartões postais por mês.
DEPÓSITO DE CARVÃO TEM 2,4 BILHÕES DE TONELADAS
A Vale vai produzir carvão em Moçambique
Fotos: Paulo Pampolin/Hype
Projeto tem custo estimado de US$ 2 bilhões
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Companhia Vale do Rio Doce pode começar a produzir carvão em 2010 no projeto Moatize de carvão em Moçambique, segundo o governo daquele país, após receber resultados de um estudo de viabilidade da unidade local da empresa. O projeto, com custo estimado em US$ 2 bilhões, tem como alvo um dos maiores depósitos não explorados de carvão do hemisfério sul, com cerca de 2,4 bilhões de toneladas. "O ano de 2010 está sendo considerado para exploração efetiva de carvão", disse a ministra de Recursos Minerais de Moçambique, Esperança Bias. Um consórcio liderado pela Vale, a maior produtora de minério de ferro no mundo, venceu uma concorrência do governo para reavivar a produção de carvão da mina Moatize. A companhia vai investir inicialmente US$ 122,8 milhões para reabilitar a infra-estrutura da mina, as linhas de energia e as instalações portuárias. A empresa se juntou à norte-americana American Metals and Coal International, que possui 5% do consórcio. A Vale possui os 95% restantes. O projeto deve produzir cerca de 9 milhões de toneladas de carvão metalúrgico e 3,5 milhões de toneladas de carvão térmico para alimentar uma unidade de produção de energia. O projeto também
inclui a construção de uma ferrovia até o porto. A mina de carvão Moatize, a 1,7 mil quilômetros ao norte da capital Maputo, é uma estatal que vem sofrendo grandes prejuízos em decorrência da guerra civil que terminou em 1992. Antes dos estragos, a mina estava produzindo e exportando cerca de 500 mil toneladas de carvão por ano, mas o volume foi reduzido para apenas 20 mil toneladas. Joint venture – A Vale, por meio da canadense Inco, também anunciou uma joint venture com a alemã Süd-Chemie AG para produzir e comercializar materiais de controle de emissões para a indústria automotiva. A nova empresa será chamada de Alantum e terá participações iguais da Inco ECM GmbH, subsidiária da Inco, e da Süd-Chemie. A Alantum vai concentrarse em catalisadores e filtros de diesel para carros de passeio europeus e para mercados de caminhonetes. A produção será na nova fábrica da Süd-Chemie, na Alemanha. A estimativa é de que seja iniciada em 2008. De acordo com a Inco, as tecnologias de cada uma das empresas que fazem parte da joint venture são complementares, já que a companhia Süd-Chemie tem forte conhecimento sobre catalisadores e a Inco tem experiência no processamento de metais. (Agências)
Produção de químicos em alta
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produção de químicos de uso industrial no Brasil subiu 2,79% em outubro, na comparação com setembro, segundo o Relatório de Acompanhamento Conjuntural (RAC) da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Conforme o documento, que traz os dados consolidados de setembro e preliminares do mês passado disponíveis até 23 de novembro, a melhora foi registrada em praticamente todos os grupos pesquisados – apenas dois regis-
traram queda –, "o que ocorre neste período do ano, em razão da formação de estoques para as vendas do final de ano". Dentre os 15 grupos analisados, os aumentos mais expressivos foram registrados em produtos inorgânicos, elastômeros, intermediários para detergentes e plastificantes. Na comparação com outubro do ano passado, a alta na produção de químicos industriais alcançou 5,12% e, no acumulado dos 10 meses do ano, o crescimento foi de 3,32%. (AE)
Lovely Rita, da Jokerman, veicula 15 milhões de cartões por ano em mais de 1,5 mil pontos
Empresa desenvolve formatos especiais
Divulgação
Alves e Faboffi Junior, da Mr. Egg: há um ano e meio no setor
Postais fazem sucesso na divulgação de eventos culturais
Cartões publicitários viram mania Divulgação
s cartões postais publicitários invadiram a cidade. É possível encontrar postais que anunciam peças infantis, espetáculos de dança, circo, rações para cachorros, canais de TV a cabo, faculdades, automóveis, motocicletas e até absorventes femininos nos milhares de displays distribuídos por bares, restaurantes, hotéis, flats, cinemas, teatros e aeroportos. "Nós produzimos 500 mil cartões por mês e somos a mais nova empresa do setor", diz Marco Faboffi Junior, diretor-executivo da Mister Egg, dando uma dimensão do tamanho do mercado. A Mister Egg está há apenas um ano e meio no setor. Trabalhando com uma tiragem mínima de 5 mil postais, a Mister Egg tem entre seus clientes nomes de peso – Pedigree, Bradesco, Adidas, Nike e Samsung. Segundo Faboffi Junior, a chamada "media cards" ainda é vista como mídia alternativa. No entanto, é o jeito m a i s b a r a t o d e a n u n c i a r. "Compara-se a anunciar em um jornal de bairro", afirma o diretor da empresa. "É mídia para quem está cansado de poluição visual, de outdoor ou de anúncios em rádio e TV." Com 150 pontos exclusivos em São Paulo, a Mister Egg
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da não páram quer fechar o por aí. Para ilusano com 400 distrar sua afirmaplays. Os clienção de que a mítes podem dia interage com acompanhar o público, Rita pelo site da emconta a história p re s a o m o v ide um casal que mento de saída usou como conde seus cartões vite de casamenponto a ponto. to um cartão "O relatório onpostal da Johnline é um dos dinie Walker. "A ferenciais da marca estava enMister Egg", diz volvida no relaP e d r o R o d r icionamento degues Alves, di- MiCA: baixo custo les desde o coretor comercial. Abrangência – Atuando no meço e resolveram usar o carmercado desde 1999, a Joker- tão como convite." Segundo a sócia da Jokerman imprime e veicula cerca de 15 milhões de cartões por ano man, os cartões não podem ter em mais de 1,5 mil pontos de textos longos e a imagem deve exposição pelo País. Além do vender por si só. "O cartão não formato tradicional, ela desen- pode ter cara de propaganda, volve cartões com cortes espe- mas sim de um souvenir. Tem ciais, sachês com amostras de que ter um quê de arte e outro produtos, cupons de desconto de entretenimento." No último mês a empresa e postagem gratuita. Segundo uma das sócias da Jokerman, abriu a temporada das tiraLovely Rita, esse tipo de mídia gens limitadas, quando o permite distribuir 5 mil cartões anunciante pode encomendar por mês. Ou 1 milhão. "Você 2,5 mil cartões em vez da quanpode atingir só o bairro de tidade mínima – 5 mil. Para Felipe Votava, gerente Moema ou o País inteiro." "Além disso, é a única mídia de Marketing da MiCa Cards – que tem o poder de ser 'puxa- a empresa que nasceu em 1998 da' pelo público, em vez de em- e hoje produz 3 milhões de carpurrada", comenta ela. Os en- tões por mês – esse tipo de mícantos desse tipo de propagan- dia é lúdica. "Tem gente que co-
leciona. Outras pessoas procuram os cartões porque montam pufes, mesas e cadeiras com eles." Votava diz que a rejeição a esse tipo de mídia é muito pequena. "O grande diferencial é que a propaganda não é invasiva. Funciona por critério de afinidade." Logística – E haja logística para colocar o cartão do cliente no ponto certo. Cada ponto de display da empresa é visitado no mínimo uma vez por semana. De manhã, os carros das dez equipes que fazem as visitas são abastecidos com 'bolsinhas' destinadas a lugares diferentes. Os pontos que têm maior saída de cartões são visitados até quatro vezes por semana para reposição. E, em eventos temporários, como a Mostra de Cinema de São Paulo, os cartões têm de ser repostos todos os dias. Na MiCA, o cliente que quiser cobrir a cidade inteira (são mais de 800 pontos em São Paulo) com cartões durante 15 dias (120 mil deles) vai gastar R$ 19.980. Quem desejar anunciar no País inteiro (mais de 2,1 mil pontos) durante o mesmo período precisa de 280 mil cartões, equivalentes a R$ 44.660. A tiragem mínima de 5 mil cartões tem o custo de R$ 1.390. Kety Shapazian
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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DOISPONTOS -77
auge dos escândalos do mensalão, quando quase toda diretoria do seu time foi defenestrada, ele disse em time que está ganhando não se meche – com ch, sim, ele fala mexe com ch, meche).
Ameaça à liberdade de expressão U
A
Roberto A
lvarenga
m dos projetos mais preocupantes do segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva é o que aponta para a efetivação de programa de governo voltado para o estabelecimento no País da “democratização dos meios de comunicação”. Aparentemente, o projeto pretende democratizar a mídia mas, numa visão crítica fundamentada nos próprios valores da democracia, a proposta soa dissonante ou mesmo adversa, tendo em vista os reais objetivos: a vida pregressa e o relacionamento do governo petista com a mídia em geral. Só para registrar os fatos, vale lembrar que no debate com o candidato Alckmin, na Rede Record, indagado por um jornalista como encaminharia a questão da informação na imprensa, televisão e nos meios eletrônicos, o candidato-presidente enfatizou a necessidade de se expandir a “regionalização e a democratização da comunicação” e de criar uma Lei Geral de Comunicação Eletrônica, com o objetivo, entre outros tantos, de elaborar dispositivos legais para “regulamentar e descentralizar a mídia”. Em particular no que concerne à mídia impressa, o candidato-presidente referiu-se pontualmente ao fomento de canais de comunicação para sindicatos, associações e entidades de classe, adotando a política de incentivos legais e econômicos para a edição de “jornais e revistas independentes” voltados para a “pluralidade da informação”.
G O partido
A
Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
G As intenções democráticas do segundo governo de Lula e do PT, ou o que os dois consideram democracia, precisam de melhor avaliação por parte da inteligência nacional.
fala de Lula foi rápida e genérica, pois não era conveniente, óbvio, se levantar em detalhes tema tão controverso. Mas o PT, partido do candidato-presidente, tinha sido mais explícito na questão. Em documento preliminar divulgado em agosto passado, disponível na internet, o partido colocou como fundamental a “democratização dos meios de comunicação para o aprofundamento da democracia”, considerando, para a consecução de tal finalidade, a imediata criação de uma secretaria setorial, diretamente vinculado à Presidência da República. Tal secretaria, a contar com a participação de “conselhos populares” e de tecnocratas do governo, segundo o documento cuidaria de criar “mecanismos que coíbam a concentração da propriedade e de produção de conteúdos e o desequilíbrio concorrencial garantindo, por outro lado, a competitividade, a pluralidade, a diversidade e a concorrência por qualidade de serviços”. O documento informa ainda que o órgão a ser criado, destinado ao controle e a fiscalização dos meios de comunicação, nasce comprometido em fazer o recadastramento das concessões de rádio e televisão em todo o território nacional, com o respectivo cancelamento das emissoras que não estejam “em conformidade com a lei”.
colocou como fundamental a democratização dos meios de comunicação para o "aprofundamento" da democracia G Sentindo-se incomodado pela atuação livre da imprensa, Lula da Silva quer a “democratização" dos meios de comunicação.
Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br
s intenções democráticas do segundo governo de Lula e do PT, ou o que os dois consideram democracia, precisam de melhor avaliação por parte da inteligência crítica da nação e do Congresso. De fato, há no setor distorções que merecem cuidados. Mas quem é versado na teoria e prática de governos com pretensões totalitárias conhece muito bem o significado da palavra “democratização”, em especial na construção do “Estado regulador”. Na vida real, ela quer dizer justamente o contrário, isto é, abarca mais dirigismo na informação e mais censura no noticiário, tendo como conseqüência lógica o controle político e ideológico da mídia. Na antiga URSS, a “democratização” terminou na soberania do Pravda e do Izvestia, e no gradativo aniquilamento da imprensa considerada “burguesa”. Em Cuba, por sua vez, a “redemocratização dos meios de comunicação”, amparada na supremacia de “conselhos populares”, ainda hoje se dá a partir da visão despótica do Granma e da rede de televisão estatal, veículos obedientes à verdade única do castro-comunismo, cujo interesse básico é a desinformação e a perpetuação do poder. E quem desconhece o controle e a censura que a China e Cuba exercem sobre os veículos da internet?
N
o seu primeiro mandato, em meio ao noticiário em torno dos vertiginosos escândalos que envolviam (e envolvem) seu governo, Lula estimulou a criação de um Conselho Federal de Jornalismo, sinistro órgão que tinha por objetivo levar o jornalista “faltoso” ao tribunal inquisitorial e à posterior cassação do registro profissional. De igual modo, propugnou pela criação da Ancinav, a Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual que, quase detendo poder de polícia, pretendia “regular, fiscalizar e controlar” a produção audiovisual da nação – o cinema, segundo Lênin, a “manifestação mais importante do século”, como arte ou propaganda, para consolidar o avanço do socialismo. Agora, diante da reeleição pelo sufrágio do voto, mas sub judice, sentindo-se incomodado pela atuação livre da imprensa, Lula da Silva parte para institucionalizar a “democratização" dos meios de comunicação. Com a impostação de uma seriedade quase cômica, pretende confrontar a verdade geral à sua verdade partidária e particular, ameaçando financiar com o dinheiro sacado do bolso do exaurido contribuinte, sob o manto do “pluralismo”, uma imprensa servil. Como se a liberdade de informação, ainda que com falhas, representasse o mal e a censura, ainda que disfarçada, constituísse o supremo bem. IPOJUCA PONTES É CINEASTA E EX-SECRETÁRIO NACIONAL DA CULTURA WWW.MIDIASEMMASCARA.ORG
A ACSP e a liberdade partidária
E
m relação à n o t í c i a ACSP vai à Justiça pelos cartazes comerciais, tenho a dizer que acho uma incoerência considerar que os associados da ACSP são idiotas, visto que o Afif foi escolhido secretário do Serra, foi sempre um defensor e fez a campanha política do mesmo para prefeito e governador. Então, esta notícia e esta medida jurídica são completamente demagógicas e sem razão de ser! 90% dos associados da ACSP apoiaram a Marta para a Prefeitura e o Mercadante para governador!
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rezado Marcos, a propósito de suas considerações relativas à posição da AC SP no caso da nova legislação sobre "publicidade externa", cumprenos esclarecer que esta entidade tentou obstar, sem êxito, o projeto de lei, tendo em vista a rapidez com que foi votado e aprovado. É certo, porém, que a A C S P p r o n t amente posicionouse contra a nova lei, o que pode ser facilmente aferido pelos editoriais e artigos publicados neste jornal. N a ú l t i m a s egunda-feira, dia 27, em Reunião P l e n á r ia da entidade, o assunto foi MARCOS ALVES debatido, ficando deliberado que esDOS SANTOS MARCOS@DELACROIX.COM.BR ta instituição in-
gressará com uma ação contra a Prefeitura (provavelmente um mandado de segurança). Igualmente, no dia seguinte, terça-feira, a Comissão de Política Urbana r e u n i u - s e , c o l ocando-se contra a nova legislação e apontando os seus malefícios, como o ônus que acarretará às empresas e o desemprego, já em marcha. Ainda a título de esclarecimento, vale lembrar que a A s s o c i a ç ã o C omercial de São Paulo, juntamente com outras entidades, como a OAB/SP, encabeçou e conseguiu sustar a nova sistemática de cobrança do IPTU, em vias de ser aprovada. O próprio prefeito
reconheceu o forte apelo das entidades, da sociedade. Ademais, meu caro Marcos, o fato de o presidente Guilherme Afif ter participado do último pleito como candidato (com expressiva votação) ao Senado, pela coligação partidária que governa a cidade de São Paulo e governará o Estado, não quer dizer que ele não possa insurgir-se contra medida que entenda contrária aos interesses da sociedade e dos associados da entidade que preside, como essas que estão sendo objeto de nossas considerações. Tenha a certeza de que o presidente Guilherme Afif administra a ACSP
de forma apartidária, o que, aliás, você mesmo reconhece, quando aponta que 90% dos seus associados votaram em Marta e Mercadante. Embora não concorde com esse índice, resta claro que não há ingerência político-partidária nesta entidade. Cada um segue suas convicções. Como você, que deixa evidente ser um simpatizante do PT, opção que respeitamos. Assim, meu prezado Marcos, esperamos ter prestado os esclarecimentos necessários e colocamo-nos à sua disposição. JOÃO CARLOS MARADEI, CHEFE DE GABINETE DA PRESIDÊNCIA DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO
NEIL FERREIRA
JINGLE BELL, JINGLE BELL, PAPAI LULLOEL
N
os anúncios da tv o Natal já chegou. Entende-se a ansiedade do comércio. Todo mundo quer dar uma beliscada no bolso de cada ex-pobre, virado crasse-mérdia pela propaganda do sujeito, que diz que o povão está cheio da grana. Mais de não-sei-quantos milhões de empregos com carteiras assinadas foram criados. Eu não falo o número exato porque não sei, se soubesse eu falava sem nenhum problema, mesmo não acreditando muito nesses números chapa-branca. Desconfio que nem o sujeito sabe ao certo. Cada vez ele fala uma coisa, já pulou de 7 milhões para 7 milhões e 100 mil, e 200 mil, e 300 mil, e 500 mil. A gente escolhe no que quer acreditar, me engana que eu gosto. Mas ex-pobre, agora crasse-mérdia, é duro de encontrar na vida real. Nesse tempo em que a catiguria começou a ser festejada pela propaganda duzômi, nunca vi nenhum ao vivo. É como pessoa pesquisada pelo Ibope ou pelo Datafolha, você conhece algum, já viu algum de perto ? Eu não. Nem de fotografia. Por isso eu acho que acreditar no papai lulloel está no livre-arbítrio de cada um. Eu acredito. Tenho indícios muito sérios da sua existência, a acrescentar à aloprada lenda dos ex-pobres, criada pelos marqueteros oficiais.
H
á uma casa que o papai lulloel visitou neste ano, levando o avião cedido pelo sujeito, com renas e tudo, carregado de mimos. Admito que nunca foi visto nem fotografado, não há prova material do que estou dizendo. Mas que las hay, las hay. É a casa do lullinha, filho você sabe muito bem de quem. O menino é o ronaldinho gaúcho dos negócios, como o sujeito já falou, fazendo mais uma e desta vez apropriada metáfora esportiva. (Metáfora é quando o sujeito quer falar uma coisa e fala outra, por exemplo, no
O
menino é um prodígio, sua carreira precisa ser analisada pelos professores da GV, onde até o suplicy dá aulas. Com sua habitual rapidez de raciocínio, suplicy poderia ajudar-nos a entender a velocidade com que o lullinha passou de biólogo-monitor do Zoológico a milionário dos games e das comunicações. Sócio da Telemar, a maior operadora de telefonia deççepaíz, agora é sócio também da tv Bandeirantes no seu (dela) antigo canal 21. Por uma dessas coincidências da vida, a tv Bandeirantes passou receber mais verbas de publicidade, do governo e de empresas estatais, do que recebia antes da sociedade. Não imaginem que estou insinuado mutretas, foi coincidência mesmo. Eu não gosto de coincidências, mas elas existem. lullinha começou muito cedo, sabendo escolher o pai. Depois, adulto, soube escolher o sócio, filho do bittar. Ex-prefeito de Campinas (pt, coincidência da vida de novo), bittar está hoje no conselho da Petros, fundo de pensão da Petrobrás, de onde jorra uma petrobrás de verbas publicitárias, geralmente para órgãos dóceis à cumpanherada.
O
sujeito e bittar são cumpanhêros de longuíssima data, só podem ter aprovado e incentivado, ou mesmo inventado, a sociedade dos filhos. Agora, depois de tanto esforço, quando o menino começa a colher os frutos plantados no agreste dos negócios, aparecem injustos como eu falando isso e aquilo. Pura inveja. É que não consigo entender o fato de que meus filhos não souberam escolher tão bem o pai. Ainda mais que li hoje que o lullinha vai receber mais 17 milhões no ano que vem. Papai lulloel, ao contrário do que dizem dos raios, cai, sim, várias vezes no mesmo lugar. NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR
G Acreditar
no papai lulloel está no livre-arbítrio de cada um. Eu acredito. Tenho indícios muito sérios da sua existência.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 1, 2 e 3 de dezembro de 2006
Indicadores Econômicos
7
1,03
Por cento foi a alta acumulada pelo dólar no mês de novembro. A divisa caiu, porém, 6,84% no ano.
30/11/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 28/11/2006 28/11/2006 28/11/2006 28/11/2006 28/11/2006
P.L. do Fundo 11.986.262,69 2.029.820,87 9.991.851,39 17.776.177,13 1.346.433,69
Valor da Cota Subordinada 1.262,916660 1.122,606907 1.177,210210 1.077,448641 1.150,525636
% rent.-mês 2,7978 0,7610 -1,3643 -2,5970 2,3418
% ano 29,2686 12,2607 17,7210 7,7449 15,0526
Valor da Cota Sênior 1.022,819966 1.109,874228 1.125,727157 0 0
% rent.-mês 1,0091 0,9262 1,0091 -
% ano 2,2820 10,9874 12,5727 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
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COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 1, 2 e 3 de dezembro de 2006
O
coreógrafo paulistano Ivaldo Bertazzo, nascido há 58 anos no bairro da Mooca, continua a ser um homem obcecado por erguer pequenos monumentos em cima de bases nem sempre sólidas. Foi assim quando ele encontrou, no bairro da Pompéia, um terreno pantanoso, anteriormente ocupado por uma funilaria, e decidiu construir ali o seu estúdio. Foram cinco anos de trabalho até que os três andares do prédio finalmente se destacassem na paisagem com sua arquitetura funcional e uma equilibrada mistura de vidro e concreto. E continua sendo assim, dia após dia, quando ele coloca em pé, aptos para a dança ou apenas para um upgrade na qualidade de vida, dezenas de corpos afetados pelo sedentarismo, excesso de peso ou má postura. Mas nunca este prodígio de engenharia exercido pelo coreógrafo havia alcançado tanta repercussão como no projeto Dança Comunidade, em que Bertazzo, mais do que definir os corpos, vem garantindo tônus e sustentação à auto-estima de dezenas de jovens da periferia, selecionados para atuar em duas elogiadas incursões do coreógrafo pelo mundo da ribalta, os espetáculos Samwaad eMilágrimas– este último registrado em luxuoso DVD recém-lançado pelo selo Sesc. Samwaad já foi apresentado na França e Holanda e Milágrimas realiza, no ano que vem, uma grande turnê brasileira. Bertazzo, que se iniciou no balé aos 14 anos, lapidou seus gestos com alguns dos maiores nomes da dança contemporânea e correu o mundo atrás de novas técnicas de movimento e equilíbrio, poderia hoje ser um concorrido professor de bailarinos profissionais. “Se tivesse optado por isso, eu provavelmente seria só mais um coreógrafo em um campo já repleto de bons profissionais”, diz. Ele preferiu então, ainda no fim dos anos de 1970, acertar os passos de quem nunca foi muito íntimo de sapatilhas e pas-de-deux – e desta iniciativa nasceram os cidadãos-dançantes, uma legião de profissionais liberais, donas de casas, estudantes, gente de qualquer idade e formação a quem o mundo do movimento foi revelado de forma acima de tudo prazerosa. Além das aulas tradicionais, no momento Bertazzo está envolvido em dois novos projetos. O primeiro deles é criar mais um espetáculo com uma nova turma de cidadãos-dançantes, para estrear na metade do ano que vem. O outro é excursionar com os quase 50 jovens do Dança Comunidade para todas as capitais brasileiras – uma turnê que terá como finalidade criar, em cada cidade, uma réplica do projeto original desenvolvido em São Paulo. Ou seja: oferecer suporte técnico e artístico para que cada cidade também descubra e valorize o talento dos seus jovens carentes. “É a primeira vez que uma companhia de dança viaja pelo Brasil com o objetivo de criar um novo núcleo em cada escada da turnê”, diz. Diário do Comércio: Você começou no balé clássico na adolescência, viajou para aprender várias técnicas orientais e hoje utiliza a dança até para desenvolver um trabalho social. Como você definiria hoje a dança que você faz? Ivaldo Bertazzo: Eu comecei a estudar dança com o sonho de me tornar um coreógrafo. Mas ao longo do meu processo eu fui somando as experiências de muitas formas de dançar, vindas de culturas diversas, para fortalecer o gesto e a psicomotricidade do homem urbano, que é com quem eu trabalho aqui na cidade. Em qualquer dança há coisas que são boas e outras que não são. Muita gente receia até hoje vir à minha escola por medo de não saber dançar. Então eu brinco que esta escola é uma grande enganação, porque ela convida os alunos para dançar e, quando eles chegam aqui, aprendem tantos conceitos que se perguntam: mas a que horas vamos dançar? Todos estes meus conceitos vieram de diferentes escolas de movimento. Eu tenho lutado durante muitos anos contra esta imagem que o brasileiro passa, de ser um povo descontraído e relaxado. Daí você olha para as meninas e todas elas têm a bunda caída, você olha para os rapazes e todos têm a nuca encurtada, você olha para um grupo de jovens e todos estão
DIÁRIO DO COMÉRCIO
LAZER - 1
Fotos: W.Valente/AFG
Simbiose entre o social e o artístico
O
Arte de Bertazzo ataca sedentarismo, excesso de peso e má postura
O CRIADOR DE CIDADÃOS DANÇANTES Ivaldo Bertazzo, especialista em upgrade de corpos e na qualidade de vida Sérgio Roveri
com uma latinha de cerveja na mão e a barriga desleixada. Que cultura é esta? O que é este corpo brasileiro? Neste seu processo, então, a dança não precisa ser, necessariamente, o objetivo final? Não, a dança não é o objetivo final. Quando eu começo a trabalhar com o jovem da periferia, por exemplo, eu apresento a ele um cenário diferente daquele em que ele vive: a sala é silenciosa, limpa, ele entra sem sapato, ele estuda um esqueleto humano para depois localizar cada osso estudado em seu próprio corpo. Ou seja, ele quer vomitar de desgosto. E como eu começo com senhoras e senhores que vêm estudar aqui? Com percussão corporal. É paradoxal, não é? Eu não deveria fazer o contrário? Mas eu vou pelo caminho mais difícil. Todos vão passar pela mesma técnica, mas os caminhos são diferentes. Eu começo dando aquilo que está mais ausente em cada grupo. O objetivo é dar o entendimento de como cada pessoa tem de organizar seu aparelho locomotor para andar, trabalhar, comer, dormir, conversar, tocar um instrumento e até dançar. Qual a principal dificuldade na aplicação deste seu método? Eu fico muito incomodado quando um cidadão mais privilegiado somente se dá conta de que precisa realizar um trabalho corporal porque está com dor e lesões. Eu não acho que a es-
Eu não acho que a essência do homem seja a de se machucar, perder alguma coisa para correr atrás do prejuízo depois. Ivaldo Bertazzo
A principal lição que aprendi no Projeto Dança Comunidade foi a de lidar com a vida diante do mundo. Antes de entrar no projeto, eu só convivia com pessoas da minha casa e da escola. Não enfrentava as diferenças. Hoje, convivo com elas e aprendi a respeitá-las. Atualmente eu me enxergo como uma profissional. Um dia talvez eu tivesse tudo o que consegui aqui, mas sei que não seria tão rápido e nem com tanta potência Ariane dos Santos Silva, 22 anos, moradora do Jardim Cupecê, zona sul da cidade, integrante do Dança Comunidade. sência do homem seja a de se machucar, perder alguma coisa para correr atrás do prejuízo depois. Como estes jovens da periferia chegam até você? Eles são indicados por algumas ONGs muito sérias que atuam nas comunidades em que eles vivem. Se eles são encaminhados até aqui, é porque realmente demonstraram vontade de aprender. Descobri entre eles alguns verdadeiros talentos para a música e para a dança. No ano passado, durante a excursão de Samwaad a Paris, os jovens visitaram a periferia da cidade. Como foi este encontro? As escolas da periferia de Paris são muito equipadas, os jovens estudam por oito horas. São escolas maravilhosas, mas houve um confronto corporal muito grande. O meu jovem tinha o corpo no lugar, tinha organização, respeito e respiração, a relação com o corpo era diferente. Os de lá eram todos cagadinhos. Tinham a cabeça soberba, um jeito de usar a linguagem que nós não temos, mas a postura corporal era um desastre. É lógico que no mercado profissional o parisiense vai ganhar. Mas será que nós, que estamos trabalhando com dança e música, não estamos dando subsídio para os nossos jovens também? Será que não estamos dando condições para que eles se capacitem mais rapidamente no intelecto?
Esta é uma pergunta que estou lançando. Nós não estamos aqui para tirar o garoto da droga, não mesmo. Isso fazem os outros. Não sei o que fazer para tirar um menino da droga. Talvez chá de boldo, aula de espiritualidade... Eu já estou trabalhando com 85% dos jovens que não querem tomar droga. Que tipo de ganho você percebe nestes jovens com quem você vem trabalhando há alguns anos? É muito difícil falar isso. O lucro que se vê neles é uma ansiedade e um desejo maior de alguma cosa, e isso no começo não havia. O único desejo deles, quando começaram a trabalhar comigo e com o Sesc, eram só o relógio, o celular e o tênis, mesmo que fossem roubados. Então agora surgem anseios mais profundos. Agora vem a angústia. Mas a minha geração também teve angústias profundas. Talvez estejamos construindo grupos para defender idéias e desejos que eles perderam. Quando um jovem deixa de comprar o melhor tênis para pagar uma aula de percussão é porque ele já está salvo. Salvar alguém é isso. Há um ano diziam que nós jamais conseguiríamos que alguém da periferia fosse professor de um burguês, e isso já estamos conseguindo. Nas viagens que faremos no ano que vem, os jovens daqui darão aulas e oficinas para jovens de outros lugares do Brasil. Foi bom termos sido postos em xeque. Nós estamos transformando estes jovens em seres políticos.
DVD duplo de Milágrimas, que acaba de ser lançado pelo Selo Sesc (R$ 55) é muito mais do que um mero registro das apresentações do espetáculo dirigido por Ivaldo Bertazzo com os quase 50 jovens do Projeto Dança Comunidade. Está documentada ali, nas cenas de ensaios, nos depoimentos e em imagens colhidas pelos próprios jovens, a gênese de um projeto em que o social se combina com o artístico de maneira tocante. “O DVD mostra que o espetáculo é apenas uma faceta do trabalho desenvolvido com estes garotos”, diz Regina Gambini, gerente de Audiovisual do Sesc. “Eles contam com transporte, alimentação, oficina, aulas de história da dança, de educação sexual. A educação permanente é o principal objetivo do projeto”. Para realizar o documentário sobre os bastidores de Milágrimas, a cineasta Eliane Caffé passou quatro meses acompanhando o trabalho dos jovens sob o comando de Bertazzo. Os depoimentos mais intimistas foram colhidos em uma cabine construída no ginásio de esportes do Sesc Pompéia – onde os garotos entravam para falar de suas alegrias – ou decepções – com as fases do projeto. Os jovens também usaram câmeras de vídeo para registrar cenas cotidianas na comunidade em que vivem. Além do DVD duplo, o selo Sesc também está colocando no mercado o CD com a trilha do espetáculo (R$ 20) e o livro Tenso Equilíbrio da Dança na Sociedade (R$ 35), em que escritores como Ferrez, Paulo Lins e Ricardo Lísias comentam o trabalho de Bertazzo com os jovens.
No DVD Milágrimas, cenas de ensaios, depoimentos e a gênese do projeto
BALANGANDANÇA CIA., NO CENTRO CULTURAL SÃO PAULO Espetáculo de dança para crianças, com canções de Paulo Tati e Sandra Peres, do Palavra Cantada. Rua Vergueiro, 1000, tel.: (11) 3383-3402. Sábado e domingo, 16h. R$ 5.
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2 -.LAZER
sexta-feira, sábado e domingo, 1, 2 e 3 de dezembro de 2006
LEITURA Mais um Dalton Trevisan. O mesmo do mesmo? Depende do ponto de vista do leitor...
IMPIEDOSA MONOTONIA Renato Pompeu Edu Lopes/Ed.Globo
As melhores observações que podem ser feitas a respeito do mais recente livro de contos do famoso escritor Dalton Trevisan, Macho Não Ganha Flor (128 páginas, R$ 24,90), lançado pela Record, constam da própria orelha do livro, que não está assinada e, assim, é de responsabilidade da editora. Começa a orelha: "Buscando se livrar da pecha de repetitivo, o contista agregou ao seu conhecido circo de horrores uma nova galeria de monstros morais. Perdido entre a tautologia e a platitude, se pendura sobre o oco do seu próprio coração". Com efeito, o livro só é recomendável sem restrições para aqueles que nunca leram nada de Dalton Trevisan. Estes serão introduzidos ao universo do autor, permeado de ladrões, vigaristas e perversos sexuais, e poderão encontrar alguma novidade. Os que já conhecem algum livro de Trevisan encontrarão apenas variações mínimas sobre seus temas costumeiros. Diz mais adiante a orelha: "Não bastam maus pensamentos para cometer boas letras". É verdade: o livro está repleto de pedofilias, incestos, roubos, assassínios, violências, mas falta o que é essencial na boa literatura: a beleza.
contos monótonos, essas crônicas repetitivas de maldades previamente anunciadas. E finaliza assim a orelha: "Não nos convence. Decerto esse não é o bom combate. Ao contrário, o autor perdeu a batalha, nem sequer travada. Acabou a carreira. Ora, direis. Um mestre do passado. Do passado, sim. Mestre, nunquinha. Ai dele, sem presente. E o futuro? Só cinzas. E só. E mais nada". Aqui vem a desconfiança: será que a orelha foi escrita pelo próprio Dalton Trevisan? De qualquer modo, para quem leu alguma de suas obras, a crítica tão corrosiva da orelha se justifica plenamente: o autor, nesses contos, é mais do que repetitivo, pois repete o que já repetiu. Mas, para quem nunca leu Trevisan, esta é a oportunidade de penetrar num mundo novo e surpreendente, em que não há inocência, nem candura, apenas corrupção. Os personagens de Trevisan não têm os limites que a socialização exige de cada indivíduo, para que aprenda desde a infância a reprimir os seus instintos, com o fim de assegurar a boa convivência em sociedade. Fazem tudo o que lhes vêm à cabeça, sem nenhuma preocupação. O filho pode estuprar a mãe, e a mãe pode ser "compreensiva" em relação ao filho que a estuprou, pois afinal era isso
Tudo é feio e grotesco neste livro, o leitor não sente a menor empatia por nenhum dos personagens, não se identifica com ninguém, nem com algozes, nem com vítimas (que não são tão inocentes assim). Falta também emoção – todos os horrores são narrados com frieza cirúrgica e com nenhuma simpatia por nenhuma das vítimas. A orelha continua: "Se nada é simplesmente preto ou branco, para o nosso autor só existe o cinza? E onde ficam todas as cores do arco-íris?" De fato o livro é tristemente monocrômico, estritamente cinzento, e o sentimento máximo que desperta é a aborrecida melancolia de uma tarde de chuva na feia e dura paisagem urbana de uma grande cidade de hoje. Para a orelha, o autor é "um cronista mudo, surdo e cego. Mudo aos encantos do mundo e da vida nossa de cada dia. Surdo ao trino dos passarinhos e ao vozeio inocente das criancinhas". Aqui, do ponto-de-vista estético e do prazer do leitor, o problema principal é que, como reconhece a orelha, o autor não é um contista, senão um cronista, e sem as virtudes dos melhores cronistas, pois é "mudo, surdo e cego". O julgamento da orelha é definitivo: "o escriba sugere um amador de opereta bufa pornô". Não há melhor definição para esses
Renato Pompeu é jornalista e escritor, autor do ensaio biográfico Canhoteiro, o Homem que Driblou a Glória (Ediouro), e do romance-ensaio O Mundo Como Obra de Arte Criada Pelo Brasil, a ser lançado pela Editora Casa Amarela.
TV
CD
Madonna, sensação da semana.
Ao vivo. Puro.
Regina Ricca
Aquiles Rique Reis
Kieran Doherty/Reuters/1º/8/2006
O
comentadíssimo espetáculo de Madonna que a América Latina ainda não viu – The Confessions Tour Live From London –, na tela da HBO nesta quinta (7), às 21h, já pode ser considerado de antemão a sensação da semana televisiva. Polêmico, provocativo (vide a cena na qual a cantora aparece crucificada, enquanto um telão mostra imagens de crianças vítimas de miséria e doença na África), político, erótico e, acima de tudo, superprofissional, o show foi gravado ao vivo na Wembley Arena, de Londres, palco no qual a turbulenta pop star, no vigor de seus 48 anos, exibiu suas performances nas músicas que compõem o CD Confessions on a Dancefloor e revisitou antigos sucessos da carreira, que ganharam novos arranjos e coreografias. A irreverência de Madonna continua imbatível e isso é, ainda, a sua maior qualidade artística. Do palco para a cozinha. O tempero brasileiro é quem vira a estrela de uma atração inédita do Discovery Travel & Living nesta segunda (4), à meia-noite. Cozinha Chic veio ao Brasil explorar os segredos e diversidades de nossa culinária, por meio das performances de diferentes chefs brasileiros, como a
quituteira baiana Dadá, o paulista Alex Atala, do DOM, o sushiman paranaense Adriano Kanashiro, chef do Kinu, instalado no Gran Hyatt, em São Paulo, e do simpático João Malagueta, dono da Pizzaria Venite, criada há 50 anos. Apresentado pelo brasileiro Rodrigo Arijon, o programa também vai mostrar nos próximos episódios a culinária de países como Peru, Itália, França, Espanha, Japão, China, Austrália e Estados Unidos. Na quarta (6), às 23h15, que tal dar uma espiada no que a charmosa Didi Wagner (ex-MTV) anda aprontando no seu programa Lugar (In)Comum do Multishow? No episódio Sorria, você está sendo filmado!, Didi (que agora, mensalmente, faz três edições semanais gravadas em NY, e uma em SP) entrevista a cantora Wanessa Camargo, que conta como lida com a mídia e principalmente com os paparazzi. Ela e Didi, então, fazem uma encenação, como se estivessem fugindo de um fotógrafo. Wanessa contou também que muitas vezes foi “perseguida” pelo mesmo paparazzi, e até aprendeu o nome dele. O cineasta Kiko Goifman é outro convidado de Didi, e fala sobre o olhar diferenciado da câmera do documentarista.
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Aos 48 anos: polêmica e irreverente.
MUSICAL
Embalando a comemoração de fim de ano Rita Alves
U
mesmo que ela queria. Do mesmo modo, a menina que é vítima de pedofilia não protesta e mantém o "caso", pois afinal desde o início ela vinha provocando o pedófilo. Roubar é apenas uma questão de necessidade ou de oportunidade. Matar é um prazer a mais nesta vida que Deus nos deu. Tudo somado, o leitor de Dalton Trevisan é como a famosa mulher do malandro: tem de gostar de apanhar e de sofrer. Isso, porém, não é possível em doses cavalares, pois o sofrimento se torna insuportável e, quase mais do que isso, monótono. O livro só vale para quem experimenta pela primeira vez o universo impiedoso do autor. Para os que já o conhecem, vale o antimarketing da orelha, a não ser que já sejam viciados em seus vícios.
m espetáculo teatral marcará o encerramento dos trabalhos do Conselho Consultivo do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) 2006 da Associação Comercial de São Paulo. É o musical Sweet Charity protagonizado pela atriz e bailarina Cláudia Raia. O evento será precedido de coquetel e acontece às vésperas da publicação da Medida Provisória (MP) que regulamenta o Cadastro Positivo. Lojas Riachuelo, Casas Bahia, Bradesco, Avon Cosméticos, Magazine Luiz e American Express Bank estão entre as empresas que constituem o Conselho Consultivo do SCPC. Os convidados de hoje à noite (1º) verão no palco do Citibank Hall, em Moema, Cláudia Raia acompanhada de 27 atores-dançarinos e uma orquestra composta por 13 músicos. Sweet Charity foi inspirado no filme de Federico Fellini Noites de Cabíria
(1954) e teve sua estréia na Brodway em 1956. Neil Simon assina o texto original do espetáculo e Bob Fosse é o criador da coreografia. No Brasil, Charles Moeller e Cláudio Botelho fizeram algumas mudanças para a versão tupiniquim. Já Alonso Barros recriou as coreografias de Bob Fosse. A história da dançarina Charity Hope Valentine, vivida por Cláudia Raia, encerra a temporada 2006 no próximo dia 17. O espetáculo Sweet Charit y acaba de ser contemplado com uma estatueta na categoria teatro musical do Prêmio Qualidade Brasil 2006. O prêmio de melhor atriz foi para Claudia Raia e a dupla Charles Möeller e Cláudio Botelho levou a estatueta de melhor direção. A premiação pode ser um indício de que os convidados desta tradicional comemoração de fim de ano terão uma bela noite pela frente.
Paulo Pampolim/Hype
Cláudia Raia na pele da alegre dançarina, em Sweet Charity
ra para ser uma única apresentação, dia 8 de outubro, no Festival Miami 2005. No Maurice Gusman Concert Hall estavam presentes mais de 800 pessoas para assistirem ao concerto Bossa Nova Forever, homenagem à bossa nova, ao samba-jazz e a Elis Regina, que reuniu Carol Saboya e Antonio Adolfo a um trio formado pelo violonista e guitarrista brasileiro radicado na Flórida Cláudio Spievak, pelo baterista costarriquenho Carlomagno Araya e pelo contrabaixista venezuelano Gabriel Vivas. Ouvindo a gravação informal do show, viram que tinham bom material para um disco – nascia Antonio Adolfo e Carol Saboya ao Vivo/Live (Artezanal, gravadora de Antonio Adolfo e Kuarup). Com apenas dois ensaios, o concerto transformou-se num "ao vivo" puro, sem retoques. Tudo soa no disco como foi tocado no dia em que o público muito aplaudiu Carol e Antonio. Não se regravou sequer uma nota dela; nenhum acorde deles foi corrigido. Não careceu. Está tudo lá: a abertura (Rhapsody in Blues, Aquarela do Brasil e Garota de Ipanema) tem arranjo fecundo e é centrada no piano com a sonoridade que é marca registrada de Antonio Adolfo, virtuosa referência do piano brasileiro. Logo, Carol Saboya, boa cantora, segura feito veterana – após gravar quatro CDs no Brasil e dois no Japão – entra marcando o compasso com o estalar dos dedos e solta a voz em Fotografia (Tom Jobim), inicialmente acompanhada apenas do contrabaixo acústico de Vivas. Mas a eles logo se juntam os outros instrumentos. O ponto alto do show é também o ápice do CD: Bonita (Tom e Ray Gilbert). Já gravada por Carol em Adolfo, Saboya: concertão. 1998 num CD em homenagem a Tom Jobim, produzido pelo saudoso Almir Chediak e acompanhada pelo violão de Nelson Farias, Bonita está linda! Belamente cantada e competentemente acompanhada pelos quatro músicos. Seguem-se alguns números instrumentais, com destaque para o arranjo de Antonio Adolfo para Insensatez, no qual ele dedilha notas soltas no teclado como ensinou mestre Jobim, enquanto o contrabaixo sola. Todavia, Carinhoso (Pixinguinha e João de Barro) e Bambino – Você Me Dá (Ernesto Nazareth e Catulo da Paixão Cearense) não resultam em força a mais para o show e, por conseqüência, nem para o CD. Carol volta para brilhar em Canto de Ossanha (Baden e Vinícius); em Wave (Tom), cantada com arranjo de Antonio, cujo final ele aproveitou de um outro feito por ele para shows que Elis Regina realizou em 1968; em Passarim (Tom), arranjo de Maurício Maestro, também gravada no CD Passatempo; em Chovendo na Roseira (Tom) e em Sá Marina (Antonio Adolfo e Tibério Gaspar). E o CD finaliza belamente com a obra-prima Milagre (Dorival Caymmi). Antonio deve estar orgulhoso por Carol cantar o que canta e também por tocar com ela, que brilha sua voz nas oitavas intermediárias do piano – onde fica mais à vontade para mais afinar, bem mais suingar e melhor dividir a letra, multiplicando o seu talento. Aquiles Rique Reis é vocalista do MPB4 e autor de O Gogó de Aquiles, editora A Girafa.
SAMBANDO COM ELTON MEDEIROS E AUREA MARTINS Elton, 76; Aurea, 66: em forma e clássicos no Teatro do Sesc Pompéia. Rua Clélia, 93. Telefone: (11) 3871-7700. Sábado (2), 21h; domingo (3), 18h. R$ 15.
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Planalto Gover no Justiça Congresso
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 1, 2 e 3 de dezembro de 2006
Só teremos um País desenvolvido quando tivermos um capitalismo também desenvolvido Cláudio Lembo
LULA PREPARA SUBSTITUIÇÃO DE BASTOS
MINISTRO DA JUSTIÇA CONFIRMA QUE NÃO FICARÁ NO GOVERNO
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ministro da Justiça, M á rc i o T h o m a z Bastos, participou ontem da abertura do 4º encontro da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla), antes de seguir viagem para representar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na posse do presidente do México, Felipe Calderon, amanhã. Sobre a sua saída do ministério, foi rápido e direto, sem informar a data que retornará à vida privada, embora tudo indique que ele deva transferir o cargo ao final da atual gestão de Lula. Porém, destacou que gostaria de ver o seu sucessor dar continuidade a vários programas adotados sob a sua administração. "Fiquei quatro anos e agora vou ser sucedido por algum nome que está em estudo pelo presidente da República e minha esperança é que se continuem alguns programas, como o Espero que da Polícia Feo novo deral, o da reministro forma do Jucaminhe na diciário, o da direção de integração das forças de construir segurança instituições pública, atraque vés da Secremereçam a taria Nacioconfiança nal de Segurança Públida ca, e esse população trabalho de Bastos c o m b a t e à corrupção e à lavagem de dinheiro", detalhou o ministro. Bastos acrescentou que também deseja inovações de seu sucessor. "Espero que o novo ministro intensifique alguns programas, modifique alguns outros, mas que caminhe nessa mesma direção, de que é preciso construir instituições estáveis, sólidas, que mereçam a confiança da população, como um Ministério Público Federal e uma Polícia Federal indepen-
Ensaio falhou
BASTOS DEIXARÁ E MINISTÉRIO
sboçou-se no PFL um tímido movimento pela candidatura de Marco Maciel à presidência do Senado, com o argumento de que o senador pernambucano teria mais apoios de outros partidos. Mas o movimento não cresceu e prevaleceu a candidatura de José Agripino. O objetivo do PFL é duelar com Renan Calheiros (PMDB), candidato à reeleição. O PMDB reivindica a presidência da Casa por ter a maior bancada: 18 senadores, podendo chegar a 20 se Roseana Sarney e Epitácio Cafeteira (eleito pelo PTB maranhense) assinarem a ficha de filiação do partido.
Joyce Cury / Folha Imagem
Bastos faz balanço: aumentamos punições, inquéritos e processos relacionados à lavagem de dinheiro.
dentes, trabalhando como órgãos de Estado." O ministro Bastos elogiou a atuação da Enccla, com quase 50 órgãos federais e estaduais, que discutem até amanhã as estratégias de trabalho para 2007, e que seria uma das grandes realizações de sua gestão. "Tivemos aumento de punições, inquéritos e processos policiais relacionados à lavagem de dinheiro", destacou. Números – "A Enccla é uma prova de que é possível fazer segurança pública e combater o crime organizado como atividades de Estado e não de governo", emendou Bastos, enfatizando a integração, a cooperação e o trabalho em conjunto
para que os resultados surgissem. Neste ano, 866 pessoas foram condenadas por lavagem de dinheiro, contra 183 em 2005. Em 2006, entre investigados e réus foram 5.419 pessoas, contra 1.008 no ano passado. Lembo – O governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), participou da abertura da Enccla ao lado de Bastos e destacou que é necessário o combate à lavagem de dinheiro e à corrupção, mas não só pública, como também a privada (empresarial). "A corrupção deve ser combatida de todas as formas, duramente", disse Lembo. Para ele, o capitalismo também deve ser fiscalizado com firmeza e rigor. "Só
teremos um País desenvolvido quando tivermos um capitalismo também desenvolvido", explicou Lembo. Para ele, o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também devem agir para evitar deformações no capitalismo. E citou um exemplo da década de 1830 nos Estados Unidos: "Quando havia corrupção, as instituições agiam com dureza e o capitalismo passou a ser mais sadio, mais digno de sua própria estrutura nacional, e é o que eu quero para o Brasil." "Não se pode ter uma vida política saudável quando a vida econômica não é saudável" concluiu Lembo. (AE)
SEPÚLVEDA NO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA? Jurista é tido como o principal candidato à vaga
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AJUDA
BANCOS
Renan Calheiros tem o apoio do presidente Lula e provavelmente dos partidos que formam a base de sustentação do governo no Senado. Se o PFL sustentar um candidato próprio, a luta pela presidência do Senado será renhida, embora exista o favoritismo de Renan.
Coincidência ou não, a verdade é que os bancos foram os maiores doadores das campanhas de Lula e Geraldo Alckmin, seguidos das empreiteiras. São os dois setores que tem grande interesse nas decisões do governo.
TRÂNSITO
Celso Junior / AE 29/11/2006
presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá convidar nos próximos dias o ministro do Supremo Tribunal Federal Sepúlveda Pertence ou o ministro da Coordenação Política, Tarso Genro, para comandar o Ministério da Justiça em substituição ao advogado Márcio Thomaz Bastos. O atual chefe da pasta já acertou com Lula que só permanece no governo até 1° de janeiro, data da nova posse do presidente. Considerada uma área estratégica, o Ministério da Justiça não será submetido à negociação com os partidos da base aliada do governo. "Espero que o novo ministro intensifique alguns programas, modifique outros, mas caminhe na mesma direção, que é construir instituições infensas aos humores dos governos – disse Bastos, depois de participar de abertura da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla). Trocadilho – No momento, o nome mais cotado para assumir a vaga de Bastos é Sepúlveda Pertence. Para Bastos, Pertence é o jurista mais completo e experiente em atividade hoje no País. Pertence é discreto e sempre esteve afinado com causas humanistas, duas características consideradas importantes pelo presidente Lula para o sucessor de Bastos. O favoritismo do ministro do STF já virou até trocadilho entre os integrantes do núcleo de mi-
Eymar Mascaro
nistros mais próximo a Lula. "O futuro do Ministério da Justiça a Sepúlveda pertence" – brincou um auxiliar de Lula. Alternativa – Caso Sepúlveda Pertence não aceite a proposta, a segunda opção de Lula seria Tarso Genro, advogado, culto e uma espécie de coringa do governo. Ele já esteve a frente de importantes setores do governo, como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o Ministério da Educação e da Coordenação Política. Na fase inicial do escândalo do mensalão foi destacado para presidir interinamente o PT. Depois da abertura da Encla, Bastos viajou para o México. O ministro vai representar Lula na posse do presidente eleito Felipe Calderon. Com seu habitual bom-humor, Bastos disse que depois de deixar o ministério sairá de férias por dois meses. Um dos planos do ministro para a fase pós-governo é abrir um pequeno escritório de advocacia. O ministro disse também que poderá criar um blog. Seria uma forma de se manter em atividade, mesmo sem vínculos formais com qualquer estrutura governamental. Desde o início da década passada, Bastos é o ministro da Justiça que permaneceu por mais tempo a frente do Ministério da Justiça. Em em dois mandatos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) teve nove ministros da Justiça. (AOG)
Marco Maciel chegou a ser lembrado porque não tem áreas de atrito no Congresso. Todos os senadores gostam dele, argumenta-se no PFL. O mesmo não acontece com Agripino que, na condição de líder de bancada, foi forçado a criar polêmicas com outros partidos.
CANDIDATURAS É falsa a tese de que PT e PMDB teriam desistido de lançar candidatos próprios à presidência da Câmara. Os dois partidos concordaram em discutir primeiro a hipótese de lançamento de um candidato único da base do governo. Mas ambos os partidos querem fazer o próximo presidente da Câmara.
ALDO REBELO QUER FIM DO VOTO SECRETO
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presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, anunciou ontem que pretende colocar em votação, ainda neste ano, o segundo turno da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do voto aberto. Segundo informações da Agência Câmara, Rebelo disse que só não colocará a proposta em votação na próxima semana porque já existem votações importantes marcadas, como a eleição de um novo ministro para o Tribunal de Contas da União e o pedido de cassação do mandato do deputado licenciado José Janene (PP-PR). Aldo ressaltou que o fim
do voto secreto ainda está pendente de votação na Câmara e no Senado. Sobre a possibilidade de adoção de urnas eletrônicas para as votações secretas da Câmara, afirmou que não há contradição em discutir as mudanças no sistema de votação secreta da Casa ao mesmo tempo em que se discute o fim do voto secreto para todas as deliberações do Legislativo. Segundo Rebelo, será um avanço importante a adoção da urna eletrônica enquanto existirem votações secretas, em razão da agilidade que poderá ser dada às decisões. (AE)
CONDICIONAL Uma das exigências do PV para integrar o governo de coalizão é que Lula ajude o partido a lutar pela suspensão da cláusula de barreira. Por não terem conseguido 5% de votos nos estados, o PV e outros partidos nanicos estão impedidos de receber suas cotas do Fundo Partidário.
NA MOITA O PMDB mantém de sobreaviso seus précandidatos, os deputados Geddel Vieira Lima (BA) e Eunício Oliveira (CE). O partido pode ter ainda uma terceira opção que corre por fora, que é Michel Temer. Detalhe: Geddel pode integrar o ministério de Lula (o das Cidades).
BANCADA
Pertence: ministro do Supremo pode ocupar lugar de Thomaz Bastos.
MUDANÇA O financiamento público de campanha pode ser introduzido na legislação brasileira se o Congresso aprovar a reforma política, como deseja o governo. Assim, as doações de empresas privadas ficam proibidas. O financiamento público é uma antiga reivindicação dos partidos.
Os peemedebistas argumentam que têm o direito de eleger o presidente da Câmara porque tem uma bancada de 89 deputados (a maior da Casa), contra 83 do PT. Mas essa tradição caiu por terra e pode não vingar outra vez, porque Aldo Rebelo (PC do B) é candidato à reeleição com o apoio de Lula.
VANGUARDA O presidente da Câmara tem importância porque é o 2º homem na linha da sucessão presidencial. Ele ocupará a presidência da República quando o cargo estiver vago e o vicepresidente estiver impossibilitado de assumir o cargo.
RESGATE PT e PSDB prometem resgatar suas dívidas de campanha até 31 de dezembro. A campanha de Lula deixou um rombo de R$ 9,8 milhões, mas o do PSDB foi de cerca de R$ 20 milhões. Os dois partidos assumiram as dívidas de seus candidatos.
REFORMA O presidente Lula teria declarado a membros da comitiva que foi à África sua intenção de não fazer mais a parte que falta da reforma na previdência. Enquanto isso, aqui no Brasil, o vice José Alencar se mostrava favorável a uma nova reforma no sistema. A previdência tem um rombo de R$ 40 bilhões.
É CONTRA Tasso Jereissati é contra a participação do PSDB no secretariado do governador eleito da Bahia, Jacques Wagner (PT). Mas o líder da bancada na Câmara, Jutahy Jr., é a favor. Os dois estão em pé de guerra no partido, um acusando o outro de traidor.
ESQUERDA Preocupados com o grande espaço que o PMDB deve ocupar no governo de coalizão , o PT, PC do B e PSB falam na criação de um "núcleo de esquerda" no governo de Lula. O presidente acha que seu governo vai reunir, além do PT, também o PMDB, PC do B, PSB, PRB e PV e provavelmente o PDT.
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Empresas Finanças Imóveis Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 1, 2 e 3 de dezembro de 2006
Além de playground e piscina, novos empreendimentos têm salão de festas exclusivo para crianças.
TERRENOS CHEGAM A 50 MIL METROS QUADRADOS
Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype
OÁSIS DE LAZER EM VOLTA DE CASA Construtoras apostam cada vez mais na expansão de condomínios com amplas áreas de lazer. A única dificuldade é achar terrenos de tamanho adequado na capital paulista.
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layground, piscina e são negociados com preços salão de festas são mais acessíveis que aqueles loitens triviais quando calizados em zonas centrais e se pensa em lazer de tradicionais da cidade, o que condomínio. Agora, sala de acaba influenciando o preço fifitness, sauna, quadras po- nal da unidade", ressalta Franliesportivas e pistas de coo- ça. Segundo ele, estudar o poper, assim como brinquedote- tencial construtivo do terreno ca, espaço gourmet, lan house e planejar cuidadosamente a e garage bands também co- infra-estrutura do empreendimeçaram a figurar como ele- mento também influencia no mentos essenciais na infra-es- preço final do produto. "As trutura de lazer dos novos áreas comuns de lazer benefiempreendimentos imobiliá- ciam um grande número de rios de alto e médio padrão. moradores. Assim, o custo da Não só em São Paulo, mas em construção é diluído e também todo o Brasil, construtoras es- a taxa condominial, que é divitão investindo cada vez mais dida pelo número total de uninesse quesito, transforman- dades do prédio", explica. do condomínios em verda- "Mas não basta pensar só na grandiosidade, tem que pendeiros resorts. De acordo com o diretor de sar na qualidade." Natureza – Morar em um lançamentos da vice-presidência de comercialização e verdadeiro oásis de lazer e prómarketing do Sindicato da Ha- ximo à natureza é o sonho de bitação de São Paulo (Secovi- muitas pessoas. Pensando nisSP) e diretor da Itaplan Imó- so, no último dia 16, a incorpoveis, Fábio Rossi Filho, a ex- radora Klabin Segall e a construtora Lider pansão de emlançaram o p re e nd i me ncomplexo reto com esse sidencial Arperfil no merboris, em um c a d o i m o b iterreno de 14 liário paulismil metros tano está conquadrados em solidada, já Santana, zona que toda a cinorte de São dade demanPaulo. Serão da por condodois condomímínios com nios: o Essenesse conceito tia, com aparde clube. "Há tamentos de mercado, e 142 metros para todo tipo quadrados e de público, asquatro dormisim como há tórios, e o Naautomóveis tura, com unipara todos os Pista de cooper: lazer e esporte dades de 104 tipos de bolsos. Na Itaplan, por exemplo, metros quadrados e três dorcomercializamos apartamen- mitórios, por R$ 380 mil e R$ tos entre R$ 60 mil e R$ 3 mi- 270 mil, respectivamente. "Os condomínios estão em uma relhões", diz o especialista. Segundo ele, a idéia é agre- gião privilegiada, com grande gar em uma mesma área co- potencial de valorização imomum várias atividades e ser- biliária", afirma o diretor da viços para toda a família, Klabin Segall, Sérgio Segall. além de compensar a falta de De acordo com a gerente de áreas de lazer na cidade. Para Marketing da incorporadora, Rossi Filho, desfrutar das ati- Marcella Carvalhal, 40% das vidades dentro do condomí- unidades já foram vendidas. Construído com ampla área nio é uma maneira de encurtar distâncias, economizar di- de lazer em 5,02 mil metros quanheiro e ganhar tempo. "Sem drados de terreno, o Natura terá falar de segurança, conforto e salão de festas adulto e infantil, qualidade de vida. Os pais fi- espaço gourmet, ateliê, brincam muito mais tranqüilos ao quedoteca, playground, lan saber que seus filhos podem house, área de jogos, fitness, brincar ou praticar esportes sauna, sala de descanso, piscina com raia de 20 metros, piscina ali mesmo 'dentro de casa'." No entanto, oferecer tantas infantil, churrasqueira, além de opções de lazer – como piscina um bosque privativo. No Essencom raia, gazebos com chur- tia, o lazer também será privilerasqueira, praças com pomar e giado. Em seus 8,7 mil metros até bosques para a prática de quadrados, os futuros moradoarborismo – demanda amplo res terão espaço teenager, lareiespaço, e isso não é algo fácil de ra, redário, trilha, arborismo, se encontrar em São Paulo. A gazebo com churrasqueira e tendência, segundo o diretor- quadra poliesportiva. A previgeral da Setin Construtora e In- são de entrega das obras é para corporadora, Guilherme Fran- daqui a 34 meses. A construtora e incorporadoça, é construir esses megaempreendimentos – que chegam ra Rossi também está investina ter até 50 mil metros quadra- do pesado em empreendimendos de área total – em regiões tos com conceito clube. Segunmais afastadas do centro da ci- do o diretor-geral da Rossi, Leodade ou em transformação, co- nardo Diniz, desde 2003 foram mo Barra Funda e Mooca, por lançados cerca de sete empreexemplo, onde antigas casas e endimentos com essa caractegalpões industriais têm dado rística, levando-se em consideração terrenos com mais de 10 lugar às novas construções. "Nessas regiões, os terrenos mil metros quadrados. Lumi-
Um dos playgrounds do condomínio Villa Natura, na Chácara Flora. Brinquedos para crianças já não são um diferencial.
Academia é vendida como "espaço fitness"
Áreas verdes são consideradas fundamentais
Grandes condomínios têm piscinas olímpicas, aquecidas ou com minicachoeiras
Espaço destinado ao lazer das crianças é preocupação cada vez maior dos pais
na, em Santo Amaro, Villa Natura, na Chácara Flora, e Residencial Club Tuiuti, no Tatuapé, são alguns deles, com direito a bar na piscina, casa de bonecas e do Tarzan e pistas de skate e de cooper. "Existe boa demanda do mercado e liquidez do negócio", assegura o executivo, que diz ter novidades em vista para o ano que vem. "Estamos estudando um novo projeto para um terreno que temos na Vila Leopoldina, zona oeste da cidade." Litoral – A valorização do lazer chegou até o litoral do
estado. A Rossi Residencial e a Klabin Segall estão lançando oficialmente neste fim de semana o condomínio Oceano, no último terreno de frente para a Praia das Astúrias, no Guarujá, litoral sul. Serão duas torres com 180 apartamentos de dois ou três dormitórios, que variam entre 97 e 156 metros quadrados. "Além de estar a menos de dez metros da praia, o projeto valoriza opções de entretenimento dentro do próprio condomínio, algo raro na cidade", diz o diretor da Klabin
Quadra poliesportiva exige terreno muito grande
Segall. Nos 5,56 mil metros quadrados do empreendimento, a área de lazer incluirá academia, spa com sala de massagem, saunas úmida e seca, lounge adulto com espaço gourmet, home theater, brinquedoteca e quadra de tênis, entre outros. De olho na segurança, o condomínio terá serviços de portaria, ronda e monitoramento 24 horas. Na alta temporada, haverá serviços complementares, como serviço de praia (cadeiras e guarda-sóis), salvavidas para a piscina, mensa-
geiros, recreação e monitoria infantil e professor de musculação para a academia, fora a opção de serviços pay-per-use, como acesso à internet, TV por assinatura, limpeza residencial, lavanderia, massagem, baby sitter, pet shop, etc. "O produto é bastante sofisticado, mas fizemos uma pesquisa de mercado antes de lançá-lo. Vimos que quem vai à praia não quer só praia; também quer outras opções de lazer", finaliza a gerente de Marketing da Klabin Segall. Maristela Orlowski
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Congresso Planalto Violência CPI
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AUMENTAM OS CONFLITOS POR TERRA NO GOVERNO LULA
Será o primeiro ensaio de unidade para a futura coalizão. Henrique Eduardo Alves
AMBIENTALISTAS EM ESTADO DE ALERTA CONTRA A RUPTURA DA LEGISLAÇÃO DO SETOR
CONAMA REPUDIA FALAS DE LULA Membros do Conselho Nacional do Meio Ambiente discordam das declarações do presidente, que os considera responsáveis pelo fraco desenvolvimento.
CRESCE VIOLÊNCIA NO CAMPO A
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violência fundiária cresceu no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, frustrando entidades que esperavam menos tensões rurais sob o mandato do ex-sindicalista, segundo relatório divulgado na última quinta-feira. O estudo, feito por 30 entidades de defesa dos direitos humanos brasileiras, diz ter havido 1.690 disputas fundiárias violentas neste ano no país. Isso representa um aumento de 83 por cento em relação a 2002, quando Lula foi eleito. Homicídios em áreas rurais foram comuns nos últimos quatro anos, segundo o relatório. Pelo menos 73 camponeses foram mortos em confrontos fundiários desde a posse do atual governo, embora o número de mortes tenha caído ligeiramente neste ano em comparação a 2005. "Os números são vergonhosos", disse João Paulo Rodrigues, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), maior movimento social brasileiro. "O governo Lula não cumpriu as expectativas no que diz respeito a trazer justiça para o campo", disse Rodrigues, cujo grupo costuma promover ocupações de fazendas e prédios públicos para pressionar o governo a distribuir terras. Segundo dados, oficiais, 1% da população controla metade das terras brasileiras, enquanto milhões de agricultores vivem na pobreza. O relatório, divulgado anualmente, critica o governo Lula por não se empenhar mais em conter a violência. Ele diz também que o governo não conseguiu cumprir suas promessas de distribuir terras. O texto diz que, na verdade, o atual governo beneficia os interesses do agronegócio em detrimento dos pobres. O governo, no entanto, diz buscar um equilíbrio, incentivando a agricultura familiar e a de grande escala. O relatório também elogia o governo – no caso, por tomar medidas contra o trabalho forçado, mas ressalva que ainda assim a prática continua viva em muitas regiões do País, inclusive em grandes cidades, como São Paulo, onde milhares de imigrantes bolivianos vivem em condições análogas à escravidão em fábricas clandestinas de roupas. O texto ressalta ainda que a violência policial continua sendo um grave problema no País, especialmente em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, e que o governo não consegue controlar os esquadrões da morte nem lhes dar o devido combate. (Reuters)
Ailton Santos / AOF
Estudo aponta 1.690 disputas fundiárias este ano, ou 83% a mais que em 2002, quando Lula se elegeu.
CONFRONTO EM CASCAVEL (PR) – Integrantes do MST e produtores rurais da região de Cascavel, no oeste do Paraná, trocaram socos e pancadas com pedaços de pau. A confusão durou cerca de meia hora. A Sociedade Rural do Oeste (SRO) diz que não vai aceitar o roubo de propriedades e que os produtores vão se defender. O MST diz que a entidade vive no coronelismo.
MST DESOCUPA PRÉDIO DO INCRA EM SÃO PAULO
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s 600 trabalhadores e trabalhadoras rurais ligados ao MST que ocupavam o prédio do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em São Paulo deixaram o local na noite de quarta-feira e retornaram para seus acampamentos e assentamentos. A decisão do MST de desocupar o prédio aconteceu depois de audiência com o superintendente regional do Incra, Raimundo Pires. Ele aceitou executar alguns
pontos da pauta de reivindicações, como a construção de poços, a instalação de bombas e reservatórios de água em 15 assentamentos, a construção de estradas e implantação de centros esportivos e culturais nas áreas da reforma agrária. O Incra se comprometeu também com os depósitos dos fomentos para estruturação dos assentamentos, que serão feitos imediatamente na conta dos assentados. Os créditos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) também deverão ser liberados. Deve ser concedido também um crédito para a construção de 10 mil
moradias junto à Caixa Econômica Federal, além de recursos para obras de saneamento básico e construção de estradas. O MST também requisitou a entrega de seis unidades extratoras de biodiesel e duas usinas de extração de óleos essenciais para projetos agroindustriais em assentamentos. Será definido um plano para execução de obras de recuperação e conservação de solo nas áreas da reforma agrária. Ficou acordada também a garantia da conclusão dos processos de obtenção de terras, que representam 45.800 hectares, que podem assentar mais de três mil famílias. (AOG)
s declarações do posta política," declarou. Queixume – As reclamações presidente reeleito Luiz Inácio Lula da de governadores, prefeitos e Silva de que é pre- empresários sobre os percalciso retirar entraves ambien- ços para terminar obras por tais para desenvolver o País causa da dificuldade de aprotêm deixado de cabelo em pé vação de pareceres ambientais os profissionais do setor. Na são recorrentes e parecem ter reunião ordinária de anteon- chegado aos ouvidos do presitem o Conselho Nacional do dente reeleito. Na noite de anteontem, em Meio Ambiente (Conama), presidido pela ministra do discurso para empresários, ele Meio Ambiente, Marina Silva, disse que não queria criar um aprovou uma nota contra Lula, "bode expiatório", pois as manifestando "indignação" e questões são de várias áreas. "preocupação" com os comen- Mas, em discursos e conversas recentes, tem citado as dificultários do presidente. "As recentes declarações do dades com a legislação ampresidente qualificando o biental, apesar de defender a meio ambiente, os povos indí- ministra responsável pela pasgenas, os quilombolas, o Mi- ta, Marina Silva. "A todos interessa o desennistério Público (MP) e o Tribuvolvimento do nal de Contas da País. Entretanto União (TCU) coesse não pode, mo entraves ao s i m p l e sm e n t e , desenvolvimense restringir ao to do País cau- A todos interessa o crescimento sam-nos preodesenvolvimento. econômico", diz cupação e indiga nota, complenação, pois sina- Entretanto esse não tando que o cuslizam retrocesso pode, simplesmente, to de tentar um na legislação e se restringir ao desenvolvimenna garantia de crescimento to sem controle d i r e i t o s c o nambiental terquistados pela econômico. sociedade brasiConama mina por trazer prejuízos ainda leira", diz o texmaiores. to, aplaudido e Dois lados – O Conama resassinado pelos conselheiros. Trava-língua – O presidente salta que, muitas vezes, os profala, desde o fim das eleições, jetos apresentados não consena necessidade de "destravar" guem a liberação da licença o País. No dia 21, em viagem a ambiental por causa da má Mato Grosso, afirmou que de- qualidade, mas não esquece a dicaria novembro e dezembro notória falta de estrutura do a resolver os "entraves" para poder público para atender à um crescimento mais intenso. demanda. "É importante evi"Estamos vendo como uma denciar que a demora na emistentativa de responsabilizar o são de licenças ambientais se Ministério do Meio Ambiente, deve, primordialmente, a fracolocá-lo como um obstáculo e gilidades técnicas na qualidaenfraquecer a legislação", dis- de dos projetos que, muitas vese Sérgio Henrique Guima- zes, não têm considerado sufirães, do Instituto Centro de Vi- cientemente a complexidade da, que representa as Organi- dos impactos causados à natuzações não-governamentais reza e às populações e, tam(ONGs) do Centro-Oeste no bém, a deficiências estruturais Conama. "Se levanta a bola, na administração pública", diz sempre vai ter empresários ir- a moção que foi distribuída onresponsáveis que tentam apro- tem pelo Conselho Nacional veitar. Essa moção é uma res- do Meio Ambiente. (AE)
TCU, PRIMEIRO TESTE DA COALIZÃO Indicação de ministro, na semana que vem, será uma boa mostra do que será a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados
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indicação de candidato único a uma vaga de ministro no Tribunal de Contas da União (TCU), na próxima semana, será o primeiro teste da coalizão liderada pelo PT e PMDB, antecipando a prova de fogo que vai ser a eleição do presidente da Câmara, em fevereiro. O Palácio do Planalto não quer repetir o desastre político das eleições para a presidência da Câmara em 2005, quando lançou dois candidatos e perdeu para Severino Cavalcanti (PP-PE). Cinco partidos ligados ao
governo registraram candidatos à vaga de ministro do TCU, que será decidida pelo plenário da Câmara na terça-feira: Paulo Delgado (PT-MG), Osmar Serraglio (PMDB-PR), Luiz Fleury (PTB-SP), José Antonio (PSB-MA) e Ademir Camilo (PDT-MG). Pela oposição, concorrem Aroldo Cedraz (PFL-BA) e Gonzaga Mota (PSDB-CE). Líderes dos cinco partidos governistas decidiram fazer eleições prévias nas bancadas, terça-feira, e concentrar votos no vencedor desse processo. "Será o primeiro ensaio de
É natural que o PMDB apresente um candidato, mas isso não deve comprometer a coalizão. Geddel Vieira Lima
unidade para a futura coalizão", disse o vice-líder do PMDB Henrique Eduardo Alves (RN), um dos articuladores das prévias. O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva tem dito aos aliados que vai esperar a definição do comando do Congresso para compor o ministério da coalizão. Além de PT, PMDB, PSB, PDT, PCdoB e PRB na coalizão, Lula deve dar cargos ao PTB, PL, PP e PV em troca de apoio das bancadas. Movimentos – Na quartafeira, a bancada do PMDB vai se reunir para declarar que terá candidato próprio à sucessão de Aldo Rebelo (PCdoB-SP) na presidência da Câmara, mas sem indicar ainda o nome. O PMDB elegeu a maior bancada de deputados (89),
seguida pelo PT (81), que também articula a candidatura do líder do Governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP) no lugar de Aldo. "É natural que o PMDB, com a maior bancada, apresente um candidato, mas não vamos permitir que isso comprometa a coalizão", disse o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), exlíder da bancada. A candidatura do PT é "pra valer", disse o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, apesar da preferência do presidente Lula pela reeleição de Aldo Rebelo.(Reuters)
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Congresso Planalto Estados CPI
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Precisamos saber se a situação deles é anterior ao teto. Marco Aurélio Mello
AÉCIO PODE PERDER DOIS AUXILIARES
OS DESOBEDIENTES DEVEM TENTAR LIMINARES NA JUSTIÇA PARA MANTER OS ALTOS VENCIMENTOS. Rafael Neddermeyer / AE
JUÍZES PODEM SER PUNIDOS PELO CNJ
CONSELHO PEDE O FIM DOS MANDATOS INTERROMPIDOS
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O Conselho quer punir quem mantiver supersalários, e ameaça com improbidade e ações penais.
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Dirigentes da Associação residentes de tribunais que descumpri- dos Magistrados Brasileiros rem a decisão do Con- (AMB) estiveram ontem no TJ selho Nacional de paulista. Assessor da presiJustiça (CNJ) de cortar os su- dência da entidade, Roberto persalários correm o risco de Siegmann, enalteceu o trabasofrer ações penais e de impro- lho do CNJ de levantar os salábidade administrativa. O aler- rios pagos pelo Judiciário e ta foi feito ontem por integran- disse que o exemplo deveria tes do CNJ e ministros do Su- ser seguido pelos outros Podepremo Tribunal Federal (STF). res. "Hoje quem tem caixa preNo entanto, eles acreditam ta é o Executivo e o Legislativo, que os presidentes dos tribu- por exemplo, quando se fala nais não vão simplesmente em verba de gabinete de parladesrespeitar a ordem de man- mentar", afirmou. O ministro do Supremo Triter os ganhos no teto estadual (R$ 22.111,00). Antes, eles de- bunal Federal (STF), Marco vem procurar liminares na Jus- Aurélio Mello sinalizou ontem tiça para respaldar esse com- que é possível que alguns supersalários do Judiciário teportamento. O presidente da Academia nham respaldo na legislação e, Brasileira de Direito Constitu- portanto, não possam ser corcional (Abdconst), Flávio Pan- tados. "O que precisamos persieri, disse que cabe ao CNJ ter ceber, pelo menos sob a minha uma posição firme, punindo ótica, é se a situação deles é anterior ao teto", q u e m d e safirmou. "Se cumprir a depaga um preço cisão que depor se viver em terminou o uma democracorte nos saláQuem tem caixa preta cia, e esse prerios. "A Acaé o Executivo e o ço é o respeito demia espera Legislativo, quando se às regras de rea responsabigência da malização de tofala em verba de téria. A emendos os presigabinete de da constituciodentes de triparlamentar. nal, de início, bunais que Roberto Siegmann, não tem eficánão respeitada ABM cia retroativa", rem a decisão declarou. do conselho; Em causa esperamos ainda que o CNJ determine a própria – A palavra final sodevolução de todos os valores bre os cortes deverá ficar com pagos acima do teto, ao menos o STF, tribunal integrado por a partir da determinação do Marco Aurélio e outros dez ministros. Essa também é a Conselho", afirmou Pansieri. Na quarta-feira, a presiden- opinião do ministro da Justite do CNJ e do STF, Ellen Gra- ça, Márcio Thomaz Bastos, cie, reuniu-se com os presiden- que disse ontem, em Ribeirão tes de 17 dos 19 tribunais de Preto, acreditar que a crise seJustiça do País que pagam salá- ja resolvida dessa forma. "Em rios acima de R$ 22.111, que é o uma democracia, os poderes teto nos Estados. Ela disse que controlam uns aos outros essas remunerações têm de ser a t r a v é s d e u m s i s t e m a d e cortadas retroativamente a ju- freios e contrapesos. E essa lho. Apesar do clima amistoso questão será decifrada pelo do encontro, desembargado- Supremo Tribunal Federal, res sinalizaram que será inicia- que vai dizer a última palada uma batalha judicial em tor- vra", disse. Para Bastos, a determinação no do assunto. Porta-voz do grupo, o pre- do CNJ foi retomada em "boa sidente do TJ de São Paulo, hora", apesar do impasse. Mas Celso Limongi, anunciou que depois que o presidente do TJa decisão do CNJ não será SP, Celso Limongi, afirmou cumprida imediatamente pe- que a decisão não seria cumlo tribunal. Antes, serão feitas prida imediatamente, o minisas contas, caso a caso, para ve- tro já demonstrou conformisrificar se o levantamento do mo com a idéia da situação ser conselho está correto. Um mesmo resolvida no STF. "Em alguns momentos o STF eventual descumprimento generalizado da decisão des- terá que julgar em causa prómoralizará o CNJ, órgão cria- pria, porque não há outra mado pela reforma do Judiciário neira de se fazer isso numa depara exercer o controle exter- mocracia", comentou o ministro da Justiça. (AE) no da Justiça.
AÉCIO PODE PERDER PEÇAS-CHAVE Auxiliares foram sondados pela iniciativa privada.
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as costuras para a montagem do secretariado para o próximo mandato, o governador reeleito de Minas, Aécio Neves (PSDB), corre o risco de perder alguns de seus principais auxiliares na área econômica. Os secretários de Desenvolvimento Econômico, Wilson Brumer, e da Fazenda, Fuad Jorge Noman, estariam sendo convidados para retor-
nar à iniciativa privada. Os dois ocupam cargos estratégicos na administração estadual. Enquanto Brumer é considerado o principal responsável por recolocar o estado no mapa dos investidores, Noman comandou o significativo aumento da receita estadual, de aproximadamente 70% durante a primeira gestão de Aécio. (AE)
Para Marco Aurélio Mello, alguns salários não poderão ser cortados. A palavra final será mesmo do STF.
STJ ISENTA 5ª REGIÃO DA LISTA
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presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Raphael de Barros Monteiro Filho, afirmou ontem que o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe) foi "indevidamente incluído no rol dos tribunais que pagam salários acima do teto legal". Segundo informou o site do STJ, a informação
fornecida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ)de que o TRF da 5ª Região teria 121 casos de supersalários é incorreta. "Não há, nem naquele TRF, nem em qualquer outra unidade da Justiça Federal, servidores ou juízes recebendo salários acima do teto legal", disse Barros Monteiro. Em nota, Barros Monteiro, que também é presidente do Conselho da Justiça Federal (CJF), explicou que o pagamento
do adicional por tempo de serviço, que foi considerado em 2005 como legítimo pelo tribunal, foi suspenso em abril deste ano por determinação do presidente do tribunal, desembargador federal Francisco Cavalcanti, "tão logo foi editada a Resolução nº 13 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que determina a incorporação do adicional por tempo de serviço ao subsídio dos magistrados". (AE)
'NÃO SEREI INTERMEDIÁRIO' Clóvis Carvalho, novo secretário de Kassab, nega ingerência de Serra.
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ex-ministro do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Clóvis Carvalho, indicado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), para secretário do Governo Municipal, insistiu por diversas vezes ontem, em entrevista à "Rádio Eldorado", que sua nomeação não tem nada a ver com uma suposta intenção do governador eleito José Serra (PSDB) de continuar controlando politicamente a prefeitura paulistana. Carvalho também negou que teria no novo cargo a tarefa de intermediar a relação entre Serra e Kassab "Não tem nada a ver. Nos vínculos entre o Serra e Kassab não há necessidade de um intermediário", argumentou o novo secretário. Segundo Carvalho, a Prefeitura e Estado já vinham realizando ações integradas através da Agência de Desenvolvimento do município de São Paulo, criado no passado pelo então prefeito Serra, que indicou o ex-ministro como coordenador. Ele disse ainda que Kassab viu na sua indicação agora para a Secretaria de Governo a oportunidade de promover um alinhamento e aumentar o nível de eficácia das ações da Prefeitura. "É a oportunidade efetiva que o prefeito encontrou nesse convite, para que eu exerça uma função muito específica, a função na secretaria do Governo, mais voltada para fazer com que a estrutura da Prefeitura avance nos projetos", complementou. O futuro secretário do Governo Municipal admitiu, entretanto, que conhece pouco o prefeito. "Não o conhecia, mas fomos apresentados durante a campanha municipal, em 2004, e mantivemos contato, até mesmo por conta da Agência (de Desenvolvimento)", declarou. Sobre o relacionamento com o "Centrão" na Câmara Muni-
Tiago Queiroz / AE
O ex-ministro quer fazer os projetos municipais avançarem.
cipal, ele diz que a articulação política cabe ao prefeito. "O prefeito que vai ser o articulador político. Tenho certeza dasua capacidade, na condição de articulador. Ele já mostrou essa habilidade de criar espaço pro diálogo. Mas, do outro lado, tenho absoluta confiança que o núcleo militante da Câmara dos Vereadores, que tem o interesse público como seu maior objetivo, também vai encontrar seus espaços comuns para integração de seus interesses", definiu. Carvalho vai assumir um dos postos mais cobiçados da administração municipal. O ex-ministro vai ocupar o lugar de Aloysio Nunes Ferreira, que vai para o Palácio dos Bandeirantes. O novo secretário é conhecido pelo seu estilo centralizador.
Além de Aloysio Nunes Ferreira, o prefeito Gilberto Kassab já perdeu o secretário de Finanças, Mauro Ricardo Costa, e o de Planejamento, Francisco Luna. George Tormin e Manuelito Pereira Magalhães Júnior devem ser os respectivos substitutos. Kassab também perdeu o secretário de Negócios Jurídicos, Luiz Antônio Marrey, cujo substituto ainda não está definido. Orçamento – Serra deve começar sua gestão sem o Orçamento de 2007 aprovado pelo Legislativo paulista. Faltando 16 dias para o recesso parlamentar, o governo já considera mínima a chance de aprovação. Se isso se confirmar, Serra assumirá o Estado com um Orçamento engessado, podendo gastar a conta-gotas até que o projeto seja aprovado. (AE)
proposta de reforma política que o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) do governo Lula produziu para apresentar ao Congresso é taxativa: proíbe governadores, prefeitos, senadores, deputados e vereadores de interromperem o mandato conquistado nas urnas para disputar outro cargo eletivo. O objetivo dos conselheiros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é impedir o trampolim político, mas a idéia já provoca polêmica e dificilmente será aprovada. O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, minimizou a nova polêmica, sob o argumento de que o relatório do CDES ainda é preliminar: será submetido à reunião com todos os integrantes do colegiado, na próxima terça-feira, e apresentado à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na segunda quinzena. A intenção do Planalto é que o CDES e a OAB encaminhem proposta conjunta de reforma política ao Congresso, com três eixos básicos: 1) financiamento público de campanhas eleitorais; 2) votação em listas predeterminadas e 3) fidelidade partidária. Se a proibição para a interrupção de mandatos estivesse valen- É positivo do, o governa- que as dor eleito de sugestões São Paulo, Jo- discordem s é S e r r a da visão (PSDB), não p o d e r i a t e r tradicional. deixado a PreTarso Genro feitura para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes. O tucano Geraldo Alckmin também seria impedido de passar o bastão do governo paulista ao vice, Cláudio Lembo (PFL) para disputar a eleição presidencial. "A tensão é natural. Se o Conselho não produzir isso, perde a sua finalidade", amenizou Tarso, ao ser questionado sobre as constantes faíscas no CDES. Para ele, "convencionou-se dizer que o Conselho é condutor do fogo amigo" dentro do governo. "É claro que as tensões expostas provocam algum nível de instabilidade, mas é positivo que não haja um caminho único, que as sugestões se contraponham à visão tradicional". Em 2002, o próprio Tarso deixou a prefeitura de Porto Alegre para disputar o governo do Rio Grande do Sul pelo PT. Perdeu a eleição e, em 2003, foi recrutado para a equipe do presidente Lula. O fim da reeleição não consta da proposta do CDES, ao menos por enquanto. O governo acha que o tema também é muito polêmico e pode dividir ainda mais o Congresso, desviando o foco de mudanças importantes no sistema político e partidário. Mas, seguindo exemplo do recall usado nos Estados Unidos, os conselheiros de Lula e a OAB pregam a "revogação de mandato, mediante consulta popular". O objetivo é incluir dispositivo na Constituição para permitir a revogação de mandatos do presidente da República e de integrantes do Congresso, por meio de referendos convocados por iniciativa popular. No segundo mandato o Conselhão será reduzido e terá novo modelo. Composto por 90 titulares da sociedade civil e 12 ministros, o fórum deverá apenas "monitorar" o cumprimento de um pacote de promessas, batizadas de "agenda do crescimento". (AE)
C idades Chuva: comércio vende 30% menos DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 1, 2 e 3 de dezembro de 2006
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Apu Gomes/Folha Imagem
As pessoas deixam de sair porque se preocupam com a volta. Têm medo do trânsito e alagamentos. Arlinécio dos Santos, supervisor de loja
Este foi o novembro mais chuvoso em 28 anos. O único tipo de comércio que teve aumento nas vendas foi o de guarda-chuvas, os outros, amargam prejuízos.
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Valfrido Paz
s chuvas que atingem São Paulo desde o início da semana já causam impacto negativo sobre as vendas de Natal, especialmente entre os lojistas de rua. Os comerciantes registram uma queda acumulada de cerca de 30% no faturamento diário em relação às expectativas para esse período. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), este foi o mês de novembro mais chuvoso dos últimos 28 anos. Desde quarta-feira, duas pessoas morreram no Rio de Janeiro e uma em Minas Gerais. A concentração de pancadas de chuva na última semana tem reflexos acentuados no comércio, porque, a partir do dia 25 de novembro, começa um período particular, marcado pela sazonalidade das compras de Natal, que se estendem até 26 de dezembro. Na opinião do economista Emílio Alfieri, do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o resultado negativo da expectativa de vendas nos cinco dias desta semana só não é drástico, porque o consumidor da capital e Grande São Banca de jornal foi atingida pela inundação, ontem, próximo à ponte do Morumbi, na zona sul. A concentração de pancadas de chuva na última semana tem reflexos no comércio Fotos: Marcos Fernandes/Luz Valfrido Paz Paulo já está habituado aos problemas causados por temporais e programa-se com antecedência para fazer compras fora do horário característico das chuvas. Segundo dados da ACSP, o ritmo das consultas ao Usecheque – que sinaliza as vendas à vista, principalmente no comércio Para Arlinécio, supervisor de loja, a volta para casa preocupa de rua – mantiveram o patamar do mesmo período da dores de São Paulo ficou caótica, semana anterior, com pico de 162 km de congescom 263 mil pestionamento às 9h, o terceiro pior quisas. Já as consuldo ano pela manhã. tas ao Serviço CenApesar dos alagamentos, o tral de Proteção ao prefeito Gilberto Kassab (PFL) Crédito (SCPC) – disse que a cidade está prepara- Carro ficou coberto pela enchente ontem. Há 28 anos não chovia tanto. importante termô- José Carlos: quando chove forte a cidade pára da para enfrentar as chuvas desmetro das vendas a ta época do ano. "Podemos di- teceu ontem, quase 24 horas há um grupo de trabalho que prazo, principalzer que a cidade está preparada. após o ocorrido, quando o bura- prepara medidas de apoio às vímente em lojas de As informações são bastante co tinha crescido dos 25 centí- timas das cheias. Mas não detadepartamento e tranqüilizadoras. Os investi- metros para 3 metros de diâme- lhou se poderá haver isenção do shoppings – saltamentos em infra-estrutura para tro – e a cratera já havia sido exi- pagamento do IPTU. ram de 192 mil para limpeza de bueiros e córregos bida em três telejornais. Segundo a meteorologista 2 2 1 m i l , u m a usão superiores aos realizados A Secretaria de Coordenação Aline Ribeiro, previsão é de mento de 15,1%. nos anos anteriores", disse. das Subprefeituras informou, melhora do tempo no fim de Na avaliação de Apesar do preparo, na quar- por meio de sua assessoria de semana. “A chuva forte acaAlfieri, os números Guarda-chuvas vendem mais ta-feira, o comerciante Raimun- imprensa, que desde janeiro fo- bou por enquanto. O fim de sedo Usecheque podo Alves de Lima, de 55 anos, foi ram investidos cerca de R$ 75,4 mana será de sol entre nuvens. deriam ter sido medos que culpam o impacto das tragado por um buraco na en- milhões na conservação e me- Na segunda, a chuva volta. Na lhores, puxados pechuvas primeiramente no trân- trada de seu bar. Resgatado com lhoria do sistema de drenagem. terça, haverá a entrada de uma lo movimento de sito e, depois, no comércio. ajuda de vizinhos, chamou a Esse valor, somado aos investi- nova frente fria na cidade”. compras do perío“Uma chuva fraca já afeta nossa Subprefeitura de Itaquera. Se- mentos em áreas de risco e re- (Fernando Vieira e Maristela do de Natal. venda. Quando vem temporal gundo ele, um técnico munici- moção de famílias, eleva para Orlowski, com AE). “Olhando por esse Na página 2, mais sobre as então... o cliente não vem mes- pal apareceu e prometeu voltar R$ 106 milhões o gasto neste lado, podemos dichuvas em São Paulo. mo. Sabe que aqui não enche, em seguida. O retorno só acon- ano. O prefeito Kassab disse que zer que as chuvas mas muitos lugares em volta fiafetaram o comércam embaixo d’água. E nincio nas compras à guém quer ficar ilhado”, disse. vista. E, em relação Chuva – Segundo o Inmet, às vendas a prazo, neste mês choveu 230,7 mm em apesar do cresciSão Paulo. O novembro mais mento no uso do chuvoso até então era o de 1978, crediário, os índi- Cristiane Martiniano: movimento caiu 60% quando foram registrados 423,7 ces já deveriam ter mm de chuva. Até as 19h, o Censubido entre 20% e 30%, que são cupam com a volta para casa. tro de Gerenciamento de Emerconsiderados normais para esta Têm medo do trânsito e alaga- gência (CGE) da Prefeitura haépoca do ano”, disse o econo- mentos”, disse Santos. via registrado 217,5 mm de água mista, acrescentando que os núPara José Carlos, gerente da em todo o mês (cada mm repremeros apontam que o paulista- loja Tecidos, o trânsito ruim por senta 1 litro em 1 m²). O volume no não deixou de ir ao shop- causa da chuva afasta a cliente- é 49% maior do que a expectatiping, mas diminuiu a freqüên- la. “Quando chove forte a cida- va para o mês, de 146 mm, e cia em lojas de rua. de inteira pára. Se tiver de com- muito superior ao mesmo peMesmo em regiões comer- prar, o cliente prefere até pagar ríodo de 2005 (78 mm). ciais localizadas em áreas mais mais caro perto de casa a vir paDados do CGE mostram que elevadas, sem pontos de alaga- ra centros comerciais”, acredita. houve 230 alagamentos no mês mento, esse efeito também é re- Ele afirma que as perdas nas (o dobro de novembro de 2005). gistrado. Nas lojas próximas ao vendas até agora ficaram entre Alguns bairros estiveram por 12 Largo 13 de Maio, em Santo 20% e 30%. Para tentar compen- dias sob estado de atenção, deAmaro, as vendas ainda não sar a queda, José Carlos já tem vido a risco de alagamentos. Endeslancharam como o espera- uma tática preparada: manter a tre zero hora e 19h de ontem, o do. Segundo Arlinécio Alves loja aberta por mais uma hora CGE registrou, no acumulado, dos Santos, supervisor da Casa- em dias sem chuvas. apenas 10 mm de chuva. Mas dos Calçados, os temporais da Na ótica Júlia, também em bairros das zonas oeste, sul e semana diminuíram as vendas Santo Amaro, os prejuízos fo- centro da capital estiveram em em 30%. Em dias de chuvas ram maiores. A vendedora estado de atenção. Ontem fomais fracas as vendas ficam 15% Cristiane Martiniano contou ram registrados 22 alagamenabaixo da média. “As pessoas que o movimento de clientes tos, com 3 pontos intransitáveis. deixam de sair porque se preo- caiu 60%. Ela engrossa o coro A situação do trânsito nos corre-
DIÁRIO DO COMÉRCIO
LAZER - 3 Divulgação
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MÚSICA Sala São Paulo reúne Projeto Guri e Jonh Neschling Fotos: Luludi/LUZ
ENCONTRO DE TALENTOS. COMEÇA UM SONHO.
Rita Alves
O
Sala São Paulo. Praça Júlio Prestes, s/n, Luz, telefone: (11) 3337-54. Domingo (3), às 17h. Ingresso: grátis. Museu da Casa Brasileira. Av. Brigadeiro Faria Lima, 2705, Jardim Paulistano. Tel. (11) 3032-3727. Domingo (3), às 11h. Ingresso: grátis.
TEATRO
PRAZER, BRECHT Sérgio Roveri
Os 290 jovens músicos do Projeto Guri com o maestro Jonh Neschling durante o último ensaio da semana
A
prova mais indiscutível sobre a relevância da montagem de O Círculo de Giz Caucasiano, mais recente trabalho da Cia. do Latão, partiu da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que, durante a temporada carioca do espetáculo, no Centro Cultural Banco do Brasil, incluiu a peça como objeto de avaliação para os candidatos ao curso de direção teatral. Isto não quer dizer que o espetáculo, que chega amanhã, sábado (2), ao palco do Sesc Paulista sob direção de Sérgio de Carvalho, desperte somente interesse acadêmico. Ao contrário. Carvalho recheou este texto, um dos mais importantes do dramaturgo alemão Bertolt Brecht, com 21 canções executadas ao vivo por dois músicos e parte dos 11 atores-cantores que integram o elenco da montagem. "Brecht utiliza uma estrutura shakespeariana que dota o Círculo de Giz de uma beleza antiga e uma força poética muito grande", diz o diretor. "Dentre as peças clássicas do autor, acredito que esta seja uma das mais belas". Escrito entre 1943 e 1945, período em que Brecht vivia nos Estados Unidos, O Círculo de Giz Caucasiano recebeu duas consagradas traduções para o português. Uma delas é de Geir Campos e, a outra, de Manuel Bandeira, esta a escolhida pela Cia. do Latão. "A versão de Campos, na minha opinião, confere ainda mais força à intenção crítica de Brecht", diz Carvalho. "A de Bandeira, ao contrário, aposta mais na musicalidade da obra, por isso nossa escolha recaiu sobre ela. Queríamos, neste momento, valorizar as canções
O menino que vai tocar num conjunto, vai começar a ouvir a si próprio, passando a entender o que ele está fazendo musicalmente. Jonh Neschling
A
soprano Ute Lemper (fotos acima) é a intérprete perfeita das canções de cabaret, que Kurt Weil e Beltold Brecht criaram juntos para montagens teatrais. A peça O Círculo de Giz Caucasiano, ressalta o clima noir, que Lemper gosta de dramatizar e está em vários de seus registros discográficos. Um deles, Berlin Cabaret Evening, é resultado de
Amaral Vieira, Edmundo Villani-Côrtes, Egberto Gismonti e Hermeto Pachoal
Helder, Abigail e Dario: expectativa e emoção. E o ensaio dos músicos com o maestro na Sala São Paulo
Projeto Guri
O
que Brecht escreveu para este espetáculo. Nesta montagem, a música é de uma ajuda inestimável na condução de uma narrativa que se estende por três horas". Além das canções feitas por Brecht, a montagem traz algumas composições criadas pela Cia. do Latão especialmente para o espetáculo. "Seguimos tão à risca o estilo do dramaturgo que o público não reconhece o que é dele e o que não é". Carvalho acredita que Brecht tenha escrito O Círculo de Giz de uma forma muito aberta, o que resultou em várias peças dentro de uma só. Movendo-se entre as diversas histórias que se entrelaçam, ele localiza dois personagens principais – a jovem Grusha, uma criada de cozinha que tenta salvar um bebê, e um juiz chamado Azdak, que utiliza métodos nada ortodoxos para fazer valer o seu senso de justiça, inclusive na hora de decidir sobre o destino da criança. "Acredito que a encenação tenha conseguido ressaltar um dos pontos mais interessantes desta obra, que é mostrar que pode existir um prazer pela vida apesar de todas as coisas desastrosas que atingem os personagens", diz Carvalho. A montagem de Círculo de Giz marca, também, a primeira experiência da Cia. do Latão em trabalhar com atores vindos de outros grupos. O Círculo de Giz Caucasiano, estréia amanhã (2) no Sesc Paulista, Avenida Paulista, 119, 12° andar, tel.: (11) 3179-3700. Sexta a domingo às 20h. Ingressos a R$ 15.
A voz de Brecht
Ronaldo Ceravolho/Divulgação
clima é de expectativa. E não poderia ser diferente, afinal é a primeira vez que os jovens do Projeto Guri e o maestro Jonh Neschling ocuparão o mesmo palco. O encontro será domingo na Sala São Paulo, no espetáculo Guri Convida John Neschling - Concerto da Orquestra e Coro do Projeto Guri sob a Regência do Maestro John Neschling. Além da união inédita, o programa também traz obras de Amaral Vieira (Concerto Breve), Edmundo Villani-Côrtes (Rapsódia Brasileira) e Tasso Bangel (Opus São Paulo), todas compostas exclusivamente para o Guri. Beth Parro, diretora executiva do Projeto Guri, conta que a idéia de tocar com o maestro já é antiga, mas foi há cerca de três anos que começou a amadurecer e ganhar força. "Essa apresentação é um sonho que eu estou realizando e, sem dúvida, é um marco na história do Projeto Guri". A diretora não esconde a felicidade, mas revela que a produção do evento está sendo um misto de ansiedade e responsabilidade. A inquietude também atinge os protagonistas do concerto. "Minha maior preocupação é com a afinação", confessa Abigail Fernandes da Silva, integrante do Projeto Guri há um ano. A jovem de 16 anos toca violino desde os 6 e conta que conseguiu aperfeiçoar o que já sabia no Guri. "A aprendizagem musical é o maior benefício de participar desse Projeto". Dario Antonio Donário Ricco, de 18 anos, soube do concerto com Neschling depois das férias de julho. "Esse concerto está sendo muito esperado e isso me deixa bastante nervoso". Apesar da preocupação, o percussionista torce para que tudo dê certo e todos se divertam. Quem também está ansioso é o violonista de 17 anos Helder Fernando Souto dos Santos. "Fico preocupado, mas depois que o concerto começa, consigo relaxar. E até acabo querendo mais". Ele diz que vai caprichar o quanto puder, porque além de ser um evento significativo, a família e outras pessoas importantes farão parte da platéia. Já no palco, estarão 290 jovens dos Pólos Júlio Prestes, Osasco, Indaiatuba, Sesi, Amácio Mazzaropi e Itaquaquecetuba. O Projeto Guri existe há 11 anos e promove a inclusão social e cultural por meio do ensino coletivo da música. Fazem parte dele crianças e adolescentes de oito a 18 anos. O maestro John Neschling dá sua definição sobre o grupo: "É um projeto que tem um conteúdo social extraordinário. Porque o músico, o menino que vai tocar num conjunto, vai começar a ouvir a si próprio, passando a entender o que ele está fazendo musicalmente. Ao mesmo tempo, ele vai ter que ouvir seus colegas, é o que ele faz na sociedade". Antes do evento na Sala São Paulo, outros 35 jovens do Guri tocarão no Museu da Casa Brasileira. Com regência do maestro Marcelo Brasil, a Camerata de Cordas Dedilhadas do Projeto Guri terá violão, bandolim, cavaquinho, viola caipira e percussão. No repertório, composições de João Pernambuco, Garoto, Hermeto Pachoal e Egberto Gismonti.
Projeto Guri, Organização Social sem fins lucrativos, promove nos seus 11 anos de atuação a inclusão social e cultural por meio do ensino coletivo da música, desenvolvendo a sociabilidade, a auto-estima e o senso de cidadania de crianças e adolescentes de oito a 18 anos, além de incentivar o interesse pelas artes. Beth Parro (foto) atua como diretora executiva da entidade. Ela conta que atualmente a organização social tem 46 mil alunos. A entidade possui diversos parceiros, patrocinadores e colaboradores, mas o principal mantenedor do Projeto Guri é o Governo do Estado de São Paulo.
espetáculos cênicos apresentados em grandes teatros, entre eles O Scala, de Milão, o Barbican Centre, de Londres, e o Lincoln Center, de Nova York. Neles, temas emblemáticos de Weil/Brecht costuram o roteiro e remetem o público aos anos de 1930/40. Destaque: Three Penny Opera (Ópera dos Três Vinténs), cujo refrão é a melodia Mack The Knife.
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
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mil reais foi quanto cada cidadão recolheu de impostos de janeiro a setembro deste ano.
LEÃO ABOCANHOU R$ 593 BILHÕES ATÉ SETEMBRO Carga fiscal nos primeiros nove meses do ano alcançou 38,95% do PIB
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os primeiros nove meses deste ano entraram para os c o f re s p ú b l i c o s R$ 593,66 bilhões em tributos, o que corresponde a 38,95% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período do ano passado, foram arrecadados R$ 539,45 bilhões, o que representou uma carga tributária de 38,1% do PIB. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). "Que a carga tributária vem crescendo não é surpresa, mas isso demonstra que é preciso reduzir esse peso ou a economia do País não vai destravar. Nesse ritmo, teremos quase a metade da média de crescimento dos demais países emergentes", afirmou Gilberto Luiz do Amaral, presidente do instituto. Per capita – De acordo com o levantamento do IBPT, de janeiro a setembro deste ano, entraram para os cofres públicos R$ 2,17 bilhões em tributos por dia. Por hora, o leão abocanhou R$ 90,6 milhões no mesmo período. O estudo do IBPT revelou, ainda, que a carga tributária per capita teve aumento nominal de 9,82% de janeiro
2,17 bilhões de reais em tributos ingressaram por dia nos cofres públicos de janeiro a setembro deste ano, segundo estudo do IBPT. a setembro. Descontada a inflação, a expansão foi de 5,96%. Outro dado do estudo é que cada cidadão recolheu, em média, R$ 3,2 mil em impostos nos primeiros nove meses deste ano, ou seja, R$ 288,09 mais do que o montante pago no mesmo período do ano passado. O estudo também concluiu que os tributos federais representaram 69,29% do total arrecadado nos nove primeiros meses de 2006, os tributos estaduais, 26,05%, e os municipais, 4,65%. Segundo Amaral, o tributo de maior impacto foi o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), com uma arrecadação
da ordem de R$ 123,66 bilhões, seguido do Imposto de Renda, que rendeu R$ 98,75 bilhões. Em terceiro lugar aparece a contribuição para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que registrou uma arrecadação de R$ 92,47 bilhões. IRPF – O Imposto de Renda, segundo o IBPT, foi responsáv e l p o r u m re c o l h i m e n t o 10,31% maior do que o montante que entrou para os cofres públicos no mesmo período do ano passado. Para o presidente do IBPT, a correção de 3% na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) em 2007, confirmada ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega (leia mais na página 3 deste cade rno), não vai mudar a tendência de aumento da arrecadação do imposto, ano a ano. "A correção da tabela do IR nesse patamar nem é um alívio para os contribuintes, nem impacta as contas do governo. O ideal seria uma atualização de 49% por causa da inflação acumulada desde os anos 1990", defendeu o tributarista. De acordo com Amaral, a correção de 3% trará um benefício inferior a R$ 100, no ano, para cada contribuinte.
Fabio Pozzeborn/ABr
Laura Ignacio
PIB cresce apenas 0,5% Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do terceiro trimestre do ano cresceu apenas 0,5% em relação ao segundo trimestre, na série com ajuste sazonal, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o terceiro trimestre de 2005, o PIB registrou expansão de 3,2%. De janeiro a setembro de 2006, o PIB acumula crescimento de 2,5%, se comparado ao mesmo período do ano passado. No acumulado de 12 meses (outubro de 2005 a setembro deste ano), a expansão foi de 2,3%. O PIB da indústria cresceu 0,6% no terceiro trimestre ante o segundo trimestre. Ainda nessa base de comparação, houve crescimento no PIB da agropecuária (1,1%) e setor de serviços (0,4%). Na comparação com o terceiro trimestre de 2005, o maior crescimento o c o r re u n a a g ro p e c u á r i a (7,8%) seguida da indústria (3%) e dos serviços (2 2%). Os investimentos tiveram um bom desempenho no PIB no período, com alta de 2,5%
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3,2 por cento foi o índice de crescimento do PIB na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, segundo o IBGE na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) ante o segundo trimestre, e uma expansão de 6,3% ante o terceiro trimestre do ano passado. Consumo – A demanda interna mostrou trajetória positiva com o terceiro trimestre consecutivo de crescimento no consumo das famílias ante o trimestre anterior, com expansão de 0,5% no terceiro trimestre ante o segundo trimestre. Na comparação com o terceiro trimestre de 2005, o consumo das famílias cresceu 3,4%. O IBGE destacou que, na comparação com ano
anterior, o consumo das famílias vem crescendo desde o quarto trimestre de 2003. Para o PIB crescer 3,2% em 2006, segundo a última previsão do governo embutida na revisão do Orçamento, a expansão no quarto trimestre em relação a igual trimestre do ano passado terá que ser de 5,2%, segundo os cálculos apresentados pela gerente de contas trimestrais do IBGE, Rebeca Pallis. O último aumento trimestral do PIB nessa base de comparação, acima de 5%, ocorreu no terceiro trimestre de 2004 (5,9% ante o quarto trimestre de 2003). Em quarto trimestre, o maior crescimento registrado mais recentemente ocorreu também em 2004 (4,7%), um ano de expansão mais forte da economia do País. Ainda segundo os dados do IBGE, para um crescimento de 3% em 2006, a expansão no quarto trimestre tem que ser de 4,4%. Caso o desempenho desses meses fique inalterado em relação ao período anterior, o PIB deste ano crescerá apenas 2,7%. (AE)
O secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, reconheceu que a alta carga fiscal impede o País de crescer
Kawall: carga é elevada secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, reconheceu ontem que a carga tributária elevada é um empecilho para o crescimento econômico do País. "Há um reconhecimento de que a carga tributária é excessiva e, por isso, disfuncional, do ponto de vista do crescimento", disse. O secretário falou na abertura do Seminário Internacional de Finanças Públicas, promovido pelo Tesouro Nacional, em Brasília. Kawall lembrou que o Brasil tem tido melhoras econômicas significativas nos últimos anos, que levaram o País à situação inédita de um governo iniciar um segundo mandato sem ter que se debruçar sobre uma crise fiscal e de confiança, e sem ter que discutir planos econômicos para debelar a inflação. "Mas a melho-
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ra coloca novos desafios à nossa frente. Sempre há o que avançar e precisamos avançar", disse Kawall. Para o secretário, esse avanço passa pela discussão, não mais de uma agenda de curto prazo, mas de políticas de médio e longo prazo – que permitam trabalhar para a redução da carga tributária e, ao mesmo tempo, elevar a capacidade de investimento público – que foram "sacrificadas" nos últimos anos de ajuste fiscal. Para Kawall, esse debate fiscal de médio e longo prazo faz parte do trabalho de promover um crescimento mais vigoroso da economia brasileira, que foi determinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas o secretário não mencionou não quais serão essas políticas de médio e longo prazo. O secretário do Tesouro Nacional afirmou que não há espaço para
uma "queda vertiginosa" na carga tributária brasileira. Segundo ele, uma redução do peso dos impostos na economia vai depender do espaço a ser criado pelo controle dos gastos correntes, que faz parte das medidas do pacote fiscal em estudo pela equipe econômica. "É preciso melhorar o desenho e promover a redução da carga de forma cautelosa, porque não há espaço para cortes drásticos", declarou o secretário. (AE)
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Compor tamento Urbanismo Clima Transpor te
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NUVENS ESCURAS: É HORA DE SE PREPARAR
Milton Mansilha/Luz
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Para o prefeito Gilberto Kassab, a cidade está preparada. O problema é o volume de água.
e novembro a março, a aposentada Carmem De Meo passa o dia olhando o céu, tentando adivinhar se vai chover. Quando as nuvens do lado direito da sua casa ficam escuras, é temporal na certa. É hora então de colocar as comportas nos portões e tampar os ralos com sacos de areia para evitar que a água da rua volte para dentro de casa. O próximo passo é avisar os vizinhos por telefone sobre a possibilidade de enchente nas ruas do bairro Morro do S, região de Campo Limpo, zona sul. Paulistanos, já cansados das enchentes, No Jardim Jussara, perto do córrego Pirajuçara, a situação apresentam seu arsenal para se proteger das não é diferente. Dependendo águas. São comportas, muros altos e reforçados de que lado aparecem as nuvens escuras, é enchente na cere acionamento automático para fechamento de ta. Só a maneira de avisar a viralos. Além disso, vizinhos usam telefones e zinhança é diferente. O aposentado Djalma Kutxfara, aciona sirenes para avisar sobre temporais. seis barulhentas sirenes. Essas são algumas maneiras Kelly Ferreira que a população encontrou para se proteger das enchentes, evitar perda de bens, doenças e mortes por causa dos transbordamentos de rios e córregos. "Toda temporada de chuva é a mesma coisa", disse Carmem. Apesar das enchentes serem corriqueiras em determinados lugares, o prefeito Gilberto Kassab garante que São Paulo está preparada para enfrentar Djalma Kutxfara, líder comunitário, com suas barulhentas sirenes: depois de perder um Fusca em uma enchente, hoje ele usa a sua Parati para monitorar o córrego Pirajuçara as chuvas. Segundo ele, o problema é que está chovendo acima da média. Este ano, só no Morro do S já foram três enchentes. Progresso - O problema do Morro do S começou com a chegada do metrô. Segundo Carmem, líder comunitária da região, em 2000, por conta da construção da linha 5 – Lilás, o córrego Morro do S transbordou e atingiu 12 ruas, desabrigando cerca de 400 famílias. Carmem: nuvens à direita, tempestade na certa De lá para cá, os moradores investiram com criatividade para não ter as casas invadidas de que o nível de água do córrego está compropelas águas. metido. Imediatamente, Djalma recebe o aviso. Na rua Joaquim Nunes TeiEle pega o seu carro, não mais o Fusca, mas uma xeira, por exemplo, a dona de Parati, e sai para observar a bacia do Pirajuçara e casa Emília Maria Loiola coloos piscinões. As informações vão para o CGE. cou uma comporta de ferro e Em caso de perigo, Djalma aciona as seis válvula de retenção para evitar barulhentas sirenes. que o esgoto entre pelos ralos. "Não tem jeito. Subiu o nível do córrego, teMas agora a água da chuva fica nho de vir correndo de onde estiver para acioparada no quintal da casa. "A nar as sirenes. No sábado, sai correndo de um enchente não chega dentro de casamento. Tenho a responsabilidade de avisar casa. Mas a água da chuva fica as pessoas para que não sejam surpreendidas parada no meu quintal, sem ter com as enchentes. Ganho apenas a satisfação de para onde ir. A solução é tirá-la ajudar as pessoas", disse Djalma. com o rodo", disse Emília. No Morro do S as cenas de enchente são comuns. Mesmo com comportas, o quintal fica cheio de água da chuva. Solução – SegundoDjalma,paraacabarcomos As casas das ruas próximas transbordamentos no Pirajuçara seriam necessáao córrego Morro do S são bem parecidas. Todas fraestrutura, não foi preciso fazer a limpeza", dentro de casa. Foi então que ele decidiu se mo- rios piscinões para acomodar 1.750 metros cúbitêm comportas. Umas mais comuns, com gran- explicou Carmem. Segundo ela, a água não pas- bilizar. Colocou comportas nos portões, au- cos de água. Os cinco piscinões construídos têm des portas de ferro ou de concreto. Outras, mais sa em uma das entradas da galeria. "Pagamos mentou a largura do muro e até criou um poço capacidade para 600 mil metros cúbicos. "Não há criativas, como uma rampa para estacionar o impostos e nos fazem de palhaço. Só podemos para recolher a água de chuva que ficava parada espaço físico para os outros. E mesmo construincarro. Alguns moradores fizeram degraus para nos proteger. Infelizmente, não tenho nenhuma no quintal. Quando a água atinge um certo ní- do, o problema estaria resolvido apenas por 20 entrar e sair de casa. Muros novos também são esperança de mudança", afirmou. vel, automaticamente é acionado um mecanis- anos, por causa do crescimento da cidade". comuns por lá. O chefe da assessoria técnica de obras e serPiscinões – No Jardim Jussara, próximo ao mo no poço que a joga para o lado de fora da ca"Muitas pessoas perderam o que tinham. A córrego Pirajuçara, a situação é ainda pior. As sa, direto em um canteiro de plantas. "Cansei de viços das subprefeituras, Ronaldo Camargo, força da enchente já carregou muros, carros e tu- enchentes acontecem há anos e já foram feitos tomar chuva na cara. Só em uma comporta gas- disse que a falta de drenagem da cidade é um do o que tinha dentro de casa. É muito triste ter- cinco piscinões, mas o problema continua. Em tei mais ou menos R$ 1.500", disse Djalma. dos principais problemas. "Cada vez há mais asmos de fazer isso para fugir das enchentes. Em 1996, o Fusca 61 de Djalma, presidente do grupo Foi por meio do grupo, que o Centro de Ge- falto e pisos cimentados. A água não tem para 2000, a água chegou a dois metros de altura. A de Combate a Enchente no Pirajuçara e Poá, foi renciamento de Emergências (CGE) da Prefei- onde ir. A cidade está preparada. Mas não poPrefeitura diz que limpou o córrego, mas não é atingido por um transbordamento do córrego. tura encontrou Djalma. A partir daí, foi instala- demos garantir que não haverá enchente com verdade. Segundo o pessoal da secretaria de In- A água chegou a quase dois metros de altura do um aparelho no Pirajuçara que avisa o CGE mais de 50 milímetros de chuva".
Se a água sobe, a sirene apita
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GASTRONOMIA Festival de ostras no Felix Bistrot Fotos: Divulgação
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ADEGA
UVAS TRADICIONAIS. NOVOS PRODUTORES.
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Linguado ao molho de vôngole e ostras, uma das opções de prato principal no festival, que dura até o dia 17 no Felix Bistrot, na Granja Viana
aborear uma refeição de qualidade com calma, boa paisagem à vista, conforto, cercado de bons serviços. Quantas vezes por semana, ou por mês (por ano!) os paulistanos se dão a esse luxo? Mesmo em uma cidade com tantos restaurantes, há poucos lugares que de fato oferecem todos esses itens combinados. A dica é Felix Bistrot, na Granja Viana e o atual Festival de Ostras, comandado pelo chef Alain Uzan. A casa fica a 13 quilômetros do centro da capital. Nada assustador para gente acostumada com as distâncias dentro da própria cidade. De qualquer modo, basta um motivo para ir até lá, para quem gosta de comer bem. Até o dia 17, são as ostras combinadas com carnes e saladas, ostras cruas ou gratinadas. Uzan, natural de Vendée, pequena cidade litorânea no norte da França, usa o molusco nos pratos há duas décadas, desde a época em que era dono de restaurante em sua terra e via a população se multiplicar por dez durante o verão. Desde 2004 no Felix Bistrot, ele manteve o gosto por criar pratos com fruto do mar. Aqui, incorporou ingredientes brasileiros às receitas. Para começar, o couvert (R$ 6), com pães (experimente o de nozes) feitos na casa, patê de fígado e frutas marinadas. Em seguida, as entradas frias: ostras frescas (R$ 18); a salada minestra (R$ 18), o gaspacho de ostra e vodca (R$ 20) e ostra com s a l m ã o e c av i a r (R$ 23). As entradas quentes oferecidas no festival, um grau mais elaboradas, são as ostras à moda de Nantes (R$ 26), que consiste nos moluscos em molho de creme de leite, com um toque de limão (deliciosa), e as ostras a Rockefeller (R$ 26), recheadas com vege-
Lúcia Helena de Camargo
Fotos: Paulo Pampolin/Hype
superprodução de vinhos na Comunidade Européia tem gerado problemas graves, a ponto de seu setor de agricultura, em Bruxelas, ter sugerido o arrancamento de videiras dos principais países vinhateiros. Apesar dessa superprodução, algumas variedades de uvas parecem estar livre da ameaça, pois produzem vinhos bem caracterizados, únicos, e tão somente em algumas regiões específicas e limitadas, caso da variedade Avarinho ou Albariño. Essa variedade, de "terrois" específicos, vem de ser cultivada no Novo Mundo, onde digamos, menos se esperaria. A Alvarinho no Minho português e a Albariño na galícia espanhola produzem alguns dos melhores vinhos verdes que se conhece. Em Portugal a região situa-se à margem esquerda do Minho, no Conselho de Monção e Melgaço e na Espanha, à margem esquerda nas chamadas Rias Baixas galegas, regiões de clima e solo semelhantes, que condicionam as características de seus vinhos. São vinhedos relativamente pequenos, que entre os espanhóis e portugueses chegam apenas a 23.000 ha. Provaremos nesta oportunidade um Alvarinho português, tradicional e consagrado e um recém-chegado, do Novo Mundo. Alvarinho - Portal do Fidalvo 2005
Verde, mesas ao redor da piscina e a boa cozinha de Alain Uzan, exemplo no ótimo filé com ostras (abaixo)
tais e ervas diversas, depois gratinadas com queijo parmesão. Instalado numa antiga casa de campo, o restaurante tem verde nativo e cultivado em pontos estratégicos, para fazer o comensal esquecer a taxa de CDB, nem lembrar da crise do Oriente Médio, para concentrar energias na expectativa sobre o próximo sabor que virá à mesa. O que nos leva ao prato principal, que pode ser Brochettes Terra e Mar (R$ 33); filé de linguado ao molho de vôngoles e ostras (R$ 35); papillote de cambucu e ostras ao molho de manga (R$ 35); filé mignon de porco com ostras ao molho de vinho tinto (R$ 38), que ganha palmas de quem gosta de carne suína; há ainda o ravióli aberto com ostras e camarão ao molho Bisque (R$ 31) e o fantástico filé
com ostras, shitake, espinafre, molho roti com licor de cereja (R$ 38). O oceano fica longe dali, mas a piscina ao redor da qual ficam as mesas representa a água que se espera ter por perto ao comer frutos do mar. O menu especial é oferecido tanto no almoço como no jantar. As ostras são trazidas semanalmente de Santa Catarina e continuarão chegando mesmo depois de acabado o evento, pois alguns pratos já integram o cardápio, como as ostras à moda de Nantes. O proprietário é Orlando Casanova. E seu braço-direito, Vinícius Rioli, gerente da casa, vai às mesas, explica o cardápio, comanda o serviço, sem descuidar dos detalhes, das taças sempre cheias ao viço dos cravos que adornam as mesas. Vinhos servidos em garrafa ou taça, com preços justos (R$ 5 pela taça de
um Chardonnay da Casa Valduga, por exemplo), ajudam a completar o prazer da refeição. Para o encerramento, a sugestão é a terrine de três chocolates (R$ 14), branco, ao leite e meio amargo. Durante a semana é oferecido no almoço o cardápio light, pelo qual se paga R$ 20 por entrada, prato e sobremesa. Mas esse só vale a pena se você for morador da Granja Viana, porque pode voltar lá no jantar para comer as ostras. Felix Bistrot - Rua José Felix de Oliveira, 555, Granja Viana, Cotia, telefones: (11) 4702-3555 e 4612-2339. Funciona de terça a sexta, no almoço das 12h às 15h, e jantar das 19h às 24h. Sábado, almoço das 12h às 17h e jantar das 12h às 24h. Domingo abre apenas no almoço, das 12h às 17h.
SHOW
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SABOR DO MAR. AQUI PERTO.
Sérgio de Paula Santos
A
enorme procura por ingressos para o show do lendário guitarrista de blues B.B. King em São Paulo levou a produção a programar show extra no dia 4, no Via Funchal. Ele anuncia que esta turnê, The Farewell Tour, será mesmo a última de sua carreira. Depois, segue para Curitiba e Rio de Janeiro. Os ingressos, vendidos a R$ 900 para o show no Bourbon Street, já estão esgotados, assim como as dez mesas (40 lugares) disputadas em leilão. Bourbon Street, tel.: (11) 5095-6100. Via Funchal, tel.: (11) 3089-6999.
Produtor: Barbeita, Moncão. Importador: Decanter, Rua Joaquim Floriano, 101, c. 805, Itaim, São Paulo, tel.: (11) 3074-5454. O vinho é um dos mais reputados entre os vinhos verdes do país, chegando a receber uma medalha em 2005. De coloração amarelopálida, é elegante, leve e frutado. Na boca, o vinho se expande em uma riqueza de sabores, cítricos, minerais e agradavelmente acidulado. Acompanha bem peixes, frutos do mar e aves. Um grande vinho e uma ótima companhia para o verão. Preço: R$ 76. Avaliação: 86/100
Bouza: primeiro Alvarinho fora da Península Ibérica, um atrativo, uma novidade e uma ousadia
vinhos (de meia dúzia de variedades), produzem-se 25 hl de vinhos/ha, o que mostra uma elaboração cuidadosa. O vinho é de coloração amarelocitrina com reflexos esverdeados. Límpido e brilhante tem um aroma frutado e duradouro. Na boca é acidulado, diferenciando-se ligeiramente dos europeus pela menor nitidez da fermentação maleo-lática. A "agulha" do vinho e mais suave, e muito agradável, suave e macia. Com 13° GL de álcool, é fresco, leve e elegante. A iniciativa dos Bouza em trazer a Alvarinho para a América do Sul é louvável. Muito bom vinho, também naturalmente p/acompanhar peixes e frutos do mar. Preço: R$ 74. Avaliação 82/100. Critérios: Regular - De 50 a 60 pontos sobre 100 possíveis Bom - 60 a 70 pontos Muito Bom - 70 a 80 pontos Ótimo - De 80 a 90 pontos Excelente - Acima de 90 pontos Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, O Vinho e suas Circunstâncias, Senac, São Paulo, 2003.
Albariño Bouza 2005 Produtor: Bouza, Canelones, Uruguai. Importador: Decanter, Rua Joaquim Floriano, 101, c. 805, Itaim, São Paulo, tel.: (11) 3074-5454. Que saibamos é o primeiro Alvarinho/Albariño fora da Península Ibérica, o que já é um atrativo, uma novidade e uma ousadia, justamente em um vitivinicultura modesta, onde predominam a rude Tannat e a inexpressiva Folle Noire. Em uma propriedade de 23 hectares de
Portal do Fidalvo: elegante, leve e frutado
À mesa com Cavour José Guilherme R. Ferreira
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unificação italiana passou por uma das mesas do restaurante Il Cambio, de Turim, e foi regada a Sizzano, vinho 40% Nebbiolo, uma das uvas mais nobres cultivadas nas colinas da região do Piemonte. Num dos cantos do restaurante, invariavelmente na mesa com vista para o Palazzo Carignano, sede do parlamento, sentava-se o conde Camillo Benso de Cavour (1810-1861). Primeiro-ministro piemontês à época do rei Vittorio Emanuele II, ativista central do Risorgimento italiano, Cavour estendia seus almoços horas a fio e monitorava o movimento de “visitantes” do parlamento pela janela. Quando sua presença no palácio era requerida, um lenço branco era acenado a partir do balcão. “Era a sucursal do parlamento”, descreve o jornalista Paolo Massobrio, da revista Meridiani.
Il Cambio é até hoje um restaurante luxuoso e mítico, com espelhos, cristais e garçons impecáveis capazes de emprestar com elegância um paletó adequado para um visitante desavisado sobre a história e a pompa do lugar. São três ambientes: duas saletas, com 20 e 30 lugares, e o salão Cavour, para até 80 comensais. Por seus veludos passaram muitos políticos célebres como Garibaldi e Mazzini, também artífices da unificação da Itália. A carta de vinhos da casa privilegia os rótulos do Piemonte e mantém tanto o Sizzano quanto vinhos das colinas de Langhe e do Roero, também preparados com Nebbiolo. No cardápio, o prato rotineiro do estadista: a “Finanziera”, de preferência com galinha d’angola. Cavour não dispensava aspargos frescos, regados com gemas de ovos cruas, nem o pernil e os filettini de vitelo com bagna caoda.
http://it.wikipedia.org/wiki/Sizzano_(vino) http://www.nndb.com/people/514/000092238/
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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s
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m viagem à África, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou ontem que o melhor é esquecer os números do crescimento da economia neste ano, bem abaixo das projeções iniciais do governo. Após participar de reunião com cerca de 25 chefes de Estado africanos e sulamericanos, num hotel em Abuja, capital da Nigéria, ele minimizou o aumento de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre em relação aos três meses anteriores. "Já não estou mais pensando em 2006", afirmou. "Agora estou pensando em 2007, 2008, 2009 e 2010." Em Brasília, o ministro da Fazenda Guido Mantega considerou o resultado "um pouco decepcionante". O governo estimara um crescimento de 4% em 2006. Na semana passada, os técnicos refizeram as contas e previram aumento de 3,2%, um percentual ainda exagerado, na avaliação do mercado. A mais
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TAXA MÉDIA DO GOVERNO LULA SERÁ DE 2,6%
AGORA SÓ 2007, DIZ LULA Presidente minimiza os efeitos do crescimento de 0,5% do PIB. Para o ministro Mantega, foi "decepcionante". recente pesquisa Focus, feita toda semana pelo Banco Central, indica que os analistas esperam aumento do PIB de 2,94% neste ano. A projeção se baseia em dados de mais de 100 instituições financeiras. Mesmo deixando claro que quer esquecer os números de 2006, Lula avaliou que a economia crescerá 1,5% ou mais no 4º trimestre deste ano. "Vou esperar primeiro o quarto trimestre para ver como vai ficar", disse. Lula ressaltou que está tomando medidas para garantir melhores números na área econômica no segundo mandato. Até o final do ano, ele pretende anunciar medidas de redução de impostos e novas obras de infra-estrutura. O presidente não quis comentar a notícia de que o governo teria decidido corrigir
Fábio Motta/AE
Furlan, ministro do Desenvolvimento: "O PIB de 2006 já aconteceu"
a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) em 3% em 2007 e mais 3% em 2008. Taxa média – A economia deverá fechar o primeiro mandato do governo Lula com taxa média de crescimento de no
máximo 2,7% ao ano, caso se confirmem as projeções otimistas da equipe econômica, de que o PIB avançará 3,2% neste ano. Esse ritmo é um pouco superior ao obtido nos 8 anos de governo Fernando
Henrique Cardoso (2,32%), mas bem inferior aos 4,4% que a economia global deve crescer entre 2002 e 2006. Caso a economia brasileira cresça apenas os 2,7% que o mercado está esperando, a taxa média do quadriênio petista ficará em 2,6%. É quase a metade do ritmo da atividade econômica do resto do mundo, que ajudou o PIB brasileiro a se expandir por meio das exportações nos últimos três anos. Vexame – Comparando com as economias latino-americanos, o vexame brasileiro é pior: a Argentina cresceu 9,01%, em média, entre 2002 e 2005; o Chile, 5,47% e o México, 2,79%. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, apesar de considerar o resultado "decepcionante", manteve a previsão do
EDITAL
CONVOCAÇÕES
ATA MÁQUINAS PIRATININGA S/A – CNPJ/MF nº 60.894.482/0001-00 – NIRE nº 35.300.041.542 Ata de Assembléia Geral Extraordinária realizada em 02.10.2006 Data e Local: Aos 02 (dois) dias do mês de outubro de 2006, às 08:30 horas, na sede social, localizada na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, à Rua José Antonio Valadares, 123, Vila Liviero, reuniram-se em Assembléia Geral Extraordinária, em segunda convocação, os acionistas de Máquinas Piratininga S/A abaixo-nomeados, representando 50,34% do seu capital social. Por aclamação dos presentes assumiu a presidência dos trabalhos o Senhor Luiz Nogueira dos Santos, DiretorPresidente da companhia, e que convidou a mim, Laedes Gomes de Souza, para secretariá-lo, ficando assim constituída a mesa. Dando início aos trabalhos o Senhor Presidente fez a leitura do Edital de Segunda Convocação publicado nos jornais “Diário Oficial do Estado de São Paulo” e “Diário do Comércio” dos dias 26.09.2006, 27.09.2006 e 28.09.2006, com a seguinte Ordem do Dia: a) Verificação e homologação do aumento de capital social aprovado pela Assembléia Geral Extraordinária realizada em 17.07.2006; b) Alteração do artigo 5º do Estatuto Social, a fim de adequá-lo ao aumento do capital social aprovado, e consolidação estatutária, como decorrência da citada medida. Esclareceu o Senhor Presidente que toda a documentação relativa à matéria objeto da presente Assembléia Geral foi posta à disposição dos Senhores Acionistas na sede da companhia, no prazo legal. Deliberações: Passando ao item a) da Ordem do Dia, o Senhor Presidente comunicou aos Senhores Acionistas presentes ter ocorrido a subscrição e a integralização da totalidade das ações emitidas em conformidade coma a proposta de aumento de capital social aprovada pela Assembléia Geral Extraordinária realizada em 17.07.2006, observado o prazo legal para exercício do direito de preferência pelos Senhores Acionistas, conforme boletins de subscrição que foram colocados à disposição dos Senhores Acionistas, nos seguintes termos: I) Montante do aumento: R$ 3.500.000,00; II) Prazo Preferencial aos Acionistas: início (19/07/2006) e término (20/08/2006); III) Ações oferecidas à subscrição: 305.143.853 ações ordinárias nominativas, sem valor nominal e com direito a voto; IV) Preço de emissão: R$ 0,01147 por ação, conforme disposto no artigo 170, § 1º, inciso II, da Lei nº 6.404, de 15.12.1976; V) Ações subscritas por acionista: Delga Participações S/A (153.606.413 ações – integralizadas mediante compensação de crédito em contabilidade); VI) Sobras: Delga Participações S/A (42.789.180 ações – integralizadas mediante compensação de crédito em contabilidade e 108.748.260 ações – integralizadas em moeda corrente nacional); VII) Aumento do capital social: o capital social foi elevado do valor atual de R$ 3.436.269,58 para R$ 6.936.269,58; VIII) Montante integralizado: a totalidade do valor referido no item I), conforme boletins de subscrição. Uma vez conhecidos os números do aumento do capital social, conforme transcrito acima, foi aprovada e ratificada a elevação do capital social, com a conseqüente homologação do novo valor resultante do aumento de capital social. Passando ao item b) da Ordem do Dia, como conseqüência do deliberado acima, foi aprovada a alteração do artigo 5º do Estatuto Social que passa a ter a seguinte redação: “Artigo 5º – O capital social, totalmente integralizado, é de R$ 6.936.269,58 (Seis milhões, novecentos e trinta e seis mil, duzentos e sessenta e nove reais e cinqüenta e oito centavos), representado por 895.243.853 (Oitocentas e noventa e cinco milhões, duzentas e quarenta e três mil, oitocentas e cinqüenta e três) ações nominativas, sem valor nominal, sendo 894.981.353 (Oitocentas e noventa e quatro milhões, novecentas e oitenta e uma mil, trezentas e cinqüenta e três) ações ordinárias, com direito a voto, e 262.500 (Duzentas e sessenta e duas mil e quinhentas) ações preferenciais, sem direito a voto. Parágrafo 1º - As ações são indivisíveis em relação à sociedade, que reconhecerá um único proprietário para cada ação. Parágrafo 2º - Cada ação ordinária dará direito a um voto nas deliberações da Assembléia Geral. Parágrafo 3º - As ações preferenciais não terão direito a voto, mas gozarão das seguintes preferências e vantagens: I – Pagamento de dividendo, não cumulativo, 10% (dez por cento) superior ao dividendo pago a cada ação ordinária; e II – Prioridade no reembolso do capital, sem prêmio. Parágrafo 4º - A propriedade das ações somente será reconhecida pela Sociedade quando devidamente registrada no Livro de Registro de Ações Nominativas. A transferência da propriedade de qualquer ação deve ser registrada no Livro de Transferência de Ações Nominativas.” As demais cláusulas do Estatuto Social permanecem inalteradas, sendo expressamente ratificadas no presente ato, sendo que, como decorrência da alteração estatutária efetuada, procedeu-se à consolidação do Estatuto Social: “Máquinas Piratininga S/A – Estatuto Social – Capítulo I – Denominação, Sede, Objeto e Duração. Artigo 1º - “Máquinas Piratininga S/A” é uma sociedade anônima, que se regerá pelo disposto neste Estatuto Social e pelas disposições legais que lhe forem aplicáveis. Artigo 2º - A sociedade tem sede e foro jurídico na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, à Rua José Antonio Valadares, 123, Vila Liviero, CEP 04185-020, podendo instalar e encerrar filiais, escritórios e representações em qualquer localidade do território nacional ou no exterior, mediante resolução da Diretoria. Artigo 3º - A sociedade tem por objeto social a exploração da indústria e do comércio, em especial a fabricação, importação e exportação, representação comercial por conta própria ou de terceiros, de equipamentos para a indústria têxtil, para beneficiamento de algodão, para a agro-indústria, para a construção civil e saneamento urbano, componentes para a indústria automobilística e de tratores, equipamentos para controle ambiental, prensas em geral, elevadores industriais em geral, bens de capital para a lavoura, siderurgia, mineração, ferroviários e outros equipamentos e materiais; a instalação e a exploração, por conta própria ou de terceiros, destes equipamentos e serviços; a prestação de serviços de assistência técnica decorrentes, podendo ainda participar de outras sociedades de capital aberto ou fechado, como acionista ou cotista, mesmo que de outros setores econômicos. Artigo 4º - O prazo de duração da sociedade é indeterminado. Capítulo II – Capital Social – Artigo 5º - O capital social, totalmente integralizado, é de R$ 6.936.269,58 (Seis milhões, novecentos e trinta e seis mil, duzentos e sessenta e nove reais e cinqüenta e oito centavos), representado por 895.243.853 (Oitocentas e noventa e cinco milhões, duzentas e quarenta e três mil, oitocentas e cinqüenta e três) ações nominativas, sem valor nominal, sendo 894.981.353 (Oitocentas e noventa e quatro milhões, novecentas e oitenta e uma mil, trezentas e cinqüenta e três) ações ordinárias, com direito a voto, e 262.500 (Duzentas e sessenta e duas mil e quinhentas) ações preferenciais, sem direito a voto. Parágrafo 1º - As ações são indivisíveis em relação à sociedade, que reconhecerá um único proprietário para cada ação. Parágrafo 2º - Cada ação ordinária dará direito a um voto nas deliberações da Assembléia Geral. Parágrafo 3º - As ações preferenciais não terão direito a voto, mas gozarão das seguintes preferências e vantagens: I – Pagamento de dividendo, não cumulativo, 10% (dez por cento) superior ao dividendo pago a cada ação ordinária; e II – Prioridade no reembolso do capital, sem prêmio. Parágrafo 4º - A propriedade das ações somente será reconhecida pela Sociedade quando devidamente registrada no Livro de Registro de Ações Nominativas. A transferência da propriedade de qualquer ação deve ser registrada no Livro de Transferência de Ações Nominativas. Capítulo III – Administração – Artigo 6º - A sociedade será administrada por uma Diretoria eleita pela Assembléia Geral. Capítulo IV – Assembléia Geral – Artigo 7º - A Assembléia Geral Ordinária dos acionistas se reunirá, anualmente, nos quatro primeiros meses que sucedem o término do exer-
cício social, para o exercício da competência legal e, em especial, para discutir, examinar e aprovar o relatório, balanço geral e demais contas da Diretoria, assim como o parecer do Conselho Fiscal, quando em funcionamento. Artigo 8º - Poderão ser convocadas assembléias gerais extraordinárias dos acionistas em qualquer tempo, sempre que os interesses sociais o exijam, ou nos casos previstos em lei. Artigo 9º - As convocações para as Assembléias Gerais serão feitas pelo Diretor-Presidente, mediante anúncios publicados na forma da lei. Parágrafo Único - A Assembléia Geral será presidida pelo Diretor-Presidente ou, na falta deste, por qualquer dos membros da Diretoria presentes à mesma, o qual convidará um dos acionistas para secretariá-lo. Artigo 10 - As deliberações da Assembléia Geral, ressalvadas as exceções previstas em lei, serão tomadas por maioria absoluta de votos, não se computando os votos em branco. Parágrafo Único - Só poderão participar das Assembléias Gerais os acionistas cujas ações estiverem registradas no livro próprio pelo menos 03 (três) dias antes da data da Assembléia. Artigo 11 - Os acionistas poderão ser representados na Assembléia Geral por procuradores devidamente constituídos, com a observância dos dispositivos legais. Capítulo V – Diretoria – Artigo 12 - A Diretoria será composta de 02 (dois) diretores, acionistas ou não, residentes no País e destituíveis a qualquer tempo pela Assembléia Geral, por maioria de votos dos acionistas, sendo um deles o Diretor-Presidente e o segundo Diretor Vice-Presidente. Parágrafo 1º - O mandato dos membros da Diretoria é de 03 (três) anos, devendo os Diretores permanecer em seus cargos até a eleição e posse de seus substitutos, sendo admitida a recondução aos cargos no caso de reeleição dos Diretores. Parágrafo 2º - Os membros da Diretoria ficam dispensados de prestar caução para garantia das respectivas gestões. Parágrafo 3º - A Assembléia Geral que eleger os Diretores, fixará o valor da remuneração global da Diretoria, cabendo ao Diretor-Presidente a sua distribuição entre seus membros. Artigo 13 - Compete à Diretoria a administração dos negócios sociais em geral e a prática, para tanto, de todos os atos necessários ou convenientes, ressalvados aqueles para os quais seja, por lei ou pelo presente Estatuto Social, atribuída a competência à Assembléia Geral. Seus poderes incluem, mas não estão limitados a, dentre outros, os suficientes para: (a) zelar pela observância da lei e do Estatuto Social; (b) zelar pelo cumprimento das deliberações tomadas nas Assembléias Gerais e nas suas próprias reuniões; (c) administrar, gerir e superintender os negócios sociais; (d) emitir e aprovar instruções e regulamentos internos que julgarem úteis ou necessários; (e) apresentar anualmente à Assembléia Geral o Relatório da Diretoria, as demonstrações financeiras e demais documentos relativos ao exercício; e (f) constituir procurador ou procuradores, nos limites de suas atribuições e poderes, em nome da sociedade, na forma do parágrafo 2º deste artigo. Parágrafo 1º - As assinaturas individuais e isoladas, do Diretor-Presidente e do Diretor Vice-Presidente, serão imprescindíveis para todos os atos de administração da sociedade; à exceção dos seguintes atos que, tendo valor superior a 2% (Dois por cento) do capital social, são prerrogativas do Diretor-Presidente: atos relativos à aquisição, alienação e oneração de bens móveis ou imóveis do ativo permanente da sociedade, bem como contratação de empréstimos e prestação de garantias em nome da sociedade. Parágrafo 2º - As procurações referidas no artigo 13 (f) acima, serão outorgadas em nome da sociedade, pela assinatura do Diretor-Presidente e deverão conter sempre os poderes específicos, sendo do que as procurações “ad negotia” deverão sempre ter prazo de validade determinado. Artigo 14 - A Diretoria reunir-se-á sempre que necessário e pelo menos uma vez a cada 06 (seis) meses. As reuniões serão convocadas e presididas pelo Diretor-Presidente. Parágrafo Único - As deliberações da Diretoria constarão de atas, lavradas no livro próprio, que conterão, ainda que resumidamente, a descrição dos assuntos tratados. Artigo 15 - Nos casos de vacância dos cargos de Diretor-Presidente ou de Diretor Vice-Presidente ou de ausência dos seus titulares, deverão ser observados os seguintes procedimentos: (i) em caso de vacância dos cargos de Diretor-Presidente e Diretor Vice-Presidente a Assembléia Geral para a eleição do sucessor de tais cargos deverá ser convocada no prazo, improrrogável, de 10 (dez) dias úteis; e (ii) em caso de ausência do titular do cargo de Diretor VicePresidente, seu substituto deve ser indicado pelo Diretor-Presidente. Artigo 16 - São expressamente vedados, sendo nulos e inoperantes com relação à companhia, os atos que a envolverem em obrigações relativas a negócios ou operações estranhos ao objeto social, tais como fianças, avais, endossos ou quaisquer garantias em favor de terceiros, salvo quando expressamente autorizados pela Diretoria, em reunião, obedecidos os limites fixados pela Assembléia Geral. Capítulo VI – Conselho Fiscal – Artigo 17 - O Conselho Fiscal será composto de 03 (três) membros efetivos e 03 (três) membros suplentes, acionistas ou não, todos residentes no País, com as atribuições estabelecidas em lei, e eleitos pela Assembléia Geral, que fixará sua remuneração. Artigo 18 - O Conselho Fiscal funcionará de modo não permanente e somente se instalará a pedido dos acionistas, na forma da lei, devendo a remuneração de seus membros ser estabelecida pro rata diem, e paga por sessão a que comparecerem os referidos membros. Capítulo VII – Exercício Social, Lucros, Reservas e Dividendos – Artigo 19 - O exercício social terá início em 1º de janeiro e terminará em 31 de dezembro de cada ano, quando será levantado o respectivo Balanço, elaboradas as Demonstrações Financeiras exigidas em lei, apurando-se o resultado do exercício. Parágrafo Único - A companhia poderá, a critério da Diretoria, levantar balanços semestrais. Artigo 20 - Do lucro líquido apurado na Demonstração dos Resultados do exercício destacar-se-á uma parcela equivalente a 5% (cinco por cento) do valor apurado para a constituição da reserva legal, até que esta atinja o limite de 20% (vinte por cento) do capital social. Parágrafo 1º - A sociedade distribuirá obrigatoriamente aos acionistas um dividendo mínimo de 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido do exercício apurado conforme a lei, nesta porcentagem já estando incluído o dividendo preferencial. Parágrafo 2º - Feitas as deduções conforme as disposições supra, o saldo do lucro líquido eventualmente apurado terá a destinação que lhe for determinada pela Assembléia Geral, com base na proposta apresentada pela Diretoria, com o parecer do Conselho Fiscal, se em funcionamento. Parágrafo 3º - A distribuição de dividendos será de periodicidade anual, porém, caso a companhia levante balanços semestrais, na forma prevista no Parágrafo Único do Artigo 19, poderá, por deliberação da Diretoria, distribuir dividendos intermediários, à conta dos lucros nestes balanços. Capítulo VIII – Liquidação – Artigo 21 - A sociedade será dissolvida e entrará em liquidação nos casos previstos em lei, competindo à Assembléia Geral estabelecer o modo de liquidação, eleger o liquidante e, na forma deste Estatuto, o Conselho Fiscal para funcionar durante o período da liquidação, bem como fixar-lhes os poderes e a remuneração. Capítulo IX – Disposições Gerais e Transitórias – Artigo 22 - Os casos omissos no presente Estatuto serão regidos pela legislação vigente aplicável.” Nada mais havendo a tratar, foi franqueada a palavra a quem quisesse fazer uso, sem que nenhum dos presentes dela tivesse feito uso. Foi assim lavrada a presente ata, que lida e achada conforme, foi aprovada, tendo sido ao final por todos assinada. Acionistas presentes: Delga Participações S/A (p.p Dr. Laedes Gomes de Souza). Membro do Conselho Fiscal: Dr.Valdir Nicodemo Martini. São Paulo, 02 de outubro de 2006. Luiz Nogueira dos Santos, Presidente da Mesa; Laedes Gomes de Souza, Secretário da Mesa. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 806.141/06-2 em 10/10/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa – Secretária Geral.
ABANDONO DE EMPREGO
FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Solicitamos o comparecimento de Sr. Marco Antonio da Silva, portador da CTPS 0093773, série 0139-SP, no prazo de 3 dias; o seu não comparecimento caracterizará abandono de emprego, conf. art. 482 letra I da CLT. Drogaria Estevam LTDA-ME.
Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 30 de novembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:
COMUNICADOS
Requerente: Amade Comercial Ltda. Requerido: BSE Serviços Empresariais Ltda. - Av. dos Pequis, 655 01ª Vara de Falências Requerente: Comércio de Tecidos Maser Ltda.-EPP - Requerido: Confecções Officy Ltda. - Rua Santa Rita, 425 sala 2 - 01ª Vara de Falências Requerente: Constek Empreiteira de Constr.
Civil e Com. de Mat. p/ Construção Ltda. - Requerido: Condomínio Reserva Marajoara Park - Av. João Peixoto, 193 - 02ª Vara de Falências Requerente: Transit do Brasil Ltda. - Requerido: SRDC Serviços de Telecomunicações Ltda. - Rua Doutor Miguel Couto, 58 - 01ª Vara de Falências
ATA
por cento é a estimativa do mercado financeiro para a expansão do PIB em 2006
governo de uma expansão da economia de 3,2% em 2006. "Este ano não vai ser muito brilhante, será abaixo dos 4% que eu esperava, mas vamos passar de 2006 para 2007 com a economia em aquecimento", disse. Contaminação – O País precisa entrar o ano que vem crescendo de forma acelerada para evitar que o desempenho de 2006 "contamine" o resultado em 2007. O cenário foi traçado pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. Segundo ele, o pacote em elaboração pelo governo tem o objetivo de dar maior "tração" à economia brasileira. A estimativa é de que as medidas adicionem 2 pontos percentuais ao crescimento do PIB do ano que vem. A visão do ministro de Desenvolvimento é a de que, a 30 dias do fim do ano, o PIB de 2006 "já aconteceu, só está faltando ser apurado". (AE) (Leia mais sobre o resultado do PIB na página 4 deste caderno)
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Tr â n s i t o Polícia Compor tamento Distritais
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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CONGRESSO DE NUMISMÁTICA VAI ATÉ DOMINGO
A moeda conta a história por um ângulo diferente, muitas vezes mais amplo e rico em detalhes Walter Menezes, arquiteto
GARIMPO URBANO A busca por moedas antigas, cédulas e selos raros é um trabalho de paciência. Pode até ser lucrativo, mas o que importa é o conhecimento. Ó RBITA
AVIÕES ministro da Defesa, Waldir Pires, negou O que a prorrogação da
restrição de horários para vôos de táxis aéreos e jatinhos até o dia 28 signifique falta de perspectivas de melhora no controle do tráfego aéreo neste fim de ano. Segundo Pires, o aumento do número de controladores e o aperfeiçoamento dos profissionais terão como reflexo a retomada da capacidade operacional do sistema. "Vamos reduzir nossas dificuldades paulatinamente. Esperamos, com as medidas que tomamos, atravessar essa fase", afirmou. (AE)
Fotos de Paulo Pampolin/Hype
Flávia Gianini
O
nome é complexo, mas colecionar moedas, cédulas e medalhões é uma atividade exercida por mais de 15 mil brasileiros. Devido o interesse que desperta, a Sociedade Numismática Brasileira (SNB) espera receber até domingo cerca de seis mil pessoas para o IV Congresso Latino-Americano de Numismática. Apesar de economicamente vantajoso, investir na aquisição de peças antigas é puro prazer para maior parte dos colecionadores. Há 15 anos, o arquiteto Walter Menezes caminhava pela ala de antiguidades da feira da praça da República quando avistou uma moeda cunhada pelo imperador romano Gordianus III. A peça custava US$ 50. Um preço
INDENIZAÇÃO Sindicato Nacional das Empresas O Aeroviárias (Snea)
responsabilizou ontem o governo pelo pagamento de indenizações aos parentes das vítimas do acidente com o Boeing da Gol. A posição do Snea chega um dia depois de a família do passageiro Kelison Castello Branco ter garantido, na Justiça, que a Gol pague pensão mensal de R$ 10 mil. A empresa pode recorrer. Para o Snea, no entanto, o dinheiro deve sair dos cofres da União, já que a responsabilidade, diz, não é da empresa, que é tão vítima quanto os passageiros. (AE)
TARIFA erca de 300 estudantes fizeram C ontem à noite uma
passeata pelo Centro, em protesto contra o aumento das tarifas dos ônibus, de R$ 2 para R$ 2,30, já em vigor De acordo com a Polícia Militar a manifestação, que segue pacífica, é contra o aumento nas tarifas dos transportes públicos e começou por volta das 17h30, quando os alunos se concentraram em frente ao Teatro Municipal. O trânsito foi bastante prejudicado. Às 19h, a CET registrou 92 km de lentidão em toda a cidade, índice dentro da média para o horário, que é de 91 km. (AE)
AMERICANO que a polícia Civil O de São José dos Campos suspeitava, se
confirmou. O corpo de um homem enterrado como indigente em abril, em Caçapava, é mesmo do norte-americano Raymond James Mierrel. O músico ficou quase seis meses desaparecido. A polícia descobriu que ele foi assassinado pela namorada, Regina Rachid, e dois homens. Laudo do IML avaliou a arcada dentária e concluiu ser de Mierrel. Ela usou o cartão dele para sacar dinheiro. (AE)
Moeda grega: Atena
justo, segundo o arquiteto. Menezes diz que foi nesse momento que ele percebeu que a numismática era um hobby acessível. Hoje, sua coleção de moedas gregas e romanas tem mais de 600 peças. A palavra numismática, (do grego numus, valor), significa estudo dos objetos que têm valor. Na verdade, o contato com essas peças de coleção é uma aula de história, de geografia e até de matemática. No tempo em que as moedas eram medidas pelo seu valor em peso – e não por sua medida fiduciária, como ocorre hoje – elas chegavam apesar 300 gramas e eram confeccionadas principalmente em cobre, prata e ouro. Sem rádio, televisão ou correio, o dinheiro era importante ferramenta de circulação de informação pelo mundo conhecida na época. Os imperadores romanos cunhavam nas moedas suas imagens. No verso,
Alexandre, o Grande
mensagens como paz e clemência (se o império não estivesse em guerra) ou conquista (se o período fosse turbulento). Segundo Menezes, data da Antiguidade uma das mais antigas ações de marketing de que se tem conta. Alexandre, o Grande, durante sua campanha de conquista e consolidação da civilização helenística, cunhava moedas com uma figura que dizia ser o deus mitológico Hércules. Na verdade, a imagem na moeda era a dele mesmo. "Assim, confirmava-se o mito de que o imperador era parente do grande herói da mitologia grega", disse. Várias descobertas foram possíveis por meio do exame de peças de colecionadores. Pesquisa realizada por um médico brasileiro lança nova
Moeda romana: Gordianus III
Walter Menezes, que virou colecionador há 15 anos, hoje tem mais de 600 moedas gregas e romanas.
luz sobre a história romana. Com base nas efígies de Nero, tudo indica o imperador, a quem se atribui o incêndio de Roma, sofria de hipertireoidismo devido às dimensões de seu pescoço. "A moeda conta a história por um ângulo diferente, muitas vezes mais amplo e rico em detalhes", disse Menezes. O dinheiro circulante em Roma, dependendo da época, diz muito forma a formação, ascensão e declínio do império. "No início, a moeda de prata pesava 4 gramas, 250 anos depois, o peso era inferior a 1 grama. Segundo Menezes, a atividade dos colecionadores ainda é incipiente se comparada aos países do Primeiro Mundo. E, ao contrário do pensamento comum, a atividade é
Nero teria hipertireoidismo
acessível a todos os bolsos. "É possível manter uma coleção com orçamento reduzido", garantiu. Mesmo assim, as peças colecionadas chegam a valores bastante substânciais. O atual objeto de desejo do numismata é um decadracma da região de Siracusa, na Grécia. A moeda custa cerca de US$ 100 mil. "É uma peça lindíssima, com a deusa Aretusa impressa. O cunhador era um famoso artista da época e assinava suas peças", explicou o arquiteto. Ligado à entidade desde 2004, Sérgio Almeida destaca importância da participação dos colecionadores em associações regionais. "As
sociedades facilitam o intercâmbio", disse. Ferramentas como as revistas editadas pelas associações, sites da internet e o contato com outros colecionadores são fundamentais para quem quer começar uma coleção. Filatelista (ou colecionador de selos) há 8 anos, Almeida tem todos os selos já impressos no Brasil. "São cerca de 4 mil selos e 800 cédulas nacionais e
estrangeiras", contabilizou. Ele explica que sua paixão por coleções começou na infância. Hoje, a atividade é muito mais séria. Sua coleção de cédulas vale cerca de R$ 150 mil reais. Empresário do setor de aço, Almeida diz que colecionar é um hobby que ajuda a aliviar o estresse do dia-a-dia. "Dedico pelo menos uma hora por dia para catalogar, procurar novas peças e na conservação dos
objetos", disse. O mercado brasileiro de compra e vendas de peças de coleções é pequeno, mas tem potencial para crescer, segundo o presidente da SNB, Cláudio Amato. A sociedade realiza um leilão especial (somente entre seus associados) desde a sua criação, há 82 anos. "Cada ano recebemos mais visitantes colecionadores e interessados", disse Amato. A SNB edita bianualmente um catálogo sobre as cédulas e moedas brasileiras. "Eles são uma espécie de guia para que o colecionador não fique perdido sobre as novas descobertas e classificações", disse Amato. "Queremos mostrar para os jovens que uma moeda é um fragmento da história nas mãos", resumiu Amato.
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LAZER - 5
DOCUMENTO Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Para alguns, sanguinário. Para outros, justiceiro
Fotos: Divulgação
RETRATOS DO CANGAÇO Mostra no MIS exibe imagens do bando de Lampião e Maria Bonita durante seus 20 anos de matanças e pilhagens pelo sertão nordestino
Lampião e Maria Bonita, em cena do filme feito por Bejamin Abrahão, em 1936. Fotograma integra a coleção de Frederico Pernambucano de Mello e o acervo da AbraFilm
V
Lúcia Helena de Camargo
irgulino Ferreira da Silva, conhecido como Lampião, o rei do Cangaço, viveu apenas 40 anos – de 1898 a 1938. Durante as duas últimas décadas de vida ele comandou seu bando em pilhagens e matanças pelo sertão nordestino. Para muitos, era bandido. Para outros, justiceiro e até herói. Sanguinário, mas vaidoso, ele se deixava fotografar com freqüência. Chegava a distribuir seus retratos para a população do sertão. O mascate libanês Benjamin Abrahão, que seguiu os cangaceiros por todos os sete estados por onde passaram – Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará –, conquistou a confiança de Lampião, tornando-se fotógrafo "oficial" do bando. Esses registros, somados aos acervos do colecionador Ruy Souza e Silva e do pesquisador Frederico Pernambucano de Mello, podem ser vistos na exposição Cangaceiros, aberta esta semana no Museu da Imagem e do Som (MIS), que permanece em cartaz até o dia 4 de março de 2007. A mostra, composta de 86 imagens, foi originalmente montada no sul da França, onde permaneceu em cartaz entre julho e setembro. A mesma montagem está sendo exibida em Paris e no MIS. Isso porque a pesquisa iconográfica partiu da historiadora francesa Élise Jasmin, também autora do livro Cangaceiros, lançado em agosto pela editora Terceiro Nome. Nem todas as imagens são aprazíveis – já que Lampião não era conhecido propriamente como um homem gentil ou dado a amenidades. E como documento histórico, a obra é impecável. Estão lá muitos retratos posados, como se espera, dos integrantes do bando, mulheres e do próprio líder do cangaço, sempre com olhar áspero, até mesmo em um clique feito por Abrahão no qual parece ter a intenção de exibir uma cena terna: na companhia de cachorros e da mulher, Maria Bonita, ele lê uma revista. A horda comandada por Lampião desafiou o poder estabelecido, as autoridades policiais e políticas da época, de 1922 a 1938. Porém, na região miserável em que "atuavam", chegavam a despertar admiração. A morte do líder e de seus seguidores não foi bela: nove homens e seu comandante, além de Maria Bonita,
foram apanhados em uma emboscada e decapitados. Esse era o tipo de tratamento que davam aos inimigos. E aparecem nas imagens particularmente sangrentas da mostra e do livro. Em preto e branco, mostram as muitas cabeças cortadas, por vezes empilhadas sobre mesas, como macabros troféus. Era o hábito fotografar as cabeças dos cangaceiros mortos pelos volantes, que atuavam combatendo o bando de Lampião, junto aos seus pertences, como garrafas, cartucheiras, chapéus e fuzis, entre outros apetrechos. A imprensa da época usava esse tipo de fotografia para mostrar o contínuo desmantelamento do bando de Lampião. O evento, promovido pelo museu em parceria com o Instituto Cultural Chico Albuquerque, terá ainda uma mostra audiovisual, que exibirá filmes produzidos sobre o cangaço. Para tanto, contouse com o apoio da Montpellier Photo Vision, La Région Languedoc e Montpellier Agglomération. Entre os filmes já confirmados na programação estão Vitalino / Lampião, de 1969, dirigido por Geraldo Sarno; Memória do Cangaço (1964), de Paulo Gil Soares; Baile Perfumado, de Paulo Caldas e Lírio Ferreira, de 1996; além do famoso longa de Glauber Rocha, O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, de 1969. A curadoria da mostra foi feita por Èlise Jasmin, e a coordenação artística é de Roland Laboye. As famílias ajudaram a reunir as imagens. Colaboraram Expedita Ferreira Nunes, filha única de Lampião e Maria Bonita, e a socióloga Vera Ferreira Nunes, neta do casal, além de descendentes de Benjamin Abrahão e da Abafilm, criada por Adhemar Bezerra Albuquerque e representada, no projeto, por seu neto, Ricardo Albuquerque. Cangaceiros - MIS - avenida Europa, 158, telefones (11) 3062-9197 e 3088-0896. De terça a domingo, das 10h às 18h. Visita à mostra: grátis. Ingresso para o cinema: R$ 3.
O Rei do Cangaço por Lauro Cabral de Oliveira, em Juazeiro (CE), 1926
Maria Bonita comportada, clicada por Abrahão em 1936
Volante de Sergipe sob o comando do sargento Epaminondas: força que combatia os cangaceiros posa em Carira, em 1934. Acervo de F. P. Mello
MAM NA OCA. 700 OBRAS EM EXPOSIÇÃO ATÉ DIA 10 Trabalhos de Volpi, Rebolo, Leonilson, Hélio Oiticica, entre outros. Parque do Ibirapuera, portão 2, tel.: (11) 5549-2744. Terça a domingo, das 10h às 18h. Grátis.
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Empresas Nacional Tr i b u t o s Imóveis
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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MINISTROS DÃO VERSÕES DIFERENTES DO REAJUSTE
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milhões de declarações de isentos – esse é o total esperado pela Receita Federal. Prazo terminou ontem.
MINISTRO DA FAZENDA AFIRMA QUE GOVERNO TEM ACORDO COM O CONGRESSO PARA CORRIGIR TABELA Gervásio Baptista /Abr
GUIDO MANTEGA CONFIRMA A CORREÇÃO DO IR
O O ministro Paulo Bernardo (na foto ao lado de Patrus Ananias) deu como ainda indefinida a correção do IR
Muitos deixaram declaração para o final
grande número de acessos ao site da Receita Federal provocou lentidão no sistema depois das 18 horas de ontem, prejudicando os contribuintes que deixaram para entregar na última hora suas declarações de isento. A expectativa da Receita Federal era de receber neste ano 63 milhões de declarações, 2 milhões a mais do que em 2005. Mesmo destacando que o sistema de seu site comporta um grande número de acessos, a Receita havia solicitado aos contribuintes que evitassem o envio de última hora da decla-
O
ração. Após as 20 horas de ontem não era mais possível entregar a declaração pela internet. As pessoas que não fizerem a declaração de isento por dois anos seguidos terão a inscrição do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) suspensa. Já a não-prestação de contas dos rendimentos por um ano faz com que o documento apareça como "pendente de regularização". De acordo com dados da Receita Federal, dos 159,7 milhões de inscrições de CPF existentes, 105,1 milhões estavam regulares. As suspensas contabilizam 36,9 milhões e as canceladas ou anuladas, 1,4 milhão.
Os outros 16,2 milhões de contribuintes, que apresentam pendência no CPF, caso não regularizem a situação, terão o documento suspenso a partir do próximo ano. A Receita Federal informou que até as 12h25 de ontem j á h a v i a m s i d o e n t re g u e s 58.533.100 declarações de isento do Imposto de Renda. Até esse horário, 7% dos contribuintes ainda não haviam prestado contas, o que equivale a 5 milhões de pessoas. A declaração de isento é obrigatória para quem teve re n d i m e n t o s i n f e r i o re s a R$ 13.968,00. (Agências)
ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou ontem o acordo fechado com o Congresso Nacional para a correção da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física: reajuste de 3% em 2007, e mais 3% para os rendimentos recebidos no ano-base 2008, com declarações a serem feitas nos anos seguintes. Mantega alertou, porém, que, se a Comissão de Orçamento do Congresso tentar subir esse percentual, o presidente Luiz Inácio Lula Silva irá usar seu poder de veto. "Foi feito um acordo com o Congresso e, se eles aprovarem do jeito que formulamos, o acordo será cumprido. Se houver uma modificação, uma diferença em relação a isso que foi acertado, maior que 3%, o presidente Lula tem a caneta para vetar." Pelo acordo, para as declarações referentes aos rendimentos de 2007, o limite de isenção passa dos atuais R$ 1.257,12 para R$ 1.294,84 mensais. Quem ganhou acima dos R$ 1.294,85 até R$ 2.587,45, vai pegar a alíquota de 15%. E os que tiveram renda mensal superior aos R$ 2.587,46, pegarão
Foi feito um acordo com o Congresso e, se eles aprovarem do jeito que formulamos, o acordo será cumprido. Guido Mantega, ministro da Fazenda
a faixa do IR de 27,5%. A Receita Federal calcula que deixará de arrecadar R$ 825 milhões no próximo ano com a correção da tabela do Imposto de Renda. Mínimo – Mantega negou, no entanto, que haja acordo para que o salário mínimo suba de R$ 350,00 para R$ 375,00, como quer a Comissão de Orçamento. O ministro disse que mantém a previsão de reajuste, no máximo, para R$ 367,00. "Isso não está fechado. Não temos uma posição de todo o governo. Mas minha posição é de que a regra da proposta orçamentária, de R$ 367,00, tem que ser mantida", afirmou. O ministro admitiu que o governo está negociando a corre-
ção na tabela do Imposto de Renda Pessoa Física com o relator da peça orçamentária de 2007, senador Valdir Raupp (PMDB-RO). Ele acrescentou que antecipar os detalhes desta negociação poderia atrapalhar seu andamento. Segundo o ministro, será preciso avaliar a disponibilidade de recursos orçamentários para que o governo faça a correção. "Nada definido" – A confirmação de Mantega veio depois que o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmara que, apesar das várias reuniões entre o governo e representantes do Congresso responsáveis pela elaboração do Orçamento de 2007, ainda não estava definido se haveria o reajuste da tabela do Imposto de Renda. Durante uma entrevista ao programa Bom Dia Ministro, transmitido pela Radiobrás, Bernardo disse que, entre os componentes do governo federal, era correto afirmar apenas que a "última palavra" sobre esse assunto, e também em relação ao reajuste do salário mínimo, seria dada somente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. (Agências)
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Finanças Nacional Natal Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
Principais shopping centers da grande São Paulo têm horários especiais de Natal
LOJAS ABERTAS ATÉ NO DIA DE NATAL
COMUNICADOS
ATA BV LEASING – ARRENDAMENTO MERCANTIL S.A. COMPANHIA ABERTA CNPJ/MF Nº 01.858.774/0001-10 - NIRE Nº 35.300.150.082 ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA, REALIZADA EM 27 DE NOVEMBRO DE 2006 I. DATA, HORÁRIO E LOCAL - Dia 27 de novembro de 2006, às 10:00 horas, na sede social da mento da Remuneração correspondente ao período, exclusive. Cada Período de Capitalização suCompanhia, na Rua Amazonas nº 439, 11º andar, no município de São Caetano do Sul, Estado de cede o anterior sem solução de continuidade. O valor da Remuneração será agregado ao Valor São Paulo. II. CONVOCAÇÃO – Dispensada, tendo em vista a presença de todos os acionistas, Nominal das Debêntures para efeito de apuração do saldo devedor das Debêntures. O pagamento nos termos do parágrafo 4o do artigo 124 da Lei nº 6.404/76. III. PRESENÇA - Acionistas repre- da Remuneração será exigível somente no final de cada Período de Capitalização, sem prejuízo sentando a totalidade do capital social, conforme assinaturas lançadas no livro “Presença de Acio- dos demais vencimentos previstos na Escritura de Emissão (“Período de Capitalização”); nistas”. IV. MESA DIRIGENTE - José Ermírio de Moraes Neto, Presidente; Milton Roberto Pereira, (xix) vencimento antecipado: o agente fiduciário poderá declarar antecipadamente vencidas todas Secretário. V. DELIBERAÇÕES - Foram aprovados, por unanimidade, (1) o programa de distribui- as obrigações objeto da Escritura de Emissão e exigir o imediato pagamento, pela Companhia, do ção pública de notas promissórias e/ou debêntures não conversíveis em ações, nominativas e Valor Nominal das debêntures, acrescido da Remuneração devida até a data do efetivo pagamento, escriturais (“Valores Mobiliários”), no montante máximo de R$12.000.000.000,00 (doze bilhões de e encargos moratórios, se houver, independentemente de aviso, interpelação ou notificação judicial reais), de emissão da Companhia (“Programa de Distribuição”). A Companhia poderá realizar ou extrajudicial, na ocorrência dos seguintes eventos: (a) intervenção ou liquidação extrajudicial da emissões dos Valores Mobiliários ao amparo do Programa de Distribuição a qualquer tempo e a Companhia, pedido de autofalência apresentado pela Companhia, decretação de falência da Comseu exclusivo critério, observado o prazo máximo de 2 (dois) anos contados da data de seu arqui- panhia, se permitido pela legislação, pedido de recuperação judicial ou de recuperação extrajudicial vamento na Comissão de Valores Mobiliários e o montante máximo estipulado no Programa de formulado ou iniciado pela Companhia ou dissolução, liquidação ou extinção da Companhia; sendo Distribuição. Os termos e condições de cada uma das emissões ao amparo do Programa de Distri- que, em qualquer dos casos destas hipóteses, o pagamento das Debêntures se subordinará ao pabuição serão deliberados pelo órgão competente da Companhia, conforme disposto em seu esta- gamento dos demais passivos da Companhia; (b) não pagamento, pela Companhia, do Valor Nomituto social e na legislação aplicável, por ocasião das respectivas emissões; (2) a segunda emissão nal, da Remuneração ou de quaisquer outros valores devidos aos Debenturistas nas datas previsde debêntures pela Companhia, sendo esta a primeira amparada no Programa de Distribuição, tas na Escritura de Emissão, não sanado no prazo de 2 (dois) dias úteis, contados das suas respecbem como sua distribuição pública no mercado interno, de acordo com as seguintes característi- tivas datas de vencimento; (c) não cumprimento, pela Companhia, de toda e qualquer obrigação cas previstas na Escritura de Emissão (“Segunda Emissão” e “Escritura de Emissão”): (i) valor: o não pecuniária prevista na Escritura de Emissão, não sanada em 30 (trinta) dias, contados da data valor total da emissão será de R$6.000.000,00 (seis bilhões de reais) na Data de Emissão (confor- de recebimento de aviso escrito neste sentido que lhe for enviado pelo Agente Fiduciário; (d) vencime definido abaixo); (ii) quantidade: serão emitidas 12.000 (doze mil) debêntures; (iii) valor nomi- mento antecipado de qualquer dívida da Companhia decorrente de inadimplemento contratual, cujo nal: as debêntures terão valor nominal unitário de R$500.000,00 (quinhentos mil reais) na Data de valor individual ou agregado seja igual ou superior a R$30.000.000,00 (trinta milhões de reais), Emissão (“Valor Nominal”); (iv) séries: a emissão será realizada em série única; (v) forma: as de- atualizados anualmente desde a Data de Emissão pela variação do Índice de Preços ao Consumibêntures serão emitidas sob a forma nominativa, escritural, sem emissão de cautelas ou certifica- dor Amplo, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (“IPCA”) (ou seu dos; (vi) conversibilidade: as debêntures não serão conversíveis em ações; (vii) espécie: as de- contravalor em outras moedas); (e) protesto legítimo e reiterado de títulos contra a Companhia ou bêntures serão da espécie subordinada; (viii) data de emissão: para todos os efeitos legais, a data constituição em mora da Companhia por atraso no pagamento de obrigações, cujo valor individual de emissão das debêntures será de 1º de novembro de 2006 (“Data de Emissão”); (ix) prazo e ou agregado seja igual ou superior a R$30.000.000,00 (trinta milhões de reais), atualizados anualdata de vencimento: as debêntures terão prazo de vencimento de 20 (vinte) anos, contados da mente desde a Data de Emissão pela variação do IPCA (ou seu contravalor em outras moedas), Data de Emissão, vencendo-se, portanto, em 1º de novembro de 2026 (“Data de Vencimento”); exceto se, no prazo de até 30 (trinta) dias contados da data do protesto ou da constituição em (x) colocação: as debêntures serão objeto de distribuição pública com intermediação de institui- mora, conforme o caso, tiver sido comprovado ao Agente Fiduciário que o protesto ou a constituições financeiras integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários, com colocação me- ção em mora foi efetuado por erro ou má fé de terceiro, o protesto ou a constituição em mora foi diante regime de melhores esforços, não existindo reservas antecipadas, lotes mínimos ou máxi- cancelado ou o valor do(s) título(s) protestado(s) ou da obrigação em mora foi depositado em juízo; mos, sendo atendidos, prioritariamente, os clientes do Coordenador Líder e/ou, observado o dis- (f) transferência do controle acionário, tal como definido em lei, da Companhia para pessoas físicas posto no artigo 55 da Instrução CVM nº 400/03. A Oferta será realizada somente se forem coloca- ou jurídicas que não sejam suas controladoras, diretas ou indiretas, ou para pessoas jurídicas que das, no mínimo, 2.000 (duas mil) Debêntures; (xi) prazo de subscrição: respeitadas (a) a conces- não sejam suas controladas ou sujeitas a controle comum, diretas ou indiretas; (g) pagamento, pela são do registro da Oferta pela CVM; (b) a publicação do anúncio de início da Oferta (“Anúncio de Companhia, de dividendos, juros sobre capital próprio ou qualquer outra participação no lucro Início”), e (c) a disponibilização do prospecto definitivo, atualizado, se for o caso, do Programa de estatutariamente prevista, exceto pelo pagamento do dividendo mínimo obrigatório previsto no artiDistribuição e do suplemento definitivo da Oferta aos investidores, as Debêntures serão subscri- go 202 da Lei nº 6404/76, caso a Companhia esteja inadimplente com relação às suas obrigações tas, a qualquer tempo, em até 6 (seis) meses contados da data da publicação do Anúncio de Iní- pecuniárias previstas na Escritura de Emissão; ou (h) transformação da Emissora de sociedade cio; (xii) forma de subscrição e de integralização: por meio dos procedimentos do Sistema de Dis- anônima para sociedade limitada; (3) a delegação de poderes ao conselho de administração da tribuição de Títulos – SDT, administrado pela Câmara de Liquidação e Custódia (“CETIP”), sendo Companhia para que este (i) delibere ou altere as matérias de que trata a segunda parte do paráas Debêntures liquidadas e custodiadas na CETIP, e/ou do Sistema BovespaFix, administrado grafo 1º do artigo 59 da Lei nº 6.404/76; (ii) cancele as debêntures que não vierem a ser colocadas pela Bolsa de Valores de São Paulo Bovespa, sendo as Debêntures custodiadas na Companhia durante o prazo de distribuição; (iii) cancele as debêntures que forem adquiridas pela própria ComBrasileira de Liquidação e Custódia CBLC. O pagamento do Preço de Subscrição (conforme defini- panhia, mediante declaração do agente fiduciário de que as debêntures a serem canceladas endo abaixo) deverá ser feito à vista, no ato da subscrição (“Data de Integralização”) e em moeda contram-se na tesouraria da Companhia; (4) em decorrência das deliberações acima, fica a admicorrente nacional, acrescido da Remuneração (conforme definido abaixo), calculada pro rata nistração da companhia autorizada a tomar todas as providências no sentido de promover o arquitemporis desde a Data de Emissão até a Data de Integralização; (xiii) negociação: a emissão será vamento do Programa de Distribuição e o registro da distribuição da Segunda Emissão perante a registrada para negociação no mercado secundário por meio do Sistema Nacional de Debêntures Comissão de Valores Mobiliários e demais órgãos competentes, bem como para negociar e cele– SND e do Sistema BovespaFix; (xiv) pagamento do Valor Nominal: o Valor Nominal será pago em brar a Escritura de Emissão e assinar toda e qualquer documentação relativa ao Programa de Dis1 (uma) única parcela na Data de Vencimento; (xv) remuneração: sobre o Valor Nominal das De- tribuição, à distribuição e à Segunda Emissão, contratar agência(s) de classificação de risco bêntures incidirão, desde a Data de Emissão ou a Data de Vencimento do Período de Capitaliza- (rating), instituições financeiras autorizadas a operar no mercado de capitais para efetuar a colocação (conforme definido abaixo) imediatamente anterior, conforme o caso, até a data de seu efetivo ção das debêntures, bem como contratar o agente fiduciário, banco mandatário e escriturador, fipagamento, juros remuneratórios correspondentes a 100% (cem por cento) da variação acumula- xando-lhes os respectivos honorários; (5) confirmar e ratificar todos os atos relativos ao Programa da das taxas médias diárias dos DI – Depósitos Interfinanceiros de um dia, “over extra grupo”, ex- de Distribuição e à Segunda Emissão que tenham sido praticados pela diretoria anteriormente a pressas na forma percentual ao ano, base 252 (duzentos e cinqüenta e dois) dias úteis, calculadas esta data. VI. OBSERVAÇÕES FINAIS - O Sr. Presidente franqueou o uso da palavra, não e divulgadas diariamente pela CETIP, no informativo diário disponível em sua página na Internet havendo, todavia, nenhuma manifestação. Os trabalhos foram então suspensos para a (http://www.cetip.com.br), calculada de forma exponencial e cumulativa pro rata temporis por dias lavratura da presente ata, que tendo sido lida e achada conforme, vai assinada pelo Preúteis decorridos (“Remuneração”); (xvi) pagamento da remuneração: a Remuneração será paga sidente, Secretário e demais acionistas presentes. (aa) José Ermírio de Moraes Neto, em 1 (uma) única parcela na Data de Vencimento. Farão jus à Remuneração os titulares das De- Presidente; Milton Rober to Pereira, Secretário; p. Banco Votorantim S.A., Marcus Olyntho bêntures ao final do 1º (primeiro) dia útil anterior à Data de Vencimento; (xvii) período de capitali- de Camargo Arruda e Milton Rober to Pereira; José Ermírio de Moraes Neto; Wilson Masao zação: o intervalo de tempo que se inicia na Data de Emissão, inclusive, no caso do primeiro Perí- Kuzuhara e Marcus Olyntho de Camargo Arruda. A presente transcrição é cópia fiel da ata odo de Capitalização, ou na data prevista do pagamento da Remuneração imediatamente anterior, lavrada no livro próprio. São Paulo, 27 de novembro de 2006. Milton Roberto Pereira inclusive, no caso dos demais Períodos de Capitalização, e termina na data prevista para o paga- Secretário.
CONVOCAÇÕES
DOPLAST INDÚSTRIA E COMÉRCIO EM FIBERGLASS LTDA., torna público que recebeu da CETESB a Renovação da Licença de Operação nº 29002967 p/ a atividade de fabricação de telhas e produtos de fiberglass na Rua Paulo Cândido da Silva, 81 no Portal das Laranjeiras em Caieiras - SP. MATTAVELLI GRÁFICA E FOTOLITO LTDA., situada à Rua Herminio Lemos, 341, Cambuci, São Paulo - SP, torna público que requereu na CETESB a Licença Prévia e de Instalação, sob nº 310010126, para ampliação de horário de funcionamento. MATTAVELLI GRÁFICA E FOTOLITO LTDA., situada à Rua Hermínio Lemos, 341, Cambuci, São Paulo - SP, torna público que requereu na CETESB a Licença Prévia e de Instalação sob nº 310012704, para Aumento de Equipamentos.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA: PREGÃO PRESENCIAL Nº 44/5579/06/05
OBJETO: AQUISIÇÃO DE BOLAS DE FUTSAL PARA O PROGRAMA ESCOLA DA FAMÍLIA A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para aquisição de 30.000 (trinta mil) bolas de futsal para o Programa Escola da Família. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 04/12/2006, na sede da FDE, na Supervisão de Licitações na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – CEP 01121-900 – São Paulo/SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br. O credenciamento do representante das proponentes e o recebimento dos Envelopes “Proposta” e “Documentos de Habilitação” ocorrerão na sede da FDE, no endereço acima mencionado, às 09:30 horas do dia 15/12/2006. Todas as propostas deverão obedecer rigorosamente o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
EDITAIS PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ
Aviso de Abertura de Licitação Processo: Tomada de Preços nº 009/06 Objeto: Execução de obra de infra-estrutura, drenagem, guias, sarjetas e pavimentação asfáltica no Conjunto Habitacional Guaratinguetá B5 - Parque Santa Clara. Edital disponível para retirada. Local: Praça Dr. Homero Ottoni, nº 75 - Centro/Guaratinguetá. Horário: das 12:00 às 15:30 horas. Local da sessão pública: Praça Dr. Homero Ottoni nº 75, Centro-Guaratinguetá. Data da sessão: 19.12.06, às 14:00 horas. Valor para retirada do edital: R$ 30,00. PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PEDRO
Aviso de Licitação Concorrência Pública nº 05/2006 De conformidade com a necessidade pública, faço público, para conhecimento dos interessados, que se acha aberto, na Prefeitura deste Município, o Edital de Concorrência Pública nº 05/2006, para a concessão de espaço público para instalação de posto bancário, com a administração da folha de pagamentos dos servidores municipais, pelo tipo de Maior Oferta, regida pelas Leis Federais nº 8.666/ 93 e 8.987/95, suas alterações e demais legislação constantes deste Instrumento Convocatório. Os envelopes dos licitantes com a documentação e a proposta deverão ser entregues no Departamento de Compras e Licitações, sito à Rua Valentim Amaral, 748, nesta cidade, até às 11:00 horas, do dia 19 de janeiro de 2007. O início da abertura dos envelopes será às 14:00 horas, do dia 19 de janeiro de 2007, na Sala de Abertura de Licitações, sita à Rua Valentim Amaral, 748, nesta cidade. O Edital e seus respectivos anexos deverão ser retirados no Departamento de Compras, sito à Rua Valentim Amaral, nº 748, Centro Cívico desta cidade, o qual será fornecido das 9:00 às 15:00 horas. Para conhecimento do público, expede-se o presente Edital, que será publicado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, do Município de São Pedro, em jornal de grande circulação no Estado e no Município e afixado em Quadro de Avisos, no saguão do Paço Municipal. São Pedro, 30 de novembro de 2006. Eduardo Speranza Modesto - Prefeito Municipal. FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR
PREGÃO Nº 047/2006-FAMESP/HEB PROCESSO Nº 320/2006-FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados do dia 04 de dezembro de 2006 a 13 de dezembro de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignoli s/n, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/HospitalEstadual Bauru, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL - PREGÃO Nº 047/2006-FAMESP/HEB - PROCESSO Nº 320/ 2006-FAMESP/HEB, que tem como objetivo aquisição de Equipamento Hospitalar, CAPELA DE FLUXO LAMINAR DE SEGURANÇA BIOLÓGICA COM FLUXO DE AR VERTICAL, 100% DE EXAUSTÃO EXTERNA. CLASSE II, B2 PARA MANIPULAÇÃO DE DROGAS QUIMIOTERÁPICAS, PARA O HOSPITAL ESTADUAL BAURU, conforme anexo II do edital. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação será realizada no dia 14 de dezembro de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 – Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 01 de dezembro de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - FAMESP.
INSTITUTO DO CÂNCER DR. ARNALDO VIEIRA DE CARVALHO
Edital de Convocação - Assembléia Geral Ordinária O Presidente do Instituto do Câncer Arnaldo Vieira de Carvalho, de acordo com o artigo 15 do Estatuto Social vem pela presente convocar os senhores membros da Assembléia Geral a se reunirem no Largo do Arouche, 66 -10º andar, nesta Capital, no próximo dia 07 de dezembro de 2006, às 17:00 horas em primeira convocação. De acordo com o artigo 16º do Estatuto Social, não havendo número legal, fica a segunda convocação para às 17:30 horas, no mesmo dia e local, para deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: 1. Tomar conhecimento da proposta orçamentária para o exercício de 2007 conforme parágrafo 1º, artigo 17º. São Paulo, 30 (quinta-feira) de novembro de 2006. NEWTON BASTOS - Presidente do Conselho Diretor.
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
ABANDONO DE EMPREGO FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Solicitamos o comparecimento de Sr. Marco Antonio da Silva, portador da CTPS 0093773, série 0139-SP, no prazo de 3 dias; o seu não comparecimento caracterizará abandono de emprego, conf. art. 482 letra I da CLT. Drogaria Estevam LTDA-ME.
DECLARAÇÃO
Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 1 de dezembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: RM Petróleo Ltda. - Requerido: Centro Automotivo Giovanni G Ltda. Av. Engº Luis Carlos Berrini, 1.178 - 12º andar - sala 5 - 02ª Vara de Falências Requerente: RM Petróleo Ltda. - Requerido: Auto Posto Zagottis Ltda. - Av. Engº Alberto de Zagottis, 567 - 02ª Vara de Falências Requerente: RM Petróleo Ltda. - Requerido: Centro Automotivo Map I Ltda. - Av.
Rebouças, 2.036 - 01ª Vara de Falências Requerente: RM Petróleo Ltda. - Requerido: Posto 15 Lavabem Ltda. - Rua Marquês de Paranaguá, 21 - 02ª Vara de Falências Requerente: RM Petróleo Ltda. - Requerido: Posto 18 Lavabem Ltda. - Av. Washington Luís, 5.815 - 02ª Vara de Falências Requerente: RM Petróleo Ltda. - Requerido: Posto 16 Lavabem Ltda. - Rua Amaral Gurgel, 387 - 02ª Vara de Falências
PREGÃO (presencial) DSE nº 88/06, para Registro de Preço - Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 7767/5900/2006. OBJETO: Mistura para o preparo de Café com Leite – Tipo Capuccino. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30h do dia 19 de dezembro de 2006. PREGÃO (presencial)DSE nº 89/06, para Registro de Preço - Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 7765/5900/2006. OBJETO: Mistura para o preparo de Café com Leite. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 13:00h do dia 19 de dezembro de 2006. PREGÃO (presencial)DSE nº 90/06, para Registro de Preço - Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 7768/5900/2006. OBJETO: Mistura para o preparo de Leite com Chocolate. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 15:30h do dia 19 de dezembro de 2006. PREGÃO (presencial)DSE nº 91/06, para Registro de Preços - Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 7776/5900/2006. OBJETO: Mistura para o preparo de Leite com Chocolate – Tipo Frapê. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 9:30h do dia 20 de dezembro de 2006. PREGÃO (presencial)DSE nº 92/06, para Registro de Preços. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 7770/5900/2006. OBJETO: Mistura para o preparo de Leite com Iogurte e Frutas. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 13:00h do dia 20 de dezembro de 2006. PREGÃO (presencial)DSE nº 93/06, para Registro de Preços - Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 4409/5900/2006. OBJETO: Mistura para o preparo de Leite com sabor Baunilha. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 15:30h do dia 20 de dezembro de 2006. Edital completo à disposição dos interessados, via Internet, pelo Site www.e-negociospublicos.com.br. INFORMAÇÕES: fones: (11) 3866-1615/1616, de 2ª a 6ª feira, no horário das 8h às 17h. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE SUPRIMENTO ESCOLAR
São Paulo, segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
D C A R R O 13
COMBUSTÍVEL ALTERNATIVO
VIAGEM A GÁS NATURAL Iveco testa ônibus ecológico no Expresso Tiradentes, antigo corredor do fura-fila. É o Irisbus Iveco Citelis GNV, fabricado na França. ANDERSON CAVALCANTE
fabricante Iveco trouxe pela primeira vez para o Brasil um ônibus movido a gás natural para ter seus níveis de emissões, consumo, autonomia e versatilidade avaliados. A montadora não espera muitas surpresas, já que sua tecnologia vem sendo utilizada com sucesso e em larga escala no transporte urbano na Europa desde 1992. Segundo o presidente da Iveco Latin America, Jorge Garcia, os motores a gás desenvolvidos pela marca estão em um adiantado nível de evolução e podem ser
A
Divulgação
considerados o que há de mais moderno em se tratando de combustão deste tipo. Com isso, a marca, por meio de sua divisão Irisbus, é atualmente a maior fabricante de coletivos urbanos com esta característica. "Ao todo contabilizamos mais de quatro mil ônibus Iveco movidos a gás natural em todo o mundo", afirma Garcia. Ainda segundo o executivo, os motores utilizados são os com menores níveis de emissão atualmente disponíveis no mercado europeu, que atendem a limites cuja entrada no Brasil ainda não está prevista para os próximos anos. Motor - O propulsor que equipa o ônibus
Os ônibus da montadora italiana estão sendo testados no corredor Expresso Tiradentes, na capital paulista
O veículo Iveco roda na Europa desde 1992
Irisbus Iveco Citelis movido a GNV é o Cursor 8 de 270 cv que atende às exigências de emissões EEV, que de acordo com a legislação européia em vigor possui limites mais taxativos que o próprio Euro V, previsto para entrar em vigor na Europa só em 2008. Por este motivo o local escolhido para operação em fase experimental foi o corredor de transporte coletivo Expresso Tiradentes, em São Paulo, já que o objetivo da SPTrans é utilizar nesse corredor veículos de baixo nível de emissão de poluentes e de ruído, além de terem que possui piso baixo para facilitar o acesso de passageiros. A acessibilidade, inclusive, foi um dos aspectos destacados pelo secretário Municipal de Transportes de São Paulo, Frederico Bussinger, durante a apresentação do veículo. "Os cilindros utilizados
como reservatório de combustível por não serem feitos de aço são muito mais leves e puderam ser instalados em um compartimento acima do ônibus. Isto elimina problemas de se utilizar o piso baixo em veículos a GNV". Sobre a aprovação e compra do veículo para ser utilizado no próprio corredor Expresso Tiradentes, Bussinger afirmou que os veículos para esta linha já estão definidos, mas que até 2008 a frota terá que ser renovada com cerca de quatro mil novos ônibus. "Hoje temos 80 ônibus a gás circulando pela cidade, fruto de experiências anteriores. Esperamos agora poder efetivar esta alternativa, mas antes vamos aos testes com o veículo", argumentou o secretário de Transportes (veja matéria sobre a venda de GNV no Brasil na página 15).
segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
Empresas Tr i b u t o s Va r e j o Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
CRÉDITO MANTÉM CRESCIMENTO
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por cento de prejuízo no comércio podem ser evitados com softwares de gestão apropriados.
FURTOS, MERCADORIAS ENCALHADAS E ERROS GERENCIAIS CAUSAM PELO MENOS 2% DE PREJUÍZOS
PERDAS E MÁ GESTÃO NO VAREJO
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varejo brasileiro confundir pessoa física com junão controla quan- rídica. "Os proprietários e seus to perde com fur- parentes costumam pegar patos, quebras opera- ra sua casa mercadorias do escionais, erros administrativos tabelecimento sem contabilie outros fatores não identifica- zar como saída ou venda. No dos. Os únicos dados disponí- final do mês, ninguém sabe veis são do segmento de super- aonde foi parar o dinheiro", diz mercados do Canal Varejo, do o consultor do Sebrae. Encalhe – Várias questões Programa de Administração do Varejo (Provar-USP), que administrativas também pes a m n a s p e rapontam uma das, como não média de 2% de Rafael Hupsel / LUZ saber comprar. perdas no total "No caso de pedo faturamento recíveis, o prodas empresas. blema é grave Enquanto as porque o prograndes redes duto compraperdem dinheido a mais vai ro com furtos, para o lixo. os pequenos soMas outros sefrem mais é com tores também a má gestão. sofrem com isDe maneira so. Como lojas geral, não há de sapatos que controle de escompram muitoque, de entrat o s n ú m e ro s da e saída de m e rc a d o r i a s , Curi: sem controle na drogaria fora do tamanho médio existem muitos erros administrativos e confu- brasileiro e ficam com encasão entre a pessoa física do pro- lhes. Haja promoção depois", prietário e a "pessoa" do esta- comenta Curado. O fato, muito comum, já belecimento. Tudo isso se soma aos furtos, que acontecem aconteceu com a comerciante Olga David, de Santo André. em qualquer empresa. De acordo com o consultor Um gerente de seu estabelecifinanceiro do Sebrae São Paulo mento, conta ela, comprou Ricardo Curado, os erros mais uma quantidade muito grande comuns dos pequenos lojistas de botas femininas bordadas – são comprar produtos em de- a moda passou e os pares ficamasia e ter de vê-los encalha- ram. "Tivemos de fazer várias dos; não observar a data de va- promoções a preço de custo lidade das mercadorias e o su- para sumir com elas", conta. miço de produtos. Na questão Mas a comerciante aprendeu a administrativa, o mais grave é lição. "Hoje compro tudo em
Pequenos não fazem levantamento da vida dos produtos na loja
quantidade pequena e que sei que vou vender", diz. Pressão – O micro e o pequeno varejista também sofrem com a pressão dos grandes fornecedores. De acordo com Curado, é muito comum, no segmento de supermercados, os vendedores imporem uma quantidade mínima de mercadorias e o dinheiro do comerciante, que poderia ser usado em investimentos necessários, fica retido no estoque.
CRÉDITO: MAIS 30% EM 2007 Expectativa de analistas é de que expansão será o motor da economia brasileira
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crédito ao consumidor deve continuar a todo vapor como motor da economia em 2007 e meados de 2008, enquanto o governo procura alternativas para colocar o País na rota do crescimento robusto, de 5% ao ano. Com a redução da taxa básica de juros, a Selic, para 13,25% anuais na semana passada (o menor nível em termos nominais da história do País), a perspectiva para 2007 é de expansão entre 25% e 30% do volume de empréstimos ao consumidor. A projeção, feita por especialistas em crédito, considera um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) entre 3% e 3,5% no próximo ano. Este ano, as financeiras e os bancos não têm do que reclamar. O saldo das operações de crédito ao consumidor — tudo que foi emprestado com recursos livres das instituições financeiras — deve fechar 2006 na marca histórica de R$ 200 bilhões. A alta é de quase 30% ante 2005. Até outubro a cifra era de R$ 189 bilhões, 21,8% mais que em dezembro de 2006, segundo o Banco Central (BC). A TÉ LOGO
O que sustenta a previsão otimista é o cenário favorável para os empréstimos. "Nunca a taxa média de juros cobrada do consumidor foi tão baixa como hoje e o prazo médio de financiamento, tão longo", diz o vice-presidente da Associa-
200 bilhões de reais deve ser o volume de crédito liberado para os consumidores em 2006. ção Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira. Motor — Estudo do diretor da RC Consultores, Fábio Silveira, mostra que o montante de financiamentos concedidos aos consumidores pode manter o ritmo atual de expansão até meados de 2008, sem comprometer a capacidade de pa-
gamento. "O crédito pode ser o motor da economia por mais um ano e meio", afirma. Para chegar à conclusão, o economista considerou três hipóteses. Primeiro, levou em conta que a massa nominal de rendimentos dos trabalhadores encerre o ano em R$ 67,3 bilhões. Em segundo lugar, descontando gastos obrigatórios com alimentação, transporte e moradia, as famílias têm disponíveis 25% da sua renda para gastar. Por último, o economista levou em consideração o fato de que o prazo médio dos financiamentos em setembro era de 18 meses. Da combinação dessas três variáveis, Silveira concluiu que o brasileiro tinha em setembro capacidade para pagar uma dívida R$ 303 bilhões, ante os financiamentos já assumidos na época (R$ 187 bilhões). Por isso, o volume de empréstimos pode crescer 30% em 2007. "O consumidor não esgotou a sua capacidade de endividamento", afirma o presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Érico Ferreira. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Indústrias e redes varejistas reforçam investimentos na região Nordeste
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Vale bate recorde de produção de minério de ferro em novembro
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Balança comercial teve superávit de US$ 3 bilhões em no mês passado
Alif Curi, sócio-proprietário há 18 anos da Drogaria Santa Inez, na Vila Romana, São Paulo, já teve muito medicamento que venceu no estoque. E nesse caso nem é possível fazer promoção para desovar os produtos. Com o tempo e a prática, Curi aprendeu a comprar a quantidade ideal, mas mesmo assim continua sofrendo com as intempéries do negócio. "Às vezes, o laboratório deixa de investir em propaganda de de-
terminado medicamento e começa a trabalhar com outro. Os médicos passam a receitar o remédio novo e o antigo fica encalhado aqui", afirma. Sem controle – Curi e sua sócia Helena Zlatohlavek agem como todos os micros e pequenos comerciantes: simplesmente não controlam o que têm, o que entra e o que sai do estabelecimento. Sequer sabem ao certo quanto é o faturamento exato do negócio. "Temos uma base", diz Curi. "É tudo "olhômetro", sintetiza o professor Nuno Fouto, do Provar. De acordo com ele, é imprescindível anotar a vida de cada item dentro da loja, volume de vendas, tempo médio de estoque, custo de transporte e armazenamento, perdas. Isso pode ser feito com softwares de gestão que estão cada vez mais baratos. "A questão é que muitos empresários não têm cultura de computador", observa Curado. E alguns esta-
belecimentos teimam em não registrar saídas de mercadorias para não pagar impostos. Atualmente, é possível encontrar softwares básicos de automação comercial a partir de R$ 200. Mas também produtos de gestão mais completos por volta de R$ 3 mil, fora a instalação. A Gemco, por exemplo, trabalha somente com tecnologia para o comércio e oferece produtos para supermercados, lojas de material de construção e postos de combustível. "As soluções para a pequena empresa são simples; o único porém é que o comerciante precisa de fato se dedicar a registrar toda a movimentação dos produtos", explica o gerente de marketing da empresa, Gabriel Bastar. De acordo com o professor Nuno Fouto, do Provar, o uso desses sistemas pode reduzir em até 15% as perdas de um estabelecimento. Fernanda Pressinott
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DCARRO
São Paulo, segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
SAÚDE NO TRÂNSITO
DIABETES: OS CUIDADOS AO VOLANTE O maior risco é a hipoglicemia moderada, não percebida por 50% dos diabéticos. Ela altera a capacidade de dirigir em 35% dos portadores.
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olocados em segundo lugar entre os problemas de saúde pública registrados no Brasil - dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) os acidentes de trânsito só perdem para a desnutrição. Eles respondem por um custo anual de R$ 24,6 bilhões, conforme estudo do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas). Segundo Leôncio Queiroz Neto, oftalmologista do Instituto Penido Burnier e diretor médico do Banco de Olhos de Campinas, o diabetes pode aumentar ainda mais o número de acidentes no País, considerando o crescimento da doença que hoje atinge 10 milhões de brasileiros e deve chegar a 16,5 milhões em 2025. O especialista, perito em medicina do trânsito e membro da ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego), diz que, "ao contrário do que se possa imaginar, entre diabéticos o perigo de acidentes não está relacionado à hiperglicemia, (aumento da glicose no sangue que caracteriza a doença). O maior risco está na hipoglicemia, (queda repentina da glicose na corrente sanguínea)". Isso porque, segundo ele, "o tempo entre o sintoma e a necessidade de correção é muito curto e a queda leve de glicemia não é percebida por 50% dos
diabéticos apesar de reduzir a capacidade de dirigir em 35% dos portadores. Além disso, só 3 em cada 10 motoristas param de trafegar quando percebem os sintomas, comenta". "O problema - observa - é mais comum na fase de adaptação ao medicamento, mas também pode ocorrer por irregularidade nos horários de alimentação ou excesso de exercício físico, e em casos extremos colocar a vida do diabético em risco". Atenção - Queiroz Neto diz que as falhas mais comuns na direção decorrentes da hipoglicemia leve são os desvios de direção, guinadas, saídas da pista, excesso de velocidade, condução lenta e freadas ou acelerações bruscas. Ele cita ainda que os sinais da hipoglicemia moderada são: ofuscamento visual, súbita piora na visão de perto (hipermetropia), tremor, sudorese, taquicardia, náusea, tontura e falha de atenção. Se não for corrigida pode progredir até o estado de coma, alerta. Orientação - Estas são as dicas do médico para evitar acidentes ao volante: Não dirigir no início do tratamento, troca de medicação ou dosagem. Carregar doces no veículo, em locais de fácil acesso.
Realizar teste de glicemia capilar 1 hora antes de dirigir e 4 horas após direção contínua. Fazer exames de vista anualmente. Deixar a direção em casos de macro ou micro angiopatia e neuropatia. À noite, o perigo cresce - O especialista lembra que os diabéticos têm variações nos vícios de refração e maior propensão a doenças oculares. Isto faz aumentar o perigo no trânsito noturno. "Metade dos diabéticos não sabe que tem a doença, que não apresenta sintomas em estágio inicial. Muitos descobrem que têm o problema em consulta oftalmológica", diz. "São pacientes que têm uma repentina dificuldade de enxergar de longe causada pela hiperglicemia. Isso acontece porque o aumento da glicose na corrente sanguínea leva ao acúmulo de água na parte posterior do cristalino que induz à miopia". De acordo com Queiroz Neto, à noite a
miopia, astigmatismo, glaucoma e catarata pioram devido à falta de iluminação suficiente que diminui o contraste das imagens e a noção de profundidade. O reflexo do motorista também fica mais lento porque entre míopes e astigmáticos a noção de distância em relação aos outros veículos é maior do que a real. Além disso, manter o foco na estrada durante a noite, exige mais da musculatura ocular o que compromete a acomodação. Ele ressalta que a carta de habilitação pode restringir a direção ao pôr-do-sol e por isso a redução da visão noturna não desabilita o motorista. Manter o grau dos óculos atualizado, dar preferência a lentes anti-reflexo e com proteção UV, pois lentes sem proteção aumentam em 60% o risco de surgir catarata. Manter o pára-brisa limpo e descansar durante o percurso são dicas do especialista para dirigir com segurança.
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Tr i b u t o s Comércio Exterior Finanças Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
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PROCON-SP AJUDA NA RENEGOCIAÇÃO
COMO COMEÇAR O ANO COM AS CONTAS EM DIA
A abundância de linhas de crédito pode transformar uma solução em um problema muito maior. Ana Luiza Ariolli, da Fundação Pró-Teste
Especialistas sugerem a utilização do 13º salário para a quitação de dívidas
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s economistas alertam: a euforia das compras de final de ano pode acabar em ressaca, com novas dívidas a partir do início do ano seguinte. Para escapar dessa previsão nada agradável, consultores de finanças pessoais e órgãos de defesa do consumidor aconselham que quem já está endividado utilize seu 13º salário para quitar os débitos em atraso e reduzir taxas de juros acumuladas. Tudo para começar o novo período no azul. Outra recomendação importante é o consumidor fazer de tudo para não comprometer mais de 20% da renda com presentes e gastos com as festas de Natal e ano-novo. Assim, o consumidor poderá acumular uma reserva de caixa para os meses de janeiro e fevereiro, período em que o brasileiro recebe os mais pesados carnês de impostos e quando muitos precisam fazer matrículas nas escolas e comprar material escolar. Nos primeiros meses do ano chegam as notificações de tributos como o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e o Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU).
Para os não endividados, o conselho é utilizar esse "fôlego" do 13º para planejar investimentos e programar aportes nas aplicações já existentes. Dívidas — Gustavo Cerbasi, consultor de finanças pessoais, destaca o pagamento das dívidas ainda pendentes. Ele aconselha o consumidor que receberá a segunda parcela do 13º até o próximo dia 20 que utilize o valor para o paga-
mento das pendências mais antigas e maiores, "já que os juros sobre elas são de alto risco". Cerbasi lembra que, com o dinheiro em mãos, o devedor pode obter desconto nos juros ou conseguir refinanciar os débitos mais facilmente. "O 13º é o fôlego para acertar o que ficou pendente", diz o especialista. Ele ressalta a importância da formação de um caixa de reserva para os próximos meses,
Abono ajuda a pagar dívidas
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Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) realizou uma pesquisa com 635 consumidores de diferentes classes sociais para identificar o destino do 13º salário. A previsão da Anefac é de que o abono possa injetar aproximadamente R$ 50 bilhões na economia brasileira até o final do mês de dezembro. Segundo a pesquisa, os entrevistados que já estão endividados utilizarão o
abono para o pagamento de dívidas. Desses, 33% acertarão pendências com o cheque especial, 25% com cartão de crédito e 22% procurarão os órgãos de cadastro de inadimplentes (Serviço Central de Proteção ao Crédito – SCPC e Serasa) para tirar o nome da lista de devedores. Em seguida, vêm o atraso no comércio (12%), dívidas de financiamentos bancários ou financeiras e débitos em outras instituições: escolas, serviços de telefonia e tarifas públicas (3%). (DF)
por cento do R$ 1,6 bilhão destinado ao microcrédito neste ano foram efetivamente liberados pelos bancos
principalmente para aqueles que já estão parcelando suas compras de final de ano em mais de quatro vezes, seja no cartão de crédito ou por meio de carnês. O consultor diz que a nova dívida, somada às pendências já acumuladas e a chegadas das contas de início de ano, pode comprometer as contas da família por todo primeiro semestre de 2007. "Nos piores casos, pode prejudicar o ano todo", alerta Cerbasi. Lista — Ana Luiza Ariolli, advogada e supervisora institucional da Fundação Pró-Teste de Defesa do Consumidor, destaca a importância de se elencar tudo o que será pago a partir de janeiro, o que precisa ser acertado com mais urgência antes do final de ano e, com a sobra, planejar o consumo para as festas de final de ano. "O 13º não pode se transformar em base para um problema futuro. O consumidor precisa
utilizá-lo como margem de negociação de seus débitos e entrar o próximo ano com uma carga menor sobre sua renda", diz a advogada. Ela recomenda que o devedor, logo que receber a segunda parcela do abono, procure diretamente seu principal credor e renegocie o valor devido. Desde a última sexta-feira, a Fundação Procon-SP ajuda os consumidores endividados a renegociar os passivos com os credores. O serviço está disponível no site do órgão na internet (www.procon.sp.gov.br). A Pró-Teste também alerta para a atraente oferta de crédito existente no mercado brasileiro. A entidade acredita que a melhor opção na hora de obter um financiamento é procurar uma instituição bancária reconhecida pelo Banco Central e pesquisar os melhores juros. "Essa abundância de linhas de crédito, muitas ofertadas por
intermediadores ilegais, pode transformar uma solução em um problema muito maior", afirma a advogada. Sem dívidas — Para aqueles que chegaram ao final de ano sem dívidas, a dica dos especialistas é utilizar o 13º em aplicações e produtos financeiros ligados à previdência complementar. Carlos Sampaio, consultor de finanças pessoais, indica a compra de cotas de fundos de investimentos e a aquisição de um plano de previdência (PGBL ou VGBL) para aqueles que ainda não têm o produto. Sampaio afirma que a utilização dos recursos extras em aplicações permitirá que o consumidor comece 2007 com um pouco mais de tranqüilidade. Dessa forma, em vez de um novo endividado, o mercado ganhará um novo poupador, o que é bom para a economia. Davi Franzon
Microcrédito só usa parte do orçamento
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decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de ampliar o microcrédito às pessoas físicas e aos microempresários é um importante avanço para a consolidação dessa modalidade financeira, mas a alta taxa de juros e a burocracia ainda funcionam como entraves a uma maior adesão aos financiamentos, dizem analistas. Para ele, as dificuldades levam à liberação de apenas 58% do total de R$ 1,6 bilhão destinados ao microcrédito neste ano, conforme estudo do Banco Central. O assessor econômico da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), Rodrigo Mariano, afirma que o impacto da decisão tomada pelo CMN poderia ser maior se houvesse uma desburocratização do processo. "A alta burocracia inibe os pequenos empreendedores", afirma Mariano. Segundo ele, isso leva muitas pessoas a procurar as financeiras, que cobram juros mais altos. Para o diretor do Instituto de
Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, a decisão do CMN é importante, mas o impacto será muito gradual. Ele também cita o entrave da burocracia para a obtenção do crédito. "A tendência é de crescimento, mas o consumo não vai explodir imediatamente", diz. Já o presidente do Sindicato das Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi), Joseph Couri, ressalta que qualquer medida que incentive o microcrédito é positiva, "tanto que os bancos estão ampliando cada vez mais suas linhas para dois tipos de empréstimos: microcrédito e o crédito consignado em folha." Ele observa que diversos estudos apontam que todo o dinheiro que é colocado à disposição de quem ganha até três salários mínimos vai direto para o consumo, estimulando a economia. "É uma medida que fortalece o mercado interno, redistribui a renda via trabalho e gera emprego." (AE)
São Paulo, segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
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ALTERNATIVO Marcos Peron/VirtualPhotos
15 ANOS DEPOIS, O SUCESSO DO GNV Após 15 anos, o uso de GNV, iniciado em 1991, tornou-se sonho de consumo de todo motorista profissional que roda, em média, mais de 100 quilômetros por dia
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primeiro posto a oferecer GNV (Gás Natural Veicular) começou a funcionar há 15 anos, distribuindo o combustível para veículos leves no Brasil. Foi em 1991, que a Distribuidora Ipiranga inaugurou, no Rio de Janeiro, o primeiro posto com GNV, que até então era utilizado, de forma experimental, apenas em ônibus. Como naquela época não existia no Brasil tecnologia para possibilitar o uso do GNV pelos veículos que circulavam no Brasil, a empresa pioneira importou da Itália e instalou em alguns carros, kits de gás incentivando os primeiros testes com o combustível. Para comprovar a viabilidade do GNV, a empresa equipou um Chevrolet Opala 4 cilindros, que passou por avaliações dos órgãos de metrologia e imprensa. Os cilindros da época eram grandes e tinham capacidade de armazenar entre 15 e 18 metros cúbicos. Os de hoje, são menores com capacidade iniciando em 6 metros cúbicos.
São Paulo em seguida - Em seguida outro posto foi instalado em São Paulo e depois em outras cidades. Hoje, a Ipiranga tem 185 postos com oferta de GNV. Este
número deverá crescer para 200 até o final do ano. Maior distribuidora privada de gás natural veicular, a distribuidora detém 12,4% do mercado. Desde o Opala 4 cilindros até agora, a frota nacional usuária de GNV cresceu para 1,3 milhão de veículos convertidos. Somos o segundo país no ranking mundial, perdemos apenas para a Argentina. Economia - A razão do sucesso do GNV está na economia que ele representa para o usuário. Ainda que represente perda de potência muito significativa - acentuada quando acionado o ar condicionado e o carro tem que enfrentar subidas, não há hoje motorista profissional - especialmente aqueles que rodam mais de 100 km/dia - que não deseje ter o sistema em seu carro. O gás é 53% mais barato que o álcool e 63% mais que gasolina (Fonte: Pesquisa de Preços ANP- Agência Nacional de Petróleo – 11 a 15 de novembro). Segundo a Ipiranga, o retorno do gasto com o kit (R$ 2.600 em média) chega em até seis meses, para o motorista de veículo a gasolina que circula 100 quilômetros por dia no trânsito de São Paulo, por exemplo. Acrescente-se à economia, o fato do GNV
AMORTECEDORES
ATENÇÃO COM OS FALSIFICADOS O amortecedor é uma peça de extrema importância para o bom funcionamento de um veículo. Por isso, é preciso tomar muito cuidado com o uso de peças falsificadas ou recondicionadas, porque podem colocar em risco a vida dos passageiros, além de danificar a estrutura do automóvel. Entre outras funções, os amortecedores mantêm o contato permanente dos pneus com o solo, o que proporciona estabilidade e conforto nas mais diversas condições de estradas. Entre outros problemas, os recondicionados aumentam o risco de derrapagem por interferirem na vida útil dos pneus. “Geralmente, as peças recondicionadas são somente limpas e repintadas. Em alguns casos é injetado um outro tipo de óleo, que faz com que o amortecedor apresente uma aparente melhora no seu funcionamento. Esse tipo de óleo, porém,
causa grandes variações no desempenho do equipamento durante o seu uso”, explica Nilton Tadeu Durães, gerente de Engenharia Aftermarket, Serviços e Treinamento da Monroe. Já os falsificados, além de durarem pouco, aumentam o risco de causar acidente e de danificar o veículo.
Hoje esta é uma cena comum nos postos de abastecimento brasileiros. O sucesso teve início com a Ipiranga, no Rio de Janeiro, em 1991, com os veículos usando kits importados da Itália.
poluir menos, comparado aos demais combustíveis. As montadoras - Ainda que não se manifestassem contra o uso do GNV, as montadoras demoraram para aceitar que a instalação de kits não representasse a perda de garantia dos veículos por elas
fabricados. Hoje, já confiantes no sistema, elas estabeleceram convênios com empresas transformadoras e vendem seus carros já com o sistema "de fábrica". A Fiat, por exemplo, já disponibiliza o Siena tetra-fuel, que aceita quatro combustíveis, considerando-se dois tipos de gasolina (pura e com álcool), gás e álcool.
segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças
5 Esse decreto é uma vergonha. Os prejudicados terão que entrar com ação contra os abusos do fisco. Raul Haidar, tributarista
LEÃO VAI LEILOAR PRODUTOS APREENDIDOS
NORMA DA SEFAZ-SP QUE DIFICULTA A ABERTURA DE EMPRESAS PODE SER CONTESTADA NO JUDICIÁRIO
DECRETO ESTADUAL É QUESTIONADO Patrícia Cruz/Ag.Luz (19/08/05)
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Artur de Leos/LUZ
Ives Gandra: participação dos melhores juristas
Miretti: cidadão financia gastos públicos
Aplausos ao Código Tributário
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ngana-se quem acredita que o Código Tributário Nacional (CTN) guarda relação com o tamanho da carga tributária brasileira, que já beira 40% do Produto Interno Bruto (PIB), ou o excesso de burocracia. Pelo contrário. Depois de 40 anos, completados no último dia 25 de outubro, esse ilustre aniversariante desperta, sim, elogios dos especialistas. O senhor CTN, por exemplo, jamais foi parar nos tribunais sob suspeita de conter dispositivos inconstitucionais. Outro ponto a favor, na opinião do jurista Ives Gandra Martins, é que a legislação foi elaborada pelos melhores juristas da época. O advogado Antônio Carlos Caldeira Miretti, presidente da Comissão de Direito Tributário da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), critica o sistema tributário nacional atual pelo caos, mas isenta de culpa o CTN. "Não estamos mais pagando tributos, mas financiando os gastos públicos", diz. De acordo com Miretti, o objetivo da legislação foi disciplinar a tributação em âmbito nacional, firmando conceitos básicos e normas gerais, como a determinação de qual ente federativo deve tributar o quê. A lei define, por exemplo, que cabe à União cobrar imposto sobre a renda. O problema da alta tributação e burocracia está nas leis ordinárias que foram editadas depois do código. ISS – O tributarista José Ro-
berto Pisani, do escritório Pinheiro Neto Advogados, também concorda que a alta burocracia não é originária do CTN. "Ela é conseqüência dos atos infraconstitucionais, da legislação que disciplina impostos federais, estaduais e municipais", afirma. O advogado ilustra sua análise com a Lei Complementar n° 116, que modificou a tributação municipal do Imposto sobre Serviços (ISS). Pisani lembra que nunca houve declaração de inconstitucionalidade pelo Poder Judiciário de qualquer disposição do CTN. Ileso –Para justificar sua tese de que a ausência de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) contra regras do CTN ocorreu porque a legislação foi elaborada "pelos melhores juristas da época", Gandra Martins destaca que muito do que foi colocado no CTN em 1966 serviu de base para a elaboração da Constituição de 1988. "Na Constituição anterior, não havia clareza de que leis complementares deveriam condicionar leis ordinárias, por exemplo. Essa linha foi idealizada no Código Tributário Nacional", lembra. Uma lei complementar institui a linha geral – nacional – sobre um tema e a ordinária detalha como esse assunto será aplicado em cada município. Mas, nesses 40 anos, algumas leis complementares alteraram o texto original do CTN. Para Ives Gandra Martins, to-
das as modificações implantadas "foram para a pior". De acordo com o jurista, a Lei Complementar n° 104/2001 criou uma situação desfavorável ao brasileiro. "Antes, o CTN determinava que somente lei poderia obrigar o contribuinte. Esta norma complementar estabelece que a lei aplicável pode ser desconsiderada pelo fiscal, criando o princípio do palpite legal", ironiza. Fraude – Outra mudança no CTN, feita pela Lei Complementar n° 118/2005, é criticada pelo advogado Thomas Felsberg, da Felsberg Advogados. Para ele, a norma peca ao tratar da sucessão tributária por impor à empresa adquirente de parte de firma em fase de recuperação judicial a responsabilidade pelos débitos tributários passados da parte que deseja comprar. "A medida foi criada para evitar fraude, mas acaba impedindo o clima de negócios e a própria recuperação de empresas", reclama o advogado. "Combate-se a fraude punindo-a", completa. Ao contrário dos demais advogados, Felsberg defende alterações no CTN, assim como em certas legislações inferiores, que poderiam ajudar a ajustar o sistema tributário atual. "Nossos impostos deveriam ser mais adequados à realidade. O sistema tributário, como está hoje, inviabiliza empresas, incentivando a informalidade", diz. (LI)
Fisco faz leilão de mercadorias
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Secretaria da Receita Federal, por meio da Alfândega do Porto de Santos, vai realizar na próxima quinta-feira um leilão de mercadorias apreendidas, destinado apenas para as pessoas físicas. Serão colocados à venda 445 lotes, avaliados em R$ 801,6 milhões, dos mais variados produtos, entre eles, automóveis das marcas Merce-
des-Benz, Chevrolet Cavalier, BMW, Mitsubishi, Hyundai, além de bebidas, aparelhos eletrônicos, motocicletas, relógios, canetas, até skates e máquinas fotográficas. Poderão participar do leilão apenas pessoas físicas inscritas no cadastro do Ministério da Fazenda, com os documentos RG e CPF e, se for o caso, documento de emancipação.
Estarão excluídos servidores em exercício na Receita, interessados nos processos fiscais de apreensão de mercadorias levadas à leilão, despachantes aduaneiros e corretores de navios. O leilão vai começar às 9 horas, no salão social da Associação dos Oficiais da Polícia Militar (AOPM), Rua Tenente Júlio Prado Neves, 1.155, no Tremembé. (SLR)
m meio a temporais, uma chuva de ações pode começar a cair na Justiça paulista. Na contra-mão do Supersimples, que deve desburocratizar a abertura de empresas, a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz) publicou, no dia 25 de novembro, um decreto (nº 51.305/06) que lista os novos critérios – como prova da capacidade econômico-financeira do contribuinte – para a obtenção da inscrição estadual. "Esse decreto é uma vergonha. Por ser inconstitucional, os prejudicados terão que entrar com ação contra os abusos do fisco", afirma o tributarista Raul Haidar. O tributarista e ex-procurador municipal Kiyoshi Harada já entrou com diversos mandados de segurança para agilizar a inscrição estadual. Segundo o advogado, antes desse decreto, a Fazenda já vinha negando a inscrição pelo fato do empresário ter dívidas junto ao fisco. "Todos os mandados que impetrei foram deferidos", afirma Harada. Para Haidar, uma das inconstitucionalidades é a existência de critérios subjetivos para se abrir uma empresa. "A
Paulo Pampolin/Digna Imagem (13/05/04)
Sawaya: contra a livre iniciativa
Sefaz deixa os empreendedores nas mãos da autoridade fiscal, o que abre a possibilidade de corrupção e desestimula o crescimento econômico do Estado", afirma. O Decreto nº 51.305/06 é o mesmo que permite ao fisco cassar a inscrição estadual das empresas que vendem produtos piratas. O advogado Tércio Chiavassa, do Pinheiro Neto Advogados, vê inconstitucionalidade principalmente na exigência de garantia ao cumprimento das obrigações tributárias. "A súmula n° 323 do Supremo Tribunal Federal (STF) determina que o fisco não pode apreender mercadoria como meio coercitivo ao pagamento de tribu-
tos", afirma. "Existem meios específicos para cobrar esses débitos. Assim, não tem sentido impedir o empresário com antecedentes fiscais de obter uma nova inscrição estadual", argumenta o advogado Luiz Rogério Sawaya Batista, do Nunes e Sawaya Advogados. "Essa exigência ofende o princípio da livre iniciativa", diz. Segundo Antônio Carlos de Moura Campos, da Diretoria Executiva de Administração Tributária (Deat) da Sefaz, informações sobre a capacidade econômico-financeira e antecedentes fiscais do empresário e seus sócios serão exigidas porque se, por exemplo, um sócio não apresenta a declaração de Imposto de Renda há cinco anos, há uma grande suspeita de que a intenção é abrir uma empresa "laranja". "Depois, a Fazenda não teria de quem cobrar o imposto", alega. Sobre o oferecimento de garantia, Moura explica que poderá ser exigida fiança bancária, por exemplo, quando houver evidência de que se trata de um "contribuinte problema". "Estamos cumprindo o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado", diz. Laura Ignacio
Impostômetro atinge R$ 750 bi A somatória de arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais atingiu na madrugada de hoje, no Impostômetro, R$ 750 bilhões, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), que
desenvolveu o painel eletrônico a pedido da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Segundo o presidente do instituto, Gilberto Luiz do Amaral, é a primeira vez que essa cifra é alcançada, pois em 2005 o total da arrecadação foi de
R$ 732,87 bilhões. O IBPT estima que a arrecadação deste ano ultrapassará R$ 810 bilhões. O Impostômetro está instalado na fachada da ACSP e pode ser visualizado no site www.impostometro.com.br.
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VAREJO
PREÇO DO ZERO SOBE 0,32% EM NOVEMBRO A alta encerra um ciclo de baixas seguidas e aponta para um aquecimento das vendas neste fim de ano
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preço do carro zero-quilômetro fechou novembro com alta de 0,32%, conforme pesquisa Agência AutoInforme/Molicar. A alta encerra um ciclo de queda e de estabilidade dos últimos cinco meses e dá sinais de que o mercado começou a esquentar antes do tempo este ano. As ofertas e promoções começaram no início de novembro e a expectativa é de que as vendas aumentem ainda mais este mês. Nos dois últimos meses ocorreram as maiores quedas de preço do ano (em outubro, de 1,32% e, em setembro, de 0,52%), enquanto nos meses anteriores o comportamento foi praticamente estável. No acumulado dos 11 primeiros meses do ano, verifica-se queda de 1,11%. O estudo da AutoInforme compara mês a mês o chamado Preço de Verdade, ou seja, aquele efetivamente praticado no mercado (cotado pela Molicar) e não os das tabelas das montadoras, que servem apenas como referência. Os carros da Fiat foram os que mais subiram de preço em novembro, 2,61%, seguido pelos importados da Porsche (1,42%), Maserati (1,16%), Lexus
(1,08%) e Jaguar (0,90%). Os da Toyota ficaram 0,53% mais caros e os da Volks, 0,29%. Na outra ponta, destaque para a Ford, com seus carros ficando 0,97% mais baratos. Modelos - Alguns modelos tiveram altas significativas no mês, caso do Stilo Schumacher, com índice de 6,3%. O hatch da Fiat tinha um preço médio em outubro de R$ 65,5 mil e hoje vale R$ 69,6 mil, conforme a cotação da Molicar. Na verdade o preço atual ficou com desconto menor, já que na tabela o carro custa R$ 72,1 mil. O utilitário esportivo Tucson, da marca coreana Hyundai, ficou 6,02% mais caro. Em outubro, era encontrado promocionalmente por R$ 83 mil, agora sai pelo mesmo valor da tabela, R$ 88 mil. A lista das maiores altas segue com o Audi TT 1.8 turbo Quattro conversível, um carro pouco procurado e com público extremamente específico que ficou 6% mais caro. Também teve alta acima de 5% os modelos Palio Weekend HLX 1.8 flex e a Strada Fire 1.4 felx (cabine estendida e cabine simples).
Balanço - Com relação ao mercado de zero-quilômetro, tudo indica que novembro marcou um novo recorde de vendas diárias. Segundo balanço parcial das três primeiras semanas, foram comercializadas, por dia, cerca de 8 mil unidades, um resultado realmente surpreendente considerando o desempenho do setor ao longo deste ano. No balanço do mês, o volume deve ficar próximo a 170 mil unidades, um bom desempenho considerando que novembro teve dois feriados nacionais prolongados e mais um, referente ao Dia da Consciência Negra, que paralisou as vendas de grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro. O desempenho interno do setor automotivo este ano surpreendeu até a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), que já reviu para cima a sua meta de crescimento para 2006. Previa, anteriormente, alta de 7,1%, mas agora já fala em acréscimo de quase 11%. A entidade acredita que as vendas internas possam chegar perto de 1,9 milhão de unidades, contra 1,71 milhão no ano passado. Com isso, a produção ficará em torno de 2,64 milhão, volume 4,5% superior ao registrado no ano passado. Joel Leite, da Agência AutoInforme
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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
A Associação Comercial de São Paulo está entre as melhores empresas para estagiar, segundo o CIEE.
VENDAS DE VIAGENS DE AVIÃO CAÍRAM 8%
NO LUGAR DOS AVIÕES, ÔNIBUS E CRUZEIROS.
Leonardo Rodrigues/Hype
Crise do setor faz consumidor optar por transporte rodoviário e cruzeiros
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crise dos aeropor- crise aérea. Podem vir mais tos está deixando cancelamentos das reservas não apenas os pas- feitas", disse o presidente da sageiros apreensi- Abav, Eduardo Nascimento. A Associação Brasileira das vos mas também os representantes do setor de turismo no Operadoras de Turismo (BrazBrasil. Os atrasos e cancela- toa) também confirma a queda mentos dos vôos fizeram com nas vendas de pacotes antecique as pessoas desistissem de pados neste ano. Segundo o comprar pacotes turísticos presidente da entidade, José com transporte aéreo e optas- Zuquim, no mesmo período sem por viagens rodoviárias do ano passado, mais de 50% ou marítimas. Por outro lado, as locadoras de veículos e viações de ônibus sentiram a mudança do cenário para as férias de janeiro e comemoram crescimento nas vendas. Segundo a Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav), as vendas de pacotes turísticos com viagem de avião caíram 8% nos últimos 30 dias, e a procura por navios teve um acréscimo de 15% em relação ao mesmo período do ano passado. A entidade atribui a maior parte disso aos atrasos nos aeroportos. "A continuidade dessa situação pode ampliar a redução das vendas, já que ainda não sentimos todos os efeitos da Renata Müller: pacotes aéreos em queda
dos pacotes antecipados já estavam vendidos. Neste ano foram menos de 45%. Ô ni bu s – Já a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati) está otimista. A entidade não possui números precisos sobre o crescimento do setor, mas garante que devem alcançar índices melhores que os de 2005. Segundo as empresas de transporte rodoviário, já houve aumento de até 30% no número de passageiros no trecho Rio-São Paulo. De acordo com o superintendente da Viação Itapemirim, Ronaldo Fassarella, este período de alta temporada deve representar 33% da receita da empresa. Navio e CVC – Os cruzeiros também atraem turistas que não querem correr riscos no final do ano. A CVC prevê que o número de passageiros deve chegar a 130 mil nos cinco navios disponíveis na temporada que vai de dezembro a março. Hoje, a companhia registra mais de 60% de ocupação nos navios. De acordo com
A agência Superférias registrou aumento de 30% nas vendas de pacotes marítimos e rodoviários
E d u a rd o N a s c i m e n t o , d a Abav, em todo este ano já foi registrado um aumento de cerca de 50% nas vendas de pacotes marítimos e 41% de rodoviários em relação ao mesmo período do ano passado. Superférias – A gerente de marketing da agência de viagens Superférias Renata Müller disse que, desde a queda do avião da Gol e início da crise dos controladores de vôo, a empresa teve um aumento de 30% nas vendas de pacotes marítimos e rodoviários, se comparado com 2005. Em compensação, registrou queda de 15% nos pacotes aéreos em relação ao ano passado. "A maioria já tinha planos de viajar de avião, mas está mudando de opção", disse. A publicitária Marcela Herz e o namorado planejaram uma viagem para Trancoso, na Bahia, para a semana do Ano-Novo. Mas com o pouco tempo e os atrasos nos aeroportos, o casal preferiu adiar a viagem. "Agora vamos para Búzios de carro com um outro casal de
amigos que estava na mesma situação", disse Marcela. L oc ad or as – As locadoras de veículos também estão preocupadas com a crise no setor aéreo, já que os turistas e executivos não conseguem chegar a seus destinos. Segun-
do a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla), apesar dessa crise, o setor segue uma trajetória de crescimento. Para 2006, a estimativa é de expansão igual à do ano passado, ou 8,3%. Tatiana Vicentini
Reservas em hotéis caem 10%
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Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) registra queda média de 10% nas reservas. Segundo o presidente da entidade, Everaldo Alves da Cruz, é preciso olhar para a situação com cuidado para não assustar a população. "O acidente da Gol foi uma tragédia, mas apenas a gota d'água de uma seqüência de erros. Nessa crise, muitos setores estão perdendo dinheiro, mas também há outros se aproveitando da situação", disse Cruz. Ele explica que o turis-
mo marítimo é um desses casos. "No ano passado, eram cinco navios, agora já são 12 e ainda chegarão mais dois à costa brasileira. As embarcações não têm bandeira brasileira, não pagam impostos e não geram empregos para o País", reclamou. O presidente da ABIH explicou que, na primeira semana da crise, foram canceladas cerca de 70 mil diárias, o que corresponde a uma perda de R$ 7 milhões. "Se contarmos com os flats e outros tipos de hospedagens, esse valor sobe para R$ 15 milhões", ressaltou. (TV)
Rodízio prejudica setor Aeronáutica decidiu, na última quinta-feira, instituir uma espécie de rodízio para aviões de pequeno porte e jatos executivos. Nos horários de pico, entre as 7h30 e o meio-dia e das 17 às 20 horas, essas aeronaves ficam impedidas de decolar, pousar ou sobrevoar o espaço aéreo entre Brasília, Cuiabá, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Assinada pelo Comando da Aeronáutica, sem que nenhuma das empresas afetadas fosse previamente notificada, a norma técnica desagradou a Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), que pede a revogação imediata das restri-
A
ções e solicita uma audiência da entidade com os técnicos do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) para estabelecer procedimentos especiais que levem em conta o desempenho das aeronaves. Terceiro lugar – De acordo com a Abag, o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking da aviação executiva, transporte de passageiros em aviões de pequeno porte, em rotas não regulares, atrás apenas dos Estados Unidos e do Canadá. A restrição da Aeronáutica deve atingir 6.038 jatos e aeronaves que compõem o serviço aéreo privado do País, 56,7% da frota nacional. Poupada pelo rodízio, a aviação comer-
cial, ou regular, emprega 413 a e ro n a v e s , 3 , 7 % d o t o t a l . "Com a medida, que não resolveu o problema dos atrasos nos aeroportos, as empresas de taxi-aéreo perderam cerca de 80% de seus faturamentos em relação a 2005", afirmou o v i c e - p re s i d e n t e d a A b a g , Adalberto Febeliano. Ele informou que o setor de aviação executiva cresce 5% por ano e movimenta cerca de US$ 300 milhões. Conforme a entidade, só 110 dos 5.563 municípios brasileiros são atendidos por vôos comerciais. As opções para a população das outras 5.453 cidades são deslocar-se para o aeroporto mais próximo. (TV)
ACSP ganha prêmio do CIEE
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Associação Comercial de São Paulo (ACSP) está entre as 50 melhores empresas para estagiar no Estado de São Paulo, de acordo com pesquisa inédita elaborada pelo Ibope Solution, a pedido do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE). O objetivo da premiação, realizada na quinta-feira passada, é reconhecer as entidades que investem tempo e trabalho na promoção de programas de estágio de qualidade. Para a analista sênior de Recursos Humanos da ACSP, Sandra Ribeiro Caron, ganhar um prêmio como esse e, principalmente, ficar entre as 50 melhores empresas, consolida o trabalho da instituição. "Isso contribui para melhorar a imagem da entidade. Mostra que é uma empresa organizada, séria e preocupada com as pessoas que nela trabalham", disse. "É um estímulo para melhorarmos cada vez mais. Da próxima vez, quem sabe, esta-
Luiz Prado/LUZ
Carla, Sandra e Regina, da ACSP
remos entre as dez melhores", complementa a analista. De acordo com a assistente social da ACSP, Regina Santana, a entidade possui 800 funcionários e 91 estagiários. A área jurídica é a de maior demanda, respondendo por 66% dos estágios, todos concentrados no escritório regional da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp) da ACSP.
Psicologia, pedagogia, administração, serviço social, comunicação social, desenho industrial e relações públicas também entram na lista. "Aqui, valorizamos e estimulamos os estagiários. Eles recebem todos os benefícios de um funcionário convencional." Para o gerente do escritório regional da Jucesp/ACSP, Clóvis Martines Mochizuki, que incentivou a participação de seus estagiários na pesquisa, a valorização e a motivação são contínuas. Segundo ele, treinamentos teóricos e práticos de temas relacionados ao Direito Societário e Empresarial são realizados constantemente para aprimorar o conhecimento e o exercício das funções dos estudantes. "A indicação e o remanejamento de pessoas no surgimento de vagas internas também são realizados de forma intensa, pois visamos o crescimento profissional dos estagiários." Maristela Orlowski
São Paulo, segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
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INFLAÇÃO DO CARRO
DCARRO POR AÍ
RECALL DA AUDI
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Audi está convocando 28 proprietários do sedã Audi A8 Limousine 4.2 para uma inspeção no air bag do carro. Segundo a empresa, durante testes de controle de qualidade, o equipamento não inflou de forma ideal em algumas unidades. Devem comparecer a uma concessionária da marca os donos dos veículos fabricados entre dezembro de 2002 e outubro de 2003 e de chassis entre WA U 4 4 E 0 3 N 0 0 4 6 1 9 e WAU44E14N11905. A montadora alemã recomenda que os clientes agendem a vistoria na concessionária de sua preferência pelo telefone 0800-149149. A campanha de recall vai até o dia 30 de abril de 2007.
NOVIDADES DO FINAL DO ANO
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Salão do Automóvel foi palco de algumas novidades da indústria automobilística, mas nem por isso acabaram os lançamentos. As montadoras colocaram no mercado vários carros depois da exposição e ainda teremos mais até o fim do ano. A Ford mostrou o EcoSport automático e a GM trouxe o Tracker. A Honda lançou o Fit e o Civic com motor flex, enquanto a Renault apresentou o Mégane Grand Tour (veja matéria de capa). E até o fim do ano tem mais novidades: a Volvo lança o S80 no dia 7, com duas opções de motor: 3.2 de 238 cv e 4.4 V8 de 315 cv. Os outros lançamentos são o C6, da Citroën, o BMW Série 3 duas portas e o Jaguar XK, com motor V8 de 298 cavalos.
VELAS E PNEUS SUBIRAM MAIS DE 10% NO ANO O custo de andar e manter o carro teve alta média de 3,72% no acumulado dos primeiros dez meses JOEL LEITE, DA AGÊNCIA AUTOINFORME
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s reparadores de veículos devem ter ouvido muitas – e boas – este ano de clientes revoltados com o aumento dos preços de alguns componentes necessários para manter seu veículo em dia. Na média, as peças de reposição subiram 4,59% de janeiro a outubro, um índice próximo ao da inflação oficial medida pelo IGP (Índice Geral de Preços) da Fundação Instituto de Pesquisas (Fipe/USP). Já o custo da mão-de-obra cobrado pelas oficinas espalhadas pelo País teve um comportamento bem mais favorável ao consumidor. O serviço ficou mais barato nos dez primeiros meses do ano, com uma queda de 1,61% no acumulado do período. Exceções - O problema é que algumas peças tiveram aumentos de preços bem acima da média praticada no mercado, caso da correia dentada, que ficou 21,79% mais cara até outubro, e da bateria de 45 amperes, que aumentou 19,09% no período. Esses porcentuais todos compõem o IMC (Índice de Manutenção do Carro), mais conhecido com Inflação do Carro. Os dados são calculados mensalmente pela Agência AutoInforme, especializada no setor automobilístico. A Inflação do Carro é a média da variação de todos os preços praticados no varejo e que envolvem os custos para manter e rodar com o veículo no dia-adia. Na cesta de produtos são considerados todas as peças, serviços de mão-
de-obra, tributos e impostos relacionados ao automóvel. O IMC de janeiro a outubro foi de 3,72%; isso quer dizer que peças como a correia dentada e a bateria apresentaram aumentos realmente excessivos. A reclamação dos clientes, portanto, tem razão de ser. E não são os únicos casos. Mais dois itens pesquisados pela AutoInforme tiveram alta de mais de 10% nos primeiros dez meses do ano: o jogo de velas, que subiu 15,19%, e o pneu, com um aumento de 10,06% no acumulado até outubro. Também tiveram alta em índice acima da inflação os gastos com seguro (6,9%) e as pastilhas de freio (4,82%). Mas se a média de aumento, considerando os componentes e a mão-deobra, foi de apenas 3,72%, quer dizer que
alguns itens de manutenção apresentaram queda de preço, certo? Isso mesmo. E os itens que mais caíram foram os relativos à parte de serviço, como por exemplo o balanceamento das rodas e o alinhamento de direção. O primeiro ficou 18,89% mais barato nos primeiros dez meses do ano, enquanto o alinhamento teve uma queda de preço média de 15,08%. Com relação ao combustível, a gasolina subiu 3,45%, enquanto o álcool caiu 1,88%.
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Indicadores Econômicos
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1/12/2006
Falências foram decretadas no mês de novembro, segundo dados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 29/11/2006 29/11/2006 29/11/2006 29/11/2006 29/11/2006
P.L. do Fundo 12.023.796,86 2.030.336,62 9.995.102,36 17.798.893,68 1.348.318,50
Valor da Cota Subordinada 1.267,463804 1.122,619848 1.177,542423 1.078,825535 1.152,136203
% rent.-mês 3,1679 0,7621 -1,3365 -2,4725 2,4850
% ano 29,7340 12,2620 17,7542 7,8826 15,2136
Valor da Cota Sênior 1.023,389413 1.110,441585 1.126,353908 0 0
% rent.-mês 1,0653 0,9777 1,0653 -
% ano 2,3389 11,0442 12,6354 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
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DCARRO
São Paulo, segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
CINEMA Divulgação
Além do seu preferido, Bond usou um Mondeo feito à mão para algumas cenas rodadas nas Bahamas.
DCARRO POR AÍ
SÉRIE ESPECIAL
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MONDEO ESTRÉIA COM O NOVO 007 O esportivo Aston Martin continua sendo o carro de James Bond. Mas desta vez, em Cassino Royale, o Mondeo conseguiu um papel de coadjuvante de 4 rodas.
E
stréia em São Paulo na próxima semana, Cassino Royale, o mais novo filme de James Bond, o 007, com autorização para matar. Junto com ele, o novo Mondeo, que será o primeiro carro a aparecer. Em cena também o Aston Martin, o preferido do agente secreto britânico, que já participou de outras grandes aventuras de Bond, James Bond. Os dois veículos são fabricados pela Ford, na Europa. Daniel Craig estréia no papel do agente
James Bond, personagem imortalizado pelo escocês Sean Connery e depois interpretado por outros atores de descedência britânica. O Aston Martin é o carro pessoal do agente 007. O novo Mondeo, que teve uma pré-exibição no último Salão de Paris e será lançado na Europa no início de 2007, aparece primeiro no filme. Ele leva o agente secreto para o hotel quando ele chega às Bahamas, para prosseguir perseguindo terroristas internacionais.
Com esta presença no filme de 007, a Ford mantém tradicional parceria com a indústria cinematográfica, especialmente com os filmes de Bond. Para atender aos produtores a Ford cedeu o novo Mondeo, que aparece no filme, na versão cinco portas e cor azul Tonic. O carro foi construído à mão no Estúdio Europeu de Design da Ford em Colônia, na Alemanha, e recebeu um exclusivo kit de acessórios esportivos. Segredo - O segredo fez parte do transporte do Mondeo para as locações nas Bahamas, tudo como manda o figurino de um agente secreto. Para os responsáveis pela missão, ela foi tão desafiadora, como a mais ousada de James Bond. "O carro ainda estava na prancheta de desenho quando foi solicitado para as filmagens, em fevereiro de 2006", diz Martin Smith, diretor executivo de Design da Ford Europa. "Como a sua produção só começa depois do segundo quadrimestre de 2007, tivemos de criar um modelo único, operacional, baseado em um protótipo de design". Acrescentou o executivo da Ford européia Foram dias e noites em que o time de artesãos da Ford trabalhou para completar a encomenda. "Esse time normalmente constrói os modelos em argila e fibra de vidro de todos os nossos futuros produtos. Por isso, está acostumado a fazer modelos em escala parecerem carros reais, em prazos apertados", diz Smith.
Nissan reiniciou em novembro as vendas da série especial Frontier Serrana. Dirigida a um público que valoriza o espírito regional brasileiro, a Serrana mantém os mesmos equipamentos da série lançada em agosto de 2004, porém com design renovado. Montada sobre a versão SE 4x4 cabine dupla, a Frontier Serrana vem com estribo e santo-antônio de alumínio escovado, protetor de caçamba, pára-barro rígido nas quatro rodas, tapetes e adesivos laterais exclusivos. Com produção prevista até abril de 2007, a série especial poderá ser encontrada nas concessionárias Nissan a partir de R$ 94.640.
FOX NA INTERNET
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c o m p a c t o Vo l k s w a g e n CrossFox 1.6 Total Flex assume a liderança entre os veículos novos mais procurados, segundo o site WebMotors. Em segundo lugar, ficou o modelo mais simples da família, o Fox 1.0 city. O terceiro lugar é ocupado pelo Ford Fiesta, com o novo propulsor 1.0 Supercharger, seguido do Chevrolet Corsa 1.0 Flexpower. A quinta colocação é de um sonho de consumo: Ferrari Maranello F575M. A WebMotors recebe, em média, cinco milhões de visitantes únicos por mês e é o líder entre os sites automotivos da internet, segundo a última pesquisa do Ibope/Net Ratings. Mais de 150 mil veículos de todo o Brasil estão anunciados no site.
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Nacional Empresas Comércio Exterior Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
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APEX REALIZOU550 EVENTOS NESTE ANO
SUL-SUL RELAÇÃO COM EMERGENTES PODE ABALAR EXPORTAÇÕES
por cento foi o crescimento das exportações do Brasil para a China, de 2002 a 2006.
Emmanuel Wole/AFP
Lula olha o presidente nigeriano Olusegun Obasanjo, durante encontro na Cúpula África-América do Sul Divulgação
Ricardo Stuckert/PR
Lula e o presidente de Moçambique, Armando Guebuza
José Castro, da AEB: prioridades são EUA e Europa
Analistas acreditam que a política do governo Lula, de apoiar o comércio entre nações em desenvolvimento, pode trazer problemas aos exportadores brasileiros no futuro, já que o País estaria deixando de lado importantes mercados como os EUA e Europa.
T
udo indica que a política externa do segundo mandato do presidente Lula será a continuação da que foi praticada no primeiro. Priorizará relações com países do eixo sulsul, tentará promover a unidade do Mercosul e buscará parceiros para projetos de combate à fome e à pobreza. Por mérito do governo, ou pelo empenho do setor exportador, essa política tem resultado em recordes de vendas. Até o final de novembro, o Brasil acumulava saldo positivo de US$ 41,07 bilhões na balança comercial. Mas alguns analistas alertam que o governo está negligenciando relações com mercados importantes, como os Estados Unidos, ao apontar a mira preferencial para os emergentes. Para esses críticos, questões ideológicas estão tendo mais peso na condução dos negócios externos do País do que fatores estratégicos. Nos últimos quatro anos, dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) mostram que as vendas brasileiras p a r a a N i g é r i a c re s c e r a m 127%, saltando de US$ 507,5 milhões acumulados ao longo de 2002 para US$ 1,1 bilhão registrados até outubro deste ano. Para o Peru, as vendas cresceram ainda mais, 178%, subindo de US$ 436,1 milhões para US$ 1,2 bilhão. Para a China, o aumento foi de 184%, entre 2002 e 2006 (de US$ 2,5 bilhões para US$ 7,1 bilhões) e, para a África do Sul, o salto foi de 175% (de US$ 447,6 milhões para US$ 1,1 bilhão). Como comparação, nesse mesmo período, as vendas para o principal mercado externo brasileiro, os EUA, cresceram 33%, de US$ 15,5 bilhões para US$ 20,4 bilhões em outubro de 2006.
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bilhões de dólares é o saldo da balança comercial brasileira neste ano, até a terceira semana de novembro.
Os países em desenvolvimento têm capacidade limitada para negociações. Se oferecermos muito crédito a eles, não terão como pagar. José A. Castro, da AEB O principal risco de deixar as vendas externas dependentes de países em desenvolvimento é não ter garantias no longo prazo de crescimento sustentável desses mercados, acredita o vice-presidente da Associação Brasileira de Com é rc i o E x t e r i o r d o B r a s i l (AEB), José Augusto de Castro. "Os países em desenvolvimento têm capacidade limitada para negociações. Se oferecermos muito crédito a eles, não terão como pagar", afirma. Outro ponto citado por Castro é o fato de os mercados em desenvolvimento terem economias mais fracas, semelhantes às do Brasil, "o que restringe o comércio entre os países". Prioridades – O vice-presidente da AEB acredita que a saída para ampliar as exporta-
ções nos próximos anos será recuperar o espaço perdido entre as nações do mundo desenvolvido. A opção de dar primazia para os emergentes pode não dar certo e o País perder espaço para a concorrência poderosa da China, que também está trabalhando para atrair mercados em desenvolvimento, como a África. Recentemente, a China e uma dezena de países africanos assinaram 16 contratos e acordos comerciais nas áreas dos recursos naturais, infra-estrutura, finanças, tecnologia e comunicações. "Brasil e China têm os mesmos interesses na África. A diferença é que, enquanto o Brasil entra apenas com propostas ideológicas, a China oferece a ideologia e o dinheiro", diz Castro. Eventos – Mas a crítica é discutível segundo Juan Quirós, presidente da Agência de Promoção a Exportações e Investimentos (Apex). "A Apex fez cerca de 550 eventos pelo mundo neste ano. Destes, 50% foram realizados nos Estados Unidos e Europa, ou seja, não tem como dizer que o Brasil está negligenciando os mercados desenvolvidos", diz. No entanto, pelo menos até o ano acabar, a agenda presidencial, que mostra o apoio do governo ao comércio, só destaca compromissos em países do eixo sul-sul, designação dada às nações do hemisfério sul em desenvolvimento. Depois de inaugurar uma ponte na Venezuela, e participar em Abuja, na Nigéria, da Cúpula ÁfricaAmérica do Sul, Lula ainda tem pela frente viagens marcadas para Montevidéu, no Uruguai, e para Cochabamba, na Bolívia. Uma visita aos EUA, principal mercado importador de produtos brasileiros, só está prevista para abril de 2007. Renato Carbonari Ibelli
Venda aos EUA pode estagnar
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s vendas do Brasil para o mercado norte-americano tendem a estagnar nos próximos anos na projeção de Carlos Cavalcante, diretor de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A situação é conseqüência do fracasso das negociação em Doha, da vitória dos democratas sobre os republicanos no Congresso norteamericano, que tende a deixar aquele país mais protecionista, e da concorrência chinesa. Em relação a este último ponto, vale lembrar que, a
despeito das negociações encabeçadas pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, em Washington, o Brasil pode perder privilégios que alguns produtos nacionais possuem para entrar no mercado norte-americano. Tratam-se de produtos que integram, até hoje, o Sistema Geral de Preferência (SGP), criado há cerca de 30 anos. No total, são 346 itens brasileiros que são beneficiados por redução de tarifas para entrar nos Estados Unidos e que podem sair do regime
especial. Desse total, pelo menos 242 fazem concorrência direta com produtos chineses, segundo dados da Fiesp. Ou seja, existe a grande possibilidade de que mercadorias do país asiático ocupem a vaga deixada pelos brasileiros. Hoje, o Brasil é a terceira nação que mais tira proveito do SGP norte-americano, logo atrás de Índia e Angola. Uma comissão de técnicos dos Estados Unidos está decidindo se o País continua ou não a ter esse privilégio. O critério de medida é a renda média da população. (RCI)
Evelson Freitas/AE
O ministro Furlan tenta fazer com que o Brasil não perca os privilégios do Sistema Geral de Preferências
Mercosul e Turquia são os parceiros mais promissores
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se confirmar as portas fechadas da economia norteamericana nos próximos anos e a crescente concorrência chinesa junto a países alvos da política externa brasileira, uma válvula de escape ao comércio nacional pode ser o fortalecimento das relações com a América Latina. Esse cenário é o mais provável para o próximo mandato do presidente Luis Inácio Lula da Silva no entendimento de Carlos Cavalcante, diretor de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Ele vê a estruturação futura de uma "grande união aduaneira na América do Sul" e a integração completa dos países membros nesse quesito. O Mercosul seria o pivô dessa integração, mas é consenso que as relações travadas no bloco devem ser repensadas. Os líderes Brasil e Argentina divergem politicamente e restringem mutuamente acesso aos seus mercados; o Uruguai tem posições contrárias ao
Brasil em organismos internacionais; e o Paraguai pouco participa dos foros do bloco. Para alguns, o Mercosul deveria ser repensado unicamente como uma área de livre comércio. Novos membros – Mesmo com todos os problemas, Cavalcante acredita que, nos próximos anos, o governo dará destaque ao Mercosul, tentando trazer a Bolívia de volta e convencendo o Peru e a Colômbia a fortalecerem sua atuação dentro do bloco. Isso será facilitado pelos recentes fracassos nas negociações de tratados de livre comércio entre PeruEUA e Colômbia-EUA. "O governo não pode abandonar contatos com mercados consolidados, mas não podemos desprezar um país só porque ele está em desenvolvimento. No ano passado, o fluxo comercial entre Brasil e Chile foi igual ao fechado entre Brasil e Itália, de U$ 5 bilhões", exemplifica Cavalcante. Outro exemplo de economia em
desenvolvimento que ganhou a atenção do governo brasileiro e tem sido elogiada pelo empresariado é a Turquia. Ainda que as relações comerciais bilaterais não envolvam grandes volumes – até outubro de 2006 as exportações brasileiras para os turcos acumulavam US$ 507,8 milhões – segundo Cláudio Vaz, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), as relações com a Turquia têm se mostrado um trampolim para atingir mercados da União Européia, Sudeste da Europa, Ásia Central e Oriente Médio. Como a maioria das pessoas ligadas ao empresariado exportador, Vaz tem receio quanto às relações futuras com economias já consolidadas e importantes para o País. "O Brasil, assim como outros países, acreditou que Doha daria certo, e deixou as negociações com os EUA em suspenso até a conclusão da rodada. Como não deu certo, perdemos campo para a China", diz. (RCI)
Jornal do empreendedor R$ 0,60
José Patrício/AE
Com o 13º salário no bolso e sol na cidade, os consumidores lotaram a 25 de Março (foto acima) e os shoppings, que já funcionam em horários especiais. A árvore de Natal (à esq.) foi iluminada ontem à noite com explosão de fogos, no Ibirapuera. O comércio, Economia 1 e 2. A árvore, Cidades 1
Ano 81 - Nº 22.265
São Paulo, segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
Um feliz Natal para o comércio
Edição concluída às 23h50
Alex Ribeiro/DC
Como começar 2007 com as contas em dia Economia 4 Divulgação
Reuters
Uma elegante Grand Tour
Chávez faz festa antes da hora
É a Mégane, que já está a venda, e pode custar até R$ 72.340. A fábrica quer vender 5,2 mil unidades no Brasil.
Hugo Chávez foi votar de VW (foto) e começou a comemorar mais 6 anos no poder antes do resultado. C 4
Toru Hanai/Reuters Ivan Alvarado/Reuters
Extrema unção para Pinochet O ex-ditador chileno, Augusto Pinochet, 91 anos, sofreu um ataque cardíaco, e lutava ontem pela vida. C 4 Kazuhiro/Nogi/AFP
HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 28º C. Mínima 18º C.
AMANHÃ Nublado com chuva Máxima 26º C. Mínima 19º C.
Agora, já é lenda "Nós jogamos por um título. Eles, para virar lenda", disse o argentino Raúl Lozano, técnico da seleção polonesa, derrotada pelo vôlei guerreiro e talentoso do Brasil. Bicampeão mundial, o time comandado há 6 anos por Bernardinho venceu 15 títulos em 19 competições. Esporte
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DCARRO
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CRIATIVIDADE Divulgação
dos usuários de motos. Nada mais é do que adesivo plástico, colado na parte traseira do capacete, com o número da placa em cor fluorescente. Capacete - Recentemente o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) aprovou novos requisitos para a utilização de capacete para condutor e passageiro de motocicleta, motoneta, ciclomotor, triciclo e quadriciclo motorizado. De acordo com a Resolução 203 publicada durante o mês de novembro, entre outras regras, será necessário também, que o capacete possua, nas partes traseiras e laterais, elementos refletivos de segu-
Ao lado e acima, o bloqueador de combustível para motocicletas
rança que deverão ter uma superfície de pelo menos 18 cm² (dezoito centímetros quadrados), essa faixa garantirá a sinalização do capacete. A ANI aproveitando que a resolução do Contran fala em sinal luminoso no capacete, já está preparando um ofício para enviar ao Denatran, para que esta identificação seja o número da placa, nos mesmos moldes da criação de seu associado, Carlos Alberto. A associação foi fundada em 1992 e possui atualmente cerca de 3.000 associados, com o objetivo de intermediar as negociações de projetos de inventores com o meio empresarial.
Tampa Escap: sem saída para os gases resultantes da queima de combustível pelo motor, o veículo fica impedido de ser furtado.
Idéia simples que virou lei. Identificação visual nos capacetes de pilotos e passageiros de motocicletas.
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DCARRO
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TECNOLOGIA Pablo de Sousa
Fotos: Divulgação
Honda Fit: entre os dois primeiros japoneses "Flex"
O modelo Fit recebe a tecnologia nas versões 1.4 litro
ENFIM OS JAPONESES NA ERA DO FLEX Chegam ao mercado as novas versões do Honda Fit e New Civic, prontas para disputar o mercado bicombustível
ANDERSON CAVALCANTE
ma das grandes novidades do último Salão do Automóvel de São Paulo foi a apresentação da tecnologia flex finalmente incorporada aos veículos da marca Honda. A marca foi uma das últimas montadoras com pro-
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dutos "fortes", no Brasil, a apresentar carros com a opção de utilização de álcool, gasolina, da misturas dos dois combustíveis em qualquer proporção e com isso agregou algumas novidades ao sistema utilizado por outras grandes fábricas. Apesar disso, vale lembrar ainda que ela foi a primeira montadora japonesa a
Abertura para abastecimento de gasolina da partida à frio
se curvar a esta idéia originalmente brasileira. O Honda Civic Flex já está disponível na rede de distribuidores e o monovolume Fit deve aparecer nas concessionárias durante o mês de dezembro, ambos com o preço entre 1,5% a 2% mais caros que os carros só a gasolina. Nos primeiros meses, a montadora espera poder avaliar a aceitação do mercado colocando apenas 30%
destes modelos com esta característica. A preocupação dos orientais é que ainda muitos de seus consumidores podem preferir o veículo sem a opção flex. Demora - Segundo o gerente de PósVendas da Honda, Alexandre Cury, a nova versão demorou para ser apresentada devido à preocupação da marca com três itens principais: segurança, qualidade
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TECNOLOGIA Divulgação
Alerta luminoso indica quando o reservatório da partida à frio está com pouca gasolina
Pablo de Sousa
New Civic: o outro japonês Flex já está nas concessionárias Honda e pode ser encontrado com transmissão manual e automática
e conforto. "A tecnologia já está difundida, mas a Honda teve a preocupação de só colocar em seus carros depois de avaliar estes três temas e trabalhar da melhor forma estes quesitos". Segurança - Para um país com diferentes regiões climáticas e com variações de temperaturas constantes, a Honda decidiu utilizar o auxílio do subtanque para ser abastecido somente com gasolina e facilitar as partidas à frio. Neste caso, uma das grandes preocupações foi a localização do reservatório, pois a fábrica vetou sua
adaptação perto das fontes de calor, ou seja, próximo ao motor. Instalado na parte interna do páralamas o reservatório poderia ficar muito exposto a colisões laterais. Por isso a montadora utilizou uma estrutura que evita vazamentos em acidentes e uma proteção feita em aço naval de alta tensão
(5 mm). Por fim, o reservatório possui ainda uma ventilação controlada, para dias com altas temperaturas externas, com uma linha de alívio de vapores. "A ventilação é importante também para a qualidade desta gasolina que pode sofrer uma deterioração maior causada pela evaporação", explica Cury. Qualidade - Este tema, quando se fala em utilização do álcool como combustível, remete a partidas sem falhas, para isso a empresa não utilizou nada exclusivo e optou pelo sistema de um reservatório com 700 ml e quatro injetores, garantindo a partida sob qualquer condição. Outra preocupação da Honda, como já citado anteriormente por Alexandre Cury, foi com deterioração do combustível do subtanque. Mas além de evitar a ação de altas temperaturas externas, a montadora utiliza em seus carros um sistema de renovação desta gasolina, isto porque este combustível tem prazo de validade e quando não consumido pelo veículo acaba se deteriorando por desuso, podendo afetar o
funcionamento de outras peças do automóvel. Por isso neste sistema da Honda, mesmo quando não há necessidade, a gasolina é consumida forçadamente. Conforto - Por fim, mesmo que para saciar o desejo de seus consumidores, os engenheiros da montadora não podiam criar uma nova preocupação ou desconforto para os usuários Honda e por isso incluíram no painel de instrumentos um alerta luminoso para indicar quando o nível do subtanque chegasse a 20% de sua capacidade, o acionamento não só do tanque como também do subtanque de combustível é feito de dentro do carro, e fizeram com que este reservatório não tivesse proximidade com os locais de captação de ar para a cabine. A tecnologia Honda Flex está sendo oferecida nas versões LXSe EXS (câmbio manual e automático), do modelo Civic. No Honda Fit, por enquanto, somente as versões com motor 1.4 (LX e LXS com transmissão manual) darão aos futuros proprietários o poder de escolha na hora de abastecer.
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HISTÓRIAS Divulgação
AVENTURAS SOBRE
DCARRO POR AÍ
DUAS RODAS
VOCÊ CONHECE QUEM SONHE COM ELA?
Misturando humor com dicas e destinos de viagem, livro relata as peripécias de um jornalista que conheceu o Brasil em cima de uma moto inte anos de estrada e uma bagagem recheada de histórias e causos memoráveis de um aventureiro que desbravou o Brasil para mostrar um pouco da vida sobre duas rodas. Este é o espírito do livro "O Mundo é Uma Roda", lançado pelo jornalista Geraldo "Tite" Simões. Com uma coleção de 67 crônicas, publicadas pelo autor ao longo de sua carreira, principalmente na imprensa especializada em motos e turismo, o livro relata um pouco das viagens feitas por Tite e traz uma série de dicas sobre turismo. Segundo o autor, a maior dificuldade que encontrou na criação de sua primeira obra foi durante a seleção das crônicas. Não por causa da escolha de seu texto preferido ou qual mereceria mais destaque na distribuição das páginas, mas no garimpo de suas crônicas, já que algumas estavam nas mãos apenas de colecionadores. "É duro descobrir que parte do trabalho que você construiu durante a sua vida encontra-se disponível apenas em sebos”, lamenta.
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Educativo - Para Tite, as crônicas não apenas divertiam, como também tinham um caráter educativo por orientar o leitor
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julgar pelo modo como algumas pessoas andam de moto, esta, mostrada na Internet, deve ser o sonho de muitas delas.
De autoria de Geraldo "Tite" Simões, a publicação também relata a melhor forma de pilotar e viver bem com sua moto
sobre o que iria encontrar caso escolhesse como destino de sua viagem algum dos lugares visitados por ele. “O mercado de motos ampliou-se muito rapidamente, mas as informações disponíveis para esse público não cresceu na mesma proporção. Por isso as crônicas, além de ensinar a pilotar, também orientavam sobre o melhor funcionamento das motos e como mantê-la com bom humor”, explica. O autor conta que antes de se tornar jornalista mal conhecia o Rio de Janeiro, depois descobriu o Brasil e o mundo com suas viagens profissionais. "As crônicas são o resultado dessas andanças. Algumas também têm caráter educativo para que novos turistas não entrem nas mesmas roubadas”, diz. Para quem curte Fórmula 1, Tite conta, ainda, divertidas histórias sobre a época em que era fotógrafo e cobriu o GP Brasil de F1
e Motovelocidade por mais de 10 anos. Motociclista desde os 12 anos de idade, Tite, hoje com 47, já passou pelas redações das principais revistas especializadas de carro e moto do Brasil, como repórter, editor e piloto de teste. Atualmente é editor-chefe do site Motonline e colaborador da revista Duas Rodas. Com 224 páginas, o livro traz a apresentação assinada por Reginaldo Leme, comentarista da Rede Globo, e ilustrações de Alberto Naddeo. Editada pela SpeedMaster, a obra será vendida exclusivamente pela internet, pelo site: www.motonline.com.br por R$ 30,00 (não incluído o frete).
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SEGURANÇA
ESPECIAL PARA CARRO-FORTE
ação
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Agrale investe em linha de chassi com características apropriadas para o transporte de valores e dá garantia total de fábrica ALZIRA RODRIGUES
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ma linha de chassi especialmente desenvolvida para a aplicação em carros-fortes é a novidade recémapresentada pela Agrale, tradicional montadora nacional com sede no Rio Grande do Sul. Para curtas distâncias, a empresa lançou o chassi Agrale 7.9, que comporta blindagem de nível NIJ III (o máximo permitido no mercado brasileiro) e tem entreeixos de 2.950 mm. Para distâncias médias, está disponibilizando as versões 8.5 e 9.2, com entreeixos de 3.150 mm e capacidade para receber blindagem NIJ IV, exigida em alguns mercados internacionais para os quais a montadora pretende exportar seu produto. O desenvolvimento da nova linha demandou 18 meses de trabalho para se chegar a um produto adequado às necessidades brasileiras e que também pudesse atender outros países. Sem similar - Segundo o diretor de Vendas e Marketing da Agrale, Flávio Crosa, até hoje não havia no Brasil um chassi desenvolvido especialmente para o transporte de valores. "A maioria dos carros-fortes era montada sob chassi de caminhão, sem apresentar estrutura comPROCEDÊNCIA
NOVO SERVIÇO
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PARA USADOS specializada em soluções e tecnologia antiinadimplência, a Autofax está lançando o Carro OK, um novo serviço destinado ao comprador de automóveis usados, que informa sobre a procedência do veículo, verificando, por exemplo, se ele está livre de adulterações ou fraudes no chassi. O sistema também atende revendedoras de automóveis, que poderão utilizá-lo tanto para comprar um carro e, assim, aumentar sua frota como para vendê-lo ao consumidor final, agregando valor à sua venda e utilizando o certificado como um documento de credibilidade. Um dos grandes diferenciais do Carro OK é a possibilidade de escolher quais informações deseja obter e pagar apenas por elas. A Autofax disponibilizará todas as informações necessárias através do site www.carrook.com.br.
pletamente adequada para receber a carroceria", explica o executivo. Com a nova linha, a montadora passa a oferecer dois importantes diferenciais: garantia integral de fábrica e redução no tempo e no custo do encarroçamento. "No novo chassi, o fabricante da carroceria não precisa efetuar nenhuma alteração técnica, como, por exemplo, o recuo da plataforma do motorista e o reposicionamento do tanque de combustível", destaca Flávio Poletti, diretor responsável pela área de Engenharia e Desenvolvimento da Agrale. Ele diz que em veículos com motores eletrônicos essas mudanças ficam ainda mais complexas, porque envolvem os comandos com o acelerador eletrônico e todo o sistema de alimentação e de medição de combustível. Características - Para desenvolver a nova linha de produtos para transporte de valores a Agrale fez parceria com a
Projeto do novo chassi da montadora brasileira, com sede no Rio Grande do Sul, foi desenvolvido em parceria com a Autolife Blindagens
Autolife Blindagens, empresa especializada na área que vem disponibilizando no mercado brasileiro materiais mais modernos, que garantem redução no peso final do veículo sem que haja comprometimento à segurança dos bens e do pessoal transportados. Sobre a linha de chassi, a Agrale in-
forma que o modelo 7.9 é compacto, leve e tem comprimento total de 5.470 mm. Vem equipado com motor MWM 4.10 TCA, de 115 cv de potência a 2.400 rpm. Já os modelos 8.5 e 9.2 são equipados com direção hidráulica ZF Servocom 8090, eixos Dana e Meritor e caixa de câmbio Eaton FSO 4405C. O Agrale 8.5 possui comprimento de 5.670 mm e motor MWM 4.12 TCE, com potência de 150 cv a 2.200 rpm e torque de 550 Nm entre 1.3000 rpm e 1.700 rpm. Já o Agrale 9.2 tem opções de comprimento de 4.475 mm e 5.670 mm. Seu motor é um MWM 4.12 TCA, também com potência de 150 cv e torque de 550 Nm.
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LANÇAMENTO MAIS UMA
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BELA PERUA
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O Mégane Grand Tour já está à venda na rede Renault, com preços que variam de R$ 63.490 a R$ 72.340, na versão top com todos os opcionais
Câmbio nanual: de cinco ou seis marchas
Câmbio automático/seqüencial Proactive
TESTE
Design moderno e sofisticado
A Renault projeta vender, no Brasil, 5,2 mil unidades por ano da nova perua
Lanterna envolvente
O acionamento do motor é feito por intermédio de um botão “start/stop”, localizado no painel.
ALZIRA RODRIGUES
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ara competir no segmento de peruas médias, que voltou a crescer após um período de estagnação, a Renault acaba de lançar o Mégane Grand Tour, que começou a ser vendido no final de semana nos principais centros urbanos do País. Inicialmente, o modelo estará disponível apenas na versão top de linha, Dynamique, com opões de motores 1.6 16V Hi-Flex (câmbio manual de cinco marchas) ou 2.0 16V (câmbio manual de seis velocidades ou automático/seqüencial Proactive). O preço varia de R$ 63.490 a R$ 72.340 com todos opcionais (pintura metálica e CD Changer). A nova station-wagon da marca francesa tem Divulgação
O modelo vem equipado de série com rodas de ligaleve, aro 16” de diâmetro e pneus 205/55 R16
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design sofisticado e ao mesmo tempo esportivo, agregando, de série, vários itens de segurança e conforto, como regulador e limitador de velocidade, cartão eletrônico que substitui a chave e rede eletrônica multiplexada. O modelo até então era produzido apenas na Espanha. A partir das operações brasileiras, será exportado para Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile, Peru, Bolívia, Venezuela e Colômbia, além de países da América Central. Mercado - A Renault projeta vender internamente 5,2 mil unidades/ano da nova perua. Sua principal concorrente no País é a Toyota Fielder. O mercado de station-wagon detém 4% das vendas internas de veículos (praticamente o dobro de 2004), com perspectiva de chegar a 6% no próximo ano em função dos novos veículos que estão chegando ao mercado. O público deste segmento é formado principalmente por homens (72%), com idade superior a 49 anos. O perfil familiar dos seus usuários fica claro nas pesquisas divulgadas pela Renault no lançamento da Grand Tour: "81% são casados e 84% têm filhos", informou Alessandro Vetorazzi, do Marketing de Produto da montadora. Assim como no Mégane, também na perua há um cartão eletrônico que substitui o uso da chave.
O veículo pode transportar até 1.600 litros
Potência - A primeira opção é o propulsor de 1.6 litro Hi-Flex de 16V e duplo comando de válvulas no cabeçote, bicombustível, que desenvolve 110 cv (com gasolina) e 115 cv (com álcool), sempre a 5.750 rpm. O câmbio destinado a esse modelo é o manual de cinco velocidades. A segunda alternativa, mais voltada para o desempenho, é o motor 2.0 litros, gasolina, com potência de 138 cv a 5.750 rpm, uma das maiores do segmento de carros médios. No Brasil, o Grand Tour oferece como itens de série duplo air bag com dois estágios de abertura e freios assistidos por sistema ABS com EBV (Distribuição Eletrônica de Frenagem), entre vários outros equipamentos. Carga - O veículo pode transportar entre 520 litros (até a altura da tampa do porta-malas) e 1.600 litros (com o banco traseiro rebatido). Para facilitar o transporte de volumes com formatos pouco usuais, o encosto do banco traseiro também pode ser rebatido nos formatos 1/3 ou 2/3. O Renault Mégane Grand Tour Dynamique vem equipado de série com rodas de liga-leve com aro 16” de diâmetro e pneus 205/55 R16. A frenagem é um ponto de destaque no comportamento do carro: a 100 km/h, o Grand Tour precisa percorrer somente 38 metros para se imobilizar.
O MAIS IMPORTANTE É ACELERAR A
o entrar no Renault Mégane Grand Tour logo se nota que é exatamente igual, em acabamento, ao Mégane Sedan. Com estilo moderno, materiais de boa qualidade e bancos muito confortáveis. Achar a posição ideal também não é difícil, já que o banco possui diversas regulagens, assim como o volante. Mas o mais importante é acelerar. E lá vamos nós por diversas estradas nos arredores de São José dos Pinhais, no Paraná, onde é produzida a "bichinha". Logo de cara, utilizando o modelo 2.0 litros de 16 válvulas, nota-se a agilidade. O carro é esperto, bastando pisar no acelerador para ele prontamente responder. Ultrapassagens e retomadas não "aborrecem" a Grand Tour. A suspensão absorve bem as irregularidades do solo e deixam, juntamente com as rodas e pneus aro 16", o carro muito estável. Durante o nosso teste, pegamos um verdadeiro temporal, muita chuva e ventos fortes. O Mégane Grand Tour não tomou nem conhecimento das oscilações do tempo, passando muita confiança e tranqüilidade, mesmo em velocidades incompatíveis com aquela situação. Freagem - Os freios a disco nas quatro rodas sempre pararam a perua em espaços curtos e sem desvios, mesmo sob forte chuva e chão escorregadio. Mas para isso também teve a ajuda do ABS. O câmbio de seis marchas é bastante eficiente. Mais que um atributo para alavancar as vendas, como é o caso do cartão para ligar o carro, a sexta marcha se mostra muito útil na estrada, já que diminui a rotação do motor e aumenta, assim, a economia de combustível, além de reduzir o desgaste do motor. Diferentemente dos carros de cinco marchas, em
Motor 1.6 bicombustível
que a quinta é uma "sobremarcha", na nova perua da marca francesa a situação é diferente, já que a velocidade máxima, inclusive, se obtém na última marcha. A 120 km/h, em quinta marcha, o motor está a 3.700 rotações por minuto e na sexta cai para 3.200 rpm. Máxima - Segundo números fornecidos pela montadora, o Renault Mégane Grand Tour acelera de 0 a 100 km/h em 10,2 segundos e atinge a velocidade máxima de 198 km/h. A curiosidade de os números serem tão próximos do modelo sedan é que num trabalho espetacular da engenharia conseguiu-se que o aumento do peso entre os dois modelos fosse de apenas 40 quilos. O consumo médio foi de 10,5 km/litro na cidade e na estrada de 16,5 km/l. Motorização - O motor é uma das grandes qualidades do Mégane, em qualquer das duas versões. Com 2.0 litros e 16 válvulas, duplo comando variável e alimentação por injeção eletrônica multiponto, o propulsor da perua Grand Tour desenvolve 138 cavalos de potência máxima a 5.500 rpm. O torque é de 19,2 mkgf a 3.750 rpm. Vale destacar que a perua Mégane tem aproximadamente 80% das suas peças em comum com o modelo sedan. Segundo a montadora, há pequenas diferenças de carroceria, como por exemplo a parte superior das portas do Grand Tour, que possui uma moldura diferenciada para poder se acomodar à nova conformação do teto. Antônio Fraga
Motor 2.0 16 válvulas a gasolina
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COMPARATIVO Divulgação
VANTAGENS E DESVANTAGENS Veja as diferenças entre as quatro peruas médias disponíveis hoje no mercado brasileiro ANTÔNIO FRAGA
uando você deparar com um comparativo entre carros de categorias diferentes pode acreditar que é, ou falta de assunto, ou de conhecimento. Os concorrentes do Renault Mégane são o Chevrolet Astra, o Peugeot 307, o Honda Civic e o Toyota Corolla. E não, por exemplo o Chevrolet Vectra e o Ford Fusion. Estes últimos são de categorias superiores. Quando você achar numa concessionária um veiculo de categoria menor pelo preço do maior, não tenha a menor dúvida que está sendo enganado. Não tem meio-termo. Assim, dentro da sua categoria, a station-wagon Renault Mégane é a grande novidade do segmento em 2006. O modelo, que concorre com a Toyota Fielder, Peugeot 307 SW e Fiat Marea Weekend, é o melhor entre os seus concorrentes. É bem verdade que é a mais recente, portanto, já surge com essa missão. Desde a chegada da Renault Scénic ao Brasil, em 1997, o mercado trocou as peruas por minivans. O segmento resistia bravamente, mas com pouquíssimas vendas da Marea Weekend. Foi o lançamento da Toyota Fielder que despertou o interesse do brasileiro ao estilo das wagons.
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Mesmo não sendo a mais evoluída e bela, é a líder de vendas, com cerca de 800 unidades/mês. É o mistério das vendas dos carros japoneses. Em termos de design, a 307 SW é a que tem as linhas mais elegantes e bonitas. O teto todo de vidro agrega um valor especial, além de ser uma diversão para os passageiros. A Grand Tour consegue juntar as linhas elegantes com muita distinção. A perua da Renault dá status e parece maior do que realmente é. A Marea Weekend ainda agraPeugeot 307 SW: o maior porta-malas da, principalmente pela esportividade. A mais ultrapassada é a Fielder, onde já pesam os anos bonito entre as concorrentes. Neste item, a e o design desatualizado da linha Corolla. Marea Weekend simplesmente dá um baPor dentro, a Renault Mégane Grand nho nas concorrentes: 160 cavalos de poTour é a melhor, seguida pela 307 SW. A tência máxima contra 143 da 307 SW, 138 Fielder fica devendo pelo interior des- da Mégane Grand Tour e 136 da Fielder. pojado, excessos de plásticos e conceitos O porta-malas é item fundamental para ultrapassados. Com o passar dos anos, a quem compra uma perua. Assim, o maior Marea ficou desatualizada, mas ainda porta-malas é o da Peugeot 307 SW com oferece um bom nível de conforto. Porém, 562 litros, e abaixo a Mégane Grand Tour é a que tem menor espaço interno. com 520, a Marea Weekend com 500 e na O motor da Fielder surpreende, pois rabeira a Fielder com 411 litros. Vale mesmo sendo o de menor cilindrada, como destacar que essas medições são com o é quase 150 quilos mais leve, consegue fazer banco traseiro na posição normal.
Grand Tour: A perua da Renault dá status e parece maior do que realmente é
Marea Weekend: a mais antiga do mercado brasileiro
Toyota Fielder: modelo da marca japonesa é o mais desatualizado do segmento. Mas é líder de vendas.
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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LENTE DE
AUMENTO
FIM DE FESTA NO CONGRESSO
G Os projetos
que eram tão valorizados pelo governo na era Palocci estão praticamente parados O consenso que parece existir em torno dessas reformas não resiste ao teste da realidade, desfazendo-se quando os parlamentares se vêem instados a aprovar medidas concretas. A proposta do PSDB de adotar o voto distrital misto (e não o voto em lista partidária fechada, como consta do projeto em tramitação na Câmara) reabriu a discussão sobre a reforma política. E, no que tange à reforma tributária, será preciso ouvir os novos governadores. Só o firme empenho do presidente da República
JOÃO DE SCANTIMBURGO
é que pode impedir que a apreciação das reformas estruturais volte à estaca zero. Sobram as microrreformas Tampouco estas têm grande chance de avançar neste final de ano. Os projetos que eram tão valorizados pelo governo na era Palocci estão praticamente parados no Congresso. O próprio Planalto descrê que eles venham a ser votados. Tanto é assim que deverá editar medida provisória para regulamentar o cadastro positivo, matéria regulamentada em projeto que tramita na Câmara há mais de dois anos. Prova da rarefação da agenda legislativa do final de ano é o destaque dado na Câmara aos projetos que recriam a Sudam e a Sudene (PLPs 22/2003 e 76/2003, respectivamente). Há também a escolha de novo ministro para o Tribunal de Contas da União (TCU), objeto do desejo de inúmeros parlamentares que não se reelegeram em outubro. No Senado, a situação é a mesma. São destaques a PEC 64/99, de autoria do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que torna obrigatório o comparecimento anual do presidente da República ao Congresso Nacional, e a PEC 57/05, do senador Marco Maciel (PFL-PE), que modifica a apreciação dos vetos presidenciais. Serve de consolo que o Congresso parece disposto a aprovar a LDO e o Orçamento de 2007. Mas iludir-se-á quem imaginar que isso prenuncia para o próximo ano uma agenda legislativa mais substancial do que a que o Congresso tem em mãos.
PRIVATIZAÇÃO E ESTATIZAÇÃO Céllus
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omo se visse um raio em céu azul, o País foi surpreendido pela grata notícia da aprovação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa e do Fundeb. Após dois anos paralisados pelos escândalos de corrupção, a Câmara conseguiu limpar a pauta de medidas provisórias e votar matérias importantes. Será indício da disposição de finalmente votar as reformas que há anos se arrastam no Congresso? Teoricamente, a Câmara está livre para apreciar duas reformas prioritárias para o governo: a tributária e a política. Ambas estão prontas para serem votadas em plenário, mas poucos acreditam que isso possa ocorrer até o final de dezembro.
Morte anunciada ROBERTO FENDT
N
ão surpreendeu quase ninguém a taxa de crescimento da economia no terceiro trimestre. Só foi surpreendido quem quis se surpreender, em especial, como de hábito, os ministros e funcionários de governo. O próprio senhor presidente, como ele mesmo afirmou, já está em outra, de olho no quadriênio seguinte. Os fatos estão aí a mostrar: com um crescimento médio em torno de 2,6% ao ano, a atual administração estará 0,3% melhor que a da administração anterior. E o pior da história é que a administração anterior poderá sempre argumentar que estabilizou os preços, que enfrentou um cenário externo totalmente adverso, com choques negativos de toda espécie, etc. A realidade, contudo, está aí, aos olhos de todos: o país não cresce há três governos. Como o senhor presidente vai cumprir sua promessa de deslanchar a economia é a grande incógnita. Certamente não será somente com a continuidade das quedas da taxa Selic promovida periodicamente pelo Banco Central. A taxa já cai continuamente há 14 meses, acumulando uma queda de 6,5 pontos percentuais. A taxa Selic real está hoje abaixo de 9% ao ano. Correspondente a esse valor a taxa paga ao tomador de títulos do governo ou investidor de fundos de investimentos dos bancos (essencialmente a mesma coisa), próxima de 7% ao ano. Está começando a faltar espaço para um aprofundamento dos cortes na taxa de juros. É hora de começar a fazer alguma coisa na área fiscal.
É
difícil imaginar uma situação em que tenha havido mais consenso sobre os entraves à retomada do crescimento que hoje. Tomemos, por exemplo, recente diagnóstico da Standard & Poor’s, agência internacional de classificação de risco, que reluta em aumentar nossa classificação um degrau acima, o que nos colocaria - junto, por exemplo, com o México - em grau de investimento. Isso teria como conseqüência uma baixa significativa nas taxas de juros demandadas pelos investidores institucionais externos para a colocação de títulos brasileiros no mercado internacional. Para a Standard & Poor’s, o problema brasilei-
COMENTÁRIO DE POLÍTICA DA MCM CONSULTORES ASSOCIADOS
ro consiste em reduzir a sua vulnerabilidade, tanto externa (onde fizemos grande progresso) e interna (onde o progresso foi pequeno). Para resumir, precisamos aumentar a taxa de crescimento do PIB, que reluta em permanecer abaixo dos 3% ao ano, e reduzir do patamar de 50% para 30% do PIB a dívida pública. A relação dívida/PIB não baixa porque o PIB quase não cresce e as despesas correntes do governo continuam aumentando (a despeito da queda da taxa de juros nos últimos 14 meses). Os países classificados como grau de investimento têm uma relação dívida/PIB em torno de 30%. A Rússia, que recentemente recebeu o grau de investimento, reduziu sua relação dívida/PIB para 25%, ao destinar os ganhos com a elevação dos preços do petróleo e do gás para a redução da dívida. Pelo andar da carruagem, em que se questiona no governo se temos ou não um problema de déficit da Previdência, ficará para depois de 2010 atendermos aos requisitos para o grau de investimento.
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pinião semelhante tem a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o instituto de pesquisas dos países mais ricos do planeta. O seu diagnóstico não diverge muito do diagnóstico da Standard & Poor’s. Depois de reconhecer o progresso considerável feito nos últimos anos na estabilidade macroeconômica, o documento Economic Survey of Brazil, 2006, lançado no mês passado, lamenta que a taxa média de crescimento (2,5% ao ano, desde 1995) aumentou a distância de renda entre nós e os países desenvolvidos e afirma que colher os benefícios da estabilização [econômica] em termos de taxas mais aceleradas de desenvolvimento requer a consolidação do ajuste macroeconômico, promovendo a inovação no setor privado e aumentando a utilização do emprego formal na economia. O que quer dizer que é preciso liberar da regulamentação o setor privado e implementar reformas. Enquanto nada disso acontece, vamos continuar convivendo com decepções anunciadas e com a atenção sempre no país do futuro, de onde não conseguimos nunca trazer para a realidade do presente.
Paulo Pampolin/Hype
A umentou a distância entre nossa renda e a dos países desenvolvidos
O cadastro positivo só virá através de uma MP
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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Isto que é ser eficiente! CARLOS LOUZADA
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crise chegou. E agora? Como sobreviver? A indústria automobilística brasileira passa pela sua pior fase. Quando nos deparamos com um cenário conturbado como o da Volkswagen, empresa que esteve à frente do mercado por 40 anos, nos questionamos sobre seus processos e suas preocupações com custos internos. Para suplantar o mau momento, a montadora terá de deixar de lado suas raízes "estatais" e criar uma nova cultura interna, para que a tomada de decisões seja mais rápida e menos burocrática e, assim, conseguir atender mais rapidamente aos anseios do consumidor e às novas tendências do mercado. Ou seja, espelhar-se e superar a crise. Da mesma forma, a GM briga para impedir uma concordata e a Ford faz seu segundo grande plano de reestruturação. São poucas as companhias que conseguem diferenciar-se neste mercado turbulento. Uma delas é a Toyota que, em pouco tempo, se tornará uma das líderes de mercado. O sucesso está relacionado à adoção do modelo de negócios conhecido como Sistema de Produção Toyota (Toyota Production System), que busca eliminar desperdícios, melhorar a qualidade e diminuir os custos, por meio de uma análise minuciosa de todos os seus processos. A metodologia foi expandida para permitir sua aplicação em todos os tipos de indústrias e culturas e é conhecido como Sistema de Produ-
ção Enxuta ou Lean Production System. Ele se concentra na criação física de um sistema de manufatura e reabastecimento em fluxo, sincronizado à demanda do mercado. O planejamento é feito para identificar os problemas de confiabilidade e qualidade que impedem o fluxo. Essas questões são identificadas e resolvidas, tendo como princípio manter a produção sob demanda.
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aplicação prática e o treinamento conceitual nas companhias são feitos por meio de projetos com duração de uma semana. Equipes multifuncionais, sob a condução e a orientação de um consultor, desenvolvem trabalhos em uma área pré-selecionada com o objetivo de estabelecer estes fluxos, enquanto obtêm resultados alinhados ao planejamento estratégico da empresa. O segredo do sucesso da Toyota reflete-se em suas últimas projeções de lucro e de produção de carros. Em seus planos, a Toyota promete desenvolver um veículo mais barato para conquistar o consumidor de mercados emergentes. O que tudo indica, o carro considerado popular em países como o Brasil terá uma qualidade parecida com a de modelos luxuosos que, segundo a montadora japonesa, já serão bicombustíveis. Isto que é ser eficiente! CARLOS LOUZADA É DIRETOR-SUPERINTENDENTE DA TBM CONSULTING PARA AMÉRICA LATINA
A análise de todos os processos evita desperdício e melhora a qualidade
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a correria dos últimos dias de setembro, dias que antecederam a eleição, deixei de ler, para fazê-lo mais tarde, um número da The Economist com um bom artigo sobre Lula e sua vantagem sobre Alckmin. Os artigos da revista são geralmente bem fundamentados e muito oportunos. Esse foi um deles. Para a The Economist, Lula foi um privatizador; a contragosto, direi. Ele, por sua categoria social, por sua militância e por suas afirmações, diz ser um estatizador e não um privatizador. Segundo a revista, a tendência geral da América Latina é a estatização. Está aí para comprová-la a vitória de Evo Morales. O Brasil, porém, apresentou um exemplo de privatização vitoriosa com a Vale do Rio Doce, que acaba de comprar a canadense Inco e se tornou um dos gigantes da mineração no mundo. Temos outras experiências vitoriosas: a Telebrás e o Banespa.
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efensores que somos da privatização, aplaudimos todas, como engajamento do poder federal na mesma corrente, fortalecendo assim a economia privada contra o gigantismo estatal que não deu bons resultados. A revista põe em relevo a tendência de Lula e dos governos anteriores quando foi necessário o Estado aplicar capitais vultosos e iniciativas que não atraiam o capital privado, como, por exemplo, a Telebrás, as usinas elétricas e outras aplicações.
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ão nos demos bem com a estatização. O exemplo maior que posso citar foi a destruição da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, que mesmo administrada por grandes executivos do setor privado, acabou sendo destruída em pouco tempo nas mãos do Estado. Enfim, ficamos com a privatização, opondo-nos aos estatizantes que circulam por alguns partidos. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Ficamos com
a privatização, opondo-nos aos estatizantes que circulam por alguns partidos.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
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Política
É praticamente impossível ao PMDB conquistar a presidência da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Consenso no partido
Um país que tem que cumprir superávit primário e tem uma Lei Fiscal dessas, precisa de um bando de mágicos para voltar a crescer. Luiz Inácio Lula da Silva
O dossiê continha 15 cheques e cerca de 20 comprovantes de transferências bancárias no valor total de R$ 1,5 milhão, um DVD e fotos. Os cheques seriam usados para pagar restos de campanha presidencial de José Serra em 2002. Expedito Velloso, ex-diretor do BB
UMA SEMANA DECISIVA Alan Marques / Folha Imagem
MAIS LIBERDADE PARA ESCOLHER
Lula Marques/Folha Imagem/22/11/2006
Lula Marques/Folha Imagem/18/10/2006
DEPOIS DE FECHAR COM O PMDB, LULA BUSCA MAIS APOIO À COALIZÃO
José Cruz / ABr
(Expedito Veloso) é um aloprado, delinqüente, que está sendo investigado pela polícia. José Serra (PSDB-SP) Investidas finais: Lula consumirá parte de sua agenda semanal na sedução de novos partidos.
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Hans Von Manteuuffel/Ag. O Globo/04/10/2006
presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá uma semana decisiva para fechar a coalizão de partidos que vai fazer parte de seu segundo governo. Ele conversará hoje com os dirigentes do PCdoB e do PSB para convidálos, formalmente, a participar da aliança governista e da base de apoio no Congresso. PCdoB e PSB já participam do governo. Vão apenas confirmar ao presidente que ficarão ao seu lado no novo mandato. As duas legendas consideram que podem ajudar o presidente Lula pelo lado da esquerda, já que da aliança farão parte partidos de centro, como o PMDB, e de centro-direita, como o PP. Os comunistas se
Isso (o apoio do PMDB ao governo Lula) dura no máximo um semestre. Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), senador
Essa prorrogação (dos trabalhos da CPMI) não tem apoio nenhum e é inconstitucional. Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), presidente da CPMI dos Sanguessugas
Não se pode demonizar as ONGs. Elas prestam grande serviço ao País. Dilma Roussef, ministra da Casa Civil Celso Junior/AE/14/09/2004
Sou inocente, não transgredi a ordem, me insurgi contra atos do Poder Judiciário e do Ministério Público, por isso perdi minha vida. Não sou criminoso, sou vítima de uma conspiração. Hildebrando Pascoal, exdeputado do PFL-AC condenado a 18 anos de prisão
Daniel Conzi/Ag. RBS
Dida Sampaio/AE/29/11/2006
Fotos: Roosewelt Pinheiro / arquivo
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Estarei me preparando ao longo dos próximos quatro anos para ser candidato novamente. Geraldo Alckmin (PSDB-SP)
Não tenho a menor idéia de onde veio esse dinheiro ( do dossiê). Não tenho nenhum vínculo com esse pagamento. Jorge Lorenzetti, ex-analista de mídia do PT
trabalha para continuar com o Ministério dos Transportes. O PMDB já tem três ministérios gigantes: Saúde, Minas e Energia e Comunicação. Quer mais três, porque tem as maiores bancadas no Congresso. O PDT também foi convidado à coalizão e tende a aceitála. A reunião que vai decidir se o partido fará ou não parte do governo Lula será na quartafeira, em Brasília. O presidente da legenda, Carlos Luppi, afirmou que o natural é o PDT voltar a ter uma aliança com o PT. O PV, que elegeu 13 deputados, também foi convidado a participar da coalizão. Os dirigentes e boa parte da bancada são favoráveis à aliança, mas o deputado Fernando Gabeira (RJ) trabalha contra. (AE)
Renan e Sarney, temerosos.
O governo dá dinheiro para a publicidade do filho do presidente e a ministra (Dilma Roussef) limita-se a dizer que se trata de acordo comercial como tantos outros. Em relação às ONGs, diz que não se pode demonizá-las. Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), senador Nós queremos o nosso direito de continuar existindo, mesmo sem ter as mesmas chances. Heloísa Helena (PSol-AL), senadora
dão por satisfeitos com o Ministério dos Esportes. Esperam manter a presidência da Câmara, cujo titular, Aldo Rebelo (SP), tem o apoio do presidente para se reeleger; os socialistas lutam para manter o Ministério da Ciência e Tecnologia, dominado por eles desde o início do governo Lula. O PP e o PL também deverão se reunir com Lula nesta semana. O primeiro tem o Ministério das Cidades e está fazendo de tudo para ficar com a pasta. O ministério tem grande importância, não só pelo orçamento de R$ 2,61 bilhões para o ano que vem, mas porque administrará também os quase R$ 20 bilhões da Caixa Econômica Federal previstos para saneamento e habitação. O PL
p r e s idente do S e n a d o , R enan Calheiros (PMDB-AL), e o senador José S a r n e y ( PM D B- A P) , resistem à decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de começar em dezembro a reforma ministerial. Lula já avisou à dupla que fará "mudanças pontuais" na equipe, inclusive para melhorar a fotografia do ministério do segundo mandato, que será tirada em 1º de janeiro, dia de sua posse. Mas não os convenceu. Os dois senadores contestam a tese palaciana de que apressar a reforma seja a melhor tática para se obter êxito, tanto na montagem da equipe quanto na sucessão do Congresso, que inclui a reeleição de Renan e do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoBAL). Eles temem que a pressão dos aliados por cargos aumente demais e que Lula acabe forçado a ampliar a reforma já. O receio, nesse caso, é o de que
Para os dois senadores, acelerar a reforma política pode não ser o mais indicado para o presidente Lula e sua futura equipe.
falte habilidade ao Planalto na composição do ministério e que os insatisfeitos, especialmente os que estão dentro do PMDB, possam dificultar o projeto da reeleição. A cúpula governista do Senado argumenta, nos bastidores, que de nada adiantará ter uma "foto bonita" do governo novo para apresentar ao País no dia da posse, e não ter maioria segura no Congresso. Eles avaliam que a operação do governo deve ser parlamentarista e, por isto mesmo, recomendam muita cautela. Embora tenha largado na frente, na condição de franco favorito na disputa, Renan ad-
mite, em conversas reservadas, que o lançamento de um candidato da oposição à presidência do Senado cria dificuldades. Refere-se ao líder do PFL, senador José Agripino Maia (RN), que também o procurou para dizer que quer a cadeira de presidente da Casa e entrará na disputa de forma respeitosa, mas "para valer". O pefelista garante que apesar de estar apenas começando sua campanha, já conquistou cinco votos no PMDB. Renan duvida, mas reforçou a caça aos votos dos colegas. A prioridade do PMDB é garantir a presidência do Senado, embora o partido tenha a maior bancada da Câmara. Diante da insistência do PT em eleger o líder do governo Arlindo Chinaglia (PT-SP), e da preferência de Lula pela dupla reeleição, os deputados admitem que é "praticamente impossível" o PMDB conquistar as duas Casas. (AE)
PCdoB E PT: MAIS LIBERAÇÕES.
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PCdoB e o PT são os dois partidos mais beneficiados pelo Palácio do Planalto com recursos para as emendas individuais dos parlamentares. De acordo com os dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), as duas siglas já obtiveram a liberação de 53,8% e 52,1% do valor de suas emendas, respectivamente, enquanto os oposicionistas do PFL e PSDB só conseguiram
desbloquear 17,8% e 13,2%. O PCdoB lidera esse ranking desde que o deputado Aldo Rebelo, atual presidente da Câmara, era ministro da Articulação Política e, como tal, responsável por negociar a liberação das emendas. Mas os comunistas do Congresso somam apenas 12 deputados e 1 senador, cada um deles com direito a apresentar apenas R$ 5 milhões em emendas (para 2007, esse valor foi elevado
para R$ 6 milhões). Em valores absolutos, os parlamentares do PT foram os que mais conseguiram liberar recursos: R$ 101,4 milhões, de um total R$ 194,7 milhões previstos na lei orçamentária. Logo em seguida aparece o PMDB, maior partido do Congresso, que obteve R$ 65 milhões de um total de R$ 165,3 milhões de emendas individuais "exclusivas" – um porcentual de 39,32%. (AE)
Tarso Genro (acima): atual ministro das Relações Institucionais pode ir para o Ministério da Justiça. E seria substituído pelo ex-governador do Acre, Jorge Vianna.
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presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende começar o segundo mandato indicando pela primeira vez uma equipe ministerial definida basicamente por seus critérios de escolha, sem grande interferência de aliados ou dirigentes partidários. As mudanças no primeiro escalão são rotina desde que o presidente assumiu em 2003. A partir de 2007, Lula terá sua quinta equipe ministerial. Para interlocutores, o presidente diz apostar que essa equipe vai durar mais tempo e apresentar melhores resultados do que as anteriores. O motivo é que nas antigas composições ministeriais Lula sempre atendeu a sugestões de auxiliares influentes, como os ex-ministros José Dirceu, da Casa Civil, e Luiz Gushiken, da Secretaria de Comunicação. Agora, o presidente tomou a frente das negociações. O presidente deve montar um ministério com menos espaço para petistas e com mais vagas para partidos aliados, como PMDB, PP, PTB, PL, PSB, PCdoB e PV. Nessa nova composição, Lula pode trocar ministros considerados intocáveis , como a petista Marina Silva, do Meio Ambiente. Nesse caso, Lula trabalharia para retirar os entraves ambientais e acelerar as obras de infra-estrutura, que considera importantes para o crescimento do País. Uma opção seria indicar o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, que já dirigiu a Agência Nacional de Águas (ANA) no próprio governo. Outro nome cotado é o do ex-deputado Hugo Biehl (PP-SC) para o Ministério da Agricultura. Na Justiça, o presidente estuda a indicação do atual ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro (foto), para substituir o ministro Márcio Thomaz Bastos, que pediu afastamento antes do resultado das eleições. Nesse caso, no lugar de Tarso Genro ficaria o exgovernador do Acre, Jorge Viana (PT), que já atua nas articulações políticas do governo. (AE)
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Gover no Congresso OAB Legislativo
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
O teto precisa existir, mas há direito adquirido daqueles que conquistaram esses valores. José Carlos Cosenzo
SÚMULA VINCULANTE DIVIDE CAUSA POLÊMICA
QUESTÕES DE INTERESSE COLETIVO PODEM SER DECIDIDAS NO ATACADO
OAB CRITICA SÚMULA
Clayton de Souza / AE 31.08.2005
Eymar Mascaro
Força total
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ara evitar que partidos que integram o governo de coalizão lancem mais de um candidato à presidência da Câmara, PT e PMDB serão convidados a ensaiar entendimentos para indicarem um único nome para concorrer ao cargo. A união evitaria a repetição do ocorrido em 2005, quando o PT lançou dois candidatos e acabou perdendo a eleição para Severino Cavalcanti. O atual presidente da Casa, Aldo Rebelo (PC do B) quer continuar no cargo, o que agradaria ao presidente Lula. Nesse caso, caberia ao presidente entrar no jogo e convencer os aliados a lançarem um só candidato.
LANÇAMENTO O PT está inclinado a lançar amanhã a candidatura do líder do governo, Arlindo Chinaglia, à presidência da Câmara. O partido ainda não consultou o PMDB. Se o PMDB não concordar com a indicação, a tese de união dos dois partidos pode cair por terra.
OPÇÃO
Busato e a súmula vinculante: "Trata-se da solução de matar o doente, em vez de acabar com a doença".
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presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, afirmou ontem que a situação da Justiça, onde tramitam atualmente 35 milhões de processos, somente será resolvida quando for realizada uma tripla revolução – tecnológica, mental e das regras processuais. Para ele, a criação de mecanismos como a súmula vinculante e a repercussão geral, aprovados recentemente no Congresso, não conseguirá resolver o problema. Pelo contrário, poderão engessar o Judiciário e torná-lo ainda mais distante da sociedade. "A saída está na revolução tecnológica e na mentalidade da magistratura e em uma reforma consistente dos códigos de processo", afirmou Busato. Atualmente, os códigos permitem que sejam protocolados inúmeros recursos contra as decisões judiciais, o que acaba eternizando as ações. "Enquanto não estiver tecnologicamente aparelhada e não houver mudança na mentalidade do Judiciário e dos códigos de processo, vamos conti-
nuar nessa situação", afirmou uma decisão expedida em Brasília por 11 eminentes magisRoberto Busato. O presidente da OAB criti- trados imponha um mesmo facou a criação da súmula vincu- to social para todas essas relante, que foi aprovada na se- giões, de realidades tão discremana passada pelo Congresso pantes", afirmou. O que é? – Quando decidir Nacional. Para Busato, esse tipo de instrumento engessará uma matéria constitucional a as instâncias inferiores da Jus- respeito de um assunto de intetiça brasileira. "A adoção da resse da coletividade e com milhares de ações súmula vincuna Justiça, o Sulante causará premo Tribunal um completo Federal (STF) e ng e s sa m e nt o poderá editar no julgamento e A adoção da súmula uma súmula. A nas decisões dos vinculante causará súmula será um juízes de primeicompleto resumo do enro grau, o que é tendimento do inadequado ao engessamento no tribunal. Os juíBrasil", disse o julgamento e nas zes de instância advogado. decisões, o que é inferior terão de R e a l i d a d e s inadequado ao País. seguir essa súdiferentes – Ele Roberto Busato mula. Se isso não observou que o ocorrer, os prejuBrasil é um País dicados podede dimensões continentais, com grande ex- rão protocolar reclamações na clusão e com bases sociais Justiça. Há quem acredite que completamente diferentes. "Se isso poderá tumultuar ainda examinarmos o cenário social mais o já confuso sistema judido Sul do País, do Nordeste, da ciário nacional. O presidente da OAB tamregião Amazônica e do núcleo urbano do Rio de Janeiro, por bém criticou outro mecanismo exemplo, veremos realidades aprovado no Congresso que completamente diferentes", tem o nome de repercussão gedeclarou. "Não é possível que ral. Por meio dele, o STF pode-
rá julgar apenas ações que tenham repercussão para a coletividade. Assim, deixará de analisar processos em que se discutem somente situações particulares. Segundo ele, isso afastará ainda mais a população do Poder Judiciário. Busato observou que esse instrumento foi usado durante o governo militar brasileiro. "Trata-se da solução de matar o doente, em vez de acabar com a doença. Em 1977, foi editado o chamado 'Pacote de Abril' e, na reformulação constitucional, foi criado esse instituto que, com o tempo, se mostrou ineficiente e centralizador", concluiu Busato. Sanção – No entanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá sancionar a lei que cria a súmula com efeito vinculante. De acordo com informações do Palácio do Planalto, o projeto regulamenta o artigo 103-A da Constituição, acrescentado em 2004 pela reforma do Judiciário (Emenda Constitucional n.o 45) e ajudará a desafogar os tribunais, abarrotados de processos, centenas de milhares deles sobre um mesmo assunto, mas em regiões diferentes. (AE)
PROMOTORES TEMEM CORTES Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) acredita que a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de determinar o corte dos supersalários dos juízes atingirá também os promotores. Na semana passada, os Tribunais de Justiça receberam um ultimato do CNJ para reduzir os salários dos magistrados que recebem acima dos R$ 22.111,25 mensais – teto estabelecido para os estados. A medida já começou a gerar polêmica. O presidente da Conamp,
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José Carlos Cosenzo, disse que a mesma medida deve ser adotada pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). "Já estamos prevendo que essa questão vai chegar ao MP. Todas as decisões do CNJ têm reflexo no Conselho Nacional do Ministério Público. Foi o que aconteceu com a questão do combate ao nepotismo," declarou. A Conamp já se pronunciou contrariamente aos cortes, apesar de defender o estabelecimento de teto para juízes e promotores. "O Conselho Nacional de Justiça não tem pode-
res para mandar cortar salários. Ele pode estabelecer políticas de gestão. Entendemos que o teto precisa existir, mas todavia há direito adquirido daqueles que conquistaram esses valores," disse Cosenzo. Para ele, os salários de juízes e promotores que estão acima do teto "foram conquistados com base na legislação vigente". "Só quem poderia determinar um corte seria o Supremo Tribunal Federal", opinou. Segundo ele, até agora o entendimento do STF é o que foi proferido em decisão que analisou mandado de segurança ajuiza-
do por ex-ministros, em que a corte estabeleceu que os valores que estão acima do teto devem ficar congelados. Cosenzo disse que a decisão do Supremo Tribunal Federal foi dada com base na irredutibilidade dos vencimentos dos juízes, que "é garantia institucional da carreira". "Então, se tem a irredutibilidade e tem também a garantia do direito adquirido, a única coisa que poderia reduzir esses vencimentos seria verificar caso por caso se houve ilegalidade na aquisição desses direitos," concluiu o promotor. (AE)
TRE DECIDE NÃO DIPLOMAR ALVES
diretório mineiro do PT decidiu abrir investigação na Comissão de Ética do partido contra o deputado federal eleito Juvenil Alves. A investigação deverá ser concluída em 60 dias e a pena máxima prevista no estatuto é a expulsão. O diretório também ratificou a suspensão temporária e preventiva de Alves, preso pela Polícia Federal (PF) e suspeito de ser o articulador de um esquema de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, com prejuízo estimado de R$ 1 bilhão aos cofres
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públicos. As decisões foram de que estaria coagindo testetomadas sábado, em encontro munhas. A Justiça Federal expediu na semana passada em Belo Horizonte. mandados de prisão De acordo com o vi- Jair Amaral / AOG contra ele e outros oito ce-presidente do PTadvogados ligados ao MG e prefeito de Coroseu escritório. nel Fabriciano, Chico Sem diploma – Na Simões, a comissão irá sexta-feira, o juiz-auapurar a conduta do xiliar do Tribunal Redeputado eleito como gional Eleitoral (TRE), militante do partido. O Rogério Medeiros de presidente estadual do PT, Nilmário Miranda, Alves: cadeia. Lima, suspendeu a digarantiu que o direito de defe- plomação de Alves até a consa de Alves não será cerceado. clusão do processo de investiDepois de cumprir prisão gação. Com a diplomação, pretemporária, ele voltou para a vista para o próximo dia 18, ele carceragem da sede da PF, na passaria a ter direito a foro pricapital mineira, sob a acusação vilegiado. O juiz concedeu li-
minar à representação do Ministério Público Eleitoral (MPE), que apontou prática de caixa dois em sua campanha. Dobr adura – A assessoria do deputado estadual reeleito Durval Ângelo (PT) confirmou que o TRE realiza um pente-fino em sua prestação de contas, com base na representação do MPE. Durval fez "dobradinha" com Alves na última eleição e recebeu dele uma doação de R$ 15.319,18, em material de propaganda. Ele afirmou que a prestação de contas já tinha parecer favorável à aprovação do relator do tribunal. (AE)
Arlindo Chinaglia, no entanto, não é o único petista que luta pela candidatura. Outro deputado tem a mesma pretensão: é o ex-líder de bancada Walter Pinheiro. Ainda não se sabe se Pinheiro aceitaria apoiar Chinaglia sem consulta prévia à bancada.
CANDIDATURAS Até que os partidos se entendam, o PMDB está à volta com duas candidaturas à presidência da Casa, de Geddel Vieira Lima e Eunício Oliveira. Além desses dois aspirantes, o partido pode se socorrer de uma outra opção que corre por fora, o deputado Michel Temer.
Rebelo e Chinaglia estão à espera do convite de Lula.
CONFUSÃO O jogo embaralhou também no Senado, com o lançamento da candidatura de José Agripino (PFL) à presidência da Casa. Os pefelistas já receberam o apoio do PSDB. Mas o candidato favorito continua sendo Renan Calheiros (PMDB).
TRADIÇÃO O PMDB se julga no direito de eleger o presidente por ter 18 senadores, com possibilidade de chegar a 20. A senadora Roseana Sarney já comunicou seu desligamento do PFL para ingressar no PMDB, o mesmo devendo fazer Epitácio Cafeteira (eleito senador pelo PTB do Maranhão).
ACERTO Para que o PMDB abra mão de lançar candidato e apoiar o PT será preciso compensar os peemedebistas com outras funções no governo. Fala-se, por exemplo, que Geddel poderia ser indicado para o Ministério das Cidades, e que o nome de Temer é lembrado para assumir a pasta da Justiça.
CONTINUIDADE A informação que vaza da área do governo é que somente Lula seria capaz de impedir que Aldo Rebelo se lance candidato. Como o PC do B vai integrar o governo de coalizão, Rebelo poderia também participar do ministério, facilitando os entendimentos entre PT e PMDB.
MAIS UM Além de PT, PMDB e PC do B, um outro partido embola o meio de campo: é o PP, que admite lançar a candidatura do corregedor da Câmara, Ciro Nogueira. Uma candidatura que se aproveita da confusão armada, mas sem chance de chegar à vitória.
TÉTE-A-TÉTE Lula pretende conversar separadamente com Aldo Rebelo e Arlindo Chinaglia. O presidente quer mais ordem na casa, e evitar uma divisão entre os aliados. Na verdade, o presidente não quer repetir o grande erro de 2005, que resultou na surpreendente eleição de Severino Cavalcanti para a presidência da Câmara.
AMEAÇA Renan Calheiros ameaça deixar o PFL fora de sua chapa, isto é, o partido de Jorge Bourhausen ficaria sem cargos na Mesa se continuar sustentando a candidatura de Agripino. A tática de Renan é apresentar uma chapa fechada com a exclusão do PFL.
SUCESSÃO Apesar de Michel Temer ter facilitado a adesão de seu partido ao governo, o grupo lulista encara com simpatia a eventual candidatura de Nelson Jobim à presidência do PMDB. O mandato de Temer termina em fevereiro e a convenção partidária está marcada para março.
PROFECIA O senador eleito por Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, deu prazo de seis meses para a duração do acordo do PMDB com o governo. Jarbas acha que a adesão do partido a Lula fará água. Mas admitiu que os independentes do PMDB não chegam a 10%.
IMITAÇÃO O PFL se inspirou no PT de oposição para criar o governo paralelo para se opor à gestão de Lula. Muda só o nome. O governo paralelo dos pefelistas foi criado com o nome de "gabinete sombra". Trata-se da mesma idéia posta em prática pelo PT quando atuava na oposição.
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São Paulo, segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
D C A R R O 19
CARROS INTELIGENTES
AQUI, OS FILHOTES DO ABS Esta é segunda matéria da série "Carros Inteligentes", mostrando como funcionam os equipamentos eletrônicos do veículo moderno JORGE MEDITSCH
s engenheiros das fábricas criaram vários sistemas de segurança que aproveitam os sensores e outros componentes dos freios ABS já existentes nas rodas. Um deles diz respeito ainda à frenagem, é o chamado EBA (Electronic Brake Assist – assistência eletrônica de freios). Este sistema detecta quando o motorista aplica os freios com mais força ou rapidez que o normal e aumenta a força de frenagem ao máximo, reduzindo a distância necessária para parar. Outro, ainda na área da frenagem, é o EBFD (Electronic Brake Force Distribution – Distribuição eletrônica da força de frenagem). Num carro sem este dispositivo, a força de frenagem é distribuída entre as rodas da frente e as traseiras de forma fixa. Dependendo da carga do veículo e das condições do piso, isso pode
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fazer com que as rodas traseiras percam aderência, podendo desequilibrar o carro. O EBFD detecta essa tendência e altera a distribuição de força para manter o carro na trajetória. Mas um dos frutos mais importantes do aproveitamento da estrutura do ABS é o controle de estabilidade, capaz de manter o carro na trajetória ao longo de uma curva quando o limite de aderência é ultrapassado. Esse sistema compara a rotação de cada uma das rodas com o ângulo do volante e a velocidade e é capaz de perceber se o carro começar a sair da trajetória. Caso isso aconteça, o computador freia levemente uma ou mais rodas, separadamente, levando o veículo de volta à linha correta. A reação do carro acontece em centésimos de segundo e, na maioria das vezes, o motorista não chega a perceber o risco que correu. Também derivados do ABS, os sistemas de controle de tração, muito usados nos
utilitários esportivos modernos, são até mais simples. Caso uma das rodas comece a girar em falso na aceleração, ela é freada. Isso faz com que o diferencial transmita toda a força para a roda do lado oposto, evitando que o carro se desvie da trajetória na chuva ou em terrenos escorregadios. Pode ser a diferença entre passar por um atoleiro ou ficar encalhado. Nos carros que têm tração nas quatro rodas, a função dos controles de tração é ainda mais importante. Com eles, a força do motor é direcionada permanentemente para as rodas que têm maior aderência. Isto ajuda a vencer terrenos difíceis e manter a dirigibilidade. Assim, é possível usar a tração integral o tempo todo, mesmo quando o veículo segue pelo asfalto, sem forçar a transmissão e aumentando a segurança nas curvas. Vai bater! - Não menos interessante, outro sistema é proposto pela Volvo e
Mercedes-Benz. Os carros têm um radar na dianteira, capaz de medir a distância do veículo que vai à frente e, na estrada, manter o afastamento seguro conforme a velocidade. O mesmo sistema avisa quando o carro se aproxima muito rápido de algum obstáculo, através de alarmes sonoros e luminosos. Se o motorista pisar no freio sem a força necessária, o carro assume o comando e freia mais forte. E, se ainda assim, a colisão for inevitável, os cintos de segurança são pré-tensionados, colando o motorista ao banco, para minimizar o risco de ferimentos. O sistema também determina a força de explosão dos air bags, evitando que sejam acionados com potência superior ao necessário, o que pode causar ferimentos, e não proteger. Também verifica se há passageiros e seu tamanho, para não acionar os air bags adicionais sem necessidade (eles custam caro!) ou nas posições ocupadas por crianças pequenas.
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
1 Só a estrela do topo da árvore no Ibirapuera tem seis metros e pesa mais de uma tonelada
Fotos:Alex Ribeiro/DC
São Paulo mais iluminada neste Natal A
Prefeitura inaugurou ontem a tradicional árvore de Natal de São Paulo, instalada ao lado do Obelisco do Ibirapuera, que, este ano, está maior: tem 60 metros – altura de um prédio de 20 andares – e pesa 210 toneladas. Só a estrela do topo tem seis metros e pesa mais de uma tonelada. Na base, há 12 esculturas de anjos, com dois metros cada. A árvore faz parte do projeto Natal Iluminado 2006, tocado pela Prefeitura com parceiros da iniciativa privada – como o Banco Santander Banespa, que presenteou a cidade com a árvore no Ibirapuera, e a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que vai iluminar outro símbolo da cidade, o Pátio do Colégio. Guinness Book- No Rio, a inauguração da árvore de Na-
tal da Bradesco Seguros reuniu, no sábado, uma multidão na orla da Lagoa Rodrigo de Freitas. O evento faz parte do calendário oficial das festas de fim de ano da capital fluminense há 11 anos. Segundo a Prefeitura, o evento só perde para o Carnaval e o Réveillon. A estrutura, que tem 82 metros de altura – equivalente a um prédio de 27 andares –, está no Guinness Book (livro dos recordes) como a maior árvore de Natal flutuante do mundo. Este ano, ela também poderá ser admirada durante o dia. A novidade foi a instalação de grandes bolas natalinas vermelhas, que vão reproduzir monumentos de cada estado brasileiro. Para o Rio, a imagem escolhida foi a do Pão de Açúcar, famoso cartão postal da cidade. (Agências)
Antonio Scorza/AFP
Árvore do Rio, com 82 metros de altura, entrou para o Guinness Book
Árvore no Ibirapuera pesa 210 toneladas, tem 60 metros – altura de um prédio de 20 andares – e 28 metros de diâmetro
Prefeitura cancela contratos de túnel Prefeitura de São Paulo cancelou os contratos do Túnel Max Feffer, que passa sob as Avenidas Cidade Jardim e Faria Lima, na zona sul, sob a alegação de que houve pelo menos 21 irregularidades em diferentes fases da construção. A decisão foi tomada depois de um levantamento feito por uma equipe de corregedores do município, que enviou relatório ao Ministério Público Estadual (MPE) para apuração de supostos delitos cometidos contra a Lei de Licitações e de atos de improbidade administrativa. Estimado inicialmente em R$ 83,4 milhões, o túnel triplicou de preço e saiu por R$ 250 milhões. A CBPO Engenharia foi a
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empresa encarregada por tocar as obras e ainda tem a receber cerca de R$ 90 milhões. Com o cancelamento do contrato, a Prefeitura só vai fazer o pagamento depois que uma auditoria apontar o que de fato foi feito e qual o valor real a ser pago. Caso a CBPO recorra, e a Justiça decida que não houve irregularidades, a conta pode sobrar para uma próxima gestão. As obras dos Túneis Fernando Vieira de Mello, da Rebouças, e Max Feffer, da Cidade
Jardim, começaram em janeiro de 2004, durante a gestão Marta Suplicy (PT). Os contratos previam 15 meses de obras, mas levaram 9 meses e foram entregues antes da eleição para prefeito. Entre os pontos a serem esclarecidos, a equipe de corregedores montada pelo Gabinete do Prefeito aponta que não foi exigido projeto executivo para as obras. Essa omissão fez o estudo original não levar em conta a localização de fiação e tubulação
subterrâneas. Assim foi necessário um novo projeto, com características bastante diferentes do original. A extensão do túnel precisou ser aumentada, passando para 520 metros, assim como a profundidade. Como resultado, foram feitos três aditamentos, que ultrapassaram o limite de 25% definidos pela Lei de Licitações. A reportagem tentou entrar em contato com a CBPO Engenharia, mas não encontrou ninguém no escritório da empresa. (AE)
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DCARRO
São Paulo, segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
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Transpor te Urbanismo Distritais Tr â n s i t o
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
É um orgulho poder levar uma mensagem de paz a outro país. Gaetano Brancati Luigi, assessor especial da presidência da ACSP
PAÍSES EUROPEUS TÊM PROJETOS DE RECEBER MARCO
Marco da Paz chega à Argentina GIr O monumento também poderá ser visto em Aparecida e fará parte das comemorações pela visita do papa Bento XVI ao País
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paz ainda é um dos desafios para a m a i o r i a d a s n ações. Um dos mais representativos símbolos pacifistas, o Marco da Paz, rompeu as fronteiras do País, mais uma vez, para levar uma mensagem de boa-vontade a outra nação. Depois do México, desta vez foi a Argentina que passou a abrigar o monumento, inaugurado dia 24, na cidade de Mendoza. A internacionalização do Marco da Paz, idealizado pelo assessor especial da presidência da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Gaetano Brancati Luigi, não vai parar por aí. Em breve, o monumento também estará instalado na Costa Rica. E ainda existem projetos para levá-lo a vários países europeus. Cerimônia - Mais de cinco mil pessoas compareceram à inauguração do Marco da Paz em Mendoza, entre autoridades locais e o público em geral. A obra teve o apoio do governo daquela cidade e foi financiado pela empresa Triunfo Seguros. “Fomos acolhidos de braços abertos na Argentina. É um orgulho poder levar uma mensagem de paz a outro país. Agradeço a Deus, à ACSP e aos homens que a dirigem, além de Luis Pierrini, presidente da Triunfo ”, disse Luigi.
Fotos: Divulgação
De acordo com o idealizador do Marco da Paz, o governo de Mendoza elogiou o trabalho realizado pela ACSP por meio do Movimento Degrau, que proporciona a adolescentes, entre 14 e 18 anos, a oportunidade de aprender uma profissão durante o período escolar. “Eles ficaram bastante interessados em conhecer mais detalhes do projeto”. Luigi acredita que os ideais defendidos pela ACSP nas áreas empresarial, econômica e social contribuem para a construção da paz. “Ao trabalhar a favor da livre iniciativa e da família empresarial, a entidade enaltece valores humanos e colabora para fortalecer a presença da família na sociedade”, afirmou. Santuário – Além do Pátio do Colégio, no Centro de São Paulo, onde o Marco da Paz está instalado desde 2000, e do bairro da Lapa, que sedia o monumento desde 2003, em breve ele também poderá ser visto ao lado da Basílica de Aparecida do Norte, o Santuário Nacional. O monumento terá o dobro do tamanho em comparação à obra paulistana e fará parte das comemorações pela visita do Papa Bento XVI ao Brasil, em maio de 2007. O monumento que representa a paz e a união dos povos,
Natal Iluminado em Santo Amaro
A
Distrital Santo Amaro – em parceria com a Camisa 10 Publicidade e Propaganda, subprefeituras de Campo Limpo, Santo Amaro, Capela do Socorro e Cidade Ademar, Biblioteca prefeito Prestes Maia, Sesc Santo Amaro, Sebrae Distrital Sul, Paço Cultural Júlio Guerra, Associação Cristã de Moços e Conselho da Mulher Empreendedora – realizou a 3ª reunião do Natal Iluminado. Entre as ações desenvolvidas pelos participantes, destaca-se: inauguração da ilumi-
nação de ruas, shoppings e paços municipais; criação de comissão julgadora para premiação de quatro categorias (residencial, comercial, ruas e monumentos); realização de ações para a instalação de postos de arrecadação de brinquedos e livros infantis para serem doados; desenvolvimento, por meio do Sebrae, de uma série de oficinas rápidas, práticas e gratuitas com cinco temas (embalagens, inadimplência, vitrine, trabalho temporário e técnicas de atendimento).
Em Santo Amaro, os participantes da 3ª reunião do Natal Iluminado
Marco foi inaugurado no último dia 24, na cidade de Mendoza
também está em Hidalgo, no México. Já estão em fase final de construção mais duas unidades, uma na Costa Rica e outra na cidade de Laguna, tam-
bém no México. “Diversos países europeus, entre eles Espanha, Itália, Portugal e França, além de Israel, têm projetos de sediar o marco”, disse Luigi.
Histórico – A história do Marco da Paz remete à infância de seu idealizador. Quando garoto, na Itália, Luigi cresc e u v e n d o o s h o r ro re s 2 ª Guerra Mundial e escutando o ronco dos motores dos aviões. Certo dia, o barulho foi substituído pelo toque alegre dos sinos. Era o fim do conflito. “Naquele momento senti que os anjos, por meio da música produzida pelos sinos, estavam presentes para anunciar a paz. A partir daí eu cresci com o pensamento de algum dia criar um sino que simbolizasse a cultura da paz”. O sonho do imigrante ital i a n o s e t o r n o u rea l i d a d e quando passeava pelo Pátio do Colégio. Ao perceber que o sino da igreja de Anchieta nunca tocava, procurou o diretor do local. Ao saber que o sino havia sido roubado há anos, Luigi fez uma promessa a si e ao padre: faria tudo o que pudesse para conseguir um novo sino. Por meio da ACSP e da Fundação de Sinos Crespi, o equipamento foi providenciado. ”Não tenho dúvida que o sonho acalentado durante 55 anos só se tornou realidade por ter entrado na minha vida uma entidade como a ACSP, que representa para mim a faculdade da vida”, concluiu. André Alves
Luiz Prado/Luz
Hoje I Centro – A distrital realiza
reunião do núcleo setorial de Aquarelistas do "Projeto Empreender" coordenada pelo consultor Elias Nunes Monteiro Martins. Às 14h, rua Galvão Bueno, 83.
Amanhã I Centro – A distrital realiza
reunião do núcleo setorial de óticas do "Projeto Empreender", coordenada pelo consultor Elias Nunes Monteiro Martins. Às 19h30, rua Galvão Bueno, 83.
Quarta-feira I Ipiranga – A distrital realiza
reunião ordinária com a participação dos vereadores da região, para debater sobre a Lei 14.223/06. Às 19h30. I Profissional – O vicepresidente da ACSP, Valmir Madázio, participa da entrega do 22º Prêmio Anefac Profissional do Ano 2006 e do jantar de gala. Às 19h30, no Buffet Baiuca, avenida Rebouças, 1092. I Independência – O vicepresidente da ACSP e coordenador do Conselho de Câmaras Internacionais de Comércio, Hélio Nicoletti, participa, a convite do Consulado Geral da Finlândia, da comemoração ao Dia da Independência. Às 19h30, no Club Transatlântico, rua José Guerra, 130.
Quinta-feira
Tribunal avalia instalação de fórum regional no Butantã
I 112 anos- O presidente da
O
presidente do Tribunal de Justiça (TJ), desembargador Celso Luiz Limongi, enviou ofício à comissão próinstalação do Fórum Regional do Butantã, informando que está sendo avaliada a possibilidade de instalação de uma unidade no bairro. Na última audiência com representantes de entidades do Butantã e Pinheiros, o presidente do TJ se comprometeu a colocar, na proposta orçamentária de 2007, a intenção de instalação dos fóros regionais do Butantã e de Nossa Senhora do Ó. Há mais de 15 anos não há descentralização do Judiciário na Capital. A comissão deverá ir agora ao presidente da Assembléia Legislativa, que apóia a causa, para solicitar a sua colaboração na instalação do fórum regional.
Agendas da Associação e das distritais
Comissão: influência junto ao Legislativo e Executivo estadual e municipal
CPU encerra ano com conquistas
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Comissão de Política Urbana (CPU), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), encerrou o ano de 2006 completando um ciclo de mudanças que reforçaram a influência junto ao Legislativo e Executivo Estadual e Municipal, disse seu coordenador interino, Antônio Carlos Pela. Um traço marcante dessa mudança foi a formação de um comitê técnico, "formado por profissionais competentes que dão respaldo técnico às nossas posições políticas".
Além disso, Antônio Pela salientou que a CPU tem assento hoje em várias entidades públicas, como a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), meio ambiente e de destaque no setor privado, como Sindicato da Habitação (Secovi), Federação das Indústrias e do Comércio etc. "Ouvimos sempre todos os interessados na questão urbana", resumiu Pela, lembrando que a CPU ouviu e fez sugestões sobre intervenções na cidade a, praticamente, todos os secretários estaduais e municipais do setor.
ACSP, Guilherme Afif Domingos, participa da solenidade comemorativa dos 112 anos de fundação da ACSP. Às 17h, na sede da entidade, rua Boa Vista, 51/11ºandar. I Febraban – O presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, participa do jantar de confraternização dos dirigentes de bancos promovido pela FEBRABAN Federação Brasileira de Bancos. Às 20h, no Espaço Grand Hyatt Hotel Grand Hyatt São Paulo, av. das Nações Unidas, 13301, Brooklin.
Sexta-feira I Seminário - O diretor da
ACSP, José Cândido Senna, coordena o seminário "Exportar para Crescer". Às 8h30, na sede da entidade, rua Boa Vista, 51/11º andar. I Centro – A distrital realiza reunião do Degrau, ministrada pela coordenadora Paula Braga Viscaino. Às 9h, rua Galvão Bueno, 83. I Mooca – A distrital, em parceria com a subprefeitura da região e os comerciantes do bairro, promove inauguração da "Decoração Natalina" da rua Jumana. Às 19h, rua Jumana.
segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
Urbanismo Saúde Distritais Transpor te
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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DUILIO APRESENTOU UMA SÉRIE DE JURISPRUDÊNCIAS
Poucas pessoas conhecem seus direitos e muitas vezes a administração pública se aproveita dessa falta de conhecimento.
Divulgação
Além de consultor de empresas, Duilio também é diretorprimeirosecretário da distrital Santana
Consultor fala sobre precatórios O consultor de empresas, Duilio Martini Filho, visitou a Distrital Santana
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Distrital Santana, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), promoveu palestra do consultor de empresas Duilio Martini Filho, que falou sobre o pagamento de tributos com precatórios. O consultor
ressaltou que, infelizmente, poucas pessoas conhecem seus direitos e que a administração pública se aproveita desta falta de conhecimento. Duilio, que também é diretor-primeiro-secretário da distrital Santana, apresentou
uma série de jurisprudências favoráveis à utilização de precatórios como forma compensadora para pagamento de dívidas com o governo. A reunião foi coordenada pelo diretor 1º vice-superintendente, Mário Mangini.
Jabaquara terá árvore natalina gigante
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urante a realização de seu Café com Negócios, a Distrital Jabaquara apresentou o projeto Natal Iluminado 2006, com o objetivo de valorizar o espírito de confraternização e tornar a região mais bonita. Jerson Ourives, assessor
da Subprefeitura do Jabaquara, mostrou o desenho de uma árvore natalina gigante, de 20 metros, que será montada no marco rotário, na esquina das avenidas Engenheiro Armando de Arruda Pereira e Engenheiro George Corbusier. As entidades e escolas do
bairro participarão da decoração, com trabalhos confeccionados pelas crianças com material reciclável. A distrital já está mobilizando empresários, moradores e síndicos para decorar as principais vias do bairro. Haverá premiação.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
Internacional
MAIS SEIS ANOS DE CHÁVEZ?
As vítimas podem chegar a mil, talvez mais" Senador Richard Gordon, da Cruz Vermelha filipina, sobre o tufão
AFP
Se o atual presidente da Venezuela se eleger, será sua quarta vitória sobre a oposição desde que chegou ao poder
O
Conselho Nacio- da missão de observação do nal Eleitoral (CNE) Mercosul, o ex-vice-presidenda Venezuela de- te argentino Carlos "Chacho" clarou o encerra- Álvarez (durante o governo de mento da votação na eleição Fernando de La Rúa, de 1999 a presidencial no país às 17 ho- 2001), no entanto, declarou ao ras locais (19 horas em Brasí- Estado que nenhuma irregulalia), com exceção dos locais on- ridade grave tinha sido constade ainda havia eleitores na fila. tada durante a eleição. "A misPesquisas de não puderam ser são do Mercosul não registrou divulgadas antes do primeiro ocorrências que pudessem alboletim do Conselho, para que terar de modo substantivo o os venezuelanos soubessem resultado da votação", disse quem ocupará o Palácio do Álvarez. "Entendemos que as Governo pelos próximos seis queixas que nos chegaram até anos: o atual presidente e can- agora estão mais relacionadas didato à reeleição, Hugo Chá- à disputa política do que a viovez, ou o governador licencia- lações eleitorais." Vantagem – Pesquisas de indo de Zulia, o oposicionista tenção de voto da semana pasManuel Rosales. Quase duas horas depois do sada apontavam, em sua maiofim das eleições, uma pesquisa ria, que Chávez deveria vencer de boca-de-urna feita pela em- a eleição com uma vantagem presa americana Evans/Mc- de entre 14 e 18 pontos porcenDonough, contratada pelo go- tuais de vantagem sobre Rosaverno da Venezuela, dava uma les. Se concretizada, será a vantagem de 18 pontos a Hugo quarta vitória do presidente Chávez sobre o candidato Ma- venezuelano sobre a oposição nuel Rosales (levantamento da desde que chegou ao poder, empresa em novembro dava em 1998. Tenente-coronel da reserva 57% das intenções de voto a Chávez). Mas a estimativa dos do Exército, Chávez tornou-se meios de comunicação vene- conhecido após de liderar uma zuelanos era a de que só entre fracassada tentativa de golpe quatro ou cinco horas depois militar em fevereiro de 1992. de emitido o último voto o Depois, tornou-se amigo íntiCNE divulgaria o primeiro re- mo do cubano Fidel Castro e elegeu o governo dos Estados sultado preliminar. A votação na Venezuela é to- Unidos, para quem vende quatalmente eletrônica, incluindo se 3 milhões de barris de petróo processo de transmissão dos leo por dia, como inimigo preresultados para o centro de ferencial. Rosales, por seu lado, aprecomputação do conselho, em Caracas. Por isso, funcionários sentou-se como o candidato eleitorais esperavam que, já no unificado de uma coalizão de primeiro boletim, se apresen- nove partidos da oposição – tariam resultados de mais de que vai da centro-direita à centro-esquerda – com o obje60% dos votos. Além da apuração eletrôni- tivo de pôr fim ao chavismo. Segundo os c a , o C N E s e Reuters o p o s i c i o n i scomprometeu a tas, Chávez c o n t a r, c o m o pretende aproforma de audifundar sua "retoria, 54% dos volução bolic o mp ro v a nt e s viana", impleeleitorais que a mentando na máquina emite. Ve n e z u e l a o Várias entidamodelo de redes de observagime cubano, ção eleitoral da de partido úniVenezuela e do co e restrição e x t e r i o r , i n- O candidato Manuel Rosales d a l i b e rd a d e cluindo a missão observadora da Organiza- de expressão e das garantias ção dos Estados Americanos individuais. O governador licenciado (OEA) e do Mercosul, acompanhariam a contagem dos vo- de Zulia também promete repartir diretamente os lucros tos. Problemas – In fo r ma ç õe s da indústria do petróleo (que, contraditórias sobre o desen- só de janeiro a setembro deste volvimento da votação foram ano, rechearam com US$ 43,6 difundidas por emissoras de bilhões os cofres do governo), rádio e tevê venezuelanas du- com a população do país. Parante todo o dia. Já no sábado, o ra isso, durante a campanha, CNE dava como terminado o cadastrou milhões de pessoas trabalho de instalação de 100% no programa Mi Negra. Tradas mesas. Mas, segundo a ta-se de um cartão de débito emissora de tevê privada Glo- com o qual os beneficiários bovisión relatou que várias se- sacariam entre 600 mil e 1 mições em vários pontos do país lhão de bolívares (entre US$ tiveram dificuldades para dar 300 e US$ 500) por mês, deinício à votação, prevista para pendendo dos lucros da incomeçar às 7 horas locais do dústria de petróleo. Pretende domingo, devido a problemas também reconstruir as relatécnicos nas urnas eletrônicas. ções com os EUA, abaladas Assessores e partidários de até o rompimento durante o Rosales denunciaram várias governo de Chávez, e acabar irregularidades no processo com o fornecimento de petróeleitoral, incluindo planos pa- leo venezuelano a preços subra que grupos chavistas votas- sidiados para vários países, sem mais de uma vez. O líder entre eles Cuba e Nicarágua.
Hugo Chávez, que detém a preferência dos eleitores venezuelanos pertencentes à camada mais pobre, foi festejado ao chegar para votar
Pinochet luta pela vida s médicos que atendem o exditador chileno Augusto Pinochet no Hospital Militar de Santiago descartaram, ou
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ao menos adiaram, uma cirurgia para a implantação de pontes de safena nas artérias que levam o sangue ao coração do ex-general. "No momento, essa
operação está descartada", disse o médico Juan Ignacio Vergara. A realização de uma cirurgia para a implantação de pontes de safena havia sido anunciada
ontem à tarde por fontes do próprio hospital. Pinochet, de 91 anos, foi hospitalizado na manhã deste domingo, depois de sofrer um infarto. (Agências)
Eric Gaillard/Reuters
Manifestantes pró-Hezbollah saíram às ruas de Beirute, ontem, em um claro sinal de que a crise política iniciada no Líbano está longe do fim
À BEIRA DE UMA GUERRA CIVIL o incidente mais grave desde que o grupo terrorista Hezbollah e seus aliados cristãos ocuparam, na última sexta-feira, duas praças de Beirute para exigir a renúncia do primeiro-ministro Fuad Saniora, um jovem xiita foi morto, no final de semana, em confronto com sunitas. Outras 21 pessoas ficaram feridas, em vários choques entre os dois grupos. Os conflitos elevaram a tensão na cidade, tomada por
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tanques e caminhões do Exército, que circundam a área onde dezenas de milhares de xiitas, além de alguns cristãos, protestam contra o governo. Muitos temem uma escalada para uma nova guerra civil. Os confrontos ocorreram após um jovem xiita de 20 anos ter sido morto a tiros quando xiitas que voltavam da manifestação passaram por bairros predominantemente sunitas. Os grupos se enfrentaram com pedras e bastões de madeira.
Apelo – Depois dos choques, Nabih Berri, o líder da Amal, grupo xiita aliado ao Hezbollah e também presidente do Parlamento, pediu a seus simpatizantes que evitassem confrontos. Durante todo o dia de ontem, Saniora, que é sunita, e líderes religiosos cristãos fizeram apelos pela união dos libaneses. "Vamos continuar firmes em nossa posição", disse o primeiro-ministro, recusando-se a atender a exigência do Hezbol-
lah, da Amal e de seu principal aliado cristão maronita, o general Michel Aoun, para que ele renuncie. Na Praça Riad al-Sullah, em frente ao palácio do governo, manifestantes pediam a saída de Saniora. Mas integrantes do governo de Israel advertiram que a queda do primeiro-ministro Fuad Saniora, no Líbano, poderá levar ao poder partidos mais próximos do Irã, com mais chances de uma guerra. (AE)
Logo Logo DIÁRIO DO COMÉRCIO
Em vez de o dinheiro ir para o governo federal, a verba é investida nos programas sociais do Estado. Queremos ver a elite branca mexer no bolso. Claudio Lembo, governador de São Paulo, que assumiu pessoalmente a tarefa de sugerir aos contribuintes que destinem uma fatia do Imposto de Renda para os fundos estaduais ou municipais ligados a crianças e adolescentes
segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
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Recolhimento de INSS Dia Mundial da Propaganda
DEZEMBRO
2 -.LOGO
C INEMA E M
C A R T A Z
VISUAIS Cobra e Cia reúne 58 gravuras de artistas do movimento artístico europeu Cobra Na imagem, Céu Tropical, de Corneille. Faap Edifício Lutetia. Pça. do Patriarca, 78. Telefone: 3101-1776. Das 10h às 18h. I GREJA Paulo Pampolin/Hype
Calígula a R$ 12
Chega ao Brasil o DVD lançado para comemorar os 20 anos do polêmico filme
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uando foi lançado nos cinemas, em 1979 (três anos depois de realizado), C al í g ul a foi o maior escândalo. Afinal, era um filme histórico com elenco de peso (Malcom McDowell, Helen Mirren, Peter O’Toole, sir John Gielguld, todos ingleses), só que com cenas de sexo e violência explícitos. Isso foi um dos problemas da ambiciosa obra, e Calígula acabou restrito às salas do centro da cidade, onde se exibem filmes pornôs baratos, o que não era a intenção, já que se tratava de uma produção milionária (custou US$ 22 milhões na época), com roteiro do escritor Gore Vidal. O filme foi em grande parte financiado por Bob Guccione, dono da revista Penthouse, e dirigido pelo então novato Tinto Brass, que depois se espe-
cializou em filmes porno-chic. Hoje, Calígula é história e pode ser encontrado facilmente em lojas populares por cerca de R$ 12. Este é o preço médio do DVD com a versão restaurada e completa, lançada, ainda em VHS, para comemorar os 20 anos do filme e que sai aqui agora, já na data dos 30 anos, pela Europa Filmes. Apesar de na capa estar escrito que é uma versão com cenas adicionais, nada do seu conteúdo difere do que foi visto nos cinemas e nas TVs daqui. Nos anos 1990, ele foi exibido, sem cortes, sob protestos, na então nascente rede CNT. E, depois, com a TV paga, passava nas madrugadas do canal Multishow, na sessão chamada Quinta quente. Esta dura 156 minutos. Mas é uma versão completa em relação às lançadas antes na Europa e nos Esta-
dos Unidos, muito editadas, variando entre 100 e 140 minutos. Reza a lenda que o corte original durava três horas e foi exibido uma única vez, numa mostra paralela do Festival de Cannes. Apesar de ter sido remasterizado digitalmente, não houve qualquer tratamento de imagem, que é escura e granulada. Apenas o som foi remixado para Dolby Digital 5.1. O que vale, de fato, é o documentário de uma hora dos bastidores do filme, rodado na Itália em cenários magníficos (de Danilo Donati), de rivalizar com os dos épicos de Cecil B. de Mille. Nele, é contada a briga de Vidal com o diretor Brass e o ator McDowell (Calígula). Estes queriam realçar o lado violento da trama, enquanto Vidal queria destacar o lado político, a personalidade controversa. (AOG)
James Akena / Reuters
Dom Cláudio com José Serra, Cláudio Lembo e Gilberto Kassab
O adeus de Dom Cláudio Hummes sucessor. "O novo arcebispo chegará com novas iniciativas e propostas. Que tenha liberdade e apoio." Até seu sucessor ser nomeado, assumirá o posto interinamente Dom Manuel Parrado Carral. Em seu discurso, o governador Cláudio Lembo elogiou a nomeação de Dom Cláudio para prefeito da Congregação para o Clero e disse ter certeza de que, em Roma, ele mostrará o que sofre o povo brasileiro. Já o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, ressaltou o trabalho social e de evangelização de Dom Cláudio Hummes em São Paulo. "Agora estaremos muito bem representados no Vaticano."
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O cardeal Dom Cláudio Hummes embarcou ontem para Roma, onde assumirá o cargo de prefeito da Congregação para o Clero. Antes, porém, foi homenageado com a entrega, na última sexta-feira, da Gran Cruz da Ordem do Ipiranga, a maior comenda oferecida pelo Estado de São Paulo. "Foi maravilhoso ter vivido nesta cidade", disse o cardeal durante almoço de despedida no Teatro Municipal. Em meio aos elogios, Dom Cláudio falou com emoção de sua passagem por São Paulo. Agradeceu a colaboração dos auxiliares, encorajou os movimentos pastorais, destacando o Povo da Rua e as Comunidades Eclesiais de Base (Cebs), e pediu apoio para seu
PARCEIRA IDEAL - No reino animal, as fêmeas mais velhas levam vantagem. Ao estudar as preferências sexuais dos chimpanzés Kanyawara, no sudeste de Uganda, na África, pesquisadores descobriram que os machos preferem acasalar com as mais velhas. A STRONOMIA
Tudo ao seu redor
Sergio Leopoldo Rodrigues
M ÚSICA
Memória do rock vai a leilão todas voltadas para a guitarra de Uma guitarra da lenda do rock Jimi Hendrix, difícil de se Jimi Hendrix e um manuscrito encontrar em leilões. A guitarra com a letra da canção Maxwell's elétrica da marca Fender, modelo Silver Hammer, escrita por Paul Stratocaster, McCartney em Stephen Chernin/AFP pertenceu ao 1968 além de músico entre 1969 outros 180 objetos e 1970 e deve vão a leilão hoje na atingir o valor de Christie's de Nova US$ 80 mil e US$ York. Objetos e 120 mil. A guitarra instrumentos de foi adaptada para a celebridades como mão esquerda de John Lennon, Bob Hendrix e pertenceu à coleção do Dylan, Bob Marley, Madonna, Rock and Roll Hall of Fame, em Michael Jackson, os Rolling Cleveland, desde que o museu Stones e Elvis Presley estarão à abriu suas portas, em 1996. venda. Mas as atenções estão G @DGET DU JOUR
F AVORITOS
Espelho toca rádio, CD e MP3
Arte em todo o Brasil
Armando Serra Negra
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Aeroporto de Cumbica teve o maior índice de vôos com atraso Moradores protestam contra construção de Febem na Raposo Tavares
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www.museus.gov.br
A TÉ LOGO
lhões de toneladas, transformadas em energia, o que enfraquece sua atração, a Terra afastando-se dele um metro por ano. A luz emitida leva oito minutos para chegar. Ra para os egípcios, Inti para os incas, sempre foi o símbolo de Deus. No quadro Santa Ceia de Leonardo da Vinci,
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73593.asp?promo=homepage
Este é para os amantes da música ou que fazem a barba enquanto ouvem as notícias. O espelho capta o sinal do aparelho de som ou TV a 30 metros, tem caixas de som à prova d'água e rádio FM. Por US$ 99,95 na Hammacher Schlemmer.
Arte: O. Sequetin
a cada apóstolo é relacionado um signo e o Sol a Jesus. Na mitologia grega, Hélio era um deus representado por um jovem aureolado com uma coroa de raios dourados, conduzindo um carro de fogo puxado por quatro cavalos (quadriga) ao redor da Terra. Tudo via e tudo sabia, sendo o rei do controle temporal, as deusas do dia, dos meses e das estações do ano o serviam. Casado com Rodes, filha de Poseidon, o deus do mar, uma das sete maravilhas do mundo antigo, o Colosso de Rodes – uma estátua de 70 toneladas de bronze, com um pé em cada margem do canal que levava ao porto dessa ilha, para os barcos passarem sob suas pernas – foi construído em sua homenagem. Aspectos astrológicos: regente do signo de Leão, emana esclarescimento e descobertas, objetivação.
L
www.hammacher.com/publish/
Interessados por arte, colecionadores, estudantes e professores agora contam com mais uma ferramenta de pesquisa e informação sem precisar sair de casa. O Portal do Sistema Brasileiro de Museus (SBM) colocou em rede museus, escolas, universidades e entidades que atuam no campo museológico. O portal abriga o Cadastro Nacional de Museus, relatórios do Observatório de Museus, legislações da área, informações sobre eventos e oficinas, entre outros temas relativos à arte.
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strela em torno da qual giram oito planetas, três planetas anões, 1600 asteróides, 138 luas e inúmeros cometas, o Sol viaja através da Via Láctea a 216 km/s, levando consigo todo o Sistema Solar. Em outro movimento, chamado "peculiar", se aproxima da estrela Vega (a quinta mais cintilante do céu, na constelação de Lira) a 20 km/s. 1.400.000 vezes maior do que a Terra, dista 150 milhões de quilômetros, tem um diâmetro de 1.392.000 km, e composto por vários gases, principalmente hidrogênio (73%) e hélio (25%), a uma temperatura interna de 20 milhões de graus centígrados. As camadas exteriores são a fotosfera, a cromosfera – de onde emergem os enormes jatos luminosos que chegam a atingir 800.000 km – e a coroa. Perde a cada dia 360 mil mi-
Duas pessoas morrem e quatro ficam feridas em acidente na CST
P UBLICIDADE
R$ 25 bilhões em investimentos A publicidade brasileira deve fechar 2006 com investimentos de R$ 25 bilhões, um crescimento de 13% em relação ao ano passado. E o setor comemora porque o aumento vem em cima de uma base de comparação já em expansão: em 2005, os investimentos publicitários tinham apresentado alta de 14,7% na comparação com o anterior. Uma das explicações para o aumento deste ano é a Copa do Mundo. Mas o efeito Copa, segundo os publicitários, poderia ser ainda mais positivo, se a seleção tivesse apresentado um desempenho melhor. B RAZIL COM Z
Deixar a América e fazer o Brasil O jornal norte-americano Los Angeles Times publicou no fim de semana uma reportagem sobre os agricultores dos EUA que estão deixando o país para investir na agricultura brasileira. Segundo o jornal, o que eles buscam é menos complicação, já que a atividade agrícola nas terras de Tio Sam está "proibitivamente cara" e o "retorno dos investimentos das empresas que gerenciam capital e trabalho para a agricultura é muito pequeno, tornando esta opção de atividade econômica viável apenas para aqueles que têm grandes operações e se beneficiam da economia de escala". Para os médios e pequenos investidores, o Brasil é "o nirvana agrícola", diz o jornal, pela grande quantidade de terra e os custos reduzidos. C IÊNCIA
O relógio atômico superpreciso Uma equipe do Ministério das Ciências da China desenvolveu um relógio atômico de grande precisão, que atrasa apenas um segundo a cada seis milhões de anos. O relógio será usado em operações de defesa nacional, da aeronáutica, de sistemas de posicionamento global e de telecomunicações, nas quais atrasos mínimos, causados por relógios convencionais, podem afetar o funcionamento de equipamentos de alta tecnologia. Segundo a agência de notícias chinesa Xinhua, só três outros países (Rússia, Estados Unidos e Japão) contam com relógios de mesma precisão. H ISTÓRIA
Partitura inédita de D. Pedro I Uma partitura inédita escrita por D. Pedro I foi descoberta na Catedral da Sé de Angra do Heroísmo, cidade de uma das ilhas do arquipélago de Açores. Tratase de uma missa escrita para solistas, coro e orquestra, em estilo classicista e dedicada ao Papa Pio 8º. Foram encontradas também partituras inéditas de uma missa do compositor italiano Vincenzo Bellini, ao estilo do bel canto italiano e composta para quatro solistas, coro e órgão. As partituras teriam pertencido à Capela Imperial da Corte Portuguesa no Brasil.
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
DOISPONTOS -77
Depois de D. Cláudio Hummes
ANTONIO DELFIM NETTO
MÁGICA Dom Cláudio Hummes discursa no almoço de despedida no Teatro Municipal, na última sexta-feira/Foto:Paulo Pampolin/Hype
BESTA
Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
UM NOVO
ARCEBISPO N
a década de 60 havia em São Paulo um jornalista detrator do Concílio Vaticano II que repetia o irônico bordão: "a Igreja tem muito passado, mas não tem nenhum futuro". Eu o cito, primeiro para discordar dele; segundo, porque a escolha de um novo arcebispo para a maior arquidiocese católica do mundo, embora todos esperem que seja designado alguém experiente e sábio, como sempre tem acontecido, naturalmente suscita da parte do clero e do povo, e até dos não-católicos, alguma expectativa ou mesmo apreensão. Um bispo, para ser alguém do presente, deve estar sempre atento ao antigo e ao novo. Deve ser um homem de fidelidade ao passado e ao futuro. Há quem pense que a fidelidade diz respeito somente ao passado. Mas a vida tem um dinamismo que nos atrai para o futuro e também ao futuro devemos ser fiéis. Em 3/12/86 o Papa João Paulo II dizia a respeito do Pe. Lebret, fundador do Movimento Economia e Humanismo: " Q u e m é e s t e h omem que veio do futuro, pioneiro do desenvolvimento inte-
gral e solidário, cuja intuição se revelou de espantosa fecundidade?" O que os católicos receberam do passado e devem conservar? Receberam – herança do Judaísmo – a Sagrada Escritura, acrescida dos livros do Novo Testamento, assim como receberam a Tradição, princípio sempre vivo da fé, e nela e com ela os concílios, os grandes pastores e teólogos, desde a época patrística e a idade média até os tempos recentes. Dessa morfogênese é que sabem o que crêem saber. Até o século 16 ainda foram registrados alguns elementos constitutivos da Tradição, como certas definições vindas do Concílio de Trento. Do ponto de vista da elucidação da fé, pouquíssimos elementos podem ser acrescentados após a modernidade. Quando se fala da inteligência da fé não podemos ignorar a figura ímpar do "Doutor Comum" da Igreja, como é conhecido Santo Tomás de Aquino. Uma das suas características foi exatamente o acolhimento do novo no seio da Tradição, ou seja: a Tr a d i ç ã o c o n t é m germes que promovem o renascimento, proporcionam
G A escolha
de um novo arcebispo para a maior arquidiocese católica do mundo, embora todos esperem que seja designado alguém experiente e sábio, suscita da parte do clero e do povo, e até dos não-católicos, alguma expectativa ou mesmo apreensão. G Um bispo,
para ser alguém do presente, deve estar sempre atento ao antigo e ao novo. Deve ser um homem de fidelidade ao passado e ao futuro.
Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br
ver a realidade de modo sempre novo. Os Papas ficariam surpresos, e chocados, se alguém lhes dissesse que Santo Tomás era contra a Tradição; e no entanto ele foi um dos teólogos e santos mais criativos da cristandade. C on te mp or an eamente, é convincente o exemplo do Concílio do Vaticano II: ele representou uma incrível, para alguns impensável renovação da Igreja Católica! Como? Remetendo-a aos Evangelhos e à Tradição viva da Igreja, aliados à observação do que João XXIII chamou de "sinais dos tempos" e não a vetustas ideologias, mesmo que sob a aparência de ortodoxias, somente porque repetitivas de letras e práticas sem vivência espiritual. Pessoalmente, não desejaria para ninguém, muito menos para os católicos, que o futuro reservasse um mergulho em formas anacrônicas de oração, pedagogia, teologia, pastoral e convivência, parentas do neopaganismo. Mas não desejaria também que fosse sugerido um escancaramento de propósitos que acabaria igualmente por desfigurar as comunidades eclesiais.
Confesso que o meu maior receio vem da primeira perspectiva. Por quê? Porque quem não for cego já deve ter percebido que, de fato, em muitos ambientes católicos medram corporações e lideranças de tal modo estratificadas que deixaram de ser portadoras de quaisquer sinais de esperança. Do meu posto de observação de obscuro jornalista, porém, atento e solidário às coisas da Igreja, perguntome até se ainda são mesmo católicas, tão elevado é o grau de clausura a qualquer manifestação do novo no seu relacionamento com o mundo. Seria preciso verificar se tamanha obstrução, a menos que seja flagrante doença, já não seria a cabal desfiguração do modo de ser católico. A catequese ensinou que a Igreja n ã o é d e " p u ro s " , mas é católica, isto é, universal; o que se fecha é seita, deixa de ser Igreja, deixa de ser universal, deixa de ser católico. E quem gostaria de presenciar tal involução, ou seja, a rejeição do modelo de Igreja e a proximidade com o modelo das seitas? DOMINGOS ZAMAGNA É JORNALISTA E PROFESSOR DE
FILOSOFIA.
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sta semana o governo se viu forçado a fazer mais uma revisão da taxa de crescimento do PIB, com a divulgação pelo IBGE da taxa de 0,5% de crescimento do terceiro trimestre em relação ao segundo deste ano. Lamentavelmente é mais uma revisão para menos da taxa anual, que deve terminar 2006 abaixo de 3,5%. Um ano que começou com o governo acreditando nas estimativas do Banco Central de um crescimento de 4% do PIB e a meta de inflação de 4.5%. Errou duplamente na estimativa do crescimento e na taxa de inflação, conduzindo uma política monetária muito mais pesada do que poderia ser e chega ao final do ano com a inflação bem abaixo da meta, talvez uns 3.8%.
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ais uma vez um ano de fraca expansão da economia, por conta da mágica besta que resulta em escamotear quase dois pontos percentuais de crescimento do PIB em troca de algo menor que 1% de inflação. Isso depois que o BC, do alto de sua sapiência, concedera pela primeira vez que a economia brasileira suportaria uma expansão do PIB acima dos 3,5% sem produzir forte inflação. Além de uma política monetária mais inteligente e despida do sectarismo atual que domina o Copom, o Brasil precisa que o governo decida por onde começar. Na minha opinião, ele pode estabelecer desde logo metas e métodos factíveis para enfrentar os seguintes problemas: 1) Controlar o crescimento das despesas de custeio da máquina estatal. Ele tem de estabelecer um teto para as despesas correntes dos próximos quatro anos que só poderão ser corrigidas pelo índice da inflação. Não se trata de diminuir despesas ou cortar serviços públicos, mas de manter o mesmo volume de recursos a eles destinados anualmente, exigindo, no entanto, a contrapartida da melhoria da produtividade.
Em poucos anos, a economia no custeio vai permitir a recuperação da capacidade do investimento público que hoje está reduzida a incríveis 1% do PIB. 2) Começar a aliviar o peso da carga tributária. Todos sabem que o Brasil precisa de uma profunda reforma de seu sistema de tributos, mas ninguém pode esperar um processo rápido de decisão nesse campo. Enquanto se discute a reforma, no entanto, é possível ir facilitando o pagamento dos impostos mediante o alongamento dos prazos de recolhimento. Trata-se de um estímulo importante ao aumento da produção, das vendas e dos negócios em geral, um processo que já foi utilizado com grande êxito e que normalmente surpreende os governos com aumento de arrecadação e não queda como temem os técnicos da Receita. 3) Igualmente é possível para quaisquer governos (nas esferas federal, estaduais e municipais), na maioria dos casos por ações de natureza administrativa, proporcionar um alívio importante no peso dos impostos que gravam as folhas de pagamento, sem olvidar que pode se somar neste processo também o alongamento dos prazos de vencimento.
E
ste é um princípio de arejamento nas relações trabalhistas e pode iniciar todo um processo de redução da informalidade que hoje responde por 40% de toda a força de trabalho no Brasil. Na medida em que for possível atrair os trabalhadores para o mercado formal, dá-se a partida também para a solução do problema mais complicado, que é o crescimento do déficit da Previdência. Os benefícios são extremamente importantes, alcançando toda a cadeia produtiva e mais expressivos ainda no setor de serviços, cujo peso na atividade econômica cresceu fortemente nos últimos anos. ANTONIO DELFIM NETTO É DEPUTADO FEDERAL (PMDB) E EX-MINISTRO DA FAZENDA, DA
AGRICULTURA E DO PLANEJAMENTO. DEP.DELFIMNETTO@ CAMARA.GOV.BR
G O BC,
do alto de sua sapiência, tirou quase dois pontos do crescimento do PIB em troca de menos que 1% de inflação.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
almanaque Celso Unzelte
LIBERTADORES: 46 ANOS DE BUSCA PELAS VAGAS UH/Arquivo do Estado de São Paulo
Decidido o Brasileiro em favor do São Paulo por antecipação, o único atrativo da última rodada foi a decisão da sexta vaga brasileira na Libertadores do ano que vem, entre Vasco e Paraná. Na foto acima, Beto, capitão do Bahia, ergue a Taça Brasil de 1959, após a vitória sobre o Santos por 3 a 1, no Maracanã, em 3 de março de 1960. Com aquele resultado, o Bahia não só se sagrava campeão da I Taça Brasil como garantia sua presença na primeira edição da história da Libertadores, disputada naquele mesmo ano de 1960.
TODOS OS BRASILEIROS QUE PARTICIPARAM De 1960 a 2006, 26 times brasileiros jogaram a Libertadores. O recordista em participações (13) é o Palmeiras. A seguir, vêm o São Paulo, que em 2007 jogará pela 12ª vez, e o Grêmio, pela 11ª. O Cruzeiro jogou 9 vezes e o Santos 8, assim como o Flamengo, que chega à 8ª Libertadores. Completam o quadro: Corinthians, Vasco e Inter (7), Atlético-MG (4), São Caetano, Atlético-PR, Botafogo, Guarani e Bahia (3), Coritiba e Fluminense (2), Criciúma, Paysandu, Goiás, Santo André, Sport, Juventude, Paulista, Náutico e Bangu (1).
A PRIMEIRA VEZ DO PARANÁ Ao conquistar a vaga ontem, com o empate por 0 a 0 diante do São Paulo e graças a um outro 0 a 0, do Vasco, em Santa Catarina, contra o Figueirense, o Paraná torna-se o 27º clube brasileiro e o terceiro paranaense a disputar a principal competição de clubes da América do Sul. Como quinto colocado do Brasileiro, deverá passar por uma fase classificatória, a “pré-Libertadores”. Seu adversário será conhecido no dia 20 de dezembro, quarta-feira, quando se realiza o sorteio na sede da Conmebol, em Assunção, no Paraguai. "Por que não sonhar com o título?" (Fernandão, atacante campeão da Libertadores pelo Inter em 2006, antes do início da competição. Sua equipe havia conquistado uma das vagas do País na qualidade de vice-campeã brasileira de 2005. O campeão Corinthians foi eliminado nas oitavas-de-final.) Triste aniversário da Associação Desportiva São Caetano, de São Caetano do Sul (SP). O Azulão, campeão paulista em 2004 e que já disputou duas finais seguidas de Campeonato Brasileiro (em 2000, contra o Vasco, e em 2001, contra o Atlético-PR), comemora hoje 17 anos de vida como rebaixado para a Série B.
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Esporte DE PONTA A PONTA
Igual ao Danilo vai ser difícil de achar. Só tem jogador mais ou menos por aí." Muricy Ramalho
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São Paulo já havia vencido o primeiro turno e o próprio Campeonato Brasileiro, com duas rodadas de antecipação. Ontem, ganhou o último título que faltava para ser considerado o campeão de 2006 de ponta a ponta. Com o 0 a 0 diante do Paraná Clube, em Curitiba — que serviu também para o adversário ficar com a última vaga brasileira na Libertadores do ano que vem —, o Tricolor terminou em primeiro no segundo turno, com 40 pontos contra 38 do Grêmio, derrotado pelo rebaixado Fortaleza, no Ceará, por 1 a 0. Mesmo desfalcado de seus principais campeões — Rogério Ceni, Ilsinho, Fabão, Mineiro, Josué e Danilo —, o São Paulo ofereceu resistência ao adversário, que precisava ganhar para garantir a vaga na Libertadores (apesar de, com o empate, também ter se classificado, já que o Vasco não conseguiu derrotar o Figueirense em Florianópolis). De quebra, o São Paulo termina a competição com o ataque e a defesa mais eficientes: marcou 66 gols e sofreu apenas 32 (0,8 por jogo). “Estávamos atrás desses recordes”, festejou André Dias. “Para nós, zagueiros, era muito importante terminar o campeonato como a melhor defesa, numa competição tão difícil como essa. Apesar da falta de entrosamento, conseguimos empatar jogando fora de casa com o Paraná, que tem boa equipe e mereceu chegar à Libertadores.” Só Rodrigo Fabri não teve motivos para comemorar, já que foi expulso aos sete minutos do segundo tempo. Tentando recuperar o espaço perdido
Eu já tenho em mente o substituto para o Danilo, mas não vou falar. É segredo." Juvenal Juvêncio
Futura Press
Gazeta Press
segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
Orlando Kissner/AE
Campeão brasileiro, São Paulo fatura também o segundo turno, com o 0 a 0 de ontem contra o Paraná
no elenco, o meia ainda peca pela precipitação. Neste domingo, já tinha recebido cartão amarelo por entrada violenta, e pôs intencionalmente a mão na bola. Levou o cartão vermelho, com justiça. Nos primeiros 45 minutos, o Paraná produziu pouco para
merecer a vaga na Libertadores. Pressionou, mas não conseguiu superar o bom posicionamento da defesa rival. Na segunda etapa, o Paraná voltou mais aceso, tentando imprimir velocidade ao ataque. Tudo ficou mais fácil com a expulsão de Rodrigo Fabri. Incri-
velmente, a equipe de Curitiba não aproveitou a vantagem. Um torcedor do São Paulo invadiu o gramado a nove minutos do fim e ajudou a esfriar a partida. Bosco só trabalhou em chutes fracos, de média distância. No apito final de Alicio Pena Júnior, a festa foi geral.
Com o resultado, o Paraná vive seu momento mais importante em quase 17 anos de existência. O clube, nascido em 1989 da fusão entre Colorado e Pinheiros, duas equipes medianas no futebol paranaense, chega à disputa da Copa Libertadores da América pela primeira vez. O primeiro passo que a diretoria paranista considera fundamental é definir o técnico. Caio Júnior, que dirigiu a equipe durante todo o Brasileiro, vai conversar com a diretoria nesta semana para definir se permanece. Ontem, ainda sob o efeito da alegria pela inédita classificação, o presidente do clube, José Carlos de Miranda, fez uma análise da temporada atual. “Fomos campeões estaduais depois de nove anos, reformamos e ampliamos o nosso estádio e chegamos à Libertadores dentro da nossa filosofia péno-chão”, explicou. E ele não pensa em mudar a maneira de trabalhar em 2007. “Sabemos que a chegada à Copa Libertadores vai exigir mais gastos, mas vamos continuar sendo criteriosos nas contratações, investindo em jogadores baratos e que possam ter futuro.”
Patrícia Santos/AE
Nada mais que a obrigação
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uando entrou em campo para enfrentar o Santa Cruz, último colocado do Campeonato Brasileiro e já rebaixado para a Série B, pela última rodada, ontem à noite, na Vila Belmiro, o Santos já não tinha mais nada a ganhar nem a perder. A situação de ter que encarar o mata-mata da fase preliminar da Libertadores estava definida, assim como a quarta colocação, pois o Paraná, que acabara de empatar com o São Paulo, em casa, por 0 a 0, já não poderia mais ultrapassá-lo em número de pontos. Justamente por isso, a equipe treinada por Vanderlei Luxemburgo entrou em campo relaxada. Sofreu pressão do adversário nos primeiros quinze minutos e até começou perdendo. Aos 11, Max fez uma boa jogada pela esquerda e tocou para o meio. O zagueiro santista Ronaldo Guiaro não afastou a bola, que sobrou limpa para Osmar, sozinho na área, chutar no canto direito de Fábio Costa (que entrou em campo com a camisa 200, número de jogos que completou pelo time santista). Depois do gol, o Santa Cruz recuou e o Santos passou a pressionar. Aos 20, chegou ao empate. André Oliveira fez boa jogada pela direita e cruzou. Wellington Paulista aproveitou e, de cabeça, mandou no canto esquerdo do goleiro Anderson. Aos 36, Zé Roberto fez a mais bela jogada da partida. Tabelou
pela direita com Tabata, invadiu a área e deu um drible seco em Adriano. Chutou forte no canto, e Anderson fez ótima defesa. Pela esquerda, o meia se destacou e, ao lado de Kléber, foi o melhor em campo. No segundo tempo, Fábio Costa não sujou o uniforme. Aos 27, Júnior marcou e Wellington Paulista fechou o placar aos 34, com seu nono gol no campeonato, firmando-se como o artilheiro do time no Campeonato Brasileiro. “A promessa que tinha feito era terminar o Campeonato Brasileiro como artilheiro do Santos”, disse Wellington, que quando entrou em campo para enfrentar o Santa Cruz estava atrás de Rodrigo Tabata. “Todos os meus companheiros me ajudaram e agradeço por eles me darem essa força.” Após a partida, durante a entrevista coletiva, o técnico santista, Vanderlei Luxemburgo, reclamou de uma notícia publicada em um jornal de Santos, na qual se dizia que houve “mau planejamento” para 2006. E também do fato de o presidente do clube, Marcelo Teixeira, não ter se preocupado em contestar a notícia. Visivelmente contrariado, o técnico deixou em aberto que pode exercer a cláusula de rompimento de seu contrato, embora, ao mesmo tempo, tenha revelado os planos de preparação do time para o Campeonato Paulista, que começa em janeiro.
José Patrício/AE
Há 30 anos, em 5 de dezembro de 1976, 70 mil corintianos invadiram o Maracanã para assistir à semifinal do Brasileiro entre Fluminense e Corinthians. Após empate por 1 a 1, o Corinthians venceu nos pênaltis. O clássico interestadual da última rodada do Campeonato Brasileiro de 2006, entre Fluminense e Palmeiras, registrou a 84ª partida da história entre os dois, com 46 vitórias alviverdes, 23 tricolores e 15 empates, 157 gols do Palmeiras e 125 do Flu. Com os 3 a 1 no lanterna Santa Cruz, Santos termina na quarta colocação
Nos 5 a 3 sobre o Juventude, ataque do Corinthians bate seu recorde neste Brasileiro
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A volta dos gols
om 36 gols marcados até a 37ª rodada (menos de um, portanto, por partida), o Corinthians ainda não havia marcado cinco vezes em nenhum jogo deste Brasileiro. Pelo menos até ontem, quando, pela última rodada, conseguiu fazer 5 a 3 no Juventude, no Pacaembu. Assim, o Corinthians conseguiu melhorar não só o rendimento de seu ataque como terminou na nona colocação, à frente de equipes que estiveram mais bem colocadas que ele durante todo o campeonato, como Cruzeiro, Flamengo e Botafogo. Com isso, garantiu também a vaga para a Copa Sul-Americana de 2007. Os gols também voltaram para alguns jogadores-chaves do elenco, como Roger, autor de dois, e Amoroso, que marcou mais um. O Corinthians começou com vontade, mesmo precisando apenas de um empate para se garantir na Sul-Americana. E em seu segundo bom ataque, logo aos 3 minutos, Édson, que jogava na lateral-esquerda, fez 1 a 0. Aos 7, o Juventude empatou com Cristiano. Aos 25, Amoroso fez uma bela jogada pela esquerda e Roger só teve o trabalho de completar para as redes. Mas Cristiano empatou de novo aos 42. Um minuto depois, Roger fez 3 a 2, placar do primeiro tempo.
No segundo, aos 3 minutos, Marcel bateu escanteio e fez um gol olímpico, empatando a partida em 3 a 3. Aos 32 minutos, o zagueiro Marquinhos, que entrara no lugar de William, desempatou de cabeça. Cinco minutos depois, Amoroso fuzilou o goleiro André com um chute forte de esquerda. “Achei muito bom tudo o que aconteceu no Pacaembu, principalmente com os jogadores, que voltaram a falar”, explicou o técnico Leão, referindose ao fim da greve de silêncio dos corintianos em relação à imprensa. “Esse encerramento está acima de nossas expectativas. Fizemos uma projeção de 47 pontos, mas terminamos com 53.” Os primeiros atletas a procurar os microfones foram Amoroso e Roger. “Nós ficamos quietos porque tinha muita gente de fora querendo o Corinthians rebaixado. Conseguimos terminar o Brasileiro e deixar o time numa posição digna”, disse Amoroso. “O importante foi que o clube se recuperou na competição”, destacou Roger. Depois de o zagueiro André Leone revelar que os jogadores experientes comandaram a greve que começou em 15 de outubro, o supervisor João Roberto de Souza telefonou e disse que as portas do Corinthians ficaram “fechadas” para ele.
Passe Livre Camp. Brasileiro Palmeiras Série C
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
Tenho 99% de certeza de que não jogo mais aqui. ” Sérgio,sobre o Palmeiras
Márcio Fernandes/AE
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TIME EMPATA NO RIO E TERMINA EM 16º
QUASE TUDO IGUAL paSse livre U Muricy é a estrela Fernando Soutello/AE
m único ponto. Foi essa a diferença que acabou separando o Fluminense, 15º colocado, com 45 pontos, do Palmeiras, 16º, com 44, no Campeonato Brasileiro de 2006. De resto, as duas tradicionais equipes, que encerraram a competição no limite da zona de rebaixamento (imediatamente antes do quarteto Ponte Preta, Fortaleza, São Caetano e Santa Cruz) foram praticamente iguais. Esse equilíbrio refletiu-se também ontem, dentro de campo. Jogando debaixo de um sol forte em um Maracanã praticamente vazio, diante de apenas 6.596 torcedores, tricolores e alviverdes não foram além do empate por 1 a 1. Logo aos 3 minutos de jogo, o meia André Moritz percebeu que o zagueiro palmeirense Nen não estava atento à marcação. Com isso, pôde encontrar Cláudio Pitbull livre, na entrada da área — o atacante só teve o trabalho de chutar no canto esquerdo, rasteiro, para fazer Fluminense 1 a 0. Após tomar o gol, o Palmeiras se desesperou dentro de campo. A equipe só conseguiu dar seu primeiro ataque aos 14 minutos, quando Moritz, empolgado com o bom início do time, se enrolou com a bola, deixando Valdívia entrar na área, livrar-se da marcação e bater para o gol. Atento, Ricardo Berna espalmou. Desatento, Enílton não aproveitou o rebote e cabeceou para fora. Aos 36 minutos, o lateral Amaral conseguiu cruzar a bola na área, rasteira. A defesa do
Roberto Benevides
cabou a brincadeira e, embora muita gente faça pouco do futebol mostrado por Mineiro e companhia, o São Paulo é um campeão indiscutível, com 78 pontos ganhos, equivalentes a 68,4% de aproveitamento em 38 jogos - índice superior aos 64.3% do Corinthians no ano passado e aos 64.5% do Santos em 2004 e inferior apenas aos 72.5% do Cruzeiro em 2003. Pela primeira vez desde que o Campeonato Brasileiro começou a ser disputado em pontos corridos, um time chega ao título sem a fulguração de uma estrela - como o cruzeirense Alex, o santista Robinho e o corintiano Tevez nas edições anteriores. Mineiro foi o melhor jogador deste campeonato, mas a grande estrela do campeão é o técnico Muricy Ramalho. O São Paulo não mostrou um futebol empolgante ao longo do campeonato, mas foi indiscutivelmente o melhor time. Campeão do primeiro e do segundo turnos, chegou à última rodada com nove pontos a mais do que o vice Internacional, tem o ataque mais positivo, com 66 gols, e a defesa menos vazada, com 32. Que mais se pode exigir? Muricy conseguiu tirar o máximo de cada um dos jogadores que participaram ativamente da campanha do campeão. Quem não deu o máximo de si nos jogos e nos treinamentos foi deixado de lado e certamente vai embora do Morumbi nos próximos dias pois o estilo de comando do treinador privilegia a capacidade de trabalho dos subordinados. Muricy tem algo em comum com Bernardinho, o multicampeão do vôlei, e com seu velho mestre Telê Santana, multicampeão tricolor que o Morumbi reverenciará para todo o sempre. Trabalhador, exigente, crítico, às vezes durão, de humor muito peculiar, Muricy segura o elenco em estado de tensão permanente, como se cada jogo fosse decidir o campeonato. É a ele que os são-paulinos devem o título que não conquistavam desde 1991. Eleito o técnico do ano em 2005, quando levou o Inter ao vice-campeonato, deve bisar o prêmio em 2006, ano em que se firmou de vez no clube dos grandes.
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Palmeiras de Valdívia e Fluminense de Arouca ficam no 1 a 1 e terminam o Brasileiro perto dos rebaixados
Fluminense bateu cabeça. A bola passou por Valdívia e caiu nos pés de Michael, que dominou, invadiu a área e bateu forte, empatando o jogo. No segundo tempo, a melhor chance de gol aconteceu aos 29 minutos, quando Beto deixou Pitbull livre na área. O atacante chutou cruzado, pela esquerda, deixando Sérgio, que pode ter feito sua última partida pelo Palmeiras, assustado. Quem também perdeu uma boa oportunidade foi Romeu. De canela, aos 37 minutos, ele mandou a bola por sobre o gol palmeirense. No final da partida, os jogadores de ambas as equipes lamentavam menos o resultado do que a péssima temporada. “Acho que é um ano para ser
apagado”, definiu, por exemplo, o atacante Cláudio Pitbull, do Fluminense. “Temos que começar com um planejamento novo para conseguir coisas melhores.” No Palmeiras, também deve acontecer uma reformulação. O técnico Jair Picerni já avisou que quer um elenco “com 30 jogadores”. Ele perdeu a paciência com a equipe burocrática do Palmeiras em 2006. “Faltou determinação. Quero montar um time diferente: bem competitivo e mais compactado. O Palmeiras vive em função de títulos”, disse o treinador, que amanhã deve indicar uma lista de dispensa e outra de contratações à diretoria. “A reformulação é normal num time que não foi tão bem. Erramos mui-
to durante as partidas. Jogar no Palmeiras não é fácil. A responsabilidade é grande. Mas, graças a Deus, permanecemos na Primeira Divisão.” O meia Marcinho pediu desculpas à torcida pelo “ano ruim”, como definiu. Ele afirmou também que passou pelo pior momento da carreira, por causa das contusões e do baixo rendimento. “Não fomos competentes o suficiente para conduzir o Palmeiras aos títulos.” Indagado sobre o maior erro do clube na temporada, ele adotou um discurso político, mas deu uma leve cutucada na diretoria: “Ela buscou fazer o melhor. Mas os cinco primeiros colocados do Brasileiro mantiveram seus técnicos”, argumentou.
BOLA DE SEGUNDA
FESTA BRASILEIRA
O futebol paulista perderá força na Série A de 2007, com o rebaixamento de Ponte Preta e São Caetano. Tinha seis times na divisão de elite, terá apenas quatro. Em compensação, tinha seis na Série B e terá oito. A Segundona virou um campeonato paulista. Além de Ponte Preta e São Caetano, receberá o Grêmio Barueri, promovido da Série C, e manterá o Paulista, o Santo André, o Marília,o Ituano e a Portuguesa.
Dos seis times que vão disputar o Mundial de Clubes no Japão, a partir de domingo, somente o Ahly Sporting Club, do Egito, não terá nenhum brasileiro. O Auckland City, da Nova Zelândia, tem um brasileiro chamado Luiz Del Monte na defesa. O Jeonbuk Hyundai Motors, da Coréia, tem o atacante Zé Carlos e o meia Botti. O América, do México, tem o meia Fabiano Pereira. O Barcelona tem Belletti, Edmilson, Sylvinho, Thiago Motta, Deco e Ronaldinho.
O DINHEIRO SUMIU
MODELO COLORADO
Os corintianos que se preparem para tempos de dureza. Aquele Corinthians milionário bancado pela MSI é coisa do passado. Por mais que o técnico Emerson Leão quisesse, o Corinthians não está conseguindo sequer contratar o veterano Lúcio ao rebaixado Fortaleza. O clube cearense pede R$ 500 mil para liberar o jogador, que quer ganhar R$ 50 mil de salário. É muito para a realidade atual do Corinthians. Leão já está pensando em reforços mais baratinhos.
Goleado por 4 a 1 pelo Goiás na despedida do Beira-Rio, o Inter foi o time que mais venceu fora de casa no Brasileirão. Venceu dez jogos como visitante, dois a mais do que o campeão São Paulo. Em casa, o Inter também venceu dez jogos. Os números mostram que a equipe de Abel Braga gosta mesmo é do contra-ataque. É por isso que tem apenas o nono ataque mais eficiente do campeonato, com 52 gols, e a segunda melhor defesa, vazada 36 vezes. Será o modelito colorado para o Mundial de Clubes?
SÉRIE C Alex Silva/AE
Grêmio Barueri garante o acesso
T
erminou na noite de quarta-feira, dia 29, a fase decisiva da Série C do Campeonato Brasileiro. Além de Criciúma-SC (campeão), Vitória-BA (vice) e IpatingaMG (terceiro colocado), classificou-se também para a disputa da Série B do ano que vem o Grêmio Barueri (SP). A equipe paulista ficou com a última vaga ao derrotar o Ferroviário-CE, no Parque Antarctica, por 3 a 0, mas o empate ja garantiria a promoção do Grêmio Barueri. Num campo encharcado e debaixo de chuva, os atacantes Pedrão (duas vezes) e Thiago Humberto (uma) marcaram os gols da vitória. Em apenas cinco anos de vida a equipe da Grande São Paulo chegou ao sexto acesso consecutivo. Tudo começou na temporada de 2001, em sua es-
tréia na Série B3, considerada a sexta divisão paulista. De lá para cá, em todos os anos o time subiu. Em 2007, o Grêmio Barueri figurará entre os melhores do Estado. Logo de cara desafiará o Santos, pela Série A1 do Campeonato Paulista. Todas as promoções, garantem os dirigentes do clube, vieram depois de planejamento detalhado e uma boa pré-temporada. Curiosamente, o mais importante acesso, justamente este, da Série C para a Série B do Campeonato Brasileiro, não teve preparação específica, pois a vaga só veio após a desistência do Rio Claro. Às pressas, os jogadores que haviam conquistado o Campeonato Paulista da Segunda Divisão dias antes, diante do Sertãozinho, foram convocados. Com o estádio de Barueri sen-
do reformado, a equipe teve de optar por atuar na capital. Jogou no Canindé e, depois, no Parque Antarctica. O técnico do Barueri foi Marcelo Villar, ex-Palmeiras, o quarto comandante da equipe em quatro meses de competição. Ele assumiu o time há quatro rodadas. Invicto, levou a equipe à conquista de 10 pontos, ao quarto lugar na competição e a mais um acesso. RESULTADOS: Barueri-SP 3 x 0 Ferroviário-CE; Bahia-BA 2 x 2 Criciúma-SC; Vitória-BA 2 x 0 Brasil-RS; Treze-PB 0 x 0 Ipatinga-MG CLASSIFICAÇÃO: 1º Criciúma-SC, 31; 2º Vitória-BA, 25; 3º IpatingaMG, 24; 4º Barueri-SP, 23; 5º Ferroviário-CE, 19; 6º Bahia-BA, 14; 7º Brasil-RS, 13; 8º Treze-PB, 11
Com os 3 a 0 sobre o Ferroviário-CE, na quarta à noite, time da Grande São Paulo terminou em quarto lugar
segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 Ronaldo ajudou quando precisávamos. A sua qualidade já conhecemos.” Fabio Capello
INTER CONHECE RIVAL NO PRÓXIMO DOMINGO AFP
Futebol europeu Espanhol Mundial de Clubes Tênis
Pedro Armestre/AFP
A TODO VAPOR F oram 20 minutos em campo até que Ronaldo mostrasse a que tinha vindo: ele recebeu um passe em profundidade e, no seu melhor estilo, bateu o goleiro do Athletic de Bilbao. Estava empatada a partida do Real Madrid contra um dos piores times do Campeonato Espanhol, que estreava novo técnico. O brasileiro entrou no intervalo, no lugar de Reyes, e abriu caminho para a virada do Real, que viria aos 36 minutos, com outro gol brasileiro, de Roberto Carlos - também a seu estilo, de fora da área. Nada mal para Ronaldo, que ficou um mês parado por causa de uma lesão, sofrida justaRonaldo abriu caminho para a vitória por 2 a 1 sobre o Athletic que levou o Real à viceliderança do Espanhol
FRANÇA
ALEMANHA
ITÁLIA
Mainz 0 x 0 Stuttgart Arminia Bielefeld 0 x 0 Bayer Leverkusen Bayern 1 x 1 Borussia Mönchen. Bochum 2 x 1 Hamburgo Borussia Dortmund 1 x 0 Wolfsburg Energie Cottbus 0 x 1 Hannover Werder Bremen 3 x 1 Hertha Alemannia Aachen 2 x 3 Eint. Frankfurt Nurnberg 0 x 0 Schalke
Inter de Milão 2 x 0 Siena Roma 2 x 1 Atalanta Cagliari 2 x 2 Milan Fiorentina 1 x 0 Lazio Livorno 0 x 2 Chievo Messina 0 x 2 Sampdoria Parma 0 x 0 Palermo Torino 1 x 0 Empoli Udinese 1 x 1 Reggina Ascoli 2 x 2 Catania
1 Inter de Milão
P 36
V 11
SG 15
Sporting 0 x 2 Benfica Beira-Mar 1 x 2 Belenenses Porto 2 x 0 Boavista Aves 2 x 0 Naval Amadora 2 x 0 Nacional União Leiria 0 x 0 Paços Ferreira Braga 4 x 2 Acadêmica Coimbra hoje: Marítimo x Vitória Setubal
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
43
14
22
32
1 ManchesterUnited
41
13
27
35
Classificação
P
V
SG
25
1 Porto
31
10
19
26
13
25
2 Sporting
26
8
9
18
7
21
3 Braga
23
7
4
19
22
7
10
23
Classificação
P
V
SG
GP
29
1 Werder Bremen
30
9
20
39
30
9
9
25
3 Lille
29
8
10
24
3 Arsenal
25
7
4 Sochaux
29
8
5
21
4 Portsmouth
25
7
2 Lens
PORTUGAL
Arsenal 3 x 0 Tottenham Blackburn 2 x 0 Fulham Portsmouth 2 x 2 Aston Villa Reading 1 x 0 Bolton Sheffield 2 x 1 Charlton Wigan 0 x 4 Liverpool Middlesbrough 1 x 2 Manchester United Everton 2 x 0 West Ham hoje: Manchester City x Watford
GP
1 Lyon
sua participação na primeira fase da Liga dos Campeões contra o Dínamo - o jogo é só para cumprir tabela, já que a equipe está classificada, mas não tem chance de tomar do Lyon o primeiro lugar de seu grupo. Capello elogiou a apresentação de Ronaldo, mas reiterou que ele ainda precisa entrar em forma. “Precisa jogar mais porque ficou muito tempo parado, mas estou feliz pela forma como vem treinando e por sua atitude em campo.” O resultado levou o time à vice-liderança do Espanhol, com 29 pontos, um a menos que o Barcelona, que não passou de um empate por 1 a 1 com o Levante, fora de casa, com vários reservas e sem Ronaldinho - poupado para o duelo decisivo na Liga dos Campeões contra o Werder Bremen. O Sevilla, derrotado por 2 a 1 pelo Español, caiu para terceiro, com 28 pontos.
INGLATERRA
Le Mans 0 x 1 Lyon Auxerre 0 x 0 Nice Lens 3 x 0 Bordeaux Monaco 3 x 0 Valenciennes Rennes 2 x 0 Nantes Saint-Etienne 2 x 0 Lorient Sedan 1 x 2 Troyes Sochaux 1 x 0 Olympique Nancy 1 x 3 Lille Classificação
Classificação
mente no jogo contra o Écija, pela Copa do Rei, em que havia marcado seu primeiro gol na temporada européia. O técnico Fabio Capello lhe deu a chance de jogar ontem depois de elogiar sua disposição nos treinos - Ronaldo emagreceu e foi visto até correndo fora do horário de treinos, para acelerar o processo de recuperação. “Ele é a pessoa que mais exige de mim, e acaba conseguindo o que quer, e também é justo em suas avaliações”, disse Ronaldo, que, pouco antes de se contundir, reclamou que não sabia como conquistar a confiança do técnico. “Tive azar de me contundir no fim daquela partida, mas felizmente pude ajudar a equipe a fazer um grande segundo tempo”, festejou, para depois admitir: “Ainda não estou cem por cento”. O camisa 9 deve ser titular do Real na quarta-feira, em Kiev, quando a equipe encerra
29
8
10
25
2 Chelsea
35
11
17
GP
2 Roma
32
10
21
32
2 Schalke 04
3 Palermo
28
9
9
27
3 Stuttgart
28
8
7
26
4 Livorno
20
5
0
15
4 Bayern
27
8
6
24
5 Saint-Etienne
27
8
6
25
5 Liverpool
25
7
4
19
4 Benfica
5 Catania
20
5
-6
20
5 Hertha
24
6
4
26
6 Nancy
25
7
1
14
6 Reading
25
8
-1
17
5 Nacional
19
6
6
19
6 Empoli
19
4
2
12
6 BorussiaDortmund
22
5
3
19
7 Bordeaux
25
8
-1
19
7 Everton
24
6
5
20
6 União Leiria
18
5
-2
11
7 Lazio*
18
6
9
22
7 Arminia Bielefeld
21
5
5
22
8 Olympique
24
7
6
21
8 Aston Villa
24
5
4
19
7 Paços Ferreira
17
4
-1
13
8 Atalanta
17
4
-1
21
8 Eintracht Frankfurt
20
4
-1
20
9 Toulouse
24
7
2
20
9 Bolton
24
7
0
15
8 Marítimo
16
5
0
12
14
9 Nuremberg
19
3
3
18
16
9 Naval
16
4
-1
10
13
10 Bayer Leverkusen
19
5
3
24
13
10 Belenenses
14
4
0
9
19
4
-2
10
13
3
-2
17 12
9 Udinese 10 Siena*
17 17
4 4
-1 -3
11 Torino
17
4
-7
10
11 Wolfsburg
12 Sampdoria
16
4
0
21
12 Hannover
19
5
-8
14
13 Cagliari
15
2
-1
13
13 Energie Cottbus
16
4
-5
17
14 Messina
14
3
-6
16
14 Alemannia Aachen
15
4
-6
23
15 Milan*
12
5
0
14
15 Bochum
15
4
-9
20
16 Chievo
10
2
-6
13
16 Borussia Mönchen.
14
4
-8
12
17 Parma
9
2
-15
12
17 Hamburgo
11
1
-6
13
21
18 Mainz
10
1
-15
10
18 Fiorentina*
8
7
6
19 Ascoli
6
0
-12
9
20 Reggina*
2
4
-4
15
10 Rennes 11 Le Mans
20 20
5
-1
4
-2
13 19
10 Fulham 11 Manchester City
20 19
5 5
-7 -4
12 Lorient
20
5
-4
16
12 Tottenham
19
5
-6
13
11 Acadêmica
13 Auxerre
18
4
-5
14
13 Wigan
18
5
-3
17
12 Boavista
12
3
-5
11
3
-9
7
9
2
-7
8
14 PSG
17
4
-4
16
14 Blackburn
16
4
-4
13
13 Amadora
16
4
-7
11
14 Vitória de Setúbal
15 Valenciennes
17
5
-10
14
15 Middlesbrough
16 Monaco
16
4
0
19
16 Sheffield
16
4
-9
11
15 Aves
8
2
-9
10
17 Nice
14
3
-5
14
17 West Ham
14
4
-8
10
16 Beira-Mar
7
1
-12
14
18 Troyes
14
3
-8
15
18 Newcastle
13
4
-6
9
19 Nantes
12
2
-11
12
19 Watford
9
1
-10
10
20 Sedan
10
1
-11
19
20 Charlton
9
2
-12
11
*Punições: Siena, -1; Lazio, -3; Milan, -8; Reggina e Fiorentina, -15
Denis Sinyakov
A Davis é da Rússia
M
arat Safin garantiu para a Rússia o segundo título da Copa Davis, ao vencer o argentino Jose Acasuso por 3 a 1 (6/3, 3/6, 6/3 e 7/6 (7/5)), na quinta partida da emocionante decisão. No primeiro jogo do dia, David Nalbandian bateu Nikolay Davydenko, também por 3 a 1 (6/2, 6/2, 4/6 e 6/4). Safin foi duplamente decisivo, porque, apenas da derrota
para Nalbandian na estréia quando Davydenko venceu Juan Ignacio Chela -, participou ainda do jogo de duplas, ao lado de Dmitry Tursunov, na vitória em três sets sobre Nalbandian e Agustín Calleri. “Temos uma equipe forte, unida e com jogadores muito profissionais. Sei que o Davydenko não vai beber; o Tursunov também não bebe, mas eu não vou deixar escapar essa
oportunidade para ficar bêbado”, disparou o russo, notório apreciador de boas festas. Durante o jogo de duplas, Safin ganhou elogios de um gênio dos campos, que foi a Moscou para torcer pela Argentina: Maradona. “Safin, você é um fenômeno”, gritava “el Diez”, que lamentou não ver a Argentina ganhar seu primeiro título na Davis: “A Rússia não nos deu chance”.
Safin é arremessado para o alto pelos colegas após a vitória decisiva
ESPANHA Levante 1 x 1 Barcelona Huelva 2 x 0 Valencia Betis 0 x 1 Atletico Madrid La Coruña 0 x 0 Racing Santander Espanyol 2 x 1 Sevilla Mallorca 2 x 2 Celta Real Sociedad 0 x 0 Getafe Villarreal 2 x 0 Gimnastic Real Madrid 2 x 1 Athletic Bilbao Zaragoza 1 x 2 Osasuna Classificação
P
V
SG
1 Barcelona
30
9
21
32
2 Real Madrid
29
9
15
24
GP
3 Sevilla
28
9
13
26
4 Atlético Madrid
24
7
9
18
5 Zaragoza
23
7
9
26
6 Huelva
22
7
3
20
7 Getafe
21
6
2
10
8 Villarreal
21
6
-2
14
9 Valencia
18
5
1
15
10 Celta
18
5
-1
18
11 La Coruña
17
4
-2
11
12 Mallorca
17
4
-3
11
13 Espanyol
16
3
-2
12
14 RacingSantander
15
3
-4
12
15 Osasuna
14
4
-6
12
16 Levante
14
3
-7
11
17 Betis
9
2
-5
13 12
18 Athletic Bilbao
8
1
-12
19 Real Sociedad
6
0
-12
7
20 Gimnastic
5
1
-17
11
Inter viaja amanhã para o Mundial
A
delegação do Internacional viaja amanhã para o Japão para a disputa do Mundial de Clubes da Fifa. A diretoria investiu pesado para buscar do inédito título - entre as preocupações estão a viagem de primeira classe, para reduzir o cansaço dos jogadores durante as cerca de 24 horas de vôo, e a importação de carne direto da Nova Zelândia para manter a dieta dos jogadores. O primeiro treino em solo japonês será na manhã de quinta-feira, logo depois do desembarque, para tentar acostumar o elenco mais rapidamente ao fuso horário. O Inter conhecerá no domingo seu adversário, que sairá do duelo entre o campeão da Oceania, o Auckland, na Nova Zelândia, e o Al Alhy, do Egito, bicampeão africano. A partida será no próximo domingo, às 8h20 (de Brasília), em Toyota, com transmissão do Sportv. O campeão da Libertadores pega o vencedor na quarta seguinte, dia 13, em Tóquio. No dia seguinte, no mesmo horário, sai o adversário do Barcelona: o América do México é favorito para o confronto em Tóquio com o Jeonbuk Motors, da Coréia do Sul, que conta com dois brasileiros: o volante Botti, ex-Vasco, e o desconhecido atacante Zé Carlo, que só jogou no futebol alagoano. O campeão europeu pega o vencedor desse jogo na quinta, dia 14, em Yokohama.
Vôlei Giba Mundial Ber nardinho
DIÁRIO DO COMÉRCIO
BRASIL ARRASA POLÔNIA E É BICAMPEÃO
segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
Kazuhiro Nogi/AFP
4
O amor que um tem pelo outro é muito importante. Ficamos muito mais tempo juntos do que com a família.” André Heller
Fotos: Toru Hanai/Reuters
Com mais uma espetacular atuação de Giba, melhor jogador do campeonato, o Brasil arrasou a Polônia, conquistou com sobras o bicampeonato mundial e ratificou um domínio de seis anos
DONOS DO MUNDO F
oi uma atuação de gala, para entrar na história. O Brasil atropelou a Polônia e conquistou o bicampeonato mundial masculino de vôlei com uma vitória por 3 a 0 (25/12, 25/22 e 25/17), e “virou lenda”, como avisava o argentino Raúl Lozano, técnico da seleção polonesa: ”Nós jogamos por um título. Eles, para virar lenda.” Deu a segunda opção,
Michael Caronna/Reuters
graças à principal caraterística da equipe: a força coletiva. É verdade que não foi nem preciso contar com os 12 jogadores, como sempre faz questão de frisar o técnico Bernardinho Rezende: a final foi tão tranqüila que os seis titulares e o líbero Escadinha deram conta: André Nascimento fez 14 pontos, e Giba, o melhor jogador do Mundial, marcou 12, um a mais que Dante, o melhor
atacante da competição. Bernardinho não precisou nem fazer substituições, e a Polônia só conseguiu mesmo endurecer a batalha no segundo set. O capitão Ricardinho afirmou que a equipe queria provar que, depois de seis anos e 15 títulos em 19 competições na “era Bernardinho”, a equipe mantém a vontade de vencer. “O talento é importante, mas queríamos mostrar que
ainda temos fome, sangue nos olhos”, afirmou. “Esse é o segredo do nosso time”, completou Giba, que não perdeu a chance de agradecer mais uma vez à França pelo “chacoalhão” que provocou ao impor a únida derrota do Brasil no Mundial e, também, tripudiar pelo sexto lugar obtido pelos franceses. “Obrigado, França. Nós somos campeões de novo, e vocês...”, ironizou. Depois, disse que não ganhou sozinho o prêmio de melhor jogador. "Metade do mérito é da equipe, eu não jogo sozinho.” Bernardinho sabe que seu nome batiza uma era vencedora na história do esporte mundial, mas diz que é apenas um dos elementos de uma equipe brilhante. “Sou só um deles. Às vezes tenho de pressioná-los ou acalmá-los. Estou aqui para dar a eles os meios para as vitórias e questioná-los sobre como continuar melhorando”, afirmou o técnico, que deu nota 10 com louvor ao espírito de luta mostrado pela equipe na decisão. “Depois de vencer tudo o que vencemos, eu os vi como se estivessem ganhando pela primeira vez.” Um dos novatos do time, Samuel, o reserva menos utilizado durante o Mundial, quer entrar no espírito: "Já ganharam tudo, são campeões olímpicos, mas querem ganhar mais e mais. Espero ter essa vontade também.” Ao técnico da Polônia, Raúl Lozano, só restou lamentar a má atuação de sua jovem equipe e se resignar com a superioridade do rival. “O Brasil mostrou que tem hoje o melhor time que o mundo já viu jogar.”
“Ainda jogamos com sangue nos olhos”, afirmou o capitão Ricardinho
Divulgação
Nº 148 São Paulo, 4 de dezembro de 2006
DCARR
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Tem gente que inventa de tudo. Na página 4, algumas invenções que cuidam da segurança no carro. Tem até aviso de seqüestro luminoso e tampa de escapamento. Entre os japoneses, a Honda chegou na frente com seus dois modelos Flex: Civic e Fit, apresentados nas páginas 6 e 7. Na manutenção do carro, a conta cresceu 3,72% no acumulado de janeiro a outubro. Velas e pneus foram os maiores vilões: 10%. mais caros. Na pág. 17.
RENAULT MÉGANE
A ELEGÂNCIA DA GRAND TOUR PÁGINAS 10 E 11
2
DCARRO
São Paulo, segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
BOM CARRO: BOA VIAGEM E BOAS FESTAS
E
índice INVENÇÕES - 4 e 5 Um mundo cheio de novas idéias e projetos simples que deram certo.
BICOMBUSTÍVEIS - 6 e 7 Conheça detalhes da tecnologia Flex implantada nos carros da Honda.
CAPA - 10 e 11 Veja o charme e elegância da station-wagon Mégane.
MERCADO - 16 Preço de veículos zero-quilômetro sobe em novembro.
ESPECIAL - 19 Na série "Carros Inteligentes", os sistemas de freios eletrônicos.
aGenDa 6 de dezembro
A Anfavea divulga balanço das vendas de veículos em novembro e promove palestra sobre perspectivas 2007. No Hotel Sofitel, em São Paulo, a partir das 11h.
12 de dezembro
A Scania reúne a imprensa especializada no Jockey Club de São Paulo. Além de fazer um balanço de 2006, dará início às comemorações dos 50 anos da montadora no Brasil.
nfim chegou dezembro e se você pretende viajar neste final de ano e ainda não fez nenhuma revisão no seu carro, saiba que já está atrasado. Afinal, neste período as lojas e oficinas já começam a receber uma procura maior, principalmente para itens mais comuns como suspensão, injeção eletrônica, pneus, freios, luzes e também para instalação do som. Se você ainda não cumpriu esta tarefa, não deixe para a véspera da viagem, o ideal é que este trabalho seja feito com antecedência, evitando problemas com prazo de entrega, falta de peças ou até mesmo com superfaturamento do serviço. Vale lembrar ainda que carro bonito não é sinônimo de viagem tranqüila. Bastam algumas horas preso nos congestionamentos de nossas estradas para verificar a quantidade de carros "novos ou velhos" parados no acostamento e aguardando o auxílio de especialistas ou de um guincho. Por isso, não se engane com a aparência do carro. A revisão pode sanar pequenos problemas e até mesmo identificar peças que estejam próximas de seu limite, mesmo que isto
Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br
ainda não seja perceptível. Depois de retirar o carro da oficina, seja desconfiado. Dê algumas voltas com o veículo, de preferência por circuitos que o testem em várias situações diferentes, inclusive com trânsito parado. Assim você poderá observar se há ruídos estranhos, se a temperatura está estável, se as luzes estão em ordem ou se existe qualquer outro indício que possa evitar futuras "dores de cabeça". Aproveite também para confirmar se a documentação do carro está em ordem e se sua CNH não está vencida. Pouco antes da viagem, não esqueça de verificar o nível de óleo, a validade do extintor de incêndio, a pressão dos cinco pneus e a quantidade de combustível. Evite viajar sozinho e se possível escolha horários de menor movimento nas estradas, conciliando com momentos que não haja previsão de neblina ou sol muito intenso. Esta última recomendação vale em dobro se você pretende levar crianças ou animais, lembrando que ambos devem ser levados com cuidados especiais, próprios para seu transporte. Lembre-se crianças e bichos são seres delicados e pedem redobrada atenção. Anderson Cavalcante
Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro
São Paulo, segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
DCARRO
3
GESTÃO
SEGURANÇA
COM SELO DE QUALIDADE Empresas de rastreamento de cargas e gerenciamento de riscos criam selo para aumentar credibilidade do segmento ANDERSON CAVALCANTE
s sistemas de monitoramento e rastreamento foram criados para auxiliar na logística de empresas de transporte. Trazidos para o Brasil há aproximadamente 12 anos, foram "climatizados" para a área de segurança, sendo utilizados também para evitar o roubo de cargas e veículos. Hoje o segmento conta com cerca de 100 empresas voltadas para o setor de carga, no Brasil, e cerca de 150 mil veículos comerciais utilizando este tipo de equipamento. Representado pela Gristec - Associação de Empresas de Gerenciamento de Riscos e de Tecnologia de Rastreamento e Monitoramento, que possui 30 associadas, o setor espera, a partir de agora, oferecer mais qualidade nos serviços prestados e tornar mais justa e coerente a concorrência, utilizando um programa de auto-regulamentação para seus parceiros. O projeto foi desenvolvido em par-
O
ceria com o Instituto Totum que irá auditar a infra-estrutura e os sistemas utilizados por essas empresas, analisando itens como conformação de telecomunicações, recursos de tecnologia da informação, qualificação de funcionários e equipe técnica, entre outros. Após isso, a consultoria independente irá identificar se as empresas candidatas preenchem os requisitos mínimos e as principais necessidades para poder receber o Selo de Qualidade da Gristec. "Já existem 17 cadastros para auditorias e mesmo que ao término do processo elas não estejam aptas a receber o selo, seus dados serão arquivados em total sigilo", afirma Cyro Buonavoglia, presidente da Gristec, que aposta em um diferencial competitivo que as certificadas terão, atingindo maior visibilidade, reconhecimento e, principalmente, credibilidade no mercado. Menos roubos - Para Cilineu Nunes, presidente da fabricante de sistemas de rastreamento, Omnilink, e vice-presidente da Gristec, o fato de uma melhor
qualidade destes serviços poder auxiliar na diminuição dos furtos de carga é de interesse geral. "Não temos medo que o roubo de carga acabe um dia, pois nossos sistemas são cada vez mais essenciais também para a logística das frotas, por isso a Omnilink é uma das associadas já inscritas para participar do programa". Segundo dados informados pela Gristec, a região Sudeste representa 83,75% dos roubos de carga no Brasil, sendo em sua grande maioria nos estados de São
Paulo e Rio de Janeiro. Ainda conforme a associação, durante o mês de janeiro já serão emitidos os primeiros selos e até o final do primeiro trimestre as 17 empresas já cadastradas devem ter passado pelo auditoria. Após o resultado final, as condições apresentadas pelas detentoras do selo serão mostradas no site da Gristec, tornando visível aos interessados não só que elas estão de acordo com os requisitos mínimos, mas o que oferecem a mais que suas concorrentes.
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DCARRO
São Paulo, segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
CRIATIVIDADE Divulgação
CADA DIA UMA NOVA INVENÇÃO A falta de segurança em nossas ruas motiva a criatividade de nossos inventores. Há todo momento uma novidade. ANDERSON CAVALCANTE
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om a crescente onda de insegurança que nos atinge também no trânsito, os usuários de automóveis, motos e outros veículos, não se cansam de procurar novos equipamentos ou alarmes para evitar os furtos. Esta preocupação está se tornando também uma fonte de criatividade para pessoas inspiradas no célebre personagem dos quadrinhos, "Professor Pardal". O inventor Eduardo de Biasi, associado à ANI (Associação Nacional dos Inventores), procurando um sistema simples e de baixo custo, criou o "Tampa Escap" que pode ser utilizado tanto em automóveis como em caminhões, caminhonetes e motos, bloqueando e impedindo o furto, já que nenhum motor de veículo se mantém em funcionamento com a câmara de emissão de gases repleta. O autor do artifício, em conjunto com a associação dos inventores, está à procura de empresas que tenham interesse em fabricar seu projeto. Para moto - Já o motociclista José Carlos Simões desenvolveu um bloqueador de combustível para motocicletas. Para
desbloquear é necessária a retirada total da peça e por a mesma se encontrar na parte inferior do tanque, neste caso ocorreria o derrame de todo combustível. Enquanto isso, para o usuário da moto, scooter, triciclo ou quadriciclos, basta acionar um miolo de fechadura com chave, abrindo a torneira de combustível acoplada ao tanque permitindo a passagem do líquido para o carburador do veículo. Assim como Eduardo de Biasi, o inventor José Carlos Simões também procura interessados em produzir e distribuir a sua criação em larga escala comercial. Já no mercado - Diferente de tudo que existe no mercado, um sistema anti-se-
No detalhe e acima o DAAS, inventado por João Ignácio, baseado em emissores infravermelhos
Depois de negociado com a empresa Car System, o equipamento passou a ser o "Lume System"
questro baseado em emissores infravermelhos foi apresentado há alguns meses pela Car System. O equipamento emite uma luz limitada à visão humana, acima do infravermelho e abaixo do ultravioleta, para que somente as câmeras receptoras de vídeo (de ruas e avenidas, viaturas de polícia ou de vigilância patrimonial, portarias e guaritas, entre outras) consigam captá-la. Isso ocorre devido à cobertura do espectro de cores, que é maior que a dos humanos. Ou seja, um sinalizador piscando com um alerta "assalto" no carro avisa que você
foi seqüestrado. O bandido não vê, mas fica tudo nas câmeras de vídeo. Este sistema é do inventor João Ignácio que é associado da ANI e recebeu o auxílio necessário na negociação de seu produto anteriormente conhecido como DAAS (Dispositivo de Alerta Anti-Sequestro). Assim como ele, vários inventores esperam a oportunidade de ter suas "engenhocas" reconhecidas no mercado. Como no caso de Carlos Alberto Carvalho Martins, que também faz parte do quadro de inventores da ANI e desenvolveu um simples sistema para ajudar a fiscalização
DIÁRIO DO COMÉRCIO
8 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO
segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
MuNDOreAL por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC
Enquanto a Zé-Lite dorme Folha Imagem/1/03/1979
e tenho insistido no tema do Quando o general Golbery do Couto e desconstrucionismo, é para Silva inventou a teoria da "panela de mostrar que toda tentativa pressão", pontificando que a atividade de discussão democrática repressiva do Estado deveria limitar-se com intelectuais ou líderes à oposição armada, deixando as uniesquerdistas, hoje em dia, é tempo versidades e as instituições de cultura perdido. Eles criaram instrumentos livres como válvula para o escoamento verbais altamente sofisticados para das pressões subversivas, mal sabia ele escapar de toda cobrança racional e que, àquela altura, os esquerdistas impor seus desejos e caprichos sem mais avisados já haviam abandonado ter de dar satisfações senão à sua von- o projeto guerrilheiro e depositado totade de poder. Mais ainda: inventaram das as suas esperanças na "revolução um sistema de pretextos infalíveis pa- cultural" gramsciana: a única arma de ra sentir que, ao fazer isso, são as me- que precisavam era, precisamente, lhores pessoas do universo, contra as uma válvula. Ao optar implicitamente quais só monstros de egoísmo e cruel- por não resistir ao comunismo em gedade poderiam objetar alguma coisa. ral, mas só ao comunismo "violento", o Pior: transmitiram essas atitudes e sen- governo lhes forneceu essa arma. Um timentos a duas gerações de estudan- pouco de estudo teria bastado para tes universitários, que hoje ocupam os mostrar ao sapientíssimo general que espaços fundamentais na educação, a "via pacífica" para o comunismo era na mídia, na administração pública, na nada mais que o adiamento da violênjustiça e, é claro, numa infinidade de cia crua para depois da tomada do poder por meios anestésicos. Mas, no caONGs e "movimentos sociais". Hegel dizia que aquele que nas dis- lor da luta contra as guerrilhas, a imacussões públicas se abstém de razões gem de uma futura esquerda "pacífie apela à autoridade secreta da sua ca" e "legalista" pareceu à elite militar "voz interior" é um inimigo da espécie uma alternativa roseamente desejáhumana. Extinta a possibilidade de vel. Em poucos anos, essa esquerda, aferição objetiva, suprimidos os ins- nascida das conversações gramsciatrumentos de prova, reduzido o deba- nas na USP, estava montada e em plete a um confronto de vontades, a úni- no funcionamento. Não houve, na "dica autoridade que resta é a pura ha- reita", quem não celebrasse o seu adbilidade de impressionar, de assom- vento como um formidável progresso brar, de seduzir, de hipnotizar. E para da democracia. O general Golbery foi o isso vale tudo: desde o sex appealaté a pai da ascensão petista, restando apeintimidação autoritária, passando pe- nas saber se o foi por pura presunção e la ostentação de títulos e Fotos: Reprodução cargos, a forma mais tosca e besta do argumento de autoridade, característica do bacharelismo provinciano que volta à moda meio século depois de parecer definitivamente superado. Uma vez conquistada a adesão estudantil pelo fascínio vulgar de charlatães bem-falantes, a autoridade se transfere a gerações inteiras de jovens enragés que saem da faculdade imbuídos do dever de "transformar o mundo" por meio da mentira e do engodo. Por toda parte, esses "agentes de transformação social" se empenham em fazer com que as engrenagens da sociedade funcionem ao contrário das suas finalidades nominais, criando o caos em lugar da ordem, a revolta e o ódio em vez da paz, a malícia em vez da confiança. Em suma, caro leitor, você está rodeado de ativistas cínicos, capazes de mentir e trapacear ilimitadamente no interesse do seu grupo político. Se você abre um jornal, não pode ter a certeza de ler fatos em vez de balelas interesseiras. Se tem uma demanda na justiça, não pode estar seguro de que não cairá nas mãos de um comissário do povo, decidido a julgar não segundo as razões do processo, mas segundo a classe social das partes. Se envia a esposa nervosa a um consultório de psicoterapia, não sabe se ela será tratada dos seus males ou envenenada de ódio ao marido. Se envia os filhos à escola, sabe que eles voltarão de lá tatuados e viciados, admirando bandidos e abominando as leis, falando alto, dando ordens ao pai e à mãe, indignados com a proibição das drogas, cheios de revolta sacrossanta contra a instituição familiar que os sustenta e protege. E ainda há quem, no meio disso, acredite poder confiar nas leis e instituições, no funcionamento normal da sociedade, na sanidade do processo democrático. A classe empresarial, os políticos Stálin (no cartaz), pragmáticos e os analistas econômiHegel e Georg cos têm uma dificuldade quase inLukács (acima) transponível de compreender o alcance político de modas culturais que, de ignorância ou se houve da sua parte início, parecem limitadas a um círculo um pouco de cegueira voluntária, alide professores excêntricos e estudan- mentada por ambições nasseristas de tes amalucados. Quase um século de- absorver a esquerda continental num pois de Lukács, Gramsci, a Escola de esquema militar nacionalista e antiFrankfurt e o próprio Stálin haverem americano. Hoje sabemos que o esdescoberto que a cultura, e não a eco- quema militar é que foi absorvido, nomia, é a força que move o processo subjugado e posto a serviço dos plarevolucionário, esses observadores nos do Foro de São Paulo. Isso era pervesgos ainda acreditam que existe um feitamente previsível, mas não a quem abismo entre o mundo "prático" e a es- alimentasse, como o general, a ilusão fera dos interesses "abstratos", "estra- de poder manipular e "civilizar" o motosféricos", da intelectualidade acadê- vimento comunista. A "queda" da mica e artística. Estratosféricos são URSS e a embriaguez triunfal dos libeeles, habitantes do mundo da Lua. rais no início dos anos 90 levaram essa
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ilusão às últimas conseqüências, fazendo com que as "elites" (ou a Zé-Lite) celebrassem o sucesso do PT como uma promessa de melhores dias para a democracia capitalista. Frases como "o comunismo acabou" e "Lula mudou" adquiriram então o prestígio de dogmas inabaláveis, e quem sugerisse que as coisas não eram bem assim se tornava objeto de chacota da parte de banqueiros, empresários, políticos "de direita", capitães da mídia e altos oficiais militares – a pura nata da Zé-Lite. Hoje, quando esses senhores, de rabo entre as pernas, já entrevêem no colaboracionismo servil e trêmulo a sua única chance de sobrevivência, sinto-me até um tanto constrangido de lhes explicar, de novo, que os estrategistas da revolução comunista, por mais que lhes pareçam meros intelectuais avoados, de paletó sebento e barba por fazer, são um pouco mais espertos que eles. Um "homem prático" vive de olho nas cotações da bolsa e ri da sugestão de que algo tão abstrato e academicamente rebuscado como uma teoria literária possa ter alguma periculosidade política. O intelectual comunista aproveita-se dessa falsa sensação de segurança para fazer da teoria literária um instrumento de ação capaz de virar o mundo do avesso. Vou contar, em linhas gerais, como isso aconteceu. Na década de 30, Stálin estava persuadido de que a única função da arte e da literatura era a propaganda revolucionária. Parida às pressas pela Academia Soviética, a teoria estética do "realismo socialista" impregnou massas de escritores e artistas em todo o mundo comunista. Só não chegou a tornar-se um dogma universal porque, no Ocidente, Stálin reservava às celebridades das letras e artes uma função mais sutil. Queria usá-las como instrumentos de camuflagem: deviam abster-se da filiação explícita ao Partido Comunista (e portanto também às suas opções estéticas) e, conservando uma fachada de neutralidade, colocar o seu prestígio a serviço de causas específicas de interesse do Partido nos momentos decisivos. Isso deu aos escritores esquerdistas da Europa e das Américas a margem de liberdade que lhes permitiu escapar do realismo socialista e continuar fazendo literatura em sentido estrito. Por toda parte, poetas, romancistas e críticos – a começar pelo príncipe da crítica marxista, Georg Lukács em pessoa e seu fiel escudeiro Lucien Goldmann – desprezavam a estética oficial soviética e faziam a apologia dos cânones literários que construíram a grandeza de Shakespeare, Cervantes, Goethe, Balzac e Dostoiévsky. Lukács escreveu páginas notáveis em defesa do "grande realismo burguês", alegando que a representação fiel da realidade histórica era uma força revolucionária em si, sem necessidade de concessões à propaganda. Até em congressos do Partido a hostilidade ao realismo socialista acabava se mostrando, às vezes de maneira explosiva. Referindo-se ao chefe da escola, o nosso Graciliano Ramos exclamava: "Esse Jdanov é um cavalo." Assim a literatura foi salva do embrutecimento ideológico. Os anos 30-50 acabaram sendo uma época de criatividade literária incomum. No Brasil, então, nem se fala. Nunca tivemos tantos escritores bons e ótimos ao mesmo tempo. Mas foi uma salvação provisória. Aqui e ali, discretamente, intelectuais iluminados se davam conta de que a preservação dos cânones do realismo e, de modo geral, a concepção da literatura como conhecimento, eram incompatíveis com a meta escolhida pelo próprio Lukács: a destruição da civilização ocidental. Puseram-se então a trabalhar na idéia de que a literatura não podia conhecer a realidade, já que – segundo entendiam – a própria realidade era uma invenção literária. Para dar a essa idéia um arremedo de consistência, apelaram a um formidável arsenal de recursos extraídos da língüística, da antropologia, da lógica formal, da "teoria crítica" frankfurtiana
General Golbery do Couto e Silva
O general Golbery foi o pai da ascensão petista, restando apenas saber se o foi por pura presunção e ignorância ou se houve da sua parte um pouco de cegueira voluntária.
e das filosofias de Nietzsche e Heidegger. Em menos de uma década a proposta havia evoluído para a formulação radical do desconstrucionismo: não existe realidade nem conhecimento, nenhum discurso tem significado, o significado é livremente inventado por "comunidades interpretativas" que aí projetam como bem entendem seus desejos e interesses, portanto tudo o que há para fazer é reunir a comunidade e ensinar-lhe os meios de usurpar o sentido dos textos em benefício próprio. De súbito, a doutrina de Stálin-Jdanov era restaurada em todo o esplendor da sua brutalidade, mas agora resgatada da sua pobreza teórica originária e paramentada com todos os adornos da sofisticação acadêmica. O desprezo pela verdade, a legitimação da mentira politicamente útil, o cinismo das interpretações forçadas, enfim a prostituição total das atividades intelectuais superiores aos interesses de grupos de pressão tornaram-se não só legítimos e recomendáveis, mas intelectualmente elegantes e moralmente obrigatórios. Na mesma onda, as distinções entre o verdadeiro e o falso, entre cultura e incultura, entre o esteticamente superior e inferior, foram condenadas como instrumentos de opressão e substituídas pelo culto de qualquer bobagem politicamente oportuna que se apresentasse. Toni Morrison foi igualada a Shakespeare, novelas de Gilberto Braga celebradas como portadoras da "universalidade de um Balzac" por ser bem aceitas em todos os mercados. Considerar Bach superior a Gilberto Gil tornou-se algo assim como um crime de racismo. Não é preciso dizer que o primeiro resultado foi a pura e simples desaparição da grande literatura. A segunda metade do século XX não gerou nada que se comparasse nem de longe a um
(...) no calor da luta contra as guerrilhas, a imagem de uma futura esquerda 'pacífica' e 'legalista' pareceu à elite militar uma alternativa roseamente desejável.
Thomas Mann, a um Proust, a um Jacob Wassermann, a um Hermann Broch, a um Robert Musil, a um Antonio Machado, a um Bernanos, a um Mauriac. Nas nações do Terceiro Mundo, as sementes da cultura superior em gestação foram impiedosamente arrancadas. O país que cinqüenta anos atrás tinha Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Graciliano Ramos, Annibal M. Machado, Marques Rebelo, José Lins do Rego, agora lê Luís Fernando Veríssimo e acha o máximo. Se os efeitos se limitassem à esfera das letras, já seriam suficientemente perversos. À retração da criatividade literária corresponde, pari passu, a degradação da linguagem pública, a progressiva incapacidade de expressar a experiência real e, conseqüentemente, a fixação dos debates em estereótipos alienados, prenunciando a ascensão da loucura geral como alternativa política. Mas, como não poderia deixar de ser, os procedimentos interpretativos da escola desconstrucionista e similares logo foram estendidos para as ciências humanas em geral, afetando todas as esferas do debate público. Aí os efeitos foram muito além do mero sucesso propagandístico. Ampliaramse até à destruição de todo princípio de ordem e racionalidade na vida social. Avaliar, mesmo sumariamente, a extensão do dano, ocupará muitos artigos nas próximas semanas. Vou aqui dar um único exemplo, que depois explicarei melhor. Um dos setores onde a influência desconstrucionista penetrou mais fundo é o Direito. Aí se evidencia como uma teoria literária pode ter conseqüências devastadoras sobre toda a ordem social. Juízes, promotores e advogados são hoje formados sob a crença dominante de que as leis, como qualquer outro texto, não têm ne-
Empresários, políticos pragmáticos e analistas econômicos têm uma dificuldade quase intransponível de compreender o alcance político de modas culturais.
nhum significado originário objetivamente válido. Toda significação que elas possam ter é mera projeção de fora, vinda dos setores politicamente interessados. Só o que resta portanto é organizar uma "comunidade interpretativa" e impor a sua leitura dos textos legais por meio da gritaria, da chantagem, da intimidação. De um só golpe, a Justiça inteira se transforma em instrumento de subversão revolucionária. Para virar de cabeça para baixo a ordem pública, não é preciso mudar as leis: basta inverter-lhes o sentido. Nos EUA, o alucinógeno desconstrucionista chegou até à Suprema Corte, transformando-a numa frente de combate contra a religião, os valores americanos tradicionais e a própria Constituição. Amparado em teóricos acadêmicos da reputação de Ronald Dworkin e Stanley Fish, o juiz William Brennan, ex-presidente da Suprema Corte, proclama abertamente que tentar ater-se ao significado originário da Constituição é "falsa humildade": o verdadeiro sentido do texto constitucional tem de ser livremente inventado conforme as pressões dos grupos abortistas, feministas, gays etc. É isso o que o ex-vice-presidente Albert Gore entende por "Constituição viva". A profundidade da subversão judicial ocorrida nos EUA já não pode ser medida. Um pequeno indício é que, em plena guerra contra o terrorismo islâmico, crianças de escola pública, em vários Estados, são obrigadas a ouvir horas e horas de louvações à religião muçulmana, sendo ao mesmo tempo proibidas de expressar em voz alta sua fé cristã, sob pena de expulsão ou de medidas policiais mais graves. É a guerra psicológica ao contrário, movida não contra o inimigo mas contra o próprio país, sob a proteção da Suprema Corte.
segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
1 Lojistas esperam aumento das vendas para o Natal a partir da segunda quinzena de dezembro.
FOI DADA A LARGADA PARA O NATAL José Patrício/AE
Fotos: Luludi/LUZ
Agora sem carros, a Rua 25 de Março já está lotada de consumidores
Rafaela Soderini aproveitou o sábado para comprar os presentes
O pequeno Juan, de 3 anos, quis ver a decoração de Natal do shopping
A secretária Meire Lima pretende gastar R$ 500 com as compras
Para a gerente Jussara Bacca, movimento cresce mais que as vendas
Evandro Peixoto foi ao Ibirapuera escolher presentes para ele mesmo
Pagamento da primeira parcela do 13º salário e melhora do tempo lotaram centros comerciais de SP
C
hegou a época do que a maioria dos consumidoano tão esperada res vai deixar as compras para por comerciantes e a última hora. O movimento c o n s u m i d o re s : o mais importante para o comérmês do Natal. Quem vende cio deve acontecer mais para o sempre espera faturar mais. fim deste mês, quando as pesQuem compra, com a primeira soas recebem a segunda parte parcela do 13º em mãos, pode do 13º salário", afirma a gerenlevar para casa os produtos te da loja Opção, de modas masculina, feminina e infantil, que paquerou nas vitrines. O final de semana passado Thaisa Menezes. Segundo ela, foi o primeiro que os consumi- o tíquete médio no estabelecidores passaram com parte do mento está em R$ 100. A gerente da Pink & Co., loja abono no bolso — as empresas tinham até o dia 30 de novem- especializada em roupas femibro para fazer o pagamento. O ninas, Jussara Bacca, afirma resultado foi imediato: ruas e que o fluxo de pessoas aumenshoppings lotados de clientes tou 10%, mas que o faturamencom sorriso no rosto e muitas to não cresce na mesma medisacolas nas mãos. A volta do da. "Vamos trabalhar até às 23 sol, depois de dias de tempo horas todos os dias do mês, nublado e chuva forte em São porque os clientes sempre tendem a deixar as compras para a Paulo, também ajudou. A Rua 25 de Março, um dos última hora. Estamos apostanmaiores centros de compras a do que os clientes apareçam céu aberto do País, recebeu para comprar os presentes só aproximadamente um milhão depois do dia 18", afirma. "Por de pessoas no sábado. "Este fi- enquanto, as pessoas só quenal de semana foi apenas o co- rem experimentar as roupas. meço da recuperação das ven- Mas estou há dezessete anos no varejo e acho das do ano. Ao que sempre foi aslongo dos dias de sim", afirma. dezembro, o moA g e re n t e d a vimento não vai Art Walk, loja de parar de crescer. calçados no A expectativa é de Shopping Ibiraque este mês o fapuera, Vanessa turamento seja Souza, diz que a 10% maior do que p ro v a d e q u e a o registrado nas primeira parcela semanas que ando 13º salário metecederam o Naxeu com as pestal do ano passasoas é o fato de a do", afirma o premaioria ter comsidente da União Vanessa Souza, da Art prado à vista. dos Lojistas da 25 Lista — A fod e M a rç o ( U n i- Walk: mais vendas à vista. noaudióloga Ravinco), Miguel faela Soderini visitou o ShopGiorgi Júnior. Segundo ele, o diferencial ping Ibirapuera no sábado desta vez é a ampliação das li- com as duas filhas, Luísa e Beanhas de crédito oferecidas pe- triz, e escolheu presentes para las lojas, que também permi- a família e para ela própria. tem o parcelamento das com- Sem largar a lista de compras, pras nos cartões de crédito. Rafaela diz que não gosta de "Além disso, a segurança nas deixar nada para a última hodezesseis ruas da região será ra. "Recebi a primeira parcela reforçada. Não queremos ver do abono e já comecei a maranovamente as cenas de 23 de tona de compras. Com mais dezembro do ano passado, uma visita ao shopping resolquando uma bomba explodiu vo tudo", espera. Outra consumidora que na Rua 25 de Março, afugenpasseava pelo shopping no sátando os consumidores." Shoppings — Nos shop- bado com muitas sacolas nas pings, a situação não foi dife- mãos era a secretária Meire Lirente. A maioria dos centros de ma Silva. "Vou gastar, ao todo, compras alterou os horários de R$ 500 com as compras de Nafuncionamento para atender à tal. Escolhi muitas lembrancicrescente demanda (veja qua- nhas para presentear a família dro com os horários de dezembro e os amigos. A primeira parcela do meu 13º salário já foi. Mas na página 2 deste caderno). No Shopping Ibirapuera, a segunda parte vou reservar zona sul da capital paulista, os para uma poupança", afirma. O administrador de emprecorredores ficaram lotados durante o sábado e o domingo. Os sas Evandro Peixoto afirma comerciantes ficaram anima- que tem tranqüilidade para dos com o grande fluxo de pes- gastar parte do 13º porque as soas nos corredores, mas dei- vendas na empresa em que traxaram claro que o Natal ainda balha estão indo bem neste final de ano. "Eu não tenho hábinão começou para eles. "Apenas no sábado registra- to de comprar presentes de mos aumento de vendas de Natal. Vou escolher alguns 20% em comparação com a se- itens para mim." mana anterior. Mas acredito Neide Martingo
COMÉRCIO LONGE DE RECUPERAÇÃO evando em consideração os números de consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) e ao Usecheque em novembro, não há como falar em recuperação vigorosa das vendas do comércio este ano. A avaliação é do economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) Emílio Alfieri. No mês passado, as consultas ao Usecheque — que ser-
L
vem de termômetro das vendas à vista — aumentaram 3,9% em relação a igual período de 2005. Já o número de consultas ao SCPC (vendas a prazo) cresceu 4,4% na mesma base de comparação. De janeiro a novembro, as consultas ao SCPC subiram 3,5% e ao Usecheque, 5,7% sobre os 11 primeiros meses de 2005. "No ano, a média de crescimento das consultas aos dois
serviços é de 4,6%. Se considerarmos que a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) está morna, não haverá avanços no comércio. O resultado decepciona os comerciantes, mas não nos surpreende." Lembrancinhas — Os dados relativos à quinta-feira da semana passada, último dia para os empregadores pagarem a primeira parcela do 13º indicam que, mais uma vez,
haverá um Natal de lembrancinhas. "As consultas ao Usecheque, para as compras à vista principalmente de calçados, brinquedos e itens de vestuário, cresceram 8,8% em comparação com 30 de novembro de 2005. As consultas ao SCPC, para transações a prazo relacionadas a produtos como móveis e eletrodomésticos, ficaram estáveis", informou o economista da ACSP. (NM)
terça-feira, 5 de dezembro de 2006
Celulares Te l e f o n i a Lançamento Te l e v i s ã o
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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UM SISTEMA PARA GARANTIR MAIS SEGURANÇA
Só para o setor corporativo e fabricantes de computadores: Vista, Office e Exchange 2007.
Captura de tela
Modo de apresentação e navegação mais elegante
Excel: mais poder de análise de dados.
WINDOWS VISTA
Segurança: o ponto de central do novo Windows Vista.
Reviravolta no sistema de todos
Já está na praça o sistema operacional destinado a substituir o XP. Por enquanto, só para empresas. Fábio Pelegrini a semana passada, a Microsoft reuniu especialistas de Tecnologia da Informação e executivos de grandes companhias para anunciar o lançamento de três produtos carros-chefe da empresa no mercado de softwares: o sistema operacional Windows Vista, o pacote de aplicativos Office 2007 e o gerenciador de correio eletrônico Exchange 2007. É a primeira vez que a Microsoft anuncia três dos seus maiores produtos em conjunto. No entanto, o lançamento oficial - pelo menos nesse primeiro momento - só atenderá ao setor corporativo e fabricantes de computadores. Segundo a Microsoft, o Windows Vista foi construído com base em três pilares: organização, proteção e integração. De fato, a apresentação do produto mostra como houve uma preocupação em garantir a se-
gurança, facilitar o armazenamento e a procura de arquivos no PC, além da interação entre os aplicativos da Microsoft, mas a pergunta que fica no ar é: será que vale a pena trocar de sistema agora? A resposta a essa pergunta deve levar em conta que o novo software requer um alto poder de processamento e, talvez, uma adaptação de sistemas legados (softwares mais
antigos e de aplicação específica que continuam a ser usados, como sistemas de informações corporativas (ERPs e CRMs). O novo sistema operacional da Microsoft terá duas versões corporativas: Windows Vista Business, desenvolvido para ajudar a reduzir os gastos com gerenciamento de PCs, melhorando a segurança e aumentando a produtividade, e o Windows Vista Enterprise, pa-
ra atender às necessidades de grandes empresas globais, com infra-estrutura de tecnologia complexas. Quando o assunto é proteção, o Vista mostra suas garras, como o novo antispyware Windows Defender e um Firewall ainda mais potente, que aumenta a proteção do PC. O Windows Vista detecta, analisa e repara problemas sem interromper o que o usuário está
fazendo. A administração do sistema soma facilidade com poder real de criar políticas mais eficientes. O administrador pode permitir acessos específicos aos usuários, por meio de senhas customizadas, sem conceder privilégios administrativos, garantindo a integridade do sistema. É possível compartilhar informações de forma mais segura, criando docu-
Escritório e correio: novidades. nova versão do pacote de aplicativos para escritório da Microsoft, o Office 2007, promete ser direto e eficiente na produção de textos, planilhas, banco de dados, apresentações, entre outras funcionalidades. Traz significativas mudanças e ferramentas. Entre as novidades, fica evidente a transformação gráfica da interface para tornar o tra-
balho mais ágil. Os menus foram aprimorados, de acordo com pesquisa, para serem mais simples de usar. Além disso, tem suporte à tecnologia XML e formulários eletrônicos. As mudanças são visíveis como no Access 2007, no qual os recursos ficaram mais interativos e a interface dispensa conhecimentos profundos sobre bancos de dados.
O Excel 2007, poderosa ferramenta para análise, traz mais recursos para uso em conjunto com o Office SharePoint Server 2007: os usuários podem tirar vantagem do Excel Services, nova versão de Excel no servidor, que permite compartilhamento de planilhas. Mais sofisticado, o editor de texto Word 2007 traz nova interface gráfica. Já o Office
PowerPoint 2007 promete transformar apresentações em produções especiais. A plataforma de servidor para correio eletrônico é ferramenta-chave, que reúne e concentra os sistemas de comunicação. A nova versão do Exchange Server 2007, promete ser ainda mais eficiente, tanto para usuários quanto para administradores de correio (FP).
mentos cujos conteúdos não podem ser alterados. O novo sistema de encriptação de disco BitLocker é a resposta da Microsoft a uma das principais solicitações dos seus clientes corporativos: resolver as ameaças de roubo ou divulgação de dados de hardware de PCs perdidos ou roubados. O BitLocker impede que um ladrão destrua as proteções de arquivo e sistema do Windows Vista ou consiga exibir offline arquivos armazenados no disco protegido. Já a integração do Vista permite acesso aos arquivos com segurança, a partir de qualquer computador, usando a Internet, sincronizando, sem necessidade de fios, diversos equipamentos: PDAs, telefones celulares e outros PCs. Documentos e apresentações que estão na tela podem ser vistos simultaneamente por outras pessoas em seus próprios mic ro s , s e m n e c e s s i d a d e d e transferir arquivos.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
Te l e f o n i a Lançamento Te l e v i s ã o Fotografia
O ACESSO AO TERRA TV É TOTALMENTE ABERTO
TV via web Emissoras de 18 países: TerraTV transmite ao vivo a programação da Al Jazeera, da RPT e de outras. O portal também incluirá os conteúdos da BandNews e eventos esportivos. Todo o serviço é sustentado por publicidade. O acesso é irrestrito.
GRADE · TVE (Espanha) · RTP International (Portugal) · Al Jazeera (Catar) · Al Arabiya (Emirados Árabes) · Canal 13 e Caracol Internacional (Colômbia) · 2M (Marrocos) · America TV e Panamericana (Peru) · ANB e Future TV (Líbano) · CDN (República Dominicana) · El Trece (Paraguai) · Meridiano TV (Venezuela) · Multimedios e Teleritmo (México) · ProTV International (Romênia) · Telecaribe (Caribe Colombiano)
terça-feira, 5 de dezembro de 2006
Vanderlei Campos Terra, empresa de Internet do grupo Telefônica, acaba de anunciar a nova programação do Terra TV para 2007. A principal novidade é o c a n a l Te r r a M u n d o ( h t t p : / / t e r r a m u n d o . t e rra.com.br) que já disponibiliza 18 emissoras da América Latina, Europa, Oriente Médio e África. A partir deste mês, o conteúdo jornalístico da TV Terra passa a contar com o material produzido pela BandNews. Os fãs de futebol terão também as transmissões ao vivo dos campeonatos alemão e português, e compactos dos jogos dos campeonatos italiano e inglês. O acesso ao Terra TV é totalmente aberto e o modelo comercial é integralmente baseado em publicidade. "Há espaço para pay per view ou vídeo sob demanda. Mas, em meses de pesquisa, vimos que o usuário também aceita assistir propaganda, se o conteúdo for bom e gratuito", explica Paulo Castro, diretor-geral do Terra Brasil. A Terra TV Mundo é resultado de uma parceria com a Jump TV, especializada na retransmissão dos sinais das emissoras de TV via Internet. Além da conversão dos sinais, a estrutura da Jump TV conta
com add servers, que inserem a publicidade vendida pelo Terra na programação. "O anunciante pode escolher os contextos de idioma ou áreas de interesse, para que a propaganda seja mais efetiva", diz Castro. Com o processo de conversão e inserção de publicidade, a programação é vista com um retardo entre 2 e 4 minutos. O diretor informa que, até fevereiro de 2007, a grade da TV Mundo deverá incluir nada menos que 200 canais. As próximas emissoras a entrar no ar são de Bangladesh, Paquistão e China. "Pela primeira vez, o público latino-americano terá acesso a uma ampla fonte de informação e entretenimento, não disponível em qualquer outro ca-
nal, inclusive nas TVs por assinatura", afirma Fernando Madeira, diretor do Terra para América Latina. Ele conta que o lançamento está programado para esta semana em mais 17 países da região. Na produção de conteúdo próprio, o Terra vai ativar em 2007 dois novos estúdios, no México e nos EUA. "Além do compartilhamento de conteúdo áudio-visual, como já ocorre no noticiário escrito, o objetivo é interligar os três estúdios (México, EUA e Brasil) para produção conjunta", menciona Madeira. O conteúdo da TV Mundo só pode ser acessado por usuários que estejam na América Latina. Isto porque, na Europa a Jump TV trabalha com um modelo de venda de pacotes pagos, enquanto nesta região a receita vem de publicidade. Portanto, se alguém tenta, pelo portal do Terra, acessar a TV Mundo fora da América Latina, não consegue assistir a programação.
Divulgação
TV pela Internet: sustentado por publicidade, com acesso irrestrito.
Sem pausa para ir ao banheiro –A idéia da TV Mundo é reproduzir as características da TV convencional, com programação seriada e contínua. A contrapartida é que não se conta com os recursos que esperamos da TV digital, como escolha de horário ou interromper e retomar o programa. "Foi mantida também a parte ruim da TV antiga", admite Fernando Madeira. "Evidentemente, se alguma das emissoras fizer algo de grande interesse, como uma entrevista exclusiva com uma personalidade importante, essa parte do conteúdo pode ser disponibilizada para acesso off line", pondera Paulo Castro. Outro novo projeto do Terra, no Peru, vai no sentido de estudar e desenvolver uma programação especificamente adequada à mídia de web TV. O portal fechou uma parceria com a Media Networks, uma empresa do grupo Telefônica, que complementa a grade da operação de TV a cabo da companhia de telecomunicações. O objetivo é depurar as soluções de tecnologia e conteúdo para a nova mídia. "Além da presença da Media Networks, escolhemos o Peru por algumas circunstâncias técnicas. Naquele país, há um crescimento de banda larga, mas a banda não é tão larga assim; a maioria dos acessos fica entre 128 kbps e 256 kbps. Isso permite ver como funciona nossa tecnologia em condições reais. Na parte de conteúdo, buscamos ajustar itens importantes como duração dos programas", explica Madeira.
O modelo comercial é baseado em publicidade com pay per view ou vídeo sob demanda
Câmeras, idéias, internet. ara incentivar a produção de conteúdo pelos próprios internautas, o Terra lança nesta semana o concurso Vc Diretor. Serão avaliados vídeos produzidos para exibição na web ou no celular, e as comparações são feitas nas categorias Animação, Entretenimento, Flagras, Música, Notícias, Pessoas, Animais, Esportes, Turismo e Games. Os prêmios incluem MP3 players, filmadoras e TV de plasma de 40". Os vídeos ficam disponíveis para votação em um site especial e os vencedores são escolhidos pelos internautas e por uma comissão formada pelo Terra. A cada semana, os internautas elegem o melhor vídeo nas duas modalidades. Os eleitos ganham um MP3 Player e se classificam para a final, em março, quando serão entregues as quatro TVs, para os dois primeiros colocados em cada modalidade (web e celular). Além das categorias prédefinidas, a cada quinzena o Terra divulga um tema para votação entre os internautas. "O portal busca parcerias com produtores profissionais, mas é importante criar um espaço para os vídeos dos usuários. O material enviado vai ser um acréscimo interessante a nosso acervo, que já tem mais de 70 mil vídeos", diz Paulo Castro, diretor-geral do Terra Brasil.
Vídeo digital é a aposta Com o sucesso de sites como o YouTube, os vendedores acreditam que 2007 será o ano das filmadoras digitais. Rachel Melamet rapidez da evolução tecnológica exige dos comerciantes uma atenção ainda mais especial ao planejar os estoques de produtos para datas especiais, como as festas de final de ano que se aproximam. Ávido por novidades, o consumidor está a cada dia mais bem informado sobre os últimos lançamentos no exterior, e a facilidade de comprar pela Internet coloca esses produtos dentro das casas com uns poucos cliques do mouse. Para atender a esse cliente antenado, o jeito é antenar-se também e oferecer as opções da moda. Neste século XXI, já tivemos o Natal dos notebooks, dos palmtops, dos celulares multitarefa, dos tocadores de MP3 e o das câmeras digitais. Com o sucesso de sites de compartilhamento de vídeo online, como o You Tube – recentemente comprado pelo Google por US$ 1,65 bilhão, tem 49 milhões de usuários cadastrados e recebe cerca de 150
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GZMC100mini, da JVC.
MiniDV, da Samsung.
milhões de visitantes por dia – 2006 promete ser o Natal do vídeo digital, apesar do preço ainda meio salgado dos equipamentos e acessórios. A moda do vídeo digital já fez a fama de bandas independentes, atores desconhecidos e pessoas criativas em geral, que utilizaram o espaço para divulgação gratuita de seus trabalhos e portfólios por todo o mundo. Na onda do You Tube, sites como o My Space e o brasileiro Videolog também vem se destacando e já registram altos números de acesso. Os grandes portais como Terra, UOL, iG e Globo.com aderiram à onda dos vídeos online e
PV GS29 LCD, da Panasonic.
passaram a disponibilizar cada vez mais conteúdo multimídia. Diversão empreendedora – Um equipamento de vídeo digital adquirido por hobby pode até mudar completamente a vida de uma pessoa empreendedora. Foi o que aconteceu com André Castilho, ex-criador de rãs de Bragança Paulista. O empresário comprou uma placa de vídeo para transformar suas antigas fitas VHS em DVD. Alguns amigos gostaram do resultado e, como também queriam se livrar das antigas fitas, encomendaram o serviço a André. Passados seis meses, Casti-
principais fabricantes de hardware e software para edição de vídeo, confirma a tendência do mercado de vídeo digital. "Em número de unidades, nossas vendas no Brasil têm dobrado, assim como a procura por interessados em conhecer mais a fundo a tecnologia", afirma Paez. Quem deseja ir além do divertimento caseiro de brincar de cineasta e pretende ingressar no mercado de vídeo digital deve investir numa máquina potente, capaz de armazenar tanto os vídeos que estão sendo editados quanto os próprios programas de edição. De acordo com Emerson Jor-
dão, gerente técnico da Pinnacle, o ideal seria começar o trabalho a partir de um Pentium 4 de 2.4 GHz, com 512 de memória RAM, dois HDs, e USB 2.0 Full Speed, além de uma boa placa de vídeo VGA de 128 MB e software de edição. O valor a ser investido fica em torno de R$ 5.000. Já as filmadoras digitais de marcas tradicionais como Sony, Panasonic, JVC e Samsung saem a partir de R$ 1.700. Cursos especializados – Iniciantes que desejam aprender sobre as ferramentas e técnicas de edição ou profissionais interessados em aperfeiçoar o conhecimento podem recorrer à Pinnacle Home, espaço presente nas principais capitais brasileiras e voltado à popularização das tecnologias de produção audiovisual através de cursos, workshops e treinamentos. Instituições como Senac, Universidade Metodista de São Paulo e Impacta também oferecem cursos especializados na área. Para mais informações, procure a Pinnacle Home mais próxima em www.pinnacleal.com.
gada. Possui recurso de gravação de voz estéreo (WAV), USB 2.0 para transferências de alta velocidade e fácil impressão com PictureBridge. O preço dessa miniaturização de recursos, no entanto, é um pouco agigantado: R$ 5.499. Sem luz e sem vento – A Mini DV da Samsung tem alguns recursos bem atrativos, como o zoom óptico de alta potência 33X, o maior zoom óptico do mercado de filmadoras, que permite obter detalhes de imagens distantes ou pequenas sem distorção. O zoom digital de 1200X permite ampliar uma imagem em até 1.200 vezes o tamanho original e a função BLC (Compensação da Luz de Fundo) compensa o excesso de luminosidade do fundo.
Já o recurso Wind Cut Plus minimiza o som do vento ou outros ruídos durante a gravação e o DIS (estabilizador de imagem digital) corrige digitalmente a vibração ou movimento da mão durante a gravação, reduzindo a instabilidade das imagens. A função Light (Luz) permite gravar em locais escuros numa profundidade de dois metros sem comprometer a definição de cores. Rapidinha –Um dos modelos mais populares da linha Panasonic é a PV-GS29PL-S, uma mini DV que tem preço de R$ 1.699. Ao ser ligada, ela está pronta para filmar ou fotografar em apenas 1,7 segundo. A função MagicPix produz imagens mais vivas e brilhantes em filmagens noturnas . (RM)
GZ-MG27, da JVC: controle remoto.
lho deixou o ranário e montou a Anvídeo Produções e Comércio de Vídeos, empresa especializada em digitalização, videoclipe e portifólio audiovisual para atletas. Com o espaço virtual disponível gratuitamente e o barateamento das soluções, muitas pessoas estão montando verdadeiras ilhas de edição de vídeo no próprio micro de casa e pretendem ganhar dinheiro com a produção de clipes para bandas, edição de vídeos para treinamento corporativo ou mesmo filmagens de casamento. Ve n d a s e m a l t a – J a i m e Paez, diretor para a América Latina da Pinnacle, uma das
Espião, diretor, ator. maioria dos vídeos amadores disponíveis em sites como o YouTube é feita com os recursos de filmagem de curta duração disponíveis em câmeras digitais e telefones celulares, ideais para flagrantes inesperados, daí a sua popularidade, mas de qualidade mui-
to inferior à obtida com as filmadoras de última geração disponíveis no mercado. Verdadeiras ilhas de filmagem e edição portáteis, capazes de filmar mais de 24 horas seguidas, elas também tiram fotos e estão cada vez mais compactas. Algumas têm até controle remoto, que permite a quem está filmando participar da cena e ainda controlar a câmera. Custam em média entre R$ 1.800 e R$ 6.000. Veja algumas opções. Controle remoto –Com disco rígido interno de 20 GB, que possibilita mais de 24 horas de gravação no modo econômico e também pode ser usado como um pen drive – para armazenar diversos tipos de arquivos digitais – a Everio GZ-MG27, da
JVC, é fácil de compartilhar com o PC, permite rápida edição e impressão de imagens (fotos) com o programa PictBridge. Tem programa de efeitos especiais, zoom óptico de 32X, zoom digital de 900X e monitor LCD widescreen colorido de 2,7 polegadas. O controle remoto permite a quem filma ser um "diretor-ator", entrando na cena e comando a filmadora à distância. O preço sugerido é de R$ 2.999. Pequena notável –Já a minúscula HDD - GZ-MC100 da JVC, que lembra os equipamentos dos espiões e agentes secretos dos filmes, é de fácil manuseio, com operações e ajustes simples, exibe imagens em miniatura para visualização rápida no monitor LCD de 1.8 pole-
terça-feira, 5 de dezembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
INFORMÁTICA - 5
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Lançamento Te l e v i s ã o Fotografia Consumo Ana Maria Guariglia
A D3 em ação: apesar do tamanho gigante, pode registrar imagens de moda, esportes, arquitetura, paisagens, propaganda e até design de interiores.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 5 de dezembro de 2006
A versão com HD portátil e bateria pesa cerca de 2,8 kg e seu preço se situará em torno de R$ 98 mil.
D3 É FÁCIL DE OPERAR E TEM MECANISMOS RÁPIDOS
Ana Maria Guariglia comunidade tecnológica está impressionada com essa máquina. Também não é para menos: a D3 é uma câmera panorâmica que produz imagens com a inacreditável resolução de 160 megapixels. Isso significa a produção de fotos no formato 6 X 17 cm. Não possui censores CMOS ou CCD para capturar imagens, ao invés disso conta com um dispositivo contido em um back ou magazine, com um scanner digital que faz a varredura da imagem em tempo recorde: gasta menos de dois segundos. A dona do equipamento é a Seitz Phototechnik, indústria de suíça, que trabalhou com a norte-americana Dalsa Corporation, especializada em produtos, incluindo o cinema digital que desenhou o scanner, com todos requisitos para obter uma foto em alta velocidade, com aumento da sensibilidade ISO e, é claro, a fantástica resolução. Facilidade –Apesar da aparência austera (e do tamanho gigante), a D3 é fácil de operar. Possui um monitor
de cristal líquido gráfico e que funciona com o toque dos dedos (touch-screen), acoplando o dispositivo de escaneamento. Esse módulo do tipo cassete é conectado ao corpo da máquina e o responsável pelas fotos. Seus mecanismos são excepcionalmente rápidos e trabalha como se fosse uma câmera digital compacta. Há mais dois detalhes também excepcionais: a velocidade do obturador que alcança 1/20.000 seg (leia-se 1 avo de 20 mil de segundo) e a sensibilidade ISO que chega a 10 mil. A velocidade pode ser manual ou automática, na escala de 500, 1.250, 2.500 e 5 mil. Todas essas variações fazem da câmera um instrumento para fotografar em qualquer condição de iluminação, raras vezes precisando de flashes ou luzes contínuas. A resolução de 160 MP corresponde ao formato grande angular (que permite a foto de 180 graus) de 7.500 X 21.250 pixels. Fotógrafos europeus que testaram a D3,
como Peter Rohrmoser, foram unânimes em dizer que a qualidade das imagens é perfeita e que esse exuberante equipamento só poderia ter sido criado pelas possibilidades infinitas da tecnologia digital. No meio das inovações, está um sistema criado pela própria Seitz para processar e arquivar os dados fotográficos. Trata-se de uma combinação de funções tendo como base uma placa de rede em Gigabytes, com conexão de internet WLAN (wireless local area network) liga um ou dois ou mais computadores sem uso de fios – e um minicomputador que substitui os cartões de memória. É portátil com memória com memória cache de 2 MB e RAM de 2 GB. Para a transmissão via internet, é necessário um software de transferência instalado no PC com Windows, Macintosh ou Linux. A transferência da foto de 160 MP não leva mais do que um minuto tal é a rapidez e a agilidade do programa. A companhia suíça recomenda o uso de objetivas
das marcas alemãs Schneider e Rodenstock, ou também da Linhof Technorama, o que não impede o emprego de outras. Com relação à construção do corpo da máquina, os engenheiros suíços foram extremamente rígidos, utilizando cortes de blocos de alumínio, os mesmos aplicados na tecnologia espacial, com espessura de 1/100 mm. A D3 pode registrar esportes, moda, arte, arquitetura, paisagens, propaganda, design de interiores e tudo o que o profissional imaginar que fica bem em 360 graus. A versão com o HD portátil e bateria pesa 2,8 quilos, e custará em torno de R$ 98 mil. A versão fixa para estúdio pesa 2,6 quilos, com preço de R$ 85 mil. Em média, a 3D tem largura e altura de 17 cm e profundidade de 12 cm. Ambos modelos estarão disponíveis no mercado internacional em janeiro do próximo ano. Para obter mais iformações, acesse o site www.roundshot.ch.
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D3: resolução de 160 MP, monitor touch screen, captura por scanner especialmente projetado (sem CCD nem CMOS).
MEGAPIXELS WEB EM ALTA A internet é a mídia mais consultada entre usuários com até 55 anos de idade,
@
JORNAL EM BAIXA A pesquisa (da ONU) diz que o tempo gasto com jornal e TV é 7 vezes menor que na web.
Ó RBITA
Por João Magalhães
FALSOS AMIGOS epois da venda de bichinhos e namoradinhas virtuais, redes de relacionamento online como o MySpace e Facebook estão começando agora a comercializar amigos fictícios. Esta é, por exemplo, a oferta do site Fake Your Space. A missão dos amigos falsos é deixar mensagens semanais expressando sua amizade por quem paga pelos seus serviços. Pelas fotos publicadas no Fake Your Space, os amigos fictícios são modelos desconhecidos. O preço unitário do novo "produto" é de US$ 1,99. Link: http://www.fakeyourspace. com/index.html
CÉU 3D nome é Stelarium. Trata-se de um programa de código livre que funciona como um telescópio virtual que permite ver imagens fascinantes do céu em 3D: estrelas, nebulosas, planetas e seus satélites. A ferramenta tem melhor desempenho em altas resoluções de tela e oferece várias opções de configurações, além de disponibilizar scripts que lhe permitem gravar seu próprio espetáculo espacial. Dúvidas que possam surgir durante a execução do programa são esclarecidas por um minucioso guia no formato PDF. O Stelarium está disponível gratuitamente para plataformas Linux/ Unix, Windows e MacOSX. Não deixe de experimentar. Link: http://www.stellarium.org/es/
TESTE ãs do Google criam coisas surpreendentes. Uma delas é a do Gwigle Game, um jogo que testa seus conhecimentos sobre o sistema de buscas pela internet. O desafio consiste em adivinhar o objeto de uma pesquisa, digitando uma palavra-chave em um espaço onde estão pontos de interrogação (Cada ponto de interrogação corresponde a uma letra da palavra-chave). Para facilitar sua tarefa, o Gwigle faz um resumo do conteúdo do resultado da pesquisa e fornece pistas, no menu Tips, ao lado esquerdo da página. Na medida em que você vai acertando as questões, passa para fases com maior grau de dificuldades. É um bom passatempo para o os dias de chuva. Link: http://gwigle.varten.net/
SEXY 2006 epois de uma discussão de seis meses, os editores da revista Esquire elegeram Scarlett Johansson como a mulher mais sexy do ano. A atriz preferida da diretora Sofia Coppola, duas vezes indicada para o Globo de Ouro, concorreu com outras beldades de Hollywood, como Jennifer Aniston e Angelina Jolie. Link: http://www.esquire. com/sexiestwoman06/
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terça-feira, 5 de dezembro de 2006
Será difícil exportar o modelo socialista de Chávez Rafael Villa, venezuelano, professor de política da USP
Internacional AFP
ADIVINHE QUEM VEM PARA JANTAR COM LULA? O presidente brasileiro recebe amanhã para jantar, em Brasília, o presidente reeleito da Venezuela, Hugo Chávez. Com 78,31% dos votos apurados, Chávez tinha 61,35%.
O
Chávez durante discurso da vitória, no balcão do Palácio Miraflores: Venezuela nos trilhos do socialismo. Carlos Acua/AFP
presidente venezuelano, Hugo Chávez, foi reeleito ontem para mais um mandato de seis anos. Com 78,31% dos votos apurados, Chávez tinha 61,35% (5.936.141 votos). O governador licenciado de Zulia, o oposicionista Manuel Rosales, obtinha 38,39% (3.715.292 votos). Imediatamente após a divulgação do primeiro boletim oficial, chavistas festejaram estourando fogos de artifício e um grande buzinaço tomou conta de Caracas. O resultado saiu quase cinco horas depois do fechamento das urnas. Chávez comemorou a vitória aparecendo no balcão do Palácio Miraflores. Antes de discursar, cantou o hino nacional para uma multidão. Chegou a dedicar a vitória nas urnas ao ditador cubano Fidel Castro. "Hoje [ontem], uma nova era começou, com a expansão da revolução, da democracia revolucionária", disse Chávez, completando que a Venezuela está firme no caminho do socialismo. O presidente Lula, que esteve na Venezuela duas semanas antes das eleições e participou de um ato político próHugo Chávez, disse ter ficado satisfeito com o processo eleitoral venezuelano. Segundo o porta-voz da Presidência da República, André Singer, Lula avaliou que a eleição venezuelana representa a consolidação da democracia na América do Sul, pois transcorreu em ordem e em paz. Para comemorar a vitória, Chávez e Lula jantam juntos amanhã, na Granja do Torto, em Brasília. Esta é a quarta vitória do presidente venezuelano sobre a oposição desde que chegou
ao poder, em 1998. Tenente-coronel da reserva do Exército, Chávez tornou-se conhecido depois de liderar uma fracassada tentativa de golpe militar, em fevereiro de 1992. Depois, tornou-se amigo íntimo do cubano Fidel Castro e elegeu o governo dos EUA – para quem vende quase 3 milhões de barris de petróleo por dia – como inimigo preferencial. Queixas dos assessores de Rosales marcaram o encerramento da eleição. Mas o líder da missão de observação do Mercosul, o ex-vice-presidente argentino Carlos "Chacho" Álvarez (durante o governo
Começa hoje uma nova era, com a expansão da revolução, da democracia revolucionária Hugo Chávez, presidente da Venezuela
de Fernando de La Rúa, de 1999 a 2001), no entanto, declarou que nenhuma irregularidade grave tinha sido constatada durante a eleição. Apesar de ter dedicado sua reeleição no domingo a Fidel, Chávez busca convencer seus simpatizantes que não segue o modelo de liderança comunista de Fidel. Chávez disse que usaria sua forte maioria para intensificar sua revolução socialista, que já incluiu confiscos de terra, impostos mais altos às empresas estrangeiras e a tomada do controle pelo Estado de projetos privados de exploração de petróleo.
Integrante da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, a Venezuela vive um grande contraste em relação a Cuba. Caracas não é uma cidade habitada apenas por moradores de favelas que vivem com menos de um dólar por dia. Há endinheirados que compram Maserati, bolsas da Gucci e garrafas de whisky envelhecido por 18 anos. A maioria dos venezuelanos rejeita o modelo de Estado cubano, indicam as pesquisas. Um levantamento da AP-IPSOS no mês passado mostrou que apenas 44% dos venezuelanos têm uma imagem positiva de Fidel Castro. Chávez mantém uma relação ambígua com Fidel. Por um lado, ele se vangloria de sua relação próxima com o revolucionário de 80 anos e costuma ser visto como seu herdeiro no comando da esquerda latino-americana. Em sua campanha, porém, Chávez disse que não busca estabelecer um sistema cubano, rebatendo acusações de Washington e da oposição de que ele teria essa intenção. Chávez e seus seguidores costumam vestir-se de vermelho (no dia das eleições, exbiram camisetas do superChávez) e argumentam que apenas quem for leal à revolução pode trabalhar no Exército ou na estatal de petróleo PDVSA. Como Castro, ele quer que sua revolução seja liderada por um partido único, mas, diferentemente do cubano, o venezuelano promete tolerar oposição. O uso de guarda-costas cubanos por Chávez também alimenta queixas de que Fidel tem influência demais sobre o governo de Caracas. (Agências internacionais)
Juan Mabromata/AFP
CHAVITO BOLIVARIANO
A BRIGA POR PINOCHET – Simpatizantes do ex-ditador chileno Augusto Pinochet entram em conflito com membro de organização de direitos humanos, em frente do Hospital Militar de Santiago. O general, que continua internado em estado grave depois de um infarto, teve ontem sua prisão domiciliar relaxada.
lém de fenômeno eleitoral, Hugo Chávez é também marca de sucesso deste Natal. Nas barracas de ambulantes de Caracas, ele está em todos os produtos – camisetas, bonés, canetas, cinzeiros, abridores de garrafas, pratos decorativos. Mas o top de vendas fica com o boneco Chavito, de 40 cm de altura, vendido a 50 mil bolivarianos (cerca de US$ 25). "Vende como pão quente", diz um ambulante.
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Te l e v i s ã o Fotografia Consumo Cer tificação
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DISPOSITIVO AMPLIA CAPACIDADE DE TOCADOR DE MP3
Menor que um baralho, ele fornece horas extras para gadgets utilizados por consumidores.
SUPERBATERIA divulgação
ocê está no meio da leitura ou da resposta daquele e-mail super importante e, de repente, a bateria do seu smartphone acaba. Ou, num momento de lazer com seu iPod, a música é interrompida abruptamente. Até encontrar um local e gastar pelo menos meia hora dando uma recarga rápida na sua fonte de energia, um bom negócio pode ser perdido porque você não respondeu ao tal e-mail em tempo hábil, e o bom humor alcançado com a sessão musical vai para o espaço junto com a carga arriada da bateria. Estes transtornos estão com os dias contados. Está chegando ao Brasil neste mês de dezembro o Móbile Power Pack, capaz de ampliar em até 55 horas a capacidade de tocadores de MP3 e em até dez horas a
utilização de um smartphone A criadora da solução é a APC - American Power Conversion, uma das maiores fornecedoras mundiais de sistemas de alta disponibilidade para infra-estrutura física para redes críticas (NCPI). Menor que um baralho de cartas, o dispositivo fornece horas extras de energia de bateria para os gadgets que os consumidores mais usam quando se deslocam. O Mobile Power Pack é compatível com uma vasta gama de dispositivos móveis e tem capacidade para gerar 55 horas adicionais de música para um tocador de MP3, como o iPod Nano, e de oito a dez horas adicionais de e-mail e conversação para smartphones, como o BlackBerry ou o Palm Treo. Seu design se integra e complementa os principais dispo-
Mobile Power Pack: polímero de lítio, com densidade de energia mais alta do que as baterias convencionais.
sitivos móveis atuais, incluindo MP3 players, telefones móveis e consoles portáteis de jogos "Os usuários de dispositivos móveis enfrentam continuamente o risco de ficar sem energia. Diante da dependência cada vez maior destes dispositivos para trabalho e lazer, tor-
licitação das freqüências de 3,5 Ghz, para a WiMAX – banda larga sem fio – foi o assunto de destaque do seminário WiMAX Conference & Expo, realizado na semana passada em São Paulo. Suspenso pelo Tribunal de Contas da União em setembro, devido a divergências relativas ao preço mínimo determinado pela Anatel para as licenças, o processo de licitação está sendo analisado pelo ministro Ubiratan Aguiar, relator do processo no TCU, que deve divulgar seu parecer nes-
Banda larga sem fio ainda na Justiça
na-se vital ter energia", diz Cristina Defendi, gerente de Marketing e Comunicações da APC Brasil. Lítio e leveza – O Móbile Power Pack utiliza bateria de polímero de lítio, com densidade de energia mais alta do que a bateria de íon de lítio tradicional, criando uma solução
ta quarta-feira, dia 6. Se o ministro alterar apenas a questão dos preços, a Anatel acredita que poderá realizar o leilão, que tem 101 empresas interessadas, já em janeiro de 2007. Mas se forem feitas outras mudanças no edital será preciso recomeçar todo o processo, o que levaria no mínimo 4 meses. O TCU suspendeu a licitação da banda larga sem fio em setembro, alegando que a Anatel errou ao definir o preço mínimo das licenças com valores defasados. Esse erro, de acordo com o Tribunal, poderia causar um prejuízo de
R$ 23 milhões para a União. O leilão também tem problemas na esfera judicial, porque as concessionárias fixas – impedidas pelo edital da Anatel de participar da licitação nas suas áreas de atuação, sob a alegação de ampliar a competição, obtiveram liminares assegurando as suas participações. O edital aborreceu o ministro das Comunicações, Hélio Costa, que planeja estruturar uma rede nacional baseada em tecnologia sem fio, para que o governo conduza iniciativas de inclusão digital.
compacta com alta saída de energia. O equipamento, que pesa cerca de 86 gramas, engloba a fonte de alimentação portátil, um adaptador de energia AC para USB e um cabo de energia USB/Mini B. O Mobile Power Pack carrega a maioria dos dispositivos móveis utilizando os próprios cabos dos respectivos fabricantes. Entretanto, a APC recomenda o uso de cabos de alimentação USB da APC (vendidos separadamente) para assegurar a compatibilidade da bateria com os dispositivos. O preço sugerido do Mobile Power Pack para o usuário final é de R$ 299. Mais informações através do telefone 0800-555-272 ou simplesmente acessando o site www.apc.com/br.
Uma ajuda nas horas mais difíceis: com o Mobile Power Pack, é possível ampliar a autonomia de um smartphone em até 10 horas. E de um tocador MP3 em até 55 horas.
Rachel Melamet
Ainda precisa "pegar" – Em sua apresentação na WiMAX Conference, o vicepresidente de Mercados Emergentes para a América Latina do Yankee Group, Wally Swain, disse acreditar que, em 2011, a região terá cerca de 2,3 milhões de assinantes da tecnologia WiMAX, o que significará 9% do total de usuários de banda larga – 234,7 milhões. Mas, segundo o analista o WiMAX ainda precisa "pegar" e, para isso, precisa de dispositivos. "Sem terminais, não há consumidor", afirmou.
Divulgação
Para Wally Swain, os fornecedores discutem a evolução da rede de banda larga sem fio do ponto de vista da infra-estrutura, mas o papel crucial, segundo ele, será dos fabricantes de dispositivos. "Cabe a eles trabalhar para realmente tornar os terminais móveis capazes de embutir o WiMAX. Se isso acontecer, é fato que a tecnologia pegará", observou. Sem os dispositivos, diz Swain, "ela ficará restrita apenas a uma parcela da população capaz de pagar pelos equipamentos mais caros, como os laptops". (RM)
Glossário AUTOMAÇÃO
Perfeito: loja de vizinhança com tecnologia.
Ambientes arquitetonicamente interessantes valorizam a experiência da compra.
Mais valor para o consumidor Mesmo com o consumidor recolhido, o que pode salvar o varejo é a experiência da compra. Sergio Kulpas atual boom de automação comercial reflete em parte sérias mudanças no comportamento dos consumidores. Especialmente em grandes cidades, violência e insegurança motivam um crescente "encasulamento" ou "encapsulamento" de famílias em condomínios quase auto-suficientes, para que as pessoas não precisem sair à rua. Os grandes empreendimentos imobiliários de hoje anunciam espaços internos que imitam o ambiente externo: praças, quadras e pistas, bosques e até pequenas ruas comerciais, protegidas por muros altos e guaritas. Com a chegada da internet comercial na década de 90, previu-se que as nascentes formas de comércio eletrônico acabariam por substituir as lojas tradicionais. O velho hábito de ir às compras estava prejudicado por inúmeros desconfortos: clima, horários, trânsito, disponibilidade, ineficiência no atendimento. Intensificado depois do atentado de 11 de setembro de 2001, o fenômeno conhecido por "cocooning" nos EUA é
uma tendência que identifica o desejo de realizar a maior parte das interações sociais em casa. Muitas atividades comerciais nos Estados Unidos tiveram de se reconfigurar, criando serviços de "house call". A tendência do "cocooning" representa desafios para os estabelecimentos tradicionais, em especial os que dependem muito do contato com o consumidor. A tecnologia também facilita que fabricantes de brinquedos, carros, roupas etc. vendam seus produtos diretamente ao consumidor. É mais lucrativo para o produtor e mais barato para o consumidor, mas a tendência achata ou aliena o intermediário, o varejista. Novamente a tecnologia permite que os próprios consumidores se organizem pela internet para comprar um carregamento de brinquedos ou uma frota de automóveis -- e exigir os descontos cabíveis. No mundo digital, os consumidores têm poder de fato. O varejista recebeu um claro aviso, ainda no final dos anos 90: é preciso oferecer uma grande gama de valores ao consumidor, além da mercadoria. O que pode salvar o varejo é a própria experiência da
compra. O consumidor quer ser tratado como alguém especial, em um ambiente arquitetonicamente interessante, com aspectos de entretenimento e cultura, com funcionários educadíssimos e elegantes e que sabem tratar o consumidor com a medida exata de intimidade e respeito. Ou então um ambiente de "garage sale" com preços ótimos e possibilidade de garimpar itens raros. Os estrategistas tecnológicos do varejo precisam ficar alertas para não cometer sérios deslizes. Embalagens ou etiquetas com minúsculos transmissores de rádio, ou RFIDs, estão despertando a ira de associações de consumidores, que vêem esses transmissores como uma violação da privacidade. A loja modelo do grupo alemão Metro em Rheinberg foi alvo de manifestações públicas de consumidores, que descobriram que os cartões de fidelidade que carregavam em suas bolsas e carteiras continham um RFID oculto -- em tese, milhares de consumidores podiam ser mapeados em suas andanças pela cidade, seus hábitos de consumo e de lazer podendo ser registrados e compilados. Diante de um escânda-
lo, o supermercado apressouse a trocar os cartões por outros, com códigos de barras. Em 1999, foi criada a CASPIAN (Consumidores contra Invasão de Privacidade por Supermercados, na sigla em inglês), justamente para denunciar o uso da tecnologia para espionar a vida dos consumidores. No website da organização, http://www.nocards.org/, há denúncias sobre empresas que usam os RFIDs para criar bancos de dados sobre o uso de seus produtos, sem consentimento ou mesmo sem o conhecimento dos consumidores. A reação organizada dos consumidores já causou algumas mudanças nessa tecnologia. Redes de varejo e operadoras de crédito dos EUA já se mostraram favorável que o consumidor possa bloquear a transmissão dos RFIDs, e o acesso é negociado com o cliente. Em troca de promoções e descontos especiais, o consumidor concordaria então em fornecer algumas informações pessoais -- de forma mais justa e honesta. Na era digital, os consumidores detém tanto poder quanto as empresas. Mais poder, na
verdade: têm a palavra final sobre a compra. Os consumidores são seres sensíveis, individualmente ou em grupos. Um bom exemplo é o caso da bateria do famoso iPod da Apple. Vários compradores das primeiras gerações do charmoso tocador de MP3 descobriram que a bateria lacrada no interior do aparelho duravam menos que o prometido, e não podiam ser trocadas. Através de pequenas ações que se aglutinaram em um grande processo, a gigante da informática anunciou em maio de 2004 um acordo ampliando a garantia da bateria e oferecendo cupons de US$ 50 na compra de produtos para os usuários desses primeiros iPods. O comércio em vias de desaparecimento é aquele onde o estacionamento é difícil, as filas são imensas, os funcionários são desagradáveis e nunca se encontra o produto desejado. O consumidor moderno deseja alta tecnologia e familiaridade. Algo como o mercadinho da esquina, onde o proprietário nos conhece pelo nome e nos concede crédito, mas com tecnologias que tornem a compra rápida e eficiente. sergiokulpas@gmail.com.br
C R M ( C u s t o m e r R e l ationship Management) Gerenciamento de relações com cliente/consumidor. Esse sistema acompanha a vida evolutiva do cliente em todas as áreas da empresa. GSM (Global System for Mobile Communications) Padrão digital de comunicação, sem fio. Possui interface de comunicação padrão que lhe permite ser conectado a diversos outros equipamentos dos quais se queira transmitir informações remotas. A facilidade de roaming e a dificuldade de fraudes representam duas vantagens dessa tecnologia, que é usada em mais de 70% do mercado mundial e é na Europa o seu ponto global mais forte. GPRS (General Packet Radio Service) É uma evolução da tecnologia celular GSM. Proporciona mais velocidade de transmissão de dados, sendo ideal para o acesso à internet móvel. Em teoria, uma rede GPRS pode transmitir dados no limite de 171.000 bits/s, contra 28.800 bits/s de um modem de PC e 9.600 bits/s dos celulares atuais. Captura de imagem Diferentemente da leitura a laser, que com um feixe de luz só decodifica códigos lineares, a captura de imagem "fotografa" os códigos lineares e bidimensionais e, por meio de softwares embutidos no equipamento dotado com essa tecnologia, interpreta a imagem e a converte em dados. Divulgação
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Patrícia Cruz/LUZ
terça-feira, 5 de dezembro de 2006
O reflexo da arrecadação do ICMS durante o Natal só será sentido em janeiro. Marcel Solimeo, da ACSP
Dida Sampaio/AE
DEPUTADOS ESTUDAM UMA REVOLUÇÃO NO IMPOSTO ESTADUAL Grupo de parlamentares analisa redução da lista de produtos tributáveis pelo ICMS
U
ma "revolução tributária" está nascendo na Câmara dos Deputados. Parlamentares organizaram um grupo de trabalho para discutir a proposta: que o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incida apenas sobre dez itens da economia, simplificando a tributação estadual. Com isso, a minirreforma tributária, que tramita desde 2003 e unifica as leis estaduais do imposto, reduzindo as atuais alíquotas para apenas cinco, corre o risco de ir para a lata do lixo. O grupo está sendo formado pelo deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), relator do projeto de lei do Supersimples, com o apoio do presidente da Casa, Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Segundo Hauly, o ICMS passaria a ser um imposto eletivo, que incidiria somente sobre energia elétrica, combustível, comunicação, cigarros, bebidas, veículos, eletroeletrônicos, eletrodomésticos, pneus e autopeças. "Os 400 mil itens tributados no País seriam substituídos por dez", resume o parlamentar. Alíquotas – Em compensação, para manter a arrecadação dos estados no nível atual, energia, combustível e comunicação teriam um aumento na alíquota. Segundo Hauly, o percentual não passaria de 25%. De acordo com dados da Comissão Técnica Permanente do ICMS (Cotepe), do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), até setembro, o País recolheu R$ 123,72 bilhões em ICMS, R$ 40,7 bilhões provenientes de São Paulo. Hauly também afirma
O deputado Luiz Carlos Hauly diz que os atuais 400 itens tributados pelo ICMS seriam reduzidos a dez
Confaz autoriza São Paulo a perdoar multas de ICMS Termina no próximo dia 22 prazo para contribuinte obter o benefício
O
Nilton Fukuda/AE
Guimarães: idéia é viável
que haverá diferenciação da tributação de acordo com o estado. "Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, por exemplo, terão tributação menor." Segundo o deputado, esse novo projeto substituiria a reforma tributária que tramita na Câmara. "A Lei Geral é uma demonstração de que poderemos fazer tranqüilamente essa
revolução tributária. Afinal, com ela vamos impor racionalidade, fim da elisão fiscal e da guerra fiscal e redução das demandas judiciais em torno do ICMS", diz o parlamentar. Até o relator da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) n° 285/2004 – a minirreforma tributária –, o deputado Virgílio Guimarães (PTMG), diz ver com bons olhos a "revolução" tributária. "O perigo seria deixar de votar agora a minirreforma tributária. Mas se a nova idéia de reforma for viabilizada antes, deixaríamos a anterior de lado", afirma Guimarães. O deputado Carlito Merss (PT-SC) também é favorável à proposta, mas teme a resistência de governadores. "A minirreforma só está emperrada por causa dos governos estaduais, principalmente São Paulo e Minas Gerais", afirma. O Confaz foi procurado, mas não se pronunciou sobre sua posição. Laura Ignacio
Parcelamento puxa arrecadação
A
receita tributária do Estado de São Paulo alcançou em novembro R$ 4,52 bilhões. Deflacionado pelo Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-DI), o valor é 7,1% maior que o do mês anterior e 22,4% que novembro de 2005. Somente o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) representou mais R$ 4,18 bilhões para os cofres públicos. De acordo com nota técnica da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz), o aumento na arrecadação é resultado do Programa Especial de Pagamento de Débitos Fiscais do ICMS (PEP), que permitiu o pagamento do imposto com redução de multas e juros. Segundo a nota técnica, a arrecadação do ICMS no período mostra crescimento real (deflacionado pelo IGP-DI) de 7,7% quando comparado a
Shell se livra da cobrança de créditos
O
ministro Cezar Peluso concedeu liminar para suspender a cobrança de um estorno de R$ 13 milhões de créditos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da Shell
quanto foi recolhido do imposto em outubro, e de 23,1% com relação a novembro de 2005. Pelo PEP, os valores estimados desses recolhimentos relativos à cota parte do estado foram de R$ 321,9 milhões em outubro e de R$ 573,4 milhões em novembro. A Sefaz informou, ainda, que o valor auferido por meio do pagamento de multas e juros (cota parte estadual), chegou a cerca de R$ 191,5 milhões em outubro e R$ 431,9 milhões em novembro. Importações – Os recolhimentos resultantes das importações somaram R$ 669,5 milhões, o que significa um crescimento de 24,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Já a média diária da receita de importação cresceu 5,56% em relação a outubro. Segundo a nota técnica, considerando uma variação da taxa média de câmbio de 0,43%, verificou-se Brasil Ltda, até o julgamento definitivo da ação principal pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O relator também determinou ao Estado do Rio de Janeiro que não coloque empecilhos na expedição de certidão positiva com efeitos de negativa relacionada ao débito em questionamento. O ministro diz que o
um aumento de 5,08% no volume médio diário. Ainda de acordo com a nota, até o final do mês de outubro, foi observado um crescimento da arrecadação do ICMS de 6,2% na indústria, de 7,9% no conjunto de atividades com preços administrados (combustíveis, energia e telecomunicações) e 10,2% no comércio. Para o economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), esse incremento deve-se principalmente às importações. "O reflexo da arrecadação do ICMS durante o Natal só será sentido em janeiro", diz a nota. Já a arrecadação do Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor (IPVA) atingiu o montante de R$ 81,8 milhões, apresentando crescimento real de 32,4% em relação a novembro de 2005. (LI) perigo na demora da decisão é evidente, pois a atividade de distribuição de combustíveis está sujeita à fiscalização da Agência Nacional de Petróleo (ANP), que pode revogá-la. "E patenteia-se ainda à falta de certidão de regularidade fiscal, que é requisito para realização de vendas ao governo", reforça. (DC)
Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) aprovou outro convênio com novo prazo – 22 de dezembro – para conceder aos contribuintes anistia de até 70% no valor das multas relativas às obrigações acessórias do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A medida ainda precisa ser aprovada pela Assembléia Legislativa de São Paulo. O legislativo paulista já teve o convênio
em mãos anteriormente, mas não conseguiu aprová-lo a tempo. Por essa razão, o convênio precisou voltar ao Confaz para aprovação do novo prazo. A quem interessa – A anistia de multas é aplicada a quem deve a Guia de Apuração do ICMS, não emite nota fiscal, não possui Emissor de Cupom Fiscal (ECF) e deve a escrituração em livro próprio, entre outras irregularidades. A Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-
SP) acredita que pode recuperar R$ 200 milhões com o benefício da anistia aos contribuintes. O perdão das dívidas constava da versão original da Lei nº 12.399/06, que trata da dispensa de juros e multa aos devedores do imposto. Como o prazo fixado na legislação para a anistia envolvendo as obrigações acessórias terminava dia 30 de setembro e a norma só foi promulgada em outubro, o item foi vetado. Renato Carbonari Ibelli
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O
Programa E d u c a ci o n a l Bovespa foi desenvolvido pela Bolsa de Valores de São Paulo com o objetivo de atender aos interessados em conhecer o funcionamento da BOVESPA e os conceitos do mercado de ações. E para atingir esse objetivo, utiliza como ferramentas diferentes atividades voltadas à educação. Entre essas atividades está o Educar, trabalho conjunto da BOVESPA e suas Corretoras de Valores que utiliza cursos e palestras para difundir diferentes conceitos de educação financeira entre a população. O principal objetivo do Educar é fomentar a cultura de poupança e formação de patrimônio, explicando às pessoas interessadas como
administrar as próprias finanças. Participando do Educar, crianças, jovens e adultos aprendem, por meio de abordagens diferenciadas a cada público, como controlar desde a mesada até o orçamento familiar. Para ajudar os participantes a colocarem em prática o que aprenderam nos cursos, o Educar disponibiliza uma planilha para auxiliálos a gerenciar seu orçamento mês a mês. Nos cursos e palestras, a BOVESPA explica como usar a planilha, identificar os grupos em que se concentram os maiores gastos, bem como aqueles em que se pode economizar. O arquivo, disponível no site da BOVESPA, possui campos auto-explicativos para facilitar o preenchimento.
O Educar é voltado para qualquer pessoa, em idade escolar ou não, que queira saber mais sobre planejamento de finanças pessoais, hábitos de poupança e tipos de investimento. GRUPOS FECHADOS Grupos provenientes de escolas, universidades, empresas, associações, sindicatos e outras entidades podem solicitar cursos e palestras específicos do Educar, de acordo com o perfil de interesse dos participantes. Datas e o local de aplicação do curso, que pode ser na própria Bolsa ou na instituição interessada, são acertados diretamente entre a BOVESPA e a companhia. Para tanto, é preciso preencher a inscrição no www.bovespa.com.br e aguardar o contato da equipe da BOVESPA.
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Acompanhe quinzenalmente, nesta seção, mais informações sobre a importância do mercado de ações para a economia do país
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.ECONOMIA/LEGAIS
terça-feira, 5 de dezembro de 2006
ATAS Andorra Holdings S.A. Em Organização Ata da Assembléia Geral de Constituição, realizada em 2.10.2006 Aos 2 dias do mês de outubro de 2006, às 8h15, na sede social, Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, no 4o andar do Prédio Novíssimo, reuniram-se as fundadoras e subscritoras do Capital Social da Andorra Holdings S.A., em Organização, União Participações Ltda., com sede na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, CNPJ no 05.892.410/0001-08, NIRE 35.218.401.204; e Bradesplan Participações S.A., com sede na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, CNPJ no 61.782.769/0001-01, NIRE 35.300.159.144, neste ato representadas por seus Diretores, senhores Sérgio Socha, brasileiro, casado, bancário, RG 208.855-0/SSP-SC, CPF 133.186.409/72; e Milton Almicar Silva Vargas, brasileiro, casado, bancário, RG 7.006.035.096/SSP-RS, CPF 232.816.500/15, ambos com domicílio na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, e qualificadas no Boletim de Subscrição que permanecerá arquivado na Sede da Sociedade. Por aclamação, assumiu a presidência dos trabalhos, atendendo ao disposto no Parágrafo 1o do Artigo 87 da Lei no 6.404/76, o senhor Sérgio Socha, Diretor das Sociedades fundadoras, que convidou o senhor Milton Almicar Silva Vargas para Secretário. Dando por instalada a Assembléia e considerada regular em face do comparecimento dos subscritores, de acordo com o disposto no Parágrafo 4o do Artigo 124 da Lei no 6.404/76, o senhor Presidente procedeu, nos termos do já citado Parágrafo 1o do Artigo 87 da Lei no 6.404/76, à leitura do recibo de depósito do Capital Social, totalmente realizado em dinheiro, efetuado no Banco Bradesco S.A., desta praça, do Boletim de Subscrição e do Projeto do Estatuto Social a seguir transcrito: “Andorra Holdings S.A. - Estatuto Social - Título I - Da Organização, Duração e Sede - Art. 1o) A Andorra Holdings S.A., doravante chamada Sociedade, rege-se pelo presente Estatuto. Art. 2o) O prazo de duração da Sociedade é indeterminado. Art. 3o) A Sociedade tem sede na Cidade de Deus, Prédio Novíssimo, 4o andar, Vila Yara, no Município de Osasco, Estado de São Paulo, CEP 06029900, e foro no mesmo Município. Art. 4o) Poderá a Sociedade instalar ou suprimir Filiais, Escritórios e Dependências de qualquer natureza no País e no Exterior, a critério da Diretoria, observados os preceitos legais. Título II - Dos Objetivos Sociais - Art. 5o) A Sociedade tem por objetivo: a) administração, locação e compra e venda de bens próprios; b) participação em outras sociedades como cotista ou acionista. Título III - Do Capital Social - Art. 6o) O Capital Social é de R$1.000,00 (mil reais), dividido em 1.000 (mil) ações ordinárias, nominativasescriturais, sem valor nominal. Parágrafo Primeiro - Nos aumentos de capital, será realizada no ato da subscrição a parcela mínima exigida em lei e o restante será integralizado mediante chamada da Diretoria, observados os preceitos legais. Parágrafo Segundo - Todas as ações da Sociedade são escriturais, permanecendo em contas de depósito, no Banco Bradesco S.A., em nome de seus titulares, sem emissão de certificados, podendo ser cobrado dos acionistas o custo do serviço de transferência da propriedade das referidas ações. Título IV - Da Administração - Art. 7o) A Sociedade será administrada por uma Diretoria, eleita pela Assembléia Geral, com mandato de 1 (um) ano, composta de 2 (dois) a 9 (nove) membros, sendo 1 (um) Diretor-Presidente e de 1 (um) a 8 (oito) Diretores sem designação especial. Art. 8o) Aos Diretores compete administrar e representar a Sociedade, com poderes para obrigá-la em quaisquer atos e contratos de seu interesse, podendo transigir e renunciar direitos e adquirir, alienar e onerar bens, observando o disposto no Parágrafo Primeiro deste Artigo. Parágrafo Primeiro - Dependerá de aprovação em reunião da Diretoria, com a presença e os votos favoráveis de todos os Diretores em exercício, sendo obrigatória a presença de quem estiver no exercício do cargo de Diretor-Presidente: a) a aquisição, alienação ou oneração de bens integrantes do Ativo Permanente e de participações societárias de caráter não permanente, quando de valor superior a 1% (um porcento) do Patrimônio Líquido da Sociedade; b) a constituição de ônus reais e a prestação de garantias a obrigações de terceiros; c) associações envolvendo a Sociedade, inclusive participação em acordo de acionistas. Parágrafo Segundo - A Sociedade só se obriga mediante assinaturas, em conjunto, de no mínimo 2 (dois) Diretores. Parágrafo Terceiro - A Sociedade poderá também ser representada por no mínimo 1 (um) Diretor e 1 (um) procurador, ou por no mínimo 2 (dois) procuradores, em conjunto, especialmente constituídos, devendo do respectivo instrumento de mandato constar os seus poderes, os atos que poderão praticar e o seu prazo, salvo se judicial o mandato, hipótese em que o procurador poderá assinar isoladamente e a procuração ter prazo indeterminado e ser substabelecida. O instrumento de mandato deverá ainda indicar se o mandatário exercerá os poderes em conjunto com outro procurador ou Diretor da Sociedade. Art. 9o) Compete à Diretoria, reunida e deliberando de conformidade com o presente Estatuto: a) deliberar sobre as condições das operações ativas e passivas; b) estabelecer o limite de endividamento da Sociedade; c) zelar para que os Diretores estejam, sempre, rigorosamente aptos a exercer suas funções; d) cuidar para que os negócios sociais sejam conduzidos com probidade, de modo a preservar o bom nome da Sociedade; e) sempre que possível, preservar a continuidade administrativa, altamente recomendável à estabilidade, prosperidade e segurança da Sociedade; f) fixar a orientação geral dos negócios da Sociedade; g) realizar o rateio da remuneração dos Diretores estabelecida pela Assembléia Geral e fixar as gratificações de Diretores e funcionários, quando entender de concedê-las; h) autorizar a concessão de qualquer modalidade de doação, contribuição ou auxílio, independentemente do beneficiário; i) aprovar a aplicação de recursos oriundos de incentivos fiscais; j) submeter à Assembléia Geral propostas objetivando aumento ou redução do capital social, grupamento, bonificação, ou desdobramento de suas ações, operações de fusão, incorporação ou cisão e reformas estatutárias da Sociedade. Art. 10) Além das atribuições normais que lhe são conferidas pela lei e por este Estatuto, compete especificamente a cada membro da Diretoria: a) ao DiretorPresidente, presidir as reuniões da Diretoria, supervisionar e coordenar a ação de seus membros; b) aos Diretores sem designação especial, coordenar e dirigir as atividades de suas respectivas áreas, reportando-se ao Diretor-Presidente. Art. 11) A Diretoria fará reuniões sempre que necessário, deliberando validamente desde que presente mais da metade dos Diretores em exercício, com a presença obrigatória do titular do cargo de Diretor-Presidente ou seu substituto. As reuniões serão realizadas sempre que convocados os seus membros pelo
Cristália Holdings S.A. Em Organização Ata da Assembléia Geral de Constituição, realizada em 2.10.2006 Aos 2 dias do mês de outubro de 2006, às 9h15, na sede social, Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, no 4o andar do Prédio Novíssimo, reuniram-se as fundadoras e subscritoras do Capital Social da Cristália Holdings S.A., em Organização, União Participações Ltda., com sede na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, CNPJ no 05.892.410/0001-08, NIRE 35.218.401.204; e Bradesplan Participações S.A., com sede na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, CNPJ no 61.782.769/0001-01, NIRE 35.300.159.144, neste ato representadas por seus Diretores, senhores Sérgio Socha, brasileiro, casado, bancário, RG 208.855-0/SSP-SC, CPF 133.186.409/72; e Milton Almicar Silva Vargas, brasileiro, casado, bancário, RG 7.006.035.096/SSP-RS, CPF 232.816.500/15, ambos com domicílio na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, e qualificadas no Boletim de Subscrição que permanecerá arquivado na Sede da Sociedade. Por aclamação, assumiu a presidência dos trabalhos, atendendo ao disposto no Parágrafo 1o do Artigo 87 da Lei no 6.404/76, o senhor Sérgio Socha, Diretor das Sociedades fundadoras, que convidou o senhor MiltonAlmicar Silva Vargas para Secretário. Dando por instalada aAssembléia e considerada regular em face do comparecimento dos subscritores, de acordo com o disposto no Parágrafo 4o do Artigo 124 da Lei no 6.404/76, o senhor Presidente procedeu, nos termos do já citado Parágrafo 1o do Artigo 87 da Lei no 6.404/76, à leitura do recibo de depósito do Capital Social, totalmente realizado em dinheiro, efetuado no Banco Bradesco S.A., desta praça, do Boletim de Subscrição e do Projeto do Estatuto Social a seguir transcrito: “Cristália Holdings S.A. - Estatuto Social - Título I - Da Organização, Duração e Sede - Art. 1o) A Cristália Holdings S.A., doravante chamada Sociedade, rege-se pelo presente Estatuto. Art. 2o) O prazo de duração da Sociedade é indeterminado. Art. 3o) A Sociedade tem sede na Cidade de Deus, Prédio Novíssimo, 4o andar, Vila Yara, no Município de Osasco, Estado de São Paulo, CEP 06029900, e foro no mesmo Município. Art. 4o) Poderá a Sociedade instalar ou suprimir Filiais, Escritórios e Dependências de qualquer natureza no País e no Exterior, a critério da Diretoria, observados os preceitos legais. Título II - Dos Objetivos Sociais - Art. 5o) A Sociedade tem por objetivo: a) administração, locação e compra e venda de bens próprios; b) participação em outras sociedades como cotista ou acionista. Título III - Do Capital Social - Art. 6o) O Capital Social é de R$1.000,00 (mil reais), dividido em 1.000 (mil) ações ordinárias, nominativasescriturais, sem valor nominal. Parágrafo Primeiro - Nos aumentos de capital, será realizada no ato da subscrição a parcela mínima exigida em lei e o restante será integralizado mediante chamada da Diretoria, observados os preceitos legais. Parágrafo Segundo - Todas as ações da Sociedade são escriturais, permanecendo em contas de depósito, no Banco Bradesco S.A., em nome de seus titulares, sem emissão de certificados, podendo ser cobrado dos acionistas o custo do serviço de transferência da propriedade das referidas ações. Título IV - Da Administração - Art. 7o) A Sociedade será administrada por uma Diretoria, eleita pela Assembléia Geral, com mandato de 1 (um) ano, composta de 2 (dois) a 9 (nove) membros, sendo 1 (um) Diretor-Presidente e de 1 (um) a 8 (oito) Diretores sem designação especial. Art. 8o) Aos Diretores compete administrar e representar a Sociedade, com poderes para obrigá-la em quaisquer atos e contratos de seu interesse, podendo transigir e renunciar direitos e adquirir, alienar e onerar bens, observando o disposto no Parágrafo Primeiro deste Artigo. Parágrafo Primeiro - Dependerá de aprovação em reunião da Diretoria, com a presença e os votos favoráveis de todos os Diretores em exercício, sendo obrigatória a presença de quem estiver no exercício do cargo de Diretor-Presidente: a) a aquisição, alienação ou oneração de bens integrantes do Ativo Permanente e de participações societárias de caráter não permanente, quando de valor superior a 1% (um porcento) do Patrimônio Líquido da Sociedade; b) a constituição de ônus reais e a prestação de garantias a obrigações de terceiros; c) associações envolvendo a Sociedade, inclusive participação em acordo de acionistas. Parágrafo Segundo - A Sociedade só se obriga mediante assinaturas, em conjunto, de no mínimo 2 (dois) Diretores. Parágrafo Terceiro - ASociedade poderá também ser representada por no mínimo 1 (um) Diretor e 1 (um) procurador, ou por no mínimo 2 (dois) procuradores, em conjunto, especialmente constituídos, devendo do respectivo instrumento de mandato constar os seus poderes, os atos que poderão praticar e o seu prazo, salvo se judicial o mandato, hipótese em que o procurador poderá assinar isoladamente e a procuração ter prazo indeterminado e ser substabelecida. O instrumento de mandato deverá ainda indicar se o mandatário exercerá os poderes em conjunto com outro procurador ou Diretor da Sociedade. Art. 9o) Compete à Diretoria, reunida e deliberando de conformidade com o presente Estatuto: a) deliberar sobre as condições das operações ativas e passivas; b) estabelecer o limite de endividamento da Sociedade; c) zelar para que os Diretores estejam, sempre, rigorosamente aptos a exercer suas funções; d) cuidar para que os negócios sociais sejam conduzidos com probidade, de modo a preservar o bom nome da Sociedade; e) sempre que possível, preservar a continuidade administrativa, altamente recomendável à estabilidade, prosperidade e segurança da Sociedade; f) fixar a orientação geral dos negócios da Sociedade; g) realizar o rateio da remuneração dos Diretores estabelecida pela Assembléia Geral e fixar as gratificações de Diretores e funcionários, quando entender de concedê-las; h) autorizar a concessão de qualquer modalidade de doação, contribuição ou auxílio, independentemente do beneficiário; i) aprovar a aplicação de recursos oriundos de incentivos fiscais; j) submeter à Assembléia Geral propostas objetivando aumento ou redução do capital social, grupamento, bonificação, ou desdobramento de suas ações, operações de fusão, incorporação ou cisão e reformas estatutárias da Sociedade. Art. 10) Além das atribuições normais que lhe são conferidas pela lei e por este Estatuto, compete especificamente a cada membro da Diretoria: a) ao DiretorPresidente, presidir as reuniões da Diretoria, supervisionar e coordenar a ação de seus membros; b) aos Diretores sem designação especial, coordenar e dirigir as atividades de suas respectivas áreas, reportando-se ao Diretor-Presidente. Art. 11) ADiretoria fará reuniões sempre que necessário, deliberando validamente desde que presente mais da metade dos Diretores em exercício, com a presença obrigatória do titular do cargo de Diretor-Presidente ou seu substituto. As reuniões serão realizadas sempre que convocados os seus membros pelo
Oregon Holdings Ltda. CNPJ no 65.691.818/0001-43 - NIRE 35.220.025.672 Instrumento Particular de Alteração do Contrato Social - 13 a Alteração – 14.9.2006 Pelo presente Instrumento Particular, Banco Alvorada S.A., com sede na Cidade de Deus, Prédio Novíssimo, 4o andar, Vila Yara, Osasco, SP, CNPJ no 33.870.163/0001-84, com seus atos arquivados na Junta Comercial do Estado de São Paulo sob NIRE 35.300.329.619; e União Participações Ltda., com sede na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, CNPJ no 05.892.410/0001-08, com seus atos constitutivos arquivados na Junta Comercial do Estado de São Paulo sob NIRE 35.218.401.204, de 21.7.2003, neste ato representados por seus Diretores, senhores Milton Almicar Silva Vargas, brasileiro, casado, bancário, RG 7.006.035.096/SSP-RS, CPF 232.816.500/15; e José Luiz Acar Pedro, brasileiro, casado, bancário, RG 5.592.741/SSP-SP, CPF 607.571.598/34, ambos com domicílio na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, Sócios-Cotistas representando a totalidade do Capital Social da Oregon Holdings Ltda., com sede na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, CNPJ no 65.691.818/0001-43, com seus atos constitutivos devidamente registrados na Junta Comercial do Estado de São Paulo, sob NIRE 35.220.025.672, em 27.6.2005, deliberam, de comum acordo, o seguinte: 1) a Sócia-Cotista União Participações Ltda., já qualificada, cede e transfere, neste ato, pelo valor de R$3.581,42, 3.000 (três mil) cotas de sua propriedade ao Sócio-Cotista admitido Banco Bradesco S.A., com sede na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, CNPJ no 60.746.948/0001-12, NIRE 35.300.027.795, neste ato representado por seus Diretores, senhores Milton Almicar Silva Vargas e José Luiz Acar Pedro, ambos já qualificados, retirando-se da Sociedade; 2) aumentar o Capital Social no valor de R$2.985.381.129,00, elevando-o de R$6.000,00 para R$2.985.387.129,00, mediante a emissão de 2.985.381.129 cotas, do valor nominal de R$1,00 cada uma, que serão subscritas e integralizadas pelo Sócio-Cotista Banco Bradesco S.A., já qualificado, mediante a conferência dos seguintes bens: a) 92.469.496 ações nominativas-escriturais, sem valor nominal de emissão do Banco BEC S.A., sendo 92.291.547 ordinárias, e 177.949 preferenciais, avaliadas pelo valor contábil em 31.8.2006, ao preço de R$896.317.064,00; b) 11.248.493.707 ações ordinárias, nominativas-escriturais, sem valor nominal, de emissão do Banco Mercantil de São Paulo S.A., avaliadas pelo valor contábil em 31.8.2006, ao preço de R$2.089.064.065,00, com a concordância do Banco Alvorada S.A., que neste ato, por seus representantes legais, abriu mão de seus direitos à subscrição em favor do Sócio-Cotista admitido; 3) ratificar a nomeação da Probus Assessoria Contábil e Fiscal Ltda., como responsável pela avaliação das ações utilizadas pelo Sócio-Cotista admitido, Banco Bradesco S.A., para integralizar o aumento de capital, mencionado no item anterior; 4) alterar, em conseqüência dos itens “1” e “2”, o “caput” e o Parágrafo Primeiro da Cláusula Quarta do Contrato Social, que passam a vigorar com a seguinte redação: “Cláusula Quarta - O Capital Social é de R$2.985.387.129,00 (dois bilhões, novecentos e oitenta e cinco milhões, trezentos e oitenta e sete mil, cento e vinte e nove reais) dividido em 2.985.387.129 (dois bilhões, novecentos e oitenta e cinco milhões, trezentas e oitenta e sete mil, cento e vinte e nove) cotas, do valor nominal de R$1,00 (um real) cada uma, totalmente integralizado. Parágrafo Primeiro - O Capital Social encontra-se assim distribuído entre os sócios: Cotistas Qtd. Cotas Vr. R$ Banco Bradesco S.A. 2.985.384.129 2.985.384.129,00 Banco Alvorada S.A. 3.000 3.000,00 2.985.387.129 2.985.387.129,00 5) transformar o tipo jurídico de sociedade limitada em sociedade anônima, observadas as disposições em vigor, modificando a sua denominação social para Oregon Holdings S.A., informando que a operação de transformação se concretizará observadas as seguintes condições, já considerando o aumento do capital social deliberado no item “1”: I) as atuais 2.985.387.129 (dois bilhões, novecentos e oitenta e cinco milhões, trezentas e oitenta e sete mil, cento e vinte e nove) cotas, do valor nominal de R$1,00 (um real) cada uma, representativas do Capital Social de R$2.985.387.129,00 (dois bilhões, novecentos e oitenta e cinco milhões, trezentos e oitenta e sete mil, cento e vinte e nove reais), serão transformadas em 2.985.387.129 (dois bilhões, novecentos e oitenta e cinco milhões, trezentas e oitenta e sete mil, cento e vinte e nove) ações ordinárias, nominativas-escriturais, sem valor nominal, mantendo-se a mesma proporção das participações atualmente detidas pelos Sócios-Cotistas, que passam a ser acionistas da Sociedade; II) a Sociedade manterá a mesma escrituração, atendidas as exigências legais de natureza fiscal e contábil, sem qualquer solução de continuidade; 6) aprovar e transcrever, na íntegra, o Estatuto Social pelo qual a Sociedade passa a reger-se: “Estatuto Social – Oregon Holdings S.A. - Título I - Da Organização, Duração e Sede - Art. 1o) A Oregon Holdings S.A., doravante chamada Sociedade, rege-se pelo presente Estatuto. Art. 2o) O prazo de duração da Sociedade é indeterminado. Art. 3o) A Sociedade tem sede e foro no município e comarca de Osasco, Estado de São Paulo. Art. 4o) Poderá a Sociedade instalar ou suprimir Filiais, Escritórios e Dependências de qualquer natureza no País e no Exterior, a critério da Diretoria, observados os preceitos legais. Título II - Dos Objetivos Sociais - Art. 5o) A Sociedade tem por objetivo: a) administração, locação, compra e venda de bens próprios; b) Participação em outras Sociedades como cotista ou acionista. Título III - Do Capital Social - Art. 6o) O Capital Social é de R$2.985.387.129,00 (dois bilhões, novecentos e oitenta e cinco milhões, trezentos e oitenta e sete mil, cento e vinte e nove reais) dividido em 2.985.387.129 (dois bilhões, novecentos e oitenta e cinco milhões, trezentas e oitenta e sete mil, cento e vinte e nove) ações ordinárias, nominativas-escriturais, sem valor nominal. Parágrafo Primeiro - Nos aumentos de capital, será realizada no ato da subscrição a parcela mínima exigida em lei e o restante será integralizado mediante chamada da Diretoria, observados os preceitos legais. Parágrafo Segundo - Todas as ações da Sociedade são escriturais, permanecendo em contas de depósito, na Bradesco S.A. Corretora de Títulos e Valores Mobiliários, em nome de seus titulares, sem emissão de certificados, podendo ser cobrado dos acionistas o custo do serviço de transferência da propriedade das referidas ações. Título IV - Da Administração - Art. 7o) A Sociedade será administrada por uma Diretoria, eleita pela Assembléia Geral, com mandato de 1 (um) ano, composta de 2 (dois) a 9 (nove) membros, sendo 1 (um) Diretor-Presidente e de 1 (um) a 8 (oito) Diretores sem designação especial. Art. 8o) Aos Diretores compete administrar e representar a Sociedade, com poderes para obrigá-la em quaisquer atos e contratos de seu interesse, podendo transigir e renunciar direitos e adquirir, alienar e onerar bens, observando o disposto no Parágrafo Primeiro deste Artigo. Parágrafo Primeiro – Dependerá de prévia autorização do Conselho de Administração do acionista controlador, direto ou indireto: a) a aquisição, alienação ou oneração de bens integrantes do Ativo Permanente e de participações societárias de caráter não permanente, quando de valor superior a 1% (um porcento) do Patrimônio Líquido da Sociedade; b) a constituição de ônus reais e a prestação de garantias a obrigações de terceiros; c) associações envolvendo a Sociedade, inclusive participação em acordo de acionistas. Parágrafo Segundo - A Sociedade só se obriga mediante assinaturas, em conjunto, de no mínimo 2 (dois) Diretores. Parágrafo Terceiro - A Sociedade poderá também ser representada por no mínimo 1 (um) Diretor e 1 (um) procurador, ou por no mínimo 2 (dois) procuradores, em conjunto, especialmente constituídos, devendo do respectivo instrumento de mandato constar os seus poderes, os atos que poderão praticar e o seu prazo, salvo se judicial o mandato, hipótese em que o procurador poderá assinar isoladamente e a
Presidente ou por no mínimo 2 (dois) Diretores. A Diretoria deliberará por maioria de votos, cabendo ao Presidente voto de qualidade, no caso de empate. Parágrafo Único - Em caso de ausência ou impedimento temporário de qualquer Diretor, inclusive do Diretor-Presidente, a própria Diretoria escolherá o substituto interino dentre seus membros. Em caso de vaga, a eleição do substituto se fará de acordo com o que dispõe o Artigo 7o, deste Estatuto. Art. 12) Para o exercício do cargo de Diretor é necessário dedicar tempo integral aos serviços da Sociedade, sendo incompatível o exercício do cargo de Diretor desta com o desempenho de outras funções ou atividades profissionais, ressalvados os casos em que a Sociedade tenha interesse. Título V - Do Conselho Fiscal - Art. 13) O Conselho Fiscal, não-permanente, compor-se-á, quando instalado, de 3 (três) a 5 (cinco) membros efetivos e de igual número de suplentes. Título VI - Das Assembléias Gerais - Art. 14) As Assembléias Gerais Ordinárias e Extraordinárias serão presididas por um Presidente e um Secretário, escolhidos pelos acionistas presentes. Título VII - Do Exercício Social e da Distribuição de Resultados - Art. 15) O ano social coincide com o ano civil, terminando no dia 31 de dezembro. Art. 16) Serão levantados balanços em 31 de dezembro de cada ano, facultado à Diretoria determinar o levantamento de outros balanços, semestrais ou em menores períodos, inclusive mensais. Art. 17) O Lucro Líquido, como definido no Artigo 191 da Lei no 6.404, de 15.12.76, apurado em cada balanço terá, pela ordem, a seguinte destinação: I. constituição de Reserva Legal; II. constituição das Reservas previstas nos Artigos 195 e 197 da mencionada Lei no 6.404/76, mediante proposta da Diretoria “ad referendum” da Assembléia Geral; III. pagamento de dividendos, propostos pela Diretoria que, somados aos dividendos intermediários e/ou juros sobre o capital próprio de que tratam os Parágrafos Segundo e Terceiro deste Artigo, que tenham sido declarados, assegurem aos acionistas, em cada exercício, a título de dividendo obrigatório, 1% (um porcento) do respectivo lucro líquido, ajustado pela diminuição ou acréscimo dos valores especificados nos itens I, II e III do Artigo 202 da referida Lei no 6.404/76. Parágrafo Primeiro - A Diretoria fica autorizada a declarar e pagar dividendos intermediários, especialmente semestrais e mensais, à conta de Lucros Acumulados ou de Reservas de Lucros existentes. Parágrafo Segundo - Poderá a Diretoria, ainda, autorizar a distribuição de lucros aos acionistas a título de juros sobre o capital próprio, nos termos da legislação específica, em substituição total ou parcial aos dividendos intermediários, cuja declaração lhe é facultada pelo Parágrafo anterior ou, ainda, em adição aos mesmos. Parágrafo Terceiro - Os juros eventualmente pagos aos acionistas serão imputados, líquidos do imposto de renda na fonte, ao valor do dividendo obrigatório do exercício (1%), de acordo com o Inciso III do “caput” deste Artigo. Art. 18) O saldo do Lucro Líquido, verificado após as distribuições acima previstas, terá a destinação proposta pela Diretoria e deliberada pela Assembléia Geral, podendo ser destinado 100% (cem porcento) à Reserva de Lucros - Estatutária, visando à manutenção de margem operacional compatível com o desenvolvimento das operações ativas da Sociedade, até atingir o limite de 95% (noventa e cinco porcento) do valor do Capital Social integralizado. Parágrafo Único - Na hipótese da proposta da Diretoria sobre a destinação a ser dada ao Lucro Líquido do exercício conter previsão de distribuição de dividendos e/ou pagamento de juros sobre capital próprio em montante superior ao dividendo obrigatório estabelecido no Artigo 17, Inciso III, e/ou retenção de lucros nos termos do Artigo 196 da Lei no 6.404/76, o saldo do Lucro Líquido para fins de constituição da reserva mencionada neste Artigo será determinado após a dedução integral dessas destinações.”. Finda a leitura dos documentos em questão, foi o projeto do Estatuto submetido à discussão e votação por parte dos subscritores, tendo sido unanimemente aprovado. Cumpridas as formalidades legais e não havendo oposição por parte dos subscritores, declarou, o senhor Presidente, constituída a empresa denominada Andorra Holdings S.A. Em seguida, determinou que se procedesse à eleição dos membros que irão compor a Diretoria da Sociedade, com mandato até a Assembléia Geral Ordinária de 2007, tendo sido eleitos os senhores: Diretor-Presidente: Márcio Artur Laurelli Cypriano, brasileiro, casado, bancário, RG 2.863.339-8/SSP-SP, CPF 063.906.928/20; Diretores: Laércio Albino Cezar, brasileiro, casado, bancário, RG 3.555.534/SSP-SP, CPF 064.172.724/00; Arnaldo Alves Vieira, brasileiro, viúvo, bancário, RG 4.847.312/SSP-SP, CPF 055.302.378/00, todos com domicílio na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP; Luiz Carlos Trabuco Cappi, brasileiro, casado, bancário, RG 5.284.352/SSP-SP, CPF 250.319.028/68, com domicílio na Avenida Paulista, 1.415, parte, Bela Vista, São Paulo, SP; Sérgio Socha, brasileiro, casado, bancário, RG 208.855-0/SSPSC, CPF 133.186.409/72; Julio de Siqueira Carvalho de Araujo, brasileiro, casado, bancário, RG 3.272.499/IFP-RJ, CPF 425.327.017/ 49; Milton Almicar Silva Vargas, brasileiro, casado, bancário, RG 7.006.035.096/SSP-RS, CPF 232.816.500/15; José Luiz Acar Pedro, brasileiro, casado, bancário, RG 5.592.741/SSP-SP, CPF 607.571.598/34; e Norberto Pinto Barbedo, brasileiro, divorciado, bancário, RG 4.443.254/SSP-SP, CPF 509.392.708/20, todos com domicílio na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, sendo que permanecerão nas suas funções até que a Ata da Assembléia Geral Ordinária que eleger os novos membros em 2007 seja arquivada na Junta Comercial e publicada. Os Diretores eleitos declararam, sob as penas da lei, não estarem impedidos de exercer a administração de sociedade mercantil, em virtude de condenação criminal. Na seqüência dos trabalhos, os acionistas deliberaram fixar o montante global anual da remuneração dos Diretores, no valor de até R$38.000,00 (trinta e oito mil reais), a ser distribuída em reunião da Diretoria, conforme determina a letra “g” do Artigo 9o do Estatuto Social. Estando atendidas todas as formalidades de Constituição, conforme o Artigo 87 e seus Parágrafos da Lei no 6.404/76, colocou o senhor Presidente a palavra ao dispor de quem dela quisesse fazer uso. Como ninguém se houvesse manifestado, deu por encerrados os trabalhos, suspendendo a sessão pelo tempo necessário à lavratura da presente Ata. Reaberta a sessão, foi a Ata lida, aprovada e assinada por todos. aa) Presidente: Sérgio Socha; Secretário: Milton Almicar Silva Vargas; Subscritoras: União Participações Ltda. e Bradesplan Participações S.A., representadas por seus Diretores, senhores Sérgio Socha e Milton Almicar Silva Vargas; Advogado: Romulo Nagib Lasmar - OAB-SP 76.690 - RG 12.623.179/SSP-SP - CPF 010.923.241/00. Declaramos para os devidos fins que a presente é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas nele apostas. aa) Sérgio Socha - Presidente da Mesa; Milton Almicar Silva Vargas - Secretário da Assembléia. Certidão - Secretaria da Justiça - Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico que este documento foi registrado sob número 35.300.337.018, em 27.11.2006. a) Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.
Presidente ou por no mínimo 2 (dois) Diretores. A Diretoria deliberará por maioria de votos, cabendo ao Presidente voto de qualidade, no caso de empate. Parágrafo Único - Em caso de ausência ou impedimento temporário de qualquer Diretor, inclusive do Diretor-Presidente, a própria Diretoria escolherá o substituto interino dentre seus membros. Em caso de vaga, a eleição do substituto se fará de acordo com o que dispõe o Artigo 7o, deste Estatuto. Art. 12) Para o exercício do cargo de Diretor é necessário dedicar tempo integral aos serviços da Sociedade, sendo incompatível o exercício do cargo de Diretor desta com o desempenho de outras funções ou atividades profissionais, ressalvados os casos em que a Sociedade tenha interesse. Título V - Do Conselho Fiscal - Art. 13) O Conselho Fiscal, não-permanente, compor-se-á, quando instalado, de 3 (três) a 5 (cinco) membros efetivos e de igual número de suplentes. Título VI - Das Assembléias Gerais - Art. 14) As Assembléias Gerais Ordinárias e Extraordinárias serão presididas por um Presidente e um Secretário, escolhidos pelos acionistas presentes. Título VII - Do Exercício Social e da Distribuição de Resultados - Art. 15) O ano social coincide com o ano civil, terminando no dia 31 de dezembro. Art. 16) Serão levantados balanços em 31 de dezembro de cada ano, facultado à Diretoria determinar o levantamento de outros balanços, semestrais ou em menores períodos, inclusive mensais. Art. 17) O Lucro Líquido, como definido no Artigo 191 da Lei no 6.404, de 15.12.76, apurado em cada balanço terá, pela ordem, a seguinte destinação: I. constituição de Reserva Legal; II. constituição das Reservas previstas nos Artigos 195 e 197 da mencionada Lei no 6.404/76, mediante proposta da Diretoria “ad referendum” da Assembléia Geral; III. pagamento de dividendos, propostos pela Diretoria que, somados aos dividendos intermediários e/ou juros sobre o capital próprio de que tratam os Parágrafos Segundo e Terceiro deste Artigo, que tenham sido declarados, assegurem aos acionistas, em cada exercício, a título de dividendo obrigatório, 1% (um porcento) do respectivo lucro líquido, ajustado pela diminuição ou acréscimo dos valores especificados nos itens I, II e III do Artigo 202 da referida Lei no 6.404/76. Parágrafo Primeiro - A Diretoria fica autorizada a declarar e pagar dividendos intermediários, especialmente semestrais e mensais, à conta de Lucros Acumulados ou de Reservas de Lucros existentes. Parágrafo Segundo - Poderá a Diretoria, ainda, autorizar a distribuição de lucros aos acionistas a título de juros sobre o capital próprio, nos termos da legislação específica, em substituição total ou parcial aos dividendos intermediários, cuja declaração lhe é facultada pelo Parágrafo anterior ou, ainda, em adição aos mesmos. Parágrafo Terceiro - Os juros eventualmente pagos aos acionistas serão imputados, líquidos do imposto de renda na fonte, ao valor do dividendo obrigatório do exercício (1%), de acordo com o Inciso III do “caput” deste Artigo. Art. 18) O saldo do Lucro Líquido, verificado após as distribuições acima previstas, terá a destinação proposta pela Diretoria e deliberada pela Assembléia Geral, podendo ser destinado 100% (cem porcento) à Reserva de Lucros - Estatutária, visando à manutenção de margem operacional compatível com o desenvolvimento das operações ativas da Sociedade, até atingir o limite de 95% (noventa e cinco porcento) do valor do Capital Social integralizado. Parágrafo Único - Na hipótese da proposta da Diretoria sobre a destinação a ser dada ao Lucro Líquido do exercício conter previsão de distribuição de dividendos e/ou pagamento de juros sobre capital próprio em montante superior ao dividendo obrigatório estabelecido no Artigo 17, Inciso III, e/ou retenção de lucros nos termos do Artigo 196 da Lei no 6.404/76, o saldo do Lucro Líquido para fins de constituição da reserva mencionada neste Artigo será determinado após a dedução integral dessas destinações.”. Finda a leitura dos documentos em questão, foi o projeto do Estatuto submetido à discussão e votação por parte dos subscritores, tendo sido unanimemente aprovado. Cumpridas as formalidades legais e não havendo oposição por parte dos subscritores, declarou, o senhor Presidente, constituída a empresa denominada Cristália Holdings S.A. Em seguida, determinou que se procedesse à eleição dos membros que irão compor a Diretoria da Sociedade, com mandato até a Assembléia Geral Ordinária de 2007, tendo sido eleitos os senhores: Diretor-Presidente: Márcio Artur Laurelli Cypriano, brasileiro, casado, bancário, RG 2.863.339-8/SSPSP, CPF 063.906.928/20; Diretores: Laércio Albino Cezar, brasileiro, casado, bancário, RG 3.555.534/SSP-SP, CPF 064.172.724/00; Arnaldo Alves Vieira, brasileiro, viúvo, bancário, RG 4.847.312/SSP-SP, CPF 055.302.378/00, todos com domicílio na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP; Luiz Carlos Trabuco Cappi, brasileiro, casado, bancário, RG 5.284.352/SSP-SP, CPF 250.319.028/68, com domicílio na Avenida Paulista, 1.415, parte, Bela Vista, São Paulo, SP; Sérgio Socha, brasileiro, casado, bancário, RG 208.855-0/SSPSC, CPF 133.186.409/72; Julio de Siqueira Carvalho de Araujo, brasileiro, casado, bancário, RG 3.272.499/IFP-RJ, CPF 425.327.017/ 49; Milton Almicar Silva Vargas, brasileiro, casado, bancário, RG 7.006.035.096/SSP-RS, CPF 232.816.500/15; José Luiz Acar Pedro, brasileiro, casado, bancário, RG 5.592.741/SSP-SP, CPF 607.571.598/34; e Norberto Pinto Barbedo, brasileiro, divorciado, bancário, RG 4.443.254/SSP-SP, CPF 509.392.708/20, todos com domicílio na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, sendo que permanecerão nas suas funções até que a Ata da Assembléia Geral Ordinária que eleger os novos membros em 2007 seja arquivada na Junta Comercial e publicada. Os Diretores eleitos declararam, sob as penas da lei, não estarem impedidos de exercer a administração de sociedade mercantil, em virtude de condenação criminal. Na seqüência dos trabalhos, os acionistas deliberaram fixar o montante global anual da remuneração dos Diretores, no valor de até R$38.000,00 (trinta e oito mil reais), a ser distribuída em reunião da Diretoria, conforme determina a letra “g” do Artigo 9o do Estatuto Social. Estando atendidas todas as formalidades de Constituição, conforme o Artigo 87 e seus Parágrafos da Lei no 6.404/76, colocou o senhor Presidente a palavra ao dispor de quem dela quisesse fazer uso. Como ninguém se houvesse manifestado, deu por encerrados os trabalhos, suspendendo a sessão pelo tempo necessário à lavratura da presente Ata. Reaberta a sessão, foi a Ata lida, aprovada e assinada por todos. aa) Presidente: Sérgio Socha; Secretário: Milton Almicar Silva Vargas; Subscritoras: União Participações Ltda. e Bradesplan Participações S.A., representadas por seus Diretores, senhores Sérgio Socha e MiltonAlmicar Silva Vargas; Advogado: Romulo Nagib Lasmar - OAB-SP 76.690 - RG 12.623.179/SSP-SP - CPF 010.923.241/00. Declaramos para os devidos fins que a presente é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas nele apostas. aa) Sérgio Socha - Presidente da Mesa; Milton Almicar Silva Vargas - Secretário da Assembléia. Certidão - Secretaria da Justiça - Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico que este documento foi registrado sob número 35.300.336.992, em 27.11.2006. a) Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.
procuração ter prazo indeterminado e ser substabelecida. O instrumento de mandato deverá ainda indicar se o mandatário exercerá os poderes em conjunto com outro procurador ou Diretor da Sociedade; Art. 9o) Compete à Diretoria, reunida e deliberando de conformidade com o presente Estatuto: a) deliberar sobre as condições das operações ativas e passivas; b) estabelecer o limite de endividamento da Sociedade; c) zelar para que os Diretores estejam, sempre, rigorosamente aptos a exercer suas funções; d) cuidar para que os negócios sociais sejam conduzidos com probidade, de modo a preservar o bom nome da Sociedade; e) sempre que possível, preservar a continuidade administrativa, altamente recomendável à estabilidade, prosperidade e segurança da Sociedade; f) fixar a orientação geral dos negócios da Sociedade; g) realizar o rateio da remuneração dos Diretores estabelecida pela Assembléia Geral e fixar as gratificações de Diretores e funcionários, quando entender de concedê-las; h) autorizar a concessão de qualquer modalidade de doação, contribuição ou auxílio, independentemente do beneficiário; i) aprovar a aplicação de recursos oriundos de incentivos fiscais; j) submeter à Assembléia Geral propostas objetivando aumento ou redução do capital social, grupamento, bonificação, ou desdobramento de suas ações, operações de fusão, incorporação ou cisão e reformas estatutárias da Sociedade. Art. 10) Além das atribuições normais que lhe são conferidas pela lei e por este Estatuto, compete especificamente a cada membro da Diretoria: a) ao Diretor-Presidente, presidir as reuniões da Diretoria, supervisionar e coordenar a ação de seus membros; b) aos Diretores sem designação especial, coordenar e dirigir as atividades de suas respectivas áreas, reportando-se ao Diretor-Presidente. Art. 11) A Diretoria fará reuniões sempre que necessário, deliberando validamente desde que presente mais da metade dos Diretores em exercício, com a presença obrigatória do titular do cargo de Diretor-Presidente ou seu substituto. As reuniões serão realizadas sempre que convocados os seus membros pelo Presidente ou por no mínimo 2 (dois) Diretores. A Diretoria deliberará por maioria de votos, cabendo ao Presidente voto de qualidade, no caso de empate. Parágrafo Único - Em caso de ausência ou impedimento temporário de qualquer Diretor, inclusive do Diretor-Presidente, a própria Diretoria escolherá o substituto interino dentre seus membros. Em caso de vaga, a eleição do substituto se fará de acordo com o que dispõe o Artigo 7o deste Estatuto. Art. 12) Para o exercício do cargo de Diretor é necessário dedicar tempo integral aos serviços da Sociedade, sendo incompatível o exercício do cargo de Diretor desta com o desempenho de outras funções ou atividades profissionais, ressalvados os casos em que a Sociedade tenha interesse. Título V - Do Conselho Fiscal - Art. 13) O Conselho Fiscal, não-permanente, compor-se-á, quando instalado, de 3 (três) a 5 (cinco) membros efetivos e de igual número de suplentes. Título VI - Das Assembléias Gerais - Art. 14) As Assembléias Gerais Ordinárias e Extraordinárias serão presididas por um Presidente e um Secretário, escolhidos pelos acionistas presentes. Título VII - Do Exercício Social e da Distribuição de Resultados - Art. 15) O ano social coincide com o ano civil, terminando no dia 31 de dezembro. Art. 16) Serão levantados balanços em 31 de dezembro de cada ano, facultado à Diretoria determinar o levantamento de outros balanços, semestrais ou em menores períodos, inclusive mensais. Art. 17) O Lucro Líquido, como definido no Artigo 191 da Lei no 6.404, de 15.12.76, apurado em cada balanço terá, pela ordem, a seguinte destinação: I. constituição de Reserva Legal; II. constituição das Reservas previstas nos Artigos 195 e 197 da mencionada Lei no 6.404/76, mediante proposta da Diretoria “ad referendum” da Assembléia Geral; III. pagamento de dividendos, propostos pela Diretoria que, somados aos dividendos intermediários e/ou juros sobre o capital próprio de que tratam os Parágrafos Segundo e Terceiro deste Artigo, que tenham sido declarados, assegurem aos acionistas, em cada exercício, a título de dividendo obrigatório, 30% (trinta porcento) do respectivo lucro líquido, ajustado pela diminuição ou acréscimo dos valores especificados nos itens I, II e III do Artigo 202 da referida Lei no 6.404/76. Parágrafo Primeiro - A Diretoria fica autorizada a declarar e pagar dividendos intermediários, especialmente semestrais e mensais, à conta de Lucros Acumulados ou de Reservas de Lucros existentes. Parágrafo Segundo - Poderá a Diretoria, ainda, autorizar a distribuição de lucros aos acionistas a título de juros sobre o capital próprio, nos termos da legislação específica, em substituição total ou parcial aos dividendos intermediários, cuja declaração lhe é facultada pelo Parágrafo anterior ou, ainda, em adição aos mesmos. Parágrafo Terceiro - Os juros eventualmente pagos aos acionistas serão imputados, líquidos do imposto de renda na fonte, ao valor do dividendo obrigatório do exercício (30%), de acordo com o Inciso III do “caput” deste Artigo. Art. 18) O saldo do Lucro Líquido, verificado após as distribuições acima previstas, terá a destinação proposta pela Diretoria e deliberada pela Assembléia Geral, podendo ser destinado 100% (cem porcento) à Reserva de Lucros - Estatutária, visando à manutenção de margem operacional compatível com o desenvolvimento das operações ativas da Sociedade, até atingir o limite de 95% (noventa e cinco porcento) do valor do Capital Social integralizado. Parágrafo Único - Na hipótese da proposta da Diretoria sobre a destinação a ser dada ao Lucro Líquido do exercício conter previsão de distribuição de dividendos e/ou pagamento de juros sobre capital próprio em montante superior ao dividendo obrigatório estabelecido no Artigo 17, Inciso III, e/ou retenção de lucros nos termos do Artigo 196 da Lei no 6.404/76, o saldo do Lucro Líquido para fins de constituição da reserva mencionada neste Artigo será determinado após a dedução integral dessas destinações”; 7) tendo em vista a transformação em sociedade anônima, com transferência do controle, os representantes dos acionistas Banco Bradesco S.A. e Banco Alvorada S.A., mantiveram inalterados a composição e o mandato, até 28.4.2007, dos atuais Administradores, senhores: Diretor-Presidente: Márcio Artur Laurelli Cypriano, brasileiro, casado, bancário, RG 2.863.339-8/SSP-SP, CPF 063.906.928/20; Diretores: Laércio Albino Cezar, brasileiro, casado, bancário, RG 3.555.534/SSP-SP, CPF 064.172.724/00; Arnaldo Alves Vieira, brasileiro, viúvo, bancário, RG 4.847.312/SSP-SP, CPF 055.302.378/00, todos com domicílio na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP; Luiz Carlos Trabuco Cappi, brasileiro, casado, bancário, RG 5.284.352/SSP-SP, CPF 250.319.028/68, com domicílio na Avenida Paulista, 1.415, Bela Vista, São Paulo, SP; Sérgio Socha, brasileiro, casado, bancário, RG 208.855-0/SSP-SC, CPF 133.186.409/72; Julio de Siqueira Carvalho de Araujo, brasileiro, casado, bancário, RG 3.272.499/IFP-RJ, CPF 425.327.017/49; Milton Almicar Silva Vargas, brasileiro, casado, bancário, RG 7.006.035.096/SSP-RS, CPF 232.816.500/15; José Luiz Acar Pedro, brasileiro, casado, bancário, RG 5.592.741/SSP-SP, CPF 607.571.598/34; e Norberto Pinto Barbedo, brasileiro, divorciado, bancário, RG 4.443.254/SSP-SP, CPF 509.392.708/20, todos com domicílio na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, sendo que permanecerão em suas funções até que a Ata da Assembléia Geral Ordinária de 2007 que eleger a Diretoria seja arquivada na Junta Comercial e publicada; 8) fixar o montante global anual para remuneração dos Administradores no montante de até R$38.000,00, conforme determina a letra “g” do Artigo 9o do Estatuto Social, a ser distribuída em reunião da Diretoria, aos membros da própria Diretoria; 9) escolher, de conformidade com o disposto no “caput” do Artigo 289, da Lei no 6.404/76, os jornais “Diário Oficial do Estado de São Paulo” e “Diário do Comércio” para a Sociedade efetuar as publicações ordenadas pela referida Lei. E por estarem assim justos e contratados, os Sócios-Cotistas, por si e por seus representantes legais, assinam o presente Instrumento Particular, impresso em 3 (três) vias de igual forma e teor, com 2 (duas) testemunhas, autorizando, desde já, o seu arquivamento na Junta Comercial do Estado de São Paulo, para os fins e efeitos de direito. Cidade de Deus, Osasco, SP, 14 de setembro de 2006 - Sócios-Cotistas: Banco Alvorada S.A., União Participações Ltda. e Banco Bradesco S.A., representados por seus Diretores, senhores Milton Almicar Silva Vargas e José Luiz Acar Pedro. Empresa Avaliadora: Probus Assessoria Contábil e Fiscal Ltda., representada pelo senhor Sidney Pires de Oliveira. Testemunhas: Ariovaldo Pereira, RG 5.878.122/SSP-SP, CPF 437.244.508-34; e Ismael Ferraz, RG 8.941.370/SSP-SP, CPF 006.404.048-80. Certidão – Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania – Junta Comercial do Estado de São Paulo – Certifico o registro sob o número 292.989/06-4 em 30.10.2006. a) Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.
EDITAIS FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR PREGÃO Nº 048/2006-FAMESP/HEB PROCESSO Nº 326/2006-FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados do dia 05 de dezembro de 2006 a 14 de dezembro de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli s/n, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111FAX(0xx14)3882-1885 - ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/HospitalEstadual Bauru, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL - PREGÃO Nº 048/2006-FAMESP/HEB - PROCESSO Nº 326/ 2006-FAMESP/HEB, que tem como objetivo aquisição de Leite integral, pasteurizado, tipo B e desnatado embalagem tipo tetra Pak, registro de preço por 12 meses, para o Hospital Estadual Bauru, conforme anexo II do edital. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação será realizada no dia 15 de dezembro de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 - Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 05 de dezembro de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice-Presidente - FAMESP.
FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Presencial nº 021/06 Objeto: Contratação de empresa especializada na administração e gerenciamento de fornecimento de documentos de legitimação (cartões eletrônicos, magnéticos ou oriundos de tecnologia adequada, para uso pessoal e instransferível para aquisição de gêneros alimentícios em estabelecimentos comerciais) destinados aos servidores municipais. Edital disponível no site: www.guaratingueta.sp.gov.br. Local sessão pública: Praça Dr. Homero Ottoni nº 75, Centro-Guaratinguetá. Data da sessão: 15.12.06, às 14:00 horas. Valor para retirada do edital: R$ 5,00.
Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 4 de dezembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: BVI Brasil Válvulas Industriais Ltda. - Requerido: SP Tubos Válvulas e Conexões Ltda. - Av. Inconfidência Mineira, 1.707 - 01ª Vara de Falências Requerente: União Brasil Serviços e Eventos Ltda. - Requerida: Máster Collet Indústria Metalúrgica Ltda.-ME - Rua Solemar, 144 - 02ª Vara de Falências
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 5 de dezembro de 2006
1 As 15 Distritais são o nosso posto avançado junto às comunidades e lideranças dos bairros. Guilherme Afif Domingos, presidente da ACSP
Caetano Barreira/Reuters
O lago, as árvores do parque, a árvore de Natal de 60 metros de altura e a fonte luminosa. Hoje, o Ibirapuera se une ao restante da cidade de São Paulo numa festa de cores, luzes e música. Começa o Natal Iluminado.
Hoje a cidade será inundada. De luz. Às 19h de hoje, no Teatro Municipal de São Paulo, começa o Natal Iuminado, uma parceria da ACSP com a Prefeitura e o apoio de várias empresas do setor privado Sergio Leopoldo Rodrigues
M
úsica, coral e depois muitas, mas muitas luzes coloridas, irão iluminar o Centro da cidade e seus bairros, criando o clima de festa de final de ano e um marco turístico para os que visitam São Paulo. Ao escurecer do dia de hoje, às 19h, começa no Teatro Municipal o Natal Iluminado, uma parceria da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) com a Prefeitura paulistana, e o apoio de várias empresas do setor privado. Quando a Sinfônica de Heliópolis, com seus 65 jovens músicos do Instituto Baccarelli e o Coral da Gente, com 130 vozes de crianças e adolescentes, terminarem sua apresentação para a população na praça Ramos de Azevedo, um espetáculo pirotécnico será acionado do terraço do edifício sede do Grupo Votorantin. Esse será o sinal para que as luzes do Natal Iluminado sejam acionadas também nos bairros onde estão as 15 distritais da ACSP. Milhares de luzes instaladas pela ACSP darão um novo perfil ao Pátio do Colégio, símbolo da história paulista. Esse brilho irá se juntar a um rastro de luzes coloridas colocadas pelo Banco Santander Banespa em outros pontos conhecidos da cidade. Da Catedral da Sé as luzes se espalharão para a Paulista, jardins, shoppings e chegarão aos bairros onde uma grande mobilização das 15 distritais da Associação Comercial incluiu iluminação para ruas, lojas comerciais, empresas de serviços, edifícios residenciais e casas para ampliar o Natal Iluminado, no seu oitavo ano de vida.
Heliópolis sobe as escadarias do Municipal
Fotos de Paulo Pampolin/Hype
Sergio Roveri
O
s últimos dias têm trazido uma sucessão de aplausos e ovações em pé para os garotos Ingrid Keila, de 10 anos, e Amada Karen, Ranieri Aguiar e Micaela dos Santos, de 12. Moradores da favela de Heliópolis, na zona sul da cidade, eles sempre viveram próximos de uma situação que costuma transitar entre a precariedade e a violência. Mas algo muito inusitado vem ocorrendo na vida deles. No sábado, por exemplo, eles foram recebidos com honra na Daslu, ainda o principal templo de consumo de luxo na cidade. No domingo levaram às lágrimas a apresentadora Hebe Camargo e, hoje à noite, terão diante de si a imponência do Teatro Municipal. Ingrid, Amanda, Ranieri e Keila formam, com outras 126 crianças entre 6 e 14 anos, o Coral da Gente, que, ao lado dos 65 jovens músicos da Sinfônica de Heliópolis, irá apresentar hoje um repertório de tradicionais canções natalinas dentro do programa Natal Iluminado, uma promoção conjunta da Associação Comercial de São Paulo e da Prefeitura Municipal. O concerto gratuito, que contará ainda com um moderno show de iluminação e projeção de imagens, está previsto para começar às 19h30. A Sinfônica de Heliópolis irá se apresentar sobre um tablado montado nas escada-
Acima, garotos da Heliópolis ensaiam com o maestro Baccarelli. Ao lado, mais três integrantes do coral, que se apresenta hoje no Teatro Municipal.
rias do Municipal, enquanto as crianças do coral deverão ocupar praticamente todas as janelas do prédio. Os ensaios para esses concertos de Natal, que já têm apresentações confirmadas em Curitiba, Rio de Janeiro, Taubaté e São José dos Campos, começaram em outubro. O maestro Roberto Tibiriçá, diretorartístico da Sinfônica de Heliópolis, será o regente de hoje. Em caso de chuva, a programação será transferida para o saguão do teatro.
O repertório da noite, composto por 11 canções, inclui algumas das peças mais conhecidas da tradição natalina, como O Pinheirinho, Noite Feliz e Adeste Fideles. "São canções de domínio popular, que convidam o público a participar", diz a regente Silmara Drezza, que passou o dia de ontem ensaiando as 130 crianças do coral, divididas em dois grupos. Hoje à tarde, no Municipal, coral e sinfônica devem realizar um ensaio conjunto, já sob a batuta de Tibiriçá. "No domin-
go, a gente se apresentou para o maior público da nossa carreira", disse o garoto Ranieri de Aguiar, em referência às oito mil pessoas que assistiram à inauguração da árvore de Natal do Ibirapuera. "Deu tudo certo. O público olhava mais para a gente do que para a Hebe Camargo, que comandou a festa". O Coral da Gente e a Sinfônica de Heliópolis são mantidos pelo Instituto Baccarelli, uma associação criada pelo maestro Silvio Baccarelli que hoje oferece formação musical a cerca de 500 crianças carentes da favela de Heliópolis e a outras 400 espalhadas por quatro escolas de São Bernardo. "O que nós fazemos aqui é uma experiência inédita no Brasil", diz o maestro. "Nós ensinamos música com o objetivo de criar orquestras e g ru p o s c o r a i s . A l g u m a s crianças chegam até nós com um histórico de violência. São crianças difíceis, que se tornaram duras precocemente para sobreviver no meio em que nasceram. Em pouco tempo, elas se deixam contaminar pela arte. O rendimento escolar melhora, tornamse pessoas sensíveis e mais preparadas para a vida". SERVIÇO Natal Iluminado com o Coral da Gente e a Orquestra Sinfônica de Heliópolis. Regência de Roberto Tibiriçá. Hoje, às 19h30, na frente do Teatro Municipal. Praça Ramos de Azevedo, s/n°. Grátis
Cada uma dessas 15 distritais, em parceria com a Rádio Jovem Pan, irão escolher e premiar, no início de janeiro, a iluminação mais criativa em várias categorias, como lojas, edifícios residenciais e comerciais, casas, condomínios e ruas. A cerimônia ocorrerá na sede da ACSP, na rua Boa Vista, que também foi iluminada, formando um belo conjunto com o Pátio do Colégio. Guilherme Afif Domingos, presidente da ACSP, e o prefeito Gilberto Kassab garantem que o Natal Iluminado 2006 se tornará uma grande atração para a cidade. Afif lembrou que o apagão de 2001-2002 deixou São Paulo triste e reforçou a importância da iluminação para a vida da cidade. "Por isso, a Associação estimulou o comércio, empresas e cidadãos para transformarem o Natal Iluminado numa festa do nosso calendário turístico", disse. Afif compara a presença da Orquestra Sinfônica do bairro de Heliópolis (que tem apoio do Grupo Votorantin), na abertura do Natal Iluminado, com o coral de Natal do Palácio Avenida, no centro de Curitiba. "Aqui vamos usar um dos nossos pontos mais simbólicos, que é o Teatro Municipal, fazendo com que os jovens do Coral da Gente cantem nas sacadas, enquanto a orquestra toca nas escadarias do teatro, em contato direto com o povo", afirmou o presidente da ACSP. Para Afif, essa é uma festa do comércio e de todos os setores representados pela ACSP e suas Distritais, tais como serviços, profissionais liberais, industriais e até empreendedores do agronegócio. "As 15 distritais são o nosso posto avançado junto às comunidades e lideranças dos bairros paulistanos", explicou Afif.
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Fotografia Consumo Cer tificação Segurança
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 5 de dezembro de 2006
RPOST: GARANTIA JURÍDICA DE RECEBIMENTO DE E-MAIL
E-mail como se fosse carta registrada
Vanderlei Campos Post inicia no Brasil o serviço de entrega de mensagens, com confirmação de recebimento e integridade do conteúdo reconhecida juridicamente. Acabar com o pretexto de "não recebi seu e-mail" também aumenta a velocidade e o índice de respostas. A RPost, multinacional norte-americana especializada em controle de processos de correspondências eletrônicas, acaba de anunciar um investimento de R$ 2,5 milhões no início de sua atuação no Brasil. O serviço da RPost, em essência, reproduz os mecanismos usados no envio de uma carta registrada em uma agência de correios. "A empresa reuniu os requisitos de correspondência registrada da UPU (Universal Postal Union) e patenteou o processo de E-mail Registrado", explica Fernando Neves, presidente da RPost Brasil. Na prática, o serviço funciona da seguinte forma: na hora de mandar uma mensagem que se quer registrar, acrescenta-se a extensão rpost.com ao endereço do destinatário. A partir desse momento, a RPost assume o mandato da entrega e armazena os logs dos diversos servidores pelos quais trafegou a mensagem. No Aviso de Recebimento (AR) são registrados os horários de recebimento, tanto na hora local quanto em UTC (Tempo Universal Coordenado, o horário na longitude 0º). "Quando o destinatário sabe que o emissor tem um comprovante, tentar alegar que não recebeu o e-mail é pior do que dizer que o cachorro comeu o trabalho escolar", compara Fernando Neves. Cópia lacrada –Além de comprovar o recebimento, o usuário pode apresentar o conteúdo original da
Sem aquela desculpa: não recebi sua mensagem. Divulgação
A tela não mente jamais: confirmação registrada
Multinacional norteamericana investe R$ 2,5 milhões para começar a atuar no Brasil
mensagem, em caso de discussões ou processos judiciais. "Junto ao AR, vai uma cópia da mensagem, criptografada com uma chave que só a RPost tem. Isso dá fé pública a essa cópia, pois o usuário não teria como alterá-la", descreve Neves. Ele enfatiza que a privacidade é totalmente mantida, uma vez que a RPost não armazena cópias das mensagens, mas apenas as chaves dos lacres. O objetivo da RPost é conquistar cerca de 150 mil clientes ao ano no Brasil. Segundo Neves, entre os que usam mais intensivamente a ferramenta estão advogados, vendedores e compradores, e fornecedores de software (que dependem da ativação de licenças, por e-mail, para faturar o produto). Mas ele menciona também o efeito do e-mail registrado em mensagens para centros de suporte ou atendimento ao consumidor. "Temos um parceiro que aumentou de 25% a 100% o índice de resposta dos e-mails enviados a um prestador de serviço. Em outro caso, um cliente enviou um e-mail registrado, com uma reclamação à empresa de plano de saúde. Ele já tinha enviado a mesma mensagem várias vezes, mas não havia obtido resposta. Quando mandou a correspondência registrada, em um sábado, na segunda-feira recebeu uma ligação da companhia", conta. O E-mail Registrado tem um custo de R$ 2 por mensagem. A RPost disponibiliza um teste, com direito a envio de 10 mensagens registradas. Para fazer a avaliação, envie uma mensagem para sac@rpost.com.br.rpost.com. RPost www.rpost.com.br sac@rpost.com.br Tel: (11) 3156.9677
Um muro bem mais alto O novo firewall Outpost Pro 4.0 traz novidades para aumentar a proteção do PC doméstico e corporativo Bárbara Oliveira m firewall com algumas características inovadoras de proteção, compatível tanto para o notebook doméstico como para empresas, e com tecnologia russa, chega à versão 4.0 pelas mãos da Protagon Data Security, de Minas Gerais, especializada em soluções de segurança de dados. A parceira tecnológica da Protagon, desde 2004, é a Agnitum, da Rússia, mas alguns parâmetros do firewall também foram acrescentados aqui por desenvolvedores brasileiros. O Outpost Firewall Pro 4.0 chega ao mercado brasileiro já localizado (em português) e com alguns destaques que o diferenciam dos concorrentes, segundo o analista de sistemas e diretor da Protagon, Breno Pilar. "Hoje, a tecnologia não pode ser limitada a um só país, por isso a Agnitum conta com parceiros no Brasil, Estados Unidos, Itália, para desenvolvimento de seus produtos", diz Pilar, que também distribui o Outpost no Brasil. Entre os novos recursos está o suporte ao sistema operacional x64-bit, adequando o software aos novos padrões de segurança exigidos para o Windows Vista. Características Anti-Rou-
bo e personalizáveis também foram aperfeiçoadas na nova versão do firewall. Além de bloquear tentativas de execução de um browser utilizando linha de comando como parâmetro, ele faz um controle personalizado sobre a aplicação da memória e da área de trabalho. S e g u n d o B re n o P i l a r, o software previne e detecta tentativas de envio de dados para fora da máquina através de aplicações maliciosas e bloqueia todas as técnicas conhecidas de roubo de dados confidenciais do PC. "Em outras palavras, isso significa que o firewall está mais robusto e avançado e não permite que os arquivos, senhas e números de cartão de crédito saiam do PC sem a permissão do usuário", explica. Foram realizados 18 testes para medir a eficácia do firewall em impedir perdas de informações pessoais e, segundo Pilar, o "produto foi aprovado em 100% em todos eles". Os testes foram feitos em sites especializados como o www.fir e w a l l l e a k t e s t e r. c o m e www.pcflank.com . Outro destaque é o modo Autoproteção que bloqueia a desativação do firewall por vírus, trojans ou spywares, e impede o desligamento do PC sem autorização do usuário. O feature também monitora constante-
mente as entradas no registro, os arquivos e o disco rígido. Para não atrapalhar a rotina de trabalho do usuário com tantas perguntas, esse modo pode ser desligado e ligado e habilita a instalação de novos plug-ins ou faz ajustes de configuração (recomendável a usuários mais avançados). O modo Entretenimento é um dos mais interessantes para quem usa muito o computador para ver filmes, vídeos, jogar ou ouvir músicas e também não quer ser interrompido com aqueles alertas chatinhos que pedem permissão para isso ou aquilo. Nesse recurso, as mensagens pop-ups são suprimidas e as decisões sobre o acesso a determinados arquivos, sites e conteúdos são feitas automaticamente, enquanto estamos ouvindo música ou jogando. O ImproveNet, por sua vez, é uma comunidade formada por clientes do Outpost e de engenheiros da empresa russa Agnitum. Juntos, eles vão compartilhar configurações e criar ou ajustar as regras já existentes de acesso. "O foco é sempre a proteção do usuário, mas sem torturá-lo com muitas perguntas, afinal, quando são feitas muitas perguntas o cliente pode ficar mais inseguro sobre a eficácia do software", explica Breno Pilar. Ao participarem dessa co-
munidade, os clientes do Outpost podem trocar informações com os engenheiros para se protegerem contra as ameaças mais novas. "Nos Divulgação baseamos em p a râ m e t ro s , p ro c ed i me ntos e metodologias para amadurecer o produto e tornar mais amigável a interface, sem abrir mão da segurança e sem travar o sistema, porque isso poderia gerar intranqüilidade ao consumidor." O Outpost Firewall Pro é vendido no v a re j o p a r a usuários domésticos por R$ 94,90 a licença por um ano. Esse preço vale para até 10 licenças. Para empresas, a comercialização é feita através das revendas ou diretamente com a Protagon. O preço varia de acordo com o número de estações ou servidores e de módulos. Mais informações em ( 11 ) 3 3 0 1 - 5 3 4 7 o u n o s i t e www.protagon.com.br
O Outpost Pro previne e detecta tentativas de envio de dados para fora da máquina por meio de aplicações maliciosas e bloqueia todas as técnicas conhecidas de roubo de dados.
Tr i b u t o s Finanças Empresas Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
BUROCRACIA AFETA COMPETITIVIDADE
3 Fábio Rossi/AG
terça-feira, 5 de dezembro de 2006
O navio-plataforma FPSO Cidade do Rio de Janeiro chegará amanhã à Baía de Guanabara.
SEGUNDO ESTUDO DA CÂMARA AMERICANA DE COMÉRCIO, PAÍS PERDE ESPAÇO PARA OUTROS EMERGENTES
BRASIL NA LANTERNA EM COMPETITIVIDADE
O
Paulo Pinto/AE – 9/12/04
Para Young, presidente da GM, economia brasileira não pode ser comparada à de outros emergentes
Governo desiste de redutor geral de despesas ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem que o governo desistiu de estabelecer um redutor geral de despesas como proporção do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo ele, a idéia agora é criar regras específicas para cada uma das rubricas de gastos com as quais o governo tem de se deparar a cada ano, com destaque para os reajustes do salário mínimo e do funcionalismo. "Falando talvez de maneira excessivamente franca, achamos que aplicar um redutor geral como proporção do PIB para conter gastos não é a melhor forma de fazer isso, pois cria mais um patamar de engessamento orçamentário", disse. "O que estamos discutindo é a criação de um conjun-
O
to de regras que possibilitará que os gastos cresçam menos do que o PIB em termos reais, mas sem fixar isso em 0,1 ou 0,2 ponto percentual do PIB", acrescentou Bernardo, referindo-se aos limites que chegaram a ser propostos na LDO. O ministro disse, em teleconferência com investidores, que essas regras trazem mais previsibilidade para o gasto público e que a não imposição de limites globais de gasto pode levar a uma redução maior do que os parâmetros debatidos no âmbito da LDO. "É muito mais fácil aferir se a despesa de pessoal só pode crescer, por exemplo, inflação e mais 2% ao ano. Ou que o salário mínimo vai crescer tantos por cento, desde que não seja maior do que o PIB", disse. "O resultado disso pode ser uma
INFLAÇÃO A inflação na cidade de São Paulo subiu 0,3% na última semana, segundo o IPC-S.
BALANÇA
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saldo da balança comercial na primeira semana de dezembro registrou superávit de US$ 434 milhões. As exportações somaram US$ 816 milhões e as importações, US$ 382 milhões. No ano, o saldo acumulado passa para US$ 41,508 bilhões. (AE) A TÉ LOGO Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Vendas de suco de laranja devem recuar na próxima safra
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Cereais podem não ser a opção mais saudável, diz Idec
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Captações na bolsa chegam ao recorde de R$ 100 bilhões
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Democratas pedem que Brasil fique no SGP
Ó RBITA
economia de 0,1% ou 0,2% do PIB, mas pode ser mais." Mínimo — O ministro insistiu na criação de uma política de longo prazo para os reajustes do salário mínimo. "Temos uma política transitória, ano a ano, na LDO. Nos últimos anos tivemos reajustes reais que, hoje – parece consensual no governo – não temos condições de manter no mesmo nível." As centrais sindicais, disse, serão chamadas para o debate. Até o momento, acreditavase que o governo insistiria em aplicar como parte do chamado pacote de estímulo ao crescimento, um redutor de todos os gastos correntes do governo como proporção do PIB, nos moldes da LDO. Representantes da equipe econômica deram até mesmo indicações públicas nesse sentido. (AE)
PETROS Fundo de pensão vai tentar acordo para liquidar rombo atuarial de até R$ 9,3 bilhões.
SALÁRIO MÍNIMO PODE SER DE R$ 375
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ministro da Fazenda, Guido Mantega, deu sinais ontem de que o governo pode ser obrigado a trabalhar com o valor inicial de reajuste do salário mínimo, incluído na proposta orçamentária para 2007. Ele admitiu que "ficou difícil", politicamente, sustentar a idéia do governo de reduzir a previsão de
aumento de R$ 375 para R$ 367. Mantega participou de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros ministros. "Defendo um aumento real do salário mínimo, mas abaixo do crescimento da economia, para tirar a pressão das despesas da Previdência", argumentou Mantega. (AE)
Brasil tem registrado melhora em seus indicadores econômicos, mas não na velocidade necessária para que se mantenha competitivo em relação a outros países emergentes. Essa é a conclusão do estudo divulgado pela Câmara Americana de Comércio (Amcham) e pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC) denominado Painel de Competitividade 2006. O trabalho avaliou o desempenho da economia brasileira em comparação com o de Índia, China, Rússia e México. Segundo ranking elaborado pelo estudo, Brasil e México ocupam a última posição. Segundo o presidente da Comissão de Estratégia e C o m p e t i t i v i d a d e d a A mcham e presidente do MBC, José Fernando Mattos, o Brasil melhorou apenas em relação a seus próprios indicadores. "A velocidade da melhora dos indicadores no Brasil não é suficiente para manter o País no grupo dos BRIC-M (Brasil, Rússia, Índia, China e México)", afirmou. "O índice de competitividade tem relação íntima com o crescimento do Produto Interno Bruto." O estudo de competitividade, elaborado desde o ano 2000, tem 24 indicadores, que se distribuem em três subgrupos: custo e disponibilidade de capital, custos fiscal e institucional, e custo operacional. Dos 24 indicadores, o Brasil tem 10 ruins, 9 intermediários
e 5 em nível superior, mesmo desempenho do México. A Rússia, por exemplo, tem 7 indicadores em nível superior, 7 em nível intermediário e 10 ruins. A Índia tem 8 em nível superior, 11 em nível intermediário e 4 ruins. Já a China, primeira colocada no ranking do estudo, apresenta 13 indicadores bons, 5 intermediários e 5 ruins (um dos indicadores não foi avaliado nos casos chinês e indiano). Juros — Os principais problemas do Brasil estão relacionados com os altos juros, o
Os juros ainda são elevados no Brasil, mas foi essa mesma política econômica que manteve a inflação sob controle. Ray Young, presidente da GM no Brasil tempo para a abertura de empresas, alfândega, infra-estrutura e transparência de políticas. Indicadores como risco e juros, apesar de terem caído muito nos últimos anos, permanecem em níveis superiores se comparados aos demais países. Como pontos positivos, o estudo destacou o funcionamento da Justiça e o cumprimento das leis trabalhistas. De acordo com Mattos, entretanto, para que o País tenha
um desempenho melhor, são fundamentais a melhora do ambiente institucional, o aprofundamento do processo de reformas, a redução e melhoria dos gastos públicos, a diminuição da burocracia e a redução da carga tributária. Injustiça — O presidente da GM no Brasil, Ray Young, disse considerar injusto comparar o Brasil a países como Rússia, Índia e China. Segundo ele, o Brasil está em um estágio de desenvolvimento muito diferente, mais avançado. "O PIB per capita da China, por exemplo, é 2,5 vezes menor que o do Brasil", exemplificou Young, que participou de painel na Amcham. O executivo, que está há três anos na GM brasileira, disse que o tempo que passou no País foi suficiente para conhecê-lo melhor, mas não para se desiludir. Ele citou o caso da indústria automobilística, que deve fechar o ano com a produção de 2,64 milhões de veículos. "Se dezembro for um mês positivo, a GM fechará 2006 com um recorde histórico de vendas no Brasil", afirmou. Segundo ele, o crescimento das vendas de automóveis no Brasil depende da ampliação do acesso ao crédito e dos prazos dos contratos de financiamento, medidas que já começaram a sair do papel. "É verdade que os juros ainda são elevados no Brasil, mas foi essa mesma política econômica que manteve a inflação sob controle", acrescentou. (AE)
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
Transpor tes Ciência Clima Urbanismo
PREFEITURA CHEGOU A DECRETAR ESTADO DE ATENÇÃO
terça-feira, 5 de dezembro de 2006
Mesmo com chuva, esperamos um crescimento entre 10% e 15% na vendas. Miguel Giorgi Júnior, presidente da Univinco
25 de Março até debaixo d'água Nem o temporal afastou os compradores da maior rua de comércio do País. Apesar da previsão de novas pancadas, lojistas apostam no crescimento das vendas. Fotos de Agliberto Lima/DC
Ivan Ventura
A
forte chuva que atingiu a cidade na tarde de ontem não afastou os consumidores – vindos de diversos bairros da capital, cidades do Interior e até de outros Estados – que faziam compras na rua 25 de Março, no Centro. Segundo o presidente da União dos Lojistas da 25 de Março (Univinco), Miguel Giorgi Júnior, circularam na região cerca de 700 mil pessoas, número que deverá crescer com a proximidade do dia do pagamento, hoje e amanhã, apesar da previsão de mais chuvas. Para a Univinco, a chuva não chegou a ser uma surpresa desagradável para os lojistas. "Mesmo com a chegada do período de pancadas de chuva, esperamos ter um crescimento nas vendas entre 10% e 15%, em relação ao ano passado", disse Giorgi Júnior. Tanto otimismo do presidente da Univinco deve-se a um padrão rotineiro dos verões paulistanos: manhã e meio da tarde ensolarados e fim de tarde chuvoso. "Quando começa a chuva, os lojistas se preparam para fechar as portas", afirmou. Ainda segundo Giorgi Júnior, o próprio consumidor acostumou-se a realizar compras na época das chuvas de verão. "Ele chegam cedo e fazem as compras. Quando começa a chuva, muitos já estão a caminho de casa". Guarda-chuva –Se há perspectiva de lucro mesmo com as pancadas fortes, o que dizer de uma loja especializada em capas e guardas-chuvas? A gerente da loja Aloísio Cardoso, Viviane Cardoso, de 30 anos, comemorou as vendas. "A chuva não atrapalhou em nada: vendemos bem e ainda espantamos os ambulantes e os caroços". Na gíria dos vendedores, caroço é aquela pessoa que olha um determinado produto, mas dificilmente compra. A dona de casa, Regina Marta Rodrigues Diademe Gavazoni, de 37 anos, em nada lembra um caroço. Com as sacolas cheias, Regina saiu de Pedreira, a 200 quilômetros da Capital, apenas para comprar brinquedos e roupas em meio à chuva. "O problema é aquele empurra-empurra de compradores que procuram abrigo sob os toldos. O resto eu aguento", afirmou. "Chato é ficar ilhada em casa e não fazer nada. Quando preciso comprar, enfrento a chuva e me molho mesmo", contou a vendedora Ângela Freitas, de
Oslaim Brito/Folha Imagem
Consumidores não desistiram das compras na 25 de Março nem debaixo de temporal (acima e à direita). Ao lado, bote salva-vidas tenta ajudar motorista ilhado na região da Ceagesp, na zona oeste.
47 anos, que carregava cinco sacolas recheadas dos mais variados produtos. Irritação –A euforia de lojistas da 25 de Março, no entanto, contrastava com a irritação de boa parte da população. O Centro de Gerenciamento de Emergência (CGE) da Prefeitura chegou a decretar estado de atenção, por volta das 17h, em todas as regiões da cidade, além das marginais Pinheiros e Tietê. No total, foram registrados 37 pontos de alagamento, às 18h, em diversas ruas e avenidas da cidade. Ainda de acordo com o CGE, houve destelhamento de
casas na rua João Souto Maior, Vila Medeiros, zona norte, mas sem notificação de vítimas. Já a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou, por volta das 19h, um congestionamento de 171 quilômetros, enquanto a média para o horário é de 96 quilômetros. O pior trecho foi a pista expressa da marginal Pinheiros, em direção à rodovia Castelo Branco, onde o engarrafamento atingiu 7,7 quilômetros. Houve pontos de lentidão também na marginal Tietê. O Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, ope-
rou com atrasos nas decolagens e pousos. O aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, não registrou problemas. A chuva provocou até um fato inusitado. Ambulantes foram flagrados vendendo rústicos coletes salva-vidas na avenida Tiradentes, próximo à Pinacoteca do Estado, na região da Luz. A mercadoria era vendida a R$ 20. Para hoje, a previsão é de mais chuva. De acordo com o Climatempo, o dia será Sol com muitas nuvens e novas pancadas de chuva á tarde. A temperatura deve oscilar entre 26 e 10 graus.
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terça-feira, 5 de dezembro de 2006
Divulgação
Acompanhe a seqüência e veja como é fácil: você pode verificar o saldo de sua conta; faz a transação e entra com a senha; o sistema confirma; e a compra está debitada.
Informática
Quer pagar, use o celular. É como se seu celular se transformasse em um cartão de débito. Você digita os números e senhas certas, a transação aparece na telinha, está feito: o telefone celular se transforma em meio de pagamento em vários países, inclusive no Brasil. Bárbara Oliveira lém das inúmeras aplicações de comunicação e multimídia embutidas no seu telefone celular, ele agora está a caminho de se transformar, também, em um meio de pagamento. Sim. Na Ásia, Estados Unidos, Europa e até no
Está aqui, está em teste. Desde novembro, o celular concretiza as vendas de 40 consultoras de indústrias de cosméticos. o Brasil, o celular também começa a ocupar espaço em algumas operações comerciais. Iniciativas estão em curso pela Redecard, banco HSBC, Wappa Benefícios e MPay, e podem se transformar numa tendência daqui para a frente. Uma forma de integrar o cartão de crédito ao celular está sendo implantada pela rede de pagamentos eletrônicos Redecard. A empresa começou, em novembro, a testar o uso do telefone nas vendas em domicílio feitas por 40 consultoras da Natura e da Mary Kay (outra indústria de cosméticos). Elas dão às clientes a opção de pagamento com cartões de crédito utilizando o celular no lugar do terminal sem fio das administradoras Mastercard e Diners. Na primeira etapa do projeto, a Redecard está oferecendo às consultoras os aparelhos em comodato, mas nas etapas seguintes, qualquer telefone GSM com suporte à versão 2.0 da plataforma J2ME estará apto a receber o aplicativo da Redecard. A operação é simples: ao encerrar a venda, a consultora digita no telefone (com o aplicativo Redecard instalado) os dados do cartão do cliente e o valor da compra. Esses dados são enviados para o sistema da Redecard para autorização. Com esse código da autorização, a vendedora preenche um comprovante de vendas e entrega uma via para controle e assinatura do cliente. "É importante notar que todas as informações enviadas pelo celular são criptografas e não ficam registradas no aparelho, garantindo segurança nas transações", observa Flávio Menezes, diretor de Produtos da Redecard. "A solução substitui o POS (Point of Sale, ou terminais de venda) e oferece mais segurança às consultoras que não
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precisam circular com dinheiro ou cheques, aumentando a sua segurança pessoal", lembra Menezes. O mercado porta-a-porta no Brasil, segundo número da Redecard, fatura mais de R$ 10 bilhões ao ano, com um milhão de vendedores. Táxis – A Wappa, empresa de administração de benefícios, também dispõe de um POS Mobile. Entre os produtos já disponíveis para serem pagos pelo celular estão o Wappa-táxi, Wappa-refeição, Wappa-farmácia, Wappa-combustível. Segundo seu diretor-executivo, Armindo Freitas Mota, o Wappa-táxi é uma das aplicações de maior sucesso até agora. São oito as clientes (empresas) das frotas de táxis Coopertaxi, Delta e Líder, de São Paulo, a utilizarem o sistema. "Temos parceria com todas as operadoras de telefonia móvel (menos a Telemig) e com as três cooperativas de táxi credenciadas para atender nossos clientes, eliminando o boleto antigo", explica Mota. Cerca de 850 carros usam a aplicação móvel. Os telefones móveis são cediDivulgação
Tudo simples, na tela do celular.
dos às empresas em regime de comodato e essas pagam uma taxa mensal pelo pacote de dados às operadoras. O uso do celular como forma de pagamento nos táxis é simples: o usuário digita o código da empresa de táxi, o número do carro, a senha e o valor da corrida e envia um SMS para o número 41222. Na Wappa essas informações são processadas e devolvidas à telefônica para autorizar o pagamento. A cooperativa de táxi pode confirmar o recebimento também por SMS, internet ou pelo POS Mobile (aplicativo residente no celular). Armindo Mota destaca que "essa é uma cultura nova na forma de pagamento, e a adesão de outros estabelecimentos comerciais dependerá da confiança das empresas no sistema". O HSBC, por sua vez, está testando o seu aplicativo M-Cash (Mobile Cash) junto aos seus funcionários, mas limita as transações apenas a lojas online. Numa segunda etapa, o banco pretende estender a aplicação aos seus clientes e credenciar estabelecimentos comerciais convencionais. Depois de informar o número do celular à loja credenciada, o consumidor recebe uma ligação para confirmar a compra, digita sua senha pessoal e o valor da compra é debitado na conta corrente. A eslovena M-Pay, do grupo Ultra, também está trazendo para o Brasil sua tecnologia de pagamento móvel em compras feitas nas máquinas de auto-atendimento somente aproximando o telefone do terminal de leitura. Basta ligar para a central do sistema, informar o preço e digitar uma senha. O consumidor recebe o sinal codificado pelo canal de voz e ao aproximar o aparelho da máquina ela lerá o sinal. A cobrança é feita na fatura do cartão de crédito. (BO)
Brasil o telefone móvel está ficando popular em transações de pequenos valores como pagamento de táxis, refeições, estacionamento, compra de refrigerantes, de jornais e revistas, combustível etc. substituindo os cartões de débito e crédito mas incorporando tecnologias para agregar valor às operadoras de telefonia e administradoras de cartões. Uma das aplicações mais sofisticadas para esse tipo de transação móvel foi anunciada pela MasterCard WorldWide, na semana passada, nos Estados Unidos. Em parceria com a Nokia e com a rede de lojas 7Eleven, a empresa vai testar 500 consumidores da cidade de Dallas, no Texas, para uso dos telefones em transações comerciais. Aqui, o celular é o próprio meio de pagamento como se fosse um cartão de crédito, pois ele embute a tecnologia NFC (Near Field Communications) – que nada mais é do que um sensor capaz de fazer a leitura de smart tags a curtíssimas distâncias (4 cm) por radiofreqüência – acrescido de outro chip de leitura, o PayPass, da MasterCard, instalado dentro de uma área segura do telefone. O Pay Pass permite transações eletrônicas sem nenhum contato com máquinas, sem senhas ou assinatura, é só passar o cartão pela leitora a uma curta distância e, pronto, a transação está completa. Na América Latina, esses cartões sem contato, como são chamados, chegaram ao México neste ano, mas já estão em uso nos Estados Unidos, Canadá, Japão, Coréia do Sul, Filipinas e alguns países da Europa desde o ano passado. O Brasil deve ser o próximo a receber o Pay Pass nas opera-
ções comerciais convencionais. A japonesa NTT DoCoMo foi a primeira empresa de telecomunicações a lançar, em 2005, cartões de crédito dentro de celulares, uma inovação que demorou a chegar ao Ocidente: só agora está sendo copiada nos Estados Unidos. Carteira eletrônica – Depois de habilitado com as duas aplicações — o NFC e o PayPass — o celular da Nokia se transforma em uma carteira eletrônica e estará pronto para efetuar pagamentos em qualquer um dos 32 mil estabelecimentos comerciais do mundo todo já credenciados com o Pay Pass, um jeito mais fácil e rápido para o consumidor, pois ele não precisa mais perder tempo com a procura de moedas ou notas na carteira, passar cartão em um leitor ou assinar qualquer recibo. Basta passar o celular habilitado no leitor Pay Pass do estabelecimento comercial. Só que esse tipo de transação eletrônica, sem senha e sem assinatura, ainda está restrita a valores abaixo de US$ 25. Deve mudar. Richard Flechter, chefe do grupo Móvel Sem Fio da MasterCard WorlWide, lembrou que essa tecnologia vai alterar o jeito de o consumidor pagar pelos itens de seu cotidiano" (farmácia, padaria, estacionamento, táxis, refrigerantes, restaurantes etc.). O executivo disse que a MasterCard já reconhecia, ainda nos anos 1990, a oportunidade mundial para esse tipo de comércio móvel, mas só agora com a tecnologia adquirindo escala e o consumidor com acesso real à inovação — e de forma amigável — a aplicação poderá ser mais facilmente massificada. O piloto em Dallas está previsto para ser concluído em seis meses.
A nova tecnologia vai mudar o jeito de o consumidor pagar pelos itens de cotidiano
Em parceria com a Nokia e com a rede de lojas 7Eleven, a empresa vai testar 500 consumidores da cidade de Dallas, no Texas, para uso dos telefones em transações comerciais.
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terça-feira, 5 de dezembro de 2006
Indicadores Econômicos
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3,21
por cento foi a alta do índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, no pregão de ontem.
4/12/06
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 30/11/2006 30/11/2006 30/11/2006 30/11/2006 30/11/2006
P.L. do Fundo 12.045.874,24 2.015.475,70 9.856.904,29 17.775.517,57 1.326.181,24
Valor da Cota Subordinada 1.270,085583 1.123,283780 1.177,839037 1.080,203087 1.155,356381
% rent.-mês 3,3813 0,8217 -1,3116 -2,3480 2,7715
% ano 30,0024 12,3284 17,7839 8,0203 15,5356
Valor da Cota Sênior 1.023,959180 1.111,009245 1.126,980989 0 0
% rent.-mês 1,1216 1,0294 1,1216 -
% ano 2,3959 11,1009 12,6981 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
terça-feira, 5 de dezembro de 2006
LENTE DE
AUMENTO
VICISSITUDES DO ORÇAMENTO
G Só agora
o Orçamento da União começou a andar no Congresso. E as dificuldades aumentaram. Gilmar Machado (PT-MG), acredita que será possível votar o projeto este mês. O problema é que há várias arestas a serem aparadas: 1) Rombo de R$ 10 bilhões: Mantidas as metas de superávit estipulados pela LDO, Raupp estima que faltam R$ 10 bilhões para fechar o Orçamento. São R$ 7,8 bilhões para as emendas coletivas (de bancadas e comissões setoriais), R$ 1,3 bilhão para compensar os estados exportadores pelas perdas com as isenções da Lei Kandir e R$ 600 milhões devidos ao aumento do teto das emendas individuais (de R$ 5 para R$ 6 milhões). O relator não sabe de onde virão esses recursos. 2) Aumento do valor das emendas individuais: Raupp sofreu duas derrotas na votação do relatório preliminar. A CMO aprovou o aumento do valor das emendas individuais, aumentando em R$ 600 milhões a previsão de gastos com essa rubrica. A outra
derrota foi a eliminação do valor mínimo de R$ 150 mil para as emendas individuais. 3) Votação da LDO: a assessoria jurídica do Congresso afirma que o Orçamento só pode ser votado após a aprovação da LDO. O projeto já passou pela CMO e está pronto para ser votado pelo plenário do Congresso. A intenção de Raupp e do relator da LDO, senador Romero Jucá (PMDB/RR), é votar os dois projetos no mesmo dia. 4) Reajuste do salário mínimo: o valor do salário mínimo previsto no projeto original da LOA, enviado pelo governo ao Congresso em agosto, era de R$ 375, definido com base na expectativa de crescimento do PIB per capita em 2006 e da inflação entre abril deste ano e março de 2007. Como ambos os parâmetros ficarão abaixo das estimativas iniciais, o valor do mínimo teria de cair para R$ 368, liberando R$ 1,2 bilhão para outras despesas ou para cobrir o rombo de R$ 10 bilhões. A área econômica do governo anunciou que quer reduzir o valor do salário mínimo previsto no Orçamento para R$ 368, mas a mudança será politicamente complicada. A pressão é no sentido inverso e as centrais sindicais se mobilizam para exigir do Congresso um salário mínimo de R$ 420. Ao firmar posição a favor de R$ 368, a área econômica pode estar tentando conter a reivindicação de um salário mínimo acima de R$ 400. 5) Correção da tabela do IR: Raupp quer incluir no relatório final a previsão de dois reajustes de 5% na tabela de desconto do IRPF em janeiro de 2007 e em janeiro de 2008. Os ministros Guido Mantega e Paulo Bernardo reagiram mal à proposta. 6) Eliminação do redutor de gastos: há concordância entre os relatores da LDO, da LOA e as lideranças do governo quanto a eliminar a medida que impunha uma redução dos gastos correntes de 2007 correspondente a 0,1% do PIB. TRECHOS DO COMENTÁRIO DE ECONOMIA DA MCM CONSULTORES
JOÃO DE SCANTIMBURGO
GÁS CARO OU RACIONAMENTO Céllus
O
périplo da Lei Orçamentária Anual da União (LOA) no Congresso é sempre complicado. Por vários fatores, as dificuldades aumentaram. O Orçamento de 2006 foi aprovado só em abril deste ano e até agora não foi votada a LDO de 2007. O mesmo atraso ameaça a aprovação do Orçamento do próximo ano. Culpam-se as eleições, mas o fato é que só agora o projeto começa a tramitar. Os relatores setoriais só foram escolhidos, quando também foi aprovado o relatório preliminar do relator da Comissão Mista de Orçamento (CMO), o senador Valdir Raupp (PMDB-RO). Mesmo assim, o presidente da Comissão, o deputado
Desunião e covardia das elites BENEDICTO FERRI DE BARROS
N
as eras aristocráticas, ao tempo das monarquias hereditárias, no início dos Tempos Modernos, nas cortes renascentistas, havia uma familiar convivência entre as elites sociais. As maiores realizações de um povo eram originadas ou tinham o patrocínio dos reis, ou o apoio de mecenas, protetores das letras, ciências e artes. Shakespeare lia seus dramas para a rainha Elizabeth, D. Manoel liderava as viagens de descobertas, Lord Bacon, o filósofo do empirismo e da ciência experimental, era chanceler da Coroa Britânica, Leonardo da Vinci e Miguel Ângelo produziam suas obras para os papas, os Médicis, os Sforza, famílias nobres, mas entre eles também havia banqueiros. Tudo isso envolvido pelo humanismo, uma visão filosófica global do homem, suas excelências e suas misérias, suas potencialidades e suas limitações. Tudo isso terminou na era do Republicanismo e da Democracia, quando o poder social supremo – o da Política – se deslocou da minoria aristocrática para a maioria democrática das massas. Isso fora antevisto por Alexis de Tocqqueville em sua obra de vidente, A democracia na América (1835), e a descrição ainda válida para nossa atualidade pode ser compreendida pela leitura da Rebelião das Massas, escrita a partir de 1926 e publicada por Ortega y Gasset em 1929. Essa radical mudança em toda organização da vida social teve efeitos profundos e generalizados em toda a vida coletiva. Não queremos dizer que o deslocamento do fulcro político seja a fonte única dessas mudanças. O homem, sua vida coletiva, sua história, são produto complexo de inumeráveis fatores e mudanças que se multiplicaram e aceleraram na Era Contemporânea, principalmente nos dois últimos séculos para cá. A explosão demográfica e urbana, o desenvolvimento científico-tecnológico, a aproximação e entre-choque dos povos e culturas humanas, o enfraquecimento da religiosidade com o recrudescimento da anomia, a diluição generalizada de um senso humanista se manifestaram por uma perda geral de sentido expressa em toda a produção intelectual e artística. Com a contrapartida da preponderância hegemônica do aspecto político na vida humana.
N
ão é nosso objetivo detalhar o quadro geral focado por uma lente angular no parágrafo anterior, mas reduzir nosso enfoque voltando ao tema específico proposto no título e enfocado em
Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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A
inteligência, exonerada de solicitações mais altas e também envolvida pelo clima massificador dos tempos, passa a se voltar para objetivos de massa. Julien Benda denunciou esse deslizamento em La trahison des clercs (1927). Deslizamento que constitui uma renegação de sua função e missão civilizadoras. Posto que em lugar de promover a elevação das massas, opera no sentido de estimular a regressão ao primitivismo. Tal fenômeno pode ser visto em seu aspecto macroscópico nos meios de comunicação de massa geral, cujos temas, autores e atores – salvo as exceções de praxe – tendem cada vez mais a uma vulgaridade maior capaz de atingir maior clientela. Ficamos por aqui. Uma observação final talvez sintetize toda a problemática acima colocada: não há apodo social pior do que qualificar alguém como uma pessoa de elite, ou como um elitista – como se isso não devesse ser, como é, a mais elevada aspiração que um homem pode ter ou pode aspirar atingir.
A distância entre as elites e o poder envolve este na mediocridade
Playing Games com o Brasil
R elator prevê aprovação ainda neste ano
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br
seu parágrafo inicial. A saber, a fragmentação, desunião e o conseqüente acovardamento das elites, frente à voga da democracia de massas. As elites intelectuais representam o que há de mais alto, criativo e poderoso na espécie humana. Toda a história dessa espécie testemunha que o avanço daquilo a que denominamos de progresso da civilização é devido a escassíssimo número de homens geniais, pouco ou nada devendo à incontável miríade de indivíduos que não deixaram qualquer traço de sua passagem pela Terra. O afastamento que hoje se verifica entre as elites intelectuais e os homens do poder leva estes a se deixarem envolver pela mediocridade do seu entorno meramente pragmático e a serem arrastados pela voga dos clamores e opiniões de massa, perdendo a visão dos objetivos e alvos de sua própria ação. Acorrenos como exemplo ilustrativo o que se deu na Inglaterra com o trabalhismo adotado por Lord Beveridge, que culminou com a estatização da economia britânica, com os desastres inerentes a esse modelo, do qual o país só se resgatou sob o governo de Madame Tatcher, cujas idéias se pautavam pelas de Hayek, uma das melhores inteligências econômicas de seu tempo.
ARTHUR CHAGAS DINIZ
L
ullinha, o Ronaldinho das Finanças, está operando a Gamecorp – empresa amparada pela Telemar – junto com a TV Bandeirantes, viabilizando a Rede 21, de propriedade da Band. O negócio poderia ser olhado apenas como uma jogada publicitária onde clientes, em especial o Estado e as estatais, investem em publicidade somas absurdamente elevadas tendo em vista a baixíssima audiência deste canal. Como Lullinha (Gamecorp) recebe metade da verba líquida da publicidade veiculada na Play TV (ex-Rede 21, do Grupo Bandeirantes), fica muito estranho que entre os grandes anunciantes apareça a Secretaria de Administração da Presidência da República, quer dizer, Papai Lulla. Entre os maiores anunciantes incluem-se o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o Ministério da Saúde. Conhecendo o Ronaldinho das Finanças e sabedor de sua competência financeira e gerencial, Lulla bem que poderia deiF
xar o garoto sem sua ajuda que, aos menos avisados, pode parecer nepotismo.
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eu receio é diferente. O marxista Marco Aurélio Garcia e o Valter Pomar, conhecido comuna, têm sugerido que o governo subsidie empresas de comunicação, como TV e jornais, visando a minar a mídia que chamam de elitista. Colocar dinheiro no Grupo Bandeirantes, por exemplo, alocando verbas publicitárias de estatais desproporcionais à audiência da emissora, é favorecimento que gera, entre outras coisas, corrupção. Assim, parece que a idéia do atual presidente do PT começa a ser implementada. É um risco que o País não pode e não deve correr. Além de tudo, uma ação como esta com a Play TV pode acabar ofuscando os méritos do nobel financista Lullinha. ARTHUR CHAGAS DINIZ É PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL
avorecer emissoras aliadas ao governo é risco que não se pode correr
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e norte ao sul do Brasil é sabido que o gás de cozinha está prevalecendo, já há anos, sendo fornecido diretamente ou, em algumas cidades, através de botijões de aço pelos distribuidores credenciados. Entrou de tal maneira nos hábitos de consumo da população que dificilmente será substituído. A Petrobrás anuncia que ou se faz o racionamento, ou se ajusta o preço do gás. Como tudo vem subindo, na esteira da vitória do presidente Lula, é possível prever-se que não se escapa da alternativa de se ajustar o preço do gás, ou então haverá racionamento do produto.
R
epetimos que não há alternativas, a não ser uma dessas duas. Vai ficar mais caro cozinhar, o orçamento doméstico vai ter de suportar este encarecimento, como nos demais bens da economia do povo. O gás de cozinha deu o que falar no passado e continua dando o que falar no presente, por ser de consumo obrigatório em todos os lares, não tendo um substituto viável e barato. O velho fogão a lenha ainda prevalece em alguns Estados, em fazendas ou em sítios, e ainda é usado com resultado satisfatório. Mas o fornecimento da matéria-prima, no caso a lenha, é precário, principalmente em tempos de chuva, o que dificulta o corte da madeira a ser consumida na lenha.
F
icamos, então, com o gás de cozinha já introduzido na economia doméstica, atendida diretamente nas grandes capitais ou pelos distribuidores nas demais cidades com horários e dias certos de entrega com pagamento à vista, um bom negócio, portanto, pelo recebimento imediato. Esperemos que o impasse se resolva em boa causa, como tem acontecido sempre nas empresas distribuidoras. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G É possível
prever-se que não se escapa da alternativa de se ajustar o preço do gás, ou então haverá racionamento do produto.
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4 -.ECONOMIA/LEGAIS
terça-feira, 5 de dezembro de 2006
ATAS Veneza Holdings S.A. Em Organização Ata da Assembléia Geral de Constituição, realizada em 2.10.2006 Aos 2 dias do mês de outubro de 2006, às 8h45, na sede social, Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, no 4o andar do Prédio Novíssimo, reuniram-se as fundadoras e subscritoras do Capital Social da Veneza Holdings S.A., em Organização, União Participações Ltda., com sede na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, CNPJ no 05.892.410/0001-08, NIRE 35.218.401.204; e Bradesplan Participações S.A., com sede na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, CNPJ no 61.782.769/0001-01, NIRE 35.300.159.144, neste ato representadas por seus Diretores, senhores Sérgio Socha, brasileiro, casado, bancário, RG 208.855-0/SSP-SC, CPF 133.186.409/72; e Milton Almicar Silva Vargas, brasileiro, casado, bancário, RG 7.006.035.096/SSP-RS, CPF 232.816.500/15, ambos com domicílio na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, e qualificadas no Boletim de Subscrição que permanecerá arquivado na Sede da Sociedade. Por aclamação, assumiu a presidência dos trabalhos, atendendo ao disposto no Parágrafo 1o do Artigo 87 da Lei no 6.404/76, o senhor Sérgio Socha, Diretor das Sociedades fundadoras, que convidou o senhor Milton Almicar Silva Vargas para Secretário. Dando por instalada a Assembléia e considerada regular em face do comparecimento dos subscritores, de acordo com o disposto no Parágrafo 4o do Artigo 124 da Lei no 6.404/76, o senhor Presidente procedeu, nos termos do já citado Parágrafo 1o do Artigo 87 da Lei no 6.404/76, à leitura do recibo de depósito do Capital Social, totalmente realizado em dinheiro, efetuado no Banco Bradesco S.A., desta praça, do Boletim de Subscrição e do Projeto do Estatuto Social a seguir transcrito: “Veneza Holdings S.A. - Estatuto Social - Título I - Da Organização, Duração e Sede - Art. 1o) A Veneza Holdings S.A., doravante chamada Sociedade, rege-se pelo presente Estatuto. Art. 2o) O prazo de duração da Sociedade é indeterminado. Art. 3o) A Sociedade tem sede na Cidade de Deus, Prédio Novíssimo, 4o andar, Vila Yara, no Município de Osasco, Estado de São Paulo, CEP 06029900, e foro no mesmo Município. Art. 4o) Poderá a Sociedade instalar ou suprimir Filiais, Escritórios e Dependências de qualquer natureza no País e no Exterior, a critério da Diretoria, observados os preceitos legais. Título II - Dos Objetivos Sociais - Art. 5o) A Sociedade tem por objetivo: a) administração, locação e compra e venda de bens próprios; b) participação em outras sociedades como cotista ou acionista. Título III - Do Capital Social - Art. 6o) O Capital Social é de R$1.000,00 (mil reais), dividido em 1.000 (mil) ações ordinárias, nominativasescriturais, sem valor nominal. Parágrafo Primeiro - Nos aumentos de capital, será realizada no ato da subscrição a parcela mínima exigida em lei e o restante será integralizado mediante chamada da Diretoria, observados os preceitos legais. Parágrafo Segundo - Todas as ações da Sociedade são escriturais, permanecendo em contas de depósito, no Banco Bradesco S.A., em nome de seus titulares, sem emissão de certificados, podendo ser cobrado dos acionistas o custo do serviço de transferência da propriedade das referidas ações. Título IV - Da Administração - Art. 7o) A Sociedade será administrada por uma Diretoria, eleita pela Assembléia Geral, com mandato de 1 (um) ano, composta de 2 (dois) a 9 (nove) membros, sendo 1 (um) Diretor-Presidente e de 1 (um) a 8 (oito) Diretores sem designação especial. Art. 8o) Aos Diretores compete administrar e representar a Sociedade, com poderes para obrigá-la em quaisquer atos e contratos de seu interesse, podendo transigir e renunciar direitos e adquirir, alienar e onerar bens, observando o disposto no Parágrafo Primeiro deste Artigo. Parágrafo Primeiro - Dependerá de aprovação em reunião da Diretoria, com a presença e os votos favoráveis de todos os Diretores em exercício, sendo obrigatória a presença de quem estiver no exercício do cargo de Diretor-Presidente: a) a aquisição, alienação ou oneração de bens integrantes do Ativo Permanente e de participações societárias de caráter não permanente, quando de valor superior a 1% (um porcento) do Patrimônio Líquido da Sociedade; b) a constituição de ônus reais e a prestação de garantias a obrigações de terceiros; c) associações envolvendo a Sociedade, inclusive participação em acordo de acionistas. Parágrafo Segundo - A Sociedade só se obriga mediante assinaturas, em conjunto, de no mínimo 2 (dois) Diretores. Parágrafo Terceiro - A Sociedade poderá também ser representada por no mínimo 1 (um) Diretor e 1 (um) procurador, ou por no mínimo 2 (dois) procuradores, em conjunto, especialmente constituídos, devendo do respectivo instrumento de mandato constar os seus poderes, os atos que poderão praticar e o seu prazo, salvo se judicial o mandato, hipótese em que o procurador poderá assinar isoladamente e a procuração ter prazo indeterminado e ser substabelecida. O instrumento de mandato deverá ainda indicar se o mandatário exercerá os poderes em conjunto com outro procurador ou Diretor da Sociedade. Art. 9o) Compete à Diretoria, reunida e deliberando de conformidade com o presente Estatuto: a) deliberar sobre as condições das operações ativas e passivas; b) estabelecer o limite de endividamento da Sociedade; c) zelar para que os Diretores estejam, sempre, rigorosamente aptos a exercer suas funções; d) cuidar para que os negócios sociais sejam conduzidos com probidade, de modo a preservar o bom nome da Sociedade; e) sempre que possível, preservar a continuidade administrativa, altamente recomendável à estabilidade, prosperidade e segurança da Sociedade; f) fixar a orientação geral dos negócios da Sociedade; g) realizar o rateio da remuneração dos Diretores estabelecida pela Assembléia Geral e fixar as gratificações de Diretores e funcionários, quando entender de concedê-las; h) autorizar a concessão de qualquer modalidade de doação, contribuição ou auxílio, independentemente do beneficiário; i) aprovar a aplicação de recursos oriundos de incentivos fiscais; j) submeter à Assembléia Geral propostas objetivando aumento ou redução do capital social, grupamento, bonificação, ou desdobramento de suas ações, operações de fusão, incorporação ou cisão e reformas estatutárias da Sociedade. Art. 10) Além das atribuições normais que lhe são conferidas pela lei e por este Estatuto, compete especificamente a cada membro da Diretoria: a) ao DiretorPresidente, presidir as reuniões da Diretoria, supervisionar e coordenar a ação de seus membros; b) aos Diretores sem designação especial, coordenar e dirigir as atividades de suas respectivas áreas, reportando-se ao Diretor-Presidente. Art. 11) A Diretoria fará reuniões sempre que necessário, deliberando validamente desde que presente mais da metade dos Diretores em exercício, com a presença obrigatória do titular do cargo de Diretor-Presidente ou seu substituto. As reuniões serão realizadas sempre que convocados os seus membros pelo
Japira Holdings S.A. Em Organização Ata da Assembléia Geral de Constituição, realizada em 2.10.2006 Aos 2 dias do mês de outubro de 2006, às 9h45, na sede social, Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, no 4o andar do Prédio Novíssimo, reuniram-se as fundadoras e subscritoras do Capital Social da Japira Holdings S.A., em Organização, União Participações Ltda., com sede na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, CNPJ no 05.892.410/0001-08, NIRE 35.218.401.204; e Bradesplan Participações S.A., com sede na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, CNPJ no 61.782.769/0001-01, NIRE 35.300.159.144, neste ato representadas por seus Diretores, senhores Sérgio Socha, brasileiro, casado, bancário, RG 208.855-0/SSP-SC, CPF 133.186.409/72; e Milton Almicar Silva Vargas, brasileiro, casado, bancário, RG 7.006.035.096/SSP-RS, CPF 232.816.500/15, ambos com domicílio na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, e qualificadas no Boletim de Subscrição que permanecerá arquivado na Sede da Sociedade. Por aclamação, assumiu a presidência dos trabalhos, atendendo ao disposto no Parágrafo 1o do Artigo 87 da Lei no 6.404/76, o senhor Sérgio Socha, Diretor das Sociedades fundadoras, que convidou o senhor MiltonAlmicar Silva Vargas para Secretário. Dando por instalada aAssembléia e considerada regular em face do comparecimento dos subscritores, de acordo com o disposto no Parágrafo 4o do Artigo 124 da Lei no 6.404/76, o senhor Presidente procedeu, nos termos do já citado Parágrafo 1o do Artigo 87 da Lei no 6.404/76, à leitura do recibo de depósito do Capital Social, totalmente realizado em dinheiro, efetuado no Banco Bradesco S.A., desta praça, do Boletim de Subscrição e do Projeto do Estatuto Social a seguir transcrito: “Japira Holdings S.A. - Estatuto Social - Título I - Da Organização, Duração e Sede - Art. 1o) A Japira Holdings S.A., doravante chamada Sociedade, rege-se pelo presente Estatuto. Art. 2o) O prazo de duração da Sociedade é indeterminado. Art. 3o) A Sociedade tem sede na Cidade de Deus, Prédio Novíssimo, 4o andar, Vila Yara, no Município de Osasco, Estado de São Paulo, CEP 06029900, e foro no mesmo Município. Art. 4o) Poderá a Sociedade instalar ou suprimir Filiais, Escritórios e Dependências de qualquer natureza no País e no Exterior, a critério da Diretoria, observados os preceitos legais. Título II - Dos Objetivos Sociais - Art. 5o) A Sociedade tem por objetivo: a) administração, locação e compra e venda de bens próprios; b) participação em outras sociedades como cotista ou acionista. Título III - Do Capital Social - Art. 6o) O Capital Social é de R$1.000,00 (mil reais), dividido em 1.000 (mil) ações ordinárias, nominativasescriturais, sem valor nominal. Parágrafo Primeiro - Nos aumentos de capital, será realizada no ato da subscrição a parcela mínima exigida em lei e o restante será integralizado mediante chamada da Diretoria, observados os preceitos legais. Parágrafo Segundo - Todas as ações da Sociedade são escriturais, permanecendo em contas de depósito, no Banco Bradesco S.A., em nome de seus titulares, sem emissão de certificados, podendo ser cobrado dos acionistas o custo do serviço de transferência da propriedade das referidas ações. Título IV - Da Administração - Art. 7o) A Sociedade será administrada por uma Diretoria, eleita pela Assembléia Geral, com mandato de 1 (um) ano, composta de 2 (dois) a 9 (nove) membros, sendo 1 (um) Diretor-Presidente e de 1 (um) a 8 (oito) Diretores sem designação especial. Art. 8o) Aos Diretores compete administrar e representar a Sociedade, com poderes para obrigá-la em quaisquer atos e contratos de seu interesse, podendo transigir e renunciar direitos e adquirir, alienar e onerar bens, observando o disposto no Parágrafo Primeiro deste Artigo. Parágrafo Primeiro - Dependerá de aprovação em reunião da Diretoria, com a presença e os votos favoráveis de todos os Diretores em exercício, sendo obrigatória a presença de quem estiver no exercício do cargo de Diretor-Presidente: a) a aquisição, alienação ou oneração de bens integrantes do Ativo Permanente e de participações societárias de caráter não permanente, quando de valor superior a 1% (um porcento) do Patrimônio Líquido da Sociedade; b) a constituição de ônus reais e a prestação de garantias a obrigações de terceiros; c) associações envolvendo a Sociedade, inclusive participação em acordo de acionistas. Parágrafo Segundo - A Sociedade só se obriga mediante assinaturas, em conjunto, de no mínimo 2 (dois) Diretores. Parágrafo Terceiro - ASociedade poderá também ser representada por no mínimo 1 (um) Diretor e 1 (um) procurador, ou por no mínimo 2 (dois) procuradores, em conjunto, especialmente constituídos, devendo do respectivo instrumento de mandato constar os seus poderes, os atos que poderão praticar e o seu prazo, salvo se judicial o mandato, hipótese em que o procurador poderá assinar isoladamente e a procuração ter prazo indeterminado e ser substabelecida. O instrumento de mandato deverá ainda indicar se o mandatário exercerá os poderes em conjunto com outro procurador ou Diretor da Sociedade. Art. 9o) Compete à Diretoria, reunida e deliberando de conformidade com o presente Estatuto: a) deliberar sobre as condições das operações ativas e passivas; b) estabelecer o limite de endividamento da Sociedade; c) zelar para que os Diretores estejam, sempre, rigorosamente aptos a exercer suas funções; d) cuidar para que os negócios sociais sejam conduzidos com probidade, de modo a preservar o bom nome da Sociedade; e) sempre que possível, preservar a continuidade administrativa, altamente recomendável à estabilidade, prosperidade e segurança da Sociedade; f) fixar a orientação geral dos negócios da Sociedade; g) realizar o rateio da remuneração dos Diretores estabelecida pela Assembléia Geral e fixar as gratificações de Diretores e funcionários, quando entender de concedê-las; h) autorizar a concessão de qualquer modalidade de doação, contribuição ou auxílio, independentemente do beneficiário; i) aprovar a aplicação de recursos oriundos de incentivos fiscais; j) submeter à Assembléia Geral propostas objetivando aumento ou redução do capital social, grupamento, bonificação, ou desdobramento de suas ações, operações de fusão, incorporação ou cisão e reformas estatutárias da Sociedade. Art. 10) Além das atribuições normais que lhe são conferidas pela lei e por este Estatuto, compete especificamente a cada membro da Diretoria: a) ao DiretorPresidente, presidir as reuniões da Diretoria, supervisionar e coordenar a ação de seus membros; b) aos Diretores sem designação especial, coordenar e dirigir as atividades de suas respectivas áreas, reportando-se ao Diretor-Presidente. Art. 11) ADiretoria fará reuniões sempre que necessário, deliberando validamente desde que presente mais da metade dos Diretores em exercício, com a presença obrigatória do titular do cargo de Diretor-Presidente ou seu substituto. As reuniões serão realizadas sempre que convocados os seus membros pelo
Presidente ou por no mínimo 2 (dois) Diretores. A Diretoria deliberará por maioria de votos, cabendo ao Presidente voto de qualidade, no caso de empate. Parágrafo Único - Em caso de ausência ou impedimento temporário de qualquer Diretor, inclusive do Diretor-Presidente, a própria Diretoria escolherá o substituto interino dentre seus membros. Em caso de vaga, a eleição do substituto se fará de acordo com o que dispõe o Artigo 7o, deste Estatuto. Art. 12) Para o exercício do cargo de Diretor é necessário dedicar tempo integral aos serviços da Sociedade, sendo incompatível o exercício do cargo de Diretor desta com o desempenho de outras funções ou atividades profissionais, ressalvados os casos em que a Sociedade tenha interesse. Título V - Do Conselho Fiscal - Art. 13) O Conselho Fiscal, não-permanente, compor-se-á, quando instalado, de 3 (três) a 5 (cinco) membros efetivos e de igual número de suplentes. Título VI - Das Assembléias Gerais - Art. 14) As Assembléias Gerais Ordinárias e Extraordinárias serão presididas por um Presidente e um Secretário, escolhidos pelos acionistas presentes. Título VII - Do Exercício Social e da Distribuição de Resultados - Art. 15) O ano social coincide com o ano civil, terminando no dia 31 de dezembro. Art. 16) Serão levantados balanços em 31 de dezembro de cada ano, facultado à Diretoria determinar o levantamento de outros balanços, semestrais ou em menores períodos, inclusive mensais. Art. 17) O Lucro Líquido, como definido no Artigo 191 da Lei no 6.404, de 15.12.76, apurado em cada balanço terá, pela ordem, a seguinte destinação: I. constituição de Reserva Legal; II. constituição das Reservas previstas nos Artigos 195 e 197 da mencionada Lei no 6.404/76, mediante proposta da Diretoria “ad referendum” da Assembléia Geral; III. pagamento de dividendos, propostos pela Diretoria que, somados aos dividendos intermediários e/ou juros sobre o capital próprio de que tratam os Parágrafos Segundo e Terceiro deste Artigo, que tenham sido declarados, assegurem aos acionistas, em cada exercício, a título de dividendo obrigatório, 1% (um porcento) do respectivo lucro líquido, ajustado pela diminuição ou acréscimo dos valores especificados nos itens I, II e III do Artigo 202 da referida Lei no 6.404/76. Parágrafo Primeiro - A Diretoria fica autorizada a declarar e pagar dividendos intermediários, especialmente semestrais e mensais, à conta de Lucros Acumulados ou de Reservas de Lucros existentes. Parágrafo Segundo - Poderá a Diretoria, ainda, autorizar a distribuição de lucros aos acionistas a título de juros sobre o capital próprio, nos termos da legislação específica, em substituição total ou parcial aos dividendos intermediários, cuja declaração lhe é facultada pelo Parágrafo anterior ou, ainda, em adição aos mesmos. Parágrafo Terceiro - Os juros eventualmente pagos aos acionistas serão imputados, líquidos do imposto de renda na fonte, ao valor do dividendo obrigatório do exercício (1%), de acordo com o Inciso III do “caput” deste Artigo. Art. 18) O saldo do Lucro Líquido, verificado após as distribuições acima previstas, terá a destinação proposta pela Diretoria e deliberada pela Assembléia Geral, podendo ser destinado 100% (cem porcento) à Reserva de Lucros - Estatutária, visando à manutenção de margem operacional compatível com o desenvolvimento das operações ativas da Sociedade, até atingir o limite de 95% (noventa e cinco porcento) do valor do Capital Social integralizado. Parágrafo Único - Na hipótese da proposta da Diretoria sobre a destinação a ser dada ao Lucro Líquido do exercício conter previsão de distribuição de dividendos e/ou pagamento de juros sobre capital próprio em montante superior ao dividendo obrigatório estabelecido no Artigo 17, Inciso III, e/ou retenção de lucros nos termos do Artigo 196 da Lei no 6.404/ 76, o saldo do Lucro Líquido para fins de constituição da reserva mencionada neste Artigo será determinado após a dedução integral dessas destinações.”. Finda a leitura dos documentos em questão, foi o projeto do Estatuto submetido à discussão e votação por parte dos subscritores, tendo sido unanimemente aprovado. Cumpridas as formalidades legais e não havendo oposição por parte dos subscritores, declarou, o senhor Presidente, constituída a empresa denominada Veneza Holdings S.A. Em seguida, determinou que se procedesse à eleição dos membros que irão compor a Diretoria da Sociedade, com mandato até a Assembléia Geral Ordinária de 2007, tendo sido eleitos os senhores: Diretor-Presidente: Márcio Artur Laurelli Cypriano, brasileiro, casado, bancário, RG 2.863.339-8/SSP-SP, CPF 063.906.928/ 20; Diretores: Laércio Albino Cezar, brasileiro, casado, bancário, RG 3.555.534/SSP-SP, CPF 064.172.724/00; Arnaldo Alves Vieira, brasileiro, viúvo, bancário, RG 4.847.312/SSP-SP, CPF 055.302.378/00, todos com domicílio na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP; Luiz Carlos Trabuco Cappi, brasileiro, casado, bancário, RG 5.284.352/SSP-SP, CPF 250.319.028/68, com domicílio na Avenida Paulista, 1.415, parte, Bela Vista, São Paulo, SP; Sérgio Socha, brasileiro, casado, bancário, RG 208.855-0/SSP-SC, CPF 133.186.409/72; Julio de Siqueira Carvalho de Araujo, brasileiro, casado, bancário, RG 3.272.499/IFP-RJ, CPF 425.327.017/49; Milton Almicar Silva Vargas, brasileiro, casado, bancário, RG 7.006.035.096/SSP-RS, CPF 232.816.500/15; José Luiz Acar Pedro, brasileiro, casado, bancário, RG 5.592.741/SSP-SP, CPF 607.571.598/34; e Norberto Pinto Barbedo, brasileiro, divorciado, bancário, RG 4.443.254/SSP-SP, CPF 509.392.708/20, todos com domicílio na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, sendo que permanecerão nas suas funções até que a Ata da Assembléia Geral Ordinária que eleger os novos membros em 2007 seja arquivada na Junta Comercial e publicada. Os Diretores eleitos declararam, sob as penas da lei, não estarem impedidos de exercer a administração de sociedade mercantil, em virtude de condenação criminal. Na seqüência dos trabalhos, os acionistas deliberaram fixar o montante global anual da remuneração dos Diretores, no valor de até R$38.000,00 (trinta e oito mil reais), a ser distribuída em reunião da Diretoria, conforme determina a letra “g” do Artigo 9o do Estatuto Social. Estando atendidas todas as formalidades de Constituição, conforme o Artigo 87 e seus Parágrafos da Lei no 6.404/76, colocou o senhor Presidente a palavra ao dispor de quem dela quisesse fazer uso. Como ninguém se houvesse manifestado, deu por encerrados os trabalhos, suspendendo a sessão pelo tempo necessário à lavratura da presente Ata. Reaberta a sessão, foi a Ata lida, aprovada e assinada por todos. aa) Presidente: Sérgio Socha; Secretário: Milton Almicar Silva Vargas; Subscritoras: União Participações Ltda. e Bradesplan Participações S.A., representadas por seus Diretores, senhores Sérgio Socha e Milton Almicar Silva Vargas; Advogado: Romulo Nagib Lasmar - OAB-SP 76.690 - RG 12.623.179/SSP-SP - CPF 010.923.241/00. Declaramos para os devidos fins que a presente é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas nele apostas. aa) Sérgio Socha - Presidente da Mesa; Milton Almicar Silva Vargas - Secretário da Assembléia. Certidão - Secretaria da Justiça - Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico que este documento foi registrado sob número 35.300.337.000, em 27.11.2006. a) Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.
Presidente ou por no mínimo 2 (dois) Diretores. A Diretoria deliberará por maioria de votos, cabendo ao Presidente voto de qualidade, no caso de empate. Parágrafo Único - Em caso de ausência ou impedimento temporário de qualquer Diretor, inclusive do Diretor-Presidente, a própria Diretoria escolherá o substituto interino dentre seus membros. Em caso de vaga, a eleição do substituto se fará de acordo com o que dispõe o Artigo 7o, deste Estatuto. Art. 12) Para o exercício do cargo de Diretor é necessário dedicar tempo integral aos serviços da Sociedade, sendo incompatível o exercício do cargo de Diretor desta com o desempenho de outras funções ou atividades profissionais, ressalvados os casos em que a Sociedade tenha interesse. Título V - Do Conselho Fiscal - Art. 13) O Conselho Fiscal, não-permanente, compor-se-á, quando instalado, de 3 (três) a 5 (cinco) membros efetivos e de igual número de suplentes. Título VI - Das Assembléias Gerais - Art. 14) As Assembléias Gerais Ordinárias e Extraordinárias serão presididas por um Presidente e um Secretário, escolhidos pelos acionistas presentes. Título VII - Do Exercício Social e da Distribuição de Resultados - Art. 15) O ano social coincide com o ano civil, terminando no dia 31 de dezembro. Art. 16) Serão levantados balanços em 31 de dezembro de cada ano, facultado à Diretoria determinar o levantamento de outros balanços, semestrais ou em menores períodos, inclusive mensais. Art. 17) O Lucro Líquido, como definido no Artigo 191 da Lei no 6.404, de 15.12.76, apurado em cada balanço terá, pela ordem, a seguinte destinação: I. constituição de Reserva Legal; II. constituição das Reservas previstas nos Artigos 195 e 197 da mencionada Lei no 6.404/76, mediante proposta da Diretoria “ad referendum” da Assembléia Geral; III. pagamento de dividendos, propostos pela Diretoria que, somados aos dividendos intermediários e/ou juros sobre o capital próprio de que tratam os Parágrafos Segundo e Terceiro deste Artigo, que tenham sido declarados, assegurem aos acionistas, em cada exercício, a título de dividendo obrigatório, 1% (um porcento) do respectivo lucro líquido, ajustado pela diminuição ou acréscimo dos valores especificados nos itens I, II e III do Artigo 202 da referida Lei no 6.404/76. Parágrafo Primeiro - A Diretoria fica autorizada a declarar e pagar dividendos intermediários, especialmente semestrais e mensais, à conta de Lucros Acumulados ou de Reservas de Lucros existentes. Parágrafo Segundo - Poderá a Diretoria, ainda, autorizar a distribuição de lucros aos acionistas a título de juros sobre o capital próprio, nos termos da legislação específica, em substituição total ou parcial aos dividendos intermediários, cuja declaração lhe é facultada pelo Parágrafo anterior ou, ainda, em adição aos mesmos. Parágrafo Terceiro - Os juros eventualmente pagos aos acionistas serão imputados, líquidos do imposto de renda na fonte, ao valor do dividendo obrigatório do exercício (1%), de acordo com o Inciso III do “caput” deste Artigo. Art. 18) O saldo do Lucro Líquido, verificado após as distribuições acima previstas, terá a destinação proposta pela Diretoria e deliberada pela Assembléia Geral, podendo ser destinado 100% (cem porcento) à Reserva de Lucros - Estatutária, visando à manutenção de margem operacional compatível com o desenvolvimento das operações ativas da Sociedade, até atingir o limite de 95% (noventa e cinco porcento) do valor do Capital Social integralizado. Parágrafo Único - Na hipótese da proposta da Diretoria sobre a destinação a ser dada ao Lucro Líquido do exercício conter previsão de distribuição de dividendos e/ou pagamento de juros sobre capital próprio em montante superior ao dividendo obrigatório estabelecido no Artigo 17, Inciso III, e/ou retenção de lucros nos termos do Artigo 196 da Lei no 6.404/ 76, o saldo do Lucro Líquido para fins de constituição da reserva mencionada neste Artigo será determinado após a dedução integral dessas destinações.”. Finda a leitura dos documentos em questão, foi o projeto do Estatuto submetido à discussão e votação por parte dos subscritores, tendo sido unanimemente aprovado. Cumpridas as formalidades legais e não havendo oposição por parte dos subscritores, declarou, o senhor Presidente, constituída a empresa denominada Japira Holdings S.A. Em seguida, determinou que se procedesse à eleição dos membros que irão compor a Diretoria da Sociedade, com mandato até a Assembléia Geral Ordinária de 2007, tendo sido eleitos os senhores: Diretor-Presidente: MárcioArtur Laurelli Cypriano, brasileiro, casado, bancário, RG 2.863.339-8/SSP-SP, CPF 063.906.928/ 20; Diretores: Laércio Albino Cezar, brasileiro, casado, bancário, RG 3.555.534/SSP-SP, CPF 064.172.724/00; Arnaldo Alves Vieira, brasileiro, viúvo, bancário, RG 4.847.312/SSP-SP, CPF 055.302.378/00, todos com domicílio na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP; Luiz Carlos Trabuco Cappi, brasileiro, casado, bancário, RG 5.284.352/SSP-SP, CPF 250.319.028/68, com domicílio naAvenida Paulista, 1.415, parte, Bela Vista, São Paulo, SP; Sérgio Socha, brasileiro, casado, bancário, RG 208.855-0/SSP-SC, CPF 133.186.409/72; Julio de Siqueira Carvalho de Araujo, brasileiro, casado, bancário, RG 3.272.499/IFP-RJ, CPF 425.327.017/49; Milton Almicar Silva Vargas, brasileiro, casado, bancário, RG 7.006.035.096/SSP-RS, CPF 232.816.500/15; José Luiz Acar Pedro, brasileiro, casado, bancário, RG 5.592.741/SSP-SP, CPF 607.571.598/34; e Norberto Pinto Barbedo, brasileiro, divorciado, bancário, RG 4.443.254/SSP-SP, CPF 509.392.708/20, todos com domicílio na Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, sendo que permanecerão nas suas funções até que aAta da Assembléia Geral Ordinária que eleger os novos membros em 2007 seja arquivada na Junta Comercial e publicada. Os Diretores eleitos declararam, sob as penas da lei, não estarem impedidos de exercer a administração de sociedade mercantil, em virtude de condenação criminal. Na seqüência dos trabalhos, os acionistas deliberaram fixar o montante global anual da remuneração dos Diretores, no valor de até R$38.000,00 (trinta e oito mil reais), a ser distribuída em reunião da Diretoria, conforme determina a letra “g” do Artigo 9o do Estatuto Social. Estando atendidas todas as formalidades de Constituição, conforme o Artigo 87 e seus Parágrafos da Lei no 6.404/76, colocou o senhor Presidente a palavra ao dispor de quem dela quisesse fazer uso. Como ninguém se houvesse manifestado, deu por encerrados os trabalhos, suspendendo a sessão pelo tempo necessário à lavratura da presente Ata. Reaberta a sessão, foi a Ata lida, aprovada e assinada por todos. aa) Presidente: Sérgio Socha; Secretário: Milton Almicar Silva Vargas; Subscritoras: União Participações Ltda. e Bradesplan Participações S.A., representadas por seus Diretores, senhores Sérgio Socha e Milton Almicar Silva Vargas; Advogado: Romulo Nagib Lasmar - OAB-SP 76.690 - RG 12.623.179/SSP-SP - CPF 010.923.241/00. Declaramos para os devidos fins que a presente é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas nele apostas. aa) Sérgio Socha - Presidente da Mesa; Milton Almicar Silva Vargas - Secretário da Assembléia. Certidão - Secretaria da Justiça - Junta Comercial do Estado de São Paulo Certifico que este documento foi registrado sob número 35.300.337.026, em 27.11.2006. a) Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.
COMUNICADOS
CONVOCAÇÃO
DECLARAÇÃO ABANDONO DE EMPREGO ABANDONO DE EMPREGO
Solicitamos o comparecimento da sra. Sandra Maria Pacini, portadora da CTPS 63313, série 0284 SP, no prazo de 03 dias; o seu não comparecimento caracterizará abandono de emprego, conf. art. 482 letra I da CLT. Fogo de Chão Ltda. (05, 06 e 07/12/06).
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terça-feira, 5 de dezembro de 2006
Compor tamento Urbanismo Av i a ç ã o Transpor te
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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IMAGEM MOSTROU AERONAVES SUMINDO NO RADAR
Raimundo Pacco/Folha Imagem
Waldir Pires nega que aparelhos estejam ultrapassados e que induzam a erros.
Para ministro, não existe ponto cego Waldir Pires afirmou ontem desconhecer problemas. Mas não foi categórico.
O
Túneis se encontraram na estação Pinheiros. Governador, secretário e presidente do Metrô viram de perto.
Encontro no fim do túnel D
ois túneis da Linha 4amarela do metrô (Luz-Vila Sônia) se encontraram ontem no local onde estão as obras da futura estação Pinheiros. O governador Claudio Lembo, acompanhado do secretário dos Transporte Metropolitanos, Jurandir Fernandes, e o presidente do Metrô, Luiz Carlos David, foram ver
de perto o encontro das duas frentes de escavação. Protesto – Cerca de 20 representantes de partidos políticos e do Sindicato dos Metroviários protestaram ontem contra a Parceria Pública Privada (PPP) para a linha 4. A manifestação foi realizada depois da visita do governador. O presidente do sindicato,
Flávio Godoi, conversou com Lembo, que aceitou marcar uma audiência na próxima semana. Na ocasião, será entregue um abaixo-assinado com mais de 50 mil assinaturas contra a privatização. O sindicato pretende ir novamente à Justiça contra a PPP. A categoria teme corte de benefícios e desemprego. (Agências)
ministro da Defesa, Waldir Pires, afirmou ontem desconhecer a existência de um ponto cego na área de cobertura do Centro de Controle de Tráfego Aéreo de Brasília (Cindacta 1), responsável pelo monitoramento do espaço aéreo onde ocorreu a queda do avião da Gol, em 29 de setembro. Pires, no entanto, não foi categórico quando foi confrontado com informações veiculadas no fim de semana por controladores que teriam trabalhado no dia do acidente, que causou a morte de 154 pessoas. Eles informaram, em reportagem à TV Globo, que há uma área onde os aviões somem do radar – e mostraram imagens do desaparecimento da aeronave – e relataram que os equipamentos que utilizam induzem ao erro. "As informações que eu tenho é de que não há ponto cego, segundo a Aeronáutica, que administra todo o sistema. Salvo uma demonstração tecnologicamente válida, eu entendo que a informação é correta", disse ontem o ministro, durante o seminário Sociedade: Diálogo com as Forças Armadas, na Escola de Comando e Estado Maior do Exército, no Rio. Toque –Para especialistas que atuam próximos às investigações do acidente do vôo 1907, causou estranheza à comissão que apura a queda do avião as imagens veiculadas pela Globo que comprovariam a existência do ponto cego. A
Ricardo Moraes/Folha Imagem
Waldir Pires repassou as informações que recebeu da Aeronáutica
reportagem mostra um radar que monitorava dois aviões que sumiram após passar por essa área sem cobertura. Os especialistas acham, no entanto, que um controlador pode apagar a imagem com um simples toque. Segundo os especialistas, a suposta insuficiência de cobertura do radar do Cindacta 1 será investigada, embora a Aeronáutica afirme que não há esse problema. Pires também negou que os aparelhos estão ultrapassados e que induzem ao erro. Além dos controladores, o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) tem sustentado que o "sistema está sucateado", já que o dinheiro para modernização estaria sendo contingenciado para o governo pagar os juros da dívida pública. "Isso não é verdade. Em 2005, 2006, praticamente os contingenciamentos foram mínimos e os investimentos foram realizados", afirmou o ministro.
Atrasos –Sobre mais um fim de semana marcado pelos atrasos e cancelamento de vôos, o ministro disse acreditar que as coisas caminham para a normalidade, mas não garantiu que isso ocorra nas festas de fim de ano. "A minha esperança é de que nós vamos chegar ao Natal com uma relativa normalidade. Não é uma garantia. Estamos já contratando diversos controladores", afirmou. Críticas –O ministro Waldir Pires preferiu não comentar as críticas feitas a ele pelo presidente do Clube da Aeronáutica, brigadeiro Ivan Frota. Por meio de carta, Frota disse que Pires "fulminou" hierarquia e disciplina ao lidar diretamente com os controladores no período mais agudo dos atrasos. "Ainda não li (as críticas). Juízos pessoais são direito de qualquer cidadão. Eu defendo a liberdade para que as pessoas possam dizer o que entendem", afirmou Pires. (Agências)
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Pagamentos Celulares Te l e f o n i a Lançamento
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 5 de dezembro de 2006
ADOLESCENTES E ADULTOS ACIMA DE 51 ANOS: PÚBLICO
Produtos e serviços especiais estão sendo criados para atender os novos usuários
Divulgação
PESQUISA Estudo da Vivo revela perfil do consumidor de telefonia celular. Os resultados vão orientar as vendas neste Natal.
53%
foi o crescimento nas vendas para clientes acima de 51 anos no último ano.
33% foi o quanto se vendeu a mais para pais de crianças entre 7 e 13 anos.
46% da população ainda não têm um celular: um mercado a ser conquistado.
Carlos Ossamu lientes com idades entre 7 e 13 anos e acima de 51 anos estão impulsionando as vendas de celulares neste fim de ano. Esta é uma das curiosidades reveladas por um estudo da Vivo, operadora de telefonia celular controlada pelos grupos Portugal Telecom e Telefônica. O estudo faz parte da primeira edição dos "Indicadores Vivo do Mercado Brasileiro de Telefonia Móvel", apresentado semana passada pelo presidente da companhia, Roberto Oliveira de Lima, e compila dados de mercado da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e estatísticas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cruzando-os com informações sobre a base de assinantes da Vivo. Com base neste estudo a operadora estará direcionando os seus esforços e criando novos produtos. Segundo Lima, houve um crescimento de 53% nas vendas de celulares para clientes acima de 51 anos no último ano e de 33% para crianças entre 7 e 13 anos. "Sentimos esse aumento nas vendas e estamos preparando estratégias para suprir as necessidades desses públicos, mas ainda não há nada definido, disse o executivo. "As crianças, em geral, usam o aparelho para se comunicarem com os pais e amigos, um círculo limitado de pessoas, que pode ser inserido na nossa estratégia de comunidades. Os nossos clientes têm pacotes de minutos gratuitos para falar de Vivo para Vivo", comentou. Para o público jovem, música, acesso à internet e transmissão de dados (fotos), também são itens considerados importantes.
De acordo com a pesquisa, 2006 deve fechar com 101 milhões de usuários de telefonia celular, o que significa dizer que 54% da população já tem um aparelho. Em outubro, segundo dados da Anatel, o mercado fechou com 96,6 milhões de assinantes. As classes C, D e E respondem por 60% dos usuários de celulares. Nestas classes, a penetração alcança 45%. Já as classes A e B, com maior poder aquisitivo, respondem por 40% dos usuários, mas neste segmento, 80% pos-
suem um aparelho. Ainda sobre o perfil do consumidor, o estudo mostra que os consumidores com renda mensal até R$ 480 são maioria, com 64%, seguidos pelos de renda entre R$ 481 e R$ 1.199 (26%) e acima de R$ 1.200 (10%). Em relação ao grau de escolaridade, 14% possuem nível superior, 49% o nível médio e 37% cursaram até o nível fundamental. Há também uma grande concentração de usuários na faixa etária entre 14 e 30 anos (50%); de 31 a 50 anos (38%) e acima de 51
Celulares baratos pesar de defender o padrão CDMA, atual tecnologia usada pela Vivo, como sendo a de melhor qualidade, Roberto Lima justificou a entrada da operadora no mundo GSM, que deverá ocorrer ainda este ano, aproveitando o Natal. "O padrão CDMA garante qualidade e velocidade nos serviços de dados e voz, permitindo o uso de aplicações 3G. Mas o GSM é a tecnologia mais usada no mundo e pela escala e acordos com os fabricantes, os celulares são mais baratos", observou. "Temos subsidiado os preços dos aparelhos CDMA, mas está cada vez mais difícil competir. Tivemos de nos render à vontade do mercado", disse, sem revelar a data de lançamento do GSM. Mesmo com os aparelhos e serviços cada vez mais sofisticados – com câmeras digitais de alta resolução, filmadora, MP3 players e até
medidor de glicose para diabéticos –, os modelos de baixo custo é que vêm impulsionando as vendas no mundo todo. No Brasil, a maioria dos celulares são pré-pagos para as classes C,D e E. De acordo com a consultora iSuppli (www.isuppli.com), o número de usuários de aparelhos móveis irá saltar dos atuais 2,6 bilhões para 4 bilhões em 2010 por conta da maior oferta de modelos de baixo custo. Os fabricantes estão mirando mercados como Índia, China, África e Oriente Médio. No ano passado, a Associação GSM (GSMA) pediu aos fabricantes que desenvolvessem modelos abaixo dos US$ 30. A Motorola venceu com o C113 e fornecerá milhões de aparelhos para China, Rússia e Índia – o Brasil não faz parte desta iniciativa. A Índia será a grande usuários, saltando dos atuais 140 milhões de usuários para 405 milhões até 2010. (CO)
anos, 12%, mas este último é a que vem apresentando maior crescimento, de 53% ao ano, medido entre julho de 2005 e julho de 2006. No mesmo período, a faixa entre 41 e 50 anos cresceu 46%; a de 33 a 40 anos aumentou 20%; de 25 a 32 anos, 35%; de 19 a 24 anos, 34%; de 14 a 18 anos, 17%; e de 7 a 13 anos, 33%. Na sua apresentação, Lima enfatizou que o ainda há muito a ser conquistado, tanto em relação a números de usuários (46% da população ainda não tem um celular), quanto aos gastos individuais com o serviço. Segundo o executivo, nos países desenvolvidos quase 90% da população tem celular e a receita média de telefonia móvel mundial é de 7,9% do PIB, enquanto que no Brasil este número está em 5,4%. O presidente da Vivo também salientou a importância das demais operadoras discutirem a possibilidade de compartilhamento da rede, que poderia ser feito . "Nos grandes centros, é compreensível cada um ter a sua infra-estrutura de rede. Mas o grande desafio é levar a telefonia móvel para regiões mais distantes, com menor densidade populacional. Dessa forma [no interior do País], faz muito sentido compartilharmos a rede", disse. "Os investimentos terão agora retorno sempre decrescente e o compartilhamento será uma forma de reduzir custos", justificou. A Vivo vem levantando essa bandeira num momento particular do mercado. Em breve, ela deve lançar o seu serviço GSM, enquanto aguarda uma definição sobre possível fusão entre a TIM e a Claro, que se ocorrer, resultará na maior operadora do País, passando a Vivo, que atualmente é a líder do mercado.
Oliveira de Lima: empresa busca estratégias para atender os novos públicos, como as crianças de 7 a 13 anos e os acima de 51.
Nos países desenvolvidos quase 90% da população tem celular e a receita média de telefonia móvel mundial é de 7,9% do PIB. No Brasil, este número está em 5,4%.
BOM, BONITO E... Divulgação
unciona muito bem. Tem estilo. Custa pouco. Bom, bonito e barato. Esse é o chamariz utilizado pela Motorola no lançamento feito na semana passada, na Índia, do modelo Motofone. Com o aparelho, a empresa quer fortalecer sua campanha para redefinir um novo mercado de baixa renda e conectar o próximo bilhão de pessoas em todo o mundo. O Motofone está chegando ao Brasil nesta primeira quinzena de dezembro ao preço de R$ 129. Nos demais mercados internacionais (emergentes ou não) ele deve ficar
em torno dos mesmos US$ 50. Mas não é porque é barato que o produto deixa de ter estilo. O Motofone é baseado na plataforma de design ultrafino – ele apresenta 9 mm de espessura –, com tela de ícones grandes e interface bem simples para os usuários não acostumados ainda com telefone móvel. No Brasil, o modelo chega com instruções em português. O display embute a tecnologia ClearVision, que facilita a leitura em ambientes ensolarados, além de ser de plástico e de baixo consumo de energia, uma novidade em relação às telas de vidro que ainda são
leg
mais pesadas. Nokia também investe nos fininhos – Seguindo os passos da sua principal concorrente, a
Nokia também está apostando nos aparelhos mais finos. Na semana passada, a finlandesa lançou, na Europa, o 6300 esti-
lo barra com apenas 1,3 cm de espessura, 10,6 cm de altura e peso de 91 gramas. O celular traz câmera de 2 MPixel, rádio FM, 7 MB de memória interna e conexão Bluetooth 2.0 e vai custar o equivalente a cerca de R$ 700 na Europa. Também de olho no potencial de mercado de baixa renda, especialmente na China, Índia e Brasil, a Nokia promete para 2007 um novo telefone popular na faixa dos US$ 50 mas garantindo o estilo e apresentando menu amigável. Cobiçado –A LG, por sua vez, anunciou o novo smartphone VX 9900 nos Estados
Unidos, que começa a ser comercializado pela Verison Wireless. O modelo, também conhecido por enV (cuja pronúncia em inglês significa cobiça, ou seja, envy), tem o formato de um computador de bolso com teclado embutido Qwerty (igual ao teclado de computador), caixas de som laterais ao lado da tela interna, MP3, câmera de 2 Mpixel e vem pronto para redes 3G (Ev-DO). O preço normal do aparelho está fixado na faixa de US$ 300, mas a Verizon está oferecendo o produto a seus clientes pela metade do preço. Bárbara Oliveira
Não basta ser um incluído digital Guido Orlando Júnior uito se fala dos excluídos digitais, os que não possuem acesso a computador ou mesmo à internet. É um assunto delicado e que realmente merece atenção tanto do governo quanto da iniciativa privada, como já falei mais de uma vez por aqui. O assunto que vou abordar hoje não é sobre esses excluídos, mas sim dos que têm contato com tecnologia de alguma maneira, seja com computador ou telefone celular. Quem finalmente consegue comprar um computador ou um celular, sente grande satisfação pelo fato de ter a sensação que afinal saiu do mundo dos excluídos, mas é aí que começa a sofrer o que diz o título aí em cima: a ditadura imposta aos incluídos digitais. Sem perdão – Não basta mais ter um micro ou um tele-
fone móvel para sentir-se plenamente conectado ao mundo. Pode ser o primeiro passo, mas ainda não é o necessário. Quem já não viu a propaganda de uma rede de fast food em que um locutor diz a um rapaz: "Celular novo, hein?!" e o garoto, meio constrangido: "É... mas é pré-pago.", como que se desculpando por não ter um de última geração. Da mesma forma, a classe média não perdoa quem não tem TV a cabo em casa: "Não acredito que você não tem TV a cabo!", foi um comentário que ouvi. E a partir daí foi só gozação para cima da pessoa, que teve de dar mil e uma justificativas do porquê não se interessava em ter TV paga. Mesmo assim houve quem não se convencesse e ela acabou sendo vista como um ser vindo de outro planeta. Rapidez - Outro acessório tecnológico que está começando a causar estranheza em quem não tem: banda larga em
casa. Na empresa é bom nem falar, pois não se admite mais uma conexão à internet no ambiente de trabalho que seja por linha discada. É questão de sobrevivência no mercado, que virou ferramenta de trabalho. Já no âmbito pessoal, em casa, começa a causar espanto quem não tem. Apesar do número ainda ser considerado baixo, não é raro escutar entre os jovens comentários do tipo: "Ele não tem banda larga em casa ainda, por isso não dá para mandar arquivo grande para ele." Ou que não dá para trocar mensagens instantâneas com determinada pessoa porque ela entra na internet apenas para pegar e-mail e desliga.
Aliás, podem anotar: um dos mercados da área de tecnologia de maior crescimento aqui, em 2006, será o de conexão residencial à web via cabo. Quanto aos telefones celulares, basta dar uma olhada nas ofertas do mercado. Os aparelhos estão cada vez mais sofisticad o s e o f e recem tantas opções que falar fica em segundo plano. "Não acredito que seu celular não acessa a internet." "Não manda nem recebe torpedo?". "Nossa! Olha o tamanho daquele celular! Enorme!". "O telefone dele nem é de tela colorida! Antigo pra burro." Essas são afirmações e que já escutei mais de uma vez. E o tal celular mono cromático "antigo
pra burro" tinha pouco mais de um ano de uso. Isso mesmo, um ano. Há pouco mais de 12 meses os telefones com telas coloridas eram raros, caros e quem tinha um era considerado "chic nos úrtimo". Hoje quem não tem é visto com certas reservas. E dou menos de um ano para olharem para um celular colorido, pequeno, que manda e recebe torpedo, acessa a internet e pensarem: "O que? Não recebe vídeo nem TV?! Que coisa jurássica!". Isso sem falar dos telefones que permitirão rastreamento remoto e indicarão onde uma pessoa está no exato momento da consulta. E vem mais - Mas as estranhezas não vão parar somente nos celulares e conexão via banda larga. Espere mais cobranças para 2007. Este monitor imenso e pesadão que você provavelmente tem no seu computador vai começar a ser visto com reservas. Os de tela
plana e fininhos vão invadir o mercado e quando menos se esperar já serão tão comuns que os atuais vão dar a impressão de nem terem existido. Tudo bem que essa invasão não será avassaladora no ano que vem, mas vai ganhar terreno para conquistar definitivamente o seu espaço em 2008. Da mesma forma os home theaters irão cobrar seu espaço em casa e a pressão para a aquisição de um será grande. Assistir filmes com aquele som sem graça da TV ficará cada vez mais fora de moda e um dia seu filho vai chegar em casa e dizer: "Pai, você precisa ver o som da TV na casa do Roberto. Eles compraram um home theater bárbaro." Ou mesmo você irá visitar um amigo ou parente, irá notar a diferença e ficará com uma vontade louca de comprar um. É só uma questão de tempo. Isso se já não está pensando em se dar um de presente no Natal.
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Empresas Finanças Agronegócio Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 5 de dezembro de 2006
26 REGIÕES DE SP PLANTAM CANA-DE-AÇÚCAR
BRASIL DEVE SE UNIR AOS EUA PARA PRODUZIR ETANOL, DIZ RODRIGUES
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bilhões de litros de etanol são produzidos pelo Brasil anualmente. Esse volume pode dobrar em dez anos.
Divulgação
Ex-ministro da Agricultura acredita que, assim, mercado será potencializado
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Brasil e os Estados Unidos devem se unir para o sucesso mundial do etanol. Essa foi a mensagem deixada pelo ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues na 1ª Conferência de Agronegócio realizada pela MB Associados e Link Corretora, na última sexta-feira, em São Paulo. Segundo ele, o País deve se empenhar para que outras nações também desenvolvam esse mercado, produzindo etanol. "O Brasil pode ganhar exportando não só o combustível, mas também tecnologia, equipamentos, gestão e inteligência para produção do biodiesel, o que dá mais dinheiro que o etanol em si", afirmou. Para Rodrigues, o País tem chance de avançar no setor e manter a liderança global. Porém, são necessários coordenação e investimento em pesquisas. Hoje, há centenas de instituições trabalhando com o biodiesel, mas sem coordenação. Apenas no governo federal, há sete ministérios en-
Roberto Donask/AE
Rodrigues: há área para alimento
volvidos com agroenergia. Rodrigues disse que é preciso também coordenação na área privada e entre o setor público e o privado. Isso, entretanto, já está sendo tentado por meio de parcerias entre instituições de ensino e pesquisa como a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e os produtores. A primeira empresa pesquisadora formada por essas parcerias entre instituições deverá ser formalizada até o dia 15 de janeiro.
Rodrigues informou que o governo brasileiro terá reuniões com agricultores, produtores de etanol e representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) na Flórida, EUA, no próximo dia 18, para discutir mecanismos de promoção do biocombustível nos dois países. Produção – A estimativa para os próximos dez anos é dobrar a produção atual de etanol, de 16 bilhões de litros por ano, com a mesma área atual de plantio: 3 milhões de hectares. Segundo o ex-ministro, não faltarão terras para o cultivo de outras culturas. Ao contrário, áreas que não produzem alimentos passarão a produzi-los por causa do sistema de rodízio com a cana-deaçúcar. "Imaginar que a expansão da agroenergia vai reduzir a área cultivada de alimentos é bobagem. Ainda temos mais de 20 milhões de hectares para plantio, e também podemos expandir pela redução da área de pastagem", disse. Adriana David
Plantação de cana-de-açúcar no interior de São Paulo: produção de etanol pode dobrar em dez anos Antonio Vargas/AE
Milho também é utilizado para produção de biocombustível
Exportações de milho, carne e soja podem crescer no País
O
recuo das exportações de milho pelos Estados Unidos para a produção interna de biodiesel pode tornar o Brasil um grande exportador do grão. Cerca de 14% do milho produzido pelos norte-americanos vai para a produção de biodiesel; e esse percentual tende a aumentar nos próximo anos, criando um vácuo no mercado internacional, que pode ser preenchido pelo Brasil. Em 2015, deverão ser produzidos cerca de 45 bilhões de litros do biocombustível para consumo interno naquele país. "A demanda lá é tão ampla que dificilmente eles serão exportadores de biocombustível", afirmou o economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados. A produção de biocombustível pelos norte-americanos também abre possibilidades
Ademar Gardimam/AE
Barros: chance do Brasil
para o aumento das exportações brasileiras de soja, carne e leite, pois o custo da ração deve subir naquele país e essas culturas devem dar espaço para produtos geradores de energia e combustível. Mas, para ganhar um pouco desses mercados, serão necessárias mudan-
ças geográficas de produção no Brasil, como o reforço da pecuária no Centro-Oeste. Se antes havia uma competição entre grãos e carnes na região, agora entra também a agroenergia. O sistema vai ficar mais complexo. A cana vai migrar para onde houver clima e logística, em especial o Centro-Oeste, afirmou Mendonça de Barros. O setor de pesquisa brasileiro, porém, já está se fortalecendo com a criação de uma área de bioenergia pela Empresa Brasileiras de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), mas as questões sanitária e logística precisam ser mais eficientes. Segundo o economista, o agronegócio brasileiro está saindo da situação difícil dos últimos três anos com a expansão da cana, eucalipto, café e laranja e deve ter um resultado positivo em 2007. (AD)
Cana é a principal cultura de SP
A
produção de cana-deaçúcar é a principal atividade agropecuária em 26 das 40 regiões do Estado de São Paulo, uma participação que praticamente dobrou desde 2004, de acordo com dados preliminares divulgados ontem pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), órgão da Secretaria de Agricultura do estado. De acordo com levantamento do IEA, em 2004 a cana era o principal produto agrícola em 14 das 40 regiões paulistas, divididas entre os Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDR) do estado. Em 2005, a cana dominou 21 regiões e, neste ano, 26 áreas tiveram o produto como principal fonte de renda agrícola Esse aumento deve-se ao crescimento e às boas perspectivas dos mercados de açúcar e álcool. O valor de produção do segmento aumentou 31,14%, para R$ 15,02 bilhões neste ano, quase a metade do valor da
produção agropecuária do estado em 2006, que alcançou R$ 33 bilhões – um aumento de 3,2% ante 2005, já descontada a inflação do período (4,2% pela projeção do IPCA). O segmento de cana-de-açúcar também foi o que apresentou melhor desempenho, com aumento de 7,2% na produção. A estimativa dos pesquisadores é que, sem a cana, o valor da produção agropecuária paulista ficaria em apenas R$ 18 bilhões neste ano, um valor 10,2% menor que o de 2005, descontada a inflação. Outros produtos que tiveram aumento expressivo no valor da produção foram café (31,1%) e borracha (22,4%). Houve redução nos segmentos de algodão (37,2%), trigo (31,9%) e sorgo (29,3%). A carne bovina, apesar da redução de 8,17% no valor da produção, manteve-se como o segundo produto mais importante no estado, com participação de 11,9% no valor da pro-
dução total (R$ 3,93 bilhões). A laranja para indústria ficou em terceiro lugar com 6,71% no valor total (R$ 2,214 bilhões). O café passou da nona posição para a sétima no ranking dos principais produtos. O aumento da produção do grão, de 39%, compensou a queda dos preços, de 5,7%. De acordo com o IEA, a crítica situação dos pecuaristas e dos produtores de grãos e fibras em 2006 levou a perdas de renda estimadas de R$ 1,223 bilhão (-14,3%) no caso da pecuária, e de R$ 327 milhões (-11,8%) no caso dos grãos. Dentre as regiões, Barretos figura pelo terceiro ano consecutivo como o líder do valor da produção no estado por conta da cana-de-açúcar. Em 2006, as regiões que apresentaram os maiores aumentos no valor da produção foram Franca (16,9%), Orlândia (16 7%), Barretos (16,6%), Assis (15,2%), Jaú (14,5%), Limeira (13 5%) e Araraquara (13,4%). (AE)
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Saúde Polícia Publicidade Transpor te
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terça-feira, 5 de dezembro de 2006 Rafael Hupsel/Luz
Embalagem de DVD pode ser uma alternativa de propaganda à mídia externa
METRÔ TEM 8.500 ESPAÇOS PARA ANÚNCIOS
Fotos de Agliberto Lima/DC
Procura-se um lugar para estas musas... e musos Empresas de mídia interna já oferecem alternativas para os outdoors, que até o dia 31 deverão ser retirados da cidade em obediência à lei Cidade Limpa, de autoria do prefeito Gilberto Kassab. A Justiça impôs ontem outra derrota às empresas de mídia externa ao negar recurso pela suspensão da lei. Rejane Tamoto
N
Indoor – "O número de vei- criatividade que incentivou em tudo é feio e poluidor quando o culações de anúncios em mídia Rogério de Moraes a abrir uma assunto é publici- indoor (espaço fechado) deverá empresa de publicidade. A Midade externa, dife- aumentar", prevê Roger Grin- ra Mídia Alternativa entra no rentemente do que diz a lei Ci- blat, sócio-diretor de Adminis- mercado em 2007 em função dade Limpa, do prefeito Gilber- tração e de Marketing da Mídia do lançamento de um tipo de to Kassab, que proíbe todo o ti- em Foco, empresa especializa- anúncio que já interessa a alpo de anúncio exterior em São da nessa modalidade. Há 5 anos guns dos segmentos que serão Paulo. Para o vice-presidente no mercado, a empresa atende prejudicados pela Cidade executivo da Associação Brasi- clientes de grande porte, como a Limpa, como o financeiro e o leira dos Anunciantes (ABA), Lacta, por exemplo, e é respon- imobiliário. Trata-se de uma Rafael Sampaio, certos anún- sável pela publicidade feita no modalidade de anúncio, no cios, em determinadas regiões, interior de 200 academias, mais qual um panfleto é colocado, deixam a cidade até mais boni- de 60 salões de beleza, além de solto, dentro das embalagens de DVDs de locadoras. ta. "Com a retirada da propa- parques, clubes e estádios. "Temos parceria com 72 loca"Nossos clientes atingem ganda, surgirão prédios detedoras, que alugam cerca riorados e terrenos abande 800 mil DVDs por donados", disse. mês. O interessante é A lei determina a retique o anunciante pode rada de toda publicidaescolher se quer atingir o de externa até o próxibairro ou a cidade inteimo dia 31. Somente os ra", explicou Rogério de indicativos de comérMoraes, sócio-propriecio, da indústria e do setário da empresa. tor de serviços terão até Segundo ele, o consu3 1 d e m a rç o p a r a s e midor é impactado ao adaptar. O Sindicato abrir a caixa do DVD e das Empresas de Publideparar com o anúncio. cidade Exterior do EstaCom esse formato, disdo de São Paulo (Sepex) se Moraes, a empresa teve ontem a segunda pretende faturar no priderrota na Justiça. A enmeiro ano de atividade tidade havia entrado (em 2007) cerca de R$ 6 com um pedido de limimilhões. "Em reuniões nar pela suspensão da com agências, percebelei Cidade Limpa, que mos que elas estão busfoi negada em primeira cando novas alternatie segunda instância. vas em publicidade", "Um dos argumentos do disse Moraes. Ele acrejuiz é que o Sepex não sedita que o formato de ria o titular do direito lesado. Estudamos recor- Setor de mídia externa entrará com novo recurso anúncio no DVD possa se tornar um substituto rer ao Superior Tribunal de Justiça. As empresas, indivi- um público consumidor dire- da mídia externa. A procura desse tipo de anúndualmente, também devem en- cionado. E tem dado resultatrar com ações judiciais", afir- do. Estamos, pelo segundo ano cio, bem como os que existem mou o advogado da entidade, consecutivo, veiculando a nas estações de metrô e aeroporRégis de Oliveira. campanha da Nike 10k", disse tos (considerados mídia indoor) deve aumentar com a entrada Embora empresas de mídia o sócio da Mídia em Foco. exterior e anunciantes ainda As empresas médias e pe- em vigor da Cidade Limpa. Reservas – Embora Moraes tenham a esperança de uma vi- quenas também têm a possibitória na Justiça, já existem seto- lidade de anunciar, já que o esteja otimista com essa possibires pensando em oferecer ao custo do serviço muda confor- lidade, os anunciantes ainda mercado alternativas à publi- me o tempo e o número de lo- não consideram a mídia indoor cidade externa. cais em que o anúncio ficará um substituto à altura do outOutras modalidades de mí- exposto. O cálculo da veicula- door. De acordo com Rafael dia (que substituiriam outdo- ção da publicidade pode ser Sampaio, da ABA – entidade que representa 300 grandes ors, frontlights e backlights) po- diário, semanal ou mensal. deriam ser adotadas até que a lei Segundo Grinblat, as alter- anunciantes do mercado, resque definirá as regras para a pu- nativas em mídia indoor são ponsáveis por 70% do valor inblicidade no mobiliário urbano, variadas e vão desde o adesi- vestido na publicidade brasileiem estudo pela Empresa Muni- vamento de vestiários aos tra- ra – a mídia externa, tal como cipal de Urbanização (Emurb), dicionais banners e displays. existe hoje, é insubstituível. "O outdoor é a mídia da míesteja pronta. A lei Cidade Lim- "É possível desenvolver anúndias, porque atinge a todos. pa deverá ser regulamentada cios muito criativos", disse. ainda esta semana. Em DVD – E foi justamente a Tanto é que jornais e até redes
Painéis publicitários de bom gosto e que, para muitos, embelezam a cidade, deverão ser removidos até o dia 31, segundo determinação da lei Cidade Limpa, de autoria do prefeito Gilberto Kassab. Em meio a discussões e recursos judiciais, empresas de mídia indoor já oferecem alternativas ao mercado publicitário. Estações de metrô e o aeroporto de Congonhas estão na lista de espaços que poderão abrigar as peças de divulgação. Embalagens de DVDs também são alternativa. Em alguns pontos da cidade, os outdoors já foram retirados (esquerda).
Certos anúncios, em determinadas regiões, deixam a cidade até mais bonita. Com a retirada da propaganda, surgirão prédios deteriorados e terrenos abandonados. Rafael Sampaio, vice-presidente da Associação Brasileira dos Anunciantes de televisão (veículos de massa) utilizam a mídia externa para atrair seu público", disse. Segundo ele, a mídia indoor não substitui o outdoor. "Só em casos muito particulares. Mas em 99% deles, não", disse. Quem também alimenta expectativas, mesmo que tímidas, a respeito do aumento no número de anúncios indoor, com a nova lei municipal, é o metrô e o aeroporto de Congonhas. Metrô – A chefe de departamento de novos negócios do Metrô, Cristina de Carvalho
Bastos, contemporiza: "Os anúncios no metrô não substituem o outdoor, mas causam impacto no público", afirmou. Segundo Cristina, dos cerca de 2,8 milhões de passageiros que usam o metrô diariamente, cerca de 75% repetem a dose de cinco a sete dias por semana. "No quarto dia, a pessoa já absorve a mensagem do anúncio, porque passa, em média, 25 minutos dentro do sistema", explicou. O metrô, segundo Cristina, possui cerca de 8.500 espaços (painéis e backlights) para
anúncios nas estações. Além disso, há produtos padronizados, como o formato de adesivamento de trem com um anúncio, ou customizados, de acordo com a campanha do cliente. A frota do metrô hoje é de 109 trens, com 36 carros cada. "O metrô oferece alternativas ilimitadas aos anunciantes", afirmou. Segundo ela, os contratos são de, no mínimo, 30 dias, e as empresas interessadas devem se credenciar e se informar sobre valores pelo site da companhia (www.metro.sp.gov.br). Segundo a chefe de novos negócios do Metrô, a taxa de ocupação em painéis de trens é de 90% e de painéis nas estações, de 65%. Aeroporto – No aeroporto de Congonhas, por onde transitam uma média de 40 mil passageiros por dia, a procura por parte de anunciantes também deve aumentar. O aeroporto possui mais de dois mil pontos publicitários contratados atualmente, ou seja 95%, entre placas em carrinhos de bagagem, lixeiras, painéis, frontlights, backlights e totens giratórios. A comercialização dos espaços é feita por empresas de publicidade, com clientes interessados em anunciar no local, que não tenham débitos com a Infraero e apresentem a documentação prevista na lei 8.666/93.
terça-feira, 5 de dezembro de 2006
Nacional Empresas Agronegócio Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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CONGELAMENTO DE PREÇOS FOI ESTOPIM DO CONFLITO
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milhões de dólares teria sido o prejuízo dos ruralistas em razão das intervenções do governo argentino
Governo da Argentina
BOICOTE NA ARGENTINA AMEAÇA ABASTECIMENTO Apesar de protestos, Néstor Kirchner e equipe econômica não querem ceder às exigências dos produtores
Kirchner decide abater gado militar
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governo do presidente Néstor Kirchner está determinado a não ceder perante as exigências do setor agropecuário. Para reduzir o impacto da paralisação e o conseqüente desabastecimento, ontem Kirchner não hesitou em enviar milhares de cabeças de gado das Forças Armadas para os mercados. O desabastecimento de carne costuma ter o perigoso duplo efeito de causar maior inflação e uma elevação da irritação popular contra o governo de plantão. Os argentinos são os maiores consumidores per capita de carne bovina do mundo, com 65 quilos anuais. Essa crise, que tem o bife diário dos argentinos como protagonista, tem um simbolismo político especial, já que é a primeira vez que um setor empresarial ousa desafiar o presidente Kir-
chner. Além disso, tem um viés econômico crucial, já que o conflito com os pecuaristas desponta como a primeira rachadura na arquitetura do polêmico congelamento de preços do presidente argentino. Os ruralistas – liderados principalmente pelos pecuaristas – acusam o governo de ter aplicado ao longo do último ano medidas que desviaram de suas mãos para as arcas do Tesouro mais de US$ 1,2 bilhão. Kirchner alega que os produtores possuem elevada cobiça e que "o crescimento econômico precisa ser distribuído entre todos os argentinos". Além disso, acusa os produtores de realizarem a greve por questões "ideológicas". Segundo o governo, os ruralistas são "ambiciosos e conservadores", que "querem saquear o bolso dos consumidores".
Os analistas sustentam que o envio de "vacas militares" não passa de uma mensagem política de que o governo é capaz de qualquer medida para frustrar a mobilização dos produtores. Kirchner está obcecado por terminar 2006 com uma inflação de um único dígito. Ele quer entrar no ano eleitoral de 2007 com esse trunfo, e assim, garantir maior popularidade para disputar sua reeleição em outubro (ou, como alternativa, colocar sua própria esposa, a senadora Cristina Fernández de Kirchner, como candidata). Para isso, desde dezembro de 2005, Kirchner obriga diversos setores da economia a realizar um inédito congelamento de preços. Os acordos arrancados dos empresários estipulam que o congelamento deverá durar até dezembro de 2007. (AE)
Produtores rurais vão parar de vender e comprar grãos e bovinos por pelo menos nove dias para protestar contra as medidas econômicas do governo de Néstor Kirchner nos setores de carne, trigo, milho e leite
O
presidente da Argentina, Néstor Kirchner, enfrenta desde a madrugada de ontem o maior desafio político e econômico interno, lançado pelos produtores rurais, por meio de um boicote de nove dias. O protesto que consiste em não vender nem comprar grãos e bovinos foi convocado por três das quatro entidades com representatividade nacional. A manifestação é contra as medidas do governo para o setor. O movimento foi potencializado pela falta de diálogo. Esse é o segundo boicote que Kirchner enfrenta. O primeiro foi em julho passado, mas o poder de convocação do protesto limitou-se a uma só entidade, Confederações Rurais Argentinas (CRA). Agora, além dela, estão a tradicional Sociedade Rural e a Federação Agrária. Longe de tentar abrir o diálogo, o governo endureceu os
controles fiscais e dos preços máximos estabelecidos pelo secretário do Comércio Interior, Guillermo Moreno. Briga antiga – As razões do boicote não são simples de explicar, já que a briga entre o setor e o governo vem se arrastando desde o ano passado e já passou por momentos de tensão, quando as exportações de carne bovina foram proibidas em março último. As estimativas do setor são de que os produtores deixaram de ganhar US$ 742 milhões neste ano por causa das intervenções oficiais no mercado da carne, trigo, milho e leite. As regulações vão desde barreiras para exportações à fixação de preços máximos e cobrança de altos impostos para as vendas externas desses produtos. Mas o que azeda mesmo o humor dos produtores é o xerife dos preços, Guillermo Moreno, um homem que colocou uma arma de fogo na mesa
quando foi se apresentar à cúpula da CRA, no final do ano passado, segundo informações dos empresários. Os líderes ruralistas e os empresários locais de uma forma geral qualificam Moreno como um funcionário "grosseiro" e de "índole duvidosa", que desconhece a palavra "diálogo" . O Mercado de Liniers, termômetro da adesão ao protesto, registrou ontem somente 2.003 cabeças. Em uma segunda-feira normal, o número de animais para ser negociado é bem maior, cerca de 7 mil cabeças. O presidente das Confederações de Associações Rurais de Buenos Aires e La Pampa (Carbap), Pedro Apaolazza, disse que "a colheita de trigo vai continuar, mas não haverá entrega do cereal". As entidades fizeram um "tratoraço" em todo o país. As máquinas bloquearam o trânsito nas principais rodovias argentinas em protesto. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 5 de dezembro de 2006
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Política PCdoB CONFIRMA:
Interessa mais a derrota do adversário do que construir coisas em comum. José Eduardo Cardozo
Bruno Miranda / Folha Imagem
PERMANECE NA BASE GOVERNISTA Presidente do partido diz que tem compromisso com a plataforma formada com a coalizão e que marchará com o governo – a não ser nos casos em que os princípios históricos da legenda sejam ameaçados por essa proximidade política
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PCdoB formalizou ontem, numa reunião dos dirigentes com o presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva, a permanência na base do governo. Mas, apesar dos elogios à coalizão e ao programa defendido por Lula, o presidente nacional do partido, Renato Rabelo, deixou claro que isso não assegura uma base unida em todos os casos. "Os partidos têm de ter independência no governo. O compromisso é com a plataforma formada com a coalizão. Vamos marchar com o governo, a não ser que (a aliança) fira princípios históricos do PCdoB", disse, no Palácio do Planalto, ao sair do encontro com Lula. "A possibilidade de dissidências e rachas na política sempre pode existir." Entre as idéias que assustam a legenda está a de uma nova reforma da Previdência, proposta defendida por alguns setores da administração federal. Sobre essa questão, Rabelo evitou responder diretamente. Apenas afirmou que Lula diz não estar disposto a fazer uma nova reforma. O presidente nacional do PCdoB afirmou que a sigla ainda não discutiu a ocupação de cargos federais nem a disputa para a presidência da Câmara, na qual o atual presidente, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), é um dos candidatos. Mesmo assim, Rabelo, defendeu a participação da agremiação na aliança de gestão. O presidente nacional comunista disse saber que PMDB e PT ocuparão mais es-
Existe uma relação de tempo, de confiança. O nosso partido sempre esteve ao lado do presidente Lula, em todas as eleições, desde 1989. Renato Rabelo, presidente do PCdoB paço porque são os maiores partidos, mas reivindica um lugar de "aliado histórico" para o PCdoB. "Existe também uma relação de tempo, de confiança. O nosso partido sempre esteve ao lado do presidente Lula, em todas as eleições, desde 1989", lembrou. Na semana passada, depois de uma reunião preparatória com o chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Tarso Genro, Rabelo afirmara que a legenda estaria pronta para assumir mais responsabilidades no Poder Executivo por causa dessa relação antiga que mantém com o presidente e do crescimento da sigla. Hoje, a agremiação tem apenas um ministério, o dos Esportes, que foi do ex-ministro Agnelo Queiroz e hoje está nas mãos do ministro Orlando Silva. Além disso, ganhou a presidência da Câmara com Rebelo, depois de um grande acordo com o Executivo para assegurar um candidato palatável a toda a base, em 2005, na sucessão do ex-presidente Seve-
rino Cavalcanti (PP-PE), que renunciou ao posto depois do envolvimento num caso de corrupção. O presidente do PCdoB afirma que a presidência da Casa não entrou na conversa com Lula. O PT tem candidato ao cargo e também o PMDB. Com o presidente da Câmara, são três os candidatos da coalizão. "A candidatura do Aldo à presidência da Câmara é uma questão só compreensível com o apoio amplo da base governista. Sem isso, como pode ser candidato? Apoio é construído", disse. Não à Jobim – Fracassou a ofensiva do Planalto para transformar o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim, no presidente do PMDB, que decidiu integrar a coalizão governista no segundo mandato. Diante da movimentação de setores do Planalto que apontavam o presidente Lula como padrinho da candidatura de Jobim à presidência do PMDB, a cúpula governista do partido reagiu e se uniu à ala independente para brecar a articulação. Quem ganha é o atual presidente do partido, deputado Michel Temer (SP). Seu mandato, já prorrogado, termina em abril de 2007, mas tanto o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), quanto o senador José Sarney (PMDBAP), que romperam com ele por um ano e chegaram a considerar a sua destituição, desejam agora mantê-lo, para não permitir que a interlocução entre o partido e o governo se dê à revelia deles. (AE)
Formalização: Lula recebe lideranças do partido e a certeza da continuidade do apoio no novo mandato.
PFL NÃO APOSTA EM REFORMAS
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presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), afirmou ontem que não acredita na realização da reforma política, durante palestra realizada sobre o tema, no Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). "O próprio fato de o presidente da República deixar a reforma ministerial para depois das eleições das mesas da Câmara e do Senado demonstra claramente que o governo se inclina novamente para a política de cooptação", emendou Bornhausen. Para o senador, é necessário o presidente ter a consciência de que não pode repetir "este grave erro". E acrescentou: "Se for mantida essa decisão do presidente da República de cooptar partidos e integrantes da oposição para partidos da base aliada, nós vamos ter a repetição do quadriênio passado, na qual a cooptação comandada pelo ex-ministro José Dirceu e operada por Waldomiro Diniz deu no que deu e a reforma política não saiu do papel." O senador pefelista disse que, para implantar a reforma política, é preciso acabar com os chamados 'balcões de negócios'. "Basta ter que vencer o balcão de comércio
presidência. Além disso, é uma salvaguarda democrática que equilibra o parlamento nacional, especialmente para um governo que demonstrou ter garras autoritárias." Pragmatismo oportunista – O deputado federal José Eduardo Cardozo (PTSP) também participou do evento, e disse que a dificuldade do Bornhausen: governo insiste em cooptação. País em se realizar uma reforma política de fato está daqueles que não a querem", no 'pragmatismo disse, reiterando que alguns oportunista'. "É mais não desejam a fidelidade partidária com a finalidade de interessante a derrota do adversário do que se acertar negociar posições em pontos em comum", explicou votações importantes no o deputado. Congresso. "A reforma política é da Bornhausen voltou a falar sociedade, e não do governo. da disposição de seu partido Enquanto houver disputa em eleger o presidente do política, os escândalos Senado. "O PFL é o maior históricos podem se repetir", partido do Senado e é justo avaliou o petista. (AE) que possamos pleitear a
Hélvio Romero / AE
TEMER CRITICA 'INCHAÇO' DO PMDB
ALDO DIZ QUE CHINAGLIA: AINDA NÃO É DIRCEU NÃO CANDIDATO INTERFERE
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presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), criticou duramente ontem a crescente adesão de parlamentares de outras siglas à sua legenda devido à coalizão que os peemedebistas firmaram com o governo do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "A coalizão não implica concessão de benesses, mas sim união de forças políticas em prol da governabilidade", disse Temer, em palestra sobre reforma política realizada no auditório do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). Segundo o parlamentar, em termos numéricos, a adesão pode ser até um fator positivo. "Mas em termos programáticos é muito ruim, pois desvaloriza o partido perante a opinião pública, dando a impressão de que se quer as benesses do governo federal", considerou o deputado. Durante a palestra, o peemedebista falou da expectativa de que a reforma política possa sair em breve. "Desta vez, acho que vamos fazer a reforma política", emendou. A mesma opinião não foi compartilhada por outros parlamentares presentes à palestra promovida pelo Ciesp. O presidente na-
Hélvio Romero / AE
A coalizão não implica concessão de benesses, mas sim união de forças políticas em prol da governabilidade. Do presidente do PMDB, Michel Temer, sobre o apoio ao governo. cional do PFL, Jorge Bornhausen, disse não acreditar nessa possibilidade. O deputado federal Silvio Torres (PSDB-SP) e o deputado estadual Arnaldo Jardim (PPS) também participaram da palestra sobre reformas.
Entrada livre – Apesar de ter criticado a eventual adesão de parlamentares ao PMDB, Temer admitiu que não há como barrar ou inibir a entrada de políticos na legenda. "Negar, não tem. Mas tem como examinar cada caso dessa eventual adesão, e essa é a minha proposta", disse. Na avaliação de Temer, é fundamental que os políticos tenham uma visão programática para o País. "A adesão deve dar-se em função dos programas do partido, e não porque o partido apóia ou não o governo. Este é um mal que devemos retirar da vida pública brasileira", afirmou. Sobre se a procura pela sigla é grande, ele disse que há muito boato e conversa. "O que se
fala é que o PMDB poderia vir a ser o grande desaguadouro daqueles que não quiserem ficar em outros partidos. Se for única e exclusivamente porque o partido fez uma coalizão, acho ruim para o sistema político partidário do País", emendou o presidente do PMDB. Temer voltou a afirmar que está confiante na realização da reforma política em 2007. "Estou esperançoso de que ela saia. O consenso se faz pelo diálogo. Se não tiver, vamos para o voto", declarou. Na semana passada, o Conselho Político do PMDB aprovou a participação na coalizão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas sem unanimidade, principalmente dos senadores. (AE)
presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PC do B-SP), afirmou ontem que ainda não é candidato à reeleição. Segundo ele, ainda há muito tempo para que um conjunto de partidos "abracem uma candidatura", mesmo que não seja a dele. "Vou examinar. Sempre há tempo para lançar candidaturas. Isso não significa que tenha que haver precipitação", disse Rebelo, antes de participar da abertura do Seminário Sociedade: Diálogo com as Forças Armadas, no auditório da Escola de Comando e Estado Maior do Exército, no Rio de Janeiro. "Não é um projeto pessoal (a candidatura). A presidência da Câmara exige um projeto para o Poder Legislativo, para a própria Câmara, para o País", afirmou. Sobre informações de que a candidatura à presidência do líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), é incentivada pelo ex-ministro José Dirceu, Rebelo afirmou que seria "legítimo" que ele tentasse influenciar na vida do seu partido. (AE)
O
líder do governo na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), negou ontem a influência do exministro e deputado cassado José Dirceu na disputa pela presidência da Casa. Em entrevista concedida à Rádio Jovem Pan, Chinaglia disse que está conversando sobre a eleição com os grupos que formam o PT e lideranças de outros partidos. Isso inclui, segundo ele, colegas ligados ao ex-ministro. Chinaglia também negou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai interferir na eleição do legislativo. E garantiu que, se o PT tiver de lançar um nome para concorrer à presidência da Casa, ele (Chinaglia) será o escolhido. O deputado afirmou que poderá abrir mão de sua candidatura para apoiar o nome de um partido aliado do governo federal. Mas acrescentou que o nome do atual presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), para a reeleição, ainda não foi oficializado. (AE)
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Ronaldo Schemidt/AFP
A transparência e o relato dos gastos públicos são responsabilidade de cada governo democrático. Do presidente do México, Felipe Calderón, ao decretar um corte de 10% no pagamento de seu próprio salário e daqueles dos integrantes de seu gabinete, tomando para si a promessa de campanha de seu rival de esquerda, Andrés Manuel López Obrador.
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terça-feira, 5 de dezembro de 2006
DEZEMBRO
2 -.LOGO
5 Recolhimento de IRRF, IPI, ICMS 80 anos da morte do pintor impressionista francês Claude Monet (1840-1926)
I NTERNET J OGOS VIRTUAIS
Mudar de vida sem sair do Brasil O iG anunciou ontem que lançará este mês uma versão brasileira do jogo online Second Life, que já virou febre nos países de língua inglesa: o Second Life. O jogo, criado em 1999 nos EUA, simula um mundo virtual onde o usuário pode viver outra vida. O Second Life tem cerca de 1,8 milhão de membros, dos quais 30 a 40 mil são brasileiros. "A expectativa é termos mais do que esses 30 mil usuários no primeiro ano (da versão brasileira)", disse o diretor de conteúdo do iG, Alexandre Barreto. O jogo brasileiro terá cenários
virtuais como o Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro. Para participar do game na sua totalidade, o usuário terá que comprar um "lote" no mundo virtual. Valores ainda não foram definidos. Mas o jogo será aberto a qualquer internauta. "O modelo principal de negócios é a venda de terreno virtual onde o usuário poderá construir a sua casa no jogo (...) Mas também está prevista venda de publicidade dentro do game e lojas de utensílios e acessórios virtuais para os personagens dos jogadores", disse Barreto.
D IPLOMACIA Adnan Abidi/Reuters
Procura-se testemunha Yahoo! e Reuters buscam fotos noticiosas feitas com câmeras de celular
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Yahoo, em parceria com a Reuters, convida o público a contribuir com fotos e vídeos de fatos noticiosos, criando mais um mecanismo para transformar espectadores em jornalistas amadores. Com centenas de milhões de câmeras instaladas em telefones celulares, os consumidores são capazes de tirar fotos e gravar vídeos de alta qualidade. O tsunami ocorrido no sul da Ásia, os atentados a bomba de Londres e o impacto do furacão Katrina em Nova Orleans são exemplos de como as pessoas presentes no lugar errado na hora certa podem registrar a história no momento em que acontece. A Yahoo! afirmou ter montado um sistema de contribuição chamado You Witness (Você tes-
temunha) e trabalha com o grupo de notícias e informações Reuters, que editará o material recebido e o distribuirá para outros meios de comunicação. O Yahoo pretende oferecer as imagens enviadas por usuários como parte de pacotes temáticos a serem colocados no Yahoo News, que traz notícias de dezenas de empresas, como Associated Press, CNN e Reuters. "Já há muito material de jornalismo amador sendo criado por nossos usuários", disse Scott Moore, chefe do setor de notícias e informações do Yahoo Media Group. "O Yahoo precisava apenas de um processo mais eficiente para pedir e publicar as fotos e os vídeos enviados pelos usuários." O Yahoo e a Reuters, que tem sede em Londres, elaboram um esquema para recompen-
sar os contribuintes quando suas imagens forem escolhidas para ser divulgadas comercialmente, disseram as duas empresas. "Estamos avaliando a possibilidade de criar arquivos de fotos para permitir que as pessoas recebam algum tipo de benefício devido a seu trabalho e por causa das imagens que gravaram", afirmou Chris Ahearn, presidente da Reuters Media. A partir de hoje, os colaboradores poderão enviar fotos para o You Witness por meio de um link situado na página principal de notícias do site Yahoo ou da Reuters. O Yahoo estuda a possibilidade de levar o serviço para suas páginas em outras línguas. http://news.yahoo.com http://www.reuters.com/youwitness.
Nicky Loh/Reuters
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O comandante das Forças Armadas brasileiras, general Francisco Roberto de Albuquerque, cumprimenta o chefe do Exército indiano J. J. Singh. Albuquerque está numa viagem de sete dias à Índia.
R ELIGIÃO
Celibatários, pela vontade do papa
A RQUEOLOGIA
Império emergente
iDog, o cão de companhia do iPod
ProUni com prazo curtíssimo
O iDog da Sega Toys é um brinquedo que se conecta ao iPod. Suas luzes piscam e ele dança ao ritmo da música. Os estilos de dança podem ser alterados tocando o "rosto" do cãozinho robô. Por US$ 35,90 na Toys Brando.
As inscrições para bolsas no Programa Universidade para Todos (ProUni) em 2007 começaram na semana passada e terminam no próximo dia 16. Para participar, é preciso ter renda mínima familiar de até R$ 1.050 e ter sido estudante de escolas públicas ou de escolas particulares com bolsas ou ainda ser portador de deficiência. A inscrição é feita pela internet. Os resultados saem a partir de 20 de dezembro. São 108.025 vagas em todo o País. Mais de 64 mil bolsas são integrais e outras 43 mil parciais, de 50% e 25%.
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www.mec.gov.br/prouni
Um estudo da International Telecommunications Union (ITU) aponta que a internet já é a que mais atrai a atenção de consumidores de até 55 anos de idade em todo o mundo em comparação com jornais, TVs e rádio. O levantamento, feito em todos os países integrantes da Organização das Nações Unidas (ONU), mostra que, até os 55 anos, os consumidores passam até 16 horas semanais online. Acima desta idade, a TV é preferida: as pessoas passam 17 horas por semana diante da tela. B RAZIL COM Z
Ambiente preservado O site do jornal britânico The Times destacou ontem que um corredor da Floresta Amazônica do tamanho da Inglaterra será alvo de uma campanha de preservação do governo brasileiro. O website descreveu a iniciativa como "uma das maiores ações de conservação ambiental dos últimos anos". A área de 16 milhões de hectares fica no Pará e reúne nove áreas e faz parte de um projeto de preservar o ambiente na região de fronteira com a Guiana, a Guiana Francesa e o Suriname. "A região tem a maior área intocada de floresta que em qualquer outro lugar e as novas áreas de preservação significam um passo histórico para a manutenção da biodiversidade", diz The Times.
Mike Nelson/EFE/AOG
Diabetes já é epidemia global A epidemia global de diabete vai afetar 7% da população adulta do mundo em 2025, conforme os países em desenvolvimento adotarem os hábitos prejudiciais à saúde associados a um melhor nível de vida, disseram especialistas ontem. O quadro da rápida disseminação mundial da doença é pessimista: 380 milhões de pessoas devem ser portadores de diabetes daqui a 20 anos, segundo um atlas da doença apresentado no Congresso Mundial de Diabete, na Cidade do Cabo. P RÉ-HISTÓRIA
Dinossauros no ninho
ma de cruz com uma curva na parte superior). As autoridades confirmaram que na região onde foi
feita a descoberta haja várias casas antigas construídas sobre os tetos e as colunas de templos da época.
Um ninho contendo 19 ovos de raptors, selvagens dinossauros predadores, envolto em arenito e contendo aproximadamente 10 embriões completos de 65 milhões de anos foi leiloado em Los Angeles por cerca de US$ 420 mil (R$ 910 mil). Segundo a casa de leilões Bonhams & Butterfields, a expectativa inicial de preço para a raridade situava entre US$ 180 mil e US$ 220 mil. O ninho com foi desenterrado na província chinesa de Guangdong em 1984. A peça esteve nas mãos de colecionadores particulares na Ásia durante os últimos 20 anos antes de ser vendido para um americano. L OTERIAS Concurso 174 da LOTOFÁCIL
A TÉ LOGO
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F AVORITOS
m camponês de Sohag, vila a 500 quilômetros ao sul do Cairo, foi o responsável por uma das mais importantes descobertas arqueológicas dos últimos tempos. Ele encontrou, a seis metros de profundidade, sob sua própria casa, restos arqueológicos possivelmente de templos de faraós do Novo Império do Egito (1539-1075 a.C.). Informados da descoberta, arqueólogos vasculharam a vila de descobriram que não se tratava de restos mas de um templo intacto com mais de 3.500 anos. A descoberta foi feita em uma região onde supostamente estão localizados vários templos de faraós das XVIII e XIX dinastias, que foram construídos durante os reinados de Amenhotep II e Ramsés II para fazer oferendas a seus deuses. Nas paredes do templo estão os nomes de alguns reis desses períodos, além de várias inscrições e desenhos, dentre os quais destacam-se os das mesas para as oferendas aos deuses além da famosa chave da vida (em for-
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G @DGET DU JOUR
http://toys.brando.com.hk
PROVAÇÃO ESPIRITUAL - Monge realiza a prova escrita do teste de admissão para o templo budista de Zediyingana, na localidade de Yangon, em Mianmar.
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Orquestra Sinfônica da USP, Coral Eca, Coral Collegium Musicum e Coral Projeto Volta Redonda. Regência de Carlos Moreno. Entre os destaques, o clássico Bolero, de Ravel (foto). Sala São Paulo. Praça Julio Prestes, s/n. Telefone: 33377-5414. 21h. R$ 20 a R$ 50.
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MÚSICA
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italiana. O cardeal disse que "a Igreja pode rever a questão, porque o celibato não é um dogma, e sim uma norma disciplinar". O exarcebispo de São Paulo atenuou a afirmação ontem. "Também está claro que a norma do celibato para os sacerdotes na Igreja Latina (ocidental) é muito antiga e descansa sobre uma tradição consolidada por fortes motivações de natureza tanto teológica como espiritual, assim como sobre a prática e a pastoral que vem sendo reafirmada pelos papas", disse ele.
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O cardeal Cláudio Hummes desembarcou ontem em Roma para assumir a Congregação do Clero, no Vaticano, e tentou minimizar as declarações que deu sobre uma possível revisão da postura da Igreja sobre o celibato dos padres. "Não tenho nenhuma doutrina nova sobre o celibato. Só digo o que diz a doutrina da Igreja. Obviamente é o papa quem guia a Igreja", disse Hummes no aeroporto de Roma. As declarações que ele deu no Brasil no fim de semana causaram furor na mídia
M ÍDIA
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Estudo da Cepal aponta queda da pobreza na América Latina pelo 3º ano consecutivo Análise meteorológica mostra que Europa enfrenta o outono mais quente em 500 anos Ministro da Economia do Uruguai reclama de indiferença brasileira em relação ao Mercosul
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terça-feira, 5 de dezembro de 2006
Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
FÁBRICAS PRODUZEM 3% A MAIS EM VOLUME
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46,5
por cento é a expansão das importações de têxteis de janeiro a outubro deste ano
VOLUME MAIOR DE PRODUÇÃO NÃO GARANTE ALTA NO FATURAMENTO POR CAUSA DOS IMPORTADOS
INDÚSTRIA CRESCE MENOS QUE O PAÍS
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Produto Interno Bruto (PIB) da indústria deverá crescer menos que o PIB do País pelo segundo ano consecutivo. Nas projeções do economista-chefe do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Carlos Cavalcante, a expansão do setor deve ficar em torno de 2,5%, enquanto o mercado espera um crescimento geral da economia de 2,7%. Embora o segmento industrial seja o de maior representatividade na composição das atividades econômicas do País, as importações de bens, que crescem impulsionadas pelo dólar baixo, têm refletido negativamente no faturamento do setor. Ainda que o volume físico produzido pelas indústrias cresça entre 3% e 3,2% neste ano segundo o Ciesp, na composição do PIB industrial o fator preço do produto leva os números para baixo. Com o real favorável às importações, os preços dos produtos nacionais foram reajustados para baixo ao longo do ano para conseguir fazer frente às mercadorias vindas de fora. Para as indústrias paulistas, as consequências são mais drásticas. A previsão do economista André Rebelo, do Departamento de Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), apontam que o PIB da indústria de transformação do
Foto: Fredericc J. Brown/AFP Photo - 29/12/2004
estado crescerá apenas 1,5%. I mp o rt a çõ e s – Dados da Fiesp mostram um aumento de 46,5% nas importações de produtos do setor têxtil entre janeiro e outubro de 2006. Nesse mesmo período, o Indicador de Nível de Atividade (INA) registrado nas indústrias do setor mostra uma queda de 3,6%. O ramo têxtil tem enfrentado grande concorrência de produtos chineses.
2,5 por cento é o crescimento previsto pelo Ciesp para o PIB industrial em 2007, que poderá ser inferior à expansão da economia do País Outro segmento que sofre com os efeitos do real forte é o de produtos metálicos (exceto máquinas), que na mesma comparação viu as importações crescerem 27,9% e seu INA cair 2,3%. Hoje, basicamente quatro segmentos impedem que o desempenho da industria esteja no vermelho: refino de petróleo e álcool; extração mineral; máquinas e equipamentos para geração de
energia e equipamentos de informática. Este último item ganhou isenção do Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para computadores de mesa que custam R$ 1,4 mil e de notebooks com preço inferior a R$ 3 mil, o que impulsionou o consumo. Esses segmentos são responsáveis por 55% do crescimento industrial neste ano, segundo a Fiesp, mas respondem apenas por 7% do emprego total, ou seja, "não têm grande impacto na geração de consumo", diz Rebelo. Perspectivas – As entidades que representam a indústria não esperam grandes mudanças no setor produtivo em 2007, tanto que não vêem com preocupação o fato de o nível de capacidade instalada estar próximo ao limite. Esse nível fechou o terceiro trimestre em 81,9%. "Apesar de a renda crescer e o desemprego cair, é o crédito que tem movimentado o mercado. A expansão do consumo vai encontrar um limite, que é o grande endividamento da população", diz Cavalcante. Além do freio do endividamento, o economista lembra que, se a demanda interna crescer muito, a indústria poderá redirecionar produtos que são exportados para a demanda interna. Segundo ele, isto poderá ocorrer, em primeiro lugar, no ramo automobilístico. Renato Carbonari Ibelli
CSN termina avaliação na Corus
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Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) completou a avaliação dos ativos de seu alvo de aquisição, a anglo-holandesa Corus, mas ainda precisa chegar a um acordo com o fundo de pensão da produtora de aço, afirmaram ontem fontes próximas do assunto. A CSN pode apresentar uma oferta firme pela empresa já nesta semana, disseram as fontes. A siderúrgica Corus não quis comentar o assunto. Acionistas da Corus decidi-
ram na segunda-feira adiar para 20 de dezembro uma votação sobre a oferta de 4,3 bilhões de libras esterlinas (US$ 8,51 bilhões) feita pela indiana Tata Steel . A Tata fez uma oferta de compra da Corus em outubro, em um acordo que pode criar o quinto maior grupo siderúrgico do mundo. Entretanto, a CSN sinalizou com uma proposta maior e estava realizando "due diligence" sobre os ativos da Corus com apoio da direção sênior da companhia anglo-ho-
landesa, antes de fazer uma oferta firme. A empresa brasileira ainda negocia com o fundo de pensão da Corus para tentar equiparar-se à oferta da Tata de injetar 126 milhões de libras no fundo e aumentar as contribuições. A CSN tem afirmado que sua proposta também criará a quinta maior siderúrgica do mundo, com capacidade de produção inicial anual de 24 milhões de toneladas e projetos de expansão executados no Brasil. (Reuters)
JetBlue altera prazos com a Embraer
da Embraer em 2007, em vez dos 18 jatos previstos no cronograma original. A empresa aérea anunciou que a encomenda firme de 101 jatos Embraer 190 será recebida até 2014. O calendário anterior de entregas do pedido firme terminava em 2011. A JetBlue é a principal cliente do
Embraer 190, avião de 100 lugares da fabricante brasileira. De acordo com a Embraer, as mudanças no cronograma da JetBlue não alteram a previsão de entregas. A Embraer estima entregar de 160 a 165 aeronaves em 2007 e entre 195 e 205 jatos no ano seguinte. (Reuters)
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companhia aérea norte-americana JetBlue Airways informou ontem que receberá 10 aviões
Aumento da produção e exportação de têxteis chineses também teve impacto no mercado brasileiro
Operadoras querem disputar banda larga sem fio em suas áreas
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s concessionárias de telefonia fixa não pretendem desistir do direito de concorrer às freqüências para a prestação de serviço de banda larga sem fio (WiMAX) na área onde já atuam na telefonia fixa. O presidente da Associação Brasileira das Concessionárias de Serviço Telefônico Fixo Comutado (Abrafix), José Fernandes Pauletti, disse ontem que empresas como a Telefônica, a Telemar e a Brasil Telecom adotarão as providências necessárias para que possam ter uma participação ampla na licitação promovida pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). "As operadoras vão tomar todas as medidas legais para não ficar fora de sua área de atuação, porque não é racional, não é legal e não é moral", afirmou Pauletti no 1º Encontro Abrafix, realizado ontem. Essa participação ampla das concessionárias está garantida
atualmente por meio de quatro liminares obtidas na Justiça, mas a Anatel não quer permitir que essas empresas prestem serviço de banda larga sem fio, onde já dominam os mercados de telefonia fixa e banda larga com fio, para incentivar a entrada de outras companhias no mercado. "A premissa da Anatel está errada", disse Pauletti, que defende o argumento de que essa proibição é um obstáculo à expansão da rede das operadoras. As concessionárias entendem que a possibilidade de oferecer o WiMAX nas suas áreas de concessão evitaria o desperdício do espectro, já que muitas freqüências não estão sendo usadas. A proibição, por sua vez, na opinião da Abrafix, poderia resultar em obstáculo à realização de investimentos relevantes e abre espaço para que empresas que atuam como "corretoras" comprem licenças sem a intenção de prestar o ser-
viço, e sim obter lucro mais adiante. "Da forma como foi montada, a licitação é como um lançamento de um prédio: alguém pode adquirir 10 apartamentos, mas não vai morar lá", disse Pauletti. Além da disputa na Justiça, a Anatel enfrenta ainda um problema no Tribunal de Contas da União (TCU), que suspendeu a licitação do WiMAX por ter detectado defasagem no preço mínimo das licenças. O assunto será discutido pelo plenário do tribunal na quartafeira desta semana. A Abrafix, que representa as grandes operadoras, tem a expectativa de que o TCU libere a Anatel para dar continuidade à licitação. No entendimento de Pauletti, mesmo que o TCU determine que a Anatel faça novo edital, corrigindo preços, as liminares na Justiça continuarão em vigor porque o objeto da licitação, as freqüências, continua o mesmo. (AE)
Itaú supera Bradesco e é o maior banco
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Itaú superou o Bradesco e assumiu o posto de maior banco privado do Brasil em ativos, conforme dados de setembro disponibilizados no site do Banco Central (BC). No encerramento do terceiro trimestre, o Itaú tinha ativos totais de R$ 201,3 bilhões, contra R$ 195,7 bilhões do Bradesco. Em junho, as cifras eram de R$ 166,2 bilhões e R$
187,7 bilhões, respectivamente, conforme o BC. O banco da família Setubal ultrapassou também a Caixa Econômica Federal (CEF), ficando atrás apenas do Banco do Brasil no ranking compilado pelo BC e disponível no site da autarquia. A compra do BankBoston no Brasil pelo Itaú, anunciada em maio e concluída em agosto, foi fundamental para o avanço
do banco sobre os rivais. O Banco do Brasil tinha em setembro ativos totais de R$ 281,6 bilhões, enquanto a CEF estava com R$ 199,2 bilhões. Durante encontro com analistas ontem, o presidente do Itaú, Roberto Setubal, disse que a carteira de crédito do banco, em 2007, será impulsionada pelos empréstimos à pessoa física, com avanço de 30% nessa modalidade. (Reuters)
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Planalto Congresso Gover nabilidade Estados
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 5 de dezembro de 2006
O governo só conseguiu aprovar medidas mais polêmicas por causa dos votos do PSDB e do PFL. Rogério Schmitt
PREFEITO DO RIO DUVIDA DAS INTENÇÕES DE LULA
PEFELISTA DIZ QUE O PRESIDENTE NÃO FARÁ REFORMA ALGUMA
MAIA: LULA NÃO MUDA NADA
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prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL), afirmou ontem que o presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva "não quer saber de reforma nenhuma". A afirmação foi feita por meio do boletim eletrônico de análise política "Ex-Blog". Segundo Maia, a idéia de Lula de ter uma ampla base de apoio partidário no segundo mandato reforça essa perspectiva. Ele criticou: "Parece absolutamente irracional Lula insistir para ter uma ampla base de apoio com vários partidos. Parece! Mas, quanto maior a base num quadro multipartidário inorgânico como o brasileiro, menor a chance de aprovar novas leis que tenham cheiro de reformas." Maia usou a arrecadação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) como exemplo para as acusações. "No ano de 2007, termina a CPMF e a autorização para desvinculações do gasto público, a DRU (Desvinculação de Recursos da União). Só que ambas são emendas constitucionais. Ou seja, requerem, para serem
Marcos Peron / Virtual Photo
Maia: 'Lula quer saber do dinheiro da CPMF e liberdade para gastar'.
prorrogadas, 60% dos votos efetivos", disse, complementando que o caso da CPMF só se vota até agosto "ou não entra mais em janeiro de 2008". Segundo o prefeito do Rio, o valor da arrecadação chega a R$ 30 bilhões para a CMPF "e um desvio de gasto de outros R$ 30 bilhões, o que exigiria deslocar de outros programas sociais". Por esses motivos, Maia afirmou que essa seria a razão "de fundo desta base (multipartidária) tão ampla quanto irracional". O prefeito voltou a atacar: "Lula não quer saber de reforma nenhuma.
REFORMAS
Quer saber do dinheiro da CPMF e da liberdade para continuar gastando em qualquer lugar, deixando as vinculações para o próximo governo." Em casa – O prefeito Cesar Maia também vem se articulando com o governador eleito do Rio, Sérgio Cabral, para discutir iniciativas e parcerias entre as duas esferas de governo a partir de 1° de janeiro. Os principais pontos estão expressos em um documento firmado pela prefeitura com os candidatos ao governo do estado, ainda durante a campanha eleitoral, que traz uma sé-
rie de compromissos relativos a temas como saneamento, segurança, educação, saúde e meio ambiente. “Para mim, um dos pontos mais importantes é o saneamento da Zona Oeste. Campo Grande, Bangu e Santa Cruz são áreas que têm metade do território (da cidade) e mais de 20% da população e não têm um metro de cano de esgoto, é tudo lançado in natura nas redes de água pluvial ou diretamente em rios e pequenas lagoas. Isso é uma questão básica da cidade”, vem ressaltando o prefeito Cesar Maia. Por outro lado, Cabral afirma que "seguirá à risca os compromissos acertados" que, para ele, são apenas os "pontos iniciais de um trabalho conjunto entre o futuro governo do estado e a Prefeitura". "Todos os pontos constantes do documento firmado são fundamentais, porque visam constituir um novo momento nas relações entre o governo do Rio de Janeiro e Prefeitura para o bem da população. Temos pela frente um campo inesgotável de parcerias para melhorar a vida das pessoas", disse Cabral. (Agências)
Cientista acredita que os partidos de oposição a Lula serão favoráveis à aprovação de medidas tidas como impopulares, para desgastá-lo politicamente.
Oposição não seria problema
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cientista político da Tendências Consultoria Integrada, Rogério Schmitt, disse ontem não acreditar que o PSDB e o PFL farão oposição à aprovação de reformas e dificultem a governabilidade durante o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em sua avaliação, Lula dificilmente conseguirá construir a figura de um petista capaz de substituí-lo e vencer as eleições e, portanto, os partidos de oposição devem vencer as eleições para a Presidência da República em 2010. Trabalho sujo – "Há incentivos para que partidos como o PSDB e o PFL cooperem com a agenda do governo, apesar de não serem aliados incondicionais", afirmou, durante painel na sede da Câmara Americana de Comércio que discutiu o cenário político do País para 2007. "Para eles, portanto, é importante que Lula aprove reformas impopulares em seu governo, como a trabalhista e a da previdência, que dinamizem a economia e possibilitem a atração dos investimentos externos. É importante para esses partidos que Lula faça o trabalho sujo", acrescentou. Segundo Schmitt, antes da crise do mensalão, cerca de 30% dos deputados tucanos e pefelistas votavam a favor
Laycer Thomaz / Agência Câmara
do governo. "O governo só conseguiu aprovar algumas medidas mais polêmicas por causa dos votos do PSDB e do PFL. Vários parlamentares desses partidos são favoráveis às reformas", informou. Para ele, com 60% dos deputados e 50% dos senadores, o governo, apesar de não ter uma maioria absoluta, tem uma situação relativamente confortável. Ele lembrou ainda que cerca de 20% dos deputados mudam para partidos da base governista entre as eleições e a posse presidencial. Para o cientista político, há ainda a questão da cláusula de barreira, que diminui o número de partidos da Câmara de 22 para dez – sete ultrapassaram a cláusula e três novos partidos foram formados por meio de fusões. "Isso facilita a formação de uma maioria no
É importante para esses partidos (PSDB e PFL) que Lula aprove reformas impopulares em seu governo, que Lula faça o trabalho sujo. Rogério Schmitt Congresso", disse. Além disso, a disposição do governo em ceder mais ministérios para o PMDB é mais um ponto a favor da governabilidade. Espaço – Schmitt ponderou, entretanto, que existem questões contra a governabilidade que vão além do posicionamento dos partidos de oposição. Um deles é o próprio PT, que "não gosta de ceder espaços e quer mandar em tudo ao mesmo tempo", frisou. A coalizão de partidos que apóiam o governo, em sua opinião, é muito numerosa e pulverizada. "É muito mais fácil surgir problemas numa coalizão que tem deputados comunistas e fisiológicos do que em uma base mais pragmática e formada por deputados centristas", explicou o cientista. Fraqueza – De acordo com ele, um dos pontos positivos é o fato de a bancada que o PT elegeu neste ano ter um perfil menos esquerdista. "É
paradoxal: para que Lula faça um bom governo, é preciso que o PT esteja mais fraco", opinou. "As correntes mais radicais perderam força e o perfil dos eleitos em 2006 é mais pragmático e governista. Nem tudo, portanto, está perdido", acrescentou. Schmitt destacou, no entanto, ter algumas dúvidas sobre se Lula realmente deve enviar reformas para o Congresso. Segundo ele, o exministro da Fazenda Antonio Palocci foi quem elaborou e trabalhou pela aprovação da reforma jurídica, a reforma da previdência do setor público e a lei de falências. Com Palocci fora do governo e a possível permanência de Guido Mantega à frente da pasta, o Ministério da Fazenda perde o papel de enviar as reformas mais liberais para votação. Ele citou ainda que o presidente Lula tem transmitido sinais considerados "preocupantes" a respeito da reforma da Previdência. "Há muitas dúvidas a respeito do segundo mandato do presidente Lula. Não me parece que esteja claro para o governo a importância de adotar uma agenda de reformas", afirmou. "Ao mesmo tempo, Lula sabe que foi a ortodoxia da política econômica que permitiu sua reeleição. A melhoria das condições de vida dos mais pobres foi o tema central de sua campanha e é uma realidade", definiu. "O crescimento da renda dessa faixa da população foi de 12%. Dentro desse segmento, é como se fôssemos a China", disse o analista. Em sua avaliação, entretanto, o fato de o PT ter elegido uma bancada menor e mais governista facilita a aprovação de reformas, no caso de o governo as enviar ao Congresso. "Desta vez, o PT terá menos poder de barganha e Lula terá menos problemas para enviar reformas neoliberais para o Congresso", finalizou. (AE)
Eymar Mascaro
Tête-à-tête
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o se interessar por uma conversa com os deputados Arlindo Chinaglia (PT) e Aldo Rebelo (PC do B), Lula revela preocupação em intervir no processo de escolha do candidatos dos partidos aliados à presidência da Câmara. O presidente pretende evitar que se repita o erro de 2005, quando dois candidatos do PT se lançaram à presidência (Virgílio Guimarães e Luiz Eduardo Greenhalgh) mas quem acabou vencendo foi Severino Cavalcanti. Agora, três partidos aliados – PT, PC do B e PMDB – ameaçam lançar candidatos, podendo provocar ruptura na base do governo. É isso que Lula pretende impedir.
LANÇAMENTO Esboçou-se no PT um movimento para lançar hoje a candidatura de Arlindo Chinaglia. Mas o PT tem um outro pretendente à presidência: Walter Pinheiro. É possível que o governo impeça o lançamento de Chinaglia, até que Lula converse com os pré-candidatos.
presidência do partido. O golpe fatal viria depois da eleição do presidente da Câmara. Pergunta-se no partido se Jefferson pode continuar na presidência depois de ter sido cassado pela Câmara.
CONTINUIDADE Por enquanto, Aldo Rebelo ainda mantém sua candidatura à reeleição ao cargo. Aldo conta com a simpatia de Lula. O presidente acha que Aldo não criou problemas para o seu governo. Por isso, Lula tem interesse no seu continuísmo. Lula, porém, não pode melindrar o seu partido.
CANDIDATURAS Além do PT, outro partido aliado, o PMDB, tem interesse em presidir a Câmara. O partido tem dois pretendentes ao cargo, Geddel Vieira Lima e Eunício Oliveira. Uma terceira opção do PMDB é Michel Temer que, quietinho, quietinho, corre por fora.
BANCADA O principal argumento do PMDB para reivindicar a presidência é o fato de possuir a maior bancada: 89 deputados, contra 83 do PT. Mas essa tradição tem sido quebrada na Câmara. Aldo Rebelo, por exemplo, foi eleito por um partido nanico.
TRADIÇÃO Como o PMDB pode reeleger Renan Calheiros à presidência do Senado, o partido ficaria impedido de fazer também o presidente da Câmara. Não é tradição no Congresso o mesmo partido eleger os presidentes da Câmara e Senado.
FAVORITO Pelos levantamentos preliminares, Renan Calheiros é favorito para vencer a eleição no Senado. A candidatura de oposição de José Agripnio (PFL) ainda não emplacou. Pela soma que senadores fazem, Agripino reuniria hoje apenas 28 dos 81 votos.
REFORMA Consta do acordo do PMDB com o governo que caberia ao partido elaborar um anteprojeto de reforma tributária. O deputado Michel Temer encarregou o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, de elaboração do texto. Detalhe: Rigotto não se reelegeu e fica sem mandato em janeiro.
DESTITUIÇÃO Inicia-se no PTB um movimento para destituir Roberto Jefferson da
É CONTRA Se depender de Roberto Jefferson, o PTB não fecha o apoio ao governo. Isto é, o partido não participa do governo de coalizão. O ministro Walfrido Mares Guia, que deve continuar no Turismo no segundo mandato de Lula, ameaça deixar o partido se Roberto Jefferson continuar na presidência.
COM TUDO Sepúlveda Pertence (exministro do STF) é pule de 10 para o Ministério da Justiça. Dizem que só não será o substituto de Márcio Thomaz Bastos se não quiser. Pertence é o candidato preferido de Lula.
DESCASO Para quem pergunta se sua indicação é líquida e certa, Sepúlveda Pertence garante que não pensa em ocupar cargos no Executivo, por se sentir velho demais. Pertence usa o truque de quem não pretende se queimar antecipadamente.
ENCONTRO A coordenação de movimentos sociais deve se encontrar amanhã com Lula para cobrar promessas de campanha, entre elas, a de mudança na política econômica. Entre os presentes o presidente nacional do MST, João Pedro Stédile.
REAÇÃO O MST ataca de um lado, e os ruralistas de outro. Preparam uma ofensiva contra as ocupações dos sem-terra. Eles se sentem ameaçados pela decisão do presidente Lula de mudar os índices de produtividade no campo para fins de reforma agrária.
INVASÃO Brasília se prepara para receber esta semana cerca de 10 mil trabalhadores que marcham em nome das centrais sindicais. Vão brigar por um salário mínimo de R$ 420. Um dos cabeças do movimento é Paulinho Pereira, da Força Sindical. O governo pretende dar um mínimo de, no máximo, R$ 375.
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 5 de dezembro de 2006
DOISPONTOS -77
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omo acredito que a educação é o único caminho que permitirá ao Brasil melhorar como país e dar à sua população melhores e maiores perspectivas de qualidade de vida, tenho me empenhado em atrair o interesses dos jovens em participar dessa construção. A partir deste ano, dada a dimensão dos resultados obtidos no Estado de São Paulo, ONSTRUINDO o Prêmio Construindo a Nação, um meio de A AÇÃO estimular os jovens, está sendo estendido aos caba de sair do estados do Rio Grande forno, através do Sul, Santa Catarina, da apreciação Paraná, Goiás, Ceará de comissão julgadora, e Amazonas, numa o resultado da sexta primeira etapa de edição do Prêmio expansão. Construindo a Nação, uma Através de ação iniciativa do Instituto da parceira do Instituto Cidadania Brasil, no da Cidadania com a Estado de São Paulo, Confederação Nacional com apoio da Fundação da Industria, através Volkswagen e da Sony de seu Conselho de Brasil, entre outros Responsabilidade Social parceiros, voltada às e com a operação regional escolas públicas e do Sesi de cada Estado, particulares do ensino os projetos das escolas médio que desenvolvam públicas e particulares projetos pela ação de seus desses estados estarão alunos nas comunidades também sendo onde estão situadas. premiados. A escola que teve seu projeto considerado objetivo de todos o melhor neste ano que desejam foi a Escola Estadual construir a Nação Professor Ascendino Reis, é reconhecer o papel da capital, fundamental das escolas, com o projeto Praticando diretores, professores, Cidadania. Foram também coordenadores e, escolhidas para enfaticamente, os alunos, premiação as escolas em sua ação nas CEES Ricardo Jose Poci comunidades onde Mendes, Colégio EAG, se situam, e a valorização Colégio Mater Amabilis, EE da educação como Camilo Sahade, instrumento de EE Carlindo Reis, desenvolvimento do país. EE Dr. Geraldo Pereira de São projetos concretos, Barros, EE de Parapuã ação palpável, e Instituto Madre com resultados Mazzarello. mensuráveis e positivos. A Menção Honrosa foi Quando a escala do para a EE Saturnino Leon investimento e do Arroyo, de Fernandópolis estímulo à educação e serão homenageadas e à ação construtiva dos por sua participação as jovens estudantes chegar escolas estaduais ao nível de consciência Chojiro Segawa, nacional, o Brasil estará Nelson Fernandes, de fato caminhando em Padre Antonio de Oliveira passos largos para ser Godinho e Professor José melhor. Bem melhor. Henrique de Paula e Silva. Hoje, ações como essa e outras semelhantes que enho dado existem em todo o país, importância maior abrem o caminho. a esse projeto São atitudes ainda da por se tratar própria sociedade, com de um forte instrumento apoio da iniciativa motivacional e de privada, das escolas formação dos estudantes publicas e particulares do ensino médio em sua e de autoridades públicas base educacional e de ligadas ao setor cidadania. Ao longo educativo. É preciso desses seis anos, ainda transformar cerca de 700 mil alunos do a educação em política Estado de São Paulo já se pública de prioridade envolveram em projetos número um no Brasil. onde são os agentes PAULO SAAB É JORNALISTA de ação em problemas de PSAAB@UOL.COM.BR suas comunidades, sejam ele de ordem social, ambiental, cultural, educativa ou que afete os moradores da região. Os estudantes são G Os alunos se chamados, e respondem muito bem, a desenvolver envolveram em seu senso de participação, projetos onde responsabilidade e são os agentes respeito ao ser humano.
PAULO SAAB C
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Pedro REY/AFP
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Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
POR QUE
CHÁVEZ?
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Venezuela serve de advertência para o resto da América Latina quanto aos custos da degradação e falência das instituições públicas. A história da Venezuela é uma história do impacto das receitas petrolíferas sobre as instituições fracas, agravada por dramáticas transformações demográficas, que precedeu a ascensão ao poder do presidente Hugo Chávez e sua Revolução Bolivariana, em 1998, e que Chávez elevou a um novo nível de desordem. A Venezuela inspira tristeza, medo e indignação diante do que essa desordem pode acarretar. O tenente-coronel Hugo Chávez líderou uma revolta militar fracassada em 1992. Foi eleito presidente em 1998, mobilizando o ressentimento provocado pelo fracasso do sistema político frente à deterioração das condições de vida desde o início dos anos 1980, que afetava especialmente os pobres: inflação em alta, queda dos salários reais, violência e criminalidade crescentes e declínio dos serviços públicos básicos administrados por uma burocracia estatal inchada, corrupta e ineficiente. Outros países latinoamericanos sofrem dos mesmos problemas, mas se mantêm no caminho da estabilidade e consolidação democrática, enquanto Chávez procura reviver formas arcaicas de populismo e ditadura militar. Chávez é uma figura cada vez mais isolada na América Latina, apesar de seu talento para aparecer na mídia e de presentear com petróleo e dinheiro os aliados potenciais em outros países. Nas eleições recentes no Peru e no México, seu endosso aos seus candidatos preferidos contribuiu para a derrota deles. Com a notícia da doença de Fidel Castro, tudo indica que o isolamento de Chávez aumentará, se forem verdadeiras as informações de que suas relações são tensas com o irmão de Fidel Castro, Raúl, o atual presidente interino de Cuba. O jornal El Nacional, de Caracas, reportou que Chávez teria persuadido Castro a viajar até Córdoba, na Argentina, para uma reunião de cúpula do Mercosul, uma semana antes de Fidel ter sido hospitalizado com uma hemorragia intestinal. Em Córdoba, Castro proferiu um discurso de três horas e visitou o local de nascimento de Che Guevara. Depois disso, Chávez o conduziu pessoalmente pela cidade num velho Cadillac presidencial que pertenceu ao ditador argentino Juan Domingo Perón (1946-55).
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a Revolução Bolivariana, a desordem continuou a se agravar durante os oito anos de Chávez no poder. A oligarquia velha deu lugar a um novo conjunto de favoritos servis. Hoje, a administração pública e as finanças do Estado se encontram em situação mais caótica. A desorganização e a falta de investimentos no setor petrolífero nacionalizado estão reduzindo a produção. A infra-estrutura está desabando. Os homicídios triplicaram nos últimos
G A atração
exercida por Chávez tem sua origem no ressentimento, marginalidade, que tem raízes profundas na história da Venezuela. G É possível
que a desordem seja o legado duradouro de Chávez, refletindo as falhas de governos anteriores, além de suas próprias.
dez anos. A Venezuela possui hoje o maior índice de homicídios cometidos com armas de fogo por cada 100 mil habitantes, entre 57 países estudados pela Unesco em 2005. Sob o controle arbitrário de Chávez, as enormes entradas de receita petrolífera geraram mais confusão nas finanças públicas. O governo não faz os investimentos necessários para a operação de uma sociedade complexa. Os processos democráticos vêm sofrendo erosão, na medida em que as instituições públicas – as Forças Armadas, a Assembléia Nacional, o Judiciário, os gastos do governo e as autoridades eleitorais – passaram para o controle pessoal de Chávez.
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enxurrada de receita petrolífera possibilitou a Chávez, nos últimos anos, distribuir dinheiro por meio de programas sociais para a população pobre. Fortalece-se com a assessoria de especialistas cubanos, especialmente no aparelho de segurança e nos ministérios principais. Mas o poder de Chávez se vê ameaçado pela desordem crescente, na medida em que seu governo não proporciona bens públicos fundamentais. De fato, é possível que a deG Essa sordem seja o legado duradouro de Chávez, desordem refletindo as falhas de governos anteriores, afasta a além de suas próprias. Essa desordem afasta Venezuela do modelo cubano a Venezuela do modelo cubano e a aproxima dos padrões comportamentais vistos hoje e a aproxima na Nigéria, o maior exemplo mundial de um do padrão da Petro-Estado fracassado. Nigéria, o A atração exercida por Chávez tem sua maior exemplo origem no ressentimento da marginalidade mundial de um que tem raízes profundas na história da VePetro-Estado nezuela. A antropóloga Patrícia Márquez fracassado. observou que os pobres apoiavam Chávez porque ele era “um deles”, um militar de pele morena nascido no povoado de Sabaneta G Chávez pode de Barinas, onde as ladeiras dos Andes se perder tudo com o impacto fundem com as imensas savanas que formam a extensa e violenta fronteira venezuepolítico da desorganização lana com a Colômbia. As feições zambo de Chávez, filho de professores rurais que mide uma litavam no Copei (partido social-cristão), são sociedade moldadas pela mistura racial indígena e neinundada com gra comum entre os venezuelanos. Chávez petrodólares, conquistou a simpatia do povo com sua paique não xão pelo beisebol, sua loquacidade confianconseguem te, as provocações e os insultos que lança administrar ou contra os ricos e poderosos, suas pretensões investir de geopolíticas, seus protestos simbólicos e atos de solidariedade para com os pobres, maneira seus programas sociais e subsídios caríssiracional. mos. Mas pode perder tudo isso com o impacto político da desorganização de uma economia e uma sociedade inundadas com petrodólares que não conseguem administrar ou investir de maneira racional. Mas a questão subjacente é a marginalidade que Chávez procura mobilizar para levar adiante suas metas políticas. NORMAL GAAL, JORNALISTA, É Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br
DIRETOR EXECUTIVO DO INSTITUTO
FERNAND BRAUDEL DE ECONOMIA, DA FAAP WWW.BRAUDEL.ORG.BR/NOVO/
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de ação em problemas das comunidades
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terça-feira, 5 de dezembro de 2006
Nacional Empresas Energia Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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82
12 EMPRESAS ESTRANGEIRAS ATUAM NA BOLÍVIA
por cento deverá ser o montante de impostos pagos ao governo boliviano
MINISTRO DE MINAS E ENERGIA SILAS RONDEAU SINALIZA COM NOVOS INVESTIMENTOS NO PAÍS VIZINHO
PETROBRAS: NOVA ETAPA NA BOLÍVIA CONSUMO A Fábio Motta/AE
Uso de energia volta a crescer
O
consumo de ener- Energética (EPE), estatal que gia elétrica voltou desenvolveu os estudos, prea crescer em no- via um aumento na carga de vembro, segundo energia de 1.930 MW médios dados preliminares do Opera- anuais. No cenário de alto cresdor Nacional do Sistema Elé- cimento (PIB a 4,5% ao ano), o trico (ONS). O consumo médio aumento da carga oscilaria em n o m ê s p a s s a d o a t i n g i u torno de 2.600 MW médios. Os dados do ONS mostram 48.301,4 MW médios, o que indica crescimento de 4,89% so- que a região Sudeste foi a prinbre o registrado em novembro cipal responsável pela recupedo ano passado. Esse ritmo é ração do consumo no mês pasbem mais acentuado do que o sado, registrando aumento de observado em outubro (2,65% 5,55% em relação ao observasobre outubro de 2005) e em se- do em novembro de 2005. Já a tembro (3,54% sobre setembro região Norte continua dando de 2005). Em relação ao mês sinais de desaceleração. O aumento no anterior (oumês passado tubro), o auficou 5,85% mento ficou acima do reem 1,38% e o gistrado em acumulado novembro do no ano, sobre ano passado, os primeiros por cento foi o bem abaixo 11 m e s e s d e aumento no consumo do ritmo de 2005, ficou em 8% a 9% que a 3,73%. de energia elétrica região vinha O consumo em novembro deste re gi s t r an d o médio de noaté meados vembro é o ano em relação ao do ano. maior em oito mesmo período do O consumo meses, só fiano passado. na região é cando abaixo fortemente dos 49.346 impactado MW médios registrados em março, recorde pela atuação da indústria do absoluto na história do País. alumínio voltada para a exporEm valores absolutos, o consu- tação, o que indica uma desamo de novembro ficou em tor- celeração no ritmo de crescino de 2.251 MW médios acima mento do setor na região. Na região Sul, o consumo do observado em novembro de 2005. Esse ritmo é inferior em novembro cresceu 2,77% ao estimado pelo governo no em relação a novembro do ano Plano Decenal 2006-2015, que passado, enquanto no Nordesprevê aumento médio de 2.400 te a expansão atingiu 4,03%, o que indica aumento. MW médios ao ano. No mês passado, o Nordeste Nesse contexto, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou recorde no consumo estaria crescendo 4% ao ano. instantâneo (no horário de piNo cenário baixo, com o PIB co, entre 18 horas e 21 horas), crescendo 3% ao ano, a previ- ao registrar demanda de 8.932 são da Empresa de Pesquisa MW no dia 8. (AE)
Silas Rondeau: desfecho das negociações com a Bolívia foi positivo Hélvio Romero/AE
4,98
ANP vai rever regras de leilão
O
diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, disse ontem que a agência pode rever a polêmica regra que provocou a suspensão, por liminar judicial, da oitava rodada de licitações, realiza na última terçafeira. Segundo ele, a ANP não vai abrir mão de medidas para estimular maior competição nos próximos leilões, mas já começou a estudar mecanismos alternativos ao limite de ofertas por empresa instituído neste ano. Lima reforçou que o limite de ofertas por empresa não teve o objetivo de prejudicar qualquer companhia, nem a Petrobras – considerada a maior atingida – nem multinacionais. "Não há nenhuma restrição a qualquer empresa, incluindo a Oil M&S, que vem cumprindo as exigências do contrato", disse o executivo. Ele se referiu à companhia argentina usada como exemplo de concentração no leilão anterior. A empresa arrematou, sozinha, uma área equivalente ao território da Inglaterra em apenas duas bacias, Solimões e São Francisco. Segundo a regra deste ano, uma empresa, sozinha ou co-
mo líder de consórcio, estava limitada a arrematar um número máximo de áreas em cada setor oferecido. No setor mais disputado do leilão deste ano, por exemplo, em águas profundas na Bacia de Santos, havia um limite de três ofertas vencedoras entre as seis áreas oferecidas. Dos 14 setores previstos, a ANP conseguiu licitar apenas três, antes de ser forçada a suspender o leilão. Al ter nat ivas – Lima não quis adiantar que alternativas podem ser adotadas para substituir o limite de ofertas. Disse apenas que a nona rodada de licitações já está em análise e uma sugestão de que bacias oferecer será apresentada ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) no próximo dia 11. Na ocasião, o conselho vai definir que bacias entrarão no leilão, ainda sem data prevista, para que depois a ANP detalhe os blocos a licitar. O objetivo é realizar o leilão o mais rápido possível, para evitar a redução da atividade exploratória no Brasil. Ele não adiantou se a Bacia de Campos, principal produtora nacional de petróleo, que ficou de fora deste leilão, estará de volta no próximo. (AE)
P e t ro b r a s p o d e voltar a investir na Bolívia, após a homologação da lei de hidrocarbonetos feita no último final de semana pelo presidente Evo Morales, disse ontem o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau. A nova lei de hidorcarbonetos foi anunciada em maio deste ano e, desde então, a estatal brasileira e o governo boliviano travaram uma queda de braço até chegar a um consenso sobre os novos termos do contrato de exploração e produção no país vizinho. Os 44 contratos com 12 empresas estrangeiras que atuam no país foram assinados no final de outubro e promulgados no último domingo pelo presidente boliviano. Com isso, os impostos cobrados pela Bolívia podem chegar a 82% do faturamento das companhias. Mesmo assim, para o ministro brasileiro, o desfecho das negociações foi positivo. Rondeau destacou ainda a reeleição do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, no último final de semana, afirmando que a continuidade será importante para o andamento de projetos entre os dois países, entre eles um gasoduto. Encontro – A Petrobras e a estatal boliviana YPFB têm nesta quarta-feira um encontro decisivo para as negocia-
ções sobre o preço do gás importado pelo Brasil. A estatal brasileira deve reforçar sua posição contra o aumento pedido pela Bolívia. Mas, a julgar por declarações recentes de executivos e governos dos dois países, é possível que a reunião marque o início das discussões sobre novos investimentos da estatal brasileira naquele país e a ampliação das importações do gás boliviano. O prazo para a definição de preço vence no domingo e a Petrobras já vem demonstrando há meses a intenção de não ceder ao apelo por reajustes. Na semana passada, duas declarações vindas da Bolívia indicaram que as conversas podem tomar uma dimensão mais ampla. Preço – O governo da Bolívia já falou em dobrar o preço do gás vendido ao Brasil, atualmente em torno dos US$ 4 por milhão de BTU. Nos últimos meses, porém, a expectativa era fechar, pelo menos, um valor próximo ao acertado há dois meses com a Argentina, de US$ 5 por milhão de BTU. A Petrobras argumenta que já paga quase US$ 5 na fronteira, incluindo os custos do transporte. Além disso, os argentinos terão poder sobre parte dos líquidos extraídos do gás antes de ser enviado à rede de gasodutos, o que lhes garante rentabilidade adicional. (AE)
País quer mais investimentos
A
Maurício Tolmasquim: País precisa de novas fontes de energia
Brasil poderá ter mais quatro usinas nucleares
O
presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, defendeu ontem a ampliação da energia nuclear na matriz energética brasileira, sinalizando com a construção de pelo menos mais quatro usinas nucleares no País, além de Angra 3, que também seria finalizada. "A expansão da energia elétrica no Brasil vai continuar a ser hidrelétrica, mas temos que complementar com outras fontes, entre elas o bagaço de cana, pequenas centrais hidrelétricas e nuclear", disse Tolmasquim a jornalistas em evento promovido pela Câmara de Comércio Americana. Segundo ele, a inclusão das quatro usinas já está prevista no Plano Nacional de Energia 2030. Duas seriam construídas no Nordeste e duas no Sudeste, porém ele não especificou a capacidade de cada unidade. Já Angra 3, no Rio de Janeiro, tem parte dos equipamentos comprados e local para ser erguida. "O Brasil tem competência técnica que
não pode ser desperdiçada; além disso, o País tem a sexta reserva de urânio do mundo", reforçou. O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, afirmou no mesmo evento que a demora na liberação de licenças ambientais para usinas de grande porte como Jirau/Santo Antonio, no rio Madeira (Rondônia) e Belo Monte (Pará), poderá obrigar o governo a licitar usinas mais caras (térmicas), que utilizam combustível mais poluente. "É muito importante nós voltarmos a ter aquele velho princípio que o planejamento usava de pôr as usinas mais baratas primeiro e as mais caras por último", explicou. Os investidores reclamam do tempo para a concessão de licenças, o que estaria atrasando projetos de hidrelétricas, enquanto o governo tenta resolver a questão para destravar os projetos e garantir energia para o crescimento da economia do País. (Reuters)
Bolívia anunciou que organizará na segunda quinzena de dezembro uma reunião entre o presidente Evo Morales e os principais executivos das dez multinacionais do petróleo que operam no país. O objetivo do encontro é acelerar os investimentos no setor. A reunião, que deve ocorrer entre 20 e 23 de dezembro, vai coincidir com a entrada em vigor dos 44 novos contratos de exploração acertados no final de outubro e transformados em lei no último domingo. "Queremos garantir o início imediato de investimentos por parte das empresas, para contar com volumes adicionais de gás e petróleo", disse o minis-
tro dos Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas. Os contratos submeteram ao regime de nacionalização do petróleo empresas como a Petrobras, a espanhola RepsolYPF, a francesa Total e as britânicas British Gás e British Petroleum, por meio da subsidiária Amoco. Completam a lista a americana Vintage, as argentinas Pluspetrol e Matpetrol, a canadense Canadian Energy e a coreana Dong Won. Villegas informou que, após a promulgação das 44 leis que aprovam os contratos, falta apenas aprovação judicial para que eles entrem em vigor. Os contratos vão assegurar US$ 3,514 bilhões em investimentos ao país. (AE)
COMUNICADOS SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA: CONCORRÊNCIAS A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Obras: CONCORRÊNCIA N.º - OBJETO - PRÉDIO - LOCALIZAÇÃO - ÁREA - PRAZO - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/ PARTICIPAR GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO - ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2597/06/01 - Construção de prédio escolar em estrutura pré-moldada de concreto - Terreno Jd. Hold (Subst. EE Profª Mary de Azevedo Carvalho) - Rua Esmeralda, s/nº - Jd. Hold - Cajati/SP - 3.712,64 - 240 - R$ 464.671,00 - R$ 46.467,00 - 09:30 - 08/01/2007. 05/2598/06/01 - Construção de prédio escolar em estrutura pré-moldada de concreto com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador - Terreno Centro/Jd. dos Coqueiros - Rua Dr. Paulo Lima Correa, s/nº - Jardim dos Coqueiros - Sales Oliveira/SP - 3.010,48 - 240 - R$ 340.563,00 - R$ 34.056,00 - 10:30 - 08/01/2007. 05/2599/06/01 - Construção de prédio escolar em estrutura pré-moldada de concreto - Terreno Jd. Tatiana - Travessa Antonio Aparecido Ferraz, s/nº - Jardim Tatiana - Votorantim/SP - 3.596,77 - 240 - R$ 383.840,00 - R$ 38.384,00 - 14:00 - 08/01/2007. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 - Bom Retiro - São Paulo - SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 06/12/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 50,00 (cinquenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 05/01/2007, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS
A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Obras: TOMADA DE PREÇOS N.º - OBJETO - PRÉDIO - LOCALIZAÇÃO - ÁREA - PRAZO - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR - GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO - ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2618/06/02 - Construção de ambientes complementares com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador e Reforma de prédio escolar - EE Profª Anna Pontes de Toledo Natali – Rua Paco do Lumiar, 191 - Cangaíba - São Paulo/ SP - 16,90 - 210 - R$ 49.702,00 - R$ 4.970,00 - 09:30 - 22/12/2006. 05/2718/06/02 - Construção de Prédio(s) Escolar(es) - Terreno B. Tupi (Subst. EE Prof. Juvenal Paiva Pereira) - Rua José Vicente Meira, s/nº - Tupi - Itapetininga/SP - 935,46 - 180 - R$ 115.989,00 - R$ 11.598,00 - 10:30 - 22/12/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 - Bom Retiro - São Paulo - SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 06/12/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 21/12/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 5 de dezembro de 2006
PROMOTORES TÊM EQUIPARAÇÃO Proposta do CNMP estabelece equivalência com teto do funcionalismo federal
O
Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) aprovou ontem, por 7 votos a 5, uma proposta de resolução que acaba com o subteto de R$ 22.111,25 mensais para os promotores estaduais. Com a decisão, o salário dos integrantes dos Ministérios Públicos Estaduais (MPEs) será equiparado ao de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que é de R$ 24.500,00 e equivale ao teto do funcionalismo público federal. De acordo com os conselheiros do CNMP, a existência de duas categorias de promotor - federal e estadual -, com limites máximos diferentes, é injusta. Durante a sessão, o procuradorgeral da República e presidente do Conselho Nacional do MP, Antonio Fernando de Souza, anunciou que recorrerá da decisão ao STF, por meio de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin). Na semana passada, os Tribunais de Justiça (TJs) receberam um ultimato do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para reduzir as remune-
PROCURADOR VAI APELAR PARA A ADIN
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procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, deverá protocolar nos próximos dias no Supremo Tribunal Federal (STF) uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), alegando que a decisão tomada pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP),
rações de juízes que recebem valores acima do limite estabelecido para os Estados. Um levantamento inédito do CNJ divulgado na última terça-feira apontou que 2.978 funcionários recebem, atualmente, valores acima do permitido no Judiciário. Reação coletiva – A decisão provocou forte reação no Judiciário do País e, em muitos casos, os magistrados atingidos ameaçaram uma desobediência. Em outros, como no Nordeste, juízes e desembargadores, indignados, informaram que a determinação não lhes caberia, já que ninguém atingira nem superara os limites. O levantamento, explicaram, continha erros na apuração, o que já havia sido comunicado anteriormente à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie. A própria ministra, contudo, encaminhou ao Congresso pedido para o recebimento de jeton para os integrantes do Conselho em suas sessões, o que foi vetado pelo presidente Lula. O veto agora vai ser analisado pelo CNMP.(AE)
que autorizou o pagamento de salários para promotores e procuradores superiores ao teto dos Estados, que é de R$ 22.111,00, fere a Constituição, ao permitir remunerações maiores do que o limite de vencimentos para a categoria imposto pela legislação brasileira. A determinação do CNMP ocorreu num momento conturbado para o Ministério Público (MP) e a magistratura. Os dois órgãos encaminharam projetos de lei ao Congresso propondo o pagamento de
jetons para os integrantes dos Conselhos Nacionais do MP e de Justiça (CNJ), que exerce o controle externo do Judiciário. Aprovado pelo Legislativo, o projeto do MP foi vetado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O da Justiça ainda não foi aprovado. Também tramitam no Congresso idéias para elevar os pagamentos dos ministros do Supremo Tribunal e do procuradorgeral da República para R$ 25.700,00. (AE)
CPMI PODE SER PRORROGADA
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ntegrantes da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Sanguessugas começam a recolher hoje assinaturas para prorrogar por um mês as atividades da comissão, prevista para encerrar este mês. Se prorrogada, a CPMI, que investiga a compra de ambulâncias superfaturadas, se estenderá até 31 de janeiro. O deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ), sub-rela-
tor da CPMI, o vice-presidente, deputado Raul Jungmann (PPS-PE) e a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) vão se empenhar para conseguir recolher as assinaturas de pelo menos um terço dos 594 membros do Congresso Nacional, quantidade necessária para estender as investigações. Prazo – A Justiça Federal em Mato Grosso deu 20 dias de prazo para que a Polícia Fede-
ral (PF) conclua as investigações, promova os indiciamentos e envie o relatório final do inquérito do dossiê Vedoin. O delegado Diógenes Curado, encarregado do caso, considerou o tempo curto, pois queria no mínimo mais 30 dias. O desafio da PF é chegar ao nome do mandante da tentativa de compra do dossiê. O inquérito já foi prorrogado por duas vezes. (AE)
ORÇAMENTO SAI ATÉ O NATAL É o que diz o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), que prevê votação até o dia 22.
O
Orçamento para 2007 da União será aprovado em três semanas. A previsão foi feita pelo senador Valdir Raupp (PMDB-RO), relator da matéria, durante contatos com líderes empresariais e políticos do Rio Grande do Sul. "O Orçamento deve ser entregue dia 18 ou 19 de dezembro, para ser votado no dia 21 ou 22", afirmou. Se a votação não ocorrer nesta data, deve ficar para março ou abril, pois dificilmente isso aconteceria em janeiro ou fevereiro. "Isso seria jogar contra o País",
afirmou o senador. Tanto os dirigentes da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) quanto o governador Germano Rigotto (PMDB) mostraram-se preocupados com notícias recentes de que a votação poderia ser adiada por parlamentares que querem a liberação das emendas represadas de 2006. O orçamento deste ano só foi votado em abril. A Fiergs apontou 12 projetos que considera prioritários, entre os quais melhorias no acesso ao porto de Rio Grande, saneamento
básico e a construção da primeira fábrica de chips da América Latina na cidade de Porto Alegre, num investimento de R$ 1,9 bilhão. Rigotto também citou a ampliação da pista do aeroporto Salgado Filho e barragens na bacia do rio Santa Maria. Raupp explicou que o Orçamento prevê recursos de R$ 5,7 bilhões para investimentos no Estado, mas esse valor pode chegar a R$ 7 bilhões. Para isso, é preciso conhecer as prioridades para fazer adaptações. (Agências)
POLÍTICA - 5
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Agronegócio Nacional Finanças Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
APOSTA EM QUEDA MENOR DOS JUROS
terça-feira, 5 de dezembro de 2006
750
milhões de reais foi o total captado pelo Tesouro com papéis para o ano de 2022
FALTA DE REGULAMENTAÇÃO PODE IMPEDIR QUE NOVO MODELO DE CONTA COMECE A VALER EM JANEIRO
CONTA SALÁRIO AINDA NÃO SAIU DO PAPEL
J
Fábio Rossi/AG – 5/6/06
á criada pelo governo no papel, mas ainda não regulamentada, a conta salário está longe de ser consenso entre os bancos e até mesmo em órgãos do Executivo. A previsão inicial era de que o novo tipo de conta, que permitiria a transferência de recursos para outro banco sem custos para o cliente, entrasse em vigor a partir de 1º de janeiro de 2007. Mas a expectativa agora é de que a novidade seja "empurrada" durante todo o primeiro semestre do próximo ano por uma "guerra" de liminares na Justiça ou pelo lobby dos bancos no Congresso. O superintendente de Projetos Especiais da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Jorge Higashino, diz que a entidade aguarda a regulamentação da Medida Provisória que criou esse novo modelo de conta salário para conhecer as regras da portabilidade (que é a possibilidade de transferência de valores sem custos para o correntista). "Sabemos que essa transferência será
possível, mas as regras ainda não foram apresentadas." Higashino afirma que a Febraban tem procurado o Banco Central (BC) para discutir o sistema de transferência. Ainda não se sabe se o correntista vai fazer a operação por Transferência Eletrônica Disponível (TED), DOC ou outra opção. Resistência — O governo do Estado de São Paulo já dá sinais claros de ser contra a regulamentação da conta salário. O governador eleito José Serra (PSDB) procurou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para tentar impedir a portabilidade das contas dos servidores paulistas. Serra mantém conversas com banqueiros para angariar apoio à idéia. Segundo fontes da Secretaria da Fazenda de São Paulo, a intenção de Serra é manter como está o processo de licitação da folha de pagamento do estado. A secretaria calcula que a mudança no modelo proposta pelo Executivo federal faria o governo estadual deixar de ganhar R$ 2 bilhões.
Mantega também avalia o pedido do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que quer ficar de fora da nova regra. A alegação é de que haverá problemas para os beneficiários caso a regulamentação saia mesmo do papel. Segundo a assessoria do Ministério da Previdência, o sistema de pagamentos do INSS classifica como inativas as contas que passam mais de dois meses sem movimentação. Assim, caso o segurado adote uma conta salário no banco pagador e passe a transferir seu crédito para outra instituição, a primeira fonte de recebimento corre o risco de ser bloqueada, obrigando o segurado a regularizar a situação. A assessoria de imprensa do INSS informou que nenhum sinal favorável ou contrário ao pedido do órgão foi dado pelo Ministério da Fazenda. O Instituto ainda aguarda uma decisão para desenvolver uma ação de esclarecimento para os segurados em todo o País.
Tesouro faz captação
Segundo comunicado do Tesouro, os papéis saíram ao preço de 105,875% do valor de face, com rendimento de 11,663%. A liquidação financeira da operação, de acordo com o Tesouro, ocorrerá no próximo dia 11 e os cupons para os investidores serão pagos em 5 de janeiro e 5 de
julho de cada ano. Os líderes da operação são os bancos Morgan Stanley e Goldman Sachs. A última emissão de títulos em reais para esse mesmo vencimento foi feita no início de outubro. Na ocasião, o Brasil pagou rendimento de 12,466% aos investidores. (Reuters)
O
Tesouro Nacional confirmou ontem a captação de R$ 750 milhões em bônus denominados em moeda local com vencimento em 2022.
Davi Franzon
Henrique Meirelles, presidente do BC: controle da inflação é condição essencial para o crescimento.
Meirelles: BC vai resistir a pressões
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pesar das baixas taxas d e c re s c i m e n t o d o Brasil e de acusações até de membros do governo de que a culpa seria das altas taxas de juros, o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, defende a política monetária e dá claros sinais de que resistirá às pressões para reduzir a autonomia do BC ou ditar um ritmo mais rápido para a queda dos juros no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva Meirelles confirmou que a equipe econômica prepara uma série de medidas para promover o crescimento, iniciativas que poderão ser anunciadas até o fim do ano. Mas garantiu que o BC está mantendo sua autonomia nesse debate. "O que influencia a atividade econômica é a taxa de juros de médio e longo prazos, que é fixada pelo mercado", afirmou
Meirelles, tentando dividir a responsabilidade pelo baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) com outros atores da cena econômica. Ele admite que as taxas de juros fixadas pelo BC são "muito importantes". "Mas os prêmios de risco também são", enfatizou. Para ele, o controle da inflação é uma condição essencial para o crescimento, e não apenas a defesa de juros baixos. "Para que o Brasil possa crescer mais, o importante é que a inflação esteja na meta. O BC fixa taxa de juros de curto prazo que influencia em última análise a demanda agregada para que a inflação esteja na meta." Sucesso — O presidente do BC, que ontem participou de um encontro em Madri, na Espanha, com presidentes de BCs da Europa e da América Latina, insinuou que não é a taxa de crescimento do PIB que
mede o sucesso de sua gestão no BC. "A taxa de inflação tem ficado dentro da meta. Nesse aspecto, que é o relevante, a política monetária tem sido bem-sucedida. Esse é o critério usado por todos os países para medir sucesso de política monetária", defendeu-se. Autonomia — Mei rell es disse também que não vem sofrendo nenhum tipo de pressão entre os membros da equipe econômica na formulação das novas medidas. E preferiu não responder às críticas recentes do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, segundo as quais o baixo crescimento era provocado pelas taxas de juros. "O BC tem sua autonomia definida pelo presidente da República e com missão básica de entregar inflação na meta. Nós vamos tomar as medidas necessárias para cumprir a meta", avisou. (AE)
Mercado reduz projeção para o PIB
O
mercado financeiro reduziu de 2,94% para 2,86% a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, segundo pesquisa semanal do Banco Central (BC) feita com bancos e empresas de consultoria, divulgada ontem. Para o estrategista da Arx Capital Management, Sérgio Goldenstein, a queda foi causada pela divulgação, na semana passada, da expansão de apenas 0,5% do PIB no terceiro trimestre do ano. "O resultado veio abaixo do 0,6% a 0,7% esperados pelo mercado e gerou o ajuste nas previsões." A quarta queda seguida da previsão de expansão do PIB neste ano distanciou ainda mais a estimativa de mercado dos 3,2% ainda mantidos nas previsões oficiais do governo, embora o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já tenha admitido que o crescimento pode ficar abaixo de 3% neste ano. O ministro disse na semana passada acreditar que a economia pode ter expansão de 1,5% no último trimestre de 2006. Segundo Goldenstein, se o PIB crescer entre 1% e 1,5% neste
UBS conclui aquisição do Pactual
O
banco suíço UBS anunciou ontem, por meio de nota, a conclusão da aquisição do Banco Pactual S. A., e informou ter recebido todas as aprovações necessárias.
2,86 último trimestre, a expansão do ano ficaria entre 2,7% e 2,8%. "Teremos uma prévia do resultado do trimestre na quarta-feira (amanhã), quando será divulgada a produção industrial de outubro", disse. O mercado, de acordo com Goldenstein, espera que o aumento da produção industrial em outubro fique entre 1,5% e 2%. "Se o resultado vier abaixo disso, será uma frustração." Os dados mais recentes do PIB, entretanto, não mudaram a projeção do mercado de crescimento de 3,5% em 2007. "A expansão maior da economia
neste fim de ano ajuda a manter a projeção para 2007 em 3,5%", disse o economista. Juros — Apesar da piora da expectativa de crescimento, as projeções do mercado financeiro para a taxa de juros em janeiro de 2007 se mantiveram em 13% ao ano. O percentual embute a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduza o ritmo de cortes dos juros de 0,5 para 0,25 ponto percentual já na primeira reunião do ano que vem. "Hoje, a maior probabilidade é de que a redução dos juros em janeiro seja de 0,25 ponto. Mas não é possível descartar a hipótese de queda de 0,5 ponto", comentou Goldenstein. Para ele, os dados de nível da atividade econômica e da inflação serão fundamentais para esboçar melhor as apostas para a reunião de janeiro. "Se a inflação surpreender positivamente ou se o nível de atividade continuar em ritmo lento, voltará a crescer a chance de redução de 0,5 ponto." A projeção do mercado financeiro para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano é de 3,15%. (AE)
Segundo a nota, a partir de agora a instituição vai operar no Brasil sob o nome de UBS Pactual e oferecerá serviços de banco de investimentos, gestão de ativos e gestão de patrimônio a clientes em toda a América Latina. Huw Jenkins, chairman e CEO do UBS Investment Bank, informou que a transação "destaca o compromisso permanente
com a expansão em mercados emergentes". Ainda segundo a nota, no Brasil, o UBS Pactual tem uma equipe de cerca de 750 colaboradores e possui escritórios no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Recife. O banco destaca ser o maior gestor de patrimônio do mundo, atuando também como banco de investimentos e corretora de valores. (AE)
por cento deve ser o crescimento da economia brasileira neste ano, de acordo com estimativas de analistas do mercado financeiro.
REVOLUÇÃO TRIBUTÁRIA Prospera na Câmara a idéia de que o ICMS incida somente sobre 10 ítens da economia. Será o fim da minirreforma tributária? E 1 Ano 81 - Nº 22.266
São Paulo, terça-feira, 5 de dezembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Itaú passa Bradesco
Edição concluída às 23h50
E6
w w w. d co m e rc i o. co m . b r Agliberto Lima/DC
Paula Feijó/Folha Imagem
Comprando na chuva Nem o temporal de ontem, que inundou a cidade (foto), impediu que cerca de 700 mil pessoas circulassem na 25 de Março (esq.). Apesar da previsão de mais chuvas, a expectativa é de que o movimento na maior rua de comércio popular do País continuará intenso com a proximidade do dia do pagamento, hoje e amanhã. C 2
Salário mínimo pode ficar em R$ 375,00 Salário dos promotores vai a R$ 24.500,00
O ministro Mantega diz que o salário mínimo deveria ficar em R$ 367, mas que agora será "difícil" recuar de R$ 375. E 3
Os promotores estaduais quebraram o teto de R$ 22.111,25 e se equipararam aos ministros do STF. Haverá recurso. Pág. 5 Caetano Barreira/Reuters
Jorge Silva/Reuters
Vitória dedicada a Fidel Chávez vence com folga eleições na Venezuela e vem comemorar com Lula. Página 8 e Opinião
INFORMÁTICA
TECLE PARA PAGAR Seu celular ganhou nova função: virou cartão de débito.
HOJE Sol com pancadas de chuva. Máxima 26º C. Mínima 19º C.
AMANHÃ Sol com pancadas de chuva. Máxima 28º C. Mínima 18º C.
Hoje, no Teatro Municipal, começa o Natal Iluminado, uma parceria da ACSP com a Prefeitura e apoio de empresas privadas. O Ibirapuera brilha desde domingo (foto).
DC
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quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
Tr i b u t o s Empresas Finanças Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
REAJUSTE DE ÔNIBUS INFLUENCIA IPC-FIPE
7
2,25
reais deve ser a cotação média do dólar no próximo ano, de acordo com o Ipea.
PROJEÇÃO DO INSTITUTO PARA 2006 CAI DE 3,3% PARA 2,8%. ECONOMIA PODE CRESCER 3,6% EM 2007.
ECONOMIA CRESCE MENOS, DIZ IPEA
O
Gustavo Miranda/AE
O vice-presidente José Alencar (na foto com o presidente Lula) quer representantes da economia no CMN
Alencar defende a ampliação do Conselho Monetário
O
vice-presidente da República, José Alencar, defendeu ontem o aumento do número de integrantes do Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão que estabelece as diretrizes gerais das políticas monetária, cambial e creditícia do País. Atualmente, são integrantes do CMN os ministros da Fazenda (Guido Mantega) e do Planejamento (Paulo Bernardo) e o presidente do Banco Central (Henrique Meirelles). Alencar propôs a participação nas reuniões do CMN de representantes dos setores primário, secundário e terciário da economia brasileira. Ele afirmou que acha necessária também a participação de representantes de cada região geográfica do País. A ampliação no número de
assentos no CMN foi sugerida em maio de 2005 pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que presta assessoria ao presidente Lula. Os conselheiros propuseram que o conselho tivesse nove membros, sendo dois de sindicatos, dois da área industrial e mais dois do governo, além dos atuais integrantes. A idéia não vingou. Eficácia — Criado em 1964, o CMN era formado inicialmente por nove pessoas. Durante o regime militar, chegou a ter 27 membros. A partir de 1994, passou a ter a composição atual. Os que são contra a ampliação do CMN argumentam que isso tiraria eficácia da política monetária e poderia trazer de volta a inflação. Alencar defendeu a ampliação do CMN na sua cruzada
contra os juros. Cabe ao conselho fixar as metas para a inflação. O BC calibra os juros tendo em vista a necessidade de atingir a meta. O vice-presidente disse que Lula está hoje mais "consciente" da necessidade de reduzir os juros. "O Brasil tem que se libertar desse regime de juros", afirmou. Agências — O vice-presidente também cobrou das agências reguladoras posição mais dura para evitar aumentos elevados de tarifas, citando a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Agência Nacional de Águas (ANA). "Essas agências têm competência e existem para sentar-se ao lado das concessionárias ano a ano, e verificar, por meio de de auditorias contábil e econômica, se há condições para algum aumento", disse. (AE)
Wall Street: pela autonomia do BC.
S
e a administração Lula encaminhar ao Congresso a proposta de autonomia do Banco Central (BC) e os legisladores brasileiros a aprovarem, o Brasil certamente ganhará uma melhora na classificação de risco pela agências internacionais e, mais que isso, o governo e os congressistas abririam espaço para a caminhada do País rumo ao investment grade, na avaliação de economistas em Wall Street. É consensual para analistas e investidores que o BC detém autonomia "de fato" em suas decisões de política monetária, ou seja, que está atuando independentemente da vontade dos políticos. Os analistas afirmam, no entanto, que a concessão de autonomia operacional formal pelo Congresso Nacional brasileiro ao BC dissiparia incertezas relacionadas à presidência do banco em momentos como o atual, quando tem início um novo mandato na Presidência da República.
A estrategista de renda fixa do ABN-Amro para América Latina, Siobhan Morden, reconhece que a discussão sobre autonomia formal do BC não está na lista de prioridades das reformas que poderão ser aprovadas pelo Congresso no segundo mandato do presidente Lula. Ela observa, no entanto, que a votação pela "independência formal do BC seria importante no esforço do governo para a obtenção do grau de investimento". O presidente do BC, Henrique Meirelles, afirmou no início desta semana que ainda não recebeu convite da Presidência da República para permanecer à frente do BC. Mas no mercado internacional os investidores não esperam que Meirelles deixe o cargo. Risco — Para reduzir incertezas rotineiras dos investidores internacionais, o que significa diminuir o prêmio normalmente exigido por eles na compra de ativos do governo
ou de títulos de corporações brasileiras, Ricardo Amorim, diretor de estratégia do West LB para América Latina, pondera que conceder autonomia formal ao BC teria contribuição central neste processo. A redução do prêmio de risco, afirma, daria espaço para taxas de juros mais baixas, crescimento econômico e maior dinamismo da dívida. A autonomia formal, avalia, evitaria o risco de ingerências políticas. Na avaliação do vice-presidente e estrategista do Lehman Brothers, John Welch, a aprovação da autonomia operacional formal do BC no Congresso valeria uma redução de juros de 100 pontos-base. Os analistas, entretanto, acham pouco provável que uma reforma para conceder autonomia operacional formal ao BC seja encaminhada com prioridade ao Congresso. E, se for, a probabilidade de aprovação também seria pequena, afirmam. (AE)
Inflação deve subir em SP neste mês
A
inflação medida pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) foi de 0,42% em novembro na capital paulista. O índice foi pressionado principalmente pelos preços dos alimentos, que tiveram alta de 1,08% no mês. Para dezembro, a Fipe estima uma inflação ainda maior, de 1,3%, que deve ser a maior do ano. Segundo a entidade, os aumentos nos preços das passagens de ônibus e do metrô, no mês passado, terão forte impacto no último
mês do ano, assim como os preços dos pacotes turísticos de viagens. "A influência do aumento dos preços das passagens de ônibus e metrô será grande em dezembro. Ao mesmo tempo, os preços dos alimentos, principalmente das carnes, começaram a ceder no início de dezembro", disse o coordenador do IPC da Fipe, Paulo Picchetti. Em novembro, os preços dos alimentos tiveram alta de 1,08% e em outubro já haviam subido 1,22%. Picchetti afir-
mou que o principal fator para os aumentos foi a entressafra na carne, que já acabou. Mesmo com o impacto dos aumentos das passagens de ônibus e metrô, Picchetti afirmou que não há tendência de aceleração da inflação. "Com c e r t e z a , d e z e m b ro t e r á a maior inflação do ano na capital paulista. Em janeiro, é possível que a cobrança do Imposto Sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) pressione o índice de preços." André Lachini
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão do Ministério do Planejamento, reduziu sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, de 3,3% para 2,8%. O Ipea divulgou ontem seu Boletim de Conjuntura, com projeções e estimativas para os principais indicadores macroeconômicos. Entre os componentes do PIB, a maior modificação nas projeções em relação ao boletim anterior, de setembro, foi a de importações de bens e serviços, que foi aumentada de 14% para 16,8%. As exportações também tiveram sua projeção ampliada, de 4,5% para 4,6%. Os investimentos foram mantidos em 6%. O consumo do governo teve sua estimativa elevada de 1,8% para 2% pelo Ipea, enquanto o consumo privado foi revisto para baixo, de 4,3% para 4,2%. A projeção para a agropecuária subiu de 2,3% para 3%. Já o prognóstico para a indústria foi reduzido de 4,2% para 3,2%. A estimativa de serviços foi reduzida de 2,4% para 2,3%. Para o Ipea, o PIB deverá crescer 3,6% em 2007. O crescimento seria resultado de um aumento de 4,4% na agropecuária, de 4,7% na indústria e de 2,7% no setor de serviços. O órgão estima que o consumo privado no ano que vem se elevará em 5,2% e o do governo manterá o ritmo previsto para este ano, em 2%.
O órgão ainda reduziu de R$ 2,19 para R$ 2,17 a projeção de dólar médio neste último trimestre do ano. Com isso, a cotação média da moeda americana em 2006 ficará, segundo o Ipea, em R$ 2,18. Para 2007, a projeção é de R$ 2,25. A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve sua projeção para este ano reduzida de 3,2% para 3,1%. Para o ano que vem, a inflação esperada é de
12,4 por cento é a projeção do Ipea para a média da taxa Selic no próximo ano, inferior aos 15,3% da média revista para o ano de 2006 4,3%. A Selic (taxa básica de juros) média neste quarto trimestre de 2006 foi revista de 14% para 13,6%. A Selic média em todo o ano de 2006 foi revisada de 15,4% para 15,3% e o nível de juros reais pela Selic passou da média anual de 11,8% para 11,9%. Para o próximo ano, o Ipea prevê uma Selic média de 12,4%. Os juros pela Selic real média no ano que vem estão projetados em 7,8%.
Superávit — O Ipea aumentou a projeção de superávit da balança comercial deste ano de US$ 43,6 bilhões para US$ 44,3 bilhões. O saldo será resultado de exportações de US$ 137,1 bilhões menos importações de US$ 92,8 bilhões. O instituto estima, para 2006, déficit de US$ 35,3 bilhões em serviços e rendas e transferências unilaterais positivas para o Brasil em US$ 4 bilhões. Com isso, o prognóstico para o superávit em conta corrente para 2006 foi elevado para US$ 13 bilhões. No boletim de setembro, o Ipea estimava saldo em conta corrente de US$ 10,6 bilhões. Para 2007, o Ipea espera superávit em conta corrente de apenas US$ 4,1 bilhões. O saldo da balança comercial seria reduzido no ano que vem para US$ 37,2 bilhões. As transferências unilaterais ficariam com superávit de US$ 4,1 bilhões. De acordo com o Ipea, as exportações em 2007 devem atingir US$ 149,2 bilhões e as importações, US$ 112 bilhões. O órgão aumentou a sua projeção de crescimento para os bens de capital este ano de 4,6% para 5,1% e reduziu suas projeções para todos os demais segmentos industriais. O Ipea reduziu a projeção de crescimento para a indústria este ano de 3,5% para 2,8%. Para 2007, a Ipea projeta um crescimento de 4,1% da indústria, sendo de 6,5% para a extrativa mineral e 3,9% para a indústria de transformação. (AE)
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Empresas Nacional Finanças Estilo
DIÁRIO DO COMÉRCIO
BRADESCO BATE ITAÚ EM ATIVOS
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
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por cento é o ganho que o Ibovespa, principal índice brasileiro de ações, acumula no ano.
PRINCIPAL REFERÊNCIA DO MERCADO DE AÇÕES SUBIU MAIS 1,18%, ULTRAPASSANDO 43 MIL PONTOS
IBOVESPA BATE NOVO RECORDE O 2,92 Marlene Bergamo/Folha Imagem
bom humor dos investidores em Wall Street voltou a influenciar positivamente os mercados financeiros brasileiros na sessão de ontem. Indicadores de atividade da economia dos Estados Unidos mantiveram o ambiente favorável para os negócios, principalmente para as bolsas de valores, em todo o mundo. Depois de muita resistência, o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), rompeu a marca de 42 mil pontos e avançou acima dos 43 mil pontos. Pelo segundo dia consecutivo, o índice fechou com recorde de pontuação. No fim do pregão, o Ibovespa teve valorização de 1,18%, para 43.157 pontos. Com esse resultado, a bolsa paulista passou a acumular ganho de 2,92% em dezembro. Desde o início do ano, a alta chega a 29%. O movimento financeiro dos negócios ficou
Estatal Alitalia será vendida, afirma governo
O
governo da Itália anunciou ontem que venderá o controle da companhia aérea estatal Alitalia, em uma decisão radical para colocar fim a anos de esforços fracassados para frear os
em R$ 3,229 bilhões, giro superior à média do ano. Em Nova York, o índice Dow Jones subiu 0,39%, para fechar em 12.331 pontos, e o Nasdaq avançou 0,16%, para 2.452 pontos no encerramento da sessão. Tanto a Bolsa de Nova York quanto a Nasdaq operaram em alta com a notícia de que o indicador do Instituto para Gestão de Oferta (ISM, na
sigla em inglês) de serviços em novembro mostrou expansão da atividade, subindo para 58,9 pontos, ante 57,1 pontos registrados em outubro. Boas notícias — "O mercado esperava boas notícias para a Bovespa avançar", afirmou o operador de uma corretora de valores. Já há algum tempo os analistas esperavam a ruptura dos 43 mil pontos. Os indicadores econômicos americanos também asseguraram mais um dia de tranqüilidade no mercado de câmbio brasileiro. O dólar encerrou a terça-feira na mínima cotação do dia, em queda de 0,55%, a R$ 2,149 para venda. O fluxo cambial foi positivo, embora aparentemente pequeno, e ajudou a moeda americana a manter-se em baixa pelo segundo dia seguido. A compra pelo Banco Central (BC), de cerca de US$ 150 milhões à tarde, superou o volume das últimas aquisições. (AE)
prejuízos da empresa. O Tesouro italiano, que detém 49,9% das ações da Alitalia, anunciou que colocará à venda pelo menos 30,1% dos papéis. Pela legislação, o comprador terá de fazer uma oferta pelo restante das ações da companhia. A Alitalia vale 1,33 bilhão de euros. As autoridades italianas disseram esperar que os interessados na
empresa garantam os postos de trabalho e as rotas nacionais, além da identidade e da marca. A Alitalia atribui suas perdas nos últimos anos a problemas trabalhistas, aos preços dos combustíveis e à competição feroz no setor. Além da Air France, também estariam interessados na empresa os bancos italianos San Paolo e Intesa. (Agências)
por cento é a valorização acumulada pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nos pregões de dezembro.
Campus da Uniban na Vila Guilherme: universidade estuda captar recursos no mercado financeiro.
Universidades querem lançar ações em bolsa de valores
O
mercado de capitais pode se ver às voltas com discussões sobre a responsabilidade de o Estado investir em educação caso seja confirmada a iniciativa de instituições de ensino superior de ingressar na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O assunto tem tudo para gerar polêmica, por causa das questões envolvidas: a educação, vista como bem público, não teria que ser garantida pelo Estado a todas as camadas sociais? A imposição de regras comerciais não contribuiria para aprofundar a dificuldade de acesso dos pobres ao ensino superior? A busca por lucro não se contrapõe ao oferecimento de um bem que não tem como ser quantificado ou precificado? Educação pode ser subordinada aos mecanismos do mercado de consumo? A qualidade do ensino prevaleceria sobre a busca por lucro? A discussão tem origem na informação de que a Anhangüera Educacional S.A., grupo que controla 11 faculdades no interior de São Paulo e em Goiás, pretende abrir seu capital e passar a negociar ações em bolsa. A empresa ainda não pediu registro na Comissão de
A abertura vai acontecer mais cedo ou mais tarde. É uma forma de continuidade das universidades. Maurício Leonardi, diretor da Uniban Valores Mobiliários (CVM), mas também não negou a intenção, afirmando que há estudos para encontrar formas de captar recursos. Além disso, promoveu diversas mudanças nos últimos anos em sua gestão, para profissionalização. Além da Anhangüera Educacional, a Uniban, universidade paulista com 55 mil alunos, planeja abrir o capital, apesar de não ter data definida. "Pensamos e conversamos sobre isso. Vai acontecer mais cedo ou mais tarde. É uma forma de continuidade das instituições brasileiras de ensino superior", afirmou o diretor da universidade, Maurício Leonardi. Outro processo, ainda embrionário, é a abertura de
capital da Positivo Informática. A empresa é o braço de tecnologia do grupo Positivo, que tem escolas e universidades. Sem barreiras — O Ministério da Educação informou que não há nada na legislação brasileira que impeça esse movimento. Assim como não existem restrições à composição societária das companhias. De acordo com a Lei 913/1995, as instituições de ensino superior — universidades, centros universitários e faculdades — não têm personalidade jurídica, portanto, não podem ter ações negociadas na bolsa de valores. Mas as pessoas jurídicas mantenedoras dessas instituições podem. Dessa forma, o MEC informou que não há nada a ser comentado a respeito. A iniciativa da Anhangüera Educacional, caso se confirme, não será a primeira. Há um ano, a Anhembi Morumbi, universidade com sede em São Paulo e 25 mil alunos, vendeu 51% do capital social para a rede internacional de Universidades Laureate, grupo com ação listada na Nasdaq e que controla 20 universidades em países como Brasil, Chile, China, Chipre, Equador, Espanha e Estados Unidos. (AE)
Bradesco é o maior banco privado
A
empresa de análise de risco Austin Rating sustentou ontem que o Bradesco ainda é o maior banco privado do País em ativos, e não o Itaú, conforme divulga o site do Banco Central (BC). "Os balanços consolidados do trimestre encerrado em setembro colocam o Bradesco
como a principal instituição privada do País em ativos, que é o único critério reconhecido em vários países desenvolvidos para esse tipo de mensuração", afirmou o presidente da Austin, Erivelto Rodrigues. O Bradesco informou, por meio de sua assessoria, que não contestará o ranking do
BC. O Itaú garantiu que "o ranking é correto e reflete efetivamente o volume de ativos". Metodologia — O chefe do departamento do BC responsável pelo ranking, Cornélio Pimentel, explicou que a diferença entre os números do levantamento da instituição e os divulgados nos balanços devem-se a questões metodológicas. Entre outros pontos, ele observou que o BC não inclui as empresas não financeiras no cálculo dos ativos dos bancos. Isso significa que estão excluídas da conta operações em seguradoras, indústrias ou em empresas agropecuárias. Em seus últimos balanços consolidados, o Itaú e o Bradesco apresentavam como ativos totais os seguintes resultados, respectivamente: R$ 206,9 bilhões e e R$ 243,2 bilhões. "O Bradesco ainda é infinitamente maior que o Itaú. O ativo consolidado é o que interessa e o Bradesco ainda está na frente", disse o analista Rafael Quintanilha da corretora Ágora. De acordo com ele, o debate em torno do ranking é secundário para os investidores, que estão mais preocupados com a lucratividade das instituições financeiras. (Agências)
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Congresso Planalto Corr upção Eleições
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Levantamento feito em 101 nações de todo o mundo coloca o Brasil atrás do Chile, mas à frente da Alemanha.
P
O
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Banco Mundial (Bird) financiamentos de até US$ 10 milhões a fundo perdido durante o seu governo. A expectativa é fruto, segundo o governador, dos bons resultados de sua visita a Washington, na semana passada, quando se reuniu com a diretoria das duas instituições. Para ele, a companhia do governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), ajudou a abrir portas. "Eu levei o projeto da Rocinha, que muito encantou os dois bancos. O BID se interessou muito pelo projeto", contou. (AE)
O troco
C
om a escolha do nome de Arlindo Chinaglia como candidato do PT à presidência da Câmara, PFL e PSDB devem se unir em apoio à recondução de Aldo Rebelo (PC do B) ao cargo. Os dois partidos de oposição estão dispostos em não apoiar uma candidatura do PT. Não é apenas o PT que tem o firme propósito de lançar candidato próprio à presidência da Casa. Outro partido aliado tem a mesma disposição: o PMDB, baseado na idéia de que elegeu a maior bancada. Quem treme na base é o presidente Lula, que defende um único candidato dos partidos aliados.
AMEAÇA
mesmo entusiasmo visto na Câmara. Ontem mesmo o senador Almeida Lima (PMDBSE) fez uma dura crítica ao seu partido. Segundo ele, o PMDB está praticando a "degeneração do adesismo, que é a forma incestuosa, abastardada e depravada de governo".
DECISÃO
bre a percepção da existência de corrupção generalizada no governo e nas empresas. Segundo o instituto, a corrupção endêmica é um dos maiores obstáculos à estabilidade econômica e ao crescimento em países que, sem ela, poderiam usufruir de tendências como a disseminação da tecnologia de informação, o perdão da dívida de países em desenvolvimento e a globalização. (AE) Quem é quem – À frente do Brasil, que obteve 73 pontos no
Vedoin, é sobrinho de Edir Oliveira. Em defesa encaminhada ao Conselho de Ética, o deputado afirmou que Zancanaro não é seu sobrinho nem seu funcionário. Entretanto, Zancanaro disse ter recebido o dinheiro, mas para sua própria campanha eleitoral. Disse ainda que gastou parte do valor na compra de um apartamento. Para Edir Oliveira, o fato de o pagamento a Zancanaro ter sido feito em 2002, quando o deputado estava afastado do mandato para exercer a função de secretário estadual do Trabalho no Rio Grande do Sul, prova que não há ligação entre o depósito e o
CABRAL BUSCA APOIO NO EXTERIOR
governador eleito do O Rio, Sergio Cabral Filho (PMDB), espera obter do
Eymar Mascaro
PFL e PSDB não desejam fortalecer o PT elegendo um deputado do partido à presidência da Câmara. Por isso ameaçam apoiar a reeleição de Aldo Rebelo. Pefelistas e tucanos admitem que podem se transformar no fiel da balança na eleição de 1º de fevereiro.
OLIVEIRA NEGA TER RECEBIDO COMISSÃO Conselho de Ética e Decoro Parlamentar ouviu ontem o deputado Edir Oliveira (PTBRS), um dos acusados de envolvimento com o esquema de fraudes na compra de ambulâncias. O relatório parcial da CPI das Sanguessugas cita acusação do empresário Luiz Antônio Vedoin, líder da máfia das ambulâncias, que diz ter pago R$ 30 mil ao deputado em troca de emendas que beneficiaram suas empresas. Defesa – Segundo informações da Agência Câmara, os depósitos teriam sido feitos em favor de Rafael Zancanaro Oliveira, que, de acordo com a citação de
Um governo novo pressupõe novidades. Aécio Neves
PAÍS MELHORA MAIS AINDA É VERGONHA NA DISPUTA
GALLUP: BRASIL É O 42° PAÍS MAIS CORRUPTO esquisa mundial sobre percepção de corrupção em 2006 realizada pelo instituto Gallup mostrou que o Brasil está em 42º lugar em um ranking composto por 101 países. O Índice Mundial de Corrupção posicionou o Brasil abaixo de países como Benin e Senegal, mas foi acima da África do Sul, Nigéria, Coréia do Sul, Burkina Faso e Bolívia. O país melhor colocado no ranking foi a Finlândia, e o último da lista foi a Lituânia. O Brasil, no entanto, figurou com melhor posição no índice de corrupção do que outros países emergentes, como o México, que ficou em 48º lugar, a Índia, que ficou com a 64ª posição, e a Rússia, que ficou em 93º. A China não foi pesquisada pelo instituto. Metodologia – O Gallup informou que as notas do índice têm relação com os níveis de aprovação dos dirigentes e satisfação com a liberdade. De acordo com o instituto, a comparação dos níveis de confiança e otimismo em países bem colocados na lista com os países nos últimos lugares revela "diferenças marcantes". Entre os dez primeiros países da lista, por exemplo, a maioria dos residentes (55%) declarou que tem confiança nos dirigentes do seu país; número que cai para um terço (32%) entre os 10 últimos países. O estudo da Gallup questionou cerca de mil pessoas em 101 países entre 2005 e 2006 so-
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
Ó RBITA
AÉCIO MANTÉM SUSPENSE
governador reeleito de Minas Gerais, Aécio O Neves (PSDB), disse ontem
que só deverá anunciar sua equipe de governo para o próximo mandato na última semana do ano. Aécio, que participou da inauguração do Complexo Energético de Capim Branco, no Triângulo Mineiro, observou que "um governo novo pressupõe novidades", mas não adiantou nomes. "Vamos qualificar ainda mais a nossa equipe, mas com uma visão política", destacou. (AE)
levantamento, estão países sul-americanos como Uruguai (na 13ª colocação do ranking; e 45 pontos); Chile (19ª; 59) e Venezuela (31ª; 68). A Espanha foi a 37ª nação, com 71 pontos e o Senegal a 40ª, marcando 72. Atrás do Brasil, na seqüência da lista, estão países como África do Sul (43ª posição; e 74 pontos); Alemanha (48ª; 75); México (mesma colocação e pontos da Alemanha); República Tcheca (69ª; 82 pontos) e, figurando em último lugar do
ranking, considerado o país mais corrupto do mundo, a Lituânia (101ª; 94 pontos). O Gallup informa que seu ranking foi comparado a outros estudos referentes ao tema, como o da Transparência Internacional e a conclusões de três outras aferições presentes no Índice de Competitividade Global do Fórum Econômico Mundial. Conforme o instituto, em ambos os casos, caracterizou-se correlação entre os resultados. (Agências)
Gilberto Nascimento / Agência Câmara
A bancada do PMDB ameaça se reunir hoje para tratar da eleição na Câmara. Se for preciso, a bancada indica o candidato à sucessão de Aldo Rebelo. O partido tem pelos menos dois précandidatos: Geddel Vieira Lima e Eunício Oliveira.
IRRITAÇÃO
COMPLEXIDADE
Os deputados do PMDB se irritaram porque não foram chamados para as conversas que o partido já sustentou com Lula. A bancada tem 89 deputados e se julga no direito de ter candidato próprio à presidência da Câmara.
Além das eleições na Câmara e Senado e a distribuição de cargos no governo, o PMDB está envolvido também com a sucessão de Michel Temer na presidência do partido. Temer quer continuar no cargo, mas tem a concorrência de Nelson Jobim (ex-presidente do STF).
AGITAÇÃO O PMDB está movimentado porque entrou na fase de distribuição de cargos que vai ganhar no governo federal e a eleição para a presidência da Câmara deve entrar no rol das negociações. Além de Geddel e Eunício, o PMDB tem outro nome para presidir a Casa: Michel Temer.
Edir Oliveira nega parentesco e vínculo com Rafael Zancanaro Oliveira
parlamentar, nem entre ele e o esquema de fraude montado pelos Vedoin. Nenhuma compra – Ele acrescentou que nenhuma prefeitura gaúcha governada por seu partido comprou veículo das empresas de Vedoin. No entanto, a pedido
de vereadores, ele disse que destinou recursos para prefeituras de outros partidos que compraram veículos da Planam, pertencente à família Vedoin. Ele é acusado de ter recebido uma comissão de 10% sobre o valor de cada emenda executada. (AE)
CORTE DE PRIVILÉGIOS NA POLÍTICA
TRE CASSA DEPUTADO ELEITO NO RS
Econômico e Social (CDES) enviará ao Congresso mexe no vespeiro dos privilégios parlamentares e deve enfrentar forte resistência. O relatório apresentado ontem sugere a limitação do número de reeleições para o Legislativo em dois mandatos consecutivos, com uma quarentena de quatro anos. Prevê também forte restrição à imunidade parlamentar para que o direito ao foro privilegiado seja limitado ao exercício do mandato. Proíbe ainda que governadores, prefeitos, senadores, deputados e vereadores de interrompam mandatos para disputar outros cargos. (AE)
mandato do deputado estadual Giovani Cherini (PDT). A decisão foi tomada ontem. O parlamentar, reeleito com 64,5 mil votos, foi acusado pelo Ministério Público de captação ilícita de votos por meio de oferta de hospedagem a pessoas doentes em albergues que mantém em Porto Alegre, Santa Maria e Passo Fundo. Após a decisão, Cherini anunciou que vai recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para "restabelecer a Justiça". Se o TSE confirmar sua condenação, o deputado não empossado será substituído por seu suplente registrado no TRE, Koffi Rodrigues. (AE)
proposta de reforma Tribunal Regional A política que o Conselho O Eleitoral do Rio Grande de Desenvolvimento do Sul cassou o futuro
A VOLTA Quem deseja voltar ao ministério é Agnaldo Queiroz (PC do B), que se licenciou da pasta de Esporte para se candidatar nas eleições de outubro. Acontece que o seu sucessor, Orlando Silva, também deseja continuar. Detalhe: o PC do B quer manter o Ministério de Esporte.
ENTENDIMENTOS
FESTA
Lula ainda mantém a disposição de conversar com os pré-candidatos dos partidos aliados à presidência da Câmara. O presidente quer evitar qualquer surpresa, como a de 2005, quando o PT dividiu os votos e permitiu a vitória de Severino Cavalcanti.
Os partidos aliados começam a se movimentar para transformar a posse de Lula numa grande festa popular, como a de 2003. A festa será programada para a Esplanada dos Ministérios. Os organizadores falam numa festa simples. Lula toma posse às 4 da tarde de 1º de janeiro.
REFLEXO O PMDB tem medo de que a briga na Câmara tenha reflexos no Senado. O partido espera reeleger Renan Calheiros para a presidência da Casa, mas se vê ameaçado pela candidatura de oposição de José Agripino (PFL), que ainda não emplacou.
OLHO GRANDE Renan entrou na fase de fazer gestos para atrair votos do PSDB, com o objetivo de esvaziar a candidatura de José Agripino. Renan faz elogios a senadores tucanos, sobretudo a Tasso Jereissati, presidente do partido, e ainda manda para votação plenária projetos de interesse do PSDB.
OPOSIÇÃO Entre os senadores do PMDB, o apoio a Lula está longe de encontrar o
ESPECIAL O governo do PT quer aproveitar a festa de posse de Lula para prestar uma homenagem a pessoas que ajudaram a implantar os programas sociais, sobretudo o BolsaFamília. As urnas revelaram que foram esses programas sociais o estopim da campanha vitoriosa de Lula.
CASSAÇÃO Aldo Rebelo deve mandar hoje para votação plenária o projeto de cassação do mandato de José Janene (PP). O presidente da Câmara quer mostrar imparcialidade no momento em que corre atrás de votos para sua reeleição à presidência da Casa. Janene é acusado de envolvimento com o mensalão.
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
Corr upção Planalto Congresso CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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ESQUENTA A DISPUTA PELA CÂMARA E SENADO
Não pretendemos fazer disso (da disputa pela Câmara) um cavalo de batalha, mas é uma pretensão natural do PMDB. Geddel Vieira Lima
Dida Sampaio / AE
PT LANÇA CHINAGLIA E COMPLICA DISPUTA O partido não deu ouvidos ao presidente Lula, que já deixou clara sua preferência pela reeleição de Aldo Rebelo (PCdoB) à presidência da Câmara.
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Candidatura do deputado petista é o primeiro embate entre os aliados; Lula pede união da base em torno de um único nome. Dida Sampaio / AE
COALIZÃO É DIVISÃO DE CARGOS, DIZ ALCKMIN
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ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, candidato derrotado da coligação PSDB/PFL à Presidência da República, criticou a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de formar um governo de coalizão no seu segundo mandato. Em entrevista à Rádio CBN, Alckmin opinou que, na verdade, está sendo costurada apenas uma divisão de cargos, sem um projeto de desenvolvimento para o País. "O que a gente verifica é que não há um projeto, o que está havendo é uma divisão de cargos. Qual é o projeto sobre o qual está se fazendo essa aliança? Ninguém sabe", questionou o tucano "Eu vejo com muito cuidado. No fim do ano que vem vai acabar a CPMF, que representa R$ 30 bilhões para o governo federal. E acaba também a Desvinculação de Receitas da União (DRU), que dá flexibilidade para o governo alocar recursos públicos. O governo está querendo montar maioria não é para aprovar reformas estruturantes, é para empurrar para frente a CPMF e
MAIA: LULA INTERFERE NO LEGISLATIVO
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prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL) voltou a atacar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por meio de seu boletim eletrônico "Ex-Blog". Ontem, Maia afirmou que Lula quer escolher os presidentes da Câmara e do Senado e insinuou que ele estaria quase intimando o poder Legislativo a tê-los presidindo as duas Casas. "Semana passada (Lula) disse que vai esperar as eleições para presidente da Câmara e do Senado para definir seu ministério. Ou seja: se o poder Legislativo não eleger quem ele quer para presidir as duas Casas, não vai distribuir cargos para sua base", disse Maia. O pefelista afirmou que essa ação é "uma invasão de competências institucionais do Legislativo" e remete à Constituição para considerar o ato "crime de responsabilidade do Presidente da República". Para finalizar, Maia ressaltou para Lula "tomar cuidado", pois a paciência da oposição poderia acabar. (AE)
Alckmin: 'Qual é o projeto sobre o qual está se fazendo essa aliança?'
a DRU, que era também provisória", considerou. Alckmin garantiu que o PSDB vai votar as reformas que forem de interesse do País. "As reformas de interesse do País nós vamos votar. Nós já votamos a reforma da Previdência no primeiro mandato de Lula. Sem os votos da opo-
sição, ela não teria sido aprovada", lembrou. "Na democracia, quem perde, vai para a oposição. É tão patriótico ser governo quanto ser oposição. A oposição fiscaliza, critica o que está errado, propõe alternativas e se prepara para ganhar a próxima eleição. Essa é a lógica do processo
democrático", analisou. O ex-governador negou que o PSDB precise de uma reformulação. Segundo ele, o que partido carece é de mais solidariedade. "A discussão programática é sempre necessária porque o mundo em que vivemos é muito rápido, as mudanças são muito velozes. Porém, acho que a questão programática não é essencial", avaliou. Indagado se acredita ser possível fazer o Brasil crescer a uma taxa de 5% do PIB ao ano, como propõe o governo Lula, o tucano respondeu que esse resultado vai depender muito do cenário internacional. Ele entende que o País pode crescer até muito mais do que isso, desde que aconteçam as reformas tributária, política e trabalhista. Além disso, Alckmin defendeu ainda que o governo reduza gastos e melhore a questão fiscal. Agenda comum – O governador reeleito de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), cobrou ontem dos governadores aliados ao presidente Lula que também defendam o fortalecimento de Estados e municípios. Segundo Aécio, esta não deve ser uma agenda exclusiva dos governadores de oposição. "Tenho absoluta certeza que haverão de liderar este movimento, principalmente, os governadores mais próximos do governo federal", disse. (AE)
ALENCAR QUER CORTAR GASTOS
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vice-presidente José Alencar defendeu ontem cortes nos gastos "supérfluos" do próprio gabinete. Em entrevista no Palácio do Planalto, ele considerou necessário reduzir o número de seguranças e assessores nas viagens. "É preciso uma nova mentalidade de economicidade na administração pública", disse. "O governo federal não pode se transigente com gastos supérfluos." Alencar reclamou do aparato que o acompanha nos deslocamentos em Brasília, nos estados e no exterior. "Vou amanhã a São Paulo, e gostaria de ir sozinho, ficaria satisfeito e feliz", disse. "O governo tem de cuidar disso." Alencar também citou uma viagem feita no mês passado a Nova York, onde fez uma cirurgia para extrair um tumor no abdômen. "Não precisava que fosse aquele aparato
Bruno Miranda / Folha Imagem
Vice condena despesas supérfluas.
todo", reclamou. "Fico honrado de ser acompanhado por eles (seguranças e assessores), mas não precisava." Durante a entrevista, o vice-presidente não fez comentários sobre as viagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvos de críticas da oposição e da imprensa. Nos bastidores, no entanto, Alencar se queixa do excesso de viagens que tanto Lula quanto ele fazem ao exterior. O vice costuma dizer que essas viagens
servem apenas para "tirar fotos" com outros presidentes. O presidente Lula, por exemplo, conta com 12 ou 13 seguranças diretos, fora as dezenas de agentes de diferentes polícias e das Forças Armadas, além dos assessores que o acompanham. Só nos três primeiros anos de governo, ele visitou 48 países. De janeiro de 2003 a dezembro de 2005, o presidente ficou 159 dias fora do País. Nos seis primeiros meses deste ano, a Presidência teve uma despesa total de R$ 637,3 milhões, segundo dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi). A Secretaria de Administração da Casa Civil, responsável pelas diárias de viagens e pela manutenção dos palácios da Presidência, gastou no período R$ 165 milhões. Em 2005, a despesa da secretaria foi de R$ 272 milhões. (AE)
nquanto o presidente tada pelo PT como uma iniciaLuiz Inácio Lula da tiva partidária. "Talvez tenhamos de analiSilva tenta arrematar a costura da coalizão sar essa questão", disse Marco de governo, o PT entrou em A u ré l i o , a o c o m e n t a r u m confronto direto com o maior eventual afastamento de Chiparceiro da aliança, o PMDB, e naglia da liderança, cargo de também com os menores, PSB indicação do presidente. Efeito Severino – O comane PCdoB, lançando a candidatura do deputado Arlindo Chi- do do PT avalia que este seria o naglia (PT-SP) à presidência da momento de retomar a presidência da Câmara, que o partiCâmara dos Deputados. A bancada do PT se reuniu do perdeu para Severino Capara confirmar o nome de Chi- valcanti (PP-PE), em fevereiro naglia ontem, após a executiva de 2005, quando se dividiu enpetista ter decidido que o par- tre dois candidatos. Severino teve de renunciar tido lançaria um nome à sucessão do atual presidente Aldo em setembro de 2005, sob acusações de corrupção. Com o PT Rebelo (PCdoB-SP). "Não estamos apenas apre- acuado pelo escândalo do sentando um nome para pas- mensalão, Lula decidiu apoiar sear pelo plenário, é uma can- para a sucessão de Severino o didatura pra valer", disse o comunista Aldo Rebelo, seu presidente em exercício do PT, ex-ministro, com bom trânsito entre outros partidos. Marco Aurélio Garcia. "O risco de se repetir aquele A disputa interna na aliança episódio, com a governista será eleição de um confirmada oficandidato cialmente na alheio à base goquarta-feira, vernista, existirá quando a bancas e n ã o t o m a rda do PMDB na Não estamos apenas mos uma deciCâmara se reu- apresentando um são madura. A nirá para reivinnome para passear coalizão não podicar também o de se dividir colugar de Aldo pelo plenário, é uma candidatura pra valer. mo naquela ocaRebelo. O P M D B a rMarco Aurélio Garcia, sião", ponderou gumenta que presidente interino o deputado Paulo Rubem Santem esse direito, do PT tiago (PT-PE), na pela tradição da reunião da banCâmara, pois cada petista. elegeu a maior O presidente Lula deixou bancada (89 deputados, contra claro pela primeira vez que 81 do PT). "Não pretendemos fazer não quer ver seus aliados bridisso um cavalo de batalha, gando para manter candidatos mas é uma pretensão natural à presidência da Câmara. Apedo PMDB, que deve ser levada sar de considerar "legítimo" o em conta pelos parceiros da lançamento da candidatura de coalizão", disse o deputado Chinaglia, o presidente disse Geddel Vieira Lima (PMDB- que, em algum momento, esBA), apontado como um dos pera ver a base unida em torno possíveis candidatos do parti- de um único nome. "É importante que todo e do à sucessão de Aldo Rebelo. As chances de reeleição do qualquer candidato se submepresidente comunista depen- ta à base. Se não, não haverá dem de um acordo dentro da nenhuma razão de fazer políticoalizão. Aldo tem o apoio do ca unitária", disse Lula. "Cada PSB e de parte do PMDB, além deputado sabe a regra do jogo, da simpatia declarada do pre- sabe o que acontece quando a gente se divide. Como dizia sidente Lula. O lançamento de Chinaglia Ulysses Guimarães, não existe pelo PT cria um constrangi- deputado bobo ou inocente. mento político para o Planalto, Então esperamos que, no frigir porque o deputado é líder do dos ovos, eles tenham maturiGoverno na Câmara, embora dade para fazer o melhor para sua candidatura seja apresen- a Câmara". (Agências)
RENAN DEVE FECHAR APOIO COM O PDT
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presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deve obter hoje o apoio fechado da bancada do PDT à sua reeleição. Segundo o líder pedetista, Osmar Dias (PR), é esta a tendência dos quatro senadores do partido, que se reúnem nesta manhã para tratar do assunto. A adesão do PDT é considerada decisiva na disputa entre o PMDB de Renan e o PFL do líder no Senado, José Agripino Maia (RN). Segundo um dirigente pefelista, o apoio seria uma "ferida de morte" para o partido. (AE)
Empresas Finanças Estilo Nacional
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quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
VISITAS EM CASA PODEM CUSTAR ATÉ R$ 1 MIL
Marcos Fernandes/Luz
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Papai Noel de shopping trabalha de 28 a 45 dias e ganha, em média, R$ 15 por dia, mais ajuda de custo.
Paulo Pampolim/Hype
BOM CACHÊ, O PRESENTE DE PAPAI NOEL. Trabalhar como o "bom velhinho" em shoppings ou em visitas gera boa renda para atores e aposentados. A preferência é por senhores com barba original.
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odo ano é a mesma no colo 500 crianças por dia?" As exigências, no final, comcoisa. Panetone para cá, sinos para lá e Pa- pensam. Cada Noel trabalha pai Noel para tudo de 28 a 45 dias em algum shopquanto é lado. Pois é, se tem ping da cidade e recebe, em um emprego que é (quase) ga- média, cachê de R$ 150 por dia, rantido, ano após ano, é o de re- mais ajuda de custo – isso, sem presentar o "bom velhinho". contar as visitas caseiras. Um Noel que trabalha com Afinal, é mais fácil achar uma agulha no palheiro do que des- Monica é Carlos D'Ângelo Ficobrir um shopping center lho, de 56 anos, que pode ser sem Papai Noel. E não é só nos considerado um veterano. centros de compras que o per- Apesar da pouca idade, será o sonagem está. Mais e mais pes- "bom velhinho" pela nona vez soas contratam o Papai Noel consecutiva neste ano. E tudo para dar uma passadinha em começou meio sem querer, casa na véspera ou no dia de conta. "Fui acompanhar miNatal. Segundo Monica Cha- nha sobrinha ao parque Ibiraves, proprietária da Maison puera, onde haveria um evento e o Papai Eventos, Noel chegou agência com Marcos Fernandes/Luz bêbado. O cerca de 100 pessoal da Noéis no caprodução dastro, há olhou para quem não se m i m e p e rimporte em guntou ao pagar até R$ 1 maquiador se mil para uma eu servia. visita de 30 Pouco tempo minutos. depois, já es"A gente tava maquiapede fotos das do e contratacrianças aos do para trabapais e o Papai lhar por duas Noel tem de horas." Por decorar quem fim, D'Ângeé q u e m , lo acabou traaprender os balhando dunomes, qual Saco nas costas, hora das visitas rante uma secriança não foi bem na escola, quem não comeu mana, seis horas por dia. No ano seguinte, estava no direito. Uma mãe pediu ao Papai Noel que ele tire a chupeta shopping Ibirapuera, onde ficou por quatro natais seguidos. da filha este ano", diz Monica. As visitas mais baratas são Depois, foi o Noel do Villa Loas de almoço do dia 25 (R$ 400) bos e neste ano é o velhinho do e as primeiras da noite da vés- Raposo Shopping. Desta vez, pera – a partir de R$ 500. O Pa- chegou a bordo de um helicóppai Noel mais requisitado, de tero e foi uma comoção geral. acordo com Monica, é o que As histórias que escuta, não só trabalha no shopping Ibira- de crianças, mas também de puera – "lindo". O homem sai adultos o emocionam a ponto do shopping no dia 24 às 18 ho- de chorar. Ouve pedidos de ras e visita geralmente cinco empregos, recebe currículos e sente orgulho das ocasiões em casas até dar meia-noite. Ser Papai Noel não é para que pode ajudar. "Uma moça qualquer um. Na Maison, o conseguiu emprego no shopcandidato ao cargo deve ter ping depois de falar comigo", mais que 55 anos, cabelo e bar- conta. Mas são os pedidos feiba originalmente brancos, ser tos pelas crianças os que mais aposentado, ter barriga "natu- tocam seu coração. "Eu choro ral" e proporcional ao corpo mesmo, não vou esconder." Mesmo morando em Caldas ("ninguém aqui pesa menos de 90 quilos"), e se tiver olhos Novas, Goiás, D'Ângelo acha azuis, melhor ainda. "Além de que compensa vir a São Paulo tudo isso, a pessoa tem que ser trabalhar por dois meses todos superpaciente. Imagina pegar os anos. Avô de duas crianças,
D´Ângelo Filho representa o Papai Noel há nove anos e diz que ouve muitos pedidos de adultos, principalmente de emprego Newton Santos/Hype
Newton Santos/Hype
Chegada ao shopping de helicóptero: comoção geral
Garotinha pensando no que pedir. Hora de emoção para os atores.
Marcos Fernandes/Luz
Marcos Fernandes/Luz
Marcos Fernandes/Luz
Marcos Fernandes/Luz
TRANSFORMAÇÃO – Ivo Guimarães prepara-se para encarar as crianças: maquia-se, coloca barba, cabelo e barriga postiços
ele diz que, em um ano bom, dá para tirar entre R$ 8 mil e R$ 10 mil na temporada. "É um emprego garantido." Brincalhão, ri ao responder qual seria o pior pecado que um Noel pode cometer: ficar olhando para a mãe da criança. "Tem Papai Noel que é ousado", diz. Carruagem e helicóptero Ao contrário da Maison Eventos, a Sonhos de Noel chega a ser intimista, com apenas três atores profissionais que se transformam no velhinho da Lapônia. A empresa é uma das frentes da Cia Monocirco, um núcleo de pesquisa e produção de espetáculos de circo-teatro e teatro de rua filiado às cooperativas paulis-
tas de circo, de teatro e ao Movimento de Teatro. Além de realizar a chegada de helicóptero, a Sonhos de Noel tem ainda uma charmosa carruagem que pára na porta da casa da pessoa que a contrata. Ventríloquo desde os oito anos de idade, Wilson Vasconcelos, 33 anos, que é alto e magro, não se acanha na hora de representar o bom senhor da Sonhos de Noel. Todo ano veste a roupa que demorou quatro meses para fazer, coloca a barba importada e, voilà, vira Papai Noel. "A roupa tem um superenchimento que está longe de ser um travesseiro na barriga", explica. A visita de 30 a 40 minutos sai por R$ 500 na cida-
de de São Paulo. Em outras regiões, o preço muda. O melhor momento da noite, conta, é quando começa a falar com as crianças. "Bruno, os meus anões me contaram que você foi muito bem na natação este ano. Parabéns." As crianças ficam sem entender como ele sabe de tanta coisa. Em outra empresa de eventos, a Animatudo, Ivo Guimarães Moreira, de 47 anos, conta que começou trabalhando como palhaço e acabou agregando outros personagens ao longo da carreira. Moreira faz visitas residenciais, festas de fim de ano de empresas e ainda acha tempo para apresentar uma peça natalina em escolas
públicas e particulares. "O meu rosto é meio cheinho, mas não sou gordo. Uso peruca e barba postiças e enchimento no corpo", diz. Mas o que conquista a criançada, diz, é carisma. "Ao longo dos anos desenvolvi uma empatia com as crianças e isso conta muito." As performances residenciais desse Papai Noel-palhaço duram cerca de 30 minutos e custam entre R$ 150 e R$ 300. "Quanto mais perto da meia-noite, mais caro." Kety Shapazian SERVIÇO Maison Eventos: (11) 3664-8195 Sonhos de Noel: (11) 6954-3283
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
Planalto Estados Congresso CPI
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
Nunca aceitei fazer acordo em cima de cargos. Jefferson Péres (PDT-AM)
A GOVERNABILIDADE É POSSÍVEL?
Christian Knepper / Embratur
O governo tem aliados de sobra no Congresso para aprovar projetos de emenda à Constituição. Entre os senadores, porém, a oposição é bem mais barulhenta e já deu muita dor de cabeça a Lula no primeiro mandato.
A CÂMARA, TUDO BEM. FALTA O SENADO. Alianças de Lula para formar o governo de coalizão podem não ser suficientes para garantir a governabilidade; o Senado pode ser a pedra no sapato. criada para investigar o caso Waldomiro Diniz, ex-assessor da Casa Civil, flagrado pedindo propina para facilitar uma negociação entre uma empresa de tecnologia e a Caixa Econômica Federal. A adesão do PV e PDT também não é unânime. Uma das lideranças nacionais do partido, o deputado federal Fernando Gabeira (RJ) defende que o PV se mantenha na oposição. No PDT, além de Jefferson Péres, o deputado federal eleito e presidente estadual do partido, Paulo Pereira da Silva, o Leonardo Rodrigues Leonardo Rodrigues Paulinho, é contra a No sentido adesão. (leia horário: matéria ao Amaury de lado). Souza, José Projeção e Rubens de realidade Lima Segundo a Figueiredo Jr, consultoria Aldo Arko Advice, Fornazieri e comparado Jefferson ao governo de Péres. Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Lula se diferenciará Teoricamente, o governo em duas coisas neste segundo soma 44 votos (PT, PMDB, mandato: sua base na Câmara PDT, PTB, PRB, PSB e PC do é muito diversificada do B), contra 37 da oposição. ponto de vista ideológico e, Qual é o problema? Parte da no Senado, a maioria é tênue. bancada de senadores do Aliás, no primeiro PMDB e PDT já se declararam mandato, a falta de unidade independentes ou disseram na base governista na Câmara que vão ficar na oposição. permitiu a folclórica eleição No PMDB são seis: Jarbas de Severino Cavalcanti (PPVasconcelos (PE), Joaquim PE), não-alinhado com o Roriz (DF), Garibaldi Alves Palácio do Planalto. (RN), Almeida Lima (SE), Em setembro do ano Mão Santa (PI) e Geraldo passado, Severino renunciou Mesquita (AC). No PDT são ao mandato para não ser três: Jefferson Péres (AM), cassado por falta de decoro Cristovam Buarque (DF) e parlamentar. Ele foi acusado Osmar Dias (PR). Sem o voto deles, o governo de receber o "mensalinho" não terá votos suficientes para para prorrogar a concessão de aprovar projetos de emenda à um restaurante da Câmara. Sua curta passagem no Constituição. Neste caso, o cargo atrapalhou a tramitação quórum mínimo é 49 votos. de projetos do governo e O Senado já deu muita dor abalou a imagem do de cabeça a Lula no primeiro Legislativo. Lula só respirou mandato. A oposição aliviado quando conseguiu conseguiu instalar a CPI dos Bingos no ano passado. Ela foi eleger Aldo Rebelo (PCdoBRoosewelt Pinheiro
Quantos aos verdes, que totalizam 13 votos, o partido exige que Lula defenda o meio ambiente, fortaleça a política cultural (o atual ministro Gilberto Gil é filiado ao partido) e dê apoio total à reforma política. Se tudo der certo, o presidente terá na Câmara de 330 a 340 votos, de um total de 513. O número é suficiente para aprovar projetos de emenda à Constituição, cujo quórum mínimo para aprovação é de 308 votos. No Senado, o cenário é um pouco diferente.
Andrea Felizolla
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epois da lição do primeiro mandato, quando foi obrigado meio a contragosto a esvaziar o PT para acomodar o PMDB no ministério, em troca de apoio no Congresso Nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já iniciou as conversas com diversos partidos – da direita à esquerda – para montar o tão sonhado governo de coalizão. Para não ter mais pesadelos neste segundo mandato, o presidente petista já praticamente consolidou uma maioria folgada de aliados na Câmara. Falta, porém, o Senado. Projeta-se que Lula terá uma maioria apertada e os oposicionistas (PSDB, PFL e PSol) costumam fazer muito barulho. "O Senado é o cenário mais complicado para o governo porque há uma oposição atuante", diz Amaury de Souza, cientista político e sócio da MCM Associados. Na Câmara, o presidente garantiu o apoio nominal do PMDB, PSB, PP, PL, PTB, PRB, PC do B e PRTB. A aliança com os peemedebistas foi muito comemorada. O partido terá as maiores bancadas no Congresso e sete governos estaduais: Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Amazonas, Espírito Santo, Tocantins e Mato Grosso do Sul. Falta ainda oficializar o PDT e o PV, embora as cúpulas já tenham sinalizado que vão aderir. Para ganhar o apoio dos pedetistas, que somam 27 votos, Lula se comprometeu a não apresentar nenhuma proposta de reforma da Previdência. Após encontro com a direção nacional pedetista, o presidente afirmou que "o mandato da divergência" havia acabado. Com as alianças, ele, enfim, viabilizaria o sonho do "mandato da convergência".
SP). O comunista recuperou a imagem da Câmara e ajudou o governo a destrancar a pauta de votações. Mesmo na Câmara, a consultoria avalia que Lula precisará ficar atento porque não há o instrumento de fidelidade partidária. Ele teve essa experiência recentemente. No seu primeiro teste na Câmara pós-reeleição, o governo derrotou por uma diferença de apenas 26 votos – 184 contra 158 – uma emenda da oposição à Medida Provisória 316, que pedia a concessão de um reajuste de 16,67% para as aposentadorias de valor acima de um salário mínimo. O reajuste previsto pela MP é de 5,01%. O projeto vai agora para o Senado. Pelo mapa de votação, verificou-se que 52 deputados governistas votaram com a oposição. Enquanto isso, apenas oito deputados da oposição votaram a favor do governo. "Fica claro que o presidente não pode errar na reconstrução de sua base política no Congresso. A reforma ministerial precisará ser muito bem conduzida, caso contrário o presidente terá dificuldades na aprovação de matérias importantes que constam de sua agenda legislativa", adverte o consultor Cristiano Noronha. Para o cientista político Rubens Figueiredo, do Centro de Pesquisa, Análise e Comunicação (Cepac), se o governo não se empenhar em aprovar a fidelidade partidária nos primeiros meses do ano, perderá uma grande oportunidade para inibir o fisiologismo. "O governo negociará a votação diretamente com os partidos e não mais individualmente com as bancadas. Isso diminui o preço da negociação política", defende Figueiredo. Sergio Kapustan
SEM REFORMAS, APOIO É CRITICADO
A
costura política do comprometimento. Se a genpresidente Luiz Iná- te fizer a aliança, perde a licio Lula da Silva di- berdade de criticar", reforça vide opiniões. Na avaliação o deputado. O professor Aldo Fornade especialistas e políticos, o presidente não tem um pro- zieri, da Escola de Sociologia grama de reformas definido Política, também critica a ese isso complica a vida dos tratégia de Lula. Fornazieri partidos que já têm pouca re- toma como exemplo o acordo com o PMDB. presentatividade. Entre os itens do acordo, Uma das principais lideranças do Congresso, o sena- estão estão as reformas tridor Jefferson Peres (PDT- butária e política, crescimenAM) afirma que o presidente to mínimo de 5% nos próxiprecisa fazer as reformas da mos quatro anos, consolidaPrevidência (que seu parti- ção das políticas de transfedo é contra), tributária e tra- rência de renda e a criação de u m c o n s ebalhista. Se- Newton Santos/Digna Imagens lho político. gundo espePaulinho "As proposcialistas, sem defende tas são genéas reformas a acordos ricas porque economia pontuais o governo brasileira vai com Lula na não tem continuar Câmara. uma agenda crescendo a de reformas. passos de Por outro latartaruga. Jefferson Péres prega a in- do, os partidos também esdependência, mas não tem a tão sem agenda política", intenção de iniciar uma luta avalia o professor. Cristiano Noronha, da interna para levar o PDT à oposição. Ele prefere ficar consultoria Arko Advice, apenas na pregação. "Fiquei também acredita que Lula na oposição nos governos não avançará nas reformas. Fernando Henrique Cardo- O primeiro sinal foi não meso e Lula. Não mudo. Qual a xer na Previdência. "Lula razão? Nunca aceitei fazer não é um político de dividir acordo em cima de cargos. É bola. Ele só vai fazer as reforo que está acontecendo", cri- mas que sejam absolutamente viáveis". tica o pedetista. Marcos Verlaine, do DeparMais radical, o deputado federal eleito e presidente do tamento Intersindical de AsPDT paulista, Paulo Pereira sessoria Parlamentar (Diap), da Silva, o Paulinho, diz que que fiscaliza o Congresso, sai levará para a reunião da exe- em defesa de Lula. Para ele, o cutiva nacional com os de- presidente está procurando putados eleitos, que será rea- mudar a forma de negociar a lizada hoje, a proposta de agenda de projetos que está não compor a base de Lula preparando. "É uma articulação institucional via direção no segundo mandato. Paulinho defende que o de partidos, sem intermediáapoio fique restrito à aprova- rios. Isso pode evitar probleção de projetos. "É um apoio mas", diz Verlaine. de fora do governo, sem (SK)
LIVRES PARA VOAR
AVANÇA A SUPER-RECEITA
(Só os pilotos do Legacy)
(De Olho no Imposto deve ficar para 2007)
Em dia de caos nos aeroportos, Justiça libera pilotos do jato que se chocou com o Boeing da Gol. Eles podem voltar aos EUA em até 72 horas. C 3
Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprova projeto que une Secretaria da Receita com a Previdenciária. Economia 1
Ano 81 - Nº 22.267
São Paulo, quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h50
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
Feliz Natal, São Paulo
Agliberto Lima/DC
HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 27º C. Mínima 18º C.
AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 26º C. Mínima 18º C.
O Teatro Municipal recebeu ontem a música da Sinfônica de Heliópolis e do Coral Gente, ambos do Instituto Baccarelli, enquanto surgia o Natal Iluminado. "O projeto já faz parte da festa natalina do paulistano", disse Afif Domingos, presidente da ACSP, ao lado do prefeito Gilberto Kassab, depois de acenderem milhares de microlâmpadas. Animado, o varejo prevê aumento de 10% nas vendas de eletroeletrônicos. Nos shoppings, Papai Noel dá emprego a aposentados. C 1, E 4 e 10. Ganhe um protetor de tela com a imagem da festa: www.dcomercio.com.br
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
1 São muitos tributos. Além disso, os impostos em cascata são difíceis de calcular. Leomar Quintanilha, relator do projeto conhecido como De Olho no Imposto
PROJETO QUE UNE SECRETARIA DA RECEITA COM A PREVIDÊNCIA É APROVADO EM COMISSÃO NO SENADO
SUPER-RECEITA AVANÇA NO SENADO
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Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou ontem o parecer do senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA) ao projeto que cria a Secretaria da Receita Federal do Brasil, conhecida como Super-Receita. Tourinho incluiu no projeto uma série de dispositivos do Código de Defesa do Contribuinte, cuja votação está parada na Casa desde 1999. Para dar maior rapidez à tramitação da matéria, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), fez um acordo com o relator e desistiu de propor 21 mudanças no texto, que atingiriam, principalmente, os artigos que tratam dos direitos e garantias dos contribuintes. O governo poderá fazer essas alterações, no entanto, quando o projeto for analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ou votado no plenário do Senado. Depois, o projeto terá que ser novamente submetido à Câmara, porque foi modificado. Fusão – A Super-Receita é a união da atual Secretaria da Receita Federal, do Ministério da Fazenda, com a Secretaria de Receita Previdenciária, do Ministério da Previdência Social. O novo órgão ficará responsável pela arrecadação de quase todos os tributos federais, e seu secretário será escolhido pelo presidente da República e submetido à aprovação do Senado. O parecer de Tourinho foi aprovado pela CAE com apenas uma modificação, apresentada pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP): o prazo máxi-
Roberto Jayme/AE
mo de fiscalização nas empresas foi fixado em 24 meses. O relator tinha proposto 12 meses. Atualmente, não existe prazo e a fiscalização pode se estender por tempo indeterminado. "Se a Receita Federal acha que 12 meses é insuficiente, aceito ampliá-lo. O importante é definir um prazo", argumentou o relator. Entre os direitos e garantias dos contribuintes, introduzidos no projeto por Tourinho, Sergio Lima/Folha Imagem
Tourinho: parecer pouco modificado
estão o prazo de 18 meses para que o fisco responda a petições, recursos e informações feitas pelas empresas e o de seis meses para que decida sobre pedidos de restituição de tributos e de ressarcimento de créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Divergências – Três pontos
do parecer de Tourinho foram questionados por senadores do PT. Aloizio Mercadante (PT-SP) acha que não se deve permitir que os débitos previdenciários possam ser compensados pelas empresas com créditos de outros tributos. O senador argumentou que as contribuições ao Instituto nacional de Seguro Social (INSS) são destinadas a uma finalidade específica – o financiamento do sistema previdenciário – e, portanto, não podem ser compensadas. O senador vai tentar, na CCJ ou no plenário, mudar o parecer e manter a proibição da compensação. Mercadante e Suplicy foram contrários também ao artigo que impede que a Receita Federal ou a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) inscrevam como dívida ativa os débitos não pagos no modo e tempo exatos. O parecer de Tourinho exige que o contribuinte seja notificado antes e permite que ele possa impugnar o ato em todas as instâncias administrativas. Os dois senadores também não concordaram com a emenda, acolhida pelo relator e apoiada por 66 senadores, que impede o fisco, sem autorização judicial prévia, de desconsiderar a pessoa, ato ou negócio jurídico que implique reconhecimento de relação de trabalho, com ou sem vínculo empregatício. Para Suplicy, se esse o artigo for mantido, o fisco terá dificuldade para coibir fraudes cometidas com "laranjas". Tourinho disse que o Código Civil e a Constituição determinam prévia decisão judicial. (AE)
Mais 50 empresas vão usar a NF-e
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Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) divulgou no Diário Oficial de 1º de dezembro a relação das 50 empresas selecionadas para participarem como voluntárias da segunda fase do Projeto Nota Fiscal Eletrônica (NF-e). Essa etapa corresponde ao início da massificação do uso da nova ferramenta e prevê que, a partir de abril do próximo ano, as empresas credenciadas já possam substituir a nota em papel pela eletrônica. A primeira fase de implantação da NF-e teve início em abril com 19 empresas voluntárias, autorizadas por seis Secretarias de Fazenda – BA, SP, RS, SC, GO e MA. As notas eletrônicas têm sido emitidas de forma simultânea às suas tradicionais notas fiscais em papel, modelo 1 e 1A. O projeto NF-e é coordenado pelo Encontro Nacional dos
Administradores e Coordenadores Tributários Estaduais (Encat), e desenvolvido em parceria com a Secretaria da Receita Federal. O objetivo é a
implantação de um modelo nacional de documento fiscal eletrônico para a substituição da sistemática atual de emissão do documento fiscal em papel. (DC)
O senador Luiz Otávio (à dir.), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, cercado por manifestantes do Unafisco
De Olho no Imposto, parado. Milton Mansilha/LUZ
projeto de lei conhecido como De Olho no Imposto corre o risco de não ser votado neste ano. Isso porque a Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor, Fiscalização e Controle (CMA) do Senado – que se reúne apenas às terças-feiras - ainda não votou o relatório do senador Leomar Quintanilha (PCdoB-TO) e o recesso parlamentar começa no próximo dia 23. O projeto estabelece a obrigatoriedade de as notas fiscais discriminarem o valor dos tributos incidentes na compra de mercadorias e serviços. Outro problema é a possibilidade de alteração do relatório final. Segundo o consultor de orçamento e fiscalização do Senado, Hipólito Gadelha Remigio, o parecer final excluirá do texto do Projeto de Lei nº 174/2006 a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e a contribuição previdenciária do cálculo da carga tributária.
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Toledo: tributos podem ser tirados
O relator confirmou a informação e disse, ainda, que há discussões sobre como colocar o projeto de lei em prática. "São muitos tributos. Além disso, os impostos em cascata são muito difíceis de calcular. Espero que até o final deste mês tenhamos uma conclusão" disse Quintanilha. Para o consultor jurídico da
Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Gastão Alves de Toledo, o relator pode eliminar esses dois tributos do texto e submeter o projeto à votação na CMA. "Se a maioria dos senadores da comissão aprovar o relatório, mesmo com essas modificações, ele não precisará ir a plenário", afirma. Se aprovado, o PL será encaminhado diretamente para a Câmara dos Deputados e, caso não sofra nenhuma alteração, só faltará a sanção do presidente da República. O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), que faz parte da CMA, disse apoiar o projeto De Olho no Imposto. Virgílio é autor de um projeto de lei semelhante. "Infelizmente, não há mais tempo hábil para votação da minha proposta neste ano. Ele está na Comissão de Constituição e Justiça pronto para ir a plenário, mas temos apenas sete sessões deliberativas antes do recesso", explica. Laura Ignacio
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Nacional Empresas Comércio Exterior Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
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26 PROJETOS SERÃO FINANCIADOS PELA APEX
milhões de reais serão destinados a projetos para o setor têxtil
Robson Fernandjes/AE
APEX LIBERA MAIS RECURSOS PARA EXPORTAÇÕES Presidente da agência anuncia liberação de verba da ordem de R$ 191,8 milhões para a promoção de empresas brasileiras no mercado externo
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Agência de Promoção de Exportações e Investimentos, a Apex-Brasil, reservou R$ 191,8 milhões para promoção das exportações ao longo dos dois próximos anos. A liberação coincide com o término da gestão de Juan Quirós na agência e foi anunciada como uma forma de garantir a continuidade nas ações de difusão do produto brasileiro no exterior. Quirós deixa a presidência da Apex no próximo dia 31. A permanência no posto ou o anúncio de seu substituto cabem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O montante liberado sai do orçamento que a Apex possui dentro do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O valor vai financiar a continuidade de 26 projetos, entre eles, o programa Texbrasil, que engloba o setor têxtil. Do total reservado, R$ 51,7 milhões serão voltados para esse setor, com o objetivo de elevar as exportações dos atuais US$ 550 milhões para US$ 620 milhões em 2008. Servirá, também, para ampliar as 270 empresas do setor que exportam para 330 ao longo dos dois próximos anos. Não por acaso, o setor têxtil
BALANÇO
será beneficiado com a maior parcela do valor reservado. Nos últimos anos, as indústrias desse setor foram as que mais sofreram com o câmbio e, principalmente, com a concorrência chinesa. Dados do IBGE mostram que, no acumulado de janeiro a setembro deste ano, a produção física do setor têxtil cresceu 2%. No entanto, nesse mesmo período, o segmento de vestuário acumulou queda de 6%. "Essa lacuna na produção é preenchida pelos importados e por produtos ilegais", disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção
A Apex trabalha hoje com 70 setores que são responsáveis por 68% da pautas de exportações do País
(Abit), Fernando Pimentel. As indústrias desse setor exportam hoje cerca de 7% de sua produção. "Ainda sofremos com a falta de acordos internacionais que abram mais mercados para nosso setor." A indústria de cosméticos é outra contemplada com recursos da Apex. Cerca de R$ 12,6 milhões serão voltados a esse setor na tentativa de ampliar o número de empresas exportadoras das atuais 75 para 110 em dois anos, além de aumentar o volume exportado de US$ 46
milhões para US$ 55 milhões. Os recursos garantidos pela Apex serão usados para fortalecer marcas brasileiras no exterior, o que compreende a divulgação de produtos junto à imprensa e de potenciais compradores estrangeiros; promoções envolvendo o produto nacional em supermercados de outros países e a elaboração de programas de inteligência comercial entre outros objetivos. Ontem, durante o anúncio da liberação dos R$ 191,8 milhões, Quirós fez um balanço
dos quatro anos em que esteve à frente da da Apex. Segundo ele, a agência trabalha hoje com 70 setores que representam 68% da pauta de exportação do País. Em seus quatro anos à frente da agência foram feitos 589 projetos de promoção que demandaram R$ 1,2 bilhão nesse período. "A projeção da Apex é que em 2007 as exportações brasileiras cresçam entre 8% e 12%, mesmo com o câmbio mantido no patamar atual", disse Quirós. Renato Carbonari Ibelli
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INSTITUTO RECICLE - CNPJ 03.810.533/0001-27
Balanço Patrimonial - Levantado em 31/12/2005 Ativo/Ativo Ciculante Passivo/Passivo Circulante Disponível Obrigações Tributárias Caixa 491,23 IRRF a Recolher 267,47 267,47 Bradesco S/A 15.808,28 Obrigações Sociais Banco Safra S/A 1.450,29 Bradesco-85.100-0 17.287,39 35.037,19 INSS a Recolher 206,60 Créditos Diversos FGTS a Recolher 59,50 266,10 Aplicação Financeira 9.585,18 9.585,18 Obrigações s/ Folha Pagamento Total do Ativo Circulante 44.622,37 Salários a Pagar 554,00 554,00 Ativo Permanente Imobilizado Móveis Total do Passivo Circulante 1.087,57 Móveis e Utensílios 5.082,65 Máquinas e Equipamentos 7.648,26 Patrimônio Líquido Computadores e Acessórios 13.444,90 26.175,81 Lucros/Prejuízos Acumulados Depreciação Acumulada (-) Móveis e Utensílios (1.504,46) Superávit/Déficit Acum. Ex. Ant. 49.197,04 (-) Máquinas e Equipamentos (2.294,47) Superávit/Déficit do Exercício 12.033,25 61.230,29 (-) Computadores (4.279,29) Total do Patrimônio Líquido 61.230,29 (-) Depreciação Acumulada (402,10) (8.480,32) Total do Ativo Permanente 17.695,49 Total do Ativo 62.317,86 Total do Passivo 62.317,86 Demonstração do Resultado do Exercício Receita Bruta Operacional Vendas de Serviços 103.950,27 Eventos 4.236,83 Donativos 178.511,93 Vendas Promocionais 327,29 Serviços de Implantação 58.027,87 Total 345.054,19 Deduções de Vendas PIS s/Receita Operacional (580,17) Cofins s/Faturamento (2.514,58) I.S.S. (4.155,57) Total (7.250,32) Lucro Bruto Operacional 337.803,87 Despesas/Rec.Operac. Despesas Administrativas (97.712,59)
Despesas Tributárias (7.952,56) Despesas Financeiras (2.270,56) Receitas Financeiras 2,76 Despesas com Veículos (2.991,42) Serviços de Terceiros (107.680,47) Despesas de Conservação (7.429,28) Material de Consumo (56.842,45) Doações e Apoio à Com. (49.882,05) Total Lucro Operacional Despesas/Receitas não Operac. Receitas e Desp. não Operac. 6.988,00 Total Resultado do Período
DECLARAÇÃO
CONVOCAÇÕES
SECRETARIA DA JUSTIÇA E DA DEFESA DA CIDADANIA
EDITAL DE CONVOCAÇÃO Ficam convocados os servidores da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, para se reunirem em Assembléia Geral, no próximo dia 21 de dezembro de 2006, às 17 horas, no Salão dos Anjos, sito no Páteo do Colégio nº 184 - 1º andar, a fim de deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: a) Prestação de Contas Setembro a Dezembro/2006; b) Complementação de Cadastro; c) Ratificação de mudanças no Estatuto, e d) Outros Assuntos. São Paulo, 04 de dezembro de 2006. A Diretoria.
(332.758,62) 5.045,25 6.988,00 12.033,25
EDITAIS
105'.*1 4')+10 . &' ' 101/+ 4')+10 . 4')+1 51 2 7. 1 2 7.1 8+51 &' 4'81) c1 108+6' 0 241 '551 .+ +6 6Ï4+1 0 .
Tipo: Menor Preço - Fundamento: Lei 8.666/93. Objeto: Contratação de empresa especializada nos serviços de implantação de acervo documental arquivístico, conforme especificações constantes do Anexo I - Projeto Básico. No uso de suas prerrogativas legais a Comissão de Licitações do CORECON-SP, por unanimidade, decidiu revogar o processo licitatório nº L-08/ 2005 por ausência de disponibilidade orçamentária. São Paulo, 04 de dezembro de 2006. Carlos Eduardo Soares Oliveira Junior Presidente da Comissão Permanente de Licitação
EDITAL
ABANDONO DE EMPREGO ABANDONO DE EMPREGO
Solicitamos o comparecimento da sra. Sandra Maria Pacini, portadora da CTPS 63313, série 0284 SP, no prazo de 03 dias; o seu não comparecimento caracterizará abandono de emprego, conf. art. 482 letra I da CLT. Fogo de Chão Ltda. (05, 06 e 07/12/06).
COMUNICADOS EDNA PINARDI LAJES - ME torna público que solicitou junto à Cetesb a Licença Prévia, de Instalação e de Operação para a atividade de fabricação de lajes de cimento pré-moldadas, fabricação de telhas e tijolos e de materiais de construções em geral, localizada à Rua Angoera, nº 427 - Jd. Têxtil - São Paulo - SP.
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE INSTITUTO FLORESTAL TOMADA DE PREÇO Nº 002/2006 Encontra-se aberto o procedimento licitatório na modalidade TOMADA DE PREÇO para a contratação de obra pública para edificação do centro de educação ambiental na Estação Experimental de Bauru. A TOMADA DE PREÇO Nº 002/2006, será realizada no dia 20 de dezembro de 2006, às 09:00 horas na Sala de Licitações, localizada no prédio nº 05 do Instituto Florestal sito à Rua do Horto, 931 (entrada pela Avenida Luiz Carlos Gentile de Laet, altura do nº 600) Horto Florestal, São Paulo - SP. O Edital completo está disponível na Seção de Despesas e será fornecida cópia em mídia, gratuitamente deste que apresentado um CD prata virgem com código de barras do fabricante e nos sítes www.e-negociospublicos.com.br e www.iflorestal.sp.gov.br. Maiores informações poderão ser obtidas pelo fone 6231-8555 - ramal 2019 ou pelo fax ramal 2062. AVISO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
PREGÃO (presencial), para Registro de Preço DSE nº 106/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 6630/5900/2006. OBJETO: ARROZ POLIDO TIPO 1 – LONGO FINO. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 h do dia 19 de dezembro de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preço DSE nº 94/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 7910/5900/2006. OBJETO: MISTURA PARA O PREPARO DE PUDIM SABOR CHOCOLATE. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 9:30 h do dia 21 de dezembro de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preço DSE nº 95/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 7911/5900/2006. OBJETO: MISTURA PARA O PREPARO DE CREME BRIGADEIRO DE CHOCOLATE. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 13:00 h do dia 21 de dezembro de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº 96/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 7912/5900/2006. OBJETO: MISTURA PARA O PREPARO DE CANJICA. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 15:30 h do dia 21 de dezembro de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº 97/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 7913/5900/2006. OBJETO: MISTURA PARA O PREPARO DE ARROZ DOCE. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 9:30 h do dia 22 de dezembro de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº 98/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 7777/5900/2006. OBJETO: MISTURA PARA O PREPARO DE LEITE COM MORANGO – TIPO “MILK SHAKE”. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 13:00 h do dia 22 de dezembro de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº 99/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 7769/5900/2006. OBJETO: MISTURA PARA O PREPARO DE LEITE COM FRUTAS. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 15:30 h do dia 22 de dezembro de 2006. Edital completo à disposição dos interessados, via Internet, pelo Site www.e-negociospublicos.com.br. INFORMAÇÕES: fones: (11) 3866-1615/1616, de 2ª a 6ª feira, no horário das 8h às 17h. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE SUPRIMENTO ESCOLAR
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS
A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Reforma de Prédio(s) Escolar(es): TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2723/06/02 - EE Odulfo de Oliveira Guimarães – Rua Luis Guerreiro, 09 - Centro - Viradouro/SP – 120 - R$ 18.199,00 – R$ 1.819,00 – 09:30 – 27/12/2006. 05/2724/06/02 - EE Profª Marilene de Lurdes Lisboa Singh – Rua Antonio Vicente de Melo, 863 - Centro - Guarani D’Oeste/ SP – 120 - R$ 15.458,00 – R$ 1.545,00 – 10:30 – 27/12/2006. 05/2725/06/02 - EE Prof. Joaquim Ferreira Lima – Rua Prof. João Nogueira Ferraz Filho, 30 - Vila 31 de Março - Campinas/ SP – 120 - R$ 21.764,00 – R$ 2.176,00 – 14:00 – 27/12/2006. 05/2726/06/02 - EE Prof. Antonio Matarazzo – Rua Noruega, 2165 - Jardim Europa - Santa Bárbara D’Oeste/SP – 120 - R$ 19.512,00 – R$ 1.951,00 – 15:00 – 27/12/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 07/12/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 22/12/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo informamos que hoje, dia 5 de dezembro de 2006, não houve pedido de falência na Comarca da Capital .
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Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
1 Guilherme Afif dedicou a festa ao povo de São Paulo, mas agradeceu a São Pedro pela noite clara e agradável.
Agliberto Lima/DC
O Natal Iluminado, lançado ontem nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo, trouxe um espetáculo de música e cores para o Centro da Cidade. O Coral da Gente se apresentou e emocionou quem assistiu.
Um Feliz Natal de luz para a cidade O Centro da cidade está cheio de luzes e cores desde ontem: ao som de coral e orquestra chegou à capital o Natal Iluminado, em sua oitava edição. Sergio Leopoldo Rodrigues
S
ão Pedro deixou a noite de ontem cair suave e sem chuva sobre São Paulo e a Orquestra Sinfônica de Heliópolis e o Coral da Gente, ambos do Instituto Baccarelli, tocaram e cantaram Menino Jesus nas escadarias (e nas sacadas) do Teatro Municipal, acendendo a cidade com o Natal Iluminado, uma parceria da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Prefeitura. Segundos antes do fim da apresentação musical, um espetáculo de fogos de artifício foi acionado no topo do prédio sede do Grupo Votorantim, na praça Ramos de Azevedo. Em pé, centenas de populares, líderes de entidades e dirigentes das 15 distritais da ACSP, aplaudiram (e pediram bis) para a apresentação comandada pelo maestro Roberto Tibiriçá. Da sacada do Teatro Municipal, Papai Noel e os jovens cantores, também vestidos de vermelho e branco, acenavam para a praça desejando Feliz Natal. A orquestra continuava tocando nas escadarias, enquanto as luzes tomaram conta do prédio da Prefeitura (Edifí-
cio Matarazzo), formando um imenso conjunto de luz na companhia do Shopping Light. O Natal Iluminado foi se estendendo com milhares de microlâmpadas pelo viaduto do Chá, vale o Anhangabaú, viaduto Santa Ifigênia e Edifício Altino Arantes (a Torre do Banespa), com apoio do Banco Santander Banespa. As luzes alcançaram outros pontos históricos, como o Pátio do Colégio e a praça da Sé. As 15 distritais garantiram que esse brilho se espalhasse para os bairros. O prefeito Gilberto Kassab (PFL) entrou em cena para um rápido pronunciamento. Elogiou a dedicação do maestro Baccarelli, da Orquestra de Heliópolis e do Coral da Gente, como a demonstração do sucesso das parcerias. "Agradeço a eles todos em nome da cidade", disse. E acrescentou: "Este é um trabalho em conjunto com as comunidades de São Paulo". Ao seu lado, o secretário Municipal de Cultura, Carlos Augusto Calil. Em seguida, o presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, dedicou a festa ao povo de São Paulo, mas agradeceu a São Pedro pela noite clara e
agradável, com 21 graus e sem chuva. Destacou também a "força do maestro Baccarelli, que mostrou que é possível, com esforço e tenacidade, transformar a sociedade". Para Guilherme Afif, a crença do maestro de que a música é um instrumento de humanização "criou uma orquestra de nível internacional, que tocará no próximo dia 16 com o pianista Arnaldo Cohen". Mas desta vez, enfatizou Afif, dentro do Teatro Municipal, onde estarão sentados lado a lado um público afinado com a música clássica de qualidade e os parentes de todos os jovens da Orquestra de Heliópolis. "Isso mostra que podemos confiar no nosso País e na qualidade da nossa gente", enfatizou. Afif afirmou que o Natal Iluminado, na sua oitava edição, já faz parte das festas natalinas do paulistano e dos que visitam a cidade. Lembrou que a ACSP e suas distritais promovem essa festa para incentivar o comércio, serviços, edifícios residenciais e comerciais, além de casas, a se iluminarem para dar um clima de festa nos bairros. "E premiando os projetos mais criativos", disse.
Leonardo Rodrigues/Hype
Afif e Kassab elogiaram o trabalho de Baccarelli: agradecimento a São Pedro pela noite sem chuva
Alencar Burti, presidente da Confederação das Associações Comerciais do Brasil (CACB), resumiu: "Aí está a
prova da força de um sonho quando se torna realidade". Para o vice-presidente da ACSP Roberto Mateus Ordi-
ne o Natal Iluminado veio para ficar. Muitos líderes de entidades marcaram presença no evento.
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 A Nova Varig será reconhecida como empresa de transporte aéreo regular no 14
SETOR AUTOMOTIVO TEVE EXPANSÃO DE 4,21%
EM NOVEMBRO, CONCESSIONÁRIOS VENDERAM 173,9 MIL AUTOMÓVEIS E COMERCIAIS LEVES NOVOS
VAREJO ACELERA VENDAS COM SEDÃ
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Sedãs, como o novo Honda Civic, ganharam participação de mercado
Atividade industrial está em alta, segundo a CNI
O
quarto trimestre deste ano deve ser marcado pela intensificação da atividade industrial, segundo avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os indicadores de outubro, divulgados ontem, mostram uma expansão das vendas e das horas trabalhadas sem aumento do uso da capacidade instalada das fábricas, o que indica que a recuperação nas vendas não traz risco de pressão inflacionária. A geração de emprego no setor também aumentou, mantendo a tendência dos últimos meses. Tanto as vendas reais como as horas trabalhadas registraram as maiores taxas de crescimento deste ano na comparação com o mesmo mês do ano passado. As vendas da indústria de transformação cresceram 1,69% em outubro na comparação com setembro, descontando os efeitos sazonais, e de 10,74% em relação a outubro do ano passado. No acumulado de janeiro a outubro, a alta é de 1,43% em relação a igual período de 2005. As horas trabalhadas aumentaram 1,23% na comparação com setembro, e 6,02% em relação a outubro de 2005. No acumulado do ano, as horas trabalhadas na produção registraram alta de 1,77%. "Se ao longo de 2006, o crescimento foi moderado, outubro mostra uma recuperação", disse o economista da CNI, Paulo Mol. "Os dados são um bom in-
dicador do que se espera para o final do ano, quando há um maior crescimento industrial. As vendas e a produção sinalizam que as encomendas que vieram do varejo foram boas e que devemos ter um quarto trimestre melhor que os anteriores", disse o economista. Para Mol, a demanda de final de ano deve ser mais forte que em 2005. "O Natal deve ser melhor que o de 2005, mas nada que vá explodir", avaliou. Ele atribui esse aquecimento, principalmente, à queda dos juros e ao aumento da renda das famílias. Por outro lado, o economista chefe da CNI, Flávio Castelo Branco, acredita que a recuperação da atividade industrial no quarto trimestre não deve ser suficiente para rever para cima a projeção da CNI de um crescimento da economia de 2,9% em 2006. Para a CNI, as vendas da indústria em outubro são especialmente fortes porque a base de comparação é alta. As vendas já haviam crescido 1,79% em setembro, embora os dados do IBGE sobre a produção industrial no mesmo mês tenham sido negativos. O uso da capacidade instalada da indústria tem sido pouco afetado pelo aquecimento da atividade industrial. Segundo Castelo Branco, os números podem indicar a maturação de investimentos e manteve-se estável nos últimos seis meses, oscilando em torno de 82%. (AE)
PENSÕES Governo deve restringir a concessão de pensões do INSS para reduzir custos.
Ó RBITA
LEILÃO DO LEÃO SUPERMERCADOS
U
m Porsche Cayene S é o produto mais valioso entre os 445 lotes de mercadorias que serão leiloados pela Alfândega de Santos, amanhã. O automóvel tem lance mínimo de R$ 100 mil, é zero quilômetro e modelo 2003. O leilão reúne mercadorias apreendidas pelo fisco desde 2000, avaliadas em mais de R$ 800 mil. Os produtos leiloados foram abandonados ou apreendidos por causa de irregularidades. O último evento do gênero ocorreu há mais de cinco anos. (AE)
A TÉ LOGO
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grupo francês Casino afirmou ontem que a participação no Pão de Açúcar, maior rede varejista do Brasil, pode subir para 38% em 2008, frente aos atuais 34,2%. A varejista francesa informou que, após um acordo com a família de Abílio Diniz, dona do grupo Pão de Açúcar, o Casino vai transferir para a companhia brasileira o ativo intangível gerado por seus investimentos sucessivos no Pão de Açúcar. No Brasil, o assunto será discutido no dia 20 em uma assembléia de acionistas. (Reuters)
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Agnelli cobra "bom senso" do governo
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Aprovada venda da Portugal Telecom
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Kirchner ameaça pecuaristas em greve
ovembro de 2006 foi recorde na venda de automóveis e comerciais leves novos no País. Foram comercializadas 173.997 unidades, o que representou crescimento de 4,21% sobre outubro. No acumulado dos 11 primeiros meses, o acréscimo é de 13,09%, com um total de 1,63 milhão de unidades até novembro. Por conta dos juros menores e prazos maiores, o brasileiro não só tem comprado mais carros como também tem adquirido produtos de maior valor. Enquanto os carros mais baratos perderam participação de mercado, os sedãs ganharam o gosto do consumidor. O segmento dos chamados carros de entrada (Gol, Palio, Celta, Uno e Ka) teve a participação reduzida de 43,56%, em 2005, para 39,54% este ano. Em contrapartida, a fatia dos sedãs pequenos cresceu de 10,02% para 14,33%, o que significa acréscimo de 40% na demanda por este tipo de produto. Também aumentou a participação dos sedãs médios – de 5,45% para 7,46% – e grandes, de 0,49% para 1,11% (veja mais de-
talhes na tabela). Os dados foram divulgados ontem pelo presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave), Sérgio Reze, para quem o perfil do comprador brasileiro de carros está se equiparando ao de mercados de Primeiro Mundo. "Como nos Estados Unidos e em países da Europa, o con-
sumidor brasileiro passou a desfrutar do carro ao invés de vê-lo como um meio de capitalização", explicou Reze. "Como os juros estão menores e os prazos maiores, o consumidor busca uma prestação que caiba no seu bolso". O presidente da Fenabrave lembrou que há vários planos de pagamento, no momento,
com prazos de 60 e até 72 meses, enquanto em meados do ano o máximo era de 48 meses. Além disso, as promoções de varejo têm contribuído para movimentar o mercado. As montadoras têm dado bônus para as concessionárias venderem veículos e realizarem feirões com "preço de fábrica". Projeções - Considerando o setor de veículos como um todo (carros, comerciais leves, caminhões e ônibus), as vendas acumuladas este ano já atingem 1,72 milhão de unidades, com crescimento de 12,39% sobre 2005. O ano deve acabar com vendas totais acima da expectativa. A Fenabrave projetava 1,88 milhão de veículos e agora estima mais de 1,9 milhão. Só não será um desempenho recorde porque em 1997 o setor comercializou um pouco mais de 2 milhões de veículos novos. Para 2007, a Fenabrave projeta que o setor automotivo continuará a crescer acima do Produto Interno Bruto (PIB), em função da estabilidade econômica. A entidade prevê alta de 7,82% na comercialização de carros e comerciais leves. Alzira Rodrigues
BV LEASING - ARRENDAMENTO MERCANTIL S.A.
AVISO AO MERCADO Nos termos do disposto na Instrução da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) nº 358, de 3 de janeiro de 2002, conforme alterada, e no artigo 53 da Instrução CVM nº 400, de 29 de dezembro de 2003, conforme alterada (“Instrução CVM nº 400/03”), a BV LEASING - ARRENDAMENTO MERCANTIL S.A., na qualidade de emissora (“Emissora”) e o BANCO VOTORANTIM S.A., na qualidade de coordenador líder da emissão (“Coordenador Líder”), vêm a público comunicar que foi requerido, em 9 de outubro de 2006, perante a CVM: (i) o arquivamento de um programa de distribuição de valores mobiliários, nos termos da Instrução CVM nº 400/03, no valor de até R$12.000.000.000,00 (doze bilhões de reais) (“Programa de Distribuição”); e (ii) o pedido de registro de distribuição pública, em série única, de 12.000 (doze mil) debêntures nominativas escriturais, não conversíveis em ações e subordinadas, com valor nominal unitário de R$500.000,00 (quinhentos mil reais) em 1º de novembro de 2006 (“Data de Emissão” e “Debêntures”, respectivamente), perfazendo o total de R$6.000.000.000,00 (seis bilhões de reais) (“Oferta”), com vencimento em 1º de novembro de 2026, Código ISIN nº BRBVLSDBS034, da segunda emissão de BV LEASING - ARRENDAMENTO MERCANTIL S.A., inscrita no CNPJ sob o nº 01.858.774/0001-10, NIRE nº 353.001.500.82, CVM nº 02013-3, com sede na Rua Amazonas, 439, 11º andar, CEP 09520-070, Cidade de São Caetano do Sul, Estado de São Paulo. 1. CARACTERÍSTICAS DA OFERTA 1.1. Colocação. As Debêntures serão objeto de distribuição pública (“Oferta”), sob o regime de melhores esforços de colocação, com intermediação de instituições financeiras integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários, não existindo reservas antecipadas, lotes mínimos ou máximos, sendo atendidos, prioritariamente, os clientes do Coordenador Líder e/ou, observado o disposto no artigo 55 da Instrução CVM nº 400/03, o Coordenador Líder. A Oferta será realizada somente se forem colocadas, no mínimo, 2.000 (duas mil) Debêntures. 1.2. Negociação. As Debêntures serão registradas para distribuição no mercado primário e negociação no mercado secundário (a) na Câmara de Custódia e Liquidação (“CETIP”), entidade de mercado de balcão organizado, por meio do Sistema de Distribuição de Títulos (“SDT”), com base nas políticas e diretrizes da Associação Nacional das Instituições de Mercado Financeiro (“ANDIMA”), e do Sistema Nacional de Debêntures (“SND”), respectivamente, sendo processadas pela CETIP a custódia e a liquidação financeira da Oferta e da negociação das Debêntures; e (b) no Sistema BOVESPAFIX (“BOVESPAFIX”), administrado e operacionalizado pela Bolsa de Valores de São Paulo (“BOVESPA”), sendo processadas pela Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (“CBLC”) a custódia e a liquidação financeira da Oferta e da negociação das Debêntures.
As informações referentes ao Prospecto Preliminar e ao Suplemento Preliminar serão objeto de análise por parte da CVM e estarão sujeitas a complementação ou correção. 3. DATAS ESTIMADAS E LOCAIS DE DIVULGAÇÃO DA OFERTA Não serão realizadas apresentações a potenciais investidores, sendo que maiores informações sobre a Oferta poderão ser obtidas a partir da data de publicação deste aviso com o Coordenador Líder ou na CVM, nos endereços indicados acima. 4. PROCEDIMENTO DE COLETA DE INTENÇÕES DE INVESTIMENTO (BOOKBUILDING) Não será adotado o procedimento de bookbuilding, nos termos dos parágrafos 1º e 2º do artigo 23 e do artigo 44 da Instrução CVM nº 400/03. 5. CRONOGRAMA ESTIMADO DAS ETAPAS DA OFERTA Data de Realização/ Evento
Data Prevista*
Protocolo do Pedido de Registro na CVM
9/10/2006
1.3. Prazo de Subscrição. Respeitadas (i) a concessão do registro da Oferta pela CVM; (ii) a publicação do anúncio de início da Oferta (“Anúncio de Início”); e (iii) a disponibilização do prospecto definitivo, atualizado, se for o caso, do Programa de Distribuição (“Prospecto Definitivo”) e do suplemento definitivo da Oferta (“Suplemento Definitivo”) aos investidores, as Debêntures serão subscritas, a qualquer tempo, em até 6 (seis) meses contados da publicação do Anúncio de Início.
Assembléia Geral da Emissora Aprovando a Oferta
27/11/2006
Publicação Deste Aviso ao Mercado
6/12/2006
Disponibilização do Prospecto e do Suplemento Preliminar
6/12/2006
1.4. Forma de Subscrição. As Debêntures serão subscritas por meio dos procedimentos do SDT, administrado pela CETIP, com base nas políticas e diretrizes fixadas pela ANDIMA, sendo as Debêntures liquidadas e custodiadas na CETIP, e/ou do BOVESPAFIX, administrado pela BOVESPA, sendo as Debêntures custodiadas na CBLC. 1.5. Forma de Integralização. As Debêntures serão integralizadas à vista, no ato da subscrição (“Data de Integralização”) e em moeda corrente nacional, pelo valor nominal, acrescido da remuneração, calculada pro rata temporis desde a Data de Emissão até a Data de Integralização. 2. PROSPECTO PRELIMINAR E SUPLEMENTO O prospecto preliminar do Programa de Distribuição (“Prospecto Preliminar”) e o suplemento preliminar da Oferta (“Suplemento Preliminar”) estarão disponíveis a partir da data de publicação deste Aviso ao Mercado nos seguintes endereços e páginas da rede mundial de computadores: BV Leasing - Arrendamento Mercantil S.A., Rua Amazonas, 439, 11º andar, CEP 09520-070, São Caetano do Sul, SP (www.votorantimfinancas.com.br); Banco Votorantim S.A., Avenida Roque Petroni Junior, 999, 16º andar, CEP 04707-910, São Paulo, SP, (www.bancovotorantim.com.br); Câmara de Custódia e Liquidação - CETIP, Rua Líbero Badaró, 425, 24º andar, CEP 01009-000, São Paulo, SP (www.cetip.com.br); Bolsa de Valores de São Paulo - BOVESPA, Rua XV de Novembro, 275, CEP 01013-001, São Paulo, SP (www.bovespa.com.br); e Comissão de Valores Mobiliários - CVM, Rua Sete de Setembro, 111, 5º andar, CEP 20159-900, Rio de Janeiro, RJ, e Rua Cincinato Braga, 340, 2º, 3º e 4º andares, CEP 01333-010, São Paulo, SP (www.cvm.gov.br).
Registro da Oferta na CVM
8/12/2006
Publicação do Anúncio de Início
11/12/2006
Disponibilização do Prospecto e do Suplemento Definitivo
11/12/2006
Liquidação da Oferta
11/12/2006
Publicação do Anúncio de Encerramento da Oferta
18/12/2006
(*) As datas previstas para os eventos futuros são meramente indicativas e estão sujeitas a alterações e atrasos. 6. INFORMAÇÕES ADICIONAIS As informações relativas à Emissora e às Debêntures estão detalhadas no Prospecto Preliminar e no Suplemento Preliminar. Maiores informações sobre a Oferta poderão ser obtidas com o Coordenador Líder ou na CVM, nos endereços indicados acima. O Prospecto Definitivo e o Suplemento Definitivo serão colocados à disposição dos investidores nos locais referidos acima, a partir da data de publicação do Anúncio de Início, o que dependerá da concessão do registro das Debêntures junto à CVM. O registro da presente Oferta não implica, por parte da CVM, garantia da veracidade das informações prestadas ou em julgamento sobre a qualidade da companhia emissora, bem como sobre as Debêntures a serem distribuídas. LEIA O PROSPECTO E O SUPLEMENTO ANTES DE ACEITAR A OFERTA.
“A(O) presente oferta pública/programa foi elaborada(o) de acordo com as disposições do Código de Auto-Regulação da ANBID para as Ofertas Públicas de Distribuição e Aquisição de Valores Mobiliários, o qual se encontra registrado no 4º Ofício de Registro de Títulos e Documentos da Comarca de São Paulo, Estado de São Paulo, sob o nº 4890254, atendendo, assim, a(o) presente oferta pública/programa, aos padrões mínimos de informação contidos no código, não cabendo à ANBID qualquer responsabilidade pelas referidas informações, pela qualidade da emissora e/ou ofertantes, das instituições participantes e dos valores mobiliários objeto da(o) oferta pública/programa.”
COORDENADOR LÍDER
www.mercadosdecapitais.com.br
J.F.Diório/AE
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Urbanismo Polícia Costumes Transpor tes
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
SEPARAÇÃO É ACEITA COM MAIS NATURALIDADE
O índice de divórcios foi o maior patamar desde o início da série Estatísticas do Registro Civil, em 1995.
Mastrangelo Reino/Folha Imagem
INOCENTADA Libertada mãe acusada de pôr cocaína na mamadeira e matar sua filha.
DUTRA A via Dutra terá bloqueios temporários hoje, no km 202, para obras de passarela.
Ó RBITA Nilton Fukuda/AE
NATAL TAMBÉM CHEGOU À PAULISTA
Natal já chegou à agência do Banco O Bradesco na avenida
Paulista, principal centro financeiro de São Paulo. Além de muita cor e luz, fazem parte da decoração, grandes pacotes de presente, bolas coloridas e um enorme papai-noel sentado na frente
da agência. Assim, uma das avenidas mais famosas do País já está com cara de Natal, como acontece todos os anos. Pouco a pouco, os prédios de instituições financeiras, lojas e outros pontos comerciais da avenida vão ganhando um brilho e um colorido especial. (Agências)
L.C.Leite/Folha Imagem
Casamentos coletivos são realizados com freqüência em cidades brasileiras com o objetivo de legalizar a situação de quem já vive maritalmente
Divórcios aumentam. Mas muitos casam de novo. IBGE aponta um crescimento de mais de 15% nos índices de divórcio. O segundo casamento cresceu 3,6%
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PISCINA CHEIA DE BARRO
uncionários do São Paulo O dia foi de limpeza em Futebol Clube, ao lado do F muitos bairros da cidade. A Estádio do Morumbi, chuva, que começou na
passaram o dia ontem tentando limpar as piscinas e outras dependências do clube que ficaram cheias de barro em decorrência da chuva de segunda-feira. O trabalho devera se estender ainda por alguns dias.
segunda e se prolongou na madrugada de ontem, fez muitos estragos. Casas foram inundadas, carros ficaram ilhados e uma pessoa morreu em Guarulhos. Pela manhã, ainda era possível ver alguns pontos de alagamento.
DOMINGO, UMA NOVA OSCAR FREIRE o próximo domingo, N acontece a inauguração da nova rua Oscar Freire. O
trânsito será bloqueado em duas quadras, entre as ruas Consolação e Haddock Lobo, sendo permitido apenas o acesso de pedestres. São esperadas cerca de seis mil pessoas, que poderão assistir apresentações artísticas e
participar de oficinas de artesanato. Na abertura da cerimônia, o prefeito Gilberto Kassab e a empresária Rosângela Lyra, presidente da Associação dos Lojistas da Oscar Freire, oficializam a entrega das obras de revitalização e assinam um protocolo para ampliação do projeto no entorno.
s índices de divórcio no País registraram um aumento de 15,5% em 2005 na comparação com 2004. Trata-se do maior patamar alcançado desde o início da série Estatísticas do Registro Civil do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que começou em 1995. Em 2004, por exemplo, os divórcios tinham recuado 3,7%. Os dados foram divulgados ontem. no Rio de Janeiro. Aumentou também o número de brasileiros dispostos a uma segunda chance na vida a dois. O casamento entre divorciados e solteiros também apresentou alta, segundo a pesquisa, que comparou os períodos de 1995 a 2005. Segundo as estatísticas, o fato de os divórcios apresentarem o dobro de crescimento que as separações judiciais – que tiveram um acréscimo de 7,4% em relação a 2004 –demonstra uma mudança no comportamento da sociedade. Na análise dos técnicos do IBGE, o brasileiro passou a aceitar o divórcio com mais naturalidade. O ingresso da mulher no mercado de trabalho também pode ser um dos fatores para explicar a alteração. O IBGE também cita a mudança da legislação, que
facilita a dissolução de casa- rios e igrejas. Nessas solenidamentos pelo divórcio direto e des, a maioria das pessoas para separação judicial, que a dis- ticipara para regularizar a sisolução legal do casamento, tuação matrimonial. Além disso, segundo o IBmas não permitindo o novo GE, a estabilidade econômica casamento civil ou religioso. Segundo o instituto, a região nos últimos anos favorece o sudeste apresentou a maior ta- crescimento dos casamentos. xa de divórcios: 21,8%. Na re- Segundo os técnicos, o percengião norte, a elevação foi de tual de mulheres solteiras que 17,8%. Nas regiões nordeste, se casaram com homens divorsul e centro-oeste, os percen- ciados passou de 4,1% para 6,2% entre tuais de cresci1995 e 2005. mento ficaram Já o percenabaixo da métual de mulhedia nacional, res divorciacom 15%, 5,8% das que resole 2,9%, respecveram se casar tivamente. A por cento foi a taxa de l e g a l m e n t e média de idadivórcio registrada com homens d e d o s h osolteiros cresmens que se pela pesquisa do ceu de 1,7% div orcia ram IBGE na região para 3,1%. Os foi de 42,9 casamentos anos. Já para sudeste. Foi o maior entre cônjuges as mulheres, índice do País. d i v o rc i a d o s 39,4 anos. t a m b é m f oDe novo – O ram de 0,9% número de capara 2,0%. Do samentos no Brasil subiu 3,6% em 2005, con- total de casamentos realizados forme a pesquisa. O aumento em 2005, 85,9% eram de solteisegue uma tendência observa- ros, percentual ligeiramente da desde 2001 e resulta, em inferior ao de 2004 (86,4%). Os técnicos do instituto parte, pela legalização de uniões consensuais. Em várias apontam, em documento de unidades da federação estão divulgação dos dados, que o acontecendo os casamentos aumento no número de casacoletivos, decorrentes de par- mentos segue uma tendência cerias entre prefeituras, cartó- observada desde 2001.
21,8
Violência – A mortalidade masculina por causas violentas é 3,6 vezes superior à das mulheres pela mesma causa, segundo a pesquisa. Apesar do patamar elevado entre os homens, a tendência é de ligeira queda. Em nível nacional, de 2002 a 2005, a proporção de óbitos masculinos relacionados a causas violentas caiu de 16,2% para 15,5%. Entre as mulheres, as proporções se mantiveram praticamente estáveis, com valores levemente superiores a 4%. Em 1990, cerca de 60% dos óbitos masculinos entre 15 e 24 anos estavam relacionados às causas violentas. Esse valor sobe sistematicamente, chegando em 2002 a atingir uma proporção de 70,2%, mas declinando para 68,7% em 2005. Registros – A cobertura dos registros de nascimentos no País tem aumentado nos últimos anos, mostrou a pesquisa. Essa melhoria decorre não só do declínio da fecundidade, mas, principalmente, da realização de com vistas à universalização desses registros. Segundo o IBGE, a estimativa de cobertura dos registros de nascimentos passou de 80,6% em 2000, para 88,5% em 2005. De todos os bebês nascidos no ano passado, 88,5% foram registrados no mesmo ano. (Agências)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
RESENHA
NACIONAL
A POBREZA COMO UM NOVO IDEAL
JOÃO DE SCANTIMBURGO
praticamente não tem mercado de capitais. Assim, o país está a salvo do prenúncio de terremotos econômicos por mais que o coronel estrile. Não é o caso do Brasil. Por aqui, se Lula fizer ou falar muita besteiras, crises futuras são trazidas a preço presente. Então está tudo certo? Não. Está tudo errado. A Venezuela virou uma monocultura extrativista. No Brasil, os investimentos, como sabemos, são sofríveis. Ocorre que ambos, como dizem alguns sociólogos e filósofos, acordaram o clamor das massas. E eles não têm nada para lhes oferecer além de assistencialismo agressivo e retórica contra as elites. Esse modelo requer a
Céllus
A
té que a Venezuela continue faturando os petrodólares — e é bom esquecer uma queda no preço do petróleo: não virá — o modelo de Hugo Chávez continua de pé. Isso nos leva a constatar que estamos assistindo à consolidação da ditadura, embora mitigada, na Venezuela. Chávez recorre aos instrumentos da democracia com dois propósitos: 1) engessar o próprio regime democrático; 2) simular a existência de uma disputa eleitoral que é irrelevante. Traduzindo: usa a democracia para solapar o regime. O passo seguinte do líder dito bolivariano, na verdade, já está dado: vai instituir a reeleição sem
Lembretes indesejados OLAVO DE CARVALHO
A
AFP
Lula e Chávez acordaram as massas e não têm nada para lhes oferecer além de assistencialismo agressivo
limites no país. E pode fazêlo porque dispõe de maioria no Congresso. Aquilo a que se assiste de forma larvar no governo Lula já está bastante desenvolvido na Venezuela: a clivagem eleitoral entre “ricos” e “pobres”, entre “eles” e “nós”, entre “as elites” e o “povo”. Tanto na Venezuela como no Brasil, a vida dos miseráveis está condenada à eterna reprodução da miséria, porém com alguns caraminguás a mais, garantidos pelo assistencialismo agressivo. Chávez e Lula, com graus variados, é verdade, de retórica esquerdista, tornaram-se os capitães de uma manifestação perversa, teratológica, do capitalismo. A pobreza se torna uma cultura, manifesta-se como um valor, exercita-se como “pobrismo”. A Venezuela é pequena perto do Brasil e
existência permanente de um inimigo. Chávez não vai deixar o poder a não ser que seja colhido por uma grave crise social, motivada pela inviabilidade do modelo. Vai demorar. Lula, não se enganem, prepara-se para fazer o mesmo — e nem precisa estar na cabeça de uma disputa eleitoral. Se existe alguém da oposição que aposte que a fadiga de material trará o poder de bandeja, convém que tire o cavalo da chuva ou bote o burro na sombra. O grande ativo do capitalismo à moda Chávez e à moda Lula são os pobres. Que passaram a ter uma “voz política” para falar em nome da pobreza permanente, tornada um valor, uma metafísica, um novo idealismo. TRECHOS DO COMENTÁRIO DE REINALDO AZEVEDO HTTP://VEJA.ABRIL.COM.BR/BLOGS/ REINALDO/
A pobreza se tornou uma cultura: o pobrismo.
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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s vitórias fáceis de Lula e Chávez, depois de outras tantas obtidas no continente ao longo de uma ascensão esquerdista cada vez mais irresistível, são uma ocasião excelente para lembrar a seus adversários – ou vítimas – algumas verdades óbvias e arquiprovadas, cujo conhecimento teria podido salvá-los se obtido em tempo, mas que eles sempre se recusaram a ouvir. Primeira. O presente sucesso esquerdista começou a ser preparado nos anos 60, com a fundação da Organização Latino-Americana de Solidariedade (Olas), primeira edição do que viria a ser na década de 90 o Foro de São Paulo. Durante todo esse tempo, nada se fez na direita para criar uma organização equivalente e contrária (não venham me falar de Operação Condor, um arranjo de improviso, restrito à esfera policial-militar, sem nenhum alcance político ou cultural). A esquerda cresceu sozinha, no espaço vazio deixado por uma direita cujo único projeto político era ganhar dinheiro na Bolsa de Valores, descaracterizar-se ideologicamente e mimetizar o discurso da moda, ditado pelos adversários. Segunda. Em parte pela falsa sensação de tranqüilidade propiciada pelas ditaduras militares, em parte por seu próprio economicismo contumaz e sua decorrente indigência intelectual, a direita entregou aos adversários o domínio das instituições culturais e de ensino, justamente na época em que a influência das idéias de Antonio Gramsci recomendava aos esquerdistas a conquista prioritária desses espaços.
À
progressiva ocupação de espaços correspondeu a ampliação das áreas de interesse intelectual da esquerda e concomitante retração na direita. Já na década de 80 o pensamento esquerdista mostrava presença em todas as esferas do debate
público – educação, moral, psicologia, letras e artes etc. -, enquanto a direita se limitava cada vez mais a temas econômicos e ao puro argumento da eficácia, propositadamente amputado de justificação moral ou religiosa. Terceira. A autocastração intelectual da direita latino-americana, freqüentemente legitimada em nome de um pragmatismo apolítico muito do agrado das classes empresariais, recebeu um tremendo incentivo do Concílio Vaticano II, que abriu as portas para o diálogo com os marxistas enquanto reprimia e marginalizava todo pensamento católico conservador, que acabou por se recolher às catacumbas. Nas esferas direitistas, intoxicadas de weberianismo prêt-à-porter, essa tragédia chegou a ser celebrada como o sinal auspicioso de um grande progresso para a democracia capitalista, travada, segundo tagarelas liberais, pela moral católica.
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oi assim que, dominando o pensamento religioso do continente, a esquerda se investiu do papel sacerdotal e profético de guardiã da ética e da moralidade, deixando aos adversários apenas o espaço do puro discurso pragmático que os tornava ainda mais suspeitos aos olhos da multidão. Quarta. A esquerda latino-americana tem um projeto histórico-civilizacional abrangente, ao qual corresponde uma estratégia integrada e de longo prazo, com esquemas de ação permanente em todos os setores da vida social, cultural e política. Contra isso a direita não tem oferecido senão uma resistência esporádica e pontual, limitada sobretudo a esforços eleitorais que, contra esse pano de fundo inteiramente desenhado pelo adversário, não poderiam ser senão ilusórios, impotentes e condenados ao fracasso.
A direita sempre se recusou a ouvir algumas verdades arquiprovadas
Um Judiciário mais justo LUIZ FLÁVIO BORGES D'URSO
A
OAB-SP se propõe a novos desafios nos próximos anos. Um dos maiores será articular toda a força da advocacia de São Paulo e da sociedade civil organizada para ajudar a Justiça estadual a funcionar. A primeira deficiência do Judiciário está na falta de recursos. Já temos um projeto, apresentado recentemente, que altera o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal, ampliando o repasse do Poder Executivo para o Judiciário de São Paulo. Nossa meta é ampliar esse limite de 6% do PIB estadual para 8%. As verbas repassadas ao Tribunal de Justiça de São Paulo é insuficiente. O Poder Judiciário paulista é o mais complexo do País, onde tramitam 15 milhões de processos, cerca de 43% dos 35 milhões de ações que correm nos tribunais brasileiros. Só na primeira instância passam, anualmente, cerca de 5 milhões de processos. Com aproximadamente 22% da população brasileira, São Paulo responde por quase 50% do movimento na Justiça comum. Mas a estrutura do TJ-SP ainda não está à altura para atender às demandas. Em número de processos que são ajuizados na Justiça comum, o Estado registra uma diferença de cerca de 50% em relação ao número nacional, mas quando se trata de recursos julgados a diferença cai para 35%. Por conseqüência, os operadores da Justiça - juízes, promotores, serventuários, advogados - se vêem às voltas com acúmulo de processos e os jurisdicionados se defrontam com muita lentidão.
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ambém vamos lutar para que o Judiciário de São Paulo fique com todo o repasse das custas judiciais, como no Rio de Janeiro. Lá, todo o dinheiro das custas processuais fica para a Justiça. O TJ-RJ está capitalizado, teve o seu projeto de informatização concluído e qualquer um que advogue no
estado terá o processo, de primeira e segunda instâncias, concluído em um ano e meio, enquanto em São Paulo demora sete anos. Isso precisa mudar. Para fazer a Justiça andar necessita-se concluir o processo de informatização, essencial para a rotina da advocacia. Já temos o projeto de certificação eletrônica dos advogados, só esperando o TJ-SP terminar a parte dele. Será uma revolução, uma vez que os advogados possam promover a petição on line, economizando tempo e recursos.
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ó investimentos em infra-estrutura não bastam. Precisamos ainda promover um choque de gestão e de cultura na Justiça de São Paulo. Juízes não são administradores; na verdade, o precioso tempo dos magistrados vem sendo gasto nessa função, quando deveria estar voltado à judicatura. Também queremos estimular mecanismos de solução de conflito fora do processo. Hoje, qualquer processo demora aproximadamente uma década para chegar à sentença. Se conseguirmos lidar com mecanismos de mediação, conciliação e arbitragem, eficazes para a solução de conflitos, poderemos abreviar o tempo do processo em anos. Isso traz ganho para o cidadão, que vê seu direito reparado em tempo oportuno; traz também melhores condições de trabalho para os operadores do Direito e economia para os cofres públicos, além de desobstruir os fluxos. O futuro da Justiça passa pela mesa de negociação, que pode demorar um dia, uma semana, um mês. E sempre será melhor do amargar, como de praxe, 10 anos longos anos de espera. Falta criar a cultura nesse sentido. LUIZ FLÁVIO BORGES D'URSO É PRESIDENTE REELEITO DA OAB-SP
A estrutura do TJ-SP ainda não está à altura para atender às demandas
MOROSIDADE DA JUSTIÇA
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eio que milhões de processos se arrastam na Justiça durante anos. É sabido que a Justiça nos tribunais do mundo inteiro é morosa, levando anos para concluir um processo. Em artigo recente já tratamos do assunto, mas vamos voltar a ele por ser elevado o número de pessoas com causas em trânsito nos tribunais, esperando julgamento. Segundo informações, um processo nunca leva menos de oito anos para ser julgado, sendo comum ficar dez ou mais anos nos tribunais. Processos pequenos de heranças ficam, em geral, de dois a três anos aguardando sentença. Confirma-se por esses argumentos que a Justiça é mesmo morosa, mas acontece que é demasiado morosa, levando, não raro, anos seguidos para chegar à conclusão em inventários abertos num passado antigo. Reclamam do atraso os advogados e as partes, mas inutilmente o fazem, pois apesar de tudo a Justiça é morosa.
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om a súmula vinculante é provável que os processos andem mais depressa e venham assim com mais facilidade os resultados, quando não se faz acordos que põem em termo os processos. As estatísticas mostram números alucinantes de atrasos no julgamento de processos, mas inutilmente o fazem, pois a organização judiciária está assentada sobre organização que vem de passado antigo, quando não se fazia uso de computadores, deixando para os magistrados a obrigação de redigirem as sentenças de próprio punho, como ainda o fazem, ficando um processo ocupando todo um dia para ser prolatado.
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estas condições a Justiça não ajuda as partes litigantes, nem os interessados nos processos de herança e muito menos nos processos do Serviço Central de Proteção ao Crédito. Uma lástima essa, mas de solução difícil, inclusive com a súmula vinculante. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
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é mesmo morosa, mas acontece que é demasiado morosa, levando anos seguidos para concluir inventários abertos num passado antigo.
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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
Intel vai doar entre 700 e 800 notebooks às escolas públicas para a realização de testes
COMPUTADOR PORTÁTIL PESA 1,38 QUILO
O CLASSMATE SERÁ FABRICADO NO BRASIL PELA POSITIVO E O CCE E SERÁ VOLTADO PARA ESTUDANTES
INTEL LANÇA NOTEBOOK DE US$ 400
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fabricante de chips Intel mostrou ontem em São Paulo o Classmate PC, um notebook (micro portátil) de baixo custo voltado para alunos dos ensinos fundamental e médio de escolas públicas e privadas. Durante a apresentação, o vice-presidente corporativo da empresa John Davies, anunciou o nome de dois fabricantes nacionais – os primeiros no mundo – que lançarão o equipamento no primeiro trimestre de 2007: Positivo Informática, de Curitiba, e CCE Informática. Há alguns meses, a Intel chegou a comentar que o computador poderia ter um custo de US$ 250, mas ontem a empresa disse que, neste primeiro momento, o valor de referência é US$ 400. O modelo mostrado vem em uma capa emborrachada com alça, pesa 1,38 quilo e é do tamanho aproximado de um caderno universitário. Resistente a água e a pequenas quedas, tem configuração padrão com processador Intel Celeron-M de 900 MHz, tela LCD colorida de 7 polegadas (resolução de 800 x 480 pixels), memória RAM de 256 MB ou 512 MB, memória flash de 1 GB ou 2 GB (que substitui o disco rígido), conectividade para rede Ethernet ou Wi-Fi (sem fio), bateria de 4 células com autonomia de 3 horas, duas portas USB e pode vir com sistema operacional Linux ou Windows XP Starter Edition. O equipamento não será vendi-
Divulgação
John Davies, da Intel: doações.
do no varejo, mas diretamente para escolas e governos federal, estadual e municipal. O assessor especial da Presidência da República, José Luiz Aquino, disse no evento que o governo federal tem enorme interesse em equipar os alunos da rede pública. "O governo está interessado em todas as iniciativas e vamos testar cada modelo e principalmente o conceito pedagógico que cada um traz", comentou. Segundo ele, há testes em andamento com outros dois equipamentos, o da organização OLPC One Laptop per Child, presidida por Nicholas Negroponte, e um modelo de um fabricante indiano, que tem o formato de um tablet PC (prancheta). Curiosamente, o anúncio de ontem da Intel ocorreu logo após a visita ao Brasil de Nicholas Negroponte, da OLPC, no fim de novembro. Ele entregou ao presidente Luiz Inácio
Leonardo Rodrigues/Hype
Lula da Silva o seu modelo de notebook educacional, equipamento conhecido como "laptop de US$ 100". Na ocasião, Negroponte prometeu enviar para o governo federal mil equipamentos, que devem chegar em janeiro, para testes. Ontem, a Intel disse que vai doar entre 700 e 800 Classmates com o mesmo objetivo. A Positivo Informática informou que lançará dois modelos em março, o A11, com sistema operacional Linux, e o C13, com Windows Starter Edition, ambos com a configuração padrão definida pela Intel. "O Grupo Positivo é especializado na área educativa e atende 3 mil escolas", observou César Aymoré, diretor de marketing da empresa. Já a CCE, que não compareceu ao evento, disse por meio de sua assessoria de imprensa que espera investir US$ 2 milhões no projeto. Com a internet, inclusão digital é um tema que vem sendo discutido no mundo todo. No fim do ano passado, Negroponte, pesquisador do Massachusetts Institute of Technology (MIT), procurou o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, tendo em mãos um projeto para produzir notebooks (ou laptops) de baixo custo, voltados especialmente para crianças carentes de países em desenvolvimento. O objetivo era que o equipamento custasse US$ 100, mas o valor está hoje em torno de US$ 150. Carlos Ossamu
Preços mais acessíveis estão ajudando a elevar as vendas de computadores e notebooks
Natal anima varejo de eletroeletrônicos chegada do Natal deve incrementar em 10% as vendas de e le troe le trôn ic os neste último trimestre e alavancar o crescimento acumulado do ano para perto de 14%, segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros). Apesar da retração na venda de televisores para o segundo semestre – de 6 milhões para 4 milhões de unidades – a estimativa da indústria e varejo é vender cerca de 51 milhões de aparelhos dos segmentos de imagem e som, linha branca e portáteis, ante as 45 milhões de unidades comercializadas em 2005. A linha de televisores foi a que mais influenciou as vendas nos primeiros seis meses do ano, por conta das promoções da Copa do Mundo. De acordo com o presidente da Eletros, Paulo Saab, o último trimestre concentra cerca de 22% do volume de vendas do ano todo. "O Natal é sempre o melhor período para o setor de eletroeletrônicos. A expectativa é de crescimento em relação ao Natal do ano passado em função do aumento da massa salarial e do crescimento do crédito", disse. O gerente de compras das áreas de eletroeletrônicos e de informática do Grupo Pão de Açúcar, Adelino Nogueira, também está otimista com as vendas deste Natal. Segundo ele, o incremento da comercialização de TVs e DVDs deve chegar a 30% e 65%, respectivamente, neste ano. As vendas de câmeras digitais devem ter expansão. No entanto, o cresci-
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mento mais expressivo ficará por conta dos notebooks, com previsão de aumento de vendas da ordem de 400%. Incentivos — O setor de computadores registrou um grande salto com a MP do Bem de 2005, que criou incentivos fiscais para estimular o acesso à informática. "Há muitas novidades com preços bem acessíveis. Somente na última sexta-feira, em uma ação especial, o Extra Eletro, do Grupo Pão de Açúcar, vendeu mais de duas mil unidades de computadores com valores 60% abaixo dos praticados em 2005", disse Nogueira. Luiz Prado/LUZ
Paulo Saab: será um bom Natal
Segundo ele, só neste ano, toda a categoria de informática registrou alta de 73% nas vendas. De acordo com projeções do mercado, cerca de 8,9 milhões de computadores devem ser vendidos em 2006 – 47% mais que em 2005. Para notebooks, a estimativa é vender cerca de 650 mil máquinas. O Carrefour também emplacou no segmento e está apostando nas promoções de Natal. São 100 produtos, que vão de computadores mais simples até os que embutem tecnologia de ponta. O foco mais forte será para microcomputadores populares, notebooks, monitores LCD e aparelhos de MP3. "Este é o Natal do computador de primeiro preço, do MP3 e do notebook. Por isso, esperamos um aumento de 100% nas vendas em relação ao mesmo período de 2005. Só neste ano, o movimento das vendas de aparelhos de informática cresceu 125%", disse o gerente de informática do Carrefour, Milton Caldeira Filho. Os itens de alta tecnologia também são destaques do Natal nas lojas do Wal-Mart. O mix de produtos importados com exclusividade é 30% maior este ano que em 2005. TVs de plasma e LCD estão com preços menores, assim como notebooks e PCs. A expectativa da rede é de crescer 35% em vendas de itens "não-alimentícios", em comparação a 2005. E os "box stations" para MP3 e MP4 são as grandes vedetes do Wal-Mart , segundo o o vice-presidente comercial da rede, Fernando Menezes. Maristela Orlowski
Brasileiro tem menos computador
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Brasil está abaixo da média, na América Latina, no acesso a produtos eletroeletrônicos. De acordo com pesquisa realizada pela Latin Panel em 16 grandes cidades brasileiras, embora o uso de geladeiras, máquinas lavadoras de roupas e louças, além televisores, seja maior em lares brasileiros que na média dos vizinhos latino-americanos, o País perde em outros equipamentos de informática. O estudo, que ouviu 9 mil pessoas, revelou que o computador está presente em 30% dos domicílios hispano-americanos. No Brasil, o equipamento ocupa 24% das residências brasileiras. Isso também ocorre com o forno de microondas (44%, ante 33%) e o fre-
ezer (38%, ante 19%). A p a re l h o s d e M P 3 , p o r exemplo, estão em 19% dos lares hispano-americanos. No Brasil, estão presentes em 9% dos lares. A TV de plasma tem média de acesso de 3% na região, dois pontos percentuais a mais que o verificado no mercado brasileiro. Os lares do País também estão atrás quando se trata de aparelhos de som com CD (66% contra 56%) e celulares com câmera fotográfica (19% contra 12%). O estudo, que verificou hábitos de consumo na região, mostrou que o Brasil é o único País onde os supermercados e hipermercados detêm a liderança nas vendas, com 54% de participação. O varejo tradicional, que engloba mercea-
rias, padarias, açougues, entre outros tipos de estabelecimentos de vizinhança, na média da América Latina, responde por 67% das vendas em volume. Endividamento – Para a diretora-geral da unidade brasileira da Latin Panel, Ana Cláudia Fioratti, o consumo no Brasil aumentou nos últimos anos. "Isso não decorre do aumento da renda da população, mas da economia estável e expansão do crédito", ressalta. Segundo Ana Cláudia, mesmo com os juros altos, o consumidor de baixo poder aquisitivo planeja comprar um bem mais sofisticado e parcelar em até 12 vezes. "Só por meio do endividamento é que ele tem acesso a determinados produtos." (MO)
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
Compor tamento Polícia Av i a ç ã o Urbanismo
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 O objetivo é ir o quanto antes. Eles estão há muito tempo longe das famílias. Theo Dias, advogado dos pilotos
PANE PROVOCOU SUSPENSÃO DE VÔOS
debatem Novo caos nos aeroportos Arquitetos a lei Cidade Limpa Pane no Cindacta 1 gera atrasos em todos os aeroportos do País. Pilotos do Legacy poderão voltar aos EUA.
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ma pane nos equipamentos que ger e n c i a m a s f r eqüências de rádio comunicações do Cindacta 1, de Brasília, provocou uma total suspensão dos pousos e decolagens nos aeroportos de Brasília por duas horas, entre 13h e 15h de ontem. A pane foi confirmada pelo Comando da Aeronáutica que esclareceu, no entanto, que desde as 15h todas as comunicações foram restabelecidas. Por causa dos problemas nas freqüências de rádios VHF, os atrasos repercutiram em todo o País. Vôos suspensos – Na noite de ontem, o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Nilson Zuanazzi, anunciou o cancelamento de todos os vôos com decolagem marcadas para depois das 19h dos aeroportos de Brasília, Congonhas (São Paulo) e Confins (Belo Horizonte). "Decidimos cancelar as partidas à noite nos locais onde ainda há problemas porque não adianta colocar mais água se não está tendo vazão", afir-
Rejane Tamoto
Lula Marques/Folha Imagem
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Fila em aeroporto de Brasília: falha em equipamento de comunicação amplia a espera de passageiros
mou Zuanazzi, referindo-se aos atrasos represados durante a tarde. A Anac liberou o aeroporto de Congonhas para operar durante toda a madrugada e admitiu que espera algumas confusões até o início da manhã de hoje. A agência
orientou as companhias aéreas a remanejarem seus vôos a partir de hoje, de modo a atender seus passageiros nos vôos cancelados ontem à noite. Em entrevista no Comando da Aeronáutica, em Brasília, o comandante do Cindacta 1, co-
ronel Carlos Aquino, informou que uma falha nos equipamentos que fazem a comunicação entre os aviões e os controladores de vôo foi a causa da suspensão nos pousos e decolagens de aeronaves controladas por Brasília. O coronel disse que não tinha explicação para a falha, mas disse que todos os equipamentos de freqüência do Cindacta 1 são novos. Ele afastou a possibilidade de sabotagem. Crise – Os atrasos de vôos começaram no dia 27 de outubro, quando os controladores de tráfego aéreo do centro de controle de Brasília - o Cindacta 1 - decidiram iniciar um protesto, a chamada operação-padrão, contra a falta de profissionais. Logo depois do acidente da Gol, em 29 de setembro, como é praxe em casos de acidentes, dez controladores de vôo de Brasília entraram em licença médica. Na operação-padrão, os controladores seguem as normas internacionais que determinam que cada operador deve controlar, no máximo, 14 aeronaves simultaneamente. Antes da operação, cada controlador chegava a monitorar até 20 aviões ao mesmo tempo. Com isso, o intervalo entre pousos e decolagens aumentou, provocando uma seqüência de atrasos e cancelamentos de vôos em todo o País. Pilotos – O Tribunal Regional Federal concedeu ontem habeas corpus para os pilotos do jato Legacy que se chocou com um avião da Gol em 29 de setembro, matando 154 pessoas. Joseph Lepore e Jean Paul Paladino poderão retirar seus passaportes na PF e deixar o País em até 72 horas. (Agências) Mais sobre o caos aéreo em www.dcomercio.com.br
discussão sobre a polêmica lei Cidade Limpa – que proíbe toda propaganda externa (outdoors, frontlights, backlights e painéis) na cidade a partir do próximo dia 31– receberá uma importante contribuição amanhã. A partir das 20h, quatro especialistas no assunto, entre designers e arquitetos, se reúnem para o debate Anúncios na Paisagem de São Paulo: a Nova Lei, no auditório do Sesc Paulista (avenida Paulista, 119). O evento, gratuito, é organizado pela Fundação para Pesquisa Ambiental (Fupam), entidade conveniada à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP). Para participar, basta chegar ao local com uma hora antes. De acordo com o artista plást i c o , p ro f e s s o r d o u t o r d a FAU/USP e coordenador do evento, Silvio Dworecki, é importante aprofundar a discussão sobre a lei municipal. "Queremos mostrar que há mais possibilidades de abordagem sobre a lei e a paisagem da cidade", disse. Óticas – A lei Cidade Limpa, de autoria do prefeito Gilberto Kassab, será debatida sobre diversas óticas: seus aspectos culturais, éticos, históricos e políticos. O designer e professor da FAU Chico Homem de Melo falará sobre Mensagem Gráfica como Expressão Cultural. De acordo com o designer, a poluição visual não está somente nas mensagens da mídia externa, mas também na própria arquitetura da cidade. Ele cita como exemplo de arquitetura poluente as empenas cegas (paredes sem janelas dos prédios), que são o resulta-
do da falta de planejamento urbano na cidade. "Os sinais gráficos e do comércio expressam a vitalidade dos ambientes urbanos. Além disso, são marcos de localização na paisagem e não deveriam ser eliminados in totum", afirmou. Por outro viés, o arquiteto e professor da FAU Issao Minami falará sobre Ética e Estética na Paisagem Urbana. Para ele, a cidade hoje é uma colcha de retalhos, sem uniformidade e conflitante, porque os anúncios pecam pelo excesso de apelo e tamanho. "Temos de encarar a questão da diminuição dos anúncios, porque estamos míopes", disse. Segundo Minami, a própria população tem de participar desse processo. "É preciso pensar o espaço urbano eticamente, porque ele é necessário à qualidade de vida das pessoas", afirmou. Para ajudar a entender a discussão atual, a mestre em arquitetura e urbanismo pela FAU Camila Faccione Mendes, abordará dois séculos de história dos anúncios externos na cidade de São Paulo. O tema, que fez parte de sua pesquisa de mestrado, abrange o período de 1850 até o ano 2000. "A publicidade exterior está atrelada ao desenvolvimento do comércio e também do setor de serviços. A São Paulo dos anos 1800 só não tinha anúncios por isso. Não era em favor da beleza", disse. O professor da FAU Nabil Bonduki apresentará um histórico da discussão realizada na Câmara Municipal, no período de 2001 a 2003, quando foi aprovada a lei anterior para disciplinar a paisagem urbana. "A nova lei é impositiva. O princípio é positivo, mas tem de existir um acordo global na sociedade", disse
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O Primeiro Fórum Nacional da Rede de Tecnologia Social divulgará experiências desenvolvidas em todo o território nacional
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Hoje, 420 instituições participam da Rede de Tecnologia Social. Destas, 14 fazem parte do comitê de coordenação.
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omeçou ontem, em Salvador, na Bahia, o Primeiro Fórum Nacional da Rede de Tecnologia Social (RTS). O objetivo do encontro é divulgar o conceito de tecnologia social, que são técnicas de atuação para transformar a realidade social que podem ser replicadas tanto por órgãos oficiais quanto por organizações não governamentais e instituições que desenvolvam projetos sociais. Para a secretária executiva da RTS, Larissa Barros, o encontro é importante não só para divulgar as ações da rede, que existe há um ano e meio, mas também para discutir os rumos dos projetos que já existem e dar voz às ONGs que desejam divulgar seu trabalho e que procuram parceiros. Segundo Larissa, a expectativa é de que o evento atraia de 380 a 400 participantes, entre eles representantes de ONGs, empresas, membros do governo e instituições que já fazem parte da rede. Ela lembra que "a rede nasceu ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia para se transformar em uma articuladora de possíveis parcerias entre os
Cidadania e segurança Conselhos Comunitários integram a comunidade
ONGs tiveram suas experiências mostradas na RTS
TECNOLOGIA SOCIAL participantes e outras ONGs que procuram parceiros para desenvolver seu trabalho e ampliar seu campo de atuação". Hoje, 420 instituições participam oficialmente da rede. Destas, 14 fazem parte do comitê de coordenação. Além do Ministério da Ciência e Tecnologia, outros órgãos governamentais são mantenedores da rede como a Caixa Econômica Federal (CEF), a Funda-
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m instrumento para ajudar a melhorar a gestão pública e um mecanismo oficial de comunicação entre as comunidades e as polícias civil e militar, para solução de problemas de segurança. "As reuniões dos Conselhos Comunitários de Segurança
ção Banco do Brasil, a Petrobras, o Ministério da Integração Nacional, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Juntam-se a estes, ainda, outras instituições que podem acessar o portal da rede e que, periodicamente, contribuem com suas próprias experiências e sugestões de adoção de técnicas de atuação que foram bem-sucedi(Conseg) são os lugares onde se exerce de fato a cidadania", afirma seu coordenador Estadual, Senenari Oshiro. Ele está empenhado em uma nova etapa desse trabalho: ampliar a parceria com o setor comercial e de serviços, representado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), na Capital, e com as 420 Associações que integram a rede da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), no Interior. "Gostaríamos que o comércio conhecesse e estimulasse a sua participação nos Consegs, por estar muito exposto aos problemas da segurança pública", assinala. Para isso, trabalha agora "para sensibilizar o comércio para se engajar nessa parceria", além das Associações de Pais e Mestres (APMs). Essa iniciativa começou em outubro de 2005, quando foi conhecer de perto as dificuldades dos Consegs nas 11 regiões administrativas do Estado (uma fica na Capital, há uma na Grande São Paulo e nove estão no Interior paulista). "Dia 2 de dezembro último completamos o retorno a cada uma dessas regiões ouvindo e colhendo sugestões para aprimorar esse espaço de discussão de questões, direta ou indiretamente, ligadas à segurança pública, aproximando cada vez mais os representantes da comunidade, com os comandos da Polícia Civil e Militar do Município ou do bairro", explicou. Participam das reuniões representantes da prefeitura local, ou das subprefeituras (no caso da Capital), diversos outros órgãos públicos e lideranças comunitárias. Lembrou que essas reuniões são feitas sempre em um lugar "neutro". No interior paulista, muitas delas ocorreram nas sedes das Associações Comerciais (ACs) das cidades, entre
Além dos debates e das discussões sobre os conceitos de tecnologia social e da interação entre estas técnicas e o desenvolvimento sustentável, haverá a apresentação dos participantes da RTS e das ONGs que divulgarão seu trabalho e o lançamento do livro "Mídia e Tecnologias Sociais", da Revista Sebrae – Tecnologias Sociais e de outras publicações. Todas as conclusões dos debates oficiais e das discussões paralelas promovidas entre as ONGs serão encaminhadas oficialmente aos órgãos governamentais responsáveis pelo desenvolvimento de projetos de desenvolvimento e integração social.
das no desenvolvimento de seus projetos. Debates – Durante o encontro, a RTS também pretende estimular o intercâmbio de informações entre as ONGs. Por isso, haverá um salão de vivências onde apresentarão seus trabalhos, com um espaço para murais nos quais elas colocarão informações importantes sobre seus métodos de atuação. "As instituições serão agrupadas em blocos para facilitar a disseminação de informações", diz Larissa. Ela acrescenta que a Rede também tem o objetivo de recolher estas experiências para que sejam transformadas em políticas públicas, especialmente as que já podem ser consideradas tecnologias sociais, pois já transformaram efetivamente a realidade das comunidades onde atuam. "Formamos uma equipe com o objetivo de moderar todas as discussões, sistematizar as informações e criar um documento final com todas as conclusões", explica a secretária executiva da RTS. Estas informações estarão à disposição de todos os interessados no site da RTS após o encerramento do encontro.
Larissa: interação em rede.
Luludi/LUZ
Milton Mansilha/LUZ
Afif: rede capilar envolve líderes
Amato: cidadão e governo unidos
outras, nas de Marília, Franca, São José do Rio Preto, Barretos, Avaré e Fernandópolis. "A força catalisadora dessas ACSP nos seus Municípios aumenta a eficiência dos Consegs para dar mais segurança e melhor qualidade de vida a seus moradores", explicou. Tudo a ver –"Esse trabalho dos Consegs, pela sua rede capilar capaz de envolver líderes comunitários, entidades e pessoas com os problemas da comunidade tem tudo a ver com as características do nosso sistema de Associações Comerciais", enfatizou Guilherme Afif Domingos, presidente da Facesp e ACSP. Afif lembrou que os Consegs e as 15 Sedes Distritais da ACSP já vinham, nos últimos tempos, implementando uma pauta de ações conjuntas na Capital. "As Distritais são nossos postos avançados nos bairros e pontos de encontro de entidades locais para ajudar na busca de soluções para os problemas da comunidade, em parceria com o poder público", esclareceu. Para o secretário Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, Rogério Amato, outro entusiasta dos Conselhos, lembra que os problemas da segurança dizem respeito à toda sociedade. "E por espelhar isso, os Consegs abrem um canal de interlocução do cidadão com o governo", disse. O coordenador Estadual dos
Consegs, Sanenari Oshiro, salientou que a participação da comunidade ajuda muito a ação das polícias. "Por isso numa reunião todos os problemas são abordados, desde drogas e violência nas escolas, falta de iluminação numa rua, até uma praça mal cuidada, assaltos nos faróis ou uma rua sem asfalto. "Detectamos, por exemplo, que uma troca de turno da polícia na favela de Heliópolis abria espaço para pequenos assaltos", esclareceu. Para Marco Luchesi, assistente do coordenador dos Consegs, "a população tem olhos e ouvidos e pode ajudar a polícia a trabalhar melhor, mas é preciso que ela se mobilize e participe". E adiantou: "Basta procurar uma delegacia de polícia ou uma Companhia da Polícia Militar, do seu bairro ou Município, para se informar e se inscrever". Ou seja, qualquer pessoa também pode votar e ser votada para presidente de um Conseg, desde que tenha comparecido – e assinado a Ata – de 50% das reuniões do ano. Cada presidente de um Conseg estará acompanhado de dois membros natos, um delegado de polícia e um oficial da PM. "O importante é entender o espírito do nosso trabalho, que é não deixar todos os problemas apenas por conta das polícias, pois sem a participação da comunidade os avanços serão lentos", resumiu.
Luiz Prado/LUZ
Paula Cunha
Sergio Leopoldo Rodrigues
SERVIÇO
Luchesi e Oshiro: participação da comunidade é fundamental
Mais informações: entrar em contato com o Conseg pelo site www.conseg. sp.gov.br, pelo email coordenador @conseg.sp. gov.br ou pelo telefone (11) 3291-6869
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Tr i b u t o s Nacional Va r e j o Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
EMPRESAS IMPORTAM MAIS VINHOS
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por cento foi a queda dos preços das frutas secas importadas para o Natal de 2006
PREÇOS ESTÃO MAIORES POR CAUSA DO AUMENTO DA PROCURA E QUEDA NA OFERTA DO PESCADO
NATAL TERÁ BACALHAU MAIS CARO
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Emiliano Capozoli/LUZ – 25/3/2006
O bacalhau, peixe cada vez mais procurado no País, está com o preço em alta neste dezembro
Consumidor antecipa as compras
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Natal chega cada vez mais cedo, pelo menos no comércio. Mas o consumidor não parece se incomodar com isso. Metade das pessoas aproveita para antecipar as compras e escolher os presentes com mais calma. É o que revela pesquisa feita com internautas pelo Instituto Qualibest para analisar qual é a relação dos consumidores com as compras do Natal.
Questionados sobre a primeira coisa que vem à cabeça quando se fala em Natal, 25% dos entrevistados citaram os presentes e se esqueceram do motivo original da festa cristã. Na opinião de 86% deles, o Natal é, a cada ano, mais comercial e 79% acham que as pessoas não sabem mais o motivo da celebração. Nessa época do ano, quem celebra as vendas são os comerciantes. Nos últimos
dois anos, o valor das compras natalinas aumentou para 65% dos entrevistados. A média de gasto do 13º salário deles com os presentes para amigos e familiares é de 42% do abono. O questionário foi mandado a 1.169 consumidores de todo o Brasil, pela internet, entre os dias 17 e 23 de novembro. Os entrevistados foram escolhidos da base de dados do Qualibest. (SSP)
bacalhau deve custar 10% mais neste Natal. Isso porque as importações brasileiras do peixe, em volume, se mantiveram, enquanto a procura pelo pescado aumentou. A saída para manter a mesa farta é apostar em frutas secas, panetones e produtos de época vindos da Europa e nos vinhos importados, que tiveram queda de preço com a valorização do real em relação ao dólar. A p ro c u r a p o r esses produtos começou a crescer em meados de novembro, quando chegaram os primeiros produtos comprados no exterior com a cotação da moeda americana mais baixa do que na mesma época de 2005. Depois do bacalhau, a uva passa e a ameixa são os principais produtos importados para o Natal, seguidos das nozes e das frutas cristalizadas. Neste ano, por conta da queda dos preços dos importados, uma variedade 20% maior de petits-fours e panetones europeus devem ocupar as prateleiras. Os vinhos continuam os preferidos entre as bebidas, com destaque para os frisantes, cujo faturamento cresce 50% nesta época do ano, segundo a Associação Brasileira dos Impor-
tadores e Exportadores de Bebidas e Alimentos (Abba). Vinhos chilenos ainda dominam o mercado, com 33,87% do consumo. Os argentinos alcançam 26,72%, seguidos dos portugueses e italianos que, juntos, somam 28% do mercado. "Com os importados cerca de 10% mais baratos em relação à mesma época de 2005, esperamos que os volumes au-
mentem cerca de 5%", diz o vice-presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Martinho Paiva. "Com a alta do real, o consumo dos vinhos europeus aumentou." Frutas — A queda no preço das frutas secas em até 20% permite aos empórios importar uma variedade bem maior. "Há quatro anos que não tra-
zíamos produtos da Itália, o que estamos fazendo neste ano", diz o proprietário do Empório Chiapetta, Eduardo Chiapetta. "O aumento da oferta dessas mercadorias também em outros empórios deve baixar ainda mais os preços." Intimidados com a alta do preço do bacalhau, os empórios mantiveram o mesmo patamar de compra do peixe em relação ao ano passado. "Com uma alta de preço calculada em 10%, não sabemos se o consumidor vai querer levar o bacalhau para casa", diz Chiapetta. Mesmo com o aumento do volume de vendas, que deve alcançar 10%, o faturamento continua no mesmo patamar, por conta da média de preços mais baixa, no caso das frutas e vinhos. Mas o câmbio favorável não é a única razão para os produtos mais baratos. "As boas safras de frutas nos países de origem e a diversificação do consumo global ajudaram a nivelar os preços", afirma o diretor comercial da Casa Santa Luzia, Jorge da Conceição Lopes, que aproveitou os bons preços do mercado externo para aumentar a variedade de mercadorias natalinas disponíveis nas prateleiras e voltar a importar da Dinamarca. Sonnaira San Pedro
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
Jamil Bittar / Reuters
Dida Sampaio / AE
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Política
Tem uma reforma que tem que ser cotidiana, de minuto a minuto – como se nós fôssemos uma metamorfose ambulante. De Lula aos magistrados
TSE REJEITA CONTAS DA CAMPANHA DE LULA
A Patriota assume em fevereiro.
BRASIL TEM NOVO EMBAIXADOR NOS EUA
O
governo dos Estados Unidos concedeu autorização ao diplomata Antônio de Aguiar Patriota para assumir a Embaixada do Brasil no país, em substituição ao veterano embaixador Roberto Abdenur, informou ontem o Ministério das Relações Exteriores. Subsecretário-geral de Assuntos Políticos do ministério, Patriota é considerado homem da confiança do ministro Celso Amorim, de quem foi chefe de gabinete e secretário de Planejamento Diplomático. O embarque do diplomata para Washington depende ainda da aprovação da designação pelo Senado brasileiro. Em princípio, a expectativa é de que Patriota se instale nos EUA antes da visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente George W. Bush, que deverá ocorrer até o fim de abril. A designação do diplomata para o mais importante posto da diplomacia brasileira no exterior confirma a determinação de Amorim de "renovar" os cargos de comando do Itamaraty. Carioca de 52 anos, Patriota foi promovido em dezembro de 2003 a ministro de primeira classe, o equivalente a embaixador. A capital norteamericana será, portanto, o primeiro posto dele de chefia no exterior. Ele deverá assumir o cargo por volta de fevereiro de 2007. O primeiro sinal dessa tendência surgiu em maio de 2004, quando o então chefe de gabinete do ministro, Mauro Vieira, assumiu a Embaixada do Brasil na Argentina. Respaldada pelo aval de Lula, essa "renovação" atende a uma reivindicação de boa parte dos ministros de primeira classe, que se viam escalados para posições menos relevantes no exterior por causa da designação tradicional de veteranos para os postos de maior expressão. Mas a medida, igualmente, evita, nas embaixadas mais importantes, a autonomia dos mais experientes e estimula a centralização das decisões em Brasília. (AE)
Crise administrada: ao lado do ministro Marcio Thomaz Bastos, que está de saída, Lula pede empenho da Justiça por mais rapidez.
LULA: 'JUDICIÁRIO DEVE SER METAMORFOSE AMBULANTE' Presidente fez a referência ao sugerir mudanças cotidianas nos procedimentos legais, de forma a destravar o crescimento do País. Ele elogiou o CNJ e reclamou da lentidão da Justiça.
C
ercado de juízes, desembargadores, promotores e outros membros do Judiciário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou ontem da lentidão do Judiciário, ao mesmo tempo em que elogiou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em meio a uma crise com o Judiciário e o Ministério Público por conta dos aumentos de salários que os magistrados e promotores tentam impor, o presidente afirmou que o CNJ é "fundamental para garantir a moralidade da administração da Justiça". O discurso foi feito em duas partes. Os elogios ao CNJ e ao Judiciário foram feitos na primeira parte, lida. As reclamações vieram no final, improvisado. "Eu vou dar um exemplo para vocês: somente de dívida ativa do Tesouro Nacional, são 380 bilhões de reais; somente de dívida da Previdência, são mais 190 bilhões de reais, que não se sabe quando vai sair e, se sair, não se sabe se existem ainda os devedores para pagar aquela dívida", disse o presidente. "Ou seja, somente na área administrativa, um processo desses demora sete anos. Para chegar ao Supremo Tribunal Federal, chega a 16 anos".
Desafio – Lula afirmou que pensar em todas as regras leboa parte das mudanças que gais. Mas, se a gente colocar 30 ele acredita que precisam ser segundos da nossa cabeça para feitas para "destravar o País", saber que o resultado daquilo como tem dito, são mudanças pode beneficiar a sociedade mais de procedimentos do que como um todo ou pode prejugrandes alterações na legisla- dicá-la, eu penso que as mução brasileira. "Portanto, você danças que nós queremos fatem um desafio de fazer tantas zer no Brasil serão muito mais quantas reformas você preci- fáceis e os ganhadores serão os 190 milhões sar fazer no d e b r a s i l e iPaís, mas soros", disse. b re t u d o t e m Em meio a uma reforma uma crise com que tem que Somente na área o sistema judiser cotidiana, administrativa, um ciário por conde minuto a processo desses t a d o s p e d iminuto – como demora sete anos. dos de reajusse nós fôssePara chegar ao te salarial do mos uma meSupremo Tritamorfose amSupremo Tribunal b u n a l F e d ebulante, queFederal, chega a 16 ral, a criação rendo mudar e anos. de jetons para querendo faPresidente Lula os membros zer coisas todo do CNJ e, mais dia diferentes – que é a mudança no nosso recente, a aprovação de uma regra que permite reajuste paprocedimento", disse. Em uma cerimônia que pre- ra o Ministério Público pelo miou justamente novas práti- Conselho Nacional do Miniscas do Judiciário que diminuí- tério Público, o presidente eloram tempo, burocracia e facili- giou o Judiciário e o CNJ. "A partir do Conselho, atataram os procedimentos, o Prêmio Innovare, o presidente cou-se o nepotismo, foram sispediu aos presentes que pen- tematizados os processos de sem em idéias novas. "Toda promoção de magistrados, e vez que a gente tiver que tomar regulamentados os subsídios e uma atitude, a gente tem que vencimentos dos juízes e dos
desembargadores". Na mesma cerimônia, o ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, recebeu um prêmio Innovare extra, numa decisão inédita da comissão julgadora. No seu discurso, o ministro, que anunciou sua saída do cargo, pediu ao presidente Lula que continue fazendo mudanças. "O senhor teve 59 milhões de votos. Esses votos têm claramente a mensagem de mudança". "É um discurso inteiramente inadequado", reagiu ontem o presidente da Associação Nacional de Juízes Federais (Ajufe), Walter Nunes, ao saber das queixas feitas pelo presidente Lula segundo as quais o Estado é muito prejudicado pela lentidão da Justiça. "Basta dizer que, das cerca de 10 milhões de ações que correm no âmbito da justiça federal, uns 80% partem do próprio Estado", responde ele. Na conta de Nunes, a dívida do Estado com cidadãos e empresas deve andar hoje em torno de R$ 60 bilhões. Assim, o governo "é de longe o litigante-mór da vida brasileira" define o juiz. "Na média, diz ele, cada juiz federal tem sob sua responsabilidade, hoje, em torno de 28 milprocessos por ano. (AE)
Secretaria de Controle Interno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apresentou anteontem um parecer técnico que aponta uma série de irregularidades nas contas de campanha do presidente reeleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e do comitê financeiro do PT. Entre as irregularidades, constam despesas não identificadas no valor de R$ 10 milhões e doações de fontes proibidas, segundo a legislação eleitoral. As doações sob suspeita teriam sido realizadas por concessionárias de serviços públicos, o que é proibido por lei. Uma dessas empresas é a construtora OAS, que doou R$ 1,7 milhão para a campanha. De acordo com técnicos do TSE, na página da empresa na internet consta uma concessão de via urbana, a Linha Amarela, no Rio de Janeiro. Por causa desse parecer, os gastos de Lula e do partido não seriam julgados ontem. O TSE deu ao presidente e ao PT um prazo de 72 horas para esclarecimentos. Em seguida, o procuradorgeral da República, Antonio Fernando de Souza, terá mais 48 horas para emitir um relatório sobre o caso. Segundo a Lei Eleitoral, enquanto as contas de Lula não forem avaliadas e aprovadas pelo Tribunal Eleitoral, ele não poderá ser diplomado. A data para a diplomação está marcada para o dia 14. Caso o problema não seja resolvido, a data da posse do presidente também pode ser comprometida. O presidente do Tribunal, ministro Marco Aurélio Mello, disse ontem que, para tomar posse, Lula tem de ter as contas aprovadas pelo órgão. "A aprovação das contas é condição sine qua non para se chegar à cadeira no próximo mandato", afirmou. "Como se exige a manifestação positiva relativa às contas para chegar-se à diplomação, não há a diplomação", declarou o ministro. Retificação – O ex-tesoureiro da campanha do presidente Lula e prefeito de Diadema (SP), José de Filippi Júnior (PT), afirmou ontem, em nota oficial, que as questões levantadas pelo TSE e que resultaram no parecer pela rejeição das contas serão resolvidas em uma demonstração de gastos retificadora, que será enviada ao órgão. Na nota, Filippi Júnior disse também que as observações que constam do relatório do TSE representam formalidades em relação ao lançamento de despesas e doações. "Todas as divergências apontadas serão prontamente sanadas nas próximas horas." Ele afirmou que a prestação retificativa é "expressamente admitida na legislação eleitoral". (AE)
Celso Jr / AE
MARINA TEM APOIO DO PV E DE ALENCAR
A
bancada verde defende a permanência da ministra Marina Silva (PT) na pasta do Meio Ambiente, mas concorda que é preciso acelerar o processo de licenciamento ambiental. A demora em obter a licença para grandes obras de infraestrutura tem irritado a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cogitaria substituí-la. Para o deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ), o
problema é a "falta de gente, de equipamento e de dinheiro. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) está caindo aos pedaços, não podemos acusá-lo de estar dificultando o processo (de desenvolvimento)". O presidente do Partido Verde no Rio, Alfredo Sirkis, defendeu a ministra. "A Marina tem desempenhado seu papel com correção e dignidade, nos dois primeiros anos teve muitos
A ministra foi criticada pelo governador Blairo Maggi, aliado de Lula.
problemas, mas depois a gestão melhorou bastante". Para ele, é um mito achar que a política ambiental depende do ministro. "Já fui secretário da pasta e
sei que as grandes decisões são tomadas no âmbito econômico, na Fazenda, Minas e Energia ou Casa Civil", disse Sirkis, exsecretário municipal de Meio
Ambiente e Urbanismo. "A questão da sustentabilidade tem que estar no centro do poder, o que não vem acontecendo", avaliou. Quem também saiu em defesa de Marina foi o vicepresidente José Alencar. Para ele, os entraves na legislação precisam ser resolvidos, mas dentro da lei, com respeito ao meio ambiente. Ele disse que sempre esteve ao lado da ministra nas discussões dentro do governo. Maggi – A permanência de Marina Silva no governo começou a ficar difícil em novembro, após um churrasco numa fazenda de soja em Sapezal (MT), a 480 quilômetros de Cuiabá, com a presença do presidente
Lula e do governador Blairo Maggi (sem partido). No encontro, Maggi argumentou com o presidente que a atuação de Marina era um entrave ao agronegócio e às obras de infra-estrutura. A conversa do governador, um dos novos aliados fiéis do presidente, encontrou terreno fértil. Maggi não foi o primeiro a reclamar dos problemas causados pela área de meio ambiente às obras de infraestrutura no País, e o próprio presidente acabou sendo convencido de que alguma coisa teria que mudar, incentivado pela ministrachefe da Casa Civil, Dilma Roussef. (Agências)
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Meu pai pensa que pedir perdão é uma ação política e ele não vai fazer isso.
David Lillo/AFP
Da filha mais velha do ex-ditador chileno Augusto Pinochet, Lucía, em entrevista à Televisão Nacional do Chile, sobre a possibilidade de o ex-ditador, doente e com 91 anos, pedir perdão pelas violações aos direitos humanos atribuídas a seu regime.
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
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Em 1877, o inventor Thomas Edison fez a primeira gravação de som conhecida, em aparelho construído por ele, o fonógrafo (ao lado)
DEZEMBRO
2 -.LOGO
E CONOMIA B IOLOGIA
Canto dos pássaros, urbanizado Estudo realizado por cientistas holandeses e publicado ontem na revista especializada Current Biology mostra que o barulho das grandes cidades transforma os cantos dos pássaros, tornando-os mais curtos, agudos e agitados do que o de seus colegas de ambientes rurais. A "urbanização" da música dos pássaros foi notada na espécie chapim-real, ou Parus major, que se adaptou deste modo à vida urbana de dez grandes cidades européias, incluindo Londres, Praga, Paris e Amsterdã. A mudança foi
identificada no canto usado para demarcar território e atrair consortes. Pesquisa anterior da mesma equipe, envolvendo apenas pássaros urbanos, já havia mostrado que chapins individuais ajustam suas canções de acordo com o ruído do tráfico. As descobertas apóiam a teoria da "hipótese da adaptação acústica", segundo a qual aspectos da comunicação vocal das aves são moldados pelo ambiente e podem até influenciar o surgimento de novas espécies.
E SPAÇO Aris Messinis/AFP
Riqueza hiperconcentrada Estudo mostra que pouquíssimos ricos controlam mais da metade da riqueza global
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penas 2% dos adultos do planeta detêm mais de metade d a r i q u e z a m u ndial, incluindo propriedades e ativos financeiros, revelou um estudo realizado pelo instituto de desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado ontem. Apesar de a renda global estar distribuída de forma desigual, a distribuição da riqueza é ainda mais distorcida, afirmou o estudo do Instituto Mundial de Pesquisa sobre a Economia do Desenvolvimento, da Universidade das Nações Unidas. O instituto, com sede em Helsinque, afirmou que o estudo era o primeiro de abrangên-
cia mundial a respeito da questão, para a qual há poucos dados disponíveis. "A riqueza está fortemente concentrada na América do Norte, na Europa e nos países de alta renda da Ásia e do Pacífico. Os moradores desses países detêm juntos quase 90% do total da riqueza do planeta", disse a pesquisa. "Nós calculamos que os 2% dos adultos mais ricos do mundo possuem mais da metade da riqueza global enquanto os 50% mais pobres, 1%", disse Anthony Shorrocks, diretor do instituto. Shorrocks comparou o quadro a uma situação hipotética em que, de um grupo de dez pessoas, uma teria US$ 99 e as
demais, juntas, apenas US$ 1. "Se pensarmos que a renda vem sendo distribuída de forma desigual, a riqueza está distribuída de forma ainda mais desigual", disse o diretor do instituto. Segundo o estudo, em 2000, um casal precisava de um patrimônio de US$ 1 milhão para estar entre o 1% de mais ricos do mundo. Este gruporeúne 37 milhões de pessoas. Mais de metade dessas pessoas moram nos EUA ou no Japão. O estudo descobriu ainda que um patrimônio líquido de US$ 2.200 por adulto colocaria uma família na metade superior da distribuição de riqueza. (Reuters)
Fernando Pilatos/AE
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Carros, bebidas e perfumes no Natal
Mundo contra a aids
Quando se fala em quebrar patente no Brasil, se deveria usar um outro termo? Usa-se o termo "quebrar patente", mas o correto é "obter ou pedir uma licença compulsória". Esse tipo de quebra de contrato é regulado pelo acordo Trips (de propriedade intelectual), que prevê que um país em situação de emergência na área da saúde pode impor uma licença compulsória para produzir um medicamento protegido por patente. A expressão quebrar patente dá uma idéia de ilegalidade. A licença compulsória é ilegal.
Família quer revisão de processo
Então, naquela briga do Brasil com os laboratórios, em 2000, não houve quebra de patente? Até hoje o Brasil não precisou chegar aos estágios de quebra de patente ou de licença compulsória, mas usou esse mecanismo como trunfo na negociação e não precisou ao extremo porque os produtores privados reduziram os preços dos medicamentos substancialmente. Foi melhor para o Brasil comprar os remédios num preço novo do que investir, produzir no País e brigar com um setor muito poderoso. Foi a utilização correta de um instrumento legal. Na Tailândia, parece que o governo ameaça quebrar patentes, no caso da aids... É tudo recente na Tailândia e os jornais falam em intenção do governo, mas por enquanto não se configura a quebra de patente. Provavelmente, estão num processo semelhante ao do Brasil: dizer que o preço está acima das possibilidades de pagar. Não se pode comparar o Brasil ou a Tailândia com os países africanos, que realmente não podem pagar nada e nem têm como propor licença compulsória para
produzir no país, pois não têm parque produtivo. Neste caso, seria preciso um mecanismo internacional para encontrar uma maneira de garantir o acesso desses países aos medicamentos a preços mais baixos ou até grátis. Qual seria, então, sua proposta para esses países africanos ? Já existe um fundo doado por países ricos para aquisição de remédios contra a tuberculose que são distribuídos gratuitamente para os países pobres. Está faltando um mecanismo semelhante para o problema dos retrovirais, porém a escala é outra pois não se pode comparar os preços dos remédios contra a tuberculose com os coquetéis anti-aids, caríssimos. É impossível se pedir a um país africano, onde as pessoas têm US$ 10 para cuidar da saúde, que comprem retrovirais. E isso custaria muito menos que os gastos militares, como os da guerra com o Iraque, onde já se gastaram US$ 350 bilhões. Com uma pequena fração disso se poderia dar remédios para o mundo todo. Rui Martins, de Bangcoc para o DC
O vestido preto usado por Audrey Hepburn no filme Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany's), de 1961, foi vendido ontem na Christie´s de Londres por 410 mil libras (cerca de US$ 800 mil), quase sete vezes o valor estimado. Criado por Givenchy, o vestido é usado por Hepburn na famosa cena inicial do clássico, em que sua personagem, Holly Golightly, observa a vitrine da joalheria Tiffany´s enquanto come seu desjejum. O dinheiro irá para a City of Joy, que ajuda crianças com HIV/Aids na Índia. V ENEZUELA
Fidel 'reaparece' em carta a Chávez O verdadeiro estado de saúde do líder cubano Fidel, de 80 anos, ainda é uma incógnita. Sem aparecer em público desde agosto, Fidel só tem se mostrado "vivo" em cartas divulgadas pelo jornal cubano oficial, o Granma. Na mais recente mensagem, publicada ontem, Fidel parabeniza o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, reeleito no fim de semana. "Serei breve para que a emoção não me traia. Sua vitória foi contundente, esmagadora e sem paralelo na história de nossa América. Os povos oprimidos do mundo agradecerão sempre a estratégia e a coragem com que travaste tão difícil batalha de idéias", afirma a breve mensagem do líder cubano. L OTERIAS Concurso 1684 da QUINA 01
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Concurso 511 da DUPLA SENA
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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
EUA estão perdendo a guerra, admite Robert Gates, o indicado de Bush para a Defesa Conselho de Segurança da ONU não chega a acordo sobre programa nuclear do Irã
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cientista brasileiro Carlos Morel, coordenador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde, na Fiocruz, e ex-diretor da Divisão de Doenças Infecciosas na OMS, participou de um debate, no Fórum Mundial de Vacinas, em Bangcoc. Entrevistado pelo Diário do Comércio, ele falou sobre a questão das patentes de medicamentos e sobre sua proposta de criação de um fundo internacional para combate à aids em países africanos semelhante ao de combate à tuberculose.
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CARLOS MOREL
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A Receita Federal, involuntariamente, vai facilitar a vida de quem quer dar presentes importados neste Natal e fará nesta quinta-feira um leilão de 445 lotes de mercadorias apreendidas no porto de Santos. O item mais cobiçado é um Porshe Cayene S, zero quilômetro, modelo 2003, com lance mínimo de R$ 100 mil. O leilão reúne mercadorias apreendidas pela Receita Federal no Porto de Santos desde 2000, avaliadas em mais de R$ 800 mil. Mais informações no site.
O "5.0 Surround Sound iPod Media" tem 50 watts de potência em 5 alto-falantes que reproduzem som com alta qualidade, a partir de um iPod ou aparelho similar. O conjunto todo pesa menos de 3,5 quilos. Por US$ 129,95 na Hammacher Schlemmer.
MELHOR DOS MELHORES - Giba, eleito o melhor jogador do mundial de vôlei, exibe a taça do bicampeonato da seleção brasileira masculina durante desfile dos atletas pelas ruas de São Paulo. Giba revelou que, em 2007, haverá um rodízio de jogadores na seleção.
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G @DGET DU JOUR
B RAZIL COM Z
Vendido vestido de Audrey Hepburn
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Prêmio Design Museu da Casa Brasileira. Exposição premia o melhor da produção atual, com destaque para o mobiliário do arquiteto Sérgio Rodrigues (foto). Museu da Casa Brasileira. Av. Brigadeiro Faria Lima, 2705. Telefone: 3032-3727. Das 10h às 18h. R$ 4.
A junta de saúde da cidade de Nova York votou ontem a favor da eliminação da maioria de gordura trans artificial presente em alimentos de restaurantes, forçando estabelecimentos que vendem donuts e fast food a remover o óleo entupidor de artérias de suas receitas. A lei exigirá que o McDonald's e outras redes de fast food que ainda não eliminaram gordura trans de seus produtos o façam até julho de 2007. "A gordura trans aumenta as chances de ataque cardíaco, derrame e morte", disse o comissário de saúde de Nova York, Thomas Frieden.
C INEMA
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procedimento é o seguinte: pouco antes de "entrar em ação", o homem precisa inserir seu pênis em uma lata e apertar um botão que vai espirrar borracha por todos os lados e cobrir o órgão totalmente. "É como um lava-rápido", disse o cientista que trabalha no projeto. "Colocar" a camisinha em spray demorará cinco segundos. Krause garante que a nova camisinha pode ser mais segura que as comuns porque não escorrega e terá uma espessura maior. A novidade deve chegar ao mercado em 2008.
NY, ex-capital da trash food
A imprensa britânica ontem deu destaque a mais um episódio do caso Jean Charles de Menezes. Agora, a família do brasileiro entrou com um processo no Tribunal Superior de Londres pedindo a revisão da decisão da Corte britânica de não processar os policiais que o mataram a tiros em julho de 2005, depois de confundi-lo com um terrorista. Os advogados da família alegam que não processar os envolvidos seria uma violação dos direitos humanos.
A Nasa decidiu estabelecer uma colônia de astronautas no pólo sul da Lua até o ano de 2020. A colônia será alimentada com energia solar e servirá para preparar missões tripuladas a Marte. Na foto acima, feita em agosto, gregos observam a lua cheia.
Cientistas alemães anunciaram ontem uma nova invenção que promete agradar todos os homens: a camisinha em spray, que serve, confortavelmente, qualquer tamanho de pênis. "Estamos falando muito sério", diz Jan Vinzenz Krause, do Instituto de Pesquisa de Preservativos, na Alemanha. "Estamos tentando desenvolver a camisinha perfeita para homens, que serve qualquer tamanho", garante. Por enquanto, o que mais precisa ser aprimorado é o "modo de usar". Por enquanto, o
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
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CENÁRIO FAVORECE POUPANÇA
por cento do Produto Interno Bruto é a meta de superávit primário do governo para este ano
ESSA É A OPINIÃO DO ECONOMISTA RAUL VELLOSO, QUE NÃO ACREDITA EM CRESCIMENTO DE 3,5%
"SÓ REFORMAS REDUZEM GASTOS"
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eformas fiscal, administrativa e tributária. Essas são as bases para uma agenda efetiva de controle dos gastos públicos no Brasil, na avaliação do professor e consultor econômico Raul Velloso. Ele disse não acreditar em um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro acima dos 3,5% enquanto não houver uma redução nos gastos correntes, principalmente na folha de pagamento da União. Velloso, que participou de um debate sobre os rumos da economia brasileira e a questão fiscal, realizado ontem pela Federação Nacional dos Bancos (Febraban), citou o "fator previdência" como um dos principais problemas da economia. Ele disse que a atual massa de contribuição custeia apenas um terço da massa de beneficiados — os outros dois terços entram nas despesas da União e contribuem para o aumento do déficit previdenciário. "Com o patamar de contribuição atual não há uma saída no horizonte", avaliou. O especialista afirmou que o governo federal não terá fôlego para investir na área de infra-estrutura e, ao mesmo tempo, manter o superávit primário em 4,25% do PIB. "A opção para custear essa vontade de investir é aumentar a carga tributária, mas o setor produtivo não suportará arcar ainda mais com o peso do Estado. No final, o superávit primário será reduzido no ano que vem."
Mônica Zarattini/AE – 5/9/05
Fábio Motta/AE – 28/8/02
Velloso: reforma na Previdência.
Giambiagi: mais gastos.
Como alternativa para reduzir a pressão sobre os gastos correntes, o economista indica a adoção de idade mínima de contribuição para a Previdência, a revisão dos benefícios concedidos por meio do auxílio doença e para os aposentados que recebem até um salário mínimo, mas que nunca contribuíram com o INSS. Salário mínimo — Em relação ao peso de um aumento do salário mínimo sobre as contas do governo, as críticas no evento vierem do economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Fábio Giambiagi, que colocou em xeque a eficácia da melhora na qualidade de vida da classe mais baixa da população. Pelas contas apresentadas por Giambiagi, o aumento do mínimo para R$ 375, como o próprio governo já indica que aceitará, elevará os gastos da União em R$ 3,5 bilhões por
mês com a folha de pagamento da Previdência. "O salário mínimo não pode servir como base de reajuste para os aposentados. Isso é uma anomalia da economia brasileira", disse. Em defesa do governo, Carlos Kawall, secretário do Tesouro Nacional, afirmou que o clima é favorável no Congresso para a adoção de medidas de contenção do gasto corrente. Ele disse não acreditar em uma separação completa entre a classe política e a agenda de redução do gasto público. Para o secretário, não há motivos para tanto pessimismo em relação aos números da economia. Afinal, as metas vêm sendo cumpridas e o governo reduziu sensivelmente a participação de moeda estrangeira na sua dívida. No caso dos cortes, Kawall ressaltou que um dos limites do gasto do setor público é o controle de quem paga essa
Fábio Motta/AE – 8/6/04
conta, ou seja, a própria sociedade. "A pressão da população leva a uma redução das despesas. O aumento da carga tributária é inviável com o grau de pressão dos setores produtivos sobre o governo, o que é correto", afirmou. Quanto aos impactos de uma reforma branda sobre o crescimento, o secretário disse que o objetivo é colaborar com a desoneração da folha da União, reduzindo o gasto corrente. "Avaliamos uma correção plurianual para os reajustes concedidos pela União. Um cálculo não atrelado somente à correção da inflação. Ainda não avaliamos se esse modelo pode ser estendido ao salário mínimo, mas uma nova fórmula para ele também será encontrada", afirmou o secretário do Tesouro Nacional. Kawall informou que a meta do governo federal é fechar 2006 com uma participação de 39% de Letras Financeiras do Tesouro (LFTs) na composição da dívida pública. Atualmente, esses papéis atrelados à taxa básica de juros correspondem a 43% do total. Essa redução, de acordo com Kawall, dependerá do resultado obtido no próximo leilão de papéis pósfixados, que ocorrerá na próxima semana. "Se o mercado corresponder à nossa expectativa, poderemos entrar no primeiro semestre do próximo ano com uma composição de títulos prefixados superior aos pós-fixados", afirmou. Davi Franzon
Franco, ex-BC: governo faz caridade com o dinheiro dos outros.
Gustavo Franco defende mudança em compulsórios
O
Banco Central (BC) precisará rever sua política de depósitos compulsórios e de recursos dos bancos direcionados ao financiamento imobiliário a partir de 2008. A afirmação é do ex-presidente do BC Gustavo Franco. Para ele, uma taxa básica de juros (Selic) de um dígito, patamar previsto para o primeiro semestre de 2008, levará os investidores de produtos financeiros atrelados a juros para aplicações mais conservadoras, principalmente a caderneta de poupança. Nas contas do ex-presidente do BC, o investidor não pensará duas vezes quando projetar os ganhos de uma caderneta que pague 6% mais a Taxa Referencial (TR) em comparação ao rendimento de um fundo DI — composto por Letras Financeiras do Tesouro (LFTs) — com variação atrelada ao juro nominal. "As vantagens tributárias da poupança já são mais um atrativo para essa migração. Dependendo da taxa de administração cobrada pelo gestor, o retorno da caderneta já é superior em alguns casos." O resultado dessa transferência, segundo o economista, será um aumento no saldo da poupança, que terá como principal beneficiário o depósito direcionado ao financiamento
imobiliário. "Esse aporte irá para o governo financiar seus programas sociais, camuflados de projetos para o déficit habitacional. O sistema financeiro sairá prejudicado com essa anomalia. O principal baque será nas instituições estatais, já que os bancos privados criam saídas para esse problema", disse Franco. Caridade — Para ele, a atual diretoria do BC precisa oferecer uma redução dos percentuais transferidos até o final do primeiro semestre do próximo ano. O prazo permitirá a formulação de novos produtos pelas próprias instituições financeiras, criando alternativas de captação não atreladas à taxa básica de juros. "O governo precisa acabar com essa política de fazer caridade com o dinheiro dos outros. O sistema financeiro já indicou que tem interesse no financiamento imobiliário, não acredito que seja preciso um direcionador para atrapalhar o mercado", afirmou. De acordo com Franco, os bancos precisam de um funding de longo prazo para ampliarem suas linhas de crédito imobiliário. "Eles não devem agir apenas como uma ponte entre a captação por meio da caderneta de poupança e o fundo obrigatório." (DF)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
DOISPONTOS -77
O
DE PERNAS PARA O AR ROBERTO FENDT
UMA GRANDE COALIZÃO?
Leonardo Rodrigues/Digna Imagem
O
Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
O ECA gerou um comportamento social oposto ao desejado.
U
ma serena reflexão convenceu-me a escrever este artigo em linguagem direta que não estimulasse interpretações variadas. Simples, ela facilita focar diretamente seus dois fundamentais objetivos: estado e município. O Conseg Sé-Arcadas (Conselho Comunitário de Segurança) tem-se pautado por uma atuação propositiva desde sua fundação. São do nosso corpo consultivo as idéias da transformação de decreto em lei o ato que criou os Consegs; a oitiva de prisioneiros por circuito fechado de TV no Estado de São Paulo; a capacitação da GCM da Capital para a apreensão de mercadorias ilegais das mãos dos camelôs; a criação da Delegacia da Muamba (depois da Contrafacção). Por saltarem à vista e machucarem nossas consciências, durante 2006 debruçamo-nos para discutir a fundo um dos conjuntos de razões que pudessem explicar o doloroso quadro de crianças e adolescentes perambulando sem destino pelas ruas de nossa cidade, esta que julgamos conhecer bem. O Conseg Sé-Arcadas, entende que a rua não é lugar de criança. Esta mesma convicção não é de ser aplicada aos adolescentes. Se estivermos atentos, ninguém necessita formação especial para supor ou verificar um comportamento beirando o ilícito. Um simples olhar transmite a sensação de um grupinho que está na praça apenas em atividades próprias da idade, ou se dali sairá algo prejudicial a eles e à sociedade. De qualquer forma, tanto no último exemplo quanto no garoto, sozinho ou em grupo, existe um fato em comum e nosso estudo detectou precisamente isto.
G Esteja a
criança ou adolescente fazendo o que bem entender, ninguém se aproxima. Não se põe a mão em criança. O artigo 16 do ECA- Estatuto da Criança e do Adolescente inibiu a sociedade. G Dificilmente
o policial interrompe seu serviço para velar a criança ou o adolescente, pondo-os a salvo. Que dirá um cidadão comum? O que ficou do ECA para a grande massa é e será difícil mudar.
O
fato é a "redação" do artigo 16 do ECA- Estatuto da Criança e do Adolesce nt e. Fomos à procura do autor deste importante texto (foi composto por consenso, mas a redação foi de um só). Em reunião, muito bem representado por seu filho, ouvimos explicações precisas e definições cabíveis. Entretanto, o x do problema está nas interpretações que se aplicam à sua leitura. Por enquanto, a imagem popular que o ECA deixou gravada em toda a sociedade leiga tem resultado em um comportamento oposto ao desejado. Esteja a criança ou adolescente fazendo o que bem entender, ninguém se aproxima. "Não se põe a mão em criança." É isto que ficou. Do letrado cidadão que não seja advogado até os níveis mais simples da hierarquia policial. Leiam pausadamente e raciocinem qual é a parte mais forte do discutido artigo: Art. 16 - O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais; II a VII -. . . . Art. 17 -. . . . Art. 18 - É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. Um ligeiro comentário, razão pela qual também inseri o Art. 17. Ali fica determinado com toda a clareza : é dever de todos velar a criança, o adolescente, pondo-os a salvo...
O
"dever" e o "todos" aí em cima somos nós! Quem se habilita? Intenção boa, mas o que ficou do ECA, para a grande massa popular é e será difícil mudar: - ir, vir e estar nos logradouros públicos... Eis, com clareza, um dos conjuntos de razões que explicam o quadro atual. A não ser ante um flagrante, dificilmente o policial interrompe seu serviço habitual para v el ar a criança e o adolescente, pondo-os a salvo. Que dirá um cidadão comum? A linguagem da lei é muito difusa. Após intenso esforço, nossa sugestão ao governo do Estado é a emissão de instrumento legal que venha a regulamentar no Estado de São Paulo a aplicação do Art. 16 –inciso I, esclarecendo quais são as restrições legais a serem ressalvadas, sem dar margem a interpretações. É primordial que a redação seja clara, sem tecnicidades, compreensível ao cidadão comum, visto como o verdadeiro usuário deste artigo no dia-a-dia, pois assim se estabelecerão novos comportamentos da sociedade em relação ao quadro atual. O ECA é federal, porém as despesas dele decorrentes (polícias para a condução, Judiciário para o acompanhamento e determinações, Febem para a internação, Conselhos Tutelares, casas de acolhida) são estaduais e municipais. E não são pequenas.
O
Sistema ECA tem como suporte básico os Conselhos Tutelares os quais, no organograma, são a representação viva da descentralização. Temos na cidade 31 subprefeitos e um só prefeito. Conversamos com companheiros de outros Consegs. Sem exceção, todos pensam que aí também deve ser continuada a descentralização. As comunidades adultas, juvenis e infantis, os costumes locais, educação, saúde, padrão social, necessidades, ocorrências apontadas pelo Infoc rim, índices de criminalidade e de risco, urbanização, enfim, as vidas são diferentes entre uma e outra subprefeitura. Não importa aqui destacar quem é mais, quem é menos igual. Os perfis sociais são absolutamente distintos. O prefeito é competente para uma decisão central, contudo os subprefeitos estão muito mais próximos às carências de suas comunidades e, como dissemos acima, elas também não são iguais entre si. A Lei 13399/02 os qualifica. A solução única, uniforme, isônoma, jamais será a melhor. Na Subprefeitura da Sé, pólo das maiores concentrações de crianças e adolescentes ambulantes, estas condições são pequenas frente às necessidades locais.
A
internação com privação da liberdade (na Febem) encerrou seus dias como penalização, ressocialização ou aprendizado e a sigla da fundação, hoje, necessita ser proscrita. Esta é área que já foge ao nosso alcance e temos a obrigação de passar o bastão a quem for competente para continuar.
Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br
MAURO FRIEDHOFER, ARQUITETO-URBANISTA, É PRESIDENTE DO CONSEG SÉ-ARCADAS, CONSELHEIRO DE POLÍTICA URBANA E DA DISTRITAL CENTRO DA ACSP
assunto do dia é a Venezuela. Lá, trata-se de criar o partido único e entronizar para o futuro indefinido Hugo I, fundador da dinastia bolivariana. Futuro distante, a julgar pelo de Fidel, o Único, que reina há 47 anos, desde 1959, estando hoje com 80 anos. Como Chávez nasceu em 1954 (fez 52 anos em 28 de julho), é fácil perceber que poderemos ter de aturá-lo por muito tempo-a menos que o preço do petróleo abrevie seu reinado. Aqui, o tema é diferente. O PT saiu muito arranhado da última eleição e não ocorre a ninguém minimamente são transformá-lo em partido único. Ao contrário, o espírito é de formar uma coligação de partidos para salvaguardar a governabilidade no segundo governo Lula. Embora o presidente tenha sido eleito com 60% dos votos, o mesmo não ocorreu com seu partido, que colheu uma magra parcela de 15% do total dos votos de legenda para o Parlamento.
N
o México ocorre o mesmo, com o agravante de que o presidente recémempossado, Felipe Calderón, teve uma votação menos expressiva que Lula. Já o seu partido, o Partido Acción Nacional (PAN), elegeu a maior bancada. O que se discute no México é a formação de uma coalizão com o Partido Revolucionário Institucional (PRI), que governou o México por 71 anos e que foi pela primeira vez derrotado em uma eleição presidencial pelo antecessor de Calderón no PAN, Vicente Fox. Trata-se de um experimento a observar com atenção. Calderón foi eleito com uma plataforma que seria aqui chamada de neoliberal: seu principal objetivo é passar no Congresso as reformas que darão ao México uma economia mais próxima às de mercado. O seu antecessor foi incapaz de aprovar essas reformas e, em decorrência, seu desempenho foi tão pífio como o de Lula: a economia cresceu só 2,2% ao ano no governo Fox (2001-2006).
gabinete de Calderón dá uma clara idéia da orientação central do governo. O ministro da Fazenda é Agustín Carstens, até então diretor-gerente do FMI. Os assuntos de energia estão a cargo de Georgina Kessel, uma acadêmica, a quem está subordinada a Petrobras local, a Pemex. Na coalizão, o PAN é principal partido no Congresso, com 206 dos 500 lugares na Câmara dos deputados e 52 dos 128 lugares do Senado. Os partidos pequenos não foram convidados para a coalizão. A expectativa é de que parte do PRI, terceiro partido no Congresso, entre para a coalizão e ajude a formar uma maioria que permita ao presidente aprovar as reformas. Para isso, ofereceu ao PRI dois ministérios: o das Comunicações e Transportes, oferecido a Luis Téllez, ex-secretário (ministro) da Energia, e o Ministério do Trabalho, a Javier Lozano, exsubsecretário de Comunicações e Transportes. Congressistas e governadores ocupam postos-chave da administração.
O
s desafios na América Latina nunca são simples. O México enfrenta violência de invasores de terras; drogas e violência contra pessoas e propriedades completam o quadro. A agenda política das reformas também se encontra parada, tendo quase impedido a vitória nas urnas pelo PAN. A favor de uma solução para o desafio conta-se a habilidade política do novo presidente e a maior robustez dos fundamentos da economia, herança do governo Fox. Contra ela, a fluidez do que restou do PRI após o embate entre modernizadores e coronéis do partido. Um pouco como a história do PMDB. Lula está na negociação para uma ampla coalizão. A questão é: dará certo no México? Dará certo aqui? É esperar para ver. Trocada em miúdos, a questão é saber se nosso sistema político esteve sempre baseado em uma ampla coalizão ou se isso não passa de mitologia. Tendo a ficar com a segunda opção. ROBERTO FENDT É ECONOMISTA ROBERTO@DCOMERCIO.COM.BR
G Os desafios
na América Latina nunca são simples. No México, a meta é aprovar reformas. Aqui, negocia-se uma ampla coalizão. Dará certo lá? Dará certo aqui?
FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
Indicadores Econômicos
9
6,2
5/12/06
por cento foi a queda do número de cheques sustados por roubo ou extravio em novembro, de acordo com o Banco Central.
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 30/11/2006 30/11/2006 30/11/2006 30/11/2006 30/11/2006
P.L. do Fundo 12.045.874,24 2.015.475,70 9.856.904,29 17.775.517,57 1.326.181,24
Valor da Cota Subordinada 1.270,085583 1.123,283780 1.177,839037 1.080,203087 1.155,356381
% rent.-mês 3,3813 0,8217 -1,3116 -2,3480 2,7715
% ano 30,0024 12,3284 17,7839 8,0203 15,5356
Valor da Cota Sênior 1.023,959180 1.111,009245 1.126,980989 0 0
% rent.-mês 1,1216 1,0294 1,1216 -
% ano 2,3959 11,1009 12,6981 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
Congresso Planalto Transição em SP CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5 Eu mesmo sou uma mistura de político com administrador. José Serra
SECRETÁRIOS JÁ ESTÃO DEFINIDOS
Flavio Florido / Folha Imagem
Equipe escalada
Justiça
Saúde
Trans. Metropol.
Penitenciária
Sergio Lima/FI
Marcos Fernandes/LUZ
Patrícia Cruz/LUZ
Sergio Andrade/Gov.SP
Planejamento
Luiz Marrey
Luiz R. Barata
José Luiz Portella
Antônio F. Pinto
Meio Ambiente
Trabalho
Agricultura
Cultura
Energia Tiago Queiroz/AE
Alex Ribeiro/DC
Dudu Cavalcanti/N-Imagens
Francisco Luna
João Sampaio
João Sayad
Dilma Pena
Transportes
Adm. e Gestão
Comunicação
C&T
Ensino Superior
José Cruz/ABr.
Newton Santos/Digna Im.
Sidney Beraldo
Hubert Alquéres
Rel. Institucionais
Esportes
Habitação
Tiago Queiroz/AE
Fernando Sampaio/AE
Mauro Arce
José R. Lobo
Claury Silva
Agliberto Lima/AE
Afif Domingos Dudu Cavalcanti/N-Imagens
Xico Graziano Evandro Monteiro/Digna Im.
senvolvimento; o ex-secretário de Educação da cidade de São Paulo, José Aristodemo Pinotti, para a Secretaria do Ensino Superior; o advogado José Henrique Reis Lobo, para a Secretaria de Relações Institucionais; o ex-prefeito de Ourinhos pelo PTB Claury Santos Alves da Silva, para a Secretaria de Esportes; e, finalmente, o engenheiro civil, que instituiu os Cingapuras e os piscinões no Estado, Lair Alberto Soares Krähenbühl, para a Secretaria de Habitação. Após o anúncio, Serra embarcou para o Rio, para se encontrar com o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB). (AE)
Jorge Araujo/FI
Milton Mansilha/LUZ
Marcio Fernandes/AE
R. Marzagão
Sergio Andrade/Gov.SP
Rogério Amato
Kathia Tamanaha/AE
O
trador", explicou. Os nomes anunciados ontem são: o ex-ministro João Sayad para a Secretaria da Cultura; a mestre em Administração Pública Dilma Seli Pena para a Secretaria de Energia e Saneamento; o engenheiro Mauro Arce, atual secretário de Energia do Estado, para a Secretaria de Transportes; o presidente do PSDB estadual, Sidney Beraldo, para a Secretaria de Administração e Gestão; o presidente da Imprensa Oficial, Hubert Alquéres, para a Secretaria de Comunicação; o vice-governador eleito, Alberto Goldman, para a Secretaria de Ciência, Tecnologia e De-
Segurança
Aloysio Nunes
O governador diz ter feito uma "mistura sadia" de administradores e políticos.
governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), anunciou ontem o nome de dez novos secretários, completando assim sua equipe de governo "Todos os indicados têm aptidão para o cargo e o perfil competente é a qualidade número um do meu secretariado", destacou Serra. Apesar das indicações políticas que foram levadas em conta na composição do secretariado, Serra disse que procurou realizar uma "mistura sadia" de administradores e políticos. "Não fiz loteamento. Eu m e s m o s o u u m a mistura de político e adminis-
Assistência
Lúcia Marcondes
Paulo Pampolin/Hype
SERRA JÁ TEM O TIME COMPLETO
Casa Civil
Mauro Costa
Paulo Pampolin/Hype
"Todos têm aptidão para o cargo, e o perfil competente é a qualidade número um do meu secretariado", diz o tucano.
Educação Jorge Araujo/FI
Luiz Prado/LUZ
Fazenda
Lair Krähenbühl
Alberto Goldman
José A. Pinotti
Com os dez nomes anunciados ontem, o governador José Serra completa a sua equipe de 23 secretários de governo.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
8
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
Internacional Larry Downing/Reuters
RELATÓRIO CONDENA POLÍTICA DE BUSH PARA O IRAQUE
Ação contra o Hezbollah. Na Tríplice Fronteira
O
Solução do conflito no país exigirá dos EUA efetivos esforços políticos e diplomáticos e mudanças na ação das tropas norte-americanas, indica estudo
A
política do presidente George W. Bush no Iraque "não está funcionando", indicou ontem uma comissão de alto nível em um relatório que pediu um imediato esforço diplomático para tentar estabilizar o país e permitir a retirada da maior parte das forças de combate americanas até o início de 2008. O Grupo de Estudo para o Iraque também pediu a Washington que reduza seu suporte político, militar e econômico se o governo iraquiano fracassar em ampliar a segurança e obter a reconciliação no país, onde, após quase quatro anos de guerra, a violência sectária mata dezenas de pessoas diariamente. Entre as recomendações da comissão, um pedido para que a Casa Branca abandone sua resistência em dialogar diretamente com o Irã e a Síria – que funcionários americanos acusaram de incentivar a insurgência iraquiana – e pressionar por uma "ampla paz árabe-israelense" para acabar com o conflito. Uma "ofensiva diplomática" deveria ser lançada em 31 de dezembro visando cons-
Essa política para o Iraque não é mais viável. Do ex-secretário de Estado James Baker
truir um consenso internacional pela estabilidade no Iraque, e isso incluiria todos os países da região. Bush disse que analisará o relatório "muito seriamente", mas a Casa Branca já deixou claro que o presidente não ficará atrelado às idéias do estudo e que ele já iniciou sua própria
A situação no Iraque é grave e está se deteriorando. Do relatório do grupo formado por cinco políticos republicanos e cinco democratas revisão da política iraquiana. "A situação no Iraque é grave e está se deteriorando", disse o grupo, formado por cinco republicanos e cinco democratas, sobre a guerra, na qual mais de 2.900 soldados americanos já morreram. "Não há uma fórmula mágica para resolver os problemas." "Não recomendamos a solu-
ção de manter o curso. Na nossa opinião, essa política não é mais viável", disse o chefe do grupo, o ex-secretário de Estado James Baker. O grupo propôs que a ofensiva diplomática seja lançada antes do fim do ano e recomendou que o Exército dos EUA ampliem seus esforços para treinar as tropas iraquianas, com o aumento do número de soldados envolvidos em tal trabalho, de 4 mil para 20 mil. O exsecretário de Defesa William Perry disse que esses soldados poderiam vir das já existentes tropas de combate no Iraque. Mas qualquer estratégia aumentaria ainda mais os custos no Iraque, disse o ex-deputado democrata Lee Hamilton. "A principal missão das forças americanas no Iraque deveria ser a de apoiar o Exército iraquiano, que assumiria as operações de combate", acrescentou o relatório. Apesar de não estabelecer um cronograma para a transição, o documento diz que até o primeiro quadrimestre de 2008 as tropas de combate americanas não mais necessárias para a "força de proteção" poderiam deixar o Iraque, dependendo das condições de segurança no país.
Bush recebe estudo sobre o Iraque: revisão da política
governo dos Estados Unidos adotou ontem medidas para acabar com o que qualificou de um grande canal de levantamento de fundos para o grupo xiita libanês Hezbollah na área fronteiriça entre Argentina, Brasil e Paraguai. As medidas adotadas pelo Departamento do Tesouro afetam nove pessoas e duas entidades – um shopping center no Paraguai e uma companhia de eletrônicos, a Casa Hamza. Os americanos estão proibidos de negociar com eles e qualquer conta bancária e outros bens pertencentes a essas pessoas ou entidades nos EUA serão congelados. Essas pessoas e entidades forneceriam dinheiro a Assad Ahmad Barakat, que o governo americano tem na sua lista de financiadores do grupo terrorista.
Frumm John/hemis.fr
Nova York preparada para o Natal: polícia não se esquece da tragédia terrorista de 11 de setembro
Em Nova York, sob ameaça Guy Sorman
"O
s americanos não sabem que estão em guerra", me diz Ray Kelly, o chefe da polícia de Nova York, considerado um dos homens mais poderosos e bem informados dos Estados Unidos. Enquanto isso, em Manhattan, são os preparativos para o Natal, sempre grandiloqüente por ali, que ocupam os espíritos: cristãos e judeus (estes, pelo Hanuka) se cumprimentam antecipadamente pelas festas de fim de ano. Mas Kelly vive uma idéia fixa: a de um atentado terrorista, inevitável. Entre os efetivos da polícia de Nova York, ele selecionou 600 homens que se dedicam, em tempo integral, à vigilância de suspeitos. E suspeitos não faltam. Segundo Kelly, existem atualmente no mundo 800 movimentos islâmicos fundamentalistas, todos capazes de comandar um ataque contra Nova York. A eles se juntam inumeráveis células, minúsculas, algumas instaladas em solo americano e que, por iniciativa própria, poderiam fomentar um atentado. Mas as ordens superiores? Os terroristas das proximidades não dependem delas, diz Kelly. Para eles, é suficiente o fato de concordarem com o pensamento do movimento salafita [vertente islâmica sunita purista], esta corrente do islamismo que deseja retornar aos tempos do profeta. E quanto as técnicas de destruição? Estão todas disponíveis na internet, sem que seja necessário fazer treinamentos no Afeganistão ou na Chechênia. As fontes financeiras? Poucos milhares de dólares são suficientes para adquirir os tudo que é necessário para um atentado de grandes proporções. Kelly relembra que o 11 de setembro não custou a seus autores mais do que US$ 2 milhões. Bloquear os circuitos de finan-
Estamos envolvidos numa guerra sem fim Ray Kelly, chefe da polícia de Nova York,
ciamento também não é a receita milagrosa na qual se poderia confiar: os recursos partem da Arábia e do Golfo Pérsico, é certo, mas financiam mesquitas legítimas nos Estados Unidos. Mesquitas que permitem à polícia vigiar os fiéis. Será que Kelly recebe apoio, na forma de informações, vindas de muçulmanos moderados? Na verdade, não: os moderados existem, mas não se manifestam em Nova York mais do que em qualquer outro lugar do mundo. Então, a ele resta recorrer, em ordem de prioridade, a informações documentadas, cães farejadores, infiltração de agentes, escutas telefônicas, com o apoio da CIA e de governos europeus. Mas outras cidades americanas não dispõem de todo esse aparato para lutar contra o terrorismo e não se sentem ameaçadas. Como reage a população? Se mantém indiferente a esta guerra secreta, recorre à polícia, mas não a ajuda. Kelly, exfuzileiro naval (orgulhoso disso) e ex-combatente do Vietnã, lamenta essa indiferença generalizada: "Como vencer uma guerra", ele se pergunta, "sem o apoio da nação?" Mas o que ele pensa sobre o Iraque? Os defensores da guerra garantem que ela mantém fixos lá, bem longe do território americano, os homens-bomba. Mas os adversários da guerra estimam o contrário, que o Iraque se tornou um campo de treinamen-
to para futuros terroristas que, cedo ou tarde, ocuparão os Estados Unidos e a Europa. A tendência de Kelly é pela primeira teoria, na esperança de que as tropas americanas permaneçam no Iraque por mais alguns anos "para terminar o trabalho". Além disso, por enquanto, não foi constatado nenhum movimento de terroristas "exportados" pelo Iraque. Um movimento que Kelly vigia com a mesma atenção com que acompanha as trajetórias pessoais de cada prisioneiro de Nova York que se converte ao islamismo: são 18% de muçulmanos nas prisões novaiorquinas contra 50% nas prisões francesas, garante ele. Mas por que atacar Nova York, sempre Nova York, se há alvos mal protegidos como Chicago ou Dallas? Os terroristas, acredita Kelly, operam exclusivamente por símbolos. Se Nova York for atacada duas vezes, os terroristas vão querer mostrar que "podem atacá-la uma terceira vez". E por que não Washington? A capital é mais fácil de vigiar e de defender. Portanto, Nova York continua sendo o alvo de predileção. "Estamos envolvidos numa guerra sem fim", conclui Kelly. Mesmo que os americanos saíssem do Iraque, mesmo que o problema palestino fosse milagrosamente resolvido, ainda assim restariam alguns salafitas dispostos a destruir Nova York. D e f a to – e a g o ra s o u e u quem digo, não Kelly – os terroristas não se organizam em função de análises políticas ou econômicas. É preciso perceber que uma nova religião nasceu, ou renasceu, no seio do Islã, em seu nome e contra o Islã moderado e os não-muçulmanos. Particularmente contra os muçulmanos moderados. Numerosos são e serão os convertidos e este é o acontecimento maior de nosso tempo. Tradução: Heci Regina Candiani
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Empresas Tr i b u t o s Empreendedores Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
10% DOS FRANQUEADOS SKILL SÃO PROFESSORES
Eu disse (ao Richard Fisk) 'sou um filho que cresceu e sente a necessidade de dar seus próprios vôos'. Orandi Momesso, da Skill
Fotos: Ricardo Padue
EX-PROFESSOR DA FISK CRIA REDE DE FRANQUIA PRÓPRIA Depois de desenvolver um novo método de ensino, Orandi Momesso fundou uma nova escola e, aos poucos, deu início a uma das maiores redes de ensino de idiomas do País, a Skill. Hoje, a empresa tem 348 escolas franqueadas.
N
LETREIRO
O
randi Momesso queria que sua empresa tivesse um nome pequeno, porém, que dissesse muito. Um amigo sugeriu skill, que em inglês quer dizer habilidade, destreza. "É o saber fazer e passar adiante", diz o empreendedor, afirmando que esse é o lema de sua rede de ensino. (KS)
SEGREDO
O
dono da rede de escolas de idiomas Skill, Orandi Momesso, diz que estar comprometido com a qualidade é o segredo de seu sucesso. "Sempre deve-se entregar o que vende." Um bom marketing também é essencial. "Não adianta ter um diamante e não mostrá-lo." (KS)
P
PEDRA
ara o ex-professor e fundador da Skill, Orandi Momesso, o maior obstáculo em mais de 30 anos de existência sempre foi "abstrato". "Estar na vanguarda e convencer os franqueados a embarcar nas minhas idéias, sem perder a qualidade, foram as minhas dificuldades." (KS)
eto de imigrantes italianos, Orandi Momesso reconhece que dentro dele sempre correu sangue de empreendedor. Depois de uma fase marxista – "o sonho de todo jovem" – durante a qual foi passar um tempo em El Salvador e na Guatemala (América Central), nos anos 1960, Momesso foi para a Califórnia, nos Estados Unidos. Nos seis anos em que estudou por lá, voltava frequentemente ao Brasil e lecionava inglês nas escolas Fisk. "Eu fazia muito sucesso na sala de aula. Eram jovem, bonito e vinha diretamente da Califórnia", diz. Como vivia escutando que deveria abrir algo só dele, resolveu voltar definitivamente para o Brasil e montou uma unidade Fisk. Foi um sucesso. Em um piscar de olhos abriu a segunda, a terceira e a quarta escolas. Momesso era um autorizado da Fisk, já que naquela época (início dos anos 1970) ainda não se falava em franquia. "Dentro da Fisk, eu exercia um certo fascínio. Era requisitado para dar treinamento e os outros 'autorizados' me viam como modelo", conta. Momesso diz que via as deficiências do método de ensino, as dificuldades dos alunos e, aos poucos, foi criando seu próprio jeito de ensinar inglês. "Eu tinha aquela inveja criativa." Acabou desenvolvendo um método e uma marca e, firme no propósito que tinha de seguir com suas próprias pernas, foi avisar Richard H. Fisk sobre sua saída. "Eu disse a ele: 'Aqui é um filho que cresceu e sente a necessidade de dar seus próprios vôos'", lembra com exatidão. Era 1975 e foi nesse momento que nasceu a Skill. Na época, as únicas duas grandes redes de inglês do País eram Fisk e Yázigi. "De repente, vem o Orandi e cria uma marca de muito sucesso", diz Momesso na terceira pessoa. A rede cresceu tanto em tão pouco tempo que o professor reconhece que não estava preparado. "Foi um crescimento vertiginoso." No final
dos anos 1980, resolveu parar para refletir. "Nós tínhamos uma marca e um produto muito bons, mas não tínhamos a gestão nem a consultoria que deveríamos dar em campo", conta. "Não sabíamos se os franqueados estavam seguindo nossos passos." A Skill já tinha cerca de 100 franquias quando Momesso contratou dois consultores que o ajudaram a organizar melhor a empresa. Ele tinha nas mãos dois caminhos a escolher: franquear sem critérios ou criar um grupo de empresas organizado. Ao lado de Marcelo Cherto, um dos idealizadores da Associação Brasileira de Franchising, e Marcus Rizzo, formataram manuais e contratos. Quando reuniram os franqueados para mostrar a nova Skill, muita gente se assustou. Prazos e adequações A empresa agora deveria ser padronizada e Momesso deu o prazo de dois anos para que todos se adaptassem ao novo projeto. "Mesmo com toda a assistência, alguns franqueados não compraram a idéia. Mas não tinha outro caminho. Padronizar era meu propósito." O empreendedor diz que os que ficaram foram muito felizes. Alguns se arrependeram de terem saído e uma pessoa voltou. "As adequações que queríamos exigiam investimento. Não havia linha de crédito de bancos para ajudar", explica o professor, que até meados de 1980 deu aulas, mas para treinar franqueados. Naquela época, a maioria dos franqueados era formada por professores que tinham o sonho de ter sua própria escola. "Agora, o perfil é outro. Se antes 90% eram professores, hoje são apenas 10%. O resto é tudo empresário." Atualmente, são 348 escolas franqueadas em 24 estados e no Distrito Federal. "Sempre primando pela qualidade, sempre na vanguarda", diz Momesso. Em São Paulo, apenas os bairros da Liberdade e de Santa Cecília ainda não têm uma unidade da Skill. "Queremos cada vez mais fincar nossa bandeira nos municípios.
EMPREENDEDORES
Momesso afirma que sempre se destacou entre os outros professores e era muito chamado para dar treinamentos. Ao lado, a fachada de umas das escolas Skill em São Paulo.
Sempre buscando o perfil do fra nquead o/empreended or, com mente jovem e vontade de trabalhar." A rede Skill tem, hoje, cerca de 120 mil alunos no País e prevê um crescimento no faturamento de 15% em 2007. Os valores, porém, não foram divulgados. Quando não está cuidando da empresa, Momesso 'cuida' de artistas brasileiros que estão "um pouco esquecidos" ou de "pessoas marcantes que não
têm muito espaço". Para tanto, fundou a Momesso Edições de Arte, que pertence à Skill. Uma vez por ano, publica um livro – sem incentivo fiscal – e o envia a amigos, escolas, museus e bibliotecas públicas. "Eu sempre me interessei muito por arte brasileira, tanto a erudita como a contemporânea", diz, sentado em sua sala, decorada com uma mandala de latão do artista Marcos Benjamin, do Vale do Jequitinhonha (MG).
"Ele faz uma releitura do barroco muito interessante." Seu gosto pelas artes fez com que fosse convidado por Milú Vilela, presidente do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), a integrar a diretoria da entidade. "O que me motiva a vir aqui todos os dias? É justamente saber que estamos colaborando na formação crítica das pessoas, que estamos no caminho certo." Kety Shapazian
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
1 O exemplo que todo mundo dá é o do dono do Banco Santos, que deve um montão de dinheiro, mas vive em um palácio. Cândido Rangel Dinamarco, professor da USP
LULA VETA DOIS ARTIGOS QUE TRATAM DA PENHORA DE IMÓVEIS E SALÁRIO PARA SALDAR DÉBITOS
BEM DE FAMÍLIA NÃO PAGA DÍVIDA
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Marcos Fernandes/LUZ
Pelos cálculos da NTU, com redução e isenção de impostos, preço da passagem de ônibus poderia cair 26%
CARGA PESADA Empresas transportam tributos
O
setor de transportes no Brasil carrega uma pesada carga tributária. Para aliviá-la, o governo federal tem em mãos um estudo da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) mostrando como a redução e a isenção de impostos podem tornar o setor competitivo e, melhor ainda, baratear o custo das passagens urbanas em até 26%. Aproveitando a carona, empresas do segmento rodoviário e aéreo também defendem que a concessão de benefícios fiscais ajudariam a oferecer melhores serviços por um custo menor. No estudo, a NTU solicita ao governo federal, principalmente, a redução do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), além de outros encargos sociais. Pelas estimativas da entidade, se a alíquota dessas contribuições – que geram arrecadação apenas para a União – fosse zerada, seria possível reduzir as passagens de ônibus em até 3,65%. A NTU também está propondo ao governo a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na aquisição de ônibus novos. Atualmente, nessas operações, as empresas do setor estão livres apenas do pagamento do Imposto sobre Produtos Industriali-
Divulgação
Bicalho: o custo da gratuidade
zados (IPI). Ainda na parte tributária, a entidade reivindica a redução da alíquota do Imposto sobre Serviços (ISS) e de outras taxas municipais. De acordo com o levantamento da NTU, a medida implicaria a redução de 3% no preço da passagem de ônibus. O estudo também avaliou a alteração do cálculo da contribuição para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e do Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), que representam atualmente, segundo a entidade, 23% da folha de pagamento das empresas do setor. A NTU quer o estabelecimento da tributação com base no faturamento das empresas a uma alíquota de 2,6%. Gratuidade – De acordo com o diretor-superintendente da NTU, Marcos Bicalho dos
Santos, além da redução de impostos e contribuições, a entidade solicita, ainda, que o governo arque com a gratuidade das passagens dos idosos acima de 65 anos e com os descontos concedidos para os passes escolares. "A concessão desses dois tipos de passagens acaba onerando o custo do transporte dos demais usuários em até 20%", afirma Santos. Opções – O levantamento da entidade avaliou que existem opções para manter esses benefícios sem prejudicar as empresas de transporte urbano. No caso dos idosos, por exemplo, a sugestão é utilizar recursos da Previdência Social. Para os passes escolares, a entidade propõe que o desconto seja custeado pelo Fundo Nacional do Desenvolvimento Escolar (FNDE). Polêmicas, as duas questões já bateram às portes do Judiciário. A Associação Brasileira das Empresas de Transporte Te r r e s t r e d e P a s s a g e i r o s (Abrati) obteve, recentemente, uma sentença favorável no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), exigindo que o governo indique a fonte de custeio para esses benefícios. De acordo com dados da NTU, o setor responde atualmente por mais de 1% do Produto Interno Brasileiro (PIB) e movimenta mais de R$ 18 bilhões por ano. (Veja mais sobre o assunto na página E/2) Márcia Rodrigues
presidente Luiz Inácio Lula da Silva cedeu à pressão liderada pelo senador José Sarney (PMDBAP) e vetou dois dos mais importantes artigos do projeto de lei que agiliza a execução de dívidas extrajudiciais. Um dos artigos permitia a penhora de imóvel considerado bem de família com valor superior a R$ 350 mil. O outro possibilitava a penhora parcial de salários acima de 20 mínimos. Os dois dispositivos do projeto, encaminhado ao Congresso pelo Executivo, nasceram dentro do Ministério da Justiça e tinham respaldo da equipe econômica. Na avaliação do governo, o projeto poderia estimular os investimentos no País ao dar mais segurança às operações de crédito. Na última terça-feira, Sarney fez um veemente discurso de protesto dizendo que Lula teria obrigação de vetar esses artigos, embora o próprio Senado tenha aprovado o projeto na semana passada. Direitos – O veto foi anunciado ontem pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Ele alegou que os artigos "efetivamente retiravam direitos dos trabalhadores e das famílias brasileiras". Ape-
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Ricardo Stuckert/Divulgação
Lula: pressionado por Sarney
sar de a medida atingir somente devedores com imóveis e salários de valor elevado, Jucá disse que a medida iria contra a idéia de um governo progressista. "Na visão tecnicista pode até ter razão, mas na visão de um governo progressista seria um retrocesso", afirmou. O professor da USP e especialista em processo civil Cândido Rangel Dinamarco criticou a decisão, afirmando que a medida protege a inadimplência. "Sou rigorosamente contra esse veto. A proibição da penhora de bem de família visa garantir um teto para a pessoa, a satisfação de uma necessidade básica que é habitação. No
momento em que o bem passa a ter valor patrimonial muito elevado, desaparece essa feição protetiva e se torna um escudo para o calote", disse ele, usando o mesmo raciocínio em relação ao veto para a penhora parcial de salários. "O exemplo que todo mundo dá é o do dono do Banco Santos (Edemar Cid Ferreira), que deve um montão de dinheiro, mas vive em um palácio", acrescentou. Edemar – Nos bastidores do governo, a decisão está sendo chamada de "veto Edemar Cid Ferreira". Amigo de Sarney, o ex-dono do Banco Santos é réu em um processo da Justiça Federal, acusado de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e fraude. Edemar é dono de uma casa no bairro do Morumbi avaliada em R$ 142 milhões, que poderia ser leiloada com base nas alterações que o projeto promove no Código de Processo Civil. De acordo com o projeto de lei, mesmo considerado bem de família, o imóvel com valor superior a R$ 350 mil poderia ser vendido para saldar dívidas extrajudiciais – como, por exemplo, cheques, duplicatas e promissórias. O devedor ficaria com a diferença entre a quantia usada para pagar a dívida e o valor total da venda. (AE)
Penhora divide especialistas
esde que foi apresentado pelo governo, o projeto de lei vinha dividindo opiniões, principalmente por envolver a quebra de direitos do cidadão, vistos como intocáveis. O jurista Álvaro Villaça Azevedo, um dos pais da Lei nº 8.009/90, que trata do bem de família, por exemplo, aplaudiu o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Essa lei foi uma das nossas grandes conquistas e jamais deveriam ter cogitado a criação de um projeto tão absurdo. Toda família tem direito a um teto e a um salário para o seu sustento", afirmou.
A advogada Lilian Dal Secchi, do escritório Maluly Jr. Advogados, concorda com Azevedo. "Imagina um pai que paga 30% do seu salário para pensão alimentícia e tem mais 40% penhorado para pagar dívidas? Certamente não terá como sobreviver", disse Lilian. Já o advogado Renato Olimpio de Azevedo, do escritório Olimpio de Azevedo Advogados, é favorável aos dois dispositivos do projeto. "Essas medidas certamente aumentariam a concessão de crédito porque trariam mais segurança aos investidores", afirmou. Para o diretor do Instituto
de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, o veto à penhora do salário é correto porque a medida poderia causar "situações de desequilíbrio financeiro" ao devedor. "Imagina se ele paga uma prestação muito alta da sua casa própria? Essa dívida seria comprometida com a penhora." Quanto à penhora de imóvel, lembra ser muito comum em outros países. "Nos Estados Unidos, a população faz hipoteca dos imóveis para adquirir crédito. Isso não seria novidade", acrescentou. (MR)
C idades Caos aéreo pode derrubar ministro DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
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A quarta-feira foi marcada por mais um dia de atrasos de vôos nos aeroportos de todo o País.
Deputados pedem a demissão de Waldir Pires, ministro da Defesa. Cenas de atrasos se repetiram ontem em todo País, com passageiros dormindo nos aeroportos.
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Vivi Zanatta/AE
ob pressão do Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobra de seus auxiliares "medidas urgentes" para o caos que se instalou nos aeroportos em conseqüência das falhas no sistema de controle de vôos. A avaliação no Planalto é a de que o ministro da Defesa, Waldir Pires, e o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, têm sido pouco eficientes na condução da crise. A tendência é que ambos sejam afastados de seus postos na reforma ministerial que Lula vai anunciar até o fim deste mês, antes da posse de seu segundo mandato, marcada para 1º de janeiro. Uma das hipóteses discutidas é de que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, assuma o comando de um grupo de gestão que seria encarregado de administrar a crise aérea. O temor de setores do governo, porém, é o de que a escalação de Dilma para essa missão leve a crise para dentro do Planalto, provocando o desgaste de Lula. Comissões –Enquanto o Planalto busca alternativas, o Congresso aprovou a criação de duas comissões – uma formada por deputados e outra vôos programados para ontem, por senadores – para acompa- 350 pousaram ou decolaram nhar e investigar os problemas com atrasos de mais de uma hono setor aéreo. Os parlamenta- ra. Outros 67 foram cancelados. res decidiram obter informaTransplante – Na fila por um ções sobre a crise diretamente transplante de fígado, Gabriel do Ministério da Defesa e do Barbosa Machado, de 1 ano e 1 Comando da Aeronáutica. mês, conseguiu na terça-feira o O caos dos aeroportos pro- órgão compatível com seu tipo vocou uma seqüência de ata- sangüíneo: O+. Tinha a seu faques ao governo, com deputa- vor um estado clínico que perdos e senadores cobrando a de- mitiria enfrentar a cirurgia, missão de Waldir Pires. coisa rara a quem sofre de atreNo Senado, sia das vias bio tom dos disliares hepáticursos foram cas, doença de na mesma linome tão nha. O senacomplicado A quem pode dor Antonio quanto sua cuinteressar o clima de Carlos Magara e que pode terror? Não há base lhães (PFLlevar à morte lógica porque tudo BA) também com novo fícriticou Walgado, a chance está sendo feito em dir Pires: "O de sobrevida é nome da segurança. ministro da de 85%. A Milton Zuanazzi, D e f e s a é i nequipe de mépresidente da Anac competente e a dicos do HosAe ron áuti ca pital do Cânacovardoucer estava se." O senador Tasso Jereissati pronta desde as 13h30, quando (CE), presidente do PSDB, ocu- aterrissaria em São Paulo o vôo pou a tribuna do Senado tam- da TAM trazendo o órgão. Mas bém para cobrar providências o caos aéreo provocou um atrado governo, depois de ter en- so de cinco horas, e a operação frentando problemas no aero- não pôde ser feita. porto, na terça, ao tentar ir para "Terror" –O presidente da Brasília. "Só um País anestesia- Agência Nacional de Aviação do e completamente letárgico Civil (Anac), Milton Zuanazzi, pode aceitar o caos que estamos previu ontem que a situação vivendo", afirmou Jereissati. nos aeroportos vai se normaliDia de espera – Após uma zar, com o total de atrasos volterça-feira de caos nos aeropor- tando ao nível de 11% registratos, devido a uma pane técnica do na segunda-feira. Zuanazzi no Cindacta-1 de Brasília, o dia condenou a disseminação de de ontem foi novamente de es- temores em relação à seguranpera para os passageiros em to- ça dos vôos no País. do o País. De acordo com bole"A quem pode estar interestim da Agência Nacional de sando fazer esse clima de terAviação Civil (Anac) dos 1.241 ror? Não há base lógica para is-
Nem Papai Noel ajuda: passageira esperando vôo, na madrugada de ontem, no Aeroporto de Congonhas. Atrasos se repetiram em todo o País.
so porque tudo está sendo feito em nome da segurança", afirmou Zuanazzi, ao participar da abertura do Congresso da Associação Brasileira de Empresas de Transporte Aéreo Regional (Abetar). De acordo com Zuanazzi, os problemas registrados anteontem nos aeroportos foram produzidos por atrasos e cancelamentos de vôos noturnos – medidas, segundo ele, adotadas justamente para garantir a segurança do sistema. A multiplicação das filas nos aeroportos era esperada, segundo o presidente da Anac, como um reflexo do "represamento" dos pousos e decolagens de terça. "É como uma grande enchente em que um local enche de água mais rápido do que esvazia".
Pontos cegos – A crítica ao "terrorismo" foi dirigida às denúncias feitas anonimamente por controladores de vôo de que há no espaço aéreo brasileiro "pontos cegos" em que os aviões somem das telas dos operadores em pleno vôo. O presidente da agência não negou a existência dos pontos, mas considerou "absurdas" as sugestões de que por causa disso a segurança dos passageiros está comprometida. Sabotagem – Embora a Polícia Federal não tenha encontrado indícios de sabotagem nos equipamentos de áudio do centro de controle aéreo de Brasília (Cindacta-1), o Comando da Aeronáutica continua investigando essa possibilidade. Oficiais ouvidos ontem
voltaram a dizer que os sistemas são novos e que a pane inédita, no mesmo local onde controladores de vôo organizaram uma operação-padrão em novembro, "é no mínimo estranha." A hipótese de sabotagem foi citada durante a reunião de emergência convocada anteontem à noite pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pilotos – A Polícia Federal intimou os pilotos Joe Lepore e Jan Paladino para prestarem depoimento amanhã sobre o choque do jato Legacy, que pilotavam, com o Boeing da Gol, no dia 29 de setembro. Eles podem ser indiciados por homicídio culposo. Segundo as investigações, eles tiveram parcela de responsabilidade no acidente por não terem seguido o plano de vôo
nem adotado normas de emergência para evitar o choque. Mesmo que o indiciamento ocorra, eles receberão de volta os passaportes, retidos por ordem judicial desde o acidente e retornarão para os EUA, onde permanecerão à disposição da PF e da Justiça brasileira. Hillary – Nos Estados Unidos, a senadora Hillary Clinton, cotada para ser a próxima candidata democrata à presidência do país, elogiou a decisão da Justiça brasileira de liberar o passaporte dos pilotos. "Estou feliz que os tribunais brasileiros tenham decidido que não havia base legal para impedir que os pilotos saíssem do Brasil e voltassem para casa", afirmou. Na página 2, uma longa madrugada em Congonhas
ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú
Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407
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Empreendedores Finanças Tr i b u t o s Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
SUPER-RECEITA PASSA PELA CCJ DO SENADO
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
420
reais deve ser o valor do novo salário mínimo, nacional de acordo com as centrais sindicais.
Roberto Jaime/AE
TRANSPORTE RODOVIÁRIO QUER EQUIVALÊNCIA TRIBUTÁRIA
N
ão é só o setor de transporte urbano que reivindica a redução da carga tributária. Outros segmentos, como o de carroceria de ônibus, por exemplo, também querem incentivo fiscal para tornar as empresas mais competitivas e garantir um custo mais baixo na prestação de serviços. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Carrocerias para Ônibus (Fabus), José Antonio Martins, os altos impostos e a falta de linhas de crédito – além da concorrência desleal do transporte ilegal e a aprovação de gratuidades na passagem – criaram uma situação de estagnação no setor. "O transporte rodoviário concorre com os aviões em viagens de média e longa distâncias, principalmente depois que as companhias aéreas começaram a oferecer diversas promoções. O pior é que elas dispõem de incentivo e nós, não", diz.
Outro problema destacado pelo diretor é a falta de investimentos nas rodoviárias do País, diferentemente do que ocorre com os aeroportos. "Há muito tempo nossas rodoviárias não passam por reformas e nem recebem investimentos para sua modernização", completa Martins. Sem incentivo –De acordo com o diretor, o transporte rodoviário paga mais impostos do que os demais setores de transporte, até mesmo do que os urbanos. Ele conta que as companhias aéreas são isentas da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na venda das passagens. Os táxis também desfrutam de incentivos na aquisição de veículos, sendo isentos do ICMS, do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e da Contribuição para o Financiamento da Seguri-
dade Social (Cofins). Já os ônibus que atuam no transporte interestadual pagam entre 6% e 17% de alíquota de ICMS. Defesa – A argumentação de Martins, no entanto, é criticada por Adalberto Febeliano, diretor-executivo da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag). De acordo com Febeliano, apesar de o setor não pagar a Cide, é bem mais onerado do que os demais. Além da Adicional de Tarifa Aeroportuária (Ataero), criada para financiar obras de infra-estrutura do segmento, as companhias ainda arcam com todos os custos dos serviços que realizam nos aeroportos. "Existem taxas de pouso, de decolagem, controle de tráfego e, até, para pernoitar no aeroporto. Diferente dos ônibus que pagam pedágio apenas em algumas rodovias e não precisam desembolsar um centavo para utilizar a rodoviária", rebate Febeliano. (MR)
Discussão do Projeto de Lei da Super-Receita no Senado: esforço do governo para aprovação ainda neste ano
Super-Receita vai a votação
O
Projeto de Lei complementar que funde a Secretaria da Receita Federal e a Secretaria da Receita Previdenciária em um único órgão, a Receita Federal do Brasil (Super-Receita), foi aprovado ontem, sem alterações de mérito, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Agora, o projeto segue para votação em plenário. Uma vez aprovado pelo Senado, o projeto retorna à Câmara dos Deputados, para que sejam analisadas as alterações ao texto feitas na Casa. O relator da Super-Receita na CCJ, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), fez um apelo
aos parlamentares para que não protelassem a tramitação da matéria no Senado. "Se não aprovarmos hoje (ontem) o projeto da Super-Receita, teremos muita dificuldade, pois estamos concluindo a sessão legislativa. O adiamento teria severas implicações para a receita tributária, especialmente a previdenciária, que já foi desalojada do Ministério da Previdência Social", afirmou Mercadante. Pressa —Ele disse que o Senado precisa acelerar a tramitação do Projeto de Lei da criação da Super-Receita para que a Câmara dos Deputados tenha condições de analisar e vo-
tar a matéria ainda neste ano. O relator fez um apelo ao senador Jefferson Péres (PDTAM), que pretendia solicitar o adiamento da votação para analisar melhor o mérito e a operacionalidade da fusão das duas secretarias. "O Projeto de Lei pode ter problemas de mérito e de operacionalidade, mas, quanto à constitucionalidade, eu já a d i a n t o q u e n ã o v e j o n enhum", afirmou Péres. Diante dos argumentos de Mercadante, o senador pedetista desistiu de pedir a prorrogação da votação da matéria na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. (AE)
Jamil Bittar/Reuters
Marcha por mínimo e correção do IR
O
presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, afirmou ontem que a campanha pelo aumento do salário mínimo pode beneficiar cerca de 40 milhões de pessoas em todo o País. "É o que nós chamamos de a maior campanha salarial do mundo, que envolve pessoas que dependem direta ou indiretamente do mínimo", afirmou. Junto com mais de mil trabalhadores, o presidente da CUT participou da 3ª Marcha Na-
cional pela Valorização do Salário Mínimo, em Brasília. A CUT é uma das sete centrais sindicais que se uniram para reivindicar aumento do mínimo para R$ 420 e a correção da tabela de isenção do Imposto de Renda em 7,7%. O principal objetivo da marcha, de acordo com Artur, é garantir uma política de valorização permanente do salário mínimo, que garanta reajustes acima da inflação pelos próximos anos, independentemente de quem esteja no governo.
"O salário mínimo é um poderoso instrumento de distribuição de renda, faz com que a economia cresça, os trabalhadores tenham mais renda, consumam mais, beneficia o comércio, a indústria. Ou seja, o salário mínimo faz rodar a economia", observou. Para rebater os que dizem que o aumento do mínimo pesará na Previdência, ele disse que alguns membros do Ministério Público estão reivindicando um aumento de salário para R$ 24 mil. (AE)
Manifestantes em Brasília: centrais sindicais querem aumento do mínimo superior à inflação.
ATAS
ABANDONO DE EMPREGO ABANDONO DE EMPREGO
Solicitamos o comparecimento da sra. Sandra Maria Pacini, portadora da CTPS 63313, série 0284 SP, no prazo de 03 dias; o seu não comparecimento caracterizará abandono de emprego, conf. art. 482 letra I da CLT. Fogo de Chão Ltda. (05, 06 e 07/12/06).
EDITAL COOPERATIVA HABITACIONAL HAB-COOP
EDITAL O Conselho Administrativo e o Conselho Fiscal da Cooperativa Habitacional Hab-Coop, de acordo com os atributos que lhes foram conferidos pelo artigo 24 do Estatuto Social, aprovado em 3 de agosto de 2003. EXCLUI DO QUADRO DE SÓCIO DESTA COOPERATIVA POR INFRINGIR O ART. 22 - item VI - parágrafos 3º e 4º, os seguintes cooperados: Egídio Cruz, Izildinha Gregório Franco, Rainer Rochus Parasin. São Paulo, 7 de dezembro de 2006. Conselho Administrativo e Fiscal
COMUNICADOS FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 6 de dezembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Casa de Couros Romeu Ltda. - Requerido: Jalu Confecções Ltda. - Rua Casa do Ator, 635 - 01ª Vara de Falências Requerente: Lauro Nagamine - Requerido: Getec Engenharia Ltda. Rua dos Italianos, 831 - 02ª Vara de Falências
FITATEC - INDÚSTRIA DE FITAS DE AÇOS RELAMINADOS LTDA torna público que requereu à CETESB - Agência Ambiental de Guarulhos a Licença de Instalação e a Licença Prévia para a produção de relaminados, trefilados e perfilados de aço-exceto arames, sita à Rua Licaten, 417 Bloco-B Pólo Industrial de Arujá, Arujá-SP.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
EM SÃO PAULO, UMA LONGA MADRUGADA NO SAGUÃO
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
Cada funcionário de empresa aérea consultado dava uma resposta diferente ao passageiro desolado.
Em Congonhas, quem espera não alcança Uma noite no aeroporto nas imagens e no depoimento do fotógrafo Danilo Verpa, da agência Hype, com exclusividade para o Diário do Comércio Fotos de Danilo Verpa/Hype
Danilo Verpa
C
heguei ao aeroporto de Congonhas por volta de meia-noite. No saguão principal, encontrei de tudo. Muitas pessoas, inclusive com bebês e crianças, dormiam no chão. Alguns transformaram suas malas em travesseiros. Outros, preferiram dormir sentados, segurando as bagagens. O ânimo dos passageiros, que ainda permaneciam acordados, estava à flor da pele. Tinha gente discutindo com funcionários das companhias aéreas. Motivos: não conseguiam reservas em hotéis da cidade ou não conseguiriam embarcar. Até que não faltou informação. O problema é que cada funcionário de empresa aérea consultado dava uma resposta diferente ao passageiro desolado, que ficava sem entender o que de fato estava acontecendo. Ora os embarques não se realizavam por problemas com a torre de comando, ora por culpa do Cindacta 1, em Brasília. Os pedidos de desculpas eram constantes. Mas o fato é que ninguém que lá estava sabia a que horas iria embarcar – ou se iria embarcar. Um grupo que ia para Uberlândia, em Minas Gerais, estava bem nervoso. E não era para menos. O vôo estava marcado para as 14h de ontem (anteontem). Eram duas da madrugada e nem previsão de embarque. A razão: não havia tripulação disponível. Nos semblantes dos funcionários das empresas a tensão era nítida. Ficava evidente que não sabiam administrar aquela situação. Enquanto muitos passageiros dormiam, duas crianças encontraram o espaço ideal para se divertir. Pegaram um carrinho de transportar bagagem e saíram passeando pelo saguão. Foram brincar. Às 6 da manhã começou a chegar uma nova onda de passageiros. Os do dia seguinte. Assim como os da noites, não sabiam quando ou se embarcariam. Uma longa espera os esperava.
Às 6 da manhã começou a chegar uma nova onda de passageiros. Os do dia seguinte. Assim como os da noite, não sabiam quando ou se embarcariam.
Uma única palavra pode resumir o sentimento que tomou conta dos passageiros que passaram a madrugada de ontem no Aeroporto de Congonhas: desolação. Vencidos pela espera e pela falta de perspectivas de viajar, muitos dormiram em bancos ou junto a mesas. Vítimas do caos que tomou conta do transporte aéreo brasileiro desde a tragédia do Boeing da Gol, na qual 154 pessoas perderam a vida, o único remédio foi esperar – sem nenhuma garantia de que embarcariam. Informações desencontradas dos funcionários das empresas aéreas serviam para tornar o ambiente mais tenso ainda. Criativas, duas crianças decidiram tornar a espera um pouco menos aflitiva: pegaram um carrinho de bagagem e brincaram boa parte da noite.
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
Tr i b u t o s Finanças Indústria Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
BENS DE CONSUMO LIDERAM RETOMADA
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1,6
por cento é o quanto caiu a produção de bens de capital, substituídos por máquinas importadas
RESULTADO DO PERÍODO, QUE CONTEMPLA ENCOMENDAS DE NATAL, É "MEDÍOCRE", DIZEM ECONOMISTAS
INDÚSTRIA AVANÇA A PASSOS LENTOS A 0,8 Marcos Peron/Virtual Photo - 12/04/2006
Com produção local, linha branca depende menos de componentes importados; dólar fraco favorece importação de peças para a linha marrom.
Linha branca cresce 20% no ano
A
s linhas branca e marrom de eletrodomésticos são duas faces da realidade industrial brasileira. A linha branca (geladeiras, fogões, máquinas de lavar roupas), com produção local, cresceu mais de 20% no ano. Já a produção da linha marrom (TV, áudio, etc.), que tem grande presença de componentes importados, teve retração de 3,5% no mesmo período. Já a produção de bens de capital, que sinaliza investimentos, caiu 1,6% em outubro na comparação com setembro. Mas o recuo não mostra uma reversão da tendência de crescimento dos investimentos apontada nos resultados do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, segundo
avalia o coordenador de indústria do IBGE, Silvio Sales. "É preciso esperar novas informações para checar se há alguma mudança na tendência de crescimento dos investimentos no PIB", disse. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, ou investimentos) foi o grande destaque do PIB do terceiro trimestre, com crescimento de 2,5% ante o período anterior e de 6,3% ante o terceiro trimestre do ano passado. Segundo Sales, em outub ro , o c o m p o r t a m e n t o d a produção de bens de capital em relação a outubro do ano passado foi positivo (aumento de 9,3%) e se espalhou por dentro de grande parte dos subsetores da indústria. Houve aumento em bens de capi-
tal para uso misto (20,8%, incluindo computadores), para fins industriais (24,3%, mostrando investimentos na própria indústria) e para o segmento de energia elétrica (11,6%), o que inclui geração, transmissão e distribuição. Além disso, os resultados do PIB industrial do terceiro trimestre mostraram que grande parte do aumento dos investimentos ocorreu via importação e, segundo Sales, o palpite é que grande parte dos bens de capital importados vá para a indústria. Segundo dados apresentados por Sales e já divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, as importações de bens de capital cresceram 39,1% em outubro sobre o igual mês de 2005. (AE)
produção industrial brasileira cresceu em outubro, mas em ritmo mais lento que o esperado. O avanço concentrou-se na fabricação de bens de consumo, o que mostra que as indústrias apostam suas fichas na temporada de vendas de fim de ano. De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado ontem, as indústrias produziram 0,8% a mais em outubro que em setembro. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a produção aumentou 4,8%. Para o economista do IBGE Silvio Sales, é natural que a expansão da produção na abertura do último trimestre seja sustentada pelos bens de consumo. "Isso faz sentido com a demanda de fim de ano... e sugere também que a indústria não está formando estoques, as vendas estão superiores à produção", disse. No acumulado de janeiro a outubro, o setor cresceu apenas 2,9%, já esbarrando nas projeções de instituições de mercado que apontam, em maioria, um aumento em torno de 3% na produção industrial em 2006. Em 12 meses, a alta foi de 2,7% até outubro. "Acho que o crescimento (da indústria) é fraco, medíocre", avaliou Guilherme Maia, analista da Tendências Consultoria. "Os dados de outubro confirmam que o segmento fechará o ano com crescimento redu-
por cento foi a expansão da produção industrial em outubro deste ano sobre setembro; resultado é considerado fraco zido, em torno de 3%", disse o economista-chefe do Instituto de Desenvolvimento de Estudos Industriais (Iedi), Edgard Pereira. De setembro para outubro, apenas a produção de bens de consumo cresceu no País, à taxa de 1,4%. Bens de capital tiveram queda de 1,6%, seguidos por bens intermediários, em baixa de 0,2%. "Os bens de consumo duráveis tiveram crescimento... isso foi muito positivo. Apesar do número (total) ser abaixo da expectativa, com esse dado a gente pode considerar um Natal melhor", comentou Jason Vieira, economista-chefe da consultoria UpTrend. Se a perspectiva de mais vendas for confirmada, Sales, do IBGE, aponta um outro efeito positivo que poderá ser sentido a partir de 2007. "Se o final de um ano for muito bom, as indústrias começam o ano seguinte com perspectiva de aumento de produção."
Em ritmo lento – Apesar do avanço frente a setembro, quando a produção havia caído 1,1%, os dados divulgados pelo IBGE ficaram abaixo das estimativas do mercado. Analistas esperavam, em média, uma alta de 1,4% na produção em outubro — com os prognósticos de 0,9% a 1,7% de crescimento. Na comparação anual, as projeções indicavam aumento de 5% na produção. "Esperava um crescimento muito maior que o visto. A produção de outubro não compensa a queda de setembro e pode levar a novas revisões do PIB (Produto Interno Bruto) para o ano", afirmou a economista Débora Nogueira, da Rosenberg & Associados. Automobilística – O setor automobilístico foi o que mais contribuiu para o crescimento apurado em outubro. Esse segmento teve aumento de 6,2% na produção, depois de ter amargado queda de 9% em setembro por conta de algumas paralisações em montadoras. Em novembro, indicam dados desta semana, houve uma pequena queda na produção em relação a outubro. "Os outros setores fora o automobilístico não se comportaram da maneira que a gente esperava, o destaque fica para a queda da produção de bens de capital, que é substituída pela produção importada. Isso tem um impacto negativo para a indústria", comentou Fábio Knijnik, economista do BES Investimentos. (Agências)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
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Política LULA CRIA
O governo não vai impor uma decisão às bancadas, e sim trabalhar para unificar a base. Tarso Genro
Cruno Miranda / Folha Imagem
STF SUSPENDE FÉRIAS DE JUÍZES
CONSELHO POLÍTICO DA COALIZÃO
U
Presidente convocou oito partidos para integrar a equipe, que em sua primeira reunião vai definir regulamento, atuação e acompanhamento de temas. Genro: 'Será uma reunião institucional para que o Conselho proponha sua auto-regulamentação'.
E
Apesar da disputa interna m meio a uma disputa entre aliados pela em torno de uma eleição que só presidência da Câ- vai ocorrer em fevereiro, Tarso mara, o presidente Genro disse que "não há indíLuiz Inácio Lula da Silva con- cios de que a coalizão esteja se vocou para a próxima terça- dissolvendo". "O Governo não vai impor feira a primeira reunião do Conselho Político do governo uma decisão às bancadas, das de coalizão, informou o minis- quais se espera que atuem com tro das Relações Institucio- autonomia e responsabilidade. O governo vai trabalhar, nais, Tarso Genro. Foram convidados os presi- sim, para unificar a base", cond e n t e s d e o i t o p a r t i d o s : cluiu o ministro. Candidato próprio – Dando PMDB, PT, PSB, PDT, Partido da República (PR, ex-PL), PC- início à primeira disputa interna na coalizão, antes mesmo doB, PV e PRB. PP e PTB não participam do da primeira reunião do ConseConselho "por enquanto", se- lho, a bancada do PMDB, que gundo o ministro, mas consti- elegeu a maior bancada (89 detuem "bancadas do governo" putados, contra 81 do PT), decidiu ontem, por no Congresso. No maioria, lançar PDT e no PV, que candidato próprio ainda não formaao comando da lizaram apoio, Casa na disputa existiria "ampla O Governo não vai de fevereiro. O nomaioria a favor", impor uma decisão me do eventual d e a c o r d o c o m às bancadas, das candidato só será Genro. "Será uma quais se espera que discutido na sereunião institu- atuem com mana que vem, cional para que o disseram os peeConselho propo- autonomia e medebistas. nha sua auto-re- responsabilidade. Integrantes do gulamentação, Tarso Genro partido, no entanquais serão suas funções e o tipo de acompa- to, sinalizam a possibilidade nhamento dos temas que ele de uma composição para a vai adotar", disse ontem o mi- candidatura única da coalizão nistro a jornalistas no Palácio governamental proposta pelo presidente Lula e que teve a do Planalto. Segundo Genro, embora adesão do PMDB. "Fora da coalizão, as candinão seja um tema previsto, a primeira reunião do Conselho daturas se tornam aventureiPolítico pode discutir com Lu- ras e pessoais", disse o deputala a sucessão na presidência da do Geddel Vieira Lima (BA), Câmara, se o tema for proposto um dos nomes cotados interpelos presidentes dos partidos namente para disputar a presidência da Câmara. presentes. "Se o candidato não obtiver O PT também lançou oficialmente ontem o nome do líder v i a b i l i d a d e p o l í t i c a n ã o do Governo na Câmara, Arlin- adianta bater o pé no chão dido Chinaglia (SP), à sucessão zendo eu quero", entende do atual presidente da Câma- Geddel. Segundo o parlamenra, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), tar, viabilidade política tem que seria o favorito de Lula pa- dois significados: ser escolhira um segundo mandato. O do pela bancada e ser capaz de PSB apóia a reeleição de Aldo unificar a base de apoio governista. (Agências) (veja reportagem ao lado).
Gilberto Nascimento / Ag. Câmara
A candidatura do presidente da Câmara pode ser oficializada pelos aliados na próxima semana.
ALDO QUER ENTRAR NA DISPUTA Enfrentamento com Chinaglia expõe divisão da base aliada do governo Lula.
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o dia seguinte ao lançamento da candidatura do líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), à presidência da Câmara, o atual presidente, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), manifestou a disposição de ir para disputa no plenário com ele, caso seja necessário. Em conversa com interlocutores, Rebelo avaliou que esse quadro não deve ocorrer, mas não descartou o eventual enfrentamento no voto. Deputados que o apóiam articulam, provavelmente, para a próxima semana, a oficialização da candidatura à reeleição do comunista. A eleição da Mesa
Diretora está marcada para 1º de fevereiro, mas as candidaturas deverão estar explícitas antes do recesso parlamentar, que começa no dia 22, para facilitar as campanhas. O lançamento de Chinaglia, depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia manifestado apoio a Rebelo, expôs uma divisão na base aliada, dificultando a coalizão que o Lula pretende fazer no segundo mandato. O presidente da Câmara afirmou hoje, publicamente, que há tempo para a definição do quadro sucessório e o lançamento de candidaturas. "Eu não vejo necessidade de precipitar o
processo e ainda tenho o tempo político mais do que razoável", afirmou. Rebelo considerou "normal" o anúncio oficial feito pela Executiva do PT e pela bancada do partido do nome do líder do governo na Câmara para disputar o cargo que ocupa. "Nós não temos um partido único na Câmara para lançar somente um candidato. Então, acho que é normal que haja o lançamento de candidaturas, que haja a disputa", disse. Aliados contabilizam apoios à reeleição de Aldo em parte das bancadas do PMDB, PTB, PP e PR. O PCdoB e o PSB também estão com ele. (AE)
Sonia Baiocchi/Agência Câmara
Roosewelt Pinheiro/ABr
SFT JULGA CLÁUSULAS DE BARREIRA
NANICOS VÃO TORCER CONTRA
Duas Adins de pequenos partidos sustentam que o dispositivo é inconstitucional.
O
plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) deverá julgar hoje duas ações diretas de inconstitucionalidade (Adin) nas quais é sustentada a inadequação do dispositivo que impôs uma série de obstáculos para o funcionamento de partidos políticos pequenos. Esses obstáculos surgiram com a entrada em vigor da cláusula de barreira ou de desempenho. Nas ações, as legendas alegam que esse tratamento é inconstitucional. Pela cláusula de barreira, as siglas menores funcionarão de forma mais restrita. Elas terão direito a uma parcela pequena na divisão do fundo partidário. Também terão menos tempo para veicular propagandas no rádio e na televisão. Os parlamentares dessas legendas também não poderão participar de
comissões. Dirigentes e congressistas desses partidos estiveram no tribunal recentemente conversando com ministros. Em um dos encontros, o deputado federal Chico Alencar (PSol-RJ) disse que a sigla não vai se fundir com outros partidos para garantir o funcionamento parlamentar. "O PSol disputou sua primeira eleição. Não vai se suicidar. Criança não comete suicídio", afirmou o parlamentar. Nas ações, que tramitam no STF desde 1995, os partidos alegam que a cláusula de barreira tem o objetivo de estreitar o quadro partidário para supostamente facilitar a formação de maiorias parlamentares e reforçar a governabilidade. No entanto, sustentam que isso pode significar uma quebra de isonomia entre os parlamentares de legendas que conseguiram atingir a
cláusula e os que não obtiveram o porcentual mínimo de votos. "A quebra se estenderia aos eleitores. Os votos dados aos deputados 'zumbis' teriam um valor menor do que os votos dados aos deputados eleitos por partidos que alcançaram a cláusula de barreira", sustentam as siglas. Pela lei, deve permanecer o partido que, em cada eleição para a Câmara dos Deputados, obtenha o apoio de, no mínimo, 5% dos votos apurados, não computados os brancos e os nulos, distribuídos em pelo menos um terço dos Estados, com um mínimo de 2% do total de cada um deles". Se for mantida a regra, a expectativa é de que apenas sete partidos conseguiram preencher nas últimas eleições as condições para ter pleno funcionamento parlamentar. (AE)
ma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu ontem uma resolução recente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que autorizava os juízes a tirarem férias em janeiro e julho. Essas tradicionais folgas dos magistrados foram proibidas pela reforma do Judiciário. Durante a sessão, na qual o STF concluiu que o ato do CNJ era inconstitucional, o ministro Marco Aurélio Mello, que integra o órgão e é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), anunciou que enviou um ofício à presidente do CNJ e do Supremo, ministra Ellen Gracie, contestando outra decisão do Conselho, que reduziu em R$ 17 milhões um crédito suplementar que foi pedido pelo TSE para pagar um plano de cargos e salários para os funcionários. Gracie não estava no plenário do STF durante o julgamento, cuja decisão desgastou a imagem do CNJ. Relatora do processo, a ministra Cármen Lúcia concluiu que a decisão era não-constitucional, uma vez que contrariava um dispositivo da Constituição que acabou com o descanso coletivo dos juízes em janeiro e julho. Lúcia argumentou que o Conselho Nacional não tem poderes para baixar um ato contrário à Constituição. Segundo ela, essa situação da suspensão dos trabalhos somente pode ser modificada por uma emenda constitucional, e nunca por uma deliberação do Conselho. O voto da ministra foi acompanhado por todo o plenário do Supremo. "Enquanto vigorar a norma, pelo menos em exame cautelar, cumpre fazer prevalecer a proibição de férias coletivas de juízes e membros dos tribunais de segundo grau, suspendendo-se a eficácia de atos que ponham em risco a efetividade daquela vedação constitucional", afirmou a ministra. (AE)
P Gabeira: PV ameaçado
PRB de Alencar está na lista
POLÍTICOS "ZUMBIS"
A
cláusula de barreira dos partidos pode transformar em "zumbis" políticos importantes, como o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoBSP), o vice-presidente da República reeleito, José Alencar (PRB), e os deputados Fernando Gabeira (PV-RJ) e Chico Alencar (PSol-RJ). Eles não poderiam, por exemplo, exercer o cargo de líder e nem participar de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs).
A própria reeleição de Rebelo começa a ser questionada na Câmara. Pela cláusula, só podem ter funcionamento parlamentar pleno os partidos que conseguiram na eleição de outubro 5% dos votos em todo o País e 2% em pelo menos nove Estados. PCdoB, PV, PSol e PRB não atingiram a meta. Caso o Supremo Tribunal Federal decida pela barreira, as legendas ficarão impedidas de várias atividades, como participação em CPIs. (AE)
CdoB, PV, PSol, e PRB, partidos que não conseguiram superar a cláusula de barreira na eleição de outubro – 5% dos votos no País e 2% em pelo menos nove Estados – prometem lutar para ter lideranças e participar de comissões e CPIs, mesmo que o Supremo Tribunal Federal (STF) decida hoje que a norma é constitucional. A cláusula de barreira foi criada pela Lei 9.096/95. Entra em vigor a partir de fevereiro. Os quatro partidos têm, juntos, 30 deputados e três senadores. Torcem para que o STF declare inconstitucional todas as dificuldades de funcionamento dos partidos que não venceram a cláusula. "Temos certeza de que o STF vai declarar que a regra não se aplica", disse o líder do PV na Câmara, deputado Sarney Filho (MA). (AE)
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
Nacional Finanças Energia Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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EMPRESA GARANTE 90% DOS INVESTIMENTOS
484
mil barris diários foi o novo recorde de exportação da estatal de petróleo em novembro
CONTRATO DE EXPLORAÇÃO DAS RESERVAS BOLIVIANAS ASSEGUROU US$ 1,5 BILHÃO EM INVESTIMENTOS
PETROBRAS GARANTE LUCRO NA BOLÍVIA
A
Roberto Stuckert Filho/AG
Para o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, o contrato da Petrobras com a Bolívia traz grande segurança jurídica
Japão comprará mais álcool do Brasil
A
lém de exportar álcool para veículos japoneses, a Petrobras planeja abastecer usinas termelétricas do Japão com o álcool nacional. Projeto da estatal está sendo negociado com representantes de um grupo de usinas térmicas que têm capacidade equivalente à metade do total de energia gerado no Brasil, ou cerca de 40 mil MW. "É claro que não vamos atender a 100% dessa demanda. Não teríamos álcool suficiente para isso. Mas queremos atender esse mercado o máximo possível dentro de nossa capacidade", disse ontem o gerente geral de planejamento e gestão da área de abastecimento da estatal, Paulo Maurício Cavalcante Gonçalves, após par-
ticipar de evento promovido pela Organização Nacional da Indústria de Petróleo (Onip) para empresários do setor no Rio de Janeiro. Segundo ele, a idéia é de que apenas uma parte dos 3,5 bilhões que devem ser exportados pela companhia para o Japão a partir de 2008 seja utilizada nos veículos. A maior parte seria mesmo voltada para o abastecimento das usinas térmicas. "O Japão tem uma série de restrições ambientais com relação a outros combustíveis e o álcool é um combustível que atende as exigências da legislação local", disse. De acordo com o executivo, para que os contratos sejam assinados, as usinas japonesas estão fazendo testes no Ja-
pão e a própria Petrobras tem feito simulações em sua usina Barbosa Lima Sobrinho (antiga Eletrobolt) para determinar mais claramente o melhor aproveitamento do álcool na geração térmica. Bi oe ta nol – O executivo também se mostrou otimista com a possibilidade de o Brasil produzir etanol a partir do bagaço da cana-de-açúcar, além do processamento da própria planta. A perspectiva é dobrar o volume de álcool produzido, sem elevar a quantidade de cana plantada. Ainda segundo o executivo da Petrobras, os testes estão sendo considerados "satisfatórios" e já permitiriam a produção em escala industrial dentro de dois a três anos. (AE)
nacionalização do gás boliviano, decretada em maio p e l o p re s i d e n t e Evo Morales, reverteu a privatização das reservas feita na década de 90. Com a medida, o governo atende a determinação da Lei de Hidrocarbonetos, aprovada há dois anos. A principal empresa que explorava as reservas privatizadas, a estatal brasileira Petrobras, conseguiu garantir, mesmo com a renacionalização, 90% de seus investimentos. Com a assinatura no último domingo dos novos contratos para exploracão das reservas, agora nacionalizadas, a Petrobras assegurou US$ 1,5 bilhão do US$ 1,6 bilhão que a empresa investiu no país vizinho. A avaliação é do presidente da Petrobras na Bolívia, José Fernando de Freitas. "A nova situação não é de maneira nenhuma a dos nossos sonhos, mas viabiliza os negócios. Garante nossos investimentos na Bolívia e o respeito aos consumidores de gás no Brasil", disse. O US$ 1,5 bilhão refere-se a US$ 800 milhões na exploracão e no desenvolvimento dos campos de gás e US$ 700 milhões no transporte do produto, por meio de gasodutos. Os US$ 100 milhões que ainda não estão garantidos referem-se ao investimento que a Petrobras fez na aquisição das duas maiores refinarias de petróleo do país, em Cochabamba e Santa Cruz.
Roberto Jayme/AE
José Sérgio Gabrielli: rentável
Os novos documentos são uma consequência da nacionalização do gás e do petróleo do país, decretada por Morales em maio. Por 30 anos, as empresas passam a destinar 50% das receitas de suas operações para o Estado boliviano, e os 50% restantes servem para garantir um retorno mínimo para suas despesas e investimentos, divididos com a estatal boliviana de petróleo, a YPFB. Na avaliação da Petrobras, a conta fecha, e a remuneração prevista para a empresa é suficiente para garantir que ela não terá prejuízos. "Os investimentos que ainda não foram amortizados serão recuperados, e ainda haverá uma margem de ganho que pode, no futuro, significar novos investimentos, o que ainda não é previsto", diz Freitas. A Petrobras garantiu com os contratos, assinados no último
dia 28 de outubro, e agora aprovados pelo Congresso boliviano, a exploracão dos dois maiores campos de gás em atividade no país: San Antonio e San Alberto. Segundo o presidente da Petrobras Bolívia, esses dois campos são responsáveis por 70% da produção de gás do país vizinho. A Petrobras e a estatal boliviana YPFB decidiram ontem retomar as discussões sobre a ampliação do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), suspensas desde que a Bolívia nacionalizou o petróleo e o gás. O projeto consta de uma lista de oportunidades conjuntas que serão analisadas pelas duas empresas em um prazo de 120 dias. O preço do gás continuará na pauta, mas deixa de ser discutido de forma isolada. Ontem, o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, reafirmou que é bom para o Brasil o contrato firmado com a Bolívia. Segundo ele, o novo contrato traz profunda segurança jurídica, regulatória e menor risco para o País. O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, considera o contrato com a Bolívia equilibrado e rentável, e permite que a empresa considere novos investimentos no país. Recorde – A Petrobras bateu novo recorde de exportação de petróleo em novembro e atingiu o volume de 484 mil barris diários, totalizando 14,5 milhões de barris no mês, o que significa uma receita de US$ 740 milhões. (AE)
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Compor tamento Polícia Publicidade Distritais
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
O objetivo é que a publicidade seja feita com regras que contribuam para a melhoria da paisagem urbana. Roberto Marangon, da secretaria de Urbanismo do PR
FISCALIZAÇÃO SERÁ INTENSIFICADA
Diálogo muda paisagem de Curitiba As normas para publicidade externa em Curitiba já são rígidas. Uma nova lei vai estabelecer critérios ainda mais rigorosos. Mas em vez de proibições, ordenamento. Fotos: Rogério Machado
Cynthia Calderon
A
legislação que regulamenta a publicidade externa em Curitiba (lei 8471/94), está em processo de alteração, devendo entrar em vigor a partir de 2007. Ao contrário de São Paulo, onde os vereadores aprovaram a lei Cidade Limpa, na capital do Paraná uma comissão técnica – formada por representantes do Sindicato das Empresas de Publicidade Externa do Estado Paraná (Sepex-PR) e especialistas em paisagismo e urbanismo – discutiu amplamente com a Secretaria de Urbanismo e com vereadores a amplitude da nova lei, que alterou o decreto 739/2003. Entre as mudanças mais significativas está maior flexibilização dos locais para a publicidade, mas com critérios um pouco mais rígidos. A colocação de outdoors, por exemplo, dependerá das dimensões de recuo e de afastamento do terreno. O zoneamento e o sistema viário é que determinam onde é permitido instalar publicidade externa. Com isso, haverá uma quantidade máxima de anúncios permitida por lote, o que atualmente não é determinado. A s d i f e re n t e s c o re s d a s molduras dos painéis publicitários também devem sofrer alteração pela nova legislação. Atualmente cada empresa utiliza uma cor para as estruturas, que serão padronizadas na cor cinza. "O objetivo é estabelecer critérios e normas que regulem a atividade sem causar impacto na atividade e nem na paisagem da cidade", explica Roberto Marangon, diretor do departamento de Controle do Uso do Solo da Secretaria Municipal de Urbanismo. Térreo – No caso dos estabelecimentos comerciais, os letreiros, permitidos em áreas térreas, poderão ser maiores. Atualmente eles podem ter até 1/3 da extensão da fachada do imóvel, este tamanho será ampliado para 50%. Para mais de um estabelecimento comercial a área destinada à publicidade é divida proporcionalmente ao número de lojas. A publicidade em bambinela (franjas) do toldo continuará sendo permitida. Faixas, cartazes e propagandas na área externa do estabelecimento (muros e cercas) continuam proibidos, assim como cavaletes em vias públicas e anúncios de promoções em vitrines, ou seja, da parede externa do imóvel até o muro e calçadas é vetada a colocação de propaganda. Para isso é necessário solicitar autorização prévia da prefeitura. Para o presidente do SepexPR, Romerson Faco, a legislação se tornará mais moderna com a definição das regras. O segmento poderá ter mais equilíbrio da paisagem e de investimentos com o melhor planejamento. "O mais importante foi a abertura para o diálogo. Houve uma mesa de negociação que permitiu que nós, que conhecemos o setor, pudéssemos contribuir na formatação dessas regras. Não é uma lei burra que foi imposta de cima para baixo", enfatiza. Painéis –Há 12 anos, Curitiba tem uma legislação que define a publicidade externa. A lei proíbe a colocação de painéis em área pública, tais como calçadas, praças e terrenos da prefeitura. Também não permite instalar publicidade que vede a fachada de construção ou não obedeça ao recuo obrigatório
Rua XV de Novembro, centro de Curitiba, no Paraná: a publicidade exterior não foi abolida, mas obedece a critérios de proporção que não interferem na paisagem urbana .
Anúncio em muro é considerado publicidade irregular
Nova lei exigirá fiscalização mais rigorosa da propaganda
A lei atual proíbe painéis em calçadas, praças e terrenos da prefeitura
do alinhamento predial. Em algumas regiões da cidade, os painéis publicitários são proibidos, caso do Centro. "É uma região densamente ocupada", destaca Marangon. Em empena cega (lateral) de edifícios é proibida a comercialização de publicidade, podendo ser utilizada de acordo com a porcentagem de ocupação da empresa para divulgação do seu próprio negócio. "Não somos contra a publicidade, o objetivo é que ela seja feita cumprindo as regras que contribuem para a melhoria da paisagem urbana", diz Marangon. Os empresários aprovam a legislação municipal. Para o vice-presidente de Comercial e Marketing da Associação Comercial do Paraná, César Luiz Gonçalves, o importante é que haja bom senso com uma legislação que regulamente sem coibir. "É preciso comunicar
sem poluir. Temos que evitar a poluição visual para, inclusive, termos uma melhor qualidade de vida", afirma. "Mas, é necessário também não coibir a iniciativa empreendedora para não correr riscos de fechamento de empresas, redução de empregos, entre outros prejuízos à comunidade, inclusive a falta de informação. Curitiba tem uma legislação que funciona bem, regulamenta a atividade, não radicaliza com a proibição geral, mas organiza a publicidade ao ar livre", complementa. Prejuízos – Num primeiro momento, o Sepex concorda que as novas mudanças poderão trazer prejuízos para o setor. Mas Faco acredita que haverá uma compensação de custo/benefício. Segundo ele, as colunas de outdoors em um terreno deixarão de existir, permitindo a valorização do
O alvará é fornecido pela Secretaria de Urbanismo
espaço pela despoluição visual. "O que não pode é extinguir tudo", diz. Em Curitiba existem cerca de cinco mil painéis publicitários. Com a nova legislação, o Sepex acredita que haverá um decréscimo de 20% neste número. O presidente da entidade explica que 30% dos painéis são irregulares. Uma das dificuldades apontadas para a regularização, no caso dos painéis, é o pagamento de uma taxa anual de R$ 28,95 por metro quadrado. Outro problema são as empresas piratas, que instalam painéis sem nem ter licença de funcionamento. "A legislação permitirá maior fiscalização, beneficiando quem trabalha de acordo com as normas". O alvará de publicidade é fornecido pela Secretaria Municipal de Urbanismo por meio de requerimento. O procedimento varia de acordo com o tipo de publicidade.
Em caso de letreiros, deve constar a indicação fiscal do lote, alvará de localização comercial, projeto e foto atual da fachada do imóvel. Em caso de painéis e outdoors deve ser acrescentado Termo de Responsabilidade (autorização do proprietário do imóvel) e Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). Em média, o processo dura em torno de 10 dias. Si nd ic at os –Os sindicatos também contribuem para a fiscalização da publicidade irregular - faixas, placas e outros materiais afixados em áreas públicas da cidade, durante as operações que a Prefeitura realiza ao longo do ano de combate à poluição visual. Marangon explica que a retirada desses materiais não é fácil, há casos que necessitam de guincho como os frontlights que são maiores que os outdoors, chegando a ter até 15 me-
tros de altura e estrutura de ferro. Até mesmo para não destruir o material. Rigor – A fiscalização é feita pela Secretaria de Urbanismo, com três equipes diárias que circulam pela cidade. A legislação prevê uma fiscalização mais rigorosa, devendo ocorrer, inclusive maior número de fiscais. Atualmente é fiscalizada principalmente a publicidade em postes e muros que é proibida. Uma ação efetiva no ano passado permitiu que mais de 90% da publicidade em postes, principalmente da construção civil e ramo imobiliário, fosse retirada. No caso dos muros, a legislação federal permite a publicidade eleitoral. Após as eleições os muros não podem ser utilizados para publicidade comercial. Nestes casos, a Prefeitura coloca uma faixa informando que se trata de uma publicidade irregular de acordo com a legislação municipal. O objetivo é orientar a população e conscientizar a empresa. A Prefeitura tem feito um trabalho de monitoramento de frontlight e outdoors e não tem permitido a instalação de novos pontos até que a nova legislação entre em vigor. A fiscalização tem ocorrido quando há denúncias à Ouvidoria do município. O coordenador do programa de despoluição visual da Secretaria do Urbanismo, Alfredo Sugamosto explica que após a vistoria no local, a empresa é notificada e deverá apresentar à Prefeitura o alvará de funcionamento. Caso não haja regularização dentro do prazo, que varia de acordo com a infração, a multa é de R$ 400 por peça irregular. Projeto – Está em tramitação, na Câmara de Vereadores de Curitiba, um projeto da vereadora Julieta Reis (PSB) para autorização de veiculação de propaganda comercial em carrinhos de ambulantes, catadores de papel e em barracas de feirantes licenciados pela Prefeitura, cujo patrocínio tenha sido previamente aprovado e autorizado. A lei em vigor proíbe a publicidade móvel, sonora ou não, em veículos, exceto letreiros. "Com a alteração da legislação, os proprietários poderão angariar recursos financeiros para melhorar o padrão de vida", justifica a vereadora.
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Planalto TCU Coalizão Congresso
DIÁRIO DO COMÉRCIO
COALIZÃO SOFRE DERROTA PARA PFL
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pesar de PT e PMDB terem candidatos ao cargo, Lula não consegue esconder sua preferência pela recondução de Aldo Rebelo (PC do B) e Renan Calheiros (PMDB) às presidências da Câmara e Senado. São dois candidatos de partidos aliados que formam na base de sustentação do governo no Congresso. Mas o PT lançou a candidatura de Arlindo Chinaglia na praça. No Senado, Renan Calheiros é o candidato dos aliados, embora enfrente a candidatura de oposição de José Agripino (PFL). Renan, no entanto, é favorito porque Agripino ainda não empolgou os partidos.
Base construída por Lula não se afina no Congresso e a oposição marca um ponto contra o governo, na eleição de um pefelista para o cargo que fiscalizará as contas do próximo mandato.
O
Cedraz: eleito para o TCU.
ção para a presidência da Câ- lário é atrelado ao do ministro mara", avaliou Aleluia, refe- do Supremo Tribunal Federal rindo-se à divisão da base na (STF) - 95% do valor. Educação – O baixo quórum sucessão do presidente da Casa, Aldo Rebelo (PCdoB- provocado pelo apagão aéreo SP). Mesmo com Rebelo dis- não impediu também a aproputando a reeleição, o PT lan- vação final da emenda constiçou o deputado Arlindo Chi- tucional que cria o Fundo de Manutenção e Desenvolvinaglia (PT-SP) na disputa. mento da EduC o m a e s c ocação Básica e de lha de Paulo Valorização dos Delgado, abriProfissionais da ram mão de Educação (Funsuas candidatu- O governo não tem deb) pela Câmaras os deputara. Mesmo com dos Luiz Anto- rumo, não tem dificuldade de nio Fleury Filho articulação. Esta é a atingir os 308 vo(PTB-SP) e Os- fotografia do novo tos necessários m a r S e r r a g l i o governo Lula. Já para a aprova(PMDB-PR), o começou velho. ção de uma ex-deputado JoJosé Carlos Aleluia emenda constisé Antonio Altucional, 333 demeida (PSBputados foram MA) e o secretário-geral da Mesa, Mozart ao plenário e o segundo turno Viana de Paiva, que, mesmo da matéria foi aprovado com não sendo integrante da base 328 votos a favor, quatro conou da oposição, entrou na tra e uma abstenção. Como se trata de emenda prévia porque foi indicado constitucional, uma sessão sopelo PSC. A eleição para o TCU é se- lene do Congresso Nacional creta. Além de Cedraz e Del- será marcada, nos próximos gado, disputaram a vaga os dias, para que seja promulgadeputados Gonzaga Mota da a criação do fundo. A mu(PSDB-CE) e Ademir Camilo dança prevê uma injeção de (PDT-MG). O cargo de minis- R$ 4,5 bilhões a mais na educatro do TCU é vitalício, com ção a partir de 2007. "O momento é de comemoum salário de R$ 23.275,00, maior do que os R$ 12.847 pa- ração. Foi a coroação de um gos aos parlamentares. O sa- trabalho de dois anos e meio,
sendo um ano negociando com governadores e prefeitos, mais um ano com deputados e senadores. Desde a Lei Calmon não se aprova uma lei tão importante no sentido de angariar novos recursos para a educação", comemorou o ministro da Educação, Fernando Haddad. Para entrar em vigor, depois da promulgação, o Fundeb ainda depende de regulamentação. É aí que deverão surgir as maiores divergências, uma vez que a lei estabelecerá os pesos de cada nível de ensino para efeito de redistribuição de recursos entre governos estaduais e prefeituras no âmbito de cada estado. Haddad disse que já na semana que vem o governo deve enviar ao Congresso a lei de regulamentação que tratará dos critérios de repartição dos recursos, valorização dos professores e a fiscalização. Ele garante que há consenso para aprovação ainda este ano. Alguns governos estaduais perderão recursos para as prefeituras, que assumirão alunos do ensino médio. "A criação do fundo é um marco para a educação. Havia grande expectativa pela aprovação da emenda", comemorou a relatora da PEC, Yara Bernardi (PT-SP). (Agências)
PF: Lacerda levou o R$ 1,75 milhão
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A criação do fundo é um marco para a educação. Havia grande expectativa pela aprovação da emenda. Yara Bernardi
GOVERNO PERDE A PRIMEIRA PARA A OPOSIÇÃO
Gilbe
primeiro teste de coesão da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Câmara fracassou. A oposição derrotou ontem os aliados de Lula, elegendo o deputado Aroldo Cedraz (PFLBA) para a vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) contra Paulo Delgado (PT-MG). O petista havia sido escolhido em eleição prévia entre os aliados, mas não conseguiu no plenário nem os votos dos deputados aliados que participaram da escolha preliminar. Dos 337 integrantes da base, 215 participaram da prévia, mas Delgado obteve apenas 148 votos na eleição final. Cedraz foi eleito com 172 votos, de 399 votantes. Bússola – Uma das tarefas do TCU é aprovar ou não as contas do governo. Cedraz, que não conseguiu se reeleger para a Câmara em outubro, é ligado ao senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), opositor do presidente Lula. "O governo não tem rumo, não tem articulação. Esta é a fotografia do novo governo Lula. Já começou velho", afirmou o líder da minoria na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA). "Se não tomar juízo, esta será uma avant-première da elei-
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
No depoimento, o delegado m audiência reservada na Comissão Par- argumentou que a maior suslamentar Mista de In- peita de crime eleitoral é sobre quérito (CPMI) dos a campanha de Mercadante ao Sanguessugas, o delegado da governo do Estado, uma vez Polícia Federal Diógenes Cu- que o senador seria o maior berado afirmou ontem ter certe- neficiado com o dossiê. Segunza de que foi o ex-coordenador do integrantes da comissão de de Comunicação da campa- inquérito, Curado isentou a nha do senador Aloizio Merca- campanha à reeleição de Lula. Para a comissão, o depoidante (PT-SP), Hamilton Lacerda, quem levou o R$ 1,75 mento do delegado reforça a suspeita de milhão ao Hoque o dinheiro tel Ibis, em São que seria usaPaulo, para a do para comcompra do suprar o dossiê posto dossiê Existe a possibilidade tem origem no contra polítide que o dinheiro seja 'caixa dois' de cos tucanos. de caixa dois de campanha. A informa"Existe a possição é do presicampanha bilidade de dente da CPDeputado Fernando que o dinheiro MI, deputado Gabeira, sub-relator da seja de caixa Antônio CarCPMI dos dois de camlos Biscaia (PTSanguessugas panha", obserRJ). "O delegavou o deputado afirmou do Fernando que não tem dúvidas que o dinheiro foi le- Gabeira (PV-RJ), sub-relator vado pelo Hamilton Lacerda", da CPMI. "O delegado recodisse Biscaia. Em depoimento nheceu a prática de crime eleià comissão parlamentar e à PF, toral", completou o deputado Lacerda afirmou que foi ao ho- Carlos Sampaio (PSDB-SP), tel se encontrar com o advoga- sub-relator de Sistematização do Gedimar Passos, que foi da CPMI. O relator da CPMI, senador preso pela polícia com o R$ 1,75 milhão, para levar boletos Amir Lando (PMDB-RO), preda campanha de Mercadante tende apresentar o relatório fiao governo. À comissão de in- nal no dia 13. A comissão funquérito, Curado também disse ciona até o dia 19, mas o depuque há "indícios que configu- tado Raul Jungmann (MDram crime eleitoral" e deverá PE), Gabeira e a senadora Hepedir o indiciamento dos en- loisa Helena (PSol-AL) contivolvidos na compra do supos- nuam tentando prorrogar os trabalhos até janeiro. (AE) to dossiê Vedoin.
Roberto Jayme/AE
Diógenes Curado, da PF: 'Há indícios que configuram crime eleitoral'.
SENADOR ELEITO PODE SER CASSADO
LULA E CHÁVEZ EM PARCERIA ENERGÉTICA
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corregedor do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Amazonas, Jeovaldo Aguiar recebeu ontem, em Manaus, uma representação do Ministério Público Federal pedindo a cassação do mandato do senador eleito Alfredo Nascimento (PR) por suposta compra de votos durante o período eleitoral deste ano. Segundo ele, uma investigação em Manacapuru, comprovou com tíquetes e testemunhas que o comitê eleitoral do senador teria dado 5 litros de combustível por eleitor, de um determinado posto da cidade, para participarem de um comício. (AE)
rês dias depois de ter sido reeleito por mais seis anos, o presidente venezuelano Hugo Chávez chegou a Brasília ontem para tratar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de projetos comuns de energia e infra-estrutura. De acordo com uma fonte do governo brasileiro, os dois presidentes decidiram dar prioridade à "integração física" na região, como forma de consolidar uma aliança política e uma parceria comercial estratégica. Os dois países vão se concentrar em parcerias de investimentos entre a Petrobras e a venezuelana PDVSA. (Agências)
CANDIDATOS
POSSES
Há quem no PT e PMDB ainda tente uma união dos candidatos dos dois partidos. Mas, enquanto o entendimento não vem, o PMDB também tem sua pretensão ao cargo.
O Planalto tenta convencer o cerimonial do Palácio dos Bandeirantes a mudar o horário de posse de José Serra no governo de São Paulo, para evitar que coincida com a posse de Lula. O presidente toma posse às 16 horas do dia 1º, e a de Serra está prevista para às 15 horas do mesmo dia.
ACORDO Se PT e PMDB chegarem a um acordo, embora os dois partidos já estejam com candidatos pedindo votos, o candidato aliado deve ser Arlindo Chinaglia.
NO ROL A eleição de presidente da Câmara faz parte do pacote de negociações do PMDB com o governo. Mas não é praxe o mesmo partido eleger os presidentes da Câmara e Senado. No Senado, deve dar Renan Calheiros. Portanto, o PMDB pode ser riscado na eleição na Câmara, na base do entendimento.
REIVINDICAÇÃO O PCdoB reivindica de Lula a manutenção de Aldo Rebelo no cargo. E quer também o Ministério do Esporte, além de ampliar seu espaço no governo. O partido lembra que é aliado do PT desde 1989, isto é, no tempo das vacas magras.
PRESENÇAS Lula gostaria de contar com as presenças de José Serra e Aécio Neves no ato de sua posse. Mas se Serra se empossar às 15 horas, fica impedido de ir a Brasília, assim como seria o caso de empresários convidados.
CONFRONTO Outro motivo seria evitar, por exemplo, que tucanos como Fernando Henrique Cardoso e Tasso Jereissati aproveitem a ocasião para transformar a solenidade numa concorrência com a posse de Lula.
CONCORRÊNCIA Serra, porém, já disse que não está concorrendo com a posse presidencial. Para o governador eleito, se a cerimônia for marcada para a manhã do dia 1º, poucas pessoas irão comparecer.
DISPUTA
NOMEAÇÕES
Como o governo deve manter o Ministério do Esporte na órbita do PCdoB, o ex-ministro Agnelo Queiroz quer voltar ao cargo. Queiroz, que perdeu a eleição no Distrito Federal, encontra a oposição do seu sucessor, Orlando Silva, que também deseja continuar onde está.
O PT criou uma comissão para fazer um levantamento dos cargos do governo federal em São Paulo. A comissão foi instalada a pedido de deputados estaduais, que reclamaram que a distribuição dos cargos não foi adequada no primeiro mandato de Lula.
APOIO
A equipe econômica, liderada pelo ministro Guido Mantega (Fazenda), continua pressionando o governo para não conceder um mínimo de R$ 375, e sim de R$ 367. Os economistas admitem que o valor de R$ 375 vai mexer nas despesas da Previdência.
Outro partido, já integrado ao governo de coalizão, que também luta por maior participação na equipe de Lula é o PSB. Os socialistas acham que merecem ministérios fortes. O nome de maior evidência no partido continua sendo o de Ciro Gomes.
MÍNIMO
PRESSÃO Mas as centrais sindicais (como CUT e Força Sindical) promovem marcha em Brasília exigindo do governo um salário mínimo de R$ 420. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, ligado à CUT, não vai atender aos sindicalistas. Vai se fixar na margem oferecida pelo governo.
SAÚDE
DIVERGÊNCIA
Embora queira exercer o mandato de deputado, Ciro Gomes é citado no PT para ser indicado para o problemático Ministério da Saúde. Ciro, no entanto, teria prometido ao eleitor cearense que exerceria o mandato na Câmara. Mas a promessa pode ser quebrada.
As centrais sindicais apostam na falta de um discurso único do governo em torno do valor do salário mínimo para chegar ao seu objetivo. Eles avaliam que os ministros ligados às áreas sociais serão aliados contra a proposta de Guido Mantega.
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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
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FATURAMENTO DEVE CHEGAR A R$ 300 MILHÕES
Foto: Divulgação
AUTOMAÇÃO
Em 2007, a estimativa é de que o mercado de automação comercial relativo a sistemas de frente de loja, sem contar sistemas de retaguarda, como o de banco de dados, deve faturar R$ 1,2 bilhão Marcel Malczewski
COMERCIAL BEMATECH COMPRA TRÊS EMPRESAS
Com as aquisições, a Bematech deve alcançar uma receita de R$ 300 milhões, um quarto de todo o mercado. De cada R$ 10 em vendas, R$ 4 serão nossos. Marcel Malczewski
Grupo também anunciou abertura de capital e inauguração de nova fábrica
A
Bematech, empresa do setor de automação comercial, está fechando o ano em grande estilo. Ontem, a empresa anunciou a compra de três empresas: a Gemco, que desenvolve softwares para gestão do comércio; a C&S, empresa mineira que desenvolve sistemas para automação de farmácias; e a GSR7, especializada em prestação de suporte técnico para equipamentos de automação comercial e outras áreas de tecnologia da informação. Além disso, a Bematech inaugurou ontem uma nova unidade industrial no município de São José dos Pinhais, região metropolitana de Curiti-
milhões de reais foram investidos nas instalações da nova fábrica da Bematech
ba (PR), e anunciou a abertura de um escritório na Alemanha, visando aos mercados europeus e do Oriente Médio. Para 2007, também está prevista a abertura de capital no Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O presidente da empresa, Marcel Malczewski, não revelou os valores das aquisições das três empresas. "Não há um valor fixo definido e, por causa do processo de abertura do capital, há uma recomendação para não falarmos sobre esse tipo de assunto. Parte da negociação foi em dinheiro, outra maior depende do desempenho das empresas nos próximos três anos e há também uma parte em ações", explicou,
acrescentando que a Gemco e a C&S foram adquiridas totalmente. No caso da GSR7, a Bematech terá 51% das ações. Segundo o executivo, a Gemco está no mercado desde 1983, fornecendo sistemas de gestão para o varejo. Possui 289 funcionários e seu faturamento neste ano deve chegar a R$ 32 milhões. A C&S, de Belo Horizonte (MG), tem uma base de 4 mil clientes, tem 67 funcionários e seu faturamento no ano passado foi de R$ 3 milhões. Seu principal produto é o Pharmacy, um sistema de automação de farmácias e drogarias. Já a GSR7, com apenas dois anos de mercado, presta serviços de suporte em todo o território nacional, abrangen-
Marcel Malczewski: mercado desperta interesse de gigantes do setor
do cerca de 4 mil municípios. Entre os clientes estão a IBM, Scopus, Cobra Tecnologia, Sondaimarés, Perto e Ingenico. O faturamento está na casa dos R$ 35 milhões. A Bematech deve fechar este ano com um faturamento de R$ 175 milhões, um crescimento de 25% em relação ao ano passado. "No próximo ano, a estimativa é de que o mercado de automação comercial relativo a sistemas de frente de loja, sem contar sistemas de retaguarda, banco de dados e sistemas operacionais, deve faturar R$ 1,2 bilhão. Com as novas aquisições, o Grupo Bematech deve alcançar uma receita de R$ 300 milhões, um quarto de todo o mercado, o que significa dizer que, de cada R$ 10 em vendas, R$ 4 serão nossos", calculou Malczewski. Mercado em alta – Segundo o executivo, o mercado de automação comercial no Brasil vem despertando o interesse de gigantes na área de tecnologia da informação. "Empresas como SAP, Totvs (Microsiga, RM Sistemas e Logocenter), Oracle e Microsoft estão montando estratégias para atuar nesse mercado. Todos estão se dirigindo para o segmento de pequenas e médias empresas, disse o presidente da Bematech. "O pequeno e médio varejo
é o nosso mercado e não podíamos ficar parados. Se iríamos tomar uma providência, a hora era esta", comentou. O vice-presidente executivo da Bematech, Alexandre Freitas Nunes, explicou que, com as novas aquisições, o grupo vai criar unidades de negócios que serão independentes. Elas serão de hardware, software,
175 milhões de reais é a previsão de faturamento do Grupo Bematech para este ano, um crescimento de 25% em relação ao ano passado. serviços, soluções, corporativo e internacional. "O varejo finalmente vem percebendo as vantagens da automação como uma ferramenta que proporciona maior controle e competitividade. As impressoras fiscais térmicas com Memória Fita Detalhe (MFD) também foram um fator que impulsionou as vendas
neste ano. Essa tecnologia dispensa a impressão da segunda via da nota, como ocorre com as impressoras matriciais, que deve ser guardada por pelo menos cinco anos, ocupando espaços físicos", disse. "Com o mercado mais aquecido, que deverá crescer 15% neste ano, inauguramos um nova fábrica, com 2 mil metros quadrados em São José dos Pinhais, que teve investimento de R$ 2 milhões. Antes, a fábrica e o escritório ocupavam um mesmo prédio, onde agora só funciona a área administrativa", disse. Na área internacional, a Bematech já possui escritórios nos Estados Unidos, na Argentina e em Taiwan, e vai abrir outro na Alemanha. "Vendemos miniimpressoras para uma empresa nos Estados Unidos, usadas em quiosques de auto-atendimento. Para a América do Sul, fornecemos equipamentos de automação por meio do escritório na Argentina e distribuidores em outros países. Já em Taipei o nosso escritório realiza compras de componentes", explicou Nunes. Na Europa e Oriente Médio, que serão atendidos pelo escritório na Alemanha, a Bematech vê oportunidades em máquinas registradoras e impressoras. Carlos Ossamu
Arcelor Mittal venderá fábrica alemã
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Arcelor Mittal, maior siderúrgica do mundo, revelou ontem um grande programa de refinanciamento e venda de ativos, além de reafirmar projeção de lucro. A companhia concordou em vender sua unidade alemã Stahlwerk Thueringen (SWT) para o rival espanhol Grupo Alfonso Gallardo p o r 5 9 1 m i l h õ e s d e e u ro s (US$ 787,2 milhões). A venda da SWT, que movimentou mais de 400 milhões de euros em 2005, faz parte das obrigações impostas à Mittal Steel para atender
Ceará Steel só em 2010
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impasse entre a Petrobras e os sócios da Ceará Steel sobre o preço do gás a ser fornecido para a siderúrgica, que se arrasta desde meados do ano, adiou de 2009 para 2010 o início da produção comercial da unidade, informou ontem o gerente de desenvolvimento do complexo siderúrgico do Ceará, Ricardo Parente.
preocupações de concorrência da Comissão Européia após a fusão com a Arcelor. Para completar as exigências das autoridades, a Arcelor Mittal ainda tem de vender as plantas de Travi e Profilati di Pallanzeno, da Arcelor na Itália, e a usina Huta Bankowa, da Mittal Steel na Polônia. "O processo de venda dos outros dois ativos já está bem encaminhado", afirmou a companhia. O plano de refinanciamento da Arcelor Mittal foi assinado pela empresa junto a 26 bancos no valor de 17 bilhões de euros. Os termos
ficaram em linha com a expectativa do mercado, afirmaram analistas. A transação deve mostrar que a Arcelor e a Mittal Steel terão melhores condições de crédito como uma única companhia. A empresa reafirmou sua previsão de lucro "baseada em um sólido ambiente do mercado siderúrgico". A Arcelor Mittal espera lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (ebtida, na sigla e m i n g l ê s ) e m 2 0 0 6 e n t re US$ 15,2 bilhões e US$ 15,4 bilhões e estima um resultado maior em 2007. (Reuters)
Segundo ele, a Petrobras quer repassar para a Ceará Steel parte do prejuízo provocado pela renegociação do contratos de gás com a Bolívia. "Não podemos pagar o preço pelo problema na Bolívia. Ela (Petrobras) faz conosco o que o Evo Morales fez com ela", afirmou Parente. A estatal e a Ceará Steel, que tem como sócios a coreana Dongkuk Steel, a italiana Danieli e a brasileira Companhia Vale do Rio Doce, enfrentam um impasse desde meados
deste ano por causa de um contrato que teria sido assinado em 1996 entre a Petrobras e o governo do Ceará. Na época, o preço do insumo era mais baixo. Parente afirmou que a estatal quer repassar à Ceará Steel os custos que a Petrobras terá para ampliar a oferta de gás no País por meio do Gás Natural Liquefeito, projeto que vai substituir o aumento de importação do gás boliviano, já descartado em razão da crise com o país vizinho. (Reuters)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.LAZER
sexta-feira, sábado e domingo, 8, 9 e 10 de dezembro de 2006
CONCERTO Alegria e brincadeira em ópera para crianças e adolescentes. E a última obra de Mozart. Divulgação
CÂMARA
ORQUESTRAS
Fotos: Arquivo DC
Maestro da Osesp, John Neschling
Ópera, sinfonia, suíte. Com a turma da USP
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Orquestra de Câmara da USP (Ocam) continua nesta semana a série Música em Cena, que destaca óperas e sinfonias. Três maestros se revezam no pódio, para dirigir a Abertura da ópera As Bodas de Fígaro (conhecida como K 492), a Sinfonia Haffner (K 385), ambas de Mozart, e o Scherzo Op. 61, Nº 1, de Sonhos de Uma Noite de Verão, de Mendelssohn (foto). A atual fase da Ocam, integrada por músicos da Sinfônica da USP (Osusp), recém-premiada com o Troféu Carlos Gomes, é considerada excepcional. Sob a direção artística de Gil Jardim, tem apresentado repertório diversificado, que valoriza, quase sempre, compositores brasileiros. Agora, no entanto, contempla o clássico e o romântico. Centro Cultural Fiesp. Avenida Paulista, 1313. Domingo, 10. Às 11h30. Grátis.
Cena de João e Maria: luz negra, balé e jogos de bonecos
JOÃO E MARIA
NEM PARECE ÓPERA...
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Divulgação
Tearo Municipal encerra sua temporada lírica de 2006 com a reapresentação de um grande sucesso dos corpos estáveis da casa, a ópera João e Maria, do compositor alemão Engelbert Humperdinck (1854-1921), baseada na obra dos irmãos Grimm (Jacob e Wilhelm, alemães, que viveram entre 1785 e 1863). O enredo da ópera narra as aventuras de dois irmãos que se perdem numa floresta e são seqüestrados por uma bruxa. O texto foi traduzido do alemão pelo músico e pesquisador Dante Pignataria em parceria com o maestro Jamil Maluf, diretor artístico do teatro e regente titular da Orquestra Experimental de Repertório, responsável pelo acompanhamento dos cantores. A produção, originalmente apresentada em 2002, é um espetáculo ágil, fluente, muito divertido, de fácil entendimento, e, por isso mesmo, capaz de prender a atenção das platéias mais diversas. É, enfim, um espetáculo popular, com o
Dois irmãos perdidos: espetáculo ágil, fluente e muito divertido
requinte de montagem típico da cena lítica. Utilizando recursos do teatro negro da Cia. Imago de Animação, para atrair, em especial, crianças e adolescentes, produz efeitos mágicos, embalados pela música de Humperdinck, cheia de melodias facilmente memorizáveis e alegres. A direção cênica, de Flávio de Souza, e os cenários e figurinos, de
Fernando Anhê, são fundamentais à concepção da montagem. Dão-lhe graça, leveza, muita cor e uma certa "eletricidade", elementos necessários para "segurar" platéias mais inquietas e pouco afeitas ao mundo da ópera. A montagem conta com a participação do Coro Infanto-Juvenil da Escola Municipal de Música (regência de Mara Campos),
bailarinos da Escola Municipal de Bailado (direção de Esmeralda Gazal), além dos solistas: Denise de Freitas (João), Andréia Ferreira (Maria), ambas sopranos; Regina Elena Mesquita (uma bruxa formidável); Leonardo Neiva (pai); Céline Imbert (carismática e bela, como a mãe); Guiomar Milan (gênio do sono) e Edna D´Oliveira (fada do orvalho). Irmãos Grimm - A família dos Grimm é originária do estado de Hessen, na Alemanha. Inseridos num contexto histórico alemão de resistência às conquistas napoleônicas, os Irmãos Grimm recolheram, diretamente da memória popular, as antigas narrativas, lendas ou sagas germânicas, conservadas por tradição oral. O universo da literatura deles é o infantil. Entre suas histórias mais conhecidas estão Branca de Neve, Cinderela, Rapunzel, e, lógico, João e Maria. Teatro Municipal. Praça Ramos de Azevedo, s/n. Tel.: (11) 3222-8698. Sábado (9), às 17h. R$ 10 a R$ 15. Récitas ainda nos dias 11, 13, 15 e 17.
Requiem, sua última, grandiosa e enigmática obra. Em dois concertos com a Osesp.
A MÚSICA SOLENE DE MOZART N
o quarto semi-escuro, Mozart olhou os amigos à sua volta e propôs: vamos rever a Lacrimosa. Decidiu que faria as partes de contralto. Nos primeiros compassos, parou de cantar e não conseguiu deter a crise de choro. Depois, refugiou-se no silêncio, alheio a tudo o que acontecia à sua volta. Lacrimosa é parte da Seqüência, um dos movimentos do Requiem K 626, a última e grandiosa construção de Wolfgang Amad e u s M o z a r t (1756/1791), que a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) apresenta neste fim de semana. Onze horas depois daquela cena impressionante (seg u n d o c o n t a Co n t a n z e, mulher de Mozart), o compositor morreu: era 5 de dezembro de 1791. Tinha 35 anos. Segundo a maioria dos historiadores
da música, Mozart não o completou. Por isso mesmo, o Requiem desperta muita especulação: quem o concluiu? Quantas partes teriam sido terminadas por outros autores? Na recém-publicada Mozart Cambridge Encyclopedia, o musicólogo inglês Simon Keefe, eminente analista da escritura mozartiana, discute as várias tentativas de conclusão do Requiem. A versão oficialmente aceita é de que o responsável pela "costura" final da obra é de Franz Xavier Süssmayr, aluno de Mozart. Considerado um dos mais fascinantes enigmas da história da música, o Requiem foi encomendado a Mozart pelo Conde Franz Walsegg Stuppach (1763-1827), um rico proprietário que queria apresentar uma missa em cerimônia dedicada à memória de sua mulher, Anna, falecida em 14 de fevereiro de 1791. Consta que um agente do conde bateu à porta da casa de Mozart, na primavera ou verão de 1791, levando-lhe a encomenda de uma pessoa que não queria identificarse. Sabe-se que o compositor recebeu adiantamento de 30 dos 60 ducados propostos para escrever a missa. Musicólogos da estatura do austríaco Niko-
laus Harnoncourt, considerado um dos mais importantes estudiosos do barroco, não aceita a polêmica a respeito da estrutura do Requiem. Ele defende que a obra tem organização, harmonia e coerência tão perfeitas que só poderia ter sido escrita inteiramente por Mozart, "jamais por um discípulo de produção medíocre como Süssmayr". Enigmas à parte, ouvir o Requiem com a devida atenção é ter contato com uma dimensão de música "indefinível, inclassificável, absoluta como criação", como reforça - admirado, Harnoncourt. Requiem e mais - O concerto da Osesp vai apresentar, antes do R equiem,aAberturada ópera Idomeneo(K 336) e Recitativo e Ária K 431 (Misero! O sogno - Aura, che in torno spiri),também composições de Mozart. Participam o Coro Sinfônico e os solistas Alexandra Coku (soprano); Liliana Nikiteanu (contralto); Christoph Prégardien (tenor) e Robert Holzer (baixo). Sala São Paulo, Praça Júlio Prestes, s/nº. Tel.: (11) 33679500. Sexta (8), 21h; sábado (9), 16h30. R$ 25 a R$ 79. Na próxima semana, a Osesp encerra a temporada de 2006. Com MPB. (MMJ)
O novos estudiosos de Mozart
A reorganização da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), num processo iniciado há cerca de dez anos, agitou o cenário cultural brasileiro. A Orquestra Sinfônica Brasileira, com sede no Rio de Janeiro, mobiliza-se. Amplia o repertório, contrata novos músicos, projeta uma sede espetacular, nos moldes da Sala São Paulo. A Orquestra Experimental de Repertório, celeiro de talentos, batalha para valorizar seu status. Ligia As Amadio orquestras da USP entraram com garra no circuito e arrancam aplausos do público e dos críticos. É inspirada nesse panorama alentador a Osesp, agora uma Fundação, promove de hoje (8) a domingo (10) um seminário inédito para Jamil discutir a Maluf realidade das sinfônicas do País. Participam maestros (entre eles, John Neschling, José Maria Florêncio, Ligia Amadio, Jamil Maluf e Gil Jardim), além de jornalistas e editores de publicações especializadas. O ministro Gilberto Gil, da Cultura, abre o seminário, às 9h. Sala São Paulo. Praça Júlio Prestes, s/nº. Tel.: (11) 3337-5414. Grátis, sem inscrição prévia.
Gardner, Christie, Minkowski, Rilling e Hogwood
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ikolaus Harnoncourt (abaixo), maestro austríaco, é um dos maiores estudiosos do período barroco. E tem imensa discografia dedicada a Mozart (missas, sinfonias). Outros maestros, chamados de novos mozartianos, fazem coro com Harnoncourt. Entre eles, estão o inglês John Eliot Gardner, que gravou primorosa versão do Requiem; William Christie, cuja orquestra, sediada na França, tem feito releitura das obras vocais e sacras de Mozart; Helmut Rilling; Christopher Hogwood e Marc Minkowski, francês que deu a Mozart um "tônus" à Beethoven, que os especialistas chamam de "fantástico sopro de juventude". Minkowski esteve no Brasil recentemente, trazido pela Sociedade de Cultura Artística. Sua apresentação ganhou o selo de "melhor espetáculo do ano", dado pelo Prêmio Carlos Gomes.
VALSAS, TANGOS E CHOROS DE NAZARETH E KRIEGER. NO MIS. Com a pianista Eudóxia de Barros, estudiosa dos compositores brasileiros. Museu da Imagem e do Som. Av. Europa, 158. Tel.: (11) 3062-9197. Domingo (10). 17h. R$ 10.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 8, 9 e 10 de dezembro de 2006
LIVROS
LAZER - 3
TEATRO INFANTIL
Ilustrações dão asas à imaginação
Para a alegria da criançada, premiadas peças voltam ao palco do Teatro Alfa
Fotos: Reprodução
TRAÇOS E CORES DO MUNDO DA FANTASIA
Rita Alves
A
s técnicas são diversas e sempre atraem o olhar dos pequenos. Espalhados pelos livros infantis estão princesas, animais, bruxas e outros personagens criados por ilustradores. Uma das pessoas que contribui para povoar o mundo da imaginação das crianças é Ingrid Biesemeyer Bellinghausen. Além de ser autora de diversos livros infantis, ela também ilustra suas próprias histórias de uma forma bem peculiar. No livro Personagens Encantados II (Editora Difusão Cultural do Livro, 24 páginas, RS 21), por exemplo, figuras do folclore brasileiro ganham forma e cores com barbantes, lantejoulas e outros apetrechos. Ingrid explica que procurou por uma técnica mista, que incluísse materiais que fossem populares e com brilho. "Lembrei das lantejoulas e miçangas, tão populares no carnaval, que é folclore". As criações da autora deixam a meninada encantada e com vontade de colocar a mão na massa também. "Crio, para cada livro, uma oficina de arte para crianças, onde elas podem desenvolver um trabalho de plástica utilizando a mesma técnica que usei para ilustrar o livro". Desenhos em preto e branco também encantam o leitor infantil. No recém-lançado Seis Tombos e um Pulinho - As aventuras de Santos Dumont até inventar o 14-Bis (Editora Record, 154 páginas, R$ 24,90) quem deu asas à imaginação foi Eloar Guazzelli. O gaúcho, que há vinte anos percorre a trajetória da animação e da ilustração, confessa que ficou apaixonado pelo personagem do aviador e diz que levou cerca de três semanas para finalizar o trabalho. Cláudio Fragata, autor do livro, considera as ilustrações fundamentais quando o alvo é o público infantil e jovem. "Um ilustrador mal escolhido pode acabar com o seu livro". Apesar do alerta, Fragata diz que sempre teve sorte com esses profissionais. "Achei muito bacana a editora ter escolhido o Guazzelli. Quando vi o livro pronto, achei belíssimo!". Quem começou a trilhar o caminho da literatura infantil este ano foi o jornalista Chicolelis. Para ilustrar o livro Pra Fora, Rex! (Alis Editora, 12 páginas, R$ 17), o autor contou com o trabalho de outro estreante, o publicitário Carlos Maia. "Passei cerca de três meses criando as ilustrações", diz. A técnica vetorial com o software free hand usada por ele tem agradado bastante às crianças. Chicolelis confessa que, na primeira prova do livro, ficou um tanto quanto ressabiado com o traço muito moderno dele. "Depois, no conjunto, vi que conseguiu colocar o cão num mundo mais atual e mais atrativo para os pequenos". E a idéia deu certo. Pelo menos para Thaís Santanielli, de oito anos, que, entre seus três livros ilustrados prediletos, inclui o Pra Fora, Rex!. A garota ainda cita Vovô Nasceu em Portugal, de Guilherme Del Campo e Marilda Del Campo e Represália de Bicho, escrito por Tatiana Belinky. Thaís conta que apesar de preferir livros com desenhos, já se decepcionou com alguns. "Uma vez, li uma história de uma menina que tinha uma avó que era uma ET. Os desenhos eram feios e o livro era meio chato também". Ela diz adora livros, tanto os que têm ilustrações quanto os sem. Atualmente Thaís está lendo os contos de O Amor está com Pressa, de Jorge Miguel Marinho, que traz ilustrações em preto e branco. Luma de Souza Fernandes, de nove anos, também é fã de livros com ilustrações. Seus preferidos são Ai que Vergonha - Diário Secreto de Amarilis Flores, de Caroline Plaisted e Cherry Whytock e os livros da Coleção Bob Esponja, da Editora Caramelo.
Barbantes e lantejoulas formam o imortal Anhangá
Sérgio Roveri
N
a semana em que o teatro adulto começa a cerrar as cortinas, com a saída de 17 espetáculos de cartaz (entre eles produções de destaques como Ricardo III e Dúvida), o TeaIlustração tro Alfa, de olho nas férias da criançade Graça da, promove um festival de peças inLima do livro Canta fantis que vai ocupar quatro tardes da e Dança de semana que vem, sempre às 15h. O mérito do festival não está no número Susana de espetáculos programados, mas em Sanson. O sua qualidade, já atestada pelos prêdesenho acompanha mios que conquistaram durante a temporada regular em que permanea música ceram em cena. Marcha Caixa Mágica abre a programação Soldado. na tarde de terça-feira. Ousado na medida certa, o espetáculo recorre à metalinguagem para convidar o público mirim a embarcar em uma viagem pela história da arte de representar. Ao mesmo tempo em que desvendam os mecanismos que dão suporte à magia
EMBALO
teatral – como iluminação, cenografia e figurinos – dois técnicos narram várias histórias sobre os períodos mais importantes das artes cênicas, como o teatro grego, a commedia dell’arte, os trovadores medievais, o teatro na época de Shakespeare e a linguagem contemporânea. Um passeio de mais de dois mil anos condensado em enxutos 50 minutos de apresentação. A segunda peça da semana, Guarda Zool, em cartaz na tarde de quarta, serve para antecipar o clima de praia que aguarda a garotada a partir de janeiro. Assim que chegam ao litoral, dois amigos descobrem que o mar e a areia escondem vários segredos e brincadeiras. Objetos como baldinhos de plásticos e pás ganham novas e inusitadas formas, a chuva que cai se transforma em brinquedo e o banho de mar dá origem a uma aventura arrepiante. De caráter mais didático, Zôo-IlógiDivulgação
ED MOTTA
Eloar Guazzelli traça as aventuras de SantosDumont e Carlos Maia cria o cão Rex.
Ilustração de Mariana Massarani do livro de Ruth Rocha Quem tem medo de dizer não? . Mariana diz que prefere criar tudo sozinha e quando o livro é bom as idéias vão aparecendo mais rápido.
Jazz, samba, soul e musicais da Broadway vão conviver em harmonia no palco do Sesc Pompéia neste fim de semana. No comando do show estará o cantor, compositor e multiinstrumentista Ed Motta. No repertório, músicas de seu último CD Aystelum, indicado ao Prêmio Grammy Latino na categoria Jazz Latino. Acompanhado pela banda, Ed Motta promete soltar voz. No Sesc Pompéia, Rua Clélia, 93, tel.: (11) 3871-7700. Sábado (9), às 21h, e domingo (10), às 18h. Ingressos: R$ 8 a R$ 20.
Ed Motta: auto-retrato
co, atração da quinta, pretende estimular o processo criativo das crianças. Diante de um zoológico de portões fechados, dois amigos vão usar pratos, talheres, panos e bacias para reproduzir as imagens de bichos que eles acreditam viver dentro do zôo. O festival termina na tarde de sexta (15) com Inzôonia, espetáculo que faz graça a partir da dificuldade de dormir e das imagens de seres fantásticos que habitam a imaginação infantil durante a noite. Mas não há nada de terror nesta trama em que quase todos os objetos do quarto ganham vida própria só para divertir a garotada. Festival de Teatro Infantil - Na Sala B do Teatro Alfa, Rua Bento de Andrade Filho, 722, tel.: (11) 5693-40000. De terça (12) a sexta (15), sempre às 15h. Ingressos de R$ 10 a R$ 20.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.LAZER
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GASTRONOMIA Baby Beef Rubaiyat reabre após 4 meses
Menino francês
Fotos: Divulgação
José Guilherme R. Ferreira Henri Cartier-Bresson/FHCB
O
Salão da casa, com bufês mediterrâneo e de sobremesas: remodelação após incêndio incluiu clarabóias no teto, que trazem mais luz natural
NOVAS CARNES NO CARDÁPIO Lúcia Helena de Camargo
Q
uem gosta de comer carne boa provavelmente já esteve no Baby Beef Rubaiyat. O restaurante foi reaberto em 20 de novembro, depois de passar quatro meses fechado para reforma, causada por um princípio de incêndio em sua cozinha. E reinaugura com novidades. Com projeto arquitetônico de Fernando Iglesias, foram, incluídas clarabóias no teto, levando mais luz natural para o salão. Além da Picanha Summus, Bisteca Premium, Master Beef e o Baby Beef, cortes vindos do rebanho da Fazenda Rubaiyat em Dourados, Mato Grosso do Sul, a casa incorporou esta semana ao cardápio o Tropical Kobe Beef. A nova variedade de carne bovina é resultado do cruzamento entre duas raças consideradas de alta qualidade, a Brangus – trazida ao Brasil pelo restaurante
– e a Wagyu, de origem japonesa, que chegou ao País na década de 1990, através da empresa Yakult e há cinco anos é criada na fazenda Rubaiyat. Toda essa apresentação pecuária serve apenas para identificar o que chega ao prato, que é uma carne suculenta como nenhuma outra. A gordura infiltrada nas fibras dá a aparência "marmorizada" quando crua. Depois de grelhada, a gordura derrete entre as fibras, tornando a carne muito saborosa. O novidade é servida à la carte, em cinco cortes diferentes: Baby beef (R$ 85), Bife de chorizo (R$ 85), Picanha (R$ 85 e R$ 55, meia porção), Filé mignon (R$ 85) e Costela especial (R$ 70). Foi mantido no cardápio o tradicional bufê mediterrâneo (R$ 79), além da feijoada das quartas e sábados, feita com feijão-floresta e carne-seca e ingredientes de baixo teor de gordura, que incluem Baby Pork e o Baby Ja-
vali, criados ao ar livre e por isso têm carne mais magra. Entre outros prêmios, o restaurante ganha todo ano, desde 1997, a eleição de Melhor Carne da Cidade, pelo júri da revista Veja São Paulo. "Já é rotina", esnoba Belarmino Iglesias Filho, proprietário do grupo, que brinca também com a aparência do gado que provém os novos cortes servidos: "Achei que o boi teria olhos puxados, mas me decepcionei". Porém, ele fala sério quando o assunto são os negócios. Seu objetivo é conseguir convencer os brasileiros de que a carne argentina não é sempre a melhor. "Queremos vender para os restaurantes brasileiros que importam carne da Argentina", almeja. "A partir do momento em que as famílias começarem a consumir esta carne, não vão querer outra", confia. Para acompanhar, a boa pedida é
escolher um entre os 800 rótulos de vinho, do Novo ou Velho Mundo. Com mais de 4 mil garrafas, a adega da casa foi eleita em 2005 pela Revista Wine Espectator como uma das melhores do País. E, por fim, não tem como ignorar o bufê de sobremesas, com 25 tipos para escolher. Entre outras, mousse de chocolate, torta nozes, profiteroles, folhado de doce de leite, quindim e crema catalana.
fotógrafo Henri CartierBresson (1908-2004) pontuou uma de suas últimas entrevistas – ao jornalista David Friend, da Vanity Fair –, com vinho branco de Bordeaux. Taças bem servidas, brindava: "À anarquia!" Era março de 2003 e a revista celebrava a abertura da Fundação CartierBresson, em Paris. Com a defesa do anarquismo, ele trazia para a discussão temas como a liberdade de fotografar e uma ética própria, na qual o instinto triunfa sobre a razão. Antes da fotografia, estudou pintura com o cubista André Lhote e caiu na farra com surrealistas. Quase morreu de febre numa jornada pela África. Foi também assistente do cineasta Jean Renoir. Soldado francês na Segunda Grande Guerra, irritava os nazistas com uma colorida provocação cultural: "Nós não podemos trabalhar sem vinho tinto!", dizia aos alemães. Conseguiu fugir a tempo de documentar a libertação de Paris. Em 1947, ajudou a fundar a Magnum, a primeira agência de fotojornalismo, e passou décadas
viajando pelo mundo. Sair para a rua, Leica na mão, era o que mais dava prazer a Cartier-Bresson na aventura para capturar o "momento decisivo", aquele no qual, ele dizia, a harmonia visual e a expressão humana se encontram. Seus flagrantes da Paris dos anos 30/40 são memoráveis ao deixar de lado clichês para "reconstruir intelectualmente a cidade". É disso que se trata a imagem do menino todo pimpão carregando preciosas garrafas de vinho.
http://www.henricar tierbresson.org/ http://digitaljournalist.org/issue0412/friend.html
Belarmino Iglesias Filho (esq.) tem planos ambiciosos para a nova carne (abaixo, picanha): "Queremos vender para os restaurantes"
Baby Beef Rubaiyat Alameda Santos, 86, Paraíso, tel.: (11) 3141-1188.
ADEGA
GEWÜRZTRAMINER, A MÃE DE VINHOS NOTÁVEIS
A
superprodução de vinhos na Comunidade Européia tem levado seus dirigentes a propor o arrancamento de videiras nos principais países vitivinicultores. Algumas variedades tradicionais de uvas entretanto, por seu mérito e peculiaridades não estão incluídas nessa tendência, caso da gewürztraminer, variedade capaz de gerar vinhos notáveis, dependendo de onde e como forem os mesmos elaborados. A gewürztraminer, teria se originado, para alguns ampeleóloges na região de Tramin (ou Termeno) no atual Tirol italiano, ao redor de 1000 A.D. Considera-se hoje como "pátria" da gewürztraminer a Alsácia, no vale do Reno, pelo fato de provirem dessa região os mais reputados vinhos da variedade. Existem vinhedos da variedade em várias outras regiões, no Palatinado alemão, na Baixa Áustria, na Hungria, na República Checa, Eslovênia, Bulgária e no Novo Mundo, Austrália, Nova Zelândia, Califórnia, África do Sul e Argentina. A da Alsácia é entretanto única inigualável, com vinhos de um aroma, um perfume único. Degustado uma única vez, principalmente o de "colheita tardia" não será nunca esquecido. O saudoso vinhateiro/filósofo de Viãmão (RS), Guglielmone, dizia que a gewürztraminer era a "prostituta das uvas", pois usava perfume demais. Brincadeira à parte, a gewürztraminer da Alsácia tem uma intensidade e variedade aromáticas, inesquecíveis. Provaremos hoje um da Alsácia e um do Novo Mundo. Gewürztraminer 2004 - Alsace
Produtor : Domaine Paul Blanck, Kientzheim. Importador: Decanter Rua Joaquim Floriano, 101, conjunto 85, Itaim, tel.: (11) 3074-5454. Detalhe: os vinhos da Alsácia trazem no rótulo em destaque, a variedade da uva.
Sérgio de Paula Santos Reprodução
Vinho de coloração amarelo-pálida, límpido e brilhante. Aroma intenso floral e terpênico, com longo retroofolfato. Na boca o vinho corresponde ao olfato-macio, equilibrado e com uma ampla gama de sabores. Pede um acompanhamento com paladar difinido, picante mesmo seja carne branca ou vermelha. Preço: R$ 106. Avaliação 86/100
Fotos: Paulo Pampolin/Hype
Gewürgztraminer Luigi Bosca -2004 - 500 ml Produtor: Vinícola Luigi Bosca Mendoza, Argentina. Importador: Decanter, mesmo endereço. A Vinícola Luigi Bosca da família Arizú é uma das mais criativas do país, tendo sido a pioneira na produção de vinhos de variedades antes ausentes do país – Viognier, Perti Verdot, Gewürztraminer e outras. Este gewürztraminer tem a intenção de bem acompanhar as sobremesa. É de "granos nobles" ou e colheita tardia inteira. De coloração amarelo ouro e aroma da variedade, aproximase muito dos maiores vinhos da variedade, com a vantagem do preço. Um grande vinho para sobremesa. Preço: R$ 84. Avaliação 84/100 Critérios: Regular - De 50 a 60 pontos sobre 100 possíveis Bom - 60 a 70 pontos Muito Bom - 70 a 80 pontos Ótimo - De 80 a 90 pontos Excelente - Acima de 90 pontos Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, O Vinho e suas Circunstâncias, Senac, São Paulo, 2003.
Gewürztraminer 2004 - Alsace (alto), que equilibra uma ampla gama de sabores. E o Gewürgztraminer Luigi Bosca, também de 2004, bom acompanhamento para as sobremesas
Alsácia, no vale do Reno: a "pátria" da gewürztraminer. Nessa região são cultivadas as uvas usadas para fazer os mais reputados vinhos da variedade.
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LAZER - 5
TELEVISÃO O rastro do tsunami na TVE e premiação do pop internacional no domingo Fotos: Arquivo DC
Andrea Bocelli: convidado do World Music Award 2006
DOCUMENTO
SÁBIAS VIAGENS
Diário musical de Naná Aquiles Rique Reis
O
Regina Ricca
D
ezembro é o mês para relembrar uma das maiores tragédias recentes provocadas pela natureza, o devastador tsunami – palavra até então desconhecida no vocabulário de muita gente –, que atingiu a Ásia em 2004, matando milhares de pessoas. Um ano e meio após a tragédia, a TVE despachou uma equipe para a região, para conferir como ficou a paradisíaca Ilha de Phuket, na Tailândia, viagem que resultou no documentário Depois do Tsunami, que vai ao ar hoje, sexta (8), às 21h. Nele, a dupla formada pelo produtor Pedro Paiva e pela bióloga Fernanda Amorim mostra como está o cenário na região e quais trabalhos realizados por voluntários e cientistas, para reconstrução e recuperação das áreas afetadas, tanto em terra quanto embaixo d’água, estão sendo levados a cabo. Eles entrevistam moradores locais e estrangeiros e mostram que a
documentarista Paschoal Samora convidou o percussionista Naná Vasconcelos a uma viagem tragédia do maremoto também mupelo Recôncavo baiano. Assim, em dou para melhor a vida de algumas maio de 2005 lá foram eles rodear a pessoas, como a do canadense Jo Baía de Todos os Santos. Nascia o doBrudges e da tailandesa Noke. cumentário (lançado em DVD) Diário Amanhã, sábado (9), quem quiser de Naná – produzido pela Grifa Mixer, saber o que o poeta Ferreira Gullar com apoio da Petrobras –, colagem de tem a dizer sobre o papel da arte na belas imagens impulsionadas por formação das pessoas precisa sintoÀ meia-noite de sábado, TV Cultura exibe documentário com o poeta Ferreira Gullar sons díspares. Um instigante emaranizar à meia-noite na TV Cultura. No nhado de brasilidade. curta-metragem A Necessidade da ArNaná tinha na cabeça o desafio; nas te, de Zelito Viana (que assina o rotei- com exclusividade pelo canal MGM. O 100 milhões de álbuns. A premiação mãos o tambor; na alma o sonho: perro com Gullar e Vera de Paula), o poeta show, realizado no dia 15 de novem- coincide com o 25º aniversário do álceber o que a música e a religiosidade maranhense não só fala sobre arte co- bro na arena de Earls Court, em Lon- bum Thriller, que vendeu mais de 40 representam para uma gente que faz mo exibe pinturas que expressam a dres, teve como mestres-de-cerimô- milhões de cópias desde seu lançadelas fontes vitais de energia. E a partir evolução da humanidade. Uma via- nia os atores Lindsay Lohan e Jamie mento, em 198. Beyoncé, Nelly Furtadisso revelar-se a si próprio. gem pelo conhecimento e pela bele- Foxx, que compartilharam o palco do, Gwen Stefani, Mary J. Blige, NickleNaná é um personagem. Em seus esza produzida pelo homem através com estrelas como Michael Jackson, back, Andréa Bocelli, Enya, Katie Mepetáculos, rodeado por coisas estradas palavras mágicas de quem sabe que não fazia uma aparição pública lua, Bob Sinclair, Rihanna, Red Hot nhas que emitem sons, ele simboliza esfazer belíssimo uso delas. desde que foi absolvido do processo Chilli Pepers e Lin K Up com Daddy sa virtude numa alegoria que o repreE os fãs do pop internacional têm de abuso de crianças, em junho de Yankee também marcaram presença senta, e apresenta-se como uma entiencontro marcado no domingo, a 2005. O ídolo pop norte-americano na festa que premia os astros da múdade da qual emanam ruídos que partir das 22h, com o World Music recebeu o Diamond Award, que pre- sica pop que mais venderam discos Enya: na festa da música pop aqueles que presenciam seu transe não Award 2006 (WMA), que será exibido mia artistas que venderam mais de ao longo do ano. se sentem capaz de entendê-los plenamente. Aplaudem-no fascinados. SHOW Ele que os cativa e os faz cantar coisas sem nexo aparente também os faz dançar num compasso quase troncho. Este é Naná, pernambucano que gosta de dizer que na vida só tem o seu berimbau, e Rita Alves que além dele não há mais nada. Como num álCopacabana. Belchior, João Bosco, bum de figuriGiuseppe Verdi e Igor Stravisnsky Marina Lima nhas, as cenas se fazem parte da trilha sonora do canta músicas multiplicam dislonga, que traz no elenco Fernanda de seu mais pensando um roMontenegro, Paulo Gracindo, Regina recente CD, teiro pré-estabeCasé e Luiz Fernando Guimarães. Já Primórdios. No lecido. Cada quaem Eu Sei que Vou te Amar, quem Baretto. dro surge como protagoniza o romance é Fernanda Rua Vitório uma página de Torres e Thales Pan Chacon. O longa Fasano, 88. Tel.: revista completarendeu à atriz o prêmio de Melhor (11) 3896-4000. da com os croAtriz de Cinema de Cannes. Os dois mos que atiçam a relançamentos também fazem parte imaginação indo box que chega às lojas com todos fantil de quem os ajuntou. os filmes do cineasta. A coleção em Naná Assim, Paschoal Samora prende-se DVD lançada pela distribuidora Vasconcelos mais à beleza de cada cena do que a Versátil inclui ainda Opinião Pública em DVD: uma estória. Tal fracionamento parece (1967), Pindorama (1970), Toda belas pouco lhe importar. Saltos de cenas desNudez Será Castigada (1972), imagens continuadas, que poderiam enfraqueO Casamento (1975) e impulsionadas cer seu objetivo primeiro, fazem de DiáJabor: trabalho durante dois meses na remasterização de Tudo Bem Eu Te Amo (1982). por sons rio de Naná um exercício de audição de Maratona do díspares falas cheias de significados alegóricos e samba. Há religiosos e de contemplação de belos prêmios em cenários. Neles, fortes personagens fedinheiro. mininos desfilam sua sabedoria: dona Consulado Edith do Prato, Dalva do Samba, Virginia Music. Rodrigues e Mãe Guaiacu Luiza. Av. Cruzeiro do Em meio às paisagens rurais do ReSul, 2727. randes instrumentistas brasileiros se côncavo e do azul do mar da Bahia, inTel.: (11) reúnem neste fim de semana para tegrados aos sons que nascem logo 6223-5656. prestar uma homenagem à valsa; principalmente, que o silêncio é rompido, Naná se transà valsinha brasileira. O pianista Nelson Ayres e o forma num novo personagem até enacordeonista Toninho Ferragutti comandam o Toninho tão nunca vivenciado por ele: entrevisespetáculo. Com eles, Jane Duboc, Renato Braz e o Ferragutti, tador, ouvidor emocionado daquilo tarimbado Pery Ribeiro. O programa está assim afinado com dividido: Nesta sexta (8), Nelson e Toninho, com que têm a dizer os que habitam os lua nostalgia. gares selecionados para a visita invesvocais de Duboc. No sábado (9), Pinheiro e Braz Terceira Em ritmo tigativa. E sente-se tão à vontade na nodividem o palco. No domingo (10), Pery faz Bienal de Prata três por va pele que extrai de seus interlocutoparceria com Danilo. O programa contempla peças continua no Sesc quatro. res desabafos candentes, emoções vívidivertidas que começam com memórias de Pompéia. das e frases primorosas como "Pobre Chiquinha Gonzaga; viajam a Ernesto Nazareth; Recebe artistas tem mania: quando deita, sonha". Diáabraçam os temas mais inspirados de Pixinguinha; que se rio de Naná é um sonho. reverenciam arranjos de Radamés Gnatalli, Guerra destacaram no Mas, de percepção em percepção, Peixe, Cyro Pereira, Altamiro Carrilho e Maurício projeto. O de sonho em sonho, Samora rodou Carrilho; e chegam a Tom Jobim, Billy Blanco, virtuose Marcos um documentário longo. DeixandoAntônio Maria, Vinícius de Moraes, Carlos Lyra, Tardelli toca no se talvez levar pela inebriante e justiChico Buarque, Milton Nascimento e Toquinho. Os sábado (9). Rua ficada sensação de que o material que recitais serão apresentados no Teatro Sesc Clélia, 93. passava frente às suas câmeras - vídeo Ipiranga. Rua Bom Pastor, 822. Telefone: (11) 3349Telefone.: (11) digital e filme – tinha alta qualidade 2000. Sexta (8) e sábado (9), às 21h. Domingo (10), 3871-7700. cênica e estava impregnado do velho às 20h. Ingresso: R$ 24. 21h. Grátis. e verdadeiro misticismo afro-baiano, o diretor sucumbiu à prolixidade visual. Durasse o Diário de Naná 20 minutos e não os 60 minutos que tem, realçaria ainda mais a sua plenitude sonora e as emoções que afagam a tela.
JABOR IN BOX
Eu Sei que Vou te Amar volta ao cinema. E caixa com obras do diretor sai em DVD
A
ssim como aconteceu no mês passado com o filme Macunaíma, outros dois clássicos do cinema nacional voltam à telona. Dessa vez, estão sendo relançados em formato digital Tudo Bem (1978) e Eu Sei que Vou te Amar (1986), ambos dirigidos por Arnaldo Jabor. A produção do fim da década de 1970 foi exibida na última Mostra Internacional de Cinema. Antes da Mostra, Jabor trabalhou durante dois meses na remasterização do filme. A partir de hoje, sexta (8) o público poderá conferir no cinema o resultado da cópia restaurada com recursos do próprio diretor. Tudo Bem retrata a rotina de uma família de classe média carioca em fase de reforma do apartamento, em
VALSA POP
Músicos brasileiros se divertem ao lembrar clássicos de Chiquinha e Nazareth
Divulgação
G
Aquiles Rique Reis é vocalista do MPB4 e autor de O Gogó de Aquiles, editora A Girafa.
CONCERTO NO PARQUE: MAESTRO JÚLIO MEDAGLIA E DJ JÚLIO TORRES Domingo (10), às 11h, no Parque Villa-Lobos. No repertório, Mozart, Gershwin e Rick Wakeman. Com orquestra de 50 músicos e participação do violinista Amon Lima.
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sexta-feira, sábado e domingo, 8, 9 e 10 de dezembro de 2006
CINEMA Mágica, sentimentos natalinos, talões de cheques e risco de extinção da humanidade Uma comédia delicada. Sobre dinheiro.
Gravidez, forças ocultas, dança e romance
Fotos: Focus Filmes/Divulgação
m Bom Ano, no jargão agrícola dos semeadores da terra e dos plantadores de uvas, anuncia boa safra, boas notícias que brotaram. O título do filme do consagrado semeador de sucessos Ridley Scott prometia esta bonança, mas não é bem o que se vê na tela. Não trata só do rude cultivo da terra, mas do igualmente rude, ou mais, mercado financeiro. Dele vem o principal personagem, Max Skinner, inglês arrogante, rico e intragável, embora na pele de um cidadão neozelandês que vive na Austrália e faz a vida em Hollywood, Russell Crowe. Pois este é um espetáculo sobre e para ricos, para quem gosta, e cada vez tem gente gostando mais, mesmo sem participar do banquete. É claro que se trata de uma comédia. Ingleses têm muito pudor em mencionar suas riquezas a sério. Um Bom ano (A Good Year, 2006, 118 minutos). resultou num enjoamento muito britânico, embora a eterna tarimba do elenco dos ilhéus segure o barco. O empolado Max, homem muito mau, derruba os mercados com seu gênio financeiro. É frio ao sacar do talão de cheques como seu compatriota James Bond ao sacar sua arma. Teve infância e lembra-se Fox Film/Divulgação
Russell Crowe é Max Skinner, inglês arrogante, rico e intragável
do seu tio Henry (mais um grande papel para Albert Finney) e dos tempos passados na Provence francesa, onde, aos dez anos, tomava vinhos e discutia sobre sua qualidade. Lá teve também algumas experiências, digamos assim, eróticas com meninas. Mas um dia o sábio tio Henry morre e Max se torna herdeiro da propriedade. Que fazer? Abocanhá-la, é claro, seguindo seus genes argentários. Então, o insidioso amor aparece. Há a prima bastarda, Christie ( Abbie Cornish), que chega para disputar com ele o legado, e a dona de restaurante de pavio curto, Fanny (Marion Cotillard). Max vai se apaixonar por uma delas, mas o que fará sobre sua propriedade provençal, onde os vinhos, lhe diz um enólogo, são muito ruins? Vendê-la e se render ao deus-dinheiro, esquecendo o sabor do bouquet? Ou voltar às suas memórias e afagos? Ridley Scott fez um filme delicado, até o ponto em que uma comédia sobre dinheiro bruto pode ser delicada. (GM)
OUTRAS ESTRÉIAS
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rilhante (Brasil, 2005, 75 minutos). A diretora Conceição Senna leva às telas a história da cidade baiana de Lençóis, na Chapada Diamantina. Crocodilo (Il Caimano, Itália, 112 minutos). Bruno Bonomo, famoso produtor de filmes B dos anos de 1970, assina contrato com a RAI para produzir um épico sobre Cristóvão Colombo, mas acaba oferecendo outro trabalho à RAI. A comédia dramática é dirigida por Nanni Moretti. OA - Vivo ou Morto (DOA: Dead or Alive, EUA/Alemanha/Inglaterra, 2006). Quatro garotas participam de um campeonato de luta e decidem se unir quando forças ocultas ameaçam o concurso. Com Holly Valance, Jaime Pressly, Sara Carter e Devon Aoki. Direção: Corey Yuen.
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Edward Norton na pele do respeitado mágico Eisenheim: truques únicos e surpreendentes com um pé no sobrenatural
UMA SURPRESA A CADA CENA
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ágica é a arte que se sustenta sobre a surpresa e o inexplicável. Uma boa história também torna-se interessante se contiver elementos originais pontuando o começo, meio e fim. O Ilusioni sta , longa-metragem que estréia no País nesta sexta, dia 8, consegue, ao narrar a saga de um mágico, combinar todos esses elementos e chegar a um feliz resultado. Edward Norton é Eisenheim, que evolui de menino pobre, filho de um marceneiro, para mágico respeitado, na Viena do início do século 20. As contingências sociais o separam de seu amor de adolescência, a duquesa Sophie Von Teschen (Jessica Biel, conhecida pela atuação na série de TV 7th Hea ven). A moça reaparece adulta, noiva do príncipe Leopold (Rufus Sewell). Vigora o império austro-húngaro e casamentos são tratados como acordos políticos entre nações. A disputa amorosa se anuncia. Mas o duelo maior acaba sendo disputado no palco: curioso e cético, o príncipe tenta desvendar os truques, enquanto o mágico expõe ao público algumas in-
Lúcia Helena de Camargo
como o inspetor Uhl, um policial quatenções escusas do monarca. O romance há muito interrompido se honesto, faz o contraponto ao ar mientre o menino pobre e a menina rica nimalista do mágico. É o espalhafato ameaça voltar à vida. Isso obviamente em pessoa, esbaforido, ansioso, por torna Leopold ainda mais desconfia- vezes completamente desnorteado, do e irascível. Sem alterar o tom de voz, além de obcecado pelo truque de uma laranjeira que cresce o mágico convence e em poucos segundos. encanta, fazendo truO filme é dirigido por ques únicos e surpreNeil Burger, também o endentes, tanto que roteirista. O texto receparecem ser algo além beu uma indicação ao do ilusionismo, com Independent Spirit um pé no sobrenatural. Awards de Melhor RoNorton sustenta a boa teiro. A base da trama atuação sobre um charfoi o conto Eisenhein - O me blasé. E convence. Ilu sioni sta, de Steven O ator americano de 37 Sophie Von Millhauser, ganhador anos foi por duas vezes Teschen: alvo de do Prêmio Pulitzer em indicado ao prêmio Osduelo amoroso 1997 pelo romance car: como Melhor Ator Martin Dressier: A HistóCoadjuvante pelo papel de Aaron Stampler no filme As ria de um Sonhador Americano. Outro ponto forte é a fotografia, asDuas Faces de um Crime(1996), e como Melhor Ator pelo papel de Derek Vi- sinada pelo britânico Dick Pope, tamnyard em A Outra História Americana bém fotógrafo de Vera Drake(2004). As (1999). Não ganhou. Talvez Eisenheim seqüências parecem pintadas à mão. seja sua grande chance de ser reco- Sobre cenários belíssimos incide uma luz de sonho e o resultado visual é nanhecido por seus pares. Já Paul Giamatti (recentemente vis- da menos do que deslumbrante. Para to em Sideways – Entre Umas e Outras), ambientar a história na Viena de en-
tão, o local escolhido foi o Leste Europeu. Não por acaso veio da República Tcheca parte do financiamento de produção, cujo custo total divulgado foi de US$ 16,5 milhões – valor bem modesto, se considerados os padrões atuais de Hollywood. Embora sem orçamento ambicioso, o longa contou com produtores competentes. Entre eles está Cathy Schulman, premiada este ano com o Oscar de Melhor Filme por Crash – No Limite. Este é o segundo longa sobre mágica a entrar em cartaz em 2006. O Grande Truque – com Hugh Jackman e Christian Bale e dirigido por Christopher Nolan – trata da rivalidade entre dois profissionais que lutam para conseguir o número definitivo. A diferença é que O Ilusionista possui um final realmente surpreendente. Sem invencionices e com uma história muito bem amarrada, é daqueles filmes que ainda valem a ida ao cinema. O Ilusionista (The Illusionist, EUA/República Tcheca, 2006, 110 minutos). Direção: Neil Burger. Com Edward Norton, Jessica Biel, Paul Giamatti, Rufus Sewell.
Brigas familiares e músicas natalinas
P
ara desespero de muitas famílias, está aberta a temporada anual de caça a Papai Noel no cinema com Um Natal Brilhante. Outros filmes virão, pontualmente, pois é impossível fugir da data. Bimbalham os sinos e tudo o mais. Aqui, os bons sentimentos natalinos triunfam, inevitavelmente, mas antes há uma guerra de vizinhos. Steve (Matthew Broderick) é o "rei do Natal" e adora decorar a casa na ocasião, para desgosto de seus dois filhos e da mulher Nelly (Kristin Davis). A compulsão natalina do marido, que no começo do calendário de dezembro começa a comprar coisas, a irrita e ela diz que aquilo é "trauma". Então, na calada da noite, chega um caminhão trazendo um vizinho novo, Buddy (Danny DeVito). É seu rival como rei natalino. Cada um com a casa mais enfeitada que a outra. Brigam e ficam amigos, pois é Natal. É uma época bem ruim, como se sabe, pois todos brigam. Uma cena notável de um filme já antigo, Gremlins, mostra a filha do papai, fantasiado de Noel, preocupada pelo seu desaparecimento. Sente um cheiro ruim e narra ao namorado que descobrira o corpo de seu pai, fantasiado de Noel, entalado na chaminé por onde pretendia descer para agradar a família com presentes. Chocante. Não se espere nada assim aqui. Há natais para todos os gostos. O que se mostra, em Natal Brilhante,
Geraldo Mayrink Divulgação
Um Natal Brilhante: guerra de vizinhos enquanto bimbalham os sinos
atende a alguns gostos mas não é brilhante. Seu tema é, digamos assim, a solidariedade, como em todas as festas natalinas. Steve sofreu mesmo um "trauma", como observou sua mulher Nelly, e teve infância errante, de pai militar que mudava de cidade em cidade
sem pensar em presentes no Natal. Por isso acha que seus dois filhos precisam aprender os bons valores antigos, ante o mal humor deles e da mulher. A chegada dos vizinhos Buddy, sua espevitada mulher Tia (Kristin Chemoveteh) e suas filhas louras, gêmeas, lindas e bur-
ras enriquece a vizinhança. Tia, diante da braguilha desabotoada de Steve, diz rindo "não vá soltar este passarinho na frente das crianças". Mas é só isso. Pois Steve e Buddy querem mais é fazer um Natal em que cada um supere o outro. Buddy envolve sua casa com uma profusão de luzes. Steve procura derrubálas até com mísseis. Os "reis do Natal" se amam e se odeiam. Prevalece o amor, no meio de muita neve. Enfim, é Natal. E é uma comédia. Talvez por isto o filme tenha trombadas na neve, para efeitos cômicos, e personagens de grande bondade. Apesar das explosões luminosas e coloridas, ninguém se machuca, briga ou se trucida. Enfim, nada de grave acontece. É o que deve ter pretendido o diretor de TV John Whitesell, autor de mais de duzentos episódios de seriados, entre eles o ótimo Law and Order, que passa nas noites e madugadas brasileiras com sua carga pesada de taras e crimes. Na sua estréia no cinema, mostra que talvez esteja cansado de tudo aquilo. Não fez um bom filme, mas mostrar todo mundo cantando na neve, depois das habituais brigas familiares de Natal, já é alguma coisa. Pelo menos para ele. Um Natal Brilhante (Deck the Halls, EUA, 2006, 95 minutos). Direção: John Whitesell. Danny DeVito e Matthew Broderick.
Campeonato de luta une quatro garotas ameçadas por forças ocultas
E
la Dança, Eu Danço (Step Up, EUA, 2006, 98 minutos). Tyler fica encantado com uma aluna de dança que conhece durante os serviços comunitários que presta em uma escola de artes. Com a aproximação, Tyler passa a ser o novo parceiro de dança da garota. Dirigido por Anne Fletcher. ilhos da Esperança (Chindren of Men, Inglaterra/EUA, 2006, 109 minutos). Baseado no livro homônimo da escritora inglesa P.D. James o longa narra a história de uma mulher que engravida em uma época que a humanidade corre risco de extinção. Direção: Afonso Cuarón. ó Deus Sabe (Sólo Dios Sabe, Brasil, México, 2006, 115 minutos). Em San Diego, Alice Braga vive uma brasileira apaixonada por um jornalista mexicano. Dirigido por Carlos Bolado. ombras do Passado (Schatten der Zeit, Alemanha, 2004, 112 minutos). Drama romântico indiano ambientado próximo a Cálcuta no fim dos anos de 1940. Na direção Florian Gallenberger.
F
S
S
Clive Owen e Julianne Moore em Filhos da Esperança
SCOOP, NOVA COMÉDIA DE WOODY ALLEN, SÓ EM 2007 Com produção no Reino Unido, filme traz no elenco Hugh Jackman, Scarlett Johansson e Ian McShane. Chega aos cinemas brasileiros em fevereiro.
Lula perde o primeiro teste da coalizão Oposição emplaca Aroldo Cedraz (PFL-BA) para vaga no TCU: derrota de Paulo Delgado (PT-MG), candidato da base aliada. Página 4 Ano 81 - Nº 22.268
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São Paulo, quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h50
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
AEROVEXAME
No rosto das crianças, sobre o ombro do pai, desalento, cansaço (foto). Nos adultos, revolta, impotência. O apagão aéreo acendeu uma luz no Planalto. Lula caiu das nuvens e passou a exigir "medidas urgentes". O Congresso criou duas comissões. Radares políticos prevêem a queda do ministro da Defesa e do comandante da Aeronáutica. Cidades 1
A noite de espera em Congonhas
Danilo Verpa/Hype
No dormitório em que se transformou o aeroporto, nosso repórter estava acordado. Cidades 2
Ricardo Stuckert/Reuters
SEM CARTAZ
Rogério Machado
Lula e Chávez: parceria além de comercial Paulo Pampolin/Hype
O presidente reeleito da Venezuela encontra-se com Lula e defende "aliança política". Pág. 4
Divulgação/Turis Rio
Rua XV de Novembro, no centro de Curitiba: os cartazes, aqui invisíveis, não foram abolidos, apenas regulamentados. Cidades 4
Classe A se rende aos piratas Brasil perde R$ 18,5 bi por ano. Abonados compram mais brinquedos. E 8 DC
HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 26º C. Mínima 29º C.
AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 26º C. Mínima 18º C.
No azul de Búzios O balneário fluminense não sai nunca de moda. Reúne 26 praias para todos os gostos, além de ilhas e ilhotas. Quando cai a noite, a Rua das Pedras leva à badalação e à boa mesa. Boa Viagem
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quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
Urbanismo Distritais Publicidade Tr â n s i t o
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 O prazo para a redução dos anúncios indicativos de comércio, indústria e serviços é 31 de março.
EMPRESA JÁ PROTOCOLOU AÇÃO CAUTELAR
Lei Cidade Limpa: agora é para valer Decreto foi publicado ontem. Publicidade deve ser retirada até 1º de janeiro. Rejane Tamoto
Paulo Pampolin/Hype
O
decreto que regulamenta a lei Cidade Limpa, do prefeito Gilberto Kassab, foi publicado ontem no Diário Oficial do Município. A legislação proíbe todo tipo de publicidade externa na cidade (outdoors, backlights, frontlights e painéis) a partir do próximo dia 1º. O decreto oficializou a prorrogação de prazo para a redução dos anúncios indicativos de comércio, indústria e serviços, que agora têm até o dia 31 de março de 2007 para se adaptar. Apesar desta mudança, os estabelecimentos deverão retirar anúncios de liquidação das vitrines, telões de rua e propaganda de empena cega. Os indicativos perpendiculares à fachada do estabelecimento (ou paralelos) devem estar, no máximo, a 15cm da parede externa e a 2,20 m de altura do passeio. Uma importante mudança estabelecida na regulamentação é que o cadastro e licenciamento dos anúncios indicativos (Cadan) será gratuito e feito pela Internet, em um sistema que será implantado, até 15 de fevereiro, no site da Prefeitura. Exceções - Segundo o decreto, deixam de ser considerados anúncios nos estabelecimentos – desde que não tenham logomarcas – placas com informações sobre o horário de atendi-
Marin, da Clear Channel, em frente a painel publicitário em branco
mento, que informem serviços 24 horas (com altura máxima de 5 m² e 1 m² de área de exposição), além das placas com indicações de estacionamento nos estabelecimentos (com no máximo 0,50 m²). Os postos de abastecimento poderão ter anúncios de preços de combustíveis. Não serão considerados anúncios os banners ou pôsteres de eventos culturais de museus e teatros, que ocupem até 10% da fachada. O decreto permite que alguns anúncios grandes permaneçam. "Um exemplo é o relógio do Itaú, na avenida Paulista. É uma peça referência. Estabeleceremos critérios para definir os anúncios incorporados à paisagem urbana. Acredito que devem ser os que estão em locais tombados e que existem há muito tempo", afirmou a diretora de Meio Am-
biente e Paisagem Urbana da Emurb, Regina Monteiro. Justiça - Para o segmento de publicidade exterior, no entanto, a regulamentação não trouxe mudanças. O Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior de São Paulo afirmou, em nota, que estuda junto aos advogados medidas legais cabíveis contra a lei. A tendência é que as empresas de mídia externa entrem com ações judiciais individualmente. Uma delas é a Clear Channel, que protocolou ontem uma ação cautelar que solicita o direito de manter os anúncios. "Não pedimos para manter 100% dos outdoors. Queremos manter nossas peças que estão dentro da lei 13.515", disse o diretor comercial da empresa no Brasil, Francisco Carlos Marin. Na página 4, como é a publicidade externa em Curitiba
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
LENTE DE
AUMENTO
POR QUE O BRASIL NÃO CRESCE?
G Sem
segurança jurídica não há política econômica que dê conta do recado É a segurança jurídica, a previsibilidade quanto à estabilidade das regras do jogo e o respeito às mesmas. No Brasil, a insegurança jurídica é alta e crescente. A começar pelo não pagamento dos precatórios, ou seja, decisões judiciais que tramitaram em todas as instâncias do Judiciário e que são ignoradas pelos governos sob alegações que vão de incapacidade financeira até o questionamento a posteriore das informações da origem dos processos. Outro elemento que se difunde à grande velocidade é o chamado direito alternativo. Cada vez mais juízes entendem que podem interpretar as leis sob o prisma da justiça social e, independente do direito objetivo, decidem discricionariamente a favor dos que entendem ser mais fracos, sejam empresas ou pessoas. No Rio Grande do Sul, onde essa moda se espalhou, as taxas de juros já são maiores que nos demais Estados.
Somam-se a esses elementos básicos as mudanças das regras do jogo tributário, a não aplicação de leis, a corrupção sistêmica, etc. Para não falar na quebra crescente dos sigilos diversos e nas extravagâncias das autoridades para demonstrar poder. Nos últimos anos agregou-se mais um elemento de insegurança: a política externa. Na medida que ela se confraterniza com países que têm como prática o desrespeito aos contratos, o governo sinaliza que amanhã poderá ser aqui. Mais grave quando sequer defende seus próprios direitos, ou de suas empresas, nesses países. Com tamanha evidência de insegurança, o país vai se concentrando nos segmentos com base no setor primário e nos de mais baixa produtividade. Assim, a produtividade média da economia cresce a taxas muito menores que a média mundial. Com taxas baixas de produtividade, a gestão macroeconômica passa a exigir juros mais altos e resultados fiscais maiores para gerar uma mesma estabilidade monetária. E nem ainda foi incluída aqui a troca do gasto público em infra-estrutura por gasto assistencial, ou a vantagem comparativa em sonegar num quadro de alta carga tributária sobre o PIB, que reforçam a baixa produtividade média. O resultado é um crescimento medíocre e um volume risível de investimentos em pesquisa. Em 2006, a China está investindo US$ 136 bilhões em P&D. O problema não é a natureza do regime, mas a previsibilidade das regras, a segurança jurídica. Sem esta preliminar não haverá política econômica que dê conta do recado. E, após cada vôo de galinha, a economia brasileira voltará a aterrissar. Não há solução econômica para isso. COMENTÁRIO DE CESAR MAIA, PREFEITO DO RIO HTTP://CESARMAIA.BLOGSPOT.COM
P olítica externa também cria insegurança
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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JOÃO DE SCANTIMBURGO Céllus
A
s empresas de ponta competem hoje por inovação, o que implica um processo continuado de acumulação capital-tecnologia. Por um lado, isso incorpora a necessidade de um enorme volume de investimentos. Por outro, de um alto risco, pelo desdobramento ou não em mercado das pesquisas e sua obsolescência a qualquer prazo. O fator locacional é cada vez mais flexível. As empresas decidem o local onde investir com amplo grau de liberdade. Tais fatores passaram a exigir uma preliminar não-econômica para os investimentos de maior incorporação de tecnologia e risco.
C
A volta da jurisprudência BENEDICTO FERRI DE BARROS
O
exercício do Judiciário, como decisão suprema e final da ordem legal de uma nação e seu povo, repousa sobre dois pressupostos. O primeiro é o de que a lei seja única, comum e igual para todo o povo em todo seu território, ressalvadas legítimas singularidades competentes a poderes locais. Sem o que a unidade nacional seria inviável. O segundo é que, como nos demais poderes (e por extensão nos demais setores da sociedade e seu funcionamento), o Judiciário possua estrutura escalonada hierarquicamente no que se refere às interpretações, decisões e mando relativos às leis, de acordo com o entendimento de seus dirigentes mais altos, cujo saber e experiência necessariamente são superiores aos de ocupantes de instâncias mais baixas. Não há nada de novo nessa estrutura nem nada que possa ser contestado nos seus fundamentos. A prevalência dos julgamentos emitidos pelas instâncias superiores do Poder Judiciário com referência às leis, sua interpretação e aplicação, nasceu junto com a idéia do Direito, como condição indispensável ao desempenho adequado de sua função como poder legal do Estado. Tinha o nome de Jurisprudência e não se conhece razão superior que imponha necessidade ou com conveniência de rebatizá-la como súmula vinculante. Jurisprudência, como o nome diz, significa prudência no julgamento, o que implica eqüidade, coerência e uniformidade nas decisões. Pois esta é a função mesma da Justiça. Não consta existir nação e povo regidos pelo Estado de Direito em que o Poder Judiciário dispense a jurisprudência como comando ordenador de sua função. No Brasil, porém, devido a numerosas causas, entre as quais predominam a instabilidade, anarquia, despreparo, incompetência de seus políticos, erigidos em legisla-
dores, abriram-se numerosas brechas para que instâncias primárias do Judiciário, sob a alegação imprópria de uma falsa autonomia de julgamento, emitissem sentenças em flagrante desacordo não só com consagradas decisões de instâncias superiores, como em acintoso arrepio a límpidos preceitos legais e constitucionais. E muito freqüentemente não por concepções jurídicas elevadas, mas por interesses inconfessáveis, simplesmente com o objetivo de confundir e/ou procrastinar decisões jurídicas finais. A famosa chicana alastrou um contencioso no funcionamento do Judiciário de instâncias inferiores se opondo às superiores, do que resultaram as deficiências do Judiciário: multiplicação, acúmulo, procrastrinação e até inviabilização de pronunciamento de uma sentença final. Para grande desmoralização e até engessamento desse poder. Na realidade, até convertendo a Justiça em mera disputa de chicana e rabulagem, não sendo poucos os casos em que gerações se sucederam sem obter decisão para disputas perpétuas.
O
renascimento da jurisprudência sob o apelido de súmula vinculante certamente fará muito para melhorar a qualidade e a eficiência do Poder Judiciário. Será, entretanto, uma ilusão pensar que possa colocá-lo na posição de exercer sua atividade segundo sua melhor capacidade. E isto simplesmente porque o Judiciário só aplica as leis. Não as faz. É o Legislativo que as faz. E continuará a fazê-las com a abundância, complexidade, incoerência e contradição interna que regem a mente de nossos políticos improvisados em legisladores. Os mesmos que, numa flagrante usurpação de poderes e violação de elementares direitos constitucionais nos legaram a que, numa confissão psicanalítica, aptamente denominaram de Constituição dos Miseráveis...
S úmula viculante fará muito pelo Judiciário. E o Congresso, o que fará?
Mais confiança no comércio eletrônico MARCELO LAU
A
s compras pela internet deverão bater mais um recorde em 2006. Até o final do ano deverão movimentar R$ 4,3 bilhões, um aumento de aproximadamente 70% em comparação com 2005, de acordo com dados da consultoria e-Bit. Uma explicação para o fenômeno é o aumento da confiança dos usuários internet no comércio eletrônico. O total de consumidores que já realizou pelo menos uma compra pela rede mundial de computadores deverá chegar a 6,8 milhões. Segundo cálculos da Federação Brasileira de Bancos, 26 milhões de pessoas utilizam internet banking, assim se vislumbra um universo ainda inexplorado de 19 milhões de consumidores. Tanto comerciantes quanto consumidores se beneficiam do comércio eletrônico. Para o varejo, o chamado e-commerce representa redução de custos - e, conseqüentemente, de preços, via diminuição do estoque exigido, logística adequada e eliminação de atravessadores. Na outra ponta do mouse, o consumidor passa a contar com poderosas ferramentas de pesquisa de preços. E a logística, antes uma barreira, agora trabalha a favor. Alguns produtos são entregues no mesmo dia em que o pedido foi realizado. O crescimento desse mercado, que no início da década era só uma promessa, hoje é realidade. A fusão dos sites Submarino e Americanas.com é mais um lance importante no jogo. Proporcionará às empresas sinergia e ganhos de escala. Mas, apesar desse vigor, no universo do comércio eletrônico, há ainda muito que fazer. Uma
das principais barreiras diz respeito aos hábitos de consumo. O modelo presencial de comércio é paradigma há milênios. Para o consumidor, quebrar esse hábito consiste num enorme desafio. Implica estabelecer com as empresas uma relação de confiança, na qual ele, consumidor, tem de divulgar dados como número de conta bancária, CPF etc. e esperar que o comerciante cumpra seu dever de entregar um produto com as características estabelecidas no prazo combinado.
E
sse desafio impõe aos bancos e varejistas pesados investimentos. Os bancos, por exemplo, investem R$ 1,2 bilhão por ano em combate às fraudes eletrônicas. Isso envolve, não apenas sistemas de segurança, mas também em campanhas educativas. É fundamental que bancos e empresas de comércio eletrônico assumam seu papel na orientação dos consumidores. Ao que tudo indica, o horizonte do comércio eletrônico é promissor. É de se esperar que a barreira da desconfiança seja, aos poucos, superada. E novos consumidores deverão passar a fazer parte desse mercado, graças a um esperado crescimento das vendas de computadores e de dispositivos que permitam o acesso à internet por meio de celulares. Orientação e responsabilidade, tanto por parte de usuários como de fornecedores, são a chave do sucesso. MARCELO LAU É DIRETOR- EXECUTIVO DA DATA SECURITY
O s hábitos de consumo dos consumidores são a principal barreira
A VITÓRIA DE CHÁVEZ itei há dias, nesta coluna, o editorial da revista The Economist, segundo o qual a maioria do povo na América Latina tende para a esquerda. A vitória de Hugo Chávez não me surpreendeu, embora seja contrária aos interesses maiores da Venezuela. O presidente Lula pode estar contente com a vitória de seu amigo Chávez, mas um povo esclarecido, como deveria ser o brasileiro, que dispõe de redes de televisão e de jornais de grande circulação, não deve gostar do que se deu no pleito de domingo. Chávez falou sobre Bolívar e a política bolivariana, exagerando nos elogios, pois Bolívar não estaria de acordo com o que o presidente da Venezuela chama de revolução. Concordo que não deixa de ser uma revolução, mas talhada por Chávez, que a fez segundo o seu molde triunfante, ao menos até agora, onde o resultado só virá mais tarde. Por enquanto, fiquemos na certeza de que a revolução de Chávez não interessa aos países democráticos da América Latina, inclusive aos que já se submeteram aos instrumentos de troca do presidente venezuelano.
R
econheço que Chávez tem o dom de falar a linguagem do povo minúsculo, o que pesou na eleição. Estamos habituados a esse tipo de candidatura que seduziu (como se anuncia) Lula, um membro do séquito de Chávez, a quem já recebeu no Brasil sem anunciar no Itamaraty. Chávez quer impor uma ditadura até 2020 ou mesmo mais. Onde há democracia rotativa? E onde há democracia no controle dos meios de comunicação? E os negócios proveitosos com matéria-prima de grande valor como é o petróleo?
E
stá certa a The Economist quando põe a América Latina do lado esquerdo, fechado para perdoe-me Lenine a expressão - convivência pacífica com outras tendências. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G A revolução
de Chávez, que seduziu Lula, não interessa às democracias da América Latina
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Tinha que marcar o Zidane, mas marcar como? Ele foi o jogador solo da França, ia na esquerda, ia na direita, voltava no meio...
Alaor Filho/AE
Do ex-técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, ao apresentar sua análise tática do Mundial da Alemanha, ontem, no 3º Fórum Internacional do Futebol.
www.dcomercio.com.br/logo/
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
DEZEMBRO
2 -.LOGO
7 Dia Internacional da Aviação Civil Leia sobre a crise no setor nas páginas C1 e C2
E SPAÇO
A prova da água
M EDICINA
Vacina contra gripe aviária, em 2008 diversas partes do mundo. Este foi o sétimo Fórum Global de Pesquisa de Vacinas da OMS, que avalia desenvolvimentos no combate a doenças como malária, dengue, aids gripa aviária e papilomavírus humano (HPV). Kieny disse que o ritmo do desenvolvimento da vacina contra o vírus H5N1 da gripe aviária, que pode infectar e matar seres humanos, depende do risco de o mundo enfrentar uma pandemia capaz de eliminar milhões de vidas.
O RIENTE MÉDIO Oleg Popov/Reuters
O mecenas da paz Um empresário de Israel está oferecendo ao premiê palestino, Ismail Haniyeh, US$ 1 bilhão se ele e seu colega israelense, Ehud Olmert, negociarem e alcançarem um acordo de paz no Oriente Médio. O bilionário Avi Shaked, que fez fortuna com sites de apostas online, afirmou que ele aliou-se a um consórcio de financiadores internacionais que estão prontos para injetar dinheiro na Autoridade Palestina se um acordo de paz for acertado. Uma injeção inicial de US$ 100 milhões será feita se o Haniyeh, líder do grupo militante islâmico Hamas, e Olmert puderem sentar para negociar. As chances da iniciativa ter sucesso são poucas. O Hamas defende a destruição do Estado judeu e Israel considera o E M
movimento como um grupo terrorista. "A matança precisa ser interrompida", disse Shaked ontem ao explicar o plano que ele afirma ter aprovação do primeiro-ministro britânico, Tony Blair. "Minha iniciativa é para ambos os líderes: por favor, sentem, comecem a negociar e tentem chegar a um a acordo. "No momento em que ambos os lados entrarem em acordo, este grupo investirá imediatamente US$ 1 bilhão. Os primeiros 10% serão aplicados assim que as negociações começarem." Shaked, de 53 anos, quer que o dinheiro ajude a recuperar a economia palestina, para colocá-la nos padrões israelenses, deixando ambos os lados no mesmo patamar.
Novo estudo mostra que água corrente ainda chega à superfície em Marte
U
m novo estudo de fotos da superfície marciana publicado ontem na revista Science promete causar polêmica por sugerir que água líquida correu pela superfície de Marte recentemente, o que eleva a probabilidade de o planeta vermelho vir a abrigar vida. As imagens, feitas pela sonda Mars Global Surveyor (MGS) não mostram a água correndo – mas mostram mudanças, aparentemente recentes, no relevo, que são forte evidência de que água às vezes flui pela superfície, em períodos recentes. Presença de água e uma fonte estável de calor são considerados fatores essenciais para o surgimento da vida. A hipótese sobre a presença recente de água em Marte surgiu quando o MGS detectou gargantas e ravinas que, cientistas acreditam, são geologicamente jovens e foram escavadas por cursos de água de alta velocidade, correndo por encostas e pelas paredes de crateras. Duas gargantas, fotografadas em 1999 e 2001, voltaram a ser observadas em 2004 e 2005 e mostraram mudanças consistentes
Cratera Vitoria, em Marte: paredes dessas formações geológicas com água corrente
Olhos grandes no etanol brasileiro com a hipótese de água escorrendo pelas paredes da cratera, de acordo com o estudo. Nos dois casos, os cientistas encontraram depósitos brilhantes e de cor clara nas gargantas, material que não estava lá nas gotas originais. Eles concluíram que esses depósitos - de lama, sais ou gelo – foram deixados quando água
caiu, em cascata, pelos canais. Água não pode existir como líquido por grandes períodos na superfície de Marte, porque a baixa pressão atmosférica e as baixas temperaturas logo transformam o material em gelo ou gás. Mas alguns estudos indicam que a água pode aparecer na superfície de tempos em tempos. (AE)
Toshiyuki Aizawa/Reuters
Gases e emergência
L
MERGULHO - Um dos funcionários do Sunshine Aquarium, em Tóquio, no Japão, se veste de Papai Noel "mergulhador" e nada com os peixes em exibição. A novidade foi idealizada para atrair mais visitantes ao aquário até o Natal.
A RTE
Todos os sons na telinha
Nota dez em popularidade mundial, Hello Kitty virou agora aparelho para DVD, MP3 e CD na cor rosa característica da marca e da personagem. Vem com controle remoto, tem tela fluorescente e permite scan progressivo e custa US$ 89.99 na Amazon.com.
Um catálogo com mais de 600 mil títulos de CDs e DVDs certamente é o que qualquer apaixonado por música precisa para encontrar as informações que deseja sobre a banda, o gênero, o artista ou as canções favoritas. O site da loja Billbox Records reúne todas essas informações além de funcionar como loja virtual para quem quiser fazer as compras diretamente online. A grande vantagem do site é trazer títulos pouco procurados, lançados com exclusividade no exterior
http://www.amazon.com
www.billboxrecords.com.br
A TÉ LOGO
Humor negro, amargura e marginalidade definem Tom Waits tanto em suas canções quanto em alguns de seus personagens
dos raros artistas que transita com tranqüilidade por diversas linguagens artísticas. Além da música, ele é ator requisitado por vários diretores. Com o brasileiro Hector Babenco,
filmou Ironweed e Brincando nos Campos do Senhor. Mas no Brasil, um dos seus filmes mais lembrados é Down By Law, dirigido por Jim Jamursch Paula Cunha
Um vôo da companhia American Airlines foi forçado a fazer um pouso de emergência na segunda-feira, depois que uma passageira acendeu alguns fósforos para disfarçar o cheiro de uma flatulência, disseram autoridades. O vôo direcionado a Dallas foi desviado para Nashville após vários passageiros terem sentido o cheiro de enxofre queimado dos fósforos. O FBI interrogou os 99 passageiros e cinco tripulantes e vistoriou o avião, até que uma passageira admitiu ter acendido os fósforos numa tentativa de esconder o "odor corporal". E GITO
Descoberta múmia de 4 mil anos Arqueólogos descobriram os restos mumificados de um médico que, acreditam, viveu há mais de 4.000 anos, e que foi sepultado juntamente com suas ferramentas cirúrgicas. A agência de notícias oficial do Egito, Mena, afirma que a múmia foi descoberta em Saqqara, 20 km ao sul do Cairo, durante a limpeza de um sítio arqueológico. O médico, chamado Qar, viveu durante a sexta dinastia dos faraós, entre 2.350 e 2.180 a.C. L OTERIAS Concurso 677 da LOTOMANIA 02
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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
União Européia exigirá cláusulas trabalhista e ambiental para abrir mercado ao Mercosul Reforma constitucional de Hugo Chjávez será o fim da economia neoliberal, diz deputado
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Popularidade em DVD Player
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m sua carreira, ele levou o verso "take a walk on the wild side" (dê um passeio no lado selvagem, de Lou Reed) ao pé da letra. O californiano Tom Waits chega hoje aos 57 anos convencido de que "as canções são apenas recipientes para o que se é, para como se sente". Especialista em fundir gêneros diferentes (rock, blues, jazz, etc), traz como marca inconfundível a voz rouca, que combina perfeitamente com suas letras recheadas de personagens marginais e que não se encaixam na chamada "vida normal". Seu mais recente CD é Real Gone, de 2004. Waits é um
Site oficial
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F AVORITOS
Tom Waits, marginal
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G @DGET DU JOUR
A agência de notícias norteamericana United Press International (UPI) divulgou ontem para os meios de comunicação de todo o mundo uma entrevista com o exministro brasileiro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Na entrevista, ele afirma que o número de países europeus têm demonstrado cada vez mais interesse em promover a produção de etanol na África, utilizando a tecnologia brasileira. Holanda e GrãBretanha já estão planejando investir em plantações de canade-açúcar para produzir o combustível alternativo. E UA
PIXINGUINHA Teatro Sesc Santana. Avenida Luís Dumont Villares, 579. Telefone: 6971-8700. 21h. R$ 10.
Pesquisadores da Universidade de Osaka, no Japão, descobriram que o determinados genes podem induzir à dependência do tabaco. A descoberta poderá ser usada em terapias genéticas que ajudem fumantes a largar o vício, informou hoje a imprensa local. A pesquisa foi realizada com trezentas pessoas que fumam ou deixaram de fumar, e os cientistas descobriram que os fumantes mais inveterados têm um gene muito ativo chamado CYP2A6, que produz enzimas capazes de decompor a nicotina e, como conseqüência, incentiva a dependência. B RAZIL COM Z
C A R T A Z
Henrique Cazes, mestre do cavaquinho, com seu quarteto. No repertório, clássicos de Pixinguinha (foto).
Dependência pode ser genética Nasa/Reuters
Uma vacina segura e eficiente contra a gripe aviária poderá estar disponível dentro de um ano, e se o mundo estiver enfrentando uma pandemia, o processo de liberação poderá ser apressado, disse uma representante da Organização Mundial da Saúde (OMS). A diretora da Iniciativa de Pesquisa de vacina da OMS, Marie-Paule Kieny, fez a estimativa ontem, ao final de quatro dias de reuniões com 200 pesquisadores, cientistas e especialistas em saúde pública de
T ABAGISMO
Oceanos esquentam e alimentação da fauna marinha torna-se cada vez mais escassa
Concurso 822 da MEGA-SENA 04
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
Indicadores Econômicos
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por cento foi quanto valorizou as ações preferenciais da Estrela no pregão de ontem da Bolsa de Valores de São Paulo.
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Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 04/12/2006 04/12/2006 04/12/2006 04/12/2006 04/12/2006
P.L. do Fundo 12.078.585,66 2.018.104,98 10.501.930,80 17.822.654,08 1.329.752,04
Valor da Cota Subordinada 1.273,911806 1.125,078697 1.192,161917 1.083,067534 1.158,467214
% rent.-mês 0,3013 0,1598 1,2160 0,2652 0,2693
% ano 30,3940 12,5079 19,2162 8,3068 15,8467
Valor da Cota Sênior 1.025,062967 1.112,116490 1.128,661964 0 0
% rent.-mês 0,1078 0,0997 0,1492 -
% ano 2,5063 11,2116 12,8662 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
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COMÉRCIO
OPINIÃO
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quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
DOISPONTOS -77
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ANOREXIA Feliz, sempre linda e magra. É doença social?
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sse conceito equivocado é reforçado todos os dias pela TV, jornais, revistas, rádios e outdoors (principalmente estes). Em todas essas comunicações, a mulher, feliz, é sempre linda, e magra. É comum vermos histórias das lindas modelos que saíram da pobreza e agora são ricas e namoram astros de Hollywood. As "celebridades", as revistas nos contam, vivem em lindas casas, com seus esbeltos maridos e estão sempre lindas, magras e felizes. É certo que uma adolescente sofre forte influência de tudo isso. No entanto, para a maioria delas a magreza idealizada não é de sua constituição, o que cria sentimentos de insatisfação e baixa autoestima. Nessa fase, seu principal objetivo será imitar esse padrão em prejuízo de qualquer coisa, mesmo de sua saúde. E algumas dessas garotas, aquelas que apresentam outros fatores de vulnerabilidade (biológica, por exemplo), têm um risco aumentado para desenvolver transtornos ali-
EU SOU UM ING, INDIVÍDUO NÃO – GOVERNAMENTAL
mentares por se engajarem em padrões alimentares e comportamentos inadequados visando alcançar sua meta, a magreza.
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or tudo isso, é urgente se discutir a atuação das indústrias que criam esses estereótipos. Apesar de haver também aspectos biológicos envolvidos na questão, a massificação do ideal de perfeição, nos moldes como vêm sendo apresentados, pode levar ao aumento do risco de incidência e de mortalidade por anorexia, não apenas entre os profissionais da área, como observado recentemente, mas de milhões de mulheres que sofrem com transtornos alimentares. Já passou da hora de enfrentarmos essa questão e tomarmos medidas de impacto na proteção desses jovens. No entanto, é prudente não aguardar a boa vontade dos grandes interesses. A melhor prevenção se faz em casa sob os cuidados de quem realmente se preocupa, ou seja, os familiares. Uma garota com anorexia não entende que está doente. Em sua cabeça, seu comportamento é totalmente adequado e, portanto, ela nunca vai pedir ajuda. Cabe às pessoas próximas identificarem o problema e procurarem a ajuda de um médico, de preferência psiquiatra.
ão sou cumpanhêro, não pago dízimo para o partido, nem simpatizante eu sou. Só vi o valerioduto e o propinoduto pela mídia. Conheço a Santíssima Trindade, marcos valério, noçço delúbio e genoíno, só de fotografia. Sou aquele a quem Millôr Fernandes endereçou sua mortal frase: Quem fala mal da corrupção está cuspindo no prato onde não comeu. Sou eu, sem tirar nem pôr, esculpido em carrara (o mármore), que é a origem da expressão cuspido e escarrado. A minha cara é a cara cuspida e escarrada de um ING, Indivíduo NãoGovernamental, o avesso perfeito do IG, Indivíduo Governamental, estrelado e chapa-branca, com blog garantido no ig. Acredito que existam umas 5 mil ONGs, mas só conheço dois INGs de carteirinha, eu e o músico e compositor Zé Rodrix. Claro que há incontáveis simpatizantes da causa. Tenho certeza de que logo sairão dos armários, para proclamar sua preferência à luz do sol. Ainda teremos um Dia do Orgulho ING, com uma passeata de milhões de pessoas, umas 40 milhões se levarmos em conta as últimas eleições. Desse tanto de ONGs, a maioria dedica-se à causas nobres, defendendo a inclusão dos carentes e desvalidos. Acredito que assim seja. Mas a cada momento explode um escândalo novo, envolvendo uma ONG. A mídia trata do assunto, aí explode outro. E outro. Mais outro. Se você somar todos os escândalos, é claro que são uma gotinha perto da enorme quantidade de ONGs. Podem até ser as exceções que confirmam a regra.
JOSIMAR FRANÇA, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA, E ANGÉLICA DE MEDEIROS CLAUDINO, DO PROGRAMA DE ORIENTAÇÃO E ASSISTÊNCIA AOS TRANSTORNOS ALIMENTARES DA UNIFESP G Uma das verdades de
nosso tempo é que ser magro é sinônimo de perfeição, sucesso, competência e felicidade. G Uma garota com
anorexia não entende que está doente. Em sua cabeça, seu comportamento é adequado. Ela nunca vai pedir ajuda. G É urgente se discutir
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a atuação das indústrias que criam esses estereótipos.
Estágio para o inferno
H
á dias em que trafegar por São Paulo exige do motorista mais reflexos que dos melhores jogadores de videogame. Quando chove então? Esta cidade fica próxima do inferno na Terra. Se filmasse esses trajetos aventurosos,
o documentário seria arrepiante. Todas as leis de trânsito são quebradas nessa ocasião. Torna-se uma cidade sem lei, onde as armas são os veículos automotores e ganha aquele que arrancar mais rápido. Os pedestres tornam-se subhumanos e os
Valfrido Paz/Fotorepórter/AE
Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
stimativas demonstram que cerca de 1 a 1,5% das mulheres jovens sofrem de transtornos alimentares (anorexia e bulimia nervosas) que, em comum, apresentam a obsessão pela magreza e um relacionamento mórbido com a alimentação. A incidência se dá, normalmente, a partir dos 14 anos, mas já foram registrados casos de garotas de 9 anos julgando-se, obsessivamente, gordas. Em fase avançada e de doença crônica, a anorexia chega a matar 20% dos pacientes. Os transtornos alimentares têm características singulares. Além dos fatores biológicos, o ambiente em que o doente está inserido é muito relevante para o desenvolvimento da patologia. Esses indivíduos, em geral, têm uma personalidade vulnerável e são muito influenciados pelos valores exigidos por seu grupo de convivência. E entre as adolescentes do século XXI, ostentar um padrão estético entendido como o ideal é quase uma condição para a aceitação social. Os padrões (de beleza, comportamento, etc.) existem desde que o mundo é mundo. Não se sabe muito bem o funcionamento desse fenômeno, mas suas conseqüências são muito sensíveis, principalmente em relação à discriminação enfrentada por aqueles que não se enquadram. Atualmente, com a rapidez e quantidade de informações a que somos bombardeados, a orientação da sociedade segundo valores coletivos se tornou predominante. E uma das principais verdades de nosso tempo é que ser magro é sinônimo de perfeição, sucesso, competência e felicidade.
NEIL FERREIRA
motoqueiros, tal qual enxame, passam zunindo.
E Temporada de enchentes: vida de videogame nas ruas da cidade
sse caos urbano, letal, tende a ficar cada dia pior. Por quê? Inicialmente, a cidade está superpovoada. Somemos a isso o transporte público caro e ineficiente.
C
omo não há previsões de solução a curto e médio prazos, pergunto: até quando São Paulo suportará essa loucura sem que nos matemos todos uns aos outros? HENRIQUE MONTSERRAT FERNANDEZ É ADMINISTRADOR HENRIQUE2@ZAMPLEX. COM.BR
as há um elo ligando essas ONGs envolvidas em notícias menas abonadoras, o que deixa um ING como eu com a pulga atrás da orelha (expressão antiga mas que explica muito bem como me sinto). Todas são dirigidas por cumpanhêros petistas cuspidos e escarrados, ou seus laranjas.
ou dois exemplos, poderia dar muitos mais. A ONG 13, de Santa Catarina, é uma malona cheia de dinheiro, M.O. (Modus Operandi) preferido pela cumpanhêrada. Três meses depois de fundada recebeu R$ 20 milhões do ministério do trabalho e repassou a dinheirama para a filha mais velha você sabe de quem. Quando terminou o repasse, a ONG fechou. Não ficou aberta nem seis meses. Quem operou a torneira foi o Lorenzetti, o popular Chuveirinho, especialista em capturar e destinar dinheiro. E em assar costelas impecáveis nos churrascos oferecidos você também sabe por quem. O que a menina teria feito com tanto dinheiro só se sabe por ouvir dizer. Fala-se muito em duas nobres causas, (1) comprou um apartamento de luxo para morar e um mais modesto para renda, e (2) destinou o saldo para as ações beneméritas do MST, como invasões de fazendas e bloqueios de estradas. Outro exemplo é a ONG Vira Latas, dirigida por um cumpanhêro do gabinete do mensaleiro João Paulo Cunha, deputado federal do PT-SP, reeleito, apanhado metendo a mão da mulher dele num inocente chequinho de 50 contos do valerioduto. O cumpanhêro onguista afirma que os vira-latas da sua ONG são humildes catadores de lixo reciclável. Não se sabe se vacinados e com coleiras. Nem se a grana ongueira transforma-se em rações viralatais ou se vira algum desses ossos saborosos, que a cumpanhêrada adora roer e nem pensa em largar.
U
ma ONG é, por definição, uma Organização NãoGovernamental. Mas as ONGs dos cumpanhêros são as entidades mais governamentais do mundo. Sua grana vem direto do governo, via ministérios e estatais. Outras ONGs afirmam que são mantidas por verbas repassadas pela iniciativa privada. E são mesmo. Mas a grana da iniciativa privada nunca sai do próprio bolso, sai da renúncia fiscal. Também é dinheiro do governo. Então, o que é não-governamental nessa história ? Eu e o Zé Rodrix, que somos INGs. E somos zelite. Daqui para frente, só vai ser zelite quem apresentar carterinha de ING. NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR
G Acredito
que existam umas 5 mil ONGs, mas só conheço dois INGs de carteirinha, eu e o Zé Rodrix.
FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894
DIÁRIO DO COMÉRCIO
´ BUZIOS
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
Durante todo o mês de dezembro, o DC Boa Viagem faz uma homenagem ao Rio de Janeiro, Estado que promete estar em destaque no ano que vem por conta dos Jogos Pan-americanos, que ocorrem em julho na Cidade Maravilhosa. Esta é a primeira edição dedicada à série. Prepare-se para percorrer, a cada quinta-feira, um atraente destino fluminense! Divulgação/TurisRio
Charme brasileiro
D estino que
enfeitiçou Brigitte Bardot, o balneário fluminense não sai nunca de moda entre os viajantes mais descolados. Reúne 26 praias para todos os gostos, além de ilhas e ilhotas. E ainda abriga um centrinho que une badalação, boa mesa – com cardápios que exibem receitas dos quatro cantos do planeta – e compras irresistíveis. Precisa de mais? Págs. 2 e 3
Veja mais imagens desta edição na nossa galeria de fotos virtual no site www.dcomercio.com.br/ galeria/boa viagem_index.htm
Sob o sol forte e o céu azul, a mesma paisagem que encanta há anos: um mar de águas calmas, claras e também azuis e centenas de pequenas e coloridas embarcações de pescadores que balançam à mercê da maré. Uma estátua da famosa atriz francesa permanece ali para lembrar a todos que o belo destino ficou conhecido graças à paixão que Brigitte tinha pelo lugar e sua vontade de divulgar ao mundo a descoberta de um pequeno paraíso. Quando a noite cai, é hora de ir para a Rua das Pedras aproveitar a badalação que só acaba quando o sol começa a despontar no horizonte, prometendo mais um belo dia de praia
TURISMO - 1
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.TURISMO
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
Fotos: Divulgação/TurisRio
Em Búzios, basta escolher o pedaço de areia que mais tem a cara do visitante. Olho de Boi é para os naturistas, João Fernandinho para quem busca sossego, Geribá aos surfistas... E por aí vai
Qual é a sua praia?
Por Sonaira San Pedro
S
ó mesmo a tênue linha do horizonte para ajudar os olhos a distinguirem onde termina o céu e onde começa o mar de Búzios, no litoral norte do Rio de Janeiro. Tantos tons quase improváveis de azul e o verde monumental da Mata Atlântica que contorna as praias já atraíram turistas do mundo inteiro. A francesa Brigitte Bardot foi desses viajantes que caíram de amores pelos encantos do lugar. Brigitte apareceu em Búzios em 1964, quando o local ainda não passava de uma aldeia de pescadores. Apaixonou-se pelo recanto e espalhou pelos sete ventos que havia encontrado o paraíso na Terra. Então, não demorou para italianos, japoneses, marroquinos, egípcios e franceses chegarem por ali só para passar alguns dias de férias. Mas a vila de pescadores com ares de Riviera Francesa encantou tanto desses estrangeiros, que muitos resolveram ficar de vez. Pronto: a fama já havia se espalhado e, aos poucos, o vilarejo ia tomando contorno de cidade, que hoje hospeda 19 mil habitantes. Quem caminha pelas ruas de Búzios ouve o português falado em sotaques diferentes, e prova culturas diferentes, temperos diferentes, ritmos diferentes e uma hospitalidade que não tem igual. Mar azul, azul – O litoral de Búzios é um ziguezague só. Entre as 26 praias de mar sempre azul, azul e areias claras, algumas agradam os agitados.
Outras contentam os mais tranqüilos, os esportistas, e até os naturistas. É na Praia Olho de Boi que eles ficam, digamos, mais à vontade. Para continuar no sossego, mas debaixo d'água, o lugar ideal é a quase deserta João Fernandinho. Suas piscinas natu-
No recortado litoral de Búzios o que não faltam são opções em areias brancas banhas por águas claras de um tom bem azul. Ao todo são 26 praias para serem exploradas com muita calma. Perfeita para quem procura sossego, a de Ferradurinha (no alto) fica isolada por uma trilha. Entre as mais famosas estão a Praia Azeda (acima, à esq.) e a Praia de Geribá (acima, à dir), preferida dos surfistas
Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editora Antonella Salem antonellasalem@uol.com.br Sub-editora Lygia Rebello lygiarebello@uol.com.br Chefe de reportagem Arthur Rosa
Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Djinani S. de Lima Ilustrações Jair Soares e Abê Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo
www.dcomercio.com.br
rais guardam peixinhos coloridos, cavalos-marinhos e crustáceos, e é um dos melhores pontos para se praticar snorkelling. Ali ao lado, a Praia de João Fernandes é mais movimentada, mesmo que suas águas se mantenham sempre calmas. O lugar é parada de escunas que pas-
seiam pelas redondezas. Os surfistas madrugadores se esbaldam na Praia do Geribá. Ali, o agito é garantido no Fishbone Café e, à esquerda, o caminho do sossego é uma trilha que leva a Ferradurinha, prainha de águas mansas. Para quem prefere a vela, o melhor é seguir os
bons ventos das Praias Rasas e Manguinhos. Mas o melhor de tudo é tirar uma tarde e contornar todo o litoral, praia a praia: uma boa surpresa atrás da outra e prainhas que, muitas vezes, nem têm nomes e nem estão nos guias de viagem. A rua mais charmosa – Dia e
noite, toda a badalação de Búzios se concentra na Rua das Pedras. A charmosa ruela guarda espaços gastronômicos de nível internacional, galerias de arte, lojas de grifes, barzinhos chiques, festivais de música e de cinema, e também tem espaço para comidas típicas e, claro, lojinhas de artesanato. À tarde, vale garimpar peças raras de decoração em motivos náuticos, rendas do Nordeste, biquínis exclusivos de marcas cariocas. Quando chega a noite, o melhor é escolher um dos mil e dois estilos de bares que se espalham pela rua e observar o desfile de gente bonita e alegre pelas alamedas. Na hora do jantar, os restaurantes agradam os paladares mais exigentes. Há desde os especializados em comida brasileira àqueles dedicados à culinária francesa, com os pratos principais preparados à base de frutos do mar. Noite adentro – Para esticar a noite, há danceterias com vista para o mar. Na alta temporada, o agito é garantido até o dia amanhecer. Espetáculo para ficar na memória, com o sol surgindo no alto do céu e a bola de fogo iluminando o mar azul, azul de Búzios. Nesta temporada, um milhão de turistas devem se esparramar nas areias claras das praias locais. Deles, nada menos que 220 mil vão chegar a bordo dos transatlânticos que farão escala por aquelas terras. É um número alto, principalmente quando se leva em conta os 25 mil habitantes que a cidade abriga. E para amenizar os engarrafamentos que esse turbilhão de gente vai causar, a prefeitura inaugurou a Via Azul, que vai de Manguinhos à Estrada da Usina. O caminho guarda ciclovia para quem prefere pedalar, calçada para os caminhantes e uma via de duas mãos para os carros. Já que se falou em novidade, a mais recente é a estátua de Juscelino Kubitschek, erguida na Praia da Armação e que faz companhia à escultura de Brigitte Bardot. A homenagem ao presidente se justifica: Búzios era um dos seus lugares preferidos para descansar.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
TURISMO - 3
Passeios revelam a beleza do litoral coloridos que nadam na beira da ilha. As águas das ilhas Branca e Rasa também agradam os que querem conhecer o universo submarino de Búzios. Elas são as estrelas dos roteiros dos catamarãs, que esmiuçam as belezas dessa fatia de litoral e têm fundo de vidro para que se possa admirar a vida marinha logo abaixo. E por falar nas preciosidades que vivem nesse pedaço do Atlântico, mesmo quem nunca mergulhou pode descobri-las por meio do "discovery dive", o mergulho de um dia acompanhado por instrutor (R$ 150). Se você quiser ir mais fundo e tirar a carteirinha de mergulhador, então faça o curso de cinco dias e esteja pronto para desvendar todos os mares do mundo (R$ 650, com batismo e hospedagem). Para os escolados também há saídas diárias, que custam R$ 100. Bugue – No continente, os
passeios de trolley passam por 12 praias e dois mirantes. Em terra firme você também pode explorar as redondezas por conta própria, se alugar um bugue para rodar por aí. Uma boa dica é começar pela Ponta da Lagoinha, com trecho de costão e piscinas naturais, bem perto da Praia da Ferradura. Ao norte fica o mirante que dá a vista mais bonita para toda a natureza de Búzios. Para chegar lá, siga pela Praia do Forno, entre na primeira rua de paralelepípedos à esquerda e vire à direita no final da subida. É bem ali que se descortina o panorama para as praias do Forno, João Fernandes e Brava. Achou bonito? E n t ã o d i r i j a e m d i re ç ã o à Praia de João Fernandes. Em frente à Pousada Belvedere, a visão é para as Praias Brava, Rasa e da Armação, aquela que abriga a estátua em homenagem à atriz francesa Brigitte Bardot. (S.S.P.)
Margarete Magalhães/Folha Imagem
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á duas maneiras se de conhecer os relevos e horizontes de Búzios: contratando os passeios oferecidos pelas operadoras locais ou se aventurando por conta própria ao volante de um bugue alugado. Não faltam opções de roteiros pelas praias de areia fina, pelos caminhos da Mata Atlântica ou pelo mar de águas azuis que colore a região. Os roteiros mais procurados são aqueles que contornam as praias, seja a bordo de uma escuna ou de um catamarã. Quem prefere o balanço da escuna pode optar por um passeio de três horas pelas praias das redondezas. Depois de passar por João Fernandes e Tartaruga, a parada é na Ilha Feia que, aliás, é um dos recantos mais bonitos do litoral fluminense. Ali, o melhor é desembarcar, vestir o snorkel e mergulhar em busca dos inúmeros peixes multi-
Fotos: Fabio Motta/AE
Seja debaixo d’água, seja da superfície, os programas de barco mostram um exuberante universo submarino. Em terra firme, conheça maravilhas a bordo de um bugue
Diversos sotaques à mesa
Guto Costa/Agência O Globo
Fabio Motta/AE
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pequena cidade tem uma variedade quase infindável de restaurantes que preparam receitas das culinárias francesa, italiana, marroquina, tailandesa... Todas adaptadas ao gostinho brasileiro. Quando a noite cai, eles abrem suas portas e revelam decorações caprichadas, pratos sofisticados, além de completar o ambiente com boa música de fundo. A diversidade de sabores A Rua das Pedras do mundo todo oferecidos concentra boa parte nas mesas de Búzios é dos restaurantes e é o resultado da quantidade de ponto da badalação. estrangeiros que foram Irresistíveis são os conquistados pelas crepes do tradicional preciosidades da região e Chez Michou, há 16 resolveram morar por lá. Eles anos por lá trouxeram na mala receitas, temperos e segredos que agradam os paladares mais oriental fritocom exigentes. Os ingredientes e o moyashi, modo de preparo variam de camarões, lulas e acordo com a cozinha de mexilhões. cada país. E os pratos quase Quem prefere sempre têm como os sabores ingredientes os frutos do mediterrâneos mar, abundantes por lá. pode se esbaldar O Sawasdee, na Orla no italianíssimo Bardot, tira um pouco da Satyricon, na pimenta das receitas Praia da tailandesas para que elas se Armação. Tem também a adaptem melhor às nossas boa carne argentina trazida papilas gustativas. Numa de Cabana Las Linas, no sala reservada do Estância Don Juan, onde as restaurante, serve-se o noites das terças-feiras são menu degustação, com regadas a vinho da adega pratos que não compõem o Trapiche, uma das maiores cardápio tradicional da do mundo, e shows de casa. O menu principal tango. Au Cheval Blanc, guarda o delicioso macarrão à beira do mar da Praia do
Canto, tem nome francês, mas serve de comida japonesa a brasileira e italiana. Se você prefere um jantar mais improvisado, o melhor é se entregar aos crepes da casa Chez Michou, que fazem sucesso nas praias de Búzios há 16 anos. (S.S.P.)
RAIO X COMO CHEGAR: A partir do Rio de Janeiro, depois de passar pela Ponte Rio-Niterói, siga à esquerda no sentido Rio Bonito. Depois, vire à direita para Via Lagos, na direção de Araruama/Cabo Frio (Região dos Lagos) até o posto Ipiranga. Já na entrada para São Pedro da Aldeia, siga pela RJ-106, sentido Macaé/Búzios. ONDE DORMIR Galápagos Inn: Praia João Fernandinho, 3 km. Tel. (22) 2620-8800. Sauna, sala de jogos e piscina. Todos os apartamentos têm varanda de frente para o mar. Diárias a R$ 385, o casal. Pousada Águas Claras: Estrada da Usina, lt. 4, tel. (22) 26230115. Bar, piscina, sauna e sala de jogos. Os apartamentos são equipados com cofre. Diárias a R$ 130, o casal. Pousada Pedra da Laguna: Rua 6, lote 6, Praia da Ferradura. Tel. (22) 2623-1965. Gazebo de leitura, piscina e quadra de tênis. Dentro da pousada, funciona um spa holístico. Diárias a R$ 275, o casal.
ONDE COMER E BEBER Sawasdee: Av. José Bento Ribeiro Dantas, 422, Praia da Armação, tel. (22) 2623-4644. Cozinha tailandesa. Satyricon: Av. José Ribeiro Dantas, 500, tel. (22) 2623-2081. Receitas mediterrâneas. Estância Don Juan: Rua das Pedras, 178, tel. (22) 2623-2169. Carnes. Au Cheval Blanc: Rua das Pedras, 181, Praia do Canto, tel. (22) 2623-0125. Comida variada. Privilége: Orla Bardot, tel. (22)
2623-0288, www.privilegebuzios.com.br. Para dançar música eletrônica. PASSEIOS Escuna ou catamarã: pela Interbúzios tel. (22) 2623-6454, R$ 30; Queen Lory, tel. (22) 26231179, R$ 35; e Tour Shop, tel. (22) 2623-2763, R$ 60. Mergulho: na Casamar, tel. (22) 2623-2441. Trolley: pela Tour Shop, tel. (22) 2623-2763, R$ 50. Bugue: aluguel na Bugue Malízia, tel. (22) 2623-2022, R$ 50.
As águas límpidas e a variada vida marinha da região convidam a passeios de escunas ou de catamarãs, que, além de circularem por várias praias, permitem horas de mergulho com snorkel. A atividade que antes da chegada do turismo sustentava a população ainda é forte por ali. Pescadores podem ser vistos por toda a orla. Inclusive ganharam estátuas na Praia da Armação em sua homenagem (acima)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
sexta-feira, sábado e domingo, 8, 9 e 10 de dezembro de 2006
LENTE DE
AUMENTO
NOVA POLÍTICA MONETÁRIA?
JOÃO DE SCANTIMBURGO
A
D ados de curto prazo não indicavam riscos
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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JUSCELINO E O AUTOMÓVEL
Céllus
pós longa reunião, e recomenda aproximação a passos parcimoniosos. revelando falta de O argumento de consenso, o Copom proximidade do nível neutro decidiu manter o ritmo de é a mais forte justificativa do redução da Selic cenário de quedas futuras de prevalecente nas últimas 0,25 ponto. Ao caminhar com vezes. Que informação mais parcimônia o BC reduz emerge de tal decisão? Como afeta as perspectivas o custo de eventual erro com relação ao ponto ótimo dos juros? Em princípio, diante de tantos argumentos correspondente ao final do favoráveis à diminuição de processo de distensão. Nas só 0,25 ponto porcentual, e palavras do BC, contidas na ata, tal procedimento seria de vários alertas do BC sobre a necessidade de maior compatível com a busca de parcimônia na condução da nível real de juro inferior política monetária, a queda ao que seria atingido fossem outras as circunstâncias. de 0,5 ponto teve por base determinada conjunção de Dito de outra forma, estaria viabilizado ajuste total de dados de curto prazo que maior expressão. A idéia é não sinaliza riscos. que uma eventual reversão Atividade em passo de rota é sempre menor, e modesto, inflação baixa, menos custosa, se os passos perspectiva de evolução de queda forem mais modestos, fator redutor da aversão ao risco de testar G No primeira mais baixos de juro. reunião de 2007, níveis Além disto, apesar do Copom fará contido ritmo de evolução da atividade econômica, a transição na margem os dados não para um corte parecem tão fracos quanto mais curto: na média, cabendo lembrar, 0,25 ponto ainda, a presença de indicadores de aquecimento de demanda. Como não se faz política monetária de olho ainda mais modesta dos no retrovisor, informações preços administrados no indicativas de maior ano que vem, e revisão expansão no momento atual, positiva do PIB americano comparativamente ao são alguns dos componentes de um cenário passado recente, é sempre sinal de alerta para os tranqüilo para a inflação. condutores da política de taxa Além disso, de juro. a taxa de inflação precisa Por certo, já foi bastante se elevar em 50%, a partir significativa a magnitude do do patamar atual de cerca ajuste desde o início do de 3%, para alcançar o processo de queda de taxa de centro da meta estipulada juro. Estamos falando de 6,5 para o próximo ano. pontos. A incerteza quanto Por conseguinte, aos efeitos defasados de condicionantes de curto distensão monetária de tal prazo parecem ter sido o fiel da balança na reunião. proporção é claramente elevada e isso, por si só, A constatação é relevante porque sugere não ser nula, sugere maior cautela daqui para adiante. apesar de baixa, a Em resumo, aprendemos probabilidade de nova com a última decisão do queda de 0,5 ponto mais Copom que o peso das adiante, caso se repita situação de combinação de variáveis correntes é superior ao imaginado. Contudo, fatores favoráveis. Não parece recomendável seguimos acreditando ser mais provável que, no esquecer que estamos bem primeiro Copom do próximo perto de território ano, o BC fará a transição para desconhecido em termos passo mais curto, de 0,25 de patamar de juro real no ponto. período pós-estabilização. TRECHOS DO COMENTÁRIO DE O fato concreto é que nos ECONOMIA DA MCM CONSULTORES encontramos próximo do WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR referido nível, e isto
IncomPTência? PAULO SAAB
A
crise que alcança a aviação civil brasileira é sem precedentes e tem revelado, além dos transtornos que traz aos passageiros e dos prejuízos que causa a todos os envolvidos, uma incapacidade preocupante do governo federal de agir de forma a alcançar uma solução eficaz para o problema. IncomPTência do governo Lula? As declarações do Ministro da Defesa, Waldir Pires são desatualizadas, desfocadas, desprovidas de conteúdo e revelam uma desarticulação entre os fatos e a visão oficial do problema que só aumentam a preocupação. Ao admitir que desconhecia documentos, anteriores à crise, das autoridades da Aeronáutica alertando para os perigos de paralisia no setor, o ministro deixou patente que seu ministério não tem comando sobre os militares. Pior de tudo foi o fato de os militares que haviam alertado para a possibilidade da crise que eclodiu terem sido destituídos de seus comandos como se tivessem sido omissos ou menos zelosos no cumprimento de suas missões. E ficou por isso mesmo, demitidos por terem cumprido seu dever de alertar e pelo fato de o ministro não tomar conhecimento do que se passa abaixo de sua pasta.
A
incapacidade de o governo Lula agir de forma incisiva e, uma vez mais, não dar aos fatos a relevância que merecem, oferece à crise do ar contornos mais sérios a cada dia. A Presidência da República não age. Discursa, pede providências e o caos se instala nos aeroportos. Até em sabotagem já se falou. A única que se observa até agora é a das próprias autoridades
em relação ao cumprimento do dever. Desde o choque das aeronaves, que trouxe à tona o descalabro do tráfego aéreo, já deveria ter sido instituída uma força-tarefa de emergência com verbas e pessoal para resgatar o emaranhado de nós que se formou ao longo dos anos nessa importante área da vida nacional. A lentidão como o governo age (nem reage) aos assuntos do cotidiano que afetam a vida de milhões de brasileiros e causam muitos outros milhões de reais de prejuízo aos negócios em decorrência da crise, carimbam de inePTo uma vez mais o governo Lula em assuntos que exijam algo mais do que retórica.
S
erá que o governo considera que o transporte aéreo é coisa de burguês e longe da massa que recebe bolsa-esmola, não merecendo atenção prioritária para a solução dos graves problemas que alcançaram esse segmento privilegiado da população, que utiliza o transporte aéreo? A criação de um gabinete de emergência sobre o assunto, anunciada anteontem, é fruto da pressão da sociedade para o governo agir. Muita gente que ficou presa em Brasília, nossa Ilha da Fantasia, na crise de terça-feira (sim, cada dia tem sua crise) voltou de táxi na quartafeira, em trajeto de apenas mil quilômetros pelo interior do país. Dois dias perdidos. Quem paga? Sem falar nos custos da viagem cancelada e da contratada por terra. Alguém com comP Tência se apresenta para, sem discursos de culpas, resolver com atitudes a questão? O gabinete de emergência vai agir ou discursar?
A criação do gabinete de emergência é fruto da pressão da sociedade
Perigo na fronteira PAULO ANTENOR DE OLIVEIRA
N
os últimos meses aumentou em muito a violência contra servidores da Receita Federal na região de Foz de Iguaçu. Alguns destes casos: um ônibus avançou sobre um veículo da Receita, técnicos da Receita Federal foram agredidos por populares, um técnico foi seqüestrado e um outro foi o assassinato em Mundo Novo (MS) Pode-se tirar algumas conclusões destes fatos: a primeiro é que o combate à pirataria, ao contrabando, ao tráfico de armas e drogas tem surtido efeito naquela região; o segundo: há claramente o deslocamento de criminosos da cidade de Foz de Iguaçu para a cidade de Mundo Novo; o terceiro: nem a Receita Federal nem a Polícia Federal estão adaptadas para enfrentar esta nova realidade. Para que se tenha uma percepção mais clara do que estamos tratando é preciso registrar que apesar de Foz de Iguaçu ter notoriedade nacional por causa da Ponte Internacional de Amizade, e do número de sacoleiros que diariamente transitam por ela, a região mais perigosa na fronteira do Brasil com o Paraguai se localiza nas centenas de quilômetros de fronteira seca com Mato Grosso do Sul. Quando aumenta a repressão em Foz do Iguaçu, os criminosos se deslocam para a fronteira no Mato Grosso do Sul, menos vigiada pela Receita Federal e pela Polícia Federal. Tem-se, então, que reforçar a presença desses órgãos naquele Estado.
O
s servidores do Fisco sabem dos riscos que correm quando concorrem a um concurso público. O que não é aceitável é a relutância, que às vezes se confunde com omissão, das autoridades competentes em tomar algumas atitudes para diminuir os riscos a que estão sujeitos os servidores. O Sindireceita já apresentou algumas propostas ao secretário da Receita Federal para
minimizar estes riscos. São elas: Regulamentação da Lei 11.118/2005, que concedeu o porte de arma para defesa pessoal para os técnicos da Receita Federal. Expedição de novas carteiras funcionais esclarecendo o direito do técnico da Receita Federal ao porte de arma para defesa pessoal. Estabelecimento de que os servidores da Carreira de Auditoria da Receita Federal possam requisitar força policial quando necessário, expressa nas novas carteiras funcionais. Inclusão da Secretaria da Receita Federal no sistema de segurança pública, tendo poder de polícia na área de fronteira. Criação de uma retribuição especial aos servidores que atuam em atividades de risco, como às relacionadas no combate ao contrabando e descaminho, incentivando a permanência nas fronteiras ou em atividades de risco. Dessa forma, mantém-se a experiência em áreas críticas na Receita Federal. Fortalecimento da Divisão de Repressão ao Contrabando, Descaminho e Pirataria (Direp), contratando técnicos da Receita Federal e disponibilização de recursos e equipamentos. Treinamento específico para os novos técnicos que forem trabalhar na repressão ao contrabando e descaminho.
S
abemos que quando um sindicato reivindica algo, em geral esse pedido é visto como uma questão corporativista. No caso em questão, nosso pedido às autoridades é apenas um: nos dêem condições para termos pelo menos alguma chance de sobrevivência. PAULO ANTENOR DE OLIVEIRA É PRESIDENTE DO SINDICATO NACIONAL DOS TÉCNICOS DA RECEITA FEDERAL - SINDIRECEITA PA@SINDIRECEITA.ORG.BR
N em PF nem Receita estão equipadas para nova área de contrabando
Q
uando Juscelino Kubitschek amparou a indústria nascente do automóvel estava longe de imaginar que a sua política automobilística poria o Brasil entre um dos grandes montadores. O automóvel tornou-se um bem móvel e todos querem possuí-lo. As classes menos favorecidas estão chegando a esse bem fascinante graças ao mercado terciário, que facilita o acesso dos candidatos desprovidos de fortuna ou de meios menos difíceis de chegarem ao carro cobiçado. Juscelino criou no programa de metas o Grupo Executivo da Indústria Automobilística (Geia), pondo nele como presidente um executivo de grande renome nos círculos administrativos. Vieram para o Brasil montadoras como Ford, Chevrolet, Volkswagen, Mercedes-Benz e a Fábrica Nacional de Motores (FNM), que foi posta em custódia, pois estava saindo muito caro a produção do possante caminhão.
A
indústria automobilística no Brasil pode ser historiada em minúcias para salientar o que foi feito para engrandecer a relação entre o país e o automóvel. Circulam nas ruas de São Paulo mais de 6 milhões de veículos. Não há rua em que não se veja numerosas filas de carros, disputando o espaço diminuto para o automóvel. Agigantou-se a indústria automobilística, aprimoraram-se os negócios de automóvel e o que vemos é um número extenso de automóveis nas ruas.
U
ma vitória do livre comércio e da livre empresa é o caso do automóvel, pois o Estado já fez experiência com a FNM, na qual fracassou. O grande sonho de Juscelino está corporificado no grande número de carros que estão nas ruas criando problemas para os quais as autoridades do trânsito não têm solução. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Os milhões
de veículos circulando nas ruas é a vitória do livre comércio e da livre empresa
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Indicadores Econômicos
7
12,75
7/12/2006
por cento é a taxa para Certificação de Depósito Bancário (CDB) para 30 dias, de acordo com a Enfoque Sistemas.
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 05/12/2006 05/12/2006 05/12/2006 05/12/2006 05/12/2006
P.L. do Fundo 12.101.768,33 2.019.549,14 10.987.850,64 17.846.193,04 1.332.239,18
Valor da Cota Subordinada 1.276,675047 1.126,119863 1.194,211616 1.084,497976 1.160,633986
% rent.-mês 0,5188 0,2525 1,3901 0,3976 0,4568
% ano 30,6769 12,6120 19,4212 8,4498 16,0634
Valor da Cota Sênior 1.025,615902 1.112,667281 1.129,270778 0 0
% rent.-mês 0,1618 0,1492 0,2032 -
% ano 2,5616 11,2667 12,9271 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
8
Finanças Empresas Imóveis Nacional
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EXISTEM 26 MODALIDADES DE SAQUE DO FGTS
CONDO-IMÓVEIS: LUXO E SERVIÇOS NA MORADIA
17,5
bilhões de reais por ano são investidos, aproximadamente, nos hotéis condomínios no Brasil.
Divulgação
Novos empreendimentos agregam comodidade de hotéis em áreas residenciais
A
gregar um ambien- Geografia e Estatística) ainda também é grande", disse. Já na Bahia, a Reserva Imbaste residencial a ser- classifica esse tipo de empreviços hoteleiros, endimento como moradia oca- saí é o primeiro empreendipor meio dos cha- sional", disse Marino Neto. A mento brasileiro do grupo pormados condo-hotéis ou imó- estimativa é de que o País rece- tuguês de investimentos imoveis turísticos. Esse é o objetivo b a , a n u a l m e n t e , c e rc a d e biliários Reta Atlântico, em da aliança que vem se estrutu- R$ 17,5 bilhões em investimen- parceria com as incorporadorando no Brasil entre os hotéis tos nessa área. "O preço mais ras Josinha Pacheco, da Bahia, e e o mercado imobiliário. Para baixo, a ausência de competiti- Coelho da Fonseca, de São Pauchegar mais perto daqueles vidade e a potencial valoriza- lo. Situado entre a Costa do que querem investir em uma ç ã o d o e m p r e e n d i m e n t o Sauípe e a Praia do Forte, o empreendimento abrange uma segunda residência, cerca de atraem investidores." Novos negócios – A Gafisa, área de 132 hectares, sendo mil 25 empresas de peso do mercado imobiliário estão expondo uma das maiores construtoras metros quadrados de praia deseus empreendimentos de alta e incorporadoras residenciais serta. São três condomínios resofisticação no 1° Salão Brasi- do Brasil, está investindo nes- sidenciais compostos de casas leiro de Imóveis Turísticos, sa área em Maceió e Fortaleza. com padrão internacional, uma vila comercial com que continua até dolojas, bares e restaum i n g o , n o S h o prantes, dois hotéis – ping D&D, zona sul um resort ecológico e de São Paulo. outro "all inclusive" D e a c o rd o c o m –, além de toda estruJosé Ernesto Maritura de um clube. no Neto, presidente De acordo com o da BSH Internatiogerente de vendas nal – especializada da reserva, Sérgio em estudos mercaHenrique Bello, 70% dológicos de hotéis das unidades já foe turismo e promoram vendidas. "Certora do evento –, a ca de 30% dessas idéia é ter um local unidades foram paonde as empresas ra investidores esque constroem e cotrangeiros, princimercializam imópalmente espanhóis veis turísticos pose portugueses." sam expor seus proA Cyrela está dutos diretamente mostrando o que o aos compradores fiRio de Janeiro tem nais. "Não é uma de especial. A emfeira tradicional. É presa comprou duas mais elegante e quadras na Barra da ocorre em um amTijuca, considerado biente sofisticado. É um dos melhores um novo canal de bairros do País, e distribuição", disse. construirá dois conA expectativa é redomínios residenceber dez mil visiciais independentes, tantes nos quatro Renata, da Gafisa: estrangeiros buscam investimento o Saint Martin e o dias de evento. Segundo o executivo, que A empresa criou o Beach Park Saint Barth. Cada um terá cintrabalha com investimentos Living, no Porto das Dunas, co edifícios de 15 andares e cluem turismo há 20 anos, os mer- em Fortaleza, dotado de toda bes e serviços independentes. cados imobiliário e turístico se infra-estrutura de clube, hotel Lá, serão construídos apartauniram no mundo todo, de for- e condomínio em um terreno mentos de dois, três e quatro ma que, hoje em dia, não se en- com mais de 13 mil metros dormitórios, entre 162 e 310 contra apenas um resort isola- quadrados à beira-mar. São metros quadrados, a partir de do, mas agregado a vários ti- 156 unidades divididas em R$ 380 mil. E também cobertupos de imóveis. "A hotelaria se dois prédios de quatro anda- ras de 610 metros quadrados sofisticou para oferecer servi- res, com 71, 95, 105 e 157 me- por R$ 3 milhões. "É um novo ços que vão além dos existen- tros quadrados de área, entre conceito em moradia." tes na área do hotel. Os com- dois e quatro dormitórios, a Maristela Orlowski plexos de lazer agora são cer- partir de R$ 187 mil. cados de apartamentos e chaSegundo a superintendente SERVIÇO lés residenciais. Essa sinergia de Marketing e Novos Negógera um fluxo de receita está- cios da Gafisa, Renata Lima, o 1° Salão Brasileiro de vel para ambos os mercados." empreendimento, lançado em Imóveis Turísticos, de 7 O mercado de imóveis turís- junho deste ano, já teve 60% de a 10 de dezembro, no ticos é gigante, mas pouco visí- suas unidades comercializa- Shopping D&D – Av. das vel. "O Brasil ainda está enga- das. "O público da região pro- Nações Unidas, 12.555 – tinhando nesse setor, tanto que cura imóveis desse porte, mas Vila Olímpia - SP. o IBGE (Instituto Brasileiro de a demanda pelos estrangeiros
Ao lado, Bello, da Reserva Imbassaí: espanhóis e portugueses atrás de empreendimentos na Bahia. Acima, Marino Neto, da BSH: Brasil ainda está engatinhando nesse setor. Mas preço baixo e potencial de expansão já atraem grandes investidores.
Imóveis turísticos são construídos como antigos complexos de lazer dos hotéis, de preferência, na praia Fotos: Paulo Pampolim/Hype
Vista do 1º Salão Brasileiro de Imóveis Turísticos, um novo canal de distribuição para o público final Divulgação
Divulgação
Salas de música fazem parte dos espaços amplos dos condomínios
Saint Martin, 15 andares
Senado estuda ampliar uso do FGTS
A
possibilidade de ampliar a utilização de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), permitindo a compra de lotes em áreas urbanizadas e material escolar, foi debatida hoje, no Senado, em reunião conjunta das comissões de Educação e de Assuntos Sociais. O projeto de lei nesse sentido já foi aprovado pela Câmara e começa a ser debatido pelos senadores. Na audiência pública, o secretário-executivo do Conselho Curador do FGTS, Paulo Eduardo Cabral Furtado, mostrou-se receoso quanto à possibilidade de utilização de recursos do fundo para novas modalidades. "O fundo não foi feito para ter saques desmesurados porque, senão, ele acaba", disse Paulo Furtado. Acrescentou que o FGTS foi criado para gerar patrimônio suficiente para que os investimentos realizados com seus recursos possam
Prédio da Daslu é vendido
O
terreno onde se encontra a butique mais luxuosa do País, a Daslu, tem novo dono, a construtora WTorre Empreendimentos Imobiliários. Ontem, a WTorre anunciou a compra
35,1 retroalimentá-lo. O secretárioexecutivo destacou que, hoje, existem 26 modalidades de saques do Fundo de Garantia. Já o diretor de Benefícios da Caixa Econômica Federal (CEF), Joaquim Lima de Oliveira, fez um balanço sobre os recursos aplicados com o dinheiro do FGTS. Segundo ele, de 2000 a 2006, foram emprestados R$ 35,1 bilhões de recur-
sos do fundo para habitação e saneamento básico. Acrescentou que esses empréstimos garantiram a construção de 2 milhões de moradias populares e geraram mais de 3 milhões de empregos na construção civil. Os senadores também ouviram o representante das instituições de ensino privado, Eduardo Soares. Vicepresidente da Associação Brasileira de Mantenedores de Educação Superior (Abmes), Soares, pleiteou o desconto de parte do FGTS para o pagamento de mensalidades para reduzir a inadimplência e a evasão escolar. O relator da matéria, senador Eduardo Azeredo (PSDBMG), afirmou que acatará três projetos que tratam da possibilidade de utilização do FGTS para modalidades ainda não previstas na legislação atual. Entre eles, o da utilização de 30% do FGTS para o pagamento do crédito educativo. (AE)
da Ergi Empreendimentos, que é dona do terreno de 60 mil metros quadrados, localizado na Avenida presidente Juscelino Kubitschek esquina com a Avenida das Nações Unidas, em São Paulo. O negócio inclui o imóvel da Daslu, o prédio da Eletropaulo e a área em que foi erguido o Cirque du Soleil.
Com mais de um ano de aluguéis atrasados, no valor de R$ 40 milhões, a loja não foi incluída na negociação. O valor do negócio ficou em R$ 385,3 milhões e os recursos para a aquisição foram obtidos com o Bradesco, ABN AMRO Real e Banco Votorantim. Só o prédio da Daslu foi avaliado em R$ 70 milhões. (AE)
bilhões de reais provenientes do FGTS foram aplicados em habitação e saneamento básico entre 2000 a 2006.
JUSTIÇA VOTA NOS NANICOS
Ministros do STF, em decisão unânime, derrubam a cláusula de barreira e reabilitam os representantes dos pequenos partidos, que festejaram a decisão (foto). Página 3 Sérgio Lima/Folha Imagem
Ano 81 - Nº 22.269
São Paulo, sexta-feira, sábado e domingo, 8, 9 e 10 de dezembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h55
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
L E V Í INCR
E D A T L A F R
O P I FO
O C I N C É 1T
Ah, bom: a falta de um técnico, chamado "analisador", foi a causa do supercaos nos aeroportos brasileiros, durante a semana. "Por sorte", um técnico francês, que estava em Manaus, foi mobilizado para resolver o aerovexame. Quem revelou que a aviação brasileira parou por falta de um técnico foi o próprio ministro da Defesa, Waldir Pires. O governo agora quer duplicar os equipamentos de comunicação e contratar mais controladores de vôo, civis e militares. Cidades 3 Fotos: Apu Gomes/Folha Imagem/Raimundo Pacco/Folha Imagem/Niels Andreas/AE/Euler Junior/AE/Ed Ferreira/AE
Agliberto Lima/DC
Marcos Fernandes/Luz
ACSP: 112 anos, e com muito orgulho
Orgulho da história de luta pela liberdade e empreendedorismo, como lembrou o presidente Afif Domingos (foto), durante a festa. C 2 Iberê Camargo/Cosac Naify
Flagrante do DC premiado
(
)
mas os flagrados continuam em cena
Megaprojeto publica gravuras de Iberê Camargo. Cinema: chegou O Ilusionista. Teatro: bom para crianças. Música: Mozart. Show: Ed Motta. TV: Ferreira Gullar. Adega: os bons do Reno. Mais: novas carnes e Roda do Vinho. HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 26º C. Mínima 16º C.
AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 28º C. Mínima 17º C.
Focus Filmes/Divulgação
Marcos Fernandes recebe o Prêmio Embratel por fotografias de meninos assaltando à luz do dia. Denúncia não mobilizou as autoridades: os "meninos da luz vermelha" não pararam de amedrontar motoristas (acima). C 1
Milton Mansilha/Luz
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 8, 9 e 10 de dezembro de 2006
1 Quando me dei conta, um homem estava com a minha bolsa nas mãos. Os três garotos fugiam correndo. Verônica Dourado, vítima
DC GANHA NOVO PRÊMIO DE FOTOGRAFIA O repórter-fotográfico Marcos Fernandes, da agência Luz, ganhou o Prêmio Embratel com o trabalho Meninos da Luz Vermelha, publicado pelo Diário do Comércio Marcos Fernandes/Luz
Masao Goto Filho
O
fotógrafo Marcos Fernandes recebeu na noite de quarta-feira o prêmio Embratel de Reportagem Fotográfica pelo seu trabalho Meninos da Luz Vermelha, pauta elaborada e editada pelo Diário do Comércio. Quando foi publicada, com texto de Fernando Vieira, a cena de um menino quebrando o vidro de um carro e roubando a bolsa de uma mulher num farol da avenida do Estado, teve grande repercussão, principalmente em nosso site na net. Logo a sequência transformou-se no que chamam de viral (espalha-se rapidamente entre internautas), com mais de 5.500 acessos por semana. Eram cidadãos diante do espelho, assistindo à loteria que é sua ida ao trabalho, atravessando uma das mais movimentadas avenidas da cidade. O que era um alerta às autoridades encontrou ouvidos surdos e olhares turvos, como demonstra nossa nova reportagem, nesta página. O trabalho fotográfico de Marcos Fernandes mostra um grande problema, que é maior do que vidros quebrados: o de crianças sem amparo jogando com a sorte entre automóveis, que poderiam ser tiros de bala. "Uma criança sem valores é uma criança sem futuro,
Fotograma de seqüência premiada: menino quebra vidro de carro e rouba bolsa. Drama registrado pelo DC.
fora da sociedade. Existe pouca iniciativa de governos para mudar essa situação", afirma Fernandes, um reconhecido repórter-fotográfico da grande imprensa, que há três anos fundou a Agência Luz, e presta serviço ao DC. Para ele, essa premiação é um reconhecimento de seu trabalho, iniciado 18 anos atrás. "Sem dúvida, é um prêmio a que dou muita importância, principalmente porque todos os outros concorrentes também mostravam retratos sociais", afirma ele, que neste ano também recebeu menção honrosa no prêmio Vladimir Herzog com a mesma sequência de fotos. Este é o segundo grande prêmio recebido por fotógrafos a serviço do DC. O primeiro foi o prestigioso Prêmio Esso, ano passado, com trabalho de Evandro Monteiro. É de se admirar que um pequeno jornal como o nosso possa ter destaque na hora de mostrar trabalhos individuais. A grande imprensa, de tão grande, está preocupada com grandes temas, que são realmente importantes para a sociedade. Nós atuamos no micro mundo dos cidadãos. Na discussão dos novos rumos da mídia há todo tipo de previsões: otimistas (para as eletrônicas) ou pessimistas (para jornais impressos), mas a diferença estará sempre nos profissionais que fazem o fato virar informação em qualquer mídia. As premiações são claros sinais de que estamos no caminho certo.
Meninos da Luz Vermelha atacam 10 carros por dia na avenida do Estado Guangue continua agindo, como já havia mostrado reportagem do DC. Procurada por meio de sua assessoria de imprensa, a PM ainda não se manifestou. Fotos de Milton Mansilha/Luz
Fernando Vieira
O
s Meninos da Luz Ve r m e l h a nunca pararam de atacar. Há cinco meses, a reportagem do Diário do Comércio flagrou a ação dos menores assaltantes que aterrorizam motoristas em um semáforo da avenida do Estado, a cerca de 50 metros da Estação Dom Pedro II do Metrô. Mas, até agora, nada mudou. As cenas de violência se repetem sempre no mesmo lugar e em plena luz do dia. Não há limites para o número de ações durante apenas uma jornada criminosa. "'Tem dia em que vejo mais de dez assaltos", revela uma moradora de rua, que, por segurança, não será identificada. Ontem, o DC flagrou, mais uma vez, duas vítimas da ação dos menores, por volta das 15h45. A estudante Verônica Dourado, de 21 anos, e a barwoman Silvana Lisboa, também de 21, seguiam pela pista central da avenida do Estado, sentido Centro, quando pararam no farol de acesso à ligação LesteOeste, sob os viadutos Governador Abreu Sodré, Glicério e 31 de Março. À espreita – Em meio à fila de carros, as duas mulheres acompanhavam de dentro do veículo a aproximação de um garoto, que surgiu por trás da mureta que divide as pistas marginal e central da avenida. Com aparência de 12 anos, ele começou a circular próximo às portas dos veículos, rosto quase colado às janelas como se pedisse um trocado. O jeito dissimulado do garoto chamou a atenção de ambas. Verônica, a motorista, e Silvana, a passageira, certificaram-se de que as portas estavam travadas. Os vidros escurecidos pela película foram fechados rapidamente. Em poucos segundos, o garoto já estava encostado no Peugeot preto, do lado da passageira. "Ele pediu dinheiro e sinalizei que não tinha. Imediatam e n t e o u v i u m b a ru l h o " , contou Silvana. O som era resultado do vidro traseiro direito estilhaçando. A motorista tentou acelerar, mas não pôde avançar mais de dois metros. A fila de carros permanecia imóvel em respeito ao sinal vermelho. Não importa. Era tarde. O garoto, com extrema agilidade, já havia derrubado o vidro com as mãos, subtraído uma bolsa que estava no banco traseiro e corria levan-
Verônica (e) perseguiu o garoto
Silvana e Verônica: as últimas vítimas dos garotos. Elas foram atacadas ontem à tarde na pista central da avenida do Estado.
do-a debaixo dos braços. Assim que se deu conta do assalto, Verônica reagiu com arriscada ousadia. Saiu do carro e partiu na captura do menor. Assim como ele, pulou a mureta entre as pistas, que tem altura de cerca de um metro e meio, para o lado da pista marginal, sentido da rota de fuga utilizada ontem. Risco – Enquanto gritava por ajuda e corria atrás do garoto, Verônica arriscou-se ainda para atravessar a avenida em meio ao movimento intenso de veículos. "Uma perua quase a atropelou", disse Silvana, que, diante do susto, ficou "apavorada e sem reação". Enquanto Verônica perseguia o garoto, a passageira pôde observar a presença de outros dois garotos, distantes cerca de 50 metros, que davam cobertura para o assalto. De maneira inesperada, uma pessoa desconhecida, que passava a pé pelo local, percebeu a situação e surpreendeu o garoto em fuga. "Quando me dei conta, um homem estava com a minha bolsa nas mãos. Os três garotos já estavam juntos, mais adiante, e fugiam correndo", contou Verônica, que ouviu do rapaz apenas: "Pega e some daqui!". No caminho de volta a seu carro, que ficou abandonado na faixa da direita da pista central da avenida do Estado, Verônica
viu uma viatura da PM e acenou para que ela parasse. Os policiais pediram uma breve descrição dos menores e saíram em busca dos infratores. Retornaram pouco tempo depois, sem resultados. Mas os policiais parecem ter conhecimento da gangue, pois, conforme disseram, "está sempre por ali". Tática – Assim como no flagrante da reportagem Meninos da Luz Vermelha, publicada em 5 de julho pelo DC, a seqüência descrita não levou mais de dois
minutos. A tática foi praticamente a mesma. A gangue de menores age, na maioria das vezes, em trio e de forma ordenada. Cada um tem seu papel. Um primeiro garoto é responsável por distrair os motoristas,
atuando como se pedisse esmolas e indica possíveis vítimas – de preferência mulheres. Um segundo faz a varredura com os olhos no interior do veículo, aproveitando-se da atenção direcionada para o primeiro
garoto. Ao encontrar o que procura, geralmente bolsas, retira da boca um objeto (a ponta da vela de ignição de um carro) e o arremessa contra o vidro, que se estilhaça. Rapidamente pega o que deseja. Os dois fogem, se juntando a um terceiro, que, à distância, dá cobertura para a ação e alerta os demais, caso apareçam viaturas policiais. Para saber quais as ações de combate a esse tipo de violência, o DC entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública, que encaminhou o assunto para a Polícia Militar. No entanto, a assessoria da PM informou que, devido a um problema no seu sistema de computadores, apenas poderia "responder à solicitação amanhã" (hoje).
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Compor tamento Urbanismo Comemoração Ciência
DIÁRIO DO COMÉRCIO
INSTITUIÇÃO É A CASA DA LIVRE INICIATIVA
sexta-feira, sábado e domingo, 8, 9 e 10 de dezembro de 2006
Devo tudo isso ao trabalho de vocês. Guilherme Afif Domingos, presidente da ACSP
ACSP, 112 anos de independência Guilherme Afif Domingos faz balanço positivo das ações da entidade. Daniel Machado de Campos, presidente emérito da ACSP, recebeu homenagem especial.
A
Luludi/Luz
Sergio Leopoldo Rodrigues
s teses e as bandei- Destacou a importância do ras de luta levan- Diário do Comércio (DC) cotadas pela Asso- mo um importante instrumenciação Comercial to "da divulgação de nossas de São Paulo (ACSP) mostra- idéias". E do Digesto Econômiram-se centros geradores de co, "hoje totalmente reformuum pensamento estratégico lado como veículo de nossos da livre iniciativa. "E a Asso- pensamentos". ciação fez isso com total indeOs ex-presidentes Alencar pendência das áreas governa- Burti e Lincoln da Cunha Pementais em todas suas mobi- re i r a d e s t a c a r a m o a p o i o lizações, nos seus 112 anos de "sempre presente na vida desexistência, comemorados ho- ta entidade". Para Burti, a fije (ontem)". gura de Daniel Machado é o A afirmação de Guilherme "verdadeiro testemunho do Afif Domingos, presidente da esforço da causa que está preACSP, ontem, durante a últi- sente na Associação, que é a ma reunião plenária deste luta pela liberdade e uma soano, serviu como um balanço ciedade próspera". Lincoln da positivo das ações da entida- Cunha acrescentou que "esse de em defesa da liberdade e esforço nunca esmoreceu nem do empreendedorismo em m e s m o n o s m o m e n t o s d e 2006. Marcou também a inau- grandes dificuldades". Maria guração da ala Daniel Macha- Alice Milliet, filha e represendo de Campos – presidente tando a família de Daniel Maemérito da entidade – "como chado no evento, deu um tesuma mensagem viva dessa temunho emocionado do carinossa história". nho e apreço que seu pai tinha Afif lembrou que o sucesso da pela ACSP. "Os anos que esteabertura do Natal Iluminado, terça-feive aqui, na Associara, em frente ao Teação, foram os mais tro Municipal, foi gratificantes de sua uma mostra de que é A ACSP trabalhou vida", disse Maria possível mudar o com total Alice. "Aqui na Brasil para melhor. independência das ACSP meu pai en"A Orquestra Sinfô- áreas controu espaço para nica de Heliópolis, governamentais em d e b a t e r i d é i a s e obra do maestro Bacações políticas. Porcarelli, revela a qua- todas suas tanto, nada mais justo do que aqui lidade do nosso po- mobilizações, nos vo", disse. Esse "êxi- seus 112 anos sua memória perto ocorreu também comemorados hoje. maneça". Para ennas ações da ACSP cerrar, o empresário Guilherme Afif Mário Amato, do junto aos Poderes Executivo e Legisla- Domingos, presidente Conselho Superior da ACSP da ACSP, destacou tivo". que Machado é um Segundo Afif, uma mostra importante disso exemplo para todo empreenfoi a aprovação da Lei Geral da dedor deste País. O poeta João Pequena Empresa, que nas- Fernandes de Almeida leu um ceu na Associação Comercial, poema de sua autoria sobre o "tem um capítulo dedicado à Natal, como faz todos os anos. Finalmente, o bispo da Diopré-empresa e vai permitir que grande parte da economia cese de Santo Amaro, dom informal possa se formalizar e Fernando Figueiredo, celeempreender sem medo de brou, ao lado do padre Carlos aparecer", comemorou. Alberto Contieri, coordenaEle relatou a força da Asso- dor do Pátio do Colégio, a ciação Comercial de São Paulo missa de final de ano, na Igrepara influir com suas propos- ja do Beato José de Anchieta, tas nas mais diversas esferas ao som do Coral Del Chiaro. de Poder e creditou às teses po- Durante a missa, dom Ferpulares da Associação os 8,4 nando saudou os 112 anos da milhões de votos obtidos na úl- ACSP e abençoou Daniel Matima eleição, como candidato chado e sua esposa. Também participaram da ao Senado por São Paulo. "Devo tudo isso ao trabalho de vo- solenidade de descerramento cês", agradeceu. da placa em homenagem a DaGuilherme Afif expressou a niel Machado, no 11º andar da unidade da ACSP na pessoa de ACSP, seus vice-presidentes Daniel Machado de Carvalho, Alfredo Cotait Neto, Luiz Roque soube estar presente "co- berto Gonçalves, Valmir Mamo defensor da sociedade li- dázio, Renato Abucham, além vre nos momentos mais cru- representantes de inúmeras ciais da nossa história, assim entidades, entre eles, Luigi Necomo foi o presidente Carlos se, da Confederação Nacional de Souza Nazareth, em 1932". de Serviços (CNS).
Agliberto Lima/DC
Acima, Guilherme Afif Domingos e Alencar Burti com familiares de Daniel Machado de Campos, presidente emérito da ACSP, homenageado durante a solenidade de aniversário de 112 anos. Ao lado, missa celebrada pelo bispo da Diocese de Santo Amaro, dom Fernando Figueiredo. Abaixo, à esquerda, Afif na cerimônia religiosa. À direita, o Pátio do Colégio já iluminado para o Natal.
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Transpor te Polícia Crise no ar Distritais
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GOVERNO DECIDIU DUPLICAR EQUIPAMENTOS
191 dos 610 vôos programados para ontem, de 0h às 10h30, sofreram atrasos de mais de uma hora.
Apu Gomes/Folha Imagem
Seguro para dia de chuva Ivan Ventura
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p re f e i t o d e S ã o Paulo, Gilberto Kassab, anunciou ontem que encaminhará à Câmara um projeto de lei para criar uma apólice de seguros coletiva, destinada a ressarcir proprietários de veículos atingidos pelas chuvas em São Paulo. Somente terão direito ao seguro aqueles que estejam em dia com o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e o Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU). As origens dos recursos para o pagamento da apólice e a data para a implantação ainda serão definidas pela Prefeitura. De acordo com o prefeito, a proposta foi aprovada anteontem, após reunião na Secretaria de Governo. Ficou definido que o texto do PL (que, entre outras coisas, deverá conter o valor das apólices), será elaborado pela equipe do secretário municipal de Finanças, Mauro Ricardo Machado Costa. A expectativa é que o projeto seja enviado ainda esse ano à Câmara. "Trata-se de uma medida com o objetivo de dar amparo material às vítimas de enchentes", disse Kassab. O prefeito ainda anunciou outras medidas do executivo na tentativa de sanar os prejuízos que a população tiveram com as chuvas, que inundaram ruas e invadiram casas.
"Além da apólice, iremos anular as multas de rodízio aplicadas nos dias de temporais, que ficará sob a responsabilidade da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Daremos também isenção de IPTU às pessoas com prejuízos materiais", disse. A remoção de famílias que vivem em áreas de risco (atualmente estimadas em 600 no município), que poderão ser atingidas por desmoronamento, também é outra medida que será colocada em prática pela Prefeitura. "Isso busca acelerar a implantação de parques lineares em locais de enchentes sistemáticas, afastando as famílias das regiões e deixando as áreas para a comunidade". Transporte – Na tarde de ontem, Kassab também anunciou o apoio da Prefeitura ao projeto de lei 7.552/06 que, em linhas gerais, define os órgãos responsáveis pelo custo da gratuidade no transporte público oferecidos a idosos e funcionários dos Correios. A proposta é de autoria do deputado federal Jackson Barreto e tramita na Comissão de Finanças da Câmara Federal. "Não somos contra a gratuidade no transporte público de idosos e funcionários dos Correios. É um direito deles. O problema é que a passagem é financiada por outros passageiros. É por conta disso que as tarifas de transporte acabam sendo altas para o munícipe", afirmou o prefeito.
Vivi Zanatta/AE
Depois da tempestade: na rua Turquia, árvore caiu e atingiu a fiação
Longa espera: no terceiro dia após a falha no Cindacta-1, passageiros continuaram enfrentando atrasos nos aeroportos, como em Cumbica.
Comandante da FAB admite falta de técnicos para solucionar pane Um técnico francês, que, "por sorte", estava em Manaus, foi levado a Brasília para consertar o equipamento.
O
comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, admitiu ontem que não havia técnicos capazes de solucionar rapidamente a pane no equipamento do Cindacta 1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo), em Brasília, terça-feira. A falha resultou em atrasos e cancelamentos nos principais aeroportos do país. Também ontem, o ministro da Defesa, Waldir Pires, já havia admitido que a falta de suporte técnico impediu que fosse solucionada rapidamente a pane. A declaração foi feita aos deputados que integram a comissão criada pela Câmara para discutir a crise aérea. Segundo Bueno, somente seis horas depois de a pane ocorrer, a Aeronáutica conseguiu identificar o problema. "Nós não temos um analisador para ver onde ocorreu a falha. Vamos colocar um equipa-
mento mais moderno, em cerca de um mês, para substituir o que teve problemas", disse. Durante entrevista em que anunciou um pacote de medidas para reduzir os impactos da crise aérea, o comandante chegou a admitir que o equipamento do Cindacta 1 estava "desgastado". Logo em seguida, ao ser questionado, voltou atrás. "Houve falha de comunicação, eu não quis dizer isso. Esse equipamento tem seis anos, tem características desgastadas mas cumpre sua finalidade com segurança", disse. O comandante disse que nunca na história do Cindacta 1 uma pane como a de terçafeira havia sido registrada. "Não estava acontecendo nada, estava tudo funcionando normalmente", disse. Ao ser questionado sobre possíveis panes em equipamentos do Cindacta 1 antes dessa semana, Bueno desconversou. "Se outras panes foram solucionadas com rapidez, não foram como essa", disse. Ministro – O ministro confirmou que a falta de suporte técnico impediu uma solução rápida para a pane . A afirmação foi feita ao deputados da comissão criada pela Câmara para discutir a crise nos aeroportos. A pane cortou a comunicação por rádio entre controladores e pilotos, provocando cancelamentos e atrasos de vôos. Até ontem, passageiros ainda enfrentavam problemas de espera nos aeroportos do País, em conseqüência da falha. Segundo informações da Agência Câmara, o ministro disse que, "por sorte", um técnico francês estava em Manaus e foi a Bra-
sília para resolver o problema. A falha ocorreu na central de áudio digital do Cindacta 1. O equipamento, italiano, é responsável pela distribuição de telefonia e das freqüências usada para a comunicação do controle de tráfego com as aeronaves. Segundo o deputado Carlos Willian (PTC), o ministro teria afirmado que, para deixar o controle aéreo em situação satisfatória, seriam necessários mais 150 controladores. Normalização – O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, disse que a situação começou a se normalizar. Para ele, os passageiros não enfrentarão problemas no fim de ano. "Estamos indo para o fim do ano bem. Tivemos um problema técnico, já resolvido. É um problema que não tem nada a ver com o anterior, que é a falta de gente nas posição de controladores", afirmou. Balanço divulgado Anac apontou que 191 dos 610 vôos programados para ontem, da 0h às 10h30, sofreram atrasos de mais de uma hora. O número corresponde a 31,31% do total. Foi o terceiro dia de atrasos nos aeroportos desde a pane. A Aeronáutica investiga as causas da falha e afirma que, em seis anos de uso, o equipamento nunca havia apresentado falha semelhante. Duplicação – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou ao Planalto, na tarde de ontem, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, para examinar um plano de contingência do controle de tráfego aéreo. Após dois meses de atrasos e cance-
lamentos de vôos, com tumulto nos aeroportos, o Governo decidiu duplicar os equipamentos de comunicação e controle de vôo. Também decidiu contratar e treinar mais controladores, civis e militares, para ficar menos vulnerável a movimentos como a operação padrão feita pelos controladores de Brasília. Duas fontes do Governo, uma delas da área militar, disseram à agência Reuters que o presidente Lula decidiu manter na esfera do Ministério da Defesa e do Comando da Aeronáutica a gestão da crise do tráfego aéreo. A primeira medida será a aquisição de quatro equipamentos de comunicação semelhantes ao que falhou terça-feira. Cada equipamento custa cerca de 2,5 milhões de dólares. O plano da Aeronáutica descarta a implantação de novos centros de controle, além dos quatro Cindactas em operação (Brasília, Curitiba, Pernambuco e Manaus). "O plano é reforçar os "back ups" (reservas), de maneira que haja sempre dois sistemas em condições de operar, caso haja falhas", disse a fonte. A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Paulo Bernardo, foram encarregados de garantir recursos para a compra dos equipamentos. Se for necessário, uma medida provisória para liberar recursos suplementares do Orçamento de 2006 será editada. Lula determinou que a crise seja tratada como "questão técnica", priorizando a segurança dos passageiros. (Agências)
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Ambiente Saúde Transpor tes Crise no ar
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Uso o ônibus só porque existe o rodízio. Não é confortável e está sempre lotado. Luís Fernando Righetti, passageiro
PESQUISA OUVIU 2.300 USUÁRIOS
População aponta falhas em transportes Pesquisa realizada pela ANTP mostra que, para os passageiros, trem, metrô e ônibus ainda precisam melhorar em vários aspectos Rafael Hupsel/Luz
Rejane Tamoto
S
Fundo vai captar verba para a CPTM Davi Franzon
O
A integração com o Bilhete Único foi percebida como vantagem pela população, segundo Rogério Belda, presidente da ANTP
não precisa (10%) e de que é mal conservado (8%). Por outro lado, diminuiu a associação do ônibus a algo caro (4%), já que a pesquisa foi realizada antes do aumento da tarifa. Segundo o presidente da São Paulo Transporte (SPTrans), Ulrich Hoffmann, há planos para aumentar a agilidade deste transporte na cidade. "Em 2007 devemos terminar o corredor do Expresso Tiradentes e renovar 10% da frota de ônibus. Outra medida que vai diminuir o tempo de espera é o monitoramento pelo sistema GPS", afirmou. A aprovação dos usuários d e t re n s t a m b é m c a i u , d e acordo com a pesquisa. Apenas 50% consideram o transporte excelente, ante 55% no ano passado. Os problemas mais associados aos trens são: passageiros mal educados (60%), está sempre lotado (60%) e não é confortável (54%). Aumentou em nove pontos percentuais a idéia de que o trem demora a passar (9%). Por outro lado, caiu em 7% os que o consideravam sujo e mal conservado. "A demanda de passageiros nos trens aumentou 10% neste ano. Devemos receber 120 trens que serão remodelados e estão em obras as linhas F e C", afirmou Atílio Nerilo, gerente de gestão da qualidade da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Aprovação - Apenas em relação ao metrô e aos ônibus metropolitanos houve um aumento na aprovação em relação a 2005: subiu de 90% pa-
Paulo Pampolin/Hype - 29/10/2006
No metrô: expansão da Linha Amarela atenderá melhor a população
ra 93% e de 64% para 69%, respectivamente, o índice dos que consideram ambos sistemas bons. "O tempo de espera pelo transporte é um fator importante e explica o bom índice do metrô, que opera com regularidade. A integração com o Bilhete Único também foi percebida como vantagem pela população",
disse o presidente da ANTP, Rogério Belda. Em relação ao metrô, no entanto, 33% dos entrevistados disseram que a estação fica muito longe do trabalho ou de casa e 28%, que o transporte está sempre lotado. O preço da passagem do metrô foi considerado caro em relação à renda de 47% dos usuários, o que representa uma queda em relação a
2005, quando 63% achavam o valor maior. Segundo o diretor de operação do Metrô, Décio Tambelli, a assinatura do contrato da Parceria-Público-Privada para a linha 4 abre uma nova oportunidade para a cidade. "A linha 5 deverá ser viabilizada com estas parcerias", disse. Trânsito - Em três questões, o estudo também mediu a satisfação das pessoas em relação aos veículos particulares. Cerca de 20% vão ao trabalho de carro, sendo 15% ao volante e 5% de carona. De acordo com Belda, havia a impressão de que os usuários de carros particulares estivessem insatisfeitos com o trânsito sobre rodas. A tese foi derrubada pelos números, já que 78% se disseram satisfeitos ou muito satisfeitos indo habitualmente de carro para o trabalho. Além de medir a satisfação dos que usam veículos particulares, a novidade da pesquisa deste ano é que passaram a ser avaliados os serviços de transporte para deficientes Atende e o Bilhete Único. De 56% dos entrevistados em toda a região metropolitana que conhecem o Atende, 79% avaliam o serviço como bom. O Bilhete Único é usado por 58% dos habitantes do município. Deste percentual, cerca de 92% o utiliza na integração entre ônibus, apenas. Em seguida, 35% usam a dobradinha ônibus e metrô e 11% ônibus e trens. Para 78% dos entrevistados no município, a principal vantagem do Bilhete Único é o gasto menor com transporte.
Luiz Prado/Luz
Patrícia Santos/AE
empre que possível, o advogado Luís Fernando Righetti, de 30 anos, usa o carro para trabalhar. "Uso o ônibus só porque existe o rodízio. Não é confortável e está sempre lotado", contou. A mesma opção não tem a fisioterapeuta, que atende em domicílio, Mariana Inforsato, de 24 anos, que ontem esperava, na avenida Paulista, ansiosa por um dos 10 ônibus que pega por dia. "Já fiquei 50 minutos esperando um ônibus", desabafou. Pior ainda é a rotina da auxiliar de enfermagem Maria Inês Moreira, de 42 anos. Todos os dias, a moradora de Itaquera embarca, às 6h10, em lotação, trem e metrô para chegar à avenida Paulista às 8 h. "O transporte está sempre lotado. Parece até condução para animais!". O descontentamento desses passageiros é compartilhado por uma parcela das 2.300 pessoas que compõem o universo da pesquisa Imagem dos Transportes na Região Metropolitana de São Paulo, cujos resultados foram apresentados ontem pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP). A pesquisa, realizada do dia 11 de agosto a 29 de setembro, é um retrato de como a população vê e o que pensa sobre o metrô, o trem e os ônibus municipais e metropolitanos. O estudo anual, feito desde 1985, foi patrocinado pela CPTM, Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), Metrô, Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado de São Paulo (Setpesp), SPTrans e Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanus). Quando questionadas sobre as características que poderiam melhorar os serviços de transporte coletivo, 50% responderam que é preciso diminuir o tempo de espera. Para 26%, é preciso acabar com a lotação do transporte. Insatisfação - O número de pessoas que consideram o sistema de ônibus da Capital bom caiu de 52% para 48%, em relação a 2005. Quando colocados frente a uma lista de 21 problemas, os usuários associaram esse meio de transporte à poluição do ar (90%), ao trânsito (88%) e ao tempo de viagem demorado (80%). Cresceu a imagem de que o ônibus faz com que o passageiro tenha de pegar mais conduções (11%), de que sempre está disponível quando o usuário
DEPÓSITO PIRATA – A Guarda Civil Metropolitana (GCM) descobriu, na tarde
UM BURACO NO CAMINHO – Na rua Conselheiro Crispiniano, no Centro da
de ontem, um depósito com produtos pirateados e contrabandeados localizado no vale do Anhangabaú, região central de São Paulo, próximo à sede da Prefeitura. Entre CDs, DVDs, brinquedos, roupas e calçados encontrados no local, a GCM ainda apreendeu grande quantidade de bolinhos de baunilha, coxinhas e esfihas estocada dentro de um imundo banheiro. Um homem foi detido no local com quatro documentos falsos e diversas folhas de cheque. Do depósito foram retirados mais de 500 sacos com mercadorias ilegais.
cidade, um grande buraco atrapalha o caminho dos pedestres. Mas não é só isso. Como a própria placa de aviso indica, três pessoas já caíram na cratera que continua aberta. A situação mostra a dificuldade de se caminhar nas calçadas da região central, sempre esburacadas para a realização de serviços das concessionárias de luz, água, cabos, gás etc. O retrabalho é uma constante. Basta asfaltar a rua que uma concessionária quebra tudo de novo. Basta a Prefeitura remendar o piso, para ele ser quebrado. Assim, o pedestre vai para o buraco.
governo do Estado aguarda a aprovação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para lançar um Fundo de Investimentos em Direito Creditórios (Fidc) no mercado. A operação prevê uma captação de R$ 200 milhões e financiará 40% das obras de ampliação e reforma das Linhas C (Osasco a Jurubatuba) e F (Brás a Calmon Viana) da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). A operação, segundo o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, entrará na pauta da CVM em reunião do próximo dia 19. A estruturação do Fidc ficou nas mãos da Seguradora Rio Bravo e do Bradesco. "Não entramos na pauta dessa semana, mas a CVM avaliará nossa operação na próxima reunião. Depois vamos oferecer o fundo ao mercado", disse. O Fidc terá a ampliação do número de passageiros como lastro. Os números da secretaria indicam uma elevação, conjunta, de 135 mil passageiros dia: 45 mil na linha C e 75 mil na F. "O custo total da obra é de R$ 500 milhões. Serão 60% para o Estado e 40% por meio do fundo", explicou o secretário. Os títulos da CPTM – a primeira operação nesse molde efetuada por uma empresa ferroviária estatal no Brasil – terão um prazo de oito anos. Durante os primeiros doze meses, o montante arrecadado será depositado no fundo financiador do projeto. Após esse prazo, os compradores poderão liquidar seus papéis. Jurandir informou que três bancos já demonstraram interesse nos papéis da CPTM, entre eles o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "A Moody´s nos deu uma classificação de rating A3. Uma ótima resposta para um papel de empresa ferroviária estatal. O risco de inadimplência é praticamente zero. O usuário paga sua passagem na hora, seja em dinheiro ou bilhete único. Isso valorizou a operação" afirmou o secretário Fernandes. Dependendo do resultado dessa primeira operação, o governo paulista já estuda o lançamento de um outro Fidc para custear a ampliação da Linha 5-lilás do Metrô, que hoje liga o Capão Redondo ao largo Treze de Maio. São transportados 80 mil passageiros dia no trecho. Segundo Jurandir, com a expansão até a Chácara Klabin, o número chegará à casa dos 700 mil, um lastro mais do que atrativo para o mercado financeiro.
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Jamil Bittar/Reuters
A América Latina está vivendo não uma época de mudanças, mas uma mudança de época. É como um terremoto político. Do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ontem, em entrevista sobre as mudanças políticas na América Latina. Chávez deu a entrevista ao sair do Palácio do Planalto após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Leia a cobertura do encontra na página 3
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DEZEMBRO
2 -.LOGO
www.dcomercio.com.br/logo/
8 Morte do compositor, maestro, cantor e arranjador brasileiro Tom Jobim (1927-1994) Morte do Beatle John Lennon (1940-1980)
O RIENTE MÉDIO D ESENVOLVIMENTO
Batendo em retirada
Mais espaço para as mulheres O mundo árabe deve melhorar o status das mulheres se quiser promover uma verdadeira "renascença humana", afirma um relatório do Programa de Desenvolvimento da ONU (UNDP, por sua sigla em inglês), que, entre outros pontos, recomenda profundas reformas no pensamento islâmico e uma política de "ação afirmativa" para que seja assegurado um lugar às mulheres na política e em outras áreas. O relatório, escrito por especialistas árabes, afirma que as mulheres no mundo árabe apresentam "altas e inaceitáveis taxas " de mortalidade ligada à
gravidez – 270 óbitos por 100.000 nascimentos – e um dos maiores índices de analfabetismo do planeta, cerca de 50%, comparados com 33% entre os homens. O estudo diz ainda que a participação das mulheres árabes na economia "continua a menor do mundo", em cerca de 33%, abaixo da média mundial de 55%. A diretora da UNDP, Amat Al Alim Aloswa, afirmou que o estudo mostra que o progresso feminino "continua sendo um eixo essencial para o projeto árabe de renascença humana...que proporcionará liberdade, orgulho e vigor a todos os árabes, homens e mulheres".
C HINA China Daily/Reuters
Cercado de críticas, Bush fala, pela primeira vez, em sair do Iraque
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ela primeira vez, o presidente dos EUA, George W. Bush, admitiu ontem a possibilidade de retirada das tropas norte-americanas do Iraque. E o presidente foi além, deu um prazo para a ação, até o início de 2008, "se as condições assim o permitirem". Também enfatizou que é preciso se mostrar "flexível e realista" para determinar o número de soldados que permanecerão no país. É a primeira vez que Bush fala de planos práticos para uma possível retirada das tropas do Iraque e fez isto justamente um dia depois da divulgação de um relatório, elaborado por uma comissão bipartidária, que propôs mudanças na atuação dos EUA no país. O relatório foi um golpe duro para a administração Bush e critica a maioria das estratégias adotadas no país. Entre as mais de 70 recomendações está a retirada das tropas norte-americanas das frentes de combate no país árabe (cerca de
Jim Watson/AFP
Bush, ontem: intenção de passar operações às tropas iraquianas
144 mil soldados) em no máximo 15 meses. "Queremos nossas tropas de combate de volta rapidamente. Queremos que os iraquianos assumam o combate", disse Bush. "Como disse o relatório, não sei as palavras exatas, mas era algo como 'dependendo das condições'. Acho que faz sentido", disse. A mudança de postura de Bush ficou clara em um encontro, ontem, em Washington,
com o primeiro-ministro britânico, Tony Blair. O presidente dos EUA disse que o Iraque precisa de uma nova abordagem. "Acredito que precisamos de uma nova abordagem", disse. Bush disse que está disposto a seguir outra recomendação do relatório: incluir Síria e Irã nas conversas para o fim da violência no Iraque. Mas somente se os dois países deixarem de apoiar grupos terroristas.
Jim Watson/AFP
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Escavadores exibem máscaras mortuárias, datadas de cerca de 200 anos antes de Cristo, encontradas em uma das 58 tumbas recenemente descobertas nas proximidades da província de Xinzheng.
N EGÓCIOS
Tribo indígena, atitude 'rock'
E M
lucro líquido de US$ 490 milhões. Esta é a primeira compra de uma grande corporação internacional por uma tribo de índios nativos da América, e representa, segundo os analistas, um marco no aumento do poder econômico dos seminoles da Flórida e de outras tribos indígenas, que contam com um regime especial de tributação nos Estados Unidos, no mundo dos negócios. Atualmente, a tribo Seminole já possui e explora dois hotéis e cassinos Hard Rock em Tampa e Hollywood, e também cria gado e planta frutas cítricas e tabaco.
NÃO PERTURBE OS ANIMAIS - A frase aparece no cartaz diante de 2.300 bichinhos de pelúcia doados à National Geographic Society, que pretende entrar para o Guiness Book of Records como a maior coleção do gênero. L ÍBANO
MÚSICA
Formação de controladores de vôo
A Beer Machine foi inventada no Canadá, e os fabricantes prometem que a máquina produz cerveja de qualidade e fermentação caseira. Basta adicionar a mistura que vem em envelopes e esperar de uma semana a 10 dias. O aparelho custa cerca de US$ 90, mas cada envelope da mistura - que faz 84 copos - sai por US$ 62. www.iwantoneofthose.com/
A Força Aérea Brasileira (FAB) iniciou hoje as inscrições para o Curso de Formação de Sargentos da Aeronáutica especializados em controle de tráfego aéreo. Serão oferecidas 160 vagas para jovens que tenham completado o ensino médio. As inscrições vão até as 15h do dia 15 de dezembro, custam R$ 50 e podem ser feitas pela internet. A previsão é de que a turma formada seja encaminhada para o trabalho nos aeroportos nacionais assim que se formar, em 2008. O curso, que tem duração de um ano.
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A TÉ LOGO
traditado para o Paraguai, nega que tenha ajudado a financiar atividades terroristas e que apenas levantava fundos para a mesquita e orfanatos no Líbano. A partir dos atentados de 11 de setembro de 2001, no entanto, os EUA incluíram em sua lista negra os orfanatos e outras entidades sociais ligadas a grupos considerados terroristas. Primeiro, porque as contas bancárias e pessoas jurídicas às vezes se confundem. Segundo, porque, na visão do governo americano, essas entidades incentivam o terrorismo. Na quarta-feira, o Departamento do Tesouro americano proibiu a realização de negócios com nove pessoas e duas empresas supostamente vinculadas a Barakat e ao financiamento das atividades do Hezbollah, na Tríplice Fronteira. Segundo outro xeque da mesquita, Mohamed
Khatoun, construção e reforma do templo dependeram de dinheiro vindo do Brasil. "Isso é normal, sempre recebemos donativos de todos os lugares", disse o xeque. Khatoun não soube precisar o volume de dinheiro vindo do Brasil. Segundo ele, muitas vezes são doações individuais e pequenas, em valores como US$ 100. O xeque afirmou nunca ter ouvido falar do empresário Muhammad Yusif Abdallah, apontado pelo Departamento do Tesouro americano como principal financiador do Hezbollah na Tríplice Fronteira. O xeque contou que os EUA congelaram as contas de um grande empresário, por ter mandado US$ 600. "Estava claro que era uma doação para o orfanato", disse Khatoun. "Mas os americanos acham que todo dinheiro arrecadado é para comprar armas". (AE)
B RAZIL COM Z
Copa de 2014, ainda incerta As publicações especializadas em esportes da Europa e a agência de notícias Reuters divulgaram ontem algumas considerações do presidente da Fifa, Sepp Blatter, sobre o país que deve sediar a Copa do Mundo de 2014. A Fifa tem a intenção de realizar o evento na América Latina. Mas Blatter avisou que nove das dez organizações de futebol contatadas em países latino-americanos apóiam o Brasil como sede. O País que não se manifestou, o Brasil, ainda não confirmou oficialmente sua intenção de sediar o campeonato.
Os indicados ao 49º Prêmio Grammy, o Oscar da música, foram divulgados ontem. Mary J. Blige lidera o ranking com oito indicações e Red Hot Chili Peppers vem em seguida, com seis, entre eles, o de melhor álbum do ano, por Stadium Arcadium. Entre os brasileiros, apenas Sérgio Mendes, que vive nos EUA, está na lista. Ele concorre na categoria de Melhor Performance Alternativa Urbana duas vezes, com: Mas Que Nada, com The Black Eyed Peas e That Heat, com Erykah Badu & Will.i.am. www.grammy.com
E SPAÇO
Em busca da água marciana Depois de divulgado um estudo com base em fotos da Nasa, segundo o qual há, ou ouve recentemente, água líquida em Marte, a Agência Espacial Européia (ESA) informou que sua sonda em órbita de Marte, a Mars Express, passará a seguir as pistas para encontrar o líquido. Serão necessárias semanas de estudo antes que a ESA possa comentar dados recolhidos dos locais identificados nas fotografias da Nasa. Cientistas identificaram, nas imagens recentes, depósitos de material de cor clara, possíveis marcas da passagem de água corrente. L OTERIAS Concurso 175 da LOTOFÁCIL 02
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ONU quer levantar US$ 500 milhões por ano para combater disseminação da gripe aviária Empresário ligado a ex-espião russo envenenado na Grã-Bretanha é hospitalizado
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Cerveja feita em casa
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a mesquita Al-Mahdi al-Muntasar, alguns jovens fiéis saem empunhando uma bandeira verde-amarela do Hezbollah. AlMahdi al-Muntasar, cujo nome remete ao "Imam Oculto", o 12º mensageiro de Deus que os xiitas aguardam, é uma mesquita do Hezbollah como tantas outras no sul de Beirute. Mas guarda uma peculiaridade. O dinheiro que a ajudou a construir, em 1994, e que agora ajuda a reformá-la, depois de ter sido danificada por fragmentos dos bombardeios israelenses de julho e agosto, vem das comunidades xiitas do Brasil e do Paraguai. Um dos xeques da mesquita, Akram Assaad Barakat, tem um irmão preso desde 2003 no Paraguai, por ter arrecadado e remetido dinheiro para o Hezbollah. Assaad Ahmed Barakat, libanês naturalizado paraguaio, preso em Foz do Iguaçu e ex-
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F AVORITOS
Ajuda bloqueada
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G @DGET DU JOUR
Cientistas da Universidade de Michigan, nos EUA, criaram tecido cardíaco que se contrai e responde aos estímulos como o de um coração verdadeiro, revelou um estudo publicado ontem na revista Journal of Biomedical Materials. O tecido poderá ser utilizado para substituir partes lesionadas do coração humano e até um coração novo a partir de um punhado de células cardíacas. O tecido foi criado a partir de um sistema de bioengenharia, chamado BEHM, material que se contrai com força e responde a fatores externos.
Grammy divulga lista de indicados
C A R T A Z
Teresa Cristina (foto) e Grupo Semente recriam canções de Chico Buarque e Gonzaguinha. Teatro Fecap. Avenida da Liberdade, 532. Telefone: 3089-6999. 21h. R$ 60
Coração de laboratório
M ÚSICA
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A tribo indígena seminole, originária do Estado da Flórida, nos EUA, comprará a cadeia de restaurantes e cassinos Hard Rock Cafe por US$ 965 milhões do grupo britânico Rank Group. O negócio deve ser concluído em março de 2007 e precisa ser aprovado pelos acionistas do Rank Group, empresa especializada em jogos e apostas. A cadeia Hard Rock, que passará às mãos dos índios seminoles, é formada por 124 restaurantes, quatro hotéis, dois hotéis-cassino e duas casas de shows, que operam todos sob a marca Hard Rock. No ano passado, a rede obteve um
C IÊNCIA
Mudanças propostas por Chávez à Constituição venezuelana inibir investimentos privados
Concurso 1685 da QUINA 05
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.TURISMO
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
FÉRIAS Fotos: Paula Cunha
Um banho de luxo
Por Paula Cunha
Q
uem ouve a palavra Araxá pensa imediatamente nas fontes de águas que oferecem a juventude eterna. Nesta cidade, cujo nome significa "o ponto mais alto de onde se avista o sol", há diversas opções de lazer, desde o centro histórico e os museus até a tradicional feira de artesanato nos fins de semana. Mas para quem deseja conforto, descanso, lazer e um tratamento completo de beleza o lugar ideal é o Ouro Minas Grande Hotel e Termas de Araxá. Trata-se de um sofisticado complexo que abriga tanto as famosas termas da personagem histórica Dona Beja quanto um espaço de atividades como arvorismo, trekking, rapel, tirolesa, escalada, campeonatos de arco-e-flexa, passeios de caiaque e prática de esportes como natação, futebol, basquete, vôlei de areia e tênis. Tudo isso, com o objetivo de atrair turistas de todas as idades. Instrutores preparados e treinados convencem até os visitantes mais covardes a praticar algumas destas modalidades de esporte, ou pelo menos parte delas. Tranqüilidade – Situado a oito quilômetros do centro da cidade, na Estância do Barreiro, um parque de 450 mil metros quadrados, o hotel dispõe aos hóspedes que desejam se desligar da agitação das grandes cidades toda a tranqüilidade que o contato com a natureza pode oferecer, incluindo jardins criados por Burle Marx. Com diversas categorias de quartos e suítes, os visitantes conseguem
No Ouro Minas Grande Hotel e Termas de Araxá os dias são regados a conforto, esportes de aventura e imersões em águas termais em banheiras inglesas da década de 20
Divulgação
esquecer seus problemas diários em pouco tempo. À noite, as atividades não param. Há salas especiais de jogos, cinema e teatro e gincanas, além de um scotch bar com música ao vivo. O hotel conta com 283 apartamentos e duas suítes que se ajustam ao bolso dos hóspedes. Os banheiros de todas as unidades possuem peças de mármore. A suíte governamental, a maior de todas, engloba uma área total de 200 m² e o banheiro tem as paredes e as peças em mármore Carrara. Relaxe – Para aqueles que desejam a juventude eterna, ou pelo menos evitar "galinheiros" em volta dos olhos, os banhos com as águas das termas nas banheiras inglesas de 1927 e 1928 são boas opções. E existem diversos tipos deles. Os mais procurados são os de pérola e o de lama. Este último é feito com dois tipos de água, sulfurosa ou radiativa, e hidrata a pele, evitando o envelhecimento. Há, também, os de aveia e mel, nos quais são utilizados óleos e cremes. Os chamados banhos alternativos utilizam ervas aromáticas e pétalas de rosas, que possuem propriedades relaxantes. Além dos banhos, há a alternativa das águas quentes da piscina emanatória, localizada dentro do hotel. Ela se encontra em um salão todo envidraçado e de suas águas um vapor leve é emanado, o que causa a sensação de conforto e relaxamento profundo. Outro atrativo do Ouro Minas é o restaurante, que oferece tanto os pratos típicos mineiros e seus doces irresistíveis quanto os da cozinha tradicional internacional. SERVIÇO: Ouro Minas Grande Hotel e Termas de Araxá: Estância Parque do Barreiro s/nº, www.ourominasgrandehotel.com.br. Reservas pelo tel. (34) 3669-7020. A partir de São Paulo, siga pela Rodovia Anhangüera até a cidade de Uberaba. Diárias, nos fins de semana, a partir de R$ 274 por quarto duplo, com café da manhã.
A imponente construção abriga 283 apartamentos e duas suítes, salas para banhos relaxantes (ao lado) – com rosas, aveia, lama... – e um restaurante tentador. Na ampla área de lazer, jardins criados por Burle Marx, piscinas, cinema e teatro
Rio: Marina da Glória será revitalizada
S Q
Na cidade de Dona Beja
uem quiser passear pelo centro de Araxá, que se localiza a 8 km do Ouro Minas Grande Hotel, encontra diversas opções de lazer. A principal delas é o casarão onde morou Dona Beja, ou Ana Jacinta de São José, a cidadã mais famosa e polêmica da cidade. Sua trajetória afrontou a sociedade da época, pois foi criada pelo avô e todos sabiam que era filha natural, ou seja, não foi reconhecida pelo pai. Quando ainda era adolescente foi raptada pelo ouvidor da cidade e mais tarde voltou e dava festas polêmicas em sua chácara. A casa, em estilo colonial, foi transformada em museu e diversos objetos que
se supõe que pertenceram a ela estão expostos lá. Os guias de turismo explicam que apenas uma balança de precisão e uma medalha do Sagrado Coração foram realmente dela. Outra opção de lazer é a visita ao Museu Sacro, construído pela irmandade de São Sebastião. Nele, o visitante pode observar esculturas do esculturas do século 19. Doces – Para quem quiser saborear mais a culinária de Araxá, a loja Doces Joaninha oferece uma infinidade de doces à base de frutas e leite. O Guia Quatro Rodas reconheceu o seu doce de ambrosia (com leite e ovos) como o melhor do País. A proprietária, cujo verdadeiro nome é Joana D'Arc
Doces Joaninha: delícias imperdíveis na cidade
Almeida, comanda o negócio com a ajuda dos filhos. Ela conta que começou a vender os doces para ajudar a família e que sua afilhada foi a primeira a levar a produção para o único mercado local. Em seguida, um gerente das Lojas Americanas de Belo Horizonte tornou-se seu cliente e começou a comprar os doces e a divulgálos na capital mineira. Dona Joaninha explica que inventou todas as receitas e que, atualmente, tem clientes em todo o Brasil. Além dos doces, oferece queijos, peças de artesanato e livros de receitas. O negócio evoluiu tanto que ela já tem até um site, o www.docesjoaninha.com.br. (P.C.)
Museu Dona Beja conta a história da polêmica mulher
ete entidades da indústria turística mas principalmente pelo legado que vai dei(Abeoc-RJ, ABIH-RJ, Abav-RJ, Bito, xar para a cidade, possibilitando captação de eventos nacionais e internacionais, uma vez Rio CVB, Sindetur-RJ e Sindrio) que oferece localização e paisagem privileassinaram no fim de outubro uma giadas", disse. "Além disso, vai impulsionar o carta de apoio à realização do projeto de revitalização do Complexo Turístico da turismo náutico, que é uma tendência mundial e o Rio de Janeiro tem grande potencial Marina da Glória, cujas obras foram paralisadas pelo Instituto do Patrimônio em figurar-se entre os principais destinos Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em com este diferencial", acrescentou Dultra. setembro último. Turismo Náutico – Para o presidente da O projeto de revitalização está dividido Abav-RJ, Luiz Strauss, essa iniciativa é imem duas fases. A primeira, orçada em portante para a valorização de mais um R$ 41 milhões e que deveria ficar pronta produto turístico da cidade, além de inem maio de 2007, é voltada para atender a centivar competições náuticas. demandas dos Jogos Pan-americanos e já Nesta primeira fase do projeto está senestá 50% concluída. Já a segunda fase pre- do construída uma garagem náutica para v ê , e n t r e o u t r a s Divulgação 350 vagas secas e totalmente equipacoisas, a construção de um centro da para atender as de convenções de necessidades das operações locais. médio porte. Haverá ainda um As entidades arposto de abastecigumentam que o mento náutico, embargo às obras imposto pelo Iphan com loja de conveestá baseado na niência e depósito avaliação de um de gelo. Também está prevista a projeto apresentado em 1998 e que Primeira fase do projeto deve ficar pronta até maio construção de um novo quebra-mar e nada tem a ver com o novo projeto de revitalização do comple- a ampliação do cais, possibilitando a circuxo "que, inclusive, está em conformidade lação de veículos ao longo da enseada e com a destinação determinada por decreto permitindo o acesso direto do aeroporto presidencial para ocupação da área", dizem Santos Dumont à Marina da Glória. A segunda fase do projeto, a ser iniciada as entidades envolvidas. Segundo a presidente da Abeoc-RJ, Cons- após o Pan-americano, é a construção de tança Carvalho, o projeto de revitalização uma área de eventos com dois pavilhões atende à antiga reivindicação do setor de tu- com 25 mil m² de espaço para eventos e rismo do Rio de Janeiro quanto à necessida- convenções. A previsão de conclusão desta de de equipar a cidade com áreas para rea- fase do projeto é 2009. lização de eventos de médio porte. Já para o presidente da Associação Brasileira de Turismo Receptivo (Bito), Roberto Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas Dultra, "a importância da realização das pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, obras é indiscutível para o Pan-americano, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.
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OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
DOISPONTOS -77
CLAUDIO WEBER ABRAMO
TRAVELOGUE
A força é justa quando é necessária.
A
ntes da internet, da televisão e do rádio, a maior parte das pessoas conhecia o mundo pela leitura de relatos de viajantes. O grego Pausânias, que viveu no século 2 da Era Cristã, escreveu uma famosa Descrição da Grécia, que se transformaria em obra de referência fundamental para compreender a antigüidade clássica. A Carta de Pero Vaz de Caminha pertence à mesma categoria de escrito. Ao longo da História, grandes escritores usaram o comentário sobre viagens como veículo para obras perenes. Há em inglês uma palavra específica para livros desse tipo: travelogue. Naturalmente, a maioria dos travelogues é banal e descartável. Como o relato que se segue, derivado do fato de este que escreve encontrar-se em meio a estendida permanência no exterior por deveres diversos, entremeados por alguns dias de folga. Primeiro foi Paris, para onde fui levado por conta de uma palestra proferida na conferência da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre o combate à corrupção em licitações públicas.
G Ele legitimou a barbárie dos
totalitarismos políticos de direita e de esquerda. Todos os ditadores, déspotas e assassinos extremistas invocaram Maquiavel como o guru legitimador de suas ações. Seus fins justificavam seus meios. G Ele é o evangelho naturalista não
só dos políticos, como de todos os que pretendem que seus meios (por pessoais e imorais que sejam) são justificados pela elevação (verdadeira ou falsa) de seus fins.
O
riginalmente ignorado, se não desprezado pelos governantes contemporâneos, ele veio a ser em seguida o evangelho naturalista não só dos políticos, como de todos os que pretendem que seus meios (por pessoais e imorais que sejam), pretendem que eles se acham justificados pela elevação (verdadeira ou falsa) de seus fins. Especificamente na ação política, isso consagrou a dissociação entre o poder e a ética, como uma visão não apenas realista, mas necessária da ação política. Justificativa que, a limite, legitimou a barbárie dos totalitarismos políticos de direita e de esquerda. Todos os ditadores, déspotas e assassinos extremistas poderiam invocar Maquiavel como o guru legitimador de suas ações. Seus fins justificavam seus meios.
O
bviamente, Maquiavel não foi ouvido a respeito, mas é uma realidade inescapável de tudo quanto um homem faz que ele não tem poder algum sobre suas conseqüências. Ao escrever O Príncipe, obra intelectualmente menor no conjunto de suas produções, Maquiavel, desempregado, não tinha senão o objetivo de obter uma posição que garantisse seu sustento... Ora, o que a dissociação entre a Ética e a Política representa é uma regressão à ordem zoológica darwiniana em substituição a uma ordem humanista. Um rumo precisamente e polarmente oposto a tudo o que há de mais elevado na História do Homem e do que se tem como progresso da civilização. Pois se algo distingue nossa espécie das demais e dá sentido à caminhada dos indivíduos e dos povos é o fato de sermos teleologicamente guiados por valores, valores lógicos, éticos e estéticos. O realismo naturalista da visão maquiavélica erige "a vontade de poder" que existe nos seres os mais primitivos como alvo supremo da conduta humana.
A
tragédia maquiveliana reside nesse ponto: o da criatura voltada contra seu criador. E seu erro maior está na omissão do fato de que "a natureza humana" não se constitui apenas de vontade zoológica de poder de natureza genética, mas também da experiência cultural vivida e herdada de seus antecessores, que sempre reconheceram seus sábios, seus artistas e seus santos, como os melhores entre eles por encarnarem suas aspirações mais altas, mesmo quando os homens do poder os ignoraram e destruiram.
P
aris é uma festa, como famosamente escreveu Ernest Hemingway. Além da obrigatória passagem, para bater o ponto, no Museu do Louvre e cumprimentar a Vitória da Samotrácia (os habitantes dessa ilha grega estão reivindicando a estátua de volta, um pedaço de uma edificação muito maior que os franceses pilharam de lá no século 19 – os franceses enrolam, negociam infinitamente mas não é concebível que venham a ceder), dois outros museus merecem registro. O primeiro é o Museu de Etnografia, do Quai (cais) Branly , inaugurado este ano com grande alarido. Instalado num conjunto de prédios com arquitetura bizarra (francês gosta de novidade arquitetônica), foi descrito por alguns como brega. Não creio que chegue ao brega, mas que há um certo exagero
BENEDICTO FERRI DE BARROS É ESCRITOR PAJOLUBE@TERRA.COM.BR
Este artigo foi motivado pela releitura da obra na primorosa tradução de J.Cretella Jr e Agnes Cretella, que incluiu os 773 comentários que Napoleão fez ao opúsculo. Revista dos Tribunais, São Paulo, 3ª. Edição, 1999.
Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br
U
m contraste agudíssimo com Jerusalém, ou melhor, a cidade velha, lugar sagrado para as três principais religiões monoteistas. Uma humanidade multifária percorre suas ruas e bazares, um nunca acabar de templos, fortes, muralhas, vielas, largos e becos sem saída. A sensação que Jerusalém transmite é como a de Roma, não por causa da arquitetura, que é muito diferente, mas devido ao fato que ao se pisar naquelas pedras, evocavam-se milhares de anos de história. Ali reinaram os monarcas hebreus, ali os romanos instalaram seu governo regional, por ali passou Jesus Cristo (ou assim diz a Bíblia), ali os mamelucos se instalaram, depois os cruzados, um mar de sangue correu por suas ruas tortuosas e repletas de mascates. Um caldeirão de conflitos que chegaram aos dias de hoje, agora na forma de confronto entre o estado israelense e uma enorme população palestina quase sem direitos. CLAUDIO WEBER ABRAMO É JORNALISTA E DIRETOR DA ONG
TRANSPARÊNCIA BRASIL
G Paris é
uma festa, um contraste agudíssimo com Jerusalém, a cidade velha.
FALE CONOSCO Arte de Roberto Alvarenga
A
afirmação acima de Maquiavel, literal, foi aliterada para significar que os fins justificam os meios. Seu significado pode parecer ambíguo, mera banalidade tautológica, mas a aliteração parece legítima quando se considera dois fatos correlatos. O primeiro é que toda a finalidade da obra é a de promover a unificação da Itália, enfraquecida por seu enfeudamento e fragmentação política, e invadida e dominada por governos estrangeiros, situação cuja descrição toma grande parte do livro. O segundo é que Maquiavel via em Cesar Bórgia – o inominável homem do poder – o herói de sua eleição para esse feito. Não é que com isso ele houvesse inventado a cisão entre a política e a ética, pois esse sempre foi, constitucionalmente, um dos vetores fundamentais da ação política, derivado da "vontade de poder" e generalizado por todos os costumes renascentistas (vide os papas do Renascimento e seu comportamento). Mas é, sim, o fato de que com O Princípe Maquiavel conferiu, por assim dizer, dignidade intelectual a essa cisão.
na topografia interior, há. A montagem do acervo necessariamente segue a topografia, o que leva a uma certa sensação de que estamos num supermercado de máscaras e espadas, vestuário e objetos com finalidade as mais diversas, vindos principalmente na Polinésia e do sudeste asiático, com algo da China. As peças são muito boas, o que torna o museu uma parada obrigatória. Fica ao lado da Torre Eiffel. Saindo dali o visitante pode aproveitar e dar uma passada no Museu do Homem, no Trocadêro, antes que acabe. Quem gosta de coisas marítimas, com modelos de navios, caravelas, belonaves, pode visitar o Museu da Marinha, que fica no mesmo prédio. Caminha-se um pouco e dá-se no Museu de Arte asiático (o Musée national des Arts asiatiquesGuimet). Inaugurado a coisas de dois anos, este é realmente espetacular. Estatuária, jóias, tecidos, armas, cerâmica, da Índia ao Afeganistão, passando por Coréia, China, Japão, uma infinidade de budas, entidades indianas em suas diferentes manifestações e representações, são quatro andares de uma viagem fantástica. É desses museus aos quais deve-se dedicar quatro ou cinco horas.
E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
LAZER - 1
UMA ALMA TUMULTUADA Catálogo Raisonné Iberê Camargo – Volume 1 Gravuras, de Mônica Zielinsky, traz toda a produção de gravuras do vigoroso e inquieto artista gaúcho Muita imaginação e cores nas ilustrações dos livros infantis. Na página 3.
Fotos: Reprodução
Milton Mansilha/LUZ
Mônica Zielinsky: "Iberê procurava desde jovem investigar o que havia de misterioso na vida e na morte"
PAIXÃO EM 7 MIL OBRAS
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Lúcia Helena de Camargo
urante uma aula, Iberê perada a conclusão da nova sede da muito intensamente, investigar o que Camargo (1914-1994) Fundação Iberê Camargo, na capital havia de misterioso na vida e na morte", tomou o pincel da mão gaúcha. O projeto do arquiteto Álvaro interpreta Mônica. A alma tumultuada de uma aluna e o atirou Siza Vieira foi premiado com o Leão de que o acompanhou durante toda a pela janela, irado. O pincel caiu sobre Ouro na Bienal de Arquitetura de Ve- existência ficou ainda mais evidente um bonde que passava e nunca mais foi neza, em 2002. O edifício abrigará a nas obras executadas depois de uma achado. O episódio aconteceu no ateliê coleção de mais de 4 mil obras do ar- tragédia ocorrida no Rio, em 5 de deque o artista manteve por três décadas tista, em nove salas de exposições, ate- zembro de 1980, que o marcaria prona rua das Palmeiras, no Rio de Janeiro, e liê de gravura, auditório e centro de fundamente. Em uma noite, quando exemplifica a personalidade vigorosa pesquisa e informação, que contará voltava para a casa com sua secretária, Iberê foi agredido na rua. O artista pordesse gaúcho nascido em Restinga Se- com apurada indexação. O termo raisonné é usado para de- tava uma arma. Ameaçado e assustado, ca, no interior do Rio Grande do Sul. "Ele era um professor exigente: praticava signar um catálogo abrangente, feito atirou, matando o agressor. Foi preso. tratamento de choque para ensinar", por um especialista. Mônica prefere Embora libertado pela ação em legítiatesta Regina Silveira, que foi sua aluna "pensado", para designá-lo. "Procura- ma defesa, a repercussão do caso o afetou de maneira definos anos de 1960 e nitiva. Imprensa e presenciou a cena do amigos, muitos conpincel defenestrado. denaram sua atitude. "Fazia tudo de maneiCi c l i s t as - Iberê ra apaixonada." voltara a Porto AleEm 55 anos de gre. Sobre o retorprodução artística, no, declarou: "Voltei Iberê fez mais de sete para o Sul porque a mil obras. Parte dessaudade estava ses trabalhos é agora grande demais. À apresentado no remedida que envecém-lançado Catálolhecemos, parece go Raisonné Iberê Caque a infância fica margo – Volume 1 mais perto. SentiGra vuras. A obra, mos vontade de reuma preciosidade e n co n t ra r o s p r iímpar, é o resultado meiros amigos e tudo monumental trado que foi nosso". balho coordenado Morando nas proxipor Mônica Zielinsky, midades do Parque que em quatro anos, da Redenção, o concom uma equipe de vívio com gente sosete pesquisadores bre bicicletas deu garimpou informaorigem à fase de ções, estudou obras, gravuras agora reucomparou, listou, innidas no bloco Os dexou, chegando ao Cic l i st a s. O pedalar catálogo que traz, em sem metas aparen504 páginas, a produtes, sem objetivo de ção completa das chegar a um lugar gravuras iberianas, específico, era o que acompanhadas, fascinava o artista. além de dados obriCiclista 3, de 1991. O pedalar sem metas fascinava o artista Sobre as obras, Ibegatórios como nome, rê disse: "Sou um dimensão, data em que foi feita e descrição da técnica usa- mos trazer as gravuras como ele as andante. Carrego comigo o fardo do da, também o nome do impressor, on- concebeu, suas relações com a histó- meu passado. Minha bagagem são de foi executada e todas as exposições ria da arte e o sentido que Iberê atri- os meus sonhos. Como meus ciclistas, cruzo desertos e busco horizonque a obra integrou. "Confesso que foi buiu à experiência artística." exaustivo, mas também muito rico", As obras aparecem no catálogo em tes que recuam e se apagam nas brudiz Mônica, que dá aulas no Instituto ordem cronológica. E dessa forma é re- mas da incerteza". A fase seguinte e talvez até mais de Artes da Universidade Federal do traçado o percurso do artista, dos priRio Grande do Sul (UFRGS). meiros desenhos em Santa Maria, pas- significativa, As idiotas, exibe figuras São 329 as gravuras. E o livro con- sando pela mudança para o Rio de Ja- à toa, sentadas em bancos de praças, tém, no total, 692 ilustrações, pois in- neiro, encontro e aprendizagem com esperando a vida passar, nuas e sem clui fotos do artista, esboços e compa- Alberto Guignard (1896-1962), com forma definida. Olhares perdidos, os rações entre obras. Editado pela Cosac quem aprendeu sobre cromatismo e rostos nada dizem. Os corpos são & Naify, custa R$ 159. A edição, de 2500 luz. E posterior estada na Europa, onde feios. "É a miséria humana retrataexemplares, sai com 500 deles em in- tomou aulas de gravura em Roma e da", resume Mônica. Essa produção, glês. Está à venda em livrarias e no site em Paris, incluindo o ateliê de Giorgio dos últimos anos de Iberê, foi parada www.cosacnaify.com.br/loja. De Chirico (1888-1978), que o iniciou lela ao período em que o artista, Iberê produziu também pinturas e na técnica do óleo de linhaça. Quando doente com câncer, parecia ir ao endesenhos. Os óleos, aliás, são a parte voltou ao Brasil, Iberê participou de di- contro da morte. Nas palavras dele: "As figuras que ora povoam os meus mais conhecida de sua obra. Os próxi- versas bienais de arte. mos catálogos raisonné tratarão das Tumulto - Desde o começo, a linha quadros (elas mesmas são os quapinturas. "Devem tomar vários volu- condutória em sua obra é a inquietude, dros) nascem da saga, da vida que mes", prevê Mônica. O primeiro deverá presente tanto nas primeiras gravações dói. Elas envolvem-se na tristeza dos ser editado em 2007. A empreitada é fi- sobre papel dos anos de 1950 quanto crepúsculos dos dias de minha innanciada pela Petrobras e Gerdau. nas pinturas executadas já no final da fância, guri criado na solidão da Também para o próximo ano é es- vida. "Iberê procurava desde jovem, e campanha do Rio Grande do Sul".
Acima, serigrafia Suíte Manequins 2, composta em sete cores, de 1986. A obra hoje pertence ao acervo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Ao lado, gravura Duas Figuras 3
Iberê em seu ateliê no bairro da Lapa, no Rio, em janeiro de 1945
IMPRESSÕES ORIGINAIS: A GRAVURA DESDE O SÉCULO 15 Obras de Dürer, Goya, Piranesi, Morandi, Picasso e Rembrandt, entre outros. No CCBB. Rua Álvares Penteado, 112, tel.: (11) 3113-3651. Até 7 de janeiro de 2007. Grátis.
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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
As vendas de panetones devem crescer neste ano pelo menos 10% em relação aos últimos anos
ORÇAMENTO DO FGTS CRESCERÁ R$ 1,2 BILHÃO
SETOR DEVE REGISTRAR EXPANSÃO MUITO PRÓXIMA DA PREVISTA NO INÍCIO DO ANO, QUE FOI DE 5,1%
CONSTRUÇÃO CIVIL COMEMORA 2006
A
indústria brasileira da construção civil está comemorando os resultados positivos de 2006. O setor deve registrar crescimento muito próximo do previsto no início do ano, de 5,1%, de acordo com estudo feito pela FGV Projetos a pedido do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP). D i f e re n t e m e n t e d o q u e aconteceu em 2005, quando houve uma frustração muito grande dos empresários do segmento com o crescimento de apenas 1,3%, dessa vez as taxas de expansão de crédito, emprego e comércio de materiais de construção atestam um nível de atividade mais aquecido. Segundo a entidade, o setor deve fechar 2006 em seu melhor patamar desde o início do Plano Real. "Esse será o terceiro ano consecutivo de crescimento", disse o presidente do SindusCon, João Cláudio Robusti. De acordo com a consultora da FGV Projetos Ana Maria Castelo, a construção civil é um setor bastante sensível ao
cenário econômico. "Se o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro aumentar 3,5% no próximo ano, a construção civil tem condições de crescer 4,9%, criando cerca de 900 mil postos de trabalho", afirmou. Crédito é a palavra-chave nesse quadro favorável para a expansão da construção civil no próximo ano. A ampliação do volume de recursos disponíveis foi um dos motores do desempenho do setor este ano, segundo Robusti. Os montantes adicionais vieram de várias fontes, como poupança, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), mercado de capitais (muitas construtoras lançaram ações em bolsa de valores este ano), orçamentos do governo e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Perspectivas – Para o próximo ano, a expectativa é de que o volume de recursos disponíveis para a construção será ligeiramente maior que em 2006. O orçamento do FGTS, já aprovado pelo Conselho Curador, por exemplo, deverá ser elevado em R$ 1,2 bilhão,
totalizando R$ 11,2 bilhões. Desse valor, R$ 8,5 bilhões vão para a habitação e R$ 2,7 bilhões serão destinados a projetos de saneamento. Outro R$ 1,6 bilhão do FGTS entra indiretamente no mercado, por meio de subsídios para a aquisição de imóveis por famílias com renda mensal de até cinco salários mínimos. Da poupança, de acordo com o sindicato, devem vir pelo menos R$ 10 bilhões para o setor da habitação. Até o fim deste ano, segundo estimativa da Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), R$ 9,5 bilhões da poupança terão sido usados no financiamento de aproximadamente 120 unidades habitacionais em todo o País. "Acabar com o déficit habitacional brasileiro envolve muitas questões, que vão desde investimentos em infra-estrutura até a promoção da educação. É preciso olhar todos os elos que compõem a cadeia produtiva da construção civil no País", disse Robusti.
Despesa em 18,9% do PIB
percentuais acima do teto de 17% do PIB que o próprio governo cogitou. A avaliação é do economista Fábio Giambiagi, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão do Ministério do Planejamento.
O pressuposto do instituto é de que o governo decidirá elevar os recursos para investimentos em infra-estrutura contabilizados no Projeto Piloto de Investimentos (PPI) de 0,2% para 0,5% do PIB em 2007. (AE)
A
despesa corrente do governo federal deve chegar a 18,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2007, quase dois pontos
Maristela Orlowski
Paulo Pampolin/Hype – 29/11/06
Segundo analistas, se o PIB aumentar 3,5% no próximo ano, a construção civil tem condições de crescer 4,9%
Veículos: receita recorde indústria automobilística encerrará o ano com produção e receita de exportação recordes, num total de, respectivamente, 2,63 milhões de veículos (4% a mais que 2005) e US$ 12,1 bilhões (crescimento de 8%). As vendas internas vão atingir 1,91 milhão de veículos, com alta de 11,6% em relação ao ano passado, e as externas, em volume, tendem a cair 5,2%, ficando em torno de 850 mil unidades. A expectativa da Associação Nacional dos Fabricantes de
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Veículos Automotores (Anfavea) para 2007 é a de que o mercado interno continue crescendo (7,7% em relação a este ano, num total de 2,06 milhões de veículos) e as externas registrem nova queda, de 2,4%, situando-se em cerca de 750 mil unidades. Em consequência, estima-se uma produção de 2,73 milhões de veículos, o que representará crescimento de 3,8% sobre o ano passado. "O mercado interno tende a se manter aquecido por conta dos juros menores e dos maiores prazos de financiamento", comentou ontem o presidente da Anfavea, Rogelio Golfarb. Segundo o executivo, a compra em prazo superior a 36 meses subiu de 30% para 42% do total financiado, o que beneficia a demanda interna. Em contrapartida, as vendas externas registram queda em volume por causa de problemas de competitividade. Ele alega, no entanto, que não é só a paridade cambial que vem pesando nesse quadro. "A carga tributária incidente nas exportações, por causa de impostos como a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e os créditos retidos de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), acabam onerando o nosso produto destinado à exportação", disse Golfarb. A Anfavea pretende negociar com o governo medidas para desonerar a produção.
Ó RBITA
DÍVIDA ATIVA
O
governo federal cobra, na Justiça e nas esferas administrativas, quase R$ 1 trilhão em impostos e contribuições, segundo cálculo do procurador-geral da Fazenda Nacional, Luiz Inácio Adams. Se forem contabilizados os litígios entre contribuintes e estados e municípios, o total chega, "certamente", ao equivalente ao Produto Interno Bruto (PIB), de R$ 1,93 trilhão. (AE) A TÉ LOGO
Balanço até novembro - As vendas internas no mês passado totalizaram 182.732 veículos (carros, comerciais leves, caminhões e ônibus), com crescimento de 4,3% sobre outubro. No acumulado do ano, a indústria já comercializou 1,72 milhão de veículos (nacionais e importados), com alta de 12,5% sobre 2005. As exportações, em unidades, atingiram 777 mil veículos, um decréscimo de 5,6% na mesma comparação. A produção no período cresceu 4,2%, atingindo 2,42 milhões de veículos. A produção em dezembro deve ser inferior à de novembro (200 mil unidades, contra 221 mil), por causa das férias coletivas das montadoras. As vendas internas, no entanto, devem ser maiores (190 mil contra 182 mil), o que deve gerar um redução dos estoques na rede, além de baixar dos 177 mil veículos registrados no final de novembro para praticamente a metade. Com relação ao ranking do mercado interno, a Fiat se mantém líder no segmento de automóveis, com um total 362,4 mil unidades comercializadas nos primeiros 11 meses do ano. A General Motors está em segundo lugar, com 333 mil, seguida bem de perto pela Volkswagen (331,2 mil). Os veículos bicombustíveis respondem por quase 80% das vendas domésticas. Alzira Rodrigues
ANP O Senado aprovou a recondução de Victor de Souza Martins ao cargo de diretor da agência.
CASAS BAHIA
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s consumidores que têm o cartão de crédito das Casas Bahia, resultado de uma parceria feita com o Bradesco em novembro de 2005, poderão parcelar as compras feitas na Super Casas Bahia – evento que é realizado no Anhembi durante este mês – em até 24 vezes a uma taxa de juros mensal de 2,75%. Os juros menores fazem parte de uma promoção feita pelas Casas Bahia e o Bradesco. Roseli Lopes
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Exclusão do Brasil do SGP será votada hoje
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Compra da TIM pela Claro pode ser "ruim"
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Definida regra para cobrança na telefonia
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
Nacional Empreendedores Finanças Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
BB DIMINUI TAXA DE REPASSES DO BNDES
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175,6
bilhões de reais era o saldo das contas de poupança no fim do mês passado
BANCO ESTATAL TAMBÉM DECIDIU DIMINUIR AS TAXAS COBRADAS NA LINHA DE CRÉDITO CONSIGNADO
BB REDUZ JUROS PARA EMPRESAS O POUPANÇA Banco do Brasil (BB) divulgou ontem a redução das taxas de juros que cobra no financiamento de micros e pequenas empresas e, no caso da pessoa física, nas suas linhas de crédito consignado (o que tem desconto das parcelas em folha de pagamento). No modelo de empréstimos para o setor produtivo, o crédito oferecido pelo BB tem como origem os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A partir de agora, as empresas que apresentarem um faturamento bruto anual de até R$ 5 milhões terão acesso ao crédito por uma taxa de 5,15% ao ano mais a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). De acordo com cálculos apresentados pelo próprio BB, os juros ficaram na casa de 0,99% ao mês. Antes da mudança, confirmada na manhã de ontem pela diretoria do banco estatal, os juros cobrados eram de 5,33% ao ano mais a TJLP. Também foram alteradas as taxas oferecidas para repasse de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Batizadas de Proger Urbano Empresarial e Proger Turismo, as linhas com taxa de juros reduzida financiam até R$ 400 mil em projetos de
desenvolvimento e modernização de micros e pequenas empresas sem restrição do setor produtivo e da área de turismo. O Banco do Brasil informa que o saldo dos dois modelos
fechou o último mês de novembro em R$ 2,97 bilhões em volume de empréstimos. Segundo os números divulgados pelo BB, os juros do "Giro Rápido" e do "Cheque Ouro Especial" também foram reduzidos. O financiamento sairá por 2,07% ao mês mais a Taxa Referencial (TR). Antes, as mesmas linhas saíam por 2,87% ao mês mais a TR. Crédito consignado — Os financiamentos do BB para os beneficiários do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) ficarão com uma taxa mínima de 0,95% ao mês e um teto de 2,3% mensais. Os percentuais de encargos financeiros ficam condicionados ao prazo de parcelamento, que vai de seis a 36 meses. A diretoria do Banco do Brasil informou que a redução das taxas de juros dos empréstimos para pessoas físicas e jurídicas foi possível pela soma de dois fatores principais: queda da Selic (juro básico) e a manutenção dos baixos índices de inadimplência. Segundo o BB, o saldo acumulado em sua carteira de crédito consignado é de R$ 1,3 bilhão, o que representa 17% do total movimentado no consignado em todo o sistema financeiro. O valor médio financiado é de R$ 900.
Davi Franzon
Fundos investem em infra-estrutura
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m grupo de grandes fundos de pensão destinará até R$ 700 milhões para obras de infra-estrutura, beneficiando-se de medidas de isenção tributária anunciadas pelo governo para esse tipo de investimento. Os principais investidores no novo fundo de investimento específico são a Petros e a Funcef, fundos de pensão dos funcionários da Petrobras e da Caixa Econômica Federal, respectivamente, além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O dinheiro será usado para financiar projetos em áreas co-
mo energia, transportes e saneamento básico. O grupo de engenharia e construção Andrade Gutierrez e a empresa de administ r a ç ã o d e re c u r s o s A n g r a Partners serão as gestoras do novo fundo de investimento. O lançamento do Fundo de Investimento em Participação (FIP) AG-Angra Infra-estrutura será hoje em São Paulo, com apoio da Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib). Também assumiram compromisso de aporte os fundos de pensão Forluz (da Cemig), Fundação Atlântico (da Tele-
BC compra menos dólares
O
Banco Central (BC) reduziu, em novembro, o ritmo de compra de dólares no mercado financeiro. Segundo informações de operadores, o valor das aquisições — US$ 1,8 bilhão — foi bem menor do que os US$ 4,3 bilhões de outubro e ficou bem abaixo dos US$ 5,5 bilhões que ingressaram na economia brasileira durante o mês. "O BC comprou menos porque houve crescimento da procura dos bancos por moeda estrangeira. Se não fosse isso, tenho certeza de que o BC compraria todo o fluxo de dinheiro externo de novembro", disse a economista Alessandra Ribeiro, da consultoria Tendências. Com o resultado de novembro, o total comprado pelo BC em mercado neste ano subiu para US$ 31 bilhões. (AE)
ATA
mar), Ceres (setor agropecuário), Celos (das Centrais Elétricas de Santa Catarina) e o Banco do Brasil Investimentos. Trata-se do primeiro fundo para infra-estrutura após as medidas de isenção de Imposto de Renda e de Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) para aplicações financeiras dessa natureza. Na avaliação da Abdib, os fundos FIPs "têm enorme potencial de atrair recursos de fundos de investimento e de pensão que atualmente têm boa parte de seus recursos aplicados em títulos da dívida pública". (Reuters)
BC eleva teto de exposição cambial
Captação soma R$ 2,64 bilhões
A
s cadernetas de poupança tiveram em novembro captação de R$ 2,644 bilhões, o que elevou o saldo dos depósitos para R$ 175,693 bilhões. O ganho, pelos dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC), foi o mais elevado desde os R$ 4,348 bilhões de dezembro do ano passado. O aumento na captação veio na esteira do crescimento da atratividade dos investimentos em poupança. "Com a queda da taxa básica de juros, o rendimento da poupança tem ficado muito parecido com o dos fundos de investimento oferecidos pela rede bancária", disse o diretor-geral da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Osvaldo Correa Fonseca. Ele lembrou que as aplicações em poupança têm sobre os fundos de investimento a vantagem da isenção de Imposto de Renda.
"Nos fundos, os investidores pagam imposto e taxa de administração", comentou. Apesar disso, o diretorgeral da Abecip não acredita que esteja ocorrendo uma migração dos recursos dos fundos para as cadernetas de poupança. "Não foi isso que verificamos em novembro. O que tivemos no mês passado foi o impacto do pagamento da primeira parcela do 13º salário", disse. Concentração — Fonseca explicou que o aumento da captação ficou muito concentrado nos dois últimos dias do mês. "Foi justamente quando houve o pagamento do 13º salário", afirmou. No acumulado de janeiro a novembro, ressaltou Fonseca, a poupança ainda registra perda de R$ 1,3 bilhão. "O resultado só voltará a ficar positivo neste último mês do ano", afirmou. Com isso, a poupança deverá terminar 2006 com um ganho de R$ 1,3 bilhão em captações, estimou. (AE)
A
permissão dada pelo Banco Central (BC) para o aumento do limite de exposição dos bancos no mercado de câmbio, de 30% para 60% do patrimônio das instituições, deve facilitar a vida de pequenos operadores, mas não conterá a valorização do real frente ao dólar no mercado local. A avaliação é do ex-diretor do BC Emílio Garófalo. Para ele, a medida vai na direção correta e pode ter um efeito sobre a taxa de câmbio no longo prazo, quando a taxa de juros básica (Selic) atingir um patamar baixo em relação a taxas de outros países, o que justificaria uma maior montagem de posições compradas em dólar no mercado brasileiro. "É uma ótima medida do ponto de vista operacional e, sem dúvida, vai na direção correta. Neste momento, entretanto, não se deve mexer na taxa, já que posições compradas em dólar não têm se mostrado um bom negócio", diz Garófalo. Para corretoras que operam câmbio turismo, no entanto, a medida deve ter um efeito bastante positivo, de acordo com o economista. (AE)
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Tr i b u t o s Indústria Pirataria Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
Até novembro, a venda de roupas, brinquedos e tênis falsos movimentou R$ 23,2 bilhões
CLASSE A JÁ COMPRA PRODUTO FALSIFICADO
Fotos: Paulo Pampolim/Hype
BRASIL PERDE R$ 18,5 BILHÕES COM A PIRATARIA Pesquisa feita com consumidores em três capitais constata que 65% dos que compram os artigos sabem que os produtos são falsificados. Houve avanço na compra de brinquedos, roupas e tênis por pessoas mais maduras e da Classe A
O
Brasil deixa de arrecadar, por ano, R$ 18,5 bilhões em impostos com a venda de produtos piratas de apenas três setores da economia: o de roupas, brinquedos e tênis. Em 2006, até o mês de novembro, as vendas dessas mercadorias movimentaram R$ 23,2 bilhões. Comparado a igual período de 2005, esse montante representa um crescimento de 45%. Percentual que ajuda a pôr o País na lista das dez nações com as m a i o r e s i ndústrias de pirataria. Os números estão na pesquisa sobre pirataria e falsificação para a área de consumo nas cidades de São Paulo, Belo Horizonte e do Rio de Janeiro feita pelo Ibope Opinião a pedido da Associação Nacional para Garantia dos Direitos Intelectuais (Angardi), da Câmara de Comércio dos Estados Unidos e do Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos. O estudo, feito com 1.715 consumidores, é o segundo realizado pelo Ibope com os consumidores daqueles produtos e não com a indústria. O objetivo principal foi o de avaliar o tamanho do impacto da pirataria para a economia brasileira. Sabe-se, por exemplo, que apenas naquelas três cidades o comércio de produtos piratas de dez categorias de produtos cresceu 17% em 2006, em
relação ao ano passado. E que, juntas, as três cidades são responsáveis pelo não-recolhimento de impostos no valor de R$ 1,18 bilhão. Outro dado alarmante vem do público que consome os produtos falsificados: 74% da população pesquisada compra com freqüência itens nãooriginais, de ambulantes ou em um comércio ilegal. E se até o ano passado o consumo estava fortemente concentrado no
consumidor com idade de 16 até 24 anos, para surpresa das empresas solicitantes da pesquisa, o que se viu, em 2006, foi um aumento do consumo de produtos pirateados entre os brasileiros que estão na faixa etária de 25 até 39 anos. "A reação da indústria da pirataria aos lançamentos tem sido muito rápida, é uma briga boa com a indústria formal", reconhece o diretor-geral da Divisão de Negócios para o Ocidente do U.S. Chamber of Commerce, Mark Smith, referindo-se à rapidez com que,
hoje, os produtos são copiados e colocados à venda. Além da velocidade na fabricação de cópias, a entrada no mercado de artigos piratas cada vez mais sofisticados e com melhor qualidade (ainda que sejam falsos) tem feito muitos consumidores se renderem: houve alta do consumo de itens falsos entre a classe A, principalmente na compra de brinquedos, relógios e tênis. Distinção – Apesar da melhor qualidade dos itens fal sifica dos, 6 5 % e m m éd i a d a s p e ssoas que compraram um desses produt o s n o s ú l t imos 12 meses disseram distingui-los do originais, mostrando que a indústria tem de lidar com outro p ro b l e m a : a compra consciente desses artigos. Especialmente porque 90% dos entrevistados têm a percepção de que o falso custa em média a metade do original. "É preciso educar o consumidor para os prejuízos à economia, além do perigo, pela falta de qualidade, dos produtos não-originais", diz o diretor-financeiro da indústria de brinquedos Mattel do Brasil, Ronald Schaffer, cuja empresa, junto com mais outras 11, integra a Angardi no combate à pirataria. Para reduzir o volume de artigos falsos vendidos a Angardi tem buscado a cooperação de entidades públicas e privadas, além do próprio governo. "É preciso vontade política para combater essa venda ilegal e esperamos que com as pesquisas a Angardi possa participar das decisões do governo em relação ao assunto", diz o diretor da Angardi, Henrique Werner, lembrando que, em 2005, a pirataria, junto com o contrabando, movimentou perto de R$ 67 bilhões, subtraindo 2 milhões de empregos formais e um prejuízo na arrecadação de impostos de R$ 27,8 bilhões, segundo o governo. Roseli Lopes
Produtos falsificados à venda no centro da capital paulista, ao lado de um veículo da Polícia Militar
Cai consumo de brinquedo pirata
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setor de brinquedos é, hoje, um dos que mais têm prejuízos com a produção e venda de produtos falsos. É o segundo mais pirateado do País, atrás apenas do segmento de roupas. Ainda assim o setor comemora. Primeiro porque, entre as dez categorias de artigos incluídas na pesquisa do Ibope Opinião, o segmento de brinquedos foi o único que apresentou queda no consumo: saiu de 29 milhões de unidades compradas em 2005, para 23 milhões, em 2006 (até o mês de novembro). O consumo per capita, que era de nove brinquedos em 2005, passou para sete neste ano (até o mês de novembro).
O executivo e o ambulante na Santa Ifigênia
Na avaliação do diretor-geral da indústria de brinquedos Mattel, Ronald Schaffer, as ações de combate à pirataria, o trabalho repressivo feito pelos governos estaduais e federal, além da iniciativa privada, tem mostrado bons resultados. Mas isso não basta. "O governo também tem de parar para pensar até que ponto a alta carga tributária e o protecionismo de alguns produtos têm contribuído para o aumento da pirataria no País", diz o executivo da Mattel. Sem uma ação mais efetiva nesses dois campos, a indústria perde menos, mas ainda perde. Segundo Schaffer, considerando-se que o consumo Milton Mansilha/AE - 5/12/2006
N
esta semana, o diretor mundial de propriedade intelectual da gigante americana Microsoft, Keith Beeman (foto), visitou São Paulo, e esteve na Rua Santa Ifigênia – conhecido reduto de vendas de equipamentos de informática e de sistemas pirateados, no
centro da capital paulista. Beeman teve no local um encontro com um ambulante, conhecido pelo sugestivo
per capita hoje de brinquedos está em sete unidades, e levando-se em conta o aumento, em 2006, do valor médio do produto pirata comprado pelo consumidor neste ano (de R$ 18 em 2005 para R$ 23 em 2006), ainda assim, o comércio pirata movimenta o equivalente a R$ 3,7 bilhões. Essa soma representa duas vezes e meia o volume do setor formal, hoje na casa do R$ 1,5 bilhão, segundo pesquisa da Fundação de Economia e Administração (FEA) da USP, em conjunto com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq). Ou seja, a maior "indústria" de brinquedos do País é pirata. (RL) nome de Mouse, que mostrou ao executivo as "últimas novidades" da sua Microsoft: o Windows Vista e o Office 2007, cujo lançamento mundial para consumidores só ocorrerá em janeiro. "Eles entendem de tecnologia e são muito bons vendedores. Veja Mouse. É um vendedor nato", disse Beeman. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 8, 9 e 10 de dezembro de 2006
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Política
Quando chegamos ao ministério, havia 45 empreendimentos para construção de hidrelétricas paralisados. Hoje só restam quatro. Marina Silva
Celso Júnior / AE
CHÁVEZ FALA DE FIDEL, DEUS, PETRÓLEO...
Fidel não crê em Deus, mas tem uma frase. Como sabe que sou cristão, ele diz: 'Deus ajude Chávez e seus amigos'. Chávez, ontem, após encontro com Lula.
... e de muitos outros assuntos 'quentes' como as relações venezuelanas com os Estados Unidos e a sua polêmica permanência indeterminada no poder.
E
m Brasília, em meio a vivendo não uma época de um buzinaço, o presi- mudanças, mas uma mudança dente reeleito da Ve- de época. É como um terremonezuela, Hugo Chá- to político." Chávez afirmou que recebe vez, afirmou ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Sil- "com interesse positivo" a reva lhe disse que deseja visitar o cente declaração do subsecreditador de Cuba, Fidel Castro, tário de Estado dos Estados em Havana. Chávez afirmou Unidos para a América Latina, que Fidel, embora ateu, fala em Thomas Shannon, de que na Deus. "Estamos preocupados Venezuela há uma democracom a saúde de Fidel", afir- cia. Segundo o presidente reemou, relatando que recebeu leito da Venezuela, "todo muncorrespondência em que ele o do sabe disso, mas até que enfelicita pela reeleição, conquis- fim, Washington reconhece" Chávez reafirmou que o gotada no domingo (03). "As informações que tenho verno do presidente George W. de Cuba são de que a recupera- Bush está "em decadência". ção de Fidel continua, mas é "Achamos que é um governo imperialista que muito lenta. Fidel atropela, que lança não crê em Deus, sinais, os quais nós mas tem uma frase. acolhemos, mas Como sabe que sou Como disse o cristão, ele diz: presidente Correa, sem muitas esperanças de que haja 'Deus ajude Cháuma relação de vez e seus amigos. a América Latina respeito.E aspiraPeço a Ele para que vive não uma mos ter uma relaajude esse grande época de ção de respeito e amigo'." mudanças, mas boas relações políA visita de Lula uma mudança de t i c a s c o m q u a lao ditador de Cuba quer governo dos pode ocorrer em ja- época. neiro, quando o peHugo Chávez Estados Unidos." No encontro de tista viajará para a Lula e o presidente América Central, onde assistirá no dia 10 à posse venezuelano, foram discutido presidente eleito da Nicará- dos temas relacionados à produção de energia (veja reportagua, Daniel Ortega. Chávez disse que a América gem ao lado). Depois de avisar que iria Latina passa por um "terremoto político". Após um encon- mudar a constituição para gatro, no Palácio do Planalto, rantir a reeleição indefinida na com Lula, Chávez comentou Venezuela, o presidente Cháas vitórias de candidatos de es- vez amenizou declarações soquerda no continente, atacou o bre a suposta proposta de se governo "decadente" dos Esta- perpetuar no poder. Na pridos Unidos e pediu a Deus pa- meira das duas entrevistas ra ajudar o ditador de Cuba, Fi- concedidas ontem, ele disse del Castro, que está doente e que um homem não impõe um projeto pessoal ao país. afastado do cargo. Se a mudança constitucional Quem não gostou das declarações dadas por ele, na pista for realidade um dia, será por em frente ao palácio, foram os uma decisão do povo, disse, motoristas que queriam pas- acrescentando que não se trata sar pelo local. O trânsito só foi de um projeto pessoal. "A constituição foi aprovada liberado nas vias próximas à Praça dos Três Poderes após o em referendo nacional pelos pronunciamento. "Como disse venezuelanos e qualquer muo presidente Correa", come- dança tem que ser por consulta çou, referindo-se ao presiden- popular." Hugo Chávez está te eleito do Equador, Rafael no poder desde 1998, e tem Correa, "a América Latina está mandato até 2011. (AE)
R$ 5,2 BI AOS ESTADOS
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presidente da Comissão Mista de Orçamento, deputado Gilmar Machado (PT-MG), e o relator, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), afirmaram ontem ao governador reeleito de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), que está assegurado em 2007 o repasse de R$ 5,2 bilhões aos estados exportadores para ressarci-los pelas perdas provocadas pela Lei Kandir. A reunião com os integrantes da Comissão Mista foi realizada no Palácio das Mangabeiras, em Belo Horizonte. Em 2005, a liberação destes recursos gerou polêmica, quando os governos dos principais estados exportadores cobraram do governo federal o acordo firmado em 2004 para a destinação de R$ 5,2 bilhões em 2005.
Porém, a administração federal contingenciou R$ 900 milhões que teriam que ser transferidos. Em 2005, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) aprovou um protocolo para suspender novas transferências de créditos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) acumulados em decorrência da desoneração das exportações, prevista na Lei Kandir. O descumprimento do acordo paralisou a votação do Orçamento este ano. Segundo Machado, a expectativa é que o relatório final seja aprovado ainda em 2006. Para Aécio, o mais importante é que o Orçamento aprovado seja rigorosamente executado. "Quanto mais o governo puder aproximar a aprovação da execução, melhor para o Brasil", disse. (AE)
Aspiramos ter uma relação de respeito e boas relações políticas com qualquer governo dos Estados Unidos. Idem, sobre o governo de George W. Bush, que chama de 'decadente'.
PAÍSES NEGOCIAM PROJETOS DE ENERGIA Petrobras e a PDVSA, estatais petrolíferas brasileira e venezuelana, assinaram ontem acordo que prevê renovação por mais um ano o memorando de entendimento para a construção da Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. O documento foi assinado durante o encontro entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Venezuela, Hugo Chávez, reeleito no último final de semana para mais seis anos de governo. Questionado quando a refinaria deve ficar pronta, Hugo Chávez não informou o prazo e disse que essa é uma questão técnica. "O importante é que decidimos
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acelerar a conclusão da refinaria, que é muito importante para os dois países porque vai trazer 200 mil barris diários de petróleo da Faixa de Orinoco para ser misturado ao cru (óleo) brasileiro", disse o presidente venezuelano, após a reunião com Lula. "Os presidentes decidiram estabelecer prazos para que os ministros de ambos os países na área energética e as estatais discutam os detalhes técnicos que permitam avançar nesses temas", resumiu o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Segundo ele, o foco estará em iniciativas que vêm sendo conduzidas em conjunto pelos dois países, como o Gasoduto do Sul, que ligaria Venezuela, Brasil e
Argentina. O chanceler venezuelano, Nicolas Maduro, espera que até março Brasil e Venezuela avancem bastante para destravar os projetos de integração na área energética. "Até março as conversas estarão maduras sobre as parcerias", disse o chanceler. Para Chávez, a refinaria vai ajudar o Nordeste a se desenvolver. "Esta é uma zona que precisa de energia para o desenvolvimento", afirmou o presidente. O mesmo acordo prevê também renovação da exploração de óleo pesado no bloco de Carabobo-1, na Faixa de Orinoco, na Venezuela. De acordo com o presidente da PDVSA, Rafael Ramirez, a produção
na região passou de 2 bilhões de barris mensais de petróleo para 9 bilhões de barris por mês. "Teremos perspectiva excelente para sustentar e desenvolver qualquer projeto conjunto", disse. Outros três acordos foram assinados. Um deles prorroga para até março de 2007 o projeto de Mariscal Sucre, que trata da exploração de gás natural em quatro campos venezuelanos do Golfo de Paria. O terceiro renova, pelo mesmo prazo, carta de intenções para a exploração de gás e petróleo na Plataforma Deltana, na Venezuela. O último acordo visa estimular competitividade entre os fornecedores brasileiros e venezuelanos da Petrobras e a PDVSA.(Agências)
MARINA GARANTE: NÃO VAI CEDER Rafael Neddermeyer
ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (PT), avisa que não está disposta a flexibilizar a gestão de sua pasta para permanecer no governo. No Planalto, a avaliação é que ela e o Ibama precisariam ter atuação menos fundamentalista para continuar no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista ao jornal O Globo, Marina diz que as licenças ambientais aumentaram na sua gestão, assim como o rigor na análise para concessões. E é o rigor técnico do Ibama, diz, que tem motivado reclamações e reações. Símbolo na luta pela ecologia, Marina diz esperar que o segundo governo de Lula consiga harmonizar desenvolvimento e compromisso ambiental. Embora afirme não estar chateada com as notícias de que poderá ser substituída, diz que se preocupa com o desenvolvimento, mas não concorda
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“Perco o pescoço, mas não perco o juízo”, afirma a ministra.
que, para isso, seja preciso derrubar florestas: “Uma coisa é certa: perco o pescoço, mas não perco o juízo”. Marina disse que ainda não conversou com o presidente Lula sobre sua permanência no ministério. Para ela, a sua pasta não pode ser responsabilizada por problemas dos empreendedores. "Quando che-
gamos ao ministério, havia 45 empreendimentos para construção de hidrelétricas paralisados por questões ambientais, em função de licença mal feita. Hoje só restam quatro. Amenizar, simplificar? Isso é o que era feito antes. O que levava à contestação judicial desses empreendimentos", explicou a ministra.
"Foi o Ministério Público que pediu a posição do Ibama sobre a construção das duas hidrelétricas do Rio Madeira (RO). E a hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), está sendo questionada na Justiça. Essa paralisação não pode ser atribuída ao ministério." Na noite de quarta-feira, ao discursar durante a entrega do 1º Prêmio da Agência Nacional de Águas (ANA), a ministra afirmou que esses conflitos não se dão só com empresas e parcelas da sociedade, mas também dentro do próprio governo. Para ela, a aplicação de critérios ambientais é uma conquista da qual a sociedade não deve abrir mão. "O desenvolvimento que não é capaz de incorporar critérios de sustentabilidade, de conciliar as respostas e necessidades do presente com o direito das gerações futuras, não é desenvolvimento", afirmou a ministra. (Agências)
Sérgio Lima / Folha Imagem
CIRO FICA COM O PIOR GABINETE
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or sorteio, o ex-ministro da Integração Nacional e deputado eleito Ciro Gomes (PSB-CE) terá de contentar-
se com um gabinete de 33,7 metros quadrados, com banheiro coletivo. O ex-presidente nacional do PT, José Genoino (SP), o ex-prefeito Paulo Maluf (PP) e o deputado Clodovil Hernandez (PTC-SP) ficaram fora do sorteio e escolheram gabinetes mais confortáveis, com banheiro privativo. (AE)
Sorteio definiu os gabinetes dos 152 deputados em primeiro mandato. Quem já foi eleito antes, pode escolher a sua sala.
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Congresso Planalto Corr upção CPMI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 8, 9 e 10 de dezembro de 2006
Presos, um deputado pede habeas corpus e um vereador reelege-se para a presidência da Câmara.
CÂMARA ABSOLVE MAIS UM
Josoé de Carvalho / AE
Eymar Mascaro
Unir é a meta
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omo a eleição será somente em 1º de fevereiro, Lula ainda acredita que os partidos aliados lancem um único candidato à presidência da Câmara. O presidente vai pregar o entendimento entre os partidos. O medo de Lula é que se repita o erro de 2005, quando o PT lançou dois candidatos (Virgílio Guimarães e Luiz Eduardo Greenhalgh) e acabou assistindo a vitória de Severino Cavalcanti. O presidente quer evitar a divisão dos aliados e a união da oposição. Ele gostaria de reeleger Aldo Rebelo (PCdoB). Porém, o PT já lançou seu candidato – Arlindo Chinaglia – e o PMDB pretende fazer o mesmo.
NA PRAÇA Arlindo Chinaglia acha que pode vir a ser o candidato dos aliados à presidência da Câmara, mas o PMDB corre por fora. Existe ainda a possibilidade da oposição apoiar outro candidato, como fez em 2005. Até mesmo o PP pode vir a lançar candidato ao cargo. Protesto: sem-terra pedem "reforma agrária na fazenda do ladrão", em frente à propriedade do parlamentar inocentado pelos colegas.
JANENE, ÚLTIMO ACUSADO, ESTÁ LIVRE Apontado como um dos principais articuladores do mensalão, o deputado também escapou da cassação.
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epois de um ano e 50 dias de manob r a s , re c u r s o s e adiamentos, o deputado José Janene (PP-PR), acusado de ser um dos artífices do esquema do mensalão, acabou saindo ileso, anteontem, do processo de cassação. Ele foi beneficiado pelo apagão aéreo, que dificultou a chegada de deputados a Brasília. Com o baixo quórum, a Câmara absolveu o mensaleiro porque apenas 210 deputados votaram pela cassação, quando eram necessários no mínimo 257 votos. Houve 128 votos contra a cassação, 23 abstenções e cinco em branco. Como líder do PP, à época do mensalão, Janene foi acusado de receber R$ 4,1 milhões das empresas de Marcos Valério, através de seu assessor João Carlos Genu, para comprar votos de parlamentares. O relatório do deputado Jairo Carneiro (PFL-BA) a favor da cassação tinha sido aprovado há cinco meses no Conselho de Ética. Ino-
ALVES ENTRA COM HABEAS CORPUS NO TRF
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deputado federal eleito Juvenil Alves (PT-MG), entrou ontem com um pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília. O deputado está preso sob acusação de comandar uma organização criminosa especializada em fraudes financeiras que teria causado prejuízo de pelo menos R$ 1 bilhão aos cofres públicos. O pedido vai ser analisado pelo desembargador federal Olindo Menezes. De acordo com a assessoria de comunicação do TRF, a decisão deve ser tomada ainda hoje. No dia 23 de novembro, Juvenil foi preso pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Castelhana. Ele usava seu escritório de advocacia para serviços de blindagem patrimonial, evitando que empresários tivessem suas dívidas cobradas judicialmente. O deputado eleito foi solto e dias depois foi preso novamente sob a acusação de coagir testemunha. (AE)
centado, Janene, que não con- por um fato exatamente igual" correu à reeleição, poderá voltar lamentou o relator. O advogado Marcelo Leal reà Câmara daqui a quatro anos. Perto de 21 horas, o placar correu aos problemas graves de registrava a presença de 414 saúde de Janene para tentar sendeputados, mas o presidente sibilizar o plenário. A defesa repetiu a versão e m e x e rc í c i o de que parte do Inocêncio de dinheiro recebiOliveira (PLdo foi usada paPE) apelava inra pagar o adsistentemente Cumpri meu papel. vogado Paulo para que os Quem fica com a Goyaz, que deparlamentares imagem muito fendeu o ex-defossem ao plearranhada é a putado cassado nário. Teve de Ronivon Sanencerrar a votainstituição. tiago, então réu ção às 22 horas Jairo Carneiro em 36 processos com apenas relator do processo na Justiça. 366 votantes. Segundo Com a exigênamigos, Janene cia de pelo menos 257 votos sim ao parecer de acompanhou a votação de casa, Jairo Carneiro, era previsível o em Curitiba, deprimido e com crises de falta de ar. Ele passou resultado. "Cumpri meu papel. Quem por dois transplantes de célufica com a imagem muito arra- las-tronco, na tentativa de cunhada é a instituição. Desse jei- rar uma cardiopatia grave. Sangria – O Conselho de Étito vai parecer que a Câmara cometeu uma enorme injustiça ca da Câmara livrou ontem da ao cassar o pobre do Pedro cassação a primeira deputada Corrêa, que perdeu o mandato dos 67 acusados pela CPI dos
DEPUTADO NEGA ENVOLVIMENTO COM MÁFIA DOS VEDOIN Araújo disse que não participava do esquema, mas Vedoin garante ter repassado comissão.
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deputado e advogado Ildeu Alves de Araújo (PP-SP) negou, nesta quinta-feira, em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara, envolvimento com a máfia das ambulâncias. O deputado é citado no relatório parcial da CPMI dos Sanguessugas como beneficiário do esquema de venda superfaturada de ambulâncias a prefeituras de várias estados. Esq uema – A empresa Planam montava a licitação e se encarregava de apresentar empresas de fachada para disputar as concorrências de cartas marcadas. Para conseguir recursos para o esquema, contatava e aliciava assessores de deputados federais. Eram apresentadas emendas ao Orçamento
da União direcionadas aos municípios que a quadrilha tinha procurado. Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam, disse aos membros da CPMI que seu sócio, Ronildo Medeiros, depositou R$ 19.200 como pagamento de comissão ao deputado Alves de Araujo, na conta de seu assessor parlamentar, Marco Antônio de Araújo, durante o segundo semestre do ano passado. O montante, segundo o dono da Planan, era equivalente a 12% sobre o valor de uma licitação. Já segundo Alves de Araujo, o assessor parlamentar autorizou a quebra de seu sigilo bancário e liberou os extratos de sua conta corrente no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2005. (AOG)
Sanguessugas, Celcita Pinheiro (PFL-MT). O parecer da relatora Ann Pontes (PMDBPA), pelo arquivamento, recebeu oito votos a favor e apenas um contra. Por causa das denúncias, Celcita não conseguiu se reeleger. O deputado Antônio Carlos Biscaia (PTRJ), presidente da CPI, foi o único integrante do conselho contrário à absolvição. Celcita foi acusada pela CPI de ter recebido dois cheques de R$ 25 mil do empresário Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam. Ele disse à Justiça Federal, e confirmou em depoimento ao conselho, que repassou o dinheiro à parlamentar em 2002. Segundo Vedoin, os cheques teriam sido emitidos pela empresa Santa Maria, que pertence à família Vedoin. Ele contou ainda que o dinheiro foi pago com antecedência a Celcita, que depois reembolsaria a Planam, destinando emendas para compra de ambulâncias. O processo ainda será votado em plenário. (AOG)
MESMO PRESO, VEREADOR É REELEITO.
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pesar de estar preso desde o dia 28, o vereador Márcio Calderari (PFL), de Campina da Lagoa, a cerca de 490 quilômetros de Curitiba, no Paraná, foi reeleito presidente da Câmara Municipal, em sessão realizada na terça-feira. Acusado de participar de uma quadrilha que aplicava golpes em beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Calderari está na delegacia de Ubiratã, cidade vizinha. Os advogados tinham entrado com um pedido na Justiça para que ele pudesse participar das sessões de segunda e terça-feiras, mediante escolta policial. Com o posicionamento contrário do Ministério Público Estadual (MPE), que apresentou a denúncia contra ele, o benefício foi-lhe negado, por não haver previsão legal. O vicepresidente da Câmara, Alceu Gobbi (PFL), seu concorrente, perdeu por 5 votos a 3, em votação secreta. O mandato é de dois anos. (AE)
NA MOITA Enquanto Lula se bate por candidatura única, Aldo Rebelo fica à espera da decisão que pode definir o seu continuísmo. Aldo tem a já declarada preferência de Lula, mas está sendo atropelado por PT e PMDB.
VAI À LUTA Mas surge a informação de que Aldo Rebelo pode anunciar na semana que vem sua candidatura. Como se vê, Aldo parece que aceitou o desafio de Arlindo Chinaglia. Aldo já contaria com os apoios do PFL e PSDB, além de ter a promessa de poder contar com o PSB e deputados avulsos do baixo clero.
PREFERÊNCIA O PP, apesar de seu tamanho, tem prestígio na Câmara e pode optar pelo lançamento da candidatura do corregedor da Casa, Ciro Nogueira, que estaria representando o baixo clero. Mas fala-se também que Ciro fecharia o apoio a Aldo Rebelo.
mínimo de R$ 420. O governo ainda não admite que o novo mínimo seja superior a R$ 375. Além da ação da oposição, o desgaste do governo é provocado também pelas centrais sindicais, que lutam por um salário mínimo de R$ 420.
NO TIME O PSB se comporta como partido que não quer abrir mão de emplacar Ciro Gomes no ministério de Lula. Ciro seria convidado para reassumir a pasta da Integração Nacional, embora seu nome seja lembrado também para o Ministério da Saúde. O PSB deve ter no mínimo dois ministérios.
NO PÁREO Ciro Gomes é o eventual candidato do PSB à sucessão presidencial em 2010. Os socialistas admitem que no ministério Ciro teria mais espaço para preparar sua candidatura. Mas Ciro fala em exercer o mandato de deputado. Lula tem medo de dar um ministério a Ciro para evitar a antecipação da campanha presidencial.
APOIO PFL e PSDB mantém a ameaça de apoiar a recondução de Aldo Rebelo ao cargo, caso o PT mantenha a candidatura de Arlindo Chinaglia. Pefelistas e tucanos trabalhariam para que Aldo se transformasse no candidato das oposições, se este for o preço para derrotar o PT.
REFLEXOS As negociações estão menos complicadas no Senado. Se a eleição fosse hoje, os levantamentos preliminares indicariam vitória de Renan Calheiros (PMDB). O candidato da oposição, José Agripino (PFL), ainda não conseguiu empolgar os partidos. Calheiros é o favorito.
AJUDA A bancada do PDT admite que deve votar em Renan Calheiros. Pelos levantamentos recentes, José Agripino somaria hoje menos de 30 votos de um total de 81 senadores. A candidatura de Agripino não pegou no breu porque Renan mantém o arco de apoio que o elegeu há dois anos.
DESGASTE A oposição quer desgastar o governo Lula, defendendo um salário
GUERRA Roberto Jefferson se considera preparado para enfrentar aqueles que desejam derrubá-lo da presidência do PTB. O ministro Walfrido Mares Guia, que deve continuar no cargo no segundo mandato de Lula, continua ameaçando deixar o partido se Jefferson se sustentar na presidência.
INSISTÊNCIA Nelson Jobim, expresidente do STF, continua fazendo campanha pela presidência do PMDB. Ele é candidato a substituir Michel Temer na condução do partido. Mas Temer tem o apoio da antiga ala oposicionista do partido. Jobim contaria com a colaboração do governo e do PT.
INDICAÇÃO Apesar de ter apoiado Geraldo Alckmin, Michel Temer ainda é citado no partido como 'ministeriável' de Lula. O nome de Temer é lembrado para a pasta da Justiça, mas sua escolha é considerada remotíssima. Temer está sendo aconselhado a preservar seu cargo na presidência do partido.
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Congresso Planalto Ve r b a s CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Monalisa Lins/AE
Recursos serão investidos nos próximos três anos através do Fundeb, aprovado pelo Congresso.
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Não há intenção do governo de barrar a CPI. Romero Jucá (PMDB-RR), líder de Lula no Senado
APROVADO NOVO FUNDO PARA ENSINO
EDUCAÇÃO VAI GANHAR REFORÇO DE R$ 20 BI
e a previsão do Ministério da Educação for confirmada, o ensino público contará com quase R$ 20 bilhões a mais nos próximos três anos. O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de Educação (Fundeb), novo fundo da educação básica, aprovado anteontem em definitivo pelo Congresso , prevê investimentos de R$ 55,2 bilhões anuais em ensino a partir de 2009. Atualmente, o Fundo de Manutenção do Ensino Fundamental (Fundef) tem R$ 35,5 bilhões. O Fundef, que estará em vigor até o final do ano, atende apenas o ensino fundamental. O Fundeb, que deve passar a valer a partir de 2007, estenderá o alcance para a educação infantil (incluindo creches), o ensino médio e a educação de jovens e adultos. A previsão é aumentar o número de alunos beneficiados dos atuais 30,2
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milhões para 48,1 milhões, a partir do quarto ano de vigência do novo fundo. Até lá, o aumento deve ser progressivo, assim como o do saldo do fundo, que deve ser de R$ 41,1 bilhões em 2007, segundo prevê a proposta de emenda Constituição que criou o fundo. Em 2008 serão R$ 45,9 bilhões e, em 2009, R$ 50,7 bilhões, ficando estável a partir daí durante o período de vigência, de 14 anos. O Fundef durou dez anos. O aumento de verbas será obtido de duas formas. Por um lado, a União vai contribuir mais. O governo federal, que até agora não tinha um valor mínimo de repasse determinado pela Constituição, será obrigado a depositar R$ 2 bilhões em 2007, R$ 3 bilhões em 2008 e R$ 4,5 bilhões em 2009. A partir do quarto ano, será obrigado a garantir 10% do valor total, o que pode significar mais de R$ 5 bilhões. Atualmente, são R$ 313 milhões.
Sérgio Lima/FolhaImagem
Novo fundo prevê atendimento a 48,1 milhões de alunos no País.
Os estados, municípios e o Distrito Federal, responsáveis pela maior parte dos recursos em ensino, também terão de colaborar mais. Atualmente, recolhem 15% da arrecadação de cinco impostos e fundos. A partir de agora, vão recolher uma parcela maior (20%) de um número maior de tributos oito no total. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), o número de estados contemplados com recursos da União vai subir de dois (Pará e Maranhão) para dez. Os repasses federais são destinados aos governos que não conseguem investir o valor mínimo por aluno estipulado por lei para as séries iniciais urbanas, hoje estipulado em R$ 682,60. Piso – O novo valor mínimo ainda será estipulado pela regulamentação do Fundeb, que deve ser apresentada pelo Ministério da Educação em até seis meses. Durante este processo, será decidido também o piso salarial nacional dos professores, que hoje não existe. A distribuição dos recursos para os níveis de ensino também passará por uma transição. A emenda que instituiu o
Fundeb definiu uma escala de inclusão para os alunos da educação infantil, do ensino médio e da educação de jovens e adultos. No primeiro ano, esses segmentos receberão um terço do total de recursos a eles destinados. A proporção subirá para dois terços no segundo ano e chegará a 100% no terceiro. Os recursos serão repartidos conforme a quantidade de alunos em cada nível. Disparidades – O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que o Fundeb será importante para reduzir as disparidades regionais da educação brasileira. Segundo ele, o novo fundo beneficia as populações historicamente prejudicadas por falta de investimentos no ensino básico. Para Haddad, a aprovação do Fundeb vai permitir que o ministério tenha condições de trabalhar com o tripé da qualidade na educação: financiamento adequado, a avaliação do ensino e a formação de professores. O ministro informou que o governo deverá regulamentar o novo fundo por projeto de lei, em regime de urgência, ou por Medida Provisória. (AE)
Heráclito Fortes (PFL-PI), autor da CPI: oposição é minoria.
GOVERNO IMPEDE INÍCIO DA CPI DAS ONGs NO SENADO Governistas derrubam quórum para os trabalhos
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governo conseguiu impedir ontem a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs no Senado. Os senadores da base aliada não apareceram à sessão de instalação da nova comissão. Segundo o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), a nova CPI deverá começar a funcionar na semana que vem, depois de uma reunião entre os líderes da base aliada e de oposição, para que haja um acordo sobre a presidência e a relatoria da comissão. "O governo não é contra a CPI e nem vai barrar seu funcionamento. Mas também não quer criar
conflito no Senado", resumiu Jucá. A CPI quer investigar o suposto desvio de verbas federais para organizações não-governamentais durante atual governo. A investigação foi proposta pelo senador Heráclito Fortes (PFL-PI), mas os governistas querem estender os trabalhos para o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Uma reunião entre os líderes aliados e de oposição será realizada semana que vem para os senadores tentarem o consenso para a presidência e relatoria da CPI. A oposição é minoria, com 4 dos 11 integrantes. (AE)
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Congresso Planalto Câmara CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Não vetamos ninguém nem aceitamos ser vetados nessa disputa. Henrique Fontana
PFL DECIDE APOIAR ALDO REBELO
NANICOS COMEMORARAM A DECISÃO. TODOS OS MINISTROS SEGUIRAM O VOTO DO RELATOR. Sergio Lima / Folha Imagem
SUPREMO DERRUBA CLÁUSULA DE BARREIRA Os ministros do STF consideraram a regra inconstitucional. Assim, todos os partidos pequenos terão os mesmos direitos das últimas eleições.
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plenário do Supre- (cláusula de barreira) condena mo Tribunal Fede- a morte por inanição", afirmou ral (STF) conside- o decano do STF, ministro Serou inconstitucio- púlveda Pertence. "Mais do nal a regra da cláusula de bar- que uma cláusula de barreira, a reira ou desempenho. A partir nossa é uma cláusula de caveide 2007, a cláusula de barreira ra", respondeu Britto. "É como limitaria o funcionamento retirar do enfermo os tubos parlamentar dos partidos pe- que o mantêm vivo", acrescenquenos, que não obtiveram tou Mello. O ministro Cezar Peluso obum porcentual mínimo de voservou que a cláusula poderia tos na eleição passada. Com a decisão do STF, todos levar agremiações a se fundias legendas (pequenas, mé- rem em alguns casos a outros dias e grandes) terão os mes- partidos com os quais não têm mos direitos das últimas elei- nenhuma identificação. O ministro Celso de Mello disse que ções deste ano. O STF concluiu que era in- a barreira obstruía o acesso das constitucional dar tratamento minorias. "A cláusula de bardiferente para siglas diminu- reira, tal como instituída pelo tas e grandes. Com a cláusula Congresso, qualifica-se como de desempenho, as agremia- inaceitável instrumento de exções pequenas não teriam di- clusão das minorias partidáreito a pleno funcionamento rias", afirmou. "Só haverá uma república verdadeiramente parlamentar. Todos os ministros do Su- democrática se os grupos mipremo Tribunal seguiram o noritários puderem ter acesso em igualdade de voto do relator, condições", ministro Marco Sergio Lima / Folha Imagem acrescentou. Aurélio Mello, Esse disposique reconheceu tivo que criou a o direito das micláusula de barnorias. No voto, reira ou desemMello observou penho estava que as legendas previsto na Lei do presidente da 9.096, de 1995. Câmara, Aldo Ela previa que Rebelo (PCdoB), teriam direito a e do vice-presifu ncio name nto dente reeleito da parlamentar as República, José siglas que elegeAlencar (PRB), ram um porcenn ã o c o n s e g u itual mínimo de ram atingir a deputados. Na cláusula na eleieleição para a ção de outubro. Câmara, as agreS o b r e o P Cmiações devedoB, o ministro riam obter pelo do STF disse: "(A cláusula de menos 5% dos "Conta hoje com barreira) é como votos para deintegrante a preretirar do putado federal sidir a Câmara enfermo os tubos em todo o País e dos Deputados 2% dos votos pao deputado Alque o mantêm ra deputado em do Rebelo. Pois vivo. pelo menos nobem, ante a inciMarco Aurélio ve unidades da dência do artigo Mello, do STF Federação. 13 (da lei que Pela cláusula previa a cláusude barreira, os la de barreira), na próxima legislatura, de partidos que não atingiram esduas, uma: ou o deputado Al- se desempenho na última eleido Rebelo migra para outro ção teriam uma pequena fatia partido, em condenável poli- do Fundo Partidário e direito a valência político-ideológica, pouco tempo na publicidade ou terá de desistir de concorrer partidária gratuita de rádio e à reeleição, esta última admiti- televisão. Mas o Supremo enda pelo Supremo desde que se tendeu que deve prevalecer a regra que vigorou nas últimas trate de nova legislatura." "O atual vice-presidente da eleições – no caso do fundo, República, José Alencar, é do 29% devem ficar com as legenPRB. Foi reeleito. O partido das grandes e o restante deve não veio a atender às exigên- ser rateado entre todos. No caso da publicidade parcias legais nas últimas eleições, elegendo um deputado. Con- tidária gratuita, as siglas petará com integrante vice-presi- quenas devem ter dez minutos dente da República, mas com e os grandes, 20. Calça jeans – Após a concludeputado órfão, sem endosso partidário, na Câmara dos De- são do julgamento, alguns presentes no plenário do tribunal putados", acrescentou. "Estamos tentando cons- bateram palmas. Entre eles, estruir uma sociedade inclusiva. tavam parlamentares de partiEssa cláusula já peca pelo no- dos pequenos. A presidente me. Não gosto da expressão", nacional do PSol, senadora afirmou a ministra Carmen Heloísa Helena (AL), quebrou o protocolo ao entrar no STF Lúcia Antunes Rocha. O ministro Carlos Ayres vestida com calça jeans e camiBritto observou que a Consti- sa branca. As mulheres que tuição Federal assegura a freqüentam o Supremo soigualdade entre as siglas. "O mente podem entrar no plenáfuncionamento parlamentar é rio de vestido saia e blusa ou um direito", afirmou. "A nossa terninho. (AE)
A senadora Heloísa Helena e a deputada Luciana Genro, ambas de calça comprida, não obedeceram ao protocolo do STF.
DECISÃO FORTALECE ALDO Partidos de oposição, fortalecidos pelo racha no governo, agora podem apoiar a reeleição do comunista.
A
candidatura à reeleição do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) ganhou força ontem, com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que validou a participação de partidos pequenos em postos de direção do Congresso. Defensores da cláusula de barreira, que dificultou a vida das diminutas legendas e ameaçou pôr abaixo o projeto de reeleição de Rebelo, o PFL sente-se, agora, liberado para apoiálo. "Nossa primeira opção é pela defesa do princípio da maioria comandar a Casa, mas se o PMDB não respeita as regras que dão ao PFL o status de maior partido no
Senado, nós ficamos com o candidato que tem mais confiança da oposição na Câmara", resume o líder da agremiação na Casa, Rodrigo Maia (RJ). Livre do "constrangimento legal" que tornava difícil o apoio ostensivo a um candidato do PCdoB, Maia não hesita em afirmar, agora, que o PFL prefere o presidente da Câmara "porque ele é um presidente que assume e honra seus compromissos". Embalado pela manifestação da Justiça, Rebelo amplia a adesão entre partidos da base aliada, como o PSB, e firma o
nome como candidato preferido do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, o presidente da Casa ainda se beneficia do desgaste político do candidato Arlindo Chinaglia (PT-SP) e de episódios de traição de peemedebistas que comprometem a eventual participação do PT na disputa. As traições já começaram. Mal a data da eleição havia
sido marcada, em meio às críticas ao PT, que lançou candidato próprio, atropelando a maioria do PMDB, um grupo de peemedebistas negociava com o adversário ontem à tarde. Um dirigente da sigla afirma que Chinaglia se reuniu com deputados da bancada fluminense e dois integrantes da mineira. Diz que foi ele quem convocou os peemedebistas e que o tema da conversa foi a partilha dos espaços de poder na Câmara. O mesmo dirigente acrescenta que a bancada do Rio decidiu "tratar da própria vida" porque se julga "ignorada" pelo governador eleito Sérgio Cabral Filho (PMDB), que teria negociado a indicação do futuro ministro da Saúde diretamente com Lula, sem ouvi-los, e ainda se articula com os adversários do grupo no Estado. (AE)
PT ADMITE: FALTOU COESÃO NA BASE
AUMENTA A PROTEÇÃO SOCIAL NO PAÍS
A derrota do candidato governista na eleição do TCU foi encarada como um recado dos partidos aliados.
A conclusão é de um levantamento do IBGE, o primeiro no País com foco na assistência social
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líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), admitiu nesta quinta-feira que faltou coesão na base aliada na votação para uma vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). O candidato do PFL, Aroldo Cedraz (BA), venceu a disputa no plenário por 172 votos, contra 148 do petista Paulo Delgado (MG). Segundo reconhece Fontana, a base ajudou o pefelista. "De 100 a 110 deputados da base decidiram dar a vitória ao candidato do PFL", contabilizou. Para Fontana, a derrota do governo mostrou que há um "problema real" na base aliada, mas ele está confiante de que será resolvido antes da disputa pela presidência da Câmara. "A base tem de assumir uma outra postura em relação à presidência da Câmara. Isso não vai se repetir na eleição de fevereiro", continuou o líder. Fontana mais uma vez defendeu o direito do PT em lançar um candidato à disputa pela presidência da Casa. Perguntado se os votos dados por deputados da base aliada aos outros candidatos não seria uma reação ao lançamento, pelo PT, da candidatura de Arlindo Chinaglia (SP)
Antonio Cruz / ABr
O líder do PT, Henrique Fontana.
para a presidência da Câmara, Fontana respondeu: "Se o recado foi o veto ao PT, é um erro político da base. Não vetamos ninguém nem aceitamos ser vetados nessa disputa". Irritados, petistas criticavam ontem a postura dos partidos aliados que ajudaram na derrota de Delgado. "Isso não é traição, é falta de escrúpulos. Quem participa de um acordo tem de cumpri-lo", disse o deputado Carlito Merss (PT-SC). "Até na guerra há regras e acordos que são cumpridos. Aqui não há regra" continuou o deputado. "Sem nem uma regra acordada vale?", questionou Merss. (Agências)
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o País do Bolsa-Família, 17 anos após a Assembléia Nacional Constituinte incluir na Constituição o conceito de Seguridade Social – formado por saúde, Previdência e assistência social –, só 16 (0,28%) das 5.564 cidades brasileiras não contavam com estrutura específica de atendimento aos mais pobres em 2005. Mais: dos municípios com órgão gestor na área, 59% tinham secretaria exclusiva para ela, diz o Suplemento de Assistência Social da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic 2005), divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo também mostra que o gasto médio na área, no ano passado, equivaleu a 3,1% do Orçamento de cada município, R$ 950 mil, sem incluir recursos federais nem estaduais. "Os resultados a priori são muito animadores", disse o secretário de Avaliação e Gestão de Informação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Rômulo Paes de Souza, lembrando que hoje a Lei Orgânica da Assistência Social (Loas) fazia 13 anos. Wanda Engel, ex-secre-
tária nacional de Assistência Social e de Desenvolvimento Social do Rio, também elogiou os resultados, com ressalvas. "Há avanço considerável, mas, quando vai-se ver o funcionamento, deixa muitíssimo a desejar", declarou. Ela disse que em muitos municípios a assistência é comandada pela primeira-dama. "Ainda há a idéia de que assistência é filantropia e depende de boa vontade, bom coração", afirmou. Segundo a gerente da pesquisa, Vânia Maria Pacheco, 15 dos municípios sem órgão gestor específico para o setor indicaram a prefeitura, um conselho ou outro órgão como responsável pelo setor social. A 16ª cidade é Fernando de Noronha (PE), distrito estadual cuja política social é responsabilidade do Estado. O estudo apurou que 99,7% (5.547) das prefeituras mantinham no ano passado algum órgão específico para a assistência. Apenas sete Estados não tinham, em 2005, todos os municípios com algum órgão proteção social: São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Goiás, Paraíba e Pernambuco. Só uma cidade – Formosa do Oeste (PR) – não respondeu à pesquisa. (AE)
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Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
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bilhão de reais é quanto a Receita Federal vai devolver de IR no último lote de restituições
COMÉRCIO TEM ATÉ O PRÓXIMO DIA 20 PARA SE ADEQUAR ÀS REGRAS DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
DECRETO EXIGE PREÇOS VISÍVEIS
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upermercados, lojas e outros estabelecimentos comerciais que ainda não mostram os preços de seus produtos de forma clara nas vitrines ou gôndolas precisam correr contra o tempo. O Decreto nº 5.903/2006, que traz uma série de regras para a exposição de preços, começa a vigorar a partir do dia 20 de dezembro. A multa para quem não cumprir as det er mi n aç õe s legais varia de R$ 200 a R$ 3 milhões. O decreto obriga os estab el e ci me n to s a utilizar etiquetas fixas n a s e m b a l agens, código de barras e código referencial para tornar a identificação dos preços mais visível. A nova lei também impõe a instalação de leitora ótica com distância máxima de 15 metros dos produtos, no caso de quem utiliza o código de barras. Detalhes – Essas exigências já estavam previstas no Código de Defesa do Consumidor (CDC) mas, por serem tratadas de forma muito genérica, o governo federal resolveu editar um decreto para detalhar os procedimentos. "Mesmo com os novos detalhes, o decreto ainda tem algumas falhas pelo
Newton Santos/Hype
fato de obrigar os comerciantes a colocar os preços diretamente nos produtos que estão à venda", afirma Wagner Morroni, do escritório Olimpio de Azevedo Advogados. O diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), economista Marcel Solimeo, criticou as exigências. Para ele, o decreto
mostra o "despreparo do legislador para avaliar a praticidade e os custos gerados com a edição de leis como essa". Na opinião de Solimeo, o comércio não vai conseguir se adequar a tempo. "Estamos no período de pico das vendas, não dá para reformular tudo agora", afirma Solimeo. Shoppings – Mais cautelosas, as lojas dos shopping centers da capital já estão cum-
prindo as novas regras, segundo informou o superintendente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Luiz Augusto Ildefonso. "Desde a criação do CDC, os lojistas iniciaram um processo de adaptação para não serem surpreendidos pela fiscalização e serem multados", diz Ildefonso. Sem perdão – Para o diretor de fiscalização do Procon-SP, Paulo Arthur G o e s , o c omércio teve tempo "mais do que o suficiente" para se adaptar às nov a s e x i g ê ncias. Mesmo assim, ainda existem muitas irregularidades. "É comum, principalmente nos shoppings, encontrar vitrines com informações incompletas ou com os preços expostos em letras minúsculas. O que é um desrespeito ao consumidor", comentou. Mas de acordo com ele, os supermercados continuam sendo os campeões de autuações do órgão. Goes alerta que o Procon não vai perdoar os comerciantes que não cumprirem as exigências do decreto. "A lei tem de ser cumprida e o consumidor não pode ser prejudicado pela falta de informação." Márcia Rodrigues
Loja especializada em bolsas no centro da cidade com os produtos devidamente etiquetados
Gilmar Lopes, da Start Jeans: só o preço à vista
Vieira, da Mundial: sem medo da fiscalização
LOJISTAS DESINFORMADOS
MALHA FINA M Leão pegou 746.035 contribuintes
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malha fina da Receita Federal pegou 746.035 contribuintes que entregaram a declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) de 2006. O número é menor do que o registrado em 2005, quando 900 mil contribuintes tiveram a declaração do retida na malha. Hoje, a partir das 8h, a Receita vai liberar a consulta à lista do sétimo e último lote regular de restituição do IRPF deste ano. Esse será o maior lote de restituições deste ano, num total de R$ 1,846 bilhão, a ser pago a 1.911.983 contribuintes. Quem não teve a declaração processada nos seis lotes anteriores e não estiver nesse último lote está automaticamente com a declaração retida na malha fina.
O contribuinte deverá consultar o extrato da declaração na página da Receita na intern e t ( w w w . r e c e i t a . f a z e nda. gov.b r) para identificar o problema que o levou a ser incluído na malha fina. Com base nessas informações, o contribuinte em situação irregular poderá se antecipar à notificação da Receita e enviar uma declaração retificadora corrigindo o problema. Omissão – De acordo com a Receita, a principal causa para a retenção de declarações na malha fina foi a omissão de rendimentos. Nesses casos, o contribuinte não informou corretamente o valor dos rendimentos recebidos. Segundo o Supervisor Nacional do Imposto de Renda da Receita Fe-
deral, Joaquim Adir, 370.728 contribuintes tiveram a declaração retida na malha fina por conta de omissão de rendimentos. Outros 100.278 contribuintes caíram na malha fina por falta de recolhimento do imposto pela fonte pagadora. Um grupo de 78.371 declarações foram retidas por causa da ausência da Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf), entregue pelas empresas. Divergências entre os dados prestados pela fonte pagadora e o contribuinte fizeram com que outras 38.935 dec l a r aç õ e s f icassem retidas n a m alha. (AE)
uita desinformação. Essa era a situação dos comerciantes do centro velho da capital paulista e do bairro da Liberdade a respeito do Decreto nº 5.093, que estipula que preços e condições de pagamento estejam colocados de maneira clara nas vitrines. No bairro japonês, a reportagem do Diário do Comércio encontrou estabelecimentos que davam todas as informações especificadas (preço à vista e a prazo, com os valores das parcelas), mas também os que não seguiam a norma. Alguns comerciantes não esconderam que estavam desinformados sobre o decreto. É o caso de Helena Terazawa, proprietária da loja de presentes Mizumoto. "Conhecia a lei, mas não sabia que tinha de colocar os preços em todos os produtos da vitrine. Isso vai dar mais trabalho, mas se a lei manda, vou cumprir", disse, ao acrescentar que não aumentará os preços por causa do au-
mento de custos que terá para colocar etiquetas em todos os itens das duas vitrines. Na Rua Galvão Bueno, a proprietária da Hime-Ya, Jessica Chen, não sabia que a lei havia sido regulamentada e que haverá fiscalização. "Seguirei a legislação, mas isso vai dar muito trabalho porque mudamos a decoração da vitrine todas as semanas", disse. Na esquina da Rua Direita com a Praça da Sé, a Nelson das Bolsas exibia nas vitrines os preços à vista. A gerente Elizeth Maria disse que nunca teve problemas com a fiscalização e que os preços sempre foram colocados à vista do cliente. Na Mundial Calçados, na Rua Direita, o gerente Sílvio Vieira ressaltou que sempre colocou os preços de maneira clara nas vitrines. Por essa razão, Vieira afirmou não temer a fiscalização e que, caso seja necessário, vai alterar as etiquetas. "É um custo pequeno", afirmou o gerente.
A prazo — Na mesma rua, a Start Jeans apresentava na vitrine os preços à vista de suas roupas. O gerente Gilmar Lopes não sabia que as etiquetas têm de informar os valores das prestações no caso de vendas a prazo e que devem ter os juros. "Tenho a bandeirinha indicando que o produto pode ser vendido a prazo, e meus funcionários são orientados para fornecer todas as informações aos clientes. Achei que isso fosse suficiente", disse, acrescentando que não haverá custo adicional para incluir estas informações nas etiquetas. No Largo São Francisco, a Esporte Orestes apresentava todos os preços à vista de seus produtos. O proprietário Carlos Ayres afirmou que a maior parte de suas vendas é feita à vista (em dinheiro ou cheque) ou com no máximo três parcelas. "Não sabia da lei. Só sabia que tinha de expor o preço na vitrine", afirmou. Paula Cunha
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
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73% CONSIDERAM VALOR DE PEDÁGIO MUITO ALTO
por cento da receita da Embraer vem da produção de aeronaves para uso militar
ALÉM DE CINCO AVIÕES MILITARES, EMPRESA TAMBÉM FORNECEU UM JATO 190 AO SERVIÇO POSTAL
EMBRAER ENTREGA AVIÕES À COLÔMBIA
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AFP
área de defesa de- empresa. Além do negócio v e r e p r e s e n t a r com a Colômbia, a Embraer 10% da receita da tenta exportar o caça Super Embraer em 2006 e Tucano, utilizado em missões atingir 12% em até cinco anos, de segurança interna e vigiinformaram ontem o presi- lância de fronteiras, para a dente da empresa, Maurício Turquia, onde participa de Botelho, e o vice-presidente uma concorrência para o forpara o Mercado de Defesa e necimento de 36 unidades. Governo da companhia, Luiz Outras 40 unidades do caça Carlos Aguiar. Em 2005, o se- nacional foram entregues ontor representou 10,8% da re- tem para a esquadrilha da Força Aérea Brasileira (FAB). ceita de R$ 9,1 bilhões. Botelho afirmou que os inOs executivos participaram da cerimônia de entrega, na vestimentos da Embraer na área de defesa unidade da "são bastante e m p re s a e m significativos" Gavião Peixoe que detalhes to (SP), dos devem ser diprimeiros cinvulgados na co dos 25 Sureunião de hoper Tucanos Caças militares Super je do conselho vendidos para Tucanos é o número de administraa Força Aérea ção da empreda Colômbia, de aeronaves de sa. Já o vicenegócio que combate que a presidente pad e v e m o v ira o mercado mentar ao toEmbraer entregou à de defesa e godo US$ 250 esquadrilha da Força verno revelou milhões. O Aérea Brasileira que no plano prazo de enque será apretrega de todas sentado "cresas unidades é 2008. Além do modelo, foi en- cem a participação das áreas tregue um jato de transporte comercial e executiva". O executivo disse que o núEmbraer 170 à Satena, empresa estatal de transporte aéreo mero total de aviões entregues em 2006 deve ser de 135, postal colombiano. Botelho lembrou que a en- dez a menos do que era previstrega deve contribuir para am- to inicialmente. "Mas vamos pliar a participação do setor de de ter crescimento no faturaaviões militares no resultado mento", afirmou o presidente do quarto trimestre da Em- da Embraer. Já as previsões de braer, que no terceiro trimestre entrega de 160 a 165 unidades foi de apenas 1,4%. "A questão em 2007 e de 190 a 195 aviões das apropriações e divulga- em 2008 estão mantidas. "Para ções trimestrais podem detur- o ano que vem, praticamente par a situação real. Neste ano 100% dos pedidos são firmes, defesa e governo vão represen- com uma pequena variação tar cerca de 10% da receita to- no setor de executivos", comtal", afirmou o presidente da pletou Botelho. (AE)
Anglo American terá mina de níquel no Brasil
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A Embraer participa de concorrência na Turquia, onde poderá vender outros 35 caças Super Tucanos
Pedágio é o terror dos motoristas
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grande terror dos motoristas que utilizam as estradas sob regime de concessão a empresas privadas em São Paulo é o alto custo dos pedágios, segundo a 11ª rodada da Pesquisa de Satisfação do Usuário, realizada pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). O índice de usuários que considera a tarifa alta e muito alta é de 73%, contra 25% que acreditam que o valor é adequado. Esse percentual de reclamação teve leve queda em comparação ao ano anterior, quando 77% reclamaram do custo. "O valor é muito alto. Os caminhoneiros têm enorme dificuldade para conseguir algum ganho no frete", reclamou No-
rival de Almeida Silva, presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos do Estado de São Paulo. Já para a Artesp, a variação mais significativa mostrada na pesquisa foi a elevação no número de motoristas que acham o valor do pedágio adequado – ele subiu de 21% para 25%. "Os resultados demonstram que os usuários percebem que a relação entre custo e benefício das concessões é positivo", avaliou Ulysses Carraro, diretor-geral da Artesp. Quem acha caro recebeu com apreensão a informação de que haverá pedágio no Rodoanel. "Vai-se optar pelo congestionamento gratuito da Marginal em vez de andar pelo
congestionamento pago do Rodoanel", previu Urubatan Helou, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo. Antonio Henrique Garcia, gerente da Marbi Transportes, de São José do Rio Pardo, fez a conta de quanto custam os pedágios. Um caminhão da frota, que rodou 6.503 quilômetros e m o u t u b ro , n o p e rc u r s o Rio Pardo-capital, gastou R$ 3.209 com óleo diesel e R$ 1.344 com pedágios. Outro veículo da Marbi, que percorreu 10.709 quilômetros no mesmo mês, gastou R$ 6.120 com diesel e R$ 2.246 com pedágios. "O dinheiro do pedágio pagaria salários de dois motoristas", disse Garcia. (AE)
terceiro maior grupo minerador do mundo, a companhia Anglo American, deu ontem sinal verde para a construção de uma mina de níquel no Brasil, com investimento de R$ 1,2 bilhão. A Anglo informou, em comunicado, que o projeto Barro Alto, em Goiás, deve produzir 36 mil toneladas de níquel por ano ao longo da duração da mina, estimada em 26 anos. A construção da mina deve começar no próximo ano e a produção, a partir de 2010. A companhia espera que a capacidade total de produção possa ser alcançada no ano seguinte. Barro Alto está localizada a cerca de 170 quilômetros noroeste de Brasília e a 150 quilômetros da atual operação Codemin, também de níquel, da Anglo. "A produção de Barro Alto contribuirá de maneira significativa para a potencial duplicação da produção de níquel do grupo para cerca de 90 mil toneladas por ano em 2011", afirmou o presidente-executivo da companhia, Tony Trahar. "Barro Alto é um projeto empolgante em um país onde a Anglo American tem longa experiência em administração e operação de projetos de níquel", acrescentou. (Reuters)
ATAS TEKNO S/A - CONSTRUÇÕES INDÚSTRIA E COMÉRCIO Companhia Aberta CNPJ: 33.467.572/0001-34 - NIRE nº 35.300.007.514 Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 29 de novembro de 2006 Local e data: Aos 29 dias do mês de novembro de 2006, às 15:00 horas, na sede social da Empresa, localizada na Rua Alfredo Mario Pizzotti, 51 em São Paulo, no Estado de São Paulo. Presença: Compareceram acionistas, representando mais de 2/3 (dois terços) do Capital com direito a voto. Mesa Diretora da Assembléia: Presidente: Fernando Antonio Albino de Oliveira; Secretário: Laercio Guerrini. Convocação: O Edital de Convocação foi publicado nos dias 11, 14, 15 de Novembro de 2.006, no Diário Oficial do Estado (págs. 13, 12 e 12), e nos dias 13, 14 e 15, 16 no Diário do Comércio, de São Paulo (págs. 2, 2 e 2). Ordem do Dia: A pedido do Sr. Presidente foi lido o Edital de Convocação e a pauta da Assembléia Geral Extraordinária. Com abstenção dos legalmente impedidos foi aprovada, por unanimidade, a proposta de constituição de uma “joint-venture” (“Companhia”) entre a Tekno e a empresa The Valspar Corporation Ltda., CNPJ: 01.635.544/0001-92, subsidiária da The Valspar Corporation, com sede em Minneapolis, Minnesota, E.U.A., nas condições abaixo: 1) A Tekno e a The Valspar Corporation Ltda. investirão o valor total aproximado de R$ 26.150.000,00 na Companhia a ser integralizado pelas partes mediante a contribuição de ativos e de dinheiro no período de 6 meses contados a partir da data da subscrição. A Tekno terá uma participação de aproximadamente 82% do capital da Companhia, ficando a TheValspar Corporation Ltda. com os restantes 18%. O controle da administração da Companhia será compartilhado entre as partes. 2) A operação prevê que após o período inicial de 18 (dezoito) meses, as partes poderão avaliar a performance e os objetivos da Companhia e o interesse de cada uma das partes em permanecer como acionista. 3) A Companhia terá como objetivo possibilitar uma rnelhoria na qualidade das tintas e vernizes fabricados, por meio do acesso à tecnologia desenvolvida pela The Valspar Corporation, principalmente nas tintas para coal coating. 4) A Companhia será constituída na forma de sociedade por ações com sede na cidade de São Bernardo do Campo, Estado de São Paulo. A Companhia terá como atividade principal a produção e comercialização de tintas, revestimentos, vernizes, solventes e congêneres no mercado interno e externo, atividades atualmente desenvolvidas pela Tekno, por meio da DivisãoTintas Kroma, bem como pela The Valspar Corporation Ltda. 5) A concretização da operação acima está prevista para os próximos 60 (sessenta) dias e será prontamente informada aos acionistas, à CVM, à BOVESPA e ao mercado em geral. Foram também aprovadas por unanimidade de votos: 1) Publicação da Ata desta Assembléia com omissão das assinaturas dos acionistas, nos termos do Parágrafo 2° do Art. 130 da lei n° 6.404176. 2) Lavratura da ata desta Assembléia em conformidade com o Parágrafo 1 ° do Art. 130 da Lei n° 6.404/76, estando os documentos que a compõe, numerados de 1 a 29, devidamente rubricados pela Mesa e arquivados na sede da Companhia. Presidente: Fernando Antonio Albino de Oliveira; Secretário: Laercio Guerrini. A presente é cópia fiel da Ata lavrada em Livro Próprio. Presidente: Fernando Antonio Albino de Oliveira. JUCESP - Certifico o registro sob o nº 323.016/06-6, em 05/12/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.
BALANÇO SINDICATO DAS EMPRESAS DE COMPRA, VENDA, LOCAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE IMÓVEIS RESIDENCIAIS E COMERCIAIS DE SÃO PAULO - SECOVI
CNPJ: 60.746.898/0001-73 RESUMO DA PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA PARA O EXERCÍCIO DE 2007. RECEITA Tributária ............................... R$ Social .................................... R$ Patrimonial ............................ R$ Assistencial ........................... R$ Outras ................................... R$
EDITAL
6.915.000,00 1.752.000,00 4.626.787,56 6.448.900,00 1.635.085,00
TOTAL DA RECEITA ........... R$ 21.377.772,56 Mobilização de Capitais ........ R$ 13.510.852,30 TOTAL GERAL ................. R$ 34.888.624,86 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
CONVOCAÇÃO ASSOCIAÇÃO DOS ESCREVENTES DOS CARTÓRIOS OFICIALIZADOS DO ESTADO DE SÃO PAULO
ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA - EDITAL DE CONVOCAÇÃO IVO RIBEIRO DE OLIVEIRA, Presidente da Associação dos Escreventes dos Cartórios Oficializados do Estado de São Paulo, no uso das suas atribuições que lhe conferem o estatuto social da Entidade, convoca os associados para se reunirem em Assembléia Geral Ordinária, marcada para o dia 28/12/06 na sede da Entidade, na Praça da Sé nº 96 2º andar, conjunto 201 - Capital, às 09:30 hs em primeira chamada e 30 minutos após em segunda chamada, para o fim de: 1 - examinar as contas da diretoria; 2 - outros assuntos de interesse. São Paulo, 7 de dezembro de 2006. (a) IVO RIBEIRO DE OLIVEIRA - Presidente.
PREGÃO (presencial), para Registro de Preço DSE nº 100/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 7771/5900/2006. OBJETO: MISTURA PARA O PREPARO DE CREME SABOR BAUNILHA. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 - Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 h do dia 27 de dezembro de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preço DSE nº 101/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 7774/5900/2006. OBJETO: CEREAL ESFÉRICO DE MILHO COM CHOCOLATE. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 - Perdizes, nesta capital, com início previsto às 13:00 h do dia 27 de dezembro de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preço DSE nº 102/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 7891/5900/2006. OBJETO: BISCOITO DOCE TIPO SEQUILHO SABOR LEITE. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 - Perdizes, nesta capital, com início previsto às 15:30 h do dia 27 de dezembro de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº 103/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 6353/5900/2006. OBJETO: BISCOITO SALGADO TIPO LANCHE. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 - Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 h do dia 28 de dezembro de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº 104/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 7890/5900/2006. OBJETO: GELÉIA COMUM DE ABACAXI. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 - Perdizes, nesta capital, com início previsto às 13:00 h do dia 28 de dezembro de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº 105/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 5509/5900/2006. OBJETO: MARGARINA COM SAL. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 - Perdizes, nesta capital, com início previsto às 15:30 h do dia 28 de dezembro de 2006. Edital completo à disposição dos interessados, via Internet, pelo Site www.e-negociospublicos.com.br. INFORMAÇÕES: fones: (11) 3866-1615/1616, de 2ª a 6ª feira, no horário das 8h às 17h. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE SUPRIMENTO ESCOLAR
DESPESA Administração Geral ............. R$ Contribuições Regulamentares .................. R$ Assistência Técnica .............. R$ Extraordinárias ...................... R$ Depreciação de Imobilizado ... R$ Outras ................................... R$ TOTAL DE CUSTO ......... R$ Aplicação de Capitais ........... R$ TOTAL GERAL ............... R$
12.135.480,00 666.880,00 3.371.488,00 1.627.979,80 784.523,36 112.560,00 18.698.911,16 16.189.713,70 34.888.624,86
Aprovado em Assembléia Geral Ordinária, realizada em 30 de novembro de 2006. Romeu Chap Chap - Presidente Carlos Alberto Campilongo Camargo - Vice-Presidente Financeiro Vinícius Bruno Arrivabene - Téc. em Contabilidade - CRC nº 1 SP 057187/O-1 - DEC. Nº 46.705
FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 7 de dezembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Aricanduva Com. de Borrachas e Materiais de Segurança Ltda. - Requerido: Mundial Isolamentos e Montagens Ltda. - Rua José de Lima, 28 - 01ª Vara de Falências Requerente: Aparecido Gomes de Lima. Requerido: Sondasa Engenharia Geotecnia e Fundações Ltda. - Rua Flórida, 1.821 - 02ª Vara de Falências Requerente: Francisco de Assis Rodrigues Requerido: Mark Bem Com. de Etiquetas Adesivas Ltda.-EPP - Rua Monte Serrat, 631 - 01ª Vara de Falências
Requerente: Real Cash Assessoria e Fomento Mercantil Ltda. - Requerido: Globogeo Sondagens e Serviços Ltda. - Rua Loefgreen, 433 - 02ª Vara de Falências Requerente: KSQ Factoring Fomento Mercantil Ltda. - Requerido: Marso Participações Ltda. - Rua Roma, 620 - 01ª Vara de Falências Requerente: Innova Multimídia Ltda. ME Requerido: Victus Consultoria em Tecnologia da Informação S/A - Rua Arizona, 1349 – conj. 7B - 02ª Vara de Falências
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PARCELAMENTO DE DÉBITO NÃO SAI DO PAPEL
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por cento das empresas acreditam que a Lei de Falência aumenta a chance de recuperação do crédito
Fotos: Milton Mansilha/LUZ
LEI DE FALÊNCIAS É BOA, MAS PODE FICAR MELHOR Em pesquisa da Deloitte, 75% dos entrevistados defenderam o fim da exigência da CND
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a opinião de 104 empresários entrevistados pela Deloitte Touche Tohmatsu, a nova Lei de Falências vem surtindo efeitos. De acordo com o levantamento da empresa de consultoria, 94% dos entrevistados acreditam que a legislação, em vigor desde julho do ano passado, aumentou a possibilidade de recuperação das empresas em crise financeira. No entanto, os empresários defendem modificações importantes. Para 75% dos entrevistados, a principal alteração é o fim da exigência de ap res en taç ão da Certidão Negativa de D é b i t o s (CND) para a aprovação da recuperação. Segundo o sócio da área de Corporate Finance da Deloitte, Luiz Alberto Fiore, a exigência da CND pode inviabilizar a recuperação. De acordo com ele, as empresas só estão conseguindo a aprovação da recuperação judicial porque os juízes estão aceitando os pedidos, mesmo sem a apresentação do documento. Ontem, Fiore e o gerente da Deloitte, Luis Vasco Elias, apresentaram à imprensa a "Pesquisa Recuperação de Empresas", um levantamento, realizado de agosto a outubro deste ano, sobre a experiência de 104 empresas brasileiras com faturamento anual superior a R$ 50 milhões a respeito dos primeiros 18 meses de vigência da lei.
Parcelamento – Para solucionar a questão envolvendo a CND, o advogado tributarista Luiz Antônio Caldeira Miretti, do Approbato Machado Advogados, defende a aprovação urgente de um parcelamento de débitos tributários para essas empresas. Na Câmara, está parado há um ano o Projeto de Lei n° 5.250/05, do senador Fernando Bezerra, que institui um parcelamento especial (72 vezes, com correção pela Selic) para as empresas em recuperação. "Hoje é difícil encontrar empresas que não tenham pas-
sivos tributários significativos, mesmo as que não estão em risco de falência", disse Miretti. O advogado lembrou que a própria lei de recuperação fiscal permite aos municípios, estados, União e Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) criarem parcelamentos específicos para essas empresas. Segundo Miretti, o ideal seria a aprovação do PL n° 4982/05, que também está parado na Câmara, que permite o parcelamento em 120 vezes, com correção pela TJLP. Efeitos – De acordo com a pesquisa da Deloitte, do total
de entrevistados, 82% acreditam que a nova lei aumenta a chance de recuperação de créditos. Em 2005, 74% dos empresários acreditavam nessa possibilidade. "A lei de recuperação dá fôlego às empresas para fazerem um planejamento para pagarem os credores. Assim, enquanto a empresa está na UTI, os credores não ficam mais batendo na sua porta o tempo todo", explicou Fiore. Na opinião do sócio da Deloitte, em dois ou três anos ficará mais fácil para as empresas em recuperação obterem financiamentos bancários. Os credores com garantia real, em geral bancos, estão em s e g u n d o l ugar na ordem de recebimento de créditos na nova lei. "A pesquisa da Deloitte mostra que ao m e s m o t e mpo em que a nova lei deu m a i o r e s g arantias aos bancos de receberem de volta o que emprestaram, aumentou o volume de crédito concedido no Brasil", disse. Mesmo com a necessidade de mudanças, uma pesquisa realizada pela Equifax e divulgada pela Deloitte ontem revela que, de fevereiro de 2004 a maio de 2005, foram requeridas 21.628 falências. De julho de 2005 a outubro de 2006, o número caiu para 5.895. "Como não houve crescimento significativo da economia nesse período, esses números só podem ser reflexo da nova lei de recuperação de empresas", concluiu Fiore. Laura Ignacio
Operação Gepeto de olho no factoring
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Superintendência da Receita Federal (SRF) em São Paulo deflagrou ontem a maior investigação já feita sobre a atividade de fomento mercantil, as chamadas factorings. O setor é acusado pela Receita de evasão fiscal, ocultação de patrimônio (caixa dois) e crime contra a ordem tributária. Há suspeitas, ainda, de que as empresas também fazem intermediação financeira, com captação e empréstimos a juros, ou agiotagem. A estimati-
SOJA A capacidade ociosa da indústria de esmagamento de soja no Brasil chega 25,6%.
SAFRA CRESCE 3%
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Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fez uma revisão para melhor, para novembro, da safra de cereais, leguminosas e oleaginosas. Segundo o instituto, a safra A TÉ LOGO
va é de que a evasão fiscal seja superior a R$ 500 milhões. A Operação Gepeto, como foi batizada, não cessa com a investigação das primeiras 70 empresas de factoring escolhidas, que receberam ontem a visita de fiscais. A operação será mantida em 2007 e terá apoio de todas as delegacias da Receita no Estado de São Paulo. Segundo o superintendente-adjunto da Receita, Paulo Jakson da Silva Lucas, cerca de 200 auditores fiscais percorrerão o estado para investigar
Ó RBITA
de 2006 atingirá 115,9 milhões de toneladas, ante o total de 112,6 milhões de toneladas em 2005, ou seja, 3% a mais. No entanto, em relação a outubro deste ano, a safra será ligeiramente menor (0,2%). O levantamento, divulgado
outras empresas. Só em São Paulo, existem quase 3 mil empresas registradas na atividade de fomento mercantil, mas apenas 1.200 têm registro de recolhimento de tributos federais. "Há cerca de 1.800 empresas que não pagaram imposto nos últimos anos", explica. Levantamento feito pela Delegacia Especial de Instituições Financeiras (Deinf), mostra que o recolhimento de imposto em 2005 foi de R$ 100 milhões, considerado baixo pela Receita Federal. (AE)
CESTA Preço da cesta básica do paulistano aumentou 1,27% em novembro.
ontem, informa que a colheita dos produtos da safra de verão está encerrada na regiões produtoras e que as culturas de inverno estão na fase final de colheita. Milho e soja representam 80% da produção de grãos. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Petrobras adia por quatro meses alta no preço do gás da Bolívia
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BID destina US$ 1 bilhão para projetos de infra-estrutura
Acima, o sócio da área de Corporate Finance da Deloitte, Luiz Alberto Fiore, para quem a exigência da CND pode inviabilizar a recuperação das empresas. Ao lado, Luis Vasco Elias, também da Deloitte, que apresentou a Pesquisa Recuperação de Empresas
INSS: fraudes de R$ 3,3 mi
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Polícia Federal prendeu ontem no Maranhão 11 pessoas acusadas de fraudar o INSS em mais de R$ 3
milhões. A operação batizada de Sentença monitorou durante um ano a quadrilha a partir de denúncias do próprio INSS, que há dois anos desconfiou da produtividade excessiva de sua funcionária, Anália de Medeiros, que
providenciava benefícios por ordem judicial acima da média dos outros servidores. Anália de Medeiros é acusada de chefiar a quadrilha em parceria com Michele Christhine Ferreira Lobato, que também foi presa durante a operação. (AG)
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Tr i b u t o s Imóveis Nacional Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 8, 9 e 10 de dezembro de 2006
As associadas à Abeiva venderam 5.394 veículos de janeiro a novembro de 2006, uma alta de 9,4%.
MONTADORAS IMPORTARAM 126 MIL CARROS
EM 2006, A IMPORTAÇÃO DE AUTOMÓVEIS, PRINCIPALMENTE DA ARGENTINA E DO MÉXICO, CRESCEU 73,2%
CARRO IMPORTADO GANHA AS RUAS A Ferrari vendeu 26 carros neste ano no Brasil. Preço parte de R$ 1,35 milhão.
Eletroeletrônicos fecham o ano com déficit comercial déficit comercial do setor de produtos eletroeletrônicos brasileiro neste ano deve chegar a US$ 9,5 bilhões, contra US$ 7,4 bilhões em 2005. O resultado negativo da balança do segmento, em 2006, será o maior da história. Para o próximo ano, a estimativa é de que o déficit cresça 29%, atingindo US$ 12,3 bilhões. Os dados foram divulgados ontem pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). O faturamento das empresas neste ano deve totalizar R$ 105,67 bilhões, uma variação de 14% sobre o ano passado. Para 2007, a projeção é de um crescimento de 15%, para R$ 121,4 bilhões. De acordo com a Abinee, o número de empregados no setor terminará 2006 em 143 mil. Para 2007, o prognóstico é de um aumento de pelo menos 10 mil postos de trabalho nas empresas do segmento. A entidade informou que, em 2006, o setor exportará
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US$ 9,2 bilhões e importará US$ 18,7 bilhões. Para 2007, a Abinee projeta alta de 9% das exportações, para um total de US$ 10 bilhões, enquanto as importações devem subir 19% para US$ 22,3 bilhões. Informática — Pelos dados da Abinee, o maior faturamento do setor vem do segmento de informática, que, em 2006, deve totalizar R$ 29,3 bilhões (alta de 22% em relação a 2005), crescendo 23%, para R$ 36,9 bilhões, no próximo ano. Em seguida, vem o setor de telecomunicações, com receita prevista para este ano de R$ 17,6 bilhões (alta de 7% sobre 2005), com expansão de 8%, para R$ 19 bilhões, em 2007. As exportações de telefones celulares cresceram 22% neste ano, para US$ 2,9 bilhões, segundo estimativas da Abinee. Foi o produto mais exportado do setor neste ano. A indústria produziu 74 milhões de aparelhos em 2006, dos quais 54% foram destinados ao mercado interno, e 46% ao externo. "O câmbio valorizado não
afetou os celulares da forma negativa como esperávamos", afirmou Paulo Castelo Branco, diretor da área de telecomunicações da Abinee. Logo depois dos celulares aparecem os motocompressores herméticos, com uma receita externa de US$ 646 milhões. Entre os produtos pesquisados pela Abinee, houve queda de 3% nas exportações de refrigeradores (único bem negativo de uma lista de dez produtos exportados pelo setor), para US$ 246 milhões. Apesar do número positivo, Castelo Branco afirmou que as exportações de aparelhos celulares poderiam ter sido ainda melhores neste ano, mas houve a transferência de uma fábrica da Nokia para o México, o que prejudicou as vendas externas desse segmento. Na outra ponta, a maior importação do setor foi de componentes. Em 2006 a indústria brasileira comprou do exterior o equivalente a US$ 11,9 bilhões, ante US$ 9,6 bilhões em 2005 – uma alta de 25%. (AE)
INFRA-ESTRUTURA Fábricas de trem em crise sinal amarelo foi dado pela indústria ferroviária brasileira. Com uma expectativa de fechar 2006 com 5 mil vagões produzidos, o setor encerra o ano com 3,4 mil unidades, uma redução de 1,6 mil unidades na estimativa original. Para 2007, a previsão de 3,5 mil vagões já foi revista para 1,5 mil, patamar que resultará, mesmo sem uma confirmação das empresas do setor, em demissões e nova estagnação da indústria ferroviária no Brasil. Oberlam Calçada, diretor do Departamento Ferroviário do Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre), avalia que as perdas em 2006 serão de 45% nas vendas. "O principal comprador é o setor graneleiro. Com uma previsão de safra na casa das 140 milhões de toneladas, pouco mais do que a deste ano, eles não fecharam nenhuma encomenda para 2007. Estamos em dezembro e não temos uma única encomenda em carteira. Isso já é um resumo do que será o próximo ano", disse Calçada, durante a reunião de fechamento do ano do Simefre, realizada na sede da
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1,5 mil vagões, é o quanto a indústria ferroviária estima que produzirá e venderá em 2007, 2 mil vagões a menos que a expectativa inicial para o período Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP). Calçada diz que a venda de vagões para os produtores de álcool, açúcar e sucos é uma opção para compensar a redução das compras por parte dos produtores de grãos. O executivo diz que os fabricantes deverão adaptar suas linhas de produção para esses modelos ou terão suas margens de retorno reduzidas sensivelmente. Falta investimento – Na avaliação do diretor do Simefre, o resultado abaixo da expectativa tem como principal fator a falta de investimentos da União na malha ferroviária. De 1996, ano das concessões, até setembro de 2006, o governo federal havia destinado R$ 600 milhões para a reforma
e expansão dos trilhos. O previsto no contrato entre a iniciativa privada e o poder público era de pelo menos R$ 1,2 bilhão em um período de uma década, nessas áreas. "Não existe demanda para material rodante em uma malha ferroviária estagnada. Projetos como o Ferroanel, na área metropolitana de São Paulo, e a Ferrovia Norte-Sul, precisam sair do papel o mais rápido possível. Até agora, 2003 foi o último ano no qual ficamos abaixo dos 2 mil vagões nas encomendas. Não podemos retroceder agora", avaliou Calçada. Outro dado que preocupa o Simefre é a queda nas exportações. Durante 2005, as empresas exportaram 323 vagões e 132 carros de passageiros. Este ano, o setor fecha com 75 vagões e 89 carros passageiros. Isso deixa a alternativa do mercado externo também com sinal de alerta. As expectativas acima dos 3 mil vagões, segundo o Simefre, ficarão para 2008, principalmente para o setor de passageiros. As Parcerias Público Privadas (PPs) do Metrô de São Paulo são avaliadas como a principal fonte de demanda a partir de outubro de 2007. Davi Franzon
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dólar baixo, os acordos internacionais e o aumento da oferta de produtos foram fatores predominantes para elevar em 73,2% as importações de veículos neste ano. No acumulado de janeiro a novembro, foram importados 126.020 veículos, contra 72.761 no mesmo período do ano passado. As montadoras tiveram grande participação nesse desempenho, principalmente por conta do maior volume de modelos que estão trazendo do México e da Argentina. Os importadores independentes (sem fábrica no Brasil) também melhoraram sua performance, mas de forma bem mais modesta. Importaram, nos primeiros 11 meses do ano, 5.394 veículos, com crescimento de 9,4% sobre as 4.929 unidades de idêntico período de 2005. São seis marcas independentes no País (BMW, Ferrari, Kia, Maserati, Porsche e Ssangyong), todas filiadas à Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva). Algumas dessas marcas obtiveram excelentes resultados. A Porsche cresceu 121,6%, ampliando seu volume total de 185 para 410 veículos. A marca atribui o resultado ao lançamento do Cayman. As vendas da Ferrari subiram 30%, atingindo 26 unidades em 2006, contra 20 no ano passado. A
Pablo de Sousa
O Ford Fusion, sucesso mexicano
Ferrari mais procurada é a F430, disponível nas versões Spider e Coupé, que custam, respectivamente, R$ 1,5 milhão e R$ 1,35 milhão. Entre os modelos importados pelas montadoras, destaque para o Ford Fusion, que vem do México sem pagar Imposto de Importação e custa a partir de R$ 79,9 mil. Desde o lançamento, em junho, já foram comercializadas 3.634 unidades, superando em mais de 140% as projeções feitas pela marca. Só em novembro, foram 1.154, contra uma meta de vender 500 por mês. "Já começamos a receber do México uma produção adicional para atender à demanda", diz Antonio Taranto, gerente nacional de Vendas da Ford. Alíquota zero - Para ampliar o volume global das marcas independentes, a Abeiva pretende intensificar no próxi-
mo ano as gestões junto ao governo para haver um cota de 25 mil veículos para as suas associadas com alíquota zero. Isso porque as montadoras já pagam alíquota zero no caso dos carros que importam da Argentina e do México. "A alíquota de importação de 35% acaba encarecendo nosso produto, razão de nossa participação no mercado global, atualmente, ser insignificante", diz o diretor-executivo da Abeiva, Luiz Carlos Mello. Do total de vendas do setor automotivo no País (1,48 milhão de veículos este ano), as associadas da Abeiva detêm uma fatia de apenas 0,32%. Se for considerado o total de carros importados em 2006, representam só 4,28% Em 2000, quando a alíquota estava em 20%, o setor chegou a vender 17.624 importados. "Neste ano, vamos vender cerca de 6 mil, o que significa uma retração de 66% em relação ao resultado do início da década". Por conta desse quadro, o presidente da Abeiva, José Luiz Gandini, avalia que 2006 foi um ano apenas razoável. "O cenário econômico foi favorável e poderíamos ter crescido mais, não fossem os 35% de alíquota de importação”, destaca Gandini. Apesar da alíquota, ele diz que há espaço para crescer 8% em 2007. Se a estimativa for alcançada, as marcas associadas à Abeiva venderão perto de 6,5 mil unidades no próximo ano. Alzira Rodrigues
Varejo eletrônico atrai consumidor a loja física esmo que sua empresa não faça vendas virtuais, é melhor ficar atento aos movimentos do varejo eletrônico. O impacto da internet no desempenho de vendas das lojas físicas é muito maior do que a sua influência no comércio online. Segundo o consultor especializado em economia digital Cid Torquato, para cada compra feita por meio eletrônico, outros cinco novos negócios são decididos na internet e concretizados fora da web, em lojas físicas, por telefone, ou por meio de call centers. Embora o e- com merce represente menos de 2% das vendas de todo o varejo, o impacto da internet na decisão de compra é muito maior do que isso, enfatiza Torquato. "Ela fortaleceu o consumidor. Existem alguns sites para comparação de preços, como BuscaPé, Bondfato e JáCotei. A pessoa pesquisa e pode comprar em outro canal", afirma. Cliente - O publicitário Pablo do Monte Cubas está entre os usuários assíduos de sites como esses. "É por onde eu começo a minha pesquisa de preços", afirma. Ao longo desta semana ele recebia as últimas compras feitas pela web, para mobiliar seu novo apartamento. Além de um notebook, chegaram um telefone sem fio, um
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microondas e um fogão. Cubas figura entre os consumidores que preferem finalizar a compra na loja virtual. Ele afirma que se ao final de sua pesquisa de preço ele descobrisse que a melhor oferta era a de uma loja física, não concluiria o processo. A não ser no caso de produtos "muito específicos" - um climatizador de vinho, por exemplo - com pouca oferta nos sites. "Nesse caso, eu faço a pesquisa na internet, para saber a faixa de preço, e vou à loja física para ver os detalhes", comenta o consumidor.
Oportunidades – O gerente comercial do JáCotei, José Abílio Queiroz, conta que 99% das 450 lojas que anunciam seus produtos no site finalizam a venda virtualmente. Há casos, aliás, de lojas como a Micro Cia, de São Paulo, que só operam eletronicamente. Especializada na venda de equipamentos de informática, ela foi fundada há 14 anos como loja tradicional, de rua. E só sobreviveu, segundo conta o responsável pela administração, Eduardo Vieira, por causa da operação pela in-
ternet, que já dura cerca de 7 anos. A Micro Cia, na definição de Vieira, é uma empresa de pequeno porte. Ela investe cerca de R$ 5 mil mensais para manter seu nome em sites como o JáCotei, BuscaPé e Cotacota. Em média, recebe 30 mil cliques mensais em sua loja. O retorno de vendas compensa o investimento, segundo o executivo, que acompanha diariamente a oscilação dos preços da concorrência na internet, com a ajuda de dois funcionários. Para a empresa paranaense M M M e rc adomóveis, de Ponta Grossa, o investimento na internet ainda é algo recente, que começou este ano, por pressão dos próprios clientes. "Já tínhamos um site. As pessoas ligavam perguntando por que não vendíamos p e l a i n t e rnet", conta o gerente comercial da Lojas MM.com, Sandro Alves. A empresa testou alguns formatos de divulgação e optou por quatro sites de comparação de preços. "O cliente entra para comprar", justifica Alves. Torquato lembra que mesmo empresas sem loja virtual têm buscado sites de comparação de preços para aproveitar o comportamento do consumidor. Ele comenta que entre 35 mil e 40 mil empresas já fizeram algum tipo de publicidade nos sites. Fátima Lourenço
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Tr i b u t o s Finanças Nacional Imóveis
DIÁRIO DO COMÉRCIO
MÍNIMO SERÁ DISCUTIDO QUINTA-FEIRA
5 Não vamos demorar, porque a cidade tem muita pressa. Guilherme Afif Domingos
LEI DO APRENDIZ PODE INCLUIR CERCA DE 100 MIL ADOLESCENTES NO PRÓXIMO ANO NA CAPITAL PAULISTA
EM DEFESA DO APRENDIZADO DE JOVENS
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Para Afif, projetos como o Degrau permitem que jovens aprendam uma profissão enquanto estudam
Salário mínimo de R$ 367 governo unificou o discurso em torno da proposta de reajuste do salário mínimo para 2007 e adotou como ponto de partida para as negociações com as centrais sindicais o valor de R$ 367. A proposta não chegou a ser apresentada oficialmente aos dirigentes sindicais, que participaram ontem da primeira reunião de negociação com o governo, mas o valor foi defendido pelos cinco ministros presentes ao encontro. Uma nova
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reunião foi marcada para a próxima quinta-feira. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartou a possibilidade de negociar a correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). O governo já fechou um acordo com o relator do Orçament o , s e n a d o r Va l d i r R a u p p (PMDB-RO), para correção de 3% em 2007 e mais 3% em 2008. O ministro argumentou que o acordo já significa uma renúncia fiscal de R$ 800 milhões no primeiro ano. "Tudo isso pesa.
Estamos desonerando outros tributos e não dá para fazer tudo ao mesmo tempo. Chegamos num ponto limite", disse. O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, garantiu que Mantega não colocou sua posição na reunião. Os sindicalistas defendem uma correção de 7,7% em 2007 para zerar os efeitos inflacionários dos últimos quatro anos. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que espera concluir as negociações ainda neste ano. (AE)
hegou a hora de São mil pessoas. Por isso, ele anun- tar desperdícios "e acelerar as Paulo se engajar de ciou que vai promover, a partir parcerias com a comunidade vez na campanha do de 2007, um grande diagnósti- para melhorar a inclusão". Afif lembrou que, durante aprendizado pelo co para levantar quais são as catrabalho, para jovens entre 14 e rências locais, no estado e na ca- muitos anos, para atender di18 anos. "E não vamos demo- pital paulista, para conciliar a ferentes interesses e grupos, rar porque a cidade tem muita oferta de vagas com o processo foi disseminada a cultura de pressa", disse Guilherme Afif de aprendizado e de certifica- confundir o trabalho do joDomingos, presidente da As- ção. Isso, salientou Afif, vai evi- vem aprendiz com a exploração do trabalho insociação Comercial Fotos: Agliberto Lima/DC fantil. de São Paulo (ACSP). "Também somos A expectativa é de que contra o trabalho inem 2007 na capital sefantil, mas não contra jam incluídos 100 mil oferecer uma oportujovens no mercado de nidade aos jovens de trabalho por meio da 14 a 18 anos para Lei do Aprendiz. aprender uma profisCom exceção da cisão enquanto estudade de São Paulo, onda", explicou. Além de houve "má vontade ser uma forma "de de" para aplicar a Lei evitar que o jovem se10.097, criada em deja atraído pelo crime zembro de 2000 e reguorganizado". lamentada em 2001, O p re s i d e n t e d o cerca de 120 mil jovens Conselho Municipal foram beneficiados em dos Direitos da Criantodo o Estado apenas Souza, do CMDCA: geração de renda nas famílias ça e do Adolescente pelo projeto Convi(CMDCA), Geraldo vência e Aprendizado Salvador de Souza, no Trabalho, do Moviacrescentou que a Lei mento Degrau, fruto do Aprendiz tem um de uma parceria entre a grande impacto soACSP, Federação das cial. "Isso porque tira o Associações Comerjovem das ruas por ciais do Estado de São meio de sua inclusão Paulo (Facesp) e a Rede no trabalho, e ainda Brasileira de Entidaajuda na geração de des Assistenciais Firenda para a família", lantrópicas (Rebraf). afirmou. Eles particiEnquanto o Degrau param ontem do seminão usou nenhum renário Lei do Aprendiz curso, disse Afif, o como Ferramenta de programa federal PriInclusão Social. meiro Emprego, inSergio Leopoldo vestiu R$ 120 milhões e capacitou apenas 12 O secretário José Police Neto participou da discussão Rodrigues
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CARTÃO É ESTRATÉGICO PARA BANCOS
por cento foi a queda das ações preferenciais da Gol no pregão de ontem da bolsa de valores paulista.
DEPENDENDO DO CENÁRIO, NO ENTANTO, HÁ CHANCES DE NOVOS CORTES DE 0,5 PONTO, DIZEM ANALISTAS
COPOM SINALIZA CORTE MENOR DO JURO
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ajuste fiscal (controle dos gastos do governo) ainda pendente e o cenário prospectivo para o comportamento da inflação nos próximos meses são os principais sinais de que o Comitê de Política Monetária (Copom) pretende amenizar o ritmo de queda do juro básico (Selic). Apesar de manifestar a necessidade de distinguir, no curto prazo, os reajustes pontuais das altas generalizadas dos preços, a ata da última reunião do Copom, divulgada ontem, não registra pessimismo em relação à expectativa de controle da inflação e, por isso mesmo, não fechou totalmente as portas para a possibilidade de novos cortes de 0,5 ponto percentual na Selic, que hoje está em 13,25% ao ano. O documento, no entanto, não abandona a expressão "maior parcimônia", interpretada como um sinal de que o Banco Central (BC) deseja agir com mais conservadorismo nas próximas reuniões. A novidade, dessa vez, é que o Copom retirou o condicionante "poderá" e enfatizou que essa maior parcimônia na política de juros será adotada "a partir de determinado ponto". Os diretores do BC não informam qual será esse ponto de inflexão da política monetária e tampouco antecipam os cenários que, se confirmados, justificarão uma mão mais leve ou mais pesada na dosagem da taxa de juros básica. Controle — O fato é que a ata ainda chama a atenção para a questão fiscal, que os diretores definem no texto como "impulsos fiscais", desta vez voltados para o próximo ano. O governo está discutindo há mais de um mês medidas de controle dos gastos e de estí-
Patrícia Santos/AE – 5/11/06
mulo ao crescimento econômico, mantendo incerto o cenário fiscal para 2007. Apesar disso, a ata do encontro considera que o governo não vai se afastar da meta de 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para o superávit primário (economia de recursos para o pagamento dos juros da dívida) deste e do próximo ano. Tendência — A economista-chefe do banco ABN Amro, Zeina Latif, disse que a ata deixou claro que o BC vai levar mais em conta, nas próximas decisões, a tendência futura da inflação do que meramente os dados divulgados no curto prazo. Para ela, essa indicação está colocada no parágrafo 19 do documento, que diz que a avaliação das decisões alternativas de política monetária deve concentrar-se "necessariamente na análise do cenário prospectivo para a inflação" e nos riscos associados a esse cenário, em vez de privilegiar um olhar apenas sobre os chamados "preços correntes", os vigentes no dia-a-dia no mercado interno. "Essa manifestação do BC aumenta a probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual na reunião de janeiro de 2007", afirmou o economista Alexandre Loures, da Máxima Asset Management. "Mas a possibilidade de corte de 0,5 não foi descartada pela ata", emendou. Zeina afirmou que a ata não é clara em relação à tendência para o comportamento de seu colegiado na próxima reunião. "Se houver melhora no balanço de riscos considerados pelo BC, há espaço para mais uma redução de 0,5 ponto", disse. "Mas a cada reunião que passa, a chance de redução de 0,25 ponto aumenta." O Copom se reúne novamente em 23 e 24 de janeiro de 2007. (AE)
Bancos: mudança na TR
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Federação Brasileira de Bancos (Febraban) re c o n h e c e u o n t e m que defende mudanças no cálculo da remuneração da caderneta de poupança, mas negou o envio de qualquer proposta ao governo federal. "O que fizemos foi mostrar a nossa preocupação com a fórmula que calcula a Taxa Referencial (TR), mas achamos que o governo é quem deve fazer qualquer alteração", afirmou o diretor de Crédito Imobiliário da entidade, Natalino Gazonato. Segundo ele, a preocupação se refere especificamente à fórmula que fixa a TR que, pelos
critérios atuais, não acompanha as reduções na taxa básica de juros (Selic). Gazonato ressaltou que "a TR não é spread", ou seja, os bancos não obtêm lucro com o fator de correção. "O banco paga a taxa ao poupador de um lado e, do outro, recebe do mutuário. O retorno vem do juro cobrado", disse. Gazonato também negou a preocupação com uma migração em massa de recursos dos fundos de investimento para a poupança. A aplicação vem ganhando atratividade com a redução da taxa básica de juros e, hoje, já tem ganho superior ao de alguns fundos. (AE)
Citibank fica com o direito de usar a marca Credicard Itaú passará a vender apenas cartões Itaucard
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Com a crise no setor aéreo, Gol prevê redução das taxas de ocupação
Crise aérea afeta os números da Gol
A
companhia aérea Gol divulgou ontem revisão nas suas projeções para 2006, citando entre os motivos "taxas de ocupação reduzidas com a diminuição de volumes de passageiros, causada por fatores externos, como o tráfego aéreo". No comunicado enviado ao mercado, a empresa disse esperar que esses fatores, ligados à crise pela qual o setor passa hoje, sejam resolvidos no curto prazo. As novas expectativas da empresa atingiram em cheio as ações da empresa negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Enquanto o Ibovespa, principal referência do mercado, recuou 0,43% ontem, os papéis preferenciais da Gol caíram 1,27% no fechamento. Segundo o analista Fernando Abdala, da corretora Unibanco, a empresa vem perdendo valor de mercado desde o acidente que matou 154 pessoas, no dia 29 de setembro, antes do início da crise que levou o caos aos principais aeroportos do País. "A revisão da taxa de ocupação, em especial, foi muito mal recebida pelo mercado", disse o analista, citando a previsão de ocupação de 73% das aeronaves, contra uma taxa de
Fundo da Marinha financia projetos
O
Fundo da Marinha Mercante reservou mais de US$ 2,7 bilhões para financiar a construção de cerca de 69 embarcações dos mais variados tipos. Desse total, segundo uma
75% registrada até outubro. Embora oficialmente a TAM ainda não tenha divulgado revisão de estimativas de desempenho, a concorrente da Gol também sofre na bolsa. As ações preferenciais da TAM caíram 1,48% ontem. Lucro — Conforme o comunicado, o intervalo de lucro por ação esperado para 2006 caiu de R$ 3,75 a R$ 4 para R$ 3,40 a R$ 3,65. A receita líquida prevista foi de R$ 4 bilhões para R$ 3,9 bilhões (menos 2,5%) e a margem operacional saiu de 23% para 21%. A Gol disse ainda que as alterações contemplam maior produtividade, ganhos menores relacionados às taxas de ocupação e o lançamento de 120 novas freqüências e de três novos destinos durante o trimestre. A companhia opera com 62 aviões Boeing 737. A empresa informou que o número de passageiros transportados alcançou 1,263 milhão em novembro, volume 43% maior que o registrado em igual período de 2005. A capacidade do sistema evoluiu 55% em um ano. "A tarifa média foi reduzida em 7% em relação a novembro de 2005", disse o comunicado. (Agências) fonte do Ministério dos Transportes, US$ 2,235 bilhões estão reservados para financiar o projeto da Transpetro de contratar a construção de 26 novos petroleiros. Os demais US$ 534,9 milhões estão disponíveis para a construção de 43 embarcações. (AE)
Citigroup pretende se valer da base de 4,7 milhões de cartões Credicard para expandir a atividade bancária no Brasil, de acordo com o presidente da administradora de cartões de crédito Credicard Citi, Hector Nevarez. A instituição americana exerceu ontem a opção de ficar com a marca Credicard, mediante pagamento de uma quantia em dinheiro ao Itaú, conforme previsto no acordo fechado no ano passado. O executivo não quis revelar os valores envolvidos no negócio. Em comunicado, o Itaú informou que reconhecerá uma operação no valor de R$ 280 milhões, antes de tributos, no balanço do quarto trimestre de 2006. Pelo acordo, o Itaú passará a vender somente cartões próprios (Itaucard e Itaú Personnalité) a partir de janeiro de 2007, mas compartilhará a marca Credicard com o ex-sócio até o final de 2008, quando o uso exclusivo será do Citi. Para Navarez, a aquisição da Credicard foi o passo mais importante na estratégia de crescimento orgânico do banco no Brasil. Assim como no passado a empresa de cartões se beneficiou do poder de distribuição dos parceiros Itaú e Unibanco (que saiu da sociedade no ano passado), ele disse que agora a Citi pretende usar os canais de relacionamento criados em 30 anos de atuação, além da penetração da marca, para apoiar a expansão no País. "Pretendemos abrir agências em locais próximos aos usuários dos car-
tões e oferecer a eles outros serviços bancários", afirmou. O presidente da Credicard Citi classificou o processo de separação entre os sócios de "amigável". "Cada um tinha objetivos próprios", afirmou. No Citi, a intenção era permanecer com a marca, que desde o início foi administrada pelo banco e, nas palavras de Navarez, "já fazia parte do DNA". Expansão — O executivo não revelou projeções para o crescimento do negócio de cartões, mas espera, no mínimo, acompanhar a expansão do setor e manter a participação de mercado de 10,5% da Credicard Citi no próximo ano. Ele se mostrou otimista quanto ao segmento, que apresentou crescimento superior a 20% ao ano nos últimos cinco anos. O banco Itaú se manifestou sobre o negócio somente por meio de um comunicado oficial, assinado pelo vice-presidente executivo de Negócios e Operações de Cartões de Crédito, Hélio Lima, no qual destacou a liderança no mercado depois da integração da base de clientes da Credicard Itaú, com 25% de participação. No texto, ele afirmou que o segmento se tornará cada vez mais estratégico para a obtenção de resultados sustentáveis. "Nos próximos anos investiremos recursos e energia para fortalecer, ainda mais, nossa posição nesse setor, contando com o empenho de nossas equipes e a força da marca Itaú", acrescentou o executivo do banco. (AE)
Andima prevê PIB 2,8% maior
E
m relatório divulgado ontem, a Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima) projetou crescimento de 3,4% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2007, ainda longe dos 5% prometidos pelo governo. Para este ano, a estimativa é de 2,8%. A entidade avalia que a política monetária "já deu sua contribuição para o crescimento" e que a partir de agora os efeitos do corte de juros serão menores. "O que o País precisa é de mais esforço do lado fiscal.
Precisa diminuir a tendência de elevação dos gastos públicos", afirmou Marcelo Salomon, do Comitê de Acompanhamento Macroeconômico da Andima, que reúne economistas dos bancos. Salomon defendeu a inclusão da reforma da Previdência no pacote costurado pelo governo para destravar a economia. Ele também disse que seria "crucial" evitar novos aumentos reais do salário mínimo. A Andima aposta em mais gradualismo na redução da taxa básica em 2007. (AG)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
ECONOMIA - 5
BV LEASING - ARRENDAMENTO MERCANTIL S.A. ANÚNCIO DE INÍCIO DE DISTRIBUIÇÃO PÚBLICA DE DEBÊNTURES NÃO CONVERSÍVEIS E SUBORDINADAS O BANCO VOTORANTIM S.A. (“Coordenador Líder”) comunica, nos termos do disposto na Instrução da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) nº 358, de 3 de janeiro de 2002, conforme alterada, e do artigo 52 da Instrução CVM nº 400, de 29 de dezembro de 2003, conforme alterada (“Instrução CVM nº 400/03”), o início de distribuição pública (“Oferta”), em série única, de 12.000 debêntures nominativas escriturais, não conversíveis em ações e subordinadas, com valor nominal unitário de R$500.000,00 em 1º de novembro de 2006 (“Debêntures”), perfazendo o total de R$6.000.000.000,00, com vencimento em 1º de novembro de 2026, da segunda emissão de BV LEASING - ARRENDAMENTO MERCANTIL S.A., inscrita no CNPJ sob o nº 01.858.774/0001-10, NIRE nº 353.001.500.82, CVM nº 02013-3, com sede na Rua Amazonas, 439, 11º andar, 09520-070, Cidade de São Caetano do Sul, Estado de São Paulo.
R$6.000.000.000,00 Classificação de Risco: AA+(bra) - Fitch Ratings REGISTRO DO PROGRAMA DE DISTRIBUIÇÃO Nº CVM/SRE/PRO/2006/010, EM 8 DE DEZEMBRO DE 2006 E REGISTRO DA OFERTA Nº CVM/SRE/DEB/2006/043, EM 8 DE DEZEMBRO DE 2006 CÓDIGO ISIN Nº BRBVLSDBS034 (b) o protesto ou a constituição em mora foi cancelado; ou (c) o valor do(s) título(s) protestado(s) ou da obrigação em mora foi depositado em juízo; VI. transferência do controle acionário, tal como definido em lei, da Emissora para pessoas físicas ou jurídicas que não sejam suas controladoras, diretas ou indiretas, ou para pessoas jurídicas que não sejam suas controladas ou sujeitas a controle comum, diretas ou indiretas; VII. pagamento, pela Emissora, de dividendos, juros sobre capital próprio ou qualquer outra participação no lucro estatutariamente prevista, exceto pelo pagamento do dividendo mínimo obrigatório previsto no artigo 202 da Lei nº 6.404/76, caso a Emissora esteja inadimplente com relação às suas obrigações pecuniárias previstas na Escritura de Emissão; ou VIII. na transformação da Emissora de sociedade anônima para sociedade limitada.
ATOS SOCIETÁRIOS E REGISTROS 1.1. A emissão das Debêntures e a Oferta (conforme definido abaixo) são realizadas com base nas deliberações da assembléia geral extraordinária da Emissora realizada em 27 de novembro de 2006, cuja ata foi arquivada na Junta Comercial do Estado de São Paulo em 4 de dezembro de 2006 e publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo em 2 de dezembro de 2006 e no jornal “Diário do Comércio” em 4 de dezembro de 2006, pela qual foi aprovada (i) a realização de um programa de distribuição de valores mobiliários, nos termos da Instrução CVM nº 400, de 29 de dezembro de 2003, no valor de até R$12.000.000.000,00 (doze bilhões de reais) (“Programa de Distribuição”); e (ii) a 2ª (segunda) emissão de debêntures pela Emissora, sendo a 1ª (primeira) amparada no Programa de Distribuição.
4.20.1. Ocorrendo quaisquer dos eventos previstos nos incisos I e II do item 4.20 acima, que deverão ser imediatamente informados pela Emissora ao Agente Fiduciário, as Debêntures tornar-se-ão automaticamente vencidas, independentemente de aviso ou notificação, judicial ou extrajudicial.
1.2. A “Escritura Particular de Emissão Pública de Debêntures Não Conversíveis e Subordinadas da Segunda Emissão de BV Leasing - Arrendamento Mercantil S.A.”, celebrada entre a Emissora e Pentágono S.A. Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, como agente fiduciário (“Agente Fiduciário”), foi inscrita na Junta Comercial do Estado de São Paulo em 4 de dezembro de 2006 (“Escritura de Emissão”). 2.
3.
4.20.2. Ocorrendo quaisquer dos demais eventos previstos no item 4.20 acima (que não sejam aqueles previstos no item 4.20.1 acima), que deverão ser imediatamente informados pela Emissora ao Agente Fiduciário, e estando estes eventos ainda não sanados, o Agente Fiduciário deverá convocar, no prazo máximo de cinco dias úteis contados da data em que for constatada sua ocorrência, assembléia geral de Debenturistas, a realizar-se no prazo mínimo previsto em lei. Se, na referida assembléia geral de Debenturistas, Debenturistas representando, no mínimo, 75% das Debêntures em circulação, decidirem por não considerar o vencimento antecipado das Debêntures, o Agente Fiduciário não deverá declarar o vencimento antecipado das Debêntures; caso contrário, ou em caso de não instalação, em segunda convocação, da referida assembléia geral de Debenturistas, o Agente Fiduciário deverá declarar o vencimento antecipado das Debêntures.
DESTINAÇÃO DOS RECURSOS 2.1. Tendo como horizonte o período da emissão das Debêntures e no contexto do plano estratégico da Emissora, os recursos obtidos pela Emissora com a Oferta serão utilizados para o incremento do número de operações de arrendamento mercantil a longo prazo, que serão realizadas havendo demanda do mercado para tanto. Enquanto não forem utilizados em novas operações de arrendamento mercantil, tais recursos serão aplicados em títulos públicos federais, títulos privados e certificados de depósito interfinanceiro, preferencialmente de emissão do Coordenador Líder, conforme permitido pela regulamentação aplicável à época, cuja rentabilidade possibilite à Emissora arcar com as suas obrigações pecuniárias referentes às Debêntures.
4.20.3. Na ocorrência do vencimento antecipado das Debêntures, a Emissora obriga-se a efetuar o pagamento do Valor Nominal das Debêntures em circulação, acrescido da Remuneração (e, no caso do inciso II do item 4.20 acima, dos Encargos Moratórios, calculados a partir da data em que tais pagamentos deveriam ter sido efetuados), calculada pro rata temporis desde a Data de Emissão ou a data do último pagamento da Remuneração, conforme o caso, até a data do efetivo pagamento, e de quaisquer outros valores eventualmente devidos pela Emissora nos termos da Escritura de Emissão, em até dez dias úteis contados de comunicação neste sentido, enviada pelo Agente Fiduciário à Emissora, sob pena de, em não o fazendo, ficar obrigada, ainda, ao pagamento dos Encargos Moratórios.
CARACTERÍSTICAS DA OFERTA 3.1. Colocação: As Debêntures serão objeto de distribuição pública sob o regime de melhores esforços de colocação, com intermediação de instituições financeiras integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários, não existindo reservas antecipadas, lotes mínimos ou máximos, sendo atendidos, prioritariamente, os clientes do Coordenador Líder e/ou, observado o disposto no artigo 55 da Instrução CVM nº 400/03, o Coordenador Líder. A Oferta será realizada somente se forem colocadas, no mínimo, 2.000 Debêntures.
4.21. Publicidade: Todos os atos e decisões relativos às Debêntures deverão ser comunicados na forma de aviso no Diário Oficial do Estado de São Paulo e no jornal “Diário do Comércio”, sempre imediatamente após a ciência do ato a ser divulgado, devendo os prazos para manifestação dos debenturistas, caso seja necessário, obedecer ao disposto na legislação em vigor, na Escritura de Emissão ou, na falta de disposição expressa, ser de, no mínimo, de dez dias úteis contados da data da publicação do aviso. A Emissora poderá alterar os jornais acima por outros jornais de grande circulação, mediante comunicação por escrito ao Agente Fiduciário e a publicação, na forma de aviso, nos jornais a serem substituídos.
3.2. Prazo de Subscrição: Respeitadas (i) a concessão do registro da Oferta pela CVM; (ii) a publicação do anúncio de início da Oferta (“Anúncio de Início”); e (iii) a disponibilização do prospecto definitivo, atualizado, se for o caso, do Programa de Distribuição (“Prospecto Definitivo”) e do suplemento definitivo da Oferta (“Suplemento Definitivo”) aos investidores, as Debêntures serão subscritas, a qualquer tempo, em até 6 (seis) meses contados da data da publicação do Anúncio de Início. 3.3. Forma de Subscrição: As Debêntures serão subscritas por meio dos procedimentos do SDT, administrado pela CETIP, com base nas políticas e diretrizes fixadas pela ANDIMA, sendo as Debêntures liquidadas e custodiadas na CETIP, e/ou do BOVESPAFIX, administrado pela BOVESPA, sendo as Debêntures custodiadas na CBLC.
4.
5.
REGIME DE COLOCAÇÃO 5.1. Observadas as condições previstas no Contrato de Coordenação (“Contrato”), o Coordenador Líder envidará os melhores esforços para colocar, junto ao público, a totalidade das Debêntures.
3.4. Forma de Integralização: As Debêntures serão integralizadas à vista, no ato da subscrição e em moeda corrente nacional, pelo Valor Nominal (conforme definido abaixo), acrescido da Remuneração, calculada pro rata temporis desde a Data de Emissão (conforme definido abaixo) até a Data de Integralização.
5.1.1. O Coordenador Líder terá o prazo de 6 (seis) meses, contados da data de publicação do Anúncio de Início, para promover a colocação das Debêntures (“Prazo de Colocação”).
3.5. Negociação: As Debêntures serão registradas para negociação no mercado secundário por meio do SND e do BOVESPAFIX.
5.1.2. Se, até o final do Prazo de Colocação, as Debêntures não tiverem sido totalmente colocadas, o Coordenador Líder não se responsabilizará pelo saldo não colocado, obrigando-se a Emissora a cancelar o saldo não colocado.
CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS DEBÊNTURES 4.1. Número da Emissão: As Debêntures representam a segunda emissão de debêntures da Emissora, sendo a 1ª (primeira) sob o amparo do Programa de Distribuição.
5.2. Plano da Oferta: Observadas as disposições da regulamentação aplicável, o Coordenador Líder realizará a Oferta conforme plano da Oferta adotado em conformidade com o disposto no parágrafo 3° do artigo 33 da Instrução CVM nº 400/03, de forma a assegurar (i) que o tratamento conferido aos investidores seja justo e eqüitativo; (ii) a adequação do investimento ao perfil de risco dos clientes do Coordenador Líder; e (iii) que os representantes do Coordenador Líder recebam previamente exemplares do prospecto preliminar da Oferta (“Prospecto Preliminar”), do Prospecto Definitivo (o Prospecto Preliminar e o Prospecto Definitivo em conjunto, “Prospectos”), do suplemento preliminar da Oferta (“Suplemento Preliminar”) e do Suplemento Definitivo (o Suplemento Preliminar e o Suplemento Definitivo em conjunto, “Suplementos”) para leitura obrigatória e que suas dúvidas possam ser esclarecidas por pessoas designadas pelo Coordenador Líder (“Plano da Oferta”). O Plano da Oferta será fixado nos seguintes termos: I. observado o disposto no Contrato, a Oferta somente terá início após (a) a concessão do registro da Oferta pela CVM; (b) a publicação do Anúncio de Início; e (c) a disponibilização do Prospecto Definitivo e do Suplemento Definitivo aos investidores; II. o público-alvo da Oferta será composto por investidores institucionais ou qualificados, conforme definido no artigo 109 da Instrução CVM nº 409, de 18 de agosto de 2004, conforme alterada, podendo, entretanto, ser atendidos outros investidores, pessoas físicas ou jurídicas, não qualificados, clientes dos Coordenadores, que tenham amplo conhecimento dos termos, condições e riscos inerentes às Debêntures, bem como acesso aos Prospectos; III. tendo em vista que a Oferta das Debêntures será realizada em regime de melhores esforços, nos termos do artigo 31 da Instrução CVM nº 400/03, o investidor poderá, no ato da aceitação à Oferta, condicionar sua adesão a que haja Oferta: (a) da totalidade das Debêntures objeto da Oferta, sendo que, se tal condição não se implementar e se o investidor já tiver efetuado o pagamento do Preço de Integralização, o Preço de Integralização será devolvido sem juros ou correção monetária, sem reembolso e com dedução, se a alíquota for superior a zero, dos valores relativos à incidência da Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (“CPMF”), no prazo de 3 (três) dias úteis contados da data em que tenha sido verificada o não implemento da condição; ou (b) de uma proporção ou quantidade mínima de Debêntures originalmente objeto da Oferta, definida conforme critério do próprio investidor, mas que não poderá ser inferior a 2.000 (duas mil) Debêntures, podendo o investidor, no momento da aceitação, indicar se, implementando-se a condição prevista, pretende receber a totalidade das Debêntures por ele subscritas ou quantidade equivalente à proporção entre a quantidade de Debêntures efetivamente distribuídas e a quantidade de Debêntures originalmente objeto da Oferta, presumindo-se, na falta da manifestação, o interesse do investidor em receber a totalidade das Debêntures por ele subscritas, sendo que, se o investidor tiver indicado tal proporção, se tal condição não se implementar e se o investidor já tiver efetuado o pagamento do Preço de Integralização, o Preço de Integralização será devolvido sem juros ou correção monetária, sem reembolso e com dedução, se a alíquota for superior a zero, dos valores relativos à incidência da CPMF, no prazo de 3 (três) dias úteis contados da data em que tenha sido verificada o não implemento da condição; IV. caso (a) seja verificada divergência relevante entre as informações constantes do Prospecto Preliminar e/ou do Suplemento Preliminar e do Prospecto Definitivo e/ou do Suplemento Definitivo que altere substancialmente o risco assumido pelo investidor ou a sua decisão de investimento; (b) a Oferta seja suspensa, nos termos dos artigos 19 e 20 da Instrução CVM nº 400/03; e/ou (c) a Oferta seja modificada, nos termos dos artigos 25 a 27 da Instrução CVM nº 400/03, o investidor poderá revogar sua aceitação à Oferta, devendo, para tanto, informar sua decisão ao Coordenador Líder (i) até as 16 horas do 5º (quinto) dia útil subseqüente à data de disponibilização do Prospecto Definitivo e do Suplemento Definitivo, no caso da alínea (a) acima; e (ii) até as 16 horas do 5º (quinto) dia útil subseqüente à data em que foi comunicada por escrito a suspensão ou modificação da Oferta, no caso das alíneas (b) e (c) acima, presumindo-se, na falta da manifestação, o interesse do investidor em não revogar sua aceitação. Se o investidor revogar sua aceitação e se o investidor já tiver efetuado o pagamento do Preço de Integralização, o Preço de Integralização será devolvido sem juros ou correção monetária, sem reembolso e com dedução, se a alíquota for superior a zero, dos valores relativos à incidência da CPMF, no prazo de 3 (três) dias úteis contados da data da respectiva revogação; e V. caso (a) a Oferta seja cancelada, nos termos dos artigos 19 e 20 da Instrução CVM nº 400/03; (b) a Oferta seja revogada, nos termos dos artigos 25 a 27 da Instrução CVM nº 400/03; ou (c) o Contrato seja resilido, todos os atos de aceitação serão cancelados e o Coordenador Líder comunicará aos investidores o cancelamento da Oferta, que poderá ocorrer, inclusive, mediante publicação de aviso ao mercado. Se o investidor já tiver efetuado o pagamento do Preço de Integralização, o Preço de Integralização será devolvido sem juros ou correção monetária, sem reembolso e com dedução, se a alíquota for superior a zero, dos valores relativos à incidência da CPMF, no prazo de 3 (três) dias úteis contados da data da comunicação do cancelamento da Oferta.
4.2. Valor Total da Emissão: O valor total da emissão é de R$6.000.000.000,00 na Data de Emissão. 4.3. Quantidade: Serão emitidas 12.000 Debêntures. 4.4. Valor Nominal: As Debêntures terão valor nominal unitário de R$500.000,00 na Data de Emissão (“Valor Nominal”). 4.5. Séries: A emissão será realizada em série única. 4.6. Forma: As Debêntures serão emitidas sob a forma nominativa, escritural, sem emissão de cautelas ou certificados, sendo que, para todos os fins de direito, a titularidade das Debêntures será comprovada pelo extrato emitido pelo Banco Itaú S.A., prestador de serviços de escrituração e de banco mandatário das Debêntures e, adicionalmente, para as Debêntures custodiadas na CETIP, será expedido por esta um relatório de posição de ativos, acompanhado de extrato em nome do Debenturista, emitido pela instituição financeira responsável pela custódia destes títulos, e para as Debêntures custodiadas na CBLC, será expedido por esta relatório indicando a titularidade das Debêntures que estiverem custodiadas na CBLC. 4.7. Conversibilidade: As Debêntures não serão conversíveis em ações. 4.8. Espécie: As Debêntures serão da espécie subordinada, nos termos do artigo 58 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, conforme alterada (“Lei nº 6.404/76”). 4.9. Data de Emissão: Para todos os efeitos legais, a data de emissão das Debêntures será 1º de novembro de 2006 (“Data de Emissão”). 4.10. Prazo e Data de Vencimento: As Debêntures terão prazo de vencimento de 20 anos, contados da Data de Emissão, vencendo-se, portanto, em 1º de novembro de 2026 (“Data de Vencimento”). 4.11. Pagamento do Valor Nominal: O Valor Nominal das Debêntures será pago em uma única parcela na Data de Vencimento. 4.12. Remuneração: Sobre o Valor Nominal das Debêntures incidirão, desde a Data de Emissão ou a data de vencimento do Período de Capitalização (conforme definido na Escritura de Emissão) imediatamente anterior, conforme o caso, até a data de seu efetivo pagamento, juros remuneratórios correspondentes a 100% da variação acumulada das taxas médias diárias dos DI - Depósitos Interfinanceiros de um dia, “over extra-grupo”, expressas na forma percentual ao ano, base 252 (duzentos e cinqüenta e dois) dias úteis, calculadas e divulgadas diariamente pela CETIP, no informativo diário disponível em sua página na Internet (http://www.cetip.com.br), calculada de forma exponencial e cumulativa pro rata temporis por dias úteis decorridos (“Remuneração”), de acordo com a fórmula prevista na Escritura de Emissão. A Remuneração será paga em uma única parcela na Data de Vencimento. Farão jus à Remuneração os titulares das Debêntures ao final do primeiro dia útil anterior à Data de Vencimento. 4.13. Repactuação: Não haverá repactuação programada. 4.14. Resgate Antecipado Facultativo: Não haverá resgate antecipado facultativo de quaisquer das Debêntures. 4.15. Aquisição Facultativa: A Emissora poderá, a qualquer tempo, adquirir Debêntures em circulação por preço não superior ao Valor Nominal, acrescido da Remuneração, calculada pro rata temporis desde a Data de Emissão ou a data do último pagamento da Remuneração, conforme o caso, até a data do efetivo pagamento, observado o disposto no parágrafo 2º do artigo 55 da Lei nº 6.404/76. As Debêntures adquiridas pela Emissora poderão, a critério da Emissora, ser canceladas, permanecer em tesouraria ou ser novamente colocadas no mercado. As Debêntures adquiridas pela Emissora para permanência em tesouraria nos termos deste item, se e quando recolocadas no mercado, farão jus à mesma Remuneração das demais Debêntures em circulação. 4.16. Encargos Moratórios: Ocorrendo impontualidade no pagamento de qualquer valor devido relativamente a qualquer obrigação decorrente da Escritura de Emissão, e sem prejuízo da Remuneração, calculada pro rata temporis desde a data de inadimplemento até a data do efetivo pagamento, sobre todos e quaisquer valores em atraso incidirão, independentemente de aviso, notificação ou interpelação judicial ou extrajudicial, (i) multa moratória de 2%; e (ii) juros de mora de 1% ao mês, calculados pro rata temporis desde a data de inadimplemento até a data do efetivo pagamento (“Encargos Moratórios”). 4.17. Decadência dos Direitos aos Acréscimos: O não comparecimento do Debenturista para receber o valor correspondente a quaisquer obrigações pecuniárias nas datas previstas na Escritura de Emissão ou em qualquer comunicação realizada ou aviso publicado nos termos da Escritura de Emissão não lhe dará o direito a qualquer acréscimo no período relativo ao atraso no recebimento, assegurados, todavia, os direitos adquiridos até a data do respectivo vencimento ou pagamento, no caso de impontualidade no pagamento. 4.18. Local de Pagamento: Os pagamentos referentes às Debêntures e a quaisquer outros valores eventualmente devidos pela Emissora nos termos da Escritura de Emissão serão efetuados pela Emissora, por intermédio da CETIP ou da CBLC, conforme as Debêntures estejam custodiadas na CETIP ou na CBLC ou, ainda, por meio da Instituição Depositária para os Debenturistas que não tiverem suas Debêntures custodiadas na CETIP ou na CBLC. 4.18.1. Caso qualquer Debenturista tenha imunidade ou isenção tributária, este deverá encaminhar à Instituição Depositária, no prazo mínimo de dez dias úteis anteriores à data prevista para recebimento de valores relativos às Debêntures, documentação comprobatória de tal imunidade ou isenção tributária, sendo certo que, caso o Debenturista não envie referida documentação, a Emissora fará as retenções dos tributos previstos em lei. 4.19. Prorrogação dos Prazos: Considerar-se-ão prorrogados os prazos referentes ao pagamento de qualquer obrigação prevista nesta Escritura de Emissão até o primeiro dia útil subseqüente, se o seu vencimento coincidir com dia em que não haja expediente comercial ou bancário na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, sem nenhum acréscimo aos valores a serem pagos, exceto pelos casos cujos pagamentos devam ser realizados pela CETIP ou pela CBLC, hipótese em que somente haverá prorrogação quando a data de pagamento coincidir com feriados bancários nacionais, sábados ou domingos, ou com feriados bancários na Cidade de São Paulo. 4.20. Vencimento Antecipado: Sujeito ao disposto nos itens 4.20.1, 4.20.2 e 4.20.3 abaixo, o Agente Fiduciário deverá declarar antecipadamente vencidas todas as obrigações objeto da Escritura de Emissão e exigir o imediato pagamento, pela Emissora, do Valor Nominal das Debêntures em circulação, acrescido da Remuneração, calculada pro rata temporis desde a Data de Emissão ou a data do último pagamento da Remuneração, conforme o caso, até a data do efetivo pagamento (e, ainda, no caso do inciso II abaixo, dos Encargos Moratórios, de acordo com o previsto no item 4.20.2 abaixo), independentemente de aviso, interpelação ou notificação, judicial ou extrajudicial, na ocorrência de quaisquer dos seguintes eventos: I. (a) intervenção ou liquidação extrajudicial da Emissora; (b) pedido de autofalência apresentado pela Emissora; (c) decretação de falência da Emissora; (d) se permitido pela legislação, pedido de recuperação judicial ou de recuperação extrajudicial formulado ou iniciado pela Emissora; ou (e) dissolução, liquidação ou extinção da Emissora; sendo que, em qualquer dos casos deste inciso, o pagamento das Debêntures se subordinará ao pagamento dos demais passivos da Emissora; II. não pagamento, pela Emissora, do Valor Nominal, da Remuneração ou de quaisquer outros valores devidos aos debenturistas nas datas previstas na Escritura de Emissão, não sanado no prazo de dois dias úteis, contados das suas respectivas datas de vencimento; III. não cumprimento, pela Emissora, de toda e qualquer obrigação não pecuniária prevista na Escritura de Emissão, não sanada em 30 dias, contados da data de recebimento de aviso escrito neste sentido que lhe for enviado pelo Agente Fiduciário; IV. vencimento antecipado de qualquer dívida da Emissora decorrente de inadimplemento contratual, cujo valor individual ou agregado seja igual ou superior a R$30.000.000,00, atualizados anualmente desde a Data de Emissão pela variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (“IPCA”) (ou seu contravalor em outras moedas); V. protesto legítimo e reiterado de títulos contra a Emissora ou constituição em mora da Emissora por atraso no pagamento de obrigações, cujo valor individual ou agregado seja igual ou superior a R$30.000.000,00, atualizados anualmente desde a Data de Emissão pela variação do IPCA (ou seu contravalor em outras moedas), exceto se, no prazo de até 30 dias contados da data do protesto ou da constituição em mora, conforme o caso, tiver sido comprovado ao Agente Fiduciário que (a) o protesto ou a constituição em mora foi efetuado por erro ou má-fé de terceiro;
6.
INADEQUAÇÃO DA OFERTA A CERTOS INVESTIDORES 6.1. O investimento nas Debêntures não é adequado a investidores que (i) necessitem de liquidez, tendo em vista a possibilidade de serem pequenas ou inexistentes as negociações das Debêntures no mercado secundário; e/ou (ii) não estejam dispostos a correr o risco de crédito de empresa do setor privado e/ou do setor de leasing. Os investidores devem ler a seção “Fatores de Risco” do Prospecto Definitivo.
7.
NÚMERO E DATA DO REGISTRO NA CVM PROGRAMA DE DISTRIBUIÇÃO: CVM/SRE/PRO/2006/010, EM 8 DE DEZEMBRO DE 2006. REGISTRO DA OFERTA: CVM/SRE/DEB/2006/043, EM 8 DE DEZEMBRO DE 2006. Data do Início de Distribuição Pública: 11 de dezembro de 2006.
8.
AGENTE FIDUCIÁRIO O agente fiduciário é Pentágono S.A. Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, com sede na Cidade do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, na Avenida das Américas, 4.200, Sala 514, Bloco 4, CEP 22640-102 (www.pentagonotrustee.com.br).
9.
INSTITUIÇÃO DEPOSITÁRIA A instituição prestadora de serviços de escrituração e de banco mandatário das Debêntures é Banco Itaú S.A., Avenida Eng. Armando de Arruda Pereira 707, 9º andar, CEP 04344-902, São Paulo, SP.
10. PROSPECTOS E SUPLEMENTOS Os Prospectos e Suplementos definitivos estarão disponíveis a partir da data de publicação deste Anúncio de Início nos seguintes endereços e páginas da rede mundial de computadores: BV LEASING - ARRENDAMENTO MERCANTIL S.A., Rua Amazonas, 439, 11º andar, CEP 09520-070, São Caetano do Sul, SP (www.votorantimfinancas.com.br); BANCO VOTORANTIM S.A., Avenida Roque Petroni Júnior, 999, 16º andar, CEP 04707-910, São Paulo, SP, (www.bancovotorantim.com.br); CÂMARA DE CUSTÓDIA E LIQUIDAÇÃO - CETIP, Rua Líbero Badaró, 425, 24º andar, CEP 01009-000, São Paulo, SP (www.cetip.com.br); BOLSA DE VALORES DE SÃO PAULO - BOVESPA, Rua XV de Novembro, 275, CEP 01013-001, São Paulo, SP (www.bovespa.com.br); e COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS - CVM, Rua Sete de Setembro, 111, 5º andar, CEP 20159-900, Rio de Janeiro, RJ, e Rua Cincinato Braga, 340, 2º, 3º e 4º andares, CEP 01333-010, São Paulo, SP (www.cvm.gov.br). 11. INFORMAÇÕES ADICIONAIS Os investidores poderão subscrever as Debêntures junto ao Coordenador Líder, no endereço indicado acima. Os Debenturistas poderão obter esclarecimentos sobre as Debêntures junto ao setor de atendimento a Debenturistas, que funcionará na sede da Emissora. Maiores informações sobre a Oferta poderão ser obtidas com o Coordenador Líder ou à CVM, nos endereços indicados acima. ”O registro da presente Oferta não implica, por parte da CVM, garantia de veracidade das informações prestadas ou em julgamento sobre a qualidade da companhia emissora, bem como sobre as Debêntures a serem distribuídas.“
“A(O) presente oferta pública/programa foi elaborada(o) de acordo com as disposições do Código de Auto-Regulação da ANBID para as Ofertas Públicas de Distribuição e Aquisição de Valores Mobiliários, o qual se encontra registrado no 4º Ofício de Registro de Títulos e Documentos da Comarca de São Paulo, Estado de São Paulo, sob o nº 4890254, atendendo, assim, a(o) presente oferta pública/programa, aos padrões mínimos de informação contidos no código, não cabendo à ANBID qualquer responsabilidade pelas referidas informações, pela qualidade da emissora e/ou ofertantes, das instituições participantes e dos valores mobiliários objeto da(o) oferta pública/programa.”
COORDENADOR LÍDER
www.mercadosdecapitais.com.br
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Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
OPÇÃO PELO SIMPLES DEVE SER FEITA EM JANEIRO
Se a receita com serviços representar 30% ou mais do faturamento bruto, a alíquota do Simples será majorada. Neusa Soares de Souza, da King Contabilidade.
ESPECIALISTAS EXPLICAM COMO ESCOLHER O MELHOR REGIME TRIBUTÁRIO PARA ECONOMIZAR EM IMPOSTOS
COMO OPTAR PELA TRIBUTAÇÃO IDEAL
O
fim do ano é época de as empresas decidirem pelo regime tributário que vai gerar menos custos. Para optar pelo Simples, o atual regime simplificado de tributação, a data final é 31 de janeiro. Apesar de ser bem-vinda a aprovação do Supersimples, essa opção não deve ser levada em conta por enquanto, segundo especialistas. "Primeiro, porque ainda não foi sancionado. E como entrará em vigor somente em julho, será preciso esperar a regulamentação da lei para ver como as empresas deverão proceder para mudar de regime de tributação", diz Neusa Soares de Souza, da King Contabilidade. Para fazer a opção pelo Simples é preciso preencher um comunicado para a Receita Federal, no site www.receita.fazenda.gov.br, declarando a opção pelo regime. Antes, porém, é preciso verificar se a atividade permite o enquadramento. "A maioria das empresas que estão impedidas de ingressar no regime é do setor de serviços", lembra Ivo Ribeiro Viana, coordenador da área de Imposto de Renda da IOB. Outro detalhe é saber se o faturamento anual da empresa não ultrapassa R$ 2,4 milhões. De acordo com a faixa de faturamento, incide uma alíquota diferente. Alíquotas – Segundo Viana, para as empresas do comércio
Divulgação
que faturam até R$ 60 mil por ano, a alíquota total no Simples é de 3%; até R$ 90 mil, de 4%; e até R$ 120 mil, de 5%. A alíquota máxima para quem fatura R$ 2,4 milhões por ano é de 12,6%. Para o coordenador da IOB, o Simples sempre é vantajoso porque os processos são menos burocráticos. "Com um único cálculo é possível chegar a todos os tributos. Quanto às obrigações acessórias, a optante só precisa entregar a declaração simplificada anual e a Dirf, diminuindo custos para o controle da burocracia", diz. Na opinião de Neusa, entretanto, nem sempre o Simples é
a melhor escolha. Ela lembra que, nesse regime, as alíquotas de serviços são 50% maiores do que as dos demais setores. "Além disso, como o Simples inclui a contribuição previdenciária, se a empresa não tem funcionários, não precisa pagar por isso. Nesse caso, vale mais a pena optar pelo lucro presumido", explica. Na situação das empresas com atividade mista (comércio e serviço), a atenção na escolha do regime deve ser redobrada, especialmente se a tendência for pelo Simples. "Se a receita com serviços representar 30% ou mais do faturamento bruto,
De acordo com Ivo Ribeiro Viana, da IOB, se a margem de lucro de uma empresa comercial for superior a 8%, a melhor opção para o pagamento do Imposto de Renda é o lucro presumido.
Marcelo Camarozano, diretor técnico da Confirp, explica que para descobrir a melhor opção, o ideal é a empresa fazer uma projeção de faturamento para o próximo ano
a alíquota no regime simplificado será majorada como se a empresa fosse apenas de serviços", alerta Neusa. Presumido ou real – Para Marcelo Camarozano, diretor técnico da Confirp Consultoria Contábil, com base no faturamento e no resultado contábil (receitas menos despesas) em 2006, o empresário deve fazer uma simulação de quanto pagaria em cada regime de tributação. "Também deve ser levada em conta uma projeção de faturamento para o próximo ano", afirma. Só podem escolher o regime do lucro presumido as empre-
sas com faturamento de até R$ 48 milhões ao ano. O que mais atrai os empresários nesse regime é a não exigência da apuração de resultado com base em balanço patrimonial. "O cálculo é feito diretamente sobre o faturamento", diz Camarozano. A periodicidade da apuração é trimestral e o pagamento pode ser feito em cota única ou em três parcelas, desde que não inferiores a R$ 1 mil. De acordo com Viana, se a margem de lucro de uma empresa comercial for superior a 8%, a melhor opção para o pagamento do Imposto de Renda é o lucro presumido. Quanto à
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Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), se a margem de lucro for superior a 12%, a melhor opção continua sendo o presumido. "Isso porque, nesse regime, a base de cálculo do IR é 8%, enquanto a base de cálculo da CSLL é 12%, mesmo que o lucro da empresa seja maior", explica. Antes de escolher o regime de tributação mais econômico, deve ser levado em conta ainda o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Viana explica que, no lucro real, a soma dos dois tributos resulta numa alíquota de 9,25%, enquanto no lucro presumido é de 3,65%. "No lucro real, é possível deduzir o crédito do imposto na operação seguinte. E no comércio, como a atividade é baseada em compras, praticamente não há restrições na obtenção desses créditos", afirma. Por isso, o ideal é o empresário verificar se é possível obter crédito sobre todas as compras que faz. Com relação aos prazos para as empresas solicitarem o enquadramento nesses dois regimes de tributação, a opção pelo lucro presumido ou real é feita no dia do primeiro pagamento de tributo federal no ano, ou seja, em 15 de fevereiro. "Depois não é permitido modificar a opção. Nem fazendo Redarf", avisa Neusa. Laura Ignacio
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
Empresas Nacional Finanças Comércio Exterior
DIÁRIO DO COMÉRCIO
7 O cartão é voltado para o consumidor que quer comodidade
CARTÃO DO BAÚ VAI FACILITAR ATENDIMENTO
Rafael Hupsel/Luz
LOJAS DO BAÚ SE RENDEM AO CARTÃO DE CRÉDITO Grupo do empresário Silvio Santos lançou, formalmente, o produto na sexta-feira
A
pós décadas atraindo consumidores com base em uma fórmula simplista – a do carnê de mercadorias do Baú da Felicidade, que permite ao cliente resgatar o valor pago na forma de mensalidades em produtos das Lojas do Baú –, o grupo do empresário Silvio Santos seguiu o caminho da concorrência e se rendeu ao cartão de crédito. Na última sexta-feira, o Cartão do Baú foi d e f i n i t i v amente posto n o m e rc a d o , depois de um período de três meses de experiência em pon tos-ch ave da rede. O desenho escolhido para o novo produto foi o de um cartão híbrido, ou seja, poderá funcionar apenas como um private label (cartão de loja) ou, se o cliente desejar, ser também um cartão de crédito, com a bandeira Visa. No primeiro caso, o cartão será aceito apenas nas compras feitas dentro das Lojas do Baú, enquanto na função de crédito o consumidor poderá usá-lo em qualquer estabelecimento comercial que aceite cartões com a bandeira Visa. "É a revolução do Baú", resuRafael Hupsel/Luz
"É a revolução do Baú", resumiu o diretor de operação de varejo do grupo, Décio Tomé (ao lado), sobre a implantação do cartão nas lojas da rede
miu o diretor de operação de varejo do grupo, Décio Tomé, sobre a novidade. Segundo o executivo, o cartão veio para reforçar o atendimento ao cliente. "O produto é voltado para o consumidor que quer comodidade, que gosta de comprar no cartão, aquele que não quer enfrentar filas para
prestar informações na abertura do crédito feito no carnê", diz, "na medida em que ele funciona como um cadastro de informações sobre o cliente", completa Tomé. Em casa – Ao contrário de redes concorrentes, que buscaram parcerias com grandes bancos para a emissão e administração de seus cartões, o Cartão do Baú será emitido pelo Banco PanAmericano, braço financeiro do Grupo Silvio Santos, responsável por todas
as operações de crédito feitas nas Lojas do Baú. A parceria dentro de casa permitiu que o projeto executivo do produto levasse apenas sete meses. Uma das vantagens do Cartão do Baú está no parcelamento das compras feitas em uma das Lojas do Baú. O parcelamento vale tanto para a função private label quanto para a função de crédito. "A idéia é fazer com que todas as operações de crédito direto ao consumidor migrem para o cartão de crédito, diz o diretor de cartões do Banco P an A me r ic ano, Antônio Carletto. O cartão faz parte do projeto Baú Crediário, uma nova rede varejista criada em março que representa uma investida do grupo Silvio Santos para ampliar sua participação no varejo, segundo informou, à época, o diretor-presidente do grupo, Luiz Sandoval. E, neste caso, o cartão pode funcionar como uma ferramenta que coloca o grupo em pé de igualdade na briga. "Se a Casas Bahia tem o cartão, se a Riachuelo tem, se o Carrefour tem, o Baú, agora, também tem", diz Décio Tomé. Roseli Lopes
Carletto: "A idéia é fazer com que todas as operações de crédito direto ao consumidor migrem para o cartão"
Produto é sucesso nas Casas Bahia
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á um ano, a Casas Bahia, maior varejista de móveis e eletroeletrônicos do País, lançou o cartão de crédito com o nome da rede e a bandeira Visa, em parceria com o Bradesco. Os consumidores, acostumados durante anos a financiar suas compras no tradicional carnê da loja, aprovaram a novidade: de novembro de 2005, quando o produto foi lançado, até o início deste mês, 1,2 milhão de cartões foram emitidos. Apenas no mês em que o produto chegou ao mercado foram emitidos 90 mil cartões. Para 2007, "a meta é emitir mais 3,3 milhões de cartões e encerrar o ano com uma base de 4 milhões de plásticos", diz o superintendente-executivo da Finasa, financeira do Bradesco, responsável pela emissão dos cartões, Wagner Rodrigues Aguado. Segundo o executivo, até a última sexta-feira o cartão estava em 178 lojas da rede. No final de semana passou a circular também em todas as 530 lojas do grupo. Com uma base de 23 milhões de clientes, sendo 16 milhões ativos – aqueles que vão ao menos uma vez por mês às lojas da rede Bahia – , o grupo da família Klein prevê fechar o ano com um faturamento de R$ 12 bilhões para este ano. O que representaria uma alta de 5% sobre o resultado conseguido em 2005. Desse total, R$ 80 milhões deverão vir dos negócios realizados durante a quarta edição do Super Casas Bahia, que é realizado neste mês de dezembro no Anhembi. Impulso – Uma parcela significativa dos negócios deverá vir com as facilidades oferecidas pelo Cartão Casas Bahia. Hoje, os cartões de crédito são responsáveis por 30% das vendas do grupo, contra 60% no carnê e 10% em cheque ou di-
Rafael Hupsel/Luz
Artur: "Compras mais facilitadas"
Kenia: "Adoro usar cartões"
nheiro. Para ampliar os negócios, até o dia 30 deste mês – data-limite do evento no Anhembi – todas as compras feitas no Super Casas Bahia com o cartão poderão ser parceladas em até 24 vezes a juros de 2,5% ao mês. A taxa, bem inferior aos 10,9% normais, é uma promoção feita em parceria com o Bradesco e vale só neste mês. O conferente em uma empresa de logística Artur Ferreira da Costa, de 34 anos, cliente das Casas Bahia há seis, é um exemplo de que a aposta do
grupo no cartão de crédito foi acertada. Há seis anos cliente da loja, sempre comprando no carnê, Artur pediu, na semana passada, o cartão. Seu primeiro cartão de crédito. "Acho que vai facilitar as compras". Como ele, a goiana Keni Pereira, de 26 anos, que há três compra nas lojas da rede de passagem por São Paulo aproveitou para pedir o cartão em um dos quiosques do Bradesco montados no Anhembi. "Adoro efetuar pagamentos no cartão. É mais fácil", diz.(RL)
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Nacional Empresas Negócios Comércio Exterior
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
Grife customiza bolsas, nécessaires e pufes com fotos dos clientes em vários formatos
MERCADO ASIÁTICO É O PRINCIPAL ALVO
PROJETO DA PREFEITURA DEVE TER RECURSOS DO BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO
CAPITAL TERÁ PORTAL DE EXPORTAÇÃO
A
Prefeitura de São Paulo entrou com pedido de financiamento junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para estruturar um portal de negócios que pretende intermediar compras entre países asiáticos e toda a América Latina. A informação foi divulgada na última sexta-feira pela secretária municipal de Relações Internacionais Helena Maria Gasparian, durante o 11º Seminário Exportar para Crescer, organizado pelo Projeto "Exporta, São Paulo", encabeçado pelo Governo do Estado de São Paulo, Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e a São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). (Mais informações sobre o projeto na página 10) A proposta do portal, segundo a secretária, é mostrar as ofertas e demandas de empresas latino-americanas, atraindo importadores e exportadores asiáticos, principalmente para São Paulo. Até agosto deste ano, as empresas instaladas na cidade de São Paulo exportaram mais de US$ 1 bilhão aos países asiáticos, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Até agosto, a Ásia era o segundo mercado comprador de São Paulo, ficando atrás da União Euro-
Paulo Pampolin/Hype Paulo Pampolin/Hype
Très Chic: bolsas e objetos com a "cara" da dona
D Alfredo Cotait Neto e Maria Helena Gasparian durante seminário
Flávio Musa de Freitas Guimarães representou o governo paulista
péia, que no período havia comprado US$ 1,2 bilhão das empresas paulistanas. O evento foi realizado pela São Paulo Chamber of Commerce, coordenada por Alfredo Cotait Neto, vice-presidente da Associação Comercial de
DISTRITAL LAPA
São Paulo. O seminário contou com a apresentação de Flávio Musa de Freitas Guimarães, coordenador de Desenvolvimento Econômico da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo. Renato Carbonari Ibelli
e olho no que acontece lá fora, as gêmeas Kelly e Erika Cordes perceberam que havia uma tendência muito interessante na Europa e nos Estados Unidos: a customização de produtos. "A gente sempre gostou muito de fotografia e de idéias originais", conta Kelly. Elas começaram a pensar em produtos que passassem mensagens, que dissessem algo sobre quem é a pessoa, do que ela gosta. Nascia, assim, a Très Chic, empresa que personaliza bolsas, nécessaires, almofadas e álbuns de fotos. "Por que não usar fotos pessoais para lembrar do que a gente ama? Por que não carregar essa memória?", questiona Kelly. O cliente escolhe entre cerca de 20 modelos de bolsas e pode mandar a foto por e-mail ou levar a imagem a um dos pontos de vendas da Très Chic (shopping Iguatemi e Daslu). E o cliente não precisa, necessariamente, levar uma foto. Pode ser um documento, uma certidão de nascimento
Kelly, sócia da Très Chic: idéia de mexer com a paixão das pessoas
ou casamento, um desenho do filho. Além de escolher o tecido plano (sarja, seda ou lona) onde a imagem vai ser impressa, o cliente escolhe o forro e outros detalhes. A Très Chic entrega as encomendas em até 20 dias. A customização mais barata (a de mininécessaire) sai por R$ 138, com uma imagem diferente de cada lado, e a mais cara (R$ 1.040) é a de uma mala de viagem. O produto mais caro é a mala de viagem (R$ 1,040), também com duas fotos. Quanto maior o número de fotos, mais custa o serviço, por causa do tratamento de que cada uma das imagens precisa. "A Très Chic trabalha com a paixão das pessoas. Nossa
prioridade é criar para as pessoas que amam. Queremos contagiar com coisas boas, que consigam arrancar um sorriso de quem passa", afirma Kelly. No ano passado, a dupla resolveu inovar novamente. Fechou uma parceria com o cantor Gilberto Gil e músicas como "Vamos fugir", "A paz" e "Aquele abraço" viraram mimos très-chics e agora ilustram camisetas (a partir de R$ 138) e capas de cadernos (R$ 85 o mais caro). Mais recentemente, outra parceria, com Lucinha Araújo, mãe de Cazuza. Um pufe todo enfeitado com letras das suas músicas mais famosas sai por R$ 480. Kety Shapazian
Escolha o melhor regime tributário
Prêmio para os bons da exportação
Quem são os meninos da luz vermelha
É época de aumento das fraudes virtuais. Cuide-se, lendo a E 2
Saiba como optar pela tributação ideal. Economize. E 6
Micros e pequenas recebem hoje Prêmio São Paulo Exporta. E 10
O braço cortado de puxar bolsa pelo vidro quebrado dos carros, mas o assalto é passatempo. C 1
Ano 81 - Nº 22.270
Luiz Prado/LUZ
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São Paulo, segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h35
w w w. d co m e rc i o. co m . b r Gabriel Bouys/AFP
Dia dos Direitos Humanos
Ironia: morte de Pinochet e luta contra dissidentes em Cuba
Patricio Valenzuela/Reuters
Aliosha Marquez/AP
Chile: lágrimas e champanhe Anunciada a morte do ex-ditador Augusto Pinochet, o Chile se dividiu: luto diante do hospital, festa nas ruas. C 4 Claudia Daut/Reuters
Cuba: dia de bater nos ativistas de direitos humanos. Os cubanos comemoraram o Dia dos Direitos Humanos perseguindo 12 dissidentes pelas ruas de Havana. Não há notícias de Fidel. C 4 Mohamed Azakir/Reuters
Pablo de Sousa
Chega o Volvo S80. Só o nome é antigo Projeto inteiramente modificado, o S80 mantém o estilo. Capricha no requinte e na segurança.
HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 27º C. Mínima 17º C.
AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 28º C. Mínima 17º C.
Líbano: cresce pressão do Hezbollah contra o governo Centenas de milhares de libaneses nas ruas de Beirute (foto) exigem que o primeiro-ministro Fouad Siniora divida o poder com a oposição, liderada pelo Hezbollah, ou renuncie. Siniora acusou o Hezbollah de tentar armar um golpe, depois da guerra dos 34 dias contra Israel, neste ano. C 4
Agora somos todos Colorados O Inter tem que vencer o egípcio Al Ahly para chegar à final do Mundial de Clubes. Esportes
C idades MENINOS EM BUSCA DE LUZ DIÁRIO DO COMÉRCIO
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De julho a novembro, a Polícia Militar apreendeu 66 menores infratores na avenida do Estado.
Na avenida do Estado, onde fazem dez ataques por dia, os Meninos da Luz Vermelha, flagrados pelo DC, são pelo menos 20. Contamos aqui a história de dois deles. Fotos de Luiz Prado/Luz
Fernando Vieira
S
.C., de 14 anos, não gosta de acordar cedo. Antes de sair para o trabalho, o pai se esforça para tirá-lo da cama. As faltas na escola já lhe fizeram perder um ano. Na última sexta-feira, o menino estava novamente atrasado. Era dia de festinha de fim de ano. Ao chegar à escola, "a tia já tinha fechado os portões". Do lado de fora, encontrou L.A.O., também de 14, amigo e vizinho, com quem brinca sempre, desde criança. Ele também perdeu a hora. Ali, cumprimentaramse, "trocaram idéia normal". Pensaram em jogar bola para passar o tempo, como já fizeram tantas outras vezes. Mas escolheram mudar seus destinos. No lugar da quadra, o farol da avenida do Estado. Em vez da brincadeira infantil, o crime. Revezamento – Os Meninos da Luz Vermelha, que fazem mais de dez assaltos por dia na pista central da avenida do Estado, a 50 metros da estação D. Pedro II do metrô, não formam uma única gangue de menores infratores, revelam S.C. e L.A.O.. São mais de vinte garotos, de 12 a 16 anos, que se revezam na série ataques ao longo do dia. A partir de suas amizades na escola ou no bairro, formam vários pequenos grupos, de dois a cinco integrantes.
L.A.O.: "O problema é puxar a bolsa do carro. O braço raspa no vidro."
José: "Não sabia dos braços machucados. Ele nunca reclama de dor."
Todo mundo lá na rua fala: 'Vai lá que dá certo... dá certo, é fácil e dá uma grana' . S.C., menor infrator
A grande maioria se conhece e mora na vizinhança. Nas rodinhas de amigos, ensinam as táticas do crime aos novos interessados. Para essas crianças e adolescentes, assaltar se transformou em passatempo, sinônimo de dinheiro fácil e impunidade. "Todo mundo lá na rua fala: 'Vai lá que dá certo... dá certo, é fácil e dá uma grana' ", disse S.C. E ele foi “no embalo”, justificou. Era mais ou menos 13h15, quando S.C. e L.A.O. saíram de frente do portão da escola. Nos pés, tênis Nike. Um com o modelo ‘Shox’, azul e preto; o outro, um ‘Air’, também preto e cheio de detalhes da marca. Vestiam bermudas e camisetas de grifes de surf, as preferidas entre a garotada. O primeiro usava um boné vermelho e um relógio – “meu pai me emprestou, porque este tem digital e eu me atrapalho para ver os ponteiros”. O segundo, um óculos escuro. Arrumados para a festinha, as aparências bem cuidadas lhes davam visual de "boyzinhos" – como dizem os jovens. Estilosos, camuflavam o que pretendiam de fato, deixando claro que não agiam por necessidade. Assim que chegaram no farol, aguardaram um tempo. Outros garotos já haviam efetuado assaltos antes, no final da manhã. Sob o viaduto Governador Abreu Sodré, na calçada da via marginal à avenida do Estado, os dois observaram por cerca de 15 minutos o movimento dos carros na pista central, separada pela mureta. A divisória serve de esconderijo, dificulta a visão dos motoristas, que não se dão conta da aproximação dos menores. Estratégia – Antes do assalto, um rápido planejamento com a divisão de funções. Inexperiente, coube a S.C. “dar o pano” – ficar de longe para cobertura. Caso alguém aparecesse, ele deveria avisar com seu alto assobio. L.A.O. estava na linha de frente. No bolso, um “risca
L.A.O., de 14 anos, ao deixar o 1º DP: tênis de marca, camiseta de surf, óculos escuros e braços marcados
azulejo”, ferramenta pontiaguda utilizada para cortar esse tipo de revestimento. A peça substitui a vela de ignição, também usada para estilhaçar o vidro com uma pancada. Apesar do medo que o menino disse sentir, ele “vai com fé” de que vai dar certo, "sem pôr a vítima em risco". Os braços cheios de cicatrizes e cortes recentes são sinais de que L.A.O. já tem experiência nesse tipo de assalto. “O problema é na hora de puxar a bolsa de dentro do carro, porque o braço raspa no vidro. Às vezes, a pessoa segura e é preciso puxar com força. Aí, machuca mais”. Com sinceridade, contou que assalta há algum tempo. Duas semanas. No entanto, tem passagem registrada na delegacia no mês de agosto. Portava drogas. “Não uso nada”, disse. Mas admitiu ter “experimentado maconha”, aos 13 anos. Vítimas – Passada a etapa de observação, os dois meninos passaram a escolher as ví-
timas – de preferência mulheres. Foram pelo menos três tentativas até que conseguiram praticar o assalto. Assim como combinado, L.A.O. fez os ataques, com S.C. de prontidão. Por volta das 13h30, as investidas deram resultado. Em um Palio vermelho. Com a bolsa debaixo dos braços com marcas de sangue, L.A.O. correu em direção a S.C. e, juntos, seguiram rumo à Mooca. Não foram longe. Três policiais da ROCAM, do 21º Batalhão, que não trabalham na área, estavam, por coincidência, abastecendo suas motos em um posto próximo. Viram os garotos correndo com uma bolsa. A perseguição terminou atrás do hospital Dom Pedro, na rua Coronel Bento Sabino, onde os meninos foram apreendidos (termo usado no caso de menores infratores) em flagrante. Da “risca azulejo”, nem sinal. Levados ao 8º Distrito Poli-
cial, os meninos confessaram o assalto. Foram colocados em uma cela provisória. Por telefone, a polícia avisou a família. Abalados, os dois pais chegaram em pouco tempo. "Sem dor" – O cozinheiro José (nome fictício), pai de L.A.O., disse que o filho “não é de fazer essas coisas”. Contou que já conversou sobre drogas com o menino, que disse: “Não gosto. Nunca usei”. Separado há dois anos, disse que paga uma vizinha para olhar os três filhos, que moram com ele. Afinal, o trabalho o ocupa das 12h às 0h. “Não sabia dos braços machucados. Ele nunca reclama de dor”. Todos dividem um único cômodo, improvisado em madeira, em um prédio invadido. L.A.O. dorme ao lado dos dois
irmãos em uma cama de casal. diante termo de compromisso e O pai, em colchão no chão. O responsabilidade de apresenbanheiro é coletivo. Mas José é tá-los ao Juízo Especial da Inenfático: “Nada falta. Dou tudo fância e Juventude, de acordo o que posso”. O menino reco- com o Estatuto da Criança e do nhece: “Meu pai é bom pra Adolescente (ECA), pelo ato inmim”. Mas disse que as roupas fracional de furto. Estão sujeique ganha não são “camisetas tos a medidas sócio-educatide pano” (originais) e que co- vas, que vão da advertência à mete os assaltos porque enten- internação na Febem. Em nota, a Polícia Militar inde que a situação do pai e da formou que sua atuação no Glimãe é “complicada”. cério está reforçaAntônio (nome da por meio dos fictício), comerseguintes prograciante estabelecimas de policiado e pai de S.C., mento: Radiopachegou a passar Ele não precisa de mal na delegacia. nada disso. Tem tudo o trulhamento, RO“Ele não precisa que quer. Sempre dou CAM, Força Tática e Ronda de nada disso. dinheiro. Quando Escolar, sob a resTem tudo o que quer. Sempre dou você não cuida de uma ponsabilidade do 11º Batalhão de dinheiro. Quan- criança é uma coisa. Polícia Militar do você não cui- Agora, quando você da de uma crian- dá, parece que é pior. Me tropo lit an o, com o apoio do ça é uma coisa. Antônio, pai de S.C. Comando de PoliAgora, quando ciamento de Chovocê dá, parece que e do 34º Batalhão. que é pior”, disse. De julho (quando o Diário Sonho – Viúvo, também mora sozinho com o filho, uma fi- do Comércio publicou a reporlha e um neto. No apartamento, tagem Os Meninos da Luz Vercada um tem seu quarto. O me- melha) a novembro, a PM fez a nino gosta de computador e vi- condução de 66 menores aos deogame. Tem os dois. "Um DPs da região, sendo 55 ao 1º Pentium III e o Play 2”, contou DP e 11 ao 8º. Foram apreendiS.C., que sonha em ser técnico dos e soltos sob a responsabiliem informática. Quando infor- dade dos familiares. “Vê-se mado da presença do pai na de- também que se trata, em parte, legacia, o menino caiu no choro. de infratores reincidentes que, “Era tão fácil que eu acabei apesar de serem rotineiramenaqui, preso”, disse. te apreendidos e entregues aos Depois de três horas atrás das familiares, retornam às ruas grades, os meninos foram libe- para a prática de novas infrarados e entregues aos pais, me- ções”, diz a nota da PM.
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DCARRO
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RECORDANDO O FUTURO Pablo de Sousa
CHEVROLET NOVO COM CARA DE ANTIGAMENTE Produzido no México, o HHR mistura o Suburban 1949, utilitário de grande sucesso nos anos 40 e 50, com a conceitual picape roadster SSR ANTÔNIO FRAGA
Chevrolet HHR tem o mesmo espírito do Chrysler PT Cruiser, o design do passado com cara do futuro. A "salada" faz muito sucesso nos EUA, que têm de tudo, de picape a motocicleta. Aqui o modismo não pegou. O PT Cruiser nunca teve vendas representativas, apesar do esforço da DaimlerChrysler, que trouxe modelos mais simples e baratos. Isto se repetiu com o New Beetle, que também não empolgou. A realidade: é um nicho do nicho. Quem possuiu um modelo desses tem, na garagem, para ele, pelo menos mais três. São carros para sair de vez Na traseira, traços em quando e do passado chamar a atenção. Quem compra um modelo desses nunca vai passar, e nem pensa nisso, despercebido. O HHR apresentado ao DCarro, produzido no México, ainda está em fase de estudos. A versão mais cotada é a 2LT, completa. Apresentado no último Salão do Automóvel, o HHR une em suas linhas dois modelos da GM: o Suburban 1949, utiNas lanternas, a litário de sucesmesma linguagem so nos anos 40 e 50, e a picapeconceito roadster SSR. Seu estilo é inconfundível. Com quatro portas e teto bem alto, tem pára-lamas alargados. O capô é um dos sinais da
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Ele é moderno, equipado com toda a tecnologia disponível, mas não pode negar suas raízes, com mais de 50 anos. É moda!
herança do Suburban 1949. O acabamento, primoroso. A aparência das portas e janelas estampadas com moldura envolvente mostra desenho limpo e detalhado. O interior, luxuoso, abriga combinações de cores que misturam tonalidades mais sóbrias na parte superior com mais alegres embaixo. A qualidade é destaque também nos bancos: o traseiro, bipartido (60/40), abriga bem dois passageiros sentados, apesar da recomendação ser para três. Como equipamentos o HHR também dispõe de ar-condicionado, vidros elétricos, travas elétricas, espelhos retrovisores externos elétricos, piloto automático e entrada remota sem chave. O sistema de som, incluindo o básico de áudio estéreo AM/FM/CD, possui seis alto-falantes e uma tomada de entrada auxiliar na parte dianteira para conexão de iPod ou outra fonte de áudio. Os mostradores muito elegantes também misturam passado e futuro. E tem tudo lá.
O motor foge à regra. É moderno.
Você já viu este farol antes, não?
O porta-luvas muito útil está bem no centro superior do painel, serve para acondicionar convenientemente MP3s, telefones celulares, óculos de sol e outros pequenos objetos. Motores - O Chevrolet HHR conta com dois motores da família Ecotec de quatro
cilindros em linha, 2.2 litros, que produz 149 cv de potência e torque de 21,4 kgfm. Já o motor 2.4 litros gera 175 cv e torque de 23,2 kgfm. Tem transmissão manual de cinco velocidades ou automática de 4 velocidades controlada eletronicamente. Os preços nos EUA variam entre US$ 16.550 e US$ 19.350.
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Transpor te Saúde Infância Ciência
DIÁRIO DO COMÉRCIO
BRASIL PERDEU SETE POSIÇÕES EM RANKING DO UNICEF
Claúdio Teixeira/AE
Ó RBITA
UNICEF relatório anual Situação Mundial da Infância do O Fundo das Nações Unidas
para a Infância (Unicef), a ser divulgado hoje, mostra que o Brasil avançou, mas perdeu posições para países mais pobres que melhoraram com mais rapidez as condições de vida de suas crianças. O País está em 86º lugar numa lista de 190 nações, preparada com base na mortalidade de crianças menores de 5 anos. É o quinto ano consecutivo que o Brasil cai no ranking. Desde 2003, já perdeu sete posições. De acordo com o relatório, de cada grupo de mil crianças brasileiras nascidas vivas, 33 morrem antes de completar 5 anos. No ranking anterior, o índice de mortalidade era de 34 para cada grupo de mil. Pelos critérios definidos pelo Unicef, o país de melhor desempenho entre todos os aferidos, San Marino, figura na 190ª posição. No ano passado, o Brasil era o 88º colocado. Em 2003, era o 93º. A comparação com os vizinhos da América Latina é dolorosa. Entre 21 países, o Brasil é o 15º. A maior economia da América Latina fica atrás de El Salvador e República Dominicana, e muito longe de Argentina, Uruguai e Chile. (AE)
PILOTOS TÊM FESTA NA CHEGADA feira pela Polícia Federal de s pilotos Joseph Lepore, O 42 anos (segurando bebê), São Paulo, no inquérito que investiga o acidente entre o e Jan Paul Paladino, 34 (à dua direita), desembarcaram sábado no Aeroporto MacArthur, em Long Island. Os americanos, que não falaram com a imprensa, foram recebidos com festa pelos familiares, políticos, advogados, empresários e representantes de associações de pilotos e proprietários de aeronaves. Lepore e Paladino foram indiciados na sexta-
jato Legacy, pilotado por eles, e o Boeing da Gol, que causou a morte de 154 pessoas no dia 29 de setembro, no Mato Grosso. Os dois foram acusados de "expor culposamente a perigo embarcação ou aeronaves", delito previsto no artigo 261 do Código Penal, agravado pelo fato de a conduta dos acusados ter causado morte.
MÃE REZA. DEPUTADO COMEMORA. acendemos uma vela para as om a voz trêmula, a mãe vítimas brasileiras." do piloto Joseph Lepore, C Durante a festa de boasAnna, afirmou ontem que, logo após saber sobre o acidente envolvendo o Legacy e o Boeing da Gol, no final de setembro, foi até uma igreja perto de casa rezar pelas vítimas. "Foi um acidente terrível e poderia ter sido com o meu filho", disse Anna, bastante sensibilizada. "Quando soubemos da tragédia, fomos à igreja e
DISTRITAL SANTO AMARO
vindas aos pilotos, o deputado republicano Peter King disse que considerava o "capítulo encerrado" e que eles não precisariam retornar ao Brasil. "Eles estão de volta a este país e vão permanecer neste país. O governo brasileiro teve que fazer isso para justificar a detenção ilegal deles por 70 dias."
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
País está em 86º lugar numa lista de 190 nações, preparada com base na mortalidade de crianças menores de 5 anos.
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DCARRO
São Paulo, segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
AVENTURA Pedro Danthas/Divulgação
DO CHUÍ AO OIAPOQUE EM 35 DIAS Jornalistas de todo o Brasil cobriram a maior distância entre duas cidades brasileiras CHICOLELIS
O começo no Rio Grande do Sul, com passeio à beira-mar pela praia do Cassino
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sar álcool ou gasolina, qual a melhor opção? A Flexpedition serviu para mostrar o maior trunfo do carro bicombustível: usar um ou outro de acordo com os preços nas bombas. Com a organização de Luiz Cesar Fanfa, a General Motors colocou sete carros flex para uma expedição que começou no extremo Sul, no Chuí, e terminou lá no Oiapoque, extremo Norte. Fanfa diz que "no Sul e Sudeste, com certeza, a melhor opção é o álcool. Passou do Rio de Janeiro, não há como resistir ao apelo do preço da gasolina". A expedição rodou 10 mil km e teve a participação de 53 jornalistas do Brasil, que dirigiram Zafira, Vectra, Meriva, Corsa Hatch, Astra, Prisma
e uma picape Montana. A viagem foi dividida em cinco etapas, saindo do Rio Grande do Sul e passando por Santa Catarina e Paraná. Na segunda, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo; em seguida, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba. Na quarta, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão. Com a participação do DCarro, a quinta etapa foi de Belém (PA) e até Oiapoque (AP).
Diversos Brasis - Foram 35 dias de viagem que consumiram 1.250 litros de combustível. Pagando-se a média de R$ 2,80 por litro, com consumo de 8 km/l. Tudo começou dia 25 de agosto, em Gravataí, onde a GM produz o Celta e o Prisma. De lá até 27 de novembro, depois de 35 dias, a chegada ao Oiapoque, que merecia melhor sorte que a que tem. A cidade é puro abandono, com ruas de terra e esgoto a céu aberto. Turismo? Só mesmo os estrangeiros que entram pela Guiana Francesa, buscando o turismo sexual, em sua maioria. Oiapoque pouco oferece ao visitante. É escassa até mesmo a energia elétrica, mantida por um gerador que, às vezes, passa O primeiro grupo de jornalistas, no Chuí uma semana inteira sem fun-
demarcadas pela Funai, que ali mantém dezenas de tribos. Para alcançar Macapá, usou-se o barco São Francisco de Pádua, que navegou por 24 horas a partir de Belém. Uma viagem "inesquecível", como salientou o vice-presidente da GM, José Carlos Pinheiro Neto, que conheceu os segredos do Açaí, fruta que nasce em palmeira, é exportada para o mundo inteiro e garante o Sul, a placa na fronteira com o "Uruguay" sustento de milhares de pessoas na região. Lá, come-se o "vinho" da fruta, um cionar, deixando tudo às escuras. Foi assim mingau que também acompanha doces e que a cidade recebeu a Flexpedition. salgados. À bordo, dezenas de pessoas Na última etapa - Mas não se pode dormindo em redes ou em cabines dodeixar de lado o que significa estar no ponto tadas de ar-condicionado para que seja mais extremo ao Norte deste nosso Brasil. Vale a emoção. Saindo de Macapá, capital do Amapá, deixamos o Hemisfério Sul para trás e entramos no Hemisfério Norte, onde a água desce ao contrário nas pias. Para chegar ao destino, a Flexpedition rodou 600 km, metade em terra dentro da selva amazônica. Atravessa-se rios sobre pontes de madeira em condições que vão de razoáveis a péssimas, avistando-se esqueletos de pontes de concreto que, talvez, A capivara olha a Flexpedition nunca serão concluídas, e terras indígenas
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
Polícia Compor tamento Distritais Tr â n s i t o
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 O metrô facilitará o deslocamento até os pontos comerciais de Pinheiros e bairros vizinhos. Ricardo Granja, superintendente
REVITALIZAÇÕES BENEFICIARÃO COMÉRCIO
Pinheiros: camelô é desafio para 2007 Distrital faz 55 anos com os olhos nas quatro estações de metrô que chegarão à região, mas ainda buscando soluções para o comércio irregular e para o trânsito
A
Distrital Pinheiros da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) comemorou recentemente 55 anos de sua fundação. A entidade tem se destacado como interlocutora da comunidade junto ao poder público em inúmeras questões referentes à sua área de jurisdição, que engloba os bairros de Pinheiros, Alto de Pinheiros, Jardins, Itaim e Vila Olímpia. A distrital, que colaborou para muitas conquistas da região, tem muitos desafios para 2007, começando pelas questões dos ambulantes e do trânsito, prejudicado pela falta de vagas de estacionamento nas principais ruas comerciais. Pinheiros e seu entorno passam atualmente por grandes mudanças estruturais e sociais. Uma das principais obras em andamento é a construção de quatro estações do metrô na região (Faria Lima Pinheiros, Fradique Coutinho e Oscar Freire). As duas primeiras, de acordo com o subprefeito de Pinheiros, Nilton Elias Nachle, devem ser inauguradas em 2008. As outras duas es-
Luiz Prado
Obras do metrô no largo da Batata: estações atrairão consumidores
tão previstas para 2012. Segundo o superintendente d a D i s t r i t a l P i n h e i ro s d a ACSP, Ricardo Granja, a construção das estações do metrô e a revitalização de ruas comerciais, como a Teodoro Sampaio, a Oscar Freire e a Augusta, deverão impulsionar o comércio local. "O metrô facilitará o deslocamento da população até os principais pontos comerciais de Pinheiros e bairros vizinhos. O comércio só tem a ganhar com isso. Como a revitalização da rua Teodoro Sam-
paio deve começar no início de 2007, temos ótimas perspectivas para os empreendedores locais, principalmente os do setor moveleiro, que serão os primeiros beneficiados com as obras", disse. Desafios – Como pode ser verificado na maioria dos bairros paulistanos, o comércio informal é um problema significativo da região de Pinheiros e o grande desafio da distrital para 2007. "Atuaremos fortemente em projetos de ordenamento dos ambulantes, principalmente aqueles localizados
Comércio ilegal é um problema antigo na região de Pinheiros
no largo da Batata, Teodoro Sampaio e Faria Lima. Também daremos sugestões à Prefeitura para aumentar a segurança, desafogar o trânsito e melhorar a situação dos estacionamentos nas ruas comerciais, que hoje são restritos", afirmou o superintendente. Atualmente, a Distrital Pinheiros, entre outros projetos, está engajada na 8ª edição do Natal Iluminado, uma parceria entre a ACSP, empresas privadas e a Prefeitura, que visa incentivar o comércio, serviços e imóveis residenciais a ilumiRafael Hupsel/Luz
A
dente da Distrital Ipiranga, Antonio Jorge Manssur; e o presidente do movimento cívico, Guilherme Teodoro Men-
des. Compareceram também representantes do Exército, Marinha, Aeronáutica, Polícia Militar e GCM.
Afif, Saulo de Castro e Stockler
Secretário de Segurança é homenageado com placa
A
Centro faz doação de agasalhos
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Distrital Centro, como parte de uma campanha de responsabilidade social, fez a doação de 100 cobertores e 200 peças de agasalho para a Capela Nossa Senhora dos Aflitos, crida em 1779. A entidade foi representada pelo chefe administrati-
N
Divulgação
A tradicional troca aconteceu no Monumento da Independência
vo, Edilson José Azevedo de Assunção, e a distrital, pelo superintendente Marcelo Flora Stockler. Comitê – A distrital, na sua 28ª reunião ordinária, realizou debate com os membros do seu Comitê Técnico de Política Urbana, ainda em formação. A
Divulgação
Distrital entrega os 100 cobertores e as 200 peças de agasalho
reunião foi coordenada por Flora Stockler, que destacou a importância da participação de todos para a concretização de melhorias para o Centro e seu entorno. Durante a reunião, o tema A Cidade que Queremos foi abordado pelo arquiteto Gerson Gomez, do Conselho Municipal de Política Urbana - Macro-região Sul-1/Comitê de Política Urbana, e pela arquiteta Larissa Campagner Arcuri, do Comitê de Política Urbana. Aquarela – A distrital e o Grupo Universo da Aquarela comemoraram, em 23 de novembro, o Dia Municipal da Aquarela, que entrou para o calendário da cidade por iniciativa do vereador Aurélio Nomura. O evento aconteceu paralelamente à exposição O Universo da aquarela por um mundo melhor.
André Alves
Dois superintendentes recebem diplomas
Nova Bandeira Nacional no Ipiranga
Distrital Ipiranga realizou a troca da Bandeira no Monumento da Independência, em 18 de novembro. A nova bandeira foi doada pelo Centro Universitário São Camilo. Durante o hasteamento foi executado o Hino Nacional pela banda da GCM, regida pelo maestro Ivan Haensel. O grupo Fonovoices, formado por alunas do curso de fonoaudiologia do centro universitário, cantou o Hino à Bandeira e a música Milagres, acompanhada pela linguagem de sinais (Libra). Estiveram presentes o diretor administrativo da São Camilo, Ricardo Acevedo Diaz; o subprefeito do Ipiranga, Plinio Xavier de Mendonça Jr.; o coordenador da Comissão Cívica e Cultural da ACSP, Francisco Giannoccaro; o superinten-
narem suas fachadas na época das festas. Quanto à lei Cidade Limpa, que proíbe a propaganda externa, Ricardo Granja foi enfático: "deve afetar muitas empresas e o comércio da região, além de causar desemprego no setor. A lei Cidade Limpa deveria ser mais flexível, tanto em sua regulamentação quanto no prazo de implementação". Festividades – Na cerimônia comemorativa dos 55 anos da Distrital Pinheiros – a mais antiga da ACSP, fundada em
29 de outubro de 1951 – foram homenageados diversos empreendedores da região que se destacaram em 2006. Luis Lourenço, Juarez Rocha dos Reis e Renato Figueiredo receberam o Mérito Qualidade. Azuil Lopes e João de Oliveira Mendonça ficaram com o Mérito Pioneiro. Pierre Courty e José Antonio Passi conquistaram o Mérito Empreendedor da Região, e Antonio Carlos Bordin ficou com o Mérito Profissional Liberal. "Parabenizo a Distrital Pinheiros da ACSP por mais um ano de vida. Trata-se de uma grande parceira em todos os projetos”, ressaltou o subprefeito. Ricardo Granja enalteceu todos os empreendedores da região, que, apesar da alta carga tributária, continuam investindo no País. “Sou eternamente grato à ACSP. Todas as nossas conquistas só foram possíveis graças à compreensão, apoio e determinação do presidente Guilherme Afif Domingos, pelo espírito empreendedor e público que o conduz", concluiu o superintendente da distrital.
Distrital Centro da Associação Comercial de São Paulo homenageou, na quarta-feira da semana passada, o secretário de Segurança Pública do Estado, Saulo de Castro Abreu Filho. O secretário recebeu uma placa por serviços prestados na região do Centro. Ele foi homenageado durante almoço no Circolo Italiano. O presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, disse que, como parceira da Polícia, a entidade reconhecia a luta firme de Saulo De Castro contra o crime organizado. O vicepresidente da ACSP, Roberto Mateus Ordine, e o superintendente da Distrital Centro, Marcelo Flora Stockler, destacaram a redução dos índices de criminalidade na região. De acordo com Ordine, "a população tem hoje mais segurança para circular". Saulo destacou o papel da Polícia: "Ela está mais madura, com auto-estima elevada e agindo de acordo com a lei". Participaram da homenagem diversas lideranças da área central da capital, além de delegados e secretários. (SK)
Divulgação
a c o m emoração pelo 74º aniversário do 21º Depósito de Suprim e n t o s , e m n ovembro, os superintendentes das distritais Pirituba, José Roberto Maio Pompeu, e Lapa, Douglas FormaJosé Pompeu e Formaglio com os diplomas glio, receberam Diploma de Amigo, que homenageia personalida- desfile da tropa e de veículos. des civis e militares que, de al- A solenidade foi promovida guma maneira, contribuíram pelo cel. int. chefe 21º Depósito para o engrandecimento dessa de Suprimentos, José Luiz organização militar. Houve Monteiro Giambartholomei.
GIr
Sesc do bairro, participa da abertura do Natal Iluminado 2006, com o Coral Amigos da Terceira Idade Sol Maior. Às 19h, Catedral Anglicana, rua Comendador Elias Zarzur, 1239. I Santo Amaro – A distrital, em parceria com a Subprefeitura e o Sesc do bairro, promove o II Divino Suspiro (coro e orquestra, cântico de Natal), interpretado por quinze cantores líricos do Teatro Municipal, com orquestra. Às 20h, Catedral Anglicana, rua Comendador Elias Zarzur, 1239.
Agendas da Associação e das distritais
Hoje I Exporta SP 2006 - O
presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, participa da entrega do prêmio Exporta, São Paulo 2006. Às 18h, no Hotel Renaissance, alameda Jaú, 1620. I Diplomas – O vicepresidente da ACSP Roberto Mateus Ordine participa da comemoração dos 30 anos da revista IstoÉ e da cerimônia de entrega dos diplomas Brasileiro do Ano, Empreendedor do Ano e Personalidade do Ano . Às 20h, Espaço Unique, avenida Brigadeiro Luis Antonio, 4700.
Quinta I Comus - O conselheiro da
Quarta I Dia do Marinheiro - O
conselheiro da ACSP Renato Ticoulat Filho participa da cerimônia pelo Dia do Marinheiro. Às 10h30, 8º Distrito Naval, rua Estado de Israel, 776. I Santo Amaro – A distrital, em parceria com a Subprefeitura e o
ACSP José Cândido Senna coordena reunião do Comitê de Usuários de Portos e Aeroportos do Estado . Às 17 h, rua Boa Vista, 51/9º a., plenária. I Tatuapé – O FJE da ACSP/Distrital Tatuapé realiza a palestra O sucesso das vendas depende da sua atitude. Para participar solicita-se dois presentes (menino e menina) e uma caixa de leite, para doação à Casa Luz. Inscrições pelo telefone: 6192-2979. Às 19h.
Associação Comercial de São Paulo Distrital Butantã Rua Alvarenga, 415 – CEP 05509-070 Fone/fax: 3032-6101 José Sérgio Pereira Toledo Cruz Diretor Superintendente
Distrital Jabaquara Av. Santa Catarina, 641 – CEP 04635-001 Fone: 5031-9835 – Fax: 5031-3613 Fernando Calderon Alemany Diretor Superintendente
Distrital Penha Av. Gabriela Mistral, 199 – CEP 03701-010 Fone: 6641-3681 – Fax: 6641-4111 Marco Antonio Jorge Diretor Superintendente
Distrital Santana Rua Jovita, 309 – CEP 02036-001 Fone: 6973-3708 – Fax: 6979-4504 João de Favari Diretor Superintendente
Distrital Sudeste Rua Afonso Celso, 76 – CEP 04119-000 Fone/fax: 5572-0280 Giacinto Cosimo Cataldo Diretor Superintendente
Distrital Centro Rua Galvão Bueno, 83 – CEP 01506-000 Fone/fax: 3207-9366 - Fone: 3208-5753 Marcelo Flora Stockler Diretor Superintendente
Distrital Lapa Rua Martim Tenório, 76/1º andar CEP 05074-060 – Fone: 3837-0544 – Fax: 3873-0174 Douglas Formaglio Diretor Superintendente
Distrital Pinheiros Rua Simão Álvares, 517 – CEP 05417-030 Fone: 3031-1890 – Fax: 3032-9572 Ricardo Aparecido Granja dos Santos Diretor Superintendente
Distrital Santo Amaro Av. Mário Lopes Leão, 406 – CEP 04754-010 Fone/fax: 5521-6700 Aloysio Luz Cataldo Diretor Superintendente
Distrital Tatuapé Praça Silvio Romero, 29 – CEP 03303-000 Fone/Fax: 6941-6397/6192-2979/6942-8997 Antonio Sampaio Teixeira Diretor Superintendente interino
Distrital Ipiranga Rua Benjamin Jafet, 95 – CEP 04203-040 Fone: 6163-3746 – Fax: 274-4625 Antonio Jorge Manssur Diretor Superintendente
Distrital Mooca Rua Madre de Deus, 222 – CEP 03119-000 Fone/fax: 6694-2730 Antonio Viotto Netto Diretor Superintendente
Distrital Pirituba Av. Raimundo Pereira de Magalhães, 3.678 CEP 05145-200 – Fone/fax: 3831-8454 José Roberto Maio Pompeu Diretor Superintendente
Distrital São Miguel Av. Marechal Tito, 1042 – CEP 08010-090 CEP 08010-080 – Fone: 6297-0063 – Fax: 6297-6795 José Parziale Rodrigues Diretor Superintendente
Distrital Vila Maria Rua do Imperador, 1.660 – CEP 02074-002 Fone: 6954-6303 – Fax: 6955-7646 José Correia Diretor Superintendente
São Paulo, segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
DCARRO
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AVENTURA Pedro Danthas/Divulgação
Espelho d'água do mar, em Paraty (RJ)
Praia da Pina, em Natal (RN), a emoção da estrada de terra junto ao despenhadeiro. Todos superaram bem.
O artesão em Panela de Barro (ES)
Travessia do São Francisco. Penedo (AL).
Pontes de madeira: Oiapoque
A dança das redes no rio Pará
Não faltou a capoeira em Salvador (BA), no Farol da Barra...
Açaí, o alimento para todos
...Nem a frevista em Olinda (PE)
Horário do rush, no sertão do RN
possível sobreviver ao forte calor. Quanto custa?- Segundo Fanfa, é possível fazer uma viagem destas com seu próprio carro se ele estiver em ordem e for revisado periodicamente no caminho. Considerando as cinco semanas, 10.000 km e duas pessoas dividindo um quarto de hotel, os gastos são os seguintes: R$ 3.500 com combustível, idêntico valor com hospedagem e R$ 2.800 com alimentação. Mais R$ 1.800 com balsas, barco e pedágio, um total de R$ 11.600 para ir do do Chuí ao Oiapoque. Vale a pena, acredite.
À esquerda, o Sul. À direita, o Norte. Em Macapá.
Jornalistas chegam ao Oiapoque, o objetivo final da Flexpedition. Valeu a pena!
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
Foi-se alguém (Augusto Pinochet) que não vai deixar saudades. José Serra, governador eleito de São Paulo
Internacional Cris Bouroncle/AFP
PINOCHET - 1915-2006
LÁGRIMAS E
M
COMEMORAÇÕES
anifestações de p e s a r e c o m emorações marcaram a morte do ex-ditador chileno Augusto Pinochet, aos 91 anos, na tarde de ontem. Ele estava internado desde o domingo anterior no Hospital Militar de Santiago, depois de ter sofrido um enfarte do miocárdio e um edema pulmonar. Pinochet era diabético e estava com a saúde frágil há anos. Dezenas de simpatizantes do ex-ditador se aglomeravam em frente ao hospital logo após o anúncio da morte. Eles cantaram o hino nacional e gritaram frases a favor do ex-governante. Já milhares de opositores da ditadura de Pinochet festejaram na praça Itália com aplausos, entre bandeiras chilenas e do Partido Socialista, fotos de detidos e desaparecidos e imagens do ex-presidente Salvador Allende, que foi derrubado pelo militar. Eles, porém, lamentaram que a Justiça não tenha condenado o ex-ditador pelos crimes cometidos em seu mandato. Muitos motoristas também buzinaram pelas ruas de Santiago. Pinochet estava em prisão domiciliar por ocasião do recente ataque cardíaco, acusado pelas mortes de dois seguranças do ex-presidente chileno Salvador Allende, que ele derrubou do poder no golpe de Estado de 11 de setembro de 1973. Os oposicionistas do general haviam chegado a alegar que a internação era uma montagem para impedir a ação dos tribunais de justiça, que processavam o general também por violação aos direitos humanos e delitos econômicos. Trajetória – A morte encerrou uma trajetória que foi da glória à humilhação. Augusto Pinochet governou o Chile com mãos de ferro entre os anos de 1973 e 1990, quando
Morte do ex-ditador Augusto Pinochet leva chilenos às ruas para chorar e festejar. começou o processo de redemocratização do país. Nos últimos tempos, doente e velho, não tinha mais nada da imagem do homem forte que rompeu bruscamente a tradição republicana chilena ao comandar o golpe militar de 1973. "Hoje, perto do final dos meus dias, quero manifestar que não guardo rancor de ninguém, que amo a minha pátria acima de tudo e que assumo a responsabilidade política de tudo o que fiz", disse o ex-ditador
Não guardo rancor de ninguém, amo a minha pátria acima de tudo e assumo a responsabilidade política de tudo o que fiz. Augusto Pinochet em carta lida por sua mulher, Lucía Hiriart, em 25 de novembro, seu último aniversário. Parentes dos mais de 3 mil chilenos mortos e desaparecidos durante o governo Pinochet nunca deixaram de culpálo pela perseguição sangrenta e pediram com insistência que fosse levado à Justiça, inclusive pouco antes de sua morte. Mas o ex-ditador jamais imaginou pisar em uma cadeia. Ele alegou "demência" para escapar do cerco judicial, por processos relacionados a acobertamento de homicídios e sequestros feitos por subordinados. Preferiu que o chamassem de "louco" a ser condenado como criminoso.
Pinochet nasceu em 25 de novembro de 1915 na cidade de Valparaíso. Aos 20 anos era um novato no Exército, onde seguiu carreira que o levou a uma subida fulminante ao poder e que terminou em 1998, quando deixou a vida de militar ativo mais longevo do mundo. Ele liderou uma dura repressão contra os opositores, que classificava de "vendedores da pátria" e "marxistas". Muitos deles comandam hoje o país. Bandido ou herói? – O exgeneral formou um governo que misturava ditadura política e liberalismo econômico, em modelo que fincou as bases das privatizações de empresas públicas, política fiscal austera e desenvolvimento por meio de exportações. "Isso não é uma ditadura, é uma ditamole", costumava brincar. A piada não provocava risos com os dissidentes, como a novelista Isabel Allende. Para ela, Pinochet "entrará na história junto a Calígula e Idi Amin Dada, como sinônimo de brutalidade e ignorância". Proclamado como herói pelos partidários, que ainda representam quase um terço da população do país, Pinochet tentou ampliar seu governo por mais oito anos, convocando um plebiscito em 1988. Mas os chilenos negaram a permanência do governo militar. Pesar – Diversas personalidades internacionais se manifestaram a respeito da morte do general. Margaret Thatcher anunciou estar "profundamente triste", segundo informou um porta-voz da ex-primeira ministra britânica. Durante sua prisão domiciliar no Reino Unido (decretada pelo juiz espanhol Baltasar Garzón, sob acusação de genocídio), Pinochet recebeu o apoio da exprimeira ministra britânica, que em todo momento o agradeceu pela ajuda durante a
Khalil Hassan/Reuters
Ex-ditador chileno, que comandou o país entre 1973 e 1990, não receberá honras de ex-chefe de Estado
guerra das Malvinas em 1982. A ministra britânica de Assuntos Exteriores, Margaret Beckett, destacou o progresso que o Chile alcançou após o fim da ditadura de Pinochet. "Soubemos da morte do general e queremos prestar tributo ao progresso que o Chile conseguiu no últimos 15 anos como uma democracia aberta, estável e próspera." Na Venezuela, o vice-presidente do país, José Vicente Rangel, disse que a morte de
Claudia Daut/Reuters
Ativistas foram agredidos fisicamente
Briga aconteceu por várias ruas de Havana
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do Líbano se iniciava em plena luz do dia. Alto-falantes tocavam músicas nacionalistas. O barulho certamente era escutado de dentro dos escritórios do governo, próximos do local, onde Siniora e seus ministros estavam reunidos. Ativistas de oposição realizam manifestações no centro da cidade desde 1º de dezembro, em protestos para forçar Siniora e sua maioria sunita a formar um governo de unidade nacional. Golpe – Siniora acusou o grupo xiita Hezbollah de tentar armar um golpe, após a guerra de 34 dias contra Israel, neste ano. O Hezbollah afirma
que o primeiro-ministro e seus aliados, contrários à influência da Síria nos assuntos libaneses, queriam que Israel os destruísse. Comentaristas alertam que a situação pode gerar uma onda de violência em um país que ainda está tentando se reconstruir da guerra civil que perdurou de 1975 a 1990. Apelo – Ontem, o Papa Bento XVI fez um apelo à comunidade internacional para que ajude Beirute a encontrar, com urgência, soluções pacíficas para o "grave momento". "Eu peço aos libaneses e a seus líderes políticos que tenham no coração exclusivamente o bem do país." (Reuters)
Ataque a opositores de Fidel
m grupo de mais de 200 cubanos favoráveis ao governo de Fidel Castro atacou 12 ativistas dos direitos humanos, ontem, no Dia Internacional dos Direitos Humanos. Fisicamente machucados, eles foram leva-
Libaneses protestam contra Siniora
entenas de milhares de manifestantes, carregando bandeiras, reuniram-se no centro de Beirute, no Líbano, ontem, após chamado da oposição liderada – pelo Hezbollah – para seguir em frente com a campanha de 10 dias e derrubar o governo pró-ocidente do Líbano. Em uma demonstração de força, a multidão, aos gritos, ocupou duas praças no coração da cidade para pedir a renúncia do primeiro-ministro Fouad Siniora. "Fora Siniora", gritava a massa. "Beirute é livre", clamavam outros, enquanto um dos maiores protestos da história
Paulo, José Serra, comentou que "foi-se alguém que não vai deixar nenhuma saudade". Funeral – O corpo do ex-ditador foi transportado na noite de ontem à capela da Escola Militar do Exército, na capital chilena. Ele será velado durante todo o dia de hoje. Na terçafeira, Augusto Pinochet receberá as honras fúnebres apenas como ex-comandante-chefe do Exército chileno e não como ex-chefe de Estado, declarou o governo. (Agências)
Claudia Daut/Reuters
U Multidão, liderada pelo Hezbollah, pede, aos gritos, renúncia do primeiro-ministro do Líbano
Augusto Pinochet "sela a impunidade" do ex-ditador chileno. "Eu tenho respeito pela morte e pelos mortos, haverá outro momento para os julgamentos. A única coisa que posso dizer é que a morte sela a impunidade de Pinochet", disse. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou uma nota curta e em que disse que o exditador "simbolizou um período sombrio na história da América do Sul". Já o governador eleito de São
dos até um parque de Havana. O protesto dos ativistas havia sido organizado pela Frente Nacional Patriótica, um dos dezenas de pequenos grupos opositores de Fidel, acusado pelo governo cubano de ser financiado pelos EUA.
Em Cuba, há boatos de que Fidel Castro está à beira da morte e que pode não estar vivo até o Natal. Na semana passada, o jornal britânico Independent publicou que o ditador sofre de um grave câncer no estômago. (Reuters)
Reino Unido espera Bin Laden no Natal
A
s possibilidades de uma tentativa de ataque terrorista no Reino Unido durante o período natalino é "altamente provável" e a ameaça é "muito alta", afirmou ontem o ministro do Interior britânico, John Reid. "Sabemos que o número de conspirações de alto nível está em torno de dez ou 30", afirmou Reid em declarações à rede de televisão britânica "ITV".
"Temos que agradecer às pessoas dos serviços secretos que trabalham dia e noite para tentar nos proteger", ressaltou. Porém, o ministro admitiu que não se pode garantir 100% de êxito em evitar um ataque. Reid assinalou que o atual nível de ameaça contra o Reino Unido é "severo", o segundo mais alto. Ele reiterou que a batalha contra o terrorismo continuará durante muito tempo.
Ao comparar a ameaça atual com o terrorismo do Exército Republicano Irlandês (IRA), que durou 30 anos, Reid disse: "Nada me indica que isto (a atual ameaça terrorista) será resolvido mais rápido". Nos atentados de 7 de julho do ano passado contra a rede de transporte de Londres, 56 pessoas morreram, incluindo os quatro terroristas suicidas. (Reuters)
DCARRO
LANÇAMENTO
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Seguindo a tendência, sinal do pisca aparece sob o espelho retrovisor externo
São Paulo, segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
São Paulo, segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
REQUINTE ESCANDINAVO NO BRASIL
Novo Volvo S80 chega querendo ser objeto de sedução e desejo dos consumidores. Mas sem perder a fama de seguro! ANDERSON CAVALCANTE
T
alvez você já tenha ouvido falar do Volvo S80, mas saiba que este modelo é um projeto totalmente novo, apresentado na Europa em março último, e a marca decidiu manter o nome da versão anterior. Assim, ele chega com outro chassi, carroceria diferente e dois novos motores: o menor com 3.2 litros de seis cilindros em linha e outro 4.4 V8. Não dá para se surpreender com tantas novidades em um carro que disputa espaço em um segmento tão restrito, principalmente no Brasil. Apesar do pequeno número de “sedans grandes de luxo”, este mercado é extremamente lucrativo, ou será que alguém acredita que são com os carros populares que as montadoras ganham mais dinheiro? Este espaço desejado pela Volvo é o mesmo disputado pelas marcas BMW, MercedesBenz e Audi, todas alemãs. Ou seja, isso sim é briga de gente grande!
A Volvo pretende vender 50 unidades do novo S80 no próximo ano
Está chegando - Voltando ao carro que chega às revendas brasileiras durante esta semana, além de carregar o peso de ser o top de linha da marca sueca, apresenta um desenho elegante, muito conforto, ótima dirigibilidade e a tradicional segurança oferecida pela Volvo. Por aqui, a versão seis cilindros em linha de 238 cavalos de potência custará R$ 265 mil, já o potente V8, com 315 cv, terá o preço sugerido de R$ 299 mil. Ainda sobre as novas motorizações, o 3.2 litros oferece torque máximo de 32,6 Kgf/m, enquanto o 4.4 l. chega a 44,5 Kgf/m a 6.000 rpm. Mas a diferença entre as duas versões fica clara não só na potência e torque. Há algo mais paupável: para ir de zero a 100 km/h, o propulsor de seis cilindros leva 7,9 segundos e teve sua velocidade máxima limitada em 240 km/h, enquanto o primeiro sedã equipado com um motor V8 na história da marca alcança os 100km/h após breves 6 segundos. Sua máxima foi limitada em 250 km/h. Outras diferenças - Apesar das versões apresentarem suas maiores diferenças no modelo do propulsor, cada uma delas tem outras características próprias. Claro, ambas muito com-
Na traseira, lanternas de linhas marcantes que identificam a marca sueca, formando conjunto harmonioso com párachoques do modelo
Controles no volante e a marca do "veoitão" na grade dianteira: força para fazer de 0 a 100 km/h em apenas 6 segundos
Pablo de Sousa
pletas e luxuosas, mas enquanto o seis cilindros em linha tem suas saídas de escape “escondidas” pelo pára-choque e vem equipado com rodas aro 17” e sensor de distância, o V8 possui radar de aproximação na sua grade dianteira, rodas aro 18”, e as saídas de escape têm modernas e charmosas ponteiras cromadas. Ainda na traseira do modelo, a inscrição AWD que designa mais uma de suas “facetas”, seu sistema eletrônico de tração nas quatro rodas, com 95% da força voltada para as rodas dianteiras, mas automaticamente regulável conforme a necessidade de maior tração na traseira ou por falta de aderência nestas rodas. Além disso, outros incrementos tecnológicos privilegiam esta versão, como, por exemplo, o sistema BLIS (Blind Spot Information System), uma câmera instalada nos retrovisores que detecta outros veículos no ponto cego e aciona um alerta visual na coluna lateral do S80. Tem gente no carro! - Além da preocupação constante com materiais e zonas de deformação de seus veículos, no novo S80 a Volvo oferece, também, um sensor de batimentos cardíacos, que é utilizado para alertar ao motorista se alguém estiver escondido dentro do carro. O sistema funciona em conjunto com o controle remoto avançado (Personal Car Communicator) que possui várias funções inteligentes como, por exemplo, antes de o motorista chegar ao veículo ele poderá checar se o carro está trancado ou se o alarme foi ativado. Com certeza ele não será um carro recomendável para filmes de espionagem ou policiais, em que o bandido espera o dono do carro assumir o volante para atacá-lo pelas costas, estando na parte traseira do carro. O modelo traz ainda um piloto automático adaptativo, que reduz a velocidade se houver um carro mais lento à frente e aviso de colisão com suporte de freios (Collision Warning), que dispara alarme na possibilidade de colisão com o carro da frente e prepara os freios para uma frenagem de emergência. Muito som - A marca sueca se orgulha em dizer que é a única montadora do mundo a configurar o seu próprio sistema de áudio e para não fazer feio obteve ajuda dos fabricantes mais importantes do mundo para desenvolver um sistema de som de primeira classe para seu novo modelo top de linha. O amplificador digital da Alpine, sistema Dolby Pro Logic II Surround e os altofalantes da Dynaudio, fornecem uma experiência
DCARRO
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A antena: como barbatana de tubarão
No farol, garantia de boa iluminação nas saídas noturnas
Nada como o conforto do teto solar
Detalhe da lanterna
de áudio de altíssimo nível. O sistema de áudio no novo Volvo S80 está disponível nas opções, Performance, com amplificador de 4x20W e seis alto-falantes, High Performance, com amplificadores 4x40W e oito alto-falantes e, também, a Premium Sound, com amplificadores digitais 5x130W, Dolby® Pro Logic II Surround e até 12 alto-falantes. Toda esta “parafernália sonora” pode ainda ser utilizada em conjunto com a função handsfree wireless no carro com Bluetooth e telefone celular. Com todos estes “mimos” a Volvo espera vender, em 2007, cerca de 50 unidades do S80 no Brasil, sendo aproximadamente 60% da versão seis cilindros e os 40% restantes do valente V8.
Painel completo, de fácil leitura, junto com o som desenvolvido com exclusividade para o modelo, pela própria Volvo
O motorzão desenvolve 315 cavalos no V8 cilindros e 238 no V6. Bom rendimento em ambos os modelos suecos
Logo Logo DIÁRIO DO COMÉRCIO
Bjoern Sigurdsoen/Reuters
A Paz é ameaçada por injustiças econômicas, sociais e políticas, ausência de democracia, degradação ambiental e pela ausência dos direitos humanos O economista Muhammad Yunus, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2006, pela criação do Grameen Bank, que disponibiliza microcrédito para pessoas de baixa renda, empréstimos que muitas vezes não tinham garantia de retorno.
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segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
DEZEMBRO
2 -.LOGO
11 Dia do Tango (ao lado, arte de José María Cornide)
A EROPORTOS C ALÇAMENTO
Oscar Freire de cara nova O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, ficou menos de meia hora ontem na entrega de parte do novo calçamento da Rua Oscar Freire, centro de lojas de luxo nos Jardins, Zona Sul de São Paulo. Kassab deixou o evento logo após a chegada de um grupo de cerca de 20 estudantes que gritavam palavras de ordem contra o aumento das tarifas de ônibus e de táxi na cidade. Kassab assistiu a uma apresentação de um grupo musical ao lado do subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo. Logo em seguida
chegou um grupo que pertence à Frente de Luta contra o Aumento de Ônibus. A assessoria do prefeito negou que ele tenha deixado o evento por causa do protesto. Kassab teria avisado que precisava deixar o local rapidamente por causa de um almoço. O governador eleito de São Paulo, José Serra, também chegou ao local e caminhou pela calçada ao lado de Matarazzo e evitou comentar o protesto. O convênio para a revitalização da rua foi assinado quando ele ainda estava à frente da Prefeitura.
E SPAÇO Nigel Cook/Reuters
Uma grande metrópole Infraestrutura dos aeroportos vai além do embarque e desembarque de passageiros
E
m tempos de crise nos principais aeroportos brasileiros, o jornalista Stephen Mihm, do New York Times, publicou uma matéria ontem mostrando que abrir um negócio dentro de um aeroporto está se tornando cada vez mais atraente. Mihm começou a reportagem dizendo que em setembro, Banguecoque, capital da Tailândia, testemunhou a abertura do aeroporto de Suvarnabhumi, ainda está em fase de finalização, com uma mega infra-estrutura. O aeroporto será uma verdadeira grande metrópole, com shopping centers, edifícios comerciais, hotéis, hospitais, centro de convenções, entre outros. Tradicionalmente, os aeroportos sempre foram de grande importância para as grandes cidades, principalmente
para os maiores centros de negócios do mundo. Mas, com o passar dos anos, transformaram-se em verdadeiras cidades, dando origem a um novo conceito: os aerotrópolis. John Kasarda, um estudioso de planejamento urbano da universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, define o termo como "mais do que um local freqüentado por quem deseja viajar". Para ele, os aeroportos tornaram-se um ambiente completo para se desfrutar de "quase tudo". Segundo Kasarda, o aeroporto de Changi, em Singapura, por exemplo, tem cinemas, sauna e piscina. Em Dubai, está em construção um aeroporto que promete ser um dos maiores do mundo. Com um investimento de US$ 33 bilhões, ele contará com torres comerciais, hotéis,
cassino e campo de golf. De acordo com o especialista, os motivos que levaram à reformulação dos aeroportos foi o aumento do fluxo de passageiros que viajam a negócios. A idéia é oferecer uma estrutura completa que permita ao executivo participar de reuniões e conferências, durante o dia, e jantar ou freqüentar um clube à noite, no mesmo local. Kasarda conta que determinadas indústrias estão começando a perceber as facilidades da utilização da estrutura dos aeroportos para concentrar suas operações. Os mais interessados até o momento são os fabricantes e distribuidores de produtos com pouco peso como os farmacêuticos, microeletrônicos, equipamentos médicos e frutos do mar. http://www.nytimes.com
Luiz Vasconcelos/AE
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M EDICINA
Meia idade, cada vez mais tarde
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modificam o visual das pessoas, mas também seu comportamento e a noção de meia-idade. A pesquisa mostra que, numa escala global, 60% dos entrevistados acham que ter 40 anos agora é como ter 30 antigamente. "Nossos 40 anos são celebrados como a década em que podemos ficar confortáveis e confiantes tanto em termos pessoais quanto financeiros. A maioria dos consumidores globais realmente acredita que a vida começa aos 40", resumiu Frank Martell, presidente da AC Nielsen Europe, ao divulgar o estudo.
TREINAMENTO – Banhistas da Praia de Ponta Negra, principal balneário de Manaus (AM), acompanharam ontem os exercícios de guerra realizados por soldados da Marinha. As manobras fazem parte das comemorações da Semana da Marinha. C ULTURA
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C A R T A Z
VISUAIS Comemoração dos 60 anos de Elifas Andreato em mostra que traz mais de 300 obras do artista (ao lado, Carmen Miranda), entre capas de disco, livros, cartazes e projetos gráficos. Design & Graphic Center. Rua Dona Ana Néri, 793. Telefone: 3385-7304. 9h às 22h.
Meu primeiro empreendimento
Amigo do meio ambiente, este aparelho reúne duas funções – relógio e calculadora – é movido a água, dispensando baterias. Também aceita café, sucos e chás como combustível e custa US$ 11,95. http://www.surprise.com/hobbies
O site do Sebrae-RS foi até premiado pelos serviços que oferece ao empreendedor. Uma das principais vantagens é a facilidade de acessar as informações. Em apenas três links bem visíveis na página é possível encontrar informações úteis para abrir e aprimorar uma empresa. Os links são "Quero abrir meu negócio", "Quero melhorar meu negócio" e "Quero encontrar mais oportunidades de negócios". Alem desse diferencial básico, o site traz informações sobre setores produtivos e muito mais.
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www.sebrae-rs.com.br
O presidente Néstor Kirchner autorizou o projeto da maior mina de ouro do país, a Pascua Loma, na província de San Juan, na fronteira com o Chile. A mina é um projeto da empresa canadense Barrick Gold que envolve investimentos de US$ 1,5 bilhão. A Pascua Loma, uma das maiores minas de ouro do mundo, será a exploração binacional argentino-chileno. A mina, localizada a 4 mil metros de altura, tem reservas estimadas de 18,35 milhões de onças de ouro e 684,66 milhões de onças de prata. As obras começarão em 2007 e a extração em 2010. As estimativas indicam que a mina teria um período de 20 anos de vida útil. B RAZIL COM Z
Mundo da moda sem anorexia
A TÉ LOGO
M ALÁSIA
Quatro casamentos e um diploma As autoridades do estado de Terengganu, na Malásia, anunciaram um prêmio inusitado. Todos os homens casados com quatro mulheres receberão um prêmio do governo. A única exigência é de que pelo menos duas esposas tenham sido mães solteiras ou viúvas. Com isso, o governo quer incentivar os homens a cuidarem de famílias desfeitas. Na Malásia, os homens podem ter até cinco esposas. Mas o prêmio não virá em forma de dinheiro, e sim de um diploma de reconhecimento pela contribuição ao bem-estar da população. S AÚDE
Vacina anticocaína longe de casa e de preparação psicológica para enfrentar o inferno da guerra. As canções, freqüentemente, trazem reflexões e referências à morte e os ritmos passam longe de qualquer som apaziguador: o que explode dentro dos capacetes dos soldados é o hip hop, o death metal, o punk e, de vez em quando, para não estourar de vez os miolos, o country
contemporâneo. Os artistas favoritos: Linkin Park, Eminen, Metallica, Marilyn Manson, 2Pac, DMX, AC/DC, System of a Down e Tupac. O som pesado ajuda a não sentir medo, dá disposição para matar, induz a tomar a atitude necessária em cada decisivo momento da guerra, dizem os soldados. Uma programação musical para quem precisa matar se não quiser morrer.
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Masp inaugura amanhã exposição com mais de cem peças de designers japoneses Ibama lança, no Acre, campanha contra pesca ilegal durante o período de reprodução
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Eletrônicos movidos a água
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oi a clássica revista Rolling Stone que levantou o assunto, que se transformou em tema de discussão nas comunidades virtuais e tendência para os consumidores de música popular: as preferências musicais dos soldados norteamericanos que estão no Iraque. Os soldados – em sua maioria muito jovens e todos ligados em tecnologia e informática, a grande maioria deles com um iPod e um laptop como companheiros – garantem que a música tem sido importante para manter o ânimo nos momentos de trégua e trazer excitação para a hora da batalha. Entre as tropas, é um sargento de 24 anos que controla a programação. Apesar da ilegalidade da ação, ele compra música pirata dos camelôs de Bagdá e retransmite as músicas cobrando US$ 5 mensais de cada soldado. Para os soldados, trata-se de um item de sobrevivência
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F AVORITOS
Sons do inferno
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G @DGET DU JOUR
Kirchner: a maior mina de ouro
A decisão da organização do São Paulo Fashion Week de banir modelos com menos de 16 anos do próximo desfile foi destaque, no fim de semana, do jornal norte-americano International Herald Tribune. Este ano, a organização do evento pretende banir a anorexia das passarelas e chamar a atenção do público e de todo o mundo da moda para o problema. Além disso, a decisão segue o exemplo dos desfiles de Paris e Milão, onde as modelos muito novas não podem participar das semanas de moda. Além da idade mínima, outra exigência do evento, este ano, será que as agências apresentem atestado de saúde de suas modelos.
Ônibus espacial Discovery ilumina a praia de Daytona, EUA, ao partir para uma missão na Estação Espacial Internacional. O grupo quer renovar a instalação elétrica da estação.
A idade de 60 anos corresponde aos 40 anos de antigamente. A frase que já virou uma espécie de lugar comum acaba de se tornar uma verdade comprovada, segundo uma análise da consultoria AC Nielsen. A empresa ouviu pessoas em 42 países e concluiu que 60% dos norteamericanos – maiores consumidores mundiais de plásticas e tratamentos anti-idade – vêem os sexagenários como integrantes da meia-idade. O que levou a esta mudança? Segundo os analistas, a popularização das cirurgias plásticas que não apenas
A RGENTINA
Começa hoje, às 15 horas, a retrospectiva de filmes brasileiros do CineSesc
Cientistas do Reino Unido anunciaram que trabalham no desenvolvimento de uma vacina que "neutraliza" a ação da cocaína, impedindo que a droga chegue ao cérebro, graças a uma molécula que se associa àquela que a cocaína libera. O trabalho está dando certo, e a expectativa é de que, com a mesma lógica, já no ano que vem seja testada uma vacina antinicotina. Quanto à vacina anticocaína, a principal dificuldade agora não é mais o desenvolvimento do produto, mas os dilemas éticos que ele impõe. A tentação de administrar o medicamento a todo mundo é grande, mas os cientistas ainda temem desrespeitar, com isso, os direitos e liberdades individuais.
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DCARRO
São Paulo, segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
PICAPES CABINE DUPLA
BOAS OPÇÕES NO MERCADO DE USADOS A Agência AutoInforme fez um levantamento no varejo e indica uma série de modelos fabricados entre 1997 e 2004 que têm preço entre R$ 35 mil e R$ 43 mil s amantes das picapes cabine dupla têm de gastar quase R$ 90 mil, em média, se quiserem sair andando por aí com um modelo 4x4 zeroquilômetro a diesel. No entanto, quem não tem todo esse dinheiro à disposição e sonha ter este tipo de veículo, seja com motor diesel ou gasolina, pode recorrer ao mercado de usados e comprar, por menos da metade deste valor, picapes interessantes e ainda em bom estado de uso. A Agência AutoInforme fez um levantamento e foi buscar opções com cabine dupla que custam numa faixa entre R$ 35 e R$ 42 mil. A pesquisa levou a uma lista de 43 modelos, todos fabricados entre 1997 e 2004. A opção de uma picape usada com menor tempo de uso que se pode comprar por preço inferior ao valor máximo pes-
O
quisado é uma Ford Ranger XLS 2004 com motor 2.3, neste caso a gasolina. Segundo cotação da Molicar, ela custa atualmente no varejo brasileiro perto de R$ 41,8 mil. Com motorização diesel, é possível encontrar a Ranger XLT 2.5, ano 2001, que sai pelo mesmo preço. Também há no mercado opções como a Mitsubishi L-200 GLS 2000 com tração 4x4 e motor 2.5 turbodiesel, por R$ 39 mil, e a Toyota Hilux DLX 2.8 2001, também a diesel, por R$ 41,8 mil. Valores mais baixos, em torno de R$ 35 mil, envolvem modelos como a S-10 Executive 4.3 a gasolina, ano 2000, e a Hilux DX com motor 2.7 16 válvulas, também a gasolina. Confira na tabela ao lado algumas das opções de picapes cabine dupla que custam entre R$ 35 mil e R$ 42 mil.
MARCAS INDEPENDENTES
AUTOPEÇAS
IMPORTAÇÕES CRESCEM 9,4% EXPORTAÇÕES TAMBÉM EM ALTA A O s marcas associadas à Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (BMW, Ferrari, Kia, Maserati, Porsche e Ssangyong) importaram 5.394 veículos no acumulado até novembro, com crescimento de 9,4% sobre as 4.929 unidades de idêntico período de 2005. É um índice pequeno se comparado ao de expansão das importações globais de veículos, que incluem negócios feitos pelas montadoras instaladas no País. No total, as compras de automóveis no exterior somaram 126.020 unidades, volume 73,2% superior ao dos primeiros 11 meses do ano passado (72.761). Além do dólar baixo, também os acordos internacionais e o aumento da oferta de produtos têm favorecido as importações, principalmente por parte das marcas com operações locais, que trazem carros do México e da Argentina com alíquota zero de importação. A Ford, por exemplo, já importou 3.643 unidades do Fuzion mexicano, das quais 1.154 unidades somente no mês passado. O produto foi lançado em junho com
preço a partir de R$ 79,9 mil. A expectativa da empresa era vender 500 unidades/mês, mas já se reprogramou para uma oferta de 1,2 mil. No caso das marcas independentes, sem montadora no País, o Imposto de Importação é de 35%, o que vem inibindo a venda de maiores volumes internamente. Por causa disso, a Abeiva pretende intensificar no próximo ano as gestões junto ao governo para haver um cota de 25 mil veículos para as suas associadas com alíquota zero. "A alíquota de importação de 35% acaba encarecendo o nosso produto, razão de nossa participação no mercado global, atualmente, ser insignificante", diz o diretor-executivo da Abeiva, Luiz Carlos Mello. Do total de vendas do setor automotivo no País (1,48 milhão de veículos este ano), as associadas da Abeiva detêm uma fatia de apenas 0,32%. E se for considerado o total de carros importados em 2006, representam somente 4,28% O setor chegou a vender internamente 17.624 veículos importados em 2000, quando a alíquota estava em 20%.
real valorizado e a concorrência principalmente dos países asiáticos não deixaram em pânico a indústria brasileira de autopeças. As exportações continuaram em alta ao longo deste ano. O acumulado de janeiro a outubro indica que o desempenho de 2006 foi 18,36% maior do que o registrado no mesmo período de 2005. Apesar de ainda não ter números fechados do mês de novembro, o Sindipeças (Sindicato Nacional dos Fabricantes de Componentes Automotivos) espera números parecidos para o mês, sem grandes sobressaltos. A explicação da direção da entidade para esta projeção é simples: os contratos do setor são todos de longo prazo e as quedas ou aumentos são sempre pequenos, de mês a mês. Só há risco de variações significativas em períodos mais longos. Maiores parceiros - Os Estados Unidos são os principais compradores das autopeças produzidas no Brasil, com uma participação de 29,76% de tudo o
que é exportado pelas empresas que atuam no País. Em segundo lugar está a Argentina, como uma fatia de 18,69% neste bolo. Quanto ao vizinho do Mercosul, houve um aumento de 50,82% nas exportações em relação ao ano passado. No total, o Brasil exportou nos dez primeiros meses deste ano uma cifra de US$ 7.305.394.846, em negócios que envolveram relações com 163 países. Em contrapartida, importou de 119 países um total de US$ 5.729.377.089, o que garantiu ao setor superávit de US$ 1.576.017.757. A Alemanha está em primeiro lugar como país fornecedor de autopeças ao mercado brasileiro, com 17,14% de participação. Apesar de ser a que mais vende para o Brasil, neste ano houve uma queda de 15,36% nas suas importações. O Japão teve um aumento de 7,74% nas vendas para o Brasil, ficando com 14,91% da fatia do mercado. Em terceiro lugar estão os Estados Unidos, com 14,79% e um aumento de 4,40% em relação a 2005.
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AUTOINFORME
PODE FALTAR
Pablo de Sousa
CARRO NO NATAL
Ford traz EcoSport do México para atender à demanda, e o estoque de Focus pode acabar. Mesmo assim, os dois modelos não têm ágio.
C
om o mercado de carros e comerciais leves aquecido e a expectativa de crescimento das vendas em dezembro, alguns modelos podem deixar clientes na fila para comprar, principalmente os da marca Ford. Para não faltar EcoSport, um dos carros mais procurados da montadora, a empresa está trazendo algumas unidades do México, segundo Antonio Baltar, gerente de Produto da Ford. Como a fábrica de Camaçari, na Bahia, já opera em seu limite de produção, seria impossível aumentar o ritmo de oferta local. Nas concessionárias, o carro está um pouco mais barato do que na tabela. O preço oficial dele é a partir de R$ 55,4 mil, na versão 1.6 XLT. Nas lojas, o valor parte de R$ 54,9 mil. Isso porque a Ford estava, até o final de novembro, oferecendo bô-
nus de R$ 1 mil para os lojistas que vendessem esse carro. O benefício foi repassado para os clientes. Outro que pode faltar no final do ano é o Focus, principalmente o 1.6 hatch. Segundo Baltar, o modelo deve ter aumento de demanda em dezembro. Nos últimos meses, ele tem apresentado vendas de mil unidades, na média. De acordo com fontes do mercado, as versões GLX, as mais equipadas, estão mesmo difíceis de ser encontradas. No entanto, isso também não refletiu em aumento de preço para o cliente final, por enquanto. Pelo contrário, o valor está até mais baixo do que na tabela. Em simulação de compra na concessionária CAOA Ibirapuera, feita pela Agência AutoInforme, o preço dos carros citados parte de R$ 42,9
INFLAÇÃO DO CARRO
CUSTOS CAEM 0,38% NO MÊS O
aumento da porcentagem de álcool na mistura com a gasolina deixou os combustíveis mais baratos e aliviou o bolso do motorista brasileiro em novembro. Pesquisa da Agência AutoInforme apurou queda de 0,38% no IMC (Índice de Manutenção do Carro), a chamada "Inflação do Carro", durante o mês passado. A gasolina ficou 0,67% mais barata e o álcool também sofreu queda de preço nas bombas, passando a custar 3,41% menos que no mês de outubro. Juntos, os combustíveis representam quase a metade dos gastos para andar e manter o carro no dia-a-dia e o seu comportamento de preço influencia diretamente no índice final da "Inflação do Carro". No acumulado de janeiro a novembro deste ano, o custo de manutenção do automóvel apresenta alta de 3,31%. A gasolina subiu 3,45% no ano e o álcool, que chegou a preocupar os consumidores do produto em meados do primeiro semestre, acabou sofrendo uma queda de preço de 1,88%. Sem surpresas - Os demais itens que compõem a cesta de produtos e serviços da "Inflação do Carro" oscilaram dentro
da normalidade em novembro e pouco influenciaram na média final. As altas mais significativas foram de itens como o filtro de óleo e o filtro de combustível, que ficaram 5,89% e 3,52% mais caros, respectivamente. Na área de serviços, a pesquisa mostrou que estacionar o carro ficou mais barato em novembro, com queda de 2,79%. Foi o item que mais caiu no decorrer do mês. Esta foi a terceira queda da "Inflação do Carro" em 2006. As outras foram em abril, maio e setembro. Nos demais meses a oscilação foi para cima. Joel Leite, da Agência AutoInforme
Produção local do EcoSport está aquém da demanda
mil e chega a R$ 47,5 mil. O valor oficial deles é de R$ 46,6 mil a R$ 50,6 mil. Outras dificuldades - O Palio Fire, que teve aumento de vendas desde quando foi reestilizado, em julho, também tem algumas versões difíceis de ser encontradas. Segundo a consulta às lojas, as que mais faltam são as com opcionais como arcondicionado e direção hidráulica. Já quem quer comprar as básicas não deve ter problemas, pois o carro tem até desconto. Na revenda Itavema de Moema,
por exemplo, o modelo sai por R$ 23,8 mil, com duas portas, enquanto o preço oficial é de R$ 24,5 mil. Esgotado em todas as concessionárias da marca Honda, o modelo Civic está na mesma situação da época de seu lançamento, em maio: o cliente precisa ficar de dois a três meses na fila para comprálo e paga até R$ 3 mil mais caro do que o valor constante na tabela. Marco Aurélio Zanni, da Agência AutoInforme
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CONCURSO Divulgação
ESTUDANTES ESBANJAM TALENTO Volks premia com um ano de estágio os vencedores de um concurso de design, que teve por tema, este ano, "o próximo sedan brasileiro com DNA da marca"
N
ada melhor do que buscar a ousadia dos jovens para inovar. Esse é o intuito do concurso Talento de Design Volkswagen, que já está em sua 8ª edição e acaba de premiar os quatro grandes vencedores deste ano. Os estudantes ganharam um estágio na área de Design & Package da montadora por um ano. Na categoria Shape (desenho externo) concorriam dez projetos. O vencedor foi o aluno da Facamp Felipe Montoya, com o projeto VW Sedan. O segundo colocado foi Rodrigo Maggi, da UFPR, com o VW Leggati, e Pedro Seelig, também da Facamp, com o VW R2. Na categoria Color & Trim (interior do veículo), a principal novidade do concurso deste ano, a vencedora foi Williane Oliveira, da UEMG, com o VW Eurus.
Inscrições recordes - O tema da edição 2006 do Talento de Design foi o "Próximo Sedan Brasileiro com DNA Volkswagen". No total, a montadora contabilizou 250 inscrições de estudantes de desenho industrial e moda pelo site www.volkswagen.com.br, o maior número desde a criação do concurso. Todos os candidatos já tiveram que apresentar seu projeto no ato da inscrição, que deveriam ter também fundamentos, como consumidor-alvo, evolução e características mecânicas. Dos 250 projetos inscritos até o mês de junho, 12 foram selecionados para a final do concurso. Em outubro, os estudantes foram até a fábrica para apresentar os
Acima, o VW Eurus que ganhou na categoria Color & Trim (interior). Ao lado, o Leggati, 2º colocado na categoria "Shape".
Em pé, Pedro, Williane e Felipe. Agachado: Rodrigo Maggi
trabalhos e defender suas idéias para os avaliadores, representantes de várias áreas da empresa. Eles também aproveitaram para conhecer o Centro de Design, conversar com os profissionais e acompanhar um pouco do trabalho realizado. "O Talento de Design está se tornando a cada ano mais difundido. Batemos recorde de inscrições e somos comentados em várias universidades como top para os estudantes. Essa troca tem sido boa para os dois lados", diz o gerente de Design da
VW R2, de Pedro Seelig, ficou em 3º lugar
Volkswagen do Brasil, Gerson Barone. A montadora é uma das maiores empresas de capital privado do Brasil, com faturamento líquido de R$ 16,1 bilhões em 2005. É líder em produção, com mais de 720 mil unidades fabricadas no ano passado (montadas e desmontadas), e também em exportação, com um total de 264.509 veículos embarcados para outros países no ano passado. Sucesso na Europa - Um dos modelos de exportação da marca que vem fazendo grande sucesso na Europa é o compacto Fox, que recebeu recentemente um dos prêmios mais importantes daquele con-
tinente, o Autotrophy 2006, concedido pela revista alemã Auto Zeitung, uma das publicações especializadas mais importantes da Alemanha. O modelo brasileiro foi considerado o "Melhor carro mais barato", com resultado de uma votação recorde que envolveu 93 mil leitores. No Brasil, o Fox ocupou no mês passado a quinta colocação no ranking dos veículos mais vendidos internamente, com um total de 8.678 unidades. O líder no mês foi o Gol, também da Volkswagen (17.120). Na sequência, o Fiat Palio (17.045), o Chevrolet Celta (13.015) e o Fiat Uno (8.898).
O projeto vencedor (VW Sedan), do aluno Felipe Montoya
São Paulo, segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
D C A R R O 11
VIVA A MULHER!
DEVEMOS A ELA A INVENÇÃO DO LIMPADOR Sem a criatividade feminina, não teríamos o limpador de pára-brisas, imprescindível para a nossa segurança. Lembre-se disso nos dias de chuva.
V
ocê sabia que devemos a existência do limpador de pára-brisas a uma mulher? Pois é, os machões que nos perdoem, mas cabe às mulheres o mérito da existência do equipamento que nos ajuda a andar com nossos carros nas chuvas, enxergando o que acontece à nossa frente. A invenção só não nos salva das inundações. Mas aí teria que ser uma balsa portátil. Pois saiba que isso foi há mais de 100 anos. O equipamento foi concebido em 1903 pela norte-americana Mary Anderson, que só patenteou sua invenção dois anos depois, em 1905. Mas não fique imaginando piadas do tipo: foi para ser vista dentro do carro, foi sem querer, ela confundiu com a rebimboca da para-
fuseta, ela pensou que era para limpar a maquilagem... Mas não é nada disso. A idéia surgiu quando, num passeio de bonde em Nova York (EUA), Mary observou que o condutor do veículo interrompia por várias vezes a viagem para remover a neve que se acumulava no pára-brisas. Eureca! Logo lhe veio à cabeça o limpador: uma lâmina de borracha presa a um braço metálico, movimentado por uma haste. Foi um sucesso! O bonde não precisava mais parar e até hoje o equipamento é muito importante para carros, caminhões, ônibus e até mesmo aviões e trens. Todo mundo utiliza a invenção da norte-americana Mary. Os primeiros modelos eram, basica-
mente, uma "régua de limpeza", funcionando manualmente. Depois é que veio o limpador de pára-brisas operado pneumaticamente, que limpava mais lentamente à medida que o veículo aumentava a velocidade, em razão do vento. Hoje, os sistemas mais recentes utilizam sensores de chuva automático e unidades de acionamento eletronicamente controladas, que oferecem a maior área limpa possível, mesmo com forte vento de frente. E quanto mais o carro corre, mais ele fica rápido. Até Henry Ford - Logo logo, o lendário Henry Ford, criador da linha de montagem na indústria automobilística, começou a usar a invenção, colocando-a no
modelo T. E, oito anos mais tarde, todos os veículos fabricados nos EUA já saíam de fábrica com o limpador de pára-brisa. Por sua invenção, Mary Anderson é considerada a incentivadora para a participação feminina na indústria automobilística. E com toda razão, não é mesmo? Tem mais - De acordo com a Dana, o maior produtor de limpadores de párabrisas do mercado, a publicação norteamericana Women's Bureau Bulletin contava em suas páginas, em 1923, já existir o registro de 345 invenções femininas na área automotiva, entre as quais um carburador, um mecanismo de embreagem e um motor elétrico de partida.
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DCARRO
São Paulo, segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
LENTE DE
AUMENTO
INFLAÇÃO DE 1,15% EM
JOÃO DE SCANTIMBURGO ECONOMIA E
DEZEMBRO
G Alimentos
pesaram no índice de outubro e novembro. No ano, a inflação deve ser ficar em 2,5%. Em outubro, a alta de preços do grupo alimentação estava relacionada principalmente à pressão das carnes e dos cereais, que foi amenizada em novembro. A variação do subgrupo alimentos semi-elaborados passou de 4,04% em outubro para 1,27%. Em novembro, destaca-se como pressão a reversão dos preços dos alimentos in natura (1,71% ante -0,36%) e dos produtos industrializados (0,79% ante -0,18%).
C
om a alta de preços dos alimentos, os preços livres passaram a mostrar variações mais elevadas (0,53% em novembro e 0,36% de outubro ante uma taxa mensal média de 0,03% de janeiro a setembro). Entretanto, retirando esta influência e a do reajuste dos preços dos cigarros, nota-se ainda variação reduzida dos demais preços livres (0,12% ante -0,01% em novembro). Além disso, contribuindo para a elevação da inflação, destaca-se a influência de importantes reajustes anuais, como tarifas e cigarro. Neste sentido, a saída da pressão de outubro do reajuste da taxa de água e esgoto (0,41% ante 4,87%) foi anulada pela incorporação do reajuste de preços dos cigarros (6,19% ante 0,00%).
Céllus
A
elevação da inflação no último trimestre (0,42% do Índice de Preços ao Consumidor, calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, IPC-Fipe, de novembro e 0,39% de outubro ante uma taxa mensal média de 0,08% de janeiro a setembro) é, sobretudo, resultado da alta de preços dos alimentos (1,08% em novembro e 1,22% em outubro). O resultado de novembro mostrou-se um pouco abaixo da nossa projeção (0,47%) e dentro das expectativas de mercado (0,38% a 0,47%).
Caminho para a anomia ROBERTO FENDT
P
ara quem ainda tinha alguma dúvida, ela agora se dissipou: caminhamos para um estado de anomia – ausência de normas – dramatizado pela total inação das autoridades diante do descontrole do tráfego aéreo. O conceito foi aplicado pela primeira vez por Émile Durkheim (1858-1917), o fundador da sociologia moderna. Exceto em casos patológicos, a convivência em sociedade pressupõe regras de comportamento de caráter moral, anteriores à existência de indivíduos concretos, e que em última instância permitem a cooperação, a troca e a divisão do trabalho na sociedade. Uma sociedade moderna é inviável sem a prevalência dessas regras, aceitas por todos. Coube ao grande sociólogo alemão Ralf Dahrendorf, aplicar o conceito aos nossos dias. Conta Dahrendorf, em seu livro A Lei e a Ordem, o que ocorria em Berlim, no final de abril de 1945, alguns dias antes de completar 16 anos: As lojas ao redor da estação vizinha ao metrô haviam sido abandonadas!. (...) A única exceção era a livraria, onde alguns conhecedores faziam suas escolhas. Ainda tenho comigo os cinco pequenos volumes de poesia romântica que adquiri naquela ocasião. Adquiri? Todos carregavam para casa sacolas e malas repletas de coisas roubadas. Roubadas? 'Levadas' talvez seja mais correto, pois mesmo a palavra 'furto' parecia haver perdido seu significado". E completa: Em outras partes, disparavam-se tiros de forma mais arbitrária. (...) Será que o Fuehrer ainda estava vivo? Tornou-se subitamente claro que não restava mais nenhuma autoridade, absolutamente nenhuma. É claro que não vivemos em estado de total anomia. Não haveria mais tráfego aéreo nessa circunstância. Mas é preocupante que as autoridades assistam passivamente à deterioração da confiança da população no sistema de controle do tráfego aéreo. Não é apenas funcionamento normal de um meio de transporte que está em jogo. Se o governo não é capaz de controlar o tráfego aéreo, que dizer de seu desempenho no tocante à execução das demais funções de Estado que lhe são cometidas? É responsabilidade do governo em nome do
P
ara dezembro, a grande pressão é a influência da elevação das passagens do sistema de transporte público em São Paulo. Devido ao grande peso dos itens, o indicador deve acelerar consideravelmente, registrando inflação próxima de 1,15%, segundo nossas projeções. Apesar dessa aceleração no último trimestre, o IPCFipe deve acumular taxa de variação de 2,50% no ano, o que representa uma baixa inflação. COMENTÁRIO DE GIAN BARBOSA, DA TENDÊNCIAS CONSULTORIA
Estado garantir a lei e a ordem, assegurando a todos o direito de ir e vir, de fruir da propriedade legitimamente adquirida, de praticar todos os atos não lesivos a terceiros. Esse governo anômico que aí está persistirá também em ignorar os atentados à vida, à propriedade e à liberdade dos cidadãos que já estamos cansados de testemunhar? É também responsabilidade do governo que aí está garantir a soberania nacional contra todo tipo de possíveis agressões vindas de fora – de narcotraficantes e de caudilhos vizinhos. Quem nos garante que os meios adequados estejam à disposição das Forças Armadas em uma eventualidade dessa natureza? Aplicado ao indivíduo, a anomia caracteriza um estado de dissonância cognitiva que o leva à total desorganização, a um estado caótico, à incapacidade de perceber a realidade à sua volta e de agir sobre ela. Aplicado à sociedade, a anomia leva à desorganização e ao enfraquecimento dos laços da cooperação entre os indivíduos, razão principal da vida em sociedade.
A
anomia na Alemanha de 1945 veio da derrota na guerra. Logo a lei e a ordem seriam restabelecidas, como conta Dahrendorf na continuação do texto citado anteriormente. Aqui, curiosamente, a anomia tornou-se estado de espírito e sobrevive à vitória nas urnas. O senhor presidente dedica-se à formação de uma ampla base parlamentar para dar sustentação no Congresso a seu segundo mandato. A primeira batalha dessa nova base parlamentar acaba de ser travada em torno da indicação de ministro do Tribunal de Contas da União, órgão de controle do Congresso Nacional. E a primeira batalha termina em derrota do governo e vitória do senador Antonio Carlos Magalhães. As próximas batalhas se darão em torno das eleições para as presidências da Câmara e do Senado. A persistir a anomia, o senhor presidente iniciará seu novo mandato sob o signo da derrota. É de se esperar que o senhor presidente ponha logo um fim a esse caminho para a anomia, que já trilhamos demais nos últimos anos.
A anomia tornou-se estado de espírito e sobrevive à vitória nas urnas
Marcos Fernandes/LUZ
Catástrofe tributária A umento no preço dos ônibus puxou a taxa.
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ANTONIO MARANGON
O
anúncio do pífio crescimento de 0,5% do PIB no terceiro trimestre do ano, puxando para baixo nossas tímidas projeções de crescimento, reforça, lamentavelmente, nossa argumentação de que os impostos estão massacrando a economia do País, inibindo a geração de emprego e renda, a abertura de novos negócios, estimulando a informalidade, e hoje representam um câncer para a sociedade produtiva brasileira, promovendo sérios danos sociais que já se fazem sentir, mas com conseqüências que poderão ser aprofundadas de maneira incontrolável . Cientes da catástrofe tributária que vem minando a cada dia as forças do setor produtivo brasileiro, o Sescon-SP, por meio do Fórum Permanente em Defesa do Empreendedor, que hoje agrega mais de 50 importantes entidades representativas de segmentos que geram emprego e renda no País, vem lutando por importantes causas e conseguindo substanciais vitórias, como as modificações no texto da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, agregando itens que trarão alívio tributário para essas empresas. Apesar da vitória das entidades em modificar o texto legal, infelizmente o governo, sempre ávido por arrecadação, já se apressou em protelar o beneficio da nova lei transferindo sua vigência para 1º de julho de 2007. Mais meio ano de alta tributação para os que produzem. Em âmbito municipal, tivemos oportunidade de debater o Projeto de Lei 552/2006, o famigerado X-Tudo, que prevê aumento de vários impostos no município. O diálogo mantido diretamente com o prefeito possibilitou até agora
avanços importantes, como a retirada da proposta de aumento do IPTU e a proposta de parcelamento do aumento pretendido para o ISS, que ainda está sendo discutido, bem como outros aprimoramentos necessários ao projeto.
E
ssas são vitórias importantes, que trarão algum alento para a classe média, nitidamente onde se abrigam os profissionais liberais, mas muito ainda há de ser feito para que as empresas, independentemente do seu porte, e os cidadãos, possam dar prosseguimento ao seu futuro. Importante registrar que desde a derrubada da MP 232, em 2005, quando a sociedade produtiva se mobilizou e foi à luta contra o aumento abusivo de impostos, conseguimos a prodigiosa façanha de impedir que os parlamentares votassem ou aprovassem qualquer lei que implique em aumento da carga tributária. Sem dúvida um bom sinal. Creio que encontramos o caminho. Nos próximos anos, o Sescon-SP e o Fórum, junto às entidades agregadas, continuarão empenhados na defesa dos interesses dos empresários, dos profissionais contábeis e dos contribuintes brasileiros, pois já descobrimos que sem a pressão da sociedade não haverá diminuição de impostos. Somente a união, mobilização e vigilância dos diversos setores que compõem a malha social farão com que o Brasil promova a justiça tributária, tão necessária para o desenvolvimento da Nação. ANTONIO MARANGON É PRESIDENTE DO SESCON-SP
S em pressão da sociedade não haverá diminuição de impostos
COMUNICAÇÃO
A
s faculdades de Comunicação se proliferaram em numerosas instituições, todas procuradas por alunos jovens, que estão dando contribuição aos programas aprovados pelo Conselho Federal de Educação. Porém, não fossem, os cursos de Comunicação amparados pelos investimentos em comunicação, não teria sido possível o desenvolvimento que o País registrou no período de Juscelino e mais tarde com os tecnocratas mobilizados pelos governos dos generais.
O
Brasil sofria até então a carência dos meios de comunicação, sobretudo telefones e de veículos montados para atender a uma clientela cada vez mais forte e mais vultosa, demandando veículos para servir aos seus negócios. As faculdades de comunicação proporcionaram às novas empresas alunos preparados para o trabalho de forma profissional. Houve, portanto, uma associação entre a educação especializada e a livre empresa, inclusive nas empresas estatais. E foi possível o arranco do desenvolvimento, criando milhares de empresas e fortalecendo outras já existentes, que colocou o Brasil entre as nações mais bem servidas de comunicações e do exercício de tarefas pedagógicas, criadas especialmente pelo governo e pelo setor privado para atender a uma demanda crescente no mercado. Não fosse, portanto, a associação da empresa e da escola não teria sido possível o formidável arranco no desenvolvimento que marcou o governo Juscelino e o governo dos militares.
F
oi, portanto, a simbiose entre a comunicação, a economia e a livre empresa, com algumas exceções, que deram a posição que o Brasil ocupa entre as nações em franco desenvolvimento para uma corrida que, se espera, com bons resultados. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G A associação
entre empresas e escolas permitiu o desenvolvimento nos governos de Juscelino e dos militares
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
Política LULA TENTA
3 Se o Lula quer fazer um casamento feliz, não tem jeito: o PT precisa mudar de comportamento. Renato Casagrande (PSB-ES)
Marcello Casal Jr./ABr
CONSENSO ENTRE BASE DIVIDIDA Reunião do Conselho Político servirá para o presidente tentar unir os aliados em torno de uma candidatura única para a presidência da Câmara.
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai instalar na próxima quartafeira o Conselho Político do governo em meio a uma disputa aberta de seus aliados, sobretudo do PMDB e do PT, por cargos no ministério e pelo comando da Câmara. Aos presidentes dos oito partidos convidados para a reunião no Planalto, Lula fará um apelo em favor do consenso, necessário para viabilizar o governo de coalizão. A maior preocupação de Lula neste momento está na disputa pela presidência da Câmara. O presidente gostaria que os aliados fechassem o apoio em torno de um candidato único – melhor ainda se fosse o nome de Aldo Rebelo (PCdoB-SP), por quem Lula já oficializou sua preferência –, mas agora precisa administrar a divisão da base governista. O PT já lançou o seu candidato oficial, Arlindo Chinaglia, e o PMDB ameaça fazer o mesmo essa semana. Por fora, o próprio Aldo Rebelo quer entrar na disputa. Os problemas do governo de coalizão começaram a ficar evidentes após a derrota do candidato petista Paulo Delgado na eleição para ministro do TCU, na semana passada. Delgado não obteve votos suficientes para vencer a disputa, apesar de os aliados, numericamente superiores, terem jurado fidelidade. O resultado dos votos secretos, no entanto, mostraram a traição, que foi interpretada pelo governo como um "recado". Lula teme que este tipo de artimanha se repita na Câmara, uma vez que integrantes dos partidos aliados – PMDB, PSB, PCdoB – reclamam da resistência do PT em dividir es-
paços e poder. "Se o Lula quer fazer um casamento feliz, não tem jeito: o PT precisa mudar de comportamento para vivermos sob o mesmo teto. Afinal, não tem casamento forçado", disse na sexta-feira o deputado Renato Casagrande (PSB-ES). "O problema é que o PT, até em eleição de síndico, lança candidato sem combinar com os inquilinos", ironizou, referindo-se a Chinaglia. Parlamento Sul-Americano – Lula retornou ao Brasil na noite de sábado, vindo de Cochabamba, na Bolívia, onde participou da 2ª Cúpula SulAmericana de Nações. Ontem, o presidente passou o dia em sua residência, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, sem agenda oficial, e voltou para Brasília à noite. Em Cochabamba, Lula sugeriu aos colegas sul-americanos a instituição de um Parlamento de países da América do Sul, ou da América Latina, com sede na cidade boliviana. "Que fantástico será o dia em que teremos um parlamento da América do Sul ou um parlamento da América Latina em uma cidade como Cochabamba", disse Lula na sexta-feira. A justificativa foi a de que a Bolívia fica no centro da América do Sul e, além disso, a população local tratou com carinho os presidentes em sua chegada na cidade. O presidente da Bolívia, Evo Morales, agradeceu a sugestão. 'Mãe Terra' – No sábado, Lula e Morales, junto com o presidente da Venezuela, Hugo Chavez; do Chile, Michelle Bachelet; e do Uruguai, Tabaré Vasquez; atiraram ao chão potes de cerâmica com água, em um ritual de oferenda a Pachamama (Mãe Terra), que significa "boa sorte". (AE)
PREFEITO 'INFIEL' EXPULSO Ele foi acusado de apoiar adversários nas eleições.
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diretório estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) do Paraná expulsou do partido o prefeito de Mallet, cidade localizada a cerca de 200 quilômetros de Curitiba, Rogério da Silva Almeida. O prefeito é acusado de infidelidade partidária, pois nas eleições de outubro apoiou candidatos que não faziam parte da aliança petista. A representação contra o prefeito foi apresentada por uma vereadora de Mallet, Taís Maria Mendes. O afastamento foi aprovado por ampla maioria dos integrantes do diretório: 30 votos favoráveis ao desligamento, um contra e duas abstenções. Almeida ainda pode recorrer à direção nacional do PT para impedir sua saída do partido. Governadores - Hoje o PT vai reunir os deputados e os governadores eleitos dos cinco estados onde o partido foi vitorioso nas últimas eleições. O encontro acontecerá a partir das 9h, na sede do partido em Brasília, e será aberto pelo presidente interino da sigla, Mar-
Joka Madruga/AE
Almeida: apoio fora da aliança.
co Aurélio Garcia. Participam do encontro representantes do Acre, Bahia, Pará, Piauí e Sergipe. Estarão presentes a governadora eleita Ana Júlia (Pará), o governador r e e l e i t o We l l i n g t o n D i a s (Piauí) e os atuais governadores Tião Viana (Acre) e Zeca do PT (Mato Grosso do Sul). O objetivo da reunião é repassar aos novos governadores as experiências adquiridas pelo PT nos estados onde o partido já é governo. Representantes do governo federal também estarão presentes nos debates do dia. (AE)
Lula, Hugo Chávez e Evo Morales quebram jarros de água em ritual de oferenda à 'Mãe Terra', na Bolívia, durante a 2ª Cúpula Sul Americana de Nações.
TSE VOLTA A REJEITAR CONTAS DO PT
N
ovo parecer técnico do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manteve a recomendação de rejeição das contas da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em função de doações feitas por empresas sócias de concessionárias públicas. Amanhã os ministros do TSE vão votar o parecer do relator, José Gerardo Grossi. Os próprios petistas reconhecem que a tendência de Grossi é recomendar a aprovação com ressalva das contas, e de os ministros seguirem o relator. A aprovação, mesmo com ressalvas, garante a diplomação do presidente Lula, que está marcada para a próxima quinta-feira, dia 14. No total, cerca de R$ 10 milhões foram doados à campanha pela reeleição por oito empresas ligadas a concessionárias públicas. O laudo foi en-
PARTIDO QUER PARCELAR DÍVIDAS
S
em saber onde buscar mais de R$ 6 milhões que ainda faltam para saldar os R$ 10,3 milhões de dívidas deixados pela campanha da reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, disse ontem que vai procurar as quatro credoras para "estabelecer um calendário de pagamento". Na interpretação de Ferreira, a obrigatoriedade de saldar todas as dívidas até o dia 30 de dezembro vale para a campanha, mas não para o partido, que assumiu as pendências. Segundo Ferreira, o diretório nacional do PT já recebeu R$ 1,5 milhão "de pessoas jurídicas" para pagar a dívida com as gráficas e empresas de publicidade. Outros R$ 2,5 milhões, diz o tesoureiro, estão prometidos, mas não foram pagos. "O resto está a descoberto", afirmou. Na última sexta-feira, Ferreira reuniu-se com a equipe do tesoureiro da campanha, José de Filippi, e recebeu as informações detalhadas sobre as dívidas de cada fornecedor. Os principais credores do PT são o bancos Rural, BMG e Banco do Brasil e empresas de leasing de computadores adquiridos pelo diretório nacional. (AE)
tregue ao relator às 23h30 de tas pelas empresas MBR (R$ sexta-feira, depois de os técni- 2,2 milhões), Companhia Sidecos analisarem as correções rúrgica Nacional (R$ 1,9 mifeitas pelo PT na prestação de lhão), Caemi (R$ 1,8 milhão), Construtora contas original. OAS (R$ 1,7 O parecer técm i l h ã o ) , C anico reitera o rioca Christiatrecho da Lei ni Nielsen EnEleitoral, no arO parecer é contábil e genharia (R$ 1 tigo 24, seguna votação dos milhão), Tracdo o qual é veministros é jurídica. tebel Energia d a d o a p a r t iEspero que as contas (R$ 300 mil) e dos e candidaDeicmar (R$ 10 tos receber sejam aprovadas sem mil) e pelo o "direta ou indiressalvas. Instituto Brasiretamente doaMárcio Silva, leiro de Sideção em dinheiadvogado do PT rurgia (R$ 2,2 ro ou estimável milhões). See m d i n h e i ro , gundo os técinclusive por meio de publicidade, de qual- nicos do Tribunal, todas são liquer espécie procedente de gadas a concessionárias de serconcessionária ou permissio- viços públicos, principalmente ferrovias e rodovias. nária do serviço público". "Não imaginei que a área As doações à campanha de Lula consideradas ilegais pe- técnica fosse mudar de opinião los técnicos do TSE foram fei- em relação às fontes que eles
consideram vedadas e nós consideramos legais. Certamente a rejeição desta parte seria mantida. Mas o parecer técnico é contábil e a votação dos ministros é jurídica. Espero que as contas sejam aprovadas sem ressalvas pelo TSE. Mas se houver ressalva, é um aspecto absolutamente normal e com precedentes", disse o advogado do PT, Márcio Silva. Silva lembrou que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Minas Gerais aprovou na semana passada doações feitas pela mineradora Caemi, do Grupo Vale do Rio Doce, a três candidatos a deputado. As contas foram aprovadas por 4 votos a 2. Os juízes favoráveis à aprovação entenderam que a Caemi tem personalidade jurídica própria e, portanto, não pode ser apontada como concessionária do poder público. (AE)
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Planalto Congresso Corr upção Senado
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
O relatório final não poderá trazer coisas que não descobrimos. Fernando Gabeira
CPMI FECHA RELATÓRIO INCONCLUSIVO
SANGUESSUGAS OBarbas de molho
Eymar Mascaro
André Dusek / AE
RELATÓRIO FINAL NÃO VAI CITAR NINGUÉM
P
Gabeira gostaria que os trabalhos da CPMI coincidissem com o fim das investigações da Polícia Federal.
DEPOIMENTOS EM TROCA DA PRORROGAÇÃO
A
oito dias do fim do prazo estabelecido para a conclusão dos trabalhos da CPMI dos Sanguessugas, dia 19, o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) tenta negociar os depoimentos do presidente licenciado do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), e de Freud Godoy, ex-segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As convocações de Berzoini e Freud foram aprovadas pela comissão em 17 de outubro, mas até hoje eles não foram chamados para depor. Gabeira está disposto a abrir mão da prorrogação da CPMI por mais 30 dias em troca dos depoimentos dos petistas. "Vou tentar trocar a prorrogação da CPMI por mais esses dois depoimentos", diz o deputado. Segundo ele, o requerimento que prevê a prorrogação dos trabalhos da comissão até 18 de janeiro já conta com a assinatura de "mais de cem deputados" - é necessário o apoio de, pelo menos, 171 deles. No Senado, já foi recolhida a assinatura de 27 senadores (o equivalente a um terço da Casa) para estender o prazo de funcionamento da comissão até meados janeiro, durante o recesso parlamentar. "Queremos que a CPMI funcione um pouco mais para coincidir com o fim do inquérito da Polícia Federal, que deve
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ocorrer até o fim de dezembro", explica Gabeira. Mas o presidente da CPMI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), é contra a prorrogação dos trabalhos da comissão. Ele alega que dificilmente a CPMI conseguirá se reunir durante o mês de janeiro, o que acabaria inviabilizando a aprovação de um relatório final "Seria o pior dos mundos a CPMI acabar sem relatório", avalia o petista. Monalisa Lins / AE
O ex-segurança Freud Godoy
Berzoini – No final de novembro, o delegado Polícia Federal de Mato Grosso Diógenes Curado pediu à Justiça a prorrogação das investigações sobre a compra do dossiê contra políticos tucanos. No relatório, o delegado informou que há indícios de que Berzoini sabia do esquema. Curado observou, no entan-
to, que as provas não são suficientes para incriminar o petista e, por isso, as investigações contra ele não serão encaminhadas agora ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ao pedir mais prazo para as investigações, o delegado afirmou que ainda não descobriu a origem do dinheiro que seria usado para a compra do dossiê contra os tucanos. Freud Godoy foi apontado por Gedimar Passos, ex-integrante do núcleo de inteligência da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como a pessoa no PT que deu a ordem para pagar pelo dossiê. Depois, Gedimar mudou seu depoimento, passando a isentar o ex-segurança do presidente da República e a afirmar que o citou por pressão do delegado Edmilson Bruno, o primeiro a interrogá-lo. Gedimar Passos foi preso junto com Valdebran Padilha no dia 15 de setembro, no Hotel Íbis, em São Paulo, com R$ 1,75 milhão que seria usado para a compra do dossiê contra os tucanos. Interrogatórios –Esta semana a PF deve interrogar pessoas próximas ao PT paulista e ao senador Aloizio Mercadante, como José Giácomo Baccarin, responsável pela área financeira da campanha do senador petista ao governo de São Paulo.(Agências)
PDT VAI APOIAR RENAN
presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, comandará uma reunião com a bancada de senadores do partido amanhã para tratar da sucessão no Congresso, mas o resultado do encontro já está acertado. Um dos integrantes da bancada antecipa que Lupi vai declarar o apoio oficial do PDT à reeleição do atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tal como ele próprio havia pedido aos senadores, após conversa com o presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva. Um importante articulador da reeleição do peemedebista afirma que esta decisão está tomada desde terça-feira da semana passada. "O PDT só adiou o anúncio de que fechara com Renan de birra
Jane de Araujo / Ag. Senado
Renan: apoio à reeleição.
com o PSDB, porque os tucanos quiseram empurrar para eles a desconfortável tarefa de enterrar a candidatura da oposição", conta o parlamentar, convencido de que os cinco votos do PDT serão decisivos na disputa do Senado. Revela, ainda, que na véspera do almoço da bancada do PSDB com o
candidato pefelista José Agripino (RN), na última terça-feira, o líder tucano Arthur Virgílio chegou a procurar Renan. Falou do compromisso com Agripino, recomendando-lhe que se socorresse do PDT para "anular" a manifestação favorável ao pefelista. "Seria bom que o PDT se manifestasse antes do almoço", teria dito o tucano. A conversa acabou chegando ao conhecimento dos pedetistas e provocou enorme irritação. Eles não se conformam com o "vai-evem" do PSDB, que voltou atrás e apoiou Agripino, depois de ter sinalizado claramente ao PMDB que não iria sustentar a candidatura do pefelista. "Recuaram contando com a gente", protesta um pedetista. (AE)
assados seis meses, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas deverá encerrar seus trabalhos com a aprovação de um relatório inconclusivo. O documento final vai ser apresentado pelo relator da CPMI, senador Amir Lando (PMDB-RO), na quartafeira. Lando não vai citar nenhum dos 71 parlamentares cujos nomes foram enviados para julgamento nos Conselhos de Ética da Câmara e do Se-
Não temos a origem do dinheiro para a compra do dossiê. Se não se descobre a origem do dinheiro vou dizer o quê?" Senador Amir Lando (PMDB), relator da CPI nado, por suspeita de envolvimento com a máfia das ambulâncias. O texto também deixará de apontar a origem dos R$ 1,75 milhão que supostamente seriam usados por petistas para a compra de um dossiê contra políticos tucanos. "Não temos em momento algum a origem do dinheiro para a compra do dossiê. Se não se descobre a origem do dinheiro vou dizer o quê?", explica o relator. "O relatório final não poderá trazer coisas que não descobrimos. Portanto, não haverá grandes surpresas. O que vai ter é uma conclusão a partir das investigações", argumenta o sub-relator da CPI, Fernando Gabeira (PV-RJ). O prazo de funcionamento da comissão vai até o dia 19. No relatório final, Lando deverá apontar a existência da máfia das ambulâncias desde o segundo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Mas vai poupar os ex-ministros da Saúde, sem pedir o indiciamento dos ex-comandantes da pasta, desde 1998 até o ano passado. Nas conversas de bastidores, o senador tem dito que há indícios de envolvimento com a máfia das sanguessugas dos exministros Barjas Negri (PSDB) e Humberto Costa (PT). Mesmo assim, não pretende pedir o indiciamento de nenhum deles. Ele quer evitar uma guerra no Congresso entre governistas e a oposição. O relator também está com dificuldades de pedir o indiciamento dos "aloprados" - petistas que articularam a compra do dossiê contra tucanos. "Qual o crime que eles cometeram? Qual a tipificação que faço?", indagou Lando, ao observar que nem mesmo a PF conseguiu até agora qualificar os crimes. (AE)
PMDB deve escolher amanhã seu candidato à presidência da Câmara. A indicação está entre os deputados Geddel Vieira Lima (BA), Eunício Oliveira (CE) e Michel Temer (SP). O partido, por enquanto, não aceitou apoiar o candidato do PT, Arlindo Chinaglia, que foi lançado na semana passada. Apesar disso, o presidente Lula vai continuar trabalhando pela candidatura única dos aliados. No momento, o grupo corre o risco de ter até três candidatos: do PMDB, PT e PCdoB, porque os comunistas também querem tentar a reeleição de seu representante, Aldo Rebelo.
DISPUTADO Além de poder vir a entrar na disputa pela presidência da Câmara, Geddel Vieira Lima também é cotado também para assumir uma secretaria no governo Jaques Wagner, na Bahia.
DIVISÃO Está ocorrendo entre os aliados o que Lula temia: o grupo ter mais de um candidato à presidência da Câmara. Pode haver a divisão de forças que favoreça um candidato de oposição.
alcançaram o número mínimo de votos, o PCdoB teria sido riscado do mapa partidário, e a candidatura do atual presidente da Câmara não existiria.
MANUTENÇÃO Com a vitória no STF, os partidos nanicos que não conseguiram alcançar 5% dos votos na última eleição, vão continuar recebendo suas cotas do Fundo Partidário e manterão seus tempos de campanha gratuita no rádio e televisão.
FICA FORA
DAY AFTER
Fala-se que, apesar de escolher seu candidato amanhã, o PMDB estaria disposto a apoiar a candidatura aliada, seja ela do PT ou PCdoB. Mas o PMDB, por enquanto, bate o pé e diz ter o direito de eleger o presidente da Casa por ter a maior bancada: 89 deputados, contra 83 do PT.
Depois que o STF derrubou a cláusula de barreira, o presidente do PPS, Roberto Freire resolveu rever os termos da fusão do seu partido com PMN e PHS. Tudo indica que tudo voltará como dantes no quartel de Abrantes.
APOIO Se o PT insistir com a candidatura de Arlindo Chinaglia, PFL e PSDB estariam dispostos a apoiar a reeleição de Aldo Rebelo. Tudo para impedir a vitória petista. Se isso acontecer, pefelistas e tucanos passariam a ter crédito com Aldo Rebelo. Aos poucos, a oposição vai encurralando os aliados.
LANÇAMENTO Aldo Rebelo pensa em se lançar candidato na próxima semana. Rebelo não digeriu a candidatura de Chinaglia. Dirigentes do PCdoB lembram que são aliados do PT desde 1989, período em que os petistas perdiam as eleições.
COLABORAÇÃO Aldo Rebelo espera contar com o auxílio do presidente do Senado Renan Calheiros, que também é candidato à reeleição. Não interessa a Calheiros que o PMDB lance candidato na Câmara, porque não é praxe o mesmo partido eleger os presidentes das duas casas do Congresso.
FAVORITISMO Renan Calheiros garantiu aos dirigentes do PMDB que tem grande chance de continuar no cargo. Os levantamentos preliminares indicam favoritismo do peemedebista. Seu adversário, José Agripino (PFL), não conseguiu aglutinar todas as forças de oposição, com exceção do PSDB.
ANÚNCIO Lula está desistindo da idéia de só anunciar seu ministério depois da eleição dos presidentes da Câmara e Senado. A eleição de presidente da Câmara faz parte do pacote que o governo lançou mão para negociar com os partidos. O novo ministério pode ser anunciado até o fim do mês.
TEMOR O presidente Lula está repensando a idéia de ter no ministério Ciro Gomes (PSB). Lula tem medo de que, no ministério, Ciro antecipe a campanha presidencial de 2010. Lembrete: o socialista é o virtual candidato a presidente do partido daqui a quatro anos.
REUNIÃO Lula reunirá na próxima quarta-feira o Conselho Político, formado por oito partidos. Um dos motivos da convocação é para discutir a necessidade de lançamento de candidatura única à presidência da Câmara.
INCÊNDIO A decisão do STF de derrubar a cláusula de barreira salvou do incêndio a virtual candidatura de Aldo Rebelo. Se o Supremo tivesse concordado com a extinção dos partidos nanicos que não
ESCOLHA O PSB deseja, no mínimo, dois ministérios. Um deles seria para Ciro Gomes. Comenta-se no partido que Ciro voltaria para o Ministério da Integração Nacional, mas há os que falam na pasta da Saúde. Ciro, por sua vez, admite exercer o mandato de deputado.
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
DOISPONTOS -77
S
A INDÚSTRIA DA
SECA
ANTONIO DELFIM NETTO
DE VOLTA AO FUTURO
H
Da primeira Sudene a gente nunca esquece
Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
G Criou-se uma
tal mística em torno do nome Sudene que ninguém quer ficar contra a sua recriação, mesmo sabendo que ela pouco fará pelo Nordeste. G A primeira
Sudene, apesar de ter criado benefícios, falhou nos seus propósitos. GA
transformação da Adene teria o mesmo e melancólico destino. Com as funções da primitiva Sudene seria um anacronismo político e econômico.
E
sse espírito empreendedor provavelmente tenha sido trazido e disseminado no Nordeste pela Sudene, que agora quer se recriar, depois de considerada fracassada. Sabe-se que um novo órgão com as mesmas funções da primitiva Sudene seria um anacronismo político e econômico. Ela foi criada por Juscelino Kubitschek numa época em que o Nordeste era relegado ao desprezo federal e em que todo o dinheiro da União era jogado em São Paulo em incentivos às indústrias automobilística, siderúrgica, química e outras, que permitiram o grande surto de desenvolvimento paulista na segunda metade do século passado; e na construção de Brasília, para desenvolver o Centro-Oeste. São outras as condições políticas e econômicas. A primeira Sudene, apesar de ter trazido alguns benefícios ao Nordeste, falhou nos seus propósitos, inclusive porque foi atropelada no seu terceiro ano de existência pelo golpe militar de 1964, que paulatinamente esvaziou o órgão, até transformá-lo em simples muro de lamentações de governadores desolados pelo abandono federal e palco de algumas negociatas com incentivos fiscais; porém, nada parecido com o que acontece hoje com mensalões, vampiros, sanguessugas, valeriodutos, etc.
N
o caso do presidente Lula, é liminarmente transparente que o mandato que recebeu de seu eleitor se resume praticamente ao seguinte: queremos o crescimento e nossos empregos de volta. Foi a única proposta que ele passou ao eleitorado. De seu cumprimento ele não pode se esquivar, se pretende que seu nome figure no rol dos verdadeiros estadistas da República e não apenas em mais uma listagem de títulos honoris causa.
O
crescimento é um estado de espírito com condições objetivas. Esperemos que o governo restabeleça essas condições necessárias para o crescimento, que são dar isonomia ao nosso setor privado: taxa de juro um pouco mais baixa, taxa de câmbio no lugar certo, entusiasmo e crédito (como tem feito ultimamente) e, principalmente, controle as suas despesas de custeio e use recursos para aumentar os investimentos públicos. ANTONIO DELFIM NETTO É DEPUTADO FEDERAL (PMDB) E EX-MINISTRO DA FAZENDA DEP.DELFIMNETTO@ CAMARA.GOV.BR
Q
N
ovas atividades agropecuárias também surgiram no semi-árido e se encontram em plena expansão, como a avicultura, aproveitando-se da pouca umidade relativa do ar, condição ideal para a criação de aves. O plantio de mamona, para a extração do óleo, o biodiesel, é outra atividade em plena expansão no Nordeste, estimulada pela busca universal por combustíveis renováveis. No oeste da Bahia e no sul do Maranhão encontra-se em franco desenvolvimento o cultivo do soja. Nas últimas duas décadas, graças às suas praias paradisía-
cas, de águas mornas, surgiram dezenas de hotéis e semanalmente milhares de turistas principalmente europeus desembarcam de vôos charter nos aeroportos de Fortaleza, Natal, Recife e Salvador. Nos últimos 20 anos também três grandes portos foram construídos na Região: Itaqui, no Maranhão; Pecém, no Ceará; e Suape, em Pernambuco, onde está sendo implantado, entre outras grandes indústrias já em funcionamento, um estaleiro para a construção de grandes navios e plataformas marítimas. Tudo isso fez com que o crescimento do Nordeste fosse maior do que o do Brasil como um todo nos últimos dez anos.
E
m que 2007 pode ser diferente de 2006? Em primeiro lugar, pelo fato que o governo se convenceu que tem de estabelecer um teto para suas despesas de custeio e só corrigi-las pela inflação nos próximos 4 anos, exigindo ao mesmo tempo um aumento de produtividade de 1,5% ao ano na prestação dos serviços à população. Em segundo lugar, pela disposição que o presidente Lula demonstra de mobilizar a sociedade para o desenvolvimento. A indústria já dá os sinais de alguma recuperação, com o forte crescimento das vendas no setor automobilístico. E o setor agrícola começa a levantar a cabeça, depois de dois anos de fracos resultados.
Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br
ual seriam, então, as atribuições da nova Sudene? É uma pergunta que todos se fazem. Possivelmente teria o mesmo melancólico destino do órgão que pretende substituir: a Agência de Desenvolvimento do Nordeste –Adene, que, com ridículos recursos, ainda não disse a que veio. Os políticos apontam a oportunidade de atrair algum dinheiro da União, os economistas têm dúvida. Criou-se, entretanto, na região uma tal mística em torno do nome Sudene – e também uma mágoa pela maneira como foi extinta, no bojo dos escândalos da Sudam, estes sim, de grande monta – que ninguém quer ficar contra a sua recriação, mesmo sabendo que ela nada poderá fazer pelo desenvolvimento do Nordeste. CARLOS GARCIA É AUTOR DO LIVRO O QUE É O NORDESTE
Sebastião Moreira/AE
É
provável que o território semi-árido do Nordeste enfrente em 2007 um período de chuvas irregulares. Pelo menos tem sido assim nos anos em que se manifesta o El Niño. Chuvas irregulares, mal distribuídas no tempo e no espaço, no Nordeste, provocam a temida seca, que, em séculos passados, matou homens e animais de sede e fome aguda. Uma seca hoje no Nordeste não tem a dramaticidade das estiagens dos séculos XVIII, XIX e primeira metade do século passado. O Nordeste hoje está muito melhor preparado para enfrentar os efeitos de um período de chuvas irregulares. Isso principalmente devido à mudança da mentalidade ocorrida na região. Até poucas décadas atrás, as políticas adotadas eram de combate às secas. O órgão governamental encarregado chamava-se Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, como se fosse possível combater a natureza. Hoje, se fosse criado um novo órgão para cuidar do problema possivelmente se chamaria Departamento Nacional de Convivência com a Seca e teria como principal missão ensinar o homem a conviver com ela, como nas regiões temperadas ele convive com a neve e o frio intenso. Durante séculos a economia do semi-árido se limitou praticamente à pecuária e ao cultivo de milho, feijão e algodão, atividades cuja êxito dependiam da regularidades das chuvas. No litoral e Zona da Mata, a agroindústria açucareira dominava absoluta. Hoje, no semi-árido a situação é bem diferente. Diversificou-se a atividade agropecuária. Antes, o gado bovino predominante era de origem européia, de clima temperado; hoje, é zebuíno, originado de regiões semi-áridas da Índia. Capins exóticos pouco exigente de água ocupam o lugar do pasto nativo dependente da chuva para crescer. Animais como a cabra e a ovelha desnalada, fornecedoras de carnes de primeira qualidade, são criados com bom êxito comercial. Nas margens do médio São Francisco, entre Pernambuco e Bahia, surgiram pomares irrigados e hoje a região é exportadora de frutas principalmente para a Europa e Estados Unidos, além de ser um promissor e crescente pólo viniviticultor, com vinhos que competem em qualidade com similares produzidos no Rio Grande do Sul.
á toda uma série de malefícios derivados da emenda constitucional que permite a reeleição do presidente da República, de governadores e prefeitos. Desde que ela foi aprovada no Congresso tenho sido uma voz isolada tentando alertar para as distorções que ela trouxe de volta ao processo político. A mais evidente dessas mazelas é a construção (ou reconstrução) das oligarquias municipais e estaduais que estão se processando com uma velocidade extraordinária e que, logo se verá, não serão desalojadas apenas com o recurso ao voto. Isso é o início de uma tragédia anunciada, mais uma, cuja gênese ficamos devendo à governança tucana que molestou o País entre 1994 e 2002. Hoje, após a segunda rodada de eleições sob esse regime, talvez só uma coisa boa se possa extrair desse sistema, em se tratando da Presidência: não podendo disputar uma terceira vez, o presidente reeleito recebe uma espécie de alforria para concentrar todas suas atenções no cumprimento do mandato que recebeu do povo.
ignifica que seu governo não pode se conformar com um 2007 parecido com este ano de 2006, que começou com a estimativa oficial de crescimento de 4% do PIB para uma meta de inflação de 4,5% e deve terminar de uma forma curiosíssima: taxa de inflação de 3,2% ou 3,3% e PIB crescendo algo como 2.7% ou 2.8%. O governo acreditou que o Copom tinha elementos consistentes para as estimativas que produzia e ignorou os avisos de que a mão do Banco Central era desnecessariamente pesada. Não percebeu que estava trocando quase 2% de crescimento do Produto e dos correspondentes empregos por um pequeno ganho na inflação.
L ula, queremos crescimento e emprego
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
almanaque Celso Unzelte
HISTÓRIA DO MUNDIAL DE CLUBES UH/Arquivo do Estado de São Paulo
Começou ontem mais uma edição do Campeonato Mundial de Clubes, realizado anualmente no Japão e oficializado pela Fifa a partir da edição de 2005. Desde 1960, porém, os campeões da Europa e da América do Sul já se enfrentavam pela disputa da Copa Intercontinental, também considerada, ainda que extra-oficialmente, como título mundial de clubes. Acima, o santista Coutinho comemora seu gol na vitória do Santos por 3 a 2 sobre o Benfica, de Portugal, no Maracanã, no primeiro jogo da decisão de 1962. Na segunda partida, o Santos fez 5 a 2 no Estádio da Luz, em Lisboa, e tornouse o primeiro time brasileiro campeão mundial de clubes.
DE INTERCONTINENTAL A MUNDIAL DA FIFA Até 1980, a Copa Intercontinental era disputada em dois jogos, um na América do Sul e outro na Europa, entre os vencedores da Copa dos Campeões (atual Liga dos Campeões) da Europa e da Copa Libertadores da América. A partir de 1981, quando a empresa automobilística Toyota passou a patrocinar o evento, e até 2004 realizouse um único jogo, em Tóquio, no Japão. Em 2000, a Fifa organizou pela primeira vez seu Mundial, no Brasil, vencido pelo Corinthians. No ano passado, a Fifa encampou a Copa Toyota, ampliando-a. O campeão foi o São Paulo.
TODOS OS CLUBES CAMPEÕES DO MUNDO Os sul-americanos têm 24 títulos contra 21 dos europeus. São as seguintes as equipes campeãs mundiais: Boca Juniors-ARG, Milan-ITA, Nacional-URU, Peñarol-URU, Real Madrid-ESP e São Paulo-BRA (três títulos cada); Ajax-HOL, BayernALE, Independiente-ARG, InterITA, Juventus-ITA, Porto-POR e Santos-BRA (com dois títulos); Atlético de Madri-ESP, Borussia Dortmund-ALE, Corinthians-BRA, Estrela Vermelha-IUG, Estudiantes-ARG, Feyenoord-HOL, Flamengo-BRA, Grêmio-BRA, Manchester United-ING, Olimpia-PAR, RacingARG, River Plate-ARG e Vélez Sarsfield-ARG (com um).
Como não temos nada a perder, também não temos medo de ninguém.” Manuel José, português, técnico do Al Ahly
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Esporte
Fernando Pilatos/AE
Divulgação
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
Não acredito que serão tão ofensivos contra nós, mas não deixará de ser um jogo complicado.” Abel Braga, técnico do Inter
BRASIL COLORADO
O
jogo de quarta-feira, às 8h20 (horário de Brasília), no Estádio Nacional de Tóquio, definirá o futuro do Internacional, representante brasileiro que disputa o Mundial de Clubes no Japão, na qualidade de atual campeão da Copa Libertadores da América. Em caso de vitória, a equipe gaúcha volta a campo no próximo domingo, para decidir o título, muito provavelmente diante do favorito Barcelona, da Espanha, ou do América do México, também às 8h20. Se perder, fica para a disputa do melancólico terceiro lugar, também no domingo, às 5h20 da manhã, em Yokohama. Caso volte para o Rio Grande do Sul com a taça, o Inter será o terceiro clube brasileiro campeão mundial nas três competições oficializadas como tal pela Fifa, igualandose ao Corinthians, campeão no Brasil, em 2000, e ao São Paulo, que conquistou o troféu no Japão, no ano passado. Apontado como a nova sensação do futebol brasileiro, o atacante Alexandre Pato não vem decepcionando nos treinos. Ontem, ele voltou a marcar no treinamento realizado no complexo esportivo de Nishigaoka, no Japão. No coletivo comandando pelo técnico Abel Braga, que durou cerca de 50 minutos, os titulares perderam para os reservas por 2 a 1. Os gols dos suplentes foram anotados por Luiz Adriano e Michel. O time principal foi formado por Clemer, Ceará, Índio, Fabiano Eller e Hidalgo; Wellington Monteiro, Alex, Edinho e Fernandão; Iarley e Alexandre Pato. O desfalque foi o lateral Élder Granja, que apenas andou em volta do gramado. Sem outro atleta para a defesa, o terceiro goleiro Marcelo foi improvisado para atuar na linha entre os jogadores do time reserva. Foi a segunda vez que o jovem de 17 anos deixou sua marca durante os trabalhos no
Yoshikazu Tsuno/AFP
Toru Hanai/Reuters
Internacional do artilheiro Fernandão e da revelação Alexandre Pato treina no Japão para o jogo de quarta-feira, pela semifinal do Campeonato Mundial de Clubes. Se passar, o time gaúcho decide o título no domingo e poderá ser a terceira equipe do País, ao lado de Corinthians (em 2000) e São Paulo (em 2005), a ganhar o troféu desde que a Fifa passou a realizar a competição
país asiático. Na primeira movimentação de sábado, Alexandre Pato havia feito o único gol da equipe titular na vitória por 1 a 0. Após se destacar na goleada do Inter sobre o Palmeiras por 4 a 1, pela penúltima rodada do Brasileirão, o atacante foi convocado para defender a Seleção sub-20 no Campeonato Sul-Americano do Paraguai, em janeiro. Depois do “rachão” de ontem, Abel comandou um treino específico de cruzamentos em bolas paradas, uma das armas para superar os egípcios do Al Ahly na próxima quartafeira, às 8h20, horário de Brasília (leia no quadro desta página), em Tóquio. Hoje, o Internacional fará um treino fechado para a torcida e a imprensa. Abel Braga pretende aperfeiçoar as joga-
das ensaiadas. O confronto com os africanos será arbitrado por Subkhiddin Mohd Salleh, da Malásia. Amanhã, em Tóquio, enfrentam-se o Jeonbuk Motors, da Coréia do Sul, e o América do México. O vencedor classifica-se para enfrentar na outra semifinal, na quinta-feira, o temido Barcelona da Espanha, que chega ao Japão somente hoje. Assim como o Internacional, os espanhóis tomaram alguns cuidados especiais com a adaptação de seus jogadores para o fuso horário japonês. Os médicos do clube devem ajudar os jogadores com soníferos durante a viagem. As refeições serão também uma forma de adaptação rápida: a alimentação servida aos atletas respeitará a mesma ordem utilizada em solo japonês.
Al Ahly: o 1º rival Toru Hanai/Reuters
Aboutrika comemora o segundo gol do Al Ahly, de falta
S
aiu ontem de manhã (horário de Brasília) o adversário do Inter na semifinal do Campeonato Mundial de Clubes. É o Al Ahly, do Egito, que derrotou o neozelandês Auckland City por 2 a 0, no Estádio Toyota Arena, localizado na cidade de Toyota, no Japão. Os gols só saíram na etapa final. Logo aos 6 minutos, o atacante angolano Flávio fez boa tabela com Moteab Emad e bateu da entrada da área, acertando o ângulo do
goleiro Nicholson para abrir o marcador. O Al Ahly ampliou a vantagem aos 27 minutos, com Aboutrika, de falta. Após a partida, o técnico colorado Abel Braga fez uma análise do adversário. “O Al Ahly venceu com méritos e sobras, não foi exigido defensivamente. O Auckland é uma equipe muito ingênua. Corre muito, mas produz pouco”, comentou Abel. “Vamos ter de ter uma atenção grande quando eles tiverem com a bola.”
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006 Digital Art/CORBIS
8 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO
MuNDOreAL por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC enho diante de mim um exemplar de How The World Really Works, "Como o Mundo Realmente Funciona", de Alan B. Jones (Paradise, CA, ABJ Press, 1996), que é muito badalado entre os estudiosos americanos de hierarquias secretas e poderes globais como uma boa e confiável introdução ao assunto. O título é uma sinédoque: não se trata do mundo em geral, mas da esfera político-social apenas, encarada sob o prisma da pergunta clássica de Ortega y Gasset: "Quem manda no mundo?" A chave do seu sucesso é a simplicidade do projeto, que, sem aspirar à mais mínima originalidade, busca resumir doze livros considerados importantes nessa área de estudos: A Century of War, de F. William Engdahl (1993), Tragedy and Hope, de Carrol Quigley (1996), The Naked Capitalist, de W. Cleon Skousen (1970), The Tax-Exempt Foundations, de William H. McIlhany (1980), The Creature From Jekyll Island, de G. Edward Griffin (1994), 1984, de George Orwell (1949), Report From Iron Mountain, vários autores, editado por Leonard Lewin (1967), The Greening, de Larry Abraham (1993), The Politics of Heroin, de Alfred W. McCoy (1991), Final Judgement, de Michael Collins Piper (1995), Dope, Inc., pelos editores da Executive Intelligence Review do sr. Lyndon LaRouche (1978, reed. 1992), e Let’s Fix América, do próprio Alan Jones (1994). Não é preciso dizer que, com a possível exceção de 1984, um clássico literário que pode ser lido como pura ficção, e do material da E.I.R., que é divulgado também em boletins avulsos traduzidos em português, jamais encontrei entre líderes políticos, militares, empresariais ou midiáticos brasileiros quem houvesse lido esses livros. Também jamais encontrei um que não tivesse opiniões acabadas e taxativas a respeito do assunto, acompanhadas de uma tremenda indisposição de discuti-las. Mas, mesmo supondo-se que alguma dessas criaturas onissapientes houvesse lido os doze, ou pelo menos o resumo aqui considerado, ainda assim estaria muito mal aparelhada para saber quem manda no mundo, pois a seleção feita por Alan Jones é deficiente sob muitos aspectos. Desde logo, a escolha privilegia alguns títulos de segunda mão em vez das fontes essenciais. The Naked Capitalist, por exemplo, é apenas uma boa obra de polêmica que nada acrescenta às pesquisas volumosas e pioneiras do economista inglês Anthony Sutton. Sutton começou estudando a ajuda militar americana à URSS durante a II Guerra Mundial e acabou descobrindo que toda a indústria pesada soviética era uma fachada de papelão só mantida em pé pela força do dinheiro ocidental. Espantado, pôs-se a investigar por que os maiorais das finanças nos EUA haviam gastado tanto só pelo prazer de fornecer ao seu país "o melhor inimigo que o dinheiro podia comprar" (The Best Enemy Money Can Buy, título de um de seus melhores livros). De quebra, descobriu que ajuda igualmente generosa havia escoado para o III Reich, comprando não só um inimigo, mas dois. No intuito de resolver o enigma, passou a estudar as origens históricas da elite americana. Por pura sorte, vieram parar nas suas mãos os documentos originais de uma sociedade secreta fundada no século XIX, mas ainda em funcionamento, que reunia as famílias mais ricas e poderosas dos EUA. Sutton acrescenta à inflexível probidade científica um irritante comedimento britânico. Ele reproduz esses documentos em An Introduction to "The Order"(1983) com o máximo cuidado de ater-se aos fatos e evitar conclusões precipitadas, mas toda essa precaução não impediu que a publicação do livro pusesse um abrupto ponto final numa brilhante carreira universitária. Qualquer que seja o caso, esse grande estudioso, que viveu uma das aventuras intelectuais mais fascinantes do século XX, foi muito odiado, xingado e amaldiçoado, mas jamais contestado formalmente. O leitor interessado em saber quem manda no mundo não pode se dispensar de ler os livros dele. The Tax-Exempt Foundations, de William H. McIlhany (1980), é apenas uma extensão de Foundations: Their Power and Influence, de René A. Wormser (1958), que tem a vantagem de ser praticamente um traslado direto das conclusões da comissão parlamentar de inquérito chefiada pelo deputado B. Carroll Reece, incumbida de averiguar a ajuda fornecida por fundações isentas de impostos, como Rockefeller, Ford e
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O mundo como jamais funcionou Carnegie, a movimentos subversivos e totalitários. Os depoimentos prestados à comissão evidenciavam, já naquela época, a simbiose macabra do comunismo com o grande capital, que duas décadas antes o economista austríaco Ludwig von Mises havia explicado como natural e inevitável, mas que nas cabecinhas dos nossos compatriotas mais falantes continua soando como uma absurdidade inaceitável, já que brasileiro só acredita em palavras, não em fatos, e quando os sentidos dicionarizados de duas palavras se contradizem ele não admite que os fatos correspondentes possam coexistir na realidade. Comprovando em toda a linha a teoria de von Mises (v.. http://www.olavodecar valho.org/semana/060611zh.html), a Comissão Reece mostrou que o movimento comunista só existia nos EUA graças à generosidade de seus inimigos nominais. Ao longo dos cinqüenta anos seguintes, as fundações bilionárias não só continuaram vitaminando a subversão interna nos EUA, produzindo inclusive a resolução suicida do conflito vietnamita e o subseqüente genocídio no Vietnã e no Camboja, mas estenderam sua ajuda a praticamente todos os movimentos de esquerda no Terceiro Mundo e cobriram o planeta com uma rede de ONGs adestradas para promover "transformações sociais". O modus operandi dessas ONGs é bastante uniforme. Primeiro, lançam uma moda cultural, subsidiando intelectuais para que a imponham nos meios universitários e jornalísticos como norma obrigatória e inquestionável, reprimindo por meio da chacota, da intimida-
ção e do boicote profissional qualquer tentativa de discussão séria. Obtido o consenso da intelectualidade mais tagarela, o novo critério escolhido pela minoria iluminada contra as preferências óbvias da maioria da população é subitamente adotado pela totalidade da mídia como se fosse a tradução banal e improblemática da crença majoritária, tratando toda resistência como aberração mental isolada. Assim, por exemplo, no Brasil a população é maciçamente contra o aborto, mas a mídia nacional inteira fala dos anti-abortistas como se fossem tipos exóticos e anormais, teimosamente apegados a crenças antigas de há muito já abandonadas pela maioria saudável. Não é preciso dizer que, nessas condições, a imagem esquemática do mundo transmitida pelo jornalismo se transforma em pura inversão e fantasmagoria, criando um estado geral de alienação que, por si, é fonte de insegurança, conflitos sociais e desequilíbrios sem fim. A etapa final do processo é dar força de lei à opinião da elite iluminada, elevando da simples marginalização à criminalização explícita o tratamento dado aos descontentes. Da noite para o dia, a imagem postiça transforma-se em realidade oficial. Esse é o processo legislativo geral e usual hoje em dia, transformando a democracia num pretexto nominal para a imposição tirânica das decisões de uma minoria ativista descarada e cínica. A imensurável cara de pau com que a
ONU impõe o aborto como direito humano, penalizando toda oposição como crime comparável ao racismo, mostra que, na "democracia ampliada", tão do gosto dos Bobbios, a coisa mais fácil do mundo é marginalizar e criminalizar a maioria. Nos países do Terceiro Mundo, praticamente todas as novas leis que introduzem modificações sociais profundas vêm prontas da ONU ou diretamente das fundações bilionárias, e sua discussão pública é inteiramente pré-moldada para ater-se a aspectos gerais, formais e de princípio, evitando cuidadosamente tocar na questão substantiva do poder que as originou e das finalidades a que servem dentro da estratégia global de seus criadores. Mas como poderia alguém tentar discutir isso, ignorando por completo a bibliografia básica sobre a origem, formação e métodos do poder global? Comparem o número assombroso de pessoas que opinam publicamente sobre aborto, casamento gay, quotas raciais, etc., com a míngua ou inexistência de leitores das obras aqui mencionadas, e terão uma idéia aproximada do abismo epistêmico que se abriu entre as nossas elites falantes e o mundo real. Não creio que fenômeno tão geral e profundo de ignorância dos fatores básicos que decidem os destinos de u m a n a-
ção possa ser encontrado em qualquer outra época ou país. Ao eleger um semi-analfabeto para a presidência da República, o Brasil não fez senão oficializar um símbolo da sua opção radical e intransigente pelo desconhecimento da realidade. The Politics of Heroin, de Alfred W. McCoy (1991), e Final Judgement, de Michael Collins Piper (1995) tratam do envolvimento de agentes dos serviços secretos americanos no tráfico de drogas. O enfoque é importante, mas escolhêlos como as obras mais representativas sobre a relação de poder global e narcotráfico é deformar o quadro com uma seletividade enviezada quase psicótica. Em 1993 a notável repórter do Reader’s Digest, Claire Sterling, já havia fornecido um retrato muito mais completo da situação no seu livro Thieves’ World, ao descrever a rápida arregimentação mundial das máfias dos diversos países sob o comando unificado russo. Só cidadãos muito atentos devem ter percebido, ao longo da última década, o fim das velhas guerras entre máfias internacionais. O fenômeno, inédito na História, mal foi comentado na grande mídia, mas sua importância não precisa ser en-
fatizada. A partir daí a expressão "crime organizado" passou a fazer mais sentido do que nunca. A internacional do crime repartiu o planeta em áreas e setores, dando uma estrutura racional à divisão do trabalho entre as quadrilhas maiores de delinqüentes nas várias regiões, mantendo em tudo uma ordem admirável e matando instantaneamente os rebeldes e recalcitrantes. Foi só isso que deu origem, por exemplo, à carreira espetacular do nosso Fernandinho Beira-Mar. O sujeito comprava armas russas no Líbano, trazia-as para o Paraguai, onde as trocava por duzentas toneladas anuais de cocaína vindas da Colômbia, as quais eram em seguida comercializadas no Brasil e nos EUA. Operações dessa complexidade, abrangendo quatro continentes, supõem uma estrita colaboração internacional que, é óbvio, não surgiu espontaneamente mas foi montada, a ferro e fogo, pela prepotência e habilidade dos russos, fazendo de Moscou a capital mundial do crime. É claro, também, que isso não teria sido possível na base do puro improviso. Os russos preparavam-se para essa operação desde os anos 50, quando a KGB começou a treinar agentes para que se infiltrassem nas várias quadrilhas de narcotraficantes no Terceiro Mundo, na Europa ocidental e nos
EUA. A idéia era dominar o mercado mundial, para criar uma multiplicidade de fontes locais de financiamento para os movimentos revolucionários, poupando ao governo soviético uma despesa considerável. Verdadeiras universidades do crime foram criadas em vários pontos do território soviético, elevando o narcotráfico às alturas de uma especialidade acadêmica. A operação, com base no testemunho direto de um de seus próprios articuladores principais, o general tcheco Jan Sejna, é descrita com minúcia no livro de Joseph D. Douglass, Red Cocaine: The Drugging of América And The West (1999), outro clássico imperdoavelmente omitido na lista de Alan B. Jones. Por volta de 1980 o sistema estava em pleno funcionamento. Sua implantação passou, é claro, pelo suborno e arregimentação de inumeráveis agentes e funcionários de diversos serviços secretos ocidentais, especialmente da CIA, o que se tornou ainda mais fácil quando, nas últimas semanas do governo Reagan, uma parte dos serviços dessa agência foi privatizada pelo mesmo presidente que se notabilizara como o demolidor máximo do "Império do Mal", donde se conclui que os gran-
des homens também pisam no tomate. Foi a partir daí que começaram a pipocar os casos de envolvimento de agentes da CIA no narcotráfico internacional, fornecendo a McCoy e Piper o material para os seus dois livros. Estes tratam, portanto, só dos efeitos locais e parciais de um processo enormemente mais vasto e de raízes mais fundas. Se fatos de tamanha envergadura não são quase nunca apresentados ou discutidos na "grande mídia", deixando os povos portanto na posição de vítimas inermes de processos históricos invisíveis, também não é sem razão. O escritor russo Vladimir Bukovski, dissidente exilado que voltou à Rússia na condição de primeiro pesquisador nãosoviético admitido nos Arquivos de Moscou, trouxe daí as provas de que praticamente todos os jornais da grande mídia "progressista" da Europa Ocidental eram diretamente subsidiados pela KGB. O relato está no livro de Bukovski, Jugement à Moscou: Un Dissident Dans Les Archives du Kremlin (Paris, 1995). Quem não leu não sabe em que mundo vive, por mais que siga as lições de Alan B. Jones. Muitas das informações de Bukovski, acrescidas de outras ainda mais reveladoras, são confirmadas pelas duas obras igualmente indispensáveis escritas pelo historiador britânico Christopher Andrew em colaboração com o ex-agente da KGB Vasili Mitrokhin: The Sword And The Shield: The Mitrokhin Archive And The Secret History of the KGB (1999) e The World Was Going Our Way: The KGB And The Battle For T h e T h i r d Wo r l d ( 2 0 0 5 ) . M itrokhin era o alto funcio-
nário encarregado de fiscalizar a transferência dos documentos da KGB quando a organização mudou de prédio. Eram oito bilhões de dossiês, o maior arquivo de informações que já existiu no universo, o que explica que a mudança tenha levado dez anos, durante os quais Mitrokhin, planejando fugir para o Ocidente, copiou o que podia – uma fração infinitesimal – dos documentos mais importantes. Por essas e outras é que me pareceu surpreendente que, no livro de Alan B. Jones, nominalmente incumbido de dar um panorama geral da estrutura de poder no mundo, a KGB só fosse mencionada duas vezes, de passagem, e a propósito de detalhes irrelevantes. Quem tome esse livro como guia básico para o conhecimento do tema ficará mesmo com a impressão de que o dinheiro anglo-americano é a "mão secreta" que move o mundo. Existem mãos secretas, é claro, mas são muitas e vivem se estapeando umas às outras, às vezes até a si próprias. Ninguém tem o controle hegemônico do processo histórico mundial, embora muitos busquem obtê-lo, não raro cometendo erros catastróficos que levam seus planos a resultados opostos aos pretendidos. Santo Agostinho dizia que os demônios têm orgasmos de prazer quando alguém exagera os seus poderes. Amadores incompreensivos, remexendo um tema que está infinitamente acima dos seus recursos intelectuais, fazem do
estudo do poder secreto um verdadeiro sistema mitológico, ao passo que a historiografia acadêmica, em parte por ser quase toda dependente de subsídios que vêm das mesmas fundações bilionárias acima mencionadas, em parte por estar intoxicada por preconceitos ideológicos que enfatizam magicamente os fatores coletivos impessoais, em parte por lhe faltarem os instrumentos analíticos necessários para uma abordagem séria do fenômeno, acaba se dissolvendo em generalidades sociológicas e escamoteando a identidade dos agentes históricos concretos. (Tentei remediar essa situação nos meus cursos sobre "Quem é o sujeito da História?", mas a sobrecarga de atividades jornalísticas e pedagógicas me impediu até hoje de dar um formato editorial aceitável a essas lições. Darei um resumo numa das próximas colunas.) Um erro maior que se comete nessa área de estudos é hipertrofiar a importância do poder econômico. O dinheiro não é uma forma primária e essencial de poder: é um poder secundário e derivado, que depende da proteção de organizações legais ou ilegais investidas dos meios de matar. O poder empresarial e bancário pode dar origem a essas organizações, mas não pode controlá-las uma vez que elas adquiram vida própria, como aconteceu com a Ordem dos Assassinos, no Oriente Médio, ou com a KGB. Omitida a KGB, o estudante fica persuadido de que os únicos centros de poder no mundo são o sistema bancário internacional e as "Sete Irmãs", as maiores companhias de petróleo americanas. Engdahl, o primeirão da lista de Jones, chega a explicar todas as guerras do século XX como um efeito direto das decisões dessa elite. Mas essas decisões não bóiam sozinhas no ar, elas concorrem e se articulam com as de outras fontes de poder, de base não essencialmente econômica, entre as quais, é claro, a KHB. Para você fazer uma idéia das proporções aí envolvidas, basta saber que o maior empregador do mundo capitalista, o Walmart, tem um milhão e oitocentos mil empregados, seguido da China Petroleum com pouco mais de um milhão. Quantos funcionários ou agentes terceirizados pode a Standart Oil, por exemplo, liberar de suas funções na exploração e comercialização de petróleo para lhes delegar funções de espionagem, subversão e articulação política? A mesma pergunta vale para a Ford, o banco Rothschild, etc. Já a KGB, só na sua sede territorial, tinha quinhentos mil funcionários, e nenhum deles estava ocupado em perfurar poços de petróleo ou negociar empréstimos. Espalhados pelo mundo, os militantes do Partido Comunista, acionáveis a qualquer momento para operações clandestinas coordenadas de Moscou, colocavam à disposição da KGB não menos de trinta milhões de recrutas. Bancos e grandes empresas podem tentar manipular as situações por meio do dinheiro, mas nunca tiveram a seu serviço uma organização desse porte. A KGB, que era o centro e topo do governo soviético, como sua sucessora FSB é hoje na Rússia, foi simplesmente a maior força secreta que já existiu no mundo em qualquer época ou país. (As relações entre a KGB-FSB e a elite financeira ocidental são complexas e cheias de ambigüidades. Seu estudo constitui toda uma área à espera de maiores investigações.) Do ponto de vista financeiro, o orçamento da KGB-FSB era e é absolutamente ilimitado e livre de qualquer fiscalização externa, enquanto as grandes empresas ocidentais não têm um minuto de descanso sob o olhar suspicaz da mídia, dos políticos e do fisco. Fazer dos grandes banqueiros e empresas internacionais o centro único do poder mundial é elevar a desinformação às alturas de um culto religioso. Agora compare, por outro lado, a bibliografia sobre o poder econômico e sobre a KGB. Só para dar uma amostra, não existe um único livro sobre a atuação da KGB no Brasil, enquanto a produção editorial sobre a ação do establishment anglo-americano nesta parte do mundo superlota as bibliotecas universitárias. Análoga desproporção, apenas não tão acentuada, existe no mercado editorial americano e europeu. Afinal, a maior prova da eficácia de um poder secreto é seu sucesso em se manter secreto. Ouçam e participem do talk-show de Olavo de Carvalho, "True Outspeak", segundas-feiras às 20h00, horário de B r a s í l i a , e m w w w . b l o g t a l k r adio.com/olavo. Mais informações em h t t p : / / w w w . o l a v o d e c a r v alho.org/true_outspeak.html.
Passe Livre São Paulo Palmeiras Corinthians
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
Pretendo jogar mais uma temporada, de preferência em uma boa equipe de São Paulo". Antônio Carlos
COMEÇA HOJE A ERA CAIO JÚNIOR Divulgação
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CAIO TEM PRESSA paSse livre C Marcação e reza J. F. Diório/AE
omeça nesta segunda-feira a era Caio Júnior no Palmeiras. Vindo do Paraná, o técnico chega a São Paulo, assina contrato de um ano e se reúne com a diretoria para traçar o planejamento do time para 2007. "Temos trabalhar muito. O Paulistão começa mês que vem e a gente precisa ter logo tudo pronto", diz o treinador. O primeiro passo de Caio Júnior será apontar, numa lista de 44 nomes, os jogadores com quem deseja contar. Inicialmente eram 52 atletas ligados ao Palmeiras, mas a diretoria já o avisou que aqueles em fim de contrato serão dispensados. Assim, saem Juninho, Sérgio, Alceu, Márcio Careca, Neto Baiano, Chiquinho, Rosembrick e Roger Silva. Há ainda outros 17 que voltam de empréstimo e não gozam de muito prestígio no clube, como Lúcio, Claudecir e Osmar. "Quero analisar com calma todas as possibilidades. Não podemos errar", diz Caio Júnior. A reapresentação do elenco será no dia 3 de janeiro. Após uma semana de testes físicos e médicos, os jogadores - no máximo 30 - viajam para Águas de Lindóia, onde o time fará a prétemporada. Caio Júnior já tem suas preferências, mas ainda não as revela. Quer ouvir antes a diretoria e saber quem são aqueles que devem ser negociados para fazer caixa - Marcinho, Marcinho Guerreiro Nen e Enílton são os mais cotados. "O Caio não é centralizador. O trabalho dele com a diretoria foi sempre harmonioso", revela José Carlos de Miranda, pre-
Roberto Benevides
Caio Júnior assume hoje o comando técnico do Palmeiras. Vindo do Paraná, o treinador chega a São Paulo, assina contrato de um ano e se reúne com a diretoria para traçar o planejamento para 2007. "Temos de trabalhar muito. O Paulistão começa no mês que vem e a gente precisa ter logo tudo pronto", avisa novo treinador palmeirense.
sidente do Paraná, clube anterior do novo treinador do Palmeiras. "E ele se preocupa só com o futebol. Não é igual a um certo técnico que manda até a diretoria fazer um banheiro novo para ele", emenda o dirigente paranaense em óbvia referência a Emerson Leão. Ainda segundo Miranda, Caio Júnior é obcecado por trabalho, vê jogos e mais jogos dos adversários na TV, procura informações dos rivais na internet, devora livros sobre futebol, de auto-ajuda e biogra-
fias de líderes famosos. Adora citar, por exemplo, ensinamentos do ex-presidente norte-americano Franklin Roosevelt. "Mas sem chavões! O Caio é culto, não é do tipo que fica se repetindo", diz Miranda. O técnico confirma a preocupação com o lado extra-campo: "Jogador não é máquina. Cada um tem uma característica diferente. É preciso saber lidar com eles, preocupar-se com tudo, com todos os detalhes." E revela: "Falo ao grupo como um todo, mas depois converso
com cada um em separado." Fã de Paulo Autuori, Felipão e Parreira, Caio Júnior foi a palestras de Arrigo Sacchi e Jose Pekerman na semana passada. "Procuro me manter informado sobre todos os aspectos do futebol", justifica o treinador, que gosta de ver seu time correndo o tempo todo, lutando sempre pela posse de bola e não espera outra coisa do Palmeiras. "A idéia é montar um time forte. Esta é a maior chance da minha carreira. Quero mostrar meu valor", avisa.
V
ocê saiu ganhando se não perdeu um minutinho sequer de seu sono para ver a incrível pelada que abriu o Mundial de Clubes, ontem cedinho, com a vitória do Al Ahly sobre o Auckland City por 2 a 0. O campeão africano vai disputar com o Internacional, quarta-feira, a primeira vaga na final do próximo domingo. Abel Braga tinha dito que ia ver o jogo , mas acabou ficando em Tóquio e mandou dois observadores ao estádio de Toyota. Tem suas razões, claro, mas foi um exagero: o Auckland City não tinha o que mostrar e o Al Ahly mostrou muito pouco. Será preciso um tsunami para tirar os colorados da decisão do título, muito provavelmente com o Barcelona. Hoje, também cedinho, vão se enfrentar o Jeonbuk Motors, da Coréia, e o América, do México. O vencedor jogará na quinta a outra semifinal, contra o Barcelona. Se há um time que pode aprontar alguma surpresa no Japão é o América. Favorito contra os coreanos, quer brincar de zebra com Ronaldinho Gaúcho e companhia. Poucos acreditam, muitos torcem por isso. Inter e Barcelona, que jamais ganharam o título, são evidentemente os favoritos para fazer a final deste terceiro Mundial de Clubes promovido pela Fifa. Os gaúchos podem conquistar o tri para o futebol brasileiro, campeão no Rio em 2000, com o Corinthians, e em Yokohama em 2005 com o São Paulo. Não será fácil. Em todo o mundo, é absoluto o favoritismo do Barcelona, mas os colorados apostam no forte poder de marcação do time e rezam para que o garoto Alexandre Pato aconteça de vez no Japão. Amém.
AMORES SUSPEITOS
CARTÕES EM GUERRA
Polícia e Ministério Público fizeram muito alarde ao investigar as relações entre o Parque São Jorge e a MSI, mas continuam devendo as conclusões. Enquanto isso, Kia Joorabchian troca juras de amor com o Flamengo e Boris Berezovski descobre uma tardia e incontrolável paixão pelo Corinthians.
A decisão de uma juíza de Nova York de obrigar a Fifa a manter a Mastercard como patrocinadora das Copas do Mundo de 2010 e 2014 pegou de surpresa a Visa, que já preparava para janeiro de 2007 várias ações como nova parceira da entidade no principal evento esportivo do mundo.
*Com Agência Estado e Reuters
Albari Rosa/AE
Leão pede reforços de peso
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z a g u e i ro A l e x , d o PSV; o meia Elano, do Shakhtar, da Ucrânia; o atacante Grafite, do Le Mans, da França; e o meia Alex, do Fenerbahçe, da Turquia. Estes são os principais nomes da lista de reforços entregue pelo técnico Emerson Leão ao magnata russo Boris Berezovski, prestes a assumir a parceira MSI, para reforçar o Corinthians no ano que vem. Ele prometeu liberar o dinheiro para as negociações serem concretizadas antes do Natal. A prioridade, no entanto, continua sendo a definição da situação do atacante Nilmar, que se recupera de contusão no joelho e cujo empréstimo com o Lyon termina no fim do mês. Se a MSI quiser manter o jogador no Corinthians, deverá desembolsar 8 milhões de euros. Se Grafite não acertar, Christian, do Juventude, é uma alternativa. O único reforço que
interessa e ainda não trabalhou com Leão é o meia Alex, que faz muito sucesso no futebol turco. A base da equipe ainda seria formada pelos garotos formados no terrão do Parque São Jorge. O goleiro Marcelo, agora sem a sombra do veterano Sérgio, do Palmeiras, que não acertou o salário, segue como titular. Édson, Luciano Ratinho e Fagner vão brigar pela vaga na lateral-direita. Betão continuará a ser um dos líderes do grupo e Rosinei é uma boa opção para o meio-de-campo. Alguns veteranos, como o zagueiro Antônio Carlos, também podem ser contratados para garantir o equilíbrio da equipe. A apresentação dos jogadores está marcada para 3 de janeiro. O elenco vai passar duas semanas de treinamentos intensivos em Jarinu, antes da estréia no Campeonato Paulista, dia 17, no Pacaembu, diante da Ponte Preta.
Santos inicia reformulação
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Meia-atacante do Atlético-PR pode ser o substituto de Danilo em 2007
Dagoberto é a prioridade
E
ntre as contratações para 2007, a diretoria do S ã o P a u l o p re t e n d e priorizar a vinda do meia-atacante Dagoberto, do AtléticoPR. Mas o técnico Muricy reconhece: “Não há jogador com as mesmas características do Danilo: alguém que ajude na marcação, seja bom nas jogadas aéreas e faça gols”.
A renovação de contrato com o volante Mineiro é outra prioridade. O clube pode tentar a vinda do volante Andrade, do Vasco. Outro nome cotado para reforçar o elenco é o atacante Marcos Aurélio, também do Atlético-PR. O São Paulo já trouxe Jadílson, lateral-esquerdo, do Goiás, e Hugo, meia, do Grêmio.
ellington Paulista viaja quarta-feira para se apresentar ao Alavés, da Espanha. Rodrigo Tiuí e Leandro têm remotas chances de emplacar no time em 2007. Quem também deve deixar a Vila Belmiro é o volante Heleno, cujo contrato termina em 31 de dezembro. Assim, o Santos vai iniciando sua reformulação para 2007. A prioridade, agora, é renovar o contrato do volante Cléber Santana por mais quatro anos, para só depois atacar outros pontos da agenda. É possível que o passo seguinte seja uma conversa com o atacante Reinaldo, que só continuará no clube se o Kashiwa Reysol, do Japão, aceitar prorrogar o empréstimo. O técnico Vanderlei Luxemburgo o considera “um jogador acima da média”, mas os dirigentes do Santos acham arriscado gastar muito para manter um atleta que chegou
em janeiro de 2006 para ser a referência do ataque e passou mais da metade do ano se recuperando de contusões. Se não houver acerto para esticar o contrato de Reinaldo, o Santos vai ter que contratar uma nova dupla de ataque. O primeiro nome seria Nilmar. “Se ele aparecer amanhã em Santos, vai ser uma surpresa para mim”, disse o diretor de futebol do Santos, Luiz Antônio Capella. “Mas de repente o presidente Marcelo Teixeira pode surpreender, dando esse presente de Natal aos nossos torcedores.” Há cerca de 20 dias, Vanderlei Luxemburgo telefonou para o procurador do jogador, Orlando da Hora, para manifestar o interesse na contratação. “Vamos começar a ouvir propostas e uma delas poderá ser do Santos, porque vou telefonar para Luxemburgo”, antecipou Orlando da Hora.
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
1 O Laptop da Xuxa, vendido nas 75 lojas da Ri Happy em todo o Brasil a R$ 219,99.
Fotos: Rafael Hupsel/LUZ
ação
Divulgação
Divulg
VAREJO APOSTA EM BRINQUEDO COM TECNOLOGIA
Beatriz Camargo pediu ao Papai Noel do Shopping Leste Aricanduva um par de sandálias Hello Kitty
Indústrias e lojas reforçam estoque para o Natal e projetam faturar até 10% mais
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m Natal high tech. Brinquedos como uma boneca capaz de falar 800 palavras, um aparelho de MP3 para baixar 40 músicas ou uma máquina fotográfica digital, entre dezenas de atrativos tecnológicos, são os destaques das indústrias e lojas para o Natal. Apesar desse investimento, os brinquedos mais baratos, sem tecnologia e com preço baixo, de até R$ 30, devem dominar as vendas, por causa do poder aquisitivo relativamente baixo da população. Na maioria das cartinhas enviadas para o Papai Noel nos shoppings, as crianças pedem brinquedos simples como carrinhos e a boneca Polly. Grandes redes varejistas, como Ri Happy, PBKids e Armarinhos Fernando, estimam uma expansão de 5% a 10% nas vendas de Natal. E todas as lojas projetam um tíquete médio maior para o Natal de 2006, sobre o Natal do ano passado, por causa dos brinquedos mais sofisticados. Pela estimativa da Associação Brasileira da Indústria de Brinquedos (Abrinq), da produção de 100 milhões de unidades para 2006, cerca de 70% dos produtos à venda custam até R$ 30. A estimativa da indústria brasileira é faturar em torno de R$ 1 bilhão neste ano, cerca de 4% a mais do que no ano passado. No grande varejo, os brinquedos importados formam de 65% a 70% do mix. De acordo com o presidente da Abrinq, Sinésio Batista da Costa, o Natal representa 30% das vendas do ano todo. Ofertar produtos de maior valor agregado é importante para tentar aumentar o bolo de vendas dos empresários. Em outubro, os fabricantes de brinquedos brasileiros e chineses fecharam um acordo que trata das importações da China até 2010. No ano passado o Brasil importou da China – que domina 70% do mercado mun-
dial de brinquedos – cerca de US$ 90 milhões. "Hoje as bonecas representam 40% das vendas e os jogos eletrônicos, preferência entre os meninos, 20%", comenta Costa. A expectativa da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) para as vendas no Natal de 2006 é de crescimento entre 4% e 5% em comparação ao Natal de 2005, informa o presidente da entidade, Nabil Sahyoun. Brinquedo high tech– A gerente de marketing da PBKids Brinquedos, Vera Lúcia de Souza, informa que a rede aumentou em 5% seu estoque Pablo de Sousa/LUZ
Márcio Gravanic: qualidade
em relação ao mesmo período de 2005. A PBKids projeta um aumento nas vendas em torno de 8%, e o tíquete médio deste período deve aumentar de R$ 97 para R$ 108, se comparado ao Natal de 2005. Essa expectativa se deve aos lançamentos para a data. "Nossa grande aposta para o Natal são brinquedos com alta tecnologia. Bonecas com expressões faciais, movimentos no corpo e que choram, riem e até falam, carrinhos que sobem as paredes, robôs e laptops", conta Vera Lúcia de Souza. Tanta tecnologia encanta crianças e até adultos. Entre os brinquedos tecnológicos oferecidos pela PBKids estão a
Ananda, boneca que fala mais de 800 palavras (R$ 800), o Roboreptile, Robosapien V2 e Robopet, robôs que interagem entre si e com o meio (R$1.199,90), o Gravity, um jipe Hummer que sobe pelas paredes (R$ 419) e o Yumel, um bonequinho robô, que, entre outras habilidades, deseja parabéns no dia do aniversário da criança (R$ 2.079). Na Ri Happy, maior varejista de brinquedos do País, foram vendidas 800 bonecas Barbie em outubro, 1 mil em novembro e a previsão é alcançar 1,5 mil unidades em dezembro. Alguns itens não relatados pelos Papais Noéis mas destacados pela rede são o tênis com rodinha (R$ 159,99) e o Laptop da Xuxa (R$ 219,99). De acordo com o diretor comercial da Ri Happy, Ricardo Sayon, é possível notar um movimento maior nas lojas, mas ainda é cedo para indicar um percentual de crescimento. "O que posso dizer é que a Ri Happy espera obter um crescimento entre 5% a 6% nas vendas em relação ao Natal de 2005. Os lançamentos de maior valor agregado deverão ajudar a aumentar o tíquete médio de R$ 84 para cerca de R$ 90 neste ano", diz. A rede Armarinhos Fernando aposta na variedade, qualidade, grande estoque e preços baixos para atrair mais compradores. A duas semanas para o Natal, as lojas estão abarrotadas de consumidores. De acordo com o gerente-geral da empresa, Márcio Gavranic, o consumidor final corresponde a 30% das vendas, que neste ano cresceram 6% em relação a 2005. "Os outros 70% são lojistas de todo o País", diz. Ele prevê um acréscimo de 8% nas vendas em relação ao Natal do ano passado. Alguns dos destaques da loja para as meninas são a Barbie verão (R$ 14,99) e para os meninos, o carro Candidi Vulcan (R$ 58,90). Tatiana Vicentini
Nicole Reis Oka (esq.) e Rafael Oka já escolheram os brinquedos
Dante Ramos e Nicolas Ramos
Crianças querem presentes simples
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no após ano a rotina se repete. Crianças de todas as idades enumeram os presentes que desejam ganhar do Papai Noel. Algumas escrevem cartinhas listando os pedidos, enquanto outras fazem questão de se encontrar com o "bom velhinho" para fazer suas solicitações pessoalmente. No Shopping Leste Aricanduva, que chega a receber 5,5 milhões de pessoas no mês de dezembro, centenas de crianças fazem fila todos os dias para conversar com Papai Noel. Ou seja, não há ninguém que conheça melhor os brinquedos dos sonhos da garotada para esse Natal. Basta uma rápida conversa com o Papai Noel para se obter a lista dos presentes mais pedidos: carrinhos Hot Wheels, bonecas Barbie e Polly, Laptop da Xuxa, bicicleta e boneco Power Rangers. A relação não coincide, em vários pontos, com as informações fornecidas pelos lojistas, que dizem esperar uma explosão na venda de brinquedos tecnológicos. Na fila para tirar uma foto com o Papai Noel, o pequeno Fernando, de três anos, já sabia exatamente o que pedir. "Quero uma bateria e uma mesinha igual à do trabalho do meu pai." Já Beatriz, de quatro anos, pediu uma sandalinha da Hello Kitty. "Eu já perguntei se ela quer algum brinquedo em especial, e a Bia só fala da tal sandália. Acho que terei de escolher por ela", diz Telma Camargo, mãe da menina.
Da televisão — A dona de casa Célia Emiko Oka Reis levou a filha Nicole, de dois anos, e o sobrinho Rafael, de quatro, para escolherem o presente de Natal. "Eles saíram de casa sem saber ao certo o que queriam. Por eles, eu teria de levar todos os brinquedos que aparecem na televisão." Depois de ficarem rodando pela loja durante algum tempo, eles finalmente se decidiram. Rafael escolheu um Spiderman City Attack e Nicole, o Acquabrink. "Se eu falar com o Papai Noel ele traz mais um brinquedo para mim? Eu fui boazinha, só quebrei o dente, mas ele cresce, né?", diz Nicole.
O e-mail enviado para o Papai Noel teve de ser mudado depois de os irmãos Dante, de nove anos, e Nicolas, de oito, entrarem na Ri Happy. A mãe, a professora Sandra Souza Ramos, precisou de paciência extra, já que os meninos mudaram de opinião pelo menos cinco vezes. "Eles saíram de casa decididos, mas quando chegaram aqui quase me deixaram louca. Sentei em um banco fora da loja e esperei que eles se decidissem. Os dois foram bem na escola neste ano e estão se comportando bem, sem brigas, por isso não coloquei um teto no valor dos brinquedos", conta Sandra. (TV)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Futebol europeu Sul-Americana Espanhol Puskas
3 Tony Rodriguez/AFP
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
BARCELONA VENCE ÚLTIMA ANTES DO MUNDIAL
O Real jogou muito bem, mas o Sevilla teve três chances e fez dois gols.” Cannavaro
DESPEDIDA EM ALTA
U
m gol de Ronaldinho Gaúcho deu ao Barcelona a tranqüilidade de viajar para o Japão com a liderança do Campeonato Espanhol. O time venceu por 1 a 0, afundou o rival na crise - o time basco é o lanterna - e viu sua vantagem na liderança crescer um ponto, depois que o Sevilla tomou o segundo lugar do Real Madrid com a vitória por 2 a 1, em casa, sobre o time de Ronaldo. “Fomos bem, embora não tenha sido um jogo tão bonito quanto outros”, reconheceu o técnico Frank Rijkaard, que não poupou ninguém para a partida, pois considerava fundamental manter a ponta - haverá duas rodadas sem o Barcelona durante o Mundial. Em Sevilha, o Real viu Ronaldo passar em branco pela primeira vez desde que retornou de sua lesão no joelho esquerdo. Saiu na frente, com Beckham, mas não conseguiu segurar o placar - o rival virou com Kanouté e Chevantón. “O mais justo seria o empate”, lamentou o técnico Fabio Capello.
Inter dispara e o Milan pára
O
s times de Milão vivem altos e baixos no Campeonato Italiano: a Inter, fora de casa, venceu o Empoli por 3 a 0 e abriu sete pontos de vantagem na liderança, enquanto o Milan não passou de um empate sem gols, em casa, contra o Torino, e está em 15º, com 13 pontos, perto da zona de rebaixamento. Nem mesmo a punição de oito pontos, por causa da manipulação de resultados, serve como desculpa para os rubro-negros: com eles, a equipe estaria em quinto, e a 18 pontos do arqui-rival. A Inter venceu com autoridade a equipe que até então tinha a melhor defesa do campeonato, apenas seis gols sofridos. E contou com a sorte no clássico da capital: viu a vice-líder Roma ser derrotada por 3 a 0 pela Lazio.
Lluis Gene/AFP
ESPANHA Barcelona 1 x 0 Real Sociedad Sevilla 2 x 1 Real Madrid Athletic Bilbao 4 x 2 Huelva Celta 1 x 1 Villarreal Getafe 1 x 1 Betis Gimnastic 2 x 1 Levante Osasuna 3 x 0 Mallorca Racing Santander 0 x 2 Zaragoza Atletico Madrid 1 x 2 Espanyol Valencia 4 x 0 La Coruña
Ronaldinho recebe abraço de Giuly depois de marcar o gol da vitória contra a Real Sociedad, que manteve o Barcelona na ponta do Espanhol em seu último jogo antes do Mundial de Clubes
ITÁLIA
FRANÇA
ALEMANHA
Reggina 2 x 1 Ascoli Palermo 3 x 0 Livorno Milan 0 x 0 Torino Atalanta 3 x 2 Messina Cagliari 0 x 0 Parma Catania 1 x 0 Udinese Chievo 0 x 1 Fiorentina Empoli 0 x 3 Inter de Milão Sampdoria 0 x 0 Siena Lazio 3 x 0 Roma
Bayer Leverkusen 2 x 1 Hertha Bayern 2 x 1 Energie Cottbus Eint. Frankfurt 2 x 6 Werder Bremen Hamburgo 0 x 0 Nuremberg Hannover 1 x 1 Arminia Bielefeld Borussia Mönchengladbach 1 x 1 Mainz Stuttgart 1 x 0 Bochum Schalke 3 x 1 Borussia Dortmund Wolfsburg 1 x 2 Alemannia Aachen
Classificação
P
V
SG
GP
1 Barcelona
33
10
22
33
2 Sevilla
31
10
14
28
3 Real Madrid
29
9
14
25
4 Zaragoza
26
8
11
28
5 Atlético Madrid
24
7
8
19
6 Getafe
22
6
2
11
7 Huelva
22
7
1
22
8 Villarreal
22
6
-2
15
9 Valencia
21
6
5
19
10 Celta
19
5
-1
19
11 Espanyol
19
4
-1
14
12 Osasuna
17
5
-3
15
13 La Coruña
17
4
-6
11
14 Mallorca
17
4
-6
11
15 RacingSantander
15
3
-6
12
16 Levante
14
3
-8
12
17 Athletic Bilbao
11
2
-10
16
18 Betis
10
2
-5
14
19 Gimnastic
8
2
-16
13
20 Real Sociedad
6
0
-13
7
INGLATERRA
Toulouse 0 x 1 Lens Bordeaux 1 x 2 Rennes Lorient 2 x 0 Sedan Olympique 2 x 1 Monaco Nantes 0 x 0 Le Mans Nice 0 x 0 Nancy Troyes 3 x 3 Auxerre Valenciennes 0 x 0 Sochaux Lille 2 x 2 Saint-Etienne Lyon 3 x 1 PSG
PORTUGAL
Manchester United 3 x 1 Manchester City Blackburn 1 x 3 Newcastle Liverpool 4 x 0 Fulham Middlesbrough 1 x 1 Wigan Portsmouth 2 x 0 Everton Tottenham 5 x 1 Charlton Watford 0 x 0 Reading Bolton 4 x 0 West Ham Chelsea 1 x 1 Arsenal hoje: Sheffield x Aston Villa
Belenenses 2 x 0 Braga Boavista 3 x 0 Beira Mar Vitória Setubal 0 x 3 Sporting Aves 0 x 1 União Leiria Acadêmica 1 x 2 Marítimo Paços Ferreira 1 x 1 Amadora Naval 0 x 0 Benfica hoje: Nacional x Porto
Classificação
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
1 Inter de Milão
39
12
18
32
1 Werder Bremen
33
10
24
45
1 Lyon
46
15
24
35
1 ManchesterUnited
44
14
29
38
1 Porto
31
10
19
26
2 Roma
32
10
18
32
2 Schalke 04
33
10
11
28
2 Lens
32
9
11
26
2 Chelsea
36
11
17
26
2 Sporting
29
9
12
21
3 Palermo
31
10
12
30
3 Stuttgart
31
9
8
27
3 Lille
30
8
10
26
3 Portsmouth
28
8
9
23
3 Braga
23
7
2
19
4 Catania
23
6
-5
21
4 Bayern
30
9
7
26
4 Sochaux
30
8
5
21
4 Liverpool
28
8
8
23
4 Benfica
23
7
10
23
5 Lazio*
21
7
12
25
5 Hertha
24
6
3
27
5 Saint-Etienne
28
8
6
27
5 Bolton
27
8
4
19
5 Marítimo
22
7
2
15
6 Atalanta
20
5
0
24
6 Arminia Bielefeld
22
5
5
23
6 Olympique
27
8
7
23
6 Arsenal
26
7
13
26
6 União Leiria
21
6
-1
12
7 Livorno
20
5
-3
15
7 Bayer Leverkusen
22
6
4
26
7 Nancy
26
7
1
14
7 Reading
26
8
-2
20
7 Nacional
19
6
6
19
8 Empoli
19
4
-1
12
8 BorussiaDortmund
22
5
1
20
8 Bordeaux
25
8
-2
20
8 Tottenham
25
7
-1
19
8 Paços Ferreira
18
4
-1
14 11
Classificação
GP
9 Siena*
18
4
-3
13
9 Nuremberg
20
3
3
18
9 Toulouse
24
7
1
20
9 Aston Villa
24
5
4
20
9 Belenenses
17
5
2
10 Torino
18
4
-7
10
10 Eintracht Frankfurt
20
4
-5
22
10 Rennes
23
6
0
15
10 Everton
24
6
3
19
10 Naval
17
4
-1
10
11 Sampdoria
17
4
0
21
11 Hannover
20
5
-8
15
11 Lorient
23
6
-2
18
11 Wigan
22
6
-1
20
11 Boavista
15
4
-2
15 18
12 Udinese
17
4
-2
14
12 Wolfsburg
19
4
-3
11
12 Le Mans
21
4
-2
19
12 Manchester City
20
5
-6
14
12 Acadêmica
13
4
-3
13 Cagliari
16
2
-1
13
13 Alemannia Aachen
18
5
-5
25
13 Auxerre
19
4
-5
17
13 Fulham
20
5
-11
16
13 Estrela Amadora
12
3
-9
8
14 Messina
14
3
-7
18
14 Energie Cottbus
16
4
-6
18
14 Valenciennes
18
5
-10
14
14 Newcastle
19
5
-3
15
14 Vitória de Setúbal
9
2
-11
8
15 Milan*
13
5
0
14
15 Borussia Mönchen.
15
4
-8
13
15 PSG
17
4
-6
17
15 Middlesbrough
17
4
-8
14
15 Aves
8
2
-10
10
16 Fiorentina*
11
8
7
22
16 Bochum
15
4
-10
20
16 Monaco
16
4
-1
20
16 Blackburn
16
4
-7
14
16 Beira-Mar
7
1
-15
14
17 Chievo
10
2
-7
13
17 Hamburgo
12
1
-6
13
17 Nice
15
3
-5
14
17 Sheffield
16
4
-9
11
18 Parma
10
2
-15
12
18 Mainz
11
1
-15
10
18 Troyes
15
3
-8
18
18 West Ham
14
4
-14
10
19 Ascoli
6
0
-13
10
19 Nantes
13
2
-11
12
19 Charlton
12
3
-15
13
20 Reggina*
5
5
-3
17
20 Sedan
10
1
-13
19
20 Watford
11
1
-10
10
*Punições: Siena, -1; Lazio, -3; Milan, -8; Reggina e Fiorentina, -15
Último adeus a Puskas Attila Kisbenedek/AFP
A
utoridades húngaras, dirigentes esportivos, ex-jogadores e fãs. O funeral de Ferenc Puskas reuniu milhares de pessoas no sábado, em Budapeste, capital da Hungria. Um dos maiores nomes da história do futebol, ele morreu no dia 17 de novembro, aos 79 anos, vítima do Mal
SUL-AMERICANA
Chilenos com vantagem
C Maior esportista da história da Hungria, morto no dia 17 de novembro, aos 79 anos, ele foi finalmente sepultado no sábado, em Budapeste, diante de milhares de fãs, autoridades e ex-jogadores
de Alzheimer. Para homenagear o ídolo, o governo húngaro fez uma longa e cara preparação — foram gastos cerca de 700 mil euros no evento. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, o presidente do Real Madrid, Ramon Calderón, o presidente da Hungria, László Sólyom, o primeiro-ministro do país, Ferenc Gyurcsany, e os ex-joga-
dores Beckenbauer e Platini estiveram presentes. Puskas foi um dos maiores jogadores da história do futebol. Conquistou a medalha de ouro olímpica em 1952 e o vicecampeonato mundial em 1954 com a Seleção Húngara, pela qual marcou 83 gols em 84 jogos. Também brilhou no Real Madrid, da Espanha, onde
conquistou vários títulos, foi artilheiro e virou ídolo. Sábado foi declarado dia de luto oficial na Hungria. A cerimônia começou no Estádio Nacional de Budapeste, batizado com o nome de Puskas em 2002. Depois das homenagens no estádio, o caixão foi levado à Basílica de San Esteban, onde Puskas foi enterrado.
olo Colo e Pachuca fazem nesta quarta-feira, às 23h30 (de Brasília), em Santiago, a decisão da Copa SulAmericana, e o time da casa começa o jogo como virtual campeão, já que obteve um empate por 1 a 1 no jogo de ida, há dez dias, no México, e joga com a vantagem do empate sem gols. Os mexicanos precisam vencer ou empatar em mais de dois gols, enquanto nova igualdade em 1 a 1 leva aos pênaltis. Se conseguir o título, o Pachuca, que eliminou o Atlético
Paranaense nas semifinais, será o primeiro time mexicano a vencer uma competição na América do Sul - até hoje os melhores resultados são do Cruz Azul, vice da Libertadores em 2001, e do Pumas, que perdeu a própria Sul-Americana no ano passado. Ambos caíram diante do Boca Juniors. O Colo Colo chega com o respaldo de ser o único chileno a ser campeão em torneios continentais - até agora, tem no currículo a Libertadores de 91 e a Recopa do ano seguinte.
2
Nacional Comércio Exterior Negócios Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
Itens de marca própria oferecem maior rentabilidade para as redes de farmácias
FRAUDES AUMENTAM NO NATAL
BANCOS TIVERAM PREJUÍZO DE R$ 300 MILHÕES COM FRAUDES, ADVINDAS DO USO DE MEIOS ELETRÔNICOS
CUIDADOS AO COMPRAR PELA INTERNET
C
Fotos: Milton Mansilha/Luz
ompras realizadas mados para armazenar dados tos — é outra maneira de o pela internet e paga- do internauta. "Quem vai fazer cliente se prevenir contra fraumentos em geral, a primeira compra também des ao comprar na internet. feitos com cartões deve dar preferência às lojas Mattos lembra que, para oferecer essa opção ao consumidor, de crédito, demandam cuida- mais conhecidas", aconselha. A preferência pelos meios a empresa submeteu-se a uma dos por parte do consumidor. As fraudes virtuais ocorrem ao eletrônicos de pagamento — avaliação da operadora do carlongo de todo o ano, mas ten- em vez, por exemplo, de bole- tão, o que garante, pelo menos, que ela está ledem a se inten- Divulgação galmente conssificar no Natal. tituída. Segundo dados Além disso, o da Federação uso do cartão Brasileira de p e r m i t e c o nBancos (Febratestações do ban), as instituicliente, caso a ções bancárias mercadoria somaram prenão seja entrejuízo de R$ 300 gue, ou o pagamilhões com mento com o fraudes em cartão tenha si2005, advindas do objeto de do uso de meios uma fraude. eletrônicos de Para o lojista, pagamento, coas questões asmo cartões e insociadas às ternet. Por confraudes são ta do Natal, a mais compleentidade divulxas. "Esse asgou "os 20 manpecto do cartão, damentos do que é positivo Natal eletrônipara o consumico seguro". dor, pode não Estima-se ser bom para o que neste final lojista." Ele se de ano sejam refere à chamarealizadas 2,5 da autofraude, milhões de em que o consucompras pela midor paga internet, equicom o cartão e valentes a depois contesta R $ 7 5 5 m ia compra. lhões. SegunMattos diz do o consultor Gastão Mattos: mais de 80% das compras virtuais são pagas com cartão que as grandes do Movimento empresas do Internet Seguvarejo virtual ra, da Câmara não chegam a Brasileira de perder mais de Comércio Ele0,1% de seu fatrônico (Câmaturamento com ra-e.net), Gasas fraudes. Eles tão Mattos, cercriaram sisteca de 80% do mas que estaque se consobelecem parâme em lojas metros para devirtuais é pago tectar a autocom cartão de fraude. crédito. A pequena C ui d ad os empresa, no Aos consumientanto, sofre dores em geral, mais com isso. M a t t o s re c o"A maioria das menda que se lojas de pequeevite o uso de no porte que computadores quebraram e fede terceiros ou charam as porde cibercafés. tas foi vítima de O s e q u i p afraude", diz. mentos podem estar prograFátima Lourenço
Sodexho: cartão no lugar de cesta
A
empresa de benefícios Sodexho está lançando no mercado um gift card (cartão presente) como opção de substituição à tradicional cesta de Natal oferecida por empresas e condomínios para os funcionários. A idéia é atingir a marca de R$ 20 milhões em créditos distribuídos por cartões até o final deste mês, dos quais R$ 6,7 milhões somente em São Paulo. O produto, de acordo com o diretor de Marketing da Sodexho, José Roberto Lima de Arruda, tem um funcionamento simples: a empresa credita determinados valores nos cartões que entregará aos em-
pregados, sem limites mínimo ou máximo. Com o plástico em mãos, o funcionário pode usar os créditos em qualquer um dos 23 mil estabelecimentos e prestadores de serviços credenciados à Sodexho no País. "A vantagem é que a empresa não precisa ficar presa à tradicional cesta de Natal. Com o cartão, o funcionário pode comprar presentes, ir ao cinema ou pagar uma ou duas parcelas de uma viagem", destacou o executivo. Credenciados — A rede de cinemas Cinemark, a varejista Casa&Construção, a TAM Viagens, o grupo Pão de Açúcar e a Casas Bahia estão entre
os parceiros. "Em cidades de menor porte, o beneficiado poderá utilizar o cartão na rede da Sodexho, que tem padarias, armazéns e mercearias", informou Arruda. A intenção da Sodexho é transformar o gift card em produto sazonal. Arruda afirmou que o cartão pode estar disponível em datas comemorativas ou servir de prêmio para funcionários por produtividade ou por tempo de casa. A alternativa também pode ser usada por condomínios, substituindo a famosa "caixinha" de Natal. "Os condôminos estabelecem o valor do crédito para os cartões." (DF)
Vendas de produtos de marca própria nas farmácias ajudam a tornar os clientes fiéis às redes
Produtos infantis estão entre os itens mais procurados
Pedro Zidoi: pequenos ganham
Marcas próprias ganham espaço nas farmácias
D
epois de se consolidar nas gôndolas dos supermercados e nas prateleiras das lojas de vestuário, os produtos de marca própria estão chegando ao varejo do setor farmacêutico. O preço de venda mais baixo não significa lucros menores. Isso porque os produtos de marcas próprias dão uma margem de lucro 10% maior ao varejo do que os produtos das marcas líderes. Além da rentabilidade, essas linhas são apontados como uma ferramenta estratégica para tornar os clientes fiéis às redes de farmácias. A Drogão, uma das maiores redes de farmácias da capital paulista, com 60 lojas, deve lançar 160 produtos com marca própria até o final do ano. Entre eles, algodão, curativos, removedor de esmaltes, linha infantil e de cuidados com os cabelos e a pele. A iniciativa surgiu pela necessidade de firmar o nome da empresa e cativar a clientela. O diretor de Marketing da Drogão garante que, hoje, os 40 itens que já estão nas prateleiras da rede representam 10% do faturamento total da empresa. "Estamos estreitando o relacionamento com o cliente e ele está endossando a qualidade de nossos produtos", afirma. De acordo com ele, para o próximo ano a expectativa é de
15% de crescimento em relação ao faturamento de 2006. Estudo — A ACNielsen divulgou em setembro o 12º Estudo Anual de Marcas Próprias, que neste ano trouxe, além dos dados de varejo, atacadistas e farmácias, informações sobre o consumo das marcas próprias dentro dos domicílios brasileiros. Apenas no primeiro semestre de 2006, 12 milhões de lares compraram marcas próprias ao menos uma vez. Desses, 46% são de nível socioeconômico alto e apenas 26,4% de classe baixa. "Isso reforça uma tendência mundial de as marcas próprias deixarem de se caracterizar apenas por seu preço baixo, mas também por sua qualidade", afirma gerente de Marketing da ACNielsen, Marisa Holzknecht. A rede Farmais foi a precursora no setor de drogarias a investir em marca própria. Há dez anos, os produtos são vendidos com preços em média 20% a 30% menores do que os das marcas líderes. De acordo com o gerente de Negócios da rede, Cláudio Godoy, não há um perfil de consumidor definido. "A aceitação da marca própria é muito boa em todas as classes. Hoje temos 50 itens e pretendemos incluir mais 14 produtos até o final do mês", afirma Godoy.
Atualmente, o faturamento da Farmais com os produtos de marca própria representa apenas 3%, mas o gerente de negócios da rede afirma que esse percentual se deve ao baixo valor agregado do itens. "Esperamos um crescimento de 4,5% em 2007 em relação a este ano, pois os novos produtos possuem maior valor agregado", observa Godoy. Faturamento — Segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), esse gênero de produtos representa cerca de 1% do volume de vendas das farmácias e não chega a ser uma tendência para um faturamento maior no segmento. O presidente da Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico (ABCfarma) e do Sindicato do Comércio Varejistas de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo (Sincofarma), Pedro Zidoi, afirma que a estratégia de vender a própria marca está dando certo principalmente nos pequenos e médios estabelecimentos. "Os preços são sempre mais atrativos. Apesar disso, o percentual de faturamento ainda é praticamente insignificante para o setor. O crescimento depende da variedade, qualidade e da fidelidade do cliente à marca", destaca Zidoi. Tatiana Vicentini
EDITAIS PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ
Aviso de Abertura de Licitação Processo: Concorrência Pública nº 003/06 Objeto: Contratação de agência de propaganda para prestação de serviços de publicidade para a Prefeitura Municipal de Guaratinguetá. Edital disponível no site: www.guaratingueta.sp.gov.br. Local sessão pública: Praça Dr. Homero Ottoni nº 75, Centro-Guaratinguetá. Data da sessão: 12.01.07, às 14:00 horas. Valor para retirada do edital: R$ 5,00.
ABANDONO DE EMPREGO Corum Visual Comunicação e Afins Ltda. solicita o comparecimento do Sr. Leonardo Leite França, portador da CTPS nº 0027928 Série 0008-SP, no prazo de 03 dias, sob pena de caracterização do abandono de emprego previsto no artigo 482, letra “I”, da CLT.
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PEDRO
AVISO DE LICITAÇÃO Tomada de Preços nº 26/006 Em virtude da constatação de incorreta descrição do objeto desta contratação, faço público para conhecimento dos interessados, que o Edital de Tomada de Preços nº. 26/2006, para a aquisição de trator agrícola com grade niveladora, pelo tipo de menor preço, regida pela Lei Federal nº. 8.666/93, suas alterações e demais legislação expressa no Edital, passa a ter a seguinte alteração, ficando inalterados todos os demais itens não alterados por esta publicação. O item 2 – Objeto, do edital, passa a ter a seguinte redação: “A presente licitação visa escolher a melhor proposta para a aquisição de 01 (um) trator agrícola com tração 4x4, motor de 75 cv, 12 velocidades, pneus dianteiros 12.4 – 24rl, pneus traseiros 18.4 – 30rl, caixa de ferramentas, embreagem dupla, TDP com 540 RPM’s, pesos dianteiros e traseiros, faróis auxiliares com controle remoto e sistema hidráulico e 01 (uma) grade niveladora leve com 28 (vinte e oito) discos de 20” (vinte polegadas) e 3,5mm (três milímetros e meio) de espessura e espaçamento de 170mm (cento e setenta milímetros), com peso de 666 Kg (seiscentos e sessenta e seis kilogramas), fabricado dentro das normas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, para integrar a Patrulha Agrícola do Município.” Os envelopes dos licitantes com a documentação e a proposta deverão ser entregues no Departamento de Compras e Licitações, sito à Rua Valentim Amaral, 748, nesta cidade, até às 11:00 horas, do dia 28 de dezembro de 2006. O início da abertura dos envelopes será às 14:00 horas, do dia 28 de dezembro de 2006, na Sala de Abertura de Licitações, sita à Rua Valentim Amaral, 748, nesta cidade. Para conhecimento do público, expede-se o presente Edital, que será publicado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, do Município de São Pedro, em jornal de grande circulação no estado e no Município e afixado em Quadro de Avisos, no saguão do Paço Municipal. São Pedro, 07 de dezembro de 2006. Eduardo Speranza Modesto - Prefeito Municipal.
Edital de Citação com prazo de 20 dias. Processo nº 002.01.047451-1 - Contr. 3631 - O (a) Doutor (a) Fabiana Bissoli Scardoeli Alves, Juiz (a) de Direito da Quarta Vara da Família e Sucessões do Foro Regional II de Santo Amaro, da Comarca da Capital do Estado de São Paulo, na forma da Lei, etc... FAZ SABER à(s) herdeira(s) SANDRA REGINA MOREIRA LEUENROTH, TATHIANA MOREIRA LEUENROTH, SÉRGIO MOREIRA LEUENROTH, demais dados não constam dos autos, e ADRIANA PANSINE LEUENROTH, brasileira, do lar, portadora do RG nº 11.794.311 SSP/SP, e do CPF nº 091.174.088-06, casada com Cláudio Goulart de Faria, demais dados não constam dos autos, que pelo presente edital fica(m) citado(s) para no prazo de 10 dias, a fluir após os 20 dias supra, da publicação do presente edital, habilite(m)-se nos autos de INVENTÁRIO movido por VALÉRIO POUSA em face de JOÃO PEREIRA LEUENROTH - espólio, processo supra. Nestas condições, encontrando-se o (s) herdeiro(s), supra mencionado(s), em lugar ignorado (ou fora da comarca), foi determinada a citação do(s) mesmo(s) por edital, para querendo, dizer(em) sobre as 1ªs declarações, cabendo o(s) mesmo(s) argüir erros ou omissões; reclamar(em) contra a nomeação do inventariante e contestar(em) a qualidade de quem foi incluído no título de herdeiros, nos termos do art. 1000 do CPC. Será o presente extrato afixado e publicado na forma da lei. Nada mais. São Paulo, 06 de dezembro de 2006. Eu, (Samuel Simeão Martins Benedito), digitei. Eu, (FABIANE KOHN PAGLIUCA) escrivã-diretora, subscrevi. FABIANA BISSOLI SCARDOELI ALVES - Juiz(a) de Direito.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006 FIVB
4
Volto para a Superliga motivado, e não pressionado, por ser o único da seleção aqui.” Samuel
CACÁ BUENO, ENFIM, É O CAMPEÃO
A HORA DE CACÁ
epois de três vicecampeonatos seguidos, um deles perdido na última corrida do ano, e uma temporada dificílima, com brigas dentro e fora das pistas, Cacá Bueno enfim pôde soltar pela primeira vez ontem, em Interlagos, o grito de campeão da Stock Car. Mais do que alegria, um grito de desabafo. “Agradeço a quem torceu contra. Desculpe, mas ganhamos tudo”, disparou o piloto, que terminou liderava a última prova do ano, em Interlagos, e chegou em oitavo depois de cumprir uma passagem pelos boxes (“drive-through”) por fechar um de seus concorrentes ao título, Hoover Orsi. Os dois se tocaram e o rival abandonou. “Isso é coisa de corrida, toques acontecem. É uma pena”, disse Hoover, cuja equipe promete recorrer à Justiça para desclassificar o campeão da prova de Interlagos - o que provocaria uma reviravolta na disputa. “Não é bonito alguém ser campeão jogando o rival para fora da pista.”
Fernando Pilatos/AE
Cacá, mesmo com o título, estava inconformado com a punição. “Não sou obrigado a evitar uma batida. Houve um rigor dos comissários com a minha pessoa”, reclamou. Ele já havia acusado “perseguição” na corrida anterior, em Brasília, quando foi punido por uma batida em Giuliano Losacco. Para ele, o fato de ser filho do locutor Galvão Bueno desperta inveja nas pessoas. “O sucesso incomoda os outros. Muita gente não gosta de mim porque ele é meu pai, mas isso realmente não me incomoda”, disse o campeão. Giuliano Losacco, que abandonou ontem e terminou o ano em quinto, cumprimentou Cacá ainda na pista. “Ele fez por merecer, sem dúvida. Venceu quatro das 12 corridas.”
Depois de três vices seguidos, Cacá Bueno enfim conseguiu ser campeão da Stock Car, com o oitavo lugar na última prova do ano, em Interlagos
CLASSIFICAÇÃO: 1. Cacá Bueno, 257; 2. Antonio Jorge Neto, 251; 3. Hoover Orsi, 248; 4. Felipe Maluhy, 247; 5. Giuliano Losacco, 244; 6. Thiago Camilo, 237; 7. Alceu Feldmann, 235; 8. Guto Negrão, 231; 9. Rodrigo Sperafico, 223; 10. Ricardo Maurício, 216.
Basquete perde outro Nada de férias H N
á um mês começava o Nacional Masculino de Basquete, que teria 16 times, segundo a CBB (Confederação Brasileira de Basquete). Depois de duas desistências anteriores, a Ulbra anunciou na sexta-feira que estava fora, por causa de“diver-
Márcio Mercante/AE
gências administrativas” com a Federação Gaúcha de Basquete. ”Pedimos desculpas à CBB e aos clubes”, limitou-se a dizer o clube, por meio do supervisor Enrique Barrera. A confusão no torneio, agora com 13 participantes, se estende à tabela: enquanto o Fla-
mengo já fez cinco jogos - e ontem obteve a primeira vitória, 80 a 75 sobre o Joinville -, o Iguaçu só jogou uma vez. A liderança está divida entre três paulistas, todos invictos até agora, com quatro vitórias: Unimed/Franca, Bandeirantes/Rio Claro e Paulistano.
ão deu tempo nem para descansar e curtir a família: três dias depois de levar a seleção brasileira masculina ao bicampeonato mundial, o 15º títulos em 19 torneios sob seu comando, Bernardinho já estava trabalhando em seu clube, o Rexona/Ades. Mais três dias e a equipe, que conta com as vicecampeãs mundiais Sassá e Renatinha, vencia seu primeiro jogo na Superliga feminina: fáceis 3 a 0 (25/16, 25/13 e 25/13) sobre o estreante Vôlei Futuro, de Araçatuba. É claro que o rigoroso Bernardinho não saiu satisfeito: “O time tem de se empenhar e precisa ser mais constante em todos os fundamentos. Principalmente sacar e defender melhor”, afirmou sobre o atual campeão da Superliga. O vice é o Finasa/Osasco, que venceu o Fiat/Minas por 3 a 1 (22/25, 25/11, 25/14 e 25/18), com 25 pontos de Paula Pequeno, outra vice-campeã mundial, assim como Carol Gattaz. Os campeões mundiais também entraram em ação neste fim de semana - a maioria na Europa. O único a disputar a Superliga masculina é o ponta Samuel, reserva da equipe de Bernardinho, que foi poupado na estréia do Telemig Celu-
A
Bernardinho já viu seu time, o Rexona, vencer na estréia da Superliga
lar/Minas, vitória sobre o Lupo/Náutico por 3 a 0 (25/17, 25/18 e 25/19), em Belo Horizonte. Elogiado pelos companheiros de seleção, ele ainda tenta se acostumar ao fato de ser estrela. “É natural, por ser o único da seleção que está na Superliga”, explica Samuel,
que admite o interesse de “futuramente” ir para a Europa. O atual campeão da Superliga, o Cimed (SC), também estreou com vitória, 3 a 0 (25/20, 25/15 e 25/16) sobre o On Line (RS),.“Primeiro jogo é sempre complicado, tivemos altos e baixos”, disse o técnico Renan.
Fio de esperança
vitória por 6/2 e 6/4 sobre Flávio Saretta na despedida do Masters da Copa Petrobrás, sextafeira, no Rio, renovou as esperanças de Gustavo Kuerten de retornar com boas atuações, e acima de tudo vitórias, ao cir-
cuito profissional. É verdade que o jogo não valia nada, pois Guga já havia perdido duas partidas na competição, contra o marroquino Younes El Aynaoui e o argentino Diego Hartfield, mas obter a primeira vitória em simples desde o
Fábio Motta/AE
Após vitória sobre Saretta, Guga sonha com boas atuações em 2007
US Open de 2005 foi revigorante para o melhor tenista brasileiro de todos os tempos. “Ainda estou muito longe do ideal, mas sinto que a cada dia estou jogando melhor. Afinal, se saísse do Rio com a impressão que senti depois do meu primeiro jogo, estaria muito frustrado. Agora, fico um pouco mais contente”, afirmou Guga, que fechou o ano com uma vitória e quatro derrotas em jogos individuais. Enquanto o ex-número 1 sonha com a volta aos bons tempos, os fãs se dividem entre a esperança de dias melhores e a decepção de ver um tricampeão de Roland Garros em tão maus lençóis. Foi o argentino Hartielfd, logo depois de vencer Guga, quem descreveu a sensação geral. “Para mim é um privilégio jogar com um tenista como ele, mas de certa forma sinto-me triste em vê-lo nessa situação. Acho que o melhor é lembrar dos seus bons momentos e do que ele fez.”
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
Nacional Finanças Tr a b a l h o Comércio Exterior
DIÁRIO DO COMÉRCIO
SÃO PAULO É HOJE CAPITAL DE SERVIÇOS
mostram que nos últimos dez anos os assalariados da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), com ou sem carteira assinada, viram seus rendimentos caírem de R$ 1.494, média registrada em 1995, para R$ 1.136 no final de 2005. Em relação aos autônomos especificamente, no período a queda foi de R$ 1.406 para R$ 747. "Essa redução ocorre naturalmente porque os serviços, historicamente, pagam menos que a indústria", explica o economista Alexandre Loloian, da Fundação Seade. Sem carteira — Mas a redução dos rendimentos tem um segundo motivo, mais preocupante: a ampliação da massa de trabalhadores sem carteira assinada e autônomos, que, em geral, têm salários inferiores aos dos registrados. Em 1985, aproximadamente 44,5% das ocupações da RMSP eram preenchidas por funcionários com carteira assinada, segundo números da Fundação Sea-
de. Em 2005 o percentual era de indiretamente "o deslocamen41,6%. Nesse intervalo, a parti- to do trabalhador de uma escipação dos sem carteira saltou trutura para outra acarreta de 11% para 13,8% e a dos au- precarização no mercado, com perda de projeto de carreira e tônomos de 18,7% para 21%. Apesar de os últimos levan- de vínculo com a empresa". Desemprego — Nesse protamentos da Fundação Seade terem mostrado leve alteração cesso, o desemprego, que mais nesses números, favorável à recentemente tem diminuído, carteira assinada, o resultado tende a voltar a crescer. Em ounão é visto como tendência, se- tubro passado, a Fundação gundo analistas. Arnaldo No- Seade informou que o desemgueira, especialista em Recur- prego na RMSP chegava a sos Humanos da Faculdade de 14,6% da População EconomiEconomia, Administração e camente Ativa (PEA). Apesar Contabilidade (FEA) da USP, de a taxa estar longe da média vê a perda dos vínculos empre- anual registrada na década de 1980, de 9,5%, gatícios cada desde 2004 o vez mais em percentual tem voga no mercarecuado. do de trabalho "Para São de São Paulo. Paulo, a vanta"Vantagens trigem de ser butárias fazem por cento dos uma cidade de com que as emtrabalhadores da serviços é que presas optem cada vez mais região metropolitana e s s e s e t o r s e reinventa com por esse tipo de de São Paulo têm mais rapidez mão-de-obra, do que a indúsaté porque concurso superior tria. Novos t a m c o m re scompleto, segundo serviços serão paldo legal paa Fundação Seade. criados. A área ra a prática." cultural, que é Ele ainda vê pouco exploum grande problema pela frente. Segundo rada, ainda deve ter impulso ele, da mesma maneira como a nessa transição, a exemplo do capital paulista transitou de ci- que se vê em Londres." Mas nem só problemas apadade industrial para capital de serviços, uma nova transfor- receram com a mudança do mação está em curso. "Estamos perfil do mercado de trabalho vivendo uma reestruturação paulistano. Segundo Loloian, do setor de serviços, que está economista da Fundação Seaagregando cada vez mais tec- de, a melhora da escolaridade, nologia, como sistemas de ges- como forma de acompanhar as tão financeira e sistemas de exigências desse novo mercacompras online. Assim como do, é um exemplo. Números aconteceu nas indústrias no da Fundação mostram que em passado, um escritório vai pre- 1985 os trabalhadores com nícisar de menos gente para fun- vel superior completo respondiam por 7,8% da massa de tracionar", diz Nogueira. Segundo o especialista, cada balhadores na RMSP. Em 2005 vez que reestruturações no esse percentual já era de 9,4%. processo produtivo ocorrem, Renato Carbonari Ibelli
9,4
Esse é o principal resultado das mudanças por que passou o mercado de trabalho na grande São Paulo
N
14,6
por cento da População Economicamente Ativa era a taxa de desemprego em SP em outubro
Paulo Pampolin/Digna Imagem –16/3/05
MAIS ESTUDO, MENOS VÍNCULOS
o final da década de 1970, de cada dez indústrias instaladas no País, cinco estavam na cidade de São Paulo. Hoje, apenas cerca de 16% do trabalho na capital paulista depende da indústria. Ao longo do tempo, o município deixou de ser essencialmente industrial para ganhar o perfil de metrópole de serviços. E a mão-de-obra paulista teve de seguir essa mudança. Do operário padrão das fábricas dos anos 1970 ao prestador de serviço de hoje, o trabalhador de São Paulo melhorou sua escolaridade e ficou mais velho. Houve, ainda, significativo aumento na participação das mulheres no mercado de trabalho. Por outro lado, os salários caíram, o desemprego aumentou e os vínculos com as empresas perderam espaço, o que, segundo especialistas em mercado de trabalho, será a tônica daqui para frente. Dados da Fundação Seade
3
Nos últimos anos, diminuiu a participação de vagas com registro
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
Indicadores Econômicos
9
0,14
por cento foi a queda da cotação do dólar na última sexta-feira. A divisa norteamericana fechou o dia a R$ 2,14 parra venda.
8/12/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 06/12/2006 06/12/2006 06/12/2006 06/12/2006 06/12/2006
P.L. do Fundo 12.114.512,16 2.021.256,78 10.977.046,48 17.869.949,70 1.334.086,00
Valor da Cota Subordinada 1.278,137963 1.127,447517 1.181,291099 1.085,941648 1.162,242918
% rent.-mês 0,6340 0,3707 0,2931 0,5312 0,5961
% ano 30,8266 12,7448 18,1291 8,5942 16,2243
Valor da Cota Sênior 1.026,169130 1.113,218354 1.129,879929 0 0
% rent.-mês 0,2158 0,1988 0,2572 -
% ano 2,6169 11,3218 12,9880 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
4
Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
Os preços de 100 gramas variam entre R$ 17 e R$ 29, dependendo da marca.
CHOCOLATE NÃO TEM GORDURA TRANS
Fotos: Agliberto Lima/DC
Sabores sofisticados é o diferencial
Cafeteria atrai clientes que gostam de cafés especiais Cacau é da Barry Callebaut
DELÍCIA PARA PALADARES EXIGENTES
A
médica nutricionista Isabelle Dossa-Gras e a administradora de empresas Lucia Massari – "amigas há anos" – estavam à procura de uma segunda carreira profissional quando resolveram "bater perna" onde moram (Jardim Guedala) e tentar descobrir o que faltava na região. "Queríamos algo que pudesse também agregar valor ao bairro", diz Lucia, que, ao lado de Isabelle, sentia falta de um endereço perto de casa para comprar um agrado para a anfitriã, quando fossem convidadas de um jantar.
"Também não existia um lugar legal para tomar café com uma amiga", continua Lucia. Resolveram abrir uma loja multimarca de chocolate artesanal – "a primeira" da cidade. Mas não é qualquer chocolate que passa da porta da Mystère du Chocolat, inaugurada no começo de novembro. Para conquistar o paladar exigente das duas amigas, o chocolate deve ser feito com matéria-prima importada – o cacau usado é da marca Barry Callebaut – e não conter gordura trans nem gordura vegetal. Elas também querem que os chocolates não sejam facilmente encontrados
As sócias Lúcia Massari e Isabelle Dossa-Gras: novidade no bairro
em supermercados. As trufas do joalheiro Jean François são um bom exemplo de tamanha exclusividade – a receita é de uma avó e ele apenas faz chocolates sob encomenda. E só trufas, nada mais. Cada 100 gramas da iguaria sai por R$ 17. Outro fornecedor da Mystère é a Constance Patisserie, "uma alemã do mercado publicitário" que desenvolve bombons a partir de receitas belgas. Há ainda macarons da Dulce France e bombons Saint Phylippe – os chocolates dessa marca também são encontrados na Enoteca Fasano. No total, Isabelle e Lucia comerciali-
zam chocolates de dez marcas apenas, mas estão abertas a sugestões e dicas. "Estamos vendendo três vezes mais do que havíamos previsto para o primeiro mês", diz Lucia. Isso sem praticamente divulgação alguma. "E as compras de Natal nem começaram", comemora a administradora. A dupla já pensa em abrir mais lojas em outros endereços num futuro próximo. Os clientes da Mystère são basicamente moradores do bairro. "É o público que freqüenta a rua (Regente Lyon Kaniefsky) e que estava indo à videolocadora ou ao petshop e
Os atrativos dos chocolates são os detalhes e as embalagens delicadas
parou para nos conhecer." Há pessoas ainda que entram apenas para tomar o café da marca Santo Grão – um barista da empresa treinou uma das funcionárias e freqüentemente passa pela loja para conferir se o café está bem tirado. Além da embalagem da loja (em três tamanhos), a Mystère du Chocolat oferece uma gama de caixinhas pintadas a mão, vidros e b o w ls de cerâmica àqueles que quiserem incrementar um presente. Os chocolates podem ser comprados na embalagem original do fornecedor ou a granel. Os preços de 100 gramas variam de R$ 17
INFLAÇÃO Índice oficial, o IPCA, registrou variação de 0,31% em novembro, segundo o IBGE.
Ó RBITA
COSAN QUER USINA NOS EUA E ÍNDIA
R
a R$ 29, dependendo da marca. Há ainda opções natalinas, como a árvore de Natal da Doce Café, enfeitada com Noéis, duendes e moedas. A mais barata sai por R$ 80 e a mais cara, com 1,7 quilo de chocolate e 70 enfeites, por R$ 840. Kety Shapazian
FUNDOS Patrimônio da Previ deve atingir R$ 100 bilhões no final deste ano, 20% mais que em 2005.
EMERGENTES
C
ubens Ometto, controlador do grupo Cosan, um dos maiores na área de usinas de açúcar e álcool do mundo, tem planos ousados. Nos próximos oito anos, pretende dobrar a gigantesca capacidade de produção (40 milhões de toneladas/ano) e alcançar 20% das vendas de açúcar e álcool do País. Para atingir essa meta, a Cosan vai montar bases comerciais e de produção fora do Brasil e continuar comprando outras empresas aqui. Usinas de álcool nos EUA e de açúcar na Índia fazem parte do projeto de
internacionalização da empresa, revelou Ometto. "Nos EUA, minha idéia não é ser muito grande. Se eu chegar grande, vou apanhar e perder dinheiro." (AE)
om o processo na Organização Mundial do Comércio (OMC) parado, o Brasil tenta lançar, em 2007, negociações para um entendimento comercial entre 40 países emergentes, como África do Sul, Indonésia, Argentina e Egito. A idéia, que será discutida nesta semana em Genebra, é conseguir que essas economias reduzam em 30% suas tarifas de importação para produtos de outros emergentes. Mas o País está tendo dificuldades para obter apoio. A China já disse que não vai participar e a Índia se mostra relutante em aceitar a iniciativa. (AE)
EXPANSÃO
VÔO DIRETO
CELULOSE
O
Índice de Indicadores Antecedentes (CLI, na sigla em inglês) divulgado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sinalizou novamente "uma firme expansão" da economia brasileira nos próximos meses. O CLI do País referente a outubro subiu 1,9% ante o mês anterior, atingindo 133,8 pontos. Foi a quinta alta seguida do índice para o Brasil nos últimos seis meses. O CLI é feito mensalmente. (AE) A TÉ LOGO
Paulo Liebert/AE
Mystère du Chocolat aposta na exclusividade
A
Air China começa a voar direto para o Brasil. A primeira viagem da rota Pequim - São Paulo, com escala em Madri, decola do aeroporto internacional da capital chinesa à 1h da madrugada. O vôo terá cerca de 26 horas de duração. (AE)
O
governo uruguaio acusará o presidente argentino, Néstor Kirchner, perante a Corte Internacional de Haia, de ser o responsável direto dos piquetes que argentinos fazem nas pontes que ligam o Uruguai com a Argentina. Os piquetes, que no último fim de semana bloquearam as três pontes entre os dois países, são um protesto contra a instalação da fábrica de celulose da empresa finlandesa Botnia no município uruguaio de Fray Bentos, sobre o rio Uruguai. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
L
País deixa de economizar R$ 9,5 bi sem idade mínima para aposentadoria
L
Bolívia e Venezuela construirão plantas de gás por US$ 170 milhões
L
Estudo mostra que novo emprego formal paga apenas o salário mínimo
10
Empresas Finanças Comércio Exterior Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
44 EMPRESAS RECEBEM O PRÊMIO EXPORTA, SÃO PAULO
Equipamento da Tünkers permite sustentar e girar a carroceria dos veículos em todos os eixos
PRÊMIO "EXPORTA, SÃO PAULO"
DESTAQUES NO COMÉRCIO EXTERIOR
U
m total de 44 micros e pequenas empresas paulistas recebem hoje o Prêmio "Exporta, São Paulo", concedido por terem se destacado em um campo ainda obscuro para esse porte de empresas, o das exportações. São companhias que passaram por cima de problemas que têm assustado os grandes, como o câmbio desfavorável e a falta de infra-estrutura logística do País, conseguindo abrir novos mercados e aumentar o volume exportado. O prêmio, em reconhecimento a esse esforço exportador, está em sua segunda edição e é concedido pelo Projeto "Exporta, São Paulo", encabeçado pelo governo do Estado de São Paulo, Federação das Associações Comerciais de São Paulo (Facesp) e a São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). A premiação ocorrerá às 18 horas de hoje, no hotel Renaissance, na Alameda Santos, 2233. Atualmente, há mais de 1,3 milhão de micros e pequenas empresas formais em São Paulo, o que representa cerca de 99% do total de companhias paulistas. Apesar de os números mostrarem que a cadeia produtiva do estado está baseada nos pequenos empreendimentos, esse nicho ainda não tem condições de diversificar os mercados consumidores. No universo das mais de um milhão de micros e pequenas empresas paulistas, menos de 0,5% delas já se envolveram com exportações. "Em países do sudeste asiático, por exemplo, as empresas de micro e pequeno porte chegam a responder por metade do valor exportado. Mas essa não é a realidade do Brasil. Aqui falta estrutura e incentivo que permitam aos pequenos empreendedores mostrarem seus produtos no exterior", diz Robert Schoueri, vice-presidente de Comércio Exterior da Facesp.
Paulo Pampolim/Hype
Luiz Prado/Luz
Leonardo Rodrigues/Hype
Em países do sudeste asiático, as micros e pequenas empresas respondem por metade do valor exportado. Mas isso não acontece no Brasil. Robert Schoueri, da Facesp
Aumentar o universo de pequenas companhias no comércio exterior é fundamental para a diversificação da pauta de exportação. José Cândido Sena, do Exporta, São Paulo
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), em 2005, aproximadamente 9 mil micros e pequenas empresas de São Paulo realizaram alguma venda ao exterior. Em valor negociado, conseguiram acumular US$ 695 milhões, o que não representa nem 2% do que o estado obteve com as exportações. "Aumentar o universo de micros e pequenas empresas no comércio exterior é fundamental, porque a diversificação de serviços e produtos ofertados por elas é grande e ajuda a aumentar a pauta de exportação nacional. Dessa maneira, quando determinado setor enfrenta problema outro compensa as perdas facilmente", explica o coordenador do Exporta, São Paulo pela ACSP, José Cândido Sena. Destaques – Em meio a esse cenário pouco animador, 44 empresas se destacaram nos
últimos meses. O Exporta, São Paulo vai premiar as que tiveram maior taxa de crescimento de exportações no período de janeiro a setembro deste ano em comparação com o mesmo período de 2005; maiores taxas de crescimento de exportações p a r a p a í s e s d o M e rc o s u l ; maior diversificação dos mercados de destino e as que incorporaram número elevado de novos produtos à pauta. Também receberão prêmio os municípios paulistas que têm as maiores taxas de crescimento de exportações no mesmo período; empresas comerciais exportadoras de pequeno porte com os maiores crescimentos de quantidades de produtos incorporados às suas pautas de exportação; e as que tiveram melhor desempenho dentro Programa de Apoio Tecnológico à Exportação (Progex), do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Renato Carbonari Ibelli
Projeto promove palestras para descobrir o potencial das pequenas empresas
O
Projeto "Exporta, São Paulo" visa a fomentar as exportações do estado ampliando a massa de empresas capacitadas a comercializar com outros países. Para tanto, o projeto tem mapeado companhias paulistas, com ênfase nas micros e pequenas, para levantar quais delas possuem perfil exportador, ainda que desconheçam serem possuidoras dessa característica. Hoje, 18,2 mil empresas fazem parte do banco de dados do Exporta, São Paulo. Dessas, 79% são micros ou pequenas, 17% de médio porte e as demais são de grande porte. O projeto busca empresas que estão na área de influência de cada uma das 418 Associações Comerciais do estado. Esse banco de dados de São Paulo está em fase de estruturação, e deve ter seu conteúdo disponível, ainda que em fase de teste, no primeiro semestre de 2007 na previsão de José Cândido Senna, coordenador do Exporta, São Paulo pela ACSP. "Esse tempo deve ser
suficiente para reunirmos uma massa de 2,7 mil a 3,5 mil produtos diferentes no sistema, para que ele se sustente." Praticidade – Segundo Sena, com as informações reunidas, ações de associativismo, de otimização de produção e logística entre outras poderão ser postas em prática. Como exemplo, tendo o perfil das empresas reunidas, um empresário exportador que eventualmente não consiga suprir uma determinada demanda, pode buscar parceiros com produção parecida no sistema. Outra possibilidade aberta pelo sistema é a de traders ou operadores logísticos conseguirem encontrar no estado produções que são compatíveis para serem remetidas juntas em um único contêiner. O banco de dados é o pilar do Exporta, São Paulo. Mas, a despeito de o sistema de informações ainda estar ganhando corpo, o Exporta, São Paulo já tem feito uma série de eventos ao longo dos últimos dois anos com a intenção de aproximar
Linha de produção da Belliss&Morcom. Empresa passou a movimentar pequenos fornecedores brasileiros. Leonardo Rodrigues/Hype
Expansão de mercado e produtos
N
estes dois últimos anos, a Belliss&Morcom, empresa com sede em Itupeva, no interior de São Paulo, expandiu suas vendas externas, que eram concentradas em países do Mercosul, para praticamente todos os países da América Latina. Além de abrir o leque de mercados compradores, para dar conta da crescente demanda, a Belliss&Morcom passou a movimentar uma série de novas empresas nacionais – fornecedoras de componentes usados na montagem dos compressores que injetam ar para moldar as garrafas PET – que manda para o exterior. Mais de 20 empresas brasileiras são acionadas rotineiramente no processo de produção e manutenção dos compressores. A Belliss&Morcom será premiada pelo Exporta São Paulo, hoje, por ter conseguido a maior expansão em número de mercados compradores entre 2005 e 2006 e por incorporar mais produtos em sua pauta de comércio
Llave: é difícil crescer no mercado externo com câmbio desfavorável
exterior. "É bom ter reconhecido o esforço feito para exportar, principalmente com o câmbio atual. Nossos fornecedores são pagos em real, e nossas vendas em
dólar. Conseguir crescer enfrentando esse obstáculo não é nada fácil", diz Wilson Castillo Llave, gerente geral da Belliss&Morcom – empresa que opera desde 1999. (RCI)
Danilo Kerpa/Hype
produtores a traders e representantes de comerciais exportadoras. De dezembro de 2004, quando o Exporta, São Paulo tomou forma, até agora, 11 seminários – apresentados sob o tema Exportar para Crescer – foram feitos em diferentes cidades do estado. Para 2007, Senna projeta 12 novos seminários. (RCI)
SERVIÇO Informações adicionais sobre o Projeto "Exporta, São Paulo": Secretaria Estadual da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Flávio Musa de Freitas Guimarães Tel.: (11) 3331-0033 São Paulo Chamber of Commerce/ Associação Comercial de São Paulo, José Cândido Senna Tel.: (11) 3259-8583 e (11) 3244-3500 Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo - FACESP, Natelma Miranda Tel.: (11) 3244-3043
Ferreira, da Tünkers: contrato com a Daimler Chrysler da Argentina possibilitou crescimento da empresa
Vendas 100 vezes maiores
A
o longo deste ano, a Tünkers do Brasil, empresa com sede em Diadema, na Grande São Paulo – especializada na fabricação de componentes para indústria automobilística – conseguiu elevar suas vendas ao Mercosul em mais de 100 vezes, segundo Nelson Theobal-
do Ferreira, gerente financeiro da empresa. A Tünkers receberá um dos prêmios do Exporta, São Paulo pelo feito. A empresa conseguiu ampliar suas vendas ao Mercosul de forma substancial ao fechar um contrato com a Daimler Chrysler da Argentina, passando a ter exclusividade
no fornecimento de dispositivos de fixação pneumáticos. Esse equipamento é instalado na linha de montagem e permite sustentar e girar a carroceria dos veículos em todos os eixos. Isso facilita a soldagem e a pintura. Hoje, 20% do que é produzido pela Tünkers vai para o exterior. (RCI)
Nº 149 São Paulo, 11 de dezembro de 2006
DCARR
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Expedição Chevrolet, do Chuí ao Oiapoque, mostrou vantagens do bicombustível e cenas do Brasil do Sul ao Norte. Nas páginas e 4 e 5.
Pablo de Sousa
Pedro Danthas/Divulgação
VOLVO S80
NOVO CARRO. NOME ANTIGO. PÁGINAS 6 E 7
2
DCARRO
São Paulo, segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
"CHOVE CHUVA,
CHOVE SEM PARAR"
povo paulistano passa o ano inteiro se preocupando com a insegurança das ruas, com a violência e com a irresponsabilidade de certos "motoristas". E agora, ao se aproximarem as "festas", quando tudo deveria ficar em segundo plano, com lugar de destaque apenas para a "alegria, fraternidade" e compras, naturalmente, as chuvas decidem fazer um estrago em toda a cidade. Parece que São Pedro resolveu lavá-la. Para o caso dele insistir no aguaceiro, vale lembrar dicas importantes para lidar com a situação. Você já deve estar cansado de ouvir conselhos sobre não tentar atravessar locais em que o nível de água ultrapasse a altura da metade da roda, manter a aceleração constante para a água não entrar no escapamento e outras dicas úteis para evitar problemas com o carro. Mas vale reforçar a idéia: não insista! Seu carro não é um submarino! Se existe a possibilidade de alagamentos, dê um tempo e não tente enfrentá-los. Também não vá para o bar, "encher a cara" esperando a chuva passar. Isto pode lhe render outro tipo de dor-decabeça! Que tal um "cineminha"? Além de evitar o congestionamento, quando acabar o filme você, relaxado, poderá verificar no rádio do
O
índice NOVIDADE - 3 Chevrolet HHR: design do passado com a cara do futuro.
ÁLCOOL OU GASOLINA? - 4 e 5 A Flexpedition, da GM, mostra o maior trunfo do carro bicombustível.
VOLVO S80 - 6 e 7 Marca sueca apresenta seu novo modelo para o mercado brasileiro.
CABINE DUPLA - 8 Opções de compra de picape no segmento de usados.
CURIOSIDADE - 11 Limpador de pára-brisas foi inventado por uma mulher.
aGenDa 13 de dezembro
A Abraciclo, entidade que representa o setor de veículos duas rodas, comemora 30 anos de fundação em evento no Centro de Negócios de São Paulo, na Rua Ruy Barbosa. A partir das 19h.
21 de dezembro
O Centro de Treinamento e Aperfeiçoamento para Condutores Habilitados Dirigindo Bem promoverá palestra gratuita sobre o medo de dirigir. Inscrições: (11) 5667-9190 e 5669-3775.
Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br
carro as melhores alternativas para seguir viagem. Claro que há situações que não dá pra fugir e se você já está na rua e percebe a chuva aumentar, tente evitar congestionamentos. Se for impossível, dê preferência a transitar em locais altos e se necessário pare o carro e aguarde o final da chuva. Afinal mais vale alguns minutos perdidos que um carro parado durante semanas para ser recuperado. Se a situação já estiver crítica e você tentar atravessar um trecho com muita água, boa sorte! Caso veja que o nível da água atingiu o batente inferior da porta abandone o veículo e procure um lugar seguro para você, pois ele pode começar a boiar. Além de rezar para não ser surpreendido em uma situação tão dramática, lembre-se de que alguns cuidados com equipamentos são essenciais. Como, por exemplo, com a invenção "feminina": o limpador de pára-brisas (veja matéria na pág. 11). Outro sistema importante é o arcondicionado que o ajudará a evitar o embaçamento dos vidros. E não esqueça dos pneus, necessariamente em bom estado para diminuir os efeitos da aquaplanagem (película de água entre o pneu e o asfalto, em que a borracha fica sem contato com o piso). Anderson Cavalcante
Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
LENTE DE
AUMENTO
REFORMA DO JUDICIÁRIO, ENFIM
G Mantido o
ritmo atual, dentro de alguns anos pode-se prever que a inoperância do Judiciário desaparecerá da lista de obstáculos ao crescimento do país. juízes e tribunais de instâncias inferiores a adotarem as decisões tomadas pelo Supremo Tribunal Federal em processos semelhantes. Para tanto, a súmula deve ser aprovada por 2/3 dos ministros do STF e pode ser editada por iniciativa deles ou por provocação do presidente da República, das Mesas da Câmara e do Senado, do Procurador Geral da República, dos tribunais de Justiça, partidos políticos, governadores e OAB, entre outros. A Súmula Vinculante deverá desafogar os tribunais superiores. Deverá também desestimular o uso de recursos judiciais com fins meramente protelatórios. O recurso extraordinário será restrito a questões constitucionais que, a juízo dos ministros do tribunal, tenham repercussão geral do
A
ponto de vista econômico, social ou jurídico, ultrapassando os interesses subjetivos da causa. Pelo voto de 2/3 de seus integrantes, o Supremo poderá declarar um tema irrelevante. Boa parte do sucesso da reforma cabe ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Desde que assumiu o Ministério, a Reforma do Judiciário foi sua prioridade. Criou uma secretaria especialmente dedicada ao assunto, chefiada por Sérgio Renault. O ministro também contou com o apoio de parte da cúpula da Justiça, o que lhe permitiu superar a oposição das entidades de representação dos juízes, contrária a medidas como a Súmula Vinculante e a criação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), aprovadas no final de 2005. Já se percebe sensível mudança no comportamento do Poder Judiciário graças à criação do Conselho Nacional de Justiça. O órgão de controle externo desfechou campanha contra o nepotismo, aplicando as determinações da PEC 29 e vem pressionando pela efetiva aplicação do teto de remuneração dos servidores do Judiciário, equivalente à remuneração de ministro do Supremo. Em ambos os casos, o alvo são os desembargadores dos tribunais de Justiça. Previsivelmente, os tribunais resistem ao fim do nepotismo e à redução dos salários de quase 3.000 servidores que ganham mais do que os ministros do Supremo. A favor do CNJ existe o respaldo do Supremo Tribunal Federal. Há razões para otimismo quanto à reforma do Judiciário. Mantido o ritmo atual, dentro de alguns anos pode-se prever que a inoperância do Judiciário desaparecerá da lista de obstáculos ao crescimento do país. As medidas que simplificam os processos de cobrança e de cumprimento de sentenças judiciais não terão impacto imediato. Mas seus efeitos se farão sentir cada vez mais pelos agentes econômicos TRECHOS DO COMENTÁRIO DE POLÍTICA DA
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Súmula Vinculante desafogará os tribunais
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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JOÃO DE SCANTIMBURGO Céllus
S
e há um item da agenda legislativa a respeito do qual o governo Lula pode vindicar sucesso é a Reforma do Judiciário. Após ficar quase dez anos parada no Congresso, a reforma avançou celeremente desde 2004. Na semana passada, dois novos projetos foram aprovados em caráter terminativo na Câmara: a Súmula Vinculante e a informatização dos processos judiciais. O mandado de segurança coletivo e o mecanismo de repercussão geral também foram aprovadas pelos deputados, mas ainda passarão pelo crivo do Senado. A Súmula Vinculante é um mecanismo jurídicoprocessual que obriga os
N
Quem pode, pode BENEDICTO FERRI DE BARROS
É
duvidoso que qualquer leitor instruído e bem informado consiga acompanhar e muito menos entender o rolo macarrônico de minhocas, lombrigas e outros vermes que se estende por toda a vida do País. O universo brasileiro é constituído, como já temos dito e repetido, por uma estrutura dupla, a dos PF, representada pelos cidadãoseleitores-contribuintes, que estamos Por Fora e a dos políticos e seus apaniguados, os FP (Filhos da Pátria), que estão por dentro. Estes, que drenam e administram 40% de toda a riqueza produzida pela nação e seu povo, e têm o direito autoconcedido de gastar até 60% desses recursos com a própria máquina, são uma estrutura hermética, obesa e superprotegida por múltiplas muralhas burocráticas. À luz deste simplificado diagnóstico, é natural que jamais consigamos nos desenvolver de acordo com nossas necessidades e possibilidades, como vem acontecendo desde há muitos anos e se agravou paroxisticamente nos últimos quatro do desgoverno Lula-petista. No espetáculo de esbórnia obscena que foi a vida pública nestes quatro anos, um detalhe aparentemente secundário da novela ficou em segundo plano, mal percebido e destacado por todos, inclusive pelos meios de comunicação. A saber: gastamos rios de fortuna com as CPIs e investigações de toda a ordem. Montanhas de dinheiro desviado, muito maiores que a dos R$ 1,7 do dossiê Vedoin, mostrada ao público, foram embolsadas por corruptos de todos os partidos, sobretudo da máfia petista. Entretanto, ao que conste, nada disso virá a ser confiscado dos gatu-
nos e devolvido aos cofres públicos. Ao que conste, apenas o infeliz boquirroto que articulou a vitória de Lula (Duda Mendonça) sofreu bloqueio e arresto da fortuna que acumulou. Mas essa novela não chegou ao fim e do bloqueio ou arresto para a recuperação material desses recursos vai um caminho labiríntico que jamais se sabe se será percorrido e chegará ao final. Não consta haja qualquer outra ação de recuperação Um dos principais componentes dessa máfia (ora conspicuamente sumido do cenário) andava de avião fretado para um lado e outro, e, interpelado respondia com escárnio: Quem pode, pode.
T
udo isso pode parecer insignificante e mesquinho, diante da magnitude macroscópica dos problemas nacionais. É um erro capital de enfoque e avaliação. Dinheiros públicos são sangue, suor e lágrimas do povo e deixar de recuperá-lo por descaso depois dos gastos feitos para descobrir que foram roubados é não só inutilizar os gastos feitos para descobrir os furtos em detrimento de tudo o que poderia ser feito com eles em benefício da saúde, da educação e da segurança da população e do desenvolvimento do país. Com o acréscimo de reforçar a inimputabilidade, imunidade e inpunibilidade da ladroagem, estimulando a manutenção e crescimento dessa prática criminosa. Assim como é indecoroso, para se dizer o menos, aceitar que o governo utilize recursos públicos, como vem fazendo, para cooptar interesses políticos e camufladamente, comprar votos por atacado.
J amais nos desenvolveremos de acordo com nossas necessidades
Pinochet, Getúlio & Cia CÂNDIDO PRUNES
O
ex-ditador chileno recém-falecido, Augusto Pinochet, cometeu um único erro. Tivesse ele ao longo de seu longo mandato promovido a estatização do Chile, hoje não estaria sendo discretamente velado em Santiago. Como se sabe, Pinochet é acusado de ter sido direta ou indiretamente conivente com a tortura, a perseguição política e o assassinato de opositores. Mas tudo isso seria perdoável se ele tivesse mantido a previdência social quebrada nas mãos do governo, se tivesse inchado a máquina pública e distribuído cargos a mãos-cheias para os políticos, se ele tivesse feito campanhas publicitárias cínicas, tipo "o cobre é nosso", ou se tivesse elogiado (ou visitado) ditadores socialistas, como Fidel, Mao, Pol-Pot e tantos outros que vicejaram em seu tempo. Mesmo cometendo rigorosamente todos os crimes de que vinha sendo acusado, tivesse seu governo um cunho estatizante, hoje as autoridades chilenas estariam correndo para emprestar o nome do falecido ditador a ruas, praças, hospitais, colégios e até mesmo alguma importante fundação. Fenômeno contrário se deu no Brasil. Getúlio Vargas foi uma espécie de Augusto Pinochet não-militar. Governou o País com o Congresso fechado, perseguiu implacavelmente a oposição e foi conivente com a tortura. Censurou jornais (em alguns casos foi muito além: simplesmente os destruiu fisicamente), proibiu a publicação de livros, assassinou os inimigos do regime e impôs o exílio para intelectuais, militares e políticos que não concordavam com os rumos do governo. Acobertou crimes de familiares, foi simpatizante dos piores regimes totalitários (a Alemanha, de Hitler e a Itália, de Mussolini) e tolerou a corrupção, que chegou até às ante-salas do poder. Todos os crimes e vícios que são apontados contra o famigerado general Pinochet foram cometidos em maior ou menor escala por Getúlio Vargas e/ou seus asseclas. A diferença entre o tratamento benigno que hoje se dispensa no Brasil ao ditador tupiniquim e no Chile ao ditador andino reside na agenda econômica. Graças à estatização, ao engessamento das relações trabalhistas, à regula-
A MORTE DE PINOCHET
mentação da economia, ao "aparelhamento" da administração pública, enfim, tudo aquilo que hoje atrasa o Brasil, não há cidade que não tenha uma avenida com o nome de Getúlio. Para não falar nos milhares de bustos e placas da famosa carta-testamento. Já no Chile, ainda que nos últimos anos experimente uma onda sem precedentes de progresso econômico graças às reformas do período Pinochet, dificilmente o atual governo dará o nome do ex-ditador a uma mísera ruela, ou mesmo a um beco.
E
ssa constatação não se faz para justificar violação aos direitos humanos. Muito menos assassinato ou perseguição a opositores políticos. Ao contrário, ela é feita para demonstrar o tratamento cínico que os socialistas dispensam a seus ditadores. Por exemplo, se alguém interromper a lua-de-mel do arquiteto Oscar Niemeyer e lhe perguntar sua opinião sobre Pinochet, ele só terá críticas. Entretanto, para Vargas, ele será capaz de elogios, seguindo seu contemporâneo e correligionário Luiz Carlos Prestes, que mesmo preso e torturado pelo Estado Novo, em nome de interesses políticos terminou aliado do ditador. Nem se argumente que a escala de assassinatos, torturas e corrupção no Chile de Pinochet foi muito maior do que no Brasil da Era Vargas (ou no do regime militar de 1964). Se for para fazer comparações, a Cuba de Fidel, a China de Mao e as demais ditaduras socialistas do século XXI apresentaram um rol de atrocidades incomparavelmente maior que o do Chile. Os crimes cometidos no varejo pelas ditaduras consideradas de direita não servem para absolver os crimes praticados no atacado pelas ditaduras de esquerda. Aqueles que justamente criticam o governo do general Pinochet pela violência e a corrupção deveriam aproveitar a ocasião e dispensar o mesmo tratamento aos tiranos locais que, ainda por cima, cercearam as liberdades econômicas causando um quarto de século de estagnação. CÂNDIDO PRUNES É VICE-PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL
T odos os crimes apontados contra Pinochet foram cometidos por Getúlio
ão vou nem acusar, nem defender Augusto Pinochet. Essa é tarefa para os historiadores. Acentuo, porém, que Pinochet manteve a ditadura durante longo período e manteve também os Chicago boys, que fizeram do Chile uma exposição programada da economia livre, sem interferência do Estado, pois o mal do estatismo econômico tinha avançado demais. Foi a sorte do Chile, pois hoje é um país extremamente forte na economia graças aos Chicago boys de Milton Friedman, que defenderam a livre empresa, evitando assim que o Chile tombasse na armadilha política e partidária das nações de alta nacionalização econômica. Só direi isso, que basta para definir um regime. A liberdade voltou ao Chile com os governos democráticos e hoje Michelle Bachelet responde pelo Executivo. Uma médica, antiga comunista que morou durante anos na Alemanha Oriental, onde pôde conhecer na prática o comunismo, que não floresceu nem mesmo na bem organizada Alemanha.
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izia-me o professor Vamireh Chacon, na ocasião da eleição de Bachelet, que o Chile se prepara para ser o primeiro país do Primeiro Mundo na América Latina. Não tenho dúvida sobre a opinião do meu amigo schoolar. Há uma atmosfera européia que se respira no Chile, um pequeno grande país, que o general Pinochet pôde mostrar como se organiza segundo o liberalismo econômico. Seria interessante levar as nações que estão tendendo para a esquerda a observarem o que se passou no Chile depois dos Chicago boys e chegarem à conclusão de que só em casos excepcionais o governo tem sido bem-sucedido ao explorar alguns serviços.
E
sse é um legado de Pinochet. Lamentável foi a supressão das liberdades fundamentais da pessoa humana. É o que tenho a dizer dessa morte. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Os Chicago
boys foram a sorte do Chile. Lamentável foi a supressão das liberdades.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Política LULA
Alan Marques / Folha Imagem
Nós não devemos ser ingênuos e achar que o governo de coalizão será somente em torno de idéias. Marco Aurélio Garcia
CONVOCA CONSELHO AMANHÃ Será o primeiro encontro do colegiado com o qual o presidente Lula pretende definir os rumos políticos do governo e tocar o seu segundo mandato. Os movimentos sociais também se encontrarão com ele.
O Lula: definições da agenda política para os próximos meses e diálogo com representantes de movimentos sociais e ONGs.
'COALIZÃO É MOVIDA POR INTERESSES' Marco Aurélio Garcia, presidente interino do PT, diz que questão será resolvida "com muita conversa".
T
rês dias antes da reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os partidos que formarão a base aliada do segundo mandato, o presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia, disse ontem que a coalizão é movida por interesses, além de idéias. "É claro que nós não devemos ser ingênuos e achar que o governo de coalizão será somente em torno de idéias. Será em torno de idéias e de interesses. As idéias às vezes são mais fáceis de se discutir do que acomodar os interesses", afirmou Garcia na abertura de um seminário que reuniu governadores atuais e eleitos e deputados estaduais petistas. Garcia pediu unidade ao PT: "No nosso partido, aí sim, as idéias devem predominar sobre os interesses". O dirigente petista fez uma comparação entre política e futebol, ao admitir que a formação do ministério do segundo mandato vai gerar descontentamentos, depois da decisão final do presidente Lula. "Compor um ministério é como compor a seleção brasileira. Sempre quem ficar de fora não vai gostar muito. Mas sabe que, lá pelas tantas, poderá voltar à seleção", afirmou. No discurso de abertura do
Bruno Miranda / Folha Imagem
Explicando: "Essa idéia de que temos que diluir nosso programa de governo não é bem assim", diz Garcia.
seminário, Garcia disse que a coalizão não vai "desnaturalizar" o programa de governo petista. "Essa idéia de que temos que diluir nosso programa não é bem assim", afirmou Garcia. "Temos que ser claros e, ao mesmo tempo, flexíveis. Isso é o exercício da hegemonia, não no sentido de dominação, mas de agregar o maior número de pessoas". A governadora eleita do Pará, Ana Júlia Carepa, insistiu
AGRIPINO TEM SERRA COMO CABO ELEITORAL Candidatura do pefelista ganha consistência com o engajamento do governador eleito de São Paulo
A
candidatura do líder do PFL, senador José Agripino (RN), ganhou um cabo eleitoral de peso: o governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB). Em almoço com o pefelista em São Paulo, Serra prometeu se empenhar para ampliar o apoio de senadores ao candidato da oposição. Estavam presentes também ao encontro, no domingo, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e o presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC). Além da influência que tem no PSDB, parceiro do PFL na disputa para o comando do Senado, José Serra poderá aju-
dar Agripino a conquistar votos pedetistas. Com uma bancada de cinco senadores, o PDT é cobiçado tanto pelo pefelista quanto pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que vai disputar a reeleição. Até agora, o peemedebista tem levado vantagem sobre Agripino, já que os pedetistas tendem a apoiá-lo. Mesmo assim, o pefelista vai insistir. Hoje ele vai tentar virar o jogo durante reunião com os três senadores do PDT que são contrários à participação do partido no governo de coalizão e têm votado contra o Planalto no Senado. O trio é com-
que a adesão de outros partidos não pode descaracterizar o programa petista. "Não tem problema a coalizão existir, mas o programa de governo é um só. O povo elegeu o programa de governo do Lula", disse a futura governadora. "É claro que essa coisa de abrir mão das suas idéias percorre todos os partidos e nenhum deles quer abrir mão de suas idéias", disse Garcia. "Mas um programa de coali-
zão difere dos programas dos partidos. Nós fomos eleitos com um programa de governo e não foi para enganar o eleitor. Os programas de Lula vão servir de base para um governo de coalizão", explicou, dizendo duvidar que a ampliação da base aliada venha a 'botar água' no programa do PT. "Os interesses são mais difíceis de compatibilizar. Vão ser resolvidos com muita conversa", disse Garcia. (Agências)
posto por Osmar Dias (PR), PDT feche realmente com ReCristovam Buarque (DF) e Jef- nan. O maior obstáculo é a ferson Péres (AM). "A tarefa pressão que o presidente do agora é consolidar os votos do PDT, Carlos Lupi, tentará exercer sobre os senadores, já PDT", disse o pefelista. Será um trabalho árduo, já q u e e l e n ã o a b r e m ã o d e que os três senadores do PDT apoiar o governo Lula. Os ouhaviam prometido apoio a Re- tros dois dos cinco senadores nan Calheiros em troca da pre- da bancada pedetista – João Durval (BA) e sidência da ComisAugusto Botelho são de Educação (RR) – são alinhapara Cristovam dos à posição de Buarque. No entan- A enxurrada de Lupi, compartito, aceitaram con- MPs vai deixar lhada pelo líder versar amanhã com do partido na CâAgripino. Estará de acontecer e a mara, Miro Teipresente também o perspectiva de xeira (RJ). líder do PSDB, se- votar os vetos José Agripino nador Arthur Virgí- presidenciais já comunicou a lio (AM). será real. Osmar Dias que, O líder do PFL Senador José se eleito, poderá considera imporAgripino atender à reivintante e "emblemátidicação dos pedeco" conquistar o apoio do PDT até mesmo para tistas e contemplar a bancada dar o carimbo de oposição à com a Comissão de Educação. sua candidatura. "Será ruim Agripino pretende "oferecer se não conseguirmos o apoio um contraponto à sociedade". do PDT, mas não será letal", "A enxurrada de Medidas afirmou o candidato do PFL, Provisórias (MPs) vai deixar procurando afastar especula- de acontecer e a perspectiva ções de que poderia sair da de votar os vetos presidendisputa caso a bancada do ciais será real", disse. (AE)
presidente Luiz no primeiro escalão. O ministro do Trabalho, Inácio Lula da Silva convocou para Luiz Marinho, por exemplo, amanhã a primeira era presidente da Central Únireunião do conselho político ca dos Trabalhadores (CUT). colegiado que reunirá partidos Em julho de 2005, antes de enpolíticos que vão apoiar o go- trar para o governo, Marinho verno Lula neste segundo organizou com UNE, MST e mandato. A informação foi re- outras entidades um ato de passada ontem aos jornalistas apoio a Lula, em plena crise do pelo secretário de Imprensa e mensalão. André Singer também inforporta-voz da Presidência da mou que ontem o presidente República, André Singer. Durante o encontro, inte- Lula se reuniu com os minisgrantes de partidos políticos, tros da Fazenda, Guido Mancomo o PCdoB, o PT, o PRB e o tega, e da Casa Civil, Dilma PV deverão oficializar a entra- Rousseff, para tratar das medida no governo de coalizão para das que serão anunciadas nos o segundo mandato de Lula. próximos dias com vistas a André Singer anunciou que se- propiciar um crescimento do rão convidados para a reunião País mais acelerado nos próxitodos os partidos que "vêm mos anos. Mercosul social –Também conversando com o presidente Lula desde que ele ganhou a na quarta-feira, à noite, Lula vai participar da abertura da eleição no segundo turno". Na primeira reunião do con- Cúpula Social do Mercosul, selho também deverão ser de- que reúne movimentos e entifinidas, conforme anunciou, as dades do Brasil, Argentina, Pafunções e os temas de discus- raguai, Uruguai e Venezuela. Será a primeira reunião do são do colegiado. O encontro está marcado para as 15 horas, grupo, que tem como um dos temas o debate sobre "particino Palácio do Planalto. pação efetiva da sociedade ciMovimentos – Também amanhã, pela ma- vil nos âmbitos decisórios" do Mercosul. As connhã, o presidente clusões da cúpula v a i re c e b e r i n t eserão examinadas grantes de movino próximo enconmentos sociais. tro de chefes de EsNesse encontro, se- Será uma gundo anunciou o discussão sobre o t a d o d a r e g i ã o , marcado para o porta-voz da presidesenvolvimento mês de janeiro. dência, Lula deve Posse – Marcada renovar o seu com- do País, com para as 16 horas do promisso de man- ênfase no dia 1°, a posse do ter um diálogo per- crescimento com presidente Lula no m a n e n t e c o m o s distribuição de plenário da Câmam o v i m e n t o s s orenda . r a s e r á a c o m p aciais em seu próxiLuiz Dulci nhada de perto por mo mandato. cerca de 1.250 conEstá prevista a participação de integrantes do vidados. Eles receberão os conMovimento dos Trabalhado- vites em mãos, nos próximos res Rurais Sem Terra (MST), da dias, devidamente identificaUnião Nacional dos Estudan- dos com um código de barra. tes (UNE), da Confederação Além de substituir as listas de Nacional dos Trabalhadores papel deixadas nas portarias na Agricultura (Contag), da do Senado, a inovação ajudará Força Sindical, Associação na segurança, ao impedir o Brasileira de ONGs (Abong), acesso de penetras. O código trará o nome, cargo movimentos de defesa dos direitos de mulheres, de indíge- e local de onde o convidado nas, da moradia e de combate acompanhará a solenidade, prevista para durar, no máxiao racismo, entre outros. "Será uma discussão sobre o mo, uma hora e 30 minutos. Esdesenvolvimento do País, com tá previsto somente o discurso ênfase no crescimento com de Lula, mas haverá uma bredistribuição de renda, avanço cha se o presidente do Connas políticas sociais e na afir- gresso, senador Renan Calheimação da soberania nacional", ros (PMDB-AL), também quidisse o ministro Luiz Dulci, da ser se manifestar. Familiares de Lula e do viceSecretaria-Geral da Presidênpresidente reeleito José Alencar, cia da República. "São movimentos com pau- ministros, embaixadores e partas diversas, mas a conversa lamentares terão lugar reservacom o presidente será geral, do na galeria e nas cadeiras do política, e não sobre reivindi- plenário da Câmara. Os demais cações específicas", acrescen- convidados assistirão à cerimônia por telões colocados no Satou Luiz Dulci. O ministro lembrou que, na lão Negro e no Senado. Ao contrário do que ocorreu primeira entrevista coletiva na noite da reeleição (29 de outu- em 2003, na posse do primeiro bro), Lula anunciou que pre- mandato do presidente reeleitendia "aprofundar o diálogo" to, não será reservado nenhum com os movimentos sociais, local para o PT receber os convidados. Na ocasião, "brilhaalém dos partidos políticos. Os chamados "movimentos ram" figuras como o publicitásociais" marcaram presença no rio Duda Mendonça e outras primeiro governo Lula, por pessoas envolvidas nos escânmeio de conferências sobre po- dalos do governo petista. líticas públicas (especialmente na área de meio ambiente e A polêmica sobre a conta da saúde) e até ocupando cargos campanha de Lula na pag. 4
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Gover no Congresso Planalto CPMI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
Eu quero ser julgado. Eu não tenho competência para conviver com esta suspeita. João Correia
CONTAS DE LULA SÃO JULGADAS PELO TSE
JUIZ ARGUMENTA QUE NADA JUSTIFICA A INELEGIBILIDADE DO ACUSADO
A
liminar que suspendia a diplomação do deputado federal eleito pelo PT, Juvenil Alves, foi cassada ontem pelo juiz auxiliar do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), Gutemberg da Mota e Silva. A decisão foi tomada em julgamento ao agravo regimental interposto pela defesa do candidato eleito, um dia depois de o TRE rejeitar, por seis votos a zero, sua prestação de contas, considerada uma "obra de ficção". Além de responder por crimes eleitorais, Juvenil foi indiciado pela Polícia Federal e é apontado como mentor e executor de um esquema de blindagem patrimonial de empresas devedoras de tributos. A diplomação está marcada para o próximo dia 18. Se for diplomado, o deputado eleito passará a ter foro privilegiado e seu procesSua so será remetiprestação do ao Supremo de contas Tribunal Fede(de Juvenil ral (STF). Mota e Silva fundaAlves) é mentou sua deuma obra cisão no regide ficção. mento interno TRE-MG do TRE e considerou que o candidato não se enquadra nas "hipóteses de inelegibilidade previstas na Constituição Federal e na Lei Complementar 64/90". O magistrado reconsiderou decisão anterior do juiz Rogério Medeiros de Lima, que suspendeu a diplomação a partir de representação do Ministério Público Eleitoral (MPE) e já havia negado um recurso (medida cautelar) da defesa. Mota e Silva assumiu a relatoria do caso com as férias de Lima. Ele avaliou que neste momento, "o que se julga não é a procedência ou improcedência dos ilícitos eleitorais e penais que são atribuídos ao candidato, mas a existência ou não de amparo jurídico para impedir a diplomação, que permitirá pelo menos o início do exer-
Jogo aberto
SOLTARAM C O JUVENIL. DE NOVO.
omeça pela Internet a campanha do PCdoB pela reeleição de Aldo Rebelo à presidência da Câmara. Os comunistas ignoram o lançamento da candidatura de Arlindo Chinaglia pelo PT, pouco se importando se forem acusados de dividir os aliados na eleição de 1º de fevereiro. Um grupo suprapartidário está organizando um movimento para lançar a candidatura de Rebelo ainda esta semana. PFL e PSDB já avisaram: se o PT insistir na candidatura de Chinaglia, vão apoiar Rebelo. Além das duas candidaturas, pode surgir uma terceira entre os aliados: a do PMDB.
Em liberdade, o deputado federal eleito pelo PT de Minas Gerais agora pode ser diplomado e conquistar, assim, direito de defesa em foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal. cício do mandato de deputado federal", disse Mota e Silva. O juiz citou em sua decisão o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que deferiu a candidatura a deputado federal de Eurico Miranda, "por não haver sentença condenatória transitada em julgado", argumentou. Mota e Silva disse também que as contas rejeitadas de Juvenil "são as de campanha, não as relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável e por decisão irrecorrível do órgão competente". Denúncia – O mérito da representação ainda será julgado pela Corte Eleitoral do TRE. A advogada de Juvenil, Mariana Pimenta comemorou a decisão e reiterou o argumento de que não há previsão legal para o impedimento da diplomação. O procurador eleitoral Felipe Peixoto já foi intimado e está analisando a decisão para
Pedro Vile
la / AE
Livre: cai a suspeição sobre esquema de R$1bi
eventuais providências, informou o MPE. Na esfera criminal, a intenção do procurador Rodrigo Prado Leite, do Ministério Público Federal em Minas, é apresentar denúncia ainda esta semana contra Juvenil. Com isso, ele evitaria que, após a eventual diplomação do deputado federal eleito, o inquérito seja remetido à Procuradoria Geral da República, em Brasília, que passaria a ter a responsabilidade pelo oferecimento ou não da acusação formal. Contas – Além de Juvenil, outros quatro candidatos eleitos tiveram contas rejeitadas no julgamento da Corte Eleitoral, no domingo. Entre eles, os deputados estaduais eleitos Durval Ângelo (PT) e Zezé Perrella (PSDB). Ambos fizeram dobradinha com o candidato à Câmara. As contas da ex-coordenadora do "Instituto Juvenil Alves", a deputada estadual eleita pelo PMN, Maria
Lúcia Soares de Mendonça, também foram rejeitadas. As contas de Durval foram rejeitadas por cinco votos a um. Conforme o relator do processo, juiz Tiago Pinto, documentos anexados, provenientes das investigações sobre Juvenil, "indicam recursos financeiros não contabilizados na campanha". A Corte também rejeitou por unanimidade as contas de Maria Lúcia, tendo constatado a omissão de mais de R$ 80 mil. Sua prestação foi reexaminada a pedido do MPE, a partir de informações obtidas pela PF nas buscas efetuadas durante a Operação Castelhana. Segundo o TRE, as contas do deputado federal eleito pelo PT, Elismar Prado, também foram rejeitadas. O tribunal salienta que isso não implica na não diplomação do eleito que, no entanto, poderá sofrer ação que resulte na negação ou na cassação do diploma. (AE)
Ed Ferreira / AE
TSE JULGA HOJE AS CONTAS DA REELEIÇÃO DE LULA
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Correia: protesto no plenário da Câmara até ser julgado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.
DEPUTADO FAZ GREVE DE FOME
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cusado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, o deputado João Correia (PMDB-AC) iniciou ontem uma greve de fome no plenário da Câmara. Correia afirmou que só pretende comer e deixar o plenário depois que o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa julgue o processo dele. Das 67 ações de cassação abertas contra os acusados de envolvimento no esquema de ambulâncias superfaturadas, o colegiado julgou apenas uma, que resultou na absolvição da deputada Celcita Pinheiro (PFL-MT).
Eymar Mascaro
"Estou fazendo isso para ver se consigo ser julgado. Eu quero ser julgado. Eu não tenho competência para conviver com esta suspeita", afirmou. O deputado do PMDB do Acre disse que está a 220 dias, desde que teve o nome envolvido no esquema, tentando defender-se. Correia nega qualquer envolvimento. Ele teve o nome citado pelos empresários Darci e Luiz Antônio Vedoin, donos da Planam, como tendo recebido R$ 12 mil em troca de apresentação de emendas ao Orçamento para a compra de ambulâncias. Em depoimento no Conselho de Ética, na presença de Correia, o
empresário reafirmou suas acusações. A representação contra ele está nas mãos do deputado Anselmo (PT-RO), que ainda não concluiu as investigações. Ele prometeu encerrar o levantamento de provas hoje, o que abrirá o prazo de cinco sessões para que o Conselho de Ética e Decoro vote o parecer. O presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP) deixou a próxima semana, última antes do recesso parlamentar, para a votação de processos. Dos 66 que faltam, seis estão em fase de conclusão. A maioria dos acusados evita depor no conselho para atrasar as ações, que irão ao arquivo no fim desse mandato. (AE)
onsagrado ontem à noite pela revista "IstoÉ" com o título de "O Brasileiro do Ano", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passará hoje por uma prova de fogo. A partir das 19h, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgará a prestação de contas de sua campanha à reeleição. Técnicos do tribunal recomendaram a rejeição das contas apresentadas pelo PT. Ex-ministros do TSE apóiam o trabalho dos técnicos e dizem que a contabilidade de Lula não pode ser aprovada sob pena de desmoralizar a Justiça Eleitoral. Na opinião dos exministros ouvidos ontem, o grande problema é o recebimento de doações de fontes proibidas pela lei. No caso, subsidiárias de concessionárias de serviços públicos. Elas doaram cerca de R$ 10 milhões para a campanha petista. "A concessionária não pode doar. À subsidiária aplica-se a mesma regra. Caso contrário, seria muito fácil burlar a lei. Bastaria que a concessionária passasse para a subsidiária a importância e a doação estaria regularizada mediante falseta", afirmou o ex-presidente do TSE, Carlos Velloso. Antes de dar sua decisão, o relator, ministro Gerardo Grossi, deve conceder vista dos autos pelo prazo de 48 horas, para manifestação do procurador-geral eleitoral, Antonio Souza. Se as contas forem rejeitadas, mesmo assim Lula deve ser diplomado na quintafeira no TSE. (AE)
REAJUSTE
LUTA
Arlindo Chinaglia começou a campanha jogando pesado: promete, se eleito, dar um salário aos deputados equiparado ao dos ministros do STF: R$ 24 mil. Isto é, Chinaglia concederia um aumento de 90%, que representaria despesas para a Câmara de mais R$ 90 milhões/ano.
O diretório estadual do PT de São Paulo deve se reunir sábado. O objetivo de grupos ligados a Marta Suplicy é tomar o controle do partido no Estado. Atualmente, o PT é presidido no Estado por Paulo Frateschi. O partido se enfraqueceu em São Paulo após o escândalo do dossiê Vedoin.
AGRADO
Mas Paulo Frateschi já conseguiu de petistas do interior do Estado manifestação contrária à antecipação da eleição para a renovação do diretório. Em tempo: os grupos ligados a Marta gostariam que o partido fosse conduzido em São Paulo pelo prefeito de Guarulhos, Elói Pietá.
A promessa do candidato do PT agrada em cheio os deputados do baixo clero, que podem chegar a 350 de um total de 513. Há anos que o baixo clero luta pela equiparação salarial com os ministros do STF. Para eles, chegou a hora tão esperada.
PRECAUÇÃO
DÚVIDA
REFORMA
É possível que também o candidato do PCdoB, Aldo Rebelo, entre na mesma linha do petista: afinal, Rebelo será aconselhado a não desprezar a possibilidade de atrair os votos do baixo clero, mesmo que a medida seja custeada pelo contribuinte.
Ganha corpo no Congresso a tese de que ficou mais difícil tocar a reforma política em 2007 depois que o Supremo derrubou a cláusula de barreira. Sobretudo porque não existe consenso entre os parlamentares nos principais pontos da reforma, como o financiamento público das campanhas e a volta da fidelidade partidária.
INÍCIO No site do PCdoB, os comunistas aproveitam a campanha de Aldo para lembrar que o PT foi derrotado recentemente na Câmara porque não conseguiu emplacar seu candidato (Paulo Delgado, não reeleito deputado) para a vaga no TCU.
DERROTA Lula pode aproveitar a reunião do Conselho Político de amanhã (se ela for mantida) para pedir aos aliados que lancem um único candidato à presidência da Câmara. O presidente tem medo que se repita a história de 2005, quando o PT se dividiu e permitiu a vitória de Severino Cavalcanti.
OPOSIÇÃO Pefelistas e tucanos estão empenhados em derrotar o candidato do PT. Por isso, querem fazer de Aldo Rebelo seu candidato. Acontece que Aldo é também o candidato do agrado de Lula. Se depender do presidente, Chinaglia desiste em favor de Aldo.
INTELIGÊNCIA Lula sabe que, se conseguir emplacar apenas a candidatura de Aldo, sua vitória estaria garantida, porque o candidato comunista teria o apoio dos oposicionistas. Detalhe: na presidência da Câmara, Aldo não criou qualquer problema para o governo e sua gestão agradou também a oposição.
ASSÉDIO Alguns tucanos continuam insistindo para que Fernando Henrique Cardoso assuma a presidência do PSDB, em substituição ao senador Tasso Jereissati. Mas o expresidente resiste à idéia por entender que, solto, fica mais livre para fazer oposição a Lula.
SUPLÊNCIA Continua a briga em Pernambuco: 1º suplente na coligação pela qual disputou a eleição, Severino Cavalcanti pressiona o governador eleito Eduardo Campos (PSB) a incluir no seu secretariado um deputado federal de um partido aliado. Só assim Severino assumiria o mandato na Câmara. Por enquanto, Campos resiste à idéia.
DESCRENÇA Poucos, bem poucos, acreditam na garantia de Lula de que terminou o caos nos aeroportos do País. Segundo o presidente, os passageiros não serão prejudicados nas suas viagens programadas de fim do ano. A descrença vem porque o governo é acusado de ter perdido o controle da situação.
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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
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PETROBRAS PODERÁ IMPORTAR MAIS GÁS
dias é o novo prazo de negociações para o preço do gás entre a Petrobras e a YPFB
NA DISPUTA PELO GRUPO ANGLO-HOLANDÊS, BRASILEIRA ULTRAPASSA VALOR OFERECIDO PELA TATA STEEL
CSN AUMENTA OFERTA PELA CORUS
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Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) superou a proposta feita pela indiana Tata Steel para a compra do grupo anglo-holandês Corus, oferecendo 4,9 bilhões de libras (US$ 9,6 bilhões) pela empresa européia. A CSN informou que pagará 515 pences em dinheiro por ação da Corus, acima da proposta da Tata Steel, de 500 pences. "Nosso objetivo é destravar o valor de nossos ativos em minério de ferro por meio da Corus, transformando-os em efetivos em termos de custos, alta qualidade de produtos siderúrgicos, usando as capacidades avançadas de engenharia da Corus e sua excelente plataforma de distribuição européia", informou o presidenteexecutivo da CSN, Benjamin Steinbruch, em comunicado. O diretor financeiro da CSN, Otávio Lascano, disse em teleconferência com analistas que a companhia assegurou uma linha de financiamento de US$ 8 bilhões junto aos bancos Barclays, Goldman Sachs e ING. Além disso, a empresa firmou uma linha de crédito de cerca de US$ 2,5 bilhões junto a UBS e Citibank. Em adição, a Corus terá para si US$ 650 milhões para fazer frente a necessidades de capital de giro. O prazo médio das linhas é de sete anos, afirmou o diretor, acrescentando que a CSN tem caixa disponível entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões, que também integrará o pacote de
aquisição. O executivo evitou comentar detalhes das linhas, como custos financeiros. Outra gigante – A conclusão do negócio, seja com a brasileira CSN ou com a Tata Steel, criará o quinto maior grupo siderúrgico do mundo e será o mais recente episódio de uma onda de aquisições fomentada pelo desejo das empresas de alcançar escala global e assegurar reservas de matériasprimas. Neste ano, a Mittal Steel comprou a Arcelor e criou a Mittal Arcelor, maior siderúrgica do mundo. Analistas acreditam que a CSN ficou por cima na batalha porque pode extrair mais economia de custos com um acordo com a Corus. Isso acontece em parte porque a companhia brasileira poderá exportar o minério de ferro que produz para as usinas da Corus na Europa. "Estrategicamente é um ativo bem interessante para a companhia (CSN). Existe um movimento das siderúrgicas brasileiras em comprar capacidade lá fora e expandir a capacidade de semi-acabados aqui", disse Kelly Trentin, analista da corretora SLW, que considerou "cara" a oferta. "É uma oferta muito agressiva, a empresa aumentou em 9% o valor de sua proposta inicial. Vai precisar de muitos recursos para bancar isso", acrescentou, referindo-se ao valor da oferta mais o programa de investimentos de cerca de US$ 5 bilhões que a CSN tinha anunciado antes. (Reuters)
Nissan lança carro híbrido
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Nissan Motor anunciou ontem que tem planos para lançar seus próprios carros híbridos, movidos a álcool e outros combustíveis não-poluentes, enquanto busca melhorar sua posição no segmento, atrás da Toyota e da Honda. Como parte de uma iniciativa mais ampla, chamada Nissan Green Program 2010 e que tem como objetivo reduzir as emissões de dióxido de carbono, a segunda maior montadora do Japão afirmou que vai oferecer veículos híbridos usando tecnologia desenvolvida internamente, assim que o ano financeiro começar, em abril de 2010, inicialmente para os mercados doméstico e dos Estados Unidos (EUA). A montadora ainda não possui carros híbridos. O primeiro será o sedã Altima, que será lançado nos EUA no segundo trimestre de 2007, com tecnologia autorizada pela Toyota. O presidente-executivo,
Carlos Ghosn, tem se mostrado pouco interessado com a atual tecnologia híbrida, argumentando que é muito cara para os consumidores e traz pouco ou nenhum lucro para as montadoras. A Nissan informou que seus carros vão equilibrar custo e valor para que sejam lucrativos desde o início. O acordo de licença com a Toyota se aplica apenas ao modelo Altima, e modelos futuros deverão ser montados usando tecnologia interna, disse um representante da empresa. A Nissan declarou que vai desenvolver também o primeiro carro que pode correr a 100 km/h, com três litros de gasolina, ao aprimorar o motor de combustão interna convencional. O modelo deverá ser lançado em 2010, no Japão. Em outras áreas, a Nissan vai desenvolver motores a diesel "limpo", em parceria com a Renault, para serem apresentados nos EUA e no Japão dentro de alguns anos. (Reuters)
BALANÇA
Fábio Rubinato/AE
Brasil registra saldo positivo de US$ 1 bilhão
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Gabrielli: fundamentos não indicam mudanças drásticas
Gabrielli prevê estabilidade de preços
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Petrobras prevê estabilidade para os preços do petróleo no longo prazo, já que os fundamentos do mercado não indicam "nem uma queda drástica, nem uma elevação drástica", afirmou ontem o presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli. "Nossa expectativa sempre foi de que os preços tendem a ficar relativamente estáveis no longo prazo, porém com grande volatilidade no curto prazo", disse. Entre os fatores que podem gerar variação de preços no curto prazo, Gabrielli citou o inverno no hemisfério Norte, fluxo de recursos financeiros em busca de rentabilidade e ainda
questões geopolíticas. Produção – Entretanto, o executivo disse que a manutenção da cláusula de limitação de ofertas nas rodadas da Agência Nacional de Petróleo (ANP) poderá ter impacto na produção da Petrobras no futuro. Segundo Gabrielli, a suspensão da oitava rodada de leilão não terá efeito no curto prazo, mas a "limitação do apetite exploratório pode ter efeitos no longo prazo". Até 2015, o crescimento da produção está garantido com as reservas já descobertas. Gabrielli destacou que a suspensão do leilão provoca efeitos negativos ao País perante os investidores estrangeiros. (Agências)
Mais negociação na Bolívia
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s negociações entre a Petrobras e o governo boliviano podem resultar em maior fornecimento de gás natural para o Brasil, projeto suspenso após a nacionalização do setor de hidrocarbonetos no país vizinho, em maio deste ano. Segundo o diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, a discussão entre os dois países deixou de ser apenas uma questão de aumento no preço do combustível e poderá resultar na retomada dos planos de expansão do fornecimento. Na semana passada, a Petrobras e a estatal boliviana YPFB decidiram ampliar por mais 120 dias a negociação sobre o preço do gás. "Cada um mantém sua posição, mas vamos ampliar as conversas para além do GSA (contrato de importação de gás pela Petrobras)
existente. Por mais 120 dias vamos explorar possibilidades novas de interesse comum", afirmou Sauer. Antes da nacionalização, que resultou em aumento de custos para a Petrobras na Bolívia, abandono da distribuição de combustíveis naquele país e na transferência das suas refinarias para a estatal boliviana YPFB, os planos da companhia brasileira eram de duplicar o fornecimento atual de 30 milhões de metros cúbicos diários ao Brasil. Sauer admitiu que essa idéia pode voltar à mesa de discussões, assim como pequenas expansões. "O maior entrave foi resolvido, com os contratos legitimados pelo Congresso e pelo presidente (Evo Morales), que tornou o regime boliviano confiável, talvez mais do que era antes, porque estão respaldados em lei", afirmou. (Reuters)
balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 1 bilhão na segunda semana de dezembro, resultado de exportações de US$ 2,917 bilhões e importações de US$ 1,917 bilhão. No acumulado do mês, período que teve apenas seis dias úteis, o saldo comercial é de US$ 1,434 bilhão. As exportações somaram US$ 3,733 bilhões e as importações alcançaram US$ 2,299 bilhões. No ano, as exportações totalizam US$ 128,969 bilhões; as importações, US$ 86,461 bilhões; e superávit de US$ 42,508 bilhões. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que divulgou os resultados ontem, a média diária das exportações em dezembro está em US$ 622,2 bilhões, 25,6% maior que a média diária de dezembro de 2005, de US$ 495,3 milhões. O crescimento das exportações está sendo puxado pelas três categorias de produtos. As exportações de semimanufaturados subiram 63,8%, principalmente, nos embarques de semimanufaturados de ferro e aço, açúcar em bruto, alumínio
em bruto, couros e peles, óleo de soja em bruto e celulose. Nos manufaturados, a expansão foi de 23,1%, por conta de álcool etílico, óleos combustíveis, açúcar refinado, laminados planos, motores para veículos e automóveis. As vendas externas de produtos básicos apresentam alta de 14,8% em relação a dezembro do ano passado, puxadas por petróleo, milho em grão, carne bovina e suína e café em grão. Nas importações, a média diária acumulada em dezembro, de US$ 383,2 milhões, ficou 28,4% acima da média de dezembro de 2005 (US$ 298,4 milhões). Aumentaram os gastos, principalmente, de automóveis e partes, plásticos e obras, adubos e fertilizantes e eletroeletrônicos. Expectativa – Com base nos resultados acumulados, a estimativa dos analistas do mercado financeiro é de que o saldo do comércio internacional em 2006 será igual ou ligeiramente acima dos US$ 44,760 bilhões registrados em 2005, que foi o melhor superávit (saldo positivo) comercial do País em todos os tempos. (AE)
Telefônica alega discriminação
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grupo espanhol Telefônica se sente discriminado pelo Ministério das Comunicações e pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). De acordo com a empresa, seu maior concorrente na América Latina, a mexicana Telmex, não teve nenhum problema para entrar no mercado brasileiro de televisão por assinatura. A Telmex é dona da Embratel, concessionária de telefonia fixa como a Telefônica em São Paulo. A operadora participa do controle da Net, maior empresa de TV paga do País. Segundo Fernando Xavier Ferreira, presidente do grupo no Brasil, a Telefônica fechou um acordo comercial com a DTHi (Astralsat), empresa de TV paga via satélite, para oferecer pacotes com telefonia, internet e televisão, como faz a Net. Foi advertida pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, de que teria que tirar do ar o serviço, chamado Você TV.
Conselheiros da Anatel disseram que precisaria de anuência prévia. Xavier discorda: "Nunca foi preciso anuência prévia para acordo comercial." A Telefônica espera desde maio uma resposta para seu pedido de licença de DTH, televisão por assinatura via satélite, e até agora a agência não se manifestou. "Normalmente eles demoram 60 dias", apontou o executivo. A empresa também aguarda uma decisão da Anatel sobre a compra da TVA, anunciada em outubro. Ameaça – Xavier, que vai deixar a empresa em janeiro, considera que o setor de telecomunicações está ameaçado por causa da legislação desatualizada e pelo desrespeito às regras atuais. "Não dá para entender porque investidores que fizeram um esforço descomunal são impedidos de fazer o que a lei permite. "Um país com instituições fortes tem uma regra básica: cumprir a lei", afirmou o executivo. (AE)
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
Congresso Planalto Campanha CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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QUESTIONAMENTOS SOBRE GASTOS NÃO PREVALECERAM
Nilton Fukuda/Folha Imagem
CONTAS DE SERRA SÃO APROVADAS
MARZAGÃO ANUNCIA AUXILIARES advogado Lauro Malheiros Neto será o secretário-adjunto de Segurança Pública do Estado de São Paulo, no governo de José Serra (PSDB). Ontem, o futuro secretário de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, divulgou o nome dos seus principais colaboradores. A equipe integrará a cúpula da Secretaria de Segurança. Pós-graduado em Direito Penal Econômico Europeu pela Universidade de Coimbra, em Portugal, Malheiros Neto é ex-delegado e atuou nos Departamentos de Polícia Judiciária da Capital (Decap), de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e de Investigação sobre Narcóticos (Denarc).
Para a Delegacia-Geral de Polícia, o indicado é o delegado de classe especial Mário Jordão Toledo Leme. Leme ingressou na carreira em 1988. É professor concursado da Academia de Polícia Civil e foi secretárioadjunto da Secretaria de Administração Penitenciária, entre 1999 e 2000. Na gestão Serra, o comandante-geral da Polícia Militar será o coronel Roberto Antônio Diniz que, desde setembro, é o comandante de Policiamento Rodoviário (CPR). Diniz também foi comandante de Policiamento do Interior, na região de Ribeirão Preto. Na Superintendência da Polícia Técnico-Científica, Marzagão manteve o atual superintendente, Celso Perioli. Perito criminal, ele é formado pelo Curso Superior de Criminalística da Polícia Civil e coordenador da Superintendência da Polícia Técnico-Científica desde 1998. (AE)
didatos que receberam doações de empresas com controle acionário da CVRD. Mas, na semana passada, o TRE aprovou as contas de deputados federais e estaduais mineiros eleitos em outubro e do senador Eliseu Resende (PFL), também eleito por Minas. Todos receberam recursos da Caemi Mineração - controlada pela Vale do Rio Doce. No julgamento das contas do governador de Minas, outros três juízes votaram pela aprovação com reservas e um pela aprovação integral. Eles entenderam que as empresas subsidiárias da Vale possuem "personalidade jurídica pró-
pria e que o dispositivo da Lei 9.504/97 (não-recebimento de doações de concessionárias de serviços públicos) não abrange tais casos". Foram feitas restrições porque a campanha de Aécio Neves, em relação a um recurso de R$ 257 mil, não respeitou a exigência de que a movimentação bancária fosse feita por meio de cheque nominal ou transferência bancária. O juiz relator, Tiago Pinto, no entanto, considerou que tal irregularidade não comprometeu a demonstração de gastos do governador reeleito de Minas, que arrecadou, no total, R$ 19,4 milhões . (AE)
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Por 5 votos a 1, juízes desconsideram o veto da Procuradoria Regional Eleitoral aos números apresentados pelo governador eleito.
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plenário do Tribu- para a análise e julgamento nal Regional Elei- conjunto do plenário do TRE, toral de São Paulo já que mais de 90% dos recur(TRE-SP) aprovou sos arrecadados pelo comitê ontem, por 5 votos a 1, a pres- tucano foram para a campatação de contas da campanha nha ao governo. O relator do do governador eleito José Ser- processo que pedia a rejeição ra (PSDB) e do comitê financei- dessas contas foi o juiz Marcos ro estadual do PSDB. Essas César. Já o voto referente à contas haviam sido rejeitadas aprovação dessas mesmas pela Procuradoria Regional contas será elaborado pelo juiz Paulo Alcides. Eleitoral e pela área Essas contas hatécnica do TRE de Doações viam sido rejeitaSão Paulo, sob arhaviam sido das com base em gumento de que a consideradas parecer técnico do campanha do tucailegais pelos TRE, que foi acatano havia recebido técnicos, mas do pelo procuraalgumas doações dor-regional eleitode empresas que plenário do m a n t ê m c o n c e s- Tribunal derrubou ral Mario Bonsaglia. O principal arsões públicas. o veto. gumento dos Ontem, porém, técnicos era que a os juízes que se reuniram para apreciar a matéria campanha de José Serra havia não acompanharam o voto do recebido doações irregulares relator – que pedia a rejeição – e de três empresas concessionádecidiram acatar os argumen- rias ou ligadas a concessionátos do PSDB, aprovando as rias públicas. Pela legislação contas da campanha sem ne- eleitoral, essas empresas estão proibidas de fazer doações a nhuma restrição. As contas da campanha de campanhas políticas. Entre as doações questionaSerra e do comitê financeiro do PSDB haviam sido unificadas das, estavam a da Caemi Mine-
Novo secretário define nomes da cúpula da Secretaria de Segurança.
TRE: contribuições à campanha de tucano foram regulares.
ração e Metalurgia (R$ 700 mil) e a da Norbrasil Saneamento (R$ 1 mil). Em relação à Caemi, os técnicos avaliaram que a empresa é controlada pela CompanhiaVale do Rio Doce (concessionária da União) e que a doação, portanto, não é permitida por lei, já que foi proveniente de uma holding cujo capital social é integrado por uma empresa concessionária de serviço público. "O uso de recursos recebidos de fontes vedadas constitui irregularidade insanável e causa para rejeição das contas, ainda que o valor seja restituído", argumentaram os técnicos. Esse argumento, porém,
foi derrubado pelo plenário do TRE, que considerou as contas do governador eleito legais, sob todos os aspectos. Aécio - Em Minas Gerais, as contas de campanha do governador reeleito, Aécio Neves (PSDB), foram aprovadas com ressalvas, anteontem, pelo TRE mineiro. Dos seis desembargadores, dois votaram pela rejeição porque o tucano recebeu uma doação de R$ 1 milhão da Urucum Mineração, controlada pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). O parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE) foi pela recusa dos gastos da campanha de Aécio e de todos os can-
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
Empresas Nacional Finanças Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
BNDES VENDE DEBÊNTURES NO VAREJO
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5,37
por cento ao mês é a taxa média de juros cobrada pelos bancos no crédito pessoal
APESAR DA REDUÇÃO DA TAXA BÁSICA DA ECONOMIA, A SELIC, FUNDAÇÃO PROCON APURA ALTA NO VAREJO
SOBE O JURO DO CRÉDITO PESSOAL
P
esquisa realizada pela Fundação ProconSP revelou que a taxa média de juros para operações de empréstimo pessoal teve alta de 0,06 ponto percentual entre novembro e d e z e m b ro , p a s s a n d o d e 5,31% para 5,37% ao mês. Segundo a Fundação, a alta interrompe a série de quatro meses de reduções consecutivas na taxa média para empréstimos, e vai na contramão da trajetória de queda do juro básico (Selic), que em novembro foi reduzido em 0,5 ponto percentual, para 13,25% ao ano. As duas instituições que alteraram seus juros para empréstimo pessoal foram o banco Real, cuja taxa aumentou de 5,9% para 6,5%; e a Caixa Econômica Federal, em que a taxa passou de 4,62% para 4,68% ao mês no período. Já o Banco do Brasil reduziu o juro de 4,65% para 4,62%. Os outros bancos não alteraram suas taxas para empréstimo pessoal. Com o aumento dos juros para empréstimo pessoal, o banco
Roberto Stuckert/PR
Real apresentou a maior taxa de dezembro (6,5% ao mês), enquanto a Nossa Caixa ficou com a taxa mais baixa do mês (4,25% ao mês). Cheque — De acordo com a pesquisa da Fundação ProconSP, a taxa média do cheque especial permaneceu praticamente inalterada entre novembro e de-
zembro, caindo de 8,153% ao mês para 8,15%. Essa redução, informaram os técnicos, foi reflexo da queda da taxa do Banco do Brasil, que também alterou seus juros para cheque especial. A taxa da instituição caiu de 7,73% para 7,7% ao mês no período, uma variação de 0,39% na comparação com novembro. Os outros ban-
cos não alteraram os juros. Na modalidade de cheque especial, os bancos HSBC e Itaú apresentaram as maiores taxas no mês (8,47% ao mês), e a Caixa Econômica Federal teve a menor (7,2% ao mês). O levantamento divulgado ontem foi realizado no último dia 1º de dezembro em dez inst i t u i ç õ e s f inanceiras: Banco do Brasil, Banespa, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú, Nossa Caixa, Real, Santander e Unibanco. Os técnicos da Fundação Procon-SP destacaram que, em virtude da possibilidade de variação da taxa do empréstimo pessoal pelo prazo do contrato, foi estipulado o período de 12 meses como base, já que todos os bancos pesquisados trabalham com esse prazo. Os dados coletados pelo levantamento referem-se a taxas máximas prefixadas para clientes não-preferenciais, sendo que para o cheque especial foi considerado o período de 30 dias. (AE)
Andima: poupança deve seguir Selic
O
governo terá de rever a remuneração da caderneta de poupança no médio e longo prazos para tornar viável a continuidade da redução das taxas de juros no Brasil. A opinião é do presidente da Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima), Alfredo Moraes. "O atual patamar, de 6,17% ao ano, mais a variação da Taxa Referencial (TR) é muito elevado numa economia estabilizada", argumentou. O executivo, porém, não acredita que o governo faça alterações nesse instrumento no curto prazo, conforme sugestão recente da Associação Brasileira das Entidades de Crédi-
to Imobiliário e Poupança (Abecip), que reúne as instituições financeiras que atuam no mercado imobiliário. A entidade alega que a contínua redução da taxa Selic (que caiu de 19,25% há um ano para os atuais 13,25% ao ano) não teve repercussão sobre a remuneração da poupança, o que tornou o instrumento mais atraente do que alguns fundos de investimentos, especialmente pela isenção do Imposto de Renda (IR). Na avaliação de Moraes, a poupança é "o piso do piso" das taxas de captação no País. "E esse piso está muito elevado para o Brasil de hoje." Otimismo — O presidente da Andima está otimista quan-
to ao mercado financeiro para 2007. "Tudo indica que a economia americana não registrará maiores problemas nos próximos meses. Com isso, a tendência é de que o mercado financeiro continue calmo." A prioridade da Andima será o desenvolvimento do mercado secundário de títulos privados de renda fixa, especialmente debêntures. Segundo Moraes, o mercado primário de debêntures "está indo bem", com a Andima tendo mais de R$ 120 bilhões de debêntures em estoque. O movimento no mercado secundário, no entanto, continua "muito baixo", com pouquíssimos negócios, conforme destacou. (AE)
Nova queda de projeção para o PIB
A
projeção do mercado financeiro para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano caiu de 2,86% para 2,8% em pesquisa divulgada ontem pelo Banco Central (BC). Foi a quinta queda consecutiva de uma previsão que estava em 2,97% há quatro semanas. A nova redução, de acordo com analistas de mercado, foi
provocada pela divulgação, na semana passada, da produção industrial de outubro. "O 0,8% de crescimento veio abaixo do esperado e gerou o ajuste da estimativa do PIB", disse um operador. Para 2007, a previsão de aumento do PIB manteve-se em 3,5% pela décima quinta semana seguida. A pesquisa registrou ainda redução da projeção do merca-
do para a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano, de 3,15% para 3,11%. A queda pôs fim a um período de cinco semanas de alta. "O ajuste é um reflexo do fato de o IPCA de novembro, divulgado na semana passada, ter ficado em 0,31%, abaixo das expectativas", disse. A estimativa para 2007 recuou de 4,1% para 4,09%. (AE)
Antonio Francisco de Lima Neto (à esq.), funcionário de carreira, assume interinamente a presidência do BB
Dança das cadeiras: BB tem novo presidente
O
ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou ontem a saída do atual presidente do Banco do Brasil (BB), Rossano Maranhão. Para seu lugar foi indicado, em caráter interino, o atual vicepresidente de varejo da instituição, Antonio Francisco de Lima Neto. Ele é funcionário de carreira do banco, onde ingressou como aprendiz, e já foi vice-presidente de Negócios Internacionais e de Atacado do BB. Maranhão estava na presidência da instituição desde novembro de 2004 e deixa o banco para exercer atividade na iniciativa privada. Ele não disse
onde trabalhará. O ministro da Fazenda afirmou que a indicação de Lima Neto tem caráter interino porque, até agora, o presidente Lula não confirmou nenhum nome para ocupar o primeiro escalão do governo em seu segundo mandato. Em sua despedida, Maranhão disse que completou um ciclo à frente do banco. Afirmou que cumpriu todas as determinações do presidente Lula e de Mantega. O executivo ressaltou que deixa o banco estatal "em uma situação financeira robusta e consistente". "Tenho o sentimento do dever cumprido", afirmou Mara-
nhão, que também salientou deixar o banco por motivos estritamente pessoais. O cargo de Lima Neto na vice-presidência de varejo será ocupado pelo atual secretárioexecutivo do Conselho Diretor do BB, Aldenir Bendine. Sem filiação — O presidente indicado do BB ressaltou que não é filiado a nenhum partido político e que pretende levar adiante o trabalho desenvolvido pelo atual presidente. Já Mantega enfatizou que Lima Neto já está entrosado com a estratégia que o banco vinha desenvolvendo sob a gestão de Maranhão. (AE)
mais a variação da inflação físicas já feita no BNDES estende pessoas Brasil – 500 mil debêntures – medida pelo Índice de Preços ao Consumidor prazo de reserva e a expectativa é de que
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Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) decidiu estender de hoje para quinta-feira a data-limite para reserva das debêntures da BNDESPar, braço de participações em empresas da instituição. Essa será a maior oferta desse tipo de papel para
movimente de R$ 500 milhões a R$ 600 milhões. Os títulos permitem aplicação a partir de R$ 1 mil e são voltados para investidores de perfil conservador, que esperam rentabilidade próxima à de títulos do Tesouro Nacional ou de um fundo DI. Os papéis pagarão juros (de ao menos 6% ao ano)
Amplo (IPCA), ou seja, oferecem proteção contra a alta de preços. O BNDES informou que as demais datas da oferta permanecem inalteradas. Na próxima sexta-feira, o investidor ficará sabendo com que desconto os papéis foram vendidos no mercado e, assim, qual será o preço pago pelas debêntures. (AG)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
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Informática
Por Bárbara Oliveira
m u nd o f ic o u menor com a internet. Mas com Bluetooth, Ev-DO, Edg e , Wi - F i , WiMax, ficou menor — e melhor —ainda. O que e s s a s t e c n o l ogias têm em comum? Todas são redes sem fio que chegaram para facilitar ainda mais a vida de quem usa o celular, o handheld ou o computador em casa, no trabalho, na rua, no café, nos aeroportos, nos hotéis ou em áreas remotas onde o acesso por meio de cabos ainda é muito difícil. Os sinais trafegam por ondas de rádio para sincronizar dispositivos entre si (de um notebook p a r a u m a i mpressora com Bluetooth, por exemplo) ou, para distribuir a internet em banda larga sem fio nas empresas, nos cafés, aeroportos (Wi-Fi) ou em áreas remotas e com ampla cobertura, como é o caso da rede WiMax (que você pode conhecer melhor abaixo). Apesar de a telefonia móvel ter avançado muito no Brasil
nova sensação em redes wireless chamase WiMax. Defensores dessa tecnologia de banda larga de longa distância e altas velocidades chegam a dizer que ele será tão importante para a sociedade como foi (e é) a internet. "É a 4ª geração na comunicação sem fio, superando o que já vimos até agora", entusiasma-se Joeval Martins da área de desenvolvimento de novos negócios da Motorola – empresa que aposta alto na futura rede. A Intel é outra grande incentivadora da tecnologia no mundo, promovendo projetospilotos no Brasil e no mundo, com ênfase na inclusão digital. Os entusiastas do WiMax alertam que dentro de cinco anos no máximo (em tecnologia o tempo corre mais rápido) teremos um só aparelho portátil dotado de um único número telefônico que vai servir ao mesmo tempo como um pequeno computador, celular VoIP, agenda, tevê, tocador de vídeos e de músicas e permanentemente conectado à internet, mesmo estando dentro de um carro, metrô, ônibus, barco em movimento. Não importará a distância e nem a velocidade. E melhor ainda, carregando nosso número telefônico para qualquer país. Isso porque os aparelhos multifuncionais terão chipsets WiMax para receberem os sinais das antenas de longo alcance. Uma torre central envia o sinal para outras torres multiplicadoras de sinais e estas para os aparelhos, ou na casa ou na empresa. Tudo parecido Divulgação com a telefonia celular, só que a banda é larga mesmo. Digamos que o WiMax seja uma junção da telefonia celular (das mais rápidas 3G) com a Wi-Fi mais potente, já que o protocolo IEEE 802.16 (padrão da rede WiMax) permite coberturas de até 50 quilômetros e velocidades nominais de 70 Megabits por segundo. As regiões rurais e re-
O interesse na tecnologia é grande, e uma prova disso foi o número de empresas inscritas na licitação da faixa de freqüência de 3,5 GHz (faixa licenciada pela Anatel para WiMax) que seria realizada neste ano. Cerca de 100 empresas estavam interessadas, mas o leilão foi adiado para 2007 por determinação do Tribunal de Contas da União e causou uma rota de colisão entre o órgão regulador Anatel e o Ministério das Comunicações. Ambos divergem em relação à participação das operadoras de telefonia fixa em suas áreas de concessão. A Anatel é contra e o ministro é favorável. O que faz o WiMax ser a cereja do bolo entre as novas tecnologias é fato de ser de longo alcance, mais rápida, exigir uma infra-estrutura simples e oferecer grandes oportunidades de negócios às empresas com a convergência de serviços com VoIP, tevê por IP, dados, celular a partir de antenas (fixas ou móveis) colocadas nos condomínios, casas, empresas, escolas, hospitais, centros de saúde, serviços públicos. A consultoria Maravedis, especializada em redes wireless, prevê que o Brasil terá cerca de 800 mil assinantes de WiMax nos próximos três anos. Mundialmente as previsões chegam a 15 milhões de usuários com a banda larga de longo alcance até 2009. Enquanto as operadoras locais aguardam o leilão para as sobras de freqüência de 3,5 GHz, algumas empresas que já haviam adquirido licenças para WiMax, em 2003, já usam aplicações comerciais sem fio. É o caso da paulista Neovia, provedora de banda larga wireless, com 35 mil clientes residenciais e corporativos no interior de São Paulo, e da catarinense GlobalWave Telecom, que opera na freqüência não licenciada de 5,6 GHz há 2 meses. Ela atende 40 condomínios em Florianópolis e pouco mais de 100 clientes.
ESTÁ VENDO OS FIOS? Chega de cabos, chega de ligações físicas: as tecnologias Wi-Fi e WiMAX podem facilitar a vida de usuários — em alta velocidade.
WiMax é outra onda motas devem ser as mais beneficiadas numa primeira etapa, já que o WiMax chega como alternativa aos cabos ADSL. Ele chegaria na chamada última milha (na casa, na escola, na empresa, no serviço público, etc.). O governo deixou claro durante a Futurecom 2006, em outubro em Florianópolis, que 2007 será o ano da inclusão digital no Brasil. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, e representantes da Anatel defenderam o uso do WiMax para massificar a banda larga no País. Segundo Costa, a idéia é cobrir 2,7 mil cidades com banda larga até 2010 e a prioridade será dada às tecnologias sem fio, especialmente WiMax, no qual o governo pretende investir R$ 1 bilhão (do FUST – Fundo de Universalização de Serviços de Telecomunicações, cujo percentual de 1% é cobrado sobre a receita operacional bruta das operadoras de telefonia mas, até agora, não foi destinado à universalização das telecomunicações).
P900 WiMax, da Samsung, que será lançado na Coréia do Sul no próximo ano
Plugado com Wi-Fi nos últimos três anos, superando os 90 milhões de usuários em 2006, é limitado ainda o uso do celular como terminal de acesso à internet (pelas redes velozes Ev-DO, da Vivo, ou Edge, das operadoras GSM). É que o custo do tráfego para o usuário final ainda é bastante elevado. Assim, ganhou força nos últimos anos (especialmente de 2004 para cá) a rede Wi-Fi, nos padrões IEEE 802.11b e 802.11g, o que garante que os equipamentos (notebooks, PDAs, telefones e pontos de acesso ou antenas, gateways etc.) sejam compatíveis e façam a comunicação em uma rede local sem fio. As velocidades nominais da Wi-Fi variam de 11 megabits por segundo (para o padrão 802.11b) a 54 Mpbs para o 802.11g. É importante que os equipamentos estejam do mesmo padrão para obter esse resultado. A abrangência é de até 50 metros em áreas internas (empresas com poucas paredes ou obstáculos) e locais públicos como cafés, hotéis, universidades e aeroportos. As duas maiores fornecedoras (integradoras) de Wi-Fi em hot spots no País são a Vex e a Telefônica, concorrentes entre
si e que afirmam dispor cerca de 1.300 locais públicos com acesso à internet em banda larga sem fio (800 da Vex e 500 da Telefônica). Os locais atendidos pela Telefônica se resumem ao Estado de São Paulo (com força no interior, onde abrange 40 municípios), enquanto a Vex atende o Brasil inteiro. Como a Vex não é operadora, para ter acesso ao serviço, o usuário precisa ser assinante de um provedor (iG, UOL, Terra, Ajato, etc.). A previsão da Vex para 2007, segundo seu diretor-executivo José Papa Neto é "atingir a marca de 2 mil hot spots e expandir o serviço também para países vizinhos, como a Argentina, e até em outros continentes, como Portugal e Espanha". N ú m e r o s – N o re s t o d o mundo, esses números são bem mais expressivos. Existem mais de 130 mil locais públicos com Wi-Fi espalhados em vários países, segundo o serviço especializado JiWire's ( ht tp :/ / ww w. ji wi re. co m/ ) que mantém um diretório atualizado sobre hot spots pagos e gratuitos desde 2003. Os Estados Unidos ocupam o topo da lista com mais de 42 mil pontos até novembro, seguido da Inglaterra (16.500) e Alemanha (12.900). Londres desbancou Seul como a cidade mais conectada neste ano, com 2.179 pontos, contra 2.056 da capital da Coréia do Sul. A explosão desse tipo de tecnologia sem fio no mundo aconteceu mesmo no ano passado, quando o número de pontos de acesso passou de 57 mil em 2004 para 100 mil no fim
Hoje, as maiores fornecedoras de Wi-Fi em hot spots no País são a Vex e a Telefônica.
de 2005. Isso graças à integração dos portáteis, notebooks, PDAs e smartphones, que já saem de fábrica com Wi-Fi. Se não tiverem o chip ou placa embutida, é necessário um cartão tipo PCMCIA para fazer a conexão. A rede Wi-Fi exige um link de internet, como o ADSL ou o cabo, fornecido pela operadora junto com um modem ou roteador para se comunicar com as antenas (acess points) wireless que, por sua vez, fazem a comunicação sem fio com os terminais dotados da tecnologia. No Japão e na Coréia é utilizada a fibra óptica na última milha — mais cara e mais rápida — ou seja, chega até a casa do usuário, empresa ou hot spot, o que garante experiência de internet em altíssima velocidade e facilita os serviços de triple play também em Wi-Fi. Outros padrões de Wi-Fi mais velozes estão em fase de homologação pelo Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE). Um deles é o 802.11n, prometido para meados de 2007, e cuja velocidade em versões preliminares chega a 300 Mbps. Ele terá dispositivos com várias antenas para transmitir e receber dados em paralelo, o que agiliza a transmissão de dados.
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Corr upção Planalto Congresso CPI
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terça-feira, 12 de dezembro de 2006
Se Michel Temer acha que pode construir uma candidatura de hostilidade, que vá em frente e saia candidato. Geddel Vieira Lima
CRESCE A 'BRIGA' PELO COMANDO DA CÂMARA
Milton Mansilha / LUZ
GRUPO DE PARTIDOS QUER REELEGER ALDO
LULA PEDE DESISTÊNCIA DE CHINAGLIA
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Comissão suprapartidária quer lançar a candidatura do comunista esta semana
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nquanto PT e PMDB brigam nos bastidores pelo direito de disputar a presidência da Câmara, um grupo suprapartidário – que inclui até representantes petistas – quer lançar nesta semana a candidatura à reeleição do atual presidente da Casa, Aldo Rebelo (PCdoB-SP). "A idéia é fazer um movimento para consolidar e reforçar a candidatura de Aldo antes de os deputados saírem para as festas de Natal", resumiu o deputado Renato Casagrande (PSB-ES). O parlamentar adiantou, sem citar nomes, que o lançamento contará com a presença de deputados de partidos que incluem PSDB, PFL e PMDB. Recém-eleito senador, Casagrande está à frente da articulação pró-Rebelo, que, além de contar com a simpatia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de deputados das várias agremiações da base governista, tem também o apoio de partidos da oposição. Candidato de confiança – Defensores da cláusula de barreira, que dificultava a vida das legendas pequenas e da candidatura do presidente da Casa pelo PCdoB, o PFL e o
PSDB sentem-se agora liberados para apoiá-lo, depois da decisão da Justiça que derrubou o impedimento legal na semana passada. "Nossa primeira opção é pela defesa do princípio de a maioria presidir a Casa. Mas, se o PMDB não respeita a regra que dá ao PFL o status de maior partido no Senado, nós ficamos com o candidato que tem mais confiança da oposição na Câmara", resume o líder do PFL, deputado Rodrigo Maia (RJ), referindo-se a Rebelo. Livre do "constrangimento legal" que dificultava a adesão a ele, Maia não hesita em afirmar, agora, que a sigla o prefere "porque ele é um presidente que assume e honra seus compromissos". Cautela – Ao menos por enquanto, porém, Rebelo nega que tenha qualquer pretensão pessoal de se reeleger. Segundo informações da "Agência Brasil", o atual presidente da Câmara disse ontem que a sua candidatura deve ser construída como um projeto que deve unir, se possível, toda a instituição, ou pelo menos um projeto que seja amplamente majoritário. Ele negou que pretenda apresentar seu nome à
reeleição nos próximos dias. Rebelo evitou comentar a postura dos dois partidos. “Seria imprudente da minha parte, não seria razoável discutir a conveniência ou não de um partido lançar o candidato à presidência da Câmara”. O comunista afirmou ainda que a sua candidatura não foi apresentada nem por ele e tampouco pelo PCdoB, uma vez que o seu partido não tem um projeto partidário. “Eu não tenho um projeto pessoal de candidatura à presidência da Câmara. Portanto não tem sentido o lançamento de minha candidatura individualmente", afirmou, sem mencionar a articulação suprapartidária. Resistência – Alguns partidos que integram a coalizão de governo já apresentaram resistências a uma candidatura do PT à presidência da Câmara. O PMDB, legenda que conquistou a maior bancada nesta eleição e, por isso, tem o direito de reivindicar o cargo, decidiu lançar um candidato e pode anunciar um nome hoje ou adiar a decisão. Alguns peemedebistas, no entanto, não descartam desistir da disputa. (veja matéria abaixo) (Agências)
Rebelo tem o apoio até mesmo do PSDB e PFL, e preocupa o PMDB. Bruno Miranda / Folha Imagem
"Corremos o risco de perder de novo", disse o petista.
presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai fazer um apelo para que o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) líder do governo, desista de disputar o comando da Câmara. Na reunião com ministros da coordenação política, ontem pela manhã, Lula afirmou que o Planalto trabalhará pela unificação da base aliada. Pouco depois, o presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia, disse que a candidatura de Chinaglia "não é uma coisa inamovível" e admitiu até mesmo a possibilidade de o partido sair do páreo. "O deputado Chinaglia é um nome muito bom, que está submetido à coalizão. Achamos que ele pode ser presidente da Câmara, mas não é uma coisa inamovível. Isso ficou claro desde o momento em que foi lançada a sua candidatura. Outros nomes poderão surgir. Essa idéia de que o PT tinha complicado, tinha melado (a sucessão na Câmara) não é verdadeira", insistiu Garcia. A eleição na Câmara e no Senado, em fevereiro de 2007, será o principal assunto da conversa de Lula com o Conselho Político do governo, marcada para amanhã. O presidente aproveitará a oportunidade para pedir aos oito partidos aliados presentes o fim da disputa entre os membros do governo de coalizão. Lula defende a recondução de Aldo Rebelo (PC do B-SP) à presidência da Câmara e de Renan Calheiros (PMDB-AL) ao comando do Senado. (AE)
VIANA: DIVISÃO É 'GRAVE PROBLEMA' Para o governador do Acre, ter mais de um candidato é um "péssimo exemplo".
O
governador do Acre, o petista Jorge Viana, disse ontem que considera "um grave problema" o fato de a base aliada do presidente Lula ter mais de um candidato à presidência da Câmara. "Não posso falar pela bancada, mas tem que ter entendimento. É um péssimo exemplo para a coalizão se a gente não tiver entendimento numa área como essa em que só político se mete. Senão, a gente corre o risco de perder de novo. Se a gente apresentar dois ou mais candidatos, ninguém vai entender que
coalizão é essa", disse Viana, que participou de seminário com governadores e deputados estaduais do PT. O governador desconversou ao ser questionado se ocupará algum ministério no segundo mandato do governo Lula, mas foi claro ao defender que o PT tenha papel de destaque no primeiro escalão a partir de 2007. "O PT tem que ter papel chave dentro do governo de coalizão. Com os problemas que tivemos com alguns companheiros
PMDB C
om a possibilidade de um grupo suprapartidário lançar a candidatura de Aldo Rebelo (PCdoB) à presidência da Câmara, a nova bancada do PMDB, que se reuniria hoje à noite para escolher o seu candidato, remarcou o encontro para amanhã. Há uma articulação para que o partido não escolha agora o adversário de Rebelo. É o que defendem pelo menos dois peemedebistas cotados para disputar o cargo, além do candidato Wilson Santiago (PB), que sugere a criação de uma comissão para negociar com as demais legendas da base aliada. "Embora meu nome esteja colocado, acho que devemos buscar o entendimento, em vez de ampliarmos a disputa", prega o candidato Eunício Oliveira (PMDB-CE). "Candidato para valer tem de ter o mínimo de costura política dentro da base aliada", concorda o candid a t o G e d d e l Vi e i r a L i m a (PMDB-BA), apontado por petistas como a mais forte opção
nossos, o PT está devendo se destacar mais. Não quero dizer quantidade de ministérios, mas talvez áreas de mais visibilidade", afirmou Viana. Ele defendeu a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e disse considerar "um grande equívoco culpar a área ambiental pelos entraves ao crescimento econômico e investimentos no País". O governador disse, no entanto, que a ministra terá maturidade para entender se o presidente Lula decidir trocar o comando do ministério. (AE)
ESCOLHA DO CANDIDATO PODE FICAR PARA AMANHÃ
Sérgio Lima / Folha Imagem 16.10.02
O candidato Geddel Vieira Lima
da sigla na corrida. "Se o Michel Temer (presidente nacional da agremiação) acha que pode construir uma candidatura de hostilidade ao governo, que vá em frente e saia candidato", disse Geddel, ao lembrar que ele, que ficou com o PSDB na corrida presidencial, também pôs o nome na disputa. Segundo o deputado do PMDB da Bahia, o momento recomenda cautela. "Não é hora de esticar a corda
com o PT, que lançou a candidatura do (líder do governo) Arlindo Chinaglia (PT-SP) na semana passada", aconselha. 'A melhor opção' – O líder do PT na Casa, Henrique Fontana (RS), considera "normal" a ofensiva do grupo suprapartidário em favor do presidente da Câmara e também prega o diálogo. "Temos três candidaturas, mas só há lugar para um. A questão agora é convencer ou ser convencido de que o outro é a melhor opção", afirma. "Do mesmo jeito que achamos que Arlindo tem condições de vitória, temos de respeitar a avaliação de outros líderes da nossa base de que Aldo tem mais chances de vencer", prossegue. Mas, ao mesmo tempo em que insiste na tese de que o momento não deve ser de intransigência, Fontana nem cogita a hipótese de o PT retirar o candidato. Não, pelo menos por enquanto. A eleição para a presidência da Câmara será realizada em fevereiro de 2007. (AE)
Nacional Empresas Agronegócio Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
INVESTIMENTOS FORAM DE US$ 44 MI EM 2005
ESPECIAL Tiago Queiroz/AE
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terça-feira, 12 de dezembro de 2006
Leia mais sobre os problemas do setor agrícola brasileiro na página 10
GASTOS COM DEFESA SANITÁRIA E SEGURANÇA DE ALIMENTOS CAÍRAM 12% NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS
REBANHOS ESTÃO MAIS VULNERÁVEIS
E
nquanto o mundo se preocupa cada vez mais com rastreabilidade, bem-estar animal e outros temas que favorecem um manejo sanitário mais adequado e aceitável pelos consumidores, o governo brasileiro parece não estar muito empenhado em utilizar verbas para isso. As despesas brasileiras com defesa sanitária são muito baixas se comparadas com as de outros países. O País investiu, no ano passado, US$ 44 milhões na segurança dos alimentos, saúde animal e vegetal e inspeção – verba inferior à da Nova Zelândia (US$ 47 milhões), que é uma ilha e tem o trabalho facilitado. Os gastos nessa área foram reduzidos anualmente, em média, 12% nos últimos cinco anos. Os Estados Unidos investiram US$ 1,628 bilhão; o Canadá, US$ 223 milhões; e a União Européia, US$ 336 milhões ao longo do ano passado. Segundo o economista Marcos Jank, professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e presidente do Instituto de Estudos de Comércio e Negociações Internacionais (Icone), o clássico protecionismo agrícola, com tarifa, cota tarifária, subsídio doméstico, barreiras não-tarifárias já era. Agora, a agricultura brasileira precisa se preocupar mais com as barreiras técnicas, em especial a rastreabilidade, o bem-estar dos animais, a identificação de
Paulo Liebert/AE
O País precisa atender às novas exigências internacionais, que vêm das cadeias produtivas, dos supermercados e das agroindústrias. Marcos Jank OGMS (organismos geneticamente modificados), as proteções ambientais e as questões dos resíduos. "São novas exigências internacionais, que vêm das cadeias produtivas, dos supermercados, das
agroindústrias, de importadores, de ONGs", afirma o economista Marcos Jank. O setor de carnes (frango, aves e suínos) é um dos que sofre com a falta de verbas para a questão sanitária. Em 2005, os exportadores de carne viram as vendas ao exterior despencar em razão da febre aftosa. Produtores e frigoríficos alegam que a culpa foi da falta de investimentos por parte do governo em defesa sanitária, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirma que o problema foi a falta de vacinação. Neste ano, os exportadores de frango enfrentam retração no faturamento por causa da gripe aviária. As vendas para o mercado externo devem fechar o ano com recuo de 12%, para US$ 3,086 bilhões neste ano. Em 2005, o Brasil exportou US$ 3,509 bilhões. Os avicultores têm verba de R$ 283 milhões para o plano de prevenção da doença que seriam empregados entre 2006 e 2008, mas não têm acesso ao montante. Até agora, foram liberados apenas R$ 54 milhões, segundo informa o presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef), Ricardo Gonçalves. Como há uma pressão forte das indústrias para que haja esse controle da produção, os produtores têm de tirar os recursos do bolso para investir nas áreas laboratoriais e de treinamento de pessoal para prevenção da doença. Adriana David
Produtores de carne bovina alegam que surto de febre aftosa ocorreu por falta de prevenção
Perdas chegam a R$ 1 trilhão
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s agricultores brasileiros deixaram de ganhar R$ 1 trilhão nos últimos dez anos. A perda foi conseqüência da queda de 40% nos preços das commodities agrícolas, da evolução lenta do mercado interno, que não acompanhou a produção
crescente do agronegócio, e da concentração da agroindústria. O cálculo foi feito pelo coordenador-geral do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), Geraldo de Camargo Barros. Segundo ele, houve transferência desses valores
dos produtores para os atacadistas, varejistas e consumidores. "A queda de preços tem comido praticamente todo o aumento de produtividade que a agricultura tem apresentado, e também as margens para o varejo e a indústria." Em 2005, essa transferência de ganhos para outros elos da cadeia foi de R$ 150 bilhões. (AD)
País entra em disputa com a Austrália nas vendas de carne
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Brasil deve acirrar a disputa com a Austrália nas exportações de carne bovina. Tão logo os embargos do produto por causa da febre aftosa sejam resolvidos, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) pretende abrir novos mercados com artigos de melhor preço. Entre esses potenciais compradores estariam o Canadá, México, Coréia, Taiwan, Estados Unidos e Japão, que compram da Austrália, representam cerca de 50% das vendas mundiais e pagam melhor. O presidente da Abiec, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, explicou que, enquanto a Austrália consegue vender o quilo do filé mignon a US$ 40 para esses países, o Brasil exporta por US$ 13. "Temos que confiar em nossos produtos. Em breve, poderemos vender até carne para o difícil paladar japonês", afirmou ontem, durante divulgação do balanço de exportação do setor. Para 2007, a expectativa da Abiec é de que as exportações cresçam entre 5% e 10% em volume. Esse resultado deverá ser alcançado com a melhoria do mix de produtos, o acesso a novos mercados e o aumento de preços de exportação en-
40 dólares é o preço do quilo do filé mignon oferecido pela Austrália. O mesmo produto é vendido pelos brasileiros por US$ 13. tre 10% e 15%, que em 2006 contribuíram para uma expansão de 25% a 27%, fechando o ano com US$ 4 bilhões. Balanço – Em volume, o incremento de janeiro a novembro deste ano foi de 10,74%. As exportações de novembro tiveram aumento de 77,34% em valores em relação às de novembro de 2005, somando US$ 406 milhões. Em quantidade, a alta foi de 58,66%. Também foram importantes para o crescimento das exportações as venda de produtos com mais valor agregado e sem intermediários. Além do recorde nas exportações de carne em novembro, os frigoríficos brasileiros comemoram ter ultrapassado as vendas externas de carne da
Austrália. Sem contabilizar os miúdos, o Brasil exportou US$ 3,475 bilhões de janeiro a n o v e m b ro ; e a A u s t r á l i a , US$ 3,374 bilhões. Em volume, o Brasil vendeu 2,113 milhões de toneladas; e a Austrália, 1,338 milhão. Segundo o diretor executivo da Abiec, Antonio Camardelli, a perspectiva é de que essa liderança seja mantida, já que a Austrália não tem chances de ultrapassar o Brasil por conta do período de seca. Chile – As exportações de carne para o Chile, que em 2004 comprou 105 mil toneladas, continuam praticamente paradas. Em 2006, o país andino comprou carne apenas do Rio Grande do Sul. Foram vendidas 3 mil toneladas, 3% do que foi importado em 2004 de diversos estados brasileiros. Pratini de Moraes criticou a sanção econômica que o Chile está praticando. "Não tem justificativa. Não há respaldo sanitário que possa homologar essa restrição", disse. Para o presidente da Abiec, o problema com o Chile implica perdas superiores ao que se deixa de exportar. "Há o risco de acontecer um efeito dominó, pois outros países podem usar os mesmos argumentos do Chile para não importar do Brasil", avaliou. (AD)
Japão: impasse na venda de álcool
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diretor do Departamento de Açúcar e Álcool do Ministério da Agricultura, Ângelo Bressan, admitiu ontem que a venda de álcool combustível para o Japão "não é no curto prazo". Para ele, as negociações "não são frustrantes, mas sim lentas". Ele comentava declaração do assessor técnico da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Alfred Szwarc, que classificou como "frustrantes" as negociações para venda de etanol para o mercado japonês. Szwarc disse que as "perspectivas não se concretizaram". O consultor comentava a notícia divulgada pela
imprensa japonesa de que algumas centrais de energia elétrica do país começarão a utilizar o álcool produzido pela Petrobras a partir de 2010. Para Bressan, os empresários brasileiros do setor sucroalcooleiro não podem contar apenas com o mercado japonês. "Antes de 2010 não teremos grandes volumes de exportação. Não podemos contar com isso (com as vendas para o Japão) para resolver nossos problemas internos", disse o diretor. Em 2010, o Japão poderá determinar a obrigatoriedade na mistura de álcool na gasolina. A legislação atual permite a
adição facultativa de até 3%. Se o álcool fosse adicionado à gasolina, seria gerado um mercado de aproximadamente 2 bilhões de litros que seriam comprados do Brasil, mostram cálculos do Ministério da Agricultura. O diretor disse ainda que os japoneses avaliam a possibilidade de produzir álcool de resíduos de celulose. Pesquisas comprovaram que esse tipo de produção é viável, mas os japoneses querem saber se ela é praticável em grande escala. Ele reafirmou que é interesse do Brasil que outros países desenvolvam a tecnologia para produção de álcool. (AE)
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Sem fio Longa distância Experiência Te c n o l o g i a
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terça-feira, 12 de dezembro de 2006
COMPUTADORES PASSAM DE 4 PARA 126 NA PREFEITURA
Dos 119 pontos de hospedagem, cerca de 80% já estão totalmente informatizados.
Fotos Rachel Melamet
Tiradentes provou o Wi-Fi e quer mais
COMO FUNCIONA Wi-Fi
Da pré-história ao turismo tecnológico: um salto no tempo da mineira Tiradentes com seu projeto digital. Jorge A. Coelho, diretor da Cisco, e Jeanderson Marostegan, coordenador da Prefeitura: um desafio.
Rachel Melamet
A pequena e histórica Tiradentes: na onda da tecnologia.
té o ano passado, a estrutura de informática de Tiradentes se resumia a três computadores na sede da Prefeitura e um na Secretaria da Educação, com acesso à internet movida por uma lentíssima conexão discada, também utilizada pelos poucos comerciantes e usuários particulares da cidade que possuíam PCs. Com a inauguração do projeto Tiradentes Digital, em março deste ano, o parque instalado no setor público saltou de quatro para 126 máquinas, incluindo as que funcionam no telecentro e nas escolas. Dos 119 pontos de hospedagem, de pequenas pousadas a hotéis cinco estrelas, cerca de 80% já estão informatizados. E os 131 pontos de comércio e serviços do município caminham a passos largos na mesma direção. "Queremos mais" – Atualmente, o coordenador operacional da Tiradentes Digital, Jeanderson Marostegan, administra 80 a 90 usuários simultâneos na rede WiMesh do município, chegando a picos de mais de cem. "Parece pouco, mas é preciso lembrar que, neste tipo de rede, os acessos contam por usuário, e não por PC conectado. Por exemplo: se os 126 computadores da rede munici-
pal estiverem conectados, todos contarão como sendo apenas um usuário – no caso, a Prefeitura", explica Jeanderson, que deve ao projeto sua volta definitiva à cidade natal. "Aqui não havia emprego na minha área", conta ele, que quisesse ou não trabalhava na vizinha São João Del Rey. Quem ainda não está conectado pressiona o secretário de Turismo, Marcelo Gomes, para ampliar a cobertura sem fio para todo o município. "Os comerciantes instalados fora da área do centro histórico também querem acesso sem fio", explica Gomes, que na semana passada esteve em São Paulo numa reunião com a Cisco Systems, para apresentar resultados e tratar da fase 2 da Tiradentes Digital. O maior desafio – Quando aceitou a proposta para entrar no programa de inclusão digital e social do Ministério das Comunicações, a Cisco Systems sabia que encontraria condições adversas para implantar sistemas de comunicação sem fio. Mas a opção por Tiradentes decorreu exatamente dessas dificuldades. "Tiradentes está emparedada por montanhas, tem calçamento de pedra nas ruas, os prédios históricos têm paredes muito grossas, enfim, era a pior condição possível", observa Jorge A. Coelho, diretor regional de Setor Público da Cisco no Brasil. Embora a tecnologia WiMAX permita um maior alcance geográfico, a WiMesh foi a escolhi-
da porque seu sistema de retransmissão é mais eficaz, segundo Coelho, para o tipo de situação encontrada. Além das antenas e demais componentes da rede, a Cisco também implantou nos prédios públicos da cidade um sistema de telefonia VoIP (Voz sobre IP) com sete ramais, dois fixos e cinco móveis, que falar entre si sem custo. Satisfeito com os resultados, Coelho anunciou que a Cisco está pronta para iniciar a fase 2 de Tiradentes Digital, que vai incluir um reforço na cobertura atual – com mais uma antena na região central (somando cinco) para eliminar um ponto de sombra –, aumento da cobertura no restante do município e controle dos serviços de rede. Sim, Tiradentes já têm problemas de uso excessivo da Internet, com muitas pessoas baixando arquivos e filmes durante o horário de pico, o que reduz a velocidade e eficiência do serviço. Isso será resolvido com o desvio dessas operações para um horário de menor freqüência de acesso. Tecnoturismo – De olho em mais e mais visitantes – que no próximo Carnaval, de 2007, devem somar 40 mil – o secretário Marcelo Gomes já prepara um grande e diferente evento para atrair um novo tipo de turista: o digital. Gomes pretende divulgar o projeto Tiradentes Digital na comunidade tecnológica brasileira e internacional, organizando palestras, congressos e visitas aos equipamentos para os aficcionados por tecnologia.
CONECTADAS Wireless na selva amazônica: a tecnologia WiMax conecta escolas e postos de saúde na ilha de Parintins. Outras iniciativas de inclusão digital estão em andamento no País.
http://www.intel. com/education/la/ pt/worldahead
Parintins já não sabe viver sem WiMAX desafio era mostrar ao mundo que mesmo no meio da selva, c e rc a d a p e l o R i o Amazonas e a mais de 400 quilômetros de Manaus, a ilha de Parintins, aonde se chega só de avião ou barco, pode dispor sim de internet em banda larga sem fio graças à rede WiMax. O projeto Wireless Parintins, capitaneado pela Intel com parcerias da Embratel, Proxim, Cisco, CPqD, Fundação Bradesco e universidades e ongs locais, ainda está em fase piloto, mas duas escolas, um centro de saúde e um centro comunitário já contam com a tecnologia. Inaugurado há dois meses pelo chairman da Intel, Craig Barret, o Wireless Parintins integra o programa mundial World Ahead, iniciativa da fabricante de chips em países em desenvolvimento e que investirá US$ 1 bilhão em projetos de inserção digital nos próximos cinco anos. "Parintins só contava com comunicação via rádio ou linhas telefônicas discadas", conta o gerente de Marketing da Intel, Elber Mazaro. Agora, com o WiMax é possível receber sinais do satélite em alta velocidade nos laboratórios de informática
montados nas escolas e oferecer conteúdos aos professores e treinamento tecnológico. No posto de saúde foram instalados equipamentos para aplicações em telemedicina. O programa vai beneficiar os 32 médicos locais que atendem à população de Parintins (100 mil pessoas) para acompanhamento de diagnósticos à distância e teleconferências com outros médicos do centro do País. "Apesar de piloto, a cidade de Parintins mostra para o mundo a viabilidade dessa tecnologia em áreas muito remotas", destaca Mazaro. Em 2004, a Intel já havia instalado uma estrutura de WiMax em uma escola na periferia de Brasília e, em 2005, em Ouro Preto, região montanhosa e onde o cabeamento é complicado por causa do tombamento dos prédios históricos. Lá, a rede cobre escolas municipais e estaduais, todas receberam computadores novos, além de outros pontos estratégicos da cidade. São 12 antenas em diversas áreas e amparadas por duas estações rádio base que cobrem a região metropolitana. Outro projeto com WiMax foi inaugurado no final de 2005, em
Belo Horizonte, em apoio ao programa de Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão (GESAC). A rede atende um bairro onde funcionam escolas, postos de saúde e delegacia de polícia. Em Campinas, a Unicamp e a PUC, também com apoio da Intel, estão desenvolvendo um o "WiMax City" e, segundo o professor Guido Araújo, do Departamento de Sistemas de Computação da Unicamp, a idéia "é termos uma região que compreenderá a universidade e seu entorno (distrito de Barão Geraldo) 'iluminada' com o sinal WiMax em 2007". O objetivo do projeto é interligar escolas públicas à rede wireless. No primeiro semestre deste ano, foram feitos testes de propagação para a faixa de freqüência de 5,8 GHz, mas serão testadas outras freqüências e o WiMax móvel. Atualmente, os experimentos contam com uma estação rádio base, instalada na PUC, e três pontos de conexão: um na Escola do Sítio (em uma chácara, no distrito de Barão Geraldo), outro no campus da Unicamp e um terceiro ponto num caminhão do Museu de Ciências. Bárbara Oliveira
i-Fi – Wireless Fidelity – é um protocolo de comunicação sem fio, nos padrões IEEE 802.11b ou 802.11g, que transmite dados por ondas de rádio. As velocidades nominais variam de 11 Megabits por segundo (802.11b) a 54 Megabits por segundo (802.11g) em freqüências abertas de 2.4 GHz (sem precisar autorização da Anatel para operar). O alcance médio da rede Wi-Fi é de 50 metros desde a antena até o dispositivo (notebook, PDA, smartphone) compatível com a tecnologia. Hoje em dia, a maioria dos notebooks e handhelds já vêm prontos para acessar Wi-Fi, por isso a rede ficou muito popular em residências com mais de um computador funcionando, cafés, aeroportos, hotéis e empresas. Mas mesmo prometendo taxas de transferência de até 54 Mbps, é pouco provável que essa velocidade seja alcançada de fato. Nos hot spots brasileiros, por exemplo, o link de internet ainda é por ADSL ou por cabo coaxial (aqueles de tevê por assinatura) e é esse link que provê acesso aos usuários. Se ele for um link de 1 Mega e for compartilhado por várias pessoas, a conexão com a internet fica mais lenta. O gargalo aqui, portanto, não é o Wi-Fi e sim a conexão que provê o acesso. A fibra óptica, que garante transmissões mais rápidas, ainda é um investimento muito caro para chegar à ultima milha (last mile) na casa do usuário, na empresa ou no cybercafé. No Japão, já acontece o contrário. Lá, a fibra óptica é usada na última milha e o gargalo acaba ficando na rede Wi-Fi, por isso a indústria local está testando equipamentos wireless no novo padrão 802.11n que duplica a largura de banda para 104 Mbps (chegando a 200 Mbps em alguns casos). Essa nova rede vai atender às necessidades de transmissão da HDTV (televisão de alta definição) e ambientes altamente compartilhados em empresas ou locais públicos. (B.O.)
WiMAX iMAX – de Worlwide Interoperability for Microwave Access (Interoperabilidade Mundial para Acesso por Microondas) – é um nome complicado para definir a rede sem fio em alta velocidade. É uma evolução do Wi-Fi com vantagens significativas, pois pode atingir áreas remotas com seu alcance maior – de 8 a 50 km, e taxas de transmissão nominais de até 70 Megabits por segundo, favorecendo projetos de inclusão digital em regiões onde as conexões ADSL e cabo são difíceis de chegar. Nas cidades, a idéia é cobrir as regiões metropolitanas utilizando as mesmas torres já existentes da telefonia celular. O WiMax pode ser fixo (IEEE 802.16d) ou móvel (802.16e). No primeiro caso, as antenas/modems portáteis ficam em pontos fixos (e indoors) nas propriedades rurais, escolas, centros de saúde, prédios do governo, empresas, residências. Essas antenas, também conhecidas como "nomádicas" (de nômade), podem migrar para outro ambiente onde haja cobertura da rede wireless e não ficar só no topo ou dentro dos prédios/empresas/residências. As especificações técnicas para o padrão fixo foram aprovadas em 2004 pelo WiMax Fórum (grupo de fabricantes de equipamentos e componentes para promover a utilização da rede), o que significa dizer que já existe compatibilidade e integração de plataformas e equipamentos para WiMax fixo. A tecnologia opera em bandas de freqüência de 2,4 e 5,8 GHz não licenciadas (que não exigem licença do governo) e em bandas licenciadas de 3,5 e 10,5 GHz. O grande interesse das operadoras locais no momento é pela faixa de 3,5 GHz, motivo de disputa de leilão que está suspenso e só deve acontecer em 2007. O WiMax móvel (padrão IEEE 802.16e) foi aprovado no final de 2005 e os equipamentos já especificados e compatíveis entre si devem estar no mercado a partir de 2007. Neste caso, os usuários poderão se deslocar para qualquer lugar dentro da área de cobertura de uma antena WiMax com seus notebooks, PDAs ou celulares equipados com chipsets específicos para a rede e, mesmo em altas velocidades (em trens, carros, ônibus), estarão conectados ou transferindo seus dados para outro dispositivo com a tecnologia embutida. Se vingar mesmo, o WiMax móvel será de grande utilidade para as transmissões de tevê digital no celular, telefonia VoIP e outras aplicações para utilização com banda larga móvel. (B.O.)
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
1 Nova grife oferece produtos artesanais variados, de roupas a artigos de Natal.
Fotos: Milton Mansilha/LUZ
2006: UM DOS PIORES ANOS PARA A INDÚSTRIA TÊXTIL NACIONAL
Real valorizado, taxas de juros elevadas e alta carga de tributos afetaram os negócios do setor. Mas expectativa é de retomada de negócios no próximo ano.
A
indústria têxtil e de confecção classifica o ano de 2006 como um dos piores para o setor e estima que seu faturamento no período permanecerá no mesmo patamar de 2005, de US$ 32,9 bilhões. Real valorizado, juros elevados e carga tributária alta são alguns dos fatores apontados como causas desse cenário. É um panorama que ainda inclui estimativa de fechar o ano com uma balança comercial deficitária em US$ 26 milhões. Apesar desse balanço negativo, o setor tem tudo para se recuperar em 2007, avalia o diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel. Para que isso ocorra, de acordo com a Abit, é necessário, entre outras coisas, o estabelecimento de acordos internacionais entre o Brasil e grandes compradores mundiais de produtos têxteis. A entidade também pleiteia a desoneração da produção e do investimento, além da continuidade do combate às práticas desleais de comércio, como importações ilegais, exemplifica Pimentel. Ele menciona que a diferença entre o volume de produtos que saem da China e os respectivos registros de entrada dos importados no País chega aos 50%. A isso o diretor da entidade ainda acrescenta a desvantagem dos preços médios de exportações legais do vestuário –
Divulgação/Abit
Pimentel: recuperação em 2007
entre US$ 5 e US$ 6, do Brasil. "Na Argentina e nos Estados Unidos, os valores são três vezes maiores", compara. Investimento — P i me n te l diz acreditar que a indústria têxtil continuará investindo, ainda que em 2006 o investimento total deva ficar cerca de 20% abaixo da média anual de US$ 1 bilhão. Cenários como os que apontam para a queda de juros e crescimento da construção civil são, para ele, indícios de melhora em 2007. Mas não há apenas más notícias. No próximo ano a entidade dará continuidade ao Programa Estratégico da Cadeia Têxtil Brasileira (Texbrasil), projeto desenvolvido em parceria com a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). O acordo, renovado na semana passada por mais dois
anos, prevê investimentos de R$ 51 milhões em ações que favorecem a inserção de pequenas e médias empresas no mercado internacional. A Apex banca 50% do valor. O restante vem da iniciativa privada, explica o diretor de operações da Abit, responsável pelo programa, Rossildo Faria. "Para cada dólar que a Apex investiu, houve um retorno de US$ 8,6 em aumento das exportações das empresas atendidas pelo programa", conta Faria. Projetos como esse, em sua opinião, ajudam o empresário a descobrir nichos de mercado fora do Brasil. As exportações, com esse foco, contribuem para contornar o impacto negativo do câmbio, que rouba competitividade dos produtos brasileiros, diz. Para a executiva da marca de moda praia Poko Pano, Paola Robba, o principal benefício do programa Texbrasil é a visibilidade que oferece à marca no exterior. "Eu já exportava para a Austrália, por exemplo. Mas participar da feira lá reforçou minha posição. As exportações aumentaram", diz. Paola atua há 18 anos no mercado, 12 dos quais exportando. Hoje, a venda externa representa 40% dos negócios. A marca exportou 10% menos em 2006, afetada em especial pelo dólar. A Poko Pano também sofreu com a diminuição do poder aquisitivo da classe média, afirma Paola. Fátima Lourenço
Quadro está entre os produtos da grife Dasprê expostos no restaurante Vira Lata, no bairro de Higienópolis
Peça de mosaico feita pelos detentos
Pufe feito artesanalmente
Lúcia: aposta na inclusão
Depois da Daspu, é a vez da Dasprê, grife de presidiários
D
epois da grife Daspu, lançada em novembro do ano passado por prostitutas da Organização Não-Governamental (ONG) Davida, surge uma nova marca: a Dasprê. Desta vez, a iniciativa vem da Fundação Professor Doutor Manoel Pedro Pimentel de Amparo ao Preso (Funap). A grife tem produtos que vão de roupas e bijuterias até cachepôs, caixas de presentes e móveis para escritório, tudo produzido artesanalmente por homens e mulheres nas oficinas de trabalho distribuídas em 144 presídios do sistema penitenciário paulista. A idéia, segundo a diretoraexecutiva da Funap, Lúcia Casali, é contribuir para a recuperação do preso e criar melhores condições de vida para evitar reincidência no crime. A iniciativa também tem o objetivo de gerar renda, já que o dinheiro das vendas é totalmente revertido para os próprios detentos. "A arte educa, inclui e faz pensar. Levamos conhecimento, instigamos a criação de
idéias e abrimos a porta do mundo para essas pessoas." Lúcia confessa que também pensa no sucesso da grife, a exemplo do que ocorreu com a Daspu, que já conquistou as passarelas no exterior. "Há uma diversidade de produtos dignos de exportação", assegura a diretora-executiva. Segundo ela, se tudo der certo, uma empresária de Presidente Prudente, interior de São Paulo, supervisioná os detentos da região na produção de bonecas de cabaça (uma espécie de planta). "Essas bonecas são uns mimos. Não há nada igual", afirma. Para Lúcia, bolsas de retalhos e acessórios feitos com couro de peixe também são objetos que farão sucesso no mercado externo. Lançamento — A nova marca foi lançada ontem no restaurante Vira Lata, em Higienópolis, com a exposição de 300 peças. A mostra dos produtos permanecerá no local por uma semana. Depois disso, as mercadorias estarão à venda na loja da sede da Funap (mais in-
formações no site ww w. funap.sp.gov.br). Futuras vendas, segundo Lúcia, dependerão da demanda desta semana. "Estávamos em dúvida quanto ao nome da grife, mas acreditamos que Dasprê causa impacto e chama a atenção." O projeto, que na linha feminina recebe o nome de Panapaná (do tupi, o primeiro vôo da borboleta), idealizado pela Funap com a arquiteta Cristina Ferreira da Costa, tem também o auxílio de empresários e instituições de todo o estado. "É a transformação da pessoa presa por meio de capacitação profissional e geração de renda", ressalta Lúcia. A iniciativa da ONG recebeu apoio de vários profissionais renomados em suas áreas, como a arte-terapeuta Solange Magini, a designer de jóias Rose Benedette, a designer de móveis Sandra Arruda, a paisagista Renata Tilli, a artista plástica Gabriele Longobardi e os chefes de cozinha Giuliana Preziozi e Mauro de Almeida. Maristela Orlowski
A longa noite de Fidel
Hoje, Pinochet vira cinzas Ano 81 - Nº 22.271
AFP/arquivo
Corpo do ex-ditador chileno será cremado sem a presença da presidente Michelle Bachelet, que vetou funeral de Estado "pelo bem do País". C 4
A Cuba de Fidel, a China de Mao e as demais ditaduras socialistas do século 21 apresentaram um rol de atrocidades muito maior que o do Chile.
No Chile, a "noite" durou 17 anos. Já em Cuba, a "noite" ainda não acabou. São quase 50 anos de uma ditadura ainda mais sangrenta, que fechou a ilha para o mundo.
Opinião, páginas 6 e 7 Santiago, 1971: general Augusto Pinochet (esq.) recebe Fidel Castro
São Paulo, terça-feira, 12 de dezembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Voar, só com fé.
Edição concluída às 23h50
C2
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
Cidade Limpa e sem lei? A Justiça vai decidir. A Cidade Limpa, que bane outdoors, violenta a Constituição e cerceia o direito de livre iniciativa e de concorrência do comércio. A ACSP e o Sindilojas vão à Justiça ainda nesta semana. Cidades 1 Leonardo Rodrigues/Hype
Prêmio para o comércio exterior
Tributos freiam indústria têxtil
Projeto Exporta São Paulo premiou ontem 44 empresas. "Há, sim, espaço para as pequenas e médias", apesar da burocracia", disse Afif Domingos, presidente da ACSP, durante a premiação (foto).
Em 2006, o faturamento não deverá superar o patamar atingido em 2005: US$ 32,9 bi. Além dos impostos, juros altos e real valorizado castigam o setor. E 1
W.Valente/AFG
O HOMEM DO ANO NÃO PASSA DE ANO
HOJE Parcialmente nublado Máxima 27º C. Mínima 17º C.
AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 27º C. Mínima 17º C.
Caderno especial traz tudo sobre comunicação sem fio, com Wi-Fi, Bluetooth, Ev-DO, Edge e WiMax. O mundo ficou menor. Acesse-o da rua. Informática
DC
A liberdade total não tem fios
Ernesto Rodrigues/AE
Lula foi premiado ontem com o título de Brasileiro do Ano pela revista Isto É. Hoje, o TSE pode rejeitar as suas contas de campanha. Suspeita de caixa 2. Página 4
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6748-5627 (Itaquera) 6749-5533 (Artur Alvim)
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
Longa distância Experiência Te c n o l o g i a Na prática
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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EMPRESAS PEQUENAS JÁ PODEM ADOTAR O PROTOCOLO
PROTOCOLO IP Sem ele as redes praticamente não existiriam. Porém, cuidados com a segurança devem ser tomados. Guido Orlando Junior
Útil, porém inseguro. oda rede de computadores tem que utilizar um prototolo para que haja comunicação entre as máquinas. O famoso IP (Internet Protocol), por exemplo, faz com que os micros se comuniquem com os servidores ou mesmo entre si. O Windows instala esse protocolo automaticamente assim que encontra uma placa de rede habilitada e torna possível tanto o acesso à Internet quanto a comunicação em uma rede interna. Estou falando de redes pequenas e de médio porte, pois as redes de corporações, além do IP, utilizam outros protocolos, geralmente para conexões remotas entre filiais. Pois bem. Foi-se o tempo em que ter uma rede de computadores no escritório, por menor que fosse, era caro ou desnecesário. Hoje é possível, com uma única conexão à Internet, ter vários micros conectados à Web. Mesmo a configuração é tarefa bem fácil e uma rede com até 10 micros não necessita de um servidor, apenas de um roteador ou hub-switch. Eles são encontrados facilmente em qualquer revenda, desde a mais sofisticada até boxes da rua Santa Ifigênia em São Paulo. Variam entre R$ 80 e R$ 500 – de acordo com o número de portas e funções – e basta ligar os cabos nos lugares certos para conectar instantaneamente os equipamentos entre si ou até mesmo na Internet. Vale
lembrar que um hub simples não é capaz de realizar conexão à Web; esse tipo de equipamento serve apenas para interligar os micros de uma rede interna e a tendência é que desapareça do mercado. No caso de se fazer o acesso de vários micros à Web, basta ligar o cabo do Cable Modem (no caso do Speedy e Virtua) no local indicado e os restantes nos pontos que sobraram, ao aparelho. O que complica um pouco são as configurações de cada máquina, mas um profissional de tecnologia tira isso de letra. Cuidados a serem tomados – Porém, aqui vão alguns alertas para quem quer montar uma rede: os riscos de segurança aumentam muito, pois a partir do momento em que mais máquinas estão conectadas, maiores devem ser os cuidados com invasões por vírus ou qualquer praga tecnológica, sempre de olho nos dados. Outro fator importante é quanto à pirataria de software. Não é porque existe uma única conexão com a internet compartilhada com vário micros que os programas podem ser copiados livremente para as máquinas e só um conter os originais. Todos têm a obrigação de ter programas legais e isso também vale para os antivírus. Da mesma forma, a velocidade da conexão deve ser repensada, pois onde apenas um micro acessava a web, agora vários deles irão compartilhar
o mesmo canal de comunicação e isso pode fazer com que se criem "gargalos", principalmente nos horários de pico de acesso. Pode também ter certeza de uma coisa: os usuários irão se sentir atraídos a utilizar programas de troca de mensagens instantâneas, com certeza irão instalar algum software para baixar músicas MP3 e será inevitável que assistam vídeos on-line, ainda mais com a explosão do You Tube. Tudo isso come banda e torna a conexão mais lenta. Outro fator que deve ser levado em consideração para o aumento de banda é a comunicação via voz sobre IP, ou VoIP. Será inevitável que praticamente todos os micros da rede instalem o Skype, para falarem de graça com parceiros e fornecedores. Essa é uma tendência que cresce a cada dia e não tem mais volta. Da mesma forma, querer inibir tanto o VoIP quanto os programas de troca de mensagens instantâneas pode ser considerado uma medida pouco inteligente, já que eles, apesar de dispersarem o trabalho, geram economia incontestável de custos. Tipos de rede IP – Ba sicamente, hoje em dia existem dois tipos de redes IP: as tradicionais, com cabos ou fios, e as recentes redes Wi-fi, wireless ou, para ambos os casos, sem fio. Sobre as redes convencionais não há muito que falar, já que os dados são transmitidos
através de cabos espalhados pelo ambiente da rede e dessa maneira os dados ficam encapsulados, o que torna a invasão por hackers somente possível pelo ambiente da internet. Já nas redes sem fio esse problema se multiplica, pois os dados estão literalmente navegando pelo ar, através de ondas, como as do rádio ou TV. Com isso já dá para perceber que os dados trafegam fora do ambiente da rede e ficam praticamente disponíveis para qualquer um em um raio de aproximadamente 50 metros, dependendo da topologia do local. Em um prédio, por exemplo, não é difícil que dois andares acima e dois abaixo de onde está instalado o roteador sem fio consigam captar os sinais de rede. Para solucionar esse problema, é importante que a configuração de segurança do dispositivo wireless seja feita com o máximo de cautela e utilize chaves de encriptação avançadas. Elas já vêm disponíveis nos equipamentos e qualquer bom técnico em redes sabe como fazer para elaborar uma rede segura. Vale lembrar que, além do roteador, cada micro que for acessar a rede sem fio também deve ser configurado com as mesmas características do dispositivo. Finalizando, em qualquer que seja o tipo de rede IP, é fundamental a ativação do firewall do Windows ou mesmo a instalação de um outro fabricante.
Empresários devem utilizar medidas de segurança ao montar uma rede.
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Empresas Agronegócio Nacional Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
A Fazendo Onda planeja exportar 15% da produção de biquínis em 2007 a países europeus
NORDESTE CRESCE ACIMA DA MÉDIA
INDÚSTRIA DE SÃO PAULO SE RECUPERA; CRESCIMENTO É MAIOR EM PERNAMBUCO E NO CEARÁ
produção da indústria cresceu em outubro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, em 13 das 14 regiões abrangidas pela Pesquisa Industrial Mensal Regional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Resultado semelhante não ocorria desde maio do ano passado. Em comparação a setembro, houve expansão em apenas seis das 14 regiões pesquisadas, o que reforça o cenário de desenvolvimento lento da indústria brasileira nesse ano. As taxas mais altas de crescimento, em comparação a outubro do ano passado, ficaram com as indústrias do Ceará (12,4%) e de Pernambuco (11,2%). Nos dois casos, o resultado foi influenciado pela expansão dos setores de alimentos e bebidas. No Pará, com expansão de 9,7%, o destaque foi a indústria metalúrgica básica; no Espírito Santo (9,1%), a principal contribuição veio da indústria extrativa; na região Nordeste (6%), de alimentos e bebidas; em São Paulo (5,9%), do setor de máquinas e equipamentos; em Goiás (5,6%), de produtos
por cento foi o crescimento da produção em São Paulo, estado que responde por 40% do PIB industrial, sobre outubro de 2005
químicos e indústria extrativa; em Minas Gerais (3,5%), da indústria de transformação; no Paraná (2,8%), de alimentos; na Bahia (2,3%), de refino de petróleo e produção de álcool; em Santa Catarina (1,6%), de máquinas e equipamentos; no Rio Grande do Sul (1,5%), de alimentos; e no Rio de Janeiro (0,9%), da indústria extrativa. A exceção foi o Amazonas (-8,1%), cujo recuo industrial foi puxado pelo setor de material eletrônico e equipamentos de comunicações. Em relação a setembro deste ano, apenas seis dos 14 estados pesquisados apresentaram expansão em seus parques de
produção. "Ao longo de 2006, a produção industrial avança de forma discreta, mas permanente. Há sete meses, a indústria nacional cresce, acumulando expansão de 1,5% entre março e outubro", informou a pesquisa do IBGE. Em comparação a setembro, houve avança na produção em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Goiás, Pernambuco e Ceará. São Paulo se recupera– Em São Paulo, houve expansão de 1,5% na produção em comparação a setembro deste ano. Em setembro, a indústria paulista recuou 1,7% sobre agosto. A produção industrial paulista equivale a 40% da indústria do Brasil. No acumulado de janeiro a outubro, a indústria paulista cresceu 3,7% sobre igual período do ano passado. Segundo o IBGE, em outubro houve produção maior em 17 dos 20 setores industriais pesquisados em São Paulo, com destaque para o setor de máquinas e equipamentos, que cresceu 16,3%; veículos automotores, cuja produção foi 12,1% maior; e edição e impressão, com expansão mensal de 15,9%. O refino de petróleo e a produção de álcool caíram 15,1% no mês. (Agências)
China faz dumping, diz calçadista
A
Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) pedirá ao governo uma ação antidumping contra a China. A decisão foi anunciada ontem pela diretoria da entidade em Novo Hamburgo (RS). A idéia é impor taxas que tornem o preço do calçado importado do país asiático equivalente ao do nacional para evitar a concorrência desleal que os brasileiros dizem sofrer. "Há sapatos chegando aqui a US$ 0,90 o par", afirmou o consultor da entidade calçadista, Adimar Schievelbein. O primeiro passo do processo é a coleta de informações
que comprovem que a China prejudica os fabricantes brasileiros com a prática de dumping. Schievelbein disse que os documentos serão reunidos nos próximos dias para posterior apresentação do pedido ao governo. A expectativa é de que em 90 dias o País adote alguma medida preliminar para, posteriormente, no prazo de um ano, consolidar a decisão. Para Schievelbein, o Brasil deve se defender do ataque chinês, para não ver sua indústria calçadista ser "dizimada" como a espanhola e a chilena. O consultor destacou que a medida se tornou necessária porque a China não aceitou
COMUNICADO TERRA PRETA REFORMADORA, COMÉRCIO DE PNEUS E COMPONENTES AUTOMOTIVOS LTDA. inscrita no CNPJ (MF) 06.198.433/0001-80, estabelecida na Av. Industrial, nº 100 - Bairro Terra Preta, no município de Mairiporã, no Estado de São Paulo, torna público que foi furtado o TALÃO DE NOTA FISCAL, MODELO 1, SÉRIE 2, NUMERAÇÃO 7901 a 7950, totalmente em branco, que se encontrava no interior do veículo furtado, marca Volkswagem, modelo GOL, placa BOG4206, conforme boletim de ocorrência nº 9972/2006, de 04/12/2006, na 10º D.P. Penha de França.
CONVOCAÇÃO
negociar um acordo de autolimitação de vendas ao Brasil proposto neste ano. As importações de calçados feitas pelo Brasil saltaram de 8,89 milhões de pares em 2004 para 16,9 milhões de pares em 2005 e 15 milhões de pares de janeiro a outubro de 2006. O principal fornecedor é a China, com 62,4% do total, seguida pelo Vietnã, com 23,5%. O crescimento foi parcialmente estancado com a elevação da tarifa de importação, de 20% para 35%, para seis itens, entre os quais calçados esportivos e sapatos com solado de borracha ou plástico, adotada em 2005. (AE)
Divulgação
NORDESTE LIDERA EXPANSÃO FABRIL Indústrias de biquínis A 5,9 ampliam a exportação Empresas aumentam as vendas aos países europeus e, no Brasil, investem em artigos para nichos mais populares de mercado e em produtos artesanais
O
s fabricantes de biquínis fazem parte de um dos poucos segmentos que não têm de enfrentar a concorrência dos produtos chineses. Apesar disso, a indústria do setor tem de abusar da criatividade para não ficar no vermelho. Para o sócio-proprietário da grife paulista Fazendo Onda, Joaquim da Costa Oliveira, a chave para o bom resultado de 2006 está no mês de dezembro. "As pessoas só compram moda praia quando vão viajar. Caso contrário, a aquisição das peças, consideradas supérfluas, é postergada", afirma o empresário. Para melhorar os negócios, a empresa aposta no mercado externo. "As exportações correspondem atualmente a 5% do faturamento total – índice que ainda não é considerado relevante. Mas, até o final de 2007, o número pode pular para 15%", diz o executivo. Há dois anos, a Fazendo Onda tem um parceiro de negócios na Áustria que divulga a marca na Europa. "O próximo passo é Amsterdã, na Holanda. Depois, outros países do continente europeu." A produção da Fazendo Onda está dividida em moda praia e produtos para a prática de exercícios. Essa é uma
A Fazendo Onda aposta em produtos para moda praia e a prática de esportes
Leonardo Rodrigues/Hype
Oliveira: dezembro forte
forma de garantir bons resultados de vendas o ano todo, não só na época do calor. A expectativa é de que as vendas dos itens esportivos cresçam 10% neste ano em relação a 2005. Mas 2006 não vai deixar saudades à indústria e ao comércio. Muitos lojistas reclamam do excesso de feriados deste ano – "o que para o setor de moda praia seria bom, acabou atrapalhando", afirma Oliveira. Ele diz que os empresários que fabricam produtos mais populares podem ter resultados "mais animadores". "Os biquínis da Fazendo Onda custam, em média, R$ 100. Muitos consumidores acabam migrando para as ruas do Bom
Retiro ou do Brás, onde costumam encontrar preços menores", diz o empresário. A Miçanga Brasil faz o caminho inverso. "Estamos no mercado há três anos e sempre exportamos. Mas com o dólar desfavorável às vendas externas, priorizamos o mercado interno", explica a gerente comercial da empresa, Clarissa Cortez. Os itens de fitness garantem as vendas durante o ano todo. Neste ano, a comercialização das peças será até 60% maior em relação ao montante registrado em 2005. A Art Brazil, que vende moda praia e itens para viagens de aventura, só fabrica biquínis sob encomenda. "O produto é pintado a mão, por isso custa 40% mais em comparação a peças do mercado", explica o proprietário da empresa, Ivan Mudri. Popular – Um dos maiores pólos fabricantes de moda praia e fitness do Brasil não passa por crise. Na Rua dos Biquínis, em Cabo Frio (RJ), estão 120 lojas das 250 confecções da região. "A expectativa é de que as vendas aumentem 30% neste ano em relação a 2005", diz o presidente da Associação da Rua dos Biquínis, Marcelo Chuairi. As peças têm preço mais baixo, ao redor de R$ 20. Neide Martingo
EDITAIS PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
ABERTURAS DE LICITAÇÃO SITE: www.riopreto.sp.gov.br MODALIDADE: PREGÃO PRESENCIAL Nº 125/2006. Objeto: Contratação de empresa especializada para serviço de motorista, pedreiro e outros. Data de processamento do pregão: 28/12/2006 às 13:30hs, na sala de audiências da Comissão de Licitações, 2º andar do Paço Municipal.
Edital de Citação com prazo de 20 dias. Processo nº 002.01.047451-1 - Contr. 3631 - O (a) Doutor (a) Fabiana Bissoli Scardoeli Alves, Juiz (a) de Direito da Quarta Vara da Família e Sucessões do Foro Regional II de Santo Amaro, da Comarca da Capital do Estado de São Paulo, na forma da Lei, etc... FAZ SABER à(s) herdeira(s) SANDRA REGINA MOREIRA LEUENROTH, TATHIANA MOREIRA LEUENROTH, SÉRGIO MOREIRA LEUENROTH, demais dados não constam dos autos, e ADRIANA PANSINE LEUENROTH, brasileira, do lar, portadora do RG nº 11.794.311 SSP/SP, e do CPF nº 091.174.088-06, casada com Cláudio Goulart de Faria, demais dados não constam dos autos, que pelo presente edital fica(m) citado(s) para no prazo de 10 dias, a fluir após os 20 dias supra, da publicação do presente edital, habilite(m)-se nos autos de INVENTÁRIO movido por VALÉRIO POUSA em face de JOÃO PEREIRA LEUENROTH - espólio, processo supra. Nestas condições, encontrando-se o (s) herdeiro(s), supra mencionado(s), em lugar ignorado (ou fora da comarca), foi determinada a citação do(s) mesmo(s) por edital, para querendo, dizer(em) sobre as 1ªs declarações, cabendo o(s) mesmo(s) argüir erros ou omissões; reclamar(em) contra a nomeação do inventariante e contestar(em) a qualidade de quem foi incluído no título de herdeiros, nos termos do art. 1000 do CPC. Será o presente extrato afixado e publicado na forma da lei. Nada mais. São Paulo, 06 de dezembro de 2006. Eu, (Samuel Simeão Martins Benedito), digitei. Eu, (FABIANE KOHN PAGLIUCA) escrivã-diretora, subscrevi. FABIANA BISSOLI SCARDOELI ALVES - Juiz(a) de Direito.
EXTRAVIO DE DOCUMENTO DECLARAÇÃO DE EXTRAVIO DE DOCUMENTO
(a que se refere o item do parágrafo 2º do artigo 1º da Portaria CAT. 17/2006) Eu, Ricardo Dratcu, portador do RG nº 12.754.127 SSP/SP e do CPF nº 064.650.518-18, empresário, residente e domiciliado à Rua Maffei Vita, 408 - Jd. Europa - São Paulo/SP, CEP 04455-070, declaro ter extraviado os seguintes documentos: Nota Fiscal 2142 (1ª e 2ª Vias) de 26.10.2006 da Empresa “Ricardo Dratcu Embalagens-EPP”, estabelecida à Av. do Cursino, 3196, Vila Morais, São Paulo/SP, CEP 04132-002, com Inscrição Estadual nº 112.014.164.118 e CNPJ/MF sob nº 58.718.065/0001-57, extraviada em 30.10.2006 na entrega da Transportadora. Assumo inteira responsabilidade civil e criminal por esta declaração, estando ciente das penas do crime de Falsidade Ideológica (artigo 299 do Código Penal Brasileiro) e sua eventual subsunção ao crime contra ordem tributária (artigos 1º e 2º da Lei 8.137/ 90). Ricardo Dratcu.
FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 11 de dezembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:
Reqte.: Metrópolis Representações Comerciais Ltda. - Reqdo.: Posto de Serviços Senador do Mercado Ltda. - Rua da Cantareira, 491 - 2ª Vara de Falências Reqte.: Covolan Indústria Têxtil Ltda. - Reqdo.: Dytpy Ind. Comércio e Confecções Ltda. - Rua Dr. Ricardo Gonçalves, 70 loja térreo - 1ª Vara de Falências Reqte.: Covolan Indústria Têxtil Ltda. - Reqdo.: Kuinzi Confecções de Roupas Ltda. EPP - Rua Miller, 587 - 1ª Vara de Falências Reqte.: Covolan Indústria Têxtil Ltda. - Reqdo.: Suinger Fashion Ltda. - Rua Prates, 452 - 2ª Vara de Falências Reqte.: Serra Leste Ind. e Com. Importação e Exportação Ltda. - Reqdo.: Pentágono Ind. e Comércio Ltda. - Rua Dr. Tolstoi de Carvalho, 438 - 2ª Vara de Falências Reqte.: UNIFAC Factoring e Fomento Comercial Ltda. - Reqdo.: Sacotem Embalagens Ltda. - Rua Aurora, 983 - 3º andar,
conj. 5/35 - 1ª Vara de Falências Reqte.: Luiz Augusto Quintanilha - Reqdo.: Eletrotécnica Perdizes Ltda. - Av. Pompéia, 1.373 - 1ª Vara de Falências Reqte.: Duograf - Gráfica e Editora Ltda. Reqdo.: QI Produções Inteligentes Ltda. - ME - Rua Dr. Costa Junior, 390 - 2ª Vara de Falências Reqte.: Duograf - Gráfica e Editora Ltda. Reqdo.: Marcos Gorgatti - ME - Rua Vieira de Moraes, 1.745 - 2ª Vara de Falências Reqte.: Duograf - Gráfica e Editora Ltda. Reqdo.: Editora Zardo Ltda. - Rua Ailson Simões, 388 - 2ª Vara de Falências Reqte.: Duograf - Gráfica e Editora Ltda. Reqdo.: Defarias Editora Ltda. - Rua Emilio Colella, 85 - 1ª Vara de Falências Reqte.: Cia.T. Janér Comércio e Indústria Ltda. - Reqdo.: E-LA Print Editora Gráfica Ltda. - Rua Cesário Ramalho, 140 - 1ª Vara de Falências
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
1 É como se os cidadãos que usam automóvel a gasolina fossem obrigados a só usar álcool. Carlos Celso Orcesi, superintendente jurídico da ACSP
Outdoors: ACSP vai à Justiça esta semana Para a Associação Comercial, a lei Cidade Limpa tem pontos inconstitucionais. Além disso, a entidade questiona a competência da Prefeitura para legislar sobre o tema. Alex Ribeiro/DC - 22/09/2005
Rejane Tamoto
D
epois da liminar que suspende a lei municipal Cidade Limpa, obtida pela empresa Publitas Mídia Exterior, semana passada, uma enxurrada de ações judiciais contra a legislação deve ingressar nos fóruns da Capital. As próximas entidades a entrarem na Justiça são a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e o Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas). "Entraremos com um processo ainda esta semana. Quem está, neste momento, entrando mais apressadamente contra a lei na Justiça são as empresas de publicidade exterior, porque a regulamentação sequer deu a elas a prorrogação de prazo de 90 dias", disse o advogado Carlos Celso Orcesi, superintendente jurídico da ACSP. Amanhã, os empregados das empresas de publicidade externa organizam uma passeata contra a lei Cidade Limpa, com início no vão livre do Masp, a partir das 7h30. A lei praticamente extingue o setor, ao provocar a demissão de cerca de 20 Para a ACSP, a lei cerceia o direito de livre iniciativa e de concorrência e não respeita o direito adquirido do comércio, que arcou com taxas de fiscalização e adequações à legislação anterior mil pessoas. Decisão - A decisão do juiz concorrência e não respeita o di- de R$ 10 mil a cada 15 dias são associados. "Avaliamos todas sas do segmento de publicida- de publicidade exterior na da 2ª Vara da Fazenda Pública reito adquirido do comércio, abusivas e podem levar uma pe- as possibilidades. As empre- de externa ganhas até agora. O próxima semana", disse. da Justiça de São Paulo declarou que arcou com taxas de fiscali- quena empresa à falência, prin- sas entrarão com ações judi- advogado responsável pela Para Blum, o problema é a lei Cidade Limpa inconstitu- zação e adequações de anúncios cipalmente aquelas que não têm ciais individuais e estudamos ação vencedora em favor da que a lei que regia o setor não cional e proíbe o município de nas fachadas aos moldes da le- condições de se adaptar em três acionar a Justiça", disse o pre- Publitas, José Roberto Opice foi cumprida. O advogado impor penalidades e retirar os gislação anterior. "Da noite para meses", afirmou. sidente da Central de Outdoor, Blum, espera que a causa ga- anexou ao processo da Publianúncios da Publitas Mídia Ex- o dia, todos os comerciantes nha contra a lei Cidade Limpa tas a declaração de um funcioO impacto econômico da lei Raul Nogueira Filho. terior. O prefeito Gilberto Kas- perderão licenças. Isso é uma Cidade Limpa é de cerca de R$ De acordo com Albieri, exis- seja a primeira de outras. "En- nário da Prefeitura, na qual sab disse que a liminar só vale violência", afirmou Orcesi. 1 bilhão em gastos e prejuízos tem pelo menos sete ações ju- trarei com mais 10 ações judi- afirmou não existir fiscalizapara essa empresa e que a PreA lei Cidade Limpa é, ainda, para o comércio, indústria, se- diciais individuais de empre- ciais individuais de empresas ção à lei anterior. feitura vai recorrer da decisão. considerada invasiva por tra- tor de serviços e de publicidaA legislação municipal foi re- tar não só dos anúncios de pu- de externa, de acordo com esgulamentada no último dia 6 e blicidade em bens públicos, tudo da Tendências Consultodetermina a retirada de todos os como também por proibi-los ria. anúncios de propaganda exter- em propriedades privadas, coEntidade que representa cerna (outdoors, m o d e n t r o ca de 30 mil lojistas, o Sindilojas, backlights, uma loja, por também estuda uma medida jufrontlights e exemplo. A le- dicial. "Entraremos com uma painéis) da cigislação mu- ação ainda esta semana. Queredade até o dia nicipal amea- mos garantir o direito do lojista Da noite para o dia, 31. Para o coça a livre ini- de manter as placas nas fachatodos os comerciantes mércio, setor ciativa e prati- das no tamanho em que estão da cidade perderão de serviços e c a m e n t e hoje, conforme a legislação ansuas licenças. Isso é indústria, o suprime uma terior", afirmou Luiz Francisco prazo para a atividade eco- Toledo Leite, assessor jurídico uma violência. adaptação às nômica lícita. do Sindilojas. Carlos Celso Orcesi, novas regras Enxurrada - O Sindicato das O objetivo superintendente foi prorrogado da ACSP é sus- Empresas de Publicidade Exjurídico da ACSP para 31 de pender os efei- terior de São Paulo (Sepex) março de 2007. tos inconstitu- aguarda a análise de um recurA lei determicionais da lei. so na Justiça que pede a susna a redução de todos os anún- Segundo Orcesi, a lei Cidade pensão da lei municipal. A encios indicativos de fachadas e a Limpa apresenta uma série de tidade já havia sido derrotada retirada de propaganda das vi- infrações à Constituição. Uma em primeira e segunda instântrines. delas é a que torna todos os co- cia. "Esperamos a decisão do Comércio - Apesar de o co- merciantes irregulares. "Se o es- recurso para que a lei Cidade mércio ter conseguido uma tabelecimento tem um anúncio Limpa seja revogada por outra prorrogação de prazo, as enti- de 5m passará a ter um de 3m. lei. Sempre buscamos e esperadades que representam o setor Quem tem letreiros de 10m² terá mos um diálogo com o Execuem São Paulo, como a ACSP e o de ter um de 4m². É mais ou me- tivo", disse Júlio Albieri, presiSindilojas, entrarão na Justiça nos como se, de repente, todos dente do Sepex-SP. sob a alegação de que a lei Cida- os cidadãos que usam automóO número de ações judiciais de Limpa é inconstitucional. vel a gasolina não pudessem deve crescer porque as cerca de A ACSP deve ingressar com mais andar e fossem obrigados 55 empresas vinculadas ao Seum mandado de segurança e a usar só o combustível a álco- pex devem repetir o que fez a questionará a competência da ol", comparou o advogado. Publitas Mídia Exterior e acioPrefeitura na elaboração desse Segundo Orcesi, o impacto nar a Justiça individualmente. tipo de legislação. A lei cerceia o econômico que a lei causará ao Essa também é a orientação da direito de livre iniciativa e de comércio é enorme. "As multas Central de Outdoor aos seus 12
ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú
Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407
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Ciência Justiça Av i a ç ã o Transpor te
CASO UBIRATAN Quando deixar o governo, Márcio Thomaz Bastos poderá defender Carla Cepollina.
Ó RBITA
INDULTO Este ano, indulto de Natal poderá ter 11 dias, 4 a mais do que a lei permite.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
TEXTO VAI MENCIONAR POSSÍVEL ZONA CEGA
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
Os controladores de vôo negam que estejam articulando qualquer mobilização.
FAB teme greve de controladores no Natal Movimento começaria no dia 23 e um novo aquartelamento de sargentos poderá ser adotado
Clayton de Souza/AE
O
Ivonaldo Alexandre/Agência O Globo
Comando da Aeronáutica está em alerta para uma possível paralisação do sistema de controle do tráfego aéreo a partir do dia 23 de dezembro, antevéspera do Natal. Para se precaver, a FAB já preparou um plano de aquartelamento dos controladores militares, que seria desencadeado no dia anterior, 22 de dezembro e não teria data para ser suspenso. O Comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, trabalha pessoalmente com esta hipótese e foi quem determinou que o plano fosse elaborado com a decisão de aquartelamento. Esta seria a terceira vez, em menos de dois meses que os sargentos controladores seriam obrigados ao confinaNo aeroporto internacional de São José dos Pinhais, no Paraná, filas provocadas por atrasos mento, para garantir as operações no Centro Integrado de que os equipamentos de rádio Até o momento, foram indiDefesa Aérea e Controle do freqüência são os mesmos que ciados os pilotos do Legacy, os Tráfego Aéreo (Cindacta-1). entraram em pane na semana americanos Joe Lepore e Jan PaA informação já chegou ao passada, provocando o maior ladino, sob a acusação de coloPalácio do Planalto e preocupa blecaute do País, e voltaram a car em risco a segurança do tráo presidente Luiz Inácio Lula falhar por alguns minutos no fego aéreo – por não ter seguido ministro Augusto da Silva, que está tratando da sábado, e que os radares são os o plano de vôo nem adotado Nardes, do crise aérea diretamente com o mesmo que apresentam segui- normas de emergência capazes Tribunal de Contas da comandante da Aeronáutica, dos erros de leitura e pontos de evitar o acidente. Mas o relaUnião (TCU) relatou, sem passar pelo ministro da cegos. Os controladores insis- tório vai, além disso, descrever ontem, em entrevista, Defesa, Waldir Pires. Desde tem também que não fizeram falhas dos operadores e do sisteque ouviu do ministro terça-feira da semana passada, operação padrão, mas apenas ma de controle do tráfego aéreo, da Defesa Waldir Pires Lula passou a interferir direta- reduziram o número de vôos inclusive a suspeita de uma zoa afirmação de que "é mente na questão, quando exi- sob vigilância para atender as na cega na divisa do Pará com necessária muita fé, giu, em reunião no Planalto, normas internacionais de se- Mato Grosso. rezar um pouco para medidas concretas para resol- gurança. Atrasos – Uma interrupção que dê tudo certo" na ver o problema. Dois dias deRelatório – Documento que no fornecimento de energia tentativa do governo de pois, Bueno anuna Polícia Federal elétrica no Centro Integrado solucionar até o fim do ciou a compra de deverá entregar à de Defesa Aérea e Controle de ano a crise no setor Entre hoje e centrais reservas de Justiça amanhã ou Tráfego Aéreo (Cindacta 2 ), aéreo. amanhã a PF áudio. Nesse mesna quinta-feira dei- em Curitiba, aumentou ontem Nardes disse que mo dia, por deterxará claro que as o intervalo entre as decolagens ouviu essa resposta deverá minação de Lula, torres de controle nos aeroportos da região Sul, durante encontro com o entregar à convocou ao seu gade vôo de São José causando atrasos. ministro para ouvir as Justiça seu binete sargentos da De acordo com informações dos Campos e Braexplicações do governo relatório sobre Associação Brasisília tiveram im- da Aeronáutica, a interrupção sobre a crise. o acidente leira de Controlaportante parcela de (que aconteceu entre as 12h e as Segundo o ministro dores do Tráfego res po n sa bi l id ad e 12h40) já estava prevista. Sedo TCU, Pires lhe disse aéreo que Aéreo, para ouvir no choque entre o gundo as explicações oficiais, que o problema é matou 154 suas reclamações. Boeing da Gol e o o corte foi necessário para o anapenas administrativo pessoas Os cinco repetiram Legacy. A PF já está damento de um processo de e de gestão, sem ligação os problemas das convencida da cul- modernização do Cindacta 2. com corte de verbas. freqüências de rádios e falhas pa de 3 dos 13 controladores de Em sua edição de ontem, o "Ele (Pires) acha que a nos radares e pediram ao co- serviço no dia da tragédia – um Jornal Nacional, da Rede Globo, razão da crise não mandante que os defendes- de São José e dois de Brasília. exibiu depoimento de um conforam os cortes sem das acusações de que esta- Outros dois correm o risco de trolador de vôo que contesta a orçamentários , mas vam sabotando o sistema. No ser responsabilizados. versão da Aeronáutica. Segunhoje, no nosso voto (no sábado, Lula cobrou explicaA PF não vai tratar de indicia- do o controlador (que não teve TCU), mostraremos ções do comandante sobre as mentos agora porque os contro- sua identidade revelada), o que também esse negociações e ouviu que a con- ladores são militares, submeti- corte de energia não estava aspecto foi importante". versa com eles foi muito boa e dos ao regulamento da caserna, programado. Se estivesse, teO plenário do TCU produtiva. o que causa um conflito de com- ria ocorrido na madrugada, votará hoje o relatório Os controladores negam petência sobre qual instância para evitar transtornos. do ministro Nardes que estejam articulando qual- tem poder para julgar o caso. No Até as 18h de ontem, 14 dos 47 sobre o caos nos quer mobilização. Advertem relatório a ser entregue à Justiça vôos previstos para pousar e deaeroportos. Depois, apenas que os problemas, Federal de Sinop (MT), onde o colar em Porto Alegre atrasauma cópia será principalmente de falta de pes- inquérito foi aberto, o delegado ram mais de uma hora. Dois deentregue ao presidente soal, são reais, não estão resol- Ramon da Silva Almeida vai re- les foram cancelados. Em Curido Congresso, senador vidos e podem se repetir em querer ao juiz que resolva o con- tiba, de um total de 50 vôos, 19 Renan Calheiros . (AE) qualquer época. Justificam flito de competência. sofreram atrasos. (Agências)
É preciso ter fé, diz Pires
O
PALHAÇOS PEDEM MAIS ATENÇÃO
V
ários palhaços realizaram ontem à tarde, no Centro de São Paulo, uma caminhada pela valorização da profissão. Vestidos a caráter, com perucas e roupas bem coloridas, além
do nariz vermelho, os profissionais de circo caminharam pelas ruas da região central, desde o Pátio do Colégio até o Teatro Municipal. Apesar da diversão de quem assistia, o protesto foi real.
ROUBO DE UNIFORMES DA SABESP
O
ito homens invadiram uma unidade da Sabesp, em Santos, na Baixada Santista, domingo à noite e roubaram uma viatura, vários uniformes e alguns equipamentos. Ninguém foi ferido e os
bandidos fugiram. A Sabesp teme que a gangue promova assaltos. Por isso, alerta a população no sentido de que seus funcionários são obrigados a usar um crachá e não atuam dentro da casa dos consumidores. (AE)
PARALISAÇÃO
QUEIMADOS
A
morte do agente de segurança penitenciária Tassiano Menezes de Lucena com um tiro disparado por um detento, durante uma rebelião no Centro de Detenção Provisória de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, dia 9, resultou na paralisação dos trabalhadores das penitenciárias Zwinglio Ferreira (P-1) e Maurício Henrique Guimarães Pereira (P-2), ambas de Presidente Venceslau. (AE)
E
liana Faria da Silva, de 32 anos, e seu marido, Leandro Donizete de Oliveira, de 31, foram mortos queimados na madrugada de ontem, em Bragança Paulista (SP). O crime ocorreu após um assalto na loja em que Eliana trabalhava. O filho do casal, Vinícius Faria de Oliveira, de 5 anos, também estava no veículo. Com 90% do corpo queimado, seu estado é considerado crítico. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
F
uncionários da Hidrelétrica Itaipu Binacional realizaram ontem um protesto cruzando os braços. Cerca de 1,1 mil não compareceram ao trabalho, permanecendo em casa ou em frente às unidades de Foz do Iguaçu e Curitiba. O movimento reivindica igualdade com os trabalhadores paraguaios e melhorias salariais. A paralisação foi comandada pelos sindicatos dos Eletricitários de Curitiba e de Foz do Iguaçu e pelo Sindicato dos Administradores de Curitiba. Eles representam cerca de 1,3 mil trabalhadores brasileiros. Desses, aproximadamente
ECONOMIA - 3
FUNCIONÁRIOS BRASILEIROS DA HIDRELÉTRICA ITAIPU FAZEM GREVE
DE BRAÇOS CRUZADOS 200 foram liberados pelos sindicatos para o trabalho, a fim de cumprir a Lei de Greve. "Não queremos fazer nada contra a população", ressaltou o diretor do Sindicato dos Administradores, Luiz André Muniz de Rezende. Tanto os sindicatos que representam os trabalhadores quanto a Itaipu afirmaram que os serviços essenciais foram mantidos, sem interrupção na
DISTRITAL PINHEIROS
geração de energia. Hoje pela manhã, os funcionários deverão retomar o trabalho, mas manterão o estado de greve. Igualdade – Segundo o diretor do Sindicato dos Eletricitários de Curitiba (Sindenel), Carlos Minoro Kozek, o Tratado de Itaipu, assinado entre os governos brasileiro e paraguaio, estabelece isonomia entre os trabalhadores dos dois lados. No entanto, isso não es-
taria ocorrendo. Na pauta de reivindicações, a primeira cláusula é a paridade em relação ao sistema de indenização por demissão sem justa causa. Também pedem o retorno de concessão de mérito, que era praticado até 2003. Segundo os trabalhadores, isso provocou perda de cerca de 10% nos ganhos salariais. A Itaipu concedeu, na data-base (novembro), reajuste de 2,71% referente ao
Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) integral. Também afirmou ter oferecido 80% de uma remuneração a cada trabalhador e uma parcela fixa de R$ 1 mil como abono salarial. Em maio, a empresa afirmou já ter distribuído dois salários extras para cada empregado, a título de participação nos lucros e resultados. Os trabalhadores pedem "algum ganho além dos 2,71% da
inflação, considerando o aumento de produtividade, a instalação de novas unidades geradoras e o incremento no faturamento global da empresa". Eles propõem o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que elevaria em mais 1,5% o reajuste concedido. Sem negociação – A assessoria da Itaipu informou ontem que a empresa não apresentará contraproposta. Em relação à comparação que os trabalhadores fazem com os colegas paraguaios, a empresa ressaltou a necessidade de levar em consideração que não há, no país vizinho, desconto dos encargos sociais. (AE)
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Experiência Te c n o l o g i a Na prática Cases
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
Os hot spots acumulam cerca de 10 mil conexões simultâneas no Brasil diariamente
RESTAURANTES E VAREJISTAS TORNAM-SE WIRELESS
Rede sem fio serve mesmo para quê? Restaurantes e comércio em geral ganham produtividade com as redes wireless Divulgação
á pelo menos três anos, a tecnologia wireless – especialmente o padrão WiFi – vem se solidificando no meio corporativo, pois ela deixou de ser um luxo para se transformar em necessidade. A mobilidade é uma das principais preocupações entre as empresas brasileiras segundo pesquisa realizada em setembro pelo Yankee Group. Nela, 35% dos entrevistados disseram preferir as soluções móveis a outras aplicações como Voz sobre IP ou softwares de produtividade. Além da vantagem proporcionada pela mobilidade, com alcance de 10 ou 100 metros e em velocidades de banda larga, os custos para se adotar uma rede wireless padrão WiFi costumam ser reduzidos, bastando numa configuração simples além do link da internet, o modem e um ponto de acesso com roteador para distribuir os sinais aos desktops, notebooks e handhelds. E adeus à quebradeira de pare-
des e aquela fiação toda atrapalhando o caminho. No WiMax a configuração não muda muito, mas a tecnologia ainda não está muito disseminada no Brasil, devendo ganhar força mesmo a partir de 2007. Os locais públicos como cafés, aeroportos, livrarias, universidades, hotéis – os chamados hot spots – além restaurantes e redes de fast-food são os grandes beneficiados da popularização do Wi-Fi. A Vex, maior provedora de redes WiFi no País, pretende ampliar sua atuação para 2 mil pontos em 2007, inclusive na Argentina, Portugal e Espanha, conta o seu diretor-executivo José Papa Neto. "O mercado cresceu muito nos últimos dois anos, com um incremento mensal de 20% desde 2004 e mais de 150 mil usuários únicos cadastrados desde então". Papa Neto avalia que os hot spots acumulem cerca de 10 mil conexões simultâneas no País diariamente. Essa massa de pessoas que se conecta diariamente no Brasil em locais com Wi-Fi (1.300 Foto W Valente/AFG entre a Vex e a Te l e f ô n i c a ) também consome, e isso implica num i n c re m e n t o d e v e nd a s / c o n s umo para os est a be l e c im e nt o s c o m e rc i a i s , especialmenJosé Papa Neto, da Vex: 10 mil conexões te quando losimultâneas diariamente. calizados em
cafés, hotéis, livrarias. No Fran's Café, uma rede de 87 pontos – 90% deles cobertos com a rede sem fio – o aumento do movimento nos últimos anos acompanhou o incremento dos usuários do Wi-Fi: 20%. "Quanto mais tempo o consumidor fica trabalhando com seu notebook dentro do café, mais ele vai consumir", lembra Vagner Derzan, gerente financ e i ro e d e i n f o r m á t i c a d o Fran's. "Nós fomos a primeira rede a implantar a tecnologia e o sucesso veio com as parcerias que fizemos com a Vex e os grandes provedores para oferecer um serviço de qualidade", observa Derzan. Agora o Fran's está migrando a conexão ADSL para cabo em 60% das lojas visando a oferecer mais performance e mais velocidade aos seus clientes. Se o usuário não tiver um notebook com placa Wi-Fi, ele pode comprar um cartão pré pago nos próprios hot spots que lhes dão direito a um login, uma senha e uma quantidade limitada de minutos (30, 60 ou 90). O preço começa em R$ 15. "Esse valor pode ser alto, mas queremos justamente manter nosso público de executivos ou profissionais liberais, deixando os adolescentes que só querem jogar para as lan houses", diz Derzan. "Nossas lojas servem de ambiente de trabalho profissional e não são para diversão". Atendimento agilizado – O gerente de Marketing da MGI, Roberto Lechuga, empresa parceira da HP para soluções
Para otimizar as suas vendas
Visão geral: o software processa as imagens e acompanha o movimento dos compradores. A imagem do consumidor recebe um código de identificação. Esse código é que se desloca pela loja.
de mobilidade nas empresas, afirma que as redes de fast food, pizzarias e restaurantes também aderiram ao Wi-Fi para agilizar o atendimento aos clientes e a gestão do estabelecimento, com a utilização de PDAs e micros conectados entre si. "Se um restaurante está começando do zero, ou seja, não tem nem computador (o que é raro), ele vai gastar em média R$ 20 mil para se equipar com uma rede Wi-Fi com comunicação com a cozinha, bar e copa (se for o caso)", informa Lechuga. O investimento necessário será num PC no caixa, um servidor na retaguarda, uns três ou quatro PDAs (na mão dos garçons), impressoras, software s d e d i c a d o s d e n t ro d o s PDAs e o acess point (nestes casos, a rede é só para a comunicação entre o handheld do garçom e os PCs do caixa/copa/cozinha e não para prover internet). Mas esse investimento pode ser bem inferior, se o estabelecimento já tiver PCs e impressoras, o que geralmente acontece. Exemplos – A rede fast food árabe Habib's, com 250 lojas espalhadas no País e cuja rotatividade dos clientes é fundamental para a produtividade, conseguiu reduzir em 50% o tempo de atendimento em 80 lojas onde está instalada a rede ponto a ponto sem fio (comunicação entre os handhelds, os micros e as impressoras). "Essa velocidade é medida desde o momento em que o cliente entra na loja e faz o pedido até a
entrega do prato na mesa", afirma Lechuga. No Habib's, os garçons utiliz a m i PA Q s HP (micros d e m ã o ) c onectados à red e w i re l e s s ponto a ponRoberto Lechuga, da MGI: para agilizar to. Outros atendimento e gestão. re s t a ur a n t e s conhecidos pela agilidade no com computadores de mão. atendimento e com redes wire- Antes, os clientes andavam peless são o América, o Ráscal e o lo showroom da loja, escoBarbacoa, de São Paulo, só pa- lhiam os materiais (azulejos, ra citar alguns. pisos, cerâmica) e, na hora de As Casas Bahia investiram fazer o orçamento, o produto em uma solução pré-Wimax não estava mais disponível e a para uso interno e também pa- compra era perdida. Com os ra atender parte do município micros de mão se comunicande São Caetano do Sul, sede da do diretamente com os softwaempresa. O projeto é da Diveo res de retaguarda da Dicico é Networks especializada em te- possível ver se o produto está lecomunicações. A empresa disponível ou não na hora da instalou 71 pontos de acesso à escolha do cliente. internet de alta velocidade, Nos hospitais – Outra aplisendo que 10 servem os escri- cação interessante de Wi-Fi tórios e a fábrica de móveis da que está sendo estudada pelos empresa, e os demais atendem provedores de tecnologia é na os hospitais, escolas públicas, área hospitalar. Neste caso, os bombeiros, delegacia e a pre- médicos com pockets poderão feitura municipal. A taxa de prescrever medicamentos e transmissão de cada ponto é de exames para os pacientes que 256 Kbps e além de oferecer terão um código de barras. A acesso à internet dentro da prescrição é enviada para o companhia, o WiMax, permite software de gestão do hospital o uso de VoIP e de câmeras IP (via PDA do médico) que a enpara monitoramento da ma- caminha para a farmácia, libetriz e filiais. rando o medicamento para o A loja de materiais de cons- enfermeiro. O projeto-piloto trução Dicico também adotou está em implantação no hospio padrão sem fio por radiofre- tal Cruz Azul, da Vila Mariana qüência para seus vendedores, em São Paulo pela MGI. dotando sua equipe de vendas Bárbara Oliveira
Também impedem furtos e aumentam a produtividade. A consultoria Accenture acredita que a tecnologia pode reduzir o custo de checagem de estoque em até 65%. A rede Best Buy, que vende eletro-eletrônicos, usou análises de consumo para identificar um público que estava sendo mal atendido em suas lojas: as mulheres. A empresa então lançou novas lojas onde funcionárias foram treinadas especificamente para atender mulheres. Em vez de dar dados técnicos sobre câmeras digitais, a funcionária demonstra seu funcionamento.
A tecnologia da Brickstream também está sendo usada por outros estabelecimentos onde a fila é um sério incômodo para os clientes. Em agências do Bank of America e do Well Fargo nos EUA, o sistema usa sensores para avaliar o tamanho e a velocidade da fila. Quando os sensores indicam que há mais de cinco pessoas em um caixa, um alerta informa aos gerentes para abrir um caixa extra. A Brickstream descobriu que muitos clientes nem entram em uma loja ou agência se a fila tiver mais de cinco pessoas. Além disso, os consumidores americanos ficam irritados se tiverem que esperar mais de cinco minutos — espera relativamente curta, mas que pode causar má impressão no consumidor. Há também um grande crescimento nas chamadas "tecnologias ambientais": sensores que ajustam automaticamente a iluminação e a temperatura das lojas, mantendo-as sempre confortáveis. O objetivo é fazer os consumidores passarem mais
Divulgação
Sergio Kulpas
ofisticados softwares de análise, sensores e câmeras de vídeo são os novos aliados de lojas e supermercados para otimizar o processo de vendas. Usando tecnologias que parecem tiradas de um filme de espionagem, grandes varejistas dos EUA estão eliminando filas nos caixas e melhorando a disposição dos produtos nas gôndolas, facilitando a visualização e a compra das mercadorias. Quem fornece esse tipo de tecnologia é a Brickstream ( h t t p : / / w w w . b r i c k stream.com/), que patenteou um sistema que combina câmeras no teto da loja, sensores e softwares. As câmeras localizam os consumidores de forma anônima e atribuem um código a cada um. Um software processa as imagens e acompanha o movimento dos compradores, arquivado no banco de dados. A partir desses dados de movimentação, o varejista analisa os problemas mais comuns de circulação. Mal posicionamento de mercadorias, gargalos de tráfego e atendimento incorre-
to, por exemplo. Entre os clientes da Brickstream hoje estão grandes redes dos EUA, como a Best Buy, fabricantes como a Procter & Gamble a até bancos, como o Bank of America. A tecnologia parece ser especialmente eficiente para resolver o problema das filas -- um ponto sensível na relação do compra. Há anos os varejistas americanos vêm coletando dados sobre consumidores. Agora, fazem uso intensivo desses bancos de dados, uma vez que o processamento dessas informações se tornou essencial na tomada de decisões estratégicas: avaliar novos locais para lojas, identificar hábitos dos consumidores e até mesmo ajustar a temperatura ambiente. Segundo Tom Madigan, vice-presidente da divisão de varejo da Oracle, nos últimos 18 meses houve uma dramática mudança na maneira como os varejistas percebem a importância da tecnologia para seus negócios. E isso se verifica no aumento dos investimentos em tecnologia: de acordo com
pesquisa da AMD Research, as grandes lojas americanas investiram média de US$ 76 milhões em tecnologia em 2005, aumento de 18% em relação a 2004. Segundo Madigan, a tecnologia está se tornando um elemento de diferenciação competitiva no setor. Para os comerciantes, a tecnologia mais importante é aquela que analisa o histórico de compra. Esse tipo de informação revela mais do que qualquer outro tipo de dado. Ao analisar as compras e até mesmo a busca por produtos na web, as empresas podem ajustar automaticamente as ofertas em suas lojas. Um bom exemplo é da WalMart nos EUA. A empresa verificou que muitos consumidores procuravam produtos para seus animais de estimação na internet. Mas a rede só oferecia essa categoria de produtos nas lojas físicas. Depois de detectar esse interesse, o Wal Mart passou a oferecer a venda online de produtos para animais. O Wal Mart também foi o pioneiro no uso de RFIDs, minúsculos transmissores de rádio que podem ser embutidos em quase todas as mercadorias. Desde janeiro de 2005, a rede determinou que os 100 principais fornecedores embutissem RFIDs nos produtos entregues ao Wal Mart. Os mini-transmissores ajudam gigantes varejistas como o Wal Mart a organizar, estocar e manter o controle de vendas.
GlossárioAUTOMAÇÃO Cortesia HandHeld (www.handheld.com.br) B2B (Business-toBusiness)– Comércio eletrônico entre empresas, via internet. B2C (Business-toConsumer) – Comércio
eletrônico de empresas para o consumidor. OUTSOURCING– Provedores de serviços ou terceirização. SCANNER–Dispositivo óptico (na foto) usado nos processos de digitalização de textos e imagens. Em automação, é o nome dado ao dispositivo leitor de código de barras, podendo este usar tecnologia de captura de imagem ou laser.
tempo dentro da loja e, assim, comprarem mais. Já existem serviços que adaptam o som ambiente à maioria do público presente, avaliando dados demográficos da região. Uma tecnologia em desenvolvimento pela Oracle também promete ter grande aceitação pelas lojas e pelos consumidores. O sistema permite verificar que tons de roupa combinam entre si, com alto nível de precisão. Uma câmera ligada em um software permitirá ao funcionário dizer se determinado tom de cinza ou vermelho de uma peça combina exatamente com o tom de outra, facilitando a escolha. Uma outra empresa norteamericana, a ProfitLogic, anunciou recentemente um sistema que permite aos varejistas planejar e estocar mercadorias em quantidades e tamanhos adequados, evitando desperdício e encalhe. O sistema da ProfitLogic analisa o fluxo de consumo e saída de mercadorias e ajuda a prever rotinas de estocagem. Segundo a empresa, essa ação de análise impede que unidades fiquem com estoque acima ou abaixo do ideal. A ProfitLogic cita um estudo da Retail Out-of-Stock, que indica que os varejistas podem perder até metade das vendas quando o consumidor não encontra um produto desejado. Entre os clientes da ProfitLogic nos EUA estão grandes lojas de departamentos e redes varejistas, como Bloomingdale's, JCPenney, Marshall Fields e Sears. O sistema, chamado Assortment Execution, usa computadores para calcular a variedade de produtos desejada para cada loja, determinar o volume ideal de compras, determinar compras de produtos por estação e comparar o desempenho final com o planejamento pela gerência — em tempo real. sergiokulpas@gmail.com.br
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
Tr â n s i t o Infra-estr utura Justiça Transpor te
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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EM CADA PROCESSO, SÃO DOIS OU MAIS MENORES ENVOLVIDOS
Até o final de dezembro, os processos contra menores devem superar 14 mil.
Menores têm certeza da impunidade, diz promotor Varas Especiais da Infância e Juventude têm mais de 13 mil processos contra menores infratores Luiz Prado/Luz
Fernando Vieira
M
ais de 13.800 processos contra menores infratores foram distribuídos neste ano no Fórum das Varas Especiais da Infância e Juventude da capital. Até o final de dezembro, este número deve superar 14 mil, mantendo a média dos três anos anteriores, que teve pico de 15.617 no ano passado. Em cada processo, geralmente, são dois ou mais menores envolvidos, sendo que um mesmo menor pode ter mais de um processo tramitando no fórum. Na opinião do promotor de Justiça da Infância e Juventude, Edson Spina Fertonani, o alto índice de atos infracionais praticados por menores, com base nas estatísticas processuais, além de ter como causa uma situação social grave, é reflexo de uma legislação brasileira inadequada. Para Fertonani, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), legislação de 1990, dá a impressão de "certeza da impunidade" aos menores que praticam delitos leves, como são considerados os assaltos a motoristas nos semáforos. Embora o promotor considere que a ação de quebra do vidro do carro para subtração de bolsas ou qualquer outro objeto deva ser qualificada como roubo – quando há violência ou grave ameaça à pessoa, especialmente porque a vítima fica reduzida à possibilidade de resistência -, ele explica que este tipo de crime é
DISTRITAL SUDESTE
Fertonani: situação é reflexo de uma legislação inadequada
registrado nas delegacias como furto, já que entendese que a violência do ato é praticada contra o veículo e não à pessoa. Por isso, nesses casos, mesmo que sejam reincidentes, não costumam ser aplicadas aos menores infratores medidas sócio-educativas de internação. "Os reincidentes têm essa consciência de que são beneficiados pela não privação da liberdade", disse Fertonani. De acordo com o ECA, há a indicação de que o menor seja encaminhado à Febem quando pratica crimes graves, como roubo, homicídio, latrocínio (roubo combinado com homicídio) e tráfico.
Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 12 de dezembro de 2006 Leonardo Rodrigues/Hype
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TRADERS TAMBÉM FORAM PREMIADAS
Há espaço para as empresas, apesar dos entraves burocráticos. Guilherme Afif Domingos, presidente da ACSP
PROJETO EXPORTA, SÃO PAULO HOMENAGEIA 44 EMPRESAS QUE TIVERAM BONS RESULTADOS NO EXTERIOR
PRÊMIO DESTACA EXPORTADORAS
A
f a l t a d e i n v e s t imento na infra-estrutura pode levar o País ao "caos completo", disse ontem o governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL). Ele deu como exemplos, o "apagão aéreo", o estado lastimável das estradas federais, o gargalos nos portos, e os problemas com falta de energia, caso o Brasil venha a crescer acima dos atuais patamares. Além disso, as pequenas e médias empresas ainda têm que enfrentar elevada carga tributária, burocracia, real valorizado e a concorrência desleal interna e externa dos produtos chineses, segundo o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos. Por isso, as 44 empresas de pequeno e médio portes vencedoras do prêmio Exporta, São Paulo – 2006 foram qualificadas de "heróicas", por Lembo. Durante a entrega do prêmio, oferecido pelo Projeto Exporta, São Paulo – uma parceria entre a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e da São Paulo Chamber of Commerce da ACSP com o governo do Estado – , Lembo e Afif disseram que é preciso cobrar mais resultados do governo federal. "O Brasil, nos últimos anos, vem tratando suas indústrias de forma irresponsável", denunciou Lembo. Para ele, as empresas nacionais foram expostas ao mundo
Leonardo Rodrigues/Hype
Empresas que dão exemplo de sucesso
E
Prêmio Exporta, São Paulo – 2006 foi entregue ontem no Hotel Renaissance, na capital paulista
globalizado sem estarem preparadas. E, acrescentou, tanto as que produzem para o mercado interno, como para o externo, enfrentam os produtos antiéticos que não incorporam "os direitos sociais conquistados pela humanidade no Ocidente e garantidos aqui no Brasil". Guilherme Afif ressaltou que o Exporta, São Paulo é um projeto vencedor que objetiva aumentar o número de empresas paulistas no mercado globalizado. "Há sim espaço para essas empresas, apesar dos inúmeros entraves burocráticos", afirmou. Tanto que as
"vencedoras" mostraram ter superado o câmbio desfavorável e as políticas equivocadas para o setor exportador, entre elas o reconhecimento da China como economia de mercado. "Isso nos move a continuar cobrando do governo federal, pois São Paulo paga muito (em impostos) e recebe pouco em infra-estrutura", resumiu. O coordenador e o vice-coordenador da São Paulo Chamber of Commerce, respectivamente, Alfredo Cotait Neto e Luiz Roberto Gonçalves, garantiram que o Exporta, São Paulo vai continuar. "Essa
parceria com o Estado deu resultados e continuará crescendo", disse Cotait. "O importante é que conseguimos aumentar principalmente o número de empresas no mercado global", salientou Gonçalves. Mun icípi os – A secretária do Desenvolvimento, Maria Helena de Castro, mostrou os resultados positivos dessa parceria para São Paulo. Entre as premiadas, destaque para duas comerciais exportadoras e duas prefeituras, pelo apoio dado às exportações locais: Guará e Boracéia. Sergio Leopoldo Rodrigues
ntre 18,2 mil empresas que até então foram mapeadas pelo Projeto Exporta, São Paulo, 44 se destacaram ao longo de 2006 pelo empenho em abrir novos mercados pelo mundo e aumentar o volume exportado. A Paineira Alimentos Ltda, por exemplo, com sede em Cajamar, na região da Grande São Paulo, vem conseguindo, com sucesso, vender a carne seca a países da América Central e África. Só neste ano, quatro países entraram na pauta de exportação da empresa – Sumatra (ilha da Indonésia), as Ilhas Holandesas (Aruba, Bonaire e Curaçau, na América Central), Congo e Angola, no continente africano. Com esses novos mercados, o faturamento com as exportações cresceu 40%, o que rendeu um dos 44 prêmios concedidos pelo Exporta, São Paulo. Para o diretor-presidente da empresa Sérgio Vogel, "a premiação estimula a continuar investindo e buscando novos mercados, o que não é fácil atualmente". O empresário brasileiro esbarra na infra-estrutura precária do País e no dólar pouco favorável para exportar. "Nossa margem de lucro diminui, mas, como a carne seca não é um produto comum no exterior, conseguimos repassar um pouco no preço do produto fi-
nal", comentou Vogel. Outra empresa de destaque em 2006 foi a Garça Motores Elétricos Ltda., com sede na cidade de Garça, que fica na região Centro-Oeste paulista. Ela foi premiada em todas as categorias que uma empresa poderia concorrer. Em sua região, a empresa teve maior taxa de crescimento de exportações, incremento das vendas para o Mercosul e aumento de itens exportados. Ao longo de 2006, a Garça, que produz motores para portão automático e reatores para lâmpadas, passou a exportar para praticamente todo o Mercosul e o México, o que elevou seu faturamento com exportação em 80% em relação a 2005, segundo Antônio Barbosa do Nascimento, gerente de exportações da empresa. "O prêmio destaca algo importante, o número de produtos que agregamos à pauta de exportação. Cada mercado exige artigos específicos, e desenvolvê-los é um desafio que vale ser reconhecido", disse Nascimento. Já a Comercial Exportadora e Importadora Amiga, de Marília, ganhou na categoria trader por conseguir intermediar negócios para seis empresas, segundo Daniel do Paço Bignarde, supervisor de comércio exterior da empresa. Renato Carbonari Ibelli
INFLAÇÃO O IGP-M de 2006 deverá ser o menor da história do indicador e ficar abaixo de 1,21%.
Ó RBITA
BNDES
O
INDÚSTRIA
s desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) somaram R$ 42 bilhões entre janeiro e novembro, um aumento de 5% em relação a igual período de 2005. (AE) A TÉ LOGO
A
produção brasileira de eletrodomésticos deve aumentar 10% em 2006 em relação ao ano passado, segundo estimativa feita pela equipe de economistas da RC Consultores, em relatório divulgado ontem. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
L
Setor bancário chinês vive dia histórico
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Aportes em ferrovias chegarão a R$ 3 bilhões
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Hackers mudam de alvo para fraudes
SECRETARIA DO TRABALHO COMUNICADO Na conformidade da Lei Federal nº 9.452/97, a Prefeitura do Município de São Paulo, por intermédio da Secretaria Municipal do Trabalho - SMTrab, informa aos Partidos Políticos, Sindicatos dos Trabalhadores e Entidades Empresariais, com sede neste Município, que recebeu a segunda parcela do Convênio MTE/SPPE/CODFEFAT nº 074/2005 - Plansine, no valor de R$ 525.877,00 (Quinhentos e Vinte e Cinco Mil e Oitocentos e Setenta e Sete Reais), em 29/11/2006. O Convênio foi celebrado entre a Prefeitura do Município de São Paulo e o Ministério do Trabalho e Emprego. Na conformidade da Lei Federal nº 9.452/97, a Prefeitura do Município de São Paulo, por intermédio da Secretaria Municipal do Trabalho - SMTrab, informa aos Partidos Políticos, Sindicatos dos Trabalhadores e Entidades Empresariais, com sede neste Município, que recebeu a segunda parcela do Convênio MTE/SPPE/CODEFAT nº 001/2006 - PMSP, no valor de R$ 4.509.790,00 (Quatro Milhões Quinhentos e Nove Mil e Setecentos e Noventa Reais), em 01/12/2006. O Convênio foi celebrado entre a Prefeitura do Município de São Paulo e o Ministério do Trabalho e Emprego.
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
INFOMÁTICA - 5
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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terça-feira, 12 de dezembro de 2006
Internacional
O que nos diferencia de Pinochet e das pessoas que pensam como ele é que nós respeitamos a vida humana, inclusive a de Pinochet. Massimo D'Alema, chanceler italiano
Victor Ruiz Caballero/Reuters
Pinochet sem funeral de Estado. 'Pela unidade'. Vítima do governo do general, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, diz que levou em conta "o bem do país" ao negar honras de Estado. Mas fala em reconciliação.
N Simpatizantes do general Augusto Pinochet passam pelo caixão com o corpo do ex-ditador, durante velório no Colégio Militar de Santiago Mohammed Salem/Reuters
60 tiros matam 3 crianças na Faixa de Gaza Eram filhos de um alto funcionário do Fatah, partido do presidente palestino. Desta vez as suspeitas recaem sobre o Hamas, partido do primeiro-ministro
O
s três filhos de um alto funcionário dos serviços de inteligência do Fatah, partido do presidente palestino Mahmud Abbas, foram mortos ontem, na porta da sua escola, em Gaza. Homens de identidade desconhecida dispararam cerca de 60 tiros contra o carro que levava as crianças, com idades entre 3 e 9 anos, a partir de dois veículos em movimento. Uma delas chegou a levar 10 balas na cabeça. O motorista dos meninos e um jovem de 18 anos que passava pelo local também morreram. O crime aumentou o risco de confronto entre o Fatah e o grupo islâmico Hamas, do primeiro ministro Ismail Haniye, num momento em que as negociações entre os dois partidos para formar um governo de coalizão chegaram a um impasse e as condições humanitárias estão se deteriorando na região. Integrantes do Fatah culparam o Hamas pelo assassinato e pediram a Abbas que dissolva o gabinete de Haniye e convoque eleições. O Hamas, no
entanto, negou qualquer envolvimento no crime, condenou o atentado e prometeu investigá-lo rapidamente. O funeral das crianças reuniu mais de 2 mil pessoas em Gaza. Lojistas fecharam suas portas e manifestantes queimaram pneus e bloquearam as ruas da cidade. O pai das crianças, o coronel Baha Balousha, apareceu cercado de guardacostas. "Não tenho palavras diante desse crime", disse. "Sou um pai que perdeu seus filhos". Balousha é assessor de Abbas e já sofreu duas tentativas de assassinato. A rua em que o ataque aconteceu tinha nove escolas. Dezenas de crianças correram e se lançaram ao chão para se proteger do tiroteio. Mais tarde, centenas de partidários do Hamas promoveram uma passeata em Gaza condenando a violência. Eles gritavam "Não ao assassinato de inocentes" e "sim à lei e à ordem". A multidão seguiu até a casa de Balousha para oferecer condolências. A visita transcorreu sem incidentes. AE/AP
Atentado matou os três filhos do chefe da inteligência de Abbas
Ahmadinejad 'queimado' em Teerã
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Irã inaugurou ontem uma conferência para analisar o Holocausto e discutir o genocídio praticado na Segunda Guerra Mundial em uma atmosfera "livre dos tabus ocidentais". A conferência foi aberta pelo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que qualifica o Holocausto como um "mito" e defendeu nos últimos meses que Israel seja "riscado do mapa". Aos gritos de "morte
ao ditador", estudantes protestaram na Universidade Técnica Amir Kabir, Reuters/Isna em Teerã. O presidente, segundo a agência oficial de notícias, teria permitido o protesto. Estudante protesta (AE/AP)
a primeira decla- celebrada pelo cardeal arcer a ç ã o p ú b l i c a bispo de Santiago, d. Francisdesde a morte do co Javier Errázuriz, e entre os e x - d i t a d o r A u- presentes estavam os cinco figusto Pinochet, a presidente lhos do ex-ditador e sua viúdo Chile, Michelle Bachelet, va, Lucía Hiriart. O caixão estava coberto com disse ontem que levou em conta "o bem do país" ao ne- a bandeira do Chile e a capa e gar a ele um funeral de Esta- espada do ex-chefe militar, do. "Quando não existem nor- deixando que fosse visto atramas para determinadas situa- vés de um vidro o rosto de Pições, os governantes têm de nochet, vestido em uniforme tomar decisões pensando no de gala. Enquanto seguidores país", afirmou. "Nas últimas de Pinochet aguardavam para horas vimos gestos de divisão entrar na Escola Militar, um que não nos agradam, mas sei pequeno grupo de manifesque temos, como sociedade, a tantes passou a gritar "assassifortaleza ética para uma re- no, assassino". A presidente Michelle Baconciliação", assinalou Bachelet, que foi vítima da re- chelet se negou a decretar luto pressão do regime pinoche- nacional e oferecer honras de chefe de Estatista (de 1973 a do a Pinochet. 1990) e cujo pai O ministro do morreu na priInterior, Belisão da ditadusário Velasco, ra. Em alusão A grandeza de um disse que Pinoao regime milipaís está na vontade chet passará t a r, B a c h e l e t íntima de reencontro para a história acrescentou sobre a base de uma como "um que "foi terríclássico ditavel" para o país verdade histórica. dor de direita, o momento em De Michelle que violou graque se perdeu Bachelet, vemente os dio diálogo. "A presidente do Chile reitos humagrandeza de nos e se enrium país está na queceu". A v o n t a d e í n t ima de reencontro sobre a base presidente Bachelet não comparecerá à cerimônia de cremade uma verdade histórica." Pinochet morreu no do- ção hoje, tendo nomeado para mingo, aos 91 anos, em decor- representá-la a ministra da Derência de problemas cardía- fesa, Vivianna Blanlot. Mas Marco Antonio Pinocos, e sua morte pôs novamente em evidência a divisão chet, filho mais novo do exque sua figura ainda causa ditador, disse esperar que entre os chilenos, pois en- "por respeito à minha família, quanto seus partidários cho- o governo não participe, que ravam, seus adversários saí- compareça às exéquias as ram às ruas para comemorar. pessoas que o queriam, pois Milhares de fiéis seguidores não quero atos hipócritas, por faziam fila desde o início da respeito à minha mãe e à mimanhã de ontem na despedi- nha família". A filha do hoda a Pinochet, enquanto a ca- mem derrubado pelo general pital chilena retornava à nor- Augusto Pinochet num golpe malidade depois de uma noite de Estado em 11 de setembro de incidentes ocorrido nas ce- de 1973 disse que o ditador, lebrações de milhares de opo- morto domingo em Santiago, sitores à morte do ex-ditador. foi "um governante nefasto e As cerimônias fúnebres tive- o principal responsável pelas ram início às 10 da manhã (ho- ações mais atrozes cometidas rário local) num salão da Esco- na história de nosso país". la Militar. A primeira delas foi Leia mais em Opinião
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
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ministro da Fazenda, Guido Mantega, rebateu ontem as críticas, cada vez mais freqüentes no mercado financeiro, de que as medidas já confirmadas pelo governo no pacote fiscal aumentam as incertezas em relação à economia brasileira nos próximos anos. Ao contrário, afirmou o ministro da Fazenda, o pacote "só vai aumentar as certezas de que em 2007 a economia estará mais sólida e crescendo a taxas mais expressivas". Mantega anunciou ontem um novo adiamento da data de anúncio das medidas, que agora passou para o período
ECONOMIA - 5
GOVERNO ADIA PACOTE Mercado financeiro e economistas criticam aumento de gastos do governo e estão céticos com as medidas entre 18 e 22 de dezembro, e não será mais no final desta semana. Ele negou, porém, que a demora do governo em fechar o pacote se deva a desentendimentos dentro do governo. "Nunca vi uma equipe tão coesa. Estamos trabalhando em perfeita harmonia", disse. Segundo o ministro, é provável que o anúncio seja feito "por volta do dia 20". No início das discussões do pacote, após a vitória do presidente Luiz
DISTRITAL BUTANTÃ
Inácio Lula da Silva nas eleições, em outubro, Mantega chegou a prever que as medidas seriam anunciadas em novembro. Apesar do otimismo do ministro da Fazenda, economistas e analistas do mercado estão cada vez mais céticos com relação ao pacote. A maior preocupação tem sido com a estratégia de desoneração de tributos por setores e sem uma contrapartida crível do lado de controle das
despesas. A enxurrada de propostas que implicam aumento de gastos públicos já começou a influenciar negativamente o humor do mercado. É o caso, por exemplo, da pretendida elevação do número de projetos do Programa Piloto de Investimentos (PPI), que não precisam ser contabilizados na hora de calcular o superávit das contas públicas. Segundo fontes ouvidas pela reportagem, nas últimas se-
manas investidores e analistas aumentaram a procura por informações do Ministério da Fazenda sobre a política fiscal. A demora do anúncio só tem ampliado as desconfianças. Mantega explicou ontem que o adiamento foi necessário porque as medidas em estudo são complexas. "Só a questão previdenciária já seria motivo de uma longa discussão e de um grande amadurecimento. Imagine o que é elabo-
rar medidas nessa área. Vai ser um rol grande de medidas. Isso já justificaria uma demora de um ou dois meses", disse. Ele atribuiu a demora à cautela do governo. Juros – Já o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, reagiu ontem aos críticos da política monetária e voltou a afirmar que a inflação abaixo da meta é um indício de sucesso do trabalho do Banco, e não o contrário. "A inflação abaixo da meta é um indício de que foi acertada (a política monetária)", disse Meirelles. Ele destacou também que os juros são uma variável não controlada pelo BC.(Agências)
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cadeia de fast-food Habib's investiu US$ 1,2 milhão para equipar garçons de suas 250 lojas com pockets HP em rede WI-Fi. O projeto foi implantado pela MGI (www.mgi.com.br), com o software Garçom Eletrônico, da Pekus, que roda nos pockets . Com capital 100% nacional, o Habib's é a segunda maior rede de refeições rápidas do País, e atende a mais de 200 milhões de clientes por ano. De acordo com Eduardo Perline, gerente de TI do Habib´s, quando todo o projeto estiver consolidado, as 250 lojas da rede terão recebido 1.500 iPAQs, da HP. Atualmente, os garçons de mais de 80 lojas já trabalham com os micros de mão na rede Wi-Fi. "Constatamos redução de 50% do tempo, entre o momento que o cliente entra na loja e faz seu pedido até a entrega do produto na sua
Te c n o l o g i a Na prática Cases Proteção
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
TUDO MAIS SIMPLES, MAIS RÁPIDO, MAIS LUCRATIVO.
Redução de 50% do tempo, entre a chegada do cliente até a entrega do produto na mesa.
AQUI, JÁ ESTÃO USANDO Por Carlos Ossamu
FAST FOOD Habib's investe US$ 1,2 milhão em automação mesa", atesta Perline. Com o software, o cliente faz seu pedido e o garçom anota no pocket, inclusive com observações sobre o gosto do cliente como, por exemplo, "gelo e limão" ou "bem passado ou mal passado". Após finalizar pedido, o garçom confere cada item com o cliente, reduzindo assim a possibilidade de erros. Confirmada, a comanda digital é enviada, sem fio, para uma impressora na cozinha, dispensando a ida do garçon
Divulgação
Garçom Eletrônico aumentou a rapidez no atendimento em 50%
até lá. Quando o cliente pede a conta, ela é impressa imediatamente em impressoras localizadas em pontos estratégicos, agilizando o procedimento. Perline observa que este tipo de aplicação de comanda eletrônica não é novidade no ramo da alimentação. "Mas para o Habib´s isso se tornou um desafio, pois, nosso perfil de cliente exige atendimento rápido e personalizado. Pelo método convencional isso se torna impossível, principalmente nos horários de pico", diz. Outra novidade no atendimento das lojas é o Drive-Thru. "Somos pioneiros em adotar pockets nesta modalidade de serviço. Com isso conseguimos agilizar a produção e a devolução do troco e conseqüentemente diminuímos consideravelmente o tempo de espera dos clientes", ressalta Perline. O Garçom Eletrônico permite também que o garçom encontre os produtos através de seus códigos, grupos ou descrição. "É uma alternativa interessante, que acelera o atendimento tanto de garçons experientes como dos que estão começando nas lojas", ressalta Perline. Segundo o gerente de TI, para implementar o projeto de automação de forma segura, o Habib´s envolveu alguns departamentos como Controle Operacional, Treinamento e Auditoria para que nenhum detalhe fosse esquecido. "O fato de nossos parceiros, a MGI e a Pekus, já possuírem knowhow no mercado de wireless ajudou muito no processo.
integradora ACR Inf o r m á t i c a ( w w w . a c r - i nfo.com.br) implementou recentemente solução wireless de baixo custo na Granja e Distribuidora de Ovos JB, de São Paulo. Como resultado, a empresa teve aumento de 30% no faturamento. Antônio Paiva Júnior, diretor da integradora, explica que, quando foram procurados pela granja, o objetivo era aumentar a produtividade. "A área comercial tem apenas quatro funcionários, o proprietário e mais três vendedores, que saíam a campo para recolher pedidos, anotados em papel. Retornando à empresa, precisavam digitar tudo no sistema", conta. "Além de ter esse trabalho de digitação, como as anotações eram feitas à mão, ocorriam erros", afirma Paiva. A ACR desenvolveu um aplicativo para Pocket PC e um sistema para gerenciamento. Em hardware, a granja JB investiu em quatro micros de mão Pocket PC, R$ 1.200 cada, e em um roteador wireless Linksys, R$ 550. O trabalho de desenvolvimento e integração custou R$ 8 mil. "Hoje, os vendedores visitam os clientes com o micro de mão, colhem o pedido, retornam à empresa e descarregam tudo no servidor, sem digitação. Os relatórios gerenciais analisam os pedidos e, assim, é possível planejar melhor as entregas", diz. De acordo com Valnei Brandão, gerente-geral da Granja JB, o sistema trouxe uma eco-
AGRONEGÓCIO
Solução sem fio aumenta o faturamento da Granja JB nomia de tempo diária de 2,5 horas. "Nós gastávamos muito tempo na entrega dos ovos, pois tudo tinha de ser conferido e, mesmo assim, o índice de falha humana era muito alto. Como antigamente os pedidos eram preenchidos à mão, ocorriam erros de compreensão, que resultavam em problemas como o de entrega da quantidade incorreta dos ovos", comenta Brandão. Para cooperativas - O ramo de cooperativas está em franco crescimento no Brasil. Dados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) mostram que, em 2003, já havia 1.519 cooperativas em atividade, 940.482 agricultores associados e 110.910 empregos diretos no setor. Atualmente, a OCB representa mais de 2 mil cooperativas, empregando cerca de 1,5 milhão de trabalhadores. A MGI (www.mgi.com.br) comercializa desde o ano passado uma solução para redes sem fio voltada para cooperativas. O pacote inclui um pocket HP com soluções em mobilidade para agronegócio, batizada de Cooperate Mobile,
desenvolvida pela paranaense Wealth System. "Tivemos a percepção de que o mercado de agronegócio tem gerado alta competitividade, o que demanda tecnologia de mobilidade, tanto na parte técnica como no planejamento do plantio e nas soluções comercias de automação da força de vendas", diz Roberto Lechuga, gerente de marketing da MGI. Para Luiz Gilmar, diretor comercial da Wealth System, a solução Cooperate Mobile tem o objetivo de promover a assistência técnica e a automação da força de vendas de insumos para técnicos e engenheiros agrônomos. Na visita à plantação, com o pocket nas mãos, o agrônomo pode consultar o histórico da produção local, fazer previsão da colheita, do tempo, acessar relatórios, fazer análises, verificar os insumos necessários para eventuais problemas, prever exatamente qual a área afetada (com a tecnologia GPS) e, além disso, vender os insumos. Divulgação
Só a eliminação de erros resolveu
RESTAURANTE a praça de alimentação dos shopping centers o fluxo de pessoas é sempre grande, principalmente durante e após o horário do almoço. Os atendentes chegam a disputar clientes nos corredores e a agilidade no atendimento e a eliminação de erros nos pedidos são fundamentais para o sucesso do negócio. "Nas nossas lojas, tínhamos a necessidade de agilizar o atendimento, diminuir filas e eliminar erros de coletas de pedidos. Esses foram os motivos que nos levaram a adotar a comanda eletrônica no início de 2004. A solução está implantada em 12 das 51 lojas da rede em todo o País", diz Orlando Mais Filho, gerente de Tecnologia do Bom Grillê. Ele acrescenta que o objetivo é implantar a solução nas 39 lojas restantes até o fim de 2007. Como a rede trabalha em sistema de franquia, os franqueados terão de adquirir um access point e pelo menos três micros de mão, dois para uso corrente e um que vai sevir de backup. O sistema foi desenvolvido pela HandSolution e utiliza uma rede wireless 802.11b (WiF i ) e m i c ro s d e m ã o P a l m Tungsten, com aplicação desenvolvida em Delphi com banco de dados Access. "Essa plataforma atendia melhor nossas necessidades e com um custo menor em comparação ao Pocket PC. Não houve qualquer problema de compatibilidade ou integração ao nosso sistema de PDV, que foi desenvolvido internamente", afirma Masi. Em geral, há dois atendentes com Palms colhendo os pedidos, que são revisados junto aos clientes. As informações são transmitidas direta e simultaneamente para o caixa e para a cozinha. Enquanto ele está efetuando o pagamento, o prato já está sendo montado. Com isso, a percepção do clien-
Comanda eletrônica acabou com a fila te é que o tempo de espera é ainda menor. Com o uso da comanda eletrônica, o erro na coleta dos pedidos caiu para zero e, dependendo da loja, o ganho em agilidade aumentou 26%. A rede é protegida com protocolo WEP (Wired Equivalent Privacy), evitando que alguém com um equipamento dotado de cartão Wi-Fi tenha acesso e possa modificar os pedidos. Em cada loja há dois micros que operaram de forma espelhada. Na queda de um, o outro assume; se faltar energia, os no-breaks entram em operação instantaneamente; e em caso de outros problemas, um botão de pânico imprime todos os pedidos ainda pendentes, como garantia." Masi conta que desde o início da operação do sistema até hoje ocorreram apenas duas modificações. A primeira foi em relação ao modo como as informações são coletadas. Inicialmente, eram usados apenas códigos numéricos (arroz
era 1, fritas era 2 etc.) , o que exigia memorização e ocasionava uma certa demora na localização do código. "Em fevereiro deste ano, além do código, adicionamos a descrição dos acompanhamentos. Assim, o atendente faz a busca por ordem alfabética", comenta o gerente. Outro aprimoramento foi em relação ao pagamento. Antes, o cliente fazia o pedido e precisava se dirigir ao caixa indicado — em geral há dois caixas funcionando em cada loja. Às vezes ocorria de o cliente ser direcionado justamente àquele com a fila maior, ocasionando insatisfação. Identificado o problema, agora o cliente pode se dirigir a qualquer caixa, pois todos passaram a ter acesso à conta. "Uma outra aplicação envolvendo rede Wi-Fi é um acordo que firmamos com a empresa Vex. Em quase todas as lojas, com exceção de oito no momento, o cliente tem acesso à internet sem fio de graça. Basta ele ter um notebook com tecnologia wireless e ser assinante de um provedor de acesso Wi-Fi, como UOL, Terra, iG e outros", diz Masi. Segundo ele, o usuário tem total segurança, pois a rede é totalmente protegida com um firewall.
Divulgação
De quebra, foram eliminados os erros de pedidos.
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Dave Kaup/Reuters
É só através de instituições multilaterais que os países podem se responsabilizar uns aos outros. E isso torna importantíssimo organizar essas instituições de forma justa e democrática, dando aos pobres e aos fracos alguma influência sobre os atos dos ricos e fortes.
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
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Do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, em um de seus últimos discursos no cargo, criticando os EUA. Annan deixa a ONU no fim deste mês.
Nascimento do cantor e ator norte-americano Frank Sinatra (1915–1998)
DEZEMBRO
2 -.LOGO
T ECNOLOGIA R ELIGIÃO
Ciberguerra avança
Túmulo de Paulo, redescoberto O Vaticano anunciou ontem que o sarcófago de são Paulo, identificado recentemente dentro da Basílica de São Paulo de Extra Muros, em Roma, poderá em breve ser visto pelos fiéis. O sarcófago está intacto e estava envolvido por um bloco de concreto datado de 1838 a 1840. As escavações do túmulo de são Paulo fazem parte de um projeto mais amplo de reorganização da Basílica, que
sofrerá mudanças nos sistemas de iluminação, segurança, organização museográfica e arqueológica para se adequar às normas de segurança exigidas pela Santa Sé para todas as basílicas. A abertura do sarcófago poderia revelar novos mistérios da tradição cristã, pois não se sabe se a cabeça de São Paulo também está sob a basílica, já que o apóstolo foi decapitado no ano 65.
I TÁLIA Marco Brescia/AFP
Criminosos da rede atuarão em novas frentes e com mais tecnologia em 2007
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ackers abrirão uma nova frente na m ul ti mi li on ár ia "ciberguerra", em 2007, tomando por alvo celulares, serviços de mensagens instantâneas e sites comunitários como o MySpace, afirmam especialistas em segurança. À medida que as pessoas se tornam mais cautelosas com golpes via e-mail, as quadrilhas de criminosos encontram novas maneiras de cometer fraudes online, vender produtos falsificados ou roubar segredos de empresas. "Os ataques estão se tornando mais sofisticados", disse Dave Rand, da Trend Micro, uma empresa de segurança na Internet. "O objetivo é essencialmente ganhar dinheiro. E eles vêm ganhando muito". Em 2007, os hackers terão co-
mo alvo sites de redes sociais como o MySpace e Orkut para obterem informações que permitam ataques mais precisos aos computadores das vítimas. "Trata-se definitivamente uma área que está madura para ser mais explorada pelo chamado malware (software maligno)", disse Ed English, vice-presidente de tecnologia d e c o m b a t e a s p y w a re n a TrendMicro. As pessoas podem ter seus computadores infectados por vírus que registram tudo que elas escrevem, ou enviam milhões de mensagens spam. Os fraudadores que se especializam em roubar identidades percorrerão sites que permitem que pessoas deixem suas fotos e dados pessoais, e localizarão alvos para ataques de "phishing" – tática que con-
siste no envio de e-mails fraudulentos cujo objetivo é iludir as pessoas e fazer com que revelem números de cartões de crédito e senhas de banco. "É fácil demais para os criadores de spyware montar o quebra-cabeça da identidade de uma pessoa", disse English. Os hackers também mirarão contra pessoas que usam serviços de mensagens instantâneas ou façam telefonemas via Internet, em 2007, de acordo com a TrendMicro. Os poderosos celulares e computadores portáteis novos serão igualmente alvos de tentativas dos ladrões para escapar aos sistemas de segurança rígidos e roubar mensagens de e-mail, documentos ou listas de contatos, de acordo com a produtora de software de segurança McAfee. (Reuters)
Claro Cortes IV/Reuters
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Após ser vaiado pelo público domingo no teatro Scala, em Milão (Itália), o tenor Roberto Alagna, no papel de Radamés, abandonou o palco. A "fuga" fez com que seu substituto, Antonello Palombi, entrasse em cena às pressas, de jeans e camiseta.
L ITERATURA
Desaparecem manuscritos de Borges última vez em 12 de novembro em uma feira de livros antigos de Hamburgo, Alemanha, onde foram exibidos pelo proprietário da livraria John W. Wronoski. Ambas as obras foram publicadas pela primeira vez em 1939. Os contos, parte da coleção da Lame Duck Books há quatro anos, figuram no catálogo de vendas da livraria por US$ 450 mil e US$ 500 mil, respectivamente. A loja vende livros, artes e manuscritos raros.
C A R T A Z
CINEMA
Ciclo de filmes do diretor francês Jean Rouch. Hoje, Crônica de um Verão (foto), de 1960. Sala Maria Antônia. Rua Maria Antônia, 283. Telefone: 3211-0069. 22h30. R$ 4. G @DGET DU JOUR
F AVORITOS
Relógio retrô: moda Varejo sob com tecnologia novas regras
PERFORMANCE - Estudante da Ópera de Pequim se apresenta durante a Primeira Exposição Internacional de Cultura e Indústria Criativa de Pequim, que reúne mais de 1.500 projetos culturais da China e de outros países.
Fotos: Denis Charlet (esq.) e Hôpital d'Amiens (dir.)/AFP
O Museu J.Paul Getty, da Califórnia, devolverá à Grécia uma coroa macedônica de ouro e uma estátua de mármore (foto), ambas produto do contrabando de antiguidades. As duas peças, que datam do século I a.C.. A coroa de ouro foi encontrada em uma escavação ilegal na Macedônia grega em 1993 e a Justiça apresentou há um mês acusações contra quatro pessoas que supostamente a venderam por US$ 1,15 bilhão ao museu. A estátua de uma mulher jovem também foi retirada do país clandestinamente e comprada pelo museu. O museu já devolveu em agosto à Grécia duas urnas funerárias de 2.400 anos de idade que são exibidas atualmente no Museu Arqueológico de Atenas.
A revista norte-americana Variety publicou uma nota sobre a reação brasileira ao filme Turistas, que acaba de entrar em circuito comercial nos EUA. O filme de terror que mostra turistas estrangeiros sendo roubados e violentados numa viagem ao Brasil é alvo de uma campanha de boicote que circula pela internet. "Não vamos dar um centavo para o filme que pretende manchar a imagem de nosso País", diz a campanha. Mas especialistas ouvidos pela revista duvidam que essa ação possa ajudar o Brasil. Para eles, a publicidade vai atrair ainda mais público para o filme, que estréia no Brasil em fevereiro. I NTERNET
Crie seu próprio site 'wiki'
croscópica de nervos, músculos e vasos sanguíneos resultasse na recuperação quase total da paciente. Era o que a foto tentava provar. Tirada com exclusividade pela assessoria do hospital – para reduzir o assédio dos tablóides britânicos à paciente –, a imagem chegou foi distribuída pela Agência France Press (AFP). Ao chegar ao escritório da AP, porém, foi reexaminada. Havia traços de manipulação por Photoshop. Traços de retoques no fundo da foto e no cabelo de Isa-
belle foram suficientes para levantar dúvidas sobre o real estado de saúde da paciente. "Há uma regra elementar no fotojornalismo: 'Não mexa na foto'. Se a imagem sofre retoque, todos podemos ficar em dúvida sobre sua originalidade", disse o chefe do Serviço de Fotografia do escritório parisiense da AP, Laurent Rebours. Procurada, a assessoria do hospital confirmou a manipulação, mas assegurou que as alterações se limitaram à "uma tonalidade mais neutra no fundo". (AE)
O software livre está a ponto de ganhar ainda mais liberdade. Jimmy Wales, o fundador da Wikipédia, anunciou ontem que sua empresa com fins lucrativos, a Wikia, vai fornecer software, serviços de computação, armazenagem e acesso a redes gratuitos a criadores de páginas que necessitem para criar sites comunitários colaborativos, no estilo Wikipedia. Usando o mesmo software básico, conhecido como MediaWiki, a Wikia já hospeda sites de publicação em grupo conhecidos como wikis, sobre tópicos que variam de Guerra nas Estrelas a psicologia, de viagens a iPods. www.wikia.com
L OTERIAS Concurso 176 da LOTOFÁCIL
A TÉ LOGO
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Organizações de direitos humanos acusam Brasil de omissão no massacre de Darfur Especialistas desconfiam de que vacinação de aves dificulta detecção de gripe aviária
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www.sebraesp.com.br
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s éticas médica e jornalística estão em xeque na França. Tiradas no aniversário de um ano do primeiro transplante parcial de rosto bem-sucedido da história, a fotografia (à direita) da paciente Isabelle Dinoire, de 38 anos, foi manipulada por computador antes de ser oferecida à imprensa, no início do mês. As alterações foram constatadas pela agência de notícias Associated Press (AP) em Paris, e confirmadas pela assessoria de imprensa do Hospital de Amiens. A imagem impressionou. Isabelle aparenta feições que lembram pouco a mulher apresentada ao público na França em 6 de fevereiro (à esquerda). À época, Isabelle – desfigurada por mordidas de seu cão em maio de 2005 – tinha baixa mobilidade no maxilar e no lábio inferior, com dificuldade para falar. Ainda assim, a cirurgia foi vista como um avanço científico. De acordo com os médicos, a perspectiva era de que, com a seqüência do tratamento, a reconstrução mi-
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matrix-watch/index.html#top
O Dot Matrix Watch é um relógio de pulso em forma de pulseira com mostrador de LEDs vermelhos. Como os primeiros relógios eletrônicos dos anos 70, as horas são mostradas quando se toca na pulseira. Cerca de US$ 122 na loja I Want one of Those.
Cirurgia manipulada
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www.iwantoneofthose.com/dot-
O comércio varejista do País tem até o dia 20 para se adequar ao decreto 5.903/2006, do governo federal, que estabelece regras para a informação do preço dos produtos aos consumidores. O decreto estabelece, entre outros itens, como deve ser informado o preço dos produtos (à vista e financiado), regras que os supermercados e lojas devem seguir caso adotem código de barras e o que configuraria infração aos direitos do consumidor. O Sebrae-SP traz em detalhes o decreto.
Reuters
'Turistas': alvo de discórdia
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Patrimônio recuperado
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Dois valiosos manuscritos de autoria do escritor argentino Jorge Luis Borges, de propriedade da Divulgação livraria Lame Duck Books, em Harvard, desapareceram. Segundo a polícia local, as raridades podem ter sido roubadas. Os textos de dois dos contos mais conhecidos de Borges – Pierre Menard, autor de Quijote e A biblioteca de Babel –, usualmente mantidos em um caixa-forte, foram vistos pela
A RQUEOLOGIA
Biografia não autorizada lançada há uma semana irrita cantor e compositor Roberto Carlos
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terça-feira, 12 de dezembro de 2006
Na prática Cases Proteção Em dia
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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A MAIORIA DAS PEQUENAS REDES ESTÁ DESPROTEGIDA
As mídias RFID (de radiofreqüência) também podem ter os seus dados extraídos.
É SEGURO? Fotos Divulgação
Sim, há vulnerabilidades no espaço aéreo. Cada tecnologia wireless apresenta riscos e soluções de proteção adequadas. Ler o manual e adotar os procedimentos básicos é um bom começo. Mas os fabricantes, provedores de serviços e operadoras buscam facilitar o uso dos mecanismos de segurança. PorVanderlei Campos
Sílvia Paladino, da Nokia: acessos internos.
Marcelo Lau, da Data Security: é só ler o manual.
ecentemente, Maurício Gaudêncio, especialista em segurança da Cisco Systems, foi à casa de um amigo e não escapou de uma consultoria informal. Ao verificar a rede Wi-Fi, percebeu que a conexão estava sendo "compartilhada" desde agosto. A constatação foi confirmada pelo amigo: "Desde agosto minha rede deixou de dar pau", observou o usuário. "Tem uma LAN house ao lado e como estava tudo totalmente aberto, eles usavam o que queriam e ainda faziam manutenção do hospedeiro, para não correr o risco de perder o recurso grátis", explica Gaudêncio. No que se refere à tecnologia Wi-Fi, a maioria das redes de residências e pequenos escritórios está completamente "disponível" a qualquer um que se aproximar. O aproveitamento mais comum dessa "generosidade" é simplesmente usar a banda de conexão à Internet, sem pagar assinatura. Contudo, o penetra tem também acesso a todos os recursos perigosos, desprotegidos, da rede local. "O Wi-Fi é muito fácil de instalar e quase ninguém se preocupa em habilitar os recursos básicos de segurança, que estão em qualquer equipamento homologado pela Wi-Fi Alliance", reconhece o especialista da Cisco. Outra tecnologia wireless de
Maurício Gaudêncio, da Cisco: disponibilidade perigosa.
Maurício Ghetler, da Febraban: cinco fatores.
curta distância que abre brechas, tanto para piratear o canal quanto para acesso aos dispositivos, é a conectividade Bluetooth. "Os dispositivos têm chaves de comunicação, mas geralmente as pessoas esquecem de trocar esses números. Quem conhece as chaves default do fabricante pode usar seu celular, instalar programas ou alterar as configurações, se tiver a uma distância de até 10 metros do aparelho", descreve Marcelo Lau, professor de Ciência Forense da USP e diretor da Data Security. "Basta uma leitura rápida no manual para fechar esse furo", tranqüiliza. O professor lembra que as mídias RFID (identificação por radiofreqüência) também podem ter seus dados extraídos, embora seja necessária uma aproximação de menos
José Matias, da McAffee: novos vírus.
de um metro. "Deve-se combinar o uso do cartão RFID com senha ou biometria, para se evitar acessos indevidos se os dados forem roubados", recomenda. Na avaliação de Maurício Ghetler, consultor da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o acesso WiMax a partir de terminais celulares, além do potencial de massificação de serviços, tem características inerentes que atenuam muito as preocupações com segurança. "Cinco fatores tornam os celulares (com WiMax) mais seguros: a simplicidade do sistema operacional; o canal pontoa-ponto com a operadora; a identificação física do dispositivo de acesso; a criptografia AES (Advanced Encription Standard, um mecanismo forte de proteção da transmissão); e a custódia permanente do
aparelho", enumera Ghetler. "Independente da rede utilizada, não se pode confiar exclusivamente na segurança do canal. As aplicações (que envolvem informações críticas) têm de cuidar da criptografia fim-a-fim. Até porque grande parte dos acessos não autorizados ocorre nas redes internas das empresas", adverte Sílvia Paladino, gerente técnica da Nokia. Como especialista, ela acaba de concluir uma tese de mestrado no IPT-USP sobre segurança em aplicações corporativas via celular. Em sua pesquisa, Paladino utilizou bibliotecas abertas de criptografia e obteve performance entre 28 ms (milésimo de segundo) e 0,5 ms na encriptação de mensagens. Além da questão da privacidade, resolvida com a criptografia, ela destaca o recurso do Symbian 9, que só permite a instalação e execução de programas com certificado válido. "O telefone só baixa o que tiver origem comprovada. Aí, não adianta tentar um phishing por SMS", esclarece. A gerente acrescenta que as plataformas corporativas de gerenciamento hoje contam com facilidades avançadas de administração dos dispositivos. "Se um telefone for roubado, é possível fazer o backup e formatar a memória do aparelho remotamente", exemplifica Paladino.
Como restringir a rede Wi-Fi uem quiser se livrar dos cabos sem abrir sua rede local para toda vizinhança tem que entender minimamente a sopa de letras da segurança em Wi-Fi. Os protocolos mais usados são o WEP (wireless encription protocol) e WPA (wireless protected access). A diferença principal é que o WPA tem um mecanismo de troca dinâmica de chaves. "O WEP é contornável, mas sua ativação reduz drasticamente as probabilidades de invasão. O intruso vai sair varrendo a área e prefere as redes completamente desprotegidas", constata Marcelo Bezerra, diretor técnico da Internet Security Systems (ISS).
WIKIA É o nome da empresa, sem fins lucrativos, criada para fornecer software livre.
Maurício Gaudêncio, da Cisco, explica que a atual geração de roteadores e access point Wi-Fi suporta o protocolo WPA2, embora reconheça que é mais difícil de configurar. "Para se quebrar uma chave WEP é preciso uma boa amostragem do tráfego. Em residências, trocar a chave periodicamente pode ser suficiente. Mas em escritórios, já vale a pena habilitar o WPA", recomenda. O especialista menciona que nas linhas dirigidas ao segmento de consumo, como a Linksys, o fabricante deve facilitar o uso seguro. "Como sabemos que o usuário não lê manual, automatiza-
mos a negociação de chaves. Com isso, aumentou muito a massa de implementação", diz Gaudêncio. Neste mesmo sentido, a McAffee lançou o Wireless Protection (ver DCInformática de 10/10/2006), que agrega mecanismos mais fortes, sem contrapartida na facilidade de uso. Marcelo Lau, da Data Security, insiste que as informações críticas têm que ser guardadas e trafegadas de forma segura, independente do tipo de dispositivo ou canal de comunicação. Ele observa que a opção de defesa depende do valor do que se protege. "Quando alguém tenta quebrar a chave WPA2, não quer apenas usar a
@ Ó RBITA
rede; quer o dado", adverte. Embora muitas redes wireless residenciais, e até mesmo em empresas, tenham sido constituídas sem necessário o planejamento de segurança, os principais provedores de hot spots (áreas de acesso em aeroportos, shoppings etc.) apresentam as melhores práticas deste momento para conexão segura em locais públicos. "Impedir que uma máquina consiga acessar outra na rede foi um requisito obrigatório desde o início da operação. A segurança é pelo menos igual a de qualquer conexão por ADSL e cable modem", argumenta Marcelo Toledo, diretor de tecnologia da VEX. (VC)
Vírus de bolso mbora a quantidade de vírus para celular seja percentualmente irrelevante se comparada a de pragas para PCs, José Matias, gerente de suporte da McAffee, informa que o crescimento tem sido mais rápido. "A maioria consome bateria, muda wall papers ou dispara SMSs, o que dá prejuízo. Ainda não se tem notícia de spyware para roubo de dados", continua. Por solicitação da maior operadora japonesa, a NTT DoCoMo, a McAffeee desenvolveu o VírusScan Mobile, para dispositivos portáteis. Recentemente, a Fortinet também disponibilizou uma suíte de proteção para esse segmento (ver DCInformática, de 7/11/2006). "As operadoras na América Latina ainda não sentem problemas, porque a base (de terminais mais sofisticados) ainda é pequena", constata Matias. Além das companhias de celular, outro canal de distribuição do antivírus pode ser os próprios fabricantes de aparelhos. "Temos conversado com algumas indústrias e nos próximos modelos o antivírus pode sair pré-instalado da fábrica", adianta.
HOSPEDAGEM A Wikia fornecerá as ferramentas para criar e hospedar sites comunitários.
Por João Magalhães
GUEIXA
final, o que é uma gueixa? Que papel ela exerce na sociedade japonesa? Como ela vive? Respostas para estas perguntas começam a ser dadas por Ichimame, uma maiko, ou seja, aprendiz de gueixa, natural de Kioto, conhecida no Japão como a "capital do prazer". Com permissão de sua casa de chá, a jovem de 18 anos abriu um blog onde revela segredos de sua profissão. Segundo se sabe, a graduação de gueixa leva mais tempo que a de um médico e elas são escoladas em música, dança, teatro e literatura. Dominam a retórica e a arte da sedução. Ichimam fala isso e da importância do
conhecimento de cosméticos, doces, bebidas e vestuário. Para que uma gueixa não seja confundida com uma oiran (prostituta de alto nível), ela usa a faixa do quimono nas costas. O blog recebe cerca de dez mil visitas únicas por dia e atraiu comerciantes de Kamishichiken, onde Ichi vive. Todos querem anunciar lá. Link: http://ichi.dreamblog.jp/
GOOGLE EARTH az alguns meses o Google Earth divulgou a imagem de uma mulher tomando banho de sol nua em um terraço de um prédio na Itália. O flagrante foi um dos maiores sucessos da internet em 2006. Agora o blog Google Sightseeing posta as dez melhores imagens de nus ou seminus. http://www.google sigh,tseeing.com/2006/09/19/ topless-sunbathing/
OS MORTOS FATURAM elebridades como o roqueiro Kurt Cobain, Elvis Presley, Charles Schultz e John Lennon encabeçam a lista, publicada pela revista Forbes, dos 13 mortos que continuam faturando alto em 2006. No topo do ranking está Kurt Cobain, que se suicidou em abril de 1994. Sua mulher ganhou US$ 50 milhões com a venda de 25% de um catálogo da banda de Cobain para a editora musical Primary Wave. Elvis Presley é o segundo. Ganhou US$ 42 milhões, 15 dos quais com a venda de entradas para visitar sua mansão em Graceland, no Tennessee. Camisetas com sua assinatura e fotos lhe renderam mais US$ 5 milhões. O resto veio de royalties da venda de seus discos e da atuação póstuma em propagandas do chá Lipton, das baterias Energizer
CYBERCRIME
e da Apple, de computadores. Em terceiro vem Charles M. Schultz, criador do menino Charlie Brown e o cãozinho Snoopy. Com direitos autorais e as vendas de produtos e anúncios com imagens de suas criaturinhas faturou US$ 35 milhões este ano. Link: http://www.forbes. com/2006/10/23/celebritiesearnings-fame-techmedia-06deadcelebscx_lr_topearnintro.html
fabricante de antivírus McAfee alerta: gangues online estão contratando os melhores estudantes de computação do mundo para usá-los em práticas criminosas. Segundo a McAfee, os universitários criarão vírus, roubarão dados bancários de internautas e farão lavagem de dinheiro via internet, num negócio que movimentará mais dólares que o tráfico de drogas. A McAfee compara a operação às táticas da KGB (a CIA da ex-União Soviética). "O crime organizado não tem a habilidade dos ex-agentes russos, mas tem dinheiro para pagar a quem possa realizar suas ações", disse porta-voz da McAfee, à agência Reuters. A revelação da McAfee é baseada em informações conseguidas junto ao FBI e aos serviços de inteligência da Europa.
MÁGICA eceita rápida para fazer fotos espetaculares: deixe sua câmera digital de molho por alguns segundos em água. Maluquice? Foi assim que o engenheiro aposentado Farrell Eaves, 69 anos, saiu do anonimato e chegou à fama. A Nikon CoolPix de Farrel era uma câmera comum, até que caiu no leito de um rio. Farrell passou semanas tentando secá-la, mas foi inútil. Então, ele decidiu ver o que ocorreria se a usasse assim mesmo. Surpresa! A cada clique, produzia revelações com auras fluorescentes e paisagens fascinantes. Link: http://farrelleaves.com/ eaves_home.html
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
DOISPONTOS -77
O
REFORMA DO JUDICIÁRIO
PAULO SAAB
SURREALISMO
TROPICAL
Givaldo Barbosa/Agência O Globo
H
P
A Súmula Vinculante sozinha não fará milagres Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
O
Congresso aprovou dois dispositivos destinados a agilizar a tramitação de 35 milhões de processos que estão à espera de decisões da Justiça brasileira. Ocorre que tanto a Súmula Vinculante quanto a repercussão geral não vão operar milagres se não houver mudanças significativas no sistema, sobretudo no que diz respeito à mentalidade de alguns operadores do Direito. A publicação de súmulas com decisões do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior do Trabalho não é novidade, embora sua aplicabilidade seja subjetiva. Ocorre que os magistrados, principalmente os de primeira instância, nem sempre costumam seguir as determinações de seus pares. Em alguns casos, é compreensível esse comportamento. Mas há situações em que não se justifica um posicionamento contrário às decisões dos tribunais superiores. Fica a impressão que alguns profissionais questionam particularidades de um processo apenas por capricho, sem levar em conta a jurisprudência existente. Esse posicionamento dos magistrados cria distorções ao permitir que um mesmo tema receba decisões diferenciadas, o que acaba gerando uma desconfiança nos cidadãos em relação ao trabalho de nossa Justiça. E, claro, torna a tramitação de processos muito mais morosa.
E
xistem súmulas no STF sobre questões como FGTS, contribuições e impostos, entre muitas outras, que não são aplicadas. Uma mudança de mentalidade dos operadores de Direito agilizaria uma série de questões que hoje tramitam nas diversas instâncias do Poder Judiciário. O questionamento em torno desses entendimentos poderia ser restrito apenas aos representantes do Ministério Público e aos advogados. Não há, ainda, garantias de que as decisões da Suprema Corte serão julgadas com a velocidade necessária à geração de súmulas. O próprio ministro Gilmar
G A aplicação
da Súmula Vinculante e da repercussão geral poderá apenas comprovar que a velocidade de nossa Justiça depende muito menos de novas leis e muito mais de procedimentos singelos. Direito não é uma ciência exata. G Os
magistrados, principalmente os de primeira instância, nem sempre costumam seguir as determinações de seus pares. G Não seria
mais eficiente trabalhar para convencer juízes de primeira instância a reconhecerem a farta jurisprudência do STF?
Mendes, do STF, reconhece que o dispositivo não terá efeito se o tribunal não alterar os prazos de alguns julgamentos, que podem exigir 12 ou 14 anos. Imagine-se um caso de recomposição salarial de uma determinada categoria, que só poderia avançar após a decisão do STF – quando, provavelmente, boa parte dos trabalhadores beneficiados já estaria morta. A demanda pela Súmula Vinculante terminaria, assim, paralisando de vez o processo judicial, em vez de agilizá-lo, como se promete. E sempre será possível exibir diferenças microscópicas nos processos para escapar à Súmula Vinculante. Será que não seria muito mais eficiente, então, desenvolver um trabalho de mudança de mentalidade, destinado a convencer juízes de primeira instância a reconhecerem a farta jurisprudência do STF?
O
dispositivo aprovado pelo Congresso permite que o Supremo selecione somente as causas que considerar convenientes, sob a alegação de que os julgamentos só receberão guarida se tratarem de temas de interesse geral da sociedade, e que têm obrigatoriamente de passar pelo plenário. O problema é que a maioria das ações que tramitam hoje pelo tribunal são monocráticas, ou seja, não precisam ser votadas pelos ministros. Dessa forma, a repercussão geral pode se transformar em requisito para conhecimento das ações, sem oferecer soluções de mérito para as mesmas. Outro gargalo. É sempre bom lembrar que o Direito não é uma ciência exata. A aplicação da Súmula Vinculante e da repercussão geral poderá apenas comprovar que a velocidade de nossa Justiça depende muito menos de novas leis e muito mais de procedimentos singelos, como a conscientização dos operadores do Direito e investimentos que permitam um fluxo eficiente de trabalho. MARCO ANTONIO INNOCENTI É SÓCIO DA INNOCENTI ADVOGADOS ASSOCIADOS
Ainda é noite em Cuba
É
preciso mesmo muito cuidado com as declarações neste momento em que se comenta a morte de Pinochet e que em Cuba se aproxima o fim da era Castro. A Presidência da República afirma em nota que o exditador chileno
Augusto Pinochet simbolizou um período sombrio na história da América do Sul. Assinada pelo porta-voz André Singer, diz que o período "foi uma longa noite em que as luzes da democracia desapareceram, apagadas por
golpes autoritários". No Chile, esta “noite” durou 17 anos que – apesar dos pesares prepararam e abriram o país para o terceiro milênio, para um mundo globalizado. Já em Cuba esta “noite” ainda não acabou.
São quase 50 anos de uma ditadura ainda mais sangrenta, que fechou a ilha para o mundo. E alguém aqui pode falar em democracia em Cuba? Alguém aqui acha que uma carta como esta seria publicada no único jornal do
á algumas coisas que acontecem que revelam a faceta surrealista da vida no Patropi. Tipo de fato assim só acontece por aqui. Deixei para comentar hoje com o leitor duas situações da semana passada diante das quais me senti acabrunhado. Sabe aquela do "por que me ufano de meu país?". Tem hora que a vergonha é maior. Bato na tecla de que coisas assim só existem porque a educação no País, no sentido da alfabetização e dos modos, maneiras, hábitos, cultura, tem estado secularmente ao rés do chão. rimeiro fato que causa constrangimento. A Polícia Federal, depois de mais de dois meses, por força de decisão judicial que mandou liberar os dois pilotos norte-americanos do Legacy que colidiu com o Boeing da Gol, toma o depoimento de ambos antes deles poderem regressar ao seu país. Parte da imprensa diz que os pilotos nada responderam durante mais de seis horas de depoimento. Parte reproduz frases que teriam dito no mesmo depoimento. Até agora, como ocorre em todo o caso desse acidente aéreo, não sei quem diz o quê e onde está a verdade dos fatos. Agrava o constrangimento: os dois norte-americanos são indiciados sem que o processo tenha definições, sem que haja de público qualquer evidência definitiva sobre causas do acidente, por crime culposo. Aprendi na velha Academia do Largo de São Francisco que o crime culposo é o decorrente de "imperícia, imprudência ou negligência". Crime sem intenção de provocálo. Então os pilotos de Tio Sam foram imprudentes? Imperitos? Negligentes? Onde, como, por que? Sem respostas. A história desse acidente, o desdobramento na crise da aviação civil brasileira, a forma como tudo que envolve o episódio é confusa, lembra muito cortina de fumaça, sabese lá porque.
segundo episódio cheio de graça foi o assalto à presidente do Supremo Tribunal Federal, ao chegar ao Rio de Janeiro (na tristemente famosa Linha Vermelha) e o desdobramento do fato. Beira o ridículo tudo que envolveu a seqüência, as declarações, a ação policial. Aí aparece o desavisado cidadão comum, na repercussão do fato e pergunta candidamente: se com a presidente do STF é assim, imagina com a gente (não, ele não falou cunóis). Parêntese. Diz amigo radicado no Rio há décadas que o tráfico está perdendo terreno para as drogas sintéticas e os pivetes que viviam ganhando seus trocados como aviõezinhos, alertadores de chegada policial, estão "desempregados". Começam a assaltar para sobreviver. Fecha parêntese.
P
ara encerrar por hoje, ainda nos dois fatos comuns que fiz questão de registrar acima, para não deixar morrer o pouco que ainda resta de capacidade de indignação: ou o caso do acidente aéreo está mal conduzido, com suas repercussões e desdobramentos, ou está assim porque vem sendo tratado com meias verdades públicas. Os dois casos provocam vergonha em quem ainda pensa no País. O caso da ministra do STF mostra que existem categorias diversas de pessoas no Brasil. Eles, do poder público, e nós, que os sustentamos para que não haja serviços decentes na contra partida. Pelo menos uma coisa já há em comum entre eles e nós. Qualquer um agora está à mercê da criminalidade em expansão no território verde-amarelo.
I
a me esquecendo: e viva nosso todopoderoso Chávez, que vai salvar o Brasil. A figura às vezes até patética do bolivarianopõe nosso presidenteoperário no chinelo, ditando ordens de como o Brasil deve agir e se comportar. PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR
G O assalto
à presidente do STF no Rio e o indiciamento dos pilotos do Legacy provocam vergonha em quem ainda pensa no País
país? Golpes autoritários?
H
á, há, há...! Conversa pra Zé Dirceus, Genoinos, Chico Buarques e outros bois dormirem! JFGTEIXEIRA, ATIBAIA, SP JUNGOBUNGOLUNGO@ UOL.COM.BR
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8
Cases Proteção Em dia E mais
DIÁRIO DO COMÉRCIO
O laptop não será vendido no varejo, só para escolas e governos federal, estadual e municipal.
CLASSMATE PC É MAIS UMA OPÇÃO PARA INCLUSÃO
Bematech: no médio varejo
Bematech (www.bematech. com.br), um dos grandes players do mercado de automação comercial, anunciou semana passada a compra de três empresas: a Gemco, que desenvolve softwares para gestão do comércio; a C&S, mineira que elabora sistemas para automação de farmácias; e a GSR7, especializada na prestação de suporte técnico para equipamentos de automação comercial e outras áreas de TI. Além disso, a Bematech inaugurou ontem uma nova planta industrial no município de São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba (PR), e anunciou a abertura de um escritório na Alemanha, visando os mercados europeus e do Oriente Médio. Para 2007, também está prevista a abertura de capital no Novo Mercado da Bovespa. Marcel Malczewski, presidente da empresa, não revela os valores envolvidos nas aquisições. "Não há um valor fixo definido e por causa do processo de abertura do capital, há uma recomendação para não falarmos sobre esse tipo de assunto. Parte da negociação foi em dinheiro, outra maior depende do desempenho das empresas nos próximos três anos e há também uma parte em ações", explica, acrescentando que a Gemco e a C&S foram adquiridas totalmente e no caso da GSR7, a Bematech assumiu o controle acionário com 51% das ações. Segundo o executivo, o mercado de automação comercial no Brasil vem despertando o interesse de gigantes na área de TI. "Empresas como SAP, Totvs (Microsiga, RM Sistemas e Logocenter), Oracle e Microsoft estão de olho neste mercado. Todos se dirigem para o segmento de pequenas e médias empresas, e o varejo é uma vertical que chama a atenção", diz. "O pequeno e médio varejo é o nosso mercado e não podíamos ficar parados", comenta Malczewski, acrescentando que agora a Bematech passa a oferecer a solução completa para automação comercial, incluindo hardware (equipamentos), softwares (programas) e serviços (consultoria, instalação, treinamento e suporte técnico). A unidade de Soluções venderá projetos completos, envolvendo hardware, software e serviços. (CO)
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
VÍRUS
Divulgação
John Davies, da Intel: o notebook barato para estudantes, Classmate, será fabricado no Brasil pela Positivo e pela CCE.
Intel finalmente mostrou o Classmate PC, um notebook de baixo custo voltado para alunos do ensino fundamental e médio de escolas públicas e privadas. O anuncio foi feito semana passada por John Davies, vice-presidente corporativo da empresa, que revelou o nome de dois fabricantes nacionais, os primeiros no mundo, que vão lançar o equipamento no primeiro trimestre de 2007. Trata-se da Positivo Informática (www.positivoinformatica.com.br) e CCE Informática (www.cceinormatica.com.br). O preço referência do micro portátil é de US$ 400. O produto irá competir com o Laptop de US$ 100 da OLPC (One Laptop per Child), entidade encabeçada por Nicholas Negroponte. O modelo mostrado pela Intel vem em uma capa emborrachada com alça, pesa 1,38 quilo e é do tamanho aproximado de um caderno universitário. Resistente a água e a pequenas quedas, a configuração padrão vem com processador Intel Celeron-M de 900 MHz, tela LCD
Notebook de US$ 400 colorida de 7 polegadas (resolução de 800 x 480 pixel), memória RAM de 256 MB ou 512 MB, memória flash de 1 GB ou 2 GB (que substitui o disco rígido), conectividade para rede Ethernet ou Wi-Fi (rede sem fio), bateria de 4 células com autonomia de 3 horas, duas portas USB e pode vir com sistema operacional Linux ou Windows XP Starter Edition. O equipamento não será vendido no varejo, mas diretamente para escolas e governos
federal, estadual e municipal. A Positivo Informática confirmou que estará lançando dois modelos em março, o A11, com sistema operacional Linux, e o C13, com Windows Starter Edition, ambos com a configuração padrão definida pela Intel. "O grupo Positivo é especializado na área educativa, atendemos 3 mil escolas. O nosso modelo estará baseado nos serviços e ferramentas de nossos dois portais de educação, o Portal Educacional
( w w w. e du c a c i o n a l . c om . b r ) , voltado para escolas privadas, e o Portal Aprende Brasil (www.aprendebrasil.com.br), para escolas púbicas", observou César Aymoré, diretor de marketing da empresa. Já a CCE disse por meio de sua assessoria de imprensa que espera investir US$ 2 milhões no projeto, gastos em uma nova linha de produção. Cada escola que adotar o Classmate irá definir como ele será usado dentro do seu modelo pedagógico, mas a idéia é que sua utilização seja prioritariamente na rede da escola. Alguns dispositivos foram inseridos para que o professor possa acompanhar o que cada aluno está fazendo e também limitar o acesso à sites inapropriados da Internet. Foi desenvolvido um chip que, ao se conectar à rede da escola, recebe uma certificação digital, que lhe permite funcionar por alguns dias. Caso o aluno não se conecte novamente á rede, o equipamento deixa de funcionar. Isso inibiria, por exemplo, roubos de equipamentos. Carlos Ossamu
LIVRO
VISTA
O impacto da tecnologia jornalista Ethevaldo Siqueira, especializado em novas tecnologias e colunista do jornal O Estado de S. Paulo, é o autor e organizador do livro "Perspectivas da Sociedade da Informação no Brasil" (Telefônica, 290 páginas). É um prato mais do que cheio para quem acompanha o passo-a-passo da tecnologia e, esclarecedor, aborda seu impacto sobre a sociedade brasileira. Logo no início, há uma excelente introdução do jornalista em que analisa historicamente os dez pontos nevrálgicos que estão mudando nossas vidas: microletrônica, computador, softwares, internet, tecnologia sem fio (wireless), fotônica, armazenamento em massa, nanotecnologia, redes e convergência digital. Segundo Siqueira, a comunicação sem fio está se universalizando e vivemos a revolução da mobilidade com o telefone móvel que permite a comunicação de qualquer parte e lugar do mundo, de acordo com a expressão anytime,
anywhere — a qualquer tem- que proporciona eficiência no trabalho, aumenta a sensação po, em qualquer lugar. Em 1998, na privatização da de segurança, dá mais prazer Telebrás, havia apenas cinco ao entretenimento e ajuda ecomilhões de usuários da telefo- nomizar recursos naturais. Embora os avanços das tecnia móvel. Em 2005, menos de dez anos depois, eram mais de nologias da comunicação e da 85 milhões de unidades. Em informação mostrem um pro2010, o prognóstico é de 160 gresso efetivo, ressalta-se que milhões. Para ele, o mais curio- muita coisa depende de polítiso é relembrar que as previsões cas consistentes e de projetos sempre foram pessimistas. Em de inclusão social em longo 1983, na cidade de Chicago prazo. Na medicina e na edu(EUA), com a inauguração do cação, as tecnologias surpreprimeiro serviço de celular das endem pela sofisticação e peAméricas pela antiga AT&T, los instrumentos avançados. O diziam que "a telefonia celular ser humano é alvo principal. Outro fator fundamental e era um negócio medíocre, muito arriscado e sem grandes que colabora com a formação da sociedade de informação é a perspectivas de sucesso". queda acentuaÉ muito inteda dos preços ressante saber Divulgação de aparelhos e que a Casa Digiserviços. A intal, sonho de ternet é apontamuita gente, é da como outro descrita nas ponto para o mais diferentes d e s e n v o l v iconcepções, mento com um mas jamais eximenso potenclui o homem. A cial, mesmo que tecnologia se ainda necessite impõe como um de aperfeiçoai n s t r u m e n t o Siqueira: esclarecedor.
om mais de 61 mil registros, o vírus ADM_WEB SEARCH.K foi o campeão na lista das dez pragas que mais infectaram computadores em todo o mundo no mês de novembro, segundo a Trend Micro, pioneira em segurança de conteúdo e gerenciamento de ameaças. A aplicação do adware ocorre por meio de um arquivo com extensão ".DLL" enviado junto com um programa para instalação da barra de ferramentas do site de buscas MyWebSearch.com. Quando o usuário instala essa barra de ferramentas, o computador automaticamente cria o arquivo %System%\ f3PSSavr.scr, o qual, segundo a Trend Micro, contém o vírus ADW_WEBSEARCH.K. Confira a lista geral: 1. ADW_WEBSEARCH.K 2. WORM_NYXEM.E 3. HTML_NETSKY.P 4. WORM_NETSKY.DAM 5. PE_PARITE.A 6. WORM_RONTKBR.GEN 7. WORM ANIG.A 8. PAK_GENERIC.001 9. WORM_PRSKEY.A 10. WORM_NETSKY.D
mento em cursos via Web. De qualquer forma, o panorama do futuro digital do Brasil tem certo otimismo, mas tudo vai depender do grau de prioridade que os próximos governos venham dar a cada setor. "Eles não devem apenas formular políticas públicas adequadas, mas principalmente implementar projetos de longo prazo que aprofundem os processos de inclusão digital, de modernização e atualização de sua infra-estrutura". O livro traz artigos de especialistas como o do arquiteto Edo Rocha, os professores Luiz Carlos Moraes Rego e Norberto Torres, da Fundação Getúlio Vargas, Renato Sabbatini, presidente do Instituto Edumed e Fredric Litto, coordenador científico da Escola do Futuro da Universidade de São Paulo. Sem data para lançamento, os textos podem ser baixados na íntegra gratuitamente no site: www.fundacaotelefonica.org.br/adm/public a c o e s / p d f / 1 s o c i e d ade%20da%20informação.pdf Ana Maria Guariglia
Acer anuncia promoção de atualização de licença do sistema operacional Microsoft Windows Vista para o mercado brasileiro. Voltado para quem adquiriu recentemente ou planeja adquirir computadores da marca durante a época de Natal e com o objetivo de maximizar o valor da compra, a promoção oferece aos usuários Acer um procedimento simples que permite atualizar o sistema operacional da versão atual – Microsoft Windows XP –, para o Microsoft Windows Vista, sem necessidade de pagar novamente pela licença de uso. Esta nova versão do sistema operacional será lançada ao mercado mundial pela Microsoft durante o primeiro semestre de 2007. Os produtos que entram na promoção são todos os computadores da marca Acer – notebooks ou desktops –, com capacidade de operar com a nova versão do sistema operacional e que tenham sido comprados entre os dias 26 de outubro de 2006 e o dia 15 de março de 2007.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
Indicadores Econômicos
9
5,37
por cento é a taxa média, praticada pelo mercado, para empréstimo pessoal, de acordo o Procon de São Paulo.
11/12/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 07/12/2006 07/12/2006 07/12/2006 07/12/2006 07/12/2006
P.L. do Fundo 12.127.862,88 2.020.530,60 11.014.450,79 17.890.971,43 1.336.373,05
Valor da Cota Subordinada 1.279,676483 1.126,126393 1.185,986509 1.087,219121 1.164,235374
% rent.-mês 0,7551 0,2531 0,6917 0,6495 0,7685
% ano 30,9841 12,6126 18,5987 8,7219 16,4235
Valor da Cota Sênior 1.026,722259 1.113,769337 1.130,488949 0 0
% rent.-mês 0,2698 0,2484 0,3113 -
% ano 2,6722 11,3769 13,0489 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
Nacional Tr i b u t o s Agronegócio Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
ESPECIAL Tiago Queiroz/AE
10
30% DOS BENEFICIADOS PELO PRONAF SOMEM
Leia mais sobre o comportamento do setor agrícola brasileiro na página 8.
PESQUISA MOSTRA QUE METADE DOS PRODUTORES FAMILIARES DO PAÍS NÃO TEM ACESSO À TECNOLOGIA
AGRICULTOR FAMILIAR AINDA USA ENXADA
E
m pleno século XXI, metade dos produtores agrícolas familiares do País ainda usa exclusivamente a enxada como ferramenta de trabalho. O percentual é maior (61%) entre os mais pobres. O levantamento foi realizado pelo professor Carlos Enrique Guanziroli, da Universidade Federal Fluminense (UFF), e demonstra que, entre os agricultores familiares, 36% utilizam energia elétrica e adubos corretivos. O estudo mostra também que 10% dos 4 milhões de produtores familiares estão integrados com o agronegócio. São os chamados muito especializados, que se dedicam a uma única cultura. E são responsáveis por apenas 8,7% da área plantada no Brasil. O uso de novas tecnologias por eles não tem sido estimulado. Para o professor, o Programa Nacional de Apoio a Agricultura Familiar (Pronaf), que destinou quase R$ 12 bilhões a produtores agrícolas de 2000 a 2005, tem como principal deficiência a assistência técnica. "Sem assistência especializada, o produtor não tem a mesma renda e produtividade que são mostradas nos manuais. A realidade da agricultura familiar é completamente diferente da vivida pelas empresas. E os técnicos são formados para a agricultura empresarial, têm uma visão produtivista", diz. Outro ponto negativo do Pronaf, na opinião de Guanziroli, é a dificuldade de gerenciar o recurso de crédito dado ao agricultor. Ao receber os R$ 18 mil do Pronaf, os assentados da reforma agrária, em geral bóias-frias ou favelados urbanos, não aplicam o dinheiro de forma eficiente. "Não usam o insumo correto e não conseguem pagar as dívidas ,pois não têm um resultado positivo", diz.
Evandro Monteiro/Digna -12/02/04
Agliberto Lima/DC
Espaço destinado a agricultura urbana, em Guaianases, São Paulo. Governo dá prioridade ao cultivo familiar.
A Guanzirolli afirma que são necessárias reformas no Pronaf para que agricultores aprendam a usar dinheiro e tecnologia
A mentalidade do agricultor também precisa mudar e deixar de ser centrada apenas na produtividade. "Primeiro, o produtor deveria analisar o mercado. Depois, verificar a tecnologia e, por último, o tipo de crédito a ser usado para financiar essa tecnologia", afirma o professor. Para Guanziroli, o Pronaf, que beneficiou 1,8 milhão de pessoas em 2005 e 14 milhões de pessoas desde seu início, há dez anos, não foca na cadeia
produtiva. O programa deveria ser reformulado para integrar o agricultor a alguma cadeia agroindustrial. Há ainda outros problemas. Segundo Guanziroli, 30% dos que recebem o benefício do programa não são agricultores e desaparecem. "Não há seleção para a distribuição do benefício, nem um monitoramento de como essa verba é usada. O impacto produtivo é duvidoso", diz. Adriana David
Caem gastos com pesquisa
despesa com pesquisa agropecuária, essencial para o aumento da competitividade do agronegócio no País, assim como os gastos com defesa sanitária, foram reduzidos em mais de 30% nos últimos nove anos. Em 1996, o orçamento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que emprega cerca de 2 mil pesquisadores em 37 centros de pesquisa, foi de R$ 1,4 bilhão. No ano passado, caiu para R$ 956 milhões. Além disso, apenas uma pequena parte dessa verba, 10%, foi empregada de fato em pesquisa. O restante foi aplicado em gastos correntes. A maior parte das pesquisas feitas no Brasil só é desenvolvida por meio de convênios com instituições internacionais. A falta de investimento em tecnologia é apenas uma das conseqüências do direcionamento dos gastos públicos pelo governo federal. Segundo levantamento realizado pelos economistas Marcos Jank, Fábio Chaddad e Sidney Nakahodo, os gastos com política agrícola no governo Sarney somaram 5,6% das despesas da União. No governo Lula, não passaram de 1,8%. Nos últimos anos, houve uma migração das despesas com política tradicional para a reforma agrária e a agricultura familiar. No governo Sarney, 94% dos R$ 20,8 bilhões disponíveis iam para a agricultura tradicional e, entre 2003 e 2005, o percentual foi de 55%, de um total de R$ 10,7 bilhões. Foco – Com orientação para dar prioridade para a alocação de recursos no custeio da agri-
Agliberto Lima/DC
O economista Marcos Jank propõe redução de gasto com política agrícola
cultura orgânica ou na conversão da tradicional para a orgânica, o Banco do Brasil tende a conceder mais crédito para os produtores desse segmento. A instituição oferece diversas linhas com taxas de juros de 8,75% ao ano. Mas para quem pretende adotar sistemas de
produção agroecológicos ou que já utilizam sistemas agroecológicos ou orgânicos, há uma linha de financiamento com juros de 3% ao ano. Crédito – O Banco do Brasil, com participação de cerca de 56% do crédito rural nacional, vai oferecer R$ 33 bilhões para s e re m a p l i c a d o s n a s a f r a 2006/2007. Esse montante é R$ 6 bilhões superior ao ofertado na safra passada. Metade desses recursos deve ser usada para o custeio da produção, assim como ocorreu na safra anterior. O percentual destinado a investimento deve ser reduzido de 40% para 25%; e, para comercialização, aumentado de 10% para 25%. Ou seja, haverá uma redução na compra de máquinas, equipamentos e insumos para correção do solo. "O motivo é essa safra ser de recuperação. A ênfase é na comercialização", explica o gerente executivo da Diretoria de Agronegócio do Banco do Brasil, José Carlos Vaz. A liberação de crédito deve ser maior para a agricultura familiar. (AD)
quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
ESPECIAL - 3
DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.ESPECIAL
quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
Escolha o plano, veja suas vantagens tributárias O VGBL é o preferido de quem faz declaração simplificada do IR ou não é tributado na fonte, vantajoso para quem aplica mais de 12% da renda bruta. Contribuições do PGBL podem ser deduzidas do imposto
LUIZ GUERRERO
V
GBL é a sigla para “Vida Gerador de Benefícios Livre” (veja glossário) ou, grosso modo, um tipo de seguro de vida em que se pode acumular recursos para o futuro. Pois esta é a modalidade dentro das dezenas de ofertas da previdência privada que mais cresceu este ano. O volume de novas contribuições em VGBL entre janeiro e setembro deste ano atingiu a marca de R$ 10,2 bilhões, um crescimento de 41,4% na comparação com igual período de 2005. De todos os recursos captados pelo sistema de previdência privada, a modalidade representa 65% do total. A procura por esse tipo de plano reflete, em parte, o momento econômico do País, pois, segundo Osvaldo do Nascimento, presidente da Anapp, entidade que congrega 44 empresas que comercializam planos de previdência e responsável pelo levantamento acima, esse tipo de plano é procurado por quem trabalha na economia informal. As
contribuições para esta modalidade não contam com incentivo fiscal (em outras palavras, não pode ser deduzida da base de cálculo do imposto de renda) e, portanto, é preferida por aqueles que fazem declaração simplificada ou não é tributado na fonte. É vantajoso para quem aplica mais de 12% da renda bruta. A captação desse plano contribuiu em 21,12% no crescimento dos depósitos globais nos planos de previdência - um total de R$ 15,5 bilhões. Quem lidera o ranking das captações é a Bradesco Vida e Previdência, com 38% dos volumes de contribuição. Na simulação de uma aplicação em VGBL pela Brasilprev, tomando-se como base um cidadão de 30 anos que deposita R$ 100 mensalmente, com objetivo de resgatar o investimento aos 60 anos, tem-se uma projeção de renda mensal vitalícia estimada de R$ 1.035,26, considerando-se a rentabilidade de 10% ao ano. Nesse período de trinta anos, a provisão acumulada, sempre de acordo com as estimativas da simulação, será de R$ 185.243,99. O PGBL (Plano Gerador de
Benefício Livre) também apresentou alta nos primeiros oito meses do ano - 4,82%, com o total de recursos captados de R$ 3,216 bilhões. A soma representa 21% do total de contribuições. Os recursos captados pelo PGBL são aplicados em fundos de investimento criados exclusivamente para a concessão de aposentadoria complementar privada. Nesse tipo de plano, os rendimentos líquidos são repassados integralmente aos participantes do plano, embora não haja garantia mínima de rentabilidade. Outra característica é que as contribuições podem ser deduzidas da base de cálculo do imposto de renda, limitado a 12% da renda anual. Segundo o balanço da Anapp, a captação dos planos tradicionais cresceu 5,7%, passando de R$ 187,8 milhões para R$ 198,6 milhões entre setembro de 2005 e setembro de 2006. A entidade ainda destaca o crescimento dos planos individuais, na ordem de 25,9%. Isso representa um volume de contribuições de 80,4%, en quanto os planos corporativos mantiveram-se estáveis, com 15,6% de participação no volume de novas contribuições.
As diferenças entre PGBL e VGBL Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) ou Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL)? Apesar do nome parecido, os dois planos possuem características diferentes
O
primeiro, PGBL, dá desconto de 12% sobre a renda bruta no Imposto de Renda e é, portanto, destinado a quem faz a declaração completa do imposto. Na hora do resgate, o contribuinte paga o tributo sobre o total sacado. A incidência do imposto pode ocorrer de duas formas, seguindo a
tabela progressiva tradicional do IR ou a tabela regressiva, criada em 2005. Na tabela progressiva, que costuma ser mais vantajosa para que está mais próximo da aposentadoria, o imposto é cobrado da seguinte forma. Se a renda mensal total do beneficiário (incluindo todas as fontes de renda) for de até R$ 1.257,12, ele é isento. Se a
renda for de até R$ 2.512,08, a alíquota é de 15% e, se for acima, de R$ 2.512,08, o IR sobe para 27,5%. Na tabela regressiva, quanto mais tempo o investidor deixar o dinheiro aplicado, menor é alíquota a ser paga. A cobrança começa em 35% sobre o saldo, quando o resgate é feito em até dois anos. Caso o saque ocorra entre dois e
quatro anos de aplicação, a alíquota cai para 30%. Com quatro a seis anos de investimento, o Imposto recua a 25%. De seis a oito, para 20%. De oito a dez, para 15%. Acima de dez anos, para 10%. O VGBL tem público alvo maior: quem não declara imposto de renda ou quem faz a declaração simplificada e já desconta 20% sobre a
renda anual. Apesar de não ter o benefício fiscal na hora do resgate, o tributo só atinge o rendimento. O VGBL se parece com um fundo de investimento comum. A vantagem é o tratamento fiscal. Na aplicação comum o imposto mínimo que o investidor vai pagar é de 15%, após dois anos com o dinheiro aplicado. No VGBL, após dez
anos de investimento, a alíquota do imposto cai para 10%. Além disso, no fundo de investimento tradicional o Imposto de Renda, conhecido como “comecotas”, é cobrado a cada seis meses. No VGBL, não pagamento de tributo durante a acumulação, o que turbina os ganhos da aplicação no longo prazo. (FF)
8
Corr upção Planalto Congresso CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
DIPLOMAÇÃO ASSEGURA FORO PRIVILEGIADO
LIVRES, LEVES E SOLTOS! Antonio Cruz / ABr / 31.10.2005
A morosidade do STF é o caminho da roça deles. Everson Tobaruela
Ser deputado é bom, mas vai ser melhor ainda a partir do dia 19, com a diplomação dos eleitos. Daí em diante, vem a superproteção das leis. Milton Mansilha / LUZ / 08.12.2006
Luludi / LUZ / 08.12.2006
Tobaruela: 'poderes próximos'
Silveira: pelo equilíbrio
Sergio Kapustan
E
les tomam posse em 1º de fevereiro, mas a partir do dia 19 – data-limite de diplomação na Justiça Eleitoral – os 513 deputados federais já garantem o privilégio de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Qual é a vantagem de ser julgado lá ? Os processos em andamento na Justiça Comum são paralisados e remetidos aos onze ministros. Como eles estão atolados de processos, ninguém é ameaçado de perder o mandato de forma rápida. O foro privilegiado para deputados e senadores está escrito na Constituição (leia texto abaixo). O problema é que a legislação permite ao advogado impetrar uma série de recursos. É também comum o contato de ministros com deputados. "A morosidade do STF é o caminho da roça deles", resume Everson Tobaruela, presidente da Comissão de Direito Político e Eleitoral da OAB-SP, ao explicar o privilégio à classe política. Dois exemplos – um antigo e outro recente – ilustram bem o caso. Em 2004, depois de quase uma década, foi julgada a ação que reduziu o número de vereadores nas câmaras municipais. O recente ocorreu na semana passada. O Pleno decidiu julgar, depois de oito meses, os 40 deputados denunciados no escândalo do mensalão – suposto pagamento de propina a deputados do PT, PP, PL, PTB e PMDB em troca de votos. Os mensaleiros foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF). Entre os denunciados estão três petistas históricos: José Dirceu, Delúbio Soares e o deputado federal eleito José Genoino. Figuras públicas – Levantamento do site "Congressoemfoco" mostrou que dos 513 deputado federais eleitos em outubro passado, 279 foram reeleitos (54,4%), 41 são de legislaturas anteriores (8%) e 193 se elegeram pela primeira vez (37,6%). Dos reeleitos, pelos menos 55 já respondem a processos ou estão sendo investigados por algum tipo de crime. Há parlamentares acusados de participar do esquema de compra superfaturada de ambulâncias, mensalão e caixa dois do PT. De legislaturas anteriores, destacam-se três deputados paulistas denunciados à Justiça comum e terão agora foro
Caio Guatelli / 03.03. 1999
Alberto Rollo: tramitação em Brasília reduz o número de recursos protelatórios e o julgamento passa a ser mais rápido. Costa Neto: denúncias confirmadas em plenário pela ex-esposa. E reeleito. Roberto Stuckert Filho / AOG / 01.06.2006
Jair Amaral / AOG / 28.11.2006
Palocci: legislação favorável.
Juvenil: livre sob liminar.
privilegiado: Antonio Palocci (PT), Paulo Maluf (PP) e Valdemar Costa Neto (PL). Ex-ministro da Fazenda e dos homens do núcleo duro do presidente Lula, Palocci teve um pedido de prisão preventiva por suposto envolvimento em contratos com empresas de lixo entre 2001 e 2004 e envolveu-se na quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. O pedido de prisão não saiu do papel por causa da legislação eleitoral. A mesma sorte não teve Maluf. Em setembro do ano passado, ele e o filho Flávio foram presos sob a acusação de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e formação de quadrilha. Os dois depois foram soltos. Valdemar Costa Neto re-
nunciou o mandato em agosto do ano passado para não ser cassado. Ele foi denunciado por envolvimento no escândalo do mensalão. Sua ex-mulher, Maria Christina Mendes Caldeira, foi à Câmara confirmar denúncias de recebimento de propina e a compra de um partido nanico. O advogado Alberto Rollo defende o foro privilegiado. Segundo Rollo, ao se diplomar, o candidato passar a ser uma figura pública com obrigações. "Ele passa a ter os mesmos direitos de um deputado em circunstâncias normais", defende. O advogado vê outra vantagem: o julgamento no STF não permite trâmite em primeira instância, que, segundo ele, às vezes tem influência da política local.
Rollo sustenta também que a tramitação em Brasília reduz o número de recursos protelatórios. "O processo pode demorar para subir, mas depois não cabe mais recurso", explica. O advogado Hélio Silveira reforça que os deputado e os ministros do STF são lideranças de dois poderes. Cabe aos dois se fiscalizarem. "Os representantes do Congresso Nacional devem ser julgados por juízes experientes. Discordo de quem defenda que eles sejam julgados em primeira instância. Isso representa o equilíbrio dos poderes". Silveira afasta a possibilidade de haver influência política nas decisões do Supremo. "Se há o problema de morosidade no STF, ele se deve à estrutura de funcionamento do Poder Judiciário". Especialistas observam que as nomeações no STF são políticas. Cabe ao presidente da República indicar os nomes, o que torna o ExecutivoJudiciário dependente da política e com influência no Legislativo. Everson Tobaruela admite aproximação dos poderes. Ele diz, no entanto, que as decisões do Supremo são técnicas. "As indicações no STF são políticas e isso é público. Pode existir pressão política em alguns momentos, mas o julgamento das matérias é técnico", garante ele.
em 6,5 milhões de reais, ele PRISÃO? SÓ EM solto na quinta-feira à FLAGRANTE DE CRIME foi noite por meio de um habeas INAFIANÇÁVEL. corpus e deverá ser
A
lém do foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF), o candidato diplomado só pode ser preso em caso de flagrante em crime inafiançável. É o que está escrito no artigo 53 da Constituição: "Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável”. Ou seja, enquanto não forem diplomados, os deputados, senadores e governadores eleitos continuam sujeitos às penalidades da lei, como qualquer cidadão, podendo inclusive ser presos. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o advogado e deputado federal eleito Juvenil Alves (PT-MG), acusado de fazer parte de um esquema de desvios e fraudes financeiras que somam mais de R$ 1 bilhão. Ardoroso apreciador de cavalos manga-larga e dono de um patrimônio estimado
diplomado no dia 18 na Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Com isso, ele não poderá mais ser preso. A Procuradoria Eleitoral do estado já recorreu da decisão que cassou a liminar que suspendia a diplomação do petista. Outra prerrogativa dos parlamentares é a de que, recebida a denúncia contra senador ou deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o STF dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, suspender o andamento da ação. Sob as bênçãos da Carta Magna, a diplomação torna deputados e senadores invioláveis civil e penalmente, "por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos". Coisa inacessível aos brasileiros que os elegem na expectativa de que cumpram os seus mandatos de forma exemplar e sem máculas éticas.
quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.ESPECIAL
quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
Renda extra e boa saúde na velhice? Então aplique já
Previdência, a melhor poupança para o seu filho
Um fator decisivo para a grande procura pelos planos privados é a preocupação com a saúde. A depender do plano escolhido, é mais vantajoso aplicar na previdência privada do que nos planos convencionais de saúde
É cada vez maior o número de pais que investem num plano de previdência privada para os filhos. E a grande preocupação é o custeio das despesas com educação. O beneficiário poderá sacar a partir dos 21 anos de idade
O
Jose Luis da Conceição/AE/02/05/2005
A
definição é simples: previdência privada, ou complementar, é uma reserva de dinheiro para ser usada no futuro como renda extra ou complemento da aposentadoria. Quem elege esse tipo de investimento paga mensalidades fixas a serem definidas pela instituição e define quanto vai receber de benefício depois de um determinado período de tempo. As contribuições também podem ser semestrais ou anuais. Mas quem faz esse tipo de plano? “As classes média e média alta”, responde o diretor da Associação Nacional da Previdência Privada, Anapp, Osvaldo do Nascimento. A explicação é simples: o benefício máximo pago hoje pela previdência social não chega aos R$ 2,7 mil por mês, renda insuficiente para que o segurado mantenha o padrão
de vida quando parar de trabalhar. A média de contribuição é R$ 100 por mês e a faixa etária do contribuinte padrão é de 30 anos: “A média etária vem baixando por causa da grande procura pelos planos de previdência para crianças”. Esse tipo de plano tem desviado boa parte dos recursos que os pais aplicavam em cadernetas de poupança por ter maior rendimento. Além da falência da previdência social, outro motivo que leva uma pessoa a abrir um plano privado é o aumento da expectativa de vida, em torno dos 75 anos. “E aqui encontramos um fator decisivo para a grande procura pelos planos privados: a preocupação com a saúde”, afirma o executivo. A depender do plano escolhido, explica Nascimento, é mais vantajoso aplicar na previdência privada que nos planos convencionais de saúde:
“Quanto mais idosa a pessoa fica, maior o valor a ser pago para os planos de saúde, enquanto na alternativa da previdência privada as mensalidades são fixas e parte da aplicação pode ser abatida do imposto de renda.” Esta modalidade de aplicação, no entender da Anapp, deve ser o grande filão das instituições. De acordo com levantamento da associação, até setembro deste ano o crescimento de planos individuais de todas as modalidades comparado ao mesmo período de 2005 teve crescimento de 9,5%: foram computados exatos 7.782.019 planos até setembro de 2006. O número de beneficiários do sistema, no entanto, registrou queda de 33,4%: até setembro deste ano, eram 194.228 beneficiários, ante 291.591 até agosto de 2005. (LG)
s planos de previdência para menores representam hoje apenas 4% do total de aplicações, bem atrás dos planos convencionais (81%) e da previdência patrocinada pelas empresas (15%). Mas a tendência é que esse investimento ganhe força futuramente, no entender dos analistas da Anapp. Os dados divulgados pela Bradesco Vida e Previdência comprovam a tendência: apenas em outubro, a instituição captou R$ 151,9 milhões com o “Prev Jovem”. O número é significativo, pois representa volume maior que o total de captação feita de janeiro a setembro deste ano (R$ 146,7 milhões) e perfaz crescimento de 166% em relação ao ano passado. A Brasilprev Seguros e Previdência lidera o ranking das seguradoras com maior captação neste tipo de plano, seguida pela Bradesco e pela Itaú. Em qualquer instituição, o mecanismo é semelhante: o plano é contratado para menores até 20 anos por um responsável financeiro com idade entre 14 e 69 anos. Os pagamentos podem ser mensais, trimestrais, semestrais ou anuais e também é possível fazer aportes esporádicos quando o orçamento doméstico permite para aumentar o rendimento das aplicações. Outra possibilidade é fazer aplicação única - a Brasilprev aceita esta condição desde que o valor mínimo seja de R$ 3 mil, mas nesse caso não há cobertura da pensão. Na Brasilprev, as contribuições partem dos R$ 25 mensais para quem optar pelo plano Júnior VGBL e de R$ 50 mensais para quem eleger o Júnior PGBL. O primeiro caso é indicado para quem declara Imposto de
Milton Fukuda/AE
Renda no formulário simplificado, pois os valores investidos não podem ser deduzidos da base de cálculo do imposto. Na hora do resgate ou do recebimento da renda, no entanto, os impostos incidirão somente sobre os rendimentos do plano. O plano PGBL atende quem tem filhos menores de idade como dependentes na declaração do Imposto de Renda - portanto, indicado para quem preenche o formulário completo, já que todas as contribuições podem ser deduzidas da base de cálculo até o limite de 12% da renda bruta anual, desde que o interessado também contribua para a previdência social. A tributação ocorre no momento do resgate. Em simulação feita no site da instituição, quem tem 30 anos e aplicar R$ 50 mensais no Plano Júnior PGBL para uma criança com menos de 1 ano estará garantindo renda mensal vitalícia estimada de R$ 2.590,03 ao beneficiário quando este completar 50 anos de idade, considerando-se uma rentabilidade de 10% ao ano. Aos 21 anos, sempre de acordo com a simulação, o beneficiário terá provisão acumulada de cerca de R$
32 mil. No caso do plano Júnior VGBL (e mantendo-se o perfil do aplicador), um aporte mensal de R$ 25 garantirá ao beneficiário aos 50 anos de idade renda mensal vitalícia estimada de R$ 1.410, com provisão acumulada estimada aos 21 anos de idade de R$ 17.216. “É a melhor maneira de fazer poupança para o filho”, afirma o presidente da Anapp, Osvaldo do Nascimento. Com base nas pesquisas da entidade, ele diz que a tendência verificada entre os clientes desse tipo de plano é a diversificação do investimento: muitos sacam parte dos rendimentos da caderneta de poupança para abrir um plano para seus filhos, mas mantém a aplicação na caderneta, mesmo que os rendimentos tenham deixado de ser tão atraentes. A maior preocupação de quem faz um plano de previdência, cujo beneficiário poderá sacar a partir dos 21 anos de idade, é o custeio das despesas de educação: quase sempre os pais pensam nos custos da universidade e nos cada vez mais comuns intercâmbios estudantis no Exterior. (LG)
quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
1 Economistas alertam para o elevado endividamento dos consumidores no final de 2006
ÍNDICE DE CONFIANÇA SUBIU PARA 145 PONTOS EM NOVEMBRO, MELHOR RESULTADO DESDE ABRIL DE 2005
CONSUMIDOR ENDIVIDADO, MAS OTIMISTA
A
A maioria dos entrevistados confiança do consumidor brasileiro mostrou sinais de temor quanmelhorou em no- to ao emprego e intenção de vembro, segundo pagar suas dívidas vencidas apurou o Índice Nacional de antes de investir o dinheiro na Confiança ACSP/Ipsos. Ela- poupança. Já as intenções de borado pela Ipsos Public Af- compra se mostraram estáveis fairs para a Associação Comer- para os próximos 30 dias, com cial de São Paulo (ACSP), o in- ligeiro crescimento para roudicador revela que o otimismo pas, geladeiras e celulares. Paulistanos – Alfieri destaaumentou de 144 pontos em outubro para 145 em novem- cou que, apesar dos números bro, nível maior que o de janei- favoráveis em novembro, nos próximos ro, com 130 meses o otipontos. mismo pode As regiões se transforN o r t e / C e nmar em pestro-Oeste tisimismo. veram os mePrevisão conl h o r e s í n d ipontos foi o índice de firmada pelo ces, embora confiança do Índice de tenham regisConfiança do trado uma consumidor em Consumidor queda em repesquisa da (ICC) da Fel a ç ã o a o n úderação do m e r o a n t eACSP/Ipsos em Comércio do r i o r, d e 1 7 0 novembro, melhor Estado de para 151 ponresultado do ano São Paulo tos. A região (FecomercioS u d e s t e a uSP), também mentou de 142 pontos em outubro para divulgado ontem. A pesquisa, 150 em novembro, e a região realizada nos primeiros dias Sul manteve o patamar mais de dezembro, revelou que o indicador apresentou o pior rebaixo, com 124 pontos. Segundo o economista Emí- sultado do ano: atingiu 127,7 lio Alfieri, do Instituto de Eco- pontos, marca 5,1% menor que nomia Gastão Vidigal, da a verificada no mês anterior. O presidente da FecomerACSP, o índice mostra melhora na confiança, apesar dos dados cio-SP, Abram Szajman, acreatuais da economia não serem dita que a aceleração no prefavoráveis. "O crescimento foi ço dos alimentos e a alta nos tímido, mas suficiente para ba- preços das passagens de ôniter o recorde. O INC atingiu o bus e metrô contribuíram pamaior resultado desde abril do ra o resultado negativo. ano passado", afirmou Alfieri. Vanessa Rosal
145
Varejo vende 3,7% mais em ano 'pífio'
O
ano de 2006 foi um período "pífio" para o comércio, segundo definição do diretor executivo da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), Ant o n i o C a r l o s B o rg e s . D e acordo com a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), realizada pela entidade, o faturamento real do varejo crescerá 3,7% no período – 0,9 ponto percentual acima da receita real do varejo em 2005. Consultas aos serviços da Associação C o m e rc i a l d e S ã o P a u l o (ACSP), indicam que o varejo poderá fechar 2006 com expansão ao redor de 4%. A performance de vendas indicada pela FecomercioSP, relativa às vendas na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), leva em conta números estimados para dezembro. E eles sinalizam um Natal magro neste ano, com crescimento de 1% no faturamento geral do comércio, na comparação com a base do ano passado. Já o varejo de pequeno porte terá um ano melhor. Micros e pequenas empresas devem fechar 2006 com faturamento real acima da média
do setor, de 3,7%. De acordo com estimativas da Fecomercio-SP, sua expansão sobre 2005 poderá chegar a 8%. ACSP – "O pequeno varejo voltou a ser a dispensa da classe média", comenta o economista Emilio Alfieri, do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação C o m e rc i a l d e S ã o P a u l o (ACSP). "As micros e pequenas empresas perderam muito terreno nos últimos anos", lembra Alfieri. Com a estabilidade econômica, passaram a ser alternativa conveniente ao consumidor, que voltou a comprar em quantidades menores e em lugares mais próximos. "Os preços entre os vários estabelecimentos não são muito diferentes." Alfieri explica que os indicadores da ACSP – Serviço Central de Proteção ao Crédito e Usecheque – também sinalizam um "Natal de movimento morno para o varejo", com crescimento de 4% a 5% sobre igual período de 2005 – "mais para 4%", ressalva. Os índices superiores, em relação aos números da Fecomercio-SP (relativos ao faturamento), refletem exatamente o melhor desempenho do pequeno varejo, com ven-
das de produtos de menor valor, compara Alfieri. Endividamento – Sob o Natal morno esperado para este ano está, segundo análise do diretor da Fecomercio-SP, Antonio Carlos Borges, um consumidor que se viu favorecido pelo crescimento do rendimento (em especial consumidores de baixa renda), inflação estável, maior oferta de crédito. Esses aspectos positivos não tiveram, no entanto, reflexos no crescimento. "Grande parte das vendas, hoje, está estruturada sobre crédito. Isso traz um custo e limites à expansão", diz Borges. O brasileiro está endividado. A pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Fe-
comercio-SP, indica que 61% dos consumidores de dezembro têm débitos – 43% com dívidas atrasadas. "É um endividamento forte, com prazos longos; 36% das pessoas acham que não poderão pagar o que estão comprando", comenta Borges. "A inadimplência não está crítica como em 1998 e 1999, mas precisa ser olhada com um sinal amarelo, de alerta", reforça Alfieri, da ACSP. Ela tende a cair em dezembro, mas o reflexo do endividamento deverá trazê-la a patamares mais altos a partir do Carnaval de 2007, analisa. Esse cenário leva os economistas a projetar um 2007 mais difícil para o comércio. Fátima Lourenço
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quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
Inovação, a arma dos bancos para atrair clientes Na Caixa Econômica Federal, por exemplo, a taxa de carregamento é zerada quando o saldo aplicado atinge R$ 100 mil. Mas todos os produtos lançados pelos bancos vêm com grandes atrativos para os clientes Rogério Albuquerque/AFG
A
ESPECIAL - 7
s seguradoras inovam cada vez mais para atrair a clientela num segmento disputado como este da previdência privada. Coberturas adicionais de risco, redução de taxas conforme o valor aplicado, garantia de rentabilidade mínima, pontuação no cartão de crédito e serviços de assistência residencial 24 horas estão entre as facilidades que as empresas oferecem como diferencial para conquistar mais investidores. E a diversificação não pára nisso. Os valores mínimos para aplicação nos planos de previdência caíram, para que caibam em todos os tipos de bolso. Com valores a partir de R$ 150 por mês o cliente já pode começar a investir para garantir uma aposentadoria mais tranqüila no futuro. Existe também flexibilidade para realizar os aportes, que podem variar de valor ao longo do tempo. Além disso, os depósitos podem ser suspensos, temporariamente, em caso de dificuldade do investidor em manter as aplicações mensais. Uma das empresas que trabalha com um produto diferenciado para atrair a clientela é a Sul América. Em agosto, a seguradora lançou o plano “Prev 10”. O grande diferencial em relação ao oferecido pelo mercado é a garantia de rentabilidade mínima, da variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais 3% ao ano. Nos tradicionais planos PGBL e VGBL não existe garantia de rendimento para o participante. O produto tem contribuição única mínima de R$ 20 mil, carência de dez anos e um seguro de vida incluído (pecúlio) de valor igual ao da contribuição. “Temos uma família de produtos para oferecer para cada tipo de cliente”, afirma Renato Russo, vice-presidente da Sul América
José Paulo Lacerda/Pixel
Renato Russo ( vice-presidente da Sul América Vida e Previdência), Fábio Alcuri ( gerente de marketing da Caixa Vida e Previdência) e Fábio Colombo (administrador de investimentos): inovações para engordar a previdência privada dos bancos
Vida e Previdência, ressaltando que o Prev 10 é destinada ao público de alta renda. Na visão de Russo, muitos clientes chegam ao final do ano sem ter destinado os 12% da renda para os planos de previdência e acabam não usando totalmente o benefício fiscal permitido pela legislação. De acordo com Russo, as vendas da Sul América devem crescer 40% este ano, com a receita de contribuição atingindo R$ 200 milhões. Outra instituição que inovou para conquistar mais investidores foi o Santander Banespa. O banco lançou uma promoção para que o valor aplicado possa ser usado como pontuação no programa de afinidade do cartão de crédito do banco. Assim, conforme o cliente aplica mais recursos ele ganha pontos que podem ser trocados por produtos ou passagens aéreas, por exemplo. Na Caixa Econômica Federal, faz parte da estratégia para atrair o cliente a redução da taxa de carregamento, que pode cair para 0%. “Quando o saldo aplicado atinge R$ 100 mil, deixamos de cobrar a taxa”, afirma Fábio Alcuri, gerente de marketing da Caixa Vida e Previdência. A taxa de carregamento, que incide sobre o valor da contribuição, começa em 5% e vai sendo reduzida conforme o volume do plano vai aumentando. Segundo Alcuri, a receita de contribuição com os planos PGBL e VGBL da Caixa subiu 15% este ano entre janeiro e novembro, atingindo volume de R$ 1,2 bilhão. Também para ter um diferencial para oferecer à clientela, a Icatu Hartford agrega os serviços de assistência residencial 24 horas e também um programa que possibilita que o cliente tenha descontos em preços de remédios ao comprar em redes de farmácias credenciadas pela seguradora. Na Brasilprev, a aposta para conquistar o cliente é a segmentação tanto dos
produtos quanto do atendimento. “É importante não só reconhecer as necessidades dos clientes, mas criar soluções específicas para cada tipo de investidor”, diz Marco Barros, superintendente comercial da empresa de previdência do Banco do Brasil. Nesta estratégia, a Brasilprev criou planos customizados para o público de alta renda do banco: “Temos de ter uma visão holística do cliente. E a questão do benefício fiscal contribuiu muito para as vendas no segmento private (clientes milionários)”. A receita da Brasilprev com venda de planos subiu 22% até outubro, atingindo R$ 2,12 bilhões. Segundo o administrador de investimentos, Fabio Colombo, antes de fazer um plano de previdência privada o cliente deve observar vários aspectos. Primeiro, é preciso saber que tipo de declaração de Imposto de Renda ele faz. Se a pessoa declara pelo modelo completo, o PGBL é o produto mais adequado. Isso porque o produto permite que o contribuinte deixe de pagar IR sobre até 12% da renda bruta anual. Se declaração é feita pelo modelo simplificado, o VGBL é a melhor opção. Outro ponto que precisa estar claro na cabeça do investidor é o prazo de investimento. É preciso ter segurança de que aquele recurso não será usado no curto prazo, para que os benefícios fiscais realmente sejam efetivos. “Se parar no meio do caminho, a punição é grande”, afirma Colombo. Em um VGBL, por exemplo, se o cliente resgatar a aplicação depois de seis meses, ele paga 30% de IR, ante 22,5% que pagaria se tivesse aplicado os recursos em um fundo de investimento tradicional. Caso deixe os recursos por mais de dez anos na aplicação, a alíquota do Imposto será de 10% no VGBL, ante 15% na aplicação comum. (FF)
Everton Ballardin/AE
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Nacional Empresas Comércio Exterior Finanças
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quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
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PETROBRAS POSSUI CONCESSÃO EM 287 BLOCOS
bilhões de dólares deverão ser investidos no Golfo do México entre 2007 e 2011
EMPRESA CONSEGUIU AUTORIZAÇÃO INÉDITA PARA INSTALAR PLATAFORMA FLUTUANTE NA REGIÃO
PETROBRAS ATUA NO GOLFO DO MÉXICO
A
Petrobras informou ontem que recebeu autorização para instalar uma plataforma flutuante (FPSO) nos campos de Cascade e Chinook, no lado norte-americano do Golfo do México. A aprovação, inédita na região, foi dada pela Mineral Management Service (MMS), agência do governo dos Estados Unidos subordinada ao Departamento do Interior, que administra os recursos de petróleo, gás natural e outros minerais na plataforma continental marítima daquele país, informou a estatal brasileira em nota. "A aplicação de novas tecnologias pela Petrobras possibilitará o desenvolvimento mais acelerado dos campos, em fases, com início de produção previsto para 2009", informou a Petrobras. Operação – A Petrobras é a operadora nos campos de Cascade e Chinook com participações de 50% e 66,7%, respectivamente. A empresa Devon Energy Corporation possui o restante da participação em Cascade e a Total E&P USA, uma subsidiária da Total, possui 33,33% de Chinook. O plano de desenvolvimento prevê a instalação e opera-
ção da plataforma do tipo Floating Production, Storage and Offloading (FPSO) em profundidade de água de aproximadamente 2,5 mil metros. Na primeira fase, dois poços submarinos em Cascade e um em Chinook, cada um com aproximadamente 8,2 mil metros de profundidade, serão interligados. O escoamento da produção de óleo e gás será por navio aliviador e gasoduto, respectivamente. Novos poços poderão ser interligados em função do comportamento dos reservatórios. Novas técnicas – "A Petrobras propôs a utilização de seis novas tecnologias ainda não aplicadas no setor americano do Golfo do México, incluindo FPSO com turret desconectável, que permite a sua remoção durante a passagem de furacões e outras intempéries", disse a empresa. As outras tecnologias são o transporte de óleo por navio aliviador, bombas submersas, risers auto-sustentáveis, estacas torpedo e linhas de ancoragem de poliéster. Em toda parte norte-americana do Golfo, a Petrobras possui a concessão de 287 blocos e prevê investimentos de US$ 2,7 bilhões entre 2007 e 2011. (Reuters)
COMUNICADO TERRA PRETA REFORMADORA, COMÉRCIO DE PNEUS E COMPONENTES AUTOMOTIVOS LTDA. inscrita no CNPJ (MF) 06.198.433/0001-80, estabelecida na Av. Industrial, nº 100 - Bairro Terra Preta, no município de Mairiporã, no Estado de São Paulo, torna público que foi furtado o TALÃO DE NOTA FISCAL, MODELO 1, SÉRIE 2, NUMERAÇÃO 7901 a 7950, totalmente em branco, que se encontrava no interior do veículo furtado, marca Volkswagem, modelo GOL, placa BOG4206, conforme boletim de ocorrência nº 9972/2006, de 04/12/2006, na 10º D.P. Penha de França.
EUA evitam negociações com Mercosul
Conflitos travam acordos de livre comércio
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Para analistas, com ou sem Mercosul, União Européia vai cortejar o Brasil
O
livre comércio mundial não é apenas necessário, mas inevitável. Enquanto os Estados Unidos (EUA) aceleram os acordos bilaterais mundo afora, a União Européia (UE) poderá mudar a estratégia atual de buscar fechar acordos multilaterais. Basta a Rodada de Doha falhar, ou as divergências internas em alguns blocos, como, por exemplo, o Mercosul, emperrarem as negociações. "Nesse caso, o Brasil vai ser cortejado pela UE, com ou sem Mercosul", disse ontem Guilherme Mattar, coordenador da área de Inteligência Comercial da São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que representou o Brasil no de-
bate em outubro passado, sobre livre comércio, em Bruxelas, promovido pela Fundação Friedrich Naumann. "Por isso a importância de a iniciativa privada brasileira debater esse tema e levar suas teses ao governo federal o quanto antes, pois será ele quem vai fechar esses acordos internacionais", alertou Mattar, durante a última reunião deste ano da Comissão de Comércio Exterior (CCE), da ACSP. Para ele, os países e blocos emergentes tendem a ter maior peso no comércio mundial, sobretudo quando EUA e UE travam uma batalha para aumentar seus parceiros. Guilherme Mattar lembrou que não é mais possível ignorar o avanço do livre comércio
mundial. "Ele se tornou inevitável", enfatizou. Além disso, nos países desenvolvidos esse processo já está mais avançado e lá o setor privado tem uma forte influência nas decisões governamentais. O coordenador da CCE, Renato Abucham, reconheceu que o tema é complexo, "porque envolve muitos conflitos de interesses nas negociações". Abucham, contudo, observou que os países desenvolvidos têm tido pressa em fechar acordos comerciais internacionais, sobretudo, em função do crescente avanço da China na economia mundial. "E podemos notar que os países mais prósperos são os que abriram suas economias", afirmou. Sergio Leopoldo Rodrigues
presença do presidente venezuelano Hugo Chávez no Mercosul impede que os Estados Unidos tenham qualquer pretensão política de retomar a idéia de um acordo comercial com o bloco. Além disso, segundo o vicerepresentante de Comércio dos Estados Unidos, John Veroneau, não há dúvidas de que os novos acordos negociados por Washington incluirão temas como padrões trabalhistas e critérios ambientais. Mas a o principal problema é mesmo Chávez. No início do governo Lula, a crise na Alca fez com que o Brasil indicasse a intenção de partir para uma negociação entre o Mercosul e os Estados Unidos. Mas, hoje, com a presença da Venezuela no bloco, um alto funcionário de comércio do USTR (órgão de comércio exterior da Casa Branca) avisou: "Não há nem como pensar politicamente na possibilidade agora de um acordo com os cinco (países do Mercosul)." (AE)
CONVOCAÇÕES ABRALIMP - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO MERCADO INSTITUCIONAL DE LIMPEZA
ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA - CONVOCAÇÃO Nos termos do artigo 26 do Estatuto Social, ficam os Associados da ABRALIMP - Associação Brasileira do Mercado Institucional de Limpeza convocados por este Edital para se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária, a realizar-se em 19 de dezembro de 2006, em sua Sede, situada na Rua Henrique Monteiro, n.º 234 - conj. 31/32, em São Paulo, às 17:00 horas, em primeira convocação, ou às 18:00 horas, em segunda convocação e com qualquer número de presentes, para deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: 1. Aquisição da Sede Própria para a Abralimp; 2. Assuntos Gerais. São Paulo, 11 de dezembro de 2006. João Gustavo Haenel Filho - Presidente.
ATAS
EDITAL
EXTRAVIO DE DOCUMENTOS DECLARAÇÃO DE EXTRAVIO DE DOCUMENTO
(a que se refere o item do parágrafo 2º do artigo 1º da Portaria CAT. 17/2006) Eu, Ricardo Dratcu, portador do RG nº 12.754.127 SSP/SP e do CPF nº 064.650.518-18, empresário, residente e domiciliado à Rua Maffei Vita, 408 - Jd. Europa - São Paulo/SP, CEP 04455-070, declaro ter extraviado os seguintes documentos: Nota Fiscal 2142 (1ª e 2ª Vias) de 26.10.2006 da Empresa “Ricardo Dratcu Embalagens-EPP”, estabelecida à Av. do Cursino, 3196, Vila Morais, São Paulo/SP, CEP 04132-002, com Inscrição Estadual nº 112.014.164.118 e CNPJ/MF sob nº 58.718.065/0001-57, extraviada em 30.10.2006 na entrega da Transportadora. Assumo inteira responsabilidade civil e criminal por esta declaração, estando ciente das penas do crime de Falsidade Ideológica (artigo 299 do Código Penal Brasileiro) e sua eventual subsunção ao crime contra ordem tributária (artigos 1º e 2º da Lei 8.137/ 90). Ricardo Dratcu.
FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 12 de dezembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:
Requerente: Magda Helena Ribeiro de Navarro Dumont Rocha - Requerido: Status Hotéis Club - Avenida Paulista, 491 - 2º andar - conjunto 21 - 1ª Vara de Falências Requerente: Reghimix Concreto Ltda. - Requerido: Coneng Engenharia e Tecnologia Ltda. - Rua Mateus Grou, 56 2ª Vara de Falências Requerente: Locar Transportes Técnicos e Guindastes Ltda. Requerido: IPS Port Systems Ltda. - Rua Alexandre Dumas, 2.220 - 5º andar, conjs. 51 e 53 - 2ª Vara de Falências Requerente: Sintermax Ltda. - Requerido: Empório Bothanico Ltda. - Rua Tapuias, 534 - 1ª Vara de Falências
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
1 A legislação municipal cerceia o direito de livre iniciativa e de concorrência e suprime uma atividade econômica lícita.
Outdoors: ACSP vai hoje à Justiça A ACSP entra com mandado de segurança para tentar obter liminar, alegando que a lei Cidade Limpa é inconstitucional Newton Santos/Hype - 04-02-2004
Ó RBITA
Rejane Tamoto
MAIS 19 ANOS
A s s o c i a ç ã o C omercial de São Paulo (ACSP) entra hoje com um mandado de segurança contra a lei Cidade Limpa, do prefeito Gilberto Kassab, que proíbe todo o tipo de publicidade exterior e estabelece regras rígidas aos anúncios indicativos do comércio da cidade. "Entramos com o mandado de segurança hoje e esperamos obter uma liminar contra a lei", disse o superintendente jurídico da ACSP, Carlos Celso Orcesi. A instituição entra na Justiça sob alegação de que a lei Cidade Limpa é inconstitucional. Além disso, a ACSP questionará a competência da Prefeitura para legislar sobre o comércio, assunto que compete à União. A legislação municipal, regulamentada no último dia 6, cerceia o direito de livre iniciativa e de concorrência e suprime uma atividade econômica lícita. O objetivo da entidade é suspender os efeitos inconstitucionais da lei aos seus mais de 30 mil associados. Lei - De acordo com a lei Cidade Limpa, até o dia 31 de março o comércio terá de trocar os anúncios indicativos das fachadas. O tamanho máximo de um anúncio de um estabelecimento de até 10 metros de testada (frente) é de 1,5 m². Se a frente do imóvel tiver de 10 a 100 metros, os indicativos devem ocupar até 4 m² do espaço. Acima de 100 metros, serão permitidos dois indicativos de 10 m² cada. Além disso, o comércio terá de retirar anúncios de liquidação (faixas e banners) das vitrines. Só serão permitidas propagandas que estiverem a mais de um metro para dentro da loja. O comerciante que não estiver dentro das novas regras, a partir de abril de 2007, será multado em R$ 10 mil por anúncio irregular. Além disso, se o anúncio tiver mais do que 4 m², o valor da multa cresce R$ 1 mil por m². A multa pode ser reaplicada, ainda, a cada 15 dias até a regularização ou remoção do indicativo. Para Orcesi, esse ponto da lei representa uma séria infração à Constituição, porque tornará irregular todo o comércio legal que arcou com os gastos para se adaptar à legislação anterior. Além disso, o superintendente jurídico da ACSP considera que o impacto econômico da lei é grande, e que as multas abusivas podem levar pequenas empresas à falência. Outra entidade que repre-
traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho O Beira-Mar, foi condenado
pelo juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, da 1.ª Vara Criminal de Bangu, a 19 anos de prisão e 300 dias-multa pelos crimes de extorsão e associação para o tráfico. Ele está preso no presídio federal de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná. Beira-Mar já tinha pelo menos duas outras condenações: a 21 anos de reclusão, pelo crime de tráfico, em Cabo Frio; e a 12 anos por um processo em Belo Horizonte. O Tribunal de Justiça do Rio não soube informar, oficialmente, quantas condenações BeiraMar já teve no estado e a soma de suas penas. (AE)
PIRATARIA Superintendência da Receita Federal em São A Paulo e a Secretaria da
Fazenda do Estado, com o apoio da PM, apreenderam ontem duas toneladas de produtos pirateados, avaliados em R$ 700 mil, no Centro da capital paulista. Entre as mercadorias estão câmeras e filmadoras digitais, eletrônicos, perfumes, brinquedos, relógios, roupas e óculos. Os alvos da Operação Tornado foram lojas e boxes do Shopping São Paulo, na altura do nº 580 da rua Florêncio de Abreu, na região da 25 de Março. A ForçaTarefa da operação envolveu 120 agentes. (Agências)
GIr Agendas da Associação e das distritais
Sexta
I Santo Amaro – A distrital,
em parceria com a Subprefeitura e o Sesc, realiza o espetáculo Presépio Vivo, do Grupo Camilo Torres, com o Coral da Terceira Idade da Casa da Cultura de Santo Amaro, projeto fazendo arte na escola, Coral com 120 crianças da Prefeitura de Taboão da Serra, regido por Marcos Lucatelli, pianista Letícia Rodrigues e direção cênica de Reynaldo Puebla e Pamela Duncan. Às 15h, Paço Cultural Julio Guerra, praça Floriano Peixoto.
NYT destaca polêmica
A
O
Funcionário faz manutenção de outdoor na Paulista. Retirada desse tipo de mídia deve ser feita até dia 31.
senta o comércio, o Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas), estuda uma medida judicial contra a lei Cidade Limpa. A entidade deve ingressar com uma ação na Justiça amanhã. Pu blic idad e - Para as empresas de mídia exterior, a lei Cidade Limpa é mais radical e determina um prazo ainda menor, o próximo dia 31, para a retirada de todos os anúncios (outdoors, backlights, frontlights e painéis) da cidade. O Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior de São Paulo (Sepex) aguarda uma resposta da Justiça para um recurso que pede a suspensão da lei, após derrota em primeira e segunda instância. A maioria dos cerca de 55 associados do sindicato, porém, deve ingressar com ações isoladas na Justiça, principalmente movidos pela vitória de uma empresa do segmento. Na semana passada, a Publitas Mídia Exterior conseguiu uma liminar que suspendeu os efeitos da lei municipal e que impede a retirada dos anúncios pela Prefeitura ou que a mesma imponha penalidades ao descumprimento da lei. Passeata - Hoje, os funcionários de cerca de 40 empresas do segmento de publicidade exterior organizam uma passeata contra a lei Cidade Limpa. A categoria é uma das principais prejudicadas pela legislação municipal, que deve provocar a demissão de cerca de 20 mil pessoas. Vestidos de preto, os manifestantes prometeram p a r a r a c i d a d e n o
horário de pico. A partir das 8h, do vão livre do Masp, eles devem seguir em direção à Prefeitura, no Centro, pela rua da Consolação. Na outra ponta, cerca de 30 carros utilizados no serviço de colagem de outdoors devem seguir em carreata pelas avenidas Brigadeiro Luís Antônio e 23 de Maio, também rumo à Prefeitura. A programadora de mídia e uma das organizadoras da manifestação, Talita Rabay, disse que espera a presença de funcionários de empresas de mí-
dia externa de outros estados brasileiros, como Minas Gerais. "A maioria das empresas do setor não estará em funcionamento. Cada uma delas terá apenas um funcionário para atender os telefones", disse. Um dos empresários do setor que apóia a manifestação, Enrico Cirillo, da Office Mídia, disse que o impacto da lei transcende o fechamento da empresa em São Paulo. "Teremos de fechar uma filial em Curitiba porque a sustentação da empresa está em São Paulo", afirmou Cirillo.
s argumentos favoráveis e contrários à lei Cidade Limpa foram o destaque de uma reportagem do jornal The New York Times, publicada ontem. Em alusão à retirada de todos os anúncios da cidade, o autor da matéria, Larry Rohter, afirmou que em 2007 "a metrópole moderna planeja apertar o botão 'deletar tudo1 e oferecer uma visão limpa de suas ruas". A matéria expõe a defesa da Cidade Limpa, feita por arquitetos e urbanistas que acreditam que, sem anúncios, a cidade se aproximará de um ideal urbano imaginado. Em entrevista, o prefeito Gilberto Kassab explicou que outras legislações não surtiram efeito: "Já que é difícil determinar o que era ilegal, decidimos começar do zero", disse Kassab. A reportagem também aponta os argumentos contrários à lei. A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e as empresas do segmento de publicidade externa alegam que a legislação desrespeita o domínio da lei e prejudica as regras de uma economia de mercado. "Vivemos numa sociedade de consumo e a essência do capitalismo é a disponibilidade de informações sobre os produtos", disse Marcel Solimeo, economista-chefe da ACSP, à reportagem do The New York Times. Solimeo disse que São Paulo terá sua vida urbana reduzida com a extinção dos anúncios - "Como Nova York sem a Times Square ou Tóquio sem Ginza", afirmou o economista da ACSP ao The New York Times.
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8 -.ESPECIAL
quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
Fidelidade, o lucro dos bancos com a previdência Como a previdência é uma relação de longo prazo, clientes dos bancos acabam fazendo um seguro, investem em um fundo de investimento, têm um cartão de crédito, etc. Mas o retorno só com a previdência é grande também
F
Ricardo Padue/AFG
idelidade é o principal ponto de interesse que os bancos buscam ao vender planos de previdência privada para os seus clientes. Além das receitas com as taxas cobradas pelo serviço e pela administração dos recursos, os bancos vêem no PGBL e no VGBL - aplicações que podem durar algumas décadas uma maneira de criar um relacionamento de longo prazo com o investidor. E um cliente fidelizado costuma comprar mais de um produto do banco. Ou seja, além da previdência, o correntista acaba fazendo um seguro, investe em um fundo de investimento, tem um cartão de crédito, etc. “No período de acumulação, a previdência se parece muito a um investimento, o que é a especialidade dos bancos”, diz Osvaldo Nascimento, presidente da Associação Nacional da Previdência Privada (Anapp) e diretor do Itaú Vida e Previdência. Ele ressalta o ganho com fidelização da clientela: “Previdência é uma relação de longo prazo que se estabelece com os clientes”, diz Nascimento. Segundo ele, além do interesse dos bancos em atrair os clientes para os planos de previdência, os próprios investidores buscam as grandes instituições financeiras na hora de aplicar pensando na aposentadoria: “O cliente não olha só o preço. Ele está preocupado também com a solidez da empresa que vai cuidar da sua previdência”. Para Fábio Alcuri, gerente de marketing da Caixa Vida e Previdência, o nome do banco tem peso importante na hora da venda dos produtos PGBL e VGBL: “Tanto para a força
O cliente não olha só o preço, está preocupado também com a solidez da empresa que vai cuidar da sua previdência
de venda, quanto para os clientes, o que vale é a marca da Caixa. E a nossa história de 147 anos contribui para o sucesso das vendas”. Apesar de os executivos destacarem os ganhos com fidelização da clientela, o retorno financeiro direto com produtos de previdência não são nada desprezíveis. Ao vender o PGBL e o VGBL os bancos têm duas fontes de receita. As taxas de carregamento chegam a 5% do valor aplicado e costumam ter percentuais decrescentes conforme o total aportado pelo cliente. Essa tarifa, segundo as seguradoras, é usada para cobrir despesas operacionais da venda do produto. A outra cobrança é a taxa de administração dos
fundos de investimento onde os recursos são aplicados. Essas costumam variar de 1% a 4% sobre o patrimônio aplicado, em média. Estes recursos remuneram os gestores dos fundos, que buscam ampliar a rentabilidade do dinheiro aplicado. Considerando que as reservas dos planos devem chegar a R$ 100 bilhões ao final deste ano, e uma taxa média de administração de 3%, a receita dos bancos apenas com a administração dos recursos dos planos de previdência deve chegar a R$ 3 bilhões. Se a taxa de carregamento média cobrada sobre as contribuições for de 3%, o ganho com essa tarifa deve
se aproximar de R$ 750 milhões neste ano. O cálculo leva em conta o total de contribuições chegando a R$ 25 bilhões, conforme previsão da Anapp. De janeiro a setembro deste ano, o lucro acumulado da Bradesco Vida e Previdência, líder do setor, foi de R$ 776 milhões, com queda de 34% ante 2005. Apesar do recuo, o valor representa cerca de 16% do lucro obtido pelo Grupo Bradesco no mesmo período. Além disso, o total de receitas da Bradesco Vida e Previdência com contribuições e prêmios no período chegou a R$ 5,80 bilhões, com alta de 24% em relação ao mesmo período de 2005. No Itaú, que ocupa a segunda posição no ranking
da Anapp, a área de Vida e Previdência teve lucro de R$ 343 milhões de janeiro a setembro, com alta de 13% sobre o mesmo período de 2005. O peso do segmento no resultado líquido do Grupo Itaú é um pouco menor, de 11%. As receitas com prêmios e contribuições chegaram a R$ 3,36 bilhões, com alta de 20% sobre o ano passado. A Brasilprev, empresa coligada do Banco do Brasil para a área de previdência, só divulgou o lucro líquido até junho deste ano. O resultado foi de R$ 70 milhões, em linha com o registrado no mesmo período do ano passado. Já a receita com previdência e seguros atrelados a esses
planos atingiu R$ 968 milhões de janeiro a junho, com aumento de 10% ante o mesmo período de 2005. O Unibanco não divulga de forma separada o resultado da área de Vida e Previdência. Mas o lucro do banco com as operações de seguros e previdência do Grupo Unibanco AIG foi de R$ 263 milhões de janeiro a setembro deste ano, com aumento de 8% em relação ao mesmo período de 2005. O peso deste resultado no lucro total do conglomerado Unibanco de janeiro a setembro é de 22%. O prêmio emitido líquido em nove meses atingiu R$ 2,62 bilhões, com aumento de 11% sobre igual período do ano passado. (FF)
Suplemento Especial/São Paulo, 13 de dezembro de 2006 Bob Barkany/Getty Images
Em nome do futuro De olho nas notícias da previdência pública, vive-se em sobressalto. Aumenta-se o limite de idade para aposentadoria, as filas para atendimento se arrastam, o sistema vive num déficit constante. O benefício máximo não passa de R$ 2,8 mil. Em contrapartida, a previdência privada experimenta um crescimento invejável. Depois de uma década histórica, suas reservas passaram de R$ 3 bilhões em 1996 para R$ 100 bilhões neste final de ano. Se o leitor pretende uma aposentadoria mais tranqüila - ou ainda garantir os estudos de seu filho -, então leia com atenção este caderno especial do Diário do Comércio: todos os produtos em oferta, as melhores aplicações, as vantagens em relação ao Imposto de Renda. O guia vai ajudá-lo a planejar melhor o seu futuro
O guia da
PREVIDÊNCIA PRIVADA
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ECONOMIA - 3
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Compor tamento Polícia Memória Urbanismo
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Queremos promover atividades gratuitas de artes plásticas e de música. Luiz Guilherme Brom, superintendente da Fecap
RESTAURO TEVE INVESTIMENTO DE R$ 400 MIL
Diego Padgurschi/Folha Imagem
Vida nova para a antiga Escola de Commercio Restauração da fachada da tradicional instituição será inaugurada hoje. Espaço ficará aberto ao público. Rejane Tamoto
O suspeito: Joabe Severino Ribeiro, com braço esquerdo queimado
Serralheiro confessa participação em crime em Bragança
A
Polícia Civil de Bragança Paulista (SP) prendeu ontem dois suspeitos de participação na morte do casal Eliana Faria da Silva, 32 anos, e Leandro Donizete de Oliveira, de 31. Os dois morreram na madrugada de segunda-feira, queimados dentro de um carro, em uma estrada de terra do bairro do Tanque, após assalto à loja da qual Eliana era gerente. Com eles estavam a gerente-caixa Luciana Michele de Oliveira Dorta e o filho do casal, Vinícius, de 5 anos. Depois de passar duas noites e um dia na UTI, Vinícius morreu na manhã de ontem. Segundo o delegado seccional, Paulo Afonso Tucci, o serralheiro Joabe Severino Ribeiro, de 36 anos, confessou o crime e disse ter usado thinner para atear fogo no carro, depois de uma das vítimas reconhecer os suspeitos. Anteontem a Justiça decretou a prisão preventiva do serralheiro. Ontem, Ribeiro não quis falar com a imprensa. Ele foi levado para o Centro de Ressocialização de Bragança Paulista. O segundo suspeito, identificado pela polícia apenas como Fernando, seria cunhado de Ribeiro e o suposto mentor do crime, segundo Tucci. Fernando foi contratado para prestar serviços como eletricista na loja Sinhá Moça, na qual Eliana era gerente. Segundo informou um delegado, ele também teria confessado o crime. Multidão – Ontem, no portão da Delegacia Seccional, uma multidão xingava os suspeitos e exigia a abertura dos portões. O sentimento de revolta tomou conta da cidade e levou pelo menos 200 pessoas ao enterro de Vinícius. A PM foi acionada para ajudar a con-
ter as pessoas. Ribeiro e Fernando foram detidos sob suspeita de latrocínio. O serralheiro já tinha passagem pela polícia, por tentativa de latrocínio em 1993. Os supostos assaltantes levaram pelo menos R$ 20 mil em dinheiro e cheques da loja. "Não há dúvidas sobre a autoria", afirmou Tucci. "Além da confissão, o conjunto de provas é muito forte." Entre as evidências estão as queimaduras no rosto e no braço esquerdo de Ribeiro. Num primeiro momento, o serralheiro disse que se feriu durante o trabalho. "Mas ele é destro", disse o delegado. Outra prova seria o Kadett cor de vinho usado por Ribeiro, cuja placa tem três letras e dois números reconhecidos pela gerente-caixa Luciana Michele de Oliveira Dorta. Anteontem ela foi transferida para um hospital especializado em tratamento de queimaduras. O crime – O crime ocorreu por volta de 1h, na estrada municipal nº 2, bairro do Tanque, em Bragança. Os suspeitos teriam feito Eliana, seu marido e filho reféns no início da noite e levado todos até a casa de Luciana, onde Eliana pegaria a chave da loja. Como a gerente não possuía a chave do cofre, o grupo voltou à casa de Luciana e a levou junto para o estabelecimento, por volta de 22h. Depois de levar o dinheiro do cofre, os assaltantes retornaram à casa de Eliana, pegaram o Kadett e levaram os quatro reféns para a estrada velha Bragança-Atibaia, amarrados com faixas de ataduras. Segundo a polícia, os suspeitos perderam um revólver calibre 32 no caminho. A arma foi levada pelos peritos totalmente carregada. (AE)
Milton Mansilha/Luz
L
argo São Francisco, número 19. Foi neste endereço que São Paulo começou a ser a Capital dos negócios, onde foi erguida, em 1908, a antiga Escola de Commercio (era assim que se escrevia), a Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap). A primeira instituição de ensino de gestão de negócios do País - responsável pela formação dos primeiros contabilistas da cidade - inaugura hoje a conclusão dos restauros de sua fachada em estilo art nouveau, projetada pelo arquiteto Carlos Eckman. Até o próximo dia 20, das 15h às 20h, o prédio de 3.700 metros quadrados, tombado pelo Patrimônio Histórico, estará aberto ao público. A restauração do prédio da Fecap junto à Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) - forma um conjunto arquitetônico inspirado na belle époque parisiense, que revitaliza o largo São Francisco, um importante centro de desenvolvimento político e econômico da cidade. Investimentos – Segundo o superintendente da Fecap, Luiz Guilherme Brom, o restauro teve investimento da ordem de R$ 400 mil, com recursos da própria fundação. As obras, que duraram um ano, incluíram a remoção de pichação das pedras em granito, a recomposição dos apliques que adornam a fachada, pintura e revisão dos telhados em ardósia. De acordo com o engenheiro da Fecap, Jayme Esper, a etapa mais demorada de todo o processo foi a da recomposição de letras, apliques e pingentes em alto relevo, que caracterizam o estilo da fachada. "Foi a fase mais complicada porque o compromisso era manter a originalidade da edificação. Não podíamos alterar a textura. Cada um dos elementos, em cimento, teve de ser recomposto por moldes", disse Esper. Na área externa do prédio há 10 pequenos pingentes, mais seis deles com brasões, cinco arcos superiores e 12 medalhões com o símbolo de Hermes, mito que representa o comércio. P in t ur a – Outra etapa que envolveu estudo foi a da pintura. Segundo o engenheiro da Spectro - empresa que executou os serviços - João Francisco Longhi, foi necessário um processo de estratificação de cores,
No largo São Francisco, o prédio já com a fachada recuperada. Até a cor da tinta é igual à usada em 1908. Divulgação
Há um ano, uma fachada totalmente pichada Milton Mansilha/Luz
Milton Mansilha/Luz
Esper (à esquerda), da Fecap, e Longhi, da Spectro
da. O restauro envolveu o ajuste de grades e portões e colocação de telas para reforçar a segurança dos porões. O prédio também ganhou em ac essi bili daTrabalho de restauro teve recomposição de detalhes de, ao receber um elevador em laboratório, para chegar ao para cadeirantes, nas escadaamarelo atual, que remonta à rias da entrada principal. Oucor do prédio em 1908. A técni- tra medida de acessibilidade ca consiste na raspagem das ca- está em curso nas calçadas do madas de tinta até atingir aque- entorno, que estão sendo trocadas por ladrilho hidráulico, la que representa o original. "Descobrimos sete pinturas com piso direcional. Cultura - Além da preservadiferentes ao longo dos anos. Provavelmente foram estas as ção de um patrimônio históriintervenções feitas na fachada co, o restauro da fachada da Esdo prédio durante esse perío- cola de Comércio também teve do", disse. A pintura também o objetivo de chamar o público foi envernizada com trata- para conhecer a parte interna, mento anti-fuligem, já que a recuperada há cerca de 10 fumaça que sai dos veículos anos. O superintendente Luiz que trafegam no entorno tam- Guilherme Brom disse que, com a conclusão do restauro, bém ajuda a deteriorar a cor. Um dos sinais de deteriora- pretende organizar eventos ção que mais aparecia no pré- culturais no prédio histórico. "Para o próximo ano, temos dio, a pichação, foi removida das pedras em granito da fa- um projeto, em parceria com a chada com jatos de areia úmi- Pinacoteca do Estado, para
que o prédio do largo São Francisco abrigue exposições de pinturas do início do século XX. Queremos promover atividades contínuas de artes plásticas e música, gratuitamente, para que este edifício se incorpore ao circuito histórico e cultural da região central da cidade", disse Brom. As atividades deverão ocorrer no hall e no auditório do prédio e a agenda será divulgada no mês de fevereiro. De acordo com Brom, os eventos culturais ocorrerão em harmonia com as aulas de pós-graduação, que continuarão a ser ministradas aos cerca de 1.100 alunos matriculados no prédio histórico. Hoje, neste endereço, a Fecap oferece cursos lato sensu em 20 áreas, entre elas controladoria, finanças corporativas, gestão tributária entre outras. Bem diferente da Fecap do início do século, que sob o investimento da família Álvares Penteado funcionava como uma escola prática de comércio. "A primeira turma de formandos em economia é de 1934. Nossa tradição em gestão de negócios existe até hoje", disse Brom.
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ESPECIAL - 9
Entenda os termos de um plano de previdência privada A A
porte: valor da contribuição efetuada para o plano.
porte puro (ou nominal): valor do aporte pago pelo participante após o desconto da taxa de carregamento.
A
verbadora: pessoa jurídica contratante de um plano de previdência complementar, à qual os participantes estão vinculados, e que não efetua contribuições ao plano. As contribuições são feitas integralmente pelos próprios participantes.
B
enefício: importância que o cliente deve receber na liquidação do contrato e que consiste em um capital ou uma renda.
B
enefício Definido: modalidade de plano segundo a qual o valor do benefício contratado é previamente estabelecido na proposta de inscrição.
B
eneficiário: pessoa indicada na proposta de adesão, ou em documento específico, para receber pagamentos relativos a resgate ou benefícios, em decorrência do falecimento do cliente.
C
arência para benefícios de risco: período durante o qual a sociedade está isenta de qualquer responsabilidade indenizatória pela morte do cliente.
C
arência para resgate/transferência: período durante o qual o cliente não pode solicitar resgates ou transferências de seu plano.
C
ertificado do Cliente: documento particular do cliente que discrimina as características principais do plano contratado, em especial as cláusulas e critérios relativos aos benefícios, caracterizando a aceitação do interessado no plano subscrito.
C
obertura: garantia de indenização decorrente de eventos cobertos pelo seguro.
C C
ontribuição: valor de aporte efetuado ao plano.
ontribuição Pura: valor da contribuição paga pelo participante após o desconto da taxa de carregamento.
C
otas: são as parcelas de idêntico valor em que se divide o patrimônio líquido do Fundo de Investimento Especialmente Constituído, definido e apurado na forma da regulamentação vigente.
D
ata de concessão do benefício: data prevista para a concessão do benefício.
D
E
vento Gerador: a invalidez ou morte do cliente ocorrida durante o período de cobertura, ou a sobrevivência ao prazo de deferimento contratado.
oenças, lesões e seqüelas preexistentes: são aquelas que o cliente ou seu responsável saiba ser portador ou sofredor na data de assinatura da proposta de adesão.
E
ncargo de Saída: instrumento para recompor despesas decorrentes da operação de resgate e portabilidade, tais como o pagamento de CPMF, despesas bancárias, entre outros. Incide sobre os valores líquidos de taxa de carregamento transferidos ou resgatados e o percentual aplicado está expresso na proposta de adesão, podendo ser alterado por força de determinação regulamentar baixada pelo órgão competente.
axa de administração financeira: percentual que incide sobre o patrimônio líquido do FIC, fixada em um percentual anual incidente pró-rata dia sobre os saldos médios diários do fundo. Essa taxa representa a remuneração do administrador do fundo e é descontada da rentabilidade bruta. Vale ressaltar que a rentabilidade divulgada é sempre líquida, ou seja, já descontada a taxa de administração.
ator de Renda: valor numérico, calculado mediante utilização de uma tábua biométrica e uma taxa de juros, utilizado para obtenção do valor do benefício.
T
axa de carregamento: percentual incidente sobre os aportes pagos, para atender às despesas administrativas, de corretagem e colocação do plano.
F
IC: Fundo de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento Especialmente Constituídos destinado, unicamente, a receber durante o período de deferimento a totalidade do montante dos recursos creditados à reserva matemática dos benefícios a conceder.
I
dade de Ingresso: idade do cliente na data de inscrição/contratação do plano.
I
dade de Saída: idade escolhida pelo cliente a partir da qual terá início o recebimento do benefício contratado.
I
GPM - FVG: Índice Geral de Preços do Mercado, da Fundação Getúlio Vargas. É o indexador atualmente utilizado nos planos de previdência. O objetivo principal de sua utilização é fazer com que as contribuições e benefícios do plano sejam corrigidos monetariamente.
I
nício de vigência do plano: data de aceitação da proposta de adesão pela instituição, concomitante com o pagamento do primeiro aporte ao plano.
I L
ndexador: índice contratado para atualização monetária de valores.
imite de comercialização: valores máximos estabelecidos pela instituição para os benefícios.
N
ota técnica atuarial: documento que contém a descrição e o equacionamento técnico do plano previsto no regulamento.
P
articipante: pessoa física que assina a proposta de inscrição de plano PGBL e é aceita pela instituição.
P
ecúlio: capital a ser pago de uma só vez ao(s) beneficiário(s) em decorrência da morte do cliente.
P
eríodo de benefício: período durante o qual o cliente e, quando for o caso, o beneficiário, faz jus ao recebimento do benefício contratado, na forma do regulamento.
P
D
T
F
D D
egurado: pessoa física que assina a proposta de contratação de VGBL e é aceita pela Instituição.
xcedente Financeiro: resultado apurado, durante o período de pagamento de benefício, pela diferença entre a taxa de rentabilidade líquida obtida pela aplicação dos recursos da reserva matemática e a remuneração garantida, nos termos do Regulamento e conforme Nota Técnica Atuarial.
eríodo de cobertura: prazo durante o qual, na ocorrência do evento gerador, o(s) beneficiário(s) fará (ão) jus ao benefício contratado nos termos do regulamento.
eclaração de Saúde: documento formal e legal, incluso na Proposta de Seguro, em que o proponente presta informações sobre as condições de saúde, assinando o documento e responsabilizandose pela veracidade das informações prestadas na data da assinatura da proposta.
S
E
ata de inscrição/ contratação: é a data de registro, pela instituição, da proposta de inscrição/ contratação do interessado em participar do plano, feita a comprovação do pagamento do primeiro aporte.
ata de registro: data de recebimento da proposta de inscrição/contratação do interessado em participar do plano.
beneficiário(s), da provisão matemática de benefícios a conceder, durante o período de deferimento.
P
eríodo de deferimento: período existente entre a data de adesão e a data de concessão do benefício.
P
GBL: Plano Gerador de Benefício Livre. Trata-se de uma modalidade de plano de previdência totalmente flexível em que o participante define valor e a periodicidade de suas contribuições, além de poder acompanhar a evolução dos fundos.
P
lano: conjunto de direitos e obrigações, conforme descrito no regulamento e na respectiva Nota Técnica Atuarial.
P
ortabilidade: possibilidade de o cliente transferir, total ou parcialmente, a provisão (reserva) matemática de benefícios a conceder.
P
revidência Complementar: sistema composto por empresas do setor privado que tem como objetivo oferecer planos de previdência assemelhados aos da previdência social.
P
revidência Social: sistema nacional de previdência. O sistema tem como objetivo principal garantir uma renda mensal e vitalícia ao cidadão que cumpriu suas obrigações de contribuinte.
T
P
roposta de Adesão: termo utilizado genericamente para descrever Proposta de Inscrição/Contratação. É o documento mediante o qual o interessado expressa a intenção de aderir ao plano, manifestando ter pleno conhecimento das condições estabelecidas no regulamento e no contrato.
P
rovisão matemática de benefícios a conceder: saldo individualizado, apurado durante o período de deferimento, decorrente da movimentação de recursos de cada cliente, sendo este valor atualizado com base na valorização das cotas do FIC.
P
rovisão matemática de benefícios concedidos: provisão (reserva) constituída pela instituição
egime Financeiro de Capitalização: estrutura técnica em que as contribuições são determinadas de modo a gerar receitas, capitalizadas durante o período de cobertura, capazes de produzir montantes equivalentes aos valores atuais dos benefícios a serem pagos aos beneficiários no respectivo período.
egulamento: instrumento jurídico que disciplina os direitos e obrigações das partes contratantes, bem como as características gerais do plano, sendo parte integrante da Proposta de Adesão.
axa de Gestão Financeira: durante o período de recebimento da Renda por Sobrevivência, os recursos permanecerão aplicados em um fundo de investimento, cujas características serão informadas ao cliente 90 (noventa) dias antes da data prevista para a concessão da renda. O percentual da taxa é expresso na proposta de adesão e incide somente na hipótese da existência de resultados financeiros (quando a rentabilidade do fundo superar a garantia mínima), não acarretando qualquer redução no benefício contratual. Não há incidência de taxa de gestão financeira nos planos contratados a partir de janeiro de 2006.
R
R
V
correspondente ao montante de recursos destinados a garantir o pagamento do benefício.
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egime Financeiro de Repartição de Capitais de Cobertura: estrutura técnica em que os aportes pagos por todos os clientes do plano, em um determinado período, deverão ser suficientes para constituir as provisões (reservas) matemáticas de benefícios concedidos, decorrentes dos eventos ocorridos neste mesmo período.
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egime Financeiro de Repartições Simples: estrutura técnica em que os aportes pagos por todos os clientes do plano, em um determinado período, deverão ser suficientes para pagar os benefícios decorrentes de eventos ocorridos nesse período.
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enda: benefício representado por uma série de pagamentos mensais ao cliente ou ao(s) beneficiário(s), calculado de acordo com a Nota Técnica Atuarial e com o tipo de renda contratado.
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esgate: pagamento, total ou parcial, ao cliente ou
GBL: Vida Gerador de Benefícios Livre. Trata-se de um seguro de vida com possibilidade de acumulação de recursos para o futuro, funcionando, portanto, como um plano de previdência. (LG)
Fonte: Brasilprev
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.ESPECIAL
quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
Planos para garantir o padrão de vida no futuro A previdência privada passou por uma “década histórica” de crescimento. A reserva era de apenas R$ 3 bilhões em 1996; cresceu 33 vezes em dez anos e ao final deste ano chega ao total de R$ 100 bilhões Alexandre Peregrino/Folha Imagem/01/12/2005
FERNANDO FRANÇA
O
setor de previdência privada aberta encerrará o ano com R$ 100 bilhões em reservas, de acordo com previsão da Associação Nacional da Previdência Privada (Anapp). A captação de recursos, por meio de contribuições em Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) deve crescer 30% em relação a 2005, diz o presidente da Anapp, Osvaldo Nascimento. Para 2007, ele projeta que o setor repetirá o ritmo de crescimento apresentado este ano (de 30%), com o total de reservas atingindo a casa de R$ 120 bilhões: “Para 2008 prevemos ter mais recursos aplicados em previdência do que na poupança, que hoje possui cerca de R$ 140 bilhões em depósitos”. Para fazer a projeção ele considera que o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 3,5% no ano que vem. De acordo com ele, o segmento de previdência privada passou por uma “década histórica” de crescimento. O presidente da Anapp conta que, em 1996, o total de reservas do setor era de apenas R$ 3 bilhões e que, portanto, cresceu 33 vezes em dez anos, para chegar ao volume de R$ 100 bilhões ao final deste ano. No mesmo período, o crescimento acumulado do PIB foi de apenas 35%: “Hoje já existem 7,5 milhões de planos ativos, sendo 75% individuais e 25% empresariais”. A discussão sobre a Reforma da Previdência, na visão do executivo, contribuiu para o crescimento do segmento neste período. Ao pensar nos rendimentos reduzidos que terão com a aposentadoria paga pelo governo, as pessoas buscam alternativas para garantir o padrão de vida no futuro. Ao mesmo tempo, ele considera que o aumento na transparência dos planos, após
Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor Luciano Ornelas Chefe de reportagem Arthur Rosa Repóteres Fernando França Luiz Guerrero
WValente/AFG
a criação do PGBL e do VGBL, contribuiu para fortalecer a confiança dos investidores nos produtos de previdência, que tiveram problemas em décadas passadas. Nascimento ressalta também os incentivos tributários dados pelo governo para estimular o desenvolvimento do setor: “Ao se olhar o resto do mundo, nenhum produto se compara ao PGBL em termos de benefício fiscal”. O PGBL permite que o contribuinte destine até 12% da renda anual para previdência complementar. Sobre esse valor, ele não precisa pagar Imposto de Renda (IR). Ele destaca ainda a ausência de cobrança de IR durante o período de acumulação tanto no PGBL como no VGBL, ao contrário do que ocorre nos fundos de
Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrrat Junior Ilustração Abê / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão O Estado de S. Paulo
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Osvaldo Nascimento, presidente da Anapp e diretor executivo do Itaú: “Para 2008 prevemos mais recursos aplicados em previdência do que na poupança, que hoje possui cerca de R$ 140 bilhões em depósitos”
investimento comuns, e lembra também dos avanços recentes na regulamentação, como a criação da tabela regressiva para o Imposto de Renda, incentivando a aplicação de longo prazo. Na visão do presidente da Anapp, o movimento atual de queda nos juros deixará cada vez mais evidentes os benefícios fiscais dos produtos de previdência: “A vantagem tributária da previdência vai se sobressair”. Para ele, isso fará com que as pessoas procurem cada vez mais investimentos de longo prazo, que terão
tributação menor. Para o futuro do setor, ele ressalta que acha que haverá um crescimento dos planos de contribuição mensal, e espera que o investidor perceba a importância de manter a regularidade nas contribuições. Cita um exemplo para mostrar como isso pode se tornar um ganho significativo para o investidor. Quem aplicar apenas R$ 60 por mês, durante 55 anos, terá um patrimônio acumulado superior a R$ 1 milhão ao final do período: “Não precisa de grandes volumes de
aplicação. O importante é ter disciplina”. E essa vantagem ficará cada vez mais visível com os juros declinantes. De acordo com os últimos dados disponíveis da Anapp, o volume de contribuições em VGBL cresceu 41,4% de janeiro a setembro deste ano, atingindo R$ 10 bilhões. Com este desempenho, a captação de VGBL chegou a representar 65% do total de recursos captados pelo sistema. Por sua vez, o PGBL captou R$ 3,216 bilhões no período, com alta de 4,82% na comparação com o
acumulado de janeiro a setembro de 2005, quando o volume de novas contribuições somou R$ 3,068 bilhões. Com isso, a captação desse produto equivale a 21% do total de contribuições. Por sua vez, os planos tradicionais chegaram a captar R$ 2,093 bilhões, com queda de 15,65% na comparação com o período de janeiro a setembro de 2005, quando captaram R$ 2,482 bilhões. A participação dos planos tradicionais no volume de novas contribuições equivale a 14% do total.
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Tr i b u t o s Nacional Empresas Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
O superjumbo A380 da Airbus recebeu autorização para operar comercialmente
SUPERMERCADOS ESTÃO OTIMISTAS
ABRAS ESPERA EM DEZEMBRO VENDAS ATÉ 5% SUPERIORES ÀS DO MESMO PERÍODO DO ANO PASSADO
CARRINHOS RECHEADOS NO NATAL O 12 setor de supermercados espera um crescimento entre 4% e 5% nas vendas durante o mês de dezembro na comparação com igual período de 2005. Em relação ao período do Natal, mais especificamente entre os dias 16 e 24 de dezembro, o presidente da Associação Brasileira dos Supermercados (Abras), João Carlos de Oliveira, mostra um otimismo ainda maior. "Nós esperamos que este Natal seja o melhor dos últimos anos, com vendas 12% superiores ao Natal de 2005", afirmou. Segundo a pesquisa da Abras, 45% dos donos de supermercados esperam vendas superiores ao Natal do ano passado e 55% acreditam que o volume será mantido. Segundo Oliveira, o Natal do ano passado teve um desempenho muito fraco devido ao alto nível de endividamento do consumidor no período. "Neste ano, acreditamos que a euforia do consumidor esteja maior. Os juros estão mais baixos e devem continuar a cair; e o clima após as eleições ajudou a melhorar o ânimo do consumidor. O cenário é mais positivo do que em 2005." O dirigente destacou que se os resultados se confirmarem, é possível que o setor reverta o resultado negativo no acumulado do ano até outubro, que apontou queda de 2,16% em relação ao mesmo período do ano passado. "Precisamos de um Natal positivo para, quem sabe, reverter essa queda para
por cento de crescimento é a previsão da Abras para as vendas entre os dias 16 e 24 deste mês sobre igual período de 2005
um número positivo ou pelo menos zerar as vendas", disse. Aves e afins – Os destaques das vendas nos supermercados devem ser os tradicionais produtos natalinos: aves, bebidas, panetones, frutas e frutas secas, e, nos hipermercados, os eletrônicos, eletrodomésticos, artigos de bazar e produtos importados também devem despontar na lista dos mais vendidos. "Este deve ser o Natal dos produtos importados", previu Oliveira. Entre os importados, ele citou como produtos que devem atingir bons índices de vendas os alimentícios e bebi-
das relacionados à data e os mais variados itens feitos de plástico e vidro: de presentes para casa a cadeiras de praia. Ainda assim, a presença dos importados nas prateleiras neste ano deve ser de 2,6%, ante 2,2% em 2005, fatia pequena se comparada a países vizinhos como Chile (25%), Argentina (30%), Colômbia (30%) e Uruguai (50%). "Isso acontece devido ao protecionismo que alguns setores têm no País, mas esperamos que o índice chegue a 7% nos próximos anos. Quem ganha é o consumidor final", avaliou. Pagamentos – O consumidor deve preferir como formas de pagamento os cartões de crédito dos próprios supermercados e de outras bandeiras, que permitem o parcelamento em até quatro vezes sem juros, e os cheques pré-datados. Segundo Oliveira, durante o ano as compras a prazo atingiram a média de 53% do total, mas no Natal esse índice deve ficar entre 60% e 65%. A inadimplência em relação aos cheques pré-datados, que deverão ser descontados em fevereiro e março, é uma das preocupações. "A média da inadimplência devido aos cheques pré-datados, de 12%, representa mais de R$ 15 bilhões num setor que deve faturar neste ano R$ 115 bilhões. Mas esse é um problema que piora nesta época do ano para todos os setores da economia. Não é algo que atinge somente os supermercados", disse. (AE)
Rafael Hupsel/LUZ
Rede varejista fez investimento de R$ 15 milhões para os 43 dias de evento deste ano no Anhembi
Super Casas Bahia: 16 horas ininterruptas
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o próximo final de semana, a Super Casas Bahia antecipará em duas horas a abertura de suas portas e vai funcionar durante 16 horas seguidas. Instalado no Pavilhão de Exposições do Anhembi até o dia 30 de dezembro, o centro de compras optou por seguir na contramão dos shoppings paulistanos, que não deverão funcionar por horas ininterruptas neste Natal, de acordo com o Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas). Para o público aproveitar com calma o penúltimo final de semana antes do Natal, o centro de compras abrirá a partir das 8 horas e permanecerá em funcionamento até as 24 horas de cada dia (sábado e domingo). Para atrair um público estimado em 2 milhões de pessoas, a Casas Bahia investiu
R$ 15 milhões para os 43 dias de evento. Até ontem, a empresa havia contabilizado a presença de 940.162 clientes. No ano passado, 731.237 pessoas visitaram o empreendimento. Expectativas – A quarta edição da Super Casas Bahia aposta na variedade de produtos, atendimento especializado e principalmente em condições especiais de crédito e parcelamento facilitado para atrair o consumidor. O diretor-executivo da rede, Michael Klein, disse que a expectativa é faturar R$ 80 milhões. Em 2005, a expectativa inicial, que era de R$ 70 milhões, foi superada em R$ 30 milhões. Segundo a assessoria de imprensa das Casas Bahia, o objetivo é melhorar o desempenho, embora apenas 10% dos clientes que circulam no Pavilhão de Exposições do Anhembi comprem os produ-
VARIG Nova empresa será homologada amanhã como concessionária de transporte aéreo.
LIVRO ESCLARECE ARBITRAGEM
Ó RBITA Reprodução
Márcia Rodrigues
A TÉ LOGO
Vanessa Rosal
EMBARGO Rússia começa a retirar restrições à importação de carne do Brasil por causa da aftosa.
CRESCE VENDA DE EMBALAGENS
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Conselho Nacional das Instituições de Mediação e Arbitragem (Conima) e o Ministério da Justiça lançaram ontem, em São Paulo, a "Cartilha da Boa Arbitragem". O livro reúne informações a respeito da prática do instituto de arbitragem, mostrando o funcionamento dos órgãos arbitrais, a atuação dos profissionais envolvidos e em quais situações a população pode utilizá-las. A idéia da publicação é desmistificar a atuação das câmaras de arbitragem para que a população recorra mais a esse meio alternativo de solução de conflitos, sem a necessidade de ingressar no Poder Judiciário.
tos expostos. A maioria aproveita para passear com a família e pesquisar preços. Locomoção – A operação especial de 16 horas ininterruptas durante o final de semana inclui também o transporte gratuito. Os ônibus que fazem o itinerário para a superloja, a partir dos terminais rodoviários da Barra Funda e do Tietê, também funcionarão com horário alternativo. No sábado e domingo, a previsão é de que o traslado saia de 10 em 10 minutos após as 7h30. A estratégia da empresa varejista reúne, em um único espaço, mais de 12 mil produtos e mais de 500 lançamentos da indústria. Shows da Disney, cinema 4D, espaços de relaxamento e beleza, patinação, arvorismo e escalada fazem parte das opções de lazer à disposição dos clientes.
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TORNADO
A
Receita Federal, em São Paulo, e a Secretaria da Fazenda, com o apoio da Polícia Militar, apreenderam ontem duas toneladas de mercadorias piratas, avaliadas em R$ 700 mil. A operação, batizada de Tornado, foi feita nas lojas e boxes do Shopping São Paulo, localizado na Rua Florêncio de Abreu, na região da 25 de Março. (AE)
Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO), divulgou ontem que as vendas do setor em novembro cresceram 3,05% na comparação com igual mês do ano passado. Sem ajuste sazonal, a comercialização diminuiu 1,21% em relação a outubro. Conforme a entidade, no acumulado dos 11 meses do ano, o crescimento é de 1,45%. O presidente da ABPO, Paulo Sérgio Peres, atribuiu a melhora do desempenho do setor neste último trimestre ao adiamento das decisões de compra de final de ano, que costumam ocorrer entre julho e setembro. "O terceiro trimestre é historicamente o melhor do ano, mas registrou queda de 1,5% nas vendas." Segundo ele, o melhor período do ano para o setor foi o primeiro trimestre, com vendas 5,9% maiores. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Banco Mundial diz que crescimento da Argentina é insustentável
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Fenaseg propõe seguro de vida para beneficiados pelo Bolsa Família
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Bird: economia de países em desenvolvimento crescerá em média 7%
quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
Polícia Transpor tes Av i a ç ã o Distritais
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 Estamos dizendo à Aeronáutica que precisamos ter um acompanhamento adequado da manutenção. Waldir Pires, ministro da Defesa
TCU FEZ RELATÓRIO DO SETOR AÉREO
"Problema é de gestão", diz Pires Ministro da Defesa faz crítica indireta à Aeronáutica por crise nos aeroportos
E
m um ataque indireto à Aeronáutica, o ministro da Defesa, Waldir Pires, disse ontem que a crise no setor aéreo é decorrente de problemas de gestão na manutenção da estrutura do controle aéreo. De maneira bem mais frontal, Pires chamou de "antiética" a postura do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, que disse que o ministro da Defesa teria dito que só restava rezar para que não houvesse problemas nos aeroportos durante o Natal. Pires participava da reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros da área econômica e de infra-estrutura, quando, no início da tarde, resolveu conceder uma entrevista coletiva para responder às declarações de Nardes. "Estamos dizendo à Aeronáutica que precisamos ter um acompanhamento adequado da manutenção", afirmou, evitando dizer que se tratava de uma crítica à Aeronáutica. Em relação às declarações de Augusto Nardes, Pires foi du-
DISTRITAL SANTANA
Alan Marques/Folha Imagem
Waldir Pires chamou de "antiética" a postura de ministro do TCU
ro, demonstrando mágoa em relação ao episódio. "Eu me surpreendi. Acho que houve falta de ética na relação institucional", disse Pires. Ele explicou que Nardes, na reunião de segunda-feira, o questionou sobre a expectativa em relação ao setor aéreo no Natal e ele respondeu que o governo estava fazendo a parte dele, acrescentando que "se Deus quiser tudo vai correr bem". Pires disse que estava falando como cristão, sem deixar de assumir suas responsabilidades. Ontem, Nardes disse que não teve
intenção de ofender Pires. Relatório – O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou ontem, por unanimidade, relatório do ministro Augusto Nardes que fez uma auditoria preliminar sobre a crise aérea. Nardes apontou o contingenciamento de recursos orçamentários e a falta de organização e planejamento como os principais motivos da crise. "A crise, que está sendo chamada de apagão aéreo, não foi obra do acaso, mas de uma sucessão de erros e dificuldades de gestão", afirmou Nardes. (Agências)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
Agliberto Lima/AE/31/10/2003
Os aposentados vivem em sobressaltos. O envelhecimento da população faz crescer mais rapidamente o total de beneficiários do que o de novos trabalhadores
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De susto em susto. Assim caminha o INSS “O quadro da Previdência Social é bastante sério. Ela não está quebrada, mas caminha a passos largos para isso. A conta não fecha”, diz um economi st a. E todos recomendam um pl ano de previdência privado
Previdência Social não deve q u e b r a r, m a s quem pretende garantir um padrão de vida de qualidade na aposentadoria não deve contar apenas com o benefício do INSS. Essa é a visão de economistas ao tratar de como o trabalhador deve se programar ao pensar em como assegurar uma renda confortável para o futuro. O valor máximo de aposentadoria que o INSS paga atualmente é de R$ 2.801 por mês. Além disso, existe a possibilidade de haver, mais cedo ou mais tarde, uma reforma da Previdência. Portanto, não há garantia de que quem comece a contribuir hoje, pensando na aposentadoria de daqui a trinta anos, terá o seu benefício baseado nas mesmas regras vigentes atualmente. “O quadro da Previdência Social é bastante sério. Ela não está quebrada, mas caminha a passos largos para isso”, diz Marcel Pereira, economista da RC Consultores. Na visão dele, o conjunto de normas da previdência hoje não é sustentável e deverá ser alterado em algum momento: “Além da questão da informalidade, que reduz o número de contribuintes, o envelhecimento da população faz
Milton Mansilha/LUZ/14/09/2005
crescer mais rapidamente o total de beneficiários do que o de novos trabalhadores. A conta não fecha”. Para ele, ao enxergarem problemas na previdência pública, as pessoas buscam alternativas de poupar de outra forma: “Diante desse quadro, a previdência privada cresce cada vez mais”. Este ano, de acordo com dados do Ministério da Previdência Social, o déficit das contas do INSS será de R$ 42 bilhões. A arrecadação prevista pelo secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer, é de R$ 123 bilhões e as despesas avaliadas em R$ 165 bilhões. Na visão do especialista em finanças públicas, Amir Khair, o valor do déficit da Previdência divulgado pelo governo é inchado e não retrata com fidelidade a situação das contas do INSS: “Ao analisar os 2003, 2004 e 2005, vemos que dois terços do déficit vêm da previdência rural, que é um benefício mais assistencial do que previdenciário”. Considerando também renúncias de receitas que o governo faz para determinados setores, no valor de R$ 11,5 bilhões, o déficit teria sido de R$ 4 bilhões em 2005 e não os R$ 37,57 bilhões registrados oficialmente: “Isso significa que o déficit é do Tesouro Na-
cional e não da Previdência”. Ele acredita que com a melhora de gestão, com medidas como o recadastramento dos aposentados, e também com maior controle sobre concessão de auxílio doença, o déficit do setor poderá ser solucionado. Contribuirá para isso, também, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB): “Se tivéssemos crescido 5% ao ano de 1995 a 2005, as contas da previdência estariam equilibradas. Mesmo se fosse pela contabilidade atual, considerando os beneficiários do setor rural”. Embora não acredite que haverá uma Reforma da Previ-
dência, Khair considera que o benefício pago pelo INSS não será suficiente para os trabalhadores manterem um padrão de vida de qualidade se não optarem por uma previdência complementar. Na visão dele, é importante ter atenção aos reajustes dos benefícios, que ocorrem de forma distinta. Enquanto as aposentadorias acima do mínimo, inclusive o teto, são corrigidas pela inflação, o salário mínimo tem tido aumentos reais nos últimos anos. Ou seja, ainda que o valor da aposentadoria paga pela previdência social suba, nominal-
mente, o valor recebido pelos aposentados representará cada vez menos salários mínimos. Em 2004, por exemplo, quem recebia o teto do INSS, no valor de R$ 2.400, ganhava o equivalente a 9,23 salários mínimos da época (R$ 260). Este ano, quem ganha o benefício de maior valor, de R$ 2,801, recebe cerca de oito mínimos (de R$
350). Outro ponto que puxa para baixo o valor pago aos aposentados do INSS é o Fator Previdenciário, que é uma forma do governo não incentivar a aposentaria precoce de quem já completou o período de contribuição, de 35 anos para homens e de 30 anos para as mulheres. “O Fator pune violentamente quem se aposenta antes dos 65 anos”, diz Amir Khair. E a situação deve se agravar, na medida em que a fórmula do Fator Previdenciário tem a expectativa de vida no denominador: “O grosso das pessoas vai acabar ganhando o salário
mínimo”. Para Wilson Roberto Villas Boas Antunes, vice-presidente do Conselho Regional dos Economistas de São Paulo (Corencon-SP), “se a pessoa quiser ter um padrão de vida na aposentadoria, ela necessariamente terá de buscar alguma alternativa de previdência complementar”. Na visão dele, quem tem a chance de participar de um plano de previdência fechado, seja patrocinado por empresas ou instituído por associações de classe, tende a escolher essa opção, que é mais barata: “As taxas nesses planos são quase nulas, o que permite uma capitalização maior”. Mesmo assim, ele alerta para a questão da gestão: “Apesar da vantagem do custo menor, é preciso ter um controle maior em relação ao gerenciamento dos recursos”. Neste ponto, na visão de Antunes, os fundos abertos, como o Plano Gerador de Benefício Livre (PGLB) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), levam vantagem: “Eles possuem um gestor profissional, de uma instituição financeira que tem um nome a zelar. Além disso, o lucro da seguradora depende também do sucesso da aplicação”. (FF)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
RESENHA
NACIONAL
ECONOMIA DOMÉSTICA
G O uso político
dos recursos doados a essas empresas nãogovernamentais esconde segredos escabrosos
impositivo e não apenas autorizativo, o Executivo não teria tanta margem de negociação com os mercadores do Congresso. É verdade: a corrupção no Legislativo poderia se reduzir bastante. Mas existem algumas coisas cuja incoerência implícita incomoda. Senão vejamos. Apesar de não termos recursos para tudo o que precisamos como segurança e educação, por exemplo, renunciamos a impostos em favor de meia dúzia de artistas, que só trabalham com o nosso (do povo) sem riscos e com
JOÃO DE SCANTIMBURGO
benefício integral. Não é à toa que querem manter Gilberto Gil na Cultura. Não é possível manter artistas ricos com o subsídio de milhões de pessoas carentes. Quando aumentam impostos ou criam novos, seria bom pensar em acabar, primeiro, com as deduções incentivadas. É, no mínimo, contraditório. O total de doações efetuadas para ONGs e Oscips, dirigidas por amigos do Poder, com justificativas as menos relevantes, é estarrecedor. Os dirigentes de algumas dessas ONGs recebem salários equivalentes aos de diretores-executivos de empresas extremamente rentáveis. O uso político dos recursos doados a essas empresas não-governamentais esconde segredos escabrosos. Vamos acabar com isso! Quem quiser fazer caridade que o faça às suas expensas e de seus amigos e familiares. O custo do AeroLulla também pode ser evitado, mesmo que isto prejudique alguns acólitos do presidente que desfrutam da mordomia. Recentemente, o multimilionário americano David Rockfeller veio ao Brasil em vôo comercial.
Céllus
A
cho que todos nós ficamos traumatizados e, de alguma forma, desensibilizados pelos números que denunciam diariamente o tamanho da corrupção no Brasil. Os volumes de dinheiro de Marcos Valério, com o Mensalão, dos Sanguessugas, do publicitário Duda Mendonça, das cartilhas pagas pela Presidência e entregues ao PT, da corrupção na Petrobrás, do Silvinho Land Rover Pereira, do Janene e outros menos noticiados, não podem nos levar a esquecer que temos de fazer o dever de casa. Obviamente que, se tivéssemos um orçamento
Sobre ditadores e ditaduras ROBERTO FENDT
É
natural que, passados apenas alguns dias da morte do general Augusto Pinochet, ainda persista o clima emocional que divide simpatizantes e opositores do general no Chile. Para os simpatizantes, Pinochet esteve desde 1990 na mesma situação do personagem principal do romance de García Márquez Ninguém escreve ao coronel. Para os simpatizantes, tanto o coronel como o general sofreram uma grave injustiça: no romance de García Márquez, um velho coronel aposentado ia ao porto toda sexta-feira esperar a chegada da correspondência oficial que reconhecesse a justa reclamação de seus direitos pelos serviços prestados à pátria. Mas toda sexta-feira a pátria continuava muda diante da solicitação do coronel. E assim o fez por 15 anos. Por 15 anos também, do ponto de vista dos simpatizantes, a pátria não fez justiça a Pinochet. Para os opositores, o dia do anúncio da morte do general foi motivo de comemoração. Para esses, também se tratava de uma questão de justiça; e também para eles, a pátria não fez justiça a Pinochet, obviamente por razões opostas. O termo ditator tem sua origem no dictator (quem dita; por extensão, as ordens) da república romana, oficialmente denominado Praetor Maximus (Pretor Supremo). Aplicava-se a um magistrado extraordinário que desempenhava tarefas específicas em períodos de grave crise. Sua autoridade excedia a dos demais magistrados; era designado pelos cônsules romanos por autorização do Senado. Somente o dictator não estava submetido aos princípios do direito administrativo romano do colegiado (divisão do cargo entre dois ou mais ocupantes) e da responsabilidade (não podia ser legalmente responsabilizado por seus atos de gestão). O cargo era exercido por seis meses, ou pela duração da guerra, e teve por modelo Cincinatus. Diz a tradição que ele lavrava a terra quando foi designado. Foi dictador por três meses e retornou às suas terras depois de salvar Roma da invasão, renunciando a todas as honras e ao poder.
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u sei que isto tudo parece migalha diante da absurda taxa de percepção da corrupção que nos dá lugar de destaque na lista da Transparência Internacional. Mas tem hora que brasileiro como eu, gostaria de ver pelo menos algum esforço para a contenção dos desvarios correntes. EDITORIAL DE ARTHUR CHAGAS DINIZ PUBLICADO NO SITE DO INSTITUTO LIBERAL WWW.INSTITUTOLIBERAL,ORG.BR
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Como Cromwell, Pinochet se enquadra, portanto, na categoria dos ditadores. Diferentemente do marechal Castello Branco, que deixou o governo ao completar o mandato de João Goulart, Pinochet governou de 1974 a 1990. Diferentemente dos dictatores romanos, chefiou uma junta militar, dividindo com os demais a responsabilidade pelo governo. Contudo, como os dictatores romanos, tornou-se inimputável por atos cometidos durante sua gestão.
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Chile é hoje o mais próspero país da América Latina. Sua democracia é estável. Não há nenhum mistério no sucesso chileno, nem esse sucesso é transitório. Trata-se, em última instância, de um processo iniciado com o convênio entre a Universidade Católica do Chile e a Universidade de Chicago e que já dura mais de 50 anos. Através dele gerações de jovens chilenos estudaram nas melhores universidades dos Estados Unidos e da Europa. Essa ênfase na educação de qualidade e na abertura para o mundo mudou a fisionomia do Chile. Desapareceu o protecionismo, o país abriu-se para o exterior e instituições modernas substituíram a herança institucional colonial. O governo militar promoveu a maioria das reformas modernizantes e deu seguimento ao maciço investimento em capital humano. Esse processo continuou durante os governos socialistas e persiste até hoje. Ao por no mesmo saco a ditadura chilena e sua revolução institucional e econômica, os críticos desmerecem essa revolução e a manutenção das reformas pelos governos democráticos que sucederam Pinochet. Ela é hoje patrimônio do povo chileno, de que não abre mão, independentemente do partido político que governa o país. Quem sabe não teríamos também nós um crescimento e progresso chilenos se nosso governante não desmerecesse a educação e buscasse nossos parceiros entre vencedores, em lugar da escumalha da América Latina?
nfase na educação e na abertura para o mundo mudou o Chile
A rtistas ricos querem os subsídios dos carentes
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Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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Fábio Motta/AE
Imóveis e oportunidades JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
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odos os que possuem remuneração excedente querem poupá-la e ampliar seus rendimentos, aplicando ou investindo em negócios lucrativos. Com toda a segurança, se possível, pois o perfil do investidor brasileiro médio é conservador. Para multiplicar ganhos financeiros, não há fórmulas milagrosas. E a ferramenta básica é informação, além de empenho pessoal, visão a longo prazo e planejamento. O leque de oportunidades é amplo, como os riscos, e todo cuidado é pouco. O setor imobiliário, historicamente, é uma opção bem vista de investimento. Reza a lenda que o imóvel representa um porto seguro, pois, regra geral, não está sujeito às intempéries da nossa economia, das oscilações de rentabilidade nas aplicações financeiras e da volatilidade do mercado de capitais. Por outro lado, boa parte dos investidores preferiu, nos últimos anos, apostar suas fichas no mercado financeiro, especialmente após a escalada das taxas de juros no país e dos novos produtos lançados pelos bancos na área de aplicações. Mas, com a queda dos juros, aliada a um novo cenário, o setor imobiliário volta a ganhar força como opção factível e viável de lucratividade. Múltiplos fatores contribuem. Além da estabilidade econômica, há de se ressaltar o crescimento da classe média, a ampliação do crédito e dos prazos de pagamento com juros menores e a
desburocratização dos financiamentos habitacionais. Enfim, um quadro mais alentador, que injetou novo ânimo ao setor imobiliário. No nicho de residenciais, o mercado vem absorvendo todos os tamanhos de imóveis. Há oportunidades para todos. A demanda maior concentra-se em unidades de um e dois dormitórios, mas há também expressiva procura por apartamentos de quatro dormitórios.
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ara quem pretende investir nessa área, para venda ou locação, a dica é estar atento às regiões em evidência no mercado paulistano, onde bons produtos imobiliários têm retorno garantido. O mercado comercial está aquecido. As empresas buscam novos espaços. É importante notar que os empresários passaram a buscar prédios modernos, edificações inteligentes, com serviços que diminuam os custos operacionais. Investir em empreendimentos modernos é, portanto, palavra de ordem. Outra opção atrativa é o mercado de galpões. As oportunidades imobiliárias estão em franco crescimento, e há espaço para investir em todos os nichos. Com informação, racionalidade e bom senso, além da necessária consultoria de especialistas, é possível fazer bons projetos e realizar grandes lucros. JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO É DIRETOR DA LELLO LOCAÇÃO E VENDAS
C om a queda dos juros, o setor imobiliário ganha lucratividade
DESCONTROLE NA FAB
É
bem conhecida a anedota inglesa, onde o mordomo é sempre o culpado. Agora temos na Força Aérea Brasileira (FAB) um novo culpado, o sargento controlador de vôo. Sabe-se a soma de trabalho que pesa sobre o controlador para manter as linhas livres. Agora os aeronautas da FAB resolveram indiciar o sargento como responsável pela anarquia que reina na aviação comercial. Os candidatos a vôo nos balcões das companhias ficam mais temerosos ao não saber se chegarão ao destino. A aviação comercial é um meio seguro de transporte, desde que obedecidas as disposições regimentais. Tenho repetido que o Brasil necessita de boa aviação comercial. Essa foi uma preocupação do meu saudoso chefe Assis Chateaubriand, que manteve dois aviões para transporte seu e da reportagem, sempre com experientes pilotos impondo suas vontades técnicas sobre as do chefe.
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aviação comercial brasileira está em crise grave, empresas deixando de voar, amadorismo nos controles de vôos a exemplo do que se passou num dos controles paulistas, aonde um estrangeiro precisou vir com seus conhecimentos para satisfazer as necessidades iminentes à garantia de segurança dos vôos. Tenho escrito que a aviação comercial é eficaz, desde que seguida de regulamentos severos com os quais não se deve brincar. Mas é o que está ocorrendo no Brasil, sob a forma de amadorismo.
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Rotary Clube do Brasil já homenageou controladores de vôos por sua dedicação ao trabalho, mas foi há muito tempo. Agora é preciso renovar, com uma banca examinadora de técnicos reconhecidos e respeitados como controladores que trabalham nos vôos. Só assim teremos passageiros tranqüilos a embarcar numa aeronave. Isso é dizer tudo sobre aviação comercial. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G A aviação
comercial é segura, mas no Brasil está ocorrendo muito amadorismo
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Nacional Tr i b u t o s Empresas Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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EXPORTAÇÕES PODEM CHEGAR A 52% DA RECEITA
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bilhões de reais é a estimativa de faturamento da Perdigão para 2006
Ciete Silvério/AE
PERDIGÃO ESPERA BOM RESULTADO SÓ EM 2007
GE quer acirrar disputa no setor de crédito popular
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Empresa anuncia nova fábrica no Nordeste
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presidente da Perdigão, Nildemar Sécches, disse ontem que a empresa deve registrar um crescimento da receita superior a 10% em 2007 em comparação com 2006. A variação será maior que o aumento dos volumes, estimado em 10% na média, sendo 7% no mercado interno e 15% no externo, em conseqüência da correção do preço médio. Ele prevê também que as exportações voltarão a responder pela maior parte do faturamento, podendo chegar a 52%, enquanto o mercado externo ficará em 48%. O incremento será motivado em parte pela inauguração da unidade de Mineiros (GO), que representará um importante incremento na produção destinada à exportação. Em 2006, o mercado interno ficará com a maior fatia da receita, projetada em 53%, em razão de problemas sanitários.
O otimismo com relação às exportações também se deve à expectativa de que a Rússia, responsável por 50% das exportações de suínos da companhia, reabrirá as encomendas de carnes provenientes de Santa Catarina, fato aguardado desde o início do ano. O país já foi responsável por 66% das compras da Perdigão. Na opinião do diretor de exportações, Antonio Augusto de Toni, apesar de não haver garantias, é provável que isso ocorra porque, segundo ele, os russos já não têm mais justificativas para não fazê-lo. "Há um certo consenso no mercado de que vão reabrir em meados do primeiro trimestre", disse. Se confirmada a reabertura, o Brasil deve sair com vantagem por causa dos preços mais atrativos frente aos outros fornecedores que também possuem cotas com a Rússia: a União Européia e os Estados Unidos. "Nossos preços são
DISTRITAL JABAQUARA
novo papel do Brasil na estratégia internacional de crescimento da GE deu um ânimo a mais para a subsidiária, que aposta alto em todos os mercados em que atua, da fabricação de locomotivas e manutenção de turbinas ao crédito popular. Uma das grandes apostas da empresa é a divisão de serviços financeiros, que ainda é pequena no Brasil, mas no mundo responde por 50% dos lucros da companhia. A empresa quer entrar pesado na briga pelo crédito popular, mercado altamente concorrido que movimentou R$ 63 bilhões (saldo de empréstimos) no Brasil no ano passado. A financeira GE Money, que abriu suas primeiras lojas no Brasil em 2003, não está nem entre as 30 maiores. Mas quer chegar à quinta posição nos próximos três anos. Grandes aquisições nesse setor não estão afastadas. Além do crédito popular, a GE também quer entrar na briga pelo financiamento a médias empresas e reforçar sua divisão de leasing de aviões para uso comercial e executivo. "Queremos dar à divisão de serviços financeiros a mesma importância que ela tem para a GE no mundo", diz o
Nildemar Sécches, da Perdigão: expansão superior a 10% em 2007
cerca de 30% mais competitivos", disse De Toni. Caso Santa Catarina consiga mesmo a certificação da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) de estado livre de aftosa sem vacinação, o Brasil poderá entrar com suínos não só na Europa como também no Japão, importante mercado consumidor. Em aves, a Perdigão está confiante no aumento de encomendas de mercados no qual ainda está timidamente, como o Egito e o Irã. No exterior – Nildemar Sécches disse que a empresa pode definir no próximo ano a localização da fábrica que será montada no exterior para pro-
cessamento de aves. Segundo ele, será em algum país da União Européia ou da Ásia. No próximo ano, a Perdigão deve definir a localização da fábrica da Batávia a ser instalada no Nordeste. O processo dessa nova unidade é o que está mais adiantado. A intenção é aproveitar o potencial de consumo daquela região. A Batávia será responsável em 2006 pelo resultado positivo da Perdigão com relação ao faturamento bruto. Os R$ 6,1 bilhões previstos para o ano representarão um incremento de 4% sobre 2005, sendo que sem a Batávia haveria um recuo de 3%, disse Secches. (AE)
presidente da GE do Brasil, Alexandre Silva. Infra-estrutura – A empresa aposta ainda que os tão esperados investimentos em infra-estrutura saiam do papel. "Uma hora, os investimentos em energia vão ter que acontecer", diz Silva, que aposta em um crescimento de 3,5% para o Brasil no ano que vem. Na área de ferrovias, a empresa está planejando novos investimentos em sua fábrica de locomotivas de Contagem, Minas Gerais, reativada no ano passado. A produção começou tímida, como plataforma de exportação de locomotivas de pequeno porte. "O ano que vem será um ano de aceleração e, a partir de 2008, a fábrica vai começar realmente a crescer", diz Silva. O apagão aéreo não tira o ânimo da GE com o setor de aviação. Durante muitos anos, a GE tinha a Varig como seu maior cliente, para quem fornecia leasing de aeronaves e serviços de manutenção de turbinas. "A crise da Varig nos fez buscar oportunidades em outros mercados, e hoje a maior parte dos negócios da GE Celma é manutenção de turbinas para empresas estrangeiras", explica Silva. A partir do ano que vem, a empresa passará a ter ainda a TAM e a Gol como clientes. (AE)
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
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O Fumcad espera ter R$ 100 milhões em 2007 com doações de até 6% do Imposto de Renda
Fotos Danilo Verpa/Hype
FUMCAD Recursos para 400 mil jovens Verbas do Fundo Municipal da Defesa da Criança e do Adolescente viabilizam projetos que ajudam no desenvolvimento desta parcela da população.
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odos pela defesa e desenvolvimento da criança e do adolescente. Este era o espírito dos participantes na última sexta-feira durante o lançamento dos projetos que recebem recursos do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Fumcad). O objetivo principal do encontro era conscientizar a sociedade da importância da atuação do Fundo, que há 14 anos arrecada recursos para os projetos complementares às políticas públicas para crianças e jovens com idade até 18 anos. A expectativa é de arrecadar R$ 100 milhões em 2007 e atender mais de 400 mil deles. Durante o evento, realizado no Museu da Casa Brasileira, na capital paulista, autoridades e representantes de Organizações Não Governamentais (ONGs) que trabalham com esse público ressaltaram a importância da participação tanto de pessoas físicas quanto de empresários. Eles podem ajudar estas entidades doando até 6% do imposto de renda devido, deduzido de sua declaração anual (pessoas físicas) e 1% (pessoas jurídicas). As doações podem ser enca-
Kassab: no caminho da solidariedade a crianças e adolescentes.
minhadas diretamente para um projeto específico, que deve ser aprovado pelo CMDCA, por meio de um depósito identificado de qualquer valor no Banco do Brasil, na agência 1897-x, conta corrente de número 5738-x. Os interessados em colaborar também podem fazer o depósito sem escolher uma entidade. No manual que foi distribuído para os participantes do evento há orientações para os interessados em destinar parte de seus impostos a estes projetos. O secretário especial para Participação e Parceria, José Police Neto, ressaltou a importância do evento porque ele enfatiza que empresários e pessoas físicas podem e devem participar. "Foi uma batalha chegar ao dia de hoje. A formalidade das regras que regiam os fundos nos dava muito pouco para atender a criança e o adolescente. Fizemos com que o que podem doar os impostos e as entidades que os recebem estivessem juntas aqui". E acrescentou que a cidade de São Paulo tem hoje cerca de 400 projetos aptos a receber mais de R$ 400 milhões. "Por isso, precisamos ressaltar para todos: olhem para aqueles que
Souza: momento ímpar na luta.
Amato: a união traz resultados.
Police Neto: batalha vencida.
garantem os direitos das crianças e dos adolescentes". União de todos – Para o secretário estadual de Desenvolvimento e Assistência Social, Rogério Amato, o evento é importante porque "nenhuma entidade pode fazer nada sozinha. O Estado também não vai fazer tudo", afirma. Segundo ele, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê que deve haver um sistema de garantias dos direitos da criança e do adolescente e ele se dá quando todos participam. Na opinião do presidente do Conselho Municipal dos Direi-
tos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Geraldo Salvador de Souza, este é um momento ímpar na luta pelos direitos da criança e do adolescentes. "Os 32 consel h e i ro s d o C M D C A e s t ã o atuando insistentemente e acima de qualquer questão partidária, e o poder público está engajado nesta luta", explica. Para ele, este evento vem marcar um sistema de garantias realmente eficaz. Engajamento – Durante o evento, representantes do banco Itaú e autoridades municipais bem como estaduais rea-
firmaram seu compromisso com o Fumcad e a defesa do ECA. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, ressaltou a ação dos secretários Rogério Amato e José Police Neto na defesa da criança e do adolescente. "Eles fazem deste sonho uma realidade. Há importantes projetos em condições de apoio financeiro e este evento nos dá um grande alento porque vemos que há a participação e o esforço de todos. Estamos no caminho certo da solidariedade à criança e ao adolescente", concluiu. Para os representantes de entidades que atuam junto a crianças e adolescentes, o evento também foi uma oportunidade para conhecer o trabalho de outras entidades e trocar experiências. Jady Dantas da Associação Mutirão do Pobre, disse que foi importante saber pessoalmente o que os secretários da área tinham a dizer e conhecer suas propostas. Para Marilda Duarte, do Instituto Zero a Seis, que capacita líd e re s p a r a t r a b a l h a r c o m crianças de zero a seis anos, o encontro foi positivo e ela pôde saber o que as autoridades pretendem para o setor. Paula Cunha
É fim de ano. Ajude.
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inda dá tempo! Estamos às vésperas do Natal, todos correndo para comprar os presentes que faltam, mas é possível parar um pouquinho e ajudar as organizações não governamentais e entidades assistenciais que já começaram uma verdadeira corrida para proporcionar um fim de ano feliz para crianças, jovens, idosos e famílias carentes. Por isso, festas, bazares e bingos, entre outras atividades, já estão sendo organizadas para arrecadar fundos e adquirir presentes e alimentos. Abaixo, estão algumas destas iniciativas e a maneira de participar delas. Arregace as mangas e entre neste clima de solidariedade. Uma doação ou apenas um clique em seu mouse pode fazer a diferença para muitas pessoas. Paula Cunha
BAZAR
Só um clique
Associação Maria Helen Drexel, que atua desde A 1973 na criação de lares
asta dar um clique no B mouse e você já conseguiu fazer a sua boa
sociais, nas quais uma mãe social adota até dez crianças e adolescentes, conta com um bazar permanente que oferece presentes em sua sede na capital paulista. São itens de baixo custo que podem ajudar pequenas empresas que precisam presentear clientes de última hora que aparecem em sua sede neste final de ano. Além disso, a entidade aceita contribuições para outras festas que realiza durante o ano. Os interessados podem doar itens para os bazares da festa junina e da comemoração do Dia da Criança. O endereço é rua Miguel Sutil, 590, próximo à avenida Águas Espraiadas.
ação de Natal. Sem sair de casa ou do escritório, há vários sites que ajudam ONGs e instituições que cuidam de crianças e idosos. O endereço virtual www.socialweb.com.br está cheio de sugestões de cartões, presentes e brindes.
GRAACC equenas lembranças P podem fazer a diferença em uma confraternização. Por isso, o Grupo de Apoio à Criança e ao Adolescente com Câncer (Graacc) oferece camisetas, necessaires e canecas. A coala com a inscrição "Estou com o Graacc" (foto) custa R$ 15. A necessaire colorida, R$ 11. Ligue : (11) 5908-9108.
AACD Associação de Assistência à A Criança Deficiente
(AACD) também oferece cartões e brindes como agendas e calendários para manter seus centros de reabilitação. A entidade também conta com chaveiros, canetas, relógios de mesa, mouse pads e outros itens que podem ser personalizados. Toda a renda obtida com a
venda destes produtos vai para sete centros de reabilitação. Os cartões têm desenhos e ilustrações exclusivos. O valor mínimo para pedidos é R$ 30 e a quantidade por modelo deve ser superior a dez unidades. Todos estes itens podem ser encomendados pelo telefone (11) 5541-6000, fax (11) 5541-6010 ou pelo site www.aacd.org.br.
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Política TSE REJEITA AS
A população não consegue ver a diferença entre partidos do ponto de vista programático. Tasso Jereissati
Flavio Florido / Folha Imagem
CONTAS DE CAMPANHA DO PT Por 4 votos a 3, os ministros do TSE consideraram ilegal uma doação de R$ 10 mil feita pela concessionária de serviço público Deicmar, que atua no porto de Santos. Essa decisão, entretanto, não deve afetar a posse e o segundo mandato de Lula.
Contas de campanha de Lula foram consideradas irregulares pelo Tribunal Superior Eleitoral
E O CONGRESSO QUER AUMENTO s Mesas da Câmara e do Senado tomaram a decisão política de equiparar os salários dos parlamentares, hoje de R$ 12,8 mil, ao dos ministros do Supremo Tribunal Federal, cuja remuneração mensal é de R$ 24.600,00. Candidatos à reeleição, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), devem, agora, assinar um ato conjunto concedendo o aumento. Isso deve ocorrer no encerramento da atual legislatura, semana que vem. Mas o reajuste poderá ser menor, passando de R$ 12,8 mil pra R$ 16,5 mil, com a correção da inflação do período. Essa é outra proposta em estudo. Para formalizar o reajuste, que é reivindicado publica-
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mente há meses pelo chamado baixo clero, Renan e Aldo vão fazer uma reunião conjunta com os líderes partidários nas duas Casas para dar sustentação política à decisão e dividir o ônus da medida junto à opinião pública. "Já tomamos a decisão de reajustar o salário dos deputados para R$ 24 mil", informou o primeiro secretário da Câmara, Inocêncio Oliveira (PL-PE). "A concessão do reajuste será feita no dia 22, o último desta legislatura e entrará em vigor quando assumir a próxima". Aldo Rebelo e Renan Calheiros negam que estejam tratando do assunto. Dizem que só vão discutir a questão na próxima semana ou em janeiro, quando a atual legislatura ainda estará funcionando, embo-
ra o Parlamento esteja de recesso. Os dois presidentes estão agora inclinados a fazê-lo, mas desde que os líderes partidários se comprometam com a medida. Eles não querem pagar sozinhos a conta do desgaste na opinião pública. Por esta razão, o chamado baixo clero trabalha com duas possibilidades: a da equiparação, pelo qual os salários iriam de R$ 12,8 mil para R$ 24,6 mil; e o do reajuste pela inflação, pelo qual o salário iria de R$ 12,8 mil para R$ 16,5 mil. A equiparação planejada pelos parlamentares já foi aprovada pelo Projeto de Decreto Legislativo número 444, de 2002, mas não foi implementado até hoje porque os dirigentes temiam a repercussão negativa da medida. (AOG)
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plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou ontem, por 4 votos a 3, as contas do comitê financeiro da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O relator, ministro José Gerardo Grossi, propôs a rejeição porque concluiu que ocorreu uma irregularidade insanável – o recebimento de doação de R$ 10 mil por uma fonte vedada, a concessionária de serviço público Deicmar, que administra um porto seco em Santos. A rejeição, entretanto, dificilmente vai afetar o segundo mandato de Lula. Numa eventual ação para questionar o mandato, o Ministério Público Eleitoral ou um partido tem de provar que ocorreu abuso de poder econômico. E isso será difícil por causa do pequeno valor da doação. "Foi um preciosismo. Nós fizemos R$ 104 milhões em despesas de campanha. Eles localizaram uma doação (irregular) de R$ 10 mil", reagiu um dos advogados da campanha petista, Márcio Silva. Em parecer enviado ao TSE, o Ministério Público Eleitoral
havia proposto a aprovação das contas de Lula e do comitê financeiro do PT com ressalvas. O texto admite que a Deicmar é concessionária, mas argumenta que "essa empresa contribuiu com apenas R$ 10 mil para a campanha presidencial, montante que não compromete a regularidade das contas, tendo em vista o grande volume de recursos objeto de análise neste processo". Na votação de ontem, o TSE considerou legítimas as doações feitas pelas empresas OAS, Caemi, CSN Tractebel e MBR, apesar de parecer enviado a Grossi por técnicos da Secretaria de Controle Interno do tribunal, que propuseram a rejeição das contas. Para eles, havia irregularidades graves nas informações prestadas, entre elas as doações de R$ 10 milhões de subsidiárias de concessionárias de serviços públicos. O presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello, descartou a proposta: "Ou se aprova ou se desaprova, não haverá coluna do meio." Ontem à noite os ministros
concluíram, por 5 votos a 2, que essas empresas não podem ser consideradas como se fossem as próprias concessionárias pelo fato de serem acionistas dessas companhias. O vice-presidente do TSE, Cezar Peluso, discordou. Ele disse que essas empresas têm vínculo econômico, que não pode ser desprezado, com as concessionárias. "Não posso conceber que um partido que tenha em seus quadros advogados competentes não tenha atinado para a fraude à lei. A lei não é dúbia. É textual. Não quer que o dinheiro de tarifas seja usado em campanha eleitoral. O caso é de vício insanável." Em outra votação ocorrida ontem, o TSE concluiu, por 4 votos a 3 que foi regular a doação de R$ 1 milhão recebida pela campanha petista do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS). A maioria dos ministros entendeu que essa organização não é um sindicato nem uma associação de classe, que são proibidos de fazer doações. Os ministros do TSE ainda vão analisar as contas do candidato Luiz Inácio Lula da Silva.
Sergio Lima / Folha Imagem
BORNHAUSEN DEIXA A VIDA PÚBLICA
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presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), fez ontem, no plenário do Senado, um amplo discurso de despedida da vida parlamentar. O mandato do pefelista na Casa termina em 31 de janeiro do próximo ano e ele não disputou a reeleição – já decidido a se afastar da política, segundo correligionários. Em seu discurso Bornhausen descreveu a sua trajetória política desde 1984, quando participou da liga que elegeu naquele ano Tancredo Neves presidente da República. O presidente do PFL falou ainda a respeito do empenho que disse ter feito para que fosse aprovada a reforma tributária e acusou indiretamente o PT de brecar a reforma política na Câmara, depois de já ter sido aprovada pelo Senado. Crítico severo e intransigente do governo, Bornhausen lembrou que o brasileiro sabe que em 2006 a carga tributária vai tirar do bolso 38% do que o cidadão produz – um patamar incompatível com o crescimento que se espera do País. Reforçou a tese de que é necessário baixar os impostos e considerou a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) um insulto à inteligência. No plenário, repleto de pefelistas, não havia nenhum tucano. Como presidente do partido, contudo, Bornhausen foi um dos mais ativos integrantes da campanha do ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB-SP), que em coligação com o PFL buscou derrotar, sem sucesso, a ascensão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva rumo à reeleição . O partido ainda não marcou a data para a definição do nome que irá sucedê-lo no comando pefelista, após o seu afastamento. (AE)
Renan Calheiros e o grupo, no Senado: 'invasão' de campo e de palco acabou em consenso sobre porcentual de patrocínio para o esporte e a cultura. José Patrício / AE
TASSO QUER PSDB MAIS 'NACIONAL'
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presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), disse, em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, que está na hora de o PSDB rediscutir o seu programa e buscar a diferenciação dos demais partidos, alegando que existe uma confusão programática que acaba atrapalhando os eleitores. Ele citou como exemplo a utilização do tema privatização como arma eleitoral: "Essa questão da privatização deixou claro que a população brasileira não consegue ver a diferença entre partidos do ponto de vista programático", analisou Tasso, acrescentando que os tucanos não souberam defender a privatização durante a campanha presidencial, e que nas discussões que o partido organizará, em 2007, a legenda terá de "ficar mais nacional". Ele lembrou que 20 anos
ARTISTAS E ATLETAS ENTRAM EM ACORDO, EM BRASÍLIA.
Tucano defende diferenciação.
após a sua fundação, o partido agora necessita rediscutir o seu papel na sociedade brasileira e pontos fundamentais, como qual o papel do Estado na sociedade. No ano que vem, afirmou, serão postos na mesa do partido alguns temas como "o que é o PSDB hoje?", ou "que tipo de capitalismo e papel do Estado o partido quer?" Energia – Tasso fez também uma forte crítica ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por ter mandado cortar o fornecimento de gás a siderúrgicas do Ceará, para cumprir acordos energéticos feitos com a Bolívia.
epois de muita polêmica e de uma reunião com os ânimos exaltados de ambas as partes, os representantes das áreas da cultura e dos esportes chegaram a um acordo sobre o texto do projeto que cria incentivos fiscais para investimentos de empresas no esporte. O projeto, já aprovado na Câmara, seria votado ontem na Comissão de Educação do Senado. Pela manhã, um grupo de artistas, do qual faziam parte as atrizes Fernanda Montenegro e Beatriz Segal e o ator Ney Latorraca, fez um périplo pelo Senado, conversando com parlamentares e explicando que a aprovação do texto, como estava, seria prejudicial para o financiamento das atividades culturais do país. Pelo acordo, firmado entre os ministros da Cultura, Gilberto Gil, e dos Esportes, Orlando Silva, os incentivos fiscais concedidos aos projetos esportivos não sairão mais do mesmo percentual de 4% que o governo dá a empresas que patrocinam a cultura. Assim sendo, o acordo atende à reivindi-
Sérgio Lima / Folha Imagem
Hortência e Latorraca: afinados.
cação dos artistas. Para permitir que o esporte também receba incentivos fiscais, ficou acertado que o mesmo percentual será aplicado para investimentos na categoria, que deixará de dividir os 4% com a cultura. A concessão fiscal virá do nicho de isenção permitido a empresas na área de distribuição de vale alimentação a seus funcionários e inovação tecnológica . Os representantes dos dois ministérios informaram que a Receita Federal identifi-
cou nessa categoria de incentivo fiscal um potencial de receita que pode ser direcionada para projetos esportivos. O acordo recebeu o aval dos dois grupos que vieram hoje ao Congresso defender os seus pontos de vista. Além dos artistas, compareceram também estrelas do esporte, como Robson Caetano, Hortência, Gustavo Borges, Bernardo, do Vôlei, e Lars Grael. Um encontro no cafezinho do Senado, que começou em clima de disputa, terminou com gritos de "viva o esporte" e "viva a cultura". Depois, os grupos se reuniram com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Segundo o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), um dos articuladores do acordo, será feita uma emenda de redação ao projeto que cria a Lei do Esporte, para que possa ser aprovado no Senado e seguir para sanção presidencial sem passar pela Câmara. A manobra será feita para atender aos esportistas, que tinham pressa na aprovação do projeto por causa dos jogos Pan-Americanos do ano que vem. (AOG)
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Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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MINISTROS E PRESIDENTE ALINHAVAM PACOTE
bilhões de reais é o orçamento da Caixa Econômica Federal para habitação em 2007
Gustavo Miranda/AG
Não podemos fazer investimento por soluços. Dilma Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil
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ORÇAMENTO PLURIANUAL PARA CRESCER
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governo pretende criar, a partir de 2008, um Orçamento Plurianual de Investimentos, disse ontem a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. A idéia é dar um horizonte de mais longo prazo ao próprio governo e à iniciativa privada quanto à evolução de grandes obras públicas. "Não podemos fazer investimento por soluços", disse a ministra. Hoje, o orçamento federal é anual e obras que levam mais de 12 meses para ficar prontas sofrem a ameaça de ficar sem verbas de um ano para outro. Essa insegurança quanto à continuidade é incorporada ao preço, lembrou a ministra. A obra acaba saindo mais cara. Essa foi uma das propostas discutidas ontem, numa reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que durou mais de dez horas. Onze ministros participaram das discussões, que não foram interrompidas nem para o almoço. O objetivo, explicou Dilma, foi definir um conjunto de obras prioritárias para os próximos quatro anos. Ela, porém, não entrou em detalhes. Segundo técnicos da área, o objetivo é definir perto de 50 obras prioritárias entre rodovias, portos, ferrovias e hidrovias, e escolher um gestor para cuidar de cada uma delas. É um modelo semelhante ao adotado pelo governo Fernando Henrique Cardoso no programa Avança Brasil. A idéia de estabelecer um gerente responsável por projeto foi elogiada pelo presidente da Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy. Na sua avaliação, é uma forma
obras entre rodovias, por tos, ferrovias e hidrovias estão na lista das prioridades para o País crescer
Reunião entre o presidente e ministros durou mais de dez horas Milton Mansilha/LUZ
eficiente de "fazer as prioridades escolhidas acontecerem" . Mais tarde – Questionada, a ministra informou que a escolha de um gestor por projeto não foi discutida ontem. Ela tampouco se comprometeu com um prazo para a conclusão da lista de prioridades. A idéia inicial, informaram técnicos, era divulgar o programa de infra-estrutura junto com o pacote que vem sendo formulado na área econômica. Há, porém, dúvidas sobre se haverá tempo. O próprio pacote da área econômica vem sendo sucessivamente adiado, dada a dificuldade de se amarrar um conjunto de medidas que seja equilibrado do ponto de vista do orçamento. Segundo a ministra, na área de transportes, a escolha das prioridades segue a quatro critérios: remover "gargalos", aumentar a integração entre as regiões no País, ativar regiões cuja economia é menos desenvolvida e melhorar a integração com os países vizinhos. Os técnicos prevêem que os investimentos na área serão da ordem de R$ 24 bilhões. Metade de recursos seriam públicos, e a outra metade, privados. Na área de energia, foi feita uma exposição sobre os principais projetos em petróleo. Financiamento – Embora a ministra não tenha entrado em detalhes, a maior parte dos investimentos será financiada pelo setor privado. Uma das propostas discutidas foi a criação dos fundos privados para a infra-estrutura, que serão isentos de Imposto de Renda e de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para poder competir com os fundos de renda fixa. (AE)
Alan Marques/Folha Imagem
O presidente Lula comandou a reunião com 11 ministros
MÍNIMO Comissão aprova valor de R$ 375
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Balanço apresentado ontem pelo Secovi-SP mostra que mercado vendeu 11,2% mais em valores
Venda de imóveis novos cresce 13,8% em 2006 s vendas de imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo tiveram em 2006 o melhor desempenho dos últimos 12 anos, de acordo com balanço divulgado ontem pelo Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi-SP). No ano, as vendas deverão chegar a 27,1 mil unidades, com R$ 8,25 bilhões negociados, o que representa crescimentos de 13,8% e 11,2%, respectivamente, sobre os resultados de 2005. O indicador Venda sobre Oferta (VSO) médio mensal do ano – que mede o desempenho da comercialização – deve chegar a 11,2% no fim de 2006, contra 8,8% do ano passado. Por outro lado, os lançamentos residenciais diminuíram 3,91% nos primeiros dez meses do ano. Foram 17.092 unidades, contra 17.788 em igual período de 2005. Apesar da queda em número de imóveis lançados, o montante produzido, em valor, cresceu de R$ 5,8 bilhões de janeiro a outubro de 2005 para R$ 6,59 bilhões nos primeiros dez meses deste ano, o que representa um incremento de 13,74%.
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Segundo a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), 2006 deve terminar com 24,2 mil unidades lançadas, montante 2,9% inferior ao do ano passado (24.915). O presidente do Secovi-SP, Romeu Chap Chap, atribuiu o recuo do número de lançamentos aos entraves do Plano Diretor Estratégico e da nova Lei de Zoneamento da cidade. "Se não fosse esse fator, certamente o mercado teria feito muito mais", disse, lembrando que a expectativa era de crescimento de 25% do número de lançamentos em 2006. Mesmo assim, as perspectivas são boas. "Ainda neste ano teremos novas e boas notícias para o mercado imobiliário, principalmente no financiamento do lote urbanizado, um antigo pleito do sindicato", disse Chap Chap, referindo-se à medida que deverá ser anunciada na próxima semana pelo governo. "O setor imobiliário será um grande alavancador do crescimento do País." Déficit – A Caixa Econômica Federal, por sua vez, espera que União, estados e municípios se aliem, em 2007, para
combater o déficit habitacional, de acordo com a diretora de Desenvolvimento Urbano da instituição, Márcia Kumer. "A Caixa atua com políticas públicas de inclusão social, tendo a habitação como base." No País, 91,9% desse déficit está concentrado em famílias com renda mensal de até cinco salários mínimos, para as quais foram destinados 50% dos R$ 14 bilhões contratados em programas de crédito imobiliário da Caixa em 2006, disse Márcia. No Sudeste, 70% do déficit habitacional está concentrado em famílias com renda de até três mínimos. Para o vice-presidente de Incorporação do Secovi-SP, João Crestana, é preciso produzir 1 milhão de novas moradias para conter o déficit habitacional existente, projetado em 7,9 milhões. "A produção formal é que combate a carência de moradia no País", afirmou. Para o próximo ano, a Caixa pretende repetir o orçamento deste ano, ou seja, aplicar R$ 14 bilhões em habitação, com aporte de R$ 4,2 bilhões de recursos da poupança. Maristela Orlowski
Comissão Mista de Orçamento aprovou ontem o relatório setorial do Trabalho, Previdência e Assistência Social do Orçamento para 2007, que prevê o reajuste do salário mínimo de R$ 350 para R$ 375 a partir de 1º de abril de 2007. O reajuste aprovado é maior que o proposto pelo governo, de R$ 367. O relator foi o senador Leomar Quintanilha (PCdoB-TO). Já o relator-geral do Orçamento, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), informou que vai conversar com o ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, para buscar um entendimento e evitar que o governo vete o aumento proposto. "Vamos tentar entendimento para que o governo possa aceitar os R$ 375. Não vejo que uma diferença de R$ 7 ou R$ 8 seja derrota para ninguém. Se o governo pudesse, daria um aumento maior", afirmou Raupp. Pelas contas apresentadas pelo relator, a diferença a mais na conta do Orçamento entre o valor proposto pelo governo e o da comissão é de cerca de R$ 1,5 bilhão. Mais – As centrais sindicais reivindicam um aumento para R$ 420, o que para Raupp não é possível. O último reajuste do salário mínimo foi maior que o proposto neste ano, quando passou de R$ 300 para R$ 350. "Havia defasagem grande. Acho que o governo fez muito pelo salário mínimo dando reajustes acima da inflação", afirmou o senador Raupp. De acordo com o calendário do relator, a comissão mista deve aprovar o relatório final no dia 19 deste mês e o plenário terá entre os dias 20 e 22, último dia dos trabalhos no ano do Legislativo, para votar o orçamento. (Agências)
Logo Logo DIÁRIO DO COMÉRCIO
Bazuki Muhammad/Reuters
Assim como a União Soviética foi eliminada e hoje não existe, o regime sionista em breve será eliminado. Do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ontem, em uma conferência internacional que questiona o Holocausto, afirmando que os dias de Israel estão contados.
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quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
DEZEMBRO
2 -.LOGO
13 Nascimento do músico brasileiro Luiz Gonzaga (1912-1989), o "rei do baião"
C HILE I RAQUE
Sob vaias e aplausos
Atentado deixa 63 mortos em Bagdá Ali Jasim/Reuters
Um carrobomba explodiu ontem pela manhã em uma praça no centro de Bagdá matando 63 pessoas e deixando mais de 230 feridos. O ataque aconteceu no dia em que o presidente dos EUA, George W. Bush, realizou uma teleconferência com os principais militares americanos no Iraque, para discutir uma nova estratégia para solucionar o conflito no país. A maioria das vítimas da explosão era de iraquianos xiitas pobres em busca de emprego na praça Tayaran. Eles foram atraídos por um homem que prometia contratá-los para trabalhos temporários. Quando uma multidão se formou em volta de sua van, ele detonou o veículo. O atentado quebrou vidros e vitrines de lojas da região, deixou crateras nas ruas e provocou o incêndio de mais de dez carros, estacionados no local. Uma nuvem de fumaça tomou conta do bairro. A praça Tayaran é conhecida por ser um ponto de encontro em que
Cerimônia fúnebre de Pinochet se transforma em confronto de correntes políticas
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pintores, pedreiros, encanadores e carpinteiros em busca de empregos. A maioria vêm de bairros pobres, como o reduto xiita de Cidade Sadr. A praça fica ao lado de diversos prédios do governo e da área protegida e fortificada conhecida como Zona Verde, onde ficam o Parlamento iraquiano e as embaixadas dos EUA e da GrãBretanha. O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, culpou extremistas sunitas e partidários do ex-ditador Saddam Hussein pelo "massacre horrendo". Na foto, iraquiano chora a morte do irmão no atentado. (AE)
Max Montecinos/Reuters
funeral do ex-ditador chileno Augusto Pinochet, morto domingo aos 91 anos, após enfarte, foi marcado por homenagens de seus familiares e seguidores e também por protestos de simpatizantes do ex-presidente Salvador Allende – morto durante a ditadura de Pinochet (19731990) – e familiares de vítimas de seu regime. O governo chileno, de centroesquerda, negou ao ex-ditador, que morreu no domingo aos 91 anos, o enterro com honras de Estado, o que revoltou seus defensores, que o encaram como aquele que salvou o país do comunismo e do caos. A filha mais velha de Pinochet, Lucía, elogiou o pai por ter acendido "a chama da liberdade", quando derrubou o gover-
Caixão de Augusto Pinochet deixa a escola militar depois do funeral
no democraticamente eleito do presidente socialista Salvador Allende, num golpe de Estado. A presidente Michelle Bachelet, que foi torturada durante o regime de Pinochet, não foi à cerimônia. Ela havia afirmado que seria uma afronta para muitos chilenos oferecer um enterro
de estadista para um homem que comandou a morte de cerca de 3 mil pessoas. Após a cerimônia, o corpo de Pinochet foi levado para Concón para ser cremado. A família não quis enterrá-lo com medo de que seus adversários depredassem o túmulo.
Claro Cortes IV/Reuters
E NERGIA NUCLEAR
Arsenal israelense reconhecido TV alemã, assim que deu início a sua primeira visita oficial a Berlim, Olmert declarou: "O Irã, aberta, explícita e publicamente ameaça varrer Israel do mapa. Você pode dizer que eles estão no mesmo nível, quando estão aspirando ter armas nucleares, dos EUA, da França, de Israel e da Rússia?" Assessores de Olmert disseram que as declarações, feitas em inglês, não são uma admissão de que Israel possua armas atômicas. Analistas independentes acreditam que Israel tenha fabricado entre 80 e 200 ogivas nucleares desde o fim da década de 1960.
O CLONE - Zou Ren (à esquerda) posa para fotos ao lado de um robô que ele mesmo criou a sua imagem e semelhança. Batizado como Zou Ren Ti, o robô move o rosto e fala, alémd e ter uma pele parecida com a humana feita em silica gel.
C A R T A Z
VISUAIS Óleos sobre tela de Sandra Gamarra. Galeria Leme. Rua Agostinho Cantu, 88. Butantã. Telefone: 3814-8184. Das 10h às 19h. Grátis.
De olho no dinheiro público
Para quem realmente já tem tudo, esse é o presente ideal. Um espeto movido a bateria, onde o cidadão pode tostar seus marshmallows, linguiças ou outros quitutes na fogueira. Funciona com duas pilhas AA. US$ 39,95 na Hammacher Schlemmer. www.hammacher.com/publish/
A Controladoria-Geral da União (CGU) colocou á disposição no Portal da Transparência informações detalhadas sobre os recursos públicos federais destinados a empresas, órgãos ou cidadãos, independentemente da origem dos valores. A pesquisa pode ser feita por nome ou por código de identificação, como CPF, CNPJ ou NIS, sendo possível listar os favorecidos em ordem decrescente de valor. Além disso, é possível consultar no site dados sobre repasse de recursos para estados, municípios e servidores.
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www.transparencia.gov.br
B RAZIL COM Z
Candidato a anfitrião O jornal britânico The Guardian divulgou ontem em seu site na internet a decisão do Brasil de oficializar sua candidatura à Copa de 2014. A comunicação oficial será realizada hoje, em cerimônia realizada em Tóquio, onde os dirigentes da Fifa se reúnem para acompanhar a terceira edição da Copa do Mundo de Clubes. Segundo o site. O Brasil conta com o apoio das outras nove federações nacionais filiadas à Conmebol. Na América do Sul, apenas a Colômbia chegou a manifestar discretamente a intenção de se candidatar.
Astronautas do ônibus espacial Discovery iniciaram ontem a primeira das três saídas espaciais previstas na missão, informou a Nasa. O norteamericano Robert Curbeam e seu colega sueco, Christer Fuglesang passaram a noite na câmara de descompressão, respirando oxigênio puro para eliminar o nitrogênio do sangue, que causa mal-estar no espaço. Eles vão instalar na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) um segmento metálico de duas toneladas, que aumentará o comprimento da estação. M EIO AMBIENTE
Pólo Norte, sem gelo em 2040
meio de senha. Após constatar que se tratava de um assalto, o empresário ligou para a mulher, que mora em Santo André, no Grande ABC, e pediu que ela avisasse a polícia e a empresa representante do sistema de segurança no Brasil. A empresa de Wettlaufer chama-se Medusa e no Brasil é representada pela Eagle System, com sede em São Paulo.
A Eagle System representa a Medusa desde setembro e já fechou contrato com cerca de 200 clientes, que pagam de R$ 600 a R$ 800 por mês pelo serviço, que inclui assistência técnica e atualizações. O assaltante Antonio Correia Sobrinho, de 38 anos, foi preso em flagrante dentro da residência de Wettlaufer e vai responder pelo crime de furto qualificado. (AE)
A notícia foi antecipada pelo jornal The Independent: o oceano Ártico pode perder virtualmente todo o seu gelo marinho no verão por volta de 2040 – cerca de 40 anos antes do se previa até então. Segundo cientistas do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica dos EUA, a aceleração na perda de gelo marinho vista nos últimos anos na região não será nada perto do degelo maciço que pode ser iniciado em 20 anos. Crianças nascidas hoje assistirão ao primeiro verão sem gelo do Ártico, diz o jornal. L OTERIAS Concurso 513 da DUPLA-SENA Primeiro Sorteio 02
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Segundo Sorteio
A TÉ LOGO
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Ensino superior à distância cresceu 76% em 2005 e já oferece a 189 opções de cursos Aquecimento global encolhe a camada externa da atmosfera e afeta programas espaciais
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Espeto giratório para piqueniques
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empresário alemão J o ã o P edro Wettlaufer, de 43 anos, é casado com uma brasileira e mora seis meses no Brasil e seis meses na Alemanha, de onde conseguiu evitar um assalto à sua casa na praia de Pernambuco, no Guarujá. O feito aconteceu graças a um sistema de câmeras de segurança projetado por sua própria empresa. O assalto ocorreu na sexta-feira, dia 8. Wettlaufer estava em Colônia, quando o seu celular apitou alertando que o sistema de segurança da casa no Guarujá havia sido acionado. "Quando eu entrei na internet, achei uma pessoa que eu não conhecia em minha casa", disse o empresário. O sistema transmite online, em tempo real, as imagens para um site que pode ser acessado por
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F AVORITOS
Flagrante virtual
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G @DGET DU JOUR
Mensagens de texto por celular (SMS) vão mais do que dobrar em cinco anos, para 2,3 trilhões de unidades até 2010, mostrou pesquisa divulgada ontem. O número de SMS transmitidas em 2005 foi estimado em 936 bilhões, de acordo o grupo de pesquisa Gartner. A receita total do serviço deve alcançar US$ 72,5 bilhões em 2010, frente aos US$ 39,5 bilhões de 2005. "A região que continuará a trocar mais SMS será a Ásia-Pacífico, onde o Gartner prevê que a quantidade de textos enviados ultrapassará 1,8 trilhão em 2010", disse relatório do grupo.
Astronautas em caminhada
T ECNOLOGIA E M
O mundo ligado pela SMS
E SPAÇO
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O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, provocou uma tempestade doméstica ontem ao indicar publicamente que Israel possui o único arsenal nuclear do Oriente Médio, aparentemente abandonando a política tradicional do Estado judaico de nem confirmar nem negar a posse desse tipo de armamento. Parlamentares da oposição acusaram Olmert, cuja popularidade já estava abalada pela guerra no Líbano, de incompetência e de minar a campanha israelense para conter as ambições atômicas do arquiinimigo Irã. Numa entrevista à
T ELECOMUNICAÇÕES
Comitê de especialistas britânicos divulga relatório defendendo experiências em macacos
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Concurso 1687 da QUINA 33
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Planalto Senado Congresso Nononono
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Não seria compreensível, sequer aceitável, que o TRE permita a diplomação do deputado eleito (Juvenil Alves). Felipe Peixoto Netto procurador
PARLAMENTARES DESISTEM DO PROJETO 'PIZZA'
'PROJETO PIZZA' SAI DA PAUTA NA CÂMARA
temor de mais um desgaste político impediu ontem que a Câmara levasse adiante o projeto da Mesa Diretora que, na prática, impediria a reabertura de processos de cassação contra deputados acusados de envolvimento em irregularidades e não julgados. A proposta beneficiaria, diretamente, cinco deputados acusados pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas que foram reeleitos, e os deputados eleitos Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Paulo Rocha (PT-PA), supostamente envolvidos no esquema do "mensalão". O "projeto pizza", como foi apelidado na Casa, condicionava a possibilidade de reabertura de processo de cassação à apresentação de um "fato novo", acabando com a regra atual que permite a continuidade da ação por decisão do presidente da Câmara ou a reapresentação da denúncia por algum partido. A norma atual foi usada por duas vezes, permitindo a reabertura de processos de nuli-
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Bruno Miranda / Folha Imagem
Eymar Mascaro
Reforma ao vento
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Anistia: líderanças da Câmara decidiram não gerar mais desgaste.
seu novo mandato, no dia 1º de fevereiro de 2007. Rocha, que também renundade de mandato mesmo com ciou ao mandato, deverá ser ala mudança de Legislatura (os vo de processo de cassação. Castro ainda argumentou a faquatro anos). Reclames – A idéia constou vor da proposição no encontro da pauta de votação do plená- de líderes, mas ficou sozinho. "O projeto daria um indulto rio, mas foi retirada ontem, depois de protestos de alguns lí- de Natal aos parlamentares deres partidários durante uma denunciados. É um projeto equivocado. A reunião com o eleição concepresidente da de um mandaCâmara, Aldo to e não uma R e b e l o ( P Canistia ao maldoB-SP). Os líO projeto daria um f e i t o d e n i nderes do PT na indulto de Natal aos guém", declaC a s a , H e n r idenunciados. A rou o deputaque Fontana eleição concede um do Chico Alen( R S ) ; d o car (PSol-RJ). PMDB, Wilson mandato e não uma O líder da miSantiago (PB); anistia ao malfeito de n o r i a n a C âdo PP, Mário ninguém. mara, José CarNe grom on te Chico Alencar los Aleluia (BA); do PSC (PFL-BA), Pastor Amarilclassificou o d o ( TO ) e d o PCdoB, Inácio Arruda (CE), projeto de inconstitucional. assinaram o pedido de urgên- Segundo ele, a Constituição escia do líder do PL, Luciano pecifica as condições em que Castro (RR) para que o texto pode ser aberto um processo de perda de mandato de parlafosse votado. O presidente nacional do mentar, e projeto de resolução PTB, Roberto Jefferson (RJ), não tem poder para alterar avisou que apresentará um no- uma norma constitucional. Ele antecipou que, se essa vo pedido de cassação de Costa Neto, assim que ele assumir proposta fosse aprovada pelo
plenário da Câmara, o PFL pediria ao Supremo Tribunal Federal (STF) que decretasse a inconstitucionalidade. Os líderes do PFL, Rodrigo Maia (RJ), e do PSDB, Jutahy Magalhães Júnior (BA), também se posicionaram contra a proposta. O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, Ricardo Izar (PTB-SP), disse ter sido surpreendido com a proposta e a condenou. "Imaginávamos que os processos continuariam na próxima Legislatura, mas, com essa mudança, não irão mais", afirmou. Dos 67 deputados que respondem a processo de cassação no colegiado, cinco foram reeleitos. São eles: João Magalhães (PMDB-MG); Marcondes Gadelha (PSB-PB); Pedro Henry (PP-MT); Welington Fagundes (PL-MT) e Welington Roberto (PL-PB). Surdina – Sem alarde, a Mesa da Câmara dos Deputados havia fechado o acordo no último dia 29. Ele abria caminho para anistiar parlamentares envolvidos em escândalos cujos casos ainda não tivessem sido julgados pelo plenário e anulava acusações de legislaturas anteriores que não apresentassem "fatos novos". (AE)
Ó RBITA
PROCURADORIA INSISTE QUE JUVENIL NÃO SEJA DIPLOMADO
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Procuradoria Regional Eleitoral em Minas entrou ontem com um recurso contra decisão do juiz auxiliar do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Gutemberg da Mota e Silva, que cassou a liminar que suspendia a diplomação do deputado federal eleito pelo PT, Juvenil Alves. A liminar foi cassada anteontem, um dia depois de a Corte do TRE rejeitar por unanimidade as contas do deputado eleito. Com isso, não há impedimento para a diplomação de Juvenil no próximo dia 18. Se for diplomado, o deputado eleito passará a ter foro privilegiado e só poderá ser processado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O procurador Felipe Peixoto Netto observou que foram encontradas provas do abuso de poder econômico pelo candidato petista no material apreendido durante a Operação Castelhana da Polícia Federal (PF) e que a prática de caixa dois foi comprovada tecnicamente. Netto conclui que "não seria compreensível, sequer aceitável", que o TRE, "diante dos gravíssimos atentados à moralidade pública e abusos do poder econômico, cuja prestação de contas, a propósito, foi considerada 'afrontosa e descabida", permita a diplomação do deputado eleito. O Ministério Público Eleitoral pede que a decisão seja cassada e que seja novamente concedida liminar para a suspensão da expedição do diploma. O recurso deverá ser julgado, amanhã, pela Corte do Tribunal. (AE)
or enquanto, Lula não está disposto a propor ao Congresso nova reforma na Previdência por considerar o assunto nitroglicerina pura. O presidente só tocaria a reforma em frente se contasse com a boa vontade dos aposentados, isto é, se também os dependentes da Previdência chegassem à conclusão de que a reforma é inadiável. Sugerir agora a reforma seria, para o governo, o mesmo que acender o rastilho de pólvora. Em contrapartida, técnicos admitem que cedo ou tarde o governo terá de fazê-lo, eliminando a aposentadoria por tempo de contribuição e impondo idade mínima.
ROMBO Segundo informações, o rombo na Previdência é de R$ 40 bilhões, com tendência ao crescimento se a reforma não vier. O País tem cerca de 15 milhões de aposentados no INSS. Se o governo conseguisse impor idade mínima, haveria mais equilíbrio nas contas da Previdência.
CONFUSO O governo admite que os parlamentares se rebelariam se tivessem de mexer nas regras atuais da Previdência. Por isso, o presidente Lula não se arrisca a sugerir a reforma ao Congresso no momento. Pode ser que o presidente se anime a propor a reforma no futuro.
MUDANÇA Governo e congressistas estudam a viabilidade de votarem em 2007 outro projeto de reforma, a Política. Mas sabem que terão dificuldade de aprovação de algumas propostas, como financiamento público das campanhas fidelidade partidária, introdução das listas partidárias e o voto distrital.
consta do pacote de negociações do governo com o PMDB. Os peemedebistas estão abertos a entendimentos com o governo.
NOMES O PMDB pode apoiar qualquer dos dois candidatos lançados por PT e PCdoB: Arlindo Chinaglia ou Aldo Rebelo. Mas, enquanto o entendimento não chega, o PMDB continua admitindo que tem o direito de ter candidato próprio por ter a maior bancada: 89 deputados.
COMPORTAMENTO A dúvida bateu no PSDB: nem toda a bancada no Senado estaria disposta a votar no candidato da oposição à presidência da Casa, José Agripino (PFL). Fala-se que alguns senadores continuariam votando em Renan Calheiros (PMDB).
CAMPANHAS Cresce no Congresso a reação à aprovação, por exemplo, do financiamento público das campanhas. É forte a corrente dos que são contra o pagamento das campanhas com dinheiro do contribuinte. Argumenta-se que o financiamento público eliminaria o risco de 'Caixa 2' nas campanhas.
FAVORITISMO Os levantamentos continuam refletindo favoritismo de Renan Calheiros na eleição no Senado. A candidatura de José Agripino ainda não empolgou toda a oposição, embora o prefeito do Rio, César Maia, admita que o candidato do PFL esteja na frente de Renan.
LISTAS
ISONOMIA
Os deputados não querem nem ouvir falar na imposição das listas pelos partidos. Admitem que haveria apadrinhamento, beneficiando os candidatos que aparecessem no topo das listas. Com as listas, o eleitor deixaria de votar em candidatos para votar nos partidos.
O PT pediu ao TRE, antes da apreciação das contas de campanha de Lula, para que o tribunal usasse o mesmo critério do TSE-MG, que aprovou as despesas de candidatos estaduais, apesar de constar doações de empresas que tiveram negócios com o governo.
FARRA Outra reforma que os deputados recusam é a volta da fidelidade partidária. Os deputados querem continuar tendo a liberdade de trocar de partidos, como ocorre com freqüência, sobretudo após as eleições. Os deputados não querem acabar com a farra do troca-troca de partidos.
APOIO Com ou sem candidato próprio, o PMDB estaria disposto a apoiar o candidato dos aliados à presidência da Câmara, caso venha a ser compensado de outro lado. A eleição de presidente da Câmara
RESSALVAS Enquanto o PT falava em isonomia, o presidente do STF, ministro Marco Aurélio Mello, insistia na recomendação de que as contas de campanha do presidente não fossem aprovadas com ressalvas. O ministro queria que o Supremo votasse as contas de Lula sem subterfúgios.
EVIDÊNCIA Embora exista a ameaça do julgamento virar pizza, o presidente do Conselho de Ética da Câmara, Ricardo Izar, admite que um grupo de deputados estaria realmente envolvido com o escândalo dos sanguessugas. O deputado pretende revelar seus nomes ao procuradorgeral da República, Antonio Fernando.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
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diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini, disse ontem que a queda no nível de emprego da indústria paulista em novembro, de 1,64%, surpreendeu a entidade por representar quase o dobro da registrada em novembro de 2005, quando a baixa foi de 0,87%. Segundo ele, é a maior queda no nível de emprego nos últimos 12 meses. "Entramos nos últimos dois meses do ano, em que a perda de empregos é característica,
RECUO DE 1,64% EM NOVEMBRO É O MAIOR DOS ÚLTIMOS 12 MESES
CAI NÍVEL DE EMPREGO conforme já tínhamos adiantado. Porém, o resultado de novembro surpreende em relação aos anos anteriores, por ter sido um pouco pior do que esperávamos", afirmou Francini. "Isso reforça nossa expectativa em relação à geração de empregos na indústria da transformação em 2006, que já era baixa", acrescentou. Segundo Francini, se o resultado de dezembro for o mesmo
DISTRITAL PENHA
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ECONOMIA - 7
de dezembro de 2005 (-1,62%), o nível de emprego da indústria fechará o ano de 2006 com alta de 0,6%, o que significa a criação de cerca de 13 mil vagas. Por conta desta expectativa e, ao comparar o resultado do acumulado do ano (2,27%) e a variação dos últimos 12 meses (0,62%), ele revisou sua expectativa para o índice neste ano para algo entre 0,5% e 1%. O resultado de 0,5% signifi-
caria a criação de 10 mil novos empregos e o de 1%, 20 mil novos empregos. "O mês de novembro nos surpreende, de certa forma, porque já houve uma devolução de empregos dos setores de alimentos, bebidas e setor sucroalcooleiro. Essa queda, portanto, está carregada de outros fatores", comentou. "A taxa de juros e, em decorrência dela, o atual patamar do câmbio, foram ressaltados
pelos empresários como questões centrais desse resultado. Está havendo substituição de produtos nacionais por similares importados", completou. Francini destacou ainda que, apesar de as indústrias têxtil e calçadista terem sido bastante prejudicadas pelas condições macroeconômicas, também está havendo substituição por parte das empresas na compra de bens interme-
diários nacionais por máquinas importadas. "E esse setor carrega 60% da atividade industrial", afirmou. O diretor do Fiesp afirmou que o nível de emprego acompanha o resultado já apontado pelo Índice do Nível de Atividade (INA), que mostra um decréscimo do nível da atividade industrial, em função da substituição dos produtos importados. "Independente de o emprego fechar em 0,5% ou 1%, qualquer resultado abaixo de 2% é muito ruim, muito aquém daquilo que seria necessário gerar para absorver os novos trabalhadores que chegam ao mercado de trabalho", disse. (AE)
quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
Congresso Planalto Legislativo CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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ELEIÇÃO NA CÂMARA MOVIMENTA PARTIDOS
Acho que a continuidade do trabalho do Aldo é muito boa para a Câmara Ministro Hélio Costa
Sérgio Lima/FolhaImagem
MINISTRO DO PMDB APÓIA ALDO REBELO
FIM DA GREVE DE FOME NA CÂMARA
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Inocêncio Oliveira (PL-PE), Aldo Rebelo e João Correia (PMDB-AC), que encerrou greve de fome ontem. Roosevelt Pinheiro/Abr
Para Hélio Costa, reeleição é o melhor para a Câmara
O
ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), defendeu um acordo entre os partidos da base aliada para a reeleição do presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PC do B-SP). "Acho que a continuidade do trabalho do Aldo é muito boa para a Câmara. Vejo que, a essas alturas, os partidos aliados, inclusive o PT, começam a entender assim também", disse Costa, durante a inauguração da sede reformada da prefeitura de Belo Horizonte (MG). A coalizão em torno do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva tem dois possíveis candidatos: Rebelo e o líder do governo na Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), cujo nome já foi lançado. O PMDB, partido do ministro das Comunicações, se reúne hoje para discutir um nome da legenda. Para Costa, porém, o presidente da Câmara demonstrou que é "uma pessoa que tem um perfil para o cargo". Rebelo conta com o apoio de
Lula. Presente no evento em Minas, o chefe da SecretariaGeral da Presidência, Luiz Dulci, disse que está convencido de que as siglas chegarão a um entendimento. "Estou convencido de que os partidos da coalizão, todos os partidos da base aliada, terão apenas um candidato na hora da eleição", afirmou Dulci. O ministro das Comunicações lembrou a eleição do expresidente da Câmara Severino Cavalcanti (PP-PE), que se beneficiou da divisão do PT. "Repetir o ano passado eu duvido. Acho que a gente aprende com os erros." Disputa – O PMDB quer esperar os movimentos de aliados na disputa pela presidência da Câmara para decidir se também lançará um nome. A reunião do partido marcada para hoje, inicialmente com objetivo de apresentar um postulante, não deve indicar nenhum candidato, apenas reafirmar a disposição da legenda de reivindicar o direito de indicar um representante. (AE)
ALENCAR: DITADURA 'ENCERRADA'
O
vice-presidente da República, José Alencar, afirmou ontem que está "encerrado" o capítulo sobre o regime militar brasileiro (1964-1985). Em entrevista no Palácio do Planalto, ele disse "lamentar" pelas mortes de adversários da ditadura, mas se posicionou contra o julgamento de criminosos que estão na reserva das Forças Armadas. "Na democracia tudo pode ser levantado e pode ser discutido", completou. "Agora, no Brasil, pela nossa tradição e cultura, essa questão foi encerrada." Ele também evitou comentar sobre os arquivos em poder das Forças Armadas, que podem ajudar a localizar os corpos dos desaparecidos políticos e
Vice é contra julgamento de militares acusados de atos criminosos
explicar melhor o que ocorreu nos porões do regime. "A história do Brasil merece que todos nós nos imbuamos do propósito de fazer este País cada vez melhor para os jovens que estão chegando aí." Alencar, no entanto, não economizou palavras para repudiar outro regime sangrento, o de Augusto Pinochet, no Chile. "Lá no Chile tem uma divisão. Nós,
que somos democratas, abominamos o que foi feito pelo Pinochet", afirmou. Embora tenha exguerrilheiros no primeiro escalão, como a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, o governo Lula atendeu ao pedido das Forças Armadas de manter trancados os arquivos da ditadura. No domingo, o Planalto chegou a divulgar nota dura contra o regime Pinochet. (AE)
presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, Ricardo Izar (PTB-SP), marcou para a quarta-feira da próxima semana o julgamento do deputado federal João Correia (PMDB-AC). A decisão levou Correia a suspender a greve de fome, que havia iniciado anteontem no plenário da Câmara. O objetivo do deputado era ser julgado antes do recesso parlamentar, que começa no próximo dia 22. Para garantir a possibilidade de julgamento do parlamentar, o relator do processo de cassação, deputado Ancelmo (PT-RO), protocolou, no começo da tarde de ontem, junto ao Conselho, o fim da fase de instrução do processo contra João Correia, acusado de envolvimento no esquema de compra superfaturada de ambulâncias com recursos do Orçamento. Com essa decisão, foi concluída toda a primeira fase do processo, agora pronto para decisão dos membros do Conselho. Antes da decisão, João Correia e alguns parentes reuniram-se com o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoBSP), e o primeiro-secretário da Mesa, Inocêncio Oliveira (PLPE). Aldo Rebelo disse que não pretendia interferir no processo interno do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, mas atribuiu a demora nos julgamentos pendentes ao ano eleitoral, "que foi muito complicado para as votações no Congresso". (AE)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
DOISPONTOS -77
S
JUROS DE 13,25% OLAVO DE CARVALHO FARISEU HIPÓCRITA
O
CORBIS
Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
É a mais baixa taxa de juros ou a mais alta?
T
axa de juros Selic a 13,25%: nunca antes neste país a taxa foi tão baixa. Incrível como se diz coisas assim, sem análise dos juros reais. Parte-se dos simples algarismos matemáticos, em que o 13 vem antes do 14 e este antes do 15, e pronto. Afirma-se um erro e manipula-se tudo que é possível, afinal, nós, brasileiros, parecemos adorar as miragens, como se beduínos fossemos e habitássemos o deserto do Saara. Um pouco de realismo faria-nos enxergar as coisas de outro modo, em especial índices econômicos. Nossa taxa de juros Selic - e vide que não é a taxa aplicada à economia real, aquela para empréstimos, financiamentos, etc. - é em realidade a mais alta do mundo, mesmo com mais esta redução. Pergunte-se a um empresário quanto custa um empréstimo bancário. Já denunciamos no passado a manipulação de números quanto ao "crescimento do PIB", cujo parâmetro internacional é o dólar norte-americano, sem nenhum ou com parco crescimento. Basta que a taxa média do dólar baixe muito, como ocorreu em 2005, para que o PIB cresça "vertiginosamente" de 602 para 796 bilhões de dólares. Em realidade, sem crescimento real.
E
m sua última reunião do ano, o Banco Central do Brasil reduziu a taxa Selic em mais 0,5 ponto percentual, levando-a para 13,25%. Os não-versados em economia, bem como o governo, já se apressam em dizer que é a mais baixa taxa da história, ou dos últimos anos, e assim por diante. Tudo no afã de justificar o injustificável e de ofuscar os parcos crescimentos econômicos. Acabamos de ver no terceiro trimestre o mesmo crescimento do segundo, ou 0,5 ponto percentual. E o mercado aceita que a taxa básica de juros, embora astronômica, seja a "mais baixa". Sem contar que as pessoas dizem que caiu 0,5%, ao invés de 0,5 ponto percentual, que são duas coisas diferentes. Não bastasse isso, reduziu-se neste ano a própria queda, que antes era de 0,5 ponto a cada 30 dias e desde há algum tempo é 0,5 ponto a cada 45 dias. Os empresários reclamam, mas vão aceitando. Coisas de um povo inculto economicamente, como sói acontecer no Brasil. Qualquer estudante de economia que já tenha estudado a disciplina pode explicar que uma taxa não é mais baixa ou mais alta apenas porque os algarismos matemáticos têm uma ordem. Uma taxa é mais baixa que outra considerando fundamentos econômicos, e não matemáticos. A taxa de 13,25% não é a mais baixa desde a criação da Selic em 1986. E nem a mais baixa das últimas três décadas.
G Uma taxa é
mais baixa que outra considerando fundamentos econômicos e não matemáticos. A taxa de 13,25% não é a mais baixa desde a criação da Selic em 1986. E nem a mais baixa das últimas três décadas. G É preciso
entender que uma taxa de juros de 13,25% pode ser bem maior do que uma taxa de 20%, se a primeira estiver inserida num cenário de inflação como a nossa. G Afirma-se um
erro e manipula-se tudo que é possível, afinal nós brasileiros, parece, adoramos miragens.
Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br
O
que vem a ser uma taxa mais baixa? Vide o caso da taxa atual de 13,25% com inflação fechando o ano em 3,0%. Se considerarmos pontos percentuais, veremos que a nossa está com 10,25 pontos percentuais acima da inflação. Note-se que a média mundial, considerando os países emergentes, é de 2 pontos percentuais acima da inflação. Portanto, a nossa apresenta-se mais de cinco vezes maior do que a do restante dos países deste planeta azul no quesito spread. E também quase o dobro da segunda, que é da Turquia. Isso já mostra que é quase impossível para o empresário recorrer a empréstimos bancários, pois não há como transferir esse custo à mercadoria produzida, num cenário de inflação no nível da nossa. O mesmo ocorre com os consumidores, que obviamente não conseguem repassar o custo a ninguém e nem conseguem aumentos ou reajustes salariais suficientes para cobrir as altas taxas de juros, bem acima daquela abusiva já obtida pelas empresas. Eles não conseguem nem aplicações financeiras equivalentes. Mas, muito pior que isso é a análise através da porcentagem da taxa, e não dos pontos percentuais. É preciso entender que uma taxa de juros de 13,25% pode ser bem maior do que uma taxa de 20%. Se a primeira estiver inserida num cenário de inflação como a nossa, ela representará 341% de taxa de juros real (13,25% sobre 3,0%). Se a segunda se apresentar numa economia com inflação de 8%, ela será de "apenas" 150% sobre a inflação registrada (20,0% sobre 8%). E vide que isso apesar, também, de representar mais pontos percentuais de spread, isto é, 12,0 pontos contra 10,25 da outra.
uso pejorativo da palavra raça para designar um grupo não racial é o inverso de um insulto racista, pois deprecia os elos raciais que o racismo, por definição, exalta. A expressão é pejorativa precisamente porque reduz a afinidade política, espiritual ou cultural entre os membros de uma comunidade a um mero parentesco biológico, como se se tratasse de um grupo de galinhas ou macacos. A intenção sarcástica se anularia automaticamente a si mesma se o falante, pensando como racista, considerasse a identidade racial um elo superior e não inferior àqueles que de fato unem o grupo. A expressão só é pejorativa porque não é racista. Qualquer pessoa que saiba ler tem de entender isso num relance, sem precisar nem pensar.
J
á expliquei isso dias atrás, mas agora notei que os detratores do senhor Jorge Bornhausen, além de lhe atribuir uma intenção racista incompatível com o sentido mesmo das suas palavras, ainda a explicam reiteradamente pela origem racial e geográfica do senador catarinense, fomentando o preconceito contra os imigrantes germânicos e contra um Estado da federação e cometendo assim eles próprios, da maneira mais inequívoca, o crime de racismo. Raramente a receita de Lênin - xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz - foi posta em prática de maneira tão exemplarmente literal.
e o senador não os processar por isso, deixando fora da cadeia esses deliqüentes, terá se rebaixado à condição de cúmplice passivo de seus próprios difamadores, além de cometer a injustiça de punir só o primeiro deles e deixar à solta a multidão de seus cúmplices, que nem têm como aquele a escusa da emoção momentânea, já que escrevem em parceria, após longas deliberações coletivas.
P
enso aqui num deles em especial, o senhor Dalmo Dallari. Escrevendo no Jornal do Brasil do dia 9, esse jurista de palanque afirma que o senhor Bornhausen, ao designar seus inimigos petistas como raça, agiu "bem ao estilo dos nazistas quando se referiam aos judeus". Mentira suja. Os nazistas jamais atacaram o povo judeu por ser uma raça, mas por não ser da raça deles. Nenhum nazista, aliás, nenhum racista de qualquer filiação, jamais depreciou a identidade de raça enquanto tal. Fazê-lo seria deixar ipso facto de ser racista. E chega a ser comovente que esse coroinha intelectual do untuoso demagogo Dom Paulo Evaristo Arns tendo feito carreira na ostentação de catolicismo, rotule de nazista o mesmo giro semântico utilizado por Jesus para qualificar seus discípulos relapsos de raça de víboras. Mas não pensem que a hipocrisia desse fariseu desprezível se contente com isso. No meu próximo artigo comentarei mais dois ou três feitos dele que igualam ou superam os do próprio marquês de Sader. OLAVO DE CARVALHO É JORNALISTA
G Detratores
de Bornhausen usam a origem geográfica do senador para criticá-lo, fomentando o preconceito, cometendo eles próprios, da maneira mais inequívoca, o crime de racismo.
T
udo é uma questão do olhar lançado ao parâmetro. Pode-se considerar o número absoluto, o que é inadequado, ou o relativo, mais adequado para a análise. É sabido que o absoluto não existe, e que não se pode comparar coisas assim. É preciso ter parâmetros, e que sejam confiáveis. Precisamos acabar com esse tipo de atitude, sob todos os aspectos, e pararmos de mentir ao brasileiro ou de mudarmos a história a cada momento. Temos que enterrar 1984, a fantástica obra do genial escritor inglês George Orwell, escrita em 1948, um mundom em que existe apenas a verdade atual e onde a todo momento a história é reescrita à vontade dos donos do poder. SAMIR KEEDI É ECONOMISTA E PROFESSOR DE COMÉRCIO EXTERIOR SAMIR@ADUANEIRAS.COM.BR
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quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
Nacional Finanças Conjuntura Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
INDÚSTRIA DE MÁQUINAS PERDE FATURAMENTO
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bilhões de reais é a soma das dívidas que os agricultores acumularam até 2006, diz a CNA
INDÚSTRIAS PERDEM FATURAMENTO EM 2006 E ESPERAM RETOMADA DE OBRAS PARA CRESCER EM 2007
VENDA DE MÁQUINAS RECUA 5,2% Marco A. Teixeira/ Ag. O Globo - 13/02/2003
Setor da cana é um dos poucos que escapou de problemas em 2006
Agricultura à beira de uma nova crise
O
presidente da Confe- de R$ 537,63 bilhões registrado deração da Agricultu- em 2005, segundo estimativa ra e Pecuária do Brasil da CNA. "O conjunto da agri(CNA), Antônio Ernesto de cultura e da pecuária perdeu Salvo, propôs ontem um novo renda da porteira para dentro refinanciamento das dívidas da fazenda da ordem de 3%. dos produtores rurais por, no Todo mundo ficou um pouco mínimo, cinco anos. Segundo mais pobre no que vendeu", ele, a crise vivida pelo setor nos afirmou Salvo. Falta infra-estrutura – Seúltimos anos e o acúmulo de vencimentos de empréstimos gundo a CNA, os problemas e de refinanciamentos já feitos de infra-estrutura no Brasil impedirá que os agricultores prejudicam mais os produtoquitem todas as dívidas que res do que as chamadas barreivencem em 2007. "Teremos ras externas, como subsídios, uma crise de liquidez. O pro- quotas e sobretaxas. A entidadutor não vai conseguir pagar de afirma que, nos últimos a n o s , o s i nos débitos. É a ve st ime nt os crônica de em infra-esuma morte trutura e loanunciada. gística têm siOs recursos do realizados não serão supraticamente ficientes para pelo setor pripagar todas bilhões de dólares é vado. "Os inas contas", coquanto a CNA calcula ve st ime nt os m e n t o u o ngovernamentem Salvo. que precisarão ser tais no setor Segundo a investidos na somam apeentidade, a infra-estrutura de nas 0,15% do agropecuária PIB, enquanbrasileira transportes nos to a China e a perdeu 0,53% próximos dez anos Índia invesdo seu Produtem 3% a 4% to Interno no setor", diz Bruto (PIB) em 2006. Luciano Carvalho, o documento da CNA. De acordo com a vice-presiassessor da CNA, estima que a crise vai estourar em abril ou dente de Secretaria da CNA, maio de 2007. "Se tudo ocorrer Kátia Abreu, os pontos princicerto com o câmbio, clima e pais do prejuízo para a renda controle de pragas e doenças, são a logística e a infra-estrutuas receitas obtidas com a co- ra. "Isso vai chegar a um ponto mercialização da safra ainda de estrangulamento tal que vai serão insuficientes para o pa- tirar o Brasil da competitividagamento dos compromissos de mundial", afirmou. O setor referentes às safras passadas, calcula que exista a necessidaavaliados em R$ 20 bilhões", de "iminente" de investimendisse, ao apresentar balanço tos em transportes da ordem de US$ 16 bilhões, nos próxisobre a questão do crédito. O PIB da agropecuária fe- mos 10 anos. "Desse montante, chará o ano em R$ 534,77 bi- US$ 3,3 bilhões se referem aos lhões, em queda de 0,53% na investimentos públicos", descomparação com o resultado creve o relatório. (AE)
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Luludi/Ag. Luz - 22/02/2005
eflexo do baixo ritmo de crescimento da economia, a indústria de máquinas e equipamentos projeta fechar 2006 com reduções de 5,2% no faturamento real e de 3,1% na geração de emprego, isso, apesar das perspectivas de ampliar em até 3% a produção física até o final do ano. Para 2007, o setor espera resultados melhores, mas não o suficiente para recuperar o terreno perdido. Projeções da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) indicam para 2007 crescimento real de 0,7% no faturamento do setor. As projeções foram feitas a partir de modelo econométrico desenvolvido pela Abimaq, que leva em conta variáveis como a estabilidade do câmbio, a continuidade na redução da taxa de juro, inflação controlada e Produto Interno Bruto (PIB) com crescimento de 3,5%. Segundo o presidente da Abimaq, Newton de Mello, 2007 poderá ser melhor se as medidas anunciadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que dizem respeito à retomada dos investimentos na infra-estrutura, forem de fato colocadas em prática. Mello cobra medidas mais drásticas do governo para reaquecer a indústria nacional. Entre as propostas, o presiden-
Um 2006 com ganho maior
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ano de 2007 deve se mostrar menos favorável às
Apesar da queda no faturamento, produção de máquinas cresce 3%
te da Abimaq pede a eliminação dos incentivos fiscais dados aos compradores estrangeiros de títulos públicos, para que menos dólares entrem no País, e a eliminação integral da cobertura cambial, para que o dólar volte a valer ao menos R$ 2,50. "Esse tipo de medida
vai forçar o aumento da produção de bens nacionais, já que a demanda por importados tende a cair", disse Mello. A balança comercial do setor de máquinas e equipamentos era deficitária no acumulado de janeiro a outubro de 2006, período com resultados já fe-
empresas de cervejas e refrigerantes do que foi 2006. A expectativa se baseia, de um lado, na previsão de que o ganho de massa salarial que favoreceu o setor neste ano não se repita na mesma proporção e, por outro, no
ambiente mais competitivo. Até outubro, a renda do brasileiro tinha crescido entre 4% e 5% sobre o mesmo período do ano anterior. Essa variável, considerada a mais importante para o consumo
chados pela Abimaq. Nesse intervalo, o País havia importado US$ 8,1 bilhões, com crescimento de 17,4% em relação ao mesmo período de 2005. Nos mesmos meses as exportações batiam em US$ 8 bilhões, uma elevação de 13,7% na comparação com o ano passado. Concorrência chinesa – A China foi quem mais ganhou mercado no Brasil até agosto, com vendas que cresceram 97,2% em comparação com igual período do ano anterior. Apesar do forte crescimento das importações de máquinas e equipamentos chineses, Mello acredita que a indústria nacional ainda respira frente a esse mercado, pelo maior valor agregado dos produtos nacionais. "A China ainda não produz tudo o que a indústria brasileira necessita", disse. Ainda assim, pede medidas protecionistas ao governo. "Enquanto o dólar não valorizar, a tarifa de importação, que hoje está em 14%, poderia ser elevada a 35%", chegou a propor Mello. O aumento das exportações, que ocorreu apesar do dólar desfavorável, foi justificado como uma forma de as indústrias do setor manterem a escala e os mercados compradores. Os investimentos do setor devem fechar o ano na marca de R$ 3 bilhões. Renato Carbonari Ibelli
de bebidas, motivou um aumento de 4% dos volumes comercializados no País de cerveja e aproximadamente 8% de refrigerantes, segundo levantamento dos primeiros noves meses deste ano. (AE)
Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças
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SUPERLEÃO PRONTO PARA IR A PLENÁRIO
quarta-feira, 13 de dezembro de 2006 Rafael Hupsel/LUZ
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Super-Receita é um trem da alegria, pois cria mais 1,3 mil cargos, com salários superiores a R$ 15 mil. Carmen Bressane, presidente do Unafisco-SP
SINDICATO DOS AUDITORES FISCAIS QUER EVITAR APROVAÇÃO DA SUPER-RECEITA NO SENADO
SUPER-RECEITA É "APAGÃO TRIBUTÁRIO" A 56
uditores fiscais, funcionários da Previdência Social, advogados e sindicalistas reuniram-se ontem na sede do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal em São Paulo (Unafisco-SP) para assinar um manifesto contra a criação da Super-Receita, união das secretarias da Receita Federal e Previdência Social, que centralizará a arrecadação dos impostos de competência de ambos os órgãos. Trata-se de uma frente de entidades para evitar o "apagão tributário e previdenciário da Super-Receita". As mais de 30 adesões foram encaminhadas ontem mesmo a senadores e deputados federais, em Brasília. E se o manifesto não surtir efeito, a presidente do Unafisc o - S P, C a r m e n B r e s s a n e , adianta que o sindicato vai recorrer à Justiça. "Inúmeros pareceres concluem pela inconstitucionalidade do projeto de lei da Super-Receita", disse Carmen. O projeto de lei que trata do novo órgão está no Senado pronto para ser votado. Desvios – O manifesto aponta os riscos que a fusão
bilhões de reais foi quanto a Previdência arrecadou a mais que o esperado no ano passado, segundo cálculos do Unafisco. dos órgãos poderá trazer à sociedade, segundo as entidades. O principal deles é o desvio de recursos da Previdência Social para o caixa da União. Segundo a presidente do Unafisco-SP, esse modelo de centralização já foi adotado no Chile e na Argentina e acabou com a Previdência pública dos dois países. Além disso, de acordo com Carmen, partes do Programa de Integração Social (PIS), da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) deveriam ser destina-
das à Previdência Social com base na Constituição Federal, mas não é o que ocorre. Carmen também acredita que a Super-Receita vai aumentar as chances de rombo da Previdência. Isso porque incide a chamada Desvinculação das Receitas da União (DRU) sobre os recursos que vão para o caixa da União. "Por meio desse mecanismo, poderão ser desviados 20% dos recursos da Previdência para atender às metas de superávit primário da União", disse. O gerente nacional da Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), José Maria de Almeida, concorda. "O órgão vai facilitar o desvio de recursos da Previdência para a União compor o superávit primário. É um absurdo!", disse. Para Almeida, quando a União fala hoje em rombo da Previdência, está faltando com a verdade. "Em 2005, por exemplo, a Seguridade Social foi superavitária e arrecadou R$ 56 bilhões a mais do que o esperado", calculou. O manifesto contesta também a afirmação de que a nova estrutura vai enxugar a máquina do governo. "A Super-Receita é um verdadeiro trem da
Rafael Hpsel/LUZ
Auditores fiscais, servidores da Previdência Social, advogados e sindicalistas protestam contra a Super-Receita
alegria. Isso porque cria mais 1,3 mil cargos, com salários de mais de R$ 15 mil", contabilizou Carmen. Durante o evento, a diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no Estado de São Paulo (Sinsprev-SP), Rita de Cássia Pinto, chamou a atenção para o fato de a Super-Receita tirar a autonomia financeira da Previdência para pagar os benefícios aos trabalhadores.
Segundo Carmen, vários juristas, como Ives Gandra Martins, já fizeram pareceres que concluíram pela inconstitucionalidade do órgão. Gandra Martins, por exemplo, sustenta que o artigo 163 da Constituição institui que matérias de finanças públicas têm de ser aprovadas por lei complementar ao invés de legislação ordinária. Para os auditores fiscais, a Super-Receita também é uma afronta a princípios legais por
causa de mudanças na carreira. As carreiras de auditor da Receita e da Previdência serão unificadas. Para Carmen, isso fará com que contribuintes tenham um bom argumento para contestar autos de infração. "Uma empresa poderá questionar, por exemplo, como alguém que não fez concurso para a Previdência pode autuá-lo por irregularidade com contribuição previdenciária", alegou. Laura Ignacio
Fotos: Newton Santos/Hype
Contabilistas realizam audiências para discutir futuro da profissão
Balaminut: pouco valor
Contabilistas querem mudar legislação de 1946
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ar um salto de excelência na profissão do contabilista e, assim, garantir um bom trabalho para a sociedade brasileira. Esse é o objetivo da reformulação pretendida na Lei nº 9.295, de 1946, que criou o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), os conselhos regionais e definiu as atribuições do contador e do guarda-livros. Para que uma nova lei seja sancionada, contadores de todo o País estão discutindo propostas em audiências públicas. As sugestões vão fazer parte de um anteprojeto de lei a ser apresentado ao Congresso Nacional em junho de 2007. "Pouco valor se dá à contabilidade, mas é uma das três mais importantes profissões dos países desenvolvidos, junto com a Medicina e o Direito", afirmou o presidente do CRC-SP, Luiz Antonio Balaminut. Entre as mudanças sugeridas pelos contadores, que se reuniram ontem na sede do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRC-SP), está a ampliação dos poderes do órgão. O Conselho Federal não tem, por
A contabilidade é uma das três mais importantes profissões dos países desenvolvidos. Luiz Antonio Balaminut, presidente do CRC-SP. exemplo, poder de editar norma jurídica. Tem apenas a finalidade de registro e fiscalização. Os conselhos regionais têm Programa de Educação Continuada, mas não podem destinar recursos para a educação de seus profissionais. Para colocar o programa em prática, precisam firmar parcerias com outras entidades da classe ou iniciativa privada. Exame – Os contadores querem também a volta do Exame de Suficiência para a categoria. Há alguns anos, uma resolução do CFC tornou o exame obrigatório para o registro no CRC. A lei de 1946 não prevê essa obrigação. Há cerca de
três anos a resolução caiu por terra por determinação judicial. Segundo Balaminut, o exame é uma maneira de mostrar que o futuro contador é competente. O conselho paulista também defende que o exame seja feito a cada dois anos para manter o registro. A participação no programa de educação continuada geraria pontos para o teste. Os contadores também querem que o registro profissional seja válido em todo o território nacional. Hoje, se um profissional precisa atuar em outro estado, é obrigado e pedir um registro. "É muita burocracia", disse o diretor administrativo do CRC-SP, Luiz Isao Miyata. Segundo Miyata, as funções dos contabilistas precisam ser atualizadas. A lei de 1946 ainda trata de guarda-livros e, de lá para cá, surgiram novas atividades para o contador. "As funções exclusivas do contabilista não estão determinadas com clareza", disse. A lei também não prevê punição para as infrações do contador. A proposta estabelece uma lista de infrações e respectivas penas. Adriana David
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Estilo Tr i b u t o s Finanças Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
BB DEVE FINANCIAR IMÓVEIS EM 2007
CONDENADO, EX-DONO DO BANCO SANTOS É PRESO
quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
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por cento dos funcionários da Unicamp abriram conta na Nossa Caixa
Leonardo Wen/Folha Imagem
Edemar Cid Ferreira foi condenado pelo juiz da 6ª Vara Criminal de São Paulo a 21 anos por crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
O
ex-controlador do Centro de Detenção Provisória (sobrinho de Edemar) foram condenados a 16 anos. Banco Santos, Ede- II (CDP), em Guarulhos. O juiz condenou ainda ouEdemar era o dono do Banco mar Cid Ferreira, foi condenado, na Santos, uma instituição de ata- tros quatro acusados, mas não segunda-feira, a 21 anos de pri- cado que atendia a clientes de determinou a prisão: André são pelos crimes de evasão de fundos de investimento e em- Pizelli Ramos (condenado a 16 divisas, lavagem de dinheiro presas. O banco sofreu inter- anos, em regime fechado), por organização criminosa, venção do Banco Central (BC) Márcia de Maria Costa Cid fraude com recursos do Banco em novembro de 2004 e foi li- Ferreira, mulher de Edemar, Nacional de Desenvolvimento quidado em maio de 2005. Se- Ruy Ramazini e Renello ParriEconômico e Social (BNDES), gundo o BC, o rombo deixado ni (5,4 anos em regime semiformação de quadrilha e ges- pelo banco chegou a R$ 3 bi- aberto). Esse grupo poderá relhões. Existem, ainda, R$ 400 correr em liberdade. tão fraudulenta. Recurso — O advogado do Ele também teve confisca- milhões em dívidas com fundos todos os seus bens, in- dos de investimento, R$ 300 ex-banqueiro, Arnaldo Malheiros Filho, c l u i n d o a Clayton de Souza/AE disse que vai mansão no recorrer da Morumbi, decisão. bairro nobre Além disso, de São Paulo, t e n t a r á g ae suas obras rantir ao de arte. Edecliente o dimar terá, ainreito de resda, de pagar ponder o proR$ 2,074 mic e s s o e m l ilhões de mulberdade. Ele ta. O imóvel pretende deve ser desot a m b é m i ncupado para gressar com virar um muum pedido de s e u . A d e c ih a b e a s c o rs ã o , e m p r i- Edemar deixa a sede da PF rumo ao Centro de Detenção Provisória pus no Supremeira instância, foi proferida pelo juiz da 6ª milhões com o BNDES e outros mo Tribunal Federal (STF). Os argumentos que deverão Vara Criminal da Justiça Fede- US$ 240 milhões com uma insestruturar o pedido de relaxaral em São Paulo, Fausto Mar- tituição estrangeira. tin de Sanctis. O juiz também condenou mento da prisão de Edemar Às 6 horas da manhã de on- outras sete pessoas. Três tive- serão praticamente os mestem, a Polícia Federal (PF) ram a prisão decretada na sen- mos que livraram, em agosto, cumpriu a ordem de prisão. tença, de 665 páginas: o ex-su- o ex-banqueiro da carceragem Além de Edemar, seu filho Ro- perintendente Mário Archan- do CDP de Guarulhos, infordrigo Rodrigues de Cid Ferrei- gelo Martinelli foi condenado mou o advogado. "Não houve ra, condenado no mesmo pro- a 18 anos e 8 meses; o ex-dire- decisão final nesse processo. cesso a 16 anos de reclusão, foi tor-administrativo Álvaro Zu- Por isso, ainda cabe recurso e preso. Ambos foram levados cheli Cabral e o membro do co- acredito que ele poderá respara a sede da PF na zona oeste mitê executivo do banco Ricar- ponder em liberdade", avade São Paulo e, depois, para o do Ferreira de Souza e Silva liou Malheiros Filho. (AE)
BB vai reforçar parcerias com o varejo
O
presidente interino do Banco do Brasil, Antonio Francisco Lima Neto, afirmou ontem que a instituição está perto de fechar oito parcerias para a oferta de produtos bancários fora de suas agências. Ele assumiu o
comando do maior banco do País na última segundafeira, no lugar de Rossano Maranhão. Ontem, o presidente interino participou de uma teleconferência com analistas de mercado. Segundo ele, os acordos com varejistas continuam a ser estratégicos para o BB. "Atualmente, temos nove parcerias confirmadas e há outras oito em vias de concretização", afirmou.
Veículos e imóveis — Lima Neto repetiu o discurso de seu antecessor, ressaltando a meta do banco de ampliar o crédito na área de veículos, cuja carteira atingiu em novembro R$ 800 milhões. O executivo informou na teleconferência que o banco estatal pretende entrar no ramo de financiamento imobiliário a partir do segundo semestre do próximo ano. (Reuters)
Juiz determinou desocupação da mansão de Edemar no bairro do Morumbi. Casa deve virar museu.
Unicamp mantém folha de pagamento no Santander
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ma decisão da reitoria da Universidade de Campinas (Unicamp) pode atrasar o cronograma de migração das contas do funcionalismo público, atualmente no Santander Banespa, para a Nossa Caixa. Em comunicado interno distribuído aos funcionários da universidade, o reitor José Tadeu Jorge informou que os créditos do salário do mês de dezembro — pagos até o quinto dia útil de janeiro — serão depositados no Santander e não na Nossa Caixa, como prevê o decreto do governador Cláudio Lembo. O prazo para migração estabelecido pelo governo estadual expirou em 30 de novembro.
No documento, Jorge disse ter decidido manter o crédito no banco espanhol depois de receber um levantamento que mostrou que apenas 30% das pessoas remuneradas pela Unicamp (professores, funcionários de administração, estagiários e bolsistas) abriram contas na Nossa Caixa para receber os pagamentos. Só na universidade, 13 mil contas deveriam ter sido abertas no banco estadual. Na avaliação do reitor, nesse cenário, a mudança criaria problemas para a transmissão dos créditos — já que uma parte seria remetida ao banco Santander Banespa e uma pequena parcela para a Nossa Caixa.
Jorge afirmou que o prazo de processamento da folha de pagamento de dezembro da Unicamp termina já no próximo dia 17, o que inviabiliza o envio dos dados em tempo hábil para a confirmação dos créditos nas novas contas-correntes. Estrutura —De acordo com o reitor, o posto de atendimento da Nossa Caixa dentro da Unicamp não tem estrutura suficiente para atender os docentes e funcionários. Procurada para comentar a decisão do reitor da Unicamp, a Nossa Caixa informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não sabia da determinação de Tadeu Jorge. Davi Franzon
Fed mantém juro em 5,25% ao ano
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o passar do tempo". A manutenção da taxa já era esperada pelos analistas e investidores. Divergência — A decisão não foi unânime. Como nas três reuniões anteriores, o presidente do Fed de Richmond, Jeffrey Lacker, discordou, dizendo que taxa maior seria necessária para manter a inflação sob controle. A série de votos contrários de Lacker é a maior desde que o então presidente do Fed de Cleveland, Jerry Jordan, votou contra quatro vezes seguidas, em 1998. Outros integrantes do Fed, no entanto, continuaram a acreditar que o ritmo de desaquecimento da economia vai amenizar as pressões inflacionárias. Mas eles preferiram não descartar um eventual au-
mento do juro. "A extensão e o momento de qualquer aperto adicional que possa ser necessário para enfrentar esses riscos vão depender da evolução da perspectiva para o crescimento econômico e a inflação", destacou o comunicado do banco central americano. A produção dos Estados Unidos cresceu a uma taxa anual de 2,2% no terceiro trimestre, contra avanço de 2,6% no segundo trimestre e de 5,6% nos primeiros três meses deste ano. Já o núcleo da inflação subiu 2,4% no ano até outubro, de acordo com o indicador favorito do Fed. Muitas autoridades do banco central americano gostariam de ver a inflação do país contida em uma faixa entre 1% e 2%. (Reuters)
NASDAQ
Bolsa americana ofereceu US$ 5,3 bilhões diretamente aos investidores.
Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) decidiu ontem manter a taxa básica de juros do país em 5,25% ao ano pela quarta vez seguida. Apesar da manutenção, o Fed reforçou o alerta de riscos inflacionários. A taxa atingiu esse nível no último mês de junho, depois de 17 aumentos consecutivos de 0,25 ponto percentual determinados pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, em inglês). Em comunicado, o Fed informou que continua concentrado nos riscos de inflação, conservando a expectativa de que o juro pode ter que subir mais. Por outro lado, o Fomc disse que "as pressões inflacionárias devem se abrandar com
Uma oferta pela bolsa de Londres
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Nasdaq fez ontem uma oferta de 2,7 bilhões de libras (o equivalente a US$ 5,3 bilhões) pela London Stock Exchange (LSE), apelando diretamente aos investidores da bolsa depois de ter sido rejeita pela administração do maior mercado acionário da Europa. A bolsa americana, que já detém 28,75% da LSE e fez uma oferta de 1.243 pences por ação em dinheiro pelo restante do capital, informou que espera resposta até o próximo dia 11 de janeiro. A Nasdaq revelou sua mais recente oferta para a diretoria
da LSE em 20 de novembro, mas a administração da bolsa européia rejeitou a proposta pela segunda vez, como fez com outros interessados. A bolsa americana também reduziu para 50% o nível de aceitação que exige para que sua oferta seja válida. Com isso, apenas 21,3% dos investidores da LSE precisam votar favoravelmente à oferta para que a Nasdaq assuma o controle. Representantes da LSE não comentaram a nova oferta. Oferta maior — Segundo os termos do código de aquisições do Reino Unido, a Nasdaq
poderá elevar sua oferta segundo duas condições: se o conselho da LSE recomendar a oferta aos acionistas ou se uma proposta rival surgir. As bolsas de valores de todo o mundo estão buscando sócios, pressionadas por clientes que querem taxas menores e ofertas maiores. Além disso, uma ameaça competitiva às bolsas está vindo de seus clientes de bancos de investimentos, um grupo que afirmou no mês passado que está planejando criar uma nova plataforma de negócios pan-européia em 2007. (Reuters)
ESPECIAL Previdência Privada Ano 81 - Nº 22.272
R$ 0,60
São Paulo, quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
Jornal do empreendedor
Um não ao 'apagão tributário' Página 8 Edição concluída às 02h05
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
MESA POSTA PARA O COMÉRCIO
Às portas do Natal, um consumidor confiante Índice Nacional de Confiança ACSP/Ipsos subiu para 145 pontos em novembro, melhor resultado desde abril de 2005. Do lado dos supermercadistas, a expectativa é de que este Natal seja o melhor dos últimos anos, com vendas até 12% maiores do que as de 2005. Única preocupação é o endividamento do consumidor. E 1 e 4 Alan Marques/Folha Imagem
Orçamento prevê 50 obras Paulo Pampolin/Hype
Reunião de Lula com 11 ministros (foto) discutiu por mais de 10 horas o Orçamento Plurianual, que "prioriza" 50 obras. "Não investiremos por soluços", diz Dilma Roussef, da Casa Civil, sem entrar em detalhes. E 6
Contas de Lula rejeitadas
CRIATIVIDADE - Profissionais ensinam a decorar com imaginação. E 12 Milton Mansilha/LUZ
Uma doação de R$ 10 mil, da Deicmar, uma concessionária pública que atua em Santos, determinou a rejeição, pelo TSE, das contas de campanha de Lula. Por 4 votos a 3. Mas a posse do presidente não está ameaçada. Página 3 Claudio Pozo/AFP
Clayton de Souza/AE
21 anos de prisão para o ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira (foto), ex-controlador do Banco Santos, foi preso ontem. Seus bens foram confiscados. E 10
Escola de Commercio: fachada restaurada com requinte. C 2 HOJE Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 17º C.
AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 26º C. Mínima 18º C.
ACSP vai à Justiça. Pelos cartazes.
LIVRES, LEVES E SOLTOS A boa vida dos parlamentares fica ainda mais fácil com a proteção da lei. E eles querem dobrar os salários ! Págs. 3 e 8
ACSP afirma que é inconstitucional lei que proíbe outdoors em São Paulo. Cidades 1
O fim, sob protestos e palmas Análise do governo Pinochet, cremado num Chile dividido. Em Opinião e Logo
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quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
Indicadores Econômicos
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2,59
por cento é a alta da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) no mês de novembro, até ontem.
12/12/06
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 08/12/2006 08/12/2006 08/12/2006 08/12/2006 08/12/2006
P.L. do Fundo 12.138.477,59 2.022.125,41 11.240.811,46 17.953.798,85 1.338.218,94
Valor da Cota Subordinada 1.280,874339 1.127,331858 1.216,328029 1.088,788632 1.165,843496
% rent.-mês 0,8495 0,3604 3,2678 0,7948 0,9077
% ano 31,1067 12,7332 21,6328 8,8789 16,5843
Valor da Cota Sênior 1.027,274905 1.127,331858 1.131,097420 0 0
% rent.-mês 0,3238 0,3604 0,3653 -
% ano 2,7275 12,7332 13,1097 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
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Empresas Nacional Estilo Finanças
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quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
Duendes, fadas e símbolos tradicionais, como o boneco de neve, enfeitam as mesas.
AULA DE DECORAÇÃO DE MESA CUSTA R$ 180
Fotos: Paulo Pampolim/Hype
Cor e ousadia para as mesas de Natal deste ano Profissionais ensinam como misturar elementos e decorar a mesa para ceia
N
ão há quem resista a uma bela mesa na hora da ceia. Afinal ela é o símbolo da reunião familiar no Natal e o centro das atenções no Ano-Novo. Segundo a consultora doméstica Heloísa Lúcia Sundfeld, produzir a mesa é ter consideração pelos convidados. "É a hora de ser criativo", disse. A servidora pública Erica França, que veio de Brasília para um curso de mesa natalina com a decoradora Amelinha Amaro, concorda e disse que as pessoas se sentem mais valorizadas quando vêem arranjos e comidas caprichados. "É preciso imaginação. Com pequenas coisas eu consigo montar uma mesa diferente. O legal é você aproveitar o que tem em casa", disse Erica, enquanto esperava Amelinha chegar na loja Divino Espaço, em Moema, onde é realizado o curso. A servidora, que adora decoração, ainda deu dicas: "pulseiras compradas por R$ 1 na Rua 25 de Março podem ser usadas como porta-guardanapos e discos de vinil viram sousplats". Sousplat é um prato maior que o raso e sua função é meramente decorativa. Amelinha, famosa por suas mesas impecáveis e autora de livros sobre o tema, como "Mesa, Arte e Detalhes", começou a dar cursos e abriu a Divino Espaço devido ao incentivo de amigas, que não cansavam de elogiar suas criações. "Estou aqui para dar corda à criatividade de cada um. O importante é a pessoa ter o próprio estilo e não seguir o meu", disse Amelinha às suas alunas, que pagaram R$ 180 cada por duas horas de aula. Segundo a decoradora, ter estilo foi ser natural e simples. "A simplicidade é poética e elegante." A primeira lição da tarde é não ter medo de ousar. "A maioria das pessoas é criativa, mas é preciso um pouco de ousadia na hora da decoração." Nas mesas já previamente decoradas para o curso, Amelinha mostrou que ousadia, nesse caso, pode ser duas passadeiras colocadas em forma de X na mesa ou uma maneira original de usar aquela mangueira de silicone com luzinha dentro – ao invés de pendurá-la na parede, a decoradora a pôs em
Se possível, as visitas devem ser recebidas com os melhores jogos de pratos e talheres
Aula de decoração de mesas natalinas na Divino Espaço
Amelinha: todas as pessoas são criativas, mas precisam ousar mais
Mistura de vidro e louça
Copos coloridos em alta
Fernanda (à frente) e equipe: não pode faltar copo e taça à mesa
cima de uma mesa 'serpenteando' entre pratos e taças de champanhe. "A gente manda o recado nos detalhes." Vidro e espelhos O uso de espelhos e vidro, ensinou Amelinha, também dá um excelente resultado na mesa do Réveillon. "O vidro é fundamental porque vai bem com tudo: inox, prata, cerâmica", afirmou. A decoradora usa copinhos de licor e colherinhas de café para servir lentilha aos convidados e escreve palavras-chave da temporada
(paz, amor, saúde) em taças de champanhe e vinho – um cotonete molhado em clara de ovo serve como 'caneta' para escrever as letras, que depois são cobertas com açúcar refinado. O centro de mesa vira um enorme candelabro onde velas de diferentes tamanhos foram enterradas no sal grosso para "limpar os fluidos". Para Amelinha, a dona da casa é a "maestra da orquestra" e é ela quem vai determinar se a ceia vai ser alegre ou não. E apesar das pitadas de ousadia
nas suas mesas, o conselho é nunca esquecer do bom senso. "Não devemos complicar a vida das pessoas", disse. Invenções podem não ser compreendidas pelos convidados. Cabe à dona da casa ensinar a eles na hora da festa. "A anfitriã tem a obrigação de saber como se portar nas diversas situações e usar tudo o que dispôs." A coordenadora de Atendimento ao Cliente das lojas Pão de Açúcar, Toni Machado, também dá importantes dicas para as datas comemorativas.
"Para valorizar o colorido de cada prato, dê preferência à utilização de louça branca. Já os guardanapos podem ser de papel, mas sempre com motivos de Natal." Na mesa tradicional, os tons dominantes são os clássicos verde e vermelho. "É a hora de exibir a sua melhor louça, taças de festa e uma charmosa toalha de linho. No centro da mesa, um arranjo com flores vermelhas, heras e bolas fica um charme", disse. Estilos misturados Quem não tem jogos comple-
tos para a hora da ceia deve ser original e montar a mesa com estilos diferentes de pratos e copos. "Coloque os talheres em um cesto de palha e, no centro da mesa, reúna pequenos vasos com uma mesma flor." Segundo a coordenadora, é importante que ao menos um elemento estabeleça unidade. Já em uma mesa natural, a proposta é inovar com materiais diferentes, como pratos e travessas de cerâmica rústica e enfeites de Natal feitos com sementes e fibras. "Para enfatizar o tema, enrole os guardanapos e prenda um pedaço de canela em cada um com um fio de palha", aconselhou Toni. Pássaros na mesa Segundo Fernanda Quirino, responsável pelas mesas natalinas que enfeitam as seis lojas de presentes Roberto Simões em São Paulo e Curitiba, a tendência deste ano é usar pavões e pássaros. "Os insetos – joaninha, libélula, borboleta – também continuam em alta", disse sobre a moda que já dura três anos. Outra tendência, que continua valendo, é utilizar fadas e duendes. Mas todo cuidado é pouco na hora de montar a mesa. Nada de abusos na mistura de elementos. O sinal verde da decoradora fica por conta da união de louças e copos de jogos diferentes. "Está muito na moda misturar prato de vidro com cerâmica, e copos coloridos com copos transparentes." Uma mesa mais tradicional, explicou Fernanda, deve ter taças para champanhe e vinho e copos para água – as taças podem ser transparentes, enquanto os copos devem ser de alguma cor forte. Cor, aliás, é a palavra-chave na decoração deste Natal. "Jogos americanos, talheres e guardanapos coloridos fazem toda a diferença nas mesas natalinas", disse. "Sempre usando o que tem em casa e no máximo adquirindo uma ou outra coisa", ensinou a decoradora. Kety Shapazian
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Gover no Congresso Eleições Seminário
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presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PTSP) disse ontem que a mídia "tomou partido" nas eleições deste ano. Sem citar nomes, ele disse que os meios de comunicação privilegiaram certos candidatos. O deputado participou do seminário "A mídia nas eleições de 2006", promovido pela Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara. Greenhalgh disse que não há argumentos e justificativas para explicar a posição dos meios de comunicação. "Mas quando se fala nisso, a mídia se une para dizer que estamos querendo impor censura", afirmou, citando a sua experiência como advogado de jornais e jornalistas, na época da ditadura militar, quando censores visitavam as redações. Bolo – Greenhalgh lembrou também de jornais como "O Estado de S.Paulo" e "Folha de S.Paulo", que publicavam tarjas negras, textos de "Os Lusíadas" e receitas culinárias nos espaços das matérias censuradas. "Somos defensores da liberdade de imprensa, mas pelo amor de Deus, é só acompanhar a mídia nas eleições de 2006 para ver que ela tomou partido", afirmou. Ele disse que é importante defender a liberdade de informação e a liberdade de imprensa. "Mas temos que ter a possibilidade de as pessoas se defenderem, terem retratação. Senão nós não vamos consolidar o processo democrático", declarou. Para ele, a Câmara dos Deputados deve debater projetos essenciais para a democracia brasileira. Greenhalgh lamentou a ausência de autoridades no debate, inclusive a do presidente da Câmara, Aldo Rebelo. "A gente se sente frustrado porque muitas das pessoas que deveriam estar aqui não vieram". Ausências – As principais autoridades convidadas para o seminário – o ministro das Comunicações, Hélio Costa, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Marco Aurélio Mello, e o porta-voz da Presidência da
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quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
MARTA É NOME CERTO EM NOVO MINISTÉRIO
MÍDIA FOI D PARTIDÁRIA, RECLAMA GREENHALGH Durante o seminário "A Mídia nas Eleições 2006", os deputados se queixaram do tratamento desigual entre candidatos. Marcos Peron / Virtual Photo - 01/08/2005
Wilson Dias / ABr - 22/09/2005
Greenhalgh: 'mídia tomou partido'
Ferro quer tratamento igualitário
República, André Singer – não compareceram ao evento. O deputado Fernando Ferro (PT-PE), autor do requerimento, lamentou as ausências e disse que essas autoridades sabem da importância da mídia para a democracia e para o estado de direito. Para o parlamentar, faltou a essas pessoas "responsabilidade política" com o debate. Segundo ele, a discussão desse tema foi sempre um tabu e sempre que se tenta debater o assunto a iniciativa é vista como censura aos meios de comunicação. D ad o s – Ferro apresentou números sobre as eleições para reiterar comentários de Greenhalgh. "Verificamos que hou-
ve uma tendência de favorecer determinados candidatos", afirmou. Segundo ele, a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva teve "uma parcela expressiva de notícias negativas", o que não é bom para a democracia, explicou. "Não queremos privilégios. Queremos tratamento igualitário", disse. Para o deputado é normal que os meios de comunicação tenham interesses empresariais diversos, mas o melhor seria que esses órgãos deixassem claro o candidato que apóiam. Ele reiterou que o debate de ontem seria importante para discutir em maior profundidade o papel da imprensa na formação do voto. (AE)
epois de ter exercido papel fundamental na campanha pela reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT) está sendo cotada no Palácio do Planalto como a principal peça da reforma ministerial. Lula tem dito a assessores que a indicação de Marta para um bom ministério – como Saúde ou Cidades – não é só questão de justiça. Para o presidente, é fundamental que o PT tenha uma liderança em São Paulo capaz de rivalizar com os tucanos. Na avaliação do presidente, com o desgaste político sofrido pelos caciques petistas de São Paulo – José Genoino, José Dirceu, Antonio Palocci e Aloizio Mercadante –, resta apostar todas as fichas na ex-prefeita. "Marta terá um papel de destaque no ministério", afirmou um assessor do Planalto. "O presidente é grato a ela, principalmente pelo papel que desempenhou no segundo turno da eleição," declarou. Embora tenha perdido a eleição para o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, em São Paulo, Lula teve a diferença para o tucano reduzida em relação à primeira etapa do pleito. Dentro não apenas do Palácio do Planalto, mas também do PT, a avaliação é que o empenho de Marta foi fundamental para o crescimento da candidatura no Estado. Marta tem com Lula uma relação de lealdade. O presidente a apoiou em momentos difíceis até da vida pessoal. Lula foi um dos poucos que não ficaram contra Marta quando ela decidiu se separar do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) em 2001. Enquanto viu muitos "amigos" ficarem ao lado de seu ex-marido, teve apoio de Lula. Ele e a primeira-dama, Marisa Letícia, foram padrinhos de Marta no casamento com o franco-argentino Luís Favre. A ida de Marta para um ministério vai ao encontro de seu projeto político. (AE)
Sebastião Moreira / AE - 29/10/2004
Ó RBITA
LIBERDADE
ede do governo mineiro, o Palácio da Liberdade foi S reaberto oficialmente terça-
feira pelo governador reeleito Aécio Neves (PSDB). A solenidade contou com as presenças do prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT) e do ministro das Comunicações, Hélio Costa. O Palácio da Liberdade foi erguido no início da construção da capital mineira e junto com a cidade completou 109 anos. (AE)
PT, Paulo Frateschi, disse em interrogatório na Polícia Federal, ontem, que o dinheiro (R$ 1,7 milhão) encontrado com petistas que negociavam o dossiê não é proveniente dos cofres do partido. Frateschi foi ouvido pelo delegado da PF em Cuiabá, Diógenes Curado. O delegado investiga de onde saíram os recursos com os quais dois petistas negociavam a compra de um dossiê com o empresário Luiz Antônio Vedoin. (AOG)
SEM DIPLOMA Filipe Araújo / AE
'NÃO ERA DO PT' presiO dente estadual do
Verificamos que houve uma tendência de favorecer determinadas candidaturas. Fernando Ferro
PARA DEPUTADOS, MÍDIA FOI PARCIAL
Corte do Tribunal A Regional Eleitoral (TRE) de Minas Gerais restabeleceu
ontem a liminar que suspende a diplomação do deputado eleito Juvenil Alves (afastado do PT-MG). Por 5 votos a 1, o TRE acatou os argumentos do recurso apresentado pela Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) contra a decisão do juiz auxiliar Gutemberg da Mota e Silva, que havia cassado a decisão provisória. Conforme o TRE, a decisão foi tomada com base no "princípio da moralidade pública", prevista na Constituição, e nas evidências de crime eleitoral praticado por Alves. Ele também foi indiciado pela PF. (AE)
CONTAS conselheiro Antônio Roque Citadini foi eleito O ontem para a presidência do
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE) e vai exercer o cargo pela terceira vez. Ele é o mais antigo dos conselheiros do TCE e está na instituição desde abril de 1988. Sua posse será no dia 29 de janeiro. Também foram eleitos o vice-presidente Eduardo Bittencourt Carvalho e o corregedor Edgard Rodrigues. (AE)
Eymar Mascaro
Lula tem fé
O
sonho de Lula é que Aldo Rebelo seja candidato à reeleição à presidência da Câmara com o apoio dos oito partidos que formam o Conselho Político e que estarão colaborando com o segundo mandato do petista: PT, PMDB, PP, PR, PSB, PCdoB, PRB e PV. Além do apoio que o candidato receberia dos partidos de oposição – PFL e PSDB. Lula pode ter seu sonho realizado porque o presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia, admite que Arlindo Chinaglia pode desistir em favor do candidato do PCdoB, embora Chinaglia tenha afirmado que sua candidatura é pra valer.
SEM RISCO A candidatura de Aldo Rebelo não põe em risco a vitória dos aliados, porque o candidato teria o apoio dos oposicionistas. Lula não correria o mesmo risco de 2005, quando o PT se dividiu com dois candidatos a permitiu a vitória de Severino Cavalcanti.
APELO Para que Aldo seja o candidato dos aliados, é preciso que PT e PMDB desistam de sacramentar candidatos próprios. O PMDB já admitiu que pode ficar sem a consolidação de seu candidato, mas Chinaglia ainda não definiu sua posição.
adversário José Agripino (PFL) ainda não emplacou como esperava.
DIVISÃO Teoricamente, José Agripino tem o apoio da bancada do PSDB. Mas existe na cúpula do partido a desconfiança de que nem todos os tucanos apóiem Agripino. Alguns continuariam votando em Renan Calheiros.
CRESCEU O PMDB já está com 19 senadores. Sua bancada cresceu com a filiação de Roseana Sarney, que se desligou do PFL. Os peemedebistas esperam ainda pela adesão Epitácio Cafeteira, eleito pelo PTB do Maranhão.
NA RUA Até o Natal, um grupo suprapartidário espera promover um almoço que serviria para lançar a candidatura de Aldo Rebelo. O candidato já assimilou a idéia e começou a cabalar votos, principalmente nos partidos de oposição.
SALÁRIOS
CARGO
Aldo Rebelo segue os passos do seu principal adversário, Arlindo Chináglia, e também se declara favorável à equiparação salarial dos deputados ao dos ministros do STF. Desde que verbas sejam cortadas de outros setores da Câmara.
Roseana Sarney pode ser aquinhoada com uma função importante no Senado. Ela seria recompensada por não receber um ministério de Lula. Seu pai, José Sarney, acha que seria desgastante para ele se a filha integrasse o ministério.
QUANTO SERÁ
Lula pretende encarregar as direções dos partidos que o apóiam a se responsabilizar para conquistar votos no Congresso para projetos de interesse do governo. Lula não quer mais negociar a varejo com os parlamentares.
Se a equiparação sair, cada um dos 513 deputados passará a ganhar R$ 24 mil por mês, contra os R$ 12,5 mil atuais. O reajuste representa um aumento de cerca de 90% e provocaria uma sangria de mais R$ 90 milhões/ano nas despesas da Câmara.
OUTRO JOGO No Senado, o jogo é menos complicado porque Renan Calheiros (PMDB) é o candidato da preferência da maioria dos senadores. Seu
TAREFA
GRANDEZA Discute-se na área do governo se o Estado do Acre merecer ter dois ministros no segundo mandato de Lula. Um para o governador Jorge Viana e outro que seria a manutenção de Marina Silva no Meio-Ambiente.
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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
Cafeterias gourmets investem entre R$ 70 mil e R$ 300 mil na abertura de um ponto-de-venda.
LOJAS SÃO CHAMADAS DE BUTIQUES
Paulo Pampolin/Hype
SUCESSO DE CAFÉS ESPECIAIS FAZ SETOR VIVER MOMENTO MÁGICO A Nespresso, da Nestlé, aumenta a lista das marcas que investem em cafeterias
A
s cafeterias que vendem café expresso de qualidade estão conquistando o paladar e o estilo de vida dos brasileiros. As lojas ou butiques, como também são chamados esses estabelecimentos, para dar um toque de sofisticação, consolidam e expandem suas redes, e novas marcas estão chegando ao País. Em São Paulo, por exemplo, a Nespresso, a empresa da área de café da Nestlé, com mais de 40 estabelecimentos no exterior, vai abrir hoje sua primeira butique no Brasil, localizada nos Jardins. A Starbucks, por sua vez, presente em 37 países, inaugurou no início deste mês duas lojas no Shopping Morumbi: uma na ala nova e outra dentro da Livraria Saraiva MegaStore. As redes já presentes no Brasil, como é o caso da Fran's Café, que tem 35 anos, também têm planos de expansão. Para 2007, a expectativa de crescimento da empresa é subir de 96
A Starbucks está em 37 países
para 120 estabelecimentos em São Paulo (capital e interior), Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba, entre outro locais. Já a Suplicy Cafés, que abriu sua primeira loja em 2003 (Alameda Lorena), inaugurou a segunda em 2004 (Itaim), a terceira em 2005 (Shopping Iguatemi) e vai abrir no próximo ano sua quarta unidade, no Shopping Market Place.
Momento bom – "Há um momento mágico para o café", avalia Nathan Herszkowicz, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria do Café. Segundo ele, o mercado brasileiro de café vem experimentado um forte crescimento, principalmente após o ano 2000, porque as indústrias passaram a produzir café gourmet (de alta qualidade). Além disso, toda uma nova tecnologia de servir foi implantada tanto por empresas nacionais como por estrangeiras. Com isso, foise criando um novo patamar de qualidade para o produto, e o consumidor tornou-se cada vez mais exigente. O momento mágico a que se refere Herszkowicz também é uma boa oportunidade de negócios, não só para gente grande, mas também para pequenos e médios investidore s . " C o m R $ 7 0 m i l a a t é R$ 300 mil, dá para abrir um negócio na área", afirma. Marcos Suplicy, da Suplicy Cafés, confirma: na sua quarta
A rede norte-americana Starbucks abriu duas lojas em São Paulo. Ambas estão no Morumbi Shopping. Denise Adams/AFG
A Suplicy Cafés está entre as empresas de porte médio que investem na abertura de novas lojas com o conceito de bebida gourmet
loja, no Market Place, vai investir R$ 300 mil. Tecnologia – Mas se o negócio é bom, também é preciso muito trabalho, determinação e dedicação. A concorrência é forte e as tecnologias avançam rapidamente. Para se ter uma idéia do grau de sofisticação a que chegou o ato de consumir e vender café, o country manager da Nespresso, Martin Pereyra, conta que, em sua empresa, a quantidade para cada xícara vem em cápsulas de alumínio. Isso evita a oxidação do café, quando se abre um pacote, por exemplo, e não se conso-
me imediatamente. Não só de tecnologia, porém, vive esse negócio. É preciso especial atenção, segundo os executivos do setor, no treinamento do pessoal que vai lidar não só com o produto, mas, principalmente com o cliente. A diretora geral para o Brasil da Starbucks, Maria Luísa Rodenbeck, por exemplo, afirma: "Temos um diferencial no atendimento. Os atendentes são conhecedores de café e esclarecem as diferenças para os clientes, como um enólogo faz com o vinho." Nas lojas em que o consu-
midor pode apreciar seu café, também é possível comprar máquinas e o próprio produto (torrado ou moído) para repetir em casa a experiência de tomar a bebida. Nessas lojas, os consumidores são orientados sobre como proceder. E ao que tudo indica, a moda está pegando. Não é para menos. Como observa Pereyra, da Nespresso, o café está presente na história econômica e social do Brasil. Além disso, o País é o segundo maior consumidor de café do mundo, depois do Estados Unidos. Antonio Graça
Bom ano para as empresas de vale-refeição Fotos: Divulgação
s empresas de vale-refeição estão comemorando os resultados alcançados em 2006. O setor espera um crescimento de 16,5% em relação ao ano passado. Mesmo com o bom desempenho, elas também sentiram os efeitos da estagnação do País, de forma mais ou menos intensa, dependendo do porte e da estrutura. Para vencer esse desafio, o setor investe cada vez mais em tecnologia, qualidade e atendimento ao cliente. O Grupo VR conquistou neste ano a marca de 2,5 milhões de portadores de cartões, e o número de 500 milhões de operações no Sistema Smart VR. "A VR comemora o desempenho em 2006, resultado de planejamento estratégico. Hoje somos uma empresa totalmente digitalizada. Foi dessa forma que conseguimos atender as 20 mil empresas clientes e os 220 mil estabelecimentos credenciados com soluções inteligentes e acessíveis", afirmou ontem o presidente da companhia Cláudio Szajman. Segundo ele, além da ampliação do número de usuários e de transações, o Sistema Smart VR também se consolidou no mercado em razão do aumento de 5,8 mil para 7,5 mil postos de benefícios físicos distribuídos pelo País. Como reflexo, a VR deverá alcançar, neste ano, um faturamento de R$ 4 bilhões e um crescimento de 15% em relação a 2005. No ano passado, o faturamento foi de R$ 3,5 bilhões. Já a Sodexho Service Vou-
A
Cláudio Szajman, do Grupo VR credito
José Roberto Arruda, da Sodexho
chers and Cards projeta um crescimento de 18,5% em 2007 com relação a 2006 só no Brasil, o que representará um faturamento de R$ 3,2 bilhões contra os R$ 2,7 bilhões estimados para este ano. A estratégia da empresa é ampliar a base de clientes dos atuais 40 mil para 50 mil, focando principalmente nas pequenas empresas, e lançar produtos diferenciados como o Gift Pass, para o Natal, e o Premium Pass, cartão de in-
centivo, que começa a chegar às empresas em janeiro. "Em 2007, vamos acrescentar 1 mil clientes por mês à nossa base instalada, que hoje está em 40 mil empresas. Vamos trabalhar sobretudo as pequenas empresas", disse José Roberto Lima de Arruda, diretor de marketing. A re d e d a S o d e x h o t e m mais de 200 mil estabelecimentos afiliados em todo o País, que atendem 3 milhões de trabalhadores beneficiados com serviços como cartão refeição, alimentação e transporte. A rede ainda atende 40 mil empresas de todos os portes, tanto do setor público quanto do privado. Nova legislação – A Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Assert) está preocupada com o desempenho do setor para 2007. A razão é o Projeto de Lei nº 6999/2006 que prevê 4% de incentivos fiscais para investimentos das empresas em esportes. A concessão fiscal atingirá justamente a isenção que permite às empresas oferecerem vale-refeição aos funcionários. O medo é de que os donos de empresas deixem de beneficiar seus funcionários e optem por patrocinar esporte, com retorno de publicidade. Szajman afirmou que, se for para retirar da verba da alimentação para o trabalhador, a VR vai assumir uma posição contra o PL. "Não acredito que a Receita Federal vá abrir mão de sua arrecadação." Tatiana Vicentini
Logo Logo DIÁRIO DO COMÉRCIO
Larry Downing/Reuters
Do presidente dos EUA, George W. Bush, ao defender sua decisão de adiar para janeiro o anúncio de uma nova estratégia para o Iraque.
www.dcomercio.com.br/logo/
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Nasa
Se perdermos os nervos, se não formos resolutos em nossa determinação de ajudar o governo iraquiano a ter sucesso, vamos entregar o Iraque para um inimigo que nos fará mal.
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
DEZEMBRO
2 -.LOGO
Três anos da captura de Saddam Hussein Retorno da Apollo 17, última missão à Lua, em 1972 (foto)
M EDICINA M ÍDIA
Defeito anti-dor
Cientistas identificam alteração genética que impede pessoas de sentirem dor
Q Jornalismo premiado O Diário do Comércio é um dos vencedores do concurso Copa Avaya de Jornalismo, iniciativa da Avaya com apoio do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP). O jornal foi premiado na categoria Matéria de Tecnologia, pelo texto Tecnologia Futebol Clube, de Guido Orlando Junior. Outros premiados foram a revista Desafios do Desenvolvimento, na categoria Matéria Geral, com Riquezas e Misérias de uma Paixão Nacional, de Anderson Gurgel; O Estado de S. Paulo, pela fotografia Brasilândia, de Evelson de Freitas. O Diário do Comércio também foi diplomado como um dos finalistas do Prêmio Esso 2006 com o texto 'Enérgica' reação do Brasil à Bolívia (foto). A entrega
dos prêmios de 2006 foi realizada na noite de terça-feira no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. A jornalista Conceição Freitas, do jornal Correio Braziliense, conquistou o prêmio de jornalismo com o trabalho Amores Possíveis. O Esso Especial de Telejornalismo foi conquistado pelos jornalistas Giovani Grizotti, Laura Nonohay, Jonas Campos e Sérgio Pavanello, da Rede Brasil Sul de Comunicação (RBS), com o trabalho A Farra de Vereadores Turistas. O Prêmio Esso de Fotografia ficou com Marcelo Carnaval, com o trabalho Engenheiro é morto no Centro, publicado no jornal O Globo. Os nomes de todos os vencedores estão no site.
uem sente dor é perfeitamente normal. Já quem não tem, pode ter algum defeito genético. Pelo menos, esta é a constatação de uma nova pesquisa realizada com crianças do Paquistão. Os cientistas identificaram uma alteração genética que torna algumas pessoas incapazes de sentir dor física, mas que são perfeitamente normais em todos os outros aspectos. Na edição de hoje da revista científica Nature, os estudiosos que encontraram o gene descrevem seis crianças que nunca sentiram dor na vida, por conta do distúrbio raro. São de três famílias, originárias do norte do Paquistão. Conhecimento sobre o defeito e seus impactos poderá ajudar os cientistas a desen-
volver analgésicos melhores, dizem os responsáveis pela pesquisa. A experiência das crianças exemplifica como a dor é um aviso importante em caso de ferimentos, doenças ou perigo, que leva as pessoas a se preservar contra novos danos. A vida sem esse sinal mostra o estudo, é perigosa. Como as crianças não sentem dor ao morder o próprio corpo, por exemplo, todas tinham ferimentos nos lábios. Algumas chegaram a precisar de cirurgia plástica. Duas perderam parte da língua. A maioria havia sofrido fraturas ou infecções ósseas que só foram descobertas muito tarde. Algumas também haviam se queimado com líquidos quentes ou vapor, ou se sentado sobre radiadores
quentes, conta o geneticista C. Geoffrey Woods, um dos autores do estudo. Woods havia sido convidado a examinar outro paciente, um garoto que tirava vantagem de sua condição como artista de rua, furando os braços com facas e caminhando sobre brasas. Mas o garoto morreu antes que o cientista o conhecesse: ele saltou do teto de uma casa ao completar 14 anos. Exames detalhados das seis crianças mostraram que seus sistemas nervosos eram normais. Elas eram capazes de sentir toque, frio, calor, cócegas e pressão, por exemplo. Amostras de DNA das crianças e dos pais foram usadas para rastrear o defeito genético, que sabota a função de uma proteína que atua na sinalização da dor. (AE)
Tamizy Harva/Reuters
www.premioesso.com.br
I NTERNET
Yahoo! x Google: novo capítulo O grupo Google melhorou nesta semana seu site de informações financeiras Google Finanças para tentar competir com o Yahoo! Finanças, de longe o líder neste ramo. Lançado em março passado, o Google Finanças não conseguiu até agora entrar no círculo dos 20 principais sites de dados financeiros, e sua contribuição ao acesso global da Google ainda é pequena, segundo as empresas que medem audiência Nielsen e Hitwise. O Google Finanças aumentou o volume de dados da primeira página, com as principais informações do dia, indicadores E M
G @DGET DU JOUR
F AVORITOS
Cachorrinho sapeca Biblioteca online no laptop da Microsoft
TREINAMENTO - na escola da Cruz Vermelha, jovens da Indonésia participam de um curso sobre os procedimentos a serem adotados em caso de tsunami. Em dezembro de 2004, 170 mil pessoas morreram e 500 mil ficaram desabrigadas durante um tsunami. R EINO UNIDO
A TÉ LOGO
Três corpos já foram identificados como sendo das prostitutas Gemma Adams, de 25 anos, Tania Nicol, 19 anos, e Anneli Alderton 24 anos. Até o momento, a polícia só revelou a causa da morte de uma das vítima: Anneli, encontrada numa floresta no domingo, foi estrangulada. Os outros dois corpos não mostram sinais de estrangulamento, mas como foram encontrados na água – no mesmo trecho do riacho Beltead, em 2 e 8 de dezembro –, o trabalho da perícia ficou prejudicado. A certeza de que se tratava de um assassinato em série foi confirmada na terça-feira, com a descoberta da quarta e da quinta vítimas. Os últimos corpos encontrados ainda não foram identificados, mas a polícia acredita serem das prostitutas Paula Clennell, de 24 anos, e Annette Nicholls, de 29 anos, desaparecidas há alguns dias.
O caso é o pior do gênero na Grã-Bretanha desde os anos 70, quando Peter Sutcliffe, conhecido como o Estripador de Yorkshire matou 13 mulheres ao longo de cinco anos. "A diferença, agora, que o assassino cometeu os crimes num curto intervalo de tempo; o Estripador de Yorkshire fez isso ao longo de meses e anos", afirmou o chefe de polícia de Suffolk, Alistair McWhirter. Por enquanto, a polícia tenta descobrir o que ocorreu entre o desaparecimento e a localização do corpo de cada uma delas. Investigadores afirmaram ter recebido mais três relatos de prostitutas desaparecidas na noite de terça-feira, mas todas acabaram sendo localizadas e passam bem. As autoridades pediram que todas as mulheres evitem ficar sozinhas na rua à noite – a mesma recomendação feita na época dos crimes de Jack, o Estripador. (AE)
B RAZIL COM Z
Amor e morte no Brasil O jornal norte-americano Los Angeles Times publicou ontem uma reportagem detalhada sobre Raymond James Merrill, o músico norteamericano que saiu de São Francisco para encontrar "o amor e a morte" em São José dos Campos, além de ser vítima de roubo. Merrill veio ao Brasil para ficar com sua namorada brasileira, que ele conheceu em um site de namoros na internet. A matéria revela os detalhes de suas declarações mútuas de amor e de como ele foi assassinado.
O fóssil de um pequeno "esquilo" voador de pelo menos 70 milhões de anos – o mais antigo mamífero voador conhecido até hoje – foi descoberto na China, segundo artigo publicado hoje na revista científica britânica Nature. O mamífero insetívoro tinha hábitos aparentemente semelhantes aos dos esquilos voadores atuais. Batizado como Volaticotherium antiquus – "antigo animal voador" – media entre 12 e 14 centímetros de comprimento e tinha um peso estimado em 70 gramas. C HINA
Economia em segurança A China deve aumentar sua atenção aos riscos de segurança e melhorar as estratégias de proteção nacional frente a ameaças "não-tradicionais", disse ontem a agência de notícias oficial Xinhua. Por nãotradicionais o país compreende ameaças de infiltração, subversão e sabotagem, e garantir sua segurança política, econômica e de informação. "Ameaças não-tradicionais à segurança estão surgindo repentinamente, o risco à economia internacional está aumentando, conflitos relativos a recursos energéticos estão se exacerbando e problemas devido a questões étnicas, raciais e religiosas estão emergindo", disse a agência. L OTERIAS Concurso 679 da LOTOMANIA 00
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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Explosão de carro-bomba mata 15 pessoas e deixa 27 feridos em bairro xiita de Bagdá Dobra o número de brasileiros afetados por desastres naturais, informa a Cruz Vermelha
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U
m século depois do célebre caso de Jack, o Estripador – o misterioso assassino de cinco mulheres que, no outono de 1888, abalou Londres e jamais teve sua identidade descoberta –, a polícia britânica está às voltas com mais um serial killer. Assim como Jack, o Estripador, o alvo do assassino são prostitutas. Em dez dias, foram encontrados os corpos nus de cinco mulheres em riachos e florestas nos arredores de Ipswich, pequena cidade de 140 mil habitantes no condado de Suffolk, a 110 quilômetros a oeste de Londres. O caso chamou a atenção até do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, que ofereceu todo apoio necessário à polícia do condado. O jornal sensacionalista News of the World anunciou uma recompensa equivalente a R$ 1,5 milhão por informações que levem ao assassino.
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www.cube-works.co.jp/works/
Jack está de volta
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A Microsoft inaugurou na semana passada sua biblioteca online que compete com o polêmico projeto do Google para digitalizar livros e disponibilizá-los na internet. A versão de testes do Live Book Search, um buscador de livros na rede, traz milhares de exemplares sem direitos autorais – incluindo obras da Biblioteca Britânica e de importantes universidades de Toronto e da Califórnia. No fim de agosto, o Google reiniciou seu projeto Google Book Search com obras literárias em formato digital.
O Humping Dog é um brinquedinho japonês pra lá de maroto. Quando conectado ao laptop, ele se movimenta como se estivesse "transando" com a máquina. A idéia é sensacional. Pena que não vem com um cartão de memória, Reprodução site é só um brinquedo. Disponível apenas no Japão, por cerca de US$ 9.
A enorme barriga do Papai Noel é um mau exemplo na luta contra a obesidade no Reino Unido. Quem afirma são especialistas escoceses que fizeram um levantamento para a empresa farmacêutica SanofiAventis. Eles examinaram papais-noéis de 40 centros comerciais na Escócia. Todos tinham uma circunferência abdominal acima do que seria saudável. "Papai Noel é a imagem arquetípica da obesidade abdominal e quem é obeso nessa região corre muitos riscos", diz o estudo.
'Esquilo' voador pré-histórico
C A R T A Z
Ainda é tempo de visitar a Bienal, que vai até domingo (17) e expõe grandes instalações, como a de Ola Pehrson (foto). Pavilhão da Bienal. Parque do Ibirapuera, portão 3. Tel: 5576-7600. Das 9h às 21h. Grátis.
Papai Noel, um mau exemplo
A RQUEOLOGIA
dos mercados, evoluções das moedas, entre outros dados. Além disso, disponibiliza gráficos e dá sugestões de investimentos na Bolsa. Segundo a Nielsen Net Ratings, o Google Finanças atraiu em novembro 914.000 visitantes, em 36º lugar no ranking da categoria, contra 12,8 milhões para o Yahoo! Finanças, um site rico em dados personalizados e informações, que soube criar uma clientela fiel. Os sites de dados financeiros estão entre os mais visitados da internet, e seu público de investidores atrai os publicitários.
VISUAIS
S AÚDE
Discussão sobre o Irã na ONU é adiada após desentendimentos entre EUA e Rússia
Concurso 824 da MEGA-SENA 06
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Indicadores Econômicos
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por cento foi a alta do indicador Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, no pregão de ontem.
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Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 11/12/2006 11/12/2006 11/12/2006 11/12/2006 11/12/2006
P.L. do Fundo 12.177.246,23 2.022.663,33 11.421.735,10 18.064.861,63 1.337.562,43
Valor da Cota Subordinada 1.281,842084 1.127,386428 1.213,684392 1.090,975620 1.165,271550
% rent.-mês 0,9256 0,3652 3,0433 0,9973 0,8582
% ano 31,2057 12,7386 21,3684 9,0976 16,5272
Valor da Cota Sênior 1.027,828233 1.114,870862 1.131,995794 0 0
% rent.-mês 0,3779 0,3476 0,4450 -
% ano 2,7828 11,4871 13,1996 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
Nacional Finanças Va r e j o Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
CONSUMIDORES DIZEM SIM ÀS COMPRAS
7 Marcos Peron/Virtual Photo
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
Celulares ainda ocupam o topo dos desejos de quem vai presentear no Natal
PESQUISA DO PROVAR MOSTRA QUE QUASE A METADE DOS CONSUMIDORES PRETENDE GASTAR NO NATAL
CRESCE A INTENÇÃO DE CONSUMO
O
consumidor pau- consumidores. Também figulistano está mais ram entre os preferidos os prod i s p o s t o a c o m- dutos de linha branca, com prar neste Natal. 8,2% das intenções, seguidos Pesquisa do final de novembro de informática e foto/ótica, indica queda no número de empatados com 5,6% das inconsumidores que não plane- tenções de compra. Felisoni diz que o destaque javam fazer compras natalinas – e l e s e r a m 5 2 , 4 % , c o n t r a para esses segmentos está as63,2% no começo de outubro, sociado à estabilidade do valor mostram os estudos realiza- do dólar e ao fato de o consudos pelo Programa de Admi- midor de menor poder aquisinistração de Varejo, da Funda- tivo ter acesso aos produtos. No ponto – A inserção desção Instituto de Administração (Provar/FIA), em parceria ses consumidores de menor poder aquisitivo também apacom a Canal Varejo. "Essa perspectiva de melho- rece nas respostas que apontam as lojas ra é histórica, preferidas papor força da Divulgação r a a s c o mdata, mas o pras. São estaíndice (de belecimentos quem não com oferta pretende ampla de crecomprar) aindiário, diz Feda é muito allisoni. to", comenta A Casas Bao coordenahia figura codor do Provar mo o estabelee da pesquisa, cimento preClaudio Feliferencial para soni. Seguna compra de do sua análivários tipos se, a pesquisa de produtos. ratifica estiEntre eles, limativas já dinha branca, vulgadas, dando conta Felisoni: Natal de vendas mornas móveis, elet ro e l e t rô n ide que este cos, telefonia será um Nae celular. tal de vendas Para as mornas. compras de Ele destaca produtos de que, na cominformática, a paração com Rua Santa Ifias expectatigênia é menvas de consucionada como mo observao ponto prefedas em igual rido. No caso período de 2005, todos os produtos, nos dos artigos de cama, mesa e badez segmentos pesquisados, nho, a liderança fica com a Caapresentam percentual infe- sas Pernambucanas, enquanto a Casa & Construção – C&C é rior na intenção de consumo. As causas, segundo sua aná- preferida pelos consumidores lise, estão associadas a um bai- paulistanos para a compra de xo crescimento da economia, material de construção. O hitaxa de juro alta para o consu- permercado Carrefour figura midor, além do seu endivida- em primeiro na intenção de mento, estimulado em 2006 compras de autopeças. Os dados da pesquisa do pela oferta de crédito. Destaques – A pesquisa do Provar também apontam uso Provar verifica a intenção de intenso do crediário, especompra de bens de consumo cialmente entre os consumiem dez segmentos. Entre as dores com intenção de comcompras potenciais, os entre- prar produtos da linha branvistados declararam maior ca (58,5%), móveis (55,6%), disposição em adquirir produ- eletroeletrônicos (52,6%) e de tos de telefonia e celulares – telefonia e celulares (40,8%). mencionados por 9,8% dos Fátima Lourenço
DISTRITAL SÃO MIGUEL
Tiago Queiroz/AE - 03/12/2003
Celulares e telefonia aparecem com a intenção maior de compra
Pão de Açúcar quer varejo online Grupo Pão de Açúcar vai investir R$ 40 milhões em sua área de comércio eletrônico nos próximos quatro anos com o objetivo de alcançar R$ 1 bilhão em vendas nesse período. Hoje, as operações virtuais respondem por 1% das vendas totais da companhia, que faturou R$ 16,1 bilhões em 2005. Até 2010, as negociações pela internet deverão representar 4,5% do total. Embora as vendas virtuais ainda tenham pouca representatividade no faturamento total da companhia, o site Extra.com.br registrou, em 2006, aumento de 144% nas vendas entre os meses de janeiro e novembro em comparação com o mesmo período de 2005. A migração do diretor-executivo das redes CompreBem e Sendas, Hugo Betlem, para o Hipermercado Extra deve alavancar as vendas ainda mais. "Essa expansão significativa é resultado das primeiras ações realizadas com o objetivo de avançar no mercado virtual de maneira sólida e competitiva", afirmou o diretor de comércio eletrônico do grupo, Oderi Gerin Leite.
O
Sadia investirá R$ 800 milhões
O
presidente do Conselho de Administração da Sadia, Walter Fontana, disse ontem
Patrícia Cruz/LUZ - 19/04/2006
Grupo pretende ter 700 lojas até o final de 2010. Neste ano serão 550.
Ele lembrou que, no final de 2005, o conselho do grupo definiu o e-commerce como foco estratégico de desenvolvimento da companhia. Já em 2006, foi criada a diretoria exclusiva para a área de comércio eletrônico, investiu-se na praticidade de navegação pelo site e a quantidade de itens oferecidos dobrou para 7 mil. "Um centro unificado de atendimento ao consumidor e um novo espaço de distribuição e logística foram decisivos para colocarmos esse projeto em prática", disse Gerin Leite. No próximo ano, novos serviços integrados com lojas físi-
cas, como lista de casamento e revelação digital, deverão estar no site à disposição do consumidor. "Também vamos ampliar os meios de pagamento para débito em conta e boleto bancário. Hoje, estamos restritos aos cartões de crédito." Expansão – Mas a expansão deverá atingir também os espaços físicos. O grupo prevê alcançar um total de 700 lojas em 2010. Até o final deste ano, serão 550. O projeto de expansão considera que em 2010 a empresa líder no setor de supermercados no Brasil registrará receita bruta de R$ 25 bilhões. Os executivos do grupo es-
que a companhia pretende investir R$ 800 milhões no próximo ano no Brasil e no exterior. Ele afirmou estar confiante em um ano melhor para a empresa, depois das dificuldades enfrentadas pelo setor em 2006 —
restrições às exportações devido ao temor de gripe aviária na Ásia e na Europa e embargos motivados por casos de febre aftosa. O objetivo da maior processadora de carne de aves e suínos do País é
tão mais otimistas em relação ao desempenho em 2007, depois de uma queda de 30,5% no lucro em 2005 e de resultados ruins neste ano, atribuídos pela empresa em boa parte à intensificação do processo de redução de custos. Para o diretorpresidente do grupo, Cássio Casseb, já será possível a retomada do crescimento das vendas a partir do próximo ano. Segundo o executivo, em setembro o grupo conseguiu, pela primeira vez no ano, conquistar participação de mercado. Ele disse, porém, que o Pão de Açúcar manterá o ainda necessário processo de redução de custos. "Neste ano, fizemos as coisas mais fáceis. Agora, serão as mais estruturais, que exigirão investimentos altos para retornos também elevados." Meta – O Pão de Açúcar informou que tem cumprido a meta de manter as despesas operacionais em níveis semelhantes aos de 2005. Segundo a diretora de Relações com Investidores, Daniela Sabbag, o objetivo agora é reinvestir os ganhos de R$ 120 milhões obtidos ao longo do ano, principalmente em redução de preço. Sonnaira San Pedro/AE
ampliar as vendas de 9% a 11% em 2007, ano em que deve investir em aumento da produção e novas fábricas. A média anual de investimentos entre os anos 2000 e 2005 foi de R$ 180 milhões. (AE)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
DOISPONTOS -77
P
INCENTIVÃO CLAUDIO WEBER ABRAMO ONDE TUDO COMEÇOU
Fábio Motta/AE
M
Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
Atletas e artistas garantem seus patrocínios, mas diminuem a cesta do trabalhador
O
acordo firmado entre os ministros Gilberto Gil (Cultura) e Orlando Silva Júnior (Esportes) para resolver a questão de patrocínio das duas áreas acabou colocando em risco o benefício alimentação de quase 10 milhões de trabalhadores no País. Pelo acordo, o recurso sairá da cota que as empresas podem reduzir do IR para investir no Programa de Alimentação para o Trabalhador (PAT) e na inovação científica e tecnológica. Os sindicatos estão apreensivos porque, entre investir 4% do imposto devido na concessão de vale refeição e cestas básicas para trabalhadores ou patrocinar uma equipe esportiva, as empresas deverão optar pelo que dará maior visibilidade à sua marca. Como a concessão de tíquetes e vales não é obrigatória por lei, empresas podem achar financeiramente mais vantajoso patrocinar equipes esportivas. Pela Lei de Responsabilidade Fiscal, não é permitido criar um novo incentivo fiscal. O dinheiro só pode sair dos incentivos já existentes. Entendemos perfeitamente que atletas e artistas têm todo o direito de lutar pelos seus direitos. Mas não concordamos em sacrificar o trabalhador com isso.
O
PAT atende hoje quase 10 milhões de trabalhadores. Só não atende mais porque o incentivo para concessão não engloba pequenas e micro empresas. Hoje, 75% dos trabalhadores que recebem o benefício do PAT recebem até cinco salários mínimos. É o segundo programa de benefício mais antigo do Brasil. Só perde para a merenda escolar. Como tem caráter voluntário, ou seja, as empresas não são obrigadas por lei a conceder a alimentação para seu funcionário, consideramos que é um dos programas de maior sucesso do País. Mas agora, nosso receio é que, tendo que dividir o interesse das empresas com o patrocínio dos atletas, o PAT morra. Criado pela Lei 6.321 de 14/04/1976, o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) comemorou 30 anos em 2006, tendo evoluído nesse período, de programa de governo para política de Estado, sob sete presidentes da república. Os princípios que o conceberam tornaram-no uma exemplar política pública executada pela iniciativa privada.
C
oncebido como fator de produção, pretendia-se repor, com o PAT, as energias gastas pelo esforço do trabalho, porém ambiciosos princípios sociais foram lançados aos propósitos econômicos, pela Constituição de 1988. Nessa mescla evolutiva de mentalidade e ordem constitucional, o PAT vem contribuindo para a redução de acidentes de trabalho e custos assistenc ia is -p rev id en c iá ri os . Além disso, tem criado empregos na cadeia produ-
G Os incentivos
para eventos culturais e esportivos podem reduzir o investimento no PAT e na inovação científica e tecnológica G Pela LRF,
não é permitido criar novos incentivos fiscais. O dinheiro só pode sair dos incentivos já existentes. G Entre investir
tiva do setor de alimentos. Um dos fatores de sustentação do PAT é o incentivo fiscal concedido aos empregadores que propiciam, por meios próprios ou terceirizados, alimentação aos seus colaboradores. Porém esse incentivo é simbólico, pois sua média por trabalhador/mês, nos últimos seis anos, foi de apenas R$ 1,71 (a preços de 2005), enquanto o governo arrecada, sobre transações diretas com refeições pelo PAT, mais de R$ 15,00 a cada R$ 1,00 de renúncia fiscal (fonte: FIA - Fundação Instituto de Administração). Este panorama sugere que o governo federal deve e pode criar condições que ampliem o PAT aos demais trabalhadores, cerca de 20 milhões, constituídos por empregados domésticos, servidores públicos e funcionários de micro e pequenas empresas, entre outros. Hoje, o incentivo fiscal está limitado a R$ 1,99 por refeição e somente as empresas que recolhem IR sob a modalidade de lucro real têm acesso a ele, porém até o limite de 4% do IR devido. Uma simples instrução normativa da Secretaria da Receita Federal, atualizando o valor incentivado da refeição, congelado em três UFIR de 1996 (IN SRF 267 de 23/12/2002), contribuiria com o propósito de ampliação do PAT.
4% do IR devido em cestas básicas para trabalhadores ou patrocinar uma equipe uanto mais abrangente tornar-se o esportiva, PAT, menor será o déficit da Previas empresas dência, pois boa nutrição significa deverão optar boa saúde, menos afastamentos por doenpelo que dá ças, custos de reabilitação e aposentadorias visibilidade. precoces por invalidez. Talvez por isso haja
Q
programas análogos em cerca de 40 países desenvolvidos ou emergentes, alguns certamente inspirados no modelo brasileiro. O PAT é fruto de uma ampla parceria entre governo, trabalhadores, empregadores, restaurantes, supermercados, empresas especializadas e todos aqueles que acreditam no potencial harmônico entre os propósitos sociais e econômicos, juntando-se no plano internacional aos Objetivos do M i l ê ni o (ONU) de estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento e erradicar a pobreza e a fome. Assim, o 30° aniversário do PAT também representou a dignidade humana. O PAT é um programa moderno instituído dentro do sentido de apoio para que as pessoas progridam e saiam do círculo vicioso da pobreza. Cuida da alimentação no campo do trabalho. Alimentação é fator condicionante da saúde. É condição básica para uma melhor qualidade de vida. É direito humano fundamental. É questão estratégica ao desenvolvimento de um país. ARTUR ALMEIDA, PRESIDENTE DA ASSERT ASSOCIAÇÃO DAS EMPRESAS DE REFEIÇÃO E ALIMENTAÇÃO CONVÊNIO PARA O TRABALHADOR
ar Morto, Jordânia. Um vôo de 20 minutos propicia o deslocamento entre Tel-Aviv e Amã, na Jordânia, do outro lado do rio Jordão. É o tempo de o avião subir, atingir a altura de cruzeiro e começar a descer. Sair de Israel é tão complicado quanto entrar. Se para embarcar no avião da El-Al em Paris rumo a Tel-Aviv demandou 40 minutos de perguntas por parte do pessoal de segurança israelense, a partida só se dá depois de inúmeras checagens de segurança. Algumas pessoas tinham as malas completamente perscrutadas. Toda essa segurança explica por que as passagens da El-Al custam mais caro do que as das demais companhias aéreas. Conforme reportagem publicada em algum lugar, a El-Al gastou US$ 90 milhões no ano passado só com segurança. Durante muito tempo esse diferencial de preço favorecia a concorrência, mas após os atentados de 11 de setembro a sensação de segurança que acompanha as operações da companhia israelense passou a atrair mais passageiros. Seja como for, só vi Amã de relance, no trajeto do aeroporto ao hotel. Muitas obras por todo lado, como Xangai. Depois de um dia de reunião, partimos à noite para o Mar Morto.
A
estrada atravessa um deserto rochoso com o panorama mais árido que se possa imaginar. O vento faz tudo parecer imerso em neblina. Mas não é neblina, é areia. À margem do Mar Morto há um moderníssimo centro de convenções (batizado com o nome do rei Hussein, morto há alguns anos; tudo aqui tem o nome e fotos da família real), destino final de toda esta aventura oriental. Realiza-se lá a primeira conferência da ONU com os Estados da Convenção das Nações Unidas de Combate à Corrupção, sobre a qual escreverei na semana que vem.
ertinho do centro de convenções ficam os hotéis que estão abrigando os participantes. São três, com diferentes idades. Estou no mais antigo (e mais barato – ainda assim caríssimo). O problema é que, além dos hotéis, não há mais nada em volta, só o deserto. Como a conferência é muito chata, tudo isso vai criando uma sensação de ociosidade forçada cada vez mais aguda. A vista ajuda a mitigar o sentimento. Do terraço do hotel vê-se o Mar Morto, 372 metros abaixo do nível do mar, o ponto mais baixo da superfície do planeta. Como diz o nome, o mar (na verdade um lago) não abriga vida. Também, pudera – a salinidade é altíssima, e vem aumentando nos últimos anos devido à cessação da alimentação de água, cada vez mais capturada para a irrigação agrícola. Com isso, a superfície está baixando à taxa de um metro por ano. Há planos de trazer água do Mar Vermelho por um canal, mas pode ser fantasia. Por toda a volta do mar erguem-se colinas que a distância, distorcidas pela bruma e pela areia, dão ao cenário um ar de irrealidade, como se tivéssemos sido transportados para a capa de um pocket-book de ficção científica da década de 1970. E, sempre, a forte sensação de aridez, de que se está num lugar em que quase nada cresce. Como é que inteiras civilizações se desenvolveram por estes arredores é um mistério. Provavelmente, na antigüidade, havia mais cobertura vegetal. Mas é impossível saber, porque o deserto vai comendo tudo e não deixa rastros.
O
s jordanianos são um povo evidentemente pobre, decerto mais pobre do que o brasileiro, independentemente do que possam informar os indicadores econômicos. Aqui, como já havia acontecido em Jerusalém, onde estive na semana passada, enxergase no fundo dos olhos das pessoas um sentimento de desalento. É uma região conturbada, marcada pela consciência da iminência da morte. Mas talvez isso esteja mais no vista de quem olha, sabe-se lá. CLAUDIO WEBER ABRAMO É JORNALISTA E DIRETOR DA ONG
TRANSPARÊNCIA BRASIL
G O Oriente
Médio é uma região conturbada, marcada pela consciência da iminência da morte
FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894
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Empresas Finanças Empreendedores Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
A Fachga fez vários lançamentos neste ano, entre eles, os chocolates light na forma de figuras natalinas.
22 PESSOAS TRABALHAM NA FACHGA
FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATES
Fotos: Rogério Albuquerque/AFG
Morte da irmã fez empresária voltar ao comando de sua antiga fábrica de chocolates, a Fachga. Hoje, a empresa, que já foi artesanal, vende cerca de 200 produtos às lojas Pão de Açúcar, La Selva, Bacco's e à Casa Santa Luzia, além de terceirizar os bombons da rede Amor aos Pedaços.
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LETREIRO
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omo a mãe fazia ovos de Páscoa todos os anos, Virginia decidiu que a empresa se chamaria Bunnies (coelhinhos, em inglês). Mas o nome não chegou sequer a entrar no contrato social e logo foi substituído pelo sobrenome do avô que veio do Líbano. "O engraçado é que quando ele chegou o sobrenome era Fachka, mas com o tempo virou Fachga", conta a empresária. (KS)
SEGREDO
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anter sempre a qualidade faz parte do segredo do sucesso da Fachga, diz Virginia. Segundo a empreendedora, manter a qualidade é ter respeito pelo consumidor. "Os funcionários também devem estar comprometidos com o acabamento de cada chocolate. Eles precisam gostar do que fazem." (KS)
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PEDRA egundo Virginia Fachga, proprietária da fábrica de chocolates Fachga, o departamento financeiro tem sido o maior obstáculo desde a sua volta. "A gente tinha muito parcelamento de imposto e isso pesa. Mas acho que até a Páscoa do ano que vem as coisas estarão normalizadas." (KS)
ma tragédia familiar fez com que Virginia Fachga voltasse em março de 2006 a comandar a fábrica de chocolates artesanais da família, fundada em 1974 por ela e pela mãe, Ercilia Fachga. No dia 30 de junho de 2005, Lucia Fachga, irmã de Virginia, morreu em um acidente de buggy no Rio Grande do Norte durante as férias. "Ela estava com um monte de projetos, queria ir à França expor os chocolates em uma feira e, de repente...", conta sobre a trágica e repentina morte da irmã. A história das mulheres Fachga começou em 1940 quando Ercilia, com apenas 14 anos, foi trabalhar na fábrica da Kopenhagen, onde ficou até completar 27 anos. Algum tempo depois, estava em casa cuidando dos quatro filhos quando um químico da Kopenhagen resolveu abrir uma fábrica de chocolates na Vila Sônia e a chamou para trabalhar com ele. "Minha mãe saiu da Kopenhagen sabendo fazer chocolate, mas foi com esse químico que aprendeu a técnica", conta Virginia, que lembra até hoje do cheiro de chocolate nas mãos da mãe. Em 1974, Ercilia decidiu que estava na hora de ter um negócio próprio e, ao lado de Virginia, abriu a Bunnies (só dois anos depois a fábrica adotou o sobrenome da família). No começo, o chocolate que produziam era encontrado nas barracas de feiras bem localizadas da cidade, como a do Pacaembu. Mas logo mãe e filha perceberam que a tática estava errada e começaram a vender para restaurantes. "Naquela época era bem mais fácil que hoje. O chocolate artesanal quase não tinha concorrência." Um gerente do Mappin experimentou o chocolate em um buffet e chamou a Fachga para fornecer às lojas, que naquele tempo estavam no auge. A propaganda boca a boca fez com que restaurantes tradicionais de São Paulo ficassem sabendo da qualidade dos mais de 50 tipos de chocolate da empresa e, em pouco tempo, o produto era encontrado no
Pandoro e no Le Coq Hardy, para citar alguns endereços. Em 1985, Virginia mudou-se com o ex-marido para Aracaju (SE) e a irmã Lucia acabou comprando a empresa. "Não tinha ninguém para cuidar da fábrica e seria uma pena perder o investimento que fizemos." Foi quando a Fachga deu o pulo do gato – Lucia investiu em mídia, a produção cresceu, o número de clientes aumentou e a empresa passou a vender para outros estados. Combinação perfeita Cinco anos depois, Lucia participou de um concurso de chocolates artesanais e ganhou o primeiro lugar. Mas foi uma combinação que inventou que lhe trouxe fama e reconhecimento: o chocolate recheado com geléia de pimenta. Durante uma feira do setor, uma equipe de televisão a entrevistou e seu chocolate acabou virando título de novela global ("Chocolate com Pimenta"), com direito a aparição na vinheta de abertura. "Foi uma época de muitas vendas", lembra a empresária. Enquanto a irmã fazia a marca crescer, Virginia se separou do marido e, em 1992, voltou para São Paulo e foi trabalhar como corretora de imóveis até o ano passado, quando Lucia faleceu. Dois meses antes de morrer, Lucia trouxe para a Fachga a nutricionista Elizete Lopes, que padronizou todas as receitas e definiu o blend, ou seja, o sabor do chocolate. A partilha de bens feita depois da morte de Lucia fez com que Virginia ficasse com a fábrica de chocolates. Ela admite que a volta não foi fácil e que mudanças tiveram de ser feitas. "A Lucia trabalhava com muita devolução. Eu cortei isso e agora trabalhamos com apenas 10% de devolução para os clientes mais antigos. Tirei certos produtos de linha, coisas ligadas à imagem da fábrica, mas que davam muito trabalho para fazer." Hoje, a Fachga produz cerca de 200 produtos que podem ser encontrados nas lojas do Pão de Açúcar, La Selva, Bacco's e na Casa Santa Luzia. "Vendemos também chocolates usados como brindes por
Linha de produção
EMPREENDEDORES Virginia: foi difícil retornar à empresa e mudanças precisaram ser feitas
Setor de embalagens
Produtos recém lançados, como o panetone recheado, são vendidos também nas duas lojas da empresa
Bombom com formato de rolha e recheio de champanhe
empresas", diz Virginia. A Fachga também faz bombons para a rede Amor aos Pedaços. Os 22 funcionários se multiplicam no Natal e na Páscoa, que, neste ano, foi mais contida por causa da mudança no comando da empresa. No ano passado, no entanto, foram fei-
Chocolates são usados como brinde por empresas
tas 10 toneladas de ovos. Neste Natal, a Fachga lançou diversos produtos, como o chocolate em forma de rolha de champanhe recheado com mousse da bebida e chocolate light na forma de figuras natalinas. E conseguiu realizar um dos sonhos de Lucia: abrir uma se-
gunda loja – essa em Alphaville. Antes, havia apenas a loja da fábrica, na Rua Manoel Jacinto. Outro sonho, o da exportação, não vai demorar para se realizar. "Logo terá chocolates Fachga em Portugal e em outros países da Europa." Kety Shapazian
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Empresas Va r e j o Nacional Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
Segundo a UNC, são necessários investimentos em infra-estrutura e transportes até 2010
INDÚSTRIA PLANEJA UM 2007 MELHOR
CRESCIMENTO INDUSTRIAL PAULISTA PODERÁ ATINGIR 5,7%, DIZ SKAF, COM JURO MENOR E REFORMAS
FIESP PROJETA EXPANSÃO PARA 2007
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indústria paulista projeta um crescimento de até 5,7% na produção em 2007. Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, essa expansão poderá ocorrer se houver uma redução da taxa básica de juros para 9% ao ano, se for feita uma reforma tributária eficiente e s e o c o r re r uma flexibilização das leis trabalhistas. Skaf disse que a falta dessas medidas limitará a expansão a 3,3%. A s m e d idas citadas acima, somad a s a o a umento do investimento n a i n f r a - e strutura, a um a j u s t e c a mbial que permita uma redução da valorização do real frente ao dólar e a garantias de segurança institucional, podem resultar no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 4,7%. “Não colocando essas medidas em prática, o Brasil chegará no máximo aos 3%. Continuaremos abaixo dos índices apresentados pelos países em desenvolvimento."
Paulo Liebert/AE - 08/12/2004
Segundo ele, o governo Lula terá uma nova oportunidade, no segundo mandato, de igualar o patamar de crescimento da Argentina e do Uruguai, que fecharão 2006 com uma taxa de 9% e 7%, respectivamente, de expansão econômica. “Mas isso só ocorrerá com um choque de gestão. Uma redução dos gastos correntes da
União”, afirmou. Outro agravante, na avaliação de Skaf, é a definição de instrumentos que garantam a segurança institucional dos investimentos realizados no País. Skaf citou a invasão do Portocel, porto usado para o transporte de celulose e madeira, no Espírito Santo, por índios tupiniquins e gua-
ranis, na manhã de ontem, como exemplo de falta de segurança nos investimentos. Controlado pela Aracruz e a Cenibra, o porto é responsável por uma movimentação diária na casa dos US$ 7 milhões. China – Entre as metas dos industriais paulistas para 2007, a ampliação das exportações para o mercado norteamericano será uma das prioridades. Durante a coletiva de fechamento do ano, a diretoria da Fiesp elencou as relações comerciais com a China como um dos desaf i o s . Te m a s como déficit na balança e o controle na entrada de produtos ilegais foram definidos como prioritários. Skaf e sua diretoria passaram ontem por um certo constrangimento. Durante o evento, os participantes foram presenteados com um cartão de memória USB montado na China. “Nunca disse que era ilegal importar da China. Não sendo pirata, o produto é aceito”, justificou Skaf. Davi Franzon
Construção civil, dizem os empresários, pode captar investimentos de R$ 206 bilhões até 2010
UNC mostra plano a Lula m grupo de 300 empresários da construção civil apresentou ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um conjunto de sugestões estratégicas para o Brasil atingir o crescimento sustentado da economia e figurar entre as 50 nações com melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Encomendado à Fundação Getúlio Vargas (FGV) pela União Nacional da Construção Civil (UNC), o estudo contém medidas que combinam redução de impostos, desburocratização e investimentos, que chegam à ordem de R$ 206 bilhões. A maioria desses recursos, cerca de 70%,
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seria obtida de fundos do setor privado; o restante viria do próprio governo. De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Melvyn Fox, as expectativas de todos os envolvidos no setor são muito positivas, já que o governo mostrou interesse, ao longo de 2006, pela construção civil. "O governo implementou diversas medidas neste ano que muito beneficiaram o setor. Ele entendeu que a construção civil é o caminho para o desenvolvimento econômico do País", disse. Além do estímulo à área habitacional, os empresários querem estender os investi-
mentos à infra-estrutura. Nos transportes, a UNC defende a aplicação de R$ 46,8 bilhões nos próximos quatro anos; em energia, outros R$ 27,2 bilhões; em saneamento, R$ 24 bilhões; em habitação de interesse social, R$ 40,8 bilhões; e em construções para o mercado imobiliário, R$ 67,2 bilhões. Pelos cálculos da consultora da FGV Ana Maria Castello, se houver um aporte de R$ 54,1 bilhões ao ano em infra-estrutura, saneamento básico e habitação, ao final de quatro anos a expectativa de vida da população seria elevada em 18 meses, assim como a renda per capita do brasileiro aumentaria 2,4% ao ano. Maristela Orlowski
Saneamento: marco regulatório.
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plenário da Câmara dos Deputados aprovou, por unanimidade, o projeto de lei que cria o marco regulatório para o saneamento básico no País. O
projeto já foi aprovado no Senado e agora vai para sanção presidencial, para virar lei. O projeto estabelece as diretrizes nacionais para serviços de abastecimento, coleta e tra-
ATAS
Sudafin Representações e Participações S.A. CNPJ nº 02.837.523/0001-12 NIRE 35300316223 ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA REALIZADA EM 13 DE NOVEMBRO DE 2006 Aos 13 (treze) dias do mês de novembro de 2006 (Dois mil e seis), às 10 horas, na sede social da Sudafin Representações e Participações S.A., na Avenida Paulista nº 2150, na Cidade e Estado de São Paulo. AVISO DE CONVOCAÇÃO: Dispensada a publicação do edital de convocação, em conformidade com o parágrafo quarto do artigo 124 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. PRESENÇA: Compareceu a totalidade dos acionistas representantes do capital social. COMPOSIÇÃO DA MESA: Presidente: JosephYacoub Safra; Secretário: Marcelo Curti. ORDEM DO DIA: Eleição de novos membros para comporem o cargo de diretor na forma do artigo 9º do Estatuto Social da Sociedade. DELIBERAÇÕES: Foi aprovada por unanimidade de votos a eleição de novos membros para comporem o quadro da diretoria, na forma do artigo 9º do Estatuto Social da Sociedade, os Srs.: JOÃO INÁCIO PUGA, brasileiro, casado, advogado, portador da cédula de identidade RG nº 3.790.897 SSP/SP inscrito no Ministério da Fazenda sob o CPF sob nº 006.538.618-34; JOÃO CARLOS CHEDE, brasileiro, casado, engenheiro, portador da cédula de identidade RG nº 26.227.336-6 SSP/SP e inscrito no Ministério da Fazenda sob o CPF sob nº 180.556.647-49, ambos residentes e domiciliados na Cidade e Estado de São Paulo, com escritório na Cidade e Estado de São Paulo, na Avenida Paulista, 2100, Cerqueira César. Os eleitos para o cargo de diretor sem designação específica terão mandato coincidente com o vencimento dos demais diretores da Sociedade, ou seja, até a Assembléia Geral Ordinária a realizar-se no ano de 2008 e receberão a mesma remuneração aprovada para os demais diretores. A investidura do cargo far-se-á por termo lavrado no livro de Atas de Reunião de Diretoria. A sociedade declara que os diretores eleitos preenchem as condições previstas na Resolução nº 3041 de 28 de novembro de 2002. Os diretores eleitos declaram, sob as penas da lei, que não estão impedidos por lei especial, de exercerem a administração da Sociedade e nem condenados ou sob efeitos de condenação, a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos, ou por crime falimentar, de sonegação fiscal, de prevaricação, de corrupção ativa ou passiva, de concussão, de peculato, contra a economia popular, a fé pública, a propriedade, as normas de defesa da concorrência, as relações de consumo ou o Sistema Financeiro Nacional. ENCERRAMENTO: Colocada a palavra à disposição dos presentes que dela desejassem fazer uso, e não havendo manifestação alguma, determinou o Sr. Presidente o encerramento da Assembléia, com a lavratura desta Ata, que foi lida e achada em tudo conforme, sendo, ao após, assinada pela mesa e por todos os presentes. São Paulo, 13 de novembro de 2006. (a.a.) Joseph Yacoub Safra - Presidente; Marcelo Curti - Secretário. a) JOSEPHYACOUB SAFRA a) VICKY SAFRA. CERTIDÃO: Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania - Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico que este documento foi registrado sob o nº 308.848/06-8 em 22.11.2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.
tamento de esgotos e as políticas de drenagem, recolhimento e destinação de resíduos sólidos. O projeto tramitou por 20 anos no Congresso. Continua sem decisão a questão da titularidade dos serviços de saneamento — não se sabe ainda se caberão aos estados ou aos municípios. A polêmica ficou de fora do texto do relator, deputado Júlio Lopes (PP-RJ), aprovado sem alterações. Mas Lopes firmou acordo com os líderes do PFL, Rodrigo Maia (RJ), e do PSB, Alexandre Cardoso (RJ), para que o presidente Lula vete o parágrafo 3º do artigo 3º, que menciona o conceito "função pública" para o serviço. Segundo Maia, a expressão "função pública" teria que ser substituída por "serviço público de interesse comum". O relator, no entanto, disse que um eventual veto não deve comprometer o marco regulatório. O projeto de lei chegou a ser colocado na prioridade de votação do plenário da Câmara, depois da reunião dos líderes. Além disso, houve um acordo para que a votação fosse feita por aclamação, sem que os deputados tivessem de declarar seu voto individualmente e sem a apresentação de emendas, o que levaria a uma tramitação mais longa. Nesse caso, o texto teria que voltar para o Senado Federal (de onde saiu) para a Câmara também aprovado por unanimidade. Emenda — A apresentação de emenda pelo deputado Chico Alencar (PSol-RJ) surpreendeu o relator. Alencar queria que os conselhos municipais e estaduais, que terão controle social dos serviços de saneamento, tivessem caráter deliberativo, que pudessem mudar decisões como as de tarifas e o estabelecimento de corte de água. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
ANGRA DOS REIS
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
Durante todo este mês, o DC Boa Viagem faz uma homenagem ao Rio de Janeiro, Estado que promete estar em destaque no ano que vem por conta dos Jogos Panamericanos, que ocorrem em julho na Cidade Maravilhosa. Esta é a segunda edição dedicada à série. Prepare-se para percorrer, a cada quinta-feira, um atraente destino fluminense!
Fotos: Divulgação
Paraíso feito de ilhas
Carla Aranha
A s 365 ilhas que
formam a Baía de Ilha Grande, onde se localiza Angra dos Reis, são um convite à boa vida. Sobretudo quando chega o verão. Além da natureza privilegiada, este é um dos melhores pontos de mergulho do Brasil e a badalação corre solta em boates e restaurantes à beiramar. Págs. 2 e 3
Veja mais imagens desta edição na nossa galeria de fotos virtual no site www.dcomercio.com.br/ galeria/boa viagem_index.htm
Carla Aranha
A antiga vila de pescadores de pequenas e coloridas embarcações deu lugar a um destino de resorts de luxo à beira-mar, como o Pestana Angra Beach Bungalows (acima) e o Blue Tree Park (à dir.), e de excelente gastronomia. O principal programa por ali é explorar a região a bordo de uma escuna, lancha ou iate e descobrir pequenos santuários ecológicos de natureza intacta, como as Ilhas Cataguás (no topo)
TURISMO - 1
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.TURISMO
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
Carla Aranha
Por Carla Aranha
N
o verão, o trânsito de famosos e socialites é tanto por lá que chega a haver congestionamento de helicópteros no céu. No mar, as celebridades desfilam nos muitos veleiros e iates que nessa época do ano são inseparáveis da paisagem local. À noite, festas organizadas por operadoras de celular trazem DJs internacionais e muita gente bonita para as ilhas mais badaladas do Brasil, em Angra dos Reis. As 365 ilhas que formam a Baía de Ilha Grande, onde se localiza Angra (a 150 quilômetros do Rio de Janeiro e 380 km de São Paulo), são um convite natural ao dolce far niente proporcionado pelos passeios de barco e mergulhos em águas quase transparentes. Essa boa vida é facilitada pela própria natureza, que foi generosa em Angra. A ausência de ondas altas, graças à p ro t e ç ã o o f e re c i d a p e l a s ilhas, torna o mar da baía ideal para navegação, e também faz com que o local seja ainda um dos melhores pontos de mergulho do Brasil, com uma ótima visibilidade (veja texto abaixo). Badalação garantida – Angra também é conhecida pela agitada vida noturna. Este ano, a maior novidade é a abertura de uma filial da boate Lótus, de São Paulo, prevista para o início do verão. Os sócios Álvaro Garnero e Edsá Sampaio pretendem fazer um "complexo de lazer à la SaintTropez", como definem os donos, com restaurantes e um centro de compras. Também haverá a inauguração, dia 28 de dezembro, da Privilège Angra, na Ilha da Mandala, que funcionará no esquema "day use". Ou seja, as pessoas poderão freqüentar a ilha durante o dia, com serviços de praia, restaurante e bar. À noite, será palco de DJs famosos. Quer mais? O apresentador Luciano Huck e o empresário Alexandre Accioly irão levar para a Ilha de Itanhangá, uma das mais bonitas da região, filiais dos restaurantes cariocas Zuka, de cozinha contemporânea, e do Sushi Leblon, um dos melhores japoneses do Rio, que farão entregas para os barcos que estiverem ancorados
Na lista de boas-novas da temporada, uma filial da boate Lótus, de São Paulo, e um complexo de gastronomia, moda e decoração na Marina Velrome
Divulgação
São as águas claras e calmas da região, protegidas pelas centenas de ilhas e ilhotas, que encantam turistas há mais de 30 anos. Escunas e lanchas navegam por lá durante todo o verão. Um atrativo do destino – que antes da chegada de grandes hotéis era apenas uma vila de pescadores – é a Mata Atlântica muito bem preservada apesar do grande número de visitantes
Um show debaixo d'água
ão à toa o mergulho em Angra é considerado um dos melhores do Brasil. As águas quentes e transparentes deixam à mostra lindas estrelas-do-mar e uma rica vida marinha. Nem é preciso colocar o cilindro e os pésde-pato para apreciar a paisagem subaquática. Muitas vezes, basta um snorkel para ver com nitidez a espetacular fauna do mar de Angra. A baía também abriga inúmeros navios naufragados, o que torna o mergulho em suas águas ainda mais interessante. O Pinguino, um barco panamenho afundado em 1967, é uma das maiores atrações para os mergulhadores. Situado a cerca de uma hora a partir do Porto de Angra dos Reis, ele
repousa a cerca de 18 metros de profundidade. É comum ver por lá cardumes de badejos, garoupas, peixestrombeta e sargentos. Mas atenção: os porões da popa do navio, por onde se chega por entradas apertadas, não devem ser explorados por mergulhadores novatos. Já a Laje do Coronel, um dos points de mergulho mais conhecidos de Angra, não exige muita experiência de quem mergulha em suas águas. Mesmo quem prefere se limitar ao snorkel pode aproveitar bastante o passeio. E quem já experimentou um cilindro antes vai se surpreender com as moréias, caranguejos, estrelas-do-mar e peixes-frade que transitam pelo fundo rochoso e as pedras que formam a laje. Nas proximidades, a Laje da
Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editora Antonella Salem antonellasalem@uol.com.br Sub-editora Lygia Rebello lygiarebello@uol.com.br Chefe de reportagem Arthur Rosa
Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Djinani S. de Lima Ilustrações Jair Soares e Abê Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo
www.dcomercio.com.br
Matriz também é uma boa pedida para iniciantes. Fica lá um helicóptero que sofreu um acidente em 1988, e hoje é moradia de diversas espécies marinhas. Como ele está a apenas 12 metros de profundidade, não exige muita habilidade do mergulhador. Para descidas nesse nível, a Ilha Jorge Grego é outro ponto imbatível. Uma fenda aberta entre as rochosas no fundo do mar torna o Carla Aranha
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O verão em Angra promete novidades
mergulho ainda mais surpreendente. Mas talvez o mais emocionante seja os golfinhos que passeiam pela região. A Ilha Deserta também reúne muitas passagens estreitas, e revela surpresas como cavalomarinho e uma série de espécies de crustáceos. É tão bonito que se você não levar uma máquina fotográfica, à prova d'água, vai se arrepender. (C.A.)
por lá. O local também vai contar com um mini-spa e uma completa danceteria. Complexo – A Marina Velrome, a maior marina da América Latina, acabou de ganhar o Espaço Marina, um complexo de gastronomia, moda, decoração e artigos náuticos. O restaurante Angril, de grelhados, e o Conversa Fiada, filial do botequim carioca de mesmo nome, são alguns de seus maiores atrativos, com delícias como a lagosta grelhada com camarões. A culinária caprichada, aliás, é um dos grandes chamarizes de Angra. Alguns de seus mais disputados restaurantes ficam em ilhas. É o caso do Bar do Luiz Rosa, na bela Ilha da Gipóia, comandado há 35 anos pelo próprio Luiz Rosa e sua esposa, Paulina, responsável pela moqueca mais famosa da região. No Bar do Armandinho, na Ilha Comprida, a pedida é o filé de peixe cozido no caldo de limão. Também vale a pena conhecer também o Bar de Cima, no Porto do Frade, desta vez no continente, que faz gostosos sushis. Jet-set –É surpreendente imaginar que nada disso existia há 30 anos, quando Angra começou a ser descoberta pelos turistas que chegavam pela recém-inaugurada RioSantos. Em pouco tempo seria a vez dos socialites e famosos, interessados em mergulho e passeios de barco. O local era então um santuário de Mata Atlântica – que ainda está bem preservada, diga-se de passagem – povoado por alguns poucos pescadores. O primeiro grande hotel da região, o Hotel do Frade & Resort, só seria inaugurado em 1972. Atrás dele vieram o Blue Tree Park Angra dos Reis, um grande resort à beira-mar com um pier que é ponto de partida para programas de barco pela baía, o Pestana Angra Beach Bungalows e o Club Med, instalado na região de Rio das Ostras. No verão, é recomendável reservar com antecedência. Afinal, é quando Angra ferve. Especialmente nesta temporada, com as novidades que a cidade preparou para receber os visitantes, os termômetros prometem subir ainda mais. A viagem foi oferecida pelo Blue Tree Park
Rafael Esteves/Divulgação/AE
Naufrágios: o Pinguino, a 18 m de profundidade, é point de mergulho
BLUE TREE RENOVADO – O resort que ocupa 45 mil m² na Praia de Tanguá, cercado pela Mata Atlântica, chega renovado para este verão. O hotel investiu US$ 325 mil na ampliação de um de seus principais restaurantes, que agora terá capacidade para 550 pessoas. Até o fim do ano, será inaugurado um restaurante para crianças de 4 a 12 anos. Bastante procurado por famílias com filhos pequenos, o hotel decidiu abrir, no mês passado, um berçário que conta com uma copa para o preparo de refeições, um fraldário e uma área de higienização. (C.A.)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
Pelas ilhas e praias da baía
TURISMO - 3
Divulgação
Angra é o pouso de conforto. O programa ali é sair barco e conhecer os inúmeros pedaços de areia paradisíacos – com direito a restaurantes surpreendentes
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s praias mais bonitas de Angra estão nas ilhas da baía – o que não é nenhum problema, já que passeios de barco na região são quase obrigatórios, e ninguém deixa de fazer. A Praia de Jurubaíba, também conhecida como do Dentista, na Ilha da Gipóia, é a mais badalada. As areias branquíssimas e suas águas cristalinas são freqüentadas por cariocas, paulistas e mineiros – sem contar os visitantes de todo o País – que chegam de lancha e não deixam de provar a comida dos dois restaurantes flutuantes locais, o Barcobar e o Jango's Bar. Mais selvagem, a Praia do Tenório, também na Ilha da Gipóia, não possui uma infra-estrutura tão sofisticada, mas é ideal para mergulhos relaxantes, longe do burburinho da Praia de Jurubaíba. Mas no dia mais importante do ano – o 1º de janeiro –, ninguém perde para a Praia das Flechas, próxima à do Tenório, de onde parte a famosa procissão de barcos de Angra. Há
outro bom motivo para conhecer o local, em qualquer época do ano: é ali que fica o Bar do Luiz Rosa, um restaurante rústico (mas excelente), com telhado de sapê e mesas dispostas junto à orla, onde se serve uma culinária de primeira em um ambiente único. Cartão-postal – As Ilhas Botinas são outro cartão-postal de Angra, reunindo espécies como marimbas, cocorocas, peixes-sargento e estrelas-domar, que podem ser vistas da superfície mesmo, tão a transparência da água. Já a Ilha de Itanhangá, que este verão vai contar com um centro de lazer, é uma das freqüentadas de Angra, e também possui uma beleza sem igual. Tanto que o arquiteto californiano Charles Bosworth, que se apaixonou pela ilha nos anos 50 e se mudou para lá, e seu filho Charles gostam de receber os visitantes no restaurante da família. Ali, você pode saborear uma caprichada moqueca em meio a obras de arte trazidas por Bosworth, em um am-
Praia de Jurubaíba: na Ilha da Gipóia, é uma das mais concorridas quando chega a temporada de calor
biente tranqüilo e acolhedor. Vale a pena conhecer a Ilha de Paquetá, próxima ao Blue Tree Park, onde existe um restaurante flutuante de comida japonesa, e a Ilha de Cataguases, com uma boa faixa de areia e águas quentes. No verão, ambas ficam lotadas, por isso é bom ir cedo, ou final do dia para curtir o pôr-do-sol.
Ilha Grande – Quem está em Angra também muitas vezes aproveita para dar um giro pelas praias da Ilha Grande, na mesma baía. Realmente, é imperdoável ir à região e não conhecer a Praia Saco do Céu, na Ilha Grande. Até a origem do nome é poética. Baseia-se no fato de que ali o mar ser tão tranqüilo que em noites de lua-
mirantado, um flutuante que serve petiscos. A Lagoa Azul, nas proximidades, é um verdadeiro aquário natural com peixes multicoloridos. Muitos, inclusive, nadam junto com os banhistas. Passar um dia inteiro por ali para depois voltar ao hotel em Angra é o que muita gente chama de férias no paraíso. (C.A.)
Carla Aranha
Fernanda Vio/AE
Carla Aranha
cheia é possível ver as estrelas refletidas na água. Cercado por um paredão de Mata Atlântica intacto, completamente preservado, o local tem até uma área de mangue. A praia, de areias fofas e mar sem ondas, conta com dois restaurantes, o Reis e Magos, onde um flautista encanta os visitantes com sua música, e o Al-
O programa é pegar uma embarcação e passar o dia inteiro navegando pela região, conhecendo ilhas – como as Ilhas Botinas (acima) –, tomando sol e banhos de mar em águas transparentes
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ouca gente sabe, mas Angra dos Reis tem muita história para contar. A região foi uma das primeiras a ser ocupada pelos portugueses, logo depois da descoberta do Brasil. O navegador Gaspar de Lemos
Quase 500 anos de história é considerado o primeiro europeu a avistar o arquipélago, no dia de Reis, em 6 de janeiro de 1502 – daí o nome do lugar. O descobridor Américo Vespúcio fazia parte da tripulação, na caravela de Gaspar de Lemos, e escreveu
um relato emocionado da paisagem que viu, conservado até hoje. "Algumas vezes me extasiei com os odores das árvores..., tanto que pensava estar perto do Paraíso Terrestre", afirmou na carta enviada à Portugal. A
RAIO X COMO CHEGAR Angra dos Reis fica a 150 quilômetros do Rio de Janeiro e a 380 km de São Paulo. De São Paulo, pegue a Rodovia Presidente Dutra até Barra Mansa e, no km 272, em direção à Lídice. De lá são 18 km até a Rio-Santos – basta seguir 86 km até chegar a Angra. ONDE DORMIR Blue Tree Park Angra dos Reis: Estrada Vereador Benedito Adelino, 8.413., tel. (11) 3841.7444, www.bluetree.com. Um dos maiores resorts da região. Diárias para casal em janeiro a partir de R$ 830 (no sistema top inclusive, que inclui café da manhã, almoço, jantar e livre acesso ao frigobar). Pestana Angra Beach Bungalows: Estrada Vereador Benedito Adelino, 3.700, tel. (24) 33642005, www.pestanahotels.com.br. Um dos hotéis mais exclusivos de Angra, com apenas 27 apartamentos. Diárias para casal a partir de R$ 820, também em janeiro. Hotel do Frade & Resort: Praia do Frade, s/nº, BR 101, km 513, tel. 0800-881-9500, www.hoteldofrade.com.br. O resort mais antigo de Angra, mas nem por isso menos luxuoso. Possui até campo de golfe. Diárias para casal a partir de R$ 650. ONDE COMER Bar do Luiz Rosa: Praia das Flechas, Ilha da Gipóia., tel. (24) 9991-7512. Luiz Rosa, um senhor de 86 anos nascido em Angra, comanda o restaurante mais famoso da região, junto com a esposa. A receita de moqueca de Luiz faz sucesso há 35 anos. Não perca. Morro do Coco: Praia do Frade, s/nº, tel. (24) 33695401. Do alto do Morro do Coco, com acesso pela Rio-Santos, oferece uma vista deslumbrante. Com mesas à luz de velas, é ideal para um jantar mais romântico. A cozinha também não deixa nada a desejar. O filé de robalo empanada é a grande pedida. Chez Dominique: Canal do Frade, s/nº, tel. (24) 3369-5458. O bistrô francês chefiado pelo ex-aviador Edmond Bressière é famoso pelas ostras
fresquíssimas que serve, tiradas da fazenda marinha do restaurante. O ambiente charmoso, com vista para o mar, é outro atrativo. Angril: Marina Velrome, s/nº, tel (24) 3361-2649. O mais novo restaurante de Angra, em um lugar para lá de chique, a Marina Velrome, agora um complexo de compras e lazer. Serve grelhados caprichados. FAÇA AS MALAS Pacotes: a CVC, tel. (11) 2191-8410, oferece um pacote de três noites, com hospedagem no Blue Tree Park, a R$ 2.488 por pessoa, em apartamento luxo, em dezembro, com saída de São Paulo, incluindo passagem aérea até o Rio e traslado para Angra. Na Agax tur, tel. (11) 3067-0900, o pacote de quatro noites custa R$ 1.690 por pessoa em dezembro, em apartamento duplo comum no Blue Tree, também incluindo passagem aérea a partir de São Paulo e traslado. Passeios de barco e mergulho: a Saveiros Tour, tel. (24), www.saveiros.com.br, organiza diversos passeios de barco por Angra, com saídas diárias. Custa a partir de R$ 50 por pessoa. A Deep Blue Scuba, tel. (24) 3361-2251, www.deepbluebrasil.com.br, e a Aquamaster, tel. (24) 3365-2416, www.aquamaster.com.br, têm saídas de mergulho com cilindro, a partir de R$ 120. Internet: para ter acesso a informações sobre passeios, hotéis, atrações e restaurantes, veja o site www.angra.com.br.
primeira colônia, no entanto, só foi erguida em 1556. Parada – No século 18, Angra foi uma das paradas para os brasileiros e portugueses que exportavam o ouro obtido em Minas Gerais, que era enviado a Portugal a partir do porto de Paraty. O local também possuía importantes fazendas de café, algumas delas à beiramar. A cana-de-açúcar era outra atividade econômica importante, além do tráfico de escravos. Pouco tempo depois foi construída a Estrada de Ferro Pedro II, entre o Rio de Janeiro e São Paulo, e a
prefeitura de Angra tratou de colocar trilhos ligando a cidade à ferrovia. Nessa época, a cultura cafeeira já não era mais representativa, muito menos a extração de ouro. A cidade investiu nas plantações de banana, e conseguiu manter o brilho. Mas a boa fase não duraria muito tempo. No início do século 20 já era difícil viver apenas do cultivo da banana, e a cidade empobreceu. A maior parte de seu casario colonial se perdeu, e as ruas antigas receberam grossas camadas de asfalto. Nos anos 70, a construção das usinas de Angra I e Angra II,
bastante polêmicas, não trouxeram o progresso esperado à região, tornandose alvo de protesto de ecologistas. Na mesma época, a inauguração da Rodovia Rio-Santos, ou BR101, trouxe novos ares a Angra. Foi quando chegaram os primeiros turistas, encantados pela exuberante paisagem de Mata Atlântica e as 365 ilhas da baía. Ainda hoje, no entanto, vêem-se pescadores saindo para o mar de manhã cedo, e é possível comprar peixe fresco próximo ao porto, no centro da cidade. (C.A.)
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
Planalto Estados Congresso CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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PARLAMENTARES EVITAM FALAR DE REAJUSTE
O reajuste é consenso. Todos defendem. Mas o Aldo (Rebelo) pediu para que não tratássemos disso. Ciro Nogueira
SUPERSALÁRIOS: PARLAMENTARES DESCONVERSAM Ninguém nega que o aumento – de quase o dobro – esteja sendo costurado com o máximo empenho, mas não se fala nisso no Congresso, por enquanto.
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presidente do Senado, Renan Cal h e i ro s ( P M D B AL), disse ontem que o reajuste salarial que vem sendo articulado sorrateiramente no Congresso para os parlamentares é "um assunto inevitável", mas afirmou que não há nada acertado, pelo menos por enquanto. "Estamos com a pauta trancada", desconversou Renan, depois de assistir à cerimônia de posse do novo presidente d o Tr i b u n a l d e C o n t a s d a União (TCU), Walton Rodrigues (veja reportagem ao lado), ao lado do vice-presidente, José Alencar, da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Ellen Gracie, e do presidente da Câmara, Aldo Rebelo. Segundo reportagem do jornal O Globo publicada ontem, as Mesas da Câmara e do Senado decidiram equiparar os subsídios dos parlamentares ao dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Em campanha pela reeleição, Renan e Aldo Rebelo (PCdoBSP), presidente da Câmara, devem assinar, até semana que
vem, um ato conjunto concedendo o aumento. Assim, pretendem dividir o ônus da medida junto à opinião pública. O reajuste, reivindicado há meses pelo chamado baixo clero, pode elevar os salários de R$ 12.800 para nada menos que R$ 24.600, ou, de acordo com outra proposta em estudo, para R$ 16.500, com a correção da inflação do período. A equiparação já foi aprovada pelo Projeto de Decreto Legislativo 444, de 2002, mas não foi implementada até o momento porque os dirigentes temiam a repercussão negativa da medida. "O reajuste é consenso nas Mesas. Todos defendem. Mas o Aldo pediu para que não tratássemos disso para não misturar com as eleições para a presidência da Câmara. Isso não beneficia ninguém (nenhum candidato) pois todos defendem o aumento", afirmou o corregedor-geral da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI). A única compensação pelo reajuste do subsídio dos deputados seria o fim da verba de R$ 4. 200 para despesas com Cor-
reios e telefone, que seriam descontados da verba indenizatória de R$ 15 mil. Distorções – Ao ser perguntado sobre um acordo no Congresso para reajustar o salário dos parlamentares, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci, disse que cada Poder tem autonomia para decidir sobre aumentos salariais, mas observou que grandes reajustes podem causar distorções. "Nenhum Poder pode impor ao outro conduta A ou B. Mas acho que todos os três – Executivo, Legislativo e Judiciário –, todos temos que buscar parâmetros de remuneração compatíveis com as possibilidades do País. Qualquer tipo de reajuste superior aos parâmetros que estão sendo adotados para o conjunto dos trabalhadores brasileiros acaba gerando algum tipo de distorção. Isso vale para os poderes, para qualquer setor. Se Lula tiver ponderações a fazer, vai fazer ponderações de maneira institucional, não na base do palpite", disse Dulci. (AOG)
Givaldo Barbosa / AOG
WALTON ASSUME O TCU
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presidente eleito do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Walton Alencar Rodrigues, tomou posse ontem pela manhã no plenário do Tribunal de Contas do Estado (TCE), em Brasília, em grande estilo. O vicepresidente, José Alencar, o presidente da Câmara e a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, participaram da solenidade, em que que tomou posse também o vice-presidente do TCU, ministro Guilherme Palmeira. Walton Alencar Rodrigues é bacharel em Direito e já exerceu os cargos de procurador da República em Brasília, promotor de Justiça no Ministério Público e
Walton: cumprimentos de José Alencar, Ellen Gracie e Aldo Rebelo.
procurador-geral no TCU. Rejeição – Já o plenário da Câmara dos Deputados rejeitou a indicação do senador Luiz Otávio (PMDB-PA) para ocupar vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Foram 182 votos contrários ao nome dele e 146 votos favoráveis. Houve 13 abstenções. Luiz Otávio havia sido indicado pelo Senado para ocupar vaga decorrente da
aposentadoria do exministro Humberto Souto, eleito deputado federal neste ano. A rejeição a Luiz Otávio na Câmara, lamentada por alguns de seus colegas em plenário, ocorreu menos de uma hora depois de o Senado ter aprovado o nome do deputado Aroldo Cedraz (PFL-BA), indicado pela Câmara para ocupar uma outra vaga também no mesmo TCU. (Agências)
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Congresso Planalto Legislativo CPI
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SENADORA DESPEDE-SE DE BRASÍLIA
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
O que me move é o amor pela humanidade Heloisa Helena
HELOÍSA: LÁGRIMAS NA DESPEDIDA Discurso da senadora comoveu os colegas do parlamento, que também choraram e pararam os trabalhos durante mais de três horas para as despedidas. Fotos: Nicolau Castro/FolhaImagem
MORRE VICENTE BOTTA
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ex-deputado estadual Vicente Botta morreu ontem, aos 88 anos, em São Carlos (SP). Ele sofria de insuficiência cardíaca e estava internado desde segunda-feira. Botta foi um dos políticos paulistas com o maior período de legislatura: 1953 a 1994. Ele passou pelo PTN, PTB, Arena, MDB e Prona. Ocupou a Mesa Diretora da Assembléia durante vários anos e foi presidente da Casa, em 1955, e entre 1976 e 1977. O corpo do ex-deputado foi velado na Câmara de São Carlos e sepultado no Cemitério Nossa Senhora do Carmo. (AE)
Emocionada, Heloisa Helena fez um longo discurso relembrando toda a sua trajetória política, do PT à candidatura derrotada para a Presidência. Sem mandato a partir de janeiro, ela deve voltar a trabalhar como professora universitária em Alagoas. Nicolau Castro/Jornal da Paraíba
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Senado parou ontem por mais de três horas para se despedir da senadora Heloísa Helena (PSol-AL). Emocionada, a senadora chorou quase o tempo todo em que esteve no plenário. A senadora subiu à tribuna já aos prantos. Agradeceu a todos os funcionários do Congresso, dos faxineiros aos assessores diretos, com a voz embargada. Ela relembrou sua trajetória política, primeiro no PT, depois na criação de um novo partido (PSol) e, em seguida, na campanha presidencial. "Enfrentei o ódio implacável, ameaças de morte, gente de alma Enfrentei o ódio pequena. Mas deixo o Senado certa de que implacável, não contribuí para o ameaças de mundo ficar pior ou morte, gente de mais apodrecido. O alma pequena. Mas que me move é o amor deixo o Senado certa pela humanidade", de que não contribuí discursou. Emocionados, os separa o mundo ficar nadores Arthur Virgípior ou mais lio, líder do PSDB, e apodrecido. Jefferson Péres (PDTHeloisa Helena A M ) , c h o r a r a m n o (PSOL-AL) plenário. "Poucos puderam sair daqui com a cabeça erguida como a senhora está saindo. Fico orgulhoso de ter sido seu contemporâneo no Senado", disse Virgílio. "Já me despedi de muitos senadores nesta Casa. Mas nenhuma dessas despedidas me comoveu tanto", completou Péres. Heloísa Helena preferiu candidatar-se à Presidência da República a buscar a reeleição para o Senado. Sua vaga será ocupada pelo ex-presidente Fernando Collor. Sem mandato a partir de janeiro, ela promete agora voltar a trabalhar como professora universitária em Alagoas. "Também quero continuar recebendo suas recomendações para o coração", pediu o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) à sua "conselheira sentimental", como costuma se referir a Heloísa Helena, que foi aplaudida pelos colegas no final do seu discurso.(Agências)
Divulgação
SEM-TERRA – Integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) interditaram ontem na Paraíba um trecho da rodovia BR-230, entre as cidades de Campina Grande e a capital, João Pessoa. O protesto durou cerca de cinco horas e participaram cerca de cem manifestantes, segundo a Polícia Rodoviária.
Botta: carreira política longa.
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
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bilhões de reais é quanto a CPMF rende por ano aos cofres da União
José Paulo Lacerda/AE
SUPERSIMPLES COMPLICA CÁLCULO DOS TRIBUTOS
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Comissão do Pontos da nova lei, que deve ser sancionada hoje por Lula, são criticados pela Fiesp Senado torna Divulgação ISS", disse Motta. Empresas de imposto do Supersimples deve administração de imóveis, ser sancionado hoje academias de dança e escritó- cheque definitivo pelo presidente da
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República, Luiz Inácio Lula da Silva, sob um clima de incertezas. A Comissão da Pequena e Micro Empresa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) estuda propostas que vão fazer parte de um projeto de lei complementar para alterar a legislação que acabou de ser aprovada. A maior reclamação das indústrias e de especialistas é que o cálculo do tributo unificado – o novo Simples reúne os tributos federais, estaduais e municipais – está complexo demais para um regime de tributação simplificado. "Complicado, não. Muito complicado", classificou o ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel, idealizador do Simples. "O novo sistema é tão complexo que eles devem ter ficado com vergonha e inseriram na lei que será criado um software para ajudar o contribuinte a calcular o imposto unificado. Com isso, eles mesmos reconheceram a complexidade do Supersimples", afirmou Everardo Maciel. Para o ex-comandante da Receita Federal, o cálculo do Simples ficará tão difícil quanto o da tributação pelo lucro real – o regime mais complexo de tributação, utilizado apenas pelas grandes empresas. Isso porque as receitas de exportação, de substituição tributária e de locação de bens móveis, por exemplo, deverão ser separadas e calculadas de modo diferenciado. Atualmente, no Simples, é preciso apenas saber qual é o setor da empresa e aplicar a alíquota do imposto corresponde ao seu faturamento mensal. Outra crítica de Maciel diz respeito à fiscalização. Para ele, como o micro e pequeno empresário ficará sujeito a três fiscalizações (federal, estadual e municipal), elas podem gerar resultados diferentes. Ou seja, para se defender, o contribuinte terá de recorrer a três esferas diferentes, aumentando seus custos e a burocracia.
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Honda: "Ficou supercomplicado"
Segundo o diretor tributário da Confirp Consultoria Contábil, Welinton Motta, a receita de exportação, por exemplo, deverá ser calculada de forma separada porque não incidirá mais o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o Programa de Integração Social (PIS), a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e o Imposto sobre Produto Industrializado (IPI). "Quanto à receita de substituição tributária, o ICMS será calculado à parte, mas o contribuinte poderá deduzir o percentual do imposto já recolhido por substituição tributária do tributo unificado", explicou. Várias atividades do setor de serviços poderão ser enquadradas no novo Simples. No entanto, o cálculo do imposto será diferenciado de acordo com a atividade da empresa. "Para locação de bens móveis, há dedução do percentual do
rios de contabilidade vão recolher um imposto unificado que varia conforme o percentual que a folha de pagamento representa sobre seu faturamento. "Isso sem contar com o ISS e a contribuição previdenciária", completou o contabilista. Projeto de lei – O assessor jurídico da presidência da Fiesp, Hélcio Honda, informou que a entidade vai elaborar um projeto de lei para modificar o Supersimples porque, apesar de ser conceitualmente positivo, "alguns dispositivos o tornam supercomplicado". Ele citou também o cálculo em separado do imposto incidente sobre receitas como as de exportação e substituição tributária e o risco de o contribuinte ser autuado três vezes com relação ao mesmo imposto. Já o gerente de políticas públicas do Sebrae Nacional, Bruno Quick, afirmou que cada complicação alegada significa menos imposto. "O Simples pode ser simples, mas não pode ser injusto", disse. Segundo ele, se o cálculo da substituição tributária não for separado, as empresas vão pagar o ICMS duas vezes. Com relação ao cálculo da receita de exportação, ele justifica que o método atende a um pleito antigo dos exportadores. "Hoje, as pequenas empresas que estão no Simples pagam vários tributos que as grandes não pagam. Com a nova lei será feita justiça fiscal", defendeu Quick. Laura Ignacio
Para o ex-comandante da Receita Federal, Everardo Maciel, é Supersimples só o nome da lei.
ROVISÓRIA
ERMANENTE
C MF IMPOSTO PARA SEMPRE or unanimidade, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou ontem uma proposta de emenda à Constituição Federal, de autoria do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que torna permanente a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e reduz gradativamente a alíquota dos atuais 0,38% para 0,08%, em 2010. A proposta será votada no plenário no ano que vem, antes de ser submetida à análise dos deputados. O líder do governo, senad o r R o m e ro J u c á ( P M D B RR), disse que o Planalto apóia a decisão de tornar a contribuição permanente, mas ainda não avaliou o período e o valor das alíquotas. Pacote – Ontem, no entanto, o ministro da Fazenda, Guido
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Mantega, disse que o governo não pretende alterar, pelo menos no curto prazo, a cobrança da contribuição. "No curto prazo, a CPMF continua como está", disse Mantega, ao descartar que entre as medidas do pacote fiscal em estudo esteja uma modificação na cobrança ou nas alíquotas do chamado imposto do cheque. Essas modificações, segundo o ministro da Fazenda, somente serão discutidas no médio e longo prazos porque a cobrança do tributo estará vigo-
rando até o final do próximo ano. Mantega informou que o governo pretende encaminhar ao Congresso Nacional uma proposta para prorrogar a cobrança da CPMF, que hoje garante uma arrecadação anual de cerca de R$ 32 bilhões. A idéia é tornar o tributo permanente, mas adotando uma redução gradativa das alíquotas para que a CPMF se transforme, no longo prazo, em um instrumento de combate à sonegação, e não de arrecadação, como ocorre atualmente. (AE)
Ano 81 - Nº 22.273
R$ 0,60
São Paulo, quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h55
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
Lei será sancionada hoje por Lula. Criada para simplificar a vida de pequenas e micros empresas, agora está mais complicada. "Ficou muito complicado", critica Everardo Maciel, ex-secretário da Receita Federal, idealizador do Simples. E 1
Clayton de Souza/AE
PROJETO: "P" PROVISÓRIO PASSA PARA PERMANENTE
CPMF
Comissão de Justiça do Senado aprovou proposta de emenda constitucional que torna a CPMF permanente. Mas com diminuição gradual de alíquotas. E 1
Divulgação
Angra, o paraíso Boa Viagem
Victor Ruiz Caballero/Reuters
Exército chileno expulsa Pinochet II O capitão Augusto Pinochet Molina, 33 anos, neto de Pinochet, é punido por discursar no funeral do avô. Sua cabeça foi pedida pela presidente Bachelet. C 4.
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Nas ruas, em defesa dos outdoors Passeata alerta lojistas sobre as conseqüências da lei que proíbe cartazes na cidade. C 1
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Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
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1 Todos os meus empregados já estão em aviso prévio. Enrico Cirillo, da Office Mídia
Nas ruas, contra a lei do outdoor Manifestantes percorreram o Centro, até a Prefeitura, alertando lojistas para as conseqüências da lei que acaba com anúncios externos Ó RBITA
CHIP PIONEIRO prefeitura de Praia Grande começa a vender A hoje o que apelidou de
"etiquetas inteligentes": chips do tamanho de um grão de arroz a serem implantados em veículos de quatro rodas. O chip possibilita que os veículos sejam monitorados por 24 antenas instaladas em pontos estratégicos. A Prefeitura investiu R$ 800 mil no sistema, integrado à central de vídeo que monitora as imagens de 1.089 câmeras. Praia Grande é o primeiro município do País a disponibilizar o serviço à população. O selo vai custar R$ 25 e seu principal objetivo é a segurança pública. De janeiro a setembro a polícia contabilizou 1.427 casos de roubos e furtos de veículos na cidade. (Agências)
MORTE NO EXAME ma mulher de 51 anos U morreu no início da tarde de ontem após sentir-
se mal durante um exame prático para tirar carteira de motorista. Valquíria Martins dos Santos estava acompanhada de um motorista da auto e motoescola Cancela, quando começou teve dores no peito. O incidente aconteceu na área de exames do Departamento de Trânsito do Rio de Janeiro. Bombeiros do quartel da Ilha do Governador foram acionados por testemunhas que passavam pelo local, mas não chegaram a tempo. Segundo elas, Valquíria passou mal logo após saber que havia sido reprovada na prova. Os exames práticos do local foram suspensos por cerca de uma hora. (Agências)
NOVELA E AIDS Sociedade Brasileira de Infectologia divulgou A uma nota à imprensa em
repúdio à cena que considerou "preconceituosa" da novela Páginas da Vida, exibida pela Rede Globo. Nela, o médico Diogo (Marcos Paulo) afirma que o paciente Gabriel (Miguel Lunardi) é soropositivo baseado "apenas em características físicas, sem mostrar comprovação de exames". Em resposta à crítica, a Rede Globo afirmou que "as campanhas sociais e de cidadania inseridas nas novelas são uma marca da Globo, que têm o reconhecimento das mais respeitáveis entidades do mundo. Um texto de teledramaturgia não é um texto científico". (Agências)
Rejane Tamoto
Fotos de Marcos Bezerra/Futura Press
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professor de geografia aposentado Oswaldo Costa, de 71 anos, decidiu mudar o rumo de sua caminhada na manhã de ontem. Ao sair do prédio onde mora, no número 986 da rua da Consolação, na região central. Ele se uniu a um grupo de aproximadamente 100 pessoas que, em passeata, protestava contra a lei Cidade Limpa, do prefeito Gilberto Kassab. "O anúncio na empena cega do meu prédio será retirado. Por causa da falta dessa receita, nós já tivemos de demitir três funcionários do condomínio. Este prefeito está despreparado para o cargo que ocupa, porque em vez de retirar as placas, devia se preocupar em resolver os outros problemas da cidade, como as calçadas e buracos nas ruas", afirmou o aposentado. Com apitos na boca, faixas e buzinas em punho, a pequena manifestação era formada por funcionários de cerca de 10 empresas de publicidade externa. A reivindicação do grupo é que a lei Cidade Limpa seja revogada por outra lei, em prol da manutenção de seus empregos. Proibição – A legislação municipal que proíbe todo o tipo de anúncio externo na cidade de São Paulo (outdoors, backlights, frontlights e painéis) deve provocar a demissão de cerca de 20 mil pessoas, a partir de 1º de janeiro. Mas o reflexo da lei já aparece nas empresas, de acordo com o empresário da Office Mídia, Enrico Cirillo, que apoiou a passeata. "Todos os meus empregados já estão em aviso prévio", lamentou. A caminhada terminou por volta do meio-dia, com o enterro simbólico da categoria – que teve direito a caixão, coroas de flores e até a oração – em frente à sede da Prefeitura. Mesmo com o canto em coro "Kassab, cadê você? Eu tô aqui só pra te ver!", o prefeito não apareceu para falar com os manifestantes. Uma guarda municipal in-
Protesto reuniu aproximadamente 100 pessoas, a maioria de funcionários de empresas de mídia exterior que temem perder seus empregos
formou que Kassab não estava na sede da Prefeitura, mas que a comissão de organizadores poderia conversar com o secretário de Coordenação das Subprefeituras, Andrea Matarazzo. O grupo, composto por três organizadoras do protesto, acabou sendo recebido por um assessor de Matarazzo, que pediu um documento por escrito com as propostas em relação à lei. "Encaminharemos o mais rápido possível", disse uma das organizadoras, Cissa Rodrigues. D oc um en to – Amanhã, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) também deve elaborar, em conjunto com diversas entidades de varejo, um documento em protesto à lei Cidade Limpa. Segundo o diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP, o economista Marcel Solimeo, o comércio não deve realizar nenhuma manifestação nos estabelecimentos agora, no período mais ativo de vendas. O protesto de ontem, organizado por um grupo de func i o n á r i o s d o s e t o r, t e v e o apoio do Sindicato dos Publi-
Com apitos, faixas e buzinas, os manifestantes percorreram o Centro
ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú
Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407
citários e começou no vão livre do Masp, por volta das 9h30. O baixo quórum de manifestantes (esperava-se 2 mil pessoas) não desanimou a organização da passeata. "Este é o primeiro de uma série de manifestações", disse Cissa. Alerta – Entre apitaço e buzinaço, um carro de som alertava o comércio e os moradores sobre a lei, ao longo do percurso: "Você, comerciante, que ainda não está atento à
lei 14.223 fique sabendo que esta placa na sua fachada não te pertence mais. Agora, por ordem da Prefeitura, será diminuída para 4 m²". Durante o protesto, comerciantes iam até a porta do estabelecimento e prestavam atenção neste trecho do discurso. A legislação municipal determina o prazo de até 31 de março para o comércio se adaptar. O tamanho máximo de um anúncio indicativo de um estabeleci-
mento de até 10 metros de testada (frente) será de 1,5 m². Se a frente do imóvel tiver de 10 a 100 metros, os indicativos deverão ser de até 4 m² do espaço. Acima de 100 metros, serão permitidos dois indicativos de 10 m² cada. Além disso, serão proibidos também anúncios de liquidação (faixas e banners) nas vitrines. Só serão permitidas propagandas que estiverem a mais de um metro para dentro da loja.
2 -.ECONOMIA/LEGAIS
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
ATAS
C.N.P.J. nº 61.194.080/0001-58 – CIA. ABERTA – NIRE nº 35.300.032.501 Capital Autorizado: Até 200.000.000 de ações Capital Subscrito e Realizado: R$ 916.084.373,90 dividido em 128.125.760 ações ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA DA DURATEX S.A., REALIZADA EM 08 DE DEZEMBRO DE 2006. Data, Hora e Local: São Paulo, 08 de dezembro de 2006, às 16:00 horas, na sede da Companhia, na Avenida Paulista nº 1938 - 5º andar, São da Duraflora S.A. por esta Companhia. 2. Foi aprovado, por unanimidade, o Protocolo e Justificação de Incorporação de Ações (anexo), firmado Paulo-SP. Convocação: Edital de convocação publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo nos dias 23, 24 e 25.11.2006 (págs. 10, 10 entre Duraflora S.A. e Duratex S.A., em 21 de novembro de 2006, nos termos do disposto nos artigos 252 e 264 da Lei nº 6.404/76. 3. Foi ratificada e e 05, respectivamente) e no Diário do Comércio nos dias 23, 24 e 27.11.2006 (págs. 02, 02 e 02, respectivamente). Presença: Presentes os homologada a nomeação das empresas que, previamente contratadas pela Diretoria da Companhia, elaboraram os Laudos de Avaliação e Estudos acionistas representando mais de dois terços do capital com direito a voto, conforme registros e assinaturas constantes do livro de presença. pertinentes à referida incorporação de ações, a saber: PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes, CNPJ/MF nº 61.562.112/0001-20; Alianti Além do Presidente do Conselho Fiscal da Sociedade, Paulo Ricardo Moraes Amaral, estiveram presentes, também, representantes da Consultoria Empresarial, CNPJ/MF nº 06.202.005/0001-83 e S.B.A Sociedade Brasileira de Avaliadores Ltda., CNPJ/MF nº 04.071.649/0001-54. PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes, Alianti Consultoria Empresarial e S.B.A Sociedade Brasileira de Avaliadores Ltda. Mesa: 4. Foram apreciados e aprovados, por unanimidade, os Laudos de Avaliação e Estudos – anexados a esta Ata dela fazendo parte integrante – que Conforme disposto nos artigos 7º e 10, § 4º do Estatuto Social, assumiu a presidência dos trabalhos Laerte Setubal Filho, sendo indicado, como serviram de base para a realização da operação de incorporação de ações. 5. Foi aprovada a incorporação pela Companhia da totalidade das ações secretário, o acionista Antonio Massinelli. Ordem do dia: Dando início aos trabalhos, o Sr. Presidente solicitou ao Secretário que procedesse à representativas do capital social da Duraflora S.A., convertendo-a, assim, em sua subsidiária integral. 6. Em seguida foi unanimemente aprovado o leitura da Ordem do Dia, a saber: a) Aprovação do “Protocolo e Justificação de Incorporação de Ações”, firmado entre Duraflora S.A. e Duratex aumento do capital social da Companhia de R$ 903.630.000,00 (novecentos e três milhões, seiscentos e trinta mil reais) para R$ 916.084.373,90 S.A., em 21 de novembro de 2006, nos termos do disposto nos artigos 252 e 264 da Lei nº 6.404/76; b) Ratificação da nomeação das empresas (novecentos e dezesseis milhões, oitenta e quatro mil, trezentos e setenta e três reais, noventa centavos), a ser realizado mediante a emissão de avaliadoras PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes, CNPJ/MF nº 61.562.112/0001-20; Alianti Consultoria Empresarial, CNPJ/MF 1.298.688 (hum milhão, duzentas e noventa e oito mil, seiscentas e oitenta e oito) novas ações, escriturais, sem valor nominal, sendo 147.016 (cento nº 06.202.005/0001-83 e S.B.A Sociedade Brasileira de Avaliadores Ltda., CNPJ/MF nº 04.071.649/0001-54, contratadas para a elaboração dos e quarenta e sete mil, dezesseis) ordinárias e 1.151.672 (hum milhão, cento e cinqüenta e uma mil, seiscentas e setenta e duas) preferenciais, laudos de avaliação pertinentes; c) Apreciação dos laudos de avaliação; d) Aprovação da incorporação pela Companhia da totalidade das ações que serão entregues aos acionistas da Duraflora S.A. em substituição das que serão extintas em razão da incorporação de ações ora aprovada. representativas do capital social da Duraflora S.A., convertendo-a assim em sua subsidiária integral, nos termos do “Protocolo e Justificação de Nos termos do artigo 252, § 1º da Lei 6.404/76, os atuais acionistas da Companhia não terão direito de preferência para a subscrição das referidas Incorporação de Ações” referido no item “a” acima; e) Aprovação do aumento do capital social da Companhia de R$ 903.630.000,00 para R$ ações, as quais serão subscritas e integralizadas mediante conferência à Companhia de 6.210 (seis mil, duzentas e dez) ações da Duraflora S.A., 916.084.373,90, a ser realizado mediante a emissão de 1.298.688 novas ações escriturais ordinárias e preferenciais, sem valor nominal, que sendo 703 (setecentas e três) ordinárias e 5.507 (cinco mil, quinhentas e sete) preferenciais, de propriedade dos atuais acionistas desta. 7. Em serão entregues aos acionistas da Duraflora S.A. em substituição das que serão extintas em razão da incorporação de ações objeto do item “d” conseqüência das deliberações constantes do item 6 acima, foi unanimemente aprovada a alteração do “caput” do artigo 4º, do Estatuto Social, acima; f) Aprovação da alteração do artigo 4º do Estatuto Social da Companhia em conseqüência das deliberações constantes dos itens “a”, “d” mantidos os atuais parágrafos, que passará a ter a seguinte redação: “ARTIGO 4º – CAPITAL E AÇÕES – O capital social é de R$ 916.084.373,90 e “e” acima. Registros e Deliberações: Iniciados os trabalhos, os acionistas presentes autorizaram a lavratura da ata em forma de sumário, bem (novecentos e dezesseis milhões, oitenta e quatro mil, trezentos e setenta e três reais, noventa centavos), dividido em 128.125.760 (cento e vinte como sua publicação com a omissão das assinaturas dos acionistas presentes, nos termos do art. 130 e seus §§ da Lei nº 6.404/76. Antes de e oito milhões, cento e vinte e cinco mil, setecentas e sessenta) ações escriturais, sem valor nominal, sendo 53.267.508 (cinqüenta e três milhões, proceder ao exame da ordem do dia, o Sr. Presidente informou aos acionistas que o Conselho Fiscal da Sociedade, em cumprimento ao disposto duzentas e sessenta e sete mil, quinhentas e oito) ordinárias e 74.858.252 (setenta e quatro milhões, oitocentas e cinqüenta e oito mil, duzentas no inciso III do artigo 163 da Lei nº 6.404/76, manifestou-se favoravelmente sobre a proposta de incorporação de ações da Duraflora S.A., e que, em e cinqüenta e duas) preferenciais, estas sem direito de voto.” Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, foi suspensa a assembléia para a assembléia geral realizada nesta mesma data, os acionistas da Duraflora S.A. aprovaram a incorporação de ações de emissão daquela companhia lavratura da presente ata. Lida a ata, foi esta aprovada pelos acionistas que constituíram o quorum necessário para a aprovação das deliberações pela Duratex S.A. Colocadas em discussão as matérias objeto da ordem do dia, procedeu-se ao seguinte: 1. Leitura da ata da Reunião do Conselho acima tomadas. São Paulo, 08 de dezembro de 2006. (aa) Laerte Setubal Filho – Presidente, Antonio Massinelli – Secretário. Certifico que a de Administração realizada em 22 de novembro de 2006, que aprovou a proposta e as bases do “Protocolo e Justificação de Incorporação de Ações” presente é cópia fiel da original lavrada em livro próprio. ANTONIO MASSINELLI – Secretário - OAB/SP nº 70.321. PROTOCOLO E JUSTIFICAÇÃO DE INCORPORAÇÃO DE AÇÕES DA DURAFLORA S.A. PELA DURATEX S.A. 3 – AUMENTO DO CAPITAL SOCIAL DA DURATEX 3.1. Em razão da Incorporação de Ações, haverá um aumento do capital social da DURATEX, mediante a versão da totalidade das ações dos acionistas da DURAFLORA (exceto as que já forem de propriedade da DURATEX) ao capital social da DURATEX. O capital social da DURATEX será então aumentado de R$ 903.630.000,00 (novecentos e três milhões, seiscentos e trinta mil reais) para R$ 916.084.373,90 (novecentos e dezesseis milhões, oitenta e quatro mil, trezentos e setenta e três reais, noventa centavos), mediante a emissão de 1.298.688 (um milhão, duzentas e noventa e oito mil seiscentas e oitenta e oito) novas ações, sendo 147.016 (cento e quarenta e sete mil e dezesseis) ordinárias e 1.151.672 (um milhão, cento e cinqüenta e uma mil e seiscentas e setenta e duas) preferenciais, sem valor nominal, a serem atribuídas aos acionistas da DURAFLORA, sendo que os atuais acionistas da DURATEX, nos termos do art. 252, § 1º da Lei nº 6.404/76, não terão direito de preferência para a subscrição das referidas ações, as quais serão subscritas e integralizadas mediante conferência à DURATEX de 6.210 (seis mil, duzentas e dez) ações da DURAFLORA, sendo 703 (setecentas e três) ações ordinárias e 5.507 (cinco mil, quinhentas e sete) ações preferenciais, de propriedade dos atuais acionistas desta. 3.2. A atribuição de ações do capital da DURATEX, em substituição à participação dos acionistas na DURAFLORA, observará as seguintes condições: 3.2.1. Os acionistas da DURAFLORA terão suas participações acionárias substituídas proporcionalmente por ações escriturais de emissão da DURATEX, observando-se as mesmas espécies atualmente possuídas, conforme indicado no item 2.4 acima. 3.2.2. Frações de Ações – As ações que não puderem ser atribuídas por inteiro a cada acionista serão agrupadas em números inteiros para, em seguida, serem alienadas na Bolsa de Valores de São Paulo – BOVESPA. O produto da venda será dividido, proporcionalmente, entre os titulares das frações. 3.2.3. Da relação de troca das participações societárias mencionadas no item 2.4. resultará a seguinte substituição:
DURATEX S.A., com sede na Avenida Paulista nº 1938 - 5º andar, nesta capital, inscrita no CNPJ/MF sob nº 61.194.080/0001-58, NIRE 35.300.032.501, neste ato representada por seus diretores infra-assinados, a seguir denominada “DURATEX”; e DURAFLORA S.A., com sede na Avenida Paulista nº 1938 - 9º andar, nesta capital, inscrita no CNPJ/MF sob nº 43.059.559/0001-08, NIRE 35.300.019.261, neste ato representada por seus diretores infra-assinados, a seguir denominada “DURAFLORA”, Considerando que: (i) a DURATEX é uma companhia aberta que tem por objeto a indústria, importação, exportação e comércio de uma série de produtos, máquinas e matérias primas, dentre os quais os derivados de madeira; (ii) a DURAFLORA é uma sociedade fechada que tem por objeto a exploração e a comercialização de produtos relativos à silvicultura e à agropecuária; (iii) as companhias pretendem alinhar seus interesses estratégicos através da incorporação de ações da DURAFLORA pela DURATEX, tendo em vista os benefícios que daí advirão para os acionistas de ambas as Companhias, tais como: (a) redução de custos em razão da simplificação da estrutura organizacional; (b) racionalização e otimização dos planos de investimento; (c) maior capacidade financeira, ampliação e diversificação das alternativas relacionadas à captação de recursos; e (d) potenciais ganhos de produtividade e competitividade; (iv) a referida operação visa, ainda, dar continuidade ao processo de reestruturação societária que vem sendo implementado pela DURATEX durante os últimos anos, tendo como objetivo propiciar maior flexibilidade para os novos investimentos na área florestal e permitir maior eficiência da estrutura corporativa e na execução das decisões estratégicas das empresas; DURATEX e DURAFLORA, por seus administradores abaixo assinados, em conformidade com o disposto nos artigos 224, 225, 252 e 264 da Lei nº 6.404/76 e na Instrução CVM nº 319, de 03/12/99, resolvem celebrar o presente Protocolo e Justificação de Incorporação de Ações da DURAFLORA S.A. pela DURATEX S.A. (“Protocolo”), nos termos e condições ora previstos, que serão submetidos à aprovação dos acionistas de ambas as Companhias: 1 – OBJETO E CONDIÇÕES DA OPERAÇÃO: 1.1. Este Protocolo tem por objeto a incorporação de ações de emissão da DURAFLORA por sua acionista controladora DURATEX, convertendo-se a DURAFLORA em subsidiária integral da DURATEX (“Incorporação de Ações”). 1.2. O capital social da DURATEX, totalmente subscrito e integralizado, é de R$ 903.630.000,00 (novecentos e três milhões, seiscentos e trinta mil reais), dividido em 126.827.072 (cento e vinte e seis milhões, oitocentas e vinte e sete mil, setenta e duas) ações escriturais, sendo 53.120.492 (cinqüenta e três milhões, cento e vinte mil, quatrocentas e noventa e duas) ordinárias e 73.706.580 (setenta e três milhões, setecentas e seis mil, quinhentas e oitenta) preferenciais. 1.3. O capital social da DURAFLORA, totalmente subscrito e integralizado, é de R$ 157.711.667,49 (cento e cinqüenta e sete milhões, setecentos e onze mil, seiscentos e sessenta e sete reais, quarenta e nove centavos), representado por 154.549 (cento e cinqüenta e quatro mil, quinhentas e quarenta e nove) ações, sendo 119.948 (cento e dezenove mil, novecentas e quarenta e oito) ordinárias e 34.601 (trinta e quatro mil, seiscentas e uma) preferenciais. 1.4. A DURATEX é titular de 148.339 ações de emissão da DURAFLORA. A DURAFLORA não possui ações da DURATEX. A DURATEX mantém 35.226 ações de sua emissão em tesouraria. 2. AVALIAÇÕES E RELAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO AVALIAÇÃO DAS AÇÕES DA DURAFLORA PARA OS EFEITOS DO ART. 8º DA LEI Nº 6.404/76 2.1. No aumento do capital social da DURATEX, a ser realizado em virtude da Incorporação de Ações, as ações da DURAFLORA serão incorporadas pelo seu valor patrimonial, conforme demonstração contábil de 30.09.2006, pelo montante de R$ 12.454.373,90 (doze milhões, quatrocentos e cinqüenta e quatro mil, trezentos e setenta e três reais, noventa centavos), com base em laudo de avaliação elaborado pela PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes, empresa especializada com sede na Av. Francisco Matarazzo 1400, Torre Torino, São Paulo, SP, inscrita no CNPJ nº 61.562.112/0001-20, que constitui Anexo I ao presente Protocolo. AVALIAÇÃO DAS AÇÕES DA DURATEX E DA DURAFLORA PARA OS EFEITOS DO ART. 264 DA LEI Nº 6.404/76 2.2. Para os fins previstos no art. 264 da Lei nº 6.404/76, foi escolhida para preparar os laudos de avaliação dos patrimônios líquidos, a preço de mercado, da DURATEX e da DURAFLORA, em 30.09.2006 a empresa especializada Alianti Consultoria Empresarial, com sede na Rua João Lourenço 683, 10º andar, São Paulo, SP, inscrita no CNPJ sob o nº 06.202.005/0001-83. Referidos laudos constituem o Anexo II ao Presente Protocolo. 2.3. De acordo com os Laudos de Avaliação, a DURAFLORA foi avaliada em R$ 690.155.833,35 (seiscentos e noventa milhões, cento e cinqüenta e cinco mil, oitocentos e trinta e três reais, trinta e cinco centavos) e a DURATEX em R$ 1.826.627.603,52 (hum bilhão, oitocentos e vinte e seis milhões, seiscentos e vinte e sete mil, seiscentos e três reais, cinqüenta e dois centavos), daí resultando uma relação de troca de 310,0581 ações da DURATEX para cada 1 (uma) ação da DURAFLORA. AVALIAÇÃO DAS AÇÕES DA DURATEX E DA DURAFLORA PARA OS EFEITOS DO CÁLCULO DE RELAÇÃO DE TROCA 2.4. Em razão da DURATEX ser companhia aberta líder nos mercados onde atua, fornecendo produtos destinados à indústria de transformação e ao setor de construção civil, com marcas tradicionais e grande capacidade de distribuição de seus produtos em todo território nacional, possuindo mais de 10.000 (dez mil) clientes ativos e da DURAFLORA ser empresa proprietária de terras e florestas no Estado de São Paulo, com alta tecnologia e conhecimento do plantio, manejo e colheita florestal, garantindo alta produtividade em suas operações, efetuando o suprimento de matéria prima às fábricas de painéis de madeira da DURATEX, aspectos que não são considerados na avaliação de ativos de cada empresa, as administrações das Companhias entenderam ser mais adequada a adoção de um critério alternativo para a substituição de ações, que considere o valor econômico implícito de cada empresa. Nesse sentido, foi contratada a empresa especializada Alianti Consultoria Empresarial, com sede na Rua João Lourenço 683, 10º andar, São Paulo, SP, inscrita no CNPJ sob o nº 06.202.005/0001-83, para elaborar estudos de avaliação econômica da DURATEX e da DURAFLORA. Essas avaliações encontram-se consubstanciadas no Estudo do Valor Econômico da Duratex S.A. e no Laudo de Avaliação EconômicoFinanceira da Duraflora S.A., que constituem os Anexos III e IV do presente Protocolo. Dessa forma, com base nos estudos e laudos acima referidos, as administrações das companhias adotaram para efeito da relação de troca das ações, os valores de R$ 921.137.200,49 (novecentos e vinte e um milhões, cento e trinta e sete mil, duzentos reais, quarenta e nove centavos), equivalente a R$ 5.960,16 (cinco mil, novecentos e sessenta reais e dezesseis centavos) por ação, comparáveis também a múltiplos EV/EBITDA de operação recente de incorporação similar de empresa florestal por empresa de capital aberto fabricante de painéis de madeira, para a DURAFLORA e de R$ 3.614.571.552,00 (três bilhões, seiscentos e quatorze milhões, quinhentos e setenta e um mil, quinhentos e cinqüenta e dois reais), equivalente a R$ 28,50 (vinte e oito reais e cinqüenta centavos) por ação, correspondente a avaliação com base em múltiplos EV/EBITDA de empresas brasileiras comparáveis, para a DURATEX, resultando numa relação de troca de 209,128420 ações da DURATEX para cada 1 (uma) ação da DURAFLORA, mais eqüitativa à vista das circunstâncias referidas.
AÇÕES DO CAPITAL DA DURAFLORA ESPÉCIE ORDINÁRIAS PREFERENCIAIS TOTAL
QUANTIDADE 703 5.507 6.210
AÇÕES DA DURATEX A SEREM ATRIBUÍDAS ORDINÁRIAS PREFERENCIAIS 147.016 -o-o1.151.672 147.016 1.151.672
3.2.4. As ações a serem emitidas pela DURATEX em decorrência da incorporação das ações da DURAFLORA terão direito integral a todos os proventos que vierem a ser declarados pela DURATEX, a partir da data da emissão de tais ações. 4 – ALTERAÇÃO DO ESTATUTO SOCIAL: 4.1. Como conseqüência da Incorporação de Ações as seguintes alterações nos estatutos sociais da DURATEX e da DURAFLORA se farão necessárias: a) Na DURATEX o “caput” do artigo 4º, mantidos os atuais parágrafos, passará a ter a seguinte redação: “ARTIGO 4º - CAPITAL E AÇÕES - O capital social é de R$ 916.084.373,90 (novecentos e dezesseis milhões, oitenta e quatro mil, trezentos e setenta e três reais, noventa centavos), dividido em 128.125.760 (cento e vinte e oito milhões, cento e vinte e cinco mil e setecentas e sessenta) ações escriturais, sem valor nominal, sendo 53.267.508 (cinqüenta e três milhões, duzentas e sessenta e sete mil, quinhentas e oito) ordinárias e 74.858.252 (setenta e quatro milhões, oitocentas e cinqüenta e oito mil, duzentas e cinqüenta e duas) preferenciais, estas sem direito de voto.” b) Na DURAFLORA serão realizadas alterações visando ajustar seu Estatuto Social à nova condição de subsidiária integral, o qual passará a reger-se de acordo com o projeto em anexo (Anexo V), que é parte integrante deste Protocolo, como se nele se achasse transcrito. 5 – DIREITO DE RETIRADA: 5.1. Será assegurado o direito de retirada, nos termos do artigo 252 §§ 1º e 2º da Lei nº 6.404/76, aos acionistas da DURATEX e da DURAFLORA, que dissentirem das deliberações de Incorporação de Ações ou não comparecerem à Assembléia Geral que aprovar a operação, desde que manifestem sua intenção de se retirar da Companhia, no prazo de 30 (trinta) dias contados da data de publicação da ata da respectiva Assembléia Geral que aprovar a Incorporação de Ações. 5.2. O pagamento do reembolso dependerá da efetivação da operação e será feito até o 5º dia útil posterior à data de efetivação da respectiva operação. O reembolso do valor das ações será assegurado em relação às ações de que o acionista seja, comprovadamente, titular, na data da primeira publicação do edital de convocação de assembléia, ou na data da comunicação do Fato Relevante objeto da operação, conforme o caso, nos termos do § 1º do artigo 137 da Lei nº 6.404/76. 5.3. O acionista dissidente detentor de ações ordinárias e preferenciais da DURATEX terá direito ao reembolso de suas ações, pelo valor patrimonial apurado com base no último balanço aprovado em 31.12.2005. Esse valor patrimonial ajustado para o número de ações atualmente emitidas pela Companhia, totaliza R$ 9,85 (nove reais, oitenta e cinco centavos) por ação. 5.4. O acionista dissidente detentor de ações ordinárias e preferenciais da DURAFLORA terá direito ao reembolso de suas ações, pelo valor patrimonial contábil em 31.12.2005 ou com base no valor de patrimônio líquido, a preço de mercado da DURAFLORA, em 30.09.2006, conforme disposto no item 2 acima. 5.5. É facultado ao acionista dissidente de cada Companhia pedir, juntamente com o reembolso, levantamento de balanço especial, nos termos do § 2º do artigo 45 da Lei nº 6.404/76. 6 – DISPOSIÇÕES GERAIS: 6.1. Aprovada a Incorporação de Ações pelos acionistas da DURATEX e da DURAFLORA, competirá aos administradores das respectivas Companhias praticar todos os atos necessários à implementação da Incorporação de Ações, tais como promover o arquivamento e publicação dos atos relativos à operação. 6.2. As Companhias se reservam o direito de reavaliar o projeto de Incorporação de Ações objeto deste Protocolo na eventual hipótese do pagamento do reembolso de ações decorrente de pedidos de recesso tempestivamente formulados por acionistas detentores de ações de emissão de ambas as companhias, colocar em risco a sua estabilidade financeira, nos termos do § 3º do artigo 137 da Lei nº 6.404/76. 6.3. As Companhias e suas respectivas administrações elegem o foro Central da Comarca da cidade de São Paulo, Estado de São Paulo para dirimir eventuais dúvidas oriundas deste Protocolo. São Paulo, 21 de novembro de 2006. DURATEX S.A. DURAFLORA S.A.
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quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
Desembargadores do TJ negaram apelação do jornalista contra a sentença de Ibiúna.
PAI DE SANDRA TEME QUE PIMENTA NEVES FUJA
TJ manda prender Pimenta Neves Seis anos depois de ter assassinado Sandra Gomide, sua ex-namorada, o jornalista tem prisão ordenada pelo TJ-SP. Defesa já recorreu. Ó RBITA
VILMA MARTINS
O
Ministério Público de Goiás deu um parecer favorável à concessão de indulto humanitário à exempresária Vilma Martins Costa, que cumpre pena em regime semi-aberto. De acordo com um laudo elaborado a pedido da Justiça, ela é portadora de uma doença grave e permanente, a síndrome plurimetabólica. Vilma cumpre pena de 15 anos e nove meses por ter seqüestrado Pedro Rosalino Bráulio Pinto, o Pedrinho, e Aparecida Ribeiro da Silva, em 1986 e em 1979, respectivamente. Ela foi condenada em julgamento realizado em 2003. (Agências)
HABEAS NEGADO Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo negou O ontem pedido de habeas-
corpus, em favor de Estevan Hernandes Filho e Sonia Haddad Moraes Hernandes, bispos da igreja Renascer, que respondem a processo pelos crimes de lavagem de dinheiro, estelionato e falsidade ideológica. Segundo o TJ, a defesa dos bispos pediu a suspensão da ordem de prisão decretada pelo juiz Paulo Afonso Rossi, da 1º Vara Criminal da capital, alegando que este gerou constrangimento ilegal de seus clientes por terem faltado à audiência de testemunhas de acusação. A decisão foi tomada pelo relator do processo, desembargador Ubiratan de Arruda, da 9ª Câmara Criminal do TJ. (Agências)
BRAGANÇA polícia recuperou às 16h A de ontem o dinheiro roubado do cofre da loja de
tecidos Sinhá Moça, onde trabalhavam duas das vítimas do crime cometido na madrugada de segunda-feira, em Bragança Paulista. A quantia é de R$ 15.459,26, em notas de R$ 50, R$ 20, R$ 10 e R$ 5, além de moedas de vários valores e sete talões de cheque. O dinheiro foi encontrado no forro da edícula da casa de Luís Fernando Pereira, que, juntamente com o cunhado, o serralheiro Joave Severino Ribeiro, confessou o crime. A gerente-caixa Luciana Michele de Oliveira Dorta, única sobrevivente está internada em estado grave. (Agências)
P
or três votos a zero, os desembargadores da 10ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo decidiram na manhã de ontem que o jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves, ex-diretor de redação do jornal O Estado de S. Paulo, deve ser preso pelo assassinato da exnamorada, a também jornalista Sandra Gomide, ocorrido em 20 de agosto de 2000, em um haras de Ibiúna, São Paulo. Sandra foi executada com dois tiros: um nas costas e outro no ouvido. O mandado de prisão foi expedido ontem mesmo, no fim da tarde, pelo juiz Diego Ferreira Mendes, de Ibiúna. A casa de Pimenta Neves, na Chácara Santo Antônio, zona sul da cidade, passou o dia fechada, com corrente e cadeado no portão. Embora aparentemente vazia, uma luz foi acesa no interior da residência às 19h40. Os advogados de defesa de Pimenta já entraram com pedido de habeas-corpus junto Superior Tribunal de Justiça (STJ) para tentar evitar sua prisão. Delegacia – Considerado foragido desde a expedição do mandado de prisão, Pimenta poderia apresentar-se em qualquer delegacia – ou os policiais poderiam ir buscá-lo. De acordo com decisão do juiz de Ibiúna, o mandado de prisão deve ser cumprido pelas polícias Civil e Militar de São Paulo, onde Pimenta Neves mora. De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública, a Justiça de Ibiúna transmitiu um fax do mandado de prisão à delegacia do município, que o retransmitiu ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo. Os desembargadores do TJSP negaram apelação do jornalista contra a sentença da Justiça de Ibiúna, que o condenou, em maio, a 19 anos, 2 meses e 12 dias de prisão. Pimenta saiu do júri popular condenado, mas com direito a recorrer em liberdade. Como o recurso foi negado, a ordem de prisão da sentença deve ser cumprida. A única vitória da defesa do jornalista, feita com eloqüência pela advogada Ilana Müller, foi a redução da pena para 18 anos. Os desembargadores entenderam que o fato de o jornalista ter confessado o assassinato era uma circunstância atenuante, que poderia diminuir a punição. O principal argumento da defesa, rejeitado pela Justiça, era de que o júri seria nulo porque os jurados já tinham uma convicção formada contra Pimenta, por influência da imprensa. Ilana disse ontem aos
Robson Fernandjes/AE - 02/05/2006
Epitácio Pessoa/AE - 05/05/2000
Sandra, três meses antes de ser assassinada Paulo Liebert/AE
O jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves, assassino confesso de Sandra Gomide
Ilana Müller, advogada de Pimenta Neves
lher do jornadesembargadores lista, Carole que durante o julPimenta Negamento, populaves, que mora re s n a p r a ç a d e nos Estados Ibiúna gritavam Unidos. A in"ripa nele", refetenção era rindo-se ao assasprovar com o sino de Sandra de po im en to Gomide. A reporde Carole que tagem, que esteve Pimenta Nepresente ao julgaves não é um mento, não ouviu h o m e m v i otais palavras de lento e que só ordem. matou a ex"Hoje (ontem) namorada se consagra aquilo movido por que aconteceu em João Gomide, pai de Sandra, diz que irá ao velório de Pimenta forte emoção, maio. O júri foi leo que descagítimo, sem nenhuma nulidade", disse o adH i s t ó ri c o – Transtornado racterizaria a qualificação de vogado Sergei Cobra Arbex, desde que fora abandonado crime por motivo torpe. Em assistente de acusação, que re- pela namorada, Pimenta Ne- primeira instância, os pedidos presenta a família da vítima. ves, hoje com 69 anos, matou de oitiva foram negados. A defesa do jornalista ape"Eu me senti satisfeito", disse Sandra com dois tiros disparaJoão Gomide, pai de Sandra. dos a queima-roupa em 20 de lou da sentença de pronúncia "Se ele ficasse cinco anos preso, agosto de 2000. O julgamento ao Tribunal de Justiça de São estaria bom. Mas ele deve ficar aconteceu em maio deste ano, Paulo. A segunda instância neno máximo três, como a lei per- no Tribunal do Júri de Ibiúna e gou o recurso. Veio, assim, o pedido da defesa para que o mite", afirmou, realista. durou três dias. "Acho que ele não fica nem Uma série de recursos foi Recurso Especial chegasse ao isso. Acho que morre de triste- ajuizada pela defesa do jorna- Superior Tribunal de Justiça e za", disse Gomide. O pai de lista, representada pela advo- para que o Recurso ExtraordiSandra afirmou que deseja o gada Ilana Müller, para tentar nário fosse submetido ao Supior para Pimenta Neves: "Eu suspender o julgamento. A ad- premo Tribunal Federal. O TJ não admitiu nenhum não irei visitá-lo na cadeia, mas vogada insistia em pedir que quero ir a seu velório". fosse ouvida no processo a mu- dos pedidos. Contra essa deci-
são, a defesa entrou com Agravo de Instrumento no Superior Tribunal e no Supremo. Como o agravo não suspende o andamento da ação, o processo principal foi encaminhado para o fórum de Ibiúna, que marcou a data do Júri. Foi aí que a defesa do jornalista ingressou com Medida Cautelar no STJ. O ministro Quaglia Barbosa, no dia 15 de março, deferiu o pedido e suspendeu o Júri até que tomasse nova decisão. No mesmo dia, Barbosa julgou um Agravo e não afastou da acusação o motivo torpe (por ciúme) para o assassinato de Sandra. No mês de abril, o ministro Hélio Quaglia Barbosa, do Superior Tribunal de Justiça, revogou a liminar que suspendia o júri de Pimenta Neves. O ministro acolheu um agravo apresentado pela acusação. Depois, um pedido de Habeas C or pu s no Su prem o e um Agravo Regimental em Agravo de Instrumento no STJ, julgados na véspera da data do julgamento de Pimenta Neves, confirmaram o júri. Até as 22h30 de ontem, ainda não havia informações sobre a prisão de Pimenta Neves. (Agências)
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3
PREFEITURA QUER PARCELAR AUMENTO DO ISS
1,95
bilhão de reais é quanto a União deverá repassar para estados e municípios no âmbito da Lei Kandir
ATUALIZAÇÃO EM DUAS ETAPAS DA TABELA FOI INSERIDA NA MP QUE TRATA DA LEI KANDIR
APROVADO REAJUSTE DA TABELA DO IR X-Tudo ainda gera polêmica Marcos Fernandes/LUZ
Projeto de Lei (PL) n° 552/06, batizado de X - Tu d o , c o n t i n u a criando polêmica. A discussão agora gira em torno dos substitutivos apresentados, principalmente o do prefeito Gilberto Kassab (PFL), que atualiza o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) em 3,7%, mas mantém o aumento do Imposto sobre Serviços (ISS). Ambos os substitutivos – o outro foi apresentado pelo Centrão (formado por parlamentares do PL, PMDB, PP e PTB) – estão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Vereadores de São Paulo, à espera de votação, mas entidades como a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) já assumiram posição contrária às propostas apresentadas. O texto original do X-Tudo criava um parcelamento de débitos tributários, tornava lei a atualização da base de cálculo do Imposto de Transmissão Inter-vivos de Bens Imóveis (ITBI), atualizava a Planta Genérica de Valores (PGV) – aumentando o IPTU –, e elevava o ISS em 230%. Assim que o prefeito desistiu do PL, o vereador Ademir da Guia apresentou um substitutivo elaborado por repre-
O
Miretti: atentos às propostas
sentantes do Centrão, que mantém apenas o parcelamento de débitos. Aumento – Na nova proposta do Executivo, o ponto mais polêmico é o aumento do ISS, que seria implementado em quatro anos. Segundo o assessor da presidência do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP), José Constantino de Bastos Júnior, para os profissionais autônomos, o novo texto mantém o aumento de 53,8% em 2007. Já para os autônomos de nível superior, a elevação do imposto é de 26,9% em 2007 e de 53,8% (a base de cálculo é sempre o quanto ele paga atualmente) em 2008. Para as
sociedades uniprofissionais (advogados, médicos e contabilistas), o aumento seria de 57,4% no ano que vem, e de 114,8%, em 2008, passando para 229,7% em 2010. Para Bastos Júnior, ainda que parcelado, o aumento é brutal. "Em reunião com as mais de 50 entidades do Fórum Permanente em Defesa do Empreendedor, decidimos pedir uma revisão da proposta do governo", afirma. Além disso, o fórum está acompanhando a tramitação na Câmara para se manifestar contra a manutenção do aumento do ISS. Críticas – Assim que o XTudo foi apresentado na Câmara, a ACSP e a seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) encaminharam à Prefeitura um levantamento sobre o X-Tudo, com críticas ao aumento de tributos. A consultoria jurídica da ACSP está analisando as respostas da Prefeitura, mas o diretor da entidade Marcel Solimeo antecipou que a Associação Comercial não mudará sua posição de ser contrária a qualquer aumento de tributo. "Nosso próximo passo é ir à Câmara de Vereadores para discutir o substituti-
vo do governo", diz Solimeo. A mesma posição tem a seccional paulista da OAB. "Estamos atentos à tramitação dos substitutivos na Câmara e à possibilidade de apresentação de alguma outra proposta que atenda tanto aos interesses do governo quanto aos da sociedade", afirma o presidente da Comissão Especial de Assuntos Tributários da entidade, Luiz Antônio Caldeira Miretti. A OAB-SP também aguardará audiência pública das propostas na Câmara para se manifestar, o que deve demorar para ocorrer. O vereador Paulo Fiorillo (PT) já adiantou que, por ser tão polêmico quanto a primeiro projeto, o substitutivo deverá gerar muita resistência na Câmara. "Isso deverá impedir a votação da proposta ainda neste ano", disse. Já o vereador Gilson Barreto (PSDB), líder do governo na Casa, aposta na votação do X-Tudo ainda em 2006. "Acredito na sensibilidade dos vereadores. Mesmo porque o substitutivo ao Projeto de Lei n° 552/06 tem que ser votado ainda neste ano para poder entrar em vigor em janeiro do ano que vem", explica. Laura Ignacio
A
Câmara dos Deputados aprovou ontem uma correção de 3%, em 2007, e mais 3%, em 2008, na tabela de cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). Esse reajuste está previsto na Medida Provisória nº 328, que trata de compensações da Lei Kandir e prevê o repasse de R$ 1,95 bilhão da União, neste ano, aos estados e municípios. A MP ainda precisa ser apre-
ciada pelos senadores. O relator da Medida Provisória, deputado Neucimar Braga (PL-ES), alterou o texto para incluir os reajustes nas faixas de tributação e de dedução do imposto de renda (IR). A correção da tabela em 3% já havia sido acertada entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o relator da proposta de Orçamento da União para 2007, senador Valdir Raupp (PMDB-RO). (AE)
Superleão passa no Senado
O
plenário do Senado aprovou na noite de ontem o projeto de lei que cria a Secretaria da Receita Federal do Brasil, também chamada de Super-Receita porque vai gerenciar e fiscalizar a arrecadação de quase todos os tributos federais, inclusive as contribuições à Previdência Social. O texto é o mesmo que já havia sido aprovado na semana passada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). O projeto terá agora de passar por uma nova votação na Câmara dos Deputados, já que sofreu alterações. Direitos – A comissão do Senado introduziu no projeto original uma série de dispositivos do Código de Defesa do Contribuinte, cuja votação está parada no Senado Federal desde 1999. Foi fixado, por exemplo, um prazo máximo
de 24 meses para fiscalização tributária nas empresas. A Receita terá ainda prazo de 18 meses para responder a petições, recursos e informações feitas pelas empresas, e seis meses para decidir sobre pedidos de restituição de tributos e de ressarcimento de créditos do Imposto sobre Produtos Importados (IPI), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), entre outros pontos. A Super-Receita resultará da fusão da atual Secretaria da Receita Federal, do Ministério da Fazenda, com a Secretaria de Receita Previdenciária, do Ministério da Previdência Social. O novo órgão ficará subordinado ao ministro da Fazenda. O nome do novo secretário será escolhido pelo presidente da República. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.TURISMO
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
FÉRIAS
Campos brilha para o Natal Este destino na Serra da Mantiqueira ganha um brilho todo especial quando chegam as festas de fim do ano. Entre as atrações estão a Casa e Fábrica do Papai Noel, um concurso de decoração de árvores natalinas, um festival gourmet e um espetáculo multimídia
A
Fotos: Divulgação/Asstur
Por Ivan Ventura
cidade de Campos do Jordão possui algumas das principais características do modelo de Natal do Hemisfério Norte e sem sair do Estado de São Paulo. Rodeada pela Serra da Mantiqueira, o lugar é famoso pela baixa temperatura na maior parte do ano e assemelha-se a pequenos vilarejos europeus. Junte isso a uma belíssima decoração natalina em todos os cantos da cidade e o visitante entenderá porque Papai Noel estará presente na terceira edição do Natal Iluminado de Campos. A expectativa em torno do evento é grande por parte de proprietários dos mais de 200 hotéis e pousadas e donos de 60 restaurantes espalhados pela cidade. "É o segundo maior evento da cidade destinado a atrair turistas. Só perde para o Inverno em Campos do Jordão", contou Dulce Martinez, presidente da Associação de Hotelaria e Gastronomia de Campos do Jordão (Asstur). De acordo com a presidente da Asstur, a cidade deverá abrigar cerca de 50 mil pessoas no período entre o Natal e o Ano-Novo. "São 8 mil leitos da rede hoteleira à disposição. O setor prevê uma ocupação de 60% desse total no período. Será um aumento de 20% em relação ao ano passado." Mas quais seriam os motivos para turista optar pelo Natal em Campos? Além da arquitetura, a cidade abrigará diversos eventos. A principal deverá ser justamente a casa do "bom velhinho", localizado na principal avenida do bairro Capivari e doada por Paulo César da Costa, empresário da região e vice-presidente para assuntos gastronômicos da Asstur. Com aproximadamente 200 m², a casa já está funcionando para a alegria de crianças sedentas por pedidos de brinquedos. "Adultos também podem", brinca o vice-presidente da associação. Na casa do Bom Velhinho – Na residência do Papai Noel, todos os cômodos receberam uma decoração especial: desde a cozinha, quartos, salas, escritórios e até o banheiro. Mas o principal está localizado no quintal da casa, pois é ali que funciona a todo vapor a fábrica de brinquedos. Noel estará presente em todos os fins de semana recebendo as cartinhas e divertindo a criançada. Em frente à casa do Papai Noel, outra novidade. Diversos comerciantes e os hoteleiros criaram o projeto Circuito das Árvores de Natal, sendo que cada empreendedor adquiriu e decorou por conta própria a própria árvore de Natal. Todas elas farão parte de um concurso
RAIO X
Casa do Papai Noel: decoração especial na fachada, no jardim e em todos os cômodos, da sala ao banheiro
no qual serão eleitas, pelo público, as mais bonitas em diversas categorias. A prefeitura da cidade também prepara algumas surpresas para o Natal em Campos. Um dos projetos é chamado de Luzes do Natal, um espetáculo multimídia que utiliza recursos audiovisuais de som, luz, laser, vídeo e pirotecnia e participação de atores, cantores e bailarinos, que se apresentam nas duas ilhotas existentes no meio do lago. O espetáculo ainda conta com personagens celestes – anjos da luz – que interpretam textos sobre o nascimento de Jesus Cristo. As mais tradicionais canções natalinas como Ave Maria, Gesú Bambino, Noite Feliz, o Primeiro Natal, Glória, culminando com a Aleluia de Handel, serão cantadas pelo elenco num espetáculo de grande emoção e beleza plástica. O público visitante poderá assistir às apresentações em arquibancadas e camarotes montados no entorno do lago. Toda essa belíssima pompa natalina tem a organização da empresa da Veritas – que produziu os principais eventos do Natal Luz de Gramado, como o Nativitaten e o Desfile de Natal.
ONDE DORMIR Pousada Big Bear: Av. Dr. Antonio Nicola Padula, 141, Capivari, tel. (12) 3663-2140. Com duas belíssimas opções de acomodações para casais e próximo do Centro de Campos do Jordão. Todos os quartos possuem calefação. No Natal, três dias a partir de R$ 750, o casal. No Ano-Novo, três dias a partir de R$ 1.170, o casal. Hotel Vila Inglesa: Avenida Senador Roberto Simonsen, 3444, Vila Inglesa tels. (12) 36634761 e 4663/4732. Projetado há 50 anos, o hotel é considerado um dos ícones arquitetônicos da cidade. São 28 apartamentos e 10 suítes, todos com calefação, TV a cabo e bela decoração. No Natal, três dias a partir de R$ 375 por pessoa. No Ano-Novo, quatro dias a partir de R$ 700 por pessoa. Pousada Villa Capivary: Rua Victor Godinho, 131, Capivari, tel. (12) 3663-1746. Funcionando há dez anos, a pousada possui quartos decorados com esculturas e quadros. Há ainda dois jardins internos do paisagista Roberto Sá. Natal e Ano-Novo com diárias a partir de R$ 385 por casal.
Inúmeras árvores de Natal estão espalhadas pelas ruas
A viagem foi oferecida pela Asstur SERVIÇO: Mais informações sobre eventos natalinos e as datas podem ser obtidas no site da prefeitura da cidade, www.campodojordao.sp.gov.br.
TMC Brasil premia 25 membros do trade
Sabores que celebram as festas
A
gastronomia de Campos do Jordão ganhou destaque especial nas festas de fim de ano. Pelo segundo ano consecutivo, a Associação de Hotelaria e Gastronomia de Campos do Jordão (Asstur) celebra o Festival de Gastronomia, organizado por 20 dos restaurantes mais conceituados de Campos do Jordão. O evento começou no dia 8 deste mês e vai até 7 de janeiro de 2007. Serão 16 chefs, alguns internacionais, que vão oferecer pratos à base de pinhão, castanhas, truta, caças, shitake, frutas silvestres e arroz preto. "São ingredientes do típico frio de Campos, mas com molhos e temperos leves, com a cara do verão", explicou o vicepresidente para assuntos gastronômicos da Asstur, Paulo César da Costa. No mesmo período do festival gastronômico, os restaurantes também realizam, no Espaço da Telefônica, na Praça de Capivari, a exposição de decoração de mesas natalinas, onde os visitantes da cidade poderão, inclusive, conhecer os cardápios das ceias de Natal e Réveillon oferecidas. A rede hoteleira e pousadas preparam ainda ceias de fim de ano. A lista dos restaurantes que participam do evento pode ser encontrada no site www.campodojordao.sp.gov.br. (I.V.)
COMO CHEGAR A partir de São Paulo, são 192 quilômetros e duas as opções: Rodovia Carvalho Pinto/Ayrton Senna e Presidente Dutra. No entroncamento entre as duas rodovias, no sub-distrito de Quirim, entre Taubaté e Caçapava, região do Vale do Paraíba e Serra da Mantiqueira, o acesso a Campos do Jordão é pela Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro SP 123.
Fotos: Divulgação/Asstur
M
O cordeiro do restaurante Davos e a fondue de chocolate no panetone do Matterhorn estão entre as delícias que serão servidas este ano
ais de 600 notáveis do turismo atenderam ao convite da Associação das Empresas Administradoras de Viagens de Negócios (TMC Brasil) e votaram nos Best in Class 2006, premiação que a entidade presidida por Bernardo Feldberg criou no ano passado. Havia cerca de 80 indicados em duas categorias (travel manager e trade personality) e apenas 25 foram premiados. A TMC é composta por American Express, Avipam, BBTur, BTI, Carlson Wagonlit, Kontik e Maringá e seus diretores realizaram a entrega dos prêmios na semana passada, no Renaissance São Paulo. Foram premiados 12 travel managers e 11 personalidades de turismo (categoria criada este ano) e mais Patrícia Thomas, da Cargill, e Toni Garcia, da TAM, escolhidos destaques dentro dos Best in Class. A escolha dos premiados foi feita pelos jurados e os diretores da TMC apenas ratificaram os grandes vencedores (os mais votados). Premiados – Nos 12 premiados na categoria trade personality, algumas curiosidades. Apesar da vitória da TAM, com Toni Garcia, três nomes da Gol emplacaram na premiação final, o que mostra que vem trabalhando bem próxima do mercado corporativo, ao contrário do que muitos achavam. Entre os hotéis, a Marriott se destacou, com dois nomes na lista de premiados. As outras redes hoteleiras que tiveram Best in Class foram o IHG, a Atlantica e Blue Tree, com um nome cada. Entre as empresas aéreas estrangeiras, nenhuma européia ou sul-americana, as premiadas foram apenas a Delta e a United, dos Estados Unidos. E o PANROTAS foi o único veículo de comunicação entre os premiados e indicados. Na categoria travel manager foram premiados Patrícia Thomas, da Cargill, também escolhida Destaque Best in Class, Ana Schmidt, da Nestlé, Carlos Casote, da Dow Química, Felipe Oliveira, Roche, Helena Bianco, da Novartis, José Carlos Pessoa, da Sanofi Aventis, José Estêvão Neves, da Microsoft, José Francisco Silva, da Philips, Luiz Carlos Costa, do Bradesco, Ronaldo Linares, da Accenture, Sergio Guedes, da Petrobras, Silvia Yamafuko, do Itaú e Viviânne Martins, da Bayer. Na categoria trade personality (personalidade do trade) ganharam Toni Garcia, da TAM, escolhi-
do destaque na categoria, Artur Andrade, do PANROTAS, Bruna Duarte, da Marriott, Carolina Gaete, Eduardo Bernardes Neto e Lincoln Amano, da Gol, Lucia Mello, da Blue Tree, Marcos Mello, da Intercontinental Hotels, Michael Gunther, da United, Sergio Rocha, da Delta, Veridiana Pacheco, do Renaissance, onde ocorreu o evento, e Wellington Estruquel, da Atlantica. Empregos – Segundo estimativas da TMC, as sete agências, que movimentam cerca de R$ 3 bilhões por ano, respondem por mais de 50% das transações de viagens corporativas do País. Geram 3 mil empregos diretos e estão em 450 localidades pelo Brasil. "Considero o reconhecimento (não um prêmio) muito importante a partir do momento que as escolhas seguem um processo democrático de livre escolha pelo mercado. São os profissionais com quem lidamos e negociamos, muitas vezes arduamente, que reconhecem e valorizam nosso trabalho como gestores de viagens corporativas", diz José Estevão, da Microsoft, que pede que a TMC divulgue nos próximos anos mais detalhes de todo o processo, da seleção à votação, o que só valorizaria o prêmio. "O mais importante na premiação não é a conquista em si, mas sim o reconhecimento do esforço de todos os envolvidos neste mercado, tão dinâmico e imprevisível, em atuar eticamente, fortalecendo dia a dia as verdadeiras parcerias e buscando constantemente melhores práticas que se adequem a ele, preservando as necessidades e particularidades do ramo de atuação de cada segmento, seja farmacêutico, automobilístico, telecomunicações, entre outros", diz Helena Bianco, da Novartis. O grande vencedor na categoria trade personality, Toni Garcia, agradeceu o apoio de seus diretores e o reconhecimento do trade. Lucia Mello, da Blue Tree, também ficou emocionada com a homenagem e disse que o esforço é diário para sempre atender os clientes em todas as suas necessidades, mesmo as de última hora e mais urgentes. Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
Compor tamento Polícia Av i a ç ã o Urbanismo
DIÁRIO DO COMÉRCIO
CÂMARA DISCUTIU A CRISE NO SETOR AÉREO
Bruno Miranda/Folha Imagem
O ministro Waldir Pires aproveitou o debate sobre o setor aéreo na Câmara para reclamar do salário
Ministro da Defesa se queixa do salário Situação nos aeroportos no fim do ano vai melhorar, mas ainda não será a ideal
O
debate sobre a crise Bueno reagiu: "Posso responno setor aéreo on- der pelos meus controladores tem, em duas co- militares. Não há nenhuma inmissões da Câma- tenção, pretensão ou idéia de ra, em alguns momentos, deu prejudicar o controle de vôo no lugar a reivindicações salariais. fim de ano". O possível moviAté o ministro da Defesa, Wal- mento foi detectado pela pródir Pires, aproveitou o questio- pria Aeronáutica, que está prenamento de um parlamentar parada para desencadear um sobre as baixas remunerações corte das folgas com aquartelados controladores de vôo para mento para garantir o funciocomentar que acha incompatí- namento do tráfego aéreo. Legacy – Relatório entregue vel o salário de um ministro de Estado e a sua responsabilida- ontem, pela Polícia Federal à de. "O contracheque de um mi- Justiça Federal de Sinop, Mato nistro não chega a R$ 6 mil com Grosso, revela que os pilotos do jato Legacy, os americanos desconto do IR", disse. Mais tarde, ao sair, negou Joseph Lepore e Jan Paladino, que estivesse reivindicando agiram com negligência ao aumento de salário, afirman- voarem por mais de 50 minudo que exemplificou com o tos com o sistema anti-colisão próprio caso o fato de várias desligado. O jato colidiu com o funções no serviço público te- Boeing da Gol em 29 de setemrem salários inadequados. bro, no Mato Grosso, causando "Muitas vezes a gente só faz (o a morte de 154 pessoas. Esse sistema anti-colisão é trabalho) porque tem na alma a vontade de fazer", completou. composto de dois equipamentos vitais na naveO deputado Jair gação aérea, o Bolsonaro (PP-RJ) TCAS, que desvia foi quem iniciou o automaticamente a debate, ao pedir aeronave para evique o Executivo retar o choque com veja todos os salá- O contracheque outra que se aproxirios dos membros de um ministro ma e o transponder, das Forças Armanão chega a R$ 6 que emite sinais padas e não apenas dos controladores. mil. Muitas vezes ra outros aviões em volta e para o conA u d i ê n c i a – a gente só faz o trole de terra, danTambém na Câma- trabalho porque do sua posição no ra, as autoridades tem na alma a ar, como altitude e responsáveis pelo vontade de fazer. velocidade. setor garantiram Waldir Pires Conforme o relaque não haverá tório, assinado pelo grandes problemas delegado Ramon nos aeroportos durante os feriados de final do Almeida da Silva, encarregado ano. Foi descartada a possibili- da investigação, o equipamendade de os controladores de to foi religado só dois minutos vôo realizarem algum movi- após o choque do Legacy com mento, como uma operação- o Boeing da Gol. Nesse instanpadrão. Mas o presidente da te, o aparelho passou a ser capAgência Nacional de Aviação tado pelos radares. Lepore e Civil (Anac), Milton Zuanazzi, Paladino estão indiciados no reconheceu que a situação nos inquérito por terem colocado aeroportos brasileiros "ainda em risco o tráfego aéreo, com não será a ideal". Ele comple- os agravantes de destruição de tou: "Não tem motivo para ter aeronave e as mortes. Instantes após o acidente, às um Natal ruim porque todas as medidas de curto e médio pra- 17h19, segundo o relatório, os zo que podiam ter sido toma- dois pilotos travaram um diálogo, gravado na caixa-preta das foram tomadas". Com relação ao aquartela- do jato, o qual a PF reputa comento dos controladores, caso mo esclarecedor. O diálogo, haja algum indício de opera- para o delegado, é um forte inção-padrão, o comandante da dício de que o sistema anti-coAeronáutica, Luiz Carlos Bue- lisão estava desligado. O teor no, e o presidente do Sindicato não foi divulgado, nem consta Nacional dos Trabalhadores do relatório, porque está protena Proteção ao Vôo, Jorge Car- gido por sigilo legal, previsto los Botelho, declararam que os no Código Militar. O delegado pediu à Justiça controladores não vão prejudimais prazo para aprofundar as car as festas de final de ano. O deputado José Carlos investigações e uma definição Araújo (PL-BA) afirmou que sobre a competência da PF pagostaria de ouvir dos controla- ra indiciar também os controdores previsões tão otimistas. ladores de vôo que cometeram Em tom exaltado, o brigadeiro uma série de erros cruciais des-
de a decolagem do Legacy, em São José dos Campos e na sua passagem por Brasília. Na próxima fase das investigações, a PF quer individualizar o grau de culpa que esses controladores tiveram. (Agências)
DISTRITAL VILA MARIA
3 Todas as medidas de curto e médio prazo foram tomadas. Milton Zuanazzi, presidente da Anac
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Nacional Tr i b u t o s Empresas Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
Empresas preferem comprar cestas natalinas com embalagens mais elaboradas
MÉDIA DE GASTOS POR FUNCIONÁRIO É DE R$ 40
CESTAS PARA TODOS OS GOSTOS
Paulo Pampolin/Hype
Fornecedoras do benefício natalino devem registrar aumento de 5% no volume de entregas até o final do mês de dezembro. Serão 8 milhões de cestas.
A
Leonardo Rodrigues/Hype
Luiz Plibersek: cestas de R$ 50
Ernesto Romano, da Garanza, espera vender 30 mil cestas natalinas até o final deste ano
MERCOSUL O Parlamento do bloco será instalado hoje em cerimônia no Senado.
CONDENAÇÃO
P
DASLU: AUTUAÇÃO DE R$ 236 MILHÕES
A
butique de luxo Daslu será autuada pela Receita Federal em R$ 236,3 milhões por falta de pagamento de impostos de importação de produtos feita pela Multimport de 2001 a 2005. A TÉ LOGO
Os donos da Daslu, Eliana Tranchesi e seu irmão, Antônio Carlos Piva de Albuquerque, ao lado de outros importadores, são acusados de crimes como formação de quadrilha e falsidade ideológica. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Submarino e Americanas.com: fusão aprovada Nossa Caixa vai oferecer taxa de juros pré-fixada
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ela primeira vez na história, um membro de alto escalão da equipe econômica do governo é condenado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão subordinado ao Ministério da Fazenda. Ontem, o atual secretário de Política Econômica, Júlio Sérgio Gomes de Almeida, foi inabilitado a exercer a função de administrador de companhia aberta por três anos, por irregularidades na gestão do Banespa. (AE)
Ó RBITA
BICOMBUSTÍVEL Usineiros dizem que 30% dos donos de carros flex abastecem apenas com gasolina.
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variam de R$ 9,95 com três itens a R$ 999, com 49 itens. O diretor da consultoria contábil Reliant, Vagner Santos, compra produtos da Vecchio Empório há três anos. Ele diz que prefere presentear com algo que a pessoa possa guardar e lembrar que a empresa o presenteou, como as bolsas. "Presentes assim são uma forma de agradecimento pelo trabalho executado naquele ano." Já a Garanza adotou como estratégia oferecer produtos apenas de marcas famosas no mercado, como panetones da Bauducco ou da Ofner. Os preços variam de R$ 24,40 a R$ 2.540, segundo o diretor da empresa Ernesto Romano, que espera entregar 30 mil cestas,
volume 20% maior em relação ao ano passado. Cestas baratas – Outra empresa que também garante um crescimento de 20% é a Calvo, que está no ramo há 41 anos e com cestas básicas, há 15. A previsão é de entregar 1 milhão de cestas. O gerente comercial da Calvo, Flávio Dobkowiski, diz que o foco são os kits mais baratos, que têm maior procura. A cesta com 19 itens é o carro-chefe da empresa e custa R$ 19,70. Já a Domicili aposta em um aumento de 20% nas vendas. Para agradar o público, adotou embalagens em forma de presente. Segundo a diretora Delci Ramia, as empresas estão optando por cestas mais elaboradas e negociando melhores prazos para o pagamento. A CBA deve entregar 2 milhões de cestas. Segundo a gerente de marketing, Laura Móis, há pedidos de entrega até a véspera do Natal. A Alcamp abriu lojas temporárias em sete shoppings centers. O diretor comercial da Alcamp, Joel Scolari, diz que a proposta é aproveitar o público dos centros de compras interessados em cestas de Natal para pequenas empresas ou funcionários domésticos. Os preços que variam entre R$ 29 e R$ 259.
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té o fim deste ano serão entregues 8 milhões de cestas de Natal. O volume representa um crescimento de 5% em relação a 2005. A estimativa é da Associação Brasileira dos Produtores e Distribuidores de Cestas de Alimentos e Similares ao Trabalhador (Abracesta). Segundo o diretor-presidente da entidade, Manoel Fernando Rossa, esse índice pode ser ainda maior, já que o levantamento refere-se somente às 18 fornecedoras de cestas de alimentos e de Natal cadastradas na Abracesta. Segundo a associação, as empresas devem gastar, em média, R$ 40 por funcionário. Tudo depende do setor em que atua. Se o profissional for mais qualificado, o pacote tem de ser mais requintado. De acordo com o diretor de marketing da Vecchio Empório, Luiz Carlos Plibersek, há 17 anos no mercado, o gasto médio tem sido em torno de R$ 50. Segundo Plibersek, os pedidos cresceram 20 % em relação ao ano passado e a perspectiva é entregar 1 milhão de cestas. A demanda deve-se às inovações trazidas pela empresa, como bolsa térmica, bolsa de viagem, mochila esportiva, abridor de garrafa de vinho ou cesta para o animal de estimação. Na Vecchio, os preços
Inadimplência aumentou no País em novembro
Patricia TTeixeira
EDITAL
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
RESENHA
POLÍTICA SE NÃO AGORA, QUANDO, PSDB?
G Quem
concedeu a entrevista que o senador Tasso concedeu não pode mais cobrar nada de ninguém que Lula sempre soube de tudo — eu também estou. E livrou a cara de Azeredo, como se este não soubesse de nada. Definitivamente, não dá. Mas é claro que não é isso que se está a cobrar aqui de Tasso. O espantoso é ter o presidente do PSDB deixado muito claro que, dane-se o partido, o seu candidato à Presidência da República é e será sempre, em primeiro lugar, alguém do Ceará... O PSDB tem hoje dois presidenciáveis com notável desempenho eleitoral: José Serra, primeiro a vencer uma disputa em São Paulo num primeiro turno, e Aécio Neves, com votação também consagradora em seu Estado. Caso Ciro pare de flertar com Lula, os dois tucanos, pasmem!, são a segunda opção do presidente dos... tucanos! Só não escrevo que isso é inédito porque seria a terceira vez que Tasso trairia o seu partido: 2002, 2006 e, conforme promete, 2010. Traição anunciada é coisa rara, mas, como se vê, possível. T
JOÃO DE SCANTIMBURGO
Tenha a opinião que quiser sobre a vida, o mundo, a política, o consumo de bacon, etc. Mas é presidente de um partido que, malgré lui même, reuniu os votos dos que se opunham ao governo Lula — e a Ciro Gomes, um dos principais esbirros do petismo nestes quatro anos. As escolhas em política sempre têm um custo. O da permanência de Azeredo no PSDB teve o seu. Com a de Tasso, tudo o mais constante, não será diferente. Arremato observando que não deixa de ser irônico que tenha sido ele a cobrar de Jutahy Jr. (BA) coerência oposicionista na Bahia, uma vez que se chegou a flertar com a possibilidade de os tucanos indicarem um secretário no governo do petista Jaques Wagner. É claro que o PSDB não tem de indicar ninguém. É claro que Jutahy precisa considerar que o adversário principal da legenda que ele lidera é o PT, não ACM. Mas não será, como se vê, Tasso a lhe cobrar coerência. Quem concedeu a entrevista que o senador cearense concedeu não pode mais cobrar nada de ninguém, o que o impede, pois, de presidir o PSDB. Na verdade, ele disse o bastante para se declarar ou ser declarado impedido de continuar no partido. Chegou a hora de ele voltar a se unir aos irmãos Gomes (Ciro e Cid). No Ceará. PS: Pífia a reação do PSDB. Se não reagir agora, reagirá quando? O PSDB, no seu antigo formato, acabou. Ou os tucanos acordam para a realidade ou morrem.
Céllus
O PESO DOS
BENEDICTO FERRI DE BARROS
A
mímica e a retórica de Lula fornecem uma caricatura a bico-de-pena de como ele é, se vê e nos vê: a gente e você. Com dois dedos em riste, ele indigita a audiênca, como se espetasse cada um dos seus ouvintes e para não ter dúvida de que mobiliza todo auditório, gira o busto ora para a esquerda, ora para a direita, ao mesmo tempo que cutuca cada ouvinte apontando cada um. A gente e você. Você são os ouvintes, cada um de nós, os cidadãos-eleitores-contribuintes. A gente não se sabe quem é. Se é ele, se somos toda a coletividade brasileira, ou se essa gente é só ele. Que se confunde e resume toda essa comunidade. Numa retórica contraditória, se por acaso tivéssemos uso da palavra, poderíamos retorquir que a gente, que somos nós, não se confunde nem se resume a você. Mas essa confusão proposital é a essência mesma da retórica lulista, que num único e mesmo discurso afirma o sim e o não, e o muito pelo contrário. A congruência é o de menos. O que importa é a ênfase com que se faz as afirmações. Exemplo recente desse exercício de comunicação verificou-se na reunião que fez em 5 deste mês com desembargadores, juízes, promotores e outros membros do Poder Judiciário, na qual esbanjou esse coloquialismo populista do você e a gente, louvando e criticando a um só tempo os procedimentos dos integrantes desse Poder e lecionando um patriotismo primário de conduta para toda a audiência, que devia entrar em metamorfose permanente para, em cada caso, escolher o procedimento que fosse o melhor para o povo e o país. Exortação descabida e primária, pois os membros do Judiciário não procedem de acordo com o que desejam, mas nas formas prescritas pela lei. Citou dois fatos como exemplo: o de que a gente (isto é, o Estado, leia-se: os indivíduos que vivem da política no Brasil) aguardam decisões do Judiciário que representam R$ 300 bilhões da dívida ativa do Tesouro Nacional e R$ 190 bilhões da Previdência – e que para chegar à decisão final
TRECHOS DO COMENTÁRIO DE REINALDO AZEVEDO NO BLOG WWW.VEJA.ABRIL.COM.BR/BLOGS/ REINALDO/
asso: meu candidato em 2010 é do Ceará...
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do Supremo Tribunal Federal esses processos podem levar 16 anos. Ao que o presidente da Associação Nacional dos Juízes Federais, Walter Nunes, aditou que lentidão não se deve ao Judiciário. Dos 28 mil processos que cada juiz federal tem de julgar anualmente, cerca de 80% partem do próprio Estado. O maior atravancamento é causado, portanto, pelo próprio governo, com processos que visam a contestar ou procrastinar o pagamento de dívidas suas com a sociedade privada. Vocês entenderam o que acontece quando o governo se confunde com a gente?
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á que esse tipo de retórica produz efeito, produz. Mesmo sobre a mídia responsável pela formação da opiniaõ e seus calejados e sofisticados observadores. Um dos mais espantosos exemplos disso foi a Carta ao Leitor, tópico exponencial de leitura de uma das mais prestigiosas revistas semanais do país, publicada há poucos dias. A tomála ao pé da letra, nada falta para consagrar Lula como um dos maiores estadistas que o Brasil já teve ou possa ter. Fica-se com a impressão de que seu redator não leu as demais matérias do número dessa revista, ou, se as leu, não se deu conta das contradições e truques confusionistas dessa retórica do sim e do não ou muito pelo contrário. Do trava e destrava, do vai pra frente e pra trás ao mesmo tempo. E isso, apesar dos sinais evidentes que a conjuntura econômica e política nacional vem dando e sendo apontados tanto por observadores estrangeiros, como nacionais. Vem-nos à lembrança uma observação de Churchill sobre a retórica de um parlamentar inglês, de que o fulano, quando subia à tribuna não sabia o que ia dizer, quando dizia, não sabia do que estava falando e quando terminava não sabia o que havia dito. Mutatis mutandi é o caso da retórica lulista. Mas, como se vê, com efeito contrário. Todo o mundo o aplaude. Me engana que eu gosto...
V ocês sabem o que acontece quando o governo se confunde com a gente?
O carro na frente dos bois ANTÔNIO LEOPOLDO CURI
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m dos mais graves vícios do setor público é a ausência de planejamento na adoção de medidas com impacto amplo e profundo na vida nacional. Muitas vezes os problemas advindos de tais práticas equivocadas acabam afetando de modo direto as atividades produtivas. Exemplo diso é a Nota Fiscal Eletrônica, mais um imbróglio a complicar o já complexo, ineficiente e oneroso sistema tributário do país, um inferno de 60 taxas e impostos, sem precedentes no mundo civilizado, que abocanham vorazmente mais de 37% do PIB. A reforma desse anacrônico sistema, que intimida ao invés de estimular a produção, é uma das mais fortes reivindicações da iniciativa privada. Tal tarefa, contudo, transformou-se em tabu, desafiando, teimosamente, governos e legislaturas desde a promulgação da Constituição de 88. Pois bem, antes de atender a esse legítimo anseio dos brasileiros, eliminando um dos principais entraves ao crescimento, o governo busca introduzir, com certo caráter subreptício, a Nota Fiscal Eletrônica. Num momento em que o Brasil precisa reduzir os custos impingidos pelo Estado à produção, colocam-se, mais uma vez, um carro de retrocessos na frente dos bois. É óbvio que, sem profunda revisão do arcabouço tributário, abrangendo a redução de impostos, ampliação da base de contribuintes (que reduziria a sonegação e a evasão fiscal) e melhoria da eficácia da fiscalização, a NF-e tenderá ao insucesso. Sintoma emblemático desse quase óbvio vaticínio é a escassez de empresas dispostas a arcar com o alto custo inerente à implantação do sistema. A Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo informa que as primeiras empresas a
IMPOSTOS
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Você e a gente
José Patrício/AE
O
PSDB tem em mãos um caso mais grave do que aquele envolvendo o senador Eduardo Azeredo (PSDBMG). Considerando o momento por que passava o país, justo teria sido exigir a sua saída ou tê-lo expulsado. Não é difícil demonstrar que os tucanos começaram a perder a eleição ali. Não foi o único fator determinante, mas foi um dos mais eloqüentes. Insistir na tese, como fez na segunda à noite o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), de que Lula era mesmo imbatível, é só uma forma de tentar minimizar os próprios erros, o que ele não cansou de fazer ao longo da entrevista ao Roda Viva. No momento mais patético, assegurou estar convicto de
emitir notas fiscais eletrônicas em São Paulo foram a Wickbold e a Volkswagen. O que não se revelou é que tais documentos referem-se só à transferências para filiais. Trata-se de um processo interno, muito aquém dos objetivos dos órgãos fazendários. O mais grave é que não se divulgam os problemas inerentes aos custos e dificuldades de implantação e que esse ônus pesa na contabilidade das empresas.
É
fundamental que as empresas e a sociedade tenham consciência sobre pontos cruciais: o projeto implicará em custo de desenvolvimento e implantação tanto para o Fisco quanto para os contribuintes: eles arcarão com elevadas despesas de adaptação de seus processos de trabalho (áreas de contabilidade, faturamento, cobrança e controle de estoque). O projeto é regressivo à medida que prejudicará de modo mais acentuado as empresas mais frágeis. As empresas estão sendo obrigadas a adaptar seus próprios sistemas, pois os órgãos não distribuíram um programa-padrão. A introdução da Nota Eletrônica ainda é muito incipiente. Além disso, pelo fato de atropelar a nação num momento em que a prioridade fiscal continua sendo a reforma tributária, corre o risco de repetir o problema do emissor de cupom fiscal, cuja implantação vem sendo buscada desde 1998. Por conta desses descompassos o Brasil vai ficando para trás. Mais um ano se vai e outra vez seremos a economia emergente com o mais baixo índice de crescimento. Ah, sim, ganharemos, como em 2005, do Haiti... ANTÔNIO LEOPOLDO CURI É PRESIDENTE DA ABRAFORM
A Nota Fiscal Eletrônica é mais um imbróglio do sistema tributário
eio em O Globo que o ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel, costuma dizer a quem reclama da carga tributária que o peso dos impostos é definido pela liberalidade com que os governos gastam o dinheiro arrecadado junto ao contribuinte. O editorial acrescenta o aumento da carga de 29% do PIB para para 38%. Vê-se que a carga tributária, contra a qual este jornal tem criticado sistematicamente, cresce demasiadamente, pesando no bolso do contribuinte, já na vizinhança da impossibilidade de pagar o erário federal, mais os erários estaduais e municipais, a que deve recolher sob pressão leonina.
V
em de longe, de muito longe, do início da colonização, a carga tributária que sempre aumenta, arrasando a economia de inúmeras empresas pequenas e médias, que estão de portas fechadas, como se pode ver em São Paulo. Lamentavelmente não vemos no atual governo aptidão para a economia, mas, muito ao contrário, um prazer excessivo em aumentar o imposto, forçando este jornal a tornar público o desinteresse do Estado para com a carga tributária, que se torna insuportável. Não pararemos nossa política editorial; iremos fazendo, periodicamente, a conta do aumento de impostos, num país de atrasos sociais clamorosos, que tornam a vida das classes menos favorecidas um verdadeiro inferno e tornam a luta empresarial uma batalha constante contra leis e portarias que amolam o contribuinte. Esse é um dos grandes males de hoje, como foi no Brasil do passado. A literatura tem dado a sua contribuição contra essa anomia, que tem causado o abandono dos negócios por pequenos e médios empresários.
N
ão descansaremos na nossa luta, mas vamos perdendo a esperança de resultados positivos a favor do contribuinte diante desse Estado faminto de receitas arrecadadas. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Não vemos no governo, lamentavelmente, aptidão para a economia, mas um prazer excessivo em aumentar impostos
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
Empreendedores Finanças Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
FURLAN FEZ BALANÇO DE GESTÃO
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bilhões de reais em investimentos no saneamento é de quanto o Brasil precisa até 2024
EM BALANÇO SOBRE QUATRO ANOS, MINISTRO FALA DAS DIFICULDADES DE ATUAR COM A MÁQUINA PÚBLICA
FURLAN EM TOM DE DESPEDIDA
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Givaldo Barbosa/AG
Em discurso emocionado, e sem confirmar sua saída do governo, o ministro Luiz Fernando Furlan (ao centro), falou sobre incentivos que o presidente Lula vai anunciar na próxima semana para as indústrias, como a de TV digital
Caixa: reforço em saneamento.
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governo prepara uma engenharia financeira para aumentar a capacidade de a Caixa Econômica Federal financiar projetos de saneamento básico de estados e municípios. O ministro das Cidades, Márcio Fortes, disse que a operação, a ser feita pelo Tesouro Nacional, deve elevar em cerca de R$ 2,4 bilhões a capacidade de a instituição emprestar para o setor público. Segundo o ministro, a medida vai remover um ponto de estrangulamento que impede a elevação dos investimentos de estados e municípios no setor de saneamento. A Caixa pode emprestar para o setor público no máximo 45% do seu patrimônio de referência e praticamente já atingiu esse limite. "Só há R$ 800 milhões disponíveis", disse, explicando que o montante é insuficiente para a meta do governo de elevar fortemente os investimentos em saneamento. BNDES — De acordo com Fortes, a operação será semelhante à que permitiu, há alguns meses, que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) elevasse sua capacidade de financiar o setor privado. A Medida Provisória 315, que flexibilizou a legislação de câmbio, permitiu que o Tesouro transformasse uma dívida de R$ 7 bilhões do BNDES em uma obrigação sem vencimento de principal, na qual só há pagamento de juros. Foi uma medida contábil que transformou a dívida em uma forma de capital do banco. Assim, a capacidade de empréstimos aumentou significativamente. "A idéia é fazer operação semelhante na Caixa. Seria um empréstimo do Tesouro para a Caixa, um instrumento interno de governo para governo. O dinheiro fica com o banco, mas a dívida tem uma classificação diferente. A idéia é aumentar o capital de tal maneira que exista espaço para trabalhar com saneamento", afirmou Fortes. "Com a operação, a capacidade de empréstimos da Caixa vai saltar para R$ 3,2 bilhões." Uma fonte do governo informou que o aporte do Tesouro seria de R$ 5 bilhões. Fortes disse que sua intenção, manifestada na segunda-feira na reunião sobre infra-estrutura com o presidente Lula, é fazer investimentos de R$ 11 bilhões por ano em saneamento. O volume, no entanto, ainda não está certo, porque depende da aprovação da área econômica e da decisão de Lula. "Até 2024, o País precisa de um total de R$ 220 bilhões de investimentos em saneamento básico", afirmou Fortes. Além da decisão do governo de elevar os investimentos, Fortes disse acreditar que o marco regulatório do setor, aprovado pelo Congresso na terça-feira, vai estimular os investimentos privados.
Titularidade – Segundo o ministro, mesmo sem decidir a quem cabe a titularidade dos serviços, a nova Lei do Saneamento aumenta a segurança jurídica para os investimentos. Ao garantir a indenização para
empresas de saneamento, na hipótese de um município encampar os serviços, o projeto, na avaliação de Fortes, dribla a incerteza em torno da questão da titularidade e tranqüiliza os investidores. (AE)
DISTRITAL TATUAPÉ
mbora o ministro do D e s en v o l v i m en t o , Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, não confirme sua saída do governo, o evento promovido ontem para divulgar o balanço de quatro anos de sua gestão foi marcado por um tom de despedida. O ministro, que chegou acompanhado pela mulher, Ana Maria Furlan, se emocionou várias vezes e fez desabafos. Para mostrar as dificuldades enfrentadas com o funcionamento da máquina pública, ele contou, ao lado do presidente demissionário do Banco do Brasil, Rossano Maranhão, que, em abril de 2003, ligou para o BB e para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para solicitar mais recursos para linha de crédito ao exportador. "O BB me garantiu na hora mais R$ 500 milhões. O outro ficou de dar resposta no dia seguinte e eu estou esperando até hoje."
Nas conversas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro tem condicionado sua permanência à subordinação do BNDES, de fato, ao seu ministério. Furlan nunca teve influência dentro da política do banco, cujos presidentes sempre se reportaram diretamente a Lula. Para os jornalistas e funcionários do Ministério, o ministro tem dito que ainda não tomou uma decisão. "Ninguém escapa de uma boa cantada", responde com bom humor. Mas a confirmação do presidente do Sebrae, Paulo Okamoto, no cargo incomodou Furlan. Na sua avaliação, a manutenção de Okamoto, que sofreu denúncias de corrupção, sinaliza a distância entre a prática e o discurso do presidente, de montar uma equipe mais técnica e de menos amigos para o segundo mandato. Tropeço – Antes de começar a entrevista, Furlan tropeçou no auditório e caiu. Ao se le-
vantar, previu, em tom de brincadeira, as manchetes dos jornais: "Cai ministro do Desenvolvimento." Na solenidade, agradeceu ao presidente Lula e a todos os auxiliares, citando nominalmente vários deles. Foi aplaudido de pé por sua equipe e por funcionários do Banco do Brasil que participaram do evento. "Foi muito prazeroso conviver com vocês." Pacote – Antes da solenidade, Furlan informou que o pacote de medidas a ser anunciado na próxima semana pelo presidente Lula incluirá incentivos fiscais para a indústria de TV digital, semicondutores e softwares e a ampliação dos benefícios previstos na chamada MP do Bem e no programa Computador para Todos. Segundo ele, haverá ampliação dos valores dos computadores que recebem isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), do Programa de Integração Social (PIS) e da Cofins. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
Internacional
As opiniões do capitão Molina não representam a doutrina nem a opinião oficial do Exército. Nota oficial de expulsão
AFP
Bachelet pede e Exército expulsa neto de Pinochet
Descumprindo normas do Exército, ele fez discurso político no funeral do avô
O
Exército chileno expulsou ontem o capitão Augusto Pinochet Molina, neto do ex-ditador Augusto Pinochet Ugarte – que morreu no domingo –, informou o comandante das Forças Armadas, general Oscar Izurieta. Durante os funerais do avô, o capitão Pinochet, de 33 anos, fez um surpreendente discurso na terça-feira, no qual defendeu o ex-ditador e o golpe militar de 1973 e criticou a Justiça pelos processos contra a família Pinochet. "Ele foi notificado de sua gravíssima falta e de que seria destituído", declarou Izurieta pouco antes de liderar uma cerimônia de graduação de novos oficiais, da qual participou a presidente chilena, Michelle Bachelet. Pela manhã, Bachelet havia pedido que o Exército aplicasse as "devidas sanções" – por indisciplina e falta gravíssima – ao capitão. Além da polêmica aberta pelo neto do ex-ditador, o cenário político chileno deve ficar ainda mais turbulento nos próximos dias: o governo Ba-
Pablo Porciuncula/AFP
Bachelet no palácio La Moneda: críticas ao neto de Pinochet
chelet está avaliando anular a Lei de Anistia decretada por Pinochet em 1978, que beneficiou os responsáveis pelas quase 3 mil mortes e 28 mil casos de tortura da ditadura. Bachelet, em declarações no palácio presidencial de La Moneda (bombardeado por Pinochet há 33 anos), disse que o discurso de Pinochet neto foi "uma falta disciplinar, com a qual o Exército saberá como lidar". Segundo a socialista Michelle Bachelet, filha de um
alto oficial que morreu numa prisão do regime de Pinochet, o ex-ditador sempre foi "uma referência de divisão, ódio e violência no país". De acordo com analistas, a punição do Exército ao neto de Pinochet demonstra a intenção da força de desvincular-se do passado representado pelo ex-ditador. Ontem à tarde, Izurieta declarara que o capitão Pinochet seria alvo de punições por ter emitido opiniões que não representam a do Exército. No Chile, o Executivo não pode expulsar um militar ou passá-lo para a reserva. Por causa de uma lei dos tempos da ditadura, essa decisão é exclusiva das Forças Armadas. No entanto, o presidente da república tem a prerrogativa de impedir, por decreto, que um oficial possa ser promovido ou transferido. Antes do anúncio da expulsão, o pai do capitão, Augusto Pinochet Hiriart, afirmou que ele havia pedido a saída do Exército no domingo, antes de realizar o polêmico discurso. "Ele não agiu como oficial nessa hora, mas sim como um
recimento de Pinochet do cenário político, ao descartar que a partir de agora inicie uma "nova etapa" para o Chile. "A nova etapa começou em 1990, quando voltou a democracia... nessa ocasião começamos o reencontro entre os chilenos. Mas, levando em conta a história do Chile, as dores e os sentimentos duram muito tempo". Candidato – O senador socialista Alejandro Navarro desafiou ontem o neto do ex-ditador a deixar a carreira militar e entrar na política. "Ele pode vir à arena política defender a obra de seu avô ditador. O discurso no funeral me pareceu um lançamento de uma candidatura. Se ele quer entrar na política, que o faça, pois assim poderemos enfrenAugusto Pinochet Molina após o discurso que o levou à expulsão do Exército tar um representante direto do pinochetismo, sem neto", explicou. "Se ele tiver comparecer ao evento, a pre- intermediários". Sem reconciliação – Uma de sair do Exército, o fará com sidente mandou seu recado. No Palácio de La Moneda o pesquisa realizada ontem à a cabeça erguida". No entanto, autoridades do Exército temor era que Bachelet fosse o tarde pelo site do jornal La Sedeixaram claro que o oficial alvo de vaias similares às pro- gunda indica que a reconcilianão havia apresentado pedi- feridas na terça-feira quando ção nacional entre os setores do formal de baixa. Outro fi- a ministra da Defesa, Vivian- da sociedade que simpatizam lho do ex-ditador, Marco An- ne Blanlot, participou das ce- com a direita pinochetista e a tonio Pinochet, afirmou que a rimônias do funeral de Pino- esquerda está longe de ocorreação ao discurso do sobri- chet. Por este motivo, não rer. Segundo a pesquisa, para nho era um sinal da "perse- descartavam que a presiden- 20% dos entrevistados não guição" aos integrantes da fa- te não comparecesse ao even- haverá reconciliação enquanto estiver viva a geração dos to dos cadetes. mília Pinochet. No discurso realizado on- anos de chumbo, enquanto Termômetro – No início da noite de ontem, esperava-se tem, o primeiro no qual a pre- que 58% consideram que as que Bachelet participasse da sidente se referiu a Pinochet divisões permanecerão ao cerimônia de formatura dos após a morte do ex-ditador, longo do tempo, pois elas já cadetes da Escola Militar. Bachelet afirmou que o gene- foram transferidas para os Existia grande curiosidade ral era "um referencial do mais jovens. Só 22% consideram que a reconciliação, grapelo ato, já que serviria como ódio e da violência". No entanto, minimizou o ças à morte de Pinochet, será "termômetro" das relações do governo com os militares. Ao eventual impacto do desapa- rápida. (AE)
Retaliação: juiz do Hamas é morto em Gaza Assassinato seria uma resposta à morte de três filhos de um chefe do Fatah
U
m juiz do Hamas, grupo islâmico que controla o governo palestino, foi executado ontem ao sair de um táxi em frente ao tribunal em que trabalhava, na cidade de Khan Younis, ao sul da Faixa de Gaza. O crime foi atribuído pelo Hamas ao partido laico Fatah, do presidente Mahmud Abbas. A tensão pode desatar uma guerra civil entre os dois principais grupos políticos palestinos. Bassam al-Fara, de 30 anos, era juiz na Corte Islâmica e pertencia ao braço armado do Hamas, de acordo com autoridades do grupo. Segundo testemunhas, ao chegar ao trabalho ele foi abordado por quatro homens armados que tomava café em uma lanchonete. Os desconhecidos fizeram al-Fara se ajoelhar e lhe deram vários tiros, fugindo em seguida. Em um comunicado, o Hamas, que vem acusando o Fatah de querer derrubar o seu
governo, atribuiu o crime a "esquadrões da morte" ligados ao grupo rival e prometeu punir os responsáveis. "O Hamas não vai esquecer que o sangue de seus integrantes foi derramado", disse o porta-voz do grupo, Tawfik Abu Khoussa. Cerca de 10 mil pessoas participaram do enterro de al-Fara, em Khan Younis, onde pediram vingança. Em Nusseirat, uma bomba de fabricação caseira foi lançada contra um grupo de manifestantes do Hamas, ferindo um integrante do grupo. Um dia antes, foram os simpatizantes do Fatah que saíram às ruas na Cisjordânia e na Faixa de Gaza para protestar contra a morte de três crianças, filhos de um dos chefes do seu serviço de inteligência. Com medo de uma escalada de violência na região, o premiê Ismail Haniye, do Hamas, que estava em visita ao Sudão, teve de cancelar a viagem que faria
ontem ao Irã e à Síria. Ele retorna hoje aos territórios palestinos. Desde que o Hamas venceu o Fatah nas eleições legislativas de janeiro, os dois grupos estão travando uma truculenta disputa por poder na região. O Ocidente suspendeu toda ajuda à Autoridade Palestina a fim de forçar o Hamas a desistir da violência e reconhecer o direito à existência de Israel, e o Estado judeu deixou de repassar impostos coletados dos palestinos, aprofundando a crise humanitária na Cisjordânia e Faixa de Gaza. No mês passado, tentativas de formar um governo de coalizão chegaram a um impasse, o que intensificou os embates entre o Hamas e o Fatah. O presidente palestino deve fazer nesse sábado um discurso no qual, segundo seus assessores, pedirá a dissolução do gabinete de Haniye e a convocação de eleições antecipadas. (AE)
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
ECONOMIA - 5
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
Política LULA ACENA Lula foi reeleito por uma base de esquerda e sabe que temos força real de mobilização. João Paulo Rodrigues, do MST
Alan Marques / Folha Imagem
COM NOVO ESTILO DE NEGOCIAÇÃO Na primeira reunião do Conselho Político, presidente inaugura uma interlocução diferente: nada vai ao Congresso sem passar pelo crivo do novo grupo.
N CONSELHO
Lula recebe os líderes de todos os partidos integrantes do governo de coalizão. A idéia é reunir forças para o diálogo com o Legislativo.
Gustavo Miranda / AOG
MOVIMENTOS QUEREM VOLTA À ESQUERDA
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu ontem 34 representantes de movimentos sociais, que dizem pretender levar o governo "para a esquerda" neste segundo mandato. Lula garantiu não querer repetir a "mesmice" do primeiro mandato. Foi isso que os movimentos sociais ouviram do presidente, que acrescentou ter saído de "alma lavada" das últimas eleições. Disse ainda que não deve o atual mandato a ninguém. Lula recebeu uma série de reivindicações da Coordenação de Movimentos Sociais – que reúne desde entidades de sem-terra até a União Nacional de Estudantes (UNE). Ele fez uma longa explanação sobre o que pretende para o segundo governo e dos "entraves" que precisa enfrentar. A CMS apresentou a Lula documento em que recorda o apoio que deu à reeleição e se declara disposta a "lutar, na cidade e no campo, pelas transformações sociais, políticas e econômicas". "O presidente Lula foi reeleito por uma base de esquerda e sabe que temos força real de mobilização. Vamos disputar espaços no governo com os setores ligados ao capital financeiro e com as forças conservadoras no Congresso", disse João Paulo Rodrigues, coordenador do MST. "Independente de alguns segmentos da sociedade quererem puxar o governo para o centro, cabe aos movimentos sociais puxá-lo de volta para a esquerda", afirmou João Felício, diretor de Relações Internacionais da CUT. "Dissemos ao presidente que iremos às ruas sempre que os conservadores tentarem derrubar o governo", acrescentou o líder sindicalista. Na reunião, que durou mais de duas horas, a CMS defendeu a presença de representantes da sociedade em instâncias de decisão, como o Conselho Monetário Nacional, conselhos de estatais, agências reguladoras e no Conselho de Política Monetária (Copom). "No primeiro governo Lula, os movimentos contribuíram muito na definição de políticas e esse processo pode avançar ainda mais", disse o ministro Luiz Dulci, da Secretaria-Geral. Ele acrescentou que as propostas específicas não foram discutidas durante a reunião com o presidente. (Agências)
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MOVIMENTOS FÓRUM PODE DISCUTIR PREVIDÊNCIA
U
ma das propostas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos movimentos sociais, durante encontro no Palácio do Planalto, foi a instalação de um fórum com diversos setores da sociedade para discutir a reforma da Previdência. "Vamos discutir isso. Vamos fazer um fórum. Hoje, o dinheiro na Previdência entra por um único buraco e sai por
Aqui, Lula com líderes de movimentos sociais.
muitos. Essa questão é fundamental", teria dito o presidente, de acordo com participantes da audiência. Lula deixou claro, no entanto, que não apresentará ao Congresso um texto de reforma sem uma ampla discussão. "A reforma que tanto se fala é coisa da imprensa e da oposição. O governo está preocupado em melhorar as condições de vida do povo brasileiro", teria dito Lula. Segundo o secretáriogeral da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Carlos Pereira, o presidente disse ser
necessário desatar os "nós de marinheiros" da economia e do Estado. "O Brasil tem uma cultura de desenvolvimento, mas com inflação. O desafio agora é fazer o crescimento com o controle da inflação", teria afirmado Lula, de acordo com Pereira. O secretário da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Felício, disse que o presidente, em nenhum momento, comentou o conteúdo desse fórum. "Não há uma perspectiva agora de se fazer essa reforma", afirmou Felício. (AE)
a primeira reunião nador eleito e ex-ministro Aldo conselho políti- fredo Nascimento (AM). Ele contou que, antes da conco, ontem, no Palácio do Planalto, versa de ontem com Lula, os o presidente reeleito Luiz Iná- dirigentes partidários fizeram cio Lula da Silva evitou temas uma reunião prévia e concluípolêmicos, como a disputa pe- ram que ainda não há consenlas presidências da Câmara e so sobre a sucessão na Câmara do Senado e a reforma ministe- – assunto em alta ebulição no rial, mas se comprometeu a Planalto. Participação – Ao abrir o enadotar com os partidos aliados um novo modelo de interlocu- contro de hoje, Lula disse que ção, pelo qual nenhum projeto os partidos terão participação será enviado ao Congresso efetiva nas decisões sobre os sem passar pelo crivo do gru- projetos do governo. Ele deu po, formado pelos dirigentes ênfase à necessidade de crescide dez legendas que participa- mento da economia e à valorirão do chamado governo de zação da participação dos aliados nas decisões, deixando coalizão. "Quero ter uma sintonia fina claro que quer ouvir as proposcom os partidos políticos que tas sobre temas como a reforme apóiam", declarou Lula, de ma fiscal. O chefe da Secretaria de Reacordo com relato do ex-minislações Institucionais, Tarso tro Roberto Amaral (PSB). Genro, confirDentro do mou, ao sair do novo modelo encontro, que d e i n t e r l o c uLula submeterá ção, a primeira ao conselho, na proposta a ser O Conselho Político p r ó x i m a r e usubmetida aos nos dá solidez nião, as proposaliados – em tas de medidas reunião do con- política e base para incremenselho marcada parlamentar tar o crescimenpara a próxima para governar com to da economia. quarta-feira – eficiência Genro disse que será o pacote de os partidos aliamedidas desti- Tarso Genro, sobre a primeira reunião. dos examinarão nadas a increas propostas e m e n t a r o d epoderão apresenvolvimento sentar alternativas. da economia. De acordo com Genro, esse Segundo a nova estratégia, o presidente contará com o res- primeiro encontro com o conpaldo das bancadas aliadas selho político foi um momento nas votações de projetos do go- importante para o governo. verno. Assim, evitará que seus "Nos dá solidez política e base partidários tomem conheci- parlamentar para governar mento das propostas quando com eficiência", disse. Participaram do encontro os elas já estiverem em tramitapresidentes do PCdoB, Renato ção no Congresso. Na reunião de ontem, os Rabelo; do PRB, Vitor Araújo; aliados não discutiram com o do PMDB, Michel Temer; do presidente, segundo partici- PDT, Carlos Lupi; do PL, Alfrepantes, a disputa existente na do Nascimento; do PV, Luiz base do governo em torno do Penna; do PP, Nélio Dias: do lançamento de candidaturas à PRB, Marcelo Crivella e do presidência da Câmara. Esse PSB, Eduardo Campos. Tamassunto só será decidido no bém compareceram o líder do PTB na Câmara, deputado José próximo encontro, no dia 20. Até lá, os dirigentes partidá- Múcio (PE), e o vice-presidenrios aliados tentarão definir te do PSB, Roberto Amaral. Diante da restrição do presiuma posição em suas próprias bancadas para levá-la ao presi- dente do PTB, Roberto Jefferdente para discussão. "Se al- son, à participação do partido guém disser que há consenso no governo, o Planalto aposta entre os partidos, não está di- na divisão da legenda, de olho zendo a verdade", afirmou o nos votos dos petebistas na Câpresidente de honra do PL, se- mara e no Senado. (AE)
PT DIZ QUE VAI RECORRER AO TSE O partido quer evitar que, com a rejeição das contas de campanha, seja punido com a suspensão dos recursos do Fundo Partidário.
I
nconformado com a rejeição das contas do comitê financeiro da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aprovada na madrugada de ontem pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por causa de uma doação de R$ 10 mil, o PT decidiu recorrer ao próprio tribunal para evitar que o partido seja punido com a suspensão dos recursos do Fundo Partidário. O advogado do partido Márcio Silva disse que irá ao Supremo Tribunal Federal (STF) se não conseguir a garantia dos direitos partidários no TSE. "É preciso que o relator, ministro José Gerardo Grossi,
esclareça que o valor recebido não compromete a regularidade das contas do partido. Os R$ 10 mil representam 0,001% do que foi arrecadado na campanha. Não se pode surrupiar do partido os recursos do Fundo Partidário a que tem direito", afirmou. "Isso não vai ficar assim", desabafou. Como a rejeição foi às contas do comitê financeiro, em tese, segundo a Lei Eleitoral, não apenas o candidato é passível de punição, mas também seu partido. Este ano, o PT receberá pouco mais de R$ 22 milhões dos R$ 118 milhões do Fundo Partidário. A doação que levou à repro-
Não se pode surrupiar do partido os recursos do Fundo Partidário a que tem direito. Isso não vai ficar assim. Márcio Silva, advogado do PT
vação foi feita pela empresa Deicmar, uma concessionária da União administradora do porto seco de Santos. A Lei Eleitoral proíbe os partidos de
receberem contribuições de concessionárias ou permissionárias de serviços públicos. A doação foi feita no dia 10 de novembro, quando Lula já estava reeleito. A lei permite contribuições até um mês depois da eleição, desde que a campanha use os recursos para pagar dívidas. Outras doações – Em 2006, a Deicmar doou um total de R$ 120 mil. Além dos R$ 10 mil doados à campanha do presidente Lula, quatro candidatos a deputado receberam recursos da empresa. Apenas um deles, Ricardo Montoro (PSDB-SP), vereador que concorreu à Assembléia Legislati-
va, foi eleito. Ele recebeu R$ 10 mil da empresa. O irmão André Franco Montoro Filho (PSDB-SP), que não se elegeu deputado federal, recebeu a mesma quantia. Outro tucano, Edmur Mesquita, foi contemplado com a maior fatia: R$ 60 mil. A deputada petista e ex-prefeita de Santos, Telma de Souza (SP) recebeu R$ 30 mil. Diplomação – PSDB e PSol decidiram não tomar nenhuma providência contra a diplomação de Lula por causa da rejeição das contas. PFL e PPS ainda consultarão as assessorias jurídicas para saber o que fazer. (AE)
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Tr i b u t o s Empreendedores Finanças Empresas
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9,1
IRB TERÁ RESERVA DE MERCADO
por cento era o peso da cidade de São Paulo no Produto Interno Bruto (PIB) do País em 2004
CÂMARA APROVOU PROJETO DE LEI QUE PERMITE ENTRADA DE ESTRANGEIROS NO MERCADO BRASILEIRO
FIM DO MONOPÓLIO DE RESSEGUROS Cidade de SP perde espaço no PIB
P
esquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmou duas importantes correntes migratórias na economia nacional: a perda relativa de São Paulo na geração de riqueza e a saída de parcela significativa da produção das capitais em direção ao interior. O município de São Paulo continua liderando, com folga, o ranking das maiores economias, mas perdeu mais 20% de participação no Produto Interno Bruto (PIB) do País em seis anos. Em 1999, o PIB da principal metrópole brasileira representava 11,6% do total; em 2004, havia caído para 9,1%. O recuo, de 2,5 pontos percentuais, foi o maior dos 5.560 municípios. Petróleo — No extremo oposto, duas cidades do interior do Rio de Janeiro, Campos e Macaé, impulsionadas pelo boom do petróleo, tiveram o maior avanço de parti-
CONVOCAÇÃO
cipação relativa: 0,8 ponto percentual. Os dois municípios são sede do principal pólo produtor de petróleo no Brasil e, com esse combustível, avançam a passos largos na economia. Os PIBs das duas cidades reunidos representavam, em 2004, 2,2% do total, de acordo com o IBGE.
O levantamento mostrou que ainda há expressiva concentração. "Os dez maiores municípios são responsáveis por um quarto do PIB nacional e geram 20 vezes mais renda do que os 50 municípios menores", disse Sheila Zani, coordenadora do PIB municipal. (AE)
A
Câmara dos Deputados aprovou ontem um projeto de lei complementar que quebra o monopólio do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) e abre o mercado para a competição no setor. Apesar de acabar com o monopólio do IRB – estatal que no ano passado foi investigada no âmbito das denúncias do Mensalão – o projeto, que ainda precisará ser votado pelo Senado, garante reserva de mercado de 60% para as empresas locais nos três primeiros anos após a abertura. Resseguro é uma operação de seguro contratada pelas seguradoras, que tentam, dessa forma, reduzir seus riscos. Uma das alterações importantes feitas no projeto enviado pelo governo foi a autorização para que a União compre ações preferenciais dos acionistas minoritários do IRB, desde que o dinheiro seja utilizado para investimentos em empresas de resseguros que atuarão e terão sede no Brasil. O artigo foi criticado pelo deputado Sérgio Miranda (PDT-MG). "Isso é um escân-
dalo! O governo vai bancar um gasto para que as empresas privadas não tenham prejuízo." Relator do projeto, o deputado Francisco Dornelles (PPRJ), defendeu a emenda. Para ele, não se pode dizer que a União vai comprar as ações por valor maior do que o de mercado e, portanto, não se pode concluir que as empresas serão beneficiadas. "Só se o governo for corrupto", disse. Referência — D o r n el l e s afirmou que o projeto de abertura do mercado de resseguros vai fortalecer esse segmento no País. "O Brasil poderá se tornar um centro de resseguro de toda a América Latina", destacou. O deputado informou que o projeto cria três tipos de resseguradoras, acabando com a centralização do IRB. Segundo Dornelles, fica criado o "ressegurador local", que é aquele organizado de acordo com as leis brasileiras e que tem sede e direção no Brasil, mas que pode ter capital externo. No segundo grupo estão as resseguradoras classificadas como "admitidas". Essas empresas são as organizadas conforme leis estran-
geiras, com sede e direção no exterior, mas que têm uma filial no Brasil com poderes de contratar e admitir riscos. O terceiro tipo de resseguradora é o "eventual". Enquadra-se nessa categoria a empresa estrangeira com sede e direção no exterior e sem filial no Brasil. Para que a empresa seja registrada como eventual, ela terá de ter seis anos, pelo menos, de operação no mercado de resseguros e ser cadastrada no Conselho Nacional de Seguros Privados. Uma emenda aprovada proíbe esse cadastro a empresas com sede em paraísos fiscais e em países que não tributam ou tributam em menos de 20% a renda de pessoas físicas e jurídicas. Nos três primeiros anos de vigência da lei, 60% dos resseguros terão de ser feitos em empresas locais, o que garante uma boa fatia de mercado para o IRB. Depois de três anos, esse valor cai para 40% e, depois de seis anos, o percentual poderá ser reduzido por meio de outro projeto de lei complementar. O mercado de seguro continua apenas com empresas brasileiras. (AE)
COMUNICADOS
EDNA PINARDI LAJES-ME torna público que recebeu da CETESB a Licença Prévia de Instalação e de Operação nº 30000054 válida até 12/12/2010, para FABRICAÇÃO DE LAJES DE CIMENTO PRÉ-MOLDADOS à Rua Angoera, 427 – Jd. Têxtil, São Paulo. Roberto Oliveira Vintura - EPP torna público que solicitou junto à Cetesb a Licença Prévia, de Instalação e de Operação para a atividade de “Peças e acessórios não-elétricos, n. e., para veículos automotores, fab” localizada à R. Caruzo, 71 - Vila Alpina, município de São Paulo. EST-ENGENHARIA E SISTEMAS TECNOLÓGICOS DO BRASIL LTDA, CNPJ 01.792.669/000126, torna público que recebeu da CETESB a Licença Prévia nº 31001984 e a Licença de Instalação nº 31002917 e que requereu a Licença de Operação para a atividade de montagem de máquinas e ferramentas, localizada na Rua Humaitá, 75 - Vila Diadema - Diadema - SP - CEP 09912-200 TERRA PRETA REFORMADORA, COMÉRCIO DE PNEUS E COMPONENTES AUTOMOTIVOS LTDA. inscrita no CNPJ (MF) 06.198.433/0001-80, estabelecida na Av. Industrial, nº 100 - Bairro Terra Preta, no município de Mairiporã, no Estado de São Paulo, torna público que foi furtado o TALÃO DE NOTA FISCAL, MODELO 1, SÉRIE 2, NUMERAÇÃO 7901 a 7950, totalmente em branco, que se encontrava no interior do veículo furtado, marca Volkswagem, modelo GOL, placa BOG4206, conforme boletim de ocorrência nº 9972/2006, de 04/12/2006, na 10º D.P. Penha de França.
São Bernardo do Campo, 30 de novembro de 2006. À Ford Motor Company Brasil Ltda. Av. do Taboão, 899 – Rudge Ramos São Bernardo do Campo, SP Prezados Senhores, Sirvo-me da presente para manifestar minha renúncia, a partir desta data, ao cargo de Diretor Presidente, para o qual fui eleito por meio do Instrumento Particular de 52ª Alteração do Contrato Social da Ford Motor Company Brasil Ltda., datado de 29 de maio de 2006, devidamente registrado na Junta Comercial do Estado de São Paulo sob o nº 167.809/06-4, em sessão de 26 de junho de 2006. Atenciosamente Barry Lee Engle II. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo, Certifico o registro sob o nº 325.969/06-1 em 11/12/06. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.
EDITAIS PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
ABERTURA DE LICITAÇÃO SITE: www.riopreto.sp.gov.br MODALIDADE: CONCORRÊNCIA Nº 039/2006 Objeto: Permissão de uso a título precário das instalações da cantina localizada no cemitério da Ressureição - Vila Ercília. Limite p/entrega dos envelopes 15/01/2007 às 16:00h e abertura dia 16/01/2007 às 08:30. PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PEDRO
“EDITAL À PRAÇA” Comunicamos à praça a existência de notas fiscais e duplicatas emitidas em nome da empresa AÇOS CANADÁ LTDA, de forma IRREGULAR e INDEVIDA, cuja apuração de crime está sendo averiguada pela autoridade policial nos autos do Boletim de Ocorrência 1556/2006, em trâmite perante o 6º Distrito Policial de Guarulhos. Referidas notas fiscais e duplicatas indevidas encontramse emitidas sem numeração, em papel unitário, sendo certo que as notas fiscais emitidas regularmente por nossa empresa são emitidas em papel contínuo com a devida numeração sequencial. Esta é uma republicação do original publicado no Jornal Diário do Comércio em 17/08/06.
EXTRAVIOS DE DOCUMENTOS CONSTRUTORA MELLO DE AZEVEDO LTDA
, inscrita no CNPJ nº 17.154.899/ 0001-08 e Inscrição Estadual nº 535.227.567.115, declara que foram extraviados os Talões de Notas Fiscais em branco Modelo 01 de nºs 001 a 100. DECLARAÇÃO DE EXTRAVIO DE DOCUMENTO
(a que se refere o item do parágrafo 2º do artigo 1º da Portaria CAT. 17/2006) Eu, Ricardo Dratcu, portador do RG nº 12.754.127 SSP/SP e do CPF nº 064.650.518-18, empresário, residente e domiciliado à Rua Maffei Vita, 408 - Jd. Europa - São Paulo/SP, CEP 04455-070, declaro ter extraviado os seguintes documentos: Nota Fiscal 2142 (1ª e 2ª Vias) de 26.10.2006 da Empresa “Ricardo Dratcu Embalagens-EPP”, estabelecida à Av. do Cursino, 3196, Vila Morais, São Paulo/SP, CEP 04132-002, com Inscrição Estadual nº 112.014.164.118 e CNPJ/MF sob nº 58.718.065/0001-57, extraviada em 30.10.2006 na entrega da Transportadora. Assumo inteira responsabilidade civil e criminal por esta declaração, estando ciente das penas do crime de Falsidade Ideológica (artigo 299 do Código Penal Brasileiro) e sua eventual subsunção ao crime contra ordem tributária (artigos 1º e 2º da Lei 8.137/ 90). Ricardo Dratcu.
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AVISO DE LICITAÇÃO Tomada de Preços nº 29/2006 Em atendimento à decisão do E. Plenário do Tribunal de Contas deste Estado, referente ao processo TC nº 040826/02602006, faço público, para conhecimento dos interessados, que o Edital de Tomada de Preços nº. 29/2006, para a aquisição de gêneros alimentícios para a merenda escolar, durante o exercício de 2007, em trâmite nesta Prefeitura, está suspenso por prazo indeterminado, até a decisão final do E. Tribunal sobre a matéria em discussão. Para conhecimento do público, expede-se o presente Edital, que será publicado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, do Município de São Pedro, em jornal de grande circulação no Estado e no Município e afixado em Quadro de Avisos, no saguão do Paço Municipal. São Pedro, 13 de dezembro de 2006. EDUARDO SPERANZA MODESTO - Prefeito Municipal
FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 13 de dezembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Vicunha Têxtil S/A - RequeriCasemiro de Abreu, 169 - 01ª Vara de do: Sérgio E. da Silva - EPP - Rua Falências Itapiracaba, 101 Requerente: Paulo Sérgio Funchal - Requeri- 01ª Vara de Falências do: Acauã Administradora de ConsórRequerente: Vicunha Têxtil S/A - Requericios S/C Ltda. - Rua Almirante Pereira do: Cristeen Ind. e Comércio de RouGuimarães, 405 - 01ª Vara de Falências pas e Lavanderia Ltda. - Rua Henrique Requerente: Banamel Comércio de Frutas Felipe da Costa, 859 - 02ª Vara de FaLtda. - Requerido: Comércio de Frulências tas Capucho Ltda. - Av. Dr. Gastão Requerente: Vicunha Têxtil S/A - RequeriVidigal, 1946 – Ceagesp Pavilhão HFM do: Weber Ferreira da Silva - ME - Rua box 149 - 02ª Vara de Falências
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sexta-feira, sábado e domingo, 15, 16 e 17 de dezembro de 2006
Indicadores Econômicos
9
12,55
por cento é a taxa praticada para Certificação de Depósito Financeiro (CDB) de 91 dias, de acordo com a Enfoque Sistemas.
13/12/06
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 12/12/2006 12/12/2006 12/12/2006 12/12/2006 12/12/2006
P.L. do Fundo 12.187.999,14 2.023.678,74 11.642.968,88 18.100.301,16 1.342.050,89
Valor da Cota Subordinada 1.283,053569 1.127,961146 1.235,174399 1.093,115889 1.169,181854
% rent.-mês 1,0210 0,4164 4,8678 1,1954 1,1966
% ano 31,3297 12,7961 23,5174 9,3116 16,9182
Valor da Cota Sênior 1.028,381068 1.115,421460 1.132,604675 0 0
% rent.-mês 0,4318 0,3971 0,4990 -
% ano 2,8381 11,5421 13,2605 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
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Empresas Finanças Imóveis Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
1.140 PRANCHAS DE NIEMEYER ESTÃO NO COPAN
´ SINDICO TALENTO PARA RESOLVER TODOS OS PROBLEMAS Além de administrar o condomínio, o síndico é obrigado a lidar com fofocas e intrigas
O
síndico é, sem dúvida, figura essencial para o bom funcionamento de um condomínio, embora, muitas vezes, seja visto como chato. Mais que um administrador de contas, ele é administrador de relacionamentos. Para isso, é preciso talento para a diplomacia. "O segredo é ter bom senso. Conhecimento e jogo de cintura também ajudam", diz Affonso Celso Prazeres de Oliveira, síndico do maior condomínio residencial da América Latina, o Copan, localizado no Centro de São Paulo e composto de 1.160 apartamentos, 22 mil metros quadrados de área comum e 5 mil moradores. Oliveira, de 67 anos, confessa que se tornou síndico por acidente. "Fui presidente das assembléias do condomínio durante um ano. Quando me candidatei ao cargo, imaginava ficar apenas dois anos e, depois, ir embora para Piracicaba. No final das contas, estou aqui há 13 anos e dez meses", conta Oliveira, que também já trabalhou na Administração Regional da Penha, distrito da zona leste da cidade, durante gestão de Jânio Quadros. A dedicação é em tempo integral. Desde que assumiu a administração do Copan – projetado por Oscar Niemeyer em 1952 e inaugurado em 1966 –, Oliveira sempre se preocupou com a recuperação da imagem do edifício, assim como de suas instalações. "Numerosas reformas foram feitas desde então. O prédio está totalmente automatizado e seguro. No próximo ano, pretendo terminar a modernização dos elevadores e encontrar mais um parceiro para ajudar na restauração da fachada", diz. A construção de um eleva-
dor panorâmico, já idealizado no projeto original, também faz parte dos planos do síndico, que deseja tornar o terraço do prédio um mirante da cidade. "Daqui de cima, temos uma vista 360 graus de São Paulo. Dá para ver a Praça da Sé, a Rua da Consolação, o Elevado Costa e Silva, a Marginal Tietê, a Serra da Cantareira e muito mais", conta ele, que confessa seu grande sonho: transformar o Copan em uma área de cultura e pesquisa arquitetônica. "A idéia é criar um grande acervo de Niemeyer. Atualmente, cerca 1.140 pranchas originais do projeto estão sendo restauradas." Oliveira também confessa que carrega suas dores de cabeça por ser síndico. "O que desgasta mais são os problemas de relacionamento entre vizinhos", diz. Quando o assunto são as fofocas do condomínio, costuma ficar quieto. "Síndico é como um túmulo", brinca. Apesar disso, o administrador do badalado prédio paulistano promete abrir o "bico" e revelar algumas históricas pitorescas do Copan no livro que está escrevendo, em que "tudo é real e nada é ficção". Segundo o administrador, até histórias de fantasmas existem no prédio. "Está vendo aquele cartaz colado no vidro em frente à porta de entrada? Coloquei ali porque não aguentava mais receber 'visita' toda tarde", brinca. Transparência – O síndico Guilherme Henrique Souza, de 43 anos, não administra um condomínio com a imensidão do Copan, mas carrega consigo a mesma preocupação de Oliveira: "Gosto de transparência e de zelar pelo que é meu". Inicialmente, Souza fora eleito subsíndico junto com os
demais membros da chapa. Mas, no final das contas, acabou assumindo o cargo de síndico, que mantém há dez anos. "Se eu não fosse síndico, daria um jeito de participar de alguma outra forma disso tudo." Segundo Souza, que também atua na área comercial de uma empresa de avaliação de imóveis, o trabalho conjunto e coeso entre síndico, corpo diretivo e zeladoria é fundamental para uma boa administração. "Síndico não toma decisão sozinho. Temos uma equipe de dez conselheiros mais o Matias, nosso zelador e meu braço direito", comenta o administrador do condomínio composto por duas torres e 136 unidades, no bairro do Brooklin, zona sul da cidade. Souza, que está à frente da administração do condomínio desde sua entrega, revela que problemas não faltaram desde então. "O sistema de esgoto dos prédios estava totalmente entupido e não existia quadro de distribuição de linhas telefônicas", lembra. Mesmo depois de dez anos, algumas questões ainda estão pendentes. "Até conta de água atrasada da construtora no valor de R$ 35 mil nós recebemos e tivemos que pagar." Além disso, 20 unidades do prédio ainda pertencem à construtora e à incorporadora e, atualmente, acumulam uma dívida condominial de R$ 1 milhão. "Fizemos acordo com a incorporadora, mas ela não cumpriu o trato. Agora, vamos executar as unidades na justiça." Fora esses entraves, Souza procura fazer benfeitorias no local. Já refez a pintura da fachada, está terminando a reforma do deck da piscina e tem projetos para mobiliar o hall.
Entidade apóia administrador
(Secovi-SP), que realiza cerca de 9 mil atendimentos anuais, tanto escritos como verbais, sobre questões jurídicas e trabalhistas. De acordo com o vicepresidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP, Hubert Gebara, "a instituição dispõe de
informações e orientações por meio de revistas, manuais, boletins e colunas em jornais, além de uma série de produtos e serviços, como Disk Síndico". Além disso, Gebara informa que a Universidade Secovi oferece cursos aos síndicos e funcionários dos condomínios. (MO)
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er síndico não é fácil, mas ele não está sozinho. Pode contar com o apoio de entidades de classe, a exemplo do Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo
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objetivo inicial. Com a aprovação no Senado, o projeto retornará à Câmara dos Deputados para nova apreciação. Crédito – O PLV 26/06 se originou da Medida Provisória (MP) 321/06, apresentada pelo Executivo, que tratava exclusivamente da forma de f i n a n c i a m e n t o o f e re c i d a pelos bancos para a aquisição de casa própria. O objetivo da matéria é que as instituições financeiras tenham a opção de oferecer tais empréstimos utilizando taxas de juros pré-fixadas e não apenas variáveis, o que resultaria em prestações com valores fixos, conhecidos de antemão.
A MP também dá fim à obrigatoriedade do uso da Taxa Referencial (TR) nos empréstimos liberados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Hoje, os bancos já oferecem opções de juros pré-fixados, mas fora do SFH, em que as taxas são controladas pelo governo. Ao defender essa MP, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, argumentou que os principais beneficiários dessa medida seriam os próprios mutuários da habitação, pois eles teriam acesso a financiamentos de longo prazo "sem a incerteza gerada pela correção das prestações e do saldo devedor pela TR". (Agências)
Cerca de 5 mil pessoas vivem nos mais de mil apartamentos do Copan, no centro da cidade.
Fotos: Danilo Verpa/Hype
Oliveira, do Copan: o que mais desgasta são os problemas de relacionamento entre vizinhos
Reprodução de foto do Copan em construção (26/12/1956)
Acervo do Niemeyer à disposição
Copan, o maior condomínio da América Latina. São 1.160 apartamentos em 22 mil metros quadrados. Rafael Hupsel/Luz
Matias (à esq.) e Souza, respectivamente, zelador e síndico de um condomínio no Brooklin: parceria perfeita
Maristela Orlowski
Senado aprova fim da TR obrigatória
Senado aprovou na última quarta-feira o projeto de lei de conversão (PLV 26/06) que trata de temas tão diversos como as taxas de juros cobradas nos financiamentos para a aquisição da casa própria, o pagamento antecipado das dívidas de empresas inscritas no Programa de Recuperação Fiscal (Refis) e a isenção do Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante. Essa diversidade se deve ao fato de a proposta ter sido alterada e, além disso, recebido emendas durante a tramitação no Congresso Nacional, o que acabou por ampliar seu
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Disputa no mercado de imóveis de luxo
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entenárias e rivais, as maiores casas de leilão do mundo – a novaiorquina Sotheby’s e a londrina Christie’s – resolveram disputar clientes também no mercado brasileiro de imóveis de luxo. A Christie’s acaba de fechar uma parceria com a imobiliária nacional Coelho da Fonseca. Fez isso exatos 15 dias após a Sotheby’s ter inaugurado uma representação dessa área de negócios no País. Álvaro Coelho da Fonseca, dono da imobiliária, diz que chegou a negociar uma parceria com a Sotheby’s, mas preferiu fechar acordo com a Christie’s. "Temos maior identidade com o estilo deles." Segundo o empresário, o interesse na parceria deveu-se principalmente à possibilidade de acesso à lista de clientes vips da Christie’s. Ele conta, aliás, que a entrada dessas casas de leilão no ramo imobiliário de alto luxo, com negócios de, no mínimo, US$ 1 milhão,
deu-se exatamente em função de elas possuírem contatos com a comunidade que circula no rico universo de leilões de arte. "A Christie’s faz a intermediação da venda de peças valiosas desde 1766 entre gente poderosa. Construiu, assim, uma rede única de contatos de valor inestimável", afirma o empresário brasileiro. Com a parceria, a Coelho da Fonseca passa a participar da revista especializada da Christie’s, que circula nessa comunidade. Diferenças – Para emprestar a força de suas marcas e de suas redes de relacionamento, as duas casas de leilão escolheram caminhos diversos no Brasil. No caso da Sotheby’s International Realty, o braço imobiliário da Sotheby’s, a opção foi por sócios brasileiros que vão investir US$ 5 milhões na montagem da operação local, o que inclui a licença de uso da marca no País. A Sotheby’s costuma estabelecer uma representação e par-
ticipa do negócio com um percentual do faturamento. Já no caso da Christie’s, foi assinado um contrato entre a Coelho da Fonseca e a Christie’s Great States, o braço imobiliário do grupo. Não haverá relação com o escritório de arte da Christie’s no Brasil. O contrato não tem prazo de validade e não prevê percentual de faturamento dos negócios realizados, mas requer pagamento de uma taxa anual pelo uso da marca e da lista de clientes vips da empresa no País. Os valores envolvidos não são revelados. A chegada das duas marcas ao País é conseqüência, na avaliação de Coelho da Fonseca, da inserção do segmento imobiliário brasileiro no mercado global. "Nos últimos anos, vários resorts de alto padrão foram inaugurados no Nordeste, boa parte deles adquiridos por estrangeiros, o que deu visibilidade aos negócios desse segmento lá fora", diz. (AE)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
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RESENHA
NACIONAL
CRÍTICA MILITANTE
G A Petrobrás é
um Robin Hood às avessas, explora a população pobre e patrocina filmes insolventes Belisário, moradora da periferia da Mata Atlântica (Xerém), que foi autuada por cortar árvores para ter lenha para cozinhar o feijão. Na delegacia, interrogada sobre o motivo que a levara ao ato criminoso de causar dano ao meio ambiente, foi objetiva: E eu ia cozinhar com quê? Não sou rica para comprar por R$ 33 toda semana, um botijão!. De fato, o gás da Petrobrás é um dos mais caros do continente e a empresa não subsidia consumidores de baixa renda. Na mesma linha de aberração, sabe-se que 35% dos trabalhadores residentes nos longínquos subúrbios das metrópoles estão acordando duas horas mais cedo para ir a pé ao trabalho, em razão dos altos preços das passagens dos transportes coletivos – estes, por sua vez, ocasionados pelos sucessivos aumentos de preços do diesel e da gasolina determinados pela poderosa estatal. Não há dúvida: a Petrobrás é uma espécie de Robin Hood às avessas – ela
tira dos pobres para privilegiar os mais ricos. Com efeito, explorando a população indigente, a trilionária empresa prodigaliza milhões para a produção de filmes insolventes, cuja preocupação básica é fazer a lavagem cerebral do espectador indefeso. Como não há almoço grátis, a estatal, acusada de agir como instrumento de aliciamento político, abastece firme a cornucópia perversa, cujos beneficiários se dizem empenhados na busca da identidade nacional e na denúncia das desigualdades sociais - claro está, com o dinheiro do consumidor explorado. A crítica de cinema no Brasil é, em geral, feita por gente transitória, inculta, politiqueira ou de má-fé. Gente que desconhece os rudimentos de economia, teoria do conhecimento ou teoria política, estética, história - até mesmo história da arte e do próprio cinema. Suas opiniões são moduladas, via internet, nos trololós do New York Times, Washington Post ou Le Monde. Tem ainda os que são safos e defendem teses ao cabo dos estreitos cursos de comunicação. No plano ideológico essa gente - pela incapacidade de pensar por conta própria e para servir às idéias dominantes nas editorias culturais, nitidamente esquerdistas se estreita na ratoeira do nacionalismo vulgar, na intolerância aos filmes americanos e na cartilha cultural do politicamente correto (maliciosos, os trouxas pensam em ganhar o respeito dos caciques do Cinema Novo, de pesquisadores da USP e, contraditoriamente, passagens para lançamentos internacionais). Como resposta, longe da lenga-lenga da crítica e das intenções cubanófilas dos cineastas abastecidos com a grana fácil da Petrobrás, o grande público, salvo exceção, ignora o cinema parasita do Estado – uma entidade fora do gueto, absolutamente descartável. TRECHOS DO COMENTÁRIO DE IPOJUCA PONTES NO SITE MIDIASEMMASCARA.ORG
A crítica é inculta, politiqueira ou de má-fé
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Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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JOÃO DE SCANTIMBURGO Céllus
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crítica cinematográfica nos segundos cadernos da grande mídia é, salvo exceção, conivente com o processo de espoliação que faz do recurso público uma cornucópia insondável para o desfrute da casta que pratica cinema no Brasil. De ordinário, o crítico, militante vermelho ou inocente útil, finge ignorar que a atividade subtrai anualmente mais de meio bilhão de reais do Erário, sem nenhum retorno econômico, um acinte para o país cuja população pobre vive no desamparo (enquanto Cacá Diegues faz filmes de R$ 10 milhões com o dinheiro das estatais). No exame das relações do cinema com a miséria, cito o caso da doméstica Severina
Pobres palhaços PAULO SAAB
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om todo respeito à nobre profissão de palhaço de circo, no imaginário popular chamar alguém de palhaço se transformou numa forma de ofensa mediana para alguma situação fora de sua lógica normal. Autoconsiderar-se palhaço é uma maneira de protestar deixando claro que se está consciente de uma igual situação onde percebemos o que se passa, mas nos tratam e agem como se não pudéssemos discernir que isso está fora da lógica. Por isso, cada vez mais e em diferentes oportunidades, cresce entre cidadãos e cidadãs que agem corretamente, o uso do nariz vermelho de palhaço. É um meio de dizer urbi et orbi que parecemos idiotas, somos tratados como idiotas, mas não somos idiotas. Como se sente você, leitor, diante dessas informações: a CPI do Mensalão absolveu todos os suspeitos de receber dinheiro do esquema do publicitário Marcos Valério. A CPI dos Sanguessugas não vai citar o nome de nenhum dos 71 deputados e senadores que supostamente teriam tido alguma ligação com a compra superfaturada de ambulâncias. E, ainda, não deve ser descoberta a origem do dinheiro usado na compra do dossiê antitucano. Cara de palhaço, pinta de palhaço, roupa de palhaço... Enquanto isso, o presidente Lula revoluciona os conceitos ideológicos históricos para, em profundo tratado político-antropológico, definir que jovem de direita e velho de esquerda são
pessoas com problemas. Pelos seus modernos e abalizados conceitos doutrinários, todos caminham, com a idade, para ser de centro. Cara de palhaço, pinta de palhaço, roupa de palhaço... O centrista Stédile que o diga.
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o Brasil de hoje está tão desavergonhada a relação entre a autoridade pública, o representante da população (os políticos), o dirigente público eleito (os políticos), o servidor público, de togado a chefe de seção, entre quem pertence ao aparelho do Estado (hoje petizado) e a população que a tudo paga e assiste, que o nariz vermelho no mínimo deveria ser uniforme obrigatório, de uso diário entre os brasileiros que ainda têm vergonha na cara. Olhe em volta. Há pelo menos mais 50 situações em andamento, onde nos tratam como palhaços. Cem. Mil. Milhares... Um dia alguém disse (e perdoem o autor pelo esquecimento) a frase: Ou nos locupletamos todos ou instaure-se a moralidade. Instaurou-se a imoralidade geral. Locupletaram-se poucos. Quase sempre quem está no poder (em qualquer dos três). Ou quem a ele está vinculado de forma imoral na iniciativa privada. O grande conluio nacional a favor da sem-vergonhice impera sorridente. E nós aqui, vamos carregando tudo nas costas, com cara de palhaço, pinta de palhaço, roupa de palhaço...
O nariz vermelho deve ser uniforme do brasileiro com vergonha na cara
O novo momento sindical FRANCISCO ANTONIO FEIJÓ
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resenciamos em novembro, na Áustria, a criação da Confederação Sindical Internacional (CSI), resultado da fusão da Confederação Mundial do Trabalho e da Confederação Internacional de Organizações Sindicais Livres, as duas maiores centrais sindicais até então. O que observamos é que o mundo desconhece a figura do profissional liberal, como ele existe e é visto no Brasil. Não que não haja liberais nos países que aprovaram a CSI. Mas eles desconhecem como no Brasil existem os sindicatos, as federações e a Confederação Nacional das Profissões Liberais (CNPL). Essa é a razão pela qual, diversos movimentos mundiais não contemplam o profissional liberal, na formatação brasileira, não obstante o prestigiem e lhe dediquem mais responsabilidade e prestígio. Por que isso acontece? Em alguns países, não há órgãos de registro profissional, o que é feito pela própria universidade e, na maioria, não há profissionais liberais de nível médio. No Brasil, além dos órgãos de registro e fiscalização, temos também institutos e associações, levando o mesmo profissional a participar de uma série de entidades, confundindo-se ou deixando de contribuir. O que se observou em Viena foi que a globalização estáo permitindo que países pobres possam ter uma contraprestação de informações e serviços, oriundos de países mais ricos, fazendo com que, possam ser transmitidas tecnologias e atendimentos. As discussões envolvem assuntos que dificilmente aconteceriam com os profissionais liberais. Torna-se difícil, ao sindicalismo liberal, dissociar os problemas genéricos dos trabalhadores dos problemas específicos que envolvem o profissional liberal que busca, em princípio, condições de trabalho e diminuição de carga tributária. Busca também a divisão de responsabilidades e não ser um executor de funções que deveriam ser feitas pelo Fisco. É difícil enquadrar o profissional liberal, no formato que ele tem no Brasil, no contexto das profissões liberais mundiais. Fora do país, ele é visto em razão de sua atividade profissional, especificamente, é um médico, é um advogado, um contador, um engenheiros, enfim, um profissional que pratica suas funções, é prestigiado
e responde civilmente pelos erros que comete. No Brasil, confunde-se a figura do profissional liberal com a figura do autônomo e daquele que é sócio de uma empresa. O que se busca é o profissional, já que autônomo qualquer um pode ser, não necessariamente precise ser liberal. Empresário também todos podem ser.
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ão existindo sindicatos de profissionais liberais no mundo, somos obrigados, liberais do Brasil, a integrar grupos heterogêneos. Cada atividade profissional tem sua tipicidade e alguns problemas compartilhados, como a tributação, os encargos sociais, enfim, preocupações que afligem a todos. Precisamos entender que os profissionais liberais brasileiros e seus irmãos do mundo precisam de um apoio mais forte, mais direcionado, mais objetivo, porque são diferentes seus problemas. Não se trata de mudar idéias, o que se precisa é direcionar as questões, departamentalizar as entidades, para que possam simultaneamente, enfrentar os problemas do trabalhador celetista, do trabalhador autônomo e do liberal. Como já se verifica em algumas atividades sindicais, ao lado do dirigente político, encontramos o dirigente executivo, o que vai administrar os destinos da entidade, buscando recursos, gerenciando gastos e arrecadações, enfim, tocando a entidade como uma empresa. No caso da CNPL, em que a multiplicidade de profissões, as origens mais variadas de seus dirigentes, deixa por vezes dificuldades no próprio enfrentamento dos problemas, criou-se a figura de um gerente-administrativo, que ao lado de um advogado, de um contador e de um auditor dão à entidade o suporte logístico e técnico para o seu funcionamento, permitindo que a diretoria administre a parte política e representativa da confederação. É o sindicalismo executivo, o sindicalismo moderno, mais compacto e mais próximo do momento mundial. Tanto isto é verdade que a nova CSI tem uma diretoria política e uma diretoria executiva no comando de sua estrutura operacional. FRANCISCO ANTONIO FEIJÓ É PRESIDENTE CONFEDERAÇÃO NACIONAL DAS PROFISSÕES LIBERAIS E DA FEDERAÇÃO DOS CONTABILISTAS DE SÃO PAULO
D epartamentalizar para defender o celetista, o autônomo e o liberal
A DOAÇÃO DE MINDLIN
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ive o prazer de votar na Academia Brasileira de Letras em José Mindlin para sucessor do grande romancista Josué Montello. Mindlin foi levado à mais alta expressão da cultura brasileira pelo seu amor à bibliofilia e à leitura das obras acumuladas pelo seu gênio imprevisto em encontrar volumes necessários para uma biblioteca de consulta. Mindlin diz que todos passam, como passou sua carinhosa esposa, Dona Guita, menos os livros, que ficam para consulta de gerações e mais gerações que virão. Agora foi a vez do Instituto de Estudos Brasileiros (da Universidade de São Paulo) de receber um lote de valiosas obras da série brasiliana e similares, colecionadas ao longo dos anos por esse notável bibliófilo e leitor, para o qual seus 92 anos não contam, pois tem a mesma mobilidade do passado.
O
Instituto de Estudos Brasileiros, agregado à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, já tem a biblioteca de J. F. de Almeida Prado, um dos maiores historiadores brasileiros, polígrafo, romancista, cronista e outras virtudes. A faculdade pode se orgulhar de possuir uma coleção ímpar, pelo seu número de volumes, pela qualidade das obras e, acentuo, sem paralelo em nenhuma instituição brasileira. Com esta doação de Mindlin e de seus filhos o Instituto se vê enriquecido por uma doação da maior magnitude, pois se trata de obras necessárias ao estudo de problemas brasileiros e da História do Brasil.
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idadãos como José Mindlin e, como foram no passado, J. F. de Almeida Prado, Sérgio Buarque de Holanda, Mário de Andrade e outros de quem peço desculpas por não me lembrar, merecem ser homenageados com elogios pelo muito que fizeram para a promoção da cultura brasileira. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Cidadãos
como Mindlin merecem ser homenageados pelo muito que fazem pela cultura nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Política LULA É
Nesses momentos muito difíceis, o povo mais humilde... (chora) deu uma lição no Brasil. Luiz Inácio Lula da Silva
Celso Júnior / AE
DIPLOMADO E CHORA NO DISCURSO Emocionado, ele disse que o segundo mandato é bem diferente do primeiro, porque sabe que sua responsabilidade é 'infinitamente maior'.
O Segundo tempo: Lula recebe o diploma, abandona discurso por escrito e agradece, emocionado, ao apoio popular pela reeleição.
O
presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello, assinou pela manhã, ontem, os diplomas do presidente reeleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e do vice, José Alencar. Os documentos foram entregues no começo da noite, em solenidade na sede do TSE, em Brasília. A pompa se justificava: o documento, em si, é uma verdadeira obra de arte gráfica. Os diplomas foram confeccionados pelo designer Guilherme Tardin. São predominantemente verdes e a moldura foi feita em calcografia, um trabalho especial em guilhoceria (do francês guilloché), ornato composto de linhas onduladas que se cruzam
O DOCUMENTO, UMA OBRA DE ARTE GRÁFICA Alan Marques / Folha Imagem
Relíquia: requintes nos materiais e técnicas de produção.
simetricamente. A impressão das Armas da República, na parte superior do diploma, foi feita em tinta variável, mudando do carmin ao verde quando o documento está inclinado. Há ainda a representação dos palácios do Planalto e da Alvorada, a imagem estilizada da bandeira nacional composta de fundos de segurança especiais e da palavra Brasil, centralizada na região inferior. Também faz parte do diploma a escultura Guerreiros, de Bruno Giorgi, mais conhecida como Dois Candangos– uma homenagem aos que chegaram ao Planalto Central vindos principalmente do Nordeste, que ajudaram a construir Brasília. (AE)
ABERTO O PARLAMENTO DO MERCOSUL
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"O Brasil tem de assumir a responsabilidade de ajudar os países menores", disse o presidente.
presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou ontem dos que desdenham o Mercosul. Ao participar da abertura do Parlamento do Mercosul, no plenário do Senado, Lula ressaltou o esforço do seu governo de estreitar relações com os países do continente e observou que hoje não se fala mais da criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). "Muitas vezes lemos na imprensa um certo desdém com o bloco e as nossas relações com a Argentina, Uruguai e Venezuela", disse o presidente. No discurso, Lula destacou que é importante uma política de "generosidade" com os países pobres. "O Brasil tem de assumir a responsabilidade de ajudar no desenvolvimento dos países menores", afirmou. "De vez em quando, criamos problemas onde não tem. Se quisermos que a Bolívia entre no Mercosul, temos de ajudála. Caso contrário, esses países não encontrarão razões para participar do Mercosul." Lula reclamou das "vozes da imprensa" que defendem acordos apenas com Estados Unidos e União Européia. "Eles não aceitam a política da generosidade." "Inimizade' – O presidente chegou a reclamar da incompreensão de segmentos da economia em relação ao bloco, citando o caso dos arrozeiros do Rio Grande do Sul, que não aceitavam a importação de arroz do Uruguai. "Vejo na Ponte da Amizade uma verdadeira inimizade", disse Lula. Ao mesmo tempo, ele disse estar confiante na consolida-
Alan Marques / Folha Imagem
O petista criticou o 'desdém' da imprensa em relação ao bloco.
ção do bloco e no desenvolvimento de propostas como a criação de um sistema judiciário e que o Parlamento do Mercosul adquira funções legislativas no futuro, para facilitar a aprovação de medidas conjuntas. O presidente também defendeu um acordo de comércio entre o Mercosul e a União Européia. "Agradeço a Deus por ter vivido este momento histórico de criação do Parlamento do Mercosul. É uma coisa pequena. Mas quem não nasceu pequeno, humilde e começou do zero?" O presidente deixou rapidamente o Senado e voltou para o Palácio do Planalto, onde se reuniu com ministros da área econômica para discutir medidas de crescimento da economia. Crise – O Parlamento do Mercosul está sendo instalado no momento em que se vê combalido por uma crise entre dois de seus sócios, a Argentina e o Uruguai, tumultuado pela adesão da Venezuela como membro pleno e ainda indefi-
nido como processo de integração. Embora faça parte do projeto de reforço institucional do Mercosul, a exemplo do processo seguido pela União Européia, o Parlamento trombará na resistência de seus sócios em ceder parcelas de seu poder em favor de instâncias supranacionais. Não terá, por exemplo, nenhum poder Legislativo. Será apenas um órgão consultivo. A criação do Parlamento do Mercosul vem sendo discutida pelos quatro sócios originais há pelo menos seis anos como meio de dar maior vigor à estrutura do bloco. A medida acabou decidida apenas na Reunião de Cúpula do Mercos u l d e d e z e m b ro d e 2 0 0 5 , em Montevidéu, quando também foi traçado um cronograma para sua instalação até 2014, em etapas. A rigor, o Parlamento apenas substituirá a Comissão Parlamentar Conjunta, órgão presente nos Congressos de cada um dos seus sócios e que conta com 18 membros. Desti-
tuído de poder, o Parlamento será mais uma engenhoca do Mercosul para camuflar a resistência de seus sócios em abdicar de parcelas de sua soberania em favor de instâncias supranacionais, como acontece com a Comissão e o Parlamento da União Européia. Mau momento – No Mercosul, sua secretaria-executiva, também com sede em Montevidéu, debate-se há quase oito anos sem nenhuma autonomia para atuar em favor do bloco. O momento escolhido para a sua instalação, além disso, foi um dos piores. Hoje, no Itamaraty, os chanceleres do Mercosul reúnem-se para debater um dos dilemas mais sérios do bloco, que vinha se arrastando há quase dois anos – o conflito entre o Uruguai e a Argentina em torno da instalação de duas fábricas de celulose na fronteira entre os dois países, do lado uruguaio. O caso está em julgamento pela Corte Internacional de Justiça, na Haia, e conta com o rei Juan Carlos de Bourbon, da Espanha, como mediador. Para diplomatas que acompanham o Mercosul, trata-se de um impasse capaz de "arrebentar" o bloco. "O conflito escapou do controle. É 'mala sangre', como dizem nossos vizinhos. Só mesmo o rei da Espanha ou o Papa pode se meter nessa questão", afirmou um negociador. Por fim, a adesão apressada da Venezuela como membro pleno, em dezembro de 2005, deverá repercutir em benefícios ao comércio apenas em 2010, se esse país vier a acatar todas as regras do bloco. (AE)
presidente reeleito momentos muito difíceis, em Luiz Inácio Lula da momentos muito.. " Com a voz Silva voltou a cho- embargada, o presidente não rar, ontem, no Tri- conseguiu prosseguir o probunal Superior Eleitoral (TSE), nunciamento e começou a choao ser diplomado no cargo que rar, enxugando as lágrimas e tomará posse no próximo dia bebendo um copo de água. No plenário, autoridades re1° de janeiro. A cena foi, com pouquíssimas diferenças, a re- presentantes dos Três Poderes petição daquela que ele prota- aplaudiram. A chefe da Casa gonizou em dezembro de Civil, Dilma Rousseff, tocada 2002, após ter sido eleito para o pelas palavras, também enxuprimeiro mandato, sucedendo gou uma lágrima. Lula retomou o discurso: Fernando Henrique Cardoso. Minutos antes, Lula disse "Nesses momentos muito difíque não se emocionaria como ceis, o povo mais humilde... em 2002, pois agora está quatro (volta a chorar) deu uma lição no Brasil. O povo mais humilanos mais velho: "Esse segundo diploma não de não precisou de intermeme permite ficar com a mesma diários para dizer o que deveemoção que estava naquela ria fazer no processo eleitoral. Ele tomou para si a responsabi(diplomação de 2002). lidade de dizer, Naquela, eu em alto e bom ainda tinha um som: 'Eu quero sonho. Nesta, já votar do jeito que sei que a responsei votar: em José sabilidade do se- Que Deus ajude o Alencar e Lula'. gundo mandato nosso esforço É por isso que a é infinitamente coletivo para minha responsamaior." bilidade é muito Ao discursar, fazer do Brasil um grande". ele abandonou país mais 'Povo intelipor um momen- próspero gente' – Depois, to o texto escrito e justo. Lula disse que e, de improviso, Luiz Inácio Lula da acabou o tempo disse que, a partir Silva, ao ser diplomado do "voto de cade agora, não vai bresto" no País. mais comparar o governo com o do seu anteces- Elogiou o atual sistema eleitosor, como fez ao longo da cam- ral e disse que "o povo está panha eleitoral, em discursos mais inteligente e consciente". Antes, no discurso escrito, o nos palanques e no horário popresidente havia afirmado lítico no rádio e na televisão. "Agora, tenho de comparar que os principais desafios do o segundo mandato com meu governo, agora são acelerar o primeiro mandato. Agora, é desenvolvimento e, ao mesJosé Alencar (vice-presidente mo tempo, assegurar a justiça reeleito) e Lula contra José social. Quanto ao primeiro item, Alencar e Lula, em benefício Lula mantivera, pela manhã, do povo brasileiro", afirmou. Sob emoção – Em seguida, uma reunião com os ministros após ter recebido do presiden- da área econômica exatamente te do Tribunal Superior Eleito- para debater com eles algumas ral (TSE), ministro Marco Au- medidas propulsoras do cresrélio de Mello, o diploma de cimento da economia (veja em presidente da República (veja detalhes na (veja os pormenoos detalhes na reportagem à es- res na página 6 do Caderno de querda), Lula explicou que es- Economia)._ "Que Deus ajude o nosso estava muito feliz. "Quero agradecer pelo sacri- forço coletivo para fazer do fício de vocês e pela compreen- Brasil um país mais próspero e são do povo brasileiro, que, em justo", disse. (AE)
FESTA CUSTARÁ R$ 200 MIL EM PROPAGANDA
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s organizadores da festa da posse do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 1º de janeiro, gastarão R$ 200 mil com o material de propaganda que marcará a data. No fim da tarde de ontem, o tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, analisava as propostas das gráficas para escolher aquela que vai confeccionar camisetas, adesivos, bandanas e viseiras. Gastos com transporte e acomodação dos militantes em Brasília e com o equipamento de som ainda não foram definidos. "O resto das despesas só podemos calcular quando soubermos quantas delegações virão dos Estados", acrescentou o tesoureiro do PT. Pelos cálculos do dirigente petista, entre 40 mil e 50 mil
pessoas estarão na festa, apelidada pelos petistas de "posse popular". Na primeira, em 1º de janeiro de 2003, a Polícia Militar calculou que 200 mil pessoas passaram pela Esplanada dos Ministérios, sendo que 110 mil participaram das atividades comemorativas, espalhadas por cinco palcos. Desta vez, haverá um só palco para shows, na Praça dos Três Poderes. Os artistas se apresentarão sem cobrar cachê, segundo Ferreira. Os gastos da festa nas ruas serão divididos entre os partidos da base aliada e movimentos sociais. Com uma dívida de R$ 50,3 milhões, incluindo os R$ 10,3 milhões deixados pela campanha da reeleição, o PT arcará com parte dos gastos, mas Ferreira informou ainda não saber quanto. (AE)
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Gover no Legislativo Corr upção Congresso
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epois de seis meses de funcionamento, a CPMI dos Sanguessugas terminou ontem com a aprovação por unanimidade do relatório final, que sugere ao Ministério Público o indiciamento por crime de formação de quadrilha de seis envolvidos na tentativa de compra de dossiê contra políticos tucanos (Gedimar Passos, Valdebran Padilha, Hamilton Lacerda, Jorge Lorenzetti, Osvaldo Bargas e Exped i t o Ve l o s o ) – a q u e m o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de "aloprados" –, e de mais quatro pessoas acusadas de participar do esquema de superfaturamento de ambulâncias. José Airton Cirillo, eleito deputado federal pelo PT do Ceará, e o empresário ligado aos tucanos Abel Pereira foram enquadrados em crimes como tráfico de influência, corrupção passiva e ativa. Sem grandes polêmicas, o relatório final do senador Amir Lando (PMDB-RO) foi aprovado em uma votação relâmpago, depois de um acordo entre governo e oposição. Tanto os parlamentares da base aliada quanto os de oposição temiam que a CPMI terminasse sem relatório e sob a acusação de que acab o u e m " p i zza". Eles negociaram durante A CPMI não toda a madrugada para cheterminou gar a um conem pizza. senso. Fizemos a "Ao contrário do que ponossa de-se propalar, parte. nossa CPMI Biscaia não terminou em pizza. Se as conseqüências não foram as que a sociedade esperava não é da nossa responsabilidade. Fizemos a nossa parte", disse o presidente da comissão, Antonio Carlos Biscaia, do PT carioca. Dinheiro – Lando não apontou a origem do dinheiro que seria utilizado para a compra do dossiê. Sem citar o nome do presidente Lula nem do candidato do PT derrotado ao governo de São Paulo, senador Aloizio Mercadante, o relatório frisou que "o resultado das investigações conduzidas até o momento não permite concluir que os candidatos tenham tido conhecimento prévio ou dado anuência a tal plano". "Na hipótese de que surjam provas que os valores destinados à aquisição do dossiê originaram-se do caixa de campanha ou de recursos partidários, configurar-se-ia infração eleitoral de abuso de poder econômico", resumiu Lando. O relatório também não responsabilizou nenhum dos últimos quatro comandantes do ministério da Saúde. De todos os acusados de participar das negociações de compra do dossiê antitucano, o ex-segurança do presidente Lula, Freud Godoy, não teve seu pedido de indiciamento ao Ministério Público. O relatório também não cita o presidente licenciado do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), que teria conhecimento das negociações de compra dos documentos do dossiê. Parlamentares – Em relação às prefeituras, o relatório lista 58 municípios de um total de 600 que teriam sido alvos do esquema. No dia 10 de agosto, a comissão aprovou um relatório parcial em que pedia a cassação de 69 deputados e três senadores apontados de envolvimento com a máfia das ambulâncias. Os três senadores – Ney Suassuna (PMDB-PB), Serys Slhessarenko (PT-MT) e Magno Malta (PL-ES) – já foram absolvidos pelo Conselho de Ética do Senado. Dos 69 deputados acusados, dois renunciaram e apenas cinco conseguiram se reeleger. . (AE)
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Se as conseqüências não foram as que a sociedade esperava não é da nossa responsabilidade. Antonio Carlos Biscaia
CPMI TERMINA SEM CASSAR PARLAMENTARES
CPMI: NENHUM SANGUESSUGA INDICIADO Após 180 dias, CPMI termina sem incriminar nenhum parlamentar envolvido. A punição veio das urnas – muitos não se reelegeram.
Eymar Mascaro
Bolso cheio
A
ldo Rebelo (PCdoB) e Renan Calheiros (PMDB), presidentes da Câmara e Senado, resolveram antecipar o início das discussões sobre o aumento salarial dos parlamentares, para evitar especulações que já vinham dominando os partidos. Os dois dirigentes são candidatos à reeleição e as especulações poderiam prejudicar suas campanhas. Aldo e Renan jogaram sobre a mesa de negociações duas propostas em discussão: a que equipara o salário dos parlamentares ao dos ministros do STF (R$ 24,6 mil) e o que elevaria os vencimentos com base no índice de inflação: R$ 16,5 mil.
ISONOMIA Os deputados, na sua maioria, desejam que os seus salários sejam equiparados ao dos ministros do STF. Assim, os cheques mensais subiriam para R$ 24,6 mil, o que representa um aumento de 90%. Se o salário subisse para R$ l6,5 mil, o aumento seria de 22%.
Sergio Lima / Folha Imagem
Ciro tem melhores propostas para o Ceará.
A FAVOR
Lando: sem provas de que o dinheiro para o dossiê veio de caixa de campanha. Marcelo Casal Jr. / ABr
Os dois principais candidatos à presidência da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT) e Aldo Rebelo são favoráveis ao aumento de salários dos deputados. Mas evitavam declarar se eram a favor do aumento de 90% ou de 22%. Apenas Chinaglia chegou a comentar que era favorável à equiparação ao salário dos ministros do STF.
CASCATA O aumento dos deputados federais vai provocar o efeito cascata: também os salários dos deputados estaduais e vereadores são fixados com base nos vencimentos dos federais. É o que prega a Constituição. Também os salários de funcionários do Legislativo sofrerão aumento.
RELATÓRIO SUGERE INDICIAR DEZ Não houve punição aos parlamentares, apenas para petistas e lobistas
C
onheça o perfil dos principais nomes envolvidos com a compra de dossiê Vedoin: Gedimar Passos – agente da Polícia Federal aposentado. Trabalhava na campanha à reeleição de Lula. Ele e Valdebran Padilha foram presos com o dinheiro que supostamente compraria o dossiê. Valdebran Padilha – ex-filiado ao PT, foi preso com Gedimar Passos. Oswaldo Bargas – ex-secretário do Ministério do Trabalho. Responsável pelo capítulo de trabalho e emprego do programa de governo da campanha à reeleição de Lula. Ele e Jorge Lorenzetti teriam participado de negociações com a revista "IstoÉ" para a compra do dossiê. Foi expulso do partido após o episódio. Jorge Lorenzetti – chefiava o núcleo de informações e inteligência da campanha à reeleição de Lula. Em depoimento à PF, admitiu ter interesse no dossiê, mas que recusou pagar por ele. Lorenzetti enviou Expedito Veloso e Gedimar Passos a Cuiabá para analisar os documentos. Foi expulso do partido após o episódio.
Hamilton Lacerda – ex-coordenador de comunicação da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) ao governo de São Paulo. Segundo Lorenzetti, o dossiê seria entregue a ele. Esteve no hotel onde Gedimar e Vandebran foram presos. É suspeito de ter entregado o dinheiro que seria usado nas negociações. Foi expulso do partido após o episódio. Expedito Veloso – ex-diretor de gestão de risco do Banco do Brasil. Licenciou-se do cargo para trabalhar na campanha de Lula. É quem foi à Cuiabá analisar a veracidade dos documentos contra políticos tucanos junto com Gedimar Passos. Também foi expulso pela direção nacional do PT após o episódio. Acusados de lobby ilegal no Ministério da Saúde Abel Pereira – empresário acusado de intermediar licitações do Ministério da Saúde na época em que Barjas Negri (PSDB) era ministro, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Foi citado pelo funcionário da Planam, Ronildo Medeiros, como intermediário que recebia proprina por unidade de ambulância li-
citada no esquema. Seu advogado nega as acusações. José Airton Cirilo – deputado federal eleito pelo Ceará. Teria intermediado a liberação de emendas do Orçamento para a Planam na gestão de Humberto Costa (PT) no Ministério da Saúde. Raimundo Lacerda – Teria atuado na liberação de emendas do Orçamento para a Planam na gestão de Humberto Costa (PT) no Ministério da Saúde em troca de "comissão" paga pela empresa. José Caubi Diniz - teria atuado no Ministério da Saúde para liberação de emendas da Planam em troca de "comissão" paga pela empresa. Segundo o sócio da Planam, Luiz Antônio Vedoin, a aproximação com José Caubi Diniz, Raimundo Lacerda e José Airton Cirilo começou em março de 2003. Na ocasião, Caubi disse que sabia das dificuldades que a empresa estava tendo para receber pelos veículos entregues a municípios e disse que poderia resolver a questão por intermédio de José Airton, que teria chancelado a indicação de Humberto Costa ao Ministério da Saúde. (ABr)
ELEIÇÃO O fato se repetiu nas eleições de 2006 no Estado do Ceará: Tasso Jereissati apoiou a candidatura de Cid Gomes (PSB), irmão de Ciro, ao governo estadual, embora o governador Lúcio Alcântara fosse o candidato à reeleição do PSDB. Tasso já foi acusado pelo deputado tucano Jutahy Jr. de traidor.
NO PÁREO
O PMDB está disposto a abrir mão de candidatura própria à presidência da Câmara para apoiar o candidato dos aliados, seja ele Arlindo Chinaglia ou Aldo Rebelo. Os peemedebistas não desejam criar problema para Lula na fase de montagem do ministério.
Ciro Gomes é o virtual candidato do PSB à presidência em 2010. Apesar disso, Ciro é ministeriável. Ele tanto pode ser indicado para voltar ao Ministério da Integração Nacional como pode ser escolhido para a pasta da Saúde. Ciro, no entanto, diz que deseja exercer o mandato de deputado.
PARTIDOS
BRAÇO-DE-FERRO
Uma frente de deputados suprapartidários quer promover um almoço ou jantar para lançar a candidatura de Aldo Rebelo. Assim, os deputados atenderiam a um apelo de Lula, que já se revelou favorável ao candidato do PCdoB. Aldo atende aos interesses do governo.
José Serra e Geraldo Alckmin vão travar um duelo na Câmara, quando dois deputados do PSDB vão brigar pela liderança do partido. Antonio Carlos Pannunzio é serrista de carteirinha, enquanto Sílvio Torres é alckmista. Os dois querem liderar a bancada.
APOIO
Berzoini: presidente licenciado do PT não figura na lista de indiciamento sugerida pelo relatório.
CRISE A declaração de Tasso Jereissati de que poderá apoiar a candidatura presidencial de Ciro Gomes em 2010 continua repercutindo no PSDB. Os tucanos acham que Tasso errou ao falar sobre apoio a Ciro porque o PSDB terá candidato próprio à sucessão de Lula.
DIVISÃO Lula não quer que Aldo Rebelo se transforme no candidato da oposição. Dirigentes do PFL e PSDB já declararam que, se o PT insistir na candidatura de Arlindo Chinaglia, os dois partidos apoiariam Aldo. O que Lula não deseja é que Aldo vire refém dos opositores.
REPETECO Na campanha presidencial de 2002, Tasso Jereissati abandonou a candidatura tucana de José Serra para apoiar a de Ciro Gomes. O episódio alcançou repercussão nos partidos. O argumento que Tasso tem usado para justificar seu comportamento é que
VISITA Lula está armando viagem a Cuba com dois objetivos: visitar Fidel Castro, que estaria em fase terminal, e para participar das festividades do 48º aniversário da revolução na ilha. Em janeiro, Lula vai à Nicarágua para a posse de Daniel Ortega na presidência.
PACOTE O pacote de medidas econômicas será exposto aos dirigentes dos partidos que participam do governo de coalizão, em reunião marcada para a próxima quarta-feira. O governo confia no pacote e admite que, através dele, o País pode alcançar o índice de 5% de crescimento em 2007.
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Imóveis Empresas Nacional Finanças
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CEF PODERÁ ELEVAR CARTEIRA DE EMPRÉSTIMOS
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milhões de reais é o teto de faturamento anual para uma empresa poder ingressar no Supersimples
CORTE DE R$ 12 BILHÕES EM TRIBUTOS - CONSTRUÇÃO CIVIL VAI PAGAR MENOS COFINS - CAIXA ECONÔMICA FEDERAL TERÁ CAPITAL AUMENTADO EM R$ 5,2 BILHÕES - EIS AS BONDADES ESTUDADAS EM BRASÍLIA.
GOVERNO ADIA "MALDADES" NO PACOTE
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s medidas econômicas que o governo espera anunciar na próxima quinta-feira praticamente não terão "maldades". Regras para conter o aumento dos gastos com a saúde e o salário mínimo, que faziam parte do pacote em elaboração, tendem a ficar de fora num primeiro momento, admitiram ontem os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Paulo Bernardo. Das "maldades" inicialmente propostas, só continua a regra para reajuste dos funcionários públicos. A idéia é que a correção passe a ser conforme a inflação (IPCA ou INPC), mais um aumento real de 1,5%. Mas os fatos mostram que essa regra será de difícil implementação. Mantega se disse "surpreso" com o aumento de quase 100% que o Congresso concedeu a si mesmo. Presente – Assim, o pacote caminha para ser um presente de Natal, com cortes de tributos para os investimentos, a construção civil e as microempresas, num total de R$ 12 bilhões. Ficará faltando um sinal de como o governo manterá o Orçamento equilibrado, uma vez que estará abrindo mão de arrecadação. "De forma bastante tranqüila e bastante robusta, o governo vai controlar seus gastos", afirmou a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma
Rousseff, que vem coordenando a preparação das medidas. Nos bastidores, Dilma fez oposição a todas as propostas de corte nas despesas ou de regras permanentes que desacelerassem o crescimento dos gastos. Ela advoga que o equilíbrio orçamentário deve ser feito com melhorias administrativas e cortes pontuais nas despesas. Mínimo – Mantega disse que "não necessariamente" a regra para reajuste do salário mínimo ficará de fora. Bernardo, porém, afirmou que o governo quer discutir melhor essa regra com as centrais sindicais, o que quer dizer que dificilmente será anunciada na próxima semana. Da mesma forma, a lei fixando critérios para reajuste das verbas da saúde ficará para depois. Bernardo disse que é preciso discutir essa proposta com estados e municípios, pois a norma se aplica também a essas esferas de governo. Ele previu que a proposta fique pronta no primeiro semestre do próximo ano. Mesmo com o adiamento das "maldades", Mantega insistiu que o governo terá um programa fiscal de longo prazo. "Não é arrocho, não é redução, mas é limite para gastos", disse. "Vamos mostrar à sociedade que as contas públicas são sustentáveis no longo prazo", afirmou. "Só as-
sim", disse ele, "será possível aumentar os investimentos". O papel secundário reservado à contenção das despesas ficou evidente na declaração do presidente Lula a respeito do pacote. "Queremos apresentar uma política de desoneração dos investimentos e um conjunto de obras de infra-estrutura que permita que as pessoas sintam que há uma relação entre os investimentos públicos e os da iniciativa privada", disse Lula, sem mencionar nenhuma palavra sobre contenção de despesas. Bondade – Mantega anunciou ontem uma nova "bondade" para a construção civil. O governo prorrogou o prazo pelo qual as empresas do setor poderão permanecer na sistemática antiga (regime cumulativo) de recolhimento da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Em tese, elas precisariam passar para o regime novo, não cumulativo, o que representaria um aumento na carga tributária do setor. O ministro confirmou, ainda, que o governo fará um aporte de capital de R$ 5,2 bilhões na Caixa Econômica Federal para permitir que a instituição eleve a carteira de empréstimos em R$ 2,4 bilhões. O objetivo é facilitar o financiamento de obras de saneamento básico. (AE)
BNDES investe menos no social
O
s desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a área social, na gestão do presidente Lula, são menores, em termos percentuais, do que os realizados nos quatro últimos anos de mandato do expresidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O levantamento, feito pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), com dados do BNDES, mostra que, entre 1999 e 2002, o banco destinou uma média anual de 5,38% do total de financiamentos para empreendimentos sociais. De 2003 até outubro deste ano, o valor caiu para 3,62%. "Um banco de desenvolvimento não pode se limitar a financiamentos por conta, exclusivamente, do retorno financeiro", afirma o pesquisador do Ibase Carlos Tautz. De acordo com ele, o BNDES trata a área social como se fosse uma "externalidade". Apesar de, em valores absolutos, os financiamentos sociais na era Lula (média anual de R$ 1,427 bilhão) serem um pouco maiores do que no período de Fernando Henrique (média de R$ 1,38 bilhão), os
1,427 bilhão de reais é a média anual de investimentos do BNDES na área social no primeiro mandato do presidente Lula, segundo o Ibase. números de desempenho do banco nesse setor, nos últimos quatro anos, são "percentuais periféricos", pois não fazem parte do foco da estatal, na avaliação do pesquisador. Mudanças — De acordo com o BNDES, a contabilização dos investimentos sociais passou por modificações. Por isso, o diretor da Área Social da instituição, Élvio Gaspar, não concorda com a comparação feita pelo Ibase. Ele afirma que, em meados de 1996, os desembolsos para o pequeno agricultor eram enquadrados como investimentos sociais, o que não ocorre mais. "Este ano vai ser o melhor da área social do
banco. Aprovamos R$ 3,3 bilhões para esse fim", diz. O diretor também nega que o banco esteja focado apenas no lucro. Como prova, diz que a taxa de juros cobrada pela instituição (TJLP) saiu de 9,75% no fim de 2004 para 6,85% atualmente, "o menor patamar da história do banco". Além disso, acrescenta que, entre os anos de 1998 e 1999, a taxa bruta de remuneração do banco (spread) era de 6% a 7%, índice hoje em 1,4%. O BNDES também não privilegia investimentos que podem se tornar um instrumento social, afirma Tautz, do Ibase. Segundo o estudo, as duas regiões mais carentes do País, a Norte e a Nordeste, não receberam investimentos na mesma proporção do crescimento das participações em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) nacional. A expansão, de acordo com o estudo, foi possível por causa de programas sociais do governo Lula. Na avaliação do pesquisador do Ibase, o BNDES está atualmente "desconectado" da política social do governo federal, que tem posto a região Nordeste do País como uma das prioridades. (AE)
Salu Parante/Ag. Câmara
Lula aproveita cerimônia de assinatura da Lei Geral para defender crescimento da economia do País
SUPERSIMPLES Lula assina lei da microempresa presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a cerimônia de sanção da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, ontem, para falar novamente da necessidade de se destravar o Brasil para que possa competir em igualdade de condições com países como os Estados Unidos e o Japão, com as nações da Europa e com as grandes economias emergentes da China, Índia e Rússia. Com a nova lei, poderão ser enquadradas como microempresas as que faturarem até R$ 240 mil por ano. Antes, o teto era de R$ 120 mil. E, como pequenas empresas, as que tiverem faturamento anual de até R$ 2,4 milhões, ante os atuais R$ 1,2 milhão. "Essa lei vai melhorar a vida das médias e pequenas empresas no Brasil, vai facilitar a vida, vai diminuir a economia informal", disse Lula, durante uma tumultuada entrevista logo depois da cerimônia. Lula disse que é necessário
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Nós estamos dispostos a destravar o País, quebrar as cercas, abrir todas as cancelas. Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República continuar criando mecanismos para que o País continue a ser destravado. "O Brasil perdeu oportunidades históricas nos séculos 20 e 19. Nós estamos competindo não apenas com economias consolidadas como os EUA, Europa e Japão, mas com economias emergentes, que estão oferecendo mais facilidade para a atividade empresarial do que o Brasil", afirmou o presidente. "Precisamos é modernizar o País para poder facilitar a vida das pessoas que querem investir para gerar
um monte de trabalho." No discurso que fez durante a cerimônia de sanção da lei, Lula afirmou que o empresário só vai investir no Brasil se tiver a certeza de que não será pego de surpresa por alguma regulação não prevista. "Nós estamos dispostos a destravar o País, quebrar as cercas, abrir todas as cancelas", disse o presidente. Lula também criticou os empresários da construção civil, que previram crescimento de 2,4% para o setor neste ano. "Vai crescer mais", afirmou o presidente. Mas elogiou o Congresso. Disse que é lá que as coisas devem ser discutidas até a exaustão. Lembrou que nos últimos dias o Congresso votou um salário mínimo "de forma responsável" – na verdade, votou a previsão de aumento do mínimo no Orçamento da União, elevando-o de R$ 350 para R$ 375 –, o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. (AE)
Brasil deve crescer 2,8%, diz Cepal
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Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) cortou ontem de 4% para 2,8% sua projeção para o crescimento da economia brasileira neste ano. Para 2007, a estimativa é de um crescimento da ordem de 3,5%. Por outro lado, o órgão regional da Organização das Nações Unidas (ONU) elevou o prognóstico de expansão da América Latina e do Caribe neste ano, de cerca de 5% para 5,3%. Para 2007, entretanto, a previsão é de 4,7%. "Para 2006, estima-se um crescimento econômico de 5,3%, o que significa que a América Latina e o Caribe registrarão, pelo terceiro ano consecutivo, uma taxa superior a 4%", afirmou a Cepal em
relatório divulgado ontem. "A região volta a mostrar um desempenho favorável em comparação com o ocorrido nos anos anteriores, mas inferior ao de outras regiões em desenvolvimento", acrescentou o órgão em seu "Balanço preliminar das economias da América Latina e Caribe em 2006". Na América Latina, os crescimentos, neste ano, serão liderados pela Venezuela e República Dominicana, com uma expansão de cerca de 10% cada um, seguidos por Argentina, com crescimento de 8,5%. Além do corte na projeção de crescimento do Brasil, a Cepal também reduziu a estimativa de avanço do Chile, de 5,6% para 4,4%. Já a expectativa para o México, este ano, teve uma
elevação de 4% para 4,8%. Desaceleração – A projeção de crescimento menor para a América Latina no próximo ano, de 4,7%, reflete a esperada desaceleração da economia mundial, de acordo com o relatório da Cepal. "Para o próximo ano, se espera uma ligeira desaceleração do crescimento e é projetado um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) regional da ordem de 4,7%, o que permitirá que o PIB por habitante da região acumule aumento da ordem de 15% no período de 2003 a 2007, o que equivale a quase 2,8% por ano", afirmou o órgão. Segundo as estimativas da Cepal, no próximo ano, o México crescerá 3,8% e a Argentina, 7,5%. (Reuters)
Mínimo: valor será definido na terça-feira
tem, os ministros do Trabalho, Luiz Marinho, e da Previdência Social, Nelson Machado, se reuniram com os dirigentes sindicais, mas não foram discutidos valores. "Nós pretendemos apresentar uma proposta concreta que busque fechar uma negociação e crie as condições para que o Orçamento seja aprovado pelo Congresso já incorporando esse processo de nego-
ciação", disse Marinho. O ministro afirmou que o valor de R$ 375, aprovado esta semana pela Comissão Mista de Orçamento do Congresso, não foi acordado com o governo. "Não tem acordo nenhum sobre o valor do salário mínimo. Não tenho conhecimento de que o governo tenha liberado o relator do Orçamento (senador Valdir Raupp) para aprová-lo", disse Marinho. (AE)
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overno e centrais sindicais querem fechar um acordo na próxima terça-feira sobre o novo valor do salário mínimo, que entra em vigor em abril do próximo ano. On-
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Congresso Planalto Estados CPI
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Walter Camparato/Abr
LEMBO: AJUDA AO MST
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Governador de Minas ganha carta branca de deputados para alterar cargos e salários do governo.
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A gente fica de joelhos diante do Executivo Deputado estadual Ricardo Duarte (PT)
LEI ALTERA ADMINISTRAÇÃO EM MINAS
AÉCIO: NOVO CHOQUE DE GESTÃO
Assembléia Legislativa de Minas Ger a i s a p ro v o u n a terça-feira o projeto que delega ao governador reeleito de Minas, Aécio Neves (PSDB), poderes para elaborar leis destinadas a mudar a estrutura da administração direta e indireta do governo. A resolução abre caminho para Aécio implementar uma nova reforma administrativa. O texto aprovado autoriza o governador a criar, incorporar, transferir, extinguir e alterar órgãos públicos da administração direta. Ele poderá também modificar a estrutura orgânica de entidades da administração indireta. A proposta permite ainda a extinção de cargos de comissão e de confiança de órgãos e entidades do Executivo, além da alteração de gratificações e vencimentos. Também permite o remanejamento de secretarias e superintendências, e novo organograma de órgãos e
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autarquias mineiros. O texto, porém, não abrange as empresas públicas e as sociedades de economia mista integrantes da administração indireta. Durante a tramitação do projeto na Comissão de Constituição e Justiça, uma emenda foi incluída na proposta inicial impedindo que alterações na estrutura da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e na Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). A proposta tramitou em regime de urgência e será enviada imediatamente ao Executivo. A intenção é que as leis sejam editadas até 31 de janeiro do próximo ano. Ajustes – Aécio disse recentemente que a medida permitirá "alguns ajustes" necessários reforma estabelecida no início de 2003. O secretário de Planejamento e Gestão, Antonio Anastasia, já adiantou que o novo conjunto de medidas busca construir as bases admi-
Plenos poderes: governador vai mudar estrutura da administração.
nistrativas necessárias para a criação da "segunda geração do choque de gestão" do governo mineiro. Anastasia procurou tranqüilizar os funcionários efetivos ou de carreira, afirmando que não haverá qualquer alteração em relação a eles. Mas deixou claro que "os cargos comissionados têm de ser reestruturados". De acordo com o governo mineiro, existem atualmente no Estado 3.859 cargos em comissão na administração direta e 3.411 na indireta.Porém, há especulações de que a nova reforma poderá levar ao aumento dos salários de secretários e subsecretários,
que foram reduzidos no início do atual governo. O líder da oposição na Assembléia, deputado Ricardo Duarte (PT), criticou a aprovação do projeto, que classificou como "absurdo". "Essa medida passa por cima do Legislativo e a gente fica de joelhos diante do Executivo", disse o petista. Segundo ele, no início de seu primeiro mandato, Aécio editou 62 leis que não passaram pela análise da Assembléia. "Os servidores já foram chamuscados pelo primeiro choque de gestão e agora vem o segundo." Mesmo assim, a oposição não conseguiu impedir a aprovação do projeto. (AE)
governador de São Paulo, Claudio Lembo (PFL), prometeu ontem ajudar os trabalhadores semterra a desenvolver projetos de escolas e centros esportivos dentro dos acampamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais SemTerra (MST). "Isso eu creio que a gente vai conseguir fazer", afirmou o governador, após reunião com um grupo de dirigentes do MST. A reunião foi na sede da Secretaria Estadual de Justiça. Lembo afirmou que apenas uma parte das reivindicações apresentadas pelo grupo na reunião, que durou cerca de duas horas, poderá ser atendida, pois muitas ações dependem da Justiça. Após a reunião, os integrantes do movimento mandaram um recado ao governador eleito de São
Paulo, José Serra (PSDB): o MST não vai dar trégua porque "ninguém pode brincar com a cara dos agricultores". Segundo Valmir Rodrigues, que é membro da direção do MST paulista, Serra não tem intenção de investir na reforma agrária no Estado. Ele diz que já percebeu isso pelo tom das entrevistas do futuro governador sobre o assunto. "Nosso movimento promete que vai ter muita luta no ano que vem contra essa política de dizer que a reforma agrária é muito cara e vai fazer muitas ocupações de terra", disse Rodrigues. Nas críticas de Rodrigues, sobrou até para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Não vamos poupar nem o Lula nem o Serra na nossa jornada de luta", afirmou. Apesar do tom agressivo de Rodrigues, Lembo classificou o encontro de"boa reunião".
VOLTA POR CIMA
O
presidente do Sebrae, Paulo Okamoto, voltou a ganhar força no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele passou por um período de baixa, por causa das suspeitas de lavagem de dinheiro ao pagar uma dívida de R$ 29 mil de Lula com o PT. Durante a cerimônia de sanção da Lei Geral das Microempresas, ontem, Okamoto se sentou ao lado
de Lula e fez um discurso comemorando a nova lei. Lula, por sua vez, homenageou o amigo, dizendo que não agüentava mais as suas "chatices." "Quando o Okamoto me encontrava, em vez de lhe dizer bom dia, perguntava pela tramitação do projeto de lei no Congresso". Okamoto vai ficar no cargo de presidente do Sebrae por mais dois anos. (AE)
sexta-feira, sábado e domingo, 15, 16 e 17 de dezembro de 2006
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s bancos sofreram ontem uma derrota no Supremo Tribunal Federal (STF). O plenário do STF concluiu que os juízes de primeira instância podem decidir caso a caso processos que questionem a taxa de juros aplicada nos contratos assinados entre as instituições financeiras e seus clientes. O entendimento foi firmado durante o julgamento de um recurso do procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, que pedia esclarecimentos sobre uma decisão, tomada em junho pelo tribunal, na qual o STF reconheceu que as relações de consumo de natureza bancária ou financeira também são protegidas pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC).
Nacional Empresas Finanças Imóveis
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7 Com base no Código de Defesa do Consumidor, juízes poderão decidir sobre juros bancários.
DECISÃO É FAVORÁVEL AO CONSUMIDOR
BANCOS SÃO VENCIDOS EM JULGAMENTO NO STF Supremo conclui que juízes de primeira instância podem decidir sobre juros bancários ao consumidor No segmento bancário havia a expectativa de que o STF deixasse claro que os juízes de primeira instância não podiam, com base no Código, fixar ou alterar taxas de juros nos contratos com os clientes. No entanto, isso não ocorreu. Os ministros não fizeram restrições ao uso do CDC nessas ações dos consumidores. Mas o STF esclareceu que as decisões se aplicam a cada pro-
DISTRITAL MOOCA
cesso. Os juízes podem considerar uma determinada taxa abusiva ou excessivamente onerosa – e determinar sua alteração – mas não podem estabelecer taxas a serem cobradas por todo o sistema financeiro. A discussão sobre a aplicação do CDC às relações bancárias tramita há mais de quatro anos no Supremo, desde que a Confederação Nacional do Sistema Financeiro (Consif)
entrou com ação contestando a aplicação do Código de Defesa do Consumidor nas relações entre bancos e clientes. O primeiro julgamento sobre a questão, concluído em junho passado, terminou em 9 votos a 2 contra os bancos. Na ocasião, o Supremo Tribunal entendeu que o Código pode ser usado para contestar relações de natureza bancária e financeira.
CMN fortalecido – O relator da ação no STF, ministro Eros Grau, garantiu, após o julgamento de ontem, que o Conselho Monetário Nacional (CMN) continuará a formular a política monetária do Brasil. "É difícil imaginar que a formulação da política monetária nacional seja transferida do Conselho Monetário para autoridade de defesa do consumidor ou para juízes. Certa-
mente isso não vai acontecer", disse o ministro. Ele afirmou que durante o julgamento de ontem se estabeleceu um consenso sobre a aplicação do CDC às operações bancárias. "Ficou muito claro que a discussão a respeito de cada caso terá de ser feita em cada caso", reiterou Eros Grau. O relator ressaltou que os juízes podem analisar ações que contestam taxas de operações bancárias para verificar se há onerosidade excessiva ou abuso, por exemplo. Entretanto, ele explicou que, na decisão de junho do STF, já tinha ficado claro, por exemplo, que cabe ao CMN estabelecer as diretrizes de política monetária do País e ao Comitê de Política Monetária (Copom) fixar a taxa básica de juros, a Selic. (AE)
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LAZER - 1
Fotos: Luludi/LUZ
Os jovens músicos entre 16 e 25 anos que integram a orquestra formada na favela: bolsa-auxílio, dignidade resgatada e conseqüente quebra no ciclo de miserabilidade
LÁGRIMAS, AÇÃO. HELIÓPOLIS É UMA SINFONIA. Q
uando retornou para São Na mesma hora concordou em tocar Em concerto, Paulo, no início de 2004, com eles, abrindo mão do cachê". Os dois concertos de Cohen com a depois de dez anos Arnaldo Sinfônica foram organizados pela como diretor da Cohen e 65 Orquestra Sinfônica Brasileira e da Associação Comercial de São Paulo, com apoio da Companhia Brasileira de da Petrobras, no Rio de jovens Orquestra Alumínio (CBA), do empresário Janeiro, o maestro paulistano Antonio Ermírio. O presidente da Roberto Tibiriçá foi convidado a talentos conhecer o trabalho do Instituto Associação Comercial, Guilherme Afif
Sérgio Roveri
Cohen ao piano (alto) e o maestro Roberto Tibiriçá: talento na direção artística da orquestra
Silvio Baccarelli: criador do instituto
Domingos, e o empresário Antonio Baccarelli, na favela de Heliópolis, Ermírio empenharam-se pessoalmente onde começava a ganhar corpo uma na divulgação e venda dos ingressos pequena orquestra formada apenas para o concerto de amanhã (16) – toda por jovens carentes. O que viu ali, a renda será destinada ao Instituto recorda hoje o maestro de 52 anos, Baccarelli, que em breve dará início à inicialmente o levou às lágrimas – e construção de uma nova sede, com depois à ação. No mesmo dia, um capacidade para 4 mil alunos. "Será Tibiriçá extremamente emocionado aceitou assumir a direção artística da uma das maiores escolas de música da América Latina", diz Tibiriçá. "Também orquestra que levava o nome da iremos oferecer cursos de balé, criados comunidade, a Sinfônica Heliópolis. pela bailarina Ana Botafogo, e de artes Desde aquele dia, várias ondas de cênicas, com o diretor José Possi Neto". emoção banharam o pódio do O Instituto Baccarelli foi criado maestro, entre elas a visita do regente pelo maestro Silvio Baccarelli, 75 indiano Zubin Mehta ao Instituto anos, comovido Baccarelli, no ano com um incêndio passado, ou a que destruiu parte comovente da Favela participação dos Heliópolis em jovens músicos no 1996. "Quando vi, espetáculo teatral pela televisão, a Acorda Brasil!, imagem dos escrito pelo Afif Domingos (dir.), barracos sendo empresário presidente da ACSP, com destruídos pelas Antonio Ermírio de Cohen e o maestro Baccarelli chamas, eu senti Moraes, e encenado durante o primeiro semestre que precisava fazer alguma coisa por aquela comunidade", diz o deste ano no Teatro do Shopping Frei maestro. "Pensei principalmente nas Caneca. Amanhã à noite, sábado (16), crianças. Elas precisavam encontrar, no suntuoso palco do Teatro naquele ambiente tão precário, um Municipal, Tibiriçá irá protagonizar pouco de esperança de dias mais um desses momentos melhores". especialíssimos em sua carreira: O Instituto começou a trabalhar, regidos por ele, os 65 jovens músicos inicialmente, com um grupo de 36 da Sinfônica Heliópolis irão acompanhar o pianista Arnaldo Cohen crianças e jovens. Hoje são cerca de 500 – distribuídos entre a Sinfônica em um concorrido concerto beneficente. Cohen, que chegou terça- Heliópolis, a Orquestra da Manhã (aulas de iniciação musical) e o Coral da feira de Indiana, nos Estados Unidos, especialmente para este compromisso, Gente. "Mesmo que eles não dêem prosseguimento a uma carreira de irá executar peças de Dvorák e músicos profissionais, a auto-estima Mendelssohn. O mesmo programa destes jovens já melhorou muito aqui", será apresentado no dia 22, no Teatro diz Baccarelli. "A favela é um gueto. Municipal do Rio de Janeiro, também Quando você abre uma janela para com a participação dos garotos de que eles abandonem este gueto e Heliópolis. vislumbrem um mundo novo, tudo "A idéia destas apresentações muda na vida deles". nasceu em maio, em Belo Horizonte, No caso específico dos 65 jovens quando participei, ao lado de Arnaldo músicos entre 16 e 25 anos que Cohen, de uma série de concertos de integram a Sinfônica, a janela aberta Beethoven", diz Tibiriçá. "Mostrei a ele pelo maestro já trouxe resultados o DVD de uma apresentação da financeiros: eles recebem, para tocar, Sinfônica Heliópolis e ele se encantou.
uma bolsa-auxílio que varia de R$ 500 a R$ 700 por mês. "Em muitos casos, estes jovens já são o maior salário da casa", diz. "A música ajudou a quebrar um ciclo de miserabilidade na vida deles". Arnaldo Cohen (piano) e a Sinfônica Heliópolis, Teatro Municipal de São Paulo, Praça Ramos de Azevedo, s/n°, tel.: (11) 3222-8698. Amanhã, sábado (16), às 21h. Ingressos a R$ 150.
Quando você abre uma janela para que abandonem o gueto e vislumbrem um mundo novo, tudo muda na vida deles. Silvio Baccarelli
Mais sobre Arnaldo Cohen, solista da Sinfônica Heliópolis. Na página 2.
ORQUESTRA ACORDES PÃO DE AÇÚCAR NO MOSTEIRO Programa de Natal, com obras de Bach, Corelli e Vivaldi. Mosteiro de São Bento. Largo de São Bento, s/nº. Tel.: (11) 3328-9799. Quarta (20). Ao meio-dia. Grátis.
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BC CRIA NOVO TIPO DE TRANSFERÊNCIA
mil pessoas devem ser contratadas para trabalhar na Embraer no próximo ano
TAXA DE RISCO BRASILEIRA RECUOU PARA 203 PONTOS-BASE E IBOVESPA SE APROXIMOU DE 44 MIL PONTOS
RISCO E BOVESPA BATEM RECORDES
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cenário e x t e r n o positivo e a falta de notícias internas negativas favorecem o recuo da taxa de risco brasileira. Ontem o indicador, medido pelo índice Emb i + d o b a n c o J . P. M o rg a n estava em 203 pontos-base no fechamento dos negócios no mercado brasileiro, depois de ter operado em 202 pontos no meio da tarde. Esses são os níveis mais baixos já registrados. Na quarta-feira, a taxa de risco já havia alcançado um piso histórico, de 206 pontos. A diminuição do risco do País acentuou o clima de otimismo nos mercados, que já é visto há alguns dias. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subiu e voltou a bater recorde de pontuação. As bolsas de valores em Nova York também operaram em alta firme o dia todo. Nesta sexta-feira será divulgado um indicador importante da economia americana, o Índice de Preços ao Consumidor de novembro.
Ibovespa — Aos poucos, o mercado de ações brasileiro vai cumprindo suas previsões de um forte movimento de fim de ano. O Ibovespa, principal referência da bolsa paulista, bateu ontem o segundo recorde de pontuação da semana e já se aproxima dos 44 mil pontos. O indicador subiu 1,09%, para 43.754 pontos. Com esse resultado, passou a acumular altas de 4,35% em dezembro e de 30,79% desde o início do ano. O movimento financeiro ficou em R$ 3,439 bilhões. Em Nova York, o Índice Dow Jones avançou 0,81%, para 12.416 pontos, e a Nasdaq teve alta de 0,88%, para 2.453 pontos. Operadores do mercado acionário comentam que, com o cenário externo mais calmo, as perspectivas da economia brasileira ganham espaço na bolsa paulista. E o cenário é amplamente favorável, com tendência de queda de juros, inflação sob controle e crescimento econômico maior em 2007 do que em 2006. (AE)
Embraer contrata e investe
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aumento da produção de aviões pela Embraer exigirá a contratação de até 4 mil pessoas em 2007, ano em que a fabricante prevê investimentos de US$ 500 milhões. Desde a privatização, em dezembro de 1 9 9 4 , a e m p re s a i n v e s t i u US$ 2,6 bilhões. A expectativa é de que, nos próximos cinco anos, os recursos injetados sejam da mesma ordem, segundo o presidente-executivo da companhia, Maurício Botelho. As fontes da verba ainda não estão definidas, mas a equação financeira para o próximo ano está fechada. Botelho mencionou a captação de US$ 400 mi-
lhões em bônus feita pela empresa em outubro. Segundo ele, a demanda foi 10 vezes maior que o valor da oferta inicial, de US$ 300 milhões. O executivo ressaltou que a Embraer está mais preparada para acessar os mercados para captar recursos, caso necessário, após a pulverização do capital, em março deste ano. Neste ano a fabricante está superando a rival canadense Bombardier em receita e entregas na aviação comercial, segundo Botelho. Ele espera entregar 135 jatos neste ano. Para 2007, o número subirá para 165 aeronaves, passando para 205, em 2008. (Reuters)
Ações da TIM têm alta
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s ações da TIM Participações, segunda maior operadora de telefonia móvel do País, tiveram fortes altas no pregão de ontem da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Especulações de que a empresa pode ser vendida para a mexicana América Móvil favoreceram os negócios com os papéis. As ações ordinárias (com direito a voto) subiram 6,08%, para R$ 7,49 por unidade, enquanto as preferenciais (sem direito a voto) valorizaram-se 3,59%, negociadas no fechamento a R$ 12,20 a unidade. A bolsa subiu ontem 1,09%.
A edição de ontem do jornal Folha de S. Paulo informou, tendo como base fontes na Europa próximas à matriz Telecom Italia, que a América Móvil, do bilionário mexicano Carlos Slim, elevou a oferta pela TIM de US$ 8 bilhões para um total de US$ 10 bilhões. A Telecom Italia se recusou a comentar, e a América Móvil, que no Brasil é dona da Claro, não se pronunciou a respeito. Em novembro, a Telecom Italia afirmou que estava estudando propostas pela unidade brasileira. Na época, a companhia não revelou quem havia feito a oferta. (Reuters)
Lumi Zunica/AE - 21/07/2006
Gabrielli anunciou os investimentos da estatal para 2007
Petrobras fará investimentos de R$ 47 bilhões
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Estados Unidos –A PetroPetrobras prevê inv e s t i m e n t o s d e bras quer entrar no mercado R$ 47,45 bilhões em de distribuição dos Estados 2007 no Brasil e no exterior, o Unidos, com postos de abasequivalente a 22% dos R$ 218 tecimento que tenham a banbilhões destinados a todas as deira da companhia, marca atividades da companhia BR. "Estamos investindo nos próximos cinco anos, pe- US$ 2 bilhões nos Estados ríodo de vigência do Plano Unidos para duplicar a capade Negócios da Petrobras pa- cidade de produção da nossa ra o qüinqüênio 2007 - 2011. refinaria de Pasadena", disse Os recursos para investimen- o diretor da área internacioto em 2007 serão R$ 15 milhões nal, Nestor Cerveró, explisuperiores ao total investido cando que a presença da emem 2006, e abaixo do volume presa no setor nos EUA poderá se dar in ic ia lm en te por meio da previsto. aquisição de A área de uma rede de Exploração e postos de ouProdução fit r a c o m p acará com a nhia. maior fatia: bilhões de reais é "A nossa R $ 2 3 , 4 6 b io quanto a Petrobras marca já está lhões; a de pretende investir presente em A b a s t e c icinco países mento, com na área de da América outros R$ 9,8 exploração e Latina: Cobilhões; Gás e Energia, com produção de petróleo lômbia, Bolívia, ArgentiR $ 7 , 0 6 b ino próximo ano na, Paraguai lhões; e ativie Uruguai. E dade de Distribuição, com R$ 4,6 bilhões. queremos estender nossa Os números foram divulga- presença aos Estados Unidos dos na noite da última quar- e à Europa" acrescentou. Gabrielli admitiu na quarta-feira pelo presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, ta-feira à noite que o Brasil fee confirmados no documen- chará 2006 com uma produto Petrobras: Perspectivas ção média de petróleo abaixo para 2007 e Principais Reali- do volume que consome. Ele disse que o Brasil vem zações em 2006. O documento indica que o produzindo, nos últimos volume de investimentos ga- meses, um volume superior rantirá uma produção média ao 1,85 milhão de barris por diária de petróleo e gás natu- dia que consome, mas atraral de 2,2 milhões de barris. sos em algumas plataforIncluindo a produção dos mas adiaram em dois meses campos no exterior, o núme- o fechamento de uma méro chegará à média diária de dia anual superior ao consumo do País. (Agências) 2,5 milhões de barris.
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CONTA SALÁRIO Novas regras do BC
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salário do trabalhador terá de ser transferido do banco usado pelo empregador para a instituição financeira escolhida pelo empregado, sem custos e incidência de impostos, no mesmo dia do pagamento. A regulamentação foi divulgada ontem pelo Banco Central (BC) e se refere às transferências de conta salário, que serão obrigatórias para novos contratos de trabalho a partir de janeiro. Além disso, o BC estabeleceu que os bancos têm até 90 minutos para completarem uma TED (Transferência Eletrônica Disponível). Ambas as medidas têm como objetivo melhorar o sistema de pagamentos, reduzindo custos e agilizando as operações. Para as contas salário, independentemente do mecanismo usado para a transferência do crédito, a operação terá de ser feita até as 12h do dia de depósito por parte da empresa pagadora. A partir de 2007, o funcionário de empresas que têm convênios com bancos para o pagamento de salários poderá escolher de qual instituição quer ser cliente. No caso da TED, que não possui limite de valores — embora, na prática, os bancos estimulem o uso para transferências superiores a R$ 5 mil —, a
nova regra vale a partir do próximo dia 2 de fevereiro. O banco do cliente que está fazendo a TED terá até 30 minutos para enviá-la ao banco do receptor do crédito. Este, por sua vez, terá mais até 60 minutos para concretizá-la. Até então, os bancos tinham até a meia-noite para finalizar a operação. TEC — O BC anunciou ainda a criação de mais um mecanismo de mudança de recursos, a Transferência Especial de Crédito (TEC), que também será eletrônica e terá limite de R$ 5 mil por operação. Sua principal característica é a possibilidade de, com apenas uma ordem, o cliente fazer diversos pagamentos para diferentes receptores. Os principais beneficiários serão as empresas que, por exemplo, poderão fazer pagamentos de dividendos a seus acionistas com uma única ordem. "A TEC servirá para melhorar a eficiência do sistema de pagamento", disse o diretoradjunto do Departamento de Operações Bancárias e Sistema de Pagamentos do BC, Luiz Fernando Maciel. O novo instrumento poderá ser usado por pessoas físicas e, para Maciel, não estará enterrando o Documento de Crédito (DOC), que também tem limite de R$ 5 mil. "Isso dependerá das tarifas dos bancos." (AG)
Livro explica Basiléia 2
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fim de mostrar que o Acordo de Basiléia 2, conjunto de regras para gerenciamento das operações bancárias mundiais, não é um "bicho de sete cabeças", o diretor da BDO Trevisan para o sistema financeiro, Marcelo Peppe, está lançando o livro "Novo Acordo de Basiléia 2". De acordo com o autor, o acordo garantiu mais solidez e segurança ao sistema financeiro internacional, permitindo interligação mais efetiva entre
as instituições financeiras. Criado em 1988, o acordo de Basiléia teve como foco a internacionalização do sistema bancário. Após dez anos em vigor, uma revisão do modelo foi proposta, com grande destaque para o desenvolvimento de mecanismos para gestão dos riscos bancários, principalmente a relação entre capital total, risco de crédito, risco de mercado e o risco operacional das instituições. Davi Franzon
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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sexta-feira, sábado e domingo, 15, 16 e 17 de dezembro de 2006
CONCERTO Performance do pianista Arnaldo Cohen, coral, CD raro com obras de Carlos Gomes Lululi/LUZ
PÉ COM PÉ
Palavra Cantada solta a voz no palco. E grava DVD
POESIA LÚDICA NO PALCO REPERTÓRIO Trecho de ópera, peça para piano e sinfonia. Com a Heliópolis
Rita Alves Fotos: Divulgação
A
Sinfônica Heliópolis contempla três compositores célebres: Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791, acima); Felix Mendelssohn (1809-1847) e Antonín Dvorák (18411904, abaixo). De Mozart, interpreta a abertura da ópera A Flauta Mágica, a mais popular do compositor austríaco. Certa vez, o gênio da ciência Albert Einstein, que tocava violino por hobby, comentou: "Não podemos desprezar a espécie humana sabendo que Mozart foi um homem". Provavelmente o mais prodigioso músico de todos os tempos, Mozart escreveu 626 obras (catalogadas). A última é o famoso Requiem. Na mesma época em que o compunha, concluia a A Flauta Mágica, comovente ode à fraternidade. O pianista Arnaldo Cohen sola o Concerto para Piano e Orquestra Nº 1, Op. 25, em Sol Menor, do alemão Mendelssohn, apresentada pela primeira vez em 1826. É uma escritura de inspiração romântica, que exige tremenda habilidade do executante (o compositor foi um pianista formidável e escreveu a maioria de suas peças a partir dos recursos oferecidos pelo piano). O cellista Pablo Casals assim definia Mendelssohn: "Foi um romântico que se sentiu à vontade dentro da fôrma do classicismo". Sim, ele preservou, em sua imensa e consistente obra, as premissas da escola clássica, principalmente quanto à harmonia. Para encerrar o concerto, a Sinfônica de Heliópolis reservou a Sinfonia Nº 8 em Sol Maior, Op. 88, do checo Dvorák. O obsessivo Brahms (que destruiu obras e obras de autoria dele por achá-las medíocres), considerado o gênio máximo da "música pura", sentenciou: "Quem me dera ter uma única das idéias brilhantes que ocorrem a Dvorák a cada minuto". Além de Brahms, outros mestres, como Stravinsky, eram apaixonados pela exuberância das melodias de Dvorák, presentes em suas 9 sinfonias. (MMJ)
Arnaldo Cohen é o solista de duas apresentações da jovem sinfônica
Cohen e Heliópolis. Um dever cumprido
A
Sérgio Roveri
o terminar o primeiro ensaio do Concerto Para Piano n° 1 em Sol Menor, de Mendelssohn, acompanhado pela Sinfônica Heliópolis, na manhã de quarta-feira, no auditório do Masp, o pianista Arnaldo Cohen levantou-se da banqueta e, ainda com a mão direita apoiada no piano Yamaha negro, deu um veredicto que estampou um sorriso no rosto de cada um dos 65 jovens músicos da orquestra: "Vocês estão de parabéns. A música tem a função de juntar, de aperfeiçoar e de dar dignidade à vida. Desejo que este seja o início de uma longa trajetória na carreira de cada um de vocês". Recém-chegado de Nova York, onde executou, domingo à noite no Town Hall, um recital coberto de elogios pela crítica do jornal The New York Times, Cohen, carioca de 58 anos, é o solista de duas apresentações da jovem sinfônica - amanhã no Municipal de São Paulo e sexta-feira, dia 22, no Municipal do Rio. Abriu mão de seu cachê de concertista internacional pelo prazer de se fazer acompanhar pelos músicos de Heliópolis. O programa da noite de amanhã, formado pela abertura da ópera A Flauta Mágica, de Mozart, o concerto de Mendelssohn e a Oitava Sinfonia, de Dvorák, foi escolhido em conjunto entre Cohen e o maestro Roberto Tibiriçá, que irá reger a apresentação. "Es-
ta peça de Mendelssohn é leve, dinâmica e jovem. Tem tudo a ver com o espírito desses músicos", disse Cohen, radicado há dois anos nos Estados Unidos, onde é catedrático na Universidade de Indiana. "Posso dizer que tenho dois empregos fixos, o de professor e o de concertista". Antes mesmo de ouvir ao vivo o primeiro acorde da Sinfônica Heliópolis - ele conheceu a orquestra por meio de uma gravação apresentada por Tibiriçá, em maio último - Cohen já revelou que apresentar-se ao lado dos jovens músicos recrutados na favela Heliópolis era, antes de mais nada, um dever para ele. "Isso aqui é mais do que uma simples orquestra, é mais do que um empreendimento isolado. Isto aqui é um exemplo para o País", disse. "Eu tenho a obrigação de fazer parte deste concerto. É um presente que vocês estão me dando. Nós tivemos, há quatro anos, a expectativa de que o governo iria resgatar a nossa dignidade, mas quem está fazendo isso são vocês". Antes de deixar o auditório do Masp, Cohen confidenciou ao maestro Tibiriçá que havia, além da música, um outro motivo a explicar seu bom humor e seu redobrado ânimo: ele tinha, finalmente, conseguido deixar de fumar. E, ao contrário do que costuma ocorrer com a maioria das pessoas na mesma situação, ainda perdera peso.
CD
Carlos Gomes: quatro canções
Jóias do clássico brasileiro
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Orquestra de Câmara Paulista nasceu em berço de ouro. Entenda-se aqui o seguinte: foi na Universidade Livre de Música, em 1995, que o maestro e compositor Aylton Escobar sugeriu ao colega Branco Bernardes que criasse um grupo de câmara que se dedicasse, principalmente, à pesquisa de música erudita brasileira. O grupo foi montado. Às cordas foram acrescentados sopros e percussão. Mais de dez anos depois, esse conjunto afinadíssimo, e ainda pouco conhecido do público, apesar de apresentar-se em espaços alternativos como o Centro Cultural Banco do Brasil, lança um
CD-documento em que resgata composições que vão do padre José Maurício Nunes Garcia (1967-1830) a Carlos Gomes (1836-1896) e Alberto Nepomuceno (1864-1920). O CD será apresentado na quarta (20), em sarau musical na nova Livraria Cultura, instalada no Shopping Market Place. Pesquisa - Todo o trabalho de levantamento do material para compor o CD foi realizado por Branco Bernardes, visando reproduzir o ambiente dos encontros literários e musicais do final do século 19 (por isso o nome do disco: Sarau Brazil). Livraria Cultura. Market Place. Quarta (20), 18h30. Contato com a orquestra: (11) 3129-5833.
O
s fãs da Palavra Cantada que questionavam à dupla Sandra Peres e Paulo Tatit sobre o DVD Pé com Pé já têm boas notícias. A gravação da performance acontece neste fim de semana no Auditório Ibirapuera, local que agradou a dupla. Sandra diz que o DVD e a escolha do auditório unem dois sonhos. "O lugar é lindo! E o Parque do Ibirapuera é um local bem paulistano". Ela também esclarece que o projeto só foi possível graças ao Natura Musical, programa de patrocínio cultural da Natura. No palco, além de Sandra e Paulo, estarão os percurssionistas Ari Colares, Adriano Busko, Marina Pittier, Julia Pittier, Daniel Ayres e Estevão Marques responsáveis pelo som pulsante de Pé com Pé. Os instrumentos percussivos dos músicos farão parte do cenário que lembrará uma cozinha, em remissão ao segundo CD do álbum duplo chamado Pé na Cozinha, que traz canções instrumentais que dão destaque à base instrumental rítmica. O público do Auditório Ibirapuera deve ser bem misto. Sandra conta que desde o início crianças e adultos já faziam parte da platéia. "Muitos educadores utilizam nossas canções nas escolas. Com isso, os pais acabam conhecendo, ouvindo as músicas e participando do show junto com os filhos. Temos uma legião de fãs adultos". E é na companhia dos adultos que as crianças também ouvem o programa Siricutico, transmitido diariamente pela Rádio Eldorado FM. O programa da Palavra Encantada pode ser ouvido às 12h15 e 17h40, horário em que as crianças estão a caminho da escola ou voltando. "Sempre quisemos fazer rádio e depois de algumas tentativas, conseguimos", diz Tatit. Para a apresentação do fim de semana, os dois revelam que algumas surpresas estão reservadas para o público. Parcerias e performances estão entre elas. No palco, também estarão Nayara, de 14 anos, e Bebel, de cinco, que fizeram parte do CD Pé com Pé. A dupla que antes da Palavra Cantada nunca tinha trabalhado com o público infantil, hoje não esconde a satisfação. "O mais gostoso é a resposta instantânea das crianças. Elas cantam de imediato a nossa música e se interessam pela história", diz Tatit. "Nossa música faz parte do ambiente familiar, tanto que muitas
Sandra Peres e Paulo Tatit embalam canções que agradam pais e filhos
A dupla da Palavra Cantada divide o palco com jovens percussionistas. O som do álbum Pé com Pé contagia o público.
pessoas nos tratam como se fossemos velhos conhecidos delas. São respostas emotivas". Sandra fala que o grande prazer é a troca que a criança oferece. "O espetáculo que nós assistimos de cima do palco é bastante emocionante. Os olhares, as expressões, a comunhão entre pais e filhos são comoventes". Mas quem
está ansioso pelo DVD terá que esperar até o próximo ano. Sandra revela até o mês de abril Pé com Pé ao Vivo seja lançado. Auditório Ibirapuera. Parque do Ibirapuera, portão 2. Tel.: (11) 5908-4299. Sexta (15), 18h. Sábado (16) e domingo (17), 17h. Ingresso: R$ 30.
Depois de dois anos de excursão pelo Brasil, a Palavra Cantada sobe ao palco do Auditório Ibirapuera para a gravação do DVD ao vivo
CORALUSP E SINFÔNICA DO EXÉRCITO BRASILEIRO Interpretam Händel, sob a batuta de Benito Juarez. No Teatro Sérgio Cardoso. Rua Rui Barbosa, 153. Telefone: (11) 3288-0136. Domingo (17), às 16h. Entrada franca.
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Estados Planalto Congresso CPI
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PARLAMENTARES VÃO GANHAR QUASE O DOBRO
Essa decisão (de aumento salarial) esbofeteia o trabalhador. Heloísa Helena (PSol)
SUPERSALÁRIOS: ESSA CONTA É NOSSA! A partir de fevereiro os parlamentares passarão a receber o mesmo salário que os ministros do STF. Só na Câmara, o impacto será superior a R$ 150 milhões.
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eputados e senadores decidiram ontem quase que dobrar os próprios salários e ainda tomaram providências para assegurar reajustes automáticos para si mesmos. A partir de 1º de fevereiro, quando começa o novo mandato, os parlamentares, que hoje recebem R$ 12,85 mil, passarão a ganhar R$ 24,5 mil – o mesmo que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), teto oficial para os vencimentos de todo o funcionalismo público. Na Câmara, a estimativa é que esse super aumento salarial cause um impacto de R$ 157 milhões nos cofres públicos. A conta deve ir para o bolso do contribuinte, embora o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), garanta que essa diferença será absorvida pelo corte de gastos nas duas Casas. Câmara e Senado têm um orçamento previsto de R$ 3,2 bilhões Senado – apenas com a assinatura dos integrantes da direção para o ano que vem. das duas Casas. Esse ato deverá ser publicado na próxima Mais do que aumentar seus próprios salários, os semana e porá fim ao repasse congressistas resolveram vincular as remunerações às dos automático do reajuste dos deputados aos salários dos juízes do STF. Assim, sempre que houver elevação do teto, os funcionários, apesar da resistência do Senado em acabar vencimentos dos parlamentares subirão de imediato. com essa vinculação. Realizadas, habitualmente, a cada ano, essas correções são Também pré-candidato a presidente da Câmara, o líder do propostas pelo Supremo por meio de projetos de lei que governo na Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), ficou a favor do passam pelo crivo do Congresso. No momento, espera pela aumento. Para defender o reajuste, os parlamentares alegam votação um texto enviado pela presidente do Supremo, que o salário atual não permite o bom exercício do mandato e ministra Ellen Gracie, sugerindo a elevação do limite máximo lembram que estavam sem aumento há quatro anos. Os para R$ 25,7 mil. "Continuaremos legislando em nosso favor", parlamentares elevaram os salários, pela última vez, em ironizou o líder do PSol na Câmara, Chico Alencar (RJ), que 2003, quando os vencimentos subiram de R$ 8 mil Ed Ferreira / AE votou contra o projeto. As mudanças foram sugeridas pelos presidentes do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Aldo Rebelo, précandidatos à reeleição. Submetidas a consulta durante uma reunião, as modificações receberam o apoio de 19 deputados e cinco senadores num grupo seleto integrado por integrantes das Mesas Diretoras das duas Casas e líderes de bancadas. Ficaram contra o acréscimo apenas três líderes: Chico Alencar, na Câmara, a do PSol no Senado, Heloísa Helena (AL), presidente nacional do partido, e o do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS). A ampliação definida ontem não precisará passar por votação no plenário. Um decreto legislativo de 2002 permite o reajuste salarial até o teto por ato conjunto das Renan Calheiros e Aldo Rebelo, candidatos à reeleição no Senado e na Câmara, foram os autores da idéia. Mesas da Câmara e do
para R$ 12,85 mil, o equivalente ao salário dos ministros do STF na época. "Não somos menos do que os ministros do Supremo", disse o líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), afirmando que era hipocrisia ficar contra o reajuste. Heloísa reagiu à proposta: "Essa é uma decisão que esbofeteia o trabalhador. Enquanto o Congresso dá um aumento mixuruca para o salário mínimo, engorda seus próprios salários em mais de 90%." Outros integrantes do PSol, como Chico Alencar, defenderam um índice que fosse a média dos reajustes concedidos aos servidores públicos, o que daria 17% de aumento. Fontana sugeriu a reposição da inflação dos últimos quatro anos: 28,4%. Não obteve, porém, o apoio da líder do partido no Senado, Ideli Salvatti (SC), que argumentou preferir dar aval à decisão da maioria. "Foi uma reunião sumária. Renan não permitiu que discutíssemos um reajuste menor", reclamou Chico Alencar. Rebelo afirmou que o reajuste do salário virá acompanhado de cortes nos gastos da Câmara. De acordo com ele, foram feitas, em 2006, reduções de despesa da ordem de R$ 130 milhões para custear as despesas com o aumento. Rebelo extinguiu a verba de publicidade de R$ 10 milhões, economizou R$ 40 milhões cortando cerca de mil cargos preenchidos sem concurso público, cortou 40% das horas extras dos funcionários, diminuiu a verba para reforma dos apartamentos funcionais e desistiu da construção do Anexo V, que seria para a ampliação dos gabinetes. Renan Calheiros, no entanto, não falou sobre onde serão efetuados os cortes de custos. Os orçamentos da Câmara e do Senado são iguais. Na Câmara, o aumento de R$ 157 milhões inclui as despesas com os subsídios dos deputados, aposentados, pensionistas e contribuição patronal para a Previdência Social. 'Greve' – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, considerou excessivo o aumento. Ele disse ter sido pego de surpresa com a decisão, e avisou que o governo não está disposto a conceder verba adicional, caso os gastos do Legislativo com esse reajuste ultrapassem o seu orçamento próprio. Mantega explicou que o salário de ministros (R$ 8.580) e do presidente da República (R$ 8.885,48) estão congelados há 8 anos, e acrescentou que não defende a extensão do aumento a ministros e ao presidente da República. "Não defendo o aumento. Me parece que para nós, ministros, seria excessivo ter um salário dessa magnitude. Mas até que eu gostasse muito de receber esse salário. Qualquer dia, faço uma greve para aumentar o meu salário", brincou. (Agências)
EFEITO CASCATA COMEÇA EM SP stima-se que o efeito cascata do reajuste de salário para deputados federais e senadores nas Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais custará R$ 174 milhões ao País, e começou por São Paulo. A Assembléia Legislativa paulista elevará o salário-base dos 94 parlamentares dos atuais R$ 9.635,40 para R$ 18.374,70. Isso sem considerar as gratificações, que engordam em R$ 2.250,00 o contracheque do parlamentar todo mês. O deputado estadual pode receber até 75% do salário do federal. O limite para a remu-
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neração dos vereadores depende do tamanho da cidade e varia de 20% do subsídio do deputado estadual, em município de até dez mil habitantes, até 75% dos ordenados dos estaduais, em cidades com população acima de 500 mil moradores. Com o vencimento de R$ 24,5 mil dos deputados e senadores, o deputado estadual poderá receber um salário de até R$ 18,38 mil. O vereador de São Paulo, por exemplo, poderá ter uma remuneração de R$ 13,78 mil. "O aumento de salário de parlamentares deveria ser rea-
justado de acordo com o índice de inflação no ano. Sou contra esse altíssimo valor", disse o vereador paulistano, João Antonio (PT). O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deverá fechar o ano com uma variação de 3,7%. O vereador Gilson Barreto (PSDB) também alegou ser contrário ao aumento de salário, mas... "Sou contra por conta da atual situação do país, mas não vou rejeitar o reajuste. E não seria hipócrita em afirmar que doaria a diferença do salário. Doação eu já faço no dia-a-dia", comentou Barreto. O presidente da Assem-
bléia, deputado Rodrigo Garcia (PFL), disse que o reajuste é automático e que não será necessário aprovar projeto de lei para que o aumento entre em vigor. O novo salário começa a valer já no próximo mês. "O aumento pressupõe o efeito cascata e São Paulo vai adotar esse reajuste. Foi o que decidimos com os líderes da Assembléia", explicou Garcia. Neste ano, saíram dos cofres públicos R$ 11,8 milhões para remunerar os deputados em São Paulo. Com o aumento, serão R$ 22,5 milhões em 2007. Desde 2003, os parlamentares paulistas não tinham aumento salarial. Economia – O presidente do Legislativo paulista disse que São Paulo não sofrerá muito com o reajuste porque a atual gestão promoveu um corte de gastos em 2006. "São Paulo vem realizando um esforço para economizar e otimizar os gastos. Neste ano, por exemplo, estamos devolvendo R$ 30 milhões ao Executivo", afirmou Garcia. Secretários – Após um pedido do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), a Mesa Diretora da Assembléia elaborou um projeto de lei para aumentar em 89% o salário dos secretários estaduais. A remuneração passaria dos atuais R$ 6.262 para R$ 11.885 - o que ganha um deputado estadual. O texto, que precisa ser votado neste ano, ainda não foi a plenário, mas deve ser aprovado porque tem apoio até mesmo da oposição. "Assim acaba aquela promiscuidade de colocar secretário para integrar conselhos de empresas públicas, ganhando jetons", disse o líder do PT, Ênio Tatto. (AE)
ALENCAR VAI PARA ANÍBAL, COBRAR CORTES É 'INSANIDADE'
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líder do PSol na Câmara, Chico Alencar (RJ), acredita que o aumento de quase 100% no salário dos parlamentares é o desgaste definitivo depois de uma legislatura marcada por escândalos. "Estamos nos distanciando 100% da percepção da sociedade quanto a nós como seus representantes", afirma. O deputado promete uma nova batalha: pelo cumprimento da promessa de corte de gastos para evitar impacto nos orçamentos da Câmara e Senado.
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deputado federal eleito José Aníbal (PSDBSP) criticou duramente o aumento salarial dos parlamentares da Câmara e Senado. "Isso me abateu profundamente. Achei que eles teriam o pudor de não mexer nos salários. Lamento profundamente e tenho a utópica esperança de que essa insanidade possa ser revista", reiterou. "Que autoridade moral e ética o parlamento terá para votar medidas que impliquem em cortes de despesas ou de desperdício?"
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
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milhões de unidades deverão ser vendidas pelas lojas populares neste ano, segundo a Abipp.
Paulo Pampolin/Hype
LOJAS POPULARES GARANTEM AS "LEMBRANCINHAS" DE NATAL Lojistas esperam um faturamento de R$ 11 bilhões para este ano
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migo secreto do trabalho, lista de presentes para o Natal ou simplesmente quinquilharias. As lojas de R$ 1,99 transformaram-se em uma boa pedida para quem não quer comprometer todo o 13º salário com as compras de final de ano. Apostando nisso, o setor de produtos populares espera um crescimento de 10% nas vendas de 2006 em relação ao ano passado, para fechar o ano com um faturamento da ordem de R$ 11 bilhões. A Associação Brasileira de Importadores de Produtos Populares (Abipp) estima que somente para o Natal sejam vendidos 40 milhões de unidades, ou seja 40% das vendas de importados do ano todo. No início do ano, o presidente da entidade, Gustavo Dedivitis, projetava algo em torno de 5%. "Mas, com o dólar mantendo-se baixo, podemos oferecer produtos mais sofisticados com os mesmos preços dos atuais", disse. Segundo ele, essa elevação no padrão dos produtos oferecidos no mercado a preços convidativos já está atraindo consumidores mais exigente das classes C e B. A população das classes D e E representa 75% do consumo do setor. Segundo a Abipp, o segmento vem crescendo, em média, entre 6% e 8% nos últimos cinco anos. Em 2005, o setor vendeu 140 milhões de unidade e faturou R$ 9 bilhões, em seus cerca de 55 mil pontos-de-ven-
das regularmente estabelecidos em todo País, que empregam cerca de 250 mil pessoas. Com os bons resultados de 2006, espera-se que o número de empregos no setor de produtos populares possa chegar a 350 mil trabalhadores com carteira assinada. No ano passado, o setor colocou no mercado cerca de 140 milhões de unidades. Em 2006, esse número deverá superar a casa dos 200 milhões. Selo – Desde maio último, os consumidores já podem
A Econômica: público variado
contar com as garantias do Selo Abipp, um certificado de que o produto adquirido é de uma empresa idônea, que recolhe impostos, e foi produzido em fábrica reconhecida e legalmente instalada. Os produtos mais procurados nessas lojas são utensílios domésticos (como pratos, copos, travessas, formas, etc.), artigos de decoração (quadros, porta-retratos), brinquedos e artigos pessoais. "Esse segmento varejista ajudou as classes mais pobres a se inserirem na grande massa de consumidores", disse Dedivitis. Lembrancinhas – Na loja A Econômica, no centro da ca-
pital, a produtora Roberta Bergamaschi procurava um presente para o amigo secreto do trabalho. "Venho sempre nesse tipo de loja. Adoro garimpar novidades, mas prefiro os artigos de decoração e para cozinha", disse. Já a advogada Viviane Alves de Siva, que dá uma "passadinha" na loja pelo menos três vezes por semana, afirmou que as lojas de R$ 1,99 são uma ótima solução para a lista de presentes de Natal. "Trabalho aqui perto e na hora do almoço venho conferir se há novos produtos. Na maioria das vezes, compro até objetos de que não preciso ou não vou usar, só pelo atrativo do preço. Desta vez, vou comprar as lembrancinhas de Natal", disse Viviane. Público de última hora – O gerente da Econômica, Marcos Ferreira da Silva, disse que as vendas ainda não atingiram as expectativas, apesar de um pequeno crescimento de 4%. "Esperamos um acréscimo de 10% em relação a 2005. O brasileiro deixa tudo para a última hora, ou seja, para a semana que antecede o Natal. Até lá, estaremos a todo o vapor", disse ele. Silva explicou que o tíquete médio de compras no período do Natal é de R$ 13, igual ao do Dia das Crianças. "Nosso perfil de clientes são as pessoas de baixa renda, mas temos um horário de pico, das 11h30 às 15 horas, em que o público freqüentador passa a ser os dos escritórios da região." Tatiana Vicentini
Paulo Pampolin/Hype
Roberta Bergamaschi prefere artigos de decoração e de cozinhas oferecidos pelas lojas populares
A consumidora Viviane Alves escolheu a loja A Econômica para escolher os presentes de Natal
EMPRESÁRIOS MAIS OTIMISTAS
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mpresários do varejo manifestaram otimismo moderado para o Natal, segundo pesquisa da Serasa divulgada ontem. Para 39% dos entrevistados no final de novembro, existe a expectativa de que o faturamento aumente em relação ao Natal de 2005, contra 37% que esperam estabilidade e 24% que projetam queda. No levantamento sobre volume de vendas físicas, o crescimento é esperado por 42% dos empresários, e a estabilidade, por 34%. De acordo com a companhia de análise de crédito, a perspectiva de aumento do faturamento dos entrevistados manteve-se praticamente estável ante estimativa de crescimento verificada no Dia das Crianças (40% dos empresários), após quedas sucessivas registradas desde a Páscoa (44%). No Dia das Mães, os otimistas eram 37%; no Dia dos Namorados, 35%; e, no Dia dos Pais, 32%; sempre em relação à mesma data de 2005. Já os empresários que acreditam em aumento das receitas no Natal 2006 esperam crescimento médio de 16,2%. Entre aqueles que estimam ampliação nas vendas físicas, o crescimento médio esperado é de 14,7%. No levantamento que ana-
lisou o porte das empresas, as mais otimistas foram as grandes companhias: 60% delas projetam uma melhora no faturamento. Em seguida, apareceram os empresários das médias (42%) e das pequenas empresas (37%). Regiões – Na pesquisa por regiões, os entrevistados do Norte do Brasil foram os que revelaram maior otimismo, com 56% do empresários do varejo confiantes em aumento do faturamento. Na seqüência, ficaram os do Nordeste e Centro-Oeste (44%), do Sudeste (43%) e, por último, do Sul, com apenas 27%. Segundo a Serasa, essa região sofre com a crise do agronegócio e com o real valorizado, que impõe dura concorrência com os produtos importados, que, no conjunto, pressionam a renda do consumidor local. Conforme análise da companhia, o Natal 2006, de forma geral, reúne melhores condições conjunturais para um desempenho superior ao da mesma data de 2005. Para a Serasa, o consumidor está mais confiante em 2006, o montante da oferta de crédito está superior e com taxas ligeiramente abaixo das praticadas em 2005 e a inadimplência está sob controle, "crescendo, porém,
num ritmo inferior ao aumento da oferta de crédito". A Pesquisa Serasa de Perspectiva Empresarial para o Natal 2006 considerou uma amostra de 1.020 empresas do varejo, representativas de todo o Brasil e segmentadas por porte e região. (AE)
Liminar pró-outdoor dá vitória à ACSP A 1ª vitória coletiva contra a lei que bane outdoors beneficia 32 mil associados da ACSP, que agora espera poder negociar com a Prefeitura. "Estamos de acordo com o espírito da lei Cidade Limpa, porque existe um tumulto de poluição visual em SP, que não é fruto da falta de legislação, e sim da falta de fiscalização", disse ontem o presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos. A Prefeitura avisou que vai recorrer. C 1 Ano 81 - Nº 22.274
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Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h55
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
Ailton de Freitas/Agência O Globo
Trenó da alegria no Congresso: salários dobrados Deputados e senadores decidiram ontem dobrar os seus próprios salários, de R$ 12,85 mil para R$ 24,5 mil, o mesmo que o dos ministros do STF. O efeito cascata do reajuste custará ao País R$ 174 milhões por ano. A conta deverá ir para o bolso do contribuinte, embora o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, garanta que a diferença será absorvida pelo corte de gastos.
E Lula conclui que seu antecessor não é mais FHC. É ele próprio. Lula com Renan e Aldo Rebelo, em cerimônia no Congresso: parlamentares fizeram acordo para salários Ed Ferreira/AE
"Agora, tenho de comparar o 2º mandato com meu 1º mandato", explicou Lula ao ser diplomado ontem. A voz foi embargando até silenciá-lo com soluço e lágrimas. Até Dilma Rousseff chorou. O diploma de Lula é uma obra de arte exposta na página 3
Luludi/LUZ
Sanguessugas a salvo. CPMI só propõe indiciar 'aloprados' Após 180 dias de investigações, relatório do senador Amir Lando (o da gargalhada) não incrimina nenhum parlamentar suspeito de integrar a máfia das ambulâncias. Só envolvidos no dossiê Vedoim foram citados. Página 4 Columbia Pictures/Divulgação
Pacote do governo vai adiar 'maldades' Lula deve anunciar corte de R$ 12 bi em tributos. Regra para conter gastos com salário mínimo fica para depois. E 6 HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 28º C. Mínima 20º C.
AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 29º C. Mínima 20º C.
Sinfonia da favela
A Sinfônica Heliópolis (foto) ocupa o palco do Teatro Municipal neste sábado para o concerto mais esperado da semana. Criada pelo Instituto Baccarelli e dirigida pelo maestro Roberto Tibiriçá, acompanha Arnaldo Cohen, um virtuose do piano.
James Bond está de volta
Estréia 007-Cassino Royale, com Daniel Craig no papel do agente mais famoso do cinema. Espere pancadaria!
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VISUAIS Exposição traz painéis de Marc Ferrez, que fotografou gente e paisagens de norte a sul do País
PANORAMAS DO BRASIL
Fotos: Reprodução
Acima, doca próxima ao mercado de Porto Alegre, c. 1895. Ao lado, vista dos arrecifes e porto do Recife, no alto do farol da Barra (c. 1875); abaixo, Negra da Bahia (c. 1884); a capa do livro e a cena em que aparece com os filhos
M
arc Ferrez, o mais prolífico fotógrafo brasileiro do século 19, registrou cenas da vida nacional, paisagens, pessoas, geografia e cotidiano com rara sensibilidade, além de apuro técnico incomum para a época. Os cerca de 5 mil trabalhos produzidos por ele pertencem desde 1998 ao Instituto Moreira Salles (IMS), dono de um acervo de mais de 300 mil fotos, produzidas por fotógrafos que contam a história iconográfica do Brasil. Entre eles, Militão Augusto de Azevedo, Guilherme Gaensly e Augusto Malta. Uma parte desse legado está na exposição O Brasil de Marc Ferrez, em cartaz simultaneamente e com ingresso grátis, na sede do instituto, em Higienópolis, na filial do shopping Frei Caneca e na galeria do Sesi, na Avenida Paulista, onde podem ser vistas as grandes ampliações. Ele nasceu (1843) e morreu (1923) no Rio de Janeiro, mas filho de pais franceses e órfão aos sete anos de idade, foi mandado à França para estudar até chegar à adolescência. No Brasil trabalhou como ajudante em uma tipografia e lá tomou gosto pela fotografia, orientado pelo alemão Franz Keller. Aos 21 anos, Ferrez abria seu primeiro estúdio próprio. Bom retratista, mas fotojornalista por vocação, vez ou outra recusava contratos comissionados de retratos da corte para sair em busca de paisagens que lhe dessem mais satisfação profissional. Interessava-se por detalhes técnicos, chegando a estudar física e química com objetivo de aprimorar o método fotográfico. A palavra tecnologia não estava em todas as conversas como hoje, mas Ferrez já era um viciado em novidades tecnológicas: informavase sobre as novas máquinas, apetrechos e acessórios e importava os equipamentos da Europa. A proverbial união do útil ao agradável ocorreu quando foi contratado como fotógrafo da Comissão Imperial e da Comissão Geológica do Império, especializando-se em vistas de florestas e cidades. O responsável pela conservação dos negativos e fotos originais é Gilberto Ferrez, neto do fotógrafo, e também pesquisador iconográfico. A exposição que agora exibe seu trabalho desenha a trajetória daquilo
Lúcia Helena de Camargo
Acima, Ferrez em 1876, em foto de autor não identificado. No alto, Jornaleiros (1899), no Rio
que passou por suas lentes: o País inteiro. Ele mostrou a Praça da Sé paulistana adornada por uma pacata igreja, Alagoas com seus pescadores, a Amazônia, o Piauí, além de interessantes vistas panorâmicas da cidade do Rio de Janeiro, desde sempre bela, mas nessa época ainda sem o Cristo Redentor, o bondinho do Pão de Açúcar e, claro, sem as favelas que hoje se agarram aos morros. As fotos da mostra estão organizadas de maneira cronológica, para facilitar o entendimento do visitante. A construção das principais estradas de ferro do País passaram por sua câmera, assim como o trabalho nas fazendas de café e cana-de-açúcar no interior paulista, a exploração dos minérios em Minas Gerais. Na área urbana, são famosas as imagens que registram o desenvolvimento com a captação de água e outras melhorias nas ruas da capital carioca. Pareciam encantá-lo também as grandes edificações e sinais de progresso humano, como pontes, viadutos e túneis. Outro tema recorrente são as cascatas. As quedas d’água proporcionam fantásticas visões. O registro preciso sempre inclui uma ou mais pessoas no quadro, recurso necessário à compreensão da escala. Tecnicamente irrepreensível, salta aos olhos um detalhe curioso: algumas fotos posadas por vezes soam engraçadas, como o autoretrato dele com seus filhos, todos envergando terno, chapéu e bengala, montados sobre rochas, com um
lago ao fundo, no Rio de Janeiro. Internacional - No ano passado, como parte dos eventos do Ano do Brasil na França, o IMS levou para o Museu Carnavalet, da Prefeitura de Paris, 150 fotos de Marc Ferrez. Conhecido no exterior, o fotógrafo carioca alastra sua fama para além do círculo acadêmico. Em agosto de 2003 foi inaugurada a Escola Municipal Marc Ferrez, no Alto da Boa Vista, próxima ao Parque Nacional da Tijuca. "Localização perfeita, já que dali o mestre realizou muitas de suas imagens antológicas", lembra Karp Vasques, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, que aponta ainda o alcance de sua popularidade, comparando-o a Sebastião Salgado, também mundialmente conhecido. Vasquez faz uma peculiar aferição: apenas esses dois fotógrafos brasileiros têm seus nomes no guia das palavras cruzadas. Quem quiser levar para a casa um naco desse precioso trabalho pode comprar o livro O Brasil de Marc Ferrez (320 páginas, R$ 126 se comprado pelo site www.ims.com.br ou R$ 140 na loja física). Com 160 imagens, não está ali todo o material da mostra, mas é uma compilação consistente. As fotos estão organizadas de maneira sistemática, com exemplos de cada aspecto da obra de Ferrez, dos retratos às paisagens, além de cronologia, biografia e ensaios sobre a produção do fotógrafo. Maria Inês Turazzi, pesquisadora do Museu Imperial, analisa a contribuição "panorâmica" de Ferrez, concluindo que suas fotografias são mais do que registros; formam "plataformas de observação dos detalhes de uma época ou de um lugar, onde podemos estabelecer relações e enxergar pormenores até então escondidos no horizonte." Galeria de Arte do Sesi Avenida Paulista, 1313 (estação Trianon Masp do metrô), telefone: (11) 3146-7405. De terça a sábado, das 10h às 20h; domingos, das 10h às 19h. Instituto Moreira Salles SP Rua Piauí, 844, 1º andar, Higienópolis, telefone: (11) 3825-2560. De terça a sexta, das 13h às 19h; sábados e domingos, das 13h às 18h. Galeria IMS - Shopping Frei Caneca, Rua Frei Caneca, 569, 3º piso, telefone: (11) 3255-8816. Diariamente, das 12h às 22h.
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Imóveis Tr i b u t o s Empresas Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
ROMBO NO BANCO SANTOS CHEGA A R$ 2,9 BI
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empresas fazem parte do pólo calçadista da cidade de Franca, no interior de São Paulo.
DESEMPENHO TAMBÉM FOI NEGATIVO EM VOLUME DE VENDAS. SETOR FECHOU POSTOS DE TRABALHO.
CALÇADOS DE FRANCA PERDEM RECEITA
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indústria calçadista de Franca, no interior de São Paulo, um dos principais pólos produtores do País, vai fechar o ano de 2006 com resultados negativos em vendas, faturamento e empregos. Segundo o Sindicato da Indústria de Calçados de Franca (Sindifranca), o número de funcionários do setor na cidade, que era de 29.188 em novembro de 2005, caiu 10,25%, para 26.196 no mês passado. A produção anual de pares de calçados deve fechar o ano com queda de 11,65%, de 27,9 milhões para 24,65 milhões. A maior redução até agora, de 23,3%, ocorreu no número de
pares exportados, de 7,18 milhões entre janeiro e outubro de 2005, para 5,51 milhões em igual período de 2006. O faturamento de exportação caiu 14,45% no intervalo. Já as vendas no mercado interno devem ter quedas menores, segundo os indicadores do Sindifranca, com redução prevista de 2,36%. A estimativa da entidade aponta para 19,13 milhões de pares comercializados no Brasil neste ano, ante 19,6 milhões no ano passado. Otimismo — A indústria calçadista de Franca tem 760 empresas e capacidade instalada de 37,2 milhões de pares, volumes que não foram alterados neste ano. Apesar do resul-
tado negativo em 2006, as perspectivas para 2007 são relativamente otimistas, de acordo com o Sindifranca, cujas indústrias devem diversificar as áreas de atuação. "Vamos redesenhar as estratégias comerciais nos mercados interno e internacional. Com a criação do Arranjo Produtivo Local, além de ampliar o quadro associativo, pretendemos reforçar esse conceito. Fortaleceremos, ainda, as micros e pequenas fábricas, os produtos femininos, esportivos e infantis", disse Jorge Donadelli, presidente do sindicato. "Mas não abriremos mão de ser a capital do sapato masculino", concluiu. (AE)
Nestlé: acordo com a Novartis
Nestlé, maior grupo de alimentos do mundo, está comprando o negócio de nutrição do grupo farmacêutico Novartis por US$ 2,5 bilhões, informaram ontem as companhias ao mercado. O acordo, que foi alvo de grande especulação, vai levar a Nestlé à posição de segunda maior do mundo no crescente nicho de fornecimento de alimentação especializada para pacientes de hospitais.
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"Vemos dois negócios muito complementares que acreditamos que, colocados juntos, vão gerar rápido crescimento para a companhia", afirmou o chefe do departamento de Relações com Investidores da Nestlé, Roddy Child-Villiers. A compra da unidade de nutrição ocorre depois de a Nestlé adquirir, por um total de US$ 600 milhões, a companhia de alimentos dos Estados Unidos Jenny Craig, que produz uma grande variedade de pro-
dutos e serviços, como programas de controle de peso. A Novartis declarou que os lucros com a venda de sua área de nutrição serão utilizados para fortalecer sua posição financeira, bem como fornecer flexibilidade estratégica adicional à companhia. A venda não inclui a Gerber, divisão de comidas para bebê. No fim dos negócios nas bolsas européias, as ações da Novartis e da Nestlé subiam 0,5% e 1,4%, respectivamente. (Reuters)
Newton Santos/Digna Imagem – 13/11/03
Banco Santos: credores podem não receber
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s credores do exbanqueiro Edemar Cid Ferreira, preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Guarulhos desde a última terça-feira, depois de ser condenado a 21 anos de reclusão, correm o risco de não receber um centavo dos créditos. Os bens indicados pela justiça estadual para o pagamento de parte do rombo de R$ 2,9 bilhões serão entregues, conforme decisão de outra instância judiciária, à União e ao Estado de São Paulo e não aos credores do banco. O leilão de sete imóveis, a entrega da mansão do Morumbi à Secretaria de Cultura de São Paulo (e sua transformação em museu) e a doação das obras a vários museus configuram o que juristas chamam de "conflito de competência" entre a justiça federal e a justiça estadual. A situação criou uma disputa entre as duas instâncias, o que exigirá agora arbitragem de câmara superior.
Edemar, quando ainda dirigia o banco: condenado a 21 anos.
O promotor de Justiça da área de falências Alberto Camiña prepara recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, para que a câmara judiciária decida quem pode dar destino aos bens: o juiz criminal federal ou o juiz de falência estadual. O assunto deve chegar ao STJ na próxima semana. Discussão — A favor da Promotoria de Falências está um inciso da Lei nº 9.613/98 sobre lavagem de dinheiro. O inciso 1º do artigo 7º dessa lei determina que, em caso de condenação penal, o condenado perde os bens para a União "ressalvados os direi-
tos de lesados e terceiros". "O dinheiro que pagou a construção da mansão e dos imóveis que vão a leilão e a compra das obras de arte tiveram origem no banco, são dos credores que depositaram o dinheiro na instituição. O dinheiro tem que voltar para eles", diz Camiña. A decisão do juiz federal só piora a situação dos credores. A estimativa é a de que todos os bens de Edemar pagam entre 5% e 10% da dívida. "O prejuízo dos credores era grande e com essa decisão vai ficar maior", disse um personagem envolvido, que não quis se identificar. (AE)
ATAS
SAINT-GOBAIN VIDROS S.A. CNPJ/MF nº 60.853.942/0001-44 - NIRE 35.300.031.211 Ata da 226ª Reunião do Conselho de Administração realizada em 05.12.06 Aos cinco dias do mês de dezembro de dois mil e seis, às 11:00 horas, na sede social, na Av. Santa Marina, 482, São Paulo, Capital, reuniu-se o Conselho de Administração da SAINT-GOBAIN VIDROS S.A., presentes os Conselheiros abaixo assinados. O Presidente do Conselho de Administração, Sr. Jean-Pierre Eugene Floris, deu início aos trabalhos, convidando a mim Vergílio Minutti Filho, para secretariá-lo. Dando início aos trabalhos, o Sr. Presidente declarou que o objetivo desta reunião consistia em tomar conhecimento e deliberar sobre a indicação do Sr. Laurent Sylvain Alain Guillot, francês, casado, portador do Passaporte nº 06AB45191, para o cargo de Diretor. Passando à votação, verificou-se haver sido aprovada, por unanimidade, tal indicação, tendo sido esclarecido que o Sr. Guillot somente tomará posse após as autoridades brasileiras concederem o visto de permanência definitiva no País. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente deu por encerrada a reunião, determinando a lavratura da presente ata, por todos lida, aceita e assinada. aa) Jean-Pierre Eugene Floris - Presidente - Secretário, Vergílio Minutti Filho, Francisco Sanches Neto, Denis Marie Simonin, Nicolas Yatzimirsky. Confere com o original. Vergílio Minutti Filho Secretário. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o número 326.636/06-7. Cristiane da Silva F.Corrêa - Secretária Geral.
Toledo do Brasil Indústria de Balanças Ltda.
EMPREENDIMENTOS SANTA HELENA AGRÍCOLA S/A
EDITAIS EMPRESA MUNICIPAL DE PROCESSAMENTO DE DADOS - EMPRO
ABERTURA DE LICITAÇÃO Tomada de Preços n º 001/2006 Contratação: de empresa especializada para execução do projeto de reforma das instalações da futura sede da EMPRO. Abertura: 10/01/2007, 09:30 horas. O Edital completo na sede da EMPRO, Av. Alberto Andaló, 3030 6º, S.J. Rio Preto - SP, ou site www.empro.com.br. São José do Rio Preto/SP de 14 dezembro de 2006. PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS - CONCORRÊNCIA PÚBLICA N° 006/2006 - PROCESSO N.º 14668/2006 - O PRESIDENTE DA COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÕES, no uso das atribuições que lhe confere a lei, torna público que será retificado o edital supracitado e a data de abertura das propostas, cujo objeto é a contratação de serviços de empresa especializada na área de informática para fornecimento de acesso “on-line” em “datacenter” a sistemas integrados de gestão pública pela internet, consultoria técnica para implantação dos sistemas, na conversão e migração de dados, customização de aplicativos e treinamentos de usuários nos sistemas, conforme especificações constantes nos anexos do presente edital para a Prefeitura Municipal de São Carlos, o Fundo Municipal de Saúde, a Fundação Pró-Memória, a Fundação Educacional de São Carlos e Progresso e Habitação de São Carlos, contemplando os seguintes sistemas de informação: Sistema tributário, Sistema de dívida ativa, Sistema financeiro, Sistema de compras e almoxarifado, Portal de acesso público, Sistema de gestão de pessoas, Sistema de gerenciamento de frotas, Sistema de controle de processos administrativos, Sistema de promoção social, Sistema de patrimônio, Sistema de segurança e de controle de acesso aos sistemas, Sistema de Saúde, Sistema de informações gerenciais – BI (Business Intelligence). – De modo que os itens : 03.02, 03.02.02, 03.02.03, 03.02.04., 05.01.08., 05.01.10.01., 05.01.12., 07.01., 07.01.01., 07.01.02., 07.01.03., 07.01.04., 07.01.05., 07.01.06., Anexo II, Item 1: 9, ANEXO VIII, vieram a ser retificados - Em conseqüência das alterações realizadas, prorrogase a data-limite para entrega das propostas e abertura do certame para às 10:00 horas do dia 01 de fevereiro de 2007. A íntegra das retificações se encontra disponível no site do Município – www.saocarlos.sp.gov.br e na Comissão Permanente de Licitações. - Ficam ratificados todos os demais termos do Edital e seus anexos, que não conflitarem com o presente. São Carlos, 14 de dezembro de 2006. – Paulo José de Almeida - Presidente da Comissão Permanente de Licitações.
C.N.P.J. 06.968.489/0001-76 - NIRE 35.219.391.318 Ata da Assembléia Geral Ordinária realizada em 28/04/2005 Data, hora e local: dia 28/04/2005, as 15:00 horas, na sede da Companhia, nesta Capital do Estado de São Paulo. Presenças: todos os sócios acionistas: 1) Hemava - Administração e Empreendimentos Ltda., empresa brasileira, com sede nesta Capital do Estado de São Paulo, devidamente inscrita no CNPJ-MF sob o n° 47.970.116/0001-17, com seus atos constitutivos e última alteração contratual devidamente arquivados na Junta Comercial do Estado de São Paulo sob os números 35.201.687.258 e 2.955/03-9, em sessões de 07/12/1981 e 21/01/2003, respectivamente, neste ato representada por seu administrador, Sr. Helio de Athayde Vasone, brasileiro, casado, empresário, portador da identidade RG SSP/SP n° 1.918.514, inscrito no CPF/MF n° 004.584.068-72, residente e domiciliado nesta Capital do Estado de São Paulo; e 2) F.M.A. - Participações e Empreendimentos Ltda., empresa brasileira com sede nesta Capital do Estado de São Paulo, devidamente inscrita no CNPJ-MF sob o n° 97.497.192/0001-25, com seus atos constitutivos e última alteração contratual devidamente arquivados na Junta Comercial do Estado de. São Paulo sob os números 35.216.698.323 e 2.954/03-5, em sessões de 30/01/2001 e 21/01/2003, respectivamente, neste ato representada :por seu Administrador Dr. Ruy Marco Antonio, brasileiro, casado, médico, portador da cédula de identidade RG SSP/SP n° 2.322.483, inscrito no CPF/MF n° 303.709.498-20, residente e domiciliado nesta Capital do Estado de São Paulo. Convocação: Pessoal, dispensada outras formalidades tendo em vista a presença da totalidade dos acionistas acima mencionada. Mesa dos Trabalhos: Hélio de Athayde Vasone, presidente e Ruy Marco Antonio, secretário. Ordem do Dia: A) Relatório da Administração, Balanço Patrimonial, Demonstrações Contábeis, e Notas Explicativas referentes ao exercício social encerrado em 31/12//2004. B) Destinação do Resultado do Exercício. C) Ratificação dos atos e resoluções praticados pela Diretoria. Deliberações tomadas dentro da ordem do dia, por decisão unânime dos presentes: A) Aprovados os relatórios e demonstrações contábeis relativos ao exercício de 2004 . Os mencionados documentos contábeis, deixaram de ser publicados em decorrência do patrimônio liquido da sociedade estar abaixo de R$ 1.000.000,00 ( Um milhão de Reais) , conforme dispositivos contidos na atual redação do artigo 294 da Lei 6404 de 15/12/1976. Em decorrência do exposto, os citados documentos serão devidamente registrados e arquivados, juntamente com a presente ata na Junta Comercial do Estado de São Paulo. B) Deliberada transferência a Crédito para a Conta de Lucros Acumulados da importância de R$ 9.496,92 (Nove mil, quatrocentos e noventa e seis reais e noventa e dois centavos) provenientes do resultado apurado no exercício de 2004 .C) Ratificados os atos e resoluções da Diretoria concernentes ao exercício de 2004. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, foi encerrada sessão com a lavratura da presente Ata de Assembléia Geral Ordinária, em 3 vias, que, após lida e aprovada por todos os presentes, segue assinada por todos. São Paulo, 28 de abril de 2005. Hélio de Athayde Vasone, Presidente da Assembléia e Ruy Marco Antonio, Secretário da Assembléia. Acionistas: 1) Hemava - Administração e Empreendimentos Ltda. - p.p. Hélio de Athayde Vasone; 2) F.M.A. - Participações e Empreendimentos Ltda. - p.p. Ruy Marco Antonio. Confere com o original, lavrado no livro próprio. Hélio de Athayde Vasone, Presidente da Assembléia e Ruy Marco Antonio, Secretário da Assembléia. Certidão: Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania - Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico o registro sob o número 197.246/05-9, em sessão de 05 de julho de 2005. Pedro Ivo Biancardi Barboza - Secretário Geral.
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CNPJ/MF nº 59.704.510/0001-92 - NIRE 35.2.0992368-6 Ata de Reunião de Sócios 1. Data, Hora e Local: 24 de novembro de 2006, às 10h00, na sede da Sociedade, localizada na Capital do Estado de São Paulo, na Rua do Manifesto nº 1.183, Ipiranga, CEP 04209-001. 2. Presença e Convocação: Dispensada a convocação, nos termos do art. 1.072, § 2º, do Código Civil, tendo em vista a presença de sócios representando a totalidade do capital social. 3. Ordem do Dia: Redução do capital social da Sociedade, no montante de R$ 1.058.399,37 (um milhão e cinqüenta e oito mil e trezentos e noventa e nove reais e trinta e sete centavos); cancelamento e extinção de 105.839.937 (cento e cinco milhões e oitocentas e trinta e nove mil novecentas e trinta e sete) quotas e restituição aos sócios do valor respectivo, mediante transferência do imóvel objeto da Matrícula nº 101.345, aberta em 17 de julho de 1981, do 11º Cartório de Registro de Imóveis da Capital do Estado de São Paulo. 4. Deliberações Tomadas por Unanimidade: Os sócios, tendo em vista não mais ser necessária a manutenção do imóvel abaixo descrito como local de desenvolvimento das atividades industriais da Sociedade, assim como o incremento dessas mesmas atividades em outro local, resolvem reduzir o capital social, nos termos do art. 1.082, II, do Código Civil, de R$ 9.603.279,00 (nove milhões e seiscentos e três mil e duzentos e setenta e nove reais) para R$ 8.544.879,63 (oito milhões e quinhentos e quarenta e quatro mil e oitocentos e setenta e nove reais e sessenta e três centavos), redução, portanto, de R$ 1.058.399,37 (um milhão e cinqüenta e oito mil e trezentos e noventa e nove reais e trinta e sete centavos), com o cancelamento e extinção de 105.839.937 (cento e cinco milhões e oitocentas e trinta e nove mil e novecentas e trinta e sete quotas) quotas, com valor nominal unitário de R$ 0,01 (um centavo), redução essa suportada na proporção da participação dos sócios no capital social. Referido imóvel é objeto da Matrícula nº 101.345, aberta em 17 de julho de 1981, do 11º Cartório de Registro de Imóveis da Capital do Estado de São Paulo, assim descrito: “Prédios industriais e seu terreno situados na Rua Galeno de Castro nº 730, antigo nº 441, antiga Rua Dois, Rua Alberto Kuhlmann, antiga Avenida Nações Unidas, antes Rua Um, Rua Moacyr Padilha, antiga Rua Doze, Rua Álvaro Gomes, antiga Rua Onze, na quadra 13, do Centro Industrial e Residencial de Jurubatuba, 29º Subdistrito Santo Amaro, com área de 9.164 m2, medindo 118,80m de frente para a Rua Alberto Kuhlmann, do lado direito de quem dessa rua olha para o terreno mede 51,49m onde confina e faz frente para a Rua Moacyr Padilha, do outro lado mede 51,10m onde confina com a Rua Álvaro Gomes, tendo nos fundos 111,40m onde confina e faz frente para a Rua Galeno de Castro, tendo as esquinas das Ruas Alberto Kuhlmann e Rua Galeno de Castro com a Rua Moacyr Padilha, formatos arredondados, em ângulos de 87° e 83°30’ e medindo 15,25m e 13m respectivamente, e as esquinas das Ruas Alberto Kuhlmann e Galeno de Castro com a Rua Álvaro Gomes, curvas de chanframento com desenvolvimento de 14,13m e 14,13m respectivamente. Contribuinte: 088-139-0004-1”. A titularidade do imóvel pela Sociedade está inscrita na Averbação nº 05 da Matrícula. De acordo com os registros dos livros comerciais da Sociedade, o atual valor contábil líquido do imóvel é de R$ 1.058.399,37 (um milhão e cinqüenta e oito mil e trezentos e noventa e nove reais e trinta e sete centavos), exato valor da redução de capital ora deliberada, dos quais R$ 751.117,03 (setecentos e cinqüenta e um mil e cento e dezessete reais e três centavos) referentes ao terreno e R$ 307.282,34 (trezentos e sete mil e duzentos e oitenta e dois reais e trinta e quatro centavos) referentes às edificações nele integradas. A presente ata e o competente instrumento de alteração que confira nova redação ao art. 5º do Contrato Social serão arquivados na Junta Comercial do Estado de São Paulo no prazo de 90 (noventa) dias contados da publicação desta no Diário Oficial do Estado de São Paulo, Caderno Empresarial, e no Diário do Comércio, na forma dos arts. 1.084, § 3º e 1.152, § 1º, do Código Civil. Em decorrência da redução de capital ora operada, os sócios passam a ser titulares do seguinte número de quotas representativas do capital social: Sócio - Nº de Quotas (antes da redução) - Nº de Quotas Canceladas - Nº de Quotas (após a redução): Espólio de Ricardo Eric Haegler - 576.196.740 - 63.503.961 - 512.692.779; Alex Harry Haegler - 48.016.395 - 5.291.997 - 42.724.398; Pedro Haegler 48.016.395 - 5.291.997 - 42.724.398; Paulo Eric Haegler - 96.032.790 - 10.583.994 - 85.448.796; Christina Beatrice Haegler - 96.032.790 - 10.583.994 - 85.448.796; Maya Adelina Haegler - 96.032.790 - 10.583.994 - 85.448.796; Total - 960.327.900 - 105.839.937 854.487.963. 5. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, foi lavrada a presente ata que, lida e achada conforme, foi por todos os sócios assinada. São Paulo, 24 de novembro de 2006. Ricardo Eric Haegler (Espólio) - p. Paulo Eric Haegler, inventariante; Alex Harry Haegler; Pedro Haegler; Paulo Eric Haegler; Christina Beatrice Haegler; Maya Adelina Haegler.
EXTRAVIO DE DOCUMENTOS CONSTRUTORA MELLO DE AZEVEDO LTDA
, inscrita no CNPJ nº 17.154.899/ 0001-08 e Inscrição Estadual nº 535.227.567.115, declara que foram extraviados os Talões de Notas Fiscais em branco Modelo 01 de nºs 001 a 100.
CONVOCAÇÃO
C idades ACSP ganha liminar pró-outdoors DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 15, 16 e 17 de dezembro de 2006
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A Associação está disposta a ajudar, a buscar um caminho viável para ambos os lados, resguardados os direitos constitucionais. Guilherme Afif Domingos, presidente da ACSP
Mais de 30 mil associados serão beneficiados pela medida judicial. Instituição quer abrir diálogo com a Prefeitura para discutir o projeto Cidade Limpa. Rejane Tamoto
Fotos: Agliberto Lima/DC - 01/12/200
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Associação Comercial de São Paulo (ACSP) conseguiu a primeira vitória coletiva na Justiça contra a lei 14.223, a Cidade Limpa, do prefeito Gilberto Kassab. Na tarde de ontem, o juiz Elias Junior de Aguiar Bezerra, da 2ª Vara da Fazenda Pública, deferiu uma liminar que suspende os efeitos de 10 artigos da lei, em favor dos mais de 32 mil associados da ACSP. A Prefeitura afirmou que vai recorrer da decisão. "Estamos cumprindo nosso papel de defesa dos interesses dos associados, dentro da lei. O que pretendemos, com essa medida judicial, é criar uma nova oportunidade de negociação com o Poder Executivo. Estamos de acordo com espírito da lei Cidade Limpa, porque realmente existe um tumulto de poluição visual em São Paulo. Mas a poluição visual não é fruto da falta de legislação e sim da falta Também foi suspenso o dispositivo que proibia a instalação de anúncios indicativos nas empenas cegas dos edifícios, como na foto acima de fiscalização. A Associação está disposta a ajudar, a buscar livre exercício de qualquer tra- sem retirados. "Mesmo o co- a multa seria reaplicada a cada comércio, porque proíbe todo o um caminho viável para ambos balho, ofício ou profissão, as- merciante regularizado e já re- 15 dias, a partir da primeira, até tipo de publicidade externa os lados, resguardados os direi- seguram a livre iniciativa e a li- g i s t r a d o n o C a d a s t r o d e a regularização ou remoção. (outdoors, frontlights, batos constitucionais", disse o pre- vre concorrência, bem como o Anúncios (Cadan) teria de reti- "Esta multa tem efeitos confis- cklights e painéis) a partir do dia sidente da ACSP, Guilherme que veda a exploração direta rar", disse Pedroso. A liminar catórios e foi anulada pela limi- 1º de janeiro, estabelece reduAfif Domingos. de atividade econômica pelo também derrubou o artigo 57, nar. Quem já está licenciado pe- ções drásticas dos anúncios inDireito –A Associação Co- Estado, salvo nas hipóteses de que previa a aplicação da lei aos la lei antiga não poderá ser mul- dicativos das fachadas dos estamercial havia entrado com um risco à segurança nacional ou comerciantes que já haviam da- tado", disse Pedroso. belecimentos e proíbe propamandado de segurança, com relevante interesse coletivo". Justiça - A lei Cidade Limpa ganda nas vitrines do comércio, do entrada aos pedidos de licenpedido de liminar, anteontem, foi aprovada em setembro pela a partir do dia 31 de março. Efeitos– Os efeitos da liminar ciamento de anúncios. sob a alegação de que a lei Ci- concedida à ACSP pela Justiça Outra entidade que se maniEm relação aos dispositivos Câmara e regulamentada no úldade Limpa é inconstitucional ontem se estendem a todos os que tratam do tamanho dos timo dia 6. Polêmica, a legisla- festa judicialmente contra a lei e fere o direito de seus associa- associados da entidade, inclusi- anúncios indicativos, que de- ção municipal é considerada ra- municipal é o Sindicato dos dos de preservar os atuais ve às empresas de mídia externa verão ser reduzidos com a lei dical por todo o segmento de Lojistas do Comércio de São anúncios publicitários, indica- filiadas. Cidade Limpa, a liminar pro- mídia exterior e também pelo Paulo (Sindilojas), que entrou tivos e especiais. "Este é o priUm dos artigos derrubados tege o direito adquirido. "A demeiro mandado de segurança pela liminar, o 18, proibia a co- cisão judicial protege, relativacoletivo, com pelocação de anún- mente às empresas associadas, dido de liminar cio publicitário os anúncios indicativos licendeferido. O juiz em imóveis pú- ciados de empresas e os anúnacolheu todos os b l i c o s e p r i v a- cios especiais autorizados na nossos argumen- Esta liminar foi justa e dos, edificados vigência da lei anterior. A limitos. Agora, nosou não. Outros nar garante que as disposições ampara os associados dispositivos in- da lei que se referem ao tamasos associados estão protegidos contra as c o n st i t u c i on a i s nho dos anúncios só poderão por esta decisão inconstitucionalidades da lei, também ser aplicadas para os que fojudicial", disse o da lei municipal. suspensos pela rem colocados a partir do mosuperintendente liminar, foram os mento em que entrou em vigor Gastão Alves de Toledo, artigos 14 (que a lei nova", disse o advogado jurídico da ACSP, consultor jurídico proibia a instala- do Instituto Jurídico da ACSP. Carlos Celso da ACSP ção de anúncios Na prática, o associado que Orcesi. A ação judicial indicativos nas tem anúncios licenciados ou já foi elaborada em conjunto pelo empenas cegas e nas cobertu- entrou com o pedido de licença superintendente da ACSP, o ras de edificações) e o 17 e 18, está protegido pela liminar. consultor jurídico da entidade, que dispunham sobre a proibiMultas - Segundo Pedroso, Gastão Alves de Toledo, e o ad- ção de instalação de anúncio as multas previstas na lei Cidavogado do Instituto Jurídico de qualquer tipo, inclusive pu- de Limpa eram abusivas e desda Associação Comercial, Ro- blicitários, em imóveis não- proporcionais. Outra impordrigo Rodrigues Pedroso. edificados, de propriedade tante vitória conseguida com a "Esta liminar foi justa e ampa- pública ou privada. "A sus- liminar é a suspensão das pera os associados contra as in- pensão desses dispositivos nalidades dos artigos 40, 41, 42 constitucionalidades da lei mu- permite ao comércio a coloca- e 43, relativas aos infratores nicipal, que invadiu a compe- ção de publicidade fora de seu dos dispositivos inconstitutência da União ao legislar sobre estabelecimento, em locais vi- cionais suspensos pela decipropaganda comercial. A deci- síveis, que deverá obedecer o são. De acordo com esses dissão suspendeu com eficácia os regime previsto na lei anterior, positivos, os comerciantes que artigos restritivos e proibitivos a número 13.525, de 28 de feve- não se adequassem à lei teriam da lei e impede que o Município reiro de 2003. Também vale pa- de pagar multas no valor de R$ imponha aos associados da ra as empresas de outdoor as- 10 mil por anúncio irregular, ACSP as multas previstas", dis- sociadas à ACSP", disse o ad- mais acréscimo de R$ 1.000 pase Gastão Alves de Toledo. vogado do Instituto Jurídico ra cada metro quadrado que De acordo com a liminar, a da ACSP, Rodrigo Rodrigues exceder os 4m². lei municipal 14.223 infringe Pedroso. Em seguida, o comerciante vários dispositivos constituCom a medida, foram cance- receberia uma intimação para cionais ao proibir a colocação lados, ainda, os artigos 44 e 45, regularizar ou remover o anúnde anúncios publicitários, res- que determinavam que todos cio em cinco dias ou 24 horas, no tringir drasticamente a utiliza- os anúncios publicitários, es- caso de anúncio que apresente ção dos anúncios indicativos – peciais e indicativos, mesmo risco iminente. Além disso, se o "em especial os que garantem o os que tivessem licenças, fos- anúncio não fosse regularizado,
A lei Cidade Limpa, do prefeito Gilberto Kassab, pretendia acabar com a publicidade externa na cidade, inclusive outdoors, front lights e publicidade colocada em prédios
ontem com um mandado de segurança coletivo preventivo. A ação, do escritório Monteiro & Monteiro Advogados, exige a permanência da utilização das placas de título nas fachadas dos estabelecimentos comerciais de seus mais de 30 mil associados. O presidente do Sindilojas-SP, Ruy Nazarian, afirmou em nota que a entidade moverá quantas ações forem necessárias para que o comerciante de São Paulo não seja prejudicado pelo extremismo da lei Cidade Limpa. Sonoro - O prefeito Gilberto Kassab regulamentou ontem a lei contra poluição sonora 11.938, que proíbe os proprietários de lojas e motoristas de veículos de utilizarem sistemas de som para fazer propaganda ou anunciar venda de produtos nas ruas da cidade. As penalidades para quem descumprir a lei vão desde advertência, multa no valor de cerca de R$ 8 mil (dobrada em caso de reincidência), apreensão de aparelhos, recolhimento de veículos e fechamento do imóvel onde o aparelho estiver instalado. As exceções à lei são os carros de som de propaganda eleitoral, sirenes de ambulância e de polícia. A fiscalização será feita por equipes do Programa de Silêncio Urbano (PSIU), da Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras e agentes vistores da Supervisão de Fiscalização da Coordenadoria de Planejamento e Desenvolvimento Urbano (CPDU). Leia a íntegra da liminar em www.dcomercio.com.br
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Acidentes de trânsito custam R$ 22 bi por ano
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s acidentes de trânsito custam anualmente ao Brasil cerca de R$ 22 bilhões, equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), revela estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo o levantamento do instituto, os valores referem-se à perda de produção, associada à morte das pessoas ou interrupção de suas atividades, seguido dos custos de cuidados em saúde e os associados aos veículos. Para o presidente do Ipea, Luiz Henrique Soares, é "revoltante" esse gasto com acidentes de trânsito nas rodovias brasileiras. "Além da perda de vidas existem as seqüelas dos feridos e o custo do afastamento da atividade produtiva", afirmou. Ele citou também o custo do dinheiro público, que poderia ajudar a resolver boa parte do desenvolvimento do País com a aplicação em obras de infra-estrutura. Nas estradas – Do total, cerca de R$ 6,5 bilhões referem-se aos acidentes ocorridos em rodovias federais; R$ 14,1 bilhões aos registrados nas estaduais; e R$ 1,4 bilhão nas municipais. A pesquisa constata ainda que são gastos, em média, R$ 1.040 com cada pessoa que sai ilesa de um acidente, R$ 36.305 com cada ferido e R$ 270.165 com cada morto. De acordo com o levantamento nas rodovias federais os atropelamentos ocupam o segundo lugar no ranking de mortalidade por acidente. Os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Paraná lideram as estatísticas, com 54% das mortes de pedestres, sendo que 12 rodovias federais concentram 75,3% destas ocorrências. As líderes são, respectivamente, BR-116, BR-101 e BR-040, que respondem por 50% das mortes. O estudo, elaborado com dados referentes ao biênio 2004/2005, foi realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada , em parceria com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP). Os dados fazem parte da pesquisa Custos Sociais e Econômicos dos Acidentes de Trânsito nas Estradas Brasileiras. (AE)
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
JORNALISTA CONDENADO ESTARIA EM "LUGAR SEGURO"
FORAGIDO
TJ não negocia apresentação de Pimenta Neves, que está foragido. Defesa aguarda decisão sobre habeas.
O
d e s e m b a rg a d o r F á b i o M o n t e i ro Gouveia, da 10ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, negou ontem aos advogados do jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves a audiência que eles haviam solicitado para negociar a apresentação do réu, que está foragido. Pimenta foi condenado em maio último pelo assassinato da também jornalista e exnamorada Sandra Gomide, em 20 de agosto de 2000, em um haras de Ibiúna (SP). O mandado de prisão contra Pimenta Neves foi expedido na noite de quarta-feira, depois da decisão dos desembargadores de que ele não tem direito a um segundo júri e de que a pena à qual foi condenado, em maio, deve ser reduzida de 19 anos, 2 meses e 12 dias para 18 anos. Motivo: Pimenta colaborou com o andamento do processo. Como ainda não foi encontrado em sua casa, na zona sul, Pimenta Neves passou a ser considerado um foragido. "Ele é um foragido. Os advogados tiveram toda a chance do mundo de nos contatar e apresentar o cliente", disse o delegado Armando de Oliveira Costa Filho, chefe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Na manhã de ontem, um de seus advogados, Frederico Müller, esteve no local e negou que seu cliente esteja foragido. Ele afirmou que Pimenta Neves está em um "local seguro" e conhecido pela defesa. De acordo com o advogado, sua intenção em negociar a apresentação do réu era a de "resguardar sua integridade física e moral." Vizinhos e um vigia da rua disseram ter visto Pimenta pela última vez na sexta-feira e que ele portava uma malinha. Análise – Paralelamente ao pedido de reunião feito ao TJ, os advogados de Pimenta Neves apresentaram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) um pedido de liminar em habeas corpus para impedir que ele seja preso. A solicitação está sendo analisada pela ministra Maria Thereza de Assis Moura, da 6ª Turma do STJ. Ela pediu ontem mais informações sobre o caso. O pedido por novos dados poderá ser cumprido pelo TJ ou pelos próprios defensores do réu. Não existe uma previsão para o julgamento do recurso.
Caio Guatelli/Folha Imagem - 03/05/2006
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Pimenta Neves matou sua ex-namorada Sandra Gomide com dois tiros: um nas costas e outro no ouvido.
Ó RBITA
BRAGANÇA s dois homens que seqüestraram e mataram O Leandro Donizete de
Oliveira, de 31 anos, sua mulher Eliana Faria da Silva, de 32, e o filho do casal, Vinícius, de 5 anos, incendiando o carro em que estavam amarrados, passaram a ocupar uma cela do "seguro" na Penitenciária Dr. Antonio de Souza Neto, de Sorocaba. Joabe Severino Ribeiro e Luís Fernando Pereira foram transferidos por razão de segurança. Segundo um funcionário, os 1.290 presos fizeram "muito barulho" quando souberam da chegada dos bandidos. "Foi só gritaria, do tipo: traz eles aqui pra nós", contou. (Agências)
CELULARES E PCC uase nove meses depois da onda de rebeliões nos Q presídios, comandadas pela
Pimenta Neves está sendo procurado pela Polícia. Advogados garantem que ele não está foragido. Lawrence Bodnard/Agência O Globo
No pedido, os advogados argumentam que a pris ã o re p re s e n t a constrangimento ilegal, pois é desnecessária visto que a condenação foi "praticamente mantida". No documento, os advogados dizem ainda que a decisão do TJ fere uma sentença anterior do STF, que garantiu a Pimenta Neves o direito de responder em liberdade. Desde o crime, o réu ficou sete meses preso. Müller, advogado de defesa, retira computador da casa do jornalista, na zona sul Ontem o advogado Frederico Müller esteve presa como repórter e editora sembargadores entenderam na casa de Pimenta Neves, no de Economia. Em maio, Pi- que o fato de ele ter confessado Alto da Boa Vista, por volta das menta saiu do júri condenado, o assassinato era uma circuns8h15. Não deu entrevistas mas com direito a recorrer em tância atenuante. quando chegou e saiu 20 minu- liberdade. Como o recurso foi Crime – Sandra Gomide titos depois, levando um com- negado, a ordem de prisão de- nha 32 anos quando foi assassiputador. Ao sair disse: "Pimen- ve ser cumprida. Ele pode se nada com um tiro nas costas e ta não está em casa, mas em lo- apresentar a qualquer autori- outro no ouvido, disparados cal sabido". dade judicial ou a polícia pode pelo ex-namorado. Ela foi morQuando cometeu o crime, ir buscá-lo. ta num haras, na presença de váPimenta Neves era diretor de A única vitória da defesa do rias pessoas que testemunharedação do jornal O Estado de S. jornalista foi a redução da pena ram que Pimenta Neves agiu Paulo Sandra trabalhou na em- para 18 anos de prisão. Os de- friamente.(Agências)
facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), o governo federal criou a comissão que vai estudar medidas para conter o uso de celulares por detentos. Portaria do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, criando a comissão, foi publicada no Diário Oficial de ontem. O objetivo do grupo é estudar a criação de mecanismos que impeçam o uso de telefones celulares por grupos criminosos que atuam nos presídios, sem prejudicar o direito à comunicação de moradores das vizinhanças. (AE) Alex Ribeiro/DC
CAMINHADA proximadamente 50 participantes da A Caminhada Noturna pelo
Centro estiveram ontem na redação do Diário do Comércio, na rua Boa Vista. O grupo se reúne todas as quinta-feiras, às 20h. O percurso e o ponto de encontro mudam a cada semana. Os passeios noturnos são temáticos e pretendem estimular não apenas o exercício, mas também um novo olhar para o Centro. Informações no 3256-7909.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
ECONOMIA - 3
DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.LAZER
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GASTRONOMIA Curso ensina a preparar receitas baratíssimas
Bons de faro
Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype
José Guilherme R. Ferreira
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ella ficou famosa e é o orgulho de seus donos. A Golden Retriever da família Trefethen foi escolhida o cão do mês pelo site Wine Dogs da editora australiana Giant Dog, especializada em livros sobre cães que "guardam" vinícolas no Novo Mundo. Bella, de 6 anos, adora roubar rolhas e atazanar esquilos. Mas tem também a missão de receber os visitantes dos vinhedos Trefethen, no sul do Vale Napa, Califórnia. Depois de um livro de sucesso com os cães de 150 vinícolas da Austrália e Nova Zelândia, uma edição com fotos de 450 animais de estimação de 300 vitivinicultores americanos foi lançada na propriedade Rubicon, do cineasta Copolla. Uma das pérolas do Wine Dogsé o vídeo no qual o famoso "farejador" e crítico americano Robert Parker Jr. aparece brincando com seu bulldog Buddy. Com bom humor, Parker preparou para os editores uma escala de classificação de cães, de 100 a 50, como aquela que ele usa para classificar os
Christian Formon, Lindinha Sayon, Emmanuel Bassoleil e Alessandro Segato com os drinques criados por eles
SABOR E BOM PREÇO NO NATAL Quatro tarimbados chefs aceitam o desafio de criar ceias natalinas ao custo de R$ 5 por pessoa . Os menus, que aproveitam totalmente os alimentos, são compostos por um suco, duas entradas, dois pratos principais e dois acompanhamentos. Confira.
vinhos que degusta. Buddy certamente receberia 96-100: "um extraordinário cachorro, com caráter profundo e complexo que mostra todas as qualidades esperadas de um clássico cão de sua raça". Um animal de 60-69 seria um "cão de média baixa com notáveis deficiências, como excesso de enxofre, falta de obediência e talvez aromas e gases indecentes." Já madame Nyam Nyam, uma cadela astróloga, faz previsões "lendo" um decantador de cristal. Cães de outros continentes, como Merlot, que "cuida" da Fazenda Cucha-Cucha, das Casas de Giner, no Chile, aguardam os editores australianos. À espera também um ganso bravo que faz a vez de cão de guarda nos vinhedos de Nino Bronda, em Nizza, no Piemonte.
http://www.winedogs.com.au/default.aspx http://www.trefethen.com/
Lúcia Helena de Camargo Fotos: Divulgação
Para fazer em casa
O aprendiz
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lessandro Segato não esconde: não tem muita prática em criar pratos baratos. “Claro que sempre pensamos no custo final, porque apenas a glória e a vitória não pagam as contas, mas R$ 5 foi drástico”, diz. Sua ceia tem torta de abóbora a R$ 0,17, coquetel de Natal que leva sidra e beterraba (R$ 0,29) e o principal (e mais caro) prato é o Pollo Del Contadino, um frango preparado com limões, louro, talos de brócolis e cachaça, a R$ 1,63 por porção. “Pesquisei bastante, fui conhecer o programa e acho só consegui estruturar o cardápio, chegando a um bom resultado, porque no caminho aprendi muito com as mulheres do departamento de nutrição do Sesi”. E cogita até em incorporar ao menu de sua Risotteria Alessandro Segato elementos dos pratos agora inventados. “Foi uma experiência muito interessante.”
Talos e cascas
F
undo de alcachofra é a única parte desse vegetal que entra na cozinha de Christian Formon, dono do bufê que leva seu nome. “Jogo o resto fora, mas desta vez deixei de lado todos os preconceitos e as práticas usuais e usei até casca de banana”, diverte-se em contar. Saiu a manteiga, entrou margarina e as partes normalmente descartadas dos legumes e frutas assumiram papéis importantes. Um dos pontos altos de seu menu é o frango recheado com uva-passa e talos de agrião (R$ 1,06 a porção), ao lado da costelinha de porco agridoce, preparada com catchup e vinagre. E para beber, suco de maracujá, maçã e camomila (R$ 0,18 o copo). “A idéia do programa é bacana, por isso topei, mas tive que testar muita coisa antes de conseguir preparar dois pratos principais, dois acompanhamentos e duas sobremesas a esse custo baixíssimo”.
Com sidra. E estilo
A
o preço de R$ 185 por pessoa, as reservas para a ceia de Natal do restaurante Skye, do Hotel Unique, já estavam esgotadas desde o dia 13. Apenas 84 afortunados vão se deleitar na festa com a cozinha comandada pelo Emmanuel Bassoleil. Mas quem quiser preparar em casa, às receitas da ceia barata: seu Boeuf Bourgyignon (cozido de carne de boi ao vinho tinto), feito com músculo, sai a R$ 1,01 por porção. O carpaccio de abacaxi com gengibre custa R$ 0,45. O item mais ousado é o filé de merluza com molho de sidra. A receita original leva linguado, creme de leite, caviar e champanhe. “Troquei o peixe, no lugar do creme de leite coloquei apenas leite; eliminei o caviar e coloquei a sidra no lugar da champanhe”, relata. “O resultado é um prato mais simples, mas saboroso e até mais leve em termos calóricos”.
Testes e contas
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ona do restaurante Dolce Villa, no Itaim, a chef Lindinha Sayon conta que sentiu-se estimulada com a proposta do Programa Alimente-se Bem, do SesiSP, de criar uma ceia completa a um custo tão pequeno. "Tinha que inventar algo gostoso e ao mesmo tempo diferente, porque Natal é época de comidas gostosas", diz. Muitos testes e experimentos foram necessários antes do produto final chegar à mesa, de acordo com as especificações da proposta de aproveitamento integral dos alimentos. "O pessoal que trabalha comigo no restaurante, amigos, todo mundo ajudou a provar". A cada novo passo fazendo contas, Lindinha trocou ingredientes diversas vezes, até ficar satisfeita. Sua ceia inclui suco de limão com erva cidreira (R$ 0,14 a porção), e tabule feito com talos de rúcula ao custo de R$ 0,62.
Alessandro Segato
Estão abertas as inscrições para os cursos do Programa Alimente-se Bem do Sesi, que já capacitou mais de 370 mil pessoas. Gratuitas, as aulas que ensinam a preparar as ceias são ministradas em 40 endereços diferentes na cidade. As inscrições podem ser feitas pelo telefone (11) 3333-7511 ou através do site www.sesisp. org.br, que traz ainda todas as 36 receitas dos pratos criados pelos chefs, o custo e a contagem de calorias de cada porção.
Lindinha Sayon
Coquetel de Natal de Alessandro Segato leva beterraba, casca de abacaxi e guaraná
Christian Formon
Emmanuel Bassoleil
GRANDES BIOGRAFIAS. MUITA DISPOSIÇÃO.
A
s biografias são diferentes, mas todos os quatro cozinham pensando mais no sabor do que nos gastos. Mesmo assim conseguiram resultados notáveis com orçamento limitado. Aqui, um pouco da trajetória de cada um.
Christian Formon, proprietário de bufê desde 1996, iniciou seus estudos em hotelaria, no Institution Saint Anne – Ecole Hoteliere, na França, em 1979, trabalhou nos restaurantes Calvet, Elysse-Matignon e La Grille Saint-Honore, em Paris, e no El Barroco, em Ibiza. Veio ao Brasil, em 1988, para ser o primeiro chef do Le Bistingo, em São Paulo e atuou nos restaurantes paulistas L’Arnaque e Charlô. Lindinha Sayon foi jornalista e trabalhou, entre outros veículos, no Jornal da Tarde e em O Estado de S. Paulo. Estudou nas escolas francesas Cordon Bleu e La Varenne, fez estágios no Brasil e na Itália. Há dez anos comanda a cozinha de seu restaurante italiano Dolce Villa, no bairro do Itaim Bibi. Emmanuel Bassoleil chegou ao Brasil em 1987, e criou o famoso restaurante Roanne. Ali ganhou duas vezes (1993 e 2001) o Prêmio de Melhor Chefe do Ano. Em 1994, lançou o livro Uma cozinha sem chef e, no ano seguinte, ajudou a criar a Associação Brasileira de Alta Gastronomia. Foi o primeiro chef a receber a Ordem da Academia de Culinária da França. Atualmente, é chef do Hotel Unique e do restaurante Skye. Alessandro Segato passou pelos premiados Chez Serge e La Gracienne, da França, e Al Pino e il Borgo, na Alemanha. Em 1995, veio ao Brasil a convite da família Fasano para comandar o restaurante Gero. Depois, trabalhou no La Tambouille. Hoje é chef e proprietário do La Risotteria Alessandro Segato e do Passaparola.
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Polícia Distritais Av i a ç ã o Memória
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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CONTROLADORES ALERTAM PARA POSSÍVEL CAOS
Representantes das companhias aéreas pediram ontem a privatização da Infraero.
Para contornar a crise, R$ 60 milhões Verba para enfrentar a crise do setor aéreo foi anunciada ontem por senadores
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s senadores da comissão especial que acompanha a crise aérea instalada no País anunciaram ontem a liberação de uma verba suplementar de R$ 60 milhões para o controle do tráfego aéreo. Os parlamentares disseram ao comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, que os R$ 360 milhões retidos no Fundo Aeronáutico serão liberados em três parcelas. Na mesma reunião no Comando da Aeronáutica, representantes das companhias aéreas pediram a privatização da Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero). O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) adiantou que a comissão cobrará explicações da Infraero sobre a atuação da estatal durante a crise. Na opinião de Magalhães, a empresa não prestou a devida atenção aos passageiros que foram obrigados a esperar nos aeroportos. Participaram da reunião,
DISTRITAL CENTRO
Antonio Milena/AE - 01/10/2006
O setor aéreo, em crise desde outubro, receberá outras parcelas
realizada no Comando da Aeronáutica, os senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Ney Suassuna (PMDB-PA), o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, um diretor da agência, Leur Lomanto, além de representantes das companhias aéreas. Antonio Carlos Magalhães acredita que as medidas adotadas nos últimos dias pela Aeronáutica deverão evitar a repetição do
caos nos aeroportos durante as festividades de fim de ano. Mas os controladores, pelo seu lado, alertam para uma bomba-relógio. Sem se identificar, afirmam que não planejam nenhum protesto, mas manterão a operação-padrão em vigor desde outubro. E alertam que, sem a efetiva redistribuição dos horários dos vôos comerciais, o controle de fluxo em pousos e decolagens pode causar mais dias de caos. (Agências)
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Imóveis Finanças Empresas Nacional
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O mercado reagiu com alta de preços à decisão da Opep de reduzir a produção em 500 mil barris por dia em 1º de fevereiro
FIAT ACELERA INVESTIMENTOS PARA 2007
BELINI DIZ QUE DESAFIO É INVESTIR NA QUALIDADE PARA FAZER FRENTE A VEÍCULOS DA ÁSIA
FIAT FECHA ANO NO AZUL E CONTRATA
A
Fiat Automóveis está encerrando 2006 com uma produção, no Brasil, de 560 mil veículos, número 12% superior a 2005. Líder no mercado brasileiro, com 25,5% de participação e 417,7 mil unidades comercializadas até o mês de novembro, a empresa mostra otimismo em relação a 2007. "Estamos contratando 1,2 mil funcionários a partir deste mês para implantar o terceiro turno na fábrica de Betim (MG) no próximo dia 1º de fevereiro", informou ontem o presidente da montadora italiana no Brasil, C. Belini. Sobre os resultados deste ano, Belini adiantou que a empresa fecha no azul: "Mas um azul bem clarinho", ressalvou. O executivo não quis adiantar se 2006 foi um ano melhor do que 2005, quando a empresa teve resultado operacional de R$ 731 milhões e lucro líquido de R$ 511 milhões. Mas admitiu que "foi um ano bom". Ampliação – Com o terceiro turno, o efetivo direto da empresa será ampliado para 10,2 mil pessoas e a produção na fábrica de Betim, região metropolitana de Belo Horizonte (MG), passará de 2,2 mil veículos ao dia para 2, 5 mil. A empresa registra crescimento de 15% no mercado interno neste ano e queda de apenas 2,9% nas exportações (89 mil unidades até novembro). "Inicialmente, tínhamos expectativa
Divulgação
C. Belini: Fiat terá terceiro turno
de decréscimo de 30% nas vendas externas. Mas mudamos o mix de produtos, lançamos nossa linha Adventure em países vizinhos, reavaliamos preços e conseguimos operar sem prejuízo nessa área em 2006", afirmou C. Belini. O executivo enfatizou que a Fiat está relançando seus produtos no México e criando rede própria de revendas naquele país (antes mantinha concessionários conjuntos com a Pontiac, da General Motors). "Encerraremos 2006 com um total de 15 revendas mexicanas e teremos 45 até 2010." Desafio da Ásia – Para Belini, o mercado brasileiro poderá atingir 2 milhões de automóveis e comerciais leves vendidos em 2007, com crescimento um pouco superior a 10% frente às vendas de 1,8 milhão previstas para este ano.
ARGENTINA Economia do país cresceu 8,7% no terceiro trimestre em relação a igual período de 2005.
I
IGP-10
mpulsionada pela disparada nos preços do atacado, a inflação medida pelo Índice Geral de Preços -10 (IGP-10) encerrou o ano com alta de 4,05%. Em 2005, a taxa foi de 1,47%, a menor da história do indicador. Mesmo com a aceleração, o IGP-10 deste ano foi o terceiro mais baixo. Para a Fundação Getúlio Vargas (FGV), duas taxas tão pequenas consecutivas podem representar o início de um cenário prolongado de inflação baixa no País. (Agências) A TÉ LOGO
Ó RBITA
"A indústria automobilística brasileira vive um momento de mudança de patamar, consolidando-se como um bloco produtor com relevância global", destacou Belini. Ele falou, no entanto, da tendência que chamou de "Chíndia", referente à vinda para o Brasil de marcas chinesas, como a Chana, e a indiana Mahindra. "A Ásia tem ampliado sua participação na produção global e começa a buscar novos mercados, entre os quais o brasileiro. Por isso temos de investir em qualidade e tecnologia para fazer frente ao novo cenário mundial", comentou o presidente da Fiat. Ele lembrou que a montadora está cumprindo programa de investimentos de R$ 3 bilhões no triênio 2006-2008, sendo que um terço já foi aplicado neste ano. Além de aprimorar o processo produtivo, qualidade e desenvolver novas tecnologias, a Fiat também promete lançamentos para 2007. Mas Belini se negou a adiantar qualquer informação oficial sobre os novos produtos. O executivo destacou, no entanto, que a montadora italiana quer fortalecer sua participação na América Latina, região que hoje representa um mercado de 4,2 milhões de veículos. "Nosso objetivo é ampliar a participação na América Latina de 12,7% para 15% até o ano de 2010", afirmou. Alzira Rodrigues
RISCO O Brasil poderá passar da nota BB para BB+, segundo a agência de risco Fitch Ratings.
CSN DESISTE DA WHEELING PITTSBURGH
A
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) informou ontem que cancelou a proposta de fusão com a Wheeling Pittsburgh feita em 25 de outubro. Em breve comunicado, a siderúrgica brasileira afirma
que a nova administração da companhia americana tem interesse em fazer uma fusão com outra empresa. A Wheeling Pittsburgh também recebeu uma proposta da Esmark. (AE)
DATASUL
A
Datasul, multinacional brasileira de softwares de gestão empresarial integrada, comunicou ontem a aquisição integral da Informenge Processamento de Dados, com sede na cidade de Sorocaba. (AG)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Uruguai denunciará a Argentina no Mercosul
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Brasil quer mais comércio com a Rússia
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A presidente do Cade defende mudança na lei
A
comercialização antecipada da safra de soja 2006/2007 deslanchou neste final de ano, em meio a preços firmes e a um cenário de valores sustentados, com vendedores aproveitando as cotações favoráveis, temendo valores eventualmente mais altos no futuro. As vendas não se desenrolavam bem como agora há pelo menos duas temporadas. (Reuters)
LDO APROVADA
COMUNICADO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SOJA
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA: PREGÃO PRESENCIAL Nº 48/0118/06/05 OBJETO: AQUISIÇÃO DE COMPUTADORES PARA AMPLIAÇÃO DO PROJETO UNIVERSALIZAÇÃO DE ACESSO À INFORMÁTICA NAS ESCOLAS DE ENSINO MÉDIO DA COORDENADORIA DE ENSINO DO INTERIOR. A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para aquisição de computadores para ampliação do Projeto Universalização de Acesso à Informática nas Escolas de Ensino Médio da Coordenadoria de Ensino do Interior. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 18/12/2006, na sede da FDE, na Supervisão de Licitações na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – CEP 01121-900 – São Paulo/SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br. O credenciamento do representante das proponentes e o recebimento dos Envelopes “Proposta” e “Documentos de Habilitação” ocorrerão na sede da FDE, no endereço acima mencionado, às 09:30 horas do dia 29/12/2006. Todas as propostas deverão obedecer rigorosamente o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 14 de dezembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Rofisa Indústria e Comércio de Embalagens Ltda. - Requerido: Idea Promoções Eventos Ltda. - Rua Vemag, 533 - 1º andar - 01ª Vara de Falências Requerente: Alta Serviços Comerciais Ltda. - Requerido: Servtrade Comércio e Manutenção Ltda. - Rua Sargento Jeter Augusto Pereira, 214 - 01ª Vara de Falências
C
om atraso de cinco meses, o Congresso aprovou na noite de ontem a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que define as metas fiscais de 2007 e as regras para elaboração do Orçamento do próximo ano. O texto abre espaço para que o governo possa usar em 2007, em alguns investimentos selecionados, o eventual excesso de superávit primário que venha a obter em 2006 – hoje em R$ 2 bilhões. O superávit primário corresponde ao volume de recursos economizado a cada ano para o pagamento de parte dos juros da dívida pública, que tem sido, desde 2003, de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB). (AE)
Givaldo Barbosa/Agência O Globo
Guilherme Laager, presidente da VRG Linhas Aéreas, discursa ao receber o Certificado para a nova Varig
NOVA VARIG Empresa consegue certificado para operar epois de cinco meses de espera e disputas de bastidores, a Nova Varig — parte saudável da companhia — obteve ontem o Certificado de Homologação de Empresa de Transporte Aéreo (Cheta), em solenidade prestigiada até por ministros. O documento dá segurança jurídica à empresa, permitindo melhores condições para a retomada da atividade e o acesso a crédito. Mas foi apenas a primeira barreira vencida. A Nova Varig corre contra o relógio: tem um mês para encontrar aeronaves disponíveis no mercado e garantir o máximo das 132 linhas (vôos) nacionais a que tem direito, mas que estão congeladas. Segundo Denise Abreu, diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a empresa opera hoje 140 linhas. Na área internacional, são quatro vôos. Há 56 congelados e a empresa tem 180 dias para recuperar a malha. As linhas não utilizadas estão em disputa judicial, já que as concorrentes querem as permissões de vôos e acreditam que o congelamento das rotas representa reserva de mercado. "A Varig tem 30 dias para pedir a reutilização de suas linhas nacionais e 180 para as internacionais. Depois disso, as linhas voltam à agência, e nós poderemos redistribuir entre as companhias", disse Denise. Sem o Cheta, a companhia
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estava com dificuldades de fazer planos de longo prazo. Agora, a idéia é buscar a expansão e o desafio, achar equipamento. "O problema é que a demanda no mercado de aeronaves está muito grande", disse o chinês Lap Wai Chan, um dos sócios da Nova Varig. A empresa está conversando com fabricantes – Airbus, Boeing, Embraer – empresas de "leasing" e companhias aé-
O ano deve fechar com alta de 13% no número de passageiros e 7,8% na oferta de assentos. Milton Zuanazzi, presidente da Anac reas. "Nossa meta é crescer e vamos encontrar aviões. Não estamos escolhendo a marca", disse o presidente da empresa, Guilherme Laager. "A s i t u a ç ã o d a e m p re s a e s t á muito boa, no último mês tivemos mais de 80% de ocupação nos vôos", completou. Destinos – A Varig, que já foi a maior do País, detém 10,8% do mercado (dados de novembro), tem 15 Boeing 737/300, dois MD-11 e um Boeing 767. Ela atua em 17 destinos: 13 nacionais e quatro internacionais.
A partir da próxima segundafeira, começa a voar também para Florianópolis, Belo Horizonte e Porto Seguro. Para o presidente da Anac, Milton Zuanazzi, o retorno da Varig é positivo. "Temos que lembrar que, em março, tínhamos 1.640 vôos por dia e agora estamos com 1.380. O ano deve fechar com alta de 13% no número de passageiros e de 7,8% na oferta de assentos. A entrada da Varig vai permitir melhores condições de competição." O m i n i s t ro d o Tu r i s m o , Walfrido dos Mares Guia, comemorou a notícia, lembrando que a crise da companhia trouxe mais prejuízo ao turismo do que a atual pane dos aeroportos brasileiros. De acordo com o juiz da 1ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, Luiz Roberto Ayoub, com a certificação a Nova Varig passa a existir de fato e de direito, o que permite que faça contratações e feche negócios para aumento da frota. O consultor Paulo Sampaio acredita que, para tentar manter as rotas que foram garantidas a ela quando houve o leilão de seus ativos, a companhia fará novos negócios com potenciais investidores, como Lan Chile e Air Canadá. O consultor afirmou que o setor passa a ter, de fato, um terceiro competidor. Ontem a Petrobras reajustou em 7,6% o preço do combustível de aviação, que representa de 35% a 40% dos custos das companhias aéreas. (AG)
Casas Bahia aposta nos cartões
O
s executivos da Casas Bahia projetam faturar 10% a mais neste final de ano que na mesma época de 2005. E, para que as vendas continuem a crescer também em 2007, a rede de lojas deve investir na divulgação dos cartões de crédito que levam seu nome e que já ajudaram a financiar as compras de 1,2 milhão de clientes só em 2006. A meta é chegar a 3 milhões de cartões em 2007. "No próximo ano, queremos atingir a marca dos 3 milhões de cartões distribuídos", disse o diretor-executivo da Casas Bahia, Michael Klein. Esses cartões de crédito, com bandeira Visa, nasceram da parce-
Newton Santos/Digna Imagem
Michael Klein: taxas menores
ria da Casas Bahia com o banco Bradesco em novembro de 2005. Hoje, os plásticos respondem pelo pagamento de
30% das compras do grupo, contra 10% em cheque ou dinheiro e 60% no carnê. "A vantagem são os juros mensais mais baixos que os 10,9% cobrados no carnê e que variam de acordo com o perfil da compra do consumidor", afirmou Klein. "Se as taxas de juros baixarem em 2007, como o governo prometeu, as tarifas dos cartões cairão também." Com 23 milhões de clientes cadastrados – 16 milhões vão às compras todo mês –, a maior rede varejista de móveis e eletrodomésticos do Brasil deve fechar 2006 com um faturamento de R$ 12 bilhões, 5% a mais que no ano passado. Sonnaira San Pedro
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LEITURA Autores discutem a responsabilidade comportamental no mundo corporativo
O CAPITALISMO HUMANIZADO boa imagem social e ambiental, se prejudiciais à sua carreira profissional O assédio moral, ter e ao seu bom nome". seus empregados são vítimas de Para chegar a essa definição tão assédio moral, o que, além de ser um como problema problema ético em si, também pode exaustiva e tão nítida, os autores ético e gerar problemas concretos para a fizeram extensas pesquisas sobre a situação do assédio moral em empresa, como processos judiciais, empresarial. indenizações, prejuízos à imagem da diferentes países, dos quais alguns, mas não o Brasil, já dispõem de empresa junto à opinião pública e, a Debates e direitos. médio e longo prazo, até dificuldades legislação específica sobre o assunto, e
S
Renato Pompeu
e antes muitos pesquisadores do atraso brasileiro em relação às nações desenvolvidas o atribuíam à tradição católica de que o lucro é uma exploração e um pecado, hoje, mesmo nas nações mais adiantadas, o lucro já não é a única legitimação da atividade de uma empresa. É cada vez mais difundido o conceito de que, a par de suas atividades propriamente econômicas, uma empresa deve cultivar também a responsabilidade social e a responsabilidade ambiental. Em outras palavras, para ser bem-vista pela sociedade, a empresa não deve provar apenas que suas atividades são lucrativas: deve provar também que são benéficas para a sociedade, ou empreender ações benéficas para grupos específicos, e provar igualmente que suas atividades não causam dano ao meio-ambiente e que, quando causam danos ecológicos, estes são em seguida reparados. A essa dupla de responsabilidades, o economista Paulo Peli e o administrador de empresas Paulo Teixeira acrescentam uma terceira, a responsabilidade comportamental, em seu livro recém-lançado, Assédio Moral, Uma Responsabilidade Corporativa (271 páginas, R$ 32) publicado pela Ícone Editora, com prefácio do famoso fundador da Embraer, Ozires Silva. A tese principal dos autores é a de que não adianta a empresa ser lucrativa e
na obtenção de eficiência e lucros. Peli e Teixeira assim definem o assédio moral: "Pratica Assédio Moral no ambiente de trabalho, aquele que na relação laboral, por ação ou omissão voluntária, de forma repetida e sistematizada, age de forma unilateral com dolo ou culpa, atacando por meio escrito, falado e/ou por indiferença e assim, praticando atos de hostilidade, intimidação, menosprezo, sarcasmo, ironia, intriga, falsidade, imposição de culpa e leviandade, como meios para humilhar, ridicularizar, desestabilizar, desqualificar, desmotivar, isolar e torturar, afetando a dignidade pessoal e profissional de outrem, vitimizando-o, tendo como objetivo, ou como conseqüência, prejudicar o desempenho profissional, o afastamento das tarefas que realiza e/ou dificultar e permanência de outrem no emprego, por meio da degradação de sua integridade física e/ou psíquica, decorrentes da deterioração das condições de trabalho. "Tal comportamento tem caráter ainda mais gravoso quando envolve a desqualificação dos trabalhadores para fora do local de trabalho, por meio do fornecimento de informações incorretas sobre suas funções, desempenho e/ou histórico profissional, bem como de desconsiderações e insinuações
sobre um grande número de processos judiciais, no Brasil iniciados de acordo com a legislação geral a respeito de calúnia, injúria e difamação. Tratam o assédio moral como um dos dois ramos do dano moral, dos quais o outro é o assédio sexual. Para combater o dano moral, propõem que, a par do Programa de Responsabilidade Social e do Programa de Responsabilidade Ambiental, já consagrados, haja também nas empresas um Programa de Responsabilidade Comportamental. Deste fariam parte, além de preleções e debates sobre os direitos humanos ao que se pode chamar de patrimônio moral pessoal, também medidas práticas, como a visibilidade por fora de todas as salas e divisórias, para evitar ações sem testemunhas. De especial importância são duas constatações de Peli e Teixeira: uma, a de que se deve tomar cuidado com denúncias infundadas; outra, a de que o assédio moral não ocorre apenas a partir do superior em relação ao subordinado, mas também entre colegas de igual nível – e mesmo a partir do subordinado em relação ao superior. A conclusão geral: ao contrário do que dizem os seus críticos, o capitalismo tende a se humanizar. Renato Pompeu é jornalista e escritor, autor do ensaio biográfico Canhoteiro, o Homem que Driblou a Glória (Ediouro), e do romance-ensaio O Mundo Como Obra de Arte Criada Pelo Brasil, a ser lançado pela Editora Casa Amarela.
TELEVISÃO
Hora de festejar Betty Boop: documentário sobre ela no domingo, às 10h, no canal pago A&E
Roberto Carlos, em seu especial na Globo, canta sucessos e divide o palco com Erasmo Carlos, Wanderléa e Marisa Monte
F
im de ano chegando, está Shakira, Roberto aberta a temporada de shows musicais na tevê. Carlos e a Pensou em Roberto Carlos? Pois ele está de volta à tela da Globo trajetória de uma neste sábado, como vem fazendo sensual musa de religiosamente nos últimos 32 anos. O Rei canta mais uma vez novos e Hollywood velhos sucessos – e dá-lhe Emoções,
Regina Ricca
Como é grande o meu amor por você, Splish Splash etc – e divide o palco com velhos e novos companheiros de militância artística, como o Tremendão Erasmo Carlos, a Ternurinha Wanderléa, Marisa Monte, Jorge Benjor e MC Leozinho. O show foi gravado semana passada no Claro Hall, no Rio, e a entrada de Marisa Monte pode ser
considerada o ponto alto da noite. "Faz tempo que eu queria cantar com ela e este ano conseguimos combinar as agendas", disse Roberto. Juntos, cantaram Amor, I love you e Eu te amo, eu te amo, eu te amo. As 3 mil pessoas que estavam na platéia fizeram coro para acompanhar a dupla. Outra atração latino-americana da seara musical, a rebolante e
contagiante Shakira – 25 milhões de discos vendidos – também dá o ar da graça no canal A&E Music nesta quinta, às 21h. A cantora colombiana também faz concessões à platéia, e sapeca seus principais sucessos na galera, como Día de Enero, La Tortura, Don't Bother e Obtener un Si. Além do show, o A&E exibe também uma apimentada entrevista exclusiva com a estrela. No domingo (17), às 10h da manhã, também no A&E, os fãs de outra figura sensual, a incrível Betty Boop, vão poder se deliciar com um documentário sobre essa famosa dançarina de cabaré, diva da animação, que há anos vem embalando as fantasias de muita
gente. O programa reconstitui a trajetória ‘artística’ de Betty, e relembra, por exemplo, que ela apareceu pela primeira vez nas telas em 1930, em um desenho estrelado pelo cachorro Bimbo. Nessa época tinha feições caninas, perdidas dois anos mais tarde, com o fracasso retumbante do programa. A partir daí, sua figura inspirou-se na da cantora Helen Kane, e Betty passou a ficar conhecida pelo shape sexy, influência das musas hollywoodianas dos anos 1930 e pelo refrão da música Boop Oop a Doop. De tão maliciosos, os desenhos de Betty causaram polêmica na época.
Tradicionais ou contemporâneo, o chorão é sempre o mesmo: fiel ao seu instrumento
CHORO Fazendo história. Sempre livre e muito irreverente. Aquiles Rique Reis
O
choro está para o brasileiro como o tango está para o argentino. Seja ele composto e tocado no século 18 ou em sua forma dos dias atuais, o chorinho aplaina nosso dia-adia. Sai década, entra década, lá está ele despertando a atenção de músicos veteranos e iniciantes. Tradicionais ou modernos, cada chorão namora a música à maneira de seu instrumento, sempre reverenciador à singeleza e à picardia com que ela foi criada pelos mestres destes e daqueles tempos. As rodas de choro são manifestações democráticas de tocar e de ouvir música. Nela, todo bom chorão é sempre bem-vindo. Cada ouvinte é acatado. Quase um ritual, nesses encontros o que vale é o reconhecimento do chorinho e o aplauso aos intérpretes. Chora-se pelo gosto de tocá-lo, pelo prazer de escutá-lo. O silêncio predomina, permitem-se apenas o soar de cordas, sopros e peles. Por esse amor à música, Pixinguinha e Ernesto Nazareth vivem em Hamilton de Holanda e em Paulo Sérgio Santos; Luiz Americano e Dilermando Reis vivem em Raphael Rabelo e em Yamandú Costa; Garoto e Copinha vivem em Maurício Carrilho e em Pedro Amorim; Meira e Baden Powell vivem em Luciana Rabelo e em Zé da Velha; Radamés Gnattali e Tom Jobim vivem em Jorge Simas e em Johnny Alf; Patápio Silva e Jacob do Bandolim vivem no Quinteto Madeira de Vento e em Paulinho da Viola... E todos juntos vivem o choro. Vivam eles, música e músico, tradutores da chorona e indecifrável emoção que ri e choraminga a um só e inacabável tempo. Reconhecedor dessa paixão brasileira pelo choro, Marcus Vinícius de Andrade, diretor artístico da gravadora CPC-UMES, criou a coleção O Choro e sua História – Izaías e Israel entre amigos. Três CDs, retrospectiva do choro desde 1870 até hoje, vêm numa caixa na qual não faltam informações sobre a história do gênero. Mais do que isso, nos encartes dos três discos revela-se a história de vida de autores e intérpretes que criaram e glorificaram o chorinho. Cada disco traz ao final uma “choradinha”: três faixas bônus que reproduzem gravações originais de obras-primas do gênero e somam-se às 39 outras faixas distribuídas pelos três CDs. Para os iniciantes e para os que acham que de choro já viram e ouviram tudo, a audição de cada um dos CDs revelará que, por mais que uns saibam de menos e outros saibam demais, sempre se desvendará enormes surpresas no tocar de um bom choro. O chorinho é música clássica tocada com pé no chão, calo na mão, alma no céu. O Choro e sua História – Izaías e Israel entre amigos é obra para ouvir nos momentos em que a vida parece ter-se arruinado. Ouvindo-a, saberemos que para tudo há jeito se reavivarmo-nos na força do choro – que atravessa tempestades sem naufragar e se revigora –, ainda que não saibamos ao certo por quê. Meio como quando estamos certos de que perdemos algo para sempre e dormimos e acordamos com a esperança renovada no sol que nos cobre a cabeça e reproduz esperança. Aquiles Rique Reis é vocalista do MPB4 e autor de O Gogó de Aquiles, editora A Girafa.
JÚLIO E SUA TURMA NO COCORICÓ ESPECIAL DE NATAL Às 18h40 do dia 24, TV Cultura exibe episódio inédito do programa, no qual o Pato Torquato tenta estragar a festa. Com reapresentação no dia 25, às 11h15 e 15h15.
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Internacional
Prevalece um ambiente présubversivo em setores do movimento autonomista. Juan Quintana, ministro boliviano
EVO MORALES SOB PRESSÃO DE QUATRO ESTADOS
Alexander Natruskin/Reuters
Santa Cruz, a região mais próspera da Bolívia, pensa até em se separar do país
Q XEQUE DE KASPAROV – Garry Kasparov, ex-campeão mundial de xadrez e atual líder da oposição na Rússia, mostra anúncio da Marcha dos Não-conformistas, contra o presidente Vladimir Putin, marcada para amanhã, em Moscou. Putin é acusado de ser o mentor da morte de um ex-espião russo em Londres.
Chile começa a rever Lei de Anistia
A
Câmara de Deputados do Chile aprovou por 44 votos 34 o projeto de lei que declara "inaplicável" a Lei de Anistia para os crimes contra a Humanidade. A Lei de Anistia foi criada em 1978 pelo então ditador do Chile, o general Augusto Pinochet, como forma de proteger os militares e policiais envolvidos nas graves violações aos direitos humanos cometidas desde o golpe que derrubou o governo do presidente socialista Salvador Allende, em 1973. O projeto de lei aprovado ontem, que declara a inaplicabilidade do perdão
concebido pelo ex-ditador, pretende ser um empurrão à eventual iniciativa do governo da presidente Michelle Bachelet (ela própria uma vítima da ditadura, pois foi torturada e seu pai assassinado) de anular a Lei de Anistia de Pinochet. O projeto sobre a inaplicabilidade ainda deve passar pelo Senado. Bachelet, segundo informações extraoficiais, estaria "avaliando a possibilidade" de anular a polêmica lei. Na prática, as vítimas da ditadura têm conseguido, nos últimos anos, driblar a lei recorrendo aos tratados internacionais de direitos humanos assinados pelo
Chile. Ontem, a Suprema Corte de Justiça chilena já ignorou a existência da Lei de Anistia ao condenar os ex-carabineiros Paulino Flores Rivas e Rufino Rodríguez Carrillo a cinco anos de prisão (embora sob o sistema de liberdade vigiada) pelo assassinato de dois militares do MIR, um dos mais ativos grupos de esquerda dos anos 70 no Chile no dia no dia 23 de setembro de 1973, uma semana e meia após o golpe de Estado. Na contra-mão, a estratégia dos advogados dos militares chilenos tem sido a de apelar à Corte Suprema, de forma a barrar o andamento dos processos. (AE)
uatro dos nove departamentos (Estados) bolivianos – Santa Cruz, Tarija, Beni e Pando – realizam hoje grandes manifestações para exigir, por meio de "assembléias populares", autonomia em relação ao governo central de Evo Morales. Em Santa Cruz, a mais próspera região da Bolívia, a situação é tensa e as propostas são radicais. Há quem fale até em separação do restante do país. Os líderes do Comitê Cívico Pró-Santa Cruz e o governador do departamento, Rubén Costas, esperam levar ao centro de Santa Cruz de La Sierra um milhão de pessoas dispostas a erguer os braços para aprovar a autonomia. Entre os encarregados da segurança do encontro estão grupos como a Juventude Crucenha, organização qualificada por entidades indígenas como uma milícia paramilitar de inspiração fascista e partidária da secessão. O Exército boliviano, posto em alerta, emitiu ontem um comunicado no qual informou o roubo de dez fuzis e uma pistola, de uso exclusivo das Forças Armadas, de uma base militar em Cobija, no norte da Bolívia.
De acordo com o comunicado, "relatório de inteligência militar indica que as armas foram subtraídas da base com o propósito de serem utilizadas nas manifestações". "O uso desse armamento visa acusar posteriormente as Forças Armadas de utilizar suas armas exclusivas contra civis, especialmente na concentração que terá lugar em Santa Cruz", denuncia o Exército. Alex Contreras, porta-voz do presidente boliviano Evo Morales, acusou a oposição e os movimentos cívicos autonomistas de buscarem "dois, três ou quatro mortos, para depois culparem o governo". Por seu lado, o senador Paulo Bravo, do principal partido da oposição, o Poder Democrático e Social, já antecipou que "se houver um massacre de Natal, a culpa será toda do governo". Grupos indígenas e camponeses ligados ao partido Movimento ao Socialismo (MAS), de Evo, prometem realizar uma "contra-assembléia" em uma outra praça de Santa Cruz. Segundo um dirigente do MAS, Hernán Montaño, a possibilidade de um cerco à cidade não está descartada.
Num prenúncio do que podem se converter as manifestações, grupos de partidários e opositores do governo se enfrentaram ontem em dois incidentes violentos. Num deles, em Santa Cruz, partidários das duas partes trocaram socos e pontapés numa praça da periferia. Sob o argumento de que precisavam organizar a manifestação de hoje, os dirigentes das entidades cívicas de Santa Cruz encerraram a greve de fome que mantinham havia dez dias. "É conveniente que recuperemos as forças para assumir outra etapa da luta que é a organização da assembléia e a luta que virá depois, pois esse é um processo que levará algum tempo e no qual seguiremos com as pressões", declarou o presidente do Comitê PróSanta Cruz, Germán Antelo. Em La Paz, o ministro da Presidência, Juan Quintana, afirmou que "prevalece um ambiente pré-subversivo em alguns setores do movimento autonomista que, em sua expressão mais radical, proclamam a divisão e o separatismo". Na segunda-feira, Evo conclamou as Forças Armadas a evitar qualquer ameaça à integridade territorial do país.
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ECONOMIA - 5
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Fotos: Columbia Pictures
OUTRAS ESTRÉIAS
1967: ELENCO DOS SONHOS
Fotos: Divulgação
A
primeira versão de Cassino Royale, de 1967, era de um luxo capaz de fazerem as retinas saltarem, de tão felizes, fora um enredo de imaginação fora do comum, a muitos anosluz do apresentado agora. Embora sem créditos, roteiristas como Billy Wilder, Woody Allen (foto) e Terry Souhern escreveram cenas. Comandada por cinco diretores (Val Guest, Ken Hughes, Joseph McGrath, Robert Parrish e o grande John Huston), a história mostrava James Bond aposentado com o título de sir (e na pele de David Niven) mas reconvocado ao trabalho para combater a organização criminosa Smersh. Sua volta ao batente vai fazer com que se cruze com um elenco de sonhos. Começa pela agente Mimi (Deborah Kerr), que se faz passar por Lady Fiona McTarry, viúva do poderoso M (John Huston). Quase é morto por outras agentes, mas Mimi o salva, e em Londres Bond fica sabendo que vários agentes morreram por se envolverem mais com as mulheres do que com sua missões. Ele tem um sobrinho, Jimmy Bond (Woody Allen), de paradeiro incerto. Quer achar um espião à prova
de fêmeas. A Vesper Lynd que está agora nas telas lá era nada menos que Ursula Andress, “a espiã mais rica do mundo”, que deve cinco milhões de libras em impostos e que vai trabalhar com 007 em troca dele lhe arranjar uma sonegação qualquer junto ao fisco. Já está melhor e mais atual que a versão moderna. Mas há muito mais. Vesper seduz um certo Tremble (Peter Sellers), jogador, para se instruir sobre jogadas de pôquer, e derrotar Le Chiffre (papel de Orson Welles, tido como o maior diretor de todos os tempos). Tremble se faz passar por Bond e vão aparecendo a seguir figuras do porte de William Holden, Charles Boyer, George Raft, Kurt Kasnar, Jean-Paul Belmondo no papel de um legionário francês, Barbara Bouchet (a secretária de Bond, Moneypenny, eliminada na versão 2006) e até Peter O’Toole. Enfim, Bond tem um sonho de juventude e pretende realizá-lo. Pede ajuda á sua filha ilegítima, Mata Bond (Joanna Pettet), cuja mãe é ninguém menos que a legendária espiã Mata Hari – que foi o grande amor nos verdes anos do irresistível James. Bem melhor, não? Pena que o vento levou. (GM)
P
or Água Abaixo (Flushed Away, EUA/Inglaterra, 2006, 90 minutos). Ambientada nas ruas de Londres e debaixo delas, a comédia da DreamWorks Animation e Aardman Features traz como protagonista o ratinho Roddy (dublado por Hugh Jackman no original). Sua vida vira de cabeça para baixo com a chegada de outro rato, Sid. Roddy cai numa privada e lá, entre o lixo de Londres, alia-se a Rita (voz de Kate Winslet) para sair do esgoto. A animação é dirigida por David bowers e Sam Fell.
Daniel Craig protagoniza o novo filme da série. Golpes baixos e pancadarias recheiam o longa.
P
JAMES BOND
AINDA MAIS FRIO E CÍNICO Depois de 45 anos, universo de 007 chega às telas com marcas do tempo
B
ons tempos eram aqueles em que a ficha do agente James Bond dizia o seguinte: “Data do nascimento: ignorada. Peso: 78 quilos. Altura: 1,89 metro. Testa larga. Olhos sombrios. Narinas sensuais. Lábios insinuantes. Pele bronzeada. Cabelos castanhos. Sobrancelhas alongadas. Boca cruel”. Foi em 1961, ano em que Bond foi apresentado ao mundo em O Satânico dr. No, e o cartão de apresentação dava mais detalhes: “Cultiva a elegância. Fuma cigarros marcados com dois anéis dourados. Atirador emérito. Usa colete de aço. Faixa preta de judô. Sabe laçar. Bebe. Tem licença para matar: 007”. Era Sean Connery na tela, dando corpo e alma ao personagem dos livros de Ian Fleming. Agora, em Cassino Royale, 21º filme da série e depois de uma penca de atores que lhe emprestaram a cara, é Daniel Craig, obscuro participante do filme Munique. Bond mudou muito nestes 45 anos. É natural, mesmo para um homem, logo tornado mito, capaz de tantos prodígios de sedução e arrebanhar enormes platéias. Perdeu o humor, mas não a frieza e o cinismo. E não corre atrás de mulheres, uma de suas marcas registradas. Tornou-se mais truculento, o que deve ser outro sinal dos tempos. E trocou o champanhe Dom Perignon pela Tattinger, o que deve ser uma questão de
Geraldo Mayrink Giannini) e o agente Felix (Jeffrey gosto, mas não perda de requinte. Sua história em Cassino Royale é re- Wright), da CIA. Começa e termina sem quentada de uma grande produção mulher. Entenderam? Pois têm 144 mide 1967. Ele é mandado a Madagascar nutos de projeção, se não para entender, para espionar o terrorista Mollaka, pelo menos para acompanhar a profumas acaba surrando-o furiosamente e são de golpes baixos e pancadaria de matando-o dentro de uma embaixada. deixar tripas à mostra, como em qualSua chefe, M (Judi Dench), classifica-o quer aventura vulgar comum nas telas. como “burro” por esse deslize antidiplo- Bond, sempre taciturno como se fosse mático. Bond vai para as Bahamas e co- Charles Bronson, perde-se num mundo nhece Dimitrios (Simon Abkarian), en- sem sutilezas. Antigamente seus vilões volvido com Le Chiffre (Mads Mikkel- degolavam as pessoas alvejando-as sen), um banqueiro planetário de orga- com um elegante chapéu coco dotado nizações terroristas. Ele quer conseguir de navalhas ou então acabavam com muito dinheiro num jogo de pôquer mi- mulheres nuas pintando seus corpos com tinta doulionário no Casrada e asfixiansino Royale, e te. Certa vez, Bond o confronBond em pesta na mesa, com soa eletrocutou financiamento um vilão e eninglês trazido tão comentou: pela sedutora “Chocante”. Ve s p e r Ly n d Toda a gló(Eva Green). Os ria do agente dois funcionáBond: taciturno 007 nas telas rios públicos se perdido num mundo a n c o rou-se insultam, mas de sutilezas numa esperta acabam na cama. São torturados pelo cruel Le Chiffre, conjugação de três gêneros: o famas sobrevivem. Bond é envenenado, roeste, o policial e a ficção científica, seu coração pára, mas aplica em si mes- esta última fornecendo uma prodimo um desfribilador cardíaco, voltando giosa coleção de espaços arquitetôà mesa de jogo impecável e com uma ta- nicos, carros futuristas e outras inça de champanhe na mão. Por fim, Bond venções que até hoje parecem mose associa ao colega Mathis (Giancarlo dernas (quase nada disso sobrevive
aqui). Às criações tecnológicas somou-se o caráter de um herói sem nenhum caráter. Tudo nele reflete a naturalidade sensual, plenamente justificada com a força da paixão. Ele não tem freios, provocando admiração e inveja nas platéias recalcadas ou não, e não poupa nenhuma emoção aos que o perdoam e aplaudem. Encarna o ideal supremo da liberdade, aquela que não tem fronteiras nem termina quando começam os direitos dos outros. Foi muitas vezes chamado de “celerado”, “doido varrido” e “fascista”. E daí? É só coisa de cinema, aqui num momento de baixa por causa da atuação petrificada de Daniel Craig e da direção espevitada e burocrática de Martin Campbell. Mas o público não perde por esperar. Craig se demite do posto de agente, como Connery disse num filme “nunca mais”, para depois fazer outro filme chamado justamente Nunca Diga Nunca Outra Vez. Tanto que o 22º James Bond vai entrar em filmagens ano que vem.
007 - Cassino Royale (Casino Royale, EUA /Alemanha/ República Checa/ Inglaterra, 2006, 144 minutos). Direção:
erigosa Obsessão (Peligrosa Obsesión, Argentina, 2004, 126 minutos). Dois jovens com personalidades opostas e trajetórias muito diferentes conhecem uma jornalista brasileira durante uma viagem do Rio de Janeiro a Buenos Aires. Um deles é movido pela vingança, enquanto o outro está disposto a tudo por amor ao perigo. As circunstâncias os unem e o amor os separa e, ao longo do caminho os dois ainda têm de enfrentar uma poderosa organização criminosa. A brasileira Carol Castro e os argentinos Mariano Martinez e Pablo Echarri estão no elenco. A aventura dramática é dirigida por Raul Rodriguez Peila.
T
ime - O Amor Contra a Passagem do Tempo (Shi gan, Japão/Coréia do Sul, 2006, 97 minutos). SehHee e Ji-woo vivem um apaixonado casal de namorados. O problema é que Sehhee é muito ciumenta e em razão disso resolve testar sua relação por meios trágicos: faz uma cirurgia plástica e transforma sua própria aparência para refrescar o amor entre eles. O drama dirigido por Kim Ki-duk traz no elenco Sung Hyun-Ah, Ha JungWoo, Park Ji-Yeon e Kim Seong-Min.
Martin Campell.
SEAN CONNERY, O ETERNO JAMES BOND
X
O ator na pele do agente secreto britânico fictício, criado pelo escritor inglês Ian Fleming
uxas Gêmeas (Brasil, 2006, 81 minutos). Dessa vez, Xuxa além de interpretar a mocinha, vive também uma vilã. A maldosa é uma mulher gananciosa e capaz de tudo para conseguir o que quer. Sob a direção de Jorge Fernando, Xuxa encara o desafio de viver duas personagens ao mesmo tempo: a megera Elisabeth Dourado e sua irmã gêmea, a doce Mel Montiel. As duas foram separadas ainda bebês e o reencontro promete. O elenco principal conta ainda com a cantora Ivete Sangalo. (RA)
Peter Sellers interpreta o jogador de pôquer Tremble, na primeira versão de Cassino Royale (1967)
PRIMEIRA AVENTURA DE 007 NAS LIVRARIAS O mundo da espionagem chega às prateleiras com a obra-prima de Ian Fleming, Cassino Royale. Tradução de Sylvio Gonçalves. Editora Record, 208 páginas, R$ 29,90.
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Minha intenção é resolver todos os temas pendentes através do diálogo e dos meios pacíficos.
Stan Honda/AFP
Do recém-empossado secretário-geral da ONU, o sul-coreano Ban Ki-moon, na cerimônia de juramento de seu novo cargo, prometendo recuperar a confiança no órgão mundial.
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DEZEMBRO
2 -.LOGO
www.dcomercio.com.br/logo/
15 Dia do Jardineiro
P ALEONTOLOGIA C HINA
Dino revolucionário?
O salvador de golfinhos O homem mais alto do mundo salvou a vida de dois golfinhos que agonizavam na cidade de Fushun, na China. Ele foi convocado para salvar os golfinhos porque os veterinários não conseguiram remover com instrumentos cirúrgicos pedaços de plástico que haviam sido ingeridos pelos golfinhos e ficaram presos em seus estômagos. Em uma operação transmitida pela televisão local, Bao Xishun, um vaqueiro apontado pelo Livro Guiness dos Recordes como o homem vivo mais
alto do mundo, com 2,36 metros e braços de 1,06 metros, removeu os pedaços de plástico colocando o braço pelas gargantas dos golfinhos, enquanto 12 pessoas seguravam os animais, que se recuperam bem. Bao, de 55 anos, atingiu sua altura em uma espichada de sete anos que começou na adolescência e não pôde ser explicada por médicos. Após jogar no time de basquete do Exército, ele voltou à Mongólia e trabalha como "modelo" e criador de animais.
I RÃ Atta Kenare/AFP
Fóssil de réptil gigante de 228 milhões de anos é encontrado no RS
U
m dinossauro de 228 milhões de anos, encontrado no Rio Grande do Sul, promete acrescentar um capítulo importante na história dos répteis gigantes. O bicho tinha apenas 40 centímetros de altura, 1,50 metro do focinho à ponta do rabo e 12 quilos, e andava nos membros traseiros. Aliás, corria. Para completar o "kit agilidade", seus ossos eram leves, longos e ocos, semelhante aos das aves. "Ele era um corredor muito rápido, carnívoro", explica o paleontólogo Sergio Cabreira, da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), que encontrou o material. A equipe da Ulbra achou 91 pedaços do mesmo animal, sem contar cada dente, em Agudo (RS), na maior formação do período triássico do Brasil. Lá esta-
Aldrin Bottega/Divulgação/Ulbra
vam boa parte do crânio e da mandíbula, um grande trecho da coluna cervical, parte da pélvis (foto) e ossos de membros superiores e inferior e s , e m excelente estado de conservação. A grande surpresa é que, na pélvis, ele tinha as 4ª e 5ª vértebras sacrais longas e fundidas (como no homem adulto) e um ílio longo. Estes itens não estão presentes em outros dinos primitivos da mesma época, diz Cabreira, que acredita ser este o "elo perdido", o ancestral dos dinossauros que dominaram o mundo no período seguinte ao
triássico, o jurássico. Tudo o que Cabreira afirma é revolucionário. Mas nenhuma comprovação foi apresentada. Uma etapa fundamental para a aceitação da descoberta é a publicação de um artigo detalhado em uma revista especializada. Segundo o paleontólogo da Ulbra, um resumo com detalhes sairá na próxima edição da Revista Brasileira de Paleontologia.
Michael Urban/AFP
B RAZIL COM Z
Do Brasil para a Venezuela Os estaleiros Mauá Jurong e Eisa foram notícia ontem no site da revista norteamericana de economia Business Week por terem vencido a concorrência para construir 10 petroleiros para a petroleira estatal venezuelana PDVSA. As encomendas têm valor estimado pelo mercado em pelo menos US$ 500 milhões e devem gerar cerca de 4 mil empregos em Niterói, região metropolitana do Rio, onde serão construídas as embarcações. O plano de renovação de frota da PDVSA prevê a aquisição de 42 novas embarcações. Em maio, a PDVSA anunciou que daria 18 encomendas para estaleiros chineses, dentro de um programa de cooperação e busca de mercado para o petróleo venezuelano. M EIO AMBIENTE Wolfgang Rattay/Reuters
L
Taxista espera passageiro em uma das ruas de Teerã. O Irã criou uma companhia de táxi apenas com mulheres. No país, a parte de trás dos ônibus é exclusiva para mulheres e há também vagões exclusivos no metrô. Mas os táxis, em geral, são compartilhados.
2006 leva mais seca e fome à África
M ETRÓPOLES
O Rio de Janeiro tem futuro?
E M
nas percepções sobre a situação atual do Estado. Os depoimentos não são identificados. "Há um reconhecimento da queda, um sentimento predominante de que estamos mal, apesar de toda a propaganda oficial. E isso é bom", declarou Urani. Transporte coletivo de massa, habitação popular e violência são as áreas em que o descontentamento é maior e a vontade de ver reais políticas públicas para melhorar a qualidade de vida são consideradas mais urgentes por alguns entrevistados.
L
O Rio chegou ao fundo do poço. Esta é a constatação do professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) André Urani, um dos coordenadores da pesquisa O Rio tem Futuro?. De agosto a novembro, 150 pessoas – colunistas de jornais, empresários, juízes, chefes de cozinha, promotores, líderes comunitários, artistas, esportistas e intelectuais – foram entrevistadas. Políticos não foram incluídos. O resultado é um relatório de 250 páginas, apresentado ontem que revela o pessimismo dos cariocas. As perguntas se concentraram
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C A R T A Z
DANÇA
MÁRMORE REVELADO - Restaurador da Fundação Berlim-Brandenburgo de castelos e jardins prussianos faz a limpeza de uma escultura de mármore de um castelo de Potsdam. A fundação cuida da restauração e manutenção de mais de 4.500 esculturas. G RÃ-BRETANHA
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Balé da Cidade encerra temporada com uma edição de seus melhores espetáculos. Centro Cultural São Paulo. Rua Vergueiro, 1000. Telefone: 3277-3611. Às 21h. Grátis.
Google das invenções
Os Mood Beams estão fazendo sucesso entre as crianças – e também entre as nem-tão-crianças. Os personagens são muito simpáticos, e exibem vários padrões coloridos com LEDs internos. São várias séries, todas por cerca de US$ 15 no I Want One of Those. www.iwantoneofthose.com/
O maior sistema de buscas da internet acaba de criar o Google Patent Search, que por enquanto oferece busca das milhares de invenções patenteadas periodicamente nos EUA. Ainda na versão beta, o Google Patent Search permite a busca de patentes pelo número, o nome do inventor e até a data de registro. O site traz, inclusive, as imagens dos produtos patenteados. No futuro, o Google pretende acrescentar novas ferramentas para salvar e imprimir as buscas.
mood-beams/index.html#top
www.google.com/patents
A TÉ LOGO
prestes a ficar noiva". Diana, Fayed e o motorista deles, Henri Paul, morreram quando a Mercedes em que estavam atingiu uma pilastra de um túnel de Paris, em agosto de 1997. Uma investigação de dois anos realizada na França
culpou Paul pelo acidente, afirmando que o motorista havia bebido, estava sob o efeito de antidepressivos e dirigia rápido demais. A investigação britânica utilizou modelos de computador para reconstruir, em 3D, a cena da colisão e mostra que o carro atingiu a pilastra a uma velocidade entre 97,6 e 100,8 km/h, duas vezes o limite permitido no local. No momento da batida, Paul apresentava um nível de álcool no sangue duas vezes superior ao permitido na Grã-Bretanha. (AE)
D IREITOS HUMANOS
Prêmio para a APAE-SP A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São Paulo (APAE-SP) receberá o 23º Prêmio Franz de Castro Holzwarth da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo (OAB-SP). Fundada na década de 60, a APAE-SP tem por promover e favorecer o bem-estar e a inclusão social da pessoa deficiente mental. A solenidade de entrega do prêmio, que acontece hoje, também marcará a entrega de menções honrosas à Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) e o Instituto AMMA–Psique e Negritude. O Prêmio Franz de Castro homenageia pessoas e entidades que lutam em defesa da cidadania, democracia e justiça social. L OTERIAS Concurso 177 da LOTOFÁCIL 02
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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Família do brasileiro Jean Charles de Menezes tem mais uma derrota na justiça britânica Amostras de cometa trazidas à Terra explicam mistérios do surgimento do Sistema Solar
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Mood Beams: na cor do ambiente
Morte de Diana ainda é considerada resultado de um complô da família real por parentes de Dodi al Fayed
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F AVORITOS
Arquivo DC
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G @DGET DU JOUR
princesa Diana não foi vítima de um complô quando morreu em um trágico acidente automobilístico, em 1997, concluiu ontem uma investigação da polícia britânica. A morte de Diana trouxe à tona uma série de teorias conspiratórias, segundo as quais espiões ou até o ex-marido da princesa, o príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, teriam planejado o acidente porque o relacionamento dela com Dodi al Fayed era embaraçoso para a realeza. Os filhos de Diana, os príncipes William e Harry, disseram em um comunicado que acreditam "que essas conclusões vão acabar com as especulações envolvendo a morte da mãe". O ex-chefe de polícia John Stevens, que coordenou as investigações, afirmou que Diana não estava grávida quando morreu e que "não estava noiva e nem estava
A Organização Meteorológica Mundial (OMM), vinculada à ONU, divulgou ontem seu relatório sobre o estado do clima mundial em 2006. Segundo a OMM este será o sexto ano mais quente já registrado, embora a avaliação final só venha a ser divulgada em março de 2007. A média mundial de temperatura na superfície da Terra ficou 0,41º C acima da média anual registrada entre 1961 e 1990, de 14º C. A África é uma das regiões mais prejudicadas, e sofre com secas que atingem Burundi, Djibuti, Eritréia Etiópia, Quênia, Tanzânia e Somália. A fome causada pela seca atinge 11 milhões de pessoas. Outro efeito do aquecimento global: a onda de calor que atingiu o Brasil de janeiro a março, provocando máxima de 44,6º C.
El Niño afetará agricultura no Brasil com secas e mudanças climáticas no próximo ano
Concurso 1688 da QUINA 04
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OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado e domingo, 15, 16 e 17 de dezembro de 2006
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curtas (sic, elle já falou isto antes, em outra situacão saiajustal), Painho reagiu com a velocidade do raio e lançou a resposta ao cumpanhêro provocador: vamos criar uma Comissão de Reflequiçção! A noçça onrra foi lavada no ato.
NEIL FERREIRA LULLA QUER CRIAR UMA COMISSÃO DE REFLEQUIÇÇÃO
N
"...tudo o que é novo vem ao nosso encontro, o bom e o ruim vêm juntos; deixa o navio rolar..."
Condenados ao frenesi. Correndo, mas sempre atrasados.
E
Gabe Palmer/CORBIS
stamos envolvidos em mudanças magmáticas. Planetárias. Gaia, a Mãe-Terra delira embriagada. Desastres meteorológicos varrem o mundo. E de repente, temos uma dupla primavera, as árvores florescem duas vezes, os pássaros fogem dos trovões, mas gorgeiam nos intervalos... Adolescentes e jovens, que não viveram outros tempos, abrem novas veredas nas florestas virgens do novo Kosmo (ou será de um novo Caos?). Inventam novos modos de fazer e de viver. Se enriquecem ou se perdem em espaços virtuais e extra-terrenos. Ninguém escapa ao turbilhão universal, nem as crianças. Sequer os velhos. A pletora* condena todos ao frenesi. Como se diante de um banquete, esfaimados, nos fossem concedidos apenas segundos para nos satisfazermos. E por mais que corramos, estamos sempre atrasados.
G Adeus,
natureza propriamente dita, adeus comunidades de dimensões humanas, adeus convivência de famílias, adeus à arte de não ter o que fazer e saber o mais difícil saber: saber o fazer nada. G Ninguém
escapa ao turbilhão universal, nem as crianças. Sequer os velhos. A pletora condena todos ao frenesi. G Que épocas
iguais conheceu o mundo na história ocidental? Os modelos políticos não viabilizam o entendimento universal proposto pela tecnologia. Ea globalização científicatecnológica se restringe a poucos povos.
Q
ue épocas iguais conheceu o mundo na história ocidental? Talvez só no início dos tempos modernos, no clímax da Renascença que explodiu os morosos séculos medievais. Aí nasceram os germes da incessante revolução da vida humana, notadamente o da exploração e conhecimento científico e seus desdobramentos tecnológicos, que nos dias correntes "virtualizam" nosso cotidiano. Da noite para o dia ameaçam nos tornar obsoletos e arcaicos se nos recolhemos em nossas conchas, perdendo a pletora das duplas primaveras para escapar ao frenesi.
K
arma. São esses os tempos que nos cabem num planeta que regorgita os excedentes de uma espécie demograficamente excessiva supercompactada na congestão das metrópoles. Adeus, natureza propriamente dita, adeus comunidades de dimensões humanas, adeus convivência de famílias, adeus à arte de não ter o que fazer e saber o mais difícil saber: saber o fazer nada. Mas a pletora* e o frenesi se confinam a poucas ilhas do imenso arquipélago humano. A globalização científica-tecnológica se restringe a poucos países e povos. A imensa maioria humana permanece ancorada em tempos de uma civilização remota cuja vida se pauta por um nihilismo meramente vegetativo e fanatismos arcaicos .
O
s modelos políticos existentes são arcaicos e se revelam impotentes para promover o mais antigo sonho da humanidade: uma convivência ecumênica que, ao par de respeitar as diversidades culturais, considerando-as como são uma riqueza da civilização, viabilize um entendimento universal imposto pela tecnologia e a globalização. Ao mesmo tempo, verificam-se espantosos desenvolvimentos, como os da Espanha, da Coréia e da Irlanda, que em pouco mais de duas gerações passaram de nações pobres a países ricos e modernos.
A
receita está dada e comprovada. Entretanto, além de nações antigas, congeladas em culturas primitivas, nações novas, ditas emergentes, também regridem para regimes de um populismo esquerdista arcaizante. Não promovem a educação a valorização do seu maior capital, que é o capital humano. Algo terá de ser feito para que umas e outras mudem sua problemática e sua solucionática. E este será o grande drama dos séculos vindouros: envolvê-los em nossa pletora e frenesi. BENEDICTO FERRI DE BARROS É ESCRITOR PAJOLUBE@TERRA.COM.BR
Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br
*Pletora: congestão generalizada, mal-estar de quem tem excesso de atividade. Superabundância.
ão sei se é a última idéia deste mandato ou a primeira do novo. Elle divulgou a preciosidade na reunião com Chávez e Evo Morales. A idéia é preciosa mesmo. Uma Comissão de Reflequiçção deve equivaler aos think tanks, tão caros aos norte-americanos nos anos 80 e 90 do século passado. Caros porque com custo altíssimo. Eram financiados por megaempresas privadas ou por ex-executivos bilionários. Um exemplo é que o inventor da xerox, talvez o último inventor individual norteamericano, mandou erguer em Los Angeles a edificação mais moderna e confortável que o dinheiro poderia comprar e pôs lá, com bolsas integrais, cientistas, professores, estudantes, administradores, com a única incumbência de pensar o impensável. Não sei os resultados da experiência nem se ela continua. Mas a idéia em si era revolucionária, contratar inteligências brilhantes para criar idéias e projetos em direção ao desconhecido, só com dinheiro privado.
N
ão sei se o Noçço Painho pensou em fonte de financiamento para a tremenda idéia que teve. O que me parece lógico é que elle tinha a idéia escondida na manga. Seria o primeiro grande impacto do novo mandato, a ser anunciado na posse e campanha de propaganda no dia seguinte. Igual ao vitorioso programa (de tv) Fome Zero. Acontece que na reunião, o cumpañero Chávez esqueceu que era hermano querido e bateu feio abaixo da linha da cintura do Farol da Humanidade, com metáforas viagrais sobre qual medicamento a integração continental precisaria tomar para levantar suas forças combalidas. Decretou a morte irrevogável do Mercosul, tão caro aos noçços sonhos, convidando todos ao velório. Vamos enterrar nuestros muertos, disse sem derramar lágrima. Nem mandou antes o clássico telegrama: Mercosul subiu no telhado. Apanhado de calças
O
uvi dizer, não tenho prova, que já foi nomeada uma comissão para marcar uma reunião, que vai determinar quantos cumpanhêros serão nomeados para estudar a nomeação da comissão de Reflequiçção. Esses cumpanhêros receberão jeton mais despesas. O primeiro ato, depois de estabelecidos os números máximo, médio e mínimo de reflequiççintes, será convocar uma assembléia cumpanheral para tirar uma posição que a comissão levará às bases, dando prova da transparência e cidadania do processo da nomeação da primeira comissão. Isso será repetido na nomeação da segunda. E da terceira, quarta, quinta, quantas comissões os cumpanhêros julgarem necessárias para transformar seus jetons em justa remuneração pelo trabalho tão suado. Os representantes das bases poderão opinar sobre cada cumpanhêro candidato à reflequiççintura. O veto só poderá ser apresentado em voto aberto e com justificação pelo cumpanhêro vetante e só será aprovado por maioria absoluta, já que o candidato à nomeação para o cargo de cumpanhêro reflequiççinte foi indicado por uma comissão nomeada por (escrevi isso ali atrás e já esqueci quem nomeou o cumpanhêro candidato agorinha mesmo citado).
T
udo bem, sou confuso, mas os cumpanhêros não são. Elles sabem direitinho de antemão de quantos cumpanhêros precisarão nomear, já que conhecem, não sei como, talvez por palavra de ordem, quais são os cumpanhêros candidatos a reflequiççintes, indicados pelos cumpanhêros dirceu, palocci, delúbio, genoino, mercadante, os de sempre. Quem tem padrinho não morre pagão. Claro que o Imperador do ABC esperava com sua idéia, a Comissão de Reflequiçção, provocar um choque digestão na América do Sul inteira. (Alckmin falava tanto nisso). Mas enorme agito assim na sua casa, lugar em que é possível o pai na cozinha não saber o que o filho faz na sala, elle não esperava, não viu, não çabe, ninguém contou. NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR
G Sou confuso,
mas os cumpanhêros não são. Elles sabem quem são os reflequiççintes
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
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Política QUÉRCIA CONFIRMA
Eu pedirei que se rediscuta (o reajuste dos parlamentares) para tirar o peso da responsabilidade das mesas diretoras e dos líderes dos partidos. Michel Temer
Ricardo Stuckert/Divulgação
Se você conhece uma pessoa muito idosa esquerdista, é porque está com problema. Uma pessoa muito nova de direita também está com problema. Luiz Inácio Lula da Silva
FAVORITISMO E REELEGE EXECUTIVA Antônio Milena / AE
A chapa de oposição perdeu para a proposta de alinhamento ao governo de Lula
Eu ouvi o Lula dizer que não é mais de esquerda. Ele agora é de centro. E centro, para ele, é o Delfim. Que maravilha, hein? Fernando Henrique Cardoso
Monalisa Lins/AE
Luiz Prado/Luz
O Lula é um conservador. É um pequeno burguês nascido em chão de fábrica. E é isso, pronto. Agora, ele fez a confissão pública. Governador Cláudio Lembo
A
Eu vim preparada para não derrubar uma lágrima. Eu cheguei, fui falar com o senador Jefferson Péres e já comecei a chorar. Senadora Heloísa Helena
Quércia: PMDB paulista dá vitória à ala do ex-governador, que defende a coalizão ao governo federal.
Bruno Miranda/FolhaImagem
Valter Campanato/ABr
Somos defensores da liberdade de imprensa, mas pelo amor de Deus, é só acompanhar a mídia nas eleições de 2006 para ver que a mídia tomou partido. Dep. Luiz Eduardo Greenhalgh
Netto: ex-ministro desconversa sobre possível indicação para algum cargo na área econômica.
chapa liderada pelo ex-governador Orestes Quércia saiu vitoriosa na convenção que o PMDB paulista realizou ontem, em São Paulo, para escolher o novo diretório estadual do partido. A chapa de Quércia obteve a reeleição com 532 votos. O grupo oponente, do deputado Jorge Caruso, contabilizou 332 votos. No total, 870 em um universo de 1.400 delegados com direito a voto que participaram da convenção – os votos brancos e nulos somaram 6. O resultado da votação, com a vitória folgada de Quércia, não confirmou a previsão de observadores do partido, que esperavam uma disputa acirrada, até mesmo com a possibilidade de recontagem de votos. A votação foi encerrada às 15h e o resultado foi divulgado cerca de uma hora depois. A chapa vitoriosa defende a unidade e o fortalecimento da legenda por meio da coalizão com o governo federal, entendendo que este caminho dará ao partido a força necessária para o lançamento de uma candidatura própria à Presidência da República em 2010. Quércia fez questão de esclarecer que a coalizão é com o presidente Lula e não com o Partido dos Trabalhadores (PT). Estilos diferentes – Os dois grupos defendiam a unidade e o fortalecimento da legenda, mas se dividiam quanto a forma de atingir esse objetivo. Se Quércia advoga a aproximação com o governo federal, a ala de Jorge Caruso questiona a forma como a coalizão foi decidida pela cúpula do partido, argumentando que as bases e instâncias regionais não foram consultadas. "Entendemos que o Estado de São Paulo tem que opinar sobre esse assunto", declarou. O presidente nacional do partido, deputado Michel Temer, apoiou a chapa de Quércia. (AE)
Ed Ferreira / AE - 16/06/2003
PMDB AINDA ESTÁ NA DISPUTA PELA CÂMARA Raf
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Não temos em momento algum a origem do dinheiro para a compra do dossiê. Se não se descobre a origem do dinheiro, vou dizer o quê? Senador Amir Lando, relator da CPMI dos Sanguessugas
Rafael Neddermeyer/AE
Me parece que, para nós ministros, seria excessivo ter um salário dessa magnitude. Mas até que eu gostaria de receber esse salário. Qualquer dia, faço uma greve para aumentá-lo. Guido Mantega, ministro da Fazenda
Silva e evitou comentar possíveis nomes. Sobre o deputado federal Delfim Netto, ele disse apenas que se trata de um economista respeitado e de tradição, mas evitou responder se havia consenso no partido quanto à eventual indicação do ex-ministro para um cargo na área econômica. O próprio Delfim, que foi ministro da Fazenda nos governos Costa e Silva e Médici – período da história conhecido como "Milagre Econômico" de 1967 a 1974 – encarregou-se de desautorizar as especulações nesse sentido. "Vocês ficam inventando essas histórias", disse aos repórteres. (AE)
Oliveira: caso decida concorrer, esse é o nome do partido na disputa.
TEMER QUER REDISCUTIR AUMENTO presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer, disse ontem que vai propor que se rediscuta o aumento de 90,7% aprovado para o salário dos parlamentares.
O
Marco ndes/Lu
s Ferna
Lamento profundamente (a decisão de aumento de salário dos parlamentares) e tenho a utópica esperança de que essa insanidade possa ser revista. Deputado José Aníbal (PSDB-SP)
presidente nacional do PMDB, deputado federal Michel Temer (SP), confirmou ontem que o partido decidirá na próxima quarta-feira, em reunião de bancada, se vai ou não indicar um nome do partido para disputar a presidência da Câmara dos Deputados. Ele citou o deputado Eunício Oliveira (PMDB-CE), que já manifestou intenção de disputar o cargo, como uma das alternativas de que o partido dispõe, caso decida concorrer. Temer voltou a negar que o PMDB tenha recebido algum convite formal para ocupar cargos no segundo governo do presidente Luiz Inácio Lula da
z
Ele argumentou que o aumento teve repercussão muito negativa, o que, segundo ele, não é bom nem para o Congresso Nacional nem para o País. "Eu pedirei, como já pedi ao presidente da Câmara, que
se rediscuta esse assunto, até para tirar o peso da responsabilidade das mesas diretoras e dos líderes dos partidos" afirmou. Segundo ele, essa decisão deve envolver todos os deputados e senadores.
O deputado estadual Jorge Caruso (PMDB-SP) alertou para o risco do efeito cascata nos municípios. "A preocupação é não criar impacto nas câmaras municipais", afirmou. (AE) Leia mais na página 5.
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
DOISPONTOS -77
A
O ARCO-ÍRIS DA
INDONÉSIA Muçulmanas protestam em Jacarta contra observadores internacionais do processo eleitoral/Bay Ismoyo/AFP
ANTONIO DELFIM NETTO
Os moderados ganham terreno na maior democracia muçulmana Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
O
Alcorão dita pouco os comportamentos dos muçulmanos: o Livro é complexo, em árabe clássico, e aberto a milhares de interpretações. São, então, as tradições, as circunstâncias, os determinantes políticos e econômicos que põem os muçulmanos, hoje como no passado, num contexto bem generalista e num sentimento de solidariedade universal que chamamos de Islamismo, às vezes religião e às vezes civilização. Antes de mais nada, como todos nós, os muçulmanos são de seu tempo, do nosso tempo. Prova disso está na Indonésia, o maior país muçulmano do mundo: há mais muçulmanos indonésios do que árabes. No McDonald’s, lotado dia e noite, o hambúrguer é halal e as roupas das jovens, coloridas de acordo com a moda e com o Islamismo: véu branco nos ombros, jeans cintura baixa, percing à mostra e maquiagem sedutora. Ao mesmo tempo muçulmanas e globalizadas, as mães são mais discretas. Pode-se concluir que há uma reislamização da juventude indonésia. Os jovens têm uma certa identidade islâmica, são clientes do McDonald’s e antiamericanos, como em todos os lugares. Jusuk Wanandi, do Centro para Estudos e Estratégias Internacionais, que é descendente de chinês e católico (10% dos indonésios não são muçulmanos), observa com razão que "a Indonésia, com a Turquia, podem determinar o futuro dos muçulmanos". São as duas únicas histórias de sucesso possíveis no Islã, duas democracias, duas economias em desenvolvimento. Também dois estados laicos, à sua maneira. Na Turquia, o governo administra as mesquitas, ainda que proclame sua laicidade. Na Indonésia, o Estado é fundamentado em cinco pilares (Pansacila), o primeiro reconhece Deus, mas sem precisar qual.
G O Islamismo aqui é um arco-íris, do mais liberal ao mais radical. G
No McDonald’s lotado o hambúrguer é halal e as roupas coloridas estão de acordo com a moda e o Islamismo. G Vá no Google e digite islamismo liberal e você verá milhares de sites no mundo muçulmano. G Se Indonésia e Turquia se impuserem, os muçulmanos poderão concluir que a democracia é uma forma superior de governo e a economia de mercado é mais justa que a islâmica, uma utopia que ninguém é capaz de descrever.
S
Radar Bali/AP
Atentado em Bali: mais indonésios mortos que turistas.
e a Indonésia e a Turquia se impuserem, os muçulmanos poderão concluir que a democracia é feita por eles, uma forma de governo superior ao califado louvado pelos islâmicos salafitas, superior ao despotismo egípcio ou à monarquia sudanita. Eles também vão deduzir que a economia de mercado é mais eficaz e mais justa que a islâmica, uma utopia que ninguém, mesmo entre os muçulmanos, é capaz de descrever. Outra semelhança entre a Turquia e a Indonésia, que chama a atenção do viajante atento: apesar da distância geográfica e cultural, o Islamismo aqui é um arco-íris, do mais liberal ao mais radical. Como, excep-
Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br
cionalmente, estamos numa democracia, todas as cores do islamismo têm direito à voz. Isso quer dizer que o islamismo indonésio oscila na violência?
P
erguntei a um certo José Rizal, nome de guerra de um combatente da fé, médico de um hospital popular em Jacarta. Recém-chegado do Iraque e do Afeganistão em "missão humanitária", ele me assegura, enfim, ter compreendido todas as desgraças do Islamismo no século 20. "Os judeus decidiram aniquilar os muçulmanos." Em Bagdá, ele os viu disfarçados de combatentes sunitas, para semear a discórdia. Bush é o líder deles, "manipulado por Condolezza Rice". Ela também é judia? "É uma etíope, os etíopes são judeus." O delírio de José Rizal infelizmente não é exclusividade sua. Ele também é encontrado entre pregadores salafitas para propagar suas idéias e, no final, legitimar os atentados que, em Bali e em Jacarta recentemente mataram mais muçulmanos que turistas australianos. Na outra extremidade do arco-íris muçulmano, Lufthi Assayankanie ensina filosofia e teologia na universidade privada Paramadina. A seus alunos ele revela o Renascimento árabe que, sob influência de Rifaa, em meados do século 19, uniu o Alcorão com as ciências ocidentais e com os direitos das mulheres. Esse movimento, iniciado no Cairo, teve repercussões até na Indonésia, com a criação, em 1912, da Muhammadiyah, uma associação gigantesca (20 milhões de participantes) para a educação dos muçulmanos indonésios. A Muhammadiyah administra milhares de escolas e universidades sob o modelo pedagógico ocidental (um ensino crítico fundamentado na discussão). "Vá no Google", diz Lufhti, "digite islamismo liberal e você verá milhares de sites no mundo muçulmano". Graças à internet, ele acredita, os liberais escapam dos déspotas e dos integralistas para formar um islamismo "liberal e reformado".
A
moderação no islamismo passa pela formação dos futuros imãs das mesquitas indonésias. "Eu os ensino como resistir à arabização e à salafização do Islã, a permanecerem fiéis a nossas tradições culturais, sincréticas, nascidas de uma longa coabitação pacífica entre os cultos animistas, os hindus, os budistas e os cristãos", afirma Fouad Jabali, jovem diretor da universidade pública de teologia de Jacarta, formado em Montreal. Gus Dur, que foi um efêmero presidente da República após a queda da ditadura Suharto, deseja que seu país se envolva mais nas questões do mundo muçulmano. "Os árabes estão mal preparados para o presente, eles vivem na saudade da Era de Ouro. Enquanto que para os indonésios ela está para chegar. O destino do Islamismo e das relações entre o Islã e o Ocidente passa talvez mais por Jacarta e Ancara do que por Riad ou Bagdá". GUY SORMAN, JORNALISTA E ESCRITOR FRANCÊS WWW.HEBDO.CH/SORMANBLOG.CFM TRADUÇÃO: RODRIGO GARCIA
CORRER ATRÁS DO PREJUÍZO
E
stamos terminando 2006 com a sensação que foi um ano em que a economia poderia ter decolado para uma nova etapa de desenvolvimento e estranhamente ficou presa ao solo. O ano começou com uma perspectiva bastante interessante, com o Banco Central admitindo, contra todos seus pareceres anteriores, que a economia estava em condições de crescer 4%, sem prejuízo da meta de 4,5% de inflação. Para que isso acontecesse, no entanto, era preciso que o governo corrigisse a política monetária, sinalizando ao setor privado uma queda mais acentuada dos juros, perfeitamente absorvível pelo mercado.
I
nfelizmente, os juros continuaram no patamar elevado, sustentando a supervalorização do real, em parte alimentada pelo saldo comercial, mas na realidade nutrida pelo diferencial de juros interno e externo. Isso foi fatal para o ânimo do setor industrial, que reduziu o ritmo de crescimento da produção. Sem o crescimento da indústria e sem poder contar com uma reação forte da agricultura, penalizada por dois anos de clima desfavorável, a economia não poderia mesmo decolar.
O
crescimento, que seria de 4%, vai ficar mais uma vez abaixo dos 3% do Produto Interno Bruto (PIB); a inflação termina ligeiramente superior aos 3%, a uma distância exagerada da meta. Diante deste quadro, é razoável que as pessoas duvidem da possibilidade de crescimento de 5% do PIB em 2007, como deseja o presidente Lula. Ele está tentando coordenar uma série de políticas que conduzam o seu segundo governo a perseguir esse objetivo, de uma forma coerente. Tem insistido que não abrirá mão do equilíbrio fiscal, uma sadia obsessão.
primeira decisão crucial que parece estar tomada é controlar as despesas de custeio do governo federal, que são em torno de 18% do PIB, corrigindo-as anualmente apenas pela inflação. É perfeitamente possível reduzir esta relação ao longo do mandato para algo como 15% e usar os 3% para aumentar os investimentos na infra-estrutura, influenciando o aumento dos investimentos do setor privado. Suspeita-se que o início de um programa dessa natureza ajudará o Banco Central a praticar uma política monetária mais inteligente, permitindo um avanço mais rápido na queda dos juros. Com o estímulo que isso trará à atividade industrial, mais a recuperação dos preços agrícolas, que dá novo alento ao agronegócio, e mais o forte impulso dado ao setor da habitação, o objetivo de 5% de crescimento do PIB em 2007 é uma probabilidade bastante razoável.
H
ouve neste final de ano uma mudança para melhor na sociedade e no governo: as pessoas voltaram a acreditar que o Brasil pode crescer. Isso é importante porque o desenvolvimento depende de condições objetivas que o governo venha a construir, mas depende também de um estado de espírito que soma esperança e entusiasmo. Foi sempre assim quando o Brasil cresceu de verdade e está acontecendo de novo.
N
o primeiro comentário de 2007 retornarei ao tema, mostrando algumas dessas condições e alinhando as razões pelas quais acredito que novo ano trará de volta o desenvolvimento. Desde agora antecipo meus votos de Feliz Natal e Próspero Ano Novo aos pacientes leitores. ANTONIO DELFIM NETTO É DEPUTADO FEDERAL (PMDB) E EX-MINISTRO DA FAZENDA DEP.DELFIMNETTO@ CAMARA.GOV.BR
G As pessoas
voltaram a acreditar que o Brasil pode crescer. Isso é importante porque o desenvolvimento depende de condições objetivas que o governo venha a construir.
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Congresso Planalto Corr upção CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Michel Filho / AOG
Eymar Mascaro
Na berlinda
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substituição de Tasso Jereissati na presidência do PSDB está sendo defendida por tucanos que não gostaram da declaração do senador, que admitiu apoiar a candidatura presidencial de Ciro Gomes (PSB) em 2010. O mandato de Tasso na presidência do partido só termina em novembro de 2007, mas os tucanos insatisfeitos querem sua antecipação. Fala-se que Fernando Henrique Cardoso poderia substituí-lo, mas o ex-presidente descarta essa hipótese. FHC admite que é mais cômodo fazer oposição ao governo Lula desgarrado do controle do partido.
Ex-chefe da Polícia Civil e recém-eleito deputado estadual, Álvaro Lins comandaria a exploração de máquinas caça-níqueis na zona Oeste do Rio
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ex-chefe de Polícia influenciando todas as delegaCivil Álvaro Lins – cias da Polícia Civil do Rio de que se elegeu de- Janeiro. O Álvaro Lins é aponputado estadual – tado como chefe do grupo". O Ministério Público Fedeseria "o chefe de um grupo de policiais civis" que agia na Zo- ral informou que ofereceu dena Oeste ligado à chamada má- núncia e pediu a prisão prefia dos caça-níqueis. A denún- ventiva dos dois "bicheiros", cia foi feita ontem pelo delega- de policiais militares e civis, do Alessandro Moretti, da Po- contadores, advogados e do lícia Federal de Brasília, que jornalista José Messias Xavier, desde agosto do ano passado hoje na TV Globo. Em nota ofiestava no Rio investigando a cial, o MP diz que o jornalista organização criminosa. O con- "recebia mensalmente da orgatrole sobre o mercado de má- nização criminosa". O jornalisquinas caça-níqueis deflagrou ta, que pediu licença do trabauma guerra entre os bicheiros lho, nega as acusações. A TV Rogério Andrade e Fernando Globo informou ontem, durant e o R J - T V, q u e Iggnácio. Lins é confia em seus investigado pela profissionais e Polícia Federal peque só se pronunl o s e u e n v o l v iciará ao término mento com Rogédas investigações. rio Andrade. O grupo daria O envolvimento Lins, ainda se- sustentação do jornalista teria gundo o delegado necessária para sido descoberto Moretti, teria tropor meio de gramcado as chefias de que essa guerra po telefônico de delegacias da Zo- não fosse o caos, na Oeste e influen- que não interessa a c o n v e r s a s d e l e com o advogado ciado na escolha ninguém. Silvio Maciel de de outras unidaAlessandro Moretti Carvalho, de Ferdes no estado com nando Iggnácio. o objetivo de manA s i n v e s t i g ater assessores no controle dos negócios das má- ções fazem parte da Operação quinas. Moretti diz ainda que Gladiador da Polícia Federal. as quadrilhas contavam com a Ontem, a PF localizou um dos depósitos usados pelas quaproteção de policiais civis. "O grupo daria sustentação drilhas em Bangu, onde havia necessária para que essa guer- 2 mil máquinas caça-níqueis. ra não fosse o caos, porque o A maior parte dos acusados foi caos não interessa a ninguém", denunciada por formação de disse Moretti. "Surgiu também quadrilha armada e contraa denúncia de que isso estaria bando de milhares de máqui-
OPÇÃO
Lins: acusações logo após a diplomação na Assembléia Legislativa.
procuradores da República nas caça-níqueis. Nove pessoas, entre elas Carlos Aguiar, Eduardo Andois inspetores de Polícia Ci- dré Lopes, José Augusto Vagos vil, ainda estão foragidas. Seis e Leonardo Cardoso de Freiréus de uma das organizações, tas, será julgada na 4ª Vara Feincluindo o líder Fernando deral Criminal do Rio. Segundo a denúncia, os réus Iggnácio, foram denunciados Helio Machado por cinco homicída Conceição, Fádios qualificados. bio Menezes de Ma nda dos – A Leão, Jorge Luís Justiça Federal exFernandes são pediu 19 mandainspetores da Podos de prisão pre- Surgiu também a lícia Civil ligados ventiva contra os denúncia de que a Álvaro Lins. Um acusados de partiisso estaria dos denunciados, cipar das quadrio coronel Celso lhas e 82 manda- influenciando Lacerda Nogueira d o s d e b u s c a e todas as era comandante apreensão, que fo- delegacias da do 14° BPM. Os r a m c u m p r i d o s Polícia Civil do Rio. policiais agiam anteontem e onIdem como seguranças tem. Há ainda indas quadrilhas e dícios, a serem acobertavam as apurados, de crimes de corrupção ativa, cor- atividades violentas do grupo, rupção passiva, ameaça, rou- como os ataques para destruir bo, tráfico de influência, falsi- as máquinas caça-níqueis exdade ideológica, advocacia ploradas pelos rivais. Ex-chefe da Polícia Civil, Áladministrativa, violação de segredo profissional, fraude em varo Lins nega as acusações. seguro, sonegação fiscal e la- Diplomado deputado estavagem de dinheiro, além de dual na sexta-feira, ele teve o pedido de prisão solicitado pecrimes eleitorais. A denúncia, oferecida pelos la Polícia Federal. (AOG)
MP: nova denúncia contra Maluf.
Ó RBITA
YEDA ANUNCIA NOVO SECRETÁRIO futuro secretário de O segurança do Rio Grande do Sul, o deputado federal
Ênio Bacci (PDT), que será anunciado oficialmente nesta segunda-feira pela governadora eleita, Yeda Crusius, foi bastante categórico, ontem. Ele disse que pretende pautar a sua atuação na pasta mais problemática do futuro governo com todo o rigor, como forma de desestimular a violência: "Bandido tem que ser
ral no pleito de outubro. O MP de São Paulo quer tentar fazer com que a denúncia seja apresentada e aceita pela Justiça ainda antes da diplomação marcada para terça-feira. Depois de diplomado, Maluf passa a ter direito ao privilégio de foro e quaisquer ações contra ele terão que ser remetidas ao Supremo Tribunal Federal (STF). Se a denúncia for acolhida pela Justiça em São Paulo, o caso subiria para o Supremo já na condição de uma ação instaurada. A estratégia queimaria uma
etapa. O MP também poderá remeter a documentação ao procurador-geral da República, Antônio Fernando Souza, a quem caberia apresentar uma denúncia. Se for concluída no prazo, a denúncia deverá ser remetida à juíza Sílvia Maria Rocha, da 2ª Vara Criminal de São Paulo, que já examina outras ações contra Maluf e seus familiares A expectativa do procurador De Grandis é a de que a juíza decida sobre o seu acolhimento com rapidez. De Grandis não fala sobre o caso nem em quais crimes es-
tuda enquadrar o ex-prefeito. Mas, de acordo com uma autoridade que acompanha as investigações, o procurador tem em mãos documentos remetidos pelos órgãos responsáveis pelo combate à lavagem de dinheiro em Jersey e na Suíça. Os papéis mostrariam o circuito do dinheiro supostamente desviado da construção da Av. Água Espraiada , na gestão de Maluf entre 1993 e 1996, que custou US$ 600 milhões. O ex-prefeito Paulo Maluf sempre negou que tenha contas no exterior. (AE)
tratado como bandido de acordo com as leis e com o rigor das leis, sem dar moleza para ninguém". Bacci reafirmou também que continua defendendo a pena de prisão perpétua em alguns casos de violência: "Sou autor de um projeto que prevê essa pena para dois tipos de crime, como estupro com morte e seqüestro com morte. Vou seguir defendendo essa proposta, que depende apenas de uma mudança na lei". (AE)
relação à campanha pela reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As contas foram recusadas porque a sigla recebeu uma doação de R$ 10 mil de uma concessionária de serviço público, a Deicmar. A legislação eleitoral proíbe esse tipo de doação. Como punição pela rejeição das contas, o PT pode perder o fundo partidário a que teria direito no próximo ano. (AE)
deverão ser realizadas reuniões de manhã, à tarde e à noite a fim de votar os relatórios concluídos. Poderão ser votados os processos contra João Correia (PMDB-AC); Cabo Júlio (PMDB-MG); Érico Ribeiro (PP-RS); José Divino (sem partido RJ); Laura Carneiro (PFL-RJ); Nilton Capixaba (PTB-RO); Lino Rossi (PP-MT) (foto); Pedro Henry (PP-MT); João Magalhães (PMDB-MG) e Wellington Roberto (PLPB). Apenas os três últimos foram reeleitos. Já João Correia chegou a fazer greve de fome no plenário da Câmara para reivindicar o julgamento de seu processo. (ABr)
TSE JULGA RECURSO DO PT
ESFORÇO CONCENTRADO Conselho de Ética da O Câmara deverá fazer um esforço concentrado nesta
Tribunal Superior O Eleitoral (TSE) julgará semana para votar relatórios nesta semana um recurso do sobre parlamentares PT que contesta decisão tomada na semana passada pela corte rejeitando as contas do comitê financeiro nacional do partido em
envolvidos no esquema de compra superfaturada de ambulâncias com recursos do Orçamento. Na quarta e quinta-feiras
Antonio Cruz/ABr
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Operação Gladiador: 19 mandados de prisão preventiva e 82 mandados de busca e apreensão.
PF ACUSA EX-CHEFE DA POLÍCIA DO RIO DE JANEIRO
LINS CHEFIA UMA 'MÁFIA', DIZ A PF.
Ministério Público Federal corre contra o relógio. O procurador da República Rodrigo de Grandis, que conduz a investigação de supostas remessas em favor do ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, para instituições financeiras sediadas nas ilhas Jersey, está finalizando uma nova denúncia criminal contra o exprefeito e planeja tentar apresentá-la à Justiça Federal de São Paulo ainda nesta segunda-feira ou no máximo na terça, antes da diplomação de Maluf, eleito deputado fede-
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
Outra fórmula admitida por tucanos é substituir Tasso por Geraldo Alckmin. Mas FHC, José Serra e Aécio Neves são contra. Além disso, Alckmin está com viagem marcada para janeiro. Vai para os EUA para fazer cursos de economia política.
absoluta se a escolha fosse hoje. Renan leva vantagem sobre o candidato da oposição José Agripino (PFL), que ainda não empolgou os partidos. Dizem que Renan tem votos até no PSDB, aliado do PFL.
DIVISÃO Ao se reunirem com lideranças partidárias para decidir sobre o aumento dos parlamentares, Aldo Rebelo e Renan Calheiros dividiram com elas o ônus da medida, de conceder a equiparação de vencimentos com os dos ministros do STF. Aldo e Renan são candidatos à reeleição às presidências da Câmara e Senado.
OPOSIÇÃO
ACOPLADOS
José Serra e Aécio Neves, presidenciáveis do PSDB, acham que mesmo com o escorregão que deu, é mais conveniente Tasso Jereissati concluir seu mandato na direção do partido. Serra e Aécio não querem abrir brecha para uma nova tentativa de candidatura presidencial de Alckmin.
Os deputados estaduais esfregam as mãos porque seus salários são fixados com base nos vencimentos dos federais. O aumento dos deputados federais provoca um efeito cascata. Também os vereadores serão aquinhoados: seus salários são baseados nos dos deputados estaduais.
MOTIVO
VIGÊNCIA
Tasso se defende, justificando que poderia apoiar Ciro Gomes porque suas propostas são melhores para o Ceará. Os tucanos que reprovaram a declaração admitem que o argumento de Tasso é infeliz: o senador coloca os interesses do Ceará à frente dos interesses do País.
Os deputados federais vão passar a ganhar R$ 24, mil a partir da legislatura que começa em 2007. Atualmente, os federais ganham R$ 12,8 mil. Portanto, terão um aumento acima de 90%, provocando mais despesas à Câmara, de R$ 150 milhões/ano.
APOIO
QUANTO SERÁ
O PMDB admite que pode apoiar o candidato dos aliados à presidência da Câmara. Isto é, o partido desistiria de lançar candidato ao cargo. Mas o PMDB, por via das dúvidas, tem três deputados que podem disputar a presidência: Geddel Vieira Lima, Eunício Oliveira e Michel Temer.
Um deputado estadual em São Paulo vai ganhar R$ 18 mil por mês a partir de 2007, porque seu salário equivale a 75% dos vencimentos dos federais. Os vereadores em São Paulo também serão aumentados: hoje eles ganham R$ 7 mil, e passarão a receber R$ 14 mil por mês.
LANÇAMENTO
JUSTIÇA
Até o Natal, deputados suprapartidários devem se reunir para lançar a candidatura de Aldo Rebelo à reeleição à presidência da Câmara. Integram a frente as bancadas do PFL e PSDB. Pefelistas e tucanos apóiam a reeleição do atual presidente, mesmo que o PT mantenha a candidatura de Arlindo Chinaglia.
Os deputados Fernando Gabeira e Raul Jungmann confirmam que devem encaminhar mandado de segurança ao STF denunciando o aumento de salários de 91% dos parlamentares. Os dois argumentam que o reajuste fere a Constituição porque o aumento não poderia ser concedido através de resoluções das duas mesas do Congresso.
NO PÁREO Os petistas voltam a afirmar que a candidatura de Arlindo Chinaglia é "pra valer". Mas, se depender de um trabalho de Lula, Chinaglia poderá desistir oportunamente para apoiar Aldo Rebelo.
FAVORITO Continua o favoritismo de Renan Calheiros no Senado. Sua reeleição à presidência da Casa seria
EVASIVA Quem não gostou da reunião de lideranças partidárias com Aldo Rebelo e Renan Calheiros para decidir pelo aumento de salários dos parlamentares foi Arlindo Chinaglia. Isso porque a concessão do aumento aos deputados era a principal bandeira de campanha de Chinaglia à presidência da Câmara.
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
Corr upção Planalto Congresso CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
REAÇÃO AOS SUPERSALÁRIOS: NA JUSTIÇA
5 Uma resolução ou decreto não pode se contrapor a uma norma constitucional. Carlos Sampaio
Lula Marques / Folha Imagem
Ailton de Freitas / AOG
BARREIRA CONTRA O 'AUMENTÃO' Grupo de deputados entra com projeto que prevê reajuste de acordo com a inflação
E
Contra-golpe: deputados Fernando Gabeira e Carlos Sampaio entram com mandado contra aumento.
Gabeira e Sampaio atacam trenó da alegria O
s deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Fernando Gabeira (PV-RJ) ingressarão hoje no Supremo Tribunal Federal (STF) com um mandado de segurança contra a decisão conjunta das cúpulas da Câmara e do Senado que praticamente dobrou o salário dos congressistas. O mandado contesta a forma como o aumento foi concedido – sem ter sido votado em plenário. Os dois parlamentares pedem que o STF suspenda o reajuste em caráter liminar,
com o argumento de que houve abuso de poder por parte da direção do Congresso, que teria usurpado prerrogativas do plenário garantidas pela Constituição. "Uma resolução ou decreto não pode se contrapor a uma norma constitucional", diz Sampaio, que é também promotor. O ataque à forma como o aumento foi concedido, afirma o deputado, é uma estratégia para tentar provocar uma nova discussão sobre o aumento de salário, que subiu de R$ 12.847,20
para R$ 24,5 mil. "Essa questão deve ser discutida em votação aberta no plenário, para que todos saibam quem é contra e quem é a favor", diz. O tucano defende que a correção do salário dos deputados se restrinja à inflação acumulada nos últimos quatro anos, de 28,4% se tomado como base o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Sampaio acredita que o mandado de segurança tenha mais chances de prosperar do que as ações diretas de inconstitucionalidade. (AE)
m uma medida paralela às ações na Justiça, deputados contrários ao aumento de 90,7% no salário dos parlamentares pretendem entrar hoje com um projeto para anular o reajuste concedido pelas Mesas do Senado e da Câmara, já chamado de 'Aumentão', e estabelecer novo critério para fixar os subsídios dos parlamentares. Durante o final de semana, o deputado Walter Pinheiro (PT-BA) trabalhou na elaboração do projeto de decreto legislativo, o instrumento legal para tratar de questões internas do Congresso. A proposta é a de que o reajuste seja de acordo com a inflação no período – 28,4% nos últimos quatro anos pelo IPCA. O projeto de decreto legislativo segue a tramitação de uma proposta normal, mas poderá ser votado em regime de urgência se houver pressão suficiente e disposição política dos deputados para isso. Foi com base em um decreto legislativo aprovado em 2002 pelos deputados e pelos senadores que os presidentes do Senado, Renan Ca-
Walter Pinheiro: projeto de decreto legislativo a caminho.
Pinheiro afirmou ainda eslheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB- perar a colaboração do líder SP), se basearam para au- do PT na Câmara, Henrique mentar o salário dos parla- Fontana (PT-RS), que votou contra o reajuste mentares por ato na reunião da conjunto das Mesa, e da próMesas Diretoras, pria bancada sem votação peque decidiu pelo las duas Casas. aumento basea" E s t o u p r o- Não estou contra o do na reposição pondo uma cor- aumento. Estou da inflação. reção de métocontra o índice Os parlamendo. Quero ter a o p o r t u n i d a d e adotado, esse valor tares que estão de votar o salário absurdo e o método contra o valor fixado para os sae decidir esse as- de reajuste. lários tentam lesunto no plenáDeputado Walter var a decisão pario. Não estou Pinheiro ra o plenário cocontra o aumenmo forma de to. Estou contra mudar o valor, o índice adotado, esse valor absurdo e o acreditando no constrangimétodo de reajuste", afir- mento do voto aberto. No mou Pinheiro, que pretende plenário, os deputados e os contar com o apoio de outros senadores terão de assumir o deputados na defesa do pro- desgaste político individualmente. (AE) jeto de decreto legislativo.
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
1 Alguns shoppings venderam 10% mais em volume; lojas na 25 tiveram expansão de 20%
Rafael Hupsel/LUZ - 16/12/2006
PAPAIS-NOÉIS EM FILA PARA COMPRAR NA 25 DE MARÇO
C
Varejo popular comemora maratona de consumidores, a uma semana do Natal.
onsiderando que o próximo domingo é dia 24 de dezembro, véspera de Natal – o final de semana passado foi a última “oportunidade” para o consumidor escolher os presentes. Muitos cumprem a tarefa nos minutos que antecedem a ceia natalina, mas neste ano boa parte dos consumidores dedicou o sábado e o domingo à maratona de compras para o Natal. O movimento foi muito forte na rua 25 de Março, que recebeu 1 milhão de consumidores no sábado. A cena era caótica na rua, um dos maiores centros de compras a céu aberto do País: além de enfrentar o sol forte e a multidão de mais de um milhão de pessoas que costuma ir à 25 de Março todos os dias nesta época do ano, os consumidores tiveram que apelar para o espírito natalino para não se amedrontar com os conflitos que aconteciam entre a Guarda Civil Metropolitana e os vendedores ambulantes irregulares. Quando os guardas se aproximavam, os camelôs davam um jeito de esconder os produtos em sacolas e se passavam por consumidores. Muitos tiveram a mercadoria levada – não sem reclamações. A Bijoux Jóias e Acessórios ficou tão lotada que quem se interessava pelos produtos tinha que se espremer na porta, separado por uma corrente que protegia a loja. “Só entra gente quando sair gente”, disse a vendedora Clarice Inácio Borges. A loja só vende no atacado. Mas como o mínimo de compras é de R$ 50, as amigas “consomem em conjunto”. No sábado, as vendas da Bijoux foram 50% maiores em relação ao sábado anterior. “No dia 23 esperamos um movimento ainda maior”, afirmou a vendedora. No Depósito de Meias São Jorge as consumidoras se espremiam para escolher lingerie. “A expectativa é vender 20% mais neste Natal em comparação à data de 2005”, afirmou a gerente Jandira Picasso Balsanelli. A assistente financeira Karen Karrasch escolheu meias para dar de “lembrança” aos
sobrinhos. Ela acha que ainda vale a pena ir à rua 25 de Março, mas só para comprar bijuterias e roupas. Já o militar Túlio Cobuta e a família exibiam um sorriso e as inúmeras sacolas nas mãos. “Compramos tudo para relaxar no próximo final de semana. Gastamos R$ 500 – mas o valor, no shopping, seria o dobro”, detalhou Cobuta. Carona – As demais ruas do centro de São Paulo pegaram uma carona na procura dos consumidores pela rua 25 de Março no sábado. Apesar da tranqüilidade, o fluxo de pes-
O casal Cortez gastou R$ 1 mil
soas era grande. As lojas da Rua Direita que ficaram abertas aproveitaram parte do movimento da 25 de Março. O vendedor da loja especializada em bolsas e malas A.C.A. Monteiro, Flávio Teixeira, afirma que 20% das pessoas que entravam na local “fugiam” da confusão da 25 de Março. Para ele, o sábado anterior foi melhor do que o primeiro de dezembro, em razão do pagamento da parcela do décimo terceiro salário. “O sábado que vem será ainda melhor porque as pessoas poderão gastar a segunda parcela”, diz Teixeira. Ele projeta que as vendas deste Natal crescerão 5% em relação ao Natal de 2005. A assistente administrativa Camila Custódio e o eletricista Natanael Dantas compraram as alianças na rua Direita – vão casar em janeiro - e aproveita-
ram para levar uma mochila na A.C.A. Monteiro. “O sábado foi dedicado aos presentes. Não teremos tempo no final de semana que vem”, disse Camila Custódio. Shopping – No lugar da rua lotada, os corredores. Assim estava o Shopping Center Norte, um dos mais procurados e populares de São Paulo. Neste mês são esperados 9 milhões de consumidores. Normalmente, passam pelo Center Norte 150 mil pessoas por dia. Nesta época, o número sobe para 200 mil. A expectativa é que as vendas cresçam 12% neste Natal, em comparação com a data de 2005. A gerente da loja de roupas femininas Mercearia, Tatiana Moreira, apostou todas as fichas nas vendas no final de semana passado. “As pessoas vão se reunir para organizar a ceia de Natal nos dias 23 e 24”, afirmou Tatiana. Ela detalhou que 70% das compras, para esse Natal, estão sendo feitas em parcelas no cartão de crédito. “Os consumidores têm vontade de comprar, e precisam de facilidades”, afirmou. As pessoas se “esforçaram” no sábado passado para descansar no próximo final de semana. O casal Ronaldo e Valéria Cortez gastou aproximadamente R$ 1 mil. “Para nós, este é o último final de semana de compras do ano. Chega de confusão”, disse Valéria. Mas nem todos os lojistas, em shopping centers, obtiveram movimento positivo. O gerente da Tiara Bolsas, Carlos Eduardo Mendonça Soares, ainda não sentiu o movimento de Natal. Na primeira quinzena do mês, a loja teve queda de 10% no faturamento, em relação ao Natal de 2005. A expectativa agora é vender mais na véspera do Natal. “A última semana do ano será decisiva”, disse Soares. Já o Shopping Metrô Tatuapé, na zona leste da cidade, informou ontem que fechou o final de semana com 10% de aumento no volume de vendas, sobre o mesmo final de semana de dezembro de 2005. Neide Martingo
DEZEMBRO DE "MOVIMENTO MORNO" Expansão deverá ser de 4,5%, semelhante ao crescimento no Natal de 2005
A
pesar de os consumidores lotarem ruas comerciais e os shoppings, os lojistas não devem esperar grandes surpresas nos resultados deste final de ano. "O ritmo do aumento de vendas de Natal este ano será praticamente igual ao verificado na data de 2005, com movimento morno." A análise é do economista da Associação Comercial de São Paulo, Emílio Alfieri. Para fazer a afirmação, Alfieri leva em conta o histórico de consultas aos Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) e ao Usecheque, ambos da ACSP e que medem, respectivamente, as compras a prazo e à vista. Para ele, as lembrancinhas serão os presentes mais procurados, já que as consultas ao Usecheque foram as que obtiveram maior elevação entre os dias 1 e 14 de dezembro deste ano em relação ao mesmo período de 2005. "O índice de au-
mento das consultas ao Usecheque na quinzena deve ficar entre 5,5% e 6%. São compras feitas à vista, de produtos como vestuário ou brinquedos, por exemplo", diz Alfieri. O crescimento das consultas ao SCPC,
Muitas pessoas aproveitaram as promoções de antecipação de Natal feitas em setembro e outubro e já gastaram o dinheiro Emílio Alfieri geralmente feitas para aquisições de produtos de valores mais altos e que serão pagos em parcelas, pode ficar entre 3% e 3,5%, em comparação com o mesmo período de 2005. A média dos dois sistemas,
nos primeiros quinze dias de dezembro de 2005, apresentou aumento de 4,25%, em relação a 2004. "No acumulado deste ano, o índice não passará de 4,5%", afirma o economista. Para Alfieri, o SCPC tem mais probabilidade de crescer na segunda quinzena de dezembro. "Na primeira semana do mês, o aumento das consultas ao sistema não registrou nem 2%. Na segunda, o pico foi de 3,5%", detalha o economista. "O Usecheque já atingiu o limite. Dificilmente apresentará evolução maior." Alfieri destaca que, a partir da quarta-feira deste semana, dia 20, o movimento poderá ser maior, já que os consumidores contarão com o pagamento da segunda parcela do 13º salário. "Mesmo assim, muitas pessoas aproveitaram as promoções de antecipação de Natal feitas em setembro e outubro. Muitos consumidores já gastaram o dinheiro." (NM)
A Ladeira Porto Geral, vista da rua 25 de Março, lotada de consumidores no sábado passado
Túlio Cotuba (à direita) e família gastaram R$ 500, valor que, dizem, dobraria em um shopping center
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Nacional Empresas Microcrédito Finanças
O
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai dar apoio a instituições que queiram operar os programas de microcrédito que contam com recursos do banco, como cooperativas. O BNDES anunciou na última sexta-feira a aprovação de uma linha de apoio a Projetos de Desenvolvimento Institucional, com recursos não reembolsáveis do fundo social da instituição e orçamento de R$ 10 milhões. Segundo o presidente do BNDES, Demian Fiocca, como o banco não possui uma rede de agências, ele tem maior dificuldade de atingir um número mais amplo de instituições que trabalham com o microcrédito. A nova linha permitirá ao banco atingir uma parcela
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RECURSOS SÃO DA ORDEM DE R$ 10 MILHÕES
BNDES LANÇA NOVA LINHA PARA INSTITUIÇÕES DE MICROCRÉDITO
CRÉDITO PARA PEQUENOS maior das cooperativas em operação no País. Presente na solenidade, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que os bancos brasileiros não estão acostumados a lidar com os pequenos tomadores. "Isso vale para o BNDES, para o Banco do Brasil, para a Caixa Econômica, para os nossos bancos privados, para todo mundo", disse. Marinho emendou a seguir, lembrando que não é o caso do BNDES porque não tem agências, é um banco de fomento, de desenvolvimento.
"Se os bancos estivessem cumprindo sua missão de fazer o dinheiro chegar aos pobres, para os pequenos, para quem necessita de mais crédito, não teriam nascido as cooperativas de crédito", disse Marinho. "Essa é a verdade nua e crua, por mais que alguém possa gostar ou não." Marinho afiançou que o Estado brasileiro tem por obrigação trabalhar no sentido de criar um sistema que funcione também para o microcrédito. "O Banco Central não estava acostumado a pensar em regu-
lamentação para atingir esse público. O Banco Central nos deu muito trabalho", disse o ministro do Trabalho. Marinho enfatizou que o banco público que não se disponha a seguir a orientação do programa de governo não necessita ser público. Ele disse que o cumprimento de metas sociais que o Ministério do Trabalho vai estabelecer funcionará como parâmetro nas negociações de depósitos especiais do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) com os bancos públicos.
O banco público que não colaborar terá dificuldades nas negociações a cada ano a partir de agora, prometeu Luiz Marinho. Ele ressaltou, entretanto, que o BNDES, com a criação da nova linha de fortalecimento das entidades que atuam com microcrédito no Brasil, ganhou alguns pontos de crédito e está na frente das demais instituições financeiras. Para o ministro, as ações de microcrédito constituem uma das principais oportunidades de oferecer alternativas a famílias pobres, que lhes permitam
milhões de reais foi o montante de concessões de crédito aprovadas por 13 instituições
deixar de depender de programas assistenciais do governo. "Trabalhamos todos os dias para diminuir a quantidade de famílias que necessitam de um programa assistencial tão forte como o Fome Zero", disse. "Nós precisamos – e vamos fazer – tirar pessoas do programa Bolsa Família." Recorde – As aprovações de microcrédito atingem nível recorde com R$ 48 milhões em 2006 e 13 instituições apoiadas. O resultado reforça a carteira do Programa de Microcrédito (PMC) do banco, que totaliza neste ano R$ 80 milhões (entre operações contratadas, aprovadas, em análise e enquadradas), nível também sem precedentes. Desse total, R$ 75,3 milhões são projetos contratados e em fase de contratação. (Agências)
ATAS
BV LEASING - ARRENDAMENTO MERCANTIL S.A. Companhia Aberta - CNPJ/MF nº 01.858.774/0001-10 - NIRE nº 35.300.150.082
ATA DE REUNIÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO REALIZADA EM 13 DE DEZEMBRO DE 2006 Data, Horário e Local: 13 de dezembro de 2006, às 08h00min horas, na sede social da Companhia, na Rua Amazonas nº 439, 11º andar, no município de São Caetano do Sul, Estado de São Paulo. Presença: José Ermírio de Moraes Neto, Marcus Olyntho de Camargo Arruda e Wilson Masao Kuzuhara, únicos conselheiros da Companhia. Mesa: José Ermírio de Moraes Neto, Presidente; Marcus Olyntho de Camargo Arruda, Secretário. Deliberações: Foi aprovada, por unanimidade, a terceira emissão de debêntures pela Companhia, sendo a segunda amparada no Programa de Distribuição arquivado na Comissão de Valores Mobiliários em 08 de dezembro de 2006, sob o nº CVM/SRE/PRO/2006/010, de acordo com as seguintes características: (i) Valor Total da Emissão: O valor total da emissão é de R$1.999.999.522,40, na Data de Emissão (conforme definido abaixo); (ii) Quantidade: Serão emitidas 933.358 Debêntures; (iii) Valor Nominal: As Debêntures terão valor nominal unitário de R$2.142,80, na Data de Emissão (“Valor Nominal”); (iv) Conversibilidade: As Debêntures não serão conversíveis em ações; (v) Espécie: As Debêntures serão da espécie subordinada, nos termos do artigo 58 da Lei nº 6.404/76; (vi) Data de Emissão: Para todos os efeitos legais, a data de emissão das Debêntures será 08 de dezembro de 2006 (“Data de Emissão”); (vii) Prazo e Data de Vencimento: As Debêntures terão prazo de vencimento de cinco anos, contados da Data de Emissão, vencendo-se, portanto, em 08 de dezembro de 2011 (“Data de Vencimento”); (viii) Pagamento do Valor Nominal: O Valor Nominal das Debêntures será pago em uma única parcela, na Data de Vencimento; (ix) Colocação: As Debêntures serão objeto de distribuição pública (“Oferta”) com intermediação de instituições financeiras integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários, sob o regime de garantia firme de colocação, não existindo reservas antecipadas, lotes mínimos ou máximos, sendo atendidos, prioritariamente, os clientes das instituições intermediárias da Oferta e/ou, observado o disposto no artigo 55 da Instrução CVM nº 400/03, o Banco Votorantim S.A.; (x) Prazo de Subscrição: Após o decurso do prazo de cinco dias úteis contados (a) do protocolo de pedido de registro automático da Oferta na CVM, nos termos do artigo 2º, inciso I, da Instrução CVM nº 429/06; (b) da publicação do anúncio de início da Oferta (“Anúncio de Início”); e (c) da disponibilização do prospecto definitivo, atualizado, se for o caso, do Programa de Distribuição e do suplemento definitivo da Oferta aos investidores, as Debêntures serão subscritas, a qualquer tempo, em até seis meses contados da data da publicação do Anúncio de Início; (xi) Forma de Subscrição: As Debêntures serão subscritas por meio dos procedimentos do SDT, administrado pela CETIP, com base nas políticas e diretrizes fixadas pela ANDIMA, sendo as Debêntures liquidadas e custodiadas na CETIP, e/ou do BovespaFix, administrado pela Bovespa, sendo as Debêntures custodiadas na CBLC; (xii) Forma de Integralização: As Debêntures serão integralizadas à vista, no ato da subscrição e em moeda corrente nacional, pelo Valor Nominal, acrescido da Remuneração, calculada pro rata temporis desde a Data de Emissão até a Data de Integralização, bem como do Prêmio (conforme definido abaixo); (xiii) Prêmio: As Debêntures serão subscritas com um prêmio no valor de R$535,70 por Debênture, para fins de constituição de reserva de capital da Emissora (“Prêmio”); (xiv) Negociação: As Debêntures serão registradas para negociação no mercado secundário por meio do SND e do BovespaFix; (xv) Remuneração: A Remuneração será composta pela (a) Atualização Monetária: O Valor Nominal das Debêntures será atualizado a partir da Data de Emissão até a Data de Vencimento, pelo fator de variação da cotação de fechamento da taxa de venda de câmbio de reais por dólares dos Estados Unidos, disponível no SISBACEN, transação PTAX800, Opção 5 (“Taxa de Conversão”), devida, em moeda corrente nacional, semestralmente, a partir da Data de Emissão, ocorrendo o primeiro pagamento
em 08 de junho de 2007 e o último, na Data de Vencimento; e (b) Juros: Sobre o Valor Nominal das Debêntures atualizado pela Taxa de Conversão incidirão juros remuneratórios, calculados com base em um ano de 360 dias, correspondentes a 12,0436% ao ano, desde a Data de Emissão até a Data de Vencimento, devidos em moeda corrente nacional semestralmente a partir da Data de Emissão, ocorrendo o primeiro pagamento em 08 de junho de 2007 e o último, na Data de Vencimento; (xv) Resgate Antecipado Facultativo: Não haverá resgate antecipado facultativo de quaisquer das Debêntures; e (xvi) Vencimento Antecipado: Agente Fiduciário deverá declarar antecipadamente vencidas todas as obrigações exigir o imediato pagamento, pela Emissora, do Valor Nominal das Debêntures em circulação, acrescido da Remuneração, calculada pro rata temporis desde a Data de Emissão ou a data do último pagamento da Remuneração, conforme o caso, até a data do efetivo pagamento, e, dependendo do caso, dos Encargos Moratórios: (i) (a) intervenção ou liquidação extrajudicial da Emissora; (b) pedido de autofalência apresentado pela Emissora; (c) decretação de falência da Emissora; (d) se permitido pela legislação, pedido de recuperação judicial ou de recuperação extrajudicial formulado ou iniciado pela Emissora; ou (e) dissolução, liquidação ou extinção da Emissora; sendo que, em qualquer dos casos deste inciso, o pagamento das Debêntures se subordinará ao pagamento dos demais passivos da Emissora; (ii) não pagamento, pela Emissora, do Valor Nominal, da Remuneração ou de quaisquer outros valores devidos aos Debenturistas nas datas previstas na Escritura de Emissão, não sanado no prazo de dois dias úteis, contados das suas respectivas datas de vencimento; (iii) não cumprimento, pela Emissora, de toda e qualquer obrigação não pecuniária prevista na Escritura de Emissão, não sanada em 30 dias, contados da data de recebimento de aviso escrito neste sentido que lhe for enviado pelo Agente Fiduciário; (iv) vencimento antecipado de qualquer dívida da Emissora decorrente de inadimplemento contratual, cujo valor individual ou agregado seja igual ou superior a R$30.000.000,00, atualizados anualmente desde a Data de Emissão pela variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (“IPCA”) (ou seu contravalor em outras moedas); (v) protesto legítimo e reiterado de títulos contra a Emissora ou constituição em mora da Emissora por atraso no pagamento de obrigações, cujo valor individual ou agregado seja igual ou superior a R$30.000.000,00, atualizados anualmente desde a Data de Emissão pela variação do IPCA (ou seu contravalor em outras moedas), exceto se, no prazo de até 30 dias contados da data do protesto ou da constituição em mora, conforme o caso, tiver sido comprovado ao Agente Fiduciário que (a) o protesto ou a constituição em mora foi efetuado por erro ou má-fé de terceiro; (b) o protesto ou a constituição em mora foi cancelado; ou (c) o valor do(s) título(s) protestado(s) ou da obrigação em mora foi depositado em juízo; (vi) transferência do controle acionário, tal como definido em lei, da Emissora para pessoas físicas ou jurídicas que não sejam suas controladoras, diretas ou indiretas, ou para pessoas jurídicas que não sejam suas controladas ou sujeitas a controle comum, diretas ou indiretas; (vii) pagamento, pela Emissora, de dividendos, juros sobre capital próprio ou qualquer outra participação no lucro estatutariamente prevista, exceto pelo pagamento do dividendo mínimo obrigatório previsto no artigo 202 da Lei nº 6.404/76, caso a Emissora esteja inadimplente com relação às suas obrigações pecuniárias previstas na Escritura de Emissão; ou (viii) na transformação da Emissora de sociedade anônima para sociedade limitada. Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, foi lavrada a presente ata que, lida, achada conforme e unanimemente aprovada, foi por todos assinada. A presente transcrição é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio. São Paulo, 13 de dezembro de 2006. Marcus Olyntho de Camargo Arruda - Secretário.
EDITAIS PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
ABERTURA DE LICITAÇÃO SITE: www.riopreto.sp.gov.br MODALIDADE: PREGÃO PRESENCIAL N° 127/2006 Objeto: Aquisição de 720.000 litros de gasolina destinados aos veículos da frota municipal da sec. mun. de administração, educação e saúde. Data de processamento do pregão: 05/01/2007 às 14:00hs na sala de audiências da Comissão de Licitações, 2º andar do Paço Municipal.
SEAC-SP - Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação no Estado de São Paulo Av. República do Líbano, 1204 - Jd. Paulista - CEP 04502-001 - SP CNPJ(MF) nº 62.812.524/0001-34 - Cód. da Entidade nº 002.531.86250-6 Arrecadação da Contribuição Sindical - Exercício 2007 Srs. Contribuintes: Dispõe o Art. 579 da Consolidação das Leis do Trabalho “A Contribuição Sindical é devida por todos aqueles que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou inexistindo este, na conformidade do disposto no Art. 591”. Assim, pelo presente edital, ficam Notificadas todas as empresas, cuja atividade econômica seja representada pelo SEAC-SP - Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação no Estado de São Paulo, entidade sindical reconhecida pelo Ministério do Trabalho, para recolherem a Contribuição Sindical de 2007, de conformidade com o que dispõe a legislação em vigor. Comunicamos que este Sindicato abrange todo o Estado de São Paulo, com exceção da Região do Grande ABC (Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Mauá, Ribeirão Pires, Diadema e Rio Grande da Serra) e de Ribeirão Preto (Ribeirão Preto, Altinópolis, Barrinha, Batatais, Brodósqui, Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Cravinhos, Dumont, Guará, Ipuã, Jardinópolis, Luis Antonio, Morro Agudo, Nuporanga, Orlândia, Pontal, Serrana, Serra Azul, Sertãozinho, São Joaquim da Barra, São Simão, Sales de Oliveira e Santa Rosa do Viterbo). Para o fiel cumprimento das obrigações legais, dá-se ciência aos Srs. Contribuintes que o recolhimento em pauta deverá ser efetuado nas agências da Caixa Econômica Federal ou nas Casas Lotéricas através das guias obtidas junto a este sindicato. O pagamento da Contribuição Sindical fora do prazo legal sujeitará o infrator às cominações previstas no Art. 600 da Consolidação das Leis do Trabalho e demais legislações aplicáveis à espécie. Para os devidos fins, alerta-se que as repartições federais, estaduais ou municipais não concederão registro ou licenças para funcionamento ou renovação das atividades dos estabelecimentos de empregadores, nem alvarás de licença ou localização, sem que sejam exibidas as provas da Contribuição Sindical. Do mesmo modo, é considerado como documento essencial ao comparecimento às concorrências públicas ou administrativas, para o fornecimento às repartições paraestatais ou autárquicas, a prova da aludida quitação da contribuição. São Paulo, 18 de dezembro de 2006. Aldo de Avila Junior - Presidente (18, 19, 20)
CONVOCAÇÕES
COMUNICADOS ROHT CONFECÇÕES IND. E COM.LTDA
torna público que requereu à CETESB, a Renovação da Licença de Operação para a atividade de fabricação de malha em tricot, sita à Rua Zilda, 876A - Casa Verde Alta - São Paulo.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que achase aberta licitação para execução de Reforma de prédio(s) escolar(es) construído em estrutura pré-fabricada metálica (Sistema Nakamura): TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO – PRAZO - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2763/06/02 - EE Campo Grande II - Av. Jonh Boyb Dunlop, s/nº - Campo Grande - Campinas/SP – 90; EE Profª Ivani Aparecida Queiroz Perez - Rua Pres. Mal. Floriano Peixoto, 21 - Sumaré/SP – 60. R$ 104.008,00 – R$ 10.400,00 – 09:30 – 15/01/2007. 05/2764/06/02 - EE Prof. Waldomiro Guimarães - Rua Dom Henrique, s/nº - Vila João Ramalho - Santo André/SP 30; EE Parque Santos Dumont - Rua Olho D’Água dos Borges, s/nº - Parque Santos Dumont - Guarulhos/SP – 90; EE Dep. José Storopoli - Estrada de Itaberaba, s/nº - Jardim Santa Terezinha - Guarulhos/SP – 60. R$ 88.971,00 – R$ 8.897,00 – 10:30 – 15/01/2007. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 19/12/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 12/01/2007, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 15 de dezembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Ricardo da Cunha Marculino - Requerente: Luciana Camilo Jorge Marculino Requerida: Imobiliária Trabulsi Ltda. - Av. Brigadeiro Luis Antonio nº 2.482 - 01ª Vara de Falências Requerente: Opinião S/A - Requerido: Clodal Comércio de Metais Ltda. - Rua Vitório Emanuel nº 173 S/ 03 - 02ª Vara de Falências
Requerente: Max Factoring Ltda. - Requerido: Marfrig Frigoríficos e Comércio de Alimentos Ltda. - Av. Brigadeiro Faria Lima nº 1912 cj 7 - 02ª Vara de Falências Requerente: Grendene S/A - Requerido: Arsenal Com. Serviços Ltda.-ME - Rua Doutor João Ribeiro nº 304 Lj. 2.503 - 02ª Vara de Falências
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS
A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Obras: TOMADA DE PREÇOS N.º - OBJETO - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO – PRAZO - PATRIMÕNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/ PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2758/06/02 - Construção de ambientes complementares e Reforma de prédio(s) escolar(es) construído em estrutura pré-fabricada metálica (Sistema Nakamura) - EE Prof. José Carlos Prestes - Rua Hermes da Fonseca, 50 - Jardim Vista Alegre - Biritiba Mirim/SP – 30; EE Cap. Alberto Graf - Rua Cajamar, s/nº - Serpa - Caieiras/ SP – 30; EE Pref. Waldomiro Pompeo - Av. Carilau Cerri, 60 - Jardim Marici - Guarulhos/SP – 30; EE Profª Maria das Graças Sales de Oliveira - Rua Pref. José Basilio Alvarenga, 848 - Jardim Monte Serrat - Santa Isabel/ SP – 45. R$ 27.098,00 – R$ 2.709,00 – 09:30 – 12/01/2007. 05/2759/06/02 - Reforma de prédio(s) escolar(es) construído em estrutura pré-fabricada metálica (Sistema Nakamura) - EE Eduardo Roberto Daher - Est. Bento Rotger Domingues, 197 - Mombaca - Itapecerica da Serra/ SP – 30; EE Joaquim Perpetuo - Rua dos Motoristas, 196 - Jd. Itaquá - Itaquaquecetuba/SP - 30; EE Lot.Gaivotas III - Av. São Paulo, s/n - Grajaú - Capela do Socorro - São Paulo/SP – 90; EE Washington Alves Natel - Rua Min. Mario David Andreazza, 50 - Prq. Cocaia - Capela do Socorro - São Paulo/SP – 60; EE Hugo Carotini - Est. Keiichi Matsumoto, 2025 - Jd. Tomé - Embu/SP – 30. R$ 97.137,00 – R$ 9.713,00 – 10:30 – 12/01/2007. 05/2760/06/02 - Reforma de prédio(s) escolar(es) construído em estrutura pré-fabricada metálica (Sistema Nakamura) - EE Jardim São Bento III - Rua Algard, s/nº - Jardim São Bento - Campo Limpo - São Paulo/SP EE Veredas - Rua Magnolia Azul, 92 - Parque Veredas - Itaim Paulista - São Paulo/SP – 90. R$ 102.958,00 – R$ 10.295,00 – 14:00 – 12/01/2007. 05/2761/06/02 - Reforma de prédio(s) escolar(es) construído em estrutura pré-fabricada metálica (Sistema Nakamura) - EE Jardim Aracati II - Rua Marcelino Leitão de Oliveira, 170 - Jardim Aracati - Capela do Socorro - São Paulo/SP - EE Cond. Vargem Grande I - Rua Ipê Roxo, 122 - Parelheiros - São Paulo/SP – 90. R$ 99.808,00 – R$ 9.980,00 – 15:00 – 12/01/2007. 05/2762/06/02 - Reforma de prédio(s) escolar(es) construído em estrutura pré-fabricada metálica (Sistema Nakamura) - EE Jardim Moraes Prado I - Rua José Diogo Abadiano, 195-A - Jardim Noronha - Capela do Socorro - São Paulo/SP - EE Jardim Moraes Prado II - Rua José Diogo Abadiano, s/nº - Jardim Noronha - Capela do Socorro - São Paulo/SP – 90. R$ 121.378,00 – R$ 12.137,00 – 16:00 – 12/01/2007. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 19/12/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 11/01/2007, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
EXTRAVIO DE DOCUMENTOS CONSTRUTORA MELLO DE AZEVEDO LTDA, inscrita no CNPJ nº 17.154.899/ 0001-08 e Inscrição Estadual nº 535.227.567.115, declara que foram extraviados os Talões de Notas Fiscais em branco Modelo 01 de nºs 001 a 100.
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
1 Em quatro meses, a multa poderia chegar a algo em torno de R$ 150 mil, o suficiente para quebrar uma microempresa. Carlos Celso Orcesi, superintendente jurídico da ACSP
Liminar protege novos associados Liminar obtida pela ACSP garante a comerciantes associados – e a novos sócios – a manutenção de seus anúncios indicativos, direito ameaçado pela lei Cidade Limpa Sérgio Castro/AE - 22-12-2003
Rejane Tamoto
A
liminar contra a lei Cidade Limpa, obtida na última quinta-feira pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), garante o direito a mais de 32 mil comerciantes associados da cidade – e também a novos associados – de manterem as dimensões dos anúncios indicativos (nome do estabelecimento) das fachadas de seus pontos comerciais e, ainda, de expor anúncios sobre seus produtos dentro ou fora do imóvel. A liminar também protege os atuais e futuros associados de multas confiscatórias que, em apenas dois meses, poderiam chegar a R$ 70 mil, montante que levaria a maioria das empresas à falência. O atual quadro de filiados da ACSP representa 10% das cerca de 300 mil empresas comerciais formais existentes na cidade, de acordo com dados de estudo da consultoria Tendências, encomendado pelo Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior de São Paulo (Sepex-SP). "De acordo com esse universo, 90% do comércio ainda está desprotegido. A liminar, enquanto estiver valendo, resguarda os direitos não só de nossos associados, mas tam-
Nosso movimento seria maior com a rua decorada. O resultado da lei Cidade Limpa é que perdermos o patrocínio e a rua ficou mais feia. Miguel Giorgi Júnior, presidente da Univinco
Rua 25 de Março: o maior shopping a céu aberto ficou sem decoração. A lei Cidade Limpa impediu o uso da logomarca do patrocinador.
Elias Junior de Aguiar Bezerra. A lei 14.223 é radical porque proíbe o comércio de expor anúncios de seus produtos fora e dentro dos próprios estabelecimentos e, ainda, obriga a reduzir os anúncios indicativos das fachadas a partir de 31 de março de 2007. A lei Cidade Limpa também é polêmica por extinguir toda publicidade externa da cidade de São Paulo ao proibir outdoors, frontlights, backlights, anúncios em empenas cegas de imóveis e painéis em geral, a partir do próximo dia 1º de janeiro. Multas - A decisão judicial é uma importante vitória da ACSP, na visão de Orcesi, principalmente por proteger os comerciantes associados – e os que vierem a se filiar à Associação Comercial – de multas violentas, de R$ 10 mil por anúncio irregular e mais R$ 1 mil por m² excedente a 4 m². Além disso, o comerciante estaria sujeito à reaplicação da multa, nesse valor, a cada 15 dias. "Em quatro meses, a multa poderia chegar a algo em torno de R$ 150 mil. É confiscatória, porque apenas o valor de R$ 10 mil é o suficiente para quebrar uma microempresa", afirmou Orcesi. A liminar vitoriosa da ACSP na Justiça, enquanto estiver valendo, garante o direito de manter os anúncios nas fachadas ou fora dos imóveis a todos os comerciantes associados e aos que se filiarem à entidade, desde que possuam anúncios
Sérgio Castro/AE
bém os das empresas que se filiarem à Associação Comercial de São Paulo", explicou o superintendente jurídico da ACSP, Carlos Celso Orcesi. Recurso – A Prefeitura, por meio da Secretaria de Negócios Jurídicos, afirmou que vai recorrer da decisão da Justiça. A liminar obtida pela ACSP anula os efeitos da lei municipal Cidade Limpa, criada pelo prefeito Gilberto Kassab, aprovada em setembro na Câmara Municipal e regulamentada no último dia 6. Na quinta-feira da semana passada, a legislação municipal foi considerada abusiva à Constituição pelo juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública,
De acordo com esse universo, 90% do comércio ainda está desprotegido. A liminar, enquanto estiver valendo, resguarda os direitos não só de nossos associados, mas também os das empresas que se filiarem à Associação Comercial de São Paulo. Carlos Celso Orcesi, superintendente jurídico da ACSP
REVITALIZAÇÃO – O largo da Batata, em Pinheiros, passará por amplo processo de revitalização assim que as obras da Linha 4-Amarela do Metrô forem concluídas. Hoje, a área está bastante afetada pela construção da nova linha e pela ação de vendedores ambulantes ilegais. Do largo da Batata parte o Tatuzão, que escavará os túneis que farão a ligação do metrô à estação Luz.
licenciados ou já tenham entrado com o pedido de licença pela lei anterior 13.525/03. A medida também se estende à indústria e ao setor de prestação de serviços, aos associados ou aos futuros associados à entidade. "O prazo para as adequações da lei Cidade Limpa era pequeno demais, de três meses. Seriam necessários, pelo menos, três ou quatro anos para uma mudança como essa", disse o superintendente. Estudo - Além do prazo pequeno para as adequações, a lei Cidade Limpa também impõe um impacto econômico grande ao comércio formal de São Paulo. De acordo com o estudo da consultoria Tendências, encomendado pelo Sepex-SP, o custo para a rea-
dequação (retirada das peças atuais, retirada dos revestimentos, recuperação de fachadas e confecções de novas identificações de lojas de 4 m²) chega a R$ 1,6 bilhão. O valor corresponde a aproximadamente 300 mil estabelecimentos comerciais formais existentes na cidade. O estudo abrangeu bancos, padarias, farmácias, escolas, revendedoras de automóveis, cabeleireiros, bares, entre outros, e excluiu as indústrias e o comércio informal. Desse total, cerca de 90% das empresas têm até 19 empregados, isto é, o universo mais prejudicado pelas regras restritivas da lei Cidade Limpa. Uma das proibições, a de expor anúncios fora ou dentro dos estabelecimentos, interfere na lei
de livre concorrência. De acordo com o estudo realizado pela Tendências, a lei tem efeitos anticompetitivos preocupantes porque atinge o pequeno comerciante de bairro, que perderá acesso à sua principal ferramenta, que é a publicidade, enquanto que a grande cadeia de hipermercados continuará a fazer propaganda em rede nacional. A pesquisa ainda verifica o impacto da proibição dos outdoors sobre as vendas das empresas. Uma das conclusões é que a proibição de tal mídia causará maior impacto sobre a pequena empresa. Cerca de 82,2% das empresas pequenas acreditam que haverá queda nas vendas por causa da proibição de instala-
ção de outdoors. Antes mesmo de entrar em vigor, a lei Cidade Limpa já afetou o comércio da rua 25 de Março, por exemplo. Os comerciantes da via não obtiveram a autorização necessária da Subprefeitura da Sé para realizar uma decoração natalina externa, por não poder exibir a logomarca de um patrocinador. "Nosso movimento seria muito maior se tivéssemos a rua comercial decorada para o Natal. O resultado da lei Cidade Limpa é que perdermos o p a t ro c i n a d o r e a ru a d e maior comércio da cidade ficou feia", disse Miguel Giorgi Júnior, comerciante e presidente da União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências (Univinco).
Newton Santos/Digna Imagem
A lei Cidade Limpa, de autoria do prefeito Gilberto Kassab, não afeta apenas os outdoors, mas uma ampla gama de publicidade externa
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Camp. Brasileiro Estaduais Liber tadores Copa do Mundo
passe livre Roberto Benevides
ABEL BRAGA, O GRANDE CAMPEÃO Vamos lembrar sempre este 2006 como o ano em que dançou na Alemanha o sonho brasileiro do pentacampeonato mundial embalado pela exuberância do futebol de Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo e Adriano em jornadas anteriores. Murchou a bola brasileira bem na Copa do Mundo e o sonho ficou para 2010, na África do Sul. O ano de tristeza com a Seleção ficará, porém, marcado pelo duplo sucesso do Internacional, campeão da América e do mundo, conquistas que nem a geração colorada de Paulo Roberto Falcão havia conseguido. O Inter é o time do ano, com duas formações diferentes, graças ao trabalho do técnico Abel Braga, que derrotou o São Paulo de Muricy Ramalho na final da Libertadores e o Barcelona de Frank Rijkaard na final do Mundial de Clubes. Abel é o grande campeão do ano colorado.
MURICY RAMALHO, O GRANDE RIVAL Vice-campeão da América, o São Paulo não pôde defender o título mundial no Japão, mas ganhou por aqui o caneco, que em vão buscava havia uma década e meia, de campeão brasileiro. Deve-o principalmente a Muricy Ramalho, o homem que começou a montar o Inter agora levado por Abel ao topo e continuou no Morumbi o trabalho iniciado por Paulo Autuori. Eleito pela segunda vez o melhor técnico do Brasileirão, o são-paulino Muricy prepara-se para ganhar o mundo em 2007. É o grande rival de Abel.
FERNANDÃO, ROGÉRIO E MINEIRO, OS CRAQUES
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segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
2006 OS DONOS DO ANO SÃO PAULO E INTER GANHAM TUDO
m foi o campeão brasileiro e o vice da Libertadores. O outro, campeão da Libertadores (além de ganhar o Mundial) e vice no Brasileiro. Não teve para mais ninguém: 2006 foi mesmo o ano do São Paulo e do Internacional, tanto no cenário brasileiro quanto no sul-americano. Não que o Tricolor de Rogério Ceni e Mineiro ou o Inter de Fernandão e da revelação Alexandre Pato não tivessem seus ídolos dentro de campo. Ambas as equipes, porém, entrarão para a história principalmente por conta do estilo de seus técnicos, o são-paulino Muricy Ramalho e o colorado Abel Braga, que a partir das conquistas deste ano entram definitivamente para o rol dos treinadores brasileiros de primeira linha. Líder do Brasileiro praticamente de ponta a ponta, o São Paulo de Muricy encerrou o ano com saldo positivo. Na Libertadores, deixou escapar o bi somente na decisão, superado justamente pelo Inter com uma derrota em casa (2 a 1) e um empate no Beira-Rio (2 a 2). Já o Inter, sob o comando de Abel Braga, viveu o ano mais glorioso de seus 97 anos de existência. Na final da Libertadores, superou o favorito São Paulo. Na do Mundial, passou pelo igualmente favorito Barcelona. E no Brasileiro chegou em um honroso segundo lugar, inédito entre os times do país que no mesmo ano ganharam a principal competição sul-americana, como destacou seu próprio treinador após a decisão do Mundial de clubes.
Eduardo Nicolau/AE/26/11/2006
Vencedores fazem planos para 2007
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lém de são-paulinos e colorados, outras torcidas tiveram motivos para comemorar em 2006. Uma delas é a do Flamengo, que viu seu time ganhar a Copa do Brasil derrotando na final o arquiinimigo Vasco (1 a 0 e 2 a 0, logo depois da Copa do Mundo ) e garantir a volta à Libertadores quatro anos depois. Além do Rubro-Negro carioca, disputarão a principal competição sul-americana os cinco primeiros colocados do Brasileiro, uma vez que o atual campeão sul-americano, o Inter, tem vaga garantida, acabou se classificando novamente como vice-campeão e, assim, abriu uma vaga extra para o Brasil. Além do São Paulo (campeão brasileiro, que jogará sua quarta Libertadores seguida) e do Inter, também disputará o cobiçado troféu continental diretamente na fase de grupos o Grêmio, terceiro colocado do Brasileiro. Santos (quarto) e Paraná Clube (quinto) terão que jogar uma fase eliminatória. São Paulo (campeão), Vasco, Figueirense, Goiás, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Botafogo e Atlético-PR jogam a Copa Sul-Americana em 2007.
Eduardo Knapp/Folha Imagem/16/08/2006
Em 2006, o São Paulo de Rogério Ceni e o Inter da torcida colorada dominaram a cena no futebol brasileiro
No ano marcado pelo êxodo dos grandes jogadores e das principais promessas do futebol brasileiro, é natural o destaque ganho pelos treinadores no comando das equipes mais fortes, mas sobraram alguns talentos ainda capazes de desequilibrar um ou outro jogo por aqui. Fernandão, capitão e estrela principal do Inter, e os são-paulinos Rogério Ceni e Mineiro foram os grandes destaques dentro de campo. Rogério fecha a temporada como o goleiro que mais fez gols em toda a história do futebol, marca que pertencia ao paraguaio Chilavert.
Ari Ferreira/Lancepress/09/04/2006
A festa do Santos, campeão paulista ainda no primeiro semestre
A SELEÇÃO, EM CAMPOS DO BRASIL
Os últimos campeões
Vai ficando cada vez mais difícil, num futebol de tanta rotatividade como o nosso, fazer as tradicionais listas de fim de ano, tantos são os jogadores que vãoembora ao longo da temporada. Contando com os que ficaram, eis minha seleção do Campeonato Brasileiro: Rogério Ceni (São Paulo); Souza (São Paulo), Fabão (São Paulo), Fabiano Eller (Inter) e Kléber (Santos); Lucas (Grêmio), Mineiro (São Paulo), Cícero (Figueirense) e Danilo (São Paulo); Fernandão (Inter) e Souza (Goiás).
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pesar de a imensa maioria dos campeonatos estaduais ter-se encerrado ainda no primeiro semestre (veja a relação completa dos campeões no mapa ao lado), a bola ainda rolou ontem em duas decisões, no Piauí e no Maranhão. No Piauí, a final não tinha clubes da capital, mas mesmo assim o jogo entre Parnaíba e Barras foi realizado ontem em Teresina. Venceu o Parnaíba, por 1 a 0, gol de Daniel Sobralense, sagrando-se campeão.
A SELEÇÃO, EM TODO O MUNDO No ano do fiasco da Seleção na Copa, também não é tarefa fácil listar os 11 melhores jogadores brasileiros em atividade em todo o vasto mundo da bola, somando os de fora aos daqui, mas vamos lá: Dida (Milan); Souza (São Paulo), Lúcio (Bayern de Munique), Fabiano Eller (Inter) e Kléber (Santos); Mineiro (São Paulo), Zé Roberto (Bayern e Santos), Elano (Shakhtar) e Ronaldinho Gaúcho (Barcelona); Robinho (Real Madrid) e Rafael Sóbis (Inter e Betis). É claro que Ronaldinho entra na lista pelo cojunto da obra, descontado o que ficou devendo na Alemanha.
Esporte volta a circular na edição de 15 de janeiro de 2007
Torsten Silz/AFP/01/07/2006
Johannes Eisele/AFP/09/07/2006
No Maranhão, a decisão foi entre Sampaio Corrêa e Moto Clube, que empataram por 1 a 1 na primeira partida. Ontem, deu Moto, 2 a 1, gols de Saulo, contra, e Celinho (Gílson descontou para o Sampaio). Com o resultado, o Moto conquistou o título maranhense. Parnaíba e Moto juntam-se, assim, aos outros 25 campeões estaduais de 2006, entre os quais destacam-se Santos, em São Paulo, Botafogo, no Rio, Cruzeiro, em Minas, e Grêmio, no Rio Grande do Sul.
Michael Dalder/Reuters/09/07/2006
TUDO AZUL NA COPA – O Brasil do fenômeno Ronaldo - depois de fazer sucessivamente as finais de 1994, 98 e 2002 - naufragou diante da França de Zidane nas quartas-de-final da Copa do Mundo de 2006. Adiado o sonho brasileiro do penta, comentaristas de todo o mundo passaram a tratar os franceses como favoritos, mas acabou dando outra camisa azul na decisão do dia 9 de julho, em Berlim: provocado pelo italiano Materazzi, Zidane desferiu-lhe uma cabeçada no peito, foi expulso no fim da prorrogação e, já aposentado, viu o jogo se encerrar em 1 a 1. Nos pênaltis, deu a Azzurra: 5 a 3. E assim os italianos, capitaneados por Canavarro, chegaram ao tetra.
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
Tênis Fórmula 1 Vôlei Basquete
DIÁRIO DO COMÉRCIO
BRASIL GANHOU QUASE TUDO NESTE ANO
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2006 Alex Silva/AE/29/03/2006
DAR BRASIL VIROU ROTINA
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ois pontos separaram o vôlei brasileiro da perfeição em 2006. A seleção feminina vencia a Rússia por 13 a 11 no quinto set da decisão do Campeonato Mundial, no dia 16 de novembro, quando parou e acabou sendo atropelado pelas rivais, que fizeram 15 a 13, fecharam o jogo e tiraram do Brasil o aproveitamento de 100% no esporte. A seleção feminina já havia conquistado a Copa Pan-Americana, dois torneios amistosos e o hexacampeonato do Grand Prix,este invicto. Eram nove títulos desde o quarto lugar na Olimpíada de Atenas, em 2004. A derrota no Japão foi dolorida, mas não apagou o brilhante trabalho de renovação realizado pelo técnico José Roberto Guimarães, com talentos como Sheilla, Jaqueline e Mari, que prometem muitas vitórias e títulos nos próximos anos.
Toru Hanai/Reuters/03/12/2006
O masculino, por sua vez, sobrou em quadra. Ganhou a Liga Mundial com apenas uma derrota, para a Bulgária, e foi para o Japão tentar a conquista do bicampeonato mundial. Uma derrota para a França no início do torneio tornou cada jogo uma decisão. Na vitória contra a mesma Bulgária, os jogadores discutiram feio na quadra, mas tudo se acertou na hora da decisão: com vitórias avassaladoras sobre Sérvia e Montenegro, na semifinal, e a Polônia na final, veio o título e a promessa de outro bi: o olímpico, em 2008, em Pequim. Um domínio que se estende para a praia: Ricardo e Emanuel conquistaram o tetracampeonato do Circuito Mundial, com Márcio e Fábio Luiz na cola, disputa cada vez mais equilibrado. Entre as mulheres, Juliana e Larissa foram bi, soberanas. Tão soberanas quanto é o Brasil no vôlei mundial.
MUITOS ADVERSÁRIOS PARA DRIBLAR Janeth superou uma contusão sofrida durante o Mundial de Basquete Feminino, em São Paulo, para lioderar a seleção brasileira na conquista da quarta posição. Pena que o basquete brasileiro tenha muitos outros adversários para superar: no próprio Mundial, por exemplo, as atletas tiveram de driblar as goteiras - algumas não conseguiram e quase saíram contundidas da quadra. De quebra, as jogadoras brasileiras demoraram para receber o pagamento pelo bom trabalho no Mundial. Além disso, os clubes penam com a falta de patrocínio e organização - o Nacional Masculino de 2006, por exemplo, não terminou por causa de uma batalha jurídica. As conseqüências foram sentidas em quadra, com 19º lugar no Mundial do Japão, o pior resultado da história.
Kimimasa Mayama/AFP/16/11/2006
Timothy A. Clary/AFP/05/11/2006
MARÍLSON REINA EM NOVA YORK
O vôlei masculino foi bicampeão mundial no Japão e ganhou o hexa na Liga Mundial; o feminino venceu o sexto Grand Prix e ficou a apenas dois pontos do inédito título mundial Kazuhiro Nogi/AFP/04/12/2006
Bernardinho, o grande nome do esporte
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carioca Bernardo Rocha de Rezende, o mais exigente e vitorioso treinador em atividade no esporte de todo o mundo, conquistou no Campeonato Mundial o 15º título com a seleção brasileira de vôlei masculino em 19 competi-
Marcus Brandt/AFP/22/10/2006
ções, sempre fiel à sua filosofia de trabalho: - É claro que a gente entra em quadra para vencer os outros, mas o mais importante é dar 100% do que tem a dar. O que frustra não é a derrota. É não ter conseguido dar o máximo, é saber que não fez o melhor, não se preparou da melhor maneira. Desta vez, mais tranqüilo à beira da quadra, como para contrabalançar o excesso de adrenalina dos jogadores, o
perfeccionista Bernardinho economizou até na comemoração do bi mundial, logo em seguida ao hexa da Liga, como se ganhar títulos e mais títulos não passasse de obrigação sua e dos jogadores. Bernardinho é o principal nome do esporte brasileiro no ano em que até o futebol se rendeu ao domínio dos treinadores - alçando ao exclusivo clube dos grandes campeões o colorado Abel Braga e o são-paulino Muricy Ramalho.
O brasileiro Marílson dos Santos era conhecido apenas do público que acompanha de perto o atletismo, pelas duas vitórias na São Silvestre, por medalhas no Pan de 2003, em Santo Domingo, e vários bons resultados em outras provas. Com a vitória na Maratona de Nova York, ele se tornou rei da “Big Apple” por um dia, celebridade instantânea: deu dezenas de entrevistas, tirou milhares de fotos e ficou ainda mais cansado do que nos 42.195 metros da corrida. Quando chegou ao Brasil, três dias depois, reclamou: “Minha maratona ainda não terminou”. Mas disse que vai lutar pelo ouro em Pequim. Margarida Neide/AE/04/10/2006
Bernardinho continua incomparável: 15 títulos em 19 competições
Greg Wood/AFP/21/11/2006
VAI PARAR OU NÃO VAI PARAR? Acelino Popó Freitas recuperou o título mundial dos leves em abril, ao derrotar o norte-americano Razir Zaheem. Depois, em outubro, surpreendeu a todos ao anunciar, no fim de um evento no qual atuava como empresário, que estava pendurando as luvas. Surpreendeu até mesmo a si próprio, pois dias depois, ao vivo na TV, disse que voltaria a lutar se tivesse a chance de unificar os títulos de sua categoria diante do cubano Joel Casamayor, a quem já venceu uma vez, ou se tivesse a chance de uma revanche contra o norte-americano Diego Corrales, o único a vencê-lo na carreira. Mas a falta de patrocínio para disputar essa última luta no Brasil pode fazê-lo desistir da volta.
Don Emmert/AFP/03/09/2006
AS FERAS DIZEM ADEUS – Três mitos se despediram do esporte no segundo semestre deste ano. Michael Schumacher perdeu a chance de conquistar seu oitavo título mundial depois que o motor de sua Ferrari quebrou no Japão, pela primeira vez em seis anos. No Brasil, ganhou um beijo e uma taça de Pelé antes da corrida, e deu um show, saindo do último para o quarto lugar. Mas o título acabou mesmo com o espanhol Fernando Alonso, que foi bi e trocou a Renault pela McLaren. Andre Agassi não resistiu às dores nas costas, à rotina cansativa e ao avanço de Roger Federer, vencedor de 12 torneios no ano. Agassi parou diante de sua torcida, no US Open, ao ser derrotado pelo alemão Benjamin Becker. Chorou e fez toda a torcida chorar. Para Ian Thorpe, o adeus foi uma formalidade: após dois anos sem competir, ele chamou a imprensa para dizer que, depois de 11 recordes mundiais e nove medalhas olímpicas, estava “cansado de olhar para o fundo da piscina”. A água sentirá saudade.
O PEIXE QUE VEIO DA PARAÍBA Na contramão dos principais nadadores do Brasil, Kaio Márcio Almeida não tomou o caminho dos Estados Unidos e preferiu continuar treinando na sua João Pessoa natal. Foi o suficiente para que virasse uma das estrelas do nado borboleta em todo o mundo, com direito às medalhas de ouro nos 100 metros e bronze nos 50 metros no Mundial de Piscina Curta, em Xangai, em abril. Agora, sua meta é brilhar no Pan do Rio.
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Polícia Distritais Transpor te Compor tamento
DIÁRIO DO COMÉRCIO
CONTROLE DO TIETÊ TEM 61 CÂMERAS E 12 MONITORES
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
A maioria dos passageiros tem como destino as cidades do Norte e do Nordeste brasileiro.
Marcos Fernandes/Luz
Kelly Ferreira
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comerciante Iraci Maria de Souza viaja todo mês para o Rio de Janeiro. Na última vez, há 25 dias, esperou mais de três horas no saguão do Aeroporto de Congonhas, na zona sul da cidade, até conseguir embarcar. Foi a gota d'água. Depois do trauma da espera e descrente de uma solução rápida para a crise aérea, Iraci decidiu: agora vai para o Rio de ônibus. "Eu prefiro. Sei que demora mais para chegar, mas, pelo menos, eu chego no horário marcado. É mais tranqüilo e também mais barato. Não preciso ficar esperando horas numa sala. Chego na hora do embarque e pronto. Viajo sem atrasos". Iraci é uma das pessoas que estão contribuindo para um sensível aumento no número de embarques no Terminal Rodoviário Tietê, na zona norte de São Paulo. Embora ainda não existam estatísticas acabadas, empresas de ônibus rodoviários já informam que os embarques para Curitiba, Vitória, Rio de Janeiro e Belo Horizonte têm aumentado, superando a média para esta época do ano.
No Terminal Tietê não preciso ficar esperando horas numa sala. Chego na hora do embarque e pronto. Pego o ônibus e viajo sem atrasos. Iraci Maria de Souza, passageira E até arriscam um motivo: o caos nos aeroportos. "Notamos que do começo do mês para cá houve um aumento no número de passageiros. As empresas dizem que a venda de passagens para esses destinos tem aumentado bastante, além do normal para este período do ano, apesar das férias e da proximidade das festas de fim de ano. Chegar no horário a seus destinos e não perder horas e horas em salas de embarque dos aeroportos talvez sejam os principais motivos desse aumento", explica Antonino Alibrando, gerente de operações da Socicam, empresa que administra os terminais rodoviários Tietê, do Jabaquara e da Barra Funda. Apenas para situar essa tendência no tempo, vale lembrar que os atrasos de vôos começaram no dia 27 de outubro,
Tietê não tem mais cara de rodoviária. Terminal foi modernizado para oferecer aos passageiros mais conforto, segurança e pontualidade
Com jeito de aeroporto e uma boa alternativa em época de crise aérea, o Terminal Tietê atrai cada vez mais clientes. Boa parte trocou a espera pelos vôos por uma viagem mais longa, mas que chega no horário. quando os controladores de tráfego aéreo do Centro de Controle de Brasília, o Cindacta 1, iniciaram uma operação-padrão, um protesto contra a falta de profissionais e a sobrecarga de trabalho. Para agravar essa situação, logo Alibrando e os controladores dos ônibus: entradas e saídas monitoradas depois da queda do Boeing da Gol, em 29 de setembro, que matou 154 pessoas em Mato Grosso, dez controladores de vôo Crise aérea fez crescer as viagens rodoviárias de Brasília entraram em lir o . P o u c o estrutura do terminal para acocença médica, a n t e s d a s modar melhor os passageiros. d es fa l ca nd o Festas, o nú- Desde então, a cada ano, o núainda mais a m e r o d e mero de embarques tem auatividade. passageiros mentado. No terminal há muiEvolução – quase tripli- tas opções de lojas, praças de aliC oi nc i de nt ec a . E m u m mentação com franquias conhemente, a crise Tietê tem hoje 63 empresas, responsáveis por 1.450 partidas diárias mês de bai- c i d o s e s a l a s d e e s p e r a aérea pegou o xa estação, confortáveis. A imagem da anTerminal Tietê em excelente fa- menta em 70%, chegando a esse número seria de 30 mil tiga rodoviária mudou. Agora, se. Hoje, 63 empresas são res- mais de duas mil partidas por passageiros. Em dezembro, as pessoas se preocupam até ponsáveis por 1.450 partidas dia. A maioria dos passageiros principalmente no Natal, o ter- com a aparência. Se arrumam diárias. No mês de dezembro, tem como destino as cidades minal chega a receber 80 mil para viajar de ônibus", revela o número de embarques au- do norte e do nordeste brasilei- pessoas. "Em 2003, mudamos a Alibrando.
As mudanças também melhoraram a circulação das pessoas no terminal. Foi-se o tempo em que havia apenas uma entrada para as bagagens e para os passageiros. Agora, assim como nos aeroportos, passageiros com destino a cidades muito distantes de São Paulo, como as do norte e nordeste, passam por um check-in. "A bagagem segue para os ônibus por um caminho diferente daquele utilizado pelos passageiros. Agora é possível despachar as malas e aproveitar o tempo que antecede o embarque. O passageiro fica livre para se alimentar e caminhar. Ele não precisa mais tomar conta das bagagens, o que melhorou muito a circulação pelo terminal", diz Alibrando. Para evitar atrasos na entrada dos ônibus nas plataformas, a Socicam instalou um sistema de controle composto por 61 câmeras e 12 monitores. Uma das câmeras mostra imagens dos ônibus desde a marginal Tietê. É por meio dessa câmera que os controladores podem avaliar o trânsito no entorno do terminal e direcionar os ônibus para a melhor entrada, evitando assim possíveis atrasos. "Às vezes, uma entrada está mais congestionada do que a
A imagem da antiga rodoviária mudou. Agora, as pessoas se preocupam até com a aparência. Se arrumam para viajar de ônibus. Antonino Alibrando, gerente de operações da Socicam outra. Logo que o problema é detectado no monitor, um funcionário contata o motorista para que ele mude seu percurso. Assim, evitamos trânsito local e atrasos. Além disso, os ônibus que chegam ao terminal antes do horário previsto esperam em uma área reservada. O fluxo de circulação é bem definido", diz o gerente. Apesar dos avanços, Alibrando lembra que cuidados nunca são demais. E dá algumas dicas importantes: 1) Ao chegar ao Tietê, ficar atento à bagagem e bolsas. 2) Nunca aceitar ajuda de pessoas que não sejam funcionários (eles usam uniforme e crachá) do terminal. 3) Não cair no conto de que o ônibus quebrou e que outro sairá do lado de fora. 4) Comprar a passagem com antecedência.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
Nacional Tr i b u t o s Empresas Finanças
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
Aula no aparelho chamado Leg Press é uma das mais procurados na academia Acquasport
PAÍS TEM 4 MIL ACADEMIAS DE ESPORTES
Newton Santos/Hype
Massagem modeladora ajuda a reduzir medidas Newton Santos?Hype
Drenagem linfática ganha destaque Newton Santos/Hype
Pacotes oferecem mix de tratamentos
Divulgação
VERÃO EM FORMA
Preços dos pacotes variam entre R$ 800 e R$ 2 mil Marcelo Soares/Hype
E os lucros em alta
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s 2 mil clínicas de estética que se espalhavam pelo Brasil cinco anos atrás multiplicaram-se e, agora, são 4 mil. Isso sem contar os 2,8 milhões de brasileiros que freqüentam aulas diárias de ginástica localizada, aeróbica ou musculação. É um número expressivo, tanto que o Brasil é considerado referência mundial quando o assunto é estética. E, quando chega o verão, a procura por tratamentos estéticos e academias aumenta, ainda, 30%. Os empresários do setor não perdem tempo e investem em marketing, novidades e promoções para atrair, cada vez mais, os adeptos das formas perfeitas. De acordo com a Associação Brasileira de Academias de Ginástica (Acad), no ano 2000, funcionavam 4,5 mil empreendimentos do setor, número que subiu para 7 mil em 2006. "O faturamento anual desses
negócios gira em torno de R$ 1,5 bilhão", diz o vice-presidente da Acad, Amauri Marcello. "As academias pequenas detêm 90% do mercado." Durante os meses mais quentes do ano, de outubro a fevereiro, as academias fervem, tanto em movimento como em novidades. "É nessa época que aproveitamos para ganhar dinheiro, já que todo mundo está preocupado em deixar o corpo bonito para ir à praia ou usar roupas mais curtas", diz o coordenador do departamento aquático da Acquasport, Wanderlei Santos. "O faturamento aumenta cerca de 30%, e cai novamente em março, depois do Carnaval." No verão, aulas de musculação, pilates na água e sessões que unem ciclismo e cinema devem segurar os alunos mais tempo na academia. Musculação e natação são as atividades mais procuradas. Estética – Quem também se
beneficia com as altas temperaturas do verão são as clínicas de estética. A Onodera investe pelo menos 5,5% de seu faturamento mensal em propaganda. "Nesta temporada, investimos R$ 520 mil em aparelhos mais modernos para atender mais clientes", afirma a diretora executiva da Onodera, Lucy Onodera. "Para atrair a clientela, juntamos até três tipos de tratamento em um só pacote e parcelamos em até seis vezes sem juros." A maioria dos tratamentos de estética vendidos na empresa são unidos em pacotes de beleza. Nessa condição, o cliente consegue desconto de até 30%. Na rede, os clientes costumam gastar entre R$ 800 e R$ 2 mil em um pacote completo. "Os mais procurados são aqueles que combatem a gordura localizada e a celulite, já que todo mundo quer deixar o umbigo de fora", brinca Lucy. Sonnaira San Pedro
Aulas com a de Jump Feet, fazem sucesso Marcelo Soares/Hype
Esportes na piscina são os mais procurados
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Os tratamentos que combatem a celulite são os que têm maior aumento da procura nesta época do ano
Boa época para protetor solar s vendas de protetores solares e loções pós-sol chegam a dobrar nesta época do ano. Os feriados do segundo semestre e os meses de janeiro e fevereiro são os melhores, em termos de negócios, para os empresários do setor. De acordo com eles, os consumidores já não usam com tanta freqüência os bronzeadores, pela consciência dos estragos que o sol pode causar à pele, enquanto os protetores com filtro de proteção mais alto são o carro-chefe da estação, embora nem sempre sejam os mais adequados. Quanto aos repelentes, a venda segue o mesmo patamar o ano todo, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). Como o pico de produção de protetores solares ocorre no segundo semestre, a expectativa da Abihpec é de que, no verão de 2006, as vendas cresçam 35% em relação ao mesmo período de 2005. "Esperamos tamanho aumento por conta das boas vendas durante o primeiro semestre deste ano, que foram 49,6% maiores se comparadas às da mesma época de 2005", diz o presidente da Abihpec, João
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Carlos Basílio da Silva. "Em 2004, conquistamos a isenção do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) para os protetores, que era de 77%. Mesmo assim, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é elevado, e chega a 18% no Estado de São Paulo." É quando o tempo começa a esquentar que as marcas revelam suas estratégias de venda para o verão. Novas embalagens, fatores de proteção mais altos e promoções da temporada começam a ocupar as prateleiras. "O destaque do último verão foi o fator de proteção 30, mas percebemos um crescimento da procura dos fatores 50 e 60", diz o gerente da Sundown, Ricardo Wolf. P ro mo çõ es – Nos pontosde-venda, a Sundown vai desenvolver promoções com brindes como porta-MP3, copos de praia e bolsas. Pelo menos 300 demonstradoras do produto devem realizar ações de promoção com os consumidores da marca. Para o pequeno e médio varejista, a novidade é o Verão Premiado. "Quando compra um Sundown, o comerciante concorre a automóveis da marca Celta, TVs de plasma e câmeras digitais",
afirma Wolf. "Desde outubro, já lançamos nossos comerciais na televisão." A campanha televisiva fica no ar até março do ano que vem, quando chega o outono. "A proposta é a de celebrar a vida em torno do sol e em relação aos benefícios que a exposição traz para a saúde", diz Wolf. "Mas sempre destacamos a importância da proteção adequada para poder aproveitar o sol com responsabilidade." São campanhas de conscientização como essa que impulsionam as vendas dos protetores solares e freiam a procura pelos bronzeadores, cujas vendas crescem 2% nesta época do ano. "É um mercado que não tem mostrado crescimento", diz a diretora de marketing da Nivea, Maria Laura Santos. "Enquanto isso, a procura dos produtos para o verão cresce 10% ao ano", complementa. Público infantil – A aposta da marca é nos produtos infantis, como os bloqueadores com fator de proteção solar 60. "As vendas desses produtos crescem a cada estação", afirma Maria Laura. "Já os repelentes só vendem mais quando há casos de chuvas excessivas e dengue." (SSP)
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
Av i a ç ã o Polícia Distritais Transpor te
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 O diferencial de um vendedor está na sua atitude positiva. Reinaldo Pampani, consultor
UM DOS SEGREDOS É ESTABELECER METAS
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A arte de vender bem FJE da Distrital Tatuapé promove palestra que ensina a atitude certa para ter sucesso em vendas
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Milton Mansilha/Luz
titude é uma característica indispensável em qualquer ramo de atividade. Para os profissionais de vendas, no entanto, é ainda mais essencial. Além da pró-atividade, muitos aspectos motivacionais devem compor o perfil de vendedores, não bastando apenas os conhecimentos técnicos das áreas em que atuam. Para discutir esses assuntos, o Fórum dos Jovens Empreendedores (FJE) da Distrital Tatuapé da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) promoveu a palestra O Sucesso em Vendas depende da sua Atitude, apresentada pelo consultor de relacionamento e vendas Reinaldo Pampani. O evento, apesar de ser dirigido a profissionais de vendas, trouxe informações que podem ser aplicadas por empreendedores de todas as áreas de atuação. De acordo com o consultor, todas as pessoas, ao acordar, devem avaliar o que querem do seu dia. "Estabelecer metas é o primeiro passo para atingir um objetivo", disse. Motivação – O processo de venda, na opinião de Pampani, exige muito mais do que conhecimentos técnicos de produtos. Para ele, um bom vendedor deve estar motivado diariamente, se dedicando 100% a sua função. Predisposição, dedicação, organização, tolerância, planejamento e atualização são as palavras de ordem. "O diferencial de um vendedor está na sua atitude
Policiais e participantes da mesa durante a entrega de troféus
Marco da Paz na Penha
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Reinaldo Pampani levou a palestra O Sucesso em Vendas depende da sua Atitude para a zona leste
positiva. As pessoas mais sorridentes são mais felizes. O sorriso libera o humor da outra pessoa e a contagia". Outra característica apontada como primordial é saber ouvir. Ao escutar pacientemente os clientes, o profissional de vendas está apto para oferecerlhes serviços e soluções que mais estão de acordo com suas expectativas. “Antes de vender é preciso se relacionar. Motivar é ouvir. Só chegamos ao sucesso se soubermos ouvir as outras pessoas, pois a melhoria contínua está na troca de informações", afirmou o consultor. Pecados – Os conhecidos sete pecados capitais também fazem parte do cotidiano dos
Butantã visita Linha 4
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Divulgação
ep re se n ta ntes da Distrital Butantã e de entidades do bairro fizeram uma visita ao canteiro de obras da Linha 4 – Amarela do Metrô. Uma equipe de marketing e engenheiros da obra de- Grupo recebeu informações técnicas ram todas as explicações técnicas, apresentando meira fase da Linha 4 do meprojeções das fases de constru- trô, que terá 14 trens e seis esção, suas máquinas e trens. A tações, está prevista para operação comercial da pri- dezembro de 2008.
vendedores, mas com outras denominações. São eles: desistir de uma venda sem ter tentado, não ouvir o cliente, não se atualizar, não conhecer a concorrência, não trabalhar em equipe, não ter atitude e não contagiar o cliente. "Se o vendedor não contagiar o cliente, não vende nada. Muitos clientes são perdidos devido à falta de atitude pessoal do vendedor, traduzida pela má qualidade do serviço". Segundo o diretor 1º secretário da Distrital Tatuapé, José Garris Del Valle, a distrital se sentiu privilegiada em sediar um evento que tem como objetivos orientar e servir a população. "É uma honra receber uma
GIr Agendas da Associação e das distritais
Amanhã I Publicidade - O presidente da
ACSP, Guilherme Afif Domingos, participa da reunião sobre a lei nº 14.223/06, que trata da publicidade externa. Estarão presentes as associações brasileiras de Anunciantes e de Supermercados, AllShop e Febraban . Às 10h, rua Boa Vista, 51 / 9º andar, plenária.
Distrital Penha realizou, em novembro, a entrega do troféu Marco da Paz aos policiais da região. Os premiados foram indicados por suas corporações pelos méritos no desempenho e pelos atos de bravura e lealdade para proteger a sociedade. Oito policiais receberam a homenagem das mãos de seus comandantes ou de dirigentes da Associação Comercial de São Paulo. Foram homenageados os seguintes policiais:
- Do Comando de Bombeiros Metropolitano, os sub-tenentes PMs José Ernesto da Silva Neto e Sérgio dos Santos Manuel. - Do 10º Distrito Policial - Penha, o escrivão chefe Paulo Vasan Gei e o escrivão Marcelo Bezerra Leite. - Da Inspetoria Regional da Penha, os guardas-civis Marcos Alves da Silva e Vicente Donizete da Silva. - Da 3ª Companhia do 8º BPM/M, o cabo PM Antonio Correa Gil e o soldado PM Antonio Marcos da Silva Soler.
Lapa lança revista de 2006
F Del Valle: aposta no futuro
palestra do Fórum sobre um tema de tamanha importância. Tenho certeza de que daqui sairão futuros empreendedores de sucesso", concluiu. André Alves
oi lançada, no final de novembro, a Revista da Lapa - Edição 2006. O evento aconteceu no Espaço Armazém e contou com a presença de integrantes da diretoria e do conselho diretor da distrital, autoridades e entidades representativas da região, associados da ACSP e representantes da comunidade. A revista traz uma homenagem a quatro instituições pelo trabalho junto a projetos sociais. A publicação tem também uma entrevista com o economista
Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP. Ele faz um balanço da economia em 2006 e traça perspectivas para o setor comercial em 2007. Outro destaque da edição é a entrevista com o secretário Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, Rogério Amato. A revista foi impressa em papel ecoeficiente, matéria-prima que respeita 100% das normas ambientais, do plantio da árvore ao processamento da celulose.
Futebol Europeu Espanhol Ginástica Alemão
Gaspar Nóbrega/AE
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
BRASIL GANHA DOIS OUROS NA COPA DO MUNDO
Foi uma prova excelente. Fiquei muito contente, porque a medalha veio em boa hora.” Daniele Hypólito
Nilton Fukuda/AE
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NOMES DE OURO J. F. Diório/AE
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uas medalhas de ouro, dois nomes para entrar na história. Diego Hypólito conquistou no sábado o bicampeonato do solo na Super Final da Copa do Mundo, repetindo feito obtido em 2004, na Inglaterra, e viu seu nome entrar para o livro de regras da ginástica batizando um salto que estreou durante sua vitoriosa apresentação. Tornou-se o segundo brasileiro a realizar tal feito, seguindo os passos de Daiane dos Santos, que ontem também conquistou a meda-
lha de ouro na Super Final, levando ao delírio a torcida que esteve no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. O “Hypólito” é um duplo twist carpado acrescido de uma pirueta no eixo longitudinal, que lhe deu o ouro na prova de sábado e atingiu o grau máximo de dificuldade, com valor F. “Estou muito feliz. Esse movimento ninguém faz no mundo. Agora, as pessoas vão querer fazer o salto com meu nome”, afirmou Diego. De quebra, ele voltou ao tablado ontem e conquistou uma
Diego Hypólito e Daiane dos Santos conquistaram o bicampeonato do solo na Super Final da Copa do Mundo, em São Paulo, e assim como ela, agora ele também tem um salto batizado com seu nome
medalha de bronze no salto sobre a mesa (antigo cavalo) com mais uma ousadia, um salto que nunca realizara antes em competições. “Treino isso há pouco tempo, quando olhei para o placar e vi que tinha ficado com o bronze, não acreditei”, festejou. A família Hypólito obteve ainda mais uma medalha ontem, com Daniele, prata na trave. “Fiquei mais feliz pela me-
dalha dela do que pela minha, porque ela é uma atleta que abriu portas na ginástica brasileira, conquistou tantas coisas e tem só 22 anos”, derreteu-se o campeão. “Não estou falando por ser minha irmã, mas uma celebridade do esporte.” Daiane dos Santos também estava radiante por encerrar com chave de ouro um ano complicado, em que ficou de fora do pódio no solo durante o
Sevilla assume a liderança
N
sobre o Barcelona, que vai repor a partida adiada contra o Betis apenas no dia 24 de janeiro - na quarta-feira, pela 17ª rodada, o time catalão já terá uma pedreira pela frente, o Atlético Madrid, em casa, enquanto o Sevilla pega o La Coruña. Além de perder a ponta, o Barcelona viu seu arqui-rival Real Madrid se aproximar - foi a 32 pontos depois de uma suada vitória por 1 a 0 sobre o Espanyol, com um gol do holandês Van Nistelrooy e jogando 35 minutos com um a menos, depois que o zagueiro Cannavaro foi expulso por colocar a mão na bola - o técnico Fabio Capello já avisou que o clube vai tentar cancelar a suspensão alegando erro do árbitro. “Tivemos muita tranqüilidade e vencemos com mérito”, avisou o treinador, que preferiu poupar Ronaldo, que sentiu dores na panturrilha, mas deve voltar quarta para enfrentar o Recreativo Huelva.
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
34
11
16
31
1 Inter de Milão
42
13
20
34
2 Barcelona
33
10
22
33
2 Roma
35
11
22
36
3 Real Madrid
32
10
15
26
3 Palermo
31
10
8
30
4 Atlético Madrid
27
8
9
20
4 Catania
23
6
-5
21
5 Zaragoza
26
8
10
28
5 Lazio*
22
7
12
26
6 Valencia
24
7
6
20
6 Atalanta
21
5
0
25
7 Getafe
22
6
1
11
7 Livorno
21
5
-3
16
GP
8 Huelva
22
7
-1
23
8 Torino
21
5
-5
12
9 Villarreal
22
6
-5
16
9 Sampdoria
20
5
1
22
10 Osasuna
20
6
0
19
10 Udinese
20
5
0
17
11 Celta
20
5
-1
20
11 Empoli
19
4
-1
12
12 Espanyol
19
4
-2
14
12 Siena*
19
4
-3
14
13 RacingSantander
18
4
-5
14
13 Cagliari
16
2
-3
14
14 Mallorca
17
4
-7
12
14 Milan*
14
5
0
16
15 La Coruña
17
4
-8
11
15 Messina
14
3
-9
18
16 Levante
15
3
-8
13
16 Fiorentina*
12
8
7
24
17 Athletic Bilbao
14
3
-8
18
17 Chievo
11
2
-7
15
18 Betis
10
2
-5
14
18 Parma
11
2
-15
14
19 Real Sociedad
9
1
-12
10
19 Reggina*
9
5
-4
17
20 Gimnastic
8
2
-17
15
20 Ascoli
6
0
-15
10
*Punições: Siena, -1; Lazio, -3; Milan, -8; Reggina e Fiorentina, -15
Luís Fabiano, de pênalti, abriu caminho para a vitória sobre o Huelva
INGLATERRA
FRANÇA
ALEMANHA Bochum 2 x 0 Borussia Mönchen. Alemannia Aachen 3 x 3 Hamburgo Arminia Bielefeld 0 x 1 Schalke Energie Cottbus 0 x 0 Stuttgart Hertha 1 x 0 Eintracht Frankfurt Mainz 0 x 4 Bayern Nurnberg 3 x 1 Hannover Borussia Dortmund 1 x 2 Bayer Leverkusen Werder Bremen 2 x 1 Wolfsburg
o ano na liderança do Alemão, que só volta no dia 26 de janeiro
ITÁLIA Fiorentina 2 x 2 Milan Udinese 3 x 1 Cagliari Ascoli 0 x 2 Torino Inter de Milão 2 x 0 Messina Livorno 1 x 1 Lazio Parma 2 x 2 Chievo Reggina 0 x 1 Sampdoria Siena 1 x 1 Atalanta Roma 4 x 0 Palermo
1 Sevilla
Classificação
Christian Charisius/Reuters
FÉRIAS NA PONTA – O Werder Bremen de Diego e Frings acabou
ção diante da torcida. “É emocionante, mas no começo é complicado porque você precisa se controlar e deixar de escutar todo mundo para se concentrar na série.” Laís, que no sábado já havia ficado com a prata no salto sobre a mesa, se disse surpresa com o bronze no solo: “Fiz tudo direitinho.” O bom desempenho na Super Final deixou a equipe, os técnicos e os dirigentes esperançosos por um bom desempenho na principal competição de 2007, os Jogos Pan-Americanos do Rio.
ESPANHA La Coruña 0 x 2 Athletic Bilbao Mallorca 1 x 2 Racing Santander Zaragoza 0 x 1 Valencia Levante 1 x 1 Celta Real Sociedad 3 x 2 Gimnastic Huelva 1 x 3 Sevilla Villarreal 1 x 4 Osasuna Espanyol 0 x 1 Real Madrid Atletico Madrid 1 x 0 Getafe
Cristina Quicler/AFP
ão bastasse a dor de perder o título mundial de clubes para o Internacional, o Barcelona ganhou uma bela dor de cabeça para o Campeonato Espanhol: sem jogar por causa da viagem ao Japão, a equipe perdeu a liderança para o Sevilla, dos brasileiros Luís Fabiano, Daniel Alves, Adriano e Renato, que venceu o Recreativo Huelva por 3 a 1, fora de casa, e assumiu a liderança do Campeonato Espanhol, com 34 pontos, um a mais que os catalães. Luís Fabiano, que há dois meses reclamava da falta de oportunidades no time, abriu o placar em cobrança de pênalti. Depois, Muñoz empatou, mas Kanouté e Navas definiram o placar. “Foi uma vitória merecida, jogamos melhores e conseguimos três pontos importantíssimos”, reconheceu o técnico Juande Ramos, sabendo que, mesmo com um jogo a mais, o time colocará pressão
Mundial de Aarhus. Ela não usou o movimento “Dos Santos”, mas uma evolução dele que lhe deu a vitória, apenas um dos motivos de felicidade do dia - vibrou também com o bronze de Laís Souza na mesma prova e o título mundial de clubes de seu Internacional, por quem confessou ter torcido “como louca”. “Foi o dia dos gaúchos, menos do Ronaldinho”, brincou. Em sua primeira competição desde o Mundial, Daiane admitiu ter sentido um pouco de nervosismo na apresenta-
Nancy 2 x 0 Olympique Le Mans 2 x 0 Toulouse Monaco 3 x 0 Sochaux Nantes 0 x 0 Bordeaux Rennes 1 x 1 Troyes Saint-Etienne 3 x 0 Valenciennes Sedan 2 x 0 Lille PSG 0 x 0 Nice Auxerre 2 x 1 Lorient Lens 0 x 4 Lyon
PORTUGAL
Charlton 0 x 3 Liverpool Arsenal 2 x 2 Portsmouth Newcastle 2 x 1 Watford Reading 1 x 2 Blackburn Wigan 0 x 1 Sheffield Aston Villa 0 x 1 Bolton Everton 2 x 3 Chelsea Manchester City 1 x 2 Tottenham West Ham 1 x 0 Manchester United hoje: Fulham x Middlesbrough
Marítimo 1 x 4 Belenenses Benfica 3 x 0 Vitória Setubal Sporting 1 x 0 Acadêmica Amadora 1 x 0 Aves Naval 2 x 1 União Leiria Beira Mar 1 x 1 Nacional Porto 4 x 0 Paços Ferreira hoje: Braga x Boavista
Classificação
P
V
SG
GP
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
GP
Classificação
P
V
SG
1 Werder Bremen
36
11
25
47
1 Lyon
49
16
28
39
1 ManchesterUnited
44
14
29
38
1 Porto
37
12
24
32
2 Schalke 04
36
11
12
29
2 Lens
32
9
7
26
2 Chelsea
42
13
19
30
2 Sporting
32
10
13
22
3 Bayern
33
10
11
30
3 Saint-Etienne
31
9
9
30
3 Liverpool
31
9
11
26
3 Benfica
26
8
13
26
4 Stuttgart
32
9
8
27
4 Lille
30
8
8
26
4 Arsenal
30
8
14
29
4 Braga
23
7
2
19
5 Hertha
27
7
4
28
5 Sochaux
30
8
2
21
5 Bolton
30
9
5
20
5 Marítimo
22
7
-1
16
6 Bayer Leverkusen
25
7
5
28
6 Nancy
29
8
3
16
6 Portsmouth
29
8
9
25
6 União Leiria
21
6
-2
13
7 Nuremberg
23
4
5
21
7 Olympique
27
8
5
23
7 Tottenham
28
8
0
22
7 Nacional
20
6
5
21
8 Arminia Bielefeld
22
5
4
23
8 Bordeaux
26
8
-2
20
8 Reading
26
8
-3
20
8 Naval
20
5
0
12
9 BorussiaDortmund
22
5
0
21
9 Le Mans
24
5
0
21
9 Aston Villa
25
5
3
21
9 Belenenses
20
6
5
15
10 Eintracht Frankfurt
20
4
-6
22
10 Rennes
24
6
0
16
10 Everton
24
6
2
22
10 Paços Ferreira
18
4
-5
14
11 Hannover
20
5
-10
16
11 Toulouse
24
7
-1
20
11 Wigan
22
6
-3
20
11 Estrela Amadora
15
4
-8
9
12 Wolfsburg
19
4
-4
12
12 Lorient
23
6
-3
19
12 Newcastle
22
6
-3
17
12 Boavista
15
4
-2
15 18
Classificação
GP
13 Alemannia Aachen
19
5
-5
28
13 Auxerre
22
5
-4
19
13 Manchester City
20
5
-7
15
13 Acadêmica
13
3
-4
14 Bochum
18
5
-8
22
14 Monaco
19
5
2
23
14 Sheffield
20
5
-8
14
14 Vitória de Setúbal
9
2
-14
8
15 Energie Cottbus
17
4
-6
18
15 PSG
18
4
-6
17
15 Fulham
20
5
-11
16
15 Aves
8
2
-11
10
16 Borussia Mönchen.
15
4
-10
13
16 Valenciennes
18
5
-13
14
16 Blackburn
19
5
-6
16
16 Beira-Mar
8
1
-15
15
17 Hamburgo
13
1
-6
16
17 Nice
16
3
-5
14
17 Middlesbrough
17
4
-8
13
18 Mainz
11
1
-16
11
18 Troyes
16
3
-8
19
18 West Ham
17
5
-13
10
19 Nantes
14
2
-11
12
19 Charlton
12
3
-18
13
20 Sedan
13
2
-11
21
20 Watford
11
1
-11
11
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5
PROCESSO JUDICIAL ATRASA BAIXA DE EMPRESA
48
horas será o prazo para abrir uma empresa em São Paulo depois da integração total dos órgãos
Milton Mansilha/LUZ
EMPRESÁRIO PAULISTA LEVA TRÊS DIAS PARA ABRIR NEGÓCIO Cadastro sincronizado dos fiscos facilitou processo de abertura de empresa
O
empresário paulista já enfrenta menos burocracia para abrir seu negócio. Em média, caiu de 15 para três dias o tempo gasto para se obter a inscrição estadual e o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). E o motivo da simplificação é o cadastro sincronizado da Receita Federal e Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP), que já recebeu mais de 1 milhão de pedidos de abertura, alteração ou fechamento de empresas. Apesar dos transtornos ocorridos na fase de implantação, o sistema está operando de forma produtiva, com reflexos na diminuição da burocracia. Segundo a contabilista Elvira de Carvalho, da Organização King de Contabilidade, o processo é demorado somente nos casos em que a empresa necessita do registro da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo (Cetesb) ou da Vigilância Sanitária. "Claro que ainda encontramos problemas em uma ou outra operação, principalmente nos pedidos de alteração cadastral. Mas já dá para perceber que o processo só tende a melhorar", elogia Elvira. Contrariando dados do Banco Mundial, que divulgou um estudo afirmando que, no Brasil, são necessários 152 dias para abrir uma empresa, atualmente em 25 dias em média o empresário tem em mãos a nota fiscal para iniciar sua atividade. Aliás, o número do Banco Mundial já havia sido alvo de protestos da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis (Fenacon) que, em julho deste ano, divulgou um estudo mostrando que uma empresa pode ser aberta no País em até 50 dias. "A tendência é de que esse tempo caia de forma significativa daqui para frente. Quando todos os órgãos estiverem integrados, uma empresa será aberta em 48 horas", afirma Carlos José de Lima Castro, presidente da entidade. Prefeitura – Para o diretor
Elvira de Carvalho, da King: empresas envolvidas em processo judicial demoram mais para conseguir baixa
jurídico do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis de São Paulo (Sescon-SP), José Constantino, alguns problemas continuam emperrando o processo de abertura e fechamento, mas serão solucionados em breve. "Criamos um grupo de estudo com várias entidades para apresentar soluções, principalmente para a Prefeitura, onde encontramos mais problemas", conta. De acordo com Constantino,
Antes de fazer a solicitação de registro, muitos empresários não verificam se há restrições para a atividade na região escolhida. José Constantino, do Sescon 95% das empresas que conseguem a inscrição municipal, por exemplo, não obtêm o alvará de funcionamento, expedido pela Prefeitura. Mas, segundo os especialistas, em geral o motivo não é burocrático mas por erro do próprio empresário. Em alguns casos, a demora pode chegar a um ano. "Antes de fazer a solicitação de registro, muitos empresários não checam se há restrições para a atividade na região escolhida. Normalmente é área residencial, o que torna inviável
a obtenção da licença", conta. Sugestões – Segundo o diretor, representantes do Sescon, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e do Banco Mundial já apresentaram um projeto à Prefeitura para facilitar a vida do empresário. Entre as propostas está a criação de um portal na internet com todas as informações necessárias para se montar um negócio. "O empresário vai poder pesquisar se já existe alguma razão social com o nome que pretende dar à empresa e se informar sobre a lei de zoneamento, por exemplo, antes de ir à Junta Comercial para iniciar o processo de abertura", explica Constantino. Outra novidade que promete acelerar ainda mais o processo de abertura de empresas é a integração, a partir de janeiro, do cadastro municipal no sistema da Receita e da Sefaz. "Também pretendemos incluir os dados da Junta Comercial até o mês de março", comenta Antônio Marangon, presidente da Junta Comercial de São Paulo (Jucesp). Enquanto isso, em Portugal, é possível abrir uma empresa individual na hora. Lá, quem estiver interessado em abrir um negócio não precisa mais do certificado de admissibilidade da firma no Registo Nacional de Pessoas Colectivas nem da escritura pública. No momento da constituição, a empresa recebe o pacto social e a certidão do registro comercial. Márcia Rodrigues
Divulgação
Milton Mansilha/LUZ
Castro: falta pouco para a integração total dos órgãos
Marangon: Jucesp será integrada em março
FECHAMENTO Processo ainda é cercado de muita burocracia ncerrar as atividades de uma empresa atualmente no Brasil continua sendo mais complicado do que abrir um negócio. Em média, o processo de encerramento de uma firma, muito mais burocrático, pode demorar até 60 dias, se forem cumpridas todas as exigências dos fiscos nas três esferas de governo. Toda a documentação da empresa, por exemplo, precisa estar em dia para que o pedido de baixa seja aceito tanto na Receita Federal como na Secretaria da Fazenda estadual. "Principalmente quando o empresário não tem
E
a certidão negativa de débito ou deixou de cumprir alguma obrigação acessória, o processo tende a ficar ainda mais demorado", comenta Flávio de Oliveira, diretor da Confirp. Justiça – Segundo a contabilista Elvira de Carvalho, da Organização King de Contabilidade, o processo de encerramento pode ser ainda mais demorado, chegando a até 10 anos, quando o empresário possui algum processo em tramitação na Justiça Federal, questionando alguma cobrança ou inconstitucionalidade de tributo, por exemplo.
"Nesse caso, é preciso entregar uma declaração de extinção do negócio para, a partir desse momento, o empresário livrar-se do cumprimento das obrigações acessórias", explica a contabilista da King. Elvira também dá uma dica para quem pretende fechar um negócio: "Quando a empresa está sem atividade por mais de cinco anos, o processo é facilitado porque não existe a necessidade de apresentar certidão negativa ou qualquer obrigação acessória", lembra. Mas a regra vale apenas para as pequenas e médias empresas. (MR)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
4
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
Internacional
Vamos apoiar no que for preciso a população e o governo para que eles possam assumir totalmente o controle do Iraque Tony Blair, primeiro-ministro inglês
Jaafar Ashtiyeh/AFP
PALESTINA
DIVIDIDA Hamas e Fatah chegaram a um cessarfogo depois de fim de semana violento
A
Membros da Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa atiram para o alto durante demonstração de apoio a Abbas, em Nablus, na Cisjordânia.
plexo presidencial de Mahmud Abbas na Cidade de Gaza. O local serve de residência e de escritório para o presidente quando ele está na cidade. No momento do ataque, porém, Abbas estava em Ramallah, na Cisjordânia, onde mora. No tiroteio de uma hora que se seguiu ao ataque, uma palestina de 19 anos morreu e um fotógrafo do jornal francês Libération foi ferido na perna. "Golpe" – Um dos morteiros caiu a poucos metros de distância da estação de TV controlada pelo Fatah. Ativistas do partido qualificaram o ataque de "tentativa de golpe de Estado", já que, segundo eles, militantes do Hamas tentaram tomar o controle
tanto do complexo presidencial quanto da estação de TV. A liderança do Hamas, por sua vez, acusou o Fatah de golpe de Estado. Isso porque, no começo da tarde, a comitiva do ministro das Relações Exteriores palestino, Mahmud alZahar, um dos principais líderes do grupo radical, foi atacada por atiradores não identificados. Al-Zahar não se feriu. O chanceler palestino acusou o Fatah de tentar tomar o controle de dois ministérios em Gaza. Ele se referia à invasão, pela manhã, dos prédios dos ministérios da Agricultura e dos Transportes por cerca de quatro mil policiais leais ao partido. "O que está acontecendo é um gol-
pe de Estado, com assassinatos, tentativas de assassinatos e a ocupação de ministérios." O coronel das forças de segurança palestinas Adnan Rahmi, ligado ao Fatah, foi assassinado depois de ter sido seqüestrado por homens encapuzados em Jebaliya, na Faixa de Gaza. A espiral de violência entre Fatah e Hamas em Gaza começou ainda de madrugada, quando homens armados invadiram um campo de treinamento da chamada "Força 17", a respeitada guarda presidencial do Fatah. Um integrante da guarda morreu. A liderança do Fatah culpou o Hamas pelo ataque, mas Abu Obeida, porta-voz da principal facção ar-
mada do grupo radical, as brigadas Izeddin al-Qassam, negou envolvimento. Boicote – A tensão nas ruas é reflexo da disputa retórica entre líderes rivais. Na primeira manifestação após a convocação antecipada de eleições pelo presidente Abbas, o primeiro-ministro Ismail Haniye garantiu que o Hamas vai boicotar a votação. "O governo palestino rejeita a convocação porque não é constitucional e pode levar a um grande tumulto nos territórios palestinos." Mas, apesar da violência, Abbas se reuniu ontem com a Comissão Eleitoral Central em Ramallah, na Cisjordânia, para tentar definir uma data para a votação. (AE)
IRAQUE: DIA DE BLAIR E DE SEQÜESTROS U
Eddie Keogh/Reuters
F a i x a d e G a z a iniciar conversas para formar t r a n s f o r m o u - s e um governo de unidade, parar ontem num campo as exibições públicas com arde batalha entre mas, mandar suas forças de separtidários das duas princi- gurança de volta aos quartéis, pais facções que disputam o soltar homens seqüestrados poder na Autoridade Nacio- de ambos os lados e acabar nal Palestina (ANP), o partido com as pressões sobre minismoderado Fatah, do presiden- tros do governo. A violência que tomou conta te Mahmud Abbas, e o grupo radical Hamas, do primeiro- de Gaza já está sendo qualificaministro Ismail Hanyie. As ba- da de "guerra civil" por analistas políticos e jornalistalhas campais, tas palestinos e isque deixaram ao raelenses. Isso pormenos três mortos que envolve grane mais de 25 feride parte da popudos, explodiram O que está lação local, e não depois da convo- acontecendo é um apenas milicianos cação, no sábado, golpe de Estado, leais aos dois lade eleições gerais dos. Houve agitaantecipadas pelo com assassinatos, ção também na presidente Abbas. tentativas de Cisjordânia, onde A medida foi rejei- assassinatos e a manifestantes do tada pelo Hamas, ocupação de Fatah e do Hamas que lidera o govertomaram as ruas no desde março. À ministérios. noite, a agência Mahmud al-Zahar, das principais cipalestina de notíministro das dades. A maior cias Maan inforRelações Exteriores m a n i f e s t a ç ã o ocorreu em Jenin, mou que os dois com 100 mil ativisgrupos acertaram tas do Fatah. um cessar-fogo. Num dos incidentes mais O porta-voz do Hamas, Ismail Rudwan, disse que as graves, atiradores lançaram duas facções concordaram em dois morteiros contra o com-
m seqüestro em massa no escritório do Crescente Vermelho (equivalente muçulmano à Cruz Vermelha) em Bagdá ofuscou a visita-surpresa do primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, ao Iraque. Pouco antes da chegada do líder britânico ao país, ontem, um grupo armado vestido com uniformes policiais invadiu a sede da organização, no centro da capital, e seqüestrou ao menos 25 pessoas, entre funcionários e visitantes. "Eles chegaram em cinco picapes e levaram apenas os homens", disse testemunha iraquiana. "Não sabeO primeiro-ministro Tony Blair visita tropas inglesas em Basra mos quem são (os seqüestradores) e nem o motivo pelo qual fizeram isso", disse Antonella Notari, porta-voz da Cruz vai incorporar ex-soldados de Saddam HusVermelha em Genebra, sede da organização. sein, expulsos com a queda do ex-ditador. Segundo um funcionário do Crescente VermeTony Blair pediu durante a visita o apoio da lho, seis reféns já foram libertados. O Crescente comunidade internacional para consolidar o goVermelho tem cerca de mil funcionários e 200 mil verno iraquiano e vencer a luta contra o extremisvoluntários no Iraque. Eles atuam junto ao Comi- mo, "não só no Iraque, mas no mundo inteiro". Em tê Internacional da Cruz Vermelha, cuja principal discurso aos militares britânicos em Basra, no sul função é visitar detentos em prisões. Não é a pri- do país, Blair disse que eles estão lutando "para fameira vez que a organização é atacada. Em 2003, vorecer os defensores da tolerância e da moderauma bomba explodiu em frente ao mesmo escri- ção no mundo todo". tório em Bagdá, matando dez pessoas. Segundo Blair, grupos extremistas vêm Seqüestros em massa são cada vez mais co- causando problemas de Basra a Londres, em muns no Iraque. Enquanto isso, no encerra- referência ao ataque ao metrô da capital britâmento da Conferência de Reconciliação Na- nica, em 2005. cional, ocorrida nesse fim de semana em BagAntes de ir a Basra, Blair se encontrou com o dá, representantes políticos e religiosos di- primeiro-ministro Nuri al-Maliki, em Bagdá. vulgaram um comunicado acusando as Os dois discutiram a necessidade de reconcimilícias de serem as principais responsáveis liação nacional e de aprimorar o treinamento pela onda de violência que assola o país. das forças de seguranças do Iraque, para que O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Mali- elas possam combater a violência sectária enki, já havia anunciado que o Exército nacional tre xiitas e sunitas. (AE)
SURPRESA EM ELEIÇÕES NO IRÃ
O
s resultados preliminares das eleições realizadas sexta-feira no Irã indicam uma derrota do grupo do presidente Mahmud Ahmadinejad. Segundo analistas, os números sugerem que a população deseja uma mudança em direção a políticas mais moderadas, em vez da linha ultraconservadora de
Ahmadinejad. "Os resultados mostram que os eleitores aprenderam com o passado e concluíram que nós precisamos apoiar figuras moderadas", escreveu, em editorial, o diário Kargozaran. O jornal é próximo do ex-presidente Ali Akbar Hashemi Rafsanjani, que em 2005 perdeu a eleição presidencial para
Ahmadinejad. Os iranianos votaram para renovar 113 mil vereadores e os 86 integrantes da Assembléia dos Notáveis, instituição mais importante do Irã. Ahmadinejad evitou fazer comentários sobre os resultados das eleições, vistas por analistas como um teste para sua gestão. "O povo ganhou", disse. (AE)
10
Tr i b u t o s Empresas Comércio Exterior Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
PORTUGUESES INVESTIRAM US$ 20 MI EM 2004
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
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por cento foi quanto aumentou a exportação do Brasil para Portugal entre 2000 e 2005.
BRASIL VENCE COLONIZADORES NO COMÉRCIO BILATERAL Saldo da balança entre Brasil e Portugal é favorável para nós em US$ 1 bilhão
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pau-brasil é passado, mas os recursos naturais brasileiros continuam a abastecer nossos ex-colonizadores. Hoje, na pauta de exportação nacional destinada a países que tiveram forte influência na formação do Brasil, commodities como o petróleo, minério de ferro e grãos estão entre os destaques. Como exemplo, o petróleo representa praticamente a metade do valor exportado para Portugal no acumulado de janeiro a outubro deste ano. No período, do US$ 1,2 bilhão exportado aos portugueses, US$ 583 milhões diziam respeito a essa commodity. Mais recentemente, são as riquezas naturais do Nordeste as vedetes das economias do Velho Mundo, que, a toque de caixa, vêm comprando ou construindo hotéis e resorts milionários na região. Em uma série de quatro matérias, o Diário do Comércio vai mostrar como estão as relações comerciais entre Brasil e as economias de Portugal, França, Espanha e Itália, a começar por nossos descobridores. A economia portuguesa deve evoluir 1,2% ao final de 2006, a metade do que crescem os outros países da zona do euro. Problemas bem conhecidos, como ineficiência e elevados custos da administração pública são apontados como responsáveis pelo baixo desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal. Ainda assim, grandes grupos portugueses dos segmentos imobiliário e hoteleiro continuam fortes o suficiente para realizar grandes ações aqui, principalmente no Nordeste. No município de Aquiraz, no Ceará, empresas portuguesas estão levantando o complexo turístico Praia Bella Aquiraz a um custo aproximado de R$ 500 milhões. O empreendimento prevê oito hotéis em uma extensão de 30 quilômetros de praias, e deve ficar pronto em 2008. Grupos daquele país, como o Reta Atlântico, Vila Galé e o Banco Privado Português, devem investir e n t re 2 0 0 6 e 2 0 0 7 m a i s d e US$ 1,4 bilhão nos estados do Ceará, Pernambuco e Bahia. A Agência de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex) também tem buscado atrair mais investimentos des-
1,2 bilhão de dólares foram exportados do Brasil para Portugal entre janeiro e outubro deste ano. se porte. No ano que vem, pela primeira vez o setor de turism o s e r á i n c l u í d o e n t re a s ações da agência, que já reservou R$ 2,38 milhões para promover o Brasil no exterior. Turismo – Os portugueses foram os primeiros a descobrir que investir em turismo no Nordeste é lucrativo. Além da mão-de-obra e terrenos baratos, o inverno europeu casa com o verão brasileiro, o que favorece a demanda de turistas para o País. A TAP Air Portugal foi a primeira a fazer linha direta com o Nordeste, fator que também influenciou a avalanche de investimentos portugueses na região.
2,38 milhões de reais serão investidos pela Apex em 2007 para promover o turismo ao Brasil no exterior Segundo Felipe Cavalcante, presidente da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Nordeste (Adit), a tendência para os próximos anos são investimentos na construção, não mais de hotéis, e sim de complexos turísticos que envolvem casas e prédios residenciais. Esse novo perfil de exploração imobiliária, segundo Cavalcante, pode tirar Portugal da dianteira do turismo nordestino. "Em curto prazo, espanhóis e nórdicos vão superar os investimentos
de Portugal, pois são economicamente mais fortes", diz. Ao menos 61 empresas portuguesas instaladas no Brasil são do segmento hoteleiro, segundo Afonso Antunes, técnico do Instituto das Empresas para o Mercado Externo (Icep), uma espécie de Apex portuguesa. No total, há mais 650 companhias lusitanas no País. Segundo Antunes, "o desafio futuro é fazer com que os investimentos dessa empresas estimulem o aumento das exportações de lá para cá". Hoje, o saldo da balança comercial brasileira com Portugal é positivo, para o Brasil, em mais de US$ 1 bilhão. Comércio – Enquanto azeites, óleos lubrificantes e bacalhau despertam o interesse nacional, resultando em importações da ordem de US$ 250 milhões, a necessidade portuguesa por produtos de maior valor agregado, como partes para fabricação de aviões e petróleo, fazem a balança pender para o lado da ex-colônia. Entre 2000 e 2005, ao passo que as exportações brasileiras para Portugal cresceram 167,5%, saltando de US$ 379,7 milhões para US$ 1 bilhão, as importações aumentaram apenas 36,5%, de US$ 170 milhões para US$ 232 milhões. As empresas portuguesas com maior atuação no Brasil se instalaram durante as privatizações, entre os anos de 1996 e 2001. No período, mais de 40% dos investimentos daquele país no exterior vieram para o Brasil. Essa foi a época em que grupos como Portugal Telecom (PT), que possui metade da operadora Vivo, mostraram suas força. A PT recebeu recentemente oferta de compra da Sonaecom, sub-holding do grupo Sonae. O resultado desse processo em Portugal terá reflexos no Brasil, já que a Telefónica de España tem cerca de 9% do capital da PT e declarou que deseja trocar as ações da Vivo. Estudo feito em 2004 pelo Icep mostrou que as empresas portuguesas investiam, à época, mais de US$ 20 milhões ao ano no Brasil, gerando 110 mil postos de trabalho. A presença brasileira em Portugal também tem representatividade. Marcas fortes como Banco do Brasil, Itaú, O Boticário e Editora Globo são destaque. Renato Carbonari Ibelli
Fotos: Tiago Queiroz/AE
Tap Air Portugal: primeira companhia aérea a fechar linha de viagem entre a Europa e o Nordeste brasileiro
Venda de celulares Vivo no Brasil: sócia portuguesa chegou na época das privatizações
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Empresas Nacional Finanças Comércio Exterior
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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BB VAI FINANCIAR IMÓVEIS EM 2007
por cento ao ano, até 2016, deve ser a velocidade de crescimento do mercado de previdência privada
PARA PRESIDENTE DA BRASILPREV, PREVIDÊNCIA PRIVADA TOMA ESPAÇO DE APLICAÇÕES ATRELADAS A JUROS
PREVIDÊNCIA: DISPUTA COM RENDA FIXA
O
mercado de previdência privada poderá "garfar" uma parcela dos investidores dos fundos de renda fixa e demais investimentos atrelados à taxa de juros. O presidente da Brasilprev, empresa do Banco do Brasil para o setor previdenciário, Eduardo Bom Ângelo, avalia que o cenário de redução da taxa de juros, principalmente após a entrada no patamar de um dígito, provocará uma migração para os fundos fechados de previdência. Segundo ele, neste ano o mercado de previdência complementar cresceu 19%. O ano fechará com uma captação total de R$ 23 bilhões. No caso específico da Brasilprev, ele informou que o avanço da empresa será de 23,4% em 2006, fechando o ano com R$ 2,5 bilhões em novas captações. O levantamento da Brasilprev indica uma capacidade de crescimento de 10% no segmento de previdência fechada
entre o final deste ano e 2016. A previsão indica, ainda, para 2006, um fechamento do setor com R$ 100 bilhões em ativos. "O ano de 2000 foi encerrado com R$ 17,4 bilhões. O segmento termina 2006 com um salto mais do que significativo", avaliou o executivo. Segundo Ângelo, os números do mercado indicam uma preferência dos poupadores pelo VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), principalmente após a compreensão da normativa 11.53, que permitiu a redução do percentual pago de Imposto de Renda sobre o rendimento e a possibilidade de aporte acima dos 12% do declarado em IR. "De 2002 até 2006, a participação do VGBL em todo o mercado passou de 9% para 40%. Durante o período, o VGBL superou as aplicações em PGBL, que ficaram relativamente estabilizadas entre 23% e 27%", explicou o executivo. Durante os quatro anos avaliados pela Brasilprev (2002 a
Segundo Mantega, o País chegará ao déficit nominal zero nas contas públicas como uma conseqüência "natural" do plano fiscal a ser adotado, mas isso não será uma "obsessão" ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ou "meta rígida". O plano fiscal que o na última sexta-feira que o governo federal ainda avaliará governo apresentará nesta semana terá "um efeito de o Orçamento de 2007 para verificar se é possível adotar o redutor", à medida que prevê redução das despesas como redutor de gastos aprovado percentual do Produto pelo Congressona Interno Bruto (PIB) — ainda Lei de Diretrizes que não linear ou rígida. Orçamentárias (LDO).
Governo revê orçamento
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2006) o volume captado no VGBL passou de R$ 31,4 bilhões para R$ 95,8 bilhões no mercado de previdência fechada. A participação da Brasilprev no mercado passou de 11% para 19%, e o montante aplicado, de R$ 3,8 bilhões para R$ 11,9 bilhões. "Grande parte dessa alta na base do produto ocorreu após a entrada em vigor da 11.53. Principalmente no mercado de alta renda, que hoje já corresponde a 40% da nossa carteira", disse. Quanto ao futuro da Brasilprev, o executivo afirmou que a empresa ainda não avalia uma possível abertura de seu capital. "Tenho o mercado norte-americano como exemplo no segmento, assim como nos demais setores da economia. Eles registraram um período de abertura de capital das empresas de previdência complementar, mas essa tendência dá sinais claros de ter ficado no passado", concluiu. Davi Franzon
O ministro disse ainda que não sabe se isso poderá valer já em 2007, uma vez que o Orçamento está perto de ser apreciado pelo Congresso. "O déficit zero será decorrência natural desses movimentos que estamos fazendo na política fiscal e na política monetária", afirmou em entrevista no Banco Central depois de reunião de ministros de Fazenda e presidentes de BCs do Mercosul. (Reuters)
José Cordeiro/AE – 5/11/99
Eduardo Bom Ângelo, presidente da Brasilprev: previsão de crescimento do mercado nos próximos anos.
BB: mais 30% em crédito.
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presidente interino do Banco do Brasil, Antonio Francisco de Lima Neto, disse na última sexta-feira, em entrevista coletiva, que a carteira de crédito da instituição deverá crescer 30% no próximo ano. Para o final de 2006, a expectativa dos executivos do banco é de que a carteira feche com uma elevação de 25% em relação ao ano passado. Até o último mês de agosto, o volume de operações de crédito estava em R$ 117,3 bilhões. "A expansão que estamos estimando é plenamente factí-
vel, porque a relação entre cré- to, considerando a queda na tadito e Produto Interno Bruto xa básica de juros e a possibiliestá crescendo e a própria eco- dade de se discutir a estrutura nomia está se expandindo", de remuneração da poupança para evitar uma forte migraafirmou o novo presidente. Veículos — De acordo com ção dos recursos que provoque Lima Neto, um dos focos do BB desequilíbrio nos bancos. Uma será o financiamento de veícu- das opções poderia ser o uso de los, que deve fechar 2006 com letras hipotecárias. Enquanto não estrutura a estoque de R$ 1 bilhão. "É pouco ainda, mas o BB vai cami- nova carteira, o BB vai operar nhar mais velozmente para no mercado imobiliário em um patamar de empréstimos parceria com a Poupex, que, de acordo com Linesse segmenma Neto, vai to que esteja agregar conhemais de acordo cimento para a com o tamanho instituição do banco", afirnesse segmenmou. Uma das to específico. frentes de ação bilhões de reais é O presidenserá a realizate interino do ção de operaatualmente o volume banco também ções com nãoda carteira de projetou que a clientes. Um carteira de exemplo é a Crédito Direto ao Crédito Direto parceria realiConsumidor, o a o C o n s u m izada com a emchamado CDC, do dor (CDC) depresa Localiza verá crescer Seminovos. PaBanco do Brasil. cerca de R$ 5 r a o p ró x i m o bilhões em a n o , o p r e s idente projeta que a carteira de 2007 — atualmente alcança um total de R$ 18 bilhões. veículos do banco dobre. Lima Neto afirmou ainda O executivo disse ainda que, até o final do próximo ano, o que a atuação do banco em banco quer criar uma operação operações com não-clientes é de crédito imobiliário. Segun- um processo irreversível e a do ele, a estrutura de funding participação do BB conta com a que vai ser utilizada nessa no- vantagem de que esse mercava modalidade ainda está em do já chegou em um nível de estudo, mas observou que a amadurecimento que evita erros que podem causar forte melhor é a poupança. Ele acrescentou que o BB inadimplência, como ocorreu quer discutir alternativas dife- em outras instituições finanrentes para a carteira de crédi- ceiras no País. (AE)
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Briga por servidor vira caso de polícia
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disputa pela contas correntes do funcionalismo público do Estado de São Paulo entre Nossa Caixa e Santander Banespa virou caso de polícia. Um boletim de ocorrência registrado no 43º Distrito Policial, em Cidade Ademar, na zona sul da capital, relata uma ação de invasão ao sistema de simulação de crédito imobiliário do Santander. Relatando informações da Embratel, empresa que faz a manutenção da base de dados do Santander, o documento informa que na manhã do dia 8 foi detectada uma invasão do simulador de financiamento, cujo objetivo era copiar o código de simulacro do programa. No BO, um técnico da Embratel informa que foi identificado um protocolo de internet (IP), código de
usuários quando estão utilizando rede de computadores, e que o número levantado indicava um terminal pertencente à Nossa Caixa. Dessa forma, a decisão do Santander foi a de citar o banco estatal como possível envolvido no caso. O BO também indica a tentativa de contato do responsável pela área de segurança tecnológica do Santander com a diretoria da Nossa Caixa, mas, segundo o relato, a primeira postura do banco paulista foi a de negar o ocorrido e acusar o próprio banco espanhol de ter "armado" a operação. Nas demais tentativas de contato, nenhuma resposta foi dada. Procurada, a assessoria de imprensa da Nossa Caixa não retornou as ligações até o fechamento desta edição. (DF)
Nacional Empresas Ser viços Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
7 Luludi/LUZ
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
AULA DE DANÇA CUSTA R$ 50 POR HORA
PERSONAL, PARA RESOLVER TUDO.
Elza Domingues cobra R$ 100 de diária para manter a organização da casa de José Roberto Baptistella
Milton Mansilha/LUZ
Profissionais dão aulas de culinária, dança e organizam a casa e o escritório
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xclusividade. Individualidade. Falta de tempo. Muito trabalho. A união de tudo isso fez nascer o personal. Vários deles, que atendem a diversas necessidades. Os profissionais se especializaram em organizar desde a casa até as empresas dos clientes – armários, contas, papéis, fotos; dão aulas particulares de dança de salão ou ensinam a cozinhar na casa do aluno. A organizadora pessoal Elza Domingues descobriu a função arrumando a casa dos amigos e familiares atarefados. Ela é uma artista plástica que adora organizar. "Faço uma entrevista com o cliente e descubro a necessidade dele. Numa empresa, eu arrumo os papéis em pastas com títulos e crio até um arquivo morto. Na residência, organizo todos os armários – algumas coisas podem ser eliminadas, outras substituídas", afirma. "Tem gente que não consegue encontrar documentos para fazer a declaração do Imposto de
Luludi/LUZ
Elza e José Roberto: organização
Renda." A diária cobrada por Elza varia entre R$ 90 e R$ 120, "com desconto para pacotes". Depois da conclusão do trabalho, Elza faz acompanhamento de manutenção – quinzenalmente, ou uma vez por mês. O valor cobrado pela diária é de aproximadamente R$ 50. Algumas dicas da organizadora: "O melhor é se desfazer do que não usa; manter sempre tudo em ordem; quando uma pe-
ça de roupa for comprada, outra tem que sair de casa; guardar os papéis nas pastas certas." Um dos clientes de Elza é o técnico em informática José Roberto Baptistella. Ele se divorciou e foi morar com a mãe. Depois que ela faleceu, a bagunça se estabeleceu no apartamento em que mora. O jeito foi "apelar" para os serviços da profissional. Baptistella pagou R$ 1 mil para Elza organizar tudo. Ela cobra R$ 100 reais de diária, uma vez por mês, para manter a arrumação. Culinária – Em vez de ir ao restaurante, preparar as refeições em casa – e melhor: aprender a fazer os pratos na própria cozinha. A personal chef Débora Cordeiro realiza o sonho de pessoas que querem aflorar o talento gastronômico. Ela vai até a residência do cliente, com os ingredientes e utensílios, para uma saborosa aula de culinária. "Minhas especialidades são pratos quentes e frios," diz Débora. A entrevista com o cliente mostra do que ele precisa – que
Silvio Lyra é aluno da personal dancer Ana Cláudia Arvani: aulas duas vezes por semana
pode ser uma alimentação especial, por ser diabético ou hipertenso, por exemplo. A primeira aula dura em média três horas. "Um risoto, por exemplo, não fica pronto antes de 50 minutos." O valor da aula para uma pessoa é R$ 50 por hora. Dança – Ter um professor pelo tempo que quiser – ou pagar. Assim são as aulas do personal dancer. "Muitos não gostam de fazer aula em grupo, porque têm vergonha", diz a personal Ana Cláudia Arvani, do Espaço Multidisciplinar Anutsen, que fica em Moema, zona sul da capital.
Se o aluno quiser, Ana Cláudia o acompanha para "rodopiar" à noite e treinar fora da academia. "As primeiras aulas têm que acontecer na escola. Quando o aluno estiver embalado, podemos dançar nas casas noturnas", diz. O namorado de Cláudia, Hélio Félix, também é personal dancer. O dono da Anutsen, Beto Campos, explica que a maioria dos que querem aulas personalizadas está na terceira idade. "Eles têm mais dificuldades para se relacionar e não costumam sair à noite. Por isso, muitos preferem pagar
o professor para ter aulas noturnas", afirma. O professor universitário Sylvio Lyra pratica dança de salão há seis meses com a personal dancer Ana Cláudia. Ele paga R$ 50 por aula e garante que vale a pena. "Leciono todas as noites e sou aluno de dança duas vezes por semana. A grande vantagem da personal dancer são os horários das aulas, que acontecem à tarde. O rendimento é maior – aprendo mais porque sou o único aluno. Posso até ajudar a escolher o ritmo e a música." Neide Martingo
DJ programa iPods ao gosto do cliente
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BV LEASING - ARRENDAMENTO MERCANTIL S.A. ANÚNCIO DE ENCERRAMENTO DE DISTRIBUIÇÃO PÚBLICA DE DEBÊNTURES NÃO CONVERSÍVEIS E SUBORDINADAS ”Este anúncio é de caráter exclusivamente informativo, não se tratando de oferta de venda de debêntures.”
O BANCO VOTORANTIM S.A. (“Coordenador Líder”) comunica, nos termos do disposto na Instrução da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) nº 358, de 3 de janeiro de 2002, conforme alterada, e do artigo 29 da Instrução CVM nº 400, de 29 de dezembro de 2003, conforme alterada, que foram subscritas e integralizadas 12.000 debêntures nominativas escriturais, não conversíveis em ações e subordinadas, com valor nominal unitário de R$500.000,00 em 1º de novembro de 2006 (“Data de Emissão”), perfazendo o total de R$6.000.000.000,00 (“Oferta”), em série única, com vencimento em 1º de novembro de 2026, da segunda emissão da BV LEASING - ARRENDAMENTO MERCANTIL S.A., inscrita no CNPJ sob o nº 01.858.774/0001-10, NIRE nº 353.001.500.82, CVM nº 02013-3, com sede na Rua Amazonas, nº 439, 11º andar, 09520-070, Cidade de São Caetano do Sul, Estado de São Paulo.
R$6.000.000.000,00 Classificação de Risco: AA+(bra) - Fitch Ratings REGISTRO DO PROGRAMA DE DISTRIBUIÇÃO Nº CVM/SRE/PRO/2006/010, EM 8 DE DEZEMBRO DE 2006 E REGISTRO DA OFERTA Nº CVM/SRE/DEB/2006/043, EM 8 DE DEZEMBRO DE 2006 CÓDIGO ISIN Nº BRBVLSDBS034 A emissão das Debêntures e a Oferta são realizadas com base nas deliberações da assembléia geral extraordinária da Emissora realizada em 27 de novembro de 2006, cuja ata foi arquivada na Junta Comercial do Estado de São Paulo em 4 de dezembro de 2006 e publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo em 2 de dezembro de 2006 e no jornal “Diário do Comércio” em 4 de dezembro de 2006, pela qual foi aprovada (i) a realização de um programa de distribuição de valores mobiliários, nos termos da Instrução CVM nº 400, de 29 de dezembro de 2003, no valor de até R$12.000.000.000,00 (doze bilhões de reais) (“Programa de Distribuição”); e (ii) a 2ª (segunda) emissão de debêntures pela Emissora, sendo a 1ª (primeira) amparada no Programa de Distribuição. O agente fiduciário é PENTÁGONO S.A. DISTRIBUIDORA DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS, com sede na Cidade de Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, na Avenida das Américas, 4.200, Sala 514, Bloco 4, CEP 22640-102 (www.pentagonotrustee.com.br). A instituição prestadora de serviços de escrituração e de banco mandatário das Debêntures é BANCO ITAÚ S.A., Avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 707, 9º andar, CEP 04344-902, São Paulo, SP. AS DEBÊNTURES FORAM COLOCADAS EM 11 DE DEZEMBRO DE 2006 JUNTO ÀS SEGUINTES PESSOAS/ENTIDADES: QUANTIDADE DE SUBSCRITORES
QUANTIDADE DE DEBÊNTURES COLOCADAS
(ADQUIRENTES)
(DEBÊNTURES SUBSCRITAS)
Pessoas Físicas
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Clubes de Investimento
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Fundos de Investimento
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Entidades de Previdência Privada
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Companhias Seguradoras
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Investidores Estrangeiros
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Coordenadores
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Instituições Financeiras Ligadas à Emissora e/ou ao Coordenador Líder
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12.000
Demais Instituições Financeiras
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Demais Pessoas Jurídicas Ligadas à Emissora e/ou ao Coordenador Líder
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Demais Pessoas Jurídicas
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Sócios, Administradores, Empregados, Prepostos e demais Pessoas Ligadas à Emissora ou ao Coordenador Líder
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Outros
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TOTAL
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12.000
TIPO DE SUBSCRITOR
“A(O) presente oferta pública/programa foi elaborada(o) de acordo com as disposições do Código de Auto-Regulação da ANBID para as Ofertas Públicas de Distribuição e Aquisição de Valores Mobiliários, o qual se encontra registrado no 4º Ofício de Registro de Títulos e Documentos da Comarca de São Paulo, Estado de São Paulo, sob o nº 4890254, atendendo, assim, a(o) presente oferta pública/programa, aos padrões mínimos de informação contidos no código, não cabendo à ANBID qualquer responsabilidade pelas referidas informações, pela qualidade da emissora e/ou ofertantes, das instituições participantes e dos valores mobiliários objeto da(o) oferta pública/programa.”
COORDENADOR LÍDER
www.mercadosdecapitais.com.br
ifícil encontrar quem rem perder tempo para aprennão fique fascinado der. Os gostos são os mais vacom os avanços da tec- riados: ópera, o melhor dos nologia. Mas nem todos sabem anos 1970, 1980, 1990, jazz, usufruir das novidade – ou MPB. "Não importa o que a nem querem aprender. Os pessoa peça. Acho qualquer usuários do iPod – o aparelhi- música. Já tenho até pacotes nho que trouxe a música para a prontos das mais pedidas." Multiuso – A atriz Danielle palma da mão – não vivem sem ele, mas reconhecem a dificul- Suzuki é cliente de Dodô Azedade de abastecê-lo com as vedo. Além de abastecer o músicas preferidas. Da neces- iPod da atriz para "uso diário", sidade, nasceu a profissão: o Dodô preparou em casa a festa de aniversário da atriz, há dois personal iPodder. O pesquisador musical, DJ e meses. "Escolhi mais de mil agora também personal Dodô músicas e gravei no equipamento. Ela só A z e v e d o Fotos: Marcelo Corrêa teve que plua t e n d e p e sgar o iPod no soas que quesom e dançar rem colocar o c o m o s a m iaparelho para g o s a t é c a nf u n c i o n a r, sar", conta. mas não têm Outro que t e m p o , p ausa o iPod paciência ou ra lazer e para " n ã o e n t e no trabalho é o dem nada do dono do resassunto". E taurante catambém que rioca Espírito não se imporSanta, Robertam em pagar, to Mann. "Doem média, dô sabe interR$ 3 mil pelo pretar o deseserviço. "Faço jo da outra uma pesquisa DJ Dodô Azevedo: 20 mil opções p e s s o a . M icom o cliente e nha seleção fidescubro qual cou como eu a necessidade pedi – bossa e o gosto munova, jazz, sical dele", world music", conta. Cada diz Mann. música é baiEle precisaxada da interva de músicas net, de sites, q u e s e a d epor R$ 1,99. quassem ao "Quando comenu do resmecei o trabataurante, de lho, atendia comida brasium cliente a leira com cada três me"suingue" do ses. Hoje, são Amazonas. quatro men"O resultado salmente. Em ficou a cara do d u a s s e m a- Roberto Mann: sem tempo. cardápio do nas, entrego o restaurante", afirma. iPod com 20 mil opções." Quando as portas do estabeO personal iPodder diz que sempre foi apaixonado por lecimento se fecham, o iPod música e pela parafernália que volta às mãos do dono. "O a envolve. "Na época do walk- equipamento me acompanha man, tinha que parar várias ve- em todo lugar. Gosto de usá-lo zes, quando andava de bicicle- no lazer doméstico", diz. Mann afirma que ainda não ta, para trocar a fita. Vivia com a mochila carregada. Quando ouviu todas as composições gravadas por Dodô. "Não tesurgiu o iPod, vibrei." Os clientes do DJ são pessoas nho tempo nem conhecimento com mais de 30 anos de idade tecnológico para abastecer o que não têm familiaridade iPod. É melhor contratar um com computadores e não que- profissional." (NM)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Indicadores Econômicos
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por cento foi a queda do dólar comercial na última sexta-feira. A moeda norteamericana fechou a R$ 2,146 para venda.
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Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 13/12/2006 13/12/2006 13/12/2006 13/12/2006 13/12/2006
P.L. do Fundo 12.198.369,89 2.024.914,11 11.628.658,67 18.594.735,94 1.343.540,49
Valor da Cota Subordinada 1.284,217612 1.128,775379 1.233,255435 1.092,779793 1.170,479579
% rent.-mês 1,1127 0,4889 4,7049 1,1643 1,3090
% ano 31,4489 12,8775 23,3255 9,2780 17,0480
Valor da Cota Sênior 1.028,933803 1.115,971935 1.133,213437 0 0
% rent.-mês 0,4858 0,4467 0,5530 -
% ano 2,8934 11,5972 13,3213 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
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COMÉRCIO
Suplemento Especial/São Paulo, 18 de dezembro de 2006
Rogério Albuquerque/AFG
Encantos de Natal
A neve na rua Normandia, em Moema, é uma das atrações deste Natal Iluminado (na foto, Giovanna Robles dos Santos). O comércio, os shoppings e os supermercados, sugestões de presentes, a ceia, os passeios, tudo neste caderno especial
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DCARRO
São Paulo, segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
ESPECIAL - 3
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DCARRO
São Paulo, segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
NATAL COM PEDIDO DE GENTE GRANDE esde pequeno sempre ouvi que se eu fosse um bom menino durante todo ano, o "bom velhinho" me traria um belo presente no Natal. Como não sei avaliar com precisão se todos nós brasileiros merecemos ou não ser agraciados com algo de valor, então vou pedir para que no setor automotivo sejamos, pelo menos, poupados em 2007 de certas coisas que me deixaram inconformado durante este ano que está terminando. Por favor, Papai Noel, não deixe que no próximo ano a guerra declarada pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) contra a Polícia seja o único motivo para o "horário de pico mais tranqüilo" de nossas vidas. No terceiro ou quarto ataque, claro! No primeiro foi punk. Por favor, Papai Noel, não permita que eventos como o Salão do Automóvel, que por sinal foi um dos mais bonitos e organizados da história da cidade, tenham sua imagem arranhada pela apreensão (ainda não totalmente esclarecida para o público) de Lamborghinis. Por favor, meu bom velhinho, nos ajude que a época das chuvas não continue sendo sinônimo de congestionamentos, nem de carros carregados pela correnteza e inundados. Por favor, Papai Noel,
explique aos nossos governantes que não é aumentando o preço do transporte coletivo que vão melhorar o trânsito, até porque suas condições nada melhoram após o preço das tarifas subir. Papai Noel, que tal se o senhor conseguisse impedir os donos de postos de gasolina de continuarem a adulterar combustível, estragando nossos carros que compramos com tanto suor. Além disso, não deixe nenhum "amigo" lá do centro-oeste da América do Sul estragar nossa festa com gás. Certo ou errado, o GNV que vem de lá é uma boa alternativa. Agora, por favor Papai Noel, se o senhor puder dar uma ajudinha, facilite para esse povo tão sofrido ter mais fácil acesso às "supermáquinas" que são vistas por aqui apenas em fotos de matérias sobre salões do automóvel da Europa, Japão e EUA e, de "quebra", coloque na cabeça dos governantes e empresários que não dá pra chamar de "carro popular" veículos que no Brasil custam mais de R$ 20 mil. Ah! Papai Noel, sobre as condições das ruas e estradas eu não vou pedir nada, tá? Eu sei que pra isso, só se o "Papai do céu" ajudar. É muito, claro! Muito mesmo.
Presidente Guilherme Afif Domingos
Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto
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índice VECTRA NAS PISTAS - 3 Confira a performance surpreendente do Vectra Endurance nas pistas.
CAPA - 4 e 5 Chega às lojas o primeiro japonês flex do mundo: o Honda Civic.
NATAL - 6 Presentes bonitos são legais, mas se forem úteis melhor. Escolha o seu.
FORA DE ESTRADA - 7 Toyota Hilux Expedition em Ribeirão Preto: quanto mais chuva melhor.
aGenDa
Anderson Cavalcante
20 de dezembro
A Linces Vistorias, que atua também no segmento de inspeção veicular, realiza almoço comemorativo de 20 anos de atuação no Brasil. No Circolo Italiano, avenida São Luiz, 50, centro de São Paulo.
15 a 28 de janeiro
A Troller realiza sua 4ª Expedição Internacional, saindo de Foz do Iguaçu até o deserto de Atacama em um trajeto que tem 5.140 Km.
25 a 28 de janeiro
No Autódromo de Interlagos o evento Clássicos de Competição irá resgatar a história de mecânicos, pilotos, carros e corridas famosas.
Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br
Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
LENTE DE
AUMENTO
UMA ONDA DE ESQUERDA?
G Na guinada
antiliberal da América Latina há diferenças de personalidade, de ideologia e de manejo do poder Maracaibo e ex-governador de Zulia, o maior e mais rico Estado da Venezuela. Em 2005, a oposição recusou-se a participar das eleições legislativas alegando que o processo era fraudulento. Conseqüentemente, o partido de Chávez, o Movimento Quinta República, abocanhou todas as 169 cadeiras da Assembléia Nacional. A despeito da oposição, Chávez subiu o tom das declarações sobre o futuro da revolução socialista bolivariana, reforçando o temor de que a onda de esquerda que ele próprio criou em 1998 possa engolfar a América Latina. Desde 2005, um terço dos países da região realizou eleições presidenciais, levando ao poder vários políticos alinhados com Chávez, como Evo Morales (Bolívia), Daniel Ortega (Nicarágua) e Rafael Correa (Equador). Mas não faltaram exceções à regra. No México, o esquerdista Lopes Obrador foi derrotado pelo
JOÃO DE SCANTIMBURGO LÁGRIMAS DE Céllus
liberal Felipe Calderón. No Peru, o ex-presidente Alan García derrotou outro pupilo chavista, Ollanta Humalla. E, na Colômbia, o liberal Álvaro Uribe venceu no primeiro turno. Os novos presidentes podem ser agrupados em social-democratas como Tabaré Vásquez, Michelle Bachelet e Lula; liberal-democratas como Calderón, Uribe e Nicanor Duarte (Paraguai) e um terceiro grupo mais identificado com o populismo tradicional da região, como Néstor Kirchner e Alan García. Apenas Chávez, Morales, Correa e talvez Ortega parecem dispostos a aplicar a fórmula chavista de subverter a democracia via o esvaziamento das instituições e a possibilidade de se eternizarem no poder pelas urnas e pela manipulação de plebiscitos e assembléias constituintes. Podem ser denomindos nacional-socialistas. A origem de suas idéias pode ser traçada a Chávez e à revolução de Fidel Castro. Essa mescla está expressa em documento intitulado Projeto Nacional Simón Bolívar, que Chávez divulgou na sua fracassada tentativa de golpe contra o presidente Carlos Andrés Pérez, em 1992. Haveria uma fase de transição voltada para o indigenismo, o uso estratégico do petróleo e uma atuação com abrangência continental. Mas a próxima etapa da revolução bolivariana prevê um regime de partido único, limites à liberdade de expressão e o exercício direto do poder popular. Oxalá a reeleição de Chávez se esgote na retórica radical.
ROBERTO FENDT
F
ato insólito: na distribuição de brindes a jornalistas em festividade de fim de ano da diretoria de uma importante entidade de representação de classe, descobre-se que o brinde – um pen drive americano, de marca conhecida – é montado na China. Consternação geral. Quando se trata de importados, em geral a palavra China é anátema na associação. Um diretor, ao saber da procedência do produto, pretendeu devolvê-lo, ficando a contragosto com a engenhoca. O presidente da entidade, mais sensato, negou contrariado que a agremiação fosse contra as importações. Mas o clima era de constrangimento. Na linguagem das empresas globalizadas, montado significa que o núcleo duro da memória portátil vem da matriz e a fase final de valor adicionado, que demanda mais mão-de-obra, se dá em algum país com mão-de-obra abundante. Ora, a China é o país de maior contingente de mão-de-obra abundante e barata. Daí a ojeriza contra as importações chinesas. Nos Estados Unidos, o Partido Democrata vale-se da mão-de-obra barata chinesa para impor barreiras protecionistas contra os produtos chineses. Dizem que estão protegendo os empregos dos americanos contra a concorrência desleal da mão-de-obra barata chinesa. No Brasil, a alegação não é muito diferente, exceto que a maior pressão vem da indústria. Ora, o fato de ter muita mão-de-obra barata não constitui nenhuma prática desleal de comércio. Ao contrário, a existência abundante de um fator de produção aos preços vigentes no mercado é um dos principais determinantes das vantagens comparativas de um país. E são as diferenças nas vantagens comparativas que permitem a existência do comércio entre as nações. Se todos produzissem todos os produtos com os mesmos custos, não haveria comércio internacional. O Brasil tem vantagens comparativas nos produtos intensivos de recursos naturais. A extensão da área agriculturável do país, os baixos custos de produção decorrentes da tecnologia aplicada aos produtos exportados e as enormes províncias minerais brasileiras nos garantem vantagens comparativas na exportação desses
COMENTÁRIO DE POLÍTICA DA MCM CONSULTORES ASSOCIADOS WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR
P róximo ato de Chávez será limitar a liberdade
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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AGRADECIMENTO
Vantagens comparativas O produtos. E a China é um dos nossos principais compradores desses produtos. Ao que consta, os Chineses não têm queixas por termos recursos naturais e gente trabalhadora e capaz para explorá-los – a despeito dos ingentes esforços do MST para desorganizar a produção e fazer reverter ao seu estado original o que o trabalho transforma em riqueza. Não se levantam vozes na China contra as exportações do complexo soja, dos mais variados minerais, do ferro e aço, dos produtos químicos e de uma infinidade de outros produtos que para lá enviamos. Se alguns se queixam nos Estados Unidos, o fazem por esquecer (ou, simplesmente por máfé) que também os EUA – como todos os países – têm vantagens comparativas em alguns produtos e serviços. As vantagens comparativas deles estão concentradas nos produtos intensivos em massa cinzenta: serviços de comunicações e seus equipamentos, programas de computador, entretenimento e equipamentos aeroespaciais, entre outros.
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ssas vantagens comparativas não foram criadas pela atual geração, mas remonta aos primeiros europeus que para lá se transferiram. Esse povo, cuja religião exigia que cada um lesse os livros sagrados e cuidasse da própria salvação, já em 1640 destinava nas colônias da América 20% da receita tributária à educação, como nos conta Alexis de Tocqueville na Democracia na América. Não é o protecionismo contra as vantagens comparativas dos outros que criaram para os EUA a vantagem comparativa em produtos high tech, mas os 350 anos de investimento em capital humano. Moral da história: mais vale explorar as vantagens comparativas que temos do que lamentar o que não temos e levantar barreiras contra o que os outros fazem melhor e mais barato. É bom para o consumidor e para o empresário brasileiros que nos concentremos no que podemos fazer bem e barato com os recursos de que dispomos, trocando pelos bens e serviços que os outros são capazes de nos oferecer a um custo menor do que o produzido em nosso país.
M ais vale explorar as vantagens do Brasil do que lamentar as da China Martin Bernetti/AFP
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erpetuar-se no poder é o objetivo maior da vitória do presidente venezuelano Hugo Chávez. Entre as promessas de campanha está uma reforma constitucional para permitir a reeleição quantas vezes ele o desejar (em vez de dois mandatos consecutivos, com duração de seis anos, como hoje). Se depender dele, ficará no poder até 2021, prazo estimado para que possa presidir o aprofundamento e a radicalização da revolução bolivariana, encerrando o período de transição dos últimos oito anos. Desta vez, a vitória foi um pouco mais difícil: 61% dos votos contra 38% de seu opositor Manuel Rosales, ex-prefeito de
Casa pronta-entrega ROMEU CHAP CHAP
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romover ações que colaborassem para reduzir o déficit habitacional brasileiro – 7,8 milhões de habitações – sempre foi um dos principais objetivos do setor de habitação e construção civil. Neste período e por intermédio de ações de diversas entidades, buscou-se oferecer acesso mais fácil à casa própria, mas parecia algo distante, uma vontade que queria se transformar em realidade. Para enfrentar o sério problema e construir os milhões de habitações, precisávamos de recursos financeiros, mas também de um sistema construtivo que oferecesse custo eficiente (baixo e de qualidade) e rapidez para a construção em larga escala nos mais distantes lugares do Brasil. Há poucos meses, tive a oportunidade de conhecer o projeto da CasaPrática da MVC, empresa pertencente à Marcopolo e instalada em São José dos Pinhais, no Paraná. Fique entusiasmado com a proposta, uma alternativa eficaz para a produção de moradias populares, pautada por novas tecnologias. Esse projeto pode se transformar em uma opção viável para o problema habitacional. A necessidade de produção em grande escala de moradias populares foi sempre minha principal bandeira nos mais de 30 anos de atuação sindical e institucional. Levei várias sugestões aos governos federal, estadual e municipal, como o Projeto Cingapura, de reduzir o número de pessoas morando em favelas. Neste novo projeto, temos a oportunidade de oferecer acesso ao teto para famílias com renda mensal de um a cinco salários mínimos, segmento que representa 80% do déficit de habitações. Com a tecnologia desenvolvida pela MVC é possível erguer uma residência em dez dias. As
casas são desenvolvidas com o sistema Wall System, tecnologia e inovadora para a construção civil. O processo consiste em painéis formados por uma estrutura-sanduíche de lâminas em plástico reforçado com fibra de vidro e que formam as estruturas das casas. O painel dispensa o processo de pintura e pode ser produzido em diferentes cores. Sem falar que a estrutura hidráulica e elétrica já vem embutida nas paredes. Por não precisar de pintura, nem utilizar parafusos e outros materiais usados nas construções convencionais, o processo de construção torna-se mais rápido, limpo e eficiente.
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or isso, com a CasaPrática vislumbro a redução da carência de moradias e das tensões sociais que decorrem desse grave problema. A CasaPrática representa condições de se realizar loteamentos populares em volume condizente com a demanda, o que também contribui decisivamente para o crescimento ordenado das cidades, eliminando favelas que crescem de maneira desordenada e onde milhares de famílias vivem em condições indignas e insalubres. Consideramos que esse extraordinário sistema construtivo vai mudar a face do mercado de moradia para famílias de baixa renda. O cidadão não precisará esperar meses ou anos comprando o lote e os materiais (tijolo, areia, etc.) para finalizar a construção e finalmente poder ocupar o imóvel. A CasaPrática pode ser financiado pelo Sistema Financeiro da Habitação em 10, 15 ou 20 anos e é, em resumo, a casa popular pronta entrega. ROMEU CHAP CHAP, PRESIDENTE DO SECOVI E DA CHAP CHAP DESENVOLVIMENTO E CONSULTORIA IMOBILIÁRIA
C asa popular montada em 10 dias pode ajudar a diminuir déficit
presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva não pôde conter as lágrimas nos olhos enxutos ao receber o título que lhe deu o direito de exercer a Presidência pela segunda vez. Compreende-se esta alegria manifesta em lágrimas de um retirante que o sul acolheu e deu-lhe o direito de continuar sendo o presidente da República de maneira fulgurante. O presidente Lula não dispunha de outra maneira para agradecer pela sua diplomação se não chorando, uma fraqueza comovente, mas justificável, pois lhe permite exercer a Presidência por mais quatro anos. Ou seja, serão oito anos ao todo, fato raro na nomenclatura dos presidentes da República, com as únicas exceções de Getúlio Vargas e Fernando Henrique Cardoso.
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esta saber se merece aplauso ou censura o choro do presidente Lula, uma vitória conseguida com vantagens sobre outro hábil e bem instrumentado concorrente na campanha presidencial. As limitações que se imputam ao presidente Lula não prevaleceram e as suas lágrimas confirmaram o seu triunfo na porfia eleitoral, que o levou por todo o território nacional exercendo ao mesmo tempo a Presidência e a campanha presidencial. Na realidade, entrou para a história o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, depois de várias derrotas, em candidatura muito bem trabalhada e muito bem recebida por grande percentual do eleitorado. A democracia brasileira deu essa oportunidade ao nordestino retirante, que veio para o sul em busca de trabalho, mas que acabou vitorioso no campo político. De nossa parte, contudo, não cedemos ao apontar a falta de aptidão para o exercício do cargo de presidente, nas condições em que o Brasil exige, com uma população de quase duzentos milhões e uma extensão territorial das maiores do mundo. As lágrimas de agradecimento no retirante que chegou ao mais alto cargo do Brasil estão, pois, justificadas . JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G As limitações
que se imputam ao presidente Lula não prevaleceram e suas lágrimas confirmaram seu triunfo na porfia eleitoral
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
Nacional Empresas Va r e j o Tr i b u t o s
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
Açougues atualmente oferecem produtos adaptados às exigências dos clientes
AÇOUGUES INVESTEM EM ATENDIMENTO
ços de entrega em domicílio e vendas por telefone. Diversos fatores contribuíram para a modernização das casas de carnes brasileiras, a começar pelo maior grau de exigência das leis que regulam a estocagem. O desenvolvimento de equipamentos e técnicas de acondicionamento e embalagem também possibilitou o aperfeiçoamento da qualidade e a diversificação dos produtos oferecidos. Mas a maior alavanca para o surgimento de um comércio mais evoluído no segmento de carnes frescas foram as novas necessidades do consumidor, criadas pelo crescimento do número de mulheres que trabalham fora de ca-
sa. "Ao ingressarem no mercado de trabalho, elas acabaram gerando novos empregos para prestadores de serviço no varejo de alimentos", comenta Manuel Henrique Farias Ramos, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas do Estado de São Paulo. Sua análise se baseia no fato de que, se a mulher não tem mais tempo para preparar as refeições da família, alguém terá de fazê-lo. No caso das carnes, esse alguém passou a ser o funcionário do açougue. "Mudou o autor do serviço. A família se dispõe a pagar para que terceiros facilitem seu trabalho em casa". Nessa relação, a credibilidade do açougue é fundamental. "Carne não se comp r a e m qualquer lugar. É preciso transmitir a imagem de que há preocupação com a higiene no manuseio do produto e com segurança da origem", explica Farias R a m o s . " S eg u r a n ç a a l imentar é um assunto muito sério. Trair a confiança do cliente nessa área pode trazer prejuízos irreversíveis". Para ele, a mudança de cultura e de mentalidade dos proprietários de empresas do ramo é uma questão de sobrevivência. Quando o estabelecimento consegue cultivar e trabalhar seus diferenciais de serviços e atendimento, o consumidor tende a reconhecer esse valor agregado. "Só comp r a n o s g r a n d e s v a re j õ e s quem não tem outra escolha", afirma Farias Ramos. "Assim que melhora sua condição econômica, o consumidor opta por serviços diferenciados", acrescenta. Ana Paula Soares
Na Casa Jurity, clientes têm nome e preferências
Wessel: agora na quinta geração de "açougueiros"
Açougue mudou junto com Moema
Grupo aposta na gastronomia
É
mais fácil para o açougueiro Mário Fernando Filipe reconhecer um cliente pela voz do que pela fisionomia. É que 70% das vendas de seu estabelecimento, a Casa de Carnes Jurity, em Moema, são feitas pelo telefone. Tamanho grau de confiança foi adquirido durante os 47 anos de história do açougue, 28 dos quais sob responsabilidade de Mário Filipe. "Chamo todos os clientes pelo nome e conheço os hábitos e as preferências de cada um", garante. Há três décadas, o Jurity era um açougue convencional, como a grande maioria dos concorrentes. Com o desenvolvimento do bairro – hoje região nobre da cidade Mário percebeu que precisava se adaptar ao perfil de seus clientes. "Poderia ter partido para uma solução mais sofisticada, uma espécie de butique de carnes, mas preferi uma opção em que pudesse permanecer próximo aos clientes", relembra o empresário. Para garantir o que considera requisitos fundamentais de um bom açougue – qualidade, atendimento e, antes de tudo, limpeza – Mário trabalha das 6h às 19h, acompanhando e supervisionando todas as etapas do processo de distribuição. "Adoro o que faço, preparar as carnes, conversar com os
Mário Fernando Filipe: "Adoro o que faço".
clientes. Dou até receitas." Com osso – O açougueiro faz questão de receber as peças com osso dos frigoríficos – ao contrário de muitos supermercados – e desossá-las na loja. "Assim, o teor de nutrientes se mantém por mais tempo e a carne fica mais saborosa e suculenta", explica. As bandejas e embalagens para congelamento são preparadas no momento do pedido ou encomenda, conforme a especificação de quantidade e corte, e identificadas por tipo de carne e data. As porções reservadas às crianças são etiquetadas com os respectivos nomes. Além das carnes de origem selecionada – a Jurity trabalha há 23 anos com o mesmo frigorífico –, fazem sucesso os 35 tipos de lingüiça de produção artesanal.
O
interesse de Istvan Wessel pela gastronomia começou quando ele se deu conta de que, por vender matéria-prima e não o produto final, o sucesso de suas carnes dependia das habilidades culinárias de quem as preparava. "A melhor carne do mundo não resiste a um mau preparo", ensina. Fiel a esse princípio, Istvan passou boa parte de seus 40 anos de atividade profissional dividindo a administração da empresa que leva o nome de sua família – hoje uma grife de carnes especiais – com a publicação de livros sobre o tema, receitas e artigos em jornais e revistas. Há três anos, Istvan entregou o comando da Wessel a seu filho Daniel, estreando a quinta geração de "açougueiros". Agora, ele tem mais tempo para se dedicar à valorização da imagem da empresa, atividade que lhe dá enorme prazer. "Afinal, meu maior patrimônio hoje é a marca Wessel", reconhece. Bixiga – A família Wessel completa, no próximo ano, 50 anos de Brasil. Vindos da Hungria, onde desde 1830 tinham açougue, chegaram ao Brasil em 1957 e se instalaram no bairro do Bixiga, iniciando a trajetória que viria revolucionar o conceito de carne no País. No auge da expansão da indústria automobilística, quando a cidade de São Paulo recebeu muitos profissio-
nais do exterior, o açougue dos Wessel chegou a atender mil clientes por dia, muitos em busca de carne com cortes "à moda européia". A transferência da loja para a Avenida. Faria Lima, em 1974, é o marco da trajetória da Wessel como grife. "Queríamos vender a carne limpa, embalada a vácuo, pronta para ser preparada e consumida. Uma iniciativa pioneira." A Wessel chegou a ter cinco lojas em São Paulo e presença no Rio de Janeiro e em alguns estados do Nordeste. Desde 1999, a empresa mantém somente um ponto de venda próprio, na mesma Avenida Faria Lima, e confia a distribuição de seus produtos a redes de supermercados e empórios, além de fornecer para mais de uma centena de restaurantes em São Paulo. Denise Adams/AFG
H
á alguns anos, um dos únicos pedidos que o consumidor fazia ao açougueiro era: "Dá para tirar o excesso de gordura?" O comércio de carnes mudou. Se seu antigo açougueiro de bairro ainda se mantém bem no mercado, é porque investiu em uma nova roupagem de loja, com atendimento de excelência e, principalmente, prestação de serviços. Os açougues de hoje se profissionalizaram e se especializaram, adquirindo estrutura para oferecer aos consumidores carnes embaladas a vácuo para congelamento, cortes e porções personalizadas, produtos pré-preparados, servi-
Corte de carnes na Gastronomia Wessel: preocupação da empresa com higiene e embalagem, para aperfeiçoar a qualidade na venda do produto pré-preparado aos consumidores
WValente/AFG
AÇOUGUES AGREGAM SERVIÇOS AO VAREJO
Denise Adams/AFG
PARA NÃO PERDER CLIENTES PARA OS SUPERMERCADOS, O SETOR SE PROFISSIONALIZOU E SE ESPECIALIZOU
Istvan Wessel: "Meu maior patrimônio é a marca Wessel".
ENSAIO
Depois de Fidel e Pinochet, a ditadura continental AFP
Velas acesas para Fidel, em Havana (foto), levam à questão: quem será o próximo ditador? Olavo de Carvalho prevê não um ditador, mas a ditadura continental. Página 8
Ano 81 - Nº 22.275
São Paulo, segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
R$ 0,60
Liminar da ACSP pró-propaganda vale para novos associados Cidades 1
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h30
w w w. d co m e rc i o. co m . b r Fotos: Rafel Hupsel/LUZ
Papais-noéis em fila presenteiam o comércio Em várias lojas da 25 de Março os consumidores fizeram fila para comprar o presente de Natal. Os comerciantes falam em aumento de vendas de 5% a 50%. Resta só mais um sábado para as compras. No Shopping Center Norte (foto acima) os corredores ficaram tão lotados quanto na 25. Os lojistas calculam que a passagem de 9 milhões de papais-noéis em todo o mês de dezembro vai lhes render um aumento de 12% nas Caderno vendas, comparado ao de Natal ano passado. O calor, o sufoco da multidão e as especial ameaças constantes de com 24 briga entre camelôs e páginas GCMs não intimidaram os papais-noéis. E 1
APAGÃO AÉREO ACENDE A RODOVIÁRIA Terminal do Tietê atrai cada vez mais clientes, que trocaram a espera pelos vôos por viagens mais longas porém pontuais. C 2
Divulgação
Yuriko Nakao/Reuters
Lalo de Almeida/Folha Imagem
O 1º japonês flex É o Honda Civic que finalmente chega ao mercado com motor biocombustível.
Fim de ano de ouro
HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 32º C. Mínima 18º C.
AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 30º C. Mínima 19º C.
Protestos contra o trenó da alegria
Daiane na Copa do Mundo: campeã da prova de solo
Página 5
Deu pra ti?
Trégua entre os O dito gaúcho significa algo como "foi próprios legal?", "emplacou?". Para Ronaldinho não deu. Perdeu para os colorados palestinos (foto), campeões. Mas ainda sonha: pode ser Inter: C 4
eleito hoje o nº 1 do mundo. Esporte
DIÁRIO DO COMÉRCIO Cheguei no máximo da carreira. Maior que isso, só se conquistar duas vezes ou ganhar a Copa do Mundo de seleções.” Abel Braga, técnico do Inter
Esporte
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Neco Varella/AE
Fernando Pilatos/AE
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
Eu sempre falei que não se ganha antes, se ganha depois de noventa minutos. ” Iarley, autor do passe do gol do título colorado
Toru Yamanaka/AFP
almanaque Celso Unzelte
AGORA, O MELHOR JOGADOR DIVULGAÇÃO
Terminado o Mundial de clubes, a Fifa encerra o ano futebolístico anunciando hoje o ganhador do prêmio de Melhor Jogador do Mundo em 2006. Concorrem o italiano Fabio Cannavaro, zagueiro do Real Madrid (ESP); o francês Zinedine Zidane, que já se despediu do futebol também como jogador do Real Madrid, da Espanha; e o brasileiro Ronaldinho Gaúcho, atacante de outro time espanhol, o Barcelona. Acima, Ronaldinho recebe o prêmio de Melhor do Mundo no ano passado, em Zurique, na Suíça. Na ocasião, ele superou o inglês Lampard e o camaronês Eto'o, que também haviam sido indicados para receber o prêmio.
RONALDINHO GAÚCHO ATRÁS DO TRI Considerado o melhor jogador do planeta em 2004 e 2005, Ronaldinho Gaúcho corre atrás da terceira indicação consecutiva, façanha que nenhum outro atleta alcançou desde a criação do prêmio, em 1991. Além disso, caso seja eleito novamente, com três troféus, Ronaldinho Gaúcho alcançará os recordistas Ronaldo “Fenômeno”, também brasileiro, escolhido em 1996, 1997 e 2002, e o próprio Zidane, que ganhou em 1998, 2000 e 2003. Seria também a oitava vitória de um brasileiro em 16 edições.
TODOS OS MELHORES JOGADORES DO MUNDO Na primeira vez em que a Fifa resolveu apontar o melhor jogador do planeta, em 1991, o vencedor foi o alemão Lothar Matthäus. Seguiramse o holandês Marco Van Basten (1992), o italiano Roberto Baggio (1993), o brasileiro Romário (1994), o liberiano George Weah (1995), o brasileiro Ronaldo “Fenômeno” (em 1996, 1997 e também em 2002), o francês Zidane (em 1998, 2000 e também em 2003), o brasileiro Rivaldo (1999), o português Luís Figo (2001) e, por fim, Ronaldinho Gaúcho (2004 e 2005). “Eu sou o homem mais feliz na face da Terra. Jogo por um grande time, tenho muitos amigos, as pessoas gostam do jeito que eu jogo. E eu quero continuar proporcionando essa felicidade.” (Ronaldinho Gaúcho, ao ser escolhido o melhor jogador do mundo pela segunda vez consecutiva, no ano passado.) Com a conquista do Internacional, ontem, no Japão, sobe para seis o número de clubes brasileiros que conseguiram se sagrar campeões mundiais. A lista inclui São Paulo (três vezes, em 1992/93 e 2005), Santos (duas, em 1962/63), Flamengo (1981), Grêmio (1983) e Corinthians (2000), uma vez dada um.
CAMPEÃO DO MUNDO
U
m time de heróis. Assim o Internacional foi definido por seu técnico, Abel Braga, após a vitória de ontem, sobre o Barcelona, por 1 a 0, em Yokohama, no Japão, que deu ao clube o inédito título de campeão mundial. Não era para menos. Diante de um adversário considerado favorito, que contava com o melhor jogador do mundo (o brasileiro Ronaldinho Gaúcho) e que vinha de uma grande atuação diante do América do México nas semifinais (goleado por 4 a 0), o Colorado jamais se entregou. Ao contrário: perfeito na marcação, soube conter o ímpeto do adversário e matar o jogo com um gol de Adriano, aproveitando jogada de Iarley em um contragolpe mortal, aos 37 minutos do segundo tempo. Com a conquista, o Inter se iguala ao arqui-rival Grêmio, campeão mundial em 1983, e aumenta para nove o número de conquistas brasileiras na competição — também venceram o São Paulo (1992, 1993 e 2005), o Santos (1962 e 1963), o Flamengo (1981) e o Corinthians (2000), na primeira edição sob a chancela da Fifa, disputada no Brasil. De quebra, o Inter mantém a invencibilidade do Brasil nos torneios organizados pela Fifa: em 12 partidas, são nove vitórias e três empates, consideradas também as campanhas de Corinthians e Vasco, em 2000, e do São Paulo, no ano passado. Iarley foi eleito o Bola de Prata, como segundo melhor jogador do torneio. A Bola de Ouro ficou com Deco, brasileiro naturalizado português do Barcelona, que ganhou também o automóvel como melhor joga-
Kazuhiro Nobi/AFP
dor da decisão. “Todo mundo lutou e conseguimos nosso objetivo”, disse Adriano, o autor do gol da vitória, até então um dos j o g a d o re s d o elenco mais criticados pela torcida. “Fazer parte desse grupo é excelente, fiquei no banco, entrei e ajudei.” O técnico Abel Braga confessou: “Joguei c o m t r ê s a t acantes, mas pensando em marcar. Quando disse que tínhamos que jogar no ferro era em cima, sem dar porrada. Faltou técnica, um pouco de habilidade, um pouco de segurança, mas a vitória foi extraordinária. Meus zagueiros foram soberbos”. Apesar da vitória, Abel fez questão de ressaltar as quali-
dades do adversário: “Acho que o Barcelona continua sendo a melhor equipe do mundo porque quase todos seus jogadores são membros de suas respectivas seleções. Eles podem dar o melhor de si, por isso que entrar com uma postura
defensiva foi nossa melhor decisão”. Cabisbaixo, Ronaldinho Gaúcho disse: “Estou triste, como todos. Agora, devemos continuar bem no Espanhol e na Liga dos Campeões”. Afinal, o título mundial de clubes já tem dono: é do Inter.
INTERNACIONAL 1 Clemer; Ceará, Índio, Fabiano Eller e Rubens Cardoso; Edinho, Wellington Monteiro, Alex (Vargas, no intervalo) e Fernandão (Adriano 31/2); Iarley e Alexandre Pato (Luiz Adriano 16/2) Técnico: Abel Braga
BARCELONA 0 Valdés; Zambrotta (Belletti, no intervalo), Puyol, Rafael Márquez e Van Bronckhorst; Thiago Motta (Xavi 14/2), Iniesta e Deco; Giuly, Gudjohnsen (Ezquerro 43/2) e Ronaldinho Gaúcho. Técnico: Frank Rjkaard Local:Yokohama (Japão) Árbitro: Carlos Batres (GUA) Gol: Adriano 37/2 Cartões amarelos: Índio 45/1, Thiago Motta 10/2, Adriano 39/2 e Iarley 48/2
Yuriko Nakao/Reuters
Melhor do mundo? R
O Brasil, agora, alcança a Argentina, o outro país com meia dúzia de campeões do mundo: Boca (1977, 2000 e 2003), Independiente (1973 e 1984), Estudiantes (1968), Racing (1967), River (1986) e Vélez (1994). Entre os demais países, vem a seguir a Itália, com seus três campeões: Milan (1969, 1989 e 1990), Inter (1964/65) e Juventus (1985 e 1996). Alemanha, Espanha, Holanda e Uruguai são os quatro países com dois clubes campeões mundiais.
A festa do Inter começou no Japão, com o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Barcelona, marcado por Adriano, aos 37 minutos do segundo tempo. E não tem hora para terminar
Prêmio é a última chance de título mundial para Ronaldinho em 2006
onaldinho Gaúcho deixou escapar ontem, pela segunda vez seguida em 2006, a oportunidade de conquistar um mundial (além do título de clubes, ele já havia perdido a Copa do Mundo, na Alemanha, com a Seleção Brasileira). Mas deverá fechar o ano hoje com o prêmio de melhor jogador do mundo na temporada. Em festa na Ópera de Gala, em Zurique, na Suíça, a Fifa vai anunciar a partir das 17 ho-
ras (de Brasília) o vencedor do troféu. Os concorrentes de Ronaldinho são o zagueiro italiano Fabio Cannavaro, do Real Madrid, que já faturou a conceituada Bola de Ouro, como melhor jogador da Europa neste ano. E o meio-campista francês Zinedine Zidane, vice mundial pela França e aposentado desde julho. A imprensa espanhola assegura que o brasileiro recebeu a maior votação, que é feita en-
tre técnicos e capitães de todas as seleções do planeta, e ficará em primeiro lugar. A Fifa colocou à disposição do brasileiro um jatinho para levá-lo do Japão à Suíça a tempo da festa. A Fifa divulgará hoje, também, a melhor jogadora de 2006. O Brasil tem uma representante: a atacante Marta, que dessa vez é favorita ao prêmio diante da norte-americana Kristine Lilly e da alemã Renate Lingor.
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
LENTE
DE AUMENTO
NEM FALCÃO, NEM POMBO
G Com dúvidas
sobre a inflação e a atividade econômica, os EUA vão manter juros em 5,25% por vários meses elevar a taxa de Fed funds, sendo alta a probabilidade de que grande parte de 2007 (talvez mesmo o ano todo) transcorrerá sem alteração do patamar atual de 5,25%. Por certo, não se questiona o fato de que a economia americana está em franca desaceleração. Os indicadores de atividade econômica permitem tal conclusão. Os que acreditam em alta da taxa básica gostam de lembrar os reiterados alertas de dirigentes do Fed, que só se tranqüilizarão quando o núcleo do deflator de despesas de consumo (PCE core) chegar à faixa de 1,5% e 2% ao ano. Além das recentes manifestações dos membros do Fed, há de se considerar, também, a preferência revelada pelo referido intervalo. Afinal, nos últimos dez anos, a variação média do mencionado indicador ficou em 1,8%, percentual que, na falta de parâmetro mais preciso, pode ser considerado a meta de inflação. A taxa anualizada E
PCE core encontra-se acima de 2,0%, há 15 meses, com exceção de um único mês em que a taxa de variação foi 1,99%. Para os altistas de juro, este quadro persistirá, por bom tempo. Em parte, isto ocorrerá porque o potencial de crescimento da economia também está em retração. O próprio Fed acredita na tese de desaceleração do crescimento potencial. Parece não haver dúvida acerca da redução do crescimento potencial. Nós obtivemos estimativa de 2,8% ao ano. Segundo o Congressional Budget Office, a taxa de expansão potencial da economia atingirá 2,5% só em 2016. Quando se nota que em quatro dos últimos cinco trimestres a taxa observada de crescimento do PIB tem ficado abaixo de 2,6%, sendo esta a estimativa consensual para 2007, o mais provável é que a economia americana passará a operar, ou já está operando, aquém de seu nível potencial. Neste caso, bastaria ter paciência, pois a inflação acabaria convergindo para a zona de conforto. Quanto aos argumentos em favor de afrouxamento monetário iminente, é certo que fariam sentido em duas situações: (1) presença de ociosidade marcante – PIB significativamente abaixo do nível potencial – e/ou (2) risco elevado de recessão. Nenhuma destas circunstâncias parece presente. No tocante ao primeiro ponto, basta analisar os dados referentes à taxa de desemprego e ao nível de utilização da capacidade instalada, no setor industrial, ambos indicativos de ausência de ociosidade de fatores. Sobre o segundo ponto, indicadores sugerem que o risco de recessão está um pouco acima do normal, mas ainda em região administrável. Quando se pesam os argumentos dos dois lados, parece fazer sentido concluir que a taxa de Fed funds permanecerá em 5,25%. TRECHOS DA CARTA SEMANAL DE ECONOMIA DA MCM CONSULTORES WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR
conomia dos EUA está em desacelaração
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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JOÃO DE SCANTIMBURGO
SALVEM DUAS Céllus
H
á intenso debate sobre os rumos da política monetária nos Estados Unidos. A incerteza quanto ao estado da maior economia do mundo é tal que existem apostas para todos os gostos. De um lado, alguns projetam juro de 6,0% ao ano, em 2007. Em tese, preocupado com demora na obtenção de inflação mais baixa, o Fed teria de elevar a taxa básica. De outro lado, há os que acreditam em acentuada desaceleração da atividade econômica, razão pela qual a autoridade monetária acabaria se vendo forçada a dar início a um processo de afrouxamento. A virtude está no meio, ou seja, dificilmente será preciso
Dia de luto BENEDICTO FERRI DE BARROS
R
eporto-me a notícia de domingo, dia 12, porque de lá para cá nada sucedeu de novo, quer na política, quer na economia, limitando-se a conjuntura às negociações partidárias de bastidores. (Ou seria melhor dizer de boudoir ou de cocheira?) Os estrondos megalomaníacos do reeleito não chegam a constituir novidade jornalística. Ao ler como habitualmente alguns dos principais matutinos de São Paulo, me deparei com duas notícias que também são mais do mesmo: anúncio de crescimento de 5% para este ano por parte do Executivo (já rebaixado para menos de 3% pelos analistas) e de aumento de 90% para os deputados, por parte do Legislativo. A coisa vem de longe, desde sempre, e continua: os ilícitos, as fraudes, a corrupção, os crimes, o aumento das contas pagas pelo cidadãoeleitor-contribuinte, tudo redimido por promessas e mentiras salvacionistas. A estrutura de sempre: de um lado nós, os PF, que estamos por fora e os FP (os Filhos da Pátria) que estão por dentro da fortaleza do Estado brasileiro, roendo o povo, a nação, o Brasil. Logo após o ato de contrição de Lula pelos erros cometidos no primeiro mandato, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciava preparar medidas para corrigir o grande desastre, que fora o baixo desenvolvimento do País, para alcançar um crescimento de 5%, como comentou recentemente Ana Paula Padrão. Basicamente, redução de impostos sobre setores da economia, para permitir investimentos que garantissem um desenvolvimento anual de 5% Entretanto, segundo noticiário de hoje mesmo, para os especialistas "o Brasil não tem infraestrutura para crescer 5% ao ano. Segundo a avaliação de especialistas e representantes da indústria ouvidos pela BBC, o crescimento brasileiro não depende apenas da política monetária - que envolve a definição da taxa de juros e do superávit primário - mas também de limitações físicas ao crescimento e ao escoamento da produção. Os principais gargalos da infra-estrutu-
ra são, segundo eles, as estradas, os portos e os projetos de geração de energia. Eles apontam dois problemas fundamentais: a escassez dos investimentos públicos e a ausência de marcos regulatórios que atraiam o capital privado em áreas que o Estado não consegue investir. Procurado pela BBC Brasil, o Ministério do Planejamento não quis se pronunciar, mas o pesquisador Fabio Giambiagi, do Ipea (Instituto Econômico de Pesquisa Aplicada), órgão ligado ao Planejamento, disse concordar em "gênero, número e grau" com a avaliação dos especialistas. Sem ser especialista em coisa nenhuma, em artigo publicado neste jornal no ano passado já havíamos apontado o fato básico de que o desenvolvimento depende de investimentos e não se pode contar com recursos adequados, nem interna nem externamente. Isto segundo os dados da realidade estrutural interna e a desfavorável posição que o País tem no ranking mundial quanto a preferência para a aplicação de recursos. Já o mesmo não sucede com referência à disposição dos senhores deputados, nossos representantes, em aumentar seus proventos com um auto-reajuste salarial de 90,7%. Argumentase que não se trata de aumento, mas de simples reposição das perdas sofridas com a eliminação do mensalão e dos sanguessugas – e que a Constituição não admite reduções salariais...
D
iante do que só nos ocorre uma sugestão. Já que não poderemos mesmo contar com nosso aumento de 5%, o melhor é comemorarmos de outra forma. Em lugar de irmos passear na praia com uma estrela na barriga do maiô, devemos manifestar nosso desapontamento e desconforto colocando uma tarja de luto na lapela, na gola, ou em qualquer outro lugar, logo abaixo do pescoço, para que cada cidadão, olhando para baixo ou encarando outro cidadão ou cidadã, saiba precisamente onde estamos e o que pensamos a respeito dos que dizem nos dirigir: para o buraco.
V amos manifestar nosso desapontamento colocando uma tarja de luto
Sem remo e sem rumo ALMEIDA LIMA
V
ocê já imaginou uma grande embarcação em mar revolto, sem os instrumentos náuticos indispensáveis e sem rumo, sem a carta de navegação? Assim é o Brasil dos dias atuais: um país desgovernado e cuja tripulação, a partir do comandante, embora saibamos de onde partiu, não se imagina a que porto deseja chegar. Aos passageiros o que cabe fazer, além de rezar a Deus, como sugeriu um de seus marinheiros? O momento é de apreensão, é de resistência frente a toda essa adversidade. É de reflexão e também é momento para se guardar na memória as seqüelas, a fim de que sirvam de aprendizado a garantir a desilusão a essa marcha promovida por esses iluminados salvadores da pátria, que levam o povo ao fundo do poço, quer dizer, ao fundo do mar. Alguém conhece algum plano estratégico que objetive o desenvolvimento do País? Um plano que venha promover a erradicação da pobreza e da marginalização, que reduza as desigualdades sociais e regionais, que são um dos objetivos maiores da República? Ora, qual o brasileiro que conhece esse plano e, por conhecê-lo, esteja engajado na sua execução? O povo foi convocado a participar de algum mutirão de construção nacional? Um mutirão pela ética? Um mutirão pela educação? Um mutirão contra a má despesa? Um mutirão pela geração de emprego e pela eqüidade entre os salários? Um mutirão pela preservação do meio ambiente? Desafio alguém a mostrar! Estou pronto a receber essas informações e divulgar. É um governo sem bússola, um governo vazio. O que funciona é só a superficialidade do marketing, que não se sustenta nos fatos, a exemplo das ficções como o Fome Zero e o EspeÉ
táculo do Crescimento, ou expressões de efeito, como Nunca antes neste País ou Crescimento sustentável, além da que pediu Deixe o homem trabalhar. A libertação de um povo não acontece pela esmola. O Bolsa Família está viciando o cidadão que dele faz uso, deseducando-o e mantendo-o dependente. O Brasil retroage aos maus costumes da Velha República ao fazer desse programa moeda eleitoreira. Portanto, o homem trabalha pouco e, mesmo assim, trabalha mal.
O
lhando todo o establishment - algo mais amplo que o próprio Executivo – o que se nota são as injustiças crescerem. Agora, registram-se os elevados salários dos magistrados, dos promotores e procuradores, de toda classe política brasileira, a sinalizar um claro embate com a classe média que vive ressentida pelos baixos salários que sempre recebeu, a exemplo dos militares, professores, profissionais de saúde e outros, embora paguem a conta dos ganhos da elite pública com os altos impostos que lhe são cobrados. Este é o cenário montado por um governo sem autoridade moral e política para conduzir um processo de construção nacional, até porque não arquitetou o plano estratégico. Outra hipótese é que este cenário de confrontos entre trabalhadores do campo, de injustiças ampliadas em prejuízo de uma classe média sem perspectiva, seja o cenário desejado por alguns artífices do governo diante de objetivos inconfessáveis. Daí a navegação estar se dando sem rumo e por mares de águas turvas e tempestuosas, e que poderia ser evitado se fosse o desejo do governo e do povo. ALMEIDA LIMA É SENADOR (PMDB-SE)
um governo vazio, no qual só funciona a superficialidade do marketing
INSTITUIÇÕES
E
screvi há dias Salvem a Santa Casa, fazendo coro com a expressão já conhecida Salvem a Zerbini. A Fundação Zerbini, que mantém o Incor de inestimáveis serviços prestados, assim como a Santa Casa, que atende a 6 mil pacientes por dia dando, além de tratamento médico e farmacêutico, o tratamento alimentício que os predispõem à longa espera do atendimento médico. Falarei primeiro da Fundação Zerbini, que homenageia um grande nome da medicina brasileira, coberto de lauréis, por si mesmo ou pelos seus discípulos, que está passando por uma crise financeira, cujo final seria um descalabro para o atendimento médico. Quanto à Santa Casa, volto a afirmar que merece o nome de santificado que a acompanha. Que o digam os que lá passam diariamente e que são tratados dignamente pela equipe, desde os médicos até os mais modestos funcionários.
S
ão instituições que honram São Paulo, direi mesmo, que honram o Brasil pelo muito que fazem para a saúde do povo e de não poucas personalidades ilustres da nação. Sabe-se pelo noticiário dos jornais, inclusive do nosso, que é mais fácil resolver a crise da Fundação Zerbini, enquanto resolver a situação de penúria permanente da Santa Casa é mais difícil .
O
problema da saúde é tal, que a expressão de Miguel Pereira ("O Brasil é um grande hospital") ganha sempre atualidade, exigindo esforços para os quais a sabedoria e o patriotismo do professor Adib Jatene não foram compreendidos quando foi ministro. Os laboratórios têm sabido esperar nos atrasos dos pagamentos, sabendo como são os trabalhos e as dificuldades de obter verbas para as casas de socorro. Salvem essas instituições, repito, elas são necessárias ao povo de todo o Brasil. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G O problema da saúde é tal que a expressão O Brasil é um grande hospital ganha sempre atualidade
DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.ESPECIAL
Marcelo Min/AFG
A festa na 25 de Março O otimismo também está presente na rua 25 de março, um dos maiores centros de compras a céu aberto do País. De acordo com o presidente da União dos Lojistas da 25 de Março (Univinco), Miguel Giorgi Júnior, o crescimento nas vendas deve ficar entre 10% e 15% em comparação a dezembro do ano passado. A região tem recebido uma média diária de 700 mil pessoas por dia, e chega a mais de um milhão nos sábados. A expectativa é de que esta semana, com a proximidade do Natal, o volume de consumidores aumente mais ainda.
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
3
Política NÃO AO TRENÓ DA ALEGRIA
O aumento de quase 100% é uma imoralidade. Espero que o Supremo suspenda os efeitos de imediato. Roberto Freire
Marcello Casal Jr / ABr
NEM OS DEPUTADOS ACEITAM... Parlamentares tentam agora barrar na Justiça o aumento de 90% nos seus salários, por meio de ações e mandado de segurança. Senadores do PDT também se posicionaram contra a medida.
O Para Freire, reajuste é "uma medida injustificada e completamente inadmissível". Ele entrou com uma ação no STF para tentar revertê-la. Edmildo Cirilo dos Santos
APOSENTADO SE ACORRENTA NO SENADO Em protesto contra o aumento, William Carvalho, de 61 anos, se acorrentou na porta do gabinete do presidente da Casa, Renan Calheiros. Mulheres de militares também fizeram manifestação no Planalto.
D
urou 20 minutos. Mas atraiu a atenção, que era o principal objetivo do aposentado William Carvalho, 61, do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas). Carvalho acorrentou-se ontem na porta do gabinete do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDBAL), para manifestar seu descontentamento com o aumento de 90,7% concedido aos salários dos deputados e senadores. Pouco depois, do lado de fora do Congresso, mulheres de militares também protestaram, lembrando que seus maridos receberam apenas 33% de reajuste. Renan não estava na Casa. Mas a polícia legislativa, que ali se encontrava atenta à qualquer movimentação suspeita contra os senadores, agiu. Educadamente, como
atestou o próprio protestante. Ela o convenceu a se soltar e o conduziu para prestar esclarecimentos. Livre, disse que passou noites maldormidas por ter de arcar com uma majoração no salário dos parlamentares de quase 100%. "Não vim aqui para fazer baderna. Não vou fazer greve de fome. Mas o aumento é um absurdo. O país nessa dificuldade e o nosso parlamento é o mais caro do mundo", protestou o cientista político, acrescentando: "Fiz um protesto pacífico para conclamar os homens sérios do Senado e da Câmara, que não podem ficar divorciados da Nação". Carvalho lembrou que, durante as eleições, os políticos costumavam se referir à população como seu patrão. E, na hora de se auto-
O ex-funcionário do IPEA: "Estão cuspindo na nossa cara".
conceder um aumento de 91%, os "empregados" não ouviram o patrão. "Estão cuspindo na nossa cabeça, para não dizer coisa pior. Os deputados têm de fazer por merecer o aumento. Temos de puxar a orelha deles", disse o aposentado. William Carvalho disse que seu propósito era deixar um protesto nesse Natal. "Alguém está louco e acho que não sou eu. Precisamos chamar os congressistas à razão, antes que comecem a jogar bombas no Congresso Nacional", advertiu. Feito o protesto e depois de garantir a publicidade que almejava, Carvalho se foi. Antes, porém, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) o convidou para assistir à sessão do Senado, da tribuna. Dos 81 senadores, menos de 10 estavam presentes. Reação feminina –
Também em protesto contra o reajuste dos salários dos parlamentares, nove mulheres da União Nacional das Esposas de Militares das Forças Armadas (Unemfa) estenderam uma faixa preta na rampa do Congresso. Elas lembraram que os militares tiveram reajuste de 33%, parcelado em três vezes, depois de três anos de reivindicação. "E os deputados e senadores, da noite para o dia, se autoconcederam um aumento de quase 100%. Reivindicamos para os militares, aposentados e todos os trabalhadores 100% de aumento também, porque os parlamentares ganham bem demais", disse Ivone Luzardo, uma das integrantes do grupo, que pretendia ficar durante toda a tarde protestando na rampa. (Agências)
A
que a decisão é tomada de forma monocrática (por um único ministro)", explicou Raul Jungmann. Senado – Para comunicar a posição dos três senadores do PDT contra o aumento, o líder do partido no Senado, Osmar Dias (PDT-PR), ocupará a tribuna do Senado hoje para dizer que a bancada só concorda com a reposição das perdas dos salários decorrentes da inflação, ou algo em torno de 28%. Além de Osmar Dias, fazem parte da bancada do PDT os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF) e Jefferson Péres (PDT-AM). A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), divulgou uma nota defendendo a idéia de que o reajuste salarial dos parlamentares seja discutido e votado em plenário. Ela lembrou que, no dia em que foi anunciado o aumento, a senadora foi favorável a uma elevação de 28,4%, referente à inflação dos últimos quatro anos. O líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), votou contra o reajuste e também defende um aumento que reponha a inflação. Fontana quer uma nova reunião das Mesas para tentar barrar o aumento, antes de qualquer iniciativa judicial. (Agências)
Lula Marques / Folha Imagem
O presidente da Câmara quer o fim do 14º e 15º salários. Marlene Bérgamo / Folha Imagem
... MAS REBELO DIZ QUE NÃO VAI RECUAR.
EM SP, SINDICATOS FAZEM PROTESTO.
Central Única dos Trabalhadores (CUT) realiza hoje um ato para coletar assinaturas contra o reajuste de 91% dos salários dos parlamentares. O evento será na Praça do Patriarca, região central de São Paulo, a partir das 10h30. Anunciado na página do PT na internet (www.pt.org.br), o abaixo-assinado contra o "vergonhoso aumento salarial autoconcedido" vem sendo realizado desde a última sexta-feira. Os sindicatos filiados à CUT colhem adesões nos locais de trabalho. Além disso, a CUT criou um e-mail para receber assinaturas: aumentoabusivo@cutsp.org.br.
deputado Roberto Freire (PPS-PE) entrou ontem à tarde, Supremo Tribunal Federal (STF) com uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) contra o reajuste de 91% dos salários dos parlamentares. A Adin 3.833 pede uma liminar para barrar o aumento da remuneração dos deputados e senadores, na última semana, por ato das Mesas Diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado. De acordo com Freire, a elevação salarial é "uma medida injustificada e completamente inadmissível". "Espero que o Supremo suspenda os efeitos do reajuste de imediato. O aumento de quase 100% é uma imoralidade", declarou. Assim como Roberto Freire, outros parlamentares tiveram a mesma idéia. Os deputados Fernando Gabeira (PV-RJ), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Luiza Erundina (PSB-SP) e Raul Jungmann (MD-PE) entraram com um mandado de segurança no STF contra o aumento. O mandado pede uma liminar para levar a elevação salarial dos deputados e senadores para votação no plenário da Câmara dos Deputados. "O mandado de segurança tem resposta mais rápida, já
"Queremos o maior número possível de assinaturas para que a população possa traduzir a sua justa indignação contra esse aumento", afirmou o presidente nacional da central, Artur Henrique. A entidade informou que as assinaturas subsidiarão uma ação popular a ser encaminhada à Justiça. Passeata – Já a Força Sindical promoveu ontem uma passeata nas ruas centrais da cidade. Segundo a Agência Brasil, a marcha, que teve início no Viaduto do Chá, era composta principalmente por integrantes do Sindicato da Construção Civil, do Sindicato dos Comerciários e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
O
Protesto da Força Sindical contra o reajuste, no centro de São Paulo.
Durante a caminhada, os manifestantes chegaram a ocupar aproximadamente um quarteirão. "O nosso objetivo é chamar a atenção da sociedade para esse exagero que os deputados federais estão cometendo. Nós até aceitaríamos e aceitamos que o reajuste corresponda à inflação do período, de aproximadamente 23,33%", afirmou João Carlos Golçal-
ves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical. Segundo ele, o aumento é prejudicial à população e à sociedade, e desgasta o próprio Congresso Nacional: "Estão fazendo leis em causa própria". A Força está buscando apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para elaborar uma ação jurídica contra o reajuste. (Agências)
presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), afirmou ontem que não há a intenção de recuar da decisão de reajustar os salários dos parlamentares. "Estou aplicando e defendendo a posição das Mesas e dos líderes", afirmou. Ele considera que há um amplo apoio na Casa à decisão, e que as conversas que teve com líderes até agora demonstram que eles também não estão dispostos a mudar. Rebelo observou que, após a definição do valor da remuneração dos congressistas, desencadeouse uma polêmica, mas que ele tem de aplicar a resolução da Mesa Diretora. "Não posso subverter a ordem da
decisão", afirmou. Porém, Rebelo pretende levar a plenário uma proposta que elimina dois salários que os parlamentares recebem no início e no fim de cada ano, como forma de compensar o aumento, justamente pela falta de disposição dos parlamentares em voltar atrás no reajuste. "Não tem por que o deputado receber 14º e 15º salários. Ele passaria a receber uma ajuda somente no ano da eleição. A medida teria impacto grande do ponto de vista moral", defendeu Aldo. Esta ajuda ocorreria uma vez a cada quatro anos para parlamentares eleitos e ao final do mandato para aqueles que não forem reeleitos. (Agências)
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
Rogério Albuquerque/AFG
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Ricardo Padue/AFG
Em alguns momentos há congestionamento de gente nos shoppings, especialmente nos fins de semana. Mas é preciso procurar com calma para acertar no alvo dos desejos de quem será presenteado, na família ou o amigo secreto. A freqüência nos centros de compra aumentou 10% em relação ao Natal do ano passado. E as taxas de juros mais baixas e o dólar barato aumentam o otimismo dos comerciantes
ESPECIAL - 5
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Congresso Planalto Eleição Corr upção
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Givaldo Barbosa/AOG
José de Filippi, tesoureiro de Lula na campanha, critica ministros do Tribunal Superior Eleitoral e não aceita a reprovação das contas do PT. Para ele, foram cometidos "erros graves" pelo TSE.
O
A
Eymar Mascaro
Reação ao abuso
O
s presidentes da Câmara e Senado, Aldo Rebelo e Renan Calheiros, vão ter que justificar o aumento de 91% que concederam a deputados e senadores sem ouvirem o plenário. Os dois dirigentes são citados na ação judicial que um grupo de congressistas encaminhou ao STF contestando o aumento salarial. Invocando a Constituição (artigo 49 inciso VII), os parlamentares entendem que o aumento não poderia ser concedido por atos das mesas da Câmara e Senado. O vultoso aumento de salário, segundo a ação, deveria ter sido aprovado pelo plenário.
Filippi: reforma deve incluir financiamento público de campanhas
uma fonte apontada como ve- de poder econômico. Filippi aproveitou para critidada foi aprovada pela atual presidente do Supremo Tribu- car os ministros do TSE e os acusou de comenal Federal terem "erros gra(STF), ministra ves" durante a Ellen Gracie, por análise das connão comprometas do partido. ter a regularida"O TSE pretende das contas. O TSE pretendeu deu neste ano, "Portanto, se o neste ano, aparentemente, valor doado em aparentemente, não não tolerar ne2002 foi considenhum erro, corado irrisório e tolerar nenhum erro, mo se seus incapaz de com- como se seus m e m b r o s f o sprometer a regu- membros fossem sem seres supel a r i d a d e d a s seres superiores r i o r e s i n f a l ícontas, como José de Filippi veis", alfinetou. poderia o mesSegundo ele, os mo tribunal retécnicos do TSE jeitar as contas do nosso Comitê Financeiro listaram equivocadamente diem função de uma única doa- versas empresas como fontes ção?", indagou o tesoureiro. vedadas, e ainda apontaram Ele acrescentouo que o Minis- como despesas não contabilitério Público Federal afirmou zadas duas notas fiscais que que R$ 10 mil é um valor pe- não eram da campanha de Luqueno e não caracteriza abuso la, mas do adversário Geraldo
PF VAI INVESTIGAR SAQUE
Polícia Federal mandará a Portugal uma equipe de investigadores para saber se há alguma relação entre as movimentações financeiras do PT e a tentativa de saque, em um banco de uma cidadezinha portuguesa, de 2,5 milhões de euros (R$ 7,25 milhões), no dia 30 de novembro. O dinheiro pertence ao empresário Avelino Costa, que chegou a ser deputado pelo PL de Minas entre 1991 e 1995. Ele esteve preso por cinco dias, em novembro, integrando o grupo de 13 suspeitos de fraude,
Não posso aceitar, sem protesto, a decisão da Corte Superior Eleitoral. José de Filippi
TESOUREIRO DO PT NÃO ACEITA PARECER
CONTAS REJEITADAS: FILIPPI ATACA O TSE
c o o rd e n a d o r f inanceiro da camp a n h a d o p re s idente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à reeleição, José de Filippi, criticou a rejeição das contas do Partido dos Trabalhadores pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na semana passada. "Sinceramente, não posso aceitar, sem protesto, a decisão da Corte Superior Eleitoral, que rejeitou as contas do Comitê Financeiro Nacional do PT por causa de R$ 10 mil", disse o tesoureiro, em nota no site do PT. Segundo ele, a administradora do porto seco de Santos Deicmar, que doou os R$ 10 mil questionados pela Justiça Eleitoral, "dependendo da interpretação, poderia ou não ser considerada uma fonte vedada". Filippi argumentou que, em 2002, uma doação de R$ 50 mil à campanha de Lula de
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
sonegação fiscal e lavagem de dinheiro capturados pela Operação Castelhana A informação foi dada ontem pelo "Jornal de Notícias", de Lisboa. Na Operação Castelhana, a PF desmantelou uma rede formada por políticos, empresários e advogados que praticou várias irregularidades no Brasil, no Uruguai e na Espanha. A Receita Federal calculou seus prejuízos em mais de R$ 1 bilhão. Avelino ganhou dinheiro exportando carne industrializada, principalmente para Ásia e Oriente Médio. (AE)
Alckmin (PSDB). Além disso, Filippi atacou "o constrangimento" provocado pelo presidente do TSE, ministro Marco Aurélio de Mello, aos demais ministros do tribunal por não aceitar a aprovação das contas com ressalvas, fato previsto na legislação eleitoral. "Ora, se a lei é clara ao prever a possibilidade da aprovação com ressalvas, quando verificadas falhas que não lhes comprometam a regularidade, não cabe ao presidente da corte rejeitá-la por antecipação." O tesoureiro afirmou que a coordenação financeira da campanha foi realizada com "lisura e zelo", mas defendeu uma reforma política que apresente avanços no sistema eleitoral. Filippi citou, entre outras medidas que poderiam ser adotadas, uma legislação mais clara e financiamento público de campanhas. (AE)
STJ LIBERTA LUIZ ESTEVÃO
O
empresário e ex-senador Luiz Estevão conseguiu no Superior Tribunal de Justiça (STJ) o direito de permanecer em liberdade até a decisão final da condenação relacionada à prática de crime de falsificação de documento público. Ele foi condenado a três anos e seis meses de prisão, em regime semi-aberto. No julgamento, os ministros aceitaram o argumento da defesa de constrangimento ilegal por ausência de fundamentação no decreto que determinou a prisão de Luiz Estevão, no
Ó RBITA
JUVENIL ALVES deputado federal eleito O Juvenil Alves (PT) foi diplomado ontem. Alves
recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral para suspender uma liminar do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), que proibia sua diplomação. Ele foi vaiado. O TRE mineiro havia concedido a liminar após o Ministério Público Eleitoral alegar que Alves era investigado por abuso de poder na arrecadação de recursos para sua campanha eleitoral. (AE)
PALOCCI
O
Ministério Público Estadual entrou com mais uma ação civil pública contra o ex-ministro da Fazenda e deputado federal eleito, Antônio Palocci Filho (PT) e a empresa Leão & Leão, para que devolvam aos cofres públicos R$ 3,1 milhões. A ação se refere ao período em que Palocci foi prefeito de
dia 4 de outubro. Segundo o ministro Paulo Gallotti, o Tribunal Regional Federal não poderia ter determinado a reclusão do acusado sem de- Oslaim Brito monstrar a necessidade de tal medida. No pedido, os advogados do acusado alegaram que a ordem de prisão expedida pelo TRF agredia tanto a jurisprudência do STJ quanto a do Supremo Tribunal Federal (STF). (AE) Ribeirão Preto (SP) pela primeira vez, entre 1993 a 1996, e foi baseada em parecer do Tribunal de Contas de São Paulo, que considerou irregulares aditamentos em obras da cidade. Segundo o promotor Carlos Barboza, a diplomação de Palocci como deputado não impede o andamento do processo.(AOG)
DIRCEU REAGE ex-ministro José Dirceu O afirmou ontem que participará do 3.º Congresso
REPERCUSSÃO
CRESCIMENTO
O aumento de 91% no salário dos parlamentares provocou reação de vários setores da sociedade. Pelo índice concedido, cada parlamentar que ganha R$ 12,8 mil passará a receber R$ 24,5 mil por mês, além de verbas de gabinete, verba indenizatória e outras regalias. Os cálculos dão conta de que cada deputado consome mais de R$ 100 mil por mês.
A bancada do PMDB pode chegar a 21 senadores, se Epitácio Cafeteira (eleito pelo PTB do Maranhão) e Romeu Tuma (PFL) aderirem ao partido. Nos últimos dias, o PMDB recebeu a filiação de outra senadora do PFL, Roseana Sarney.
REFLEXO O salário do deputado federal serve de base para o reajuste nos vencimentos dos deputados estaduais e vereadores. Um deputado estadual em São Paulo, por exemplo, vai ganhar R$ 18 mil; e um vereador na capital paulista passará a receber R$ 14 mil. É o efeito cascata em curso.
INTERESSE Aldo Rebelo e Renan Calheiros querem continuar presidindo as duas casas do Congresso. Ambos têm interesse em agradar deputados e senadores. Antes de concederem o aumento, Aldo e Renan se reuniam com lideranças partidárias para dividir com elas o ônus do desgaste.
PREJUÍZO O aumento de salário dos deputados era a principal bandeira de campanha do candidato do PT à presidência da Câmara, Arlindo Chinaglia. Enquanto Chinaglia prometia conceder o aumento, Aldo se antecipava e atendia à reivindicação dos deputados.
MAIS FORTE A candidatura de Aldo Rebelo ganhou musculatura. Além de ter o apoio de partidos de oposição, como PFL e PSDB, Aldo é o candidato da preferência de Lula. Se depender do presidente, Arlindo Chinaglia renunciaria à sua candidatura e apoiaria o deputado comunista.
APOIO
Nacional do PT, em julho. No blog que mantém na internet, Dirceu afirmou também que romperá o silêncio sobre o partido e que não "abrirá mão" da filiação. "Considero que devo encerrar meu período de silêncio sobre o partido", afirmou Dirceu, que foi cassado por causa das denúncias do mensalão. (AE)
O PMDB está a caminho de apoiar o candidato dos aliados, abrindo mão de ter candidatura própria. O partido, por via das dúvidas, tem três pretendentes ao cargo, que se comportam como regra 3: Geddel Vieira Lima, Eunício Oliveira e Michel Temer.
MORRE CALMON
Quem também se fortalece é Renan Calheiros, candidato do PMDB a continuar na presidência do Senado. Renan é favorito, mas a oposição garante que a candidatura do pefelista José Agripino está crescendo.
M
orreu ontem em Salvador, aos 91 anos, o ex-deputado estadual Jorge Calmon. Além de deputado, Calmon foi jornalista, secretário estadual da Bahia e ex-ministro do Tribunal de Contas do Estado. O enterro foi na capital baiana. (AE)
AMEAÇA Romeu Tuma pode trocar o PFL pelo PMDB, porque nas próximas eleições pode ter de disputar no partido a candidatura ao Senado com Guilherme Afif Domingos que, no último pleito, foi consagrado nas urnas, obtendo mais de oito milhões de votos. Diz-se que em 2010 Afif será, no mínimo, candidato ao Senado.
PREFERÊNCIA
É CONTRA Apesar de seu partido, PDT, ter aderido ao governo de coalizão do PT, o senador Jefferson Péres avisa que não vai apoiar Lula, embora prometa que manterá um canal aberto com o presidente. Jefferson Péres é um dos mais destacados opositores de Lula no Senado.
DISPOSIÇÃO Geraldo Alckmin tem admitido que pode disputar a presidência do PSDB em novembro e não afasta a hipótese de vir a ser candidato à Prefeitura de São Paulo em 2008, sobretudo se seu nome for bem avaliado nas pesquisas.
ACORDO A possibilidade de Alckmin vir a ser candidato a prefeito contraria a tese de José Serra, que teria feito um acordo com o PFL para que os tucanos indiquem o vice na de reeleição de Gilberto Kassab.
FICA FORA O PSDB prepara resolução proibindo o partido de participar de governos estaduais do PT. A decisão tem endereço certo: o diretório regional da Bahia. Lá, o PSDB está se preparando para participar da equipe do governo petista de Jaques Wagner.
NOVO PROCESSO Mais uma ação civil pública vai incomodar o ex-ministro Antônio Palocci e a empresa Leão & Leão. O Ministério Público Estadual exige que sejam devolvidos R$ 3 milhões aos cofres públicos de Ribeirão Preto.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.ESPECIAL
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
Shoppings faturam alto com suas grandes produções Cada shopping cria um tema e aposta pesado na decoração. Neste ano a Alshop prevê crescimento nas vendas de entre 4% e 5%. O Shopping Iguatemi comemora 40 anos com "O Mundo Encantado do Papai Noel" Fotos: Ricardo Padue/AFG
"O Natal Ecológico Center Norte" reforça o movimento pela preservação ambiental no Brasil. É inspirada nos quatro biomas brasileiros: o Cerrado, o Pantanal, a Mata Atlântica e a Floresta Amazônica
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Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) prevê que as vendas de Natal deste ano apresentem um crescimento entre 4% e 5% em comparação ao ano passado, possibilitando aos comerciantes o alcance da meta anual de aproximadamente R$ 60 bilhões no faturamento nominal previsto pela entidade, o que representaria pouco mais de 3% do PIB. O número de pessoas circulando pelos centros de compra aumentará em torno de 10% no período, pelos cálculos dos próprios shoppings. Levantamento da Alshop indica que os 601 shoppings do País estão gastando cerca de R$ 300 milhões em decoração e campanhas publicitárias, 10% a mais do que no ano de 2005. “Alguns shoppings iniciaram sua decoração em outubro esperando aumentar as vendas pela atratividade do clima natalino”, comenta o presidente da entidade, Nabil Sahyoun, destacando o setor de vestuário (integrante de 50% do mix de produtos), que teve em 2006 um ano bastante atípico: o frio não veio na época normal e para desovar estoques os lojistas ficaram quase dois meses em campanhas promocionais, reduzindo os preços em até 70%.
“Isso foi bom para o consumidor, mas ruim para o comerciante, que teve muito reduzidas as margens de lucro”. Segundo Sahyoun, tanto o segmento de vestuário, em função das perdas citadas, quanto o de brinquedos, cujo faturamento no segundo semestre chega a 70% do de todo o ano, são os que mais apostam nos resultados dessa antecipação do Natal. O número de vagas temporárias neste final de 2006 nas lojas de shoppings terá 6% de aumento em relação a o a n o a n t e r i o r, quando 80 mil pessoas foram contratadas. Portanto, cerca de aproximadamente 85 mil novas contratações deverão ocorrer no período. “Dependendo do segmento, e certamente de sua capacidade e talento, um trabalhador temporário poderá ter ganhos entre R$ 500 e R$ 2,5 mil”, garante Nabil Sahyoun, antevendo que aproximadamente 25% do pessoal contratado no período passe a fazer parte do quadro fixo das empresas contratantes.
Shopping Center Norte
O tema da decoração deste ano é "Natal Ecológico Center Norte", que tem o objetivo de reforçar o movimento pela preservação ambiental no Brasil. É inspirada nos quatro biomas brasileiros: o Cerrado, o Pantanal, a Mata Atlântica e a Floresta Amazônica. Como brinde especial, os consumidores que fizerem compras no valor total de R$ 150 poderão levar gratuitamente
um bicho de pelúcia, entre araraazul, jacaré-de-papo-amarelo, tartaruga marinha e mico-leão dourado. O investimento total soma R$ 500 mil, incluindo decoração, brindes e campanha publicitária. A expectativa é de que as vendas deste Natal cresçam entre 10% e 12%. Horário de funcionamento: de segunda a sábado das 10h às 22h. Domingos e feriados a critério do lojista. Endereço: Travessa Casalbuono, 120 - Vila Guilherme
Shopping Ibirapuera Para comemorar os 250 anos do nascimento de Wolfgang Amadeus Mozart, um dos mais importantes nomes da música clássica, o shopping investiu R$ 560 mil no tema “Natal de Viena”. Duas árvores de Natal, com 12 metros de altura cada, enfeitam os vãos principais do shopping. Muito iluminadas, as árvores destacam diversas janelinhas - imitando as de Salzburg - , de onde é possível ver pequenos bonecos usando vestimentas natalinas, que cantam as mais belas músicas da época, algumas do próprio Mozart. Além disso, muitas bolas, laços vermelhos e estrelas para enfeitar as árvores. O trono do Papai Noel está no piso Moema, onde o bom velhinho distribui pirulitos e ouve os pedidos das crianças que passarão no espaço até o Natal, sempre com a ajuda das noeletes. Horário de funcionamento: de segunda a sábado das 10h às 22h. Domingos e feriados das 14h às 20h. Endereço: avenida Ibirapuera, 3.103 - Moema
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segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
Rogério Albuquerque/AFG
ESPECIAL - 7
Ricardo Padue/AFG
O Ibirapuera comemora os 250 anos do nascimento de Mozart com o "Natal de Viena". O Morumbi escolheu o "Natal Dourado”: no Atrium, um presépio gigante recria o nascimento de Jesus
Morumbi Shopping Com o tema “O Natal Dourado”, o shopping instalou cascatas de estrelas douradas e lâmpadas, que enfeitam todos os corredores e ganham destaque com a iluminação natural que o projeto de revitalização trouxe para o interior. No Atrium, um presépio gigante recria o nascimento de Jesus. No mesmo ambiente, a árvore de Natal é iluminada com micro-lâmpadas e centenas de estrelinhas. Ao centro, uma gruta também iluminada é espaço para a Sagrada Família, Maria e José adorarem o menino Jesus. Ao redor, um bosque de pinheiros, corais de anjinhos com velinhas acesas nas mãos, pastagens de carneirinhos, burrinhos e vaquinhas complementam a decoração. Postes que imitam pirulitos com pinheirinhos enfeitados devem encantar os consumidores. A cada R$ 400 em compras, o cliente ganha bolsas de praia ou cangas assinadas pelos estilistas Adriana Barra, Ricardo Almeida, Ronaldo Fraga e Walter Rodrigues. Horário de funcionamento: até o dia 23/12, de segunda a sábado das 10h às 23h. Domingo das 10h às 22h. No dia 24/12 das 9h às 18h. Endereço: avenida Roque Petroni Jr., 1.089 - Vila Gertrudes
Shopping Iguatemi O tema deste ano é "O Mundo Encantado do Papai Noel" e a decoração também celebra os 40
anos do Iguatemi São Paulo, primeiro shopping center do País. Percorrendo a instalação, os visitantes se deparam com ursos de seis metros de altura, uma roda gigante, carrossel, brinquedos de todos os tipos, pirulitos gigantes e duendes, clássicos do imaginário infantil. Bonecos animatrônicos de madeira são outro destaque. Ao som de músicas alegres, três casais de Papai e Mamãe Noel dançam o tempo todo. Ao redor da decoração há um teatro de marionetes que celebra os 40 anos do shopping. São três palcos e a cada meia hora abrem-se as cortinas para o show. Papai e Mamãe Noel, renas e duendes de madeira se apresentam e comemoram, junto com o público, o aniversário
do shopping. O Iguatemi não revelou o valor investido. Horário de funcionamento: de segunda a sábado das 10h às 22h. Domingos e feriados das 14h às 20h. Endereço. avenida Faria Lima, 2.232 - Jardim Paulistano
Shopping Interlagos/ Interlar O Complexo Comercial do Shopping Interlagos investiu R$ 1,5 milhão neste Natal, R$ 750 mil em decoração. São quatro milhões de lâmpadas espalhadas por todo o complexo. Entre
lago, ponte, gazebo, árvores de Natal e inúmeros outros adereços cenográficos, a Praça de Eventos se transformou num jardim encantado, que integra o surpreendente show de águas dançantes, milhares de microluzes da árvore master e a trilha sonora, sob a regência do Papai Noel animatrônico, que de tempos em tempos comanda o espetáculo. Duendes animatrônicos apresentam, com seus instru-
mentos musicais, outra bela canção interpretada por um deles. Em determinados pontos do ambiente, bonecos animatrônicos cantam e contam histórias natalinas, interagindo com o público. Grandes estrelas tridimensionais, com lâmpadas em seu interior, estarão revestindose de milhares de cores, conforme a programação do sistema computadorizado e a trilha musical. A expectativa é de que haja
um aumento de vendas de 8% e um incremento de fluxo de público de 10%, se comparado ao Natal de 2005. Horário de funcionamento: de segunda a sábado das 10h às 22h. Domingos e feriados das 14h às 20h. Endereço: avenida Interlagos, nº 2.255/2225 - Campo Grande
8 -.ESPECIAL
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segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
WValente/AFG
Fadas e duendes no Shopping Aricanduva, que investiu R$ 2,5 milhões em decoração e campanha publicitária. A decoração externa tem o tema "Natal Tradicional". A interna, "Fantasia do Natal"
Shopping Pátio Higienópolis O shopping afirma que investiu R$ 2,2 milhões em decoração e campanha publicitária e espera incrementar as vendas em 12% a 14%. A decoração traz um cenário que reproduz uma fazenda européia de pinheiros e um grande moinho.
A inspiração vem de fazendas situadas em países da Europa, como Alemanha e Suécia, em que é plantada uma variedade específica de pinheiros. Estas árvores são escolhidas logo no início do ano pelas famílias da região para decorar suas casas no Natal. O interessante dessa tradição é que, após escolherem suas futuras árvores de Natal, durante o ano todo, essas pessoas as visitam e acompanham o seu crescimento para que fiquem da forma como sonhavam. Este ano o cenário principal está aberto para visitação dos clientes, onde encontrarão bonecos animatrônicos em tamanho natural, como carneiros, cavalos, cachorros e outros animais e duendes que ajudam no trabalho da fazenda. Na cúpula de vidro está pendurada a tradicional estrela dourada, com uma cascata de luzes e três aviões em movimento, como se estivessem espalhando as sementes de pinheiros. O trono do Papai Noel também tem um clima de fazenda, com a aplicação de adereços e enfeites. Horário de funcionamento: de segunda a sexta das 10h às 22h, sábado das 12h às 20h, domingo das 14h às 20h. Endereço: avenida Higienó-
polis, 618 - Higienópolis.
Shopping Villa Lobos Este ano o investimento soma R$ 2 milhões na decoração, campanha publicitária e promoção de Natal, valor 10% superior ao ano passado. A expectativa é de aumento de 15% nas vendas. O tema da decoração é “Oficina de Brinquedos do Papai Noel”, que conta com um Papai Noel animatrônico, boneco em tamanho real, que contará quatro histórias diferentes ao longo do dia sobre temas natalinos. Duendes animatrônicos que montam vários tipos de brinquedos também encantarão as crianças que passarem pelo shopping. No entanto, o Papai Noel tradicional não será esquecido. As
c r i a n ç a s p oderão tirar fotos com ele até 24 de dezembro. Na praça d e a l i m e n t ação os clientes encontrarão u m p i n h e i ro de Natal com iluminação pirotécnica e ursos animados. Horário de f un c i on a me nto: de segunda a sábado das 10h às 22h. Domingo e feriados das 14h às 20h. Endereço: avenida das Nações Unidas, 4.777 - Alto de Pinheiros
Shopping Aricanduva O shopping investiu R$ 2,5 milhões em decoração e em campanha publicitária. A decoração externa tem o tema "Natal Tradicional" e a interna, "Fantasia do Natal". A área externa ganhou grandes arcos adornados sobre a avenida central, portais, muitas luzes e Papais Noéis gigantes, com quase 15 metros de altura. Mais duas esculturas simil a re s , c o m 9 m e t ro s c a d a , adornam outros pontos do complexo.
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segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
ESPECIAL - 9
Rogério Albuquerque/AFG
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A “Oficina de Brinquedos do Papai Noel”: um boneco em tamanho real contará quatro histórias diferentes ao longo do dia. E duendes montam vários tipos de brinquedos
o entrar na avenida central que corta o empreendimento, arcos metálicos transversais formam um caminho de fantasia, com cores e iluminação encantadoras. Os adornos, como a vela e o sino, exaltam símbolos tradicionais da data. Poucos metros à frente, a magia fica por conta dos módulos decorativos e das milhares de lâmpadas que enfeitam portais de fachadas, portarias, postes, árvores, palmeiras e arbustos que compõem o empreendimento. Para dar brilho inigualável, foram usadas usado nada menos que 1,5 milhão de micro-lâmpadas, 500 lâmpadas halogênicas e mil lâmpadas estroboscópicas. A expectativa é de um aumento de 8% nas vendas e de 10% em público, em relação ao mesmo período do ano passado. Horário de funcionamento: De 04 a 10/12 das 10h às 23h; de 11 a 21/12, das 10h às 0h; dias 22 e 23/12, das 10h às 2h; dias 24 e 31/12, das 10h às 18h; dias 25/12 e 1º/01, das 12h às 22h. Endereço: avenida Aricanduva, 5.555 - Aricanduva
Shopping ABC
O shopping investiu R$ 1,6 milhão na campanha de Natal deste ano, dos quais R$ 500 mil somente na decoração, que tem como tema “Natal com Barney e seus Amigos”. Na Praça de
Eventos do piso PB, o público poderá percorrer um caminho que atravessa a decoração. Um parquinho interativo traz um Barney animatrônico, com altura de 1,80m, acompanhado de seus inseparáveis amigos, também animatrônicos, BJ (1,50m) e Baby Bop (1,50m), que apresentam, em horários programados, um show musical. Um balão vitoriano colorido, de dois metros, dá um toque especial à cenografia. Um Papai Noel animatrônico também faz parte do show, ao lado de uma árvore de nove metros de altura, ricamente decorada e iluminada com mais de 30 mil micro-lâmpadas. A expectativa é de um aumento de vendas de 20% e um incremento de público de 25% em comparação ao ano passado. Horário de funcionamento: De 11 a 19/12, das 10h às 23h; dias 20 e 21/12, das 10h às 0h; dia 22/12, das 10h às 2h do dia 23; dia 23/12, das 10h às 2h do dia 24; dia 24/12, das 9h às 18h; dias 25/12 e 1º/01, facul-
tativo. Endereço: avenida Pereira Barreto, 42 - Santo André
Shopping Central Plaza Com um investimento de R$ 1,6 milhão na campanha de Natal, dos quais R$ 600 mil em decoração, o tema deste ano é “A Banda de Natal Looney Tunes”. São dois milhões de micro-lâmpadas brilhando nas áreas externas e internas do shopping. Na fachada, três quilômetros de cordões de luzes estarão envolvendo todo o prédio, além de mil estrelas luminosas de diversos tamanhos (de 1m a 1,5 m). Na Praça de Eventos, está montada uma árvore de Natal, iluminada com microlâmpadas multicoloridas e decorada com bolas vermelhas, verdes, azuis, douradas e prateadas. Na própria árvo-
re, sob as luzes dos holofotes, surge cada um dos personagens em um palquinho com cortinas de veludo: Pernalonga, Taz, Frajola, Piu-Piu e Patolino, todos animatrônicos, que dançam ao som das músicas de Natal Looney Tunes.
Os bonecos animados tocam piano, saxofone, bateria e ainda cantam. Horário de funcionamento: De 08 a 19/12, das 10h às 23h; de 20 a 23/12, das 10h às 0h; 24/12 das 09h às 18h; 25/12 e 1º/01, das 14h às 20h (faculta-
tivo); 26 a 30/12, das 10h às 22h; e 31/12, das 10h às 16h. Central Plaza Shopping avenida Dr. Francisco Mesquita, 1.000 - Vila Prudente. CO
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10 -.ESPECIAL
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O sonho de Natal dos supermercados: sair do vermelho Eles apostam nas vendas de Natal para recuperar os resultados negativos durante o ano. Grandes redes como Pão de Açúcar e Wal-Mart enchem suas gôndolas de produtos importados e contam com o dólar barato
O
s supermercados estão apostando no Natal salvador e nas vendas de dos produtos importados para sair do vermelho este ano. De janeiro a outubro, a queda na receita somou 2,18% em comparação ao ano passado. Outubro teve o efeito de um balde de água fria no setor, com queda de 2,06%, já que setembro foi um bom mês, com alta de 2,04%. Esperava-se um desempenho, se não similar, pelo menos positivo, o que acabou não ocorrendo. A explicação, segundo o presidente da Abras - Associação Brasileira de Supermercados, João Carlos Oliveira, foi o alto consumo verificado no período do Dia das Crianças, que endividou o consumidor e fez desabar as vendas na segunda quinzena de outubro. Assim como os shopping centers, os supermercados adiantaram o clima de Natal nas lojas e, por conta da queda consistente do dólar durante todo o ano, aumentaram os pedidos de produtos importados, que também tem o efeito de segurar os preços dos produtos nacionais nas prateleiras. A estimativa da Abras é que em torno de 5% das mercadorias expostas nas gôn-
Ricardo Padue/AFG
Os supermercados tiveram queda de 2,18% na receita de janeiro a outubro. Mas apostam nas vendas de Natal para recuperar seus lucros
dolas neste fim de ano sejam de produtos importados, cerca de 15% a mais em relação ao ano passado.
No início do ano, a Abras estimava que as vendas cresceriam 3% este ano. No início do segundo semestre este número
caiu para apenas 1%, percentual que a entidade ainda mantém, mas admite que se empatar com os resultados de 2005 estará saindo no lucro. Para tanto, os supermercados estão apostando todas as fichas nas vendas de Natal. De acordo com a Abras, do total de lojas do País, em torno de 45% aumentaram as compras de fim de ano, acreditando que o consumidor irá gastar mais por conta da maior oferta de crédito, inclusive parcelamentos oferecidos pelos supermercados, e a queda na taxa de juros. Por outro lado, como em economia não há milagres, depois do aumento de consumo nas festas de dezembro e o endividamento dos consumidores virá a ressaca de janeiro, que deverá ser um mês de vacas magras e de queima de estoques.
Grupo Pão de Açúcar O Grupo Pão de Açúcar,
que reúne as bandeiras Pão de Açúcar, Extra, Compre Bem e Sendas, antecipou as negociações com os fornecedores e aposta em uma alta média de 30% no segmento de não-alimentos, chegando a picos de 400% em alguns produtos, como no caso de notebooks (computadores portáteis). Para isso, colaboram a antecipação e grandes volumes negociados com a indústria, que, segundo o grupo, irão possibilitar reduções de preços e muitas ofertas. A s re d e s E x t r a e P ã o d e Açúcar estão oferecendo como opção de presente um cartão que pode ser "abastecido" com qualquer valor e usado pelo presenteado para qualquer compra nas lojas, desde alimentos até eletrônicos. São os primeiros cartões em formato recarregável do mercado. Isso significa que, quem ganha o cartão não precisa, necessariamente, gastar todo o valor de uma vez só, pode também completar a compra de um item mais caro. A tec-
nologia, desenvolvida pelo próprio Grupo Pão de Açúcar, permite que a recarga possa ser feita diretamente no caixa das lojas, de maneira simples e rápida. Em relação às vendas de panetones, que estão entre os principais produtos natalinos, a empresa recebeu a primeira fornada da Bauducco em 23 de setembro. Até o fim de dezembro a expectativa é que o volume de vendas do produto seja 20% maior em relação ao ano passado, contando todas as marcas, inclusive marca própria. Os vinhos, acompanhados das champanhes e pró-seccos, e cervejas devem contribuir para um aumento de 20% no período no setor de bebidas dentro do grupo. Para alcançar esse objetivo, a empresa comprou grandes volumes e fez negociações exclusivas com bodegas argentinas e chilenas para oferecer rótulos exclusivos, além de qualidade e bom preço. Na seção de carnes e aves, o maior crescimento deve ocorrer nos suínos, com elevação de 20% em tonelagem. No caso das aves, a expectativa é de crescimento de 10%, mesmo número verificado para o bacalhau, considerando o volume vendido em toneladas. O crescimento está pautado no custo do produto, que deve chegar ao consumidor no mesmo patamar verificado no ano passado, descontando a inflação. O Grupo Pão de Açúcar afirma que aumentou em 25% a importação de frutas frescas para o fim de ano, principalmente vindas dos Estados Unidos, Itália, Espanha e Chile. As novidades nesse segmento vêm com as pêras, com cinco novas variedades, dois novos tipos de maças, além de qualidades diferenciadas em uvas e ameixas. Algumas frutas exóticas, com safras exclusivas, como a Lichia, devem chegar ao consumidor com preços inferiores ao do ano passado graças a uma safra 40% superior a de 2005.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
ESPECIAL - 11
Ricardo Padue/AFG
s cestas natalinas são outro destaque. Um folheto de oferta especial está à disposição do cliente para que ele veja as sugestões já montadas, mas há ainda a opção de montar o kit de acordo com o seu gosto. As cestas variam de R$ 20 a R$ 600. Além do tradicional kit "Noite Feliz", com panetones, espumante ou vinho, o cliente também pode encontrar o kit Perfumaria, com hidratantes, produtos para o banho e outros de cuidados pessoais; o kit Bebidas, com espumantes, taças, vinhos no pack etc.; e os kits Temáticos, como Gourmet, Guloseimas, Lanches, Cafés, Light e Diet, Orgânico e Casa. Na área de eletroeletrônicos, os TVs de plasma e LCD, câmeras digitais, DVDs e itens de informática são os destaques. A expectativa de vendas para TVs é de 30% na comparação com as vendas de Natal do ano passado. Em DVDs, as vendas devem ser ainda maiores: 65% sobre 2005. Para informática, o faturamento deve crescer 70% sobre o mesmo período de 2005, e para câmeras digitais a expectativa é de elevação de 80%. O crescimento mais expressivo, no entanto, deve se dar na venda de notebooks, com alta de 400%.
Carrefour O Carrefour espera que as
As cestas de Natal do Pão de Açúcar são outro destaque nas gôndolas para o cliente escolher
vendas de fim de ano sejam entre 23% e 27% superiores ao mesmo período do ano passado. A rede espera vender cerca de quatro milhões de panetones e a mesma quantidade de garrafas de vinho e destilados. Segundo informações, os panetones das marcas líderes estão nas lojas com preços inferiores aos da inflação no período setembro 2005/setembro 2006, embora os aumentos fixados pelos fornecedores tenham ultrapassado o índice. Já os panetones de marca própria Carrefour (mais de 500 mil unidades este ano, um avanço de 15% sobre 2005) são encontrados com valores de 10% a 20% menores em relação aos das marcas líderes. A opção mais econômica encontrada nas prateleiras, no entanto, é a de panetones 1º Preço, que têm preços em torno de 30% menores na comparação com os de marca própria. Há ainda o panetone fabricado na padaria das lojas, com preços bem mais baixos. A rede estima um crescimento de vendas de panetones entre 10% a 12% na comparação com o ano passado. Quanto às bebidas, o avanço nas vendas é calculado em 35%. A disparada para o crescimento teve início com uma Feira do Vinho, evento que inaugurou as promoções da rede para o Natal 2006. O salto nas vendas deve ser alcançado também por conta da antecipação dos acordos com os fornecedores e da comunicação mais agressiva. As cerca de quatro milhões de
garrafas de vinho e destilados representam um aumento de 21% em comparação ao volume oferecido no ano passado. As vendas também devem subir na seção de carnes e aves. A rede espera colocar nos freezers de suas lojas entre 4,5 mil e 5 mil toneladas de aves. Isto representa um aumento entre 16% e 20% em relação a 2005. Os crescimentos de vendas são substanciais: 18% a mais de Chester e Fiesta, e 15% a mais de peru. As aves estão chegando às lojas de 6% a 8% mais caras em comparação ao mesmo período do ano passado
Wal-Mart Na rede Wal-Mart, o destaque do Natal são os produtos importados, por conta da queda do dólar. Uma das categorias que deve obter um dos maiores índices de crescimento em vendas é a de frutas frescas e secas. Os produtos da Argentina e do Chile, por exemplo, devem estar em média 8% mais baratos em relação ao ano passado. A rede afirma que está importando 40% a mais de frutas frescas e secas. Outro alimento muito consumido no Natal, o bacalhau, também vai ganhar mais espaço nas prateleiras. Este ano, a rede importou 20% a mais do produto, em relação ao ano passado e espera vender 500 toneladas de bacalhau, contra as 430 toneladas do ano passado.
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segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
Fotos: Ricardo Padue/AFG
O dólar barato favorece a venda de produtos típicos. E os panetones estão com os mesmos preços do ano passado
No açougue, a novidade são os cortes de picanha e cordeiro importados do Uruguai. Os consumidores encontrarão o Kit de cordeiro e os cortes de cordeiro resfriado, bem como a costela e a paleta de cordeiro. Os panetones foram os primeiros itens natalinos a chegar às prateleiras das lojas da rede em todo o país. A linha de fabricação própria está nas gôndolas desde o dia 15 de setembro, com o mesmo preço do ano passado. O item já é o terceiro mais vendido nas padarias da varejista.
A versão frutas cristalizadas de 500 gramas custa R$ 2,98 e a versão gotas de chocolate na mesma gramatura sai por R$ 3,98. A embalagem mini, de 100 gramas, também nos sabores frutas cristalizadas e chocolate custa R$ 0,98 a unidade. O Wa l Mart também está apostand o n a s v e ndas de eletrônicos neste natal. Segundo a rede, o m i x d e p rodutos importados com exc lu s i vi d ad e este ano está 30% maior em relação a 2005. São TVs de plasma e LCD, notebooks e microcomputadores, que tiveram quedas expressivas de preços durante o ano. A expectativa da rede é de crescimento de 35% em vendas de itens “não-alimentos”, em relação ao Natal do ano passado. Entre outros destaques estão acessórios e “box stations” para tocadores MP3 e MP4. São produtos com caixas de som com encaixe para qualquer tipo de MP3 player. “Fora do Brasil, o MP3 já virou o apa-
relho de som das casas, porque é muito mais prático. A pessoa pode ter todos os seus CDs armazenados de forma organizada. No Brasil o MP3 ainda é utilizado apenas individual-
mente, mas essa realidade tende a mudar”, diz Fernando Menezes, vice-presidente comercial do Wal-Mart Brasil. Além dos acessórios, o WalMart oferece uma extensa linha de aparelhos MP3 e MP4. Este ano, são cerca de quinze itens, o dobro do sortimento do Natal do ano passado. A rede até possui uma marca própria de MP3 players, a Durabrand. Os aparelhos custam a partir de R$ 179,00 (512 MB) e R$ 249,00 (1GB). Na seção de informática, es-
tão em oferta computadores, notebooks, impressoras e acessórios. A expectativa é de crescimento de 70% em relação ao ano passado, motivada pela agressividade nos preços. O destaque são da linha Positivo Informática, com micros desktops com preços a partir de R$ 998,00 e notebooks por R$ 1.998,00, preços que a rede afirma ser 30% mais barato que há um ano. O W a l M a r t t a mb é m p r e p arou ofertas em cestas natalinas. São sete tipos diferentes, com preços que variam de R$ 19,97 a R$ 254,78. A novidade são as Cestas Especiais, com um sortimento requintado, que inclui uísque importado, vinhos, champanhe, queijo provolone, palmito, amêndoas, castanhas, pistaches, nozes, ameixas secas, panetone Bauducco, caixa de bombons, entre outros produtos, tudo acondicionado em caixa de vime ou madeira. São dois tipos: Premium (R$ 154,60) e Atenas (R$ 254,78). A linha das tradicionais C e s t a s N a t a l i n a s o f e re c e quatro opções, com um mix entre 19 a 25 itens. Incluem produtos de consumo geral e especialidades natalinas, como frutas cristalizadas, castanhas, panetone, espumantes e vinhos. Os preços variam de R$ 19,97 a R$ 72,12. CO
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A sedução dos brinquedos e a aposta na alta tecnologia
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As vendas de Natal representam 30% do faturamento no ano e a expectativa é de aumento de 4% em comparação a 2005 em razão do dólar mais barato: cerca de 70% dos brinquedos à venda são importados
ara a indústria de brinquedos, Natal é a segunda data mais importante do ano, perdendo apenas para o Dia das Crianças. Em geral, os fabricantes fazem os principais lançamentos pouco antes de outubro para as duas datas especiais. Portanto, agora o consumidor irá encontrar praticamente os mesmos produtos nas prateleiras.
A expectativa da Abrinq - Associação Brasileira da Indústria de Brinquedos é de faturar este ano perto de R$ 1 bilhão, o que representa um crescimento de 4% sobre os resultados do ano passado. O dólar mais barato vem favorecendo este mercado, pois cerca de 70% dos produtos à venda no varejo são importados, os outros 30% são nacionais - mais de sete mil itens. De acordo com o presidente da Abrinq,
Sinésio Batista da Costa, o Natal representa 30% das vendas do ano todo. A rede PBKids possui 37 lojas e espera alcançar um aumento nas vendas em torno de 8%. O tíquete médio deste período deve aumentar de R$ 97,00 para R$ 108,00, se comparado ao Natal de 2005. Esta expectativa devese aos lançamentos de produtos para atender da melhor forma a demanda dos clientes por
PBKids Brinquedos
Fotos: Divulgação
Robopet - Preço: R$ 349,90 Mascote interativo, que mescla tecnologia e personalidade. Este cão inteligente faz movimentos sozinhos ou controlados por seu dono. Ele anda, corre, agacha, deita, rola e levanta, além de mudar de personalidade conforme seu humor: brincalhão, teimoso ou até bravo, mas sem morder a criança, é claro.
Banheira Inflável com Atividades Preço: R$ 89,90 Perfeita para refrescar os pequenos durante o verão. Vem com 50 bolinhas para brincadeiras, peixes-argolas e direção do "navio" inflável.
Homem-Aranha da Itsy Bitsy - Preço R$ 204,90 Este Homem-Aranha bebê vai divertir os pequeninos. Feito em tecido macio, ele movimenta os braços, dança e toca dois sons diferentes, além de ter controle de volume. Ideal para crianças com mais de 18 meses, utiliza quatro pilhas AA.
produtos exclusivos, diferenciados e interativos. Com brinquedos variados para crianças de todas as idades, as grandes apostas da rede para a data são brinquedos “hi-tech”, com alta tecnologia. Bonecas com expressões faciais, movimentos no corpo e que choram, riem e até falam; carrinhos que sobem as paredes; robôs; lap tops, etc. Veja algumas sugestões:
Foto: Rodrigo Crins/Macchina de Comunicação
Nº 150 São Paulo, 18 de dezembro de 2006
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
O Natal chegou. Já comprou seus presentes dentro do mundo do automóvel? Na página 6 apresentamos algumas dicas para as suas compras de última hora.
TESTE/CIVIC
ANDANDO NO 1º HONDA FLEX DO MUNDO PÁGINAS 4 E 5
São Paulo, segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
DCARRO
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CORRIDA Pablo de Sousa
SEM LUXO, SEM NADA. MAS COMO ANDA! O Vectra Endurance, desenvolvido pela GM em 17 dias, surpreende nas pistas. Atinge 230 km/h e acelera de 0 a 100 km/h em apenas 6 segundos. ANTÔNIO FRAGA
arece uma incoerência transformar um carro grande e de luxo num veículo de corrida. Afinal, é muito mais lógico utilizar um modelo esportivo, como por exemplo, no caso da Chevrolet, um Astra SS hacth. Mas é uma das grandes "sacadas" do automobilismo brasileiro. Primeiro foi com o Opala cupê, depois com o Omega e, finalmente, com o novo Vectra. O Omega tornou realidade a categoria mais importante do automobilismo sul-americano: a Stock Car. E para marcar outra categoria, a General Motors do Brasil faz do Vectra um bólido para corridas de longa duração. O modelo foi concebido em apenas 17 dias, da decisão de montar até estrear na pista, nas "Três Horas de Curitiba", no dia Para corrida de 28 de novembro. longa duração Partindo de um Vectra normal de linha (versão Elegance), o carro foi desmontado e depenado. O modelo básico utilizava o motor tradicional, 2.0 litros de oito válvulas. A primeira grande modificação foi a troca por um de 2.0 com turbo compressor, de 16 válvulas, fabricado pela GM Powertrain no Brasil e exportado para a Europa para equipar os esportivos Astra e Zafira. Utilizando somente álcool, o motor que equipa o Vectra Endurance, ainda com pouca preparação, pulou dos 240 cv originais para 300 e, segundo os engenheiros da equipe, deverá na próxima etapa do Campeonato Brasileiro de Endurance superar os 350 cv. O câmbio é o mesmo utilizado no Astra GSi. Essas modificações "empurram" o Vectra de competição a velocidades superiores a 230 km/h e a aceleração de 0 a 100 km/h dá-se em 6 segundos. Apenas como referência, o Vectra Elegance 2.0 8V atinge a máxima de 198 km/h e acelera de 0 a 100 km/h em 10 segundos.
P
O modelo estreou na pista no dia 28 de novembro, nas "Três Horas de Curitiba"
Andando - Acelerando na pista de testes da GMB, em Indaiatuba, verificamos que o Vectra realmente se transformou num verdadeiro carro para corridas. Começando pelo forte e delicioso ronco, decorrente da ausência do silencioso e de qualquer acabamento interno, medida necessária para tirar todo o peso supérfluo. O modelo testado tinha 1.050 quilos, 240 a menos do que a versão de rua. Acomodado no banco concha, cinto de cinco pontos afivelado, primeira engatada e lá vamos nós reta abaixo. As marchas têm que ser passadas rapidamente, porém, ao contrário dos carros do gênero, a embreagem é muito macia. Parecia um carro de rua. O giro sobe muito rápido e a reta vai diminuindo. Segunda surpresa e a grande incógnita: será que pára? Pisamos no freio e a resposta foi imediata, diminuindo a velocidade sem sustos ou desvios. Os freios originais, apenas com pinças especiais de competição, são eficientes, mas para segurar os avanços que a equipe de engenharia vai realizar no motor, precisam melhorar. Curva para a direita e pé no fundo de novo. A estabilidade é muito boa e o bólido vai passando confiança. E aumenta a vontade de acelerar cada vez mais. E o "desgraçado" aceita. Porém, todo o cuidado é
Sem acabamento interno
pouco, afinal o carro é do "home" e não estamos acostumados com ele. Nova reta, nova curva e temos que parar. Justo agora que estava pegando a mão? A única decepção, afinal por mim, ficaria o dia inteiro. Mas o teste, por si só, responde a
Motor 2.0 com turbo compressor
uma pergunta que estava na minha cabeça: como um carro "feito" em pouco menos de um mês consegue ganhar a primeira corrida que participa? A resposta é simples e, para isso, basta conhecer a vontade e empolgação da equipe e andar no carro.
Expresso Papai Noel a mil por hora
Enter. E feliz Natal hi-tech
Ano 81 - Nº 22.276
Faturamento das empresas de entregas aumenta muito no Natal. Só os Correios (foto) esperam crescer 25%. E 3
Luiz Prado/LUZ
Presentes com tecnologia? Viva agora o seu momento gadget! Informática
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R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h50
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
Jonne Roriz/AE
Lula Marques/Folha Imagem
Reação ao trenó da alegria Deputados vão à Justiça contra o aumento de 90% autoconcedido. Protestos eclodiram em SP (foto à esq.) e diante do gabinete do presidente do Senado, onde um homem se acorrentou. O presidente da Câmara, Aldo Rebelo, PCdoB-SP (foto à dir.), avisou: não vai recuar. Página 3
Leia em O
Michele Limina/AFP
Romildo de Jesus/AE
É a jogadora Marta (foto), premiada pela Fifa como a melhor atleta do futebol feminino de 2006. No campo masculino, o zagueiro italiano Fabio Cannavaro superou Ronaldinho e Zidane. Em Logo
Milton Mansilha/LUZ
Marcos Fernandes/LUZ
Presente de R$ 1 bi para os shoppings
Pesquisa da Toledo & Associados mostra em quais shoppings o consumidor vai deixar seu dinheiro nas compras de Natal. E 1
AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 28º C. Mínima 21º C.
A outra 'viagem' na linha F No trem para o Brás, um vagão é território livre de maconheiros. Esta viagem, em C 1
DC
HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 31º C. Mínima 20º C.
luto
pinião
MELHOR DO MUNDO. E NÃO É RONALDINHO
ACM NETO APUNHALADO PELAS COSTAS
Peixeira na mão, Rita de Cássia Sampaio de Souza (à dir.) perfurou ACM Neto nas costas, porém superficialmente. O deputado, com 3 pontos, estava apenas em observação ontem, no hospital em Salvador. Presa, Rita disse que ACM Neto tinha lhe prometido destravar seu FGTS, e não cumpriu. Pág. 5
Um dia de
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CIVIC EXS
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As outras estão erradas? - A Honda também adotou uma válvula de segurança na tampa do subtanque e uma linha de alívio de vapores que possui o mesmo rigor tecnológico de ventilação do compartimento principal. Este sistema ventila o reservatório e reaproveita os vapores de combustível enviando-os para serem consumidos pelo motor. Em caso de acidente, o reservatório é protegido por duas chapas de aço naval de alta tensão com 5 mm de espessura cada. É louvável a intenção da marca japonesa em zelar pela vida dos seus consumidores, mas fica a questão: todas as outras marcas não perceberam este risco? Todos os testes efetuados pelas demais montadoras, inclusive os que incluíram crash-test, não são sérios? Desde o final dos anos 70, quando surgiram os carros a álcool, o tanque da partida a frio está localizado no compartimento do motor e nunca se teve notícia de um incêndio provocado por isso. Mas vale, e muito, a preocupação. Sem novidades - Em relação às demais versões, o Civic não apresenta novidades nem no exterior (apenas o mencionado bocal), nem no interior. Por fora, as linhas são elegantes, modernas e esportivas. E, claro, responsáveis pelo enorme sucesso do modelo, que é oferecido para os mais apressados com sobrepreço.
Por fora, é o mesmo Civic campeão de vendas, mas que agora ficou mais atraente com seu motor flex Rodrigo Crins/Macchina de Comunicação
TESTE COM O 1º
JAPONÊS FLEX DO MUNDO O Honda Civic é o primeiro carro de marca japonesa bicombustível no mundo. Nesta semana chegará o Fit. ANTÔNIO FRAGA
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esde seu lançamento, no início deste ano, o Honda Civic virou sucesso de vendas, a ponto de a montadora não ter produção suficiente para atender a demanda. E o modelo nem tinha motorização bicombustível. Só neste mês foi iniciada a comercialização do Civic Flex, modelo que entra para a história como o primeiro veículo japonês a adotar esta tecnologia. No Brasil e no mundo. A maior diferença em relação aos demais veículos brasileiros bicombustíveis é que o carro
da Honda tem o bocal de abastecimento aberto no pára-lama dianteiro direito e o compartimento de gasolina instalado dentro do pára-lama. Pode até ser mais prático na hora de colocar gasolina na partida a frio, mas tem dois pontos negativos. O primeiro é estético, já que é muito esquisito um bocal de abastecimento na frente, com aquela "portinhola" estragando o belo design do carro; segundo, é que o bocal de abastecimento do tanque está atrás, do lado esquerdo e o da partida na direita. Assim quando você entrar num posto e tiver que abastecer os dois, tem que ficar andando de um lado para o outro entre as bombas. Segundo a assessoria da Honda, o posicionamento do reservatório de gasolina necessária para a partida a frio, com capacidade de 700 ml, fora do compartimento do motor é por segurança. Para os engenheiros que
Não estranhe, o bocal da gasolina da partida a frio ficou do lado de fora
desenvolveram o modelo flexível, o ideal é que o tanque de gasolina fique longe de fontes de calor e partes quentes do motor, eliminando o risco de um incêndio. Um exemplo apresentado é em caso de, por uma falha do frentista ao completar o reservatório, escorrer gasolina para um local de risco dentro do cofre.
Evolução interior Mas, apesar do belo design externo, é no interior que está a maior evolução da oitava geração do Civic. Em relação ao anterior, o modelo lançado em abril deste ano ficou maior internamente, o que proporciona mais espaço para os ocupantes. E o Civic é muito confortável, tanto para quem anda na frente como para os passageiros do banco traseiro. Com a vantagem de não ter o túnel no assoalho atrás, aumenta o conforto para os pés, principalmente quando cinco passageiros estiverem a bordo. O acabamento no modelo testado, em couro cinza, ficou muito bom. O painel de instrumentos, dividido em dois, é bonito, mas o inferior - quando o volante está na posição mais elevada - esconde a marcação da quilometragem e do pobre computador de bordo. Isto depende, claro, da altura do condutor. Mas o maior problema é com relação à iluminação interna à noite. Mesmo tendo regulagem, a bela cor azul-anil utilizada no dois painéis é muito forte e ativa, causando cansaço em viagens noturnas. Se for reduzida a intensidade da luz, compromete-se a leitura de algumas informações importantes, como a dos mostradores de temperatura e do combustível, que ficam no "andar" superior e distantes. O volante tem excelente empunhadura e tamanho, além de ser muito bonito. Nas suas
DCARRO
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Controles do som à mão, assim como todos os demais
Foi longa a espera, mas chegou o motor Honda Flex. O do Fit chega esta semana.
Painel iluminado pode cansar à noite em viagens mais longas.
Detalhe do belo design do Civic que conquistou o mercado em menos de um ano de vendas
colunas centrais, é possível operar o som e o controlador eletrônico de velocidade. O modelo testado, automático, tinha as "borboletas" atrás do volante para selecionar as marchas do câmbio seqüencial, assim, não há necessidade de tirar as mãos do volante para nada. Os bancos, muito confortáveis, seguram bem o corpo do motorista mesmo nas curvas mais ousadas. Dirigir o Honda Civic no caso da versão top de linha testada, a EXS, é muito agradável. Principalmente em piso liso, o carro é macio, muito silencioso e tem um excelente comportamento dinâmico. Em pisos irregulares ou esburacados, as suspensões não absorvem com precisão e o carro fica barulhento. O motor 1.8 litro desenvolve 140 cv na utilização de álcool e 138 cv quando for apenas gasolina. Na estrada, quando se utiliza o álcool, se percebe uma ligeira melhora principalmente nas retomadas, mas em relação ao modelo não flex, não há nenhuma diferença.
Na traseira, outro motivo do sucesso da montadora japonesa: linhas harmoniosas
O motorista e mais quatro ocupantes têm muito conforto a bordo. A Honda privilegiou o espaço interno nesta nova edição do seu campeão de vendas.
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
1 A linha é problemática, mas estamos realizando blitze quase todos os dias para, pelo menos, minimizar o problema. Silas Daniel dos Santos Lima, da CPTM
MARIA FUMAÇA Ontem, na linha F dos trens da CPTM, usuários de maconha viajaram e fumaram tranqüilamente. Normalmente, ocupam o último vagão e gostam de um carteado. Fotos de Marcos Fernandes/Luz
Ivan Ventura
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rem parado. Sem cerimônia, um rapaz espreita pela janela do trem da Companhia de Trens Metropolitanos (CPTM) se há seguranças ou policiais ferroviários entrando na composição. Segundos depois, anuncia: nenhum "bico sujo" (como são conhecidos os agentes de segurança) por perto. Mas, certeza mesmo, só quando o condutor emite o alerta para o fechamento das portas. Começa a viagem. No longo trajeto entre Calmo Viana e o Brás, muita fumaça. Mas o trem é elétrico. A fumaça, na verdade, vem de cigarros. De maconha. Eles foram acesos pela turma do fundão, passageiros que viajam no último vagão da composição da linha F. A prática, conhecida e combatida pela CPTM, foi flagrada pela reportagem do DC na manhã de ontem. Não bastasse o uso da droga, passageiros vítimas desse abuso ainda são obrigados a inalar fumaça de outro tipo de cigarro, desta vez à base de nicotina, que não deixa de ser droga. Espalhados pelos vagões, desmoralizados avisos de proibido fumar. Rotina – A viagem de quase uma hora começa por volta das 9h, em Calmon Viana, extremo leste da cidade. O trem está praticamente vazio. O pico da manhã já passou. Logo, dois rapazes chamam a atenção. Um deles é branco, aparenta ter 17 anos, veste camisa azul, calça jeans e tênis. Tem a incumbência de observar a movimentação na estação. O amigo, de aproximadamente 15 anos, veste camiseta multicolorida, bermuda e tênis. Começa a "enrolar o baseado". Com o trem em movimento, acende o cigarro. A cena já não choca a aposentada A.L.G, de 64 anos. "Não tem hora para acontecer. Cheio ou vazio, sempre aparece alguém fumando maconha", afirmou, resignada. Sem se identificar, os dois colegas, tranqüilos, fumam e relatam histórias violentas cometidas pela turma do fundão, que geralmente embarca em Itaquaquecetuba. "Eles são doidos. Ouvi dizer que jogaram um segurança disfarçado para fora do trem em movimento", conta o de 15 anos. Depois de duas estações (quase vinte minutos de viagem), a chegada na temida estação Itaquaquecetuba. Um eufórico grupo de pelo menos seis jovens (com idades entre 17 e 24 anos) entra na composição à procura de alguém que esteja fumando maconha. Com sacolas cheias de CDs piratas e travesseiros, o grupo logo descobre os dois jovens. Tem início mais uma rodada da droga. Em um outro trem da mesma linha F, o descaso no último vagão é ainda maior. Dois grupos (com pelo menos oito pessoas entre 18 e 24 anos) entram no trem e se cumprimentam como amigos – pelo menos como conhecidos de viagens. Vão para o fundão, tiram as camisetas e iniciam uma partida de sueca, um tipo de carteado comum entre os freqüentadores. Durante o jogo – entre as estações Engenheiro Manoel Feio e Tatuapé – os chamados descamisados (artifício para evitar que o odor da maconha fique na camisa) fumam pelo menos seis cigarros de maconha . Outro dois baseados ainda circulam entre os que apenas observavam o jogo.
Passageiro acende cigarro de maconha. A prática é comum no último vagão da linha F da CPTM, entre Calmon Viana e o Brás, na zona leste da cidade. A empresa diz conhecer o problema e que faz blitze constantes nas composições. Ontem, entre 9h e 10h, nenhum segurança foi visto.
O jogo de sueca também é bastante apreciado pela turma do fundão Luiz Prado/Luz - 26/07/2006
Composição da CPTM junto à estação de Ermelino Matarazzo
Próximo ao Tatuapé, os passageiros apagam os cigarros. "Aqui a fiscalização fica intensa", argumenta um dos usuários da droga. Na última estação (Brás), diversos passageiros do último vagão, sob efeito da droga, olhos vermelhos, caem na risada. Fim da viagem. "Na volta para casa tem mais. E, por tabela, todos ficam loucos", disse a dona de casa E. E., de 51 anos. Sindicância – Silas Daniel dos Santos Lima, assistente técnico executivo de gerência de circulação da CPTM, disse que, diariamente, há sempre dois seguranças em cada um dos trens que circulam pela linha F. No entanto, confrontado com a informação de que nenhum segurança foi visto durante o percurso, Santos Lima adiantou que abriria uma
sindicância interna para apurar a denúncia. "A linha é problemática, mas estamos realizando blitze quase todos os dias para, pelo menos, minimizar o problema", disse. De janeiro a outubro foram realizadas 251 operações, com a participação das polícias Civil e Militar, nas seis linhas da C P T M . F o r a m a b o rd a d a s 15.957 pessoas, com 96 encaminhamentos aos distritos policiais. A maioria dos casos estava relacionada com porte de entorpecentes. No total, 86 operações ocorreram na Linha A (Luz-Francisco Morato), 22 na Linha D (Luz-Rio Grande da Serra), 58 na Linha B (Júlio Prestes-Itapevi), 37 na Linha C (Osasco-Jurubatuba), 19 na Linha E (Luz-Estudantes) e 29 na Linha F (Brás-Calmon Viana).
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São Paulo, segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
PRESENTES
SEJA PRÁTICO NO NATAL. DÊ ALGO ÚTIL. Nem sempre um presente "bonitinho" é realmente necessário. Acessórios para carro podem ser ótimas opções para quem quer dar algo útil. ANDERSON CAVALCANTE
e você ainda não fez compra de Natal e está sem idéia de presentes, tente mudar a forma de pensar. Não imagine algo bonito, mas sim útil. Claro que se você tentar visualizar um jogo de pneus com laço vermelho e "cartãozinho" amarrado vai parecer esquisito, mas se a pessoa estiver precisando trocar o "calçado da caranga", seu presente irá fazer o maior sucesso! Além de pneus, que envolvem uma série de marcas e modelos, há várias outras opções de acessórios úteis. Por exemplo, os kits viva-voz bluetooth para automóveis da Mobimax, que podem evitar multas e acidentes. O modelo MK 6000 traz a função streaming music que possibilita conectar o equipamento ao MP3 Player e transmitir o som no próprio alto-falante do automóvel. Possui duplo microfone para monitorar o som do ambiente e melhorar a qualidade, eliminando ruídos. Além disso, o lançamento lê e fala o nome do contato. O preço sugerido é de R$ 990. O CK 3000 Evolution tem reconhecimento de voz para até 150 nomes, é fácil de instalar no carro, utiliza o alto-falante do automóvel, possui a função de rediscagem e está em promoção, com preço sugerido de R$ 690. Na mesma linha, o CK 3200 LS traz de inovação a tela colorida, que mostra a foto do contato e tem preço próximo a R$ 1.490. Há também o Mini-Kit, que possui bateria recarregável e comando de voz para efetuar ligações (R$ 499). A Quantum Tecnologia acaba de apresentar as lâmpadas Xenon com alta qualidade de iluminação (duas vezes superior) e melhor distribuição de luz precisa se comparadas com as de halogênio convencionais. Com tonalidade branca, é muito próxima à luz do dia, o que reduz o risco de acidentes durante a noite e melhora a concentração do motorista. O kit custa cerca de R$ 1.300. A Olimpus Automotive sugere um alarme com cinco funções exclusivas. É o PadLock BR 404, versão top, que, além de oferecer função antiassalto, travamento automático das portas, acionamento dos vidros elétricos e função pânico, traz também ultra-som com auto-ajuste digital de sensibilidade, opções de configuração para o toque da sirene e bip, desabilitação
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do alarme por meio da ignição, sensor de velocidade integrado e alerta luminoso de paradas bruscas. O equipamento, que possui ainda um sistema anticlonagem, tem preço entre R$ 190 e R$ 260. Som e imagem - A Siemens VDO apresenta como sugestão para este Natal o auto-rádio CD 2604 MP3. Top de linha e importado da Alemanha, possui computador de bordo, comunicação com displays e controles remotos de volante.
Entre outras funções, reproduz músicas gravadas em cartões de memória SD/MMC Card. Seu preço: R$ 699. Já a Clarion indica o sistema de entretenimento OHMD 74, que custa R$ 3.500. Ele vem com monitor de teto e leitor incorporado de DVD, MP3 Player, DVD-R/RW, CD, CD-R/RW, dispensando a instalação de qualquer outro equipamento. A tela do monitor é de alta resolução com 7" Wide Screen e tecnologia LCD Matriz Ativa, garantindo a visão da
imagem em até 180º de abertura. O modelo MEX-BT5000, da linha Xplod, é o primeiro CD Player da Sony com tecnologia Bluetooth® wireless. Seu preço sugerido é de R$ 1.399. Mas lembre-se de mais um detalhe, se o presenteado pretende curtir estas festas de fim de ano fora da cidade, o ideal é que você não espere a meia-noite do dia 25 e providencie a instalação antes dele "pegar" a estrada para garantir uma boa viagem.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
TRÁFEGO DEVE AUMENTAR 40% NAS RODOVIAS
Ó RBITA
Junior Lago/Futura Press
Prefeitura de São Paulo atendeu os pedidos dos representantes do setor e adiou para 2007 a regulamentação do decreto que proíbe propaganda com sistema de som pelas ruas da cidade. Ontem, empresas do ramo promoveram um buzinaço para pedir a anulação da medida. O prefeito Gilberto Kassab aceitou adiar a regulamentação da lei – que não vale para carros de som utilizados em propagandas eleitorais, viaturas de polícia e de socorro. No domingo, Kassab já havia dito que adiaria a regulamentação.
GÁS PIMENTA
A
segurança no prédio da Prefeitura de São Paulo, no centro da cidade, foi reforçada ontem depois que 50 estudantes tentaram invadir o local. O grupo protestava contra o reajuste da tarifa de ônibus e contra o aumento de salário de parlamentares. A Polícia Militar usou spray de gás pimenta para dispersar os manifestantes que
pretendiam entregar uma carta ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL). Guardas civis metropolitanos reforçaram o policiamento no prédio, que foi totalmente isolado. Pelo menos duas pessoas foram detidas por desacato. Antes disso, pelo mesmo motivo, um grupo de estudantes interditou parcialmente a avenida Paulista. (Agências)
MARRONZINHO 24 HORAS
P
ara o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, é necessário direcionar os valores para tentar solucionar os problemas do setor de transportes na capital paulista. Kassab pretende ampliar os serviço dos marronzinhos, fazendo com que os profissionais circulem pelas ruas vinte e quatro horas por dia. Segundo ele, o plano de recuperação da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) é de longo prazo, em função das limitações
32 GRAUS
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om temperatura que beirou os 32 graus, ontem o paulistano elegeu o parque do Ibirapuera como ponto de encontro para o esporte e lazer na cidade. Para se refrescar, uma nuvem de água fresca saia de nebulizadores instalados no parque. As fortes pancadas de chuva fizeram o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) decretar estado de atenção nas zonas norte central e marginal Tietê, às 18h50.
orçamentárias da Prefeitura. O prefeito nega a existência de uma indústria de multas na capital paulista. Além disso, afirmou que há necessidade de melhorar a gestão dos transportes e de fazer mais investimentos em infra-estrutura. Kassab reconhece que alguns problemas, como a melhoria de trens, do metrô e dos corredores de ônibus demandam maiores investimentos do setor público. (Agências)
VILMA MARTINS
A
Justiça de Goiás negou ontem o indulto humanitário requerido por Vilma Martins e o Ministério Público, para que ela se trate da saúde. Condenada a 15 anos e nove meses de prisão pelo seqüestro de Pedro Júnior Rosalino e da menina Aparecida Fernanda Ribeiro, também foram negados à exempresária pedidos de prisão domiciliar e de autorização para tratamento médico fora da Casa do Albergado, onde cumpre pena. (Agências) Espera em Cumbica: crise aérea faz passageiro mudar de transporte
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A
Paulo LIebert/AE
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SÉTIMO DIA
SOM
Polícia Rodoviária Federal já prepara esquema especial para garantir a viagem de quem trocará a espera nos aeroportos pelas estradas Ôn ibus - As empresas de ônibus que servem o País contam com o tradicional aumento de passageiros desta época do ano, mas também já trabalham com a hipótese de absorção de passageiros do sistema aéreo. De acordo com a Socicam, empresa que administra terminais em algumas das maiores cidades brasileiras, as companhias de ônibus já estão pedindo carros extras. As passagens para alguns horários e dias se esgotam rapidamente. Na capital paulista, onde a Socicam administra os terminais Tietê, Barra Funda e Jabaquara, a procura é maior pelas linhas que tem como destino Curitiba (PR) e as cidades do nordeste, em que o aumento chegou a atingir 13% em determinados municípios. Para o Rio, também existe um crescimento, mas dentro da média. Segundo o gerente de Operações da empresa em São Paulo, Antonino Alibrando, a estimativa de aumento geral é de 10% na quantidade de passageiros neste fim de 2006. "Devemos ter 127.600 partidas a mais de ônibus em função do Natal e Ano Novo, fechando com 1,403 milhão de passageiros para este ano. O ano passado teve 1,276 milhão de passageiros", informou, referindose ao número projetado para o último mês de 2006. "Estamos tendo um crescimento um pouco maior do que normalmente ocorre no mês de dezembro. Principalmente na última semana, a gente tem observado que houve migração dos aeroportos para as rodoviárias", acrescentou. (AE)
Polícia Rodoviária Federal pode, inclusive, receber verba suplementar para atender a demanda.
JORNALISTA MORRE EM ACIDENTE
U
m acidente entre um Audi A3 e um Palio, nos Jardins, matou o jornalista Guilherme Bentana, de 24 anos, e Marco Antônio Bincoletto Junior, de 27, na madrugada de ontem. O acidente foi às 3h, no cruzamento da avenida Brasil com a Nove de Julho. Bentana dirigia o Audi ao lado de Bincoletto quando
colidiu de frente com o Palio. O Audi capotou e derrubou um semáforo. Testemunhas disseram que o Audi vinha em alta velocidade e não parou no sinal vermelho. Bincoletto morreu na hora. Bentana e a motorista do Palio, Inara Ferreira Marçal, foram socorridos. Bentana não resistiu e Inara ficou levemente ferida. (Agências)
erca de 300 pessoas compareceram domingo à paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Bragança Paulista para a missa de sétimo dia pela família que morreu queimada durante um assalto: Leandro Donizete de Oliveira, Eliana Faria da Silva e o filho do casal, Vinícius, de 5 anos. A família distribuiu nota, reclamando da falta de apoio da loja onde Eliana trabalhava. O alvo do assalto era a loja Sinhá Moça. (Agências)
Vinícius Pereira/Ag. O Globo
Sem vôos, turista lota estradas om medo de ficarem presos nos aeroportos, em razão da cris e a é re a q u e t e m causado atrasos nos vôos, brasileiros já estão mudando sua opção de transporte. Muitos já resolveram encarar as estradas, em vez dos aeroportos, e devem causar picos históricos de movimento nos terminais de ônibus e nas rodovias federais e estaduais. De acordo com o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Hélio Cardoso Derenne, o temor de um aumento significativo no movimento nas estradas realmente existe e operações especiais devem ser montadas para monitorar o tráfego. "O ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, considerou positivo o esquema especial e acenou com a possibilidade de destinar recurso extra para a PRF para operações especiais", declarou Derenne. Ainda assim, mesmo que essa ajuda extra não seja efetivada, segundo o diretor-geral da PRF, deve ser montado um esquema com equipes de plantão, caso o "caos" dos aeroportos se transfira para as estradas. "Independente dos recursos, já trabalhamos com a idéia de ter equipes de prontidão para atuar, caso haja alguma crise nos aeroportos que reflita um aumento no volume de tráfego nas rodovias federais", informou Derenne. Segundo um funcionário da PRF que preferiu o anonimato, durante as festas de final de ano o fluxo de veículos nas rodovias aumenta 35%. Em 2006, deverá chegar a 40%.
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Polícia Urbanismo Av i a ç ã o Saúde
Vivi Zanatta/AE
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LIBERTADA
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ma menina de 6 anos, seqüestrada desde o 10 foi libertada, na noite de domingo, do cativeiro, um apartamento em Cidade Tiradentes, zona leste. Quatro pessoas foram presas, sendo um casal de ex-empregados da família. A menina foi capturada quando andava de carro com a mãe e um irmão na rua Haddock Lobo. Quando os policiais chegaram ao cativeiro, a garota estava sob uma cama. (Agências)
NOVO PASSAPORTE
A
Polícia Federal começou a emitir o novo passaporte comum brasileiro. Além da mudança de cor (o verdeoliva dá lugar ao azul escuro), há novas tecnologias: código de barras bidimensional, papel com fio de segurança, marca d’água e papel reativo a produtos químicos. O custo de emissão passará de R$ 89,10 para cerca de R$ 150.
GIr Agendas da Associação e das distritais
Hoje I SP Chamber - O vice
presidente da ACSP Alfredo Cotait Neto coordena a reunião com Comerciais Exportadoras e Importadoras. Às 14h, na sede da entidade, rua Boa Vista, 51/11º andar, sala Tadashi Sakurai.
São Paulo, segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
DCARRO
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TOYOTA HILUX EXPEDITION Divulgação
ENFIM,UMA
CHUVA BEM-VINDA!
Solidariedade, chuva, muita lama e um belo visual fizeram do rali Hilux Expedition um momento de muita adrenalina para os proprietários de veículos da marca Toyota ANDERSON CAVALCANTE
urante o ano de 2006 as cidades de Porto Alegre (RS), Chapada dos Guimarães (MT), Campos do Jordão (SP) e Curitiba (PR) já haviam sido presenteadas com a presença de trilheiros equipados com picapes Hilux, Hilux SW4, Rav4, Land Cruiser Prado e Toyota Bandeirante. Agora, na última edição deste ano, o evento invadiu as terras de Ribeirão Preto e contou com a ajuda da chuva, que tantos estragos faz na nossa cidade, para aumentar a adrenalina dos pilotos, navegadores e zequinhas inscritos para a prova. Claro que a chuva também atrapalhou um pouco. Eram esperados aproximadamente 100 veículos para a prova, mas na hora da largada estavam presentes 59 carros "limpinhos" e que só não brilhavam nos locais onde estavam colocados os adesivos utilizados para identificar os 218 participantes, entre pilotos, navegadores e "zequinhas" (acompanhantes ou ajudantes). O evento objetiva oferecer a oportunidade, aos proprietários de veículos da marca japonesa, de testar a qualidade e confiabilidade "fora de estrada" dos modelos Toyota. Aproveitando o momento, a montadora arrecadou 20 quilos de ali-
D
Debaixo de chuva, os participantes apreciaram rios, serras e canaviais e "curtiram" belas derrapagens
mentos não perecíveis de cada participante, num total de 1.180 Kg, que foram doados para instituições da região: a Sociedade Espírita Benedito Rosa de Jesus e para a Creche Modelo da Vila Virgínia. Bendita chuva - Após o início da prova, as águas que não desistiam de cair do céu foram um presente para os pilotos, que mesmo em uma prova de regularidade em que, como o próprio nome diz, não é necessário atingir grandes velocidades. O que se viu durante todo o circuito foram
VAREJO
VENDAS DIÁRIAS EM ALTA A s vendas de carros e comerciais leves na primeira semana cheia de dezembro apontam para novo recorde. A média diária ficou em 8.789 unidades, acima da registrada em novembro (8.712), que foi a melhor do ano. Considerando as vendas do dia 1º até o dia 12, as projeções para o mês de dezembro são de 165 mil veículos a serem comercializados internamente, o que representaria volume inferior ao de novembro. Mas é preciso levar em conta que o movimento na primeira quinzena é sempre mais fraco que na segunda. No mês de dezembro essa situação se amplia, com explosão das vendas principalmente na véspera do Natal. Portanto dá para projetar para o período um número bem acima das 174 mil unidades vendidas no mês passado. O comportamento do mercado no final
de novembro mostra que nos últimos dias do mês as vendas sobem. Com uma média de 8.712 unidades diárias, novembro teve altas expressivas a partir do dia 24, com cerca de 10 mil carros por dia. No dia 29, as vendas cresceram para 11.185 carros e no dia 30 as concessionárias venderam 12.493. O mesmo deve se repetir em dezembro, com maior intensidade porque trata-se do fechamento do ano e a disputa acirrada entre Volkswagen e GM pela segunda posição pode animar as revendas a fazer licenciamentos antecipados, ampliando ainda mais as vendas. Até ontem GM e Volks tinham uma diferença de apenas 500 unidades na soma geral do ano. A Fiat está em primeiro com mais de 50 mil veículos de vantagem. Joel Leite
muitas derrapagens, carros atolados e no final, muita gente carregando lama nas roupas, no corpo e até no rosto. A extensão do rali foi, no total, de 120 km. O trajeto em si já valia pela beleza natural da região e pelo circuito cheio de dificuldades encontradas pelos organizadores que descobriram e deram opor-
tunidade aos participantes de conhecer pela primeira e única vez (já que parte da prova passava por propriedades particulares) rios, serras e canaviais. Além disso, o evento é apropriado para fazer novas amizades e jogar literalmente "na lama" todo o estresse e preocupações acumulados durante meses. O rosto dos participantes "estampava" muito cansaço no final do Hilux Expedition em Ribeirão Preto. Mas estas pessoas, com certeza, agora terão forças renovadas para encerrar o ano de 2006.
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
Administração Av i a ç ã o Polícia Transpor te
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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PEDIDOS SERÃO FEITOS COLETIVAMENTE À PF
Vai melhorar a atuação dos profissionais e fortalecer o trabalho da segurança na cidade. Gilberto Kassab, prefeito
Filipe Araújo/AE
GCM: porte de arma ficou mais fácil
A
Prefeitura de São Paulo e a Polícia Federal (PF) assinaram ontem um convênio que permitirá que as guardas civis da capital e dos municípios de Botucatu, Campinas, Franco da Rocha, Guarulhos, Mauá e Praia Grande possam obter para seu efetivo a licença de porte de armas expedida pela PF. O comando das guardas poderá juntar todos os pedidos de porte feitos por seus homens e encaminhar à PF como uma só solicitação, com número único no Sistema Nacional de Armas (Sinarm). Antes dessa nova regra estabelecida ontem, cada guarda-civil necessitava pedir a licença diretamente à PF. Para o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), o convênio é um marco na história da Guarda Civil Metropolitana (GCM). "Vai melhorar a atuação dos profissionais e fortalecer o trabalho da segurança pública na cidade de São Paulo", afirmou o prefeito. A assinatura do convênio foi realizada na sede da Prefeitura e contou também com a presença do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.
DISTRITAL PIRITUBA
O prefeito Kassab e Thomaz Bastos em assinatura de convênio
Ouvidoria – O convênio prevê também a criação de ouvidoria e corregedoria da Guarda Civil nesses municípios. O porte de arma de cada guarda-civil será válido por cinco anos. A cada dois anos, os oficiais terão de passar por uma avaliação com psicólogo credenciado pela Polícia Federal. Os guardas-civis dessas cidades receberão ainda treinamento específico para poder ter direito ao porte de arma. Em entrevista à Rádio Eldorado AM, o coordenador de segurança urbana do município de São Paulo, coronel Alberto Silveira Rodrigues, afirmou que a medida é positiva e que o processo para conseguir o porte de armas ficará mais ágil. Segundo ele, para a liberação do porte de armas, os guardas passarão por exames psicológicos. O coronel Rodri-
gues destacou que a cidade de São Paulo tem hoje 6.170 guardas civis metropolitanos. Estatuto – O convênio ajusta a atuação das prefeituras ao cumprimento do Estatuto do Desarmamento de 2003, que creditou à PF a responsabilidade de fazer a cessão de portes de arma em todo o País. Em agosto, em portaria publicada no Diário Oficial da União, a PF autorizou o porte de armas de fogo também para as guardas municipais, inclusive fora do serviço e dos municípios. Sorocaba – Uma sentença dada pela juíza Ana Maria Baldy, da 2ª Vara Cível de Sorocaba, considerou nulas as multas de trânsito aplicadas por agent e s d a G u a rd a M u n i c i p a l (GM). A juíza da cidade ponderou que a GM não tem competência legal para aplicar multas de trânsito. (Agências)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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terça-feira, 19 de dezembro de 2006
Fracasso no Iraque seria calamidade para EUA.
Internacional
Robert Gates, ex-diretor da CIA, que assumiu ontem o cargo de secretário de Defesa dos EUA
Hazem Bader/AFP
Palestina: eleições marcadas. Violência sem data para acabar
A
CHEIRO DE PÓLVORA NO AR – Menina com bandeira e bandana do Hamas é carregada por manifestantes em passeata organizada por estudantes da Universidade Politécnica de Hebron, a favor do premiê Ismail Haniye. A violência entre integrantes do Hamas e do Fatah prosseguiu ontem na Faixa de Gaza.
Tentativa de coalizão fracassou
A
intrincada disputa política entre os grupos palestinos começou em janeiro, depois da vitória do Hamas nas
eleições parlamentares. Desde março, quando Ismail Haniye assumiu o cargo de premiê, a comunidade internacional impôs sanções econômicas à Autoridade Palestina, o que está deteriorando as condições de vida na região. Sob pressão, em setembro o Hamas concordou em iniciar negociações para
um governo de coalizão, que incluiria o Fatah. O diálogo, porém, chegou a um impasse em novembro por causa da recusa do Hamas em reconhecer o Estado de Israel, renunciar à violência e aceitar acordos de paz já assinados – exigências das grandes potências para reconhecer a coalizão.
Alessia Pierdomenico/Reuters
p e s a r d a t ré g u a a c e r t a d a n o d omingo as lideranças do grupo islâmico Hamas e do laico Fatah não foram capazes de controlar os embates entre os seus integrantes na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, onde a situação ontem continuava fora de controle. No episódio mais violento, homens atacaram a organização "Vida e Esperança", entidade ligada ao Fatah com sede no campo de refugiados de Jabaliya, matando uma pessoa e ferindo outras oito. Cinco integrantes do Hamas e nove do Fatah, incluindo o irmão de um deputado, foram seqüestrados em incidentes em outras regiões. Em Gaza, cerca de 20 homens mascarados trocaram tiros, deixando um adolescente de 16 anos gravemente ferido, com uma bala
no pescoço. O número de militantes armados nas ruas diminuiu, mas o clima de tensão ainda é grande. Os dois principais grupos políticos palestinos estão se enfrentando nas ruas de Cisjordânia e da Faixa de Gaza desde sábado, quando o presidente Mahmud Abbas, do Fatah, anunciou a convocação de eleições antecipadas – o que levará à dissolução do governo do premiê Ismail Haniye, do Hamas (leia mais ao lado). No domingo, militantes do Hamas chegaram a abrir fogo contra a casa de Abbas. O líder do Hamas no exílio, Khaled Meshal, acusou ontem Abbas de tomar medidas ilegais para destituir um governo eleito de forma legítima e confirmou que o grupo deve boicotar as novas eleições "Rejeitamos qualquer medida que
não esteja dentro da lei". Abbas, que se encontrou, em Ramallah, com o primeiro-ministro britânico Tony Blair, reagiu afirmando que a recente onda de violência não irá fazêlo voltar atrás. "Estamos em crise há nove meses, as pessoas não podem esperar mais". Sem mais alternativas, Abbas resolveu convocar eleições antecipadas, iniciativa que Hamas classificou como "tentativa de golpe". De acordo com pesquisas recentes, o Fatah obteria 42% dos votos se novas eleições legislativas fossem realizadas hoje, contra apenas 36% do Hamas. No caso das eleições presidenciais, haveria empate técnico entre Haniye e Abbas. Mas como quem controla o governo tem os recursos do Estado, poderia ser vantajoso para o Fatah arriscar perder a presidência.
EUA E ÍNDIA: ACORDO NUCLEAR
O
presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, assinou ontem um acordo com a Índia que permite a transferência de combustível e tecnologia nucleares a Nova Délhi. O tratado foi acertado apesar de a India não ter autorizado todas as inspeções internacionais em suas instalações nucleares. "O acordo ajudará a segurança dos Estados Unidos porque permitirá que a Índia se incorpore às negociações internacionais para evitar a prolife-
ração de armas nucleares", afirmou Bush. O projeto prevê uma exceção às leis americanas a fim de permitir transações civis em temas nucleares com a Índia em troca de Nova Délhi aceitar a aplicação de medidas de segurança e inspeções em suas 14 usinas nucleares civis. Entretanto, oito plantas militares ficarão fora das inspeções regulares. "Esta é uma importante conquista para todo o mundo. Depois de 30 anos fora do sistema, a Índia operará agora seu pro-
grama nuclear civil sob as normas internacionais aceitas e o mundo se transformará em um lugar mais seguro", afirmou Bush durante a cerimônia de assinatura, na Casa Branca. Muitos críticos afirmam que a medida mina esforços internacionais para frear a proliferação de armas e tecnologia nucleares. Além disso, pode desatar uma corrida atômica na Ásia ao estimular o arsenal indiano. A Índia ainda se nega a assinar o Tratado de NãoProliferação Nuclear.
A MORTE MILIONÁRIA DO EX-ESPIÃO
A
ÁLBUM DE RECORDAÇÕES – Fãs do artista underground Bansky fazem fila diante da Galeria Santa's Ghetto, em Londres, para comprar um de seus trabalhos. Mas a imagem que chama atenção é a montagem com a imagem do primeiro-ministro Tony Blair fotografando-se com celular, num cenário de guerra.
dose de polônio que matou o ex-espião russo Alexander Litvinenko custou US$ 10 milhões, segundo o diário britânico The Times. Os resultados preliminares da autópsia de Litvinenko mostram que lhe foi administrada uma dose dez vezes maior que a letal. A dose de polônio equivalente para matar uma pessoa equivale a 15 mil unidades da substância, a um custo de US$ 69 cada O exespião russo foi morto no dia 23 de novembro. A polícia britânica não sabe se a dose excessiva foi usada para enviar uma mensagem – já
que a quantidade foi de fácil identificação pelos cientistas ou trata-se de uma operação desastrada. Segundo um agente britânico que falou sob anonimato, uma grande quantidade de polônio como essa só pode ser conseguida em um reator nuclear ou no mercado negro. A procuradoria russa e a Scotland Yard interrogaram ontem pela terceira vez o empresário Dmitry Kovtun, uma das principais testemunhas no caso. Kovtun está sendo investigado por introduzir substâncias radioativas na Alemanha. Ele está internado em uma clínica
de Moscou por causa da radiação, mas pode receber alta nos próximos dias. Kovtun e seu sócio, Andrei Lugovoi, foram os últimos a se reunir com Litvinenko, no hotel Millenium, em Londres, no dia 1º de novembro, dia em que o ex-espião foi hospitalizado. Segundo a agência russa Interfax, agentes da Scotland Yard concluíram ontem os trabalhos de investigação na Rússia e estariam se preparando para voltar à Inglaterra. A agência informou que pelo menos seis testemunhas foram ouvidas em Moscou pelos agentes britânicos.
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Todas as cenas são reais, muito vívidas. Tudo o que se passava dentro do filme eu sentia como verdadeiro.
Divulgação
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
DEZEMBRO
2 -.LOGO
www.dcomercio.com.br/logo/
Da atriz brasileira Hermila Guedes, vencedora do prêmio Coral de melhor interpretação feminina no Festival de Cinema de Havana, por seu papel em O Céu de Suely, ontem, em entrevista ao jornal cubano Granma.
19 Dez anos da morte do ator italiano Marcello Mastroianni (1924-1996)
R ELIGIÃO C IÊNCIAS
Agora é santo
Mais pets clonados Uma equipe sul-coreana que já trabalhou sob o comando do hoje desacreditado cientista Hwang Woo-suk anunciou ontem o nascimento de três cães clonados de uma cadela afghan hound. A mesma equipe da Universidade Nacional de Seul havia apresentado no ano passado Snuppy, o primeiro cão clonado do mundo, também um afghan. Hwang e outros membros da equipe deixaram a universidade depois da revelação de que cientistas que trabalhavam com
ele haviam forjado dados em dois documentos sobre células-tronco embrionárias humanas. Os cãezinhos idênticos, chamados Bona, Peace e Hope nasceram em junho e julho. A equipe pretende utilizar a inovação na produção de drogas para o tratamento celular e também para aplicar a tecnologia na preservação de animais em vias de extinção, disse nota do governo. Os dados do trabalho de clonagem forem publicados no site da revista veterinária Theriogenology.
Frei Galvão tem segundo milagre reconhecido e será o primeiro santo brasileiro
F
M ODA
Nilton Fukuda/AE-19/01/2005
As 'certinhas' das passarelas O site SPFW, da semana oficial de moda de São Paulo, divulgou os nomes das dez brasileiras que "estremeceram" o mundo da moda em 2006 não apenas por fazerem campanhas publicitárias milionárias mas também pelo destaque que conseguiram nos editoriais de moda e nos desfiles no exterior. Os nomes: Bruna Tenório, Camila Finn, Carol Trentini (foto), Daiane Conterato, Fabiana Semprebom, Flávia de Oliveira, Flavia Lucini, Raquel Zimmermann, Solange Wilvert e Viviane Orth.
rei Galvão vai virar santo. Só não se sabe ainda com certeza a data. Mas a confirmação do reconhecimento de um segundo milagre a ele atribuído – condição para a canonização – foi divulgada pelo Vaticano. Frade franciscano, Antonio de Sant’Anna Galvão já havia sido declarado beato pelo papa João Paulo 2° em outubro de 1998. Coube a Bento 16 reconhecer o segundo milagre do primeiro santo nascido no Brasil, por meio de um decreto publicado no sábado. Agora, resta aos cardeais que compõem o colégio cardinalício se reunirem e confirmarem a canonização. O encontro – chamado concistório público – deve acontecer entre janeiro e fevereiro de 2007 e a expectativa dos devotos de Frei Galvão é de que a data da
Epitácio Pessoa/AE
canonização seja anunciada no concistório. Mais esperado ainda é que a canonização ocorra em cerimônia durante a visita do papa Bento 16 ao Brasil, em maio.
O segundo milagre será mantido em sigilo até a canonização de Frei Galvão, nascido em Guaratinguetá, em 1739, ficou conhecido por suas "pílulas", pedacinhos de papel que contêm uma oração para Nossa Senhora que, ingeridos, afirmam os fiéis, têm o dom de curar doenças. O papa Bento XVI também assinou no sábado os decretos que reconhecem como mártires a freira baiana Lindalva Justo de Oliveira, a menina catarinense Albertina Berkenbrock e o adolescente gaúcho Adílio Daronch, além do padre Manuel Gómez González, que nasceu na Espanha e passou por Portugal antes de ser enviado para o Rio Grande do Sul. Como mártires, eles não precisarão ter feito milagre para ser declarados beatos.
Eric Ferferberg/AFP
E SCÓCIA
Exército dos 'sem-saias' regimentos em um único Regimento Real da Escócia. "Uma planejada licitação de kilts será acordada com o Regimento Real e o programa completo será completado até janeiro de 2008", disse um porta-voz do Ministério da Defesa. O ministério se recusou a dizer quem venceu a licitação no valor de 1 milhão de libras. "O kilt é psicologicamente importante para a identidade de soldados escoceses", disse o coronel Willy Macnair. "E pode ser que alguns soldados do novo regimento, até a hora que saírem, podem nunca tê-lo usado".
SEM-TETO EM PARIS - Sem-teto acampam às margens do canal Saint Martin, no décimo distrito parisiense, para chamar a atenção de autoridades e da população para a necessidade de uma política de longo prazo para resolver a falta de moradia na cidade.
MÚSICA
C A R T A Z
André Abujamra (foto) canta com o Grupo de Prática de Conjunto e Performance Musical do Sesc. Teatro Anchieta/Sesc Consolação. Rua Dr. Vila Nova, 245. Telefone: 3234-3000. 21h. Grátis. G @DGET DU JOUR
F AVORITOS
Sun Jar, um vidro cheio de sol
O universo dos games
B RAZIL COM Z
Adolescência, crime e drogas O jornal sul-africano The Star publicou em sua edição de ontem um retrato da adolescência nas favelas brasileiras. Baseado num levantamento feito pelo Observatório de Favelas, o jornal afirma que "ser adolescente nas favelas do Rio de Janeiro significa trabalhar para o narcotráfico". "Muitos deles fazem do tráfico um jeito de ganhar a vida e de morrer", diz o jornal, apoiado na estatística o Observatório segundo a qual de 230 adolescentes que trabalhavam para o narcotráfico em abril, 45 morreram até maio de 2006.
Reprodução do site
Fotos: Andreas Meier/Reuters
Investigação realizada pelo Marijuana Policy Project (MPP), organização que defende a legalização da droga, aponta que a maconha é o cultivo mais rentável nos EUA. A "plantinha" dá mais lucro do que o milho e o trigo juntos e rendeu US$ 35,8 bilhões aos produtores apenas este ano. (O milho rendeu US$ 23,3 bilhões e o trigo, US$ 7,45 bilhões). O estudo afirma ainda que, apesar das campanhas de erradicação nas quais foram apreendidas 103 milhões de plantas e destruídos 36.000 cultivos por ano, a produção multiplicou por 10 entre 1981 e 2006, de 1.000 a 10.000 toneladas métricas. I NDONÉSIA
O melhor abridor de garrafas
A
Copa da Alemanha, Cannavaro se torna o primeiro zagueiro a ganhar o prêmio da Fifa, que foi criado em 1991.
derrota na eleição de melhor jogador do mundo é mais uma das decepções de Ronaldinho Gaúcho em 2006. Depois de conduzir o Barcelona ao título da Liga dos Campeões da Europa e ao bicampeonato espanhol, o brasileiro fracassou com a seleção na Copa da Alemanha e, no último domingo, perdeu o título mundial de clubes para o Internacional, na final disputada no Japão. Vitória, para Ronaldinho, só no marketing: o jogador empresta seus dentes a um popular abridor de garrafas.
US$ 110 por um hambúrguer O hotel Four Seasons de Jacarta está servindo um hambúrguer que custa mais que o dobro do salário mínimo do país. O sanduíche de US$ 110 é feito de carne de Kobe com foie gras, cogumelos portobello e peras coreanas – tudo isso acompanhado de fritas. O hotel disse que já vendeu 20 hambúrgueres do tipo desde que eles foram lançados no cardápio, este mês. Cada hambúrguer tem 225 gramas de carne de Kobe. Os animais bebem cerveja misturada com leite, vitaminas e comem pasto sem pesticidas. Já o foie gras e as peras coreanas são alimentos importados.
http://pics.nerdnir vana.org/v/sports/ Ronaldinho+Bottle+Opener/
L OTERIAS Concurso 178 da LOTOFÁCIL
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www.gamecultura.com.br
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jogadora Marta foi escolhida como a melhor atleta do futebol feminino em 2006, depois de dois anos se classificando para as finais, mas sem levar o troféu. Em 2004 e 2005, a brasileira já havia atingido a final, mas foi superada por suas concorrentes alemãs e americanas. Ontem, superou a alemã Renate Lingor e a norteamericana Krsitine Lilly. Com apenas 20 anos, Marta é o "temor" de suas adversárias. Para Mia Hamm, ex-número 1, Marta terá muito tempo ainda para conquistar vários títulos. Ontem, ao agradecer o prêmio, a jogadora brasileira aproveitou para apelar a clubes, CBF e empresários para que uma liga profissional feminina no País. No masculino, Fabio Cannavaro, zagueiro da seleção italiana e do Real Madrid, foi eleito o melhor jogador de 2006. Na votação, ele superou o francês Zinedine Zidane e o brasileiro Ronaldinho Gaúcho. O capitão da seleção da Itália na conquista do título na
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product.php?rangeID=50%23
Usando uma célula fotovoltaica e uma bateria para acumular a energia solar, essa luminária pode ficar acesa a noite toda, usando LEDs de baixo consumo. Custa 20 libras no site da SUCK UK Design.
Em campo, os melhores do mundo
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www.suck.uk.com/
O site Gamecultura se define como um ponto de encontro para todos que querem aprender a se divertir e estão dispostos a mergulhar no mundo dos games. Ali, o internauta encontra jogos para download, notícias sobre o mundo dos jogos online e dos videogames, links, fórum e até informações exclusivas para profissionais envolvidos com esse tema. O diferencial do site é unir game e educação, reunir jogos educativos e até uma lista de livros que abordam esse pedaço do espaço virtual.
Cientistas do Instituto Pasteur, na França, publicaram um estudo na revista online Nature Genetics em que revelam a descoberta de um gene ligado ao autismo, problema mental que impede a comunicação e o relacionamento normal, cujas causas são desconhecidas. Segundo o estudo, anomalias no gene SHANK3, responsável por fazer as conexões no cérebro necessárias ao desenvolvimento da linguagem estão ligadas ao distúrbio. O gene não explica todas as formas do autismo, mas pode ajudar a explicar as dificuldades de comunicação.
Maconha: lucro ilegal, mas certo
F UTEBOL E M
Identificado gene do autismo
E UA
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Mais de 5.000 soldados escoceses terão que dividir kilts (saias típicas) cerimoniais entre eles porque chefes do Departamento de Defesa ainda não finalizaram um contrato para comprar vestimentas suficientes, disseram autoridades militares ontem. O Exército, com passagens regulares no Iraque e no Afeganistão, tem apenas 320 kilts, ou seja, um para casa 15 soldados. Os kilts são usados apenas para cerimônias militares, como funerais, marchas e comemorações. Todos os soldados escoceses precisam de novos kilts em decorrência da fusão, em agosto, de antigos
C IÊNCIA
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
França investiga morte repentina de mais de quatro mil frangos. Resultado sairá hoje Europeus têm cada vez mais medo dos muçulmanos, revela estudo da União Européia Polícia britânica prendeu Tom Stephens, o suspeito de assassinar cinco prostitutas
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OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
DOISPONTOS -77
C
O PAÍS TRAVADO Nunca antes nesse país se contou tanta mentira e com tanto cinismo
M
Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
ais um ano se passou e o Brasil continua travado nas suas lutas para o desenvolvimento. Não há crescimento sustentado. A miséria continua à vista em cada cruzamento, as favelas continuam inchando, os jovens brasileiros morrem nas fronteiras quando são "deportados" em busca de melhores oportunidades de trabalho, a classe média perde renda ano após ano escorchada por um Estado parasitário. Poderíamos eleger o ano de 2006 como o Ano da Mentira, porque "nunca antes nesse país" se contou tanta mentira e com tanta dose de cinismo, assim como também nunca ficou patente tanta roubalheira. E a impunidade grassa solta sem se ver ninguém até o presente momento ser punido! Estabeleceu-se a confusão entre o que é patrimônio público e o privado, gerando o descrédito e a falta de identificação da sociedade com a política e os partidos políticos. Ressurge em todas as ações do Estado a corrupção e a ineficiência (na saúde, na educação e na segurança, por exemplo). Enfim, um Estado-clientelista, um Estado-inimigo-do-povo, cabide de empregos, já que muitos querem a estabilidade, onde se encontra a maioria da esquerda que levanta a bandeira do social mas que quer mesmo ficar encastelada em empregos públicos. Protegida por leis que geram privilégios e que lhes garante estabilidade e liberdade, esta esquerda ataca daí as forças da livre iniciativa, querendo a destruição da economia de mercado, e, assim, visando a implantação de um socialismo antiquado, nos moldes da ex-União Soviética. Qualquer semelhança entre o que vivemos no Brasil atualmente
G Nunca ficou
patente tanta roubalheira. E a impunidade grassa solta. G Ficou a
confusão entre o que é patrimônio público e o privado G O descrédito
e a falta de identificação da sociedade com a política e os partidos políticos G Voltou
o Estadoclientelista, o Estadoinimigo do povo
com o que disse o anarquista Bakunin no Século XIX, não é mera coincidência : O governo da imensa maioria das massas populares se faz por uma minoria privilegiada. Esta minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e pôr-seão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem duvida disso, não conhece a natureza humana.
O
Estado brasileiro tem uma história repleta de fraquezas, prostituído com interesses privados e coexistência com redes de auxilio mútuo de parentes, amigos e colegas dos políticos, o que, acaba levando à sua ineficiência, que gera péssimos serviços públicos prestados à população. No Brasil, a tendência é banir o mérito. Enfim, não avançamos para a redução da pobreza: não há nenhum projeto de país à vista, o que nos causa uma imensa tristeza. Estamos condenados à pobreza. Para milhões a miséria faz parte do dia-a-dia, sem esperanças. Talvez à gente brasileira os deuses tenham legado um tonel de alegria e otimismo, para misturarmos aos tonéis de males que nos infelicitam. E, assim, vamos entrar em 2007, com a esperança de um porvir de alegrias. ANTÔNIO VIOTTO NETTO É SUPERINTENDENTE DA ACSP, DISTRITAL MOOCA NETTO182@TERRA.COM.BR
PAULO SAAB APELO AOS PARLAMENTARES
A
companho as atividades dos parlamentos brasileiros, especialmente a Assembléia Legislativa de São Paulo, a Câmara dos Deputados e o Senado, desde 1976, portanto há 30 anos, desde que fui eleito, na ocasião, presidente da Associação dos Cronistas Parlamentares do Estado de São Paulo. Aprendi, na época, com um guru do jornalismo político, Ricardo Sergio Mendes, repórter do Estadão, veterano de cobertura parlamentar, que cada Legislatura, sucessivamente, seria pior do que a outra. Não acreditei, naquela oportunidade e, apesar do conhecimento profundo do provecto e competente repórter sobre a alma parlamentar, atribui o desencanto a circunstâncias que na época enevoavam a atividade da representação popular. Há anos perdi o contato com o Ricardo, mas poderia dizer, até com tristeza: você tinha toda razão! Nesses 30 anos, a cada Legislatura, o que se viu e o que se vê é uma decadência moral, intelectual, cultural, de comprometimento, da atividade parlamentar no Brasil. Sábio Ricardão!
E
N atal 2006: o Papai Noel é a única verdade. Por Abê.
A corrupção dos miseráveis
C
onversando com amigos, vejo que a corrupção atingiu todos os níveis sociais, morais e intelectuais. Se já não é mais surpresa a prática entre indivíduos do alto escalão, o que falar da classe mais humilde, que nunca pôde ter a menor noção de ética e cidadania? Não é preciso ir muito longe para perceber que a corrupção está generalizada. O pobre de hoje virou comodista, pois já perdeu todos os seus sonhos e expectativas quanto a um futuro melhor. E como se não bastasse, percebeu que sem trabalhar consegue manter — e em alguns casos até melhorar — o padrão que tinha enquanto era um simples empregado.
São cada vez mais comuns casos de trabalhadores que pedem para ser demitidos vislumbrando, por exemplo, o recebimento do segurodesemprego, mesmo que por um pequeno período. Nesse meio tempo, eles caem no mundo da informalidade fazendo alguns bicos e garantindo o sustento em casa. Outras vezes, chegam até a arrumar um novo emprego, mas com a condição de não serem registrados enquanto tiverem “direito” ao benefício. E assim, o que era para ser assistência excepcional, virou regra. Infelizmente, essa corrupção dos miseráveis tende a se expandir ainda mais. Outro dia, soube de uma história
similar: o zelador de um prédio em Natal (RN) pediu a um amigo que intercedesse junto à administração do condomínio onde trabalhava para que o demitissem. Estranhando o pedido — afinal, era com aquele emprego que o mesmo sustentava a esposa e os dois filhos —, o amigo quis saber o motivo. Qual não foi sua surpresa quando o colega lhe contou que seus dois cunhados desempregados, também em Natal, vivem melhor do que ele por conta da bolsa-escola, cartão-cidadão, cartão-alimento, vale-gás, transporte gratuito, vale-refeição (acreditem!) e demais benfeitorias dado a título de esmola pelo nosso probo governo. O pior é
que se fizermos as contas veremos que ele tem razão. Vejam: Bolsaescola: R$ 175,00 para cada filho que freqüente as aulas; Cartão-cidadão : R$ 350,00; Vale-gás: R$ 70,00; Vale-transporte: R$ 8,00/dia; vale-refeição: R$ 3,50/dia. Calculando-se para quatro pessoas (ele, a esposa e os dois filhos), soma R$ 420,00. Total em dinheiro, R$ 700,00; total em serviços, R$ 650,00, chegando a R$ 1.350,00/mês. Seu salário, acrescido de horas extras, girava em torno de R$ 830,00. Como ele tem três filhos em idade escolar, descobriu ser vantajoso ficar desempregado e passar a fazer jus a todos esses benefícios, já que sua renda mensal
subiria para aproximadamente R$ 1.525,00 — quase o dobro do que ganhava trabalhando.
C
om os supersalários recebidos, inclusive e principalmente por autoridades dos três poderes, quem poderá julgá-los? E quem paga por isso? Nós, que batalhamos dia-a-dia para tentar garantir um mínimo de dignidade para nossas famílias. Sou favorável à distribuição de renda, mas da forma como vem sendo conduzida é um exagero. Ou melhor, como diria Boris Casoy (expurgado da tevê por se opor ao governo), é uma vergonha! SYLVIA ROMANO É ADVOGADA SYLVIAROMANO@UOL.COM
sta Legislatura, que se encerrará em março de 2007, é reconhecida por todos quantos acompanham a vida política do País como a mais indigente e imoral de todas. Nunca na história de República brasileira um parlamento, especificamente o Congresso Nacional, enxovalhou tanto os brasileiros, nunca houve tanta imoralidade, espírito de corpo e em alguns casos banditismo explícito. Esta Legislatura vai deixar uma única saudade: servir de exemplo para as próximas no sentido de buscar resgatar o comportamento e, conseqüentemente, a imagem e o valor da atividade parlamentar junto aos representados.
abem escusas pela ampla generalização porque, em meio aos que deneguem o parlamento, há sempre dignos detentores do mandato da representação popular. Sua culpa é a do silêncio, da observância ao espírito corporativo, ao calaremse, omitirem-se ou absolverem os companheiros culpados. Sobre os eleitos para assumir em 2007 (incluindo os reeleitos que trarão na barra das calças ou vestidos manchas de lama a serem lavadas), pesa uma responsabilidade dupla. Além desse resgate necessário da imagem negativa acentuada, cumprirem as obrigações de ofício, fazer o parlamento operar, sem conluios ou venda de voto ao Executivo ou a terceiros. À luz da observância do antigo repórter, vai piorar!
O
apelo que se pode fazer é um pouco fora de lógica porque se refere ao simples cumprimento das obrigações. Mas seja feito: senhoras e senhores senadores e deputados federais e estaduais eleitos em 2006: - Não mudem de partido. - Sejam honestos. - Cumpram suas obrigações. - Votem sempre em aberto. - Não façam parte de grupos ou lobbies de interesses escusos. - Não apresentem projetos de lei sem interesse público - Não sejam nepotistas, corporativistas nem corruptos. - Não cedam ao canto da sereia dos palácios e dos ganhos fáceis. - Compareçam às sessões, às comissões e trabalhem para fazer jus ao que recebem e ao que vão ter de (escandaloso) aumento nos vencimentos. - Tenham vergonha na cara. Quem votou em vocês tem um mínimo de esperança de que haja dignidade na representação. Mudem a história de que cada Legislatura será pior que a anterior. Se a de vocês for pior do que a atual, não sobrará nada, absolutamente nada, para suas biografias. PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR
G Nunca um Congresso enxovalhou tanto, nunca houve tanta imoralidade, espírito de corpo e banditismo!
FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
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Informática
Chegou a hora dos presentes. Com tecnologia, há opções para todos os gostos.
Fotos Divulgação
TELEFONE IP O Skyvoice Phone funciona como adaptador, permitindo o uso de telefone convencional nas chamadas pela Internet com o software Skype. O Skyvoice pode ser incorporado a um aparelho comum, eliminando a necessidade de conexão adicional. Sai por R$ 163, no site www.skyvoice.com.br. Consulte revendas: 0800-703 8004.
Momento gadget Rachel Melamet
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omputador, impressora, telefone celular, câmera digital, iPod, laptop, TV de plasma... A pessoa que você quer presentear já tem o kit básico dos amantes da tecnologia e você não sabe o que mais poderia agradar? Não se preocupe com nada. As novidades tecnológicas proliferam a cada dia, e os equipamentos não param de evoluir. Nas lojas especializadas, tanto físicas quanto na Internet, há de tudo para agradar os adultos e adolescentes que não dispensam os brinquedinhos eletrônicos, a maioria baseados na tendência de unir mobilidade e convergência. Alguns gadgets têm preços salga-
MP4 COM MÚLTIPLAS FUNCÕES Conexão de pen drive, tela de iPod, voz e vídeo. O novo Mirage Sing MP4 Player permite até 4 horas de vídeo ou 7 de música, dependendo da memória. Preço: R$ 449.
Presentes com
CAMINHO CERTO O Navegador GPS Airis T920A, um dos mais vendidos na Europa, tem tela LCD de 3,5 polegadas, pesa apenas 178 gramas, vem com software em português e mapas das regiões metropolitanas de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Belo Horizonte (MG). Intuitivo e fácil de usar. Módulo GPS e antena integrada. Pode ser utilizado em carros, motos e até mesmo por pedestres. Preço sugerido: R$ 2.000.
dos, comparáveis aos de computadores completos. Mas quem puder investir não vai se arrepender. Por exemplo: ter um GPS que cabe na palma da mão e mostra todos os caminhos, do mais curto ao mais rápido, para que seu dono nunca mais se perca no emaranhado de ruas das grandes metrópoles como São Paulo e Rio, tem um custo-benefício que não se pode mensurar devidamente. Aparelhinhos multimídia que oferecem TV, rádio, vídeos, DVDs e fotos para qualquer lugar também têm vantagens que valem o preço. Mouses que "falam" como telefones via VoIP são baratos e, além disso, ajudam a economizar nas ligações. Veja nesta página algumas dessas novidades. E Boas Festas.
180 GRAMAS E 100 GB Da francesa LaCie, o HD externo Móbile, com 100 GB e só 180 gramas. Perfeito para triplicar a capacidade de PCs e laptops. Preço de lançamento: R$ 899. Exclusividade na livraria e no portal www.saraiva. com.br
TECNOLOGIA MOUSE FALANTE Mouse óptico e telefone em um só produto. Lançamento para o Natal da Extralife: o Mouse Óptico + Viva Voz USB. Não precisa de energia externa ou placa de som adicional. O cabo mede 1,5 metro. Tem 12 meses de garantia. Preço sugerido: R$ 89.
iPODs A TODO VOLUME A Gradiente apostou nos fanáticos por iPod e lançou uma linha exclusiva para incrementar a maneira de escutar, controlar e recarregar o modelo de MP3 player mais vendido no mundo. A linha iBox tem três aparelhos, todos com o selo oficial "Made for iPod" (na foto, o CR-i300). De R$ 599 a R$ 899 nas lojas.
TUDO SOB CONTROLE Para acabar com os outros controles e ter domínio até sobre a iluminação. O Harmony 520 é fácil de configurar. Custa R$ 1.237.
VÍDEO, MÚSICA E ARQUIVOS Com disco de 20 GB, o Personal Media Player - Reprodutor Multimídia Color Airis, tem tela TFT de 4 polegadas e tela de 480x272 pixels e 16,7 milhões de cores. Preço: R$ 1.999.
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Gadgets Hardware Computadores Impressoras
DIÁRIO DO COMÉRCIO
FABRICANTES APOSTAM NO AVANÇO TECNOLÓGICO
A FESTA do dual core Este Natal será o da popularização dos processadores com dois núcleos, que estão equipando os computadores mais poderosos e também os modelos intermediários.
Carlos Ossamu e em física existe a Lei de Newton, em informática a Lei de Moore reina como verdade absoluta há mais de 40 anos e continua atual. Segundo ela, a capacidade de processamento dos chips dobra a cada 18 meses. Foi uma constatação de Gordon Moore, um dos fundadores da Intel, que em 1965 (16 anos antes do lançamento do PC) percebeu que o número de transistores dos circuitos integrados estava dobrando a cada 24 meses – posteriormente, foi recalculado para 18 meses. Foi essa evolução dos processadores, que ficaram menores, mais poderoso e baratos, que permitiu o surgimento do computador pessoal, o PC (Personal Computer), lançado em agosto de 1981. Pode-se dizer que o PC teve três grandes saltos tecnológicos – o primeiro com o chip 80386 (do famoso PC 386, lançado em 1985), que popularizou o microcomputador; o segundo com a Pentium MMX (1997), que permitiu rodar aplicações multimídia (textos, imagens e som ao mes-
Semp Toshiba Lince EL1513 (Básico). O modelo traz o processador Intel Pentium 4 de 3.06GHz, memória de 256 MB, HD de 80 GB, leitor de DVD e gravador de CD-RW, monitor de 17", leitor de cartões de memória, placa de rede, fax/modem, Windows Starter Edition. Preço: R$ 1.799.
Sony Vaio TXN15BP(Avançado) Processador Intel Solo de 1.20 GHz, memória de 1 GB, HD de 80 GB, gravador de DVD-RW, tela de 11", acesso à rede sem fio, placa de rede, Windows XP Professional, pesa 1,25 Kg. Preço: R$ 10.999.
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
Chips mais poderosos mais avançados contribuíram para a queda de preços
Fotos Divulgação
Semp Toshiba Media PC STI MC-1931 (Avançado) Processador Intel Pentium D 805 de 2.66 GHz, memória de 1GB, HD de 200GB, gravador de DVDRW, Monitor de LCD de 19", sintonizador de TV e rádio FM, leitor de cartões de memória, placa de som Realtek com 8 canais, alto-falantes integrados, acesso à rede sem fio, placa de rede, fax/modem Windows XP Home. Preço: R$ 7.299
mo tempo); e agora os chips de núcleo duplo (Dual Core), que funciona como se fossem dois chips em um só. A AMD foi quem saiu na frente nesta tecnologia, lançando no ano passado o AMD Athlon 64 X2. Logo em seguida, a Intel lançou a sua versão: o Pentium D e o Pentium Extreme Edition. Já na metade deste ano, a Intel apresentou os chips Core 2 Duo, popularizando de vez a tecnologia de núcleo duplo, que equipa hoje as máquinas mais poderosas. Hoje, nos micros desktops básicos, o consumidor irá enc o n t r a r o s p ro c e s s a d o re s AMD Athlon, Intel Celeron D e até Pentium 4, que há cerca de dois anos era o chip mais poderoso do mercado de PC. Alguns modelos de micros básicos e a quase totalidade dos modelos intermediários e avançados já estão vindo com gravador de DVD. Os monitores de LCD também caíram de preço e é uma boa opção – ocupam menos espaço na mesa, consomem menos energia e proporcionam maior conforto visual. Os notebooks também são destaques, já que ficaram mais acessíveis.
HP Desktop Pavilion b2060 (Avançado) Processador Intel Pentium D 915 de 2.8 GHz, memória de 2 GB, HD de 250 GB, gravador de DVD, sintonizador de TV e rádio FM, controle remoto, leitor de cartão de memória 16 em 1, placa de vídeo de 256 MB, placa de som Realtek para até 6 caixas de som (5.1), placa de rede, fax/modem, sistema operacional Windows XP Home. Preço: R$ 3.999, sem monitor.
HP Pavilion dv6110 (Básico) Processador Sempron 3400, 1.8 GHz, memória 256 MB, HD 40 GB, leitor de DVD e gravador de CDRW, tela de 15,4", acesso à rede sem fio, placa de rede, fax/modem, Windows XP Home, pesa 3.07 kg. Preço: R$ 2.699.
Itautec Minitorre (Básico) Equipamento da Itautec para atender o programa Computador para Todos de inclusão digital do governo federal. Vem com processador Celeron D 325 de 2.53 GHz, memória de 512 MB, HD de 40 GB, leitor de DVD e gravador de CD-RW, monitor de 17", placa de rede, fax/modem e sistema operacional Linux Librix. Preço: R$ 1.399.
Positivo PCTV Z60 (Médio) Processador Intel Pentium 4 de 3.06 GHz, memória de 512 MB, HD de 80 GB, gravador de DVD-RW, monitor de 17", leitor de cartões de memória MS, MS Pro, SD, MMC, Compact Flash e Smart Media, sintonizador de TV, controle remoto, placa de rede, fax/modem Windows XP Home Preço: R$ 1.999.
Apple iMac Core 2 Duo (Médio). Processador Intel Core 2 Duo de 1.83 GHz, memória de 512 MB, HD de 160 GB, gravador de DVD, monitor LCD de 17" widescreen, câmera de vídeo iSight integrada, acesso à rede sem fio, porta FiereWire, saída mini-DVI, microfone e alto-falantes integrados, sistema operacional Mac OS X Tiger. Preço: R$ 4.699
Lenovo 3000 N100(Médio) Processador Intel Core Duo T2300 de 1,66 GHz, 512 MB de RAM, HD de 60 GB, tela de 15,4", leitor de DVD e gravador de CD-RW, leitor de impressões digitais, acesso a rede sem fio, placa de rede, Windows XP Professional, 2,83 Kg. R$ 5.529.
Dell Latitude D820 (Avançado) Processador Intel Core Duo T2300E de 1.66 GHz, 512 MB de RAM, HD de 40 GB, tela de 15,4", leitor de CD-ROM, placa de vídeo Nvidia 256 MB, acesso à rede sem fio, placa de rede, fax/modem, WindowsmXP Professional. 2,8 Kg. R$ 6.499.
Positivo Mobile V25(Básico) Processador Celeron M360, 256 MB de memória RAM, HD de 40 GB, leitor de DVD e gravador de CD, tela de 14,1" widescreen, acesso a rede sem fio, placa de rede, fax/modem, leitor de cartões de memória (SD, MMC, MMC Pro), Windows XP Home, pesa 2,4 Kg. Preço: R$ 2.499.
Apple MacBook (Médio) Processador Intel Core Duo 2 GHz, 512 MB, HD de 80 GB, gravador de DVD sem bandeja, tela de 13,3" widescreen, rede sem fio, controle remoto, webcam, porta FireWire, Mac Os X, 2,36 Kg. R$ 6.599.
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
Hardware Computadores Impressoras Fotografia
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 Além de imprimir, elas podem ser utilizadas como copiadoras e também scanners.
HÁ MODELOS PARA TODOS OS GOSTOS E NECESSIDADES
Fotos Divulgação
BOA impressão Aproveite as ofertas de fim de ano para trocar de impressora
s impressoras continuam a ser um equip a m e n t o f u n d amental para qualquer usuário e são uma boa alternativa de presente de Natal, para dar e receber. O mercado oferece uma variedade de modelos e tecnologias, dependendo da aplicação. Para quem deseja montar um escritório em casa, as multifuncionais são as
máquinas ideais. Além de imprimir, elas funcionam como copiadoras e scanner, tudo em um aparelho só, o que é muito prático em pequenos escritórios. Já para quem tem um volume maior de impressão, as impressoras a laser coloridas estão agora mais acessíveis aos bolsos gerais. Já foram muito caras, hoje, custam cerca de R$ 1.300. Há alguns anos, mode-
Epson Stylus CX4900Multifuncional, imprime imagens de alta resolução (border free) em apenas 28 segundos. A velocidade para textos em preto pode alcançar 27 ppm e, nos coloridos, 26 ppm. A resolução máxima é de 5.760 x 1.440 dpi. Preço: R$ 549.
los similares não saiam por menos de R$ 5 mil e eram usados somente por grandes corporações. Equipamentos para impressão de fotos também começam a ganhar mercado: oferecem melhor resolução e acabamento, desde que se utilize papel especial. O resultado é como uma foto tradicional. Confira aqui algumas ofertas. OKI C3400n Impressora a laser colorida com velocidade de 20 páginas por minuto em preto e 16 em cores, resolução 1.200 x 600 pontos por polegadas. Placa de rede, impressão frente e verso manual por meio de softwares. Compatível com Windows e Mac OS. Preço: R$ 1.299.
Estúdio HP Photosmart A433O O estúdio fotográfico portátil HP Photosmart A433 é um sistema fotográfico completo com câmera digital e impressora fotográfica para fotos de 10x15cm. Basta conectar a câmera na impressora, clicar e imprimir a foto selecionada. O conjunto traz a câmera digital HP Photosmart M425, com resolução de 5.2 megapixels e zoom óptico de 3x e digital de 6x (18x de zoom total). Além disso, o equipamento vem com recursos de vídeo e controle remoto incluído para reproduzir fotos e vídeos em qualquer TV com entrada de vídeo RCA. Preço: R$ 999.
HP Color LaserJet 2600n Impresora a laser colorida com velocidade de 8 páginas por minuto em preto ou em cores, resolução de 600 x 600 pontos por polegada. Imprime a primeira página em 20 segundos, é compatível com Windows e Mac OS. Preço: R$ 1.299.
Samsung CLP-300 A fabricante afirma ser a menor impressora a laser colorida do mercado, medindo 390x344x265 mm e pesando 13,6 Kg. Oferece resolução máxima de 2.400 x 600 pontos por polegada, velocidade de 16 páginas por minuto em preto e 4 páginas por minuto em modo cor e é compatível com Windows, Mac OS e Linux. Preço: R$ 1.299.
Lexmark X3470 Esta nova multifuncional da Lexmark reúne impressora, copiadora e scanner. Ela oferece velocidade de impressão de até 17 páginas por minuto (ppm), resolução de até 4.800 x 1.200 pontos por polegada (dpi), como copiadora faz até 12 cópias por minuto (com) e o scanner tem resolução de 600 x 1.200 dpi. O usuário pode imprimir fotos diretamente do cartão de memória da câmera digital no tamanho 10 x 15 cm sem borda. Preço: R$ 499.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
Rogério Albuquerque/AFG
ESPECIAL - 21
O encanto dos presépios em exposição pela cidade Um dos presépios mais famosos do mundo veio da Itália: é uma réplica do original exposto no Vaticano e está no Shopping Jardim Sul. Mas há muitas outras opções em toda a cidade
Marcelo Min/AFG
A
o lado da árvore de Natal e do Papai Noel, o presépio é um dos mais fortes símbolos natalinos e uma das mais antigas formas de representação do Natal. A palavra presépio se o r i g i n a d o l a t i m " p r a e s epium", e significa curral, estábulo. É a representação artística do nascimento do Menino Jesus. Os cristãos já celebravam a memória do nascimento de Jesus desde finais do século 3, mas a tradição do presépio tem as suas origens bem mais tarde, por volta do século 16. Na cidade, há diversas exposições, que valem a penas visitar. Conheça algumas delas:
Marcelo Min/AFG
Exposição de Presépio Local: Estação Tiradentes do Metrô - avenida Tiradentes Telefone: 3326-1373 Promotor: Companhia Metropolitana e Museu de Arte Sacra. O Museu de Arte Sacra montou um dos presépios de seu acervo no espaço reservado ao museu na Estação Tiradentes do Metrô.
Marcelo Min/AFG
Exposição Paulista de Presépios Local: Centro do Empreendedor - Sebrae - rua José Getúlio, 89 - Aclimação - Tel: 0800 7 2 8 0 2 0 2 - w w w . s ebraesp.com.br Pela primeira vez o Sebrae promove uma exposição de Presépios de Natal. A visitação é gratuita e está aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.
Presépio no Largo
Marcelo Min/AFG
As exposições, pela ordem: no Jardim Sul, no Museu do Presépio, no Convento São Francisco, no Museu de Arte Sacra e na estação Tiradentes do metrô
São Francisco Local: largo São Francisco, 1 3 3 - Te l : 3 2 9 1 - 2 4 0 0 www.franciscanos.org.br A tradicional Exposição Franciscana de Presépios no Convento São Francisco já está na sua 18ª edição. O espaço está aberto para visitação todos os dias da semana, das 9h às 21h.
Exposição Permanente de Presépios Local: Museu de Arte Sacra avenida Tiradentes, 676 - Tel: 3326-1373 - http://artesacra.sarasa.com.br Exposição permanente, com destaque especial ao Presépio do século18, representando uma Vila Napolitana e todas as
profissões existentes nela. São 1.620 peças e foram doadas ao Museu por Cecilio Matarazzo.
Presépio de Natal do Shopping Jardim Sul Local: Shopping Jardim Sul 2º Piso - avenida Giovanni Gronchi, 5819 - Morumbi - Tel. 3 7 7 9 - 3 9 0 0 - w w w. j a rd i msul.com.br O Shopping Jardim Sul preparou um evento inesquecível de Natal - um dos presépios mais famosos do mundo. Vindo diretamente da Itália, é uma réplica do original exposto no Vaticano. Além disso, visitante poderá adquirir um presépio pra decorar a sua casa. A venda será revertida para o Seminário Maria Mater Ecclesiae, em Itapecerica da Serra. CO
Logo Logo DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.LOGO
Cris Bouroncle/AFP
Se eles não me obedeceram, que culpa eu tenho?
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Augusto Pinochet, ex-ditador chileno, em entrevista ao jornal "La Tercera" uma semana antes de morrer, atribuindo a subalternos a responsabilidade por mais de três mil mortes. Ele negou que tivesse ordenado os assassinatos, torturas e violações dos direitos humanos cometidos durante o seu regime.
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006 Heitor Hui/AE
18
DEZEMBRO
Morte do escultor ítalobrasileiro Victor Brecheret (1895-1955). Ao lado, sua obra mais conhecida, o Monumento às Bandeiras
M ÚSICA U RBANISMO
Emoção, aplausos e bis
Estratégia anti-colapso para NY próximos anos estão a criação de casas para 1 milhão de habitantes, melhoras nos serviços de estradas e aumento na capacidade do transporte público, além da transformação de áreas poluídas da cidade em áreas de lazer. A redução das emissões de gases em mais de 30% com o uso de energias limpas e renováveis, construção de um terceiro túnel de abastecimento de água – obra faraônica que custará cerca de US$ 6 bilhões e que terminará por volta de 2020 – e a ampliação do sistema elétrico que, como está, só agüentará até 2012.
Jovens de Heliópolis, maestro Tibiriça e Arnaldo Cohen levantam a platéia
O
pianista brasileiro internacionalmente famoso Arnaldo Cohen dividiu com carinho e muita simpatia o sucesso de sua apresentação com os jovens da Sinfônica de Heliópolis e seu regente, o maestro Roberto Tibiriça. De mãos dadas com Tibiriça e Douglas Nóbrega, o jovem violinista, agradeceu ao público que aplaudia em pé e pedia bis (que ele concedeu) para sua apresentação, que lotou o Teatro Municipal de São Paulo, na noite de sábado último. Na platéia uma mistura raramente vista para um concerto: os aficionados em música clássica sentados ao lado dos parentes dos jovens músicos da Sinfônica do Instituto Baccarelli, todos oriundos da favela de Heliópolis; sem falar em figuras conhe-
T IME
Músicos se apresentam ao lado do pianista Arnaldo Cohen
cidas do jornalismo e das artes, entre eles o casal de atores Carlos Alberto Ricelli e Bruna Lombardi e a escritora, autora de novelas globais, Adelaide Amaral. Destacavam-se também, o próprio maestro Silvio Baccarelli, o prefeito Gilberto Kassab (PFL), o empresário Antônio Ermírio de Moraes, do Grupo Votorantim (patrocinador), o presidente da Associação Comer-
cial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, o secretário Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, Rogério Amato, o presidente da Confederação das Associações Comerciais do Brasil (CACB), Alencar Burti, o ex-presidente da ACSP, Lincoln da Cunha Pereira e os vice-presidentes da ACSP, Alfredo Cotait Neto e Luiz Roberto Gonçalves. (SLR)
AFP
Você: personalidade do ano, diz revista. A revista Time elegeu "você" como a "personalidade do ano", pelo explosivo crescimento e influência de conteúdos de Internet como blogs, vídeos de sites como o YouTube e redes sociais como o MySpace. A revista colocou um espelho na capa da edição de "personalidade do ano", que chega às bancas hoje. A escolha deixou para trás candidatos de peso, como o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. (Reuters)
Quimioterapia sem efeito colateral
C A R T A Z
Reprodução
O Cinema no Olhar do fotógrafo italiano Tazio Secchiaroli (1925-98), considerado o primeiro paparazzo e que inspirou Federico Fellini no filme A Doce Vida. São 60 imagens de estrelas como Ava Gardner, Sophia Loren (foto) Marcello Mastroianni. Caixa Cultural Paulista. Av. Paulista, 2.083. Telefone: 3321-4400). 10h às 21h.
Para viajar com economia
AeroGarden é um mini-jardim ideal para cultivar ervas na cozinha. Garante a umidade e o calor necessários para o crescimento das plantinhas, que demoram de três a seis meses para ficar no ponto para temperar o jantar. Precinho salgado: US$ 149,99.
Quem planeja uma viagem ao exterior e sabe um pouquinho de inglês pode aproveitar as melhores dicas dos renomados guias de turismo Frommer´s sem ter que gastar um tostão. Um site na internet reúne uma série de informações tiradas diretamente dos guias, como hospedagens, alimentação e atrações mais baratas em cada destino. O site traz ainda uma dica especial por mês, mostrando qual o destino mais interessante e econômico em cada época do ano. www.frommers.com
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Talk is Cheap e Main Offender. Muitos não sabem, mas Richards é o autor de alguns dos principais sucessos da banda como Satisfaction (ele sonhou com o famoso riff de guitarra), Street Fighting Men, Simpathy for the Devil, Ruby Tuesday, It's Only Rock'n Roll e Jumping Jack Flash. Muitas destas letras, princi-
palmente Street Fighting Men, têm a influência de seus pais, que traba lhavam como operários em fábricas, e seu avô que era integrante de uma banda de jazz que se apresentava no interior da Inglaterra e era líder de lutas pelos direitos civis. N o p r ó x im o a n o , R ichards será visto no terceiro filme da série Piratas do Caribe, onde interpretará o pai de Johnny Depp em sua primeira participação no cinema como ator. Mais uma prova de que a canção Time is On My Side (O Tempo está ao Meu Lado) define a sua mais que atribulada vida. Paula Cunha
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Mais de 200 jornalistas mortos na Rússia são homenageados durante comício em Moscou Propaganda inserida no conteúdo de programas e filmes ganha espaço na TV e no cinema
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Temperos frescos para o jantar
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hegar aos 63 anos é normal para a maioria das pessoas, mas para Keith Richards, o guitarrista dos Rolling Stones, pode ser considerado um milagre. Um dos mais criativos músicos do rock, ele e sua banda foram os responsáveis por resgatar a influência do blues e do rhythm and blues no gênero. Suas façanhas vão além da criatividade e das canções inesquecíveis que criou. Além de ter experimentado e utilizado todos os tipos de drogas durante muitos anos, ele sobreviveu a uma queda de um coqueiro no ano passado e a vários acidentes, como um choque ao ligar sua guitarra ao amplificador. Richards mostrou desde o início da carreira suas influências ao misturar diversos gêneros ao rock produzido na década de 60. Seus principais trabalhos com os Rolling Stones são Aftermath, Their Satanic Majesties Request, Beggars Banquet, Let it Bleed, Stick Fingers, Exile on Main Street, entre outros. Tem dois discos solo:
Kimimasa Mayama/Reuters
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F AVORITOS
Rebelde aos 63
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G @DGET DU JOUR
www.improvementscatalog.com
BRAILLE - Mulher chinesa nua mostra inscrições em Braille que foram pintadas em seu corpo pela artista plástica Cheng Yong durante evento de arte contemporânea que aconteceu neste fim de semana em Nanjing, leste da China. R OCK
FOTOGRAFIA
M EIO AMBIENTE
Mares subirão 1,4 metro até 2100
M USEU
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medicamento ainda ajuda a manter saudáveis os vasos principais, o que, segundo os pesquisadores, ajuda a aumentar a eficácia de outros medicamentos usados no tratamento de tumores. "Há vinte anos achávamos que não haveria tratamento para ajudar os pacientes com câncer de pulmão avançado. Agora, encontramos este remédio que também pode melhorar a sobrevivência dos pacientes", afirmou Joan Schiller, diretora de hematologia do Centro Médico Southwestern.
A revista especializada online Science and Development divulgou no fim de semana os planos do Brasil de investir US$ 37 milhões para apoiar iniciativas de empresas privadas para reduzir as emissões de carbono no País. Além de projetos industriais, o dinheiro também financiará pesquisas voltadas ao desenvolvimento de ações eficientes para a remoção dos gases que provocam o aquecimento global da atmosfera. As empresas interessadas em obter o financiamento deverão, também, investir recursos próprios nos projetos eventualmente aprovados. Serviço
O nível dos oceanos pode subir até 1,40 metro até 2100 devido ao aquecimento global, um aumento maior do que o esperado, que ameaça áreas baixas em todo o mundo. Segundo artigo da revista Science, já é a hora de pensar nesse aumento do nível do mar e iniciar o planejamento de medidas de adaptação, como a construção de diques. A pesquisa sugere que os oceanos podem subir entre 50 e 140 centímetros até 2100, bem acima dos 9 a 88 centímetros projetados por uma comissão científica que assessora a Organização das Nações Unidas. Ilhas do Pacífico e trechos de costa de Bangladesh, Flórida, Nova York e Rio de Janeiro podem desaparecer.
M EDICINA
Cientistas dos EUA identificaram um medicamento que freia o fluxo de sangue que alimenta os tumores cancerígenos sem os efeitos da quimioterapia. A descoberta, divulgada pela revista New England Journal of Medicine, foi realizada no Centro Médico Southwestern da Universidade do Texas. O remédio prolongou a vida dos pacientes de câncer de pulmão em pelo menos dois meses mediante sua função antiangiogênica com a qual detém o crescimento do tumor. Batizado como Avastin, o
Aquecimento global controlado Marcos Fernandes/LUZ
Nova York em 2030: mais de 9 milhões de habitantes, escassez de casas, altas taxas de criminalidade, falta de água potável e de energia elétrica e congestionamentos de quase 12 horas. É assim que a prefeitura local prevê o futuro da cidade e, para evitar o colapso, lançou um projeto que pretende identificar o que pode ser feito para renovar a estrutura da cidade. Na primeira fase do projeto, os próprios nova-iorquinos darão suas idéias e falarão de suas necessidades para criar a Nova York do futuro. Entre os projetos já definidos para os
B RAZIL COM Z
Apagão fecha Mercado Municipal a uma semana do Natal e dá prejuízo a comerciantes
Aposentos reais em reforma no Rio Depois de dez anos de reformas estruturais, o Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, deu início ao restauro dos aposentos usados pela família real brasileira durante 80 anos. As obras começaram nas duas salas íntimas das imperatrizes Leopoldina (primeira mulher de dom Pedro I) e Tereza Cristina (mulher de dom Pedro II), na ala do palácio chamada Torreão Sul, onde ficam as coleções egípcias, grecoromanas e pré-Colombiana. Devem durar até o fim do próximo semestre, ao custo de US$ 100 mil (cerca de R$ 213 mil), pagos pela American Express, sem recurso a leis de incentivo fiscal. (AE) C OMPORTAMENTO
Miss pode perder faixa nos EUA A Miss Estados Unidos 2006, Tara Conner, de 20 anos, pode perder sua faixa devido a diversas alegações de mau comportamento, segundo anunciou o jornal britânico Times. O dono do concurso Miss Universo, Donald Trump, decidirá se vai ou não despedir Tara nesta semana. O escândalo estourou depois que a Miss Reino Unido, Danielle Lloyd, perdeu a faixa por ter posado para a Playboy. A organização do Miss Universo alegou que está avaliando "o comportamento e questões pessoais" de Tara, após ela ter aparecido bebendo em Nova York. Nos Estados Unidos é proibido consumir bebida alcoólica antes dos 21 anos. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
22 -.ESPECIAL
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
Encomende a ceia ou procure um restaurante Quem não tem tempo ou habilidade para elaborar pratos dignos de uma ceia de Natal, melhor encomendar pratos prontos. Ir a um restaurante de renome também faz com que o Natal seja inesquecível Fotos: Divulgação
O tiramissu e o pernil de cordeiro do Alimentari, no alto; e o bacalhau e o peru do Antiquarius, acima. Sugestões para um Natal inesquecível
A
Rotisserie Alimentari oferece um cardápio com excelentes alternativas para comemorar as fes-
tas de fim de ano em casa. Além das massas de fabricação própria e molhos que levam a griffe do chef Arno, o
cardápio traz inúmeras opções de petiscos, canapés, entradas, saladas, pratos com carnes, aves, peixes e sobremesas vendidos por quilo. Os pratos, prontos para servir, podem ser retirados no local até dia 23/12 das 10h às 18h e a rotisserie também faz entregas pelas redondezas. Se o cliente quiser encomendar algum prato especial ou em quantidades maiores é preciso fazer o pedido com antecedência de 15 dias. O endereço é rua Pedroso Alvarenga, 500 tel. 3167-3609. Sugestões dos pratos principais do cardápio ( vendidos por quilo) Arroz com frutas e amendoas - R$ 29,00 /Kg Lasanha de Bacalhau - R$ 65,00 / Kg Tender com molho de Especiarias - R$ 68,00 / Kg Peito de Peru ao molho de mel, laranja e gengibre R$ 48,00/ Kg Pernil de Cordeiro Assado R$ 51,00/ Kg Farofa mista de frutas -
R$ 28,00 /Kg Cuscus de camarão R$ 60,00/kg Sobremesas (vendidas por quilo) Torta de limão com calda de frutas vermelhas - R$ 50,00 Kg Torta musse de chocolate com calda de baunilha R$ 55,00/Kg Tiramissu - R$ 58,00/ Kg Antiquarius O restaurante Antiquarius vai funcionar nas noites de 24/12 e 31/12 com um cardápio especial para fim de ano, que dá direito ao cliente escolher uma entrada, um prato principal e completar com o buffet de sobremesas, tudo isso por um preço único de R$ 310,00. Nos dias 25 de dezembro e 1º de janeiro de 2007 a casa funcionará com o cardápio e horário normal. O restaurante Antiquariu fica na alameda Lorena, 1.184 - Cerqueira César. Tel. 3082-3015/30648686. Conheça o cardápio: Hors d`Oeuvres
Tigela de Bacalhau com Natas Salada Tropical Salada à Moda da Casa com Camarão Ostras à Bulhão Pato Santola Gratinada na Concha Peixes e frutos do mar Misto de Frutos do Mar Grelhados Cavaquinha Especial no Molho à Moda Caseira Camarão ao Champagne Camarão à Antiquarius Paella de Frutos do Mar Bacalhau à Lagareira Bacalhau à Antiquarius Lombo de Bacalhau no Forno com Queijo da Serra Carnes e Aves Peru Recheado c/ Purê de Castanhas Portuguesas Arroz de Pato à Antiquarius Perdizes ao Vinho Porto Branco Filet Fatiado à Antiquarius Faisão com Frutas Tropicais Sobremesas Doces Portugueses, sorvetes e frutas Águas e Refrigerantes Inclusos. Bebidas alcoólicas e serviço não estão incluídos.
Grano Restaurante A chef de cozinha Mariana Duprat preparou algumas receitas temáticas e exclusivas que serão servidas durante os sábados do mês de dezembro. Quem for almoçar em uma das casas do Grano Restaurante, no bairro do Itaim, em São Paulo, irá degustar pratos como peru assado ao vinho, medalhão de chester, filé recheado com cogumelos, rolinhos de tender com abacaxi e bacalhau gratinado, entre outros. Para sobremesa as opções serão tronco de natal, torta de nozes e rabanada. O preço do bufê completo, incluindo a sobremesa, durante os sábados do mês de dezembro será R$ 18,00 reais. Endereços: Rua Bandeira Paulista, 807 Itaim Bibi - São Paulo - SP - Tel: (11) 3168-9659. Rua Dr. Renato Paes de Barros, 911 - Itaim Bibi - São Paulo - SP - Tel: (11) 3045-2980. CO
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segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
ESPECIAL - 23
Ricardo Padue/AFG
Celebre o Natal em grande estilo
A
família reunida em volta de uma mesa farta. Em uma ocasião tão importante não podem faltar boas bebidas. Um uísque 12 anos envelhecido em barril de carvalho servido antes da ceia, um vinho tinto seco para acompanhar a carne ou um branco suave, ideal para servir com peixes e crustáceos. No final, a ceia exige um bom champanhe gelado, para fechar com chave de ouro a reunião da família e de amigos. A Vinícola Góes traz duas sugestões para enriquecer a ceia de Natal, um vinho e um espumante. Já a Importadora Aurora apresenta uma extensa lista de opções, entre vinhos, champanhe e uísques, todas de excelente qualidade.
Vinícola Góes
Fotos: Divulgação
Rua Dona Germaine Burchard, 538 - Parque Água Branca - SP (11) 3672-0088 ou 3673-3042 www.vinicolagoes.com.br Vívere Moscatel - Esse espumante apresenta cor levemente esverdeada, revelando seu estado jovem. Suas borbulhas são longas, intensas e muito persistentes, devido a uma única fermentação, com aroma de flores e toques de frutas cítricas, típicas da espécie. No paladar,
harmoniza frescor com delicadeza, realçando o sabor adocicado da própria uva. A graduação alcoólica fica em 7,3%, ideal para ser servido a uma temperatura entre 4ºC a 6ºC. Além do sabor único, este vinho recebeu medalha de ouro nos dois principais concursos nacionais: Hyatt Wine Awards e IV Concurso de Espumante Fino Brasileiro. Preço: R$ 21,00. Vívere Brut - A versão Brut é elaborada através do método charmat a partir da variedade Chardonnay. Este vinho garante aroma e sabor marcante com paladar de frutas exóticas e cítricas. Com uma aparência amarelo dourada, sua graduação alcoólica chega a 11,4% e também deve ser servido a uma temperatura entre 4ºC a 6ºC. Preço: R$ 29,00 (foto)
Importadora Aurora Rua Gomes de Carvalho, 1.329 - 7º andar - tel. 3048-2282 www.aurora.com.br Laurent-Perrier Brut Champanhe fresco e delicado. Tem cor amarela palha e aroma complexo com nuances de frutas cítricas. Seu paladar é frutado, equilibrado e persistente. Ideal
para acompanhar aperitivos, peixes, frutos do mar, sashimi, sushis, caviar e aves. É o terceiro champanhe mais vendido no mundo. Preço R$ 167,00 Champanhe Fra Laurent Perrier Cuvée Rose Brut Elaborado com 100% de Pinot Noir, com a seleção das melhores uvas. LaurentPerrier é uma das únicas casas de champanhe que elabora “rosés” através do contato com a casca. Aroma de frutas vermelhas e pretas, como framboesa, cereja e groselha. Apresenta paladar fresco e persistente. Ideal para acompanhar pratos finos e leves, aves, queijos e sobremesas com frutas vermelhas. Preço: R$ 341,42 Henkell Brut (espumante branco) Espumante alemão seco produzido com o cuvée dos mais finos vinhos, como as clássicas uvas Chardonnay e Pinot Blanc. Amarelo palha intenso, brilhante com finas bolhas. Frutado, tostado e com leve toque de fermento. No paladar é fresco, vivo, seco, porém equilibrado. Aconselha-se servi-lo entre 7 9º C. Teor alcoólico: 11,5%. Preço: não divulgado.
Vinhos Los Vascos Grande Reserve Vinho tinto chileno da região de Colchagua, produzido por Los Vascos (Les Domaines Barons de Rothschild - Lafite). Vinho com cor vermelha rubi intensa, toques de
carvalho e aromas herbáceos. Complexo e encorpado, apresenta taninos macios e final persistente. Ideal para acompanhar carnes vermelhas, como vitela, cordeiro, massas com molhos condimentados e queijos. Preço: R$ 55,30. Los Vascos Chardonnay Vinho branco chileno da região de Colchagua produzido por Los Vascos. Vinho de coloração amarela palha brilhante com aroma de banana e sabor de maçã. É equilibrado, fresco e agradável na boca. Ideal para acompanhar aperitivos, ostras, carnes brancas e peixes. Preço: R$ 39,40. Famiglia Bianchi Cabernet Sauvignon Vinho tinto argentino da região de Mendoza e produzido por Valentin Bianchi. Apresenta cor vermelha violeta intensa. Excelente aroma de frutas vermelhas, cassis e herbáceo, unindo chocolate e baunilha provenientes do envelhecimento em madeira. Equilibrado, encorpado e persistente, com sabor intenso de frutas vermelhas, toques de especiarias, chocolate e cassis. Ideal para acompanhar pratos elaborados, carne assada, churrasco, queijos e
massas. Preço: R$ 49,00. Rémy Pannier Rose D'Anjou Vinho rose francês do Vale do Loire do produtor Rémy Pannier, com coloração rosa claro suave e aroma intenso. Leve e refrescante, apresenta sabor delicado, sutilmente adocicado e frutado. Ideal para acompanhar saladas, queijos leves, frutos do mar, carnes brancas, peixes, massas leves, rosbife e frutas secas. Preço: R$ 32,50.
Uísque Cutty Sark Original Os maltes utilizados em sua fabricação são originários de Speyside, a região do “champagne” para o Scotch Whisky, sendo envelhecidos em barris de carvalho americano anteriormente utilizados para abrigar os melhores vinhos de Jerez. O Cutty Sark Original foi o primeiro uísque de cor natural mantido até hoje. Coloração dourada claro e brilhante, o aroma é suave com toques de carvalho e baunilha. Graduação alcoólica: 40%. Embalagem: 1 litro. Preço: R$ 64,00. Cutty Sark 12 anos Produzido com os melhores maltes de Speyside envelhecidos em
barris de carvalho por mais de 12 anos. Após esse período, o Cutty Sark 12 anos é então submetido a uma mistura de maltes de qualidade excepcional. É um blended feito especialmente para aquelas pessoas de paladar apurado, que estão procurando um de luxe scotch whisky entre 12 e 15 anos com o equilíbrio distinto e prolongado. A coloração é dourada claro, vivo, aroma suave, frutado e mel. Graduação alcoólica: 40%. Preço: R$ 165,00. Cutty Sark 25 anos Berry Bros & Rudd desenvolveu Cutty Sark 25 anos para comemorar mais de 300 anos de tradição na produção de destilados. Em 2003, recebeu o prêmio de “Best of the best” pela revista escocesa Whiskys Magazine. Após a elaboração, este whisky retorna ao barril de carvalho para harmonizar e amadurecer. Coloração dourada escuro intenso proveniente do carvalho. Paladar rico e encorpado, com notas de eucalipto. Graduação alcoólica: 45,7%. Preço: R$ 810,00.
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8 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO á quem acredite que, com a morte de Augusto Pinochet e o próximo desaparecimento de Fidel Castro, a era dos ditadores estará extinta na América Latina. É esperança louca. O que está em vias de acabar é a era dos ditadores nacionais, prenunciando o advento da ditadura continental. Não estamos vendo o fim, mas um upgrade da tirania latino-americana. Começo com uma distinção óbvia. Excluindo as tiranias dinásticas, oligárquicas e populistas, que realmente pertencem a uma fase histórica extinta, há ditaduras reacionárias e revolucionárias. As primeiras são temporárias por natureza, pois têm ambições limitadas, visam à restauração de um estado anterior e se diluem tão logo alcancem seus objetivos. As ditaduras revolucionárias arrancam as raízes do passado e criam do nada um mundo novo. Não raro, pretendem modificar não só a estrutura da sociedade, mas a própria natureza humana. Promovem transformações tão profundas – e tão perversas –, que, quando se extinguem, já não é possível nem restaurar o que existia nem criar um novo padrão de normalidade. Muitas ditaduras reacionárias, passado o pesadelo, deixaram saldos positivos. O Chile, a Espanha e Portugal, quando se desvencilharam de Pinochet, Franco e Salazar, eram países livres e prósperos. As ditaduras revolucionárias não deixam outra coisa senão um rastro macabro de devastação e morte que só pode resultar em novas ditaduras ou numa decadência longa e irreversível. A França do Antigo Regime era a nação mais rica e poderosa do mundo. Depois da Revolução, veio de queda em queda até reduzir-se a uma burocracia falida, dependente da ajuda americana, subserviente a ditadores estrangeiros e incapaz de resistir à invasão cultural islâmica. O Vietnã e a Coréia do Norte são cemitérios mal administrados. A China pós-Mao é a festa permanente dos generais em meio à miséria do povo. A Rússia mergulhou no caos e na corrupção. A única esperança de uma nação, após a experiência da ditadura revolucionária, é ser salva desde fora, como o foi a Alemanha. Mas ninguém pode querer isso e depois ter o direito de choramingar que os EUA são a polícia do mundo. As ditaduras em formação na América Latina definem-se por duas características: (1) são todas revolucionárias, prometendo a mutação radical e a militarização integral da sociedade; (2) não são fenômenos isolados, nacionais, mas o resultado de uma articulação continental que começou na década de 60, com a OLAS (Organização de Solidariedade Latino-Americana) e colheu seus primeiros frutos após a criação do Foro de São Paulo em 1990. Desde então o projeto da revolução latino-americana vem alcançando vitória em cima de vitória, sem encontrar qualquer resistência senão da parte de esquerdistas light que, malgrado seus escrúpulos democráticos ao menos formais, são no fim das contas escravos ideológicos do mito revolucionário e, por isso mesmo, meros colaboracionistas disfarçados. A possibilidade de que o processo venha a ser detido pela emergência de ditaduras reacionárias, mesmo locais e isoladas, é praticamente nula. Os poderes internacionais e a grande mídia européia e americana oscilam entre os protestos fingidos e a cumplicidade explícita. E a máquina democrática em cada país foi tão bem alterada desde dentro, que já não pode servir senão para legitimar a tirania por meio da aprovação popular. A era das ditaduras no continente não acabou. Está apenas começando. Como diria o saudoso Paulo Francis, there’s coming a shitstorm.
H
Alexei Bueno, um bobão que no presente estado de coisas é tido nos círculos editoriais como poeta e até como erudito, está fazendo circular pela internet uma comparação entre Augusto Pinochet e Fidel Castro na qual exemplifica às mil maravilhas a capacidade que a esquerda tem de mentir, depois esquecer que mentiu e por fim acreditar apaixonadamente na mentira. “Pinochet – começa ele – é, antes de tudo, um traidor, essa coisa asquerosa, de um presidente eleito que o colocou, ingenuamente, como Ministro do Exército. Não me consta que Fidel tenha sido jamais ministro de Fulgencio Batista, muito ao contrário foi sempre seu figadal e público opositor.” Se Fernando Collor de Melo, diante da iminência do impeachment, se fechasse no palácio com guardas armados, bradando ameaças, que fariam os poderes legislativo e judiciário? Convocariam o Exército para tirá-lo de lá à força. Pinochet fez exatamente is-
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
MuNDOreAL por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC
A nova era das ditaduras Todd Davidson/Corbis
so: cercou o Palácio de La Moneda por ordem do Congresso e da Suprema Corte que já haviam condenado o presidente corrupto, golpista e assassino. Sim, assassino. As centenas de homicídios praticados pelos cubanos da guarda pessoal de Allende são meticulosamente omitidas pela mídia nacional há décadas, assim como o fato hoje bem comprovado de que o presidente chileno era agente pago da KGB. Era obrigação estrita do exército chileno prender esse criminoso e, caso resistisse, matá-lo como a um cachorro louco. Chamar isso de “golpe” já é um abuso semântico intolerável. Na cabeça de Alexei Bueno, porém, foi mais que golpe: foi “traição”. Para ser um bom sujeito, Pinochet deveria desprezar a ordem legal e pegar em armas contra o Congresso e a Suprema Corte em troca de ser mantido no cargo ministerial. Com base nesse princípio, Alexei poderia concluir que só quem agiu errado no caso do Mensalão foi o Roberto Jefferson, ao romper o pacto de lealdade mafiosa. Os outros foram exemplos de moralidade superior. “Enquanto o generaleco-agente da CIA armou uma quartelada na qual não pegou pessoalmente num canivete, Fidel comandou o ataque a Moncada, foi preso, exilou-se para não ser morto, realizou o quixotesco desembarque do Granma e a epopéia de Sierra Maestra.” Conversa mole. Fidel Castro, enquanto seus companheiros morriam no ataque frustrado ao quartel de Moncada, fugia covardemente. Quanto à "epopéia de Sierra Maestra", foi de cabo a rabo uma criação literária de Herbert L. Mathews, inventivo repórter esquerdista do New York Times já totalmente desmoralizado pela pesquisa histórica. O comandante Huber Matos, que esteve ao lado de Fidel o tempo todo ao longo dos combates, atesta que ele jamais deu um tiro. Che Guevara deu muitos, mas principalmente em prisioneiros amarrados. Aliás a "epopéia" padece de uma deplorável escassez de feitos militares: o total de anticastristas mortos em combate foi de pouco mais de mil pessoas (incluindo o posterior episódio da Baía dos Porcos) e, quando os guerrilheiros desceram para ocupar Havana, já não encontraram resistência nenhuma, pois Batista, derrubado pela pressão norte-americana, já havia fugido com seus cúmplices principais. O grosso do heroísmo castrista foi mesmo praticado contra civis desarmados (veja os números mais adiante).
As ditaduras revolucionárias não deixam senão um rastro macabro de devastação e morte que resulta em novas ditaduras ou numa decadência longa e irreversível.
As ditaduras reacionárias são temporárias por natureza, pois têm ambições limitadas, visam à restauração de um estado anterior e se diluem tão logo alcancem seus objetivos.
"Quanto a ditaduras sanguinárias, não me consta que em Cuba tenham posto crianças e velhos vivos em fornos, como na Argentina." O que a mim não me consta, em primeiro lugar, é que Pinochet tenha governado a Argentina. Consta, sim, o hábito esquerdista de inculpar por associação de idéias. Pinochet é um milico de direita, os governantes da Argentina eram milicos de direita, logo Pinochet é culpado do que quer que tenha acontecido na Argentina. Quanto aos hediondos fornos crematórios portenhos, Alexei fica nos de-
O que está em vias de acabar é a era dos ditadores nacionais, prenunciando o advento da ditadura continental. Não estamos vendo o fim, mas um upgrade da tirania latino-americana.
vendo alguma indicação documental, por mínima que seja, que comprove a existência deles. Ele também poderia nos explicar por que um detalhe tão pitoresco jamais apareceu na grande mídia antimilica. "Todos os que foram para o célebre 'paredón', muitos deles torturadores e assassinos de Batista, foram julgados e condenados em tribunais revolucionários, mas não 'desaparecerem' jogados no mar, ou metidos em buracos cheios de dinamite." Pela primeira vez na vida vejo alguém insinuar que tribunais revolucionários – onde o sujeito entra condenado e em quinze minutos sai morto – são uma forma de justiça superior
O Chile, a Espanha e Portugal, quando se desvencilharam de Pinochet, Franco e Salazar, eram países livres e prósperos.
ao homicídio. Mas, qualquer que seja o caso, essas mimosas instituições só foram criadas numa fase avançada da revolução cubana. No começo, Che Guevara, dispensando esse luxo, assinava sem ler pilhas e pilhas de sentenças de morte e não raro as executava pessoalmente. Ademais, no total de vítimas da revolução cubana, as que passaram por algum julgamento, mesmo simulado, são uma fração ínfima em comparação com a quota de "desaparecidos". O monopólio esquerdista do uso dessa palavra na mídia só tem servido para fazê-los desaparecer uma segunda vez, ocultando o fato de que eles foram em maior número em Cuba do que em qualquer outra ditadura latino-americana. Os números totais do morticínio cubano, reunidos ao longo de vinte anos de pesquisas pelo economista Armando M. Lago, presidente da Câma-
ra Ibero-Americana de Comércio e consultor do Stanford Research Institute, são os seguintes: Fuzilados: 5.621. Assassinados extrajudicialmente: 1.163. Presos políticos mortos no cárcere por maus-tratos, falta de assistência médica ou causas naturais: 1.081. Guerrilheiros anticastristas mortos em combate: 1.258. Soldados cubanos mortos em missões no exterior: 14.160. Mortos ou desaparecidos em tentativas de fuga do país: 77.824. Civis mortos em ataques químicos em Mavinga, Angola: 5.000. Guerrilheiros da Unita mortos em combate contra tropas cubanas: 9.380. Total: 115.127 (não inclui mortes causadas por atividades subversivas no exterior, como por exemplo as vítimas do terrorismo brasileiro subsidiado pelo governo cubano). "Sugiro ao leitor que disse ser a ditadura cubana a mais sanguinária da América Latina ler um pouco de História ou aprender aritmética." Da minha parte não sugiro a Alexei Bueno nem uma coisa nem a outra, pois estão ambas formidavelmente acima não só de sua capacidade, como também de suas intenções. Um exemplo de sua idoneidade históricoaritmética ele nos fornece neste seu parágrafo de encerramento: "Podem todos carpir, guaiar e gemer, mas o fato é que Fidel Castro ficará como um dos maiores líderes antiimperialistas do século XX, ao lado de um Mustafá Kemal Atatürk ou de um Ho Chi Min. Todos foram ditadores, prefiro qualquer um deles ao grande democrata George W. Bush, que matou muito mais gente que os três juntos." Descontemos o uso despropositado do verbo "guaiar", que é pura veadagem léxica. Mesmo que aceitássemos os números mais exagerados fornecidos pela propaganda esquerdista quanto à guerra do Iraque – pois não consta que George W. Bush tenha iniciado outras guerras –, a comparação, em matéria de fidelidade histórica e exatidão aritmética, basta para nivelar historicamente Alexei Bueno à precisa soma aritmética da besta quadrada com a besta ao quadrado. Hoje enten-
do por que o Bruno Tolentino costumava chamá-lo de Dislexei Bueno. O restante do artigo do sr. Dalmo Dallari, cujo início comentei quintafeira passada (http://www.olavodecarvalho.org/semana/061214dce.html), é de uma mendacidade tão despudorada que mais justo seria xingá-lo de tudo quanto é nome em vez de honrá-lo com um comentário. Desde logo, não há atitude que eu mais despreze, num articulista, do que macaquear, com finalidade leviana, expressões verbais que usei para transmitir conteúdo sério. Não estou aqui para alimentar parasitas. Se querem mentir, que pelo menos tenham a bondade de fazê-lo com suas próprias palavras, em vez de sugar as minhas para depois vomitá-las como farsa. Quando comecei a falar de "ocultação de notícias", anos atrás, eu me referia a fatos de importância universal, cuja longa e obstinada ausência nos jornais denunciava um intuito consciente de ludibriar os leitores. Fenômenos como a matança de mais de um milhão de cristãos nos países comunistas e islâmicos, ou como as assembléias do Foro de São Paulo, que reuniam anualmente os mais poderosos líderes da esquerda latino-americana, não eram coisinhas de somenos, que pudessem ser ignoradas unanimemente por articulistas, pauteiros, repórteres e chefes de redação do país inteiro ao longo de mais de uma década, sem que houvesse nisso algo de monstruosamente anormal segundo todos os cânones da profissão jornalística. De uns meses para cá, cabos eleitorais, agentes de influência e mentirosos compulsivos, a serviço do partido governante, se apossaram do tema e passaram a tocá-lo, com leves variações, a propósito de qualquer noticinha vagabunda, de qualquer zunzum de comadres, de qualquer factóide de interesse do petismo, casualmente omitidos pela grande mídia na correria dos fechamentos. Criaram assim a lenda da mídia direitista, reacionária, empenhada em sufocar, como no tempo dos censores,
a voz heróica da esquerda nacional. Tão fantástica inversão da realidade arriscaria expor seus autores ao riso geral, se não tratassem de empacotá-la numa linguagem que, por ter sido usada ao longo de uma década para expressar verdades comprovadas, adquiriu uma espécie de credibilidade automática apta a ser usurpada para dizer precisamente o contrário, com eficácia multiplicada por aquela capacidade tão própria da mente esquerdista, de simular nobreza moral por meio de esgares de dor e revolta desesperadoramente postiços. Se o leitor se recorda do que escrevi aqui sobre os efeitos psicossociais do desconstrucionismo, compreenderá facilmente que ativistas com longa prática em esvaziar as palavras de todo significado objetivo estão equipadíssimos para mais esse assalto entrópico e obscurecedor à inteligibilidade da linguagem. O sr. Dallari só se distingue dos demais pela dose extra de cara de pau com que comprime, num só artigo, gesticulações indignadas ante três exemplos de "supressão de notícias" dos quais um é materialmente falso e os outros dois são absurdos. O primeiro é o manifesto pró-Sader, que, segundo ele, a mídia omitiu por completo. Como eu mesmo vi esse manifesto transcrito com espalhafato em alguns dos maiores jornais do país, não creio estar errado em concluir que ou o sr. Dallari é um irresponsável que ataca sem nem mesmo buscar provas, ou é um mentiroso contumaz que, com as provas na mão, afirma o contrário do que elas atestam. Nos dois casos a única resposta que ele merece é algum palavrão bem cabeludo, que não registro aqui mas que lhe direi na cara se tiver o desgosto de encontrá-lo um dia. A segunda notícia injustamente suprimida é a mensagem, subscrita por ativistas de "direitos humanos" (entre sólidas aspas), em louvor de policiais mortos e feridos no cumprimento do dever. Isso, de fato, não li em parte alguma, mas que importância objetiva tem esse documento? Segundo Dallari, ele prova que é falsa a noção geral de que os tais ativistas só servem para boicotar a polícia e ajudar os bandidos, devendo por isso ser publicado. Mas, por favor, comparem: contra a polícia, essa gente fez campanhas milionárias, produziu filmes e programas de TV, publicou centenas de livros e teses universitárias, fez dúzias e dúzias de discursos no parlamento, espalhou milhões de mentiras e, por fim, promulgou leis que detêm a ação dos policiais e os entregam inermes nas mãos dos bandidos. O resultado é uma polícia desarmada, acossada, temerosa de cumprir o dever para não ser desancada na mídia e conformada, enfim, com seu novo papel de fornecedora de alvos para os bandidos equipados de fuzis Kalashnikov e metralhadoras UZI. Depois de consumada essa grande obra, que fazem os seus autores? Assinam um miserável manifestinho, um factóide, uma simulação ridícula de solidariedade que não serve nem para desencargo de consciência, e ainda querem cobertura, repercussão, câmeras, holofotes, reconhecimento público! E, se a mídia não lhes serve o que desejam, saem choramingando que foram censurados. Ora, que vão para o diabo. Sob qualquer critério jornalístico que se examine, o lugar dessa notícia é o lixo. Por fim, queixa-se o ilustríssimo de que a mídia, fazendo alarde do dossiê ilegal comprado pelo PT para desgraçar seus concorrentes eleitorais, se omitiu, criminosamente, de divulgar o mais importante: o conteúdo do documento, as acusações levantadas nele contra o tucanato. Aí o fingimento hipócrita já se eleva às alturas de um arrebatamento místico. Pois se o dossiê foi forjado justamente para ser divulgado e fazer barulho na mídia, e se a polícia comprovou o caráter criminoso da operação, divulgar seu conteúdo seria simplesmente dar execução cabal ao plano depois de denunciado e condenado, neutralizando a ação policial que o abortou em tempo. Para fazer isso, a mídia, originariamente escolhida pelo PT como instrumento passivo do delito, teria de consentir em praticá-lo, agora, como cúmplice ativa e consciente. O sr. Dallari não tem, em si, a mínima importância. É um puro ninguém de toga e cátedra. Mas, com esse seu artigo, ele se tornou o importante sintoma denunciador de males cuja dimensão mastodôntica talvez escape à sua própria percepção. Quando um sujeito que a sociedade aceita como jurista denuncia como crime a recusa de praticar um crime, é porque de há muito já nos evadimos do antigo território denominado "realidade": tornamo-nos personagens da fantasia insana do marquês de Sader, habitantes do "mundo às avessas".
24 -.ESPECIAL
CrRomilly Lockyer/Getty Images
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E assim o Diário do Comércio deseja um Feliz Natal aos seus leitores
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
Va r e j o Finanças Empresas Nacional
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SACOLAS PLÁSTICAS SEM QUALIDADE
3 Oliveira, da Abras, alerta que comprar sacolas sem qualidade prejudica a imagem da empresa
Fotos: Rafael Hupsel/LUZ - 13/12/2006
Inmetro avaliará as sacolas dos mercados O comerciante economiza, mas o consumidor reclama
Q
ue as sacolas dos eles oferecem pode estar ligada supermercados es- à consideração que têm pelos tão cada vez mais seus clientes", afirma o presifrágeis, todo mun- dente da Associação Brasileira do concorda. É por isso que de Supermercados (Abras), entidades ligadas ao setor re- João Carlos de Oliveira. Além do Inmetro e da Abras, solveram se unir para que esses sacos de transporte das fazem parte do comitê a Assomercadorias atendam a pa- ciação Brasileira da Indústria drões mínimos de segurança e de Embalagens Plásticas Flexíresistência, regulamentados veis (Abief), a Associação Brapela Associação Brasileira de sileira de Atacadistas e DistriNormas Técnicas (ABNT). buidores (Abad) e o Instituto Amostras de sacolas usadas Nacional do Plástico (INP). pelas principais redes de su- "Queremos implantar a obripermercados do Brasil estão gatoriedade das normas da sendo recolhidas pelo Institu- ABNT", diz o presidente da to Nacional de Metrologia, Abief, Rogério Mani. Segundo os fabricantes de Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), para tes- sacolas, nos últimos anos, o vates de resistência e atendimen- rejo tem encomendado sacos to às principais marcações cada vez menores e mais baraobrigatórias, como a identifi- tos, mas sempre dentro das cação do fabricante e o texto de normas da ABNT. "Projetamos a sacola para suportar o peso segurança para crianças. "Não é um programa de fis- mínimo nominal, além de escalização, mas de educação de pecificar qual a capacidade do saco", diz o direconsumo", diz o tor da Sol Embagestor do Progralagens, João Ferma de Análise de reira. A empresa Produtos do Inproduz para o m e t ro , M a rc o s Carrefour, BomBorges. "Querepreço, Pão de mos que o consuAçúcar e Extra midor leve seus Bom. "A redução p ro d u t o s p a r a das espessuras casa sem correr o das sacolas plásrisco de perder a ticas é uma tenmercadoria e sodência mundial, frer prejuízos por mas precisamos conta da fragilificar atentos padade da sacola." Para ele, o fato Inmetro analisará plástico ra não extrapolar", diz. de os donos de Perdas – Os consumidores supermercados economizarem no plástico obriga os clien- reclamam que os donos de sutes a utilizar duas ou mais sa- permercados já extrapolaram colas para suportar o peso das na fragilidade das sacolas, e a mercadorias. Ou seja, se o em- qualidade do plástico é cada presário pensa que poupa vez pior. "Algumas vezes, percomprando sacos mais baratos di mercadoria no meio do camie inferiores, na verdade gasta nho por causa do saco que arremais por conta da necessidade bentou, e o supermercado não quis me reembolsar", reclama a do uso de mais sacolas. O objetivo é notificar os fa- enfermeira Genilde Barreto. Para evitar o risco de os sabricantes que não correspondam às normas mínimas de se- cos estourarem, há quem prefigurança propostas pela ABNT ra colocar um dentro do outro, e até articular com o Ministério e aumentar a resistência dos Público e o Departamento de pacotes. "Às vezes, uso até três Proteção e Defesa do Consu- sacolas para carregar um litro midor para punir aqueles que de leite", conta a secretária Danielle Freire. "Já reclamei com não tomarem providências. Consideração – "No caso das os empacotadores e nada se resacolas, que ficam à vista dos solve." Procuradas, as redes consumidores e afetam seu co- Pão de Açúcar, Wal-Mart e tidiano, é mais fácil constran- Carrefour não se pronunciager os estabelecimentos, já que ram sobre a questão. a qualidade das sacolas que Sonnaira San Pedro AIR MADRID O governo da Espanha suspendeu a licença de vôo da empresa Air Madrid.
INFRAERO A Infraero foi autorizada ontem (17) a investir R$ 243,2 milhões ainda este ano.
Ó RBITA
YPFB CONTROLARÁ VENDA DE GÁS
O
ministro boliviano dos hidrocarbonetos, Carlos Villegas, disse no sábado que a estatal Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos (YPFB), A TÉ LOGO
assumirá, no dia 1º de janeiro de 2007, o monopólio da comercialização do gás natural e do petróleo na Bolívia. (Agências)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Brasil e Bolívia voltam a discutir preço do gás
L
Westinghouse vence contrato de US$ 8 bilhões
L
China colocará barreiras à soja brasileira
Genilde Barreto (à esq.) e Gorete Dantas seguram sacolas e reclamam da qualidade
A cliente Danielle Freire mostra sacola furada
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Fotos: Divulgação
I-DOG, da Gulliver - Preço:R$ 155,00 Ele mede aproximadamente 10 cm e pode ser conectado ao aparelho de som, ipod, computador ou MP3 player. Traz luzes que piscam de acordo com o ritmo da música, mexe as orelhas e a cabeça. Tem personalidade própria, exibida através das cores das luzes LED que brilham e piscam em seu rosto, que também se adapta ao tipo de música ouvida pelo dono. Quando ele é tirado da caixa pela primeira vez, estará no modo "filhote". Isto significa que ele ainda não possui personalidade. Após reproduzir uma música para ele por aproximadamente cinco minutos, ele começará a mostrar sua personalidade e o tipo de música que o dono ouvir o influenciará. Funciona com duas pilhas do tipo AA não incluídas.
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segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
Ri-Happy Gravity Zero - Preço: R$ 454,99 Carro de controle remoto, que tem feito grande sucesso entre a garotada. Além de andar normalmente no chão, este carrinho possui um sistema de sucção nas rodas, que permite escalar paredes.
Tapete Game - Preço: R$ 99,00 Jogo para TV (3 em 1) muito divertido. Controles com infravermelho. Fácil de instalar: conectar os cabos do receptor na entrada de áudio e vídeo da tv. Exercita o corpo através de movimentos das mãos e pernas enquanto está jogando. Portátil, fácil de ser guardado e transportado.
Ufo Disco Voador - Preço: R$ 79,99 Feito em isopor, voa facilmente, flutua e não precisa montar nada, já vem pronto para brincar. Altitude controlável, hélice com sistema automático de parada, vem com bateria recarregável e carregador bivolt incluso.
Lojas Americanas
Bicicleta Caloi Ceci aro 16 - Preço R$ 269,00 Um clássico para as meninas, na cor rosa e cestinha na frente. O quadro é em aço carbono tipo dolphin, os aros são de plásticos com dez raios, pedal de plástico com refletor e rodinhas de apoio.
Bicicleta Caloi X-Men aro 16 - Preço: R$ 299,90 Nas cores azul e amarelo, o quadro é em aço carbono com tubo central oversize, acompanha garrafinha plástica com suporte, placa frontal no guidão, engrenagem com 32 dentes e rodinhas de apoio.
Casa de Boneca Barbie - Preço: R$ 249,00 A Barbie ainda é um das bonecas preferidas das meninas. Esta casa de bonecas traz poltrona de sala, tevê, luminária, banheiro, cozinha equipada com mesa, geladeira e fogão e até máquina de lavar roupa.
PlayStation 2+memory Card+controle+jogo - Preço: R$ 799,00 Com o lançamento do PlayStation 3 no mercado internacional, o preço do PS2 caiu de forma acentuada, mas ainda é um videogame de ponta, com jogos sofisticados e o sonho de consumo de muita gente, não apenas dos adolescentes, mas também de adultos.
Lap Top da Xuxa- Preço: R$ 89,99 Indicado para crianças a partir dos 3 anos, trata-se de um brinquedo educativo, com diversas atividades, que tem como objetivo exercitar a criatividade e a imaginação. Funciona com quatro pilhas AA.
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ESPECIAL - 15
Um show de som e imagem nesta vitrine Difícil resistir às novidades das TVs de plasma e LCD, além dos home theaters. Com a segunda parcela do 13º salário, consumidores estão de olho nas novidades. As vendas desses produtos devem crescer 10% neste Natal
A
s vendas de produtos eletroeletrônicos devem crescer em média 10% no Natal deste ano em relação a igual período de 2005, segundo estimativa da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos). "A expectativa é de crescimento em relação ao Natal do ano passado em razão do aumento da massa salarial e do crescimento do crédito", afirma Paulo Saab, presidente associação. A previsão para o acumulado do ano é de uma expansão entre 12% e 14% nas vendas sobre 2005. Segundo a Eletros, os meses de outubro e novembro, que concentram o grande volume das vendas de Natal, representam cerca de 21,5% do volume comercializado no ano. Entre os produtos que mais devem atrair o interesse dos consumidores neste Natal, na linha de imagem e som, estão o s t e l e v i s o re s d e p l a s m a , LCD, tela plana e os aparelhos de DVD e home theater.
LG Time Machine 42" Último lançamento da fabricante, o modelo vem com um disco rígido interno de 80 GB, capaz de armazenar até 33 horas de gravação. A tela é de plasma de 42 polegadas, com resolução de 1.024 x 768 pixel, capaz de reproduzir imagens em alta resolução (HDTV), traz ajustes no formato tela (4:3/16:9/ horizontal/zoom) e pré-ajustes de imagem (nítida/ótima/suave/pessoal). Tem função PIP (Picture-in-Picture) e duas saídas HDMI. Preço: 7.499
LG 50PX5R TV de Plasma com memory slot de 50 polegadas, compatível com nove tipos de cartões de memória em dois slots, permitindo visualizar fotos digitais em telas maiores e reproduzir músicas em formato MP3. O modelo traz resolução de 1.366 x 768 pixel, reproduzindo imagens em alta definição (HDTV). Traz ajustes nos formatos de tela (4:3 / 16:9 / horizontal / zoom) e controle automático de imagem (nítida / ótima / suave / pessoal). A LG garante vida útil de 20 anos (60 mil horas). Preço: R$ 14.999
Philips 32PF5320 HDTV Modelo traz tela de LCD de 32 polegadas com resolução de 1.366 x 768 pixel, capaz de reproduzir imagens em alta definição (HDTV). Pode ser usado como monitor. Com o recurso Picture in Graphics, é possível operar o micro e ver tevê simultaneamente. Traz o recurso Digital Crystal Clear, que faz ajuste digital, acentuando a qualidade de imagens com os melhores níveis de contraste, cor e nitidez. Tem entrada HDMI.
Divulgação
Novidades em TVs
LG-50PX5R
Preço: R$ 5.499 Philips 50PF9630 Ambilight HDTV TV de plasma de 50 polegadas, com resolução de 1.366 x 768 pixel, que reproduz imagens em alta definição (HDTV). Possui o recurso Ambilight, que detecta a cor predominante numa cena, projetando luz da mesma cor pelas laterais do aparelho, deixando a experiência de visualização mais imersiva. Outra característica é o Pixel Plus 2, tecnologia de processamento digital, que eleva a resolução da imagem, adicionando cinco vezes mais pixels a uma. Traz o Active Control, um sensor de luz inteligente, que mede e analisa o sin a l re c e b i d o p a r a a j u s t a r automaticamente a imagem com a melhor qualidade. Preço: R$ 17.999 Samsung LN40R71BX/XAZ TV com tela de LCD de 40 p o l e g a d a s Wi d e S c r e e n (16:9), com resolução de 1.366 x 768 pixel, reproduz imagens em alta definição (HDTV). Traz um Processador de imagem de 10 bits, capaz de gerar 12,8 bilhões de cores. Pode ser conectado ao computador, funcionando como monitor. Traz dois alto-
falantes de 10W cada e recurso SRS Thry Surround XT, que garante melhor qualidade de som. Tem uma entrada HDMI. Preço: R$ 7.999 Samsung PL-50P5H TV de plasma de 50 polegadas Wide Screen (16:9), com resolução de 1.366 x 768 pixel, reproduzindo imagens em alta definição (HDTV). Traz o recurso Filter Bright, com propriedades que absorvem a luz externa
que resultam em reflexos indesejados e emite luz interna para aumentar os níveis de contraste, exibindo as cores pretas mais puras e imagens claras e detalhadas. O processador de 13 bits proporciona quase 550 bilhões de cores. Possui dois alto-falantes de 15W cada e recurso SRS Thru Surround XT, que eleva a qualidade do som. Possui uma entrada HDMI. Preço: R$ 14.449
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Fotos: Divulgação
16 -.ESPECIAL
Philips-50PF
LG-Time Machine
S
ony Bravia KLV-40S200A TV com tela de LCD de 40 polegadas Wide Screen (16:9), com
Philco-32 LCD
resolução de 1.366 x 768 pixel, reproduzindo imagens em alta definição (HDTV). Traz dois alto-falantes com potência de 10W RMS, com efeitos SRS TruSurround XT e Simulado, aumentando a qualidade do som. O aparelho tem botões de controles na parte superior do display e um menu de fácil navegação, semelhante ao usado em computadores. Preço: R$ 7.999
Sony-KLV-40S200A
Philco LC-3280 TV com tela de LCD de 32 polegadas Wide Screen (16:9), com resolução de 1.366 x 768 pixel, reproduzindo imagens em alta definição (HDTV). A qualidade de imagem e som é garantida por um processador digital e recurso Progressive Scan. Traz recurso Picture in Picture (PIP), em que é possível abrir uma janela na tela para ver outros canais. Preço R$ 5.499
posto e analógica para áudio e saídas para vídeo componente, vídeo composto, analógica para áudio e pré-amplificada para subwoofer. Preço R$ 2.599. Sony Bravia DAVFX900KW Top de linha de sistema integrado da Sony, composto por
Escolha o seu home theater Sony Bravia HT-DDW1500 Apelidado de Muteki (que em japonês significa imbatível), apresenta potência total de 1.510W RMS. É composto por receiver, conjunto de seis caixas acústicas (sendo duas caixas torre) com potência de 185W RMS cada e 2 subwoofers de 200W RMS cada, em um conjunto 6.2 canais. É indicado para ambientes maiores e para quem deseja exagerar no som. Apresenta recursos como Digital Cinema Sound, decodificadores Dolby Digital EX, Dolby pro-logic IIx, DTS-ES, DTSNeo6 e DTS-96/24, além de entradas analógica para 5.1 canais, óptica digital, digital coaxial, componente, vídeo com-
aparelho de DVD e um conjunto de cinco caixas acústicas de 133W RMS e um subwoofer de 235W RMS. O modelo é wireless, pois suas caixas surround (traseiras) podem ser interligadas através de raios infravermelhos, possibilitando a instalação do sistema sem ter de passar os fios para ligar as caixas. A vantagem é que não há interferências de outros equipamentos, como telefones sem fio, celulares, forno de microondas, cone-
xões com Internet sem fio, transmissões de rádio, entre outros. A desvantagem é que, por serem raios infravermelhos, se alguém passar na frente, a conexão é interrompida. O aparelho de DVD Changer tem capacidade para cinco DVDs, saída digital HDMI (apenas este único cabo transmite áudio e vídeo digital em uma saída), além de reproduzir DivX. Disponibiliza a função karaokê com duas entradas de microfone com controle de volume e eco, assim como entradas para portáteis, óptica digital, digital coaxial, analógica para áudio, vídeo componente e vídeo composto, vídeo componente e s-vídeo. Preço: R$ 2.999 Gradiente HTS-420 Sistema integrado, composto por aparelho de DVD/CD player, com cinco caixas acústicas de 15W RMS cada e um subwoofer de 25W RMS, totalizando 100W RMS. É indicado para ambientes menores e para
quem não deseja incomodar os vizinhos. O DVD tem recurso Progressive Scan, que proporciona imagens mais nítidas, toca CD, MP3 e exibe fotos digitais. O sistema de surround digital proporciona seis canais de áudio independentes: dois para as caixas acústicas frontais, um para a caixa central, dois para as caixas de surround e mais um canal para o subwoofer. Permite regular individualmente cada caixa acústica, proporcionando melhores resultados de som em diferentes ambientes. Preço: R$ 449 Gradiente HTS-870 Sistema integrado, composto por aparelho de DVD/CD player, cinco caixas acústicas de 94W RMS cada e um subwoofer de 130W RMS, totalizando 600W RMS. O sistema de surround digital proporciona 6 canais de áudio: dois para as caixas acústicas frontais, um para a caixa central, dois para as caixas de surround e mais um canal para o subwoofer. Um recurso interessante é a função Night, reduz a diferença de nível entre os sons de alta e os de baixa intensidade. Dessa forma, é possível ouvir bem os diálogos sem que os sons de tiros e explosões se tornem demasiadamente altos.
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ESPECIAL - 17
Fotos: Divulgação
I
deal quando se deseja assistir a filmes em DVD sem incomodar os vizinhos ou as outras pessoas da casa. Preço: R$ 1.099
Philips HTS3450 Sistema integrado 6.1 com aparelho de DVD/CD player com quatro caixas acústicas de 125W RMS e caixa traseira e subwoofer de 250W RMS. Conta com o decodificador integrado DTS e Dolby Digital, que elimina a necessidade de um decodificador externo, processando os seis canais de informações de áudio. Já o Dolby Pro Logic II oferece cinco canais de processamento de som de alta qualidade de qualquer fonte de áudio estéreo. Permite a reprodução de discos de vídeo (DVD, DVD+R/+RW, DVD-R/-RW, CD/SVCD, CD-R/-RW, DivX e MPEG), áudio (MP3, WMA) e imagem (JPEG). Um dos destaques é o exclusivo DivX Ultra, que combina a reprodução DivX com funções como legendas integradas, vários idiomas de áudio, diversas faixas e menus em formato de arquivo conveniente. O produto também possui a função Karaokê. Preço: R$ 1.299
Philips HTS9800W/55 Sistema integrado 6.1 em formato slim, em que as caixas acústicas podem ser montadas na parede. São três caixas frontais de 125W RMS, duas traseiras sem fio de 85W RMS, uma traseira central sem fio (Wi-Fi) de 105W RMS e um subwoofer de 150W, totalizando 800 W RMS. O tweeter de fitas de neodímio proporciona qualidade de um som puro e omnidirecional. Dipolos que radiam sons de alta freqüência, no padrão de 360 graus completos, resultam em um espectro sonoro amplo, claro e com os detalhes de tons mais altos. Permite a reprodução de discos de vídeo (DVD, DVD+R/+RW, DVD-R/-RW, CD/SVCD, CDR/-RW, DivX e MPEG), áudio (MP3, WMA) e imagem (JPEG). Possui saída HDMI, uma conexão digital direta, que pode transmitir vídeo digital de alta definição e áudio digital multicanal. Um painel mostra as informações e permite controlar o sistema. Preço: R$ 3.999
Samsung HT-P30 Sistema integrado 6.1, com aparelho de DVD Progressive Scan, quatro caixas acústicas de 75W RMS, uma frontal de 80W RMS e subwoofer de 120W RMS. É compatível com os padrões Dolby Digital, DTS
e Dolby Prologic II, reproduz vídeos DVD, DVD-RW+/-, DivX, VCD e SVCD, formatos de áudio MP3 e WMA e fotos em JPEG. Traz sintonizador de rádio AM/FM. Preço: R$ 1.399
LG LH-WH9695IA Sistema integrado 6.1 com DVD player e gravador de DVD, com cinco caixas acústicas de 155W RMS e subwoofer de 225 W RMS. As duas caixas traseiras trazem conexão sem fio Bluetooth, com freqüência de 2.4 GHz. Para a função de DVD Recorder, o aparelho traz um HDD interno de 250GB, que permite a gravação de até 345 horas de arquivos de filmes, fotos e músicas. Ele grava nos formatos DVD-R, DVDRW , D V D + R , D V D + RW , DVD+R dual layer (dupla camada) e DVD-RAM. O modelo tem entrada USB para reproduzir arquivos gerados em MP3/WMA ou até mesmo filmes gravados em DivX, diretamente de um pen drive ou de
Sony-DDW1500
Gradiente-HTS-420
LG-WT753TA
Philips-9800
um MP3 player. Traz porta Fire Wire para conexão com filmadoras digitais. Possui compatibilidade com os padrões HDMI (High Definition Multimedia Interface), XTS, XTS Pró, Dolby Digital, DTS, Dolby ProLogic, Dolby Pro-Logic II e
DSP Mode Sound. Preço: R$ 5.399 LG LH-W753TA Sistema integrado 6.1, com aparelho de DVD Progressive Scan, cinco caixas acústicas de 100W RMS e subwoofer de 200W RMS, totalizando 700W
RMS. As duas caixas traseiras se comunicam sem fio com o aparelho por meio de tecnologia Bluetooth de 2.4 GHz. Os alto falantes são de chão, tipo tall boy (caixas acústicas slim e em formatos de torres). O modelo tem conexão USB, permitindo reproduzir, diretamente de um pen drive ou de um MP3 player, arquivos gerados em MP3/WMA ou até mesmo filmes gravados em DivX. Reproduz CD, CD-R, CD-RW, DVD, DVD-R, DVD+R, DVDRW, DVD+RW, MP3, WMA, VCD, SVCD, JPEG e DivX. Preço: R$ 2.999 Panasonic SC-HT740LB-S Sistema integrado 6.1 com aparelho de DVD com carrossel de cinco discos, quatro caixas acústicas de 90W RMS, caixa frontal e subwoofer de 320W RMS, totalizando 1.000W RMS. Conexão sem fio, com uso de acessório, nas caixas traseiras surround. Caixas acústicas no formato Full Tall Boy (slim em torre). Reproduz D V D - R A M / - R / RW/+R/+RW, DVD Vídeo,
DVD Áudio, SVCD, VCD, CD Á u d i o , C D - R / RW, J P E G , WMA, MP3, DivX, HDCD e CD Text. Conexão pra MP3 e CD player portátil. Compatível com os padrões HDMI,
Dolby Pro-Logic II, DTS Surround e Dolby Digital AC-3. Preço: R$ 1.699 CO
G
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segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
Comércio otimista, deve vender mais 5% este ano Comerciantes esperam que os juros mais baixos e a queda do dólar impulsionem as vendas de Natal. O mercado de cartões de crédito prevê o melhor mês de dezembro desde 1996 - crescimento de até 25,3% Andréa Felizolla/LUZ
Tânia Rego/LUZ
Evandro Monteiro/Digna Imagem
Luiz Prado/LUZ
Marcel Solimeo (ACSP), Nabil Sahyoun (Alshop), Abram Szajman (Fecomércio), e Miguel Giogi Júnior (Univinco): taxa de juros menor, mais ofertas de crédito e dólar mais barato favorecem as vendas
CARLOS OSSAMU
A
s vendas de Natal devem crescer entre 4% e 5% este ano em comparação a 2005, um resul-
tado considerado bom. A estimativa é do economista Marcel Solemo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP): "As condições estão muito mais favoráveis, a taxa
de juros está menor e há mais ofertas de crédito. Apesar de a população estar endividada, ainda há espaço para compras a prazo". Segundo ele, o dólar mais barato ampliou a oferta de produtos importados nas prate-
leiras este ano, segurando o preço do produto nacional: "Para o consumidor, o fato é positivo, pois amplia a oferta e impede a elevação dos preços. Mas é ruim para a indústria, que precisa conviver com margens mais apertadas". Solimeo observa que o pico das compras, principalmente aqueles de maior valor, deve se dar a partir do dia 20, quando os trabalhadores receberão a segunda parcela do 13º salário: "Algumas pesquisas indicam que os presentes baratos serão maioria, mas as vendas de Natal não são apenas de presentes. Muitos esperam esta época do ano para comprar eletrodomésticos e eletrônicos ou mesmo móveis para a casa". A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) também prevê um crescimento entre 4% e 5% nas vendas de Natal deste ano. Nabil Sahyoun, presidente da entidade, diz que alguns shoppings iniciaram sua decoração em outubro esperando aumentar as vendas pela atratividade do clima natalino: "O setor de vestuário, integrante de 50% do mix de produtos nos shoppings, teve
em 2006 um ano bastante atípico: o frio não veio na época normal e para desovar estoques, os lojistas ficaram quase dois meses em campanhas promocionais, reduzindo os preços em até 70%". A Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio) afir-
mou semana passada que, em dezembro, considerado o melhor mês do ano para o comércio, as vendas reais realizadas pelos comerciantes da Região Metropolitana de São Paulo devem crescer apenas 1% em relação a dezembro de 2005. O resultado fará com que o varejo feche o ano com crescimento de 3,7%, meio ponto percentual acima do registrado no ano anterior. O presidente da entidade, Abram Szajman, avalia que o modesto crescimento do consumo em 2006 foi impulsionado pelo aumento da oferta de crédito ao consumidor, que até outubro era 11% superior ao registrado no mesmo mês de 2005: "Só poderemos pensar num mercado interno pujante quando as taxas de i n v e s t i m e n t o s a í re m d o s atuais 20% do PIB para, no mí-
Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor Luciano Ornelas Chefe de reportagem Arthur Rosa Repórter Carlos Ossamu
nimo, 30%. Diante da política econômica adotada pelo governo, fica difícil acreditar num crescimento vigoroso também em 2007". Szajman considera que o custo elevado dos empréstimos está impedindo uma expansão robusta do varejo: "O ciclo de queda da Selic começou em setembro de 2005, mas os efeitos destas reduções ainda não chegaram ao consumidor. Isto inibe a expansão do consumo". Bem mais otimista, o mercado brasileiro de cartões de crédito prevê que vai ter o melhor mês de dezembro desde 1996. O setor aguarda um faturamento de R$ 18,1 bilhões, o que representa um c re s c i m e n t o d e 2 5 , 3 % e m comparação a dezembro de 2005. O pico de vendas no mês de dezembro ocorrerá na semana que antecede o Natal, entre os dias 18 e 24, quando as transações deverão chegar à casa dos R$ 5,2 bilhões, 28,9% do total movimentado no mês. O diretor de Marketing de Cartões do Itaú, Fernando Chacon, disse que os resultados previstos acompanham o crescimento dos meios de pagamento eletrônicos, que está no patamar de dois dígitos desde o fim dos anos 1990. Ele destaca a evolução das compras on line com cartões de crédito, que nos 31 dias de dezembro devem chegar a R$ 500 milhões, 15% do total de compras com cartões na internet no ano, atingindo R$ 3,8 bilhões.
Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Lino Fernandes Ilustração Abê Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo
www.dcomercio.com.br
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segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
Agliberto Lima/DC
Em comemoração ao aniversário de seus 112 anos, a Associação Comercial de São Paulo inaugurou no último dia 7 a iluminação de Natal do Pátio do Colégio
Cenários de muita beleza para este Natal Iluminado
O projeto Natal Iluminado 2006, parceria da Associação Comercial de São Paulo, Prefeitura e a iniciativa privada, decorou os principais cartões postais da cidade
N
esta época do a n o , u m p a sseio para toda a família é percorrer a noite o centro de São Paulo. Milhares de micro-lâmpadas decoram o viaduto do Chá, vale o Anhangabaú, viaduto Santa Ifigênia, edifício Altino Arantes (mais conhecido como Torre do Banespa), o Pátio do Colégio e a praça da Sé. Essa decoração faz parte do projeto Natal Iluminado, uma parceria da Associação Comercial de São Paulo, Prefeitura de São Paulo e a iniciativa privada. "São Paulo é uma cidade multicultural, que recebe bem e acolhe, como mostra a sua história. E o Natal é um momento muito especial para nós, pois celebra essa característica recebendo visitantes para aproveitar o maior centro de compras, eventos e entretenimento da América Latina", diz o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Por isso a decoração de Natal da metrópole está ainda mais bonita e iluminada. Em comemoração ao aniversário de 112 anos da Associação Comercial de São Paulo, a entidade inaugurou no último dia 7 a iluminação de Natal do Pátio do Colégio. Fazem parte da decoração os prédios da ACSP, da Igreja do Pátio do Colégio, a Secretaria da Justiça e o Marco da Paz. Ao todo são cerca de 30 mil lâmpadas. Em cada prédio há uma árvore de Natal, que estão
iluminadas à noite e durante o dia são facilmente vistas, pois estão desenhadas na cor verde. Além das lâmpadas há também centenas de estrobos que darão movimento à decoração. O edifício Matarazzo, sede da Prefeitura, ganhou anjos de estrutura metálica; no vale do Anhangabaú, o destaque é uma árvore de Natal com 15 metros de altura, com estrelas e mais de 200 mil lâmpadas brancas; e os viadutos do Chá e Santa Efigênia foram decorados com estrelas douradas e prateadas e as suas estruturas foram iluminadas por microlâmpadas e holofotes coloridos. De longe, a população pode ver a Torre do Banespa iluminada com 600 mil microlâmpadas, 15 mil metros de mangueiras de luz, estrobos e enfeitada com 18 anjos com dois metros de altura. O Shopping Light, em frente ao Teatro Municipal, está com a sua área externa iluminada com mais de 200 mil lâmpadas com potência de 20 mil watts, mais de 200 estrelas em festões iluminados, 10 bolas gigantes com 1,50m, controladas por computador, e 200 estrobos. A vitrine externa está decorada com um boneco animado do Papai Noel em tamanho natural. Uma novidade deste ano é a uniformidade dada aos enfeites de Natal. Foram confeccionadas 800 estrelas luminosas, de 1,60m cada, que estão enfeitando algumas das principais
avenidas da cidade, entre elas a 23 de Maio e a Paulista, em uma parceria da São Paulo Turismo com a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, Ilume e CET. As estrelas foram produzidas com mão-de-obra contratada especialmente para a ocasião em uma oficina montada pela SPTuris na Subprefeitura da Sé, que cedeu o espaço. Lá, um eletricista e um serralheiro capacitaram pessoas que estavam sem ocupação para confeccionar as estrelas concebidas pela SPTuris, que são acionadas por fotocélula e poderão ser reaproveitadas para o próximo Natal Árvore de Natal Gigante Apesar da rica decoração da região central da cidade, o Parque do Ibirapuera é considerado o ponto alto do projeto natal iluminado. Como nos anos anteriores, em frente ao Obelisco, foi montada a gigantesca árvore de Natal. Maior que as versões anteriores, a de 2006 pesa 210 toneladas, tem 60 metros de altura - equivalente a um prédio de 20 andares -, 28 metros de diâmetro e com o brilho de 500 mil lâmpadas. Somente a estrela do topo tem seis metros de altura e pesa mais de uma tonelada. Na base, chamam a atenção 12 esculturas de anjos, com dois metros cada. Fonte multimídia do Parque do Ibirapuera, em frente à Assembléia Legislativa, também
já se tornou um tradicional ponto turístico nesta época do ano. Uma parceria do Grupo Pão de Açúcar e Secretaria do Verde e Meio Ambiente, o lago do parque recebeu iluminação especial de Natal e teve as 250 árvores à sua volta iluminadas. Estão programadas apresentações diárias com o tema natalino entre os dias 2 e 25 de dezembro, sempre às 20h30, com duração de uma hora. Votação Popular Para incentivar as decorações nas residências e no comércio em geral, que deixam a cidade mais bonita e alegre, a SPTuris faz novamente a Votação Popular de fachadas natalinas nas categorias “casas”, “edifícios residenciais”, “condomínios e ruas” e “casas e edifícios comerciais”. Em parceria com a rádio Jovem Pan e apoio da Associação Comercial, os imóveis são indicados pelos moradores (das próprias residências ou pontos de comércio) ou por terceiros e escolhidas em votação popular via internet. Os vencedores das quatro categorias, um dos eleitores e um entre os que indicarem os imóveis serão homenageados com pacotes turísticoculturais em São Paulo. Os ganhadores da eleição para a mais bela fachada receberão ainda uma placa comemorativa e um porta-retratos com a foto de seu imóvel iluminado. CO
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ESPECIAL - 19
Roteiros do Natal Iluminado 2006 Divulgação
São vários os roteiros turísticos pela cidade neste Natal: de uma vez só, pode-se visitar os locais mais iluminados ou o comércio da rua 25 de Março, por exemplo. Há ônibus especiais para isso confira aqui
A
Prefeitura colocou ônibus à disposição da população para visitação dos principais pontos decorados, que fazem parte do Natal Iluminado. Até o dia 23 de dezembro, os interessados p o d e m e s c o l h e r e n t re dois roteiros, o Ibirapuera e o Paulista/Jardins, cada um contando com dois ônibus diários. São duas saídas diárias, a partir das 19h30 do Viaduto do Chá. O custo é de R$ 6 e as vendas são feitas na C e n t r a l d e I n f o rm a ç ã o Tu r í s t i c a (CIT) Olido, da SPTuris, na avenida São João, 473, centro. Os ônibus contam com guias bilíngües (espanhol ou inglês) e arc o n d i c i o n ado.
Roteiro Ibirapuera
Alex R ibeiro
/DC
Viaduto
A árvore do Ibirapuera e a decoração do Banco Real na avenida Paulista fazem parte dos roteiros turísticos da cidade
do Chá (em frente à Prefeitura), largo São Francisco, avenida Paulista (parada em frente ao Bank Boston), rua Haddock Lobo, parque Ibirapuera (parada: árvore e espetáculo de luzes), avenida Ibirapuera, rua Normandia (parada: neve artificial), avenida 23 de Maio, Catedral da Sé, Pátio do Colégio e largo de São Bento.
Roteiro Paulista/Jardins Viaduto do Chá (em frente à Prefeitura), largo São Francisco, Bela Vista, avenida Paulista (parada), rua Haddock Lobo, Jardins, avenida Brasil, parque Ibirapuera (parada: árvore e espetáculos de luzes), avenida 23 de Maio, Catedral da Sé, Pátio do
Colégio e largo de São Bento.
Roteiros Tu rísticos Algumas agências estão ofe-
recendo pacotes especiais para turistas que estão na cidade neste período do Natal. Conheça: Check Point - www.checkpoint.com.br - Tel. 6091-1316 Tour privativo de compras, em que um motorista busca o turista onde ele esteja. São três opções disponíveis:
lar, com duração de cinco horas, percorrendo ruas do Bom Retiro (parada de 40 minutos), Mercado Municipal (parada de 40 minutos) e região da rua 25 de Março. Um guia bilíngüe acompanhará os passageiros durante as compras (para estrangeiros). Em seguida, retorno para o hotel. Preço: Até três pessoas, R$ 350; van para até dez pessoas, R$ 500.
1ª Opção Roteiro de cinco horas, percorrendo as ruas Haddock Lobo, alameda Santos, alameda Lorena, rua Oscar Freire, passando pelas principais lojas de grifes nacionais e internacionais. Um guia bilíngüe acompanhará os passageiros durante as compras (para estrangeiros). Em seguida, retorno para o hotel. Preço: Até três pessoas, R$ 350; van para até dez pessoas, R$ 500.
3ª Opção Natal Luz (somente à noite) Com duração de três horas, o roteiro passa pela avenida Paulista para apreciar a decoração dos edifícios, parque do Ibirapuera (fonte luminosa e árvore de Natal) e por último, parada na rua Normandia, em Moema, com suas tradicionais decorações natalinas, com neve artificial, bonecos, luzes e corais natalinos. Preço: Até três pessoas, R$ 280; van para até dez pessoas, R$ 420.
2ª Opção Roteiro de compras popu-
Andanças Viagens & Turismo
www.an dancastur. com.br Tel. 6863-0233 Apresentação às 17h na rua Loefgreen, 1048 - ao lado do Colégio Arquidiocesano, próximo do Metrô Santa Cruz, com saída às 17h30. O roteiro passa pela Casa do Papai Noel na avenida Paulista (Banco Real), Banco de Boston, Teatro Municipal, Viaduto do Chá, Bairro de Higienópolis, Kitchens, Shopping Iguatemi, rua Normandia em Moema, Árvore do Ibirapuera; com retorno entre 23h30 e 0h. Preço: R$ 30 por pessoa City Tour São Paulo www.citytoursp.com.br - Tel. 5181-9914 São dois roteiros que mostram as decorações natalinas da cidade, com duração de três horas. A saída ocorre às 20h do Centro Cultura São Paulo, na rua Vergueiro (estação Vergueiro do Metrô). Um roteiro percorre a avenida Paulista e depois segue para o parque do Ibirapuera. Outro, segue para a rua Normandia e parque do Ibirapuera. Preço: R$ 25 por pessoa
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Fotos: Rogério Albuquerque/AFG
É rica em detalhes a decoração rua Normandia: resgata o Natal tradicional, bem colorido, com bonecos de neve e cenários iluminados. Um momento mágico para as crianças
Cai a neve em Moema, para resgatar os valores da vida
N
A rua Normandia já se tornou tradição de Natal há dez anos com sua máquina de neve artificial. E não apenas pela beleza do espetáculo: a estimativa do crescimento das vendas das lojas é de 50% este período que antecede o Natal, além da árvore de Natal e a fonte multimídia do par-
que do Ibirapuera, os paulistanos também aguardam a decoração de uma rua do bairro de Moema, Zona Sul de São Paulo, que já se tornou tradição. A rua Normandia se notabilizou
por trazer todo o ano uma máquina de neve artificial. A iniciativa, já no seu décimo ano, é da Associação de Lojistas das ruas Normandia e Gaivota (Associação Normandia Street Shopping). Este ano, a decoração rica em detalhes resgata o Natal tradicional, trazendo cores como verde, branco e vermelho, bonecos de neve e cenários iluminados por milhares de micro-lâmpadas, que se espalham nas árvores de Natal e nas fachadas das lojas. Além da neve, outra atração da rua é o Papai Noel e a apresentação de corais natalinos durante a noite. A expectativa dos organi-
20/12 às 21h - Coral Azul 22/12 às 20h - Coral Dox G 23/12 às 21h - Grupo Musical Vida Nova G G
Bonecos gigantes
zadores é de que mais de 300 mil pessoas passem pelo local durante o período. O investimento do evento foi de R$ 200 mil, envolvendo a decoração dentre outros serviços. Com o
Natal, a estimativa do crescimento das vendas das lojas é de 50%. “Apesar do aumento das vendas, o principal objetivo do Natal nas ruas Normandia e Gaivota é resgatar os verdadeiros valores da vida, reunir a família e proporcionar mais uma opção de lazer e qualidade de vida com segurança na cidade”, afirma Diego Schvartzman, presidente Associação Normandia Street Shopping. Programação dos corais 18/12 às 20h - Coral Cassp 20/12 às 20h - Coral Unilever G G
Com o apoio da Distrital Mooca da Associação Comercial de São Paulo, a rua Jumana, importante via do bairro, ganhou uma decoração de Natal com quatro bonecos natalinos de seis metros de altura, instalados no recém-construído canteiro central da rua. A inauguração foi dia 8, sábado, e contou com revoada de balões, promoções e decorações nas lojas, além do Papai Noel recepcionando as crianças. Para a comerciante Eliete Abussamra, uma das mais animadas com a novidade, a reurbanização da rua incentivou moradores e trabalhadores: "Resolvemos fazer a festa para recepcionar a população neste final de ano. Alguns lojistas já estão indo além, melhorando as fachadas dos estabelecimentos e pensando em padronizar as calçadas em 2007”. CO
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
Congresso Planalto Atentado CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5 Se a Justiça entender que é necessário fazer exames psiquiátricos , eles serão feitos. Delegado Wilson Gomes
DEPUTADO SOFRE AGRESSÃO A FACA
Antonio Cruz / ABr / 03.11.2005
Romildo de Jesus / AE
ACM NETO É ESFAQUEADO NA BAHIA Armada com uma peixeira, uma mulher atacou o deputado na rua, em Salvador. Ela disse que estava revoltada porque ele não a ajudou liberar o seu FGTS.
O
deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), de 27 anos, sofreu um atentado no início da tarde de ontem, na saída do escritório político, na Avenida Paulo VI, no bairro da Pituba, em Salvador. Uma mulher identificada como Rita de Cássia Sampaio de Souza, de 45 anos, aproximou-se de ACM Neto e desferiu uma facada nas costas dele. ACM Neto estava acompanhado pelo motorista e por um assessor. Segundo boletim médico divulgado no fim da tarde de ontem pelo Hospital da Bahia, onde o deputado do PFL da Bahia foi internado, o corte foi superficial, na região da omoplata direita, e não atingiu as vias aéreas. Presa momentos depois do ataque por policiais militares que estavam na região, Rita foi conduzida à 16.ª Delegacia (Pituba), onde prestou depoimento. Ela contou ao delegado titular, Wilson Gomes, que procurou ACM Neto na manhã de hoje para cobrar uma promessa que ele teria feito a
ela, de liberar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) na Caixa Econômica Federal (CEF). De acordo com Gomes, no depoimento, Rita afirmou que o benefício está retido há três anos – quando ela teria sido demitida da Secretaria de Saúde da prefeitura de Ipiaú, a 353 quilômetros de Salvador, onde afirmou morar. E disse que, como não foi atendida pelo deputado, ficou nervosa e resolveu praticar a agressão. "Estamos checando a veracidade das informações dadas por ela", disse o delegado. Rita de Cássia também citou o aumento de 90,7% nos salários dos parlamentares, aprovado pelo Congresso na semana passada, como motivo secundário para o ataque. Além disso, Gomes afirmou que ela tinha uma faca e um canivete e, pelo que dizia, parecia estar emocionalmente alterada durante o interrogatório. "Ela veio a Salvador com uma peixeira e tentou matar o deputado", resumiu o delegado, ao mostrar a faca.
Romildo de Jesus / AE
Segundo ele, agora fica a cargo da Justiça saber se ela tem problemas psicológicos ou não. "Se a Justiça entender que é necessário fazer exames psiquiátricos para o julgamento, eles serão feitos." Rita foi encaminhada, no fim da tarde, ao Presídio Feminino de Salvador. Ela foi indiciada por tentativa de homicídio qualificada – por não ter dado chance de defesa à vitima. Já ACM Neto, apesar de estar lúcido e passar bem, segundo o boletim médico, permanecia em observação, sem previsão de alta. Ele recebeu a visita de familiares, amigos e correligionários durante toda a tarde. (AE)
ACM Neto foi atingido quando saía de seu escitório político. Rita de Cássia (acima, à direita) mostrava sinais de descontrole emocional e veio de Ipiaú com uma faca e um propósito: tentar matar o deputado. Ela explicou ao delegado Gomes que também estava inconformada com o reajuste dos deputados.
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Gover no Planalto Pesquisa Congresso
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
RESULTADOS IMPÕEM MAIOR RESPONSABILIDADE
O presidente sai bastante fortalecido, com um ativo importante para o segundo mandato. Marco Antônio Guarita, CNI
Fabio Motta / AE
Bem na foto: Lula, o presidente reeleito, tem a aprovação de 71% da população. É o mesmo patamar de seu primeiro ano de mandato.
O BRASIL QUE OS BRASILEIROS ENXERGAM
A
maioria dos brasileiros é contra o voto obrigatório e o financiamento público de campanhas políticas, mas é favorável à reeleição e acha que a vida vai melhorar no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A maioria também aprova a maneira como ele conduz o governo, embora acredite que a inflação pode subir. Estes foram alguns resultados da pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao Instituto Brasileiro de Opinião Pública (Ibope), divulgada ontem.
OBRIGATÓRIO, NÃO Diante do debate sobre a necessidade de se promover uma reforma política, a pesquisa incluiu o tema da obrigatoriedade do voto. O levantamento mostrou que 54% dos entrevistados são contrários ao voto obrigatório e 45%, favoráveis. Por outro lado, 56% afirmaram que teriam votado nas últimas eleições, mesmo que o voto não fosse obrigatório, enquanto 43% disseram que não teriam comparecido às urnas na última eleição. A sondagem apontou ainda que 77% dos entrevistados são contrários ao financiamento público de campanhas eleito-
rais e que apenas 16% são favoráveis. Por outro lado, 52% aprovam a fidelidade partidária e 37% são contra. A CNI/Ibope ainda constatou que 58% dos entrevistados são favoráveis à reeleição, enquanto 38% desaprovam. A pesquisa mostrou também que é baixa a participação política da sociedade – 83% dos entrevistados disseram que nunca trabalharam para um partido ou candidato e 71%, que em tempo algum trabalharam pela defesa de propostas ou idéias que afetam a própria vida ou a da comunidade. A CNI constatou ainda que 48% dos entrevistados acompanham as questões políticas por meio de conversas com amigos, enquanto que 29% nunca conversam sobre política com amigos, e 24% quase nunca falam do assunto. A sondagem ainda constatou que 51% dos entrevistados acreditam que o voto pode melhorar a vida dos cidadãos, mas 47% consideram que, independente do voto, a vida das pessoas continua do mesmo jeito ou muda por outras razões. Foram 2.002 entrevistados em 140 cidades. EM ALTA A aprovação à forma como o presidente governa voltou, em
dezembro, aos patamares do primeiro ano de mandato. Segundo a pesquisa, 71% dos entrevistados aprovam a maneira como Lula conduz o governo e apenas 23% desaprovam. Em março de 2003, quando o Ibope realizou o primeiro levantamento, 75% dos entrevistados aprovavam a maneira como Lula exercia o governo e 13% não aprovavam. No levantamento anterior, de setembro de 2006, 62% dos entrevistados manifestaram aprovação e 32%, desaprovação. O presidente reeleito também encerra a primeira gestão com a maior nota do governo até agora. A pesquisa contabilizou nota 7 ao atual mandato. Em setembro, a nota foi de 6,6. O levantamento constatou que 68% dos entrevistados esperam uma segunda gestão ótima ou boa, enquanto que 17% acreditam que será regular e 11%, ruim ou péssima. A sondagem constatou ainda que 57% dos entrevistados acham que o segundo governo será melhor que o primeiro. Apenas 11% esperam um segundo mandato pior e 28% consideram que será igual. A expectativa positiva em relação à segunda gestão é maior na Região Nordeste e no extrato de menor escolaridade. O s e n t re v i s t a d o s a i n d a
apontaram a saúde como a principal prioridade do novo governo. Em segundo lugar, ficou o emprego, seguido por segurança e educação, os dois em terceiro lugar. Quando Lula iniciou o primeiro mandato, a pesquisa CNI/Ibope apontou que as principais prioridades eram, na ordem: emprego, combate à fome e à pobreza, saúde e segurança. SATISFEITOS O brasileiro chegou a dezembro com o melhor índice dos últimos quatro anos em termos de satisfação com a vida. Segundo a pesquisa, 83% dos entrevistados disseram estar satisfeitos, e apenas 15%, insatisfeitos. O levantamento mostra também que 43% esperam que 2007 seja muito bom; 46% acham que será bom, e apenas 5% supõem que o próximo ano seja ruim ou muito ruim. A sondagem revelou que 38% dos entrevistados têm esperança num aumento da renda da população nos próximos seis meses, enquanto 17% contam com queda. Outros 38% acham que o nível de renda não mudará. A pesquisa aponta ainda que 43% dos brasileiros apostam na elevação da própria renda nos próximos seis me-
ses; 10% dos entrevistados acham que diminuirá, e 41% presumem a manutenção da renda atual. EDUCAÇÃO REGULAR O estudo revelou que 30% dos entrevistados consideram a educação no Brasil ótima ou boa e 42% a avaliaram como regular. Apenas 27% disseram considerar o ensino no País ruim ou péssimo. Segundo a pesquisa, apenas na Região Sudeste o saldo foi negativo. Por outro lado, a melhor análise foi na Região Sul. Nas faixas de menor escolaridade, a qualidade da educação tem conceito mais positivo, enquanto a crítica aumenta entre aqueles com maior escolaridade. Entre os entrevistados que cursam ensino superior, apenas 17% avaliam o ensino como ótimo ou bom e 41% acham ruim ou péssimo. A sondagem revela que 36% dos entrevistados acham que a educação melhorou nos últimos dois anos. Outros 44% acreditam que está igual e 18% estimam que piorou. INFLAÇÃO A pesquisa constatou que subiu de 30% em setembro para 41% o total de entrevistados que acredita que a inflação se elevará nos próximos seis meses. Caiu de 24% para 19% o porcentual dos que esperam queda da inflação nos próximos seis meses. O levantamento mostrou ainda que avançou de 37% para 42% o total de entrevistados que esperam um aumento do desemprego também nos próximos seis meses. Diminuiu de 33% para 31% o número dos que contam com a queda do desemprego e baixou de 26% para 23% aqueles que não projetam mudanças no quadro.
DONO OU AUTÔNOMO A pesquisa constatou também que quase dois terços dos entrevistados têm como cenário ideal ser dono de empresa ou trabalhar por conta própria: quanto menor o poder aquisitivo e a escolaridade, maior a intenção de ter um negócio. Por outro lado, aqueles com maior escolaridade têm preferência pelo emprego no serviço público. Entre os pesquisados, 62% gostariam de ter uma empresa ou desempenhar funções de autônomo. Apenas 11% preferem ser funcionários de companhia privada e 24% prestariam concurso. Quando solicitados a considerar a situação econômica do Brasil, 59% pensam que ter um negócio é a melhor opção, 25% acham que ser funcionário público é a melhor escolha e outros 13% afirmam que a melhor forma de sustento é ser empregado de firma particular. ATIVO IMPORTANTE O diretor de Operações da CNI, Marco Antônio Guarita, disse que "o presidente sai bastante fortalecido, e não há dúvidas de que essa avaliação que o governo recebe é um ativo importante que ele utilizará para enfrentar os desafios do segundo mandato". Segundo a apuração, 71% dos entrevistados aprovam a maneira como Lula governa o País. Por outro lado, na avaliação de Guarita, ele terá de encontrar respostas para atender à alta expectativa da população em relação a 2007. O consultor Amauri Teixeira, da MCI Estratégia, observou que a aprovação à administração federal, neste mês, é um resultado muito expressivo. "Será um governo que vai começar muito fortalecido", disse o analista. (AE)
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
1 Localização e facilidade de acesso dos centros de compras pesam na escolha do consumidor
Fotos: Milton Mansilha/LUZ
CONSUMIDOR DEVE GASTAR R$ 1 BILHÃO NOS SHOPPINGS É o que mostra uma pesquisa da Toledo & Associados com 5,5 mil pessoas
O
consumidor paulistano pretende gastar aproximadamente R$ 1 bilhão em shoppings neste Natal. É o que aponta a sexta edição da pesquisa My Shopping, realizada pela Toledo & Associados com 5,5 mil pessoas entre os dias 16 e 30 de setembro de 2006. O estudo, divulgado ontem, mostra preferências e hábitos dos clientes. A localização e a facilidade de acesso foram os fatores mais citados pelos entrevistados para a escolha do centro de compras, seguidos pelo tamanho e segurança no estacionamento. De acordo com o presidente da Toledo e Associados, Francisco José de Toledo, os consumidores escolhem os locais mais próximos, que demoram no máximo 15 minutos para serem percorridos de carro. "Esse hábito vale para o ano todo, inclusive nos dias que antecedem o Natal. Muita gente escolhe também os shoppings próximos ao metrô, pela comodidade", completou. Campeões – Na zona sul, o Shopping Interlagos foi o mais citado, com 27% das escolhas, seguido do Plaza Sul, com 11%. O Ibirapuera aparece em terceiro, com 10%. No centro, 18% dos entrevistados responderam que preferem o Shopping Center Norte. Esse centro de compras também foi o escolhido na zona norte (43% das respostas). Na zona leste, o Shopping Aricanduva foi citado por 44% das pessoas. Na zona oeste, o campeão é o West Plaza, com 21%. De todos os consumidores pesquisados, os que vivem na
zona sul deverão gastar mais. Considerando os 818.907 domicílios das classes A, B, C e D na região e o valor médio que se pretende gastar com presentes de Natal em cada uma delas, a estimativa de compras será, em média, de R$ 430 por domicílio. As compras em shoppings da zona sul deverão somar R$ 312 milhões, um aumento de 23% em relação ao ano passado.
Dirceu: vendas 12% maiores
Considerando que, no centro da cidade, há aproximadamente 105.152 domicílios das classes A, B, C e D, a estimativa de compras de Natal será, em média, de R$ 390 por domicílio, cerca de 2% a menos do que o registrado no ano passado, segundo a pesquisa My Shopping. Movimento – Ontem, o Shopping Plaza Sul, segundo colocado no ranking de vendas da Toledo & Associados, estava mais movimentado do que o normal. A expectativa do superintendente Dirceu Benith Ju-
nior é de que haja aumento de até 12% nas vendas de Natal em relação ao ano passado. "De janeiro a novembro, nosso crescimento foi de 10%", informou. Segundo ele, 67% das pessoas que freqüentam o shopping são de classe média. A variedade de lojas é uma das principais características do shopping, segundo a comerciante Priscila dos Santos, que às 16 horas procurava presentes para a família. "Estou aqui desde as dez da manhã e ainda não encontrei tudo o que eu queria. É muita variedade", disse a comerciante. Neste ano, ela pretende gastar R$ 400 para presentear dez pessoas. "Para a família, compro presentes mais caros, e para os amigos, lembrancinhas", afirmou. Já o comerciante João Adolfo pretende gastar R$ 500 na compra de presentes para a família. Ontem ele aproveitou o dia de folga para ir ao Plaza Sul com a mulher, Denise Nascimento, e o sobrinho, Walter Ribolta. "Moramos no Ipiranga, mas gostamos daqui porque os preços são muito bons. Costumamos freqüentar também o Ibirapuera e o Higienópolis", afirmou João Adolfo. A diretora do Abrigo Dom Paulo Evaristo Arns, Caroline Gracek, e sua mãe, Ângela Gracek, também aproveitaram a tarde para comprar presentes para seus funcionários. "Já gastamos R$ 600. Para a família, os presentes são mais caros. Para os meus 13 funcionários, comprei lembrancinhas", disse. . (Veja mais nas páginas 3 e 4 deste caderno). Vanessa Rosal
Vendas à vista: aumento de 5,5%
A
s vendas aumentam conforme o Natal se aproxima. As consultas ao Usecheque, que representa as vendas à vista, cresceram 5,5% na primeira quinzena de dezembro em comparação com o mesmo período do ano passado. E a busca de informações no Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), que mede as vendas a prazo, aumentou 3,4% na mesma comparação. É o que revela pesquisa divulgada ontem pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP). "Essa alta nos números é atribuída às promoções pósNatal antecipadas pelos lojistas, que ficaram com medo de ter mercadoria encalhada nas prateleiras depois da época das compras", disse o economista da ACSP, Emílio Alfieri.
A expectativa é de que esses números atinjam o pico no final de semana do Natal, que coincide com a liberação da segunda parcela do 13º salário para os trabalhadores. "A média das consultas pode subir 5% em relação ao mesmo período de 2005", previu o economista. A ACSP já avaliou as vendas deste último final de semana, dias 16 e 17, quando as consultas ao SCPC aumentaram 5,1% em relação ao mesmo final de semana de 2005. "É um crescimento considerável, que esperamos para a segunda quinzena deste mês." Falta de pagamento – E a maior procura pelas compras faz subir, também, a inadimplência. Nos primeiros 15 dias de dezembro deste ano, o número de registros recebi-
dos no cadastro de inadimplentes apresentou crescimento de 7,6% em relação à mesma época do ano anterior. "Mas caiu 7,2% em relação ao mesmo período de novembro deste ano, já que as pessoas estão com o 13º salário no bolso", afirmou Alfieri. Seguindo a tendência dos últimos anos, o número de registros cancelados cresceu 1,3% na primeira quinzena deste mês em comparação com o mesmo período do ano passado e 26,1% sobre novembro deste ano. "É normal que os dados de cancelamentos superem os de inclusões nesta época do ano", diz Alfieri. A Serasa também divulgou ontem levantamento semelhante, que confirma os dados da ACSP (leia mais na pág. 4). Sonnaira San Pedro
Shopping Plaza Sul ocupa o segundo lugar no ranking de vendas, segundo pesquisa da Toledo & Associados
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Agronegócio Nacional Energia Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
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BOLÍVIA PRETENDE RETOMAR NEGOCIAÇÕES
bilhões de reais é o orçamento total de investimentos da Petrobras em 2007
DE ACORDO COM O MINISTRO BOLIVIANO DOS HIDROCARBONETOS, ESTATAL RECEBERÁ POR REFINARIAS
BOLÍVIA QUER INDENIZAR PETROBRAS
O
André Dusek/AE
balho ao Brasil com o objetivo de distender as relações bilaterais, tensionadas desde a nacionalização dos setores de gás e de petróleo pelo governo Evo Morales, em 1º de maio. Essa reversão da posição de La Paz, agora em favor do diálogo, poderá ser consolidada na visita oficial do presidente Evo Morales ao País, em fevereiro. Como contrapartida, o Brasil acena com novos investimentos da Petrobras na produção de gás na Bolívia e a possível construção de um pólo gás-químico por empreendedores privados brasileiros do lado boliviano da fronteira. Embora não afaste o risco de novas ações unilaterais do governo boliviano contra interesses brasileiros, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse acreditar que há condição para se criar um "clima positivo" nas relações bilaterais. O próprio chanceler
ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas, garantiu ontem que a Petrobras será indenizada pela nacionalização de suas duas refinarias de petróleo em Santa Cruz de La Sierra. Ao final de um encontro com o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, Villegas anunciou que o governo boliviano contratará uma consultoria para calcular o valor de mercado das duas unidades. Essa tarefa deverá ser concluída até a primeira semana de fevereiro próximo. Mas ainda na primeira semana de janeiro espera-se a retomada das negociações bilaterais entre a Petrobras e a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales de Bolívia (YPFB) sobre a questão. Ao lado do ministro de Relações Exteriores da Bolívia, David Choquehuanca, Villegas comandou uma missão de tra-
Choquehuanca afirmou que os países começaram uma fase superior, baseada na solução de todas as questões por meio do diálogo. "O diálogo é o oposto de medida unilateral. Alguns anseios históricos da Bolívia foram tratados de forma abrupta pelo governo Morales. Com o tempo, as coisas voltam ao leito normal", declarou o ministro Amorim. Preços — A Bolívia espera aumentar o preço do gás natural vendido para o Brasil para US$ 5 por milhão de BTU, disse Villegas. Hoje, o gás é vendido para a maioria das localidades brasileiras por US$ 3,76 por milhão de BTU. Mas Villegas argumenta que em alguns lugares, especialmente no Estado de Mato Grosso, o gás boliviano é vendido por companhias como Shell e Prisma por até US$ 1,09 por BTU. "Não podemos permitir que o gás seja exportado a US$ 1,09." (AE)
Villegas (à esq.), com o ministro brasileiro Rondeau: tentativa de retomar negociações sobre o gás.
Mais atrasos nas usinas do Rio Madeira
Estatal vai recomprar ações
A
Petrobras anunciou ontem que deve recomprar 5% de suas ações preferenciais (PN, sem direito a voto) negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A operação é avaliada pelo mercado como uma maneira de valorizar os papéis. O anúncio provocou uma reação das ações PN, que subiram ontem 0,32% na Bovespa, enquanto as ordinárias (com direito a voto) caíram 0,65%, acompanhando as cotações internacionais do petróleo. O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, afirmou que a companhia está praticando "disciplina de caixa". "Estamos tocando todos os projetos de investimento que temos capacidade para
executar, e mesmo assim está sobrando caixa. Em vez de deixar esse dinheiro rendendo 5% ou 6% ao ano, decidimos fazer uma operação que beneficie o investidor", destacou o executivo. A estatal tem um orçamento de R$ 47 bilhões para investir em 2007. Segundo Barbassa, a estatal tem hoje uma sobra de caixa na casa dos US$ 10 bilhões e deve gastar cerca de US$ 2 bilhões se cumprir integralmente o programa de recompra de ações. A proposta prevê a compra de até 91,5 milhões de papéis preferenciais em um prazo de até um ano. As operações serão feitas por dez instituições financeiras intermediárias. Dividendos — Para analistas do mercado, a operação é
boa para o acionista, uma vez que deve provocar aumento no preço dos papéis. Isso porque, após a recompra, lucros e dividendos serão divididos entre um contingente menor de acionistas. "É um prêmio para o investidor que apostar na empresa", disse Gustavo Gatass, do UBS. Gilberto Souza, do BES Securities, destacou, no entanto, que a alta deve ocorrer no médio prazo, porque as compras serão diluídas. Somente em 2006, a companhia anunciou a distribuição de R$ 6,2 bilhões a título de juros sobre o capital próprio, e a expectativa é de que um complemento, em dividendos, seja anunciado no início de 2007, após o fechamento do balanço da estatal deste ano. (AE)
A
s construções das hidrelétricas de Santo Antônio e de Jirau, ambas no Rio Madeira, poderão sofrer mais atrasos devido a uma decisão tomada ontem pelo governo brasileiro, sob
pressão da Bolívia. Foi reativado um convênio firmado entre os dois países, em 1990, sobre o aproveitamento racional dos recursos hídricos nas áreas de fronteira. Com isso, as questões ambientais envolvendo essas obras terão de ser discutidas pelos dois países. Juntas, as duas hidrelétricas serão capazes de gerar mais de 6 mil megawatts. Sua
entrada em operação é considerada essencial para evitar a escassez de energia elétrica no País a partir de 2010. Fontes diplomáticas vêem no episódio pólvora suficiente para uma crise semelhante à guerra das "papeleiras" — entre a Argentina e o Uruguai, a respeito da utilização de recursos hídricos do Rio Uruguai por uma indústria finlandesa de celulose. (AE)
Statoil paga US$ 30 bi pela Norsk A petrolífera norueguesa Statoil acertou a compra das operações de petróleo e gás da Norsk Hydro por cerca de US$ 30 bilhões, o que cria uma gigante norueguesa no setor, informaram ontem as empresas. A nova companhia terá uma produção combinada
de 1,9 milhão de barris por dia em 2007 e reservas provadas de petróleo e gás de 6,3 bilhões de barris de óleo equivalente. O negócio também cria a petrolífera com maior operação marítima do mundo, ou "offshore". A nova empresa t e r á v a l o r d e m e rc a d o d e
US$ 100 bilhões e será a décima maior petrolífera, atrás da brasileira Petrobras, que é a nona maior e tem valor de mercado de US$ 102 bilhões. O negócio ainda precisa ser aprovado pelas autoridades reguladoras e pelos acionistas, informaram as empresas. (Agências)
ATAS
EDH HOLDING S/A. ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL DE CONSTITUIÇÃO REALIZADA EM 29 DE SETEMBRO DE 2006 Data, Hora e Local: 29/9/2006, 10 horas, sede social. Quorum: 100% do capital social: 1) Arnaldo Victor Carneiro, RG. 4.982.784 SSP/SP e CPF. 148.637.586-34: 895 ações e 2) E2 Participações Ltda., CNPJ 04.585.159/0001-76 e NIRE 35.217.059.570: 9.105 ações.Total: 10.000 ações ordinárias de R$ 1,00 cada uma. Feito depósito de R$ 1.000,00 e os restantes até 31/12/2006, ambos em moeda corrente nacional. Mesa: Ricardo Javier Etchenique, Presidente e Arnaldo Victor Carneiro, Secretário. Deliberações: A) Aprovado: Estatuto Social – Capítulo I – Denominação, Sede, Objeto e Duração. Art. 1º: A EDH Holding S/A (a Companhia) é uma sociedade por ações, de capital fechado, que se rege por este Estatuto e pelas disposições legais que lhe forem aplicáveis. Art. 2º: A Cia. tem sede e foro em São Paulo-SP, com sede à Av. Brig. Faria Lima, 1478, 18º, sala 1, podendo por deliberação da Diretoria abrir, transferir e extinguir sucursais, filiais, agências, escritórios e quaisquer outros estabelecimentos em qualquer parte do território nacional e no exterior. Art. 3º: A Cia. tem por objeto a participação em outras sociedades, como sócia, acionista ou quotista, aplicando marca própria ou de terceiros, atuando como holding administradora de empresas atuantes nos ramos de: substâncias químicas para uso industrial, doméstico, ciências e agriculturas; substâncias e produtos de tintas, vernizes, preservativos contra oxidação, resinas, metais; substâncias e produtos de beleza, cosméticos e de higiene pessoal, incluindo aparelhos de barbear; substâncias e produtos para limpeza e higiene/ lavanderias; produtos e substâncias de cigarros, tabacos e para fumantes; substâncias e produtos derivados do petróleo, incluindo graxas, óleos, gás, álcool, combustíveis e similares; produtos e equipamentos para iluminação; substâncias e produtos farmacêuticos e veterinários; substâncias e produtos de metal, suas ligas, materiais de construção, serralheria, ferragem, minérios; máquinas e equipamentos mecânicos, motores, suas partes e peças; instrumentos agrícolas não manuais; ferramentas e instrumentos de propulsão muscular; produtos de cutelaria; armas brancas; equipamentos, aparelhos e instrumentos científicos, náuticos, geodésicos, fotográficos, cinematográficos, ópticos, de pesagem, de medição, de sinalização, de controle e inspeção, de salvamento, de ensino, de eletricidade, máquinas de registrar, máquinas e equipamentos de transmissão de imagem; equipamentos de suporte de registro magnético; discos, cds, dvds, fitas e similares; máquinas distribuidoras automáticas e mecanismos para aparelhos operadores com moedas; equipamentos de calcular, pesar, medir, processar dados e computadores; equipamentos extintores de incêndio; aparelhos e instrumentos cirúrgicos, médicos, odontológicos e veterinários, artigos ortopédicos; plantas, artigos e produtos de jardinagem e paisagismo; aparelhos e instrumentos de iluminação, aquecimentos, produção de vapor, cozinhar, refrigeração, secagem, ventilação, fornecimento de água; metais preciosos, jóias, bijuterias, relógios e suas partes; instrumentos musicais; papel, papelão, embalagens, artigos escolar, material didático e de instrução, artigos de fotografia, material de escritório, caracteres de impressa; borracha, gomas, colas, materiais para vedar-calafetar-isolar; couro e imitações, malas e bolsas de viagens, carteiras, pastas, guarda-chuvas, guarda-sóis, produtos de selaria; materiais de construção, produtos de asfalto, construções transportáveis não metálicas; produtos e objetos para uso como móveis, espelhos, molduras, produtos de madeira, cortiça, junco, cana, vime, marfim; utilidades, instrumentos e produtos domésticos manuais, elétricos e eletrônicos; utensílios e recipientes para cada de qualquer matéria-prima; artigos de vidro e espelhos, porcelanas e louças; cordas, fios, redes, tendas, toldos, velas, sacos, sacolas, materiais têxteis; fios para uso têxtil; tecidos e produtos têxteis; artigos de cama-mesa-banho; meios de transportes, e locomoção por terra, água ou ar, automóveis, bicicletas, triciclos, aeronaves e similares; artigos do vestuário; calçados e chapelaria; rendas e bordados, artigos de armarinhos e flores artificiais; artigos de decoração, carpetes, tapetes, capachos, esteiras, linóleo, assoalhos; jogos, brinquedos, artigos para ginástica e esporte; artigos natalinos; alimentos in natura ou fabricados, leite, laticínios, bebidas naturais, bebidas alcoólicas, preparações para bebidas, café, chá, ervas, doces, salgados, condimentos, especiarias, gelo, produtos agrícolas, hortícolas, florestais, grãos, animais vivos, frutas, legumes, verduras, sementes, malte; serviços de gestão de negócios, administração de negócios, intermediação de negócios incluindo atividade comercial no atacado e varejo como também importação e exportação, serviços de propaganda, publicidade, marketing, gestão de pessoas; seguros, negócios mobiliários, negócios monetários, negócios imobiliários; construção civil, reparos, serviços de instalação; serviços de telecomunicações; serviços de transporte, logística, armazenamento e entrega de produtos e mercadorias; organização de viagem; tratamento de materiais; lojas de conveniência; lojas de tratamento de beleza/salão de beleza e estética para seres humanos e animais; serviços de educação, cultura, entretenimento, gravação de programas de tv - videotapes e similares; serviços de atividades desportivas e culturais; serviços de estacionamento; serviços de alimentação - restaurantes, bares e similares e acomodações temporárias; concepção, desenvolvimento, aplicação, manutenção e locação de softwares; serviços técnico-científicos; serviços médicos, serviços veterinários; serviços pessoais e sociais incluindo “ongs” e associações sem fins lucrativos; serviços de franquia; e Exploração de Marcas e Patentes, privilégios industriais e bens incorpóreos análogos. Art. 4º: O prazo de duração será indeterminado, extinguindo-se a qualquer tempo, observadas as formalidades legais, por decisão dos acionistas que representem a maioria do capital votante. Capítulo II – Capital Social e Ações. Art. 5º: O capital social é de R$ 10.000,00, totalmente subscrito, a ser integralizado até 31/12/ 2006, representado por 10.000 ações ordinárias nominativas, no valor nominal individual de R$ 1,00. § Único: Cada ação ordinária confere a seu titular direito a 1 voto nas deliberações da Assembléia Geral. Art. 6º: Respeitadas as disposições legais aplicáveis, a Cia. poderá efetuar resgate total ou parcial de ações de qualquer espécie ou classe, cabendo à Assembléia Geral fixar o respectivo valor de resgate e as demais características da operação. § Único: A Cia. poderá emitir ações nominativas de classes diferentes, inclusive preferenciais, por deliberação da maioria dos acionistas, presentes em Assembléia Geral convocada para este fim. A Assembléia Geral que deliberar e aprovar a emissão de ações de classes diferenciadas, inclusive preferenciais deverá especificar o número e a classe de ações a serem emitidas, o preço de emissão, o prazo de subscrição, a forma e o valor de integralização e os benefícios de cada uma das classes, especialmente no que tange aos dividendos mínimos obrigatórios, no caso de emissão de ações preferenciais, respeitado o limite de 50% de ações preferenciais sobre o total de ações emitidas. Art. 7º: As ações não serão representadas por certificados ou cautelas, presumindo-se a respectiva propriedade pela inscrição do nome do acionista no Livro de Registro de Ações Nominativas. Art. 8º: Os acionistas, guardada a proporção das ações possuídas, terão o direto de preferência na subscrição das novas ações emitidas pela Cia.. § 1º: Os acionistas terão, para o exercício do direito de preferência, o prazo de 30 dias, contado do recebimento da notificação, por escrito, com a competente prova de recebimento pelos destinatários. § 2º: Não exercendo os acionistas, o seu direito de preferência, as ações da Cia. poderão ser alienadas, transferidas ou cedidas a terceiros livremente. Capítulo III – Assembleía Geral. Art. 9º: A Assembléia Geral reunir-se-á ordinariamente nos 4 primeiros meses seguintes ao término do exercício social, para deliberar as matérias estabelecidas na lei, reunindo-se ainda extraordinariamente sempre que os interesses sociais ou a lei assim exigirem. § 1º: A Assembléia Geral será convocada na forma da lei. Independentemente das formalidades de convocação, será considerada regular a Assembléia a que comparecerem todos os acionistas. § 2º: A Assembléia Geral será presidida pelo Diretor Presidente, ou na sua ausência, por quem a Assembléia Geral indicar, por voto da maioria dos acionistas presentes. O presi-
dente da Assembléia Geral escolherá um dos presentes para secretariá-lo. Art. 10: As seguintes matérias exigem voto favorável de acionistas representando a maioria simples do capital social da Cia. para serem aprovadas: (i) alteração do estatuto Social; (ii) aumento ou redução do capital social; (iii) criação de quaisquer novas classes ou séries de ações; (iv) emissão de ações ou outros títulos ou valores mobiliários conversíveis em ações; (v) alteração dos direitos, vantagens e/ou preferências conferidos a espécies ou classes de ações; (vi) alienação da totalidade das ações que integram o capital social da Cia.; (vii) resgate ou recompra de ações pela Cia.; (viii) adoção do plano de negócio anual da Cia.; (ix) modificação do objetivo social e condição de qualquer atividade que seja fundamentalmente distinta daquela exercida correntemente pela Cia. e suas subsidiárias; (x) fusão, cisão ou incorporação da Cia., transferência, venda ou aquisição de ativos substanciais fora do curso normal da atividade exercida pela Cia., ou liquidação, dissolução ou término da Cia.; (xi) aumento ou redução a qualquer título, inclusive, mas não se limitando, a alienação, aquisição ou exercício de direito de preferência, de participações detidas pela Cia. em outras pessoas jurídicas, a qualquer título; (xii) participação da Cia. em grupo de Cias., nos termos dos arts. 265 e seguintes da Lei 6.404/76; (xiii) definição ou alteração no plano de distribuição de dividendos; (xiv) declaração de dividendos especiais ou de liquidação ou distribuição de dividendos; (xv) substituição da empresa independente de auditoria; (xvi) outorga de garantias pela Cia. e a constituição de ônus sobre bens integrantes de seu ativo; (xvii) orientação de voto da Cia. em reuniões de sócios, bem como tomar qualquer decisão em relação às sociedades controladas e coligadas da Cia.; (xviii) requerimento de auto-falência, insolvência e pedido de recuperação judicial da Cia., cessão de direitos ou bens em favor de credores; e (xix) dissolução ou liquidação da Cia. Capítulo IV – Administração. Art. 11: A administração da Cia. compete à Diretoria. Art. 12: Os membros da Diretoria devem assumir seus cargos dentro de 30 dias a contar das respectivas datas de nomeação, mediante assinatura de termo de posse no livro de atas da Diretoria, permanecendo em seus cargos até a investidura dos novos administradores eleitos. Art. 13: A assembléia Geral deverá fixar a remuneração individual de cada Diretor da Cia.. Os administradores perceberão remuneração fixa e, se for o caso, participarão no lucro da Cia., cujos montantes globais estabelecidos pela Assembléia Geral serão distribuídos entre os seus membros em reunião de Diretoria específica para tal fim, pela maioria de seus Diretores, com observância dos limites e condições legais, sendo que a eventual acumulação de cargos não importará na acumulação de remuneração. Capítulo V – Diretoria. Art. 14: A Diretoria é órgão de representação da Cia., competindo-lhe praticar todos os atos de gestão dos negócios sociais, observada a forma de representação estabelecida no Art. 18, assim como o disposto no art. 10 deste Estatuto. Art. 15: A Diretoria não é um órgão colegiado, podendo, contudo, reunir-se sempre que convocada por qualquer dos Diretores, para tratar de aspectos operacionais e deliberando com a presença da maioria dos Diretores. Art. 16: A Diretoria é composta por, no mínimo 2 diretores e no máximo 3 diretores, eleitos e destituíveis pela Assembléia Geral, com mandato de 3 anos, sendo permitida a reeleição. Art. 17: Dentre os diretores um será designado Diretor Presidente, e os demais designados Diretores sem designação específica. § 1º: Em caso de ausência ou impedimento temporário do Diretor Presidente, o mesmo será substituído por qualquer um dos outros diretores.Em caso de ausência ou impedimento temporário de qualquer Diretor sem designação específica, os mesmos serão substituídos por qualquer um dos outros Diretores. Na hipótese de renúncia destituição ou impedimento definitivo, o substituto será eleito em Assembléia Geral, especialmente convocada para tais fins. § 2º: Compete ao Diretor presidente: (i) convocar e presidir a Assembléia Geral e as reuniões de Diretoria; (ii) especificar as atribuições dos demais Diretores da Cia., supervisionar e coordenar as atividades dos demais Diretores. (iii) Supervisionar e coordenar as atividades da Cia. e, em conjunto com os demais Diretores cumprir as decisões da Assembléia Geral. Art. 18: A Cia. será representada e somente será considerada validamente obrigada por ato ou assinatura:(a) do Diretor Presidente; (b) de quaisquer 2 Diretores; (c) de qualquer Diretor, em conjunto com um procurador, constituído na forma do Art. 19, abaixo e observados os limites estabelecidos pelos respectivos instrumentos de mandato; (d) de 2 procuradores em conjunto, constituídos na forma do art. 19, abaixo e observados os limites estabelecidos nos respectivos instrumentos de mandato. § Único: Serão reputados nulos, de pleno direito, e portanto não passíveis de oposição à Cia., todos e quaisquer atos e/ou operações praticadas com a inobservância do disposto neste art.. Art. 19: As procurações serão sempre outorgadas por quaisquer dois Diretores, sendo que estabelecerão os poderes específicos do procurador e não terão prazo superior a 1 ano, excetuando-se as procurações outorgadas para fins judiciais, que poderão ter prazo indeterminado. CapítuloVI – Conselho Fiscal. Art. 20: O Conselho Fiscal somente será instalado a pedido dos acionistas e possui as competências, responsabilidade e deveres definidos em lei. § 1º: O Conselho Fiscal será composto por no mínimo 3 e no máximo de 5 membros efetivos e igual número de suplentes, eleitos pela Assembléia Geral. § 2º: O Conselho Fiscal poderá reunir-se sempre que necessário mediante convocação de qualquer de seus membros, lavrando-se em ata suas deliberações. CapítuloVII – Exercício Social, Demonstrações Financeiras e Lucros. Art. 21: O exercício social terá início em 01 de janeiro e término em 31 de dezembro. Ao término de cada exercício social serão elaboradas as demonstrações financeiras previstas em lei. Art. 22: Em cada exercício, os acionistas terão direito a um dividendo obrigatório correspondente a 25% do lucro líquido do exercício, ajustado nos termos do art. 202 da Lei das S/A. Art. 23: A Cia. poderá levantar balanços semestrais, trimestrais ou mensais, bem como declarar dividendos à conta de lucros apurados nesses balanços. A Cia. poderá ainda declarar dividendos intermediários à conta de lucros acumulados ou reservas de lucros existentes no último balanço anual ou semestral. Art. 24: A Cia. poderá remunerar os acionistas mediantepagamento de juros sobre capital próprio, na forma e dentro dos limites estabelecidos em lei. § único: A remuneração paga nos termos deste art. poderá ser imputada ao dividendo obrigatório. Capítulo VIII – Transformação. Art. 25: A Cia. poderá, mediante voto favorável de acionista representando maioria do capital social da Cia., independentemente de dissolução ou liquidação, transformar-se em sociedade de outro tipo que não sociedade anônima, assegurando o direito de retirada aos acionistas dissidentes. Capítulo IX – Liquidação e Dissolução. Art. 26: A Cia. se dissolverá e entrará em liquidação nos casos previstos em lei, cabendo à Assembléia Geral estabelecer o modo de liquidação e eleger o liquidante, ou liquidantes, fixando-lhes os poderes e remuneração. Os ativos da Cia. deverão ser utilizados para a quitação de seu passivo, devendo o saldo, se existente, ser dividido entre os acionistas na proporção de sua participação no capital social. Capítulo X – Arbitragem e Foro – Art. 27: Toda e qualquer controvérsia e/ou reclamações relacionadas ao presente Contrato Social deverão ser resolvidas através do processo de arbitragem. Caso as partes não cheguem a um acordo na questão ora discutida, deverão então, submetê-la a apreciação dos árbitros indicados pela Câmara de Arbitragem Brasil Canadá ou Câmara de Arbitragem do Novo Mercado Bovespa, ambas situadas em São Paulo, valendo a escolha da Câmara que representar o menor custo para a Cia., cujas regras serão aplicadas e a decisão deverá ser soberana e acatada pelas partes. Art. 28: Para todas as questões oriundas deste Estatuto, que não puderem ser resolvidas pela arbitragem, fica desde já eleito o foro Central de São Paulo, com exclusão de qualquer outro, por mais privilegiado que seja. B) Eleita, por 3 anos, a Diretoria: Diretor Presidente, Ricardo Javier Etchenique, RG 3.271.362-9 e CPF 038.500.228-97 e Diretor s/ designação específica, Arnaldo Victor Carneiro. SP., 29/9/06. (aa) Ricardo Javier Etchenique: Presidente e Arnaldo Victor Carneiro: Secretário. Acionistas: 1) E2 Particip. Ltda., pp.Rodrigo Reyes Etchenique e Ricardo Javier Etchenique. 2) Arnaldo Victor Carneiro. Jucesp: 35.300.336.372 em 8/11/2006.
FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 18 de dezembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:
Reqte.: Eunice Alves Riccomi - Reqdo.: Massimo Móveis Ltda - Rua Itapiru, nº 589 - 1ª Vara de Falências Reqte.: Opção - Fênix Distribuidora de Isumos Ltda - Reqdo.: Fontovit Laboratórios Ltda - Rua
Antonio das Chagas, nº 862 - 1ª Vara de Falências Reqte.: Plast-Luvas Comércio e Indústria de Artefatos de Plásticos Ltda - Reqdo.: Creações Minuchetda - Rua Evangelina, nº
1.076 - 2ª Vara de Falências Reqte.: Plast Luvas Comércio e Indústria de Artefatos de Plásticos Ltda- Reqdo.: Comercial Atual Pack Ltda - Av Engenheiro Alberto Kuhlmann, nº 572 - 2ª
Vara de Falências Reqte.: Hispex Tecnologia em Alumínio Ltda - Reqdo.: Technowall Comércio de Móveis Ltda - Av. Brigadeiro Faria Lima, nº 1.903 - 2ª Vara de Falências
FATO RELEVANTE
CONVOCAÇÃO
EDITAL
SEAC-SP - Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação no Estado de São Paulo Av. República do Líbano, 1204 - Jd. Paulista - CEP 04502-001 - SP CNPJ(MF) nº 62.812.524/0001-34 - Cód. da Entidade nº 002.531.86250-6 Arrecadação da Contribuição Sindical - Exercício 2007 Srs. Contribuintes: Dispõe o Art. 579 da Consolidação das Leis do Trabalho “A Contribuição Sindical é devida por todos aqueles que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou inexistindo este, na conformidade do disposto no Art. 591”. Assim, pelo presente edital, ficam Notificadas todas as empresas, cuja atividade econômica seja representada pelo SEAC-SP - Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação no Estado de São Paulo, entidade sindical reconhecida pelo Ministério do Trabalho, para recolherem a Contribuição Sindical de 2007, de conformidade com o que dispõe a legislação em vigor. Comunicamos que este Sindicato abrange todo o Estado de São Paulo, com exceção da Região do Grande ABC (Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Mauá, Ribeirão Pires, Diadema e Rio Grande da Serra) e de Ribeirão Preto (Ribeirão Preto, Altinópolis, Barrinha, Batatais, Brodósqui, Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Cravinhos, Dumont, Guará, Ipuã, Jardinópolis, Luis Antonio, Morro Agudo, Nuporanga, Orlândia, Pontal, Serrana, Serra Azul, Sertãozinho, São Joaquim da Barra, São Simão, Sales de Oliveira e Santa Rosa do Viterbo). Para o fiel cumprimento das obrigações legais, dá-se ciência aos Srs. Contribuintes que o recolhimento em pauta deverá ser efetuado nas agências da Caixa Econômica Federal ou nas Casas Lotéricas através das guias obtidas junto a este sindicato. O pagamento da Contribuição Sindical fora do prazo legal sujeitará o infrator às cominações previstas no Art. 600 da Consolidação das Leis do Trabalho e demais legislações aplicáveis à espécie. Para os devidos fins, alerta-se que as repartições federais, estaduais ou municipais não concederão registro ou licenças para funcionamento ou renovação das atividades dos estabelecimentos de empregadores, nem alvarás de licença ou localização, sem que sejam exibidas as provas da Contribuição Sindical. Do mesmo modo, é considerado como documento essencial ao comparecimento às concorrências públicas ou administrativas, para o fornecimento às repartições paraestatais ou autárquicas, a prova da aludida quitação da contribuição. São Paulo, 18 de dezembro de 2006. Aldo de Avila Junior - Presidente (18, 19, 20)
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Nacional Empresas Logística Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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FATURAMENTO DOS CORREIOS DEVE CRESCER 25%
Alex Ribeiro/DC
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
O Estado de São Paulo é responsável pelo transporte de 65% das cargas aéreas
PERÍODO DE FIM DE ANO É RESPONSÁVEL PELA MAIOR PARTE DO FATURAMENTO DAS EMPRESAS DE ENTREGAS
NATAL EM RITMO EXPRESSO
A
Luiz Prado/LUZ
A central de recebimento e distribuição de encomendas dos Correios tem equipe maior no final do ano Alex Ribeiro/DC
Divulgação
s crianças – e muitos adultos – nem imaginam o batalhão de pessoas que se movimentam nos bastidores até que o tão esperado "presente do Papai Noel" possa ser deixado na árvore de Natal. Por trás dessa movimentação, estão as empresas de logística, responsáveis por fazer circular todo tipo de insumos e produtos que alimenta a economia do País. O plano de operações de final de ano dos Correios, por exemplo, prevê aumento de 4,5 mil carteiros, 1 mil operadores de triagem e frota extra em torno de 500 veículos. O eSedex, para encomendas do comércio eletrônico (até 30 quilos), deve crescer 43% em dezembro – equivalente a mais 150 mil encomendas à média mensal de 350 mil, informa o chefe do Departamento Comercial de Encomendas dos Correios, Ronaldo Takahashi de Araújo. Junto com as cartas comuns e malas diretas, elas
fazem o faturamento da empresa crescer 25% em dezembro, na comparação com a receita média mensal. O Serviço de Encomenda PAC, modalidade econômica utilizada para abastecer o varejo, também cresce. Em novembro, quando o comércio já se abastece para o Natal, esse tipo de entrega aumenta cerca de 40%, em relação à média mensal de 670 objetos. Carona – Para a Cooperativa de Serviços de Transportes (Coopersemo), de São Paulo, a demanda de Natal dos Correios representa cerca de 80% do seu faturamento anual, informa a vice-presidente da empresa, Leila Mossuly. A Coopersemo dispõe para os Correios até 21 veículos pesados e outros 212 leves. Na Metropolitan Logística, um dos maiores operadores brasileiros do ramo, o planejamento de Natal começa no final de setembro. "O bicho pega a partir de 20 de novembro", comenta, em tom brincalhão,
seu diretor comercial, José Magalhães Rocha. Celulares, produtos eletroeletrônicos e eletrodomésticos representam 90% do faturamento da empresa. Os celulares, carros-chefe da operação, somam 700 mil aparelhos por mês, de outubro a dezembro, quase o dobro da movimentação mensal do restante do ano. Como um todo, o Natal representa 30% do faturamento da Metropolitan, previsto em R$ 60 milhões para este ano, 10% superior ao de 2005. Na Mira Transportes, especializada em entrega expressa para o Centro-Oeste, o volume de encomendas gerado pelo Natal – especialmente e-commerce – deve crescer de 5% a 6% sobre igual período de 2005, com despachos mensais de até 20 mil toneladas, contra a média de 15 mil toneladas por mês no restante do ano, diz o diretor comercial, Joaquim Thomé Neto.
"Apagão aéreo" não assusta
recentes problemas dos aeroportos, porque são usados aviões fretados. Atrasos, segundo a assessoria de imprensa, são compensados com maior velocidade de entrega. Informativo das 15 lojas virtuais que patrocinam o Movimento Internet Segura (MIS) ratifica essa
informação. Na pior das hipóteses, afirma o comunicado, o atraso não passa de um dia. Na Federal Express, dedicada às encomendas internacionais, a informação também é de que não há atraso. A empresa opera com aeronaves próprias. (FL)
E Transporte por avião cresceu 20% entre outubro e novembro
Ronaldo Araújo: novo serviço
Data movimenta setor de logística
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Natal faz crescer o movimento das empresas de logística, e não só das que utilizam meios terrestres de transporte. Quem trabalha por via aérea também tem a rotina alterada pelo excesso de mercadorias transportadas no fim de ano. Segundo a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), só no Aeroporto Int e r n a c i o n a l d e S ã o P a ulo/Guarulhos, o movimento de mercadorias exportadas por avião cresceu 20% entre outubro e novembro, saltando de 9 mil para 11 mil toneladas. Foram embarcados principalmente frutas e carnes típicas das ceias de fim de ano e produtos eletroeletrônicos. No total, o movimento de cargas em Guarulhos (que inclui embarque, desembarque nacional e internacional de mercadorias e malas de passageiros) passou de 38,9 mil toneladas em outubro para 42,1 mil toneladas em novembro. "Nessa época do ano crescem
Procura por motoboys cresce
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amiliares à paisagem urbana de São Paulo, os motoboys também têm sua rotina de trabalho alterada pelas demandas natalinas. A procura pelos serviços junto às empresas do ramo cresce 50% no período.
Alex Ribeiro/DC
Alcântara, da Infraero: presentes
não só as exportações, mas também as importações e o movimento de presentes dentro do País", afirma o gerente de Logística da Regional Sudeste da Infraero, Carlos Alberto Alcântara. No acumulado dos 11 primeiros meses do ano, o aeroporto internacional movimentou 411,1 mil toneladas de cargas em cerca de 128 mil vôos – volume 15% superior ao regisCada cliente tem, em média, no mínimo 100 brindes para serem entregues, comenta o diretor do sindicato do setor (Setecesp), responsável pela especialidade de transporte por motocicletas, Fernando de Souza. Segundo ele, existem na capital 2,5 mil empresas de entregas expressas por
trado em igual período do ano passado. O aeroporto de Guarulhos é responsável por receber 34% do volume de produtos que chegam ao País de avião e por 33% do que é exportado por esse meio de transporte. Se somado ao movimento do aeroporto de Viracopos, em Campinas, o Estado de São Paulo é responsável por 65% do volume de carga importada por via aérea e 71% do total exportado no mesmo modal. Otimismo – Para o próximo ano, as expectativas são otimistas. "Se a economia ficar estável ou crescer, como esperamos, haverá um reflexo rápido na movimentação do aeroporto. A Infraero prevê crescer 7% no ano que vem em relação a 2006", afirmou Alcântara. A expectativa é de que 27% desse montante seja proveniente do setor de logística. Em 2005 – último dado disponível – a estatal faturou R$ 525,9 milhões, sendo que 23% vieram do segmento de logística. Fernanda Pressinott
moto, mas só 350 delas são credenciadas para o serviço. É preciso certificar-se da idoneidade das empresas antes de entregar a elas um lote de brindes, para evitar o risco de perda do produto. Não há estatísticas sobre essas ocorrências, mas Souza alerta que o mercado tem conhecimento de episódios do gênero. (FL)
Joe Raedle/AFP
ÚLTIMA HORA – O Serviço Postal dos Estados Unidos teve ontem o maior volume de remessas do ano. É que o correio norteamericano garantiu que apenas as remessas postadas até ontem serão entregues, sem atrasos, até o dia de Natal.
stima-se que os Correios transportem 50% de todas as pequenas encomendas feitas pela internet. Segundo a empresa, as remessas não foram afetadas pelos
Fátima Lourenço
INFORME PUBLICITÁRIO
OS CLUBES DE INVESTIMENTOS
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xistem três maneiras de participar do mercado de ações: aplicando o dinheiro individualmente, colocando nos chamados Fundos de Investimento ou formando um Clube de Investimento. Clube de Investimento é uma aplicação financeira criada por algumas pessoas que desejam investir seu dinheiro em ações de empresas, ou seja, querem ser sócias delas. Um Clube de Investimento pode ter de três a 150 participantes, sendo que um deles deverá ser escolhido para representar o grupo. Feito isso, basta entrar em contato com uma das Corretoras Membros da Bolsa de Valores de São Paulo – BOVESPA (no site www.bovespa.com.br é possível encontrar a relação completa). Ela será a
responsável pela organização de todos os documentos exigidos para que um Clube de Investimento funcione de acordo com o que é exigido pela lei. O representante do grupo de investidores e a Corretora de Valores escolhida decidirão sobre a gestão do Clube de Investimento formado e caberá à BOVESPA registrá-lo e fiscalizá-lo, em conjunto com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que é o órgão do governo que regulamenta todo o mercado de ações. ESTATUTO Para que seu funcionamento seja adequado, todo Clube de Investimento tem um Estatuto Social, ou seja, um regulamento. Nele estão todas as normas e leis que devem ser seguidas pelos participantes, além do tempo mínimo exigido para que o dinheiro fique aplica-
OPERAÇÕES
ASSEMBLÉIA
I Os investidores de um Clube de Investimento podem comprar títulos e ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo. Entretanto, operações mais complexas e realizadas no mercado futuro são limitadas.
I A Assembléia Geral Ordinária (AGO) é usada para que os participantes do Clube de Investimento decidam, por meio de votação, possíveis mudanças no Estatuto Social, entre outras coisas. Ela pode ser realizada uma vez por mês ou em convocações extras.
do, as regras para a entrada de um novo participante, entre outras informações importantes. CARTEIRA O dinheiro arrecadado pelo Clube de Investimento é aplicado em uma carteira de ações, que é dividida em cotas. Dessa forma, cada investidor pode aplicar valores diferentes no Clube, sem que se perca o controle de quanto cada um investiu. Já os critérios para a escolha das ações que vão compor a carteira fazem parte da política de investimento de cada administrador. No entanto, todo Clube de Investimento deve ter, no mínimo, 51% do seu dinheiro aplicado em ações. Os outros 49% restantes poderão ser investidos de outra forma como, por exemplo, em títulos de renda fixa.
BALANÇO I Atualmente, a Bolsa de Valores de São Paulo possui mais de 90 Corretoras Membros, que administram 1.527 Clubes de Investimento. Juntos, estes Clubes reúnem mais de 125,1 mil participantes do mercado de ações.
Acompanhe quinzenalmente, nesta seção, mais informações sobre a importância do mercado de ações para a economia do país
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
Computadores Impressoras Fotografia We b
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
MUITOS MODELOS E RECURSOS CONFUNDEM USUÁRIOS
Como usar, que tipo de fotos se deseja e a chance de fazer videoclipes: itens a considerar.
Fotos Divulgação
IMAGEM do Natal
Multilaser DC318 R$ 399,00 Zoom digital de 4x; memória interna de 14 MB; flash embutido; monitor 1,5 polegada; pilhas alcalinas AAA.
Indeciso? Com tanta máquina, nada mais natural. Ana Maria Guariglia
e você está pensando em comprar uma digital no Natal, há grande variedade nas mais de mil lojas virtuais, shoppings e magazines da cidade. Mas se você está indeciso sobre qual modelo, não se sinta mal. Acontece que a estratégia dos fabricantes e revendedores é equiparar preços de câmeras aparentemente iguais e, se muitos consumidores se confundiam ao escolher filmes de ISO 100 e 400 para sua compacta convencional, imagine agora com as digitais! É natural temer gastar um montão de dinheiro por uma câmera que talvez não preencha suas necessidades. Para resolver a situação, leve em conta pelo menos quatro pontos. Em primeiro lugar, pense como vai usar sua nova digital: se esporadicamente, com fotos de família e diversão, uma simples automática, sem muitos recursos, com 3 ou 4 Megapixels (MP). O segundo ponto se refere à quantidade de megapixels ou os milhões de pixels ou pontos que formam a imagem. Quanto mais, melhor para fazer cópias. Com 3 MP, é possível ampliações de até 25 X 30 cm. Hoje, o padrão estabelecido pela maioria dos fabricantes é de 5 e 6 MP, mas máquinas com 3 ou 4 MP não significam que são inferiores: a questão é só o tamanho da cópia e alguns recursos extras. O terceiro ponto se refere às opções características das digitais como a possibilidade de fazer videoclipes, foto macro
para pequenos objetos. E regulagens manuais: você precisa ajustar velocidades e aberturas, flash, sensibilidades ISO e foco? As objetivas, com marca da própria câmera custam menos que as alemãs Schneider e Carl Zeiss. Leve em conta esse item, incluindo a capacidade do zoom óptico e não digital, que gera fotos indefinidas. No quarto passo, verifique se a digital utiliza bateria de lítio ou pilhas. Estas fazem o preço cair. Também observe se a câmera vem com cartão de memória, caso não, terá de adquiri-lo. Por fim, é importante conhecer o software que acompanha a máquina. Se você ainda estiver indeciso sobre sua compra, consulte o s i t e w w w. m i n h a d i g ital.com.br, que poderá dirimir outras dúvidas. Câmeras de vídeo– Escolher uma filmadora não é menos difícil. Há uma diversidade delas, modelos mais antigos analógicos VHS ou SVHS, e as mais modernas que gravam em miniDVs, DVDs e com miniHD. Todos modelos permitem que os filmes sejam editados no PC ou com ilha de edição externa ou por softwares como o Adobe Premiere, bastando usar saídas USB e o i.link ou IEEE 1294. A escolha de uma filmadora é, na verdade, pessoal e vai de acordo com o bolso e as aplicações. O melhor é conhecer detalhes e diferenças de cada uma delas. Há sites como www.americanas.com que apresentam dados técnicos completos, acessórios necessários para edição e os preços.
KODAK C743 R$ 899 Zoom óptico: 3x; monitor de 2,4 polegadas; cartões de memória SD/MMC; memória interna: 32 MB; exposição automática e de modos de cenas; pilhas alcalinas AA. Filmadora Digital Formato DVD DCR-DVD105 Sony R$ 2.800 Zoom Óptico de 20x; zoom digital de 800x; estabilizador de imagem; sistema infravermelho Super NightShot Plus; filtro de 25 mm; sistema NTSC; gravação de áudio estéreo Dolby Digital AC-3 (2 canais); monitor de 2,5 polegadas tipo touch screen; controles manuais de foco e balanço de branco; microfone integrado estéreo; auto-falante integrado; titulador; efeitos digitais.
Panasonic DMC-LZ3 R$ 1.200 Monitor de 2 polegadas; zoom óptico de 6X; MEGA OIS, para evitar fotos tremidas; memória interna de 14 MB; pilhas alcalinas; acompanha cartão SD de 512 MB.
Mitsuca DV5073BR R$ 750 Somente zoom digital de 8X; monitor de 2,5 polegadas; memória interna 64 MB; gravação de vídeo; modos de cena automáticos.
Filmadora com HD Interno GZ-MG27UB JVC R$ 2.999 HD 20 GB; zoom óptico 32x; zoom digital 900x; estabilizador de imagem; sistema NTSC; formato: HDD; áudio digital de 32 kHz 4 canais (12 bits), 48kHz 2 canais (16 bits); monitor de 2,7 polegadas; controles manuais: foco, exposição, íris, obturador, balanço de branco luz integrada: LED luz branca; distância efetiva 1,5 m; microfone integrado: estéreo; auto-falante integrado: monaural.
Papai Noel inusitado Sergio Kulpas
a correria final do ano, selecionamos alguns presentes que não se encontram facilmente nas lojas de tijolo e cimento. Os preços variam assim como os prazos de entrega -- é bom ficar atento. Tablet DVD com 2,5 cm de espessura O Xoro HSD 7500 Portable DVD Player é um aparelho multimídia super portátil. Sua tela de 7 polegadas é em formato "widescreen" (proporção 16:9). Reproduz os formatos DVD, VCD, SVCD, MPEG 1, 2 e 4, CD de áudio e MP3, além de exibir fotos em JPG e no formato Kodak Picture. Ainda vem com sistema que capta sinais de TV. Ideal para viagens, pode ser ligado no carro — com carga completa, a bateria agüenta 2 horas e meia. Tem entrada USB para conexão com PCs e controle remoto. Dimensões: 20 cm x 15,5 cm x 2,5 cm de espessura. US$ 377 na I Want One of Those.http://www.iwantoneofthose.com/freeview-dvd-tablet/index.html#top Galeria de Tiro ao Pato Como nos parquinhos de diversões de antigamente, uma galeria de tiro ao alvo completa, com alvos em forma de patinhos. A arma dispara um laser. Completo com efeitos sonoros e música. Requer 6 baterias. Cerca de US$ 45,00 na I Want One of Those.http://www.iwanton e o f t h os e . c o m / d u c k -s h o o t i n g - g a ll e r y / i ndex.html#top Forno de microondas inteligente O forno Smart Oven da Samsung é uma combinação de forno de microondas com forno elétrico. Até aí nada de novo. Mas a Samsung fez parceria com várias empresas de alimentos na Inglaterra para criar o "SmartCode", código im-
Fotos Divulgação
Estação meteorológica
Controle remoto gigante
Rádio auto-suficiente
Doraemon voador
Tablet DVD: apenas 2,5 cm de espessura.
presso nas embalagens. O forno lê o código e ajusta o tempo de preparo, para descongelar, cozinhar e assar. Cerca de US$ 570. http://www. smartcooking.co.uk/home.html Suporte para facas "vudu" O Ex Voodoo Knife Set é um suporte para facas com estilo, e passa clara mensagem para o(a) namorado(a). Ande na linha, senão... US$ 70,00 no site Perpetual Kid. http://www.perpetualk i d . c o m / i n d e x . a s p ? P a g e A ction=VIEWPROD&ProdID=1597 Estação meteorológica portátil A Oregon Scientific lançou um kit de monitoramento meteorológico que usa conexões sem fio com sensores que fornecem dados sobre temperatura, umidade do ar, pressão barométrica, velocidade do vento e índice pluviométrico. Uma barganha por US$ 450,00, na Extreme To y s f o r B o y s . h t t p : / / e x t re m e t o y s f o rb o y s . c o m / i n d e x . p h p 3 / i t e m / i t e m / O rego n% 20 Sc ie nti fi c% 20 WMR 96 8% 20 Wi reless%20Weather%20Station.html Rádio auto-suficiente O Freeplay Summit é o primeiro rádio digital multibanda auto-suficiente em termos de energia. Funciona com manivela, pilhas recarregáveis e energia solar. Com carga completa, tem 20 horas de autonomia. Trinta segundos de manivela permitem funcionamento por meia hora. US$ 77,00 na Outlaw Camping. http://www. o ut la wc am pi ng . co m/ st ore- p ro du ct s- Free E n e r g y - D e v i c e s - R S 1 S - F r e e P l a y - S u mmit_25990029.html Controle remoto gigante Cansado de perder o controle remoto entre as almofadas do sofá? o Super-Sized TV Remote é impossível de perder. Controla TV, VCR, DVD, satélite, TV a cabo e aparelho de som. Tem os códigos de ativação de 296 aparelhos mais populares. Custa US$ 35,00 na loja Brookstone. ht tp :/ /w ww.b ro ok sto ne .c om /s to re /p roduct.asp?pid=538744&wid=2&cid=20&sid= 402&search_type=subcategory&prodtemp=t Doraemon voador Esse adorável personagem de desenho japonês virou um brinquedo voador, com controle. Pode ser encomendado no site GeekStuff4U por US$ 74,00. http://www.geekstuff4u.com/prod u c t _ i n f o. p h p ? m a n u f a c t u re rs _ i d = & p roducts_id=259 sergiokulpas@gmail.com.br
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
As caixas de papel são os itens mais procurados na loja Paper Craft nesta época do ano
VENDAS CRESCEM 30% ATÉ O NATAL
Fotos: Rafael Hupsel/LUZ
PRESENTES EMBRULHADOS COM ESTILO
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embrancinhas, presentes caros, jóias ou simplesmente caixas de bombons. Mas, independente do valor do presente, uma embalagem bonita fará certamente com que ele se destaque embaixo da árvore. São Paulo tem dezenas de lojas especializadas em embalagens e embrulhos, que nesta época do ano costumam aumentar em até 30% suas vendas, em comparação aos demais meses. As opções são as mais diversas. Caixas, fitas e milhares de estampas de papel. Na Paper House por exemplo, todos os artigos são importados ou criados especialmente para a loja. A proprietária do estabelecimento, Eliana Mauad, diz que, quando abriu a loja, há 23 anos, não havia em São Paulo nenhum lugar que oferecesse o serviço. "Resolvemos fazer algo personalizado. Nossos clientes são, na maioria, pessoas da classe A e que gostam de um diferencial", reforça. Embrulho para tudo – Ela diz que nesta época aparece todo tipo de produto para ser embalado, são TVs de plasma, geladeiras, bicicletas e até mesmo obras de arte. "O movimento começou a crescer no mês de novembro. Agora, nós só fecharemos no dia de Natal." Eliana afirma que as vendas aumentaram 5% em relação ao ano passado. Os preços das caixas variam entre R$ 7 e R$ 96. Já as folhas de papel custam de R$ 8 a R$ 15. As fitas têm valores que vão de R$ 1 a R$ 4. Para embrulhos de papel, a Paper House cobra, em média, 40% a mais sobre o valor do papel, referente a mão-de-obra, de acordo com a quantidade de material utilizado no pacote.
Há uma semana no Shopping Villa Lobos, a Papel Craft está em ritmo intenso. A empresa já tem uma loja estabelecida no Shopping Iguatemi. Lá, o movimento cresceu 40% em comparação aos meses de movimento normal. De acordo com o gerente, Luciano Costa, o item mais procurado pela clientela são as caixas de papel. "Além de ser uma embalagem sofisticada, depois pode ser útil para guardar objetos ou mesmo decorar ambientes", diz.
Eliana Mauad: diferencial
Todas as padronagens das caixas e papéis de embrulho são criadas exclusivamente para a rede, que faz um estudo de cores e estampas para todas as suas coleções. Para Costa, um embrulho bonito valoriza o presente. "Demonstrar capricho com a embalagem indica o cuidado em agradar quem irá receber o presente", reforça o gerente da loja. As caixas na Papel Craft têm preços que variam de R$ 30 a R$ 60, e as folhas de papel de R$ 5 a R$ 12. A loja não cobra mão-de-obra. O gerente da Art Green, no Shopping West Plaza, Tiago
Boeno, explica que as pessoas que freqüentam a loja e optam por uma embalagem especial normalmente não gostaram da embalagem feita pelo estabelecimento onde o presente foi comprado ou querem um embrulho personalizado. As vendas da Art Green cresceram 30% sobre o mês de novembro. As embalagens têm preços que variam de R$ 3 a R$ 50. Na contramão, a Embalagens e Companhia, em Moema, segundo o responsável pela loja Wilson Tetsuya Terashi, registrou queda de 30% nas vendas em relação ao mês passado. "Nesse período, os consumidores optam pelos shoppings ou a Rua 25 de Março, onde encontram o presente e a embalagem no mesmo local. As lojas de bairro sempre sentem essa migração." Estilo – A cenógrafa Paola Scartezini conta que adora dar presentes. "Mais que isso. Eu gosto de pensar no estilo da pessoa e idealizar o embrulho para que o presenteado saiba que é especial", diz. Paola explica que não precisa ser sofisticado, mas criativo. "O agrado começa com a embalagem. Costumo comprar todos os presentes rapidamente, o que demora é pensar no estilo do embrulho." Já a administradora Márcia Felizola há anos segue um padrão em suas embalagens de Natal. "Uso papel e caixas vermelhos para todos os presentes. Prefiro comprar o material em lojas especializadas e fazer o pacote em casa", diz. Para ela, o valor do presente representa menos que o carinho ao escolhê-lo e o cuidado ao embrulhá-lo. "É um sinal de apreço em relação ao presenteado", comenta. Tatiana Vicentini
Na Nespresso, o café é nosso
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País e 5% em São Paulo, em relação ao período equivalente do ano passado (entre os dias 16 e 18 de dezembro). Emprego e renda – Segundo os técnicos da Serasa, o consumidor tem melhores condições econômicas no Natal deste ano do que as apresentadas em 2005. Eles destacaram co-
EXPORTAÇÃO Setor de produtos químicos vendeu US$ 8,21 bilhões para o exterior em 2006, alta de 20%.
TV ONLINE
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m serviço de televisão online desenvolvido pelos fundadores da companhia de telefonia pela internet Skype deve ser lançado no próximo ano, publicou o jornal Financial Times na edição de ontem. Cerca de 6 mil pessoas já estão testando o novo serviço, que foi chamado de The Venice Project. Janus Friis e Niklas Zennstrom investiram parte do dinheiro que levantaram com a venda da Skype para o eBay, no ano passado, para criar o produto. (Reuters)
Ó RBITA
economia de Minas Gerais teve crescimento de 3,2% até o terceiro trimestre do ano, de acordo com a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). A alta foi puxada por indústria (4,1%), agropecuária (5%) e serviços (2,2%). De janeiro a novembro, as exportações do estado totalizaram US$ 14,3 bilhões (aumento de 14% sobre igual período de 2005). Café, minério de ferro e siderurgia representaram 65% do total exportado. (AE) A TÉ LOGO
IPC-S Índice captou inflação de 0,39% na segunda prévia de dezembro, segundo a FGV.
BESC VAI À JUSTIÇA CONTRA ESTADO
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desembargador da 2ª Câmara de Direito Público de Santa Catarina, Francisco de Oliveira Filho, acolheu parcialmente mandado de segurança impetrado pelo Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) contra medida do governo catarinense, que pretendia colocar em disputa os depósitos da folha salarial do funcionalismo. Com a decisão, fica suspenso o leilão da folha marcado para hoje. Na ação, o Besc atacou a Medida Provisória nº 132, que permitiu o aviso de licitação. O desembargador avaliou que não ficaram
demonstradas a "urgência e relevância" da MP, uma condição necessária para o ato do governo, conforme argumentou o Besc. Além da falta de urgência para a edição de uma MP, o banco também argumentou que a medida revoga uma lei estadual que previa o depósito da folha no Besc, mas não foi substituída por outro dispositivo. O desembargador suspendeu a abertura das propostas do leilão até que a medida provisória seja apreciada pela Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina. (AE)
NATURA VERSUS PARMALAT
MINAS
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mo fatores positivos o crescimento do emprego formal, a recuperação da renda, a queda dos juros e da inflação, o reajuste real do salário mínimo, a inadimplência estável e a maior oferta de crédito. Além disso, de acordo com a Serasa, a valorização do real tem estimulado a venda de produtos eletroeletrônicos, computadores e brinquedos, que estão mais baratos neste Natal do que em 2005. Para a Serasa, as compras de última hora podem alterar esse resultado, "mas há sinalização de um Natal melhor que o de 2005, que pode ser considerado uma base elevada". (AE)
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Natura Cosméticos propôs ontem uma ação cautelar no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a Parmalat, para evitar que a empresa de alimentos utilize o nome "Natura" para identificar produtos da sua linha de leites. Dentre as mercadorias Parmalat, estão os leites Natura Premium, Natura Extra Premium, Natura Force, Natura Soft e Nature. "A Natura utilizará todos os recursos processuais possíveis para que tenha validade a decisão da 1ª instância", disse o diretor
jurídico da empresa, Antonio Carlos Siqueira. Além disso, ele afirmou que a empresa tem estudos para, futuramente, atuar no ramo de alimentos. Apesar do interesse no novo ramo de atividade, segundo o diretor, esse não seria o principal motivo da ação. "A Natura é uma marca de alto renome, portanto tem proteção de registro de marcas no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi)", disse. Essa proteção valeria para qualquer categoria de produtos, afirmou. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Brasil deve crescer apenas 3,2% no próximo ano, diz relatório da EIU Setor de distribuição de remédio dos EUA tem oferta de US$ 26 bilhões
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produtores para garantir matéria-prima. "Muitos estão entrando nesse mercado, a Kraft, a Coca parece que também deve entrar, a Procter & Gamble. Como temos crescido bastante, outros estão olhando o sistema", disse o presidente da Nespresso. "Temos um relacionamento estreito com os produtores, pagamos preços que estão acima dos estipulados no sistema 'fair trade', e vamos continuar nessa direção." A loja em São Paulo, em um imóvel de 450 metros quadrados em uma das regiões mais caras da cidade, inaugurou as o p e r a ç õ e s d a e m p re s a n a América Latina. Hoje, Berssenbrugge vai a Buenos Aires, para abrir a segunda loja Nespresso na região. Em São Paulo, um café expresso será vendido a R$ 4,50 e um capuccino, por R$ 8. Há duas semanas, a gigante americana Starbucks também inaugurou suas operações no Brasil, que é o maior país produtor e exportador mundial da mercadoria. (Reuters)
comércio no País está aquecido com a proximidade do Natal, e as vendas aumentaram 6,4% na semana entre 11 e 17 de dezembro em relação ao período equivalente de 2005 (de 12 a 18 de dezembro). Os números são do Indicador Serasa do Nível de Atividade do Comércio. Segundo a pesquisa, divulgada ontem, a cidade de São Paulo teve resultado superior, com acréscimo de 7,1% nas vendas na mesma base de comparação. A Serasa apurou que no último fim de semana (de 15 a 17 de dezembro) as vendas do comércio aumentaram 4,6% no
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jas físicas, a empresa, que desenvolveu um sistema de café expresso utilizando cápsulas de alumínio, vende por meio da internet quase metade de sua produção de 12 blends de várias partes do mundo. Berssenbrugge afirmou que a intenção da empresa é manter em aproximadamente 45% a parcela de produto brasileiro no total de matéria-prima nos próximos anos, o que significa elevação de compras locais, já que a empresa pretende dobrar de tamanho até 2010. O faturamento da Nespresso, que tem crescido cerca de 30% anualmente, aproveitando o rápido crescimento do setor de cafés de qualidade, ficou em quase 1 bilhão de francos suíços (US$ 816 milhões) em 2006, e a estimativa da empresa é atingir 2 bilhões de francos suíços no ano de 2010. Concorrência – Mas a empresa prevê aumento da concorrência global no setor, que deverá também pressionar a oferta, e por isso deve intensificar o relacionamento com os
Comércio está aquecido, mostram dados da Serasa
L
Nespresso, divisão de café premium da multinacional suíça Nestlé, adquire no Brasil cerca de 45% do volume total de café que processa em sua fábrica na matriz e que depois envia para lojas em todo o mundo, informou o principal executivo da empresa, Gerhard Berssenbrugge. A estratégia de compra de matéria-prima da empresa difere de outras concorrentes no setor de café de alta qualidade, como a norte-americana Starbucks, que adquire no Brasil apenas uma fração do café que comercializa mundialmente. "O café brasileiro funciona muito bem para o nosso negócio. É um café que tem corpo, é muito apreciado pelo consumidor europeu", afirmou Berssenbrugge, ao visitar a recéminaugurada loja da empresa na cidade de São Paulo. Expansão – A Nespresso deve terminar 2006 com 79 lojas em todo mundo, com previsão de elevar esse número para 120 até o final de 2007. Além das lo-
Vendas nas duas lojas da Paper Craft, nos shoppings Iguatemi e Villa-Lobos, estão a todo vapor
BNDES libera R$ 875 milhões para projetos de transmissão de energia
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
INFORMÁTICA - 5
terça-feira,19 de dezembro de 2006
Empresas Tr i b u t o s Finanças Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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ANALISTAS ESPERAM CORTE DE JUROS
7,48
por cento ao mês era a taxa média de juros em operações para pessoas físicas em novembro
MERCADO FECHA O ANO COM BONS RESULTADOS, MAS DISCUTE CONCORRÊNCIA DA POUPANÇA
FUNDOS CAPTAM R$ 70,2 BILHÕES A 3 Valéria Gonçalves/AE – 10/12/99
indústria brasileira de fundos de investimento vive um momento, no mínimo, contraditório. No ano em que o mercado registra a maior captação de todos os tempos — um total de R$ 70,293 bilhões até o último dia 12 — os referenciados DI, um dos produtos mais tradicionais do setor, enfrentam resgates e a desconfiança dos investidores. No ano, esse tipo de fundo tem saldo negativo de R$ 1,2 bilhão (só em dezembro, as saídas somam R$ 3 bilhões). A explicação dos especialistas para isso é o aumento da atratividade da caderneta de poupança com o processo de redução dos juros básicos. Os DIs, em especial os de varejo, acabaram sendo os primeiros afetados por serem os mais sensíveis à competição, já que cobram taxas de administração mais elevadas. A concorrente poupança não tem custos para os aplicadores. O vice-presidente da Anbid, Marcelo Giufrida, no entanto, rechaçou a tese de que os fundos temem a migração para a poupança. De acordo com levantamento da entidade, a taxa média de administração caiu de 0,78% ao ano para 0,48% anuais nos últimos cinco anos. Esse percentual, no entanto, considera toda a indústria, incluindo os
bilhões de reais saíram dos fundos de investimento DI apenas neste mês. Para analistas, há migração para a poupança.
fundos exclusivos e para investidores qualificados, tradicionalmente mais baratos. "Mas a queda nas taxas ocorre em todos os segmentos, em razão da competição de mercado", garantiu Giufrida. Segundo ele, a rentabilidade não é o único fator de decisão do investidor no momento de escolher onde aplicar. Ele lembra que a caderneta possui outros atrativos para o aplicador de perfil mais conservador, como a segurança e previsibilidade do rendimento. "Os dois produtos são complementares, não concorrentes." Recordes — O executivo destacou os números recordes da indústria em 2006 e disse que os fundos permanecem como melhor opção para quem deseja diversificar suas
aplicações, com cerca de 6 mil produtos disponíveis. No fim de novembro, o setor ultrapassou a marca de R$ 900 bilhões em patrimônio, prevista apenas para o encerramento do ano. As captações foram puxadas pelos fundos do tipo multimercado, também beneficiados com a redução do juro básico e a busca dos investidores por alternativas mais sofisticadas de aplicação. Enquanto os multimercados continuarão em rota de crescimento, os produtos mais tradicionais devem permanecer com uma participação importante, segundo a diretora de gestão da Fator Administração de Recursos, Roseli Machado. Mas nem mesmo essas carteiras estão imunes às mudanças pelas quais passa o mercado. Roseli destacou o aumento da participação de títulos privados nos fundos de renda fixa, outra tendência decorrente da queda da taxa de juros. Além de pagarem menos, os papéis do governo hoje são negociados com prêmio muito reduzido, disse a diretora. Na prática, isso significa que, para obter melhores rendimentos, os gestores passarão a compor os portfólios com uma participação maior de títulos privados. Essa opção, no entanto, embute um risco maior para os fundos. (AE)
Na avaliação de Marcelo Giufrida, da Anbid, fundos DI e poupança são complementares, não concorrentes
A
Mercado prevê IPCA menor
s projeções do mercado financeiro para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2007 caíram de 4,09% para 4,06%, segundo a pesquisa Focus divulgada ontem pelo Banco Central (BC). Os economistas das 100 instituições financeiras consultadas também reduziram a estimativa para o IPCA nos próximos 12
Emissão de ações cresce 115% Sobe juro ao
O
volume de emissões de ações no mercado brasileiro atingiu neste ano, até o último dia 15, R$ 30,5 bilhões, segundo a Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid). O montante representa um crescimento de 115% em relação ao registrado no ano passado. Do total de emissões, R$ 16,6 bilhões foram ofertas primárias e os demais R$ 13,8 bilhões representaram operações secundárias. No total, foram realizadas 34 distribuições primárias e 35 secundárias. Destas, 26 foram ofertas iniciais de ações (IPOs), disse o vice-presidente da Anbid, Luiz Fernando Resende. No mercado de renda fixa, o volume acumulado no ano até o dia 15 é de R$ 80,2 bilhões, o que significa um aumento de 46% na comparação com 2005. Segundo a Anbid, a maior parte (R$ 63,6 bilhões) desse valor está relacionada a emissões de dívidas de longo prazo, em papéis como debêntures. Segundo Resende, esse número será superado em 2007.
consumidor
30,5
bilhões de reais em ações foi o volume total lançado pelas empresas neste ano, incluindo emissões primárias e secundárias. No exterior — A expectativa não é a mesma com relação às emissões externas, cuja captação atingiu US$ 19,5 bilhões em 2006, com queda de 16,15% frente ao ano passado. O executivo estimou que esse valor deve se manter em patamar semelhante ou apresentar pequena redução no próximo ano em razão das melhores condições de liquidez do mercado brasileiro, com a trajetória de queda da taxa básica de juros. "Mas esse quadro pode
se reverter caso o movimento de investimentos de empresas brasileiras no exterior se intensifique", observou. Abertura — A Anbid projeta pelo menos 30 novas operações de abertura de capital em 2007. De acordo com Resende, a projeção leva em conta as nove ofertas em análise na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). "Com base no nosso acompanhamento, o mercado brasileiro certamente terá pelo menos mais 21 operações." Ele disse que as aberturas devem se concentrar no setor de construção civil. "O segmento, que já tem a maior quantidade de empresas representadas na bolsa de valores paulista, deve aumentar essa vantagem", afirmou. Ele também acredita em uma demanda maior das empresas do agronegócio em 2007. O executivo da Anbid destacou ainda a elevada participação do investidor estrangeiro nas ofertas de ações de empresas brasileiras, que, em média, chega a 75%. (AE)
A
taxa média de juros de operações de crédito ao consumidor apresentou elevação de 0,67% (0,05
meses, de 4,16% para 4,13%. Os analistas mantiveram, no entanto, em 3,11% a previsão para o indicador, usado como referência para a meta de inflação do governo, para este ano. E elevaram de US$ 12,5 bilhões para US$ 12,96 bilhões a projeção para o superávit na conta corrente do balanço de pagamentos. O mercado também não alterou as apostas para a taxa Se-
lic para o final do próximo ano, que ficou em 12%. Para janeiro, a expectativa é de que a Selic fique em 13%, mostrando que eles ainda acreditam em corte de 0,25 ponto percentual. Pela sexta semana consecutiva, o mercado reduziu sua projeção para o crescimento da economia brasileira em 2006, que passou de 2,8% para 2,76% neste ano. (AE)
ponto percentual) entre outubro e novembro, conforme estudo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). No mês passado, a taxa era de 7,48% ao mês (137,65% ao
ano). Em novembro de 2005, o juro estava em 7,63% mensais (141,66% ao ano). A pesquisa mostrou que subiram os juros de operações como cheque especial, crédito direto ao consumidor e empréstimo pessoal. (AE)
ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú
Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
HISTÓRIA MOSTRA AS MUDANÇAS NO BOM VELHINHO
Nascido há 138 anos, ele teve imagem moldada para estimular consumo e sentimentos positivos.
Captura de tela
PAPAI NOEL pontocom
Primeiras aparições do bom velhinho como homem de marketing: na revista Harper's Weekly e na propaganda da Coca-Cola.
O maior vendedor do mundo João Magalhães ocê acha que o bom velhinho ia ficar de fora da Web e do ecommerce? Logo, ele, o maior vendedor do mundo? Ro-Ro-Ro: Papai Noel também é pontocom. E, nesta época do ano, ele é, de longe, a celebridade máxima da internet. Tambem, pudera! Há 138 anos que Papai Noel aparece como garoto-propaganda, em páginas de jornais e revistas – na televisão, desde que ela nasceu, em 1939. Seu primeiro agente foi Thomas Nast, cartunista do jornal americano Harper´s Illustrated Weekly. Em 1860, Nast começou a esboçá-lo, inspirado nos versos de "Twas the Night Before Christmas" (Véspera de Natal), do poeta Clement Moore, e que o descrevia. Com jeitinho de habitante do reino da fantasia, Papai-Noel tomou forma e agradou os editores da Hapers, que o elegeram como capa de suas edições natalinas de 1863 a 1886. Nast, entusiasmado com o sucesso de sua criatura, deu-lhe mais um toque mágico: estabeleceu-lhe o Pólo Norte como residência oficial. Vinha de lá em um trenó, imaginado por Clement Moore. São Nicolau –Houve um porém: a criançada da Europa e Estados Unidos não engoliu. Por tradição, Papai Noel estava associado a São Nicolau, re-
ligioso grego do século III, conhecido por suas boas ações, em especial pelas moedas de ouro dadas a três meninas pobres, evitando que fossem vendidas pelo pai. Ganhou fama como milagreiro, virou santo e padroeiro: da Rússia, dos marinheiros, das moçoilas solteiras, dos penhoristas. Com a Reforma Protestante, o culto a São Nicolau desapareceu da Europa, à exceção da Holanda, onde permaneceu com o nome de Sinterklaas. No século XVII, colonizadores holandeses levaram-no para New Amsterdam, a atual Nova York. Sinterklaas foi bem recebido e virou Santa Claus. Como, então, resolver o dile-
ma do Pólo Norte? O escritor George P. Webster deu uma mãozinha a Thomas Nast. Muito esperto, ele escreveu artigos em publicações infantis, falando que somente em um lugar distante e desconhecido como aquele é que Papai Noel podia construir brinquedos, sem ser importunado. A mentirinha, finalmente, pegou.
No final do século 19, Papai Noel despontava como futuro astro da propaganda. Seu début foi em 1890, para um comercial de Alfred Dolge, fabricante de sapatos de feltro. Depois, sua imagem foi usada, sucessivamente, pela Loja de Departamentos Schwarz, pela cama de molas Frank A. Hall, e, pasme!, em 1903, pela já
famosa vassoura Feiticeira. De olho no sucesso do Noelgnomo de Nast estava a CocaCola. Em 1931, contratou o ilustrador Haddon Sundblom. para redesenhá-lo. Sudblom, de família sueca, nasceu em Michigan e cresceu em Chicago. Suas criações apareciam no Saturday Evening Post, no Ladies Home Journal e na Natio-
Pólo Norte via web s tradicionais cartinhas de Natal enviadas a Papai Noel pela meninada foram deixadas de lado. Do Pólo Norte ele acessa a internet e agora recebe e-mails e pedidos de presentes, via sites da web. São milhões os e-mails recebidos pelo bom velhinho. Mas, meninos e meninas fiquem tranqüilos: ele responde a todos. Os sites que falam sobre o mítico personagem se multiplicam se renovam a cada ano. O "Opapainoel", por exemplo, é
um achado para as crianças, com suas variadas atrações: músicas alusivas à data, apresentação das renas que conduzem o trenó, confecções de mensagens eletrônicas e remessa de cartões de boas festas. No exterior, o "Santatelevision" dá um show. Produzido pela companhia finlandesa Joulupukki TV, realiza transmissões diretas da fábrica de brinquedos do Papai Noel. Há até vídeos para celular e DVDs. O site, com versões em cinco idiomas, mostra também
como é o Natal em vários países. Você também pode ir até à casa de Papai Noel, na Finlândia, acessando o "Portex" ou ainda ver o trailer de um novo filme de natal no "Novermelho". Apesar de meio triste, o trailer é interessante porque há um bônus escondido nele. Outro site que vale uma visita é o "Meu Papai Noel". Lá, a garotada vai conhecer sua história, mandar cartinhas, ouvir lindas músicas natalinas, enviar cartões e se divertir com atividades interativas. (JM) ABSURDO Circulam 61 bilhões de spams por dia na web, o dobro do registrado no ano passado.
SERVIÇO Links: k t t p : / / w w w . o p a p a inoel.com.br http://www.northpole.net h t t p : / / w w w. s a n t a t e l e v ision.com/ htt p :/ / ww w.co mp ras d en atal.com/papai-noel.php h t t p : / / w w w . n o v e r m elho.com.br/br2/main.html h t t p : / / w w w . m e u p a p a inoel.com.br
@ Ó RBITA
nal Geographic. Talentoso, tornou-se uma lenda. O modelo perfeito – O comerciante aposentado Lou Prentice posou como modelo. Era perfeito: tinha bochechas rechonchuda e rosadas, olhos grandes e brilhantes, jeito de avozinho bonachão. Quando Prentice morreu, um amigo de Sundblom sugeriu-lhe que não haveria melhor sucessor do que ele próprio. Os traços nórdicos de Sundblom, aos poucos, se assemelharam aos do personagem que ele rabiscara: um Papai Noel alto, sorridente, com gorrinho, botas, vestido de vermelho e branco. Por sinal, vermelho e branco eram (e são) as cores do logotipo da Coca-Cola - um achado! Mas não uma idéia ímpar. Papai Noel foi exibido assim, muito antes, em 1926, pelos brinquedos The MerryMaker. De qualquer forma, a versão noelina da Coca-Cola prevaleceu e transformou-se no símbolo do Natal em todo o mundo. E, agora, lá está ele dominando o espaço cibernético e exibindo sua maestria em todo tipo de anúncio: de jóias a computadores, de roupas a eletrodomésticos. E não há quem resista ao seu charme e bom-humor - ele sugere, e você, automaticamente, compra. COM IMAGEM Cerca de 25% do total de spams enviados contém imagens, contra 4,8% em 2005.
Por João Magalhães
WebArtigos em mais novidade surgindo no mundo participativo da Web 2.0. O nome é WebArtigos. Trata-se de um espaço gratuito para a publicação, leitura e avaliação de artigos científicos, monografias, trabalhos acadêmicos, teses, poesias e conteúdo em geral. Podem participar dessa comunidade cultural escritores, jornalistas, estudantes e empresários. O registro é simples. Então, você que tem nas veias sangue semelhante ao de um Machado de Assis ou de um Paulo Coelho, não deixe de experimentar. Link: http://www.webartigos.com
Famoso uer ter seus 15 minutos de fama? Vá ao I Wanna Be Famous (Quero ser famoso), preencha o cadastro, mande uma foto digitalizada e um e-mail com as suas razões. Se for convincente, seu rosto será estampado no site, durante 24 horas. Em inglês. http://www.iwanna befamous.com
Surpresa
Ele não é que o Google Earth seduziu também Papai Noel? O bom velhinho iniciou uma viagem virtual pelo sistema de mapas do líder dos sistemas de buscas, levando presentes a cada um dos locais por onde está passando, segundo descoberta de leitores do site espanhol 20 Minutos. Primeira parada foi a cidade de Bombaim, capital comercial da Índia, onde deixou cair um gigantesco pião colorido. Depois, ele seguiu para Pequim, na China. Não é difícil acompanhar a peregrinação de Papai Noel porque ele deixa pistas de suas próximas paradas. Link: http://earth. google.com/santa
lá vem a Microsoft com uma novidade explosiva: o Expression Studio, pacote de softwares que certamente será visto com maus olhos pela Adobe e a Macromedia. O pacote inclui o Expression Web, criador de sites, que substitui o Front Page; o Expression Blend, ferramenta para aplicações interativas; o Expression Design, programa similar ao Adobe Ilustrator e, finalmente, o Expression Media, software para a edição de som e vídeo. A suíte (à exceção do Expression Web, que já está disponível) deve ser lançada nos Estados Unidos em meados de 2007, a um preço estimado de US$ 599. Mas não precisa esperar tanto: há versões grátis para você experimentar por 60 dias. Link: http:// www.microsoft.com/ products/expression/ en/default.mspx
Vista, o último Windows? primeiro surgiu quase do nada: o Windows 1.0. O mais recente, o Windows Vista, que debutará sob a explosão de fogos de artifício em janeiro, pode ser o último da série. Pelo menos é o que prevê a Gartner, consultoria de Tecnologia da Informação, nas suas previsões para 2007. O que irá acontecer, daqui por diante, segundo ela, serão apenas atualizações mais brandas do substituto do XP. É quase certo que assim seja.
Afinal, a Microsoft vem trabalhando no Vista há mais de quatro anos, na tentativa de oferecer um sistema operacional com visual elegante, recursos de áudio e
vídeo de última geração e ferramentas que aumentam o nível de segurança dos PCs contra ameaças digitais. Para a Gartner, a criação de blogs baterá recordes no primeiro semestre de 2007, com algo em torno de 100 milhões de blogueiros no mundo – serão uma das mídias mais promissoras das próximas décadas. Em 2010, 60% dos celulares do mundo serão "rastreados", via web. Link: http://www.gartner.com/
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Empresas Finanças Nacional Agronegócio
DIÁRIO DO COMÉRCIO
FÁBRICAS DE CELULOSE EM EXPANSÃO
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
4,6
milhões de unidades de computadores de mesa foram vendidos de janeiro a outubro no Brasil
SETOR IMPULSIONOU A EXPANSÃO DA INDÚSTRIA DE PAPEL E CELULOSE EM 2006; EXPORTAÇÕES DERAM SALTO
PRODUÇÃO DE CELULOSE CRESCE 7,2% A 12,1
indústria brasileira de papel e celulose garante que tem bons motivos para comemorar neste final de ano: a produção de celulose já ultrapassou a do Japão para se colocar no sexto lugar do ranking mundial, com 11,1 milhão de toneladas, um crescimento de 7,2% sobre 2005. O setor de papel manteve o 11º lugar, com uma produção de 8,75 milhões de toneladas, 1,8% acima do ano passado. As exportações de celulose avançaram 12,1% no balanço deste ano, em comparação a 2005, fechando em 6,1 milhões de toneladas e projetando um novo salto de 8,2% para 2007. "As nossas exportações de celulose já alcançaram, praticamente, metas previstas para 2012", disse ontem o presidente da Associação Brasileira de Papel e Celulose (Bracelpa), Horácio Lafer Piva. Outra boa estimativa: a produção de celulose deverá crescer 5,9% e a de papel, 2,9% em 2007. Mas há também "riscos" no horizonte do setor, alertou Piva. Dois se destacam: as invasões do Movimento dos Sem Terra (MST) e a possibilidade de "apagão" a partir de 2010. "Estamos fazendo as contas e elas dizem que há risco sim", enfatizou. Quanto às invasões, Piva foi du-
por cento foi o avanço das exportações de celulose em 2006 sobre o ano passado; as indústrias projetam exportar mais 8,2% no próximo ano ro e conciliador com os sem-terra e os índios, propondo uma "parceria" com a Bracelpa. "Aqui uma palavra de preocupação, mas firme resolução em enfrentar movimentos, alguns desinformados, outros antipatrióticos, que insistem em invadir terras e depredar patrimônios de um setor que deveria ser considerado aliado, parte da solução e não do problema da iníqua pobreza deste País", disse Piva. Ele pediu para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva agir "com coragem e vontade política" para remover obstáculos ao crescimento, tais como deficiências na infra-estrutura, redução da carga tributária e redução dos juros. Piva também apontou "riscos" secundários para o se-
tor, tais como uma desaceleração da economia norte-americana, que poderia ser compensada com o aumento da demanda do consumo chinês e a desvalorização nos preços das commodities. "Mas acreditamos que os preços deverão se manter em 2007", antecipou. Quanto ao câmbio, nenhuma expectativa de mudança pela frente: "O dólar deverá se manter entre R$ 2,15 e R$ 2,20 ao longo do ano que vem". Investimentos – Os investimentos das indústrias de celulose e papel continuam na meta de US$ 14,4 bilhões entre 2003 e 2012, afirmou Piva. Apenas entre 2003 e 2006 foram investidos US$ 3,5 bilhões, e outros US$ 3 bilhões estão previstos para 2007. O valor anunciado pelas fábricas para o período que vai de 2008 a 2012 é de US$ 7,9 bilhões. Os números mostram que o consumo interno de papel deverá fechar este ano em 7,7 milhões de toneladas, um crescimento de 5,3% sobre 2005. Ou seja, um consumo per capita de 41,1 quilos por habitante ao ano, ainda abaixo da média mundial de 56,3 quilos. "Por isso, há um bom espaço para crescer", disse Piva. A indústria projeta expansão de 4% no consumo para 2007.
Divulgação/Suzano
Sergio Leopoldo Rodrigues Com exportações em alta, a indústria planeja investir mais US$ 3 bilhões apenas no próximo ano
BALANÇA A
Venda de PCs deve aumentar 30%
Saldo recua 10,1% na semana
A
desaceleração nas exportações fez com que o saldo da balança comercial na terceira semana de dezembro recuasse 10,1% em relação à semana anterior e ficasse em US$ 899 milhões. No período, as exportações somaram US$ 2,8 bilhões (média diária de US$ 560 milhões), enquanto as importações ficaram em US$ 1,901 bilhão (média diária de US$ 380,2 milhões). No resultado acumulado no mês, o superávit atingiu US$ 2,3 bilhões e no ano, US$ 43,4 bilhões. Os dados foram divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Apesar do desempenho mais fraco na semana passada, a média diária das exportações em dezembro está aci-
19,9 por cento é a expansão das expor tações brasileiras, na média diária de dezembro, sobre dezembro do ano passado ma da verificada em igual mês do ano passado, com expansão de 19,9%. Na comparação com novembro, a média das exportações cresceu 0,1% e, no acumulado deste ano, as vendas ao exterior, na média diária, subiram 16,3%.
As exportações na terceira semana de dezembro, em comparação com os dez primeiros dias de dezembro, caíram nas três categorias de produtos, mas foram os semimanufaturados que tiveram o maior declínio em termos relativos, na comparação com as semanas anteriores: 23,2%, passando de U S $ 111 , 9 m i l h õ e s p a r a US$ 85,9 milhões. Os destaques de queda foram os semimanufaturados de ferro e aço, açúcar em bruto, couros e peles, alumínio e óleo de soja em bruto. As exportações de produtos básicos caíram, na média diária, de US$ 153,6 milhões até a segunda semana para US$ 137,5 milhões (recuo de 10,5%) na semana passada. O destaque na desaceleração esteve nas vendas de petróleo, carnes e soja. (AE)
empresa de pesquisa do mercado de tecnologia IDC classifica 2006 como o "ano do PC" no Brasil, por causa do aumento de cerca de 30% nas vendas de computadores pessoais no País previsto para o período. "O Natal de 2005 foi o do DVD, quando houve forte demanda por esses aparelhos. Mas as apostas agora se concentram nos PCs", afirmou o analista sênior de PCs e monitores da IDC, Reinaldo Sakis. Ele acrescentou que a expansão do segmento vem sendo facilitada por planos de financiamento de 12 ou 24 vezes.
De acordo com dados da IDC, de janeiro a outubro foram vendidos 4,6 milhões de unidades de computadores de mesa. No segmento de notebooks, que tem modelos de cerca de R$ 2 mil e tendência de queda nos preços, foram registradas vendas de 363 mil unidades no mesmo período. A empresa estima que sejam vendidos neste ano 7,1 milhões de PCs, alta de 29% sobre os 5,5 milhões de unidades de 2005. A expectativa para impressoras é de vendas de 3,2 milhões de unidades neste ano. Não foram fornecidos dados comparativos para o produto.
Preços — A queda dos preços e os planos de financiamento também afetam o chamado mercado "cinza" de computadores, que oferece máquinas vendidas com algum tipo de ilegalidade, como software pirata ou componentes contrabandeados. Segundo a IDC, os consumidores têm preferido comprar PCs de fabricantes oficiais por causa de garantia e assistência técnica. "Enquanto o índice de pirataria no ano passado foi superior a 60%, a estimativa da IDC é de que 2006 termine com um índice próximo a 50%", afirmou o analista. (Reuters)
Eletrônicos faturam mais
Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). Segundo a entidade, nos últimos três meses de 2006, o faturamento médio das indústrias de aparelhos de telecomunicações, com destaque para celulares, cresceu 12% em relação a
igual período de 2005. Segundo Luiz Cezar Rochel, gerente do Departamento de Economia da Abinee, é preciso ressalvar que a indústria brasileira só não cresceu mais por conta das importações de produtos da China. (AE)
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s vendas de bens de consumo da indústria elétrica e eletrônica neste último trimestre do ano superaram as de 2005, segundo estimativa da
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
Fotografia We b Te l e f o n i a Em dia
DIÁRIO DO COMÉRCIO
7 Telefonia fixa: 125 anos para chegar ao primeiro bilhão de aparelhos. Celular: apenas 21 anos.
ATÉ 2008, UM EM CADA DOIS HABITANTES TERÁ CELULAR
Fotos Divulgação
CELULAR novo em folha
Carregador portátil Motorola – Uma boa opção para carregar telefones e acessórios sem precisar de uma fonte de energia por perto é o Power2Go P790. Menor do que um celular, comporta 2 cargas extras para telefones e 10 para fones de ouvido Bluetooth. Leve, pesa 79 gramas. Preço: R$ 199.
Dois bilhões de pessoas têm celular Bárbara Oliveira
romoções das operadoras, ofertas no varejo físico e eletrônico e um sem número de aparelhos. É o que vemos por todo o lado nesta época do ano, hora de buscar um telefone mais moderno e com novas funções, ou um bem básico, para quem está ingressando na era da telefonia móvel. Cerca de 2 bilhões de pessoas no mundo têm um celular e, até 2008, um em cada dois habitantes da Terra terá o seu. Ninguém quer ficar fora dessa revolução. Segundo pesquisa da União Internacional de Telecomunicações (UIT), a comunicação pela internet ou pelo celular se transformou na primeira mídia para lazer entre as pessoas com menos de 55 anos — ultrapassando rádio, TV, jornais, revistas e cinema. Enquanto a telefonia fixa demorou 125 anos para atingir o primeiro bilhão de aparelhos, foram necessários só 21 anos para que o celular chegasse a esse mesmo patamar. Portanto, antes de escolher o modelo para se integrar (ou continuar integrado) a essa imensa comunidade é bom olhar as promoções de Natal das operadoras, porque dependendo do caso, o aparelho pode sair de graça, embora atrelado a um plano anual. A Claro é uma que dá o celular gratuitamente para clientes com conta pós-paga, de acordo com os planos escolhidos (do Estilo 40 a Estilo 200). Os aparelhos são os Nokia 2310, 6060,
6101; Motorola C140, W220 e V360; LG MG210 e MG220 e SonyEricsson Z530. Custam entre R$ 130 e R$ 600 se comprados separadamente. A empresa também dá bônus em reais e em minutos, e a cada nova habilitação na promoção "celular de graça", a Claro doa R$ 1 para a Fundação Abrinq, para crianças carentes. A TIM está com a promoção de R$ 0,07 o minuto para chamadas locais da mesma operadora até 31 de julho de 2007 (só pós-pagos). Mas essa tarifa só é válida depois de utilizados os minutos contratados. Os novos clientes não pagam taxa de adesão, mas os assinantes antigos sim: entre R$ 9,90 (planos pós-pagos) e R$ 14,90 (pré-pagos). Até 31 de janeiro, os assinantes aproveitam as promoções MegaTIM Natal para envio de fotos e torpedos por R$ 0,05 e R$ 0,36, respectivamente. Há ainda descontos para aparelhos Nokia 1600; Motorola W220 e C261; e Siemens SL75, por R$ 9,90 dependendo do plano. Mas há outras ofertas na loja da TIM http://www.lojatim.com.br , com celulares em até 10x. Os clientes da Vivo que trocarem, comprarem novo aparelho ou migrarem de plano pré para pós ganham bônus de até R$ 1000 para ligações locais na operadora. Confira no site da Vivo http://lojavirtual.vivo.com.br. Um dos modelos é o novo Pantech Pan Wish, por R$ 44 - se o assinante escolher o plano 180 minutos, ou por R$ 314, se o consumidor permanecer no plano antigo.
GAMES de última geração O que há de novo no mercado para este Natal Fábio Pelegrini Natal está chegando e o bom velhinho já deve estar se preparando para atender
aos mais variados pedidos da garotada e dos mais crescidinhos. Boa parte desses presentes, porém, deve animar também os donos de lojas que vendem jogos eletrônicos, já que
Samsung E900 É tri-band e funciona em rede Edge (3G). Câmera de 2 Mpixel e memória de 80 MB. Tem slot de expansão para cartões. R$ 1.199
Nokia 5200: não é preciso gastar muito para ter um slider compacto. É multimídia, com player MP3 em AAC, AAC+ e SpMidi, e rádio FM. Grava vídeos. A câmera é VGA com zoom de 4x . Preço sugerido: R$ 599. Gradiente GF 970 é destaque da linha Real Flat da marca, com design ultra compacto e formato folder. A câmera tem 2 MPixel e filma. A memória interna é de 60 MB, mais um cartão SD Card de 128 MB. O telefone pode armazenar mais de duas horas de música em MP3 e reproduzir até 10 horas. Conexão Bluetooth. Em versões titânio e preto. Preço: R$ 849.
BenQ CF110 – Telefone para fãs do RDB. Deslizante, com capa com o logo da banda. Teclado ergonômico. Com dicionário integrado e agenda de emergência. De R$ 250 a R$ 450.
com tantos lançamentos no setor muitos dos pedidos dos consumidores devem estar relacionados aos games deste ano. "Estamos em um dos períodos que mais se vende games e este ano deve ser ainda melhor. Afinal, temos mais novidades e sempre contamos com aquela velha história dos pais, que prometem o sonhado videogame ao garoto se ele passar de ano. Não tem como ser diferente: o crescimento é certo", explica Cristiane Maria Rocha, vendedora da Fratello Games (f. 3331-7006), empresa no mercado há mais de 10 anos.
De fato, a indústria fez sua parte e não decepcionou: lançou os tão esperados consoles de última geração no mercado brasileiro, como o Wii e o Xbox 360, além de trazer games de primeira para todas as plataformas. Mesmo o aparelho da Sony, que já afirmou várias vezes não ter interesse em lançar o seu produto no Brasil – por causa da pirataria –, está circulando pelas lojas de São Paulo (o importado). Tanta tecnologia tem um preço e não é barato. Os pais que prometeram esse console de última geração, por exem-
Sony Ericsson W710i – O telefone da família Walkman tem funções para medir atividades físicas. Traz sensor de movimento e aplicativos que medem a velocidade. Estes e o rádio FM são controlados pelo mostrador. Preço: R$ 1.399.
Acessórios Bluetooth também são importantes, pois dão mais liberdade de movimentos para atender e fazer chamadas. O H700, Motorola, integra a quinta geração de fones de ouvido Bluetooth. A haste é dobrável e ruídos e ecos. É 30% menor e mais leve que os demais. O alcance é de 10 metros. Preço: R$ 399. MPS-60 – Caixinhas para ouvir as músicas dos celulares Walkman, da SonyEricsson têm a vantagem de que o MPS-60 é leve e portátil (175 gr), cabendo no bolso do usuário. Som estéreo. Seu preço sugerido para o varejo é de cerca de R$ 169. Kit veicular CK 20W Sistema de localização da Nokia. Tem GPS embutido e mapa pré-instalado no cartão de memória. Só chega ao varejo em janeiro com preço estimado em R$ 1.399.
plo, devem preparar o seu bolso: o Playstation 3 não sai por menos de R$ 4.500 por aqui. Uma tremenda discrepância se comparado ao preço lá fora – na norte-americana Amazon, uma das maiores loja online do planeta, o aparelho sai por US$ 969.99 (Sony PlayStation 3 com 60GB), pouco menos da metade do valor em reais no Brasil. O preço do Xbox 360 nacional, lançado no mês passado pela Microsoft, também não é um dos mais atraentes, R$ 2.999, mas três jogos fazem parte do pacote. Já o Wii, da Nintendo, parece ter o preço
mais barato: é possível encontrar o aparelho por R$ 2 mil em algumas lojas da capital. Já ao avaliarmos os jogos o cenário muda. Como este ano tivemos excelentes títulos em quase todas as categorias de games, os jogadores de PC e que têm uma boa máquina poderão se beneficiar, já que há bom jogos por menos de R$ 100. Aliás, muitos dos lançamentos para PC também contam com a opção para consoles e outras plataformas. Veja abaixo algumas opções que prometem agradar qualquer público.
Divulgação
The Sims 2 - Bichos de Estimação Prepare-se para muita diversão com Bichos de Estimação, o novo pacote de expansão do The Sims 2. Coloca um amigo peludo, ou emplumado, na vida de seus Sims. De cãezinhos bagunceiros a gatinhos adoráveis, escolha seu filhote entre dezenas de raças conhecidas. Ou então, crie um cão ou gato original, modificando suas características. Seus Sims poderão ensinar truques aos seus bichinhos ou levá-los para passear. Mas lembre-se que os bichos de estimação têm vontade própria. Não se surpreenda caso encontre o gato arranhando o sofá, o cachorro cavando buracos no quintal, ou coisas bem piores. Distribuído pela Electronic Arts: (11) 5506-0232 Preço sugerido: R$ 59,90 Battlefield 2142 A famosa série de jogos de combate apresenta sua versão sombria do futuro. O ano é de 2142. À medida que uma nova era glacial esgota os recursos naturais do planeta, duas poderosas coalizões multinacionais travam uma guerra brutal pelo único objetivo que realmente importa: a sobrevivência. Distribuído pela Electronic Arts: (11) 5506-0232
FIFA 07 Desde o apito inicial, FIFA 07 envolve o jogador com toda a emoção do futebol, recriando o clima intenso dos estádios. Os passes e o posicionamento em campo foram melhorados. Os jogadores brigam pela bola de forma real. Ouça a torcida gritar os nomes dos jogadores. Apresenta 27 ligas de 20 países, incluindo pela primeira vez os 20 clubes da primeira divisão brasileira. Distribuído pela Electronic Arts: (11) 5506-0232. Preço sugerido: R$ 99,90
Faces of War A maioria dos títulos de guerra é superficial, mas Faces of War chega até onde poucos outros jogos de estratégia em tempo real conseguiram chegar. O jogador pode liderar um pelotão de soldados pelos campos de batalha da Segunda Guerra Mundial ou vivenciar a destruição bem de perto graças ao impressionante modo de ação em terceira pessoa. Distribuído pela Electronic Arts: (11) 5506-0232. Preço sugerido: R$ 99,90 Need for Speed: Carbon As disputas iniciadas nas ruas são resolvidas nas pistas das montanhas à medida que Need for Speed Carbon apresenta a mais intensa e perigosa forma de corrida de rua que existe. Os novos modos de jogo Canyon Duel e Drift representam o desafio definitivo para suas habilidades atrás do volante, onde uma curva errada pode custar muito mais do que a vitória. Some a isso às possibilidades que a revolucionária ferramenta de personalização Autosculpt. Distribuído pela Electronic Arts: (11) 5506-0232. Preço sugerido: R$ 109,90
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
Indicadores Econômicos
7
0,19
por cento foi a alta do dólar comercial ontem. A moeda norte-americana fechou a R$ 2,15 para venda.
18/12/06
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 14/12/2006 14/12/2006 14/12/2006 14/12/2006 14/12/2006
P.L. do Fundo 12.208.448,90 2.026.220,29 11.615.779,54 18.623.979,54 1.345.423,23
Valor da Cota Subordinada 1.285,345354 1.129,666417 1.231,516119 1.094,498388 1.172,119804
% rent.-mês 1,2015 0,5682 4,5573 1,3234 1,4509
% ano 31,5643 12,9666 23,1516 9,4498 17,2120
Valor da Cota Sênior 1.029,486843 1.116,522680 1.133,822506 0 0
% rent.-mês 0,5398 0,4963 0,6071 -
% ano 2,9487 11,6523 13,3823 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
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We b Te l e f o n i a Em dia Notas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Monitoramento garante férias tranqüilas
Empresas em férias coletivas, residências fechadas durante semanas. Quem não quiser ter surpresas desagradáveis ao voltar das férias já tem um recurso: sistemas de monitoramento remoto de ambientes, gerenciados via Internet. Entre eles estão a solução SECUWATCH, comercializada no Brasil pela Bycon Soluções Inteligentes. Desenvolvida para atender centrais de monitoramento de vídeo, suporta até 1024 câmeras remotas. Destaca-se pelo baixo consumo de banda e o sistema pode ser acessado até pelo celular. Oferece popups de alerta para eventos de alarmes e movimentos detectados nos locais monitorados, possui log de eventos, movimenta câmeras móveis remotamente, visualiza câmeras em planta baixa, gera play back local e remoto, permite falar com o ambiente monitorado, fechar ou abrir portas e dispositivos eletrônicos e inclusive gravar no microcomputador remoto.
Trabalhar neste setor pode ser uma fina arte, principalmente nas festas de final de ano.
SUPORTE: DÚVIDAS INSANAS E RESPOSTAS TÉCNICAS
Voip para pequenos com desconto Trellis está oferecendo uma promoção especial de Natal de sua solução hIperVoip. Até o dia 29 de dezembro, o cliente é quem decide o tempo do contrato. Além disso, estão sendo apresentados, com preços especiais, serviços como a taxa de ativação – R$ 199 por canal –, e assinatura mensal – R$ 49,90 por canal –, para contratações acima de quatro canais. O hIPer Voip da Trellis é voltado, principalmente, para pequenas e médias empresas que costumam gastar quantias acima de R$ 600,00 por mês em ligações dos tipos DDD e DDI. De acordo com os seus representantes, a solução não requer investimentos em instalação, pois ela utiliza a infraestrutura já existente no local escolhido pelo cliente, o que acaba por eliminar a necessidade de adotar um link exclusivo de IP. Além destas vantagens, a Trellis também garante nos contratos com as empresas uma economia mínima de 30% nas ligações interurbanas.
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
PRÊMIO Pro Teste ajuda a escolher dois temas ao abordar as dife- pela criação da tecnologia que o seu micro renças entre os recursos utiliza- tornou possível a cobertura
Tecnologia com clareza e bom humor Reprodução
ostrar que a tecnologia faz parte do dia-a-dia de todos e que, na maioria das vezes, as pessoas não se dão conta disso com clareza e bom-humor. Esta é a especialidade do colunista do DCInformática, Guido Orlando Júnior. Estas qualidades foram reconhecidas na semana passada quando ele recebeu o prêmio "Copa Avaya de Jornalismo", pelo qual profissionais de diversos veículos concorreram. O prêmio, concedido pela Avaya com o apoio do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, foi dado à matéria "Tecnologia Futebol Clube", na categoria Maté-
Tecnologia parte do dia-a-dia
ria de Tecnologia. As outras categorias eram Matéria Geral e Fotografia. Segundo Guido, o prêmio é importante pela iniciativa da Avaya em disseminar a tecnologia. Ele lembra que o prêmio foi criado neste ano antes da Copa do Mundo e que decidiu unir os
dos pela imprensa para cobrir os jogos antes e depois do avanço da tecnologia, especialmente do uso dos notebooks. "Antes, o jornalista ficava na sala de imprensa assistindo aos jogos pela televisão ou acompanhava a partida no campo e saía correndo para a sala de imprensa para escrever. Agora, ele leva o notebook para o estádio e envia a matéria imediatamente para a redação sem perder nenhum lance", explica. Além de ter assistido à partida de abertura na Alemanha e sentido todas as emoções ao vivo, Guido entrevistou duas fontes: a Avaya, responsável
com o notebook nos estádios, e a Embratel. Com estas informações, ele escreveu a matéria na qual explicou ao leitor como esta tecnologia funciona. "Esta vertente de explicar a tecnologia é pouco abordada e atrai a atenção do leitor", diz. Para o colunista, o prêmio é importante porque o DCInformática concorreu com veículos de informação importantes como Veja, Época, Folha de S. Paulo e Estado de São Paulo, entre outros. "O prêmio é importante para toda a equipe do DC que editou e publicou o texto", conclui.
Paula Cunha
Pessoal de suporte prepare-se. É Natal. ão tenho a menor dúvida de que nesse Natal 2006 os computadores irão fazer sucesso como presente, principalmente para quem aguarda ansiosamente pela primeira máquina. E isso vai fazer com que os departamentos de suporte dos fabricantes e revendas trabalhem bastante, já na última semana do ano. É que praticamente todo mundo que utiliza computador já teve de recorrer ao serviço de suporte, para resolver problemas da Internet ou no micro. O usuário liga e a irritação já começa: após ter que prestar muita atenção ao menu de opções dito pela voz misteriosa do outro lado da linha e ficar vários minutos pendurado escutando alguma propaganda da empresa, entremeada pela frase "Por favor, não desligue. Seu telefonema é muito importante para nós", finalmente o usuário é atendido: "Fulano de Tal, em que posso ajudá-lo?". Normalmente o usuário não entende o nome, pois é pego de surpresa. Estava pensando em outra coisa ou fazendo algo com as mãos, enquanto cultivava um torcicolo por segurar o telefone com o ombro. Além disso, o atendente fala muito rápido. O usuário, já irritado com a espera, fala com voz alterada: "Estou com um problema. Meu..." É interrompido: "Seu código de clien-
te, por favor". --"Não tenho a menor idéia", diz o solicitante. "Serve seu CPF ou número do telefone de contato", retruca a voz. Eu sempre me pergunto por que eles já não perguntam isso logo de saída. Quem vai lembrar do código do assinante? Na maioria das vezes os casos são fáceis de resolver, pois são dúvidas corriqueiras de configuração de impressora, esquecimento de senhas de acesso, configuração de e-mail ou até algum ícone apagado. Trab alhar em suporte técnico na área de tecnologia pode ser considerado uma arte. Imagine que, ao acordar, você já saiba que irá receber dezenas de ligações e que nenhuma delas será para dar uma boa notícia. Muito pelo contrário. E que você terá que dar um jeito de que tudo passe a funcionar. Não só o atendente tem de ter muito jogo de cintura, como quem está perguntando tem de ter muito bom senso para seguir os passos ditados. Há algum tempo recebi um e-mail que relatava alguns casos bastantes incomuns e resolvi reproduzir alguns aqui. Omiti os nomes para não cau-
sar constrangimento. Alguns são tão inusitados que parecem piada, mas minha experiência diz que não são impossíveis. Afinal, a massificação da era da tecnologia está apenas começando e casos como esses são perfeitamente compreensíveis. Mesmo que alguns sejam fictícios, valem a pena pela criatividade. *** CLIENTE: "Não consigo fazer conexão com a Internet..." S U P O RT E : " Te m certeza que utilizou a senha certa ?" C L I E NTE: "Sim, tenho certeza. Vi um colega fazendo." SUPORTE: "Pode me dizer qual foi a senha ?" CLIENTE: "5 asteriscos." *** CLIENTE: "Não consigo imprimir. Sempre que tento, o micro diz: "Não é possível encontrar a impressora". Já a levantei e a coloquei em frente ao monitor." *** CLIENTE: "Tenho uma impressora jato de tinta que precisa ser reparada." SUPORTE: "O sr. poderia informar qual o modelo?" CLIENTE: "É uma ( diz a marca da impressora)."
SUPORTE: "Pois não. É colorida ou preto e branco ?" CLIENTE: "É bege." *** CLIENTE: "Olá. Não consigo imprimir." SUPORTE: "Por favor, clique em 'Iniciar' e... ?" CLIENTE: "Calma! Não responda muito tecnicamente. Não sou o Bill Gates !" *** CLIENTE: "De repente aparece uma mensagem na minha tela, que diz Clique 'Reiniciar'... O que eu devo fazer ?" SUPORTE: "O sr. clique no botão solicitado, desligue e ligue novamente..." Ele desliga o telefone e em seguida liga de novo para o suporte. CLIENTE: "E agora?" *** C L I E N T E : " Te n h o u m grande problema. Um amigo meu colocou um protetor de tela no meu computador, mas a cada vez que mexo o mouse ele desaparece!" *** CLIENTE: "Estou escrevendo o meu primeiro e-mail." SUPORTE: "OK, qual é o problema?" CLIENTE: "Já fiz a letra "a", como se faz aquele círculo?" *** CLIENTE: "Comprei um computador para entrar na Internet e tenho uma dúvida." SUPORTE: "Pois não. Em que posso ajudá-lo?" CLIENTE: "A Internet abre aos domingos?"
omo os microcomputadores devem estar entre os presentes hitechs mais vendidos no Natal, a PRO TESTE – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor – testou cinco modelos para orientar os compradores. Foram eles: Dell Dimension 5150, Itautec Infoway ST4250, IBM Think Center M52, Semp Toshiba ES-1507 e Positivo PCTV Z45. O teste avaliou características como facilidade de montagem, de realização de upgrade e consumo elétrico, desempenho e facilidade de uso. Todos estes aspectos foram avaliados focando apenas as CPUs. Os computadores analisados são de mesa (desktops), custam em torno de R$ 2 mil e trazem processador Pentium 4, 512MB de memória e HD de 80GB com velocidade de 7.200 rpm. Além disso, todos contam com combos de gravador e leitor de CD e DVD. A única exceção é o modelo da Positivo, que não grava DVD, apenas lê. Todos eles operam com o sistema Windows XP Home 2002, exceto o IBM, que opera com a versão Professional do mesmo sistema. O computador Dell Dimension 5150 (R$ 1.881,73, vendido apenas pelo site do fabricante ou telefone) acumulou os títulos de o melhor do teste e de a escolha certa, destacando-se no desempenho de tarefas multimídia. Entretanto, seu gabinete traz apenas entrada USB para mouse e teclado. O computador mais encontrado nas lojas visitadas é o último colocado na avaliação, o Positivo. Ela indica que o consumidor não deve se impressionar pela facilidade de pagamento, pois as "suaves prestações" do Positivo embutem juros altos e tanto o Dell quanto o Itautec podem ser comprados com parcelas sem juros. O resultado do teste está na revista PRO TESTE de dezembro, distribuída aos associados da entidade. www.proteste.org.br
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Tr i b u t o s Nacional Agronegócio Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
APEX INVESTIRÁ R$ 2,7 MILHÕES NO SETOR DE FRANGO
Vendas de frango ao exterior devem somar US$ 3,3 bilhões em 2007, segundo a Abef. Hélvio Romero/AE
EXPORTADORES DA AVE ESPERAM RECUPERAR PERDAS DESTE ANO, CAUSADAS PELA GRIPE AVIÁRIA
SETOR DE FRANGO OTIMISTA COM 2007
O
s exportadores de frango esperam recuperar em 2007 o mau resultado das vendas deste ano, que devem registrar queda de 12,7% em relação ao ano passado, para US$ 3,065 bilhões. A projeção da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frango (Abef) é de que as vendas ao exterior no próximo ano somem US$ 3,3 bilhões, um aumento de 7,7%. Em termos de volume, a expectativa é de que a comercialização chegue a 2,8 milhões de toneladas, 6,9% superior à deste ano. Assim, o desempenho ficará mais próximo ao de 2005, quando foram embarcados 2,846 bilhões de t o n e l a d a s , q u e re n d e r a m US$ 3,509 bilhões ao setor. Para auxiliar nessas vendas para o mercado externo serão aplicados pela Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) R$ 2,7 milhões em 2007 e 2008. E um dos principais projetos dentro do programa da Apex é o Projeto Imagem. Trata-se de uma ação para sensibilizar a opinião pública mundial e levá-la a conhecer o que é feito no Brasil em termos de criação de frango. A Apex traz jornalistas ao País para verificar a realidade da produção in loco. São feitas visitas a granjas e vinícolas. Recentemente, o frango brasileiro foi citado em reportagem em TV alemã como tendo substâncias cancerígenas e outras com resíduos não aceitos pela União Européia. S e g u n d o o p re s i d e n t e d a Abef, Ricardo Gonçalves, o material que foi ao ar não continha nenhuma posição do lado brasileiro. Nem o Itamaraty, nem a Abef e nem as empresas foram ouvidos. "Foi uma matéria difamatória e
negativa. O Brasil cumpre todas as normas de resíduos da União Européia", diz. Regionalização – Em 2007, a Abef vai insistir na adoção de sistemas de regionalização de procedimentos para prevenção da gripe aviária, para que os certificados relativos à sanidade animal de cada estado sejam aceitos internacionalmente com mais facilidade. Como o Brasil é um estado sanitário único, quando há problemas em determinado estado, todas as regiões têm a exportação prejudicada, mesmo cumprindo as políticas de prevenção. Segundo Gonçalves, com a regionalização, os estados que aderirem ao programa serão pontuados de maneira diferenciada, favoravelmente, em comparação aos outros estados que não participarem do sistema. Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo já estão adiantados. As projeções para este ano mostram que as exportações brasileiras de frango foram prejudicadas pela gripe aviária, o que deve causar retração de 7,9% (2,62 milhões de toneladas) no volume comercializado no ano em comparação a 2005. Parte dessas perdas, causada pela diminuição das vendas à Rússia e Oriente Médio, foram compensadas com exportações para a Ásia, América do Sul e África. A Abef espera que em 2007 seja concluída a implantação do Programa de Prevenção da Gripe Aviária e Newcastle para evitar novos prejuízos. Há uma verba prevista de R$ 283 milhões para todo o projeto, mas até agora só foram liberados R$ 53 milhões pelo governo federal. Adriana David
Japão e Oriente garantem expansão do comércio
O
presidente executivo da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frango (Abef), Ricardo Gonçalves, afirmou ontem que o aumento nas exportações da ave em 2007 será possível pela retomada e expansão das vendas para o Japão, Oriente Médio e União Européia. As duas últimas regiões representam 40% dos embarques brasileiros de frango ao exterior. Há também a perspectiva de ingresso do Brasil em novos mercados, como Estados Unidos, México e Malásia. Os processos já estão em andamento e o mais adiantado – que poderá resultar em exportações em 2007 – é para a Malásia, um mercado de 1 milhão de toneladas de frango anualmente. Segundo Gonçalves, a entra-
da na Malásia seria um grande trunfo para os exportadores brasileiros, já que garantiria visibilidade para outros importantes mercados muçulmanos, como Indonésia e Filipinas. A Malásia segue um sistema muçulmano rigoroso de procedimentos de abate. Também há espaço para aumentar as vendas, em especial de frango industrializado, para a União Européia no ano que vem devido ao aumento de cotas deles para importação. Mas só até 2007, depois, se o exportador ultrapassar a cota, terá de pagar 1,024 mil euro por cada tonelada vendida a mais. México e Estados Unidos também devem comprar frango industrializado do Brasil, o primeiro adquiriria a carne mecanicamente separada e o segundo, carne cozida. (AD)
Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
CARNE EUA querem voltar a exportar para a China
A
Granja Korin, no interior de São Paulo. Regionalização de programa de vacinação pode melhorar comércio. Paulo Pampolim/Hype
Gonçalves, da Abef: TV alemã difamou os produtores de aves nacionais. E Brasil cumpre todas as normas sanitárias exigidas pela UE.
Empresários pedem nova classificação para soja
E
xportadores brasileiros cobram do Ministério da Agricultura agilidade na publicação de novos critérios de classificação de qualidade para a soja como forma de evitar problemas com as vendas para a China na safra 2006/07, que começa a ser embarcada a partir de fevereiro do próximo ano. "Nós pedimos urgência ao ministério. Com a China, a regra é olho vivo para todos os embarques", resumiu o diretor geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes. A afirmação é uma resposta à promessa feita por Pequim de estabelecer normas de importação que poderão limitar as vendas do Brasil. No acumulado do ano até outubro, a China foi destino de 50% das exportações brasileiras de soja. Entre janeiro e novembro, os embarques totais de grão, óleo e farelo renderam US$ 8,84 bilhões
ao País. Os chineses ameaçam adotar medidas restritivas caso haja um aumento significativo de importações ou se houver uma desestabilização do mercado interno no curto prazo. Tranquilidade – O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, demonstrou tranqüilidade em relação à questão. "Nós tomaremos as medidas necessárias. No passado, já vivemos o mesmo problema e ele foi resolvido por meio de gestões diplomáticas", comentou. Outras fontes em Brasília, no entanto, minimizaram o assunto e o classificaram como "apenas uma ameaça, uma questão comercial". "Se a China limitar o volume de soja que compra do Brasil, ela não terá de quem comprar", afirmou uma fonte do governo, lembrando que o mercado chinês da oleaginosa é dividido entre Brasil, Argentina e Estados Unidos. Há dois anos, Pequim sus-
pendeu as importações brasileiras de soja alegando que sementes de soja tratadas com fungicidas tinham sido misturadas aos carregamentos de grãos verdes. O embargo causou prejuízo de US$ 760 milhões aos exportadores brasileiros. Desde o incidente de 2004, representantes do governo e da iniciativa privada discutem novas regras de classificação. Hoje, existe um único padrão de classificação, e a soja de melhor qualidade é misturada com grãos de qualidade inferior, informou o gerente de mercados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Evandro Ninaut. De acordo com a iniciativa privada, o governo definirá que os grãos de melhor qualidade, ou seja, de tamanho ideal e com menor índice de mofo, não serão processados. Serão vendidos para as indústrias processadoras e poderão, por exemplo, virar óleo. (AE)
pesar da retomada da compra de carne norteamericana, muitos mercados permanecem fechados ao produto do país desde a descoberta do último caso de encefalopatia espongiforme, ou mal da vaca louca, em dezembro de 2003. A expectativa da administração do presidente George W. Bush é de que a conquista do status de segurança junto à Organização Mundial para Saúde Animal (OIE) derrube as últimas barreiras à carne dos Estados Unidos. A comissão científica da OIE vai fazer sua recomendação aos 167 países-membros e ainda votar o status sanitário dos norte-americanos durante o encontro anual da entidade que ocorre em maio. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e representantes de comércio do governo contam com a aprovação da OIE. O administrador do serviço de inspeção de saúde animal do departamento, Ron DeHaven, disse que a OIE oferece participar do processo como terceira parte para definir quais produtos poderão ser comercializados dentro das normas de segurança quando um país encontra um caso da doença. "Queremos discutir com base na ciência", afirmou. Conversas – As discussões devem começar logo após a determinação do status dos Estados Unidos pela OIE em maio, mas discussões preliminares já começaram em países como a China, que tem enorme potencial para consumir a carne norte-americana. Em abril, o vice-premiê chinês Wu Yi havia dito que o país estava pronto para discutir a retomada das importações de carne dos EUA. Desde então, ainda não foi atingido um consenso entre representantes do USDA e do governo chinês sobre o fim do embargo. O principal problema, de acordo com DeHaven, é que se trata de dois países com duas interpretações diferentes sobre as regras de sanidade. "Eles (os chineses) interpretam a ciência diferentemente de nós, e acho que isso reforça a importância de ter a presença da OIE como terceira parte." Nesta semana, o governo norte-americano reafirmou à China que em breve terá condições de exportar carne de frango processada – demanda recorrente dos chineses. (AE)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
quarta-feira, 20 de dezembro de 2006
Céllus
LENTE DE
AUMENTO CASTELO DE CARTAS GOVERNISTA
E
ntronizada como um governo de coalizão, a base governista tomou pau no primeiro teste. O deputado Paulo Delgado (PT-MG), candidato do governo para ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), foi derrotado, em votação secreta, pelo deputado pefelista Aroldo Cedraz (BA), do grupo do senador Antônio Carlos Magalhães. Foram 172 votos para Cedraz contra 148 para Delgado, 50 para Gonzaga Mota (PSDB-CE) e 20 para Ademir Camilo (PDT-MG). A oposição entrou dividida na disputa, o que torna mais acachapante a derrota governista. Há quem veja nessa disputa uma prévia
G A desastrada
condução da disputa na Câmara cria divisões que podem custar caro a Lula da eleição para a presidência da Câmara em fevereiro. A base governista mostrou sua insatisfação com as negociações para compor o novo governo. Ao contrário do presidente Lula, que quer subordinar a nomeação do ministério à eleição das mesas da Câmara e do Senado, os aliados querem receber agora os cargos e verbas para hipotecar seu apoio no Congresso. Há também resistência à ambição do PT de eleger o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). Os governistas mostraram que não estão dispostos a inflar o poder dos petistas. Tudo isso decorre da incapacidade de Lula de impor-se ao seu próprio partido. Seu desejo é reeleger o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Mas embora o Planalto e os líderes aliados prometam ter um candidato único para a presidência da Câmara, há é uma batalha entre os governistas. Além de Chinaglia e Aldo, o PMDB diz que terá candidato L
e a confusão anima o baixo clero a entrar na disputa com Ciro Nogueira (PP-PI), apadrinhado do ex-deputado Severino Cavalcanti, ou Inocêncio de Oliveira (PL-PE). É um quadro que favorece Aldo. Para emparedar Chinaglia, porém, ele está cortejando o apoio do baixo clero governista e dos oposicionistas PFL e PSDB. É um mau augúrio para o governo de coalizão. O caminho do consenso exige a intervenção de Lula, que pedirá o fim da disputa na Câmara na reunião do Conselho Político, composto pelos partidos aliados. Não é opinião compartilhada por Chinaglia, que recebeu o apoio unânime da bancada e da Executiva do partido. Chinaglia é só uma peça do complexo jogo para preservar o poder do PT e do Campo Majoritário no segundo mandato de Lula, poder ameaçado pela elevação do PMDB a parceiro preferencial da coalizão. Qualquer que seja o desfecho na Câmara, a desastrada condução da disputa vem gerando divisões que podem custar caro ao Planalto. É improvável que seja eleito um novo Severino, mas o imbróglio pode trincar a base governista antes mesmo do início do ano legislativo. Até fevereiro, Lula terá tempo para reconduzir a disputa a um leito menos acidentado, mas os perdedores exigirão compensações exorbitantes. A coalizão assemelha-se a um castelo de cartas, amparado só pela expectativa de poder emanada de Lula. Nem é certo que seus alicerces serão reforçados pela distribuição de nacos de poder. Repetindo o mesmo erro do primeiro mandato, a coalizão é grande demais. Formada por dez partidos, tem a agravante de que 2/3 do poder serão divididos só entre o PT e o PMDB. É fórmula certa para freqüentes abalos. TRECHOS DA CARTA POLÍTICA DA MCM CONSULTORES WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR
ula não é capaz de impor-se ao próprio PT
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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JOÃO DE SCANTIMBURGO
CHÁVEZ E O BRINQUEDO
Por baixo da mesa OLAVO DE CARVALHO
I
rmão siamês do desconstrucionismo, o multiculturalismo é assim definido por um professor uspiano: Não tem sentido falar de verdade tout court, só de verdade para um determinado grupo cultural. O multiculturalismo apregoa uma visão caleidoscópica da vida e da fertilidade do espírito humano, na qual cada indivíduo transcende o marco estreito da sua própria formação cultural e é capaz de ver, sentir e interpretar por meio de outras apreciações culturais. O modelo humano resultante é tolerante, compreensivo, amplo, sensível e fundamentalmente rico: a capacidade interpretativa, de observação e até emotiva, se multiplica. (Roberto Fernández, Multiculturalismo intelectual, Revista USP, 42, junho-agosto 1999, pp. 84-95) Qualquer pessoa que saiba ler e não tenha passado pela USP percebe que o projeto multiculturalista, assim definido (e essa definição não diverge de outras tantas que circulam nos meios universitários), se estrangula a si próprio no bercinho. Se toda verdade está condicionada à visão de um determinado grupo cultural, ninguém pode transcender o marco estreito da sua própria formação cultural e muito menos ver, sentir e interpretar por meio de outras apreciações culturais. Se alguém consegue saltar por cima das fronteiras culturais, é porque há uma verdade acima de todas elas e essa verdade é acessível à inteligência humana. O multiculturalismo consiste, portanto, em fazer na prática aquilo mesmo que na teoria ele proclama ser impossível. É um caso extremo de paralaxe cognitiva, em que o sujeito afirma precisamente o contrário daquilo que o seu próprio ato de afirmar demonstra da maneira mais patente. É o deslocamento radical entre o eixo da experiência intelectual efetiva e o da construção teórica supostamente baseada nela. A incongruência é tão patente, tão grosseira,
que não posso acreditar seja filha da distração, gerada no leito das meras coincidências. Com efeito, a contradição aí embutida só permanece levemente camuflada pelo fato de que seus dois pólos se situam em planos diferentes: a teoria e a prática. O estudante, portanto, só pode continuar envolvido nessa prática se for induzido a jamais confrontá-la com a teoria, isto é, se ele se tornar incapaz de cotejar a expressão verbal da teoria com o conteúdo teorético afirmado implicitamente pela prática. Dito de outro modo: o adestramento no multiculturalismo consiste em habilitar o aluno para se persuadir de que sabe alguma coisa sempre que não sabe o que está fazendo com ela. O multiculturalismo é uma técnica de auto-embotamento intelectual baseada na estimulação contraditória rotinizada.
N
ão tem sentido, portanto, discuti-lo como teoria nem como prática. Só o que cabe é revelar o ardil psicológico por trás da articulação de ambas, e em seguida denunciar o conjunto como aquilo que é: um instrumento de dominação criado para transformar milhões de universitários em idiotas militantes, hipnotizados e postos a serviço de seus professores. Às vezes fico até consternado de ver o esforço que brilhantes intelectuais conservadores, como o nosso José Guilherme Merquior, dispenderam em impugnar idéias esquerdistas. Ser bem-sucedido nesse esforço não significa nada, quando as idéias não valem por si e são só a camuflagem de alguma operação mais discreta. Se um vizinho safado vai jogar baralho na sua casa com a intenção de ficar passando a mão na perna da sua esposa por baixo da mesa, não é vantagem nenhuma você vencê-lo no jogo. O que importa é virar a mesa e encher o sujeito de porrada.
O multiculturalismo transforma universitários em idiotas militantes
Renasce o crédito imobiliário NATALINO GAZONATO
O
mês de outubro registrou a terceira maior concessão de crédito imobiliário da história. Foram R$ 876 milhões em operações contratadas, entre empréstimos destinados à construção e à aquisição de novos imóveis. Tem-se observado a redução dos juros aos tomadores de crédito e um alongamento nos prazos e, portanto, uma melhoria nas condições de pagamento da dívida, que sinaliza um aumento da confiança de consumidores e instituições de financiamento. Há ainda a considerar o surgimento dos financiamentos com prestações fixas, o que demonstra a confiança no sistema num cenário de longo prazo. Vai-se configurando um ano excepcional para o setor. No acumulado de contratações, são R$ 7,6 bilhões, mais que o dobro do registrado em igual período de 2005. Mas, afinal, quais os motivos para esse renascimento do crédito imobiliário? Vale a pena explorar um pouco mais a questão. Em primeiro lugar, houve inegáveis avanços no marco regulatório. A alienação fiduciária trouxe aos contratos maior segurança jurídica. Por meio dela, os financiadores têm como, num relativo curto espaço de tempo, reaver o imóvel financiado. A Lei 10.931/04 (Lei do Incontroverso) assegura, independentemente de a cobrança dos juros ser levada à Justiça para discussão, que o principal deve continuar a ser pago. Há ainda o Patrimônio de Afetação. De caráter não obrigatório, permite às incorporadoras segregar (ou blindar) a contabilidade de um determinado projeto dos demais, assegurando, assim, o cumprimento
dos compromissos. Trata-se de uma garantia cada vez mais exigida pelos bancos financiadores na hora de conceder crédito. Foi por falta de dispositivos como esses que muitas empresas naufragaram, deixando na mão milhares de mutuários.
O
s bons resultados, no entanto, não podem nem devem mascarar o fato que, se comparado com o restante do mundo, o crédito habitacional no Brasil ainda é inexpressivo. Representa 5% do Produto Interno Bruto (PIB). Nos Estados Unidos, é de 69%; no Chile, 17%; no Reino Unido, 75% e na Espanha, 46%. Um dos desafios é o de, a partir de agora, garantir que a agilidade cada vez mais presente na concessão dos empréstimos, seja válida também para o registro dos imóveis. Avanços, como o verificado na Lei nº 11.382, que trata do registro eletrônico e princípio da concentração de ônus na matrícula, devem ser perseguidos com intensidade o que levará, certamente, a um novo modelo de financiamento. Os bancos estão redescobrindo o crédito imobiliário. A relação no financiamento de um imóvel é longa e duradoura – são 20, 30 anos de parceria entre bancos e clientes, no pagamento das prestações. Estamos diante de um novo horizonte no crédito e de uma ótima oportunidade para estreitar essas relações. NATALINO GAZONATO É DIRETOR DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO DA FEBRABAN, VICE-PRESIDENTE DA ABECIP E DIRETOR DE OPERAÇÕES DA NOSSA CAIXA
A pesar do avanço, crédito habitacional ainda é inexpressivo
E
stou de acordo em gênero, número e grau com a matéria de capa da revista Veja do dia 13 de dezembro. Temos na América Latina o presidente da Venezuela, eleito por um número elevado de votos, posição que qualquer candidato gostaria de ter. Chávez é o todo poderoso ou, segundo a revista, não é brinquedo. Chávez comprou na Rússia formidáveis aviões MiG-29 contra os quais só os americanos possuem armamento superior. Queria Chávez provocar os Estados Unidos com esse armamento, mas recuou, pois os EUA têm um arsenal de desacoroçoar qualquer competidor, seja grande, médio ou pequeno. De resto, Chávez sabe disso e não avança o sinal sem estar seguro que manterá o seu inimigo à distância durante algum tempo. Chávez já se lançou contra o Mercosul, embora tenha posto a sua Venezuela nesse organismo internacional.
E
le faz o que quer, usa o petróleo da Venezuela como entende no seu interesse político. Em suma, Chávez parece brinquedo, mas não é. É um caudilho romântico do século 19 adaptado aos nossos tempos e aos problemas e as dificuldades políticas que enfrenta e que deve resolver. Aparentemente ele está bem com Lula, embora essa situação não deva ser levado muito a sério, pois, no seu interesse político e no interesse da sua ambição, falta com qualquer palavra dada, o que o torna muito perigoso como parceiro.
N
a América Latina, com o afastamento de Fidel Castro, Chávez se destacou como líder comandante da revolução que Che Guevara queria deflagrar. Lula tem melhores informações sobre este caudilho moderno armado com aviões MiG-29. Fico por aqui, repetindo que Chávez não é brinquedo, é preciso ter muito cuidado com ele. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G No seu
interesse, Chávez falta com a palavra dada. É preciso ter muito cuidado com ele.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 20 de dezembro de 2006
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Política ENQUANTO A decisão será acatada pela Câmara e pelo Senado, como sempre aconteceu. Aldo Rebelo
Ailton de Freitas / AOG
ALGUNS MINISTROS DECIDEM... O STF vetou o reajuste dos parlamentares. A questão será definida através de decreto legislativo, a ser discutido nos plenários da Câmara e Senado.
D Durante o julgamento do mandado de segurança, os ministros consideraram que a Constituição proíbe equiparação de salários. Fotos: Lula Marques / Folha Imagem
Insatisfação à mostra: em frente ao Congresso, manifestantes deixam claro sua indignação contra o 'aumentão' dos deputados e senadores.
...O PÚBLICO MOSTRA SUA REVOLTA Sindicalistas e estudantes fizeram muito barulho em Brasília e São Paulo contra o aumento
P
elo segundo dia consecutivo, grupos pequenos, porém ruidosos, foram ao Congresso para protestar contra o reajuste do salário dos parlamentares. Logo cedo, cerca de 50 sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT) ocuparam o gramado diante do Legislativo com faixas e bonecos gigantes. Mais tarde, perto da hora do almoço, foi a vez de aproximadamente 100 estudantes secundaristas e da Universidade de Brasília (UnB) entrarem com roupa e tudo no lago que fica em frente ao Planalto. "Consideramos inadmissível e imoral esse reajuste, enquanto as centrais sindicais brigam por um aumento do salário mínimo para 420 reais", disse a presidente da CUT do Distrito Federal, Rejane Pitanga. Os sindicalistas levaram dois bonecos que representavam congressistas e uma grande alegoria de um vidro de óleo de peroba em cujo rótulo estava escrito: "Produto brasileiro. Indicado: Parlamentares caras-de-pau." Um carro de som tocava sem parar a frase: "Tire a mão do nosso bolso, cambada de caras-de-pau." Além de reunir mais gente, a manifestação dos estudantes
Nilton Fukuda / AE
foi mais turbulenta. Boa parte deles tinha o rosto pintado e usava nariz de palhaço. O grupo carregava faixas com o símbolo do anarquismo, um caixão de papelão e uma cruz com a inscrição: "Aqui jaz o Brasil." Um cartaz pedia o fechamento do Congresso. Os jovens também tentaram invadir o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) durante o julgamento das ações que derrubaram o aumento. Vários manifestantes deitaram no asfalto e conseguiram interromper por duas vezes o trânsito na Esplanada dos Ministérios. Sob vigilância de policiais militares, alguns estudantes arriaram as calças e exibiram o traseiro para o público. Em São Paulo, dezenas de pessoas participaram de ato público contra o reajuste. A manifestação foi organizada pela CUT na Praça do Patriarca, no centro da capital. De acordo com a Central, ao longo desta semana estão sendo realizados atos em todos os estados e coleta de assinaturas em várias capitais para um abaixo-assinado contra o aumento salarial para os congressistas. As assinaturas serão reunidas e o abaixo-assinado será entregue ao Congresso Nacional. (AE e ABr)
iante de enorme nistros do Supremo é o teto. pressão da socie- Não há, porém, nenhuma refedade, os ministros rência dizendo que o vencido Supremo Tribu- mento dos parlamentares tem nal Federal (STF) derrubaram de ser equiparado ao dos inteontem o reajuste de 90,7% con- grantes do STF. Pelo contrário: cedido pelas cúpulas da Câ- durante o julgamento, minismara e do Senado a todos os tros advertiram que há um disparlamentares. Os ministros positivo na Constituição proiconcluíram, por unanimida- bindo a vinculação ou equipade, que o aumento foi concedi- ração de remunerações. Teto salarial – O ministro de do com base em um decreto legislativo que não tem mais va- Relações Institucionais, Tarso lidade. Na avaliação do Supre- Genro, disse ontem que o gom o , p a r a d a r o re a j u s t e é verno está à disposição para necessária a aprovação de um discutir a definição de um teto decreto legislativo específico salarial para os servidores dos Três Poderes da Repara o assunto. pública. "O ExecuA decisão foi totivo está totalmenmada durante julte para buscar uma gamento de um mandado de segu- Está de parabéns a solução política para a questão e que rança impetrado democracia. As dê sustentação ao na segunda-feira instituições estão prestígio do Legispelos deputados f e d e r a i s C a r l o s funcionando. Não lativo", afirmou o Sampaio (PSDB- houve choque entre ministro. "A decisão do SuSP), Fernando Ga- o Judiciário e o premo está correta, b e i r a ( P V- R J ) e Legislativo. é constitucional e Raul Jungmann Ministro Marco d á u m u m a b o a (PPS-PE). Pela deAurélio Mello o r i e n t a ç ã o " , c ocisão do STF, aumentou Genro. Pam e n t o s a p a r l amentares somente podem ser ra ele, "está óbvio que há um concedidos se forem aprova- grande descontentamento podos por um decreto legislativo pular com o reajuste". O minissobre salários, após discussão tro ressaltou a definição do teto nos plenários da Câmara e do salarial vai depender "de uma vontade conjunta" dos Três PoSenado. Agora, os parlamentares deres. Convivência democrática – precisam correr contra o relógio, pois amanhã é o último dia Preocupado com o desgaste de votação antes do início do dos parlamentares da Câmara e Senado, o presidente Luiz recesso parlamentar. Depois do julgamento, o mi- Inácio Lula da Silva quer evitar nistro Marco Aurélio Mello que o caso se torne uma crise disse que a decisão do STF não entre poderes. Após a decisão estabelece uma crise entre o Ju- do STF, Lula defendeu a convidiciário e o Legislativo. "Está vência democrática entre instide parabéns a democracia, o tuições e disse que todas estão estado democrático de direito. sujeitas a "perder". "Numa (ocasião) os juízes As instituições estão funcionando. Não houve choque en- vão perder; noutra, os ministre o Judiciário e o Legislativo", tros; noutra é o governo, Câmara ou Senado", disse Lula. afirmou. Segundo Mello, a Constitui- "No frigir dos ovos, quem gação prevê que o salário dos mi- nha é o Brasil". (Agências)
DECISÃO SERÁ NOGUEIRA: OBEDECIDA, VETO DO STF GARANTE ALDO FOI 'POLÍTICO'
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Em São Paulo, a CUT colheu assinaturas para um abaixo-assinado.
presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) afirmou que as duas Casas do Congresso vão obedecer a decisão do Supremo Tribunal Federal. "Desobedecer a decisão não está em questão", afirmou Rebelo. "Ela será acatada pela Câmara e pelo Senado como sempre aconteceu", acrescentou, evitando responder se houve ingerência do Judiciário no Legislativo. O Supremo recomendou ao Congresso elaborar um projeto de decreto legislativo específico sobre o salário dos parlamentares. Rebelo convocou uma reunião para o final da tarde de ontem das mesas da Câmara e do Senado para tratar da questão, mas o encontro foi adiado para hoje. Aldo disse que já conversou com o presidente do Senado, Renan Calheiros. (AE)
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segundo vice-presidente da Câmara, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), considerou uma "decisão política" do Supremo Tribunal Federal (STF) a derrubada do aumento salarial dos parlamentares. "Decisão judicial se cumpre, mas foi uma decisão política", afirmou o deputado. Nogueira considerou estranho o fato de o pleno do tribunal ter se reunido no dia seguinte à entrada da ação no STF quando, por várias vezes, os julgamentos acontecem em prazos muito maiores. Para ele, isso demonstra a prioridade que os ministros deram para essa questão. O deputado, que votou a favor do aumento, afirmou que o Congresso terá de ter tranqüilidade na decisão de amanhã, quando o plenário deve votar as propostas de reajuste. (AE)
quarta-feira, 20 de dezembro de 2006
Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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7,8
AVANÇO DE 226% NOS INVESTIMENTOS
bilhões de dólares foram os investimentos do País no exterior de janeiro a setembro de 2006
A TAXA DE INVESTIMENTO AUMENTOU PARA 20,8% DO PIB NO TERCEIRO TRIMESTRE
PIB SOMA R$ 542 BI NO 3º TRIMESTRE
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uma série de fatores o crescimento na taxa de investimento. "A Selic (taxa básica de juros) está menor agora do que no 3º trimestre do ano passado, isso ajuda a investir mais. Teve também aumento de operações de crédito para pessoas jurídicas e recuperação da construção civil", afirmou, acrescentando que outro impulso veio do aumento das importações de máquinas e equipamentos, estimulado pelo câmbio baixo. "O ritmo (de investimento)
34,3 bilhões foi quanto somou o PIB da agropecuária no trimestre, único setor da economia a registrar queda sobre o trimestre anterior
em 1995. "São dados positivos, mas ainda não suficientes para que a economia cresça a 5% de forma sustentada", comentou o economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Eustáquio Reis, se referindo às taxas de investimento e de poupança. Para Reis, o aumento da poupança está ligado à virada da balança comercial desde 2000. "A sociedade produz mais e exporta, em vez de consumir, o que resulta em poupança", explicou o economista do instituto. Segundo o IBGE, o PIB no 3º trimestre foi de R$ 542,1 bilhões, acumulando R$ 1,5 trilhão de janeiro a setembro. No mês passado, houve a divulgação da variação do PIB no 3º trimestre – um crescimento de 0,5% ante o 2º trimestre e de 3,2% ante igual trimestre de 2005. (AE)
VOTORANTIM CELULOSE
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OPERAÇÃO TORNADO – A ação conjunta entre a Receita Federal e a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo vistoriou ontem as lojas do centro de compras Stand Center, que fica na Avenida Paulista, na capital. O objetivo foi coibir a pirataria. (AE) A TÉ LOGO
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Capitalização de R$ 5,2 bi da CEF será anunciada Empresas levantam US$ 20,9 bi com DR em 2006 Abranet critica limite ao capital estrangeiro Europa planeja ampliar importação de açúcar
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que fechou 2005 em 18% e já caiu para 13,25%. Outro fatores, segundo a economista, foram o aumento das operações de crédito para pessoas jurídicas, a recuperação do setor de construção civil e o aumento das importações de máquinas e equipamentos, influenciado pelo câmbio. Ela acrescentou que os investimentos cresceram mais aceleradamente em termos nominais (10,6%) que o PIB (9%) no 3º trimestre deste ano, ante igual período do ano passado. O IBGE também divulgou a taxa de poupança bruta em relação ao PIB no 3º trimestre, que ficou em 25,2%, superior aos 24,3% do 3º trimestre de 2005. Como no caso dos investimentos, a taxa de poupança do 3º trimestre de 2006 só é inferior – para o mesmo período – à de 2004, que foi de 25,4%, o maior valor atingido na série iniciada
ETIQUETA Entra em vigor hoje o decreto que obriga o comércio a destacar o preço das mercadorias.
Nilton Fukuda/AE
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taxa de investimento em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) ficou em 20,8% no 3º trimestre de 2006, ante 20,4% do mesmo período de 2005. Foi a segunda maior taxa para o 3º trimestre desde o início da série, em 1995, perdendo apenas para o mesmo período de 2004, quando foi de 20,9%. Os técnicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgaram ontem o PIB do 3º trimestre em valores, consideram corretas só as comparações da taxa de investimento com iguais períodos de anos anteriores, por causa das diferenças sazonais entre os trimestres. Para Claudia Dionisio, da coordenação de Contas Nacionais do IBGE, o aumento da taxa de investimentos de 2005 para 2006 é reflexo da redução da taxa básica de juros (Selic),
Ó RBITA
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Taxa em relação ao PIB é a maior
INFLAÇÃO A elevação de preços no varejo segundo o IPC-S passou de 0,49% para 0, 65%.
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vem aumentando desde o início do ano", disse a coordenadora da pesquisa. A taxa de poupança representou 25,2% do PIB no terceiro trimestre e também foi a segunda maior da série, inferior apenas aos 25,4% no terceiro trimestre de 2004. De acordo com Cláudia, a elevação na taxa de poupança se deve a um aumento da renda acima do crescimento do consumo no Brasil.
A renda disponível, afirmou, cresceu 9,7% em termos nominais, enquanto o consumo aumentou 8,5 por cento. "A poupança é uma sobra do consumo, por isso é que ela está crescendo." A capacidade de financiamento da economia nacional ficou em 16,2 bilhões de reais de julho a setembro, um avanço de R$ 2,8 bilhões em relação a um ano antes. Foi o melhor resultado para um 3º trimestre desde o início da série histórica em 1995. Pelo lado da demanda, todos os componentes apresentaram alta no período. O consumo das famílias registrou no terceiro trimestre R$ 290,5 bilhões; o consumo do governo R$ 105,6 bilhões; a formação bruta de capital fixo, R$ 112,5 bilhões. A balança comercial registrou superávit de R$ 24,8 bilhões (R$ 96,9 bilhões de exportações e R$ 72,1 bilhões de importações). Investimento direto –As transações correntes do Brasil com o resto do mundo registraram saldo positivo de US$ 1,520 bilhão em novembro, um pouco abaixo do resultado do mesmo período do ano passado, mostraram ontem dados do Banco Central. Um dos destaques de novembro foram os investimentos estrangeiros diretos, que somaram US$ 2,668 bilhões, o melhor valor desde abril de 2005, quando somaram US$ 3,037 bilhões. No ano, os investimentos são de US$ 16,296 bilhões. (Agências)
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Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro somou R$ 542,074 bilhões no terceiro trimestre de 2006, comparado a R$ 497,356 bilhões em igual período do ano passado, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O PIB da Agropecuária ficou em R$ 34,4 bilhões, o da Indústria, em R$ 200,5 bilhões, e o de Serviços, incluído o Comércio, em R$ 275,2 bilhões. Com o resultado, o PIB acumulado no ano totalizou R$ 1,529 trilhão, conforme o IBGE. Entre os componentes da oferta, apenas a agropecuária apresentou queda, já que havia movimentado R$ 37,3 bilhões no 3º trimestre do ano passado. Do 3º trimestre do ano passado para o 3º trimestre deste ano, o PIB em valores correntes aumentou R$ 44,7 bilhões, sendo que R$ 15,9 bilhões correspondem ao crescimento do volume de trocas e R$ 28,8 bilhões são referentes ao crescimento de preços. "Isso vem acontecendo há algum tempo, com a economia crescendo a um ritmo menor que o dos preços", disse Cláudia Dionísio, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE. A taxa de investimento foi de 20,8% do PIB, contra 20,4% de um ano antes. O resultado é o segundo maior para um terceiro trimestre desde o início da série histórica em 1995, somente atrás do dado do terceiro trimestre de 2004 (20,9%). A coordenadora atribuiu a
Abates de bovinos e suínos crescem no trimestre
BANQUEIRO
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Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou ontem um pedido de habeas-corpus por meio do qual o banqueiro Edemar Cid Ferreira, ex-diretor do Banco Santos, pretendia obter a liberdade. Ferreira foi detido pela Polícia Federal (PF) no último dia 12. (AE)
DINHEIRO FALSO
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ara combater a falsificação de cédulas e moedas no País, o Banco Central e a Polícia Federal firmaram ontem, em Brasília, um acordo de cooperação técnica que prevê o compartilhamento de dados e treinamento de pessoal. (AE)
Votorantim Celulose e Papel anunciou ontem que prevê investir R$ 550 milhões no próximo ano, um montante semelhante ao aporte feito em 2006. A companhia divulgou ainda que estima encerrar este ano com margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de 40%, sem o efeito da revenda da unidade de Americana. A margem será 5 pontos percentuais maior que a registrada em 2005, segundo comunicado da VCP. Incluindo o efeito da revenda, a margem deve ficar em 39%. O maior volume de vendas e a redução de custos fixos e variáveis deverão compensar a queda de preços nos papéis e contribuir para aumento do Ebitda de 15%, comparado ao terceiro trimestre, previu a VCP sobre o resultado do quarto trimestre. No três meses encerrados em setembro, a empresa teve Ebitda de R$ 279 milhões. Este ano as vendas de papel deverá alcançar 675 mil toneladas. (Reuters)
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Congressso Senado Corr upção Assembléia
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 20 de dezembro de 2006
O partido fará oposição (ao governo de José Serra) responsável e propositiva. PT - São Paulo
JUSTIÇA INSTAURA AÇÃO CONTRA MENSALEIROS
Celso Junior / AE - 27/10/2005
JUSTIÇA DENUNCIA GRUPO DO MENSALÃO
Eymar Mascaro
De olho em 2008
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PFL não está gostando da hipótese de Geraldo Alckmin vir a disputar a eleição para prefeito de São Paulo em 2008. Os pefelistas teriam obtido de José Serra o compromisso de que o PSDB indicaria o vice na chapa de reeleição do atual prefeito, Gilberto Kassab. Mas Alckmin admite que pode ser candidato. O exgovernador se prepara para permanecer uma temporada nos EUA fazendo cursos de economia na universidade de Harvard. O que estaria animando Alckmin em disputar a Prefeitura é a boa aceitação que o seu nome encontra entre eleitores da capital.
Antonio Cruz / ABr
COMPROMISSO
Além do BMG, correm inquéritos contra José Genoino, Marcos Valério, sua esposa, seus sócios, Delúbio Soares e dirigentes da instituição financeira.
O apoio do PSDB a Kassab faria parte do acordo com o PFL nas eleições passadas. Ficou acertado, segundo pefelistas, que os tucanos indicariam o vice do atual prefeito. Lançando-se candidato, Alckmin quebraria os termos do acordo.
A
juíza da 4ª Vara da na ação o presidente do banco, Justiça Federal em Ricardo Annes Guimarães e os B e l o H o r i z o n t e , dirigentes Flávio Pentagna A d r i a n e L u í s a Guimarães, João Batista de Vieira Trindade, recebeu uma Abreu e Márcio Alaôr de Araúdenúncia oferecida pelo Mi- jo. Além de Genoino, Delúbio e nistério Público Federal (MPF) o empresário, são réus tame foi instaurada ação penal bém Renilda e os sócios Racontra dirigentes do Banco mon Hollerbach, Cristiano BMG; o ex-presidente nacional Paz e Rogério Tolentino. De acordo a Justiça Federal, do PT, José Genoino; o ex-secretário nacional de Finanças e a denúncia foi recebida por Planejamento do partido, De- Luísa anteontem. Os interrolúbio Soares; o empresário gatórios já têm data marcada: 1 9 d e j a n e i ro . Marcos Valério Geneino e DelúFernandes de bio serão intiSouza; a mulher mados por carta dele, Renilda precatória. Maria Santiago O banco concedeu Os diretores F e r n a n d e s d e empréstimos do BMG haviam Souza e sócios. fraudulentos ao PT e ficado de fora da Conforme o MPF, os réus res- ao grupo de empresas denúncia. O advogado Raphael p o n d e r ã o p o r de Valério durante o Miranda, que falsidade ideo- período batizado de defende a emlógica e gestão mensalão. presa, disse que fraudulenta de Ministério Público a ação é "muito i n s t i t u i ç ã o f iincipiente". Minanceira, prev i s t o s n o a r t i g o 4 º n a L e i randa afirmou que as opera7.492/86, que define crimes ções à sigla e firmas de Valério foram lícitas e podem ser "facontra o sistema financeiro. Na acusação, o MP alega que cilmente comprovadas". O advogado que representa o banco concedeu "empréstimos fraudulentos" ao PT e ao Valério, sua esposa, Hollerbagrupo de empresas de Valério ch, Paz e Tolentino, Marcelo durante o período em que vi- Leonardo, disse que encamigorou o esquema batizado de nharia um requerimento à 4ª Vara para que o processo seja "mensalão". Conforme a Procuradoria remetido ao Supremo Tribunal da República em Minas Ge- Federal (STF), onde tramita o rais, o BMG auferiu "inúmeras inquérito do "mensalão". Segundo ele, o STF não vantagens em virtude de sua participação no esquema", que aceitou a proposta de deslhe asseguraram, a partir de membrar a ação. Outro moti2003, "lucros bilionários" na vo é que Genoino foi eleito operacionalização de emprés- deputado e diplomado ontem, o que lhe garante foro timos consignados. Foram acusados e são réus privilegiado. (AE)
FUNDEB PROMULGADO
O
Congresso Nacional promulgou ontem a emenda constitucional nº 53, de 2006, que cria o Fundeb, novo fundo da educação básica. Foi uma rápida sessão de quatro minutos que lembrou os dez anos de promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Após a sessão, em entrevista, o ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que para o Fundeb entrar em vigor no ano que
vem a regulamentação da emenda terá de ser feita por meio de medida provisória, por falta de tempo hábil para a tramitação de um projeto de lei – o Congresso entra em recesso no dia 23 e só retoma os trabalhos em 1º de fevereiro. Ele lembrou que falta ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, fechar os detalhes financeiros. E que dependerá da Casa Civil a definição de como como será feita a regulamentação do fundo. (ABr)
Lula Marques / Folha Imagem
Valério, Delúbio e Genoino: considerados operadores do mensalão, estão entre os indiciados pela Justiça Federal pelos crimes de falsidade ideológica e gestão fraudulenta de instituição financeira pelas operações no BMG
LINHA DURA
O Ó RBITA
TESTE m projeto de lei do governador eleito de U São Paulo, José Serra
(PSDB), que cria 141 cargos de confiança e três novas secretarias será o primeiro teste da relação entre Serra e o PT na Assembléia Legislativa. Para o PT, as contratações estão na contramão do discurso de campanha tucano e criam uma despesa anual adicional de R$ 4,5 milhões só em salários. Mesmo assim, o PT aceita discutir. No último final de semana o PT se reuniu para definir como será a relação com Serra, definida como oposição "responsável e propositiva". (AG)
NA FILA presidente da O Assembléia Legislativa do Amazonas,
deputado Belarmino Lins (PMDB), aguarda apenas a publicação da decisão do Congresso sobre os subsídios dos deputados federais e senadores, para votar projeto aumentando o salário dos deputados estaduais. Belarmino disse que preferia que o aumento – se for de 90,7% – fosse escalonado ao longo dos próximos quatro anos, mas que se o Congresso concedê-lo de uma só vez é muito difícil não fazer o mesmo aqui. Ainda assim, ele reconhece que a medida atenta contra a opinião pública. (AG)
repórter Jailton de Carvalho, de O GLOBO, foi preso, algemado com as mãos para trás e conduzido num camburão ontem por seguranças do Senado, no momento em que chegava ao Congresso. O repórter foi detido numa desastrada operação para dificultar a entrada de pessoas comuns no Senado ou na Câmara. Carvalho só foi liberado quando o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), soube da prisão. Ele determinou a soltura imediata do jornalista e pediu desculpas. (AOG)
MAIS UMA
PREFERÊNCIA
A provável candidatura à Prefeitura não é a única decisão tomada por Alckmin. O exgovernador estaria disposto ainda em disputar a presidência do PSDB, em novembro de 2007. Alckmin quer substituir Tasso Jereissati no cargo.
Aldo Rebelo (PCdoB) continua sendo o candidato do agrado do presidente Lula. Por isso, o governo trabalha para que o PT convença Chinaglia a desistir da candidatura. Mas, por enquanto, Arlindo Chinaglia diz que sua candidatura é "prá valer".
DESAPROVAÇÃO
ISOLAMENTO
Quem não está gostando da possibilidade de Alckmin tentar a presidência do partido são os governadores eleitos de São Paulo e Minas, José Serra e Aécio Neves. São os dois principais presidenciáveis tucanos que não admitem que Alckmin tenha oportunidade de voltar a ser candidato a presidente em 2010.
Arlindo Chinaglia chegou a ser isolado da bancada do PT, que resolveu ficar contra o aumento de salários dos parlamentares. Chinaglia estava defendendo o reajuste de 91% porque mantém sua candidatura à presidência da Câmara e precisava agradar ao baixo clero.
DIVISÃO Marta Suplicy, virtual candidata à Prefeitura em 2008 pelo PT, gosta da hipótese de Alckmin ser candidato ao mesmo cargo. A petista admite que Alckmin e Kassab dividiriam votos na mesma área. Além da divisão de votos, a petista aplaude o atrito entre os dois aliados.
OMELETE s deputados eleitos O pelo Paraná foram vaiados, ontem – com
MINISTERIÁVEL
gritos de "vergonha" por cerca de 50 manifestantes contrários ao aumento de 90,7% nos salários – ao chegar ao Teatro Guaíra, onde foram diplomados. Na saída, o deputado federal Reinhold Stephanes (PMDB) recebeu um tapa. E o estadual Antonio Anibelli (PMDB), ovos e farinha. (AE)
Não é apenas a candidatura à Prefeitura que faz parte do projeto de Marta Suplicy: a exprefeita é ministeriável. Ela pode ser guindada, por exemplo, ao Ministério das Cidades, que viria a calhar para o seu sonho de voltar à Prefeitura.
DINHEIRO
Reeleito presidente do PMDB paulista, Orestes Quércia defende a tese de que o partido lance candidato próprio à Prefeitura de São Paulo. O candidato poderia ser Romeu Tuma, caso o senador troque o PFL pelo PMDB. Quércia admite que o partido se fortalece quando lança candidatos a cargos majoritários.
senador Valdir Raupp (PMDB-RO), relator O da Comissão Mista do
Orçamento, teve que fazer concessões para fechar o relatório final. Entre elas, destinar mais R$ 1,2 bilhão para a cobertura de procedimentos de média e alta complexidade em Saúde. A Defesa também teve um acréscimo de R$ 61 milhões para Segurança de Vôo e Controle do Espaço Aéreo Brasileiro. (AOG)
na tentativa de decidir pelo lançamento de candidato único à presidência da Câmara. Isto é: os aliados querem que um dos dois candidatos – Arlindo Chinaglia ou Aldo Rebelo – desista de concorrer. Nesse caso, também o PMDB não lançaria candidato.
NO PÁREO
DISCUSSÃO Os aliados podem se reunir nas próximas horas
FICA FORA O PMDB está retardando o lançamento de candidato próprio à presidência da Câmara porque pode apoiar a candidatura única dos aliados. O partido incluiu nas negociações com o governo a eleição na Câmara. Mas, se for o caso, o partido também terá candidato ao cargo.
AGITO PT e parte do PMDB chegaram a sugerir aos presidentes da Câmara e Senado, Aldo Rebelo e Renan Calheiros, que revogassem o aumento salarial de 91% de deputados e senadores. Os dois partidos admitiam que o aumento poderia ser dado com base no índice inflacionário nos últimos quatro anos, de 28%.
AÇÕES Antes da decisão do STF, que leva o Congresso a rediscutir o aumento dos parlamentares, os presidentes da Câmara e Senado relutavam em rever o assunto. Por serem candidatos à reeleição, Aldo e Renan tinham medo de perder votos, sobretudo do baixo clero.
NOTA Através de nota, a bancada eleita de 18 deputados do PSDB de São Paulo repudiou o aumento de 91% dado pela presidência da Câmara. Os tucanos decidiram apoiar a tese de que o aumento concedido fosse revisto e convertido com base na inflação. Nesse caso, o salário dos deputados deveria subir para R$ 16,5 mil.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
REDE DEVE ABRIR 20 ESCOLAS POR ANO
quarta-feira, 20 de dezembro de 2006
1,22
mil unidades da Wizard estão espalhadas pelo Brasil, Estados Unidos, Portugal e Japão.
Marcos Peron/Virtual Photo
WIZARD COMPRA TRÊS REDES DE ESCOLAS DE INGLÊS Empresa se consolida como uma das maiores do setor, com 450 mil alunos
A
maior rede de escolas de idiomas brasileira em número de alunos e unidades, a campineira Wizard Idiomas, consolidou a posição com a aquisição, na última segunda-feira, das marcas de franquias Planet Idiomas e Yesky Idiomas, a CAA – Centro Cultural Americano, do empresário Igor Trafane. Fundada em Campinas em maio de 1988, a rede tem hoje 1,22 mil unidades no Brasil, Estados Unidos, Japão e Portugal e aproximadamente de 450 mil alunos. Com a fusão, que demorou um ano para ser concretizada, a Wizard agrega mais 160 escolas espalhadas pelo território brasileiro e cerca de 50 mil alunos, somando 1.380 escolas e meio milhão de estudantes. O valor do negócio não foi informado pelo presidente da Wizard, Carlos Wizard Martins. Com a compra, o faturamento da nova rede sobe de R$ 667 milhões para R$ 750 milhões ao ano. Tanto a Yesky quanto a Planet Idiomas também nasceram em Campinas, no interior paulista. A compra da Planet é como uma reaquisição, já que nasceu de 12 unidades franqueadas dissiden-
tes da Wizard que se juntaram em 1998. Reunidas, as empresas terão 16 mil funcionários, cerca de mil a mais que os atuais aproximadamente 15 mil da Wizard. De acordo com Martins, serão mantidos as marcas e os sistemas de ensino das escolas compradas. A Planet, desde seu início, seguiu colada ao programa Wizard. A centralização da administração só deve acontecer definitivamente a partir de 1º de janeiro de 2007. "Em breve, os alunos poderão migrar entre as escolas", afirmou Martins, que registra nos últimos anos média de crescimento de 20% ao ano no número de alunos. Expansão – A Wizard é expansionista por natureza. "Vamos manter a média de abrir pelo menos 20 novas escolas por ano", disse o presidente. Essa aposta mira em executivos que Martins classifica como competentes e que estão no mercado distantes de boas recolocações. "Esses executivos vão naturalmente procurar abrir seus negócios e o sistema franquias é o que oferece menos riscos." Também não estão descartadas novas aquisições. A fusão, para Martins, é um
processo natural no comportamento dos empresários de escolas brasileiras de idiomas. Na opinião do presidente da Wizard, a tendência é que somente as grandes redes de franquias de idiomas se mantenham no mercado. Competição – Para o diretor executivo da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Ricardo Camargo, a tendência, em um mercado competitivo como o das escolas de idiomas, realmente é a de absorção das menores redes pelas maiores. Além disso, estão em pauta novos investimentos em projetos para cidades cada vez menores do interior brasileiro. "No início tínhamos projetos para franquias para cidades de mais de 500 mil habitantes. Chegamos aos municípios de 100 mil e agora as lojas franqueadas já estão chegando às cidades com até 50 mil habitantes", disse Camargo. Esse novo mercado de pequenas cidades, principalmente do Norte e Nordeste, Centro-Oeste e Sul do País, prevê a ABF, deve manter por mais alguns anos o patamar acelerado de 12% de crescimento ao ano no sistema de franquias no País. Mario Tonocchi
O presidente da rede de escolas de inglês, Carlos Wizard Martins, não revela o valor do negócio
Coca-Cola e Femsa anunciam a aquisição da Sucos Del Valle
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Coca-Cola e a Femsa, que é dona da cervejaria Kaiser no Brasil, anunciaram ontem a compra da Sucos Del Valle. O anúncio para a aquisição de 100% das ações da companhia de sucos, por meio de oferta pública feita no México, onde fica a sede da Sucos Del Valle, foi feita no final da tarde. Segundo comunicado divulgado pela Coca-Cola e Femsa, a operação deverá sair por US$ 380 milhões à vista. Mas o valor total deverá chegar a US$ 470 milhões, uma vez que as duas empresas vão assumir as dívidas da Sucos Del Valle, estimadas em US$ 90 milhões. Outros passivos que surgirem no processo poderão alterar esse valor. A Sucos Del Valle faturou US$ 440 milhões nos últimos 12 meses até setembro passado, segundo o comunicado oficial. As empresas compradoras informaram ainda que planejam criar uma terceira companhia para operar as ações da
Sucos Del Valle. Mais do que isso: elas ainda pretendem oferecer participação no negócio para os fabricantes de CocaCola no México e no Brasil. No caso do Brasil, especificamente, há negociações em andamento para que os 17 engarrafadores da Coca-Cola no País sejam sócios da empresa Sucos Mais, adquirida pela Coca-Cola do Brasil em agosto de 2005, por R$ 110 milhões. Conversas nessa direção estão em curso desde o princípio de novembro deste ano. O problema da junção da operação no Brasil, segundo uma fonte que acompanha esse mercado, seria o estabelecimento de um monopólio no segmento de sucos, o que seria barrado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica da Concorrência (Cade). Hoje, a Sucos Del Valle tem entre 15% e 16% do mercado. A marca Minute Maid, da Sucos Mais, fica entre 8% e 9%. Já a linha infantil Capo, também da Sucos Mais, tem cerca de 10%.
O resultado é que as duas empresas juntas teriam um montante de 35% do mercado. Pepsi – Desde que a direção da Sucos Del Valle demonstrou interesse pela venda de sua operação, há cerca de um ano, houve interesse da PepsiCo. Mas a empresa foi atropelada, mais do que pela eterna rival, pela mexicana Femsa, a maior distribuidora de CocaCola no mundo. De cada dez garrafas vendidas, uma é engarrafada e colocada no pontode-venda pela Femsa. Os mexicanos da Sucos Del Valle preferiram vender a operação para a empresa conterrânea. Ao sugerir a participação de engarrafadores no negócio, a Coca-Cola planeja implementar sua estratégia global de ampliar o portfólio de bebidas não carbonatadas, como chás, águas, isotônicos e energéticos, que hoje respondem por 5% do faturamento, mas têm potencial de crescimento, em especial por conta da onda de consumo mais saudável. (AE)
TELEFONIA TIM deve ficar com a Telecom Itália
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Telecom Itália (TI) está pensando em desistir da venda das operações móveis no Brasil, o que seria um grande virada de estratégia, afirmaram fontes à Dow Jones. O motivo para desistir da venda não seria a falta de boas ofertas pela TIM Brasil, mas uma reconsideração, por parte dos italianos, da importância estratégica dos ativos, declarou uma das fontes. Discussões sobre planos futuros têm gerado desentendimento dentro do conselho e podem provocar a saída do executivo-chefe, Riccardo Ruggiero, segundo a mesma fonte. Ruggiero é contra a venda da TIM Brasil. O jornal italiano La Repubblica publicou ontem, sem ci-
tar nomes, que Ruggiero pode deixar a TIM após a reestruturação da companhia, que terá três unidades de negócio. A saída de Ruggiero seria uma vitória para o vice-presidente da companhia, Carlo Buora. A companhia italiana tem 100% da TIM Brasil que, por sua vez, detém 81,2% das ações ordinárias da TIM Participações. A venda dos ativos no Brasil ajudaria a Telecom Itália a reduzir seu pesado endividamento, mas também representaria a perda de uma das principais fontes de crescimento. No final de setembro, a dívida líquida da Telecom Itália estava em 39,5 bilhões de euros. A mexicana América Móvil, considerada a empresa com mais chances de comprar a
TIM Brasil, teria elevado sua oferta pelos ativos brasileiros de US$ 8 bilhões para US$ 10 bilhões, segundo publicado pela imprensa. A outra potencial compradora é a Telefónica, embora o grupo espanhol já tenha negado a possível compra da companhia de telefonia. Ruggiero disse, no mês passado, que o conselho tomaria uma decisão sobre a venda dos ativos no Brasil no final deste ano. Uma mudança de planos seria a última reviravolta na estratégia divulgada pela Telecom Itália em setembro. Marco Tronchetti Provera, que por muito tempo foi presidente da Telecom Itália, acabou deixando o posto após desentendimentos públicos com o governo italiano. (AE)
Clean Energy quer usina no Brasil
O
potencial de crescimento do consumo de etanol e a competitividade do Brasil na área atraíram mais um player internacional para o País, a Clean Energy Brasil (CEB). A empresa, que foi criada com a finalidade exclusiva de investir em usinas sucroalcooleiras no Brasil, abriu 100% de seu capital na última segunda-feira na bolsa de Londres, captando 100 milhões de libras (US$ 196 milhões ou R$ 422 milhões), e já está à procura de ativos existentes e novos projetos no Centro-Sul do Brasil. A CEB terá como gestora
executiva a Temple Capital Partners, com participação da consultoria britânica Czarnikow, da consultoria brasileira Agrop (Agropecuária Orlando Prado Diniz Junqueira) e do Numis Corporation, banco de investimentos com atuação na área de estruturação financeira. "Um dos diferenciais é que o know-how combinado na composição da Temple, além de garantir uma seleção de alto nível, apoiará as empresas que receberão os recursos de forma a otimizar os resultados", afirmou Antonio Monteiro de Castro, presidente do conselho da CEB, em comunicado
divulgado ontem. Castro, brasileiro que vive em Londres, é um dos seis integrantes do conselho da CEB, que conta ainda com o empresário Marcelo Junqueira e quatro investidores ingleses. A captação dos 100 milhões de libras foi feita no AIM (Alternative Investment Market), da London Stock Exchange. Os recursos serão usados em pelo menos quatro diferentes negócios. A compra de participação de uma usina do Centro-Sul já está sendo negociada e deve ser fechada, segundo expectativa da empresa, no início do ano que vem. (Reuters)
quarta-feira, 20 de dezembro de 2006
Congresso Planalto Eleição CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5 Alguns dos novos deputados federais, como José Genoíno (PT), não apareceram na cerimônia
TRE DIPLOMA SERRA E DEPUTADOS DE SP
Agliberto Lima/DC
ELEITOS EM SP SÃO DIPLOMADOS José Serra recebe diploma discretamente. 'Mensaleiros' são vaiados.
O
Governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB) exibe o diploma do TRE.
Paulo Maluf (PP): de bengala na cerimônia.
Ex-ministro Antonio Palocci: vaiado pelo público.
Clodovil Hernandez (PTC) recebe o diploma de deputado federal na solenidade: agora, ocupar o gabinete em Brasília.
Tribunal Regional Eleitoral (TRE) diplomou ontem o governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), o vice-governador Alberto Goldman, o senador reeleito, Eduardo Suplicy (PT), e os 94 deputados estaduais e 70 federais eleitos. Entre eles, os campeões de votos Paulo Maluf (PP) e o estilista Clodovil Hernandez (PTC). A cerimônia, realizada na Assembléia Legislativa, aconteceu em clima de vaias aos acusados de "mensaleiros". O ex-ministro da Fazenda e deputado federal eleito Antonio Palocci (PT); o presidente afastado do PT, Ricardo Berzoini; Maluf e o ex-presidente nacional do PT, José Genoino, que não compareceu à diplomação, foram vaiados. Os diplomados evitaram falar. Serra não concedeu entre-
EM 2007, R$ 21 BI PARA A PREFEITURA
A
Câmara Municipal aprovou ontem, em primeira votação, o orçamento de São Paulo para 2007. A prefeitura prevê R$
vistas após a cerimônia. Durante o evento, houve debate sobre os supersalários. Suplicy iniciou a coleta de assinaturas para um documento
que ele pretende apresentar aos presidentes da Câmara e do Senado, pedindo a revisão do reajuste de 90%. O ex-prefeito Paulo Maluf aproveitou a cerimônia para
contestar a denúncia apresentada anteontem contra ele pelo Ministério Público Federal sobre supostas contas que manteria em paraísos fiscais. Maluf foi diplomado usando bengala, por causa de uma luxação no pé direito, provocada por um tropeço. Perguntado sobre a denúncia, Maluf afirmou que uma nota oficial responderia por ele. Preferiu falar sobre sua eleição. "Se tive 740 mil votos, fui votado em todas as 70 mil urnas e sou o único deputado votado nas 645 cidades [de São Paulo], é porque a população agradece por tudo o que eu fiz e vou continuar fazendo." A nota, assinada por sua assessoria de imprensa, informa que Maluf pediu aos advogados que estudem medidas cabíveis contra o procurador da República Rodrigo de Grandis, que o acusa. (Agências)
21 bilhões nos cofres públicos, um recorde no município. A proposta orçamentária recebeu votos contrários da bancada de oposição da Câmara, formada pelos 12 vereadores do PT e o vereador Carlos Gianazzi (PSol). A principal crítica refere-se aos 15% para o remanejamento de verbas
autorizados ao Executivo. Outro ponto criticado por parlamentares é que o orçamento não menciona quais obras a Prefeitura pretende realizar no ano que vem e em que lugares da cidade. Dessa maneira, para a oposição, trata-se de um orçamento genérico. A votação definitiva deve ocorrer até o fim do mês.
Se tive 740 mil votos nas urnas e sou o único deputado votado nas 645 cidades (de São Paulo), é porque a população agradece tudo o que eu fiz e vou continuar fazendo. Paulo Maluf
quarta-feira, 20 de dezembro de 2006
Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
7 A grife de jóias Oz aposta em um aumento de vendas da ordem de 17% em relação a 2005
PRESENTES PODEM SER PERSONALIZADOS
Fotos: Rafael Hupsel/LUZ
INTERNET GARANTE PRESENTES DE ÚLTIMA HORA Portais de compras preparam ofertas para agradar consumidores atrasados
T
odo ano é a mesma Parte da renda será doada não ajudou. Com a véspera do coisa. Trânsito pesa- para a ONG. Natal e do Ano Novo (dias 24 e do, falta de tempo, Pets – Uma boa opção para 31) caindo no domingo, o cou m a a g o n i a s ó d e quem vai presentear pessoas mércio eletrônico teve de topensar nas ruas de comércio e que gostam de animais é o Pet- mar precauções para evitar a nos shoppings lotados, filas Supermarket (www.petsuper- decepção de clientes e presennos estacionamentos... E as market.com.br). É possível esco- teados com a impossibilidade compras dos presentes vão lher presentes temáticos para da entrega na véspera de Nasendo adiadas até a véspera do os donos dos bichos, como ca- tal, já que o serviço de Sedex Natal – que, para complicar, necas, agendas, chaveiros, mi- dos Correios só funciona até as neste ano cai num domingo. niaturas, capas protetoras pa- 13 horas aos sábados. Quem está nesta situação, ra automóveis e livros sobre Mesmo contando com servicom uma longa lista de pes- cães, gatos, peixes, aves, rép- ço de entrega expressa domicisoas para presentear – inclusi- teis e roedores. liar para a Grande São Paulo, o O site tem ainda uma infini- Submarino (w ww.s ub ma rive funcionários, clientes e fornecedores – e sem a menor dade de produtos que vão no.com.br), que abriga 25 lojas e vontade de bater perna por aí, agradar em cheio os animais e, oferece 700 mil produtos, colopode sentar-se na cadeira mais principalmente, os seus donos cou um aviso na sua página confortável de casa ou mesmo – caso do bebedouro "mágico" inicial: "Entrega garantida pado escritório e "mouse à obra"! Buddy Bowl, que serve para ra o Natal – clique aqui e conA s l o j a s Divulgação fira os praz o s " . O i nvirtuais esternauta ditão cada vez gita o CEP m a i s s o r t id a s e s e g ude destino ras, as queid a e n c oxas sobre menda e atrasos nas abre uma jaentregas ou nela onde encomendas encontra erradas não uma lista de diferem opções de pagamento, muito do que acontece as datas e horários de nas lojas físicas, mas o compra e de entrega corconforto e a economia de Clientes podem montar cestas de preços e tamanhos variados re s p on d e ntempo – e tes. muitas vezes de dinheiro, por- cães e gatos e tem um sistema O portal de compras online que há boas ofertas – fazem to- de tampas de encaixe que não Americanas.com (www.amerida a diferença. derrama uma gota sequer de c a n as . c o m ) adotou a mesma Flores e boa ação – Não se água no chão, ainda que seja política. De acordo com essas deixe enganar pelo nome da virado de cabeça baixo. Está tabelas, o praloja. A tradicional Flores Onli- em oferta por R$ 32,99. zo final para as ne (www. floresonline. com.br) Pegue pelo estômago – Co- compras com tem muito mais que belos ar- mo guloseimas são sempre entrega garanranjos e ramalhetes. As mais bem-vindas, a Sweet Berries tida é amanhã. de 500 opções vão de bebidas, (www.sweetberries.com.br) re- Rachel Melamet livros e chocolates a ursinhos formulou seu site e incremende pelúcia e produtos de bele- tou o sistema de entregas espeza, passando por uma linha de cialmente para este final de artigos para presentes corpo- ano. Há lembrancinhas como rativos, como canetas, agen- caixas de chocolates com motidas e mimos para executivos, vos natalinos (R$ 9) e minipaalém de um novo e inédito ser- netones decorados com Papai viço – o envio de fotografias Noel (R$ 10,90), ideais para com flores. Basta fazer remeter presentear funcionários e coleas fotos para o portal de com- gas nas confraternizações (há pras e elas são enviadas junto descontos para a compra de com os arranjos para qualquer grandes quantidades). parte do País. Para agradar em cheio clienOs preços na Flores Online tes, chefes e fornecedores há variam de R$ 38 a R$ 580. E dezenas de opções, como truquem quiser presentear e ain- fas belgas em embalagem da fazer uma boa ação no Na- Black Tie (R$ 62,50), alfajores tal pode escolher entre os acompanhando champakits especiais montados nhes, vinhos, canetas e com flores, plantas, paagendas. Tudo pode ser lhacinhos e motivos personalizado, com a circenses, em uma homarca da sua empresa menagem à organizaou algo especial para ção não-governamena pessoa presenteatal Doutores da Aleda, sob encomenda. gria, que ajuda crianÉ bom correr – Mas ças hospitalizadas. neste ano o calendário
Na loja Elite Rommanel, as vendas devem crescer 8% em relação ao ano passado
Jóias: setor tem bom Natal Natal é o período mais esperado para os fabricantes de jóias. De acordo com o diretor do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM) Ecio Morais, a data é responsável por 23% do faturamento do setor. E a expectativa é de que as vendas sejam 5% maiores neste final de ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar disso, fabricantes desse segmento lutam para driblar a concorrência com a tecnologia. "Hoje, a atenção das consumidoras está sendo direcionada para os celulares e iPods", diz Moraes. Uma pesquisa realizada pelo instituto, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), indica que os brincos devem ser os preferidos neste final de ano. As peças aparecem em primeiro lugar na preferência do consumidor, com 35% das compras. Os anéis serão adquiridos por 27% dos entrevistados, as alianças, por 22% e as correntes, por 21%. Para impulsionar as vendas, o IBGM criou um programa de treinamento para os vendedo-
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Francisco Ojales: versatilidade
res do setor. "Foram investidos R$ 350 mil nos cursos neste ano. Em 2007, o montante chegará a R$ 400 mil", diz Moraes. Objetos do desejo – O proprietário da OZ Design, Francisco Ojales, conta que a peça mais procurada hoje são os colares. "As jóias podem ser usadas de manhã até à noite. As mesmas peças ficam bem no ambiente de trabalho e numa festa. É isso o que as mulheres buscam – versatilidade", diz. Ele aposta em um aumento de até 17% nas vendas neste Natal em relação a 2005. "As
consumidoras apreciam os itens que misturam ouro branco e pedras como turquesa, ágata ou pérola." O tíquete médio de cada cliente da OZ fica entre R$ 3 mil e R$ 5 mil. A Elite Rommanel, empresa que fabrica e vende jóias há 20 anos, espera que o faturamento neste final de ano seja 8% maior do que o registrado no mesmo período de 2005, segundo a proprietária da empresa, Clarice Dias. "O objetivo da empresa é conseguir até 20% de lucro em uma peça. Uma loja de shopping busca uma margem maior, que pode chegar a até 300% do valor de uma jóia", explica. A artista plástica Estela Galho escolheu a loja para comprar anéis. "Aproveitei o pagamento do 13º salário para fazer a compra de R$ 2 mil." Já a empresária Doroti Arrais Amaral mora em Sorocaba, no interior paulista, e vem à capital só para comprar jóias e depois revender. Na visita mais recente à Elite Rommanel, gastou R$ 50 mil. "Este é o melhor ano em vendas. O faturamento vai aumentar 60% em relação ao Natal de 2005." Neide Martingo
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 20 de dezembro de 2006
DOISPONTOS -77
LEI GERAL BENEDICTO FERRI DE BARROS
DO SAPIENS AO HOMO VIRTUALIS
CORBIS
S
Quem entrou e quem ficou de fora no Supersimples Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
F
oi sancionada, com onze vetos, a Lei Complementar nº 123, de 14 dezembro de 2006, que implanta o regime tributário diferenciado para as micro e pequenas empresas em relação aos tributos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, conhecido como Supersimples. Essa lei complementar, que tem sua matriz no art. 146 e parágrafo único da Constituição, tem aplicação cogente nas três esferas políticas, respeitada a opção do contribuinte. O respectivo projeto de lei sofreu tantas emendas nas duas casas do Congresso que acabou tornando o seu texto final bastante complexo, senão confuso. Revoga e altera disposições de leis ordinárias e de leis complementares, dentro do princípio de que quem pode o mais, pode o menos. Pelo novo regime os seguintes tributos serão recolhidos em documento único: imposto de renda das pessoas jurídicas – IRPJ; imposto sobre produtos industrializados - IPI; Contribuição Social sobre o lucro líquido – CSLL; Contribuição para financiamento da seguridade social – COFINS; Contribuição para os programas de integração social e de formação do patrimônio do servidor público - PIS/PASEP; Contribuição social incidente sobre a folha de remuneração; imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços – ICMS -; e imposto sobre serviços de qualquer natureza – ISS (art. 13). Em relação aos tributos deverá ser observada a legislação aplicável às demais pessoas jurídicas não classificáveis como micro ou pequenas empresas. O art. 15, que dispunha sobre a não retenção na fonte do Imposto de Renda e das contribuições sociais instituídas pela União, em relação aos optantes do Supersimples, foi vetado pelo Executivo, porque existem tributos não incluídos no regime diferenciado e que são recolhidos mediante retenção na fonte (CPMF, IR relativo aos rendimentos auferidos em aplicações de renda fixa ou variável etc).
G A Lei Geral
sofreu tantas emendas no Congresso que acabou tornando o seu texto final bastante complexo, senão confuso.
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lei prevê quatorze hipóteses de vedação de opção por Supersimples em função do capital constitutivo da empresa; em função da forma do exercício G A novidade de atividade intelectual, de natureza técnié que a lei ca, científica, desportiva, artística ou cultuadmitiu ral, que constitua profissão regulamentada 28 exceções ou não; em razão da existência de débitos à proibição para com as Fazendas Públicas e com o de adesão ao INSS; em virtude de ter sócio domiciliado no Supersimples, exterior etc. (art. 17). incorporando A novidade está em que a lei estatuiu vinatividades ou te e oito hipóteses de exceção à proibição de serviços fora adesão ao Supersimples, incorporando ativido regime da dades ou serviços que a jurisprudência viLei nº 9.317 nha entendendo como amparados pelo regime da Lei nº 9.317/96. São, por exemplo, os serviços de instalação e manutenção de apaG A ampliação relhos e sistemas de ar condicionado, refrido rol de geração, ventilação, aquecimento e trataexceção à mento de ar em ambientes controlados ; serregra geral viços de reparos hidráulicos, elétricos ; sertraz à baila viços de instalação, manutenção e reparação a discussão de máquinas de escritório, de equipamentos sobre a industriais , de instalação elétrica etc. (§ 1º, retroatividade, do art. 17). para beneficiar Dentre as exceções casuísticas, as do incios punidos ou so XXII e XXVIII foram vetadas por quebra desenquadrados do princípio da isonomia, mantendo-se a exdo regime ceção em relação aos escritórios de serviços contábeis (inciso XXVI), que estaria abranespecial. gida pela proibição do inciso XI do caput do art. 17, onde estão inseridos os advogados, os engenheiros, os médicos, os odontólogos, os contabilistas etc.
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ampliação do rol de exceção à regra geral de proibição pela opção ao regime tributário diferenciado traz à baila a discussão sobre a retroatividade das novas disposições legais, para beneficiar os contribuintes punidos ou desenquadrados do regime especial, por exercer atividades vedadas. E existem inúmeras empresas punidas que estão discutindo administrativa ou judicialmente. A questão resolve-se pela aplicação do art. 106 do CTN, que tem sua matriz constitucional no art. 5º, XL (retroação benéfica da lei penal). Pelo inciso I, do art. 106 aplica-se a lei retroativamente, ‘quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados’. O conteúdo das atividades e serviços excepcionados, como nos casos de serviços de instalação de aparelhos de ar condicionado, de reparos hidráulicos, elétricos etc. está a demonstrar a natureza meramente interpretativa das disposições excepcionais, levando-se em conta a jurisprudência formada a respeito.
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e acordo com a tabela referida no art. 18, as alíquotas, no setor de comércio, tanto para as micro, como para as empresas de pequeno porte, variam de 4% a 11,61% , de conformidade com as faixas de receita bruta em doze meses e com o tipo de empreendimento. No setor industrial, de conformidade com a tabela referida no inciso I, do § 5º, do art. 18, as alíquotas variam de 4,5% a 12,11% obedecidos os mesmos parâmetros das empresas comerciais. O setor de serviços continua sendo o mais onerado, com a instituição de três tabelas distintas de conformidade com a natureza das atividades ou dos serviços segundo prescrevem os incisos II a VI, do citado § 5º: na primeira delas a alíquota varia de 6% a 17,42% alcançando as atividades consistentes em serviços e locação de bens móveis; na segunda tabela a alíquota varia de 4,5% a 16,85% abrangendo os serviços de construção de imóveis e obras de engenharia em geral, produção cultural e artística, transporte municipal de passageiros e escolas de línguas; na terceira tabela que abrange os serviços como academias, elaboração de
softwares e escritórios de contabilidade, as alíquotas variam de 4% a 13,5% nas vinte faixas de tributação para as empresas cujo custo com a folha de salários seja maior ou igual a 40% da receita; em relação às empresas com percentuais menores, as alíquotas podem ser de 14%, 14,4% e 15%, válidas para qualquer faixa de tributação.
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KIYOSHI HARADA É MEMBRO DO CONSELHO JURÍDICO DA FIESP E EX-PROCURADOR-CHEFE DA CONSULTORIA JURÍDICA DE SÃO PAULO KIYOSHI@HARADAADVOGADOS.COM.BR
omente o final de grandes civilizações e de grandes impérios, como o da Grécia, o romano, o dos incas, viveu um período de instabilidade, de turbulência, de desagregação, de mudanças como os tempos que vivemos. Desde o século 19 isso fora pressentido por poetas e filósofos. Mas foi no século 20 que essas profecias se realizaram e o Amagerdon tornou-se realidade com a dissolução de todos os valores. Diversamente dessas catástrofes étnicas e culturais, a dos nossos tempos se singulariza por sua universalidade e amplitude, e também pelo fato de que mistura uma gigantesca decadência com um singular renascimento. É necesssário ter-se vivido no século 20 para se sentir e perceber como os valores do que fora a civilização ocidental cristã, vinda desde o Renascimento, desmoronaram desde então, mas é inútil ter-se vivido nos primeiros anos deste século para se fazer a mais baça idéia que seja do que ainda se encontra em fase germinal. A imprevisibilidade foi sempre um atributo do futuro, mas nunca tanto como agora, onde nações, povos e indivíduos se acham envolvidos em mudanças magmáticas.
O
mesmo não sucede com o passado. Acontecido, ele pode ser historiado e, até certo ponto, compreendido em seus aspectos predominantes. Dois aspectos magnos destacam-se. No campo cultural o fantástico desenvolvimento alcançado pela ciência dedutiva e pela experimental, com suas decorrências tecnológicas, o modo de fazer as coisas. A teoria da relatividade e a bomba atômica são exemplos paradigmáticos disso.
Mas sua culminância se manifesta no recente desenvolvimento da informática e na criação do universo virtual da web, que, reduzindo toda linguagem e representação a zeros e uns, parecem, não obstante, eliminar tempo e espaço e globalizar num só o mundo inteiro.
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ecênios, se não séculos, terão de decorrer para que essas sementes desse dragão-angelical (angelical?) criem o ecúmeno sonhado pelo homem desde seus primórdios, e para que o Homo virtualis venha a substituir os atuais sobreviventes do Sapiens sapiens. Nem a mais descabelada ficção é capaz de sugerir que espécie de animal será esse. Andando as coisas no rumo em que disparam, pode-se supor que duas coisas se tornarão extremamente escassas: o trabalho e a linguagem falada. O primeiro será cada vez mais absorvido e eliminado pelas máquinas e instrumentos eletrônicos informatizados. A segunda por causas mais numerosas e complexas, entre as quais a decadência universal da educação humanista geral, substituída pelo prematuro adestramento profissional especializado, que cria guetos de linguagem especializada e hermética, que em grande parte dispensam palavras que podem ser substituídas por simples gestos ou esgares.
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ão cremos em futurologia senão como jogos do espírito. Mas, pelo andar das coisas, provavelmente teremos um mundo e homens configurados como mesclas variadas dos que foram antevistos pelas ficções de Huxley, Orwell, Herman Hesse e Kafka em Admirável Mundo Novo, 1984, O Jogo das Contas de Vidro e as personagens das diferentes obras de Kafka. Sobre todos provavelmente pairará a figura suprema e oculta do Grande Inquisidor, de Dostoievski, com o piedoso reitor da humanidade. Cruz credo! BENEDICTO FERRI DE BARROS É ESCRITOR PAJOLUBE@TERRA.COM.BR
G Duas coisas
se tornarão extremamente escassas: o trabalho e a linguagem falada.
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Congresso Planalto Refor mas CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 20 de dezembro de 2006
LEIS VISAM AUMENTAR EFICIÊNCIA DA JUSTIÇA
Eu vou vadiar um pouco (quando deixar o ministério). Thomaz Bastos
Dida Sampaio / AE
OAB PROPÕE 'RECALL' POLÍTICO A idéia da entidade é a de substituir aqueles que não cumprem direito a função
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presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, entregou ontem ao ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, um pacote com sugestões para a reforma política. O relatório da OAB sugere a revogação de mandato mediante consulta popular. O dispositivo, batizado de "recall", seria utilizado em épocas de crise ou em casos de escândalo envolvendo o eleito. A OAB e o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) do governo Lula apresentarão proposta conjunta ao Congresso. Defendem o financiamento público de campanha, novas regras para a imunidade parlamentar, proibição da interrupção do mandato conquistado nas urnas para a disputa de outro cargo, seja no Executivo ou no Legislativo, além de uma série de normas para coibir a troca de partidos, redução do mandato de senadores de oito para quatro anos e "recall", mecanismo já adotado em outros países, como os Estados Unidos. Os relatórios da OAB e do Conselhão, como é conhecido o órgão de assessoramento ao presidente, divergem em relação ao modelo do processo de escolha dos parlamentares es-
Ailton de Freitas / AOG
Roberto Busato e Tarso Genro: sugestões da OAB para o aprimoramento do exercício político no segundo mandato do presidente Lula
taduais e federais. A OAB defende o voto distrital. Pela proposta, o País seria dividido em distritos e cada um deles teria um representante no Legislativo. Já o CDES propõe o voto na legenda em listas previamente definidas. Nesse caso, o eleitor votaria em partidos, e não em pessoas. "É entendimento comum da OAB e do governo que a reforma só sairá com amplo consenso, envolvendo governo e oposição", afirmou Tarso. "Cerca de 80% do conteúdo das propostas são coincidentes". Ao comentar a sugestão de "recall" para o mandato parlamentar, Tarso argumentou: "É a possibilidade para os eleitores revogarem o mandato dos que não cumprirem suas funções". Busato disse acreditar que o "recall" seja aprovado pelo Le-
gislativo. "É uma proposta que a Câmara e o Senado, com alto espírito público, deverão examinar", afirmou. Pacote econômico – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá fazer pessoalmente, amanhã, o anúncio das medidas destinadas de fomento ao crescimento econômico do País. Às 10 horas, Lula apresenta as medidas aos parlamentares do Conselho de Coalizão de Governo, conhecido como Conselho Político e formado pelos líderes dos dez partidos que apóiam o governo no Congresso. O anúncio oficial será feito mais tarde. Na reunião de ontem da Coordenação Política, na Palácio do Planalto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez um amplo relato sobre a elaboração do pacote. (AE)
Fernando Amorim / Folha Imagem
ACM NETO RECEBE ALTA E DEVE FICAR EM REPOUSO
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deputado federal Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), de 27 anos, teve alta às 13h30 de ontem do Hospital da Bahia, onde estava internado desde ontem. ACM Neto, como o parlamentar é conhecido, foi esfaqueado nas costas pela funcionária pública aposentada Rita de Cássia Sampaio de Souza, de 45 anos, no início da tarde de segundafeira, quando saía do edifício onde fica seu escritório, no bairro da Pituba, em Salvador. Segundo boletim médico divulgado pelo hospital na manhã de ontem, o deputado passou a noite em observação e foi submetido a tomografia computadorizada, que mostrou que o golpe foi superficial, na altura do omoplata direito. ACM Neto foi medicado e levou três pontos no local. Ele re-
O deputado do PFL: golpe foi superficial e recebeu três pontos.
cebeu orientação para ficar em repouso absoluto até posterior liberação médica. Presa em flagrante e indiciada por tentativa de homicídio qualificada, a agressora está detida no Presídio Feminino de Salvador. Em depoimento ao delegado Wilson Gomes, ela justificou a agressão pelo fato de o deputado não ter cumprido a suposta promessa de resolver a liberação de seu FGTS, retido desde que ela foi afastada da Secretaria de Saú-
de do município de Ipiaú, a 353 quilômetros de Salvador, três anos atrás. Ela contou também que o anúncio do aumento de 90,7% no salário dos parlamentares fez crescer sua raiva. Rita de Cássia aparentava estar emocionalmente desequilibrada, contou o delegado. "Não cabe à polícia julgar se ela é 'normal'. Se a Justiça entender que é necessário fazer exames psiquiátricos, eles serão feitos." (AE)
Lula e Gracie: matérias sancionadas com o objetivo de acelerar julgamento de processos.
LULA FORTALECE DECISÕES DO STF A 'súmula vinculante' obriga juízes e tribunais a acompanharem o Supremo.
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presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou ontem uma lei estabelecendo a chamada "súmula vinculante", para fortalecer decisões do STF. A "súmula vinculante" é um instrumento que obriga juízes e tribunais a acompanhar decisões do Supremo. Lula também sancionou a lei que permite ao STF rejeitar processos que não tenham a chamada "repercussão geral". Também foram sancionadas outras duas leis da reforma do Judiciário, consideradas um dos grandes feitos do Congresso, mas só dois parlamentares compareceram à cerimônia no Planalto: a senadora Serys S c h l e s s a r e n k o ( P T- M T ) e o deputado Renato Casagrande (PSB-ES). As duas novas leis vão reduzir o número de processos sobre causas repetitivas ou irrelevantes que têm de ser julgados pelo STF. Segundo a assessoria do Supremo, os onze juízes recebem mais de cem mil processos por ano. "O Supremo não pode ficar julgando briga de vizinho e acidente de trânsito. Ele existe para garantir o respeito à Constituição e aos direitos fundamentais", disse Lula na cerimônia. "Este é um passo importante rumo a uma Justiça mais rápida e eficiente", acrescentou o presidente.
Também foi sancionada a lei sobre a informatização dos processo judiciais, que permitirá aos juízes trabalhar com autos em versão eletrônica. Com isso, o Judiciário deve poupar 800 milhões de reais por ano, segundo o Conselho Nacional de Justiça. Thomaz Bastos – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao ministro demissionário da Justiça, Marcio Thomaz
O Supremo não pode ficar julgando briga de vizinho e acidente de trânsito. Ele existe para garantir o respeito à Constituição. Presidente Lula Bastos, que permaneça no cargo até o final de janeiro, de acordo com o porta-voz do Planalto, André Singer. O pedido, que foi aceito pelo ministro, é mais uma indicação de que Lula quer vincular a reforma ministerial às eleições para presidentes da Câmara e do Senado, marcadas para fevereiro. "O presidente vai anunciar apenas dois ou três ministros até a posse. Ele vai formando um juízo para, no mês de ja-
neiro, fazer a remontagem total do governo", afirmou o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro. Durante a cerimônia de sanção da lei que criou a súmula vinculante, Lula fez vários elogios a Thomaz Bastos, chamando-o de "republicano exemplar". O presidente lembrou que o ministro fazia objeções ao projeto. "Mas nunca criou um obstáculo sequer", disse Lula. Vadiagem –Bastos disse que, logo que deixar o cargo, vai "vadiar um pouco". Depois, mais sério, afirmou que, quando sair, cumprirá espontaneamente um período de "quarentena" de cinco a seis meses sem exercer advocacia. "Eu não pretendo advogar tão cedo, nem em áreas como o Supremo Tribunal Federal e a Polícia Federal", afirmou. Na parte bem-humorada da declaração, o ministro acrescentou que, após a quarentena, voltará a exercer a advocacia, "mas assim, de leve. Nada assim, de grande." Natal – No próximo sábado, às 10h, o presidente vai participar da celebração de Natal Vida e Cidadania, de catadores de papel e moradores de rua, em São Paulo. Lula deve passar a noite de Natal com a família no apartamento de São Bernardo do Campo. Ainda não há uma previsão sobre o retorno a Brasília. (Agências)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Nacional Empresas Estilo Finanças
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ocê sabia que crianças e adolescentes venezuelanos vão à primeira missa de Natal – chamada de Agrinalda – de patins? As principais ruas de Caracas, capital do país, chegam a ficar interditadas por até oito horas para que todos cheguem são e salvos às igrejas. Na Holanda, além de São Nicolau – como o Papai Noel é chamado por lá – outro personagem importante é Black Peter, que "vai" de casa em casa limpar as chaminés. A ceia e a troca de presentes ocorrem em 6 de dezembro, dia de São Nicolau, quando o Natal é comemorado por lá. Na Alemanha, quatro semanas antes do Natal, as famílias se reúnem para fazer uma co-
ALEMANHA TEM FESTA DE NATAL INTROSPECTIVA
E NATAL DIVERSIDADE NA CELEBRAÇÃO As carnes são proibidas. Na Suécia, a festa começa no dia 13 de dezembro, quando a filha mais velha serve café e pães doces a todos, vestindo um robe branco, um cinto vermelho e uma coroa de velas acesas. Na Bélgica, crianças deixam cenouras em cestinhas para as renas que puxam o trenó do Papai Noel. Na Itália, as crianças só recebem os presentes em 6 de janeiro, dia de Reis – em lembrança à visita dos Reis Magos ao menino Jesus. No Japão, o Natal não é muito difundido, mas a população adotou o costume de presentear uns aos outros. Os franceses mantêm a tradição da reconciliação no Natal, quando visitam a casa de um desafeto para lhe pedir perdão. Os equatorianos têm uma tradição religiosa muito acentuada e
Na Rússia, o Natal é comemorado no dia 7 de janeiro, com a mesa cheia de mel, grãos e frutas.
gostam de montar seus presépios a partir da representação indígena. Os mexicanos realizam procissões para não esquecer os acontecimentos que antecederam o nascimento de
Jesus. Elas começam nove dias antes do Natal, o mesmo tempo que Maria e José demoraram para fazer a viagem entre Nazaré e Belém. Vivian Ma-
nasse Teixeira Leite, sócia da Going Global, empresa cujo objetivo é facilitar a interação de expatriados e funcionários que lidam com diversidade cultural no trabalho, sabe muito bem o que é comemorar o Natal de uma forma diferente. A advogada, que é judia, cresceu celebrando a Hannukah (Festa das Luzes), quando é aceso o "Hannukiah", um castiçal especial que tem nove espaços para velas. Depois, casouse e foi morar na Alemanha, onde ficou impressionada com várias tradições locais, como pinheiro de Natal iluminado com velas. Introspecção "É uma festa mais introspectiva que no Brasil, onde reina um entra-e-sai de amigos a noite inteira e a casa fica toda aberta por-
Bacalhau com batatas, prato típico português servido no restaurante Antiquarius, em São Paulo.
que o forno está ligado. Lá, é um grande privilégio ser convidado para passar o Natal em alguma casa." Hoje, Vivian faz questão de comemorar o Natal e o Hannukah ao lado dos filhos de 15 e 13 anos. "Acho importante manter as duas celebrações", diz. A professora de Francês e Inglês Gisela Alcaíde de Souza, que mora em São Paulo, tenta manter algumas das tradições vividas em Portugal, onde nasceu. "A gente come bacalhau com batatas e couve e vai à Missa do Galo à meia-noite." Para a professora, o espetáculo visual aqui é mais forte que em Portugal. "Brasileiro adora uma luzinha." Outra advogada, Maria Figueiredo Costa, há quatro
Na Bélgica, crianças deixam cenouras em cestinhas para as renas que puxam o trenó do Papai Noel. anos mora na Alemanha com o marido germânico e os filhos Sebastian e Gustav e conta as diferenças na comemoração. "Normalmente, comemos ganso com beterrabas e bolas de batatas, o que não é normal no Brasil. Esse é o prato mais típico de Natal", conta. Maria acha que os alemães vivem muito o clima natalino. "Existem os mercados de Natal, que acontecem em todas as cidades, onde as pessoas vendem artesanato e comidas, como salsichas de diversos tipos, crepes e purê de maçã. É bem típico e todo mundo vai para tomar vinho quente." Kety Shapazian
Kim Kyunghoon/Reuters
roa com quatro velas, a Coroa do Advento. A cada domingo, uma vela é acesa. Segundo a tradição alemã, 12 elementos devem fazer parte da decoração de uma árvore de Natal. Entre eles, coelho, rosa, cesta de frutas, peixe, pinha, Papai Noel e coração. Esses objetos representam, entre outras coisas, proteção, esperança, amor verdadeiro e fortuna. Na ceia portuguesa do dia 24, o prato principal é o bacalhau. No dia seguinte, come-se bolo-rei, no qual o anfitrião esconde um pequeno presente. Quem encontra a fatia premiada deve pagar a receita do ano seguinte. As crianças deixam um sapato em um lugar escolhido para que Papai Noel coloque os presentes, que serão abertos só no dia 25. Na Índia, também são usadas árvores na decoração. Mas elas são mangueiras e bananeiras. Na Rússia, o Natal é comemorado no dia 7 de janeiro. Segundo a tradição local, a mesa deve conter mel, grãos e frutas.
quarta-feira, 20 de dezembro de 2006 Divulgação
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Coral em forma de árvore de Natal em Osant, a cerca de seis quilômetros de Seul, na Coréia do Sul. Orientais não costumam comemorar a data.
Ousama Ayoub/AFP
Celso Junior/AE
Feliz Natal em outras línguas: Shenoraavor Nor Dari yev Pari Gaghand (armênio). Sung Tan Chuk Ha (coreano). Kala Christougena (grego). Sarbatori Fericite (romeno). Fröhliche Weihnachten (alemão). Hauskaa Joulua (finlandês). God Jul (sueco).
Nilton Fukuda/AE
Decoração do prédio da Fiesp, na Avenida Paulista. Divulgação
Policial libanês em frente à árvore de Beirute
Árvore do Palácio da Alvorada em Brasília, iluminada com estrela vermelha, símbolo do PT.
Paulo Pampolim/Hype
Stephen Chernin/AFP
Paulo Pinto/AE
Feira alemã de Natal, onde se vende artesanato.
Professores escandinavos em festa na escola
Celebração do Hannukah, na Congregação Emanu-El, em Nova York.
Casa enfeitada na Rua Angaturama, zona sul de São Paulo.
quarta-feira, 20 de dezembro de 2006
Tr i b u t o s Nacional Finanças Conjuntura
DIÁRIO DO COMÉRCIO
9 As bolsas de Amsterdã, Bruxelas, Lisboa e Paris aprovaram uma fusão com a bolsa de Nova York.
RISCO-PAÍS BAIXO, PELA PRIMEIRA VEZ
PAÍS DEVERÁ OBTER O GRAU DE INVESTIMENTO DENTRO DE TRÊS A QUATRO ANOS, ESTIMAM ESTRATEGISTAS
RISCO-PAÍS CAI ABAIXO DE 200 PONTOS
O
Ari Vicentini/AE - 19/05/1996
Papéis de empresas de energia, como da Eletropaulo, poderão dar bom retorno aos investidores em 2007
Construção, mineração e energia vão liderar em 2007
A
manutenção de um cenário de liquidez mundial, mesmo em menor intensidade, mantém a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) como uma opção de rentabilidade em 2007, segundo a avaliação de economistas e analistas de mercado de bancos de investimento e varejo. Papéis dos setores da construção civil, agronegócio, energia, mineração, petroquímica e autopeças estão na lista de boas aquisições no mercado acionário. A chefe do departamento de análise da Fator Corretora, Lika Takashi, avalia que empresas ligadas aos setores de construção civil e autopeças serão beneficiadas pelo aquecimento imobiliário e do agronegócio. "Aqui é o chamado efeito picareta. O i n v e s ti m e n t o é na empresa que possibilita a operação; n ã o d i r e t amente na mina de ouro", diz. Lika destaca o retorno positivo da abertura de capital de construtoras e incorporadoras imobiliárias durante 2006, o que coloca a Gerdau, Eternit, Duratex e Arcelor Brasil na sua lista de opções para o próximo ano. "Temos a Arcelor, que fornece o aço para a construção civil. Aumentam os projetos, aumenta a demanda pelo produto", explica a analista. Já no setor de autopeças, destaque para o interligado ao agronegócio, com previsões positivas para a Randon, Fosfertil e a Iochp Maxion. "Avaliamos uma retomada do agronegócio em 2007. Este não foi um ano bom para o setor, mas o reaquecimento trará uma demanda para o segmento de reposição de peças de tratores e
caminhões. A rentabilidade ficará acima dos 18% pagos pelo CDI (Certificado de Depósito Interbancário)." Para a analista, mesmo com um investimento abaixo do esperado no setor de infra-estrutura por parte do governo, sua previsão é de que o investimento chegue à casa de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2007; ações da Usiminas, ALL Logística e CCR Rodovias também indicarão rentabilidade acima do CDI. Outra opção para o ano novo é formar uma carteira com empresas pagadoras de dividendos. Lika informa que esses papéis terão um retorno, em média, do CDI mais 12%. "Papéis da Eletropaulo, Telesp,
Comgás e CPFL são boas compras na hora de formar uma carteira de dividendos." Já no setor bancário, as apostas da Fator são no Bradesco, na Itaúsa, braço de investimentos do Itaú, e nos papéis do próprio banco (Itaú). Para os que procuram opções dentro do setor de energia, as ações da CESP e da AES Tietê são indicadas pelo departamento de análises da corretora. Tomás Awad, executivo da Itaú Corretora, também aposta na construção civil, mineração e bancos como opções de rentabilidade para 2007. Ele destaca o setor de mineração, principalmente os papéis da Vale do Rio Doce.
Awad acredita que o processo de incorporação da canadense Inco trará um novo fôlego para empresa brasileira ainda no primeiro semestre do próximo ano, o que contribuirá com a valorização dos seus papéis. Além dos setores mais "conhecidos", o analista indica a compra de papéis ligados ao mercado de canais por assinatura e planos de saúde como boas opções para composição de uma carteira diversificada. I bo v es pa – Tanto Lika Takashi como Tomás Awad acreditam no Ibovespa (principal indicador do mercado acionário brasileiro) de 51 mil pontos até o final de 2007. O índice leva em consideração a m a rc a d e 4 3 mil pontos já atingida neste mês e as previsões de uma taxa básica de juros entre 10% e 11% em dezembro do próximo ano, o que incentivará a migração de investidores de renda fixa para o mercado de variável. Todo o cenário descrito acima tem como principal ameaça um desaceleração brusca da economia dos EUA somada ao encerramento da liquidez dos mercados mundiais. Hoje, os dois executivos avaliam que tal cenário não é visível no horizonte. Nem mesmo a explosão da bolha do mercado imobiliário americano, segundo Awad, resultou numa perda global dentro das bolsas de valores do mundo todo como foi propagado. "O caminho para 2007 é diversificar os investimentos e ficar atento a todos os sinais internos e externos", diz o analista. Davi Franzon
Fundos vendem ações da Embraer
O
s fundos de pensão Previ (dos funcionários do Banco do Brasil) e Sistel (de trabalhadores em empresas de telecomunicações) decidiram vender 43.317.391 ações ordinárias da Embraer, em uma oferta secundária no Brasil e nos Estados Unidos (por meio de ADRs). Pelo fechamento dos papéis de ontem na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a operação somaria um montante de R$ 1 bilhão. Para atender a um eventual excesso de demanda, a oferta
brasileira poderá ser elevada em até 15%, informou a Embraer por meio de um comunicado. A operação nacional será coordenada pelos bancos de investimentos J.P. Morgan e Merrill Lynch. Segundo analistas, a oferta das ações da Previ e da Sistel era esperada, pois está relacionada às novas regras estabelecidas pela Secretaria de Previdência Complementar, que limitam a exposição dos fundos em investimentos em renda variável. A carteira de renda variável dos fundos aumentou
nos últimos anos, acompanhando a alta da Bovespa. A Previ é o fundo com maior participação de renda variável em sua carteira de investimentos. A oferta neste momento também está relacionada com o fim do prazo estabelecido pela Comissão de Valores Mobiliários para que acionistas da Embraer pudessem se desfazer de suas participações, após a decisão da companhia de pulverizar as ações, em março deste ano. A Embraer é um dos papéis mais representativos da carteira da Previ. (AE)
risco-país do Brasil caiu ontem abaixo de 200 pontos básicos, pela primeira vez na história. O indicador, medido pelo banco JP Morgan, é um termômetro da confiança dos investidores internacionais no país. Às 18h21 (horário de Brasília), o risco-país cedeu 3 pontos, para 200 pontos-básicos sobre os Treasuries (títulos do tesouro norte-americano), minutos depois de marcar 199 pontos básicos. "O Brasil deve caminhar para uma classificação 'investment grade', ou grau de investimento, nos próximos três a quatro anos, o que significa que deveremos também ver o risco Brasil convergir para perto de 100 pontos", comentaram mais cedo em chat com a imprensa Tomás Awad, estrategista, e Júlio Ziegelmann, diretor de pessoas físicas da Itaú Corretora. Eles lembraram que o risco-país no México é perto de 100 pontos-básicos e que o país já é 'investment grade', de acordo com a classificação das agências de rating. O
Brasil está a dois degraus do grau de investimento, pela nota atribuída pelas agências de classificação. Bovespa em alta –Ontem, a Bolsa de São Paulo (Bovespa), fechou em leve alta, com a ajuda de Wall Street, depois de passar quase toda a jornada em queda. O principal indicador da bolsa paulista, o Ibovespa, fechou em alta de 0,19%, a 43.589 pontos, mas na mínima do dia recuou 1,4%. Isso deixou o índice com alta de 3,9% em dezembro, até o momento. O volume financeiro da sessão ficou em R$ 2,5 bilhões, pouco acima da média diária do ano. O mercado abriu com fraco desempenho, pressionado pela queda acentuada do mercado acionário na Tailândia e por dados acima do esperado de inflação no atacado nos Estados Unidos. "Acho que foi mais uma motivação para dar uma realizada", disse Carlos Alberto Ribeiro, diretor da Novação Distribuidora. Os preços no atacado dos EUA subiram 2% em novembro, superando as expectati-
vas do mercado. A alta foi a maior em três décadas, desde novembro de 1974, quando o indicador teve a mesma variação. A divulgação da inflação no atacado prejudicou o movimento em Wall Street. Do outro lado do Pacífico, o mercado de ações tailandês amargou a maior queda desde o colapso das bolsas asiáticas em 1997, com investidores estrangeiros apavorados por medidas criadas pelo governo para conter o baht, a moeda local. No fim do dia, entretanto, as bolsas norte-americanas se recuperaram, com Dow Jones e S&P passando a subir, impulsionados por ações de petrolíferas, que acompanharam a valorização do preço do petróleo. Na Bovespa, os papéis da Petrobras avançaram 0,74% e contribuíram para que a bolsa fechasse no azul. Dólar comercial –O dólar comercial fechou ontem a R$ 2,160 na compra e R$ 2,162 na venda, em alta de 0,60%. O dólar paralelo fechou a R$ 2,270 na compra e R$ 2,370 na venda, estável. (Agências)
Saldo positivo nas contas externas
A
s transações correntes do Brasil com o resto do mundo registraram saldo positivo de US$ 1,520 bilhão em novembro, um pouco abaixo do resultado do mesmo período do ano passado, mostraram dados do Banco Central ontem. Apesar de o resultado ter ficado abaixo do superávit de US$ 1,731 bilhão de novembro de 2005, o valor superou a mediana das expectativas de analistas do mercado, que indicavam saldo positivo de US$ 1,13 bilhão. Entre os destaques de novembro ficaram os investimentos estrangeiros diretos, que somaram US$ 2,668 bilhões, o melhor valor desde abril de 2005, quando somar a m US$ 3,037 bilhões. No ano, os investimentos são de US$ 16,296 bilhões. Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, em novembro houve uma operação de investimentos significativa no setor
de papel e celulose, o que acabou influenciado o resultado consolidado. De janeiro a novembro, as transações correntes brasileiras registram superávit de US$ 13,182 bilhões. Nos últimos 12 meses, o saldo corresponde a 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 1,55% do PIB em 12 meses até o mês de outubro. Projeções – O BC também revisou algumas de suas projeções para as contas externas do País em 2006 e 2007. A estimativa para o superávit das transações correntes deste ano foi elevada para US$ 13,3 bilhões, ante previsão anterior de US$ 11,9 bilhões. Para 2007, o saldo estimado praticamente dobrou, passando de superávit de US$ 2,5 bilhões para US$ 4,5 bilhões. O saldo comercial do País também foi reavaliado, com o prognóstico para este ano passando de US$ 41 bilhões para US$ 44,5 bilhões. Para 2007, a projeção aumentou de US$ 30 bilhões para US$ 35 bilhões.
Lopes afirmou que o resultado da balança comercial veio um pouco abaixo do esperado em novembro, mas o resultado para o ano deve ficar acima do estimado anteriormente. Para 2007, a projeção de alta das exportações foi mantida em 6%, mas o prognóstico para o avanço das importações caiu de 21% para 19%. Segundo Lopes, essa revisão reflete o comportamento do petróleo, já que a estimativa aponta que os gastos com importação não devem subir tanto. A projeção sobre os investimentos estrangeiros diretos subiu US$ 300 milhões este ano, alcançando US$ 18,3 bilhões. Para 2007, não houve alteração na perspectiva de US$ 18 bilhões. Exportações – O Banco Central elevou em US$ 5 bilhões a projeção para as exportações brasileiras em 2007, e agora espera que as vendas para o exterior somem US$ 145 bilhões. A projeção para as importações foi mantida em US$ 110 bilhões. (AE)
Estrangeiros gastam mais no Brasil
ontem pelo Banco Central (BC). O Ministério do Turismo informou que as receitas de viagens de janeiro a novembro marcam um recorde histórico para o setor no País. "Estamos vivendo um momento histórico no turismo, tanto em 2005 como neste ano", disse o ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, em nota à imprensa. "Até novembro, já superamos os
números de 2005. Batemos todos os recordes de entrada de divisas da história do turismo. Chegaremos a 2007 com mais de US$ 4,3 bilhões de receita cambial." Apesar do recorde comemorado pelo governo, os gastos de turistas brasileiros que vão ao exterior, superam as despesas dos visitantes estrangeiros ao Brasil. (AE)
N
este ano, os turistas estrangeiros que vieram ao Brasil gastaram US$ 3,92 bilhões, contra US$ 3,86 bilhões entre janeiro a novembro de 2005. Os dados foram divulgados
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 20 de dezembro de 2006
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11,18
bilhões foi o valor das receitas previdenciárias no mês de novembro, segundo a Receita.
DE JANEIRO A NOVEMBRO, BRASILEIROS PAGARAM R$ 353,51 BILHÕES EM TRIBUTOS FEDERAIS
LEÃO EMBOLSA R$ 30,8 BI EM NOVEMBRO
A
arrecadação de tributos federais (exceto a contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS) em novembro atingiu R$ 30,873 bilhões, um recorde para o mês. Desse total, R$ 29,984 bilhões são tributos administrados diretamente pela Secretaria da Receita Federal. De janeiro a novembro, a arrecadação federal (excluída a receita do INSS) atingiu R$ 353,511 bilhões, com crescimento de 4,62% em termos reais (descontada a inflação medida pelo IPCA) em relação ao mesmo período de 2005. A arrecadação administrada pela Receita atingiu R$ 334,1 bilhões, com crescimento real de 4,2%. O aumento é superior ao crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, estimado pelo mercado em 2,8%. O comportamento da receita até novembro indica que a carga tributária federal neste ano, provavelmente, será maior do que a de 2005. Na comparação com outubro, a arrecadação apresentou queda real de 14,52%, que foi considerada "normal" pelo secretário-adjunto da Receita Federal, Ricardo Pinheiro. Segundo Pinheiro, em outubro, ocorreu o pagamento da primeira cota ou cota única do Imposto de Renda da Pessoas Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), referentes à apuração trimestral, encerrada em setembro.
Fábio Pozzebom/ABr
Houve também uma redução expressiva no pagamento de royalties referentes à extração de petróleo. Em novembro, o pagamento de royalties foi de R$ 616 milhões, contra R$ 2,96 bilhões em outubro. O decréscimo real foi de 72,84%. Aumentos – A arrecadação em novembro cresceu 1,1% em termos reais em relação ao mesmo mês do ano passado. Os maiores aumentos ocorre-
14,52 por cento foi a queda da arrecadação federal na comparação com o mês de novembro, segundo dados da Receita ram nos impostos de Importação (mais 19,78%) e de Renda (IR) sobre remessas ao exterior (mais 52,74%). As maiores quedas ocorreram na arrecadação do IR sobre rendimentos de capital (menos 23,91%) e no IRPJ (menos 7,31%). A receita previdenciária atingiu R$ 11,18 bilhões no mês passado, com crescimento real de 11,51% em relação ao mesmo mês de 2005. De janeiro a novembro, a arrecadação atingiu R$ 115,41 bilhões, com au-
mento real de 10,76% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita previdenciária compreende a arrecadação do INSS, o recolhimento proveniente do sistema Simples e os depósitos judiciais. Recordes – Pinheiro disse que a capacidade da Receita Federal de continuar tendo ganhos de arrecadação pelo lado da eficiência tributária será cada vez menor nos próximos anos. "É aquela história do recordista olímpico. É sempre mais difícil continuar quebrando recorde", comparou. "É normal continuar crescendo, mas a taxas decrescentes ao longo dos anos, pois não dá para manter o mesmo nível." Pinheiro observou que os ganhos da arrecadação provenientes do crescimento econômico têm sido usados pelo governo para ampliar os gastos. "Se a economia crescer 5%, vai impactar a nossa meta de arrecadação, mas nada entra de graça para a Receita. Quando os parâmetros são jogados para cima, há, logo em seguida, a edição de um decreto jogando para cima as expectativas de gastos", disse. O secretário-adjunto da Receita lembrou que, em 2007, haverá impacto das medidas de desoneração tributária, que serão anunciadas amanhã pelo governo. "Há um fator de legislação pela frente que eu ainda não sei qual é. Mas, quanto maior for a desoneração, maior será o nosso sacrifício." (AE)
Carga bate em 38% do PIB
A
Ricardo Pinheiro: "Queda em relação ao mês de outubro é normal"
carga tributária brasileira alcançou 38,82% do Produto Interno Bruto (PIB) no acumulado de janeiro a setembro deste ano, contra 38,1% no mesmo período de 2005. A alta foi de 1,9%. O cálculo foi feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) e já considera o valor de R$ 542,074 bilhões apurados pelo IBGE para o PIB no terceiro trimestre. A carga tributária "per capita" somou R$ 3.223,17, ou seja R$ 288,09 a mais do que nos nove primeiros meses do ano passado. Mantido o ritmo atual, o IBPT estima uma carga tributária total em 2006 entre 38,5% e 38,8% do PIB, novo recorde histórico. Corresponderia ainda a um aumento de quase um ponto percentual em relação ao resultado registrado em 2005, de 37,82%. Para chegar a essa estimativa, o instituto considerou um PIB final de R$ 2,095 trilhões no ano e uma arrecadação tributária de R$ 812,93 bilhões nas três esferas do governo. (AG)
Um manifesto contra a poluição visual Cidades 1 Ano 81 - Nº 22.277
São Paulo, quarta-feira, 20 de dezembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h50
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
Corrida para salvar o
aumentão
Seu deputado não funciona? Recall nele!
Mais um dia de protestos
Marcelo Ximenez/Folha Imagem
OAB apresenta ao governo propostas para a reforma política. Entre elas o recall, ou seja, a substituição do parlamentar que não estiver cumprindo direito sua função. Página 8
O Congresso tem até amanhã para aprovar o trenó da alegria no plenário, depois que o STF derrubou o aumentão que já tinha sido autoconcedido. Irá a voto, além do salário de R$ 24.500, outro corrigido pela inflação, R$ 16.500. O trenó supersônico só valerá em 2007 se chegar antes do recesso, que começa na sexta-feira. Página 3
Sindicalistas e estudantes gritaram em Brasília e São Paulo contra o aumento. Pág. 3
MAIS UM RECORDE PARA O LEÃO
Arrecadação de tributos federais em novembro foi de R$ 30,8 bilhões. De janeiro até agora, brasileiros pagaram R$ 353,51 bilhões ao Fisco. E 1
Agliberto Lima/DC
FANTASMAS NO RADAR
Brigadeiro diz no Congresso que pelo menos 30 aviões que não existem cruzam diariamente as telas do Cindacta 1, em Brasília. C 3 Ousama Ayoub/AFP
Natal na Terra Santa Policial libanês diante da árvore de Beirute. E 8 HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 31º C. Mínima 19º C.
AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 30º C. Mínima 19º C.
Sorrisos e vaias na hora da diplomação O governador eleito José Serra (foto) ergueu o diploma, em momento solene na Assembléia Legislativa. Já os "mensaleiros" Palocci, ex-ministro de Lula, e Berzoini, presidente afastado do PT, foram vaiados. Página 5
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Tr i b u t o s Finanças Conjuntura Empresas
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ANO TERMINA COM EXPANSÃO BAIXA
por cento é a expectativa de crescimento para a indústria gráfica em 2007, acima do resultado obtido em 2006
PRESIDENTE DA ENTIDADE CONSIDERA 2006 "FRUSTRANTE"; ENTRAVES IMPEDIRÃO FORTE EXPANSÃO EM 2007
CONSUMO CRESCERÁ EM 2007, DIZ CNI A 4,2
Confederação Nacional da Indústria (CNI) aposta que o País encerrará 2006 com crescimento menor que o projetado pelo governo. Segundo o informe Economia Brasileira, Desempenho e Perspectivas, apresentado ontem em Brasília, a entidade estima que o Produto Interno Bruto (PIB) fechará 2006 com aumento de 2,7%, percentual inferior aos 3,7% esperados no início do ano. Para 2007, a CNI projeta uma expansão maior, de 3,4% para a economia e de 4,2% para a indústria. O presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, avaliou que o pacote em preparação pelo governo não ataca os maiores empecilhos ao crescimento econômico, como o excesso de gastos públicos. Ele considerou "frustrante" o desempenho da economia brasileira e avaliou que, nas atuais condições, o PIB não crescerá mais do que 3,4% em 2007, um resultado distante do objetivo do governo de alcançar uma expansão de 5%. Em seu balanço de fim de ano, a CNI ressaltou que nos
Ricardo Padue/AFG - 26/09/2006
por cento é a projeção de crescimento da indústria para 2007, feita pela CNI, acima das médias previstas para o agronegócio e os serviços últimos dois anos o Brasil só cresceu perto de metade da média mundial, de 5,1%. Segundo a CNI, o PIB brasileiro deverá aumentar em 2006 apenas 0,5 ponto percentual acima da média dos últimos 10 anos. "O ano se encerra mais uma vez com forte sentimento de frustração", disse. A previsão é de que o crescimento da economia, em 2007, seja liderado pelo lado da oferta, com a indústria avançando 4,2%. A agropecuária deverá crescer 4% e os serviços, o que inclui o comércio, 2,4%. Pela ótica da demanda, a estimativa
é de que o consumo das famílias cresça 3,7%, as exportações tenham alta de 5,7%, e a formação bruta de capital fixo – uma medida dos investimentos – avance 9,2%. "As tendências para 2007 apontam para um quadro de aceleração moderada no ritmo de crescimento da economia brasileira", indicou a CNI. Para a entidade, um crescimento mais expressivo só seria possível com transformações estruturais da economia. A previsão para o fechamento de 2006 está abaixo dos 3,2% de crescimento projetados em novembro pelo Ministério do Planejamento, no relatório de avaliação de receitas e despesas do 5º bimestre de 2006. Gastos públicos –Na avaliação de Monteiro Neto, o atual ritmo de expansão do PIB representa uma prova de que a queda da taxa básica de juros, a Selic, que fechará o ano em 13,25%, menor nível desde a criação do Comitê de Política Monetária do Banco Central em 1996, não basta para eliminar os entraves para o crescimento. Há outros fatores que impedem o País de crescer em
níveis maiores, apontou Monteiro Neto. O principal empecilho ao crescimento da economia destacado por ele é a expansão dos gastos públicos correntes. O relatório da CNI mostra que as despesas primárias do governo federal, que excluem o pagamento de juros da dívida pública, estão em aumento contínuo desde 2004 e devem fechar o ano em torno de 18% do PIB. O presidente da CNI defendeu a reforma da previdência social no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além da disciplina na política salarial do serviço público. "Não há dúvidas de que a questão fiscal é central para que o País possa crescer em torno de 5%", afirmou. De acordo com o relatório, o aumento de gastos do governo compromete os investimentos públicos e resulta na elevação da carga tributária, que, pelas projeções da CNI, deve passar dos 38% do PIB. Para financiar os gastos, o governo eleva a arrecadação de impostos, o que se reflete na inibição dos investimentos privados, analisou Monteiro Neto. (Agências)
Para 2007, setor aposta em maior produção de livros escolares
Indústria gráfica não alcança meta e fatura 2,7% mais
N
em a campanha elei- comparação a US$ 147, 20 mitoral ou a Copa do lhões de janeiro a outubro de Mundo conseguiram 2005. Já as importações somaalavancar a indústria gráfica ram US$ 168,01 milhões, ante em 2006. Embora o faturamen- US$ 142,24 na mesma época do to do setor tenha fechado o ano ano passado. Exportações – "As exportacom desempenho positivo, em expansão de 2,7%, ele ficou ções brasileiras do setor demuito abaixo do esperado, que vem aumentar se os americaera um crescimento de 6% na nos continuarem a controlar a receita. Para 2007, a expectati- entrada de produtos chineses va é de que o setor se recupere, nos Estados Unidos", afirmou embora tenha de enfrentar o Camargo. "No mercado interProjeto Cidade Limpa, na capi- no, esperamos aumento da renda e queda das taxas de jutal paulista. Até o final deste ano, a ativi- ros, o que deve ajudar no aumento da dedade gráfica WValente/AFG - 26/09/2006 manda, espedeve acumucialmente de lar receita de cadernos e vendas de embalagens." R $ 1 6 , 2 7 b iO ano de 2007 lhões, o que retambém será presenta 0,8% época de o godo Produto Inv e r n o c o mterno Bruto prar livros es(PIB) brasicolares, que leiro, ante ocupam o priR $ 1 5 , 8 4 b imeiro lugar lhões gerados no ranking do em 2005. "O valor da proc re sc i me nt o dução. da atividade N o p ró x iacompanha o mo ano, há d e s e n v o l v idesafios que mento da eco- Camargo: tributação está alta devem ser sunomia brasileira, que também foi insignifi- perados para que o setor gráficante em 2006", disse o presi- co brasileiro não sofra o pequedente da Associação Brasileira no crescimento pelo qual pasda Indústria Gráfica (Abigraf sou em 2006. "A prioridade é Nacional), Mário César Mar- adequar a questão tributária à tins de Camargo. "O mercado realidade brasileira", disse Cagráfico deve continuar acom- margo. "Há imposto demais panhando o desenvolvimento para serviços de menos." Ainda nesta semana, a Abida indústria de transformação e fechar 2007 com crescimento graf deve abrir um processo contra a Prefeitura Municipal de 4% na produção." O desempenho favorável da de São Paulo, em protesto conindústria de cadernos é o item tra o Projeto Cidade Limpa. "A que mais colabora para o saldo proibição de outdoor vai impositivo da balança comercial pactar profundamente o setor, d o s e t o r, a c u m u l a d o e m já que as empresas especializaUS$ 60,52 milhões nos primei- das nesse produto poderão feros dez meses de 2006. As ex- char as portas", afirmou o preportações neste período atin- sidente da Abigraf. giram US$ 228,53 milhões, em Sonnaira San Pedro
Nos EUA, preços sobem 2%
O
s preços no atacado dos Estados Unidos subiram 2% em novembro, superando as expectativas do mercado. A alta foi a maior em mais de três décadas – desde novembro de 1974, quando o índice também avançou 2%. O indicador repercutiu um salto nos custos de
energia, informou o governo. O núcleo do índice teve uma arrancada de 1,3%, o maior avanço desde julho de 1980, informou o Departamento de Trabalho. Os preços de energia subiram 6,1% em novembro. O preço da gasolina subiu 17,9%, maior ganho desde junho de 2000. (Reuters)
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Nacional Empresas Tr a b a l h o Tr i b u t o s
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quarta-feira, 20 de dezembro de 2006
32,5
SETOR DE AÇÚCAR ESTÁ CONTRATANDO MAIS
mil trabalhadores com carteira assinada foram absorvidos pelo mercado no mês de novembro.
DE JANEIRO DE 2003 A NOVEMBRO DESTE ANO FORAM CRIADOS 4,96 MILHÕES DE POSTOS DE TRABALHO
EMPREGO ESTÁ LONGE DO PROMETIDO
A
Gervásio Baptista/ABr
um mês do término de seu mandato, o p re s i d e n t e L u i z Inácio Lula da Silva está longe de cumprir seu desejo de criar 10 milhões de empregos no País. Segundo balanço do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, divulgado ontem, de janeiro de 2003 a novembro de 2006 foram criados 4,96 milhões de postos com carteira assinada, menos da metade do prometido. O saldo dos quatro anos deverá ser ainda menor porque em dezembro é esperado o fechamento de 280 mil vagas, segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Se ele estiver certo, o dado final será de 4,68 milhões de novos empregos. Mas mesmo assim, o resultado é superior aos oito anos do governo Fernando Henrique. Lula e seus ministros da área econômica passaram os quatro anos do primeiro governo explicando que não se comprometeram a criar 10 milhões de empregos formais. De fato, a promessa não consta do programa de governo. Os 10 milhões foram mencionados como o número "ideal" para o período, mas não representariam
um compromisso. Agora, no segundo mandato, o presidente se envolveu em imbróglio semelhante. Ele prometeu um crescimento de 5% ao ano, algo que até o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) acha irrealista. O mercado projeta crescimento de 3,5% para o ano que vem.
87,4
mil foi o número de vagas abertas no comércio, segundo balanço do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged Recuo – Em novembro, segundo dados do Caged, foram contratados 32,5 mil empregados com carteira assinada. O saldo, embora positivo, representa uma queda de 75% na comparação com outubro (129.795 vagas), já refletindo as demissões que as indús-
trias normalmente fazem no final de ano. O movimento tradicionalmente se acentua no mês de dezembro. Ainda assim, o ano de 2006 deverá fechar com um saldo de novos postos praticamente igual ao de 2005, quando foram criadas 1,253 milhão de vagas. "Tudo vai depender do comportamento deste mês, mas dezembro é normalmente um mês de ajuste", disse Marinho. Levando-se em conta os fatores que reduzem o ritmo da criação de emprego no fim do ano, o resultado de novembro não é ruim. Ele representa um crescimento de 135% sobre novembro de 2005. No mês passado, o comércio abriu 87,4 mil vagas, enquanto o setor de serviços ofereceu 36,6 mil postos de trabalho. Os destaques negativos foram a agricultura, com perda de 50,7 mil empregos e a indústria, com 26,8 mil vagas a menos. O Caged registra todas as contratações e as demissões feitas pelas empresas de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Fica de fora desta estatística, portanto, o comportamento do mercado de trabalho no setor público e entre empregados domésticos. (AE/DC)
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, diz que dezembro tradicionalmente é um mês de ajuste
ACSP cria nova comissão São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), está preparando a criação de uma nova comissão para 2007, que reunirá as empresas comerciais exportadoras, importadoras e traders. "Juntas, sob o guardachuva da ACSP, essas empresas passarão a ser ouvidas em suas aspirações", afirmou ontem Alfredo Cotait Neto, coordenador da SP Chamber. O objetivo principal da nova comissão, explicou Cotait, será dar força política para as reivindicações desse segmento junto ao poder público e se engajar no esforço da ACSP, com suas várias outras comissões e o Projeto Exporta, São Paulo, para inserir as pequenas e médias empresas no comércio in-
A
Indústria fecha 14,8 mil postos
O
nível de emprego na indústria paulista, apurado pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), recuou 0,69% em novembro, na comparação com outubro, o que significou o fechamento 14,8 mil postos de trabalho. Ainda assim, trata-se de um resultado melhor do que o verificado em novembro de 2005, quando foram demitidos 25 mil trabalhadores. A pesquisa mostrou ainda que o resultado de no-
vembro foi o pior do ano até agora. A variação até então havia sido negativa apenas em agosto (-0,13%). Segundo o Ciesp, no acumulado do ano foram criadas 48,4 mil vagas – 7 mil postos a mais na comparação com o mesmo período de 2005. Sobre o total fechado do ano passado, o emprego cresceu, de janeiro a novembro deste ano, 2,33%. Embora a queda de 0,69% tenha sido o pior desempenho do ano, o recuo deve ser
DECLARAÇÃO À PRAÇA
ainda maior em dezembro, informou ontem o diretor do Departamento de Economia do Ciesp, Boris Tabacof. Segundo o executivo, a queda no mês que vem deve superar 1%, reduzindo o número de vagas criadas no ano dos atuais 48,424 mil para algo entre 22 mil e 25 mil. A pesquisa do Ciesp revela que etanol e açúcar formam, atualmente, o setor mais dinâmico da indústria paulista em termos de contratações. (AE) CONVOCAÇÃO
ternacional. Ela terá abrangência estadual, por meio da capilaridade da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). Ainda não há data para a criação formal da comissão, mas a previsão de Cotait é março do ano que vem. Até lá, o conselheiro da ACSP José Cândido Senna coordenará um grupo de trabalho – integrado por representantes das comerciais exportadoras – para estabelecer algumas metas e reunir um número considerável dessas empresas para "dar peso" à nova comissão. Cotait lembrou que as pequenas e médias empresas, mesmo com bons produtos a oferecer, não têm condições de ingressar no mercado mundial. "Aí entra o importante papel das comer-
ciais exportadoras para fazer essa ponte", resumiu Cotait. Luiz Roberto Gonçalves, vice-coordenador da SP Chamber, salientou que a comissão vai dar também uma "representação formal" às comerciais exportadoras e importadoras. "Isso é importante para o desenvolvimento dessas empresas", afirmou o diretor Farid Murad. Renato Abucham, coordenador da Comissão de Comércio Exterior (CCE), da ACSP, acrescentou que a nova comissão ajudará o setor a vencer a burocracia que atrapalha o desenvolvimento das empresas. "E vai integrar as ações de aproximação comercial promovidas pela ACSP com o recebimento e envio de missões comerciais", resumiu. Sergio Leopoldo Rodrigues
EDITAL
DECLARAÇÃO À PRAÇA
MAIRIPORÃ INDÚSTRIA COMÉRCIO DE PAPEL E PAPELÃO LTDA, CNPJ 51.978.088/0001-51, Inscrição Estadual nº. 433.002.441.115, com sede à Rua Padre Vairo, 985, na cidade de Mairiporã, SP, DECLARA À PRAÇA , que foram sacadas diversas duplicatas simuladas pela empresa PIQUERI INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PAPÉIS LTDA, CNPJ 84.963.370/0001-14, Inscrição Estadual nº. 101076999-5, com sede na Rua Rio Piquiri s/n, centro, Guarapuava, PR, sem qualquer relação de venda de mercadorias ou prestação de serviço, ou seja, o sacado não adquiriu as supostas mercadorias e nem se utilizou dos supostos serviços. A seguir, a referida emitente endossou referidos títulos em favor de LIMA VIEIRA FOMENTO COMERCIAL LTDA, com sede à Rua Prates, 689, São Paulo, SP, referida faturizadora, remeteu um dos títulos, ou seja, a duplicata mercantil de nº 1970D, no valor de R$ 11.261,25, com vencimento para 10/11/2006, para protesto perante o 8º Tabelião de Protesto de Letras e Títulos de São Paulo, sendo certo que forneceram ao cartório o endereço da Rua Galileu Gaia, 640, São Paulo, SP, quando na realidade a sacada está instalada na Rua Padre Vairo, 985, Mairiporã, SP. Portanto, a firma declarante não tomou conhecimento de que havia um título a ser protestado, ou seja, não tomou ciência do que estava ocorrendo. Isto posto, a Declarante quer ressaltar que não aceitou nenhum título da referida emitente, como também, inexiste qualquer documentação sobre qualquer negócio com a firma emitente. Portanto, referido título emitido indevidamente, vem causando grandes transtormos à ora declarante que está tomando as providências cabíveis. São Paulo, 18 de dezembro de 2006.
ATA
EDITAL
SEAC-SP - Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação no Estado de São Paulo Av. República do Líbano, 1204 - Jd. Paulista - CEP 04502-001 - SP CNPJ(MF) nº 62.812.524/0001-34 - Cód. da Entidade nº 002.531.86250-6 Arrecadação da Contribuição Sindical - Exercício 2007 Srs. Contribuintes: Dispõe o Art. 579 da Consolidação das Leis do Trabalho “A Contribuição Sindical é devida por todos aqueles que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou inexistindo este, na conformidade do disposto no Art. 591”. Assim, pelo presente edital, ficam Notificadas todas as empresas, cuja atividade econômica seja representada pelo SEAC-SP - Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação no Estado de São Paulo, entidade sindical reconhecida pelo Ministério do Trabalho, para recolherem a Contribuição Sindical de 2007, de conformidade com o que dispõe a legislação em vigor. Comunicamos que este Sindicato abrange todo o Estado de São Paulo, com exceção da Região do Grande ABC (Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Mauá, Ribeirão Pires, Diadema e Rio Grande da Serra) e de Ribeirão Preto (Ribeirão Preto, Altinópolis, Barrinha, Batatais, Brodósqui, Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Cravinhos, Dumont, Guará, Ipuã, Jardinópolis, Luis Antonio, Morro Agudo, Nuporanga, Orlândia, Pontal, Serrana, Serra Azul, Sertãozinho, São Joaquim da Barra, São Simão, Sales de Oliveira e Santa Rosa do Viterbo). Para o fiel cumprimento das obrigações legais, dá-se ciência aos Srs. Contribuintes que o recolhimento em pauta deverá ser efetuado nas agências da Caixa Econômica Federal ou nas Casas Lotéricas através das guias obtidas junto a este sindicato. O pagamento da Contribuição Sindical fora do prazo legal sujeitará o infrator às cominações previstas no Art. 600 da Consolidação das Leis do Trabalho e demais legislações aplicáveis à espécie. Para os devidos fins, alerta-se que as repartições federais, estaduais ou municipais não concederão registro ou licenças para funcionamento ou renovação das atividades dos estabelecimentos de empregadores, nem alvarás de licença ou localização, sem que sejam exibidas as provas da Contribuição Sindical. Do mesmo modo, é considerado como documento essencial ao comparecimento às concorrências públicas ou administrativas, para o fornecimento às repartições paraestatais ou autárquicas, a prova da aludida quitação da contribuição. São Paulo, 18 de dezembro de 2006. Aldo de Avila Junior - Presidente (18, 19, 20)
FATO RELEVANTE
Mehir Holdings S.A. Companhia Aberta - CNPJ/MF 04.310.392/0001-46
Viana do Castelo Administração de Bens S.A. Companhia Fechada - CNPJ/MF 08.266.703/0001-78
FATO RELEVANTE A Mehir Holdings S.A. (“Companhia”), em cumprimento ao previsto no artigo 157, § 4º, da Lei nº 6.404/76 e ao disposto na Instrução CVM nº 358/02, comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral que, em 19 de dezembro de 2006, foi celebrado Contrato de Compra e Venda de Ações e Outras Avenças, por meio do qual a Viana do Castelo Administração de Bens S.A., sociedade por ações inscrita no CNPJ/MF sob o nº 08.266.703/0001-78 (“Viana do Castelo”), adquiriu da Bellaluna Participações Ltda., sociedade limitada inscrita no CNPJ sob o nº 05.315.032/0001-08, acionista controladora, e dos demais acionistas minoritários da Companhia, a totalidade das 2.109.000 ações, sendo 703.000 ações ordinárias e 1.406.000 ações preferenciais, representativas de 100% do capital social total e votante da Companhia, pelo preço total de R$ 3.073.890,86 (três milhões e setenta e três mil e oitocentos e noventa reais e oitenta e seis centavos), correspondente a R$ 1,457 por ação, independentemente de sua espécie. O preço de aquisição das ações da Companhia foi pago à vista. A aquisição tem como objetivo possibilitar a expansão das atuais atividades da Viana do Castelo, servindo de base para a captação de novos recursos. As Administrações da Viana do Castelo e da Companhia estão analisando a possibilidade de realizar potencial reorganização societária, com a incorporação da Viana do Castelo pela Companhia. A Viana do Castelo informa que não tem qualquer interesse em cancelar, no prazo de um ano, o registro da Companhia perante a CVM. São Paulo, 20 de dezembro de 2006 Ricardo Leonel Scavazza Diretor Operacional e de Relações com Investidores da Mehir Holdings S.A.
COMUNICADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS
A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Obras: TOMADA DE PREÇOS N.º - OBJETO - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2799/06/02 - Construção de cobertura de quadra em estrutura mista e Reforma de prédio escolar - EE Profª Elide Apparecida Carlos – Rua Donato Chapiqui, s/nº - Chb. Benedito P.F. Braga - Urânia/SP – 120 - R$ 30.030,00 – R$ 3.003,00 – 09:30 – 09/01/2007. 05/2800/06/02 - Reforma de Prédio(s) Administrativo(s) - Diretoria de Ensino Região Leste 3 – Rua Izabel Urbina, 200 - Chb. José Bonifácio - São Paulo/SP – 120 - R$ 29.158,00 – R$ 2.915,00 – 10:30 – 09/01/2007. 05/2901/06/02 - Reforma de prédio(s) escolar(es) - EE Galo Branco – Rua Juvenal dos Santos, 04 - Distrito Eugenio de Melo - São José dos Campos/SP – 150 - R$ 28.640,00 – R$ 2.864,00 – 14:00 – 09/01/2007. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 21/12/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 08/01/2007, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 19 de dezembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:
Reqte.: SS Madeiras e Compensados Ltda - Reqdo.: Construtora CVS S/A - Rua Ferreira de Araújo, nº 704 - sl. 31 - 02ª V. Falências Reqte.: Comercial de Papéis Lágrimas Ltda - Reqdo.: Formare Embalagens Ltda - Rua Serra do Japi, nº 142 - 1ª Vara de Falências Reqte.: Neucler Comércio de Materiais Hidráulicos Ltda - ME -
Reqdo.: O.S. Serviços de Infraestrutura Ltda - Rua Ilha Serigipe, nº 108 - 2ª Vara de Falências Reqte.: Kerin Gvozdar - Reqdo.: Construtora Cosenza Ltda Reqdo.: Hi-Plan Engenharia Ltda - Av. Ibirapuera, nº 2.120 7º andar - 1ª Vara de Falências Reqte.: M.I. Empreiteira e Incorporação Ltda - Reqdo.: Ak Teruya Construtora e Incorporadora Ltda - Av. Engenheiro Caetano
Álvares, nº 4.046 - 1ª Vara de Falências Reqte.: Constek Empreiteira de Construção Civil e Comércio de Materiais para Construção Ltda Reqdo.: Ak Teruya Construtora e Incorporadora Ltda - Av. Engenheiro Caetano Alvaraes, nº 4.046 - 1ª Vara de Falência Reqte.: Prisma Trust Factoring Fomento Comercial Ltda - Reqdo.: Ultracenter Sistema de Recu-
peração de Crédito e Contact Center Ltda - Rua Líbero Badaró, nº 50 - sala 807 - 1ª Vara de Falência RECUPERAÇÃO JUDICIAL Reqte.: Empresa Cinematográfica Haway Ltda - Reqdo.: Empresa Cinematográfica Haway Ltda Rodovia Raposo Tavares, nº km 14,5 - 2ª Vara de Falência
C idades Pela cidade. Contra a poluição visual. DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Defendemos a fiscalização da publicidade externa, sem a violação de atividades legítimas. Alfredo Cotait Neto, vice-presidente da ACSP e coordenador da CPU
ACSP e outras 18 entidades se unem em documento que defende o ordenamento da mídia exterior e prega um novo diálogo com a Prefeitura de São Paulo. Rejane Tamoto
Fotos de Leonardo Rodrigues/Hype
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Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e mais 18 entidades – que representam o varejo e a indústria da cidade – assinaram na manhã de ontem o documento "A favor da cidade, contra a poluição visual. Pelo respeito à Constituição, contra a arbitrariedade", que reforça a posição de prosseguir na luta – por todos os meios lícitos – contra a lei Cidade Limpa, do prefeito Gilberto Kassab. O manifesto elenca os pontos inconstitucionais da lei municipal e defende o ordenamento da mídia exterior e da sinalização indicativa do comércio na cidade, desde que a Prefeitura volte à mesa de negociações. "O posicionamento da ACSP é de diálogo. Não queremos confronto com o Poder Público na Justiça e sim buscar a melhor alternativa para o ordenamento da paisagem urbana da cidade. Para tanto, defendemos a fiscalização da publicidade externa, sem a violação de atividades legítimas", disse o vice presidente da ACSP e coordenador da Comissão de Política Urbana (CPU) da entidade, Alfredo Cotait Neto. Além da ACSP, participam do movimento a Associação Brasileira dos Anunciantes (ABA), Associação Brasileira de Franchising (ABF), Associação Brasileira da Indústria Gráfica de São Paulo (Abigraf), Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel), Associação Brasileira de Gastronomia, Hospitalidade e Turismo (Abresi), Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Associação Paulista de Supermercados (Apas), Associação Paulista de Restaurantes (Aprest), Central de Outdoor, Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), Sindicato das Empresas de Mídia Exterior de São Paulo (Sepex), Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sincopetro), Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de São Paulo (Sincovaga), Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom), Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de São Paulo (Sindipan) e Sindicato das Empresas de Divulgação Publicitária, Distri-
Bastos (esq.): pela retomada das negociações com a Prefeitura
Da esq. para a dir., Sampaio, da ABA; Cotait, vice-presidente da ACSP; e Solimeo, economista da ACSP
Albieri: à espera da Justiça
Orcesi: novos sócios protegidos
Guedes: pelo pequeno comércio
buição de Panfletos, Exposição de Cavaletes e Similares de São Paulo (Sindivulg). A maioria das entidades também estuda acionar a Justiça para proteger seus filiados, como fez a ACSP, na semana passada, quando obteve a primeira liminar coletiva que suspende os efeitos da lei municipal aos seus mais de 30 mil associados. Em reunião na sede da ACSP, representantes das entidades discutiram a lei 14.223, que proíbe todo o tipo de publicidade
externa na cidade, reduz os anúncios indicativos (que contêm os nomes dos estabelecimentos) do comércio e, dentre outras restrições, proíbe os comerciantes de exibir propagandas em suas vitrines. Na ocasião, foram apresentados os resultados de duas pesquisas. Estudos - Uma delas é um estudo da Tendências Consultoria Integrada, feito a pedido do Sepex, que revela que os gastos que serão feitos e a receita que será perdida pelas empresas ficarão entre R$ 1,1 bilhão e R$ 1,6 bilhão, em razão da entrada em vigor da lei Cidade Limpa. O valor inclui o gasto para a retirada e readequação de anúncios e das fachadas de 300 mil estabelecimentos formais da cidade. A pesquisa, de 97 páginas, destaca a importância da publicidade para o funcionamento da economia e seu papel de informação ao consumidor. "Esta lei causa um impacto visual e informativo, que também afeta o cidadão, que não terá direito à informação", disse o economista e diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP, Marcel Solimeo. Além disso, o principal prejudicado pela lei Cidade Lim-
Solimeo: em defesa do cidadão
pa será o pequeno comerciante, que depende da propaganda externa para exercer o direito de concorrência. Para o diretor de projetos da Tendências Consultoria Integrada, Ernesto Moreira Guedes Filho, a mídia externa, nesse sentido, é insubstituível. "A mídia externa é usada por pequenos comércios para informar sobre ofertas, atrair clientes e aumentar as vendas. Estabelecimentos que não têm condições de anunciar na TV, como as grandes redes. A micro e pequena empresa terão menor poder de competição", disse. De acordo com o estudo, dos 300 mil estabelecimentos, 30% têm de 5 a 19 empregados. A maioria, ou 60%, possui até 4 empregados. De acordo com Guedes, a solução seria o Poder Público regular a publicidade
externa sem medidas radicais, e permitir a diferenciação de normas, conforme a paisagem de cada região da cidade. Além de prejuízos para o comércio, a lei gerará perda de receita anual de R$ 200 milhões às empresas de mídia exterior, o que pode provocar a extinção daquelas que atuam na cidade. Outra pesquisa apresentada na reunião, pela Central de Outdoor, revela o que os paulistanos pensam sobre a poluição visual. O estudo foi feito pelo Instituto Ibope em julho e mostra que, diferentemente do que a Prefeitura afirma, a poluição visual não é o que mais incomoda os paulistanos. Diante de 23 itens apontados, apenas 4% das 602 pessoas ouvidas, apontaram que a poluição visual está em sexto lugar na escala de problemas da cidade, atrás de prioridades como a falta de policiamento (22%) e desemprego (21%). Para 32% dos pesquisados, o que mais polui é a pichação. Justiça - Durante a reunião de ontem, o superintendente jurídico da ACSP, Carlos Celso Orcesi, explicou a decisão do juiz Elias Junior de Aguiar Bezerra, da 2ª Vara da Fazenda Pública, que concedeu uma liminar coletiva que suspende os efeitos da lei Cidade Limpa aos atuais e futuros associados da ACSP. "Esta liminar, enquanto estiver valendo, protege os filiados da Associação Comercial e também os comerciantes e empresas que se associarem. Se um banco é associado, por exemplo, todas as suas agências estarão sob o guarda-chuva desta decisão judicial", disse Orcesi. A maioria das entidades reunidas ontem na ACSP também estuda medidas judiciais para
proteger seus associados. Uma delas é a ABF, que pretende ingressar com o mesmo mandado de segurança impetrado pela Associação Comercial. "Vamos buscar proteção para nossos associados, porque a exibição da marca é a razão de ser do setor de franquias", afirmou o diretor executivo da ABF, Ricardo Camargo. Outras entidades que pretendem ir à Justiça são a Abresi, APAS, Sindipan, Sindivulg e Central de Outdoor. A ABA espera que as negociações com a Prefeitura sejam retomadas. "Se necessário, entraremos com ação judicial em nome de nossos associados", disse o presidente da entidade, Ricardo Bastos. A Alshop orientou os administradores de shoppings a atuarem em defesa de seus lojistas. O presidente do Sepex, Júlio Albieri, aguarda decisão de um recurso na Justiça que solicita o cancelamento da lei Cidade Limpa a seus filiados. "Em convênio com a Prefeitura, já retiramos peças irregulares, em adequação à lei anterior, com dinheiro do nosso bolso. Não adiantou. A Prefeitura nunca fiscalizou", disse Albieri. Mundo - Como não existe em nenhum lugar do mundo uma lei tão radical quanto a Cidade Limpa, a polêmica se espalha, depois de ser tema de uma reportagem no The New York Times, semana passada. O site da organização-não governamental francesa Brigade Anti Pub (brigada anti-publicidade) reproduziu a matéria do NYT no link Forums, em seu site h t t p : / / b a p . p r o p a g a nde.org/modules.php. Em www.dcomercio.com.br,a íntegra do documento aprovado ontem em encontro na ACSP
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Indicadores Econômicos
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12,47
por cento ao ano é a taxa para os depósitos interfinanceiros (DI) de janeiro de 2008, negociados na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F).
19/12/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 15/12/2006 15/12/2006 15/12/2006 15/12/2006 15/12/2006
P.L. do Fundo 12.255.076,46 2.027.656,39 11.686.173,29 18.657.442,78 1.346.448,11
Valor da Cota Subordinada 1.287,907332 1.130,698604 1.240,233754 1.096,464963 1.173,012670
% rent.-mês 1,4032 0,6601 5,2974 1,5054 1,5282
% ano 31,8266 13,0699 24,0234 9,6465 17,3013
Valor da Cota Sênior 1.030,040177 1.117,073686 1.134,431926 0 0
% rent.-mês 0,5939 0,5458 0,6611 -
% ano 3,0040 11,7074 13,4432 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
ECONOMIA - 3
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Urbanismo Compor tamento Protestos Polícia
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Constituição diz que todos podem reunir-se pacificamente, em locais abertos ao público, independentemente de autorização.
AVENIDA PAULISTA É UM CASO ESPECIAL
Experts em passeatas ocupam o Centro Algumas pessoas já se especializaram em criar rotas para a realização de protestos. A maioria delas passa pelas ruas, avenidas e viadutos da região central. Clayton de Souza/AE - 28/11/2006
Ivan Ventura
M
anifestações contra desemprego, aumento de tarifa do transporte público, contra a matança de animais silvestres e reivindicações por melhores salários... Na cidade de São Paulo há protestos em todos as épocas dos anos e por todos os motivos imagináveis. Só nesta semana, por exemplo, três manifestações atrapalharam ainda mais a vida de quem anda pelo Centro. Conturbando ainda mais o já caótico período que precede as festas de final de ano. Em dias normais, a circulação de carros e pedestres no entorno do viaduto do Chá já é difícil. Na segunda-feira foi um horror: três protestos quase simultâneos convergiram para o Edifício Matarazzo, sede da Prefeitura. Estiveram por lá 50 estudantes que protestaram contra o reajuste da tarifa de ônibus e o aumento nos salários de deputados e senadores; 50 motoristas autônomos de peruas escolares que defendiam os contratos de transporte escolar gratuito para pessoas físicas; e empresários do ramo de propaganda por sistema de som, que protestavam contra a regulamentação de uma nova lei.
O Centro é a principal referência porque concentra os poderes econômico e público da cidade, além de abrigar muitos pontos comerciais Geraldino dos Santos Silva, da Força Sindical Especialistas – Com a liberdade de protestar garantida pela Constituição, muitas pessoas se tornaram verdadeiras experts na organização de manifestações e até criaram uma rota própria dentro do município de São Paulo. O artigo 5º da Constituição, inciso XVI, expressa "que todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente". Passados 18 anos da promulgação da lei (e da Constituição) que autorizou as ma-
(metrô e muitas linhas de ônibus). "O Centro é a principal referência porque concentra os poderes econômico e público da cidade, além de abrigar muitos pontos comerciais. Uma manifestação bem feita necessita da atenção e, consequentemente, da a d e s ã o d a s p e ssoas", disse o secretário de Relações Sindicais da Força, Geraldino dos Santos Silva. Mas nem sempre as manifestações atraem a adesão e simpatia dos paulistanos. Dividir o espaço com carros, motos, ônibus e também centenas de pessoas complica ainda mais o trânsito caótico. De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a manifestação pública é um dos motivadores d e c o n g e s t i o n amentos, ao lado da chuva e do excesso de veículo. Av i s o s – P a r a Estudantes realizam passeata no Centro, em novembro, contra o reajuste da tarifa tentar minimizar Sérgio Castro/AE - 01/03/2004 esse problema, os principais grupos sindicais tentam avisar previamente os órgãos públicos sobre uma passeata, por exemplo. Daniel Reies, diretor de comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), disse que há um acordo entre grupos sindicais e a Prefeitura para evitar a utilização da avenida Paulista. "Existe um compromisso da CUT em evitar manifestações na Paulista. Mas quando acontece, encomendamos um estudo de rotas alternativas da região e entregamos, com dias de Na rua Boa Vista, policial coordenada manifestação de estudantes antecedência, aos órgãos públicos", disse. Reies usou o evento de 1º de nifestações em locais públi- das" do Centro estão a avenida cos, a principal metrópole da Paulista, as ruas Consolação, Maio da CUT, na Paulista, para América do Sul possui rotei- Boa Vista, Líbero Badaró, 15 de exemplificar a necessidade do ros pré-definidos para a reali- Novembro, Carmo e o viaduto aviso prévio para as autoridazação dessas manifestações. Jacareí (em frente à Câmara des. "Reunimos 2 milhões de A reportagem de Diário do Municipal). Outros dois luga- pessoas neste ano. É evidente Comércio realizou um levan- res, na zona sul, também são que precisamos da ajuda da tamento sobre esses locais referências para os protestos: o PM para controlar excessos e junto à Força Sindical, à Cen- largo 13 de Maio, em Santo da CET para orientar o trânsitral Única dos Trabalhadores, Amaro, e a Assembléia Legis- to, pois podemos perder o conà Polícia Militar e à Compa- lativa do Estado, no Ibirapue- trole devido ao grande númenhia de Engenharia de Tráfe- ra. As praças da Sé e República ro de pessoas". Já Santos Silva também gago (CET). A pesquisa revelou são os locais preferidos para a que o Centro da capital pau- concentração antes da cami- rantiu que a entidade avisa lista é mesmo o principal alvo nhada, principalmente porque previamente os policiais milicomportam um grande núme- tares e os técnicos da CET. dos manifestantes. Entre as vias mais "visita- ro de pessoas e têm fácil acesso "Colocamos, inclusive, o as-
Hélvio Romero/AE - 28/11/2006
Há um ano, perueiros defenderam o Vai e Vem no Anhangabaú Raimundo Pacco/Folha Imagem -18/12/2006
Funcionários de bingos lotaram a Paulista: local é proximo a hospitais
sunto em pauta durante a greve dos funcionários da construção civil no ano passado. Mostramos a necessidade de um ato pacífico e com acompanhamento de policiais. Se queremos que aceitem as nossas reivindicações, devemos mostrar isso de forma civilizada", afirmou. Na prática, porém, o Procurador Municipal e especialista em direito Constitucional, Ademar Silveira Palma Júnior, garante que não há a necessidade do aviso prévio das manifestações em praças ou ruas públicas. "Não é obrigatório. O aviso antecipado a órgãos públicos, como a polícia e a CET, garante apenas uma manifestação pacífica. Em tese, esse aviso prévio evita excessos de manifestantes e ainda protege o organizador das responsabilidades por eventuais danos ao patrimônio, seja ele público ou particular". A CET e a PM endossam as palavras do advogado quando
o assunto se refere a não obrigatoriedade do aviso prévio. Os dois órgãos afirmam que, raramente, são avisados com antecedência sobre uma manifestação. A assessoria da CET disse ainda que "os marronzinhos só se deslocam ao local, após saberem que há grupos de manifestantes ocupando totalmente ou parcialmente uma rua da cidade", disse. A manifestação na avenida Paulista, no entanto, foge um pouco das regras de um ato pacífico. Segundo Palma Júnior, o uso do local entra no chamado conflito de escola do Direito. "Lógico que a pessoa tem o direito de se manifestar, mas ela pode prejudicar e cercear o direito de outra pessoa sem relação com o ato. É a divergência do direito de ir e vir contra o direito de se manifestar livremente em espaço público. E mais: a Paulista abriga muitos hospitais e os doentes não podem ser prejudicados", concluiu o advogado.
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Tr i b u t o s Finanças Microempresas Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
MICROS E PEQUENAS PERDEM DINHEIRO
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2,8
por cento foi a queda de faturamento nas micros e pequenas empresas paulistas em 2006
Rafael Hupsel/LUZ - 19/12/2006
MICRO E PEQUENA EMPRESA DE SÃO PAULO PERDE R$ 6,9 BILHÕES Crise agrícola teve impacto no comércio de parte do interior, onde perda foi maior
A
s micros e pequenas empresas (MPEs) paulistas devem fechar o ano com uma receita 2,8% menor que os R$ 245,4 bilhões faturados em 2005. É o equivalente a uma perda de receita de R$ 6,9 bilhões, indicam as estimativas do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo (Sebrae-SP). A perda de faturamento, no acumulado de janeiro a outubro, é de 3%. A boa notícia fica por conta do número de pessoas ocupadas nesses estabelecimentos, que deve manter-se estável. As projeções, a partir da base de dados da pesquisa Indicadores Sebrae-SP, feita pelo Observatório das MPEs, da entidade, indicam que as empresas do setor fecharão o ano com 5,93 milhões de pessoas ocupadas, incluídos aí, além de funcionários diretos e de terceiros, os sócios-proprietários e familiares. Em 2005, o setor fechou o ano com 5,91 milhões de pessoas ocupadas.
2 por cento de crescimento é o que o Sebrae projeta, para 2007, na receita das micros e pequenas empresas de São Paulo O melhor nível de ocupação, no acumulado de janeiro a outubro, aconteceu em outubro, com 5,87 milhões de pessoas – 105 mil vagas a mais, em relação ao mês anterior. Na comparação com igual mês de 2005 foram 80 mil a menos. O empresário Eduardo Vaz está entre aqueles que precisaram recorrer à demissão de funcionários para equilibrar o faturamento mensal – entre R$ 200 mil e R$ 250 mil – da sua oficina mecânica, Auto Palace, na
zona oeste da capital paulista. Pesaram, além da sazonalidade antecipada das seguradoras que atende, aumentos nos preços das contas de água e luz, impostos e insumos. "As seguradoras não cobrem esses aumentos para nós." Para fechar o ano no azul, ele reduziu o quadro de funcionários em oito pessoas, que espera voltar a contratar a partir de fevereiro, quando tem início a a sazonalidade favorável para o seu nicho de mercado, junto às seguradoras. O atendimento aos sinistros com veículos representa 70% da receita. Tendência –As projeções de crescimento para a ocupação de janeiro a dezembro de 2006 devem-se a fatores conjunturais. "Foi um ano difícil para as micros e pequenas empresas, mas este é um momento de recuperação. O final de 2005 era um momento de desaquecimento", explica o coordenador do Observatório das MPEs, Marco Aurélio Bedê. Entre os fatores que fizeram de 2006 um ano "péssimo" às
Vaz, dono da Auto Palace: corte para equilibrar receita atingida por impostos e contas mais altas
MPEs, o pesquisador elenca a demora na queda da taxa de juros — "os efeitos positivos só aparecem nos últimos três meses deste ano"; a crise agropecuária do primeiro semestre, com maior impacto sobre empreendimentos no interior do estado, em especial no seg-
mento do comércio; crescimento das importações; além do comprometimento das pessoas com dívidas, principalmente na Grande São Paulo. Capital paulista –Na capital paulista, o faturamento do segmento de serviços caiu 7,3% (janeiro a outubro), con-
tra a média de 3,9% no restante do estado. A avaliação regional do estudo apurou queda mais acentuada de faturamento entre as MPEs do interior (-3,4%). A capital ocupa a segunda posição (- 2,9%), seguida da Região Metropolitana da capital (- 2,7%) e ABC (-1,6%) — no acumulado de janeiro a outubro, contra igual período do ano passado. A tendência de recuperação do comércio, que a pesquisa aponta para o ABC, como reflexo da retomada na indústria automobilística, não deve redundar em benefícios das MPEs do município de São Paulo. O estudo do Sebrae-SP também indica crescimento no rendimento médio dos empregados das MPEs e mais otimismo dos empresários do setor quanto à melhoria de faturamento e da economia. O setor poderá crescer 2% em 2007. Fátima Lourenço
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Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças
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quarta-feira, 20 de dezembro de 2006
2,18
10,8 MILHÕES DE CARROS VÃO PAGAR IPVA
bilhões de reais foi quanto o Leão recuperou de tributos atrasados com o Refis 3, de agosto a novembro.
SEFAZ-SP COMEÇA A ENVIAR PARA 10,8 MILHÕES DE PROPRIETÁRIOS DE VEÍCULOS AVISO PARA PAGAR O TRIBUTO
AVISO DO IPVA CHEGARÁ PELO CORREIO O 5,5
Paulo Pampolin/Hype
Antônio Carlos de Moura Campos, da Sefaz, estima em R$ 10 milhões por ano os prejuízos com fraudes no IPVA
40% dos contribuintes fora do Refis
O
secretário-adjunto da Receita Federal, Ricardo Pinheiro, informou ontem que cerca de 40% dos inscritos no programa de parcelamento de débitos (Refis 3) serão excluídos do programa por falta de pagamento. Pinheiro voltou a criticar a edição de programas de parcelamento de dívidas tributárias. Segundo ele, na edição do primeiro programa, 80% dos contribuintes inscritos foram excluídos também por falta de pagamento das parcelas. Pi-
nheiro acusou as empresas de aderirem aos programas apenas para retirarem Certidão Negativa de Débito (CND). De agosto a novembro, o governo federal recolheu R$ 2,18 bilhões em débitos em atraso dentro do Refis 3. "O problema é que essas mãozinhas (arrecadações extras) são muito imediatistas e o mau exemplo é mais perverso e negativo, inclusive para a arrecadação, do que esse resultado imediato. Tanto que 40% já vão ser excluídos porque, novamente,
não estão pagando", disse. Segundo dados da Receita Federal, 222 mil empresas aderiram ao Refis 3. Pinheiro criticou as numerosas iniciativas do Congresso para a criação de programas de parcelamento de débitos tributários. Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou a inclusão, na MP nº 321, de uma emenda que permite um desconto que pode chegar a até 97% para as empresas que quitarem à vista os débitos tributários. (AE)
s proprietários de veículos começam a receber hoje o aviso sobre o vencimento do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) 2007. Na capital paulista, as cartas devem chegar nos endereços dos contribuintes a partir do próximo sábado. No total, serão encaminhadas 10,8 milhões de correspondências. Depois da correção da base de cálculo do imposto, a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz) espera arrecadar mais de R$ 5,5 bilhões em 2007. O fisco mudou o procedimento de entrega dos avisos neste ano. Antes, as cartas eram encaminhadas de acordo com o número final da placa do veículo. Agora, elas serão enviadas por grupos de endereços, como prédios, por exemplo, o que fará com que todos recebam o aviso até 29 de dezembro. O prazo para pagamento do imposto começa a vencer em 10 de janeiro. O pagamento poderá ser feito à vista (com desconto de 3%) ou parcelado em até três vezes em casas lotéricas, caixas eletrônicos, guichês de bancos
´
bilhões de reais é quanto a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo espera arrecadar a mais com o IPVA no próximo ano.
autorizados, pela internet ou agendamento por telefone. Estão credenciados os bancos ABN Amro Real, Banespa, Bank Boston, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Citibank, HSBC, Itaú, Nossa Caixa, Panamericano, Safra, Santander, Schahin, Sudameris e Unibanco. Correção – A nova tabela de valores venais pode ser acessad a p e l o s i t e w w w . f a z e nda.sp.gov.br. Com a contratação da Fipe para fazer a atualização dos valores, a elevação do IPVA será de 6,5%, em média. Por ser uma correção acima da inflação estimada para este
TAXIS
ano, desde o anúncio do aumento, em novembro, especialistas dizem que vários contribuintes deverão entrar na Justiça. Mas, de acordo com a Procuradoria Geral do Estado, ainda não há ação contestando o pagamento do imposto. Desde o início do mês, os delegados regionais do fisco estadual paulista começaram a notificar os proprietários de 7.008 veículos licenciados nos estados de Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Tocantins, Distrito Federal e Paraná, que adotam alíquotas menores do imposto, mas circulam em São Paulo. Segundo Antônio Carlos de Moura Campos, da Diretoria Executiva da Administração Tributária (Deat), da Sefaz, se esses veículos estiverem irregulares, a Fazenda estaria perdendo, em média, R$ 10 milhões de IPVA por ano. A Deat listou esses proprietários com base no cruzamento do domicílio fiscal declarado e a base de dados do IPVA de 2003 a 2005. Para este ano, a Sefaz-SP prevê uma arrecadação do imposto da ordem de R$ 5,6 bilhões. Laura Ignacio
Projetos em tramitação na Assembléia permitem conceder os mesmos incentivos fiscais dados aos autônomos.
Frotistas lutam por isenção
O
s empresários de frota de taxi estão contando com a aprovação, ainda neste ano, do projeto de lei que os livra do pagamento do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), que tramita na Assembléia Legislativa de São Paulo. Caso isso ocorra, deixarão de entrar para os cofres estaduais R$ 2 milhões anualmente. "Fizemos uma manifestação em frente à Assembléia Legislativa há alguns dias pedindo a isenção. Acreditamos que isso tenha sensibilizado os deputados a incluir o projeto na pauta de votação", afirmou ontem o vice-presidente da Associação das Empresas de Táxi de Frota do Município de São Paulo (Adetax), Fábio Eduardo Boni. Para não recolher o tributo estadual, os advogados da Adetax alegam que a legislação atual do IPVA viola o princípio da isonomia tributária. Isso porque os taxistas
autônomos não recolhem o imposto estadual e contam, portanto, com um tratamento tributário diferenciado. Projeto – O projeto que prevê a isenção do IPVA é o de nº 389/2005. A proposta já foi aprovada por todas as comissões da Assembléia Legislativa de São Paulo e está pronta para seguir para o plenário da Casa. Até o momento, o projeto de lei recebeu parecer favorável do relator especial, Conte Lopes, que é da Comissão de Finanças e Orçamento. No Estado de São Paulo, existem 55 mil taxistas. Desses, 51 mil são autônomos, que não recolhem o IPVA. As 58 empresas de frota, que possuem atualmente 4 mil veículos que recolhem o imposto, acham que deveriam ter o mesmo benefício fiscal que os prestadores para comprarem carros do mesmo padrão. "Nossos taxistas são prejudicados, pois os passageiros geralmente prefe-
rem carros maiores e confortáveis, que custam mais caro", reclamou Boni. ICMS – O empresário informou que a entidade também está pleiteando a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e que já existe um projeto de lei prevendo esse incentivo fiscal na Assembléia Legislativa, que falta passar por apenas uma comissão na Casa. Entretanto, se depender da recomendação da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP), o futuro governador deverá barrar as duas isenções pedidas pela categoria. "A ampliação do benefício pode prejudicar os autônomos, pois grandes empresas poderão engolir o mercado", disse o coordenador adjunto da Coordenadoria de Administração Tributária (CAT) da Sefaz-SP, Adriano Queiroga. Adriana David
Supersimples aberto à cultura
U
m acordo do Ministério da Cultura com a Receita Federal assegurou a permanência das empresas culturais no novo Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. A inclusão das atividades culturais na Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, batizada de Supersimples, que foi sancionada pelo presidente Lula no último dia 14, estava vetada no texto e tiraria de cerca de 200 mil empresas os benefícios da legislação. Com o acordo, os produtores culturais terão o mesmo tratamento tributário das micros e pequenas empresas. Uma das principais vantagens do novo regime é a simplificação da contabilidade. Os impostos (IR, IPI, CSLL, Cofins, PIS/Pasep, Cofins e ISS) são recolhidos numa guia única, no sistema denominado Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições. A legislação entra em vigor em julho. A lei define como microem-
presa o empresário ou pessoa jurídica que tenha receita bruta igual ou inferior a R$ 240 mil (no caso das empresas de pequeno porte, receita bruta superior a R$ 240 mil e igual ou inferior a R$ 2,4 milhões). Pressão – No texto original da nova legislação, apenas duas áreas estavam garantidas: cinema e artes cênicas. Isso por causa de uma mobilização de produtores do setor – especialmente a Associação Brasileira das Empresas Produtoras de Cinema (Abepc) – que passou um ano e meio percorrendo a Câmara dos Deputados e o Senado com a bandeira "Cinema é Simples". De acordo com a entidade, a cadeia de produtores da área de cultura é vasta e inclui empresas de iluminação e sonorização de shows e casas de espetáculo. "A maioria dos produtores da área da cultura ou é micro ou é pequena empresa", diz Paulo Rufino, da Abepc. Para o secretário-executivo do Ministério da Cultura, Juca
Ferreira, haverá uma nova fase de relacionamento da Cultura com as áreas econômicas do governo. Na última segunda-feira, no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio, o ministro Gilberto Gil disse acreditar que, nos primeiros três meses de 2007, poderá obter recursos novos para a área dos museus. A Lei Complementar nº 123, que cria o Supersimples, veio substituir o Simples Federal, em vigor no País desde 1996 (Lei nº 9317) e cuja aplicação não é obrigatória para estados e municípios. O novo regime tributário vale para todo o País e, além de unificar nove impostos e contribuições, altera a regra da contribuição para as entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical. Atualmente as micros e pequenas empresas respondem por 60% dos empregos formais e por 20% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados do relator do projeto na Câmara Federal, deputado Luiz Carlos Hauly. (AE)
quarta-feira, 20 de dezembro de 2006
Transpor te Polícia Av i a ç ã o Memória
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Aviões "fantasmas" nos céus de Brasília
Ó RBITA
RODÍZIO SUSPENSO
Pelo menos 30 aeronaves aparecem diariamente nos radares. Mas são alvos falsos.
O
A DEPRESSÃO PROFUNDA pista local da avenida Santos Dumont no A sentido bairro-centro ficou
completamente interditada junto ao cruzamento com a Avenida do Estado, no Bom Retiro, região central da cidade de São Paulo. Por volta de 4h da madrugada de ontem ocorreu um solapamento na faixa da esquerda, mas, por medida de segurança, a Companhia de Engenharia de
Tráfego (CET) interditou totalmente a pista. Quem saia da zona norte tinha como opção a pista expressa da avenida Santos Dumont. Mesmo assim, a CET recomendava ao motorista um caminho alternativo pelas avenidas Rudge, Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Abraão Ribeiro. O solapamento da pista gerou congestionamentos em toda a região. (Agências)
Ricardo Nogueira/Folha Imagem
INCÊNDIO m incêndio destruiu na U madrugada de ontem cerca de 200 barracos da
favela da Alemoa, em Santos. A Prefeitura de Santos estima que os danos tenham atingido até mil pessoas. Não houve vítimas graves e os moradores intoxicados pela fumaça foram atendidos por ambulâncias no local. A causa do incêndio ainda está sendo investigada. O prefeito João Paulo Tavares Papa, decretou estado de emergência com o objetivo de conseguir recursos para as famílias atingidas. A prefeitura está cadastrando os desabrigados e encaminhado-os para duas escolas municipais. "Ao longo da semana vamos fazer um estudo rápido com a Cohab para verificar que solução em termos de reconstrução das unidades habitacionais perdidas nós iremos adotar", afirmou o prefeito. (AE)
No início do ano, 40 novos controladores começarão curso de formação e só trabalharão em 2008.
FIM DE ANO DEVE TER VÔOS NO HORÁRIO
Mário Angelo/Folha Imagem
rodízio municipal de veículos será suspenso em São Paulo a partir da próxima terça-feira, dia 26. A medida foi tomada por causa da previsão de redução no número de veículos em circulação na cidade, de acordo com a Secretaria Municipal de Transportes. A operação restringe a circulação de veículos nos períodos da manhã, das 7h às 10h, e das 17h às 20h, no Anel Viário formado pelas marginais Tietê e Pinheiros, avenidas dos Bandeirantes e Afonso D´Esccragnole Taunay, Complexo Viário Maria Maluf, avenidas Tancredo Neves e Juntas Provisórias, viaduto Grande São Paulo e avenidas Prof. Luís Inácio de Anhaia Melo e Salim Farah Maluf. O rodízio voltará a vigorar no dia 29 de janeiro de 2007, em razão do aumento do fluxo de veículos com o fim das férias escolares. (Agências)
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CALORÃO. COM MUITA CHUVA. s meteorologistas do Inpe graus acima da média O informaram que este histórica. Haverá ainda maior incidência de chuvas. Ontem, verão, que começa amanhã, será mais quente do que os dos últimos anos, com temperaturas de um a dois
o borrifador do parque Ibirapuera (foto) foi a atração da garotada. (Agências)
utoridades do setor aéreo admitiram ontem, durante aud i ê n c i a n o C o ngresso, que os radares do Cindacta 1, em Brasília, podem apresentar falhas. Segundo o brigadeiro Ramon Cardoso, que representou na audiência o comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), brigadeiro Luiz Carlos Bueno, um dos radares de Brasília informa, diariamente, 30 alvos falsos. São aviões "fantasmas" que aparecem na tela dos controladores e que, na verdade, não existem. O brigadeiro explicou que o problema não é no programa de computador do Cindacta 1 e que técnicos estão tentando consertar o radar. Ainda de acordo com o militar, esses "fantasmas" equivalem a 1% do número de aviões que passam por Brasília. Cardoso reconheceu ainda que a pane no sistema de rádio, dia 5, aconteceu porque o Brasil não tem um sistema reserva adequado. A falha no equipamento do Cindacta 1 resultou na completa paralisação do tráfego aéreo na região central do país. O "apagão" em Brasília causou 350 atrasos de vôos entre zero hora e 17h. Anac –O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, disse, também ontem, que não espera problemas nos aeroportos do País durante as fes-
Roberto Jayme/AE
Brigadeiro Cardoso disse que técnicos tentam resolver o problema
tas de fim de ano. Segundo ele, a ocorrência de atrasos superiores a uma hora em decolagens e poucos tem sido de aproximadamente 15% nesta semana, e o número de cancelamentos de vôos está menor do que o registrado no auge da crise aérea. Zuanazzi disse que, no fim de semana passada, já foi registrado aumento de movimento nos aeroportos brasileiros, e tanto o número de atrasos quanto o de cancelamentos de vôos se mantiveram dentro de padrões aceitáveis. "Já estamos em alta temporada, e não acredito que, daqui para frente, apareçam novos problemas", disse o presidente da Anac. Zuanazzi também participou de audiência pública no Congresso sobre a crise aérea.
Co ntro lado res – O presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro José Carlos Pereira, admitiu, também durante a audiência, que o setor enfrenta problemas também de insuficiência no número de controladores. Dos 67 aeroportos administrados pela Infraero, 20 operaram com controladores civis na crise. Embora sejam funcionários da empresa, todos são subordinados ao comando da Aeronáutica, responsável pelo controle do espaço aéreo. "Não há risco para a segurança de vôo, mas estamos no limite", disse o brigadeiro. No início de 2007, 40 novos controladores começarão o curso de formação. Mas, segundo o presidente da Infraero, eles só começarão a trabalhar em 2008. (Agências)
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Jogos ajudam a incluir crianças especiais
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 20 de dezembro de 2006
É importante criar brinquedos que facilitem a comunicação entre crianças com e sem deficiência Dorina Nowill
Fotos: Divulgação
O Jogo de Memória Texturizado pode ser usado por crianças com deficiências e pelos que não têm necessidades especiais
C
Newton Santos / Hype
Rafael Ekmann descobriu um novo nicho de mercado e está se especializando em criar jogos para portadores de necessidades especiais
O
riar um jogo para crianças deficientes visuais é um desafio. O designer gráfico Rafael Ekmann decidiu encarar esta tarefa e criou jogos que podem ser jogados não só por crianças cegas mas também por aquelas que têm visão normal. Além de preencher uma lacuna no mercado de brinquedos, estes novos produtos promovem a interação. A Grow, fabricante de brinquedos, aprovou o projeto, fabricou os jogos e eles já estão nas lojas da Ri-Happy, que também entrou na parceria. "Enxergar além das necessidades básicas das pessoas e trabalhar com deficientes me estimularam a ter uma visão de mais participação. O projeto mostrou que o design industrial pode ter um apelo social e responsável e, ao mesmo tempo, obter um apelo financeiro e um retorno possível", diz Rafael Ekmann, premiado com menção honrosa pelo Jogo de Memória Texturizado, no final do ano passado no Iº Concurso Nacional de Brinquedo da Revista Espaço Brinquedo. Na edição deste ano da mesma competição, ele já concorreu com outro jogo, o Bom de Faro, e alcançou o primeiro lugar. Inscreveu, também, um que estimula a percepção son o r a , o u t ro que trabalha c o m s e n s ações auditivas, um de ação e mais um para bebês. A fabricação do de ação já está sendo negociada com outra grande indústria de brinquedos, bem como o de percepção. Com este último, ganhou uma viagem para a feira de b r i n qu e d o s na cidade alem ã d e N uremberg, marcada para o próximo ano. C o m e ç o – S e g u n d o E kmann, o interesse por esta área surgiu quando fez uma busca na internet e não havia nenhuma pesquisa ou projeto para crianças com qualquer tipo de
deficiência. Suas pesquisas na internet mostraram que havia softwares que ajudavam cegos na navegação virtual, como o Virtual Vision. Ele constatou que havia fóruns de deficientes visuais e começou a conversar com eles e perguntar como encontravam produtos específicos. Percebeu que o maior anseio deles era encontrar produtos inclusivos e havia grandes reclamações em relação às lojas exclusivas para deficientes, pois elas acabavam convivendo pouco com outras pessoas. "Gosto de trabalhos manuais e ao fazer a pesquisa vi que o projeto era pioneiro tanto aqui quanto em outros países porque havia um estudo sobre brinquedos com texturas, mas sem este apelo de inclusão", explicou. Antes de começar a desenvolver o brinquedo, Ekmann escreveu um artigo intitulado "Desenvolvimento de Jogos de Percepção para Deficientes Visuais". Depois de escrevê-lo, ficou sabendo do primeiro concurso (veja reportagem abaixo) através do seu orientador na faculdade. Inscreveu o jogo no concurso e recebeu menção honrosa. Interação – Após receber o prêmio, Rafael Ekmann iniciou negociações com a Grow para a produção do jogo. "Os jurados eram da Grow e se interessaram pelo projeto. A Fundação Dorina Nowill entrou no processo para testar o jogo. A própria Dorina participou do teste e o seu aval foi muito importante", disse. Também com a Ri-Happy as negociações foram positivas. A rede de lojas de brinquedos aprovou o projeto e decidiu investir na proposta de integração entre crianças com e sem deficiência inserida no jogo. Colocado à venda em novembro, houve bastante interesse por parte dos consumidores, na avaliação dos seus representantes. O jovem criador do jogo está entusiasmado criando mais 15 jogos que estão em negociação. "Os jogos me projetaram no mercado de trabalho. Com eles, agora sou supervisor de desenvolvimento de projetos em uma indústria deste ramo. Esta satisfação, mais a constatação de que este produto é inédito no País e que a sua disseminação contribuirá para integrar pessoas com e sem deficiência é muito importante para mim", conclui. Paula Cunha
Integração é o objetivo
jogo da memória tátil é a primeira experiência da fabricante de brinquedos Grow na área de iniciativas de inclusão de pessoas com algum tipo de deficiência. A empresa está entusiasmada com a perspectiva de integrar crianças com e sem deficiência visual. O gerente de produto da Grow, Gustavo Arruda, conta que a participação de representantes da empresa no concurso da Revista Espaço Brinquedo despertaram a atenção para o desenvolvimento de jogos e brinquedos inclusivos. "Os jogos acabaram de chegar às lojas da Ri-Happy, nossa parceira, e fizemos um trabalho de esclarecimento com gerentes e funcionários. O primeiro lote foi todo distribuído e isso é um sinal de que os varejistas compraram a
idéia de inclusão do jogo", diz. Segundo Arruda, as adaptações sugeridas pelos técnicos da Fundação Dorina Nowill tornaram possível a produção do jogo em escala industrial. Quanto ao preço, ele é um pouco alto (R$ 39,90) porque utiliza madeira e diversos materiais para tornar as peças diferentes ao contato dos dedos. Na Ri-Happy – O brinquedo já está nas lojas da Ri-Happy, a principal compradora que está divulgando a linha. Ela também foi oferecida para todos os clientes da Grow. Quando foi convidado para ser jurado no Iº Concurso Nacional de Brinquedo da Revista Espaço Brinquedo, no final de 2005, o diretor comercial da rede de lojas de brinquedos viu a oportunidade de atender a um antigo pedido de Dorina Nowill
para que fossem criados brinquedos para crianças cegas. "Conversei com o João Nagano, da Grow, e propus que eles desenvolvessem os brinquedos e nós os venderíamos. Quando o projeto foi concluído e o primeiro jogo chegou às lojas a sensação de participar de um projeto importante de inclusão foi excelente. O importante é inserir o deficiente visual à sociedade, sem discriminá-lo e isso também é bom para a criança que não tem deficiência, pois ela compreende o que acontece com quem não enxerga." Quanto às vendas, ainda é muito cedo para avaliar o seu desempenho. Os brinquedos só chegaram às lojas no início de dezembro. A expectativa da Grow e da Ri-Happy é fazer uma avaliação no início do próximo ano. (PC)
Logo Logo DIÁRIO DO COMÉRCIO
Eu havia acabado de convencê-lo. Ele [Blair] prometeu que iria discutir o assunto com o presidente Bush. É lamentável, [Bush] fez algum tipo de lavagem cerebral no senhor Blair.
Chip East/Reuters
Do vice-presidente do Iraque, Tareq Al Hashemi, ao Conselho de Relações Exteriores, de Nova York, que há cerca de três meses obteve do premiê britânico Tony Blair a promessa de apoio à retirada dos EUA do país.
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quarta-feira, 20 de dezembro de 2006
DEZEMBRO
2 -.LOGO
20 Pagamento de IPI, INSS e ICMS Dia do Mecânico
I NTERNET G AZA
Retratos rastreados
Conflito entre palestinos: 6 mortos Violentos confrontos entre milicianos das facções políticas rivais Fatah e Hamas resultaram na morte de pelo menos seis pessoas nas ruas da Cidade de Gaza na manhã de ontem, abalando uma já frágil trégua entre os dois mais influentes grupos palestinos. Uma instalação do Fatah foi atingida por um salvo de morteiro. Nas principais avenidas, homens mascarados do Hamas controlavam postos de controle e militantes nos dois lados tomavam posições estratégicas, amedrontando a população civil, que quase não era vista nas ruas. Pelo menos 18 pessoas ficaram feridas, inclusive
cinco crianças atingidas no fogo cruzado, informaram fontes hospitalares. Ao mesmo tempo, um integrante do Hamas foi seqüestrado e o carro de um líder da Fatah foi atacado. Os dois principais líderes da Autoridade Nacional Palestina (ANP) fizeram um apelo para acabar com a maior onda de violência entre palestinos da última década. "Nosso povo deve estar unido contra a ocupação (de Israel)", disse o premiê Ismail Haniye, do grupo islâmico Hamas. O presidente Mahmud Abbas, do laico Fatah, pediu calma e instou todos a aderirem ao cessar-fogo, marcado para iniciar ontem.
A USTRÁLIA William West/AFP
Empresa promete facilitar busca de fotos na web com reconhecimento facial
A
empresa iniciante sueca Polar Rose promete que irá facilitar a localização de fotos de rostos conhecidos online. O anúncio de uma tecnologia que promete revolucionar as buscas de fotos na internet, resolvendo algumas questões difíceis quanto a buscas na web e ao mesmo tempo gerando novas preocupações quanto à defesa da privacidade, foi feito ontem. A Polar Rose disse que planeja oferecer gratuitamente o software para permitir buscas de fotos tanto em computadores pessoais quanto na Web por meio da análise do conteúdo das imagens, usando tecnologia de reconhecimento de padrões que permitiria reconhecer rostos específicos em cada uma delas. A empresa informou que permitirá que usuários anotem fotos com detalhes descritivos, o que permitirá usar a inteligência coletiva da
World Wide Web para melhorar aquilo que pode ser feito com recursos de busca computadorizada em sites como Google e Yahoo. A Polar Rose, que teve seu nome inspirado por uma curva matemática em formato de flor usada para traçar coordenadas bidimensionais, ajudará os consumidores a rotular qualquer foto e realizar buscas em fotos relacionadas por imagens de uma mesma pessoa ou pessoas parecidas. "Agora estamos na era visual da web", analisou Mikkel Thagaard, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Polar Rose. "Isso terá implicações para a espécie de informação que localizamos", afirmou. A filosofia da empresa é esta mesma: levar adiante a idéia de que estamos numa época visualmente orientada e, portanto, facilitar buscas com base em critérios visuais. Em sua encarnação mais simples, a Polar Rose prome-
te ajudar qualquer tipo de computador a separar, selecionar e agrupar fotos pessoais, rosto a rosto. Em termos mais amplos, o software poderia ainda localizar fotos semelhantes em toda a web, segundo representantes da empresa. O software analisa fotos para localizar rostos e depois converte os dados de imagens bidimensionais em modelos tridimensionais. Esses modelos esqueletais podem ser representados pelo que os cientistas designam "impressões faciais". A Polar Rose não armazenará fotos em seus servidores, mas apenas impressões faciais sumárias que poderão ser comparadas a outras impressões faciais. Isso promete permitir que a empresa crie um imenso índice aberto a buscas para comparar e catalogar imagens digitais. Uma amostra do sistema foi colocada no site da companhia. www.polarrose.com
Giuseppe Marrali/Reuters
L
A água-viva da foto está na exposição do Aquário de Melbourne com as criaturas mais apavorantes do mundo, incluindo aranhas, escorpiões, centopéias e caranguejos.
L ÍBIA
Pena de morte controversa
E M
tenham cometido esse ato monstruoso. A revista britânica Nature estudou as cepas do vírus da aids e da hepatite C retiradas das crianças líbias doentes: o vírus responsável já circulava pelo hospital de Benghazi antes da chegada dos seis estrangeiros. A acusação de ter inoculado o vírus da aids nessas crianças talvez seja falsa. Como explicar, neste caso, a obstinação do coronel Kadafi de perseguir essas seis pessoas? Os seis condenados à morte apelarão à Suprema Corte de Justiça da Líbia. Esta pode se recusar a "anular" o julgamento.
Litografia de Karel Appe integra a mostra do grupo Cobra e Cia., criado em 1948, para retratar memórias da II Guerra Mundial. Faap Centro Edifício Lutetia. Praça Patriarca, 78. Tel.: 31011776. Das 10h às 18h. Grátis. G @DGET DU JOUR
F AVORITOS
Aparelho transforma Benefícios seus LPs em CDs da Previdência Um aparelho de som permite a transferência de LPs para CDs. O sistema aceita vinis de 33, 45 e 78 rotações, e funciona com CD-R ou CD-RW. É possível pausar a gravação, escolher músicas favoritas, virar o disco por US$ 400. www.hammacher.com/publish/ 71860.asp?promo=homepage
pg_secundarias/
Porto Alegre Vermelha O
Diego Vara/Reuters
s jogadores que conquistaram o título mundial de clubes para o Internacional foram recebidos por milhares de torcedores em clima de festa, ontem, em Porto Alegre. Segundo a Brigada Militar (a Polícia Militar do Rio Grande do Sul), cerca de 600 mil pessoas saudaram os atletas colorados, que desfilaram num carro do Corpo de Bombeiros, nos 25 quilômetros de trajeto entre a Base Aérea de Canoas e o estádio Beira-Rio, na zona sul da capital gaúcha. O cálculo aparentemente superestima a presença de torcedores. Mas no Beira-Rio o número era certo: mais de 40 mil pessoas, que passaram o dia à espera dos jogadores, sob um calor sufocante. Um grupo de cinco colorados, para pagar uma promessa, caminhou 40 quilômetros, de São Leopoldo a Porto Alegre, O capitão Fernando e o goleiro Clemer na festa do Beira-Rio durante a madrugada.
B RAZIL COM Z
Briga pela Copa de 2014 O site da agência de notícias Bloomberg anunciou ontem que agora é oficial: "a Colômbia, que já venceu o Brasil no futebol 22 vezes, planeja competir com seu vizinho pelo direito de sediar a Copa do Mundo de 2014". A federação colombiana de futebol enviou a candidatura à Fifa na segunda-feira. O vencedor da briga será anunciado apenas em novembro de 2007 mas, segundo o presidente da federação colombiana de futebol, as chances da Colômbia são "mínimas". Se ganhar, a Colômbia será o menor país a sediar uma Copa até então.
Além de se transformar em possível nome da atual Avenida John Fitzgerald Kennedy, uma das principais artérias de Santiago, o recentemente falecido ex-ditador do Chile Augusto Pinochet pode ter seu busto colocado no palácio La Moneda. A proposta é de simpatizantes do ex-ditador dos partidos de direita chilenos. O La Moneda foi a sede do poder presidencial durante mais de um século no Chile. Em 1973, foi bombardeado sob ordem do general Pinochet, que protagonizava o golpe de Estado que derrubaria o presidente constitucional Salvador Allende. Cercado pelas tropas, com o palácio em chamas, Allende suicidou-se. N OVA YORK
Torre da Liberdade A primeira coluna de aço da nova Torre da Liberdade foi erguida ontem no marco zero, em meio aos esforços para construir um novo edifício no lugar das torres gêmeas do World Trade Center, destruídas nos atentados de 11 de setembro de 2001. Trabalhadores e políticos aplaudiram quando a coluna de 9 metros de altura e 25 toneladas foi instalada. L OTERIAS Concurso 515 da DUPLA SENA Primeiro Sorteio 09
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25
Segundo Sorteio
A TÉ LOGO
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo: 01
Tribunal Superior Eleitoral reduz tempo de propaganda dos grandes partidos políticos Ano de 2006 foi o mais sangrento da história para os jornalistas, com pelo menos 94 mortes
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previdencia_social_17_23.asp
F UTEBOL
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www.previdencia.gov.br/
AVENTURA EM ALTO MAR - Velho barco transportando cerca de 650 imigrantes, a maioria egípcios, atraca no porto de Licata, no sul da Itália, durante a madrugada de ontem. Entre os passageiros do barco, 21 mulheres e sete crianças.
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O Ministério da Previdência publicou ontem uma nova lista de 83.963 benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que serão suspensos a partir de janeiro devido à não-realização do recadastramento. A lista dos benefícios dividida por Estados está disponível no site da Previdência. Somente no Estado de São Paulo, são 17.785 benefícios bloqueados. Os benefícios ainda podem ser desbloqueados nas agências do INSS.
O desenhista Joseph Barbera que, junto com William Hanna, criou grandes figuras dos desenhos animados, como Os Flintstones, Tom e Jerry e Zé Colméia, morreu na segundafeira, aos 95 anos, informaram os estúdios Warner Brothers. Scooby-Doo, Os Jetsons e Dom Pixote eram outras criações da dupla. Barbera morreu de causas naturais, na sua casa, em Los Angeles. Hanna morreu em 2001. Os dois começaram a trabalhar juntos para os estúdios MGM na década de 1930. Mas seu primeiro grande sucesso veio na década de 1960, com a série Os Flintstones.
Pinochet em novo golpe a Allende
C A R T A Z
VISUAIS
Joseph Barbera morre aos 95 anos
C HILE
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A justiça líbia condenou ontem à morte cinco enfermeiras búlgaras e um médico palestino que, em fins dos anos 1990, teriam inoculado o vírus da aids em 436 crianças, num hospital líbio, em Benghazi. Ao anúncio do veredicto, os seis acusados caíram em prantos. Ao mesmo tempo, no tribunal e nas ruas estouravam gritos de alegria das mães e pais das crianças mortas. O julgamento foi recebido com consternação na Europa. Evidentemente, não conhecemos os autos, mas todos especialistas rejeitam que as cinco enfermeiras búlgaras e o médico palestino
C ULTURA
Bolívia decide ampliar limite para cultivo de coca e reforça conflito com os Estados Unidos
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Concurso 1690 da QUINA 08
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quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
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por cento foi a alta da inadimplência das empresas de janeiro a novembro
ROUPAS E CALÇADOS DEVEM LIDERAR A PREFERÊNCIA DO CONSUMIDOR NESTE FINAL DE ANO
COM O 13º, PAPAI NOEL VAI ÀS COMPRAS
O
pagamento da última parcela do 13º salário, ontem, deve incrementar ainda mais o movimento nos shoppings e lojas do comércio popular às vésperas do Natal. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), vão receber o benefício 36,5 milhões de trabalhadores no País, sendo 11 milhões no Estado de São Paulo. Com isso, serão injetados na economia R$ 50 bilhões, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Só os trab al h ad o re s da região me tropo litana de São Paulo vão receber R$ 5,08 bilhões. Não à toa, o comércio se prepara para as vendas nos últimos cinco dias antes do Natal. "Em 2006, a previsão é de aumento de até 10% nas vendas de Natal", disse o presidente da União dos Lojistas da 25 de Março (Univinco), Miguel Giorgi Júnior. Segundo ele, a região deve receber 1,5 milhão de pessoas neste final de semana. O mesmo crescimento de 10% é esperado pela Câmara de Dirigentes Lojistas do Bom Retiro (CDL). "As vendas estão excelentes e acima das expectativas. Mas o consumidor continua endividado, usando cheque e cartão de crédito, até para presentes de pequeno valor", afirmou a assessora da diretoria, Kelly Cristina Lopes. A previsão da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) é um pouco mais modesta. Para o
Ricardo Nogueira/Folha Imagem
economista Emílio Alfieri, do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da ACSP, o movimento de consumidores nos shoppings e ruas comerciais deve crescer 5% na semana que antecede o Natal. "O faturamento não sobe tanto porque os presentes são lembrancinhas." Até ontem, porém, o faturamento gerado pelo Natal havia crescido penas 2% em relação a 2005, segundo sondagem da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio). Para o presidente da entidade, Abram Szajman, a expansão das vendas em 2006 não foi maior porque o consumo continua a ser sustentado pel o c ré d i t o . "Infelizmente, a maioria das pessoas precisa se endividar para comprar. Vendas significativas dependem de renda, empregos e juros menores." Líderes – A pesquisa da Fecomercio mostra que, ao contrário do Natal de 2005, o pagamento à vista prevalece, respondendo por 41% das operações, seguido pelo cartão de crédito (28%) e parcelamento do cartão (19%). E os artigos de vestuário e calçados prometem ser os campeões de vendas deste ano. Os itens lideram a lista tanto como opções de presente (43%) quanto em relação ao que os paulistanos querem ganhar (34%). Em 2005, os brinquedos lideraram, com 29% das escolhas. Hoje eles estão em segundo lugar (18%). Celulares e aparelhos de CD e DVD também perderam espaço e aparecem, respectivamente, com 4% e 2% das intenções.
A região da 25 de Março deve ser tomada por 1,5 milhão de consumidores no próximo fim de semana, segundo a Univinco
Cresce inadimplência de empresas
A
inadimplência das empresas aumentou 6,5% nos 11 primeiros meses do ano na comparação com igual período de 2005, segundo pesquisa divulgada ontem pela Serasa. Em novembro, a inadimplência da pessoa jurídica subiu 3,6% em relação a outubro, mas recuou 7,4% ante novembro do ano passado. Segundo o levantamento, os cheques sem fundo
tiveram, no mês passado, participação de 39,5% no indicador de inadimplência de empresas, ultrapassando os títulos protestados, que tiveram peso de 39,2%. Em terceiro lugar, ficaram as dívidas com os bancos, com participação de 21,3%. De janeiro a novembro, o valor médio das dívidas registradas com os bancos foi de R$ 3.697,24, uma alta de 16,3% em relação a igual período de 2005. Já o valor
médio das anotações de títulos protestados ficou em R$ 1.395,47, uma queda de 0,4%, e o dos cheques sem fundos foi de R$ 1.225,74, redução de 0,7%. Razões — De acordo com os técnicos da Serasa, os fatores que influenciaram o aumento da inadimplência foram os juros altos, a menor rentabilidade dos exportadores com a valorização do real e a concorrência dos
importados, e a elevação da inadimplência dos consumidores. A Serasa criticou também a "concessão de crédito sem metodologia adequada". A entidade ressaltou, no entanto, que o crescimento do crédito para as empresas foi de 15,3% entre janeiro e outubro, um "ritmo muito maior ao da evolução da inadimplência", o que demonstra relação positiva para o crédito. (AE)
Vanessa Rosal/DC
ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú
Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407
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Finanças Nacional Tr i b u t o s Empreendedores
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
42,5
LULA CONTRARIA EQUIPE ECONÔMICA
bilhões de reais deve ser o déficit total da Previdência Social em 2006, estima ministério.
EXPECTATIVA DO GOVERNO É DE NOVO SALDO NEGATIVO NAS CONTAS, DE R$ 2,4 BILHÕES, NESTE MÊS
PREVIDÊNCIA TEM DÉFICIT DE R$ 2,89 BI
A
s contas da Previdência Social fecharam o mês de novembro com déficit de R$ 2,89 bilhões, segundo dados divulgados ontem. Para dezembro, é esperado um saldo negativo um pouco menor, de R$ 2,4 bilhões. Tradicionalmente, o último mês do ano registra grandes déficits, mas este ano será diferente porque parte do 13º salário dos aposentados já foi paga em setembro, pouco antes das eleições. Ao mesmo tempo, as contribuições ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) serão calculadas sobre o valor integral desse benefício. No ano, o déficit deverá ser de R$ 42,5 bilhões, estimou o secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer. Apesar de elevado, o saldo negativo é menor do que o previsto no início do ano, que era R$ 50 bilhões. A melhora foi resultado do combate às fraudes, de medidas para melhorar a administração e da recuperação do mercado de trabalho. Em 2007, no entanto, as contas poderão piorar novamente por causa do novo valor do salário mínimo. Mantido o valor de R$ 380 defendido pelas centrais sindicais (leia mais sobre o mínimo nesta página), o "rombo" chegará a R$ 50 bilhões. De janeiro a novembro, o déficit já atingiu R$ 40 bilhões. No mês passado, a arrecadação foi de R$ 10,41 bilhões e despesas atingiram R$ 13,3 bilhões. O saldo negativo registrou pequena melhora em rela-
Gervásio Baptista/ABr
ção ao mesmo mês de 2005, com queda de 7,1%, e também redução de 5,5% em comparação a outubro deste ano. O desempenho foi resultado de melhoria de arrecadação e recuperação de créditos judiciais. "Houve ainda um reflexo positivo do aumento das contratações formais no mercado de trabalho", comentou. Despesas — As despesas do INSS poderão ser reduzidas em R$ 1,6 bilhão em 2007 com o corte de benefícios pagos indevidamente. Essa é a projeção de economia com o censo previdenciário que, até junho do ano que vem, recadastrará 17,5 milhões de segurados. Ações de melhora de gestão da Previdência, como o censo, mais rigor na liberação de auxílios-doença, revisão nas aposentadorias por invalidez e controle nos valores das pensões são a aposta do Ministério da Previdência para controlar o déficit nos próximos quatro anos. "Existem muitas medidas na gestão que podem ser adotadas antes de voltarmos a tratar de revisão de regras de concessão de benefícios", observou o secretário. Ele argumentou que foram as medidas de saneamento das contas tomadas ao longo de 2006 que fizeram a projeção inicial de um déficit de R$ 50 bilhões já no final de 2006 cair para R$ 42,5 bilhões. "Nossa estimativa é de um corte de 1% dos benefícios com o censo, o que dará uma economia de R$ 1,6 bilhão ano que vem e isso é pura gestão", afirmou. (AE)
Mínimo maior e correção do IR
C
ontra a vontade da equipe econômica, o presidente Lula autorizou ontem o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, a fechar acordo com as centrais sindicais e o relator do Orçamento de 2007, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), para elevar o valor do salário mínimo de R$ 350 para R$ 380 no próximo ano. O reajuste custará R$ 5,1 bilhões aos cofres federais — R$ 850 milhões a mais do que estava programado. Em reunião de cinco horas, os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Paulo Bernardo, tentaram convencer Lula a não dar aval
ATAS
ao acordo. Mas, no final, prevaleceu a posição de Marinho e da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a favor do reajuste de 8,6%. Inicialmente, o Ministério da Fazenda queria um salário mínimo de R$ 367. Tabela do IR — Além do aumento, o governo concordou com correção de 4,5% na tabela do Imposto de Renda — 1,5 ponto percentual acima do que já havia sido aprovado nesta semana pela Câmara dos Deputados. O custo total das concessões ultrapassou em R$ 1,11 bilhão o previsto e obrigou Raupp a atrasar a votação do Orçamento para fazer ajuste nas projeções de receita de 2007. (AE)
Desemprego: de 6,1% a 9,3% em dez anos
A
Para o secretário Helmut Schwarzer, apesar de elevado, o saldo negativo é menor do que o previsto.
X-TUDO Veradores excluem IPTU m meio a muita polêmica, os vereadores da Câmara Municipal de São Paulo aprovaram ontem, em primeira discussão, o substitutivo da Comissão de Finanças ao Projeto de Lei 552/06, que ficou conhecido como X-tudo. A discussão foi motivada pelo capítulo II do PL, que se refere ao Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU). No fim da sessão extraordinária, os parlamentares decidiram suprimir tudo o que se refere a imposto predial. A proposta vai para uma segunda votação na Câmara, o que pode ocorrer em sessão extraordinária na manhã de sábado. A discussão teve início quando o vereador Celso Jatene (PTB) exigiu que fosse retirado do substitutivo da Comissão de Finanças o capítulo que se referia ao IPTU, com base no entendimento feito anteriormente entre os vereadores. O problema é que, até aquele momento, o imposto predial
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Por ora, a parte que trata do IPTU será suprimida, mas pode reaparecer se houver um reajuste do imposto com base na inflação do ano. Celso Jatene, vereador do PTB também seria incluído no restante do texto do PL. A reclamação de Jatene surtiu efeito. Após uma rápida reunião, os líderes do Plenário decidiram pela retirada do tópico do IPTU. "Por ora ele será suprimido, mas pode reaparecer em nova discussão. No entanto, somente se houver um reajuste do imposto com base na inflação do ano", disse. Sem surpresas — No resto do texto aprovado, nenhuma surpresa. Continua o tópico
que cria o Parcelamento Administrativo de Débitos Tributários, para pagamento de passivos não inscritos na dívida ativa, relativos a tributos da Secretaria de Finanças. A proposta ainda altera a base de cálculo do Imposto sobre Serviços (ISS) de profissionais liberais. A Comissão decidiu rejeitar a base de cálculo proposta inicialmente pelo Executivo, apoiada em estudos que apontavam um aumento de ISS em até 200% para alguns profissionais. Agora, os valores da tabela serão atingidos ao fim de quatro anos e corrigidos por índice de inflação. O PL ainda altera alguns pontos relacionados ao Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis (ITBI), Contribuição para Custeio de Iluminação Pública (Cosip) e Taxa de Fiscalização de Estabelecimentos (TFE). Autoriza, ainda, o Poder Executivo a vender créditos de carbono. Ivan Ventura
taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em todo o País subiu de 6,1% em 1995 para 9,3% da População Economicamente Ativa em 2005, segundo a Síntese de Indicadores Sociais 2005 divulgada ontem. A taxa de desemprego no ano passado foi maior especialmente para os jovens e chegou a 17,8% para a faixa etária de 18 a 24 anos. O alto desemprego entre os jovens revela, segundo o IBGE, "não somente um aumento da procura por trabalho, mas também a baixa capacidade da economia de absorver essa mão-de-obra qualificada", pois a média de anos de estudo na faixa etária é de 8,7 anos. O levantamento mostra também que o desemprego no ano passado atingia especialmente a população com ensino médio, enquanto em 1995 era um fenômeno que afligia sobretudo os que tinham apenas o ensino fundamental. Formalização — A pesquisa mostrou ainda que houve aumento da formalização do mercado de trabalho de 1995 a 2005, de 43,2% da população ocupada com carteira assinada para 47,2%. Segundo o IBGE, no documento de divulgação da pesquisa, o nível de formalidade ainda é "significativamente baixo" no País. De 1995 para 2005, como já havia sido divulgado no último mês de setembro na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), houve queda de 12,7% no rendimento médio de todos os trabalhadores, embora de 2004 para 2005 tenha havido um crescimento de 4,6%, mostra a Síntese. No mesmo período, segundo a pesquisa, houve uma redução da desigualdade no mercado de trabalho. Em 1995, o rendimento dos 10% mais ricos ocupados era 21,1 vezes maior que o rendimento dos 40% mais pobres ocupados. Em 2005, essa relação passou para 15,8, segundo já havia sido divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (PNAD). (AE)
COMUNICADOS SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO CLARO -
FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Reforma de Prédio(s) Escolar(es): TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/PARTICIPAR – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/2948/06/02 - EE Profª Ilga Pusplatais – Rua Uberlândia, 465 – Jd. Ismênia – São José dos Campos/SP – 150 - R$ 25.237,00 – R$ 2.523,00 – 15:00 – 09/01/2007. 05/2952/06/02 - EE Min. José de Moura Resende – Rua Gonçalves Dias, 356 - Jardim Amália - Caçapava/SP – 120 - R$ 16.165,00 – R$ 1.616,00 – 16:00 – 09/01/2007. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 22/12/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 08/01/2007, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo
EDITAL PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
ABERTURA DE LICITAÇÃO SITE: www.riopreto.sp.gov.br MODALIDADE: PREGÃO PRESENCIAL N° 132/2006 Objeto: Contratação de empresa para a prestação de serviços de limpeza, higiene e conservação, com fornecimento de mão-de-obra e de todos os produtos, materiais e equipamentos necessários à sua execução, nos próprios municipais. Data de processamento do pregão: 12/01/2007 às 08:30hs, na sala de audiências da Comissão de Licitações, 2º andar do Paço Municipal.
CONVOCAÇÃO
Depois de falar desde 11/11 c/ 14 atendentes p/ fone: 1052 c/ diferentes informações, 3 e-mails c/ promessas e sem solucionarem o problema, venho p/ protestar a ineficiência e falta de responsável pela CLARO. RAFI KAHTALIAN
FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 20 de dezembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:
Requerente: Ultra Créd Fomento Mercantil Ltda - Requerido: Plastipex Plásticos Ltda. - Av. Cardeal Santiago Luiz Copelo nº 95 - 01ª Vara de Falências Requerente: Uniserv União de Serviços Ltda. - Requerido: Doxor Serviços Instalações e Montagens Industriais Ltda. - Rua Mal. Edgard de Oliveira nº 66 B 01ª Vara de Falências Requerente: Intercash Fomento Mercantil Ltda. - Requerido: SP Farma Ltda. - Rua Alencar Araripe nº 140 - 02ª Vara de Falências Requerente: Protes Importação e Exportação Ltda. - Requer ido: S Continentes Transportes Internacionais Ltda. - Rua Raul Frank Garcia nº 118 - 01ª Vara de Falências RECUPERAÇÃO JUDICIAL Requerente: Monte Mor Indús-
tria e Montagem de Máquinas Industriais Ltda. - Requerido: Monte Mor Indústria e Montagem de Máquinas Industriais Ltda. - Rua Forte do Triunfo nº 115 - 02ª Vara de Falências Requerente: Karambola Freqüências em Movimento, Comunicação e Eventos Ltda.Requerido:Karambola Freqüências em Movimento, Comunicação e Eventos Ltda. - Al. Lorena nº 884 - 01ª Vara de Falências Requerente: Estera Distribuidora de Alimentos Ltda - ME Requerido: Estera Distribuidora de Alimentos Ltda ME - Av. Sapopemba nº 4.965 - 01ª Vara de Falências Requerente: Comercial de Alimentos da Vida Ltda. EPP - Requerido: Comercial de Alimentos da Vida Ltda. - EPP - Av. Sapopemba nº 5.804 - 01ª Vara de Falências
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Transpor te Polícia Av i a ç ã o Justiça
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
EMPRESAS E ANAC DEVEM INFORMAR PREVENTIVAMENTE
Procon vai à Justiça contra atrasos de vôos
Entidades pleiteiam assistência e pagamento de indenizações por danos morais e materiais.
Marcos Fernandes/Luz - 14/12/2006
Ação pleiteia indenização para passageiros prejudicados e assistência para os que esperam nos aeroportos
A
Fundação ProconSP informou ontem que, em conjunto com o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Associação de Defesa da Cidadania e do Consumidor (Adecon-PE) e o Movimento das Donas de Casa e Consumidores de Minas Gerais (MDC-MG), ajuizou na Justiça Federal de São Paulo ação civil pública contra a União, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e oito companhias aéreas - BRA, Pantanal, Gol, Ocean Air, TAM, Rio-Sul, Varig e Total. De acordo com o Procon , as entidades pleiteiam assistência e o pagamento de indenização por danos morais e materiais a todos os consumidores prejudicados pela crise do setor aéreo. Na ação, pedem, em caráter de urgência, que as empresas sejam imediatamente obrigadas a prestar informações de caráter preventivo aos consumidores, informandoos, com antecedência, sobre atrasos e cancelamentos de vôos, evitando que os mesmos se desloquem para os aeroportos de forma desnecessária. Caso os consumidores sejam surpreendidos com atra-
Márcio Fernandes/AE
Cai a venda de pacotes turísticos
A Aeroporto de Congonhas lotado: dia ontem já foi de muita espera
sos e cancelamentos, as entidades exigem que as empresas garantam aos clientes alimentação, estada, transporte e ligações telefônicas. Em todos os casos, pede-se que seja deferida ao consumidor a opção de receber o valor das passagens. Pessoal – Quanto à Anac, solicitaram liminarmente que disponibilize, desde já, número de pessoas adequado para atender os consumidores, inclusive nas entradas das salas de embarque, além de prestar informações claras e precisas sobre os atrasos e horários dos vôos nos painéis dos aeroportos. "Milhares de consumidores sofreram nos últimos meses
SECRETARIA DO VERDE E MEIO AMBIENTE O Secretário do Verde e do Meio Ambiente do Município de São Paulo, Presidente do Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - CADES, TORNA PÚBLICO que se encontra nesta Secretaria, para análise, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) sobre o Alargamento da Avenida Dona Belmira Marin (antiga Estrada do Bororé). O referido RIMA está à disposição dos interessados para consulta, no horário das 10 às 16h, nos dias úteis, na sala do CADES, junto à Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, à Rua do Paraíso, 387 - 1º andar - Paraíso - São Paulo. Maiores informações pelos telefones: 3372-2393/2394.
com a crise nos aeroportos, horas e até noites de espera. Sem qualquer conforto (e dignidade) foram agravadas pela falta de informação e assistência do Poder Público e das companhias aéreas. Em casos mais graves, caracterizou-se o risco à vida dos consumidores, além da perda de compromissos e negócios importantes", destacaram as entidades, em comunicado à imprensa. "O fato de a entrega do serviço ser realizada pelas empresas não afasta, de forma alguma, a responsabilidade da União e da Anac que, de forma concomitante, atuam diretamente na prestação do serviço seja exercendo a fiscalização das companhias, a coordenação de horários e linhas, e o próprio controle de tráfego aéreo", acrescenta a nota. A ação pede, ao final, que as providências liminares citadas sejam consideradas definitivas e que União, a Anac e empresas aéreas indenizem os consumidores pelos danos materiais (despesas com estada, transporte, telefone, estacionamento, alimentação) e morais sofridos com os atrasos e cancelamentos de vôos. Abrigo – As companhias aéreas têm obrigação de providenciar abrigo, ressarcimento do preço da passagem ou realocação em outros vôos em diferentes horários, sem nenhuma despesa aos passageiros. Caso a companhia se recuse a realocálo, o passageiro deve buscar ajuda com os fiscais que ficam no balcão do Departamento de Aviação Civil (DAC). Se o passageiro tiver problemas com a hospedagem, ou seja, se a companhia se recusar a providenciar um local para ele passar a noite, o Procon recomenda que o próprio usuário arque com as despesas e, depois, tente ser ressarcido, prenchendo formulário do DAC.
s vendas de pacotes turísticos caíram 2,56% nas duas primeiras semanas de dezembro em comparação com o mesmo período em 2005. O resultado negativo, aparentemente de pequeno impacto, passa a ser bastante significativo quando comparado às expectativas para 2006, projetadas pela Embratur no ano passado, que previam um crescimento no setor de cerca de 26%. Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa, Ensino e Capacitação de Turismo (IPETURIS), que consultou empresas que compõem o setor de agenciamento – agências de viagens, operadoras turísticas e contas comerciais -, a maior queda nas vendas de pacotes foi perceb i d a e n t re p e q u e n a s agências, que, geralmente, comercializam produtos de terceiros. A redução média neste segmento ficou em 3,25%. “A gravidade está na comparação com as projeções, porque, se essa redução for somada à expectativa de crescimento chegamos a uma perda de 30% no faturamento”, disse Eduardo Nascimento, presidente do Sindicato das Empresas de Turismo do Estado de São Paulo (SINDETUR-SP), que encomendou o estudo para a avaliar o impacto da crise no controle de tráfego aéreo sobre as empresas de turismo. Entre as empresas de grande porte, que concentraram o melhor desempenho no setor, houve um aumento médio nas vendas de 1,67%, nas duas primeiras semanas de dezembro na comparação com 2005. Mas o índice positivo revela que essas empresas deixaram de faturar em torno de 24% com base nas previsões de crescimento. (FV)
A previsão é que 1,4 milhão de pessoas passe pelo Tietê neste mês
Terminal Tietê espera mais de um milhão
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s estradas que cor- cais com demanda maior. tam o Estado deve- Constatada a necessidade, rão ficar lotadas no mais carros serão colocados à feriado de Natal. disposição dos passageiros. Alibrando alerta que, apesar Entre hoje e amanhã, aproximadamente 237 mil pessoas da segurança e do monitoradeverão deixar a cidade de São mento por câmeras realizado Paulo por meio dos terminais nos terminais, os passageiros rodoviários Barra Funda, Jaba- não devem descuidar das baquara e Tietê. A estimativa é de gagens, não aceitar ajuda de que 994 mil pessoas embar- pessoas estranhas e buscar inquem e desembarquem nos formações somente com funtrês terminais da capital até cionários devidamente uniformizados e identificados. Além quinta-feira, dia 28. "O Natal é sempre o feriado disso, é recomendado que a passagem seja adque registra o maior quirida de forma movimento no terantecipada. O pasminal Tietê. Em desageiro deve chegar zembro, há aumenao terminal 30 mito de 70% no movinutos antes do homento em relação O Natal é o rário do embarque. aos outros meses. A feriado que Os ônibus para as previsão é que mais registra maior regiões norte, nor1,4 milhão de pesdeste, sudeste e sul soas passe pelo Tie- movimento no do País, interior de tê até o final deste terminal Tietê. mês", explicou o geAntonino São Paulo, litoral rente de operações Alibrando, gerente norte, litoral capida Socicam, empreda Socicam xaba, Minas Gerais, Rio de Janeiro e lisa que administra nhas internacionais os três terminais da para o Chile, Urucapital, Antonino guai, Paraguai e Argentina Alibrando. Este ano, a procura pelas via- saem do terminal Tietê, na zogens rodoviárias está ainda na norte da cidade. Já os ônibus que partem para maior devido à crise aérea instalada no País. As pessoas pre- o litoral sul de São Paulo têm ferem viajar mais tempo, mas partida do terminal Jabaquara, chegar ao destino, do que na zona sul. Os passageiros aguardar horas nos saguões que têm como destino as cidades paranaenses, região de Sodos aeroportos. Procura – De acordo com a rocaba e Vale do Ribeira, oeste Socicam, até o momento, as ci- de Goiás, Mato Grosso, Mato dades mais procuradas neste Grosso do Sul e Porto Velho feriado são: Rio de Janeiro, Cu- (RO) devem se dirigir ao termiritiba, cidades do interior de nal Barra Funda, na região cenSão Paulo, cidades do sul de tral da capital. Para mais informações os Minas Gerais, cidades do litoral norte de São Paulo e o esta- usuários podem ligar no teledo da Bahia. Já foram reserva- fone 3235-0322 ou acessar o sidos ônibus extras para os lo- te www.socicam.com.br. (KF)
Nacional Empresas Va r e j o Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
ENCOMENDAS FICAM PARA A ÚLTIMA HORA
PRONTAS
3 Kenji Honda/AE
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
Divulgação
CEIAS PARA SERVIR Pratos prontos garantem a festa de quem não tem tempo para a cozinha
P
ara quem não deseja passar a véspera de Natal e de Ano Novo na cozinha, a opção é comprar as ceias prontas para servir. O aumento da procura por esse tipo de serviço motivou as redes de supermercados a entrar no filão que antes era dominado apenas por empórios e rotisseries. É o caso do supermercado Pão de Açúcar. São 16 opções de pratos principais, além de molhos, acompanhamentos e seis tipos de sobremesa. O cardápio foi elaborado pela chef de cozinha Marina Seabra. Os destaques do menu de opções incluem tender recheado com molho de frutas secas, por R$ 35, bacalhau a Gomes de Sá, R$ 51, peru de Natal recheado com farofa, R$ 24, e o strudel de salmão, R$ 44. Os itens de maior saída para o Natal ainda são as aves e os peixes. Já para o Ano Novo, a
Divulgação
Opção de ceia do Pão de Açúcar
preferência é pelas carnes e bacalhau. A ceia pronta está disponível em cerca de 50 lojas do grupo. As encomendas podem ser feitas até dois dias antes do Natal e do Ano Novo. A expectativa é de que as vendas em 2006 sejam 20% maiores que as do mesmo período do ano passado, superando as expectativas do grupo, que eram de 17%. O gerente de marketing
do Pão de Açúcar Nardeli Gedro explica que, no início, os pedidos eram feitos principalmente pelas classes A e B. Hoje, já atingem a C. Até o momento, já foram vendidos cerca de 50% da projeção de vendas do Pão de Açúcar. "Acreditamos que até o final da semana a meta seja atingida, já que as pessoas deixam para encomendar na última hora", explica Gedro. Tradição – Há 80 anos, a Casa Santa Luzia mantém a tradição de investir em produtos para o Natal e réveillon. O empório preparou um cardápio com pratos prontos congelados e resfriados. De acordo com a responsável pela rotisserie da Casa Santa Luzia, a nutricionista Ana Finelli, as pessoas gostam de reunir a família e os amigos, mas não têm tempo para se dedicar à cozinha. "Nossos pratos tentam resgatar a tradição, já que à mesa as pessoas gostam de se identificar
Do pernil ao peru e bacalhau, as opções de ceias agradam a diferentes paladares.
Os supermercados e rotisseries vendem os produtos por quilo
ervas e pimenta rosa, R$ 125. com o que é servido", diz Ana. A Santa Luzia tem tradição Congelados – Na Santa Luzia, os clientes podem levar pa- portuguesa e é importadora ra casa refeições congeladas ou de bacalhau. O peixe é um resfriadas para duas ou mais dos pratos mais pedidos pelos clientes. Mas, pessoas, que vão Iara Venazi/Divulgação no Natal, as cardesde os pratos nes e aves têm boa principais para a saída. Já no Ano ceia até acompaNovo, são os suínhamentos e sonos e os peixes. bremesas. Para o Natal, as Neste ano, a Caencomendas já sa destaca a linha assinada pelo chef Assado da Casa Santa Luzia f o r a m e n c e r r adas, mas a Casa já Carlos Siffert, que inclui, por exemplo, o assado começou a atender os pedide filé mignon recheado com dos para o Ano Novo. No Empório Chiappetta, o quatro queijos, por R$ 58, medalhão de lombo suíno com bacalhau também reina sobevários tipos de cogumelos, rano nas festas de Natal e Ano R$ 68, e bacalhau com azeite de Novo. A casa preparou ceias à
base do peixe para os clientes que não querem enfrentar o fogão e arriscar errar a receita. O Chiappetta sugere para as ceias de final de ano o bacalhau ao mediterrâneo, para três pessoas, que custa R$ 158. A rede de Supermercados Carrefour também entrou no segmento de ceias prontas. A expectativa de aumento de vendas da rede para toda a linha natalina é de 23%. De acordo com o Carrefour, o perfil do consumidor de ceias prontas varia entre grandes famílias que costumam consumir grandes volumes de compras e casais que não possuem tempo nem equipamentos adequados para preparar um assado. Os produtos oferecidos para a ceia atendem tanto a classe A como a classe C. Entre os pratos disponíveis nas lojas da rede de supermercados estão o peru assado, R$ 14,90; chester assado, R$ 10,90; salpicão de frios, R$ 7,90; salmão grelhado, R$ 49,90; e a farofa paulista, R$ 7,90. As ceias podem ser encomendadas diretamente nas lojas da rede Carrefour. Para diminuir a correria típica do final de ano e garantir o bom humor na noite de Natal, o Sam's Club, do Wal-Mart, preparou uma série de cardápios prontos. Do pernil ao peru, são 11 opções elaboradas com receitas para agradar a diferentes paladares. Os destaques são a costela suína com molho barbecue, R$ 17; o peru assado, R$ 11,19; e a ave Fiesta, R$ 9,64. As encomendas devem ser feitas com 24 horas de antecedência na própria loja. Todos os valores citados referemse ao quilo do produto. Tatiana Vicentini
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
Compor tamento Urbanismo Publicidade Polícia
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 A Secretaria de Negócios Jurídicos informou que recorrerá de todas as decisões.
ASSOCIADOS DA ACSP JÁ FORAM BENEFICIADOS
Mais prazo e nova liminar contra lei Cidade Limpa Paulo Pampolin/Hype - 06/12/2006
Rejane Tamoto
N
a tarde de ontem, o setor de publicidade externa obteve duas vitórias contra a lei Cidade Limpa, que proíbe todo o tipo de anúncio externo (outdoors, frontlights, backlights, empenas cegas e painéis) na cidade e determina a redução dos indicativos de comércio. O Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior de São Paulo (Sepex) conseguiu mais 90 dias (até 31 de março) para a retirada de todos os anúncios externos. Antes, esse prazo era dia 1º de janeiro. Para o comércio, a Prefeitura já havia concedido mais 90 dias para a adequação dos indicativos das fachadas. A decisão, do juiz Luís Paulo Aliende Ribeiro, da 4ª Vara da Fazenda Pública da Capital, beneficia as mais de 50 empresas filiadas ao Sepex. Outra favorecida pela Justiça foi a multinacional do setor de mídia externa Clear Channel, detentora das empresas Klimes e L&C Outdoor. A empresa obteve uma liminar que lhe garante o direito de manter anúncios publicitários em seus 1.100 espaços destinados a outdoors,
Francisco Marin, da Clear Channel: outdoors continuarão nas ruas
frontlights e painéis luminosos. A decisão judicial, do desembargador Ricardo Santos Feitosa, da 4ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça, suspende os efeitos dos artigos 40 a 44 da lei 14.223/06 para os espaços da empresa que já tinham licença para operar de acordo com a lei anterior, 13.525/03. Na prática, enquanto a liminar estiver valendo, a Prefeitura não poderá multar nem a Clear Channel e nem suas empresas, tampouco os parceiros, locatários, agências e anunciantes.
Há uma semana, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) obteve uma liminar do juiz Elias Junior de Aguiar Bezerra, da 2ª Vara da Fazenda Pública, que suspende os efeitos inconstitucionais da lei Cidade Limpa a seus mais de 30 mil comerciantes associados e também às empresas que se filiarem à entidade. A Secretaria de Negócios Jurídicos da Prefeitura informou que recorrerá de todas as decisões judiciais contra a lei Cidade Limpa.
DOAÇÃO
teve constatada morte cerebral. Ela teve uma convulsão e parada respiratória depois de ser anestesiada com lidostesin, produto com venda proibida pela Anvisa. (Agências)
s pais da menina de três O anos que entrou em coma após extrair um dente em São Ó RBITA
Bernardo, decidiram ontem doar os órgãos da filha, que
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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
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SUPERMERCADOS RECUPERAM VENDAS
por cento é quanto cresceram em 2006 as importações brasileiras de aço
EMPRESAS APOSTAM NOS PRODUTOS DO EXTERIOR PARA AUMENTAR AS VENDAS DE DEZEMBRO EM 10%
NATAL IMPORTADO NO SUPERMERCADO A 115
s vendas de importados vão ajudar a garantir ao setor de supermercados o melhor dezembro dos últimos cinco anos, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Na projeção da entidade, as vendas reais de Natal – computadas entre os dias 12 e 24 de dezembro – devem crescer 10% em comparação com o mesmo período de 2005. Mesmo se esse desempenho se confirmar, o setor não conseguirá reverter a seqüência de resultados negativos acumulados ao longo de 2006, por causa da forte deflação nos preços dos alimentos, que ocorreu no primeiro semestre. Entre janeiro e novembro, o faturamento real dos supermercados caiu 1,79%. "Na melhor das hipóteses, vamos terminar o ano com faturamento igual ao de 2005, R$ 115 bilhões", disse o presidente da Abras, João Carlos de Oliveira. O segmento projeta uma recuperação em 2007, porque deverá haver novo repasse nos preços dos produtos agrícolas e recomposição de margem, como já ocorreu na virada do terceiro para o quarto trimestre de 2006. A participação dos importados no faturamento real previsto para o período de Natal deve ficar entre 6% e 8%, segundo Oliveira. No acumulado do ano, os importados devem representar 2,5% do total das vendas. Em 2005, eram responsáveis por 2,2%. Os produ-
bilhões de reais é a projeção de faturamento da Abras para o setor de supermercados em 2006, valor igual ao do ano passado
tos do exterior ganharam espaço nas gôndolas nos últimos anos. O último levantamento feito pela Abras, em outubro, apontava que itens como azeite de oliva, queijos e bebidas importadas teriam crescimento médio de 9% nas encomendas do período natalino, para 42% dos empresários do setor ouvidos na pesquisa. O Grupo Pão de Açúcar, maior rede de supermercados do País, informa que aumentou em 25% o volume de frutas frescas importadas para este Natal, em relação à mesma data do ano passado. Segundo
Leonardo Miyao, diretor comercial do setor de frutas, legumes e verduras do Pão de Açúcar, o dólar baixo não é o único estimulo às importações. "O perfil do consumo brasileiro está mudando. Hoje, ele quer ter morango os 12 meses do ano. Nossa saída é importar. O consumidor também quer variedade, o que faz a tendência de crescimento das compras externas se estender para todos os produtos", disse. Apesar de crescente, a participação dos importados nas vendas do supermercados brasileiros ainda é pequena. Na Argentina, por exemplo, esses produtos respondem por 32% do faturamento do setor. Novembro – O faturamento real dos supermercados cresceu 2,23% em novembro, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Em relação a outubro, a elevação foi de 0,92%. Novembro também registrou alta de 1,36% nos preços da cesta AbrasMercado – que mede os preços de 35 produtos de amplo consumo – ante outubro. No acumulado do ano, a alta é de 0,31%. Para 2007, a expectativa da nova diretoria da Abras, que terá Sussumu Honda na presidência, é de uma pequena melhora a partir do 2º semestre. "Algumas das medidas econômicas previstas pelo governo devem ser postas em prática no próximo ano e terão impacto no crescimento do Produto Interno Bruto", disse Honda. Renato Carbonari Ibelli
Patrícia Cruz/LUZ
Os supermercados, no primeiro semestre deste ano, tiveram os resultados afetados pela deflação nos preços dos alimentos; a recuperação do faturamento começou no terceiro trimestre e deverá continuar durante o próximo ano
CARTILHAS Alerta na compra de computador
O
Instituto Brasil Legal (IBL) lançou duas cartilhas para alertar o consumidor sobre os malefícios da aquisição de produtos eletroeletrônicos e computadores piratas ou contrabandeados. O objetivo das cartilhas é conscientizar a população sobre os riscos e os prejuíz o s d e c o m p r a r p ro d u t o s ilegais e contrabandeados. Segundo o presidente do IBL, Edson Vismona, ao ler as cartilhas, o consumidor vai descobrir, por exemplo, que existem notebooks (computadores portáteis) usados sendo vendidos como novos no comércio brasileiro. "Quando o preço for muito baixo, é preciso desconfiar, porque alguns importadores de má-fé comercializam computadores portáteis que já foram usados nos Estados Unidos como produtos novos no Brasil", afirmou Vismona. Antes de comprar um laptop, o consumidor deve verificar se existe na máquina a inscrição "Refurbished product" ou "Remanufactured product" (produto remanufaturado). "Normalmente essas informações são escondidas
Divulgação/IBL
Cartilha dá dicas ao consumidor
por uma etiqueta com a inscrição 'selo de garantia'", afirmou. Intituladas "Computadores" e "Eletrônicos" as cartilhas poderão ser retiradas pela população nas unidades do Procon de todo o Brasil, além de sedes de Ministérios Públicos e em Organizações Não Governamentais (ONGs) de defesa do consumidor. A iniciativa das cartilhas conta com o apoio institucional do Conselho Nacional de Combate à Pirataria e do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor e órgãos ligados ao Ministério da Justiça do governo federal.
Pirataria – Até setembro de 2006 foram apreendidos 1,61 milhão de equipamentos eletroeletrônicos e 1,25 milhão de produtos de informática de origem suspeita. As peças e máquinas foram avaliadas em R$ 44,94 milhões e R$ 56,28 milhões, respectivamente. É visível o crescimento das apreensões de produtos ilegais no mercado brasileiro. Em 2005, a apreensão de aparelhos eletroeletrônicos totalizou 1,32 milhão, e de equipamentos e produtos de informática, apenas 701,6 mil. Em 2004, os números eram ainda menos expressivos. A fiscalização conseguiu apreender apenas 233,5 mil unidades de equipamentos eletroeletrônicos e 17,5 mil de informática. "A diminuição da carga tributária dos microcomputadores, para produtos com valores de até R$ 2,5 mil, que tiveram reduzidas as alíquotas da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e do Programa de Integração Social (PIS), e a ação integrada para o combate ao contrabando contribuíram para reduzir a pirataria", disse Vismona. Márcia Rodrigues
IBS quer tarifa ao aço importado
O
Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS) pedirá ao governo em janeiro que revogue a decisão de reduzir para zero a alíquota de importação de 15 produtos siderúrgicos, incluindo bobinas a quente, a frio e vergalhões. Segundo o vice-presidenteexecutivo, Marco Polo de Mello Lopes, o IBS teme que o Brasil sofra uma "enxurrada" de produtos siderúrgicos chineses nos próximos anos. A China, que é um dos maiores compradores de minério de ferro
do Brasil e tem sustentado a demanda do mercado de aço nos últimos anos, transformou-se no maior produtor mundial de aço este ano. De acordo com o instituto, a exportação dos produtos de aço acabado chineses somou 37,5 milhões de toneladas de janeiro a novembro, ante 20,5 milhões de toneladas ao longo de 2005. "Nós não temos o direito de sermos ingênuos nesse processo, já começamos a conversar com o governo (brasileiro)", afirmou Lopes.
Conforme diretores do IBS, a importação de aço chinês ocorre de forma indireta, por meio de parafusos, porcas e outros produtos. "Queremos voltar com alíquotas de importação variando de 12% a 14%", disse Lopes. As tarifas foram reduzidas a zero no ano passado devido a reclamações da indústria consumidora contra aumentos de preços do aço. Os representantes da indústria alertam que as importações totais de aço cresceram 145,5% neste ano. (Reuters)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
LENTE DE AUMENTO PIB CRESCE EM TORNO DE 2,7%
G No terceiro
trimestre houve desaceleração no ritmo de crescimento do consumo das famílias jogado um papel importante no fraco comportamento da economia. Se a contribuição do setor externo ao crescimento do PIB foi positiva, o mesmo ocorreu com a da absorção doméstica, deve ter havido redução de estoques no terceiro trimestre. Portanto, o aumento da variação de estoques na comparação com o mesmo trimestre de 2005 pode ter camuflado um ajuste para baixo de estoques na ponta da série. Tal movimento seria coerente com: (1) o custo de oportunidade ainda elevado para carregá-los, dado pela taxa de juro e (2) a grande diferença de performance entre os indicadores da pesquisa industrial mensal e da pesquisa mensal de comércio. Ainda em relação à demanda interna, os dados do terceiro trimestre mostraram desaceleração no ritmo de crescimento do consumo das famílias e forte avanço dos investimentos. No primeiro caso, vale lembrar que a desaceleração E
ocorreu após 13 trimestres consecutivos de aumento. No segundo caso, mesmo com volatilidade maior, os investimentos são o componente mais dinâmico da demanda interna neste ano. Em termos dessazonalizados, o aumento foi de 2,5% do segundo para o terceiro trimestre. A taxa de investimento foi para 20,71%. Dados da CNI mostram aumento da tendência de crescimento das horas trabalhadas na produção, não acompanhada pelo nível de utilização da capacidade, o que já pode ser resultado desta ampliação/maturação dos investimentos. Ainda assim, o fraco desempenho da produtividade total dos fatores e o nível de investimento como proporção do PIB ainda baixo não possibilitarão elevação importante do potencial de crescimento da economia. A expectativa é que o ritmo de expansão do PIB se acelere este ano. Nossos cálculos preliminares mostram crescimento de 0,9% do terceiro para o quarto trimestre, com ajuste sazonal. A estimativa baseia-se na recuperação da produção industrial em outubro (a previsão é de 1,6% frente a setembro, sem sazonalidade) e a manutenção deste nível em novembro e dezembro. Os números da CNI sobre outubro mostraram atividade industrial vigorosa no início do quarto trimestre, dando mais confiança de que a queda dos juros, a expansão do crédito (dentro do qual se destaca o rápido aumento do crédito imobiliário) e do mercado de trabalho fomentarão a melhora da atividade neste trimestre. De qualquer forma, a variação do PIB neste ano deverá situar-se em torno de 2,7%, salvo alguma informação muito surpreendente nos dados relativos às contas nacionais a serem divulgados no primeiro trimestre de 2007. TRECHOS DA CARTA DE ECONOMIA DA MCM CONSULTORES WWW.MCMCONSULTORES.COM.BR
stoques têm culpa por crescimento anêmico
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)
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JOÃO DE SCANTIMBURGO
MERENDA Céllus
O
s resultados do terceiro trimestre refletiram um quadro de expansão anêmica para a economia. O PIB registrou crescimento de 0,5% na comparação com o segundo trimestre, com ajuste sazonal (taxa anualizada de só 2%), e de 3,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Do lado da oferta, o forte crescimento da agropecuária evitou desempenho ainda pior para o PIB. Do lado da demanda, a contribuição do setor externo para a demanda agregada voltou a ser positiva no terceiro trimestre, quando comparado ao trimestre anterior, situação que deve ser temporária. Neste ambiente, a variação de estoques parecer ter
EM CRISE
O que importa na balança É ROBERTO FENDT
E
stamos chegando ao fim do ano e nos aproximando de mais um recorde na balança comercial. As exportações ficarão próximas de US$ 135 bilhões, as importações poderão chegar a US$ 90 bilhões e o saldo comercial a US$ 45 bilhões. Um novo recorde na história do comércio exterior brasileiro. Esses resultados devem ser, antes de mais nada, comemorados como um exemplo vivo dos benefícios que geram para um país a liberdade de comércio. O total exportado corresponde a quase 15% do PIB, gerando emprego, renda e tributos ao longo da cadeia produtiva. Não fosse a abertura das demais economias aos produtos exportados pelo Brasil e certamente o crescimento do PIB brasileiro teria sido comprometido – mais que isso, teria retroagido, situando-se abaixo do patamar atingido no ano passado. A despeito dessa contribuição positiva para o crescimento e o emprego, é preciso atentar que boa parte do expressivo crescimento das exportações se deve ao aumento de preços no mercado internacional de nossos principais produtos exportados. O volume exportado cresceu mais modestamente, 5%, o que ainda é o dobro da taxa de crescimento do PIB estimada para este ano pelo mercado. Do lado das importações, o crescimento do volume foi ainda mais expressivo, com crescimento de 11%, quatro vezes o crescimento do PIB. A gama de produtos importados é muito grande, incluindo uma parcela significativa de matérias-primas, partes e componentes e bens de capital para a indústria, o que tem permitido que os preços dos produtos manufaturados vendidos no mercado interno continuem estáveis. Parte das importações também se destina à incorporação em produtos destinados ao mercado externo, gerando valor adicionado – em grande parte sob a forma de trabalho e, portanto, salários – no mercado interno. Tanto as exportações como as importações e, em conseqüência, o saldo comercial, foram muito afetados pelo comportamento da taxa de câmbio em 2006. Muitas atividades exportado-
ras padeceram este ano do que se convencionou chamar na literatura econômica de doença holandesa. Trata-se da apreciação da taxa de câmbio dos países que englobam o Mar do Norte decorrente da descoberta, há alguns anos atrás, de grandes depósitos de petróleo. A maciça entrada de divisas decorrente da exportação de petróleo criou pressões para baixo na taxa de câmbio dos países envolvidos, valorizando o câmbio. A valorização estimulou as importações e desestimulou as exportações dos produtos mais dependentes da taxa cambial, particularmente dos produtos manufaturados. Essa pressão impediu um maior crescimento da indústria, chegando alguns a afirmar que o petróleo terminou por levar a uma "desindustrialização" na Holanda. Generalizado, o conceito de doença holandesa explicaria a incipiência da indústria em países como a Venezuela, detentores de grandes reservas de petróleo, particularmente em períodos de forte elevação do preço do produto. Entre nós, padecemos um pouco dessa doença holandesa em 2005 e 2006, já que os preços de nossas principais commodities exportadas aumentaram de forma expressiva e rápida, apreciando a taxa de câmbio e tornando menos competitivas as nossas exportações de manufaturados.
C
om o ano de 2006 praticamente encerrado, o desafio para 2007 é manter o crescimento das exportações. O mercado projeta queda no saldo comercial para o ano que vem. Essa projeção parte principalmente da continuidade do crescimento das importações a taxas mais aceleradas que as das exportações. A redução do saldo pode vir a ser positiva, pelo seu impacto sobre o câmbio; além disso, a continuidade da acumulação de reservas tem custos, que talvez já valha a pena reduzir. O que importa, de fato, não é a queda do saldo, mas a continuidade do crescimento das exportações. Hoje, as vendas para o mercado externo já são um importante componente do PIB e do emprego, que é preciso preservar.
A s importações cresceram 11%, quatro vezes a taxa de crescimento do PIB
Hirudíneo brasiliense MÁRIO CÉSAR DE CAMARGO
N
a classificação científica, sanguessuga é um verme do filo dos anelídeos, da classe dos hirudíneos, que habita as águas doces e tem ventosas com as quais se liga aos animais, a fim de lhes sugar o sangue. Num inusitado processo evolutivo, inimaginável até mesmo para Charles Darwin, desenvolveu-se ao Sul do Equador o Hirudíneo brasiliense. Embora seu habitat seja outro - uma formação côncava-convexa situada no Planalto Central do Brasil -, o mutante tem característica análoga à do original: por meio dos tentáculos da improbidade, suga o dinheiro dos impostos pagos por quem trabalha. Ficção biológica à parte, o problema da corrupção é endêmico no País, apresentando ciclos epidêmicos agudos, em distintos momentos, diferentes governos e em caráter suprapartidário. Afinal, desonestidade não tem matizes ideológicos. O dinheiro público é desviado de seu destino precípuo ao léu de interesses e mazelas administrativas de cada ocupante do poder. Um exemplo é a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira. Sua arrecadação em 2005 foi de R$ 30 bilhões. Criada com a intenção de solucionar a carência de verbas para a Saúde, é distribuída a outros destinos. Ainda estupefata diante do mensalão, a sociedade recebeu o golpe da operação sanguessuga. A reação indignada justifica-se de maneira plena, em especial quando considerado o fato de que cada brasileiro trabalha quase cinco meses por ano só para pagar impostos, enfrentando um sistema tributário lesivo, inclusive para os setores produtivos. Assistindo às incongruências na gestão de recursos e à ação deleté-
ria do Hirudíneo brasiliense, recordando-se com tristeza dos vampiros da saúde e envergonhados pelo comportamento imoral de parcela de seus políticos e pessoas públicas, os brasileiros sofrem ainda mais com endemias e epidemias. A partir da década de 90 verificou-se o recrudescimento de várias doenças, numa cruel evidência do quanto aquelas distorções refletemse negativamente na qualidade de vida. A dengue volta a ser séria ameaça. Em 2005, registraram-se 205 mil casos, contra 111 mil em 2004, o que significa crescimento de 85%. Dados da Organização Mundial da Saúde, divulgados em 2003, revelam algo estarrecedor: o Brasil superou a Índia e se transformou na nação com o maior índice de hanseníase. Quanto à tuberculose, o Brasil ocupa o 15.º lugar entre os 22 países responsáveis por 80% do total mundial de portadores.
conhecida a grave situação em que se encontra a subsistência de percentual elevado na população de baixa renda. O grito que o presidente Lula deu contra a fome, ao ser eleito, ainda não foi abafado com medidas eficazes no governo do mesmo presidente que repete sempre haver fome no Brasil. Não foi surpresa, portanto, tomar conhecimento de que 25% das escolas não têm merenda escolar apropriada. Quem se der ao trabalho de verificar a procedência dessa frase vai ver a real situação por que passam as crianças mais necessitadas da merenda, por viverem famintas em suas casas. Sabe-se, por ser comentário corrente nos intervalos das aulas, que as merendas para essa classe de desafortunados é muito pobre em proteínas, pois a maior parte da merenda não atende a esse requisito, de uma refeição escolar que deve alcançar o maior período de necessidade alimentícia.
Q
uando foi criada a merenda escolar tive a satisfação de comentar o rico ideal contido na iniciativa, mas verifiquei ao longo do tempo que a canalhice dos responsáveis pela merenda, ou parte deles, não vê a importância desse alimento obrigatório nas escolas, criado para enriquecer o robustecimento dos alunos pobres. O governo merece sempre elogios pelo que fez para o alimento de alunos desprovidos da casa com boa subsistência, mas infelizmente, ao longo dos anos, foi desvirtuada a patriótica e plausível iniciativa, com desvios de alimentos e baixa na qualidade das dietas. Tomo a liberdade em pedir a atenção para a situação das merendas escolares. Esse é um serviço rigorosamente necessário. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
T
ais estatísticas, a despeito de sua gravidade, parecem ser ignoradas por uns e encaradas com absoluto desdém por outros, que não têm o mínimo constrangimento em furtar o dinheiro dos programas de saúde, fundamental à preservação da vida de milhões de habitantes. O quadro é agravado pelo comportamento abjeto de quem desrespeita a confiança dos eleitores e os princípios da cidadania. É lamentável observar que mais um episódio de denúncia de corrupção vai terminando em pizza, agravando os danos da improbidade para a sociedade, a economia e a qualidade de vida do brasileiro. MÁRIO CÉSAR DE CAMARGO É PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA GRÁFICA
O verme mutante suga o dinheiro dos impostos pagos por quem trabalha
G Os canalhas
responsáveis pela merenda não vêem a importância desse alimento obrigatório
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
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Política UM SERMÃO Pedimos neste Natal a luz de Cristo para o nosso País, para a nossa democracia. Nota divulgada pela CNBB, contra os aumentos salariais
Lula Marques/FolhaImagem
CONTRA A GANÂNCIA Arcebispo de Brasília fez duras críticas aos aumentos salariais de deputados e juízes durante missa de Ação de Graças, ontem, no Congresso Nacional. Presidentes da Câmara e do Senado estavam lá.
O Arcebispo D. João Braz de Aviz ao lado do presidente da Câmara, Aldo Rebelo: 'puxão de orelhas' nos parlamentares por causa dos salários.
PRESSIONADA, A CÂMARA RECUA Negociação empaca e, sem tempo de votação, reajuste dos parlamentares pode sair só em 2007. Jamil Bittar / Reuters
S
em consenso sobre qual valor adotar para os próprios salários, deputados e senadores pretendiam ontem à noite adiar para o ano que vem a votação do projeto que fixaria o índice de reajuste. Depois de mais de quatro horas de reunião, os deputados não conseguiram chegar a um acordo sobre o reajuste de vencimentos. Já o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), nem sequer chamou os líderes partidários para discutir o assunto. A única proposta de aumento salarial entregue à Mesa da Câmara para votação fixa o salário dos parlamentares em R$ 16 500. Nenhum líder partidário havia solicitado, no entanto, que o projeto fosse incluído na pauta da Casa em regime de urgência. A pauta da sessão extraordinária convocada para ontem à noite previa apenas dois projetos: um que acaba com a verba indenizatória de R$ 15 mil mensais paga a cada um dos 513 deputados e 81 senadores, e outro que extingue o
pagamento de 14º e 15º salários aos parlamentares a título de ajuda de custo. Mas a expectativa era de que nenhum desses projetos seria votado. No fim do dia, o líder do PTB, deputado José Múcio Monteiro (PE), apresentou um requerimento retirando essas propostas da pauta de votação. Os trabalhos do Congresso terminam hoje. Mas não há mais possibilidade de fazer votações polêmicas, uma vez que dificilmente haverá quórum para apreciar qualquer projeto sobre o qual não haja consenso. O Congresso volta a funcionar a partir de 1º de fevereiro já com a posse dos deputados e senadores eleitos em outubro. Bate-boca – A falta de acordo sobre o reajuste salarial ficou evidente na reunião convocada pelo presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) com os líderes partidários. O clima foi de tensão, com troca de acusações mútuas e bate-boca entre os parlamentares. Um grupo de deputados do PSol,
Renan Calheiros: Senado decidiu aguardar a decisão dos deputados.
PV, PSB, PPS e PTB saiu do encontro denunciando a proposta de votar primeiro a extinção de benefícios dos parlamentares como uma manobra para aprovar um salário de R$ 24.500. "É um atalho para aprovarem aqui o teto de R$ 24.500", disse o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). "Como podem
falar em golpe se todas as votações serão abertas e transparentes no plenário?", rebateu o presidente da Câmara, que é candidato à reeleição.Diante da polêmica, Inocêncio Oliveira (PL-PE), propôs que não houvesse votação. "Com essa confusão é insensato a Casa deliberar agora", justificou. (AE)
arcebispo de Brasí- pelo Supremo Tribunal Fedelia, D. João Braz de ral (STF). O aumento aprovaAviz, fez um ser- do foi de 90, 7%, gerando um m ã o o n t e m , n o salário mensal de R$ 24.500. A Congresso Nacional, contra as comparação foi feita com o propostas de aumento nos sa- atual salário mínimo: R$ 350. O arcebispo não poupou os lários dos poderes Legislativo e Judiciário. O discurso acon- aumentos concedidos aos juíteceu durante a missa de Ação zes. "Como aceitar que o poder de Graças, celebrada no Con- Judiciário legisle em alguns gresso. Estavam presentes os dos casos a seu favor, sem depresidentes da Câmara, Aldo monstrar sensibilidade pelo Rebelo (PCdoB-SP) e do Sena- povo para quem as leis são feido, Renan Calheiros (PMDB- tas e interpretadas?". O arcebispo encerrou seu AL), além de parlamentares. "O Congresso Nacional en- discurso demonstrando tristecerra esse período legislativo za com as polêmicas salariais. com muitas vitórias, mas tam- "Atitudes como a que temos visto nesses bém com muitas dias matam o lutas e tensões. espírito de NaFicou com uma tal e apresenimagem desgastam uma ameatada diante do Como aceitar que um ça real ao espíripovo brasileiro, parlamentar receba to da paz que o a quem repremais de R$ 800 por Natal anuncia." senta", iniciou o dia, quando boa parte CNBB – Na arcebispo. sexta-feira, a Em seguida, das pessoas é Conferência passou a criticar obrigada a viver com Nacional dos os aumentos sa- R$ 12 por dia? Bispos do Brasil lariais. "As últiD. João Braz de Aviz, (CNBB) havia mas pautas enarcebispo de Brasília divulgado nota volvendo tamcriticando o aubém o Poder Jud i c i á r i o n o s d e i x a r a m a mento dos salários. Na nota, sensação de que muitos dos re- cujo título é "O que devemos presentantes do povo andam fazer?", a entidade mostrou-se preocupados com seus inte- indignada com o reajuste preresses e os interesses de corpo- tendido pelos parlamentares. "Como nos colocar diante do rações às quais estão comprometidos, distante, porém, do fato chocante do aumento de conjunto de interesses de todo salário que os parlamentares decretaram para eles mesmos. o povo brasileiro." D. João fez uma comparação O que devemos fazer?", diz o dos salários dos deputados texto da CNBB. "Esta decisão dos membros com os de grande parte da população. "Como aceitar que do Parlamento leva a crescer o um parlamentar brasileiro re- fosso entre os legisladores e o ceba mais de R$ 800 por dia, povo. Pedimos neste Natal a quando boa parte das pessoas luz de Cristo para o nosso País, que representa é obrigada a vi- para a nossa democracia", enver com R$ 12 por dia?". Ele se cerra o texto. Como D.João, arreferia ao reajuste determina- cebispos de todo o Brasil tamdo pelos líderes da Câmara e bém protestaram contra a medo Senado, depois derrubado dida. (Agências)
Alan Marques / Folha Imagem
SETE PARTIDOS SE REBELAM
S
ete partidos decidiram não votar nada ontem e deixar tudo para a próxima legislatura. Na reunião do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), com líderes partidários não houve acordo, mas Aldo, o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP) e o líder do PDT, Miro Teixeira (RJ), encamparam a idéia de votar primeiro o fim da verba indenizatória de R$ 15 mil e dos 14º e 15º salários, para então depois votar um subsídio. Os líderes do PSDB, PV, PTB, PSol, PSB, PPS e PMDB enten-
deram que a decisão era uma estratégia para votar a verba agora e, em nome dessa medida, aprovar o aumento para R$ 24,5 mil. "Se acabarem com a verba agora, depois ela volta por ato da Mesa. Não queremos ser enganados de novo", argumentava Fernando Gabeira (PV-RJ). Já o líder do PSB, Alexandre Cardoso, disse que não seria o momento certo para decidirem sobre o assunto."Não devemos votar nada nesse clima. Estão transformando a disputa pela presidência da Câmara em palanque eleitoral". (AE)
INICIATIVA É DA CÂMARA, DIZ RENAN
O
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ontem que a iniciativa do projeto de decreto legislativo estabelecendo o reajuste para o salário dos parlamentares é da Câmara dos Deputados. Renan confirmou que os líderes no Senado não iriam se reunir para definir o valor do reajuste. "Não precisa de reunião porque a decisão terá que ser dos plenários das duas casas. O ideal é organizar a votação o mais rapidamente possível. Mas a iniciativa é da Câmara", destacou.
Ele citou ainda medidas de contenção de gastos que foram adotadas pelo Congresso nos últimos dois anos, como o fim das convocações extraordinárias, que representou uma economia de R$ 100 milhões e cortes de custeio que este ano, segundo ele, representarão uma economia de R$ 50 milhões. "A dificuldade para a fixação do teto é obter um consenso nos três poderes", disse. "Temos de impor um limite salarial. O Brasil é um país pobre e desigual e não pode continuar pagando os salários que paga", acrescentou. (AE)
AÉCIO: CONTRADIÇÃO MINEIRA nquanto o governador reeleito de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB) criticava ontem os aumentos salariais dos deputados federais e senadores, a Assembléia de Minas aprovou aumento salarial para o primeiro escalão do governo mineiro. O projeto prevê reajustes entre 13,8% a
E
20% para os secretários estaduais, secretáriosadjuntos e o vice-governador de Minas. O salário do governador não será beneficiado. Em entrevista à Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, Aécio afirmou que o Congresso está em débito com a sociedade brasileira.
"Essa legislatura foi uma marca ruim para o Brasil, para a democracia brasileira", acusou. Na opinião do governador, não pode haver um "divórcio tão grande" entre o Parlamento e a população. "O Congresso Nacional está devendo à sociedade brasileira." O projeto de aumento dos
secretários mineiros foi aprovado em segunda votação no último dia dos trabalhos legislativos. Aécio continuará recebendo R$ 10,5 mil, mas a remuneração do seu vice-governador, Antonio Anastasia, aumentará em 13,8%, passando de R$ 9 mil, para R$ 10,25 mil. (AE)
No alvo: deputado Luiz Antônio Medeiros foi um dos abordados.
SINDICALISTAS REAGEM: 'PEROBA NELES!' m grupo de sindicalistas realizou ontem, no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, mais um protesto contra o reajuste do salários do parlamentares. Os manifestantes entregavam aos passageiros que desembarcavam garrafas de óleo de peroba com rótulos artesanais com imagens
U
simbolizando deputados e senadores. "Óleo de peroba para parlamentar cara-depau", gritavam. Orientados por funcionários da Infraero, muitos congressistas que chegavam a Brasília usavam uma saída lateral e não cruzavam com os sindicalistas. Mas alguns não escaparam do 'ataque'. (AE)
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
ECONOMIA - 5
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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Internacional
A América Latina é um exemplo extraordinário de democracia. Michelle Bachelet, a presidente do Chile
Mohammed Ameen/Reuters
Bush promete saídas para o Iraque
Baixas no Fatah, em dia de trégua violada
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tiradores vinculados ao grupo islâmico Hamas mataram dois policiais palestinos leais à facção moderada Fatah na madrugada de ontem, em Gaza, horas depois de os dois grupos terem acertado um novo cessar-fogo com o objetivo de pôr fim a mais de uma semana de conflito entre suas forças. Líderes do Fatah denunciaram o assassinato e acusaram o Hamas, mas asseguraram que o grupo continua comprometido com a trégua. Pelo menos 16 pessoas morreram em episódios de violência interna ocorridos desde segunda-feira da semana passada. No decorrer do dia, a Cidade de Gaza estava relativamente calma, em contraste com a confusão e a violência do dia anterior. Nos funerais dos policiais, porém, houve reações violentas e juras de vingança, o que provocou preocupação com relação à manutenção da trégua. Tawfiq Abu Khoussa, porta-voz do Fatah, disse que os policiais eram primos e foram mortos durante a madrugada, atacados enquanto realizavam uma patrulha. Outras seis pessoas que estavam no mesmo carro ficaram feridas no incidente. Segundo Abu Khoussa, o ataque foi promovido por homens armados ligados ao Hamas. Na versão do grupo islâmico, porém, alguns de seus milicianos envolveram-se num "intenso tiroteio" com integrantes do Fatah.
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
Mas antes pode ter de aumentar contingente de soldados
Destroços de carro-bomba que explodiu ontem em Bagdá: violência no Iraque não dá trégua
senhores não sonharão em Al Qaeda: ter segurança enquanto não experimentarmos na 'Atacaremos, aPalestina e em todos os países islâmicos", afirmou. se Deus quiser' A Al Qaeda, que esteve
A
Al Qaeda continuará a atacar alvos dos EUA e de outros países do Ocidente enquanto os muçulmanos estiverem sob ataque, afirmou o segundo homem na cadeia de comando da rede, Ayman al-Zawahri, em um vídeo divulgado ontem pela rede de TV Al Jazeera. "Se somos atacados em nossas terras, não deixaremos de atacá-los nos seus países, se Deus quiser", afirmou Zawahri. "A fórmula para a segurança dos senhores é essa: os
por trás dos ataques em 11 de setembro de 2001, prometeu várias vezes realizar outras investidas contra os Estados Unidos. Zawahri fez uma ameaça do tipo, pela última vez, em um vídeo divulgado em junho e no qual prometia vingar a morte do líder da rede no Iraque. Na gravação mais recente, o número dois da Al Qaeda rebateu o argumento do presidente George W. Bush de que o combate ao terrorismo garantiria a segurança. E disse que os norteamericanos estavam
desorientados para encontrar uma saída do Iraque e do Afeganistão. "Tanto os democratas quanto os republicanos procuram desesperadamente por uma saída dos desastres no Afeganistão e no Iraque. E ainda continuam usando a mesma mentalidade agressiva e tentando cooperar com algumas pessoas para garantir essa saída. "Os senhores não estão negociando com os verdadeiros detentores do poder no mundo islâmico e os senhores parecem estar caminhando rumo a uma penosa rodada de negociações, depois da qual serão obrigados a negociar com as forças reais."
O
presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, prometeu ontem desenhar um "novo curso" para o Iraque, enquanto o novo secretário da Defesa, Robert Gates, fez sua primeira viagem ao território iraquiano para conversar com comandantes norte-americanos e autoridades iraquianas. "Meu governo vai trabalhar com republicanos e democratas para criar uma nova maneira de avançar no Iraque", disse Bush, em Washington. Bush, que deve anunciar no início do ano uma nova estratégia em relação à guerra, também disse que está avaliando a possibilidade de aumentar por um curto período o contingente norte-americano no Iraque, que já é de 135 mil soldados. Em Bagdá, Gates, que tomou posse na pasta da Defesa há três dias, disse que os comandantes norte-americanos manifestaram preocupação com um possível aumento no contingente, já que isso pode-
ria retardar a autonomia iraquiana no controle da segurança. O secretário disse que quer conversar primeiro com o premiê Nuri al-Maliki. A visita do ex-diretor da CIA ao Iraque ocorre logo depois de o Pentágono ter afirmado que a violência no Iraque está em seu nível mais elevado. Quase 3.000 soldados norte-americanos já morreram desde a invasão do país, em 2003. Bush, que enfrenta uma pressão cada vez maior para reduzir o comprometimento militar norte-americano com o Iraque, disse que a vitória é possível. "Todos nós queremos encontrar uma maneira de trazer os filhos e filhas da América de volta para casa. Mas, como o presidente deixou claro, nós simplesmente não podemos nos permitir fracassar no Oriente Médio", disse Gates. Pouco antes da chegada de Gates ao país, um suicida explodiu seu carro perto de um posto da polícia iraquiana na Universidade de Bagdá, matando 11 pessoas e ferindo 31.
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Planalto Congresso Corr upção CPMI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
Joedson Alves / AE - 09/02/2006
Eymar Mascaro
Quadro negro
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imagem do Congresso se desgastou tanto que deputados e senadores estão com receio de serem hostilizados na rua, sobretudo depois que ACM Neto foi esfaqueado por uma mulher, na Bahia. A sociedade não aceitou a ousadia dos parlamentares, que se autoconcederam um aumento salarial de 91%, mas foram obrigados ao recuo por decisão do STF. Muitos parlamentares deixaram de usar os botons na lapela dos paletós para não serem identificados. Eles preferem o anonimato nessa época de contestação, pois acabaram de sair de uma eleição.
É o que determinam os relatores no Conselho de Ética
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Os conceitos de direita e esquerda são démodés. Caetano Veloso
RELATORES PEDEM ABSOLVIÇÃO DE SANGUESSUGAS
REELEITOS E ABSOLVIDOS elo menos três deputados, dos cinco parlamentares citados pela CPMI dos Sanguessugas e que foram reeleitos este ano, serão absolvidos pelos relatores no Conselho de Ética da Câmara. Dois deles, melhor que serem absolvidos, terão seus casos arquivados por "inépcia" da acusação, ou seja, os relatores sequer instruíram o processo por acharem que as acusações contra eles não tinham fundamento. São os casos de Wellington Fagundes (PL-MT) e Wellington Roberto (PL-PB), que nem foram chamados por seus relatores para depor no Conselho.
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
A diferença entre a inépcia e a absolvição é que, no primeiro caso, o relatório, depois de aprovado pelo Conselho, é arquivado. Não é votado em plenário e nem pode mais ser reaberto na próxima legislatura. O outro reeleito que será absolvido é Pedro Henry (PPMT). Mussa Demes (PFL-PI), seu relator, já entregou parecer ao Conselho pela absolvição do pepista, que também esteve envolvido no caso do mensalão e acabou absolvido. Os outros dois envolvidos e que foram reeleitos - João Magalhães (PMDB-MG) e Marcondes Gadelha (PSB-PB) - não serão julgados nesta legislatura. (AE)
Henry: Um dos cinco parlamentares reeleitos e que serão absolvidos. Jonne Roriz / AE
Marcos D'Paula / AE
REAÇÃO
SENADO
Poucas vezes os historiadores registraram uma reação tão violenta da sociedade como a atual. A população não aceita que um Congresso que fixa um mínimo em R$ 375 conceda aos parlamentares salário de R$ 24 mil, isto é, 91% acima do que ganham atualmente.
Renan Calheiros (PMDB), candidato à reeleição apoiado pelo governo, e José Agripino (PFL), candidato da oposição, continuam cabalando votos dos senadores. Os levantamentos indicam que Renan ainda é o favorito para se manter no cargo, mas a oposição acha que Agripino cresce.
REJEIÇÃO Os senadores não querem nem ouvir falar na redução de seus mandatos de oito para quatro anos, como sugere a OAB no projeto de reforma política que a entidade encaminhou ao ministro Tarso Genro, para ser examinado pelos partidos. Os senadores repudiam a proposta.
Lanzoni: acusado de corrupção de menores pode assumir o cargo.
Caetano: Críticas a Lula e homenagem a Jean Charles.
SHOW DE POLÍTICA Para ele, direita e esquerda são 'demodés'
O
cantor e compositor Caetano Veloso deu um cunho político ao show Cê, que fez anteontem , para quase 3 mil espectadores no Circo Voador, no Rio. Logo no início, Caetano rebateu os comentários do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva, na semana passada, associando juventude a ideologia de esquerda e cabelos brancos a um deslocamento para o centro. "Esses conceitos de direita e esquerda estão
démodés", disse, logo no início da apresentação. O cantor e compositor fez uma autocrítica. "Outro dia, falaram-me que tem gente que não agüenta mais ouvir falar de política. Eu também não agüento mais." A seguir, cantou "London London", e dedicou a canção ao mineiro Jean Charles Menezes, assassinado pela polícia inglesa no metrô da cidade, em 2005. Logo depois, emendou com "Fora de Ordem", sucesso dos anos 90. (AE)
JUSTIÇA LIBERTA VEREADOR Mas seus colegas na Câmara são contrários à posse
A
Câmara de Porto Ferreira, na região de Ribeirão Preto, só votará no fim de janeiro se Luís César Lanzoni (PTB) poderá ou não assumir o cargo de vereador. Lanzoni foi o terceiro mais votado (846 votos) em 2004, mas estava preso e não foi empossado. Ele foi condenado a 45 anos de prisão (a pena foi reduzida depois para dez anos pelo Tribunal de Justiça de São Paulo) por corrupção de menores, formação de quadrilha e favorecimento à prostituição. Lanzoni foi um dos envolvidos no caso de aliciamento de meninas para orgias em ranchos da cidade, assim como outros vereadores, empresários e comerciantes. Ele conseguiu a liberdade por cumprir parte da pena e por bom comportamento, além de um mandado de segurança da Justiça local para que a Câmara Municipal avalie se ele poderá ou
não assumir o cargo. Os dez vereadores de Porto Ferreira poderiam ter decidido sobre o pedido de Lanzoni na sessão de segunda-feira, mas o presidente da Comissão de Justiça, Evandro Coelho (PSDB), pediu vistas do processo e terá dez dias para analisar. Porém, a Câmara inicia hoje o recesso parlamentar e só retoma as atividades normais em 20 de janeiro. Os dez dias de vistas não devem ocorrer no período de recesso. Assim, somente no fim de janeiro o caso será avaliado e votado pelos vereadores. "Os vereadores não querem aceitar que Lanzoni seja empossado, mas isso não é definitivo", explica o presidente da Casa, Gilson Strozzi (PSDB). "É complicado um condenado pela Justiça fazer leis, sou contra a posse dele e a população ainda não se posicionou sobre o caso", disse. (AE)
DIPLOMADOS NA MIRA EM RO
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enos de uma semana após receberem os diplomas de eleitos e suplentes, cinco políticos de Rondônia poderão perder o mandato antes mesmo de assumir. O Ministério Público Eleitoral de Rondônia pediu a cassação dos diplomas dados ao governador reeleito Ivo Cassol (MD), do senador eleito Expedito Júnior (MD), da mulher dele e suplente de deputado federal, Val Ferreira (MD), do deputado federal Anselmo de Jesus (PT) e do recém-eleito deputado estadual Wilber da Astir (PSB). Contra o governador Ivo Cassol, Expedito Júnior e Val
Ferreira pesam denúncias de envolvimento na compra de votos, pelo valor de R$ 100, dos vigilantes da empresa Rocha Vigilância, de propriedade do irmão do senador eleito, Irineu Gonçalves. Wilber da Astir tem contra si as denúncias de utilizar as instalações da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) e da Astir (Associação da Polícia Militar) para pedir votos de seus colegas da PM. O deputado federal reeleito Anselmo de Jesus é acusado pelo MPE de prometer a doação de 500 lotes de terras de área de assentamento rural do Incra em troca de voto. (AOG)
CCJ APROVA PLEBISCITOS
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Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou ontem projeto de decreto legislativo que prevê plebiscitos sobre o fim do voto obrigatório; da reeleição dos integrantes do Executivo e sobre a adoção de financiamento público de campanha. Segundo informou a Agência Senado, o projeto
1.494/04, de autoria do senador Gerson Camata (PMDBES), recebeu substitutivo do relator, senador Jefferson Péres (PDT-AM), para determinar a consulta à população também sobre a redução da maioridade penal. O tópico não foi votado e será reapresentado quando a matéria for analisada no plenário. (AE)
FIDELIDADE RECUO Diante da recusa do STF em aprovar o aumento de 91%, os presidentes da Câmara e Senado, Aldo Rebelo e Renan Calheiros resolveram rever a decisão exdrúxula. Os dois dirigentes aceitaram mandar para votação plenária o índice de aumento.
DECISÃO Aldo e Renan são candidatos à reeleição às presidências das duas casas do Congresso. Precisam, portanto, dos votos dos deputados e senadores. Por isso, foram favoráveis ao aumento de 91%. Não esperavam, contudo, que a reação da população fosse tão imediata e tão acentuada.
PREFERÊNCIA Aldo Rebelo continua sendo o candidato do agrado de Lula. O presidente insiste junto às lideranças do PT para que Arlindo Chinaglia desista da candidatura. Lula não quer que a candidatura de Rebelo se transforme em bandeira da oposição.
APOIO Também o candidato do PT, Arlindo Chinaglia, deu apoio ao aumento de 91%. Chinaglia quis garantir votos, principalmente do baixo clero. Há anos que os deputados menos expressivos defendem a equiparação salarial da categoria com os vencimentos dos ministros do STF.
À ESPERA Enquanto os aliados não chegam à conclusão sobre a candidatura única do grupo à presidência da Câmara, o PMDB prefere retardar sua decisão sobre o lançamento de candidato próprio. O partido apóia o candidato único, mas tem na reserva três candidatos ao cargo.
Outra proposta da OAB é pela volta da fidelidade partidária. A sugestão também não agrada a maioria dos parlamentares, que preferem continuar com a liberdade de trocar de partidos, sobretudo após as eleições A proposta da OAB proíbe a troca de partidos.
CAMPANHA É tímida a oposição dos congressistas a outra sugestão que consta do projeto da OAB: o financiamento público das campanhas. A proposta é apoiada pela maioria dos parlamentares, embora existam os que não consideram justo o contribuinte pagar as campanhas dos candidatos.
VEÍCULOS A Câmara dos Deputados deve publicar oportunamente no Diário Oficial os termos da licitação para a compra de 11 automóveis para servir a Mesa Diretora. Os carros vão custar cerca de R$ 900 mil. Portanto, não é certa a notícia de que a Câmara teria abandonado a idéia de comprar os veículos.
O FICO A pedido de Lula, Márcio Thomaz Bastos deve permanecer no Ministério da Justiça até o fim de janeiro. Até lá, o presidente não deve anunciar todo o ministério. Thomaz Bastos esperava sair antes, mas não encontrou um meio de recusar o apelo do presidente.
SUBSTITUTO Para o lugar de Márcio Thomaz Bastos, Lula deve indicar Tarso Genro ou o ministro do STF, Sepúlveda Pertence. A escolha entre está entre os dois. Portanto, os nomes de Nelson Jobim e Michel Temer para a pasta da Justiça estão rifados.
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Tr i b u t o s Empresas Nacional Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
Dois milhões de PCs serão vendidos entre outubro e dezembro, segundo a IDC.
SETOR TERÁ 16 NOVAS USINAS DE PRODUÇÃO
A SAFRA DE 2006 VAI GERAR 371 MILHÕES DE TONELADAS DE CANA, ANTE 336,9 MILHÕES DA COLHEITA DE 2005
AÇÚCAR E ÁLCOOL: PRODUÇÃO RECORDE
A
produção de açúcar e álcool no Bras i l v a i b a t e r re corde na safra 2006/2007 da cana-de-açúcar que será moída até o dia 24. A safra vai gerar 371 milhões de toneladas, contra os 336,9 milhões de toneladas da anterior. "A produção deste ano foi espetacular", comemorou o presidente da União da Indústria Canavieira (Unica), Eduardo Pereira de Carvalho, ontem, ao anunciar os números da safra. Em relação à produção de açúcar da safra a n t e r i o r, a deste ano foi 1 7 % m a i o r, com 25,8 milhões de toneladas. A produção de álcool teve alta de 11,2%. Entre o álcool anidro e o hidratado, o segundo apresentou maior elevação, 16,2%. Isso ocorreu graças às ações da Secretaria da Fazenda de São Paulo de combate à sonegação. No início de 2006, com a obrigatoriedade do uso de corante no álcool anidro para identificar a prática de álcool "molhado", foi utilizado 1 bilhão de litros a mais do álcool hidratado. As distribuidoras de combustí-
Newton Santos/Hype
veis colocavam água no álcool anidro para pagar menos imposto. Com isso, houve aumento de 22,5% da formalidade, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP). A redução da mistura de álcool anidro na gasolina, de 25% para 20%, que em novembro foi para 23%, contribuiu para a diminuição da demanda de álcool anidro em 1 bilhão
de litros. Mas o fator de maior impulso para o uso de álcool no mercado interno foi o veículo flex. As vendas de carros bicombustível até novembro somaram 2,52 milhões, enquanto tinham sido, em igual período de 2005, de 1,126 milhão. A expectativa para 2007 é de que mais de 1,5 milhão de carros de motor flex sejam vendidos. Mas, segundo pesq u i s a re a l i z a d a p e l o I b o-
pe/Solution, um terço dos motoristas não abastece o carro com álcool ou o faz parcialmente em razão do preço e também por "ainda existir desconhecimento e mitos que precisam ser derrubados", afirmou Carvalho, com base na pesquisa com 1,2 mil motoristas em oito capitais brasileiras e interior do estado. As compras de 1,3 bilhão de litros de álcool pelos Estados Unidos contribuíram para que o Brasil alcançasse a exportação de 2,9 bilhões de litros neste ano. O volume deve ser repetido no próximo ano com embarques para novos mercados. A perspectiva da Unica para a próxima safra é de expansão da área a ser colhida com o início das operações de 16 unidades produtivas na safra 2007/2008 e aumento da moagem das 12 unidades que começaram a operar neste ano. A próxima safra será mais alcooleira que a última. Além do preço mais atrativo do álcool em relação ao açúcar, as novas usinas levam cinco anos para atingir a capacidade plena. Adriana David
Eduardo Pereira de Carvalho, da Unica: "A produção deste ano foi espetacular"
Lupo ganha redução de tributos
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Lupo S/A conseguiu na Justiça diminuir sua carga tributária. Uma decisão da Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª. Região (TRF-3) determina a não incidência do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre as receitas da empresa provenientes de vendas para a região da Zona Franca de Manaus. O advogado da Lupo, Sandro Ferreira Medeiros, do escritório Fernando Quércia e Advogados Associados, argumentou que, como a Lei n° 7.714/88 e a Lei Complemen-
tar n° 70/91 autorizam a exclusão das receitas de exportação da base de cálculo do PIS/Cofins, o mesmo deveria ocorrer com relação a produtos enviados para a Zona Franca. "A Zona Franca de Manaus deve ser equiparada a outro País. Assim, seria como se a Lupo estivesse exportando mercadoria para o exterior", compara Medeiros. O advogado acredita que a decisão não será revertida nos tribunais superiores. "No Superior Tribunal de Justiça (STJ), a questão está praticamente pacífica e o tribunal tem sido favorável aos contribuintes", afirma. No julgamento mais recente
IPC-Fipe Índice captou inflação de 0,66% na segunda prévia de dezembro, maior taxa do ano.
BNDES
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Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou ontem a aprovação de crédito de US$ 100 milhões para a IBM no âmbito do Programa para o Desenvolvimento da Indústria Nacional de Software e Serviços Correlatos (Prosoft). (AE)
BOLSAS
A
Laura Ignacio
SOJA Produção nacional pode chegar a 72,4 milhões de toneladas na safra 2016/2017.
RISCO: CHAMPANHE PARA COMEMORAR
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or sugestão do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, brindou com champanhe a queda registrada no risco-País para um patamar inferior a 200 pontos, registrada na última terça-feira. "Vamos brindar sem o champanhe do Furlan A TÉ LOGO
(ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior)", sugeriu Appy, referindose ao champanhe francês Cristal comprado por Luiz Fernando Furlan em junho de 2003 e entregue ao então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, para ser aberto quando o risco brasileiro caísse abaixo dos 400 pontos. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Alta nas vendas de PCs eleva acesso à internet
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Siemens bate recorde de transmissão de dados
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maior parte dos acionistas da NYSE Group, operadora da Bolsa de Nova York, votaram a favor da fusão do grupo com a Euronext NV, operadora das bolsas de Paris, Amsterdã, Bruxelas e Lisboa. (AE)
Ó RBITA
sobre o tema, ocorrido em outubro, o ministro relator do caso, Humberto Martins, do STJ, declarou: "As duas Turmas da 1ª Seção do Tribunal já firmaram o entendimento segundo o qual a isenção relativa à Cofins e ao PIS é extensiva às mercadorias destinadas à Zona Franca de Manaus." Mas a questão ainda deve ser decidida pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Gar antia – O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias garante que até 2013 a Zona Franca de Manaus é área de livre comércio e de incentivos fiscais.
PIB deve crescer 3,8% em 2007, diz Banco Central
Logo Logo DIÁRIO DO COMÉRCIO
Michaela Rehle/Reuters
Quem é um grande? Para mim, só Ronaldinho Gaúcho. Do ex-jogador alemão Franz Beckenbauer em entrevista publicada ontem pela revista "Sport Bild", respondendo a uma pergunta sobre se o alemão Michael Ballack é um jogador "verdadeiramente grande".
www.dcomercio.com.br/logo/
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
DEZEMBRO
2 -.LOGO
21 15 anos da dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) no dia do aniversário de seu mais radical dirigente, Joseph Stálin (1879-1953)
B IOLOGIA
B AHIA
Morador de Lobato, periferia de Salvador, Wellington Carlos Silva Muniz, de 19 anos, não resistiu a uma cirurgia para a retirada de um tumor no cérebro, no Hospital Sagrada Família. No atestado de óbito, a causa da morte foi apontada como hemorragia e edema cerebral. O corpo, liberado, foi levado ao Cemitério Municipal de Plataforma. A família preparava o corpo no caixão, na noite de terça-feira, quando a mãe viu o filho se mexer. "Logo depois, ele mexeu os braços, como se
estivesse sufocado", diz Laura Flores, amiga da família. Duas ambulâncias foram chamadas para socorrer os familiares assustados. Levado ao Instituto Médico-Legal (IML), o corpo de Muniz foi periciado na manhã de ontem e constatou-se a morte do jovem. "É raro, mas podem acontecer espasmos em corpos, causados por fatores dos mais variados", justifica o perito médico-legal do IML Carlos Augusto Catão. O sepultamento, que ocorreu no início da noite de ontem. (AE)
N ATAL
Bom velhinho, mas indesejado Papai Noel não é bem-vindo na cidade norte-americana de Hazleton, porque é só mais um imigrante ilegal, como todos os outros que a cidade está querendo expulsar. Pelo menos é isso o que uma página na internet quer fazer parecer. O site afirma que o velhinho de roupa vermelha representa a imigração ilegal, que segundo a assembléia municipal aumenta a criminalidade e sobrecarrega os serviços públicos locais. Mas o site é apenas uma farsa e foi
criado na tentativa de satirizar uma lei local, aprovada em julho, que atraiu atenção ao impor punições contra estabelecimentos que empregarem imigrantes ilegais ou hospedarem-nos. O prefeito de Hazleton, Lou Barletta, grande incentivador da lei, está furioso. É que o site, além de criticá-lo, contém uma citação fictícia dele dizendo: "Papai Noel é uma idéia perigosa cujo reinado deve acabar."
Machos descartados
Bin Laden na mira dos soldados
Fêmeas dos dragões de Komodo desenvolvem reprodução assexuada
C
ientistas da Universidade de Liverpool, na Inglaterra, revelaram na revista científica Nature que as fêmeas do dragão de Komodo possuem um tipo de reprodução assexuada, a partenogênese, e podem ter filhotes sem a necessidade de fecundação pelo macho. O dragão de Komodo, a maior espécie de lagarto do mundo – pode chegar a medir três metros e a pesar 90 quilos – está em perigo de extinção. Os cientistas identificaram a partenogênese em duas fêmeas que viviam em zôos britânicos, isoladas dos machos. Uma delas, Flora
pôs, em maio, 25 ovos sem que tivesse cruzado com um macho. Oito dos ovos devem resultar em filhotes que nascerão em janeiro. A outra fêmea pôs vários ovos depois de 30 meses sem contato com um macho. Seus filhotes, nascidos sete meses e meio depois, são sadios. Nos dois casos, um "teste de paternidade" aponta que o genótipo dos filhotes é idêntico aos das mães.
Fotos: AFP
Morto assusta parentes no velório
F RANÇA
No alto, o nascimento de um dragão de Komodo. Acima, Flora, fêmea que pôs ovos sem contato com machos.
www.nosantaforhazleton.com
'Bombando' no Google
Exemplo no tratamento da aids
C A R T A Z
Divulgação
CONCERTO
RAIOS DE LUZ - Homem trabalha na chamada Fonte de Natal de Natal de Berlim, criada pelo designer de iluminação Nils R. Schultze. Graças a um patrocinador, desde 2002 a fonte é acesa aos domingos, na época das festas de fim de ano, na capital alemã. M ARKETING
Cidadãos apaixonados Reprodução
F Concerto de Natal no Mosteiro com o quarteto de câmara Romanov (foto), integrado por músicos Osesp. No programa, obras de Haydn e Mozart. Mosteiro de São Bento. Lgo. de S. Bento, s/nº. Tel.: 3285-5242. 12h. Grátis. G @DGET DU JOUR
F AVORITOS
Galeria de tiro ao pato
Monte seu vídeo pela internet
www.miltonglaser.com www.johnsonbanks.co.uk/ thoughtfor theweek/
Acima, a camiseta da Eslovênia: trocadilho com a palavra Love em inglês. Ao lado, a declaração "Eu sou Amsterdam"
A TÉ LOGO
O Brasil começará a produzir o NAT, teste que diminui a janela imunológica (período em que o vírus HIV não é detectado no exame laboratorial). Os testes serão implantados em 2008. O Brasil, onde vive um terço dos cerca de 1,7 milhão de soropositivos ou doentes de aids da América Latina, foi citado em relatório da ONU como exemplo no tratamento da doença por conseguir manter a epidemia em um nível estável graças à prioridade dada à prevenção e ao tratamento. M EIO AMBIENTE
Aviões poluentes barrados no ar A partir de 2012, as companhias aéreas brasileiras terão de adaptar seus aviões às novas exigências ambientais para a aviação civil anunciadas ontem pela União Européia (UE). As medidas devem afetar até mesmo a produção da Embraer. O bloco estipulou que vôos internos na Europa a partir de 2011 terão de emitir menos CO2 e outros gases que geram o efeito estufa. Em 2012, a medida passa a valer para empresas estrangeiras. As emissões de aviões cresceram 87% de 1990 a 2006. L OTERIAS Concurso 681 da LOTOMANIA 01
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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Nave Discovery inicia seu retorno à Terra após reforma da Estação Espacial Internacional Grã-Bretanha institui novo sistema de controle biométrico para seus 700 mil imigrantes
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www.jumpcut.com
O logotipo que lanço moda nos anos 80, Nova York busca atrair turistas. Abaixo, a Estônia assume a condição de país do leste europeu
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shooting-galler y/index.html#top
Como nos parquinhos de diversões de antigamente, uma galeria de tiro com alvos em forma de patos. A arma dispara um laser, que deve atingir o centro do alvo para marcar pontos. Completo com efeitos sonoros e música. Requer 6 baterias e custa cerca de US$ 45.
oi nos anos 80 que o prestigiado designer norte-americano Milton Glaser criou a declaração de amor gráfica a Nova York para atrair turistas à cidade. A imagem rodou o mundo e há até quem nunca esteve em NY mas já usou uma camiseta de "novaiorquino apaixonado". Agora, nações européias se renderem a este tipo de marketing. Na Holanda, cidadãos do mundo são convocados a "serem" Amsterdam, não apenas visitarem a cidade. Eslovênia e Estônia também lançaram suas versões de cidadania apaixonada.
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www.iwantoneofthose.com/duck-
O Yahoo! criou o site Jumpcut, que pretende ser um YouTube com "algo mais". O adicional, no caso, é a possibilidade de editar vídeos online, sem a necessidade de um programa específico instalado no computador. No site, o internauta pode recortar trechos de vídeos, mesclar vídeos caseiros com imagens que circulam pela rede, juntr trechos de filmes, adicionar trilha sonora em MP3, colocar legendas e até aplicar efeitos visuais básicos. Depois de pronto, o site também ajuda a divulgar a criação.
Cannavaro não é tudo isso
S AÚDE
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Mundo, Metacafe (site de vídeos), Radioblog (página de música), Wikipedia (enciclopédia colaborativa), Vídeo, Rebelde (novela mexicana), Mininova (página para download de arquivos) e wiki (conceito de páginas colaborativas, como a Wikipedia). Os dez mais na busca de notícias do Yahoo! são bem diferentes: o caçador de crocodilo Steve Irwin, Anna Nicole (coelhinha da Playboy cujo filho morreu), Iraque, Israel e Líbano, eleições dos Estados Unidos, Fidel Castro, programa nuclear da Coréia do Norte, morte de JonBenet (modelo infantil), julgamento de Saddam Hussein e caricaturas dinamarquesas (sobre Maomé).
B RAZIL COM Z
A agência de notícias chinesa Xinhua destacou ontem algumas declarações do ex-técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, criticando a decisão da Fifa de conceder ao italiano Fabio Cannavaro o título de melhor jogador de mundo. "Ele não é o melhor e não pode nem ser comparado com jogadores como Ronaldinho ou Kaká", disse Parreira. O técnico, que embarcou para a África do Sul logo após o fiasco da Copa, disse que Cannavaro só levou o título porque a Itália foi a campeã do mundo da Alemanha.
Theo Heimann/AFP
I NTERNET
Paris Hilton e Orlando Bloom foram as celebridades que "bombaram" no Google em 2006. Os dois estão, respectivamente, em primeiro e segundo lugares no ranking dos dez termos mais procurados na área de busca de notícias do site em inglês. Os outros temas que integram a lista dos "dez mais procurados" em inglês foram, pela ordem: câncer, podcasting, furacão Katrina, falência, Martina Hingis (jogadora de tênis), autismo, NFL Draft (processo de seleção de jogadores de futebol americano) e Big Brother 2006. Entre as buscas gerais no Google, os sites de relacionamento Bebo e MySpace lideram a lista de termos mais procurados, seguidos por Copa do
Um documentário francês que deverá ser exibido pela televisão Planète, da França, mostra que soldados franceses no Afeganistão tiveram na mira de tiro o líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, duas vezes em 2003 e 2004, mas não receberam a ordem de seus superiores de matá-lo. O documentário Bin Laden, les ratés d´un traque (algo como Bin Laden, falhas de uma perseguição) foi realizado após um ano de pesquisas pelos jornalistas Eric de Lavarène e Emmanuel Razavi. Os dois disseram que tinham obtido o testemunho de quatro soldados franceses das forças especiais que estiveram naquela época no Afeganistão sob comando americano. As identidades dos militares são mantidas em sigilo.
Escritor britânico David Irving, que nega o Holocausto, ganha liberdade condicional
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
Estados Planalto Congresso CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5 Eu, pelo menos, espero que tenha contado com a companhia de Deus. Aldo Rebelo
PROPOSTA DO PT ENFRAQUECE REBELO
Roberto Jayme / AE
PT PROPÕE ALIANÇA AO PMDB Pela proposta, os partidos dividiriam a próxima legislatura e apoiariam Chinaglia.
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presidente do PT, Marco Aurélio Garcia, enviou carta ontem ao presidente do PMDB, Michel Temer, propondo a união formal dos dois partidos para apoiar Arlindo Chinaglia à presidência da Câmara. No documento, redigido na terça-feira, mas só entregue na tarde de ontem, Marco Aurélio propõe dividir a próxima legislatura (quatro anos) de forma a que o PT presida a Câmara nos dois primeiros anos e o PMDB nos dois seguintes. Pela proposta petista, o partido que não presidir a Casa teria o direito de escolher o segundo cargo mais importante. "O PMDB tem a maior bancada na Câmara Federal, seguida pela do PT. Portanto, o enten-
dimento e a ação conjunta de nossas bancadas serão decisivos para os rumos do Brasil", prega a carta. Marco Aurélio afirma na
O entendimento e a ação conjunta de nossas bancadas serão decisivos para os rumos do Brasil. Marco Aurélio Garcia, em carta ao PMDB
carta que o PMDB tem o direito legítimo de reivindicar a presidência da Casa, pelo tamanho de sua bancada, mas como a presidência do Senado se enca-
minha para as mãos do PMDB, com o apoio do PT, seria razoável uma composição para dividir espaço. "Venho propor um acordo e solicitar apoio como parte de um todo que envolve o conjunto dos partidos que apoiarão o governo do presidente Lula", diz a carta, mencionando a coalizão, embora Lula tenha dito que não quer interferir nas eleições das duas Casas. Este movimento coincide com o momento em que o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que concorre à reeleição, está na berlinda por conta da polêmica proposta do reajuste dos salários dos parlamentares. O PT lançou Chinaglia e tenta obter o apoio do PMDB. Michel Temer levará a proposta ao exame do partido. (Reuters)
ALDO ADMITE QUE FICOU SOZINHO
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om a imagem arranhada por causa do empenho em assegurar um reajuste salarial de 90,7% para os parlamentares, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), admitiu publicamente que ficou sozinho na defesa do reajuste, apesar da decisão ter sido tomada em conjunto com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
"Eu não fiquei sozinho. Eu, pelo menos, espero que tenha contado com a companhia de Deus", disse Rebelo, ao reconhecer que foi um erro insistir no aumento. Rebelo é o candidato favorito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição na Câmara. Porém, os aliados não concordaram em lançá-lo como candidato único da ala go-
vernista. O PT lançou Arlindo Chinaglia e agora o PMDB pode apoiá-lo. Desde o início da semana, Calheiros deixou Rebelo sozinho. Enquanto o presidente da Câmara dava declarações a favor do aumento, o senador confidenciava a interlocutores que seria melhor submeter o reajuste a voto dos plenários da Câmara e do Senado. (AE)
O candidato do PT à Câmara, Arlindo Chinaglia: parceria com PMDB dificultaria a candidatura de Rebelo.
REJEITADAS CONCESSÕES DE RÁDIO E TELEVISÃO Comissão recusa, de uma só vez, 82 solicitações de renovação e outorga
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Comissão de Ciência, Tecnologia e Comunicação da Câmara rejeitou ontem 82 pedidos de renovação e concessão de novas outorgas de rádio e televisão. Esta é primeira vez, na comissão, que um grande número de pedidos é rejeitado em bloco. O plenário ainda terá que apreciar os processos. Segundo o Regimento da Câmara, quando a comissão rejeita este tipo de processo, a votação em plenário deve ser nominal e, para manter a rejeição, é necessário o voto de dois quintos dos deputados. A decisão da comissão foi
um protesto dos parlamentares contra a forma de o governo encaminhar os pedidos ao Congresso. Os deputados reclamam de falta de transparência e agilidade do Ministério das Comunicações na condução desse processo. Os documentos encaminhados pelo ministério, segundo os relatores, não permitiam verificar a regularidade fiscal e judicial das emissoras de rádio e TV. "A comissão não vai mais dar parecer sobre outorgas sem que antes se tenha todos os elementos, todas as informações e a garantia de que essa renovação ou essa outorga se
faz de forma justa e adequada, para que a gente não fique repetindo uma prática que não é correta", afirmou a deputada Luiza Erundina (PSB-SP), ela própria relatora de vários pedidos envolvendo emissoras de TV e de rádio comerciais e comunitárias. A rejeição em bloco, na avaliação do deputado e relator Jorge Bittar (PT-RJ), não tem qualquer relação com o mérito de cada pedido. "Esta decisão significa uma mensagem que estamos enviando ao ministério para que haja uma mudança profunda de postura com relação a este tema." (AE)
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
Tr i b u t o s Empresas Nacional Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
7 Os efeitos das cooperativas serão sentidos ao longo do tempo. Henrique Meirelles, presidente do BC
FESTAS AJUDAM A ADIAR O PACOTE
SEGUNDO O PORTA-VOZ ANDRÉ SINGER, LULA QUER DETALHAR MAIS AS MEDIDAS QUE SERÃO TOMADAS
GOVERNO ADIA PACOTE PARA JANEIRO
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Jamil Bittar/Reuters/ 20/12/2006
porta-voz da Presi- "em função das festas de fim de econômico, e muito menos se dência da Repúbli- ano". Singer não deu nenhum trata de um pacote, palavra ca, André Singer, detalhe de quais serão as pos- que o próprio Mantega confessou evitar nos últimos dias. informou na noite síveis medidas do pacote. Medidas – O ministro da O ministro acrescentou que de ontem que o pacote econômico que o governo federal Fazenda, Guido Mantega, os desafios do governo para os anunciaria hoje foi novamente disse na tarde de ontem que próximos quatro anos são exadiado. Segundo ele, o pacote as medidas serão para racio- pandir ainda mais o crédito, inserá anunciado no começo de nalizar gastos, mas preserva- centivar o investimento privado, aumentar o investimento janeiro de 2007, sem uma data rão "políticas sociais". Sem querer adiantar o con- público em infra-estrutura, definida. Singer informou que a decisão de adiar novamente junto de medidas que serão construção e ampliação de estradas, novas o pacote foi to- ED Ferreira/AE - 20/12/2006 pontes, melhomada em seguiria de portos e da a uma reua e ro p o r t o s , nião do preside son eraç ão dente da Repúde impostos blica, Luiz que incidem Inácio Lula da sobre o setor Silva, com miprodutivo e renistros da área dução do creseconômica, no cimento do Palácio do Plagasto público. nalto. Mantega Singer disse apresentou que Lula está aos senadores satisfeito com uma planilha as medidas q u e s e r ã o Mantega apresentou ontem ao Senado parte dos planos do governo com os principais pontos da anunciadas para acelerar o crescimento anunciadas pelo governo no política econômica, em que eseconômico do Brasil, mas pe- início do próximo ano, Mante- tão definidas como parte de diu um detalhamento maior ga apresentou ontem, em au- um programa fiscal de longo das decisões do pacote. diência pública no Senado Fe- prazo medidas que incluem "Não houve problema, são deral, a linha a ser adotada pa- contenção do crescimento do dezenas de projetos que serão ra alcançar a meta de cresci- gasto corrente, aperfeiçoamento da gestão da máquina anunciados. Foi um pedido do mento de 5% em 2007. presidente de que houvesse As medidas, que segundo pública, redução da carga trium detalhamento maior des- enfatizou o ministro não pro- butária (hoje em cerca de 38% ses projetos", afirmou. O por- vocarão arrocho fiscal nem re- do PIB), maior investimento ta-voz, em seguida, disse que o dução de salário, são muito público e manutenção das poadiamento também ocorreu mais modestas que um plano líticas sociais. (Agências)
Empresários pedem gasto menor
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grande expectativa dos empresários em relação ao pacote do crescimento, que deveria ser anunciado hoje pelo governo federal e foi adiado, é de que o pacote tenha medidas para a redução do gasto público. "É questão das mais importantes", disse Josué Christiano Gomes da Silva, presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) e da empresa Coteminas, uma das maiores indústrias do setor têxtil brasileiro. Para o industrial, o corte de custos e o redesenho de processos leva a uma maior eficiência do Estado e, em conseqüência, a uma taxa mais equilibrada de juros e câmbio. "Os juros podem ser reduzidos.
Hoje, o custeio das contas públicas é alto e cria buracos na indústria", ressaltou. Ele lembrou que, embora parte da valorização do real sobre o dólar seja resultado dos preços internacionais das commodities exportadas pelo Brasil, são os juros altos, fora do ponto de equilíbrio, que acabam puxando o câmbio. O Iedi, segundo seu economista-chefe, Edgard Pereira, acredita que a Selic deveria ser, pelo menos, metade do que é hoje (13,25%), ficando mais próxima dos juros internacionais. Dessa forma, diminuiria também o ingresso de dólares no País, e o câmbio, que hoje prejudica a indústria tanto no lado da exportação quanto no da importação, segundo os
empresários, ficaria mais equilibrado. Gomes da Silva afirmou, no entanto, que ainda não está claro qual seria esse câmbio de equilíbrio e ressaltou que o Iedi se dedicará a esse estudo nos próximos meses. Para Paulo Francini, diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Iedi, criar espaço para o crescimento aprimorando a gestão pública pode ser desagradável para alguns. "Mas é isso o que está faltando", afirmou. Boris Tabacof, diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), acredita que o plano lidará basicamente com a área fiscal, mas ressaltou que o Brasil precisa de outras medidas, para crescer acima de 3% ao ano. (AE)
Em sabatina, presidente do Banco Central disse que juros só baixarão quando houver competição entre os bancos brasileiros
Meirelles defende concorrência
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presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou ontem que os juros e o spread bancário (diferença entre o custo do dinheiro para o banco e a taxa cobrada ao cliente) só vão baixar se houver competição entre os bancos. Meirelles disse que, nos últimos quatro anos, foram criadas 300 cooperativas de crédito, das quais 180 de acesso restrito e 120 de acesso livre ao consumidor. Ele reconheceu que o volume de crédito na economia ainda é pequeno, na faixa de 33% do Produto Interno Bruto (PIB). Ele destacou o papel das cooperativas de crédito nesse processo, especialmente em se
tratando da população de baixa renda. "Os efeitos das cooperativas vão ser sentidos ao longo do tempo", disse o presidente do BC, durante exposição no Congresso Nacional sobre o cumprimento dos objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial em consonância com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Ele ouviu críticas dos parlamentares a respeito do baixo crescimento da economia brasileira e afirmou que 2006 será o terceiro ano seguido de crescimento do salário real e também do consumo das famílias. Fez uma defesa da política econômica do governo Lula, lembrando que, de 1985 a 2003, fo-
ram criados 2,6 milhões de empregos formais, enquanto entre 2004 e 2005 foram gerados 2,8 milhões. "São os efeitos que a política econômica teve sobre a população", argumentou. Sobre a lucratividade dos bancos, ele disse que os níveis de ganhos do sistema financeiro nacional são compatíveis com os de outros segmentos da economia, como da indústria. Meirelles também afirmou que não cabe ao Banco Central discutir sua própria autonomia operacional. Ele observou que em outros países a experiência foi positiva para as taxas de juros reais e, conseqüentemente, para o crescimento das nações. (AG)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
DOISPONTOS -77
NA BOCA DO LEÃO
CLAUDIO WEBER ABRAMO
ANTICORRUPÇÃO INTERNACIONAL
CORBIS
E
Quais são as chances de ser apanhado pelo Fisco? Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
S
onegar? Talvez este não seja exatamente o questionamento que o contribuinte brasileiro tem feito a si próprio. Mas a indignação pelo crescente aumento da carga tributária, que compromete os resultados das empresas, associada à impunidade daqueles que cometem ilícitos comprometedores da moral nacional, muitas vezes obriga o empresário a simplesmente não recolher exatamente o que deve. Por outro lado, a grande maioria dos cidadãos brasileiros desconhece o que vem a ser exatamente sonegar, quais as conseqüências em razão da sua prática e as informações que diariamente alimentam o banco de dados da Secretaria da Receita Federal e das Fazendas estaduais e municipais. Prestar declaração falsa ou omiti-la do Fisco, omitir rendimentos ou operações em livros fiscais, alterar faturas ou notas fiscais, contabilizar despesas inexistentes através de notas fiscais frias, constituem crime de sonegação fiscal. Se condenado, o cidadão estará sujeito à detenção de seis meses a dois anos, além de multa de duas a cinco vezes o valor do tributo. Mas, ainda assim, o contribuinte pode se questionar: quais as chances de ser apanhado pelo Fisco? No caso de uma empresa, dentro de um universo de milhares cadastradas nos órgãos públicos, em que medida serão investigadas as informações prestadas e, se inexatas, apanhadas pelo Fisco?
A
G A indignação
pelo crescente aumento da carga tributária, que compromete os resultados das empresas, muitas vezes obriga o empresário a simplesmente não recolher exatamente o que deve. G Sonegar
é crime! Omitir receita ou contabilizar despesa fictícia é crime! Qual seria, então, a alternativa? Destinar de 25 a 30% do faturamento para o esgoto da arrecadação tributária no os que ainda se questionam, aí vão Brasil?
algumas informações que talvez não sejam conhecidas: - As instituições financeiras informam mensalmente, por CPF e CNPJ, todos os débitos de lançamentos em contas correntes à Receita Federal. Além disso, quando é solicitado pelas autoridades fazendárias, os bancos entregam, independente de autorização judiciária, toda a movimentação financeira do investigado. - As administradoras de cartões de créditos, da mesma forma, são obrigadas a informar as compras efetuadas por seus titulares mensalmente, por CPF e CNPJ, quando os valores ultrapassam R$ 5.000,00 por pessoa física e R$ 10.000,00 por pessoa jurídica; - As imobiliárias, construtoras, incorporadoras e cartórios informam sobre todas as operações de comercialização de imóveis, identificando as partes envolvidas, o valor e a localização da transação, ainda que tenha havido a intermediação de terceiros. Todas essas informações são auditadas pelo Fisco. Havendo divergências, uma luz amarela acende e o órgão arrecadador abre
fiscalização rigorosa e detalhada contra aquele contribuinte. Outra informação que pode ser útil àqueles desavisados é que as Fazendas estaduais e municipais trocam constantemente informações com a Receita Federal e o INSS.
S
onegar é crime! Omitir receita ou contabilizar despesa fictícia é crime! Importar bens por preços efetivamente não praticados, é crime! E cometer um crime não é uma alternativa para aqueles que supõem auferir vantagens financeiras com a sua prática. Qual seria, então, a alternativa, questionam para aqueles empresários que se entediam lendo ou ouvindo as informações acima? Destinar de 25 a 30% do faturamento para o esgoto da arrecadação tributária no Brasil? - indagam. Sonegar ou recolher todos os tributos não são alternativas entre si. As alternativas que existem são: planejar ou não planejar a empresa tributariamente. Antes de realizar um fato gerador de uma obrigação tributária o contribuinte deve planejar para que, sobre este fato, incida a menor carga tributária possível. Não se trata aqui de simular fatos ou atos, mas sim de realizá-los tendo o seu propósito negocial concretizado, mas de uma forma que sobre o mesmo não haja um “desperdício” tributário. Esta é uma alternativa possível, além de ser uma alternativa legal. O planejamento tributário eficiente exige um conhecimento profundo e atualizado da legislação. Existem ferramentas e estratégias disponíveis legalmente capazes de minimizar esse custo excessivo e o trabalho dos profissionais especializados consiste exatamente em disponibilizar o conhecimento necessário para que as empresas em ascensão não comprometam seu fluxo financeiro e sua lucratividade. Ou seja, a iniciativa de realizar um planejamento tributário é a solução mais adequada contra o “desperdício”.
A Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br
experiência adquirida durante anos estruturando projetos de planejamento tributário para empresas de pequeno a grande porte, confirma cada vez mais a seguinte mensagem aos empresários: sonegar pode parecer economicamente interessante a princípio, mas, se a estratégia realizada ilegalmente for desmascarada pelo Fisco – e existem grandes e concretas chances de isso vir a ocorrer -, o prejuízo empresarial será infinitamente superior a todos os tributos pagos. TIZIANE MACHADO, DO ESCRITÓRIO MACHADO ADVOGADOS E CONSULTORES ASSOCIADOS
ntre os dias 10 e 14 de dezembro realizou-se em Amã, na Jordânia, a Primeira Conferência dos Estados Parte da Convenção da ONU Contra a Corrupção. A convenção, assinada em Mérida, no México, há dois anos, já foi ratificada por mais de 80 países, o que, conforme as regras da ONU, é suficiente para que ela entre em vigor. Isso significa que os países signatários são obrigados a realizar as modificações legislativas preconizadas no instrumento, bem como a implementar diversos mecanismos administrativos. Como acontece com qualquer convenção internacional, não basta que os países a subscrevam. A ONU está cheia de convenções que não passaram do papel. Para que tenha efeitos concretos é necessário que a implementação seja monitorada. As convenções anticorrupção da OCDE e da Organização dos Estados Americanos, ambas subscritas pelo Brasil, contam com um mecanismo de acompanhamento que inclui questionários, visitas aos países, sabatinas e ainda, no caso da OEA, o acolhimento de perspectivas oriundas não só dos governos mas também da sociedade civil. Afinal, governos tendem a apresentar imagens róseas.
A
esperança que acompanhava a Conferência de Amã era de que se atingisse algumas diretrizes sobre o mecanismo de acompanhamento da Convenção. Porém, as resistências foram muito grandes, por diferentes motivos. Há países que não querem nem sonhar com a possibilidade de sua conformidade a uma Convenção ser monitorada por outros países e por Ongs. Outros (o Brasil entre eles) receavam que, se adotado imediatamente, isso poderia trazer um ônus adicional aos responsáveis pelo acompanhamento interno da implementação de outras convenções anticorrupção. Para contornar essas dificuldades, a Conferência apresentará uma proposta de monitoramento em dezembro de 2007.
A delegação brasileira teve um papel importante na insistência da participação de entidades da sociedade civil. Partiu dela, em conjunto com os argentinos, uma proposta aceita pelo plenário, de que durante a Conferência de 2007 seja apresentado ao menos um projeto com boas práticas no combate à corrupção de responsabilidade de ONG. A resolução prevê ainda que serão apresentados cinco exemplos de boas práticas de responsabilidade de organismos do Estado – os quais, naturalmente, podem incluir parcerias com ONGs.
A
lém da questão do monitoramento da Convenção, outro assunto dominou as discussões: a recuperação de ativos roubados de países e que se encontram depositados ou realizados em outros países. Esse assunto interessa muito aos países miseráveis da África, Ásia e do Pacífico, que têm sido muito afetados pela atividade predatória de presidentes, ditadores, ministros etc. Isso nos interessa não por causa dos volumes dos casos individuais (que são pequenos em relação ao que acontece em outras partes), mas devido ao número desses casos no Brasil. São ex-agentes do Estado com contas bancárias no exterior recheadas com recursos roubados do erário público brasileiro. O Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça tem mapeado centenas de casos como esses, mas encontra grande dificuldade nos procedimentos jurídicos inter-nacionais para de fato recuperar esses recursos.
A
Convenção da ONU pela primeira vez estipula uma plataforma para a melhoria de um estado de coisas em que os países ricos, onde esses dinheiros encontraram abrigo, resistem a mais não poder a devolvê-los. O grande desafio de curto prazo da Convenção será mudar substancialmente esse panorama. CLAUDIO WEBER ABRAMO É JORNALISTA E DIRETOR DA ONG
TRANSPARÊNCIA BRASIL
G Não basta
que os países subscrevam a Convenção Anticorrupção. A ONU está cheia de convenções. É preciso monitorar.
FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894
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Congresso Estados Planalto CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
"Eu e o presidente Lula estamos nos aproximando" Paulo Maluf
LULA RECEBE MALUF E DEPUTADOS DO PP
Dida Sampaio / AE
LULA QUER PROIBIR ACÚMULO DE SALÁRIOS NO MP Ação encaminhada ao STF tenta impedir a soma de salários e gratificações.
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Lula, durante o lançamento do novo passaporte: documento poderá ser solicitado via Internet.
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NOVO PASSAPORTE TERÁ 16 ITENS DE SEGURANÇA
presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou ontem o novo modelo de passaporte brasileiro comum, que está entrando em vigor em Brasília e Goiás. Até abril, o documento com acréscimo de itens de segurança será emitido nas demais capitais. O preço para emitir o documento também passa a ser outro, aumentando de R$ 89,71 para R$ 156,07. Na cor azul, o passaporte terá a palavra "Mercosul" acima do nome do País - República Federativa do Brasil. É a cor padrão dos novos passaportes dos países do Cone Sul. O passaporte brasileiro atual, na cor verde, pode ser utilizado até a data de validade. O governo assegura que agora o documento será entregue até seis dias após o pedido, que poderá inclusive ser feito pela Internet. A Polícia Federal vai instalar máquinas nos aeroportos para fazer a leitura do novo passa-
porte. O documento vai dispor de 16 itens de segurança, como fotos e assinaturas digitais, código de barras bidimensional, fundo com microletras, fio de segurança, papel com fio de segurança, tintas sensíveis a abrasão e a solventes, marca d'água e papel reativo a produtos químicos. Numa segunda fase, o governo trocará os modelos dos passaportes utilizados por diplomatas, pessoas em serviço oficial, estrangeiros asilados e refugiados e cidadãos que precisarem tirar o documento em situação de emergência. A responsabilidade de emitir o passaporte continuará sendo da Polícia Federal (no território nacional) e das embaixadas brasileiras (no exterior). Para tirar o novo passaporte no Brasil, os cidadãos devem entrar no site da PF (www.dpf.gov.br) e preencher um questionário. Após o pedido, a pessoa deve ir à polícia para tirar foto e
deixar a assinatura e a impressão digital. Durante solenidade no Planalto, o presidente Lula entregou ao estudante Leandro Lopes o novo passaporte. Em discurso, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse que agora o documento emitido pelo governo brasileiro está equiparado ao de países desenvolvidos. "Estamos, em matéria de passaporte, saindo do século XIX e entrando no século XXI", avaliou Thomaz Bastos. "Toda tecnologia digital, o milagre da eletrônica, está incorporado nesse documento." Em São Paulo, o documento estará disponível para a população a partir de fevereiro do ano que vem, segundo o chefe da Divisão de Passaporte da PF, Roberto Galloro. Até lá, os postos continuarão emitindo o modelo antigo. Enquanto as pessoas não tirarem o novo, poderão utilizar o antigo até a data de validade. (Agências)
presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu agir para impedir o pagamento de salários superiores ao teto do funcionalismo público, que atualmente é de R$ 24,5 mil. Lula encaminhou uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) ao Supremo Tribunal Federal (STF) contestando uma resolução do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que permite a procuradores e promotores acumular a remuneração com gratificações referentes ao exercício de função de direção, chefia ou assessoramento e adicional de aposentadoria. O gesto dele ganha importância quando se leva em conta que, nos primeiros quatro anos de governo, o petista apresentou no STF apenas cinco adins. Na ação direta contra a decisão do CNMP, Lula alega que a
Constituição proíbe o pagamento acumulado de benefícios e adicionais. O presidente pede que o Supremo conceda uma liminar para suspender essa parte da resolução do conselho. "O dispositivo apontado, ao permitir a acumulação com o subsídio mensal dos membros do Ministério Público da União (MPU) e dos Estados (MPE), a incorporação de vantagens pessoais decorrentes de exercício de função de direção, chefia ou assessoramento, bem como o adicional de 20% na aposentadoria, viola, frontalmente, o disposto no artigo 39, parágrafo 4º da Constituição Federal (que proíbe o recebimento de acréscimos)", afirmou o advogado-geral da União, Álvaro Augusto Ribeiro Costa, que representa Lula na ação de inconstitucionalidade. A ação do presidente foi pro-
tocolada no Supremo depois que ele teve uma reunião, no fim de semana, com o procurador-geral da República e presidente do CNMP, Antonio Fernando de Souza, com a presidente do STF, ministro Ellen Gracie, e com o vice-presidente, ministro Gilmar Mendes. Na ocasião, foi divulgado que o assunto do encontro era um plano de cargos e salários para funcionários do Judiciário e do Ministério Público. Contas de campanha – Os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiram adiar para a próxima sessão, prevista para 1º de fevereiro, o julgamento do recurso do PT contra a rejeição das contas do comitê financeiro da campanha presidencial. Com isso, o partido não corre o risco de perder as primeiras parcelas do fundo partidário, pois a questão continuará sub judice. (Agências)
Sérgio Lima / Folha Imagem
BRASIL, CHILE E MÉXICO JUNTOS EM DAVOS
O
s presidentes do Brasil, do Chile e do México terão uma conferência sobre América Latina na próxima edição do tradicional Fórum Econômico Mundial, no fim de janeiro, na cidade alpina de Davos, na Suíça. A reunião marcará o primeiro encontro dos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Chile, Michelle Bachelet, com o colega mexicano, Felipe Calderón, depois de ele assumir o cargo. Em janeiro, Lula também viaja para Quito e Manágua.
Assessores tentaram disfarçar o encontro, mas o ex-prefeito disse que foi recebido "com sorrisos".
MALUF É RECEBIDO NO PLANALTO
O
deputado eleito e exprefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PP), e um grupo de deputados do partido se encontraram ontem no Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar de a assessoria de imprensa do presidente ter negado durante boa parte do dia que Lula receberia Maluf. O deputado, ao chegar, caminhava apoiando-se em uma
bengala e disse que falaria à imprensa após a audiência com Lula. Na segunda-feira, Maluf foi denunciado pelo Ministério Público por lavagem de dinheiro originário de corrupção passiva. Ele já responde a ações na Justiça, acusado de formação de quadrilha e evasão de divisas. Assessores tentaram evitar ao máximo que Lula fosse fotografado ao lado de Paulo Ma-
luf. Os fotógrafos e cinegrafistas que cobrem a presidência só puderam permanecer na sala de audiências para fazer imagens em menos de um minuto. Porém, o ex-prefeito saiu da reunião dizendo que foi recebido com sorrisos e que ele e o presidente "estão de aproximando". Após a reunião, Lula disse que o anúncio do pacote econômico foi adiado. (Agências)
8
Empresas Nacional Finanças Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
CRESCE PESO DOS PREFIXADOS NA DÍVIDA
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
3,9
por cento deve ser a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2007
PROJEÇÃO OFICIAL PARA O IPCA DO PRÓXIMO ANO É DE 3,9%, TAXA INFERIOR À META DE 4,5% PARA O PERÍODO
BC: INFLAÇÃO ABAIXO DA META EM 2007.
S
Valter Campanato/ABr
Carlos Kawall, secretário do Tesouro Nacional, admitiu a possibilidade de cortar mais fortemente as despesas em dezembro para garantir meta.
Governo central tem déficit
Tesouro Nacional, a Previdência Social e o Banco Central (BC) fecharam novembro com um saldo negativo de R$ 156,9 milhões por causa do aumento das despesas e da queda nas receitas. O secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, disse que o resultado está dentro do esperado, mas admitiu a possibilidade de cortar mais fortemente as despesas em dezembro, de forma a assegurar o cumprimento da meta das contas públicas neste ano. Tudo dependerá do desempenho das empresas estatais em novembro, cujo resultado será anunciado amanhã. Até outubro, as estatais estavam R$ 7,8 bilhões abaixo da meta para o ano. Se o resultado de novembro vier fraco, será necessário um esforço adicional do Tesouro para assegurar
O
o cumprimento da meta de superávit primário (economia para pagamento da dívida pública), que se refere ao conjunto de todo o setor público. De janeiro a novembro, o Tesouro acumulou um resultado R$ 8,8 bilhões acima do objetivo para compensar o desempenho negativo em outras áreas. "Dependendo do resultado das estatais em novembro, o governo terá de adequar as suas contas ao esforço feito pelas estatais", afirmou. Ele destacou que o déficit de novembro não compromete a meta de superávit primário do setor público consolidado — que inclui empresas estatais federais, estados e municípios — de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. A meta nominal de superávit do setor público para 2006 é de R$ 87,9 bilhões, mas, no acu-
mulado até outubro, atingiu R$ 90,99 bilhões (5,32% do PIB). No entanto, é normal acumular uma folga nos primeiros meses para compensar os tradicionais déficits registrados no fim do ano, especialmente em dezembro, em função dos aumentos de gastos com pessoal e Previdência. Sem excesso — Kawall destacou que o resultado primário do setor público neste ano ficará "dentro do combinado", ou seja, perto de 4,25% do PIB. "Mas sem o excesso em relação à meta que ocorreu no ano passado" destacou. Em 2005, a meta de superávit primário era 4,5% do PIB e fechou em 4,83%. Ele disse que a queda na receita do governo central, de R$ 40,335 bilhões em outubro para R$ 33,349 bilhões em novembro, explica "quase 100%" do déficit do mês passado. (AE)
e algumas questões macroeconômicas, como a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) e a taxa cambial, não agradam a empresários e economistas, isso não pode ser repetido a respeito da inflação. Neste ano, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) não deve passar de 3%, bem abaixo da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,5%. Para 2007, as expectativas também são positivas. Os economistas e o m e r c a d o f inanceiro apostam em 4,3%. O Banco Central (BC), em re l a t ó r i o d iv u l g a d o o ntem, indica variação de 3,9%. Ou seja, todos esperam inflação inferior à meta, de 4,5%. O relatório de inflação de dezembro do BC também incorpora a projeção de inflação para 2008: 4,5%. "Observa-se, ao longo do horizonte d e p ro j e ç ã o , uma tendência de convergência da variação do IPCA acumulada em 12 meses para o valor central da meta de inflação para o período 2006-2008, refletindo, fundamentalmente, os efeitos associados às reduções na taxa básica de juros desde setembro de 2005", destaca o relatório. O cenário de referência considerado pelo BC nessas previsões inclui a Selic (taxa básica) em 13,25% ao ano e o dólar em
R$ 2,15. Nesse caso, o IPCA de 12 meses deve atingir um piso de 2,7% no primeiro trimestre de 2007 e ir caminhando até fechar o ano nos 3,9% previstos. No ambiente usado pelo mercado financeiro, a Selic apresenta trajetória decrescente, até chegar a uma média de 11,92% anuais no final de 2007. A cotação do dólar atingiria R$ 2,25 no quarto trimestre de 2007. Com essas variáveis, a previsão dos analistas para o IPCA de 2007 resulta em inflação de 4,3%, bem abaixo dos
5,2% esperados por eles mesmos em setembro último. Sem pressões — "Simplesmente não há pressões de preços previstas para 2007", resume o economista do Instituto Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Emílio Alfieri. Segun-
do ele, a safra agrícola mostra sinais de reaquecimento depois de dois anos de perdas; a redução da taxa Selic não causou aumento descontrolado na demanda; os índices gerais de preços — usados para o reajuste de tarifas públicas — devem ficar abaixo de 4% neste ano; o preço do petróleo continua sob controle no mercado internacional; e a taxa de câmbio atual — que causa horror aos empresários — pelo menos não pressiona a inflação. "Com o mundo globalizado, sustos podem acontecer. Se um país tiver grandes problemas, se o preço do pet ró l e o s u b i r muito, pode haver pressão s o b re o B r asil", afirma. "Mas hoje o País é sólido e, para acontec e r u m d e scontrole de inflação, o susto teria que ser dos grandes, como uma guerra inesperada com um país inesperado, por exemplo." IPCA-15 — O cenário otimista dos economistas e do BC para 2007 foi baseado também na d i vu l g a çã o , ontem, do IPCA-15 de dezembro pelo Instituto Brasileiro Geografia e Estatística (IBGE). O indicador fechou em 0,35%, encerrando o ano com alta de 2,96%, a menor variação desde 1998 e bem abaixo da taxa de 5,88% registrada em 2005. Fernanda Pressinott
Dívida pública chega a R$ 1,08 tri
A
dívida pública federal em títulos atingiu a marca de R$ 1,081 trilhão em novembro, segundo dados divulgados ontem pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central (BC). A alta de R$ 18,63 bilhões em relação a outubro, ocorreu porque a emissão de papéis superou os resgates em R$ 6,6 bilhões Além disso, um total de R$ 12,03 bilhões em juros incidentes sobre a dívida entraram no estoque. Apesar do maior endividamento, a estrutura e a compo-
sição da dívida aproximaramse dos objetivos do governo. A participação de papéis com correção prefixada, considerados menos vulneráveis às variações de humor do mercado, chegou a 35,16% do total, o maior nível desde janeiro de 1999, quando começou a série do Tesouro e do BC. Segundo o coordenador da Dívida Pública no Tesouro Nacional, Ronnie Tavares, os investidores estão deixando de aplicar naqueles papéis que são corrigidos conforme a va-
riação da taxa de juros básica (pós-fixados) e migrando para títulos que têm a taxa de remuneração estabelecida na hora do leilão (prefixados) e aqueles corrigidos pela inflação. Em novembro, os títulos pós-fixados, que já foram 67,68% da dívida em abril de 2003, chegaram a 38,92% do estoque. Tavares disse que o Tesouro tem oferecido papéis pós-fixados em seus leilões, mas a demanda tem sido fraca. Assim, o volume de títulos desse tipo está abaixo da meta. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
ITAIPAVA
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
P or que não ir à
serra na estação do calor? Distrito de Petrópolis, esta bela região fluminense, que fica a 100 quilômetros do Rio de Janeiro, convida a um roteiro pontuado de pousadas e restaurantes de muito charme. Distante da agitação do litoral, abriga exuberantes vales cobertos de bosques de pinheiros e Mata Atlântica nativa, com uma elegância bucólica sem igual. Págs. 2 e 3
Veja mais imagens desta edição na nossa galeria de fotos virtual no site www.dcomercio.com.br/ galeria/boa viagem_index.htm
TURISMO - 1
Durante todo este mês, o DC Boa Viagem faz uma homenagem ao Rio de Janeiro, Estado que promete estar em destaque no ano que vem por conta dos Jogos Pan-americanos, que ocorrem em julho na Cidade Maravilhosa. Esta é a terceira edição dedicada à série. Aguarde, ainda, na semana que vem, as novidades na capital fluminense.
Verão longe das praias Simone Marinho/Ag. O Globo
Fotos: Divulgação
Pousada Tankamana (no topo) já virou tradição na região, seja por seus originais e luxuosos chalés, seja por seu restaurante, especializado em pratos à base de trutas (à esq.). Por ali, o mais novo resort é o Quinta da Paz (acima), que, entre outras mordomias, conta com um Espaço Zen. Já o Parador Santarém Marina convida a boas horas de prosa na sala de estar (à dir.). Quem quiser uma experiência gastronômica inesquecível deve ir ao Locanda della Mimosa e provar as receitas de Dario Braga (à dir.)
Ano 81 - Nº 22.278
São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
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Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h50
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
O sermão que derrubou a multiplicação dos salários
O sermão do Planalto foi arrasador. Enquanto Dom João Braz de Aviz, arcebispo de Brasília, o proferia, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), se encolhia atrás do missal (foto). "Como aceitar que um parlamentar brasileiro receba mais de R$ 800 por dia, quando boa parte das pessoas que representa é obrigada a viver com R$ 12 por dia?" - perguntou Dom João (foto à dir.). O "milagre" que elevou em 90,7% o salário dos parlamentares desmoronou, já minado pelo STF e por protestos em todo o Brasil, e só deverá voltar à pauta no novo Congresso, em fevereiro. Dom João não perdoou os juízes: "Como aceitar que o poder judiciário legisle em alguns casos a seu favor, sem demonstrar sensibilidade pelo povo para quem as leis são feitas e interpretadas?" Ainda culpou a ganância salarial como "ameaça real ao espírito de paz que o Natal anuncia". E o dia foi de transmutação na Câmara e no Senado. Página 3
MÍNIMO: R$ 380 Lula autorizou aumento de 8,6% em 2007. O reajuste custará R$ 5,1 bilhões aos cofres federais, R$ 850 milhões a mais do que estava programado. E 2
IR: CORREÇÃO DE 4,5% Tabela do Imposto de Renda será reajustada em 4,5% a partir de janeiro de 2007. Até 2010, a cada ano a tabela será corrigida no mesmo percentual. Economia 2
SAI O 13º. LOJAS ESPERAM VENDER MAIS. Pagamento da última parcela injeta R$ 50 bilhões na economia. A previsão é de aumento de até 10% nas vendas de Natal. Roupas e calçados lideram gastos. E 1
Fotos: Lula Marques/Folha Imagem Dave Thompson/AP
BOA VIAGEM Filhos só da mãe
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A bucólica elegância de Itaipava Pousadas e restaurantes de charme, cercados de mata exuberante, fazem da região fluminense atração de todas estações.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.TURISMO
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
Elegante destino gourmet
Fotos: Divulgação
Degustar as delícias do chef Danio Braga, do charmoso Locanda della Mimosa (acima), é provar pratos de um dos melhores restaurantes do mundo. No Tankamana (no topo, à dir.), trutas em versões criativas
Uma deliciosa viagem gastronômica. Ora regada a pratos tipicamente italianos, ora portugueses, tailandeses, franceses... Assim será a temporada na região bucólica de Itaipava e arredores, destino que reúne uma coleção de restaurantes especialíssimos, boa parte deles com os proprietários-chefs à frente das caçarolas. Junto de outros pequenos distritos e subdistritos de Petrópolis, como Araras e Correas, o lugar faz fama como o segundo pólo gourmet do Rio de Janeiro. Título, aliás, mais que merecedor. Entre os destaques, o Parrô do Valentim é um dos endereços mais clássicos do centro de Itaipava: serve maravilhas da tradicional cozinha portuguesa, com direito a sete variações diferentes de bacalhau – duas delas que levam o nome dos donos, Valentim e Guilhermina. Il Perugino, por sua vez, arrasa nos pratos italianos e o Parador Valência atrai com suas especialidades espanholas. Há, ainda o Tai Tai, tailandês, o Fiammetta, craque em pizzas, e o Tankamana, na pousada de mesmo nome, cujo carro-chefe são as trutas em versões bem criativas. Estando em Itaipava, será imprescindível conhecer um pouco dos distritos vizinhos, que também abrigam cozinhas deliciosas e ficam pertinho. É o caso do Locanda della Mimosa, pousada e restaurante de propriedade do mestre-cuca italiano Danio Braga. Com menu que muda toda semana, o Locanda foi incluído por duas vezes consecutivas no seleto guia "Les Grandes Tables du Monde”, editado na França, que traz os 70 melhores restaurantes do mundo. Outro bastante concorrido é o Alameda 914, cujos donos são experts na criação de escargots. O resultado: várias receitas com o molusco. Se a idéia é degustar do melhor da gastronomia francesa, o restaurante da Fazenda das Videiras, que funciona dentro de um casarão, é mais uma boa pedida. Lá a chef e também proprietária Erni Vianna faz pratos bem elaborados com ingredientes como confit de pato. Seu marido, sommelier, cuida pessoalmente da harmonização com vinhos. Um brinde à serra fluminense! Por Antonella Salem
Márcia Foletto/Ag. O Globo
Tankamana: romantismo e natureza
NAS NUVENS – Não bastasse a boa hospitalidade na região de Itaipava, há também o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, com acesso pela Estrada do Bonfim, portaria Petrópolis. Ali, caminhadas levam a cachoeiras e cenários deslumbrantes. Um deles, a vista panorâmica da Baía de Guanabara a partir do alto da Pedra do Açú, a 2.245 metros.
Parrô do Valentim: Estrada União-Indústria, 10.289, Itaipava, tel. (24) 2222-1281. Il Perugino: Estrada União-Indústria, 12.601, Itaipava, tel. (24) 2222-3092. Parador Valência: Estrada União-Indústria, 11.390, Itaipava, tel. (24) 2222-1250. Tai Tai: Rua das Casuarinas, 70, Itaipava, tel. (24) 2222-5285. Fiammetta: Estrada União-Indústria, 9.153, Itaipava, tel. (24) 2232-1288. Tankamana: Estrada Júlio Cápua, s/nº, Vale do Cuiabá, Itaipava, Petrópolis, tel. (24) 2222-9181, www.tankamana.com.br. Locanda della Mimosa: Alameda das Mimosas, 30, Vale Florido, Petrópolis, tel.(24) 2233-5405, www.locanda.com.br. Alameda 914: Alameda Paranhos de Oliveira, 914, tel. (24) 2225-1637. Fazenda das Videiras: Estrada Araras/Vale das Videiras, 6.000, tel. (24) 225-8090, www.videiras.com.br.
Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editora Antonella Salem antonellasalem@uol.com.br Sub-editora Lygia Rebello lygiarebello@uol.com.br Chefe de reportagem Arthur Rosa
Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Djinani S. de Lima Ilustrações Jair Soares e Abê Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo
www.dcomercio.com.br
Nos quartos, banheira de hidromassagem, ofurô, lareira e lençóis com bordado inglês
Os 15 chalés foram feitos com toras de eucalipto e pedras
N
o idioma tibetano, seu nome significa "integração do homem com a natureza". Pois é assim a Pousada Tankamana, integrante do seleto grupo de hotéis da associação Roteiros de Charme. Encravada entre monhanhas no Vale de Cuiabá, ela exibe confortáveis chalés erguidos com toras de eucalipto e pedras, piscina natural de água corrente e, ainda, um restaurante com piso de vidro sobre um exuberante lago de trutas. Em meio a uma área de 880 mil metros quadrados, as 15 acomodações oferecem todo ingrediente possível para dias de muito romantismo: lençóis com bordado inglês, roupões felpudos, pantufas atoalhadas, lareira ao pé da cama e banheira de hidromassagem. Difícil será deixar os aposentos. Mas há muito mais a desfrutar nos domínios da Tankamana. No topo de uma colina. Por exemplo, fica a construção, com janelas envidraçadas, que abriga a sauna a vapor, com acesso à piscina natural. Aos hóspedes esportistas, cavalgadas e caminhadas na floresta são imperdíveis. Isso sem sair da propriedade. E outro deleite: a culinária do restaurante Tankamana, famoso nas redondezas por seu extenso menu de trutas preparadas de todas as formas. Como acompanhamento, uma carta de vinhos selecionada a dedo, com garrafas trazidas até da Austrália. Um luxo só! (A.S.) Pousada Tankamana Estrada Júlio Cápua, s/nº, Vale do Cuiabá, Itaipava, Petrópolis, RJ. Reservas pelo tel. (24) 2222-9181, www.tankamana.com.br. Diárias para casal custam R$ 448 a R$ 998, com café da manhã.
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
1 Além dos atrasos em pousos e decolagens, 93 vôos foram cancelados em todo o País.
Márcio Fernandes/AE
Mau tempo complica operação nos aeroportos Um dia de muitos atrasos e falta de informações
P
assageiros que tentaram embarcar ontem no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, na Ilha do Governador (zona norte do Rio de Janeiro), sofreram com filas enormes nos guichês das companhias aéreas, falta de informações e atrasos de até cinco horas nos vôos. O problema teve reflexos na operação dos aeroportos internacionais de Congonhas e de Cumbica, ambos em São Paulo. Ontem, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) registrou atrasos de mais de uma hora em 501 dos 1.202 vôos previstos para pousar ou decolar nos principais aeroportos do País. O número representa 41,68% do total. Outros 93 vôos foram cancelados. Em Congonhas, 45 pousos estavam atrasados em até cinco horas, além de outras 35 decolagens. Em alguns casos, vôos previstos para decolar às 14h40 estavam confirmados para as 22h. No aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, 34 chegadas e 14 partidas estavam atrasadas no final da tarde. No Rio, o aeroporto internacional do Galeão tinha 48 atrasos, de até quatro horas. O aeroporto Santos-Dumont registrava nove chegadas e sete partidas com atraso. A Anac informou ainda, por meio de nota oficial, que o transtorno ocorreu por conta do mau tempo que atingiu São Paulo no início da noite de anteontem. Em razão das trovoadas e fortes rajadas de ventos, o controle do espaço aéreo inverteu, por três vezes, o sentido de pousos e decolagens das aeronaves na pista do Aeroporto Internacional de Congonhas, o principal ponto de conexão do País. A situação só foi normalizada após as duas horas da manhã de ontem, o que afetou a chegada e partida de vôos em, pelo menos, 14 aeroportos do País. Em São Paulo, mais de 30 vô-
os atrasaram em Cumbica, desde a meia-noite de anteontem até as 10h30 de ontem, segundo relatório divulgado pela Anac. Dos 652 vôos programados para esse período, 225 sofreram atrasos de mais de uma hora, a maioria, em Cumbica. Foram 36 vôos com problemas e quatro foram cancelados. Em Congonhas, foram 23 vôos atrasados e dois foram cancelados. Relatório – A comissão externa da Câmara dos Deputados que analisa a crise aérea vota hoje o relatório final. Até a noite de ontem, porém, ainda não havia um consenso sobre o modelo de controle do tráfego aéreo que será proposto ao governo e às autoridades aeronáuticas. Há quem defenda a desmilitarização da atividade. Outros parlamentares quem a manutenção do modelo atual. Diante das divergências, o texto final deve concentrar-se nos aspectos técnicos e de gestão do controle do tráfego aéreo. A TAM informou que seus vôos domésticos registraram atraso médio de duas horas até as 19h de ontem. Segundo a companhia aérea paulista, a demora foi provocada pelo tráfego aéreo, fatores climáticos e pela manutenção não programada de aeronaves. A empresa informou ainda que foram registradas interrupções na rede de dados no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro, o que também afetou a operação do aeroporto, com conseqüente reflexos no fluxo das aeronaves. A companhia cancelou ontem 44 vôos de um total de 670 domésticos diários a fim de reorganizar sua malha aérea para minimizar os atrasos. Ontem, no Rio, o estudante americano Connor Bailey, de 13 anos, e sua família, ficaram cerca de duas horas e meia para fazer o check-in. "Estou cansado de esperar e preocupado com o atraso", disse Bailey, que dormiu sobre os carrinhos que
Márcio Fernandes/AE
Congonhas: passageiros se amontoam em balcão de empresa aérea
Passageiras dormem no saguão de Congonhas: 501 dos 1.202 vôos atrasaram mais de uma hora ontem nos aeroportos do País Fábio Motta/AE
Moisés Dias/AE
Movimento intenso no Aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro
Passageiros precisaram ter muita paciência em Cumbica, Guarulhos
levavam as malas "Viajarei num cruzeiro que partirá de Porto Belo (em Santa Catarina) às 17h e não sei se chegarei a tempo", afirmou ele, que, até o início da tarde, não havia embarcado no vôo com destino a Foz do Iguaçu. Crise – O presidente do Sindicato Nacional de Empresas Aeroviárias (Snea), Marco Antonio Bologna, afirmou ontem, em entrevista coletiva, que a crise do setor aéreo só deve ser minimizada no final do primeiro semestre de 2007. "Ainda teremos problemas nesse final de ano", admitiu. Uma melhora, disse, só vai começar a ser sentida com o início das operações dos novos controladores (cerca de 160) que já foram contratados e passarão por treinamento nos próximos três meses. Segundo ele, entretanto, o gargalo nesse segmento não pode ser considerado o principal problema, já que, proporcionalmente, a quantidade de pessoas que atuam no controle do tráfego aéreo seria, em sua opinião, condizente com outros países. "Nos Estados Unidos existem sete mil aeronaves voando, controladas por 13 mil pessoas. Aqui no Brasil são 700 aviões e mais de 2 mil controladores", comparou. Bologna afirmou ainda que os prejuízos do setor com a atual crise podem chegar a R$ 80 milhões, considerando o valor desembolsado para hospedagem, traslado e alimentação de passageiros com vôos atrasados, pagamento de horas extras a funcionários, entre outros custos. O valor exato está sendo calculado por um grupo de trabalho formado pela Agência Nacional da Aviação Civil (Anac). "Em posse dos custos exatos auditados pela Anac, cada empresa poderá tomar suas próprias atitudes, de cobrar reembolso do governo, por exemplo, por meio judicial", exemplificou. (Agências) Na página 2, a ação do Procon contra os atrasos, o impacto no turismo e a expectativa de movimento nos terminais rodoviários da cidade.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
TURISMO - 3
Fotos: Divulgação
No Vale do Cuiabá, o resort prima pelos bons momentos: massagens, vinhos, silêncio...
São 11 acomodações e três restaurantes numa área verde de 70 mil metros quadrados
Quinta da Paz: tranqüilidade a dois
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ma das maiores novidades na região, inaugurado em fevereiro, o Quinta da Paz Resort fica escondido num pedaço de Mata Atlântica localizado entre colinas e montanhas, no chamado Vale do Cuiabá. Com apenas 11 suítes, é ideal para casais que procuram tranqüilidade e exclusividade. Lareira, cama box king-size, lençóis de algodão 220 fios, DVD e aquecedor de toalha são alguns dos mimos encontrados nas acomodações, decoradas em tons pastéis e detalhes em cores fortes. Também merecem destaque os janelões para ninguém perder a vista para o vale. Na suíte master, um ofurô completa o clima de romance. A apenas 10 quilômetros do centro de Itaipava, o lugar possui uma área verde de 70 mil m² que contempla cachoeiras, lago e nascentes de águas límpidas. Para relaxar por ali, a pedida é visitar o Espaço Zen, criado para oferecer massagens e outras terapias, ou experimentar o ofurô, a sauna a vapor ou a banheira spa de hidromassagem para oito pessoas, com direito a cromoterapia. Entre as atrações ao ar livre, ainda estão a piscina e as quadras poliesportiva e de tênis.
Oportunidade para um brinde a dois não vai faltar. Da adega climatizada com capacidade para 1.500 garrafas saem os melhores vinhos nacionais e internacionais. E da cozinha de seus restaurantes – são três ao todo – saem delícias caseiras para um café da manhã colonial completo, guloseimas à beira da piscina no Varandas da Quinta, e pratos artesanalmente montados com produtos orgânicos cultivados ali mesmo, no elegante Quinta Imperial. Lygia Rebello Quinta da Paz Resort: Estrada Ministro Salgado Filho, 4.004, Vale do Cuiabá, Itaipava, Rio de Janeiro. Tel. (24) 2222-5536, site www.quintadapaz.com.br. Diárias a partir de R$ 480 por casal, com café da manhã e uma massagem ou banho de ofurô por suíte.
Parador Santarém: relax e golfe
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Montado numa antiga fazenda, o hotel exibe bom gosto e discrição na decoração Parador Santarém Marina: Estrada Correa Veiga, 96, Santa Mônica, Itaipava, Rio de Janeiro. Tel. (24) 2222-9933, site www.paradorsantarem.com.br. Diárias a partir de R$ 290 por casal, com café da manhã incluído.
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o chamado Vale de Santa Mônica, este hotel boutique de apenas 14 suítes, abriu suas portas para brilhar internacionalmente. Ainda nem completou um ano de funcionamento e já foi selecionado entre os 20 melhores hotéis da América do Sul, segundo o renomado guia Condé Nast Johansens. Na decoração, madeira, pedras, palha e muitos vidros para harmonizar o ambiente com a natureza do entorno. O antigo estábulo do sítio Santarém, que antes funcionava nestas terras, virou a Ala das Bromélias das acomodações. A Ala das Orquídeas fica no corpo principal da pousada e a Ala das Hortênsias num espaço perfeito para grupos ou famílias. A área verde de 50 mil m² abriga até mesmo um campo de golfe de nove buracos - um dos diferenciais dali. Aos que querem apenas descansar sob o sol forte da região serrana do rio, há ainda piscina, quadra poliesportiva, quadra de tênis em saibro, lago, horta e um jardim impecavelmente cuidado, que em dias quentes de verão serve de palco para o café da manhã. Para o almoço e o jantar, cardápios diferentes em cada estação. Fitness center, brinquedoteca, saunas, home theater com uma televisão de 62 polegadas, mesas de jogos, sala de massagem – é preciso agendar com antecedência o seu tratamento: shiatsu, drenagem linfática, reflexologia... – e hidromassagem completam a extensa lista de atrativos para horas de lazer intenso para toda a família. (L.R.)
Les Roches: conforto e sofisticação
afé da manhã sem horário para acabar, restaurante com cozinha internacional contemporânea, adega com vinhos de dez países diferentes, passeios a cavalo, internet wireless. Com apenas esta pincelada de atrações já dá para sentir que a Pousada Les Roches faz jus à fama de ser um dos mais requintados e completos empreendimentos na região da serra fluminense. Recém-incorporado para o seleto grupo da Associação de Hotéis Roteiros de Charme, fica inserido numa área de 90 mil m² de Mata Atlântica. Por ali, os atrativos e mimos são variados e para todos os gostos: spa, saunas, sala de musculação com aparelhos Reebok, quadra de tênis, home theater, piscina com hidromassagem e água aquecida. Em seus dez chalés e quatro suítes – nomeados e decoradores de acordo com alguma pedra preciosa –, o conforto é garantido. Estão equipados com tevê de tela plana, programação SKY, DVD, lareira, varanda e roupa de cama de algodão de 200 fio e toalhas 100% algodão egípcio. Dois dos chalés possuem ainda um plus: uma banheira de hidromassagem sob um teto de vidro, ideal para noites românticas de céu estrelado. Quer mais? Pois há mais. Não bastasse o elaborado cardápio, o restaurante da pousada abre as portas de sua cozinha gourmet, com ingredientes à disposição, para que qualquer hóspede possa dar uma de chef e preparar uma receita especial. (L.R.)
Numa área de 90 mil m² de mata, a pousada entrou para a Associação Roteiros de Charme
Pousada Les Roches: Estrada Ministro Salgado Filho, 5.301, Vale do Cuiabá, Itaipava, Rio de Janeiro. Tel. (24) 2291-9091, site www.pousadalesroches.com.br. Diárias a partir de R$ 450 por casal, com café da manhã e brunch aos domingos.
Uma adega completa, além de cozinha para que os hóspedes cozinhem à vontade
DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.TURISMO
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
MERCADO
Turismo rural: em pleno crescimento
Paulo Pampolin/Digna Imagem
De olho neste segmento que cresce 6% a cada ano, a Associação Brasileira de Turismo Rural (Abraturr) lançou uma campanha para conhecer melhor os cerca de 12 mil empreendimentos turísticos rurais do País Por Sonaira San Pedro
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heiro de terra molhada, cavalgadas que seguem até o outro lado dos montes, o leite vindo direto da vaca na hora do café e aquela brisa leve que umedece as folhas da hortelã cultivadas na horta ao lado da casa da fazenda. É por essas sensações e tantos outros motivos parecidos que o turismo rural brasileiro tem crescido a passos largos e bem definidos, numa progressão de 6% a cada ano. Isso quer dizer que a atividade já representa uma parcela importante do turismo no País, e que movimentou, em 2005, R$ 2 bilhões e 500 mil empregos diretos e indiretos. De olho nesse nicho de mercado tão rico e ainda pouco explorado, a Associação Brasileira de Turismo Rural (Abraturr) lançou uma campanha para conhecer melhor os cerca de 12 mil empreendimentos turísticos rurais que se espalham pelo território
brasileiro e para mapear detalhadamente os números e as expectativas deste mercado. "Queremos nos familiarizar com o real perfil dos hotéis campestres e contribuir para o desenvolvimento da atividade", diz o presidente da Abraturr, Carlos Solero. "Mais da metade das propriedades que se dedicam ao turismo rural são pequenas e de estrutura familiar e a Associação pretende uni-las para que elas se fortaleçam." Estrangeiros – Além de atrair para o campo os turistas que vivem na "veloz cidade", a idéia é chamar a atenção dos viajantes estrangeiros que vêm ao Brasil em busca de praia e sol. "Eles podem estender o roteiro para conhecer as fazendas históricas, os costumes campeiros e o dia-adia da vida rural no nosso País", diz Solero. Segundo a associação, enquanto um day use em propriedade rural custa R$ 15, a média de gasto do turista com pernoite na mesma
Empresas do setor lançam guias e investem em parcerias com agências de viagens para divulgar as férias em fazendas e atrair tanto turistas nacionais como estrangeiros
hospedagem triplica. "É lucro também para os pequenos empresários", diz Solero. Mas o principal entrave para a expansão definitiva da atividade é o fato de esses destinos ainda não serem vendidos pelas agências de turismo. A estratégia, agora, é divulgá-los entre essas empresas e em guias. E São Paulo saiu na frente com o lançamento do primeiro guia dedicado ao tema no Brasil, que lista cerca de 800 empreendimentos espalhados por todo o Estado e ainda dá um panorama geral do desenvolvimento da
atividade. "É uma maneira de os viajantes e o trade do turismo conhecerem os destinos e se interessarem em comprar essa idéia", afirma a coordenadora da edição, Andréa Roque Junqueira Arantes. "Eis o primeiro passo para as grandes cavalgadas, a descoberta da história e do cotidiano das belas fazendas que se espalham pelo País." Para consolidar o setor, a Abraturr organizou a 3º FeiraTur, que ocorreu em Fortaleza, no começo do mês, e recebeu 10 mil visitantes. O próximo será em São Paulo, em agosto de 2007.
10 DESTINOS Niels Andreas/Folha Imagem
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ara você explorar novos campos e capões, o DC Boa Viagem selecionou as dez principais regiões dedicadas ao turismo rural pelo País. Itu (SP): As fazendas históricas de café ainda abrigam casa grande e senzala construídas há 250 anos. Entre os passeios, o forte são as cavalgadas. Lagoa dos Patos e Lagoa dos Peixes (RS): Roteiros a cavalo, trilhas entre as duas grandes lagoas, almoço campeiro e o churrasco são os grandes atrativos. O município de Mostardas é a entrada para esse roteiro gaúcho. Lages (SC): Pioneira no turismo rural brasileiro, a região reúne os turistas nas rodas de chimarrão. Ali, todo mundo veste as bombachas e toma o camargo (café forte e doce de leite ordenhado). Circuito das Frutas (SP): roteiro engloba fazendas dos tempos áureos do café nos contornos de Indaiatuba, Itatiba, Itupeva, Jarinu, Jundiaí, Louveira, Morungaba, Valinhos e Vinhedo. Saloá (PE): O carro de boi, dos meios de transporte mais antigos do mundo, faz parte
Trip vende 50% das ações para Águia Branca As fazendas de criação de búfalos são atração na exótica Ilha de Marajó, no Pará
do cenário cotidiano das fazendas desta região do Nordeste. Serra do Baturité (CE): O turismo rural sertanejo é motivado por gigantescas propriedades de gado e leite, que se espalham pelos contornos de Guaramiranga, Itapiúca e Redenção. Ilhéus (BA): Sem a praga das vassouras de bruxa, as fazendas majestosas de cacau dos coronéis do Nordeste, do começo do século 20, seguem a pleno vapor. Ilha de Marajó (PA): A região abriga a maior manada de búfalos do País, criados em grandes fazendas pintadas por planícies e bandos de
pássaros. Destaque para os passeios de barco e as praias da ilha. Carrancas (MG): Dos tempos áureos de Minas, aquelas fazendas que recebiam intergantes da família real estruturaram-se para abrigar os turistas. Ali, o forte são as construção luxuosas da época colonial. Miranda (MS): A vida pantaneira passa pelos olhos de quem visita a região. Entre os roteiros, figuram a travessia da boiada, os safáris fotográficos e as longas caminhadas em matas ciliares, campos e capões. (S.S.P.)
Antonio Paulo Pavone
Em Itu, centenárias propriedades de café viraram pousadas, como a Pirahy
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modernização e ampliação da frota da atuação no transporte de rodoviário de passaTrip Linhas Aéreas é uma das priorida- geiros, através da Viação Águia Branca, a sua des da companhia com a venda de 50% mais antiga empresa. O grupo também atua das ações da empresa ao Grupo Águia nos setores de logística, comércio de veículos e Branca, do Espírito Santo. José Mário Caprioli dos infra-estrutura. A frota atual do grupo é de Santos, mantido como presidente da compa- aproximadamente 3,8 mil veículos e emprega nhia, salienta que a meta é ampliar a participação cerca de 8,5 mil funcionários. Fundado em 1933, o Grupo Caprioli, com da empresa no mercado regional que, segundo sede na cidade de Campinas (SP), tem se deele, no Brasil, tem enorme potencialidade. A sociedade dará novo impulso à Trip, que dicado continuamente ao transporte rodovoa para 32 cidades em nove Estados, tem a viário de passageiros, com grande concenprojeção de transportar 302 mil passageiros tração em linhas intermunicipais no interior de São Paulo e turismo. em 2006, faturar R$ 110 Divulgação/Panrotas Sua mais antiga empresa milhões, com ocupação é a Viação Caprioli, que de 65%. Resultados muisomada às outras emto expressivos para a presas do grupo tem companhia com sede em aproximadamente 1.500 Campinas, fundada em funcionários e uma frota 1998 e que opera com de quase 600 ônibus. frota de oito aviões. José Nova sede – A Trip tem Mário explica que outros nova sede. Em 1,1 mil meinvestimentos serão reatros quadrados distribuílizados em tecnologia da dos em dois andares, esinformação, estruturas tão centralizados todos de suporte de peças e no José Mário e Alexandra: investimentos os setores da companhia reforço ao capital de giro (exceto manutenção) da empresa. Conselho – A sociedade também estabele- que, anteriormente, funcionavam na sede do ceu a criação do Conselho de Administração Grupo Caprioli, também em Campinas. No prédio da Avenida Brasil 1.394, de linhas para elaborar o planejamento estratégico da empresa, e que é composto por dois executivos modernas, belos quadros e equipamentos de cada grupo que, pelo Grupo Caprioli tem com tecnologia de ponta foram instalados RH, seu presidente, Antônio Augusto dos Santos e informática, operações, comercial, financeiro, Alexandra Caprioli dos Santos Fontolan como sala de reuniões, presidência e até um auditódiretora. Além disso, houve a transformação da rio com capacidade para 70 pessoas. "Acrediempresa, anteriormente constituída por cotas tamos até em um ganho de produtividade com de Responsabilidade Limitada, para uma So- a mudança, pois, agora não temos mais algumas equipes compartilhadas como RH e inforciedade Anônima. José Mário Caprioli explica que, por se tratar de mática, como ocorria na sede da Caprioli", exuma indústria de capital intensivo, há pelo menos plica Alexandra, diretora da companhia aérea. três anos ele vislumbrava a hipótese de atrair parO telefone continua o mesmo: cerias, mas as negociações com o Grupo Águia Branca só se efetivaram este ano. "Os grupos ali- (19) 3743-3100. nham-se em alguns aspectos, como, por exemplo, a origem no transporte rodoviário", destaca. Os grupos – Fundado em 1946, o Grupo Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas Águia Branca, com sede na cidade de Cariacica pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, (Grande Vitória - ES), tem sua origem e forte e-mail assinaturas@panrotas.com.br.
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quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
Indicadores Econômicos
9
12,6
por cento ao ano é a taxa para Certificação de Depósito Bancário (CDB) de 63 dias, de acordo com a Enfoque Sistemas.
20/12/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 18/12/2006 18/12/2006 18/12/2006 18/12/2006 18/12/2006
P.L. do Fundo 12.458.504,00 2.029.100,02 11.611.596,30 18.691.358,65 1.347.924,01
Valor da Cota Subordinada 1.288,827527 1.131,738345 1.238,286389 1.098,458139 1.174,298459
% rent.-mês 1,4756 0,7527 5,1321 1,6900 1,6395
% ano 31,9208 13,1738 23,8286 9,8458 17,4298
Valor da Cota Sênior 1.030,594197 1.117,625358 1.135,042086 0 0
% rent.-mês 0,6480 0,5955 0,7153 -
% ano 3,0594 11,7625 13,5042 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
10
Empresas Tr i b u t o s Empreendedores Nacional
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quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
Cerca de 20 mil coxinhas são preparadas e vendidas pela Di Cunto na véspera de Natal
1,5 MIL QUILOS DE PANETONE SÃO ASSADOS POR DIA
Fotos: Rogério Albuquerque/AFG
ESPECIALIDADES ITALIANAS TOMAM CONTA DA MOOCA
U
Di Cunto faz sucesso no bairro há mais de 70 anos com suas receitas tradicionais
LETREIRO
A
padaria A Popular, que fabrica os produtos Di Cunto, tinha um nome, digamos, mais completo até o final da década de 1960 e chamava-se Irmãos Di Cunto. "Agora é só Di Cunto, nosso grande patrimônio", explica Marco Alfredo, responsável pelo marketing da marca. (KS)
SEGREDO
P
ara Marco Alfredo Di Cunto Júnior, fatores como qualidade e variedade de produtos são determinantes para o sucesso alcançado pela empresa da Mooca . "A gente tem uma linha muito extensa de doces, tortas, produtos de rotisserie, padaria e salgados, com produtos tradicionais e outros inovadores. As pessoas sabem que vão encontrar tudo de que precisam aqui." (KS)
PEDRA
A
o ser questionado pela repórter sobre os percalços no caminho da Di Cunto, Marco Alfredo, que cuida do marketing, pensa, pensa e, por incrível que pareça, não consegue se lembrar de nada que possa servir de obstáculo à empresa – criada há mais de 70 anos. "É difícil encontrar em outro lugar a estrutura que temos aqui." (KS)
Divulgação
Donato Di Cunto, na Itália, no final da década de 1920: o idealizador da padaria foi e voltou para a Europa diversas vezes, mas não esqueceu o Brasil
produtos. Quer comer em ma vez na qualquer época do ano a Mooca, não há zeppola, uma rosquinha feita quem não saiba com creme de ovos e castanha dizer onde fica a de caju e que na Itália só é Di Cunto, vendida no dia de São José, empresa em 19 de março? Vá à Di instalada no bairro há mais de Cunto. Cremini (massa de panetone e creme de vinho 70 anos e famosa pelos seus panetones, marsala), sfogliatella (massa doces, salgados e produtos de folhada, ricota e frutas rotisserie. Mas, para conhecer cristalizadas), amaretti (um tipo de petit-four de a saga da família, é preciso amêndoas), panforte (torrone voltar ao século XIX, quando de chocolate com frutas secas Donato Di Cunto, com 17 e açúcar de confeiteiro em anos, saiu da Itália com cima), pastiera di grano (torta destino ao Uruguai. Antes de doce à base de trigo e ricota), partir, a mãe lhe disse que, strufoli (massinha feita com assim que atravessasse o mel e frutas)... lá tem. oceano, era para descer no "Nosso cliente sabe que terceiro porto. O navio, que inicialmente faria três paradas encontra aqui receitas de doces típicos que um dia (Rio de Janeiro, Santos e comeu na infância e são Montevidéu), devido a um difíceis de encontrar", surto de doença na afirma Marco Alfredo. embarcação, teve de parar Panetones primeiro em Recife. A produção de panetones, Resumindo, Donato desceu uma das delícias mais em Santos achando que conhecidas da padaria, está à estava em Montevidéu. toda neste mês. Saem dos Carpinteiro, o italiano fornos da Di Cunto de 1,5 mil conseguiu um emprego no Banco União, onde foi mestre- a 2 mil quilos de panetone por dia. O produto (à venda o ano de-obras do arquiteto e inteiro) é encontrado em engenheiro Ramos de quatro tamanhos – 80 gramas, Azevedo. Paralelamente, 500 gramas, 750 gramas e 1 resolveu apostar no ramo de quilo. A novidade deste ano é padaria. Como viu que o o tipo floresta, com massa de negócio estava indo bem, em chocolate, gotas de chocolate 1894 se desligou do banco e fundou – em sociedade com o e cerejas picadas. Segundo Marco Alfredo, a mistura irmão José – uma segunda resultou em padaria, a um panetone Popular, no macio e com mesmo aroma endereço onde peculiar. está há sete Outros décadas a Di panetones da Cunto. "Meu Di Cunto são o bisavô já era tropical (com empreendedor", abacaxi e diz Marco mamão), o com Alfredo Di nozes, o com Cunto Júnior, amêndoas e o 26 anos, San Gennaro responsável (um panetone pelo mais baixo, marketing da sem frutas e empresa, sobre Panetones de 80 gramas, 500 com cobertura seu bisavô gramas, 750 gramas e 1 quilo, à base de Donato. amêndoas e Na primeira são vendidos o ano todo açúcar viagem que fez granulado). Tem ainda uma de volta à Itália, Donato opção sem frutas cristalizadas conheceu Rosalia, casou-se e e outra só com uva passa. teve dois filhos. Em uma dessas idas e vindas à Europa "Fabricar um panetone não é tarefa fácil: o processo de resolveu ficar por lá, voltou a produção leva mais de 60 trabalhar com carpintaria e teve mais oito filhos. Fez tudo horas. O segredo está no fermento, que deve ser isso sem esquecer do Brasil. natural", explica Reinaldo Di "Ele sempre dizia aos filhos Cunto, diretor da empresa. que era aqui que as Outro número que oportunidades estavam", impressiona é a venda de conta Marco Alfredo. coxinhas na véspera de Natal: Quando Donato morreu, 20 mil. Os 180 funcionários se em 1934, alguns filhos desdobram para atender as acharam que deveriam 1,5 mil encomendas para a reabrir a Padaria Popular. Foi ceia natalina. São assados 1 quando Lorenzo, avô de mil quilos de lagarto, 1,2 mil Marco Alfredo, veio ao Brasil quilos de pernil, 1,2 mil tortas para "colocar o casarão em ordem". No ano seguinte, com salgadas, 700 quilos de lombo, 600 quilos de peru e a morte também de Rosalia, 300 de tender. "Por estar os outros irmãos – Roberto, presente no Natal, no Dia das Alfredo e Vicente – chegaram Mães e dos Pais, a Di Cunto à cidade. No dia 14 de março está associada a bons de 1935, os quatro momentos no coração das empreendedores acenderam pessoas", diz Marco Alfredo. o forno da padaria e A expectativa é de que o retomaram as atividades. faturamento deste ano seja Hoje, Marco Antonio, filho de Lorenzo, Reinaldo, filho de 10% maior que o de 2005 (não revelado). "Temos planos de Roberto, e Paula, filha de abrir um complexo com Alfredo, "batem cartão" na restaurante, confeitaria, Rua Borges de Figueiredo, na padaria e bufê, onde as Mooca. Apenas os pessoas possam vir passar um descendentes de Vicente não tempo em um salão bacana", têm ligação com a empresa. diz o empresário. Adivinhe Diversidade onde? Na Mooca, é claro. Atualmente, a Di Cunto produz cerca de 1,1 mil Kety Shapazian
EMPREENDEDORES Marco Alfredo, com panetones Di Cunto: marca está perto do coração dos clientes Divulgação
Marco: bisavô começou negócio
Roberto, Alfredo e Lorenzo Di Cunto: três dos quatro fundadores
Sfogliatella (na foto), creminis e pastieras são procurados por clientes que lembram das guloseimas da infância
Divulgação
CABECEIRA Marketing moderno
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s estratégias de marketing de 15 empresas, entre elas, as Casas Bahia, a Avon, a Bunge e a Leite de Rosas, são analisadas por especialistas no livro Marketing Contemporâneo: Novas práticas de gestão – Com estudo de casos brasileiros (Editora Saraiva). O trabalho,
organizado por Antonio Carlos Giuliani e que reúne textos de 19 estudiosos do assunto, aborda as novas facetas da propaganda, como o marketing de causas, os negócios da internet, endomarketing e os apelos sexuais em publicidade. Dora Carvalho
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sexta-feira, sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23, 24 e 25 de dezembro de 2006
Política
3 Acredito que os parlamentares ainda vão tentar dar um golpe em cima de nós. Waldemar Rossi, coordenador da Pastoral Operária
APÓS O SERMÃO, O MANIFESTO Um dia após a "bronca" do arcebispo de Brasília contra os supersalários do Legislativo e Judiciário, a Igreja Católica lança manifesto contra aumento.
A Alex Silva/AE
Alex Silva/AE
Cartazes contra aumento foram colocados durante missa na Catedral
Ato foi seguido de manifestações dos fiéis, como moradores de rua
Fabio Pozzebom/ABr
MP VAI PARTICIPAR DAS OPERAÇÕES DA PF
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MAR DE LAMA – Funcionários do Palácio do Planalto tiveram muito trabalho para retirar toda a sujeira acumulada no espelho d´água em frente ao palácio. Tudo deve estar pronto para a posse do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 1º de janeiro.
epois de muitas críticas de parlamentares e de entidades civis, capitaneadas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o governo decidiu incluir a participação do Ministério Público (MP) nas operações da Polícia Federal (PF). Portaria conjunta assinada ontem pelo min i s t ro d a J u s t i ç a , M á rc i o Thomaz Bastos, e o procurador-geral da República Antônio Fernando de Souza, prevê a presença obrigatória de procuradores nessas operações daqui por diante. A medida, conforme o texto, mandado a publicação na edição de hoje do "Diário Oficial" da União (DOU), destina-se "a dar grau máximo de eficácia nas ações de prevenção e combate ao crime", evitando que inquéritos tenham de ser refeitos pelo MP. A PF terá agora de definir com o MP estratégias comuns de planejamento e execução de cada operação. Os dois órgãos federais criarão canais permanentes de comunicação, cooperação e compartilhamento de dados.
A medida foi comemorada pela OAB, que há mais de dois anos denuncia "prisões arbitrárias, invasões ilegais de escritórios de advocacia, violações de direitos civis e exibicionismo nas ações da PF". Desde 2003, a PF realizou mais de 320 operações de grande porte, nas quais foram presos 4.580 acusados, dezenas deles advogados, até mesmo donos de escritórios conceituados, supostamente envolvidos com as quadrilhas desmanteladas. Em manifesto à Nação, o presidente da OAB, Roberto Busato, disse identificar na "truculência reiterada" da PF uma tentativa da administração federal de desviar o foco da crise política gerada pela onda de escândalos. "O que a advocacia exige é o cumprimento da lei e o respeito às suas prerrogativas, que são prerrogativas do cidadão", diz o texto. Ele relacionou grandes operações, como a da Daslu e a da Schincariol, cercadas de "pirotecnia" e, segundo ele, realizadas por policiais "travestidos de Rambo".(AE)
crianças e dos adolescentes. A parceria busca integrar ações no Programa para o Aprimoramento do Sistema de Garantias de Direitos da Criança e do Adolescente Projeto Envolver. Articulada pela Seads, envolve o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Condeca) e também a Associação Comercial de São Paulo (ACSP). "Estamos formalizando um esforço conjunto que já vinha caminhando", disse Rogério Amato, acrescentando que o Ministério Público terá um papel relevante na defesa da infância e juventude: "É um projeto estruturante para que o Condeca adquira melhores condições de fazer política social de verdade". Apoio – O procurador geral de Justiça, Rodrigo Pinho, elogiou Amato e líderes empresariais, ligados à Rede So-
cial São Paulo, pelo interesse e empenho na questão social. Ele enfatizou que sem o apoio e participação ativa da sociedade civil o poder público não poderá resolver os problemas que envolvem a infância e a juventude. O presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, lembrou o esforço feito a partir de uma união com a Rede Brasileira de Entidades Assistenciais Filantrópicas (Rebraf), a partir de 2000, para a inclusão social do jovem por meio do trabalho aprendiz. Afif alertou que, sem uma ampla ação preventiva nesse sentido, "as Febens que estão aí serão muito poucas". Participaram também da assinatura no convênio, José Augusto Müller de Oliveira Gomes e Ana Beatriz Balduíno Patrício, da Rede Social São Paulo e Jenifer Carolina Luiz, do Condeca.(SRL)
Luludi / LUZ
Afif, Rebello Pinho e Amato: estímulo à criança e ao adolescente.
CONVÊNIO FORTALECE A REDE SOCIAL SÃO PAULO
A
Rede Social São Paulo ganhou um novo e importante impulso esta semana. O secretário estadual de Assistência e Desenvolvimento Social
(Seads), Rogério Amato, e o procurador Geral de Justiça do Estado de São Paulo, Rodrigo César Rebello Pinho, assinaram termo de cooperação para garantir o direito das
O bispo, um dos nomes cotaArquidiocese de São Paulo lançou dos para a sucessão do cardeal ontem um mani- D. Cláudio Hummes, revelou festo de repúdio à que escreveu ao presidente da "proposta de abusivo aumento Câmara, Aldo Rebelo (PCdoBsalarial" dos parlamentares. O SP), afirmando que não pode manifesto foi lançado durante haver paz sem justiça e que "a uma missa celebrada na Cate- sociedade está mais acordada dral da Sé por D. Pedro Luiz do que se imagina". Um dos padres que particiStringhini, bispo responsável param do protesto, frei Alamipela Região Episcopal Belém. Apesar da votação do rea- ro Andrade, do Convento de juste ter sido adiada, a Igreja São Francisco, mostrou sua inCatólica decidiu continuar dignação. "Quando vejo William Bonner e Fátimobilizada para ma Bernardes na teimpedir que a dislevisão, pergunto cussão seja retomaquanto a Rede Globo da em 2007. "Num paga a eles", disse, país onde a maioria Eles classificando como da população ganha até dois salá- (parlamentares) "tremenda injustirios mínimos, nos- pensam que são ça" a diferença de resos representantes, os donos do País, m u n e r a ç ã o e n t re deputados e sena- mas o povo vai se p a r l a m e n t a r e s e operários. Frei Aladores, que já conmanifestando. miro pediu orações tam com benefícios D. Pedro Luiz pelos parlamentaque chegam a R$ Stringhini res contrários à pro100 mil mensais, posta de elevação aumentam seus salarial, pois "estão próprios salários numa escala muito superior ao honrando seu mandato". "Acredito que os parlamenproposto para o aumento do salário mínimo e muito acima tares ainda vão tentar dar um do já concedido a outras cate- golpe em cima de nós e, por isgorias do funcionalismo", afir- so, temos de começar a nos orma o texto, distribuído no ato. ganizar para defender os direiD. Pedro aconselhou os fiéis tos do trabalhador", advertiu o a ficarem atentos contra futu- metalúrgico aposentado Walras investidas dos congressis- demar Rossi, coordenador da tas. "Eles pensam que são os Pastoral Operária. A cerimônia terminou com donos do País, pensam que o povo não conta, mas o povo vai uma manifestação de moradose manifestando, pois a demo- res de rua. Alguns participancracia avança, por mais que tes compareceram à missa com eles (os parlamentares) pen- uma fita preta amarrada no braço, como protesto. (AE) sem que não", disse.
ORÇAMENTO: TEXTO BÁSICO APROVADO
A
Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional aprovou ontem o texto básico do relatório final apresentado pelo senador Valdir Raupp (PMDBRO) ao projeto de Orçamento Geral da União para 2007. Os destaques que visam alterar o texto do relator seriam votados em outra reunião da Comissão, com esse propósito. Com isso, a votação final do projeto, no plenário do Congresso, está prevista para começar s 9 horas de hoje. O texto aprovado estabelece um salário mínimo de R$ 380 a partir de abril do próximo ano e correção em 4,5% da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) em janeiro. A projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, a soma das riquezas produzidas no País) para 2007 é de 4,75 %; para a taxa básica de juros da economia (Selic), a previsão é de 12,25%; e para a
cotação do dólar, de R$ 2,23. A Comissão também manteve no texto R$ 5,2 bilhões para os estados e municípios, para repor as perdas da Lei Kandir. Valdir Raupp apresentou adendo ao relatório final para acrescentar R$ 3,54 bilhões às receitas previstas no projeto: R$ 1,1 bilhão se destinam a custear o aumento do salário mínimo e o reajuste da tabela do IRPF (R$ 850 milhões para o primeiro e R$ 210 milhões para o segundo). Segundo Raupp, do total acrescido, R$ 2 bilhões serão garantidos por aumento na arrecadação do Imposto de Renda R$ 900 milhões de pessoas físicas, retidos na fonte, e R$ 1,1 milhão de pessoas jurídicas. O acréscimo para completar a estimativa, no valor de R$ 1,54 bilhão, virá de receitas previstas na 8ª Rodada de Licitações de Áreas para a Exportação e produção de petróleo e gás natural. . (AE)
Renan insiste: e o incentivo?
O
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), telefonou ontem para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na tentativa de retomar o acordo feito no Senado e quebrado na quarta-feira à noite pela Câmara sobre o incentivo ao esporte e à cultura. Diante dos protestos generalizados e dos apelos para que o presidente Lula retome o texto acordado com personalidades do esporte e da cultura, Renan informou o presidente que senadores de todos os partidos
contam com ele para solucionar o impasse. A idéia defendida pela líder do PT, Ideli Salvatti (PT-SC), pelo líder do governo Romero Jucá (PMDBRR) e também pelos senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e Cristovam Buarque (PDT-DF) é de que o Planalto vete a mudança no texto feita pela Câmara e edite uma medida provisória retomando o acerto pelo qual os doadores e patrocinadores possam deduzir as doações do imposto de renda devido no limite de até 4%. (AE)
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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5 Atualmente, a Taeq, nova marca do Grupo Pão de Açúcar, já tem 200 fornecedores
PÃO DE AÇÚCAR AVANÇA COM A TAEQ
Newton Santos/Hype – 21/12/2006
VIDA SAUDÁVEL PÃO DE AÇÚCAR ABRE LOJA TAEQ EM ALPHAVILLE Grupo planeja montar mais dez lojas da marca em 2007, em três regiões do País
O
Grupo Pão de Açúcar deu mais um passo para ampliar sua atuação no segmento de bem-estar com produtos e serviços exclusivos. Ontem a rede inaugurou a primeira loja da Taeq, em Alphaville, na Grande São Paulo. A marca, que já é comercializada em várias lojas da rede, inclui produtos para alimentação, prática de esportes, decoração e beleza, que priorizam a vida saudável do consumidor. Para o novo empreendimento, o Pão de Açúcar investiu R$ 20 milhões em pesquisas, desenvolvimento de mais de 400 produtos, marketing e comunicação. O nome Taeq sugere bem-estar e é sinônimo de "vida em equilíbrio". O termo é a união das palavras orientais "Tao", que significa equilíbrio, e "Eki", de energia vital. De acordo com a diretora de Taeq do Pão de Açúcar, Rose Silveira, os preços dos itens são mais competitivos, já que o
A Taeq tem 400 itens de produtos
grupo reduziu a margem de lucro. "Os produtos custam em média 10% a menos que as marcas líderes", disse Rose Silveira. A expectativa de vendas para 2007 é de R$ 150 milhões. A linha Taeq é vendida em todas as bandeiras do grupo, como Pão de Açúcar, Extra Hipermercados, CompreBem e Sendas. Em janeiro, serão
abertas lojas especiais da marca Taeq dentro dos supermercados Pão de Açúcar do Morumbi, Real Parque e Jardim Sul, na capital paulista, e Náutico, em Fortaleza (CE). A expectativa é de que em 2007 sejam inaugurados mais dez pontos-de-venda. A loja de Alphaville, com 60 metros quadrados, custou R$ 230 mil. A proposta é chegar a 2010 com, no mínimo, o triplo do faturamento atual, uma loja própria, desvinculada do Pão de Açúcar, de 3 mil metros quadrados, e uma academia. "Se os segmentos continuarem a crescer como hoje, alcançaremos nossa meta antes do esperado", disse Rose Silveira . De acordo com a diretora de Taeq do grupo, a venda de marcas próprias corresponde atualmente a cerca de 10% do total do faturamento da rede. O objetivo é que a linha Taeq seja responsável por 50% do total de vendas de itens de marca própria em pelo menos quatro
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Alimentos orgânicos, na loja Pão de Açúcar de Alphaville: vendas cresceram 15% acima da meta
Rose Silveira (à esq.) e Raquel Garcia: marca Taeq terá portal de serviços
anos. Hoje, o novo negócio do Grupo Pão de Açúcar possui cerca de 200 fornecedores nacionais e estrangeiros. "Normalmente buscamos parcerias aqui no Brasil, mas quando não encontramos o produto ou os que já existem por aqui não apresentam o padrão de qualidade e o diferencial exigidos
pela Taeq, buscamos em outros países", explicou a executiva. Desde seu lançamento, em setembro deste ano, a marca apresentou significativas evoluções de venda. Alguns segmentos, como os produtos orgânicos, cresceram 15% acima da meta da companhia. Esses itens também são respon-
sáveis por 27% de toda a venda da Taeq. Todos os produtos, menos a linha esportiva, estão disponíveis para compra no site do Pão de Açúcar (www.paodeacucar.combr). A gerente de esportes da Taeq, Raquel Garcia, conta que a empresa pretende lançar um portal de serviços e informações. Parceria com clínica –Po r enquanto, a Taeq montará suas lojas em unidades do Grupo Pão de Açúcar, que inaugurará em 2007 mais 39 lojas em todo o País. A idéia da Taeq é expandir suas lojas nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste. Para o lançamento da loja de Alphaville, a Taeq firmou uma parceria com a clínica Luiza Sato e distribuirá valesmassagem para as 100 primeiras clientes que efetuarem compras acima de R$ 100. Essa é a primeira parceria para prestação de serviços . Tatiana Vicentini
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Polícia Compor tamento Clima Memória
DIÁRIO DO COMÉRCIO
SENSAÇÃO DE CALOR JÁ DURA DUAS SEMANAS
Ó RBITA
APARECIDA
Temperatura no início do ano deve ficar entre um e dois graus acima da média
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RECORDE
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Metrô de São Paulo registrou em 8 de dezembro dois novos recordes de demanda de passageiros. Foram 2.232.509 entradas e um total de 3.080.585 passageiros transportados. Foram 903.342 embarques na Linha Jabaquara-Tucuruvi, 219.566 na Imigrantes-Vila Madalena, 1.026.814 na Corinthians/ItaqueraPalmeiras/Barra Funda) e 82.787 na Capão RedondoLargo Treze. Em novembro, a marca histórica da média diária já havia atingido 2.110.678 entradas no sistema metroviário, 15,5% superior à anotada no mesmo período em 2005.(AE)
BEBÊ DE 1 ANO RECEBE FÍGADO
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abriel Barbosa Machado, de 1 ano e 2 meses (foto), que há aproximadamente 20 dias perdeu a possibilidade de receber um fígado novo em razão do apagão aéreo, teve ontem uma nova chance. O garoto, que sofre de atresia das vias biliares, foi levado para o Hospital das Clínicas, na zona oeste da cidade, para fazer exames e saber se poderia receber o órgão de um garoto com morte cerebral. A príncipio, divulgou-se
que ele receberia o fígado de Milena, a menina de três anos que entrou em coma após a extração de um dente, em São Bernardo do Campo. Mas o órgão retirado da garota foi direcionado para outra criança. Gabriel chegou ao hospital por volta das 14h para uma série de exames que precisam ser realizados apesar da compatibilidade sanguínea (O+). Até as 20h, o transplante ainda não havia começado. (AE)
Flávia Junqueira/O Globo
RÉVEILLON
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avenida Paulista, um dos principais centros financeiros da cidade, deverá receber mais de dois milhões de pessoas na festa de fim de ano. Dez edições depois de criado, o evento registrou um crescimento de público de 100%, segundo a Prefeitura de São Paulo. O palco para o réveillon terá 800 m² de área e sete metros de altura. Será instalado entre as ruas Ministro Rocha Azevedo e Frei Caneca. Shows serão apresentados partir das 20h30 do dia 31 até as 2h30 de 1º de janeiro. O réveillon da Paulista está entre as 10 maiores celebrações do gênero no mundo. (Agências)
O maior volume de chuva no verão deste ano se deverá ao fenômeno climático El Niño.
Um verão mais quente e mais úmido
Adriana Franciosi/Ag. RBS/Folha Imagem
ma imagem gigante de Nossa Senhora Aparecida, medindo 17, 8 metros de altura, passa a ser o mais novo ponto turístico de Aparecida, a partir das 10h de hoje, quando será inaugurada. A imagem, que fica no Morro dos Moraes, foi construída pela comerciante Rosana Arantes de Moraes, que pretende, com isso, entrar para o livro de recordes com a imagem mais alta do mundo, de Nossa Senhora. De acordo com o Guinness Book, hoje, o recorde pertence a uma imagem da Virgem Maria, com 14 metros de altura, construída na Indonésia. (AE)
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MARIDO DE SUZANA PRESO EM MOTEL
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enos de três meses depois do casamento com a atriz Suzana Vieira, de 64 anos, o policial militar Marcelo Silva de 36 anos (foto), foi preso em flagrante anteontem em um motel no Rio. Ele teria agredido a mulher que o acompanhava em uma suíte e destruído bens do estabelecimento. O caso foi registrado na 34 ª Delegacia Policial (Bangu). Silva responderá por lesão corporal e resistência à prisão. Silva e a
acompanhante, cujo nome não foi divulgado, chegaram ao motel por volta das 20h. Uma hora depois, diante do barulho que ouviam na suíte do casal, funcionários do motel chamaram a polícia. Agressivo, de acordo com testemunhas, Silva resistiu e foi algemado. Liberado ontem pela manhã, era esperado na delegacia para depoimento. A mulher agredida registrou queixa por lesão corporal. (Agências)
Guilherme Dionízio/Futura Press
verão, que começou às 22h e 22 minutos de ontem, será mais quente e úmido do que a média dos últimos anos, segundo o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec/Inpe). Mas o paulistano já provou a sensação de muito calor nas últimas duas semanas da primavera, quando a temperatura superou os 30 graus. A meteorologista do Instituto Nacional de M e t e o ro l o g i a (Inmet), Ester Regina Ito, diz que a temperatura no início do ano deve ficar entre um e dois graus acima da média normal que na capital, em dezembro é de 17,4 a 26,9 graus; em janeiro de 18,5 a 27,8, e em fevereiro entre 18,7 e 27,9 graus. "No verão passado, a temEm Santos, no litoral sul de São Paulo, muita gente já aproveita o calor da estação peratura ficou bastante elevada em janeiro, Paulo - capital, litoral e Vale do média no Amazonas. No norcom recorde de 34,5 graus", Paraíba. Segundo a meteorolo- deste, o verão é caracterizado afirma o meteorologista do gista, estima-se que o volume por chuvas no Maranhão, no Climatempo Marcelo Pinhei- de chuva na capital, em de- Piauí e no oeste da Bahia. Já na ro. Ele também estima que o zembro, seja de 148 a 284 milí- faixa leste da região, os estados verão de 2007 será ligeiramen- metros. Em janeiro, esse valor sofrem com a seca. te mais quente que a média his- fica entre 218 e 283 mm. Já no Pinheiro, da Climatempo, tórica de 28 graus registrada mês de fevereiro deve chover explicou que há outro fenômenos outros anos. no meteorológico comum nesentre 178 e 281 mm. O calor na capital no fim da Boletim – Segundo o bole- ta época, conhecido como Zoprimavera, desde 15 de de- tim do Cptec/Inpe, o verão na de Convergência do Atlânzembro, segundo Pinheiro, ul- 2007 será mais úmido do que o tico Sul , que não estará tão pretrapassou os 30 graus. "As ma- de 2006, quando foi registrada sente. Esse fenômeno provoca drugadas foram quentes, aci- redução de 40% nos índices chuva por vários dias seguidos ma de 20 graus (às 6h), e com médios. São esperadas panca- em Minas, Espírito Santo e no média de 26,6 (normalmente, a das de chuvas intensas, com Rio. Para os primeiros meses média seria de 17,5 graus)". temporais, rajadas de vento, de 2007 esse registro aparece Chuva – A previsão é de que raios e trovões, típicos do fim apenas uma vez, em fevereiro. as regiões sul e sudeste e parte das tardes de verão. Médias – Segundo o Cpdo centro-oeste registrem Segundo a Climatempo, tec/Inpe, no sudeste a temperamaior volume de chuva no ve- normalmente os maiores volu- tura mínima varia entre 18 e 22 rão. "Em parte isso se deve ao mes de chuva no País são regis- graus, mas a média pode ser um El Niño, um fenômeno de trados nas regiões Sul, sudeste pouco maior no Espírito Santo e aquecimento das águas do e centro-Oeste. Na Região no Rio. Já os valores históricos Oceano Pacífico", disse Pinhei- Norte chove bastante nos esta- de temperatura máxima variam ro. Segundo Ester, do Inmet, a dos mais ao sul – a chuva é ir- entre 24 e 32 graus. No Espírito previsão do volume de chuvas regular, com valores acima do Santo, Rio, norte de Minas e oesé um pouco acima do normal normal no Acre, no norte do te de São Paulo, o calor ultrapaspara o leste do Estado de São Pará e no Amapá, e abaixo da sa 32 graus. (Agências)
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Gil Passarelli/Folha Imagem - 13/07/1981
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TRIBUTO A ELIS. NA VOZ DA HERDEIRA.
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Regina Ricca Motta e Jair Rodrigues – com uma reconstituição dramatúrgica de momentos da carreira e da vida da cantora gaúcha, até hoje considerada por muitos a maior cantora do Brasil. Elis morreu aos 36 anos, em janeiro de 1982, por complicações decorrentes de overdose de drogas. As atrizes Bianca Comparato (a Maria João, da novela Belíssima) e Hermila Guedes (protagonista do filme O Céu de Suely) vão viver Elis, respectivamente, na adolescência e na vida adulta no especial. Hermila, que faz sua estréia na T V, diz que conhecia pouco de Elis. "Só sabia que sua voz era maravilhosa", conta. Para conseguir ser selecionada para o papel, pôs-se a ver DVDs e CDs da cantora. "Vou interpretar uma pessoa que todo mundo conhece, muitos até conviveram com ela. Por isso não vou criar um personagem. Vou imitar mesmo, representar o mito. Vai ser muito difícil", diz a atriz pernambucana, aliviada por não ter que cantar no programa. "Graças a Deus, porque nunca cantei na vida." Para perder seu sotaque natural pernambucano e ganhar leve referência gaúcha do sotaque de Elis, Hermila passou por sessões com uma fonoaudióloga. Bianca Comparato também "adorou" ter sido escalada para o papel. "Estou apaixonada por Elis. Minhas lembranças dela vieram por causa do meu pai (o escritor e dramaturgo Doc Comparato), que escuta discos dela em casa." Como Hermila, Bianca optou por fazer um trabalho mais técnico, de observação dos trejeitos da Pimentinha. "É um desafio muito grande interpretar uma pessoa que todos conhecem e cuja imagem ainda está muito viva na memória coletiva."
Andréa Farias/Ag. O Dia-15/09/2003
esde que se lançou no mundo da música, em 2003, a cantora Maria Rita já vendeu mais de 1 milhão de CDs, lotou casas de shows país afora, foi igualmente adulada e malhada pela crítica especializada, mas, para evitar comparações (embora elas tenham sido feitas, justificadamente, sem trégua), resistiu bravamente em gravar ou cantar qualquer música que tivesse sido interpretada ou registrada em disco pela mãe, Elis Regina. A resistência foi finalmente quebrada pelo diretor Ricardo Waddington, que convenceu Maria Rita a interpretar uma música (que ainda está sendo escolhida) do repertório da Pimentinha no especial Por Toda a Minha Vida, que vai ao ar pela TV Globo no dia 28 de dezembro, logo após a novela Páginas da Vida. A participação de Maria Rita, segundo Waddington, será um dos momentos mais emocionantes do programa que homenageia Elis Regina, quase 25 anos após a sua morte (completados em janeiro próximo). Além do especial da Globo, Elis será homenageada com vários relançamentos. A gravadora Trama, por exemplo, relança o álbum Elis, em versão resmaterizada e remixada que inclui o DVD da entrevista que a cantora deu em 1982 ao programa Jogo da Verdade, da TV Cultura, e a Som Livre coloca no mercado uma reedição dos dois primeiros álbuns lançados por Elis, Viva Brotolândia (1961) e Poema de Amor (1962). DVDs inéditos e uma nova edição da biografia Furacão Elis, escrita por Regina Echeverria em 1985, completam o pacote. Apresentado por Fernanda Lima, e com roteiro de George Moura e Sérgio Goldemberg, Por Toda a Minha Vida será uma espécie de docudrama, que vai misturar depoimentos de pessoas que conviveram com Elis – como Milton Nascimento, Gilberto Gil, Nelson
No alto, capa do CD do famoso encontro com Tom. E Palco Corpo e Alma, com imagens do encarte.
Acima, ilustração de Elifas Andreato para a antologia Por Um Amor Maior
DVD traz o show especial feito para o programa da Série Grandes Nomes, da TV Globo. R$ 40.
Maria Rita, evitando comparação: mais de1 milhão de CDs vendidos.
PROGRAME-SE
N
Risadas, shows e Audrey
TV Globo/Divulgação
Elis em DVD e na homenagem de Maria Rita. Papai Noel Existe , o especial de Natal na Globo. E na Cultura, música de Arnaldo Antunes e Villa-Lobos.
TELEVISÃO
6 -.LAZER
Reginaldo Farias
o corre-corre das últimas compras de Natal, o telespectador precisa de pausa para relaxar. E as emissoras de TV prometem entretê-lo com boas atrações. Hoje, por exemplo, risadas à vista logo após o Globo Repórter, com a exibição do especial Os Amadores 2, um dos bons programas produzidos no final do ano passado – que ficou entre os quatro finalistas na categoria comédia no prêmio Emmy International –, e sabe-se lá por que não entrou na grade normal da emissora durante o ano. No primeiro episódio, o romântico Marquinhos (Cássio Gabus Mendes), o conservador Tadeu (Otávio Muller), o culto e alto-astral Jaime (Matheus Nachtergaele) e o cirurgião-plástico Guilherme (Murilo Benício) morreram na mesma noite. Nesta parte 2 da
história, Marquinhos sonha que um deles vai morrer em seis meses. Os amigos ficam então esperando sinais (do destino) que os levem à felicidade, que agora tem prazo curto para chegar. Outra produção global feita especialmente para este fim de ano vai ser exibida no domingo, véspera do Natal, logo após o Fantástico. Trata-se do especial Papai Noel Existe, no qual Reginaldo Farias ataca de bom velhinho e vai ajudar a unir uma família. Para as crianças, uma deliciosa atração com a grife Disney entra no ar na seqüência, o que vai ajudá-las a esperar a meianoite sem cair no sono: o filme Um Presente de Natal, estrelado por Pato Donald, Mickey, Pluto, Bambi e Minnie.
Depois da Missa do Galo, se o sono não vier, reveja o delicioso clássico do cinema produzido em 1964, o musical Mary Poppins, no qual Julie Andrews interpreta uma governanta que cuida de crianças e as encanta com suas histórias memoráveis. No sábado, às 17h15, uma das mais aplaudidas produções musicais do ano estará na tela do programa Bem Brasil, da Cultura – o show que Arnaldo Antunes fez no Sesc Pompéia. No repertório, parcerias de Arnaldo com os Titãs e canções feitas em conjunto com Gil, como As Coisas, e Exagerado, de Cazuza e Ezequiel Neves. Véspera de Natal também pode ser dia de
estréia, é o que faz a TV Cultura às 20h30 com sua nova série de música Sinfonia Fina, apresentada por Anelis Assunção. Em Bachianas em Blues, Heitor Villa-Lobos e George Gershwin – um erudito, o outro, popular – têm suas histórias de vida e a produção musical revistas, um passeio pela música de qualidade. Para finalizar, nada com um clássico da sétima arte. E ele estará na tela do Telecine Cult no sábado, às 22h. Veja, reveja e deleite-se com Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany´s/EUA/1961), no qual a imortal Audrey Hepburn (foto) vive uma prostituta de luxo que tenta conquistar um aspirante a escritor vivido por George Peppard. É nesse fime, com direção de Blake Edwards e vencedor de dois prêmios Oscar, que Audrey canta a maravilhosa canção Moon River. (RR)
MARATONA DE NATAL DO CARTOON NETWORK Começa às 6h e vai até às 23h nos dias 24 e 25, com especiais natalinos dos Cartoon Cartoons e filmes como O Natal assombrado de Gasparzinho.
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Indicadores Econômicos
11
2,65
bilhões de reais foi o giro financeiro da Bolsa de Valores de São Paulo no pregão de ontem.
21/12/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 19/12/2006 19/12/2006 19/12/2006 19/12/2006 19/12/2006
P.L. do Fundo 12.660.492,31 2.030.361,86 11.551.089,80 19.117.558,96 1.395.436,79
Valor da Cota Subordinada 1.290,406930 1.132,579579 1.230,569928 1.099,997885 1.172,131617
% rent.-mês 1,6000 0,8276 4,4769 1,8325 1,4520
% ano 32,0824 13,2580 23,0570 9,9998 17,2132
Valor da Cota Sênior 1.031,148920 1.118,177708 1.135,680610 0 0
% rent.-mês 0,7022 0,6452 0,7719 -
% ano 3,1149 11,8178 13,5681 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
4
Planalto Congresso Corr upção Estados
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CONSELHO PEDE CASSAÇÃO DE QUATRO SANGUESSUGAS
A Globo tenta pôr a marca da corrupção no casal Garotinho. Rosinha Garotinho
Lúcio Tavora /Folha Imagem
Eymar Mascaro
Fundo do poço
A
ldo Rebelo e Renan Calheiros querem saber até que ponto suas candidaturas às presidências da Câmara e Senado foram afetadas pela crise dos salários. Os dois são candidatos à reeleição e, reunidos com lideranças partidárias, tomaram a iniciativa de anunciar que os salários dos parlamentares seriam equiparados com os dos ministros do STF. A reação da sociedade foi imediata, pois a equiparação representava aumento de 91% nos salários dos deputados e senadores. Ambos foram obrigados a recuar, graças à ação do Supremo. O assunto agora deve ficar para o ano que vem.
ADIAMENTO
A deputada Laura Carneiro com o presidente do conselho, Ricardo Izar: processo contra ela foi arquivado por inépcia.
CONSELHO ABSOLVE TRÊS Na última reunião do ano, o Conselho de Ética da Câmara recomendou a cassação de quatro deputados.
O
Conselho de Ética da Câmara encerrou as atividades do ano recomendando a cassação de quatro deputados envolvidos com a máfia dos sanguessugas, absolvendo três e arquivando por inépcia os processos contra outros quatro. O presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PTBSP), observou que a CPMI recomendou a abertura de processos contra 67 deputados sem ter nenhuma prova. "Teve processo que veio para cá por
engano, com erro nos nomes das pessoas", queixou-se o deputado. Entre os deputados da lista de cassações estão Lino Rossi (PP-MT), Cabo Júlio (PMDBMG), Nilton Capixaba (PTBRO) e José Divino (sem partido-RJ). Nenhum deles foi reeleito, por isso as representações não serão julgadas pelo Plenário. Os processos contra Marcondes Gadelha (PSB-PB), Welllington Fagundes (PLMT) e Wellington Roberto (PLPB) foram arquivados por
inépcia do Conselho, assim como o processo contra a deputada Laura Carneiro (PFL-RJ). Já o deputado Pedro Henry (PP-MT) foi julgado e absolvido pelo órgão, mas terá de aguardar a decisão final do Plenário em relação ao seu mandato. É o mesmo caso dos deputados Érico Ribeiro (PPRS) e João Correia (PMDBAC): embora absolvidos, eles seriam ainda julgados pelo Plenário, o que não ocorrerá porque não foram reeleitos. O deputado Mauro Benevides (PMDB-CE) defendeu a
MP COBRA R$ 227 MIL DE PROMOTOR
O
Conselho Nacional do Ministério Público determinou ao promotor Davi Evandro da Costa Carramanho, do MP do Amazonas, que devolva R$ 227,2 mil aos cofres públicos. O valor foi pago a título de gratificação de adicional de tempo de serviço sobre férias e licença-prêmio não gozadas – e contadas em dobro – no tempo em que Carramanho era capitão da PM e exercia a função de ajudante-de-ordens dos ex-governadores Amazonino Mendes e Gilberto Mestrinho, no período entre 1987 e 1993. Carramanho ingressou no MP do Amazonas em 1993 e recebe salário de R$ 19,5 mil. O conselho, que fiscaliza o MP em todo o País, concluiu em perícia contábil que o promotor poderia ter recebido – se o pagamento estivesse dentro da legalidade – no máximo R$ 68,2 mil. O processo no CNMP foi relatado pelo conselheiro Osmar Machado Fernandes. "A ilegalidade é evidente por
se tratar de tempo de serviço fictício", advertiu Fernandes, que mandou encaminhar o caso à Corregedoria Nacional do MP para apurar o envolvimento de dois procuradores-gerais que autorizaram e efetivaram o pagamento ilegal. "Não há nada de ilegal", rebateu Carramanho. Segundo o promotor, o CNMP "não tem conhecimento" do procedimento administrativo do MP do Amazonas. Ele disse que o Estatuto da PM prevê que licenças-férias não gozadas contam em dobro. "Na vida militar é assim." OAB – Uma liminar concedida pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) anulou na quarta-feira uma decisão da Comissão Eleitoral da OAB-PE que impugnava a candidatura de Jayme Asfora. Com isso, a oposição assumirá pela primeira vez o comando da entidade, informou ontem o site Consultor Jurídico. (AE)
absolvição deputado Alceste Almeida (PTB-RR), pois considerou que não havia indícios da participação dele no esquema dos sanguessugas. A próxima reunião do conselho deverá ocorrer apenas na próxima legislatura, que tem início no dia 2 de fevereiro. Na ocasião, o órgão poderá se manifestar a respeito do processo contra o deputado João Magalhães (PMDB-MG), que integra o grupo dos cinco, entre os 67 deputados acusados pela C P M I q u e f o r a m r e e l e itos.(Agência Câmara)
ROSINHA ATACA A REDE GLOBO
A
governadora do Rio, Rosinha Garotinho (PMDB), usou ontem a parte final do discurso de prestação de contas da gestão, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), para criticar as Organizações Globo, a quem acusou de veicular "insanidades" contra ela e o marido, o ex-governador e exsecretário de Governo e Coordenação Anthony Garotinho (PMDB). Rosinha fez também várias denúncias, entre elas a de que a Rede Globo mantém uma conta em um paraíso fiscal nas Bahamas, com mais de US$ 100 milhões. Segundo a assessoria da Globo, as afirmações da governadora são "fantasiosas, vêm sendo repetidas por ela nos últimos tempos, e não correspondem à realidade". "Essa organização tenta pôr de todas as maneiras a marca da incompetência e da corrupção no casal Garotinho sem qualquer prova ou fundamento, a não ser o seu
fantástico sensacionalismo mentiroso que, aliás, sabe fazê-lo muito bem", declarou Rosinha, no discurso de quase três horas, acompanhada por Garotinho e pela filha Clarissa, parlamentares e correligionários. Segundo a governadora, pesam contra as organizações Globo acusações documentadas, embora ela mesma não tenha apresentado qualquer papel comprovando as denúncias. Rosinha citou, por exemplo, que a empresa responde a processo por ter adquirido o canal de tevê em São Paulo usando uma procuração falsa, e que se envolveu em uma operação que constitui crime contra o sistema financeiro. Ela afirmou que o ICMS cobrado dos assinantes de tevê a cabo do grupo não é repassado aos cofres do Estado. "Eles não calarão a nossa voz! Não é à toa que o povo diz: 'O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo'", disse a governadora, incitando a platéia. (AE)
MORRE HELENILDO
O
deputado Helenildo Ribeiro (PSDB-AL), de 60 anos, morreu na quarta-feira, após uma cirurgia no intestino, no Hospital Santa Lúcia, em Brasília. Segundo a Agência Câmara, Ribeiro estava internado desde o dia anterior, depois de se submeter a um cateterismo e angioplastia. De acordo com o boletim médico, Ribeiro chegou ao hospital por volta das 22h de terça, com problemas de circulação. Os médicos implantaram uma endoprótese para normalizar a situação, mas os problemas persistiram. O deputado, então, teve que ser operado no intestino. A cirurgia, no entanto, não adiantou, pois não houve evolução favo-
rável do quadro. Ribeiro não resistiu. Ele cumpria o segundo mandato e não tinha sido reeleito para a próxima legislatura. Promotor de Justiça, Ribeiro foi vereador e prefeito de Palmeira dos Índios (AL) por duas vezes. Elegeu-se deputado federal em 1999 e, no segundo mandato, foi titular das Comissões de Minas e Energia e Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização da Câmara dos Deputados. Além disso, Ribeiro integrou a especial destinada a efetuar estudo de projetos e ações com vistas à transposição e à integração das bacias hidrográficas para a região do SemiÁrido brasileiro. (AE)
De acordo com decisão das lideranças partidárias, Aldo Rebelo resolveu adiar para fevereiro a votação em plenário do novo índice salarial dos deputados. Não existia clima para que a decisão ficasse com o atual legislatura.
VAI ATRÁS Renan Calheiros resolveu esperar pela decisão da Câmara para fixar também (via plenário) o novo salário dos senadores. O que for aprovado na Câmara deve ser seguido pelo Senado. Renan sentiu o desgaste e deixou Aldo com a batata quente nas mãos.
LÓGICA Tudo indica que os deputados fixem em R$ 16,5 mil o novo salário da categoria. Esse valor é extraído do índice inflacionário dos últimos quatro anos: 28%. Atualmente, deputados e senadores recebem mensalmente R$ 12,8 mil.
presidam a Câmara nos próximos quatro anos. O PT, por exemplo, presidiria a Casa nos anos 2007/2008 e o PMDB 2009/2010. Assim, a candidatura de Aldo Rebelo seria rifada.
NEGOCIAÇÃO Mas a eleição de presidente da Câmara consta do pacote de entendimentos do PMDB com o governo do PT. O PMDB é o principal partido que integra a coalizão. O partido, com 89 deputados, deve ficar com cinco ou seis ministérios. Por isso, abriria mão de concorrer na Câmara.
AMEAÇA Se Arlindo Chinaglia sustentar sua candidatura até o fim, o PSDB e o PFL ameaçam apoiar Aldo Rebelo. Este é o medo de Lula. O presidente não deseja que Aldo seja cooptado pela oposição. Prefere vê-lo como candidato apoiado por ambos os lados.
DISPUTA Por enquanto, Aldo Rebelo tem um adversário que deseja o seu cargo: Arlindo Chinaglia, do PT. A exemplo de Aldo, também Chinaglia defendia o aumento de 91%, que permitiria ao deputado receber um salário de R$ 24,5 mil (semelhante ao de ministro do STF).
NO PÁREO Aldo e Arlindo Chinaglia podem ter que concorrer com um terceiro candidato, que seria lançado pelo PMDB. Mas os peemedebistas estão na moita: esperam pela decisão dos aliados, que tentam encontrar a fórmula de saírem apenas com uma candidatura.
DESISTÊNCIA O governo (leia-se o presidente Lula) ainda tenta convencer Arlindo Chinaglia a desistir da candidatura para que Aldo seja o candidato único, recebendo inclusive o apoio do PMDB. Mas, até o momento, Chinaglia não abre mão da candidatura. E, para desespero de Lula, o PMDB pode vir a apoiálo contra Aldo.
TOCAIA Apesar de sua disposição de apoiar os aliados, o PMDB está preparado para lançar seu candidato, caso seja necessário. O partido tem três aspirantes ao cargo: Geddel Vieira Lima (BA), Eunício Oliveira (CE) e Michel Temer (SP). Os três estão de sobreaviso.
ACERTO PMDB e PT, no entanto, estudam um acordo para que os dois partidos
RECEIO Apesar do desgaste, Renan Calheiros mantém o favoritismo no Senado. Se a eleição fosse hoje, venceria o candidato da oposição, José Agripino. Calheiros tem interesse em sustentar o favoritismo, daí sua preocupação em saber até que ponto a crise afetou sua candidatura.
PREOCUPAÇÃO O arranhão na imagem do Congresso continua preocupando Lula. O presidente sente o desgaste da instituição em todos os lugares e teme que possa haver alguma surpresa nas eleições na Câmara e Senado. O governo precisa controlar as duas Casas.
DISPOSIÇÃO O presidente Lula se colocou à disposição de Aldo Rebelo, com quem conversou por telefone sobre a crise. Lula disse a Aldo que gostaria de ajudar os presidentes da Câmara e Senado a encontrar a saída ideal para pôr fim ao problema. O presidente elogiou o regime democrático.
REUNIÃO Os governadores eleitos Aécio Neves (MG), Paulo Hartung (ES), Sérgio Cabral Filho (RJ) e José Serra (PSDB) se reúnem hoje para discutir uma agenda comum.
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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
NOVO SALÁRIO MÍNIMO SERÁ DE R$ 380
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por cento era a taxa de desemprego no País no mês passado, segundo o IBGE.
MINISTRO DO PLANEJAMENTO CALCULA IMPACTO DO AUMENTO NAS CONTAS DA PREVIDÊNCIA
NOVO MÍNIMO CUSTARÁ MAIS R$ 1 BI
O
ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou ontem que o novo valor do salário mínimo terá um impacto adicional de R$ 1 bilhão nas contas da Previdência Social. Esse acréscimo representa a diferença entre o valor que vinha sendo discutido na Comissão Orçamentária, de R$ 375, e o valor acertado pelo governo com as centrais sindicais na última quarta-feira, de R$ 380. Cada um real de aumento no valor do mínimo representa um acréscimo de R$ 200 milhões nas despesas previdenciárias, segundo cálculos de técnicos do governo. Bernardo reconheceu que a decisão do governo de conceder um reajuste maior para o mínimo acabou forçando o adiamento da divulgação do
Ailton de Freitas/AG
pacote de medidas que vem sendo costurado pela equipe econômica para tentar garantir taxas de crescimento mais robustas para o País. Mudanças nas contas – "Temos um aumento de R$ 1 bilhão na conta. Mudamos o valor do salário mínimo, então temos que mudar as contas", disse Bernardo. Apesar disso, o ministro destacou que o acordo com as centrais sindicais foi positivo, porque estabeleceu uma regra de longo prazo para o reajuste do mínimo. Bernardo classificou como "fofoca" as afirmações de que a fixação do salário mínimo em R$ 380 seria um sinal de fraqueza do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que defendia um valor de R$ 367. "Não vamos nos pautar por isso", disse o ministro.
Mesmo com um aumento maior do que o defendido pela Fazenda, Bernardo insistiu que o governo não abrirá mão do controle das contas públicas. "O governo vai continuar sendo severo na questão fiscal", disse o ministro. Mantega enfraquecido – Enfraquecido depois que o governo anunciou o aumento do salário mínimo para R$ 380, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, se esforçou ontem em tentar convencer que o acordo fechado com as centrais sindicais não deverá comprometer o equilíbrio das contas públicas. "Ao contrário, o acerto será positivo porque impõe uma trava para o aumento das despesas vinculadas ao salário mínimo e dá maior previsibilidade para a evolução das contas públicas", disse o ministro. (AE)
Desemprego cai para 9,5%
O
rendimento dos trabalhadores e a formalidade do mercado de trabalho cresceram em novembro e a taxa de desemprego caiu de 9,8% em outubro para 9,5% da População Economicamente Ativa no mês passado, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em novembro do ano passado, a taxa havia sido de 9,6%. Para o gerente da pesquisa mensal de emprego, Cimar Azeredo, o baixo dinamismo
da economia está dificultando a criação de mais vagas. A taxa de desemprego média apurada em 11 meses (janeiro a novembro) nas seis principais regiões metropolitanas – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador – foi de 10,1%, praticamente inalterada em relação à taxa de 10% de igual período de 2006. Qualidade – Na avaliação de Azeredo, o mercado de trabalho em novembro e ao longo deste ano ficou estável em ter-
mos quantitativos, mas melhorou qualitativamente. Para ele, a estabilidade ocorreu porque não houve geração de postos de trabalho. "A economia não foi dinâmica o suficiente para isso", afirmou. De acordo com o IBGE, o rendimento médio real dos ocupados ficou em R$ 1.056,60 em novembro, 0,6% maior do que o de outubro e 5,7% superior ao de novembro de 2005. Azeredo atribuiu o aumento aos efeitos do reajuste do salário mínimo. (AE)
Tarso Genro: o presidente Lula quer um pacote que seja a marca de seu governo
Lula: pacote estava mal embrulhado
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ula decidiu adiar para início de janeiro o lançamento do pacote, programado para ontem, porque, na opinião do presidente, o pacote estava mal embrulhado. Havia obras sem detalhamento, instrumentos legais ainda por redigir e uma enorme conta a ser refeita: a do impacto do salário mínimo de R$ 380 nas contas públicas. Lula não viu no conjunto que lhe foi apresentado potencial de criar a onda de otimismo e investimentos que puxariam o crescimento econô-
mico para 5% ao ano. Ele decidiu, então, pedir correções e fazer o anúncio amanhã. Mas foi dissuadido por seus ministros, sob o argumento de que ninguém prestaria atenção às medidas na véspera do Natal. Já o ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, explicou que o presidente quer um pacote que seja a marca de seu governo. "O presidente pediu mais exatidão, segurança e coerência interna porque as medidas devem despertar muita confiança na sociedade a respeito do crescimento", disse Tarso. "O conteúdo é o estímulo ao investimento privado e medidas de investimento do Estado em infra-estrutura, para dar sustentabilidade ao crescimento do País." Questões técnicas – Para ele, "coerência interna é ter uma medida de desoneração e verificar qual é a vantagem que traz e, de outra parte, qual é o efeito no Orçamento". "São questões de natureza técnica. O presidente pediu que as medidas sejam aperfeiçoadas." Segundo Tarso, Lula quis saber minúcias do pacote. "O presidente foi extremamente exigente em relação aos detalhes das medidas, à conexão entre elas e aos resultados que vão dar", disse Tarso. Segundo um integrante da equipe econômica, Lula sentiu
falta de saber em que estágio está cada obra apontada como prioridade no programa de infra-estrutura. Projeto – Antes de construir uma estrada, porto ou hidrelétrica, é preciso fazer um projeto executivo, obter licença ambiental e abrir licitação para contratar a construtora. Esse processo leva um ano, se não houver problemas com a Justiça ou com o Tribunal de Contas da União (TCU). O presidente quis saber que obras estavam em condição de começar imediatamente e quais estavam presas por pendências burocráticas. Ele não quer anunciar apenas um conjunto de intenções. Essa teria sido uma razão mais forte que o impacto do novo salário mínimo. Os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Paulo Bernardo, admitiram que o novo valor foi uma das razões do adiamento. "É claro que, se mudamos o valor do salário mínimo, vai ter interferência no pacote. Mudam as contas. Essa parte vai ter que ser refeita", disse Bernardo. A despesa adicional de R$ 1,1 bilhão resultante do reajuste do mínimo e da correção de 4,5% na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física precisa ser acomodada no Orçamento de 2007. (AE)
Adalberto Roque/AFP
Às vezes as pessoas temem o termo discordar, mas eu digo que, quanto mais debate e mais discordância houver, melhores serão as decisões. Do presidente interino de Cuba, Raúl Castro, em discurso ontem, em que falou em "abrir paulatinamente o espaço" para as novas gerações. Ele não fez nenhuma menção a seu irmão e líder cubano Fidel Castro, afastado do cargo por doença.
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DEZEMBRO
Logo Logo DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.LOGO
www.dcomercio.com.br/logo/
22 Assassinato do seringueiro e ativista ambiental brasileiro Chico Mendes (1944-1988) Reprodução
I RÃ C ANADÁ
Teimosia atômica
YouTube, ferramenta para a polícia Um vídeo colocado no site YouTube ajudou a polícia canadense a encontrar um homem suspeito de ser o responsável por um assassinato. A polícia na cidade de Hamilton, no sul de Ontário, disse que colocou no YouTube um clipe de 1min12s de uma fita de segurança. O vídeo, que mostra suspeitos chegando a uma casa noturna para um show de hip-hop de Sean Price, recebeu atenção da imprensa e foi visto mais de 30.000 vezes. George Gallou, de 24 anos, de Hamilton,
que é visto no vídeo usando um boné com a palavra "Joker", entregou-se à polícia na terça-feira e foi acusado de assassinato de segundo grau e tentativa de assassinato. Gallow é acusado de esfaquear Ryan Milner, de 22 anos, e seu amigo, cujo nome não foi divulgado pela polícia, em um estacionamento após o show em novembro. A polícia disse que Milner morreu logo após o ataque no peito. O vídeo continua no site. www.youtube.com/ watch?v=SoHeMrcFI_w
A RTE Jean de Pomereu/LAS/Reuters
País insiste em manter programa nuclear mesmo depois de resolução da ONU
A
resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) vai obrigar o Irã a rever sua colaboração com a agência nuclear da entidade, e a decisão não fará os iranianos abandonarem seu programa atômico, disse na ontem Ari Larijani, secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, segundo a agência Isna. Depois de semanas de negociação envolvendo representantes das grandes potências, a resolução impondo sanções limitadas ao Irã deve ser aprovada pelo conselho até o Natal – pelo menos é essa a expectativa dos diplomatas. "A natureza dessa resolução não é capaz de pressionar o Irã, e o Irã dará uma resposta adequada a ela", disse Larijani. "Esse comportamento só
vai criar mais problemas". "Se eles ratificarem a resolução, o Irã ficará numa nova situação. Nessa situação o Irã vai rever sua cooperação com a Agência [Internacional de Energia Atômica]e outras áreas políticas, econômicas e culturais." O Irã nega que esteja usando o programa nuclear como fachada para a construção de armas, e diz que só quer gerar energia elétrica com fins pacíficos. "A questão não é se o programa do Irã é pacífico ou não. Basicamente eles não querem que o Irã tenha esse tipo de tecnologia", disse Larijani. A resolução proíbe importações e exportações de materiais e tecnologia relacionados ao enriquecimento e ao reprocessamento de urânio, a reatores de água-pesada e a sistemas de mísseis balísticos. Ontem, o presidente Mah-
moud Ahmadinejad disse que o programa nuclear iraniano é uma fonte de inspiração para outros países. Ridicularizando o presidente dos EUA, George W. Bush, Ahmadinejad disse que ele deveria "sair de seu palácio de cristal e ver o quão isolado está, não apenas no mundo como também em seu país". A declaração é uma resposta à afirmação de Bush, que disse que o presidente iraniano estava fora de compasso com o resto do mundo. Já o ministro das Relações Exteriores iraniano, Manouchehr Mottaki, adotou um tom mais conciliatório. "Acreditamos que é possível erguer uma ponte entre os dois lados para que o Irã possa ter seus direitos (à energia nuclear) e qualquer dúvida ou ambiguidade (sobre o programa) possa ser eliminada".
Kim Kyung-Hoon/Reuters
L
Lita Albuquerque instala sua obra Eixo Estelar na estação McMurdo, na Antártida. São 99 bolas de fibra de vidro azul de tamanhos variados que reproduzem a posição das estrelas no céu. A obra ficará no local apenas até hoje, para evitar a poluição do continente.
I TÁLIA
O sol não nasceu para todos
E M
espelho, que custa cerca de 100.000 euros, foi exposto no domingo, para o prazer de seus habitantes. "Aqui é muito frio no inverno e os moradores, muitos dos quais são idosos, costumavam ficar dentro de casa todo o tempo. Agora as pessoas estão aproveitando para sentar em bancos na praça e bater papo", disse Maria Velona, que trabalha na prefeitura. Midali foi procurado por autoridades locais com problemas parecidos no Canadá, Estados Unidos e França.
NO MUNDO DE GULLIVER - Em Seul, na Coréia do Sul, uma exposição recria cenários inspirados no livro Viagens de Gulliver. Mais de mil ursos, alguns tão grandes como o da foto, de 8 metros de altura, integram a mostra Teddy & Amigos. A STROLOGIA
VISUAIS Tenacidade capricorniana H
Tartaruguinha que também é robô
Venda sua arte na internet
A Toys Brando chinesa tem essas adoráveis tartarugas robotizadas, que andam, fazem sons e dançam de acordo com a música. É possível personalizar os bichinhos com decalques e enfeites. Custa US$ 16,90.
O colecionador de arte Charles Saatchi criou uma área em seu site para estudantes de arte venderem suas obras. A idéia é dar a pintores e escultores em começo de carreira a possibilidade de ingressarem no concorrido mercado mundial de arte. Oferecendo sua arte com baixo custo, os estudantes começam a se tornar conhecidos. O site chamado Stuart (abreviação de "student art") está acessível como link no endereço online da galeria do colecionador, que se comprometeu a não comprar nenhuma obra.
http://toys.brando.com.hk/
deria pelos meses de fevereiro – regência do signo de Aquário, o aguadeiro que derrama água sobre a Terra (Diário do Comércio, 13/02/2006) – e março – regência de Peixes (DC, 20/02/2006), quando pelo aumento do volume das águas nos rios ocorria a de-
Armando Serra Negra
B RAZIL COM Z
Gaúcho e espanhol Os jornais espanhóis e a britânica BBC noticiaram ontem que o brasileiro Ronaldinho Gaúcho deve obter sua cidadania espanhola em 2007. Não se trata de capricho , mas de uma exigência para continuar a jogar no Barcelona. É que a legislação da União Européia só permite que cada time contrate três jogadores de países que não integram o bloco. No caso do Barça, são eles Ronaldinho, Rafael Marquez e Samuel Eto'o. Marquez já obteve sua cidadania. Ronaldinho vem na cola e, assim, o time poderá contratar dois craques estrangeiros.
Pesquisadores da Fundación Conjunto Paleontológico de Teruel-Dinópolis encontraram dezenas de fósseis de um saurópode – dinossauro quadrúpede e herbívoro – descomunal, em Teruel, Espanha. Os fósseis revelam que a Europa foi o lar de dinossauros gigantes no final do período Jurássico - há cerca de 150 milhões de anos. Esse dinossauro pode ter sido o animal terrestre mais pesado da Europa, revela a edição de hoje da revista Science. F RANÇA
Polêmica sobre Bin Laden O Ministério da Defesa francês divulgou ontem uma nota considerando "pura invenção" a história de um novo documentário feita por dois jornalistas segundo a qual soldados franceses no Afeganistão tiveram o líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, na mira de tiro por duas vezes, em 2003 e 2004. O documentário será exibido pela TV francesa e já criou mal-estar na França. Enquanto o governo francês desmente o fato, os documentaristas dizem ter os depoimentos de quatro soldados franceses confirmando-o. L OTERIAS Concurso 179 da LOTOFÁCIL 02
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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Turcomenistão vive luto após morte de excêntrico ditador que liderou o país por 21 anos Testamento político do ditador chileno Augusto Pinochet será revelado nos próximos dias
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www.saatchi-galler y.co.uk
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Arte: O. Sequetin
sova. Sua principal estrela é Deneb Algiedi (Delta Capricorni), do árabe "a cauda da cabra". Mitologicamente os gregos associavam Capricórnio a Pã, meio homem, meio animal, com chifres e pata de bode, dorso e r o s t o d e h omem. Amado pelas ninfas, encantava-as com a melodia de sua flauta, conquistando o apreço de Dionísio, o deus do vinho. Em homenagem a este fauno que tanto alegrara a Terra e o Olimpo com sua música – e que, por diversão assustava os viajantes nos bosques da Arcádia (de onde a palavra "pânico") – Zeus eternizou-o nessa constelação. Características astrológicas: regido por Saturno, o signo promove a ambição, paciência, prudência, tenacidade.
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F AVORITOS
oje é o dia do solstício de verão, quando, devido à inclinação do eixo terrestre, o sol incide com maior intensidade no hemisfério sul, e menor no hemisfério norte (solstício de inverno). Chegou o verão, os dias mais logos do que as noites. Hoje começa também a regência de Capricórnio, que vai até 20 de janeiro. Seguindo a temática nominativa das constelações zodiacais – relacionada principalmente aos ciclos climáticos com vista às atividades agrícolas da Mesopotâmia – Capricórnio é representado pela figura de uma cabra com rabo de peixe. Pois nessa época o animal subia as montanhas para escapar das enchentes provocadas pelas chuvas que logo viriam. O chuvaréu se esten-
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G @DGET DU JOUR
J.K Rowling anunciou ontem o nome do sétimo e último livro da saga de seu mago juvenil Harry Potter, que se chamará Harry Potter and the Deathly Hallows (algo como Harry Potter e os Santos Mortos). Não há data de publicação marcada. A autora britânica confessou em seu site esta semana que Potter já entrou em seu sonhos. "Há anos que as pessoas me perguntam se já sonhei que estou no mundo de Harry", escreveu. "Até algumas noites atrás, a resposta era 'não', mas aí tive um sonho épico em que era, simultaneamente, Harry e o narrador."
O maior europeu de todos os tempos
C A R T A Z
Pinturas de Siron Franco. Instituto Tomie Ohtake. Rua dos Coropés, 88. Telefone: 2245-1900. Das 11h às 20h. Grátis.
Morte no título de novo Harry Potter
C IÊNCIA
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Uma vila nos Alpes italianos é a prova de que o sol não nasceu para todos. Mas, com tecnologia, é possível dar-se um jeito. Viganella, com uma população inferior a 200 pessoas, fica em um vale tão alto que, a cada ano, entre 11 de novembro e 2 de fevereiro, não recebe sol. Mas o prefeito Pierfranco Midali decidir fazer algo sobre o assunto. Agora, um espelho de 5 metros de altura por 8 metros de largura rastreia o movimento do sol e reflete seus raios para a praça histórica de Viganella. O
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Pior enchente dos últimos cem anos na Malásia deixa 2 mortos e 60.000 desaparecidos
Concurso 1691 da QUINA 08
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
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DEMANDA POR IMÓVEIS CRESCE 80% EM JANEIRO
Apartamentos de um dormitório, como os da Rua Abílio Soares (na foto), são os mais procurados por estudantes.
Fotos: Marcos Fernandes/Luz
IMÓVEIS NA MEDIDA CERTA PARA ESTUDANTES No início do ano, estudantes procuram por moradias próximas às universidades
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a n e i ro é s i n ô n i m o d e bons negócios para o mercado de locação de imóveis. Estudantes do interior de São Paulo e de outros estados que vêm para as faculdades da capital são os principais responsáveis pela dinamização do setor nessa época. Mas também há uma boa parcela de universitários paulistanos que, por morarem muito distantes do local de estudo, optam por procurar uma moradia mais perto. Segundo especialistas do mercado imobiliário, a demanda por casas e apartamentos nos meses de dezembro e janeiro aumenta em até 80%. Por outro lado, há déficit de oferta, principalmente de apartamentos de um dormitório, os preferidos pelo público estudantil. José Paulo da Silva, de 23 anos, não mora em outro estado, mas em Parelheiros – no extremo sul da capital, a 50 quilômetros do centro – e quer mudar para mais perto da Faculd a d e S ã o L u i s , p ró x i m a à Avenida Paulista, onde estuda administração. "Trabalho e estudo nessa região, mas moro muito longe. Estou à procura
de um apartamento de um quarto ou um quitinete aqui perto da Paulista, ou no Paraíso, desde novembro, mas até agora não encontrei algo que se encaixe no meu orçamento. Quando encontro um, o proprietário já alugou", conta. De acordo com a gerente de Locação e Vendas da Lello, Roseli Hernandes, Perdizes, Cerqueira César, Consolação e Vila Mariana são as regiões que mais concentram as solicitações de imóveis, pois ficam nas imediações de algumas das principais instituições de ensino da capital, como a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Instituto Mackenzie e a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). "A preferência é por apartamentos próximos às faculdades e ao metrô, que aliam conforto, economia e segurança", explica. Atuar perto da Universidade de São Paulo (USP) garante bons negócios ao proprietário da Lions Imóveis, Manoel Virgínio do Carmo Neto, há dez
anos no Butantã, zona oeste da cidade. Segundo ele, 35% dos contratos fechados neste período do ano são destinados ao público estudantil. "O preço médio do aluguel mensal de um apartamento com um dormitório nas imediações da Universidade de São Paulo é de R$ 600", diz. "Mas não há muita oferta no mercado. As incorporadoras deveriam investir nesse segmento. Com certeza, sairiam ganhando." Garantia – Muitos estudantes vêm antecipadamente a São Paulo com a finalidade de garantir uma moradia. Segundo o sócio-gerente da Marquesa Imóveis – há 30 anos no Paraíso, zona sul de São Paulo –, Raul Thomaz Gonçalves de Aquino, a demanda por apartamentos de um e dois dormitórios por estudantes começa já no fim de setembro. "Recebo muitas pessoas do Norte e do Centro-Oeste do País, assim como do interior do Estado. Eles garantem a posse do imóvel em outubro, deixam-no fechado por três meses e retornam em fevereiro", conta. A sazonalidade dos estudantes em busca de imóveis incrementa o mercado. Na Marquesa Imóveis, por exemplo, cerca de 60 contratos para estudantes foram fechados entre final de setembro e meados de dezembro, contra apenas dez contratos para famílias convencionais. "Quando chega o fim de dezembro já não tenho nada a oferecer. Só a partir da segunda quinzena de janeiro é que os imóveis de um e dois dormitórios começam a entrar novamente no nosso portfólio, pois seus contratos vencem. No entanto, o que entra acaba saindo em menos de dois dias. Em outras épocas do ano, leva cerca de dois meses", explica Aquino. Valorização – O mercado baseia-se na lei da oferta e da procura. Nessa época do ano, portanto, os preços podem aumentar até 20% em relação a outros meses, segundo algumas imobiliárias, já que há muita demanda e poucos imóveis à disposição. De acordo com Aquino, da Marquesa Imóveis, de outubro a fevereiro, o preço do aluguel de um apartamento de um dormitório, localizado no Paraíso, na Vila Mariana ou no Jardins, é em média de R$ 900, enquanto o de dois dormitórios é alugado a partir de R$ 1,2 mil. Já em março, os valores passam para R$ 750 e R$ 1 mil, res-
Prédio na Rua Afonso de Freitas, no Paraíso: disputado, assim como os imóveis de Perdizes e Centro
pectivamente, resultado de uma queda de 17%. Mas isso não é uma regra, de acordo com o vice-presidente de Locação do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), José Roberto Federighi. "O mercado imobiliário das redondezas dos melhores parques escolares vive o ano todo em função dos estudantes. Por isso, os imóveis já são oferecidos com preços mais altos que a média da cidade. São direcionados a essa demanda específica", considera o executivo. Maristela Orlowski
Aquino, da Marquesa: inquilinos vêm do Nordeste e Centro-Oeste
Aluguel sobe 5% neste ano
O
mercado de locação residencial na cidade de São Paulo em 2006 caracterizou-se pela demanda por imóveis em bom estado de conservação e escassez de oferta, de acordo com o balanço anual do Sindicato da Habitação de São Paulo (SecoviSP). O preço médio de locação na capital deve encerrar o ano com crescimento de 5%, superior à previsão de fechamento dos principais indicadores de preços na economia nacional. O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o mais utilizado nos contratos, deve encerrar 2006 com variação de 3,8%. Já a inflação ofi-
cial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), deve girar em torno de 3,2%. Com isso, o aluguel médio em São Paulo será 1,7% superior à inflação do ano. Mas, segundo o vice-presidente de Locação do SecoviSP, José Roberto Federighi, há regiões com aumentos superiores à média de 5%. Apartamentos de três dormitórios, em bom estado, localizados em bairros da região oeste, como Perdizes, Pinheiros, Pompéia e Leopoldina, por exemplo, registraram aumentos em torno de 10% em um ano. Investimento – Uma boa in-
fra-estrutura na região, com estabelecimentos de ensino e hospitais, também pode valorizar os imóveis, como foi verificado na Vila Mariana. No bairro, o preço médio para locação do apartamento de três dormitórios ficou em torno de R$ 13 o metro quadrado. Escassez de oferta, alta demanda, economia favorável com cenário de queda de juros e a redução gradativa da rentabilidade dos ativos no mercado financeiro são fatores de incentivo ao investimento em locação. "O investidor poderá auferir, não só a rentabilidade com o aluguel, mas a valorização patrimonial do imóvel", diz Federighi. (MO)
Materiais de construção em boa fase
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índice de vendas de materiais de construção em novembro manteve o patamar positivo dos meses anteriores, um reflexo dos efeitos positivos das medidas de incentivo do governo ao setor. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), o faturamento para o mercado interno em novembro apresentou um incremento de 8,72% em valores nominais, em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, o crescimento foi 5,59%. Para o diretor-presidente da Abramat, Melvyn Fox, os índi-
ces confirmam a recuperação do setor no segundo semestre. Os materiais básicos saíram na frente, com crescimento de 8,72% em relação a novembro do ano passado e 5,73% no acumulado do ano, embora tenham registrado queda de 3,5% em relação ao mês anterior. Já o faturamento dos materiais de acabamento superou em 12,36% o resultado de outubro em valores nominais, e no acumulado do ano ficou 4,99% acima do obtido no mesmo período de 2005. Em relação ao mesmo mês do ano passado, houve expansão de 8,72% em valores nominais. A expectativa de Fox é en-
cerrar 2006 com incremento de 6% das vendas, o que é muito significativo para o setor, já que em 2005 foi registrada uma queda de 2% sobre 2004. "Outro pacote voltado ao desenvolvimento da construção civil deve ser anunciado em janeiro pelo governo e trará mais incentivos à área de infra-estrutura, assim como a desoneração de impostos de novos materiais", diz Fox. A perspectiva para o próximo ano é otimista: "Vamos repetir a dose e chegar a 7% de crescimento (em relação a este ano)." "O caminho para o crescimento do País está na construção civil", conclui Fox. (MO)
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O
verão é a temporada que mais interessa aos empresários do setor de óculos: faz calor e tem o Natal, mistura que aumenta o faturamento até março de 2007. De olho no potencial desse mercado, a Oakley, uma das maiores fabricantes do mundo, está lançando, em parceria com a Transitions, óculos com lentes que se adaptam à luminosidade do ambiente. "O produto escurece mais com a exposição ao sol. Um exemplo: se alguém começa a jogar golfe às 15 horas, não precisa tirar os óculos às 17 horas, quando o sol estiver mais fraco", explica o gerente de produto da Divisão de Óculos da Oakley, Roger Ahlgrimm. Segundo ele, a empresa vai lançar dois modelos para a temporada e oferecer os produtos que já estão no mercado com inúmeras cores novas. "A expectativa é aumentar 20% as vendas na temporada de verão em relação ao mesmo período de 2005." Seis modelos de óculos de sol serão vendidos com a tecnologia da lente sensível. De acordo com a diretora de marketing e vendas para a América Latina da Transitions, Vanessa Johns, "é a primeira vez que a marca combina a tecnologia a lentes sem grau. A empresa é hoje líder mundial em aplicação de tratamento fotossensível em lentes de óculos com graduação." Varejo – A Fotoptica aposta que as vendas de óculos cresçam 35% neste ano em relação ao ano passado. Só no acumulado entre janeiro e agosto, o índice chega a 30% em comparação com igual período de 2005. Para alcançar a expectativa, a empresa preparou uma
Nacional Empresas Va r e j o Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
7 Rede de lojas Fotoptica está promovendo o valesolar para aumentar as vendas de óculos.
50% DOS ÓCULOS DO MERCADO SÃO PIRATAS
Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype
Na Fotoptica, vendas devem ser 35% maiores neste ano
Piratas são entrave
Temporada de verão acirra a disputa entre as marcas, que aproveitam a época para lançamentos
A VEZ DOS ÓCULOS Fabricantes abastecem o varejo de novidades e tecnologia em lentes de sol campanha promocional chamada de vale-solar, que vai possibilitar ao cliente comprar produtos com valores que vão de R$ 75 a R$ 1,5 mil. A estratégia ajudará a fortalecer a venda de grifes famosas. "O vale solar é um produto que veio para ficar e poderá ser adquirido em várias datas, como o Dia dos Namorados ou Natal. Já as negociações com as grandes grifes possibilitam à Fotoptica vender os produtos em até dez vezes, o que é uma grande vantagem para a compra por impulso", afirma a gerente de óptica da Fotoptica, Carina Meneghel. Tendências – Os óculos são repaginados a cada estação. A
Óculos grandes, a tendência
gerente da Fotoptica, Carina Meneghel, diz que nesta estação os óculos seguirão a linha náutica, com armações colori-
das, azul, vermelha ou branca. "Os mais modernos vão gostar do estilo retrô dos óculos grandes, que lembram os modelos usados por Jaqueline Kennedy Onassis, nos anos de 1960." A Luxottica vai lançar os produtos nesta temporada de verão após a feira Salon International de L’Optique Lunetterie (Silmo), que acontece em Paris, na França. Modelos grandes, como máscaras, quadrados ou redondos, com lentes em tons degradê, são a grande tendência d a g r ife. Neide Martingo
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s óculos de sol piratas, vendidos principalmente em camelôs, provocam doenças graves, como a catarata ou a degeneração da retina. O alerta é do professor doutor em oftalmologia da Escola Paulista de Medicina Seiji Hayashi. Ele recomenda o uso do acessório. "Os óculos escuros são um filtro para os raios ultravioleta. Os itens vendidos nos camelôs não têm esse filtro. E os olhos ficam à mercê da ação dos raios UVA e UVB", explica Hayashi. De acordo com a Associação Brasileira de Produtos e Equipamentos Ópticos (Abiótica), 50% dos produtos vendidos hoje no Brasil são piratas. "Os criminosos e falsificadores utilizam diversas rotas. Os produtos saem da Ásia e entram no País principalmente pelo Porto de Santos (SP). Os estados do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul e de Pernambuco, além das fronteiras com outros países da América do Sul, também são portas de entrada dos piratas. E os fiscais têm dificuldades de detectar
todas as falsificações", explica o sócio do escritório de advocacia Dannemann Siemsen, José Henrique Werner. Segundo ele, o preço médio de um par de óculos falsificado, na cidade de São Paulo, é de R$ 12,84. Em 2005, o valor total de vendas desses produtos foi de R$ 25 milhões. Os dados são fruto de uma pesquisa feita pelo Ibope, sob encomenda do escritório de advocacia. "Cerca de 860 mil pessoas em São Paulo compraram produtos piratas", afirma Werner. Segundo ele, 70% dos itens chegam ao Brasil no final do ano em razão do Natal. A p re e n s ão – O gerente de produto da Divisão de Óculos da Oakley, Roger Ahlgrimm, afirma que a empresa tenta coibir a ação dos falsificadores. Ele diz que, no final de 2005, foi apreendido o maior embarque de óculos escuros já registrado, com 500 mil falsificações da grife. "A carga ia abastecer toda a América Latina." Para ter mais controle, a Oakley não vende os produtos pela internet no Brasil. (NM)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sexta-feira,sábado, sábado,domingo domingoeesegunda-feira, segunda, 22, 23, 22,2423, e 25 24de e 25 dezembro de dezembro de 2006 de 2006
DOISPONTOS -77
Natal, Noël, Christmas
NEIL FERREIRA GRANDE
QUEIMA DE TÍTULOS DE ELEITOR
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Paul Hardy/CORBIS
Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
A globalização do Natal é vitória ou derrota de Cristo? G Um Natal
cristão ou ateu. As lojas estão lotadas porque as igrejas estão vazias. A decoração de nossas cidades não deixa dúvida sobre essa paganização. Jesus? Ele se tornou praticamente invisível. O Natal, então, é o que nos une.
Charles Platiau/REUTERS
Corrida de papais-noéis em Issy Les Molineaux, perto de Paris.
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a minha infância, lembro-me, apenas os cristãos celebravam o Natal. Eles eram os únicos a enfeitar suas casas com pinheiros. Iam à Missa do Galo e ela começava de fato à meia-noite. Para todos os outros, o Natal era, a rigor, o pretexto para uma farta refeição; pretexto também para dar presentes às crianças, somente às crianças. Mais para os não-cristãos ou cristãos não-praticantes, a verdadeira festa nacional, há 50 anos, não era o Natal, era o Réveillon, com seu festival de champanhe e presentes, para as crianças e adultos. Após 50 anos, os papéis parecem ter se invertido. O Natal se tornou uma festa nacional enquanto que o Réveillon pouco a pouco cai em desuso. Essa celebração generalizada do Natal é uma vitória ou uma derrota do cristianismo? Paradoxalmente, por o Natal ter deixado de ser visto como uma festa cristã ele se tornou uma unanimidade: as lojas estão lotadas porque as igrejas estão vazias. A decoração de nossas cidades não deixa dúvida sobre essa paganização. O pinheiro, de tradição alemã e pagã, está em todos os lugares. A árvore é seguida de perto por um Papai Noel corado, que ninguém sabe que foi criado inicialmente no século 19 por um ilustrador americano. Jesus? Ele se tornou praticamente invisível e os presépios, que eram tão comuns na minha infância, desapareceram pouco a pouco ou estão relegados a poucas igrejas no campo. Ainda sobrevivem algumas missas da meia-noite, mas foram antecipadas para as 22 horas para não atrapalhar as festas familiares e, principalmente, para não atrapalhar quem deseja ver a TV. A verdadeira missa é claramente a televisão, catódica em vez de católica.
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ssa descristianização objetiva do Natal explica por que, na França, a comemoração do Natal não é tema de controvérsias. Cada um festeja à sua maneira. Para os cristãos praticantes, resta a possibilidade de não se entregar a um consumismo excessivo e ir à missa, o que vai exigir da parte deles uma certa resistência ao espírito moderno. Nas ca-
sas dos cristãos não-praticantes, o Natal é a ocasião de se lembrar sua origem e cultura cristãs. Em resumo: um Natal cristão ou ateu. Não estamos numa situação comparável a dos Estados Unidos, onde os laicos militantes protestam contra as representações públicas do Natal. E o Vaticano está longe. A sugestão do Osservatore Romano de não celebrar o Natal publicamente, reservando-o para o interior da casa dos fiéis, não suscitou na França nenhum eco, nenhuma linha nos jornais. O único debate que se esboça é outro: se o Natal é uma festa nacional e cristã, por que a França não deveria adotar outras festas (e feriados) nacionais e religiosas, particularmente judaicas e muçulmanas? O ex-primeiro-ministro Jean-Pierre Raffarin cogitou a criação de dois novos feriados. Sem grande sucesso. A maioria dos judeus (exceto alguns extremistas) prefere celebrar - ou não celebrar - suas festas particularmente e em discrição. Quando aos muçulmanos, tentados pela oferta do governo, não chegaram a um acordo sobre quais de suas festas deveriam se tornar feriados. A tentativa ficou sem solução. Nossos governantes sabem que o islamismo é um assunto tão explosivo que é melhor, politicamente, não falar dele.
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as não vamos ter tanto cinismo. A comercialização do Natal não é suficiente para descrevê-lo nem para compreender o verdadeiro sentimento que, nesse dia, toma conta da maior parte dos franceses. Sem dúvida, o nascimento do Cristo passa para o segundo plano, mas o Natal, além do comércio, tornou-se uma celebração comunitária e cultural. Festejar o Natal é estar junto, como membros de uma família, como cidadãos de uma nação, como participantes de uma civilização chamada atualmente de judaico-cristã, e como cidadãos do mundo. Um indício: no Dia de Natal, os franceses não perdem a TV para ver a bênção do papa, porque em todas as línguas do mundo ela testemunha, de uma certa maneira, esse novo fenômeno chamado globalização. Paradoxo extremo: o Natal é cada vez mais festejado em sociedades não-cristãs. Atualmente se vê papais noéis na China. O Natal, então, é o que nos une. Vitória ou derrota do Cristo? GUY SORMAN, JORNALISTA E ESCRITOR FRANCÊS WWW.HEBDO.CH/SORMANBLOG.CFM TRADUÇÃO: RODRIGO GARCIA
s jornais estão repletos de cartas de leitores indignados com o autoaumento de quase 100%, com que suas excelências brindaram a si mesmas. Os editoriais, em sintonia com seus leitores, criticaram a atitude excelencial com vigor. Importantes analistas apontaram com unanimidade a torpeza da ação. Meu modesto e-mail, só conhecido por um grupo escolhido de amigos e pelos leitores desta coluna, está cheio de mensagens espumando justa brabeza. Até desconhecidos, que conseguiram meu endereço eletrônico fizeram-se presentes em enorme quantidade. A preocupação que sobressai é com a palavra isonomia, a mais perigosa da Constituição. Um amigo, o falecido e inteligentíssimo publicitário Blaise Muniz Farina, dizia essa palavra, isonomia, vai quebrar o Brasil. Profeta. Os federais, deputados e senadores, fizeram a sujeira na quinta-feira da semana passada, os estaduais aderiram em massa na sexta, não demora os municipais aderem. Logo, será o Judiciário, daqui a pouco a cascata chega na faxina da gráfica do Congresso. Incontáveis e-mails repassaram uma sugestão de reação coletiva. A idéia sugere que nós, cidadãos conscientes mas impotentes, enviemos em massa nossos títulos de eleitor para aldo rebelo, deputado federal (PC do B-SP), presidente da Câmara Federal, candidato à reeleição preferido por lulla, e mão de veludo que invadiu nossos bolsos para bater nossas carteiras na maior cara de pau. É "malandro oficial com retrato em coluna de jornal".
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ostumo responder todos os e-mails, inclusive os mais desaforados. Respondi da seguinte maneira a essa sugestão: (1) A iniciativa coletiva é uma idéia ótima. As excelências precisam ser obrigadas a ouvir a voz rouca das ruas. (2) Mandar os títulos de eleitor para aldo é má
idéia. Esse cara não vale a farinha de mandioca que come. E ainda quer, por lei, obrigar-nos a misturála aos nossos pãezinhos. Também por lei quer impor-nos suas crenças, forçando-nos a comemorar o Dia do Saci. Ideal supremo, quer o banimento do uso de palavras estrangeiras, como e-mail. Nessa trabalheira patriótica, aldo suou a camisa vários mandatos, está agora no terceiro ou quarto, dados por São Paulo, supostamente o Estado mais evoluído. Esperto como uma ratazana, aldo recebe nossos títulos em silêncio e joga-os fora com desprezo. Ninguém fica sabendo, nem mesmo o lixeiro, que deve catar o lixo já empacotado. Fim da reação. Kaput. (Quando recebeu a mansão que é a residência oficial de presidente da Câmara, aldo quis ficar também com o apartamento de deputado, gunnnverrnista gossssta de levar vantagem em tudo, cerrrrto).
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roponho juntar nossos vizinhos, associação de pais e mestres, escritórios, fábricas, cidades e promover reuniões para a queima pública dos nossos títulos de eleitor. Não há como ignorar isso. Vai sair nas rádios, tvs, jornais, revistas. Vai chegar aos olhos e ouvidos dessa súcia que infelizmente nós mesmos pusemos lá, com tantos votos equivocados. Esses caras, aldo à frente, têm de saber que não vamos deixar barato, têm de saber que vão ser vaiados nas ruas, têm de ter vergonha de aparecer em público. Seus filhos têm de sentir vergonha dos pais que têm. Sei que o título é um documento, pode ser proibido queimá-lo, pode até haver sanções. Sem problema, vamos encarar. Se as excelências não sentiram vergonha ao fazer o que fizeram, temos de ter coragem para enfrentá-las no peito e na raça. O TSE nos ensinou que somos os patrões. A poderosa América tomou tento da enorme burrice que fazia no Vietnã, quando a garotada passou a queimar publicamente a convocação que recebia para ir morrer na guerra. Estamos em guerra. Às armas, cidadãos. NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR
G Esses caras
têm de saber que não vamos deixar barato, têm de saber que vão ser vaiados na rua. Às armas, cidadãos.
FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894
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Congresso Corr upção Planalto CPI
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sexta-feira, sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23, 24 e 25 de dezembro de 2006
Se as avaliações fossem negativas, o presidente faria as mudanças com mais rapidez. Luís Carlos Guedes Pinto Ministro da Agricultura
FESTA DA POSSE NÃO TERÁ CHEFES DE ESTADO
Dida Sampaio / AE
LULA CHORA E DIZ NÃO TER PRESSA O presidente comparou a composição do seu ministério ao time do Inter-RS: "Ninguém vai perguntar ao técnico se ele vai mudar a equipe".
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oi novamente um choro só. No jantar de confraternização com ministros, promovida na quarta-feira à noite no Palácio da Alvorada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chorou ao lembrar a crise política que abalou o governo, os tempos de dificuldades que se estenderam até a campanha e, emocionado, fez inúmeros elogios ao presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles (PSDB). Lula agradeceu pela dedicação de todos e também dirigiu afagos aos petistas que entraram no governo "no meio da tempestade", como os ministros do Trabalho, Luiz Marinho, e especial de Direitos Humanos, Paulo Vanucchi. Ministério – Durante o jantar, Lula deixou claro que o governo vai bem e que ele não tem pressa para fazer os ajustes, ou seja, definir a equipe do segundo mandato. O presidente comparou a composição da equipe com o Inter de Porto Alegre, que acabou de ser campeão mundial,
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em torneio disputado no Japão. "O Inter acabou de ganhar o campeonato. Alguém vai chegar para o técnico e perguntar se ele vai mudar a equipe?", questionou Lula. Ele também comentou o resultado das pesquisas que avaliaram o desempenho da gestão. "O presidente lembrou que essas pesquisas indicam o reconhecimento muito positivo do governo por parte da população" afirmou o ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto. Aos ministros, afirmou Guedes, Lula disse que esses resultados o deixam tranqüilo para fazer as mudanças que julgar necessárias, mas sem precipitações. "Se as avaliações fossem negativas, o presidente faria as mudanças com mais rapidez. Acredito que os novos ministros só serão conhecidos no final de janeiro ou começo de fevereiro", disse. A pedido da primeira-dama, Marisa Letícia, Lula fez um discurso no fim do jantar. O cardápio foi salada, peixe, carneiro e leitoa. (AE)
Afinando o tom: o presidente citou a avaliação positiva da população sobre o seu governo, e emocionou-se ao falar da crise deste ano.
DESSA VEZ, UMA POSSE SINGELA enhum chefe de Estado ou de governo será convidado para a festa de posse do segundo mandato do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 1.º de janeiro. "Por ser festiva (réveillon), a data não favorece o deslocamento dos governantes para a cerimônia de posse", disse o assessor especial da Presidência da República Cézar Alvarez, encarregado de organizar a festa. Apesar disso, para a primeira posse de Lula, realizada há quatro anos,
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foram convidadas autoridades estrangeiras. Alvarez disse que a segunda posse de Lula será bem mais modesta do que a primeira. A festa está orçada em cerca de R$ 1 milhão. O dinheiro sairá do orçamento da Presidência e do Ministério da Cultura e deverá cobrir despesas com equipamentos, hospedagem e passagem de avião de artistas e aluguel de carro de som. Os gastos da primeira posse de Lula foram pagos pelo PT e, supostamente, com dinheiro
do caixa dois montado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e pelo exsecretário nacional de Finanças e Planejamento do partido Delúbio Soares. De acordo com Alvarez, serão convidadas cerca de 1,5 mil pessoas para participar da cerimônia da segunda posse de Lula. Entre elas deputados e senadores, governadores, prefeitos, dirigentes de entidades sindicais e amigos do presidente. Será montada uma barraca na Esplanada dos Minis-
Ailton de Freitas/AOG
GIL CONTINUA MINISTRO
presidente Lula confirmou ontem que Gilberto Gil continuará ministro da Cultura. Depois de dizer várias vezes que estava exausto, Gil saiu satisfeito da conversa com Lula. Na prática, ele reforça a lista de auxiliares que estão fora da cota política a ser negociada com os partidos no governo de coalizão. "O companheiro Gilberto Gil é uma unanimidade nacional", elogiou Lula. "Uma pessoa que construiu um ministério como o Gil construiu não tem por que sair. O Brasil e a cultura ganham com isso", acrescentou. Além dele, Lula já deu sinais de que manterá Guido Mantega (Fazenda), Dilma Rousseff
(Casa Civil), Walfrido Mares Guia (Turismo), Celso Amorim (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Educação), Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), Luiz Dulci (Secretaria-Geral) e Luiz Marinho (Trabalho) e também o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. "Diferentemente de 2002, em que eu tinha de apresentar o ministério quando eu ia tomar posse, agora não, ninguém precisa tomar posse. Só eu. Só o meu mandato é renovado. O dos ministros não." Lula ainda não definiu quem substituirá o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que ficará na pasta só até o fim de janeiro. (AE)
César Alvarez, encarregado da posse: cerimônia simples e sem presença de chefes de Estado estrangeiros.
térios para os visitantes de Caetés (PE), onde Lula nasceu, e Garanhuns, da qual Caetés era distrito na época do nascimento do presidente. Lula solicitou aos ministros que convidasse para a cerimônia pessoas que simbolizem os principais programas do primeiro mandato, como, por exemplo, beneficiados do programa Luz para Todos. Ministros – Não haverá posse coletiva de ministros, pois todos permanecerão nos cargos que ocupam até o anúncio de eventuais mudanças. O assessor informou que, no dia 1.º, o presidente reeleito sairá do Palácio da Alvorada às 15h45, seguindo para a Catedral de Brasília, onde o aguardará o Rolls-Royce da Presidência, no qual irá até o Congresso para ser empossado. No Congresso, a cerimônia deve durar cerca de 1h30. Em seguida, Lula irá ao Palácio do Planalto, onde, com a faixa presidencial, subirá a rampa e discursará, do Parlatório, por volta das 18 horas, para o público que estiver presente na Praça dos Três Poderes. Logo depois do discurso de Lula, haverá uma festa. Estão confirmadas as presenças do grupo Olodum, da sambista Lecy Brandão, da dupla sertaneja Zé Mulato e Cassiano, dos brasilienses Célia Porto e Renato Matos e de Geraldo Azevedo. A bateria da Mangueira foi convidada mas não confirmou a presença.(AE)
RENAN GANHA APOIO DO PSB
ALDO OFICIALIZA CANDIDATURA
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O
presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB), é cada vez mais favorito para a reeleição, deixando por um fio a candidatura da oposição. Nas últimas 24 horas, o líder do PFL e candidato a presidente do Senado, José Agripino (RN), teve de amargar não só a adesão oficial do PDT à candidatura de Calheiros, como também a declaração formal do apoio do PSB ao adversário. A manifestação pró-Calheiros dos dois partidos aumentou a insegurança do PSDB, que fechou com Agripino, e de setores importantes do PFL, que também não acreditam mais na possibilidade de vitória. Mas, ao menos por enquanto, Agripino mantém-se firme na disputa, embora admita que houve "um fato negativo" para a campanha. "Enquanto eu tiver o apoio numérico que eu conheço do PFL e do PSDB, e o amparo das conversas que estou tendo, inclusive em áreas claramente governistas, minha candidatura tem chance real de êxito", insistiu Agripino, após conversar com o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). As bancadas do PDT e PSB somam sete senadores, mas, em política, a contabilidade é outra. A contabilidade eleitoral de Renan Calheiros aponta uma vantagem de 14 votos em relação a Agripino. (AE)
presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), formalizou ao presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva a candidatura à reeleição. A iniciativa de Rebelo é uma tentativa de reverter o avanço da candidatura do candidato do PT, Arlindo Chinaglia, após o episódio do reajuste salarial dos parlamentares que o desgastou, politicamente. Nos últimos dias, os aliados de Rebelo avaliavam que Chinaglia passaria uma imagem equivocada a Lula de que tinha o apoio dos partidos da base. Deputados do PCdoB, PSB, PL, PP e PTB que querem a reeleição ponderaram da necessidade de lançar, oficialmente, a candidatura para barrar o crescimento de Chinaglia. Aliados de Rebelo avaliaram que o candidato ficou fragilizado. Partidários de Chinaglia dizem que o petista conseguiu conquistar apoios na bancada do PMDB com o compromisso assinado de dividir os próximos quatro anos do comando da Câmara entre o PT e os peemedebistas, e com a promessa de ceder cargos na Mesa Diretora para a sigla. Para os apoiadores de Rebelo, a carta do PT para os peemedebistas repercutiu mal. "Não combinaram com os outros", afirmou o segundo vice-presidente da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI) (AE)
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Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças
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SIGILO FISCAL ESTÁ SOB AMEAÇA
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mil reais é o valor da multa para o usuário do ECF que deixou de providenciar novo lacre.
EMPRESAS TERÃO ATÉ O DIA 31 DE MARÇO PARA COLOCAR NOVO LACRE NA IMPRESSORA FISCAL
ECF: SEM FISCALIZAÇÃO ATÉ ABRIL
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este fim de ano, os Alberto Reigota Del’Labon. Custo – De acordo com a fiscais da Secretaria da Fazenda do portaria, o custo pela troca do E s t a d o d e S ã o lacre poderá ser abatido do paPaulo (Sefaz) resolveram dar gamento do ICMS, desde que o um presente de Natal para os contribuinte tenha solicitado lojistas obrigados a usar o autorização para o uso do ECF Emissor de Cupom Fiscal até 1° de março deste ano. Um (ECF): não haverá fiscalização aparelho equivalerá a um crénesses estabelecimentos. Ela dito de R$ 80; de duas a sete imdeverá ser iniciada em abril de pressoras fiscais, R$ 75 cada; 2007, quando o fisco começará de oito a 13, R$ 70 cada; de 14 a a checar se os empresários fize- 19, R$ 65 cada; e mais de 20 emissores, r a m o re l a c re R$ 60 cada. dos aparelhos. Paulo Pampolin/Hype Segundo o Na semana pasdiretor-adjunto sada, a Sefaz enda Diretoria viou as últimas Executiva da cartas avisando Administração mais de 70 mil Tr i b u t á r i a empresas sobre (Deat), da Sea obrigatoriedafaz, Antônio de da relacraCarlos de Moução. O prazo fira Campos, nal é 31 de marcom a medida, ço de 2007. a Sefaz pretenA exigência de combater está na Portaria fraudes, dimin° 36/06, da Conuir a necessiordenadoria da Moura: controle de fraudes dade de fiscaliAd mini stra ção Tributária (CAT), que obriga zação dos aparelhos e aumenos contribuintes do Imposto tar a arrecadação. "Nossa filosobre Circulação de Mercado- sofia é usar o mínimo de mãorias e Serviços (ICMS) a trocar de-obra para o máximo de fiso lacre do emissor, de uso obri- calização e o aumento espongatório para quem fatura aci- tâneo da arrecadação", completa Moura Campos. ma de R$ 120 mil por ano. O ECF que estiver sem o noPara as empresas fabricantes do ECF, responsáveis pelos vo lacre será considerado não relacres, o retorno tem sido po- autorizado para fins fiscais. sitivo. "Já concluímos os rela- Em caso de fraude no disposicres em 40% do total de emis- tivo, a multa é de 500 Ufesps sores instalados por nossa em- (R$ 6.965), além do imposto, presa", informa o gerente téc- acrescido de multa de 150% do nico da Dataregis, Carlos valor devido. (LI)
Milton Mansilha/LUZ
Custo do lacre pode ser abatido do ICMS
Carlos Alberto Reigota Del’Labon, da Dataregis, diz que 40% dos clientes da empresa providenciaram lacre
Leão abre extrato bancário
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julgar pela maioria das decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ), os contribuintes podem ter o sigilo fiscal quebrado pelas autoridades fazendárias. Mas a questão não está pacificada. Tanto que em alguns casos o STJ encaminha a discussão para o Supremo Tribunal Federal (STF), que ainda não assumiu posição sobre o assunto. Em 2003, entretanto, o Supremo concedeu à GVA Indústria e Comércio uma liminar que impediu a quebra de seu sigilo bancário pela Receita Federal, acolhendo os argumentos da
maioria dos advogados tributaristas. Para eles, a quebra só deve ser permitida com autorização judicial. Mandado – Sobre esse tema, um dos casos que chegaram ao STJ foi julgado no início do mês. A contribuinte Maria Dallago entrou com mandado de segurança contra ato do inspetor da Receita Federal de Itajaí (SC) para garantir a inviolabilidade de seus dados bancários. Como o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4ª) acolheu os argumentos do fisco, Maria recorreu ao STJ. A ministra Denise Arruda, contudo, entendeu que as alterações na legislação permitiram o uso das informações bancárias para embasar a fiscalização relativa a qualquer tributo. Antes, essa "devassa" era restrita somente à apuração da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Segundo o advogado Luiz Roberto Peroba Barbosa, do Pinheiro Neto Advogados, é cada vez mais comum o fisco pedir dados sobre a conta bancária dos contribuintes. "Temos ações contra a quebra de sigilo porque alguns dos nossos clientes já foram intimados a prestar informações financeiras à Receita no momento da fiscalização", diz. Para Barbosa, o procedimento correto seria a Receita pedir ao Ministério Público, que recorreria ao Poder Judiciário pela quebra de sigilo. "Somente um juiz pode verificar se há indícios de sonegação fiscal e conceder a quebra de sigilo", explica. O advogado Jorge Henrique Zaninetti, do Tozzini Freire Advogados, tem o mesmo entendimento. "Deve haver ordem judicial para que a quebra só aconteça em casos im-
prescindíveis", afirma o tributarista. Para Zaninetti, essa violação fere direitos e garantias individuais constitucionais. A Constituição Federal determina que é inviolável o sigilo das correspondências e comunicações, a intimidade e a vida privada. "Além disso, há o risco de a ação do fisco expor negócios que não deveriam ser revelados por motivo de concorrência", diz. "Daqui a pouco, alguém vai à casa das pessoas para ver o que há em suas gavetas", ironiza. Sem justificativa – A possibilidade legal de cruzamento de dados de declaração de renda com a CPMF permite ao fisco verificar as entradas e saídas das contas bancárias dos contribuintes. Mas, para Zaninetti, isso não garante prova de sonegação fiscal. "Se o fisco fizer, por exemplo, um levantamento da conta bancária de um advogado, pode entender que um depósito judicial entrou em sua conta bancária como receita", diz. "Mas, nesse caso, no mesmo dia, transfiro o dinheiro do depósito para meu
cliente. Por isso, só um juiz pode verificar se há indícios reais de sonegação que justifiquem a quebra de sigilo", destaca. Na esfera administrativa, segundo o presidente do Primeiro Conselho de Contribuintes, Manuel Antonio Gadelha Dias, as decisões não têm sido favoráveis aos contribuintes, pois permitem o uso das informações da CPMF para exigir outros tributos. "E estendemos a possibilidade de uso de informações inclusive para fatos anteriores à publicação da Lei Complementar n° 105/01", explica Dias. O advogado Raul Haidar lembra que o fisco não pode lavrar autos de infração para cobrar imposto, nem com base em extratos bancários, nem pela falta de apresentação desses. O tributarista afirma que o contribuinte não tem obrigação de guardar extratos do banco porque esses documentos não geram direitos ou obrigações. "No próprio extrato está escrito que ele serve para simples conferência", lembra. Laura Ignacio
Viúva de fumante perde ação
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or maioria dos votos, a 4ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) reverteu a decisão que favorecia a viúva Ana Luiza de Oliveira Guimarães, que ingressou com ação contra a fabricante de cigarros Souza Cruz. Ela queria receber indenização como reparação pelo falecimento do ex-fumante Sidney Guimarães. O caso teve início com uma ação indenizatória movida por Ana Luiza na 7ª Vara Cível de Campinas (SP), em março de 2001. A autora alegava que a Souza Cruz teria veiculado propaganda enganosa e que o consumo de cigarros teria sido a causa exclusiva da morte de seu marido, falecido em 1999 por infarto do miocárdio. Ana Luiza pleiteava uma indenização de R$ 2 milhões.
O juízo de 1ª instância rejeitou os pedidos indenizatórios da autora, afirmando que não foi demonstrado, com segurança, relação direta entre a doença desenvolvida por Sidney e o consumo de cigarros. Além disso, a opção pelo consumo de cigarros é fruto do livre arbítrio. Ana Luiza recorreu da sentença levando o caso ao TJ-SP. Na primeira ocasião em que o Tribunal apreciou a demanda, deu ganho de causa à Ana Luiza, acolhendo parcialmente seus pedidos e reduzindo a indenização a R$ 350 mil. No entanto, a decisão não foi unânime e, com base nessa discordância, a Souza Cruz entrou com um recurso chamado embargos infringentes, que provocou a reavaliação do processo por todos os Desembargadores membros da 4ª Câmara do TJ-SP. O tribunal, en-
tão, reviu sua posição, anulando a decisão anterior e determinando a devolução dos autos à 1ª instância para produção de provas. O TJ-SP já proferiu 21 decisões favoráveis a Souza Cruz em ações dessa natureza. Resposta – De acordo com informação da Souza Cruz, até o momento, foram ajuizadas no País 474 ações de indenização por danos relacionados ao consumo de cigarros. Desse total, foram proferidas 273 decisões favoráveis à companhia e apenas 10 contrárias, que estão pendentes de recurso. Todas as 173 decisões definitivas já proferidas pelo judiciário brasileiro em processos dessa natureza rejeitaram as pretensões de indenização por danos materiais dos fumantes, ex-fumantes ou seus familiares. (DC)
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LAZER - 1
Fotos: Fox Film/Divulgação
Feito para crianças, Eragon não ofende os mais velhos. A Promessa, deslumbre para os olhos, traz intrigas de 3 mil anos atrás. Nos dois filmes, lendas e fantasias. CINEMA
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Fotos: Divulgação
Cameron Diaz é Amanda
OUTRAS ESTRÉIAS
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AVENTURA DE NATAL
SAFIRA, TERROR DOS MALVADOS Dragão fêmea é do bem. Suas labaredas divertem as crianças.
E
Eragon é vivido por Ed Speleers. Jeremy Iron interpreta seu amigo mais velho e mais sábio. A dragoa tem a voz melodiosa de Rachel Weisz. E John Malkovich é o malvado Galbatorix.
is, enfim, um filme de Natal, estreando até na data exata, na segunda, dia 25, feito mesmo para crianças e que não ofende os mais velhos. Eragon é tão infantil que os petizes cuspirão pipocas e goma de mascar de tanto rir, talvez até de nervosos. Os mais velhos e mais sérios entenderão que trata-se de história familiar cravada nas tradições, entre elas a de que o bem prevalecerá. E que ressuscita uma entidade fora de moda, o dragão, aquele mesmo que soltava fogo pelas ventas e voava, tão combatido por São Jorge no imaginário popular e por Glauber Rocha nos seus filmes. O dragão está de volta, brotando de um ovo, mas seu aspecto sinistro não assusta mais. Com o passar dos milênios, transformou-se numa criatura do bem. Só mesmo Papai Noel para abençoar tal mudança. As crianças aplaudirão os raios, trovões e muita bruxaria em cena. Os mais velhos lembrarão, além dos feitiços, uma certa semelhança com o bruxinho míope Harry Potter. Passado nu-
Geraldo Mayrink ma data incerta e num lugar ainda mais incerto, chamado Alagaésia, conta a história do adolescente Eragon (Ed Speleers) perambulando por um insensato mundo. Naquele tempo, os homens haviam construído uma civilização e eram felizes até que um rei malvado, Galbatorix (John Malkovich), os pôs para correr, instaurando uma ditadura com a ajuda de um exército pestilento, os Urgals, e de um espectro igualmente cruel, Durza (Robert Carlyle). Os derrotados fogem para as montanhas e criam um povo chamado Varden, esperando pela hora da vingança, ou por um sinal. Ele vem na forma de um estranho ovo azul, que Eragon acha na floresta, e dele nasce um bebê dragão. Chama-se Safira, tem curvas e andar elegante e comunica-se telepaticamente (pois nem as dragoas falam) com a voz melodiosa de Rachel Weisz. Safira é um doce até
quando cospe fogo. E, fêmea, logo oferece seu corpão de quatro metros de altura para que o louro Eragon monte, e ele monta, saindo os dois em insinuantes passeios aéreos. Pois Eragon é de origem um verdadeiro Cavaleiro de Dragão, com direito à intimidade com sua transportadora. Como em todas as fábulas infant i s, te m u m a m i g o mais velho e mais sábio, Brom (Jeremy Irons), que lhe ensina os mistérios da vida e a arte de manejar espadas. Com uma turma assim, mais uma combativa dragoa, os vilões estão com seus dias contados, embora gargalhem muito e com estridência. A coisa toda saiu da cabeça de um jovem de 23 anos, Chistopher Paolini, nascido em Paradise Valley, lá nos confins caipiras americanos do Arizona. Eragon é o primeiro de uma trilogia e foi
um best-seller instantâneo, ficando durante 87 semanas consecutivas na lista dos mais vendidos do The New York Times a partir de 2003, quando foi lançado. Maior incentivo a vocações literárias mirins não pode haver. Quanto ao diretor Stefen Fangmeir, não é bem uma vocação cinematográfica, pois formou-se em ciência da computação. Mas se vira bem, pois usou seu título acadêmico trabalhando em filmes como O Exterminador do Futuro 2; Hook – a Volta do Capitão Gancho e dois do grande santo padroeiro dos criadores de efeitos especiais, Steven Spielberg, Parque dos Dinossauros e O Resgate do Soldado Ryan. Sua Safira, tão humanamente romântica, é pura prancheta, régua e compasso. Alguns acham até que ela é linda. E um feliz Natal para todos. Eragon (Eragon, 2006, Estados Unidos, 2006, 110 minutos). Direção: Stefen Fangmeier. Com Edward Speleers, Sienna Guillory, Garrett Hedlund, Djimon Hounsou, Jeremy Irons, John Malkovich, Robert Carlyle, Joss Stone.
Fotos: Imagem Filmes/Divulgação
Amor, honra e destino como motores da história
Mulheres belíssimas e uma trama de sofrimento e reviravoltas neste O Senhor dos Aneís asiático
Beleza de um mundo distante A Promessa, um épico oriental
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ma menina bela e muito pobre que transforma-se em princesa, um escravo com muitas qualidades morais, um militar e um vilão. Pronto. Eis a fórmula de um filme que transporta o espectador para um mundo distante, com seus códigos próprios e complicações de natureza bem diferente daquelas que acometem o cidadão ocidental urbano do século 21. De trama rebuscada e recheada de
fantasia e lendas, o filme A Promessa, que estréia nesta sexta (22) nos cinemas brasileiros, foi comparado por críticos à trilogia dirigida por Peter Jackson, sendo chamado de O Senhor dos Anéis asiático. As imagens são exuberantes (fotografia de Peter Pau, de O Tigre e O Dragão), as mulheres são belíssimas. E nesse cenário desenvolve-se a história, passada há 3 mil anos, em alguma
Amor não tira férias (The Holiday, EUA, 2006, 138 minutos ). A comédia romântica dirigida e roteirizada por Nancy Meyers narra a história de duas mulheres que resolvem trocar de casa temporariamente depois de passarem por desilusões amorosas. Uma delas é Iris Simpkins (Kate Winslet, última foto abaixo) autora de uma coluna sobre casamento publicada no jornal Daily Telegraph, de Londres. Sua grande paixão é Jasper (Rufus Sewell) que está de casamento marcado com outra. Em Los Angeles, mora Amanda Woods (Cameron Diaz), outra desiludida pela traição do namorado Ethan (Edward Burns). A solução para o caso das duas é encontrada no mundo virtual. Elas se conhecem por meio de um site especializado em intercâmbio de casas. Conectadas, as duas trocam de moradia. Iris vai para a luxuosa casa de Amanda e esta vai para a cabana de Iris no interior da Inglaterra. A idéia de mudança acaba refletindo na vida amorosa das duas. No elenco Jude Law, Jack Black, Edward Burns, Rufus Sewell e Dustin Hoffman.
Ethan (Edward Burns, esq.): desilusão
O
Segredo de Beet h ove n (Co py i n g B eethoven, EUA/Alemanha, 2006, 104 minutos). A vontade de se transformar em uma compositora está entre os sonhos de Annna Holtz (Diane Kruger), uma jovem de 23 anos. A garota é estudante do Conservatório de Música e em razão disso, ela tem sua grande chance. É lá que Anna é indicada para um cobiçado cargo em uma editora musical. A indicação acaba levando a jovem para perto de Ludwig van Beethoven (Ed Harris), o mais celebrado artista vivo da época. O talento da jovem é descoberto pelo músico quando ele faz um desafio de improvisação a Anna. Nesse momento a sensibilidade musical dela vem à tona e os dois começam um relacionamento. O longa é dirigido por Agnieszka Holland. (RA)
Lendas e tradições no oriente, há 3 mil anos
parte oriental do planeta. O diretor Chen Kaige declarou que a trama é sobre o destino, mas também sobre como podemos embelezar ou não a própria sorte, numa metáfora sobre seu próprio trabalho, irretocável em termos visuais. No mais, a menina – também órfã – vai seguir mundo afora sendo injustiçada e sofrendo muito. Ela prometera à feiticeira jamais se apaixonar, em troca da realeza. Evidentemen-
te que isso complicará tudo. Mas muitos fotogramas maravilhosos depois, a redenção virá. Ou não. (LHC) A Promessa (Wu ji, China / Hong Kong / Japão / Coréia do Sul, 2005, 102 minutos). Direção e roteiro: Chen Kaige. Com Dong-Kun Jang, Hiroyuki Sanada, Cecilia Cheung, Nicholas Tse, Ye Liu, Hong Chen, Cheng Qian, Anthony Wong.
ÚLTIMO DIA DA MOSTRA CINEMETRÓPOLES, NO CINE OLIDO Às 16h, exibição de Cosmópolis, dirigido por Otavio Cury. Filme critica crescimento desenfreado de São Paulo. Avenida São João, 473, tel.: (11) 3331-8399.
Jornal do empreendedor R$ 0,60
Rogério Cassimiro/Folha Imagem
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Ano 81 - Nº 22.279 Sexta-feira, sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23, 24 e 25 de dezembro de 2006
Edição concluída às 23h55
Triste imagem em Congonhas e pelo País, ontem: caos, protestos, até prisões. Para o governo, a culpa seria das companhias aéreas. O desejo de todos: feliz Natal com as famílias. Cidades 1 e 2
Manifesto da Igreja contra o aumentão Bispo alerta para novas investidas dos congressistas, já que votação dos supersalários foi só adiada. Pág. 3
Cristãos e ateus se unem pelo Natal. E Jesus está quase invisível. Leia o ensaio do escritor francês Guy Sorman, na pág. 7
Fábio Pozzebom/ABr
Lojas lotadas, igrejas vazias.
A retirada do mar de lama acumulado no espelho d'água do Palácio do Planalto iniciou os preparativos para a posse do presidente Lula, no 1º dia do ano novo. Páginas 3 e 8
HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 28º C. Mínima 19º C.
AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 29º C. Mínima 19º C.
Imagens Filmes/Divulgação
Imagens exuberantes, combinação misteriosa de sombras e luzes, artes marciais e enigmáticos rostos femininos compõem os fotogramas de A Promessa, mais um ensaio cinematográfico asiático em forma de pintura que estréia em São Paulo. É um presente para os cinéfilos. Para as crianças, o telão também é generoso: entra em cartaz Eragon, filme em que um dragão fêmea é a desgraça dos vilões. Curta ainda: Noel Rosa, ceias especiais e Roda do Vinho.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.LAZER
sexta-feira, sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23, 24 e 25 de dezembro de 2006
LEITURA O livro, espalhado em tendas na Luz: bom de comprar. E uma TV pioneira, bem lembrada. DOCUMENTO
Fotos: Marcos Fernandes/LUZ
Memórias e lições da era de ouro da Record Aquiles Rique Reis
Tenda com obras da Livraria Sebo Nova Fronteira atraiu grande parte dos visitantes da Rua do Livro no último sábado
Fotos: Arquivo DC
LIVROS PARA COMER, BEBER, PASSEAR, VOAR...
O
Rita Alves
último sábado que antecede o Natal é o dia perfeito para quem ainda está em ritmo de compras, quer gastar pouco e pretende presentear pessoas queridas com livros. O lugar ideal para rechear a estante é a Rua do Livro, armada no calçadão entre a Pinacoteca do Estado e o Museu da Língua Portuguesa, na Praça da Luz. O evento, promovido pela Secretaria da Cultura em parceria com a Prefeitura de São Paulo,visa implantar um novo espaço cultural para privilegiar e incentivar o prazer do paulistano pela literatura. A Rua do Livro termina amanhã, sábado (23) e, assim como nos dois sábados anteriores, terá 15 tendas com livros de sebos e editoras de pequeno e médio porte. Além da vitrine literária, o público encontrará outras atividades como contação de histórias, sessões de autógrafos, jogos, brincadeiras e lançamentos de novas obras. Cristina Nolli, assistente de produção da Rua do Livro, conta que o público que tem visitado a feira é bem variado. Crianças, adultos e jovens marcam presença principalmente à tarde. Segundo Cristina, os preços baixos têm estimulado os visitantes, que se sentem atraídos, também, pelas atividades paralelas. Daí a boa notícia: os organizadores pretendem dar continuidade ao evento e ampliá-lo. Para 2007, outros possíveis locais são o Largo do Arouche e a Praça do Arco. Por enquanto na Praça da Luz, o público pode conhecer 15 tendas que trazem livros infantis, esgotados, raros e outros lançados recentemente. No último sábado, a Livraria Sebo Nova Floresta era uma das que participavam do evento na tenda 1. Marcelo Chrisosthomo, um dos vendedores da Nova Floresta, conseguiu vender um livro sobre arte por R$ 250. "Uma garota do Rio Grande do Sul que estava a caminho da Pinacoteca, parou aqui e comprou o livro", comemora. Mas na feira os preços são bem variados. Livros a R$ 5 estão em diversas tendas. O visitante que chega com pouco dinheiro no bolso tem a chance de sair da feira com várias obras. A presença do público dos museus na Rua do Livro tem sido comum. Eliete Soares Nogueira é um exemplo. A jornalista, moradora do bairro da República, é freqüentadora da Pinacoteca e no último sábado aproveitou o passeio para conhecer a feira de livros. "Acho ótimo eventos como esse porque sempre compro livros em sebos e aqui encontrei várias opções e todas elas com desconto". Eliete diz que ficou interessada em várias obras e pretende voltar neste sábado, tanto para comprar quanto para conhecer as novas tendas. Um dos artistas que ela encontrará novamente na Rua do Livro é César Obeid. O repentista e cordelista participou de todos os sábados e amanhã (23) fará quatro perfomances ao longo do dia. "Aqui é bacana porque as pessoas têm acesso às editoras que ofere-
cem preços bem acessíveis. Além disso, ainda dá para aproveitar e se divertir nas oficinas ou com os artistas. É muito interessante". O repentista reconhece a importância da feira, mas acredita que ela só terá eficiência se tiver continuidade. "É importante a difusão da literatura, mas acredito que eventos como esse só consolidam sua real importância quando permanecem ao longo de um período". Além da performance de César Obeid, outras atividades estão programadas para o encerramento da Rua do Livro. A atriz Beatriz Fusco representará trechos do livro de Eliane de Freitas Oculta – Uma Sentença Masculina. O espetáculo Oculta – Uma Performance Paulistana, terá duração aproximada
possível graças à parceria da Arte & Ciência Editora com a Secretaria de Estado e Cultura. O projeto teve como finalidade principal incentivar a pesquisa e resgatar a memória dos bairros e municípios. A oportunidade trouxe à tona 20 novos autores. Metade deles escreveu sobre seu município e os outros 10 contaram histórias sobre o bairro em que moram, na periferia da capital. Além dos autores estreantes, o último dia da feira contará com a presença do secretário de Estado da Cultura, João Batista de Andrade.
Paulo M. de Carvalho
Acima, Solano e Travesso, abaixo
Rua do Livro. Praça da Luz, entre a Pinacoteca do Estado e o Museu da Língua Portuguesa. Das 10h às 18h. Ingresso: grátis.
Público heterogêneo compareceu e aprovou os descontos dos livros encontrados em todas as tendas do calçadão, na Praça da Luz
Jailson Lima da Silva: expectativa de público maior no último dia
de 60 minutos e começará às 12h. Outra atração é o lançamento do livro História do Meu Bairro - História do Meu Município, às 14h de amanhã. A obra traz 20 textos selecionados em um concurso feito no início deste ano, promovido pela Secretaria de Estado da Cultura. Jailson Lima da Silva, assistente de coordenação do programa São Paulo, Um Estado de Leitores, diz que o concurso reuniu um grupo de pessoas bem heterogêneo. "Uma das selecionadas é doutoranda em direito pela Universidade de São Paulo (USP) e escritora premiada de livros infantis. Outro participante é autônomo e agitador cultural no bairro onde mora". O assistente esclarece que apesar de uma escritora ter sido escolhida, ninguém foi favorecido na seleção. "Só depois soube que ela escrevia livros". Ele também complementa dizendo que o concurso proporcionou a cada participante falar um pouco do bairro onde mora e, de certa forma, falar um pouco de si. "Acredito que o público de amanhã seja mais substancioso, afinal é o dia do lançamento do livro. É bem provável que muitos familiares e amigos dos autores estejam presentes. Outro fato que contribui é o fluxo de pessoas que visitam a Pinacoteca e o Museu da Língua". O lançamento de História do Meu Bairro - História do Meu Municípiosó foi
Nat King Cole (esq.); acima, Jair Rodrigues, Chico e Nara: festivais; Ella Fitzgerald (abaixo): uma diva no Brasil.
legenda
César Obeid: repentista e cordelista presente em todas as edições do evento
H
avia um tempo em que a televisão namorava a música. Sim, já houve um tempo assim, quando a música e a televisão eram apaixonadas uma pela outra. Mais ou menos como a relação que a TV tem hoje com as novelas. Naquele momento, a televisão que gostava de música percebeu que uma geração de compositores, instrumentistas e cantores especialmente talentosa madurava. Tal percepção vinha da aguçada visão empresarial de um homem que comandava os negócios da tal televisão encantada com a música, com um olho na caixa registradora e o outro nos acordes que soavam aos borbotões. Paulo Machado de Carvalho Filho é o nome daquele que levou ao Brasil o som e a imagem de artistas que o destino determinou que aparecessem quase ao mesmo tempo e se reunissem num mesmo lugar. Sagaz, ele ouviuos todos e percebeu que neles estavam o presente e o futuro de sua TV Record. Foi Paulinho Machado Carvalho, nos anos 1960, apoiado por sua Equipe A, integrada por Nilton Travesso, AAA de Carvalho, Manoel Carlos e Solano Ribeiro, que sacou que o futuro comercial de seu empreendimento deveria estar umbilicalmente ligado à boa música feita por músicos de formidável talento. Muito se fala dos grandes festivais de músicas criados por Carvalho Filho. Volta e meia as TVs tentam reeditar aqueles momentos de festa que revelaram obras-primas criadas pelo talento de uma geração que se valeu do espaço aberto para chegar ao grande público. Acontece que os festivais da Record não eram simplesmente programas de TV; eram, isso sim, o instante de expor novas canções feitas por aqueles que se apresentavam cotidianamente em seus musicais. Ou seja, os festivais lançavam, mas a programação perpetuava. Paulo Machado de Carvalho Filho orgulha-se de ter trazido para cantar em São Paulo grandes nomes internacionais: Louis Armstrong, Sammy Davis Jr., Ella Fitzgerald e Nat King Cole. Como radialista, dirigiu as rádios Panamericana e Record. Criador de cavalo árabe, ornitólogo e cinófilo, homem ligado à família, reverente ao legado de seu pai, cultiva amigos e hábitos refinados. Quem quiser saber mais quem é e o que pensa esse craque da radiodifusão não pode deixar de ler o recémlançado Histórias... que a história não contou – Fatos curiosos em 60 anos de rádio e TV (Companhia Editora Nacional). Organizado pelo memorialista Carlos Coraúcci, lá você encontrará o que de mais saboroso Paulinho Machado de Carvalho registrou no gravador do escritor. E este, numa linguagem tão reverente quanto fiel àquela falada por esse empresário visionário, traz a público, divididos em décadas, 48 episódios relembrados por ele. Um livro para se ler numa noite, saboreando fatos engraçados, fotos históricas, dissabores e sonhos de um empresário que se decidiu pelo amor à música. Homem que, a despeito de viver numa época em que a concorrência é brutal, muitas vezes resvalando para a desonradez, mantém-se íntegro. E feliz. Aquiles Rique Reis é vocalista do MPB4 e autor de O Gogó de Aquiles, editora A Girafa.
LIVRO CONTA 182 HISTÓRIAS DE SOBREVIVENTES Escrito pela empresária e psicoterapeuta Claudia Riecken, SobreViver reúne relatos de gente que sobreviveu a grandes adversidades. Editora Saraiva, 336 páginas, R$ 39.
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
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1 Todos poderão passar as festas de Natal e fim de ano com seus familiares em outros estados. Milton Zuanazzi, presidente da Anac
DOMINÓ NAS ALTURAS Thiago Bernardes/Folha Imagem
Apesar de um dia caótico, presidente da Anac prevê um fim de ano tranqüilo nos aeroportos. Segundo ele, um "efeito dominó" gerou os problemas dos últimos dois dias.
O
s aeroportos brasileiros viveram ontem mais um dia de caos. Desta vez, no entanto, segundo o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, os problemas tiveram três motivos: fortes chuvas que atingiram São Paulo na quarta-feira à tarde, provocando suspensão de vôos, com reflexos em todo o dia de ontem, problemas técnicos em seis aviões da TAM (que levaram ao cancelamento de 26 vôos) e queda de um provedor da TAM, no Rio de Janeiro. Um "efeito dominó" provocou os atrasos e cancelamentos de vôos", disse. "Desta vez, é zero a relação dos problemas com os controladores", afirmou. Zuanazzi assegurou que "todos poderão passar as festas de Natal e fim de ano com seus familiares em outros estados", mas ressalvou que "não pode se responsabilizar pelas excepcionalidades". Apesar da tentativa de garantir a normalidade nos vôos nos próximos dias, o caos de quarta-feira e de ontem mostrou, de novo, a fragilidade do sistema aéreo e despertou temores de que feriados de fim de ano sejam marcados por filas, esperas e muitos transtornos para os passageiros. Tumultos – Ontem, os aeroportos do País registram novos atrasos e muita confusão. Revoltados, os passageiros envolveram-se em tumultos e quebra-quebra. No Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio, um homem foi preso e, mais tarde, o check-in teve de ser suspenso pela Polícia Federal. A pista foi invadida em Brasília. Em Congonhas, um grupo resolveu fazer um abaixo-assinado. Para piorar, o Santos Dumont, no Rio, ficou sem luz du-
Movimentação no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, que teve longas filas de espera. Cansada de aguardar, passageira descansa encostada em boneco de Papai-Noel
rante alguns minutos por volta das 11h. A situação foi minimizada com o uso de geradores. O clima no balcão da TAM no aeroporto Tom Jobim foi de caos. Questionado por passageiros que ouviram rumores do cancelamento de todos os vôos da companhia para Brasília, um funcionário que não se identificou desabafou: "Cancelados eles não foram, mas só Deus sabe a hora em que vão sair." Detido – Às 5h30, o cirurgião Roberto Maurício Ferreira Ribeiro foi detido pela PF no Tom Jobim, acusado de promover tumulto. Ele viajaria no vôo 3350, da TAM, para Maceió. No
Nilton Fukuda/AE
A espera da religiosa: "Só Deus sabe a hora em que os vôos vão sair"
fim da manhã, por superlotação, a PF interrompeu o checkin no balcão da TAM 2. Em Congonhas, cem pessoas fizeram um abaixo-assinado durante a madrugada. O documento será encaminhado à Justiça. "A indignação é geral por aqui. Estamos sem água, sem dormir, sem informação. Há aqui pessoas 75 anos e crianças de 8 anos", relatou Brasil Filho, que mora em Londrina (PR) e deveria ter embarcado às 20h30 de quarta-feira para sua cidade, mas só iria fazê-lo, segundo previsão da TAM, às 8h55 de ontem. No começo da tarde, de acordo com o painel da Infraero, pelo menos 15 vôos ainda estavam atrasados e sem previsão de decolagem. A eles somaram-se outros 23, contabilizados no período da manhã, segundo boletim da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Em Brasília, um grupo de passageiros invadiu a pista no início da tarde, no meio da chuva, e teve de ser retirado pela polícia. Em Salvador, agentes da PF entraram em uma aeronave da TAM, na manhã de ontem, para retirar passageiros e prender um deles. A confusão ocorreu às 6h30, quando o avião, c o m d e s t i n o a G u a r ulhos/Cumbica, chegou ao pátio do aeroporto com mais de três horas de atraso. Funcionários disseram que a demora para o embarque ocorria por falta de tripulação. Um homem, acompanhado das duas filhas, ficou revoltado e invadiu o avião. Outros passageiros seguiram a idéia e uma confusão se formou no corredor de embarque. Deputados – O presidente da Comissão Mista de Orçamento, deputado Gilmar Machado (PT-MG) informou ontem que pelo menos dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) serão colocados à disposição dos parlamentares. A intenção é garantir o retorno a seus estados de deputados e senadores que ficarão em Brasília até hoje para votar o projeto de Lei Orçamentária Anual/2007. (Agências) Na página 2, mais informações sobre o caos aéreo
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LAZER - 3
NATAL DVDs, livros, CDs, vinhos, passeios... boas dicas de presentes. Ainda dá tempo de comprar! Arquivo DC
5 POR 5. UM JOGO DE PRESENTE PARA VOCÊ.
DVD
A radialista Patricia Palumbo (esq.) indica filmes, Renato Pompeu (abaixo), escritor, cria trilhas sonoras.
DIVERSÃO E CULTURA Arquivo DC
Superman, O Código Da Vinci em versão estendida, a vida de Van Gogh e alguns ratos
Rita Alves
F
im de ano e troca de presentes são associações quase inevitáveis. Para entrar nesse clima, o DC Paulo Pampolin/Hype propôs uma brincadeira com 5 personalidades da vida cultural paulistana. A cada um coube divertir-se com 5 sugestões, que não são especialidades deles. Mas que podem Divulgação virar idéias de como presentear com charme e originalidade. Veja o resultado. E divirta-se também!
Fotos: Reprodução
Lúcia Helena de Camargo
Superman: o herói está em diversos lançamentos
Luludi/LUZ
Kirk Douglas como Van Gogh. E a preciosa caixa com as sinfonias de Mahler
Olívio Tavares CRÍTICO DE ARTE
Olívio Tavares de Araújo deixou as mostras de lado para sugerir CDs ao leitor. Abre a lista a Fantasia em Dó Maior, Op. 17, para Piano, do compositor alemão Robert Schumann, interpretado por Evgeny Kissin. Em seguida, Olívio sugeriu as sonatas de Beethoven, tocadas por Stephen Kovacevich. "Ele gravou a integral delas ao longo da década de 1990 para a EMI Classics. Todas excelentes!", entusiasma-se. Sonatas é com Olívio. Ele acrescenta também a 109 em Mi Maior, para Piano, do alemão Ludwig van Beethoven, interpretada por Emil Gilels. "É a última gravação que Gilels fez em vida há exatos 20 anos. Não sei se ele sentia que a morte estava por perto. Ele reinventa essa sonata de Beethoven de uma maneira da qual ninguém chegou perto". Outro CD sugerido por Olívio é Canções de Câmara Francesas, (La Bonne Chanson), da Deutsche Grammaphon. "É algo de puro prazer". A última dica é Na Onda do Código da Vinci, da Sony. "São canções do tempo de Leonardo da Vinci com uma grande seleção do Renascimento Italiano".
João Galindo MAESTRO
A brincadeira com João Maurício Galindo mesclou música e vinho. Com uma trilha sonora sugerida pelo DC Galindo escolheu vinhos perfeitos para acompanhar as obras. Mas fez um alerta: "O ideal não é ouvi-las durante a comemoração natalina". Na opinião do maestro, a seleção deve ser apreciada com fones de ouvido, depois da festa, na calma. Para ele Apassionata, de Beethoven casa bem com um Barbaresco italiano de sete anos de idade. A segunda da lista é o Concerto Duplo para Cello e Violino, de Brahms. "Essa é uma música mais séria, comedida, que combina com um vinho tinto da Borgonha". Já para a Sinfonia nº 9, de Dvorák, chamada também de Sinfonia do Novo Mundo, Galindo escolheu, é claro, um tinto do novo mundo, um cabernet sauvignon da Califórnia ou do Chile. "Essa é mais emocional". Ouvir a Gran Partita, de Mozart, degustando um chardonnay complexo pouco envelhecido da Borgonha é uma união primorosa para ele. O maestro fez uma escolha especial para A Criação, de Haydn, citando um champanhe brut, francês, sem dúvida, para criar uma bela dupla. Para compor a junção das músicas e das bebidas, Galindo explica que procurou fazer uma analogia entre elas. "Na trilha escolhida estão cinco obras-primas que estão no topo da criação musical de todos os tempos. São verdadeiros presentes!"
Olívio Tavares (no alto) sugere boa música. João Galindo (esq.) ataca de enólogo e Márcio Aurélio mostra passeios
Patricia Palumbo JORNALISTA
Também radialista, é pesquisadora de MPB. Mas aqui, o tema está relacionado à sétima arte. Patricia elegeu 5 DVDs de filmes. O primeiro deles é Gilda, um clássico que traz no elenco a dupla Rita Hayworth e Glenn Ford. "É um lindo filme em preto e branco que tem aquela cena famosa do quase strip tease com a luva...". Na sequência, Patricia evoca uma história que considera um pouco triste, mas de uma beleza e poesia como raros filmes: Noites de Cabiria, de Federico Fellini. "É uma declaração de amor a sua mulher Giulieta Massina, que faz o melhor papel da carreira como a prostituta que dá nome ao filme". A
saga completa de Stars Wars, já disponível em box, também está entre os preferidos de Patricia. "Eu amo essa série, acho divertidíssimo acompanhar os dilemas existenciais dos heróis e curtir os bonecos. Pura diversão pra sair do ar". A badalada atriz Scarlett Johansson atua em outro longa predileto: Encontros e Desencontros (Lost in Translation), de Sofia Coppola. "A trilha sonora é espetacular, a trama é bárbara, tem cenas que lembram Blade Runner, com aquele visual Tóquio futurista". E já que lembrou do clássico, Patricia terminou sua seleção incluindo a obra de Ridley Scott. "Blade Runner é um ícone para quem foi jovem na década de 1980. Agora tem a versão do diretor, sem cortes, dizem. É como ouvir uma música que marcou época".
Márcio Aurélio DIRETOR TEATRAL
A sensibildade apurada de quem trabalha no campo da dramaturgia é inegável. Então, o diretor teatral Márcio Aurélio foi convidado a escolher presentes que a cidade pode oferecer nesta época do ano, quando está mais tranqüila, ideal para ser desfrutada de uma maneira especial. Sozinho ou em grupo, os passeios citados pelo diretor valem a saída de casa. O Parque do Ibirapuera é o primeiro deles. Considerado por alguns como a "praia do paulistano" continua sendo um aconchego para fugir do
agito peculiar da cidade. Para o diretor, o Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, e o Museu de Arte Contemporânea (MAC), na Cidade Universitária, são passagens obrigatórias, e não apenas no fim do ano. "Visitar esses dois lugares é algo que o paulistano deveria fazer sempre". Outro museu foi lembrado por Aurélio: o Museu da Língua Portuguesa, na Praça da Luz, inaugurado este ano. E para concluir a lista, o diretor selecionou a tradicional festa de fim de ano comemorada na Avenida Paulista!!!
Renato Pompeu ESCRITOR
A brincadeira com o escritor Renato Pompeu também uniu duas formas de arte: literatura e música. Com 5 clássicos da literatura mundial selecionados pelo DC , o autor deu asas à imaginação e criou a trilha sonora ideal para cada obra. Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa, casa bem com Carmina Burana, de Carl Orff. Já a canção Asa Branca, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, seria a música ideal para compor o cenário árido de Vidas Secas, criado por Graciliano Ramos.
Shakespeare também entrou na seleção com A Comédia dos Erros e foi musicada por Pompeu com As Quatro Estações, de Vivaldi. Franz Kafka, inventor da barata mais "conhecida" do mundo, foi outro autor escolhido. Eis a eleita entre suas obras: O Processo, que na opinião de Pompeu combina com qualquer peça do vanguardista John Cage. Para o clássico A Paixão Segundo G.H., da escritora brasileira Clarice Lispector, Pompeu escolheu a composição Romeu e Julieta, de Tchaikovsky.
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Para os interessados em artes, um VD é sempre um bom do filme no cinema, para locação, e O presente. Vendido em Código Da Vinci - Edição Dupla Esten- bom presente é Sede de Viver (Lust for lojas, livrarias, bancas dida (Columbia Pictures, R$ 39,90), Life, EUA, 1956), que só agora chega ao de jornal, supermerca- com 25 minutos adicionais, além de DVD. O filme conta a vida do pintor hodos ou pela internet, é ótimo para Primeiro Dia no Set de Filmagem com landês Van Gogh. Kirk Douglas está no quem ganha, prático para quem com- Ron Howard; Uma Conversa com Dan papel do atormentado e genial artista. O amigo Paul Gauguin é vivido por Anpra. Aqui, algumas dicas de interes- Brown, entre outros extras. Quem acha que uma boa história thony Quinn, vencedor do prêmio Ossantes lançamentos de 2006. Dois ratos de laboratório que toda precisa ter super-herói vai se deliciar car de Melhor Ator Coadjuvante em noite tentam conquistar o mundo é o com Superman – O Retorno (Superman 1956. Dirigido por Vincente Minnelli. mote do desenho Pinky e O Cérebro, já Returns, EUA, 2006), agora em DVD Preço médio: R$ 40. Já os aficcionados por música clássiexibido na Globo, SBT e no Cartoon (R$ 40) que inclui duas horas de mateNetwork. Um é um gênio, o outro, um rial extra, com making of, cenas dele- ca vão adorar o DVD duplo Mahler Symimbecil. Engraçada, inteligente e muito tadas e trailers. O filme mostra o retor- phonies 1 & 8. Com ótimas interpretações, inclui grandes trababem feita, a primeira tempolhos do austríaco Gustav rada da animação chegou ao Mahler (1860-1911), comformato DVD com Pinky e O positor emblemático do RoCérebro - Volumes 1 e 2 (Pinky mantismo e regente-modeand The Brain, EUA, lo na segunda metade do sé1998/1999). O primeiro disculo 19 e começo do século co traz dez episódios, in20. O primeiro disco traz a cluindo o antológico clip CeSinfonia Nº 1 interpretada rebelo. O segundo disco tem pela Chicago Symphony Orcinco episódios. Entre eles, O chestra, em gravação ao vivo Natal de Pinky e Cérebro. E já de 1990. O segundo, com a chegaram às lojas os voluLondon Philarmonic Ormes 3 e 4. Da Warner, vendichestra e órgão executado do a R$ 29,90 cada volume. por Malcolm Hicks, traz a SinChegando paralelamente fonia Nº 8, também gravada às locadoras e lojas, o deseao vivo no Royal Festival Hall, nho Asterix e os Vikings (Asteem Londres, em 1991. EMI rix et les Vikings) traz as avenPinky e Cérebro: eles querem dominar o mundo Classics. Sob encomenda. turas do gaulês e seu amigo E a dica para morrer de rir é Monty Obelix, um fanático por carne de javali, no do herói à Terra após uma longa na terra gelada do norte. Por R$ 39,90. E viagem de cinco anos pelo espaço. E o Python - Em Busca do Cálice Sagrado para venda vem também Asterix Con- os fanáticos pelo personagem podem (Monty Python and The Holy Grail, UK, quista a América (Asterix et les Indiens) e comprar a lata Superman Film Collec- 1974). A paródia começa na caixa, com Asterix - O Gaulês (Asterix le Galois), am- tion, que traz, além desse filme, Super- dois DVDs, que exibe ser esta a "Edição bos a R$ 24,90. Da Focus Filmes. man – O Filme, com a estréia de Chris- Definitiva Final Extraordinariamente Sucesso de bilheteria, O Código Da topher Reeve no papel do herói; Su- de Luxo" do filme. Inclui entre os extras Vinci (Da Vinci Code, EUA, 2006) levou 5 perman II – A Aventura Continua; Su- comentários de Terry Gilliam e Terry milhões de pessoas aos cinemas, arre- perman III e Superman IV – Em Busca da Jones; Roteiro: Leia enquanto assiste e cadando mais de R$ 36 milhões. Agora Paz, último filme de Reeve como pro- Para pessoas que não gostam do filme. pode ser visto e revisto em casa. Há a tagonista da série. A caixa custa, em Sony Pictures. R$ 30, em média. Às compras, que ainda dá tempo! versão com os mesmos 146 minutos média, R$ 150. E cada filme, R$ 35.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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GASTRONOMIA Ceias em casa ou no glamour do 42º andar, com toda a São Paulo à vista
MESA FARTA DE NATAL Heudes Regis/Divulgação
Divulgação
Fotos: Tadeu Brunelli/Divulgação
Divulgação
Ceia do Paola Di Verona tem lombo recheado com damascos, cuscuz, massas, farofa com passas Divulgação
Peru em formato de medalhões, com molho cramberry, também da Percussi. Abaixo, quarto do Mercure, que sugere como presente de Natal uma hospedagem para casal, por R$ 220
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inguém escapa: Natal é reunião familiar para conversar, rever parentes e, claro, comer comida boa. Mas a mãe vai fazer tudo sozinha? Peru, farofa, maionese, arroz com passas, pudim de leite, leitoa assada e todo o resto? Uma ceia sob encomenda ou o convite para comer fora podem resolver a questão. Uma sugestão é a ceia por encomenda da Rosticcerie Paola Di Verona, que inclui lombo recheado com damascos ao molho de mel e mostarda, cuscuz de camarão, agnolotti de ricota e nozes e farofa com passas. As encomendas podem ser feitas pessoalmente ou pelo telefone 0800-109330. O pedido mínimo é de R$ 300. Também disponível para encomenda ou comemoração no local, a ceia da Vinheria Percussi foi criada pela chef Silvia Percussi. No menu, terrina de parmesão e gorgonzola com geléia de figos, lasanha de bacalhau, fagottini de camembert e mascarpone; medalhões de filé com molho de frutas secas ou peru e farofa. Entre as sobremesas, torta de chocolate com calda de caramelo ao café creme de Natal com coulis de framboesas. O pedido deve ser para um mínimo de seis pessoas. O preço varia entre R$ 75 e R$ 81 por pessoa. O prazo máximo para encomendas de Natal é até amanhã, sábado (23), e para o Ano Novo é dia 29. Quem preferir uma noite sem grandes agitações, o lugar é o restaurante Pateo, do Mercure Grand Hotel São Paulo Ibirapuera, que também dá desconto na hospedagem nesse dia. Para a ceia do dia 24, o menu tem tartine de abóbora recheada com camarão na entrada e duas opções de prato principal: bacalhau com creme de moranga e purê de aipim e duo de chester e filé mignon, salteados com mostarda e funghi. Na sobremesa, trufas com calda de baunilha. Cada pessoa ganha uma taça do espumante Chandon Brut. O jantar, com MPB ao vivo, será servido a partir das 19h30.
Mauro Holanda/Divulgação
A ceia de Natal da Vinheria Percussi, que inclui terrina de parmesão e gorgonzola com geléia de figos. E a chef Silvia Percussi, criadora das receitas.
Ao lado, peito de peru fatiado servido com purê de castanhas portuguesas, do Cataloup. E sorvete com calda de frutas vermelhas do Buccattini
Lúcia Helena de Camargo Custa R$ 130 para adultos. E no dia 25 lon, o prazo é dia 28. Na Ceia de Natal do Terraço Itália, glahaverá o brunch de Natal, das 11h às 15h30, a R$ 70 por pessoa. Tanto na mour e uma vista incrível da cidade, deceia quanto no brunch, crianças de coração à luz de velas e música ao vivo. O seis a 12 anos pagam metade e é grátis jantar do dia 24 terá patê de queijo Brie e para crianças de até cinco anos. O car- damasco no couvert e terrine de salmão dápio do brunch inclui sucos, café, defumado com confit de berinjela na pães, frios, omeletes, ostras, tender, sa- entrada. Serão servidos dois pratos quentes: fettuccine com lagosta ao creladas, carnes e sobremesas. No Bucatini o charme é o gosto de me de frutos do mar e aspargos e lomcomida caseira. O restaurante abre no binho de cordeiro com funghi trufado dia 24 até 17h, e aceita encomendas ou mini filé mignon em fundo de alcapara ceias de Natal até amanhã. Entre chofra. Na sobremesa, barquete de choas sugestões estão lombo ao molho colate com mousse de damasco mostarda (R$ 62) e rolês de peito de pe- brownie com sorvete. Para beber, proru (R$ 68), além de sobremesas. A casa secco, vinhos, uísque, águas e sucos, tuaceita reservas para confraternizações do a R$ 220 por pessoa no 41º andar, e R$ 250 no piano bar, no 42º andar. O ale abre para as festas de Ano Novo. Em dois endereços, o Lellis Trattoria moço de Natal, dia 25, sai por R$ 80. serve a ceia a partir das 21h do dia 24. Crianças até cinco anos não pagam e de O menu inclui bufê de antespastos à cinco a 10 anos pagam metade. A sofisticação e a alta gastronomia vontade de entrada; um prato de massas (agnelotte verde recheado de no- também estão presentes na ceia do zes, espinafre e ricota ou tortelloni de restaurante La Casserole. O menu, inspernil de vitela); um assado (peru ou pirado nas festas francesas, inclui ravióli cabrito) e sobremesas à vontade. Me- de alcachofra e foie gras na entrada, lasas com quatro pessoas ganham uma gostim ao molho de baunilha como primeiro prato, e garrafa de Chan- Divulgação no segundo, codon. Com duas dorna ao molho de pessoas, meia garcereja fresca, cousrafa. A R$ 80 por cous de castanha e pessoa (crianças especiarias. De soaté cinco anos não bremesa, semifedo pagam). Bebidas e de chocolate e café serviço à parte. com crocante de A ceia do CantaTerrine de salmão, do avelã. O sommelier loup é para grupos Terraço Italia Sebastião Martins de gourmets. O ressugere vinhos para taurante abre no domingo à noite, das 19h à 1h, levando harmonizar, como o português Soaà mesa o menu (R$ 120 por pessoa), lheiro 2005 (R$ 130) para o primeiro criado pelo chef Renato Carioni. Na en- prato e o Amayna Pinot Noir - Valle San trada, terrine de foie gras (patê de fíga- Antonio 2004 (R$ 136) acompanhando do de ganso), gnocchi de batata doce a codorna ao molho de cereja fresca. O com manteiga de trufas. Para prato menu custa R$ 135 por pessoa, com beprincipal, peru fatiado servido com pu- bidas e serviço cobrados à parte. rê de castanhas portuguesas ou peixe G Buccatini - R. Abílio Soares, com palmito rôti ao molho de champa904, Paraíso, tel.: (11) 3887-5769. nhe. Ao fim da refeição, pão de frutas G Cantaloup - R. Manoel secas com sorvete de pistache. Guedes, 474, Itaim, tel.: Quem quiser levar para a casa uma (11) 3078-3445. G Dona Deôla - Avenida Pio XI sobremesa com toques italianos pode 1377, Alto da Lapa, tel.: (11) ir ao Patê Maison. O bufê desenvolveu 3022-5640. E mais 3 endereços. uma farinha de castanhas especialG La Casserole - Largo do mente para reproduzir a receita italiana Arouche, 346, Centro, tel.: do Castagnaccio, torta originada na re(11) 3331-6283. gião da Toscana. Uma unidade serve oiG Lellis Trattoria - R. Bela Cintra, to pessoas e custa R$ 60. 1849; tel.: (11) 3064-2727; R. Peixoto Gomide, 1635, Se a procura é por algo mais econôtel.: (11) 3083-3588. mico, há as ceias da rede de padarias G Paola di Verona - R. Barão de Dona Deôla. Opções: salada de peito Capanema, 468, Jardins, de frango com uva Itália, maçã, bacon tel.: 0800-109330. e queijo gorgonzola (R$ 26,90 o quilo), G Patê Maison - R. Coropés, 51, peru à brasileira, ao custo de R$ 129, Pinheiros, tel.: (11) 3031-6987. G Pateo - Mercure Ibirapuera - R. para 12 pessoas. O tender com farofa Joinville, 515, tel.: (11) 5088-4000. sai por R$ 132, servindo oito pessoas. E G Terraço Italia - Av. Ipiranga ainda chester recheado (R$ 37,50, seis 344, tel.: (11) 2189-2929. pessoas) e lombo (R$ 28,90 o quilo). G Vinheria Percussi - R. Cônego Para o Natal, a data-limite para encoEugênio Leite, 523, Jardim menda é hoje, sexta (22). Para o RéveilAmérica, tel.: (11) 3088-4920.
No alto, tartine de abóbora recheada com camarão do restaurante Pateo, torta Castagnaccio do Patê Maison, ceia da Dona Deôla e lagostim ao molho de baunilha, do La Casserole
Bye-Bye, Bordeaux * José Guilherme R. Ferreira
P
ara apreciadores de um bom vinho, tão devastadores quanto furacões e mares engolindo cidades são os estudos que mostram a ameaça real do aquecimento global para os vinhedos. Cientistas apostam no aumento médio das temperaturas globais entre 2 a 6° C, num futuro de 50 a 100 anos. Mas já há sinais de como o mapa vinícola poderá ser redesenhado. No início do mês, Vasco D’Avillez, presidente da VinoPortugal, associação que promove os vinhos portugueses, fez uma previsão dramática. Disse que, em 50 anos, a produção do Alentejo estará condenada. Citou o verão abrasador de 2006, que queimou boa parte da uva Trincadeira. Como D’Avillez, várias vozes têm se levantado para discutir os efeitos do "novo clima". Em março, cientistas e produtores reuniram-se em Barcelona naquele que foi o Primeiro Encontro Mundial sobre Aquecimento Global e Vinho,
organizado pela Academia do Vinho da Espanha. Em 3 ou 4 décadas, indicam estudos, regiões de Bordeaux, da Mancha e do Sul de Portugal terão o perfil de seus vinhos alterados para pior. A tragédia anunciada de temperaturas mais altas indica que tintos perderão cor, ficarão mais alcoólicos e "pesados". A revista Discover de outubro trouxe reportagem (The Grapes of Warmth) que mostra as ameaças do superaquecimento não só aos vinhedos franceses como aos americanos, principalmente do Napa Valley, na Califórnia. Enquanto nessas regiões a temperatura máxima diurna mantém-se estável, a mínima noturna só cresce, provocando o amadurecimento mais rápido dos frutos e um desequilíbrio nos níveis de acidez e açúcar. É da Discover a linha pessimista que dá um bye-bye a Bordeaux. Do lado otimista, registra uma espécie de "renascimento" da indústria vinícola inglesa.
http://www.nicks.com.au/Index.aspx?link_id=76.962 http://www.thewineacademy.es/web/esp/
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Tr i b u t o s Empresas Conjuntura Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
A EXPECTATIVA DE RENDA SOBE
9
42,3
milhões de dólares é o quanto a Nippon Steel receberá, por ano, em dividendos da Usiminas
PESQUISA DA CNI MOSTRA QUE O BRASILEIRO ESTÁ MAIS CONFIANTE EM RELAÇÃO AO FUTURO
CONSUMIDOR OTIMISTA COMO NUNCA
P
esquisa divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que o brasileiro está mais otimista com seu futuro do que em trimestres anteriores. Segundo a CNI, o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) atingiu 111,9 pontos em dezembro, alta de 9,8% ante dezembro de 2005 e de 1,2% sobre setembro de 2006. Na avaliação da entidade industrial, o forte crescimento apurado em relação a dezembro de 2005 foi motivado pelas expectativas positivas da população quanto à evolução da renda, influenciada pelo aumento do salário mínimo e dos benefícios sociais, além da inflação estável. Quanto à comparação com setembro, a CNI destacou que a elevação é normal, por causa do otimismo com 2007. Outro fato importante destacado pela entidade foi a alta de 8%, na pesquisa de dezembro de 2006, sobre a média dos meses de dezembro, que é de 103,8 pontos. Em dezembro de 2003, por exemplo, o Inec atingiu 105,4 pontos. Renda – O indicador relativo à expectativa da renda do consumidor em geral atingiu 117,1 pontos, resultado 14,3% superior ao de dezembro de 2005 e 5,1% superior ao recorde anterior da série, registrado em setembro de 2006, de 111,4 pontos. Da mesma forma, o índice relativo à expectativa de evolução da própria renda também evidencia o otimismo
Marcos Michelin/Estado de Minas – 25/06/2002
do consumidor: alcançou 113,9 pontos, uma expansão de 10,5% sobre o de dezembro de 2005 e 5,3% superior ao recorde anterior, de setembro de 2006 (110,8 pontos). Ano novo – Quanto a 2007, os consumidores brasileiros também mostraram otimismo. O índice de perspectivas para o ano alcançou 121,5 pontos, resultado 7,3% superior ao registrado em dezembro de 2005 e 8,6% maior que o de setembro de 2006. Entre os entrevistados, 49% responderam que esperam um ano "bom"; 46% um ano "muito bom"; 3% "ruim"; e 2%, "muito ruim". O índice que mede a satisfação com a vida atingiu 104,4 pontos em dezembro. Na comparação com dezembro de 2005, houve alta de 5%. Já em relação a setembro de 2006, houve crescimento de 2,1%. Compras - Segundo a CNI, os consumidores pretendem aumentar suas compras no próximo trimestre. O indicador de compras alcançou 103,6 pontos e manteve-se praticamente estável na comparação com setembro (aumento de apenas 0,5%), mas apresentou a quinta variação positiva trimestral consecutiva e cresceu 5,9% ante dezembro de 2005. O Inec é calculado pela CNI a partir dos dados obtidos por sondagem trimestral do Ibope, conduzida em todo o território nacional. A pesquisa do quarto trimestre foi feita com 2.002 pessoas entre os dias 7 e 10 de dezembro. (AE)
Medo do desemprego em queda
O
medo do brasileiro de perder o emprego caiu em dezembro, de acordo com pesquisa divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A entidade destacou que o Indicador de Medo de Desemprego atingiu 108,9 pontos neste mês, o que representou novo recorde
da série, iniciada em 1996. O resultado foi considerado positivo pelo gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. "Quanto à expectativa para os próximos seis meses, os consumidores se mostraram um pouco mais divididos sobre o assunto", disse. (AE)
Nippon amplia participação na Usiminas
M
O grupo Nippon passa, com a compra das ações, a deter 24,7% do controle da siderúrgica mineira
COMPRA LIVRE DE ENERGIA Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, ontem, uma resolução que cria um novo tipo de consumidor livre no País. A resolução permitirá que empresas cujo consumo seja igual ou superior a 500 KW comprem energia diretamente de usinas que gerem a chamada energia alternativa, ou incentivada, entre elas a solar, a eólica e a produzida a partir de biomassa. E também de pequenas centrais hidrelétricas. Segundo a Aneel, essa energia poderá ser comprada principalmente por indústrias de
porte médio e shopping centers, por exemplo. Ao se tornarem consumidores livres, as empresas poderão deixar de comprar energia das distribuidoras que servem sua região e adquiri-la diretamente dos produtores alternativos. A resolução deveria ter sido votada pela Aneel na semana passada, mas a deliberação acabou sendo adiada por causa de questionamentos da Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) sobre a consistência jurídica das regras. Para esclarecer as dúvidas da Abradee, a Aneel apresen-
tou ontem um novo parecer jurídico, elaborado pela Procuradoria da agência. Na resolução, a Aneel manteve um dos pontos questionados pela Abradee, que era o desconto de pelo menos 50% que os produtores de energia alternativa têm nas taxas de uso dos sistemas de distribuição e de transmissão. A Aneel decidiu, também, que a resolução só entra em vigor dentro de 60 dias, período em que a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) terá de detalhar como será a operação de comercialização dessa energia. (AE)
Sobe consumo de eletricidade
outubro, comparado a igual mês do ano passado, informou a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Os melhores desempenhos foram registrados pelas indústrias (+4,4%) e
residências. Segundo a EPE, o consumo em outubro foi o segundo maior do ano, perdendo apenas para o verificado em março. Em outubro foram consumidos 29.428 GWh. (Reuters)
A
O
consumo de energia no País cresceu 4,1% em
enos de dois meses depois de comprar 1,7% de participação direta na Usiminas, a japonesa Nippon Steel, segunda maior siderúrgica do mundo, anunciou ontem que elevou sua fatia na siderúrgica mineira para 23,3%, com a compra de metade das ações da Nippon Usiminas na empresa. A Nippon Steel informou ter adquirido uma participação de 50,9% na Nippon Usiminas, principal acionista da companhia brasileira e formada por empresas japonesas, por um valor não revelado. "A compra é positiva para a Usiminas porque mostra seu reconhecimento como ativo estratégico por parte da Nippon Steel", disse a analista Cristiane Viana, da Corretora Ágora. Como resultado do novo investimento, a Nippon Steel informou que receberá US$ 42,3 milhões por ano em dividendos da Usiminas. "O mercado de aço do Brasil está crescendo a um ritmo constante. Esperamos fortalecer nossa relação de complementaridade por meio de fornecimentos mútuos de produtos, como placas de aço e bobinas a quente", disse ontem o diretor da Nippon Steel, Yuri Iriyama, a jornalistas. O controle da Usiminas foi modificado recentemente com a entrada da Companhia Vale do Rio Doce, antiga acionista da empresa, mas fora do bloco de controle. A Vale do Rio Doce hoje detém 5,9% do controle; o grupo Nippon (Nippon Steel, Mitsubishi e Nippon Usiminas), 24,7%; grupo Votorantim/Camargo Côrrea, 23,1%; e Caixa dos Empregados de Usiminas, 10,1%. (Reuters)
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LAZER - 5
MÚSICA Fala o maestro de 75 anos que transformou um projeto quixotesco em uma fascinante orquestra
Paulo Pampolin/Hype
SATIRIZANDO COM NOEL ROSA Fotos: Reprodução
Baccarelli: “As crianças gostam de mim porque já estou bem avozinho”.
SONHOS DO PAPAI NOEL BACCARELLI Jovens músicos tocaram recentemente no Parque do Ibirapuera e na Daslu
A
comparação pode soar um pouco óbvia, principalmente nesta época do ano. Quando a figura do maestro Silvio Baccarelli, com sua basta cabeleira branca, andar vagaroso e um sorriso permanente no rosto, começa a descer a rampa que leva às salas de ensaio do Instituto Baccarelli, na zona sul da cidade, as crianças o saúdam com um encantamento só destinado ao Papai Noel ou a um ou outro super-herói. É um tipo de associação que, no íntimo, parece deixar feliz este maestro de 75 anos que passou a última década obcecado pela idéia de empregar a música para lapidar a auto-estima de quase 500 jovens moradores da favela de Heliópolis. “As crianças gostam de mim porque já estou bem avozinho”, diz. O sonho de criar uma instituição para ensinar música aos jovens carentes da maior favela de São Paulo, de quixotesco no início, mostrou-se tão viável e fascinante também aos olhos de outros parceiros que, hoje, o Instituto Baccarelli mantém uma orquestra jovem, a Sinfônica Heliópolis, e dois corais que somente nas últimas semanas foram vistos em cenários tão ecléticos quanto o Parque do Ibirapuera, as escadarias da Daslu e os teatros municipais de São Paulo e Rio de Janeiro. O trabalho de Baccarelli, nascido na cidade mineira de Passos, ainda inspirou o empresário Antonio Ermírio de Moraes a escrever a peça Acorda Brasil!, apresentada este ano no Teatro Frei Caneca. Filho de Pedro Baccarelli, um ferroviário da Mogiana apaixonado por música, Silvio Baccarelli começou a cantar com 11 anos, como soprano no coral de um seminário. Aos 15 já havia sido conduzido a regente. Seu interesse pela música o trouxe a São Paulo em 1949, para estudar com alguns regentes de renome, entre eles
Sérgio Roveri o italiano Savino de Benedictis, fundador da Academia Musical de São Paulo – mestre que aprimorou seu gosto pela música sacra. No início dos anos de 1960 ele passou a responder pelo coral São José do Ipiranga, hoje Coral Baccarelli. “Eu nunca parei de trabalhar com coral”, diz o maestro. “Mesmo agora, quando o Instituto aqui em Heliópolis toma quase todo o meu tempo”. Entre a manutenção do instituto e
O que me deixa feliz é a certeza de que não estamos crescendo apenas em área física, mas também em reputação. Silvio Baccarelli o trabalho como regente de corais, Baccarelli encontra tempo para um hobby mais discreto: a composição. É dele o Réquiem Para um Herói, escrito para homenagear os dez anos da morte do maestro Eleazar de Carvalho, outro dos seus mestres. O réquiem, executado por uma orquestra, um coro duplo e um coral infantil, foi apresentado recentemente na Catedral da Sé. Outra de suas composições, a Missa Jubilar, foi gravada pelo coro da Filarmônica de São Petersburgo. Do repertório do maestro consta ainda o Prelúdio Caboclo, peça em que se notam as influências dos oito anos que estudou no seminário de São Sebastião do Paraíso. O que aproximou Silvio Baccarelli de Heliópolis foi, ironicamente, uma tragédia. Em maio de 1996, ele assistiu, pela televisão, às imagens de um incêndio que destruiu 50 barracos da favela e provocou a
morte de quatro pessoas. Alguns dias depois, ele procurou a diretora de uma escola próxima da favela, a quem expôs seus planos de ensinar música aos jovens da comunidade. A diretora, de tão cética em relação aos planos do maestro, levou quatro meses para voltar a recebê-lo. No final deste período, ao constatar que Baccarelli não havia desistido de sua utopia musical, encaminhou para ele 36 dos seus alunos. “Ela parece ter escolhido a dedo entre os mais talentosos e os mais terríveis”, recorda o maestro. Este primeiro grupo, batizado de Orquestra Jovem Baccarelli, começou a estudar em instrumentos emprestados por um padre de Minas Gerais, em um auditório na Vila Mariana, que em pouco tempo mostrou-se pequeno diante da adesão de novos candidatos. Mas o desempenho dos jovens foi tão surpreendente que, ao longo dos quatro anos seguintes, o grupo realizou 40 concertos. As atenções do maestro agora estão voltadas para a construção da nova sede do Instituto Baccarelli, que vai ocupar uma área de 6 mil metros quadrados – a atual, na Estrada das Lágrimas, tem apenas 1,2 mil. Quando estiver pronta, o novo prédio, situado a apenas 100 metros da Favela Heliópolis, poderá receber 4 mil jovens, contra os 500 atendidos hoje. “O que me deixa feliz é a certeza de que não estamos crescendo apenas em área física, mas também em reputação”, diz o maestro. “Vários dos professores que trabalham com nossos jovens são instrumentistas da Osesp, gente muito gabaritada para quem ensinar é uma vocação. Dentro de pouco tempo teremos aqui, ao lado da favela, uma das maiores escolas de música da América Latina”. Motivos não faltam para que as crianças e jovens de Heliópolis continuem a confundir Silvio Baccarelli com um Papai Noel muito particular.
Foto dedicada a Aracy de Almeida, em 1934 (alto); com o violão, na Rádio Mayrink Veiga, do Rio, em 1935; de fardinha na escola e pose de casamento.
S
André Domingues
orte do Papai Noel, que esca- a humorística, predominante até 1933, pou da ironia do seu xará com crônicas cáusticas e inteligentes, e compositor, Noel Rosa, um a séria, que se equiparou em importânverdadeiro especialista em cia à primeira nos seus últimos anos de retratar a comicidade dos tipos urba- vida, com temas relacionados à desilunos que circulavam pelo Rio de Janei- são amorosa e à reflexão de fundo naro dos anos 30 (lembre-se que a figura cionalista. Em ambas, os exemplos de do bom velhinho acabava de aportar genialidade são fartos, como Com Que por aqui naquele início de século). Seu Roupa eGago Apaixonado, por um lado, olhar irreverente desmontava a elite, ou Feitio de Oração e Pra Que Mentir?, os malandros, os prestamistas - estes, por outro. Outra história valiosa que se pode eram quase uma obsessão sua -, as melindrosas, os valentões, as interes- acompanhar passo a passo é a dos inseiras, os almofadinhas, enfim, todos térpretes de Noel Rosa, pois, conforme os que chamassem sua atenção. Mais crescia o seu renome e as fases se alterdo que isso, suas canções davam voz a navam, mudavam também as vozes um desejo maior da sociedade da épo- que dariam vida às suas composições. ca de repensar e remodelar o Brasil Apenas umas poucas, como as de Almimoderno que se afigurava. O relança- rante e Sílvio Caldas, estiveram presenmento de Noel Pela Primeira Vez, uma tes em todos os momentos. No mais, completíssima caixa com 14 CDs com vão da celebridade de um Orlando Silva ao anonimato de uma as primeiras gravações Olga Jacomina. das suas músicas, orgaOs primeiros volunizada pelo pesquisaEspera mais um ano que mes da caixa mostram dor Omar Jubran, mosque, no princípio, o tra a impressionante sa- eu vou ver/Vou ver o gacidade e a sensibili- que posso fazer/Não próprio Noel foi o principal lançador de suas dade do compositor posso resolver neste músicas, com sua vozicarioca. As 229 faixas momento/Pois não nha simples, sem a imque contêm são um irachei o teu postação exagerada e a recusável convite para requerimento. ornamentação exubeuma prazerosa reavaliação de sua trajetória. Noel, no samba rante comuns à época, Noel Rosa, falecido Espera Mais um Ano mas com graça e grande poder comunicatiprecocemente aos 26 anos de idade, vítima de uma tubercu- vo. Já em 1931, em plena fase dos samlose que o consumiu rapidamente, bas humorísticos, entram em cena os criou quase toda a sua obra em 7 anos, astros Francisco Alves e Mário Reis, entre 1930 e 1937. Nesse pequeno in- que, depois de Noel, são os que estervalo, passou por diversas fases e trearam o maior número de suas canconseguiu resumir muitos traços da ções. De 1934 em diante, junto com o música brasileira que o precedeu e repertório mais sério, vem a era das também da posterior, que viria pelas cantoras, amplamente dominada pemãos de gente boa e diferente como las brilhantes Aracy de Almeida e MaTom Jobim, Chico Buarque, Martinho rília Batista. A primeira, dona de vários sucessos, como Palpite Infeliz, O X da Vila e os tropicalistas. A caixa conta a sua história com per- do Problema e Último Desejo, foi a feição, iniciando na sua primeira grande maior defensora da memória musical referência, a das serestas, com uma rarís- de Noel. Mesmo assim, não foi a sua sima gravação instrumental da valsa In- favorita, pois ele preferia o canto gênua, executada pelo co-autor Galuco mais refinado da segunda. Seu gosto, Vianna, de 1928. Em seguida, vêm dois aliás, já foi alvo de muita polêmica, registros de canções sertanejas, Festa no sobretudo pelo quase desprezo que Céu e Minha Viola, bastante chegados à tinha pela sua contemporânea Carembolada, refletindo uma outra in- men Miranda - desprezo injustificáfluência bastante forte que sofreu no vel, vale dizer, ao menos pelo que tempo de sua profissionalização, quan- mostram as quatro faixas da caixa em do formou o conjunto Bando de Tanga- que a cantora se faz presente. Noel Rosa teve contribuições funrás sob inspiração dos então badalados Turunas Pernambucanos. O Bando, damentais para a MPB. Foi, como comaliás, merece uma menção especial, seja positor, o principal divulgador das inopor conter dois outros nomes centrais vações rítmicas surgidas no samba do da MPB, Braguinha e Almirante, seja pe- final dos anos de 20, com o advento las suas interessantes criações contidas das escolas de samba, que deram esse na caixa, como a marchinha Lataria, de samba de telecoteco elevado a padrão 1930, gravada apenas com acompanha- nacional nos anos 30. Foi, também, um autor sempre preocupado em ter memento de latas velhas. A fase do samba, iniciada ainda em lodias ricas, suas ou de parceiros, que 1930, foi, sem dúvida, a mais marcante até hoje servem como um verdadeiro de Noel. Nela, o compositor teve a sua laboratório para a invenção harmôniconsagração, atuando em ca. Além disso, foi autor de letras inteduas frentes nem ligentes e sofisticadas, mas sem cair na sempre muito escrita empolada dos meios mais culdistintas: tos de então. Sua maior lição, entretanto, foi a da experimentação. Nesse campo, nenhum dos seus colegas arriscou tanto e teve tanto êxito quanto ele. Suas obras, até suas paródias (fartamente exemplificadas na caixa), costumam ser um primor de criatividade. Seu samba Gago Apaixonado, por exemplo, com a deliciosa reprodução dos solavancos e deslizes vocais da gagueira, é tão vanguardista quanto D esafinado, de Tom Jobim e Newton Mendonça, ou Tropicália, de Caetano Veloso. Só com uma diferença: Noel não tinha Caetano nem Jobim para se espelhar.
Marcos Fernandes/LUZ
A Sinfônica Heliópolis: hoje viável, lapidando a auto-estima de quase 500 jovens moradores da favela
Noel não era só de música. Mas também poesia e de imagens. Ao lado, autoretrato.
MELHORES MOMENTOS DA OSESP EM 2006. NA CULTURA FM. O programa Osesp ao Vivo, apresentado pelo maestro John Neschling, transmite a Sinfonia Nº 1, em Ré Maior, Titã, de Gustav Mahler. Domingo (25). Ao meio-dia.
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
sexta-feira, sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23, 24 e 25 de dezembro de 2006
1 Os retardatários (consumidores de última hora) ajudam a aumentar o faturamento. Nabil Sahyoun presidente Alshop
CENTROS DE COMPRAS FICARÃO ABERTOS ALÉM DO HORÁRIO HABITUAL PARA CONTEMPLAR CONSUMIDORES
SHOPPINGS FAZEM HORA EXTRA
A
tendimento diferente para quem sempre faz tudo i g u a l : o s s h o ppings vão estender o horário de abertura das lojas para os consumidores que deixaram – como todo ano – as compras para a última hora. Bom para as pessoas, que não ficam na mão; bom para os empresários, que têm mais uma chance de aumentar o faturamento no final de semana que antecede as comemorações do Natal. Alguns shoppings vão funcionar entre as 10 horas e as 2 horas da manhã, como o Aricanduva, Morumbi, Anália Franco e Eldorado. O Aricanduva já registra um aumento de 8% no fluxo de pessoas e de 5% nas vendas neste final de ano, em relação ao mesmo período de 2005. "Aproximadamente 5,5 milhões de pessoas vão passar pelos corredores do Aricanduva até o final de dezembro", diz o superintendente do Centro Comercial Leste Aricanduva, Marcos Sérgio de Oliveira Novaes. "Há chance de superação desses números no próximo final de semana." 1 3° – O pagamento da segunda parcela do décimo terceiro salário anima os lojistas do Shopping Taboão. "A expectativa é de que o total de pessoas no Taboão cresça 30% na semana que antecede o Natal, em comparação com igual período de 2005", afirma a gerente de Marketing do shopping, Neliana Pucci. As vendas devem ser 10% maiores neste final de ano, em relação a igual período do ano passado. Os produtos mais procurados pelo público são aparelhos eletrônicos, brinquedos, calçados e vestuário. O Shopping Interlagos estima que passem pelo local hoje 130 mil pessoas – 30 mil a mais do que em dias normais. Amanhã, o número sobe de 110 mil para 140 mil. As vendas devem ser 8% maiores neste final de ano, se comparadas às registradas em 2005. O Central Plaza Shopping
Rafael Hupsel / LUZ
Um milhão vão às compras
NA 25 MECA POPULAR
U
ma multidão, calculada pelos lojistas em 1 milhão de pessoas por dia, tem tomado conta da região da 25 de Março nesta última semana antes do Natal. O número é estimado pelo movimento nos terminais de ônibus, metrô e estacionamentos da região. "Até as ruas adjacentes estão lotadas. Mas o público mudou. Até a semana passada as vendas eram mais elevadas porque os consumidores se misturavam com os atacadistas. Agora temos só famílias. São grupos de quatro ou cinco pessoas, mas apenas uma compra", diz o presidente da União dos Lojistas da 25 de Março (Univinco), Miguel Giorgi Junior. (AE) espera um aumento de 15% no número de freqüentadores entre hoje e amanhã – um total de 95 mil pessoas. No mês de dezembro, as vendas registraram crescimento de 7% em relação
ao mesmo mês de 2005. O Shopping ABC, nos 20 primeiros dias de dezembro, registrou aumento de 15% no fluxo de pessoas e de 18% nas vendas, em comparação com o mesmo período do ano anterior. "Esperamos aumentar nossas vendas em até 25% nos dias 22 e 23, já que o shopping ficará aberto até às 2 horas e deverá receber 160 mil pessoas", diz o superintendente do Shopping ABC, Antônio Carlos Ferrite Sampaio. Última hora – O presidente da Associação de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun, afirma que o dia 23 será o melhor do ano para o setor. "Sábado já é um dia rentável para o comércio; sendo véspera de Natal, o resultado será mais positivo ainda. Os retardatários ajudam a aumentar o faturamento", estima. Segundo ele, neste sábado, o faturamento das lojas deve aumentar 15% em relação ao sábado anterior. "Em comparação com o sábado que antecedeu o Natal, em 2005, o aumento nas vendas deve ser de até 5%", afirma Sahyoun. Já o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas), Ruy Nazarian, não está tão otimista. "É possível verificar um aumento nas vendas no final de ano. Mas não será suficiente para cobrir as perdas do período", detalha Nazarian. Neste sábado, ele espera um aumento de até 5% nas vendas, em comparação com o sábado anterior. "O faturamento do mês de dezembro deverá ser 2% maior do que o mesmo mês de 2005. As pessoas estão endividadas. O décimo terceiro salário servirá para pagar as dívidas, não para gastar", acredita o líder da categoria. Ele destaca que o resultado abaixo das expectativas se refletirá no quadro de funcionários das lojas: "Ao contrário do que acontece todos os anos, os funcionários temporários não serão efetivados." Neide Martingo
Rafael Hupsel/LUZ
Compras na madrugada
A
madrugada à disposição do consumidor. É essa a idéia da Super Casas Bahia, que oferece horário especial para a maratona de compras. Serão 32 horas de funcionamento: a megaloja abre amanhã, sábado, às 10 horas, e só fecha às 18 horas do domingo, dia 24. Além de diversão – as pessoas vão poder usufruir de shows com personagens da Walt Disney, cinema, espaços de relaxamento e beleza, patinação, arvorismo e
Super Casas Bahia faz maratona pelo consumidor
escalada – haverá uma "operação especial" para atender aos consumidores. O transporte gratuito, por exemplo, faz parte do pacote.
Os ônibus saem de dez em dez minutos dos terminais rodoviários da Barra Funda e do Tietê. No sábado, das 7 horas às 23h30. (NM)
Plantão: shoppings de toda a cidade fazem esquema especial para atender aos últimos compradores.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.ECONOMIA/LEGAIS
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COMUNICADO
ATAS Dixie Toga S.A. - Companhia Aberta - CNPJ/MF nº 60.394.723/0001-44 - NIRE 35.300.027.175 Ata da Assembléia Geral Extraordinária, Realizada em 31 de Outubro de 2006 Data e Horário: 31 de outubro de 2006, às 8:30 horas. Local: Sede social da Dixie Toga S.A. (“Companhia”), localizada na Capital do Estado de São Paulo, na Rua Paes Leme, nº 524, conjunto 151. Mesa: Presidente da Mesa, Sr. Nelson Fazenda. Secretário da Mesa, Sr. Nazir Takieddine. Presença: Presentes acionistas com direito a voto em número suficiente para assegurar o quorum legal, e da acionista detentora de ações preferenciais International Finance Corporation, conforme se verifica pelas assinaturas constantes do Livro de Presença de Acionistas de Ações Ordinárias. Presentes, também, o Diretor da Companhia Sr. Thomas Ricardo Auerbach e o representante da empresa especializada Pryor Consulting Service Ltda. Convocação: De acordo com os editais de convocação publicados nos termos do artigo 124 da Lei 6.404/76 e posteriores alterações, nos jornais Diário Oficial do Estado de São Paulo nos dias 14, 17 e 18 de outubro de 2006 e Diário do Comércio, nos dias 13, 14, 15, 17 e 18 de outubro de 2006. Ainda, foi realizada a publicação ordenada pelo artigo 2º da Instrução CVM nº 319/1999, alterada pelas Instruções CVM nº 320/99 e nº 349/2001, e demais disposições legais aplicáveis, nos jornais Diário Oficial do Estado de São Paulo e Diário do Comércio, no dia 27 de dezembro de 2005. Ordem do dia: (i) examinar, discutir e aprovar o Protocolo de Incorporação e Justificação celebrado pelos administradores da Dixie Toga Nordeste S.A. (“DTNE”) e os administradores da Companhia, em 12 de janeiro de 2006; (ii) aprovar o Laudo de Avaliação do acervo patrimonial líquido contábil da DTNE, que será vertido para a Companhia se aprovada a incorporação, elaborado pela empresa especializada Pryor Consulting Service Ltda.; (iii) aprovar a incorporação da DTNE na Companhia, bem como de seus reflexos e efeitos, conforme previsto no Protocolo de Incorporação e Justificação; e (iv) autorizar a Diretoria a tomar todas as providências necessárias para a implementação da incorporação, se aprovada. Esclarecimentos: Abertos os trabalhos e verificado o quorum de instalação, o Presidente da Mesa declarou instalada a Assembléia Geral Extraordinária. Foi dispensada por unanimidade dos presentes a leitura dos documentos relacionadas as matérias a serem deliberadas por esta Assembléia Geral Extraordinária, tendo em vista que são do inteiro conhecimento dos acionistas. Ainda, os acionistas presentes concordaram, por unanimidade, que a presente ata fosse lavrada na forma sumária e que sua publicação fosse realizada com omissão das assinaturas dos acionistas presentes, conforme faculta o artigo 130, parágrafos primeiro e segundo da Lei 6.404/76, e posteriores alterações, sendo que os protestos e dissidências seriam recebidos pela mesa mediante protocolo. Deliberações: Colocadas as matérias em discussão e posterior votação, em conformidade com o Estatuto Social da Companhia e a legislação em vigor, foi decidido pela unanimidade dos acionistas com direito a voto presentes na Assembléia, sem ressalvas, o quanto segue: (i) foi examinado e discutido o Protocolo de Incorporação e Justificação celebrado em 12 de janeiro de 2006 pelos administradores da DTNE, uma sociedade anônima fechada, com sede social na Cidade de Parnamirim, Estado do Rio Grande do Norte, no lado direito do entroncamento das Rodovias BR-101e BR-304, s/nº, inscrita no CNPJ/MF sob nº 02.761.916/0001-90, com Estatuto Social devidamente arquivado na Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Norte sob NIRE 2430000386-2, e pelos administradores da Companhia. Após o exame e discussão, foi consignada a retificação do Protocolo de Incorporação e Justificação no que se refere a data do balanço base para a incorporação que é de 01 de outubro de 2006 e não 31 de janeiro de 2006, como previamente estabelecido no referido documento. Permanecem ratificadas e em pleno vigor todos os demais termos e condições que não tenham sido expressamente retificados neste instrumento. Referido Protocolo de Incorporação e Justificação estabelece as condições da incorporação da DTNE, o qual após autenticado pela mesa passa a fazer parte integrante deste instrumento como Anexo I; (ii) foi aprovado o Laudo de Avaliação do acervo patrimonial líquido contábil da DTNE, a ser vertido para a Companhia em razão da presente incorporação, elaborado pela empresa especializada Pryor Consulting Service Ltda., com sede na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Av. Bernardino de Campos, 98, sobreloja, Paraíso, CEP 04004-040, inscrita no CNPJ/MF sob nº 05.399.964/0005-00, em 01 de outubro de 2006, cuja nomeação ocorreu na Assembléia Geral Extraordinária da Companhia, realizada em 12 de janeiro de 2006 e a qual foi devidamente consignada em ata. Referido Laudo de Avaliação foi elaborado com base no balanço patrimonial da DTNE levantado em 01 de outubro de 2006, que apurou em R$45.912.205,37 o valor do acervo patrimonial líquido contábil da DTNE. Tal Laudo, após autenticado pela mesa, passa a fazer parte integrante deste instrumento como Anexo II; (iii) foi aprovada a incorporação da DTNE na Companhia, bem como seus reflexos e efeitos, conforme já previsto no respectivo Protocolo de Incorporação e Justificação, ficando consignado o que segue: (a) a incorporação não resulta em aumento no capital social da Companhia, já que o valor contábil do acervo patrimonial líquido contábil da DTNE equivale exatamente ao valor do investimento que a Companhia detém na mesma, conforme apurado em seu balanço patrimonial e confirmado no Laudo de Avaliação; (b) em decorrência da incorporação e de não haver aumento do capital social da Companhia, as ações ordinárias nominativas sem valor nominal detidas pela Companhia no capital social da DTNE são canceladas para todos os efeitos; (c) também em decorrência da incorporação, o estabelecimento onde se localizava a sede social da DTNE localizada na Cidade de Parnamirim, Estado do Rio Grande do Norte, no lado direito do entroncamento das Rodovias BR-101e BR-304, s/nº, é neste ato extinto para todos os efeitos, tendo em vista que a Companhia já possui uma filial, com CNPJ nº 60.394.723/0018-92, localizada no mesmo endereço da sede social da DTNE. Ainda, como conseqüência da incorporação, as filiais da DTNE localizadas (i) na Cidade de Osasco, Estado de São Paulo, na Av. Manoel Pedro Pimentel, 101, parte, Parque Industrial, CEP 06020-170, com NIRE 35902736891, inscrita no CNPJ/MF sob nº 02.761.916/0004-32, (ii) na Cidade de São Bernardo do Campo, Estado de São Paulo, na Via Anchieta, s/n, Km 14 - Parte, CEP 09696-000, com NIRE 35902519386, inscrita no CNPJ/MF sob nº 02.761.916/0002-70, e (iii) na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Av. Mario Haberfeld, 555, parte, Parque Novo Mundo, CEP 02145-000 com NIRE 35902580069, inscrita no CNPJ/MF sob nº 02.761.916/0003-51, são extintas neste ato para todos os efeitos. Ficam autorizados os Diretores da Companhia a tomar todas as providências necessárias para a obtenção dos registros e licenças necessárias para a regularização da referida filial e para a extinção das demais; (d) como resultado da incorporação, o objeto social da Companhia não é alterado, tendo em vista que a Companhia já desenvolve as mesmas atividades até então desenvolvidas pela DTNE; (e) o Estatuto Social da Companhia não é alterado em decorrência da incorporação da DTNE; (f) os custos decorrentes da implementação da presente incorporação são suportados pela DTNE em conjunto com a Companhia; (g) em conseqüência da incorporação, todos os ativos e passivos da DTNE são transferidos à Companhia, neste ato, sem qualquer solução de continuidade, a qual sucede a DTNE a título universal. As variações patrimoniais da DTNE ocorridas entre a data de seu balanço patrimonial, ou seja, 01 de outubro de 2006 e esta data serão registradas na contabilidade da Companhia pertencendo o resultado desse período exclusivamente à Companhia; (h) em decorrência da incorporação e nos termos do Artigo 227 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, com posteriores alterações, a Companhia declara a DTNE extinta; e (iv) a Diretoria foi autorizada a tomar todas as providências necessárias para a implementação da incorporação ora aprovada. Lavratura e Leitura da Ata: Nada mais havendo a ser tratado, o Sr. Presidente ofereceu a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, como ninguém se manifestou, foram suspensos os trabalhos pelo tempo necessário à lavratura desta ata no livro próprio, a qual, reaberta a sessão, foi lida, achada conforme, aprovada pela unanimidade dos presentes e assinada. Data: São Paulo, 31 de outubro de 2006. Mesa: Presidente da Mesa, Sr. Nelson Fazenda. Secretário da Mesa, Sr. Nazir Takieddine. Acionistas Presentes: (i) DT Participações S.A. (p.p. Nazir Takieddine); (ii) Misbe Participações Ltda. (p.p. Nazir Takieddine); e (iii) International Finance Corporation (p.p. Cláudia Iaconelli Alves da Silva e Denizart Pinto Vallada Neto). O Sr. Thomas Ricardo Auerbach assinou a ata na qualidade de Diretor da Companhia. Nelson Fazenda - Presidente da Mesa; Nazir Takieddine - Secretário da Mesa; DT Participações S.A. - p.p. Nazir Takieddine; Misbe Participações Ltda. - p.p. Nazir Takieddine; International Finance Corporation - p.p. . Cláudia Iaconelli Alves da Silva; Thomas Ricardo Auerbach - Diretor. Ata arquivada na JUCESP sob nº 303.465/06-2 em 08.11.2006.
associação museuafrobrasil REGULAMENTO DE COMPRAS E CONTRATAÇÕES DE SERVIÇOS E OBRAS CONSIDERANDO a necessidade de relugamentar o procedimento de aquisição de bens e contratação de serviços e obras financiados com verbas advindas de Termo de Parceria firmado com a Prefeitura do Município de São Paulo, por intermédio da Secretaria Municipal da Cultura e, assim, dar cumprimento ao art. 14 da Lei 9.790/99 e ao art. 21 do Decreto 3.100/99, a ASSOCIAÇÃO MUSEU AFRO BRASIL, apresenta seu regulamento interno para aquisições de bens e contratação de serviços e obras. Capítulo I - Introdução - Art. 1º - Este regulamento tem por finalidade ções em que foi realizada a negociação. Parágrafo Único - A Ordem de estabelecer normas, rotinas e critérios para compras e contratação de Compra deverá ser assinada pelo responsável pela Diretoria Administrativa serviços pela Associação Museu Afro Brasil financiadas exclusivamente com e Financeira e pelo representante legal do fornecedor selecionado. Art. 12 verbas advindas de Termos de Parceria, nos termos da Lei 9.790/99 e do O recebimento dos bens e materiais será realizado pelo Núcleo requisitante, Decreto 3.100/99. Parágrafo Único - As compras serão processadas pelo responsável pela conferência dos materiais, consoante as especificações Núcleo Administrativo subordinado à Diretoria Administrativa e Financeira da contidas na Ordem de Compra e ainda pelo encaminhamento imediato da Associação e todo procedimento de contratação deverá observar os princípi- Nota Fiscal à Diretoria Administrativa e Financeira. Título III - Das compras os da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economia e da e despesas de pequeno valor - Art. 13 - Para fins do presente Regulamento, eficiência. Capítulo II - Das Compras - Título I - Definição - Art. 2º - Para considera-se compra de pequeno valor a aquisição com recursos do Caixa fins do presente regulamento, considera-se compra toda aquisição remune- Pequeno de materiais de consumo inexistentes no estoque ou outras desperada de materiais de consumo e bens permanentes para fornecimento de uma sas devidamente justificadas cujo valor total não ultrapasse R$ 500,00 só vez ou parceladamente, com a finalidade de suprir a Associação Museu (quinhentos reais). Art. 14 - As compras e despesas de pequeno valor estão Afro Brasil com os materiais necessários ao desenvolvimento de suas dispensadas do cumprimento das etapas definidas neste Regulamento. Art. atividades. Título II - Do procedimento de compras - Art. 3º - O procedimen- 15 - As compras e despesas de pequeno valor serão autorizadas pelo Núcleo to de compras compreende o cumprimento das etapas a seguir especificadas: Administrativo com apresentação do respectivo comprovante fiscal, preferenI. Solicitação de contratação; II. Seleção de proponentes e apuração das cialmente Nota Fiscal nominal à Associação Museu Afro Brasil. Título IV - Do propostas; III. Escolha da melhor proposta; IV. Emissão da ordem de compra. fornecedor exclusivo - Art. 16 - A compra de materiais de consumo e bens Art. 4º - O procedimento de compras terá início com o recebimento da permanentes fornecidos com exclusividade por um único fornecedor está solicitação de compra, formulada pelo Coordenador do Núcleo requisitante, dispensada das etapas definidas nos incisos II e III do art. 3º do presente conforme modelo Anexo I, precedida de verificação pelo requisitante de Regulamento. Art. 17 - A Diretoria Administrativa e Financeira deverá disponibilidade orçamentária, contendo as seguintes informações: I. descri- consultar sindicatos, associações de classe e outros órgãos afins, para ção pormenorizada do material ou bem a ser adquirido; II. especificações comprovar a exclusividade do fornecedor. Parágrafo Primeiro - A condição técnicas; III. quantidade a ser adquirida; IV. regime de compra: rotina ou de fornecedor exclusivo será atestada e aprovada pela Diretoria Administraurgente; e V. informações sobre movimentação do material no estoque. Art. tiva e Financeira com base nas consultas mencionadas no “caput” desde 5º - Considera-se de urgência a aquisição de material ou bem inexistente no artigo. Parágrafo Segundo - A contratação de serviços e/ou obras de autor, estoque, com imediata necessidade de utilização. Parágrafo 1º - O Núcleo como livros, CDs, fotos, telas e outros, fica dispensada do procedimento requisitante deverá justificar a necessidade de adquirir o material ou bem em descrito no “caput” deste artigo. Capítulo III - Da Contratação de Serviços regime de urgência. Parágrafo 2º - A Diretoria Administrativa e Financeira - Título I - Definição - Art. 18 - Para fins do presente Regulamento considerapoderá dar ao procedimento de compras o regime de urgência, se justificada. se serviço toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse Art. 6º - A Diretoria Administrativa e Financeira deverá selecionar da Associação Museu Afro Brasil, através de processo de terceirização, tais criteriosamente os fornecedores que participarão do procedimento de sele- como: conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, ção de propostas, que serão apuradas considerando idoneidade, qualidade adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro, e menor custo, além da garantia de manutenção, reposição de peças, consultoria, assessoria, hospedagem, alimentação, serviços técnicos assistência técnica e atendimento de urgência quando for o caso. Parágrafo especializados, produção artística, serviços gráficos, bem como obras civis, Primeiro - A cada um dos fornecedores escolhidos para participar do englobando construção, reforma, recuperação ou ampliação. Título II - Da procedimento de seleção será enviada solicitação de proposta, conforme contratação - Art. 19 - Aplicam-se à contratação de serviços, no que couber, modelo Anexo II, a fim de assegurar isonomia de tratamento e condições todas as regras estabelecidas no Capítulo II do presente Regulamento, com entre os proponentes. Parágrafo Segundo - Para fins de apuração e escolha exceção dos serviços técnico-profissionais especializados que ficam dispenda melhor proposta considera-se menor custo aquele que resulta da verifica- sados da exigência estabelecida no art. 7º do presente Regulamento. Título ção e comparação do somatório de fatores utilizados para determinar o menor III - Dos Serviços Técnico-Profissionais Especializados - Art. 20 - Para preço avaliado, que além de termos monetários, encerram um peso relativo fins do presente Regulamento, consideram-se serviços técnico-profissionais para a avaliação das propostas envolvendo, entre outros, os seguintes especializados os trabalhos relativos a: I. estudos técnicos, planejamentos e aspectos: 1. custos de transportes e seguro até o local da entrega; 2. forma projetos básicos ou executivos; II. pareceres, perícias e avaliações em geral; de pagamento; 3. prazo de entrega; 4. custos para operação do produto, III. assessoria ou consultorias técnicas, jurídicas e auditorias financeiras; IV. eficiência e compatibilidade; 5. durabilidade do produto; 6. credibilidade fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; V. patrocínio mercadológica da empresa proponente; 7. disponibilidade de serviços; 8. ou defesa de causas jurídicas ou administrativas; VI. treinamento e aperfeieventual necessidade de treinamento de pessoal; 9. qualidade de produto; 10. çoamento de pessoal; VII. prestação de serviços de assistência à saúde em assistência técnica; e 11. garantia dos produtos. Parágrafo Terceiro - Além áreas específicas; VIII. informática, inclusive quando envolver aquisição de dos fatores descritos no parágrafo segundo do presente artigo, também será programas; IX. área de museologia, como a prestação de serviços de considerado o comprometimento do fornecedorf com relação aos aspectos de profissionais de restauro, conservação, pesquisa ação educativa, palestrante, responsabildiade social, tais como, mas não se limitando a: respeito à cobrires, expurgaria, entre outros. Parágrafo Primeiro - A contratação de legislação atual que proíbe o trabalho de menores, fora dos limites determi- serviços técnicos, com profissional ou empresa cujo conceito no campo de nados no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90), excetuando-se sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiência condição de aprendizagem; respeito à legislação que proíbe o trabalho as, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros escravo, que proíbe qualquer discriminação negativa e limitativa ao acesso na requisitos relacionados com as suas atividades, permita inferir que o seu relação de emprego ou a sua manutenção; respeito ao meio ambiente, de trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação forma a executar seus serviços em observância dos atos legais, normativos do objeto. Parágrafo Segundo - A escolha do fornecedor do serviço técnicoe administrativos relativos à área de meio ambiente e correlatas. Art. 7º - A profissional especializado deverá ser fundamentada pela Diretoria escolha da melhor proposta deverá ser fundamentada pela Diretoria Adminis- Administrativa e Financeira, de acordo com os critérios ora estabelecidos. Art. trativa e Financeira, de acordo com os critérios ora estabelecidos e em 21 - A Diretoria Administrativa e Financeira deverá selecionar criteriosamente conformidade com o modelo Anexo III. Art. 8º - O processo de seleção o prestador dos serviços técnico-profissionais especializados, que poderá ser compreenderá a cotação entre os fornecedores que deverá ser feita da pessoa física ou jurídica, considerando a idoneidade, a experiência e a seguinte forma: I. compras com valor estimado de até R$ 10.000,00 (dez mil especialização do contratado, dentro da respectiva área. Art. 22 - A contratação reais) - mínimo de 03 (três) cotações de diferentes fornecedores, registradas de serviços técnicos profissionais especializados de pessoa jurídica deverá em mapa de cotações, enviadas formalmente através de carta, e-mail ou fax, ser precedida de comprovação de regularidade de constituição da empresa e necessariamente acompanhadas de confirmação escrita dos fornecedores prestadora dos serviços e sua regularidade fiscal e será comprovada pela por fax, carta ou e-mail. Parágrafo Primeiro - Para as compras realizadas em apresentação dos seguintes documentos: I. contrato social registrado; II. regime de urgência serão feitas cotações, através de telefone, fax ou e-mal, cópia do CNPJ; III. certidões negativas: a) municipais; b) estaduais; c) independentemente do valor. Parágrafo Segundo - Quando não for possível federais. Parágrafo Primeiro - Se necessários à completa avaliação do realizar o número de cotações estabelecido no presente artigo a Diretoria fornecedor, a critério da Diretoria Administrativa e Financeira, outros docuAdministrativa e Financeira poderá autorizar a compra com o número de mentos poderão ser exigidos. Capítulo IV - Das Disposições Finais - Art. cotações que houver, mediante justificativa escrita. Art. 9º - A melhor oferta 23 - Para fins do presente Regulamento considera-se Diretoria Administrativa será apurada considerando-se os princípios contidos no art. 6º do presente e Financeira a diretoria estatutária regularmente eleita da Associação Museu Regulamento e será apresentada à Diretoria Administrativa e Financeira, a Afro Brasil. Art. 24 - Os casos omissos ou duvidosos na interpretação do quem competirá, exclusivamente, aprovar a realização da compra. Art. 10 - presente Regulamento serão resolvidos pela Diretoria Administrativa e FinanApós aprovada a compra, a Diretoria Administrativa e Financeira emitirá a ceira, com base nos princípios gerais da administração. Art. 25 - Os valores Ordem de Compra em três vias, distribuindo-as da seguinte forma: I. uma via estabelecidos no presente Regulamento serão semestralmente revistos e para o fornecedor; II. uma via para o Núcleo requisitante; III. uma via para o atualizados pela Diretoria Administrativa e Financeira, se necessário. Art. 26 arquivo da Diretoria Administrativa e Financeira. Art. 11 - A Ordem de compra - O presente Regulamento entrará em vigor a partir da data da sua publicação. corresponde ao contrato formal efetuado com o fornecedor e encerra o São Paulo, 27 de julho de 2006. Luiz Henrique Marcon Neves - Diretor procedimento de compras, devendo representar fielmente todas as condi- Administrativo-Financeiro.
CNPJ/MF Nº 03.407.049/0001-51 - NIRE 35300313216 ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA, REALIZADA EM 18 DE DEZEMBRO DE 2006 1. DATA, HORÁRIO E LOCAL - Dia 18 de dezembro de 2006, às 15:00 horas, na sede social, Rua Amauri, nº 255, 13º andar, cj “A”, Capital do Estado de São Paulo. 2. CONVOCAÇÃO - Dispensada em virtude da presença da totalidade dos acionistas. 3. PRESENÇA - Acionistas representando a totalidade do capital social, conforme assinaturas lançadas no livro “Presença de Acionistas”. 4. MESA DIRIGENTE - José Roberto Ermírio de Moraes, Presidente, e Alexandre Silva D’Ambrosio, Secretário. 5. DELIBERAÇÕES - Após discutidas as matérias constantes da ordem do dia, os acionistas representando a totalidade do capital social da Sociedade, por unanimidade e sem reservas, deliberaram: a) aprovar a lavratura da presente ata na forma de sumário dos fatos ocorridos, contendo a transcrição apenas das deliberações tomadas; b) aprovar a emissão privada de debêntures pela Companhia, no valor total de R$500.000.000,00 (quinhentos milhões de reais), de acordo com as seguintes condições e características: b1) Valor total da Emissão: R$500.000.000,00 (quinhentos milhões de reais); b2) Número de Séries: série única; b3) Colocação das Debêntures: as Debêntures serão objeto de colocação privada junto à VBC Energia S.A., sociedade por ações de capital aberto, com sede e foro na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Av. Eng. Luís Carlos Berrini, nº 1.297, 14º andar, conj. 142, inscrita no CNPJ/MF sob nº 00.095.147/0001-02, com seus atos constitutivos devidamente arquivados na Junta Comercial do Estado de São Paulo (JUCESP) sob o NIRE 35.300.171.381, sem a intermediação de instituições integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários; b4) Valor Nominal Unitário: R$1.000,00 (um mil reais); b5) Quantidade de Debêntures Emitidas: 500.000 (quinhentas mil) debêntures; b6) Conversibilidade, Tipo e Forma: simples, não conversíveis em ações, nominativas; b7) Espécie: subordinada; b8) Prazo e Data de Vencimento: 11 (onze) anos, com vencimento final em 12 de dezembro de 2017; b9) Vencimento Antecipado: são consideradas hipóteses de vencimento antecipado das debêntures, e sujeito, ao disposto nos itens b.9.1 e b.9.2 abaixo, de imediata exigibilidade do pagamento, pela Companhia, do Valor Nominal Unitário de cada debênture, deduzindo as amortizações realizadas e pagas anteriormente, acrescido da remuneração e encargos, calculada pro rata temporis, a partir da data de emissão ou da última data de pagamento da remuneração, até a data do seu efetivo pagamento, quaisquer dos seguintes eventos: a) decretação de falência da Companhia ou deferimento do pedido de recuperação judicial ou extrajudicial ou falência, formulado pela Companhia; b) não pagamento de quaisquer valores devidos à debenturista nas datas previstas na escritura, não sanado no prazo de 60 (sessenta) dias, contados do recebimento de notificação neste sentido; ou c) descumprimento pela Companhia de qualquer obrigação não pecuniária em relação à Escritura não sanada no prazo de 60 (sessenta) dias contados da data de aviso por escrito que lhe for enviado pela debenturista. b.9.1) A ocorrência de quaisquer dos eventos indicados nos subitens (a) a (c) do item b.9. acima, acarretará o vencimento antecipado das debêntures, independentemente de qualquer consulta à debenturista, ficando o vencimento condicionado à entrega de notificação, pela debenturista à Companhia nesse sentido. b.9.2) As debêntures resgatadas em razão do disposto neste item b.9 serão canceladas. b.10) Remuneração: 3,3% (três inteiros e três décimos por cento) ao ano, a título de spread, acrescida da Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP, divulgada pelo Banco Central do Brasil, que incidirão, a partir da data da emissão, sobre o saldo devedor, e será paga nas datas de exigibilidade mencionadas em b.10.1 abaixo, ou na data de vencimento ou liquidação das debêntures, e considerado, para o cálculo diário de juros, o número de dias decorridos entre a data de cada evento financeiro e as datas de exigibilidade. b.10.1) Os juros correspondentes à remuneração referida em b.10 acima, serão computados na base de 360 (trezentos e sessenta) dias, calculados sobre o valor nominal das debêntures e pagos anualmente a partir de 12 de dezembro de 2015, no mês de dezembro, ocorrendo o primeiro pagamento dos juros em 12 de dezembro de 2015 e o último em 12 de dezembro de 2017, observado o disposto nos itens b.9 e b.10. b.10.2) A Companhia pagará pro rata tempore os juros devidos até o dia do efetivo pagamento, na hipótese de aquisição facultativa, no vencimento antecipado e no eventual resgate antecipado das debêntures. b.10.3) Na hipótese de extinção da TJLP ou se, pela superveniência de normas legais ou regulamentares, esta não puder ser utilizada como base de remuneração nas emissões de debêntures ou, ainda, caso se alterem os critérios de sua aplicabilidade nas aludidas emissões, passará a ser utilizado, em substituição, o índice aplicável à remuneração do Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT. b.11) Prazo e Forma de Subscrição e Integralização: a subscrição e a integralização se darão no mesmo ato, dentro do prazo de 30 (trinta) dias contados da data de inscrição da escritura de emissão no Registro Público de Empresas Mercantis. A integralização poderá ser realizada em moeda corrente nacional ou créditos detidos pela debenturista. b.12) Preço de Subscrição e Integralização: subscritas e integralizadas pelo seu Valor Nominal Unitário. b.13) Amortização: deverá considerar indistintamente todas as debêntures e dar-se-á nas datas e nos percentuais do Valor Nominal Unitário de cada debênture indicados na tabela abaixo: Percentual de Amortização 40% 30% 30%
Data de Pagamento 12/12/2015 12/12/2016 12/12/2017
Amortização do Valor Nominal Unitário de cada Debênture R$ 400,00 R$ 300,00 R$ 300,00
b.14) Encargos Moratórios: ocorrendo impontualidade no pagamento de qualquer quantia devida à debenturista, os débitos em atraso ficarão sujeitos, além da remuneração, a juros de mora calculados desde a data de inadimplemento, independente de qualquer comunicação pela debenturista, até a data do efetivo pagamento, à taxa de 1% (um por cento) ao mês, calculada pro rata temporis e linearmente, sobre o montante assim devido, independentemente de aviso, notificação ou interpelação judicial ou extrajudicial, além das despesas incorridas para cobrança, sem prejuízo do vencimento antecipado referido em b.9 acima. b.15) Aquisição Facultativa: a Companhia poderá, a qualquer tempo, adquirir Debêntures de sua emissão, observado o disposto no parágrafo 2º do artigo 55 da Lei das Sociedades por Ações. As Debêntures adquiridas conforme previsto neste item b.15 poderão ser canceladas, permanecer em tesouraria da Companhia, ou ser colocadas novamente em circulação, sendo que as Debêntures adquiridas pela Companhia para permanência em tesouraria, se e quando colocadas em circulação, farão jus à mesma Remuneração e demais condições das demais Debêntures então em circulação. b.16) Resgate Antecipado Facultativo: A Companhia poderá resgatar antecipadamente as debêntures, a qualquer tempo, mediante a publicação de “Aviso aos Debenturistas”, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da data do resgate antecipado facultativo, informando a data e o procedimento de resgate. O resgate antecipado facultativo poderá ser total ou parcial, pelo Valor Nominal Unitário da debênture, deduzindo as amortizações realizadas e pagas anteriormente, acrescido da remuneração devida até a data do pagamento das debêntures a serem resgatadas, incidente sobre o valor do saldo a ser resgatado. c) Autorizar a Diretoria da Companhia a lavrar a Escritura de Emissão de Debêntures e complementar todas as cláusulas e condições julgadas necessárias para a formalização da emissão ora aprovada. 6. OBSERVAÇÕES FINAIS – a) Em todas as deliberações deixaram de votar os legalmente impedidos; b) O Sr. Presidente franqueou o uso da palavra, não havendo, todavia, nenhuma manifestação; c) Os trabalhos foram suspensos para a lavratura da presente ata, que tendo sido lida e achada conforme, vai assinada pelo Presidente, Secretário e demais acionistas presentes. (a.a.) José Roberto Ermírio de Moraes, Presidente; Alexandre Silva D’Ambrosio, Secretário; p. Votorantim Participações S.A., Marcus Olyntho de Camargo Arruda e Raul Calfat; José Roberto Ermírio de Moraes e Fabio Ermírio de Moraes, acionistas. A presente transcrição é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio. São Paulo, 18 de dezembro de 2006. SECRETARIA DA JUSTIÇA E DEFESA DA CIDADANIA – JUCESP - JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – CERTIDÃO - Certifico o Registro sob o nº 337565/06-5 em 21-12-06. (a) Cristiane da Silva F. Corrêa, Secretária Geral.
FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 21 de dezembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Sica Sistemas Inteligentes de Construção Avançada - ME - Requerido: AK Teruya Construtora e Incorporadora Ltda. - Avenida Engenheiro Caetano Álvares nº 4.046 - 01ª Vara de Falências
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CONVOCAÇÕES Sindicato da Indústria da Cerâmica da Louça de Pó de Pedra, da Porcelana e da Louça de Barro no Estado de São Paulo
Assembléia Geral Ordinária - Edital de Convocação Pelo presente Edital, ficam convocados os associados deste Sindicato que estejam quites e no pleno gozo de seus direitos sociais para se reunirem em Assembléia Geral Ordinária, a realizar-se no próximo dia 28 de dezembro do corrente ano, em nossa Sede Social, sita à Av. Liberdade, 834, 6º andar, conj. 63, às 9h, em 1ª convocação, ou às 9h30 em 2ª convocação, quando se instalará com qualquer número de associados presentes, para deliberação por escrutínio secreto: a) Leitura, discussão e deliberação da Previsão Orçamentária para o ano de 2007, acompanhadas do Parecer do Conselho Fiscal, e b) outros assuntos gerais de interesse deste Sindicato. São Paulo, 22 de dezembro de 2006. Nelson Ferreira Dias - Presidente.
DROGASIL S/A
VOTORANTIM INVESTIMENTOS INDUSTRIAIS S.A.
COMUNICADO Pelos poderes a mim conferido na qualidade de Presidente desta Cooperativa, como dispõe o Estatuto da Cooperativa Habitacional Inter – Sul viemos por meio desta comunicar que apesar de inúmeras tentativas de contatos através de cartas, telegramas e notificações extrajudiciais via cartório com os Cooperados abaixo relacionados, não foi possível localizá-los “outrossim” notificamos sua exclusão do quadro de Cooperados conforme dispõe o Artigo 20º item 3, do Estatuto que rege esta Cooperativa Habitacional: Armando Augusto Esteves, Maria do Carmo Marsura Rodrigues de Lima. São Paulo, 21 de dezembro de 2006.
Companhia Aberta - C.N.P.J-M.F n° 61.585.865/0001-51 - N.I.R.E. 35330003844 Assembléia Geral Extraordinária - Convocação Ficam convocados os Srs. Acionistas da Drogasil S/A a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária a se realizar no dia 11/01/2007, na sede da Companhia, localizada na Av. Corifeu de Azevedo Marques, n° 3.097, na Cidade e Estado de São Paulo, às 8:00 horas, a fim de deliberar sobre (i) a reforma do Estatuto Social, prevendo o direito estatutário de conversão das ações preferenciais das classes A a H em ordinárias, em conformidade com o disposto nos arts. 19 e 136, §1°, da Lei n. 6.404/76; (ii) inclusão do parágrafo 8° no artigo 4° do Estatuto Social, considerando a deliberação anterior. Encontram-se à disposição dos Srs. Acionistas, na sede social da Companhia, em observância ao § 3° do artigo 135 da Lei n.° 6.404/76, cópia de todos os documentos pertinentes às matérias a serem deliberadas na Assembléia Geral Extraordinária. São Paulo, 21 de dezembro de 2006. Carlos Pires Oliveira Dias - Presidente do Conselho de Administração. (22,26,27)
FATO RELEVANTE DROGASIL S/A CNPJ n° 61.585.865/0001-51 - Companhia Aberta FATO RELEVANTE A Administração da Drogasil S/A, em cumprimento do disposto no art. 157, §4°, da Lei n° 6.404/76, e na Instrução CVM n° 358/2002, comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral que o Conselho de Administração da Companhia, em reunião realizada em 21/12/2006, visando à equalização dos direitos políticos e patrimoniais conferidos pelas ações de emissão da Companhia, adaptando sua estrutura acionária às melhores práticas de Governança Corporativa, deliberou favoravelmente à Proposta da Diretoria de conversão de ações preferenciais da Companhia em ações ordinárias, na proporção de uma ação ordinária para cada ação preferencial detida, sendo que as novas ações ordinárias farão jus aos mesmos direitos e prerrogativas referentes às ações ordinárias existentes. Em conseqüência, aprovou a convocação de: (a) Assembléia Geral Extraordinária, a realizar-se em 11/01/2007, para deliberar sobre a reforma do Estatuto Social, prevendo o direito estatutário de conversão das ações preferenciais das classes A a H em ordinárias, em conformidade com o disposto nos arts. 19 e 136, §1°, da Lei n° 6.404/76; (b) Assembléias Especiais dos titulares de ações preferenciais classes A, B, C, D, E, F, G e H, a se realizarem em 11/01/2007, para deliberarem sobre a conversão das respectivas ações preferenciais em ações ordinárias, na proporção de uma ação ordinária para cada ação preferencial detida, em atendimento ao disposto no art. 136, §1°, da Lei n° 6.404/76. A aprovação, por maioria absoluta, da conversão das ações preferenciais nas Assembléias Especiais das classes A a H ensejará aos respectivos acionistas dissidentes, titulares das classes de ações preferenciais da classe respectiva, na data de 21/12/2006 o direito de retirada, mediante o reembolso de suas ações preferenciais, pelo valor correspondente ao valor do patrimônio líquido contábil, por ação da Companhia, nos termos dos artigos 45 e 137, § 1° da Lei n° 6.404/76. O valor do reembolso apenas será devido aos acionistas dissidentes das deliberações tomadas nas Assembléias Especiais, caso a conversão das ações preferenciais em ordinárias venha a se tornar eficaz, pela aprovação em Assembléia Geral Extraordinária e pelo decurso do prazo estabelecido no art. 137, §3°, da Lei n° 6.404/76, e, ainda, verificando-se não ter sido reconsiderada aquela deliberação. As classes de ações preferenciais que não aprovarem por maioria absoluta a conversão permanecerão com os direitos estatutários estabelecidos na AGE de 06/09/2006, inclusive o direito de conversão das ações preferenciais em ordinárias mediante aprovação por maioria absoluta de cada uma das classes, conforme será deliberado na AGE referida do item (a) acima; e (c) Assembléia Geral Extraordinária, a realizar-se em 08/02/2007, para alterar o estatuto social, em conformidade com o deliberado nas referidas Assembléias Especiais dos preferencialistas, consignando a nova estrutura do capital social. A documentação pertinente à operação está disponível na sede da Companhia. São Paulo, 21 de dezembro de 2006. Ricardo Castro de Azevedo - Diretor de Relações com Investidores.
AVISO AOS ACIONISTAS DROGASIL S.A.
CNPJ/MF 61.585.865/0001-51 - Companhia Aberta AVISO AOS ACIONISTAS Comunicamos aos Senhores Acionistas que em Reunião Extraordinária do Conselho de Administração realizada no dia 21/12/2006, deliberou-se pela distribuição de Juros sobre Capital Próprio que serão pagos em data a ser fixada pela Administração da Companhia, até o dia 31/05/2007. O valor bruto a ser pago por ação é de R$ 0,57 , e não sofrerá nenhuma atualização monetária. Tal benefício aplica-se à posição acionária do dia 31/12/ 2006, desta forma haverá retenção de Imposto de Renda na Fonte, de acordo com o artigo 9° da Lei 9249/95 de 26/12/1995. Não sofrerão tal retenção os acionistas pessoas jurídicas que sejam comprovadamente imunes. Referida comprovação deverá ser feita mediante apresentação até o dia 27/12/2006 de documentação comprobatória dessa condição ou certidão judicial atualizada acompanhada de uma declaração junto a esta empresa na Av. Corifeu de Azevedo Marques, 3097 - São Paulo- SP, CEP n° 05339-900. São Paulo, 21 de dezembro de 2006. Drogasil S.A. Ricardo Castro de Azevedo - Diretor de Relações com Investidores.
DROGASIL S/A
Companhia Aberta - GEMEC-RCA 200-75/112 C.N.P.J-M.F n° 61.585.865/0001-51 - N.I.R.E. 35330003844 Assembléias Especiais de Acionistas Titulares de Ações Preferenciais Classes “A”, “B”, “C”, “D”, “E”, “F”, “G” e “H” - Convocação Ficam convocados os Srs. Acionistas da Drogasil S/A, titulares de ações preferenciais classes “A”, “B”, “C”, “D”, “E”, “F”, “G” e “H”, a se reunirem em Assembléiais Especiais a se realizarem no dia 11/01/2007, na sede da Companhia, localizada na Av. Corifeu de Azevedo Marques, n° 3.097, na Cidade e Estado de São Paulo, nos seguintes horários: (i) às 8h30 os titulares de ações classe “A”; (ii) às 9h00 os titulares de ações classe “B”; (iii) às 09h30 os titulares de ações classe “C”; (iv) às 10h00 os titulares da classe “D”; (v) às 10h30 os titulares de ações classe “E”; (vi) às 11h00 os titulares de ações classe “F”; (vii) às 11h30 os titulares de ações classe “G”; e (viii) às 12h00 os titulares de ações classe “H”, a fim de deliberar, por maioria absoluta, sobre a seguinte ordem do dia: conversão das ações preferenciais das classes respectivas em ordinárias, nos termos do art. 136, §1°, da Lei n° 6.404/76, na proporção de uma ação ordinária para cada ação preferencial detida. As classes de ações preferenciais que não aprovarem a conversão permanecerão com os mesmos direitos estatutários. A aprovação, por maioria absoluta, da conversão das ações preferenciais nas Assembléias Especiais de qualquer das classes “A” a “H”, ensejará aos respectivos acionistas dissidentes o direito de retirada, mediante o reembolso de suas ações preferenciais, pelo valor correspondente ao valor do patrimônio líquido contábil, por ação, da Companhia, nos termos, procedimentos e prazos estabelecidos nos artigos 45 e 137 da Lei n° 6.404/76. O valor do reembolso apenas será devido aos acionistas dissidentes das deliberações tomadas nas referidas assembléias especiais, caso a conversão das ações preferenciais em ordinárias venha a se tornar eficaz, mediante a aprovação em Assembléia Geral Extraordinária e pelo decurso do prazo estabelecido no art. 137, §3°, da Lei n° 6.404/76, e desde que não seja reconsiderada aquela deliberação. São Paulo, 21 de dezembro de 2006. Carlos Pires Oliveira Dias - Presidente do Conselho de Administração. (22,26,27)
EDITAIS HOSPITAL GERAL DE VILA NOVA CACHOEIRINHA
“Dr. Álvaro Simões de Souza” Publicação Edital de Pregão (Presencial) Acha-se aberta no Serviço de Material e Medicamentos do Hospital Geral de Vila Nova Cachoeirinha - “Dr. Álvaro Simões de Souza”, da Secretaria de Estado da Saúde, o Pregão (Presencial) nº 01/07, tipo menor preço, destinado à Contratação de Empresa Especializada em Prestação de Serviços de Segurança e Vigilância Patrimonial e Eletrônica para o HGVNC, conforme Processo 001.0125.000207/06, cujo encerramento dia 15/01/2007 às 11:00 horas, sendo que a vistoria técnica deverá ser efetuada até dia 09/01/2007, nos horários das 9:00 às 16:00 horas. O Edital na íntegra para consulta e retirada estará disponível no site www.enegociospublicos.com.br. O referido hospital está situado à Av. Deputado Emílio Carlos, nº 3000 - Vila Nova Cachoeirinha - São Paulo - SP. FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR
EDITAL DA TOMADA DE PREÇOS Nº 002/2006- FAMESP/HEB PROCESSO Nº 346/2006 - FAMESP/HEB Acha-se aberta na Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP/HEB, a Tomada de Preços nº 002/2006-FAMESP/HEB, Processo nº 346/2006-FAMESP/HEB, que tem como objetivo a Construção de Cabine de Força para atender o Bloco de Diálise, envolvendo área a ser construída de 103,96 metros quadrados, no Hospital Estadual Bauru. Será realizada visita para esclarecimentos técnicos e administrativos no dia 19 de janeiro de 2007, às 9:00 horas, no Hospital Estadual Bauru, sito à Av. Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100, na cidade de Bauru, Estado de São Paulo. O envelope nº 01- Documentação e envelope nº 02 - Proposta, serão recebidos até o dia 26 de janeiro de 2007, às 8:45 horas, quando será procedida a abertura dos referidos envelopes no dia 26 de janeiro de 2007, às 9:00 horas. A Pasta Técnica será fornecida pela Seção de Compras da FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, na cidade de Botucatu/ SP, até o dia 18 de janeiro de 2007. Maiores informações poderão ser fornecidas pela Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar, pelo telefone (0xx14) 3815-2680 – ramal 111 - FAX (0xx14) 3882-1885 - ramal 110, de 2ª a 6ª feira, no telefone acima, durante o expediente normal. Botucatu, 20 de dezembro de 2006. Prof. Dr. Pasqual Barretti - Diretor Presidente FAMESP
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Transpor te Compor tamento Av i a ç ã o Polícia
DIÁRIO DO COMÉRCIO
PRESIDENTE COBRA INFORMAÇÕES DAS COMPANHIAS
sexta-feira, sábado, domingo e segunda-feira, 22, 23, 24 e 25 de dezembro de 2006
Não se pode deixar as pessoas quatro, cinco ou seis horas no aeroporto esperando, não cuidar dessas pessoas. Luiz Inácio Lula da Silva
Lula responsabiliza empresas pelo caos "No mínimo, o que o povo espera é ser tratado com respeito", disse ontem o presidente, irritado com o apagão aéreo e com a falta de informação
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva responsabilizou ontem as companhias aéreas pelo caos nos aeroportos brasileiros às vésperas do Natal. Após participar de uma confraternização com funcionários do Palácio do Planalto, ele disse ter determinado à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e à Infraero que exijam das empresas explicações aos passageiros sobre a razão dos atrasos e cancelamentos de vôos. "No mínimo, o que o povo espera é ser tratado com respeito", afirmou. Em entrevista, Lula afirmou que o problema recente nos aeroportos não foi causado por deficiências do sistema de controle de tráfego aéreo. "Já não é um problema dos controladores, de vôo, que estão trabalhando direito. Agora, tem um problema que precisa ser explicado à população", disse. "Não se pode deixar as pessoas quatro, cinco ou seis horas no aeroporto esperando, não cuidar dessas pessoas", acrescentou. "Cada empresa que tiver um problema deve comunicar aos passageiros." Lula disse que os passageiros merecem "respeito" e precisam ser "cuidados" pela Anac e pela Infraero. "Não é possível que um passageiro fique três horas no aeroporto e ninguém comunique a ele porque o avião está atrasado, se falta tripulação, se o avião quebrou ou não", afirmou o presidente. "O passageiro merece o respeito de alguém dizer: olha, não vai acontecer o vôo por causa disso", completou. O presidente ressaltou que a Anac e a Infraero foram orientadas a informar aos passageiros, em cada aeroporto importante do País, quais os motivos dos atrasos e cancelamentos de vôos. "É preciso que seja explicada a razão desse atraso e quem é o culpado pela demora, se é a empresa, a falta de tripulação ou passagens vendidas sem ter avião", disse. "A determinação é resolver definitivamente esse problema." Horas antes, também no palácio, o presidente discutiu o recente problema nos aeroportos com o ministro da Defesa, Waldir Pires, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o comandante da Aeronáutica, Luiz Carlos Bueno. O grupo avaliou que as companhias aéreas estavam jogando toda a responsabilidade para os controladores, omitindo deficiências da própria estrutura delas. (Agências)
Vivi Zanatta/AE
Passageiro dorme no saguão de Congonhas
Werther Santana/Agência O Globo
Movimento no terminal Tietê. Muita gente preferiu trocar o céu pela estrada. Cerca de 1,2 milhão de pessoas passarão pelo terminal até o fim deste mês.
1,2 milhão de carros deixam a capital
O
feriado prolongado de Natal promete lotar as estradas. Muita gente desistiu de viajar de avião e optou por utilizar carro ou ônibus. Aproximadamente 1,2 milhão de veículos devem deixar a capital paulista para o feriado de Natal. A estimativa é da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que está preparando um esquema especial de trânsito entre hoje e terça-feira (26). A Operação Estrada, que visa o monitoramento da saída da capital, será realizada hoje à tarde e amanhã pela manhã. O acompanhamento do retorno à cidade acontecerá na segunda-feira, dia de Natal, no período da tarde, e na terça-feira pela manhã. A CET, que vai monitorar o trânsito especialmente nos acessos e chegadas das rodovias que cortam o Estado. Os técnicos recomendam que os motoristas que pretendem pegar as estradas evitem viajar das 14h às 22h dos dias 22 e 25 e das 8h às 13h dos dias 23 e 26. Terminais –Nos três terminais rodoviários da capital – Tietê, Barra Funda e Jabaquara – a estimativa é que 994 mil pessoas embarquem e desembarquem até a próxima quinta-feira, dia 28. Só no Tietê, a previsão é que passe mais de 1,4 milhão de pessoas até o final do mês. De acordo com informações da Socicam, empresa que administra os terminais, até o momento, as cidades mais procuradas para o feriado são: Rio de Janeiro, Curitiba, cidades do interior de São Paulo, cidades do sul de Minas Gerais, cidades do litoral norte de São Paulo e o estado da Bahia. Já foram reservados ônibus extras para os locais mais procurados e, constatada a necessidade, mais carros estarão disponíveis. Mais informações sobre os terminais podem ser obtidas pelo telefone 3235-0322 ou pelo site www.socicam.com.br. (Agências)
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ECONOMIA - 3
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Urbanismo Transpor te Memória Distritais
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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EM LIVRO, A HISTÓRIA DESSE MEIO DE TRANSPORTE
O bonde foi o começo da literatura urbana. Fernando Portela, jornalista e escritor
Bonde, o futuro que parou no tempo Vítima de uma opção de crescimento calcada no transporte sobre rodas, principalmente no carro particular, o bonde não chegou a cumprir seu destino. Foi um transporte do futuro que morreu no passado. Não virou pré-metrô, como na Europa. Não vai alimentar as linhas de metrô de maneira rápida e eficiente, como poderia. São Paulo perdeu o bonde do transporte coletivo. O sacolejo dos velhos carros de madeira e ferro vai ficar apenas na lembrança, na saudade e no lamento de técnicos apavorados com uma cidade cada vez mais abarrotada de automóveis, a um passo de travar. Reproduções do livro Bonde, Saudoso Paulistano
Rejane Tamoto
Q
uarenta quilômetros por hora. Era nessa velocidade máxima que o paulistano era transportado pelas ruas de São Paulo no início do século passado e, pouco a pouco, se tornava um cidadão. Isso, na deliciosa época dos bondes, o transporte coletivo sobre trilhos que fez a cidade evoluir, mas que foi esmagado pelo crescimento desordenado e pela vitória dos veículos coletivos e particulares sobre rodas. A saudade dos bondes está em texto e em belíssimas imagens no livro Bonde - Saudoso Paulistano (224 páginas, R$ 100), do jornalista e escritor Fernando Portela, lançado neste mês pela Editora Terceiro Nome. A obra traz depoimentos saudosistas de quem viajou em bondes, como o do bibliófilo José Mindlin, que aproveitava para ler a bordo, e também versos de Machado de Assis e Oswald de Andrade sobre o meio de transporte. Junto com uma cuidadosa pesquisa histórica, o leitor viaja mesmo quando contempla as 180 fotos de bondes da antiga cidade, que pertencem à Fundação do Patrimônio Histórico da Energia de São Paulo, detentora dos acervos da antiga Light (na época, a responsável pelo transporte público em São Paulo) e também das coleções do jornal O Estado de S. Paulo e São Paulo de Piratininga. Na visão de Portela, o bonde representou o início da nossa cidadania e autoconsciência social. "O bonde foi o começo da literatura urbana. Os narradores éramos nós e estávamos em posição privilegiada, um pouco acima do chão, todos olhando para todos", explicou. Regressão - O livro, que conta a história dos bondes, revela um dado quase impressionante para quem é leigo no assunto: em 1930, os bondes chegaram a circular por mais de 160 quilômetros de trilhos. Este cálculo excede em quatro vezes a atual extensão do metrô paulista. Talvez por isso os bondes – que circularam por 96 anos em São Paulo – deixaram tantas saudades, para quem dele foi usuário. A conclusão? Os trilhos foram e continuam sendo a solução para o transporte coletivo. Uma das entrevistas presentes no livro, do engenheiro-historiador, autor de três publicações e especialista em transportes coletivos no Brasil, Waldemar Stiel, de 85 anos, resume bem o significado que o bonde teve para São Paulo: "Foi o bonde que expandiu a cidade. Este meio de transporte ainda existe, na Europa, bem mais moderno e rápido. E também muito procurado. Isso significa que o primeiro mundo não regrediu", disse. Claro, a tese da regressão também é explicada por Stiel, no livro. O fato é que no início do século 19 as pessoas só eram transportadas sozinhas, em uma charrete. Depois, por ônibus coletivos puxados por cavalos. Então, veio o bonde puxado por burros, o bonde elétrico e o ônibus a gasolina, também melhores. Segundo o historiador, a evolução termina quando voltamos ao individualismo, ou seja, à mesma condição de quando vivíamos em uma charrete. "Hoje está todo mundo no seu carro. Cabem cinco pessoas num automóvel, mas, pode reparar, a maioria anda sozinha", exemplificou. Congestionamentos – Na opinião do especialista e presidente da Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP), Rogério Belda, um dos argumentos para acabar com os bondes, na época, foram os enormes congestionamentos. Para Stiel, foi injusto. "Jogaram a culpa no bonde. Mas quem atrapalhava mesmo o trânsito eram os veículos sobre rodas", disse. De fato, a quantidade de pessoas que podem ser transportadas por automóveis é o maior problema da cidade hoje. Com uma frota de 5,5 milhões de veículos, São Paulo é bem mais estressante do que na época dos bondes e, trafegar a 40 km/hora em um corredor comercial, como o da avenida Rebouças, por exemplo, é motivo de comemoração. "Vão às ruas, diariamente, aproximadamente 1 milhão de automóveis. Se a frota inteira decidir sair às ruas, a cidade pára", disse Belda. Hoje, mais de um século depois da era dos bondes, a cidade procura soluções para melhorar o transporte. Para Stiel, o bonde ainda é a solução. Saudosista? "Não. Sou prático. O bonde é muito mais aplicável a uma cidade como São Paulo atualmente. Mas é caro. O custo é equiparado à construção de uma linha do metrô", afirmou o historiador.
Na foto ao alto, na praça da Sé, condutor posa em frente ao bonde da linha Vila Madalena, em 1959. No centro, à direita, bonde puxado por dois burros atravessa o viaduto do Chá, em 1895. Seu destino era a rua da Consolação. Acima, bonde elétrico, que tinha como destino a Barra Funda, avança pela rua São Bento, no Centro da cidade. No centro, à esquerda, as carroças dividem espaço com o bonde Avenida, no largo São Francisco. À esquerda, trânsito complicado: em 1961, quase no fim de seu reinado, o bonde já circulava espremido entre carros e ônibus. Na foto, o cruzamento da rua da Consolação com avenida São Luís. A saudade dos bondes está em texto e em imagens no livro Bonde Saudoso Paulistano (224 páginas, R$ 100), do jornalista e escritor Fernando Portela.
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Finanças Tr i b u t o s Empresas Imóveis
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A Anatel concluirá em janeiro a licitação para a venda de nova licença de telefonia celular em São Paulo
GESTÃO DE FORTUNAS ATRAI BANCOS
AUMENTA PARTICIPAÇÃO DAS VENDAS DE BENS DE CONSUMO PELA INTERNET
VAREJO ELETRÔNICO GIRA R$ 4,1 BI
O
volume de vendas de bens de consumo de baixo valor agregado em lojas virtuais deverá encostar nas operações de automóveis, que tradicionalmente lideram as vendas de bens através da internet no País. É o que estima o Índice de Varejo On Line (Vol), divulgado pela Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net) e pela E-Consulting. O ano de 2006 deve fechar com as vendas do comércio eletrônico em R$ 13,3 bilhões, sendo que R$ 6,4 bilhões se referem às operações de vendas de autos, R$ 2,8 bilhões, do turismo e R$ 4,1 bilhões vêm do varejo eletrônico (bens de consumo). Para 2007, a previsão do Vol é que as vendas alcancem R$ 17,4 bilhões. "Há dois anos, as vendas de bens de consumo representavam apenas 1/3 do acumulado em automóveis", diz o consultor do Comitê de Varejo Eletrônico da camara-e.net, Gastão Mattos. "Os números de 2006 já mostram uma representatividade de 2/3 e, pelo ritmo acelerado de crescimento, podemos projetar que, em 2007, pode acontecer um empate ou até a ultrapassagem desta modalidade." O Vol representa a soma das compras do comércio eletrônico e inclui bens de consumo, automóveis, turismo e passagens aéreas. No ano passado, o valor das vendas de automóveis era responsável por 52%
17,4 bilhões de reais é quanto a camarae.net e a E-Consulting projetam em movimento para o comércio eletrônico brasileiro em 2007 do total das vendas do comércio eletrônico. Em 2006, esse segmento representou 48,5%. Já em relação aos bens de consumo, as vendas de 2005 significaram 29% do total e devem
fechar este ano com 31%. "O mercado de automóveis cresce a uma velocidade menor, já que estes são bens de consumo mais duráveis, de maior valor agregado e alcançam um nível de estabilidade mais rapidamente que o varejo comum, que tem nível de penetração mais forte no mercado", afirma Mattos. Varejo eletrônico forte –O faturamento de R$ 4,1 bilhões do varejo eletrônico brasileiro neste ano é 50% maior que em 2005. "A expectativa é de que as negociações do segmento dobrem a cada dois anos", afirma Mattos. "O comércio eletrônico no Brasil tem se mostrado maduro e profissional e a prática de comprar pela internet tem sido cada vez mais comum entre os brasileiros." A fusão do Submarino e Americanas.com pode ajudar ainda mais no desenvolvimento desse mercado. "Sabemos que os gestores dessas empresas, que agora são um só, pretendem internacionalizar as operações e exportar os produtos vendidos na loja virtual", diz Mattos. "Os consumidores só têm a ganhar com isso porque nasce uma empresa com porte significativo e que pode, até, substituir muitas lojas físicas", destaca. Os estudos e análises dirigidos pela E-Consulting mostram que o comércio eletrônico representa cerca de 3,5% do varejo brasileiro.
AQUISIÇÃO Credit Suisse fica com a Hedging-Griffo postando na abertura cada vez maior do mercado financeiro no Brasil e de olho nas fortunas de clientes importantes do País, o Credit Suisse concluiu ontem a compra de 50% mais uma ação da gestora de ativos brasileira Hedging-Griffo. A aquisição envolveu uma operação de US$ 294,3 milhões e a instituição suíça permanece com a opção de adquirir o restante das ações nos próximos cinco anos. A transação é a terceira de um banco suíço no Brasil em pouco tempo. Neste ano, o UBS adquiriu o banco Pactual e o banco Leu, o mais antigo da Suíça, também ampliou as atividades no País. No caso do Credit Suisse, a estratégia com a aquisição é a
A
de se tornar líder em duas áreas em que o banco apenas atua de forma incipiente no Brasil: a administração de recursos e private banking. "O Credit Suisse tem uma posição de liderança no setor de banco de investimento, mas não nas outras duas áreas. Agora, vamos expandir exatamente nessas atividades, que são fundamentais para o Credit Suisse no resto do mundo", explicou Antonio Quintella, presidente do banco de investimentos Credit Suisse Brasil. Emergentes — A transação ainda faz parte de estratégia do Credit Suisse, um dos maiores bancos do mundo, de fortalecer sua posição nos mercados emergentes. O banco acaba de abrir escritório em Moscou, na Rússia, e
está de olho na tendência de clientes que buscam administrar seus recursos no próprio país. "Nossa motivação principal para essa aquisição é estratégica. Queríamos expandir nossas atividades no País e concluímos que a Hedging Griffo era a melhor forma de promover essa expansão. A transição reforça a posição do Credit Suisse no Brasil", afirmou Quintella. Juntos, Credit Suisse e Hedging-Griffo acumularão a administração de R$ 21 bilhões em ativos no País. Para os executivos das duas companhias, a estratégia agora é a de aumentar a penetração nos mercados de alta renda no País. A Hedging Griffo teve crescimento de 39% por ano desde 2003 na administração de recursos. (AE)
Sonnaira San Pedro ARGENTINA País registrou superávit de US$ 872 milhões na balança comercial em novembro.
Vendas de câmeras surpreendem
A
CÂMBIO
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Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou ontem a criação de bancos especializados em operações de câmbio. A medida é mais um passo no processo de liberalização do mercado cambial no País. (AE)
GÁS GANHA MARCO REGULATÓRIO
A
pós um ano e meio de negociações entre governo e oposição, o Senado aprovou ontem o Projeto de Lei de autoria do senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA) que estabelece o marco regulatório para o setor de gás natural.
VALE
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BRASIL, POBRE EM TECNOLOGIA
O
País cresce menos que a média latinoamericana no setor de tecnologia, conforme pesquisa da consultoria espanhola Everis. Mesmo com o crescimento nas vendas de computadores, o A TÉ LOGO
Brasil fica abaixo da média regional no acesso à internet. O número de usuários de internet por mil brasileiros cresceu 22, 3%, nível inferior ao registrado na América Latina, que foi de 24,3% na média regional. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Renegociação de dívida rural custou R$ 23 bi
L
Reajuste da tabela do IR é alívio para contribuinte
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uma negociaçãorelâmpago, a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) conseguiu assegurar um aumento de 9,5% no preço do minério de ferro exportado para a Baosteel, maior siderúrgica chinesa. O percentual veio próximo ao teto das previsões de mercado, que variavam entre 5% e 10%, e garantirá à mineradora brasileira registrar lucro recorde em 2007. (AE)
O texto do PL aprovado prevê que, no caso de iminência de crise energética no País, o gás natural disponível no Brasil deverá ser encaminhado, prioritariamente, às usinas termelétricas. O PL agora vai para a Câmara.(AE)
L
s vendas de câmeras digitais nos Estados Unidos superaram as expectativas neste ano e devem bater novo recorde até o final de 2006, à medida que a queda nos preços encoraja os consumidores a adquirir uma segunda ou terceira máquina mais poderosa nesta temporada de festas. Essa é uma das conclusões de uma pesquisa feita pela NPD. O número de câmeras digitais vendidas subiu 24% até o final de novembro, período que inclui as vendas do tradicional primeiro final de semana da temporada de festas, de acordo com a NPD. Em 2005, as vendas do período registraram alta de 22%. O vigor do setor ocorre apesar de projeções de especialistas, feitas há um ano, de que a demanda começaria a desacelerar – talvez em até 20% em 2006 –, com a queda no número de consumidores interessados em substituir suas velhas câmeras que funcionavam com filme. (Reuters)
Ó RBITA
TRANSPETRO Companhia assina em janeiro os contratos para a construção de 26 navios petroleiros.
Petrobras investe US$ 724 milhões no Nordeste
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
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RESENHA
NACIONAL
DOIS LADOS DA GUERRA E UMA SÓ VÍTIMA
G Os policiais
devem estar a serviço da população. É preciso acabar com essas proibições tolas que só servem ao infrator e aos corruptos.
não pela distribuição de bebidas. A última cena do filme Os intocáveis (1987) mostra quando Elliot Ness (vivido por Kevin Costner), recém terminado o julgamento de Al Capone, responde à repórter que lhe informara sobre o fim da Lei Seca e perguntava o que ele iria fazer agora. “Bom, disse ele, então vou tomar um drinque”. Elliot Ness se preocupou, durante seu
O CONCEITO
trabalho, em cumprir a lei, não com o seu mérito.
Céllus
N
os idos dos anos trinta, a cidade de Chicago vivia em estado de anomalia. A Lei Seca proibia a produção e comercialização de bebidas alcoólicas e a máfia local, protegida pela polícia e por políticos (como os daqui), violava a lei de maneira permanente. O governo federal dos EUA constituiu um grupo de federais, baseado muito mais na inteligência do que na força, que ficou conhecido como os intocáveis. Chefiados pelo lendário Elliot Ness, desbarataram as quadrilhas e prenderam seu maior líder, Al Capone, ironicamente por lesões ao Imposto de Renda e
JOÃO DE SCANTIMBURGO
A
polícia do Rio de Janeiro (tanto a civil quanto a militar, mas especialmente, a civil) recebe semanalmente propinas para proteger os dois chefes das gangues das máquinas caça-níqueis. Parece que quem chefiava o esquema do lado policial era o antigo chefe da polícia civil, hoje deputado, Álvaro Lins. A Polícia Federal prendeu nada menos do que 57 policiais envolvidos diretamente na operação. As casas de bingo vivem igualmente uma dualidade. São fechadas em um dia pela Polícia Federal e reabertas no dia seguinte pela polícia civil. A população se vê desfalcada de proteção (que paga através de impostos) porque as polícias civil e militar estão tratando de negócios particulares. Honestamente, não sei por que serem proibidos bingos e caça-níqueis. Só pode ser por pressão de policiais e seus representantes que vêem na proibição uma receita potencial: o suborno da proteção. É preciso mudar as leis. Já vimos até subchefe da Casa Civil envolvido com um “banqueiro” (Waldomiro Diniz e Carlinhos Cachoeira). Os policiais devem estar a serviço da população. É preciso acabar com essas proibições tolas que só servem ao infrator e aos corruptos.
O cheiro do vento... PAULO SAAB
H
á no pensamento do brasileiro médio, conforme o leitor pode constatar por si próprio e com os de seu convívio pessoal, um sentimento de desesperança em relação aos rumos dos valores que permeiam ou deveriam permear o Brasil. Existe descrédito nas instituições e nas autoridades. Prevalece a sensação de falta de ordem e justiça e avança a cada dia a convicção de que as pessoas de bem estão ficando em minoria perante quem age de forma incorreta, ilegal, afrontosa. Pode ser só uma sensação ou pode ser a tradução de uma realidade existente que veio se infiltrando e aos poucos vai se consolidando como verdade, dando novas tonalidades aos valores de moral, ética, respeito, dignidade, probidade e por aí afora. Este ano de 2006, particularmente, exibiu uma dicotomia aos brasileiros que deixa confuso o cidadão que age conforme as leis, regras e preceitos de civilidade. Foi uma avalanche no decorrer do ano todo de escândalos, falcatruas, manipulações, jogadas, num festival desavergonhado de assalto aos recursos públicos a partir de quem deveria dar o exemplo. Autoridades dos poderes constituídos jogaram na lata do lixo da história os ensinamentos que um pai de família dá aos seus filhos tentando educá-los para viver em sociedade, a agirem de forma correta conforme socialmente aceitável. Ou como deveria ser. Os exemplos foram gritantes e tiveram como seu epicentro, insistentemente, na maior parte dos episódios, a figura dos governantes e dos políticos eleitos pelo voto popular. A partir da própria apologia de que não é preciso estudar
para ser alguém na vida, sucederam-se tantos maus exemplos que parece estar havendo de fato, no silêncio ou impotência dos valores afrontados, uma nova ordem de valores que está se estabelecendo. Nesta, parece que os fins justificam os meios e cria-se uma corrente segundo a qual quem agir consoante as regras e leis é um idiota anacrônico, perdido no tempo e no espaço em seu próprio país. É um momento, uma fase, um período, triste para o Brasil. Exaltam-se falsos valores e estimula-se não o valor do estudo, do trabalho, da conquista pelos meios legais, mas o desrespeito, a ilegalidade, a invasão, a desordem, a necessidade de não trabalhar honestamente.
H
á muita confusão de valores no ar. Existe uma insensibilidade latente, falsamente apoiada por pesquisas que dão aprovação aos atos equivocados e demagógicos de governantes que não possuem senso histórico, não têm dimensão de grandeza e são bajulados como outros "estadistas", que deles se aproveitam ao envolvê-los e cegá-los no incenso da vaidade. Tudo isso significa perigo. As tendências sociais começam a se reaglutinar, sejam quais forem seus interesses e muitos também são escusos e oportunistas. O descontentamento começa a ganhar forma de protesto violento. Desejo um Natal de paz e um 2007 de realizações, ordem e progresso aos leitores. Mas não posso me permitir deixar de dizer, parodiando Belchior, que vejo vir vendo no vento o cheiro da nova estação e não vem junto o odor da tranqüilidade... Boas Festas e Feliz Ano Novo!
E não vem junto com o cheiro da nova estação o odor da tranqüilidade
COMENTÁRIO DE ARTHUR CHAGAS DINIZ NO SITE DO INSTITUTO LIBERAL WWW.INSTITUTOLIBERAL.ORG.BR
O PAT pode acabar REGIS SAVIETTO FRATI
Reprodução
G E lliot Ness cumpriu a lei em Chicago
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ostaríamos imensamente de ser celebridades. De ter o poder de, como num passe de mágica , influir de forma decisiva com medidas legislativas e governamentais que pudessem contribuir para a evolução do Programa de Alimentação do Trabalhador, o PAT. Vimos tentando na Comissão Tripartite do PAT (CTPAT), durante muitos anos, encontrar uma saída para que o incentivo fiscal pudesse alcançar as micro e pequenas empresas, como estímulo para que um contingente imenso de trabalhadores, a esmagadora maioria de baixa renda, pudesse ser contemplado com o benefício da alimentação. A esperança aumentou quando tomamos conhecimento das intenções do presidente Lula, que definiu como prioritária a questão da alimentação no seu governo. A ampliação do PAT para que pudesse atingir todos os trabalhadores via mecanismos de extensão dos benefícios fiscais do programa para essas empresas, excluídas deste processo por terem regime de lucro presumido ou do Simples, passou a ser foco, constante, inclusive, de forma expressa no Projeto Fome Zero. Todas as iniciativas discutidas na CTPAT, entretanto, nunca avançaram. A justificativa das autoridades governamentais era de que havia barreiras para ampliação do incentivo no Ministério da Fazenda e Receita Federal. No contexto da inusitada manifestação de celebridades do mundo artístico e dos esportes em favor de recursos públicos para o financiamento de projetos esportivos, como num passe de mágica descortinou-se uma saída: para deleite geral dos presentes, na manifestação apontamse os refletores para a classe trabalhadora que mais uma vez deve arcar com os custos dos interesses de elites. Uma solução criativa foi encontrada. Tão criativa que certamente servirá de inspiração ao ministro e artista Gilberto Gil, que certamente fará uma música sobre o que ocorreu no Senado naquela noite - preocupado, entretanto, em não plagiar o Samba do crioulo doido...
Estamos atônitos, indignados. Altera-se a legislação do programa e nada sabemos. E (ainda mais grave e decepcionante) modificações são promovidas sem a participação da classe trabalhadora e com justificativas de setores governamentais, sempre negada ou nunca admitida à CTPAT. Sempre nos foi dito que não havia possibilidade de aumento no incentivo fiscal do PAT. Agora, aponta-se que está disponível cerca de R$ 500 milhões e estes serão colocados à disposição dos novos programas. Sacrifica-se o PAT, nega-se incentivos fiscais do PAT para micro e pequenas empresas, para os trabalhadores dessas empresas e para o estímulo e a divulgação necessária à evolução de programa tão fundamental, mas se garante o acesso de incentivos fiscais aos novos projetos, para grandes e bem lucrativas empresas.
A
lição que fica é que necessitamos do poder de pressão usado pelas celebridades, que nos proporcionaram no Senado o "espetáculo da aprovação das emendas de interesse dos setores esportivo e artístico" em nossas futuras lutas em favor do PAT, se é que ainda teremos tempo para tanto, possam ser concretizadas. Longe de querer apenas lamentar, é importante não perder a esperança e a capacidade de luta. Apesar do ocorrido com o PAT neste esdrúxulo processo, é preciso não perder a visão da racionalidade e do interesse público. Instâncias de diálogo social, como a CTPAT, devem representar muito na busca de melhores caminhos para a sociedade brasileira. Estando o projeto de lei atualmente na Câmara dos Deputados para a apreciação da alteração realizada no Senado, esperamos que ainda possa ser encontrada uma solução para a questão do esporte, que não represente agressão a uma conquista do trabalhador brasileiro. REGIS SAVIETTO FRATI É MEMBRO DA COMISSÃO TRIPARTITE DO PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR (CTPAT)
I ncentivo ao esporte não pode ser um drible nos direitos do trabalhador
PARLAMENTAR
É
mais do que sabido que os membros das câmaras legislativas não são simpáticos à opinião pública. Em todos os países que conheço, os representantes da Câmara Baixa ou do Senado (Câmara Alta) atendem aos eleitores do seu distrito, encaminhando como puderem os pedidos desses dentro das linhas mestras das campanhas políticas. A maioria dos eleitores não sabe em quem votou e, portanto, não pode apelar aos deputados ou senadores e, mais ainda, não pode se referir a obras públicas. Daí numerosas obras públicas ficam inacabadas no Brasil, constituindo, portanto, uma enorme perda de receita, nunca computada. Mas é sabido da parte dos interessados que é grande a perda.
A
o se falar em reforma política, para não se fazer nenhuma reforma, essa deveria ser prioritária, pois só se justifica uma câmara de representantes se esses existissem de fato e de direito para atender aos reclamos do eleitor que confia no seu representante. São assim as representações legislativas do mundo inteiro, ao menos até onde pude observar em minhas viagens. Só assim poderemos falar de um Poder Legislativo atuante, quando ele se ocupa dos interesses do eleitor para que cumpra o prometido na campanha.
R
epito, aqui não há ligação efetiva e institucional entre o eleitor e o elegido, motivo por que as câmaras não são efetivamente casas de representação, prestando enormes serviços à Nação e economizando perdas substanciais de recursos. É por isso que não há ligação efetiva entre o eleitor e o mandatário, por não se ter neste o representante que daria um grande apoio ao concorrente a cargo de mandato ativo, nos interesses públicos que não são pequenos, sobretudo no Brasil. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Não há
ligação efetiva entre o eleitor e o elegido, as câmaras não são casas de representação
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Tr i b u t o s Empresas Finanças Nacional
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GOVERNO QUER ESTIMULAR INVESTIMENTO
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4,5
pontos percentuais foi a queda da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) no primeiro governo Lula.
COM A QUINTA REDUÇÃO SEGUIDA, A TAXA USADA EM FINANCIAMENTOS DO BNDES ESTÁ NO PISO HISTÓRICO
CMN REDUZ TJLP PARA 6,5% AO ANO
P
ara estimular o aumento dos investimentos em 2007, o governo anunciou ontem a quinta redução consecutiva da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu cortar em 0,35 ponto percentual a taxa, que caiu de 6,85% para 6,5% ao ano, batendo uma nova mínima histórica desde a criação, em 1994. O novo percentual da TJLP – que remunera os empréstimos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para investimentos do setor produtivo – vai vigorar de janeiro a março de 2007. Com a nova queda, o presidente Lula termina o primeiro mandato assegurando um corte total de 4,5 pontos na TJLP. No início do governo, em 2003, a taxa estava em 11%. Ela chegou a subir para 12% no mesmo ano, acompanhando o repique da inflação. Por vários trimestres consecutivos, entre os anos de 2004 e 2005, a TJLP ficou estagnada em 9,75%, durante a gestão do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. Nesse período, foi grande a pressão dos empresários e de setores mais desenvolvimentistas dentro do governo para que a equipe econômica acelerasse a redução da taxa. O anúncio da nova TJLP foi feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que, quando
Fábio Pozzebom/ABr
era presidente do BNDES, foi um crítico feroz da política adotada pela equipe de Palocci. Desde que assumiu o comando da economia, em março deste ano, Mantega acelerou o ritmo de redução da TJLP. De lá para cá, a taxa já caiu de 8,15% para 6,5% anuais. Ao anunciar o novo juro, ele destacou que o valor de 6,5% se aproxima das taxas de juros de investimentos dos países mais avançados.
O mercado de capitais cresce em progressão geométrica. É um crédito mais barato para as empresas brasileiras. Guido Mantega, ministro da Fazenda. Menos custos — Segundo o ministro, a diminuição da TJLP vai estimular o aumento dos investimentos no Brasil porque reduzirá o custo de financiamento das empresas, permitindo a aceleração do crescimento econômico. Mantega disse ainda que está havendo no Brasil uma verdadeira revolução no crédito, com a proliferação de instrumentos financeiros adequados ao desenvolvimento do País. Ele informou que foram regis-
trados neste ano na Comissão Valores Mobiliários (CVM) lançamentos de R$ 120 bilhões em títulos privados emitidos para captação de recursos. Em 2004, esses registros haviam somado R$ 35 bilhões. "O mercado de capitais cresce em progressão geométrica. É um crédito mais barato para as empresas brasileiras", disse. A TJLP é calculada com base na previsão de inflação e no prêmio de risco cobrado pelos bancos internacionais nas operações com o Brasil. Esses valores eram divulgados pelo Ministério da Fazenda. Mas nas últimas decisões esses valores não foram anunciados. Com a redução, a TJLP caiu a menos da metade da taxa básica de juros da economia (Selic). Para o economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Edgar Pereira, o governo emite sinais contraditórios ao mercado. Ao mesmo tempo em que o governo comemora a queda de 0,35 ponto na TJLP, Pereira lembrou que há muita apreensão entre os analistas do mercado financeiro acerca da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). "Na última reunião, houve um sinal negativo, já que metade dos integrantes do comitê votou por uma redução mais baixa. Existe muita expectativa sobre o que será de fato a nova política do governo", afirmou o economista. (AE)
Governo quer tirar Banco Postal do Bradesco
O
governo quer rever o contrato feito com o Bradesco para uso das agências dos Correios como agentes bancários. O contrato vai até 2009, mas o ministro das Comunicações, Hélio Costa, afirmou ontem ter conversado com o presidente Lula sobre a possibilidade de a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos assumir sozinha o atendimento bancário. O contrato, que ainda vale pelos próximos três anos, é de R$ 300 milhões. O que Costa pretende é que o governo pague uma indenização ao banco pelo período que resta para que, então, os Correios assumam o serviço. "Feito esse pagamento, o Correio assumiria esse trabalho", disse. O Banco Postal foi criado em 2004, de contrato firmado com o Bradesco. A principal intenção era suprir a necessidade de serviços bancários em municípios pequenos do País, de onde os bancos haviam se retirado porque a movimentação bancária não era suficiente para dar lucro. (AE)
Para Mantega, adiamento da conta salário garante período maior para adaptação à nova modalidade
Conta salário: agora só em abril.
C
edendo à pressão dos bancos e de alguns governos estaduais, o governo federal decidiu adiar para 2 de abril do próximo ano a entrada em vigor da chamada conta salário, que deve ampliar a liberdade dos clientes para trabalhar com a instituição financeira de sua escolha. O adiamento foi decidido na reunião de ontem do Conselho Monetário Nacional (CMN) e anunciado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Por meio da conta salário, os trabalhadores, com um comando único, poderão determinar a transferência automática de seus vencimentos para o banco de sua preferência, o que teoricamente vai estimular a concorrência no sistema financeiro e reduzir os custos
dos empréstimos e tarifas bancárias. O início da obrigatoriedade de abertura das contas salário, pelos bancos, estava previsto para 2 de janeiro. "A mudança tem o objetivo de dar maior prazo de adaptação às empresas e bancos ao novo mecanismo", disse Mantega. Servidores — Mas a obrigatoriedade da conta salário não será plena. O CMN decidiu que, para as folhas de pagamento do setor público que forem objeto de leilão por estados, municípios e União, a obrigatoriedade só valerá a partir de janeiro de 2012. A decisão atende aos pedidos de alguns governadores eleitos, como José Serra (SP), Aécio Neves (MG) e Jaques Wagner (BA). A decisão do CMN mantém a esperança dos governadores de licitarem suas folhas de pagamento. No caso especí-
fico do Estado de São Paulo, Serra teria como meta licitar o pagamento do 1,2 milhão de funcionários públicos por cerca de R$ 1,2 bilhão. Sem tarifas — Meirelles explicou que, apesar do adiamento, as contas correntes abertas para os servidores públicos terão que obedecer a alguns critérios mínimos, semelhantes aos da conta salário. "Serão vedadas as cobranças de tarifas para transferências bancárias, para realização de saques e fornecimento de cartão", disse Meirelles. O CMN também estabeleceu que, nos casos de contratos para pagamentos de salários firmados entre empresas e bancos antes do último dia 5 de setembro, a abertura de conta salário valerá a partir de 2 de janeiro de 2009. Davi Franzon/AE
Taxas de juros estão em queda
A
s taxas médias de juros continuaram recuando em novembro, informou ontem o Banco Central (BC). Ao mesmo tempo, o volume de crédito concedido manteve a tendência de crescimento e já refletiu a maior procura em época de fim de ano, quando os gastos são maiores. Ao todo, o total de operações de empréstimos chegou a R$ 715,8 bilhões, 2,6% a mais em relação a outubro, e equivalente a 33,7% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas do País). "Novembro e dezembro são meses de financiamento do consumo, sazonalmente bons", afirmou o chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Luiz Malan.
Os juros médios para pessoas físicas passaram de 53,1% para 53% ao ano no mês passado, reforçando o menor patamar da série histórica, iniciada em junho de 2000. Apesar do recuo geral, apenas a modalidade CDC para veículos registrou queda nas taxas, de 0,4 ponto percentual, indo para 31,7% ao ano. O CDC para bens duráveis e o crédito pessoal permaneceram estáveis, em 59% e 58,6% ao ano, respectivamente. Já os juros do cheque especial subiram 0,2 ponto, para 142,8% anuais. C on si g na d o – Na modalidade crédito consignado, com desconto em folha de pagamento, as taxas de juros continuaram recuando: passaram de 34,4% para 33,5%, em mé-
dia. Em volume, o consignado cresceu 2,5% em novembro, para R$ 46,958 bilhões. Spread – Sobre os spreads (diferença entre a taxa de captação e a efetivamente cobrada pelos bancos), o BC detectou que houve pequena queda no mês passado. Passou de 27,8 pontos percentuais para 27,6 pontos percentuais. Para pessoas físicas, no entanto, o caminho foi contrário: subiu de 39,9 para 40,1 pontos percentuais. Isso mostra que os bancos não têm repassado os cortes da Selic – hoje em 13,25% ao ano – que o BC vem fazendo desde setembro passado. Para as empresas, a queda no spread foi de 0,4 ponto, para 13,4 pontos percentuais, no período. (AG)
Tr i b u t o s Empresas Nacional Finanças
O
mercado de duas rodas passa por dois cenários completamente distintos. De um lado, a indústria de bicicletas fecha um ciclo de dez anos de estagnação, com um balanço negativo de 5% na sua produção em 2006. Já os fabricantes de motos encerram o ano com 12% de crescimento. Para os fabricantes de bicicletas, o mercado informal e a substituição do produto por outras opções de presentes e de meio de transporte resultaram no quadro atual. Como resultado, o velho slogan publicitário, "Neste Natal, não se esqueça da minha Caloi" perdeu força de venda. No mercado de motos, a expansão do crédito e as opções de consórcios – modelo que já representa 40% das vendas segundo o Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre) – resultaram na venda de 1,61 milhão de motos entre janeiro e outu-
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 26 de dezembro de 2006 Marcelo Min/AFG
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CRÉDITO IMPULSIONA VENDA DE MOTOS
INDÚSTRIA DE BICICLETAS FECHA 2006 COM QUEDA DE 5% NA PRODUÇÃO
BIKES DÃO LUGAR A MOTOS Paulo Pampolin/Hype
bro de 2006. O volume, segundo Paulo Shuiti Takeuchi, vicepresidente do Simefre, já superou as vendas de 2005, quando o setor encerrou no ano com 1, 24 milhão de unidades. Recuo – Eduardo Musa, presidente da Caloi, prevê queda de 20% na venda de bicicletas no varejo brasileiro em 2006. No caso dos fabricantes, o ano será encerrado com 4,3 milhões de unidades produzidas, cerca de 200 mil a menos que em 2005, mantendo-se um índice de redução na casa dos 5% desde 2003. Segundo o executivo, o ano de baixa produção foi diagnosticado logo nos dois primeiros meses do primeiro semestre, quando o comércio reduziu as
contribuiu com a compras em rasubstituição de zão do número um produto pede peças "encalo outro na hora lhadas" nos esda compra, printoques. "Perdecipalmente nas mos espaço paregiões rurais, o ra câmeras digique não ocorria tais, televisores até o final da dée celulares. cada de 90, já que Mesmo em meo cenário de nor escala, aincompra de moda roubaram tocicletas era um u m a f a t i a i mfenômeno das portante do n o s s o m e r c a- Musa: queda de 20% nas vendas g r a n d e s c i d ades. do", explicou. Hoje, uma motocicleta de Crédito – Na avaliação dos fabricantes, a facilidade de 125 cilindradas zero quilômeacesso ao crédito, principal- tro custa, em média, R$ 4,6 mil. mente as linhas de financia- Mas há motocicletas com premento das próprias montado- ços a partir de R$ 1,2 mil. Já o ras de motocicletas, também modelo usado é encontrado
BALANÇO
por até R$ 1,8 mil. No caso das bicicletas nacionais (Caloi e Monark), o valor fica entre R$ 79 a R$ 890. Os modelos importados têm um custo que varia entre R$ 1 mil e R$ 8,5 mil. Outro fator negativo, segundo o presidente da Caloi, é o mercado informal de bicicletas. Ainda sem um índice de quantos fabricantes informais atuam no mercado, o executivo só avalia que neste ano foi registrado um retorno significativo de bicicletas de marcas completamente desconhecidas ao mercado. Exportações– As vendas para o mercado externo registraram quedas para ambos os fabricantes. No caso das motocicletas, as empresas venderam 144.618 novas unidades até outubro deste
De janeiro a novembro, foram vendidas 144.618 motocicletas.
ano, quantidade 9% menor do que o volume de 2005. Shuiti acredita que as exportações ganharão fôlego quando o real sair desse período de valorização excessiva perante o dólar. "Um patamar de R$ 2,40 seria o ideal para dar competitividade a nossa indústria", avaliou. Já os fabricantes de bicicletas informam que as vendas para outros países representarão menos de 1% do total produzido. "A falta de infra-estrutura logística e de acesso às inovações tecnológicas nos levaram a um total de 0,5% de vendas para o mercado externo. Esse montante é irrisório. O atual patamar do dólar só colaborou para o aumento dos importadores de peças e que apenas montam as bicicletas no Brasil", disse o executivo da Caloi. Davi Franzon
EDITAIS PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PEDRO
GAMECORP S/A CNPJ/MF nº 07.121.705/0001-06 Relatório da Administração Srs. Acionistas: Em cumprimento aos preceitos legais, submetemos à apreciação de V. Sas. as Demonstrações Financeiras referentes ao exercício social encerrado em 31/12/2005. São Paulo, 01 de agosto de 2006. A Administração. Balanço Patrimonial – Exercício findo em 31 de dezembro de 2005 (Em reais) 31/12/2005 PASSIVO 31/12/2005 2.063.333 Circulante: 830.475 188.864 Empréstimos e financiamentos 77.379 1.580.332 Fornecedores 439.022 Obrigações sociais 120.421 294.137 9.000 Tributos e contribuições a recolher 75.995 9.000 Provisões trabalhistas 97.658 547.425 Outras contas a pagar 20.000 547.425 Exigível a Longo Prazo: 58.906 2.619.758 Empréstimos e financiamentos 58.906 Patrimônio Líquido: 1.730.377 Demonstrações das Origens e Aplicações de Recursos Capital social 5.210.000 Exercício findo em 31 de dezembro de 2005 (em reais) Prejuízo acumulado (3.479.623) 31/12/2005 Origens de recursos: 5.258.906 Total do passivo e patrimônio líquido 2.619.758 De terceiros: 58.906 Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido – Exercício Aumento do exigível a longo prazo 58.906 findo em 31 de dezembro de 2005 (em reais) Dos quotistas: 5.200.000 Capital social Aumento de capital social 5.200.000 Capital Capital a Resultados Aplicações de recursos: 4.027.048 integralizar acumul. Total subscrito Nas operações: 3.447.574 Saldo em 31/12/2003 – – – – Prejuízo do exercício 3.479.623 Subscrição de capital Despesas (receitas) que não afetam o capital circul. líquido: por constituição da Depreciação (32.049) sociedade 10.000 (9.000) – 1.000 No ativo permanente: 579.474 Saldo em 31/12/2004 Imobilizado 579.474 (não auditado) 10.000 (9.000) – 1.000 Aumento (redução) do capital circulante líquido 1.231.858 Aumento de capital AGE de Demonstração das variações do capital circulante líquido: 06/01/2005 (nota13a) 2.700.000 – – 2.700.000 Ativo circulante: 2.062.333 Integraliz. de capital – 9.000 – 9.000 No início do exercício 1.000 Aumento de capital AGE de No final do exercício 2.063.333 31/01/2005 (nota13b) 2.500.000 – – 2.500.000 Passivo circulante: 830.475 Resultado do exercício No início do exercício – findo em 31/12/2005 – – (3.479.623) (3.479.623) No final do exercício 830.475 Saldo em 31/12/2005 5.210.000 – (3.479.623) 1.730.377 Variação do Capital Circulante Líquido 1.231.858 ATIVO Circulante: Caixa e bancos Aplicações financeiras Outras contas a receber Realizável a Longo Prazo Créditos c/ empresas associadas Permanente: Imobilizado Total do ativo
Demonstrações dos Resultados Exercício findo em 31 de dezembro de 2005 (em reais) Receita operacional bruta 31/12/2005 Receitas de prestação de serviços 2.750.023 (-) Deduções da Receita Bruta Impostos incidentes s/ prestação de serviços (391.878) Receita operacional liquída 2.358.145 Custo dos serviços vendidos (2.948.216) Lucro bruto (590.071) Despesas operacionais (2.889.552) Despesas administrativas e comerciais (3.487.613) Receitas Financeiras (deduzidas as despesas no valor R$ 28.145 em 2005) 598.061 Resultado líquido do exercício (3.479.623) Resultado por ação
(0,8346)
11. Imposto de Renda e Contribuição Social – São apurados tendo como base o lucro real. A sociedade não apurou imposto de renda e contribuição social a pagar, tendo em vista o prejuízo fiscal mensal apurado desde sua constituição. 12. Provisões Trabalhistas – As provisões de férias e de 13º salário e os respectivos encargos estão calculados e contabilizados até a data de encerramento do balanço. 13. Patrimônio Líquido – O capital social, totalmente subscrito e integralizado pelos sócios é de R$ 5.210.000,00 (cinco milhões, duzentos e dez mil reais), dividido em 4.169.231 (quatro milhões, cento e sessenta e nove mil, duzentas e trinta e uma) ações ordinárias nominativas, sem valor nominal, ficando assim distribuídos: Ações % BR4 Participações Ltda. 2.710.000 65% Telemar Internet Ltda. 1.459.231 35% Total 4.169.231 100% Integralizações do Capital – A constituição da empresa deu-se em 22/10/2004 com a subscrição do capital social inicial no valor de R$ 10.000,00 (Dez mil reais) dos quais, no ato da constituição, foram integralizados R$ 1.000,00 (Um mil reais). 13.a - Conforme AGE de 06/01/2005 o capital social foi aumentado em R$ 2.700.000,00 (Dois milhões e setecentos mil reais) com a emissão de 2.700.000 (dois milhões e setecentas mil) ações ordinárias subscritas e integralizadas pela Acionista BR4, sendo R$ 2.500.000,00 (Dois milhões e quinhentos mil reais) em espécies e R$ 200.000,00 (Duzentos mil reais) por meio de conferência com bens, “Acervo Técnico” consubstanciado de Laudo de Avaliação Patrimonial Contábil conforme consta da Nota 6. 13.b - Debêntures: Emitidas conforme AGE de 06/01/2005 e conforme Escritura de Emissão Privada de Debêntures Conversíveis em Ações de Emissão da GAMECORP S.A. devidamente levada a registro na JUCESP – Junta Comercial do Estado de São Paulo em 03 de março de 2005 sob número ED000120-0/000 com as seguintes características: - Privadas, emitidas em 06/01/2005, sem a interveniência de instituições integrantes do sistema de Distribuição de Valores Mobiliários; - 1ª emissão – Série única – Conversíveis em ações ordinárias representativas do capital social da Companhia; - Quantidade total de 2.500 (duas mil e quinhentas) debêntures no valor nominal unitário de R$ 1.000,00 (um mil reais) no montante total de R$ 2.500.000,00 (Dois milhões e quinhentos mil reais); - Data de vencimento: 06/01/2006 – Forma nominativa – Espécie Subordinada; Atualização do Valor Nominal Unitário – desde a data de emissão até a data de conversão, vencimento ou resgate, pela variação acumulada do IGP-M – FGV – pro-rata-dia. - Sem amortização programada – Sem repactuação e sem aquisição facultativa. - Condições de Conversibilidade das Debêntures: A opção do subscritor cada debênture poderá ser convertida em 583,6924 (Quinhentos e oitenta e três inteiros e seis mil novecentos e vinte e quatro décimos de milésimos) de ações ordinárias representativas do capital social da Companhia. Em conformidade com Termo Aditivo ao Acordo de Acionistas da GAMECORP S/A datado de 31 de janeiro de 2005 a Telemar Internet Ltda. adquiriu da Tele Norte Leste Participações S/A as 2.500 (duas mil e quinhentas) debêntures e que lhe conferem o direito de adquirir participação de 35% (trinta e cinco por cento) no seu capital social. Conforme AGE de 31 de janeiro de 2005, o capital social da GAMECORP S/A foi aumentado em R$ 2.500.000,00 (Dois milhões e quinhentos mil reais) por subscrição e integralização da acionista Telemar Internet Ltda., por meio da conversão das suas 2500 (duas mil e quinhentas) debêntures em 1.459.231 (Um milhão, quatrocentos e cinqüenta e nove mil, duzentos e trinta e uma) ações ordinárias e correspondentes a 35% do capital social da GAMECORP S/A. 14. Instrumentos Financeiros – A Gamecorp S/A participa de operações envolvendo instrumentos financeiros e todos se apresentam registrados em contas patrimoniais que se destinam a atender as suas atividades operacionais. O valor contábil de seus instrumentos financeiros está representado, principalmente, por aplicações financeiras e carteira de cobrança, que equivalem ao seu valor de mercado na data do encerramento de balanço. A entidade não se utiliza de instrumentos financeiros em operações de troca de índices (SWAP) ou que envolvam operações na modalidade de Derivativos.
Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis – Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2005 (Em Reais) 1. Contexto Operacional – A Gamecorp S/A foi constituída em 22/10/2004, (*) Valor originado da integralização de capital do acionista BR4 Participatendo iniciado suas atividades operacionais em março de 2005. A sociedade ções Ltda., tendo como base Laudo de Avaliação Patrimonial Contábil emititem como objeto social: o desenvolvimento e a gestão de canais para distri- do por empresa especializada, datado de 03/01/2005. Os peritos e o laudo buição em TV por assinatura, especialmente canal com programação dire- foram aprovados conforme AGE de 06/01/2005. cionada para o público jovem; a produção de programas de televisão, cine- 7. Empréstimos e Financiamentos – Os saldos de empréstimos e financimatográficos e audiovisuais; a comercialização de anúncios promocionais e amentos estão representados por dois contratos de leasing em andamento, institucionais; a comercialização de direitos de exibição de filmes e produ- sendo ambos firmados com o Banco Safra S/A.. Tais contratos referem-se ções audiovisuais; a negociação e cessão de direitos da programação gera- ao arrendamento de bens destinados às atividades operacionais da da para empresas operadoras nacionais e internacionais; a prática de outras Gamecorp, englobando resumidamente equipamentos de som e de imagem. atividades relacionadas com seus objetivos que não foram com eles confli- Em 31/12/2005, o saldo líquido dos contratos de leasing montavam tantes; e a participação em outras sociedades, empreendimentos e consór- R$ 136.285, assim distribuídos: Curto Prazo Longo Prazo cios, como acionista, sócia quotista ou consorciada. 2. Apresentação das 96.008 73.087 Demonstrações Contábeis – As demonstrações contábeis foram elabora- Leasing a Pagar (18.629) (14.181) das em consonância com os Princípios Fundamentais de Contabilidade, (-) Encargos s/ Leasing a Incorrer Total 77.379 58.906 aplicados no Brasil, além de disposições da Lei das Sociedades por Ações. Tendo em vista que a empresa foi constituída em 2004, os valores do Ativo Os contratos de leasing possuem as seguintes características: Permanente e do Patrimônio Líquido se apresentam pelos seus valores hisContratos de Leasing Ativos tóricos, não contemplando efeitos de correção monetária. 3. Resumo das Datas dos contratos 26/08/2005 05/10/2005 Principais Práticas Contábeis – a. Apuração da receita sobre prestação Número do contrato 75.102.989.1 75.104.720.1 de serviços e despesas em geral: A sociedade adota o procedimento de Valor dos bens arrendados 74.355 97.598 reconhecer seus registros contábeis pelo regime de competência. b. Aplica- Taxa média anual 11,38% 11,38% ções Financeiras: Registradas ao custo, acrescidas dos rendimentos Quantidade de parcelas contratadas 24 24 auferidos até a data do balanço, sendo que seus valores atualizados não su- Parcelas remanescentes 20 22 peram o valor de mercado. c. Imobilizado: O ativo imobilizado está demons- Valor da parcela 3.459 4.541 trado pelo custo de aquisição ou montagem, subtraída a depreciação acumu- Valor da contraprestação 1.136 1.491 lada. As depreciações são calculadas pelo método linear, com base no tempo VRG 2.323 3.050 de vida útil estimado dos bens e absorvida diretamente em resultados. 4. Garantias: Alienação fiduciária dos bens Aplicações Financeiras – As aplicações financeiras da Gamecorp S/A estão 8. Fornecedores 2005 concentradas em fundos de aplicações de perfil conservador junto ao Banco Rádio e TV Bandeirantes Ltda. 283.159 Safra S/A e Banco do Brasil S/A, estando assim distribuídas: 2005 Outros Fornecedores 155.863 Banco do Brasil S/A – Renda Fixa CDI 125.063 Total 439.022 Banco Safra S/A – Safra Executive 442.955 Rádio e TV Bandeirante, decorrente da compra de espaço para utilização na Banco Safra S/A – Safra Market 1.012.314 divulgação das produções da Gamecorp. Outros fornecedores em geral para Total 1.580.332 materiais utilizados na produção e serviços de terceiros. 5. Contas a Receber – Os valores faturados em dezembro de 2005 foram 9. Obrigações Sociais 2005 recebidos dentro do próprio mês, razão pela qual a sociedade não possui Salários a Pagar 49.481 saldo a receber. A Gamecorp não tem histórico de clientes inadimplentes. Pro-labore a Pagar 31.377 6. Imobilizado 2005 Encargos Sociais 39.563 Vida Útil (-) Deprec. Total Total 120.421 Descrição. (em anos) Custo Acumulada Líquido 10. Tributos e Contribuições a Recolher – Representado pelas obrigaAcervo (*) – 200.000 – 200.000 ções fiscais referentes a valores provisionados, tais como PIS, Cofins e ISS Equipamentos de informática 5 283.298 23.854 259.444 a pagar, incidentes sobre as operações da companhia; além de PIS, Cofins, Móveis e equipamentos 10 61.317 3.152 58.165 ISS e IRRF a recolher, retidos sobre a prestação de serviços de terceiros. Softwares 5 13.286 785 12.501 Diretoria Benfeitorias – imóveis terceiros 3 21.573 4.258 17.315 Total do Imobilizado 579.474 32.049 547.425 Leonardo Badra Eid – Diretor Presidente Marcos Adriano Veiga Silva – Diretor Financeiro Parecer dos Auditores Independentes Aos Acionistas, Diretores e Conselheiros da Gamecorp S/A São Paulo-SP 1. Examinamos o balanço patrimonial da Gamecorp S/A, levantado em 31 de dezembro de 2005 pela legislação societária e as respectivas demonstrações do resultado do período, das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos, correspondentes ao exercício findo naquela data, elaboradas de acordo com a legislação societária, sob responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de expressar opinião sobre essas demonstrações contábeis. 2. Nosso exame foi conduzido de acordo com as normas de auditoria e com-
preenderam: a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e os sistemas contábil e de controles internos da entidade; b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgados; e c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administração da entidade, bem como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. 3. Em nossa opinião, as demonstrações contábeis referidas no primeiro parágrafo, representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Gamecorp S/A em 31 de dezembro de 2005 e as respectivas demonstrações do resultado em suas operações, as
AVISO DE ABERTURA DE LICITAÇÃO OBJETO: Fornecimento parcelado de Medicamentos, para 2007. PROCESSO: nº 1786/2006 - MODALIDADE: Tomada de Preços nº 34/2006. ENCERRAMENTO: dia 12 de janeiro de 2007, às 14:00 horas. ABERTURA: às 15:00 horas do mesmo dia. O edital completo poderá ser retirado no Departamento de Compras e Licitações, à Rua Valentim Amaral, nº 748, Centro, São Pedro/SP. Outras informações pelo telefone 0xx-19-3481-9208. Obs: Não serão enviados editaIS por via Postal ou fac-símile. São Pedro, 22 de dezembro de 2006. Eduardo Speranza Modesto – Prefeito Municipal
PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Presencial nº 022/06 Objeto: Aquisição de material escolar. Edital disponível no site: www.guaratingueta.sp.gov.br. Local da sessão pública: R. Dom Bosco, nº 171, bairro de São Benedito Guaratinguetá/SP. Data da sessão: 11/01/07, às 10:00 horas. Valor para retirada do edital: R$ 5,00. PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PEDRO
AVISO DE LICITAÇÃO Tomada de Preços nº 35/2006 “De conformidade com solicitação da Secretaria Municipal de Obras, faço público, para conhecimento dos interessados, que se acha aberta, na Prefeitura deste Município, a Tomada de Preços nº. 35/2006, para aquisição de caminhão para coleta de lixo, pelo tipo de menor preço, regida pela Lei Federal nº. 8.666/93, suas alterações e demais legislação expressa no Edital. Os envelopes dos licitantes, com a documentação e a proposta, deverão ser entregues no Departamento de Protocolo da Prefeitura do Município de São Pedro, sito à Rua Valentim Amaral, nº 748, Centro, nesta cidade, impreterivelmente até às 11:00 horas, do dia 12 de janeiro de 2007. A Pasta Técnica contendo o Edital e seus respectivos anexos deverá ser retirada gratuitamente, no Departamento de Compras, sito à Rua Valentim Amaral nº 748, Centro Cívico desta cidade, a qual será fornecido das 09:00 às 15:00 horas. Para conhecimento do público, expede-se o presente Edital, que será publicado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, do Município de São Pedro, em jornal de grande circulação no Estado e no Município e afixado em Quadro de Avisos, no saguão do Paço Municipal. São Pedro, 21 de dezembro de 2006. EDUARDO SPERANZA MODESTO - Prefeito Municipal
Contador João Marcos Pilli – CRC 1SP072.530/O-5
mutações de seu patrimônio líquido e as origens e aplicações de seus recursos, correspondentes ao exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. 4. A sociedade foi constituída em 22/ 10/2004, sendo que no ato de sua constituição, do Capital Social Subscrito no valor de R$ 10.000,00 (Dez mil reais), foi integralizada a importância de R$ 1.000,00 (Um mil reais) e até o encerramento daquele exercício findo em 31/12/2004 não ocorreram outras transações. São Paulo, 21 de julho de 2006. Peppe Associados Consultores & Auditores Independentes CRC-SP nº 2SP021055/O-1 Paulo César R. Peppe – Contador CRC-SP nº 1SP095009/O-5 José Augusto D´Alessio – Contador CRC-SP nº 1SP177854/O-9
CONVOCAÇÕES DROGASIL S/A
Companhia Aberta - C.N.P.J-M.F n° 61.585.865/0001-51 - N.I.R.E. 35330003844 Assembléia Geral Extraordinária - Convocação Ficam convocados os Srs. Acionistas da Drogasil S/A a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária a se realizar no dia 11/01/2007, na sede da Companhia, localizada na Av. Corifeu de Azevedo Marques, n° 3.097, na Cidade e Estado de São Paulo, às 8:00 horas, a fim de deliberar sobre (i) a reforma do Estatuto Social, prevendo o direito estatutário de conversão das ações preferenciais das classes A a H em ordinárias, em conformidade com o disposto nos arts. 19 e 136, §1°, da Lei n. 6.404/76; (ii) inclusão do parágrafo 8° no artigo 4° do Estatuto Social, considerando a deliberação anterior. Encontram-se à disposição dos Srs. Acionistas, na sede social da Companhia, em observância ao § 3° do artigo 135 da Lei n.° 6.404/76, cópia de todos os documentos pertinentes às matérias a serem deliberadas na Assembléia Geral Extraordinária. São Paulo, 21 de dezembro de 2006. Carlos Pires Oliveira Dias - Presidente do Conselho de Administração. (22,26,27)
COMUNICADO Rai Ingredients Aromas e Fragrâncias Ltda torna público que recebeu da CETESB a Licença de Operação nº. 16004376, com validade até 18/11/2008, para fabricação de aromas e fragrâncias, sito à Rua Chile, 538 - Bairro Taboão - São Bernardo do Campo/SP.
FATO RELEVANTE
DROGASIL S/A
Companhia Aberta - GEMEC-RCA 200-75/112 C.N.P.J-M.F n° 61.585.865/0001-51 - N.I.R.E. 35330003844 Assembléias Especiais de Acionistas Titulares de Ações Preferenciais Classes “A”, “B”, “C”, “D”, “E”, “F”, “G” e “H” - Convocação Ficam convocados os Srs. Acionistas da Drogasil S/A, titulares de ações preferenciais classes “A”, “B”, “C”, “D”, “E”, “F”, “G” e “H”, a se reunirem em Assembléiais Especiais a se realizarem no dia 11/01/2007, na sede da Companhia, localizada na Av. Corifeu de Azevedo Marques, n° 3.097, na Cidade e Estado de São Paulo, nos seguintes horários: (i) às 8h30 os titulares de ações classe “A”; (ii) às 9h00 os titulares de ações classe “B”; (iii) às 09h30 os titulares de ações classe “C”; (iv) às 10h00 os titulares da classe “D”; (v) às 10h30 os titulares de ações classe “E”; (vi) às 11h00 os titulares de ações classe “F”; (vii) às 11h30 os titulares de ações classe “G”; e (viii) às 12h00 os titulares de ações classe “H”, a fim de deliberar, por maioria absoluta, sobre a seguinte ordem do dia: conversão das ações preferenciais das classes respectivas em ordinárias, nos termos do art. 136, §1°, da Lei n° 6.404/76, na proporção de uma ação ordinária para cada ação preferencial detida. As classes de ações preferenciais que não aprovarem a conversão permanecerão com os mesmos direitos estatutários. A aprovação, por maioria absoluta, da conversão das ações preferenciais nas Assembléias Especiais de qualquer das classes “A” a “H”, ensejará aos respectivos acionistas dissidentes o direito de retirada, mediante o reembolso de suas ações preferenciais, pelo valor correspondente ao valor do patrimônio líquido contábil, por ação, da Companhia, nos termos, procedimentos e prazos estabelecidos nos artigos 45 e 137 da Lei n° 6.404/76. O valor do reembolso apenas será devido aos acionistas dissidentes das deliberações tomadas nas referidas assembléias especiais, caso a conversão das ações preferenciais em ordinárias venha a se tornar eficaz, mediante a aprovação em Assembléia Geral Extraordinária e pelo decurso do prazo estabelecido no art. 137, §3°, da Lei n° 6.404/76, e desde que não seja reconsiderada aquela deliberação. São Paulo, 21 de dezembro de 2006. Carlos Pires Oliveira Dias - Presidente do Conselho de Administração. (22,26,27)
TEKNO S.A. CONSTRUÇÕES, INDÚSTRIA E COMÉRCIO Companhia Aberta – CNPJ nº 33.467.572-0001-34 – NIRE nº 35.300.007.514 FATO RELEVANTE Em cumprimento a Instrução da Comissão de Valores Mobiliáros – CVM nº 358/2002 e em atendimento ao anteriormente divulgado, a Tekno S/A – Construções Indústria e Comércio (“TEKNO”), inscrita no CNPJ/MF sob o nº 33.467.572/0001-34, comunica aos seus acionistas, à CVM, à Bolsa de Valores de São Paulo – BOVESPA e ao mercado em geral que, conforme foi aprovado em Assembléia Geral Extraordinária dos Acionistas da TEKNO de 29 de novembro de 2006, foram assinados na data de hoje (22 de dezembro de 2006) os contratos que suportam a constituição de uma “jointventure” (“Operação”) entre a TEKNO e a empresa The Valspar Corporation Ltda., inscrita no CNPJ/ MF sob o nº 01.635.544/0001-92, subsidiária da Valspar Corporation, com sede em Minneapolis, Minesota, E.U.A., nos termos do Fato Relevante já divulgado ao mercado em 09 de novembro de 2006 e publicado no Diário do Comércio de S. Paulo e no Diário Oficial da União em 10 de novembro de 2006. Quaisquer esclarecimentos adicionais acerca da Operação, poderão ser solicitados por meio de e-mail: tekno@tekno.com.br, endereçado à Diretoria de Relações com Investidores. São Paulo, 22 de Dezembro de 2006. Valter Takeo Sassaki – Diretor de Relações com Investidores.
FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 22 de dezembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Valmec Equipamentos Hidráulicos Ltda. - Requerido: NTG Energia Ltda. - Rua Quintana nº 950 cjs. 71/72 - 02ª Vara de Falências Requerente: Lanifício Brooklin Ltda. - Requerido: PKS Confecções Ltda. - Rua Casemiro de Abreu º 739 - 02ª Vara de Falências
RECUPERAÇÃO JUDICIAL Requerente: Comércio de Alimentos Parnense SP Ltda.-ME - Requerido: Comércio de Alimentos Parnense SP Ltda.-ME - Rua Gonçalo Soares de Franca nº 70 - 01ª Vara de Falências
COMUNICADOS
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Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
1 O rodízio municipal de veículos está suspenso a partir de hoje. A restrição de veículos volta a vigorar em 29 de janeiro.
AUDITORIA IRÁ APURAR OS CANCELAMENTOS DE VÔOS E OS ATRASOS QUE ATORMENTARAM PASSAGEIROS Milton Mansilha/Agência Luz
TAM SERÁ INVESTIGADA PELA ANAC Se ficar comprovado que houve overbooking nas reservas, a TAM será punida
A Apesar de cancelamentos de vôos, o dia foi tranqüilo ontem no Aeroporto do Congonhas, na zona sul
Nos aeroportos, menos atrasos e mais vôos cancelados
D
epois de um final de semana caótico e de longas filas nos balcões das companhias aéreas, a segunda-feira, feriado de Natal, foi marcada por relativa calmaria nos aeroportos em todo o País. Ainda assim, conforme balanço divulgado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), da meia-noite de domingo, véspera de Natal, até 17h de ontem, 169 dos 1.265 vôos programados tiveram atrasos de mais de uma hora. Outros 237 vôos foram cancelados. A maioria dos atrasos aconteceu no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, Guarulhos, na Grande São Paulo, onde 45 dos 131 vôos programados para ontem tiveram atrasos e 15 foram cancelados. Em Congonhas, na zona sul da capital, dos 87 vôos programados dois estavam atrasados em mais de uma hora e 19 foram cancelados, até por volta das 19h. A Anac informou que o alto número de cancelamentos é explicado pela "reorganização da malha aérea e a readequação dos horários dos vôos". O médico Adriano Costa, de 31 anos, e a administradora Indaiá Dourado, de 30, iriam embarcar apenas às 22h30 em um vôo para Salvador. Mas os dois chegaram "por precaução" às 16h30 ao Aeroporto de Congonhas. "É o medo de pegar longas filas e acabar perdendo o vôo", disse Indaiá. O casal, no entan-
Adriano e Indaiá: chegada antes da hora e surpresa com rapidez
to, se surpreendeu com a tranqüilidade que encontrou. "A gente não esperava fazer o check-in em 20 minutos. Agora, vamos procurar o que fazer para passar o tempo", disse Costa. A mesma sorte não teve um outro casal em meio à viagem de Natal. Partindo de Florianópolis, em Santa Catarina, com destino a Vitória, no Espírito Santo, o oceanógrafo Sebastião Weiber Cavalari Junior, de 30 anos, e a administradora Ana Carolina Pedernei-
Explosão em vagão de trem fere um
O
vagão de um trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) pegou fogo após uma explosão, ontem de manhã, em Itapevi. A Polícia Civil investiga as causas do incêndio, que deixou Willian da Costa Silva, de 16 anos,
gravemente ferido. Ele teve 75% do corpo queimado e fratura exposta na perna direita, causada quando ele saltou do trem em movimento. O garoto que se feriu teria visto um embrulho de presente e quando foi pegá-lo aconteceu a explosão.
ras, de 29, foram informados no balcão de embarque da TAM que a conexão em São Paulo, marcada para as 15h30, havia sido cancelada. Com a filha de dois anos no colo, Ana Carolina aguardava o marido que tentava obter lugares para prosseguir a viagem em um outro vôo, às 19h45. "É um absurdo não avisarem com antecedência do cancelamento. Até agora não confirmamos a conexão", disse Ana Carolina. Fernando Vieira
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) realiza, a partir de hoje, uma auditoria na TAM para investigar o excesso de cancelamentos de vôos e os atrasos que atormentaram a vida dos passageiros em todo o País nos dias que antecederam o feriado de Natal. Se ficar comprovado que vendeu passagem além do número de vagas nos aviões (overbooking) a empresa será punida, ato que favorecerá as ações individuais de passageiros prejudicados. Os técnicos da Anac chegam hoje a São Paulo para passar também um pente-fino nos sistemas de reservas e vendas de passagem das demais empresas aéreas, a fim de evitar a repetição do caos dos últimos dias no feriado do Ano Novo. Uma equipe menor vai para o Rio fiscalizar a central de vendas da Varig. Há indícios de que algumas companhias, sobretudo a TAM, venderam passagens em excesso também para o réveillon, que deverá registrar movimento aéreo ainda maior do que no Natal. Entre as evidências contra a
companhia, em poder da Anac, consta um vídeo feito por um dos usuários, num avião com 25 passageiros a mais do que o número de vagas. O vídeo mostra funcionários da TAM oferecendo R$ 1.500 a quem aceitasse, espontaneamente, descer da aeronave. Há relatos de casos em que a empresa chegou a oferecer R$ 5 mil para passageiros que desistissem do vôo. Contratos – Durante a inspeção será analisado também o efeito do número excessivo de contratos de vôos charters sobre as linhas regulares das empresas. Um dos agravos da crise operacional da TAM no Natal foi o uso de aviões da frota de 85 aeronaves para atender os contratos de charters. A Anac constatou que a quantidade de contratos especiais para o réveillon é muito maior do que a do Natal. Os principais destinos são cidades litorâneas do Nordeste, mas há muitas encomendas também para o exterior. "Vamos vasculhar tudo e levantar com precisão quantos bilhetes foram vendidos e a disponibilidade real de assentos. Esse
problema (overbooking) não vai se repetir no Ano Novo", afirmou o presidente da Anac, Milton Zuanazzi. Por causa dos obstáculos do feriado do Natal, quando ocorreram prisões, invasões de pista, depredações e confrontos entre passageiros e funcionários, no maior caos da aviação brasileira, a TAM teve a venda de passagens suspensa pela Anac desde sexta-feira. A proibição termina hoje, mas poderá ser retomada se ficar comprovado que a empresa vendeu passagens em excesso também para o Ano Novo. Nota – Em nota distribuída ontem, a TAM nega a acusação de overbooking e credita os atrasos e cancelamentos de vôos ao fechamento do Aeroporto Internacional de Congonhas, por causa de um temporal e da retirada de seis aeronaves para manutenção não programada. Culpou também as quedas sucessivas na rede de dados do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro Tom Jobim/Galeão, afetando as comunicações da companhia com a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero). (AE)
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
145 DIAS DE TRABALHO PARA PAGAR IMPOSTOS
3
900
bilhões de reais é quanto o governo deve arrecadar de impostos em 2007, calcula o IBPT.
O ANO DE 2006 SERÁ FECHADO COM UMA ARRECADAÇÃO DE R$ 812 BILHÕES, PREVÊ IBPT
IMPOSTÔMETRO CHEGA A R$ 800 BILHÕES
H
Artur de Leos/LUZ
Para Raul Veloso, governo precisa cortar com urgência gastos correntes
ECF
Operação de auditoria deve começar em abril. Mas fiscais podem aparecer a qualquer tempo nos estabelecimentos.
Fiscalização autônoma
A
Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz) não vai determinar fiscalizações com relação ao Emissor de Cupom Fiscal (ECF) até o final do ano. Na última sexta-feira, por carta, a Diretoria Executiva da Administração Tributária (Deat) detalhou que a "Operaç ã o A u d i t o r i a Té c n i c a d o ECF" será recomendada após 31 de março, prazo final para o relacre dos aparelhos. "Mas os delegados regionais tributários têm plena autonomia para decidir fiscalizar qualquer contribuinte e a qualquer tempo, inclusive os que se utilizam do ECF", alertou o diretor-adjunto da Deat, Antônio Carlos de Moura Campos. A relacração foi determinada pela Portaria n° 36/06, da Coordenadoria da Administração Tributária (CAT), que obriga os contribuintes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) a trocar o lacre do
ECF, aparelho de uso obrigatório para quem fatura acima de R$ 120 mil por ano. Caso a fiscalização constate fraude no lacre, o estabelecimento será autuado e terá de pagar o imposto que deixou de recolher, acrescido de multa de 150% do valor devido. Referente à matéria "ECF: sem fiscalização até abril", publicada no Diário do Comércio, Moura Campos contesta a idéia de que a não fiscalização dos ECFs seja um "presente de Natal" para os lojistas. Em carta enviada à redação do jornal, Moura Campos questionou se a presença de fiscais no estabelecimento de um comerciante cumpridor de seus deveres sociais representaria castigo ou transtorno. "E não seria bom, para esse comerciante, que a fiscalização se fizesse presente nos estabelecimentos dos concorrentes que sistematicamente praticam sonegação fiscal, prejudicando-lhe os negócios?", indagou. (DC)
FERROVIAS
O
Ó RBITA
DEZEMBRO RUIM
A
Aloserj, associação de lojistas de shoppings do Rio, prevê alta de 2,7% em faturamento nominal em dezembro em relação ao mesmo mês de 2005. A TÉ LOGO
sistema ferroviário brasileiro deve receber, até 2010, um volume de investimentos sem precedentes na história do setor: R$ 12,5 bilhões para ampliação da malha, aquisição de vagões e locomotivas e manutenção dos trilhos. Destes recursos, quase 50% serão financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Grandes marcas buscam consumidor em praias
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Incra criará cadastro nacional de imóveis rurais
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Obra do Expresso para Cumbica deve começar em 2007
oje, o Impostômetro registra o recorde de R$ 800 bilhões arrecadados pelas três esferas do governo (federal, estadual e municipal). Até o final do ano, a previsão é de que a arrecadação chegue a R$ 812 bilhões. O montante promete ser ainda maior em 2007: o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) prevê que entrarão nos cofres públicos R$ 900 bilhões em impostos. Sendo assim, se neste ano foram necessários 145 dias trabalhados para pagar tributos, em 2007 será preciso trabalhar entre 147 e 148 dias. Na comparação com 2005, quando a arrecadação alcançou R$ 732,87 bilhões, houve um crescimento de 9% no recolhimento de tributos, sem descontar os juros. Esses números podem ser acompanhados pelo Impostômetro, painel eletrônico que monitora a arrecadação de impostos em tempo real, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Desenvolvido pelo IBPT, o painel pode ser acessado pelo site www.impostometro.org.br. Outro motivo que leva a crer que a tributação será maior em 2007 está no orçamento, aprovado na última sexta-feira pelo Congresso. Para a conta fechar no próximo ano, o governo terá de compensar de alguma forma as perdas decorrentes da correção da tabela do Imposto de Renda em 4,5% (custo adicional de R$ 210 milhões) e do aumento do salário mínimo para R$ 380, e não para R$ 375 (impacto extra de R$ 1 bilhão para a Previdência Social, segundo o Ministério do Planejamento). Comércio –Segundo o diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP, Marcel Solimeo, a alta carga tributária continua sendo um entrave para o comércio pelo fato de reduzir o poder aquisitivo do consumidor. "Além disso, favorece
muito a concorrência desigual, ga tributária excessiva eleva o já que estimula a informalida- preço das mercadorias. "Com a redução do consumo não há de", afirma o economista. Junto com a burocracia, a es- atração para investimentos, o que restringe a calada tributá- Emiliano Capozoli/LUZ criação de emria tem feito do pregos. Assim, setor comercial o Brasil não o alvo prefericresce", disse. do do Leão. EsGastos –O tudo divulgaespecialista do pelo IBPT em finanças neste ano mospúblicas, Raul tra que, de 1994 Ve l o s o , v a i a 2005, as emalém e diz que presas do coa carga tribumércio foram tária não é o as mais autuaúnico motivo das pelo fisco para o baixo federal, totalicrescimento zando 16,7 mil do País. "Há autos de infradificuldade ção (34,9%). para aprovar Para o presi- Amaral: poucos investimentos obras de infradente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, estrutura por causa de quesalém de impedir o crescimen- tões ambientais, problemas to econômico e tirar o poder de de gestão, falta de leis adecompra do trabalhador, a car- quadas que levam à insegu-
ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú
Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407
rança jurídica e alta taxa de juros", afirma. Para diminuir a carga fiscal, Veloso defende o corte de gastos correntes do governo. "Sem dúvida, o aumento desses gastos é o principal fator para explicar o crescimento da carga tributária nos últimos anos", diz. Para o economista, o governo precisa, com urgência, cortar os gastos correntes. "Mas de forma bem planejada, para não prejudicar outros objetivos ou quaisquer segmentos", completa. Pacote – Nem o pacote de desoneração fiscal que deve ser anunciado em janeiro do ano que vem é visto com entusiasmo para diminuir a carga tributária. "Quando se faz um pacote com medidas pontuais, em vez de uma desoneração geral de tributos, o propósito é de intervencionismo no mercado e isso nunca deu certo. Ao contrário, faz parte da história da corrupção e ineficiência no País", argumenta o ex-secretário da Receita Federal, Everardo Maciel. Do outro lado do balcão, quem mais sofre com o peso dos tributos é a classe média. De acordo com levantamento do IBPT, apesar dos recordes de arrecadação, o brasileiro tem de trabalhar, e muito, para pagar por serviços como escola particular, plano de saúde e previdência privada. Segundo dados do instituto, em 2006 esses serviços custaram para as famílias com renda mensal entre R$ 3 mil e R$ 10 mil, em média, 113 dias de trabalho durante o ano. Isso significa que essas famílias trabalharam até 26 de setembro para pagar, além dos impostos, serviços que deveriam ser oferecidos, gratuitamente e com qualidade, pelo poder público. No próximo ano, a classe média deverá trabalhar de dois a três dias a mais para pagar por esses serviços. Laura Ignacio
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Compor tamento Polícia Distritais Transpor te
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
O Marco da Paz está no Pátio do Colégio, em São Paulo, e nas cidades de Hidalgo e Oaxaca, no México, Mendonza, na Aregentina, e na Costa Rica.
ESTE ANO SERÁ REALIZADA A 82ª SÃO SILVESTRE
Marco da Paz para atletas da São Silvestre Os vencedores das categorias masculina e feminina da 82º corrida de São Silvestre serão agraciados com o troféu, oferecido pela Associação Comercial
P
or mais um ano, a exemplo do que já aconteceu em 2004 e 2005, os campeões das categorias masculina e feminina da Corrida Internacional de São Silvestre receberão o troféu Marco da Paz, oferecido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O troféu foi idealizado pelo assessor especial da presidência da entidade, Gaetano Brancati Luigi. "Temos de parabenizar a Fundação Cásper Líbero, organizadora da corrida, e a Gazeta Esportiva, que mantêm e fazem uma história através da São Silvestre. Isto também é construção da cultura e paz, porque o esporte - por meio do atletismo - é relacionamento, amizade, respeito e saúde. É uma história bonita que se soma com aquilo que impera no seio da humanidade: a paz", disse Luigi. Brancati Luigi explicou que o esporte é um dos caminhos para facilitar o entendimento entre os povos, e o Marco da Paz defende a união como um dos pilares desta compreensão. "O que predomina entre a
Marcelo Ferrelli/Gazeta Press
Santana homenageia empresários da região
E Da esquerda para a direita: Luigi, Deodoro, João Pico e Helder Fazilari
humanidade é a dor. Parte da humanidade vive precariamente, sem ter nem como suprir suas necessidades básicas", lamentou. Os dois troféus foram entregues na última quarta-feira ao superintendente da Gazeta Esportiva.Net, Júlio Deodoro. "A idéia do Luigi de instituir o troféu é levar a todas as partes do mundo um
símbolo que represente a paz. Através do esporte, a São Silvestre também leva esta mensagem. Praticando esportes, você está incentivando outras pessoas a ter saúde e buscar outros objetivos positivos. Esta parceria só veio reconhecer à São Silvestre essa idéia de paz, e nada melhor que um símbolo como o Marco da Paz para que esta filoso-
fia seja disseminada no mundo inteiro", disse Deodoro. História - O Marco da Paz é um monumento idealizado por Gaetano Brancati Luigi, nascido na Itália durante a 2ª Guerra Mundial. Ele teve uma infância sofrida pela fome, tristeza e medo da guerra. Foi neste ambiente que desde pequeno sonhou com uma cultura de paz para o mundo.
m clima de festa natalina, a Distrital Santana homenageou empresários da região com a entrega do troféu Marco da Paz. Foram premiados os empresários Victor Hugo Zampirollo (São Luiz Calçados), Francesco Trotta (Trotemi - Trotta Empreendimentos Imobiliários), Agrário Marques Dourado (Expresso Universo), João Carlos Athayde Horta (Imobiliária Org), Leonardo Placucci (Universidade UniSant'Anna), Francisco Giannoccaro (Mercantil São Vito), Eloy Gonçalves de
Oliveira (Empowerment S/C), Roberto de Campos Vergueiro Neto (Roberto Vergueiro Imóveis), Carlos De Lena (Remarca Marcas e Patentes), Carlos Alberto Baumgart (Otto Baumgart Ind. e Com. S/A), Arthur Martins Fernandes (Ótica Voluntários) e Afonso Tanso (Copiadora Zona Norte). "Temos entre os homenageados nove exsuperintendentes, isso mostra o quanto a nossa entidade é farta em talentos e empresários de sucesso", disse o superintendente da Distrital Santana, João de Favari.
O monumento do Marco da Paz está presente no Pátio do Colégio, no centro de São Paulo, e nas cidades de Hidalgo e Oaxaca, no México, Mendonza, na Argentina, e na Costa Ri-
ca. Os próximos monumentos deverão ser instalados na cidade de Aparecida do Norte (perto da Basílica), na Itália, Espanha, Israel, Colômbia, Guatemala e Palestina.
CME realiza palestra
O
Divulgação
Conselho da Mulher Empreendedora (CME) da Distrital Santo Amaro da ACSP, coordenado por Rosa Simei Bruno, realizou, em parceria com a Fraternidade Feminina Sargento Oliveira explicou importância da data Cruzeiro do Sul do Estado de São Paulo, palestra sobre o dia da Monteiro. O evento ainda Bandeira. O 2º sargento da contou com a presença do Polícia Militar Celso conselheiro nato Alfredo Antônio de Oliveira falou Bruno Júnior, de para mais de 150 alunos da representantes da direção da Escola Maria Petronila L. M. escola e convidados. Divulgação
Natal comunitário na Distrital Lapa
A
Campanha Natal Arrecadação: mais de 100 quilos de alimentos Comunitário, que tem a participação do Conselho da Mulher doadores depositaram os Empreendedora da Distrital alimentos na árvore de Natal Lapa, arrecadou e doou montada na sede da distrital alimentos para o padre Lapa. A arrecadação, Mauro Bombo, da Paróquia comandada pela São João Bosco. O donativo coordenadora do CME, Agda irá beneficiar famílias Formaglio, conseguiu mais carentes da região. Os de 100 quilos de alimentos.
GIr Agendas da Associação e das distritais
Hoje I Almoço - O presidente da
ACSP, Guilherme Afif Domingos, participa do almoço com os jornalistas e apresenta o balanço anual de 2006. Às 12h30, na sede da entidade, rua Boa Vista, 51 / 12º andar, no ENRE – Espaço Nobre de Recepções e Eventos.
Política urbana em Santo Amaro
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m reunião ordinária realizada no mês de novembro na sede da Distrital Santo Amaro, sob a coordenação da diretora 1ª vice-superintendente Rita Campagnoli, foi recebida a visita do arquiteto Gerson Gomez, da sede central, que comentou sobre as várias ações do Conselho de Política Urbana, que tem como objetivo apresentar propostas e soluções sobre a política urbana da cidade, ou seja antecipar-se ao problema. Estão sendo criados comitês nas sedes distritais juntamente com as associações de bairros, para que desta forma, possam fazer valer o direito da população.
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Automação Te l e f o n i a Convergência Inclusão
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
2006 FOI O ANO DAS...
DECLARAÇÕES Por Guido Orlando Júnior omo retrospectiva 2006 resolvi pinçar algumas declarações emitidas em entrevistas feitas por mim no podcast VoIT (www.voit.com.br), que retratam o que foi o mercado nos últimos 12 meses. Apesar de ter sido um ano complicado, com Copa do Mundo e eleições, o balanço final foi positivo para o mercado corporativo, tanto de informática quanto de telecomunicações. Nessas declarações não faltaram farpas disparadas tanto entre o setor privado como contra o governo, o que demonstra a ebulição do setor. Veja agora algumas delas: "...e ficamos bastante satisfeitos que nossa principal concorrente, a SAP, adiou sua versão SOA para 2010, já que vamos lançar a nossa em 2008", Silvio Genesini, presidente da
O balanço final foi positivo tanto para o mercado de informática quanto o de telecomunicações
FRASES DE EXECUTIVOS REFLETE A EBULIÇÃO DO SETOR
Oracle do Brasil. "...hoje os processos regulatórios estão amarrados, com âncoras pesadas e setores defendendo seus interesses, mas não vejo como isso poderá se sustentar. Ou haverá uma abertura e flexibilização ou a tecnologia vai passar por cima", Jonio Foigel, presidente da recém criada Alcatel-Lucent. "...o processo de escolha do padrão japonês de TV Digital foi uma das coisas menos éticas, menos imparciais e menos isentas que já ocorreram no país", Ethevaldo Siqueira, jornalista de Tecnologia da Informação. "...a estimativa do governo era de que o setop box para a TV Digital chegasse ao mercado por volta de R$ 100, mas as primeira previsões da indústria apontam que esse valor é irreal. O preço mínimo será entre R$ 300 para o modelo mais simples possível e R$ 800 para o mais sofisticado", Antonio Motta, Dire-
tor Geral da Texas Instruments para o Brasil. "...o governo tem vário fundos de arrecadação, que são repassados para o caixa único do tesouro. O dinheiro do FUST (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações) é um deles. ...ainda não foi liberado, pois não apareceu nenhum projeto que justificasse isso", ministro Guido Mantega, ao ser indagado sobre esses recursos parados no governo. "...o governo teria recursos [do FUST] da ordem de R$ 5 bilhões, disponíveis no caixa do governo, e eu nunca sei o que é o caixa do governo, pois é u m a b a g u n ç a d e s g r a ç ada...", Joel de Lima Simão, exdiretor da Telebrás e consultor de Telecomunicações. "...nós só teremos investimentos, especialmente no setor privado, se houver uma clara percepção de crescimento sustentado da economia...", Antonio
Correa de Lacerda, professor de Economia da PUC-SP. "...no Brasil um atendente de call center demora para ser treinado o dobro do tempo em relação a outros países, isso pela baixa qualidade do ensino básico...", Claudiney Santos, jornalista do setor de tecnologia da informação, comentando uma pesquisa mundial sobre call center. "...enquanto o iTunes [software da Apple que funciona junto com o iPod] levou três anos para vender um bilhão de músicas legais pela internet, só no Brasil, em 2005, foram trocadas e pirateadas mais de dois bilhões de canções digitais.", Felippe Llerena, diretor executivo do site iMusica, que comercializa legalmente música pela internet. "...um fraudador, um estelionatário, não vai tentar burlar um sistema fortemente protegido, como é o dos bancos; ele vai fraudar o sistema do usuário da
GOOGLE 1 Crescem os rumores de que a empresa pode comprar um clone do Office
Executivos trocaram farpas e mandaram recados para o governo, mas o ano pode ser considerado bom para o setor
instituição financeira, pois sabe que ele não tem tanto conhecimento sobre segurança e é vulnerável", Rony Vainzof, sócio do escritório de advocacia Opice Blum Advogados Associados, especializado em Direito Eletrônico e da Informática, envolvendo Crimes em Meio Eletrônico, Segurança Digital, Procedimentos de Segurança, Tecnologia da Informação, Comércio Eletrônico e Responsabilidades Eletrônicas. "...o governo americano monitora há muitos anos o tráfego de informações pela internet e certamente já identificou centenas de tentativas de ciberterrorismo", Marcos Sêmola, especialista em segurança da informação. "...exatamente. É como se sua casa fosse um site na internet e tivesse o endereço www.suacasa.com.br e você pudesse acessar qualquer dispositivo remotamente", Marcello Póvoa, Dire-
@ Ó RBITA
tor da MPP Solutions e especialista em convergência digital. "...é um mundo de luta, tanto para o homem como para a mulher. Às vezes ela tem que agir de maneira fria como um homem em um cargo de direção corporativa, porém leva vantagem por ser mais sensível e utilizar mais a emoção...", Harumi Ishihara, diretora-executiva de comunicação e relações institucionais da Alcatel-Lucent. "...foi um ano bom para o setor de informática e telecomunicações no Brasil, não resta a menor dúvida", JP Martinez, jornalista, consultor e diretor das publicações "Série Estudos", que realiza e analisa levantamentos do setor brasileiro de tecnologia. Para finalizar, desejo a todos os leitores Feliz Natal e um ano de 2007 muito melhor do que 2006. gojunior@voit.com.br
GOOGLE 2 O site TechWeb diz que o alvo é a ThinkFree, uma das empresas da Korea's Haansoft
Por João Magalhães
Time elege "você" como personalidade do ano Reprodução
você, internauta, quem gera o conteúdo de sites participativos como o YouTube e o My Space. É você quem mais contribui para o crescimento da chamada Era da Democracia Digital. Portanto, em homenagem aos seus feitos anônimos, a revista Time elegeu "Você" a personalidade de 2006. "Você" derrotou candidatos de peso como os presidentes
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do Irã, Mahmoud Ahmadinejad; da China, Hu Jintao; e da Coréia do Norte, Kim Jong-il. Ano passado os ganhadores foram o cantor Bono, Bill Gates e sua esposa Melinda por sua ajuda no combate às doenças que afligem os países do Terceiro Mundo.
Calendário 2007 de garotas virtuais arke Eve, uma das obras do artista italiano Mario Calamita, e Lonnie, criada pelo designer dinamarquês Brian Hansen, são duas das candidatas ao título de Miss Mundo Digital 2006. A vencedora será conhecida no final do mês, mas o Calendário 2007 com fotos de algumas beldades de certames anteriores já está circulando na internet. Miss Mundo Digital foi criado pelo artista italiano Franz Cerami em 2003. Já levaram o prestigiado laurel Katty Ko, do chileno Flavio Parra, em 2004, e Mi, do japonês Schichi Yoshimoto, em 2005. Link: http://www.missdigital world.com/
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O prêmio da Times, que é outorgado desde 1927, já agraciou celebridades que abalaram o planeta com seu governo ditatorial como Adolf Hitler, em 1938, e o aiatolá Khomeini, em 1979. Link: http://www.time. com/time/
Google Earth vai a Marte ambição do Google em aumentar suas fronteiras ultrapassou os limites da Terra. Por acordo celebrado semana passada com a Nasa, o líder dos sistemas de buscas mostrará imagens tridimensionais em alta resolução da Lua e Marte, através do seu programa de mapas. A parceria com a agência espacial norte-americana permitirá também acompanhar as atividades dos astronautas que se encontram na Estação Espacial Internacional e ter acesso a informações meteorológicas. Links: http://www.nasa.gov/home/hqnews/ 2006 /dec/HQ_06371_Ames_Google.html http://earth.google
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Você mente ao telefone? ocê mente quando fala ao telefone, via internet? Em caso, afirmativo tome cuidado porque vem aí o "KishKish Lie Detector", software que analisa em tempo real o fluxo de áudio de uma ligação feita pelo Skype e exibe os níveis de estresse presentes na voz de quem fala, avisando a quem está do outro lado da linha que seu interlocutor provavelmente está mentindo. "Este tipo de gadget que queremos ver no futuro", diz Paul Amery, diretor do Skype. No site do Kishkish um vídeo mostra que Bill Clinton mente quando nega seu envolvimento com Monica Lewinsky. Link: http://www.kishkish.com/liedetector/
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Nacional Tr i b u t o s Empresas Agronegócio
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
MERCADO DEVE MOVIMENTAR R$ 855 MILHÕES
Fabricantes locais produzem 1,5 milhão de peças por mês e faturam entre R$ 2 e R$ 3 milhões
Fotos: Ricardo Lima
O arranjo produtivo do setor ceramista do município de Porto Ferreira, no interior do Estado de São Paulo, dá lição de organização e novo impulso à economia local.
Empresas de pequeno e grande portes investiram em design
Fabricantes apostam em novas cores e materiais
PÓLO DE CERÂMICA QUER CRESCER 15%
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Fotos: Divulgação
Pratos de camarão agora com apelo popular
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omo parte de seu plano de expansão, a rede de restaurante Vivenda do Camarão decidiu vender pratos elaborados com esse crustáceo nos shoppings mais populares, que atendem a classes sociais de menor poder aquisitivo. Conseguiu negociar preços do camarão e baixar os valores das refeições, deixando-as mais atrativas, e aumentou a oferta de opções, que totalizam hoje 50. Mas, antes disso, fez um rápido, mas rentável, teste na Super Casas Bahia de 2005. Neste ano, repetiu a dose e vendeu, em média, 200 refeições por dia, com preços 15% menores. Nas 55 lojas da rede, normalmente, são vendidas 180 refeições diariamente. Crescimento – Até outubro deste ano, quando foram vendidas 290 mil refeições em toda a rede, houve um crescimento de cerca de 25% no volume comercializado, e de 30% em de-
zembro com 400 mil refeições. A Vivenda inaugurou no último dia 17 um quiosque na Praia de Copacabana. Os garçons da rede vendem tanto petiscos como pratos de camarão. Para 2007, os planos da rede são aumentar o faturamento em 30% e inaugurar mais 15 lojas nos estados da Bahia, Goiás, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo e Paraná. Por conta da desvalorização do dólar frente ao real, a atuação no mercado externo, por enquanto, está sendo considerada fora de cogitação. A rede já esteve presente em Portugal com quatro unidades, mas, por problemas operacionais encerrou as atividades após o término do contrato de cinco anos. "O mercado interno está mais atrativo", afirma o diretor de franquias e exportação da Vivenda do Camarão, Diego Perri. (Veja mais sobre a produção de camarão na página 6.) Adriana David
m um mercado com potencial para movimentar R$ 855 milhões ao ano, segundo pesquisa da empresa Target Marketing, de São Paulo, concluída em julho deste ano, o A r r a n j o P ro d u t i v o L o c a l (APL) de cerâmica artística de Porto Ferreira, no interior paulista, está com um problema até certo ponto agradável: não deu conta, neste final de 2006, de entregar todos os pedidos. Faltou produção principalmente para os pequenos revendedores, já que os grandes magazines passaram a colocar a cerâmica da cidade nas prateleiras, mesmo com a feroz concorrência chinesa. "Temos que realinhar a produção", diz Sérgio Prezotto, gerente administrativo da Scalla Cerâmica Artística, uma das maiores indústrias de faiança da cidade que concorre com outras grandes nacionais, como a Oxford S.A., de São Bento do Sul (SC). Ao observar a expansão do mercado, os empresários do Pólo de Cerâmica Artística de Porto Ferreira abriram investimentos em novas tecnologias para aumentar a produção. Ainda não há estimativa de quanto mais será necessário para abastecer o consumo, mas a primeira intenção é crescer pelo menos 15% em 2007. Hoje, de acordo com Sindicato das Indústrias de Produtos Cerâmicos de Louça de Pó de Pedra, Porcelana e da Louça de Barro de Porto Ferreira (Sindicer), as 80 indústrias da região aprontam 1,5 milhão de peças por mês, que geram faturamento conjunto mensal entre R$ 2 e R$ 3 milhões. Arranjo – Além da modernização do parque industrial, o arranjo produtivo local, instituído há um ano e meio, também concentra investimentos. De acordo com o gestor do projeto e executivo do sindicato, Dorivaldo Américo da Silva Júnior, 20 das 80 empresas participam do movimento que tem R$ 455.860,00 para a realização de convênios principalmente com o escritório regional do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de São Carlos. "As empresas recebem consultorias sobre marketing
Peças da cidade concorrem com a produção de São Bento do Sul (SC)
Sergio Prezotto: alta da demanda vai obrigar a realinhar a produção
Peças da Scalla Cerâmica
Produção vai crescer 15%
e vendas, administração, finanças e custos, produção, design, acesso a feiras além da pesquisa nacional de mercado", informou o gestor. O projeto prevê dois anos de atuação, mas já está certo de que será renovado até 2009. Dentro do Projeto APL, ao custo de R$ 70 mil, a pesquisa que determinou o mercado de R$ 855 milhões chegou a outras várias diretrizes. Na conclusão, o estudo propõe que, além dos investimentos na produção, o Sindicato deve incentivar os pontos de venda (somente em Porto Ferreira são 200 lojas, a maioria de fábrica) a expor as peças da melhor forma possível. Para isso, o Sindicer tem de oferecer serviços de consultoria para as lojas. Outro ponto que os empresários estão preparando é uma ampla campanha que dê visibilidade aos produtos de Porto Ferreira, além de publicidade suficiente para fixar o nome da cidade como pólo produtor de cerâmica artística. Também está sendo discutida a implantação de um selo de origem para os produtos. R ec u pe r aç ã o – Os investimentos de hoje fazem parte da reconstrução de um setor que, depois de dezenas de falências, em 2001, começou a se movimentar quando ainda tinha 108 indústrias com média mensal de 3 milhões de peças, faturamento de R$ 50 milhões ao ano e geração de 4 mil empregos diretos – 45% da mãode-obra da indústria local. No auge da crise, as empresas se debatiam contra a baixa qualidade da matéria-prima, o alto custo de produção e o design pouco inovador. Hoje, as fábricas são responsáveis por 2,5 mil empregos diretos. Como todos do pólo, hoje a microempresa Cerâmica Judite, com produção média de 15 mil peças e picos de 30 mil ao mês, aposta em novos desenhos e materiais para aumentar as vendas. De acordo com o gerente Rodrigo Mateus Pinto, a descoberta de novos mercados por meio de representantes comerciais é outra saída para crescer. "Vendemos para as regiões Nordeste e Sul, mas ainda temos custos elevados de produção", afirma. Mário Tonocchi
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
Administração Polícia Transpor te Distritais
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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FORAM GASTOS R$ 450 MIL COM A INSTALAÇÃO
A primeira turma tem 19 estudantes, selecionados entre 3.330 candidatos.
Fotos: Milton Mansilha/Luz
As linhas dos trens chegam à sala de aula Simulador forma futuros controladores da CPTM. Equipamento para operação de trens chega em 2007. Ivan Ventura
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perar o complexo funcionamento de um trem e monitorar toda a malha ferroviária por meio de um Centro de Controle Operacional (CCO) agora são temas de sala de aula. A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), em parceria com empresas de tecnologia, anunciou semana passada a utilização de simuladores para essas funções na formação dos futuros profissionais do transporte sobre trilhos. O uso dos equipamentos será inserido no curso de Monitoramento de Sistema Eletroeletrônico de Transporte sobre Trilhos, da própria CPTM. A escola funciona dentro das instalações do Senai da Lapa, na zona oeste da cidade. No evento que oficializou a utilização dos simuladores estiveram presentes o secretário estadual dos Transportes, Jurandir Fernandes, o presidente da CPTM, Mário Bandeira, além de representantes do Sebrae, Fiesp, Alstom, Barco (que doou o mobiliário onde estão os computadores) e a BoxFile (responsável pelo equipamento técnico do CCO).
Verba – De acordo com informações do diretor do curso, Ivan Aparecido de Souza Moreno, foram gastos em torno de R$ 450 mil para a montagem da infraestrutura do CCO virtual. A estrutura do centro de controle escolar conta com oito terminais de monitoramento individuais, um telão para a visualização geral do sistema e um computador central controlado pelo professor de sistema eletroeletrônico Robinson Morales, de 44 anos, que há 22 anos trabalha no monitoramento de trens. É justamente o professor que impõe as dificuldades no trajeto dos trens que os alunos terão de administrar na via férrea. "Cada aluno ficará responsável por um setor das duas linhas do nosso simulador. O conjunto dessas ações individuais é que determinará o bom andamento geral das linhas do trem", explicou o professor Morales. No CCO escolar, os alunos simulam o controle de alguns trechos da linha C e também da E da CPTM. Na linha C, os estudantes ficarão responsáveis pelo tráfego nas estações Socorro, Santo Amaro, Granja Julieta, Morumbi, Berrini, Vila Olímpia e Cidade Jar-
A escola da CPTM funciona dentro das instalações do Senai da Lapa
Essas simulações preparam o aluno para a próxima etapa: o aprendizado dentro de um CCO. Robinson Morales, professor dim. Já na linha E virtual, o trajeto passará por Guaianazes, Itaquera, Artur Alvim, Patriarca, Vila Matilde, José
Bonifácio e Dom Bosco. "Essas simulações preparam o aluno para a próxima etapa do curso, que é o aprendizado n a p r á t i c a , d e n t ro d e u m Centro de Controle Operacional de verdade", disse o professor. Será como se eles já estivessem trabalhando. A primeira turma com 19 alunos – selecionados entre 3.330 candidatos que se apresentaram para o curso– começou a operar o simulador do CCO há cerca de uma semana. Trens – O simulador de operação de um trem, que comple-
tará o aprendizado prático, começará a funcionar no próximo ano. Construído pela Alstom, a réplica do maquinário pesa três toneladas e 7,8 metros de comprimento. Nessa etapa, serão investidos R$ 2 milhões na compra de um programa de computador específico e de uma tela no pára-brisa do trem que reproduzirá o trajeto da composição. Haverá também a montagem de uma pequena estação de trem que terá, inclusive, catraca. "Iremos transportar as linhas que já existem na CPTM para o nosso simulador. Inclusive, com a paisagem e obstáculos que existem hoje nos tra-
jetos percorridos", contou Morales. Na apresentação dos simuladores, Mário Bandeira chegou a se emocionar por conta da infra-estrutura empregada na preparação dos futuros profissionais. "Isso é um sonho para mim. O aprendizado é uma de minhas paixões. Ainda mais quando se trata de transporte público", disse. Para Jurandir Fernandes, esse deverá ser um dos grandes legados de sua administração. Ele ficou por cinco anos à frente da Secretaria Estadual de Transportes. Só espero que a continuidade do curso seja mantida na próxima gestão", brincou.
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
Inclusão Automação Te l e f o n i a Convergência
DIÁRIO DO COMÉRCIO
AQUISIÇÕES E FUSÕES TAMBÉM MOVIMENTARAM O SETOR
2006 FOI O ANO DO...
setor de telecomunicações pode se queixar de tudo, menos de marasmo. Não se via tanta movimentação no segmento desde a privatização das teles em 1998. O ano foi marcado por fusões, aquisições e promessas de futuras parcerias entre as concessionárias de telefonia fixa e operadores de TV a cabo e satélite visando à convergência de plataformas e de serviços para fazer frente à queda de receita das teles. As concessionárias precisam evitar mais prejuízos em 2007, em virtude do avanço da telefonia móvel e VoIP, e oferecer serviços convergentes pela banda larga –voz, dados, vídeos on demand, TV. Daí a razão para tantos movimentos no setor. A Telefônica, por exemplo, anunciou recentemente seu ingresso no mercado de TV por assinatura com intenção de compra de 49% das operações de cabo da TVA para atuar fora de São Paulo (Curitiba, Florianópolis e Foz do Iguaçu) e 19,9% do capital da TVA para atuar dentro do Estado. Explica-se, a Telefônica tem capital espanhol e não pode, pela legislação atual, deter o controle de uma empresa de TV a cabo. A restrição a 19,9% da TVA em São Paulo também se deve ao fato de a Telefônica não poder prestar outros serviços dentro de sua área de atuação, no caso o Estado paulista. Essas operações ainda
VOIP Além das anunciadas aquisições e parcerias entre as teles, tevês a cabo e satélite, os setor se destacou com o serviço de VoIP e ampliação da telefonia móvel
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Fotos: Divulgação
Por Barbara Oliveira
Solução FaleWeb, da Dígitro, uma das várias opções do mercado VoIP
devem ser aprovadas pela Agência Nacional de Telecomunicações. O grupo espanhol também está adquirindo as operações de MMDS (transmissão por microondas) da TVA e, neste caso, não haveria restrições legais para controle do capital estrangeiro, por isso a Telefônica oferecerá seus serviços de TV por assinatura por MMDS também nas cidades de São Paulo, Rio, Curitiba e Porto Alegre. Outra parceria anunciada pela Telefônica para serviço de TV por satélite foi com a DTHi, da Astralsat. É possível que o ano ainda termine com outra novidade, desta vez no campo da telefonia móvel, já que a Telecom Itália está vendendo a TIM Brasil para resolver seus problemas financeiros na Europa. O maior interessado –e provável comprador– é o grupo Telmex, que se conseguir esse feito controlará a Claro, a Embratel, parte da Net e a TIM. Tudo depende da Anatel (e do CADE), porque um grupo não pode oferecer o mesmo serviço (telefonia móvel, neste caso) na região de atuação. Celular e VoIP - A telefonia móvel, em 2006, solidificou sua posição como meio de comunicação de massa, ao aumentar sua abrangência também entre as classes mais pobres e atingindo a marca 100 milhões de usuários, com uma densidade de 50 aparelhos para grupo de 100 habitantes. Os preços dos telefones entry level caíram abaixo de R$ 200 e dependendo dos planos das operadoras, eles podem sair de graça. O que se viu nos aparelhos foi a ampliação dos recursos multimídia e conectividade –MP3, câmeras potentes, Bluetooth, design slim, memória etc.– e de produtividade, principalmente nos smartphones. Com eles podemos visualizar e-mails, baixar arquivos, agendar compromissos. No âmbito das empresas, a decisão mais importante sob o ponto de vista tecnológico, veio da Vivo, que sucumbiu à rede
global GSM e a colocará em funcionamento em paralelo à CDMA. A Vivo deve lançar aparelhos para GSM/Edge ainda no primeiro semestre. Outro fato importante e muito esperado pelo mercado foi a definição, pela Anatel, das normas para regular a exploração da terceira geração de telefonia móvel no País –com reservas de faixas de freqüências de 1,9 GHz e 2,1 GHz. Agora, as operadoras móveis poderão explorar o serviço em vários Estados e ampliarem investimentos. A analista de telecomunicações do Gartner Group, Elia San Miguel, também destaca o crescimento de operadoras de VoIP tanto no mercado corporativo como no doméstico. O ano fecha com 51 empresas integradoras e fornecedoras de telefonia IP no País, segundo a Teleco. "A adoção do VoIP já atingiu seu ponto de inflexão no País", afirma Gisele Boni, gerente de Marketing de Produtos da Avaya, para a América Latina e Caribe. Isso significa, segundo Boni, que a tecnologia não tem mais volta, porque já tem mais gente usando ou querendo usar a telefonia IP do que a convencional. Um estudo do Instituto Sem Fronteiras, especializado em pesquisas na educação, tecnologia e telecomunicações, junto a 730 empresas e organizações de médio e grande porte no País detectou que 89% delas farão investimentos em telecom em 2007. Especificamente no segmento do comércio, a pesquisa verificou uma grande tendência de investimentos em soluções de mobilidade e VoIP. Para Elia San Miguel, essa movimentação da tecnologia IP e da telefonia móvel, aliadas ao crescimento da banda larga, são os principais destaques do ano (além das fusões) e devem impulsionar a convergência do fixo/móvel e o triple play.
Não se via tanta movimentação no segmento desde a privatização das teles
O telefone UTStarcom F1000 (no alto) e o Blackberry, da RIM (acima)
E DOS...
NOVOS CONSOLES Por Fábio Pelegrini Fotos: Divulgação
O Xbox 360 finalmente foi lançado oficialmente no Brasil
s gamers brasileiros não podem reclamar de 2006. Afinal, este foi um dos anos que mais houve lançamentos nessa área. A começar pelos tão sonhados consoles de última geração da Microsoft, Nintendo e Sony. Mesmo com todos aqueles discursos de que é inviável lançar videogames oficialmente no Brasil, por causa da pirataria de jogos –o que é fato–, finalmente a Microsoft lançou o Xbox 360 nas prateleiras brasileiras, em dezembro, quase um ano depois de ter sido anunciado nos EUA, Europa e Japão. É claro que ter alta tecnologia custa caro, mas o preço do console oficial no Brasil assusta: R$ 2.999. Tudo bem que no pacote que é adquirido por aqui o jogador "ganha" três jogos. Nos EUA o aparelho sai por menos de US$ 400, ou seja, um pouco mais de R$ 810. A fabricante japonesa Nintendo também foi um dos destaques deste ano, pelo anúncio do lançamento do seu console de última geração em novembro: o Wii. O produto preza pela inovação e por permitir livres movimentos, já que traz uma nova forma do desenho dos controles e tecnologia sem fio, conseqüentemente, uma nova maneira de se jogar. Na verdade, esse novo joystick é
O Wii, da Nintendo (à esq.), e o Playstation 3, da Sony (acima), ainda não chegaram "oficialmente" ao Brasil
sensível aos movimentos e seu formato lembra um controle remoto de televisão. Apenas alguns meses depois do lançamento, a Nintendo está investigando um problema com a pulseira plástica acoplada no controle do seu console Wii, depois de reclamações feitas na internet que apontavam uma fragilidade no produto. Segundo a companhia, alguns usuários diziam que o controle voava das suas mãos ao arrebentar a pulseira. Playstation 3 – O novo console da Sony tem como forte apelo o excelente desempenho gráfico, um elegante design e recursos que o tornam um dispositivo completo de entretenimento. Existem duas configurações di-
ferentes. Os destaques, entretanto, são elementos de série, como o sistema Blu-ray Disc, para filmes de alta definição; o chip Cell, que conta com um alto poder de processamento; entrada de rede Giga-bit Ethernet para alta velocidade; um disco rígido (HD) de 20 GB ou 60 GB. Além de características de versão, como a de 60 GB disco que inclui suporte para múltiplos dispositivos de armazenamento de memória, conectividade Wireless e ligação HDMI para uma saída ótima de HDTV. Novamente a Sony informou não ter a pretensão –por enquanto– de trazer o seu console oficialmente ao Brasil. Já no lançamento no Japão, EUA e Canadá houve muita confu-
são. Na madrugada em que seriam iniciadas as vendas nos EUA e Canadá, por exemplo, os fãs do console formaram filas aos milhares e um homem foi baleado enquanto aguardava sua vez, em uma tentativa de assalto. No lançamento no Japão, nem todos conseguiram ter o aparelho da Sony: antes mesmos de as lojas abrirem, todo o estoque do videogame –aproximadamente 80 mil unidades– já havia sido vendido. Por causa do grande número de compradores do lado de fora, as lojas foram obrigadas a distribuir senhas para os compradores, em uma tentativa de garantir a compra de quem estava lá há mais tempo.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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terça-feira, 26 de dezembro de 2006 Will Burguess/Reuters
Internacional Russ Nolan/British Army/AFP
O Natal das quatro amigas de Sydney, na Austrália, foi comemorado no mar.
Filippo Monteforte/AFP
Da sacada da basílica, Bento XVI deu a bênção Urbi et Orbi – para a cidade de Roma e para o mundo
Papa pede solução para os conflitos mundiais
presos no Iraque Mil soldados invadiram delegacia para libertar presos que seriam executados
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m um ataque pouco comum, as forças britânicas invadiram uma delegacia em Basra, no sul do Iraque, para resgatar presos que estariam prestes a ser executados pelos policiais. Cerca de mil soldados – fortemente armados e com o apoio de tanques e helicópteros – atacaram o local na manhã de ontem, matando pelo menos sete policiais iraquianos. Os britânicos encontraram a maioria dos 127 presos confinada em uma pequena cela. "A situação dos detidos era horrenda. Muitos
apresentavam graves sinais de tortura, como mãos e pés feridos e marcas de tiro nas pernas", afirmou o capitão Tane Dunlop, porta-voz do exército britânico. Terminada a incursão, os soldados implodiram o prédio onde funcionava a delegacia. Os policiais da unidade atacada vinham sendo investigados por acusações de envolvimento com assassinatos, ataques às forças de coalizão, além de seqüestro. "Unidade contra o crime? Crime é o que eles praticavam", ironizou Dunlop. Líderes do centro
policial, que tinha cerca de 400 homens, eram suspeitos de integrarem esquadrões da morte xiitas. Sete deles já haviam sido presos. Os militares pretendiam dissolver a unidade nas próximas semanas, mas adiantaram a ação. Autoridades britânicas afirmaram que o primeiroministro iraquiano, Nuri alMaliki, e o governador de Basra, Mohammed Waili, aprovaram a dissolução da unidade. Só não foi informado se eles endossaram a operação realizada ontem. (AE)
Médico espanhol cuidará de Fidel Cirurgião já está em Cuba para avaliar a possibilidade de realizar outra cirurgia
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conselheiro de Saúde da Comunidade Autônoma de Madri, Manuel Lamela, confirmou ontem que o chefe de cirurgia do Hospital Gregorio Marañón, José Luis García Sabrido, viajou quinta-feira para Hava-
na, para avaliar a possibilidade de operar o líder cubano, Fidel Castro. Desde junho, o sistema público de saúde de Madri "envia remédios a pedido do governo de Cuba". Lamela não disse o tipo de medicamento foi enviado "por-
que isso revelaria a patologia do paciente, violando a confidencialidade médica e a política de informação de Cuba". A doença de Fidel e a evolução de seu estado de saúde são classificados como "segredo de Estado". (AE)
papa Bento XVI pediu que se encontre uma solução para os conflitos no mundo, especialmente os do Oriente Médio e da África, na sua tradicional mensagem de Natal, pronunciada ontem da sacada central da Basílica de São Pedro, em Roma. Ele expressou sua "grande preocupação" com a situação no Oriente Médio, na África e no Iraque, e defendeu abrir uma perspectiva de paz . Horas antes, durante a celebração da Missa do Galo, o pontífice também fez um apelo pelas crianças que sofrem, inclusive as que são forçadas a mendigar e a servir como soldados. O papa lembrou de todas as crianças atingidas por armas, pelo terrorismo e por qualquer tipo de violência. O pontífice pediu à humanidade, que já conquistou outros planetas e adora a tecnologia, que não presuma que possa viver sem Deus. O pontífice denunciou que, apesar de tantas formas de progresso, "nesta época de abundância e consumismo desenfreado, continuase morrendo de fome e pobreza, há escravidão, ódio racial e religioso e terrorismo". O papa ressaltou que "o homem precisa mais do que nunca de Cristo". Bento XVI pediu aos cristãos que proclamem Jesus não só com a palavras, mas com o testemunho de irmandade e perdão. Após a mensagem, Bento XVI deu a bênção Urbi et Orbi (para a cidade de Roma e para o mundo) em 62 idiomas. (AE)
Luc Gnago/Reuters
O Britânicos resgatam
Tropa britânica em Basra, no Iraque: após o resgate, prédio onde funcionava a delegacia foi implodido
Cesar Rangel/AFP
Em sua mensagem de Natal, na Basílica de São Pedro, Bento XVI mostrou preocupação com a situação no Oriente Médio, África e Iraque, e defendeu abrir uma perspectiva de paz. Na Missa do Galo, o pontífice pediu pelas crianças.
NATAL NO MUNDO – Dois nadadores (acima) pulam nas água geladas de Port Vell, em Barcelona, para participar da 97 ª edição do Nadal Cup, realizada ontem. A competição é tradicional na região no dia de Natal. Neste ano, participaram 420 pessoas. Na foto à esquerda, duas irmãs, Malone e Madorsa Toure, saíram às ruas de Abidjan vestidas com roupas típicas para comemorar a data.
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Destacamos 6 das 60 câmeras digitais testadas este ano Por Ana Maria Guariglia
Software Automação Fotografia Te l e f o n i a
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
AS REFLEX DIGITAIS DOMINARAM AS FEIRAS INTERNACIONAIS
2006 FOI O ANO DOS...
RECURSOS Fotos: Divulgação
de resolução considerável. A EX-Z600 da Casio (R$ 990), com 6 MP, trouxe a função que reaviva as cores esmaecidas de fotos antigas que você reproduz na própria maquininha. Há também a função que contrapõe duas imagens dentro de uma só foto. O ano que se finda foi o das reflex digitais, conforme mostraram as feiras internacionais. Escolhemos a Olympus Evolt E-300 (R$ 3 mil), e a Pentax K100D (R$ 2.500). A primeira, com 8,3 MP, devido ao sistema Porro que aboliu a saliência superior, local em que se encontra o pentaprisma da reflex. Com a solução, os espelhos trabalham na lateral e não pelo topo. O conceito é novo e inteligente e consegue amenizar o peso da máquina. Já a K100D se destaca pelo rigor das velocidades do obturador, que variam entre 1/4 mil de segundo e 30 segundos. Com a associação de aberturas
ntre as 60 digitais que desfilaram nesses últimos 12 meses no caderno DCInformática, selecionamos seis para esta retrospectiva, levando em conta não só o desempenho, mas também as funções, os formatos e recursos inovadores. Logo no início do ano, a V570, da Kodak (R$ 1.800), de 5 MP, se destacou pelo design que introduziu duas objetivas e dois sensores. Eles trabalham alternadamente, dependendo da função escolhida. As fotos panorâmicas que a câmera produz são excepcionais, bastando que o usuário adquira habilidade para unir as três imagens ao fotografar. Do resto, a V570 se encarrega. Com o surpreendente sistema Wi-Fi e as exposições automáticas de cenas, destacando a modalidade retrato com o flash inteligente, em que os possíveis reflexos da luz não aparecem, as Nikon S5 e S6 (em
torno de R$ 2.800), de 6 MP, são exemplos da expansão das novas tecnologias. O sistema WiFi da S6 permite transferir imagens para o PC e impressora sem nenhuma fiação. A Canon SD550 (R$ 1.200), de 7,1 MP, traz um fator muito importante para o usuário amador: detalhamento das imagens, graças ao chip Digic III. A câmera possui também comandos muito simples e aceita retoques das cores que o usuário faz na tela da máquina sem problemas. A SD550 pode ser usada como câmera subaquática com a caixa estanque WP DC80. Compactíssima, com 6,3 MP, a Finepix F30 (R$ 1.600), da Fuji, se sobressai pela tecnologia da sensibilidade ISO até 3.200, ajuste só encontrado em digitais reflex. A leitura da sensibilidade é referência importante porque se reporta à velocidade que, quanto mais rápida, mais será sensível em à luz, possibilitando até fotos no escuro e sem flash. A Sony e a Casio também aparecem como câmeras inovadoras. Para a DSC-N1 (R$ 1.700), de 8 MP, a Sony criou um monitor de 3 polegadas screen-touch: um leve toque do dedo na tela e o usuário aciona todos comandos. Introduziu também o Smart Zoom digital que ajusta a ampliação da imagem sem que haja perda
No alto, a Nikon Coolpix S6 com Wi-Fi; acima, a partir da esquerda, a Canon Powershot SD550, a Casio Exilim EX-Z600 e a Fuji Finepix F30
de f/2.8 a f/22, o fotógrafo trabalha como se tivesse nas mãos uma reflex convencional. Esse modelo foi construído de acordo com os preceitos da reflex manual K1000, sucesso por mais de 30 anos. Parece que é uma tendência dos fabricantes copiar equipamentos antigos, dando a eles feições digitais. Caso que também ocorreu com a Leica M8, relembrando modelos dos anos 50. O recurso antivibração, para evitar fotos trêmulas, se popularizou notadamente neste ano, deixando os usuários despreocupados para tirar suas fotos. Esteve presente na maioria das digitais testadas pelo Diário do Comércio. Para saber mais: www.kodakonline.com.br, www.ttanaka.com.br, www.canon.com.br, www.wisephoto.com.br, www.casio.com.br, www.sonystyle.com.br, www.fujifilm.com.br
Acima, a Olympus Evolt E300 e, à direita, a Sony DSC-N1
O recurso antivibração, para evitar fotos tremidas, se popularizou notadamente neste ano
Logo Logo DIÁRIO DO COMÉRCIO
A sabedoria e a experiência das grandes religiões fala da necessidade de criar e guiar os jovens, e de estimulá-los a respeitar os idosos.
Matt Dunham/AFP
Da rainha Elizabeth II da Inglaterra, de 80 anos, ontem, em sua tradicional mensagem de Natal, neste ano reproduzida também em podcast.
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
DEZEMBRO
2 -.LOGO
www.dcomercio.com.br/logo/
26 Nascimento do escritor norte-americano Henry Miller (1891-1980)
M ÚSICA C ULTURA
Braguinha é enterrado no Rio O corpo do compositor e cantor carioca Carlos Alberto Ferreira Braga, o Braguinha, foi velado ontem na Câmara Municipal do Rio. Ele foi enterrado, sob aplausos, por volta das 16h no cemitério São João Batista, zona sul. O compositor foi um dos grandes nomes da chamada época de ouro do carnaval carioca, nos anos 30. Conhecido também como João de Barro, pseudônimo adotado porque seu pai não queria o nome de família ligado à música popular, Braguinha foi compositor de mais de 500
canções, entre elas marchinhas carnavalescas. Braguinha morreu no domingo, aos 99 anos, depois de ser internado no hospital PróCardíaco. Braguinha morreu vítima de falência múltipla dos órgãos, causada por uma infecção generalizada. Braguinha é considerado um dos maiores autores de marchinhas carnavalescas no País, como Chiquita Bacana, Yes, Nós Temos Bananas, Linda Lourinha. Também compôs a letra de Carinhoso, em 1935 para a então já famosa melodia de Pixinguinha.
R ELIGIÃO Hazem Bader/AFP
James Brown é todo soul Morre, aos 73 anos, o astro que revolucionou a música norte-americana
J
AFP
ames Brown, o cantor que revolucionou o gospel e criou a soul music, morreu ontem, aos 73 anos, no Emory Crawford Long Hospital, em Atlanta, cidade onde passou sua infância. Brown foi hospitalizado com pneumonia e morreu em decorrência de um colapso cardíaco. O cantor iria se apresentar na noite de Ano Novo em Nova York. Ao lado de Elvis Presley e Bob Dylan, Brown foi um dos cantores que maior influência exerceu sobre a música pop e o rock nos últimos 50 anos. Ele gravou mais de 800 canções, emplacando 17 delas no topo da parada, segundo a revista Billboard. Entre os astros do rock que assumiram a influência do estilo frenético de cantar e dançar do músico estão Mick Jagger, dos Rolling Stones, Mi-
chael Jackson, David Bowie, Prince e o grupo Sly and Family Stone. Brown também é reconhecido por sua militância anti-racista, que começou nos anos 1960. Na época, negros eram chamados pejorativamente de "colored" nos EUA. A canção de Brown apressou o processo de conscientização da população negra americana. Brown começou a vida colhendo algodão na Carolina do Sul, em plena Depressão americana, foi preso pela primeira vez ainda adolescente (por tentar roubar um carro) e teve inúmeros problemas com a polícia por envolvimento com drogas, brigas e assédio sexual. James Brown passou os anos 1970 e 1980 em extensas turnês pelos EUA, sempre fazendo shows em que perdia, no míni-
mo, um quilo a cada apresentação, tal o ritmo alucinante de canções como Sex Machine. Até recentemente, mesmo com a carreira em declínio e um câncer de próstata, sua agenda andava cheia. (AE)
Pornchai Kittiwongsakul/AFP
L
Numa fábrica de cerâmica, palestinos pintam lembranças para os muçulmanos que chegam a Meca. Mais de 1,5 milhão de peregrinos já chegaram à Arábia Saudita. A peregrinação começa, oficialmente, no dia 28.
C IÊNCIA
Presentes errados têm explicação
M ODA
O papa veste Prada
JCR/journal
S
C A R T A Z
Marcello, uma Vida Doce. Documentário de Mari Canale e Annrosa Morri. Sobre a vida do ator italiano Marcello Mastroianni (foto). Reserva Cultura. 13h e 17h50. R$ 12 e 16.
G @DGET DU JOUR
DOIS ANOS - Um artista tailandês trabalha numa pintura para relembrar os dois anos do tsunami nos muros do cemitério de Bang Maruan. A Tailândia foi um dos mais de dez países atingidos pelas ondas gigantes que mataram mais de 220 mil pessoas.
www.journals.uchicago.edu/
CINEMA
E M
que se coloque um peso demasiadamente elevado em informações pré-concebidas, da qual temos grande quantidade sobre nossos parceiros. Esse conhecimento leva os compradores a se sentirem confiantes a ponto de dar pouca importância à opinião do presenteado sobre o que ganharam", afirmam os autores no artigo. Já quando as pessoas envolvidas no ato de dar e receber presentes não são tão familiarizadas, tendem a dar mais atenção nas preferências do outro.
L
Se você é do tipo que sempre compra o presente errado para as pessoas mais próximas, saiba que suas gafes têm explicação científica. Segundo um estudo publicado na mais recente edição do Journal of Consumer Research e realizado por pesquisadores das universidades de Tilburg, na Holanda, e de Louvain, na Bélgica. Os estudiosos pesquisaram casais nos dois países e concluíram que a pessoa que decide ofertar o presente freqüentemente assume que o companheiro tem um gosto semelhante ao seu, o que nem sempre é verdade. "O estudo sugere que a familiaridade faz com
F AVORITOS
www.nandahome.com
www.car toplam.com.br
A TÉ LOGO
Armando Serra Negra
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
Japão emite mandado de captura internacional contra brasileiro suspeito de assassinato Anistia Internacional protesta contra exclusão de fazendeiro de denúncia de morte no Pará
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Clocky é um despertador que tira você da cama com certeza. A tática: correr e se esconder do soneca, que é obrigado a se levantar para procurá-lo se quiser que o alarme pare de tocar. Mas isso só acontece na segunda vez que o snooze é apertado. Se você levantar na primeira, ele se comporta do jeito tradicional. Custa US$ 49,99.
O portal Cartoplan é um guia de ruas, itinerários e serviços da Grande São Paulo que reúne índice para a consulta de mapas detalhados, com pesquisa de ruas e CEPs, além de apontador de rotas e informações de itinerários de ônibus municipais e intermunicipais. O site traz, ainda, roteiros de entretenimento, turismo e serviços na região metropolitana de São Paulo, tudo organizado por regiões da cidade, facilitando a busca de hotéis, teatros, cinemas, bares e restaurantes.
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Grande São Paulo sem mistérios
dotais. De modo geral, enquanto os padres praticam apenas três votos – pobreza, obediência e castidade – a categoria dos monges amplia sua ascese com a conversão dos costumes e a estabilidade (fidelidade de filiação à Ordem religiosa), os monges trapistas – produtores da excelente cerveja holandesa – indo mais longe ainda, com o voto de absoluto silêncio. As
batinas dos padres beneditinos, por exemplo, são pretas, significando o luto dos que morreram para o mundo e suas vaidades, enquanto a dos franciscanos são marrons (menos idealistas e mais pragmáticas), para não ressaltarem as manchas e a sujeira advindas de seu trabalho com a terra. Os padres, ao ingressarem para o clero, devem deixar suas posses para trás, seja para a família, amigos ou doações, ou mesmo para a própria Igreja. Mas há um outro tipo de padre, o Diocesano, a quem é dispensado o voto de pobreza. Embora uma vez ordenado não possa mais exercer atividades comerciais, ao diocesano é permitido permanecer na posse de seus pertences – na maioria heranças recebidas – morar em casa própria, ter automóveis, empregados, sapatos Prada...
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Caçada ao despertador
Joe Klamar/AFP
e O Diabo Veste Prada (filme estrelado por Meryl Streep, 2006), o papa Bento XVI também. Esbanjando elegância em sua visita à Turquia, o papa aterrissou em Ancara com um sobretudo, branco, chamado "douillete" ( f ot o ) – não fosse a cor, semelhante aos dos executivos de Nova York. Saltava à vista o contraste caramelo de seu par de sapatos da renomada marca italiana. No encontro com o presidente Ahmet Necdet Sezer trocou-o por um abrigo mais leve, uma sobrepeliz rendada, depois substituída por uma peregrineta (manto curto usado pelos peregrinos em suas caminhadas) ao reunir-se com Ali Bardakoglu, diretor-geral de assuntos religiosos. Muitos significados incorporam-se às batinas, como variados são, também, os votos proferidos nas ordenações sacer-
Ehud Olmert aprova remoção "em breve" de 27 postos de controle militar na Cisjordânia
A LEMANHA
Salvo pelo espírito de Natal Um taxista alemão disse "Pelo amor de Deus, é véspera de Natal" a um ladrão que tentava roubar seu carro e o afugentou. Um adolescente abriu a porta do táxi estacionado na cidade de Bielefeld e pediu dinheiro ao motorista na noite de domingo, informou a polícia. O motorista negou e saiu do carro, gritando por ajuda. Os dois ainda brigaram por um tempo antes de o ladrão fugir. "A resistência do taxista e a referência dele ao Natal evidentemente perturbaram o bandido", disse a polícia. Um homem de 18 anos e um garoto de 16 foram presos mais tarde. B RAZIL COM Z
'Rei do ecstasy' preso no Rio Mais de 90 jornais do mundo, entre eles o Jerusalem Post, destacaram no fim de semana a prisão do "rei do ecstasy", um israelense que lidera o tráfico da droga no mundo. Yoram El-Al, de 35 anos, era procurado pelas polícias israelense, americana e uruguaia. Ele foi detido no Rio de Janeiro, em Ipanema. Ele estaria no Brasil já há um ano e sua extradição já foi solicitada pelos Estados Unidos. Em 2005, ele conseguiu escapar da extradição ao fugir de uma prisão uruguaia. Em 2004 ele coordenou o embarque de 1,4 milhão de pílulas de ecstasy para os EUA e, por isso, é procurado pelo país. A droga é proveniente, na maioria das vezes, de laboratórios europeus. C ULTURA
Frevo, dança-patrimônio A Prefeitura do Recife está pleiteando junto ao Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que o frevo seja reconhecido como patrimônio cultural e imaterial do Brasil. A documentação justificando as razões pelas quais o ritmo, tipicamente pernambucano, deve receber o título foi encaminhada a sede do Iphan, no início deste mês. A iniciativa faz parte do projeto 100 anos de Frevo, que não se limita somente às comemorações festivas, mas pretende promover ações de preservação, difusão, estudo com apoio de compositores, intérpretes e agremiações carnavalescas. O centenário do frevo é comemorado no dia 9 de fevereiro de 2007. P ARAGUAI
Da Igreja para a política O bispo paraguaio Fernando Lugo vai deixar a Igreja para se candidatar, em oposição ao Partido Colorado, nas próximas eleições presidenciais do Paraguai. Fernando Lugo, de 55 anos, disse que se afastou de seu trabalho na Igreja para atuar por um movimento político que o lançará como candidato à presidência nas eleições gerais de 2008. Uma pesquisa do First Análises e Estudos publicada em 11 de dezembro passado atribuía ao bispo 24,9% das intenções de voto, contra 21,8% para o presidente Nicanor Duarte e 18,1% para o líder opositor Lino Oviedo.
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
LENTE DE
AUMENTO
TEORIA DA CATÁSTROFE
G Mais vale
analisar numa pesquisa os 5% que passaram a 7%, que se deleitar com 65% de maioria. Alexander Woodcock e Monte Davis incluíram a aplicação desta teoria à política. O entendimento das descontinuidades exige uma análise qualitativa e não quantitativa. A regularidade dos eventos atuais é qualitativa? Uma catástrofe, para Thom, é qualquer transição descontínua que ocorre quando um sistema pode ter mais de um estado estável ou quando pode seguir mais de um curso estável, em direção à mudança. A catástrofe é o salto de um estado ou curso a outro. E isso se dá de repente. A sociedade só encontra sua identidade frente a uma ameaça urgente quando suas existência estão ameaçadas. As guerras púnicas destruíram Cartago, mas produziram mudanças internas que destruíram Roma. Os escravos eram usados nas
JOÃO DE SCANTIMBURGO
plantações, a produtividade caiu e os impostos aumentaram. As elites foram para o Exército. O poder passou aos imperadores.
CONTRA A POLUIÇÃO
O
A
Céllus
s analistas devem olhar abaixo da superfície política. Para o modelo de mudança na atividade política podemos usar como fatores de controle o grau de participação popular e o grau de controle político. Onde o controle central não é intenso, uma mudança no nível de participação popular não produz revoltas políticas. Os partidos coexistem, compartindo instâncias de poder e atraindo um público maior. A transição não-violenta ocorre em condições de controle moderado, onde a superficie da catástrofe está dobrada sobre si mesma, e assim as transições não são suficientes para produzirem ruptura. Os tempos prósperos, quando o bolo da política é suficientemente grande para satisfazer a todos, são favoráveis à estabilidade. A participação popular arrefece: Estamos bem. Os tempos difíceis levam as pessoas a adotar posturas mais militantes. O lema é: Chegou o momento da mudança.
Pra não dizer que não falei de flores ROBERTO FENDT
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a semana que passou, a Tailândia ameaçou repetir a crise de 1997. No mesmo dia em que se produziram novamente mudanças no sistema cambial tailandês, com forte repercussão nas bolsas de valores, o prêmio de risco do Brasil pela primeira vez caiu abaixo de 200 pontos. A explicação para isso é simples: a despeito de todas as críticas, especialmente do PT, a banda boa do governo (Banco Central e Tesouro Nacional) foram capazes de blindar a economia brasileira desse novo choque potencial, no apagar das luzes das duas bandas do governo que se encerra. Relembremos a cronologia dos eventos da crise tailandesa. Em 3 de julho der 1997, a Tailândia, o país que havia mostrado o maior crescimento entre 1990 e 1995 – com uma média anual de 8,4% ao ano – abandonou o sistema de câmbio fixo, flutuando a moeda (o bath tailandês). Em resposta à flutuação, o bath desvalorizou instantaneamente 18%. Seis dias depois, em função do desequilíbrio patrimonial das instituições que deviam em dólar e tinham ativos em bath, mais da metade dos 91 bancos tailandeses estava quebrada. Avaliada a situação em 18 de julho, constatou-se que o país havia perdido US$ 10 bilhões de suas reservas internacionais tentando manter a paridade cambial, antes de render-se e flutuar a moeda. Em dezembro, ao fim da crise após um pacote financeiro de ajuda inédito desde a crise mexicana de 1974, 100 mil empregos haviam evaporado, sete ministros da Fazenda se viram forçados a renunciar após fracassarem no enfrentamento da crise, se perdeu metade das reservas internacionais do país e 56 dos 91 bancos que operavam no país fecharam suas portas.
U
m governo democrático pode seguir a pista de sua situação relativa na superfície de catástrofe por meio de pesquisas de opinião e outros métodos de aferição. Mantém o poder através da manipulação dos sucessos para evitar a linha critica da superfície. Mas a análise fundamental é a dos elementos não visíveis, abaixo da superfície. Mais vale analisar numa pesquisa os 5% que passaram a 7% e depois a 10%, que se deleitar com os 65% de maioria.
N
a seqüência da crise tailandesa, Coréia do Sul, Indonésia e Filipinas foram também arrastadas pela crise. Resistiu Hong Kong, ao preço de elevar os juros para 300% ao ano e assistir, em decorrência, a uma queda na bolsa de valores local de mais de 10%. Por que a crise tailandesa não nos atingiu agora? Três razões são responsáveis pela blinda-
COMENTÁRIO DE CESAR MAIA, PREFEITO DO RIO HTTP://CESARMAIA. BLOGSPOT.COM
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M
ais recentemente, o critério mudou, passando a ser considerado prudente manter em reservas o equivalente ao passivo externo de curto prazo, vencível nos próximos 12 meses. Conforme apontado anteriormente, o passivo externo reduziu-se substancialmente. Em conseqüência, a relação entre a dívida de curto prazo e as reservas caiu de três (em 1990) para um (em 2004). Podemos vir a ser atingidos por uma crise vinda de fora, mas se o formos, o seremos de maneira mais suave e nos preparamos para esse tipo de evento. Ponto para a banda boa do governo.
A banda boa do governo preparou o país para enfrentar crises externas
Saúde nunca é demais
D e olho nos sinais de mudanças abaixo do chão
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gem da economia brasileira. O primeiro foi a sistemática substituição da dívida pública externa por dívida pública interna. É claro que essa política teve não só críticos, como custos, mas seus resultados só podem ser avaliados em situações de crise, quando os custos são similares ao de uma apólice de seguro. Ainda é cedo para se verificar se os acontecimentos da Tailândia vão afetar países imprevidentes, embora o número dos imprevidentes tenha se reduzido muito nos últimos anos. Afinal, não inventamos a pólvora nesse assunto, apenas tivemos um bom comportamento como muitos dos demais, o que já é elogiável comparado com o mau comportamento em praticamente todas as demais políticas deste governo. A segunda razão é o câmbio flutuante. Se as coisas realmente apertarem para todos, parte do impacto será absorvido pela desvalorização da taxa de câmbio. O que não seria mal, dados os efeitos colaterais sobre importantes segmentos de nossa economia que estão sendo muito afetados pela valorização do câmbio. Finalmente, pelo nível de reservas que acumulamos nos últimos anos. As reservas internacionais do país estão hoje acima de US$ 80 bilhões. Esse montante é equivalente hoje a 11 meses de importações. No passado, antes da abertura da conta de capital dos países emergentes, considerava-se prudente um montante de reservas pelo menos equivalente a 3 ou 4 meses de importações. Por esse critério, portanto, estamos mais que bem.
AFP
A
calmaria de um período pode ser o prenúncio de mudanças: 25 anos sem crescimento produziram expectativa de mudança em 2002, que teve fôlego para chegar a 2006. Mas os sinais abaixo da superfície podem estar apontando para mudanças. Estudos das causas de eventos na natureza que surgem como ruptura, quando tudo parece normal, foram desenvolvidos há anos por René Thom, do Instituto de Altos Estudos Científicos da França. As equações de previsão são de alta complexidade. Sabemos como caem as folhas secas de uma árvore ou os flocos de neve. Há uma equação para isso?
O
E
sse problema já deveria ter sido solucionado há mais tempo, mas nunca é tarde para resolvê-lo. Agora, graças à Associação Comercial de São Paulo e a seu presidente, Guilherme Afif Domingos, que resolveu atrair o Poder Judiciário à esfera de um meio publicitário como os outdoors, o assunto caminha para uma solução. Não vamos entrar em detalhes, pois essa é função da reportagem publicada em nosso jornal no dia 15. A Associação Comercial de São Paulo visou resguardar os direitos de seus associados e alcançou a sua meta. A questão agora vai para a Justiça, pois a Prefeitura de São Paulo vai recorrer da decisão judicial. Como está patente, São Paulo degenerou tanto a publicidade visual em outdoors que é preciso impor um limite aos seus excessos, embora seja difícil uma fiscalização eficaz da colocação desse meio publicitário.
R
PEDRO TOBIAS Estado de São Paulo, sem sombra de dúvida, apresentou expressivos avanços na área da saúde nos últimos anos. Desde 1998 foram criados cerca de 4 mil leitos na rede hospitalar própria, unidades foram reformadas e ampliadas, a mortalidade infantil caiu 20,7% em cinco anos, o sarampo foi erradicado e a gravidez na adolescência vem caindo de forma constante. Definitivamente, podemos afirmar que a saúde paulista não ficou nem ficará desprotegida. O ex-governador Geraldo Alckmin, médico, conhecia o assunto como poucos. Já o governador eleito e ex-ministro da Saúde, José Serra, dispensa apresentações. No entanto, e como saúde nunca é demais, são muitos os desafios da próxima gestão, sobretudo no que se refere ao estreitamento de relações com as esferas federal e municipal, para reforçar a cooperação solidária no Sistema Único de Saúde (SUS) e exigir que cada governo
nossa caríssima cidade de São Paulo, com tantos títulos de honra que a enobrecem, tem ao menos um título negativo que é o de tolerar a poluição visual, principalmente a dos outdoors. Para solucionar essa deficiência administrativa foi aprovado na Câmara Municipal uma lei que banirá totalmente os outdoors da série publicitária urbana. A Associação Comercial de São Paulo entendeu que era preciso impor uma barreira de direito na lei que procurou regular a matéria e foi mais longe, garantindo o uso desse meio publicitário numa cidade imensa como é São Paulo.
exerça, efetivamente, suas atribuições e responsabilidades, em benefício da população.
E
stá mais do que na hora de a União cumprir a Emenda Constitucional nº. 29, ampliando os tetos do SUS para o Estado e os municípios gestores plenos. Do mesmo modo, é preciso maior atenção às Santas Casas, com reajustes contundentes na tabela de procedimentos hospitalares. Não é possível que, a cada parto realizado, por exemplo, esses hospitais filantrópicos tenham prejuízo de R$ 482,61. O governo de São Paulo já provou que é possível fazer uma saúde melhor para todos. Chegou o momento, portanto, de unir esforços, independentemente de bandeiras partidárias, para construir um SUS ainda mais forte em nosso Estado. PEDRO TOBIAS, MÉDICO, É DEPUTADO ESTADUAL (PSDB)
C hegou o momento de unir esforços para construir um SUS forte em São Paulo
egistramos o êxito jurídico da Associação Comercial de São Paulo e desejamos que seja encontrada uma solução adequada e satisfatória, que corresponda aos interesses dos agentes publicitários e do Estado, como fiscal público da cidade. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Para a ACSP,
é preciso impor uma barreira de direito na lei que regula o uso dos outdoors
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
Política ADESAO DE Alan Marques/Folha Imagem - 31/10/2006
O Inter acabou de ganhar o campeonato. Alguém vai chegar para o técnico e perguntar se ele vai mudar a equipe? Eu acabei de ganhar as eleições. Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Todo ano vai ter um pouquinho (de aumento real). Todo ano vai ter um pouquinho enquanto eu for presidente. Lula, sobre o aumento real do salário mínimo.
Geraldo Magela / Agência Senado
QUINTANILHA BENEFICIA RENAN
A
Alan Marques/Folha Imagem - 22/05/2005
O senhor faz discurso de comunista, mas é a favor da ditadura. Um vereador, durante um tumulto envolvendo o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP).
Milton Mansilha/LUZ - 30/03/2006
Eu não fiquei sozinho. Eu, pelo menos, espero que tenha contado com a companhia de Deus. Aldo Rebelo, sobre o enfraquecimento de sua candidatura.
campanha do senador Renan Cal h e i ro s ( P M D B AL) para a reeleição para a Presidência do Senado ganhou mais uma adesão nos últimos dias. O senador Leomar Quintanilha (TO) decidiu se desfiliar do PCdoB e assinou na semana passada sua ficha de entrada no PMDB, partido de Calheiros. Com isso, o PMDB passará a ter 20 senadores na próxima legislatura, consolidando sua vantagem como partido com a maior bancada na Casa e garantindo mais um voto para a candidatura de Renan. A segunda maior bancada é a do PFL, com 17 integrantes. Até o momento, apenas o líder do PFL, José Agripino Maia (RN), anunciou sua disposição de enfrentar Renan na disputa pelo comando do Senado. Para tentar impedir o favoritismo do atual presidente, Agripino tem procurado conquistar o apoio justamente dos partidos com menores bancadas, pois o Senado terá, a partir
do próximo ano, uma grande pulverização partidária, com 14 legendas representadas. Agripino confia que sua vitória poderia sair justamente da soma dos votos das bancadas menores, com as do PFL e PSDB, que costumam operar em sintonia no Congresso. A mudança de partido de Quintanilha atrapalha esses planos. O PFL pretendia conquistar os dois votos que o PCdoB tinha no Senado, antes dessa desfiliação, justamente porque vai apoiar a candidatura de Aldo Rebelo (PCdoB-SP) à reeleição para a Presidência da Câmara. Agora, a bancada do PCdoB do Senado se resume ao senador eleito Inácio Arruda (CE). Na prática, a ida de Quintanilha para o PMDB parece ser mais natural com sua trajetória política e profissional. Com a vitória de Marcello Miranda a o g o v e r n o d e To c a n t i n s , Quintanilha foi convidado pelo governador a voltar para o partido. Como o PMDB acertou sua participação efetiva
Dida Sampaio / AE
Esta legislatura tem uma coisa boa: está terminando. Foi a desmoralização diante da opinião pública, culminada com esse aumento de salário, que desacreditou completamente o Congresso. Senador Cristovam Buarque (PDT-DF)
Cada vez mais favorito: Renan também comemora aliança PT/PMDB
também dentro do governo federal, o senador ficou à vontade para retornar à legenda, já que nunca escondeu sua disposição de apoiar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao mesmo tempo, sua saída do PCdoB também acaba com o desconforto de ele ser grande proprietário rural e filiado a um partido que defende a desconcentração de terra. Renan também recebeu outras duas boas notícias. A melhor delas foi a conclusão de um pacto na Câmara de aliança entre PMDB e PT. Pelo acordo, o PMDB apoiaria agora a eleição de Arlindo Chinaglia (PT-SP) para comandar a Câmara e receberia, daqui a dois anos, a reciprocidade para um candidato do partido. Com isso, os 11 votos do PT no Senado devem fluir naturalmente para a candidatura de Renan. Até porque o partido não apoiaria a escolha de um presidente integrante da bancada de oposição, como é o caso de Agripino. Além disso, Renan também
teve a boa notícia da filiação do senador Augusto Botelho (RR) ao PT. Com isso, os petistas recuperam a vaga perdida com a eleição de Ana Júlia Carepa (PA) para o governo do Pará e voltam a ter 11 senadores. O suplente de Ana Júlia, José Nery é filiado ao PSol. Balanço de 2006 - Na última sessão deliberativa, realizada na semana passada, Calheiros comemorou o grande número de matérias aprovadas em 2005 e 2006, que superaram a marca de 2.600 itens, e destacou a produtividade do Senado, que pela primeira vez em 16 anos votou mais matérias originadas no Legislativo do que nos outros dois poderes, Executivo e Judiciário. "Votamos tudo o que tínhamos para votar. Matérias da maior importância para o País, como o Fundeb, a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, a recriação da Sudene, a mudança nos ritos do orçamento, a lei de combate à violência doméstica e a reforma infraconstitucional do Judiciário", relatou. (AE e Agência Senado)
Vamos rebater todas essas denúncias vazias. Meus piscinões funcionam, não houve enchente. Minhas avenidas não afundaram e nem têm buracos. Ex-prefeito e deputado federal Paulo Maluf (PP)
Quando se trata de bolso, a ideologia do partido vai pro espaço. Chico Alencar, deputado do PSol-SP
Gostaríamos que a atual gestão continuasse. Temos toda a confiança na ministra Marina Silva. Miriam Prochnow, coordenadora da rede de ONGs em Defesa da Mata Atlântica.
Como aceitar que um parlamentar brasileiro receba R$ 800 por dia quando uma parte das pessoas que ele representa é obrigada a viver com R$ 12 por dia? Dom João Braz, arcebispo de Brasília
Lula Marques/Folha Imagem - 20/12/2006
Estamos entregando para cada parlamentar uma garrafinha, que simboliza o óleo de peroba, para passar nos cara-de-pau dos parlamentares. Regiane Pitanga, presidente da CUT/DF
Reforço: Quintanilha nunca escondeu sua disposição em apoiar Lula. Ricardo Stuckert / Reuters
Luiz Prado/LUZ - 18/11/2005
Com a filiação do senador Augusto Botelho, a bancada do PT volta a ter 11 senadores.
Com a filiação do ex-senador do PCdoB, a bancada do PMDB vai a 20 e garante mais um voto para a candidatura de Renan Calheiros à reeleição.
Vou vadiar um pouco (quando deixar o cargo). Vou advogar, mas, assim, de leve, nada grande. Márcio Thomaz Bastos, ministro da Justiça.
Sinceramente, não posso aceitar, sem protesto, a decisão da Corte Superior Eleitoral que rejeitou as contas do Comitê Financeiro Nacional do PT por causa de R$ 10 mil. José de Filippi, tesoureiro de campanha de Lula à reeleição.
3
LULA: AVALIAÇÃO VARIA CONFORME PAÍS
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o segundo político mundial mais popular, na avaliação de espanhóis e franceses, e um dos piores avaliados nos Estados Unidos e na Inglaterra. O levantamento foi feito pelo Instituto Novatris/Harris Interactive, a pedido do canal internacional de notícias France 24. Das 1.998 pessoas ouvidas na Espanha, 47% têm boa ou muito boa impressão do presidente brasileiro. O quadro se repete na França, onde 41% dos 2.140 entrevistados avaliam bem ou muito bem a ges-
tão de Lula. Lula x Chávez – Na disputa com o presidente venezuelano Hugo Chávez, Lula é mais popular em cinco dos seis países que constam da pesquisa. Apenas os ingleses têm melhor impressão de Chávez: 11% de apoio. Na Inglaterra, Lula tem 9%. Lula participa da lista que inclui outros nomes como os presidentes George W. Bush (EUA), Jacques Chirac (França), Fidel Castro (Cuba) e Vladimir Putin (Rússia), além do primeiro-ministro inglês Tony Blair e até do papa Bento XVI. (AE)
Na Inglaterra, 11% apóiam Chávez, e 9% preferem Lula.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
Indicadores Econômicos
5
0,07
22/12/2006
por cento foi a queda do Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo, na última sexta-feira.
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 20/12/2006 20/12/2006 20/12/2006 20/12/2006 20/12/2006
P.L. do Fundo 12.673.411,15 2.030.879,90 12.042.338,37 19.151.226,93 1.397.644,00
Valor da Cota Subordinada 1.291,830797 1.132,610271 1.229,980844 1.101,935094 1.173,985618
% rent.-mês 1,7121 0,8303 4,4269 2,0118 1,6124
% ano 32,2282 13,2610 22,9981 10,1935 17,3986
Valor da Cota Sênior 1.031,704734 1.118,731120 1.136,292766 0 0
% rent.-mês 0,7564 0,6950 0,8263 -
% ano 3,1705 11,8731 13,6293 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
4
Planalto Estados Congresso CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
José Cruz / Agência Senado
Eymar Mascaro
O premiado
O
s partidos que integram o Conselho Político querem se reunir oportunamente para discutir se o grupo apóia a reeleição de Aldo Rebelo (PCdoB) ou a candidatura de Arlindo Chinaglia (PT) para a presidência da Câmara dos Deputados. Em contrapartida, está em andamento um suposto acordo entre PT e PMDB para a eleição dos presidentes da Casa nos próximos quatro anos. O Conselho Político promete lutar para que os aliados tenham um só candidato à presidência, para evitar que prospere alguma candidatura de oposição. Pelo andar da carruagem, isso não será possível.
Para o senador, crítico ferrenho das negociações da Gamecorp com a Telemar, o contador do balanço de 2005 "deve ser o mesmo do valerioduto".
U
jetos e deveria ter lucros muito grandes. Acho que tem algo errado aí e o contador que conseguiu registrar esse prejuízo deve ser o mesmo do 'valerioduto", disse ACM. "Valerioduto" é como ficou conhecido o 'caixa dois' do PT, supostamente montado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e pelo exsecretário nacional de Finanças e Planejamento do partido Delúbio Soares. A operação resultou no escândalo do "mensalão", pelo qual foram cassados os mandatos de deputado do ex-chefe da Casa Civil José Dirceu (PTSP), do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson (RJ), e do ex-presidente nacional do PP Pedro Corrêa (PE). A Gamecorp nasceu com capital de R$ 10 mil. Em 2005, logo depois da operação de compra de parte da empresa pela Telemar, os sócios da Gamecorp aumentaram o capital da companhia em mais R$ 2,7 mi-
"A empresa deveria ter tido lucros muito grandes", afirma ACM.
lhões, com a garantia de exclusividade pelo conteúdo do que produzissem. Em 2005, a Telemar investiu ainda mais na empresa: R$ 5 milhões. A Gamecorp foi criada em outubro de 2004. Produz conteúdo para o público jovem, principalmente dicas para jogos de videogame. Aluga espaço na grade da Play TV, antiga Rede 21, do Grupo Bandeirantes. Os sócios originais da Gamecorp eram Fábio Luís Lula da Silva, os irmãos Kalil e Fernando Bittar e Leonardo Badra Eid.
Para justificar o prejuízo, a Gamecorp informou, em notas explicativas que acompanham os números do balanço de 2005, que pagou obrigações sociais de R$ 120 mil, das quais R$ 49,5 mil em salários. Relata também R$ 1,5 milhão em aplicações financeiras no Banco do Brasil e Banco Safra. No final de 2005, a empresa teve receita operacional líquida de R$ 2,358 milhões e custos de serviços vendidos de R$ 2,948 milhões. As despesas operacionais somaram R$ 2,889 milhões. (AE)
Os valores previstos para os dois estados praticamente empatam com o de São Paulo, que tem uma população 20 vezes maior, e que deve ser contemplado com R$ 1,07 bilhão.
O
UM OU OUTRO
DIFERENTE
Por enquanto, Aldo Rebelo e Arlindo Chinaglia são os únicos candidatos à presidência da Casa. O PMDB retarda a provável indicação de seu candidato na esperança de que surja a candidatura única. O PMDB tem três aspirantes ao cargo.
Os entendimentos estão menos complicados no Senado. Renan Calheiros continua sendo o favorito e é o candidato do governo. O candidato da oposição, José Agripino, cabala votos dos senadores, mas sua chance de vitória é remota. Se a eleição fosse hoje, Renan seria o vencedor.
PREFERÊNCIA
Raupp e Jucá levam R$ 934 mi para RO e RR
relator-geral do Orçamento de 2007, senador Valdir Raupp (PMDBRO), e o novo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), amealharam R$ 934 milhões das verbas de investimento federal de 2007 para os seus respectivos estados – quase dez vezes mais do que o inicialmente reservado pelo governo na proposta enviada ao Congresso, em agosto. O valor previsto na Lei Orçamentária para os dois ex-territórios é tão desproporcional ao tamanho que quase empata com o de São Paulo, que tem uma população 20 vezes maior e foi contemplado com a quantia de R$ 1,07 bilhão. A provisão de recursos no Orçamento não é uma garantia de execução dos investimentos por parte da administração federal mas, como dizem alguns parlamentares, quem põe mais balas no cartucho sempre tem mais chances de acertar o alvo. Historicamente, os parla-
O contador que registrou esse prejuízo deve ser o mesmo do 'valerioduto'. ACM
SENADOR QUESTIONA LISURA DE BALANÇO
ACM IRONIZA PREJUÍZO DA EMPRESA DE LULINHA m contador ligado ao "valerioduto" deve ter sido o responsável pelo balanço de 2005 da Gamecorp, que registrou prejuízo de R$ 3,479 milhões, disse ontem o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). A Gamecorp tem entre os sócios o empresário Fábio Luís Lula da Silva, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O mau resultado financeiro da empresa aconteceu no mesmo ano em que a Telemar virou acionista da companhia, comprando 35% de participação por R$ 2,5 milhões. ACM tem sido um severo crítico da transação entre a Gamecorp e a Telemar. Em discursos seguidos no plenário do Senado, ele costuma levantar suspeitas sobre a operação. Disse que o balanço reforça essas suposições. "É inacreditável que tenha havido prejuízo. Pelo que sabemos, a empresa está envolvida em muitos pro-
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
José Cruz /ABr / 06.02.2006
Enquanto os partidos não decidem quem será o candidato, Lula mantém sua preferência por Aldo Rebelo. Mas o presidente da Câmara sofreu um grande desgaste com a crise do aumento dos salários dos deputados e senadores. Mesmo assim, ainda tem a deferência de Lula.
JOGO O PMDB e o PT discutem a proposta peemedebista de que os dois partidos presidam a Câmara nos próximos quatro anos. O PT, por exemplo, presidiria a Casa nos dois primeiros anos do segundo mandato de Lula e o PMDB os dois anos seguintes.
MARGINALIZADO O acordo entre PT e PMDB, se vingar, marginaliza Aldo Rebelo. Não se sabe se Aldo manteria sua candidatura com o apoio da oposição. O PSDB e o PFL já se declararam favoráveis à candidatura de Rebelo, caso o PT sustente a candidatura de Arlindo Chinaglia.
AFASTAMENTO Fixado o acordo PT/PMDB, a tese dos petistas é deixar apenas o PFL na oposição. Para isso, teriam de atrair o PSDB para um cargo importante na mesa diretora. Mas o PFL espera que os tucanos fiquem do seu lado na oposição ao esquema dos dois partidos.
COMPENSAÇÃO Rondônia, o estado de Valdir Raupp (PMDB), deve receber R$ 557 milhões. O previsto era R$ 60,6 milhões.
mentares do PMDB e, especialmente, do norte do País (aí incluindo o Maranhão) têm tido uma grande influência na Comissão de Orçamento e, com isso, conseguem aprovar mais emendas que beneficiam as
cado o dinheiro definido pelas bases eleitorais. Neste ano, o relator-geral e emendas coletivas. Mas nada se compara com a os relatores setoriais aprovaram R$ 14,9 bilhões em emen- performance de Roraima e Rondônia, que obtidas – o maior voluveram valores 882% me da história recene 820% superiores ao te dos Orçamentos. que o Executivo tiDesse total, R$ 3,5 nha proposto inibilhões são de emen- Rondônia e cialmente. d a s i n d i v i d u a i s Roraima vão Rondônia tinha igualmente dividireceber valores R$ 60,6 milhões para das entre todos os investimentos antes parlamentares (R$ 6 882% e 820% das emendas, e acamilhões cada), mas superiores ao R$ 11,4 bilhões são que o Executivo bou com R$ 557,5 milhões. Roraima, emendas coletivas tinha proposto por sua vez, iniciou disputadas a tapa inicialmente. com R$ 38,4 milhões pelas diferentes bane terminou com R$ cadas estaduais e reR$ 376,9 milhões. Isgionais. Como as demandas sempre so equivale a R$ 934,44 por hasuperam os recursos disponí- bitante do ex-território. Para se fazer uma comparaveis, cabe aos relatores setoriais do Orçamento e ao rela- ção, em São Paulo o Orçamentor-geral definir onde será alo- to é de R$ 25,9 per capita. (AE)
Se o acordo PT/PMDB der certo, os peemedebistas ficariam encarregados de indicar o líder do governo na Câmara. O PMDB ficaria com a liderança do governo enquanto o PT estivesse na presidência. A verdade é que Aldo Rebelo está se sentindo abandonado pelos dois adversários.
LAMÚRIA O PSol lamenta até hoje não ter participado do grupo que ingressou com mandado de segurança no STF, argüindo a inconstitucionalidade do aumento salarial de 91% aos parlamentares. Detalhe: o PSol não foi avisado pelos cabeças do movimento.
CONTRARIEDADE O deputado Fernando Gabeira, do nanico PV, está sendo cogitado para ser o anti-candidato à presidência da Câmara. Gabeira não tem a menor chance de ganhar a eleição. Seria lançado apenas para marcar posição do grupo, que foi contra o aumento de 91%.
REVANCHE Insatisfeitos com a decisão do STF de acabar com o aumento salarial dos parlamentares para R$ 24,5 mil, deputados e senadores continuam ameaçando não votar o projeto de lei em tramitação na Câmara, elevando o salário dos ministros do Supremo de R$ 24,5 mil para R$ 25.725.
CUSTOS Pode custar até R$ 1 milhão a festa de posse de Lula no dia 1º de janeiro. Diz-que as despesas seriam rateadas entre o governo e o PT. O partido poderia gastar até R$ 500 mil na festa. O PT espera pela participação de pelo menos 40 mil pessoas, contra 150 mil na posse do primeiro mandato. O evento não terá a presença de chefes de estado.
SURPRESA Lula não deseja que Aldo Rebelo se torne bandeira de campanha da oposição. O presidente tem medo de que se repita em 2006 o episódio de 2005, com a surpreendente vitória de Severino Cavalcanti. Lula está interessado em conhecer o desfecho do acordo PT/PMDB.
SERRA O salário do governador eleito de São Paulo, José Serra, será de R$ 14 mil, e não de R$ 22 mil, como foi noticiado. A Assembléia Legislativa decidiu aprovar apenas o aumento salarial dos futuros secretários estaduais.
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Empresas Finanças Agronegócio Nacional
C
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
Restaurante Vivenda do Camarão negocia preço de matéria-prima e cria pratos mais baratos. Veja mais na página 4.
EXPORTAÇÃO DE CAMARÃO CAIU 20% NESTE ANO
Fotos: Milton Mansilha/Luz
Com a diminuição das exportações em função do câmbio desfavorável, criadores começam a olhar para o mercado interno.
AMARÃO Criações do RN são encontradas em mercados de outros estados
MAIS SABOR NO PRATO DO BRASILEIRO
A
valorização do real frente ao dólar deve favorecer o consumo de camarão pelos brasileiros em 2007, assim como ocorreu neste ano. Com a queda do lucro nas exportações, as empresas que cultivam o crustáceo em cativeiro e vendem para o exterior – em especial as do Rio Grande do Norte – estão destinando parte da produção para o mercado interno. A projeção da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC) é de que, no próximo ano, sejam criados 35 mil toneladas de camarão, montante semelhante ao deste ano, mas bem inferior às 42 mil toneladas de 2005. Segundo dados da entidade, as vendas totais brasileiras para o mercado externo neste ano foram 20% menores que as do ano anterior. Tanto em 2005 como em 2006, o estado potiguar produziu 25 mil toneladas de camarão. Desse total, foram vendidas para outros estados 9 mil toneladas do crustáceo em 2005 e 13 mil toneladas ao longo deste ano. Esse movimento foi favorecido pela redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no Rio Grande do Nor-
Exportações caíram neste ano
te na venda a outros estados de matéria-prima para o processamento de produtos com valor agregado. A alíquota do imposto passou de 12% para zero por duas vezes neste ano, e o setor espera que esse benefício, que tem validade por seis meses, seja renovado em 2007. Competição – Segundo o diretor comercial da ABCC, Rodrigo Carvalho, algumas indústrias de processamento não gostaram da diminuição da alíquota, porque os produtores potiguares passaram a vender o camarão diretamente a empresas de processamento de outras regiões. "A medida
pode ter abalado a competitividade, mas as indústrias estão se adaptando. O mercado é aberto", afirma. Para Carvalho, com a expansão do mercado interno haverá aumento de empregos não só no cultivo, mas nas outras etapas da cadeia produtiva, como indústria, distribuição, varejo e restaurantes. Como não deve haver aumento de preço, a estratégia do setor para estimular o consumo no Brasil é criar opções para os clientes. Para estimular o food service ou o consumo residencial deverão ser implementados pratos pré-cozidos, congelados ou resfriados, empanados e cozidos com molho. A aposta dos produtores no mercado interno esbarra, porém, na concorrência desleal com empresas clandestinas. "O consumidor encontra produtos mais baratos, mas sem qualidade", diz Carvalho. Restrições – No comércio exterior, além do câmbio não ajudar, os produtores estão preocupados com ações antidumping movidas pelos Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC). Além do Brasil, cinco países (China, Equador, Índia, Tailândia e Vietnã) foram acusados de dumping. Com a restrição, o preço do camarão no mercado mundial caiu. Os produtores chineses, porém, com apoio financeiro do governo, modificaram os meios de produção e passaram a vender para os EUA camarão mais elaborado, sem cabeça e descascado. Com isso, fizeram crescer as vendas para o mercado norte-americano. O Brasil, por sua vez, praticamente parou de exportar para lá. Há alguns anos, os Estados Unidos eram responsáveis por 40% das exportações nacionais de camarão. Mesmo com todas as intempéries do negócio, Carvalho considera criar camarão uma atividade satisfatória. "Se forem tomados todos os cuidados na criação, a margem de lucro pode chegar a 25%", diz. Adriana David
Preço dos camarões não deve subir em 2007
Queda do ICMS estimula comércio entre estados
Em busca de novos mercados
A
Agência de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex) tem um projeto de incentivo às empresas nacionais para a venda de camarão a outros destinos, fora os EUA. Atualmente, 23 empresas participam do projeto, que vai até abril de 2007. Quando começou, em 2005, apenas 15 produtores nacionais participavam. O custo total da empreitada é de R$ 4 milhões. "É muito difícil conseguir novos mercados para o camarão", afirma o gerente de projetos da Apex, Marcos Soares. Hoje, cerca de 45% das exportações brasileiras do crustáceo vão para a França e 40% para a Espanha. O Reino Unido seria um país para o qual o Brasil também poderia vender. A terra da rainha Elizabeth tem demanda por produtos de maior valor agregado. "Lá, não se encontra camarão cru", afirma o diretor comercial da Associação Brasileira
Milton Mansilha/Luz
França e Espanha consomem mais de 80% das exportações brasileiras
de Criadores de Camarão (ABCC), Rodrigo Carvalho. Os países do Leste Europeu também seriam boas opções, mas para a venda de camarão descascado, pois lá a aparência do crustáceo não é valorizada. O Japão tem interesse em comprar do Brasil, mas, segundo Carvalho, a logística até o outro lado do mundo é complicada. "Tudo tem que ser analisa-
do com cautela, pois não podemos deixar de fornecer para a Espanha e França", diz. Há ainda outros desafios para o Brasil exportar mais camarões. Alguns varejistas internacionais começaram a exigir certificação de produtos orgânicos, social ou ambiental. A ABCC já tem um programa de certificação que segue esses padrões internacionais. (AD)
Criador sofre para pagar análise
A
lém do câmbio desfavorável, os produtores de camarão tiveram mais uma dor de cabeça em 2006: cumprir o plano emergencial de controle de resíduos exigido por importadores europeus. As empresas tiveram de submeter seus camarões a diversas análises, com valores variando de R$ 100 a R$ 500 cada uma, fora o custo com o envio das amostras. Al-
gumas empresas tiveram de fazer até 15 análises. A verba do Programa Nacional de Controle de Resíduos (PNCR) para a aquicultura em 2006 foi de R$ 1,5 milhão, mas para o plano emergencial as empresas desembolsaram um montante de R$ 800 mil. Para 2007, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento acenou com a possibilidade de aumentar a verba
do programa. O diretor comercial da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC), Rodrigo Carvalho, explica que o PNCR envolve, além do controle de resíduos, o controle nas fazendas e nas vendas. A estimativa é de que mil fazendas cultivem camarão no Brasil. "O mais difícil é verificar se não há o uso de medicamentos proibidos nas fazendas", afirma. (AD)
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
DOISPONTOS -77
E
RECEITA PARA O
BRASIL 2007 O importante é não hesitar. É hora de todos fazerem mais.
E
m 2007 inicia-se um novo mandato presidencial e abrem-se para o País grandes oportunidades e expectativas, sobretudo no que diz respeito ao desenvolvimento econômico. Os bancos assumem sua importância nesse processo. Sabemos que é hora de todos fazerem mais pelo País, pois este é um momento excepcional. O Brasil, como ressaltou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em discurso na posse do deputado Armando Monteiro na CNI, não tem restrições para seguir em frente. O Risco Brasil é declinante, a inflação é baixa e, como afirmou o presidente, a tendência dos juros é, inexoravelmente, de queda. Esse cenário econômico, associado a um estado de democracia plena, abre espaço para levarmos adiante, com firmeza, os ajustes necessários. Gostaria de fazer um pequeno balanço dos resultados dos bancos em 2006. Ele é indicativo da vitalidade de um setor que é fundamental para o pleno funcionamento da economia. A Febraban representa instituições que são o centro da engrenagem. São elas que captam os recursos gerados pela atividade econômica, possibilitam empréstimos, zelam pelo patrimônio financeiro de pessoas e empresas. Os bancos brasileiros tiveram lucros, que, em alguns trimestres, bateram recorde. Temos orgulho dessa performance, pois produzimos riquezas para o País, na forma de tributos, oferta de empregos e dividendos aos acionistas. Consolidando uma tendência, os índices de eficiência melhoram e a rentabilidade aumenta. A inadimplência é satisfatória, mesmo com aumento notável das operações de crédito. De forma orgânica, ou por meio de aquisições, os bancos ampliam sua escala de atuação. Tudo isso ocorreu num ambiente de estabilidade e juros decrescentes, o que mostra que o lucro dos bancos, como deve ser, resulta de eficiência, estratégia e capacidade de atender bem aos clientes. Além da competência e criatividade de seus colaboradores, os bancos realizam investimentos sistemáticos em Tecnologia da Informação e treinamento. São investimentos que, por si só, sinalizam a nossa confiança no futuro. O Brasil tem hoje o mais poderoso e confiável sistema bancário da América Latina. Nos rankings mundiais, nossos bancos se destacam. É uma posição reconhecida e premiada, inclusive em ações de responsabilidade socioambiental e governança corporativa.
Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
PAULO SAAB
PRIVILÉGIO DOS 50
mil pontos de atendimento, entre agências, postos de serviço, máquinas de auto-atendimento e correspondentes. Os bancos estão em 100% do território brasileiro, com presença nos 5.600 municípios existentes.
P
or ser a última coluna do ano, peço licença ao leitor para desintoxicarme das coisas negativas que a vida política espargiu. Confesso que em 35 anos de jornalismo, tirando o período de exceção, nenhum outro ano foi tão carregado de ruindades vindas dos poderes constituídos. Ao despedir-me de 2006, esperando que 2007 seja mais leve, registro menção interessante de conversa com amigos da mesma faixa de idade a respeito de nosso privilégio de termos assistido (ainda queremos muito mais) a todas as grandes conquistas do futebol brasileiro. Nasci em 1950, em maio. Portanto, tinha pouco mais de um mês quando o Brasil tropeçou no Uruguai e perdeu a Copa do Mundo no Maracanã. Essa Copa e a de 54, ainda sem maior consciência desse esporte, embora já desfilando com a camisa do São Paulo (de goleiro) e com bola de capotão, não me trazem nenhuma lembrança, a não ser as crônicas de Thomas Mazzoni, na Gazeta Esportiva e Antonio Garini, na Última Hora.
S
omos o segmento de maior capilaridade no País. Abrimos a possibilidade para que todos possam ter acesso às comodidades oferecidas pelos bancos. As pessoas, mesmo nos pontos mais remotos do Brasil, podem hoje poupar, receber pensões e aposentadorias, pagar contas, tomar um empréstimo, se necessário. O acesso ao banco possibilita que cada um administre melhor seus ganhos e seus gastos. O acesso à poupança e crédito permite a realização de projetos pessoais. Nas localidades mais afastadas, o processo de bancarização estimulou o comércio local, fez o dinheiro circular de forma produtiva. A médio prazo, certamente reduzirá as desigualdades regionais, entre outros impactos. Ao processo de inclusão bancária soma-se a grande expansão do crédito. Há pouco mais de 10 anos, em junho de 1996, os bancos ofertaram 248,2 bilhões de reais, em crédito. Em junho de 2006, foram 658,5 bilhões. Houve, portanto, um aumento de 165,2%. A oferta de crédito, hoje, corresponde a mais de 33% do Produto Interno Bruto. Podemos ampliá-la ainda mais, estimulando o consumo, a produção, a criação de emprego e renda. Somos otimistas para o novo período que se abre. Temos boas empresas e empresários capazes, trabalhadores criativos e riquezas naturais. Quanto aos desafios, eles são claros.
N
um primeiro momento, é preciso estancar os problemas imediatos, como os gastos públicos crescentes. Precisamos também criar uma agenda de ajustes, que contemple as questões tributária e previdenciária, e encaminhar essas reformas sem demora ao Congresso. Será um sinal importante, para toda a sociedade, de que vamos romper a inércia. Há questões cuja solução é mais simples, como medidas para reduzir a burocracia que dificulta novos empreendimentos e encarece a rotina das empresas. Também é possível resolver sem grande demora a questão dos marcos regulatórios, de forma a tornar seguros os investimentos em infra-estrutura. A redução dos juros básicos e a diminuição dos depósitos compulsórios são factíveis num quadro de inflação baixa e sob controle, para efeito imediato na redução do custo do c ré di t o. Estes são só alguns exemplos do que se pode fazer a curto prazo para melhorar o ambiente econômico, estimular investimentos, tornar mais fácil a vida do empreendedor. O importante, repito, é não hesitar. É mostrar a todos disposição de mudar. Esta é a atitude fundamental para que possamos enfrentar, com coragem e firmeza, os problemas de solução mais difícil. Este é um resumo fiel da expectativa dos bancos. De forma pequena ou intensa, naquilo que nos cabe, queremos estar presentes na vida brasileira e contribuir diretamente na construção de um País desenvolvido e socialmente justo.
Márcio Cypriano
A
expressão da confiança dos investidores em nossa solidez e capacidade de retornos crescentes, é a liquidez das ações de nossos bancos, seja no mercado brasileiro, seja no mercado internacional. Quando se observa a valorização dos papéis, nota-se que ela tem sido exponencial. Esses fundamentos influenciam positivamente a percepção internacional sobre o andamento da economia brasileira, vista em seu conjunto. Lembro novamente que um sistema bancário sólido, livre de riscos sistêmicos, como no passado, é imprescindível para a formação de expectativas positivas. Uma das novidades dos últimos anos, é o processo de inclusão bancária, com benefícios diretos para toda a sociedade. Administramos, hoje, cerca de 95 milhões de contas correntes, 25% a mais do que há três anos. Funcionam hoje, 90
D
MÁRCIO CYPRIANO É PRESIDENTE DO BRADESCO E DA FEBRABAN
G É preciso
Leonardo Rodrigues/Digna Imagem
Milton Mansilha/LUZ
estancar problemas imediatos, como os gastos públicos crescentes. Precisamos também criar uma agenda de ajustes, que contemple as questões tributária e previdenciária.
Newton Santos/Digna Imagem
obtiveram lucros recordes em alguns trimestres. Temos orgulho dessa performance: produzimos riquezas para o País. Tributos, empregos e dividendos aos acionistas.
Joedson Alves/AE
G Os bancos
G É imprescindível
um sólido sistema bancário para formar expectativas positivas.
a Copa de 58 já tenho raios de memória, com familiares e vizinhos da Vila Mariana aos gritos nas ruas, soltando rojões, com o rádio tocando A taça do mundo é nossa, com os brasileiros, não há quem possa... Em 1962 ouvi a transmissão da vitória brasileira nos alto-falantes no Círculo Militar de São Paulo. Em 58 sei que era Edson Leite o narrador. De 62 não lembro. Com 12 anos eu já era bicampeão. Em 1966, ouvi também pelo rádio a derrocada, em ondas curtas com freqüência oscilante, na voz inesquecível de Fiori Giglioti e de Flávio Araújo, da Rádio Bandeirantes, numa longínqua fazenda no Pontal do Paranapanema . Fomos caçados por Portugal e levamos um baile de bola da Hungria. Voltamos para casa na fase inicial da Copa. Estou chorando, torcida brasileira, dizia Fiori, embalando o coro dos desconsolados adolescentes.
m 1970 veio a redenção. O tricampeonato no México com uma seleção e um futebol inesquecíveis. 90 milhões em ação... Pra frente, Brasil, do meu coração... dizia a marcha da época. Empolgante. Olho na tela da TV, pela primeira vez, e som nas transmissões de Fiori Gigiloti, pela Bandeirantes e Joseval Peixoto pela Panamericana, transformada em Jovem Pan, que atuaram em pool na transmissão (além de Haroldo Fernandes, da Tupi). Depois, um longo jejum de 24 anos. Cinco Copas em branco. 1974, de que nem se ouve falar. 1978, onde fomos os campeões morais e saímos sem perder, para vermos a Argentina levar a Copa na mão grande. Chorei em 5 de julho de 1982 ao ver a seleção de Telê Santana cair diante de Paolo Rossi, na Espanha. Em 1986, de novo no México, tropeçamos nas penalidades (início de sina?) diante da França. Mais choro pela injustiça. Na Copa de 90, a seleção de Lazaroni também foi fraca. Quem se lembra? Já eram cinco Copas perdidas pelo tricampeão. Em 1994, nos Estados Unidos, veio o sonhado tetra. Ninguém hoje se importa se foi nos pênaltis e com um futebol à la Parreira de matar do coração. Estivemos também na final da Copa de 1998 e perdemos para a França com o até hoje mal contado piripaque de Ronaldo. Que desilusão! Em compensação, na Copa de 2002 na Coréia do Sul e Japão, Felipão reergueu o orgulho e o futebol nacional e nos levou ao penta. Aos 52 anos, eu era, simplesmente, cinco vezes campeão. Veio 2006 de triste sina para a seleção e a vida política do Brasil pelos escândalos de corrupção e falta de punição. Perdemos de forma vexatória para a França e antes da final. Um time de craques derrotado pela soberba e por um técnico burocrático.
F
azendo as contas, minha geração assistiu até agora a todas as conquistas. E quer mais, muito mais. Pena que na política ainda sejamos rabeira de tabela. PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR
G Minha
geração assistiu ao Brasil ganhar 5 Copas. Pena que na política somos rabeira de tabela.
FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894
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Congresso Planalto Entrevista CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
SECRETÁRIO FALA DO COMBATE AO CRIME ORGANIZADO
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
Não é justo reduzir em 50% as verbas a que o estado tem direito Saulo de Castro
Ernesto Rodrigues / AE
Rafael Hupsel / LUZ
Reprodução da TV Globo
A onda de ataques do PCC (no alto) e a arrogância dos seus militantes (acima, numa entrevista à TV Globo) gerou críticas ao secretário Saulo de Castro e a oferta de ajuda do governo federal. Ele contra-atacou, revelando que não recebeu nenhuma verba de Brasília.
'NOSSA POLÍCIA É A MELHOR DO PAÍS' A garantia é do secretário estadual da Segurança Pública, Saulo de Castro. Sergio Kapustan
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ono de um temperamento forte, o secretário de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, diz que cumpriu sua missão no cargo e que está a disposição do PSDB para novos desafios. Ele assumiu a pasta em 21 de janeiro de 2002 com a tarefa de reduzir a violência no Estado.
A empreitada não era fácil. Os dois secretários anteriores – José Afonso da Silva (19951998) e Marco Vinicio Petrelluzzi (1999-2002) – haviam sido muito criticados. Promotor de Justiça, Saulo havia comandado até então a Corregedoria de Administração e a Febem. Segundo dados da Secretaria de Segurança, os crimes violentos caíram 8,1%, comparando o terceiro trimestre de
2006 com o terceiro trimestre de 2005. A questão é o combate ao crime organizado. A onda de violência, em maio e julho, com ataques às delegacias, lojas e até bancos, deixou a população apavorada. A Capital viveu o toque de recolher, apesar de o governador Cláudio Lembo afirmar que a situação estava sob controle. O governo ofereceu ajuda e dirigentes do PT pediram a sua demissão. Saulo recusou a oferta e disparou. "De cada R$ 10 arrecadados em impostos pelo governo federal, R$ 4 vêm de São Paulo. Não é justo reduzir em 50% as verbas a que o estado tem direito. Este ano, não veio nada de Brasília, nenhum tostão", reclama. A seguir, os principais trechos da entrevista exclusiva ao Diário do Comércio em que faz um balanço de sua gestão:
Diário do Comércio – Os índices se sofisticou. Hoje, movimenta de criminalidade no Estado milhões no sistema financeiro e baixaram nos últimos anos, mas os dificulta a ação da polícia. Por ataques do crime organizado, em que o crime é mais ágil ? maio e julho, colocaram em xeque Em todo lugar o crime tenta a política de segurança pública do enganar a polícia, ou seja, isso PSDB. Como explicar o paradoxo? vai além das nossas fronteiras. Saulo de Castro Abreu – É Em São Paulo, fazemos o mapeamento dos crium equívoco falar mes e já prendemos em política "do mais de 4.500 dos 5 PSDB". A política de mil membros dessa Segurança Pública é organização crimifundamentada na le- A resposta da nosa, inclusive os gislação penal, o que polícia aos 153 da cúpula. Idennão muda ao beltificamos as contas, prazer de nenhum ataques (do os números de telepartido. A estratégia PCC) fones, os advogados de ação policial re- trouxe a pombos-correio e duziu significativa- tranqüilidade agora empresários, mente homicídios, que compravam latrocínios, estupros de volta à postos de combustíe até roubo de veícu- população. v e l c o m d i n h e i ro los. Foi resultado do roubado. Mas é pregrande investimento quase que exclusivo do gover- ciso que os outros Estados fano estadual. Nenhuma polícia çam o mesmo. Porque nem seestadual está tão bem equipa- quer os sistemas de antecedenda e treinada como a paulista. tes criminais e de emissão de Sistemas inteligentes indicam carteira de identidade são inteno mapa onde o crime aconte- grados. Um criminoso do Rio ce e lá reforçamos o policia- Grande do Sul, por exemplo, mento. Mas ainda há dificul- pode cometer delito em qualdade na gestão prisional, mui- quer outro Estado sem ser to mais por motivos externos. identificado. Também é preciA resposta da polícia aos ata- so asfixiar financeiramente o crime e barrar o tráques trouxe a tranfico de armas e de qüilidade de volta à drogas. Só o goverpopulação. Prendeno federal pode famos mais de 600. O zer isso. paradoxo, trágico Aumentamos até, é o uso eleitoral o uso de do crime e a União sistemas A corrupção é um negar ao estado o que problema sério na inteligentes lhe é de direito. Polícia. Isso atinge para planejar todo o País. Qual é o as ações. Quais as ações grau de corrupção na (principais) de sua Polícia paulista? Trabalhamos A corrupção é um gestão contra a com metas. criminalidade? problema sério em todas as instituições Aumentamos o de governo, nem uso de sistemas inteligentes para planejar o poli- preciso exemplificar. Nós criaciamento. Trabalhamos com mos a Via Rápida, que acelerou metas. Concentramos o efeti- a punição aos maus policiais. vo da polícia em locais violen- Um processo que levava sete, tos, em geral regiões de perife- oito anos, agora é resolvido em ria. Criamos modalidades de seis meses. Aumentamos e policiamento adequadas às equipamos as corregedorias, grandes cidades, como a Ro- que hoje têm 1.600 policiais, cam, que usa motos. Agora, co- tecnologia e autonomia em remeça a rádio-comunicação di- lação à cúpula das polícias. gital, que permitirá que policiais acessem os bancos de da- O sr. assumiu a pasta em janeiro dos criminais e identifiquem de 2002. Até então, havia críticas os suspeitos no local do crime. de que a secretaria era frouxa. Qual é o seu limite no combate ? Mas o crime organizado também Limites humanos, como as
24 horas de um dia, ou os da lei, que respeitamos. De uma gestão para a outra, o que há é um aperfeiçoamento. É o que vai acontecer agora que encerramos um ciclo. Espero que haja mais sintonia com o governo federal e o Congresso para bloquear os celulares nos presídios e punição com rigor o crime organizado, por exemplo. Entidades de direitos humanos criticam a sua atuação. Há dois exemplos: a Operação Castelinho ( em que policiais foram acusados de executar criminosos), em 2002, e as mortes na periferia durante a onda de violência. A polícia agiu dentro da lei? De forma geral, a polícia age dentro da lei. Quando isso não acontece, as c or re ge do- Mapeamos os rias apuram crimes e e pune-se prendemos com demiss ã o o u e x- mais de 4.500 l p u l s ã o membros q u e m s e dessa desvia. Há organização muito oporcriminosa tunismo s o b a b a ndeira dos direitos humanos. É preciso que a sociedade saiba reconhecer aqueles que dão sua vida para nos proteger, e que são os verdadeiros defensores de nossos direitos. Os ataques do crime organizado repercutiram na campanha eleitoral. O PT defendeu a sua demissão e o governo federal ofereceu ajuda. Como foi o seu relacionamento com o governo federal na sua gestão? Sou servidor público e luto pelos interesses do Estado. De cada 10 reais arrecadados em impostos pelo governo federal, 4 vêm de São Paulo. Não é justo, nem constitucional que o governo federal redu- Há (nos críticos za em 50% da atuação as verbas a que o Esta- policial) muito d o t e m d i- oportunismo reito. Fazer sob a s u p e r á v i t bandeira dos com dinheidireitos ro da Segurança é aju- humanos. dar o crime. Este ano, não veio nada de Brasília, nenhum tostão. Não sou eu, é São Paulo que precisa cobrar. O sr. é filiado ao PSDB e foi précandidato a prefeito em 2004. O sr. pode se candidatar em 2008 ? Estou há 11 anos em funções executivas (cinco na Corregedoria Geral da Administração, um na Febem e cinco na Segurança), e continuarei como servidor público. Cumpri as missões que me foram colocadas. O crime diminuiu, nossa polícia é a melhor do País e a população reconhece isso. Depois de tanto trabalho é natural um tempo de descanso. Vou continuar militante do PSDB, à disposição do partido.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
Informática
2006 FOI O ANO DAS... CIDADES DIGITAIS A inclusão digital foi a palavra de ordem e mudou irreversivelmente o panorama do setor em todo o país
inclusão digital fez progressos no Brasil em 2006. A chamada MP do Bem, que isentou de impostos como PIS e Cofins os microcomputadores de até R$ 2,5 mil e os notebooks de até R$ 3 mil, gerou uma queda de preços superior a 15% e levou 256 mil consumidores a comprar equipamentos do programa Computador Para Todos, só no primeiro semestre do ano –sendo que 61% deles, segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), adquiriram um computador pela primeira vez. Os telecentros ganharam força em todo o país este ano. A partir da inserção do tema de inclusão digital na sociedade, União, estados, municípios, ONGs e iniciativa privada já implantaram mais de três mil unidades. Já o programa federal Governo Eletrônico e Serviço de Atendimento ao Cidadão (Gesac) conectou 3.200 pontos em todo o país. Mas a grande surpresa da inclusão digital em 2006 veio do crescimento dos projetos de cidades digitais, com oferta de conexão sem fio em banda larga para cidades inteiras. Experiências bem sucedidas em municípios pequenos, como Sud Menucci, no interior paulista, e Piraí, no Rio de Janeiro, deixaram de ser casos isolados e passaram a ser objeto de desejo de todos os prefeitos. Empresas especializadas – Já existem até empresas especializadas em criar e executar este tipo de projeto, como é o caso da WNI, multinacional dedicada a soluções para redes wireless. "A inclusão digi-
Por Rachel Melamet tal não é um fim em si mesma", observa Nóbile Scandelari Jr., presidente e sócio da subsidiária brasileira da WNI. "É preciso analisar os efeitos concretos do acesso às tecnologias da informação e comunicação na vida das pessoas, como geração de emprego, aumento de renda e inclusão na cidadania por meio de projetos de governo eletrônico", acrescenta o executivo. A Vex, uma das pioneiras na instalação de redes sem fio em locais públicos no Brasil, firmou em 2006 uma parceria com a prefeitura de Campos do Jordão (SP), onde cerca de 80% da população tem acesso à informática mas onde os turistas, de alto poder aquisitivo e sempre às voltas com laptops, smartphones e PDAs, se ressentem da falta de conexão aliada à mobilidade. Semelhante ao Wi-Fi, a tecnologia WiMesh faz a transmissão digital de dados e voz, por meio de pontos de comunicação e acesso interligados que enviam informações através de uma freqüência de 2,4 GHz, direcionando o tráfego de dados para uma ou mais torres centrais. No projeto de Campos do Jordão, três antenas irão cobrir um espaço de 400 mil m². Mineiros na frente – A capital de Minas Gerais saiu na frente para ser a primeira região metropolitana digital do Brasil. Em novembro passado, a Prefeitura de Belo Horizonte e a empresa Brisa assinaram contrato de consultoria para o projeto de rede wireless de comunicação de dados metropolitana. O objetivo é estender a capilaridade (banda
larga) da rede municipal e dos serviços públicos associados a todas as regiões da capital mineira, inclusive comunidades que sequer dispõem hoje de acesso telefônico. O projeto inédito, que conta com o apoio da Anatel e do Ministério das Comunicações, tem como foco principal a viabilização da inclusão digital das regiões periféricas da capital mineira, bem como a melhoria da infra-estrutura da gestão dos serviços públicos. Patrimônio digital – Até o ano passado, a estrutura de informática da cidade histórica de Tiradentes, em Minas Gerais, se resumia a três computadores na sede da Prefeitura e um na Secretaria da Educação, movidos a uma lentíssima conexão discada, também utilizada pelos poucos comerciantes e usuários particulares da cidade que possuíam PCs. Com a inauguração do projeto Tiradentes Digital, em março de 2006, o parque instalado no setor público saltou de quatro para 126 máquinas, incluindo as que funcionam no telecentro e nas escolas. Dos 119 pontos de hospedagem, de pequenas pousadas a hotéis cinco estrelas, cerca de 80% já estão informatizados. E os 131 pontos de comércio e serviços do município caminham a passos largos na mesma direção. A Cisco Systems, responsável pelo sistema WiMesh na cidade, ficou tão satisfeita com a experiência que já aprovou a fase 2 da Tiradentes Digital, que vai incluir um reforço na cobertura atual, expansão da cobertura para o restante do município e controle dos serviços de rede.
1 A conexão sem fio em banda larga para municípios inteiros virou objeto de desejo de prefeitos de todo o País
O milagre da antecipação das compras. Economia 1 Ano 81 - Nº 22.280
São Paulo, terça-feira, 26 de dezembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Mais camarão no prato do brasileiro
Edição concluída às 23h00
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Getty Images
E4
R$ 800.000.000.000
Impostômetro da ACSP alcança hoje a marca de R$ 800 bilhões. Mas deve fechar 2006 em R$ 812 bi, 9% a mais do que o Fisco arrecadou no ano passado. E a fome do Leão só cresce. Segundo previsão do IBPT, em 2007 os tributos chegarão a R$ 900 bilhões. Economia 3
Leão insaciável já pensa em devorar R$ 900 bi em 2007
Deu a louca no orçamento Verbas para Rondônia e Roraima quase empatam com as de São Paulo. Página 4 Milton Mansilha/LUZ
Filippo Monteforte/AFP
2006 FOI O ANO DE... Automatização do varejo Cidades digitais Serviço de VoIP
Papa abençoa e pede paz Da sacada da basílica de São Pedro, Bento XVI deu a bênção Urbi Orbi (foto) e pediu solução para os conflitos mundiais. Enquanto o papa rezava no Vaticano, forças britânicas invadiram uma delegacia em Basra, no sul do Iraque, para resgatar presos que estariam prestes a ser executados pela polícia. Segundo o Exército britânico, muitos dos encarcerados tinham sinais de tortura. C 4
Novos consoles Informática AMANHÃ Nublado com chuva Máxima 26º C. Mínima 20º C.
Blitz para evitar caos no Ano-novo
Temendo mais confusão nos aeroportos neste fim de ano, a Anac começa um pente-fino no sistema de reservas das empresas aéreas e uma auditoria na TAM. Na foto, Ana Carolina, cliente da TAM: vôo cancelado ontem. C 1
DC
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Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
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8%
é a estimativa da Univinco de aumento nas vendas em dezembro
DIFERENTEMENTE DE ANOS ANTERIORES, O CONSUMIDOR ANTECIPOU SUAS COMPRAS DE NATAL
milagre do Natal aconteceu no comércio. Embora o movimento nos principais shoppings e nas lojas do comércio popular às vésperas do dia 25 de dezembro tenha sido menor que o esperado, no final as vendas serão maiores na comparação com o Natal de 2005. Isso mostra que o consumidor antecipou a compra de presentes. O balanço oficial de associações que reúnem os comerciantes não está pronto. Porém, os primeiros levantamentos indicam resultado positivo. De acordo com o presidente da Associação de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun, as vendas do último final de semana foram cerca de 15% maiores em comparação com as registradas no final de semana anterior. Apesar das reclamações dos lojistas, ele afirma que o fechamento do ano será positivo. "A Alshop leva em consideração levantamentos de empreendimentos em todo o Brasil. As regiões Norte e Nordeste vão apresentar números excelentes. Já em São Paulo, alguns foram bem, outros não", disse. A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) divulga hoje o balanço do movimento no comércio. Shoppings – O Shopping Ibirapuera registrou alta de 6% nas vendas em comparação com o Natal de 2005. No Center Norte, o crescimento foi bem mais robusto: 12%. No mês de dezembro passaram pelos corredores desse centro
milhões de consumidores circularam pelo Shopping Center Norte, na zona norte, no mês de dezembro
Ibirapuera: vendas 6% maiores
de compras nove milhões de pessoas – 400 mil só no final de semana passado. O Shopping Interlagos, na zona sul da cidade, recebeu 140 mil pessoas no sábado, quando o normal seriam 110 mil. "As vendas em dezembro subiram 8% e o fluxo de pessoas aumentou 10%", disse a superintendente do Interla-
gos, Carla Bordon. O Central Plaza Shopping, na zona leste, registrou alta de 10% nas vendas e de 7% no número de pessoas no mês. "A expectativa inicial era de aumento de 5% nas vendas. Os produtos mais procurados foram itens de vestuário, calçados, brinquedos e celulares", informou o superintendente do Central Plaza, João Carlos Alves Feitosa. O Shopping ABC, em Santo André, também apresentou aumento nas vendas: 21% entre os dias 1º e 24 de dezembro, em comparação a igual período de 2005. O fluxo de pessoas subiu 27%. O Shopping Tatuapé registrou aumento de 10% nas vendas do final de semana passado. "O tíquete médio de cada consumidor subiu de R$ 50 para R$ 80. Os produtos preferidos foram itens de vestuário, brinquedos, celulares e eletroeletrônicos", informou a gerente geral do Shopping Metrô Tatuapé, Elaine Almeida. Comércio popular – O presidente da União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências (Univinco), Miguel Giorgi Júnior, afirmou que as vendas nesse final de semana foram 30% menores em relação ao anterior. Os melhores dias foram 8 e 9 de dezembro. "Nessa ocasião, o número de visitantes ultrapassou um milhão. O crescimento das vendas em dezembro em relação ao mesmo mês do ano passado será de até 8%", previu. Neide Martingo
Na véspera, movimento foi tranqüilo
N
o S h o p p i n g I b i r apuera, sábado, o movimento surpreendeu alguns consumidores. "Cheguei às 9 horas para não ficar nervoso procurando vaga no estacionamento. Mas nem precisava", disse o médico José Eduardo Dolci, com as mãos cheias de sacolas. "Os corredores estão lotados, mas não caóticos", completou. O casal de Porto Alegre Marcello Santos e Raquel Arioli passeava por São Paulo e resolveu fazer compras no shopping. "Já compramos tudo para a família. A preocupação agora é com a fila no aeroporto. No shopping, foi tranqüilo", disse Raquel. Os lojistas, entretanto, estavam apreensivos. A gerente da Yellow Port, especializada em moda jovem, Carolina Rodrigues, disse que as vendas vão cair 30% em dezembro, em comparação com o mesmo mês de 2005. "Não existe mais o espírito de Natal. Antigamente, as pessoas faziam esforço, parcelavam e levavam. Na sexta-feira à noite, não tinha ninguém nos corredores". A gerente da Akássia, de moda feminina, Mara Rocha Amaral, também lamentava o movimento de sábado. "O Natal não aconteceu neste ano", disse. Já no domingo à tarde, ela se mostrava mais animada. "Os consumidores apareceram. Mesmo assim, as vendas vão cair 30% em relação ao Natal passado", afirmou Mara. Lojas populares – A Rua 25 de Março também foi disputada, mas as pessoas sentiram um pouco mais de tranqüilidade para andar. "O movimento está mais fraco nesse final de semana. As vendas caíram 50% em relação ao sábado anterior", disse o proprietário da Vice Versa Bijuterias, Marcelo Covino, que antecipou o fechamento da loja no domingo. "Não vale a pena manter as portas abertas. As vendas ocorreram ao longo do mês de
Fotos: Milton Mansilha/LUZ
José Dolci: dia tranqüilo para gastar
Marcelo Covino: 20% de aumento
Cláudia dos Santos: na última hora
Arlene e Neusa em busca de brinquedos
dezembro e serão 20% maiores em relação a dezembro de 2005", calculou. A Armarinhos Fernando também registrou queda de 10% no movimento do último sábado e domingo. "Mas não conseguimos fechar as 14 horas do domingo, como havíamos planejado. Enquanto tiver cliente, haverá atendimento", afirmou o gerente-geral da Armarinhos Fernando, Márcio Gavranic. Segundo ele, a expectativa é de crescimento de até 8% nas vendas neste Natal em relação a 2005. E quem deixou as compras para a última hora não se arrependeu. A secretária Cláudia dos Santos visitou a região da 25 de Março em busca de brinquedos, bijuterias e bolsas, no sábado. "Trabalhei demais e não deu tempo de comprar os presentes. Estava preocupada com a confusão que poderia encontrar e fiquei surpresa", disse. A vendedora de motocicletas Arlene Pereira também deixou para comprar os presentes na véspera do Natal p o r m o t i v o s f i n a n c e i ro s . "Preciso levar sete brinque-
dos para meus sobrinhos. Só na sexta-feira recebi a comissão referente às motos que vendi no mês", explicou Arlene. "Gastamos 50% menos na 25 de Março e não vimos confusão", disse a mãe da vendedora, a aposentada Neusa Pereira. (NM)
Fotos: Milton Mansilha/LUZ
O MILAGRE DO NATAL NO COMÉRCIO O 9
No sábado, consumidor foi às compras de última hora na Rua 25 de Março, mas movimento não foi tão intenso
No Shopping Ibirapuera, corredores estavam lotados, mas clientes conseguiram estacionar sem transtornos.
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Automação Te l e f o n i a Software Convergência
DIÁRIO DO COMÉRCIO
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
LANÇAMENTOS VISARAM O COMBATE AO CRIME VIRTUAL
Objetivo é minimizar as invasões e o roubo de senhas, dados bancários e confidenciais
2006 FOI O ANO DOS...
PROGRAMAS DE volume de dinheiro arrecadado com o crime virtual em todo o mundo, em 2006, deve superar o obtido com o tráfico de drogas, segundo levantamento realizado pelas agências de segurança do governo dos Estados Unidos. Diante disso, é natural que os softwares mais destacados do ano tenham sido os voltados à segurança, tanto de PCs pessoais como de redes corporativas, numa tentativa de minimizar as invasões e o roubo de senhas, dados bancários e confidenciais. Russo caçador – Na mira dos experts mundiais, os crackers brasileiros estão com um pouco mais de dificuldade para invadir sistemas e computadores depois que o país começou a comercializar os produtos da Kaspersky. O guru russo da segurança da informação Eugene Kaspersky, co-fundador do Kaspersky Lab e dono de uma das maiores bibliotecas mundiais de definição de vírus e pragas virtuais, visitou o Brasil pela primeira vez este ano, lançou novos produtos e anunciou a adoção de medidas para combater os crackers brazucas, que considera mais perigosos que os russos, devido à sua criatividade. Além da instalação de "honeypots" (armadilhas) para
SEGURANÇA Fotos: Divulgação
Alguns dos lançamentos: BitDefender 9 Internet Security (à esq.), Web Bundle CS2 + Studio 8 (acima), e Kaspersky Internet Security Suíte 6.0 (à dir.)
capturar phishing e vírus criados no Brasil, que entrarão para um ranking de ameaças locais, a Kaspersky colocou no mercado a versão 6.0 de sua Internet Security Suíte, que inclui proteção contra vírus, cavalos de Tróia, worms, spyware, ataques de hackers e spam. Drácula do bem – Na cola dos russos, desembarcou no Brasil,
vinda da Romênia do conde Drácula, uma nova ferramenta que promete sugar até a última gota a vida ativa de vírus, worms, cavalos de tróia e outras pragas virtuais. A Controle Net fechou parceria com a empresa BitDefender, especializada em soluções de segurança, e trouxe três novas soluções de segurança para PCs e redes.
Considerada atualmente uma das maiores fornecedoras mundiais de soluções em segurança, especialmente para a União Européia, a BitDefender é uma divisão da Softwin e oferece produtos e serviços para mais de 41 milhões de usuários em mais de cem países. No Brasil, foram lançados inicialmente três produtos, em
formato de licenças que podem ser adquiridas via web O BitDefender 9 Internet Security é a mais completa das três versões e oferece segurança contra vírus, spyware, spam, scam, phishing e conteúdos questionáveis. Força-tarefa – Também teve presença destacada no Brasil em 2006 a norte-ameri-
cana Internet Security Systems (ISS), pioneira no setor de software de segurança e uma das maiores empresas do mundo em soluções de proteção da informação. Esteve no Brasil para uma série de palestras Stephen Jenks, gerente da X-Force –uma forçatarefa de "hackers do bem" mantida pela ISS para estar sempre "à frente das ameaças", que é o lema da companhia. Entre outras curiosidades, ele revelou os perigos de invasão de sistemas corporativos a partir de impressoras, máquinas de refrigerante, elevadores inteligentes e até equipamentos hospitalares. Pacote duplo – Após a aquisição da Macromedia, fabricante do Flash, em dezembro de 2005, a Adobe passou o ano criando estratégias para o consumidor se acostumar com a idéia de que agora esses produtos são Adobe. Novos produtos com a fusão das tecnologias de ambas estão em andamento e deverão surgir em 2007. Mas os usuários já tem à disposição no Brasil um pacote duplo, o Web Bundle CS2 + Studio 8, que inclui a Adobe Criative Suíte 2 (Photoshop Ilustrator, In Design, Acrobat e Go Live) e o Macromedia Studio 8 (Flash, Studio e Dream Weaver). Rachel Melamet
E DA...
AUTOMATIZAÇÃO DO VAREJO Por Sergio Kulpas árias tendências importantes no uso de tecnologia no comércio ganharam impulso em 2006. Entre elas, destacam-se o crescimento da RFIDs (etiquetas com microtransmissores de rádio) em mercadorias e estoque; a identificação biométrica de clientes; o surgimento de sistemas que ajudam a medir e otimizar o fluxo interno da loja; a tendência do "shoppertainment", que combina compras e lazer no mesmo espaço. Por último, mas não menos importante, está o conceito de personalização acentuada do atendimento e dos serviços de varejo, buscando diferenciar a experiência de compra, tornando-a única para cada cliente. RFIDs A adoção das chamadas "etiquetas inteligentes" andou a passos largos em 2006. Em primeiro lugar, está terminando o prazo que a mega-varejista Wal-Mart deu aos seus maiores fornecedores para que implementassem RFIDs nas caixas de mercadorias entregues nos armazéns de estoque. O projeto do Wal-Mart visa uma economia de bilhões de dólares com a redução de perdas e extravio de mercadorias, com
maior eficiência logística para seus milhares de lojas na América do Norte. A isso se soma uma iniciativa internacional para a adoção de protocolos padronizados, que tem a China como um dos maiores defensores. A união entre nações desenvolvidas como EUA, Japão e países europeus com a China e a Índia deve acelerar o estabelecimento desses protocolos técnicos. Com isso, as empresas fabricantes poderão aproveitar economias de escala e produzir os RFIDs em altíssimo volume, com conseqüente queda nos preços. Em meados deste ano, foram anunciados vários projetos que fariam a etiqueta individual custar menos de US$ 0,05. É uma grande redução, mas ainda não é o ideal para a aplicação generalizada das etiquetas com transmissores. Mas isso projeta uma seqüência lógica de eventos: inicialmente os grandes varejistas adotarão a tecnologia, depois os médios e finalmente os pequenos. O mesmo ciclo já ocorreu com a adoção dos códigos de barra e os scanners a laser. É provável que nos próximos dois ou três anos, o custo individual do RFID chegue próximo de 1 centavo de dólar, tornando comercialmente viável a sua adoção por todo o setor varejista.
Aqui no Brasil há várias iniciativas de desenvolvimento local da tecnologia, o que é uma excelente notícia. Será estratégico não precisar importar a tecnologia; ao contrário, poderemos exportar as etiquetas inteligentes para os países da região. Identificação biométrica
Em 2006, ganharam força os sistemas de pagamento através de identificação biométrica. Vários métodos estão sendo testados nos EUA, Europa e até no Brasil. A leitura de impressão digital, palma da mão, leitura de retina e
bancária. Para o consumidor, o atrativo é a praticidade: ele poderá ir às compras sem dinheiro, cheque ou cartão. Nessa evolução, também conta a queda constante de preços. O varejista só vai considerar a tecnologia atraente quando puder substituir seu sistema atual com vantagem econômica. No Brasil, alguns estabelecimentos já estão testando a leitura de digitais como método de identificação, mas não de pagamentos. Para isso, é necessária uma solução que inclua um banco de dados, que se conecte com autorização do cliente à instituição bancária. Monitoração inteligente de lojas
reconhecimento de voz são os sistemas mais usados. De todos, o sistema de leitura de digitais tem as maiores chances de se estabelecer como norma. Isso porque é uma tecnologia que se mostra menos invasiva e menos assustadora para o cliente, além de ser bastante segura e confiável para o lojista. Para o comerciante, a maior vantagem dos sistemas biométricos será a segurança: apenas clientes cadastrados poderão usar o sistema, que associará as informações com um banco de dados e fará o débito diretamente na conta
Além de meramente vigiar o espaço da loja, câmeras e sensores estão sendo usados para aprimorar a experiência de compra. Várias empresas dos Estados Unidos estão testando programas que aliam sensores de movimento e câmeras com softwares que avaliam o fluxo dos consumidores e fornecem dados importantes sobre áreas de estrangulamento, filas, e até sobre produtos com maior e menor saída. Essa tendência é especialmente relevante para supermercados, que podem reorganizar suas mercadorias e corredores a partir dos dados obtidos. "Shoppertainment" Só poderia ter surgido nos Estados Unidos, e mais especificamente em Las Vegas, a idéia de integrar totalmente o lazer com as compras. Shopping centers norteamericanos e alguns europeus já oferecem espetáculos
variados no espaço da loja, divertindo os consumidores e suas famílias durante as compras. No Brasil, o melhor exemplo dessa tendência é a loja montada pela rede Casas Bahia durante o mês de dezembro na Anhembi: um imenso espaço de compras mesclado com atrações para toda a família. Os números dessa iniciativa falam por si, reforçando a idéia de que compras e lazer são parceiros naturais. O século da hiperpersonalização Num ambiente de comércio cada vez mais competitivo, vão se destacar os estabelecimentos que combinem todos esses avanços tecnológicos e outros mais com um atendimento personalizado, individualizado. O cliente pode apreciar as vantagens da tecnologia, as facilidades e a rapidez na hora de comprar e pagar, mas apreciará ainda mais se o estabelecimento o reconhecer como um indivíduo especial. Isso vale para todos os clientes, e não uma pequena casta de VIPs com cartão preferencial. A tecnologia pode auxiliar muito esse processo: cadastrando todos os clientes, o banco de dados pode sugerir ofertas e promoções baseadas em compras anteriores. Funcionários treinados para reconhecer clientes freqüentes, tratá-los pelo nome e lembrar de seus gostos e preferências. Se a tecnologia nivela as oportunidades para os varejistas, as vantagens deverão surgir do modo humano de tratar o cliente, cativando o consumidor. sergiokulpas@gmail.com
quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
Polícia Saúde Av i a ç ã o Transpor te
DIÁRIO DO COMÉRCIO
DOS 1.206 VÔOS PROGRAMADOS, 218 TIVERAM ATRASOS
Raimundo Pacco/Folha Imagem
A
empresa aérea TAM informou ontem, por meio da sua assessoria de imprensa, que retomou a venda regular de passagens para os vôos domésticos, suspensa no dia 22. A companhia confirmou que uma equipe da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) esteve ontem na
empresa, em São Paulo, para verificar o sistema de reserva. A empresa informou ainda que a operação dos vôos estava regularizada e o atraso médio ficava em torno de 50 minutos. "Houve o cancelamento programado de 28 vôos – de um total de 681 – em função da baixa demanda em rotas que integram o chamado tráfego de negócios." Extravio – Em relação às bagagens extraviadas, a TAM informou que tinha
ANOREXIA
Jaú, após sofrer duas paradas cardíacas decorrentes de anorexia nervosa. A jovem sofria da doença há quatro anos e entrou em crise há três meses, quando chegou a pesar 27 kg. Hospitalizada, ganhou peso e chegou aos 34 kg. Beatriz tinha sido obesa na adolescência, pesando cerca de 100 kg. (Agências)
100 malas no aeroporto de Guarulhos e 150 no Galeão, no Rio. "A maioria delas não está identificada o que requer o rastreamento de informações para localizar o dono", dizia a nota. A empresa pretendia entregar as bagagens até noite de ontem. A TAM explicou que oferece crédito compensatório, alimentação, transporte, hospedagem e acomodação no próximo vôo disponível, aos passageiros que perderam conexões. (AE)
LAUDO TÉCNICO
estudante Beatriz A Cristina Ferraz, de 23 anos, morreu domingo, em
Reprodução TV Globo
O aumento no número de vôos com atraso pode ser um alerta para os passageiros que irão enfrentar os aeroportos nos próximos dias.
Anac registra 23% de atrasos em aeroportos do País
Malas esperam pelos donos no Aeroporto de Cumbica. A maioria delas não tem identificação.
TAM retoma venda de passagens
3
o prazo de 20 dias, o N Instituto de Criminalística (IC) deve
Ó RBITA
VENTO FORTE ma rajada de vento que U chegou a 93 km/h derrubou a escada de um
avião da ponte aérea Rio-São Paulo e virou dois aviões monomotores no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, por volta das 15h de ontem. Mesmo com o incidente, o aeroporto não interrompeu as operações de pouso e decolagem.
divulgar o laudo técnico sobre a explosão no vagão do trem da CPTM em Itapevi. O único passageiro, o adolescente W. C. S., de 16 anos, teve 70% do corpo queimado e fratura exposta na perna direita. Ele continua internado na UTI do Hospital Geral de Itapevi e, de acordo com os médicos, corre risco de morte. Uma equipe do IC realizou ontem a perícia no vagão. Os técnicos vão elaborar um laudo elétrico (defeito mecânico) e químico (agente externo, como uma bomba). (AE)
Apesar de o dia ontem ter sido tranqüilo nos aeroportos do País, o número de vôos com atraso cresceu até o final da tarde, mas não foram registrados tumultos. O aumento no número de vôos que não saíram no horário pode ser um alerta para os passageiros que irão enfrentar os aeroportos nos próximos dias, principalmente na véspera de Ano Novo. Outro problema agora a ser enfrentado pela TAM é encontrar os donos das centenas de bagagens extraviadas.
A
pós uma manhã aparentemente tranqüila, boletim divulgado no final da tarde de ontem pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), mostra que voltou a aumentar o número de vôos atrasados no País. De acordo com o boletim da Anac, da zero hora às 17h de ontem, 23,3% dos vôos sofreram atrasos acima de uma hora. Pela manhã, o número havia ficado em torno dos 14%. Dos 1.206 vôos programados, 218 foram afetados e 37 tiveram de ser cancelados. O aumento no número de vôos com atraso pode ser um alerta para os passageiros que irão enfrentar os aeroportos nos próximos dias. A situação nos aeroportos brasileiros parecia estar sendo normalizada nos últimos dois dias, depois do registro de sucessivos atrasos que chegaram a atingir mais de 40% dos vôos, decorrentes sobretudo de problemas com a companhia aérea TAM. O percentual de atrasos no dia do Natal, por exemplo, ficou em torno de 13,3% – de 1.265 vôos programados, 169 tiveram esperas de mais de uma hora, conforme informou o boletim da Anac. Ontem, em seu primeiro boletim, que apurava os vôos da zero hora às 10h30, o percentual permanecia estável, ainda com 13,3% dos vôos atrasados.
Segundo o boletim do final da tarde de ontem, os aeroportos paulistas lideraram a lista de atrasos. O Aeroporto Internacional de Guarulhos, em Cumbica, na Grande São Paulo, aparecia no topo da lista, com 51 atrasos, seguido do Aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital, com 31 vôos afetados. O aeroporto de Salvador registrou 18 atrasos e o de Fortaleza computou 17. O Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro, teve 16 atrasos. O Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, apresentou 11 atrasos, mesmo número verificado no aeroporto de Curitiba. O aeroporto de Recife teve dez atrasos. Auditoria – A Anac confirmou ontem que deu início a uma auditoria na TAM para apurar os motivos dos transtornos registrados na semana passada. A agência só pretende se pronunciar sobre o assunto ao concluir a investigação, o que deve ocorrer no final desta semana. A Anac também estaria fiscalizando o sistema de reservas das demais companhias aéreas do País. A TAM confirmou que recebeu em sua sede, em São Paulo, a equipe da Anac que está "efetuando auditoria no sistema de reserva da empresa, com acesso total e transparência a todos
os sistemas". A TAM informou que, apesar dos problemas dos últimos dias, a taxa de ocupação acumulada em dezembro está em 74% para os vôos domésticos e 78% nos vôos internacionais. A empresa reiterou que suas operações já estavam normalizadas e que os 95 aviões voavam regularmente. FAB – Entre a última sextafeira e ontem, a Força Aérea Brasileira (FAB) transportou 2.615 passageiros da aviação civil comercial. Os aviões foram disponibilizados para minimizar os transtornos sofridos pelos passageiros, nos principais aeroportos do País. Os problemas seriam conseqüência da falta de aeronaves da TAM, que haviam parado para manutenção. Sem as aeronaves da TAM e as dificuldades de reagendar os vôos e reacomodar os passageiros levantou suspeita de overbooking – reserva de passagens acima da capacidade dos aviões. Em nota, a FAB afirmou que, ao todo, foram realizadas 21 "missões". O último vôo da operação foi feito na segunda-feira, dia de Natal, e foi concluído à 1h30 de ontem. "As missões compreenderam várias escalas em cidades das regiões sul, sudeste, centro-Oeste e nordeste", disse a Aeronáutica. Além da FAB, seis aviões da BRA, Varig, OceanAir e Gol transportaram passageiros da TAM. (Agências)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
4 É uma idéia simples, que não gera custo para os parceiros, bastando que a empresa doadora organize sua equipe interna Paulo Mindlin
RESPONSABILIDADE SOCIAL
VAREJO DE ALIMENTOS. SOLIDÁRIO.
O
O caminhãozinho de madeira foi criado pelo MagnoStudio e distribuído como brinde às empresas doadoras do Mesa Brasil SESC, em encontro anual com as instituições que recebem os alimentos, em São José dos Campos (SP)
Coleta onde sobra, entrega onde falta
O
ano é 1998. No escritório da terceira maior rede de supermercados do Brasil, em Alphaville, uma equipe de trabalho discute ações para disseminar a cultura do combate ao desperdício. Na zona Leste, o proprietário de um supermercado de bairro, inconformado com a perda de alimentos perecíveis, imagina uma forma de aproveitar melhor os excedentes. A solução encontrada pelas
duas empresas converge para um único programa. Há oito anos, a rede Wal-Mart e o Supermercado Yamauchi integram o grupo de 3.806 doadores permanentes do Mesa Brasil SESC –um programa de segurança alimentar e nutricional sustentável, que redistribui alimentos próprios para o consumo, mas sem valor comercial. Em 2005, foram distribuídos 14.700.095 quilos. A meta é fechar 2006 com 16.800.000 quilos.
"O programa é uma ponte que busca onde sobra e entrega onde falta", explica Luciana Gonçalves, coordenadora estadual do Mesa Brasil SESC São Paulo. Para realizar essa "colheita urbana", a instituição dispõe de um serviço estratégico de transporte de alimentos, com a utilização de veículos adequados, estabelecendo uma conexão entre empresas que doam e entidades que, imediatamente, recebem as doações. Os próprios nutricionistas do progra-
ma avaliam e selecionam os produtos no local da coleta, coordenando a separação e acondicionamento dos mesmos. "Temos muito orgulho de participar dessa iniciativa", afirma Paulo Mindlin, diretor executivo do Instituto Wal-Mart de Relações com a Comunidade. "É uma idéia simples, que não gera custo para os parceiros, bastando que a empresa doadora organize sua equipe interna." "Decidimos participar do programa porque vimos que era uma ação séria e que nossas doações teriam um destino certo", dizem os proprietários do Yamauchi. Criada em 1994 em São Paulo, a ação integra empresas, instituições sociais e voluntários e tem como objetivo contribuir para a diminuição do desperdício de alimentos e a fome. Desde 2003, o Mesa SESC está presente em todos os estados brasileiros. Paralelamente à distribuição dos alimentos, o programa desenvolve atividades educativas junto às instituições sociais, oferecendo material didático, cursos e palestras sobre higiene, conservação, preparo de refeições e variadas formas de se evitar o desperdício. (APS)
setor de alimentos despontou como o grande vencedor do 3º Prêmio FGVEAESP de Responsabilidade Social no Varejo, entregue este ano. Das seis categorias contempladas, três são representadas por empresas e instituições ligadas a esse segmento da economia: Açougue Cultural T-Bone (microempresa), Supermercados Cardoso (média empresa) e Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de Joinville (entidade varejista). Nas duas primeiras edições do prêmio, somente um dos vencedores era do setor alimentício. O aumento dessa participação demonstra o envolvimento crescente do varejo de alimentos em projetos e ações de responsabilidade social, facilitado pelo próprio perfil desse tipo de empresa – muito próxima da comunidade e dos clientes, com os quais mantém um relacionamento freqüente e estreito. "Dois aspectos são importantes na análise desse resultado", afirma Roberta Cardoso, coordenadora do Programa de Responsabilidade Social no Varejo da FGV-EASP. "O primeiro é a compreensão da amplitude do conceito de responsabilidade social, não mais concentrado em ações voltadas para comunidades, mas também envolvendo a questão ambiental e outros públicos, como funcionários e a cadeia de fornecedores. O segundo é a força da capilaridade do varejo, principalmente de alimentos, que permite uma interação muito grande com o local, outras instituições e empresários, reforçando sua vocação como agente de transformação social." Esse dado é fundamental para a conscientização do varejista
de que não basta ser apenas um comerciante – é preciso criar laços de intimidade com os consumidores e com a comunidade. "O varejista tem mais facilidade de enxergar as necessidades, e o consumidor também consegue ter a percepção de que aquela ação lhe diz respeito", explica Roberta. "Ele vê que não é só uma questão de marketing, sente-se partícipe do projeto." Indicadores – Para ajudar as empresas do varejo a se inserir no contexto da responsabilidade social, a FGV-EAESP lançou, em parceria com o Instituto Ethos, os Indicadores de Responsabilidade Social nas Empresas Varejistas, ferramenta que permite uma autoavaliação sobre suas práticas e ações nessa área. "A partir de estágios mais avançados, de acordo com esses indicadores, percebemos que a empresa começa a internalizar certos conceitos e passa a pensar em projetos mais amplos e não somente em filantropia", explica Emilio Martos, gerente de Mobilização do Instituto Ethos. Manter programas e desenvolver projetos de responsabilidade social significa, segundo Martos, preparar-se para as exigências do mercado e dos consumidores. "É preciso começar a trilhar esse caminho, incluindo a responsabilidade social no planejamento estratégico da empresa, pois o consumidor está deixando de optar pela loja que tem o menor preço, preferindo aquela que tem o preço justo", analisa. "Ou seja, o cliente se dispõe até a pagar mais por um produto ou serviço, se enxergar nele o valor agregado proveniente da preocupação com questões trabalhistas ou ambientais, por exemplo." Ana Paula Soares
Henrique Spavieri/Divulgação
Programa coleta alimentos perecíveis e ensina a prepará-los
Grandes redes investem em várias frentes
A
s grandes redes de supermercado alcançaram um estágio avançado na área de responsabilidade social e servem de modelo para estruturas menores que planejam desenvolver algum tipo de ação. Em 2005, o Wal-Mart criou o Instituto Wal-Mart Brasil, com a missão de promover o desenvolvimento de comunidades carentes no entorno das lojas, com ações focadas no fortalecimento da família e em valores como o respeito ao indivíduo e à comunidade, crença na transformação social, respeito à diversidade cultural, de gênero e de raça. Com investimentos de R$ 7 milhões em 2005, o Ins-
tituto dá suporte a organizações não-governamentais que trabalham na capacitação profissional, geração de renda e valorização da cultura regional. O instituto já atende programas sociais em seis cidades. Em fase de transição para um novo modelo de investimento social, o Carrefour também elegeu como prioridade o desenvolvimento comunitário voltado para os clientes externos e internos (funcionários e familiares). A idéia é que cada gestor de loja seja também um líder da comunidade local, presente e comprometido com práticas que beneficiam a um só tempo os negócios e a sociedade. Dentre os temas esco-
lhidos para o desenvolvimento de programas estão: educação profissional; alfabetização de jovens e adultos; educação ambiental; mobilização social; saúde e segurança alimentar; apoio a ONG’s de assistência social; valorização da diversidade e consumo consciente. O Grupo Pão de Açúcar direciona sua atuação na área social à promoção do sentido de cidadania como o melhor caminho para o desenvolvimento do País. Incentivo ao esporte e à cultura, programas de reciclagem, inclusão social e educação de crianças e jovens através do "supermercado educacional" estão entre suas ações.
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G.DeGuire/WireImage
O conflito na Colômbia é a maior tragédia humanitária do hemisfério ocidental, mas mesmo assim recebe pouca atenção internacional.
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Da atriz norte-americana Angelina Jolie, que passou o Natal com refugiados colombianos na Costa Rica.
quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
DEZEMBRO
2 -.LOGO
27 Nascimento da Marquesa de Santos, Domitília de Castro e Melo (1797-1867), nobre brasileira, ex-amante de D. Pedro I. Ao lado, em óleo sobre tela de F. P. do Amaral.
E SPAÇO I RAQUE
Vida além do sol
Saddam pode ser executado em 30 dias A mais alta corte de apelação do Iraque confirmou ontem a sentença de morte de Saddam Hussein, informou o assessor de Segurança Nacional do Iraque, Mouwafak alRubaie. Em 5 de novembro, uma Alta Corte iraquiana sentenciou o ex-presidente à morte por enforcamento pelas execuções em 1982 de 148 pessoas em Dujail por uma tentativa de assassinato contra Saddam na cidade xiita. Agora, a sentença tem de ser ratificada pelo presidente Jalal Talabani e pelos dois vice-presidentes do Iraque. Talabani se opõe pessoalmente à
pena de morte mas tem permitido execuções no Iraque. Uma vez que as exigências forem cumpridas, a execução de Saddam ocorrerá num prazo de 30 dias. Um oficial da corte de apelação informou que também foram confirmadas as sentenças de morte de Barzan Ibrahim, meioirmão de Saddam e chefe de inteligência na época dos assassinatos em Dujail, e de Awad Hamed al-Bandar, chefe da Corte Revolucionária do Iraque, que emitiu as sentenças de morte. Veja o noticiário internacionais na página 8.
C IÊNCIA China Daily/Reuters
A MAZÔNIA
Satélite será lançado amanhã para buscar planetas fora do sistema solar
O
CNES/AFP
satélite científico francês Corot (sigla de Convecção, Rotação e Trânsitos Planetários, pronunciase "corrô"), será lançado hoje, a partir da base de Baikonur, na Rússia. O satélite que tem participação brasileira, será utilizado para a procura de planetas fora do sistema solar, os exoplanetas. Também vai estudar a estrutura estelar e sua evolução – processo conhecido cientificamente como sismologia estelar. Segundo informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), pela primeira vez na história da Humanidade, será possível detectar, por meio de medições precisas das variações de in-
tensidade da luz das estrelas, planetas rochosos do tamanho da Terra, capazes de abrigar vida. Também é a primeira vez que astrônomos brasileiros participam da construção de um satélite científico, com os mesmos direitos de seus parceiros europeus, de explorar os dados científicos a serem obtidos. A participação brasileira é
coordenada pelo Departamento de Astronomia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP). Cerca de 70 astrônomos e estudantes dos principais centros de pesquisa astronômica do país poderão participar das observações. A expectativa, conforme afirmam os cientistas do Inpe, é de que o Corot descubra, em seus previstos três anos de vida útil, cerca de mil planetas gigantes do tipo de Júpiter e uma centena de semelhantes à Terra. O lançamento ocorrerá às 12h23 (horário de Brasília) e será transmitido em tempo real pelo site do Inpe. www.inpe.br
Pornchai Kittiwongsakul/AFP
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Dois porcos transgênicos fotografados em Harbin, na China, ao receberem radiação ultravioleta, que faz com que suas unhas fiquem fluorescentes. A China possui atualmente três porcos transgênicos.
Embarque de etanol garantido
A múmia que fumava maconha
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uma pessoa de traços caucasianos". Essa suposição leva os especialistas a acreditarem que a múmia poderia proceder das zonas do Mar Negro, onde a maconha era usada em cerimônias religiosas e curas já em épocas neolíticas. Povos que viveram perto desse mar - como os trácios, os escitas, os assírios e os persas - conheciam e usavam a maconha. A cannabis também era utilizada na cultura hindu, e não se descarta a hipótese de que a múmia tenha origem tibetana ou de outros povos do Himalaia, que conheciam a planta e suas propriedades psicotrópicas.
LUZES - Tailandeses e estrangeiros soltam balões iluminados durante a cerimônia para marcar o segundo aniversário do tsunami que atingiu a Ásia em 2004. Na Tailândia, 5.400 pessoas morreram na tragédia, metade das vítimas eram turistas estrangeiros. D ESIGN
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C A R T A Z
MÚSICA
Habilidades recuperadas W
Reproduções do site
O violonista Rodrigo Procknov combina o erudito e o popular, para prestar uma homenagem a Tom Jobim (foto). O programa destaca Águas de Março. Villagio Café. Praça Dom Orione, 298. Telefone: 3251-3730. 21h. Couvert artístico: R$ 6.
G @DGET DU JOUR
F AVORITOS
Mini helicóptero Remédio em por controle remoto qualquer lugar O site chinês Toys Brando tem esse sensacional mini-helicóptero por controle remoto, tão pequeno que cabe na palma da mão. Com bateria recarregável. Para uso dentro de casa apenas, devido às suas pequenas dimensões. Por US$ 29,90 no site. http://toys.brando.com.hk/
tabilidade ao usuário. A cadeira de rodas abaixo é outro exemplo: "busquei uma cadeira que tivesse mais personalidade. No caso, a idéia foi criar uma espécie de proteção semelhante às pernas de personagens de cartoons, dando um tom humorístico à cadeira. Minha intenção era de que essas proteções, visualmente, se assemelhassem a extensões naturais do corpo humano, em vez de um caos de metal ligado ao corpo", conta ele sem seu blog. http://woogle.blogspot.com
Bigfoot, cadeira de rodas mais confortável
A agência de notícias Dow Jones antecipou ontem que em algumas semanas o Paraná terá um terminal exclusivo para embarque de etanol para exportação com capacidade para algo entre 700 e 800 milhões de litros por ano. O terminal, que custará R$ 13,7 milhões é um projeto da Alcopar e será instalado no porto de Paranaguá. O Brasil é o maior exportador de álcool combustivel do mundo e embarcou nos primeiros onze meses de 2006 o volume recorde de 3,15 bilhões de litros do produto para o exterior segundo dados do Ministério da Agricultura. O crescimento nas exportações de etanol em relação ao mesmo período de 2005 foi de 30%. Atualmente, as exportações paranaenses são embarcadas em terminais que também servem às exportações de óleo de soja e outros produtos, o que gera custos extras e espera de embarque para os exportadores. A USTRÁLIA
Culpa dos aborígenes Os gigantescos animais préhistóricos da Austrália, entre eles cangurus de três metros de altura, teriam sido extintos não por uma mudança climática, mas pela chegada dos primeiros aborígines, diz paleontólogo Gavin Prideaux em artigo publicado no periódico Geology. A extinção aconteceu quando os aborígines, que chegaram à Austrália há 60.000 anos, caçaram os animais até a extinção, eliminado a vegetação de que precisavam para viver. A teoria vem sendo questionada por outros paleontólogos. L OTERIAS Concurso 517 da DUPLA SENA Primeiro Sorteio 02
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Segundo Sorteio
A TÉ LOGO
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Mais antigo conjunto de presídios do País, o Complexo Frei Caneca, será implodido no Rio
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ONGs financiadas pelos EUA reduzem ações na Bolívia em represália à política de Morales
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ai Lam é um designer especializado em equipamentos que podem ajudar pessoas com deficiências físicas temporárias ou permanentes a recuperarem habilidades e mobilidade. Usando materiais inovadores, ele busca sempre soluções divertidas e anatômicas. É o caso de um aparelho em formato de coelho que serve para abrir vidros de medicamentos para quem perdeu a força das mãos, ou a muleta com uma base semelhante a um pé, para dar mais es-
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Útil para quem procura informações sobre medicamentos no país inteiro, o site Consulta Remédios traz notícias sobre lançamentos e novidades da indústria farmacêutica. Além disso, o site permite que o usuário faça uma busca por nome do remédio, e o site traz uma série de informações como o preço médio na cidade de escolha do internauta e os nomes de medicamentos genéricos e similares. Há ainda seções com artigos, além de perguntas mais freqüentes.
O bispo do Xingu, dom Erwin Krautler, responsável pela maior diocese católica do mundo, com sede em Altamira, no Pará, está jurado de morte e com data marcada: 29 de dezembro, sexta-feira. O anúncio da morte foi feito por um telefonema anônimo e diz que Krautler será assassinado durante a viagem missionária que ele fará ao município de Gurupá, no Marajó "Já recebi tantas ameaças que perdi a conta, além de sofrer um atentado em 1987", comentou Krautler. E reagiu: "essas coisas não me intimidam". A Procuradoria da República encaminhou pedido à Polícia Federal para que o caso seja investigado. Na sexta-feira, 22, Krautler recebeu da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Pará o prêmio José Carlos Castro de Direitos Humanos pela sua atuação em defesa da vida e do meio ambiente do povo da Amazônia. A mesma comenda foi entregue à missionária Dorothy Stang dois meses antes de ela ser morta por pistoleiros em Anapu, em 2004. B RAZIL COM Z
C HINA
Arquólogos chineses tentam desvendar um mistério: como uma múmia de 2.800 anos foi enterrada junto com folhas de maconha se a substância não era conhecida pelas antigas civilizações chinesas? O corpo embalsamado do que se acredita ter sido um xamã de idade entre 40 e 50 anos foi encontrado há três anos em Turpan. Ao abrir a múmia, os cientistas atestaram o péssimo estado de conservação e, por isso, o trabalho de dissecação tem sido cuidadoso. Por enquanto, não foi possível determinar a origem do embalsamamento, embora haja indícios de que "era
Morte anunciada por telefone
Adolescente que pode ser a reencarnação do Buda reaparece no Nepal após 10 meses
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Concurso 1693 da QUINA 03
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OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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DOISPONTOS -77
sua vida financeira vigiada mais de perto. A iniciativa se explica pelo fato de essas pessoas serem exatamente aquelas que, por seu poder decisório, mais são expostas às tentações da corrupção.
RECEITA PARA O
BRASIL 2007 É preciso vontade política para fazer o país crescer
POLITICAMENTE
Q
uando eu era criança ouvia sempre que "o Brasil é o país do futuro", um futuro que, às vezes, tenho a impressão que é uma miragem no deserto. Sou sempre cauteloso em dar receitas para o País crescer porque, a maioria das sugestões passa por negociações entre os setores econômicos, trabalhadores e governo, que resultam em intermináveis discussões, sem resultados práticos. Quero deixar bem claro que defendo a negociações entre as partes. Sei que qualquer medida a ser adotada passa pela negociação. Mas a negociação precisa ser eficaz e resultar em ações. Não basta a receita de um bolo maravilhoso é preciso fazer o bolo para saboreá-lo. Colocar a mão na massa no Brasil passa por uma mudança de atitude. É preciso vontade política para fazer o que precisa ser feito. Existem estudos e estudos com diagnósticos de cada setor da economia, de cada área da vida nacional. Não estamos exigindo milagres, mas foco. Claro que é preciso economizar. Uma das formas é aplicar bem o dinheiro recolhido o que equivale a comprar e entregar a mercadoria.
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edidas que produzirão efeitos rápidos são: conceder aumento digno do salário mínimo e corrigir a tabela do Imposto de Renda. Reivindicamos R$ 420, quantia que pode ser negociada, mas precisa ser fixada acima dos R$ 375 que a Comissão Mista do Congresso aprovou há alguns dias. Insisto que reajustar o salário mínimo é uma forma de distribuir a renda porque aumenta o poder de compra das pessoas de menor poder aquisitivo e serve de parâmetro para aumentar os pisos salariais das categorias profissionais. A correção da tabela favorece os trabalhadores de classe média, se consideramos quem tem renda acima de 3 salários mínimos. Preocupa verificar que no Brasil a queda no rendimento da classe média foi de 46% nos últimos 6 anos. Os países desenvolvidos têm classe média forte. O reajuste do salário mínimo, a correção da tabela do Imposto de Renda e a queda nos juros aumentam o consumo e elevam a produção e a geração de empregos. A cada ano, o Brasil precisa criar muitos empregos para absorver os desempregados e também aqueles que entram no mercado de trabalho. Só na Grande São Paulo existe 1,478 milhão de desempregados, conforme pesquisa feita pelo Seade e Dieese. O Brasil tem um grande mercado potencial. Executar projetos em vários setores, como os de infra-estrutura, educação e saúde poderia transformar o potencial que temos em realidade, ou seja, um país em desenvolvimento sustentado. Todos ganharíamos. Se a cada ano o governo cumprir integralmente o Orçamento da União, especialmente nas áreas prioritárias, contribuirá muito para reduzir as desigualdades sociais e promover o crescimento da economia.
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CLAUDIO WEBER ABRAMO EXPOSTOS
judica todo o País, mas nesta área foram gastos apenas R$ 210 milhões dos R$ 531 milhões que estão previstos no Orçamento. Para o programa Primeiro Emprego, o Orçamento previa R$ 169,4 milhões, mas somente R$ 36,8 milhões foram de fato aplicados.
D
T
odos nós sabemos da importância do primeiro emprego na vida dos jovens. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em seis regiões metropolitanas mostra que em dezembro de 2005, 23% da população (1,7 milhão de jovens) entre 16 e 24 anos não estudava nem trabalhava. Deste total, 1,1 milhão (67%) nem sequer procurou emprego naquele mês. Muitas vezes isto ocorre porque o trabalhador tem dificuldades em encontrar uma vaga. Se inserir no mercado de trabalho também gera gastos com transportes. Uma passagem de ônibus ou metrô custa R$ 2,30 e um lanche não sai por menos de R$ 1,50. Se a pessoa sair de casa durante 20 dias para procurar emprego gastará R$ 123, uma quantia considerável para quem está desempregado. Médicos e psicólogos mostram que o desemprego provoca distúrbios emocionais, desânimo e angústia. É bom lembrar que a ociosidade é uma porta aberta para a violência, que presenciamos diariamente em todo o País. Defendo que é preciso qualificar os jovens, abrir vagas de estágio para que tenham experiência e consigam o primeiro emprego. Esta ação exige investimentos por parte do governo. Neste ano, o governo gastou muito e mal. Economizou também em serviços urbanos de água e esgoto, em saneamento rural e na manutenção da malha viária, projetos de infra-estrutura que poderiam gerar muitos empregos. Ao adotar esta medida na tentativa de manter a curto prazo o superávit primário, o governo limita o crescimento do País a médio e longo prazos e pode prejudicar setores, como a agropecuária que teve vários contratos de exportação de carne cancelados por causa da aftosa ou a crise de energia em 2001, que encolheu a economia e os empregos. Muitas outras ações podem ser executadas. Por exemplo, reduzir o excesso de impostos que pagamos.
Paulo Pereira da Silva
É
preciso evitar o que aconteceu neste ano. Dos 102 programas incluídos no orçamento pelo governo foram gastos menos de 30% do previsto, inclusive em áreas consideradas prioritárias. Isto mostra que o governo gasta muito e gasta mal. Os recursos foram desviados para quitar dívidas do governo em 2005 e 2004. Por exemplo, a crise dos controladores de vôo pre-
O
trabalhador brasileiro trabalha 145 dias do ano somente para pagar impostos e taxas. É uma carga brutal para quem não recebe a contrapartida em termos de educação, saúde e segurança. Os trabalhadores são muito prejudicados nestas áreas. Muitas mães que trabalham fora não conseguem vagas nas creches públicas para matricular seus filhos. As escolas públicas são precárias e postos de saúde e hospitais públicos também. Temos ainda a segurança pública que está aquém das necessidades. Aplicar bem os recursos destinados a estas áreas significa economizar dinheiro para remediar situações como a violência, as doenças crônicas. Se ações como estas forem executadas a curto prazo poderemos planejar o país que queremos no médio e no longo prazo. Portanto, basta vontade política. Nós da Força Sindical fazemos a nossa parte e estamos dispostos a contribuir para tornar estes projetos em realidade. PAULO PEREIRA DA SILVA, PAULINHO, É PRESIDENTE DA FORÇA SINDICAL E DEPUTADO FEDERAL ELEITO PELO PDT
Jonne Roriz/AE
Brasil precisa criar muitos empregos para absorver os sub-empregados e também aqueles que entram no mercado de trabalho. Só na Grande São Paulo existe 1,5 milhão de desempregados.
Joedson Alves/AE
G A cada ano o
G É preciso evitar
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grande quantidade de pessoas monitoradas implica a adoção de métodos estatísticos. Não se sabe até que ponto o COAF e o Ministério Público Federal estão preparados para isso. Como ficou demonstrado no caso do mensalão, informações bancárias que poderiam ter levantado a lebre quanto ao papel de alguns protagonistas foram recebidas pelo COAF durante meses, o qual notificou os diferentes organismos de controle. No entanto, os indivíduos em questão não foram importunados por esses organismos. Assim, embora, como peça regulatória a nova medida do Banco Central seja um progresso, uma regulação só tem efeito se for aplicada e produzir conseqüências. Se não quiserem que o monitoramento se transforme em letra morta, os diferentes órgãos do Estado com responsabilidade de investigação precisarão adequar-se à tarefa. CLAUDIO WEBER ABRAMO É JORNALISTA E DIRETOR DA ONG
TRANSPARÊNCIA BRASIL
G Milhares de
pessoas expostas às tentações da corrupção passarão a ter sua vida financeira vigiada mais de perto
FALE CONOSCO Rafael Neddermeyer/AE
o que aconteceu rm 2006. Dos 102 programas incluídos no Orçamento pelo governo, foram gastos menos de 30% do previsto. O governo gasta muito e gasta mal. Com os controladores de vôo foram gastos apenas R$ 210 dos R$ 531 milhões orçados.
ias antes do Natal o Banco Central determinou aos bancos, por meio de circular, novas regras para monitorar as movimentações financeiras de uma grande quantidade de pessoas que ocupam cargos públicos. A medida atinge milhares de políticos e funcionários públicos, bem como seus parentes em primeiro grau. A iniciativa visa a adequar os procedimentos brasileiros àquilo que está estipulado no artigo 52 da Convenção da ONU de Combate à Corrupção (www.unodc.org/pdf/brazil/ ConvONUcorrup_port.pdf). Estão incluídos na malha fina do BC o presidente da República (e seus filhos), os deputados federais e os senadores; ministros, ocupantes de cargos de natureza especial; presidentes, vice-presidentes e diretores de autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedade de economia mista; e todos os ocupantes de cargos de confiança do nível DAS 6, os membros do Conselho Nacional de Justiça, do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores; membros do Conselho Nacional do Ministério Público, o procuradorgeral da República, o vice-procurador-geral da República, o procurador-geral do Trabalho; o procuradorgeral da Justiça Militar, os sub-procuradores-gerais da República e os procuradores-gerais de Justiça dos estados e do Distrito Federal; membros do Tribunal de Contas da União e o procurador-geral do Ministério Público junto ao TCU; governadores de estado e do Distrito Federal, os presidentes de Tribunal de Justiça, de Assembléia Legislativa e de Câmara Distrital e os presidentes de Tribunal e de Conselho de Contas de estado, de municípios e do Distrito Federal; prefeitos e presidentes de câmara municipal de capitais de estados. Contando-se os parentes, dezenas de milhares de pessoas que passarão a ter
A
iniciativa, já preconizada na Estratégia Nacional de Combate à Lavagem de Dinheiro e de Recuperação de Ativos 2006, é um avanço importante no combate à corrupção no Brasil, pois dificulta ao agente público corrupto desfrutar do dinheiro da propinagem. Mesmo que – como acontece com muitos – a propina seja depositada no exterior, o sujeito que se corrompe pretende usufruir das propinas que recebe, e em geral faz isso onde vive. Com isso, ao menos uma parte do dinheiro depositado fora do país acaba por voltar. A circular do Banco Central não abrangeu secretários de governos estaduais ou municipais, o que é uma lacuna relativamente séria. Também não incorporou uma categoria importante prevista na Convenção, a saber, os "estreitos colaboradores". A questão que se coloca agora é saber como o COAF analisará os dados que receber.
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Planalto Congresso Ministérios CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
Nós não vamos esperar (o presidente Lula definir o ministério em 2007). Maria do Rosário
PT VAI PRESSIONAR LULA PARA MANTER ESPAÇO
Celso Jr / AE 21.11.2006
ABEL PODE TER SIGILO QUEBRADO
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delegado Diógenes Curado Filho, encarregado do inquérito que apura o envolvimento do empresário Abel Pereira com a chamada "máfia dos sanguessugas", pediu ontem a quebra do sigilo bancário do investigado. O delegado também pediu à Justiça Federal a prorrogação do prazo para a conclusão do inquérito que apura o envolvimento do empresário da construção civil com a aprovação de emendas para a compra superfaturada de ambulâncias.
Pereira é ligado ao atual prefeito de Piracicaba (SP), Barjas Negri, que foi ministro da Saúde no governo Fernando Henrique Cardoso. Ele nega que tenha recebido propina para negociar emendas. Dossiê – O Supremo Tribunal Federal (STF) já recebeu os autos do inquérito do dossiê Vedoin, e vai pedir parecer da Procuradoria-Geral da República para decidir se acata ou arquiva a denúncia contra o senador Aloízio Mercadante (PT-SP) e mais seis acusados de envolvimento na trama.
Eymar Mascaro
Mão na massa
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pesar de declarar que não vai interferir no processo em andamento, Lula quer se reunir com dirigentes de partidos aliados para a escolha de candidato único à presidência da Câmara. Por enquanto, a candidatura aliada está entre Aldo Rebelo (PC do B) e Arlindo Chinaglia (PT). O presidente diz que não tem preferência entre os dois, mas é notória sua simpatia pela candidatura de Aldo Rebelo. Além de Aldo e Chinaglia, pode surgir uma terceira opção, que seria o candidato do PMDB. Ou pode sair um acordo entre PT e PMDB para apoiar a candidatura de Chinaglia.
OPÇÃO
No foco da PF: mais tempo para investigações contra o empresário. Roberto Stuckert Filho / AE / 19.07.2006
VIANA DEVE SUBSTITUIR GENRO NA REFORMA
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ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, deverá deixar o cargo na reforma ministerial que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará depois da posse, provavelmente em fevereiro. Um dos destinos dele poderá ser o Ministério da Justiça, conforme confidência feita por Lula a um de seus principais interlocutores. Mas essa ainda não é uma garantia. O titular da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, trabalha para ser substituído por Sepúlveda Pertence, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O favorito para o lugar de Tarso Genro na coordenação
política do Palácio do Planalto é o governador do Acre, Jorge Viana (PT). Mas também não está garantido no cargo, embora seja o preferido do presidente Lula. É que o PMDB, parceiro do governo na coalizão que Lula está montando, mostrase contra a nomeação de Viana, tendo em vista que no Acre o partido é inimigo declarado do governador. Com Viana no seu lugar ou não, Tarso já se considera fora da articulação política e revelou isso a amigos. Diante desse quadro, Lula já disse a mais de um auxiliar que poderá iniciar seu segundo mandato tendo ele mesmo que fazer todas as negociações po-
LANÇAMENTO
Bola da vez: Jorge Viana tem a preferência do presidente Lula
Indiferente ao suposto acordo PT/PMDB, Aldo Rebelo ensaia o lançamento de sua candidatura à reeleição. Nesse caso, Aldo poderia se transformar no candidato da oposição. É por isso que Lula está interessado em candidatura única.
líticas, já que só montará o Ministério em fevereiro. Isso não seria novidade. No momento, é Lula quem está à frente de toda a articulação para a formação do novo governo. No café da manhã que teve com repórteres credenciados no Planalto, na sexta-feira passada, o presidente afirmou que vai se encontrar constantemente com os presidentes e
Lula admite que Aldo Rebelo poderia ser o candidato de consenso, unindo as forças do governo e oposição. PFL e PSDB já declararam que se Arlindo Chinaglia sustentar sua candidatura até o fim, os dois partidos patrocinariam o nome de Aldo Rebelo.
com as bancadas dos partidos da coalizão. Nos contatos com amigos e interlocutores, Lula admitiu que tem ouvido reparos à atuação de Tarso Genro à frente da articulação política. Um líder da base governista conta que o ministro tem sido alvo de críticas no Congresso, e que vários a l i a d o s re c l a m a m d e s u a "atuação desastrada". (AE)
PT VAI PEDIR MAIS MINISTÉRIOS Ameaçado pelo PMDB, Conselho Político se reúne hoje com o presidente Lula para evitar perda de espaço.
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garantia do espaço do partido no Ministério tem por base as declarações do próprio presidente. Lula tem afirmado que no segundo mandato os petistas ocuparão as vagas proporcionalmente ao tamanho do partido. Isso tem deixado a cúpula do PT preocupada, porque se for adotado mesmo esse critério, o PMDB, que elegeu 89 deputados, ficaria com mais cadeiras no Ministério – os petistas terão 83 representantes a partir do ano que vem.
Como o presidente Lula só pretende montar o novo ministério depois de fevereiro, quando serão eleitas as Mesas da Câmara e do Senado, o Conselho Político do PT tem esperanças de que a situação seja revertida. "Entendemos a posição do presidente. Ele quer aguardar o ano que vem, mas nós não vamos esperar", disse Maria do Rosário. Do Conselho Político do PT participam também o presidente interino, Marco Aurélio
Roberto Stuckert Filho / AOG
Conselho Político do PT se reúne hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para insistir novamente na defesa dos espaços que o partido tem na Esplanada dos Ministérios. "Vamos conversar com o presidente sobre a manutenção do espaço do PT no primeiro escalão e também sobre a execução do programa de governo", disse a vice-presidente do PT, deputada Maria do Rosário (RS). A preocupação do PT com a
FAXINA EXTERNA – Pelo menos de fora, a cúpula do Senado deverá estar limpinha para a posse do presidente Lula em seu segundo mandato. O ritmo dos trabalhos é duro. Além
da sujeira acumulada no dia a dia como qualquer construção, os operários têm de vencer, com a ajuda de cordas e muito cuidado, a arrojada arquitetura de Oscar Niemeyer, que dispôs
O PMDB aguarda instruções. O partido fez uma proposta ao PT: cada um dos partidos presidiria a Câmara por dois anos. Os dois primeiros anos seriam do PT e os dois últimos, do PMDB. Se o esquema PT/PMDB prevalecer, Aldo Rebelo fica marginalizado e complica os planos do presidente Lula, que deseja vê-lo como nome ideal para candidatura única dos aliados.
o Senado na forma convexa, ao projetar o Congresso Nacional. Nada disso impedirá, porém, que a limpeza e a pintura estejam concluídas a tempo para a cerimônia.
Garcia, o deputado federal eleito Jilmar Tatto (SP), o deputado estadual Renato Simões (SP) e os dirigentes Valter Pomar e Paulo Ferreira. Em todos os encontros, eles costumam lembrar ao presidente da República que o partido aprovou uma resolução em que condena a 'despetização' da Esplanada. A mesma resolução defende a formação de um núcleo político de esquerda com o PSB e o PCdoB para atuar no governo de coalizão proposto por Lula. Na prática, significa que o PT pretende disputar a hegemonia da coalizão com o PMDB e não aceita ser tratado como um parceiro menor. Nos encontros com Lula, os dirigentes do PT costumam utilizar um eufemismo que consta também da resolução do partido. Em vez de confronto com o Palácio do Planalto, afirmam que desejam contribuir decisivamente com o segundo mandato de Lula, além de compartilhar responsabilidades. Com esses argumentos, os dirigentes do partido buscam convencer o presidente a manter os ministérios que os petistas dominam, como os da área econômica, além do Ministério da Educação e do Desenvolvimento Social. Têm ainda o olho gordo em cima do Ministério das Cidades, hoje entregue ao PP, e o desejam para abrigar a ex-prefeita Marta Suplicy. "O PT já tem o cargo mais importante, que é o de presidente da República", disse Lula, após as eleições. (AE)
presidente do partido, e Arthur Virgílio, líder no Senado, estariam encarregados de informar José Agripino que o PSDB está quase fora do esquema da oposição. Para os tucanos é melhor garantir os cargos que já têm na mesa do que se aventurar numa candidatura no mínimo incerta.
NA FRENTE A bolsa do dia anuncia que Renan Calheiros continua sendo o favorito no Senado. Pelas pesquisas atuais, José Agripino não teria hoje mais do que 30 votos de um total de 81 senadores. Renan Calheiros é o candidato do presidente Lula e de partidos que integram o governo de coalizão.
CONSENSO
VISITAS
CORRIDA
Para mostrar que sua candidatura é "prá valer", Arlindo Chinaglia pretende iniciar em janeiro viagens pelos estados. O petista espera manter contatos com deputados já no exercício do mandato e os que se elegeram em outubro.
Roberto Jefferson (PTB) e José Dirceu (PT) deram a largada para pleitearem do plenário da Câmara a anistia à cassação de seus mandatos, ambos envolvidos com o mensalão. Os dois estão recolhendo assinaturas para que o pedido se transforme numa iniciativa popular.
DESGASTE Aldo e Chinaglia saíram chamuscados da crise dos salários, porque ambos apoiaram aumento de 91% para deputados e senadores. O desgaste foi político devido à pressão da sociedade, mas os deputados do baixo clero (cerca de 350) gostaram do apoio ao aumento.
IMPORTÂNCIA Ser presidente da Câmara é se colocar como 2º homem na linha da sucessão presidencial. É o presidente da Casa que assume, por exemplo, a presidência da República em caso de vacância do cargo e na impossibilidade do vice assumir.
RECUO A informação é que a bancada do PSDB não segue a orientação para apoiar a candidatura de oposição de José Agripino (PFL) à presidência do Senado. Os tucanos estariam apoiando Renan Calheiros (PMDB) para assegurar cargos na mesa diretora.
EMISSÁRIOS Tasso Jereissati,
PUNIÇÃO Por terem sido cassados no plenário da Câmara, Jefferson e Dirceu tiveram seus direitos políticos suspensos até 2015. Em virtude da cassação, os dois ficam proibidos de disputar eleições até lá. O jeito é tentar reconquistar os direitos políticos através da anistia dos deputados.
INSISTÊNCIA No encontro que deverá sustentar hoje com membros do Conselho Político do PT, a orelha de Lula vai arder: os petistas vão insistir em ampliar sua participação no governo. Uma das reivindicações é a substituição de Henrique Meirelles na presidência do Banco Central.
LIDERANÇA O deputado paulista Antonio Carlos Pannunzio será o líder da bancada do PSDB na Câmara. Trata-se de uma vitória dos governadores eleitos José Serra e Aécio Neves. O outro aspirante ao cargo, Sílvio Torres, também de São Paulo e apoiado por Geraldo Alckmin, abandonou a disputa.
quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
Congresso Planalto Ministério CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
5 O PSDB arrecadou R$ 62 milhões, mas os gastos da campanha somaram R$ 81,9 milhões.
DIFICULDADES E APAGÃO RETÊM EQUIPE
Dida Sampaio/AE
MINISTROS FICAM EM BRASÍLIA NESTA SEMANA
A
Tasso: críticas do partido, derrota de aliados no Ceará e dívida partidária de quase R$ 16 milhões.
maior parte dos ministros permanecerá em Brasília nesta semana que antecede a festa de Ano Novo. Sete ministros estão de férias ou de recesso durante esta semana: Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Gilberto Gil (Cultura), Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário), Márcio Thomaz Bastos (Justiça), Nelson Machado (Previdência), Walfrido Mares Guia (Turismo) e Silas Rondeau (Minas e Energia). Estão em Brasília ou retornam à capital federal até quinta-feira 15 ministros: Dilma
E A CONTA SOBROU PARA TASSO... O
O
Segundo um dos membros do comitê financeiro da campanha, que prefere não se identificar, o partido conseguiu saldar R$ 4 milhões do total dos débitos. O PSDB arrecadou R$ 62 milhões, mas os gastos da campanha somaram R$ 81,9 milhões, totalizando uma dívida de R$ 19,9 milhões. O representante do comitê financeiro acrescenta que a situação pessoal de Tasso junto aos credores é difícil, pois todos sabem que o senador é um
empresário bem sucedido e dispõe de recursos. Além disso, após as mudanças na legislação eleitoral, os partidos tiveram que trabalhar com caixa único para evitar caixa 2 – recursos não declarados. O tucano ligado a Tasso explica que, em tempos passados, 70% das despesas corriam no caixa 2 e, como ninguém operava com registro contábil, ficava difícil cobrar as dívidas dos derrotados depois da eleição. (AE)
governador reeleito de Minas, Aécio Neves (PSDB), anunciou ontem que o ex-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faemg), Gilman Viana, será o secretário de Estado da Agricultura no seu segundo mandato. Gilman é engenheiro civil e produtor rural e permaneceu à frente da federação por 15 anos, até outubro do ano passado. Atualmente ele também é presidente do Fórum Empresarial Permanente de Negociações Agrícolas Internacionais e pertence à Comissão
mento, não estava ontem em Brasília, mas volta à capital federal ainda nesta semana, segundo sua assessoria. Reunião cancelada – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou o encontro que teria hoje com os novos deputados federais do PMDB, por falta de quórum. O líder do partido na Câmara, Wilson Santiago (PB), não conseguiu mobilizar sequer a metade dos 90 deputados, e teve dificuldade em contatar os 32 novatos eleitos em outubro. E ainda amargou os efeitos do apagão aéreo e do excesso de passageiros que lotam os aeroportos no fim de ano. (AE)
Paulo Pampolin / Digna Imagem
AÉCIO ANUNCIA OS NOVOS SECRETÁRIOS
Além da derrota de Geraldo Alckmin, credores agora batem na porta do PSDB. PSDB vai virar o ano no vermelho e quem está sob pressão é o presidente nacional do partido, senador Tasso Jereissati. Além do fraco desempenho do candidato Geraldo Alckmin no segundo turno e a derrota de seus correligionários no Ceará, Tasso amargou críticas da direção do partido. Agora, enfrenta os credores cobrando uma dívida partidária de quase R$ 16 milhões.
Rousseff (Casa Civil), Márcio Fortes (Cidades), Luiz Carlos Guedes (Agricultura), Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia), Patrus Ananias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), Fernando Haddad (Educação), Guido Mantega (Fazenda), Orlando Silva Júnior (Esportes), Marina Silva (Meio Ambiente), Paulo Bernardo (Planejamento), Celso Amorim (Relações Internacionais), Agenor Álvares (Saúde), Luiz Marinho (Trabalho) Paul o S é rg i o O l i v e i r a P a s s o s (Transportes) e Hélio Costa (Comunicações). O ministro da Integração Nacional, Pedro Brito Nasci-
Bem na hora: equipe definida
Nacional de Comércio Exterior da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Aécio também anunciou a criação da Secretaria Extraordinária de Reforma Agrária, que será conduzida pelo ex-
deputado federal, Manoel Costa. Costa atualmente é secretário de Estado de Desenvolvimento Regional e Políticas Urbanas, além de secretário-executivo do Conselho de Segurança Alimentar do Estado (Consea). O principal objetivo da nova secretaria, explicou o governador, será uma articulação maior com o governo federal na área. Aécio também anunciou o nome do atual diretor-executivo do Conselho Nacional do Café (CNC) e ex-diretor da Embrapa, Alberto Duque Portugal. No primeiro mandato, ele ocupou o cargo de secretário-adjunto da Agricultura, e agora ficará à frente da pasta de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. A posse será no dia 1º de janeiro. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
Internacional
Está foi uma tragédia anunciada, causada pela pobreza e pela ignorância
Joel Ogundere, morador de Lagos
Akitunde Akinleye/Reuters
LADRÕES DE GASOLINA PROVOCAM TRAGÉDIA NA NIGÉRIA Cerca de 260 pessoas morreram queimadas em explosão
Musa Al-Shaer/AFP
Soldado remove corpo de vítima de explosão de duto de gasolina em Lagos, Nigéria. Várias pessoas foram queimadas vivas na tragédia
P
elo menos 260 pessoas morreram queimadas e 60 ficaram feridas na explosão de um duto de gasolina na segunda maior cidade da Nigéria, Lagos. Testemunhas informaram que ladrões profissionais perfuraram o duto para roubar gasolina durante a madrugada de ontem. E, pela manhã, centenas de homens, mulheres e crianças da região correram para o local para conseguir um pouco do produto, armazenando-o em latas, recipientes plásticos e sacolas. De repente, a gasolina derramada pegou fogo, provocando uma grande explosão. "Está foi uma tragédia anunciada, causada pela pobreza e pela ignorância, disse Joel
Ogundere, cuja residência fica próxima ao local. Centenas de corpos completamente carbonizados ficaram espalhados pelo local, enquanto as equipes de resgate tinham dificuldade de se aproximar devido ao calor das chamas e da forte fumaça no bairro de Adule Egba. Um diretor da Cruz Vermelha Nigeriana, Ige Oladimeji, disse que pelo menos 260 pessoas haviam morrido. "Só podemos reconhecê-los pelo crânio, os corpos ficaram espalhados pelo chão", contou. Tragédias do tipo já ocorreram na Nigéria, o maior produtor de petróleo da África. Em maio, também em Lagos, mais de 150 pessoas morreram numa explosão semelhante, também em duto de gasolina.
FIDEL médico O espanhol José Luis García
Ó RBITA
SOMÁLIA ropas da Somália e soldados etíopes T avançavam ontem rumo à
MURO DE ISRAEL – Agricultores palestinos protestam contra a construção de muro de 650 quilômetros na Cisjordânia. Seis pessoas ficaram feridas ontem ao tentar impedir a ação das escavadeiras, protegidas por tropas do exército israelense, quando estas colocavam abaixo árvores e limpavam as terras perto da vila de Umm Salamona, ao sul da cidade bíblica de Belém. Para Israel, trata-se de uma "barreira antiterrorista". Já os palestinos chamam a construção de "muro do apartheid". Veredicto da Corte Internacional de Justiça, de 2004, e da Assembléia Geral da ONU declararam ilegal a construção do muro, exigindo seu desmantelamento. Exigência ignorada por Israel.
capital somali, Mogadiscio, no que parecia ser o enfraquecimento da União das Cortes Islâmicas, milícia que controla parte do país. O primeiro-ministro etíope, Meles Zenawi, afirmou que havia entre mil mortos e três mil feridos nos combates. "Alguns são somalis, mas um número muito significativo deles não são", disse, referindo-se aos combatentes islâmicos estrangeiros. A Etiópia, que apoia o governo de transição somali, iniciou a ofensiva para barrar milicianos islâmicos que tentaram se infiltrar em território etíope, numa zona de maioria muçulmana.
Sabrido (foto), que examinou Fidel Castro em Havana, disse ontem que o líder cubano não tem câncer, está se recuperando e não precisará de nova cirurgia. "O paciente se recupera de um processo benigno, embora com uma série de complicações", disse. "Seu processo de recuperação é lento, mas progressivo. E sua atividade intelectual está intacta, diria até fantástica"!.
TERREMOTO m forte terremoto em U Taiwan provocou um alerta de tsunami, mas duas
horas depois sismólogos suspenderam o alerta, afirmando que a ameaça de ondas devastadoras havia passado. O terremoto atingiu 7,2 graus, segundo o Centro de Pesquisa Geológica dos EUA. Uma pessoa morreu na cidade de Pintung.
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
Luiz Prado/LUZ
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3,9
por cento foi o índice de inadimplência registrado em 2006 e não causa preocupação para o setor
VENDAS NO COMÉRCIO CRESCEM, MAS POUCO. VEJA O QUE ATRAPALHOU. As estimativas para este ano eram de alta de até 8%, mas avanço foi de 4,7%
O
Da esq. para dir., os economistas Emilio Alfieri e Marcel Solimeo e o presidente da Associação Comercial de São Paulo, Guilherme Afif Domingos apresentaram ontem o balanço das vendas no comércio, que ficaram abaixo das expectativas.
Vestuário e brinquedos lideram faturamento nos shoppings
A
s vendas dos shopping centers tiveram crescimento real de 5% neste Natal, segundo a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop). As 2.634 lojas inauguradas em 2006 ajudaram o segmento a faturar R$ 60,3 bilhões, uma alta de 3,5% em relação ao ano passado. Foram as grandes redes de comércio, que integram 30% dos estabelecimentos em operação nos centros de compras, as que tiveram melhor desempenho de vendas. Alguns segmentos do mercado alcançaram média superior à registrada no ano passado. É o caso das lojas de brinquedos, que faturaram 8% mais que em 2005. A procura pelos eletrônicos aumentou 10% neste Natal em relação à mesma época do ano anterior, como divulgou a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletrônicos (Eletros). Os televisores de plasma e LCD e aparelhos de DVD foram os principais responsáveis pelo aumento. As vendas do setor de vestuário, setor que ocupa 50% das lojas em shopping centers e sempre lidera a lista dos presentes de maior saída, cresceram 10%, assim como o setor de calçados. A procura por modelos para cama, mesa e banho aumentou 12%. "O crescimento real do salário mínimo e do setor de franquias, além da inauguração de sete shopping centers, foram a base para o crescimento das vendas em 2006", afirmou o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun. Celulares em baixa – Apesar disso, nem todos os segmentos alcançaram as estimativas de vendas dos empresários. A expectativa do setor de telefonia celular era de que o Brasil atingisse no Natal o número de 100 milhões de aparelhos habilitados. Mas, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), as habilitações não atingiram 97 milhões.
Newton Santos/Hype
Nabil Sahyoun: novos shoppings
"O desenvolvimento da indústria automobilística e da construção civil desviaram investimentos do comércio", disse Sahyoun. "Os dias de Copa do Mundo, quando ninguém ia às compras, atrapalharam o comércio. O fato de o inverno ter chegado muito tarde, quando as lojas já preparavam as liquidações, teve influência nos resultados deste ano." Novos empregos – "O mês de dezembro representa 25%
do faturamento de boa parte dos lojistas", disse Sahyoun. "O aumento de vendas também significa mais postos de trabalho e, só neste final de ano, o setor ofereceu 85 mil novas vagas." Segundo ele, um quarto das novas ocupações se tornam efetivas nos quadros de funcionários das empresas. Isso sem contar os 89 shopping centers que estão sendo construídos em todo o País e que, em quatro anos, devem gerar aproximadamente dez mil novos empregos fixos. Expe ctativ as – O setor de vestuário ainda deve lucrar até o final de 2006 em razão do réveillon. "As vendas de roupas brancas e lingeries chegam a triplicar nesta época do ano", afirmou Sahyoun. "As liqüidações das grandes redes já começaram, e isso também deve impulsionar o setor." Com 76.922 lojas em operações nos shopping centers, a Alshop estima que o setor fature, em 2007, R$ 62,4 bilhões, um crescimento de 3,5% em relação a este ano. Sonnaira San Pedro
comércio andou de lado em 2006. Apesar da expansão do crédito, da dilatação dos prazos de pagamento, da queda das taxas de juros e de alguma recuperação no emprego formal, as vendas deste ano tiveram um avanço de 4,7%, ligeiramente acima do registrado em 2005, de 4,4%. "Entre os fatores que podem explicar esse resultado estão o endividamento de parte da população e a fraca recuperação da renda, uma vez que os níveis dos salários oferecidos eram, no geral, inferiores aos que os trabalhadores recebiam anteriormente, provocando um achatamento da classe média", disse ontem Guilherme Afif Domingos, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Essa situação se agravou, acrescentou Afif, com a crescente tributação sobre o setor de serviços, que apresentou maior crescimento no emprego. Lembrou, como exemplo, que o Impostômetro (o medidor da arrecadação total de impostos no Brasil) atingiu ontem R$ 800 bilhões. "Isso mostra que, mais uma vez, teremos aumento da carga tributária, pois a arrecadação deverá crescer cerca de 9% neste ano, para uma inflação da ordem de 4%", enfatizou. Fraco – Afif Domingos apresentou o balanço do ano da ACSP com os números de dezembro, incluindo o Natal: as vendas no crediário, aferidas pelo Serviço Central de Proteção ao Crédito
O setor privado trabalha com margens achatadas, o que torna impossível reinvestir no aumento da produção. Guilherme Afif Domingos (SCPC) cresceram 3,9%; e as consultas ao Usecheque, 7,5% até o dia 25 deste mês. Mas esses números devem cair um pouco – para 3,3% e 6,5% respectivamente – porque neste ano o dia 31 cai num domingo. "E isso afeta negativamente as vendas", disse Afif. Em conseqüência, a projeção para a média de desempenho dos dois indicadores é de fechar dezembro ao redor de 5,1%, em comparação com os 5,4% em 2005. "Vendeu-se mais produtos de menor valor em 2006", explicou o economista Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP. "Os importados, sobretudo da China, pesaram nesse desempenho, mas não ajudaram no crescimento do PIB", alertou. As estimativas para as vendas do comércio neste ano eram de 7% a 8% até o final do primeiro semestre. Para Afif,
"o tão esperado espetáculo do crescimento não ocorreu em 2006, quando, mais uma vez, a expansão da economia ficou aquém das mais modestas expectativas, devendo ficar abaixo de 3%, o que significa um aumento medíocre da renda per capita brasileira". O presidente da ACSP acrescentou que esse desempenho do Brasil ocorreu apesar do cenário internacional "extremamente favorável, que tem permitido resultados bastante expressivos às economias emergentes. Enquanto isso, o Brasil vem perdendo posições no ranking das nações". Afif, no entanto, destacou o crescimento das exportações e o controle da inflação como fatores positivos deste ano. Mas criticou a má qualidade da política fiscal do governo, "com gastos públicos crescendo fortemente" em sacrifício dos investimentos em infra-estrutura. Afif enfatizou, no entanto, que a falta dos investimentos públicos e privados combinada com a manutenção do crescimento na oferta de crédito, e mais o avanço nas importações poderão pôr em risco o controle da inflação. "Até porque o setor privado tem trabalhado com margens "achatadas", o que torna impossível reinvestir no aumento da produção ou da produtividade." Segundo acrescentou Marcel Solimeo, a inadimplência não representa uma ameaça neste momento, já que acumula um avanço de 3,9% no ano. Sergio Leopoldo Rodrigues
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.ECONOMIA/LEGAIS
quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
ATAS CAMAR EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES S.A. (antiga Camar Empreendimentos e Participações Ltda. - N.I.R.E. 35.214.397.938) C.N.P.J./M.F. n.º 02.092.318/0001-75 Ata de Assembléia Geral Extraordinária realizada em 21.11.2006 às 15hs Data, Hora e Local: Aos 21/11/2006, às 15:00 horas, na sede da Companhia localizada no município de Barueri/SP, na Al. Tocantins, nº 525, sala 8, Alphaville, CEP: 06455-020. Convocação: dispensada convocação tendo em vista a presença de acionistas representando a totalidade do capital social da Companhia, nos termos do Art. 124, § 4o da Lei das Sociedades Anônimas (“Lei n° 6.404/ 76”). Presença: acionistas representando 100% do capital da Companhia, conforme Livro de Presença de Acionistas. Composição da Mesa: Presidente: Dimas de Camargo Maia Filho; e Secretário: Ricardo Uchôa Alves de Lima. Ordem do Dia: deliberar sobre as seguintes matérias de interesse da Sociedade: (i) incorporar as ações detidas por Dimas de Camargo Maia Filho, brasileiro, casado, engenheiro, residente e domiciliado na cidade de São Paulo, estado de São Paulo, na Al. Franca, nº 692, apto. 181, Jardim Paulista, CEP: 01422-000, RG nº 3.196.492 – SSP/SP, e inscrito no CPF/MF nº 058.923.768-34, no capital social da USS Soluções Gerenciadas S.A., sociedade anônima de capital fechado com sede no município de Barueri/SP, na Al. Tocantins, nº 525, Alphaville, Centro Industrial e Empresarial, CEP: 06455-020, inscrita no CNPJ/MF nº 01.979.936/0001-79 e com seu Estatuto Social ora em fase de arquivamento perante a Jucesp, tornando-a, portanto, sua subsidiária integral, nos termos do Art. 252 da Lei 6.404/76, apreciando: a) o “Protocolo e Justificação de Incorporação de Ações”, nos termos do Anexo I a esta Ata, b) a indicação da empresa especializada Apsis Consultoria Empresarial Ltda., com sede na Rua São José, nº 90 – grupo 1802 – na cidade do Rio de Janeiro, RJ, devidamente inscrita no CNPJ/ MF nº 27.281.922/0001-70, para avaliar o valor de mercado com base na perspectiva de rentabilidade futura da USS Soluções Gerenciadas S.A., e c) o Laudo de Avaliação da USS Soluções Gerenciadas S.A. elaborado por referida firma especializada, nos termos do Anexo II; (ii) aumentar o capital social da Companhia, se aprovada a incorporação de ações prevista no item anterior; e (iii) alterar a redação do Artigo 5º do Estatuto Social da Companhia, para adequá-lo caso as deliberações acima sejam aprovadas. Deliberações Tomadas: Colocadas as matérias em discussão e posterior votação, resultaram as mesmas aprovadas Unanimemente, sem quaisquer ressalvas ou restrições, nos seguintes termos: (i) Com a finalidade de permitir melhor aproveitamento das oportunidades recentemente surgidas, trazendo vantagens que agregarão valor aos atuais acionistas das companhias envolvidas, sem modificação de controle em ambas, restaram aprovados integralmente: a) o “Protocolo e Justificação de Incorporação de Ações” datado de 17.11.2006 (Anexo I) (“Protocolo”); b) a indicação da empresa especializada Apsis Consultoria Empresarial Ltda., acima identificada, para avaliar o valor de mercado com base na perspectiva de rentabilidade futura da USS Soluções Gerenciadas S.A.; e, c) o Laudo de Avaliação da USS Soluções Gerenciadas S.A. elaborado por referida firma especializada (Anexo II); (ii) Em decorrência da aprovação dos documentos relacionados no item (i) acima, foi aprovada a incorporação das 186.351 (cento e oitenta e seis mil, trezentas e cinqüenta e uma) ações ordinárias, nominativas, e sem valor nominal, no valor total de R$ 52.343.985,14 (cinqüenta e dois milhões, trezentos e quarenta e três mil, novecentos e oitenta e cinco reais e quatorze centavos), detidas pelo Sr. Dimas de Camargo Maia Filho; anteriormente qualificado, no capital social da USS Soluções Gerenciadas S.A., restando esta Companhia como única acionista da
mesma e portanto passando a USS Soluções Gerenciadas S.A. a ser sua subsidiária integral, nos termos do Art. 252 da Lei 6.404/ 76; (iii) Em conseqüência da incorporação das ações da USS Soluções Gerenciadas S.A. conforme anteriormente deliberado e respeitados os termos previstos no Protocolo, fica, então, aumentado o capital da Companhia, de R$ 1.000,00 (mil reais) dividido em 1.000 (mil) ações, para R$ 1.501,00 (mil quinhentos e um reais), dividido em 1.501 (mil quinhentas e uma) ações ordinárias, nominativas, e sem valor nominal, mediante a emissão de 501 (quinhentas e uma) novas ações, todas ordinárias, nominativas e sem valor nominal, ao preço de emissão de R$ 280,8892 por ação, fixado de acordo com os parâmetros do Art. 170, inciso I, da Lei nº 6.404/76, no valor total de R$ 52.343.985,14 (cinqüenta e dois milhões, trezentos e quarenta e três mil, novecentos e oitenta e cinco reais e quatorze centavos), que será destinado da seguinte forma: (iii.a) R$ 501,00 (quinhentos e um reais) à conta de capital da Companhia; e (iii.b) R$ 52.343.484,14 (cinqüenta e dois milhões, trezentos e quarenta e três mil, quatrocentos e oitenta e quatro reais e quatorze centavos) à conta de reserva de capital. Nos termos da legislação aplicável, a outra acionista da Companhia, Camargo Maia Holding Ltda., sociedade empresária limitada, com sede no município de Barueri/SP, na Al. Tocantins, nº 525, sala 10, Alphaville, CEP: 06455-020, inscrita no CNPJ/MF nº 07.466.697/0001-30, e com seu Instrumento de Constituição devidamente registrado na Junta Comercial do Estado de São Paulo (“Jucesp”) sob N.I.R.E. 35.219.982.243, neste ato representada por administrador, Sr. Dimas de Camargo Maia Filho, acima qualificado, renuncia ao direito de preferência à subscrição das novas ações emitidas por esta Companhia. Assim, referido aumento de capital, no valor total de R$ 501,00 (quinhentos e um reais), será integralmente subscrito e integralizado pelo acionista da USS Soluções Gerenciadas S.A. que teve suas ações incorporadas, i.e., Sr. Dimas de Camargo Maia Filho, anteriormente qualificado. Desta forma, Dimas de Camargo Maia Filho subscreve e integraliza, neste ato, 501 (quinhentas e uma) ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal, na forma do Boletim de Subscrição que é anexado a esta Ata como seu Anexo III e que fica arquivado na sede da Companhia; (iv) Os acionistas esclarecem que, em decorrência da aprovação da incorporação de ações acima deliberada ter sido tomada de forma unânime, dispensaram a realização do laudo referido no Artigo 264 da Lei nº 6.404/76. (v) Finalmente, em conseqüência da incorporação de ações com subseqüente aumento de capital na Companhia, o Artigo 5º do Estatuto Social da Companhia passa a vigorar com a seguinte nova redação: “Artigo 5º - O capital social, totalmente subscrito e integralizado em moeda corrente nacional, é de R$ 1.501,00 (mil quinhentos e um reais), dividido em 1.501 (mil quinhentas e uma) ações, todas ordinárias, nominativas e sem valor nominal.” Os acionistas, então, aprovaram a consolidação do Estatuto Social da Companhia, incluindo a nova redação dada ao Artigo 5º (descrito acima), e o qual, devidamente rubricado, passa a vigorar, a partir desta data, de acordo com o documento que é anexado a esta Ata como seu Anexo IV. Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, foi oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, como ninguém se manifestasse, foram encerrados os trabalhos e suspensa a reunião pelo tempo necessário à lavratura desta ata, a qual, após reaberta a sessão, foi lida, achada conforme, aprovada e por todos os presentes assinada. (aa) Presidente da Mesa, Dimas de Camargo Maia Filho, Secretário da Mesa, Ricardo Uchôa Alves de Lima; Acionistas: (i) Camargo Maia Holding Ltda. p. Dimas de Camargo Maia Filho; e Dimas de Camargo Maia Filho. Barueri, 21/11/2006. Camargo Maia Holding Ltda. p. Dimas de Camargo Maia Filho, Acionista; Dimas de Camargo Maia Filho, Acionista e Presidente da Mesa; Ricardo Uchôa Alves de Lima, Secretário da Mesa.
USS SOLUÇÕES GERENCIADAS S.A. (antiga USS Soluções Gerenciadas Ltda. - N.I.R.E. 35.214.518.646) C.N.P.J./M.F. n.º 01.979.936/0001-79 Ata de Assembléia Geral Extraordinária realizada em 8.12.06 às 19hs. Data, Hora e Local: Aos 8 dias do mês de dezembro de 2006, às 19:00 horas, na sede da Companhia, localizada no município de Barueri, estado de São Paulo, na Alameda Tocantins, nº 525, Alphaville, Centro Industrial e Empresarial, CEP: 06455-020. Convocação: dispensada a convocação face à presença da única acionista, representando a totalidade do capital social da Companhia, nos termos do Art. 124, § 4o da Lei das Sociedades Anônimas (“Lei n° 6.404/76” ou simplesmente “Lei”). Presença: Camar Empreendimentos e Participações S.A., sociedade por ações com sede no município de Barueri/SP, na Alameda Tocantins, no 525, sala 8, Alphaville, CEP: 06455-020, inscrita no C.N.P.J./M.F. n° 02.092.318/0001-75, com seus atos constitutivos ora em fase de arquivamento perante a Junta Comercial do Estado de São Paulo (“CAMAR”), na qualidade de acionista detendo a totalidade das ações da Companhia, conforme Livro de Presença de Acionistas. Composição da Mesa: Presidente: Dimas de Camargo Maia Filho; e Secretário: Ricardo Uchôa Alves de Lima. Ordem do Dia: (i) exame, discussão e aprovação do “Protocolo e Justificação de Incorporação”, celebrado em 7.12.2006, entre a Companhia e a Camar Empreendimentos e Participações S.A., anteriormente qualificada (“PROTOCOLO”); (ii) ratificar a nomeação da empresa especializada que procedeu à avaliação do patrimônio da CAMAR a ser incorporado por esta Companhia, Lério & Sanches Auditores Independentes Ltda., com sede na Av. Indianópolis, nº 860 – sala 2 – Moema/SP – CEP: 04062-001, devidamente inscrita no CNPJ nº 06.216.662/0001-80 e no C.R.C. sob nº 2SP023027/O-6; (iii) exame, discussão e aprovação do Laudo de Avaliação do patrimônio da CAMAR emitido por referida empresa especializada em 8.12.2006 (“LAUDO”); (iv) aprovação da incorporação total da CAMAR por esta Companhia e demais atos relacionados à incorporação; (v) emitir novas ações representativas do capital social da Companhia, se aprovada a incorporação constante do item anterior da ordem do dia, no valor total de emissão equivalente ao valor do acervo líquido incorporado conforme apurado no LAUDO; (vi) deliberar a distribuição parcial de lucros da Companhia no montante de R$ 14.000.000,00 e a subseqüente capitalização dos dividendos pela acionista, com o conseqüente aumento do capital social da Companhia e alteração do seu Estatuto Social, nos termos da legislação aplicável. Deliberações Tomadas: Colocadas as matérias em discussão e posterior votação, resultaram as mesmas aprovadas, sem quaisquer ressalvas ou restrições, nos seguintes termos: (i) Após a leitura do PROTOCOLO (Doc. 01), que trata da proposta de incorporação da CAMAR por esta Companhia e prestados os esclarecimentos necessários à acionista, foi o PROTOCOLO aprovado; (ii) Dando continuidade à Assembléia, ratificou-se a indicação da Lério & Sanches Auditores Independentes Ltda., com sede na Av. Indianópolis, nº 860 – sala 2 – Moema/SP– CEP: 04062-001, devidamente inscrita no CNPJ sob nº 06.216.662/0001-80 e no C.R.C. sob nº 2SP023027/O-6, que procedeu à avaliação do patrimônio da CAMAR a ser vertido para esta Companhia; (iii) O LAUDO confirmou os valores dos bens, direitos e obrigações que compõem o acervo líquido da CAMAR a ser vertido a esta Companhia, no valor total de R$ 72.156.358,44, com base no balanço patrimonial levantado em 7.12.2006, tendo o mesmo sido aprovado (Doc. 02). (iv) Assim, foi aprovada a incorporação total da CAMAR por esta Companhia, respeitados os termos e as condições estabelecidas no PROTOCOLO, pelos valores evidenciados no Balanço Patrimonial levantado em 7.12.2006 e conforme apurado no LAUDO. (v) Tendo em vista a incorporação ora aprovada e em observância às disposições contidas no PROTOCOLO, foi declarada extinta a CAMAR e, ainda, em conseqüência da incorporação,
esta Companhia passa a suceder a CAMAR em todos os direitos e obrigações, a título universal e para todos os fins de direito, sem qualquer solução de continuidade, ficando a Diretoria desde logo autorizada a praticar todos os atos complementares e/ou decorrentes da incorporação ora aprovada, com amplos e gerais poderes para proceder todos os registros, transcrições, averbações ou comunicações que se fizerem necessários de modo a complementar a operação ora aprovada, incluindo especialmente, tendo em vista que a Companhia é uma subsidiária integral da sociedade incorporada, CAMAR, os registros das transferências das ações desta Companhia ao acionista da CAMAR. (v) Aprovada a incorporação da CAMAR, fica também aprovado o aumento do capital social da Companhia em valor equivalente ao acervo líquido da CAMAR vertido à Companhia apurado nos termos do LAUDO ora aprovado, no valor de R$ 72.156.358,44, acrescido de R$ 0,56 em moeda corrente nacional, com a emissão de 72.156.359 novas ações, todas ordinárias, nominativas, e sem valor nominal, ao preço de emissão de R$ 1,00 por ação, integralmente subscritas, nos termos da legislação aplicável, pelo acionista da sociedade incorporada - CAMAR, Sr. Dimas de Camargo Maia Filho, brasileiro, casado, engenheiro, residente e domiciliado na cidade de São Paulo/SP, na Alameda Franca, nº 692, apto. 181, Jardim Paulista, CEP: 01422000, R.G. nº 3.196.492 – SSP/SP, e C.P.F./M.F. sob nº 058.923.768-34, e integralizadas mediante versão da sua participação no acervo líquido da sociedade incorporada, CAMAR, no montante total de R$ 72.156.358,44, mais R$ 0,56 a serem integralizados em moeda corrente nacional, nos termos do Boletim de Subscrição anexo (Doc. 03), alterando-se, consequentemente, o Artigo 5º do Estatuto Social da Companhia, o qual passa a vigorar, na íntegra, com a seguinte nova redação: “Artigo 5º - O capital social da Companhia, totalmente subscrito e integralizado em moeda corrente nacional, é de R$ 72.715.418,00 (setenta e dois milhões, cento e quinze mil, quatrocentos e dezoito reais), dividido em 72.715.418 (setenta e dois milhões, cento e quinze mil, quatrocentas e dezoito) ações, todas ordinárias, nominativas e sem valor nominal.”; (vi) Prosseguindo na Ordem do Dia, foi aprovada a distribuição de lucros ao acionista e subseqüente capitalização de dividendos no montante de R$ 14.000.000,00, e decidiu-se, portanto, aumentar o capital social da Companhia, mediante a emissão de 14.000.000 novas ações, todas ordinárias, nominativas e sem valor nominal, ao preço de emissão de R$ 1,00 (um real) por ação, subscritas e integralizadas mediante a capitalização dos dividendos pelo único acionista da Companhia, na forma do Boletim de Subscrição anexo acima mencionado (Docs. 03). (vii) Dessa forma, o Artigo 5º do Estatuto Social da Companhia, passa a vigorar, na íntegra, com a seguinte nova redação: “Artigo 5º - O capital social da Companhia, totalmente subscrito e integralizado em moeda corrente nacional e bens, é de R$ 86.715.418,00 (oitenta e seis milhões, setecentos e quinze mil, quatrocentos e dezoito reais), dividido em 86.715.418 (oitenta e seis milhões, setecentas e quinze mil, quatrocentas e dezoito) ações, todas ordinárias, nominativas e sem valor nominal.”O acionista então aprovou a nova redação do Estatuto Social, o qual, consolidado e devidamente rubricado, passa a vigorar, a partir desta data, de acordo com o documento que é anexado a esta Ata (Doc. 04). Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, foi oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, como ninguém se manifestasse, foram encerrados os trabalhos e suspensa a reunião pelo tempo necessário à lavratura desta ata, a qual, após reaberta a sessão, foi lida, achada conforme, aprovada e por todos os presentes assinada. aa.) Mesa: Dimas de Camargo Maia Filho – Presidente; Ricardo Uchôa Alves de Lima – Secretário. Acionista: Camar Empreendimentos e Participações S.A., representada por Dimas de Camargo Maia Filho. A presente ata é cópia fiel da original lavrada no Livro de Atas de Assembléias Gerais da Companhia. Barueri, 8/12/2006. Dimas de Camargo Maia Filho - Presidente da Mesa; Ricardo Uchôa Alves de Lima - Secretário. Camar Empreendimentos e Participações S.A. p. Dimas de Camargo Maia Filho - Acionista
CAMAR EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES S.A. (antiga Camar Empreendimentos e Participações Ltda. - N.I.R.E. 35.214.397.938) C.N.P.J./M.F. n.º 02.092.318/0001-75 Ata de Assembléia Geral Extraordinária realizada em 06.12.2006 às 18hs. Data, Hora e Local: Aos 06/12/2006, às 18:00 horas, na sede da Companhia, localizada no município de Barueri/SP, na Alameda Tocantins, nº 525, sala 8, Alphaville, CEP: 06455-020. Convocação: dispensada convocação tendo em vista a presença de acionistas representando a totalidade do capital social da Companhia, nos termos do Art. 124, § 4o da Lei das Sociedades Anônimas (“Lei n° 6.404/76”). Presença: acionistas representando 100% do capital da Companhia, conforme Livro de Presença de Acionistas. Composição da Mesa: Presidente: Dimas de Camargo Maia Filho; e Secretário: Ricardo Uchôa Alves de Lima. Ordem do Dia: (i) exame, discussão e aprovação da capitalização da reserva de capital da Companhia, com base no balancete de 30.11.2006; (ii) exame, discussão e aprovação do “Protocolo e Justificação de Incorporação”, celebrado em 04.12.2006 (“PROTOCOLO”), entre a Companhia e a Camargo Maia Holding Ltda., sociedade empresária limitada, com sede no município de Barueri/SP, na Alameda Tocantins, nº 525, sala 10, Alphaville, CEP: 06455-020, inscrita no C.N.P.J./MF nº 07.466.697/0001-30, e com seu Instrumento de Constituição devidamente registrado na Junta Comercial do Estado de São Paulo (“JUCESP”) sob N.I.R.E. 35.219.982.243 (“CMH”); (iii) aprovação da indicação da empresa especializada que procedeu à avaliação do acervo líquido da CMH para os fins de sua incorporação pela Companhia; (iv) exame, discussão e aprovação do Laudo de Avaliação do acervo líquido da CMH, preparado pela referida empresa especializada (“LAUDO”); (v) aprovação da incorporação da CMH por esta Companhia, se aprovados os itens anteriores da Ordem do Dia; e (vi) aumento do capital social da Companhia, se aprovada a incorporação da CMH referida no item anterior da Ordem do Dia, com a conseqüente adequação da cláusula do Estatuto Social relativa ao capital social. Deliberações Tomadas: Colocadas as matérias em discussão e posterior votação, resultaram as mesmas aprovadas, Unanimemente, sem quaisquer ressalvas ou restrições, nos seguintes termos: (i) aprovar a capitalização da reserva de capital da Companhia, no valor de R$ 52.343.484,00, conforme apurado no balancete contábil de 30.11.2006, tendo sido desprezado R$0,14 (quatorze centavos) constantes do referido balancete contábil, com a emissão de 52.343.484 novas ações, todas ordinárias, nominativas e sem valor nominal, ao preço de emissão de R$ 1,00 (um real) por ação, as quais são subscritas e integralizadas pelos acionistas da Companhia, (i.1) Camargo Maia Holding Ltda., acima qualificada, e (i.2) Dimas de Camargo Maia Filho, brasileiro, casado, engenheiro, residente e domiciliado na cidade de São Paulo/SP, na Alameda Franca, nº 692, apto. 181, Jardim Paulista, CEP: 01422-000, R.G. nº 3.196.492 – SSP/SP, e C.P.F./M.F. sob nº 058.923.768-34, proporcionalmente às suas respectivas participações no capital da mesma, ou seja: Camargo Maia Holding Ltda. subscreve e integraliza, neste ato, 34.174.960 ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal, e Dimas de Camargo Maia Filho subscreve e integraliza, neste ato, 18.168.524 ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal, todos na forma dos Boletins de Subscrição que são anexados a esta Ata (Doc.01 e Doc. 02) e que ficam arquivados na sede da Companhia. Em decorrência da capitalização ora aprovada, o capital social da Companhia passa de R$ 1.501,00 (mil quinhentos e um reais), dividido em 1.501 (mil quinhentas e uma) ações, todas ordinárias nominativas, e sem valor nominal, para R$ 52.344.985,00 (cinqüenta e dois milhões, trezentos e quarenta e quatro mil, novecentos e oitenta e cinco reais) dividido em 52.344.985 (cinqüenta e dois milhões, trezentos e quarenta e quatro mil, novecentas e oitenta e cinco) ações, todas ordinárias, nominativas, e sem valor nominal. (ii) Em virtude do aumento de capital ora aprovado, a Cláusula 5ª do Estatuto Social da Companhia passa a vigorar com a seguinte nova redação: “Artigo 5º O capital social, totalmente subscrito e integralizado em moeda corrente nacional, é de R$ 52.344.985,00 (cinqüenta e dois milhões, trezentos e quarenta e quatro mil, novecentos e oitenta e cinco reais), dividido em 52.344.985 (cinqüenta e dois milhões, trezentos e quarenta e quatro mil, novecentas e oitenta e cinco) ações, todas ordinárias, nominativas e sem valor nominal.” (iii) Após a leitura do PROTOCOLO, que passa a fazer parte integrante desta Ata como Doc. 03, e prestados os esclarecimentos necessários, o PROTOCOLO foi unanimemente aprovado pelos acionistas; (iv) Dando
continuidade à Assembléia, aprovou-se a indicação da empresa especializada Lério & Sanches Auditores Independentes Ltda., com sede na Av. Indianópolis, nº 860 – sala 2 – Moema/SP – CEP: 04062-001, devidamente inscrita no CNPJ sob nº 06.216.662/ 0001-80 e no C.R.C. sob nº2SP023027/O-6, que procedeu à avaliação do patrimônio da CMH a ser vertido para esta Companhia. O representante da Lério & Sanches Auditores Independentes Ltda. foi então convidado para ingressar no recinto da reunião, onde expressamente ratificou a aceitação da incumbência e já apresentou o LAUDO, que integra a presente ata como Doc. 04, uma vez que este já se encontrava concluído; (v) O Laudo apresentado confirmou os valores dos bens, direitos e obrigações que compõem o acervo líquido da CMH a ser vertido para esta Companhia, sendo avaliados em R$ 19.429.961,64 (dezenove milhões, quatrocentos e vinte e nove mil, novecentos e sessenta e um reais e sessenta e quatro centavos). Após o representante da empresa especializada ter prestado os esclarecimentos necessários, o Laudo foi colocado em votação e unanimemente aprovado pelos acionistas; (vi) Assim, tendo sido aprovados os itens anteriores da Ordem do Dia, foi aprovada unanimemente a incorporação da CMH por esta Companhia, pelos valores evidenciados em seu Balanço Patrimonial levantado em 30.11.2006 e conforme apurado e confirmado no Laudo. Tendo em vista a incorporação ora aprovada e em observância às disposições contidas no Protocolo, foi declarada extinta a CMH. Ainda em conseqüência de tal incorporação, esta Companhia passa a suceder a CMH em todos os direitos e obrigações, a título universal e para todos os fins de direito, sem qualquer solução de continuidade, ficando esta administração desde logo autorizada a praticar todos os atos complementares e/ou decorrentes da incorporação ora aprovada, com amplos e gerais poderes para proceder todos os registros, transcrições, averbações ou comunicações que se fizerem necessários de modo a complementar a operação ora aprovada; (vii) Tendo sido aprovada a incorporação da CMH, foi, então, aprovado o aumento do capital da Companhia no montante do acervo líquido da incorporada evidenciado no Laudo, no valor de R$ 19.429.961,64, acrescido de R$ 0,36 em moeda corrente nacional, com a emissão, portanto, de 19.429.962 novas ações, todas ordinárias, nominativas, e sem valor nominal, ao preço de emissão de R$ 1,00 por ação, integralmente subscritas, nos termos da legislação aplicável, pelo sócio da sociedade incorporada, Sr. Dimas de Camargo Maia Filho, brasileiro, casado, engenheiro, residente e domiciliado na cidade de São Paulo/SP, na Alameda Franca, nº 692, apto. 181, Jd. Paulista, CEP: 01422-000, R.G. nº 3.196.492 – SSP/SP, e C.P.F./M.F. sob nº 058.923.768-34, e integralizadas mediante versão da sua participação no acervo líquido da CMH, no montante de R$ 19.429.961,64 (dezenove milhões, quatrocentos e vinte e nove mil, novecentos e sessenta e um reais e sessenta e quatro centavos), mais R$ 0,36 (trinta e seis centavos) a serem integralizados em moeda corrente nacional, nos termos do Boletim de Subsc rição aqui anexo (Doc. 05). Desta forma, o capital social da Companhia passa de R$ 52.344.985,00, dividido em 52.344.985 ações, todas ordinárias nominativas, e sem valor nominal, para R$ 71.774.947,00, dividido em 71.774.947 ações, todas ordinárias, nominativas, e sem valor nominal, (viii) Finalmente, em virtude do aumento de capital ora aprovado, o Artigo 5º do Estatuto Social da Companhia passa a vigorar com a seguinte nova redação: “Artigo 5º - O capital social, totalmente subscrito e integralizado em moeda corrente nacional, é de R$ 71.774.947,00 (setenta e um milhões, setecentos e setenta e quatro mil, novecentos e quarenta e sete reais), dividido em 71.774.947 (setenta e um milhões, setecentos e setenta e quatro mil, novecentas e quarenta e sete) ações, todas ordinárias, nominativas e sem valor nominal.” Os acionistas, então, aprovaram a consolidação do Estatuto Social da Companhia, incluindo a nova redação dada ao Artigo 5º (descrito acima), e o qual, devidamente rubricado, passa a vigorar, a partir desta data, de acordo com o documento que é anexado a esta Ata (Doc. 06). Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, foi oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, como ninguém se manifestasse, foram encerrados os trabalhos e suspensa a reunião pelo tempo necessário à lavratura desta ata, a qual, após reaberta a sessão, foi lida, achada conforme, aprovada e por todos os presentes assinada. (aa) Presidente da Mesa, Dimas de Camargo Maia Filho, Secretário da Mesa, Ricardo Uchôa Alves de Lima; Acionistas: (i) Camargo Maia Holding Ltda. p. Dimas de Camargo Maia Filho; e Dimas de Camargo Maia Filho. A presente ata é cópia fiel da original lavrada no Livro de Atas de Assembléias Gerais da Companhia. Barueri, 06 /12/2006. Pres. da Mesa e Acionista. Acionista - Dimas de Camargo Maia Filho Camargo Maia Holding Ltda. p. Dimas de Camargo Maia Filho - Secretário da Mesa, Ricardo Uchôa Alves de Lima.
USS SOLUÇÕES GERENCIADAS S.A. (antiga USS Soluções Gerenciadas Ltda - N.I.R.E. 35.214.518.646) C.N.P.J./M.F. n.º 01.979.936/0001-79 Ata da AGE realizada em 21 de novembro de 2006 às 18hs. Data, Hora e Local: Aos 21/11/2006, às 18:00 horas, na sede da Companhia, localizada no município de Barueri/SP, na Al. Tocantins, nº 525, Alphaville, Centro Industrial e Empresarial, CEP: 06455-020. Convocação: dispensada convocação tendo em vista a presença de acionistas representando a totalidade do capital social da Companhia, nos termos do Art. 124, § 4o da Lei das Sociedades Anônimas (“Lei n° 6.404/76”). Presença: acionistas representando 100% do capital da Companhia, conforme Livro de Presença de Acionistas. Composição da Mesa: Presidente: Dimas de Camargo Maia Filho; Secretário: Ricardo Uchôa Alves de Lima. Ordem do Dia: deliberar sobre as seguintes matérias de interesse da Companhia: (i) tornar a Companhia subsidiária integral da sua acionista (que em 16.11.2006 teve seu tipo jurídico transformado, de sociedade empresária limitada, para sociedade anônima de capital fechado) Camar Empreendimentos e Participações S.A., sociedade por ações com sede no município de Barueri/SP, na Al. Tocantins, no 525, sala 8, Alphaville, CEP: 06455-020, inscrita no C.N.P.J./M.F. sob o n° 02.092.318/0001-75, com seus atos constitutivos ora em fase de arquivamento perante a Junta Comercial do Estado de São Paulo, mediante a incorporação das ações detidas pelo acionista, Sr. Dimas de Camargo Maia Filho, brasileiro, casado, engenheiro, residente e domiciliado na cidade de São Paulo, estado de São Paulo, na Al. Franca, nº 692, apto. 181, Jd. Paulista, CEP: 01422000, portador do R.G. nº 3.196.492 – SSP/SP, e inscrito no C.P.F./M.F. nº 058.923.768-34; apreciando: (ii.1) o “Protocolo e Justificação de Incorporação de Ações” celebrado em 17.11.2006 entre a Companhia e sua acionista Camar Empreendimentos e Participações S.A. (“Protocolo”); (ii.2) a indicação da empresa especializada Apsis Consultoria Empresarial Ltda., com sede na Rua São José, nº 90 – grupo 1802 – na cidade do Rio de Janeiro, RJ, devidamente inscrita no CNPJ/MF sob nº 27.281.922/ 0001-70, que procedeu à avaliação do valor de mercado com base na perspectiva de rentabilidade futura desta Companhia e, conseqüentemente, das ações a serem incorporadas pela Camar Empreendimentos e Participações S.A.; e (ii.3) o Laudo de Avaliação do valor de mercado com base na perspectiva de rentabilidade futura desta Companhia elaborado por referida firma especializada (“Laudo”); (iii) se aprovadas as matérias anteriores, determinar que sejam tomadas todas as providências necessárias e convenientes à efetivação da incorporação das ações desta Companhia pela Camar Empreendimentos e Participações S.A., nos termos do previsto no Protocolo; e aprovar a redação e consolidação do Estatuto Social para adequá-lo e adaptá-lo aos padrões e necessidades determinados pela nova acionista da Companhia. Deliberações Tomadas: Colocadas as matérias em discussão e posterior votação, resultaram as mesmas aprovadas unanimemente por todos os presentes, sem quaisquer ressalvas ou restrições, nos seguintes termos: i) Com a finalidade de permitir melhor aproveitamento das oportunidades recentemente surgidas, trazendo vantagens que agregarão valor aos atuais acionistas das Companhias envolvidas, sem modificação de controle em ambas, restaram aprovados integralmente: a) o “Protocolo e Justificação de Incorporação de Ações” datado de 17.11.2006 (Anexo I); b) a indicação da empresa especializada Apsis Consultoria Empresarial Ltda., acima identificada, para avaliar o valor de mercado com base na perspectiva de rentabilidade futura desta Companhia; e, c) o Laudo de Avaliação desta Companhia elaborado por referida firma especializada (Anexo II); (ii) Em decorrência da aprovação dos documentos relacionados no item (i) acima, foi aprovada a incorporação das 186.351 (cento e oitenta e seis mil, trezentas e cinqüenta e uma) ações ordinárias, nominativas, e sem valor nominal, no valor total de R$ 52.343.985,14 (cinqüenta e dois milhões, trezentos e quarenta e três mil, novecentos e oitenta e cinco reais e quatorze centavos), detidas pelo Sr. Dimas de Camargo Maia Filho, anteriormente qualificado, no capital social desta Companhia, restando a Camar Empreendimentos e Participações S.A. como única acionista desta Companhia e, portanto, passando esta Companhia a ser subsidiária integral da Camar Empreendimentos e Participações S.A., nos termos do Art. 252 da Lei 6.404/76; (iii) Os acionistas esclarecem que, em decorrência da aprovação da incorporação de ações acima deliberada ter sido tomada de forma unânime, dispensaram a realização do laudo referido no Artigo 264 da Lei nº 6.404/76. (iv) Em conseqüência da incorporação de ações ora deliberada, a Camar Empreendimentos e Participações S.A., na qualidade de única acionista desta Companhia, aprova a redação de seu novo Estatuto Social, o qual, consolidado e devidamente rubricado, passa a vigorar, a partir desta data, de acordo com o documento que é anexado a esta Ata como seu Anexo III; (v) Os Diretores desta Companhia ficam autorizados a proceder a todo e qualquer ajuste ou registro necessário à efetiva incorporação de ações ora aprovada, nos termos do estabelecido no Protocolo e na legislação aplicável, tomando todas as providências necessárias e convenientes à formalização da referida incorporação de ações; Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, foi oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, como ninguém se manifestasse, foram encerrados os trabalhos e suspensa a reunião pelo tempo necessário à lavratura desta ata, a qual, após reaberta a sessão, foi lida, achada conforme, aprovada e por todos os presentes assinada. (aa) Presidente da Mesa, Dimas de Camargo Maia Filho, Secretário da Mesa, Ricardo Uchôa Alves de Lima; Acionistas: (i) Camar Empreendimentos e Participações S.A. p. Dimas de Camargo Maia Filho; e Dimas de Camargo Maia Filho. A presente ata é cópia fiel da original lavrada no Livro de Atas de Assembléias Gerais da Companhia. Barueri, 21/11/2006. Camar Empreendimentos e Participações S.A. - p. Dimas de Camargo Maia Filho - Acionista - Dimas de Camargo Maia Filho - Acionista e Presidente da Mesa Ricardo Uchôa Alves de Lima - Secretário da Mesa.
CAMAR EMPR. E PARTICIPAÇÕES LTDA. CNPJ/MFn.º 02.092.318/0001-75 - NIRE 35.214.397.938 Ata da Reunião de Sócios para Transformação do Tipo Jurídico da Sociedade realizada em 16.11.2006 às 14hs. Data, Hora e Local: Aos 16/11/2006, às 14:00 horas, na sede da Sociedade localizada no município de Barueri, estado de São Paulo, na Alameda Tocantins, nº 525, sala 8, Alphaville, CEP: 06455-020. Convocação: dispensada a convocação face à presença de todos os sócios. Presença: sócios representando 100% (cem por cento) do capital da Sociedade, a saber: (a) Camargo Maia Holding Ltda., sociedade empresária limitada, com sede no município de Barueri/SP, na Alameda Tocantins, nº 525, sala 10, Alphaville, CEP: 06455-020, C.N.P.J./MF sob nº 07.466.697/0001-30 e com seu Instrumento de Constituição devidamente registrado na Junta Comercial do Estado de São Paulo (“JUCESP”) sob N.I.R.E. 35.219.982.243, neste ato, representada por seu administrador, o Sr. Dimas de Camargo Maia Filho, brasileiro, casado, engenheiro, residente e domiciliado na cidade de São Paulo/ SP, na Alameda Franca, nº 692, apto. 181, Jardim Paulista, CEP: 01422-000, R.G. nº 3.196.492 – SSP/ SP, e C.P.F./M.F. sob nº 058.923.768-34; (b) Caio de Camargo Maia, brasileiro, casado, advogado, residente e domiciliado na cidade de São Paulo/SP, na Alameda Rio Claro, nº 217, apto. 22, Bela Vista, CEP: 01332-010, R.G. nº 23.827.860-8 - SSP/SP e C.P.F./M.F. sob nº 251.266.338-80; e (c) Marcelo de Camargo Maia, brasileiro, solteiro, empresário, residente e domiciliado na cidade de São Paulo/SP, na Alameda Jaú, nº 796, apto. 402, Jardim Paulista, CEP: 01420-001, R.G. nº 23.827.891-8 – SSP/SP e C.P.F./M.F. sob nº 282.027.018-21. Ordem do Dia: deliberar sobre as seguintes matérias de interesse da Sociedade: (i) transformar o tipo jurídico da sociedade, de sociedade empresária limitada para sociedade anônima de capital fechado; (ii) aprovar a redação do Estatuto Social para adequá-lo às deliberações aqui tomadas e adaptá-lo aos padrões e necessidades determinados pelos acionistas da Companhia; e (iii) eleger os membros que comporão a Diretoria da Companhia. Deliberações Tomadas: Colocadas as matérias em discussão e posterior votação, resultaram as mesmas aprovadas unanimemente por todos os presentes, sem quaisquer ressalvas ou restrições, nos seguintes termos: (i.a) Tendo em vista melhor atender aos interesses sociais, foi aprovada a transformação do tipo jurídico da Sociedade, de sociedade empresária limitada para sociedade anônima de capital fechado. Em decorrência da transformação ora aprovada, as 1.000 (mil) quotas representativas do capital social atualmente existentes são, neste ato, substituídas por 1.000 (mil) ações, todas ordinárias, nominativas e sem valor nominal, ficando o capital social, totalmente subscrito e integralizado em moeda corrente nacional, de R$ 1.000,00 (mil reais), dividido em 1.000 (mil) ações, todas ordinárias, nominativas e sem valor nominal, detidas pelos mesmos sócios da sociedade enquanto sociedade empresária limitada, que agora passam a ser chamados de acionistas, da seguinte forma: (i.1) 980 (novecentas e oitenta) ações detidas pela Camargo Maia Holding Ltda.; (i.2) 10 (dez) ações detidas pelo Sr. Caio de Camargo Maia; e (i.3) 10 (dez) ações detidas pelo Sr. Marcelo de Camargo Maia. (i.b) Em decorrência da transformação de tipo jurídico acima deliberada, os acionistas esclarecem que a Companhia permanecerá com o mesmo objeto social, continuando a operar com o mesmo ativo e passivo, atendidas as exigências legais de natureza fiscal e contábil, não sofrendo qualquer solução de continuidade na totalidade de seus negócios, e determinam que a Companhia passará a ter a denominação de “Camar Empreendimentos e Participações S.A.” (ii) Em conseqüência da transformação do tipo jurídico da Sociedade, os acionistas aprovam o novo Estatuto Social da Companhia, o qual, consolidado e devidamente rubricado, passa a vigorar, a partir desta data, de acordo com o documento que é anexado a esta Ata como seu Anexo I; (iii) Resolvem também os acionistas, respeitados os termos do Estatuto Social ora aprovado, nomear e eleger, como membros da Diretoria da Companhia, a saber: na qualidade de DiretorPresidente, o Sr. Dimas de Camargo Maia Filho, anteriormente qualificado, e na qualidade de Diretores sem designação específica, os Srs. Numa Pereira do Valle Bisneto, brasileiro, engenheiro civil, casado, residente e domiciliado na cidade de São Paulo/SP, na Rua Dr. Alberto Seabra, 81 – Alto de Pinheiros – CEP: 05452-000, RG nº 2.689.976-0-SSP/SP e CPF/MF sob o nº 024.045.328-04, e Ricardo Uchôa Alves de Lima, brasileiro, casado, administrador de empresas, residente e domiciliado na cidade de São Paulo/SP, na Rua Angelina Maffei Vita, nº 670, apto 121, CEP: 01455-070, RG nº. 2.712.930-SSP/SP, e CPF/MF n.° 061.291.538-72. Os Diretores ora nomeados e eleitos terão mandato a partir desta data até a Assembléia Geral Ordinária da Cia. que apreciará as demonstrações financeiras do exercício a ser encerrado em 31.12.2008, declarando, sob as penas da lei, que não estão impedidos, por lei especial, de exercerem a administração de sociedades, e nem condenados ou sob efeitos de condenação, a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade. Dessa forma, os Diretores ora eleitos são, desde logo, investidos nos cargos para os quais foram eleitos, mediante assinatura dos respectivos Termos de Posse. Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, foi oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, como ninguém se manifestasse, foram encerrados os trabalhos e suspensa a reunião pelo tempo necessário à lavratura desta ata, a qual, após reaberta a sessão, foi lida, achada conforme, aprovada e por todos os presentes assinada. Barueri, 16/11/2006. Camargo Maia Holding Ltda. p. Dimas de Camargo Maia Filho Acionista; Caio de Camargo Maia - Acionista; Marcelo de Camargo Maia - Acionista
CONVOCAÇÕES
MICRONAL S/A CNPJ/MF nº 56.995.707/0001-30 – Ata da Reunião da Diretoria realizada em 08 de dezembro de 2006 Aos 08/12/2006, em sua sede social a Rua João Rodrigues Machado, 25, em São Paulo-SP, reuniu-se a diretoria da firma Micronal S/A, devidamente convocada pelo seu Diretor Presidente Sr. Walter Ruprecht, com a finalidade de decidir sobre a mudança de endereço da filial Rio de Janeiro inscrita no CNPJ/MF sob o nº 56.995.707/0002-10 da Av. das Américas, 3.939 - bloco I - loja S, para a Rua Cardoso de Morais nº 354 - Bairro Bonsucesso, Rio de Janeiro-RJ. Posta em discussão e votação, verificou-se a sua aprovação por unanimidade, ficando por conseqüência, a diretoria autorizada a tomar as providências necessárias junto as repartições públicas federais, estaduais, municipais e autarquias para a legalização da mudança da filial de todo seu acervo para o novo endereço acima. Nada mais havendo a tratar, foi a Ata transcrita em livro próprio, lida e aprovada, passando a receber a assinatura dos diretores. (a) Walter Ruprecht – Diretor Presidente; (a) Pierre André Ruprecht – Diretor; Henri Alfons Maria Bergs – Diretor. (a) Pierre André Ruprecht. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 336.748/06-1 em 20/12/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa – Secretária Geral.
DROGASIL S/A
Companhia Aberta - GEMEC-RCA 200-75/112 C.N.P.J-M.F n° 61.585.865/0001-51 - N.I.R.E. 35330003844 Assembléias Especiais de Acionistas Titulares de Ações Preferenciais Classes “A”, “B”, “C”, “D”, “E”, “F”, “G” e “H” - Convocação Ficam convocados os Srs. Acionistas da Drogasil S/A, titulares de ações preferenciais classes “A”, “B”, “C”, “D”, “E”, “F”, “G” e “H”, a se reunirem em Assembléiais Especiais a se realizarem no dia 11/01/2007, na sede da Companhia, localizada na Av. Corifeu de Azevedo Marques, n° 3.097, na Cidade e Estado de São Paulo, nos seguintes horários: (i) às 8h30 os titulares de ações classe “A”; (ii) às 9h00 os titulares de ações classe “B”; (iii) às 09h30 os titulares de ações classe “C”; (iv) às 10h00 os titulares da classe “D”; (v) às 10h30 os titulares de ações classe “E”; (vi) às 11h00 os titulares de ações classe “F”; (vii) às 11h30 os titulares de ações classe “G”; e (viii) às 12h00 os titulares de ações classe “H”, a fim de deliberar, por maioria absoluta, sobre a seguinte ordem do dia: conversão das ações preferenciais das classes respectivas em ordinárias, nos termos do art. 136, §1°, da Lei n° 6.404/76, na proporção de uma ação ordinária para cada ação preferencial detida. As classes de ações preferenciais que não aprovarem a conversão permanecerão com os mesmos direitos estatutários. A aprovação, por maioria absoluta, da conversão das ações preferenciais nas Assembléias Especiais de qualquer das classes “A” a “H”, ensejará aos respectivos acionistas dissidentes o direito de retirada, mediante o reembolso de suas ações preferenciais, pelo valor correspondente ao valor do patrimônio líquido contábil, por ação, da Companhia, nos termos, procedimentos e prazos estabelecidos nos artigos 45 e 137 da Lei n° 6.404/76. O valor do reembolso apenas será devido aos acionistas dissidentes das deliberações tomadas nas referidas assembléias especiais, caso a conversão das ações preferenciais em ordinárias venha a se tornar eficaz, mediante a aprovação em Assembléia Geral Extraordinária e pelo decurso do prazo estabelecido no art. 137, §3°, da Lei n° 6.404/76, e desde que não seja reconsiderada aquela deliberação. São Paulo, 21 de dezembro de 2006. Carlos Pires Oliveira Dias - Presidente do Conselho de Administração. (22,26,27)
Camar Empr. e Participações S.A. (antiga Camar Emp. e Part. Ltda. N.I.R.E. 35.214.397.938) C.N.P.J./M.F. n.º 02.092.318/0001-75 Ata de AGE realizada em 8.12.2006 às 13hs. Data, Hora e Local: Aos 8/12/2006, às 13:00 horas, na sede da Companhia, localizada no município de Barueri,/SP, na Al. Tocantins, nº 525, sala 8, Alphaville, CEP: 06455-020. Convocação: dispensada a convocação tendo em vista a presença de acionista representando a totalidade do capital social da Companhia, nos termos do Art. 124, § 4o da Lei das Sociedades Anônimas (“Lei n° 6.404/76” ou simplesmente “Lei”). Presença: Sr. Dimas de Camargo Maia Filho, brasileiro, casado, engenheiro, residente e domiciliado na cidade de São Paulo/SP, na Al. Franca, nº 692, apto. 181, Jardim Paulista, CEP: 01422-000, portador do R.G. nº 3.196.492 – SSP/SP, e C.P.F./M.F. nº 058.923.768-34, na qualidade de acionista representando 100% do capital da Companhia, conforme Livro de Presença de Acionistas. Composição da Mesa: Presidente: Dimas de Camargo Maia Filho; e Secretário: Ricardo Uchôa Alves de Lima. Ordem do Dia: (i) nos termos da legislação aplicável e respeitados os termos do Estatuto Social da Companhia, deliberar a respeito da capitalização parcial dos lucros da Companhia com base no balancete contábil levantado em 30.11.2006; (ii) aumentar o capital social da Companhia, se aprovada a matéria anterior; (iii) exame, discussão e aprovação do “Protocolo e Justificação de Incorporação”, celebrado em 7.12.2006, entre esta Companhia e a USS Soluções Gerenciadas S.A., sociedade anônima de capital fechado, com sede no município de Barueri/SP, na Al. Tocantins, nº 525, Alphaville, Centro Industrial e Empresarial, CEP: 06455-020, inscrita no C.N.P.J./MF sob nº 01.979.936/ 0001-79 e com seu Estatuto Social ora em fase de arquivamento na Junta Comercial do Estado de São Paulo (“USS”), relativamente à incorporação desta Companhia pela USS (“PROTOCOLO”); (iv) ratificação da nomeação da empresa especializada que procedeu à avaliação do patrimônio desta Companhia a ser incorporado pela USS, Lério & Sanches Auditores Independentes Ltda., com sede na Av. Indianópolis, nº 860 – sala 2 – Moema/SP – CEP: 04062-001, devidamente inscrita no CNPJ sob nº 06.216.662/0001-80 e no C.R.C. sob nº 2SP023027/O-6; (v) exame, discussão e aprovação do Laudo de Avaliação do patrimônio líquido desta Companhia emitido pela empresa especializada em 8.12.2006 (“LAUDO”); (vi) aprovação da incorporação total desta Companhia pela USS e demais atos relacionados à incorporação; e (vii) declarar a conseqüente extinção desta Companhia. Deliberações Tomadas: Colocadas as matérias em discussão e posterior votação, resultaram as mesmas aprovadas, sem quaisquer ressalvas ou restrições, nos seguintes termos: (i) aprovar a capitalização parcial dos lucros da Companhia com base no balancete contábil de 30.11.2006, no valor de R$ 19.152.000,00; (ii) em conseqüência da capitalização parcial de lucros ora aprovada, decidiu-se aumentar o capital social da Companhia, mediante a emissão de 19.152.000 novas ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal, ao preço de emissão de R$ 1,00 (um real) por ação, subscritas e integralizadas com os lucros ora capitalizados pelo único acionista da Companhia, Sr. Dimas de Camargo Maia Filho, acima qualificado, na forma do Boletim de Subscrição anexo (Doc. 01); passando o Artigo 5º do Estatuto Social da Companhia a vigorar, na íntegra, com a seguinte nova redação: “Artigo 5º - O capital social da Companhia, totalmente subscrito e integralizado em moeda corrente nacional, é de R$ 90.926.947,00 (noventa milhões, novecentos e vinte e seis mil, novecentos e quarenta e sete reais), dividido em 90.926.947 (noventa milhões, novecentos e vinte e seis mil, novecentas e quarenta e sete) ações, todas ordinárias, nominativas e sem valor nominal.”; (iii) Após a leitura do PROTOCOLO (Doc. 02), que trata da proposta de incorporação desta Companhia pela USS, acima qualificada, e prestados os esclarecimentos necessários ao acionista, foi o PROTOCOLO aprovado; (iv) Dando continuidade à Assembléia, promoveu-se a apresentação da empresa especializada, Lério & Sanches Auditores Independentes Ltda., com sede na Av. Indianópolis, nº 860 – sala 2 – Moema/SP – CEP: 04062-001, devidamente inscrita no C.N.P.J./M.F. sob nº 06.216.662/0001-80 e no C.R.C. sob nº 2SP023027/O-6 nomeada para proceder à avaliação do patrimônio desta Companhia a ser vertido para a USS, a qual foi aprovada sem ressalvas; (v) Prosseguindo na pauta, foi aprovado o LAUDO, sem quaisquer ressalvas, o qual confirmou os valores dos bens, direitos e obrigações que compõem o acervo líquido desta Companhia a ser vertido para a USS, no valor de R$ 72.156.358,44, com base no Balanço Patrimonial levantado em 7.12.2006 (Doc. 03); (vi) Assim, foi aprovada a incorporação total desta Companhia pela USS, respeitados os termos e as condições estabelecidas no PROTOCOLO, pelos valores evidenciados no Balanço Patrimonial levantado em 7.12.2006 e conforme apurado no LAUDO. (vii) Tendo em vista a incorporação ora aprovada e em observância às disposições contidas no PROTOCOLO, foi declarada extinta esta Companhia e, ainda, em conseqüência da incorporação, a USS passa a suceder esta Companhia em todos os direitos e obrigações, a título universal e para todos os fins de direito, sem qualquer solução de continuidade, ficando a Diretoria desde logo autorizada a praticar todos os atos complementares e/ou decorrentes da incorporação ora aprovada, com amplos e gerais poderes para proceder a todos os registros, transcrições, averbações ou comunicações que se fizerem necessários de modo a complementar a operação ora aprovada. Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, foi oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, como ninguém se manifestasse, foram encerrados os trabalhos e suspensa a reunião pelo tempo necessário à lavratura desta ata, a qual, após reaberta a sessão, foi lida, achada conforme, aprovada e por todos os presentes assinada. aa.) Mesa: Dimas de Camargo Maia Filho – Presidente; Ricardo Uchôa Alves de Lima – Secretário. Acionista: Dimas de Camargo Maia Filho. A presente ata é cópia fiel da original lavrada no Livro de Atas de Assembléias Gerais da Companhia. Barueri, 8 de dezembro de 2006. Presidente da Mesa e Acionista Dimas de Camargo Maia Filho. Secretário Ricardo Uchôa Alves de Lima
CONVOCAÇÃO DROGASIL S/A
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Companhia Aberta - C.N.P.J-M.F n° 61.585.865/0001-51 - N.I.R.E. 35330003844 Assembléia Geral Extraordinária - Convocação Ficam convocados os Srs. Acionistas da Drogasil S/A a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária a se realizar no dia 11/01/2007, na sede da Companhia, localizada na Av. Corifeu de Azevedo Marques, n° 3.097, na Cidade e Estado de São Paulo, às 8:00 horas, a fim de deliberar sobre (i) a reforma do Estatuto Social, prevendo o direito estatutário de conversão das ações preferenciais das classes A a H em ordinárias, em conformidade com o disposto nos arts. 19 e 136, §1°, da Lei n. 6.404/76; (ii) inclusão do parágrafo 8° no artigo 4° do Estatuto Social, considerando a deliberação anterior. Encontram-se à disposição dos Srs. Acionistas, na sede social da Companhia, em observância ao § 3° do artigo 135 da Lei n.° 6.404/76, cópia de todos os documentos pertinentes às matérias a serem deliberadas na Assembléia Geral Extraordinária. São Paulo, 21 de dezembro de 2006. Carlos Pires Oliveira Dias - Presidente do Conselho de Administração. (22,26,27)
quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
Tr i b u t o s Estilo Nacional Empresas
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 Os clientes já sabem que esse tipo de promoção de virada de ano é um hábito e esperam por isso. Carlos Roberto Corazzin, da Dicico
INTERNET TEM EM PROMOÇÕES RELÂMPAGOS
PROMOÇÕES AJUDAM A DESOVAR ESTOQUES E CONTRIBUEM PARA ELEVAR AS VENDAS DE FIM DE ANO
COMEÇA A LIQÜIDAÇÃO PÓS-NATAL
A
Flávio Florido/Folha Imagem
Descontos variam entre 10% e 80% nas lojas do varejo convencional e pela internet
Supermercados entram na onda
O
s supermercados também começaram suas tradicionais liquidações de final de ano. Os dois maiores grupos do País – Pão de Açúcar e Carrefour – anunciam produtos com até 70% de desconto. Com as promoções, que se estendem até 31 de dezembro, as duas redes acreditam que conseguirão ampliar em mais de 20% o volume de vendas pós-Natal em comparação com o mesmo período do ano passado. Desde ontem, 83 lojas Extra e outras 50 unidades do Extra Eletro, que pertencem ao grupo Pão de Açúcar, oferecem promoções e descontos para produtos de todos as seções. Entre as ofertas, o Extra destaca fogão por R$ 239, tanquinho
Elétrico por R$ 159, microondas Electrolux por R$ 339 (grátis um ferro a vapor) e TV 29 polegadas Semp Toshiba por R$ 599, acompanhada por um rádio relógio incluso na compra. No setor de brinquedos, os descontos são de 30%. O Extra informa que as compras de eletroeletrônicos, eletrodomésticos e portáteis podem ser pagas no crediário em até 18 vezes, com a primeira prestação para março de 2007. Os clientes da rede também podem parcelar em até 12 vezes sem juros nos cartões Extra. O Carrefour inicia hoje a "Mega liquidação", que coloca ate o final do mês cerca de mil itens dos segmentos não alimentícios em promoção. A rede francesa anuncia CDs e
ATA
DVDs com até 70% de desconto, vinhos nacionais pela metade do preço e produtos da linha branca, como fogão e geladeira, com descontos de até 40%. As liquidações valem para os segmentos eletroeletrônico, têxtil e de bazar (que agrega brinquedos, plantas e itens para automóveis entre outros). O Carrefour informa que as compras podem ser pagas em até 12 vezes sem juros com o cartão da rede. Apesar dos resultados positivos em dezembro, o setor dificilmente conseguirá reverter a seqüência de quedas no faturamento ao longo de 2006. Entre janeiro e novembro deste ano , o faturamento real dos supermercados caiu 1,79%.
correria das compras do Natal nem bem terminou e algumas lojas da rede varejista já deram a largada às liquidações de fim de ano. Chegou a hora de queimar o estoque e renovar os produtos com a linha 2007. Os descontos, que variam entre 10% e 80%, são os grandes atrativos e devem contribuir para elevar as vendas de final de ano no comércio da capital. A rede Marabraz, especializada em móveis, realiza a tradicional Liquidação Limpa Estoque. A promoção consiste em dar descontos de até 70% em mobílias para quarto, sala, cozinha e linha infanto-juvenil e continua até 30 de janeiro em todas as 100 unidades da rede no Estado de São Paulo. Segundo a direção da empresa, os consumidores podem parcelar as compras em até 24 vezes ou efetuar o pagamento da primeira prestação somente em maio de 2007. O Ponto Frio está encerrando hoje a promoção Bye Bye Papai Noel, com descontos de
até 60% nas mais de 370 lojas localizadas em dez estados brasileiros. As compras feitas pelo site da loja podem ser pagas em 10 vezes sem juros no cartão ou com desconto de 8% à vista no boleto, segundo a diretora de marketing do Ponto Frio, Valéria Carrete. Construção – As redes de materiais de construção também apostam em promoções. Segundo o diretor de Marketing da C&C, Mauro Florio, centenas de produtos da loja estão com descontos entre 30% e 70%. "Geralmente, o público responde bem às nossas promoções de fim de ano. Esperamos repetir a dose." Na rede Dicico não é diferente. "Nossos clientes já sabem que esse tipo de promoção de virada de ano é um hábito e esperam por isso. Nessas ações, conseguimos oferecer grandes vantagens de preço e, ao mesmo tempo, girar nossos estoques do ano", disse o diretor de marketing da rede, Carlos Roberto Corazzin. Lá, os descontos chegam a 60% e o parcelamento pode ser feito em até 11
vezes sem juros e sem entrada, pelo cartão de crédito da loja. Já na Telhanorte, a campanha "Adeus ano velho e feliz preço baixo" continua até 3 de janeiro e oferece formas de pagamentos especiais até 10 vezes sem juros ou em 15 parcelas com juros de 0,99% ao mês. Operação virtual– Um festival de ofertas também começou ontem no mundo virtual. Cerca de mil produtos comercializados pelo Shoptime, canal de vendas que vende tanto na internet como na televisão, estão com descontos entre 15% e 35%. A liquidação termina no dia 12 de janeiro. O site do Submarino está promovendo a Grande Queima de Estoque. São mais de 5 mil produtos com até 80% de desconto, como eletrodomésticos (20%), eletrônicos e informática (30%), telefonia (35%) e esporte e lazer (50%). A promoção é válida até 7 de janeiro do próximo ano ou enquanto durar o estoque. Nas Americanas.com, o Super Saldão oferece descontos de até 60%.
As vedetes do Wal-Mart
computadores pessoais mais baratos – oferecidos pela rede por menos de R$ 1 mil – venderam 120% mais do que no mesmo período do ano passado. Já entre os eletrônicos, o destaque foram os Home Theaters, que tiveram aumento de vendas de mais de 80%. No setor de alimentos, a carne de suíno foi o produto
mais vendido. Neste ano, a rede vendeu 35% a mais nos cortes de suínos em relação ao ano passado. Isso também foi constatado no grupo Pão de Açúcar, que acredita ter vendido 20% a mais de carne de porco neste ano. Quanto a frutas secas e frescas importadas, o Pão de Açúcar espera vendas 25% superiores. (RCI)
E
quipamentos eletrônicos e computadores pessoais foram os destaques das vendas de Natal da rede de supermercados Wal-Mart. Os modelos de
Renato Carbonari Ibelli
CONVOCAÇÃO USS SOLUÇÕES GERENCIADAS LTDA.
C.N.P.J./M.F. n.º 01.979.936/0001-79 – N.I.R.E. 35.214.518.646 Ata da Reunião de Sócios para Transformação do Tipo Jurídico da Sociedade realizada em 16.11.2006 às 10hs. Data, Hora e Local: Aos 16/11/2006, às 10 horas, na sede da Sociedade, localizada em Barueri/SP, na Al. Tocantins, nº 525, Alphaville, Centro Industrial e Empresarial, CEP: 06455-020. Convocação: dispensada a convocação face à presença de todos os sócios. Presença: sócios representando 100% (cem por cento) do capital da Sociedade, a saber: (a) Camar Empreendimentos e Participações Ltda., sociedade empresária limitada com sede em Barueri/SP, na Al. Tocantins, no 525, sala 8, Alphaville, CEP: 06455-020, inscrita no CNPJ/MF n° 02.092.318/0001-75, com seus atos constitutivos devidamente arquivados perante a Jucesp sob o NIRE 35.214.397.938, neste ato, representada por seu administrador, o Sr. Dimas de Camargo Maia Filho, brasileiro, casado, engenheiro, residente e domiciliado em São Paulo/SP, na Al. Franca, nº 692, apto. 181, Jd. Paulista, CEP: 01422-000, portador do RG nº 3.196.492 - SSP/SP, e CPF/MF nº 058.923.768-34; e (b) Dimas de Camargo Maia Filho, acima qualificado. Ordem do Dia: deliberar sobre as seguintes matérias de interesse da Sociedade: (i) transformar o tipo jurídico da sociedade, de sociedade empresária limitada para sociedade anônima de capital fechado; (ii) aprovar a redação do Estatuto Social para adequá-lo às deliberações aqui tomadas e adaptá-lo aos padrões e necessidades determinados pelos acionistas da Companhia; e (iii) eleger os membros que comporão a Diretoria da Companhia. Deliberações Tomadas: Colocadas as matérias em discussão e posterior votação, resultaram as mesmas aprovadas unanimemente por todos os presentes, sem quaisquer restrições, nos seguintes termos: (i.a) Tendo em vista melhor atender aos interesses sociais, foi aprovada a transformação do tipo jurídico da sociedade, de sociedade empresária limitada para sociedade anônima de capital fechado. Em decorrência da transformação ora aprovada, as 559.059 quotas representativas do capital social são, neste ato, substituídas por 559.059 ações, todas ordinárias, nominativas e sem valor nominal, ficando o capital social, totalmente subscrito e integralizado em moeda corrente nacional, de R$ 559.059,00, dividido em 559.059 ações, todas ordinárias, nominativas e sem valor nominal, detidas pelos mesmos sócios da sociedade enquanto sociedade empresária limitada, que agora passam a ser chamados de acionistas, da seguinte forma: (i.1) 372.708 ações detidas pela Camar Empreendimentos e Participações Ltda.; e (i.2) 186.351 ações detidas pelo Sr. Dimas de Camargo Maia Filho. (i.b) Tendo em vista a transformação de tipo jurídico acima deliberada, os acionistas esclarecem que a Companhia permanecerá com o mesmo objeto social, continuando a operar com o mesmo ativo e passivo, atendidas as exigências legais de natureza fiscal e contábil, não sofrendo qualquer solução de continuidade na totalidade de seus negócios, e determinam que a Companhia passará a ter a denominação de “USS Soluções Gerenciadas S.A.” (ii) Ainda em decorrência da transformação do tipo jurídico da Sociedade, os acionistas aprovam a redação dada ao Estatuto Social da Cia., nos termos do Anexo I, o qual, devidamente rubricado, passa a fazer parte integrante desta Ata. (iii) Os atuais acionistas resolvem, ainda, eleger os membros que comporão a Diretoria da Companhia, nos termos do Estatuto Social ora aprovado, a saber: (iii.a) para o cargo de Diretor Presidente, o Sr. Dimas de Camargo Maia Filho, acima qualificado; (iii.b) para os cargos de Diretores sem designação específica, os Srs. Numa Pereira do Valle Bisneto, brasileiro, engenheiro civil, casado, residente e domiciliado em São Paulo/SP, na Rua Dr. Alberto Seabra, 81 - Alto de Pinheiros - CEP: 05452-000, portador do RG nº 2.689.976-0-SSP/SP e CPF/MF nº 024.045.328-04; e Ricardo Uchôa Alves de Lima, brasileiro, casado, administrador de empresas, residente e domiciliado em São Paulo/SP, na Rua Angelina Maffei Vita, nº 670, apto 121, CEP: 01455-070, portador do RG nº. 2.712.930-SSP/SP, e CPF/MF n.° 061.291.538-72. Os Diretores ora nomeados e eleitos terão mandato a partir desta data até a Assembléia Geral Ordinária da Companhia que apreciará as demonstrações financeiras do exercício a ser encerrado em 31.12.2008, declarando, sob as penas da lei, que não estão impedidos, por lei especial, de exercerem a administração de sociedades, e nem condenados ou sob efeitos de condenação, a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade. Dessa forma, os Diretores ora eleitos são, desde logo, investidos nos cargos para os quais foram eleitos, mediante assinatura dos respectivos Termos de Posse. Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, foi oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, como ninguém se manifestasse, foram encerrados os trabalhos e suspensa a reunião pelo tempo necessário à lavratura desta ata, a qual, após reaberta a sessão, foi lida, achada conforme, aprovada e por todos os presentes assinada. Barueri, 16/11/2006. Camar Emp. e Participações Ltda. p/ Dimas de Camargo Maia Filho. Dimas de Camargo Maia Filho
ATA
Paranoá Indústria de Borracha S.A. CNPJ/MF nº 01.642.931/0001-56 – NlRE 35.300.181.689 – Ata de Reunião do Conselho de Administração de 18/12/2006. Data, Hora e Local: Realizada aos 18 de dezembro de 2006, às 11:00 horas, na sede social, localizada na Av. Casa Grande, 1.731, na Cidade de Diadema, Estado de São Paulo. Convocação: Dispensada por estarem presentes todos os membros do Conselho de Administração, conforme assinaturas lançadas do “Livro de Presença”. Mesa: Assumiu a presidência dos trabalhos, na forma do § 3º do Artigo 20 do Estatuto Social, o Presidente do Conselho de Administração, Sr. Toma Kass Mwosa, que convidou o Sr. Ibrahín João Elias para secretariá-lo. Ordem do Dia: Deliberar sobre a inclusão do nº 1.911 no endereço da sede da Sociedade, qual seja, Av. Casa Grande, Piraporinha, Cidade de Diadema, Estado de São Paulo, CEP: 09961-350, ficando mantido o nº 1.731. Deliberações: Os conselheiros presentes, por unanimidade de votos e sem quaisquer restrições, tomaram as seguintes deliberações, nos termos da alínea “(xiv)”, Artigo 18, do Estatuto Social: 1. Aprovaram a inclusão do nº 1.911 no endereço da sede da Sociedade, qual seja, Av. Casa Grande, Piraporinha, Cidade de Diadema, Estado de São Paulo, CEP: 09961-350, ficando mantido o nº 1.731; 2. Em decorrência da deliberação constante do item 1 acima, aprovaram a alteração do Artigo 2º do Estatuto Social, que passa a vigorar com a redação que lhe é dada a seguir: “Artigo 2º. A Sociedade tem sua sede e foro na Cidade de Diadema, Estado de São Paulo, na Avenida Casa Grande, nºs. 1.731 e 1.911, Piraporinha, CEP: 09961-350, podendo, a critério do Conselho de Administração e respeitadas as prescrições legais, abrir, instalar ou encerrar filiais, agências, sucursais, escritórios, armazéns, fábricas e depósitos, com o objetivo de desenvolver suas atividades, em qualquer parte do território nacional e no exterior.” 3. Autorizaram os Diretores da Sociedade, a adotar todos os procedimentos necessários à execução das deliberações aprovadas na presente reunião. Encerramento: Dada a palavra aos conselheiros presentes ou àqueles que dela quisesse fazer uso e, como ninguém se manifestou, foi encerrada a reunião, da qual foi lavrada a presente ata, a qual, depois de lida e achada conforme, foi assinada pelos presentes. Certifico e dou fé que a presente ata é cópia fiel e confere com a original lavrada no Livro da Sociedade. Diadema, 18 de dezembro de 2006. Conselheiros presentes: Toma Kass Mwosa; Ivo Stangalin; Amaniel Musa Toma; Ibrahin João Elias; Victor Maria Arrizabalaga Elu, p.p. Ibrahin João Elias; Iñigo Eduardo Lascurain Pagaegui, p.p. Ibrahin João Elias. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 338.214/06-9 em 22/12/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa – Secretária Geral.
Maristela Orlowski
4
Nacional Empresas Finanças Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
As empresas do segmento de construção foram os destaques da Bovespa em 2006. A Gafisa lidera com valorização de 63,24%.
SALÁRIO MÍNIMO SERÁ DE R$ 380
NOVA REGRA DE AJUSTE DO SALÁRIO MÍNIMO NÃO VAI AUMENTAR GASTOS, GARANTE PAULO BERNARDO
PACOTE TENTA DRIBLAR DESPESAS
O
ministro do Planej a m e n t o , O r ç amento e Gestão, Paulo Bernardo, avaliou que a nova regra de longo prazo para o reajuste do salário mínimo, acertada na quarta-feira da semana passada entre o governo e as centrais sindicais, não afetará o projeto de colocar um freio nas despesas correntes da União no longo prazo. A decisão, segundo o ministro, não abala um dos pilares de sustentação do pacote de medidas econômicas a ser anunciado no início de 2007. Toda a discussão do pacote, no capítulo das despesas, foi no sentido de fazer com que os principais gastos do governo federal – Previdência, folha de salários e saúde – passassem a crescer num ritmo mais lento do que o Produto Interno Bruto (PIB) a partir de 2008. No entanto, a regra acertada para o
salário mínimo, que afeta as despesas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), prevê que seu valor será corrigido conforme a variação do PIB de dois anos atrás, acrescido da inflação no período. Ou seja, é uma regra mais generosa do que pretendiam os integrantes da área econômica. Despesas – "Ainda assim, as despesas da Previdência vão crescer menos do que o PIB", assegurou Bernardo. Ele explicou que as aposentadorias e pensões no valor de um salário mínimo correspondem a 40% das despesas do INSS. Os outros 60% são benefícios de valor maior do que o salário mínimo, para os quais continuará sendo aplicada a regra atual: correção conforme a variação da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). "É claro que os benefícios no valor de um salá-
rio mínimo poderão aumentar sua participação, mas isso vai depender das aposentadorias que ocorrerem daqui para frente", comentou o ministro. Para Bernardo, como a maior parte das despesas com o INSS continuará sem receber aumentos reais (acima da inflação), no conjunto os gastos da Previdência crescerão em ritmo mais lento do que a economia brasileira. Além disso, lembra o ministro, a regra para correção do mínimo garantirá que o piso nacional de salários tenha aumentos reais inferiores aos ocorridos nos últimos anos. Em 2005, por exemplo, o mínimo foi corrigido em cerca de 12% acima da inflação. Neste ano, com o valor de R$ 380, o aumento real será da ordem de 5%. Nos dois casos, o aumento real foi maior do que a variação do PIB. (AE)
100 MILHÕES DE CELULARES
O Ó RBITA
A TÉ LOGO
mês do ano, previu a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Do total de celulares, 80,64% são pré-pagos e 19,3% pós-pagos. (Reuters)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
L
Falta gás para usinas termelétricas, diz Aneel
L
BC da Tailândia vai controlar mercado
L
CERTIFICAÇÃO Certificação digital será obrigatória no comércio exterior em 2007 e entra em vigor dia 1º.
Brasil pode encerrar 2006 com cerca de 100 milhões de celulares em uso, com o mercado motivado por expressiva adesão de novos usuários no último
Itaú inicia comando do Santander no Japão
PREVISÕES IPCA deve ficar em 4% em 2007
O
mercado financeiro reduziu de 4,06% para 4% sua estimativa para a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2007, de acordo com pesquisa semanal divulgada ontem pelo Banco Central (BC). Para o economista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carlos Thadeu Filho, o percentual poderá cair ainda mais e ficar abaixo dos 4% nas próximas rodadas da pesquisa. "É possível que tenhamos um IPCA de 3,8% no próximo ano", disse. Para este ano, a previsão permaneceu em 3,11%, percentual menor que a meta de 4,5%. Com a projeção de inflação menor – e ainda mais abaixo da meta de 4,5% –, o mercado reduziu também sua estimativa
para a taxa básica de juros, a Selic, no fim de 2007. A previsão passou de 12% para 11,75% ao ano. A Selic está hoje em 13,25% ao ano. A pesquisa do BC mostrou ainda que a estimativa do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano se estabilizou em 2,76%. A estabilidade veio após seis semanas consecutivas de queda da previsão, que chegou a ficar acima dos 3% antes do início do ciclo de redução da estimativa. Para 2007, o mercado financeiro optou por manter a expectativa de expansão do PIB em 3,5%, já pela 17ª semana seguida. O número, entretanto, é inferior aos 3,8% estimados na semana passada pelo próprio BC. Mesmo com uma estimativa
de juros mais baixa para o final do ano, o mercado manteve sua previsão para a dívida líquida do setor público, em 2007, em 49% do PIB. O percentual permanece muito próximo dos 50,1% do PIB esperados para o fim de 2006. Para alguns analistas, o aumento da participação dos títulos prefixados na dívida pública é que impedirá uma queda mais rápida do nível de endividamento no próximo ano. "O crescimento dos prefixados faz com que o impacto da redução dos juros sobre a dívida seja mais suave", comentou um especialista. Preços – As projeções de alta do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe neste ano não mudaram e prosseguiram em 2,45% na mesma pesquisa do BC. (AE)
Mercado errou projeções em 2006
A
s projeções do mercado financeiro para o desempenho econômico do País em 2006, feitas no final do ano passado, não se confirmaram. Na última semana de 2005, os analistas diziam que a inflação ficaria neste ano nos 4,5% fixados como meta pelo governo, mas ela ficará pouco acima de 3%. O mercado apostava que os juros básicos (Selic) chegariam neste mês a 15%, mas estão em 13,25%. Participante do levantamento feito semanalmente pelo BC entre instituições de mercado e analistas, o economista Carlos Thadeu Filho, da Universidade Federal do Rio de Ja-
neiro (UFRJ), diz que a raiz dos equívocos está na trajetória da taxa de câmbio. No final de 2005, o mercado acreditava que o dólar estivesse valendo R$ 2,40 neste fim de 2006. Ontem, a taxa era de R$ 2,144. Com o real valorizado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficaria na meta de 4,5%. Em vez disso, o câmbio ajudou a segurar os preços, e o índice fechará 2006 mais de um ponto percentual abaixo da meta. Isso explicaria também o erro de previsão da Selic. "A inflação mais baixa abriu espaço para a queda maior dos juros", disse. A culpa pelo erro na proje-
ção de câmbio, segundo Carlos Thadeu, foi da balança comercial. Não se esperava, no final de 2005, que o superávit da balança terminasse este ano em US$ 45 bilhões. Na época, a estimativa era de US$ 36,98 bilhões. "Os bons preços de commodities e o crescimento mundial deram fôlego a nossas exportações." Resultado: entrada maciça de dólares e queda da cotação. O crescimento das importações gerado pela valorização do real e as dificuldades frustraram a expectativa de que o Produto Interno Bruto (PIB) tivesse expansão de 3,5%. A previsão agora é de 2,76%. (AE) FALÊNCIA &
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 26 de dezembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:
Reqte: Unifac Factoring e Fomento Comercial Ltda. Reqdo: Sacotem Embalagens Ltda. Rua Aurora nº 983 – 3ºandar - 01ª V. Falências Reqte: Cia T.Janér Comércio e Indústria. Reqda: Ponto & Linha Editora Ltda. Rua Riga nº312 02ª V. Falências
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
RESENHA
INTERNACIONAL
BELÉM, VAZIA DE PEREGRINOS
JOÃO DE SCANTIMBURGO
em solidariedade à cidade, que já teve maioria cristã. Agora, a maioria é de muçulmanos. Os cristãos se foram, temerosos de choques com os muçulmanos. A tevê católica ainda opera e registrou vários desses choques. Belém é vigiada de perto pela tropa israelense. A celebração do Natal começou nos primórdios do cristianismo. A Epifania, a celebração da revelação do filho de Deus em forma humana, vindo para salvar a humanidade, era feita em janeiro no local tradicional do aparecimento dos pastores, os Reis Magos, com os cantos dos Salmos 22;79, e culminava com a leitura da Epístola de Lucas 2,8-20, trechos do Velho Testamento e outras. Santo Sinfrônio (634-
Jair Soares
B
Varões ilustres BENEDICTO FERRI DE BARROS
A Jaime Razuri/AFP
elém, cidade onde Jesus nasceu há mais de dois mil anos, teve um Natal triste. O largo da Manjedoura, em frente à Basílica da Natividade e da Igreja de Santa Catarina, sempre esteve lotado no passado recente. A Natividade fica numa magnífica basílica gregoortodoxa, no exato local do nascimento de Jesus, ao qual se chega baixando escadas, ou por passagem subterrânea vinda da Igreja de Santa Catarina, dos franciscanos, ao lado. A cidade recebeu pouca ajuda internacional neste ano. O Hamas prometeu uns 50 mil dólares que, se chegaram, terão sido empregados para pagar os funcionários que há muito nada recebem. É parte
Milhões iam à Cidade do Nascimento. O medo agora afasta os peregrinos.
da miséria em toda a região palestina. Onde o Hamas domina não entra dinheiro. As poucas decorações da cidade foram financiadas por doação de um árabeisraelense-cristão que nela se abrigou durante a guerra com o Líbano, um habitante da Galiléia, muito bombardeada pelo Hezbollah xiita. Belém fica a cerca de dez minutos de Jerusalém, que Israel assumiu e dela fez sua capital. Milhões vinham à cidade do Nascimento, que tem bons hotéis e ótimos restaurantes. Estão vazios. O colorido comércio de suvenires, vazio. O medo afasta os peregrinos. Anos de revolta árabe palestina. E, agora, o conflito entre o Hamas e o Fatah, palestinos se matando uns aos outros. Poucos vieram. O Arcebispo de Canterbury, da igreja inglesa, foi um deles. E voltou para Londres. Não é católico. Veio
638), patriarca de Jerusalém, indicou os locais (a mangedoura, a gruta) onde Jesus nasceu. A eles mais tarde juntou-se o local onde Jerônimo fez a tradução dos livros sagrados, a vulgata. Os franciscanos herdaram as tradições católicas, que preservam há séculos com determinação e coragem. Administram todos os locais católicos da Terra Santa. A celebração da liturgia é na igreja de Santa Catarina, presidida pelo Patriarca de Jerusalém. E eram centenas de milhares os peregrinos na Missa do Galo. A primeira delas, depois da conquista de Jerusalém pelos judeus, em 1967, foi rezada por D. Scherer, o cardeal de Porto Alegre. Um dia os peregrinos voltarão, quando sentirem que o local voltou a ser seguro. À Jerusalém, do Santo Sepulcro, continuam vindo. NAHUM SIROTSKY, DE JERUSALÉM.
O nde o Hamas domina, não entra dinheiro.
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o encerrar-se o ano e vindo a se iniciar um segundo mandato Lula-petista, nem tudo, nem todos os brasileiros precisam se cobrir de luto e de nojo pela incompetência, vileza, pornografia e criminalidade, que de alto a baixo dominou o comportamento dos políticos nacionais. O ano culminaria com a afronta do aumento de mais de 90% para os congressistas, como resultado da maracutaia articulada pelos presidentes das duas Casas e líderes de partidos políticos, numa articulação que a polícia costuma caracterizar como crime de formação de quadrilha. Fomos resgatados desse atentado pelo límpido sermão que D. João Braz de Aviz, arcebispo de Brasília, pronunciou na missa em Ação de Graças celebrada no Congresso, exorcisando os demônios dessa conjuração diabólica. Seu gesto se soma à galeria de postura de outros brasileiros, que se opondo a outras indecências resgatam nossa dignidade e auto-estima. E basta ver a cara e ler as declarações dos chefes da quadrilha para se avaliar o temor que a cruz continua a suscitar nos diabos. Um milagre? Conta uma história lendária de que a Holanda foi salva da destruição pelo mar porque um menino passou a noite tampando com seu dedinho um furo nos diques que poderia, se alargando, inundar o país. Nos quatro anos sinistros em que instituições e homens públicos – dirigentes do País – caíram para um dos mais baixos níveis da história republicana, por sua inércia, omissão, corrupção, mediocridade e covardia, alguns brasileiros virão a ser lembrados por sua visão, hombridade e coragem. Se não puderam mudar o rumo das coisas, evitar o pior, deixaram com suas idéias e seu comportamento o testemunho alentador de seu exemplo e a semente fecundante de rumos a serem cultivados pela cidadania esclarecida. É por mero dever de reconhecimento que lhes prestamos esta obscura homenagem, chamado-os de Varões Ilustres. Citamos em primeiro lugar Dom Flávio Cappio, o bispo que sozinho se opôs à prepotência de um ministro de Estado que pretendia impor o discutível projeto de transferência do curso do
Rio São Francisco. Quando, em seguida à entrevista, o ministro declarou “Você viu alguém falar em suspensão ou adiamento?” o bispo o chamou de mentiroso e declarou que retomaria a greve da fome, no que seria seguido por muitos nordestinos. Abortou o projeto. Em outra área e setor destaca-se a independente e límpida postura assumida pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, que, a despeito das injunções de autoridades máximas, não se afastou um milímetro do cumprimento de suas funções investigatórias, com a serenidade, isenção e firmeza prescritas ao seu cargo pela ordem legal e pela ética. E ninguém menos do que um modesto caseiro, o cidadão Francenildo, derrubou o mais poderoso ministro do governo Lula, ao sem receio declarar a verdade e afirmar com singeleza que nem morto ninguém o forçaria a mentir. No mais alto dos níveis e em meio à turbulência de toda a campanha da reeleição, Marco Aurélio de Mello, como presidente do Supremo Tribunal Eleitoral, não só manteve sua atuação como magistrado no mais elevado nível de magistratura, como com suas mensagens de equilíbrio e civismo imprimiu um clima digno e ordeiro às eleições e uma eficiência operacional recorde para o mundo inteiro. Em outra área se destacou Cristovam Buarque, candidato derrotado que se declarou honestamente um vencedor, por ter cumprido a missão que se propusera de chamar a atenção da Nação para a importância fundamental da educação. Uma verdade essencial e cristalina, pois nenhum país tem capital superior ao seu capital humano, e este vale o que valer o ensino que seja dado aos seus cidadãos.
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ão pretendemos que essa lista esgote o número de brasileiros cujas idéias e comportamento representam o que há de melhor entre nossos conterrâneos. Ela apenas exemplifica o alto nível que pode ser encontrado em milhares de outros brasileiros em qualquer setor e que milhões de outros reconhecem e estimam como nós.
O sermão do arcebispo de Brasília resgatou a nossa dignidade
Os justos de Sodoma DOMINGOS ZAMAGNA
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anifestem o seu descontentamento, disse-nos o cardeal-primaz do Brasil, quando os congressistas desembestaram e quiseram que o povo lhes escancarasse as burras do combalido Erário, não obstante ser este permanentemente abarrotado de escorchantes impostos dos trabalhadores. Seguindo o conselho do arcebispo de Salvador, vou manifestar o meu desapontamento. Passamos os últimos anos esperando uma mudança que não houve. Acaba-se um ano particularmente decepcionante. Porque nunca se viu tanta roubalheira na história da República. Pior: ele termina sob o signo da impunidade, com a aparente unção das urnas. Não se fez e nem se fará justiça, mesmo porque na capital federal não há mais juízes, há quase que unicamente cúmplices. Nunca se viu tantos rabos amarrados uns aos outros. A maior parte dos nossos representantes no Congresso, como se num concurso de criminosa mediocridade, fizeram a proeza de transformá-lo numa monumental farsa, logradouro de escancarado deboche, covil do escracho. O banditismo ali instalado é tão patente que quem pensar o contrário contrai também o ônus da prova. Cheguei a pensar que as eleições produziriam alguma renovação. Tudo indica que apenas consagraram o continuismo. Alguém acredita que o povo terá aliados entre os poderes? Retórica à parte, infelizmente os incrédulos vão esperar ainda um ano, ou mais, para se convencerem da total defasagem entre
as reais necessidades dos brasileiros e a ilha da fantasia em que se converteu o governo. As previsões estão sendo catastrofistas? Mas observem de quem o presidente está se cercando; em que impolutas forças partidárias está buscando apoio parlamentar; que lídimas lideranças apressam-se em mostrar-lhe abnegado serviço; que gente admirável é essa que sorve em generosos goles o sangue da riqueza que ainda corre no sistema produtivo! Exagero? Os leitores do livro do G ê ne si s (18,17ss) também devem achar exagero que em Sodoma, apesar da perplexidade de Abraão, Deus não tenha encontrado sequer dez justos! Os profetas Jonas e Naum também demonstraram sua preocupação com a situação de Nínive. E por que não reler Lc 13, quando Jesus (não mais o menino idilicamente festejado no Natal, mas o homem calejado que conheceu o peso da história), depois de qualificar Herodes de "raposa", proferiu duras palavras sobre Jerusalém, a sede do poder da época? Todos eles devem ter sido chamados de catastrofistas.
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ostaria muito que, do ponto de vista da política brasileira, para o bem dos cidadãos, a realidade fosse diferente, mas numa retrospectiva do ano de 2006 acho impossível esquecer as palavras de Alphonse Karr, o mais famoso cronista francês do século 19, em As Vespas: "Plus ça change et c'est toujours la même chose" (Quanto mais isso muda, mais fica a mesma coisa).
N unca se viu tantos rabos amarrados uns aos outros.
DOMINGOS ZAMAGNA É JORNALISTA E PROFESSOR DE FILOSOFIA.
O NATAL PRESENTE
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assam-se os anos e a festa de Natal celebra-se na mesma juventude dos primeiros dias. Todas as igrejas a festejam e em torno das mesas de muitos lares estende-se uma toalha branca e são dadas as honras aos figurantes da cena do nascimento de Jesus Cristo numa manjedoura, em Jerusalém. Do início de suas comemorações até hoje reúnem-se para rezar e para comemorar todos quantos acreditam em Deus e no seu filho unigênito, e se cumpre dessa maneira a profecia. Jesus Cristo nasceu para trazer a salvação espiritual. Todos nós sabemos que as crises que abalam o mundo afetam a certeza da fé, mas nada vem impedindo o culto a Jesus Cristo e sua mãe, Santa Maria, e seu pai, São José. Mantêm-se imutáveis século após século, com as guerras e sem as guerras, com a maldade e sem ela, pois a crucificação de Jesus não terminou no dia em que alcançou a morte do condenado, pois se prolonga no tempo, nos fenômenos e nos acontecimentos sociais belicosos intransigentes que semeiam de luta e de dor os mais fracos em face dos mais fortes.
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Natal está vivo, por exemplo, nas Igrejas que o cultuam, nos milagres que se repetem segundo a liturgia da Santa Madre Igreja e que repercutem em todas as religiões. Está prometida a salvação pelo advento de Cristo e só deixará de ter vitalidade quando o ser humano perder totalmente a fé, como está ocorrendo em boa parte da humanidade. Temos ainda esperança de que o ser humano se salvará e que cumprirá a palavra divina presente nas Escrituras, mas para manter o Natal em toda a sua força é preciso que nos concentremos na valorização do seu verdor e mantenhamos a nossa crença na palavra de Jesus Cristo, o que veio para nos salvar. Fazemos os melhores votos a todos os nossos leitores e famílias para que não deixem apagar o fogo sagrado, votivamente posto a clarear todos os passos do mundo. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Para manter o Natal em toda a sua força é preciso que nos concentremos na valorização do seu verdor e mantenhamos a crença na palavra de Jesus
quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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LEITE "NATURA" DA PARMALAT NOS TRIBUNAIS
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milhões de reais provenientes do aumento do ICMS foram usados na construção de casas
ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DE SÃO PAULO VOTA PRORROGAÇÃO DO AUMENTO DA ALÍQUOTA DO ICMS
DEPUTADOS APROVAM ICMS DE 18% Rafael Hupsel/LUZ
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Assembléia Legis- ram construídas 121.361 unilativa do Estado dades habitacionais, num ind e S ã o P a u l o vestimento de R$ 3,2 bilhões. (Alesp) aprovou Já o orçamento da Secretaria da novamente a prorrogação do Habitação revela que só em aumento da alíquota do Im- 2 0 0 6 f o r a m d e s t i n a d o s posto sobre Circulação de R$ 851,6 milhões para o setor. A prorrogação reiterada é Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre operações inter- polêmica. Há especialistas que nas, de 17% para 18%. A me- defendem sua inconstituciodida vem sendo adotada pelo nalidade porque a receita progoverno paulista desde 1989. veniente de imposto não podeDesta vez, a prorrogação vale ria estar vinculada a nada. Enquanto isso, outros argumenaté 31 de dezembro de 2007. tam que a Para o Projevinculação é to de Lei n° válida por ter 477/2006, que como fim proinstitui a prorjetos sociais. rogação, entrar Para o advoem vigor só falgado tributata a sanção do mil unidades rista e vice-pregovernador habitacionais foram sidente da AsCláudio Lems o c i a ç ã o C obo – autor do construídas pelo mercial de São PL –, o que deve governo de São Paulo Paulo (ACSP), ocorrer até o fiLuís Eduardo nal deste ano. de janeiro de 2003 a Schoueri, é imO P L n ° julho deste ano. provável que 477/2006 estaalgum tribunal belece que a red e c l a r e a i nceita resultante desse aumento de alíquota será constitucionalidade do projedestinada obrigatoriamente ao to. "No passado, os contribuinfinanciamento de programas tes recorreram à Justiça argusociais, em especial habitacio- mentando a necessidade do nais. Segundo a Companhia de prazo constitucional de 90 dias Desenvolvimento Habitacio- para que um aumento de imnal e Urbano do Estado de São posto entre em vigor. No enPaulo (CDHU), em 2005, R$ 778 tanto, a Fazenda alegou que milhões provenientes do au- não se trata de aumento, mas mento da alíquota do ICMS fo- apenas da manutenção da alíram utilizados para a constru- q u o t a e m 1 8 % " , l e m b r a Schoueri. Segundo o advogação de casas populares. Segundo levantamento do do, nenhuma ação de contrigoverno paulista, entre janeiro buinte obteve sucesso. de 2003 até julho deste ano, foLaura Ignacio
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APETITE DE LEÃO – O Impostômetro, instalado na fachada da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), registrou ontem pela manhã a cifra de R$ 800 bilhões arrecadados em tributos desde o início do ano. Para 2007, arrecadação deve atingir novo recorde: R$ 900 bilhões.
Votação do X-Tudo, até quinta
A
segunda e definitiva votação do polêmico projeto de lei n ° 552/06, apelidado de X-Tudo, deve ocorrer entre hoje e a próxima
quinta-feira na Câmara Municipal de São Paulo. Ontem, o substitutivo da Comissão de Finanças ao PL estava na pauta, mas, por falta de acordo entre os parlamentares, sua votação foi adiada. Na última quinta-feira, o PL foi debatido em audiência pública entre vereadores e re-
presentantes de entidades de classe como a Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O ponto mais polêmico da discussão foi a tributação do Imposto sobre Serviços (ISS), que deverá aumentar em até 200% , em quatro anos. Na primeira votação do XTudo, realizada também na
semana passada, ficou decidido que a parte que trata do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) será retirada do projeto. O PL altera ainda pontos relacionados ao Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis Inter-Vivos (ITBI), entre outros tributos municipais. (LI)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
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Política GOVERNO Reginaldo Pereira / AE 09.02.2006
GASTA MAL E MUITO
Faltam critérios mais objetivos e equilíbrio (para elaboração do Orçamento). Aloizio Mercadante
ABDENUR: EUA E BRASIL DEVEM SE APROXIMAR
À
Para o TCU, os investimentos nas rodovias federais aumentaram, mas 69% dos trechos ainda estão em péssimas condições; 80% ultrapassaram a vida útil.
O
governo Luiz Inácio Lula da Silva investiu R$ 4,9 bilhões na manutenção das rodovias federais (as BRs) desde 2003, mas não conseguiu deixá-las em boas condições de tráfego – 69% dos trechos estão em condição ruim ou regular. A União tem engordado ano a ano seus gastos com a manutenção dessas estradas. Decisões do Tribunal de Contas da União (TCU) indicam, no entanto, que o governo gasta muito e mal quando o assunto são as rodovias federais. Os problemas apontados pelo TCU são muitos: falta planejamento para as obras, os contratos são freqüentemente superfaturados, falta fiscalização e punição para os desvios, além de não haver prioridades para os investimentos. Na atual gestão, os recursos empregados na manutenção da malha saltaram de R$ 471,9 milhões (em 2003) para quase R$ 2 bilhões (em 2006), segundo levantamento feito no sistema de execução orçamentária federal, a pedido da reporta-
Orçamento: críticas à divisão
gem. Os resultados do maior aporte são questionáveis. O maior exemplo disso foi a operação tapa-buracos, deflagrada em janeiro deste ano, ao custo aproximado de R$ 500 milhões, para recuperar 27 mil quilômetros de estradas. Na ocasião, o presidente foi acusado pela oposição de fazer uso eleitoral da iniciativa e ainda teve os contratos devassados por técnicos do TCU. As conclusões foram que a operação foi um desperdício de dinheiro, pois havia custos superestimados, uso de material de má qualidade – boa parte do asfalto voltou a apresentar problemas após pouco tempo – e ainda faltava fiscalização das obras. Estradas velhas – O Brasil tem aproximadamente 71 mil quilômetros de rodovias federais, dos quais 54 mil quilômetros estão pavimentados. Desse total, a maior parte necessita de obras de reparos. "A malha rodoviária é predominante velha e excessivamente utilizada, pois 80% da extensão ultrapassam a vida útil projetada", afirma um dos acórdãos. (AE) Jane de Araújo / Agência Senado
O
senador Aloizio Mercadante (PT-SP), ex-líder do governo afirmou ontem que é "inaceitável" o desequilíbrio que está havendo na distribuição dos recursos de investimentos federais entre os estados. Conforme noticiado ontem, os ex-territórios de Rondônia e Roraima, por exemplo, foram contemplados com quase R$ 1 bilhão do Orçamento da União de 2007, quase o mesmo valor destinado ao estado de São Paulo, que tem uma população 20 vezes maior. "Faltam critérios mais objetivos e equilíbrio", reclamou o senador petista. Segundo ele, não se justifica a desproporção na distribuição das verbas. En-
LULA E GAROTINHO SÃO GÊMEOS POLÍTICOS, DIZ MAIA
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Mercadante: 'É inaceitável'
quanto Roraima receberia R$ 934,44 por habitante, São Paulo seria contemplado com apenas R$ 25,96. Ou seja, quase quarenta vezes menos. (AE)
FESTA PARA O NOVO MÍNIMO
O governo preparou para amanhã, no Palácio do Planalto, uma cerimônia especial para assinatura do acordo selado com as centrais sindicais e que eleva para R$ 380 o valor do salário mínimo. Derrotado na negociação, o ministro da Fazenda, Guido
Tapa-Buracos: o TCU aponta desperdício de dinheiro. As crateras reapareceram em pouco tempo.
Mantega, que queria um reajuste menor, também vai participar da cerimônia. O aumento maior do mínimo - R$ 5 a mais do que os R$ 375 previstos na proposta Orçamentária de 2007, acarretará um custo adicional de R$ 1 bilhão nas despesas da União. (AE)
m dos mais ácidos e mordazes críticos do governo federal, o prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL), voltou à carga, ontem: ele comentou por meio de seu "Ex-Blog", boletim eletrônico de análise política, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador do Rio e presidente do diretório estadual do PMDB, Anthony Garotinho, tem muitas semelhanças e identidades. "Uma análise comparada e abaixo da superfície entre Garotinho e Lula mostra muitas semelhanças", afirmou Maia, acrescentando que o presidente da República e o peemedebista são, por isso, "politicamente gêmeos". Maia enumerou os escândalos que marcaram os governos dos dois políticos: "O Mensalão é a cara do governo Lula. As maquininhas são a cara do Garotinho. O apagão aéreo é a cara de Lula. A quebra do Estado é a cara de Garotinho". O pefelista atacou ambos os políticos por conta da publici-
dade em seus governos. "Ambos usaram e abusaram da publicidade paga. A papelaria deles nunca se viu igual", disse. Outra similaridade, de acordo com Maia, está no assistencialismo: para ele, tanto Lula quanto Garotinho, "usaram e abusaram" do recurso, mas "um chama de uma forma e outro, de outra". "Ambos introduziram programas de cooptação de jovens através de ajuda de custo com as justificativas mais incríveis, como segurança e transporte", avalia César Maia. Para o prefeito, o ciclo de Garotinho poderia ter sido antecipado, "mas foi salvo pela gulosa Benedita (da Silva)". "(Garotinho) elegeu-se, assim diz a decisão do TSE, através de sua esposa (Rosinha, governadora do Rio). Lula foi em frente, sal-
tando por cima dos cadáveres insepultos dos corruptores de seu time íntimo. Garotinho ainda tenta saltar por cima de um deles: as maquininhas", ressaltou. E voltou a criticar o petista e Garotinho: "Ambos são os campeões mundiais da contratação de falsas ONGs para financiar seus esquemas políticos, direta ou indiretamente. Ambos abriram seus fundos de pensão. Enfim, ambos são politicamente gêmeos". Adiante, o prefeito do Rio ataca: "Hoje (ontem), Rosinha Garotinho vai encerrar seu governo implodindo um complexo de presídios. Nenhuma imagem mais própria para o ciclo dos Garotinhos. E pelos dois lados: o fato e seu uso". E arrematou: "Quanto a Lula, quem viver, verá". (AE)
s vésperas de deixar o cargo, o embaixador do Brasil em Wahington, Roberto Abdenur, defende a aproximação do País com os parlamentares americanos, para ampliar as relações comerciais entre os dois países. Segundo ele, o Congresso é o único segmento do establishment americano onde há poucos conhecimentos sobre o Brasil e o potencial de negócios com os brasileiros. Para Abdenur, as missões empresariais em defesa da manutenção do Sistema Geral de Preferências (SPG), promovidas pela Amcham (Câmara Americana de Comércio), devem servir de exemplo para futuras ações conjuntas do empresariado. O embaixador, que se aposenta após 43 anos de atuação no Itamaraty, deu uma entrevista ao site da Amcham. "A minha sugestão à Amcham é que, a partir de agora, haja maior coordenação para que o setor privado possa recorrer à contratação de lobby profissional. O lobby é uma atividade legítima, legal e institucionalizada nos Estados Unidos e funcionou muito bem no caso do SGP", argumentou. Abdenur vai deixar a embaixada de Washington no final de janeiro. " Estou me aposentado, voltarei à minha cidade natal, Rio de Janeiro, mas continuarei a colaborar com o setor privado brasileiro e americano na busca do esforço de aumentar as exportações brasileiras e atrair investimentos para o Brasil", explicou. (AE)
BC FAZ MUDANÇAS TEMPORÁRIAS NOS CARGOS
O
diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Afonso Sant'Ana Bevilaqua, que substitui hoje o presidente do BC, Henrique Meirelles, será por ele substituído no período de 28 deste mês a 1º de janeiro próximo. A troca temporária faz parte de uma série de substituições no exercício de cargos de direção do BC que ocorrerá até o dia 7 de janeiro. As mudanças foram anunciadas no Diário Oficial da União. O diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro, Alexandre Tombini, exerce o cargo de diretor de Fiscalização até o dia 7 de janeiro, no lugar de Paulo Sérgio Cavalheiro. Tombini assume até o dia 29 a direção de Assuntos Internacionais do BC, em substituição a Paulo Vieira da Cunha. (AE)
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Tr i b u t o s Estilo Empresas Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
LOJA EM SHOPPING PODE CUSTAR TRÊS VEZES MAIS
A produção de veículos brasileiros deve aumentar 4% neste ano na comparação com 2005.
Luludi/Luz
MEGASTORES OU LOJAS COMPACTAS. QUAL A MELHOR? A difícil decisão do empreendedor deve levar em conta a estratégia da empresa
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assunto é polêmico. Mas os especialistas garantem: o tamanho do empreendimento faz, sim, muita diferença. Na hora de abrir ou expandir uma empresa, essa é uma das maiores dúvidas dos empresários: grande ou pequena? Existe público para todos os formatos. Porém, dependendo da área de atuação, as maiores saem lucrando. A fabricante de móveis planejados Kitchens inaugurou no início do mês passado uma loja de mil metros quadrados, com investimento de R$ 3,5 milhões. A empresa planeja revitalizar outras 19 unidades no Brasil. "Para o tipo de negócio da Kitchens, o espaço não é uma vantagem, mas uma necessidade. Não adianta colocar um armário em um ambiente para o cliente apreciar. A peça precisa ser valorizada, com mais móveis e acessórios", explica o diretor da empresa, Marcos Silva, que completa: "Um dos maiores desafios é concretizar na casa do consumidor o que ele vê no projeto. O espaço da loja, grande, é imprescindível, porque nele está o cenário que o cliente compra."
Divulgação
Portobello: difícil exibir produtos
Já a Livraria Siciliano pretende promover a expansão com unidades grandes e pequenas. Atualmente, a rede é formada por 52 lojas próprias e 10 franquias. A expectativa é abrir mais 40 unidades franqueadas em cinco anos. "Não existe um formato melhor do que o outro. O que importa é o retorno do capital investido. As megalojas recebem pessoas que são formadoras de opinião. Mas as pequenas são igualmente importantes", a f i r m a o g e re n t e d e f r a n q u i a s e e x p a n s ã o d a re d e Siciliano, Marcelo Bebber.
Segundo ele, a rede vai dar prioridade a mudanças tecnológicas nas novas unidades. "O espaço dentro das lojas para CDs e DVDs será reutilizado. Os consumidores poderão ter acesso à internet para baixar músicas. Em um futuro próximo, os CDs serão substituídos pelos MP3s e iPods." Pequenas – As menores lojas também têm razão de existir, desde que sejam eficientes. A Multicoisas, especializada em itens para construção e reforma, aposta no formato compacto em razão do custo-benefício. A rede tem 52 unidades em operação e cinco a serem inauguradas nos próximos dias. "O custo de implantação e manutenção de megastores é alto. E para a Multicoisas não é viável. Lojas pequenas são nosso diferencial. Uma loja de 100 metros quadrados na rua tem um custo de até R$ 6 mil por mês; em um shopping, o valor pode chegar a R$ 18 mil", detalha o diretor de marketing e expansão da empresa, Luis Henrique Stockler. Além disso, diz o diretor, o atendimento é personalizado. "Nas grandes, os vendedores nem dizem bom dia aos clientes, não têm boa vontade. O
Siciliano: grandes lojas para os formadores de opinião; mas as pequenas também são lucrativas Rafael Hupsel/Luz
Luludi/Luz
Stockler, da Multicoisas: custo da pequena loja é menor
Kitchens: espaço para expor
nosso objetivo é fidelizar os consumidores que não querem ir às megalojas e que precisam de soluções para o dia-adia, para pequenos reparos." As menores unidades da Multicoisas estão em Fortaleza e Cuiabá, com 70 metros quadrados cada. "As lojas conseguem registrar vendas de 77% do mix de produtos, em média, durante o mês – o que representa o melhor desempenho por metro quadrado da empresa, em relação aos pontosde-venda de 100 metros quadrados, diz Stockler. A Portobello Shop, rede de franquias especializada em revestimentos cerâmicos, estuda a eficiências de lojas compactas como as da Multicoisas. "As unidades em formato tradicio-
nal exigem investimento de R$ 400 mil para um espaço de até 250 metros quadrados. Para as menores, com área de 50 metros quadrados, são necessários R$ 130 mil. A estratégia vai possibilitar a abertura de 97 lojas nos próximos três anos – serão 200 pontos-de-venda", afirma o diretor da Portobello Shop, Juarez Leão. Ele afirma que o faturamento das pequenas não fica muito aquém do valor registrado pelas grandes lojas. "As compactas podem faturar aproximadamente R$ 80 mil por mês; as grandes, R$ 170 mil. Mas o aluguel das pequenas é de R$ 1,5 mil; e o das grandes, cerca de R$ 30 mil." O desafio para a Portobello é conseguir exibir os revesti-
mentos, pisos e azulejos em um ambiente compacto. "O cliente tem que ver expostos os mesmos itens na pequena e na grande loja. A equipe desenvolveu um projeto, durante um ano, para otimizar o espaço e permitir que o piso fique em exposição. As compactas valem a pena", conclui Leão. Análise – "Não existe certo ou errado, a estrutura segue a estratégia da empresa." Essa é a análise do coordenador do Instituto Provar, da Universidade de São Paulo (USP), Cláudio Felizoni. "As grandes visam a atrair a atenção das pessoas, que precisam fazer compras com economia de tempo. O objetivo das pequenas é a margem de lucro." Neide Martingo
Produção de veículos sobe 4%
A
produção de veículos brasileiros deve aumentar 4% neste ano na comparação com 2005 e 8% no próximo ano em relação a 2006, segundo estimativa da equipe de economistas da RC Consultores. "Essa indústria cresceu pouco neste ano, e se não fosse a demanda interna, teria passado apuro", disse o economista Fábio Silveira. De acordo com ele, o grande responsável pelo fraco desempenho do setor neste ano foi o comportamento das exportações. "O câmbio está pouco estimulante e isso fez com que algumas montadoras inibissem seus programas de vendas externas", disse. Em relatório a clientes, a RC demonstrou que, em novembro, a produção brasileira de autos cresceu 1% em relação ao mesmo mês de 2005, por conta da elevação de 9,1% das ven-
das internas, apesar da retração de 16,4% das exportações. De acordo com o documento, o aumento das vendas internas foi motivado pela expansão do crédito ao consumidor e da massa de rendimentos. O destaque positivo coube ao segmento de veículos leves, cuja produção teve acréscimo de 2%. Houve, contudo, diminuição na produção de ônibus (-31,8%) e caminhões (-9,1%). "O Brasil precisa abrir o olho para esses setores", disse. Ano – Com o desempenho de novembro, a produção brasileira de autos de 2006 tende a crescer 4% em relação ao ano passado, atingindo 2,63 milhões de veículos, segundo previsão dos economistas da consultoria. "Impedirá maior evolução dessa produção a expectativa de que as exportações deste ano sofram recuo de 6%, situando-se em 843 mil
unidades", escreveram os economistas em relatório. Expectativas – Para 2007, em face do cenário de declínio dos juros, alargamento do prazo de financiamento e aumento da massa real de rendimentos, a RC prevê que a produção brasileira de autos tenha um incremento de 8%, atingindo 2,84 milhões de veículos. "Essa melhora será sustentada, sobretudo, pela perspectiva de aumento de 11% das vendas internas." Outro destaque do próximo ano, segundo a RC consultoria, será a recuperação do setor de tratores, cuja produção deve aumentar 9% em relação a 2006, atingindo 39 mil unidades. Os economistas sugerem cuidado com a China, que recentemente, tornou-se a terceira fabricante mundial de veículos, atrás dos Estados Unidos e do Japão. (AE)
China surpreende setor automotivo
A
China tornou-se a terceira fabricante mundial de veículos, atrás somente dos Estados Unidos e do Japão. De acordo com os dados divulgados pelo vice-presidente da China Association of Automobile Manufacturers (CAAM), Jiang Lei, a indústria automobilística chinesa superou o poderoso setor automotivo da Alemanha ao produzir 7 milhões de unidades em 2006 "Nossa produção se expandiu em linha com as vendas no mercado doméstico", anunciou o executivo. O desempenho do mercado automotivo chinês surpreen-
deu positivamente a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis (CAAM). "Não esperávamos esse avanço", ressaltou Jiang, antes de projetar um aumento de 15% na produção e nas vendas do segmento para o próximo ano. "O mercado doméstico deverá absorver mais de 8 milhões de unidades", disse o dirigente chinês. O clima de otimismo em torno do futuro do setor automotivo chinês contagiou até o sempre comedido diretor do Departamento do Centro de Informações do Estado, Xu Changming. "O setor está se
preparando para entrar numa nova era na China. Tudo indica que as vendas atingirão o seu pico entre 2008 e 2009", afirmou o dirigente em entrevista à Rádio Internacional da China (CRI, na sigla em inglês). Na opinião de Changming, a elevação do poder aquisitivo da população urbana, somada ao gradual processo de consolidação do segmento e a padronização dos impostos incidentes sobre os veículos determinarão a expansão sustentável das vendas até 2016. "O mercado doméstico continuará crescendo rapidamente", disse o diretor. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
Indicadores Econômicos
7
10,73
26/12/2006
por cento foi quanto valorizou as ações do Fundo de Ações da Petrobras, adquiridas com o FGTS, em novembro.
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 21/12/2006 21/12/2006 21/12/2006 21/12/2006 21/12/2006
P.L. do Fundo 12.714.785,65 2.030.726,74 12.147.013,19 19.667.830,67 1.398.522,32
Valor da Cota Subordinada 1.293,667470 1.131,909804 1.242,374389 1.103,660165 1.174,723385
% rent.-mês 1,8567 0,7679 5,4791 2,1715 1,6763
% ano 32,4162 13,1910 24,2374 10,3660 17,4723
Valor da Cota Sênior 1.032,261245 1.119,285209 1.136,908081 0 0
% rent.-mês 0,8108 0,7449 0,8809 -
% ano 3,2261 11,9285 13,6908 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
Empresas Finanças Estilo Nacional
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 27 de dezembro de 2006 Paulo Pampolim/Hype
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CHINESES COMEMORAM OANO NOVO NO FIM DE JANEIRO
Árvore de alho, pimenta e sal grosso, que promete afastar a inveja e o mau olhado no réveillon.
TRATAMENTOS DE BELEZA E BOLSA CHEIA DE OBJETOS MÁGICOS GARANTEM UMA NOITE DE RÉVEILLON PERFEITA
ENTRE NA FESTA COM PATUÁS E ALTO ASTRAL
T
ire o primeiro punhado de sal grosso quem nunca seguiu à risca pelo menos uma das numerosas superstições de Ano Novo. Coma lentilha para garantir crescimento no próximo ano. Depois de chupar sete sementes de romã, embrulheas em um guardanapo e coloque-as na carteira – vai atrair dinheiro. Quando chegar a meia-noite, pule as ondas apenas com o pé direito para atrair coisas boas. Para conseguir sorte no amor, exatamente à meia-noite – se não estiver pulando com um pé só – abrace alguém do sexo oposto. Ufa! A lista de crendices parece interminável e dá até para dividilas em capítulos: dinheiro, saúde, amor, viagem, e por aí vai. "Eu levo super a sério as superstições do réveillon. Faço tudo que se possa imaginar", diz Marcela Herz, gerente da livraria Mille Foglie, nos Jardins, em São Paulo. Marcela vai todos os anos à praia, onde à 1 hora pula sete ondas, entrega flores a Iemanjá e sai do mar de costas. Para quem acha estranho o horário, ela justifica: "É por causa do horário de verão". A gerente come romã, uva e ainda distribui saquinhos personalizados com patuás para as amigas. "Além do sal grosso, das sementes de romã, das uvas e do cravo, a amiga que estiver sem namorado recebe o saquinho com fita rosa dentro; a sem dinheiro, com fita amarela", explica. Durante o ano todo, o saquinho não deve sair da bolsa e quando chega o réveillon
ele é jogado ao mar. E para viajar "muito" no ano seguinte, ela dá sete voltas em torno de uma mala. "Sempre dá certo. Tenho uma amiga que pediu para ir à Europa e acabou indo", garante Marcela. O engraçado é que a gerente é judia e a religião tem um calendário próprio (leia mais sobre o Rosh Hashaná no texto abaixo). Se todas as superstições conhecidas não forem suficienFotos: Paulo Pampolin/Hype
Olho grego, dizem, dá sorte
tes, o consumidor que for ao Continental Shopping pode consultar os astros para saber a previsão para 2007 na VII Feira Mística/Esotérica. Os amantes das "ciências" esotéricas terão à disposição, a partir do dia 5 de janeiro, barraquinhas de tarot, baralho cigano, búzios e leitura de mão. A feira termina no dia 3 de fevereiro e cada consulta custa R$ 15. Beleza – Além das simpatias, outra preocupação, principalmente das mulheres, na
noite de réveillon é mostrarem-se belas. E há quem gaste muito dinheiro para isso. Na Clínica Volpe, no Jardim Paulista, o movimento em dezembro aumenta até 40%. "Aparecem novos clientes e aqueles que já são pacientes vêm mais vezes", diz o dermatologista Jardis Volpe. A empresária Adriana Consani durante o ano inteiro vai à Volpe a cada dois meses. Isso até novembro, quando passa a freqüentar a clínica uma vez por semana. Faz sessões de radiofreqüência para melhorar a celulite e a flacidez do rosto e aplicação de botox para atenuar rugas de expressão, porque "no fim de ano a gente abusa", diz. A aplicação de botox custa entre R$ 1 mil e R$ 1,3 mil e o tratamento de radiofreqüência, R$ 500 a sessão. Adriana vai passar o réveillon de branco a bordo de um navio que sairá de Miami em direção à Grécia. Também vai usar alguma peça vermelha para chamar uma paixão e outra amarela, para dinheiro. Elegância – Mas vale tudo na virada do ano? Dá para ser elegante pulando sete ondas? Para Fábio Arruda, expert em etiqueta e autor do livro Chique & Útil, ser chique é respeitar as crenças e valores do próximo. "As superstições têm muito valor para quem nelas acredita." Quanto ao uso da roupa branca, Arruda diz que, apesar de ser tradição, optar por outra cor também é totalmente válido. "Imprescindível é o alto astral", afirma.
Milton Mansilha/LUZ
Roupas brancas, as mais usadas no réveillon. É uma tradição, mas nada impede o uso de outras cores. Marcelo Soares/Hype
Marcela dá voltas na mala: viagem à vista
Ervas e plantas para banho de harmonia
Milton Mansilha/LUZ
Kety Shapazian
Comemorações pelo mundo
N
a China, o Ano Novo começa no fim de janeiro ou começo de fevereiro. Durante as comemorações, os chineses fazem desfiles e shows pirotécnicos. A festa do Ano Novo judaico – Rosh Hashaná – dura dois dias e ocorre de meados de setembro ao início de outubro do calendário gregoriano. Para os islâmicos, o Ano Novo é celebrado em maio. A contagem corresponde ao aniversário da Hégira (em árabe, emigração), cujo Ano Zero – o nosso ano de 622 – marca a data da saída do profeta Maomé da cidade de Meca para Medina. (KS)
Adriana recebe botox de dermatologista da Jardis Volpe
Árvore de pimenta contra inveja
Divulgação
Marcelo Soares/Hype
Tenda de baralho cigano no Continental
Elementos do saquinho distribuído por Marcela
Ano 81 - Nº 22.281
São Paulo, quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h45
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
Veja o que inibiu as vendas do comércio em 2006
Milton Mansilha/LUZ
O presidente da ACSP, Afif Domingos (foto), disse ontem que o pequeno avanço de 4,7% se deve, entre outros fatores, ao endividamento de parte da população e à fraca recuperação da renda, que provocou um "achatamento da classe média". Economia 1 Luiz Prado/LUZ
Começa a temporada das liqüidações Com descontos que vão de 10% a 80%, supermercados, lojas de material de construção, de eletroeletrônicos e móveis começam a desovar estoques na esperança de vender mais um pouco na reta final do ano. Economia 3
FELIZ RÉVEILLON ! Prepare todas as mandingas para a passagem do ano. Ou garanta boas energias com roupas brancas. Economia 8 Akintunde Akinleye/Reuters
Atrasos. É um alerta de Ano-novo Depois do registro de sucessivos atrasos que chegaram a a mais de 40% dos vôos, causados sobretudo por problemas com a TAM, os aeroportos tiveram ontem uma manhã mais calma (14% de atrasos). Já à tarde, o índice subiu: 23%. Para a Anac, que redobra a vigilância às empresas aéreas, o aumento é uma advertência. C 1
Setor de alimentos é premiado. C 4
HOJE Nublado com chuva Máxima 26º C. Mínima 20º C.
AMANHÃ Nublado com chuva Máxima 25º C. Mínima 19º C.
Saddam pode ser executado em 30 dias Em Logo
Lagos de gasolina, fogo e mortes Ladrões profissionais perfuraram um duto em Lagos, segunda cidade da Nigéria, para roubar gasolina. O combustível espalhou-se, atraiu centenas de pessoas que queriam recolhê-lo e provocou a explosão (foto). Ao menos 260 morreram e 60 ficaram feridas. Pág. 8
Pedágio nas marginais. Polêmica para 2007. C1
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
Robson Fernandjes/AE/23/04/2002
1 O gerenciamento das marginais deixará de ser da Prefeitura, passando para o governo do Estado.
Paulo Pampolin/Digna Imagem/15/07/2004
Nas pistas já existentes nas marginais Tietê (esquerda) e Pinheiros (direita) não haverá cobrança pedágio, que ficará restrito às novas vias. Estudos apontam a necessidade de investimentos da ordem de R$ 4 bilhões.
Projeto de Kassab prevê pedágio nas marginais O Executivo pressiona os vereadores para que o projeto entre na pauta de votações ainda este ano. Oposição critica a proposta e quer mais tempo para discuti-la. Fernando Vieira
D
iscussões sobre a cobrança de pedágios nas marginais Pinheiros e Tietê estão agitando o fim de ano na Câmara Municipal. Há pouco mais de uma semana, o prefeito Gilberto Kassab encaminhou o projeto de lei número 701/06, que trata da construção de novas pistas marginais, com previsão de cobrança de pedágio. Estudos sobre as obras dão conta da necessidade de investimentos da ordem de R$ 4 bilhões. A execução seria viabilizada por um convênio firmado entre Prefeitura e Estado, que poderá autorizar concessões para obtenção dos recursos, em re-
Acidentes aumentam, mas número de mortes diminui Os estados das regiões sul e sudeste foram os que tiveram maior número de acidentes.
A
umentou o número de acidentes nas rodovias federais neste Natal. O número de mortos e feridos, porém, diminuiu. Segundo balanço da Polícia Rodoviário Federal (PRF), foram registrados 1.743 acidentes, com 90 mortos e 1.208 feridos nas estradas federais entre a sexta-feira e a zero hora de ontem. Em 2005, foram contabilizados 1.657 acidentes, 99 mortes e 1.184 feridos. Os estados das regiões sul e sudeste foram os que apresentaram o maior número de acidentes. Minas Gerais, que é a unidade da federação que possui a maior malha rodoviária federal do País, liderou o ranking com 321 acidentes. Em segundo lugar aparece Santa Catarina, com 210 acidentes. São Paulo vem em seguida, com 179. No Rio, foram registrados 147 acidentes. Segundo a PRF, o tráfego das rodovias federais neste ano foi superior ao do Natal de outros anos devido aos problemas nos aeroportos, já que muitas pessoas desistiram do avião e optaram por carro ou de ônibus. O volume de veículos nas rodovias neste Natal foi cerca de 40% superior ao dos dias normais. No Natal de 2005, por exemplo, o aumento do tráfego foi de 30% em relação a um fim de semana comum. A PRF ressaltou que, apesar de a quantidade de acidentes ter crescido, o fato de o número de mortos e feridos ter diminuído indica que os acidentes foram menos violentos. A corporação iniciará na sexta-feira a Operação Ano Novo. (AE)
gime de Parceria Público-Privada (PPP). A Prefeitura tenta mobilizar a Câmara, por meio de lideranças e base de governo, para inserir o projeto na pauta de votações ainda neste fim de ano. A intenção é fazer com que passe, pelo menos, em primeira votação. Antes de entrar em pauta no plenário, o projeto teria de ser submetido a, no mínimo, quatro comissões: justiça, política urbana, economia e transporte e finanças. A alternativa para acelerar esse trâmite é constituir maioria para formação de um congresso de comissões, que pode tornar o projeto hábil para a votação. Mas o Executivo ainda não conseguiu convencer o número necessário de vereadores. "É
um projeto polêmico que tem dos sobre a ampliação das de ser muito discutido. De últi- marginais, a idéia é a construma hora não vamos votar novi- ção de quatro novas faixas, nos dois sentidos. A dades", disse o forma como severeador Antôrão planejadas nio Carlos Rodrid e v e r á f i c a r, gues (PL), que portanto, a carassumirá a presi- O projeto prevê o go da Dersa – dência da Câma- acréscimo de novas empresa de ecora no próximo faixas nas marginais . nomia mista, ano legislativo. subordinada à Es tud os – De Apenas estas pistas, a c o r d o c o m o que funcionarão como Secretaria dos Transportes do projeto original vias expressas, Estado. e n c a m i n h a d o poderão ser Segundo Kaspor Kassab, a pedagiadas. sab, a construre s po n s a b il i d ade de gerencia- Gilberto Kassab, prefeito ç ã o d e n o v a s pistas nas vias mento das duas marginais da capital – Tietê e marginais não implicará na coPinheiros – deixará de ser da brança de pedágios nas pistas Prefeitura, passando para o que já existem nas marginais governo do Estado. Nos estu- Pinheiros e Tietê. "Quero tran-
qüilizar a todos. Não vai haver pedágio para aqueles que trafegam nas atuais pistas das marginais. De maneira alguma vamos penalizar aqueles que não quiserem pagar pedágio", afirmou o prefeito. Os pedágios deverão ser instalados, se o projeto for aprovado, apenas nas novas pistas, como forma de custeio da obra e remuneração das concessionárias responsáveis pela construção. "O projeto prevê o acréscimo de novas faixas nas marginais para melhorar as condições de trânsito. Apenas estas pistas, que vão funcionar como vias expressas, poderão ser pedagiadas", reforçou o prefeito Gilberto Kassab. Críticas – Mas a oposição já faz críticas à proposta do Exe-
cutivo. Segundo o vereador Francisco Chagas (PT), o projeto "é uma espécie de carta ou cheque em branco que transfere para o Estado o sistema de vias das marginais sem a garantia de retorno de benefícios para o município com a utilização dos recursos oriundos dos pedágios ". Além disso, Chagas criticou a pressão exercida pelo Executivo sobre a Câmara para votação ainda neste fim de ano. "O assunto não só não foi devidamente discutido na Câmara, como também pela sociedade", disse. As sessões na Câmara Municipal vão até a próxima sexta-feira, quando tem início o recesso parlamentar. O retorno dos vereadores só ocorrerá em fevereiro de 2007.
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Transpor te Tr â n s i t o Concurso Urbanismo
DIÁRIO DO COMÉRCIO
PREFEITURA RECEBEU 189 INDICAÇÕES DE IMÓVEIS
quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
46,18% dos votos deram a vitória da casa mais bem decorada para uma moradora de Perdizes, na zona oeste
Patrícia Santos/AE/03/12/2006
PRÊMIOS PARA QUEM ILUMINOU O NATAL DA CIDADE
A Fonte Multimídia do Parque do Ibirapuera foi eleita a melhor na categoria de espaços públicos
Prefeitura divulgou ontem o resultado do concurso que elegeu as melhores decorações natalinas. A votação, feita pela internet, premiou quatro categorias.
F
oi divulgado ontem o resultado do concurso promovido pela Secretaria de Turismo de São Paulo para eleger a decoração de Natal mais bonita nas fachadas de casas e edifícios da cidade. Os imóveis foram indicados pelos próprios moradores e a votação foi feita no site da Prefeitura. Cada vencedor ganhou um pacote turísticocultural em São Paulo, além de uma placa comemorativa e uma foto em porta-retrato do
seu imóvel enfeitado. O concurso recebeu 189 indicações de imóveis e um total de 2019 votos, 73% a mais do que em 2005. A casa mais bem decorada, na rua Ilhéus, em Perdizes, recebeu 46,18% dos votos. As árvores e janelas foram enfeitadas com pequenas lâmpadas e o jardim recebeu um presépio iluminado, em tamanho quase real. Na categoria edifício residencial, o ganhador foi um prédio na rua Etiópia, na Mo-
oca. Árvores de Natal e pacotes de presente foram desenhados no muro externo com fios de lâmpadas. O prédio recebeu 42,48% dos votos. A escolhida da categoria condomínio, vila ou rua residencial foi a rua D. Estevão Pimentel, na Vila Formosa, zona leste. Na categoria que premia espaços públicos ou comerciais, venceu a Fonte Multimídia do Parque do Ibirapuera, que no ano passado havia conquistado o segundo lugar. (Agências)
Balões coloridos no céu de SP Marcos Fernandes/Luz
A
idéia que surgiu há 15 anos com o intuito de preservar a limpeza do Centro de São Paulo vai dar à cidade um lugar no Guiness, o Livro dos Recordes. Em vez da tradicional chuva de papel picado para encerrar o ano no centro comercial da maior capital da América Latina, a maior bandeira do Brasil já montada com balões voará pelo céu amanhã, ao meio-dia . Serão 112 mil bexigas para comemorar os 112 anos da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O evento, hoje patrocinado pela ACSP, começou com uma pequena ação. Os boys da associação fizeram uma "vaquinha" e compraram 100 balões para soltar e assim não sujar o Centro com papel picado. "Eles juntaram dinheiro do
Este ano serão 112 mil bexigas para comemorar os 112 anos da ACSP
próprio bolso para comprar os balões", relembra o chefe do departamento de serviços gerais, Lourival Corrêa de Ma-
tos. A diretoria da associação encampou a idéia e o número de balões foi aumentando com o passar dos anos.
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Congresso Planalto Violência CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
Em 2004 e 2005, São Paulo liderou o número de crimes violentos letais e intencionais.
COMO OS ESTADOS VÃO COMBATER O CRIME
Fábio Guimarães / AOG
Oslaim Brito / Folha Imagem
Bandidos incendeiam carros na favela Nova Holanda, no Rio. Alexandre Severo / AE 04.12.2006
Policiais detêm bandidos após tiroteio na Marginal Pinheiros: perseguição interditou a pista expressa e provocou problemas no trânsito.
Tentativa de linchamento no Ibura, no Recife.
SEGURANÇA: SP, RJ E PE TRAZEM INCERTEZAS
meteu um plano e um pacto de especialista, Marzagão tamsegurança pública em 100 dias bém seria ligado ao secretário de Administração Penitenciáa partir da posse. Tanto no Rio quanto em Per- ria, Antônio Ferreira Pinto, nambuco, assumirão a área de que se manterá no cargo, e ao segurança autoridades da Po- deputado federal Luiz Antolícia Federal. No Rio, o delega- nio Fleury, conhecidos por do da PF no Estado, José Ma- suas posições conservadoras. Inteligência x reriano Beltrame, que orpressão – O governaganizava o esquema dor eleito de São Paude segurança para os lo, José Serra (PSDB), Jogos Panamericanos. procurou antecipar Em Pernambuco, o su- Teremos que a política será de perintendente da PF firmeza firmeza contra o crime em Brasília, o paraibacontra o e respeito aos direitos no Romero Lucena de crime e humanos. "A opção é Menezes. Em São Paulo, sai de respeito aos pela linha correta", afirmou Serra, promecampo o polêmico se- direitos tendo investir fortecretário Saulo de Cas- humanos. mente nas áreas de intro Abreu Filho e entra José Serra formação e inteligêno advogado criminacia no estado. lista Ronaldo MarzaNo Rio, os investimentos em gão, ex-capitão da Polícia Militar e ex-procurador da Justiça. inteligência para segurança Para o pesquisador sênior pública até 2005 foram despredo Núcleo de Estudos da Vio- zíveis: os valores ficaram em lência da USP, Paulo de Mes- pouco mais de R$ 300 mil. Organizações da sociedade quita Neto, Marzagão teria sido indicado pelo procurador civil preparam documentos de Justiça Luiz Antonio Mar- para os novos secretários do rey, que tem posições progres- Rio e de São Paulo, listando os desafios que precisam ser ensistas na área criminal. Por outro lado, segundo o frentados. (Reuters)
O
comando da segurança pública muda de mãos em três dos mais violentos Estados do Brasil em janeiro. E enquanto os novos governos de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco fazem ainda esboços da estratégia para enfrentar um dos mais graves problemas sociais do País, os
nomes dos futuros secretários trazem mais dúvidas do que certezas sobre o assunto. Segundo dados da Secretaria Nacional de Segurança Pública sobre 2004 e 2005, compilados da Polícia Civil, São Paulo foi o Estado com o maior número de crimes violentos letais e intencionais. Em termos de registros por 100 mil habitan-
tes, lideram a lista Pernambuco e Rio de Janeiro. A estratégia que esses estados vão adotar não está clara para os especialistas. Até o momento, os futuros governadores anunciaram apenas a criação de um gabinete integrado de segurança pública do Sudeste, que funcionaria já no início de 2007.
Os governadores de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo pretendem atacar o contrabando de armas e mercadorias, esperando contar com recursos do governo federal. Em Pernambuco, o governador eleito, Eduardo Campos (PSB), aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pro-
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Empresas Tr i b u t o s Empreendedores Finanças
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
Brasão da família e da vinícola Salton mostram a tradição da empresa, fundada em 1910.
FATURAMENTO DA SALTON CRESCERÁ 15%
SALTON INVESTE EM TECNOLOGIA E EM AGRONOMIA E PRETENDE SE TORNAR LÍDER EM VINHOS FINOS
UM BRINDE À CONQUISTA DA QUALIDADE
O
LETREIRO
O
empresário Ângelo Salton conta que seu tio Mário tinha uma ótima visão de marketing e mandava todo mundo atender o telefone dizendo "Conhaque Presidente, bom-dia". Somente a partir de 1995 é que a telefonista passou a dizer "Vinhos Salton, bom-dia". Agora, mudaram para "Vinícola Salton". (KS)
G
SEGREDO ostar do que faz e não visar somente o lado econômico é importante para o sucesso de uma empresa, diz Ângelo Salton. Ter uma família unida também é fundamental em empresas familiares. (KS)
paulistano Ângelo Salton Neto, presidente da Vinícola Salton, foi levado por seu tio Mário para trabalhar na empresa da família. Lá, o engenheiro mecânico formado pelo Mackenzie descobriu o prazer e a liberdade que o trabalho pode dar. Hoje, com 54 anos, dá expediente no escritório do Tucuruvi, zona norte de São Paulo, na filial da vinícola fundada em 1910 por seu bisavô em Bento Gonçalves (RS). "O tio Mário era solteiro e morava em um quarto dentro da filial de São Paulo e com 10, 12 anos eu vinha dormir aqui com ele. Fui criando amor por tudo isso", relembra. Em 1977, depois de ser assessor da diretoria, virou gerente nacional de vendas, diretor de vendas e, antes dos 30 anos, já era presidente da empresa. "Trouxe comigo a educação mackenzista e uma boa formação matemática. A turma falava 'olha, garoto, você tem jeito para a coisa'", conta Salton. Naquela época, a empresa, apesar de produzir vinhos, era mais conhecida por fazer outra bebida, o conhaque Presidente. No entanto, o 'tio Mário'
Fotos: Marcelo Min/AFG
tinha planos para que a Salton virasse uma grande produtora de vinhos. "Ele dizia que o vinho é uma bebida que vem da terra e que existe desde antes de a Bíblia ser escrita. Nos criticava por não investirmos mais nesse nicho. No final, foi uma das políticas mais acertadas da Salton", diz. De 1985 em diante, com a consolidação da filial Tucuruvi (de onde saem 20 milhões de litros de Presidente por ano), Salton pôde canalizar os lucros do conhaque na vinícola em Bento Gonçalves. Em 2000, a unidade do Sul começou a dar resultado. "Foi aí que demos o grande pulo para buscar a liderança como vinícola." E não demorou até aparecer o reconhecimento de críticos nacionais e internacionais. Em 2004, a Salton ganhou o Vinalies d'Argent em Paris com o vinho Salton Brut Reserva Ouro. No mesmo ano, o Salton Volpi Chardonnay 2002 recebeu o Bacchus de Plata, em Madri, e o Salton Volpi Cabernet Sauvignon levou o diploma de Médaille d'Argent também em Paris. Mas a cereja no topo do bolo foi colocada por Manoel Beato, sommelier do restaurante Fasano há mais de 15 anos e autor do Guia de Vinhos Larousse. Considerado um dos maiores profissionais do setor no Brasil, Beato deu nota 14 ao vinho Salton Desejo 2004, classificando-o como o melhor tinto nacional. "Elegantemente concentrado, esbanja intensidade frutada com toque de chocolate", descreveu o sommelier. Liderança – Os espumantes da empresa também estão com tudo. Pelo terceiro ano consecutivo, a Salton vai vender em 2006 cerca de 20% mais que o ano anterior. "Temos 37% do mercado de espumantes finos,
PEDRA
Q
uer ver Ângelo Salton Neto sair do sério? Basta tocar no assunto carga tributária brasileira. "No setor vinícola é uma grande piada. Vendemos em outubro, novembro e vamos receber em fevereiro, mas pagamos o IPI no terceiro dia, fora o ICMS e os demais tributos do mês. E ainda temos que conviver com a concorrência do vinho estrangeiro. O excedente deles vem para cá a preço de banana!". (KS)
EMPREENDEDORES Salton: qualidade faz a empresa ser líder na venda de espumantes
Salton Talento e Desejo: premiados
à frente da Chandon, que tem 28%, segundo a Uvibra", diz o presidente, mostrando dados da União Brasileira de Vitivinicultura. "Nós optamos pela qualidade." Esse aperfeiçoamento, diz, ocorreu de cinco anos para cá, com a nova fábrica, o aprimoramento tecnológico e um trabalho forte no setor de agronomia. A vinícola nova é um capítulo à parte. Como as instalações em Bento Gonçalves já estavam pequenas, uma outra sede foi construída em Tuiuty, também no território
lhores vinhos de cada safra. "Queremos ser líder de vinhos finos e diminuir a importação de produtos de baixa qualidade". Há seis anos, a Salton não tinha vinhos em restaurante, segundo o presidente. "Hoje, estamos nas 300 melhores casas da cidade." A Vinícola Salton deve faturar neste ano 15% mais que em 2005. Por ano, são produzidos 20 milhões de litros do conhaque Presidente e 24 milhões de unidades de vinhos, espumantes e sucos.
gaúcho. Em uma área de 48 hectares, a vinícola é "um show de tecnologia". Lá, trabalham oito enólogos comandados pelo argentino Lucindo Copat. Aliás, foi com a chegada de Copat, há duas décadas, que a Salton "deu a partida para produzir vinhos brasileiros". Há quatro anos, o argentino dispõe também de uma consultoria internacional: a cada 75 dias, no máximo, o enólogo argentino Angel Mendoza passa uma semana dentro da vinícola selecionando com Copat os me-
Kety Shapazian
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
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reais é o novo valor do seguro obrigatório para motocicletas
SUBSTITUTIVO AO PROJETO DE LEI N° 552/2006 FOI APROVADO ONTEM SEM AUMENTO DO IPTU E ISS
COM DIÁLOGO, X-TUDO VIRA X-NADA
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epois de muito diálogo entre vereadores, entidades de classe e o prefeito Gilberto Kassab (PFL) – autor do Projeto de Lei n° 552/06, apelidado de X-Tudo – a Câmara Municipal de São Paulo aprovou, ontem, por votação simbólica, o substitutivo ao PL sem os aumentos do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e do Imposto sobre Serviços (ISS). Segundo o vereador Domingos Dissei, líder da bancada do PFL na Câmara, em 2007, os dois tributos só sofrerão o reajuste pelo IPCA, que é feito anualmente. A proposta inicial do governo era elevar em até 10% o IPTU de imóveis do centro expandido e áreas valorizadas e em quase 230% o ISS. Para o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, a retirada dos aumentos é fruto da democracia. "Cumprimos nosso papel fazendo críticas severas ao projeto de lei como foi proposto originalmente. O prefeito mostrou sensibilidade ao preferir que o debate político fosse aberto para a sociedade, ao invés de simplesmente levar avante as propostas de sua área fiscal", afirmou Afif. Pressão – Assim que o PL se tornou público, a ACSP, a seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OABSP) e o Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP) elaboraram um documento em que criticavam os aumentos. Além disso, representantes dessas e de outras entida-
Milton Mansilha/LUZ
Dissei: reajuste pelo IPCA Cesar Diniz/Digna Imagem
Marangon: muito diálogo
des que fazem parte do Fórum Permanente em Defesa do Empreendedor reuniram-se com Kassab para tratar do PL. Frente à pressão da sociedade, o próprio governo apresentou um substitutivo ao X-Tudo. A nova proposta era corrigir o IPTU de acordo com a inflação, em 3,7%, e implementar a elevação do ISS em qua-
tro anos. Para as sociedades uniprofissionais (advogados, médicos e contabilistas), por exemplo, o aumento ficaria em 57,4% no ano que vem, e 114,8% em 2008, chegando a 229,7% em 2010. Mesmo sendo parcelado, o aumento do ISS foi considerado abusivo pelas entidades. Em audiência pública, ocorrida na última quinta-feira, representantes de entidades e vereadores se reuniram novamente para debater o PL. Na ocasião, o Sescon-SP sugeriu um reajuste de 20,4% sobre a parcela do ISS de 2006. Por isso, a retirada do aumento do ISS foi comemorada. "É uma conquista porque convencemos o prefeito de que o aumento antes proposto era um exagero. Através do diálogo, as entidades do Fórum conseguiram fazer com que o prefeito sentisse as dificuldades que geraria com o aumento do ISS", disse Antônio Marangon, presidente do Sescon-SP. O presidente da Comissão Especial de Assuntos Tributários da OAB-SP, Luiz Antônio Caldeira Miretti, também atribuiu a retirada dos aumentos do IPTU e ISS ao diálogo entre a sociedade e Kassab. O substitutivo aprovado ontem manteve o Parcelamento Administrativo de Débitos Tributários (PAT), que permitirá aos contribuintes quitar débitos tributários em até 60 meses, com descontos, e torna lei o novo critério da Prefeitura (valor de mercado) para o reajuste do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI). Laura Ignacio
Seguro obrigatório 11,13% mais caro
O
s p ro p r i e t á r i o s d e carros particulares, de aluguel e de táxis terão de desembolsar no próximo ano 11,13% a mais pelo Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores (DPVAT). Com o aumento, o seguro obrigatório passa de R$ 76,08 para R$ 84,55. Para os proprietários de motocicletas, o reajuste é de 33,56%. Nesse caso, o seguro passa de R$ 137,65 para R$ 183,84. O seguro DPVAT tem a finalidade de amparar as vítimas de acidentes de trânsito em todo o território nacional, sejam pedestres, passageiros ou motoristas, que tenham ou não responsabilidade direta pelo acidente. Os novos valores foram fixados no final de novembro pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), ligado ao Ministério da Fazenda. O consultor jurídico da gestora operacional do DPVAT, a Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg),
Mário Waichenberg, explica que o impacto maior para os donos de motocicletas é decorrente do número elevado de acidentes envolvendo esses veículos. A categoria também engloba motonetas, ciclomotores e similares. Indenizações – O CNSP também reajustou as indenizações pagas em decorrência dos acidentes de trânsito. A cobertura por morte passou de R$ 13.479 48 para R$ 13,5 mil. Para invalidez permanente, a indenização máxima – que antes era de R$ 13.479,48 – também pode chegar a esse valor. Já as Despesas de Assistência Médica e Suplementares passaram do limite máximo de R$ 2.695,90 para R$ 2,7 mil. As indenizações são pagas individualmente, independente do número de vítimas. O pedido para receber o seguro deve ser feito no prazo de até três anos após o acidente, segundo o consultor da Fenaseg. "A vítima ou o beneficiário pode se dirigir a qualquer seguradora integrante do convê-
nio DPVAT com o boletim de ocorrência policial, que comprova a relação do acidente com a lesão ou o óbito e apresentar seu aviso de sinistro", explicou o consultor. (AE)
Rafael Hupsel/LUZ
Vereadores chegaram a um acordo ontem à noite durante a votação do substitutivo ao X-Tudo
600% DE IPTU "Presente" do prefeito de Sorocaba
O
s contribuintes de Sorocaba, a 92 km de São Paulo, começam o ano de 2007 com uma carga maior de impostos. O prefeito Vítor Lippi (PSDB) sancionou projeto aprovado pela Câmara que altera a Planta Genérica de Valores, usada para o cálculo do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). A população se mobilizou, mas não conseguiu evitar a aprovação do projeto do Executivo, na véspera do Natal. Dos 19 vereadores, 12 votaram a favor do aumento. Para a maioria dos donos de imóveis, o reajuste ficará entre 50% e 100%, bem acima da inflação anual. Em alguns casos, o aumento chega a 600%. No residencial Mont Blanc, um loteamento fechado de alto
padrão, o valor do metro quadrado para o cálculo do imposto passou de R$ 123,69 para R$ 885,49, o que acarretará um aumento do imposto na mesma proporção. Cerca de 25% dos contribuintes, no entanto, terão redução no valor a ser pago. Os mais beneficiados foram os moradores do Parque Ouro Fino, onde o valor do metro quadrado baixou de R$ 151,05 para R$ 120,44. O prefeito alegou que a base de cálculo do imposto estava defasada, já que terrenos que foram transformados em condomínios de
luxo ainda eram taxados como áreas rurais. Para derrubar o aumento, duas ações já estão a caminho da Justiça. (AE)
André Dusek/A
Hoje, a festa dos balões
Lula fecha acordo para mínimo de R$ 380. E pede fim da mesmice. Reunido com as centrais sindicais, o presidente (na foto, com o ministro do Trabalho,Luiz Marinho) fechou acordo de aumento de 5,3% a partir de 1º de abril. E falou em reformas: "É preciso ter coragem de fazer coisas que ainda não fizemos; fazer a mesmice qualquer um faz, fazer as coisas diferentes é o desafio". Pág. 3
Às 12h, no Pátio do Colégio, ACSP solta 112 mil balões coloridos para celebrar o fim do ano.
Ano 81 - Nº 22.282
São Paulo, quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
R$ 0,60
O espetáculo do crescimento será pífio (se nada for feito) Leia em Opinião
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h30
w w w. d co m e rc i o. co m . b r
Rafael Hupsel/LUZ
KASSAB ABRE DIÁLOGO. E CÂMARA APROVA O 'X-NADA'
Depois de muita conversa entre vereadores, entidades de classe e o prefeito Gilberto Kassab (PFL), Câmara (foto) aprova o X-Tudo, que virou X-Nada, pois o Executivo retirou do projeto os aumentos previstos para o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e o Imposto sobre Serviços (ISS). A retirada dos aumentos é fruto da democracia, disse o presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos. "Fizemos críticas severas, mas o prefeito mostrou sensibilidade ao preferir o debate político", disse Afif. Economia 1 Leonardo Rodrigues/Hype
Serve só bebida leve A animada Vila Madalena abre nova casa de vinhos. Na carta, 90 rótulos de champanhes e espumantes. Economia 3
Riotur/Divulgação
Karen Bleier/AFP
Na Lagoa, obras (dir.) para provas de remo. C 3 Acima, Leblon: Boa Viagem especial, a caminho do Pan.
EUA em luto por Gerald Ford DC
AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 17º C.
A nova Lagoa para o Pan
Paulo Alvadia/Agência O Dia/AE
HOJE Nublado Máxima 25º C. Mínima 19º C.
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6748-5627 (Itaquera) 6749-5533 (Artur Alvim)
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.ECONOMIA/LEGAIS
quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
BALANÇO
CONVOCAÇÕES
ATAS
Agro-Pecuária Tinamu S/A CNPJ/MF nº 96.433.347/0001-05 – NIRE nº 35.300.135.920 Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 17 de novembro de 2006 Aos 17/11/2006, às 14:00 horas, na sede social localizada na Fazenda Três Barras, na cidade de Pitangueiras, Estado de São Paulo, reuniu-se em Assembléia Geral Extraordinária, a totalidade dos acionistas da Agro-Pecuária Tinamu S/A, conforme se verifica das assinaturas constantes no Livro de Presença de Acionistas. Na forma dos Estatutos Sociais, assumiu a Presidência dos trabalhos o Sr. Rui Cerri Maio, que convidou a mim, James Almond Eagers, para Secretário. A seguir, disse o Sr. Presidente que a presença da totalidade dos acionistas sanava a falta de publicação dos anúncios, a que se refere o art. 133, caput, e da convocação para a assembléia, na forma do que dispõem os artigos 124, parágrafo 4º, e 133, parágrafo 4º, todos da Lei nº 6.404/76. Ainda com a palavra, o Sr. Presidente colocou em votação a distribuição de dividendos. A Assembléia Geral Extraordinária discutiu, votou e aprovou por unanimidade, abstendo-se de votar aqueles legalmente impedidos, a distribuição de dividendos à conta de Lucros Acumulados, no montante de R$ 4.243.818,31 (quatro milhões, duzentos e quarenta e três mil, oitocentos e dezoito reais e trinta e um centavos). A seguir, o Sr. Presidente colocou a palavra à disposição dos presentes, para que tratassem de quaisquer assuntos de interesse social. Como ninguém mais desejasse usar da palavra, foi a sessão suspensa pelo tempo necessário à lavratura desta ata. Reaberta a sessão, foi esta ata que eu, Secretário, redigi e mandei lavrar e que, depois de lida e aprovada, vai assinada pelo Sr. Rui Cerri Maio, Presidente, James Almond Eagers, Secretário, Agro-Pecuária Kature Ltda., acionista, dirigida por David Victor Makin, Robert Gray Birch e Geraldo José de Toledo Martins e Terravida Empreendimentos e Participações Ltda., representada por David Victor Makin e Robert Gray Birch. Esta ata é cópia fiel da lavrada no livro próprio. (ass.) Rui Cerri Maio – Presidente da Mesa. Visto do Advogado: Alberto Kairalla Bianchi – OAB/SP nº 161.488. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 337.279/06-8 em 21/12/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa – Secretária Geral.
EDITAL
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
ABERTURA DE LICITAÇÃO SITE: www.riopreto.sp.gov.br MODALIDADE: TOMADA DE PREÇOS Nº 022/2006 Objeto: Contratação de empreitada de mão-de-obra com fornecimento de materiais para reforma da E.M.Lotf João Bassit. Limite p/entrega dos envelopes 17/01/2007 às 16:00h e abertura dia 18/01/2007 às 08:30h.
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FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 27 de dezembro de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:
Reqte: Comercial Cover Sand Indústria e Comércio Ltda. Reqdo: Valcont Válvulas, Conexões e Tubos Ltda. Av Alcântara Machado nº 94 - 1ª Vara de Falências.
Reqte: Worth Fomento Mercantil Ltda. Reqdo: Tuboforma Indústria e Comércio Ltda. Rua Conselheiro João Alfredo nº 118 - 120 - 2ª Vara de Falências.
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quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
Ministro aponta falhas e promete sanções
Cidades
O
fretamento de aviões será feito" e que "não será possível tolerar overbooking." Au di to ria – Técnicos da Anac concluíram ontem a auditoria na central de reservas da TAM, em São Paulo. A reportagem apurou que o índice médio de overbooking nos dias que antecederam a crise do Natal ficou abaixo de 5%. Uma das hipóteses que estavam sendo levantadas diz respeito à um possível overbooking não intencional, que teria sido causado por uma falha no sistema. Segundo fontes próximas ao setor de reservas da empresa, uma mudança no sistema interno não teria sido plenamente absorvida pelos funcionários, que estariam tendo dificuldades em operá-lo. Nesse processo de mudança de sistema, ocorria um desbloqueio não intencional de assentos vendidos, que acabavam vendidos novamente. Procurada, a TAM negou "veementemente" ter feito alteração de sistema de informática relacionado às reservas nas últimas semanas. Sem lugares – Passageiros revoltados tentaram evitar que o vôo JJ 3508, da TAM, partisse do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, rumo ao Aeroporto dos Guararapes, no Recife, ontem à tarde. Os turistas disseram que fizeram check-in e chegaram a entrar em um ônibus que os levaria ao avião. Foi quando receberam a notícia de que não havia mais lugares. "Havia em torno de 45 pessoas no ônibus, entraram umas 15 no avião e fecharam a porta", contou Marcos Ueda, de 27 anos, administrador de empresas. (Agências)
Na reunião foi decidido que nenhum novo fretamento de aviões será feito e que não será tolerado overbooking.
Hélvio Romero/AE
Medidas para reduzir estresse e agressões Federação de trabalhadores enviou carta à Anac pedindo providências para evitar novos tumultos
A
Depois de reunião para discutir plano de emergência para o Ano Novo, Waldir Pires confirmou que houve overbooking em vôos da TAM no feriado de Natal ministro da Defesa, Waldir Pires, disse ontem, após reunião de vários setores do Governo para discutir a crise aérea, que houve overbooking (reserva de passagens acima da capacidade dos aviões) em diversos vôos da TAM durante o Natal. Além disso, Pires disse acreditar que o caos se agravou após a retirada de vôos de linhas tradicionais para vôos charter (fretados). "Houve faltas graves. Haverá sanções sérias", disse o ministro referindo-se ao problema dos vôos da TAM. O ministro admitiu, ao especificar as sanções, que serão "multas financeiras", mas não respondeu a uma pergunta sobre a possibilidade de cassação de concessões. Pires justificou a ausência de representantes das companhias aéreas no encontro, afirmando que era uma "reunião de governo". Um dos objetivos da reunião era criar um plano de emergência para evitar caos nos aeroportos no Ano Novo. "É importante que tenhamos êxito no dia 1º de janeiro, para que possamos dizer à população que o Natal foi um pouco difícil, mas que os problemas estão sendo resolvidos. É absolutamente necessário que tudo corra bem neste final de ano e que não tenhamos nem a dificuldade nem a tristeza que enfrentamos", disse Pires. O ministro relatou que, na reunião, da qual participaram representantes do Ministério do Turismo e da Casa Civil, do comando da Aeronáutica, da Infraero e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), foi decidido que "nenhum novo
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Movimentação de aeronaves da TAM em Cumbica, Guarulhos José Cruz/ABr
Houve faltas graves. Haverá sanções sérias. Waldir Pires, ministro da Defesa
ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú
Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407
Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac) encaminhou ontem ao presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, um documento propondo a implementação de quatro medidas para evitar agressões físicas e minimizar o estresse dos trabalhadores do setor, por causa dos atrasos e cancelamentos de vôos. Desde outubro, quando os problemas nos aeroportos começaram a ser registrados, pelo menos sete funcionários que trabalham em balcões de check-in foram agredidos, segundo a Fentac. Deste total, quatro registros foram de aeroviários da TAM (dois em Congonhas, em São Paulo, e dois no Tom Jobim, no Rio). Os três restantes foram agressões a empregados da Gol (dois em Guarulhos e um em Salvador). A carta propõe que a Anac, junto com a Infraero e as empresas aéreas, criem uma sala de crise para atender aos passageiros que se sentirem prejudicados, evitando o contato direto com os trabalhadores do setor. "Não podemos continuar
nessa situação, com aeroviários apanhando", afirmou a secretária-geral da Fentac, Selma Balbino, também presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários. Outra proposta da Fentac é o fornecimento, a cada uma hora, de informações aos passageiros sobre os vôos e as medidas que estão sendo tomadas para resolver os problemas nos aeroportos do País. A federação também propõe que as companhias aéreas mantenham, nas imediações dos aeroportos, reservas antecipadas de hotel para hospedar passageiros prejudicados com eventuais cancelamentos de vôos. A última reivindicação encaminhada a Zuanazzi foi um pedido para que as empresas mantenham um psicólogo de plantão para dar apoio aos trabalhadores que sejam vítimas de agressões físicas. O documento também foi enviado ao presidente da Infraero, tenente-brigadeiro José Carlos Pereira, e ao presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), Marco Antonio Bologna, também presidente da TAM.
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quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
TURISMO - 3
Divulgação/Riotur
Fotos: Carla Aranha
Nada melhor do que fazer como os locais e pegar uma bicicleta para aproveitar as ciclovias à beira-mar
Aos mais aventureiros, o vôo duplo de asa-delta saindo da pista de São Conrado já virou tradição na cidade
Programa de carioca
Divulgação/Riotur
Bares e pedaços de areia freqüentados por celebridades, passeios na floresta da Tijuca ou pelas ruas de Santa Teresa e, acredite, jam sessions na favela. Siga o roteiro dos moradores
O
Pão-de-Açúcar é mesmo lindo, o Corcovado também – assim como a orla de Copacabana, que concentra a maioria dos hotéis do Rio. Mas um programa típico de carioca em um fim de semana tem muito mais a ver com os botecos de Ipanema e do Leblon (e as respectivas praias), passeios na floresta da Tijuca – com direito a banhos de cachoeira – e caminhadas descompromissadas em charmosas ruas de Santa Teresa, um dos bairros históricos da cidade, repleto de ateliês, galerias de arte e bons restaurantes. Para começar o dia, que tal se bronzear na Praia de Ipanema? O Posto 9 reúne os jovens da zona sul. O trecho em frente ao hotel Caesar Park, na Avenida Vieira Souto, é o endereço dos gringos que vêm para o Rio nessa época do ano. No Leblon, o final da praia é conhecido como o Baixo Bebê, dada a quantidade de mães com filhos pequenos. Não é raro encontrar por ali celebridades como as atrizes Cláudia Abreu e Malu Mader, entre outras artistas globais. Chico Buarque também costuma dar o ar de graça na Praia do Leblon. Outros moradores ilustres do bairro, como os escritores João Ubaldo Ribeiro e Manoel Carlos, são mais facilmente encontrados em points do Leblon como a Livraria Argumento (site w w w. l i v r a r i a a r g u m e nto.com.br) e o Bar Bracarense (site www.bracarense.com.br), onde a grande pedida é o bolinho de bacalhau. O bairro de Santa Teresa, no
alto de um morro na zona sul, adjacente à Lapa, também é uma boa opção para se passar o dia. Para chegar lá, pode-se pegar o bondinho, que por si só é um passeio, em frente à Petrobrás, no centro, próximo ao Metrô Carioca, ou então ir de táxi. Repleto de casas do século 19 preservadas, com ruas de paralelepípedo e bucólicas pracinhas, Santa Teresa cada vez mais cai no gosto dos cariocas – e visitantes. Alguns de seus restaurantes, como o Mineiro (tel. 21/ 22219227) e o Sobrenatural (21/ 2224 1003), chegam a ter fila na porta,
Além do bondinho, ateliês e restaurantes são atração em Santa Teresa
principalmente aos domingos. No primeiro, não deixe de provar a feijoada completa, uma tradição do Rio e, no segundo, os pratos à base de frutos do mar, que são a atração da casa. Esporte – O Rio também é uma cidade que convida ao esporte. Todo carioca que se preza se exercita de alguma maneira, seja em caminhadas pelo calçadão, passeios de bicicleta pelas ciclovias, principalmente as que
beiram a orla, e até em esportes mais radicais, como o vôo de asa-delta e de paraglider. A pista de decolagem de São Conrado é o local por excelência do Rio do vôo livre. Ali estão os melhores instrutores, que geralmente cobram cerca de R$ 200 por um vôo de uma hora, como os veteranos Carlos Milan (tel. 21/ 9966-7010) e Vinicius Cordeiro (tel. 21/ 9244-8291). Em dias limpos, é possível passar perto do Cristo Redentor, vendo lá embaixo a Baía de Guanabara. Não é necessário ter experiência, já que os vôos são feitos em conjunto com os instrutores. Jazz – A mesma regra vale para quem pretende fazer um típico programa noturno dos cariocas descolados. É verdade que não é para qualquer um, mas a experiência vale a pena. Toda primeira sexta-feira do mês, os enturmados do Rio sobem a pequena escadaria que leva à casa do inglês Bob Nadkarni, de 63 anos, na favela Tavares Bastos, no Catete, na zona sul, para ouvir fantásticas jam sessions de jazz e bossa nova – e de quebra curtir uma das mais belas paisagens do Rio, que abrange toda a baía, o Pão de Açúcar e a Ponte Rio-Niterói. Bob já residia no Rio quando resolveu se mudar para a favela, levado por sua empregada. Gostou tanto que construiu uma casa de 100 metros quadrados, onde funciona também a Pousada The Maze (com diárias a R$ 50 por pessoa). A favela é segura e há até rádio-táxi que vai buscar os freqüentadores da festa. Se gostou, anote o endereço: Rua Tavares Bastos, 414, casa 66, tel. (21) 2588-5547. (C.A.)
RAIO X
COMO CHEGAR O Rio de Janeiro fica a 429 km de São Paulo. De avião, a passagem custa a partir de R$ 109 na Varig (tel. 4003-7000) e a partir de R$ 79 na Gol Linhas Aéreas (tel. 0800/2810466). Para quem prefere ir de carro, basta seguir pela Rodovia Ayrton Senna e pela Rodovia Dutra. ONDE DORMIR Le Meridién Copacabana: Avenida Atlântica, 1.020, tel. (21) 3873-8850, www.lemeridien.com/copacabana. Um dos hotéis mais luxuosos de Copacabana, endereço também do restaurante Le Saint-Honoré, no 37º andar, com vista para a Baía de Guanabara. Diárias para casal a partir de R$ 450 – em janeiro. Portinari Design Hotel: Rua Francisco Sá, 17, tel. (21) 3222-8800,www.portinaridesignhotel.com.br. É um dos poucos hotéis de charme do Rio. Cada apartamento é decorado de uma maneira, todos com elegância de sobra. Diárias para casal a partir de R$ 240, em janeiro. Caesar Park Ipanema: Av. Vieira Souto, 460, tel. (21) 2525-2525, www.caesarpark-rio.com. De frente para a Praia de Ipanema, com apartamentos confortáveis. Também fica próximo ao melhor comércio do Rio. Diárias para casal a partir de R$ 812 em janeiro. ONDE COMER Roberta Sudbrack: Av. Lineu de Paula
Machado,916, Jardim Botânico, tel. (21) 3874-0139. Uma das mais aplaudidas chefs do Rio, Roberta Sudbrack serve suas criações – como o ovo caipira em crocante de aspargos – em uma mesa única para 18 pessoas no agradável casarão do Jardim Botânico. Le Saint-Honoré: Hotel Le Meridién, Av. Atlântica, 1.020, 37º andar, Copacabana, tel. (21) 3873-8880. Uma das mais bonitas vistas da cidade aliada a uma culinária francesa de primeira. O pato com azeitonas e batatas douphine com trufas é uma grande escolha. Zuka: Rua Dias Ferreira, 233, Leblon, tel. (21) 3205-7154. Restaurante moderninho que está entre os mais afamados do Leblon. Da cozinha saem pratos inventivos como o harumaki de paleta de cordeiro desfiada e o atum semicru acompanhado de tagliatelle de palmito. 66 Bistrô: Av. Alexandre Ferreira, 66, Lagoa, tel. (21) 2266-0838. É o restaurante do chef Claude Troisgros. Precisa dizer mais? FAÇA AS MALAS Pacotes: a TAM Viagens (tel. 11/3068-7939), tem pacotes de quatro noites para o Rio, saindo de São Paulo, a partir de R$ 1.412 por pessoa em apartamento duplo, com hospedagem no hotel JW Marriott, em Copacabana, aéreo e traslados. Na Agaxtur, tel. (11) 3067-0900, o pacote de quatro noites no hotel Luxor Continental, em Copacabana, custa R$ 610 por pessoa em apartamento duplo, com traslados e seguro-viagem (não inclui aéreo ou transporte terrestre). Passeio de barco e pela Floresta da Tijuca: a Barcas S/A, (tel. 21/2620-6756) faz um passeio de barco por toda a Baía de Guanabara aos domingos às 10h, saindo do píer da Praça XV, a R$ 12 por pessoa. A Jeep Tour, (tel. 21/2108-5800), organiza passeios em jipe pela Floresta da Tijuca, por R$ 90 por pessoa - os carros passam nos hotéis da zona sul, onde o passageiro estiver hospedado. Internet: para ter acesso a informações sobre passeios, hotéis, atrações e restaurantes, veja o site www.riodejaneiro-turismo.com.br/pt/.
Fábio Motta/AE
À esquerda no alto: praia de |panema, freqüentada por cariocas; acima restaurante Mineiro, em Santa Teresa, que serve uma famosa feijoada completa; e ao lado cachoeira na Floresta da Tijuca, outro passeio típico dos moradores do Rio
Centro revela surpresas
O
centro do Rio, próximo da zona sul e de bairros como o Flamengo e Glória, em nada se parece com o de São Paulo. Bem conservado, e convidativo a passeios no fins de semana, o local onde nasceu o Rio de Janeiro possui casas culturais de tirar o chapéu, como o Centro Cultural Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e dos Correios, todos próximos um do outro. É no centro também que fica o Paço Imperial (www.pacoimperial.com.br), antiga sede administrativa do País, na época em que o Brasil era colônia e após a Independência até a declaração da República. Moraram ali d. João VI e Carlota Joaquina, d. Pedro I e d. Pedro II. Era lá que ficava também a casa da moeda. Situado de frente para o mar, é uma das construções mais importantes do Brasil colonial. Foi palco também de significativos acontecimentos históricos como a assinatura da Lei Áurea, em 1888, e o Dia do
Fico, quando d. Pedro I decide ficar no Brasil e declarar a independência de Portugal, em 1822. Hoje, abriga interessantes exposições de arte contemporânea, todas gratuitas. Muitos moradores do Rio também procuraram o Paço para tomar um gostoso café da manhã no café local, onde são servidas tortas e salgados feitos com ingredientes naturais, sem aditivos. É possível ir a pé do Paço Imperial até o Centro Cultural Banco do Brasil, seguindo quatro quarteirões pela Rua 1º de março, ou indo pelo Beco do Comércio, uma rua histórica que começa no Arco dos Teles, na Praça 15, onde se localiza o Paço. No caminho, vale a pena parar no Café Rosário (Travessa do Ouvidor, 21) para experimentar ótimos pães feitos na hora. No Centro Cultural Banco do Brasil são realizadas algumas das exposições mais proeminentes do Rio, como a que está em cartaz no
momento, "Aleijadinho e seu Tempo, Fé, Engenho e Arte", sobre o mestre barroco. São 208 objetos, entre esculturas, oratórios, desenhos e mapas que fazem alusão ao barroco e obras de Aleijadinho. Próximo ao CCBB fica o Caixa Cultural Rio, inaugurado em agosto deste ano, com quatro galerias de arte, um teatro, dois cinemas e sete salas multiuso. Até 7 de janeiro fica em cartaz a exposição "Guaysamín, uma América Pintada", com 50 telas do artista equatoriano Oswaldo Guaysamín (19191999), um dos maiores expoentes da arte latinoamericana. No Centro Cultural dos Correios, que também merece uma visita, até 14 de janeiro será possível ver a mostra sobre aquarelas e pinturas feitos por estrangeiros de passagem pelo Rio no século 19. Desde marinheiros até artistas europeus, todos se maravilharam com a beleza da cidade – tal e qual o viajante do século 21, como você. (C.A.)
quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 Exportações devem cair 1,1% em 2007, de acordo com a Associação de Comércio Exterior do Brasil.
A CASA TEM ATUALMENTE 90 RÓTULOS
Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype
BAR SIM, MAS PARA APRECIAR ESPUMANTES Champagnerie aposta em 90 rótulos. E dá destaque às bebidas nacionais.
C
Sobremesa vai bem com a bebida
ansados de ver os outros inaugurando bares e restaurantes, os amigos Duilio Hadg e Umberto Martino Facchinei resolveram investir num negócio próprio. Alugaram um imóvel no coração da Vila Madalena e, ousados, abriram uma casa onde quem reina não é o chope ou a cerveja, mas o champanhe e os espumantes. Mais precisamente 90 rótulos das bebidas. Isso, por enquanto. Até o fim do ano, querem oferecer aos clientes da Champagnerie, na Rua Aspicuelta, até 200 rótulos diferentes. Os dois trabalharam por "muitos" anos no ramo de bebidas – um na vinícola Salton, outro na Aurora – e, portanto, sabem tudo do assunto. Queriam oferecer algo diferente e pensaram num restaurante onde o carro-chefe fosse o champanhe e com isso desmistificariam a crença geral de que esse tipo de bebida é caro. Sim, na carta há garrafas de Moet & Chandon e Veuve Clicquot por R$ 210 cada. "É importante deixar claro que a casa é barata. A pessoa não gasta mais de R$ 50", reforça Facchinei. Toda noite,
Fachada original foi preservada Risoto de ostras é destaque
Casa pretende ter 200 rótulos
Os sócios Duilio Hadg e Umberto Facchinei queriam ousar
ele e Hadg escolhem quatro rótulos que serão cobrados por taça ou a garrafa inteira e, geralmente, preferem dar destaque às bebidas nacionais. A dupla deseja ver o paulistano fazer happy hour com espumante, e por isso oferece rótulos acessíveis. "O cliente deve vir aqui para beber e não adorar a bebida", diz Facchinei. "Uma casa que vende champanhe pode assustar um pouco, mas depois que a pessoa entra aqui vê que vai gastar a mesma coisa que em outro
bar tomando cerveja e comendo bolinho", explica. O quarteirão onde a Champagnerie está abriga quase uma dezena de bares, alguns já tradicionais na Vila Madalena. Abrir uma casa de champanhe tendo o Salve Jorge, o Posto 6 e o São Cristóvão como vizinhos pode soar estranho e era exatamente isso – chamar a atenção – o que os sócios queriam. O próprio dono do imóvel, que resolveu não morar mais na Vila, havia decidido que alugaria a casa para quem ti-
vesse a idéia mais original. A diferenciação fez com que os amigos ganhassem o contrato. "Ele não queria ver a casa transformada em mais um bar e nos pediu que preservássemos ao máximo a fachada do imóvel", contam. Segundo Hadg e Facchinei, a frequência está muito eclética, "difícil de identificar". Se no Rio de Janeiro, onde endereços similares atraem mais mulheres que homens, numa proporção de sete para três, a casa da Rua Aspicuelta recebe ho-
INFLAÇÃO O IPC-S de São Paulo, que ficou em 0,79% até o dia 22 de dezembro, foi a maior taxa do ano.
O
preço do álcool hidratado, usado nos veículos flexíveis, continuou a subir e ultrapassou nesta semana o patamar de R$ 1 por litro com impostos na usina, valor que não era registrado desde agosto, disseram corretores ontem. Demanda aquecida e oferta menor estão gerando uma alta expressiva e rápida nos preços, que já começa a ser repassada ao consumidor. O centro-sul do País, que responde por mais de 85% da produção nacional de cana, está no período de entressafra. "A demanda aumentou muito, por isso o preço está sofrendo esse reajuste",
RECURSOS
O
presidente Luis Inácio Lula da Silva liberou, por meio da Medida Provisória 336, R$ 385,263 milhões para os ministérios de Minas e Energia, Transportes, Esportes, Integração Nacional e das Cidades. Os recursos serão destinados para obras da ferrovia Norte-Sul, manutenção de rodovias, obras nos portos e para o plano de contingência da gripe aviária. (AE) A TÉ LOGO
Milton Fukuda/AE
ÁLCOOL HIDRATADO PASSA DE R$ 1
Ó RBITA
RESERVAS As reservas internacionais do País subiram ontem US$ 116 milhões.
disse Ivan Bueno, da Mikz Corretora. Há duas semanas, o litro era negociado a R$ 0,90. Já o anidro, que é usado na mistura com a gasolina, segue "descolado" do hidratado, com valor estável nos últimos dias, na casa de R$ 0,89 o litro.
Para as usinas, a venda do anidro ainda remunera mais, mas alguns corretores apostam que, se a diferença entre os dois produtos continuar a aumentar, muitas usinas vão acabar adicionando água ao anidro para vendê-lo como hidratado. (Reuters)
AS SURPRESAS DO MINÉRIO DE FERRO
O
aumento de 10% no preço do minério de ferro exportado pela Vale do Rio Doce deverá propiciar para o próximo ano um fato inédito no comércio exterior brasileiro. Pela primeira vez, o Brasil observará essa commodity chegar a US$ 10,3 bilhões em exportações. "Será a primeira vez que um único produto ultrapassará a barreira dos US$ 10 bilhões em vendas externas", disse o
diretor-executivo da Associação dos Exportadores do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. De acordo com ele, o minério de ferro, neste ano, chegou a US$ 8,950 bilhões em vendas externas. O diretor da AEB salientou ainda que o complexo soja chega a exportações de US$ 10 bilhões, mas com vários produtos, como o farelo, o óleo e outros. (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Vale vai comprar 300 caminhões da Scania por R$ 120 milhões
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ANP autoriza a construção de gasoduto entre o Ceará e o Maranhão
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Receita já apreendeu neste ano R$ 1,2 milhão em mercadorias
mens, mulheres, "mocinhas e senhoras de 80 anos, mulheres que antes não tinham onde beber champanhe". Para 'casar' com a oferta de espumantes, eles oferecem ostras que vêm diariamente de Florianópolis, Santa Catarina, e um cardápio com risotos, tábuas de queijos e carnes vermelhas, que combinam com espumante tinto. Em algumas receitas, como o risoto com ostras e a sobremesa de morango, usa-se espumante. Kety Shapazian
Ambiente da casa é eclético
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Transpor te Saúde Feriado Polícia
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
Na volta, os motoristas que pegarem a estrada após as 23h de segundafeira deverão encontrar trânsito livre.
BAIXADA SANTISTA É O PRINCIPAL DESTINO
Bruno Miranda/Folha Imagem
Rodovia Imigrantes com trânsito já intenso ontem. Até o dia 1º devem passar 710 mil veículos pelo sistema
1,5 milhão de veículos em fuga da capital As estradas rumo ao litoral e ao interior devem ter trânsito intenso a partir de amanhã
Q
uem pretende deixar a cidade no réveillon deve tentar antecipar a viagem para hoje. Segundo estimativas das empresas que administram as rodovias do Estado, cerca de 1,5 milhão de veículos devem deixar a capital a partir de amanhã. Na volta, os motoristas que pegarem a estrada após as 23h de segunda-feira deverão encontrar trânsito livre. Segundo a Ecovias, empresa que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes, no Natal desceram 255 mil carros e o movimento deve dobrar no feriado do Ano Novo. A estimativa é que, entre os dias 26 e 1º de janeiro, de 460 a 710 mil carros devam deixar a capital com destino à Baixada Santista. A operação descida (7x3) teve início às 10h de ontem. Com destino ao interior, cerca de 300 mil veículos devem
deixar a capital pelo sistema Castelo-Raposo, segundo estimativa da ViaOeste. Para evitar congestionamentos, sempre que necessário, a concessionária acionará a operação "papa-fila", diminuindo o tempo nos pedágios. Pelo sistema AnhangueraBandeirantes, a AutoBan estima que 400 mil veículos trafeguem pelas duas rodovias, tanto na chegada quanto na saída da capital. Na volta a São Paulo, o período de maior concentração de veículos é esperado para o dia 1º de janeiro, das 16 às 22 horas, quando as praças de pedágio atenderão com capacidade máxima nas cabines de arrecadação. Quem vai para o Rio de Janeiro pela rodovia Presidente Dutra deve evitar o horário das 16 às 20 horas de sexta-feira e das 9 às 14 horas de sábado.
Litoral norte - As rodovias dos Tamoios e Oswaldo Cruz , que vão do vale do Paraíba para o litoral norte paulista, esperam a movimentação de 76 mil veículos até o dia 2 de janeiro. Na rodovia, que liga São José dos Campos a Caraguatatuba, os motoristas devem ficar atentos para as obras no km 7, saída de São José dos Campos e na serra, entre os km 69 e 80, onde a velocidade deve ser reduzida, em função das curvas. Já na rodovia Oswaldo Cruz, que liga Taubaté à Ubatuba, o trecho mais problemático é do km 70 ao 77, onde as curvas e a declividade acentuada exigem atenção. A recomendação para os paulistanos que vão utilizar as rodovias federais é de que evitem viajar entre as 16 e 20 horas de sexta-feira e das 9 às 14 horas de sábado, segundo a Polícia Rodoviária Federal. (AE)
O que abre e fecha no Réveillon Bancos fecham amanhã e abrem só na terça. Hospitais terão sistema de plantão.
P
or causa do feriado de Réveillon, os bancos não vão abrir amanhã, último dia útil do ano. As agências também não abrirão no dia 1º de janeiro de 2007. Os postos do Poupatempo, fixos e móveis, além do disque Poupatempo, também não funcio-
narão no dia 1º. Amanhã e sábado somente o Disque Poupatempo (0800 772 36 33) funcionará. Na segunda, os mercados municipais estarão fechados e as feiras-livres também não vão funcionar. Os shoppings vão ficar abertos no domingo, dia 31, em sua maio-
ria até às 18h. Na segunda, o funcionamento das lojas será facultativo. Os trens do Metrô e da CPTM funcionarão normalmente. Os prontos-socorros e hospitais municipais também funcionarão em esquema de plantão 24 horas. (AE)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.TURISMO
quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
A Amazônia paulista Bem-vindo à região da Juréia, situada a apenas 170 quilômetros de São Paulo, que reúne um emaranhado de rios, florestas, cachoeiras e praias e é morada de animais raros e mais de 200 espécies de aves Fotos: Divulgação
O território de quase 80 mil hectares, que abrange cinco municípios, tem inúmeras trilhas em meio à mata...
Por Antônio Paulo Pavone
água, alçando vôo em plena liberdade. Preservação – O território de 79.830 hectares foi ios, cachoeiras, transformado em Estação floresta, áreas de Ecológica no ano de 1987. A mangue, restingas e partir de então, passou a ser mais de 40 km de administrado pela Secretaria praias. É a Amazônia paulista, Estadual do Meio Ambiente e, como ficou conhecida a região assim, ter a responsabilidade da Juréia, a menos de 170 km de fiscalizar, monitorar o uso da cidade de São Paulo, e que público, fomentar a educação abrange os municípios de ambiental e as pesquisas e, Peruíbe, Iguape, Itariri, ainda, apoiar a regularização Miracatu e Pedro de Toledo. fundiária, pois, dentro da Por lá, além de desfrutar da natureza preservada, é possível Estação, há muitos terrenos particulares. Para isso, seis se aventurar por várias trilhas núcleos foram montados no ecológicas, a pé ou de entorno da área, servindo de bike, visitar cachoeiras e pontos de apoio. poços de água cristalina Hoje, os e percorrer, de barco ou turistas podem caiaque, rios e ilhas visitar apenas ainda intocados. três locais de Na parte mais toda a Juréia: o preservada do Núcleo Itinguçu e entorno da Estação a Vila Barra do Ecológica, pode-se Una, ambos em ver animais raros Peruíbe, e o Centro do Brasil, como a da Praia da Juréia, no onça parda e o município de Iguape. mono-carvoeiro, Essa medida visa maior primata da resguardar o tesouro América neotropical, ameaçado natural da região. Para de extinção. A Estação é, conhecer os outros trechos, só também, morada de pelo com solicitação prévia e em menos 200 espécies de aves do visita destinada a pesquisas território paulista. Perobas, científicas. jacarandás, carvalhos, cedros, Ainda por volta da década manacás, maçarandubas, de 80, o terrível pesadelo da urucuranas, guacás, canelas e instalação de uma usina tantas outras árvores nativas, nuclear quase se tornou real na em meio aos palmitos, área. A Nuclebrás chegou a bromélias e orquídeas fazer escavações próximas ao selvagens, servem de abrigo Rio Verde e pesquisadores para jacutingas, macucos, tiésforam chamados ao local para sangue, gaviões-pombos, tucanos de bico preto, araçaris- estudar os impactos ambientais. Mas a grande banana e pica-paus, que mobilização social pôs fim ao colorem a paisagem com seus projeto e os perigos que, penachos festivos. atualmente, ameaçam a Juréia De acordo com a época de são menores. Entre eles, estão a frutificação do palmito, elas extração irregular do palmito migram em busca de comida e
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Juçara e a questão fundiária, além da presença humana sem qualquer tipo de controle e consciência ambiental – problema que se acentua nas áreas liberadas para visitação. Natureza – Cinco ecossistemas perfeitos se entrelaçam de forma harmoniosa por ali. Dunas, manguezais, restingas, mata de encosta e campos de altitude se completam e proporcionam um verdadeiro milagre de peixes, aves e mamíferos. A Estação Ecológica se destaca também por seu significativo nível de endemismo, abrigando espécies que só podem ser vistas por ali. Entre os nobres moradores da Estação, há catetos, capivaras, pacas, cotias, onçaspintadas, onças-pardas, jaguatiricas e gatos-do-mato. Pelos rios, além dos peixes, passeiam antas e lontras. Oito rios permeiam a área: o Una do Prelado, Verde, Grajaúna, Guaraú, Branco, Despraiado, Aguapeú e o Cabuçú. Em suas águas, já foram classificadas mais de 30 espécies de peixes. Piquiras, traíras, tajabucus, tabaranas e piáguas são alguns dos tipos de água doce. Enquanto tainhas, bagres-sargentos, cações-chapéu e linguados são exemplares das cerca de 70 espécies de água salgada, também identificadas na região. Apesar dessa abundância, qualquer tipo de pesca ou caça é proibido. Atrações – Cachoeiras, praias desertas, trilhas, rios de águas límpidas e uma exuberante beleza da Mata Atlântica formam o cenário ideal para inesquecíveis momentos de reflexão com a natureza. Entre as atividades,
RAIO X COMO CHEGAR A entrada da Estação Ecológica da Juréia-Itatins fica no município de Peruíbe. O acesso é feito pela rodovia SP-055/165 Padre Manoel da Nóbrega, seguindo o litoral (BR-116). ONDE FICAR Pousada Mombytá: Rua 1.450 (entrada pelo km 352 da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega), 6 km (1 km de terra), tel. (13) 3455-2896, www.mombyta.com.br. Chácara arborizada, com trilhas pela Mata Atlântica. Os chalés possuem dois quartos e rede na pequena varanda. Diárias de R$ 120, com café da manhã. Pousada Bicho-Preguiça: Rua 23,399 (Guaraú), 8 km, tel. (13) 3457-9221, www.pousadabichopreguica.com.br. Oferece as melhores acomodações do Guaraú. Seus apartamentos são de madeira, quatro deles com cama de casal. Diárias de R$ 50 a R$ 100, incluindo café da manhã. Pousada Vitória Régia: Rua São Carlos, 35/Av. Gov. Mário Covas Jr. (Praia de Três Marias), 4,5 km, Peruíbe, tel. (13) 3456-2390, www.pousadavitoriaregia.com.br. Apartamentos bem decorados e equipados. Piscina com solário voltado para a praia. Diárias de R$ 110 a R$ 189, com café da manhã. ONDE COMER Affamare: Avenida Padre Anchieta, 1.800, Peruíbe, tel. (13) 3453-5011. Restaurante com dois ambientes, um deles avarandado, ideal
para os dias de sol. O cardápio é variado, oferecendo de pizzas a frutos do mar. Pão de Maçã: Avenida Padre Anchieta, 881, Peruíbe, tel. (13) 3455-1982. Local agradável, especializado em doces de maçã. Oferece, também, tortas, sanduíches, salgados e pratos rápidos. Beira Mar: Avenida Beira Mar, 869, Centro, Peruíbe, tel. (13) 3455-1701. Com 35 anos de tradição, o restaurante possui um cardápio variado, com frutos do mar e carnes. Nos fins de semana, oferece música ao vivo. AVENTURE-SE Biotrip Ecoturismo: em São Paulo, tel. (11) 3826-6895, www.biotrip.com.br. Na Trilha da Juréia: Av. Padre Anchieta, 1112, Peruíbe, tel. (13) 3455-7748.
...e virou Estação Ecológica em 1987. Na região há ainda oito rios e cinco ecossistemas diferentes
o visitante pode percorrer a histórica Trilha do Imperador. Com dois quilômetros de extensão, ela recebe esse nome por ter servido de passagem de informações entre o Império e outras regiões do Brasil. A caminhada avança por serras e praias e passa por rios. Em aproximadamente três horas, pode-se percorrer, de barco, parte da costa local, passando pelo rio e pela Ilha do Guaraú. A paisagem que se avista é de deslumbrar os olhos e, no trajeto, ainda há paradas para banho. Quem prefere seguir por terra, pode passear de jipe, seguindo pelas corredeiras do Paraíso e do Perequê, Praia do Camborê e Barra do Una. Uma outra
Flora local: orquídeas selvagens e bromélias, entre outras espécies
alternativa é alugar um caiaque ou ir de bike. Águas – Entre as cachoeiras, a mais movimentada é a do Paraíso: um degrau de 17 metros, em pleno Rio Itinguçu. Além de suas águas límpidas e potáveis, ela forma um divertido tobogã. Por ali, é possível escorregar e nadar em uma piscina natural. Por se tratar de uma Estação
Ecológica, as normas de utilização são bastante rígidas. É proibido pernoitar nas trilhas ou ultrapassar seus limites. Além disso, nenhuma "lembrança", como plantas e pedras, pode ser levada. Todos esses cuidados fazem com que ainda valha a pena conhecer um dos últimos santuários ecológicos do mundo. Colaborou Mirella Amaral
Metade dos países são inadequados para empresas
C
erca de metade dos países do mundo – entre eles o Brasil – não oferece um ambiente estável para a atividade de companhias, conforme análise do estudo Control Risks 2007, uma empresa de consultoria que faz avaliações de risco para empresas. De acordo com o estudo, 96 dos 198 países analisados (49%) foram classificados como tendo risco médio, alto ou extremo para a instalação de empresas estrangeiras, sob o ponto de vista da segurança e de estabilidade política. O Brasil foi classificado como tendo risco médio, tanto politicamente quanto sob o ponto de vista da segurança. Melhores e piores – Um país considerado adequado pelo estudo é aquele com um governo politicamente estável, com instituições fortes e níveis de crime e violência irrisórios. Os países que figuram como tendo risco insignificante sob os dois aspectos são Andorra, Finlândia, Ilhas Virgens Britânicas, Ilhas Turks e Caicos, Islândia, Noruega, Liechtenstein e San Marino. Segundo a Control Risk, a Somália é o país que mais combina riscos para a implantação de negócios no planeta. O país africano é o único considerado como extremamente instável politicamente. Sob o ponto de vista da segurança, a Somália também é tida como tendo um risco extremamente alto, ao lado de Afeganistão, Burundi, República Democrática do Congo, Costa do Marfim, Iraque, Paquistão e Sri Lanka. A avaliação da Somália na condição mais hostil possível se deve ao fato de que esse país africano praticamente não tem um governo central de fato constituído, vivendo confrontos entre facções diversas pelo comando do território, sem a possibilidade de dar garantias à instalação de companhias estrangeiras e muito menos garantir a segurança a seus funcionários.
Países-chave – Para a consultoria, Estados Unidos, China e Rússia devem enfrentar decisões fundamentais para seus ambientes de negócios no próximo ano. Entre as decisões apontadas pelo relatório está uma eventual mudança na política americana em relação à sua política para o Oriente Médio, onde se discute uma aproximação de Irã e Síria na busca de um equilíbrio para a região. Enquanto na China, a política de livre mercado deve ser reavaliada pelo governo chinês, levando a uma maior responsabilidade social do processo. Na Rússia, a expectativa é de que o presidente Vladimir Putin entre no último ano de seu mandato buscando um controle ainda maior sobre a economia, especialmente sobre os recursos naturais. Desafios – De acordo com o estudo, no próximo ano, problemas como fornecimento de energia e crime transnacional devem ser desafios tão grandes para os negócios como assuntos que conquistam mais espaço na mídia – como ameaças terroristas e de eventuais epidemias globais. Em relação à energia, os acontecimentos na Rússia, Venezuela e Nigéria serão decisivos, dada a dependência que muitos países têm em relação à produção de petróleo dessas nações. O crescimento do crime praticado na internet e as infrações de direitos intelectuais são os motivos pelos quais o Control Risk 2007 coloca o crime transnacional como um dos principais obstáculos a ser superado. Embora o terrorismo siga como uma ameaça concreta, o relatório fala sobre o impacto desproporcionado e pernicioso (do terrorismo) sobre as decisões políticas e comerciais no mundo. Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.OPINIÃO
quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
LENTE
DE AUMENTO
TRANSIÇÃO E DESAFIOS
JOÃO DE SCANTIMBURGO
Senado não está tranqüilo. No Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) é o favorito e deve vencer a disputa. Mesmo assim, não pode se descuidar. Na Câmara, a divisão da base aliada em duas candidaturas (Aldo Rebelo - PCdoB-SP; e Arlindo Chinaglia – PT-SP) e a voracidade fisiológica do baixo-clero pode transformar uma eleição tranqüila em algo incerto. Portanto, Lula começa o seu segundo mandato com os mesmos problemas do primeiro. Menos os escândalos políticos que estão desaparecendo. Menos mal para ele. Melhorando o seu desempenho, Lula pode, em tese, superar as questões gerenciais e políticas e fazer uma boa gestão já que a síndrome do segundo termo
Jair Soares
O
Nem todos os vôos estão atrasados OLAVO DE CARVALHO
E
Celso Junior/AE
governo chega ao final de ano sem renovar o ministério, nem apresentar as medidas que compõem o plano de governo para 2007. E, ainda, com incertezas com relação à sua base política. Nada de novo. No início do seu segundo mandato Lula repete o padrão do seu governo. A eleição em pouco mudou, até agora, o seu modo de agir. Indefinições, inconsistências e lentidão não são apenas culpa de Lula. O governo possível no Brasil de hoje é moldado a partir de fragmentos de lealdade, muito clientelismo, voluntarismo e doses de incompetência. Lula apenas gerencia uma situação que não poderia ser diferente da atual. A reforma ministerial, cujo objetivo inicial era o de
apresentar a nova equipe na segunda semana de dezembro ficou para depois da eleição dos presidentes da Câmara e do Senado. Nem mesmo ministros de sua cota pessoal, como o ministro da Justiça, foram substituídos. Enfim, Lula não conseguiu delimitar claramente o mapa ministerial por conta de cinco ou seis ministérios que seriam ocupados pelo PMDB e mais alguns pelo PSB, PDT, PTB, PP e PR (exPL). Principalmente, por conta da resistência do PT em ser desalojado do governo. No Congresso, a situação não está tranqüila. O quadro poderia ser pior se a oposição estivesse mais unida. Atua de forma pontual. Aqui e ali se beneficia da desunião da base e consegue alguma vitória. O certo é que, além da desunião da base, o encaminhamento das eleições da Câmara e do
não afeta necessariamente a todos. Apesar do recesso de Natal e de Ano Novo, a política continua a todo vapor. Na quarta-feira, os líderes do PMDB se encontram com Lula. Para prosseguir nos entendimentos sobre a participação no governo e as eleições na Câmara e no Senado. Outros temas importantes são: a resistência do PT em ceder espaço para outros aliados da base, a ciumeira no PMDB da Câmara em relação ao “protagonismo” do PMDB do Senado junto a Lula, a fragilidade das duas candidaturas governistas à Câmara e a possibilidade de surgir um terceiro nome, a qualidade do ministério e o alcance e qualidade das medidas destinadas a aquecer a economia. TRECHOS DO COMENTÁRIO DE MURILLO DE ARAGÃO, DA ARKO ADVICE ANÁLISE POLÍTICA WWW.BLOGDOMURILLODEARAGAO. COM.BR
O quadro seria outro se a oposição fosse unida
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nfraquecer, desarticular e subjugar as Forças Armadas é um dos projetos mais velhos e mais queridos da esquerda nacional. Para realizá-lo, nenhum risco é excessivo, nenhum preço é alto demais, nenhum efeito colateral é demasiado catastrófico. Vale tudo: fabricar denúncias despudoradamente falsas, cortar orçamentos, humilhar os militares submetendo-os ao comando de ex-terroristas. Vale até lisonjeá-los um pouquinho, de vez em quando, para ver se já estão cansados de apanhar e dispostos a prostituir-se no leito do inimigo. Mas o sonho mais antigo é o de quebrar a cadeia de comando, transformando os militares em trabalhadores sindicalizados com direito a greve, mais sensíveis aos apelos de agitadores do que às ordens de seus superiores. Se esse sonho ainda não se realizou, conseguiu-se pelo menos instilar algo da mentalidade sindical nos militares da Aeronáutica encarregados do controle do espaço aéreo. Observadores inexperientes podem julgar que isso foi um erro, já que produziu o princípio do caos nos aeroportos. Não entendem que a esquerda jamais raciocina em termos de eficácia administrativa, pelo menos segundo os cânones lineares da racionalidade burguesa, mas segue um tortuoso caminho dialético que gera e explora contradições com a única finalidade de aumentar o seu próprio poder. Nessa lógica, desastres administrativos que levariam um político direitista à sarjeta ou à prisão podem ser perfeitamente reciclados e absorvidos, com sucesso, na estratégia esquerdista geral. No caso dos aeroportos, a mixórdia gerada pela politização indevida de uma função técnica foi em seguida usada pelos seus próprios au-
tores como pretexto para advogar a entrega do setor à responsabilidade de civis politicamente afinados com o governo. O público, atarantado pelos atrasos e mil e um imprevistos, queixa-se da inépcia governamental. Mas é injusto. A crise dos aeroportos nasce de uma falsa inépcia administrativa, camuflagem de uma destreza estratégica quase inconcebível para o cidadão comum, mas banal para quem tenha estudado um pouquinho de Lenin e Gramsci. Para a multidão de passageiros, tudo o que interessa é voar na hora. Para o governo, os aeroportos são peças num tabuleiro: o que está em jogo é algo de mais alto e mais complexo que a satisfação do distinto público. A transferência do controle de vôo para funcionários civis diretamente instruídos pelo Partido-Estado é vital não só para a esquerda brasileira, mas para todo o projeto de revolução continental.
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marginalização dos militares tem tanto a ver com eficácia aeroportuária quanto a distribuição de terras para o MST tem a ver com produção agrícola. Uma coisa tem a ver com o controle estratégico das rodovias, a outra com o domínio do espaço aéreo por forças alinhadas com os grandes projetos do Foro de São Paulo. Estes sim, voam alto, enquanto as aeronaves ficam paradas no solo, os passageiros deitados na sala de embarque. Quanto tempo levará para a opinião pública brasileira atinar com tamanha obviedade, é algo que talvez se meça pela escala geológica. Os aviões podem estar atrasados, mas a inteligência nacional não parece disposta a decolar antes da próxima era glacial.
O que está em jogo é algo mais complexo que a satisfação do público
O diploma e a eficiência na gestão pública LUIZ GONZAGA BERTELLI
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ma rápida pesquisa sobre a qualidade da gestão no serviço público logo indica um cenário preocupante: segundo o instituto Observatório Universitário, apenas 32% dos ocupantes de cargos de destaque nos 5.561 municípios brasileiros têm diploma de ensino superior, tanto no Legislativo como no Executivo. A situação fica mais grave em cidades de pequeno e médio porte, pois seus jovens mais aptos migram para outros municípios, em busca de melhores oportunidades de aprendizado e de trabalho. Deve-se admitir que a Lei de Responsabilidade Fiscal dificulta o recrutamento de pessoal mais qualificado, pois - por razões que não cabe aqui discutir - torna quase impossível concorrer com os salários mais atraentes oferecidos pela iniciativa privada. Na realidade, o poder público disputa com as empresas particulares os 27% dos gestores que nos dois setores da economia exibem um diploma superior. Os especialistas seguramente poderão dimensionar os prejuízos que esse baixo percentual, somado à posição extremamente negativa que o Brasil ocupa no ranking mundial da qualificação de mão-deobra, causa tanto para a eficiência do serviço público, quanto para a competitividade das corporações privadas. Ou seja, em palavras mais cruas, calcular os danos que tal precariedade causa à economia e, por conseqüência, à qualidade de vida de largos segmentos da sociedade. Só a título de exemplo, vale citar uma conclusão da Associação Brasileira de Municípios: boa parte das irregularidades apontadas em oitocentas prefeituras auditadas pela Controladoria Geral da União nada tinham a ver com corrupção, mas era fruto da falta de competência para a
gestão pública, que é norteada por leis e normas, às vezes muito rígidas e complexas. Esse quadro obriga os cidadãos mais responsáveis e, portanto, mais preocupados com o futuro do País, a insistir na melhora urgente da qualidade da educação, em todos os graus de ensino. O CIEE é testemunha da eficácia de um desses instrumentos, que há 42 anos vem demonstrando seu valor na formação do chamado capital humano nacional. Esse instrumento é o estágio, uma atividade pedagógica de cunho prático, que hoje beneficia quase 300 mil alunos dos ensinos médio, técnico e superior em todo o País e que, nas últimas quatro décadas, propiciou a inclusão profissional de 6 milhões de jovens, que receberam treinamento em ambiente real de trabalho. Boa parte desses jovens, nos últimos anos, vem atuando no serviço público, nas esferas federal, estadual e municipal dos três poderes constituídos.
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sso significa que o Executivo, o Legislativo e o Judiciário reconhecem a legalidade e a importância dessa prática educacional. Com uma vantagem adicional: como o estágio é uma atividade pedagógica, regida por lei própria, a bolsa-auxílio que remunera o estudantes em treinamento não se inclui na rubrica de despesas com pessoal da prefeitura. Portanto, além de não criar problemas com a Lei de Responsabilidade Fiscal, o estágio vale por um efetivo exercício de responsabilidade social, pelos efeitos benéficos na formação e inclusão dos jovens. LUIZ GONZAGA BERTELLI É PRESIDENTE EXECUTIVO DO CIEE E DIRETOR DA FIESP PRESIDENTE@CIEESP.ORG.BR.
O estágio é um efetivo exercício de responsabilidade social para os jovens
CRISE NA AVIAÇÃO
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ssa crise na aviação nos afeta diretamente. Temos diretores que são obrigados a obedecer horários inflexíveis e nos valemos dos horários da Ponte Aérea para mantermos a agenda dos nossos encontros comerciais. Mas, ultimamente, a Ponte Aérea caiu numa débâcle lamentável, sofrendo os vôos atrasos inadmissíveis (como acentuou um jornal paulistano), mesmo antes do Natal. Queremos crer que a receita dos vôos da Ponte Aérea brasileira é das maiores do mundo e causa surpresa os atrasos nos vôos realizados pelas várias companhias que operam nessa faixa. Diremos, mesmo, que a Ponte Aérea já justifica um aeródromo especial para si, a fim de não ocorrerem atrasos, que muitas vezes resultam em prejuízos de milhões, dos mais variados possíveis. Sabemos que na Ponte Aérea não há vôos exclusivos para homens de negócios, mas para todos viajantes no seu curso.
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m editoriais anteriores, já comentamos essas irregularidades das companhias que operam na Ponte Aérea, mas foi inútil, pois parece que a grande crise dos atrasos nos vôos não foi corrigida até agora. Não se trata de administração militar ou civil, pois ela já funcionou para todos os passageiros admiravelmente bem durante anos, graças à sua administração disciplinada e obediente.
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emos dito que a aviação comercial é absolutamente necessária ao Brasil, mas nessa necessidade entra o peso singular da Ponte Aérea, daí chamarmos a atenção dos dirigentes de todos os vôos e em particular desses vôos, por serem singulares na caracterização do transporte aéreo viário. Em suma, a aviação depende da flexibilidade dos horários e da responsabilidade das companhias operadoras. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G A Ponte Aérea
caiu numa débâcle lamentável, sofrendo os vôos atrasos inadmissíveis, mesmo antes do Natal.
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Tr i b u t o s Empresas Nacional Finanças
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quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
INTERNET INFLUENCIATRANSAÇÕES MENORES
560
foi o número de aquisições, joint ventures, fusões e incorporações em 2006
UM RECORDE: ÍNDICE DE CONFIANÇA DO CONSUMIDOR SUBIU 2,2%
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CONSUMIDOR MAIS CONFIANTE
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mpulsionada pela boa disposição das famílias de classes alta e média alta, a confiança do consumidor atingiu nível recorde em dezembro. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 2,2%, atingindo 111,7 pontos – o maior nível da história do índice, iniciada em setembro do ano passado. Em novembro, o indicador havia subido apenas 0,9%. Para o cálculo do índice foram pesquisados 2 mil domicílios em sete capitais, entre os dias 1 a 21 de dezembro. O ICC é um indicador que vai de 0 a 200 pontos – abaixo de 100, o resultado é considerado negativo; e acima de 100, positivo. Segundo o coordenador de Análises Conjunturais da Fundação, Aloísio Campelo, foi a primeira vez em três meses que as famílias com maior poder aquisitivo lideraram os resultados favoráveis da confiança do consumidor, cujo indicador, em dezembro, apresentou sua sexta elevação consecutiva. Faixas – Ao analisar o ICC
Em dezempor faixas de bro, a alta na renda, o índitaxa do ICC ce cresceu foi puxada 6 , 2 % n a s f abasic amente mílias com pela boa avaganhos entre por cento foi o liação do conR$ 4,8 mil e sumidor R$ 9,6 mil; e crescimento do Índice quanto à sisubiu 5,7% de Confiança do t u a ç ã o p reentre as famíConsumidor nas sente. O ICC é lias com rendividido em dimento acifamílias com renda dois indicama de R$ 9,6 entre R$ 4,8 mil dores: o Índimil. Em conce de Expectrapartida, e R$ 9,6 mil. tativas, que nas famílias subiu 3,3%, com renda até R$ 2,1 mil, o índice aumentou ante alta de 2,5% em novemapenas 0,8% no mês, sendo bro; e o Índice de Situação que, nas famílias com renda fa- Atual, que aumentou 1,5%, anm i l i a r e n t r e R $ 2 , 1 m i l e te queda 1% em novembro. Campelo também fez uma R$ 4,8 mil, o índice caiu 4%. Na avaliação do economis- avaliação sobre o desempenho ta, houve um "reequilíbrio" nas da confiança do consumidor perspectivas entre faixas de no ano. Ao longo de 2006, o renda diferentes. Ele não des- ICC subiu 7,8% – comparando cartou a possibilidade de que dezembro de 2006 ante igual as notícias sobre o programa mês do ano passado. "Esse rede governo para a próxima sultado foi puxado basicamengestão do presidente Lula, te pelas respostas do consumialiado ao fim das turbulências dor relacionadas às expectapolíticas, possam ter influen- tivas e principalmente pelo ciado na melhora do humor desempenho do segundo semestre", disse, explicando que das famílias mais abastadas.
6,2
o indicador deu uma "arrancada" para cima nos últimos seis meses do ano. O cenário positivo da confiança do consumidor neste ano foi puxado essencialmente pelas famílias com baixo poder aquisitivo, que foram beneficiadas por inflação mais baixa, principalmente no setor de alimentos; e por programas de transferência de renda do governo, como o Bolsa Família. "Esses foram fatores que deram um fôlego em um ano que não foi tão favorável assim para se conseguir emprego", disse Campelo. Crise no ar – Pelo segundo mês consecutivo, a crise do setor aéreo derrubou as intenções de viagem de férias do consumidor brasileiro. De acordo com Campelo, de novembro para dezembro caiu de 36,1% para 34,2% o percentual de consumidores entrevistados que pretendem viajar de férias. "Isso é muito pouco para essa época do ano. Em dezembro de 2005, essa parcela era de 44,3%", afirmou, ressaltando que há uma "sazonalidade" nesse quesito. (AE)
Fusões e aquisições: alta de 44% Brasil registrou em 2006 um total de 560 transações, envolvendo fusões e aquisições de empresas, com crescimento de 44% em relação a 2005, de acordo com relatório da consultoria internacional PricewaterhouseCoopers, divulgado ontem. Segundo o sócio da Price, Raul Beer, neste ano, tal como em 2001, houve uma série de transações
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BALANÇO
de pequeno porte, influenciadas pela internet. "Provavelmente os 560 negócios deste ano são melhores, maiores e mais relevantes do que os de 2000", afirmou Beer. Em número de negócios, o ano de 2000 exerce a liderança, apresentando um total de 624 negócios. Já em termos qualitativos, segundo o sócio da Price, 2006 teria sido o melhor re-
sultado de toda a série histórica iniciada na década de 1980. O s e g u n d o s e m e s t re d e 2006, considerado o melhor semestre desde 1998, concentrou a maior parte das transações efetuadas no ano: 308 negócios, com aumento de 22% em relação ao primeiro semestre mostrando ainda expansão de 47% em comparação ao segundo semestre de 2005.
Isso mostra, segundo Raul Beer, que a confiança na economia brasileira continua. "Acho que as bolsas de valores estão tendo um efeito indireto importante na análise de fusões e aquisições. E o dinheiro que as empresas captaram em 2005 e no início de 2006 foram investidos no segundo semestre deste ano", analisou o economista. (AE)
quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
Polícia Urbanismo Câmara Transpor te
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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PROJETO CHEGOU A ENTRAR NA PAUTA ONTEM
É um projeto importante que tem de ser discutido pela Casa e pela sociedade. Celso Jatene, vereador
Votação de projeto das marginais com pedágio só em 2007 Pelo texto, o comando das marginais Tietê e Pinheiros passaria para o Estado
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Cerimônia deverá acontecer dia 5. Bandido não poderá ficar perto da noiva.
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arco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que atua a partir dos presídios paulistas, já recebeu autorização da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) para se casar no presídio de Presidente Bernardes, no interior do Estado. A noiva é Cynthia Giglioli da Silva, de 29 anos. A cerimônia acontecerá,
provavelmente, em 5 de janeiro, mas ainda não há confirmação oficial da data. Não haverá solenidade. O cartorário será chamado para ler o contrato, Marcola não poderá ficar junto de sua noiva nem colocar a aliança do casamento, já que isso seria contra as regras do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). As testemunhas serão os próprios agentes penitenciários. Marcola está internado em RDD desde maio. E deverá fi-
car nesse sistema até maio de 2007. Ele foi condenado a 45 anos por vários crimes, principalmente por roubos a banco. Cynthia já teve o nome envolvido em negócios da quadrilha. Ela recebeu R$ 15 mil de mesada em 2005. Marcola é viúvo da advogada Ana Maria Olivatto. Ela morreu aos 45 anos, em 2003, com dois tiros. Ana teria morrido devido a uma briga interna pela disputa da liderança da quadrilha. (Agências)
Fábio Motta/AE
Marcola vai se casar no presídio
votação do projeto de lei que passa o comando das marginais Tietê e Pinheiros da Prefeitura para o governo do Estado e prevê a construção de novas pistas com pedágios ficará para 2007. Incluído de última hora na pauta de votação da Câmara a pedido do Executivo, o projeto gerou ontem um impasse entre os vereadores. De um lado, ficaram membros da bancada do governo, a favor da votação. Do outro, as bancadas do centrão e oposição, que solicitaram a retirada do projeto da pauta, sob a ameaça de obstrução das votações. De-
pois de discussões no plenário e duas reuniões seguidas de líderes de bancadas, o presidente da Câmara, Roberto Tripoli, cedeu aos protestos e retirou o projeto da pauta para dar continuidade às votações . Segundo o vereador Celso Jatene (PTB), que levantou o coro contrário à votação, o problema não está no projeto em si, mas na forma como se deu o trâmite, "no afogadilho". "Isso é falta de respeito com o Poder Legislativo. Nosso papel não é homologar todo e qualquer projeto que venha do Executivo, apenas para carimbar a aprovação. É um projeto importante que tem de ser discu-
tido pela Casa e pela sociedade em audiências públicas", disse o vereador Jatene. Se o Executivo tivesse conseguido que o projeto passasse em primeira votação, poderia manter a pressão para que houvesse sessão amanhã, com a realização da segunda votação e aprovação do projeto, respeitando o intervalo mínimo de 48 horas entre as votações. Orçamento – Ontem, a Câmara aprovou o orçamento municipal de R$ 21,5 bilhões para 2007, por 39 votos a 12. Os vereadores apresentaram 4.742 emendas ao texto original. Apenas 135 foram acolhidas. Fernando Vieira
IMPLOSÃO NA LAGOA – A arquibancada do Estádio de Remo da Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio de Janeiro, foi implodida ontem. No local será construída uma nova estrutura, muito mais moderna, com o objetivo de atender as exigências dos organizadores dos Jogos PanAmericanos. No espaço acontecerão as provas de remo e canoagem.
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quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
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Política LULA BATE O André Dusek/AE
Ele (Guido Mantega) puxou o tempo todo para trás. Ficou grudado e não deixava subir. Paulo Pereira da Silva
MARTELO: MÍNIMO DE R$ 380 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e as centrais sindicais assinaram ontem o acordo que prevê o reajuste do salário mínimo dos atuais R$ 350 para R$ 380. No discurso, Lula afirmou que outras reformas, como a da previdência, sairão do papel.
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governo não aceitará mudanças na proposta de reajuste do salário mínimo, acertado com a centrais sindicais em R$ 380. O aviso foi feito ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na cerimônia em que o governo e as centrais assinaram o acordo sobre o reajuste, no Palácio do Planalto. O acordo prevê um aumento real do salário mínimo de 5,3% a partir de 1º de abril de 2007. O mínimo passará dos atuais R$ 350 para R$ 380. Também foi acertado o reajuste de 4,5% da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física de 2007 a 2010. Para a mesma platéia de sindicalistas que compareceu ao Planalto, Lula tocou num ponto polêmico: avisou que refor-
mas, especialmente trabalhistas e previdenciária, terão de ser, sim, discutidas em seu próximo mandato. O presidente afirmou que vetará qualquer tentativa do Congresso de extrapolar o valor acertado para o mínimo. "Não se preocupem que eu veto. Se alguém tentar extrapolar o limite do que foi acordado não tenham dúvida que eu veto, como vetei antes das eleições a demagogia daquele aumento que quiseram dar." Depois de agradecer ao Congresso, Lula lembrou que não está livre de "pegar alguém que queira chegar no mês de maio e fazer uma 'apresentação'", mas que o Brasil precisa de seriedade. Antes das eleições, Lula vetou o reajuste de 16% para os aposentados que
Lula durante acordo com as centrais, no Palácio do Planalto: governo vetará tentativa do Congresso de apresentar outros valores para o mínimo
recebiam acima do salário mí- muita seriedade para que a sonimo, concedido pelo Con- ciedade comece a confiar no gresso. O acordo de 2005 com País", afirmou. "Aí nós vamos as centrais sindicais previa o perceber que vai ficar muito reajuste do mínimo mais fácil fazermos o para R$ 350 e 5% paque tem que ser feito ra os demais apono Brasil. A discussentados, o que o são sobre a reforma Se alguém Congresso mudou, não será traumática, passando para 16% tentar sobre o mínimo não – mesmo índice do extrapolar o será traumática e nemínimo e que o pre- limite do que nhuma discussão sesidente vetou. rá traumática se ela foi acordado, Dessa vez, Lula for feita por gente eu veto. espera que o acordo que tem disposição Luiz Inácio de fazer". com as centrais seja Lula da Silva cumprido, mas que, Reformas – Lu la se não for, não terá voltou a falar na neproblemas para vecessidade de fazer retar as mudanças. "Até porque formas, algo que não admitia eu acho que o Brasil precisa de logo após ser eleito. Mas gaAlan Marques/Folha Imagem
Alan Marques/FolhaImagem
MARINHO DEFENDE GUIDO MANTEGA NAS NEGOCIAÇÕES
PAULINHO: MINISTRO 'SAIU MAL NA FOTO'
epois de participar da cerimônia de assinatura do acordo que eleva o salário mínimo para R$ 380, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, saiu em defesa de seu colega da Fazenda, Guido Mantega, criticado pelas centrais sindicais por ter defendido o valor de R$ 367. Segundo Marinho, faz parte da negociação que alguém do governo tente puxar o reajuste para baixo para que se possa chegar a um acordo bom para os dois lados. Do contrário, segundo ele, as centrais iriam buscar um valor cada vez maior e inviabilizar o acordo. Segundo Marinho, que foi
presidente da Força Sindical e deputado federal eleito, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, afirmou ontem que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, "saiu mal na foto" na negociação do acordo sobre o mínimo. "Ele puxou o tempo todo para trás. Ficou grudado e não deixava subir. E tentou fazer uma negociação paralela no Congresso que nos deixava incomodados", disse Paulinho, após a cerimônia de assinatura do acordo entre o governo e as centrais sindicais. Em seu discurso, Paulinho não perdeu a oportunidade de ironizar o ministro da Fazen-
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Marinho: bom acordo para todos.
presidente da CUT, Mantega contribuiu ao abrir a possibilidade de negociação em torno de um valor que não ponha em risco a estabilidade econômica do País. Para o ministro, o governo não pode dizer logo no início da negociação o valor que tem condições de arcar, sob pena de não conseguir um bom acordo. "Você não pode dar publicidade no que você, efetivamente, tem possibilidade de fechar". explicou. (AOG)
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REAJUSTE INJETARÁ R$ 8,5 BI NA ECONOMIA Paulinho: marcha em Brasília.
da. Ele disse que queria cumprimentar especialmente Mantega, que defendia um reajuste menor para o salário mínimo, para depois elogiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que concordou com um aumento maior. Paulinho elogiou a criação da política de valorização do mínimo e disse que já está organizando uma nova marcha a Brasília em março em defesa do crescimento e da distribuição de renda. (AE)
POSSE 'DISCRETA' VAI CUSTAR R$ 1 MILHÃO Gastos serão rateados entre o Palácio do Planalto e Ministério da Cultura. Alguns governadores, como José Serra e Yeda Crusius não vão a Brasília.
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cerimônia de posse do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 1.º de janeiro, vai custar R$ 1 milhão, estima a Presidência da República. Os custos, segundo Cezar Alvarez, assessor da presidência, serão divididos entre o Palácio do Planalto e o Ministério da Cultura. O maior gasto da festa será o aluguel de cinco telões: R$ 270 mil. O segundo maior – R$ 260 mil – será com o pagamento de impostos. Com grades de proteção (cercados para isolar o público), serão gastos R$ 160 mil. No total, a cerimônia terá 1.600 convidados, mas nenhum chefe de Estado, governos ou representantes de outros países.
A cerimônia de posse será apenas do presidente. Como não há um antecessor para transferir a faixa presidencial, o próprio Lula a vestirá depois que chegar ao Planalto, após a posse no Congresso Nacional. Os organizadores da festa reservaram R$ 50 mil para as despesas com passagens aéreas de convidados que não moram em Brasília. Serão gastos entre R$ 10 mil e R$ 15 mil com hospedagem e alimentação. A produção dos shows custará R$ 95 mil. Segundo Alvarez, alguns governadores não devem comparecer, já que participarão das próprias cerimônias de posse nos estados. Os governadores eleitos José Serra (São Paulo) e Yeda Crusius
rantiu que não apresentará um uma proposta junto com os pacote pronto, preparado ape- movimentos sociais. "Vamos nas pelo governo. "É preciso sentar, colocar as nossas difeque a gente tenha coragem de renças em torno de uma mesa e fazer as coisas que tentar discutir quais são as soluções que nós ainda não fizecada um de nós quer mos, porque fazer a deixar para os nosmesmice qualquer Este País sos filhos no mundo um faz, fazer as coido trabalho e da presas diferentes é o de- nunca foi safio que está coloca- discutido para vidência social", disse Lula. "Este País do para nós. E eu vou valer, nunca foi discutido d i z e r p a r a v o c ê s discutido com uma coisa: nós vapara valer, nunca foi a seriedade discutido com a semos ter que discutir que precisa. reformas", afirmou. riedade que precisa. A intenção do goIdem F u i r e e l e i t o p a r a mais quatro anos e verno, explicou o não quero fazer o presidente, não é preparar uma proposta unila- mesmo que já fiz nos primeiros teral, mas discutir e construir quatro." (Agências)
(Rio Grande do Sul), ambos do PSDB, já comunicaram que suas posses são "conflitantes", disse o organizador da cerimônia. O governo não prevê esquema para que os convidados evitem problemas com o "apagão aéreo". Serra – A festa da posse de José Serra custará R$ 100 mil. A orientação é utilizar ao máximo os recursos do governo e contratar somente o que o Estado não dispõe. A festa está prevista para começar às 15h30 com a ceri-
mônia de posse na Assembléia Legislativa. Depois Serra seguirá para o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual, para a transferência de cargo. No auditório principal do palácio, ele se despede do antecessor, Cláudio Lembo (PFL), e dá posse aos seus secretários. A previsão é que o evento termine por volta das 18 horas. Entre celebridades, já confirmou presença na festa a apresentadora Hebe Camargo. (Agências)
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reajuste do salário mí- cado de trabalho e nas receitas nimo de R$ 350 00 pa- e despesas da União, dos estara R$ 380,00 injetará dos e dos municípios. Dados da Pesquisa Nacional R$ 8,5 bilhões na economia brasileira em 2007, segundo por Amostra de Domicílio cálculo do Ministério do Tra- (PNAD), do Instituto Brasileibalho divulgado ontem pelo ro de Geografia e Estatística Palácio do Planalto. Esse total (IBGE), mostram que 26,5 miproporcionará uma arrecada- lhões das 87,1 milhões de pesção extra de R$ 2,1 bilhões em soas ocupadas no mercado de tributos. Com o reajuste para trabalho ganhavam, em 2005, R$ 380,00, o salário mínimo até um salário mínimo. Em geterá aumento real (acima da in- ral, rendimentos de até um salário mínimo são mais comuns flação) de 5,3%. O novo mínimo começa a vi- entre mulheres, principalmengorar em 1º de abril de 2007. te nas regiões Norte e Nordeste Entre 2003 e 2006, o salário mí- e entre trabalhadores sem carnimo já registra um ganho real teira assinada. De acordo com informação de 26,02%, e, em 2007, o ganho do Ministério da dos assalariados Previdência, 15,8 subirá para cerca milhões de benefide 32% acima da inciários do INSS reflação. 15,8 milhões ceberam, em outuPelo acordo asside bro de 2006, exatanado entre govermente um salário no e centrais sindibeneficiários mínimo, e outros cais, de 2008 a 2011 do INSS 550,3 mil recebeo salário mínimo receberam, ram menos que esterá reposição da em outubro, se valor, nos casos inflação acrescida um salário de pensão dividida do crescimento do entre vários depenProduto Interno mínimo dentes. Bruto (PIB) verifiIronias – Derrocado no ano anterior. A data de vigência do rea- tado na mesa de negociações, o juste será antecipada em um ministro da Fazenda, Guido mês a cada ano, começando a Mantega, foi alvo de críticas e vigorar em janeiro a partir de ironias na cerimônia de assina2010. Em 2011, a política de rea- tura do acordo de uma política permanente de reajuste do sajuste do mínimo será revista. O acordo prevê ainda um lário mínimo. Enquanto o prereajuste de 4,5% na tabela do sidente Luiz Inácio Lula da SilImposto de Renda da Pessoa va e o ministro do Trabalho, Física de 2007 a 2010. O texto Luiz Marinho receberam inúdo acordo será enviado ao meros elogios das lideranças Congresso Nacional, na forma sindicais, Mantega foi atacado de projeto de lei, para votação por ter defendido nas negociações um reajuste menor. em plenário. O presidente da Força SindiSegundo o Ministério do Trabalho, os efeitos da política cal, Paulo Pereira da Silva, , foi de valorização do mínimo con- irônico ao "agradecer" de fortida no acordo serão monitora- ma debochada a participação dos a partir de indicadores pa- do ministro da Fazenda nas nera avaliação do seu impacto na gociações (veja reportagem nesta distribuição de renda, no mer- página). (AE)
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Tr i b u t o s Finanças Negócios Empreendedores
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CORES DO VERÃO TAMBÉM GANHAM DESTAQUE
Descontos ajudam a desovar estoques e chegam a 50% nas peças de vestuário
Fotos: Marcos Fernandes/LUZ
BRANCO AJUDA A ELEVAR AS VENDAS DE RÉVEILLON Setor de vestuário é o que mais lucra em razão das superstições de fim de ano
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epois de comemorar as vendas do Natal, chegou a hora de apostar no Réveillon. Mas, contrariando a tradição, as roupas brancas não serão as únicas com presença confirmada nas festas de Ano Novo. Peças verdes e vermelhas, com toques pratas e dourados, também despontam nas vitrines neste ano. Quem acredita no poder tradicional do branco e nos bons fluidos que a cor traz decorou a vitrine das lojas com vestidos, saias, blusas e calças brancos. A comercialização desse tipo de produto deve representar até 30% das vendas nesta última semana de 2006. A gerente da loja de moda feminina Collins, Maria de Lurdes Martins Rosciano, está apostando alto nos negócios destes últimos dias antes do réveillon. "Não tem como fugir do tradicional. Boa parte das clientes da loja está procurando roupas brancas", disse. A segunda cor no alvo do Ano Novo, segundo ela, é o verde-bandeira. Os preços promocionais das peças, que chegam a ter até 50% de desconto, devem impulsionar ainda mais as ven-
Valmit Trindade: somente branco
das para o réveillon, de acordo com a gerente da Collins. "Temos mais de 20 modelos de vestidos brancos entre R$ 49 e R$ 179", exemplifica. "Triplicamos as vendas de dezembro em relação ao mês anterior, e com o bota-fora de janeiro a expectativa é de ultrapassar o volume deste mês", complementa Maria de Lurdes. A gerente da Armazém – loja de moda jovem localizada no Shopping Santa Cruz – Valmit Pereira Trindade, disse que não abre mão de começar o Ano Novo de branco, e acredita que essa tradição não vai
mudar. Em sua loja, cerca de 40% dos produtos são brancos. "Todas as peças possuem detalhes em dourado ou prateado, o que dá um toque especial a elas", destacou a gerente, mostrando uma de suas peças favoritas, um short e uma blusa com motivos dourados. Mas há quem gosta de cores menos tradicionais, como o roxo e o lilás. A gerente da Handbook – loja de moda jovem –, Gláucia Cristina Gazola, disse que essas são as cores do verão, e está apostando nelas na decoração de sua vitrine. "Nosso público é aquele que vai viajar, que gosta de roupas descoladas", afirmou a gerente, que comemora as vendas desta última semana do ano: "Pensávamos que o forte desta semana seriam as trocas de presentes do Natal, mas as vendas estão superando as substituições. Nossas expectativas são muito positivas". Lingerie da sorte – Superstições à parte, já virou tradição vestir uma calcinha nova na virada de cada ano. Para quem acredita na força das cores, a grife de lingerie Any Any desenvolveu, especialmente para o réveillon, a linha "Calcinhas Da Sorte".
Lojistas aproveitam as tradições do Réveillon para a impulsionar as vendas na última semana de 2006
A loja reforça que cada cor tem seu significado. Para quem busca um grande amor, a cor escolhida é rosa, que ajuda a despertar os sentimentos mais puros. Cor da comunicação, o amarelo é indicado para quem quer vencer a timidez, estimular a memória e garantir sucesso nos negócios. O ver-
N
melho desperta a paixão e simboliza vitalidade. Representante da paz e da harmonia, o branco traz luz e energia. Todas as calcinhas vêm com um charmoso bolsinho para que nele sejam depositados os pedidos da virada do ano. Outro charme, que vai agradar os esotéricos, é a embalagem em
forma de pirâmide, que garante atrair bons fluidos em 2007. A estudante Rafaella Ribas de Almeida, de 21 anos, não abre mão de usar uma peça na cor vermelha. "Vermelho é a cor da paixão. Não dá para ficar sem”, brincou enquanto escolhia uma nova peça. Maristela Orlowski
As cores para atrair sorte
a dúvida de qual cor usar no Réveillon? Saiba quais são os significados de cada cor. O amarelo é a cor do sol, do ouro e de Oxúm, o orixá que simboliza a riqueza. O amarelo não simboliza apenas a fortuna material, mas também a fecundidade e a abundância de fatos positivos no Ano Novo.
Já o azul também é uma cor positiva para saudar o Ano Novo. Está relacionada à tranqüilidade e ao lado espiritual da vida. O branco é a cor tradicional nas festas de réveillon no Brasil. Além de ser a cor símbolo de Yemanjá, simboliza luz, pureza, sabedoria e paz. O lilás representa a reenergização e o renascimento.
Quem quer recarregar totalmente as baterias para o ano que se aproxima, use uma peça de roupa lilás. O rosa simboliza renovação e transformação para as mulheres. Ideal par quem deseja ter um ano bem diferente e cheio de mudanças. O vermelho é a cor da força, da coragem e principalmente da paixão. (MO)
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quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
Internacional
Kevin Lamarque/Reuters
Os funerais serão realizados em Washington e em Grand Rapids, Michigan, onde Ford passou a adolescência.
Morre Gerald Ford, o presidente não eleito dos EUA Ford foi o único presidente e vice-presidente não eleito nos EUA. Ele assumiu a vice-presidência em 1973, em meio a um caso de corrupção. Dez meses mais tarde, Nixon renunciou por causa do Watergate e Ford se tornou presidente.
National Archives/AFP
Em Washington (acima) bandeiras a meio-pau em memória a Ford. À esquerda, Nixon e Ford em 1974, antes do Watergate. Abaixo, os expresidentes George Bush, Ronald Reagan, Jimmy Carter, Gerald Ford e Richard Nixon.
Viúva recebe apoio
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viúva de Gerald Ford, Betty, recebeu ontem as condolências de políticos e personalidades que descreveram seu marido como um homem de caráter. Entre os que falaram com Betty Ford estão o vicepresidente dos EUA, Richard Cheney, o governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, e Nancy Reagan, viúva de Ronald Reagan.
Gary Cameron/Reuters
O
ex-presidente Gerald Ford, que assumiu o poder após o escândalo Watergate e a renúncia de Richard Nixon, morreu às 18h45 de terça-feira (0h45 de quartafeira em Brasília) em sua casa em Rancho Mirage, cerca de 209 km a leste de Los Angeles, aos 93 anos. Não foi divulgada a causa da morte. Ford foi o único presidente e vice-presidente não eleito nos Estados Unidos. Ele assumiu a vice-presidência em 1973, quando Spiro Agnew renunciou em meio a um caso de corrupção. Dez meses mais tarde, Nixon também renunciou para evitar um processo de impeachment por causa do escândalo Watergate e Ford tornou-se o 38º presidente americano em 9 de agosto de 1974. Ford defendeu até sua morte o polêmico perdão que concedeu a Nixon, evitando que ele fosse para a prisão. Após investigação, Nixon admitiu que sabia do arrombamento e da colocação de escutas nos escritórios do Partido Democrata no complexo Watergate.
Ford foi acusado de ter feito um acordo com Nixon para garantir a Casa Branca para si. Ele negou ter feito um acordo, mas a concessão do perdão acompanhou o resto de sua presidência – que durou dois anos e meio. Na eleição de 1976, Ford derrotou seu desafiante dentro do Partido Republicano, Ronald Reagan, para perder a presidência para o democrata Jimmy Carter. Ford foi também o ex-presidente americano que mais tempo viveu, superando Ronald Reagan, que morreu em junho de 2004, em mais de um mês. "Sua vida foi repleta com o amor de Deus, de sua família e de seu país", disse sua mulher, Betty. O escritório de Ford não revelou a causa de sua morte, que ocorreu após um ano de problemas de saúde. Ele teve uma pneumonia em janeiro, sofreu uma angioplastia e teve um marca-passo implantado em agosto. Os funerais serão realizados em Washington e em Grand Rapids, Michigan, onde Ford passou a adolescência. História - Ford nasceu em 14
de julho de 1913 em Omaha, Nebraska, e foi batizado como Leslie Lynch King. Quando completou dois anos, seus pais se divorciaram e sua mãe se mudou para Grand Rapids. Sua mãe de casou novamente e ele passou a adotar o nome do padrasto, Gerald Rudolph Ford. Ele só foi conhecer seu pai biológico quando cursava o ensino médio e trabalhava em um restaurante grego. O presidente americano, George W. Bush, declarou ontem em sua fazenda em Crawford, Texas, que Ford ajudou a reconciliar os EUA. "Ele assumiu o poder em um período de grande divisão e turbulência, para uma nação que necessitava de reconciliação e para um cargo que exigia um comando firme e seguro. Ford chegou no momento em que mais o necessitávamos", disse Bush. Quando deixou a presidência, Gerald Ford disse estar orgulhoso por entregar o país ao presidente Carter em melhor estado do que quando assumiu o poder. Ford esteve na Casa Branca por apenas 895 dias. Seu mandato incluiu duas tentativas de morte, a fuga dos americanos de Saigon durante a Guerra do Vietnã, a captura de um cargueiro dos EUA pelos cambojanos e constantes disputas com o Congresso. Os críticos ridicularizaram suas ocasionais gafes e tropeções, dizendo que ele "não conseguia andar e mastigar chiclete ao mesmo tempo". (AE)
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Indicadores Econômicos
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0,46
por cento foi a alta do índice Nikkei, da bolsa de valores de Tóquio, no pregão de quarta-feira.
27/12/2006
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 22/12/2006 22/12/2006 22/12/2006 22/12/2006 22/12/2006
P.L. do Fundo 12.751.731,32 2.032.355,35 12.176.645,02 19.702.869,63 1.398.861,17
Valor da Cota Subordinada 1.294,971811 1.133,148279 1.245,801999 1.105,626376 1.175,008010
% rent.-mês 1,9594 0,8782 5,7701 2,3536 1,7009
% ano 32,5497 13,3148 24,5802 10,5626 17,5008
Valor da Cota Sênior 1.032,818067 1.119,839570 1.137,521381 0 0
% rent.-mês 0,8652 0,7948 0,9353 -
% ano 3,2818 11,9840 13,7521 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
Logo Logo DIÁRIO DO COMÉRCIO
Kimimasa Mayama/Reuters
O Maracanã sempre foi o grande símbolo do futebol brasileiro. Todos os jogadores da minha época tinham o sonho de jogar lá. Mas, para os padrões da Fifa, ele já está bastante ultrapassado e seria necessário fazer um trabalho definitivo para que o Maraca possa voltar a ser o maior. De Zico, defendendo a utilização do estádio na Copa de 2014, que pode acontecer no Brasil.
quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
DEZEMBRO
2 -.LOGO
www.dcomercio.com.br/logo/
28 Dia da Marinha Mercante
T ECNOLOGIA T AILÂNDIA
Macaco anuncia perigo cantando Gibões da Tailândia avisam uns aos outros sobre a presença de predadores cantando como pássaros, afirmam cientistas da Universidade de St. Andrews. É a primeira vez que o comportamento é encontrado em outros primatas que não os seres humanos. Em artigo publicado ontem na revista científica PLoS, os pesquisadores relatam que o gibão emite advertências sob a forma sons semelhantes a canções. Os gibões
são conhecidos por emitir sons elaborados que ecoam pela floresta, a uma distância de até um quilômetro, para atrair parceiros. Para testar a resposta dos macacos ao perigo, a equipe colocava modelos de predadores – leopardos, cobras e águias – perto de um grupo dos gibões, e gravava um áudio da reação. Os sons emitidos nessas situações são semelhantes aos de pássaros e são diferentes em cada situação.
J APÃO Yoshikazu Tsuno/AFP
Com o coração na internet
E SPAÇO Starsem/Reuters
Médicos brasileiros criam aparelho portátil que permite monitorar coração pela web
U
m grupo de médicos e engenheiros brasileiros criou o primeiro aparelho portátil capaz de detectar arritmias (alteração nos batimentos cardíacos) e mandar os dados em tempo real para a internet. Previsto para ser lançado em janeiro no País, por R$ 2 mil, ele promete acabar com uma das maiores dificuldades dos cardiologistas, que é registrar a arritmia no momento em que ela ocorre. O dispositivo (Web Looper) é formado por dois eletrodos que são fixados no peito com adesivos, e uma base (caixinha no comprimento de uma caneta), que pode ser levada no bolso. A caixa contém uma placa de telefone celular, uma bateria e um eletrocardiógrafo (que registra os batimentos). Ao detectar algum sintoma, o
paciente aperta um botão na base e o eletrocardiograma é enviado por meio de sinais digitalizados para uma operadora de celular, que envia os dados para a internet. O sinal enviado é um eletrocardiograma de 45 segundos, com 15 segundos registrados antes do sintoma. Assim, o médico pode analisar o exame de qualquer parte do mundo praticamente ao mesmo tempo em que ocorrem os sintomas. No mercado há dois tipos de aparelhos portáteis para arritmia: o holter, que grava os batimentos cardíacos ininterruptamente durante 24 horas, e o looper, que pode ser programado pelo médico e gravar, por exemplo, só no momento em que os sintomas aparecem. "A maior vantagem do Web Looper é o sistema de comunicação", avalia o cardiologista Fábio Sândoli de Brito, respon-
sável pelo Serviço de Holter do Laboratório Fleury e dos hospitais Albert Einstein e SírioLibanês, de São Paulo. "Até hoje, os pacientes tinham de ir até o consultório levar o aparelho para o médico descarregar os dados num computador com um modem específico ou enviavam os dados por sistema de transtelefônica (transmissão do som codificado pelo telefone), cujo resultado é deficiente, qualquer ruído pode atrapalhar o sinal." Arritmia é a alteração dos batimentos cardíacos (aceleração, redução e descompassos), que podem durar de segundos a minutos. A maior incidência é entre os pacientes que têm de 15 a 45 anos de idade. Os principais sintomas da doença são tontura, mal-estar, escurecimento da visão e rápidos desmaios. http://ecgweb.com.br
Rizwan Tabbasum/AFP
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A fabricante de brinquedos e-Revolution apresenta boneca e um sensor miniatura para ser colocado nos vasos de plantas. Quando o "jardineiro" toca as pétalas ou folhas, a boneca fala até 200 frases diferentes.
Satélite busca mais de 100 mil planetas O lançamento do satélite francês Corot, que conta com participação de pesquisadores brasileiros, foi feito ontem com sucesso. O satélite decolou às 12h23 (de Brasília) a bordo de um foguete Soyuz da base espacial de Baikonur, no Casaquistão. Pela primeira vez os cientistas terão a possibilidade de encontrar planetas rochosos e pequenos, semelhantes à Terra, fora do nosso sistema solar. Pelos próximos três anos ele ficará na órbita da Terra observando estrelas semelhantes ao nosso Sol e os planetas que giram em torno delas. Em um ano, o satélite deve observar cerca de 100 mil estrelas e descobrir pelo menos, mil novos planetas. B RAZIL COM Z
C INEMA
Ferrovias modernizadas
James Brown nas telas
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ativamente do desenvolvimento do projeto, além de garantir o acesso aos direitos autorais sobre suas músicas. "Assim como todo mundo, fiquei surpreso e triste ao saber que James Brown tinha morrido", disse Brian Grazer, produtor do filme. "Como o conhecia bem, e depois de passar bastante tempo com ele e pesquisando sobre sua vida, não surpreende que ele tenha morrido no Natal. Ele foi um showman até o fim". O filme mais recente de Spike Lee, O Plano Perfeito, foi produzido por Grazer
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O cineasta Spike Lee já assinou um contrato para fazer um filme sobre James Brown, o "pai do soul", que morreu esta semana aos 73 anos, afirmou ontem a revista norteamericana Daily Variety. A produção deve ter início em 2008. Brown morreu de insuficiência cardíaca na segunda-feira. Nos últimos anos, filmes póstumos sobre os cantores Ray Charles e Johnny Cash conseguiram bons resultados nas bilheterias e no Oscar. A Daily Variety afirmou que Brown participou C A R T A Z
SACRIFÍCIO - Vendedor paquistanês observa um boi que salta do caminhão em Karachi, na maior feira de animais do país. Os muçulmanos celebram em 1º de janeiro mais um Eid Al-Adha, festival religioso em que são sacrificados milhares de animais após as rezas. H ISTÓRIA
CCBB Oficinas do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Tema: Reciclos e Resíduos sobre a preservação do meio ambiente. Rua Álvares Penteado, 112. Das 10h às 19h. Telefone: 3113-3651. Grátis.
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ntre 1816 e 1831, inclusive, Jean Baptiste Debret (1768-1848) passou uma longa temporada no Brasil. Ele registrou, então, o País num de seus períodos mais férteis politicamente: a Independência e a abdicação de D. Pedro I. O resultado: Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, com litogravuras pintadas a mão pelo artista, foi transformado em livro e um rico registro de aspectos sociais, geográficos e políticos do Brasil da primeira metade do século XIX. A Biblioteca Pública de Nova York, que tem uma infinidade de imagens do mundo todo, reuniu em alta definição 155 imagens produzidas por Debret. O jeito mais fácil de encontrá-las é buscar por seu nome no endereço abaixo.
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Uma caneta cuja ponta é de uma liga especial de metal, que escreve como se fosse tinta. A técnica é conhecida há séculos, e foi usada até por Leonardo da Vinci. Segundo o fabricante, a ponta metálica pode agüentar até 25 anos de escrita. Por cerca de US$ 30 na Grand Illusions.
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O site Apontador lançou um serviço de Rota Rodoviária para todos os internautas que precisem se deslocar entre os 5.559 municípios brasileiros. Além de indicar os caminhos para chegar ao destino escolhido, o site, integrado a tecnologias de fotos aéreas do Google Earth, informa o consumo médio do veículo, preço pago pelo combustível e velocidade média do percurso e os valores de pedágio, o que permite calcular antecipadamente o custo da viagem.
O site francês especializado em notícias do setor de construção Le Moniteur Expert divulgou ontem um estudo mostrando que, até 2010, o Brasil investirá cerca de US$ 5,8 milhões para modernizar sua malha ferroviária. A modernização, financiada pelo BNDES, incluirá ainda a expansão da rede em cerca de dois mil quilômetros, que serão construídos pelo próprio governo. Nos últimos dez anos, segundo Le Moniteur Expert, o setor público representou cerca de 5% do total investido no setor ferroviário brasileiro. O site avalia ainda as condições do transporte ferroviário no País, que perde para o rodoviário apesar de ser mais barato.
Reproduções do site
A LEMANHA
Fugindo do trabalho
Imagem maior, no alto: mulatas vão passar o Natal no campo. Abaixo: saída da escola. Ao lado, detalhe da vegetação brasileira.
Uma alemã de 21 anos que não estava com vontade de ir trabalhar em um restaurante de fast food enviou uma mensagem de texto a seus pais dizendo que havia sido seqüestrada. A polícia da cidade de Straubing disse ontem que eles tinham iniciado uma enorme busca pela região para a mulher, que desapareceu no dia 23 de dezembro, mas apareceu ilesa na manhã seguinte, dizendo que o seqüestrador a tinha libertado. Um portavoz disse que a mulher foi questionada durante o Natal e admitiu ter inventado a história porque devia 25 euros (US$ 32,9) a um colega e não tinha o dinheiro para pagar a dívida. Ela agora enfrenta uma multa de até mil euros. L OTERIAS Concurso 683 da LOTOMANIA 01
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Ameaçado de morte por defender a Amazônia, bispo é protegido por escolta militar Aquecimento global: temperatura na Amazônia poderá subir 8 graus em 100 anos O Jardim Botânico do Rio será sede do Museu do Meio Ambiente a partir de 2008
quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
Nacional Empresas Finanças Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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5,36% FOI A TAXA MÉDIA DO EMPRÉSTIMO PESSOAL
568,5
bilhões de dólares foi o aumento do valor de mercado das empresas negociadas na Bovespa
TAXA COBRADA PELAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS TEVE LIGEIRA REDUÇÃO EM 2006, SEGUNDO O PROCON-SP
JUROS BANCÁRIOS ESTÃO EM QUEDA Bovespa bate pico histórico de 44 mil pontos
E
mbalada pela alta das bolsas norte-americanas, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) operou em alta durante todo o pregão de ontem e rompeu o patamar dos 44 mil pontos pela primeira vez na história. O Ibovespa (principal indicador da bolsa paulista) e n c e r ro u o d i a e m a l t a d e 2,12%, aos 44.526 pontos. A variação da cotação do dia também assinalou novo pico histórico, aos 44.470 pontos. O volume financeiro melhorou em relação aos últimos pregões, ultrapassando R$ 2 bilhões. "Mais uma vez o mercado demonstrou que os investidores acreditam que os fundamentos da economia são bons e que ainda existem papéis baratos", avaliou o analista do banco HSBC Fábio Zagatti. O Ibovespa operou em alta discreta na parte da manhã e ganhou impulso no período da tarde, após o índice de novas moradias nos Estados Unidos em novembro sair acima do esperado e animar ainda mais as negociações em Wall Street. No âmbito interno, as ações de companhias aéreas ajudaram a manter o ritmo positivo; e as ações da Petrobras, as mais negociadas, também influenciaram o resultado, fechando valorizadas em 1,89% e cotadas a R$ 49,50. (Reuters)
Empresas da Bovespa elevam valor de mercado
O
valor de mercado das companhias negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) cresceu 543% durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No período, o estudo da consultoria Economática mostra que o a u m e n t o c o r re s p o n d e u a US$ 568,5 bilhões, o equivalente ao valor das gigantes da Exxon Mobil e Wells Fargo juntas. Em 2006, o valor das quase 300 companhias listadas na Bovespa atingiu a cifra histórica de US$ 673,2 bilhões em 2006. O setor de veículos e peças liderou o ranking de maiores altas no pregão neste ano, com ganho médio de 128%. No período, o Ibovespa (principal indicador da bolsa paulista) teve alta de 29,6%. O estudo considerou a média das variações dos preços das ações de cada segmento, ponderada pela liquidez, até o dia 22. Setor automotivo – O cálculo inclui ainda a reaplicação de dividendos. O bom desempenho do setor pode ser explicado pela retomada das vendas no mercado interno em 2006. Nos últimos anos, o segmento automotivo brasileiro foi sustentado pelas exportações. A mudança de comportamento se deve à valorização do real
frente ao dólar (o que reduz a competitividade dos produtos nacionais no exterior) e a queda das taxas de juros no mercado doméstico. Esse fator permitiu que o mercado oferecesse ao consumidor prestações mais baixas e prazos mais longos nos financiamentos. Para o economista Raul Velloso, apesar da expectativa de desaceleração, a indústria automobilística crescerá acima da média do País e o juro será o motivador do aumento de compras de veículos. Já o setor de autopeças deve acompanhar as montadoras. O Sindicato Nacional da Indústria de Componentes Automotivos (Sindipeças) projeta aumento de 3,9% no faturamento do setor em 2007, para US$ 29,5 milhões. Atualmente, 61% da receita do setor é gerada pelas vendas diretas às montadoras. Mas outros fatores, como o aumento do índice de nacionalização de peças nos automóveis, além do crescimento do mercado de reposição (responsável por 11% da receita) deverão contribuir para a expansão do setor. O setor de química e petroquímica – que tem peso na bolsa – foi o único a terminar 2006 com variação média negativa das ações (6,83%). (AE)
O
movimento médio das taxas de juros bancários das instituições financeiras apresentou tendência maior de queda no ano, em comparação com 2005. Houve decréscimo de 0,03 ponto percentual na taxa média para empréstimo pessoal e de 0,05 ponto percentual no cheque especial. É o que revelou a pesquisa anual de juros bancários divulgada ontem pela Fundação Procon-SP. Segundo a pesquisa, a taxa média aplicada para empréstimo pessoal foi de 5,36% ao mês, e de 8,2% para o cheque especial. Em 2005, a taxa média para empréstimo pessoal havia fechado em 5,39% ao mês. Segundo o Procon-SP, em 2006 os bancos que apresentaram a maior taxa média anual de empréstimo foram o Itaú e Real, com aplicação de taxa de 5,95% ao mês. As menores taxas foram verificadas na Nossa Caixa, que teve taxa média anual de 4,25% ao mês. A diferença entre a maior e a menor taxa média foi de 1,7 ponto percentual. No caso do cheque especial, em 2005, a média da taxa de juros aplicada pelas instituições financeiras, segundo o Procon-SP, foi de 8,25%. Conforme a pesquisa, o banco que registrou a maior taxa média anual foi novamente o Itaú (8,5% ao mês) e o que aplicou a menor taxa foi a Caixa Econômica Federal (7,33% ao mês). A diferença entre os dois bancos ficou em 1,17 ponto percentual.
O Procon-SP ressaltou ainda que o movimento das taxas médias durante o ano foi constantemente de queda, tanto no cheque especial como no empréstimo pessoal, ao contrário do que ocorreu em 2005. O início do ano apresentou as maiores taxas, em comparação com o ano passado, tendendo para queda já em abril, acompanhando o corte da taxa Selic, que de março para abril caiu de 17,25% para 16,5% – variação de -0,75 ponto percentual. No
8,2 por cento é a taxa média anual cobrada pelos bancos pelo uso do cheque especial, de acordo com a pesquisa do Procon-SP empréstimo pessoal houve interrupção de queda nos meses de julho e dezembro, e no cheque especial o decréscimo foi paralisado em junho, quando registrou alta em comparação com o mês de maio. Inadimplência – De acordo com a entidade, o nível de inadimplência, especialmente no varejo, foi a principal razão para os bancos não diminuírem ainda mais suas taxas. A ampla
oferta de financiamento, expansão de crédito, e o crescimento "modesto" dos salários mínimos, segundo o ProconSP, foram fatores que facilitaram o endividamento dos consumidores. A entidade lembra ainda que apesar do taxa Selic ter atingido o menor índice "da história brasileira", o País ainda lidera o ranking dos juros reais, ou seja, a taxa Selic, com inflação descontada. O Procon-SP destacou ainda que o custo do dinheiro deixou de ser o fator de maior peso na composição das taxas para os bancos e financeiras, cedendo lugar para fatores como custo dos depósitos compulsórios, custos operacionais, carga tributária e inadimplência. Entretanto, segundo a entidade, o lucro dos bancos, que também é um fator na composição da taxa de juros, foi "excelente", o que contribuiu para a continuidade de um alto "spread" bancário – diferença entre o que pagam para captar recursos no mercado e o que cobram do consumidor. A pesquisa ainda fez uma avaliação do comportamento das financeiras e bancos: "A palavra de ordem é cautela. Procurou-se alertar o consumidor para a necessidade de um planejamento do orçamento com critério, recorrendo ao crédito somente em casos de real necessidade, evitando a inadimplência. E o alerta deverá se manter para o próximo ano", disse o Procon-SP em nota. (AE)
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
DOISPONTOS -77
recuperação após dois anos problemáticos, precisa do bom estado das rodovias para não perder todo esforço de produtividade que realiza do lado de dentro da porteira.
O espetáculo do crescimento será pífio (se nada for feito)
O
favorável aos investimentos. Além disso, a omissão das autoridades tem levado a que os "movimentos sociais " mostrem sua verdadeira face, ao atacar empresas, laboratórios e campos experimentais, revelando sua decisão de impedir o desenvolvimento do agronegócio brasileiro, o que atende muito a interesses externos.
José Paulo Lacerda/Ag. Pixel
O
desempenho da economia em 2007, em grande parte, já está dado pelos investimentos feitos anteriormente, os quais se mostram insuficientes para um crescimento do PIB de 5%. É possível, contudo, acelerar a expansão da economia no curto prazo através de estímulos ao consumo, sem pressionar a inflação, graças à existência de capacidade ociosa na indústria, e às importações. Essa trajetória, no entanto, não é sustentável se não houver aumento dos investimentos, especialmente na infra-estrutura, que vem se constituindo em gargalo para o aumento da produção e da produtividade. Embora o presidente Lula tenha manifestado disposição de eliminar dificuldades burocráticas que travam in vestimentos em muitas áreas, ainda persistem muitos obstáculos que desestimulam os empresários a investirem, alguns dos quais dependem de reformas profundas e, outros, apenas de atitudes e decisões do governo.
M
uito pode ser feito para diminuir os entraves e os custos burocráticos para as empresas, se o presidente da República realmente se empenhar nisso. Infelizmente, o que se assiste no momento no país é o caminho inverso, com a burocratização crescente promovida pela Receita, sem se importar com os custos e os problemas que isso vem gerando para o setor privado. G Os "movimentos Ao invés da informática servir para reduzir as sociais" mostram exigências burocráticas, sua verdadeira face o que se assiste é a "inforao atacar empresas, matização e expansão da laboratórios burocracia". e campos de Os investimentos em pesquisas. infra-estrutura se ressenImpedem o tem da falta de normas desenvolvimento mais claras para as PPPs e do agronegócio da politização e enfraquecimento das agências e atendem reguladoras, o que eleva a interesses os riscos de decisões de externos. longo prazo. Não se ouviu, até agora, qualquer menção do presidente, sobre o assunto, que depende mais de decisão política do que de reformas. Também não se acena com corte de gastos para liberar recursos para investimentos.
Marcel Solimeo
Marcos Michael/AE
presidente Lula tem mostrado seu inconformismo com a medíocre expansão do PIB em 2006, pois o "espetáculo do crescimento" prometido por ele não se concretizou, observando-se, mais uma vez, resultado pífio do desempenho da economia, apesar do cenário externo extremamente favorável. Em função disso, o presidente Lula "decretou" que em 2007 o Produto Interno Bruto deverá crescer no mínimo 5%, embora tenha revelado não saber como obter esse resultado, no que é acompanhado por seus assessores, que mostram igual perplexidade sobre o que fazer. Esse desafio também preocupa a maioria dos economistas brasileiros, uma vez que é preciso compatibilizar a meta de crescimento do PIB com o controle da inflação. Talvez a maior razão da perplexidade de Lula e seus assessores com o desafio de fazer o PIB crescer 5% em 2007 resulte do fato de que o governo não promove o crescimento da economia, o qual depende do setor privado, cabendo a ele apenas criar as condições para estimular investimentos que propiciem o aumento da produção e, sobretudo, o da produtividade, condição indispensável para melhorar o nível de bem-estar da população.
A
G Lula descobriu
que o governo não promove o crescimento da economia. Estimula investimentos que propiciam o aumento da produção e da produtividade. Cabe ao setor privado promover o crescimento.
o descartar a reforma da Previdência, como anteriormente já se abandonou a trabalhista, cuja legislação obsoleta responde por grande parte da informalidade da mão de obra, insiste-se apenas na tributária. Uma reforma tributária que não seja precedida, ou, pelo menos, seguida de forte redução dos gastos públicos, constituirá um risco para os contribuintes, pois não será possível extrair da sociedade o equivalente a cerca de 40%, sem recorrer a tributos de baixa racionalidade ou a alíquotas excessivas. Qualquer reforma que s e p re t e n d a f a z e r s omente poderá ser implementada de forma gradativa, o que diluiria seus impactos ao longo do tempo, não contribuindo para o resultado da economia no curto prazo, embora o mercado possa antecipar os benefícios das mesmas.
P
A
tolerância, e até a conivência e est í m u l o , d o g overno com os autodenominados "movimentos sociais", cuja atuação de violência e desrespeito às leis, faz com que suas reivindicações se transformem em exigências, às quais o executivo capitula. Embora, no geral, tais agressões ocorram no campo, sem o respeito integral ao direito de propriedade, não será possível criar um clima
Marcos Peron/Virtual Photo
Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
ANTONIO DELFIM NETTO
CORRENDO
Marcos Peron/Virtual Photo
RECEITA PARA O
BRASIL 2007
G O crescimento da economia deve ficar
na casa dos 3,5%. Se nada for feito, o "espetáculo" estará comprometido, não apenas em 2007, como nos próximos anos.
arece que o crescimento da economia em 2007 não deverá atingir ao " decretado" pelo presidente, ficando na casa dos 3,5%. Se nada for feito, no entanto, em relação aos pontos levantados, o " e s p e t á c u l o d o c re s c imento" estará comprometido, não apenas em 2007, como nos próximos anos. MARCEL SOLIMEO É SUPERINTENDENDE DO
INSTITUTO DE ECONOMIA GASTÃO VIDIGAL, DA ACSP
ATRÁS DO PREJUÍZO (2)
N
o comentário da semana passada fiz um rápido apanhado das causas do baixo crescimento da economia em 2005 e 2006, quando deixamos de aproveitar o que pode ter sido a fase terminal de um dos períodos mais dinâmicos de expansão da economia mundial. O Brasil teve claramente, em 2004, a oportunidade de acompanhar o ritmo ascendente da economia global, tendo superado numa larga medida o problema do risco externo que o constrangia, mas esbarrou mais uma vez na estultice de uma política monetária dominada pela idéia que "se crescer mais de 3% ninguém segura a taxa de inflação!"... Em 2005, esfriamos o entusiasmo do setor industrial e em 2006 repetimos a mão pesada da política monetária, de tal sorte que chegamos ao final do ano com o PIB crescendo vergonhosamente menos de 3%, com a inflação longe da meta.
O
resultado é de tal forma vexatório que vai produzir os necessários ajustes na política monetária. Deve ajudar também o governo a colocar em prática, finalmente, o programa de controle de suas despesas de custeio para os próximos quatro anos, de modo a recuperar a capacidade de investimento público. Apesar da enormidade da carga de impostos, o governo só tem condição de investir hoje menos de 1% do PIB. Ele precisa mostrar ao setor privado que é capaz de continuar reduzindo a relação Dívida/PIB, o que lhe permitirá fazer duas coisas absolutamente fundamentais para a retomada do desenvolvimento: recuperar a capacidade do investimento público, garantindo ao setor privado que não faltarão recursos para expandir a oferta de energia, e que é possível reconstruir a malha rodoviária que foi praticamente consumida nos últimos vinte anos. Sem um horizonte seguro de fornecimento de energia, a indústria não investe. O setor agrícola, que está começando uma
É
preciso dar motivos ao setor industrial para acreditar nessas garantias. Além de desonerar os novos investimentos, o governo pode dar o sinal que está disposto a compartilhar os riscos do desenvolvimento, simplesmente alongando os prazos do recolhimento dos impostos que recaem sobre a produção industrial. Governos estaduais importantes como os de Minas e São Paulo estão dispostos a fazer o mesmo com seus impostos. Pode começar pelos setores que habitualmente reagem mais vigorosamente aos estímulos, que têm capacidade de ampliar rapidamente as exportações, como é o caso de toda a cadeia de produção das indústrias automotiva, incluindo autopeças, calçadista, texteis, moveleira e de outros inúmeros segmentos na agroindústria.
S
ó vamos retirar a economia brasileira desta pasmaceira de 2% a 3% de crescimento se convencermos a indústria a investir. Para que o Brasil alcance algo próximo do número mágico de crescimento de 5% já em 2007, a indústria tem que ter um crescimento de 6% ou 7% no mínimo nos próximos meses. As condições que têm que ser criadas para que isso aconteça, só o governo pode oferecer: aliviar a mão pesada da política monetária, deixar o câmbio caminhar para o equilíbrio e perder o medo de estimular quem produz. Aproveito mais uma vez para desejar um muito próspero 2007 aos pacientes leitores. ANTONIO DELFIM NETTO É DEPUTADO FEDERAL (PMDB) E EX-MINISTRO DA FAZENDA DEP.DELFIMNETTO@ CAMARA.GOV.BR
G Além de
desonerar os novos investimentos, o governo pode dar o sinal de que está disposto a compartilhar os riscos do desenvolvimento, simplesmente alongando os prazos do recolhimento dos impostos que recaem sobre a produção industrial.
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DIÁRIO DO COMÉRCIO
RIO DE JANEIRO
quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
TURISMO - 1
AVENTURA EM SÃO PAULO Nesta edição sai a última matéria da série Aventura, publicada a cada mês durante todo o ano de 2006. Conheça aqui a bela Juréia, no litoral sul de São Paulo. Pág 4
A caminho do Pan
Fotos: Divulgação/Riotur
Mesmo com as
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Felipe Varanda/Folha Imagem
A bela Marina da Glória (acima) e o Complexo do Maracanã (abaixo, à dir.) estão entre as estruturas que estão em reformas para serem usadas durante o Pan. Para passeios longe das competições esportivas, há a Cidade do Samba (abaixo, à esq.), o centro com prédios históricos como o Paço Imperial (no pé, à esq.) e, aos boemios, casas de samba, como a Carioca da Gema (no pé, à dir.)
Tasso Marcelo/AE
obras atrasadas, a Cidade Maravilhosa se prepara para se transformar num grande pólo de turismo e esporte. Entre 13 e 29 de julho do ano que está para começar, será palco dos Jogos PanAmericanos. Durante o evento são esperados 5 mil atletas e mais de 15 mil espectadores. E a capital do Rio de Janeiro tem muito a mostrar a seus visitantes. Da novíssima Cidade do Samba ao tradicional bairro da Lapa. Págs. 2 e 3
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.TURISMO
Rio pode ganhar o mundo com o Jogos Pan-Americanos
quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
Divulgação/Riotur
De olho no grande evento esportivo, são diversas as boas-novas que já chegaram ou que estão por vir. A orla de Copacabana ganhará novos quiosques, há o Shopping Leblon, novos hotéis na Gávea e em Santa Teresa... E por aí vai
O
Rio de Janeiro e o Brasil vão ganhar os holofotes do mundo entre os dias 13 e 29 de julho de 2007, quando serão realizados os Jogos Pan-Americanos, segunda mais importante competição esportiva do mundo depois das Olimpíadas. São esperados 5 mil atletas, além de mais de 15 mil espectadores. Mesmo com as obras atrasadas – até agora, nenhuma foi concluída – a cidade espera se tornar um grande pólo do turismo e do esporte no próximo ano. As principais obras e melhorias estão previstas para ocorrer nos locais de realização dos jogos, principalmente em Jacarepaguá, nas proximidades da Barra, e na Marina da Glória, na zona sul,
onde serão disputadas competições aquáticas. Novidades – Em Jacarepaguá, será construída uma arena multiuso e um parque aquático com 5 mil lugares fixos. Na Avenida Ayrton Senna, na Barra da Tijuca, está sendo construída a Vila Pan-Americana, de 210 mil metros quadrados, que irá abrigar os atletas, a um custo de R$ 300 milhões. Na Marina da Glória, onde acontecerão as provas de vela, o cais será ampliado em 500 metros, e o local também irá ganhar um píer flutuante. Além disso, haverá espaço para 1.000 barcos na água, no lugar dos 400 atuais, em obras que irão consumir R$ 41 milhões. Haverá novidades também na zona sul. Toda a região está em obras para receber os visitantes no ano que vem. Recapeamentos, melhorias no calçamento e arborização de
meios-fios são os principais projetos. A orla de Copacabana também ganhará novos quiosques, assinados por arquitetos brasileiros famosos. Outra novidade é a Cidade do Samba (www.cidade dosambarj. globo.com), inaugurada em setembro deste ano na zona portuária, de olho no Pan. Fundada pela Liga das Escolas de Samba e pela Prefeitura, reúne os produtores de carros alegóricos e fantasias de algumas das maiores escolas do País. Os visitantes podem acompanhar de perto o trabalho desses profissionais. Tasso Marcelo/AE
Por Carla Aranha
Cidade do Samba: uma das maiores novidades na cidade. Reúne produtores e fantasias das grandes escolas do País
Ao final do tour, há um pequeno desfile na avenida que imita o Sambódromo. Quem quiser pode vestir uma fantasia e cair no samba. Compras – Há boas-novas também para quem gosta de compras. No dia 6 deste mês foi aberto o Shopping Leblon, na Avenida Afrânio de Melo Franco, em um das áreas mais nobres do Rio. Com 190 lojas
Fotos: Ricardo Moraes/Folha Imagem
Novo, o Shopping Leblon tem cinemas, teatro e centro cultural
espalhadas em 110 mil m², algumas de grifes, como Armani e Ferragamo, o shopping quer ser um pólo de consumo e lazer, com quatro cinemas, um teatro e um centro cultural. A expectativa é que 600 mil visitem o local por mês. Tem mais: o Rio também ganhou novos hotéis este ano, a maior parte deles em bairros tradicionalmente desprovidos de bons endereços para se hospedar. Na Gávea, foi inaugurado o La Maison (tel. 21/ 3205-3585), um charmoso
hotel de somente cinco quartos instalado em um belo casarão (preço das diárias somente sob consulta). Em Santa Teresa, foram abertos o Solar de Santa (tel. 21/ 22212117), também de cinco aposentos, com diárias a partir de R$ 335. E o Mama Ruisa (tel. 21/ 2242-1281), com cinco quartos (a diária para casal está ao redor de R$ 500), todos caprichosamente decorados e com vista inesquecível para a Baía de Guanabara.
O guia para levar ao evento
C
hegou à bancas este mês o Guia Ruas Rio de Janeiro 2007, lançamento do Guia Quatro Rodas. Em novo formato, a publicação traz informações completas sobre os Jogos PanAmericanos 2007, incluindo plantas com a indicação de todos os estádios, complexos esportivos e outros lugares onde serão realizadas as competições e obras viárias construídas para facilitar o
acesso dos atletas à Vila Olímpica. Além disso, indica os melhores hotéis, restaurantes e atrações do Rio de Janeiro e Niterói e reúne telefones e endereços úteis de hospitais, farmácias, consulados, lojas, livrarias, cinemas, shoppings, repartições públicas, delegacias, bombeiros, companhias aéreas, estabelecimentos que funcionam 24 horas e até de escolas de samba.
Atraso preocupante: nenhuma obra para o Pan está finalizada
Noite ferve na Lapa
O
bairro da Lapa, ao lado do centro da cidade, é um dos mais antigos do Rio, com belos casarões do século 19 que permaneceram imunes aos efeitos do tempo – em parte, graças à má fama de que desfrutou o local por muitos anos, o que acabou afugentando a especulação imobiliária e ajudou a preservar os casarões. Prostitutas, assaltantes e gente em geral mal-vista na chique zona sul ocuparam o casario da Lapa até os anos 90, quando, aos poucos, começou um processo de revitalização de toda a região. Hoje, o bairro é um dos mais belos cartões-postais do Rio de Janeiro, com ruas ocupadas por prédios históricos restaurados. Jovens empresários cariocas investiram na região e transformaram muitos das construções em casas de samba com pistas de dança – bebidas de primeira, petiscos caprichados e muita animação completam o clima, fazendo da Lapa o endereço certo para se aproveitar a noite no Rio. Casas como o Rio Scenarium (www.rioscenarium.com.br) e o Carioca da Gema
Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editora Antonella Salem antonellasalem@uol.com.br Sub-editora Lygia Rebello lygiarebello@uol.com.br Chefe de reportagem Arthur Rosa
Fotos: Marcos D'Paula
O bairro boemio abriga várias casas noturnas para todos os gostos. A casa de samba Estrela da Lapa, num casarão centenário, toca de chorinho a black music
(www.barcariocadagema. com.br) são paradas obrigatórias para os cariocas, principalmente a partir de quarta-feira. Neste dia, apresentam-se no Carioca da Gema a cantora Teresa Cristina e o Grupo Semente, que vêm revitalizando o samba no Rio. Convém chegar cedo, antes das 22h, para conseguir uma boa mesa. O Rio Scenarium é um dos bares preferidos tanto por moradores do Rio como pelos estrangeiros que lotam os hotéis da zona sul nessa época do ano. A casa ocupa um sobrado de três andares onde funciona também um
antiquário. Em cada um dos andares ouve-se um determinado tipo de música, entre choro, samba, forró e rock. Tradição – O Clube dos Democráticos (tel. 21/ 22524611), fundado em 1867, é um dos locais mais tradicionais do Rio para dançar até o dia raiar ao som de grandes orquestras exímias no samba e outros ritmos brasileiros. O local pega fogo nas sextas e sábados, e é freqüentado por um público semelhante ao da Estudantina (www.estudantinamusical. com.br), formado por gente da zona sul, velhos e moços,
Vicente de Paulo
pessoas de todas as classes sociais interessadas em exercitar os passos da gafieira. O Estrela da Lapa (www.estreladalapa.com.br), que ocupa um casarão do século 19, é outro dos bons endereços do bairro. Ali se ouve desde samba até chorinho, blues e black music. Também vale a pena conhecer o Trapiche Gamboa (tel. 21/ 2516-0868), próximo à Lapa, com uma imensa pista de dança animada por música ao vivo de primeira. O difícil é ter vontade de ir embora. (C.A.)
Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Djinani S. de Lima Ilustrações Jair Soares e Abê Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo
www.dcomercio.com.br
A badalação na famosa casa de samba Carioca da Gema (ao lado) e no concorrido bar Rio Scenarium (acima), queridinho de locais e turistas, começa a partir de quarta-feira
4
Planalto Congresso Corr upção Estados
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
O acordo anterior (Lei Rouanet) era bom para todo mundo. Marieta Severo, atriz
PT SE DIZ INDIGNADO COM INDICIAMENTOS
Tasso Marcelo / AE 21.12.2006
ARTISTAS SE MOBILIZAM CONTRA LEI DO ESPORTE
Eymar Mascaro
Sinal amarelo
C
om o suposto acordo entre PT e PMDB, a candidatura de Arlindo Chinaglia à presidência da Câmara ganha musculatura, enquanto ameaça se esvaziar a de Aldo Rebelo (PCdoB), candidato à reeleição. O acerto prevê que cada partido presida a Câmara por dois anos, sendo os dois primeiros do candidato do PT. Se vingar o acerto, é provável que Aldo Rebelo se transforme no candidato da oposição, apoiado por PFL e PSDB. Pefelistas e tucanos admitem apoiar a candidatura de Aldo, se o candidato do governo for mesmo Arlindo Chinaglia.
Para a classe, projeto aprovado pela Câmara vai concorrer com a Lei Rouanet. Os artistas, porém, sabem que as chances de veto são poucas.
U
ma comissão de artistas, acompanhada pelo ministro da Cultura, Gilberto Gil, reúne-se hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para pedir que ele retifique a decisão da Câmara, que aprovou a Lei do Esporte na semana passada. A lei permite o abatimento de até 4% do imposto de renda devido pelas empresas que investirem em atividades esportivas, contrariando o resultado da votação no Senado. Além do presidente da Associação dos Produtores Teatrais do Rio, Eduardo Barata, integram a comissão que será recebida pelo presidente as atrizes Fernanda Montenegro, Marieta Severo, Marília Pera e Louise Cardoso; os atores Diogo Vilella e Ney Latorraca; o diretor teatral Amir Haddad; a bailarina Ana Botafogo; o diretor de cinema Diller Trindade, entre outros. A aprovação da lei, que já ha-
via sido modificada por uma emenda pelo Senado, causou surpresa e indignação na classe artística, que reclama o descumprimento de um acordo interministerial (Cultura, Esportes, Fazenda e Casa Civil). Juntamente com representantes das duas áreas, o governo e o Senado haviam chegado a um consenso de que os recursos para o patrocínio dos esportes deveria vir do Programa de Alimentação ao Trabalhador (PAT) , incentivo que as empresas que pagam ticket-refeição recebem por conceder o benefício. Caso seja sancionada pelo presidente, o esporte passará a disputar com a cultura o incentivo fiscal, já que a Lei Rouanet permite o abatimento do mesmo imposto para o fomento de atividades culturais. "Espero que Lula volte ao acordo anterior, porque houve uma mudança brusca que ninguém entendeu", disse Marieta Severo. "O acordo anterior era bom pa-
PREOCUPAÇÃO
Segundo round: artistas voltam a Brasília para pressionar Lula.
ra todo mundo", concluiu. Segundo o presidente da Associação dos Produtores Teatrais do Rio (APTR), Eduardo Barata, os artistas pedirão que o presidente vete a lei aprovada pela Câmara, mas que sabem que essa reivindicação tem poucas chances de ser atendida. Ele disse entender que Lula não queira se desgastar politicamente com os deputados, contrariando uma decisão da casa, especialmente no ano em que se realiza os Jogos Pan-Americanos. "Vamos sugerir que ele sancione a lei e edite uma medida provisória com os termos aprovados pelo Senado, ou seja, que os recursos para o fomento do esporte venham do PAT", disse Barata. Ele disse que no final de semana se reuniu com lideranças
da Câmara e recebeu promessas de apoio do PMDB, PP, PC doB e PDT. Alguns parlamentares disseram acreditar que a lei abruptamente aprovada pela Câmara na semana passada, retificando uma decisão do Senado, foi uma retaliação aos senadores, que não teriam se manifestado publicamente a favor do aumento de 91% para os parlamentares. Orçamento – A secretariageral da Mesa Diretora do Senado deve enviar amanhã à Casa Civil a redação final do projeto de lei do Orçamento Geral da União para 2007, para sanção do presidente Lula. Segundo a "Agência Brasil", a Casa Civil espera receber o projeto do Orçamento somente nos primeiros dias de janeiro. O presidente pode vetar total ou parcialmente o texto. (AE)
Lula Marques / Folha Imagem
PT CRITICA INDICIAMENTOS NO CASO DO DOSSIÊ
E
PF atribui a Mercadante o ônus de provar sua inocência, diz o partido.
ÚLTIMO DIA PARA JUSTIFICAR AUSÊNCIA
T
ermina hoje o prazo de 60 dias para o eleitor justificar a ausência do voto no segundo turno das eleições, que foi realizado no dia 29 de outubro. Quem não votou no primeiro turno, no dia 1º. de outubro, teve até 30 de novembro para justificar a falta. Para a justificativa, o eleitor deve comparecer ao cartório eleitoral munido de documentos que comprovem o motivo da ausência na votação. Não é necessário que seja o cartório no qual o eleitor está inscrito, mas é bom lembrar que a justificativa não é mais realizada nas agências dos Correios. De acordo com o artigo 7º do Código Eleitoral, o eleitor que não votar e não se justificar perante o juiz eleitoral até 60 dias após a eleição incorre em multa que será arbitrada pelo juiz eleitoral. A multa tem por base de cálculo o valor de 33,02 Ufirs (R$ 35,13) e é fixada entre o mínimo de 3% e o máximo de 10%
desse valor, ficando entre R$ 1,06 e R$ 3,51. A falta pode acarretar inclusive o cancelamento do título eleitoral de quem não votar ou justificar o voto em três turnos consecutivos de eleições. Além disso, o eleitor deixa de contar com alguns direitos essenciais à cidadania. Sem a prova de que votou na última eleição, pagou a multa respectiva ou de que se justificou devidamente, não pode tirar documentos de identidade ou passaporte. Também fica impedido de renovar matrícula em escola oficial, inscrever-se em concurso público, participar de concorrências em órgãos públicos e praticar qualquer ato que exija quitação do serviço militar ou imposto de renda. Se for servidor público, não recebe sequer o salário correspondente ao segundo mês subseqüente ao da eleição. O voto é obrigatório para todas as pessoas alfabetizadas entre 18 e 70 anos de idade. (AE)
m nota assinada por seu presidente interino, Marco Aurélio Garcia, o PT se disse indignado com o indiciamento, por parte da Polícia Federal, do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) e de seu primeiro suplente, José Baccarin, no inquérito que investiga a compra de um dossiê com acusações contra candidatos tucanos nas últimas eleições de outubro. Na nota, o PT admite que integrantes do partido efetivamente se envolveram com o dossiê. A operação de compra foi abortada pela PF, que apreendeu com os petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha R$ 1,75 milhão destinado ao pagamento do dossiê. Mas, para o PT, tanto o partido quanto Mercadante, então candidato a governador, con-
denaram o envolvimento de petistas no negócio. "A direção nacional e o senador Mercadante condenaram a iniciativa de alguns militantes do partido envolvidos na compra de supostos documentos, alheia a nossas práticas, e que trouxeram enorme prejuízo a nossas candidaturas no âmbito federal e nos Estados, particularmente em São Paulo." Para o PT, o relatório policial está todo errado. "É inconsistente e especulativo e tenta atribuir ao senador Mercadante e ao companheiro Baccarin o ônus de provar suas inocências, sem acusações consistentes." Baccarin foi o tesoureiro da campanha de Mercadante. Ainda conforme a nota do PT, o indiciamento de Mercadante e Baccarin será derrubado na Justiça. (AE)
CÂMARA CASSA PREFEITA DE BOCAIÚVA DO SUL
A
Câmara de Vereadores de Bocaiúva do Sul, na região metropolitana de Curitiba, cassou ontem, por 6 votos a 3, o mandato da prefeita Lindiara Santana Berti (PDT), sob acusações de irregularidades. Apesar das férias coletivas, o vice-prefeito Ademir Costacurta (PFL) passou a responder pelo município. O assessor e marido da prefeita, ex-prefeito Élcio Berti, informou que Lindiara vai recorrer da decisão na Justiça. Ela foi acusada por gastos irregulares, fraudes em licitação e despesas não justificadas. Os vereadores que votaram favoravelmente à cassação reclamaram ainda que a prefeita impedia os membros da Câ-
mara de investigarem as contas de sua administração. Os vereadores também a acusam de utilizar o dinheiro público para gastos indevidos, como gasolina de carro particular, compra de cestas de natal para funcionários da prefeitura ou mesmo uso do carro oficial para buscar um filho do marido. A prefeita nega todas as acusações. Lindiara participou da sessão que cassou a sua candidatura, presenciada por cerca de 50 pessoas. A prefeita deixou o local logo depois da votação sem falar com a imprensa. "São acusações criadas por eles (vereadores)", afirmou Élcio Berti. "Estou convicto de que em breve a doutora Lindiara vai estar de volta." (AE)
Quem está preocupado com a situação atual é Lula. O presidente não quer correr o risco de perder a eleição na Câmara. Apesar do PT e PMDB serem favoritos, a eleição pode pregar uma surpresa no governo. Lula gostaria que vingasse a candidatura única.
PASSADO Lula lembra que em 2005 foi surpreendido pela eleição de Severino Cavalcanti, que se beneficiou da divisão de votos no PT com as candidaturas de Luiz Eduardo Greenhalgh e Virgílio Guimarães. Aldo Rebelo poderia surpreender o governo como candidato apoiado pela oposição.
ENCONTRO Por isso, Lula pensa em se reunir com dirigentes de partidos aliados ainda alimentado pela esperança de candidatura única. Seria necessário, neste caso, que vingasse a candidatura de Aldo Rebelo, com a importante desistência de Arlindo Chinaglia.
REGRA TRÊS Apesar de tocar em frente o acordo com o PT, o PMDB ainda mantém no banco de reservas três pré-candidatos à presidência da Câmara: Geddel Vieira Lima (BA), Eunício Oliveira (CE) e Michel Temer (SP). Os três aguardam instruções do partido.
Agripino. A meta seria a de garantir os cargos que ocupa na Mesa apoiando a candidatura de Renan Calheiros. Tasso Jereissati e Arthur Virgílio se encarregariam de dar a informação a Agripino.
PROTESTO José Agripino chegou a reclamar da posição duvidosa de senadores tucanos, mas há quem na bancada do PSDB lembre o candidato da oposição que no seu próprio partido, o PFL, existem senadores que podem votar em Renan Calheiros. Agripino ficou de cabelo em pé.
NOMES Os tucanos chegaram a citar nomes de prováveis senadores pefelistas que votariam em Renan. A saber: Romeu Tuma (SP), Heráclito Fortes (PI), Édison Lobão (MA) e Efraim Moraes (PB). Detalhe: também a bancada de quatro senadores do PDT fechou com Renan.
APERTO DE MÃO José Serra e Aécio Neves reafirmam o acordo de não agressão entre ambos, quando tiverem de disputar a candidatura presidencial no PSDB, em 2010. Os dois pensam no fortalecimento do partido e admitem que podem disputar a candidatura tucana fugindo das costumeiras brigas internas.
CHAPA Para que não haja atrito entre ambos, é necessário que Aécio Neves aceite ser o vice de Serra, com o compromisso de ser o candidato do PSDB em 2014. A oferta do acerto foi feita e só depende do governador reeleito de Minas. Os tucanos acham que podem voltar ao Poder com a união de São Paulo e Minas.
IMITAÇÃO Também Aldo Rebelo acena para o PMDB, prometendo fazer com os peemedebistas o mesmo acordo que foi feito com o PT. Aldo se compromete a daqui a dois anos a apoiar o candidato do PMDB ao cargo se tiver o apoio dos peemedebistas agora.
SENADO Em relação à eleição no Senado, Lula está mais tranqüilo. Seu candidato, Renan Calheiros (PMDB) navega em águas mansas. Callheiros se elegeria presidente da Casa com tranquilidade se a eleição fosse hoje. Seu adversário, José Agripino (PFL) ainda não decolou.
PERDA Prevalece entre tucanos a informação de que o PSDB desistiria de apoiar
DIREÇÃO José Serra e Aécio Neves têm algo em comum: os dois estão de acordo que Fernando Henrique Cardoso seja o sucessor de Tasso Jereissati na presidência do PSDB. A eleição para a renovação do diretório nacional do partido será em novembro de 2007. Alckmin, portanto, ficaria sem o cargo.
PRESSA Não é só a esquerda do PT que insiste para Lula mudar a política econômica. Lula está pressionado também por um dos partidos aliados, o PSB, que pede mudança no rumo da economia. Uma das reivindicações dos socialistas é a substituição do presidente do BC, Henrique Meirelles.
quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
Corr upção Planalto Congresso CPI
DIÁRIO DO COMÉRCIO
DEPUTADOS SE INSURGEM CONTRA RENAN E SARNEY
Roosewelt Pinheiro / ABr / 28.09.2005
Indefinição: ministra quer ficar, mas depende do aval de Lula.
Deputados do partido não aceitam comando da dupla Renan Calheiros e José Sarney e reúnem forças para apoiar candidadura de Arlindo Chinaglia
presidente do Se- uma derrota à dupla. Este grupo, que hoje é majonado, Renan Cal h e i ro s ( P M D B - ritário na Câmara, reconhece AL), e o senador Jo- que Renan e Sarney são os sé Sarney atravessam a virada grandes beneficiários da estrado ano como os peemedebistas tégia adotada pelo Palácio do de maior prestígio junto ao Planalto na reforma ministerial. Embora líderes presidente Luiz Inápetistas e ministros cio Lula da Silva no influentes, como TarCongresso, mas vão so Genro, das Relac o m e ç a r 2 0 0 7 e nfrentando uma rebe- Apoio ao petista ções Institucionais, tenham defendido lião da bancada de é uma que o presidente Ludeputados contra a represália la apressasse as muhegemonia do poder danças na equipe e da dupla sobre a Câ- contra a reeleição de começasse o segunmara. Convencidos de Aldo Rebelo na do mandato com um governo de cara noque os dois senado- Câmara va, quem venceu o jores trabalham pela go de pressão foram reeleição do atual presidente da Câmara, Aldo os dois senadores do PMDB. Rebelo (PC do B-SP), deputa- Eles pregaram o adiamento da dos do PMDB de 12 Estados es- reforma do ministério para detão se articulando em torno do pois da sucessão do Senado, tereforço à candidatura do líder merosos de que as escolhas do do governo, Arlindo China- presidente gerassem insatisfaglia (PT-SP), só para impor ções na base aliada e que Re-
Não existe um vaso firme que não passe pelo fogo. Marina Silva
Fabio Motta/AE
PMDB ARTICULA CONTRA HEGEMONIA
O
5
Sarney: prestígio afrontado por grupo rebelado da legenda.
nan pagasse a conta na hora da reeleição. Além de evitar que a sucessão no Senado ficasse sujeita à habilidade presidencial na montagem da equipe, Renan ganha dobrado com o adiamento das mudanças. Um deputado que lhe faz oposição adverte que, uma vez sentado na cadeira de presidente por mais dois anos, Renan reforçará sua força perante o Planalto na negociação da partilha do poder no governo de coalizão. O presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), e vários líderes informais do partido, como o deput a d o G e d d e l Vi e i r a L i m a (PMDB-BA), defendem a candidatura do petista Arlindo Chinaglia a presidente da Câmara em nome da proposta de rodízio entre os dois partidos. O acordo assinado pelo pre-
sidente do PT, Marco Aurélio Garcia, prevê o apoio do PMDB a Chinaglia agora, em troca do compromisso dos petistas de apoiar o candidato do PMDB a presidente da Casa, daqui a dois anos. Habilidoso, Geddel argumenta que esta é a melhor solução, inclusive para facilitar a reeleição de Renan com o apoio fechado da bancada de senadores do PT. Na realidade, porém, o que está em jogo é a interlocução do PMDB com o presidente Lula e os deputados peemedebistas não querem fortalecer Renan e Sarney nesta posição. Eles alegam que, nos últimos anos, os interesses dos deputados foram relegados a um segundo plano, porque os interlocutores do PMDB operavam visando a atender apenas a bancada de senadores, esquecendo-se deles. (AE)
MARINA: FUTURO NO GOVERNO AINDA É INCERTO Ministra do Meio Ambiente sofre com o "fogo amigo".
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não conversou com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, sobre a eventual permanência dela no governo. A informação é da própria ministra, que ontem participou de evento no Rio de Janeiro. "Não existe um vaso firme que não passe pelo fogo", declarou Marina, sustentando que as pressões para que deixe o cargo não a abalam. Alvo do "fogo amigo" que parte de dentro do próprio governo, a ministra disse que não se sente intimidada com negociações nos bastidores para substituí-la. Marina deixou claro que, se houver o aval de Lula, não haverá desconforto na sua per-
manência no cargo. Porém, segundo ela, a conversa entre os dois ainda não se deu. Depois de reconhecer a pressão, lembrou ter conseguido "agregar boas sementes", como no setor elétrico: a exigência de licenciamento ambiental antes da licitação de uma usina hidrelétrica. A área é uma predileção da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que trabalha por uma substituição, por considerar que Marina, com o rigor dedicado à questão ambiental, entrava as obras de infra-estrutura. "Fico muito feliz porque, durante esses quatro anos, tive autonomia e apoio do presidente para fazer aquilo que era essencial", declarou Marina. (AE)
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Congresso Planalto Estados CPI
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POLÍTICOS VOLTAM A SE ALIAR NO CEARÁ
TASSO E CIRO: JUNTOS DE NOVO NO CE
Diário do Nordeste - 23/08/2006
Luiz Prado/Luz
Maluf: ex-prefeito continua sendo investigado pela Justiça.
O novo governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), irmão de Ciro Gomes, nomeou aliado de Tasso Jereissati para secretaria da Justiça. Tasso, por sua vez, anunciou que vai apoiar novo governo cearense.
PROCESSO CONTRA MALUF É ARQUIVADO Lei suíça impede investigação de documentos
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Nesta quinta-feira, Tasso deara surpresa geral, o governador eleito do clarou durante entrevista à TV Ceará, Cid Gomes Jangadeiro, que retransmite o (PSB), anunciou co- SBT no Ceará e é de propriedamo seu secretário de Justiça o de dele, que Cid Gomes é "um tucano Marcos Cals, atual pre- rapaz muito bem intencionasidente da Assembléia Legis- do, bem preparado" e que ele lativa do Ceará. Com o gesto, tem condições de fazer um "exele sinaliza serem os laços que celente governo". Os elogios unem a família dele ao presi- foram seguidos por sinal de dente nacional do PSDB, sena- apoio. "Esperamos dar o apoio dor Tasso Jereissati (CE), mais necessário a todos os projetos fortes que o arco de partidos de que sejam de interesse do Estado do Ceará". esquerda que o elePara não demonsgeram. trar constrangimenA indicação de to, alguns petistas Cals foi articulada até enalteceram a pelo próprio Tasso, que é padrinho po- (o governador Cid escolha de Cals como secretário. O delítico do irmão de Gomes) é um putado federal eleiCid, o ex-ministro rapaz muito bem to pelo PT José Noda Integração de bre Guimarães Lula e deputado fe- intencionado, aquele cujo assessor d e r a l e l e i t o c o m bem preparado mais 600 mil votos, Tasso Jereissati, foi pego com dólaCiro Gomes (PSB). presidente do res na cueca, mas que acabou sendo O cacique tucano e PSDB inocentado pela Asos Ferreira Gomes sembléia do Ceará mantêm uma aliandeclarou ao jornal ça local que dura cearense O Povo considerar a mais de duas décadas. Além de dar um toque tuca- indicação uma "surpresa posino à nova administração esta- tiva". Segundo ele, Marcos dual, a cartada política abre ca- Cals "é um cidadão supraparminho para que um forte alia- tidário". A mesma reação não tivedo do presidente nacional do PSDB, Luís Pontes, volte à As- ram os tucanos aliados do sembléia estadual. Como pri- atual governador, Lúcio Almeiro suplente, Pontes assu- cântara (PSDB). Rompido politicamente com Tasso, Lúcio me a cadeira de Cals.
Ex-prefeito e deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) tem processo arquivado pela Justiça.
A
Cid Gomes: nomeações sinalizam volta da aliança Tasso-Ciro Gomes
disputou a reeleição, mas foi do Gomes de Matos, Vicente derrotado por Cid. O deputa- Arruda, Manoel Salviano e do estadual Adahil Barreto Marcelo Teixeira). Secretários – Cid Gomes avisou que vai deixar o ninho anunciou até agora tucano. Ele lameno nome de oito setou o fato de o PSDB cretários. Além de desembarcar "nos Cals, foram confirbraços do governo d e C i d G o m e s " . Esperamos dar o madas as seguintes "Não temos alterna- apoio necessário indicações: Camilo Santana (PT) para a tivas: vamos deixar nova Secretaria do o partido e acompa- a todos os D e s e n v o lv i m e n t o nhar o governador projetos que Agrário; o irmão de Lúcio Alcântara", sejam de Cid, Ivo Gomes afirmou Barreto. interesse do (PSB), para a chefia Depois de passar Estado do Ceará de gabinete; Mauro o governo para as Idem Filho (PSB) para a mãos do socialista, Fazenda; Aloísio na próxima segunCarvalho (PMDB) da-feira, Lúcio segue a rota da Europa. Ele já avi- na Ouvidoria e Controladoria; sou que vai sair do PSDB, mas Joaquim Cartaxo (PT) em Cisó definirá seu futuro político dades; Arialdo Pinho na Casa quando voltar das férias, em C i v i l ; e C é s a r P i n h e i r o março. Além de Barreto, po- (PMDB) na Secretaria dos Redem deixar o ninho tucano o cursos Hídricos. Faltando deputado estadual José Ilo e os poucos dias para tomar posse, cinco deputados federais que o Cid ainda tem pendente a noPSDB conseguiu eleger em ou- meação de 13 nomes de seu tubro (Léo Alcântara, Raimun- primeiro escalão. (AE)
Justiça Federal arquivou o processo em que o ex-prefeito de São Paulo e deputado federal eleito Paulo Maluf (PP-SP) responde por evasão de divisas para a Suíça. A decisão foi tomada em razão de uma determinação da Justiça daquele país, que proibiu o Brasil de usar os documentos encaminhados para investigações sobre remessa ilegal de dinheiro. Pela lei da Suíça, os documentos enviados ao Ministério Público Federal em 2004 não poderiam ser usados para fins fiscais. Num equívoco cometido pelas autoridades brasileiras, um processo foi aberto dois anos atrás no qual o exprefeito e seus familiares foram incluídos nas investigações sobre evasão — considerado crime fiscal. Os advogados da família Maluf entraram então com representação na Justiça Federal da Suíça informando sobre o uso indevido dos documentos. A partir daí, o próprio MPF pediu à juíza Silvia Maria da Rocha, da 2a. Vara Criminal, para que os papéis fossem excluídos do caso. A juíza encaminhou o pedido para o Tribunal
Regional Federal (TRF), que determinou a exclusão. Embora o processo sobre remessa ilegal de recursos para o exterior tenha sido arquivado, Maluf continuará sendo investigado pelos crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, em ações também propostas pelo MPF. No dia 18, o procurador da República Rodrigo de Grandis ofereceu nova denúncia contra os Maluf. De Grandis considera os papéis encaminhados pela Suíça fundamentais para as investigações contra a família Maluf. Os documentos, segundo o procurador, permitem que a justiça brasileira rastreie toda a movimentação dos recursos enviados ao exterior pelos Maluf, principalmente nos períodos em que foi prefeito de São Paulo. A Justiça investiga se houve superfaturamento de obras na sua gestão e se o dinheiro proveniente dessas operações foi enviado ilegalmente para o exterior. A assessoria de Maluf, que agora possui foro privilegiado de deputado, diz que a família Maluf "não tem nem nunca teve contas no exterior". (AOG)
NOVO GOVERNO DA BAHIA TERÁ R$ 17,2 BI
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epois de mais de 16 horas de deliberações e negociações, foi aprovado, por volta das 7 horas de ontem, pelos deputados estaduais baianos, o orçamento estadual para 2007 e as reformas administrativas propostas pelo governador eleito Jacques Wagner (PT). O orçamento total de 2007, de R$ 17,275 bilhões, é 1,7% maior que o de 2006. "Foi uma batalha, mas prevaleceu o bom senso", comemorou, no final das votações, o deputado Yulo Oiticica, líder da bancada petista na Assembléia Legislativa da Bahia. Com o resultado, o novo go-
verno está liberado para criar as quatro secretarias estaduais propostas para o próximo ano: Relações Institucionais, Turismo (desmembrada da Secretaria da Cultura), Desenvolvimento e Integração Regional e de Promoção da Igualdade Racial e de Políticas para as Mulheres. Com a criação das novas secretarias, o Estado vai passar a ter 21 pastas. Também foram criados créditos especiais para que o governo possa fazer as alterações administrativas propostas. A eleição de Jacques Wagner foi uma derrota ao grupo político do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). (AE)
Economia DIÁRIO DO COMÉRCIO
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METRÔ E FÓRMULA 1 VÃO PAGAR IMPOSTO PARA A PREFEITURA
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460
milhões de reais foi quanto rendeu o PPI ao fisco
Hélvio Romero/AE
A Prefeitura desistiu de aumentar o IPTU e o ISS em nova proposta aprovada pela Câmara Municipal, após diálogo com a sociedade civil e acordo entre parlamentares. Mas conseguiu incluir na tributação do ISS o Metrô e outras atividades econômicas.
O
projeto de Lei n° 552/06, apelidado d e X - Tu d o , f o i aprovado pela Câmara Municipal de São Paulo sem os aumentos do Imposto sobre Serviço (ISS) e Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), mas institui modificações importantes na legislação municipal. Uma delas é a cobrança de alíquota de 2% de ISS sobre a venda de ingressos do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 e a receita da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô). Serviços oferecidos por guarda-noturno, sapateiro, afiador de utensílios domésticos, alfaiate e artista circense também deverão ser taxados pelo ISS. De acordo com o Metrô, a nova tributação vai causar impacto na receita da companhia, mas ainda não é possível afirmar se isso vai levar ao aumento das passagens para a população. A previsão de receita do Metrô para 2007 é de R$ 1,2 bilhão. Quanto às demais atividades, a Prefeitura argumentou que não poderia deixar de tributá-las porque a Lei Federal do ISS determina que a alíquota mínima do imposto é de 2%. A medida também é coerente com a defesa do fim
Luludi/LUZ
Constantino: nova reunião a caminho
da guerra fiscal. A Prefeitura de São Paulo chegou a entrar com representação contra alguns municípios que cobram alíquota inferior a 2%. Críticas – O vereador Paulo Fiorillo (PT-SP), no entanto, critica os argumentos da Prefeitura, de que, em compensação, esses mesmos profissionais que passarão a pagar ISS ficarão isentos da Taxa de Fiscalização de Estabelecimentos (TFE). Segundo análise do gabinete de Fiorillo, como a maioria dessas atividades é executada por autônomos, eles já não pagavam a TFE. O projeto de lei também de-
termina que as empresas de aviação e sociedades que exploram serviços de planos de medicina ou saúde passam a ser responsáveis pela retenção do ISS dos seus tomadores. NF-e – O advogado José Constantino de Bastos Júnior, assessor da presidência do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP), chamou a atenção para o capítulo que trata da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e). Isso porque, com a aprovação do projeto de lei, os contribuintes terão 30 dias, contados da publicação da lei, para passar a usar a NF-e. A multa por documento em papel não substituído pelo digital é de 20% do valor devido. Bastos Júnior destacou, ainda, que a operacionalização do Parcelamento Administrativo de Débitos Tributários (PAT), incluído no projeto de lei, depende de decreto regulamentador. Para ele, isso dará melhores condições para que os contribuintes entendam os procedimentos. "No dia 31 de janeiro, haverá nova reunião plenária do Fórum Permanente em Defesa do Setor de Serviços em que debateremos o assunto", disse o advogado.
O
Câmara Municipal de São Paulo aprova proposta que reabre o prazo para os contribuintes aderirem ao parcelamento de impostos atrasados.
reador Gilson Barreto (PSDB), líder do governo na Casa. A Lei n° 14.129/06, que instituiu o PPI, veda a participação de contribuintes que haviam aderido ao Refis municipal. O substitutivo aprovado exclui também aqueles que, até a data da publicação do PL, permanecerem no Refis ou que dele tenham sido excluídos por prática de qualquer ato para omitir informações, diminuir ou subtrair receita. Procedimentos – Quem optar pelo PPI tem desconto de 100% nos juros de mora e de 75% na multa no pagamento à vista, e de 50% da multa na quitação parcelada. O valor mínimo da parcela para pessoas físicas é de R$ 50 e para as pessoas jurídicas, de R$ 500. O pagamento pode ser feito em
Divulgação
Milton Mansilha/LUZ
Fiorillo: argumento não convence
Para 2007, a previsão de receita do Metrô é de R$ 1,2 bilhão
Tiago Queiroz/AE
Laura Ignacio
PPI Parcelamento é reaberto
s vereadores da Câmara Municipal de S ã o P a u l o a p ro v aram, em segunda e definitiva votação, o Projeto de Lei n° 320/2006, que autoriza o Executivo a reabrir o prazo para os contribuintes ingressarem no Programa de Parcelamento Incentivado (PPI). A medida deverá ser sancionada e instituída por meio de decreto. A partir da publicação, o contribuinte terá 90 dias para aderir ao parcelamento. O PPI é um programa de parcelamento que permite o pagamento de dívidas tributárias municipais (ISS, taxa de iluminação e IPTU, entre outros), inscritas na dívida ativa com desconto de juros e multa, em até 120 vezes. Também poderão ser incluídos débitos nãotributários com exceção de multas de trânsito, contratuais e indeniza tórias. O prazo para adesão ao PPI havia sido encerrado no dia 29 de agosto. A votação foi decidida na última sext a - f e i r a , d epois de um acordo para aprovar o texto do substitutivo apresentado pelo ve-
Venda de passagens de metrô em São Paulo será tributada pelo ISS, com alíquota de 2%
parcela única, em até 12 vezes com taxa de juros de 1% ao mês e correção monetária, ou em até 120 prestações (só para empresas), corrigidas pela Selic. O contribuinte que atrasar o pagamento das parcelas por mais de 60 dias será excluído do programa. A exclusão também é prevista nos casos em que deixar de recolher tributo municipal com vencimento posterior à data de adesão ao programa, salvo se integralmente pago no prazo de 30 dias, contado da constituição definitiva do débito ou da intimação da decisão administrativa que o tornou definitivo. A não-comprovação da desistência de ações judiciais em 60 dias, a partir da adesão, também pode levar à exclusão. Balanço – Até o mês de novembro, a Prefeitura de São Paulo havia recuperado R$ 460 milhões em débitos por meio do PPI. A dívida total d o s c o n t r ibuintes com o fisco paulistano é de aproximadamente R$ 30 bilhões, entre créditos tributários e não-tributários. Laura Ignacio
O ex-controlador do Banco Santos, Edemar Ferreira, vai apelar da condenação em liberdade
beneficia também o filho do Edemar e ex-banqueiro, o economista Rodrigues. filho livres da Rodrigo O ex-banqueiro, que estava preso desde o último prisão dia 12, foi condenado pela
O
ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu, na noite da última quarta-feira, habeas corpus ao ex-controlador do Banco Santos, Edemar Cid Ferreira. Com a decisão, o ex-banqueiro poderá apelar de sua condenação em liberdade. A medida
Justiça Federal de São Paulo a cumprir pena de 21 anos de prisão por formação de quadrilha, gerência fraudulenta de instituição financeira, desvio de recursos e evasão de divisas, além dos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores. Após ter a prisão decretada, ele apelou ao Superior
Tribunal de Justiça (STJ), que lhe negou a liminar. Durante os 13 dias que passaram na penitenciária em Tremembé, interior do Estado de São Paulo, Edemar e Rodrigo vestiram uniformes laranja e marrom claro e trabalharam na penitenciária ajudando na lavanderia. Na semana que antecedeu o Natal ajudaram a montar um presépio e a organizar a comemoração na unidade, realizada nos dias 23 e 24 de dezembro. (AE)
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Nacional Empresas Comércio Exterior Finanças
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SHELL DETÉM 40% DOS PROJETOS DE EXPLORAÇÃO
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milhões de dólares deixarão de ser exportados para os Estados Unidos
EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS DE ÓLEO SERÁ REALIZADA PELA SHELL EM PARCERIA COM A PETROBRAS E A CHEVRON
MAIS PETRÓLEO NA BACIA DE SANTOS
A
Marcos Adandia/AFP
Wilton Júnior/AE
Em comunicado oficial, o vipetroleira angloholandesa Shell ce-presidente de exploração e anunciou a desco- produção da Shell, John Haberta de dois novos ney, afirma que os sócios ainda campos de petróleo na Bacia terão de avaliar melhor as jazide Santos em parceria com a das e desenvolver sistemas de Petrobrás e com a norte-ameri- produção economicamente cana Chevron. Em comunica- viáveis. "Estamos satisfeitos do oficial, a empresa informou em dar mais esse importante que já declarou a "comerciali- passo no Projeto BS-4. A decladade" das duas jazidas junto à ração de comercialidade é o reAgência Nacional do Petróleo sultado de todo o trabalho feito (ANP). Isso significa que os só- pela Shell e parceiros no blocios se comprometem, junto ao co", disse o executivo. Apesar de pertencer à Bacia órgão regulador, com os investimentos para iniciar a produ- de Santos, o bloco BS-4, onde estão as novas descobertas, fição das reservas. A Shell evita falar em reser- ca no litoral do Rio de Janeiro, a vas, mas informou que estima 185 quilômetros da capital do a existência de 1,6 bilhão de estado. A área é considerada de águas probarris de óleo fundas, com equivalente uma lâmina (somado ao d'água (distângás) no local, cia entre a susegundo um perfície e o funconceito técnido do mar) de co chamado bilhão de barris de 1,5 mil metros. óleo in situ. O óleo é o potencial Com esse que não signifinovo anúncio, ca, porém, que de extração a Shell consolitodo esse volude petróleo na da sua lideranme poderá ser ça entre as extraído: como nova bacia, de acordo companhias se trata de um com estimativas que chegaram petróleo pesada Shell. ao Brasil com a do e viscoso, abertura do sees pe ci ali st as tor de petróleo. avaliam que o volume recuperável gire em Sempre em parceria com a Petorno de 20% do total desco- trobrás, a empresa já produz berto, ou 320 milhões de barris, óleo e gás em um campo batio equivalente 2,5% das reser- zado de Bijupirá-Salema, na Bacia de Campos, e prepara os vas brasileiras atuais. As descobertas foram feitas investimentos para extrair peem um antigo bloco explorató- tróleo de outras quatro jazidas rio chamado BS-4, concedido à na mesma bacia. A empresa tem ainda 13 bloPetrobrás antes do fim do monopólio estatal, em 1997, e de- cos exploratórios arrematados pois negociado com as multi- em leilões da ANP e planeja nacionais. Atualmente, a Shell perfurar o primeiro poço em tem 40% dos projetos, mesma uma dessas áreas até o primeifatia que a Petrobrás. A Che- ro trimestre de 2007. Até agora, vron tem os 20% restantes. O a companhia focou seus esforprazo de exploração venceria ços nos projetos feitos em parno dia 31 e, caso não houvesse ceria com a Petrobrás em áreas descobertas, o bloco deveria concedidas à estatal antes do fim do monopólio. (AE) ser devolvido à ANP.
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Aço: China terá novas regras
A
ssociações industriais chinesas vão aumentar a exigência para que companhias de comercialização e fabricantes de aço possam obter licenças para importação de minério de ferro a partir de 1º de fevereiro. De acordo com as novas regras da Associação de Aço e Ferro (Cisa, na sigla em inglês) e da Câmara de Comércio de Metais, Minerais e de Importadores e Exportadores de Produtos Químicos do país (CCMC), os compradores terão de ter importado 700 mil toneladas de minério de ferro em 2005. O nível anterior era de 300 mil toneladas por ano. As empresas de comercialização que não atingirem o mínimo necessário poderão formar alianças. Além disso, os importadores de minério de ferro deverão ter
um capital registrado de pelo menos 30 milhões de yuan (US$ 2,56 milhões) e as siderúrgicas precisarão adotar padrões ambientais antes que possam importar. As medidas têm como objetivo evitar que o minério seja processado em usinas obsoletas e reduzir a dependência do país às importações, dizem analistas do setor. "É difícil dizer quantas empresas perderão licenças neste ano. Teremos de examiná-las uma a uma", disse Chen Xianwen, representante da Cisa. A China tem 118 usinas siderúrgicas e empresas de comercialização com licenças para importar o minério "Também vamos monitorar o uso das importações para ter certeza de que elas não irão para usinas que deveriam estar fechadas", acrescentou. (AE)
Néstor Kirchner: críticas e elogios
Kirchner faz nova aposta no Mercosul Apesar de pertencer à Bacia de Santos, os novos campos ficam no litoral do Rio de Janeiro
SGP
O País vai deixar de ter benefícios para a exportação de 60 produtos que saíram da lista do Sistema Geral de Preferência dos Estados Unidos
Brasil perde vantagens nos EUA
M
ais de 60 produtos brasileiros cobertos pelo Sistema Geral de Preferência (SGP) deixam de receber isenção de taxas por superarem a limitação de volume estabelecida para exportação ou as necessidades da demanda do mercado norteamericano. A exclusão dos benefícios tarifários para esses produtos impede que mais de US$ 4 milhões sejam exportados aos Estados Unidos por meio do sistema, segundo estimativas da diretora de Assuntos Estratégicos da Câmara Americana de Comércio (Amcham), Adriana Machado. Em 2005, o valor de exportações brasileiras que fizeram uso do SGP chegou a US$ 3,6 bilhões. O setor madeireiro é um que deixou de ser beneficiado. Um de seus principais produtos voltados à exportação, o compensado de pinus, extrapolou a cota limite do SGP ao exportar US$ 249,9 milhões para o mercado norte-americano em
2004, e desde então passou a pagar alíquota de 8% para entrar naquele país. "Esse produto apresentou queda de 70% em exportações", diz Isac Chami Zugman, vice-presidente de Relações Internacionais e Novos Mercados da Associação Brasileira da Indústria da Madeira Processada Mecanicamente (Abinci). Açúcar – Outro produto brasileiro que já aproveitou as vantagens unilaterais determinadas pelo SGP mas as perdeu é o açúcar. Hoje, o Brasil é o único país latino-americano que não tem o açúcar exportado com benefício do sistema. Os norte-americanos consideram que o Brasil possui vantagens comparativas nesse produto, por isso as exportações de açúcar em bruto estão sujeitas a tarifas. Um produto que perde as vantagens do SGP é obrigado a ficar nessa situação por três anos. Passado o período, o produtor precisa entrar com petição junto ao governo
norte-americano para ter ou não as vantagens restabelecidas. As empresas que produzem madeira vão tentar novo acordo em 2007, segundo Zugman. Já os produtores de açúcar não conseguiram voltar ao SGP, após tentativa em 2005. Prorrogação – O Brasil correu o risco de deixar de ter seus produtos inclusos no sistema. Um dos limitadores estabelecidos pelos EUA é não incluir no SGP produtos exportados por países com renda per capita acima de US$ 3, 4 mil. O Brasil tem renda de US$ 3,5 mil. Mas a despeito desse limitador, o Senado norte-americano aprovou recentemente projeto de lei que estipulou a renovação do benefício aos produtos brasileiros por mais dois anos. O Brasil vende para os Estados Unidos anualmente 3.359 produtos isentos de impostos por meio do sistema. O SGP isenta de impostos produtos originários de 144 países.
Vale: novos preços em 2007
o minério de ferro fino do Sistema Sul (SSF) e para o minério de ferro fino de Carajás (SFCJ), FOB Tubarão e Ponta da Madeira, respectivamente, aumentaram 9,5%. Os novos valores, em tonelada métrica, são US$ 0,8146 por unidade de ferro para o SSF e US$ 0,847 por unidade de
ferro para o SFCJ. Os preços de pelotas de alto forno, FOB Tubarão e Ponta da Madeira, aumentaram em 5,28%. Em tonelada métrica, os valores são de US$ 1,1796 por unidade de ferro para as pelotas de Tubarão e US$ 1,2108 por unidade de ferro para as pelotas de Ponta da Madeira. (AE)
A
Companhia Vale do Rio Doce concluiu as negociações com a Ilva, maior siderúrgica da Itália, para o reajuste de preços do minério de ferro e pelotas. Os preços de referência para
Renato Carbonari Ibelli
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presidente da Argentina, Néstor Kirchner, declarou ontem que o "Mercosul tem que se ampliar" para não ser "meramente um acordo econômico". O presidente argentino também afirmou que "construir o poder popular" é o grande desafio para a região". Kirchner concedeu entrevista à rádio das Mães da Praça de Maio. A entrevistadora foi Hebe de Bonafini, presidente dessa organização de direitos humanos. "O Mercosul não pode ser um acordo meramente econômico, tem que se ampliar e ser dos países da América do Sul. Para isso, Brasil e Venezuela serão muito importantes", disse. Atualmente, compõem o Mercosul, como membros permanentes, Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela. Kirchner disse que, tanto para a Argentina como para a América Latina, "o grande desafio é a construção do poder popular, mas não populista, uma aliança da classe média com a classe trabalhadora, com os empresários nacionais, citando como exemplo países como Venezuela e também Equador e Nicarágua. "Temos de acompanhar a luta de Rafael Correa (presidente do Equador). Na Nicarágua, o presidente Daniel Ortega fez algumas alianças que não nos agradam. Mas vamos esperar que ele vá bem." Elogios – Kirchner elogiou o presidente Evo Morales, da Bolívia, "a quem estamos ajudando em tudo o que podemos", disse. "Temos o projeto do gasoduto do sul. Vamos comprar 20 milhões de metros cúbicos diários. Os grandes empreendimentos não se fazem de um dia para outro." Em relação à situação argentina, Kirchner reiterou a tese de que o país precisa de uma reorganização de suas estruturas políticas. "A crise que tivemos pulverizou todas as estruturas políticas", reforçou. (AE)
CONVOCAÇÕES COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA DE SÃO PAULO - CODASP
CNPJ Nº 61.585.220/0001-19 ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA - CONVOCAÇÃO Ficam convocados, na forma da lei, os Srs. Acionistas da Cia. de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo-CODASP para a Assembléia Geral Extraordinária a realizar-se no dia 12.01.2007, às 10 horas, na Av. Miguel Estéfano, 3.900 - Água Funda, Capital, a fim de deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: a) Alteração do Estatuto Social; b) Eleição de membros do Conselho de Administração; c) Eleição de membros do Conselho Fiscal; d) Fixação de honorários dos Administradores e do Conselho Fiscal; e) Outros assuntos de interesse da Sociedade. São Paulo, 28.12.2006. - José Bernardo Ortiz Presidente do Conselho de Administração.
FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foi ajuizado no dia
ATA
COMUNICADO
Puerto Companhia Securitizadora de Créditos Financeiros CNPJ 05.409.330/0001-59 NIRE 35300313356 ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA DE 20.10.2006 Certidão - Junta Comercial “Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo: certifico o registro sob o nº 311.228/06-9, em 27.11.2006. (a) Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.”
Sol Artes Gráficas e Editoriais Ltda EPP
torna público que recebeu da Cetesb a Renovação da Licença de Operação Simplificada nº 45000006 válida até 01/12/2009, p/ atividades de agendas, cartazes de propaganda, catálogos, selos, prospectos e matérias. Loc. R. Tibério, 269/275/277 - A. Branca - S. Paulo -SP.
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28 de dezembro de 2006, na Comarca da Capital, o seguinte pedido de falência e recuperação judicial:
Requerente: Castrol Brasil Ltda - Requerida: Maria Lucia Ferreira Martins - ME - Estrada Itapecerica nº 689 2ª Vara de Falências.
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Uma imagem da festa de presente no www.dcomercio.com.br
Cidades DIÁRIO DO COMÉRCIO
Marcos Fernandes/Luz
Em 2007, no que depender de nós, da iniciativa privada, vamos lutar para retomar o desenvolvimento do País. Márcio Aranha, superintendente-geral da ACSP
Com balões no céu, São Paulo dá adeus a 2006 112 mil bexigas nas cores verde, amarela, azul e branca festejaram a chegada de 2007. No céu, um pedido: que o ano seja melhor para o comércio.
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ue 2007 seja um ano q u e , s e p a r a d o s p o r t e l a s , melhor para o co- formavam o desenho da banmércio! Com estes deira brasileira. O total de balões soltos na votos, a Associação C o m e r c i a l d e S ã o P a u l o tarde de ontem supera a quan(ACSP) festejou ontem a che- tidade do ano passado, 100 gada do Ano Novo com a tra- mil. Segundo o chefe de servidicional soltura de balões, no ços gerais da ACSP, LourisvalPátio do Colégio. Ao som de do Correa de Matos, cerca de Brasileirinho e de fogos de ar- 4.500 balões foram adicionatifício, cerca de 112 mil balões – dos para garantir que a quantia que formavam uma bandeira de 112 mil sobrevoasse o céu do Brasil de 800 metros qua- do Centro da cidade. "Com o drados – foram soltos e colori- calor, muitos estouram. Adiram o céu da cidade, às 12h20, cionamos a quantidade certa, para uma platéia de duas mil que representa a margem de pessoas, segundo estimativas perda. O importante é que os balões são biodegradáveis e da Polícia Militar. A quantidade de bexigas correspondem à nossa intensoltas também fez uma refe- ção de não poluir a cidade". Preservar o meio ambiente, rência às comemorações do aniversário de 112 anos Paulo Whitaker/Reuters da ACSP, completados no último dia 7. "Neste ano tivemos ótimos resultados e isso reafirma a presença da Associação Comercial na discussão de grandes temas não só municipais, mas também estaduais e federais. Em 2007, no que depender de nós, da iniciativa privada, vamos lutar para retomar o desenvolvimento do País", afirmou o superintendente-geral da ACSP, Márcio Aranha. O evento, apresentado pelo superintendente de Recursos Humanos da ACSP, Fernando Moya, também teve a presença da secretária de Justiça do Após muito trabalho, o descanso Estado de São Paulo, Eunice Aparecida de Jesus Prudente. "É uma honra parti- inclusive, foi um dos motes do cipar desta festividade da surgimento da soltura de balões ACSP, uma instituição parcei- a cada fim de ano. A idéia surgiu ra, que exerce muitas ativida- há 15 anos, quando um grupo des de responsabilidade social de office-boys decidiu soltá-los e de exercício dos direitos fun- da janela do prédio da Associadamentais. O comércio faz ção Comercial, em substituição parte da história do crescimen- à chuva de papéis picados. A to de São Paulo, para o qual de- idéia teve tanto sucesso, que se sejo um ano muito feliz e com repete até hoje e encanta a maiomuitos empregos para todos", ria das pessoas que passa pelo afirmou a secretária. Pátio do Colégio. Festa - A festa da Associação Uma delas foi a professora Comercial teve investimento Sônia Maria Almeida Leite dos de R$ 100 mil e envolveu mais Santos, de 57 anos. Enquanto os de 100 profissionais que traba- fogos estouravam e os balões lharam por mais de 19 horas na subiam, Sônia repetia: "É muito montagem da estrutura de fer- lindo!" Por acaso, ela estava ro, para encher as balões e or- passeando com a família pelo ganizá-los para o evento, que Centro quando soube da festa durou 15 minutos. Para isso, da ACSP. "Achei a iniciativa foram usados 110 cilindros de louvável. A música, os balões gás hélio, o correspondente a verdes e amarelos, tudo isso foi 950 metros cúbicos. Os balões emocionante", afirmou Sônia. foram dispostos em 12 boxes Rejane Tamoto
Fotos: Agliberto Lima/DC
Ao som de Brasileirinho, milhares de balões coloriram o céu do Centro da cidade e encantaram as duas mil pessoas que estavam no Pátio do Colégio, por volta do meiodia de ontem. A ACSP gastou R$ 100 mil na iniciativa. Na foto abaixo, alguns dos 100 profissionais que trabalharam por mais de 19 horas na montagem da estrutura de ferro, para encher as balões e organizálos para o evento, que durou 15 minutos. Paulo Whitaker/Reuters
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Marcos Fernandes/Luz
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Nacional Empresas Finanças Tr i b u t o s
DIÁRIO DO COMÉRCIO
3 Linha de crédito do governo vai oferecer recursos para estocar maçã, pêssego, mel, raiz de mandioca e lã de ovinos.
QUEDA DO DÓLAR FOI DE 8,13% EM 2006
ÚLTIMO PREGÃO DE 2006 FOI TRANQUILO E O IBOVESPA CAIU APENAS 0,12%. O RISCO PAÍS BAIXOU PARA 193 PONTOS.
BOVESPA FECHA ANO COM ALTA DE 33%
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Fotos: Paulo Pinto/AE
Tradicional chuva de papel entre operadores da BM&F
Balões no centro de São Paulo marcam último pregão da Bovespa
Ó RBITA
BNDES Nível de emprego entre as empresas financiadas pelo BNDES cresceu 25% em 5 anos.
JUROS DOS TREASURIES EM ALTA
O
s preços dos Treasuries ampliaram as perdas, com respectiva alta dos juros, ontem, pressionados pelos indicadores mais fortes que as expectativas e contínuo movimento de reposicionamento de investidores. A liquidação no mercado de bônus levou o juro projetado pela T-note de 10 anos a atingir a
variação máxima de 4,71%. Os Treasuries sofreram a maior parte das perdas pela manhã, em reação à nova série de fortes indicadores econômicos. Entre os destaques, a Conference Board informou que seu índice de confiança do consumidor subiu para 109 pontos em dezembro, acima das expectativas. (AE)
ANO NOVO
FERROVIAS
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esta sexta-feira, alguns mercados fecham mais cedo, por causa do Ano Novo, com exceção dos mercados de ações. Portanto, a New York Stock Exchange vai abrir às 12h30 (horário de Brasília) e fechar às 19 horas. Por recomendação da Bond Markets Association, o mercado de títulos do Tesouro vai fechar às 17 horas. (AE) A TÉ LOGO
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Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça e a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda recomendaram ao Conselho Administrativo de Direito Econômico (Cade) a aprovação da compra da Brasil Ferrovias e Novoeste pela América Latina Logística (ALL). (AE)
Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Liquidação chega às grifes de luxo
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Corte de luz por dívida antiga é proibido pelo STJ
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Exexutivo da Apple é acusado de fraude
Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) foi a melhor aplicação do País pelo quarto ano seguido. O Ibovespa (principal indicador da bolsa) contabilizou ganho de 32,93% neste ano e de quase 300% desde 2003. O bom desempenho da bolsa paulista foi impulsionado pela queda do juro brasileiro, pela relativa tranqüilidade do cenário internacional e por compras de estrangeiros. Ontem, o dia foi sossegado e o Ibovespa recuou 0,12%, para 44.473 pontos. O volume financeiro ficou em R$ 2,4 bilhões, em linha com a média diária do ano. No mês, a alta do indicador foi de 6%. "Hoje, tem muito pouca gente trabalhando. O ano fechou mesmo ontem", comentou Tommy Taterka, operador da corretora Concórdia. Na quarta-feira, o Ibovespa subiu 2% e fechou em recorde histórico, a 44.526 pontos. O destaque da sessão ficou por conta das ações da Eletrobrás. As ordinárias avançaram 2,22%, para R$ 51,09, maior alta do Ibovespa, enquanto as preferenciais subiram 2,13%, para R$ 47,90. Os papéis foram incentivados por matérias publicadas na mídia relacionadas a uma suposta oferta de ações.
Em nota publicada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), porém, a empresa afirmou que faz estudos de viabilidade para aprimorar a gestão, mas negou avaliar uma oferta de ações. "Não existe, no âmbito da Eletrobrás, qualquer estudo nesse sentido", declarou a empresa. Na ponta oposta, as ações ordinárias da TIM Participações perderam 4,7%, cotadas a R$ 12,57, apagando o rali da véspera, quando o papel disparou os mesmos 4,7%. Comemoração – Para celebrar o último pregão do ano, a Bovespa fez uma festa na rua, como faz todos os anos. Uma queima de 42 mil fogos e chuva de balões fizeram cerca de 400 pessoas pararem entre as ruas
3 de dezembro e Boa Vista, no centro de São Paulo, para observar. Bem próximo dali, na Rua 15 de Novembro, a B o l s a d e M e rc a d o r i a s e Futuros (BM&F) fez sua tradicional chuva de papel picado com os operadores. Na BM&F, a última sessão foi marcada por liquidez e o DI mais negociado, com mais de 400 mil contratos, foi o de julho d e 2 0 0 7 q u e e n c e r ro u e m 12,59%, ante 12,61% ontem. O DI janeiro de 2008 rompeu o patamar de 12,40% e recuou de 12,43% para 12,37%. O recuo das taxas futuras é parte do bom momento do mercado financeiro, patrocinado pelo ambiente externo positivo, que tem ajudado aos países emergentes.
Risco-País – O risco Brasil ontem tocava a marca história de 193 pontos-base no final da tarde, após ter batido a mínima de 190 pontos ao longo do dia. Em Wall Street, houve uma pausa após o rali dos últimos dias e as bolsas fecharam em queda. O Dow Jones registrou ligeira queda de 0,07%. O Nasdaq recuou 0,23% e o S&P 500 caiu 0,15%. Dados sobre a economia dos EUA divulgados ontem deram alguma tranqüilidade aos mercados em relação ao início de 2007. As vendas de imóveis usados cresceram pelo segundo mês seguido em novembro, subindo 0,6% para a média anual de 6,28 milhões de unidades. A expectativa era de queda de 1%. No Brasil, a leitura dos analistas para o próximo ano também prevê fortes investimentos em imóveis e, por isso, analistas sugerem investimentos em ações de empresas ligadas a esse setor. Segundo alguns deles, o potencial de valorização dessa carteira é de 20% para 2007. "O cenário que a gente traça é de um ano parecido com este: positivo para mercados emergentes, com a economia internacional desacelerando de forma suave", prevê Álvaro Bandeira, diretor da Ágora Senior CTVM. (Agências)
Dólar encerra 2006 cotado a R$ 2,13 último pregão do ano foi de poucos negócios no câmbio, mas ajudou a acentuar a curva de declínio do dólar em 2006, o quarto ano consecutivo de desvalorização. A moeda norte-americana encerrou o ano com baixa acumulada de 8,13%, e foi negociada por R$ 2,136. No mês, a queda foi de 1,39%. Ontem a moeda teve recuo de 0,47%. O baixo nível do risco-país e o bom desempenho da Bolsa
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de Valores de São Paulo (Bovespa) nos últimos dias têm favorecido a valorização do real. O risco está na mínima histórica, em 193 pontos-básicos, enquanto a bolsa supera os 44 mil pontos. "Está todo mundo otimista", resumiu a diretora de Câmbio da AGK Corretora, Miriam Tavares. Segundo ela, o movimento do dólar foi fraco durante o dia e o mercado acompanhou os indicadores positivos da eco-
nomia norte-americana. A confiança do consumidor dos Estados Unidos melhorou em dezembro, assim como a atividade empresarial no Meio-Oeste do país. A venda de moradias existentes também avançou em novembro. Mesmo com liquidez reduzida, o Banco Central fez leilão de compra de dólares no mercado à vista ontem e aceitou três propostas, com corte a R$ 2,136. A operação serve pa-
ra reforçar as reservas internacionais, que fecham o ano acima dos US$ 85 bilhões. Ao longo de 2006, ingressos de recursos por meio de exportações ajudaram a guiar o declínio do dólar, embora o BC tenha seguido firme nas compras de moeda. O cenário externo colaborou para a depreciação. Em quatro anos consecutivos de queda, a moeda norte-americana acumulou recuo de 39,75%. (Reuters)
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Urbanismo Transpor te Compor tamento Saúde
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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IDÉIA É MELHORAR SAÚDE DE COLABORADORES
Está comprovado que a atividade física melhora a disciplina e a disposição. Fernando Soleiro, diretor do Pão de Açúcar
Marcos Fernandes/Luz
SÃO SILVESTRE
Corrida começa no trabalho Empresas preparam funcionários para participarem da tradicional competição
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analista de planejamento Marcopolo Lopes Pinheiro passou dos 30 anos com hipertensão e 25 quilos acima do peso. Nada que um ano e meio de treinamento e condicionamento físico não revertesse o quadro e, ainda, lhe desse motivação para participar de sua primeira corrida de São Silvestre, no domingo. O analista de sistemas Miguel Padula Cotrim, de 54 anos, completou um ano de treinamento em novembro e deixou de fumar para correr na 82ª Corrida Internacional de São Silvestre. Participar da corrida não foi o único motivo que levou essas pessoas a mudarem seus hábitos. Marcopolo trabalha no Grupo Pão de Açúcar e Miguel, na assistência médica Samcil, empresas que investem em treinamento e preparo para incentivar os colaborado-
Luiz Prado/Luz
Analista da Samcil: primeira vez
res a ter mais qualidade de vida. No domingo, eles se juntarão aos cerca de 15 mil participantes da São Silvestre para correr 15 quilômetros. O objetivo, segundo o presidente do Pão de Açúcar Esporte Clube e diretor de recursos
humanos, Fernando Soleiro, é que o funcionário adquira o espírito de participação e de integração. "Está cientificamente comprovado que a atividade física melhora a disciplina, a qualidade de vida e a disposição. Faz bem para a empresa e para o funcionário", disse. O Pão de Açúcar investe R$ 3 milhões entre academias internas e no P.A. Club, departamento que existe em seis cidades e que, desde 1992, conta com profissionais das áreas de medicina esportiva, nutricionistas e preparadores físicos para atender os funcionários. Segundo Soleiro, cerca de 4 mil funcionários praticam exercícios no País. Este ano, a empresa pagou a inscrição na corrida para 150 deles. Saúde – Os funcionários da Samcil participarão pela segunda vez da prova. São 453 inscritos pela empresa, entre funcionários e seus familiares,
ACSP agradece e retribui O presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, agradece e deseja um feliz 2007 a:
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Vida Pazzanese; Adelaide e Mario Najm; Advocacia Manhães de Almeida; Agostinho Turbian, diretor-superintendente da Fenadvb; Alaide e Orestes Quercia; Alcides Lopes Tápias; Aggreco Consultores; Alexandre Lopes Kireeff, presidente da Sociedade Rural do Paraná; Antero José Pereira, presidente do Sindipan/Aipan; Antonio Hermam D. M. Azevedo, diretor Aggrego Consultores; Anunciato Thomeo Sobrinho; Appobato Machado - Advogados; Arthur Moreira Ricca e José Antonio Silveira Ribeiro, presidente e presidente do conselho deliberativo do Clube Esperia; Associação Beneficente A Mão Branca de Amparo aos Idosos, Associação Brasileira de Automação Comercial (Afrac); Assohonda, Assoparts e Assoparts Corretora; Atento Brasil S.A.; Berardino Antonio Fanganiello, Comodoro - Iate Clube de Santos; Blending Indústria e Comércio Ltda.; Bruno Leone; Câmara de Comércio Americana (Amcham Brasil); Camila Dias, editora-chefe da Agência Leia; Carlos Rezende, coordenador executivo nacional do Programa Empreender; Carolina e Emídio Dias Carvalho; Centro Comercial Leste Aricanduva; Cristiane Carbone; Cristiano Buarque Franco Netto; Dario Rais Lopes; Davi de Lacerda; Di Fonzo Comunicação Integrada; Dilson Di Donato Ferreira Junior, presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais; Dimas de Melo Pimenta, Dimpe Sistemas de Ponto e Acesso Ltda; Dirceu da Assumpção Variz, diretoria Finasa; Peter Athanasiadis, Cônsul Comercial da Áustria em São Paulo; Eduardo Monteiro; Elisa Maria A. de Oliveira; Emilio Daniel e Flavio F. de Figueiredo, Daniel & Figueiredo Consultores Associados; Emilson Alonso e Luís E. R. Lisbôa, Associação Brasileira de Bancos Internacionais; Equipe Number One Tours; Espaço Rosa Rosarum; Evanir
Ussier, diretoria Finasa; família Camp Centro; família Desert Consultoria em Benefícios; família Salomone; Fernando Rodrigues Mota, Mongeral S.A. Seguros e Previdência; Frederico dos Ramos, Rodrigo Carneiro e diretoria, Associação Nacional dos Distribuidores de Autopeças; Fressatti, presidente da Sociedade Amigos da 2ª Divisão de Exército; Gerson Gómez, AAA Brasil; Gilberto Giba Pereira, Instituto Educacional; GT Marketing e Comunicação; Hermelindo Ruete de Oliveira, presidente do Conselho de Administração da Copersucar; Ikesaki Cosméticos; Instituto Liberal; Jácomo Spampinato Neto; Jandira Bagnoli Araújo e José Maria de Araújo Júnior, presidente do Fundo Social e prefeito de Santa Bárbara d’Oeste; Jean Rodopoulos, Bergson Qualidade Mundial; José Adir Loiola, presidente da Sesvesp; José Auricchio Júnior e família; José Carlos de Oliveira Lima, Coordenador do Comcic/Fiesp; José Gomara Sobrinho; Lívia e Octavio Vallejo; Lu Yuzhong, cônsul Econômico-Comercial da República Popular da China em São Paulo; Luiz Carlos Pereira de Almeida; Luiz Fernando Furquim, Elefe Ltda. - Relações Corporativas; Marcos Lopes, Lopes Consultoria de Imóveis; Maria Aparecida, Ideti Eventos em Tecnologia da Informação; Maria da Penha Guzzetta; Maria Lúcia e Robert Schoueri; Maria Lucia Vasconcelos; Maria Regina Bertelli e família; Michael Esrubilsky, Lemon Bank Banco Múltiplo S/A.; Miguel Jorge, vice-presidente executivo do Santander Banespa; Milu Villela; Miriam Sakai; Mistral Importadora Ltda.; Mosca Mopp Sistema de Limpeza; MTS Eventos; Nicete Bruno Produções Artísticas; Orlando Melo de Castro, diretor-geral do Instituto Agronômico; Paulo M. Marraccini, AGF Seguros; Pe. Cesar Augusto dos Santos, S.J., vicepostulador da Causa de Anchieta - Associação Pró-canonização de Anchieta; Pe-
dro Coutinho, vice-presidente executivo do Santander Banespa; restaurante Don Curro; Riccardo Landi, diretor-geral para o Brasil do Instituto para o Comércio Exterior - ICE; Rino Publicidade Ltda.; Roberto Venosa, presidente do Idort; Rona Kotler Ben - Aroya, chefe de escritório Escritório Econômico - Embaixada de Israel no Brasil; Sérgio Papini de Mendonça Uchôa, presidente da Associação Comercial de Macéio; Servenco; Sholomo Shoel, Alobrás - Associação de Lojistas do Brás; Siree Bunnag, Embaixada Real da Tailândia; Solbrasil e PGC; SP Urbanuss; Tadeu Di Pyetro; Takao Ishii; Tendências Consultoria Integrada; Tomberlin; Tonico Ramos; Tony J. C. Chyou, diretor Taiwan Trade Center do Brazil; Walter Abrahão; Yellow Pages Brazil; Geraldo Cruz – prefeito Embu das Artes; Richard F. Smith – Equifax, inc.; Hirofumi Ikesaki – Associação Cultural e Assistêncial da Liberdade; Grupo Schahin; Espaço Cultural CPFL; Autostar; José Mindlin – presidente Sociedade de Cultura Artística; Luiz Gonzaga Beraldo – presidente Câmara dos Dirigentes Logistas de Jaboticabal; Fábio Donato Gomes Santiago – Beneficiência Portuguesa de Araraquara; José Carlos Rolim - Rolim móveis e decorações; Grupo Artes; Sophus Tecnologia; Sistema Estapar / Riopark; senador José Agripino e Anita Maia; senador Fernando Bezerra; Dascam Corretora de Câmbio Ltda.; Thersio Gonçalves; Gulgun Balik - diretora executiva Câmara de Comércio, Indústria e Turismo BrasilTurquia; Paulo Henrique Barbosa Pereira; ACE Seguradora; Associação Industrial e Comercial de Itatiba; deputado Celino Cardoso; Associação Comercial e Empresarial São João da Boa Vista; Fundação Cultural Exército Brasileiro; escritório Levy; Cia Fazenda Acaraú; Angelo Biancolin Junior - presidente Associação Comercial e Industrial de Poá; Empretur Turismo; Banco Schahin.
Corredores e técnicos do Pão de Açúcar na pista do Ibirapuera. Empresa inscreveu 150 funcionários.
e associados. A idéia de treinar estas pessoas e oferecer exames e acompanhamento médico partiu do diretor-geral da empresa, Mauro Bernacchio. "O projeto chama-se Samcilvestre e surgiu porque resolvemos fazer a lição de casa. Além de cuidar da saúde das pessoas, também cuidamos da saúde de nossos funcionários, pela prática de atividades físicas", disse. A empresa, além de inscrever e treinar, ainda pagará um prêmio de R$ 750 àqueles que completarem a corrida num
tempo estabelecido, de 1h55 para os homens e de 2h10 para as mulheres. A empresa investe cerca de R$ 500 mil no projeto. "Percebemos que os funcionários emagreceram, estão mais motivados e menos estressados. Um porcentual grande deles também parou de fumar", disse Bernacchio. Treinos - A participação na São Silvestre exige muito treino, com freqüência mínima de três vezes por semana. Cada treino varia de 40 minutos a até duas horas. Tudo depende do
programa de exercícios, elaborado individualmente. "O ideal é treinar por um ano. Os iniciantes começam com caminhadas e evoluem para a corrida, gradualmente", explicou o professor de educação física que presta consultoria à Samcil, Duarte Alves Martins Cabrita. "No clube, são feitos os exames médicos e os programas de treinos. Não queremos performance, e sim participação", disse Marcos Paulo Reis, coordenador técnico do P.A. Club. Rejane Tamoto
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OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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RESENHA
NACIONAL
RECEITA DE ANO NOVO PARA LULLA
SERMÃO
i na Folha de S. Paulo que foi proferida sentença inédita pela Justiça Federal, em Curitiba, determinando seqüestro de bens de pelo menos R$ 15 milhões que pertenciam a uma quadrilha de traficantes de cocaína. O líder da tal quadrilha foi condenado a 28 anos de cadeia.
O nosso Nicolau-La-Lau, juiz do Trabalho, aposentado, apropriou-se de uma quantia expressiva (fala-se em R$ 170 milhões) na construção de um novo prédio para abrigar o Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. Até agora, o poder público só conseguiu, pelo que sei, seqüestrar o apartamento milionário de Miami.
DO AUMENTO
Jair Soares
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emos ouvido falar, com freqüência, que Lulla vai lançar um pacote econômico visando a superar a letargia que assola o País. Até agora só temos ouvido e assistido a aumentos da gastança federal, contrariando o principal objetivo do tal pacote que seria o de aumentar as despesas de capital – os investimentos. Creio que se pode dar a Lulla algumas sugestões para melhorar a arrecadação sem aumentar os tributos porque a fórmula da derrama em curso vai acabar matando o paciente que é eufemisticamente chamado de contribuinte.
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JOÃO DE SCANTIMBURGO
Ano novo, carga tributária nova ROBERTO FENDT
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repare o bolso, leitor. Estimativa do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário mostra que o montante de tributos arrecadado de janeiro a setembro deste ano corresponde a 38,95% do PIB do período. Até depois de amanhã, portanto, estaremos nos aproximando do padrão de carga tributária dos países mais desenvolvidos do mundo, como o a Suécia, os demais países escandinavos, o Japão e os Estados Unidos. Com a desvantagem de que, pelos menos nos países escandinavos, saúde e educação são padrão de qualidade mundial e oferecidas gratuitamente à todos os residentes desses países - ao contrário daqui, onde a arrecadação tem padrão sueca e os serviços padrão de Ruanda. Estamos agora, com a lei orçamentária de 2007, diante da possibilidade concreta de vermos a carga tributária aumentar novamente. Pelo menos é o que decorre do relatório final do relator do projeto de lei, senador Valdir Raupp (PMDB-RO). Segundo o relatório, as despesas de investimento devem aumentar 10,8 bilhões de reais com relação ao projeto de lei orçamentária encaminhado pelo Executivo ao Congresso. Recorde-se que o projeto de lei original previa gastos com investimento de 16,2 bilhões de reais; com as mudanças introduzidas pelo relator, o limite desses gastos sobe para 27 bilhões. Em decorrência desse aumento do limite "autorizativo" para gastos no Orçamento, a carga tributária aumentará também em 2007. As estimativas da receita da União passaram agora de 17,41% para 18,1% do PIB - um aumento de 8,5 bilhões de reais. Observe-se que o aumento de receita era adequado para acomodar um aumento no salário mínimo para 375 reais. Agora, com o acordo entre o ministro do Trabalho e as centrais sindicais que resultou em uma proposta de aumento do salário mínimo para 380 reais, fica claro que novos aumentos de impostos serão também necessários para acomodar esse aumento não previsto no projeto de lei e no parecer do relator. O aumento da carga tributária não decorre
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e Lulla estiver realmente falando sério, ele poderia pedir à Justiça que acelere os procedimentos em relação a Maluf, Quércia, Jader Barbalho, José Sarney (e, em menor escala, aos mensaleiros como Janene, João Paulo Cunha, Silvinho Pereira, Roberto Jefferson (R$ 4 milhões recebidos do PT), Marcos Valério, os sanguessugas, o pessoal do BMG e muitos outros) – cujo seqüestro de bens faria bem ao Brasil e à sua imagem de Pai dos Pobres... e dos ricos também. COMENTÁRIO DE ARTHUR CHAGAS DINIZ NO SITE DO INSTITUTO LIBERAL WWW.INSTITUTOLIBERAL.ORG.BR
G Se Lula estiver
realmente falando sério, poderia pedir à Justiça que acelere o seqüestro de bens de Maluf, Quércia, Jader Barbalho, Sarney e, em menor escala, dos mensaleiros e sanguessugas.
apenas dos motivos apontados anteriormente. No apagar das luzes de 2006, as mesas da Câmara e do Senado, junto com as lideranças de todos os partidos - base governista e oposição, unidas na mesma maracutaia -, queriam fazer passar um novo trem da alegria, criando um mensalão legal, na feliz expressão de Zuenir Ventura. A reação popular pelo menos adiou esse projeto; mas algum aumento resultará e, junto com o aumento dos senhores parlamentares, aumentará a carga tributária da patuléia. Tamanha insensibilidade não surpreende, já que a carga tributária quase dobrou entre nos últimos quarenta anos. De fato, entre 1967 e 1976, a carga tributária situava-se no patamar de 20%. Nesses dez anos, a economia brasileira cresceu cumulativamente em termos reais mais de 9% ao ano. Um padrão chinês. Em 1997 a carga tributária já havia subido para 27,8%, chegando este ano a quase 39% do PIB. E o próprio PIB cresceu nesses nove anos mediocremente, a uma taxa média de 1,6% ao ano. Um padrão haitiano.
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esponsáveis por esse desempenho pífio? Os governos social-democratas, tanto tucano como petista. O primeiro por não ter utilizado as receitas da privatização para abater a "herança maldita" da dívida pública, cujo serviço nos custa 158 bilhões de reais. O segundo, por não ter sequer pensado no assunto, mantendo sob seu poder ativos que poderiam ter sido privatizados e cuja receita de venda poderia ter sido utilizada para abater a dívida. Nos dois casos, não ocorreu aos brilhantes economistas que assessoram o governo alertar que a taxa de retorno dos ativos é muito menor que os juros pagos na rolagem da dívida. Mas pode ser que a conta tenha sido feita; e tenha se chegado à conclusão, no atual governo, que faltariam os lugares nas diretorias das empresas estatais, passíveis de privatização, para abrigar companheiros e outros perdedores de eleições. Portanto, ano novo, carga tributária nova. Infelizmente, maior.
A s estimativas de receita passaram para 18,1% do PIB, um aumento de 8,5 bi
Ricardo Stuckert
Redução de capital: problemas e soluções
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ula: um pacote sem aumentar impostos
VERA LUCIA DE PAIVA CICARINO
Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi
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ace ao atual Código Civil, o procedimento para a redução de capital se tornou mais complexo, uma vez que exige medidas que, às vezes, dificultam a implementação de tal decisão com a rapidez que os negócios e os sócios demandam, além de onerar a empresa. Assim como nas S.As., poderá a sociedade limitada reduzir seu capital, depois de integralizado, se houver perdas irreparáveis ou se julgado excessivo em relação ao objeto social, quando haverá restituição aos sócios. Especial atenção se deve dar no caso da última hipótese - capital excessivo - quando, por lei, é exigida a publicação na imprensa oficial e local da ata que aprove a redução, para que no prazo de 90 dias o credor quirografário, por título líquido anterior àquela data, possa se opor à deliberação tomada. A redução somente se tornará eficaz se, dentro daquele prazo, não houver impugnação ou se provado o pagamento da dívida ou seu depósito judicial. Somente após o cumprimento de tais condições, sob comprovação à Junta Comercial, é que a empresa poderá fazer a alteração contratual e
registrá-la. E se o capital não tiver integralizado? Em recente parecer da Junta Comercial do Estado de São Paulo, esta entendeu que, também nesse caso, aplica-se os requisitos legais acima mencionados para capital excessivo, não aceitando o argumento de que o texto legal diz respeito à redução de capital já integralizado e não a integralizar.
H
á, ainda, dois outros aspectos a considerar. Se aquela deliberação social/alteração contratual não tiver a assinatura de todos os sócios, convocação com a ordem do dia deverá ser expedida, com aviso de recebimento, aos sócios, sendo que algumas Juntas Comerciais - ainda não a de São Paulo - somente aceitam tal convocação mediante publicação. Outro aspecto diz respeito à exigência de se apresentar diversas certidões negativas, o que, como é notório, tem trazido às empresas grandes dificuldades. VERA LUCIA DE PAIVA CICARINO É SÓCIA DO ESCRITÓRIO PEIXOTO E CURY ADVOGADOS VLPC@PEIXOTOECURY.COM.BR
A Junta Comercial rejeita a redução de capital já integralizado
Q
uem conhece a história da Igreja Católica Apostólica Romana, ainda que nos resumos das enciclopédias, não vai estranhar a rudeza do sermão do arcebispo de Brasília, Dom João Braz de Aviz, diante dos congressistas no ofício religioso em Brasília. Ouçamo-lo: Como aceitar que um parlamentar receba mais de R$ 800 por dia, quando boa parte das pessoas que representa é obrigada a viver com R$ 12 por dia? É a velha tradição da Igreja em defesa do povo e da moral, pois o aumento visado pelos congressistas é absolutamente imoral e merece ser revisto pelos congressistas isentos desse mal enorme que é a submissão a aumentos injustificáveis.
É
antiga a decisão do Congresso de querer aumentar o próprio salário, aumento que não veio anteriormente devido à pressão popular e à reação das classes econômicas. Tudo se ajeita para ficar viável a um aumento, hoje diz-se tolerável, no quadro geral dos salários que se pagam no Brasil. Comentamos há dias o conceito negativo que se faz dos congressistas em geral, embora existam exceções. Ficamos com essa minoria que acha normal uma revisão, mas não um aumento de 90% como pretendido agora, a tal ponto que o assunto ficou para 2007. Todas as classes se manifestaram contrárias ao abusivo aumento. Não consta nos anais do Congresso um protesto tão violento como esse, aplicado pela opinião pública e pelas classes econômicas, contra o aumento exagerado nos salários dos congressistas, que votaram em si mesmos. Nem por vir de um corpo soberano, deve a questão dos salários ser excluída da norma geral a que o governo obedece na decisão sobre aumentos.
A
ssim dizemos e assim repetimos, certos de que refletimos a posição do povo em face desse aumento verdadeiramente absurdo. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR
G Não consta
nos anais do Congresso um protesto tão violento como esse contra o reajuste
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Indicadores Econômicos
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3,83
28/12/2006
por cento foi a alta acumulada pelo Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) neste ano.
Informe Publicitário
FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda
Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP
Posição em: 26/12/2006 26/12/2006 26/12/2006 26/12/2006 26/12/2006
P.L. do Fundo 12.738.099,88 2.034.054,05 12.395.366,05 19.736.475,21 1.405.625,67
Valor da Cota Subordinada 1.293,230721 1.134,463167 1.246,014435 1.107,512153 1.180,690019
% rent.-mês 1,8223 0,9952 5,7882 2,5281 2,1927
% ano 32,3714 13,4463 24,6014 10,7512 18,0690
Valor da Cota Sênior 1.033.374778 1.120,393795 1.138,134511 0 0
% rent.-mês 0,9195 0,8447 0,9897 -
% ano 3,3375 12,0394 13,8135 -
rating A-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB(Austin) A+(Austin)
DC
COMÉRCIO
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Transpor te Urbanismo Violência Saúde
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3 Entre os mortos, nove civis, dois policiais e sete suspeitos. Trinta e duas pessoas ficaram feridas.
FORAM 14 ATAQUES EM MENOS DE 24 HORAS
Sergio Moraes/Reuers
Ricardo Moraes/Folha Imagem
18 pessoas morrem em dia de terror no Rio
Ônibus incendiado durante os ataques no Rio (esquerda). Na foto acima, cabine da Polícia metralhada na praia de Botafogo. Abaixo, vítima de um dos ônibus incendiados pelos bandidos chega a hospital.
As ações coordenadas atingiram todas as regiões da cidade durante a madrugada e a manhã de ontem. Polícia reforçou contigente e invadiu favelas.
O
Ernesto Carriço/AE
Rio de Janeiro viveu ontem um dia de terror. Em ações coordenadas, criminosos atacaram ônibus, delegacias e postos da Polícia Militar na cidade. Foram 14 ataques em menos de 24 horas, e 11 ônibus incendiados. Ao todo, 18 pessoas morreram – nove civis, dois policiais e sete suspeitos. Trinta e duas pessoas ficaram feridas. A cidade acordou com tiros na madrugada. Gravações da polícia mostram os primeiros sinais da onda de violência: "28ª DP sendo atacada! E a 6ª DP já foi atacada, hein! Todas as delegacias do Rio, queiram ficar atentas, com armamento na mão". Em vários pontos da cidade, da Região Metropolitana e da Baixada Fluminense, o terror estava presente. Na Lagoa, zona sul, um PM foi morto dentro de uma viatura. Em Botafogo, uma cabine da PM foi atacada. Uma mulher, atingi-
da por um tiro, morreu. Uma criança e um PM se feriram. No centro do Rio, bandidos dispararam contra a delegacia da Cidade Nova e um carro da PM foi atacado. Na zona norte, a Delegacia de Repressão a Entorpecentes foi atacada e no Alto da Boa Vista uma cabine da PM também foi alvo dos criminosos. Um policial foi ferido. Na zona oeste, na Barra da Tijuca, uma viatura foi atacada, um policial e um bandido morreram e outro PM ficou ferido. Em Jacarepaguá, um carro da polícia foi incendiado e em Bangu três ônibus foram incendiados. O medo de novos ataques deixou a população assustada. Às 14h30, no largo da Taquara, na zona oeste, muitos comerciantes fecharam as portas por causa de boatos de mais ações criminosas. No Centro, várias empresas, inclusive a Petrobras, liberaram os funcionários mais cedo. A Prefeitura de
Niterói também decidiu antecipar o fim do expediente. Informações extra-oficiais davam conta, ontem à noite, de que as autoridades de segurança do Rio vinham sendo alertadas desde terça-feira sobre os preparativos que estariam sendo feitos para desencadear a onda de violência. Reforço – Os ataques levaram a polícia a ocupar 12 favelas do Rio. O governo do estado afirmou que desde a quarta-feira à noite vem tomando providências para conter a ação dos bandidos nas ruas e evitar rebeliões em cadeias. A PM informou que já reforçou o patrulhamento. Ontem já havia sido reforçado o número de homens em todos os batalhões do Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e na Baixada. Os policiais da cidade vão estar de prontidão nos quartéis e em operações em pontos considerados estratégicos. O policiamento vai se manter
Setor aéreo precisa ser reestruturado, diz Dilma Rousseff A ministra-chefe da Casa Civil defende regras claras e duras para empresas e passageiros e reconhece que a Anac ainda não está amadurecida para evitar crises.
A
ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, defendeu ontem uma reestruturação do setor aéreo com regras claras e duras para empresas e passageiros. Ela disse que no exterior se "trucida", por exemplo, quem pratica overbooking - a venda de mais passagens que o número de assentos nos aviões. "O que acho é que em qualquer setor tem de ter regras claras", afirmou a ministro. Em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, Dilma Rousseff reconheceu que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ainda não está amadurecida para evitar problemas como a atual crise nos aeroportos. "A Anac tem menos de um ano, pegou um setor monopolista, sem política de aviação clara", avaliou. "As agências passaram por um processo de amadurecimento. As que têm mais tempo estão mais bem implantadas". Ela defendeu a permanência do ministro da Defesa, Waldir Pires, no cargo, isentando-o de ter responsabilidade no caos aéreo. "O problema é mais complexo", avaliou. "A pró-
pria trajetória mostra isso, com o caso da Varig, (a crise) dos controladores e agora o problema das empresas", disse. A Anac determinou a criação de uma força-tarefa para a monitoração dos sistemas de reserva de todas as empresas de transporte aéreo, até a regularização dos serviços. A portaria foi publicada ontem no Diário Oficial da União. Movimento - Os principais aeroportos do País tiveram movimento tranqüilo no fim de tarde de ontem. No Aeroporto Internacional de São Paulo, em Congonhas, Guarulhos, não havia atrasos nas partidas nacionais e internacionais. Nas chegadas houve um atraso e um cancelamento. O Aeroporto Presidente Juscelino Kubitschek, em Brasília, não registrava vôos atrasados ou cancelados. As filas nos guichês das companhias aéreas diminuíram em comparação ao período da manhã. No Rio de Janeiro, as filas aumentaram no Aeroporto Antonio Carlos Jobim, contudo as decolagens e poucos transcorrem normalmente. Já no Aeroporto Santos Dumont, tam-
bém no Rio, dois vôos nacionais seguiam com atrasos. Em Fortaleza, o Aeroporto Internacional Pinto Martins tinha movimento tranqüilo. Os vôos atrasaram poucos mais de uma hora e todos os pousos e decolagens estavam confirmados. No Aeroporto de Confins, em Minas Gerais, apenas o vôo 7472 com destino a Assunção, Paraguai, apresentava uma hora e quarenta minutos de atraso. Alguns vôos foram antecipados em até 20 minutos. Efetivo - A TAM disse que reforçou seu efetivo nos aeroportos, elevando em 20% a equipe, principalmente em Congonhas e Guarulhos, em São Paulo; Tom Jobim, no Rio de Janeiro; e Brasília. "Este reforço inclui pessoal de checkin, embarque, comercial e cargas e lojas", disse a empresa. O aumento inclui a tripulação, com alta do número de tripulantes em reserva e sobreaviso. Segundo a TAM, suas 95 aeronaves estão em plena condição de operação e das 5 mil reclamações de entrega de bagagem registradas entre o dia 21 e ontem, 80% foram solucionadas. (AE)
Melhor horário
Objeto suspeito
Mais policiais
A
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A
Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) recomenda aos motoristas que forem pegar as estradas que se programem para viajar no final da noite ou de madrugada, entre 22h e 6h, evitando o horário das 14h às 22h de hoje e das 8h às 13h de amanhã. A CET, que estima que 1,5 milhão de veículos deixarão a capital, realizará a Operação Estrada.
metrô de São Paulo deixou de funcionar ontem, por 20 minutos, em um trecho da Linha 3 Vermelha, que liga o bairro da Barra Funda, na zona oeste, a Itaquera, na zona leste. A suspensão do funcionamento ocorreu entre 18h20 e 18h40 por causa de um objeto suspeito encontrado na plataforma da estação Santa Cecília, região central.
polícia paulista anunciou que reforçará sua atuação no litoral durante o verão. Cerca de 2.500 policiais civis e militares irão reforçar o policiamento até 4 de fevereiro. Segundo o comandante da PM na Baixada e Vale do Ribeira, coronel Orlando Geraldi, 1.600 PMs já começaram a ajudar os 3.800 homens que estão nessa região.
em alerta máximo até que os órgãos de inteligência da Secretaria de Segurança informem que o risco de novos ataques diminuiu. Motivos – As duas principais autoridades de segurança do Rio divergem sobre os motivos da onda de violência. O secretário de Segurança Pública, Roberto Precioso, disse que facções criminosas se uniram para protestar contra um possível endurecimento na administração do sistema penitenciário, atualmente "acomodado". Já para o secretário de Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, os ataques foram uma represália às invasões das milícias nas favelas do Rio. Atualmente, das 712 favelas do Rio, 92 estão dominadas por milícias. A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o motivo. Indagado se as ações teriam sido motivadas por uma represália às propostas de mudança na
gestão de segurança, como aponta a Secretaria de Segurança, ou pela atuação de milícias em favelas, como afirmam panfletos distribuídos pelos bandidos, o chefe da Polícia Civil, Ricardo Hallack, disse que nenhuma hipótese será descartada na investigação. "Não sabemos qual é a causa, não tem cabimento a auto-
ridade policial achar nada", respondeu ele à perguntas sobre qual a hipótese mais provável. Segundo ele, as polícias Civil e Militar agiram para tentar impedir que os ataques atingissem proporções maiores. "Mas ataques de kamikazes existem", disse referindo-se ao incêndio do ônibus da Viação Itapemirim. (Agências)
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LAZER - 5
MÚSICA Novo álbum de Yusuf Islam não nega Cat Stevens. Toquinho canta em alto-mar. Fotos: Reprodução/Arquivo DC
CRUZEIRO
Toquinho sobre as ondas Ao gosto dos passageiros
C
Yusuf, ex-Cat. Um músico mais refinado
Cat: The Best. Yusuf: inspirado em lições orientais. Prazer em ouvi-los.
S
tephen Demetrius Georgiu, 1947, nascido em Londres, descendente de pai greco-cipriota e de mãe sueca, abriu a trilha da fama em 1966 ao compor e interpretar canções do gênero folk. Seu nome artístico, inspirado pelo produtor Mike Hurst, era Cat Stevens, que lhe financiou o primeiro compacto, I Love My Dog (na mesma linha dos baladeiros Neil Young, Randy Newman e James Taylor). Seguiu-se o LP Matthew And Son, que fez de Cat ídolo do público adolescente, já em estilo pop. Cat combinava referências à natureza, à liberdade, à pureza infantil, ao amor solidário. Um substrato místico permeava-lhe as canções. Vendeu 40 milhões de álbuns; freqüentou palcos da Europa e dos EUA, sem jamais perder a discrição. Em 1973, seis anos depois de os Beatles submergirem nas lições do guru Maharishi Mahesh Yogi, Cat Stevens largou Londres e refugiou-se no Rio, para meditar. Meditar no Rio? Enganou-se. Voltou a seu país e lá isolou-se até que, em 1977, o irmão emprestou-lhe – como advertência – um exemplar do Corão: sofrera um acidente e quase morrera afogado. Daquele contato, nascia Yusuf Islam, que anuncia para breve uma turnê americana, e lança neste final de 2006 o CD An Other Cup, acústico elegante no melhor tom dos anos de 1970 (lembrando Tea For The Tillerman, Buddaha And The Chocolate Box, entre outros). O título An Other Cup (al-
Randy Newman
Neil Young
go como “um outro caminho”) é a chave do novo álbum, explicada pelo próprio Cat. Este conta instrutiva história do encontro entre o mestre e o discípulo na cerimônia do chá. Afoito, o discípulo dispara-lhe perguntas. O mestre retruca: “Beba primeiro, esvazie a xícara, para enchê-la novamente, com mais atenção. Minhas respostas virão a tempo. Elas lhe demonstrarão que para purificar-nos é preciso libertarnos dos preconceitos. Simples como esvaziar e encher mais uma vez uma xícara de chá”. Na capa do CD An Other Cup, a ilustração é uma xícara cheia de chá. Em cada faixa deste CD confirmase um pouco do espírito do mestre. Na
música Heaven/Where True Live Goes, um refrão insiste: “Eu vou para onde o verdadeiro amor está”. Na canção Midday (Avoid City After Dark), Yusuf canta: “Amo observar as crianças brincando na chuva/Amo sentir o oceano soprando em minha face/Agradeço a Deus por tudo que tenho (mente, corpo e coração)/E rogo para manter-me longe da escuridão”. Em In The End, Yusuf é um pregador: “Você não pode barganhar com a verdade/Porque um dia você morrerá/E o bem triunfará/E o mau definhará no final”. Em The Beloved, é decididamente engajado: “Ele nasceu para ser Amado (...)/Ele nasceu para guiar”.
Distância – Yusuf distancia-se de Cat em muitos aspectos. A voz mudou para melhor: é mais densa, desceu meio tom. Cat cantava liso, sem vibratos. Yusuf estica sílabas, respira melhor, sustenta notas com ênfase, desenvolveu o truque do legato (ligação entre frases e sons, de forma a obter mais fluência no discurso), e, por “incoerente” que possa parecer, faz arranjos mais “pesados”. Aquela guitarra algo plangente dos anos de 1970 (marcante em Father And Son, Wild World, Oh Very Young e Morning Has Broken) hoje ainda é básica. Mas o tônus do novo disco é uma pulsação rítmica, sustentada por sons graves (calçados por toques de tambor, à moda dos noukkayrat, par de pequenos tímbales reunidos por uma corda e batidos a baqueta), nunca usados por Cat. Os efeitos do sintetizador também estão presentes (próximos ao teclado e às cordas). Revela-se, é evidente, um compositor e cantor mais refinado, que absorveu ensinamentos de harmonia e ritmo do Oriente (escala circular de meios tons, persistência minimalista). Esse artista “renovado” surge já na faixa 1 de An Other Cup: Midday (Avvoid City After Dark anuncia um Yusuf certo de ter encontrado as respostas desejadas. (MMJ)
André Domingues
omo parte da celebração dos seus 60 anos de idade, completos em julho, Toquinho fará algo que poucos medalhões da MPB fariam: seguirá os passos dos seus popularíssimos colegas Roberto Carlos e Fábio Júnior e cantará num cruzeiro marítimo de verão. Parece estranho, para alguém saído da contestadora leva artística dos anos de 1960, que se recusou terminantemente a servir como mero meio de entretenimento. Mas a realidade é que ele não mostra o menor constrangimento com a situação, e até a justifica com um chavão daqueles tempos de rebeldia: "A gente tem de tocar onde se puder tocar, o artista tem de ir onde o povo está!". Soa estranho. Mas, evidentemente, Toquinho sabe que não está tocando numa porta de fábrica ou num assentamento de sem-terras. Assim como sabe que o teatro do navio Mistral também não é o Carneggie Hall. Trata-se de uma terceira via, sem o heroísmo da primeira, nem o glamour da segunda, mas que ajuda – e como! – no sustento de uma carreira artística. Tanto é, que ele dá pistas de que sua apresentação ali é apenas parte de uma série de outros negócios com os promotores da viagem. Embora Toquinho não tenha ido pelo caminho de um cruzeiro temático, como Roberto Carlos e Fábio Jr, limitando-se a tocar e, ocasionalmente, estar com os passageiros, não se pode subestimar seu poder de atrair novos viajantes. Além de possuir um público numeroso e fiel no Brasil, o compositor, cantor e violonista tem nome forte no exterior, sobretudo entre os italianos e japoneses. Também colabora para sua atratividade no cruzeiro o tipo de orientação artística que sua carreira tomou dos anos 90 para cá, bem mais concentrada em sucessos do passado do que em novas experiências. "Eu não sou um artista ditatorial em termos de repertório. De repente, eu faço um solo e o público aplaude, então vou mais para esse lado instrumental. Se começarem a cantar junto canções de sucesso, é claro que eu não vou frustrá-los e procuro cantar mais canções de sucesso", comenta. E, para que não restem dúvidas de que compreende perfeitamente o choque da sua opção com as propostas de vários artistas de renome, Toquinho dispara: "Quando eu vou assistir shows,
inclusive de muitos colegas meus, em que eles impõem música nova, acho que fica chatíssimo!". Dessa forma, pode-se garantir que até o mais atarefado tripulante do navio vai voltar assobiando sua imprescindível Aquarela. Aliás, a consagração mundial dessa canção surpreende ao próprio compositor: "Quando eu gravei, ela tinha tudo pra não fazer sucesso, era um antisucesso por ser longa e não ter refrão", comenta. Toquinho diz que a surpresa foi tanta, que nem o diretor da gravadora no Brasil acreditou ao ver sua nome nas paradas de sucesso européias. "Ele me telefonou perguntando se tinha algum Toquinho na Itália. Eu respondi que não, e ele, então, disse: ‘tem um negócio errado aqui, tem um Toquinho em primeiro lugar na Itália’", conta. Ainda falando sobre Aquarela, Toquinho também estranha a incorporação da canção a um repertório infantil. "A letra é muito fatalista. Disfarça bem porque parece uma música de criança, mas fala cada barra pesada que não é brincadeira! É a ode da separação, essa que é a verdade", explica. Também não vão faltar nos shows as suas famosas parcerias com Vinícius de Moraes (em Aquarela o poeta aparece entre os autores, mas só colaborou com o barulhinho do gelo no copo). E nem poderiam. Afinal, Regra Três, Tarde em Itapuã e outras jóias compostas com o amigo constituem a parte mais importante da sua obra. Aliás, a simbiose entre eles foi tanta, que muitos duvidaram do futuro da sua carreira quando Vinícius morreu. Até sua mãe, assegura Toquinho, divertindo-se com a lembrança. "Quando eu telefonei pra comunicar o falecimento, a primeira pergunta que ela me fez foi: ‘E o que vai ser da sua vida agora, Toquinho?’", conta. Esse passado glorioso deve ser, mesmo, a tônica das apresentações de Toquinho. Contudo, o compositor promete que, se a platéia quiser novidades, não vai ficar decepcionada: "Eu tenho várias músicas novas no bolso do colete", diz ele, mas lembrando que é muito raro pedirem. Sendo assim, só cabe ao público escolher. Cruzeiro MPB - De 31 de janeiro a 3 de fevereiro de 2007. Roteiro: Santos – Rio de Janeiro – Angra dos Reis – Santos. Preço: a partir de US$ 590. Mais informações em www.atlantisviagens.com.br.
Toquinho: poesia ao som do mar
James Taylor
Frau Dietrich, 100 vezes chique Arquivo DC
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hique e enigmática, Marlene Dietrich (1901-1992) ficou conhecida nos anos de 1930 em O Anjo Azul, primeiro filme alemão falado, e sua primeira parceria com o diretor Eric Von Sternsberg. Nascida em Berlim em 27 de dezembro, ainda em 1930 foi para os EUA, e realizou clássicos (O Expresso de Shangai, A Vênus Platinada, Atire a Primeira Pedra, A Marca da Maldade, O Diabo Feito Mulher e Testemunha de Acusação). Mas hoje é lembrada, principalmente,
pela contribuição que deu ao show business e pelas gravações de canções de cabaré. Em edição de luxo, a EMI editou um álbum com 4 CDs, mais encarte, em que estão registradas as 100 melhores performances de La Dietrich, que canta em alemão, inglês e francês. Não faltam Lili Marlene, Falling in Love Again, La Vie em Rose e Just a Gigolo. Canções que ela cantou na caserna, para animar os soldados americanos durante a Segunda Guerra Mundial. (MMJ)
TUDO SOBRE TOQUINHO NA WEB Discografia, notícias sobre lançamentos e planos do cantor, fotos e até orçamento para shows de Toquinho podem ser consultados no site www.circuitomusical.com.
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Política DILMA: LULA O Ministério é dele (presidente Luiz Inácio Lula da Silva) e a palavra final é dele. Dilma Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil
Roosevelt Pinheiro/ABr
NÃO TEM PRESSA NA REFORMA Em café da manhã com jornalistas, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou ontem que a reforma ministerial só deve ocorrer no fim de janeiro.
O Dilma Rousseff: ministros técnicos fizeram um bom trabalho em suas áreas, mas comprometimento político da equipe é importante.
COM PFL, ALDO VAI 'ATÉ O FIM'
O
presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), afirmou ontem a aliados que vai "até o fim" na busca da reeleição em fevereiro, mesmo que tenha de disputar votos em plenário com o candidato do PT, Arlindo Chinaglia (SP). Em reunião com os líderes do PFL, Rodrigo Maia (RJ), José Carlos Aleluia (PFL-BA), e representantes de partidos governistas (PTB, PSB, PMDB e PCdoB), Aldo Rebelo traçou uma estratégia para receber o apoio da oposição antipetista e de governadores, descontentes com a distribuição de receitas públicas. "A Câmara precisa ter um comando e uma agenda próprias, que não estejam a serviço apenas do Planalto, mas também dos governadores", disse Rodrigo Maia, após a reunião. A plataforma de Aldo incluirá a votação de uma re-
forma tributária que dê aos Es- formal ao PMDB, para que os tados parcela maior dos im- dois partidos se revezem no postos e parte das contribui- comando da Câmara. O acorções (Cide e PIS-Cofins), disse do foi proposto ao presidente do PMDB, Michel Temer, em um dos aliados da reeleição. Aldo obteve, segundo José carta assinada pelo presidente do PT, Marco Aurélio Carlos Aleluia, o comGarcia. O petista foi promisso de que o PFL duramente criticado não vai lançar um terpelos pefelistas no alceiro nome, aproveimoço de ontem. tando a divisão na ba- A Câmara "O presidente do se. Foi uma divisão coprecisa ter um PT, senhor Marco Aumo essa que permitiu, rélio Garcia, cometeu em 2005, a eleição de comando e uma intromissão inaSeverino Cavalcanti uma agenda ceitável no processo (PP-PE). próprias de sucessão na CâmaSegundo Aleluia, Deputado ra, e acabou fortaleAldo conta também Rodrigo Maia cendo a campanha de com o apoio do PSDB. (PFL-RJ) Aldo Rebelo", disse O deputado Aníbal Aleluia. Gomes (PMDB-CE) Senado – Pouco decalculou que Aldo venceria Chinaglia "com uma pois da reunião entre Aldo e folga de pelo menos 40 votos". aliados, o presidente do SenaO apoio da oposição a Aldo do, Renan Calheiros (PMDBRebelo já era esperado, mas AL), divulgou uma nota desconsolidou-se com a iniciativa mentindo especulações de que do PT de propor um acordo ele estaria tentando influir na
disputa da Câmara. "O senador Renan Calheiros vem a público esclarecer: Não participa, não articula e não discute – direta ou indiretamente – a eleição da Câmara dos Deputados", diz a nota. Preocupado com a própria reeleição e temendo que os rumores sobre sua participação na eleição da Câmara possam ter reflexos na disputa no Senado, Renan acrescentou, na nota, que qualquer tentativa de influenciar em assuntos da outra Casa do Congresso Nacional "seria uma deselegância e uma intromissão indevida". O senador peemedebista fez questão ainda de ressaltar as "boas relações políticas e pessoais com todos aqueles nomes apontados na mídia como supostos candidatos" e garantiu que "respeita e acha natural o direito de cada um deles de pleitear postos partidários ou institucionais". (Agências)
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva só deve anunciar a reforma ministerial entre o fim de janeiro e o início de fevereiro. Segundo a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, o presidente tem reiterado que ganhou as eleições com esse time e que não tem pressa em fazer a reforma. "Se estivesse começando o governo, haveria maior pressão", afirmou Dilma, durante um café da manhã com jornalistas, ontem, em Brasília. A ministra criticou as afirmações de que alguns ministros que eram secretários-executivos exercem mandato-tampão. Para ela, os ministros considerados técnicos, como Nelson Machado (Previdência), Fernando Haddad (Educação) e Paulo Sérgio Passos (Transportes) se saíram muito bem em suas áreas. "Eu não chamaria de ministro-tampão porque fizeram um bom trabalho. Não há ministro de primeira e segunda categoria." Questionada se o governo não teria problema em dar a outros partidos pastas que estão nas mãos dos "tampões", como Transportes, ela respondeu que as pessoas erram ao rotular políticos e técnicos. "Todos temos um viés incorreto de tratar o político e o técnico", disse. "Acho que um ministro tem de ter um compro-
misso político, isso não é técnico, pois ele é representante de seu povo." Dilma acrescentou que o presidente, ao escolher a nova equipe, vai buscar nomes que combinem conhecimentos técnicos e comprometimento com o país. Ela afirmou ainda que Lula não tem revelado as mudanças que pretende fazer em sua equipe. "O Ministério é dele e a palavra final é dele." Caos aéreo – Ao comentar o caos aéreo verificado nas últimas semanas em todo o país, Dilma Rousseff defendeu uma reestruturação do setor aéreo com regras claras e duras para empresas e passageiros. Ela disse que no exterior se "trucida", por exemplo, quem pratica overbooking – a venda de passagens superiores ao número de assentos nos aviões. "O que acho é que em qualquer setor tem de ter regras claras", afirmou. A ministra reconheceu que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ainda não está amadurecida para evitar problemas como a atual crise nos aeroportos. "A Anac tem menos de um ano, pegou um setor monopolista, sem política de aviação clara", avaliou. "Todas as agências passaram por um processo de amadurecimento. Ela defendeu a permanência do ministro da Defesa, Waldir Pires, no cargo. (Agências)
Alan Marques/FolhaImagem
FIM DA BRIGA ENTRE ESPORTE E CULTURA
governo conseguiu chegar a um acordo ontem para acabar com o impasse na lei de incentivo ao esporte. Para evitar concorrência com os investimentos destinados à cultura, criou-se uma terceira faixa de isenção fiscal específica aos esportes para inclusão social, recreativo e às modalidades de alto rendimento com menor visibilidade. O futebol profissional não será beneficiado pelos novos incentivos. O governo bateu o martelo do acordo após reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os ministros do Esporte e da Cultura e representantes dos artistas e dos atletas. Ao final do encontro, as duas categorias saíram comemorando e negaram que tenha havido um racha. Os ministros da Cultura, Gilberto Gil, e do Esporte, Orlando Silva, explicaram o acordo. Segundo eles, será editada hoje medida provisória (MP) criando um teto de isenção de Imposto de Renda específico para empresas que destinarem dinheiro a atividades esportivas. De acordo com os ministros, a medida permitirá a destinação de R$ 300 milhões aos esportes durante o ano de 2007. As empresas que fizerem doações equivalentes a 1% do Imposto de Renda a pagar
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serão beneficiadas com a isenção equivalente a esse porcentual. Gil e Silva explicaram que a criação desse teto de isenção é exclusivo para o setor de esportes, sem relação com a Lei Rouanet, que incentiva a cultura. Os dois ministros esclareceram que a MP acrescentará um novo inciso ao artigo da Lei Geral de Tributos, que prevê isenções de até 4% para iniciativas vinculadas à Lei Rouanet. Pelo novo inciso, haverá isenção de Imposto de Renda para as empresas que declaram lucro real. Satisfeitos – Os artistas e esportistas que participaram da reunião com o presidente saíram satisfeitos do encontro. Segundo eles, as medidas anunciadas durante a reunião atende às duas partes envolvidas. Eduardo Barata, da Associação dos Teatros do Rio, disse que o acordo satisfaz aos dois setores. A atriz Natália Thimberg concordou e disse que prevaleceu o bom senso. "Todos foram atendidos", afirmou a atriz. O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, disse que o problema está resolvido e que a solução encontrada atende a todos. "Não houve fissura e tudo está resolvido. Estamos satisfeitos", afirmou o esportista. (Agências)
PT: GRANJA DO TORTO VIRA ACAMPAMENTO
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Lula com artistas e esportistas: reunião definiu verbas para o esporte.
LULA ASSINA MP DO FUNDO DA EDUCAÇÃO
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presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou ontem a medida provisória que regulamenta o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). Após a cerimônia, o ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que até o dia 15 de janeiro será instalada uma comissão com representantes do MEC, do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação e da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação para definir os coeficientes de rateio dos recursos. A MP – que entra em vigor a partir de março – fixa uma faixa de 0,7 a 1,3 para o valor dos coeficientes, sendo que 1 é o peso atribuído ao ensino mé-
dio de primeira a quarta séries. Na prática, isso significa que a redistribuição de recursos entre os governos estaduais e os municípios do respectivo estado dará pesos diferenciados para alunos matriculados em creches, pré-escolas, ensino fundamental, médio e educação de jovens e adultos. O Fundeb determina que o investimento no ensino fundamental seja pelo menos igual ao que é feito atualmente pelo governo. O que falta definir é o peso dos alunos de creches e pré-escolas, do ensino médio e educação de jovens e adultos. De março a dezembro, o governo federal vai repassar R$ 2 bilhões para estados e municípios. A previsão é que, em 2010, o repasse federal ultrapasse R$ 5 bilhões. (AOG)
epois de relacionar o nome, endereço e valor das diárias dos principais hotéis de Brasilia para os petistas que desejarem ir à posse do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o site do Partido dos Trabalhadores na internet informa aos membros do partido que desejarem ir a Brasilia para a festa de posse de Lula que haverá espaço na Granja do Torto para os que quiserem
acampar. O espaço será cedido gratuitamente. "Informamos que para acampar, gratuitamente, basta trazer um colchonete e roupa de cama e será disponibilizado espaço na Granja do Torto, a partir de 31 de dezembro de 2006 até 02/01/2007", diz o site oficial do PT. A posse será realizada no dia 1.º de janeiro e está orçada em R$ 1 milhão, que serão pagos pelo governo. (AOG)
Dida Sampaio/AE
Fotos de Lula estendidas na Praça dos Três Poderes, em Brasília: cidade se prepara para a festa da posse.
Tr i b u t o s Nacional Imóveis Finanças
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CERCA DE 30 TIPOS DE SERVIÇOS SÃO OFERECIDOS
PAGUE APENAS OS SERVIÇOS QUE USAR
Leonardo Rodrigues/Hype
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Indico a limpeza pósreforma freqüentemente aos meus clientes. Jone Valeri, arquiteto e publicitário
Leonardo Rodrigues/Hype
A nova moda das administradoras de condomínio é oferecer uma série de serviços aos clientes, que só serão pagos se forem solicitados
J
á foi o tempo em que as administradoras cuidavam apenas da contabilidade e da gestão de recursos humanos dos condomínios. Atualmente, oferecer serviços personalizados para atender à demanda de todos os condôminos é o que faz a diferença no mercado. O sistema payper-use – que dispõe de uma ampla variedade de serviços terceirizados, pagos somente quando utilizados – é a grande moda do momento, pois não onera a taxa condominial. Opta ou não pelos serviços quem achar conveniente e puder arcar com a despesa. Segundo a gerente operacional da Hubert Condomínios – responsável por mais de 350 edifícios em São Paulo –, Ellen Sum, chaveiro, lavanderia, arrumação, limpeza, massagista, motorista, babá e personal trainer são alguns dos serviços disponíveis na lista de facilidades da administra-
dora. "Até serviços de congelados, bufê, decoração e recreação nós indicamos", diz. As necessidades de cada condomínio variam de acordo com os perfis dos moradores. "Há diversos tipos de solicitações. Nesta época do ano, por exemplo, é alta a demanda por monitores para recreação em condomínios onde existem muitas crianças. Já em prédios onde prevalecem solteiros, serviços de arrumação e limpeza são os mais procurados", comenta a especialista. Apesar de ter uma diarista fixa, o arquiteto e publicitário Jone Valeri, não abre mão de requisitar, pelo menos uma vez ao mês, o serviço de limpeza indicado pela administradora de seu condomínio. "A grande vantagem é que não precisa ter produto algum em casa. A prestadora do serviço traz tudo. E são produtos de qualidade, utilizados em hotelaria e hospitais", ressalta.
Valeri: entre as vantagens do sistema pay-per-use estão a de não precisar ter materiais de limpeza em casa e os profissionais serem idôneos
Segundo ele, há também a limpeza pós-reforma. "Esse é um serviço que indico com freqüência a meus clientes. Dependendo da metragem do apartamento, a empresa manda uma equipe de até cinco pessoas para executar a tarefa. Em quatro horas fica tudo pronto. E, se algo for quebrado ou danificado, eles reembolsam", explica Valeri. "O bom desse tipo de assistência é que é possível recorrer a qualquer hora e os profissionais são super idôneos." Qualidade de vida – P roporcionar conforto e qualidade de vida é o principal foco dos serviços pay-per-use, de
acordo com Audrey Ponzani, gerente de projetos do Grupo Itambé, que administra cerca de 400 empreendimentos. "Temos mais de 300 fornecedores cadastrados em nosso banco de dados que oferecem 30 tipos diferentes de serviços", diz o executivo. "O processo é muito simples: basta acessar o nosso portal na internet e fazer a solicitação." A tendência de condomínios residenciais com serviços já é fato. Muitos dos empreendimentos lançados recentemente carregam esse conceito, desenvolvido por construtoras e incorporadoras, desde a fase de projeto. "Trabalhamos
em parceria com mais de 150 construtoras no País, principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Santa Catarina", diz Ponzani. "Analisamos o perfil do condomínio e o interesse dos condôminos, para verificar que tipos de serviços podem ser prestados." De acordo com o gerente de projetos da Itambé, em condomínios-clube, onde há ampla área de lazer, a procura é maior por monitores para recreação de crianças, professores de esportes e de culinária. Por outro lado, em prédios onde grande parte dos moradores são solteiros, recém-casados ou divorciados, a demanda fica por
conta da limpeza. "Dependendo da freqüência e do tamanho do apartamento, a economia pode chegar a 40% ao mês, quando comparado aos serviços de uma diarista." Muitos prédios antigos também estão implementando o sistema pay-per-use, segundo Ponzani. "Somos muito procurados para fazer remodelagem de sistemas administrativos", afirma. Os flats – pequenos apartamentos em prédios com administração hoteleira e alta rotatividade – também estão se adaptando a essa moda a fim de agregar valor ao imóvel e aumentar a taxa de ocupação. Maristela Orlowski
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Internacional
Bush disse que ouvirá mais conselhos antes de tomar uma decisão sobre o plano final.
Em dia de bombas, EUA pensam no Iraque George W. Bush reuniu-se com assessores, mas não detalhou as estratégias que serão tomadas. Ontem, pelo menos 27 iraquianos morreram em diferentes ataques Ali Al-Saadi/AFP
Blog de Eason Jordan mostra a Bagdá real Depois de pedir demissão da CNN, o executivo criou o blog Iraq Slogger com uma miscelânea de notícias sobre o que acontece no Iraque.
A
Iraquianos olham os estragos que deixaram 7 mortes e 25 feridos com a explosão de dois carros bombas Kareem Raheem/Reuters
Uma enfermeira atende uma vítima do atentado em hospital em Bagdá. No ataque, dez pessoas morreram. Mahmoud Raouf Mahmoud/Reuters
guerra no Iraque se arrasta há tanto tempo que as notícias que vêm de lá já não tocam o leitor como antes. 'Saddam deve ser executado em 30 dias' ou 'Número de soldados mortos no Iraque supera o de vítimas do ataque às Torres Gêmeas' são manchetes que, por falta de expressão melhor, passam batido. Àqueles que ainda se comovem – e se preocupam – com o conflito, uma boa notícia: as notícias do blog (diário virtual) de Eason Jordan, que pediu demissão da CNN em fevereiro de 2005, depois de 23 anos trabalhando na rede. O motivo da saída do executivo de 45 anos foi uma declaração que ele fez (mas depois disse que não havia dito). Em Davos, na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial, Jordan comentou que soldados americanos tinham intencionalmente atirado num grupo de jornalistas que cobria a guerra no Iraque. A declaração se espalhou mais rápido que fogo num palheiro e ele acabou não aguentando a pressão vinda de blogueiros, tanto liberais quanto conservadores, e atirou a toalha. Agora Jordan dá a volta por cima e volta em grande estilo. Seu blog Iraq Slogger (algo como 'iraquianos se arrastando' ou que se arrastam) é uma Reprodução
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presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse ontem que houve avanços nos encontros realizados com assessores para definir uma nova estratégia para o Iraque. Mas não deu detalhes. Ele reuniu-se com o vice-presidente, Dick Cheney, a secretária de Estado, Condoleezza Rice, o secretário de Defesa, Robert Gates, e o general Peter Pace em seu rancho, no Texas. "A chave para o sucesso no Iraque é ter um governo que esteja disposto a lidar com os elementos que tentam impedir o progresso daquela jovem democracia", afirmou. Bush disse que ouvirá mais conselhos antes de tomar uma decisão sobre o plano final. Ataques - Pelo menos 27 iraquianos morreram em diferentes ataques ontem, e o Exército dos EUA anunciou a morte de mais cinco militares americanos. Duas bombas explodiram pouco depois das 10 da manhã numa região comercial bastante freqüentada de Bagdá, na região do Portão Sul matando nove civis e ferindo outros 43. A explosão de uma bomba plantada sob um carro matou 12 civis e feriu outros 26 perto do estádio al-Sha'ab, leste de Bagdá. O artefato explodiu em meio a um grupo de pessoas que estavam numa fila para comprar querosene. Outra explosão visou uma patrulha da polícia no oeste de Bagdá, mas errou o alvo, matando dois civis e ferindo outras quatro pessoas. Homens vestindo uniformes policiais e usando carros da polícia atacaram uma barreira de fiscalização do Exército e da polícia iraquianos em Balad, ao norte de Bagdá. Três soldados foram mortos e cinco ficaram feridos. Três civis também foram feridos. Em Qazaniya, perto da fronteira com o Irã, uma bomba matou um soldado iraquianos que viajava num veículo militar. O Exército dos EUA informou a morte de quatro de seus soldados em três ataques a bomba contra patrulhas em Bagdá e a de um fuzileiro naval em combate na província de Anbar. Este mês, 100 militares americanos já morreram no Iraque - o segundo mês mais letal para as tropas dos EUA em 2006, perdendo apenas para outubro, que registrou a morte de 105. Desde o início da guerra, em março de 2003, pelo menos 2.988 integrantes das Forças Armadas dos EUA já morreram no Iraque. (AE)
Mulher passeia por área atingida por bomba. O atentado aconteceu em uma estação de petróleo, em Bagdá.
miscelânea de notícias. De um punhado, ninguém nunca ouviu falar – como o fato de iraquianos estarem viciados em... Lost (!), a minissérie que conta o diaa-dia de sobreviventes de um acidente aéreo numa ilha. Um dos personagenschave é Sayid, que interpreta um oficial de comunicações do exército... iraquiano! Por essa, nem o diretor J.J Abrams esperava. Quer se tornar um cidadão americano rapidinho? O exército do Tio Sam pensa em expandir o número de nãoamericanos nas suas fileiras e até recrutar soldados fora dos Estados Unidos, diz o Boston Globe, notícia postada na noite de terçafeira no Iraq Slogger. Ecossistema iraquiano, considerado o bíblico Jardim de Éden e quase que destruído com a invasão do país, é recuperado graças ao governo japonês. Jovem sunita é executado porque se apaixonou por moça xiita. O cotidiano de Muhammad Abdel Kader, cuja profissão é fazer caixões. "Nunca fiz tanto caixão. Trabalho sem parar, 12 horas por dias, seis dias por semana", diz Kader, de 36 anos. E quem é responsável pelas explosões diárias nas cidades iraquianas – uma análise de Zeyad, um dos colaboradores de Jordan. Está tudo lá em http://iraqslogger.com. Kety Shapazian
No blog, notícias sobre os mais variados assuntos do Iraque
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sexta-feira, sábado, domingo, 29, 30, 31 de dezembro de 2006, e segunda-feira, 1 de janeiro de 2007
SEIS SÉCULOS EM GRAVURAS
A mostra Impressões Originais - A gravura desde o século 15, em cartaz até 7 de janeiro no CCBB, traz trabalhos dos primórdios à produção contemporânea VISUAIS
Fotos: Divulgação
Ao lado, xilogravura Auto-retrato, de Karl SchmidtRottluff (18841976); a gravura Jesus pregando, de Rembrandt van Rijin (1606-1669) usando a técnica água-forte. E o colorido da obra sem título (dir.) de Max Bill, feita em 1970.
Gravura sem título, do espanhol Pablo Picasso (1881-1973), um dos nomes em destaque na exibição do CCBB, em cartaz em SP até 7 de janeiro, seguindo depois para o Rio
M
uito antes de o filósofo alemão Walter Benjamin (1892-1940) criar a tese sobre a reprodutibilidade técnica da obra de arte, em 1936, a gravura já era um meio conhecido de se difundir um trabalho artístico. São do século 15 os primeiros trabalhos dessa modalidade produzidos no Ocidente. Embora até certo número (em geral 100, mas variável de acordo com critérios do artista) as reproduções a partir de uma matriz sejam consideradas originais, a popularização da arte possibilitada pela gravura é indiscutível. A mostra Impressões Originais - A gravura desde o século 15, em cartaz até o dia 7 de janeiro de 2007 no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) traz obras desses primórdios e um pouco da produção contemporânea, numa abrangente reunião de duas centenas de trabalhos. Em destaque da exibição, distribuída por três andares, estão gravuras de Albrecht Dürer (1471-1528), Francisco de Goya (1746-1828), Giovanni Battista Piranesi (1720-1778), Giorgio Morandi (1890-1964), Jacques Callot (1592-
Lúcia Helena de Camargo 1635), Pablo Picasso (1881-1973) e Rem- nual de gravura em metal de Abraham brandt van Rijn (1606-1669). Para evi- Bosse (artista francês do século 18), de denciar a importância de cada um deles, 1805. E ainda ali ficam as raridades bias sete áreas estão demarcadas com pa- bliográficas, como um incunábulo do redes de cor cinza, que contrastam com século 15, ilustrado por xilogravuras. Entre as obras mais significativas as demais, brancas. Assim, se o visitante não tiver tempo para percorrer toda a ex- está a litografia Mulher na Poltrona posição, pode percorrer apenas o trajeto Nº 4, realizada por Picasso em 1949. Uma figura feminina destacado, conhecendo nos olha placidamenpeças importantes deste, com olhos, boca e ses mestres cuja obra foi nariz nos lugares referência para gravadousuais, diferente dos res no passado e contiretratos cubistas penua influenciando a prolos quais é mais lemdução atual, tamanha a brado o espanhol. originalidade em temas e A exposição traz um exploração das possibilipainel com o glossário dades da técnica. Progressão de 4 de termos. Crivo, por No terceiro andar esgrupos : C. Graeser exemplo, é a gravura tão as mais antigas. E aquela que pode ser uma das primeiras obtida a partir de uma chapa de metal já produzidas: A Morte da Virgem , do ale- maleável; já água-forte é a técnica em mão Martin Schongauer. O trabalho não que a gravação é feita com uso de ácipossui data. Sabe-se apenas que o artis- dos e não pela ação mecânica. E a xita viveu de 1450 a 1491. Nesse pavimen- logravura, técnica mais antiga, pratito também equipamentos de um ateliê camente surgida junto com o papel, de gravura, com prensas, instrumentos e no século 15, consiste em criar relevos matrizes da versão portuguesa do ma- desbastando um bloco de madeira,
que servirá de matriz. No segundo andar ficam, entre outras, a famosíssima e reproduzidíssima litografia Jane Avril de Paris, de 1893. De cartazes a cartões portais, a imagem criada por Toulouse-Lautrec (1864-1901) está em bancas de jornais, na decoração em restaurantes, pratos, copos e uma infinidade de artigos que querem lembrar a França. Há bons exemplos dos trabalhos em serigrafia de ícones da pop art, como Andy Warhol (1928-1987), com as duas obras de 1965 intituladas Jackie O, que retratam Jacqueline Kennedy Onassis. E ainda Henri Matisse (18691954), James Ensor (1860-1949), Joan Miró (1893-1983) e Roy Lichtenstein (1923-1997), com a divertida Sweet Dreams, de 1965. O panorama da arte gráfica inclui, no primeiro andar, a produção brasileira, em uma seleção de obras editadas pelos clubes de gravura do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) e Museus Castro Maya, do Rio de Janeiro. Entre outros, há trabalhos de Cildo Meireles (1948), Nelson Leirner (1932)
e Guto Lacaz (1948), de quem está exposta a serigrafia Centenário do Vôo do 14 Bis: 1906-2006. Com curadoria de Carlos Martins, Valéria Piccoli e Pieter Tjabbes, as peças vieram de acervos holandeses, como dos museus Haags Gemeentemuseum e Leiden Prentenkabinet, e de coleções públicas e particulares brasileiras, como do Museu Nacional de Belas Artes, Biblioteca Nacional, Pinacoteca do Estado de São Paulo e o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (USP). Acabada a temporada paulistana, a mostra segue para o Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro, ficando em cartaz de 5 de março a 29 de abril de 2007. Centro Cultural Banco do Brasil - Rua Álvares Penteado, 112, Centro, telefones: (11) 3113-3651 e 3113-3652. De terça a domingo, das 9h às 20h. Fecha nos dias 31 de dezembro e 1º de janeiro de 2007. Em cartaz até 7 de janeiro de 2007. Ingresso: grátis.
Prancha 6, da série Os Provérbios, de Francisco Goya (17461828), produzida em 1864 usando água-forte e água-tinta.
Água-forte Cárceres, de Giovanni Battista Pinanesi
SIRON FRANCO NO INSTITUTO TOMIE OHTAKE Com curadoria de Agnaldo Farias, o artista goiano exibe nova safra de pinturas. Até 11 de fevereiro de 2007. Av. Faria Lima, 201, Pinheiros, tel.: (11) 2245-1900.
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Planalto CPI Denúncia Congresso
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O parlamentar, num momento de insensatez, fez absurdas acusações contra as centrais sindicais. Nota da Força Sindical
DEPUTADOS SÃO DENUNCIADOS NO STF
José Cruz / ABr
DENÚNCIA CONTRA JANENE E CORREIA
Eymar Mascaro
Divisão do bolo
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ichel Temer pretende reunir, em janeiro, os 89 deputados do PMDB para discutir a proposta de acordo com o PT para a eleição do presidente da Câmara. Pela sugestão do PT, cada partido presidiria a Câmara por dois anos. PT e PMDB tentam afastar da disputa Aldo Rebelo (PC do B-SP), candidato à reeleição. O candidato do PT é Arlindo Chinaglia, mas o do PMDB ainda não foi escolhido. Detalhe: o PMDB lançará candidato próprio, caso não vingue o acordo com o PT. A candidatura está entre Geddel Vieira Lima, Eunício Oliveira e Michel Temer.
Contra José Janene pesa a acusação de sonegação fiscal; e contra Correia Lima, desvio de verbas.
O
p ro c u r a do r- g er a l da República, Antonio Fernando de S o u z a , e n c a m inhou ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncias contra os deputados federais José Janene (PP-PR) e João Correia Lima Sobrinho (PMDB-AC). Na primeira delas, Souza denunciou Janene por crimes contra a ordem tributária. Segundo informações divulgadas pela Procuradoria, a denúncia foi baseada em investigação realizada pela Delegacia da Receita Federal em Londrina, no Paraná. Essa apuração teria encontrado irregularidades nas declarações de imposto de renda (IR) do deputado referentes aos exercícios de 1997 a 2000. De acordo com a Procuradoria, a dívida do parlamentar seria de R$ 5,7 milhões. Também teriam sido descobertos problemas nas declarações de rendimentos e bens da mulher de Janene e das filhas do casal. Segundo a Procuradoria, a
investigação encontrou várias irregularidades nas declarações, como omissão de aumento de patrimônio e falta de comprovação de origem dos valores declarados. Também foram apuradas irregularidades nas declarações de rendimentos das empresas Eletrojan – Iluminação e Eletricidade e Transamérica Propaganda Promoções e Rádio, pertencentes a Janene. No caso de João Correia Lima Sobrinho, Souza ofereceu denúncia por suposto desvio de verbas da Assembléia Legislativa do Estado do Acre. Na época, ele era deputado estadual. O dinheiro deveria ser usado para serviços postais e passagens aéreas. De acordo com a Procuradoria, a Assembléia tinha disponibilizado aos deputados estaduais quotas mensais relativas a esses serviços, e as empresas Real Serviços Postais e Telemáticos Ltda. e Nazira Rachid Amin dos Santos emitiram faturas no valor total da quota, mas sem a prestação de serviço. (AE)
Janene: crimes contra a ordem tributária, segundo procurador. Lindomar Cruz / ABr
Rodrigo Maia: comentários geraram irritação da entidade.
FORÇA VAI ACIONAR MAIA
A
LULA: CONDOLÊNCIAS A BUSH POR FORD
E
m mensagem de condolências pela morte do ex-presidente americano Gerald Ford, enviada pelo Planalto ontem a Washington, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva referiu-se ao seu colega George W. Bush como "prezado amigo". Nas três linhas do texto, Lula mencionou Ford como "um grande americano que dedicou muitos anos de serviço a seu país, especialmente em tempos de dificuldades políticas" e expressou sua solidariedade e a do povo brasileiro neste momento de pesar para a
família do ex-presidente. Em 2004, quando Bush foi reeleito, o presidente Lula tratou-o por "vossa excelência". Nesses quatro anos de administração Lula, o Palácio do Planalto e o Itamaraty insistiram em remarcar a relação amistosa entre os dois presidentes – em um equivocado sinal de que os contatos entre os governos se davam no mesmo grau de fluência. No último encontro entre ambos os presidentes, em julho passado, em São Petersburgo, Bush elogiou a boa forma física de Lula diante dos repórteres. (AE)
POSICIONAMENTO Os deputados do baixo clero, que podem chegar a 350, querem conhecer o novo posicionamento dos candidatos em relação ao índice de aumento salarial da categoria. O baixo clero ainda defende a equiparação de seus salários com os vencimentos dos ministros do STF.
ABANDONO
A FAVOR
PT e PMDB querem pressionar Aldo Rebelo, esperando que renuncie à candidatura. Mas, no último encontro que sustentou com Lula, Rebelo foi claro: disse que não abandonaria a luta pela reeleição. Aldo pode vir a ser o candidato apoiado pela oposição.
Aldo e Arlindo Chinaglia ficaram a favor do reajuste de 91% antes da proposta ser derrubada pelo STF. Os dois agradaram o baixo clero. Agora, a tendência é de aprovação em plenário de um aumento baseado no índice inflacionário dos últimos quatro anos (28%).
RECADO
Roosewelt Pinheiro / ABr
Lula: informalidade no tratamento ao presidente norte-americano.
NEGOCIAÇÃO A eleição para a presidência da Câmara faz parte do pacote de negociações entre governo e PMDB. Michel Temer espera pela decisão de Lula. Por isso, resolveu reunir a sua bancada somente na segunda semana de janeiro. Mas Geddel quer fechar já o acordo com o PT.
direção da Força Sindical comunicou ontem, em nota oficial, que irá processar judicialmente o deputado federal, Rodrigo Maia (PFL-RJ). Segundo informações da nota, o parlamentar teria feito acusações contra as Centrais Sindicais, que fecharam acordo do reajuste do salário mínimo, num tom ofensivo e inaceitável. "O parlamentar, num momento de insensatez, fez absurdas acusações contra as centrais sindicais", afirma a nota. A irritação tomou conta da entidade quando Maia declarou anteontem, após a aprovação do novo salário mínimo, que os sindicatos "se entregaram ao governo" ao aceitar, em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o valor de R$ 380 que foi oferecido, e não os R$ 420 propostos pelos sindicalistas inicialmente. O parlamentar pefelista afirmou também que os sindicatos "não representam" a
vontade da população brasileira. A Força Sindical decidiu, então rebater. "As ilações (deduções) do parlamentar mancham a imagem dos legítimos representantes dos trabalhadores que há tempos lutam por um salário mínimo digno", disse a nota da Força Sindical, dirigida por Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. A Força Sindical ressaltou, ainda, que as negociações do aumento do mínimo com o governo foram feitas de forma democrática. "As negociações do aumento do salário mínimo entre representantes das centrais e do governo foram pautadas sobre a mais legítima forma democrática, resultando num acordo que beneficia milhões de trabalhadores", acrescentou a nota. "Esperamos que o bom senso do parlamentar se restabeleça o mais breve possível e que ele faça uma retratação pública para o bem da verdade", conclui a nota. (AE)
YEDA ENFRENTA HOJE VOTAÇÃO DE PACOTE
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governadora eleita do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), terá um dia decisivo nesta sexta-feira, quando a Assembléia Legislativa vota um pacote de medidas encaminhado pelo atual governador, Germano Rigotto (PMDB), aumentando impostos, suspendendo incentivos e congelando o salário do funcionalismo por um prazo de dois anos. O PFL, partido do vice-governador eleito Paulo Afonso Feijó, fechou questão contra o pacote e o próprio Feijó estará na Assembléia, ao lado de em-
presários e sindicalistas, pressionando pela rejeição das propostas da governadora. O vice-governador eleito também denunciou ontem um acordo dos deputados do PMDB com Yeda, para que a governadora pudesse contar com todos os votos do partido. "Vou estar lá (na Assembléia) fazendo campanha pela rejeição do pacote. Não só com os empresários, mas com toda a sociedade. Todo o mundo está contra. Só os burocratas do meu governo estão a favor e os que se venderam por cargos no governo", avisou Feijó. (AOG)
PFL, PSDB e PPS resolveram apoiar Aldo Rebelo se o PT sustentar a candidatura de Arlindo Chinaglia. Além de pefelistas, tucanos e PPS, Rebelo teria também o apoio do PSB. O medo de Lula é que Aldo Rebelo seja declarado oficialmente candidato dos opositores.
VISITAS A exemplo do que fará Arlindo Chinaglia, também Aldo Rebelo resolveu viajar pelos estados para cabalar votos de deputados e procurar estancar o avanço da candidatura do petista. Aldo pretende convencer sobretudo os novos deputados, eleitos em outubro.
FESTA A solenidade de posse de Lula, no dia 1º, vai custar cerca de R$ 1 milhão, que sairá do orçamento da presidência. Na posse de 2003, o PT gastou aproximadamente R$ 5 milhões, quantia que exigiu empréstimos dos bancos de Minas Gerais e Rural.
DESCONTENTES
DESFILE
Arlindo Chinaglia, no entanto, desconfia que pode não ter todo o apoio do PMDB. Pode haver dissidências de deputados peemedebistas do baixo clero, que ficaram descontentes com o líder do PT, Henrique Fontana, que ajudou a patrocinar a luta judicial contra o aumento de 91% de seus salários.
Está confirmado que Lula desfilará em carro aberto da Catedral de Brasília até o Congresso, para tomar posse, às 16 horas. Do Congresso, Lula seguirá para o Palácio do Planalto, onde daria posse aos ministros. Mas, o presidente diz que a continuidade do ministério dispensa o ato de posse.
ESPERANÇA
Para economizar, a direção do PT está reduzindo o número de ônibus que seriam alugados para transportar filiados a Brasília. Portanto, quem quiser assistir a posse de Lula terá de pagar as despesas do próprio bolso. De São Paulo, por exemplo, foram cancelados dezenas de ônibus.
Depois da tentativa de convencer Lula a apoiar já Arlindo Chinaglia, os petistas sonham em fechar outro acordo, esperando pelo apoio do PTB, PL e PP. O lance seguinte seria o de tentar que Aldo Rebelo retire a candidatura em nome da unidade do governo.
CONSOLAÇÃO O trabalho do PT é ajudar Aldo Rebelo a ser nomeado para um ministério. Os petistas fariam a proposta de barganha ao atual presidente da Câmara. Consta que, no momento, não interessa a Aldo abrir mão de sua candidatura em troca da promessa de ser indicado para um ministério.
RECUO
EXPOSIÇÃO O PT resolveu exibir na Esplanada dos Ministérios grandes painéis com fotos diversas de Lula em plena campanha de reeleição. Os petistas vão dar preferência às fotos do presidente cercado por populares, principalmente de jovens e crianças.
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Empresas Finanças Nacional Imóveis
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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O público feminino é o que mais procura artigos esotéricos nesta época do ano
IGP-M: PROJEÇÃO PARA 2007 É DE ALTA DE 4%
SEGUNDO A FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS, INDICADOR DEVERÁ TER LEVE ACELERAÇÃO NO PRÓXIMO ANO
IGP-M: 3º MENOR ÍNDICE DA HISTÓRIA
A
Rafael Hupsel/LUZ
taxa de 3,83% acu- timativa feita por Salomão mulada pelo Índice Quadros. Ele prevê que o índiGeral de Preços de ce encerre o próximo ano exiMercado (IGP-M) bindo uma taxa de 4%, ante a em 2006 foi considerada ade- variação de 3,83% em 2006. Para chegar a essa projeção, quada ao atual cenário econômico brasileiro por Salomão Quadros partiu de premissas Quadros, coordenador de análi- de que os preços no atacado ses da Fundação Getúlio Vargas. (IPA) subirão 4,7% em 2007 e "Fico mais à vontade com uma de que os índices de preços ao taxa de 3,83% do que com uma consumidor (IPC) e o de consde 1,21%", disse, comparando o trução civil (INCC) terão alta índice deste ano com o acumu- de 3%. "O IGP-M está mais palado em 2005, o menor da série ra 4% e não para 4,3% como mostra a mediana do Focus histórica iniciada em 1989. O IGP-M deste ano foi o ter- (boletim semanal divulgado ceiro menor índice observado pelo Banco Central) ou mesmo pela FGV, perdendo também 4,5%, como escuto de alguns para o acumulado de 1998, analistas", afirmou. Segundo o coordenador, paquando subiu 1,78%. "Naquele ano, havia a âncora cambial, e ra que a taxa prevista pelos oucom o fim do regime houve tros agentes econômicos seja aceleração da inflação", expli- confirmada, o IPA teria de ficar cou. Em 1999, o IGP-M fechou acima de 5% no ano que vem. "Não vejo nada que possa sucom alta de 20,1%. Quadros destacou que ao gerir isso: temos visto queda longo de 2006 houve três mo- do preço do petróleo, e a China mentos em que o IGP-M apre- deve se manter como uma potência, mas s e n t o u r e p inão provocar ques, causados acréscimo de por choques demanda", arexternos. O prigumentou. meiro foi em jaAlém disso, ele neiro, quando acrescentou subiu 0,92%, por cento foi a taxa que as projebasicamente acumulada pelo ções para as sapor causa da fras do próxidisparada do IGP-M em 2006, de mo ano são popreço da soja acordo com medição s i t i v a s , c o m no mercado internacional. da Fundação Getúlio expectativa de crescimento O segundo Vargas da oferta. foi registradivulgada ontem. O economisdo em junho ta da FGV dis(0,75%) com a se que sua prealta dos preços dos metais não-ferrosos, e o visão conta com a convergênterceiro em novembro (nova- cia do índice de preços por atamente 0,75%) com as commo- cado com os do consumidor. dities agrícolas. "O que faz Ele lembrou que em 2006, enos IGPs se descolarem de ou- quanto os IPCs estão desaceletros índices é o choque de rando, os IGPs vêm subindo e este movimento deve conticommodities", afirmou. Abrindo o IGP-M, a maior al- nuar em 2007. "Boa parte da ta de preço acumulada neste convergência entre os IGPs e o ano foi a do Índice Nacional de IPCA deve ser atribuída ao Construção Civil (INCC) com câmbio. Agora que o câmbio 5,04%, seguido pelo Índice de está praticamente neutro, um Preços por Atacado (IPA), peso morto, os índices ficam 4,4%, e pelo Índice de Preços ao mais ligados e a expectativa é Consumidor (IPC), com alta de de que no próximo ano eles se 1,9%. Esse primeiro subíndice é reaproximem", afirmou. P a r a Q u a d ro s , a a l t a d e relacionado ao setor da construção civil e representa 10% do 3,83% neste ano é uma volta IGP-M. O IPA tem representati- da inflação à normalidade e vidade de 60%. Já o IPC refere- não um descontrole. "Aritmese aos preços que chegam ao ticamente, a inflação de 2006 consumidor e tem contribuição foi o triplo da de 2005 (1,21%), mas essa não é a avaliação de 30% no indicador O IGP-M de 2007 deve mos- mais correta. Além disso, a tatrar leve aceleração em relação xa atual não preocupa o Bana este ano, de acordo com a es- co Central", disse. (AE)
3,83
Alan Marques/Folha Imagem
Dilma Roussef: mobilização
Para Dilma, crescer 5% é possível
A
A taróloga e numeróloga Helenice Bueno "antecipa" os acontecimentos de 2007 para os mais curiosos
Amuletos, patuás e cristais para dar uma força em 2007
T
odos torcem por um 2007 m e l h o r. M a s a l g u n s acham que não custa dar uma "forcinha" para a sorte, comprando itens esotéricos. E quem já sente os efeitos positivos do ano novo são os fabricantes desses itens, que registram um crescimento nas vendas na última semana deste ano. A taróloga e numeróloga Helenice Bueno dá consultas para interessados em "antecipar" os acontecimentos de 2007 e vende, pela internet, produtos como olho grego e cristais, que podem ser usados em colares ou pulseiras. "Em comparação com a última semana de 2005, a procura pelas consultas aumentou 30% e a venda dos itens cresceu 10%", detalha Helenice. Segundo ela, os mimos fizeram sucesso também no Natal. "As pessoas escolheram os produtos esotéricos para dar de presente e desejar um feliz ano novo." O site Teramai está na internet há quatro meses, vendendo livros, imagens em resina
de santos e anjos, incensários e incensos. No mês passado, registrou cerca de 40 consultas por dia. Nesta última semana do ano, o número saltou para 150. "As vendas devem crescer 40% no período. O tíquete médio de cada consumidor é de R$ 60. As mulheres são as maiores compradoras", diz o proprietário do Teramai, José Silvestro Tanai. Segundo ele, o negócio vai tão bem que no ano que vem serão oferecidas também medalhas com simbologia reiki, de energia positiva. "Até março, as vendas devem crescer 50%", diz Tanai. A proprietária da loja Esplendor, Rose Balduíno, foi mais longe: além de oferecer produtos contra o "mau olhado", como cristais, ela resolveu vender também itens para os clientes relaxarem. "As pessoas procuram roupas e produtos para banho para se sentirem bem e repor as energias positivas. Esses itens são os mais procurados", afirma Ro-
se. "Os chaveiros, cristais e patuás despertam o interesse de quem aparece na loja, mas todos querem coisas novas." A Misticky Presentes, no Shopping Center Norte, vai registrar 5% de aumento nas vendas dos produtos na última semana do ano, em relação ao mesmo período de 2005. O proprietário da loja, Alexandre Chang, diz que é pouco, mas não esperava mais. "O Dia das Mães é o termômetro. As vendas da data já não foram boas. O ano teve Copa do Mundo e eleições. Não havia como registrar resultado melhor do que esse", diz Chang. "Os clientes procuram banho de ervas, incenso para purificação e amuletos como o olho grego. As velas brancas, que simbolizam paz e purificação, e as vermelhas, que representam sucesso, também estão entre os itens preferidos", detalha o proprietário da Misticky. "As pessoas querem se proteger da inveja e prosperar." Neide Martingo
Bandejões em versão gourmet
A
gastronomia nunca esteve tão em alta. Longe dos bandejões coletivos, empresas como Carrefour, Petrobras, Perdigão, Bosch, Ambev e Coteminas têm apostado na qualidade de restaurantes empresariais como forma de incentivar seus colaboradores. De olho nesse nicho de mercado, o Puras Piazza investe em novos cardápios e conceitos de restaurantes corporativos e serve 805 grandes refeitórios em 19 estados brasileiros. As 6,5 milhões de refeições
diárias produzidas pelo setor brasileiro de alimentação coletiva, servidas em empresas, hospitais e instituições públicas, fazem movimentar R$ 6,9 bilhões ao ano, geram 175 mil empregos diretos e R$ 1 bilhão de impostos para o governo. "É um setor que ainda pode ser muito explorado, já que as empresas começam a perceber a importância de servir melhor seus colaboradores", diz o gerente comercial corporativo da Puras Piazza, Gabriel Picoli. Carrefour – A empresa acaba de implantar o conceito de
ilhas gastronômicas na rede de supermercados Carrefour. Na ilha Parada Gourmet, montada dentro das unidades da rede, os pratos são montados na frente do consumidor, com produtos de sua escolha. No espaço Via Light, também montado dentro de lojas Carrefour, são oferecidas refeições certificadas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. A Carrefour fecha 2006 com faturamento de R$ 517 milhões e crescimento de 19% em relação ao ano anterior. Sonnaira San Pedro
ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou ontem que a meta de crescimento econômico de 5% para o País é possível em razão das medidas adotadas pelo governo nos últimos quatro anos, que resultaram, por exemplo, em taxa de inflação sob controle. "Por que essa meta não é factível num País deste tamanho?" Dilma Rousseff acrescentou que a meta é para ser perseguida, mas não representa um número fechado. "Não necessariamente você tem de acertar no zerinho. No Brasil, se ficar abaixo da meta, a casa cai. A definição da meta tem o objetivo de mobilizar a equipe de governo, para que trabalhem com a idéia de que estamos no mesmo barco e vamos remar na mesma direção." O objetivo é acelerar o crescimento do País, disse Dilma, ao acrescentar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sempre tratou os 5% como uma meta. A ministra também falou sobre as medidas que estão sendo elaboradas pelo governo para impulsionar o crescimento econômico. Segundo Dilma, elas passam pelo aumento de investimentos em infra-estrutura e pela desoneração fiscal para estimular os investimentos privados. De acordo com ela, desde 2003, o governo fez as coisas que eram possíveis, sem aventureirismos. A ministra disse ainda que, quando o presidente Lula tomou posse no primeiro mandato, o quadro no País era de instabilidade em relação à inflação, instabilidade externa e fragilidade fiscal. "Nos quatro primeiros anos de Fernando Henrique Cardoso houve déficit primário. Depois, nos outros quatro anos, fizeram um superávit insuficiente. Nós tivemos de fazer um superávit maior", completou. (AE)
Não haverá nova concessão para esse canal golpista de televisão. F.Spotorno/Reuters
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DEZEMBRO
Logo Logo DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.LOGO
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Do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ao negar, ontem, a renovação da licença de transmissão da Radio Caracas Televisión (RCTV), que teria feito oposição a sua reeleição.
29 Nascimento do pinto brasileiro Candido Portinari (1903-1962), ao lado em auto-retrato de 1957
R ELIGIÃO I RAQUE
Saddam, executado antes de 2007? O governo iraquiano informou aos EUA que o ex-presidente Saddam Hussein será executado nos próximos dias, disse uma importante fonte da Casa Branca ontem. As especulações são de que ele pode morrer amanhã. "Ouvi dizer que vai ser dentro de mais uns dois dias, provavelmente", disse a autoridade, enquanto o presidente George W. Bush passa o feriado na sua fazenda do Texas. O funcionário disse ter ouvido de autoridades dos EUA em Bagdá que a execução não será na sexta-feira. "Vai ser talvez no outro dia, algo assim", acrescentou.
Segundo essa fonte, o governo iraquiano deve informar aos EUA sobre o momento da execução quando ele se aproximar. Essas declarações contradizem as de autoridades iraquianas, que antes rejeitaram sugestões de que Saddam seria enforcado dentro de um mês. Segundo elas, ele só seria enforcado dentro de um mês se o presidente do Iraque promulgasse um decreto nesse sentido, o que parece improvável. A ONU e o Vaticano se pronunciaram ontem contra a execução. Mais sobre o Iraque em Internacional
E SPANHA Reuters
Bento XVI, revelação pop Sondagem mostra que o papa atrai mais fiéis do que o hipercarismático João Paulo II
B
ento XVI tem reunido mais fiéis na praça de São Pedro do que seu predecessor, João Paulo II. Dados estatísticos divulgados ontem pelo Vaticano mostram que a média de participantes nas audiências gerais das quartas-feiras foi de 23.915 fiéis nos últimos 20 meses – pontificado do papa atual – e de 15.209 entre outubro de 1978 e dezembro de 2004. O levantamento não inclui os primeiros quatro meses de 2005, quando João Paulo II ainda era líder da igreja mas não dava mais audiências. Os números liberados pela Prefeitura da Casa Pontifícia, responsável pelo controle das
multidões que vão ao encontro do papa, derrubam a expectativa de que o alemão Ratzinger, um homem tímido e pouco carismático, não repetiria o sucesso do polonês Wojtyla, o poliglota espontâneo e comunicativo no contato com o público. S e g u n d o o Va t i c a n o , 1.031.500 pessoas participaram das audiências gerais de Bento XVI, em 2006. Somente duas vezes João Paulo II superou essa marca: 1.585.700 em 1979 (primeiro ano de seu governo, após a eleição em outubro de 1978) e 1.463.500 em 2000 (ano do Jubileu do Cristianismo). João Paulo II, que conseguia
atrair milhões de fiéis às praças públicas – 2 milhões no Rio em 1997 e 2,5 milhões em Cracóvia, na Polônia, em 2002, por exemplo – sofreu o reflexo de sua doença, nas audiências gerais do Vaticano. Em 1981, quando sofreu um atentado a tiros, os participantes não passaram de 447 mil. O público foi pouco maior, de 504.600, nas 48 audiências gerais de 2004, ano anterior ao de sua morte. Os números dos participantes das audiências gerais ficaram muito próximos nos primeiros dois meses de pontificado: 200.000 para João Paulo II, em 1978, e 239.000 para Bento XVI, em 2005. (AE)
Attila Kisbenedek/AFP
M EIO AMBIENTE
Bush quer salvar o urso polar John Gress/Reuters
O governo dos EUA, sob pressão de três grupos ambientalistas, proporá a inclusão do urso polar na lista das espécies ameaçadas. Segundo o jornal The Washington Post, a proposta será apresentada para publicação e ficará aberta a comentários do público por 90 dias. Segundo o funcionário citado pelo jornal, "analisamos todos os dados que nos levam a crer que o gelo sobre o mar, do qual os ursos dependem, vem recuando". O mesmo funcionário teria dito que "obviamente, o gelo marítimo está derretendo porque as temperaturas estão maiores". O urso poderá estar ameaçado de extinção dentro de 45 anos. B RAZIL COM Z
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Anorexia brasileira
Santos adorando o Santíssimo Sacramento, pintura apreendida em Madri ontem, antes de ser vendida em um leilão. A polícia acredita que a obra é falsamente atribuída a Goya.
S AÚDE
Uma dose para curar a artrite DANÚBIO MULTICOLORIDO - Nas preparações para a festa de Ano Novo, iluminação laser e um mural multicolorido decoram Budapeste, às margens do rio Danúbio. O projeto artístico é da pintora de vitrais húngara Dora Berkes.
C A R T A Z
Tesouros do Sr. de Sipán - O Esplendor da Cultura Mochicha. Obras do século I, descobertas em escavações na cidade de Lambayeque, Peru. Pinacoteca do Estado. Praça da Luz, 2. Telefone: 32299844. Das 10h às 18h. R$ 4.
F UTEBOL
Pura inspiração
Conexão Wi-Fi em 100 países
Robôs por controle remoto são divertidos, mas esses levam o prêmio. Quando inflados, ficam com 45 centímetros de altura e prontos para a batalha. Cada robô tem um controle individual. Requer 4 pilhas AA e uma bateria de 9 volts. Cerca de US$ 45.
A Microsoft criou um serviço que permite a localização de hotspots Wi-Fi pelo mundo, o Wi-Fi Hotspot Locator. O serviço possui o cadastro de 114 mil pontos de acesso em 100 países, incluindo o Brasil. O site permite ao usuário identificar onde o acesso aos hotspots é pago e gratuito. Para encontrar os hotspots em uma região, o usuário deve selecionar o país, a cidade e, eventualmente, também o bairro. São Paulo, por exemplo, aparece na com 794 pontos de acesso disponíveis.
www.iwantoneofthose.com/inflatable-
http://hotspot.live.com/
battling-robots/index.html#top
web/SearchView.aspx
www.inventables.com
A LIMENTAÇÃO
Clones: liberados para consumo
Do alto para baixo: "amortecedor" de silicone absorve impacto e evita que o ovo se quebre. O tijolo translúcido deixa a luz externa passar e o papel funciona como gravador de voz.
O governo americano anunciou ontem que a carne e o leite dos animais clonados são seguros para o consumo humano. O anúncio é uma resposta da Food and Drugs Administration (FDA), que regula alimentos e remédios nos EUA) a uma solicitação de alguns grupos que queriam obrigar os produtores a informarem nas embalagens a origem dos alimentos. Segundo a FDA, estudos atestam a segurança do consumo desses alimentos e também dos provenientes de crias de clones. L OTERIAS Concurso 181 da LOTOFÁCIL 01
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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:
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Ibama diz que o desmatamento no Amazonas teve redução de 25,77% em relação a 2005
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Embratur afirma que crise do setor aéreo não prejudica a imagem do Brasil no exterior
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Robôs de briga infláveis
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nventables é um grupo de jovens inventores que vivem em Chicago. Eles são pagos para pensarem, pensarem e descobrirem novas propriedades desconhecidas e inesperadas para materiais cotidianos. O resultado eles apresentam aos seus patrocinadores, empresas como Boeing, Motorola e Nike. Neste ano, eles criaram 20 novos produtos que vão do papel que não serve para escrever mas vem com um finíssimo sensor para gravar uma conversa, uma placa que absorve totalmente o impacto de objetos em queda, feito de silicone, e um tijolo translúcido, que permite a passagem a luz do dia e pode servir para economizar energia. Ao contrário do que se pensa, não necessariamente criam produtos a serem comercializados. O objetivo do grupo não é exatamente o de criar produtos comercializáveis, mas objetos e idéias que sirvam de inspiração para inovações técnicas e tecnológicas. Por este trabalho, os patrocinadores pagam mais de US$ 63 mil por ano ao grupo, na certeza de receberem relatórios com boas idéias quatro vezes por ano.
O brasileiro Ronaldinho Gaúcho não levou, este ano, o prêmio da Fifa de melhor do mundo. Mas uma pesquisa do jornal espanhol El País mostra que ele ainda é considerado pelos espanhóis o melhor da Europa. Ele é seguido de muito perto pelo italiano Fabio Cannavaro (o melhor do mundo em 2006, segundo a Fifa) e pelo francês Thierry Henry. O El País revelará hoje o preferido.
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F AVORITOS
Reproduções
O povo prefere Ronaldinho
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G @DGET DU JOUR
www.gawker.com
D ESIGN
www.pnas.org
PERU
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a outra metade bebia água com 10% de etanol. Os pesquisadores observaram a diminuição no risco de desenvolver artrite reumatóide nos camundongos que consumiram a mistura alcoólica. A explicação, segundo os cientistas: a ingestão de etanol estimula a produção de testosterona, o que desencadeia uma série de reações antiinflamatórias. Já os animais que só beberam água apresentaram problemas de fígado.
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O consumo diário de pequenas doses de álcool pode ajudar a combater a artrite reumatóide, aponta um estudo divulgado nesta semana na revista Proceedings of the National Academy of Sciences . Cientistas da Universidade de Gotemburgo chegaram a essa conclusão após fazerem um estudo com camundongos. Um grupo de animais recebeu injeções de colágeno para induzir o desenvolvimento de artrite. Depois disso, metade dos animais recebeu apenas água para beber, enquanto
A agência norte-americana Associated Press e o site Gawker destacaram ontem as mortes recentes de quatro brasileiras por anorexia, entre elas a modelo Ana Paula Reston. Segundo o site, um agente de Giorgio Armani teria até reclamado da magreza da moça. O Gawker questiona o fato de as outras três jovens não serem modelos. A ditadura da magreza teria passado os limites do no mundo da moda?
Peregrinação do Hajj a Meca teve início ontem com mais de 3 milhões de muçulmanos
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Corr upção Planalto Congresso CPI
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JUSTIÇA INVESTIGA REVENDA DE PASSAGENS
É mais um iceberg na roubalheira federal. Marly Martin Silva, vereadora de Maringá.
Beto Barata / Folha Imagem / 07.02.2006
DEPUTADOS REVENDEM PASSAGENS FUNCIONAIS Pelo menos é isso o que apuram a Procuradoria da República e o Ministério Público do Paraná. Eles estariam trocando créditos por dinheiro em Maringá.
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Procuradoria da República em Maringá e o Ministério Público do Estado do Paraná vão investigar a possível revenda de passagens destinadas a deputados federais. A suspeita é que alguns deputados estariam transformando em dinheiro os créditos de passagens aéreas a que têm direito, sem efetivamente utilizá-las. Posteriormente, as passagens seriam revendidas por uma agência de turismo de Maringá, a 430 quilômetros de Curitiba, no norte do Paraná. As denúncias, publicadas pelo jornal "O Diário do Norte do Paraná", envolvem os deputados federais Maurício Rabelo (PR-TO), Milton Barbosa (PSC-BA) e Luiz José Bittencourt (PMDB-GO). O jornal teve acesso ao bilhete eletrônico de uma reserva confirmada por Rabelo em 18 de agosto de 2005, em Brasília, com o localizador QWQ4CV. No entanto, o mesmo bilhete foi vendido pela Katar Turismo, de Maringá, à Câmara Municipal da cidade, e utilizada pela vereadora Marly Martin Silva (PFL) para uma viagem a Curitiba no dia seguinte. A vereadora disse desconhecer o deputado pelo Tocantins e demonstrou surpresa com as denúncias. Ela disse
que, na época, ao prestar contas, estranhou que o valor anotado no e-mail com instruções para a retirada da passagem e o efetivamente registrado no documento eram diferentes. Depois de questionar a direção da Câmara, a fatura foi feita sobre o valor menor. "Pelo que fiquei sabendo agora, parece que a passagem é vendida duas vezes", espantou-se ela. "É mais um iceberg na roubalheira federal." O prefeito de Maringá, Silvio Barros (PP), também pode ter sido vítima da dupla venda de passagem. Um bilhete que tinha reserva confirmada em Brasília para uma viagem do deputado Milton Barbosa em 1º. de fevereiro deste ano, com o localizador C4SJLC, foi revendida pela Katar Turismo à prefeitura, que mantinha, naquela época, convênio com a agência. O prefeito utilizou-a para viajar de Curitiba a Maringá no dia 7 de fevereiro. O chefe de gabinete da prefeitura, Ulisses Maia, disse que ninguém sabia da possível venda de passagens em duplicidade. "Na documentação que nos chegava não aparecia qualquer referência", afirmou. Apesar de desconhecer essa denúncia, a prefeitura rescindiu o contrato com a Katar Turismo, em agosto, em razão de outras irregularidades.(AE)
Luiz Prado / LUZ / 03.09.2006
Feldman: na vaga de Ayrosa Galvão, que ocupará outro cargo.
FELDMAN FICA COM ESPORTES E LAZER
E
leito deputado federal pelo PSDB este ano com 176 mil votos, Walter Feldman assume, em 2007, a Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação de São Paulo. O anúncio foi feito na manhã de ontem pelo prefeito Gilberto Kassab durante a entrega de novos equipamentos à Guarda Civil Metropolitana (GCM). O atual secretário da pasta, Heraldo Corrêa Ayrosa Galvão, ocupará um cargo ainda não definido. Segundo a assessoria de imprensa de Feldman, ainda não é possível saber quem ocupará sua cadeira na Câmara. O escritório político do PSDB informou que ainda é preciso verificar os deputados que irão exercer cargos no executivo
(estadual ou municipal) e a votação da coligação para confirmar os nomes. Hoje, Aloysio Nunes Ferreira Filho, secretário de Governo de Kassab, deixa o cargo para chefiar a Casa Civil no governo do Estado, a convite de José Serra. Em seu lugar, ficará Clóvis Carvalho, ex-ministro do Desenvolvimento de Fernando Henrique Cardoso. As alterações no secretariado de Gilberto Kassab começaram uma semana após a vitória de José Serra ao governo. As mudanças começaram pelas pastas da Saúde e Infra-Estrutura Urbana e Obras (Siurb). Maria Aparecida Orsini substituiu Maria Cristina Cury e Marcelo Cardinale Branco, Antônio Arnaldo. (AOG)
Apagão oficial: Milton Barbosa (PSC-BA), um dos investigados pela revenda de bilhetes, cochila durante sessão no Congresso. Luiz Prado / LUZ / 17.06.2006
MARREY ASSUME A PASTA DA JUSTIÇA NA TERÇA
O
procurador de Justiça Luiz Antônio Guimarães Marrey Filho assume, na próxima terça-feira, dia 2, às 14h, a Secretaria da Justiça e da Defesa e da Cidadania. A transmissão de cargo será na sede da secretaria, no centro de São Paulo. A solenidade será coordenada pela atual secretária Eunice Prudente, que está à frente da pasta desde 31 de março de 2006. Marrey é fiel escudeiro do governador eleito, José Serra (PSDB), que assume o cargo na próxima segunda-feira, dia 1. Marrey se desincompatibilizou da
Secretaria dos Negócios Jurídicos do Município de São Paulo, que assumiu em janeiro de 2005, para integrar a equipe do prefeito Serra, que deixou o cargo para se candidatar a governador. Marrey será o 76.º Secretário da Justiça de São Paulo. Bacharel em Direito pela Universidade de São Paulo, ingressou no Ministério Público em 1980, onde é Procurador de Justiça desde 1992. Foi Procurador Geral de Justiça do Estado de São Paulo e membro do Conselho Superior do Ministério Público. (AOG)
Marrey Filho: posse na sede da secretaria, no centro.
OPINIÃO
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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É
G Que receitas oferecer (que não passem de sonhos
Evaristo SA/AFP
de uma noite de verão) se os próprios dirigentes do barco não têm nem força e muito menos intenção de mudar seus rumos?
G Por causa da
miscigenação biológica e cultural que caracteriza nosso povo, no entanto, temos a possibilidade de vir a ser um exemplo para o mundo.
G Uma cisão cliva todo o povo brasileiro
em duas classes: de um lado nós, o povinho PF, os que estamos por fora, e eles, a minoria que integra as tribos dos FP, os filhos da Pátria. Marcos Peron/Virtual Photo
Deixa 2007 pra lá: 2011 vem vindo por aí!
E
Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br
NEIL FERREIRA
PASSAGEIROS COM DESTINO A 2007, APERTEM OS CINTOS, O PILLOTO SUMIU.
Gervasio Baptista/ABR
RECEITA PARA O
BRASIL 2007
mbora reconheça a oportunidade e validade um projeto editorial de se oferecer receitas para o Brasil em 2007, sinto-me pouco à vontade para escrever sobre isso. As receitas que concebo são impraticáveis, ou indecentes e se acham francamente em desacordo com minha experiência de vida e meus princípios. Ou são banalidades, óbvias para todo o mundo, inclusive para aqueles que poderiam aplicá-las e fazem justamente o contrário. Assim, somente para não praticar o erro da omissão, me recapitularei, repetindo o que meus eventuais leitores estão fartos de ler. Desde os tempos em que o Império do Brasil foi convertido da noite para o dia na República dos Estados Unidos... do Brasil, para surpresa de todos, "que assistiram a aquilo bestificados, sem compreender o que estava sucedendo", como depôs Machado de Assis com palavras mais ou menos semelhantes a essas, o País regrediu histórica, política, cultural e eticamente para fases primitivas de sua evolução. O crescimento da população, o desbravamento do território, o desenvolvimento de suas estruturas materiais e convencionais não cessou. Mas estou para crer que um estudo bem feito evidenciaria que decaímos no ranking mundial comparativamente a aqueles tempos. Independe de estudo uma dupla evidência: o nivel ético dos nossos dirigentes veio e vem numa derrocada crescente, atingindo seu clímax nos dias de hoje e a mudança político-sociológica fundamental que se processou foi a cisão entre seu povo e seu Estado.
U
ma espécie de volta ao regime das capitanias hereditárias, com a aparição dos donos do poder, os caciques estaduais, com seus "estados", constituições e bandeiras, e uma cisão que cliva todo o povo brasileiro em duas classes distintas que hoje, simplificadamente, esquematizamos dizendo que de um lado estamos nós, a maioria, os cidadãos-eleitores-contribuintes, o povinho do PF, os que estamos por fora, e eles, a minoria, que integra as tribos dos FP (por eufemismo, os Filhos da Pátria). A saber, o Estado, o Governo, os políticos e sua clientela burocrática, fragmentados numa multidão de partidecos sem identidade, sem projetos, sem unidade. Essa minoria comanda quase metade de tudo o que é produzido pelo povo e pela nação e, legislando em causa própria, se reserva o direito de gastar consigo própria até 60% do que arrecada. É um fato a tal ponto teratológico que poucos se dão conta de sua monstruosidade, embora pouquíssimos ignorem as indecências cotidianas que daí decorrem, como os reajustes que todos os setores do governo acabam de se auto-outorgar. Desde sempre temos votado contra tudo isso que aí está, e essa tem sido a bandeira de todos os últimos candidatos vitoriosos à Presidência da República, notoriamente Jango, Jânio, Collor e agora - Lula. O custo, a incompetência e a corrupção desse câncer são a causa fundamental do travamento do País. O resto é decorrência e mistificação de péssima e desavergonhada retórica. Sendo esse o libreto da ópera, que receitas oferecer (que não passem de sonhos de uma noite de verão) se os próprios dirigentes do barco não têm nem força e muito menos intenção de mudar seus rumos?
Q
uer política, quer econômica, quer socialmente – salvo ocorra algo que hoje não se divisa no horizonte - 2007 terá uma cara muito mais feia do que a do finado quatriênio, onde em lugar de novos fundamentos, o que sofremos foi um maior afundamento, regredindo para um ideologismo arcaico e uma administração completamente incompetente e corrupta. Situações como essa não se alteram do dia para a noite. O problema brasileiro não é conjuntural, mas estrutural. Vôos não atrasam por atacado acidentalmente, nem aviões caem por acaso, nem isso se corrige com a panacéia de comissões de inquérito de qualquer ordem. O que sucede nos céus se repete na terra, onde não nos desenvolvemos mais do que metade da média do resto do mundo e só ficamos acima do Haiti. Sendo essa a problemática fundamental, a solucionática só pode ser equacionada como um programa de longo prazo. É desnecessário fabular soluções. Elas já foram criadas e aplicadas com êxito pela Irlanda, a Coréia e a Espanha, secularmente pobres e atrasadas, que com seus programas educacionais em cerca de duas gerações subiram ao pódio do desenvolvimento e da riqueza. Mas nem é preciso olhar para fora. Aqui mesmo, em pequenas cidades dos fundões deste Brasil, isso já está acontecendo, como vimos há pouco escondido num noticiário. Milagre a que nem os políticos nem a mídia conferiram a importância merecida.
V
amos mudar o tom do discurso, pautado por uma tonalidade fúnebre. Essa tonalidade não corresponde nem à realidade nem à opinião que temos sobre nosso país e nosso povo. A realidade é que, visto na inteireza de sua História, poucos países novos e antigos alcançaram o desenvolvimento que conseguimos nesses ainda incompletos duzentos anos em que adquirimos identidade política, a partir da vinda de Dom João VI em 1808. E isto foi feito pela gente da casa, pois mesmo com nossa dimensão continental, tivemos um aporte de capital humano (imigrantes) inferior ao da Argentina. E hoje, em virtude precisamente da miscigenação biológica e cultural que caracteriza nosso povo, quer eugênica, quer culturalmente, temos a possibilidade de como já foi visto, previsto e dito por muitos pensadores brasileiros e observadores estrangeiros, de vir a ser um exemplo para o mundo. Não se trata de reeditar um Porque me ufano do meu país.. Reporto-me, aqui, às epígrafes de Que Brasil é este? (Editora Senac, São Paulo), breve ensaio que sumaria minha visão e fé no Brasil. Aí estão os feitos de nossos esportistas e o espetáculo de nossas beldades, realizações construídas pessoalmente, e o desbravamento e redescoberta diária de nossa terra e de nosso passado. E a beleza, alegria e cordialidade que homens e mulheres do mundo inteiro crescentemente vêm buscar neste brasil-brasileiro, abençoado por Deus. Deixa 2007 pra lá: 2011 vem vindo por aí.
Benedicto Ferri de Barros
BENEDICTO FERRI DE BARROS É ESCRITOR PAJOLUBE@TERRA.COM.BR
O
pilloto não está nem aí. Nunca esteve. Apagão vai apagão vem, não é com elle. Nunca foi. O avião delle sobe e desce quando quer. Embarca e desembarca em salas privativas com segurança e conforto, o que é justo pois só viaja a trabalho. Deixe o homem trabalhar. A cumpanherada que não arranja uma boquinha para viajar com elle, vai de jatinho particular, não se sabe de quem nem fretado por quem, vai ver é de graça. Ou pago por nós, trouxas pagadores de impostos. Não fazemos mais do que a nossa obrigação em benefício da pátria amada, salve, salve. O que é muito justo também, ninguém é de ferro. O pilloto ordenou que o apagão aéreo acabasse no domingo, mas o apagão não obededeu. Não acabou. Como tudo aqui, mudou de nome e caiu em outro colo. Chama-se hoje Crise da TAM, não mais apagão aéreo nem Crise dos Controladores de Vôo. Isso graças à ação firme do governo, ao dinamismo e ishperrrteza do sinistro waldyr pires e à precisão cirúrgica com que o pilloto improvisa desculpas para o indesculpável.
U
m dos meus filósofos preferidos, o inesquecível Vicente Matheus, com toda razão diria que arranjaram um bode respiratório para a situação. Agora, que as coisas estão de novo no melhor dos mundos, como a Mentirobrás, a mais poderosa estatal brasileira, provou nos programas de tv que produziu com portentosa eficiência para ajudar o pilloto a continuar pillotando, posso revelar uma das minhas mais sérias teorias da conspiração, baseada 100% em admitida e incurável paranóia. Lá vai.
ingenuidade ou mesmo má-fé atribuir o apagão, hoje Crise da TAM, ao corte de verbas, má gerência ou incomPTência. A crise é parte de um plano inteligente, feito há muito tempo e em plena e vitoriosa execução. Vamos pensar simples. Quem usa avião fora o pilloto e a nomenkalutura no poder é a zelite. O pilloto tem seu avião especial e a nomenklatura não anda em avião de carreira.
Q
uem se aglomera nos aeroportos e espera horas e até dias é a zelite. Manda fazer uma pesquisa nas filas de check-in, nos bancos duros dos aeroportos, nas filas das lanchonetes engorduradas, nos banheiros imundos e perguntar em quem eles votaram. O pilloto perde de 10x2. O pilloto prometeu que a zelite ia ver só uma coisa, ia pagar por sua zelitice. Cumpriu. A zelite está pagando caro. Quem vota no pilloto só vai a aeroportos levado em ônibus e caminhões, em caravanas para ser claque, bater palma quando elle chega, gritar viva, mais quatro anos, santo padim padi ciço e ganhar bolsa-lanche. E ainda vê de perto o avião delle. Avião dos comuns, esses em que o passageiro paga a passagem e enfrenta o caos, só vê a uns 10 mil metros de altitude. Quem vota no pilloto não sofre com apagão, nem com a Crise da TAM. Os outros 40 milhões, excluídos e indesejados, sofrem. Quem mandou votar errado. Agora agüentem.
A
lém de sustentar o nunca antes neççepaíz com módicos 40% do PIB em impostos (e ainda querem chiar), paguem também o preço moral por ser da classe inimiga do povo e do Estado, a crasse mérdia, em extinção tão rápida quanto a floresta amazônica, sob a proteção da beata sinistra marina. Veja o descalabro, no cargo de sinistra, ela abre vaga para seu suplente, o sibá. Este é um país onde um grosso sem voto (os votos são da beata), o sibá, o suplicy e a ideli são senadores. É de chorar. Mas não pense que já pagou tudo. A zelite pagará até estourar. Aí, teremos os sans-coulottes tomando goró, dançando nas ruas. Não será já segunda-feira, na nova decolagem do pilloto. Será em fevereiro. Vai se chamar Carnaval do Povo, com transmissão ao vivo pela Globo. NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR
G Quem vota no
pilloto só vai a aeroportos para ser claque, bater palma quando elle chega e gritar viva
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Fotos: Marcelo Soares/Hype
UM PRESENTE ESPECIAL DE WALDOMIRO DE DEUS PARA O
A cobrança exagerada de impostos no Brasil também virou tema de obra de arte. E no mês de festas e presentes, o DC ganhou uma tela inédita do pintor. O artista, nascido no interior da Bahia, não esconde seu espanto e questiona sobre o destino do dinheiro arrecadado com tributos.
CORES, CRIATIVIDADE. RECADOS DE UM PINTOR INCONFORMADO
C
Rita Alves
om 47 anos de profissão, mestre da arte primitiva, observador sagaz e corajoso da realidade, Waldomiro de Deus não hesita ao declarar sua principal fonte de inspiração: o ser humano. É este quem lhe preenche as telas como protagonista de festas, sonhos e tragédias. Na pintura acima, intitulada Carga Tributária, a mão, o coração, a mente, a crítica de um artistacidadão em busca de dias melhores. Entrevista com Waldomiro de Deus na página 3
Rastro de sangue no Rio: 18 mortos Atentados a delegacias, incêndio de ônibus, arrastões... Retrato da violência às vésperas do Réveillon
w w w. d c o m e r c i o. c o m . b r
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h15
Ano 81 Nº 22.283
Agliberto Lima/DC
Marcelo Soares/Hype
São Paulo, sexta-feira a domingo, 29 a 31 de dezembro de 2006, e segunda-feira, 1 de janeiro de 2007
Um presente de Deus O pintor Waldomiro de Deus criou a obra Carga Tributária, especial para o caderno de cultura. Como artista-cidadão, ele protesta contra a voracidade do HOJE Leão e, com pinceladas ferozes, Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 18º C. contra o mensalão (acima). AMANHÃ Sol com pancdas de chuva Mas fala também de sonhos. Máxima 27º C. Mínima 18º C. Leia ainda: Amazônia em minissérie da Globo; Yusuf, ex-Cat Stevens: refinado; seis séculos de gravuras; gastronomia: sabor português; Roda do Vinho: festa de Babette. Dois presentes do DC: a imagem da festa dos balões e o quadro Carga Tributária. Em www.dcomercio.com.br
Balões e Bovespa nas alturas. Até 2007! ACSP se despede de 2006 com show de 112 mil balões no Pátio do Colégio. Bovespa encerra o ano com ganho de 33%. C 1 e E 3
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.LAZER
sexta-feira, sábado, domingo, 29, 30, 31 de dezembro de 2006, e segunda-feira, 1 de janeiro de 2007
TELEVISÃO Pajés e seringueiros em grande produção. E a parceria Marcelo Bratke-Sandy. Fotos: Divulgação
CD
VIOLÃO VIRTUOSE Aquiles Rique Reis
L Minissérie reúne elenco grandioso para contar a história da conquista do Acre. Figurinistas recriaram vestidos usados por mulheres refinadas da época. Ao lado, Débora Bloch.
UMA SAGA NA FLORESTA TROPICAL Regina Ricca
F
oram mais de dois meses de gravações, entre os meses de agosto e outubro. Ou, mais precisamente, 72 dias de trabalho duro no Norte do País, nos Estados do Acre e do Amazonas. As locações foram as mais diversas: florestas, rios, igarapés, praias, centros históricos e cidades cenográficas. Ao todo, mais de 150 profissionais, entre técnicos e atores, tiveram de dar conta de gravar 350 cenas. Para isso, enfrentaram a umidade e o calor intenso da região amazônica, o desconforto das acomodações, os mosquitos e, às vezes, alguns animais menos amistosos. O alívio chegou no final de novembro, quando as gravações começaram a ser feitas no conforto do ar condicionado dos estúdios do Projac, em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio. Ali, o elenco começou finalmente a gravar as cenas internas da minissérie Amazônia - de Galvez a Chico Mendes – a maior promessa da televisão brasileira em 2007, que tem estréia prevista para o dia 2 de janeiro. Amazônia é de autoria de Gloria Perez (O Clone e América), que construiu sua história baseada principalmente no livro Gálvez, Imperador do Acre, do escritor amazonense Márcio Souza. Nascida em Rio Branco, Gloria havia tempos acalentava o sonho de contar a história de seu Estado. Ano passado, a Globo topou realizar o projeto, e investiu pesado na produção desse épico tropical. A logística da operação foi espetacular. A emissora precisou construir pela primeira vez quatro cidades cenográficas – duas no Acre, uma no Amazonas e outra no Projac (que em 680 metros quadrados reproduz a sede de um seringal acreano) --, e teve de despachar para a Floresta Amazônica cerca de 20 toneladas de material, entre equipamento, figurinos e cenários. “Numa das gravações, a balsa que trazia grande parte do nosso
equipamento encalhou no Rio Madeira. Para resolver isso, tivemos de fazer uma operação de guerra, que envolveu três aviões e um barco”, conta o diretor-geral da minissérie, Marcos Schechtman. Saldo final: cada capítulo de minissérie costuma custar em torno de R$ 150 mil. Amazônia, porém, teve um custo previsto de R$ 400 mil por capítulo. Outro sinal da grandiosidade do projeto foi a escalação do elenco – ou melhor, o ‘arrastão de elenco’, como se comenta nos bastidores da emissora, que requisitou até agora 70 atores. É tanta gente escalada (a maioria de primeiro escalão) que as outras produções da emissora começaram a ter problemas para fechar elenco. Um pajé da tribo Ashaninkas, descendentes dos incas peruanos que vivem no Acre, e seringueiros da floresta amazônica também participam da trama, ora como figurantes, ora como ‘consultores’ do elenco. Com 55 capítulos, a trama terá três fases. Começa no final de 1899 -- no período áurea da borracha, quando o aventureiro espanhol Luis Galvez (papel de José Wilker) tirou o Acre do domínio boliviano e anexou-o ao território brasileiro -- e vai até a década de 1980. Galvez foi escolhido o primeiro presidente do Estado Independente do Acre. Os outros dois heróis da história são o militar Plácido de Castro (Alexandre Borges) -- que declarou o Acre território brasileiro em 1903 -- e Chico Mendes, líder do movimento sindical de seringueiros que acabou assassinado em 1988. “É uma história completamente desconhecida do restante do Brasil. A minissérie tem início no período áureo da borracha, quando apenas a região amazônica produzia borracha no mundo, despertando o interesse mundial”, explica Gloria Perez. “Muita coisa do que será mostrado poderá parecer ficção para muita gente, pois o Acre tem um passado muito rico em aventuras, romances e emoções.”
Cem anos de história Para contar cem anos de história da floresta, Glória Perez focou sua história na saga de duas famílias: uma de seringueiros e outra de seringalistas, que retratarão a conquista do Acre, a decadência da borracha e a transformação dos seringais em pastos. “A história do Acre também põe em discussão a preservação da Amazônia e mostra como é antiga a disputa pela floresta brasileira”, afirma Glória. A cultura, os conflitos e a vida de riqueza e luxo dos seringalistas será centrada na trama na figura do coronel Firmino (José de Abreu), casado com dona Júlia (Malu Valle), pai de Tavinho (Paulo Nigro) e Augusto (Humberto Martins). Já as dificuldades da vida dos seringueiros -- que, assim como milhares de famílias, migraram do Nordeste para o Acre na tentativa de ganhar dinheiro através da extração do látex das seringueiras -- será contada através da família de Bastião (Jackson Antunes), sua mulher dona Angelina (Magdália Alves), e seus filhos, a primogênita Delzuite (Giovana Antonelli) e Bento (Emilio Orciollo Neto). A primeira fase falará dos heróis que batalharam, cada um a seu jeito, para conquistar a independência do Acre, como o advogado José de Carva-
lho (Juca de Oliveira). “Ele expulsou os bolivianos apenas com uma intimação, sem derramar sangue. Mas foi processado por crime de lesa-pátria e chegou a ser proibido até de entrar no estado do Amazonas", lembra Glória Perez. O segundo personagem heróico da trama será o aventureiro, mulherengo e bom-vivant, Galvez (José Wilker), espanhol que se apaixonou pela causa da região, declarou o Estado Independente do Acre e tinha a educação como prioridade de governo, afirma Gloria Perez. "Ele criou escolas para alfabetizar adultos e desenvolveu um projeto inovador, o da escola itinerante." Segundo Glória, uma de suas maiores audácias foi partir para a conquista territorial com uma companhia de zarzuela, cheia de moças bonitas, e não com um exército. Militar idealista, o terceiro personagem central da trama é Plácido de Castro (Alexandre Borges), líder da revolução acreana. "Plácido treinou um exército de seringueiros, armados de rifles e facões, de tal maneira que eles venceram o exército formal da Bolívia, equipado com o melhor armamento da época", diz Glória Perez. O período da decadência da borracha ocupará a segunda fase da minissérie, e ganhará boas doses de ficção,
Investimento pesado: cada capítulo custa R$ 400 mil
essas baseadas nos romances O Seringal, de Miguel Jeronymo Ferrante, e Terra Caída, de José Potiguara, dois autores acreanos. A terceira fase retratará um período histórico mais atual, por volta de 1980, quando o seringueiro Chico Mendes (Cássio Gabus Mendes), líder dos povos da floresta, chamou a atenção do Brasil e do mundo para preservação da floresta amazônica e de seu ecossistema. Além da floresta, da mata fechada, dos rios gigantescos e da vida selvagem, a Amazônia teve seu período de glória, a sua belle époque. Manaus era a capital brasileira mais desenvolvida e uma das mais prósperas do mundo no início do século 20, já que todo o lucro obtido com a venda do látex extraído da Amazônia era investido na cidade, incrementando sua atividade cultural. Manaus foi uma das primeiras cidades do País a contar com luz elétrica, galerias pluviais, tratamento de água e esgoto e serviço de bondes elétricos. São dessa época o Teatro Amazonas, o Palácio da Justiça, o Palácio Rio Negro e o prédio da Alfândega, que serviram de locação para as gravações da minissérie. O glamour dessa época também será retratado na minissérie, principalmente através dos figurinos criados por Emilia Duncan e Labibe Simão, que recriaram os vestidos que as mulheres refinadas da época vestiam e que agora enfeitarão os corpos das atrizes Christiane Torloni, Debora Bloch, Leona Cavalli e Vera Fischer na trama. Irene Ravache, Caio Blat, Cássio Gabus Mendes, Claudio Marzo, Dan Stulbach, Diogo Vilela, Eriberto Leão, Júlia Lemmertz, Leopoldo Pacheco, Letícia Spiller, Marcelo Faria, Paulo Goulart, Pedro Paulo Rangel, Suyane Moreira, Suzana Faini, Tânia Alves, Tarcísio Filho, Vanessa Giácomo, Vera Holtz, Victor Fasano e Werner Schünemann são alguns dos outros nomes que vão dar vida a essa saga criada por Glória Perez.
PROGRAME-SE
Casamento, novos estágios da vida, surpresas, dúvidas e a crise dos 30 anos em comédia dirigida por Tony Goldwyn
guessugas no Congresso, além da crise nos aeroportos. No sábado (30), às 10h, a TV Cultura exibe o especial Ferreira Gullar e o futebol, no programa Grandes Momentos do Esporte, apresentado por Hélio Alcântara. Gullar é conhecedor do assunto, foi amigo de infância do ponta Canhoteiro, que defendeu o São Paulo nas décadas de 1950 e 60. O programa traz também leituras de poemas pela jornalista Valéria Grillo e o ator e apresentador Antonio Abujamra, que declamam Narciso e Narciso;Perde e Ganha,Anticonsumo,e trechos de Homem Comum, Boato; Digo Sim; No Corpo, entre outros. E ainda
apresenta "músicas incidentais", cujas letras foram feitas por Gullar, incluindo Trenzinho do Caipira (Heitor Villa-Lobos/Ferreira Gullar), interpretada por
Imagem Filmes
ois convites irresistíveis faz a televisão nesta última semana do ano: ouvir a música que uniu no mesmo palco a erudição do pianista Marcelo Bratke (foto) e a singularidade da voz da cantora Sandy, e conferir os conhecimentos futebolísticos do escritor Ferreira Gullar. Mas se sua vontade de rever os fatos mais marcantes do ano for incontrolável, ampare-se na voz de Sergio Chapelin, hoje, sexta (29), na TV Globo, logo após a novela Páginas da Vida, para relembrar alguns fatos ‘inesquecíveis’ de 2006, como a reeleição de Lula, a malfadada Copa do Mundo, a performance de mensaleiros e san-
CINEMA
D
Ney Matogrosso; Onde Andarás (Caetano Veloso/F.Gullar), por Marisa Monte; e Solução de Vida (Paulinho da Viola/F.Gullar), por Paulinho da Viola; além de canções de Noel Rosa, Chico Buarque e Milton Nascimento. No domingo (31) mantenha a sintonia na TV Cultura, a partir das 22h30, para acompanhar um dueto musical improvável, porém interessante: o show que a cantora Sandy fez no Auditório do Ibirapuera, no último dia 14, acompanhada pelo piano de Marcelo Bratke, concertista brasileiro radicado em Londres. O repertório exibido pela dupla foi puro biscoito fino: Villa-Lobos (Melodia Sentimental, Nesta Rua e
U
m Beijo a Mais (The Last Kiss, EUA, 2006, 115 minutos). Depois de três anos de namoro, o jovem Michael (Zach Braff) quer trilhar um novo caminho com a amada Jenna (Jacinda Barrett). O casamento é marcado, mas quando tudo parecia perfeito e resolvido, Michael conhece Kim (Rachel Bilson). As conversas e conselhos da nova amiga acabam confundindo as idéias
O Polichinelo para piano solo), George e Ira Gershwin (The Man I Love, 'S Wonderful eSummertime), Cole Porter (Every time We Say Goodbye e Night and Day), Duke Ellington (Prelude to a Kiss e Caravan) e Tom Jobim (Luiza, para piano solo, Inútil Paisagem, Fotografia e Retrato em Branco e Preto). E quem aprecia surfe não pode perder na quarta, 3 de janeiro de 2007, às 22h30, o Surfe 2006 do canal ESPN Brasil. O programa mostrará a melhor onda da Indonésia, em uma viagem com os surfistas brasileiros Pedro Henrique, Paulo Moura e Vitor Ribas. O local da onda perfeita é Grajagang, conhecida como G-Land.
de Michael. O então decidido noivo passa a se questionar sobre sua vida e seus planos: o casamento, os quase 30 anos e as conquistas que já teve na vida. Amor, infidelidade, perdão, casamento e a crise dos trinta anos são alguns temas que recheiam a fita dirigida por Tony Goldwyn e roteirizada por Paul Haggis (Crash No Limite). No elenco, Zach Braff, Jacinda Barrett e Casey Affleck.
uca Bulgarini acaba de lançar Até Breve, pelo Instituto Musical Beethoven, como prêmio concedido ao vencedor do Art Supply de Música 2006. O moço começou a estudar violão em 1984 – inicialmente com Elza Nogueira, depois com o tão fenomenal quanto saudoso Paulinho Nogueira. A escola deste mestre se faz notar nitidamente não só no tocar do violão, como também no jeito de harmonizar e de construir linhas melódicas. Bom aluno, Luca decola para alcançar a música, e ela não se faz de rogada: toca-o com sua força mágica, fazendo-se linda para ele e para os que os escutam. Seduz-nos. O CD começa com Até Breve (Luca Bulgarini). Que bela composição! Harmonia habilmente concebida. Salta aos ouvidos a sonoridade pura de seu violão. Notas limpas. Emoção no início lento dedilhado. Vigor quando entra o ritmo. Marota (Luca Bulgarini). Linha melódica triste, de extrema beleza. De tão pungente, é o ápice do CD. Como de outras vezes, o início arrítmico das canções dá lugar à batida cadenciada – recurso muito bem utilizado que se revela a marca registrada das composições de Luca. Fé Cega, Faca Amolada (M ilton e Ronaldo Bastos). Tocada pelo Trio Cor das Cordas, integrado por Edinho Godoy, Milton Daud e pelo próprio Bulgarini. O arranjo deles é extremamente criativo. A percussão (Roberto Biela) contribui para sua beleza. As dezoito cordas se mostram únicas e vigorosas, baseadas em bordões e em arpejos. A melodia solada em notas precisas realça a beleza da canção. O intermezzo, já bastante conhecido no arranjo original feito para a gravação histórica de Bituca, ganha harmonização inusual, propícia a ricos improvisos, quando a pegada dos três violonistas chega a lembrar aquilo que de melhor faz o Duo Fel. I mp lo ran d o é um belíssimo choro de Toquinho. O arranjo dos dois é digno de se destacar no repertório da música instrumental brasileira. Eles tocam em terças, alternam melodias e se complementam em frases que abrem e logo se reencontram no tema principal, tão lírico... tão plangente. Bachianinha nº1 (Paulinho Nogueira). Brilhante composição, arranjada pelo autor. Nela, a brasilidade vibra na ponta dos dedos do músico que a interpreta, e a beleza do som do mestre (saudades!) é imortalizada por Luca. Inspirado é o momento em que a magia, reverente, se curva em mesuras mil àquele que a cria feito um deus. Comedimento é a marca do toque do violão de Luca Bulgarini. O que só valoriza sua técnica, seu desempenho, sua composição. Sabiá Laranjeira (Luca Bulgarini e Silvia Martins). O violão ponteia, a sabiá gorjeia, a moringa fala d’água à música... Não poderia haver melhor encerramento do disco: sete minutos e onze segundos de emocionada homenagem à natureza. Que esse Até Breve de Luca Bulgarini seja como um até logo. Que o violonista evolua, como já demonstrou poder fazê-lo, e que um segundo CD venha para comprovar que suas mãos são de fato mãos de um virtuoso. Aquiles Rique Reis é vocalista do MPB4 e autor de O Gogó de Aquiles, editora A Girafa.
O HAITI DOS ANOS 70 NA TELONA Em Direção do Sul estréia hoje (29) nos cinemas. Belezas naturais e situação caótica em longa-metragem dirigido pelo francês Laurent Cantet.
sexta-feira, sábado, domingo, 29, 30, 31 de dezembro de 2006, e segunda-feira, 1 de janeiro de 2007
DIÁRIO DO COMÉRCIO
LAZER - 3
ENTREVISTA Sensibilidade, impressões. Telas do artista primitivo misturam poesia e protesto. Fotos: Marcelo Soares/Hype
TINTAS E PINCÉIS FORMAM RETRATOS DO MUNDO. CRIADOS PELAS MÃOS DE DEUS
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Waldomiro de Deus: energia manifestada por meio de cores e declarações
Eu fico me perguntando: o que é que se faz com tanto imposto arrancado do povo? Cadê o tanto de dinheiro arrecadado? Waldomiro de Deus
Inquieto, pintor transpõe para as telas realidade e sonhos
Obra intitulada Fracasso da classe média: pintura está entre as obras inéditas do pintor naif. O artista critica a política e mostra como a classe média é castigada.
le já transferiu para as telas figuras do folclore brasileiro, serestas, natureza, anjos e até tragédias como o atentado terrorista às torres gêmeas do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001. Para o próximo ano, alguns traços e cores marcantes do pintor naif Waldomiro de Deus já ganharam forma e tema, em criações que misturam sensibilidade e indignação. Cobrança de impostos, corrupção e artimanhas políticas estão entre os assuntos de um conjunto de obras ainda inédito do artista baiano que, no último mês do ano, presenteou o DC com uma delas, intitulada Carga Tributária. O pintor não esconde sua indignação diante da brutal carga tributária. Ele conta que na época em que morava em um espaço maior, na cidade de Osasco, chegou a levar algumas pessoas que viviam na rua para dentro de casa. "Uma delas morou cerca de sete anos com a gente e depois foi embora". Hoje, quando se depara com uma criança de rua, a vontade de ajudar continua. "Às vezes eu penso em abrigá-la, mas fico me perguntando: 'Cadê o tanto de dinheiro arrecadado? O que é que se faz com tanto imposto arrancado do povo?'". Waldomiro de Deus reclama com razão, pois conhece bem a realidade de quem não tem um teto para morar. O drama do baiano aconteceu no fim da década de 1950, quando chegou em São Paulo, ainda garoto, e passou a dormir em bancos de praça. Ele relembra que naquela época o Juizado de Menores era seu maior temor. "Hoje a situação é muito pior. O ser humano olha para o outro com certa guarda, mesmo que diante dele esteja uma criança. Isso me deixa bastante preocupado porque é um caso que não tem solução. E não tem saída porque o ser humano não quer. Só com amor, respeito e dignidade nosso País tem chance de melhorar". Na opinião do pintor, autodidata, a violência transmitida pela mídia é outro fator negativo que influencia o cotidiano das pessoas. Substituir alguns programas de TV por outros educativos é uma das sugestões dele. "A violência plantada pela mídia já está sendo colhida pelo povo", conclui Waldomiro. "Até em cidades do interior os moradores estão colocando cercas elétricas e câmeras por todo lado! É preciso acabar com essa escola de violência transmitida pela televisão". O medo também tem mantido o artista mais recluso. Ele diz que gosta de freqüentar teatros e cinemas, mas tem saído pouco com receio da violência. Apesar disso, elogia o que tem sido produzido pelo cinema. "Tem muito filme bom sendo feito, mas acho que a história do Brasil poderia ser mais explorada, principalmente o folclore. Um tema como esse encanta qualquer pessoa". No campo das artes plásticas, o pintor também sente falta da participação maior do artista brasileiro em mostras. "Gosto de visitar bienais, salões de arte, centros culturais, museus, mas acho que os organizadores deveriam valorizar mais a nossa arte. O Brasil também
tem os seus Van Gogh, Gauguin, Renoir. É preciso expor esses talentos e dar mais atenção a eles". A 27ª edição da Bienal, encerrada no último dia 17 no Parque do Ibirapuera, é um dos exemplos citados por Waldomiro. "Este ano ninguém pagou nada para visitar a Bienal, mas muita gente saiu de lá se perguntando 'será que a cabeça do ser humano está tão complicada que chegou a esse vazio?'. Vi alguns trabalhos bons, mas nas edições passadas, mesmo pagando ingresso, o povo saía mais satisfeito". Apesar da decepção, ele reconhece que ainda há diversos lugares na cidade que dão valor aos talentos nacionais. A Pinacoteca do Estado e o Sesc estão entre eles. "O Emanuel Araujo, do Museu Afro, é outro que tem dado bastante atenção ao artista brasileiro. Se ele ou o Danilo Miranda, do Sesc, fossem os organizadores de uma Bienal a nossa arte seria muito mais respeitada". Os traços rústicos e cores fortes do artista primitivo já receberam elogios de um dos principais representantes do surrealismo, o espanhol Salvador Dalí (1904-1989). O encontro dos dois aconteceu em Paris, no final da década de 1970, durante uma mostra do brasileiro. "Essa história é engraçada. Lembro que naquele dia eu vi aquele senhor de bigodes que pareciam um par de antenas me elogiando, mas nem me dei conta da importância dele. Aquilo para mim não quis dizer quase nada. Na época, eu nem sabia quem era Salvador Dalí". Desde então, Waldomiro de Deus já teve a oportunidade de conhecer outras figuras carismáticas. Chegou até a dar aulas de pintura para algumas. Hoje ele afirma que se tivesse chance de
conhecer uma personalidade o eleito seria o presidente americano, George Bush. E justifica a escolha: "Queria conhecer o Bush para levar meu trabalho para os Estados Unidos". Enquanto não chega lá, Waldomiro de Deus tem viajado pelo Brasil, conquistando novos admiradores com suas palestras. No comando do bate-papo o pintor não vê limites para o leque da conversa. "Eu falo de tudo nas palestras. Converso sobre arte, o dia-a-dia, das ciladas diabólicas criadas por falsos religiosos...". O sorriso não esconde a satisfação q u a n d o c om e n t a s o b re Gosto de visitar os encontros bienais, p r o m o v i d o s museus, mas os e m e s c o l a s . organizadores " E m G u a r udeveriam lhos, algumas têm feito relei- valorizar mais turas do meu a nossa arte. t ra b a l h o. N o Waldomiro de dia de um dos Deus encontros, uma delas me recebeu com um coro de mais de 600 crianças gritando meu nome". E completa: "As crianças são sempre um encanto. Elas têm uma visão sobre as coisas que eu adoro". São elas também que estão entre as maiores preocupações do artista. "Espero que no próximo ano os políticos pensem mais nas pessoas que estão jogadas sob os viadutos e nas crianças abandonadas nas ruas. É preciso que eles entendam que cada esmola que uma criança pede é um sinal, um alerta". (Rita Alves)
Carga Tributária: tela inédita cedida ao Diário do Comércio
DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.LAZER
sexta-feira, sábado, domingo, 29, 30, 31 de dezembro de 2006, e segunda-feira, 1 de janeiro de 2007
GASTRONOMIA Bacalhau, ostras, cavaquinha, paella e peru no Réveillon do Antiquarius Fotos: Divulgação
ADEGA
BORBULHAS! Sérgio de Paula Santos
Q
Ao lado, bacalhau ao forno à portuguesa, uma das especialidades da casa; abaixo, feijoada de frutos do mar (esq.), caldeirada de lulas e camarões, vinho especialmente criado e o bar.
SABOR PORTUGUÊS EM 16 ANOS DE TRADIÇÃO
T
radição é o aspecto que mais chama a atenção quando se entra no restaurante Antiquarius. Uma casa portuguesa, com certeza. A lusitanidade está na decoração, que conta com uma estante repleta de peças brancas e azuis da Companhia das Índias, e também no cardápio, cuja especialidade é o bacalhau em preparos variados. Mas antes de chegar ao prato principal, vale menção aos risoles de camarão, pão de alho, queijos da serra derretidos e aos melhores bolinhos de bacalhau de São Paulo, que chegam à mesa no couvert (R$ 20 por pessoa). Se a intenção for fazer uma extravagância, peça de entrada o caviar aux blinis (R$ 600 a porção). O atendimento impecável também merece registro. Os copos não ficam vazios e os garçons sabem explicar os ingredientes de cada
Lúcia Helena de Camargo receita sem hesitar ou ir buscar informações na cozinha. Outro ponto positivo: ao contrário de grande parte dos restaurantes, a divisão entre os salões para fumantes e não fumantes realmente funciona. Quem decide fazer sua refeição longe da fumaça alheia, consegue. Entre os pratos, os imperdíveis são lombo de bacalhau ao forno e bacalhau à Lagareira. Ambos custam R$ 121 e embora listados como individuais, servem duas pessoas, para comer sem exageros. Quem quiser experimentar um pouco de tudo, pode pedir frutos do mar grelhados (R$ 130). O prato traz salmão, cavaquinha, lagostim, lula, polvo, vieira e camarão, acompanhados de abacaxi, arroz ao limão e creme de espinafre. Outro muito pedido é o arroz de pato (R$ 84). No menu há ainda paella de frutos do mar, arroz de polvo, ossobuco,
arroz de cabrito, coelho selvagem com escargots frescos e dobradinha à moda da casa. E uma das novas receitas é a cavaquinha grelhada com molho de escargot (R$ 126). Frutos do mar com vinho branco, bacalhau com vinho tinto... Não importa como se combine. O fato é que na adega do restaurante há vinhos para os gostos mais variados. Entre as estrelas, variedades da Beira e dos vinhedos do Alentejo, além de bons franceses da Borgonha e Bordeaux; e italianos. Há ainda os vinhos que o Antiquarius lançou há um ano com a sua própria marca, especialmente produzidos pela vinícola Eborae Vitis e Vinus em Évora, sob supervisão do enólogo e produtor português Paulo Laureano, em parceria com o restaurante. Também não faltam vinhos do Porto, aguardentes e conhaques. No menu, apenas três itens
Toques lusitanos na decoração do premiado restaurante, com gravuras e coleções de porcelanas
aparecem listados como sobremesa: frutas, doces portugueses e sorvetes. Porém, quem aprecia os doces com muitos ovos da cozinha lusa, vai se deliciar: quindim, fios de ovos, toucinho e queijinho do céu são algumas das escolhas. Se sobrou espaço no estômago, vale experimentar. No salão superior, onde ficam as mesas de espera e para tomar café e licores após a refeição, funciona o antiquário de onde surgiu o nome do restaurante. À venda, objetos e móveis, como a estatueta Santíssima Trindade, feita em Portugal no século 18, por US$ 4 mil. A associação com um antiquário de Petrópolis coloca na loja peças que pertenceram à família real brasileira, como um lavapés em prata que fora de D. João 6º, vendido por US$ 60 mil. Com 16 anos de funcionamento na cidade, a casa tem no comando desde a inauguração Maria Eduarda Perico Martins e Thales Martins Filho. Mas a marca Antiquarius surgiu bem antes, em 1977, quando foi inaugurada no Rio de Janeiro, no Leblon, pelo empresário Carlos Perico, o maître Manoel Pires – o Manoelzinho – e o antiquário Antonio Pimenta, já falecido. Os prêmios não páram de aparecer. Este ano o Antiquarius foi eleito pela sexta vez consecutiva o melhor restaurante português de São Paulo pelo júri da revista Veja São Paulo; na mesma categoria ganhou pela terceira vez a eleição da revista Gula; e a matriz carioca foi premiada com três estrelas na categoria melhor cozinha de imigrantes, pelo Guia Quatro Rodas, além de vencer como a melhor cozinha portuguesa, na eleição da Veja Rio. O cardápio para o Réveillon está definido. A R$ 310 por pessoa (bebidas alcoólicas e serviço à parte), inclui, entre outras opções, tijelinha de bacalhau à moda do convento, ostras, cavaquinha, paella, filé fatiado e peru recheado com castanhas portuguesas. Antiquarius - Alameda Lorena, 1884, Cerqueira César, tels.: (11) 3082-3015 e 3064-8686.
ueiram ou não seus produtores, o champanhe e os vinhos espumantes estão ligados às comemorações, às festas e naturalmente às reuniões festivas do final do ano, Natal e passagem do ano, ou Ano Novo ou ainda Réveillon, se quisermos ser pedantes com o galicismo. Nessas ocasiões, finais de ano, o consumo dos espumantes quintuplica. Se o champanhe é somente o espumante da região de Champagne, um dos 95 departamentos metropolitanos da França, o espumante pode ser de qualquer outra procedência, inclusive de todos os demais departamentos da França. Por outro lado, existem bons e maus champnhes no departamento da Champagne e entre os espumantes de todas as partes também encontram-se os bons e os maus vinhos. Sua denominação varia: Sekt na Alemanha, Cava na Espanha, Spumanti na Itália, Espumantes em Portugal e no Brasil, Cremant na França etc etc. Como curiosidade, o lugar de maior consumo de champanhe do mundo é a Martinica, no Caribe, de seis garrafas (de 750 ml ) per capita. O dado não consta das estatísticas de bebidas, pois a Martinica não é um país mas um "Departamento" de Ultramar da França, eufemismo para condição de colônia. Oficialmente, a França é a maior consumidora mundial de champanhe, com três garrafas (750 ml) per capita. Vemos, assim, que a disponibilidade de espumantes no mercado é muito maior que a de champanhe, além deste ser, em princípio, mais caro. Contribui para o preço mais alto do champanhe o seu marketing, sua promoção nacional e internacional, inferior possivelmente apenas ao da perfumaria. Outro detalhe curioso relativo ao champanhe é que ao contrário do que ocorre com os vinhos tranqüilos (não espumantes) o champanhe rosado é tão ou mais valorizado que o branco. Temos notado em toda mídia uma campanha em favor do vinho rosado, rosè, considerado, em princípio, como secundário em relação aos tintos e brancos. Sem preconceito de cor e não influenciados pela mídia (revistas de gastronomia, "especialistas", enochatos etc), pode-se dizer que não existe nenhum grande vinho rosado, desta ou daquela origem. Por outro lado sempre existiram grandes vinhos tintos e brancos. A tentativa de promover o vinho rosado é, portanto, uma ação de marketing para promover venda, e sabemos todos que a publicidade vende qualquer coisa, independentemente da qualidade. Veja-se o caso do Prosecco, tão
em moda que para alguns é sinônimo de espumante. Na realidade Prosecco é uma variedade de uva, do norte da Itália, da qual se fazem espumantes secundários. É uma das modas atuais, e como moda, passará para dar lugar à outra. Nacional em alta Para este final de ano de 2006, temos uma informação auspiciosa, relativa aos espumantes nacionais. Em uma degustação às cegas de espumantes de todas as partes, realizada pela Federação Internacional de Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), com sede na Bélgica, entre as amostras de espumantes (incluídos aí b o n s c a m p a n h e s ) , o i to d e s s a s amostras eram de espumantes brasileiros. Poderemos, assim, comemorar nosso final de ano com os nossos espumantes, que segundo avaliadores idôneos e competentes, estão entre os melhores que se conhece. À sua saúde leitor! À saúde de nós todos! Evo é Baco!
Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. membro-fundador da Federação Internacional de Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, O Vinho e suas Circunstâncias, Senac, São Paulo, 2003.
Tempo de festa de Babette José Guilherme R. Ferreira
C
andelabros acesos, começa a festa: Potage de Tortue, consomé de tartaruga, e Jerez . Ao provar o vinho encorpado e seco, o general estala a língua e decifra a preciosidade espanhola: "Amontillado!" É o início da rendição dos demais convidados, gente rude de uma vila perdida na gelada Dinamarca. Todos comprometidos contra os prazeres daquela mesa e o pecado da gula. A cada prato, a cada cena, entretanto, são tomados por uma sedução diferente e mais arrebatadora. O Blinis Demidof, panqueca com creme azedo e caviar, é acompanhado com Champagne Brut Veuve Clicquot, safra 1860. Depois, Cailles em Sarcophage à la Sauce Perigourdine, cordonas recheadas de foie gras e trufas acomodadas em volau-vent, merece um Clos Vougeot, 1845. O banquete cinematográfico prossegue com salada verde, queijos (Quental, Fourme d'Ambert, Bleu D'Auvergnes). E o nocaute vem com as sobremesas: Baba ao Rhum, frutas frescas e café, arrematado com Marc Fine Champagne. Poucos filmes celebram tão bem os valores transcendentes da gastronomia e dos
vinhos quanto Festa de Babette(1987), de Gabriel Axel, adaptação de um conto de Isak Dinesen. Além de emblema da culinária francesa, o filme mostra os incomparáveis poderes de transformação da cozinha e todos os sentidos dela emanados, escreve Priscilla Parkhurst em Accounting for Taste: The Triumph of French Cuisine. Babette foge de Paris para a Dinamarca em 1871 e é acolhida por duas irmãs muito religiosas, que vivem uma rotina de austeridade. Premiada na loteria, Babette, ex-chef do Café Anglais, oferece o primoroso jantar, que amplia o horizonte da pequena aldeia. "A culinária nos exalta espiritualmente, humanizando-nos e predispondo-nos para um convívio de bondade e afeto recíproco", escreveu o filólogo e gourmand Antônio Houaiss (1915- 1999) sobre o espírito da Festa de Babette.
http://www.press.uchicago.edu/Misc/Chicago/243230.html
terça-feira, 26 de dezembro de 2006
Inclusão Software Automação Fotografia
DIÁRIO DO COMÉRCIO
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MULTINACIONAIS APOSTARAM NO MERCADO BRASILEIRO
A Afrac acredita que o setor movimente cerca de R$ 700 milhões, sem contar serviços
2006 FOI O ANO DAS...
IMPRESSORAS TÉRMICAS Elas foram os destaques em 2006, assim como o interesse dos grandes fabricantes internacionais pelo mercado brasileiro
Fotos: Divulgação
Marcel Malczewski, presidente da Bematech
o anode2006,doisfatos marcaram o segmento de automação comercial no Brasil. O primeiro foi a consolidação da impressora fiscal térmica com Memória Fita Detalhe (MFD). Além da impressão ser mais rápida, o que significa menos filas nos caixas, o equipamento dispensa a segunda via, como ocorre com as impressoras matriciais de impacto. Ao invés de ser guardada por pelo menos cinco anos a operação fica armazenada em um chip de memória. O segundo fato relevante é o interesse de grandes multinacionais que estão de olho no mercado, forçando as empresas nacionais a se movimentarem. "O varejo finalmente vem percebendo as vantagens da automação como uma ferramenta que proporciona maior controle e competitividade. As impressoras fiscais térmicas com Memória Fita Detalhe (MFD) também impulsionaram as vendas. Com o mercado mais aquecido, que deverá crescer 15% este ano, inauguramos um nova fábrica, com dois mil metros quadrados em São José dos Pinhais, que teve investimento de R$ 2 milhões", diz Alexandre Freitas Nunes, vice-presidente executivo da Bematech. A estimativa da empresa é que o mercado de automação comercial movimente este ano cerca de R$ 1 bilhão. Já a Afrac (Associação dos Fabricantes e Revendedores de Equipamentos para Automação Comercial) acredita que o setor movimente cerca de R$ 700 milhões, sem contar serviços. Para Marcel Malczewski, presidente da Bematech, o mercado de automação comercial no
Brasil vem despertando o interesse de gigantes na área de tecnologia da informação. "Empresas como SAP, Totvs (Microsiga, RM Sistemas e Logocenter), Oracle e Microsoft estão montando estratégias para atuar neste mercado. Todos estão se dirigindo para o segmento de pequenas e médias empresas, e o varejo é uma vertical que vem chamando a atenção", diz. A distribuidora Ingram Micro anunciou uma parceria com três grandes fornecedores do segmento: IBM, Symbol e Zebra. Entre os produtos que passam a ser comercializados estão impressoras fiscais e de código de barras, leitores wireless e totens de auto-serviço. Para fazer frente à concorrência, a Bematech comprou três empresas: a Gemco, que desenvolve softwares para gestão do comércio; a C&S, que desenvolve sistemas para automação de farmácias; e a GSR7, especializada na prestação de suporte. "O pequeno e médio varejo é o
nosso mercado e não podíamos ficar parados. Se iríamos tomar uma providência, a hora era esta", disse Malczewski. Impressoras térmicas – A Bematech apresentou impressora térmica fiscal MP2100 TH FI, uma evolução do modelo anterior, a MP2000 TH FI. Trata-se de um equipamento mais poderoso que o antecessor, ideal para o varejo com grande volume de vendas. A sua velocidade aumentou em 30%, passando para 80 mm/segundos, e a memória fiscal interna saltou de 32 MB para 128 MB. O seu preço é de cerca de R$ 2.800. A Daruma Urmet oferece o modelo FS600. O equipamento possui velocidade de 100 mm/segundo, faz impressão de venda de item em uma única linha, economizando papel, opera com bobinas de alta capacidade (80 mm de diâmetro e 80 metros lineares), imprime logotipo personalizado nos forma-
tos bitmap do Windows, suporta impressão de código de barras em sete padrões, a sua cabeça de impressão e fonte ficam livres do lacre, facilitando a manutenção e limpeza e tem saída para acionamento de gaveta. O seu preço é de R$ 3.090. Já a Sweda oferece o ECF ST100, uma impressora fiscal térmica com MFD, que tem velocidade de impressão de 100 mm/segundo, com resolução de 8 pontos/mm (horizontal e vertical). A guilhotina é um item opcional. O equipamento é voltado para uso geral no varejo e custa R$ 2.550. A Epson do Brasil mostrou a TM-T88 FB, que oferece memória fiscal (MFD) de 128 MB e velocidade de impressão de 150 mm/segundos, com preço de R$ 3.100. Ele traz guilhotina, imprime logotipos e imagens.
Bematech MP 2100 (acima, à esq.) e Daruma_FS600 (acima)
Carlos Ossamu
APPLE Fotos: Divulgação
E DA...
O Mac mini, o menor e mais barato computador da Apple, foi lançado em fevereiro
e existem empresas que não podem reclamar do ano de 2006 a Apple faz parte dessa lista. Ela se destaca como uma das principais companhias em inovação na área de tecnologia e trouxe ao mercado em 2006 grandes evoluções na área de entretenimento e computacional. O seu ano fiscal, por exemplo, que teve o fechamento em outubro, contabilizou 39 milhões de iPods e 1,61 milhão de Macintosh vendidos no mundo todo. Durante esse período, a Apple apresentou receita de US$ 4,84 bilhões e lucro líquido de US$ 546 milhões. Mas o seu sucesso não é à toa. A Apple sempre foi considerada uma empresa que busca novos desafios. Sendo assim, logo na primeira semana deste ano, a companhia anunciou o que talvez fosse uma das suas maiores mudanças até então: a migração para os processado-
res da Intel (o Core Duo), com o lançamento da linha iMac e dos portáteis MacBook Pro. Em fevereiro, mais uma novidade. Mais modesto, porém não menos eficiente, é lançado o Mac mini. Com um processador Intel Core Duo o equipamento é considerado o menor e mais barato da Apple, o que parecia uma forma de tornar ainda mais popular suas máquinas em mercados emergentes, como o do Brasil. A partir daí, a migração para o sistema operacional da Microsoft pelos usuários que q u e r i a m e x e c u t a r o u t ro s softwares não compatíveis com o Mac OS, principalmente desenvolvidos para o Windows, já era esperado. Em abril, todos os novos computadores da maçã já eram vendidos com o Boot Camp, software que permite rodar Windows e Mac OS X. Considerada uma verdadeira revolução nos Macintosh o que não agradou à to-
dos os macmaníacos. Os portáteis também tiveram seu momento de transição para o processador da Intel e a partir de maio, a nova linha de macBook já contemplava o processador de última geração para laptops, o Intel Core Duo. Os tocadores de música digital mais populares do mundo, os iPods, passaram por uma evolução e tiveram lançamentos especiais. Além da mudança de visual, o produto trazia novos recursos e parcerias, como a edição especial iPod U2, que vem com autógrafos dos integrantes da banda no verso e com as músicas do último CD armazenadas. Sua capacidade de é 30 GB e tocava músicas e vídeos. Eles também diminuíram e ficaram mais vibrantes, como o iPod nano, que trouxe um novo corpo de alumínio e uma maior autonomia de bateria mais do que o dobro de capacidade para armazenar música pelo mesmo preço da geração anterior. O novo iPod nano possui o inovador Click Wheel da Apple e um design mais fino, menor e mais leve. Além disso, estão disponíveis em várias cores: prata, rosa, verde, azul e preto. O anúncio da versão shuffle também movimentou o mercado, já que o dispositivo tornou-se o menor tocador de MP3 do mundo. "O iPod nano é o tocador de música digital mais popular do mundo, e nós o redesenha-
mos completamente para fazêlo ainda melhor", disse Steve Jobs, CEO da Apple. "O totalmente renovado iPod nano dá aos fãs de música mais do que eles amam em seus iPods duas vezes a capacidade de armazenamento pelo mesmo preço, uma autonomia de bateria incrível de 24 horas e um design maravilhoso em alumínio em cinco cores brilhantes", completa Jobs. Os tradicionais acessórios da Apple –como o mouse de apenas um botão– também começaram a ter a cara dos dispositivos desenvolvidos para PCs. Em julho, a empresa lançou o Mighty Mouse, o mouse sem fio com dois botões. Um mês depois do lançamento do acessório, a companhia anunciou o Mac mais rápido da sua história, com processador Intel Xeon Quad.44. Os iMacs também evoluíram e muito. Os novos computadores ganharam um design inovador, clean e compacto, além de processadores de ponta, como o iMac Core 2 Duo. Além disso, nova linha conta com telas maiores: de 17, 20 e 24 polegadas. O próximo ano promete mais novidades. Vale lembrar que a Apple iniciou a revolução do computador pessoal nos anos 70 com o Apple II e reinventou o computador pessoal nos anos 80, com o Macintosh. Fábio Pelegrini
O Mighty Mouse, o mouse sem fio com dois botões
Ano 81 - Nº 22.281
São Paulo, quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
R$ 0,60
Jornal do empreendedor
Edição concluída às 23h45
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Veja o que inibiu as vendas do comércio em 2006
Milton Mansilha/LUZ
O presidente da ACSP, Afif Domingos (foto), disse ontem que o pequeno avanço de 4,7% se deve, entre outros fatores, ao endividamento de parte da população e à fraca recuperação da renda, que provocou um "achatamento da classe média". Economia 1 Luiz Prado/LUZ
Começa a temporada das liqüidações Com descontos que vão de 10% a 80%, supermercados, lojas de material de construção, de eletroeletrônicos e móveis começam a desovar estoques na esperança de vender mais um pouco na reta final do ano. Economia 3
FELIZ RÉVEILLON ! Prepare todas as mandingas para a passagem do ano. Ou garanta boas energias com roupas brancas. Economia 8 Akintunde Akinleye/Reuters
Atrasos. É um alerta de Ano-novo Depois do registro de sucessivos atrasos que chegaram a a mais de 40% dos vôos, causados sobretudo por problemas com a TAM, os aeroportos tiveram ontem uma manhã mais calma (14% de atrasos). Já à tarde, o índice subiu: 23%. Para a Anac, que redobra a vigilância às empresas aéreas, o aumento é uma advertência. C 1
Setor de alimentos é premiado. C 4
HOJE Nublado com chuva Máxima 26º C. Mínima 20º C.
AMANHÃ Nublado com chuva Máxima 25º C. Mínima 19º C.
Saddam pode ser executado em 30 dias Em Logo
Lagos de gasolina, fogo e mortes Ladrões profissionais perfuraram um duto em Lagos, segunda cidade da Nigéria, para roubar gasolina. O combustível espalhou-se, atraiu centenas de pessoas que queriam recolhê-lo e provocou a explosão (foto). Ao menos 260 morreram e 60 ficaram feridas. Pág. 8
Pedágio nas marginais. Polêmica para 2007. C1